Um novo rosto para os Bairros de Campolide
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Um novo rosto para os Bairros de Campolide
BOLETIM DA JUNTA DE FREGUESIA DE CAMPOLIDE N.º 48 | Ano XII | Dezembro 2012 notícias de Distribuição GRATUITA Liberdade, Tarujo e Bela Flor Um novo rosto para os Bairros de Campolide Página 16 Projecto “Linhas sobre Rodas” cria empregos sociais JFC cria atendimento especial sobre Lei das Rendas Fregueses contra ruído de aparelhos de ar condicionado Página 4 Página 11 Página 23 O Celeiro Solidário da JFC já facultou 1 8 5 8 8 refeições desde 5 de Março de 2012 índice Edi tori a l novas parcerias Projecto “Linhas Sobre Rodas” EXECUTIVO 3 4 desporto Actividades desportivas no Bairro da Liberdade 5 entrevi s ta Daniel Sampaio, Psiquiatra Cónego Francisco Crespo 6 18 orçamento partic ipativo Propostas de Campolide vão avançar 7 André Nunes de Almeida Couto – Presidente [email protected] Horário de atendimento (mediante marcação prévia): 5.ª feira das 10.30 às 13.30 Pelouros: Serviços Administrativos, Recenseamento Eleitoral, Recursos Humanos, Habitação, Urbanismo e Ordenamento do Território, Acção Social, Desporto, Defesa do Meio Ambiente, Educação, Cultura, Saneamento e Salubridade, Abastecimento Público, Toponímia e Iluminação Pública Miguel Belo Marques – Vice-presidente [email protected] Horário de atendimento (mediante marcação prévia): 3.ª feira e 5.ª feira das 10.30 às 13.30 Pelouros: Segurança, Espaço Público, Protecção Civil, Património, Informática, Comércio, Turismo e Transportes ACÇÃO SOCIAL Celeiro Solidário já serviu mais de 18 mil refeições 8 Comissão da AML visitou Paróquia de São Vicente de Paulo 9 JFC apoia família afectada por incêndio Biblioteca Itinerante 10 Maria Cândida Cavaleiro Madeira – Tesoureira arrendamento urbano Fábio Miguel Romão Morgado – Vogal Atendimento jurídico especial da JFC sobre nova Lei das Rendas 11 uni versi d ade sénior UC Pintar a Manta/UC Motricidade 12 Nova UC: Imagiografia 13 divu lgação [email protected] Horário de atendimento: Mediante marcação prévia Pelouros: Saúde e Desenvolvimento Económico [email protected] Horário de atendimento: Mediante marcação prévia Pelouros: Juventude, Recreio e Tempos Livres, Comunicação, Tecnologias de Informação António Maria Henrique – Vogal Horário de atendimento: Mediante marcação prévia Presidente da JFC escreve a pais sobre Portaria da Querubim Lapa Carris surda sobre a carreira 702 14 Iluminações de Natal 15 obras públi cas Bairros de Campolide: “Pinta Tudo” 16 Circuitos Deservagem/Arranjo de Espaços Verdes 17 aconteceu em cAMPOLIDE Inauguração Corredor Verde de Monsanto 20 Conselhos Segurança Idosos (PSP)21 100 Fregueses “em casa de Amália” 22 abai xo assi n ado JFC apoia Fregueses contra ruído de aparelhos de ar condicionado 23 2 Assembleia de Freguesia Joaquim Couto Rodrigues da Silva - Presidente Restantes membros Maria Antónia Serra Maria Cristina Costa Maria Teresa Almeida Gil Margarido Carlos Gomes Cristiana Calheiros Luísa Teixeira Carlos Carvalho Filipe Botas Pedro Morais Sarmento António Horta Pinheiro Vítor Machado editorial editorial Campolide de quem lhe quer bem! Caros Vizinhos e Vizinhas, Novo rosto para os Bairros da Liberdade, Tarujo e Quinta da Bela Flor A autoestima das zonas mais degradadas de Campolide é uma das nossas grandes prioridades, assumidas na campanha. A reabilitação urbana que fazemos por meios próprios ou através de projectos da Câmara Municipal de Lisboa tem dado os seus frutos. Desta feita aproveitámos os bons ofícios do Sr. José João, o “Pinta-Tudo”, e contratámo-lo para pintar todas as fachadas de várias ruas do Bairro da Liberdade, Tarujo e Calçada dos André Nunes de Almeida Couto Sete Moinhos, na Quinta da Bela Flor. Dezenas de [email protected] casas já foram pintadas e os bonitos resultados estão à vista nas fotografias que ilustram o artigo facebook.com/jfcampolide respectivo. Também assim se cuida da autoestima da Freguesia e das pessoas! Lei das Rendas A nova Lei da Rendas tem gerado o caos em muitas casas de Campolide. Aparecem como cogumelos proprietários que se tentam aproveitar da ignorância e iliteracia jurídica de alguns inquilinos, para lhes imporem grandes aumentos de renda, ainda maiores do que os permitidos por lei, e ameaçarem com despejos que não podem concretizar. A Junta de Freguesia de Campolide (JFC) criou um serviço de aconselhamento jurídico que apoia, em todas as fases, inquilinos e proprietários. A marcação de atendimento com o Dr. Bruno Louro, nosso Advogado e especialista na matéria, pode ser realizada na recepção da JFC. Se tem dúvidas não deixe de recorrer à sua Junta de Freguesia! Inauguração do Corredor Verde de Monsanto Este mês faz-se história em Campolide! O actual Executivo Municipal, pelas mãos do Presidente António Costa e do Vereador José Sá Fernandes, concretizará, com o Arq. Gonçalo Ribeiro Telles, o sonho deste último para a nossa Cidade: a ligação de Monsanto ao Parque Eduardo VII através de uma zona verde. O último passo, a recuperação da Quinta José Pinto, área degradada e abandonada, fará nascer um novo espaço verde, com múltiplos projectos e valências, entre eles um parque infantil, o primeiro dos que prometemos para a nossa Freguesia que, como é do conhecimento geral, não contava, até aos nossos dias, com um único equipamento deste cariz. Natal em Campolide: mais Coração, menos iluminação Este Natal assumi a decisão de não se colocarem as iluminações típicas em Campolide. Todos sentimos os cruéis cortes da austeridade e a JFC não é excepção. Era preciso optar porque os meios financeiros não permitiam um Natal como o de outros anos. A tradicional despesa em iluminações foi canalizada para reforço da quantidade e qualidade dos cabazes de Natal destinados às famílias carenciadas, que este ano serão seiscentas, e para evitar despedimentos e outros cortes. Como não quisemos passar ao lado da quadra, temos bilhetes disponíveis para o Circo, na recepção da JFC, por apenas €1. Termino deixando uma saudação especial para todos e todas, em especial aqueles que passam mais dificuldades, fruto da conjuntura, bem como para aqueles que através do seu esforço, generosidade e trabalho tentam, por estes dias, propiciar o melhor Natal às gentes da na nossa Freguesia! Um abraço, André Couto ficha técnica Direcção: André Couto e Sérgio Vitorino Redacção: A na Paula Brito, André Couto, Paula Gil e Sérgio Vitorino Fotografia: A ndré Couto, Raquel Silva e Sérgio Vitorino Propriedade: Junta de Freguesia de Campolide Paginação: Jorge Guimarães Depósito Legal: 121904/98 Tiragem: 10 000 exemplares Distribuição Gratuita *As empresas privadas presentes nesta edição efectuaram doações para a Acção Social da JFC Junta de Freguesia de Campolide Rua de Campolide, 24 B – Tel: 21 388 46 07 e-mail: [email protected] www.jf-campolide.pt Reunião aberta: Primeira 4.ª feira de cada mês 3 novas parcerias Criação de Emprego Projecto “Linhas Sobre Rodas” avança em Campolide a su a de en 5 r pa a a ! n d ro ! me b co ovem n de tir 3º a contar da direita, André Couto seguido de Ana Paula Brito e Leonor Rua no lançamento do projecto Fa ça a rti pa a a ! n d ro ! me b co em en nov a su 5 de de r 4 ça O “Linhas sobre rodas” é um serviço de costura, com recolha e entrega ao domicílio, que tem como prioridade a criação de emprego para costureiras experientes e de qualidade, que estejam em situações vulneráveis, gerando receitas apenas para assegurar a sua sustentabilidade. Este projecto, ainda em fase de experiência piloto no bairro da Mouraria, em Lisboa, parte da ideia de que existe um segmento de profissionais sem tempo livre e com dificuldade em encontrar soluções comerciais ajustadas às suas necessidades de confecção, arranjo e reparação de roupa e, por outro lado, da ideia de que há muitas costureiras experientes em situação de desemprego. Com este negócio social procura-se assim resolver estes dois problemas – a oferta sem clientes e os clientes sem oferta – pondo as costureiras “sobre rodas”. E é aqui, que “Linhas Sobre Rodas” marca a diferença: existe uma costureira que vai de mota, a casa ou ao emprego dos clientes buscar, tirar medidas e entregar as peças de roupa. Ao deslocarem-se de mota ao local que for mais conveniente ao cliente, as costureiras acedem a um mercado que lhes estava antes demasiado distante e os clientes vêm o seu problema de falta de tempo para deslocações resolvido. Fa A apresentação institucional do novo negócio social criado pelo Social Lab da Fundação EDP e pela SEA – Agência de Empreendedores Sociais e em que a Junta de Freguesia de Campolide é parceira, contou com a presença do seu Presidente, André Couto. No Museu da Electricidade, em Belém, a 16 de novembro 2012, estiveram também representantes dos Business Angels Sociais do projecto- Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação Luso-Americana - e restantes parceiros: aiMouraria, CML, JFC, Vieira de Almeida & associados (sociedade de advogados), Nona Junior Enterprise. Representando a nossa Freguesia estiveram ainda a responsável pelo Pelouro de Acção Social