Forum SNIG N.º 6 - Intituto Geográfico Português
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Forum SNIG N.º 6 - Intituto Geográfico Português
Informação Geográfica Online na Administração Pública SNIG CNIG CENTRO NACIONAL INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA Edição e Propriedade CNIG - Centro Nacional de Informação Geográfica TagusPark - Núcleo Central, Sala 301 2780-920 Porto Salvo - OEIRAS PORTUGAL Telef.: 21 421 98 00 Fax: 21 421 98 56 e-mail: [email protected] http://www.cnig.pt forum SNIG e-mail: [email protected] http://snig.cnig.pt Director Rui Gonçalves Henriques (Presidente do CNIG) Conselho Redactorial Manuela Santa Maria, Fátima Bernardo, Beatriz Condessa, Cristina Gouveia, Cristina Seabra Colaboram neste número Ana Luísa Gomes, Ana Sousa, António Figueiredo Pereira, António Fonseca Ferreira, Carlos Laiginhas, Cristina Gouveia, Cristina Seabra, Diamantino Henriques, Fátima Bernardo, Fernando Carrilho, Fernando Peixoto Lopes, Fernando Simões Casimiro, Helena Tavares, Joana Hipólito, João Bento, João Matos, José Fradinho, Leonor Gomes, Luís Nunes, Nuno Neves, Paula Camacho, Paulo Cabrita, Raquel Brazão, Ricardo Simões, Rui Almeida, Rui Gonçalves Henriques, Rui Pedro Julião, Sofia Fava, Sofia Moita, Teresa Abrantes, Vasco Martins Costa Coordenação Editorial Fátima Bernardo Design e Produção Gráfica Dimensão 6 Comunicação, Design e Publicidade Tiragem 2 000 exemplares Depósito Legal 116 911/97 O presente número da Revista Forum SNIG foi concebido na perspectiva de dar voz às Instituições Públicas que disponibilizam conteúdos geo-referenciados na Internet, com o objectivo de, por um lado, proporcionar a apresentação dos aspectos considerados mais relevantes no processo de disseminação, através da Web, dos dados produzidos por cada uma das Instituições e, por outro lado, incentivar as que ainda o não fazem a seguir idêntico caminho. Em números seguintes continuará a dar-se sequência a esta temática. O próprio CNIG faz também a descrição dos temas de que é produtor e que estão disponíveis através da Rede do SNIG, designadamente a Carta CORINE Land Cover, a Carta de Ocupação do Solo, a cobertura em orto-fotografia digital em filme de infra-vermelhos coloridos do território do Continente e as Cartas de Risco de Incêndio Florestal. A expansão da Internet na Administração Pública Portuguesa tem permitido uma cada vez mais significativa presença das Instituições Públicas nesta rede global, proporcionando ao mesmo tempo condições para uma maior oferta de conteúdos geo-referenciados em formato digital acessíveis através da www. Contudo, e apesar dos desenvolvimentos tecnológicos que têm permitido simplificar os processos que visam a disponibilização de informação geo-referenciada por esta via, o esforço envolvido caso a caso, e a carência em recursos humanos especializados nas instituições produtoras, que também atingem o CNIG, torna necessariamente lento o crescimento da oferta deste tipo de informação. Espera-se que no âmbito do III Quadro Comunitário de Apoio as instituições produtoras de dados geo-referenciados venham a encontrar meios de apoio que permitam uma mais rápida expansão dos conteúdos integrados no Sistema Nacional de Informação Geográfica, a infraestrutura nacional de informação geográfica que continua a ser apontada no âmbito da União Europeia como exemplo a seguir. Caberá aliás destacar, neste contexto, que Portugal foi o primeiro país do Mundo a ser visitado (em Junho de 2000) pela delegação oficial chinesa a quem foi atribuída a incumbência de construir a infraestrutura nacional de informação geográfica na República Popular da China, tendo sido reconhecido o interesse mútuo no estabelecimento de formas de cooperação entre ambas as infraestruturas. ISSN - 0874 - 3851 COMUNIDADE EUROPEIA Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional Rui Gonçalves Henriques editorial forum utilizadores ESPAÇO DOS UTILIZADORES DO SNIG E DO GEOCID Esta secção é reservada às questões, comentários e sugestões dos utilizadores. Todas as opiniões serão bem-vindas e contribuirão para ir ao encontro do leitor desta revista e do utilizador da rede do SNIG. Dirija as suas opiniões para o endereço: [email protected] ou por carta para: forum SNIG Centro Nacional de Informação Geográfica TagusPark Núcleo Central, Sala 301 2780-920 Porto Salvo OEIRAS O Cidadão e o Webmaster J o a n a Utilização de uma das vossas imagens Orto-fotografias 28 de Junho de 1999 3 de Fevereiro de 2000 Exmos. Senhores: Sendo eu o responsável pela criação e manutenção do website do Centro Hospitalar de Coimbra (http://www.chc.min-saude.pt), uma Instituição do Serviço Nacional de Saúde que congrega 3 hospitais da cidade de Coimbra, vinha por esta forma colocar-vos a seguinte questão: tendo eu visitado com agrado o vosso (brilhante) site onde se disponibilizam a todos os cidadãos fascinantes imagens de satélite do território português, gostaria de saber se me dão autorização a que eu possa incluir uma dessas imagens (no formato JPG, obtida a partir do meu browser) de forma a, com algumas indicações sobrepostas, servir como original guia a todos aqueles que se desejam dirigir às instalações do Centro Hospitalar de Coimbra ou do Hospital Geral. De forma a poderem apreciar este meu pedido, envio junto a imagem que pretendia utilizar. Naturalmente que, no caso de me concederem a vossa autorização, não me esquecerei de incluir na página web respectiva, imediatamente junto ao mapa e de forma bem visível, um agradecimento à vossa Instituição e um link para o vosso site (http://geocid-snig.cnig.pt/). Antes de terminar, permitam-me que vos dê os meus sinceros parabéns pelo vosso website, um dos mais fascinantes que já me foi dado apreciar. Agradecendo a vossa atenção, despeço-me com os melhores cumprimentos. Paulo Ferreira Pedido de ajuda 30 de Janeiro de 2000 Como sou amante da Natureza e gosto de fazer passeios a pé, gostaria de ter acesso à Carta Militar esc: 1/500000. Como não consegui, gostaria que me explicassem como efectuar esta operação. Obrigado! Rui Pedro Figueiredo Esculcas 2 forum SNIG H i p ó l i t o * Gostaria que me informassem o que tenho de fazer e quanto me custará ter acesso a uma orto-fotografia digital da minha casa. Também gostaria que me dessem a noção do grau de ampliação máximo que é possível obter. Atenciosamente. Miguel de Almeida As estradas de Portugal 2 de Abril de 2000 Olá, sou Paulo Catarino, estudante. Gostei de visitar a vossa página, mas gostaria de saber se existe um programa que contivesse o mapa de Portugal, e que indicasse em pormenor as estradas de Portugal. Este programa era ideal para traçar caminhos com início e fim do destino. Se me poderem dar uma ajuda agradeço. Obrigado pela vossa atenção. Paulo Catarino Sem assunto 4 de Abril de 2000 Queria apenas dar os meus parabéns pela realização do site. As informações são de uma extrema importância e muito bem conseguidas. Por exemplo, para quem de momento vive em Paris, é muito agradável e útil todo este tipo de informações. Mais uma vez os meus parabéns. João Battaglia E-mail: [email protected] *CNIG ([email protected]) 2 ESPAÇO DOS UTILIZADORES DO SNIG E DO GEOCID O Cidadão e o Webmaster 4 V ESIG / II Congresso de IG 6 Prémio Descartes 1999 8 Informação Geográfica Online disponível no CNIG 12 Atlas do Ambiente Digital 14 Cadastro dos Estabelecimentos Comerciais 16 Patrimatic: O País em Registo Multimédia 18 O Património Arquitectónico num Sistema SIG 20 Os Sistemas Online de Divulgação da Informação Geo-referenciada do IGM 22 Carta Militar Itinerária do Instituto Geográfico do Exército Disponível na Internet 24 Integração da Informação do SIG na Página da Web da DRA/LVT 26 Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo 28 Um SIG para a Região do Norte 30 Estação GPS de Referência no Instituto Superior Técnico rede SNIG INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA ONLINE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA últimas editorial 1 utilizadores ÍNDICE “Informação Geográfica Online na Administração Pública” 32 A Geo-referenciação da Informação Estatística 36 A Informação Geo-referenciada Online no Instituto de Meteorologia 38 Conheça Melhor o Concelho do Funchal NOVIDADES 40 Páginas dos Aderentes 42 QUEM CONSULTA O SNIG? 44 EVENTOS Calendário de Colóquios, Congressos e Seminários 45 ENDEREÇOS INTERESSANTES 46 N O T Í C I A S DE EVENTOS 47 CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO DO CNIG AQUISIÇÕES DO CDI 48 PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS NA ÁREA DOS SIG V II II V Encontro sobre Sistemas Congresso de Informação N u n o A USIG - Associação dos Utilizadores de Sistemas de Informação Geográfica organizou, nos dias 24 a 26 de Novembro de 1999, o ESIG'99 - V Encontro sobre Sistemas de Informação Geográfica e o II Congresso da Informação Geográfica, o qual decorreu no centro de congressos do Tagus Park em Oeiras. O ESIG'99, tem vindo a ser realizado periodicamente desde 1991, e é o maior e mais importante evento realizado em Portugal sobre Sistemas de Informação Geográfica (SIG), tendo nesta edição expandido e consolidado a sua posição de espaço privilegiado na divulgação dos mais recentes desenvolvimentos nesta área em constante crescimento. A Presidência da Comissão Organizadora esteve a cargo do Prof. Rui Pedro Julião, coadjuvado pela Eng. Ana Sousa. A Presidência da Comissão Científica foi da responsabilidade do Prof. João Bento. Aos citados e a todos os participantes nas referidas comissões se deve, em larga medida, o grande sucesso do evento e a USIG aproveita este espaço para publicamente lhes transmitir mais uma vez o grande apreço pelo trabalho realizado. O Encontro incluíu a apresentação de comunicações (mais de meia centena), estruturadas em sessões plenárias com conferencistas convidados e cinco sessões temáticas: N e v e s , ST 5 - Planeamento Regional e Urbano Os conferencistas de renome internacional que estiveram presentes no ESIG foram os seguintes: Michael Batty - CA-SA/University College London, Robert Laurini - INSA, Connie Beard - US Bureau of Census e Kees Schotten - RIVM. As apresentações incidiram numa diversidade de temas e demonstraram o progressivo amadurecimento do sector dos Sistemas de Informação Geográfica em Portugal. Sectores como aplicações SIG ao planeamento municipal ou gestão ambiental contaram com várias apresentações. Uma área em franca expansão também presente no ESIG foi a utilização de ferramentas de webmapping para disponibilizar Informação Geográfica para o público em geral ou para segmentos do mercado de consumidores de Informação Geográfica. O encontro incluiu ainda uma sessão de posters e um conjunto de reuniões de grupos de utilizadores: GU 1 – Redes de Infraestruturas GU 3 – Ensino e Formação ST 3 - Ensino GU 4 – Ambiente SNIG J u l i ã o * ST 4 - Ambiente e Recursos Naturais ST 2 - Teoria dos SIG e Qualidade da Informação Espacial forum P e d r o GU 2 – Municípios ST 1 - Tecnologia SIG e o seu Impacte nas Organizações 4 R u i *Universidade de Évora ([email protected]), Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa ([email protected]) de Informação Geográfica Geográfica GU 5 – Rede (Internet) GU 6 – Aspectos Profissionais As conclusões dos grupos de utilizadores foram apresentadas pelos respectivos moderadores na tarde de dia 26. Todos os grupos de utilizadores tiveram grande adesão por parte dos participantes. No entanto, o que maior polémica suscitou foi o grupo 6 que se referia aos aspectos profissionais e onde se discutiram questões sempre sensíveis como a acreditação de profissionais SIG. Se a questão da acreditação de especialistas e a noção de profissional SIG está longe de ser consensual na comunidade SIG em Portugal, foi com acordo geral que se considerou a pluridisciplinariedade como o factor crucial para o desenvolvimento metodológico e o sucesso dos processos de implementação. O II Congresso de Informação Geográfica decorreu no dia 26 de Novembro. A manhã foi da responsabilidade do CNIG (Centro Nacional de Informação Geográfica) onde se apresentou o estado de desenvolvimento do SNIG, com a intervenção de várias entidades participantes na infraestrutura nacional de informação geográfica. As políticas de disponibilização de dados foi o tema deste encontro tendo os diversos oradores, que eram na sua totalidade representantes de organismos públicos produtores de dados, apresentado as respectivas políticas de disponibilização da informação. A sessão finalizou com um debate, entre oradores e público, sobre o acesso aos dados e políticas de disponibilização dos mesmos. A sessão de debate foi moderada pelo Eng. Rui Gonçalves Henriques (Presidente do CNIG). Na sessão da tarde reuniu-se um painel de convidados com o objectivo de discutir questões essenciais relacionadas com a Informação Geográfica, nomeadamente a utilização de IG por diferentes áreas de aplicação, por exemplo pela gestão imobiliária e sector das telecomunicações, assim como pela comunidade científica e pela comunidade escolar. Esteve presente um representante da UARTE que salientou a importância da utilização da internet para o acesso e exploração de informação geo-referenciada pelos alunos do ensino básico e secundário. Nesta sessão moderada pelo Prof. João Bento esteve também presente a visão da comunidade académica e de investigação tendo sido salientado o grande número de projectos inovadores desenvolvidos na área dos Sistemas de Informação Geográfica em Portugal. Contudo, da discussão ficou clara a necessidade de facilitar o acesso à informação geográfica por parte das universidades e centros de investigação para que mais projectos nesta área possam ser desenvolvidos. Em paralelo a estes dois eventos, decorreu uma exposição na qual se encontraram representadas as principais instituições públicas e privadas portuguesas relacionadas com o mercado da informação geográfica, num total de 22 expositores. Esta exposição tem como principal objectivo dar a conhecer aos participantes do encontro diferentes actores do mercado de SIG nomeadamente representantes de software empresas consultoras na área dos SIG e alguns produtores de informação geográfica. Finalmente uma nota de relevo para os mais de 650 participantes na conferência que, participando de forma activa ao longo das várias sessões e iniciativas que se desenvolveram, contribuíram de forma decisiva para o sucesso do evento. Mais informações relativas ao ESIG'99, bem como a outras iniciativas da USIG podem ser encontradas em http://usig.tripod.com. forum SNIG 5 Prémio Descartes 1999 P O Prémio Descartes foi criado em 1990 pelo Instituto de Informática (II), ao qual se associaram em 1994 o Instituto Nacional de Administração (INA) e o Secretariado para a Modernização Administrativa (SMA). Este prémio destina-se a galardoar, anualmente, trabalhos originais no âmbito da ciência informática ou do uso dos sistemas e tecnologias de informação, desenvolvidos em organismos da Administração Pública, e que apresentem aspectos inovadores ou constituam aplicações relevantes para a sociedade em geral e/ou para a Administração Pública em particular. Figura 1 – Aspecto da assistência no Auditório do Instituto de Informática. Integram o Prémio Descartes três prémios: ■ Prémio Descartes do Instituto de Informática, que constitui o galardão principal e que se destina a premiar o trabalho de maior mérito relativo ao conjunto de atributos que são objecto de avaliação; a u l a C a m a c h o * A cerimónia de entrega dos prémios atribuídos às candidaturas apresentadas no ano de 1999, realizou-se no passado mês de Março no Auditório do Instituto de Informática, perante uma sala repleta, e contou com a presença de Suas Excelências o Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza e o Representante do Secretário de Estado da Administração Pública e da Modernização Administrativa, membros do júri, concorrentes, dirigentes dos organismos patrocinadores e das instituições premiadas. A sessão iniciou-se com uma breve apresentação do historial e objectivos do Prémio Descartes pelo Presidente do Jurí, Prof. António Dias de Figueiredo. Ao longo da intervenção foi referido que os trabalhos, apresentados numa fase inicial, incidiam essencialmente sobre aplicações informáticas. Actualmente, os trabalhos apresentados aos Prémios Descartes têm ligação às novas tecnologias de comunicação, como é o caso da Internet e da WWW, fazendo uso frequente de multimédia. Perspectiva-se que os futuros trabalhos incidirão mais no domínio dos sistemas de informação e dos sistemas organizacionais da Administração Pública. O Prémio Descartes - SMA, foi atribuído ao projecto Marinha 2000, desenvolvido para auxiliar a actividade da Marinha e entregue ao Capitão de Fragata Alberto Teixeira Bigotte de Almeida e Primeiro Tenente Nelson Fernando Pinheiro da Gama e Rui Gabriel Santos Pereira1. O projecto Marinha 2000, distribuído em CD-ROM, é uma aplicação multimédia com um invulgar requinte visual, marcado pela iconografia marítima, cujo principal objectivo é ser um meio de divulgar as actividades da Marinha, nas suas mais diversas facetas. ■ Prémio Instituto Nacional de Administração, que se destina ao trabalho que mais se distinga nos aspectos do formalismo e rigor metodológico; Este CD-ROM apresenta informação sobre a "vida de marinheiro", formação, postos da Marinha, arte de marinheiro e contém links aos orgãos culturais da Marinha, como sejam o Museu da Marinha, Aquário Vasco da Gama, Planetário Calouste Gulbenkian e Biblioteca Central da Marinha. ■ Prémio do Secretariado para a Modernização Administrativa, destina-se a premiar o trabalho que melhor responda à preocupação da melhoria da qualidade no serviço público. Marinha 2000 é uma aplicação interactiva que, integrando imagens, vídeo com filmes específicos sobre a Marinha e som, se revela particularmente útil e educativo. Há ainda a acrescentar 6 forum SNIG *CNIG ([email protected]) Figura 2 - Capa do CD-ROM Marinha 2000. Figura 3 - Prémio entregue pelo Presidente do INA ao Prof. João Bento (IST). que este CD-ROM foi distribuído a todas as escolas do país, por iniciativa da Marinha. O Prémio Descartes - INA foi atribuído ao projecto Portugal Digital, tendo sido entregue ao representante da equipa2, o Prof. João Afonso Bento, o qual em parceria com o Engº Jorge Nelson Neves fizeram a apresentação do trabalho premiado. O Portugal Digital é baseado numa simulação de navegação espacial sobre Portugal Continental e permite aceder à informação georeferenciada disponível em formato digital. Este projecto esteve à disposição dos visitantes do Pavilhão do Território durante a EXPO’98, tendo já sido extensivamente descrito no número 3 desta Revista3. O Galardão principal do Prémio Descartes, do Instituto de Informática foi, pela segunda vez, atribuído ao CNIG, com o novo portal GEOCID - o Portal de Acesso à Informação Geográfica para o cidadão. Para receber o prémio, em nome da equipa do Geocid4, esteve a Doutora Alexandra Fonseca, que em parceria com a Engª Joana Hipólito apresentaram as potencialidades deste novo site. Disponível no endereço http://geocid-snig.cnig.pt, o GEOCID pretende responder ao desafio que a massificação do acesso à Sociedade da Informação veio colocar aos produtores de dados geo-referenciados em matéria de disponibilização de informação geográfica de "cidadania". O GEOCID marca a entrada de Portugal na terceira era do processo de construção da infraestrutura nacional de informação geográfica – a era da cidadania – uma era em que o cidadão comum passa a ser "cliente" da informação geográfica em formato digital. Figura 4 - Prémio Descartes, entregue à Doutora Alexandra Fonseca (CNIG) por Sua Exª o Secretário de Estado do Ordenamento do Território e da Conservação da Natureza, Dr. Pedro Silva Pereira. 