B"H 20 de Chesvan de 5770 * 7 de Novembro de 2009

Transcrição

B"H 20 de Chesvan de 5770 * 7 de Novembro de 2009
B"H
20 de Chesvan de 5770 * 7 de Novembro de 2009
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LIKKUTEI SICHOT
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Parashá Vayeira
------------------A Herança de Bondade de Avraham
Nossos Sábios [1] interpretam a palavra “Senhor” no versículo [2] “Meu Senhor, não continueis sem passar por Teu
servo” como se referindo a D’us, isto é, Avraham estava pedindo a D’us para que esperasse enquanto ele cuidaria dos
viajantes que tinha avistado. E, assim, eles concluem: “Proporcionar hospitalidade aos convidados vem antes de
receber a Presença de D’us”.
Este princípio é ecoado no Mishneh Torah, o Código de Leis do Rambam [3]:
Este é o estatuto que Avraham instituiu e o caminho da bondade que ele praticava: dar comida e bebida aos viajantes
e acompanhá-los. [De fato,] proporcionar hospitalidade aos convidados transcende receber a Presença de D’us,
[como refletido no versículo [4]: “E ele viu três homens...].”
As palavras escolhidas pelo Rambam levantam duas questões:
(a) No Mishneh Torah, o Rambam geralmente declara leis sem citar suas fontes. Uma exceção é feita, entretanto,
quando tal citação esclarece a lei em questão. No caso citado, o princípio “Proporcionar hospitalidade aos convidados
transcende receber a Presença Divina” não parece ser esclarecido pelo versículo que o Rambam cita. Qual é o seu
propósito em trazer estar citação?
(b) Em seu Comentário à Mishnah [5], o Rambam declara que nossa observância das mitzvot deriva não de sua
prática pelos Patriarcas, mas da ordem de D’us a Moshé no Monte Sinai. Por exemplo, nossa observância da mitzvah
da circuncisão tem sua fonte não na circuncisão feita por Avraham nele mesmo e em sua família, mas na ordem de
D’us a Moshé [6] de que nós deveríamos circuncidar a nós mesmos como Avraham fez.
O mesmo se aplica em relação a todas as mitzvot ordenadas antes da entrega da Torá. A referência do Rambam ao
“estatuto que Avraham instituiu e o caminho de bondade que ele praticava” é, portanto, problemático. Nós
cumprimos estas mitzvot não porque elas são partes do legado espiritual de Avraham, mas porque D’us nos as
ordenou no Monte Sinai. Como o próprio Rambam escreve [7], a mitzvah de oferecer hospitalidade é uma extensão
da mitzvah de “Amar a teu próximo como a ti mesmo” [8]. O quê, então, a referência à conduta de Avraham nos
ensina?
Descobrindo Fontes das Leis com Textos Místicos
Estas questões podem ser resolvidas referindo-se a uma passagem semelhante no Tikkunei Zohar [9] que declara:
“Uma pessoa que recebe de coração pleno aos convidados é considerada como se recebesse a Presença Divina”. Esta
citação parece contradizer a citação do Talmud feita anteriormente que declara que receber convidados transcende
receber a Presença Divina. Diferenças de opinião entre nossos Sábios não incomuns. Nós encontramos tais diferenças
dentro do próprio Talmud e entre o Talmud e o Zohar. Neste caso, entretanto, é difícil dizer que o Tikkunei Zohar
difere do Talmud porque as declarações do Talmud são baseadas em um versículo explícito da Torá que descreve a
conduta de Avraham. Declarações no Tikkunei Zohar não podem contradizer uma lei que o Talmud deriva de tal
fonte.
Cumprindo Mitzvot no Plano Espiritual
O significado da declaração no Tikkunei Zohar pode ser explicado entendendo-se o nível espiritual atingido pelo Rabbi
Shimon bar Yochai, autor daquela declaração. Em relação ao Rabbi Shimon bar Yochai, foi declarado [10]: “Sua Torá
era sua ocupação” e ele é descrito [11] como um dos “homens em um plano mais elevado”. Mesmo as dimensões
reveladas da lei da Torá explicam a grandeza implicada por estas duas descrições. E nos textos da Pnimiyus HaTorah
e da Chassidut [12], seu caráter único é até mais fortemente enfatizado.