da JFC, Ana Paula Brito, e Leonor Rua, modista e costureira, e também docente e funcionária da JFC. “Linhas Sobre Rodas” começou a operar no princípio de Novembro, uma data que marca o arranque da primeira fase do projecto, em que o negócio social irá já estar comercialmente activo, mas com as operações ainda em pequena escala na cidade de Lisboa. Durante os três meses seguintes, até Janeiro de 2013, procurar-se-á testar a validade do modelo comercial e social implementado, e obter indicadores objectivos do futuro potencial do projecto. Pretende-se, no final desse período, angariar o investimento adicional necessário para o Linhas sobre Rodas poder operar a uma escala maior. Esse reforço de investimento marcará o início da segunda fase do projecto: a de crescimento e consolidação. Saiba mais sobre este projecto em: http://www.linhas.pt desporto desporto Programação desportiva Bairro da Liberdade já tem campo onde treinar e jogar José Anjos já treinou muitos campeões de boxe e de futebol JFC apoia materialmente as actividades do Campo de Jogos construído através do BIP/ZIP 2011, como o torneio de 15 e 16 de Dezembro, em que participaram oito equipas, 4 quatro séniores e 4 veteranas. Os técnicos José Anjos e Pedro Reis – “Mister Pedro” – coordenam treinos e actividades. Como foi retratado na última edição do ‘Notícias de Campolide’, a JFC fez através da candidatura ao projecto municipal Bairros e Zonas de Intervenção Prioritária - BIP/ZIP 2011 - a recuperação de duas praças no Bairro da Liberdade e construiu um campo de jogos. O novo equipamento pretendeu, segundo o Pre- Pedro Reis, com alguns dos membros mais jovens das equipas sidente da Junta de Freguesia, “dar uma possibilidade prática desportiva e de entretenimento às crianças do Bairro da Liberdade, que é um bairro carenciado que anteriormente não tinha qualquer tipo de valência desportiva.” André Couto diz que “houve o cuidado não só de disponibilizar aquele campo de jogos, como também de criar um programa de actividades e de colocar pessoas como responsáveis pela sua coordenação e pelo entretenimento das crianças. Escolhemos o senhor José Anjos, um senhor reformado que acompanhou e treinou quase todas as gerações de pessoas vivas no Bairro da Liberdade, e que é muito estimado pela comunidade.” “Ele disponibilizou-se imediatamente para Artes Marciais Campeões do CRP Campolide destacaram-se no Mundial de Karaté Os atletas do Centro de Recreio Popular (CRP), Hugo Pina e Nuno Mestre, tiveram uma actuação brilhante e conseguiram um fantástico 9º lugar por equipas no Campeonato do Mundo da modalidade, realizado entre 21 e 25 de Novembro em Paris França. Competiam, na categoria, atletas de 62 países. Hugo Pina, que tem um currículo desportivo de excelência no qual se destacam 7 títulos de Campeão Nacional, tivera já uma excelente participação no Campeonato da Europa no mês de Maio, atingindo o 7º lugar em equipa. Não sendo “lugares de medalha”, as posições obtidas por Hugo Pina e Nuno Mestre não devem, porém, ser desvalorizadas: elas representam um feito histórico, na medida voltar a fazer esse trabalho de forma praticamente voluntária”, relatou o Presidente da JFC, “e iniciar esse programa com homens, com mulheres, com crianças que já têm uma prática desportiva regular, que têm torneios como o que irá haver agora nos dias 15 e 16 de Dezembro.” Falámos com o treinador José Anjos no Campo de Jogos. “Isto antes era apenas um jardim com lombas e muito lixo, agora é um equipamento desportivo.” Já estão programadas as actividades para o Verão. José Anjos considera que “no dia da inauguração das praças e do campo, 22 de Setembro, toda a população ficou satisfeita. Isto para mim é extraordinário. Há muitos anos que lutava por um campo para aqui.” em que se trata da melhor classificação de sempre num Mundial. A delegação de karatecas nacionais contou ainda com Nuno Dias, Nuno Moreira, Filipe Reis, Vitalie Certan e Jorge Machado, além da equipa feminina composta por Inês Rodrigues, Catarina Vilhena, Liliana Félix e Ana Madureira, registando todos eles prestações de valor. Esta edição do Mundial de Karaté contou, no total das categorias, com a participação recorde de 113 países e 1435 atletas, sendo um passo importante na afirmação da modalidade num momento em que almeja tornar-se modalidade olímpica. Ficam os nossos parabéns ao CRP Campolide e ao conjunto dos atletas da selecção nacional. 5 entrevista Daniel Sampaio “Desejo que o actual Executivo da JFC possa continuar o seu bom trabalho.” A pretexto do seu 22º livro, “Labirinto de Mágoas”, um ensaio sobre as dificuldades que se colocam “a todas as relações conjugais prolongadas”, o ‘Notícias de Campolide’ entrevistou o Psiquiatra Daniel Sampaio, que viveu a sua juventude em Campolide e mantém na Freguesia o seu consultório. Este livro sobre conjugalidade resulta, para além da sua experiência profissional, da sua experiência profissional e vivida? Dia 5 de Dezembro será o 42º aniversário do meu casamento. Essa experiência pessoal também foi, obviamente, muito útil para escrever este livro. Uma das perspectivas fundamentais deste “Labirinto de Mágoas” é que uma relação conjugal prolongada tem crises e não é possível ter uma relação prolongada sem crises. As pessoas normalmente conseguem reconhecer os sinais iniciais de crise de uma relação? Muitas vezes, não. O livro, não sendo de auto-ajuda, tem um contributo para isso, pois tenta ajudar as pessoas a identificar os seus padrões destrutivos de comunicação, em que a certa altura estão presas num labirinto de mágoas, daí o título, e repetem de uma forma rígida esse padrão. Isso é que leva à deterioração da relação. E é possível ver isso precocemente se as pessoas estiverem alertadas para o facto. Esses padrões estão bem definidos no livro e podem ajudar a perceber quando isso se está a tornar rígido, porque numa relação prolongada há sempre afectos negativos, ou seja, raiva, sentimentos de humilhação, de abandono... o que se passa numa relação que está a resultar e tem algum sucesso é que os aspectos positivos são superiores aos negativos, mas quando estão numa crise as pessoas só ligam aos aspectos negativos. Vive a dois passos de Campolide… Vivi em Sintra até aos 15 anos, quando vim viver para Campolide 6 “O Presidente da JFC tem um óptimo contacto pessoal, é muito acessível, disponível e trabalhador.” “Este livro propõe às pessoas que pensam separar-se que não o façam sem uma reflexão crítica sobre a relação.” com os meus pais e o meu irmão, no local onde tenho o meu consultório desde 1973. Acompanho a vida da Freguesia, embora não muito de perto. Tem acompanhado o desempenho do actual Executivo? Não conhecia o Presidente André Couto. Quando se candidatou, convidou-me para a sua lista. Fiquei com óptima impressão dele, não integrei a lista num lugar elegível por falta de disponibilidade pessoal, mas integrei-a nos últimos lugares e apoiei a candidatura. Tenho verificado o bom trabalho da JFC. Tenho uma boa impressão deste Executivo e desejo que possa continuar o seu trabalho. Recentemente, perguntei ao Presidente o que ia acontecer à Quinta José Pinto. Receava que o seu destino fossem lotes de construção e prédios, mas tive a boa notícia de que será uma zona verde, com um espaço para crianças, de lazer e actividade física, que acho fundamental na cidade. Com certeza que a JFC teve um papel importante nisso. orçamento participativo orçamento participativo O.P. 2012 da Câmara Municipal de Lisboa Ambas as propostas para Campolide irão avançar A proposta vencedora que a Freguesia de Campolide viu aprovada no processo do Orçamento Participativo 2012 da Câmara Municipal de Lisboa visa a realização de um estudo de reordenamento do trânsito no Alto de Campolide, com vista a atenuar as dificuldades de circulação e estacionamento de que se queixam os comerciantes locais, que falam em “perda de clientela” e prejuízo. O Presidente da JFC, André Couto, iniciou o contacto com a CML para o avanço de um Estudo que irá contribuir para resolver um problema antigo da Freguesia. À semelhança do que já tinha ocorrido em anos anteriores, este ano voltou-se a registar uma grande mobilização da população de Campolide em torno das propostas da Junta de Freguesia para o Orçamento Participativo de 2012 da Câmara Municipal de Lisboa. Das duas propostas apresentadas este ano pela JFC, uma pretendia a reabilitação do espaço público na Quinta da Bela Flor e a outra visava um estudo de reordenamento de trânsito e de estacionamento no Alto de Campolide. A primeira proposta não foi aprovada, mas segundo o Presidente da JFC, André Couto, “já temos a garantia do Vereador responsável, José Sá Fernandes, “de que a vamos conseguir concretizar de igual modo”. Quanto à proposta de estudo para uma reorganização do tráfego da Rua de Campolide, foi uma das propostas vencedoras do Orçamento Participativo deste ano. Mais concretamente, a proposta que a Freguesia de Campolide viu aprovada no processo de consulta aos cidadãos para o OP de 2012 é um “Estudo de ordenamento viário da Rua de Campolide”, que permita “avaliar