Pingos da Língua Portuguesa

Transcrição

Pingos da Língua Portuguesa
Pingos da Língua
Portuguesa ...
Pequenas doses de Gramática,
Literatura e Redação para você
... no Rio Branco/Campinas
Vol. 11
2011
Literatura
Modernismo – 2 primeiros momentos
O passado é lição para se meditar, não para
reproduzir
(Mário de Andrade)
Literatura
- 1922-1930 (“fase agressiva”);
- Eleição em 1922 – vitória de Artur Bernardes (São
Paulo/Minas) sobre Nilo Peçanha (Pernambuco, Bahia, Rio de
Janeiro, Rio Grande do Sul;
- Fundação do partido comunista brasileiro (25, 26 e 27 de
março);
- Classe Média (militares, burguesia, funcionalismo público):
sem poder político econômico.
Literatura
A coluna prestes - Portinari
Literatura
Navio de Imigrantes – Lasar Segall
Literatura
Revolução russa (foto)
http://dicasnaweb.com.br/wpcontent/uploads/2011/02/revolucao-russa.jpg
Literatura
 1930-1945 (tempo de definições, de compromissos, do
aprofundamento das relações entre o eu e o mundo);
 Vargas – ditador – Estado Novo – apoio da classe média
 Revolução constitucionalista (1932);
 Depressão econômica;
 II Guerra;
 Criação da ANL (Aliança Nacional Libertadora): Grupo verdeamarelo, membros de esquerda;
 Romance da geração de 30 (José Lins do Rego, Graciliano
Ramos, Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Jorge Amado, Érico
Veríssimo).
Literatura
Menino Morto - Portinari
Gramática
Figuras de Linguagem
São recursos usados pelo falante para
realçar a sua mensagem.
Observe os tipos e os exemplos a
seguir:
Fonte:
http://3.bp.blogspot.com/_uy3CuPcrG1M/S7_nDWfY7YI/AAA
AAAAAACM/alVNWcsl-1s/s1600/pleonasmo1.jpg
Gramática
1) ELIPSE – ZEUGMA
Veja os exemplos:
1-Na estante, livros e mais livros.
2-Ele prefere um passeio pela praia; eu, cinema.
No 1º exemplo temos uma elipse, já no 2º, a figura que aparece é o zeugma.
A elipse consiste na omissão de um termo que é facilmente identificado.
No exemplo 1, percebemos claramente que o verbo “haver” foi omitido.
No exemplo 2, ocorre zeugma, que é a omissão de um termo que já fora expresso anteriormente.
“Ele prefere um passeio pela praia;eu, (prefiro) cinema.”(Não houve necessidade de repetir o verbo, pois
entendemos o recado).
2) PLEONASMO
Na oração: “Ela cantou uma canção linda!”, houve o emprego de um termo desnecessário, pois quem canta, só
pode cantar uma canção.
Na famosa frase: “Vi com meus próprios olhos.”, também ocorre o mesmo.
Pleonasmo é a repetição de idéias
Gramática
3) HIPÉRBATO
Exemplos:
Correm pelo parque as crianças da rua.
Na escada subiu o pintor.
As duas orações estão na ordem inversa.
O hipérbato consiste na inversão dos termos da oração.
Na ordem direta ficaria:
As crianças da rua correm pelo parque.
O pintor subiu na escada.
4) ANACOLUTO
É a falta de nexo que existe entre o início e o fim de uma frase.
Dois gatinhos miando no muro, conversávamos sobre como é complicada a vida dos animais.
Novas espécies de tubarão no Japão, pensava em como é misteriosa a natureza.
Gramática
5) SILEPSE
É a concordância com a idéia e não com a palavra dita. Pode ser: de gênero, número ou pessoa.
SILEPSE DE GÊNERO (masc./fem.)
Vossa Excelência está admirado do fato?
O pronome de tratamento “Vossa Execelência” é feminino, mas o adjetivo “admirado” está no masculino.
Ou seja, concordou com a pessoa a quem se referia (no caso, um homem).