Em vista do nível espiritual do Rabbi Shimon, podemos entender sua apreciação do que significa “receber a Presença
Divina”. De fato, o Zohar identifica o Rabbi Shimon com a própria Presença Divina, afirmando; “O que significa ‘a face
do Senhor D’us’? Isto é Rabbi Shimon bar Yochai” [13].
Assim, nós podemos apreciar que, aquilo que significa para nós “receber a Presença de D’us”, para o Rabbi Shimon,
“receber uma consciência das dimensões interiores da Divindade” era uma experiência contínua. A dimensão interior
da Presença de D’us sempre brilhou para ele. Então, quando ele fala de “receber a Presença de D’us”, nós devemos
entender que ele está falando de um nível mais elevado.
Rabbi Shimon estava, assim, dizendo que mostrar hospitalidade aos convidados equivale ao seu próprio nível mais
elevado de “receber a Presença de D’us”. Mas, enquanto Rabbi Shimon considerava seu próprio nível como sendo o
padrão do mundo em geral [14], outros que não atingiram este plano elevado encaram o mostrar de hospitalidade
como transcendendo a recepção da Presença Divina.
Outro ponto: No Likkutei Torah [15] está explicado que a alma do Rabbi Shimon estava em tal nível elevado que seu
serviço espiritual sozinho podia trazer para baixo a influência que outros traziam para baixo através do cumprimento
das mitzvot no plano físico.
Este conceito é refletido no fato de que durante os 13 anos em que o Rabbi Shimon se escondeu dos romanos em
uma caverna, ele certamente não teve a oportunidade de cumprir as mitzvot de comer matzah, fazer Kiddush com
vinho, segurar o lulav e o etrog, morar em uma sukkah, e outras. É verdade que, enquanto ele se escondia, ele
estava anut, impedido de cumprir estas mitzvot por forças além de seu controle. Mesmo assim, apesar “da Torá não
declarar um anut responsável [para punição]”, é difícil dizer que a Providência Divina teria permitido ao Rabbi Shimon
ficar sem a influência Divina trazidas por estas mitzvot. Isto leva à conclusão que, através de seu serviço espiritual
sozinho, o Rabbi Shimon bar Yochai foi capaz de alcançar o que outros são capazes de fazer somente através do
verdadeiro cumprimento das mitzvot.
Inquestionavelmente, a prática real das mitzvot também era relevante ao Rabbi Shimon. Assim, o Talmud Yerushalmi
[16] pergunta retoricamente: “E o Rabbi Shimon bar Yochai não concorda que o [estudo da Torá] deve ser
interrompido para que se possa construir uma sukkah ou preparar um lulav?”. Mesmo assim, como refletido pela
experiência do Rabbi Shimon na caverna, a prática real das mitzvot, incluindo a mitzvah de receber os convidados,
era muito mais importante aos outros do que para ele.
[Para citar um conceito semelhante: Apesar da violação de um mandamento negativo ser geralmente punido com
chibatadas, esta punição não é dada se a violação não envolver, ela mesma, uma ação [17]. Nós encontramos
diversas autoridades haláchicas [18] que sustentam que sempre que um mandamento negativo geralmente não
envolva uma ação, não se é punido por chibatadas mesmo no caso particular quando a violação envolvia sim uma
ação. Já que a violação daquela proibição geralmente não envolve uma ação, a prática de uma ação não é
considerada importante. Da mesma forma, já que o serviço espiritual do Rabbi Shimon podia tomar o lugar da prática
real das mitzvot, mesmo quando ele praticava de verdade uma mitzvah, aquela prática não era importante para ele.]
Da mesma forma, em relação a oferecer hospitalidade aos convidados, o Rabbi Shimon praticava esta mitzvah em um
nível espiritual tão elevado que seus paramentos físicos não eram tão importantes. Portanto, as dimensões espirituais
da mitzvah de oferecer hospitalidade aos convidados não transcendia (para ele) a recepção da Presença Divina.
Consequentemente, o Rabbi Shimon insistia que mostrar hospitalidade é meramente equivalente a receber a Presença
Divina. Mas a halachah, que “segue a maioria” que não pode ambicionar o nível do Rabbi Shimon (de fato, “homens
em um plano elevado” como o Rabbi Shimon são poucos), determina que proporcionar hospitalidade transcende
receber a Presença Divina.