hipóteses de intervenção na via referida com incidência na componente pedonal”. Presidente da JFC pede intervenção da CML “Têm chegado muitas reclamações por parte da população, tanto no que toca a Os sentidos do trânsito na Rua de Campolide são um problema antigo André Couto ouve um dos comerciantes na reunião de 8 de Novembro dificuldades de estacionamento, como dificuldades de circulação”, diz André Couto, “este estudo foi, portanto, a forma que encontrámos de sensibilizar a Câmara Municipal de Lisboa, uma vez que existe mesmo uma grande preocupação da população quanto a esta situação.” Através desta iniciativa, a JFC pretende que a CML estude a melhor forma de se conseguirem conciliar os vários interesses em questão: “Os interesses da população, nomeadamente aquela que tem dificuldades de mobilidade e tem de se deslocar pelos passeios sem encontrar carros no seu caminho; as dificuldades de quem tem de estacionar diariamente o seu carro; e as dificuldades dos comerciantes” afirmou o autarca. “Estes três vectores são difíceis de conciliar, sendo importante encontrar uma forma, daí a importância deste estudo, para conjugar os diferentes interesses”, defende André Couto, Presidente da Junta de Freguesia de Campolide 7 acção social Zero Desperdício Celeiro Solidário da JFC de Notícias PAÍS_ SO CIErefeições A doação de setenta mil DADE_SEGUreRANÇA_CIDADES cuperadas e 3000 pessoas em situação de carência ajudadas. Este é o iça na alimbalanço entaçãdos o primeiros oito mesesMadeus hábitos das fam ior parte do desperdício alim ílias portuguesas entar, Muito frequ do movimento Zero Desente Frequente gundo um primeiro estuactividade Pouco frequente Nada frequente do sobre o tema. dos alimentos, o processa perdício, lançado pela Associação Produção excessiva de horta mento é a fase s familiares eaproveitado. Do campo ao garfo, para combater o desperperde-se um milhão deDariAcordar toneladas nte inferior à europeia:dício diário de alimentos. A JFCPasséagem a do prazo de validade 34% Desc uido parceira de referência da DariAcordar na preparação dos alimento s ao nível do poder local. Em CampoliNão de, o sistema é gerido pela Junta e gostou da refeição tidade insuficiente para reuti chega já a 58 agregados Quan familiares lização seleccionados pela Paróquia de Santo Comida estragada António de Campolide. Já ultrapassou Cozinhou demasiada quan tidade 18 mil refeições doadas. CON Comprou demais 17 Soluções práticas - Planeamento (de compras e menus); - Informação sobre armazena mento adequado; - Escolha de embalagens com a quantidade adequada para o número de pessoas no agre gado; - Ter atenção aos prazos de na gestão dos stocks de validade alimentos em casa (por exem colocar os iogurtes com um plo, mais curto em destaque no prazo frigorífico); - Procurar cozinhar na quan adequada para o número tidade de pessoas; - Utilizar as sobras das refeições (por exemplo, levar a marmita para o almoço no trabalho com os restos do jantar); - Procurar escolher produtos que sejam apreciados por todos os membros da família, tanto quanto possível. SUMO O Celeiro Solidário da JuntaTOTA deLFreguesia + 298 mil + Mais ninguém 324 m de Campolide já doou il =18.588 1031refeições vai comer 0% 20% 40% 60% 80% 100% desde o início do Projecto,mil a 5 de Março de 2012. A JFC tem-se empenhado grandemente no reforço das parcerias e da coordenação entre as várias estruturas mento Zero Desperdíc io, liderado por António Costa Pereira que na Freguesia de Campolide intervêm , o piloto que lançou a petiçã o de 2010 e no apoio alimentar. desencadeouo debate nasociedade civil. “Somo facilita A JFC foi a primeira Junta de Freguesia dores, pois fazemos os primeiros a aderir ao movimento “Zero Desperdício contactos. Mas cada local tem pro P pretendia ap blemas e r caren – oia Portugal nãocia se pode ao no lixo”.seTratasoluções diferentes e cab dos,dar m as ctor também já há quem e aos atodo portas. Câm res loc ais ar ide -se de grande movimento de. cidadania asum ntificar as famílias e o e IP SS av ançaram Campolide ajuda 135 pe Ana Raquel Pereira, do Celeiro Solidário que pode ser feito”, diz Costa Pessoas reir que pretende consciencializar todos para hegaram a ser 91 mu a. Primeiro é preciso con da nicípios tacJFC, tar entrega alimentos a uma ntre abril de 2011 e set a importância da solidariedade, e que se doadores, depois cabe embro àrede locFoto al utente. e texto: DN 09/12/2012 e ano, ainda foram doa recolher, transportar e manifesta das 45 de forma ainda mais importandistribuir. efeições.“Mas aabruptaq Ma s ant es de o sistemaserposuezero pelos doadores. Estas refeições, que segurança alimentar e têm hoje destino te na conjuntura actual. o consumo e abrutalida to em prática , relembra o mentor de do eraram enormes dificul do pro jeto nunca foram servidas, não foram exposmais nobre: , foi necess dades ário reg ular melhoram a qualidade de emas ao nível da própri procedimentos de higien a soede e seg tas, não estiveram em contacto com o vida muitas dezenas de Fregueses de pioneira uvência”, disse ao DNCampolide ran ça alimentar, trabalho Mafeito critérios de perCampolide. AJosé Freguesia está no combate ao desperdí- público são doadas segundo Esteves. com a ASAE, que mitiu ultraecretário-geral da AH Segundo a DariAcordar, 360.000 cio,RES aoPlado dos Fregueses que necessitam necessidade prioritária. passar limitações iniciais. lamenta a suspenOs alimentos doados, Junta distribui a 135 Pessoas passam fome em de apoio alimentar. A Junta de Freguesia, são da cam panha pessoa “que já em 201 que antes iam para o Em Campolide, é a junta desfre- Portugal, 20 por cento como 0 an-entidade aderente do movimento, guesia que gere o sistem ro tecipou situ ações a distribuição de refeições recua. Recolhe lixo, encontram-se em os do lixo que produzimos é promove alimentos jáconfecionad dramáticas que se os em perfeitas condições de comida, 50.000 refeições e que lhe são entregues a custo rest aur avizinhavamperadas ant es, sup ão erm ”, mas ercados, hotéis e estabelecimento garante que o setor acabam diariamente no lixo s locais, acondiciona-os numasa está“cheio de famílaespecídos restaurantes de todo o fica, e distribuirefeições lias a quem também a58 agregad os, país. Números que em temfaltam alimentos”. num totalde 135 pessoa Laurinda Fragoso vai s. A seleção das famílias é feit que eramos pequenos buscar refeições à Jun resta de Campolide po de crise só podem motia na pates que mais davam. róquia vizinha –“até por que esta alutar contra ele. Até por var a solidariedade e a munão é avocação das jun que é pre- e estabelecim tas”, sublientos, as sobras são cisamente no consum nha o presidente And uias e IPSS avançam por o, ou seja, encaminh dança de atitudes. Graças ao ré Couto –, si no final dacadeiad adas para famílias cae aprovisiona- rencia mas é aí que as pessoa da iniciativa do setor das. Pratos já confecion s vão uma da mento que as per movimento Zero Desperdício a- ou duas vezes por das são maiores, dos ação não ter avançado semana. , pão, bolos, pré-conge co- sendo necessário lados, cada vez mais fruta visto, outras surgirame Ho mais de 3000 pessoas receje é o dia de LaurindaFr ou legumes ajudam a ou- alterar hábitos, agocom- so irà juntabusc mostra o Projeto por ermercados, pastelarias arcomida parasi 350 refeições distribuída bem, diariamente, refeições , de Estudo e Reflex s dia - e o marido, o único ão sobre Des- riam antinas e também restauente nos concelhos de empregado perdício Alimentar. Lou- dentro do casale recolhidas em cerca de 100 ensibilizados para o pro res, cujos rendimenSintra, Cascais e Lisboa. A nível local, através de tos não chegam para a o desperdício, continuam parcerestaurantes, cantinas, hoA iniciativa é da DariA alim ent rias entre autarquias, ins acordar, ção. “É uma tituições associação ajuda muito boa. Anque surgiu do movitéis, supermercados e outras tes haviacoisas que nem comia...” entidades. DISTRIBUIÇÃO ro de Estudos e Estratégias para a Sustentabilidade) chou restaurantes am refeições solidária s 8 PUB acção social São Vicente de Paulo Comissão da AML visitou Paróquia O Cónego Francisco Crespo falou do Centro Paroquial e dos problemas do Bairro da Liberdade Sob proposta do Presidente da JFC, a Comissão Permanente de Intervenção Social e Igualdade de Direitos de Oportunidades da Assembleia Municipal de Lisboa visitou, a 26 de Novembro, a Paróquia de São Vicente de Paulo e a obra do Padre Francisco Crespo, para conhecer de perto as dificuldades vividas no Bairro da Liberdade. Segundo André Couto, o objectivo da iniciativa foi “em primeiro lugar, mostrar a grande obra e o grande trabalho que ali é realizado”, e também, tal como a JFC tem vindo a fazer com as mais diversas instituições, “sensibilizar a Assembleia Municipal para o problema que é vivido no Bairro da liberdade, para as dificuldades e a vida complicada que a comunidade ali enfrenta.” “As forças municipais que quiseram marcar presença puderam conhecer a obra do Padre Crespo, puderam ouvi-lo, conhecer mais de perto os problemas, as reclamações, os elogios”, declarou o conhecer