Aqui temos o feminino e o masculino, logo, silepse de gênero.
SILEPSE DE NÚMERO (singular/plural)
Aquela multidão gritavam diante do ídolo.
Multidão está no singular, mas o verbo está no plural.
“Gritavam” concorda com a idéia de plural que está em “multidão”.
Mais exemplos.
A maior parte fizeram a prova.
A grande maioria estudam uma língua.
Gramática
SILEPSE DE PESSOA
Todos estávamos nervosos.
Esta frase levaria o verbo normalmente para a 3ª pessoa (estavam – eles) mas a concordância foi
feita com a 1ª pessoa(nós).
Temos aqui 2 pessoas ( eles e nós ) logo, silepse de pessoa.
Mais exemplos:
As duas comemos muita pizza.(elas – nós)
Todos compramos chocolates e balas.(eles – nós)
Os brasileiros sois um povo solidário. (eles – vós)
Os cariocas somos muito solidários.(eles – nós)
Gramática
6) METÁFORA – COMPARAÇÃO
1-Aquele homem é um leão.
Estamos comparando um homem com um leão, pois esse homem é forte e corajoso como um leão.
2-A vida vem em ondas como o mar.
Aqui também existe uma comparação, só que desta vez é usado o conectivo comparativo: como.
O exemplo 1 é uma metáfora e o exemplo 2 é uma comparação.
Exemplos de matáfora.
Ele é um anjo.
Ela uma flor.
Exemplos de comparação.
A chuva cai como lágrimas.
A mocidade é como uma flor.
Metáfora: sem o conectivo comparativo.
Comparação: com o conectivo (como, tal como, assim como)
Gramática
7) METONÍMIA
Aqui também existe a comparação, só que desta vez ela é mais objetiva.
Ele gosta de ler Agatha Christie.
Ele comeu uma caixa de chocolate.
(Ele comeu o que estava dentro da caixa)
A velhice deve ser respeitada.
Pão para quem tem fome.(“Pão” no lugar de “alimento”)
Não tinha teto em que se abrigasse.(“Teto” em lugar de “casa”)
8) PERÍFRASE – ANTONOMÁSIA
A Cidade Maravilhosa recebe muitos turistas durante o carnaval.
O Rei das Selvas está bravo.
A Dama do Suspense escreveu livros ótimos.
O Mestre do Suspense dirigiu grandes clássicos do cinema.
Nos exemplos acima notamos que usamos expressões especiais para falar de alguém ou de algum lugar.
Cidade Maravilhosa: Rio de Janeiro
Rei das Selvas: Leão
A Dama do Suspense: Agatha Christie
O Mestre do Suspense: Alfred Hitchcock
Quando usamos esse recurso estamos empregando a perífrase ou antonomásia.
Perífrase, quando se tratar de lugares ou animais.
Antonomásia, quando forem pessoas
Gramática
9) CATACRESE
A catacrese é o emprego impróprio de uma palavra ou expressão por esquecimento ou ignorância do seu real
sentido.
Sentou-se no braço da poltrona para descansar.
A asa da xícara quebrou-se.
O pé da mesa estava quebrado.
Vou colocar um fio de azeite na sopa.
10) ANTÍTESE
Emprego de termos com sentidos opostos.
Ela se preocupa tanto com o passado que esquece o presente.
A guerra não leva a nada, devemos buscar a paz.
11) EUFEMISMO
Aquele rapaz não é legal, ele subtraiu dinheiro.
Acho que não fui feliz nos exames.
O intuito dessas orações foi abrandar a mensagem, ou seja, ser mais educado.
No exemplo 1 o verbo “roubar” foi substituído por uma expressão mais leve.
O mesmo ocorre co o exemplo 2 , “reprovado “ também foi substituído por uma expressão mais leve.
Gramática
12) IRONIA
Que homem lindo! (quando se trata, na verdade, de um homem feio.)
Como você escreve bem, meu vizinho de 5 anos teria feito uma redação melhor!