Resolvendo as Declarações do Rambam com Base na Kabbalah
Baseados nisto, nós podemos entender a intenção do Rambam em citar a fonte para o conceito de proporcionar
hospitalidade aos convidados. Citando a fonte na narrativa da Torá indica que o Rabbi Shimon bar Yochai no Tikkunei
Zohar não difere desta halachah. (Quando existe uma diferença de opinião entre o Talmud e o Zohar, a halachah
segue o Talmud. Mesmo assim, em tal situação, a visão da minoria retém certa importância e continua relevante ao
serviço Divino de todo judeu, como indicado pela declaração [19]: “Estas e estas são palavras do D’us vivo.”)
Ao trazer a fonte para esta halachah de um versículo explícito, o Rambam indica que, apesar das aparências, não
existe diferença de opinião em relação a este assunto. No Tikkunei Zohar, o Rabbi Shimon está falando sobre seu
próprio nível pessoal. Assim, sua declaração não contradiz a do Talmud, que é aplicável às pessoas em geral.
Não surpreende que o Rambam procure esclarecer uma questão cuja fonte está no Zohar, pois o Rambam era um
cabalista [20] e muitos dos conceitos declarados em seus trabalhos têm suas fontes no Zohar ou outros textos
cabalísticos [21].
Seguindo o “Caminho de Bondade de Avraham”
Isto nos permite entender as palavras escolhidas pelo Rambam: “Este é o estatuto que Avraham instituiu e o caminho
de bondade que ele praticou...”. Isto também explica porque as declarações do Rabbi Shimon no Tikkunei Zohar não
contradizem a halachah como afirmado pelo Talmud. A influência que nos é concedida para praticarmos as mitzvot
como nos foi ordenado no Monte Sinai é porque “os atos dos Patriarcas são um sinal para seus descendentes” [22]. O
fato de que, para o Povo Judeu como um todo, oferecer hospitalidade aos convidados transcende receber a Presença
Divina é resultado da influência de Avraham nosso Patriarca. “O estatuto que Avraham instituiu” se tornou parte da
herança espiritual de todo judeu.
Isto também é indicado pela frase “o caminho de bondade que ele praticou”. Já que o serviço Divino de Avraham
seguia o vetor de Chessed (bondade), como refletido pelo fato que de ele até buscou beneficiar Yishmael, como está
escrito [23]: “Se apenas Yishmael vivesse perante Ti”, ele abriu um caminho de gentileza aos convidados que
permitiria a todos os seus descendentes, mesmo aqueles em um nível inferior, seguir os seus passos. Ele deu poder a
cada um de nós para mostrarmos hospitalidade de uma maneira que transcende o recebimento da Presença Divina.
Esta é a intenção da frase “o estatuto que Avraham instituiu e o caminho de bondade que ele praticou”. Se não fosse
pelo serviço Divino de Avraham nosso Patriarca, nós não teríamos o potencial de cumprir a mitzvah de oferecer
hospitalidade no plano material. O serviço Divino de Avraham deu força a todos os seus descendentes com sua
qualidade de bondade, gravando-a em nossos corações. E esta bondade será expressa em nossa conduta. Este é
“todo o propósito do homem” [24].
(Adaptado de Sichos Erev Rosh HaShanah, 5723)
Um Desejo Inerente de Ajudar
Meu honrado sogro, o Rebbe [N.T.: o Rebbe Anterior, o sexto Lubavitcher Rebbe], disse certa vez [25] que nós
devemos aprender uma diretriz para a nossa conduta na leitura semanal da Torá. Este conceito pode ser facilmente
entendido. Já que D’us está eternamente vivo, e Ele nos deu uma Torá que é uma fonte de vida eterna, estudando-a
continuamente nós podemos extrair lições que se aplicam às nossas vidas diárias. Isto, por sua vez, nos concede
vitalidade eterna, permitindo-nos ultrapassar todas as dificuldades.
A leitura da Torá desta semana descreve Avraham, o primeiro judeu. Ele era um homem, sozinho, e todo o mundo se
opunha a ele [26] até que ficou óbvio que D’us o apoiava em tudo o que ele fazia. Naquele ponto, o rei dos filisteus
pediu que fosse estabelecido um pacto com ele, que o permitiu viver em segurança em suas terras.