o terreno Esta visita da Comissão Permanente de Intervenção Social insere-se no esforço levado a cabo pela JFC no sentido de chamar várias entidades a conhecerem directamente os problemas do Bairro da Liberdade, tendo contado com a presença do Presidente da Junta de Freguesia, André Couto. O Presidente da JFC quis sensibilizar a Assembleia Municipal para a realidade da população Presidente da JFC. “Sinto que o orçamento da Junta de Freguesia é curto e os meios à minha disposição são escassos para resolver este problema, e uma das formas que encontrei de lutar e de conseguir melhoramentos no bairro foi chamar até ele várias instituições da nossa sociedade para conhecerem a realidade, para depois poderem, cada uma delas, ajudar”, acrescentou. A ocasião foi mais um passo importante na “saga” do Presidente da Junta para que o Bairro da Liberdade “seja retirado do esquecimento e para que os diversos poderes e pessoas com facilidade na sociedade se debrucem para que consigamos dar melhor qualidade de vida àquela população.” A JFC renova os seus agradecimentos aos doadores do Celeiro Solidário Hotéis: • Hotel Ritz Four Seasons • Hotel Tiara Park Atlantic Lisboa • Hotel D. Pedro Supermercados: • Pingo Doce (Rato e Tomás Ribeiro) • Pão de Açúcar (Amoreiras) Restaurantes: • O Baloicinho • Valenciana • Galula • Vitaminas (Amoreiras) • H3 (Amoreiras Plaza) • Empadaria (Amoreiras Plaza) 9 acção social Solidariedade JFC apoia casal a quem ardeu a casa A casa onde há 23 anos viviam Alberto Guedes e a sua esposa, uma sub-cave na Quinta da Bela Flor, sofreu um incêndio no dia 25 de Setembro, no qual ficou destruída boa parte dos pertences daqueles Fregueses. Através de uma campanha de angariação de bens iniciada pelo Presidente da JFC, André Couto, na sua página pessoal no Facebook, encontraram-se doadores para compensar um pouco aquela família. Foi às nove horas da noite. “Estava na cozinha a fazer o comer”, contou Alberto Guedes ao ‘Notícias de Campolide’, “a minha mulher levantou-se para tomar um comprimido, as luzes apagaram-se. Alberto Guedes: “A Junta de Freguesia já me deu mais do que aquilo que eu esperava.” Tentou ligar o disjuntor no quadro, e quando olhou para trás, viu as chamas. Fugimos, ela de pijama, eu de chinelos.” O fogo teve origem num curto-circuito. Rapidamente a casa se encheu de fumo, “a porta da rua parecia uma chaminé”, descreve Alberto Guedes. “O que o fogo não destruiu e o fumo não encheu de fuligem, os bombeiros destruíram no combate ao incêndio”. O casal permaneceu durante dois meses em casa do filho, também residente na Freguesia, enquanto decorriam os trabalhos de recuperação do seu lar, onde tinha acabado de fazer obras antes do acidente.” O Freguês está agradecido pela intervenção da JFC: “fui pedir ajuda à Junta de Freguesia, que já me deu mais do que esperava”. A JFC agradece às seguintes doadoras: Leonor Barros (cobertores); Rita Alexandre (lençóis); Sofia Coelho (lençóis); Catarina Homem (televisão). Leitura acompanhada Idosos Isolados de Campolide já têm Biblioteca Itinerante Graças ao programa de voluntariado promovido pela JFC, idosos isolados da Freguesia contam desde o mês passado, no seu domicílio, com um momento semanal de leitura acompanhada e debate sobre a mesma. Através de uma voluntária que se ofereceu para a generosa missão – e que deseja manter o anonimato – a Biblioteca da JFC passou, assim, a chegar a casa daqueles que têm maiores dificuldades de deslocação. As visitas do Programa de Apoio a Idosos Isolados são já um momento especial na A biblioteca da JFC já vai a casa de alguns fregueses semana de muitos Fregueses seniores sós que não têm facilidade ou possibilidade de sair de casa ou de se deslocarem às instalações da Junta de Freguesia. Estas passaram agora a ser complementadas, para alguns destes idosos, por uma visita semanal – às quintas-feiras – da Biblioteca Itinerante. Desfrutar de um bom livro em boa companhia voltou a ser possível a pessoas quem a vista já não permitia a leitura autónoma e que há já muito tempo, em alguns casos, não liam. Mas a companhia continua a ser o mais importante. Fundamental, é contribuir, em cada caso, para melhorar o conforto dos seniores isolados e atenuar a sua solidão, objectivo em que a Junta de Freguesia se tem empenhado inteiramente e para o qual esta iniciativa é mais um feliz passo. doação de móveis pela era-amoreiras A Junta de Freguesia de Campolide agradece à ERA Amoreiras a doação de mobiliário excedentário – nomeadamente um conjunto de mesas e de cadeiras – na sequência da sua mudança de instalações no mês de Novembro. A antiga loja da ERA na Freguesia de Campolide situava-se na Avenida Conselheiro Fernando de Sousa, onde a JFC recolheu os referidos móveis, tendo passado a funcionar na Rua Maria Ulrich, AMOREIRAS PLAZA (loja 12). 10 Fernando Botelho de Sousa, 86 anos “Não posso pagar este aumento brutal” 490 Euros, valor impossível de pagar por quem vive com uma pensão de 379 Euros. Uma das muitas situações de dificuldade que a nova legislação tende a criar. Fernando Botelho Sousa, que durante 79 anos manteve uma retrosaria aberta na Rua General Taborda, já recorreu ao atendimento especial criado pela Junta de Freguesia de Campolide para obter aconselhamento jurídico. O Freguês residente na Rua Vítor Bastos,onde nasceu, recebeu a carta de actualização da sua renda conforme a nova Lei: 115 Euros passam a Reformado por invalidez e com inúmeros problemas de saúde e avultadas despesas médicas, este Freguês, hoje com 86 anos de idade, já não tem família, embora seja acompanhado por pessoas amigas. “Acabei por passar a loja depois do falecimento dos meus pais, e durante um período vivi razoavelmente da aplicação desse dinheiro. Depois, os juros caíram a pique, o dinheiro desapareceu e a situação agravou-se de tal forma que deixou de haver juros e hoje vivo apenas da pensão.” “Não posso pagar a renda Novas regras prevêm limitação aos aumentos para pessoas de menores rendimentos Segundo o advogado da JFC, Bruno Dias Louro, “a nova lei implica, por si só, uma actualização do regime aplicável aos contratos já existentes, que acarreta também uma alteração da duração dos mesmos, para além da actualização das rendas”. Esta última processa-se por iniciativa do senhorio, a que os inquilinos deverão responder num prazo de 30 dias, “sob pena de aceitarem tacitamente a proposta do senhorio” “Posto isto”, explicou o jurista ao ‘Notícias de Campolide’, “é a vez de o senhorio dizer de sua justiça, aceitando ou não a contraproposta do inquilino”. A Nova Lei do Arrendamento Urbano prevê limitações ao aumento das rendas, nomeadamente no que respeita ao valor do imóvel locado, bem como à idade dos inquilinos e aos rendimentos dos respectivos agregados familiares. Apesar de possibilitar aumentos na avaliação do valor patrimonial dos edifícios e nas rendas que colocarão dificuldades a muitos proprietários e inquilinos, também prevê mecanismos de protecção social que limitam os aumentos das rendas para aqueles que têm rendimentos mais baixos. A nova lei já se encontra em vigor e muitos senhorios tomaram já a iniciativa de propôr o aumento das rendas, sendo que, nesses casos, é imperioso que os inquilinos dêem a devida resposta, necessidade que motivou a iniciativa de criação de um atendimento especial pela JFC (ver acima). que o senhorio agora pede, é um aumento absurdo e brutal”, declarou Fernando Sousa. “E agradeço o aconselhamento jurí- dico que me foi prestado pela Junta. Tinha ido à Associação dos Inquilinos, mas teria de ser sócio para obter apoio. Aconselharam-me a vir à Junta de Freguesia porque, com a idade que tenho, estava aflito. Agora já sei como proceder e enquanto o senhorio não responder à minha carta de resposta, sei que devo continuar a pagar o valor antigo.” arrendamento urbano arrendamento urbano Aconselhamento jurídico especial na JFC sobre Lei das Rendas A Junta de Freguesia de Campolide coloca à disposição dos cidadãos um serviço de aconselhamento jurídico, no qual, entre outros podem ser tratados casos respeitantes à actualização das rendas por força da nova lei. Custo do serviço: € 5,00 (os cidadãos que aleguem e provem insuficiência económica dispõem do referido serviço gratuitamente) Este serviço está disponível, mediante pré-marcação junto dos serviços da JFC, para inquilinos e senhorios, entendendo a Junta de Freguesia de Campolide que pode ter um importante papel mediando as negociações e fomentando acordos entre senhorios e inquilinos. Venha informar-se! Cozinha Tradicional Portuguesa Especialidade: Frango no Churrasco Serviço de Take-Away Leve a sua refeição para casa Salas para Banquetes e Grupos Boas Festas para os nossos clientes e amigos Rua Marquês de Fronteira, nº 157/163A • 1070-294 Lisboa Tel 213884926/213882310 • Fax 213812887 Mail: [email protected] • www.avalenciana.pt11 universidade sénior “pintar a manta” “Desde que venho a estas aulas ando muito melhor.” Iniciamos com a Oficina de Artes Decorativas “Vamos Pintar a Manta” uma série de reportagens nas aulas das Unidades Curriculares (UC) da Universidade Sénior