Que bolsa barata, custou só mil reais!
13) HIPÉRBOLE
É o exagero na afirmação.
Já lhe disse isso um milhão de vezes.
Quando o filme começou, voei para casa.
14) PROSOPOPÉIA
Atribuição de qualidades e sentimentos humanos a seres irracionais e inanimados.
A formiga disse para a cigarra: ” Cantou…agora dança!”
Redação
Intertextualidade
A intertextualidade é uma espécie de conversa entre textos; esta interação pode aparecer
explicitamente diante do leitor ou estar em uma camada subentendida, nos mais diferentes
gêneros textuais. Para compreender a presença deste mecanismo em um texto, é necessário
que a pessoa detenha uma experiência de mundo e um nível cultural significativos.
O intertexto só funciona quando o leitor é capaz de perceber a referência do autor a outras obras
ou a fragmentos identificáveis de variados textos. Este recurso assume papéis distintos
conforme a contextura na qual é inserido. A pressuposta cultura geral relacionada ao uso
deste mecanismo literário deve, portanto, ser dividida entre autores e leitores.
E não há limite para as esferas do conhecimento que podem ser acessadas tanto pelo produtor do
texto, quanto por seu receptor. Isto significa que o intertexto não está somente ligado ao
contexto literário. Ele pode estar presente na pintura, a qual pode interagir com uma foto
produzida séculos depois; na publicidade, quando, por exemplo, o ator que anuncia o Bom
Bril está trajado como a Mona Lisa, criada por Leonardo da Vinci.
Redação
No caso desta propaganda, o intérprete compara a forma como o ‘Mon
Bijou” deixa a roupa bem limpa e perfumada, com a criação de uma
obra-prima, alusão à criação de da Vinci. Seu idealizador, portanto,
faz uma analogia entre o produto que deseja vender e a elaboração
de uma imagem pictórica, levando ao consumidor a possibilidade de
se atualizar culturalmente.
Há pelo menos sete tipos de intertextualidade. A Epígrafe é um pequeno
trecho de outra obra, ou mesmo um título, que apresenta outra
criação, guardando com ela alguma relação mais ou menos oculta. A
Citação é um fragmento transcrito de outro autor, inserido no texto
entre aspas.
http://3.bp.blogspot.com/_WJIObG4z4
h0/SbAWhQKH4RI/AAAAAAAAABQ/E
C9Bt0wICyc/s400/mon+bijou.jpg
A Paráfrase é a réplica de um escrito alheio, posicionado em um uma obra
com as palavras de seu autor. Este deve, portanto, esclarecer que o
trecho reproduzido não é de sua autoria, citando a fonte bibliográfica
pesquisada, a fim de não cometer plágio. A Paródia é uma distorção
intencional de outro texto, com objetivos críticos ou irônicos.
Redação
O Pastiche é a imitação rude de outros criadores – escritores, pintores, entre outros – com intenção
pejorativa, ou uma modalidade de colagens e montagens de vários textos ou gêneros, compondo
uma espécie de colcha de retalhos textual. A tradução se insere na esfera da intertextualidade
porque o tradutor recria o texto original.
A Referência é o ato de se mencionar determinadas obras, de forma direta ou indireta. A Alusão é uma
figura de linguagem que se vale da referência ou da citação de um evento ou de uma pessoa,
concreta ou integrante do universo da ficção, denominada interlocutor. Ela é igualmente conhecida
como ‘intertextualidade’ ou ‘polifonia’.
O intertexto, portanto, não se refere apenas a textos literários, mas também a músicas, imagens –
vídeos, filmes, todos os recursos visuais. Assim, em uma composição musical, no lançamento
cinematográfico, na animação que se assiste em casa, na publicidade, nas pinturas e outras artes
plásticas, enfim, em todas as linguagens artísticas, está presente a intertextualidade.
Fonte: http://www.infoescola.com/redacao/intertexto/
Fim
Gostou?
Por enquanto é isso, mas na próxima edição tem
mais!
Até a próxima semana!

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