Maior feira de tecnologia agrícola dos EUA apresenta
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Maior feira de tecnologia agrícola dos EUA apresenta
Maior feira de tecnologia agrícola dos EUA apresenta novidades Larry Schliefert investe em novas máquinas e sementes: eficiência Os números da safra de grãos dos Estados Unidos podem levar a imaginar um batalhão em campo na hora da colheita. Mas não é bem assim. No lugar de homens, máquinas com tecnologia de ponta. No país que colhe cerca de 90 milhões de toneladas de soja e algo em torno de 353 milhões de toneladas de milhos – dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para a safra 2013/2014 –, a mão de obra agrícola é quase inexistente. Uma das explicações está na forte evolução do maquinário usado para plantar, pulverizar, colher, transportar e armazenar nos últimos anos. Apenas como comparação, a safra brasileira de milho deve fechar em 78,55 milhões de toneladas e as últimas estimativas para a colheita de soja indicam para 85,65 milhões de toneladas. Mas enquanto no Brasil, há mais de 15,7 milhões de trabalhadores no campo, nos Estados Unidos é possível passar por hectares e hectares de lavouras sem observar um único empregado rural. É por causa desse tipo de cenário que a Farm Progress Show, maior feira de tecnologia agrícola dos Estados Unidos atrai visitantes dos 48 estados dos 50 dos EUA e pessoas do meio rural de 60 países. Na edição deste ano, a 61ª, realizada entre 26 e 28 de agosto, em Iowa, no meio-oeste norte americano, cerca de 700 expositores foram os responsáveis pelas grandes atrações. Novidades não faltaram. Confira o vídeo sobre as novas rodas No entanto, o número médio de visitantes das edições anteriores, de 110 mil em três dias, pode ter reduzido um pouco. O balanço final não foi divulgado. Mas a ameaça de um tornado fez a feira ser desmontada mais cedo no último dia, para a frustração dos que tinham se programado para conhecer as inovações. O evento é promovido a cada ano em um estado. Iowa e Illinois se revezam na produção. LONGE DAS CAVERNAS Entre os lançamentos desta temporada, foco na precisão e na produtividade das lavouras, em vários dos estandes distribuídos nos 40 hectares da feira. Nos grandalhões, a novidade ficou também por conta das rodas. As redondas pesadas dos eixos traseiros foram substituídas por esteiras triangulares, que diminuem a compactação do solo. Lançando a moda dessas rodas estava o trator Magnum Rowtrac, da Case IH. As colheitadeiras 9240 não se limitaram à tração ou compactação do solo: a capacidade de armazenamento e colheita foi ampliada de 6,5 mil bushels para 8 mil bushels por hora, ou seja, podem colher quase 2,2 toneladas de soja em apenas 60 minutos. E todos os equipamentos podem ser controlados pelo tablet do produtor rural. O software AFS Connect 20 possibilita acompanhar tudo, da área colhida ao gasto de combustível. E o fazendeiro nem mesmo precisa estar na lavoura. Ele pode acompanhar tudo da cidade, de sua casa ou escritório, a quilômetros de distância. O produtor rural Larry Schliefert, que tem propriedade em Murdock (Nebraska), não tem nenhum funcionário para ajudar na lida da fazenda de 566 hectares voltados para a produção de soja e milho. Ele, a mulher e os dois filhos já adultos cuidam de tudo, do plantio ao armazenamento. E a atividade só é possível por causa das máquinas e das sementes que ele chama de “especiais”: transgênicas, logicamente, mas com características a cada dia mais específicas. Neste ano, por exemplo, Schliefert conseguiu plantar 30% da lavoura de milho com uma variedade mais resistente à seca. Com isso, acredita ter obtido uma maior produtividade para essa parte da lavoura. Para o milho, ele prevê colher de 180 a 200 bushels por acre ou até 5.080 quilos a cada 0,404 hectare. Já para a soja, a estimativa é de 50 a 60 bushels por acre ou até 1.632 quilos por 0,404 hectare. “Neste ano estamos registrando uma produtividade maior”, destaca o produtor, lembrando que em 2013 a seca produziu forte quebra na safra de grãos norte americana. E no seu galpão, o que não faltam são máquinas agrícolas de ponta. “Troco de dois em dois anos”, conta o fazendeiro que adora aprender “tudo” sobre as novas tecnologias. *A jornalista viajou a convite da CaseIH.