Em relação à época em que Avraham viveu na terra dos filisteus, a porção da Torá desta semana nos diz: “E Avraham
plantou uma eshel, uma árvore de tamarisco... e lá ele invocou o nome de D’us, Senhor do mundo”, isto é, ele tornou
pública a Presença de D’us [28]. “E Avraham viveu na terra dos filisteus por um longo período”. É após estes
versículos que a Torá nos diz sobre a amarração de Yitzchak.
Surge a questão: Que lição nós podemos aprender do fato de que Avraham plantou uma árvore de tamarisco?
Previamente, a Torá descreveu a grandeza de Avraham, relatando como, apesar de ser o único judeu, ele espalhava a
fé no D’us único. Depois de tais alturas de devoção, o que é acrescentado pelo fato de ele ter plantado uma árvore de
tamarisco? E como plantar uma árvore de tamarisco se relaciona à narrativa da amarração de Yitzchak?
O tamarisco é uma árvore grande com galhos largos. Já que Avraham estava vivendo no deserto, ele plantou uma
árvore como esta para fornecer proteção contra o sol escaldante aos viajantes. O Talmud [29] amplia a interpretação
da palavra hebraica eshel explicando que ela se refere não a uma única árvore, mas a um pomar. Avraham plantou
um pomar para que os passantes pudessem se refrescar com os frutos.
O Talmud também oferece uma segunda interpretação, declarando que eshel se refere a uma hospedaria. Além das
frutas, Avraham dava aos viajantes pão e carne, bebida e alojamento [30]. De fato, o Midrash [31] afirma que ele até
provia seus convidados com um tribunal no qual eles podiam resolver qualquer disputa eventualmente surgida entre
eles.
Avraham não se contentava em prover pão, sal e água para que as necessidades básicas de seus convidados
pudessem ser atendidas. Ele não provia somente o mínimo necessário; ele dava aos seus convidados itens que lhes
proporcionavam prazer: frutas, vinho, comidas finas e alojamento; e ele também lhes dava um tribunal para resolver
suas dificuldades.
E por quem ele fazia isto? Para pessoas absolutamente estranhas.
Isto ensina uma lição. Dentro do coração de todo judeu foi implantado o atributo da caridade e o desejo de praticar
atos de bondade. Esta é nossa herança de Avraham nosso Patriarca [32]: não meramente prover as outras pessoas
com suas necessidades básicas, mas permitir que elas extraiam prazer material e a satisfação pessoal que vem da
solução de seus problemas.
A abordagem à caridade acima é particularmente relevante aos pais em seu relacionamento com seus filhos. Pais têm
um desejo inerente de dar aos seus filhos tudo o que eles precisam (sem questionarem se os filhos alguma vez os
reembolsarão). E eles lhes darão mais do que as necessidades. Por exemplo: na esfera da educação, os pais se
empenham em dar aos seus filhos tudo o que eles precisam para que possam se desenvolver e crescer na plenitude
de seus potenciais nas questões tanto materiais quanto espirituais.
Para os judeus, esta abordagem não fica confinada aos seus próprios filhos; ela é estendida também aos outros. Em
todo coração judaico existe uma tendência inerente de compartilhar até mesmo o que foi ganho através do trabalho
árduo e com muito esforço com pessoas absolutamente estranhas. E isto envolve não somente prover suas
necessidades materiais, mas também resolver suas questões pessoais.
Esta abordagem transcende os limites da razão. Nossas mentes entendem que nós devemos dar a outra pessoa o que
lhe está faltando; é lastimável que alguém deva sofrer. Mas, a disposição de dar a alguém algo que ele não precisa,
algo que apenas lhe dê prazer, deriva de um tipo de generosidade que transcende o imperativo intelectual. O atributo
de bondade de alguém é o que o motiva a buscar o bem-estar máximo da outra pessoa.
Se estes conceitos se aplicam em relação às coisas materiais, certamente eles são relevantes em relação aos assuntos
espirituais. Pois uma deficiência espiritual, uma falta sentida pela alma, causa muito mais dor e é muito mais difícil de
ser corrigida do que uma deficiência material.