de Campolide 2012. Esta UC consiste no ensino e prática de manualidades artesanais. É extensiva aos idosos isolados da Freguesia, pois a docente Leonor Rua, modista, desloca-se ao domicílio de pessoas isoladas por terem grandes dificuldades motoras. As diferentes técnicas ensinadas nas aulas são também facultadas ao domicílio e os idosos podem dar continuidade aos trabalhos entre as visitas. Visitámos uma aula da UC no Espaço Multiusos da JFC. Rendas, carteiras, sacos de cheiro, alfineteiros: cosam à mão ou na Singer, tudo sai das mãos destas alunas. A docente diz que as alunas partilham os materiais e instrumentos “num espírito muito bom de entreajuda. Algumas têm experiência de costura, quem sabe mais ensina quem sabe menos.” Uma aluna, Dona Sofia, disse ao ‘Notícias de Campolide’ que “antes fazia umas coisitas, umas baínhas, arranjava-me”. Veio “aprender e retomar contacto com a costura.” Dona Luz, que já era modista, mostra-nos um saco com trigo para aquecer no microondas e usar para dores musculares. “É melhor do que o saco de água quente, que pode rebentar”, diz. A sua colega Ana Rodriguez, diz que “com caroços de cereja também funciona.” Dona São destaca a simpatia da professora aulas de motricidade Mexer-se e sentir-se melhor Primeiro, os alunos que querem, medem a tensão. Segundo o professor Bruno Gonzalez, licenciado em Educação Física, que conhece previamente o historial de saúde dos seniores, “cada um faz como pode, quando quer descansar”. Assim como são livres a conversa, o riso, a brincadeira. “Parte dos meus alunos na Universidade Sénior já me conhecia e viu-me crescer, os meus pais ainda moram em Campolide.” Entre as duas aulas semanais de Motricidade na JFC, participam cerca de 40 alunos, entre os quais Fregueses com mais de 80 anos, que não poupam elogios ao docente e à iniciativa da Junta de Freguesia. 12 As aulas de motricidade prosseguem normalmente com um aquecimento, exercícios de mobilidade articular, “depois fazemos alongamentos e exercícios de flexibilidade, seguidos da parte fundamental, que pode envolver exercícios de manipulação de bolas, equilíbrios, força de pernas, posturas… e aquilo que fazemos aqui deve ser-lhes útil no seu dia-a-dia, nem que seja para pegar numa caixa para arrumá-la num ponto alto ou subir umas escadas”, explica Bruno Gonzalez. “Fazemos pequenos exercícios, como caminhar entre rolos de espuma, ou com bolas, que parecem simples mas que são importantes para eles, pois permitem evitar quedas e não se aleijarem.” e das colegas: “gostamos muito de aqui passar as tardes. Se não tivesse isto, provavelmente estaria em casa triste.” “Vimos aprender alguma coisa depois de velhas”, intervém Maria Helena Vicente, “é um entretém, desde que venho ando melhor, é uma terapia”. universidade sénior Fantoches animaram crianças Workshops de Campolide na F.I.L. Dois grupos de alunos da Universidade Sénior de Campolide, das Unidades Curriculares “Pintar a Manta” e “Quem Conta um Conto”, participaram em dois grandes eventos simultâneos na Feira Internacio- nal de Lisboa, no Parque das Nações, respectivamente o Fórum da Rede Social e o Portugal Maior – Encontro Internacional para o Envelhecimento Activo. Foram as divertidas tardes de 7 e 8 de Dezembro. O Externato do Parque veio ao Auditório Adácio Pestana Crianças do Externato do Parque – instituição de Ensino localizada em Campolide e gerida pela Congregação das Irmãs de Santa Doroteia – estiveram no Auditório Adácio Pestana, no Espaço Multiusos da JFC, a 30 de Novembro, para assistirem a um espectáculo de fantoches apresentado pelos seniores da Unidade Curricular (UC) da Universidade Sénior de Campolide “Quem Conta um Conto”. A estória representada era a do Monstro das Festinhas, um “monstro” que – por ser “monstro” – era rejeitado por todos, mas que só desejava festinhas e por isso cantava: “Festinhas na barriga, festinhas no nariz, com muitas festinhas eu fico mais feliz!”. O nosso “monstro” acaba por encontrar, no final, uma “monstra” tão carinhosa quanto ele. Trabalhos de Freguesas de Campolide numa tarde diferente na F.I.L. lanche convívio Largas dezenas de alunos e professores das várias Unidades Curriculares (UC) da Universidade Sénior - que já ultrapassou os 230 alunos – resistiram a um dos dias mais frios do ano e compareceram num lanche/ convívio promovido pela JFC na tarde de sábado, dia 8 de Dezembro. 13 divulgação Carreira 702 da Carris Portaria da EB1/JI Carris responde tarde Mestre Querubim Lapa e não ouve utentes Caros Vizinhos e Vizinhas, O problema da Portaria da Escola Mestre Querubim Lapa arrasta-se há muto tendo como origem a conjugação de vários factores, entre eles a sobrelotação e a falta de funcionários. É importante recordar que a Escola Mestre Querubim Lapa, alberga, hoje em dia, um total de quatro escolas: a antiga escola do Bairro da Liberdade, a antiga escola da Quinta da Bela Flor, a antiga escola do Alto de Campolide – o Palácio de Laguares -, e a própria Escola Mestre Querubim Lapa, sem que o aumento de alunos acompanhe o aumento de funcionários. A Junta de Freguesia de Campolide assegurou a vigilância durante alguns anos, enquanto financeiramente possível, tendo esta sido assumida pela Câmara Municipal de Lisboa posteriormente, de modo a diminuir danos e assegurar a segurança das crianças. Compreendo a preocupação expressa pela Associação de Pais. No entanto, esta não é uma responsabilidade directa de nenhum destes dois organismos, que têm intervido por acreditarem que devem ser orientados novos e melhores meios no superior interesse das crianças que frequentam o estabelecimento de ensino diariamente. Esta intervenção tem-se verificado tanto no melhoramento das infra-estruturas como no desenvolvimento de iniciativas e actividades que contribuem para a melhoria do curriculum escolar dos jovens e na ocupação acompanhada dos seus tempos livres. A responsabilidade pela manutenção e vigilância recai sobre o Ministério da Educação, tendo sido esta carência analisada, diagnosticada e comunicada aos serviços competentes. Da nossa parte, tanto da Junta de Freguesia de Campolide, como da Câmara Municipal de Lisboa, continuarão a ser feitos todos os esforços, bem como a pressão necessária sobre os organismos responsáveis para que continue a existir um(a) funcionário(a) na Portaria da Escola, de preferência, o Sr. Manuel, tão bem conhecido dos pais das nossas crianças ou, caso isso não aconteça, um outro que nos seja indicado pelos serviços. Atenciosamente, O Presidente da JFC, André Couto André Couto: “É injusto os bairros isolados pagarem pela restrição de despesas” A JFC lamenta que a Administração da Carris tenha levado quase um ano a responder às reclamações da população do Bairro da Liberdade sobre o mais recente encurtamento da carreira do 702, cujo término passou dos Restauradores para o Marquês de Pombal, mesmo durante a semana. Só no passado mês de Novembro a JFC recebeu da empresa uma resposta às reclamações feitas há quase um ano contra a medida efectivada em meados de 2011. “Além da demora, a Carris responde finalmente com uma daquelas respostas que não dizem rigorosamente nada, exclusivamente com base em números e em estatística – que é como tem sido tratado o país – e demonstrando um desligamento completo dos problemas daquela que é a realidade das pessoas”, sustenta o Presidente da JFC, André Couto. “A população do Bairro da Liberdade vive numa zona recôndita e escondida da cidade, desta forma deixou de ter uma ligação até ao centro da cidade, sendo lesada no seu direito ao transporte”, acrescentou. ”É injusto que seja uma população envelhecida a pagar a factura das restrições orçamentais da Carris sendo deixada sem alternativas.” Para o Presidente da JFC, que promete não baixar os braços, “a Carris não pode alhear-se da realidade dos seus utentes”. PORTA A PORTA Segundo o Presidente da JFC, o “Porta a Porta”, que desde Fevereiro de 2011 é gerido pela Junta, “passou a ir ao Bairro da Liberdade exactamente como forma de tentar atenuar a diminuição dos transportes que existem no bairro, agravada pelo encurtamento da carreira 702”. Os quilóme- O Porta a Porta já transportou tros percorridos desde então pelas viaturas do serviço passageiros desde 09/02/2011, em (ver contador) já superam 5 vezes a distância LisboaKm percorridos (até fim de Setembro) -Pequim. 