1 Direcção de Análise e Métodos de Apoio à Gestão da Marinha. 2 Eng.a Cristina Gouveia, Dra. Ana Mendes, do CNIG; Prof. João Bento e Eng.o Francisco Regateiro, do IST; e Ten. Cor. José António Martins e Major José da Silva Rodrigues, do IGeoE. 3 Revista Forum SNIG (3), Novembro 1998, p. 27 - 29. 4 Dra. Alexandra Fonseca, Eng.a Cristina Gouveia e Eng.a Sofia Fava, do CNIG; Ten. Coronel José Manuel Ramos Rossa e Eng.a Catarina da Costa Roque, do IGeoE. forum SNIG 7 CNIG Informação geográfica online disponível no CNIG C r i s t i n a S e a b r a , e O Centro Nacional de Informação Geográfica (CNIG) foi criado em 1990 pelo Decreto-Lei nº 53/90, de 13 de Fevereiro, com a missão de coordenar o Sistema Nacional de Informação Geográfica (SNIG), a infraestrutura portuguesa de Informação Geográfica (IG). O SNIG consiste num serviço público, disponível na Internet desde 1995, cujo principal objectivo é o de disponibilizar metadados sobre a IG produzida em Portugal (os metadados são as “páginas amarelas" da IG digitalizada existente no País, com a particularidade de associarem a cada tipo de dado inventariado as respectivas características técnicas). Para além dos "catálogos de metadados", o SNIG providencia ainda outros serviços, de que se podem destacar: o acesso a dados de antenas fixas para correcção diferencial de GPS; a consulta e importação de fotografias aéreas e orto-imagens; a inquirição aos conteúdos de plantas de ordenamento e de condicionantes de alguns Planos Directores Municipais (PDM). R u i S o f i a F a v a A l m e i d a * um sistema de informação "coordenado entre todos os países membros", integrando diversos temas como os biótopos, a qualidade do ar, a água, a erosão, entre outros, que pudesse constituir um instrumento de apoio à decisão da então Direcção-Geral XI, do Ambiente, da Protecção Nuclear e da Defesa do Consumidor. Um dos projectos integrados neste programa foi o "CORINE Land Cover", que consistia na elaboração de uma carta temática de ocupação do solo para a Europa. Apesar do projecto "CORINE Land Cover" (CLC) ser de âmbito Europeu, a produção da carta CLC foi da responsabilidade de cada estado membro, tendo sido criadas em cada um equipas pluridisciplinares para a realização dos trabalhos. Embora inicialmente o projecto cobrisse apenas os países da União Europeia, foi entretanto alargado aos países da Europa Central e de Leste, o que permitiu, pela primeira vez desde sempre, a criação de uma base de dados de referência de ocupação do solo para toda a Europa. Apesar de não ter sido criado com o objectivo de se tornar mais um organismo produtor de IG, o CNIG foi responsável pela produção de cartografia temática de ocupação do solo, nomeadamente a carta CORINE Land Cover (CLC) e a Carta de Ocupação do Solo de 1990 (COS’90), e pela criação de Cartografia de Risco de Incêndio Florestal. Estas séries temáticas foram produzidas recorrendo a fundos do 2º Quadro Comunitário de Apoio. A carta CORINE Land Cover contém informação sobre o uso e a ocupação do solo do território de Portugal Continental, produzida à escala 1:100 000, com uma área mínima de 25 hectares. Para construir esta carta foi utilizado um sistema de nomenclatura hierárquico, organizado em 3 níveis e composto por 44 classes, que pretende abranger a totalidade das unidades de paisagem existentes nos diferentes estados membros. Constituindo a missão principal do CNIG a coordenação do SNIG e tendo a informação acima mencionada sido co-financiada por verbas da União Europeia destinadas a apoiar o desenvolvimento regional, adoptou-se o princípio da disseminação gratuita desta informação, através do SNIG, sendo assim possível fazer a respectiva importação online (funcionalidade ainda em desenvolvimento para a COS’90). A informação foi produzida a partir da interpretação visual de imagens de satélite Landsat, referentes ao período compreendido entre 1985 e 1987. Inicialmente foram apenas utilizadas imagens do sensor MultiSpectral Scanner (MSS), tendo-se verificado, no entanto, que os resultados obtidos para a parte ocidental do país não eram satisfatórios. Assim, e por forma a melhorar os resultados obtidos, repetiu-se o trabalho de interpretação, nessa parte do território, com imagens do sensor Thematic Mapper (TM), que fornece informação mais pormenorizada a nível espacial (30 m em vez de 80 m) e espectral (7 bandas espectrais em vez de 4). Neste artigo, apresentam-se a Carta CORINE Land Cover, a Carta de Ocupação do Solo, a Cobertura de Orto-fotografias de filme de infravermelhos coloridos de 1995 e as Cartas de Risco de Incêndio Florestal. Carta CORINE Land Cover A carta CORINE Land Cover foi produzida no âmbito do programa CORINE da Comissão Europeia, com o objectivo de desenvolver 8 forum SNIG Como apoio ao processo de interpretação visual das imagens de satélite foi utilizada informação auxiliar, nomeadamente a carta Agrícola e Florestal, à escala 1:25 000, e fotografia aérea, à escala 1:15 000. A unidade de trabalho foi estabelecida de acordo com a divisão das cartas topográficas à escala 1:100 000, sendo o território continental coberto por 53 folhas. Está prevista a actualização da carta CLC para o ano 2000. O processo será realizado a partir *CNIG ([email protected]; [email protected]; [email protected]) da interpretação visual de imagens de satélite Landsat 7 TM do ano 2000 e por comparação com as imagens utilizadas no inventário dos anos 80. A produção e disponibilização da carta CORINE Land Cover, de todo o território de Portugal Continental, marcou o início de uma nova era na produção e na exploração de informação temática digital em Portugal, sendo intensivamente utilizada por um grande número de entidades públicas e privadas, dado constituir o "retrato" da ocupação do solo à escala 1:100 000 do final dos anos 80. Por outro lado, o facto da informação se encontrar estruturada em formato SIG, permite a sua utilização em conjunto com dados de outra natureza, com vista à obtenção de uma série de variáveis fundamentais na análise espacial e de elevado interesse em projectos nos domínios do Ambiente e do Ordenamento do Território. Em Portugal a carta CLC é disponibilizada gratuitamente através do SNIG, seguindo assim a política de disponibilização de dados da Comissão Europeia, que defende que a informação produzida com o apoio de fundos comunitários deve ser distribuída sem custos associados (com excepção dos custos de reprodução, que devem ficar a cargo do utilizador). No entanto, foi-se verificando que a informação contida na carta CLC não satisfazia as necessidades de alguns utilizadores, nomeadamente os que realizam estudos de âmbito local, uma vez que as características dos dados (escala, área mínima e nomenclatura) não permitiam representar devidamente algumas das características da paisagem nacional. Assim, e no seguimento da oferta ao ex-Ministério do Planeamento e da Administração do Território da cobertura nacional de fotografia aérea de 1990 em filme infravermelho colorido por parte da ACEL, o CNIG tomou a iniciativa, em colaboração com a Direcção-Geral das Florestas e com o ex - Centro Nacional de Reconhecimento e Ordenamento Agrário, de promover a produção da carta de ocupação do solo à escala 1:25 000. Carta de Ocupação do Solo A produção da Carta de Ocupação do Solo 1:25 000 foi baseada na interpretação da fotografia aérea em filme de infravermelho colorido, cobrindo todo o território de Portugal Continental, obtida no Verão de 1990 pela Associação Portuguesa de Produtores de Celulose e Papel (ex-ACEL, actual CELPA). Desde o momento em que se iniciou a conclusão das primeiras folhas da Carta de Ocupação do Solo (em meados de 1995), foi objectivo do CNIG disponibilizar no âmbito da Rede do SNIG, os metadados referentes a esta carta e também o respectivo conteúdo. Iniciou-se simultaneamente o estudo de vários tipos de soluções para a disseminação online da Carta de Ocupação do Solo na Internet. Também se iniciaram estudos para a respectiva comercialização, já que se pretendia originalmente que esta Carta não fosse um produto de acesso gratuito, optando-se em alternativa pela afectação de um custo, embora reduzido, de acesso ao conteúdo de cada carta. Em resultado dos estudos realizados, decidiu-se pelo desenvolvimento de uma aplicação que permitia aos utilizadores a aquisição online de cartografia digital. Assim, a Carta de Ocupação do Solo tornou-se a primeira cartografia nacional a ser comercializada através da Internet, com recurso ao pagamento por multibanco. Esta aplicação esteve online até Dezembro de 1998, data em que pas- sou a ser disponibilizada gratuitamente. A produção da carta está em curso para o sul do país, estando já concluída a parte relativa ao norte e centro. Neste momento está a ser construída a nova página de acesso, através da qual os utilizadores poderão importar as folhas disponíveis, em vários formatos, tal como já é feito para a carta CORINE Land Cover. Cobertura de ORTOFOTOS’95 Em 1995, foi realizada uma nova cobertura aero-fotográfica de Portugal Continental, em filme de infra-vermelho colorido, de que são proprietários o CNIG, a Direcção Geral das Florestas e a CELPA. Em 1996, o CNIG iniciou o desenvolvimento da primeira aplicação para a WWW visando disponibilizar através do SNIG este "voo", procedendo-se para o efeito, por um lado, à rasterização a baixa resolução das fotografias aéreas e, por outro lado, à construção de uma aplicação para a Internet, com recurso a ferramentas WebMapping, para a respectiva disponibilização online. Através desta aplicação é possibilitado o download gratuito de uma até cinco fotografias aéreas. O sucesso desta aplicação, já apresentada em anteriores números da revista Forum SNIG, demonstrou bem a apetência que existe por este tipo de informação na Internet. A par da disponibilização das fotografias aéreas, o CNIG procedeu à orto-rectificação das imagens, com o apoio do Instituto Geográfico do Exército, processo que ficou concluído em Janeiro de 1999. Desde que se iniciou esta orto-rectificação, em meados de 1997, foi construída uma página não interactiva no SNIG que visou apoiar a comercialização das "orto-fotografias digitais" à medida que estas iam sendo produzidas, na qual se apresentava um mapa, quinzenalmente actualizado, com a área coberta pelas orto-fotografias produzidas até ao momento. No final de 1998, o CNIG optou por converter a cobertura integral de orto-fotografias digitais (ORTOFOTOS'95) para um novo formato de compressão de imagens geo-referenciadas, que permitiu a redução do volume de armazenamento necessário, para cerca de 10% do total (o espaço total de armazenamento das orto-fotografias digitais não comprimidas é de cerca de 1,5 TeraBytes). Foi então possível proceder-se ao desenvolvimento de uma aplicação para o GEOCID, denominada “O País visto do Céu”, que visou a disponibilização das orto-fotografias digitais. Esta aplicação, que foi desenvolvida por uma equipa externa, segundo especificações definidas pelo CNIG, não se baseou em software de WebMapping, tendo em consideração o objectivo que se pretendia alcançar, de facultar o acesso às fotografias em condições de grande simplicidade por parte de todos os utilizadores da Internet (evitou-se assim, designadamente, o recurso a plug-in) (Figura 1). Este trabalho veio a estar concluído em Abril de 1999, tendo sido inaugurado o site no dia 25 de Junho desse ano. A aplicação desenvolvida tem sido melhorada desde então, tendo em vista a introdução de funcionalidades acrescidas que o CNIG e os utilizadores vão entendendo como necessárias para o respectivo aperfeiçoamento. A partir desta aplicação ("O País Visto do Céu") foi construída uma outra aplicação dirigida apenas para os utilizadores profissionais que permite a visualização de uma orto-fotografia determinado com vista à respectiva encomenda. Dada a reduforum SNIG 9 Simultaneamente, e no contexto da colaboração que o CNIG tem prestado ao Serviço Nacional de Bombeiros (SNB) e ao Serviço Nacional de Protecção Civil (SNPC), foi efectuado o levantamento da localização dos Pontos de Água para reabastecimento de meios aéreos e terrestres de combate a fogos florestais. Esta informação depois de organizada numa base de dados que inclui ainda a fotografia e diversa outra informação foi publicada na homepage do CRIF, no menu Serviços, e está disponível para pesquisa por concelho ou por coordenadas. Figura 1 - Selecção de uma orto-fotografia na aplicação “O País visto do Céu” ção do volume de armazenamento conseguido para as orto-fotografias, o CNIG tem vindo a sugerir a utilização da Internet para a transferência das orto-fotografias, em detrimento do respectivo envio pelo correio, sendo actualmente 50% das encomendas feitas na Internet. Optou-se, neste contexto, por proceder à adaptação da aplicação já desenvolvida anteriormente no SNIG para a disponibilização da Cartografia da Ocupação do Solo, com vista a poder ser integrada no sistema de acesso às orto-fotografias, passando o processo de comercialização destas a ser praticamente automático. A cobertura do território em orto-fotografias foi oferecida a todas as Câmaras Municipais do Continente e está a ser disponibilizada de forma gratuita para todas as instituições do SNIG e para trabalhos de carácter académico científico (com limitação no número de orto-fotografias por projecto). Cartas de Risco de Incêndio Florestal (CRIF) No âmbito das actividade de Investigação e Desenvolvimento do CNIG, foi criado em 1994 o grupo CRIF (Cartografia de Risco de Incêndio Florestal), como resultado de um despacho conjunto dos Ministérios da Administração Interna, do Planeamento e Administração do Território, da Agricultura e do Ambiente e Recursos Naturais. Este despacho previa a identificação, em cada concelho, das áreas florestais de maior risco de incêndio, devendo este risco ser baseado em factores de natureza fisiográfica e de intervenção humana no território que pudessem explicar de forma mais relevante a variabilidade espacial do risco de incêndio florestal dentro da área de cada Concelho. Estas cartas tinham por objectivo apoiar o planeamento de medidas de prevenção aos fogos florestais, assim como a optimização dos recursos e infraestrutu ras disponíveis para a defesa e combate a nível municipal. Actualmente abrangendo 44 concelhos, a produção das cartas foi dividida em duas fases: a primeira fase englobou 23 concelhos do país, para os quais foi produzida a cartografia de risco de incêndio florestal e, na segunda fase, alargou-se à produção da respectiva cartografia para os restantes 21 concelhos. Os resultados do trabalho realizado estão disponíveis no SNIG, sendo possível efectuar o download das cartas, em formato IDRISI ou TIF, bem como os relatórios produzidos (http://scrif.cnig.pt/cartografiacrif/wgetent.htm). 10 forum SNIG Neste menu Serviços é possível aceder a outra informação também vocacionada para o SNB e SNPC e estritamente ligada a situações de emergência. Assim, é permitido ao utilizador aceder à identificação e localização de todas as Corporações de Bombeiros, bem como de todas as Pistas e Helipistas do País. Com a colaboração da Direcção-Geral de Florestas está também acessível a localização dos Postos de Vigia, a partir das quais foram calculadas as bacias de visão para cada posto. Com base nas bacias de visão foi produzido o Mapa de Visibilidade dos Postos de Vigia, também disponível para consulta. Finalmente, e no âmbito deste menu (Serviços) faculta-se a possibilidade de pesquisa a uma base de dados de Matérias Perigosas por nome ou por código (da ONU). Alternativamente, o utilizador poderá fazer o download de um pequeno programa informático que permite fazer consultas de Matérias Perigosas sem a necessidade de ter uma ligação à Internet. Recentemente o grupo do CRIF deu origem a uma nova actividade orientada para a criação e desenvolvimento de um sistema vocacionado para a gestão de informação de situações de emergência online por instituições devidamente credenciadas para o efeito. O sistema permite gerir as infraestruturas e meios técnicos, bem como coordenar a acção com outras entidades, partilhando a informação através da Internet. O serviço, que está já em operação, é simples e intuitivo, permitindo que os Centros de Controlo, bem como os Centros Operacionais, consultem e introduzam informação no sistema, através da Internet, proporcionando ainda o cruzamento com informação de natureza diversa. Para além da informação cartográfica e meteorológica, o sistema permite ainda aceder à localização de infraestruturas e de meios mecanizados de intervenção em diversos tipos de emergência (fogos, cheias, entre outros), localização e características de pontos de abastecimento de água, identificação e caracterização das corporações de bombeiros num raio da ocorrência determinado a partir da localização de uma ocorrência, entre outra. O sistema está preparado para produzir automaticamente relatórios estatísticos e informação online para serviços de mensagens, WAP, e-mail e consultas directas na Internet (Figura 2). Figura 2 - Janela Web de Gestão de Situações de Emergência Informação geo-referenciada online da Direcção Geral do Ambiente Atlas do Ambiente Digital L e o n o r G o m e s , A n a S o u s a * O Atlas do Ambiente (criado no âmbito da extinta Comissão Nacional do Ambiente), cujo objectivo era disponibilizar ao público um conjunto de informação geográfica de cariz eminentemente ambiental, começou a ser publicado em papel na década de setenta. As várias reestruturações governamentais que se seguiram determinaram a integração do Núcleo do Atlas do Ambiente nesta Direcção Geral que, cerca de 1987, iniciou o processo de implementação de um Sistema de Informação Geográfica tendo como base a informação desse Atlas. Tendo presente o referido objectivo o Atlas orientou, de forma progressiva, a sua produção no sentido de ir ao encontro das exigências dos utilizadores de informação geográfica, nomeadamente pela introdução de formatos digitais para a disponibilização da informação. Neste contexto, o Atlas do Ambiente Digital na Internet foi o passo lógico no sentido da desejada melhoria do serviço a disponibilizar aos utilizadores. De acordo com o Livro Verde para a Sociedade da Informação publicado pela Missão para a Sociedade da Informação "…para haver um eficaz acesso do cidadão e das empresas à informação na era digital, é preciso cumprir as regras constitucionais e ampliar as condições legais sobre acesso aos documentos da Administração, incentivando-o através de novos suportes (…) operando uma clara distinção entre a "informação de cidadania", a "informação para o desenvolvimento" e a "informação de valor acrescentado". Relativamente à política de cedência de informação geográfica da propriedade da DGA, esta consubstancia o princípio da "informação para a cidadania" dado ser esta uma instituição pública ao serviço do cidadão-cliente. Actualmente, toda a informação de que a DGA é produtora é disponibilizada gratuitamente através do seu site (http://www.dga.min-amb.pt/atlas) em versão "estática", ou seja, apenas são disponibilizados ficheiros que, depois de descompactados, podem ser visualizados e manipulados com software adequado. Toda a informação relativa ao Continente foi digitalizada na escala 1:1 000 000, à excepção das freguesias (escala 1:1 250 000). A Madeira encontra-se na escala 1:1 000 000 e os Açores nas escalas 1:1 250 000 (enquadramento) e 1:1 000 000. Actualmente, a versão digital do Atlas do Ambiente é constituída por um grande número de níveis de informação correspondentes a temas do ambiente, que abrangem o Continente e as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, os quais são sobreponíveis, dentro da mesma escala, possibilitando uma completa base de trabalho para um sistema de informação geo-referenciada. 