Portanto, sempre que os judeus chegavam a novos lugares, fosse um país livre ou um país que os oprimissem, o
primeiro assunto que eles cuidavam era o estabelecimento de yeshivot e escolas de Torá [33]. E a abordagem é
sempre não dar meramente o mínimo aos alunos, mas desenvolvê-los aos seus potenciais máximos, “para fazer a
Torá grande e gloriosa” [34].
A Fonte do Auto-Sacrifício
Nestas bases, nós podemos apreciar a conexão entre o ato de Avraham de plantar uma árvore de tamarisco (e todas
as outras amplas implicações da palavra eshel) e a amarração de Yitzchak. O poder de mesirus nefesh, auto-sacrifício,
que motivou Avraham e Yitzchak a seguirem adiante com a akeidah veio da árvore de tamarisco que Avraham
plantou, isto é, de sua disposição de fazer o bem e espalhar bondade de uma maneira que transcende a razão.
Apesar de Avraham e Yitzchak terem vivido livremente na terra dos filisteus por muitos anos e não terem sofrido
opressão, suas bondades ilimitadas lhes permitiram reunir o auto-sacrifício necessário para a akeidah com alegria.
O Quê é Necessário Hoje em Dia
Isto serve como uma lição para as gerações subseqüentes. Hoje em dia, o que é exigido do Povo Judeu é mesirus
nefesh e isto é particularmente verdadeiro em relação à chinuch, educação. Os recursos pelos quais temos trabalhado
devem ser dedicados à educação de nossos próprios filhos e os filhos dos outros.
Além disso, a intenção deve ser dar a eles não somente as necessidades básicas, mas avançar sua educação ao grau
mais completo, dando-lhes tudo o que for possível no mundo do Yiddishkeit, Torá e mitzvot.
Desta maneira, nós criaremos uma geração de mesirus nefesh Yidden, judeus preparados para se sacrificarem pelo
Yiddishkeit. Apesar de eles viverem em uma terra livre, eles estarão prontos para dar de si mesmos, oferecendo suas
posses e, se necessário, suas vidas por sua fé na Torá e suas mitzvot, e por tudo que estiver conectado com sua
herança judaica.
Bênção de D’us
D’us responde com bênçãos generosas pelo suporte dado às yeshivot e às escolas de Torá. Ele dá não meramente
“um dólar por um dólar”, mas multiplica várias vezes nossos donativos. E isto se aplica não somente na esfera
financeira, que é óbvia, mas em relação a todos os assuntos: saúde, vida longa e satisfação de seus filhos. (Isto
também é refletido em relação a Avraham: Apesar de ele ter começado com um só filho, a ele foi feita a promessa
[35]: “Eu aumentarei grandemente teus descendentes, [multiplicando-os] como as estrelas dos céus e a areias das
praias”.)
“Não se sinta mal em dar” [36]. Ao contrário, que D’us nos permita imitar o exemplo deixado por Avraham e Yitzchak,
e dê com alegria. D’us reembolsará esta generosidade muitas vezes, não somente na esfera financeira, mas em todos
os aspectos da vida [37].
(Adaptado da sichah apresentada aos patrocinadores da Lubavitcher Yeshivah, Tomchei Temimim, Cheshvan 17,
5719)
Referências:
1. Shabbos 127a.
2. Bereishit 18:3.
3. Mishneh Torah, Hilchos Eivel 14:2.
4. Bereishit 18:2.
5. Chulin 7:6.
6. Vayikra 12:3.
7. Mishneh Torah, loc. cit.: 1.
8. Vayikra 19:18.
9. Tikkun 6.
10. Shabbos 11a.
11. Sukkah 45b.
12. Ver Tanya, conclusão do cap. 10; Emek HaMelech, conclusão da seção 1.
13. Nós encontramos um conceito semelhante nos textos da lei da Torá. O Talmud Yerushalmi (Bikkurim 3:3),
comentando sobre o versículo (Chabbakuk 2:20): “D’us está em Seu Santuário sagrado”, diz que “Isto se refere
ao Rabbi Yitzchak b’Rabbi Lazar na sala de estudo de Cesárea”. Ver também o comentário do Rabbeinu Bachaye
(Shmos 33:7).