6 4 1 2 5 5 0 2 3 6 14 JFC prescindiu de iluminações para reforçar o apoio social A JFC decidiu não fazer iluminações de Natal este ano em benefício do apoio social. E também da ida de Fregueses ao Circo Chen no dia 22 de Dezembro, ao preço de 1 Euro o bilhete. “Como todos os contribuintes, também nós fomos alvo de cortes”, explica o Presidente da JFC, André Couto, “e a opção do Executivo em 2012 foi considerar mais importante reforçar o apoio social, pensar nas necessidades básicas das pessoas – como a alimentação. Até porque, como já se esperava, concretizou-se este ano um aumento exponencial de pedidos e inscrições para os Cabazes de Natal da JFC.” Assim, “em vez de gastarmos 15 mil Euros em iluminações de Natal, A JFC poupou 15 mil euros para investir noutras iniciativas resolvemos enriquecer os cabazes em qualidade e quantidade”, explica o Presidente da Junta. A poupança resultou também numa “compensação lúdica e cultural”. Segundo André Couto a Junta fez um acordo com o Circo Chen: “comprámos mil bilhetes que serão disponibilizados aos Fregueses ao valor unitário de 1 Euro para as pessoas que queiram vir.” Os bilhetes podem ser adquiridos na recepção da JFC. “Em momentos de crise é preciso tomar opções”, conclui o autarca. “O Presidente chama a si a responsabilidade desta opção, embora sabendo que há pessoas que ficaram tristes e não gostaram. É compreensível, mas é a melhor decisão.” SLC lança “Aprenda a Ajudar” A campanha “Aprenda a Ajudar” é uma iniciativa solidária do Sport Lisboa e Campolide, que pretende recolher “bens de que as pessoas já não necessitem” para doação às famílias mais carenciadas da Freguesia. “A JFC já faz muito nesta área, mas nunca é demais”, disse ao Notícias de Campolide a voluntária Carla Quaresma. Parte dos bens doados roupa, electrodomésticos, móveis… - estarão disponíveis no SLC para que os Fregueses “possam ir e escolher coisas livremente”, não sendo necessária inscrição nem prova de rendimentos. O SLC inquiriu também as necessi- Serviço de: l Entrega gratuita de medicamentos ao domicílio l Administração de vacinas l dades mais urgentes da Casa da Criança (creche da Paróquia Santo António de Campolide): babetes com plástico por baixo, brinquedos, pratos de plástico rijo, roupa (2, 3 anos), livros de histórias, roupas e comida para as famílias carenciadas. l Organização e administração de medicação ao domicílio Medição de tensão arterial, colesterol, glicemia e trigliceridos l Pesagem de adultos e bebés l Rastreios periódicos l Despiste de infecção urinária l Aluguer de aparelhos de aerossol divulgação Natal 2012 obras públicas José João, “Pinta Tudo” “Ainda tenho saúde e tenho gosto neste trabalho” Rua da Samaritana Rua Inácio Pardelhas Sanches Foi bancário, tipógrafo num banco. Esteve em Angola, de onde voltou depois do 25 de Abril. Morador do Bairro da Liberdade, há vários anos que os moradores lhe pagavam em troca da realização de pequenos biscates, fossem trabalhos de recuperação ou pintura ou, se chovesse, por exemplo, desentupir calhas e escoamentos. Agora, muda o rosto do Bairro da Liberdade com materiais – tintas, trinchas, rolos – fornecidos pela Junta de Freguesia, da qual recebe uma remuneração mensal. 16 José João faz, através da JFC, o trabalho de recuperação das fachadas dos Bairros Os biscates traziam um rendimento mínimo a José João, conhecido no Bairro como “Pinta Tudo”, ou não fosse tantas vezes visto de trincha ou rolo na mão, de lata de tinta aberta e em cima de um escadote a mudar a face de um muro, de uma casa, de uma rua inteira. Continuando a intervenção iniciada para a reabilitação do Bairro da Liberdade através do programa BIP/ZIP 2011, a Junta de Freguesia sistematizou através da disponibilização de uma verba mensal aquele trabalho que José João já fazia. “Depois de sair do banco, comecei a fazer este tipo de trabalho. A minha esposa faleceu há um ano. Ainda tenho saúde e tenho gosto em fazer este trabalho.” Hoje vive sozinho: “a minha filha viveu 40 anos comigo, mas saiu agora.” Seja dia de semana ou fim-de-semana, o “Pinta Tudo” não pára. O objectivo é reabilitar todas as fachadas degradadas do Bairro da Liberdade, Tarujo e Bela-Flor”, declarou o Presidente da JFC, André Couto. Pilaretes protegem crianças na Rua Artilharia 1 A Junta de Freguesia de Campolide colocou seis pilaretes na passadeira de peões localizada em frente ao Externato do Parque, na Rua Artilharia 1, numa intervenção urgente solicitada por aquele estabelecimento de Ensino da Freguesia, no sentido de acautelar a segurança das respectivas crianças. Com as alterações de trânsito verificadas naquela artéria – nomeadamente a colocação recente de pilaretes em alguns cruzamentos pela Câmara Municipal de Lisboa – vinham-se a verificar infracções por parte de automobilistas. Segundo o alerta emitido pelo Externato, ao verem-se impedidos, pelos pilaretes, de contornar a placa naquele local, como estavam habituados a poder fazer, muitos obras públicas ordenamento do trânsito Projecto Pequenas Reparações em Casa Até 8 de Dezembro de 2012, realizaram-se as seguintes obras: Os pilaretes da JFC, ao lado dos da CML condutores estavam agora a fazer inversão de marcha por cima da passadeira. Feito o alerta em meados de Novembro, a situação foi resolvida pela Junta de Freguesia em menos de uma semana, com a colocação de três pilaretes em cada lado da passadeira. Intervenções de Acupunctura Urbana* 6 2 Intervenções em Habitações Municipais 4 7 Intervenções no âmbito do projecto “Ferro de Soldar”** 0 6 *intervenção em pequenas obras, com vista a garantir mínimos de conforto sanitário, acessibilidade de idosos e deficientes, conforto térmico e eficiência energética. **requalificação de espaços e equipamentos domésticos em domicílios de pessoas idosas em situações de vulnerabilidade social. Consulte o mapa de trabalhos da equipa de espaços verdes da jfc Circuito de Arranjo de Espaços Verdes 02 a 4 Janeiro Manhã Tarde 2ª f 11 11 3ª f 11 11 4ª f 2, 3 2, 3 5ª f 10 8 6ª f 6 7, 13 07 a 11 Janeiro Manhã Tarde 2ª f 1 1 3ª f 1 T. E. 4ª f T.E. T.E. 5ª f 5, 9 12 6ª f 12 12 14 a 18 Janeiro Manhã Tarde 2ª f 11 11 3ª f 11 11 4ª f 2, 3 2, 3 5ª f 10 8 6ª f 6 7, 13 21 a 25 Janeiro Manhã Tarde 2ª f 1 1 3ª f 1 T. E. 4ª f T.E. T.E. 5ª f 5, 9 12 6ª f 12 12 28 Jan a 01 Fevereiro Manhã Tarde 2ª f 11 11 3ª f 11 11 4ª f 2, 3 2, 3 5ª f 10 8 6ª f 6 7, 13 3ª f - 5 1 2 5 4ª f 3 6 1 3 6 5ª f 3 6 2 3 6 6ª f 4 7 2 4 7 Circuito de Deservagem Semana útil 02 a 4 Jan 07 a 11 Jan 14 a 18 Jan 21 a 25 Jan 28 Jan a 01 Fev 2ª f - 4 1 2 4 Legenda: 1 - Bairro Calçada dos Mestres Rua 5 a 11 |2 - Calçada da Quintinha |3 - Calçada dos Sete Moínhos |4 - Encosta da Bela-Flor (3 vezes ao ano) |5 - Frente da JFC |6 - Miradouro da Bela-Flor |7 - Largo Monterroio Mascarenhas |8 - Centro de Saúde de Sete-Rios |9 - Aviador Plácido de Abreu |10 - Marquês de Fronteira |11 - Quinta da Bela-Flor |12 - Bairro da Liberdade e Bairro da Serafina |13 - Jardim da Rua Campos Júnior |T.E. - Trabalhos Eventuais Legenda: 1 - Bº Calçada dos Mestres e Rua Particular nº 1 à Calçada da Quintinha |2 Campolide Antiga |3 - Bº da Liberdade, Bº Serafina e Vila Ferro |4 - Quinta da Bela-Flor, Sete Moínhos e Cascalheira |5 Mesquita, Av. Columbano Bordalo Pinheiro, Av. José Malhoa e Twin Towers |6 - R. Campolide, Quinta do Tarujo, Marquês de Fronteira, Av. Miguel Torga |7 - R. D. Carlos Mascarenhas, Calçada da Quintinha e R. Calçada dos Mestres 17 entrevista Cónego Francisco Crespo “É fundamental a reconstrução completa do Bairro da Liberdade.” Nascido em Leiria em 1940, o Cónego Francisco Crespo foi ordenado sacerdote em 1965 e em 1970 tornou-se Pároco de Campolide e da Bela-Flor. Chegou à Paróquia de São Vicente de Paulo em Março de 1977, para desenvolver o projecto de solidariedade que dirige no Bairro da Serafina. Em Abril deste ano, sob proposta do presidente da JFC, André Couto, a Assembleia de Freguesia aprovou por unanimidade a atribuição de uma Medalha de Mérito ao eclesiástico, honra que gentilmente declinaria, tal como fez com as anteriores condecorações oficiais. O Cónego Crespo benzeu o campo de jogos do Bairro da Liberdade no acto de inaguração, a 22 de Setembro Como chegou à Paróquia de São Vicente de Paulo? Estou cá desde 1977. Já existia, em raíz, o que está aqui hoje, mas o meu antecessor, o pároco José Gallea, foi o primeiro a vir para cá. Embora fosse capelão das Irmãs do Amor de Deus – que já cá existiam com a obra de Educação Popular – era o pároco de Campolide e acabou também por ser o primeiro desta Paróquia. Naquela altura – 1958, 1960, 1961 – fez o que pôde para que a igreja fosse uma resposta às necessidades da população. Criou a sopa dos pobres, o apoio aos jovens, com o campo de futebol, acções culturais, teatro, cinema, e também às crianças, sobretudo as da escola primária. Não acabou a obra que imaginara – construir uma escola de artes e ofícios para os jovens – porque entretanto teve de partir. A capela permaneceu, até há pouco tempo, uma espécie de pré-fabricado, mas naquela altura essa obra um pouco rústica respondia às necessidades da população. Passaram vários párocos por cá. O último esteve seis meses, não aguentou mais. Era o pós-25 de Abril, havia forças de extrema-esquerda e extrema-direita nos bairros mais 18 “Sem a reconstrução completa do Bairro da Liberdade, sem habitação digna, não podemos exigir mais às pessoas. A habitação degradada traz os outros problemas, degrada-se também a pessoa e a sociedade.” degradados. Os cristãos vinham muitas vezes à missa a fugir, com receio, e houve padres maltratados, ninguém queria vir para cá. Mas já tinha estado em Campolide… Sim, quatro anos em Sete Moínhos, hoje Quinta da Bela Flor. Também ali não havia nada e fui eu que iniciei obra, com uma capela, uma escola… por isso, ofereci-me para vir. Os meus superiores não estavam de acordo, mas