12 forum SNIG *Serviço de Informação e Creditação, DGA ([email protected]) O referido formulário é constituido por um cabeçalho identificativo de preenchimento obrigatório podendo, a partir daqui, escolher o tipo de ficheiro pretendido (os formatos actualmente disponíveis para PC e sistemas UNIX são: PC Arc/Info; ARC/INFO; DXF; ArcView ShapeFile; Arc/Info Export File_E00 e TIFF) assim como os temas desejados. A partir deste momento basta aceder ao icone "Enviar Formulário" e está autorizado a fazer o download da informação, que está organizada em ficheiros comprimidos e autoextractáveis. Toda a informação vai acompanhada de um ficheiro explicativo que indica, entre outros, o tipo de dados, o sistema de projecção e de coordenadas, o autor da carta, a data de execução e demais informação associada. CARTA BASE: ACIDEZ E ALCALINIDADE DOS SOLOS TIPO DE DADOS: Classes de pH (em água) PROJECÇÃO: Gauss ELIPSOIDE: Internacional UNIDADES: metros DATUM: Lisboa (long. 08 07 54.862/lat. 39 40 00) COORDENADAS: militares ORIGEM DAS COORDENADAS: Ponto Fictício (W Cabo S. Vicente) RESP. EXEC. ORIGINAL Atlas do Ambiente ESCALA DO ORIGINAL: 1:1 000 000 AUTOR DA CARTA: F. Câmara Freitas (Eng.º Agrónomo da Estação Agronómica Nacional) DATA DE EXECUÇÃO: 1979 TRABALHOS FINAIS: Impressa no Instituto Hidrográfico, 1980 COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO DIGITAL: DIRECÇÃO GERAL DO AMBIENTE Para aceder à informação o utilizador deve apenas activar o Formulário de requisição de ficheiros, através de um dos seguintes icones: Fazer download à totalidade dos temas do Atlas do Ambiente Ao fazer o download dos ficheiros requisitados o utilizador é informado que, em relação aos direitos de autor: "A utilização e divulgação em público ou por qualquer forma dirigida a terceiros desta informação deverá indicar sempre a sua origem, "Atlas Digital do Ambiente - DGA", de acordo com a legislação sobre direitos de autor". O utilizador é também convidado a fazer o download da Ficha do Utilizador que tem como objectivo principal conhecer as críticas e sugestões ao produto, que se destina a avaliar as necessidades dos utilizadores e se enquadra na desejada melhoria do serviço a disponibilizar fornecendo-lhes, no futuro e por essa via, um melhor e mais útil produto. O sucesso alcançado pelo Atlas do Ambiente Digital, traduzido em milhares de acessos desde a sua implementação e que tem vindo a ser descoberto pelos mais variados meios (escolas, universidades, empresas e individuos) oriundos de variadíssimas áreas do conhecimento, confirmam que a Sociedade da Informação exige a integração e disponibilização de informação geográfica. Os recentes desenvolvimentos tecnológicos que permitem o acesso de informação geográfica ao cidadão comum, sem necessidade do recurso a sofisticados e quase inacessíveis produtos informáticos para aceder e explorar tal tipo de informação incentivaram a DGA, assim como muitas outras instituições, a desenvolver aplicações que permitam o acesso à informação apenas através de um browser. A tecnologia de webmapping permite que um cidadão sem conhecimentos específicos em sistemas de informação geográfica e apenas com acesso à Internet venha a usufruir de funções tipicamente disponibilizadas por estes sistemas, como sobreposição de temas, pesquisas alfanumérica e gráfica, zooms e pans. Neste sentido está a ser desenvolvida e será em breve inaugurada, uma nova interface na página da DGA que introduz, além da funcionalidade actualmente existente de download dos ficheiros, a possibilidade de consulta dinâmica dos mapas. forum SNIG 13 Cadastro dos estabelecimentos comerciais J U ma base de dados denominada "Cadastro dos Estabelecimentos Comerciais" foi constituída em 1986, na então Direcção-Geral do Comércio Interno, ao abrigo do disposto no Decreto-Lei n.º 277/86 de 4 de Setembro, com o objectivo de "permitir o conhecimento do aparelho comercial do país em termos de mercado e entidades que nele actuam e de servir de ponto de partida para estudos sectoriais importantes, tais como os relacionados com o urbanismo comercial". Já no âmbito da Direcção-Geral do Comércio e da Concorrência, o DL 277/86 foi reformulado e aperfeiçoado pelo Decreto-Lei n.º 462/99 de 5 de Novembro. No primeiro apuramento efectuado, após a entrada em vigor do DL n.º 277/86, reportado a 15 de Junho de 1987, alcançou-se um número de 68.639 estabelecimentos comerciais (1) e em 31 de Dezembro de 1999 o número global elevou-se a 193.679 unidades grossistas e retalhistas, traduzindo uma taxa média de crescimento anual de cerca de 8%. A informação disponível na base de dados abrange os seguintes itens : ■ Identificação do Titular do Estabelecimento - nome/denominação social/firma e número de identificação do Registo Nacional de Pessoas Colectivas/número Fiscal de Pessoa Singular; ■ Identificação do estabelecimento endereço postal; código de distrito, concelho e freguesia; número de pessoas ao serviço no estabelecimento; superfície de exposição e venda; método de venda - tradicional, livre-serviço e outros; localização do estabelecimento - integrado em mercado, integrado em centro comercial e não integrado; actividade comercial exercida no estabelecimento - de comércio por grosso; de comércio a retalho; de venda por correspondência, ao domicílio e automática e de agente de comércio; actividade comercial exercida no estabelecimento - quaisquer das actividades económicas incluídas nas divisões 50, 51 e 52 da CAE Rev.2, com excepção da manutenção e reparação de bens (CAE 502, 50402 e 527). ■ ■ ■ ■ ■ ■ ■ 14 forum SNIG o s é F r a d i n h o * Em 1997, já na Direcção-Geral do Comércio e da Concorrência, reformulou-se o apuramento dos dados estatísticos da base de dados, construindo-se uma aplicação em filosofia "cliente-servidor" de modo a ser possível editar, a pedido, qualquer dos mapas que fazem parte do plano de apuramentos, bem assim como parametrizar as variáveis dos intervalos de apuramento (datas, códigos geográficos, número de pessoas ao serviço, áreas de venda, agregação de códigos CAE, ...) disponibilizando uma ferramenta flexível e de rápida exploração. Em 1998, e em colaboração com o Centro Nacional de Informação Geográfica (CNIG), criou-se e colocou-se em funcionamento o site próprio da DGCC (http://www.dgcc.pt) , fazendo parte da rede do Sistema Nacional de Informação Geográfica, por intermédio do qual se passaram a disponibilizar, preferencialmente, os dados de apuramento estatístico da base de dados do Cadastro Comercial. Deu-se, assim, cumprimento às medidas preconizadas no Livro Verde para a Sociedade da Informação, nomeadamente : "... - 2.1. Rumo à Administração Pública Electrónica; - 2.2. O Estado Aberto ao Cidadão e à Empresa; - 2.3. Promover o Reaproveitamento da Informação Administrativa; - 2.8. Promover o Desenvolvimento de uma Infraestrutura Nacional de Informação Geo-referenciada. ... " Na sua versão actual o conteúdo do site engloba a maioria das funções e competências da DGCC, como se pode ver na imagem da página de acolhimento (figura 1). Numa primeira fase a informação do Cadastro Comercial era difundida por intermédio de quadros estáticos, englobando as variáveis acima explicitadas, actualizados numa Figura 1 - Home Page da DGCC base trimestral. *Chefe de Divisão de Sistemas de Informação da DGCC ([email protected]) Esta maneira de difundir a informação não correspondia inteiramente aos objectivos quer da DGCC quer do CNIG, pelo que se iniciou o desenvolvimento de uma aplicação que permitisse disponibilizar a informação em tempo real. Em seguida deve escolher se quer o apuramento pela variável geográfica distrito(s) ou concelho(s) e o intervalo de datas pretendido no formato Mês e Ano, como se pode ver no exemplo junto (Figura 4). Essa aplicação desenvolvida pela técnica do CNIG, Dra. Patrícia Alves (e a quem desde já manifestamos os nossos públicos agradecimentos e louvor pelo trabalho desenvolvido), possibilita a ligação em tempo real do servidor do site da DGCC – onde o utilizador solicita a informação – ao servidor da base de dados do Cadastro Comercial – onde residem os dados – a parametrização do pedido, a produção do quadro de apuramento escolhido e a devolução do mesmo ao utilizador por intermédio do servidor da Internet. O "cibernauta" tem assim acesso aos dados actualizados no "último segundo" anterior ao seu pedido. A navegação no site da DGCC está simplificada ao máximo, bastando que o utilizador, uma vez conectado, accione os botões Cadastro Comercial e Informação Detalhada (Figura 2). Figura 4 - Escolha Variável Geográfica e Temporal. Acciona o botão Procurar, espera alguns segundos (poucos…) e obtém o quadro (Figura 5) que necessita para o seu estudo: Figura 2 - Página de entrada no Cadastro Comercial. Fica posicionado no "menu" das variáveis (Figura 3) que pode obter, a saber : ■ Actividade Económica; ■ Nova CAE (REV.2); ■ Escalão de Pessoas ao Serviço; ■ Escalão de Áreas de Exposição; ■ Estatuto Jurídico; ■ Retalhistas/ Figura 5 - Quadro obtido (exemplo). Com esta filosofia de difusão da informação estatística, pensa a DGCC contribuir para o melhor conhecimento da estrutura do aparelho comercial disponibilizando informação de base para estudos sectoriais que permitam a definição de novas políticas comerciais, apoiando o comerciante no seu esforço de modernização. Grossistas; ■ Métodos de Venda. Figura 3 - “Menu” Variáveis Cadastro Comercial (1) Para efeitos do disposto no DL n.º 462/99, de 5 de Novembro, entende-se por Estabelecimento Comercial toda a instalação de carácter fixo e permanente, onde seja exercida exclusiva ou principalmente, de modo habitual e profissional, uma ou mais actividades de comércio, por grosso ou a retalho, tal como são definidas, respectivamente nas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo 1.º do DL n.º 339/85, de 21 de Agosto, incluídas na secção G da CAE REV.2, ficando abrangidos nesta definição os lugares de venda em mercados municipais e em mercados abastecedores. forum SNIG 15 O país em registo multimédia F e r n a n d o A Sociedade do séc. XXI terá por base a informação e o conhecimento. Dominar o uso da linguagem multimédia - para aprender, para apreender e para comunicar - e usar o saber como arma vão ser imprescindíveis instrumentos para viver, conviver e progredir, individual e socialmente no futuro que já começou. Sendo a cultura, ela própria, um instrumento de poder nesta nova sociedade, já que ajuda a relacionar e a enquadrar a informação e contribui para uma qualificação da vida em geral, cruzar cultura e multimédia é um imperativo. Quando o Banco Multimédia Patrimatic entrou para a rede do SNIG em 1995 era o único então existente para a área da Cultura, esta última encarada pelo Centro Nacional de Cultura (CNC) num sentido amplo que abrangia património construído, património natural, história local, etnografia, gastronomia e turismo cultural. Hoje já se encontram sites e portais portugueses com vocação cultural, embora com objectivos mais específicos e âmbito mais restrito do que é o Patrimatic. Consideramos, no entanto, de todo o interesse que se encontrem formas de articulação e colaboração entre eles no futuro, tanto na criação de links recíprocos como no estabelecimento de acordos para a recolha e tratamento de informação. 16 forum SNIG P e i x o t o L o p e s * O Patrimatic começou a desenvolver-se em 1989, tendo obtido em 1993 financiamento através do programa europeu Telematique como um banco de dados apoiado numa rede fechada de postos espalhados por instituições diversas por todo o país. Sobreveio, entretanto, a Internet e de imediato o Patrimatic passou a ser uma riquíssima fonte de informação sobre o país, em texto e imagem, organizada com base no concelho que ficou disponível na Net, por compromisso firmado com a rede SNIG. Actualmente o Patrimatic encontra-se off line mas está disponível no CiberChiado, na sede do CNC. Prepara-se o seu relançamento na Net com patrocínios baseados no sistema de banners. A informação disponível encontra-se organizada por áreas geográficas e áreas temáticas, sendo possível consultar: Património - centros e áreas históricas / aglomerados tradicionais; museus; monumentos e imóveis; núcleos arqueológicos; elementos de interesse patrimonial; planos – PDM, salvaguarda, estratégicos, outros. Actividades, Instituições e Manifestações Culturais - bibliotecas; prémios; eventos; festivais; projectos culturais; actividades tradicionais; artes do espectáculo; artes plásticas; artesanato; arte* Coordenador do banco de dados do CNC ([email protected] ou [email protected]) sãos; associações ou grupos; associações de defesa do património; etnografia e folclore; publicações; audiovisuais; rádios locais. Turismo - locais de interesse turístico; locais de informação turística e cultural; actividades turísticas; equipamentos turísticos; turismo em espaço rural; gastronomia / enologia; restaurantes / caves e adegas; recintos desportivos; recintos para espectáculos. conteúdos são acompanhados por imagens e está em preparação a associação de som de forma adequada consoante o tipo de assunto ou tabela. Além da informação a que se acede por áreas geográficas e por áreas temáticas, existem núcleos temáticos autónomos como é o caso do Patridata, do Património em Destaque e do Património Português fora de Portugal (em desenvolvimento). Itinerários Culturais e Turísticos Ensino Personalidades Áreas Ambientais / Espaços Verdes Podem ainda ser consultadas: Caracterização do Concelho - freguesias; descrição e caracterização histórica; principais actividades económicas. Outras Informações Relacionadas - bibliografia; distribuição partidária; dados estatísticos; geminação; regiões de turismo; centros de coordenação regional / regiões autónomas. Actualmente encontram-se inseridos cerca de 50 000 registos, dos quais 7 500 correspondem à tabela de monumentos e imóveis. Os O Patridata é um projecto que teve o apoio em 1997 do programa europeu – Rafael – e que se desenvolveu numa parceria entre bancos de dados, de Portugal, Galiza e Grécia. Criou-se uma base de dados comum sobre património histórico- cultural de três países, traduzida nas línguas de cada parceiro e em inglês. O módulo que está online na Internet, constitui como que um embrião de um banco de dados europeu sobre o património histórico-cultural. Com base no trabalho desenvolvido a partir do Patrimatic, o CNC tem procurado realizar também novos produtos multimédia, como CD-Roms, cabendo nesta área particular destaque para o CD-Rom: Cidades Históricas Portuguesas. A partir dos conteúdos do banco de dados, foram também criados Jogos Ciber Cultura, jogos interactivos multimédia sobre temas de história e cultura, com prémios para os concorrentes. Facto relevante é o interesse suscitado por Escolas Secundárias pelo banco de dados do CNC e pela acção multimédia que lhe está associada, sendo disso testemunho as frequentes visitas de estudo de alunos. O Patrimatic tem servido ainda como pivot de formação suplementar de vertente cultural para estagiários de diversas áreas, através de Protocolos realizados com Universidades ou Instituições nacionais e estrangeiras, criando assim competências profissionais para dar respostas a novas necessidades sentidas pelas empresas. Figura 1 - Sistema de Informação Telemático Multimédia de Património Cultural e Desenvolvimento Regional. forum SNIG 17 DIRECÇÃO-GERAL DOS EDIFÍCIOS E MONUMENTOS NACIONAIS O património arquitectónico numsistema V a s c o M a r t i n s SIG C o s t a * A o estabelecermos o projecto do Inventário do Património Arquitectónico (IPA) tivemos a preocupação de assegurar através de adequada codificação a referência geográfica do sítio em que cada imóvel se situa. Esta atitude garantia, na medida do possível, o desenvolvimento de um projecto de visualização territorial da informação contida na Base de Dados daquele Inventário e, consequentemente, o desenvolvimento da análise sobre a expansão e a influência de padrões de construção, de estilos, de movimentos, etc., no todo territorial. Com a crescente densificação da informação contida no IPA (Figura 4), através do registo sistemático de dados textuais e iconográficos de natureza técnica, científica e administrativa adequadamente estruturados, insdispensáveis para garantir a sua perfeita sintonia com as mais recentes orientações, ditadas pelas convenções internacionais promovidas pela UNESCO, que alargam o conceito de valor patrimonial à envolvente urbana, ressalta a importância da referenciação geográfica de cada um dos seus imóveis aí registados. Este facto veio sublinhar a necessidade, já anteriormente sentida, de melhorar o rigor dessa referenciação até então efecFigura 1 - Divisão Administrativa: Distritos. 