14. Ver Berachos 35b.
15. Parshas Shemini, o maamar intitulado Leviathan.
16. Shabbos 1:2.
17. Shavuos 3b.
18. Ver as notas explicativas do Mishneh LeMelech sobre o Mishneh Torah, Hilchos Malveh 4:6, e S’dei Chemed,
Ma’areches Lamed, seções 12 e 14. [O Mishneh LeMelech cita o Sefer HaChinuch (mitzvos 345-346), que explica
que uma pessoa nunca é punida por chibatadas por transgredir as proibições contra a venda em público de um
escravo hebreu ou fazer com que um escravo hebreu faça trabalhos pesados. Já que é possível transgredir estas
proibições sem praticar um ato, mesmo quando se pratica um ato, não incorre responsabilidade pela punição.]
19. Eruvin 13b.
20. Ver Sefer HaSichos Kayitz 5700, p. 41, nota 27*.
21. Ver as referências do Tzemach Tzedek sobre Moreh Nevuchim (na conclusão do Sefer HaChakirah); a nota
explicativa do Kessef Mishneh sobre Hilchos Mezuzah 5:4; nota explicativa do Migdal Oz sobre Hilchos Teshuvah
5:5; Sefer Bar Yochai, seção 6, trecho 130; HaRambam VehaZohar por Rav Margulies. Ver também a nota
explicativa do Tzafnas Paneach sobre Hilchos Avodas Kochavim 12:6, que explica que pelo menos quatro [os
textos clássicos do Mishneh Torah falam de 40] pelos devem permanecer em cada canto da cabeça, porque “é
explicado nos textos cabalísticos que existem quatro pelos nos cantos [do mundo espiritual] de Adam Kadmo”.
Ver o texto Mafteach HaOlamos.
22. Or HaTorah, Parshas Lech Lecha. Ver também o comentário do Ramban sobre Bereishis 12:6 que declara: “Tudo
que ocorreu com os Patriarcas é um sinal aos seus descendentes”. Ver também o comentário do Ramban sobre
Bereishis 12:10.
23. Bereishit 17:18.
24. Kohelet 12:13.
25. Ver Kuntres Bikkur Chicago, p. 7. Ver também as fontes mencionadas na sichah sobre a Parashá Noach nesta
série, referência 3.
26. Bereishis Rabbah 42:8. Ver Rambam, Mishneh Torah, Hilchos Avodah Zarah, cap. 1.
27. Bereishit 21:33-34.
28. Sotah 10a.
29. Sotah, loc. cit.; ver as explicações do Rashi.
30. Midrash, como citado no Rabbeinu Bachaye em suas explicações sobre Bereishit 21:33.
31. Bereishis Rabbah 54:6.
32. Yevamos 79a.
33. Ver Yoma 28b.
34. Yeshayahu 42:21.
35. Bereishit 22:17.
36. Cf. Devarim 15:10.
37. Ver o início de Torah Or que declara que através da caridade, a nossa mente e nosso coração são refinadas mil
vezes. Ver a explicação no Likkutei Torah LeGimmel Parshiyos.
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Adaptado dos ensinamentos do Lubavitcher Rebbe pelo Rabbi Eli Touger
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Tradutor: Moishe (a.k.a. Maurício) Klajnberg
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RESUMO DA PARASHÁ VAYEIRA
Bereshit 18:1 – 22:24
D'us Se revela a Avraham três dias após a primeira circuncisão de um Judeu aos 99 anos de idade; mas Avraham corre para preparar uma refeição
para três hóspedes que aparecem no calor do deserto. Um dos três – que eram anjos disfarçados de homens – anuncia que, em exatamente um
ano, Sarah, que era estéril, dará à luz um filho. Sarah ri.
Avraham implora a D'us para poupar a perversa cidade de Sodoma. Dois dos três anjos disfarçados chegam na cidade condenada, onde o sobrinho
de Avraham, Lot, lhes estende sua hospitalidade e os protege das más intenções de um grupo de sodomitas. Os dois hóspedes revelam que vieram
para arruinar o lugar e para salvar a Lot e sua família. A esposa de Lot se transforma em um pilar de sal ao desobedecer à ordem de não olhar
para a cidade em chamas durante a fuga.