lá cederam. Fui entrando por volta de 1976/77 e encontrei tudo abandonado. Praticamente só havia meia dúzia de crianças no Atelier de Tempos Livres (ATL) e pessoas que vinham à igreja, mas sem qualquer actividade. Por onde decidiu recomeçar a obra? A primeira coisa necessária era que a igreja fosse um polo de atracção, que as pessoas vissem que a Igreja não estava aqui para fazer mal a ninguém, bem pelo contrário, acolhia todos, praticantes ou não praticantes, não importando a idade ou de que partido fossem. A Igreja é para servir e, se assim é, tem que demonstrar que tem algo para oferecer. Eu tinha a minha boa vontade. Com quantos utentes abriu o Centro de Dia e quais foram os passos seguintes? Começámos com cerca de 60 pessoas, além do apoio domiciliário. Havia ainda uma parte daquelas construções que o padre Gallea tinha deixado, havia o Jardim de Infância, mas era necessário dar mais respostas. Os pais precisam de trabalhar e as crianças precisam de ser acolhidas. Ainda nas mesmas instalações, alargámos então a capacidade de resposta a mais 100 crianças. Perante a falta de espaço para as crianças do ATL, construímos então um Jardim de Infância de raíz, as crianças passaram para aqui e o ATL continuou nas outras instalações. Tendo resposta para as crianças e os idosos, faltavam os adolescentes e os jovens, para os quais se criou uma pequena sala com actividades. Mas ainda se tratava do pré-fabricado? Sim, e este começou a rebentar pelas costuras. Uma irmã do Amor de Deus que era enfermeira, pedia-me que fizesse quartos para os doentes. Então meditei muito, procurei apoios, e nasceu o edifício destinado sobretudo a responder aos idosos dependentes, mas também os deficientes, que já acompanhavamos, sobretudo aqueles sem família e ao abandono, e com creche e berçário para os bebés, pois apenas o Jardim de Infância (JI) não era suficiente. Mas o ATL ainda se encontrava no espaço antigo e degradado. Faltavam-me ainda um ginásio, um refeitório com condições, salas, um auditório… necessitávamos de demolir e reconstruir de raíz. Já dávamos resposta às várias faixas etárias, chegara o momento de completar o conjunto edificado com uma igreja, que nasceu em 1996. Mas ainda só tinha resposta para 40 idosos dependentes. Com tanta gente a vir aqui pedir, como já tínhamos construído o Centro de Dia prevendo a possibilidade de um segundo piso, avançámos para termos, pelo menos, mais 40 ou 50 camas. Assim, concluímos praticamente as construcções, mas a tudo isto foi necessário continuar a dar vida, qualidade, preencher com técnicos. Hoje, temos resposta para 70 crianças da creche, 140 do JI, 120 do ATL, mais 60 que vêm só da parte da tarde e nas férias. Além de 120 adolescentes e jovens, 70 idosos que frequentam o Centro de Dia e 80 no apoio domiciliário, 30 deficientes e 100 idosos dependentes. E como, com a ajuda de Deus, tenho conseguido pagar todas as dívidas – procurando apoios, com apoio estatal e poupanças e boa gestão –, com certeza conseguirei ainda fazer mais alguma coisa. Quantas pessoas mantêm em funcionamento um Centro com tanto movimento? Cerca de 160 funcionários, de médicos a fisiatras, fisioterapeutas, enfermeiros, técnicos de serviço social, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadoras sociais, animadores culturais e ajudantes. Tenho tido bons colaboradores, alguns formados aqui desde bebés e que vieram cá pedir trabalho uma vez concluído o curso. Há pessoas que vêm pedir comida, e damos-lhes também a possibilidade de trabalhar. Tenho a alegria ter aqui a trabalhar pessoas de outras religiões. Acolhemos “Quando vim para cá, disse que só construiria uma igreja após dar resposta ao Cristo Vivo, na pessoa do meu irmão necessitado.” entrevista Como havia muita necessidade de muitas respostas tive de reflectir por onde começar e decidi que o que mais fazia falta era dar resposta aos idosos, porque os via sentados nas tabernas, debaixo dos arcos, sem fazerem nada. Criei um pré-fabricado com o Centro de Dia, com actividades culturais e recreativas, foi um dos primeiros que existiu em Lisboa e, se calhar, no país. E apoio domiciliário, pois havia idosos sós e abandonados que necessitavam de apoio na alimentação, na higiene… todos, porque a Igreja de Jesus Cristo é para todos, é Católica e Universal. O meu trabalho pastoral como padre não é contentar-me com aqueles que já vêm à igreja, mas sim estar ao serviço de todos, crentes ou não. A sua obra preencheu um vazio num bairro negligenciado pelos poderes públicos? Quando morrer, vou morrer com esse espinho cravado. Procurei durante estes anos todos envolver a comunidade, que é difícil de mobilizar, mas também a autarquia, o Estado, os governos... a primeira coisa fundamental é a reconstrução completa da Habitação. Quando houve tantos subsídios para a erradicação de barracas, fiz tudo o possível para que o bairro fosse incluído. Disse aos vários presidentes da Câmara – todos fizeram promessa mas nada se concretizou – que isto é uma entrada principal da cidade de Lisboa e faz vergonha a quem entra aqui, debaixo do Aqueduto das Águas Livres, ver este tipo de miséria. A construcção do Eixo Norte-Sul causou maior degradação e deixou aquelas casas abarracadas a cair pela ribanceira. Eu fiz a minha parte. Tenho outras actividades ao nível da diocese, mas estou praticamente aqui os sete dias da semana. Sou o primeiro a chegar e praticamente o último a sair. Quis que aqui as pessoas se sentissem promovidas e com condições para viver, ainda que tenham condições menos boas em casa. Varia um pouco, mas servimos mais de 1200 refeições por dia, já nem conto quantas sirvo a mais. No Natal abro um refeitório para as pessoas carenciadas e numa semana sirvo quase mil refeições. É sinal de que há muita gente com fome. “A Paróquia, para não dizer toda a Freguesia de Campolide, tem muita gente envelhecida, a viver na solidão, pobre e carenciada.” 19 aconteceu em campolide corredor verde 140 novas árvores plantadas em Campolide O Presidente da JFC deu o exemplo... No âmbito da conclusão do corredor Verde de Monsanto, o Vereador do Ambiente e Espaços Verdes da CML, José Sá Fernandes, mobilizou no final de Novembro importantes meios humanos e viaturas municipais para uma sessão de dois dias de plantação de onze espécies de árvores autóctones em Campolide. André Couto, Presidente da JFC, acompanhou os trabalhos junto com outros autarcas, bem como associações de protecção da Natureza. Debaixo de chuva intensa e ao longo de uma extensa área verde entre a Mesquita Islâmica de Lisboa e o Palácio da Justiça, largas dezenas de funcionários municipais ... tal como o Vereador José Sá Fernandes trabalharam intensamente na plantação de espécies como o pinheiro-manso (pinus pinea), bordo-comum (acer campestre) corticeira (erythrina crista-galli), alfarrobeira (ceratonia siliqua), olaia (cercis siliquastrum), ginkgo biloba, álamo (populus nigra), cerejeira-ornamental (prunus serrulata kanzan), carvalho-alvarinho (quer- Almoço-convívio 65 anos da Casa de Tondela Meia centena de pessoas participou na celebração dos 65 anos da Casa do Concelho de Tondela em Lisboa, na qual a JFC se fez representar pelo seu Vice-Presidente, Miguel Belo Marques, e Tesoureira, Cândida Cavaleiro Madeira. Foi a 1 de Dezembro, na Casa do Concelho de Tomar. Em nome da JFC, Miguel Belo Marques agradeceu o convite da Casa do Concelho de Tondela e realçou o importante papel das casas regionais em Lisboa. “Acredito que todas as Freguesias que compõem a nossa cidade serão tão mais ricas quanto mais diversa for a sua cultura, e um dos instrumentos dessa diversidade tem de ser a promoção das Casas Regionais e a divulgação da cultura regional”, afirmou. 20 Miguel Belo Marques defendeu a promoção das casas regionais cus róbur) ou o carvalho roble “fastigiata” (quercus róbur “fastigiata”). “Este é um importante projecto para a cidade, porque estava há 30 anos para ser concretizado e faz a ligação entre os vários corredores verdes. Mas também para a Freguesia, à qual trouxe novos equipamentos desportivos e de lazer, tanto para as crianças como para a generalidade dos Fregueses, além do que significou em termos de requalificação e do potencial de redinamização do comércio local”, declarou André Couto. Concebido há mais de três décadas, o corredor verde de Monsanto, com inauguração marcada para 14 de Janeiro, “é um projeto histórico com mais de três décadas concebido pelo arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles, em cuja fase de conclusão noe empenhámos e se integra a intervenção em curso na Quinta José Pinto para criação de um novo – e enorme – jardim na Freguesia de Campolide” declarou o Vereador. Com 6,5km de comprimento, 51 hectares de área e provido de equipamentos desportivos e de lazer, além de um parque infantil, permitirá a circulação a pé ou de bicicleta de forma contínua pela cidade. O Corredor faz a ligação pedonal e de ciclovias entre a Praça dos Restauradores e o Parque Florestal de Monsanto, por via de um corredor contínuo de vegetação que inclui, entre outras zonas, a Avenida da Liberdade, Parque