18 forum SNIG Figura 2 - Concelhos por Distritos. tuada ao nível da área geográfica correspondente a cada freguesia. (Figuras 1 e 2). Beneficiando do trabalho desenvolvido pelo Centro Nacional de Informação Geográfica, que implementou e desenvolveu o projecto de criação de uma rede nacional ligando as entidades de âmbito nacional e municipal, com interesse em disponibilizarem ao público informação geo-referenciada, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais pôde atingir um público mais vasto uma vez que essa rede utiliza a Internet como meio de comunicação. Após a nossa entrada na rede, pudemos constatar que atendíamos uma média diária de cerca de 50 utilizadores, número que para uma informação de carácter técnico se apresentava francamente relevante. Esta frequência inicial de consultas tem vindo a aumentar o que demonstra a valia do projecto implementado * Director-Geral da DGEMN ([email protected]) De facto, para além da inquirição a informações de carácter técnico contidas na base de dados ficará disponível o conhecimento dos imóveis que distam um dado tempo de um qualquer local. Ressaltam claras as vantagens turísticas deste modo de disponibilizar informação que aliam o tempo ao rigor dos conteúdos, e as vantagens para cada gestor, ao seu nível e âmbito, ao encontrar a informação indispensável a uma boa gestão dos seus recursos. Figura 3 - Exemplo de aplicação. e ao mesmo tempo o interesse pela informação sobre o nosso património arquitectónico. Incentivados por este facto demos início ao projecto de referenciação num verdadeiro sistema de informação geográfica, procurando assegurar para cada um dos dez mil imóveis inventariados, as suas coordenadas garantindo uma representação unívoca da sua localização. Este projecto, que passa em primeiro lugar por uma representação em cartografia digital, é desenvolvido com o apoio de uma equipa do Instituto Superior Técnico. Para além da representação dos imóveis é indispensável assegurar a marcação da rede viária, das linhas correspondentes aos limites administrativos, da linha de corte, da linha de fronteira, da rede hidrográfica contando desde já com as orto-fotografias que o CNIG gentilmente nos disponibilizou. O objecto essencial é alcançar uma representação territorial das questões que forem colocadas à base de dados, que podem corresponder a perguntas temáticas, ex: saber quais os imóveis pertencentes a uma determinada ordem religiosa, a um determinado estilo, a uma determinada tipologia, etc., (Figura 3) com interesse para o desenvolvimento de estudos ou para o aprofundamento de investigações, ou corresponderem apenas ao legítimo interesse da visita directa aproveitando os momentos livres de uma pessoa ou família. Figura 4 – Ficha do IPA. forum SNIG 19 Os sistemas online de divulgação da informação geo-referenciada do IGM O Instituto Geológico e Mineiro (IGM) tem vindo, no decorrer dos últimos anos, a dedicar especial atenção à temática dos sistemas de informação. A divulgação daquilo que o IGM faz é uma das formas mais eficazes para chamar a atenção sobre a sua actividade e sobre a importância da informação produzida, muitas vezes desconhecida e subvalorizada pelo público. A facilidade que a Internet dá em fazer chegar a um número cada vez mais elevado de utilizadores, a informação que se dá a divulgar, torna inevitável que a evolução dos sistemas de informação do IGM passe por uma solução online. C O Catálogo Europeu de Informação Geológica (http://geixs.eurogeosur veys.org) O GEIXS (Geological Electronic Information eXchange System) foi desenvolvido sob coordenação da EuroGeoSurveys (European Union of Geological Surveys) e envolveu os quinze países da Comunidade Europeia e a Noruega aos quais se juntaram oito países da Europa Central e de Leste, todos representados pelos organismos congéneres do IGM. Este sistema foi criado no âmbito de um projecto europeu (ESPRIT project 23802) co-financiado pela Comunidade Europeia (ECDG Information Society). a r l o s L a i g i n h a s * GEOMIST (http://geomist.igm.pt) O GEOMIST (Geological and Mining Information System on the Iberian Pyrite Belt) é também um sistema de informação online, desenvolvido em paralelo com o GEIXS, no âmbito de um projecto europeu (ESPRIT project 24481), envolvendo o IGM e o seu congénere espanhol (Instituto Tecnológico e GeoMinero de España). O objectivo deste projecto foi construir um demonstrador capaz de funcionar como um serviço de informação geológica para as companhias mineiras que operam na Faixa Piritosa Ibérica e para outras entidades, do domínio público ou privado, ligadas ao Ordenamento do Território, que se mostrem interessadas. Recorrendo a este sistema é possível encontrar metainformação A informação disponibilizada neste sistema toma um carácter mais normalizada sobre os dados disponibilizados pelo IGM e pelos restrito do que aquela que é disponibilizada no GEIXS. Por este seus congéneres europeus e ligações aos respectivos web sites. motivo, o acesso ao núcleo deste sistema não é público, necessiA filosofia subjacente ao funcionamento desta infraestrutura eurotando os utilizadores participantes de chaves para se identificarem peia leva a que os web sites dos vários serviços geológicos europerante o sistema e, assim, acederem à parte funcional do GEOpeus passem a integrar o sistema de divulgação da informação MIST. geocientífica europeia. 20 forum SNIG *Geólogo Bolseiro do Centro de Informação Científica e Técnica do IGM ([email protected]) No entanto, são disponibilizados publicamente alguns utilitários de uso comum aos quais se pode ter acesso livre e gratuito. SIGGeo Para além dos sistemas de informação de carácter internacional em que o IGM é participante activo, existem outros, restritos ao território nacional, que se revestem de tanta ou mais importância e significado. De entre os possíveis poderemos salientar um, pelo seu carácter e perspectiva mais generalista, criado no Centro de Informação Científica e Técnica do IGM (CICT). Este sistema de informação, designado por SIGGeo (Sistema de Informação Geológica Geo-referenciada) tem por objectivo permitir a gestão e disponibilização interna ao IGM dos dados geocientíficos e funcionar como uma via de acesso online à informação de carácter público, disponibilizada pelo IGM. Figura 1- GEIXS: ambiente de pesquisa geográfica e temática. Apesar de ainda não estar disponível na versão online, este sistema tem vindo a ser desenvolvido na perspectiva da sua disponibilização pública até final do corrente ano de 2000. Figura 2 - Exemplo de acesso ao SIGGEO utilizando software Desktop GIS. forum SNIG 21 Carta Militar Itinerária do Instituto Geográfico do Exército disponível na internet L U u i s N u n e s * m dos mais recentes produtos do Instituto Geográfico do Exército (IGeoE), a Carta Militar Itinerária de Portugal Continental na escala 1: 500 000, encontra-se desde algum tempo disponível na Internet, podendo assim os potenciais utilizadores efectuar gratuitamente o seu download. O mapa está disponível na sua versão digital, no site oficial do Instituto Geográfico do Exército (http://www.igeoe.pt) e pode ser utilizado para as actividades de lazer, profissionais, automobilísticas, policiais, educativas, investigação, ambientais, desportivas e outras, excluindo-se apenas por razões óbvias, as comerciais. Este mapa, que se tem revelado um caso de sucesso da cartografia militar, não só no nosso país como além fronteiras, conseguiu recentemente num dos concursos mais prestigiados de software para artes gráficas e ciências geográficas dos Estados Unidos, um honroso primeiro lugar para Portugal. O download pode ser efectuado sob a forma vectorial em formato DGN (Programas Microstation e Geomedia) e DXF (Programas ArcInfo e AutoCad) e sob a forma rasterizada em formato JPG (qualquer vulgar programa). As principais características técnicas da carta são: ■ Elipsóide: World Geodetic System 1984 (WGS84) ■ Datum horizontal: WGS84 ■ Datum vertical: Marégrafo de Cascais ■ Sistema de projecção: Universal Tranverse Mercator (UTM) ■ ■ Figura 1 - Além dos interesses militares, a Carta Militar Itinerária de Portugal Continental à escala 1: 500 000, pretende satisfazer necessidades de automobilistas, forças policiais, estudantes, professores, ambientalistas e demais utilizadores. 22 forum SNIG Sistema de coordenadas geográficas: Datum WGS84, a preto e exterior à mancha da carta, marcada de 5 em 5 minutos e numerada de 30 em 30 minutos Sistema de coordenadas UTM: a azul, com quadrícula graduada e numerada de 50 em 50 Km e referida ao Datum WGS84. ■ Precisão de pormenores lineares: 50 metros ■ Precisão de outros pormenores: 250 metros ■ Dimensões da folha: 1210 mm x 710 mm ■ Área útil de representação: 1180 mm x 675 mm (590 km x 337.5 km) ■ Dimensão de capa (versão desdobrável): 14.2 cm x 24.5 cm *Centro de Documentação Geográfica, Secção de Estudos e Pesquisa de Informação Geográfico, IGEOE ([email protected]) Figura 2 - A Carta foi produzida com sistemas de projecção e coordenadas uniformes com os padrões internacionais, para permitir navegação terrestre, marítima e aérea com recurso a equipamentos de GeoPosicionamento Global (GPS). ■ Impressão em quadricromia ■ Disponível em formato digital vector DGN e DXF na Internet ■ Disponível em formato digital raster JPG na Internet ■ Disponível em qualquer outro formato no IGeoE O lançamento deste novo mapa foi efectuado em 14 de Julho de 1999, coincidindo com a visita ao IGeoE de Suas Exsª. o 1º Ministro de Portugal, o Ministro da Defesa e o Ministro da Ciência e Tecnologia, revelando assim, que nesta era da informação em que vivemos, e em que cada vez mais a Cartografia se tem revelado uma peça fundamental tanto a nível político como militar, de planeamento, apoio à decisão e investigação, e sendo já também inter- Figura 4 - O mapa está disponível em versão plana, desdobrável e digital, sendo ainda disponibilizado na Internet, no site oficial do Instituto Geográfico do Exército (http://www.igeoe.pt) em formatos DGN, JPG e DXF, gratuitamente. Figura 3 - O lançamento deste novo mapa contou com a presença de figuras ilustres, contribuindo assim o IGeoE para o acréscimo do direito de cidadania dos portugueses, através da sua disponibilização na Internet. nacionalmente aceite como um indicador do nível de desenvolvimento de uma nação, pode dizer-se que Portugal incrementou assim o seu, dispondo agora de uma nova carta que além de ser fornecida às diversas escolas, passa a estar também disponível gratuitamente na Internet, tornando-se assim, também, num pequeno contributo do Instituto Geográfico do Exército para o acréscimo do direito de cidadania dos portugueses. forum SNIG 23 Integração da informação do SIG na página da web da DRA/LVT Helena e Ricardo Simões* rentes temas, quer quanto às suas características, quer quanto à sua representação espacial; Área Geográfica Abrangida pelo SIG da DRA/LVT A Direcção Regional do Ambiente de Lisboa e Vale do Tejo (DRA/LVT) abrange 52 concelhos com cerca de 12 mil Km2 e 3.3 milhões de habitantes, que incluem a Área Metropolitana de Lisboa e o novo concelho de Odivelas. Tem a sua sede e um laboratório localizados em Lisboa, as Divisões Sub-regionais em Setúbal, Santarém e Caldas da Rainha e ainda as estações da qualidade do Ar no Barreiro/Seixal e duas secções em Abrantes e Tomar. Tavares ■ Importar e exportar informação alfanumérica e gráfica de e para outros sistemas de informação geográfica de grande utilização, nomeadamente MGE, do ARCINFO e ARCVIEW, conjugando de forma objectiva a informação proveniente das diversas instituções de acordo com uma estrutura operativa funcional; ■ Disponibilizar na página da Web da DRA/LVT, com ferramentas adequadas, dados alfanuméricos e gráficos do SIG da DRA/LVT. É sobre este último objectivo que vamos fazer uma breve referência. O SIG da DRA/LVT e a sua Integração na Internet Figura 1 - Área de intervenção da DRA/LVT. O SIG da DRA/LVT, contruído com base em software da família GeoMedia da Intergraph, é constituído pelos temas da competência técnica específica destes serviços. Assim a DRA/LVT em parceria com a firma Aquasis definiu os seguintes temas base: ■ Divisão Administrativa; ■ Rede Viária e Ferroviária; Principais Metas a Atingir com o SIG da DRALVT ■ Rede Hidrográfica; Com a implementação do SIG, na DRA/LVT pretende-se cumprir quatro objectivos: ■ Altimetria; ■ Ocupação do Domínio Hídrico; Constituir um repositório dos principais dados existentes e que entram diariamente nesta Direcção Regional, de forma a que os mesmos possam ser facilmente actualizados e rapidamente consultados por todas as Direcções de Serviço e Divisões a que dizem respeito; ■ Resíduos Sólidos; ■ InfraEstruturas de Saneamento Básico; ■ Condicionantes; ■ Rede Climatológica e Hidrométrica; ■ Rede de Monitorização de Águas Superficiais; ■ Rede de Medição da Qualidade do Ar; ■ ■ 24 Constituir um conjunto de ferramentas de consulta e análise, de modo a permitir cruzar diferentes dados relativos a difeforum SNIG * Responsáveis pela Implementação do SIG da DRA/LVT ([email protected]; ricardo_simõ[email protected]) ■ Rede de Medição do Ruído; ■ Ordenamento do Território; ■ Actividades Económicas; ■ Mapas Temáticos; Legenda: ■ Construído ou em Conclusão ■ Em Construção ■ Próxima Fase de Construção ■ Situações Particulares Associada às imagens estarão os procedimentos a seguir pelos requerentes, caso o desejem, via Internet. Desta forma o uso do SIG da DRA/LVT, passará a ser de grande utilidade tanto para os técnicos destes serviços como para os seus utentes, cumprindo um dos objectivos governamentais de aproximação do cidadão às instituições e às novas tecnologias, tendo sempre como objectivo último a melhoria da qualidade da tomada de decisão, face à protecção do meio ambiente. Todos estes temas e respectivas entidades serão disponibilizados, respeitando as normas de confidencialidade, na página da DRA/ LVT. Para tal está prevista a aquisição de um software específico da família de produtos GeoMedia, o GeoMedia Web Map, que é uma ferramenta desenvolvida com este objectivo específico. Desta forma pretende-se uma maior rapidez na resolução nas questões postas pelos utentes destes serviços. Veja-se o seguinte exemplo: o Sr. José Silva tem um terreno e pretende construir um hotel no Concelho de Vila Franca de Xira. Para facilitar o conjunto de procedimentos poderá consultar a página da DRA/LVT, no site http://www.drarn-lvt.pt, procurar o item Sistema de Informação Geográfica na Web, focalizar a sua consulta dentro do tema condicionantes, feature Reserva Ecológica Nacional (REN) e verificar se a área do seu terreno está dentro desta condicionante. O processo estará, assim, mais facilitado, devendo ele iniciar uma série de trâmites legais com vista à prossecução do seu objectivo. Um outro exemplo: uma Associação dos Agricultores da Península de Setúbal pretende fazer uma série de furos para rega na área destes dois concelhos. Facilmente verificará através duma consulta à página da DRA/LVT se está dentro do raio de 100 metros previsto pela lei o que impede a colocação de mais furos. Figura 3 - Ecossistemas de REN em Vila Franca de Xira. Fontes DRA/LVT - Direcção Regional do Ambiente de Lisboa e Vale do Tejo /AQUASIS, Consultores de Engenharia Municipal e Ambiente, Lda., (1998) Sistema de Informação Geográfica - Documento de Definição Estratégica para o Desenvolvimento e Implementação do SIG, Lisboa. DRA/LVT - Direcção Regional do Ambiente de Lisboa e Vale do Tejo/AQUASIS, Consultores de Engenharia Municipal e Ambiente, Lda., (1998) Desenvolvimento e Implementação de um Sistema de Informação Geográfica - Definição de Requisitos - Documento Final, Lisboa. Tavares, H., Simões, R., (1998) Implementação do Sistema de Informação Geográfica da DRA/LVT, in Linha d´Água, nº 2, Lisboa, Setembro, pp. 4-5. Tavares, H., Simões, R., (1998) Apresentação do Futuro Interface do Sistema de Informação Geográfica (SIG) da DRA/LVT, in Linha d´Água, nº 3, Lisboa, Dezembro, pp.3. Tavares, H., (1999) O SIG da DRA/LVT, in Intergraph News, nº.2, Lisboa, Julho, pp. 9 (este artigo também foi publicado no Boletim Informativo da DRA/LVT, Linha d´Água, nº 5, sob o título O avanço Tecnológico do Software de GIS na Aproximação das Instituições, em Junho de 1999). Figura 2 - Furos com bufer de 100 m conforme a legislação. Tavares, H., Simões, R., (1999) Sistema de Informação Geográfica (SIG) da Direcção Regional do Ambiente de Lisboa e Vale do Tejo (DRA/LVT)", ESIG´99, Oeiras, Novembro, pp. 24-26. forum SNIG 25 Comissão de Coordenação da Região de Lisboa e Vale do Tejo A n t ó n i o À s CCR estão confiadas atribuições e responsabilidades nas áreas da promoção do desenvolvimento regional, no ordenamento do território e na administração autárquica. Cumprir eficazmente essas missões implica agir com dinamismo e visão estratégica – porque do futuro se trata – tendo em linha uma correcta concertação entre os vários agentes da Região de Lisboa e Vale do Tejo, sejam eles públicos, privados ou associativos. Os sistemas e tecnologias de informação podem e devem ser postos ao serviço do desenvolvimento regional, apoiando, mobilizando e facilitando as parcerias entre todos os intervenientes. Plano Estratégico da Região de Lisboa e Vale do Tejo (PERLVT) Disponível na Internet desde o dia 26 de Janeiro (data do lançamento oficial no Parque das Nações), o PERLVT define uma visão prospectiva para o desenvolvimento sustentável de Lisboa e Vale do Tejo e aponta três eixos estratégicos (ver Figura 1). A estratégia agora definida tem uma importância fundamental para o país, na medida em que a Região de Lisboa e Vale do Tejo se assume como o verdadeiro motor de desenvolvimento nacional. O objectivo central da Estratégia de Desenvolvimento da Região de Lisboa, Oeste e Vale do Tejo é dar às pessoas que aqui residem e trabalham uma melhor qualidade de vida, padrões de bem-estar material, humano e social mais elevados, ao nível médio dos países europeus mais desenvolvidos. É assim possível afirmar que o PERLVT é um documento que reflecte a dinâmica de um processo aberto e democrático, não fechado - como todos os processos estratégicos- onde os Agentes que nele participam, e outros, podem encontrar linhas de orientação para a sua actividade em prol da Região de Lisboa, Oeste e Vale do Tejo. 26 forum SNIG F o n s e c a F e r r e i r a * RLVT - ESTRATÉGIA