Enquanto se escondiam em uma caverna, as duas filhas de Lot -- acreditando que elas e seu pai eram as únicas pessoas que sobreviveram em
todo o mundo -- embebedaram seu pai, deitaram-se com ele e ficaram grávidas. Dos dois filhos nascidos deste incidente, originaram-se os povos
de Moab e Amon.
Avraham se muda para Gerar, onde o rei filisteu Avimelech leva Sarah – que foi lhe apresentada como irmã de Avraham – para seu palácio. Em um
sonho, D'us alerta Avimelech de que ele morrerá a menos que devolva a mulher ao seu marido. Avraham explica que ele temia ser morto devido à
bela Sarah.
D'us lembra Sua promessa a Sarah e dá a ela e a Avraham um filho, que é chamado de Isaac (Yitzchak, que significa “sorrirá”). Isaac é
circuncidado aos oito dias de nascido; Avraham tem 100 anos e Sarah tem 90 ao nascer seu filho.
Hagar e Yishmael são banidos da casa de Avraham e vagam pelo deserto; D'us ouve o choro do rapaz moribundo e salva sua vida mostrando um
poço de água à sua mãe. Avimelech faz um tratado com Avraham em Be’er Sheva, onde este lhe dá sete carneiros como um sinal da trégua.
D'us testa a devoção de Avraham ordenando-o a sacrificar Isaac no Monte Moriah (o Monte do Templo) em Jerusalém. Isaac é amarrado e
colocado sobre o altar e Avraham levanta sua faca para matar seu filho. Uma voz dos céus manda-o parar; um cordeiro, preso pelos chifres nos
arbustos, é oferecido no lugar de Isaac. Avraham recebe a notícia do nascimento de uma filha, Rebeca, para seu sobrinho Bethuel.
RESUMO DA HAFTARÁ VAYEIRA
Reis II 4:1-37
Na leitura da Torá desta semana, D’us promete um filho a Avraham e Sarah, apesar da idade avançada sem filhos de Sarah. A Haftará desta
semana descreve um incidente similar que ocorreu muitos anos depois – o profeta Elisha assegurando a uma mulher idosa e sem filhos que ela
daria a luz a uma criança.
A Haftará discute dois milagres praticados pelo profeta Elisha. O primeiro milagre envolveu uma viúva que tinha pesadas dívidas e seus credores
estavam ameaçando levar seus dois filhos como escravos como pagamento da dívida. Quando o profeta perguntou-lhe o que ela tinha em sua
casa, a viúva respondeu que ela não tinha nada além de um frasco de óleo. Elisha lhe disse para reunir todos os recipientes vazios que conseguisse
– também pegando emprestado dos vizinhos e amigos. Ela deveria, então, derramar óleo de seu frasco nos recipientes vazios. Ele fez como
ordenado e, milagrosamente, o óleo continuou a fluir até que o último recipiente vazio fosse enchido. A mulher vendeu o óleo com um excelente
lucro e teve dinheiro suficiente para pagar suas dívidas e viver confortavelmente.
O segundo milagre: Elisha passava com freqüência na cidade de Shunam, onde jantava e dormia na casa de um casal hospitaleiro. Este casal até
construiu um aposente adicional em sua casa, um quarto de hóspedes designado para o uso de Elisha. Quando o profeta soube que o casal não
tinha filhos, ele abençoou a mulher para que ela desse à luz a uma criança exatamente um ano depois. E, de fato, um ano depois, um filho nasceu
para o casal de idosos.
Alguns anos depois, o filho queixou-se de dor de cabeça e morreu logo depois. A mulher shunamita deitou o corpo sem vida do filho sobre a cama
no quarto de Elisha e rapidamente mandou chamar o profeta. Elisha correu à casa da mulher e milagrosamente trouxe o filho de volta à vida.
HORÁRIO DE ACENDIMENTO DAS VELAS DE SHABAT
Clique em: http://www.chabad.org.br/datas/calendario/velas.html
Na sexta-feira, acenda as velas somente ANTES do horário indicado.
Cubra os olhos com as mãos e fale a seguinte bênção, descubra os olhos e olhe para as chamas das velas:
Baruch Atá A-do-nai, E-lo-hê-nu Mélech haolam, asher kideshánu bemitsvotav, vetsivánu lehadlic ner shel Shabat kodesh.
Bendito és Tu, A-do-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos e nos ordenou acender as velas do sagrado
Shabat.

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