REGIONAL DE DESENVOLVIMENTO A B Construir um Novo Modelo de Desenvolvimento: Consolidar Novos FactoresCompetitivos Centrados na Qualidade das Pessoas, do Território e das Organizações Desenvolver e Consolidar Funções Singulares e Relevantes no Contexto do Espaço Europeu C Reforçar a Presença da Região nas Redes Globais de Comunicações: Informação, Transportes, Comércio e Investimento A1.Uma Nova Concepção de Organização do Território A2.Uma Nova Forma de Criar Oportunidades a Partir do Território B1. Uma Renovação da História C1.Uma Nova Relevância Mundial B2. Uma Renovação da Vida Social C2.Desenvolver Novas InfraEstruturas Eficientes de Mobilidade Europeia e Mundial A3.Uma Nova Especialização para uma Nova Função ACÇÕES E PROJECTOS ESTRATÉGICOS PARA A MUDANÇA Figura 1 - Estratégia Regional de Desenvolvimento. PROTAML O Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML), em fase final de elaboração, constituirá um instrumento fundamental para o necessário "virar de página" no crescimento desordenado, expansivo e depredador de recursos que tem sido o processo de urbanização metropolitano, desde os anos 60. *Presidente da CCR Lisboa e Vale do Tejo ([email protected]) O PROTAML, juntamente com a sua cartografia (1999/2000) e com a caracterização física e Ordenamento do Território da RLVT (Abril de 1998), estão disponíveis na página de Internet da CCR de Lisboa e Vale do Tejo desde o dia 31 de Maio de forma a facilitar a consulta pública. As funções do Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa (PROTAML) são: ■ Definir as opções estratégicas de desenvolvimento económico, social e territorial da região; ■ Estabelecer o modelo de ordenamento territorial, através da espacialização das estratégias de desenvolvimento; ■ Definir o zonamento vocacional do território e as grandes redes de infraestruturas e equipamentos; ■ Programar as realizações e investimentos da administração pública; ■ Estabelecer as normas orientadoras para o planeamento municipal. Observatório das Novas Travessias O Observatório do Ordenamento do Território das Zonas Influenciadas pela Nova Travessia do Tejo em Lisboa, foi criado pela Resolução nº 51/98 (2ª série) do Conselho de Ministros, publicado no Diário da República de 14 de Abril de 1998. Os objectivos do Observatório são: ■ Recolher, junto das autarquias locais e de outras entidades do sector público, a informação relativa a processos de licenciamento de obras particulares e loteamentos; ■ Elaborar os estudos e propor as medidas necessárias à identificação das tendências de desenvolvimento, na respectiva área de jurisdição, numa abordagem integrada que considere, em simultâneo, os elementos estruturantes e, entre si, interactivos; ■ Elaborar os estudos e propor as medidas de enquadramento das políticas de desenvolvimento regional e local e da actividade dos agentes privados com expressão no ordenamento do território e na gestão da respectiva área de intervenção. Alguma da informação genérica do Observatório da Nova Travessia já se encontra disponível na Internet, no entanto pretende-se que até ao final deste ano, seja possível disponibilizar para a área deste projecto, informação já tratada e integrada (geo-referenciada) sobre os vectores prioritários de estudo, tais como: ■ Caracterização das dinâmicas territoriais (Transformação de ocupação/uso do solo); ■ Planeamento municipal e licenciamento urbanístico (Dinâmica de construção, Acessibilidade e transportes); ■ Caracterização das dinâmicas socio-económicas (População, Actividade económica e emprego); ■ Caracterização das dinâmicas ambientais e de qualidade de vida (Áreas naturais e ambientalmente sensíveis, Rede de infraestruturas básicas, Rede de equipamentos, (Re)Qualificação); ■ Investimentos (Valorização territorial, Coesão sócio-territorial e valorização económica, Acessibilidade e sistema de transportes). A análise integrada dos vectores acima identificados deverá contribuir para o objectivo de fundo do observatório - avaliar o impacte da Ponte Vasco da Gama nas transformações territoriais e sócio-económicas da área em estudo. Figura 2 - Esquema do Modelo Territorial Metropolitano (PROTAML). Figura 3 Esquema Geral de Operacionalização do projecto Observatório da Nova Travessia. forum SNIG 27 Estruturação e disseminação preliminar de informação geo-referenciada Um SIG para a Região do Norte 1 Enquadramento A n t ó n i o Com base em Projectos Estruturantes a pequenas (1:250.000), médias (1:25.000) e grandes escalas (1:10.000 e superiores), a CCRN/DROT através da sua componente organizativa ad hoc, Projecto SIG, encetou um conjunto de actividades no sentido de sistematizar, organizar e integrar informação gráfica e alfanumérica, geo-referenciável, e, assim, lançar as bases de um SIG da Região do Norte2 . Tal conjunto de actividades foram iniciadas sob a tutela do Arq.o Vasco Cameira, à altura Vice-Presidente da CCRN, com a responsabilidade próxima do Director Regional do Ordenamento do Território, Eng.º Mário Martins, e têm um carácter iminentemente ligado ao ordenamento do território, em diferentes vertentes de acordo com o projecto estruturante em causa. O Projecto SIG, enquanto componente organizativa, contribui com uma mais valia de conhecimentos técnicos e operativos em ambiente SIG, concretizando objectivos e estudos sectoriais, levados a efeito por equipas multidisciplinares, congregando técnicos da CCRN/DROT e exteriores à instituição, designadamente académicos de nomeada. segundo critérios do PRN2000 e da classificação da REFER), a rede hidrográfica (organizada segundo critérios funcionais) incluindo as albufeiras, a hipsometria (organizada segundo critérios oroclimáticos) e a divisão administrativa (organizada segundo NUT, mas conservando também a divisão tradicional em distritos e descendo até à freguesia), entre outros de carácter mais sectorial _ _ unidades naturais e unidades morfo-estruturais. O Projecto Estruturante de maior envergadura3 é o referente ao Programa TERRA-Projecto Douro Região Fluvial4, com uma componente transfronteiriça extremamente importante abrangendo um território tão vasto quanto todo o Vale do Douro, desde a nascente até à foz, na envolvente fluvial mais próxima5. Este projecto permitiu sistematizar, organizar e integrar informação à escala 1:250.000, com base na cartografia do IGeoE com a mesma precisão, para toda a Região do Norte. Em particular, ficaram disponíveis níveis de informação como a rede viária (organizada F i g u e i r e d o P e r e i r a * Todos os níveis de informação estão ligados a uma base de dados relacional, assente em tecnologia ORACLE, e preparados para uma densificação da estrutura alfanumérica de acordo com exigências de estudos concretos. No presente momento, para além da identificação geral, segundo critérios adequados, dos elementos gráficos, a estrutura de dados mais desenvolvida é a relativa aos indicadores quer concelhios quer ao nível da freguesia, assente em dados dos censos e das respectivas actualizações intermédias, entre outros, realizadas pelo INE. O software SIG de construção do SIG da Região do Norte é o GIS Office da Intergraph, que engloba o MGE-Modular GIS Environment e respectivas extensões. Disseminação da informação geo-referenciada Um dos aspectos mais importantes no âmbito do SNIG e dos seus Nós Regionais e Locais, uma vez sistematizada, estruturada e integrada, é a disseminação de informação geo-referenciada, assente Legenda foto – Exposição de trabalhos do Projecto SIG no âmbito das actividades da CCRN/DROT, durante o evento “Quinzena SIG: Novas Metodologias. Novas Ferramentas. Novos Desafios”, realizado em Maio de 2000 na CCRN. 28 forum SNIG * Responsável pelo Projecto SIG da CCRN/DROT ([email protected]) O presente artigo foi realizado com a colaboração directa de Fernanda Neves, Geógrafa do Projecto SIG da CCRN/DROT num suporte com privilégios globais como a WWW. A tecnologia necessária, não sendo trivial e estando ainda em evolução acentuada, atingiu já um nível interessante, podendo dizer-se que as experiências globais em curso, um pouco por todo o lado, levarão a uma situação com um nível de operacionalidade significativamente superior num prazo não muito longínquo que, no nosso País, passará nomeadamente pela existência de uma infraestrutura de banda larga, não limitativa em stricto sensu. O Projecto SIG da CCRN/DROT, materializando o Nó Regional do Norte do SNIG, considerando que já existia um conjunto de informação coerente, susceptível de interesse global _ numa perspectiva criteriosa de disponibilização faseada _ definiu os seguintes critérios para a disseminação da informação: ■ disponibilização de níveis de informação base de estruturação do território, com identificação sumária; ■ disponibilização de um conjunto de indicadores alfanuméricos base actualizados, com possibilidade de realização de consultas individualizadas ou cruzadas e mapificação numa base administrativa geo-referenciada; ■ possibilidade de sobreposição dos níveis de informação anteriores, de forma perfeitamente geo-referenciada, para uma melhor e mais coerente leitura e interpretação das dinâmicas do território. Por outro lado, o motor em que assentaria tal disponibilização deveria ser suficientemente robusto para uma solicitação pesada em termos de acesso a informação, quer gráfica quer alfanumérica, e suficientemente simples para o utilizador neófito, mas com as facilidades necessárias e suficientes para cumprir os objectivos mínimos de um ambiente SIG. Neste contexto é evidente que questões relativas (i) a uma maior partilha de determinadas componentes de processamento de informação no servidor e no cliente; (ii) à necessidade de instalação de componentes de software para o efeito _ ainda que o possam ser automatica e remotamente _; (iii) à disponibilização da informação em imagem ou vector _ não sendo isso evidente ou pelo menos crítico para um utilizador comum _, enquadradas por tempos de acesso reais em períodos de maior tráfego têm de ser analisadas com um pragmatismo de que cada solução terá aspectos menos bons, contudo aceitáveis na prossecução de objectivos bem balizados. Região do Norte. Recorda-se ainda que a informação cartográfica base é a relativa à Carta Militar de Portugal à escala 1:250.000, do IGeoE, e os dados alfanuméricos censitários e inter-censos têm como fonte o INE. A previsão da colocação na WWW é para o mês de Junho de 2000, na sequência de um conjunto de eventos levados a efeito pelo Projecto SIG da CCRN/DROT, para divulgar o seu trabalho e dar a conhecer a evolução do mercado em termos das tecnologias disponíveis, na segunda quinzena de Maio de 2000. Comentários prospectivos A estratégia de construção do SIG da Região do Norte assente em Projectos Estruturantes que, respondendo a estudos concretos, permitem o lançamento de bases consistentes para um sistema de informação geográfica regional, a diferentes escalas de intervenção no território, revelou-se correcta e deverá ser continuada de modo a atingir um nível cada vez mais alargado de informação. Julga-se muito importante ter em atenção a presente experiência de sucesso num momento em que se prepara uma reorganização das DRA e das DROT, fruto da constituição do novo Ministério do Ambiente e Ordenamento do Território. O SNIG como pólo agregador de conhecimentos na área e gerador de uma dinâmica nacional com base nos Nós Regionais e Locais, assente em programas nacionais, teve uma quota parte crucial no financiamento das infraestruturas e actividades do Projecto SIG da CCRN/DROT, e tem ainda um papel fundamental no desenvolvimento da informação geográfica no nosso País. O programa de desenvolvimento do SNIG deverá ser projectado para um futuro ainda de mais largos horizontes, em que a informação mais importante de um cada vez maior número de países estará geo-referenciada e acessível a uma comunidade que ultrapassa as fronteiras regionais, nacionais e continentais, numa perspectiva de globalização de conteúdos, que serão imprescindíveis para a tomada de decisão aos mais diversos níveis. Julga-se que será de esperar uma rentibilização dos investimentos já realizados no nosso País, com a procura e mobilização de sinergias já instaladas ou potenciais, numa área em grande desenvolvimento e de futuro garantido na sociedade de informação de hoje e de amanhã. 1 2 Numa primeira experiência do Projecto SIG da CCRN/DROT e após uma análise cuidada dos prós e contras, optou-se pelo motor ArcView Internet Map Server da ESRI, em ambiente UNIX, assente numa plataforma Sun Sparcstation. Esta experiência será objecto de um acompanhamento pós-implementação muito exigente, com testes de acesso real ao nível do utilizador comum, e será avaliada com um rigor passível de sugerir ajustes menores ou a opção por outras soluções para o futuro a médio prazo, se tal for o caso. Os níveis de informação integrada (gráfica e alfanumérica associada) a disponibilizar nesta fase experimental são os já referidos no ponto relativo ao enquadramento (a rede viária, a rede hidrográfica, a hipsometria e a divisão administrativa) e abrangerá a 3 4 5 As ideias expressas no presente artigo são da única e exclusiva responsabilidade dos seus autores, não veiculando as instituições, programas ou projectos referidos no texto. A reestruturação do ‘Projecto SIG’ da CCRN/DROT, os critérios subjacentes e os objectivos numa perspectiva de ‘Nó Regional do SNIG’ foram apresentados pelo autor no forum SNIG’98, em Novembro de 1998, na Gare Marítima de Alcântara-Lisboa. Os outros Projectos Estruturantes são relativos às ‘Zonas Industriais da Região do Norte’ (médias escalas), que deverá conduzir a um sistema de apoio à decisão a diferentes níveis, e ao ‘ReUrbe _ Levantamento de Áreas Degradadas. Programa Integrado de Reabilitação Urbana’ (grandes escalas), que deverá possibilitar a construção de um observatório urbano de áreas piloto na Região do Norte. O Projecto Douro Região Fluvial enquadrou-se no Programa TERRA e foi financiado pela UE no âmbito da DGXVI. Realizou-se com base na cooperação entre a Região do Norte, de Portugal, e a Comunidade de Castela e Leão, de Espanha, conjuntamente com duas instituições transfronteiriças _ Associação Ibérica de Municípios Ribeirinhos do Douro e Fundação Rei Afonso Henriques _, constituiu um instrumento estratégico de consolidação da região fluvial do Rio Douro e traduziu-se num Programa de Acção Territorial para o desenvolvimento sustentável desta sub-região. O Projecto teve como Coordenador Técnico, por parte da CCR do Norte, o Eng.º Carlos Oliveira e Sousa e englobou vários técnicos de diferentes áreas temáticas. A abordagem pormenorizada em ambiente SIG deste Projecto Estruturante foi apresentada pelo autor no ESIG’99, em Novembro de 1999, no TagusPark-Oeiras. forum SNIG 29 Estação GPS de referência no Instituto Superior Técnico Descrição Geral do Serviço J o ã o Na sequência do protocolo de colaboração celebrado entre a Direcção Geral de Florestas, o Centro Nacional de Informação Geográfica e o Instituto Superior Técnico (através do ICIST), encontra-se em funcionamento permanente desde Dezembro de 1996 uma estação de referência GPS, situada no edifício do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura do IST, em Lisboa. com o existente. Cada ficheiro corresponde a uma hora de registos, sendo estes realizados com uma periodicidade de 5 segundos. Os ficheiros utilizáveis para a realização de correcção diferencial são disponibilizados gratuitamente ao público, através do endereço http://snig.cnig.pt/snig/gps.html. Aos utilizadores é solicitado que se registem como tal, unicamente para fins estatísticos, após o que é permitido o acesso aos ficheiros. Este serviço é do interesse de utilizadores que disponham de receptores GPS adequados à realização de posicionamento com correcção diferencial pós-processada. Existindo mais de uma centena de utilizadores registados, são actualmente várias dezenas os que recorrem frequentemente à estação base do IST, maioritariamente na área das aplicações ao levantamento e gestão de recursos florestais mas também das aplicações nas áreas do planeamento, ambiente, agricultura, infraestruturas de utilidade pública e património. Descrição técnica O receptor utilizado como estação de referência é do fabricante Trimble, modelo GPS Pathfinder Community Base Station-Pro XL, operando actualmente com a versão de firmware 3.08 e o software PFCBS 2.68. A determinação de coordenadas da estação de referência foi realizada pelo Instituto Português de Cartografia e Cadastro, com recurso a receptores GPS de dupla frequência operados no modo de posicionamento estático, sendo estimado um erro de posicionamento horizontal e vertical inferior a 10 cm. Além das coordenadas geodésicas no sistema WGS84, o IPCC forneceu ainda as coordenadas geodésicas e cartográficas nos sistemas associados ao datum Lisboa e datum 73. Os ficheiros recolhidos encontram-se num formato proprietário (ssf), sendo no entanto possível a sua obtenção em formato RINEX (público) mediante solicitação à gestão do sistema, prevendo-se a possibilidade de a curto prazo ter este serviço em funcionamento paralelo 30 forum SNIG M a t o s , J o ã o B e n t o * A fiabilidade de funcionamento é uma das características mais importantes num serviço deste tipo. Presentemente, diversas empresas realizam o seu trabalho de campo apoiando-se nos dados desta estação de referência, colocando assim uma elevada exigência de fiabilidade a que o serviço deve corresponder, apesar de gratuito e de não haver um vínculo contratual que a tal obrigue. É no entanto convicção da gestão do sistema que, sem uma garantia razoável de fiabilidade, o serviço perderia a sua utilidade, pelo que são tomadas todas as medidas possíveis de prevenção e correcção de falhas no sistema. As interrupções de funcionamento podem dever-se a vários factores, nomeadamente quebras de energia e falhas de hardware (ou do sistema operativo). Com a finalidade de prevenir as interrupções de funcionamento devidas a estes factores foi instalada uma UPS, que suporta o funcionamento até 20 minutos após a falha de energia, e seleccionado um computador com elevada fiabilidade. Os ficheiros são descarregados do computador que está directamente ligado ao receptor três vezes por dia (5h, 13h e 21h), sendo enviada aos membros da equipa responsável pela manutenção uma mensagem indicando o sucesso ou insucesso da operação. Assim, independentemente da causa de interrupção da recepção, o sistema pode ser reposto em funcionamento num período máximo de seis horas, dentro do horário normal de expediente. Embora não se tenha verificado uma interrupção do serviço por 24 horas consecutivas, o risco de indisponibilidade de dados é maior no intervalo das 20 horas às 8 horas, nos fins de semana e nos dias feriados, períodos em que a assistência não é permanente, conforme é ilustrado no Quadro 1. O posicionamento com correcção diferencial pós-processada A operação com GPS em posicionamento absoluto baseia-se na medição do intervalo de tempo de percurso do sinal emitido pelo *Instituto Superior Técnico - Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura ([email protected], [email protected]) satélite até ao receptor (Nieuwejaar,1988). Esse intervalo de tempo traduz-se numa distância receptor-satélite, mais correctamente designada por pseudo-distância (Leick, 1990). Tendo as pseudo-distâncias determinadas para um conjunto de quatro satélites é possível resolver o sistema de equações do qual se deduz a posição, o que intuitivamente pode ser entendido recorrendo a uma analogia geométrica com uma intersecção espacial. Assim, pode considerar-se que a posição do receptor é dada pelo ponto de intersecção de quatro superfícies esféricas centradas nas posições dos satélites num dado instante e com raios correspondentes às pseudodistâncias medidas. A exactidão das pseudo-distâncias é afectada fundamentalmente pela variação de velocidade de propagação do sinal na atmosfera. Para dois receptores relativamente próximos, afastados de menos de 50 km, o retardamento do sinal na atmosfera manifesta-se de modo semelhante. Se para um dos pontos (estação de referência) forem conhecidas as coordenadas, é possível o cálculo de uma estimativa do erro da pseudo-distância para cada satélite, num dado instante. Essa estimativa de erro é então utilizada para corrigir as pseudo-distâncias medidas no segundo receptor, designado por rover ou ambulante (Casaca, 2000), para o mesmo instante. Caso a taxa de registo no receptor ambulante seja superior à da estação de referência, a correcção a aplicar é obtida por interpolação, com uma ligeira degradação da exactidão. Após a correcção, subsistirá ainda um erro posicional que tipicamente é inferior a 3m (Trimble, 1996), substancialmente melhor que os 10 a 20m que actualmente se obtêm sem correcção. Esta correcção, designada por correcção diferencial, é realizada após a recolha de dados no terreno (daí a designação de pós-processada), com recurso a software que é habitualmente fornecido juntamente com o receptor. Com o aumento da distância entre o receptor ambulante e a estação de referência, a hipótese de causas de erro semelhantes perde validade e a correcção diferencial, ainda que possível, conduz a exactidões inferiores. Refira-se que a correcção diferencial só é possível para os mesmos satélites, o que obriga a que haja pelo menos quatro satélites comuns às constelações observadas em ambos os locais. Esta condição limita a distância entre as estações fixa e móvel, tendo em atenção a curvatura terrestre. Ao GPS está associado um sistema de coordenadas próprio (WGS84), distinto dos utilizados na cartografia nacional, sendo necessária a sua transformação para um dos sistemas nacionais (Casaca, 2000). Algum software comercial inclui já alguns dos sistemas de coordenadas nacionais ou, pelo menos, a possibilidade de definir a transformação. Os parâmetros de transformação são determinados e disponibilizados pelo Instituto Português de Cartografia e Cadastro. Considerações finais A disponibilização de dados GPS para correcção diferencial é um serviço público que se tem revelado de elevado interesse, desempenhando as estações de referência uma função similar à da rede geodésica nacional. O número considerável de estações de referência existentes em Portugal, embora a maior parte não se encontre em funcionamento permanente ou não disponibilize o acesso público aos dados, permite supor que estão reunidas as condições para uma melhor cobertura nacional, mobilizáveis num espírito de cooperação e em benefício de todos os utilizadores. A previsível proliferação de estações de referência, com base no equipamento existente em organismos públicos e privados, deverá no entanto ser orientada por princípios que assegurem a correcta caracterização do tipo de serviço prestado e da qualidade expectável. Referências Casaca, J.; Matos, J. ; Baio, M., (2000) Topografia Geral. Ed. LIDEL, Lisboa. Leick, Alfred, (1990) GPS Satellite Surveying. Ed. John Wiley & Sons. Nieuwejaar, P., (1988) GPS Signal Structure. In. AGARD Lecture Series No 161: The NAVSTAR GPS System. Ed. NATO-AGARD. Trimble, (1996) Pathfinder Office Software. Ed. Trimble Navigation Limited. Nº global de horas 4368 7 Interrupções de funcionamento O operador de um receptor GPS pode, por seu lado, realizar algumas medidas preventivas da ocorrência de um erro posicional elevado. Entre essas medidas incluem-se a não utilização de satélites em posições próximas do horizonte (correspondente ao atravessamento de uma porção maior de atmosfera pelo sinal, evitável por configuração de uma "máscara" de elevação no receptor, em geral de 15o) e a não consideração de dados recolhidos em configurações geométricas dos satélites que correspondem a elevada propagação do erro nas pseudo-distâncias (evitável por configuração de uma máscara de PDOP - Position Dilution Of Precision - no receptor, bloqueando a operação para valores de PDOP superiores, em geral, a 6). A estação de referência do IST está configurada com uma máscara de PDOP de 8 e uma máscara de elevação de 5o, salvaguardando a possibilidade de realização da correcção diferencial em condições desfavoráveis, se for essa a opção do utilizador. das 0h às 24h das 8h às 20h 2ª a 6ª das 8h às 20h 65 30 21 Tempo máximo para reposição de funcionamento Global 19 horas Dias úteis (8-20h) 6 horas Tempo médio para reposição de funcionamento Global 9,3 horas Dias úteis (8-20h) 3 horas Nº de horas sem dados Quadro 1 - Dados relativos ao funcionamento da estação de referência IST nos últimos seis meses (1 de Outubro de 1999 a 31 de Março de 2000). Foto página ao lado - Antena da estação de referência. forum SNIG 31 A geo-referenciação da informação estatística F e r n a n d o A informação estatística tem sido predominantemente apresentada sob a forma de números referenciados a uma determinada designação geográfico-administrativa, o que se traduz no que frequentemente se chama a disponibilização de dados alfanuméricos. Com a utilização de "ferramentas" informáticas cada vez mais potentes, os longos "lençóis" de dados foram sendo progressivamente "amenizados" com a introdução da componente analítica que se baseia bastante na construção de quadros simplificados e gráficos, os quais ajudam os utilizadores a melhor perceber e compreender o conteúdo da informação estatística que lhes é facultada. Um outro elemento cada vez mais associado à informação estatística é a cartografia que, para além de proporcionar a referenciação geográfica e pormenorizada da informação, está a desenvolver importantes "ferramentas" de organização e tratamento dos dados o que vai permitir incrementar a utilização estatística numa dupla perspectiva de quantidade e qualidade. É o desenvolvimento dos Sistemas de Informação Geográfica (SIG) que constitui um dos maiores "potenciadores" da utilização estatística futura, tanto na componente da referenciação pormenorizada dos dados produzidos como no apoio à produção estatística de uma forma generalizada. As relações entre a cartografia e a estatística datam de há longos tempos e sempre foram bastante impulsionadas pelos recenseamentos da população e habitação. De facto, são as próprias Recomendações Internacionais para estes recenseamentos que sublinham "são necessários mapas adequados para ajudar no planeamento e controlo das operações censitárias assim como no tratamento, apresentação, análise e difusão dos resultados censitários" … "a delimitação, para fins censitários, das fronteiras territoriais nacionais e internas, assim como das restantes subdivisões do território, constitui uma operação censitária básica e das mais importantes, para além de implicar um período de tempo e esforço bastante consideráveis na preparação destes recenseamentos". 32 forum SNIG S i m õ e s C a s i m i r o * Em Portugal, o primeiro recenseamento da população e habitação a fazer uma utilização significativa da cartografia, para o planeamento e execução, foi o de 1981, embora os critérios utilizados na altura não fossem uniformes em todo o país; por outro lado, muita da cartografia disponível ou não foi adequadamente utilizada ou não foi devolvida após a realização dos Censos 81, o que impediu o estabelecimento de uma relação entre o suporte cartográfico e os dados alfanuméricos para uma parte significativa do território. Foi na sequência da experiência adquirida em 1981 que se decidiu avançar de uma forma relativamente diferente para os Censos 91, com a autonomização de um projecto que pretendeu estruturar e organizar uma infraestrutura cartográfica destinada a apoiar toda a actividade estatística. Base Geográfica de Referenciação Espacial (BGRE) A BGRE foi um projecto concebido e realizado na década de oitenta e visou criar uma infraestrutura cartográfica harmonizada a nível nacional e com garantias de ser utilizada sem pôr em causa o acesso dos utilizadores estatísticos à referenciação territorial dos dados produzidos. Assim, houve que definir dois elementos essenciais: ■ A conceptualização das áreas estatísticas, com o enquadramento dentro da estrutura administrativa de base (freguesia) e a aplicação a nível nacional de forma sistemática; ■ A definição de uma infraestrutura de produção e arquivo que garantisse o imediato acesso às matrizes originais, independentemente da forma como o material cartográfico era utilizado no terreno. Quanto ao primeiro objectivo, foram definidos dois conceitos de área, aplicáveis em qualquer modelo de ocupação do território e que são os seguintes: *Director do Gabinete dos Censos 2001, do INE. ■ Secção estatística - Uma área contínua, pertencente a uma só freguesia e com cerca de 300 alojamentos. O limite dos 300 alojamentos foi definido em função da quantidade de trabalho adequado para um recenseador. ■ Subsecção estatística - A mais pequena área homogénea de construção ou não construção existente dentro da secção estatística. A definição da subsecção estatística permitiu-nos utilizar um conceito claramente aplicável em qualquer tipo de povoamento (do urbano ao rural ou disperso), garantindo que a mais pequena parcela delimitável do território assumiria sempre a mesma designação. O lugar corresponde sempre a uma subsecção ou a um somatório de subsecções. Assim, passámos a ter uma infraestrutura de cartografia estatística, completamente integrada na estrutura administrativa e a respeitar a estrutura dos lugares, independentemente da sua dimensão. Quanto ao segundo objectivo, a infraestrutura de produção e arquivo, criou-se um arquivo de matrizes originais a partir do qual eram feitas as cópias para utilização nos trabalhos de campo e fornecimento aos utilizadores estatísticos e que seriam actualizadas à medida que a ocupação do território se fosse alterando. Paralelamente, foram sendo ensaiadas várias alternativas de digitalização destas matrizes, embora a evolução da tecnologia, nomeadamente o desenvolvimento dos SIG tenha vindo influenciar de forma decisiva a opção tomada e que será explicada no capítulo seguinte. A BGRE utilizada nos Censos 91, para além da delimitação de toda a estrutura administrativa, era composta por : ■ 13 709 Secções Estatísticas ■ 107 082 Subsecções Estatísticas ■ 27 974 Lugares Base Geográfica de Referenciação da Informação (BGRI) A BGRI "entronca" directamente na BGRE e constitui uma infraestrutura completamente compatível mas bastante melhor suportada do que a BGRE, tanto em termos de infraestrutura física como de actualização do seu conteúdo. A "metamorfose" BGRE-BGRI deriva sobretudo do facto de se pretender que a BGRI seja um modelo de referência do territó- Figura 1 - Imagem do suporte cartográfico utilizado em 1991 e referente a uma secção e respectivas subsecções. rio para utilização por todo o Sistema Estatístico Nacional e que incorpore também toda a actividade de planeamento e gestão local que é feita nas autarquias locais. Além disso, a BGRI deverá constituir também a estrutura central de um Sistema de Informação Geográfica, pelo menos do INE, onde será possível interligar toda a produção estatística que é feita para uma determinada parcela do território. A construção da BGRI tem passado pelas seguintes fases: ■ Digitalização da BGRE sobre uma cartografia harmonizada e actualizada; ■ Construção da proposta preliminar da BGRI com a implantação de novas subsecções e actualização da delimitação estatística e administrativa; ■ Validação local da proposta preliminar da BGRI, pelas Autarquias Locais; ■ Constituição da versão final da BGRI com incorporação dos resultados da validação local efectuada na fase anterior; ■ Produção das cartas que suportarão a recolha dos dados nos Censos 2001. A digitalização da BGRE foi efectuada sobre a Carta Militar de Portugal (1/25000) do IGeoE em formato digital, para a maioria do território nacional, e com base em fotografia aérea da segunda metade da década de 90. Na Região de Lisboa e Vale do Tejo foi utilizada ortofotocartografia à escala 1/10000 do IPCC, por ser a única região com este tipo de cartografia disponível em data adequada a esta tarefa. Assim, toda a infraforum SNIG 33 estrutura de papel utilizada nos Censos 91 foi passada para suporte magnético em condições técnicas adequadas para ser actualizada e manter a comparabilidade com as alterações que estão a ser feitas durante o processo de actualização. A ocupação do território está em permanente alteração e é absolutamente fundamental garantir condições de actualização dessas alterações, de modo que a recolha de dados estatísticos já reflicta a nova realidade do território e a respectiva população. Na sequência da utilização, na fase de digitalização, de cartografia muito mais actualizada do que a que serviu de base à construção da BGRE, foi possível introduzir novas delimitações estatísticas, especialmente de subsecções, e actualizar a delimitação administrativa; este trabalho foi efectuado em gabinete, através da leitura da cartografia que serviu de base para a digitalização das delimitações existentes na BGRE. A fase seguinte (validação local da actualização) envolve toda a estrutura administrativa local (câmaras municipais e juntas de freguesia) e constitui um passo essencial para identificar e confirmar as delimitações administrativas, para além da verificação da actualidade da cobertura cartográfica utilizada, nomeadamente quanto a novos alojamentos ou alterações urbanísticas. É nesta fase que se "levantam", e se procuram corrigir, todas as dúvidas sobre a delimitação administrativa e se identificam muitos dos conflitos latentes entre juntas de freguesia. A própria legislação dos Censos 2001 prevê a solução destas situações, apenas para fins estatísticos e censitários em particular, ao mandar acertar, ainda que provisoriamente, as delimitações conflituosas por acidentes de terreno estáveis e facilmente identificáveis. Todas as alterações e correcções efectuadas durante a validação local são depois incorporadas na versão final da BGRI a qual vai servir para produzir as cartas que deverão suportar toda a recolha de dados dos Censos 2001. A evolução tecnológica e a existência de cartografia em formato digital para a totalidade do território nacional permitiram que o suporte utilizado em 1991 pudesse evoluir para um suporte que, além de já digitalizado, permite apresentar um maior pormenor da área de actuação de cada recenseador (secção estatística) tal como pode ser verificado na Figura 2. Um dos pormenores a salientar, na comparação destas imagens, é a identificação das subsecções estatísticas, as quais, para além de aumentarem para um valor nacional que se estima em cerca de mais 25% do que em 1991 (de 107082 para cerca de 134000), podem ser identificadas de uma forma bastante mais precisa. A Informação Estatística Geo-referenciada do Futuro No futuro, toda a informação estatística passará a ser suportada nesta referenciação geográfica através da integração num Sistema de Informação Geográfica cuja infraestrutura é a BGRI. Os primeiros dados estatísticos que vão constituir este sistema são os dos Censos 2001 e os dos Censos 91, em virtude de haver compatibilidade técnica entre a BGRE e a BGRI. Esta solução tecnológica, para além de permitir perceber como evoluiu a ocupação pormenorizada do território (física e humana) até ao nível da subsecção estatística, permite também visualizar os dados e trabalhá-los utilizando a referenciação geográfica em alternativa à designação administrativa ou à identificação numérica. Os passos seguintes no desenvolvimento do SIG são a inserção progressiva, em toda a produção estatística, da respectiva referenciação geográfica da BGRI; paralelamente deverá avançar-se para a referenciação geográfica de cada unidade estatística fixa (edifícios, alojamentos, estabelecimentos económicos, etc) através das respectivas coordenadas. Assim será possível passar de uma estrutura de polígonos, subjacente à informação estatística censitária a disponibilizar, para uma estrutura de pontos e segmentos, os quais permitem uma leitura geográfica bastante mais pormenorizada e referenciada. Figura 2 - Imagem para a mesma área da figura 1, mas proveniente da BGRI em formato definitivo. 34 forum SNIG Estamos a falar de um futuro que já é realidade em alguns países europeus, e com o qual poderemos apoiar fortemente a transição de um modelo clássico de produção de informação estatística (inquéritos sobre inquéritos e recenseamentos sobre recenseamentos), para um novo modelo que privilegie o aproveitamento de dados administrativos e a recolha postal, de forma exclusiva ou combinada. A informação geo-referenciada online no Instituto de Meteorologia Sofia Moita*, Diamantino Henriques**, Teresa Abrantes+ e Fernando Carrilho++ Previsão do índice UV O Instituto de Meteorologia (IM) disponibiliza diariamente em http://www.meteo.pt a previsão diária do chamado Índice UV (IUV), o qual representa uma medida dos níveis de radiação solar ultravioleta que efectivamente contribuem para a formação de uma queimadura na pele humana (eritema). O IUV é obtido a partir do cálculo da intensidade da radiação solar ultravioleta que incide numa superfície horizontal à superfície da Terra em condições de céu sem nuvens. Os resultados são apresentados em forma gráfica, com a distribuição espacial do IUV máximo para a área compreendida entre os 25°N e 45°N e os 0°W e os 35°W, e sob a forma de texto com a previsão do IUV para 24, 48 e 72 h para várias localidades do Continente (Bragança, Porto, Penhas Douradas, Figueira da Foz, Lisboa, Évora, Lagos e Faro) e Ilhas (Funchal e Angra do Heroísmo), incluindo indicação sobre a hora de ocorrência do máximo, categoria, tempo de exposição necessário para a formação do eritema e período do dia em que o IUV é superior ou igual a 4 (moderado). A previsão do IUV é actualizada todos os dias. Figura 1 Representação gráfica da previsão do IUV Para a elaboração das previsões do estado do tempo e do mar os meteorologistas baseiam-se em cartas de prognóstico para diferentes níveis da atmosfera e para diferentes dias, que são recebidas diariamente no Centro, resultantes dos modelos numéricos de previsão. Centro de vigilância, previsão e informação - VPI O Centro de Vigilância, Previsão e Informação, VPI, é um Centro Operacional que funciona permanentemente, 24 horas por dia, visto ter de assegurar a vigilância meteorológica. A vigilância meteorológica, que inclui o acompanhamento permanente da situação meteorológica, a elaboração de previsões a curto prazo e em caso de condições meteorológicas adversas a emissão de avisos de mau tempo, é uma das principais atribuições do Centro, dado que, em colaboração com o Serviço Nacional de Protecção Civil, esta acção contribui para a salvaguarda de vidas e bens. A análise da situação meteorológica é feita através da interpretação de todo o tipo de dados meteorológicos que chegam ao Centro. A todas as horas, através de uma rede específica de telecomunicações, o Centro recebe dados meteorológicos obtidos directamente nas estações meteorológicas de superfície ou de altitude, em terra ou no mar e que são processados, descodificados e arquivados em tempo real. Os dados obtidos por detecção remota são imprescindíveis para a vigilância meteorológica (imagens de satélite e do radar meteorológico). 36 forum SNIG Figura 2 Imagem obtida do radar meteorológico localizado em Coruche - dia 13 ABR 00 - 15:00 UTC Dado o crescente fluxo de informação que chega ao Centro, tanto no que diz respeito aos dados observados como em relação aos diferentes modelos de previsão, os meteorologistas têm ao seu dispôr aplicações informáticas, que permitem a integração de diferentes campos meteorológicos, para melhor análise e diagnóstico dos fenómenos meteorológicos. Actualmente o Centro elabora diariamente previsões do estado do tempo para fins gerais para 9 dias e previsões regionalizadas, específicas para diferentes utilizadores para 5 dias. Os boletins de apoio *Divisão de Clima e Alterações Climáticas ([email protected]), **Divisão de Obs. Metereológica e da Qualid. do Ar ([email protected]), +Divisão de Análise e Previsão do Tempo ([email protected]), ++Divisão de Sismologia ([email protected]) Trabalhos futuros Figura 3 - Imagem do canal infravermelho do satélite meteorológico Meteosat - dia 20 JAN 00 - 12:00 UTC - superfície frontal fria a atingir Portugal Continental. à navegação marítima, tanto no alto mar como junto à costa, são elaborados também diariamente e difundidos pela rede da marinha. Figura 4 Sobreposição de campos previstos pelo modelo do ECMWF com a imagem do canal do vapor de água do satélite Meteosat - dia 13 ABR 00 - 12:00 UTC Aplicações do sistema de informação geográfica em climatologia O IM adquiriu um Sistema de Informação Geográfica – SIG, com o objectivo, entre outros, de desenvolver estudos de variáveis climatológicas e obter produtos de qualidade. Foram escolhidos produtos ARCVIEW GIS, da ESRI. Aplicações SIG As primeiras aplicações deste sistema consistiram na cartografia mensal, anual e sazonal da precipitação e temperatura com o objectivo de caracterizar a variabilidade e evolução climática destes elementos ao longo dos dois últimos trinténios: 1931/60, 1961/90. Figura 5 - Temperatura Média e Precipitação Média Anual (período 1961/90) Utilizando o SIG, está prevista a elaboração em tempo-real de cartas climatológicas, para o relatório mensal sobre a situação climática, de que é exemplo a Figura 6. Informação sismológica Na Figura 7 estão assinaladas as intensidades máximas com que foram sentidos, no Território do Continente, todos os sismos quer históricos quer actuais. Uma breve análise mostra-nos que as zonas em que a perigosidade sísmica é mais elevada são a costa Algarvia, Costa Alentejana e Lisboa e Vale Inferior do Tejo. De um modo geral, as isossistas de graus superior a VI apresentam-se com a concavidade voltada para o lado do mar, em virtude de os sismos que se fazem sentir com maior intensidade em Portugal Continental terem os epicentros no Oceano Atlântico, com excepção do sismo de Benavente, em 1909, e de alguns sismos nas regiões de Évora e Beja. A Figura 8 mostra-nos os epicentros dos sismos registados na rede sismográfica do IM na última semana na zona de Portugal Continental e Atlântica Adjacente. Na legenda indicam-se as respectivas magnitudes (Richter) bem como se o sismo teve efeitos macrossísmicos. Note-se que a magnitude (Richter) é um parâmetro relacionado com a energia emitida no foco do sismo enquanto que a intensidade sísmica é a medida dos efeitos do sismo nos vários locais em que é sentido. Esta carta é actualizada de 6 em 6 horas. Figura 6 - Precipitação Acumulada desde Setembro de 1999 (% em relação à média em 31 de Março de 2000). Figura 7 - Carta de isossistas de intensidades máximas em Portugal Continental Figura 8 - Caracterização da actividade sísmica actual em Portugal Continental forum SNIG 37 Conheça melhor o concelho do Funchal Através deste endereço acede à página oficial da Câmara Municipal do Funchal na Internet. Nela poderá encontrar informação referente à área geográfica do Concelho, que R lhe poderá ser útil na a q u e l B r a z ã o * urbanística, estatística e outra, que nos são dirigidas, serão mais cómoda e rapidamente satisfeitas. realização de um trabalho académico, estudo de Para o conhecer, nada melhor que uma consulta online. No entanto, segue-se uma síntese do seu conteúdo. mercado, saber se a sua Na página de rosto são visíveis os seguintes capítulos: Cidade, Câmara, Actividades, Investimentos e Plano Director Municipal. propriedade está numa zona de grande potencial construtivo No capítulo Cidade e como se pode observar na Figura 1, temos um pequeno enquadramento histórico sobre a evolução da cidade ao longo dos séculos. Segue-se um conjunto de subcapítulos que caracterizam o Concelho, na área da Demografia, Economia, Análise Biofísica, Património Arquitectónico, Habitação e Equipamentos Colectivos. ou, simplesmente, levá-lo a conhecer melhor o Funchal. Um Novo Interface de Comunicação A Câmara Municipal do Funchal, ciente da crescente importância que a Internet assume no campo do acesso e da partilha de informação, divulgou oficialmente, no final do ano transacto, o endereço http://www.cm-funchal.pt, através do qual é possível aceder ao seu Site. Poderá fazê-lo digitando o endereço ou através dos motores de pesquisa, como o Sapo, AEIOU, Madinfo, entre outros. Está assim disponível um novo "balcão" de atendimento e consulta que se pretende venha facilitar a relação do município com os cidadãos em geral e com os seus munícipes, em particular. Conteúdo do Site Muito além de um site de cariz publicitário, esta página pretende constituir um Banco de Dados sobre o Concelho, que será progressivamente aumentado, diversificado e tanto quanto possível, actualizado. Deste modo, as inúmeras solicitações de informação 38 forum SNIG Este Banco de Dados estatístico foi obtido, maioritariamente, através do Censos/91, tendo sido os restantes dados recolhidos pela Câmara, no âmbito da elaboração do PDM. Houve a preocupação de tratar graficamente a maior parte da informação disponibilizada, pois para além de facilitar a sua leitura torna as páginas mais aprazíveis. É no entanto nosso objectivo, numa fase posterior, não só actualizar os dados em função do próximo momento censitário e de recolhas que se venham a desenvolver, mas também geo-referencia-los a um nível espacial mais desagregado podendo mesmo ir ao nível do edifício em certas zonas do concelho. Ainda no capítulo Cidade, está disponível um Álbum Fotográfico, com algumas vistas do Funchal. A curto prazo, serão disponibilizados álbuns temáticos do tipo: edifícios classificados, ruas históricas, espaços verdes, entre outros. Segue-se o capítulo Câmara, com a mensagem do Sr. Presidente, Dr. Miguel Filipe Machado de Albuquerque, organigrama e cons- *Responsável pelo Gabinete de Informação Geográfica da C.M.F. ([email protected]) Figura 1 Página de apresentação da Câmara Municipal do Funchal. tituição da Vereação e da Assembleia Municipal. Por fim, uma pasta com os editais da CMF, passando estes, a contar com um novo veículo de publicação. O capítulo seguinte apresenta, sumariamente, as Actividades desenvolvidas pela Câmara na área do Ambiente, Atendimento ao Consumidor, Ciência, Cultura, Informação Geográfica, Núcleos Históricos e Zonas Altas. Brevemente, incluirá outras, como o Turismo. Os principais Investimentos respeitantes, sobre tudo, à área da construção, são também abordados. Investimentos na Habitação, Rede Viária, Recuperação Urbana, Infraestruturas turístico-recreativas, culturais, entre outros, são aqui ilustrados. Por fim, temos o capítulo dedicado ao Plano Director Municipal. É possível conhecer os objectivos definidos no Plano, aceder directamente ao seu regulamento assim como, a um glossário que ajuda a descodificar a linguagem, para muitos hermética, subjacente ao planeamento urbanístico. A Planta de Ordenamento do PDM será, seguramente, um dos documentos mais consultados, a avaliar pelas inúmeras solicitações que nos chegam aos serviços. A interactividade que caracteriza este capítulo, permite fazer ampliações e reduções sobre a planta de ordenamento por forma a possibilitar ao cibernauta, aproximar-se e identificar a sua área de interesse. Depois de o fazer, dirige-se à legenda, clica na classe de espaço respectiva, vamos supor uma Zona Habitacional de Média Densidade e surge-lhe no ecrã a parte do regulamento respeitante à referida zona. Nele poderá ver os índices construtivos, número de pisos permitido, entre outros parâmetros urbanísticos, e imprimir, se for caso disso. Brevemente, serão incluídas as restantes peças que integram o PDM. Nota Final O conteúdo informativo que o site apresenta, pode parecer reduzido se compararmos com a informação passível de ser divulgada e com os interesses diferenciados de cada qual, em matéria de informação. Contudo, é imperioso que se entenda este passo, como sendo apenas o primeiro de um longo percurso a que este município se prestou. Uma espécie de embrião pronto a desenvolver-se. O objectivo é fazer com que o site evolua através da diversificação e actualização do seu conteúdo, assim como da adopção de soluções informáticas apropriadas, com maiores capacidades ao nível da apresentação e análise da informação. Pretende-se ainda aumentar a sua interactividade dando a possibilidade ao munícipe de ser atendido, por determinados serviços, na sua própria casa. Este é, desde já, um compromisso assumido. forum SNIG 39 rede SNIG NOVIDADES Páginas dos Aderentes O SNIG desde o seu aparecimento em 1995 está em constante crescimento e renovação não só em termos de instituições aderentes como em termos de alteração de páginas, criação de novas funcionalidades e disponibilização de informação. Neste espaço damos particular destaque às novidades dos últimos seis meses. A D n a L u í s a G esde Novembro de 1999, surgiram duas novas instituições no SNIG: o IMP - Instituto Marítimo Portuário (http://www.imarpor.pt) e o IMOPPI - Instituto dos Mercados de Obras Públicas e Particulares e do Imobiliário (http://www.imoppi.pt). O IMOPPI, para além de informação geral sobre a instituição, disponibiliza duas bases de dados, uma com informação sobre as empresas qualificadas para a construção civil e a outra sobre as empresas licenciadas de mediação imobiliária (figura 1). Ambas possuem informação sobre todo o País e permitem consultas por formulário ou por unidade geográfica (Distritos e Concelhos). de apresentar 13 bases de dados online, das quais destacamos a "Aquabase" com informação sobre a qualidade das águas engarrafadas, por tipo de água e por distrito e a "Termalbase" onde é possível encontrar informação variada acerca das termas portuguesas, cuja pesquisa pode ser efectuada por tipo de indicação terapêutica, por épocas termais ou por distrito (figura 3). De um modo geral, muitas foram as instituições que renovaram as suas páginas desde o último número da revista Forum SNIG. Este dinamismo traduz um grande interesse em disponibilizar nova informação na rede, contribuindo para o enriquecimento do SNIG. DGA - Direcção Geral do Ambiente (http://www.dga.min-amb.pt) disponibiliza uma importante base de dados com informação sobre o controlo da qualidade da água de abastecimento para consumo humano. Esta informação pode ser acedida a nível nacional, por concelhos ou por sistemas de abastecimento. Os resultados aparecem classificados de acordo com as normas e pretendem relatar a situação da qualidade da água de abastecimento em Portugal Continental relativamente ao grau de cumprimento da legislação em vigor, analisado sobre dois aspectos (Figura 4): Da informação geo-referenciada existente no SNIG, salientamos: Figura 1 - Base de Dados sobre as Empresas Licenciadas de Mediação Imobiliária. Figura 2 - Informação da Agitação Marítima - Altura, Período, Direcção e Temperatura da Água do Mar. 40 forum SNIG IH - Instituto Hidrográfico (http://www.insthidrografico.pt) disponibiliza duas interessantes aplicações: uma onde é possível consultar a previsão diária das preia-mares e baixa-mares para os portos portugueses, dados relativos ao corrente ano e ao seguinte; e outra aplicação refere-se à agitação marítima, com informação actualizada, relativa à altura, período, direcção da agitação e temperatura da água do mar (os registos são efectuados através das bóias ondógrafo de Leixões, Sines e Funchal, com um retardo máximo de cerca de quatro horas). A consulta da informação é feita através de tabelas e de gráficos (figura 2). IGM - Instituto Geológico e Mineiro (www.igm.pt) tem o notável recorde ■ ■ Conhecimento da qualidade da água - permite saber se as entidades distribuidoras realizam o número de análises regulamentares exigidas por lei, ou seja, se conhecem as características da água que distribuem; o m e s * Figura 3 - TERMALBASE - Base de Dados de Ocorrências Termais Portuguesas. Figura 4 - Bases de Dados sob o Controlo de Qualidade da Água de Abastecimento para Consumo Humano. Violação dos Valor Máximo Admissível (VMA) e do Valor Mínimo Ad-missível (VmA) - permite saber se a água distribuída aos consumidores esteve de acordo com os valores limite estabelecidos por lei. Este aspecto é avaliado pela percentagem de análises que excederam o VMA ou não atingiram o VmA. O utilizador pode fazer o Download dos dados em formato Excel. *CNIG ([email protected]) rede SNIG QUEM CONSULTA O SNIG? P D a u l o C a b r i t a * esde o primeiro número da revista Forum SNIG que A estatística do SNIG é efectuada com base na informação temos a preocupação de fornecer dados sobre os fornecida pelo protocolo HTTP. Com esta informação, podem- acessos ao Sistema Nacional de Informação Geográfica -se obter estatísticas sobre o número de acessos diários, os (SNIG). Esta parece ser uma questão particularmente rele- países e domínios que acedem, taxa de transferência de vante para todas as instituições aderentes ao SNIG. Este informações, entre outros. estudo refere-se ao período de Setembro de 1999 até Maio A informação é guardada em ficheiros que são criados e de 2000. geridos pela aplicação servidora de HTTP. Os ficheiros são O estudo apresentado foi realizado analisando o fluxo de posteriormente interpretados por uma aplicação que ela- informações, entre os sites do SNIG e os utilizadores do bora a estatística. No entanto este processo não permite HyperText Transfer Protocol (HTTP). A análise do HTTP, per- identificar os links escolhidos numa página HTML. Para obter mite saber quais os sites e páginas HyperText Markup esta informação, foi criada uma estrutura subjacente ao site Language (HTML) mais consultados. de modo a "controlar" as escolhas dos nossos utilizadores. 42 forum SNIG *CNIG ([email protected]) rede SNIG O SNIG, como o seu nome indica é um sistema constituído por vários sites. Foram escolhidos para este estudo para além do site do SNIG (http://snig.cnig.pt), o site do GEOCID (http://geocid-snig.cnig.pt) e o site do "País visto do céu" (http://ortos.cnig.pt) onde é possível visualizar o país através de ortofotografias. O site do GEOCID desde a sua criação em final de Junho de 1999, veio aumentar significativamente o número de acessos aos dados do SNIG. Dirigido para o cidadão não especialista em informação geográfica, este site foi construído com um interface, uma organização de informação e terminologia não técnica sendo assim facilitado e incentivado o acesso e exploração de informação geográfica a todo o cidadão que acede à internet. Uma análise das áreas mais escolhidas do GEOCID permite verificar uma particular incidência de acessos na área das fotografias aéreas que inclui o acesso à cobertura de Portugal Continental através de fotografias aéreas e de orto-foto- Verifica-se assim que a aposta na disponibilização de infor- grafias. Continuando a análise às áreas do GEOCID com mação geográfica ao público excedeu as expectativas ini- mais acessos verificamos que são os temas Mapas e Imagens ciais, demonstrando também a importância que a informa- de Satélite os mais solicitados. ção geográfica tem na vida do cidadão. forum SNIG 43 últimas EVENTOS CALENDÁRIO DE COLÓQUIOS, CONGRESSOS E SEMINÁRIOS Este espaço é GITA AND RAVI 2000 CONFERENCE reservado à 11-12 de Outubro de 2000 Veldhoven, Holanda Contacto: J.H. pongers, GITA E-mail: [email protected] divulgação de eventos sobre SIG e Internet. Se deseja utilizar este espaço envie a informação, em relação à data INTERGEO 2000 11-13 de Outubro de 2000 Berlim, Alemanha Contacto: Hinte Messe und Ausstellungs GmbH. Beiertheimer Alle 6, D-76137 Karlsruhe, Germany. Tel: + 49-721-93 13 30 Fax: + 49-721-93 13 371 E-mail:[email protected] http://www.intergeo.de REMOTE SENSING 2000 do evento, para o seguinte endereço: [email protected] FOURTH INTERNATIONAL CONFERENCE ON INTEGRATING GIS AND ENVIRONMENTAL MODELING 2-8 de Setembro de 2000 Banff, Alberta, Canadá Contacto: Bradley Parks, Cooperative Institute for Research in Environmental Sciences, Campus Box 216, University of Colorado, Boulder, CO 80309-0216 Tel: + 1-303-497-6330 Fax: + 1-303-497-6513 E-mail: [email protected] http://www.colorado.edu/research/ cires/banff/ 44 forum SNIG 22-25 de Outubro de 2000 Corpus Christi, Texas Contacto: Remote Sensing 2000, Blackland Research Center, 720 E. Blackland Road, Temple, TX 76502-9622 Fax: + 254-774-6001 E-mail: [email protected] http://www.brc.tamus.edu/rs2k/rs 2000.html 2000 INTERNATIONAL SPACE SYMPOSIUM 24-26 de Outubro de 2000 Washington, DC, EUA Contacto: Elliot G. Pulham, Senior Vice President, The Space Foundation, 2860 S. Circle Drive, Suite 2301, Colorado Springs, CO 80906 Tel: + 1-719-576 8000 Fax: + 1-719-576 8001 E-mail: [email protected] http://ussf.iex.net/symposium00/ international GEA 2000 VI INTERNATIONAL GEODESY FAIR AND SPATIAL INFORMATION TECHNOLOGIES 26-28 de Outubro de 2000 Torun, Polónia Contacto: Jacek Smutkiewicz, 40-750 Katowice, ul.Armii Krajowej 287/7, Polónia Tel: + 48-32-25 10 660 Fax: + 48-32-25 20 666 E-mail: [email protected] http://www.gea.com.pl/targi SIGADA 2000: ACM SIGADA ANNUAL INTERNATIONAL CONFERENCE 12-16 de Novembro de 2000 Laurel, Maryland, USA Contacto: Currie Colket The MITRE Corporation Mail Stop W624 1820 Dolley Madison Boulevard McLean,Virginia 221023481 United States Tel:1-703-883-7381 E-Mail: [email protected] /[email protected] http://acm.org/sigada/conf/sigada 2000/ FIRST BIRMINGHAM ANNUAL GIS CONFERENCE 27-29 de Novembro de 2000 Birmingham, Alabama, EUA Contacto: Brian Boyle Tel: 1-800-414-9418 Fax: 1-240-248-8697 Email:[email protected] Internet: http://www.custom-maps.com ASPRS/ACSM FALL CONFERENCE 2000 1-4 de Dezembro de 2000 Providence, Rhode Island, EUA Contacto: Temperance Battee, ASPRS: The imaging & Geospatial Information Society, 5410 Grosvenor Lane, Suite 210, Bethesda, MD 20814 Tel: +1-301-493-0290, ext. 106 Fax: +1-301-493-0208 E-mail: [email protected] http://www.asprs.org AMERICAN GEOPHYSICAL UNION (AGU) 2000 FALL MEETING 15-19 de Dezembro de 2000 São Francisco - USA Contacto: Laurie D. Tritsch, Meeting Manager, AGU, 2000 Fall Meeting, 2000 Florida Ave. N.W., Washington, DC 20009-1277 Tel: + 1-202-462-6900 Fax: + 1-202-328-0566 E-mail: [email protected] http://www.agu.org GIS 2001 19-22 de Fevereiro de 2001 Vancouver, Canadá Contacto: Matt Ball, Show Manager Te: +1-303-544-0594 Fax: +1-303-544-0595 Email: [email protected] Internet:Vhttp://www.GIS2001.com 2001 GITA ANNUAL CONFERENCE XXIV Geospatial Information & Technology Association 4-7 de Março de 2001 San Diego California, USA Contacto: Henry Rosales, GITA Education Director, 14456 E. Evans Ave., Aurora, CO 80014 Tel. +1 - 303 337-0513 Fax: +1 - 303 337-1001 Email: [email protected] http://www.gita.org/events/01xxi v_open.html Email: [email protected] últimas ENDEREÇOS INTERESSANTES Census Bureau dos EUA http://www.census.gov/ O Census Bureau é a instituição pertencente à administração pública Norte Americana responsável pela recolha de informação demográfica e económica do país, nomeadamente pela produção dos censos. Relativamente à informação geográfica, esta instituição é em grande parte responsável pela explosão do mercado de informação geográfica nos Estados Unidos da América, uma vez que para além de produzir estatísticas sobre a população e economia dos EUA, o Census Bureau é o produtor dos ficheiros TIGERTH (Topologically Integrated Geographic Encoding and Referencing). Estes ficheiros contêm os eixos de via, rede hidrográfica, limites político-administrativos e secções estatísticas para a totalidade dos EUA e podem facilmente ser cruzados com a informação demográfica produzida nos censos. O impacto que estes ficheiros têm tido na explosão do mercado de informação geográfica nos EUA, com a abertura deste mercado a diversas áreas de actividade, como sejam o geomarketing e a gestão de frotas, deve-se essencialmente à política de distribuição seguida pelo Census Bureau. Os ficheiros TIGERTH são vendidos a custo de reprodução (como valor indicativo os ficheiros TIGERTH para todo os EUA são vendidos a $500 USD). Adicionalmente o Census Bureau não detém direitos de autor sobre a informação o que permite a empresas e outros organismos a criação de produtos de valor acrescentado sobre essa informação, verificando-se assim a existência de inúmeros produtos e serviços baseados nos TIGERTH que são comercializados nos EUA (para uma lista ver http://www.census.gov/geo/www/tiger/vendors.html). A página do Census Bureau na WWW representa um exemplo muito interessante de disponibilização de informação geográfica ao público. Embora a informação geográfica disponibilizada seja relativa apenas aos EUA, a política de acesso aos dados seguida pelo Census Bureau é exemplar e poderá contribuir para a discussão existente na Europa e em Portugal sobre a disponibilização de informação geográfica por instituições produtoras da administração pública no âmbito da sociedade de informação. Através da Internet é possível a qualquer utilizador aceder à lista de produtos comercializados pelo Census Bureau e comprar a informação pretendida. O utilizador tem possibilidade de especificar qual a informação que pretende e respectivos formatos e suportes (para aceder a uma lista dos produtos disponíveis ver (http://www.census.gov/mp/www/censtore.html) . Paralelamente, é possível ao utilizador escolher várias formas de efectuar a transacção comercial se online ou através de outros métodos mais tradicionais como o correio normal. Por outro lado, o Census Bureau estimula a utilização da sua informação através da WWW. É assim possível a qualquer cidadão interessado em conhecer melhor os EUA aceder a três aplicações que exploram informação sobre a população e a geografia. 1. A aplicação American Fact Finder dá acesso a informação estatística dos EUA quer sobre a forma de tabelas quer sobre a forma de mapas. 2. A aplicação Maps que permite ao cidadão aceder a um mapa de qualquer ponto dos EUA com informação contida nos ficheiros TIGERTH, nomeadamente eixos de via e toponímia. O utilizador pode fazer zooms, seleccionar diferente níveis de informação e inserir anotações no mapa. O interface é simples e bastante interactiva contudo é muito demorado a fazer o carregamento inicial da informação. No entanto, dado o detalhe da mesma e as funcionalidades apresentadas, justifica-se o tempo de espera. Adicionalmente o Census Bureau permite que qualquer utilizador dê acesso à aplicação MAPS a partir das suas páginas. A terceira aplicação é o Gazeeter que permite saber a localização de qualquer topónimo nos EUA e visualizar respectiva localização no mapa. A página do Census Bureau contem outra informação de interesse para quem esteja interessado em saber mais sobre o processo de produção dos censos e outras actividades da instituição. Para concluir, pode afirmar-se que a visita à pagina do Census Bureau é muito interessante não só pela informação que disponibiliza de modo interactivo mas também pela política de disponibilização de dados seguida pela instituição e cuja página na WWW é reflexo. Cristina Gouveia CNIG ([email protected]) forum SNIG 45 últimas NOTÍCIAS DE EVENTOS 4 ª Conferência sobre a Infraestrutura Global de Informação Geográfica http://www.gsdi.org/ capetown/program.htm. Em Março de 2000 decorreu na Cidade do Cabo, África do Sul, a 4ª Conferência sobre a infraestrutura global de informação geográfica. Esta conferência tem como objectivo debater os principais assuntos, técnicos e organizacionais, envolvidos na construção da infraestrutura de informação geográfica de nível global. A primeira conferência subordinada a este tema ocorreu em 1996 tendo como principal tópico de discussão a necessidade de implementar uma infra-estrutura de informação geográfica a nível global que facilitasse o acesso à informação existente de carácter transnacional ou global. Este ano o tópico de discussão foi a implementação deste tipo de infraestruturas em países com economias em vias de desenvolvimento. Embora estes países tenham problemas específicos para a construção de infraestruturas de informação geográfica, nomeadamente falta de suporte de outras infraestruturas como é o caso da oferta de energia eléctrica e acesso à Internet, verificam-se problemas comuns aos países com economias desenvolvidas, como a falta de políticas bem definidas de acesso aos dados ou falta de tradição e de ferramentas para documentar os dados produzidos. 46 forum SNIG Paralelamente, foram apresentados os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos nesta área. Realça-se a iniciativa Webmapping Testbed promovida pelo Consórcio OpenGIS (http:// www.opengis.org) onde se pretende desenvolver aplicações de acesso a dados geográficos de acordo com as especificações produzidas pelo consórcio OpenGIS. As aplicações desenvolvidas permitem que o utilizador através de um qualquer browser possa aceder a mapas independentemente da sua localização e do software utilizado por cada servidor e sobrepôr diferentes níveis de informação. Este avanço na interoperabilidade dos servidores de mapas irá aumentar a interactividade das infraestruturas de informação geográfica, aumentando o seu interesse para diferentes tipos de utilizadores: os cidadãos que querem consultar informação sem terem que recorrer a software específicos e os profissionais de diferentes áreas temáticas, que poderão aceder à informação e respectivas aplicações sem terem que ser peritos em SIG. (Para mais informação: http:// www.opengis.org/wmt/ index.htm). Foram ainda discutidas e apresentadas diferentes iniciativas como, por exemplo, os desenvolvimentos recentes na infraestrutura dos EUA e de Portugal. A apresentação do GEOCID e o SNIG suscitou elevado interesse por parte dos participantes na conferência. Para acesso às comunicações apresentadas na conferência consulte: http://www.gsdi.org/capetown/ program.htm. Cristina Gouveia ([email protected]) CHI 2000 The Future Is Here (http://www.acm.org/sigchi/chi2000) Entre 1 e 6 de Abril realizou-se em Haia - Holanda - a CHI 2000 (Computer-Human Interaction). Esta conferência de periodicidade anual é a maior e mais importante conferência na área da interacção homemcomputador. Realizada este ano na Europa foi a edição com maior número de participantes, cerca de 2600, e cerca de 1300 propostas para apresentações das quais apenas aproximadamente 25% foi aceite. Esta conferência é realizada sob o auspicio da ACM Special Interest Group on ComputerHuman - Interaction (ACM SIGCHI). A ACM - Association for Computing Machinery – é a maior organização mundial de tecnologias de informação com cerca de 78.000 membros. Nesta edição, o SNIG esteve presente com um poster interactivo intitulado "Enabling Easy Access to Digital Geographic Information: SNIG´s Usability History". Neste poster foram descritos os estudos de usabilidade realizados nos últimos dois anos no site do SNIG, e que influenciaram de forma determinante a evolução deste serviço e das suas novas vertentes GEOCID e SNIG Educação. A CHI é constituída por duas partes principais: um conjunto de 31 tutoriais, Development consortium, Doctoral consor- tium e Workshops e a propriamente dita conferência. Na conferência que se realizou entre 4 e 6 de Abril para além das sessões de comunicações, existiram ainda sessões de demonstrações ao vivo e em vídeo, apresentações de organizações, painéis, pequenas apresentações, posters interactivos, sessões de grupos de interesse (SIG), posters de estudantes e sessões de plenário que abriram e fecharam a conferência. Paralelamente à conferência esteve presente um grupo de expositores que incluíam genericamente editoras, e empresas de produtos e serviços nesta área. Fazendo uma análise da edição deste ano pode dizer-se que a Internet e os sistemas móveis de comunicações dominaram esta conferência exigindo um novo olhar sobre as técnicas e métodos de testar a usabilidade dos produtos. A extrema facilidade de construção de páginas na Web e a sua necessidade de actualização constante determinam novas questões na área dos estudos da usabilidade, tornando inoperacionais muitos dos longos testes clássicos. A portabilidade dos sistemas de comunicação móveis para além das clássicas questões do interface levantam questões associadas à ergonomia, estrito senso, do sistema. Assim, novas áreas de interesse científico começam a abrir-se nesta conferência o que determinará o seu futuro e o futuro dos estudos da interacção homem-computador, tendo agora o computador uma noção muito mais ampla. Fátima Bernardo ([email protected]) AQUISIÇÕES DO CDI http://www.cnig.pt/html/cdi/novidades.html P Geographical Information and Planning Eds. J. Stillwell, S. Geertman and S. Openshaw Berlim : Springer, cop. 1999, 454 p. Cota: 999 Descritores: Sistemas de Informação Geográfica / Informação Geográfica / Planeamento Urbano / Planeamento Regional / Planeamento Municipal / Planeamento Ambiental / Modelação Ambiental / Aplicações Este manual mostra o estado da arte na utilização dos sistemas de informação e métodos de modelação em contextos espaciais e de planeamento geográfico diferentes. Este livro dá uma perspectiva dos desenvolvimentos sofridos durante os anos 90 e entra em detalhes sobre as modernas aplicações de tecnologia de informação geográfica no âmbito do planeamento urbano, físico, ambiental e sócio-económico. Aspectos como os importantes avanços no uso da Internet para aceder aos dados e aos Sistemas de Informação Geográfica para o planeamento são, também, tratados nesta obra de referência. Computer Processing of Remotly-sensed Images: An Introduction/2nd ed. Paul M. Mather Chichester, England: John Wiley & Sons, cop. 1999. - 292 p Cota: 1026 Descritores: Novas Tecnologias / Sistemas de Informação Geográfica / Detecção Remota / Processamento Digital de Imagens / Geografia / Geologia / Monitorização do Ambiente As imagens provenientes da detecção remota fornecem uma fonte muito valiosa relativamente às questões da natureza e da variabilidade do globo e superfície do mar no mundo. Uma aplicação de detecção remota bem sucedida requer conhecimentos e experiências vindas de outras áreas da ciência. Esta 2ª edição, contém novas informações respeitantes aos desenvolvimentos que se verificaram durante a última década nesta área científica. a u l a C a m a c h o * Geographic Information Systems: An introduction (2nd.ed.) Tor Bernhardsen; Foreword by Jack Dangermond New York: Jonh Wiley & Sons, Inc, cop. 1999, 372 p. Cota: 1000 Descritores: Sistema de Informação Geográfica / Geografia / Análise Espacial / Informação Geográfica / Recursos Naturais “Este Livro está bem concebido, solidamente construído para todos quantos pretendam explorar o mundo da ciência espacial. Para aqueles que tenham que enfrentar - nas cidades, nas zonas mais selvagens do globo, na atmosfera, nos oceanos, problemas ao nível planetário, por certo irão necessitar da ajuda de especialistas em tecnologias SIG, o que em muito contribui este manual.” Prefaciado por Jack Dangermond, Presidente do ERSI “Completo e de fácil leitura…este livro toca em todos os itens que deverão constar de qualquer curso sobre SIG, com o objectivo de fornecer um entendimento mais claro dos conceitos técnicos.” Gis Europe / Gis World Documentação Científica & Técnica Damos conta de mais uma iniciativa editorial do CNIG, a edição da série intitulada “Documentação Científica & Técnica”, que terá uma periodoicidade semestral e cujo objectivo é a divulgação científica das actividades desenvolvidas pelo Centro Nacional de Informação Geográfica. Esta nova série que aqui apresentamos tem como público alvo a comunidade científica e tecnológica nacional e os alunos do ensino superior. No nº 1 da Série DCT, apresentamos o trabalho “A Construção de Bases de Dados de Entidades Lineares para Suporte a Operações de Análise Espacial em Sistemas de Informação Geográfica” da responsabilidade do Engº Rui Reis. http://www.cnig.pt/html/cdi/DC&T.html *CNIG ([email protected]) últimas CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E INFORMAÇÃO DO CNIG últimas PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS NA ÁREA DOS SIG International Journal of Geographical Information Science Ed. Taylor & Francis ISSN 1365 – 8816 Vol. 14, Nº3, Abril - Maio 2000 Índice: ■ Identity-based change: a foundation for spatio-temporal knowledge representation by Kathleen Hornsby; Max J. Egenhofer ■ A fuzzy set approach for modelling time in GIS by Suzana Dragicevic; Danielle J. Marceau ■ Regression analysis with spatially autocorrelated error: simulation studies and application to mapping of soil organic matter by R. M. Lark ■ A GIS based coastal management system for climate change associated flood risk assessment on the east coast of England by T. Thumerer; A. P. Jones; D. Brown ■ Long term management of a corporate GIS by Tai O. Chan; Ian P. Williamson IEEE INTERNET Computing Assinatura desde o seu primeiro Volume 1997. Publicação editada pelo Institute of Electrical and Electronic Engineers (IEEE) Computer Society, Los Alamitos, CA ISSN 1089-7801 Vol.4, Nº 2, March - April 2000 Publicação que contém os últimos desenvolvimentos em aplicações Internet e tecnologias da informação, pretende evidenciar o grande impacto que estas vêm assumindo na sociedade dos nossos dias, nas mais variadas áreas. É dirigida, essencialmente, a todos quantos lidem com questões de WWW e explorem as funcionalidades proporcionadas pela Web. http://www.computer.org/internet/ic2000/w2toc.htm GEO World - The World’s Leading Integrated Spatial Technologies Publication Publicado por Adams Bussiness Media ISSN: 0897-5507 Vol. 13, Nº 5, May 2000 http//www.geoplace.com/ gw/2000/0500/ GeoInformatica: An International Journal on Advances of Computer Science for Geographical Information Systems Ed. Kluwer Academic Publishers ISSN 1384-6175 Vol. 4, Nº1, Março 2000 Disponível agora também no CDI em: http://www.cnig.pt/html/cdi/ novidades.html Índice: ■ Digital Photogrammetry Unleash the Power of 3-D GIS, by Mladen Stojic ■ Prepare for Departure - A New System Helps Dallas-Fort Worth Airport's Digital Documents and Passengers Move Faster, by Kevin Corbley ■ R-E-S-P-E-C-T! Raster GIS Packages Finally Receive WellDeserved Recognition, by W. Fredrick Limp ■ MapInfo Reaps the Benefits of Going Mainstream, by John Cavalier, Mark Gunn and Mike Hickey. Índice: A Methodology for Spatial Consistency Improvement of Geographic Databases Sylvie Servigne by Thierry Ubeda, Alain Puricelli, Robert Laurini. ■ Topology in Raster and Vector Representation Stephan Winter, Andrew U. Frank. ■ Compressing Triangulated Irregular Networks, Leila De Floriani, Paola Magillo, Enrico Puppo. ■ A Distributed Geographic Information System on the, Common Object Request Broker Architecture, (CORBA), by Fangju Wang. 48 forum SNIG ■