Eduardo VII, Jardim Amália Rodrigues, “Jardins de Campolide” e Quinta José Pinto. No almoço, que contou com a actuação do grupo de cavaquinhos da Associação Recreativa e Folclórica do Tourigo, estiveram também presentes representantes autárquicos e associativos de Tondela e personalidades locais. António Diniz, Vereador do Pelouro de Desporto e Juventude e Recursos Humanos (entre outros) da Câmara Municipal de Tondela, exprimiu, por sua vez, “o imenso prazer de celebrarmos com esta Casa, que acaba por ser a agremiação de muita gente que há anos veio para Lisboa fazer a sua vida e que nós, obviamente, queremos sempre ter presentes. Neste 65º aniversário, quisemos dizer-lhes que são sempre bem-vindos às terras que os viram nascer e aos seus familiares.” Por sua vez, Elísio Luís Chaves, Presidente Casa do Conselho de Tondela em Lisboa (com sede na Rua Miguel Torga, Campolide), declarou que deseja “mover mais a instituição, que esta consiga angariar mais sócios e implementar um grupo de cavaquinhos e outro de Futsal.” PSP aconselhou idosos contra burlões e assaltos O Chefe Barreira e o Agente Francisco Mestre, ambos do PIPP, durante a sessão A Polícia de Segurança Pública, em parceria com a Junta de Freguesia de Campolide (JFC), a Associação de Reformados e Pensionistas (ARPC) e o Centro de Recreio Popular (CRP) – que recebeu a ocasião – realizaram, a 28 de Novembro, uma participada Palestra para transmitir conselhos de segurança para os idosos, na qual compareceu igualmente o Presidente da JFC, André Couto. Entre outros elementos da PSP presentes, o chefe Telmo Barreira e o agente Francisco Mestre, ambos da Esquadra do Palácio da Justiça e do Programa Integrado de Policiamento de Proximidade (PIPP) manifestaram a preocupação da Polícia de Segurança Pública com a segurança dos idosos, traduzida num conjunto de conselhos e recomendações úteis, que aqui resumimos: Em casa: não deve abrir a porta a desconhecidos, é mais seguro falar com eles através Sport Lisboa e Campolide Casa cheia na Noite de Fados do SLC aconteceu em campolide Segurança Sénior de uma janela, ou de um intercomunicador. A porta de entrada deverá ter um óculo para ver o exterior, uma corrente de segurança e uma fechadura eficaz. Mantenha sempre a porta fechada com a chave, mesmo quando está em casa, pois é mais fácil abrir uma fechadura que apenas fica no trinco. Retire com frequência o correio e a publicidade da caixa do correio. Não escreva o nome e contacto no porta-chaves. Se perder as chaves procure trocar de imediato a fechadura. Na rua, transporte as malas e sacos do lado oposto à faixa de rodagem (lado de dentro do passeio). Não tenha o código do multibanco junto do mesmo. Nos transportes públicos, mantenha a carteira e outros bens juntos de si, esteja atento às pessoas que se aproximam demasiado sem razão, assim como aqueles que lhe tocam na mala ou nos bolsos. Evite os Burlões, normalmente pessoas bem vestidas, convincentes, disponíveis para ajudá-lo, que prometem muito por quase nada, tenha em atenção que ninguém dá nada a alguém sem querer uma compensação mais vantajosa. Qualquer ocorrência deve ser imediatamente participada à POLÍCIA. Se for urgente, ligue 112, para a Esquadra: 213858817, ou para as Equipas de Apoio à Vítima: 969893867. Horário de Funcionamento da Biblioteca da JFC Segundas-feiras, entre as 14h00 e as 17h00. A Biblioteca funciona no Espaço Multiusos da JFC, Rua de Campolide 26A Fado a rigor na sede do SLC... A 24 de Novembro, a sede da colectividade voltou a encher-se de vizinhos para um jantar temperado com a exibição de uma sucessão de fadistas. Uma vez mais se confirmou o novo fôlego do SLC. Com a casa absolutamente cheia e as mesas todas preenchidas para um jantar a rigor, Paulo Lemos, o presidente da colectividade, exprimiu a sua satisfação ao ‘Notícias de Campolide’, ... para uma sala cheia de vida considerando como sinal do sucesso da iniciativa não apenas a grande afluência mas sobretudo o “muito bom ambiente” que ali se respirava. Felicitando o Clube pela sua vitalidade renovada, André Couto, Presidente da JFC, fez questão de saudar pessoalmente todos os presentes. Actuaram vários artistas da Freguesia e não só: Ana Filipa César, Ermelinda Duarte, João Teixeira, Fernando Varela, entre outros. 21 aconteceu em campolide Teatro Musical Uma centena de Fregueses visitou Amália Em duas camionetas disponibilizadas pela JFC e ao preço reduzido de 5 Euros, cerca de uma centena de Fregueses aproveitou as condições especiais para se deslocar ao Teatro Politeama, em Lisboa, no dia 29 de Novembro, para assistir ao espectáculo musical “Uma Noite em Casa de Amália”, de Filipe La Féria. Uma iniciativa muito elogiada por todos os participantes e da qual toda a gente saiu encantada. “Uma Noite em Casa de Amália” revisita uma noite em casa da fadista Amália Rodrigues, na qual a cantora e o compositor brasileiro Vinícius de Moraes gravam em directo um conjunto de temas de autores portugueses. Passaram, assim, pelo palco do Politeama (ou casa de Amália) poetas e compositores como Natália Correia, José Carlos Ary dos Santos, David Mourão Ferreira, Maluda ou Alain Oulman. Filipe La Féria veio receber pessoalmente os Fregueses entrevista comércio tradicional “O bom produto faz sempre reclame” Desde 1953, o casal Garcia mantém, na Rua General Taborda, a Charcutaria Caviar. José Garcia, natural da Pampilhosa da Serra, diz que vêm clientes de longe pelos produtos regionais. E elogia a iniciativa do Presidente da JFC de consultar os comerciantes sobre o trânsito na Rua de Campolide. É natural da zona dos “Maranhos”, um dos enchidos que vende? Exactamente. É um dos produtos José Garcia: “A Rua de Campolide tinha de ter um sentido único” regionais da Beira-Baixa e Trás-os-Montes que recebemos da fábrica e que não se encontram noutros locais. Apostamos em produtos de primeira qualidade, que revende- J.J. FIGUEIRA LDA MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO SERRAÇÃO E ESTÂNCIAS DE MADEIRA Rua Marquês da Fronteira, Nº70 A 1070-299 LISBOA Telefone 21 383 27 34 - Fax 21 386 33 68 email: [email protected] Desejamos a todos os estimados clientes e colaboradores Boas Festas 22 mos a particulares mas também a empresas com refeitórios e comércios. Temos alheiras - normais, fabricadas sem gordura (apenas com um pouco de azeite), vegetarianas, de caça – temos o Botelo, a morcela doce, chouriço azedo e todos os outros produtos de charcutaria fina. E bons vinhos e azeite. Esteve na reunião promovida pelo Presidente da Junta a 8 de Novembro sobre o trânsito da Rua de Campolide? Sim. A iniciativa do Presidente foi boa. Porque a Rua de Campolide tinha que ter um sentido único, e a parte de cima, reservada aos “Temos o melhor da BeiraBaixa e de Trás-os-Montes” transportes públicos, está muito mal feita. Sente que o comércio tradicional está em crise? As pessoas não compram, o bairro precisa de ser reabitado e modernizado, muita gente tem partido de cá. Primeiro há a falta de pessoas, depois não têm dinheiro. Por outro lado, estamos rodeados de centros comerciais e supermercados. Vivendo só do estabelecimento não me aguentaria, apesar dos clientes habituais e de pessoas que vêm de longe em busca destes produtos, porque o bom produto faz sempre reclame. abaixo-assinado abaixo-assinado Acção nos Julgados de Paz JFC apoia Fregueses contra ruído de aparelhos de ar condicionado O permanente incómodo causado pelo ruído de aparelhos de ar condicionado nas traseiras de três edifícios da Avenida Engº Duarte Pacheco levou a repetidas queixas de moradores ao longo dos dois últimos anos e a um abaixo-assinado da totalidade dos residentes da Rua Aviador Plácido de Abreu, cerca de 40 assinaturas. Os responsáveis pelo ruido escudam-se nas medições técnicas, que indicaram que o som está dentro do limite legal, mas o incómodo persiste. A JFC irá agora apoiar os Fregueses na interposição de uma acção nos Julgados de Paz. Carlos Roxo, arquitecto Prémio Valmor, mora na Rua Aviador Plácido de Abreu há menos de três anos, mas a sua filha, Ana Roxo, também arquitecta, reside na mesma artéria há cerca de 20. São dois dos promotores e subscritores do abaixo-assinado. Mal chegou à rua, Carlos Roxo diz que se apercebeu logo “de que estava numa rua que, embora com muito trânsito, não tinha efectivamente um grande impacto de ruído do mesmo na minha casa, tinha sim o do ruído dos aparelhos de ar condicionado.” Mas, em 2011, Ana Roxo já tinha iniciado contactos com a Câmara Municipal de Lisboa queixando-se do ruído emitido pelos aparelhos do Hotel Dom Pedro, pois o seu prédio é o mais perto do mesmo. O incómodo sentia-se particularmente no Verão, com as janelas abertas. Numa noite de Verão, o ruído “era de tal maneira ensurdecedor” que Carlos Roxo chamou a Polícia Municipal. Na altura, esta não O abaixo-assinado recebido pela JFC “Exmº. Senhor Presidente da Junta de Freguesia de Campolide Os abaixo assinados, todos residentes Duarte Pacheco, ruído esse que compronesta Freguesia nas ruas Aviador Plácido mete os seus naturais e legítimos padrões de Abreu e Professor Sousa da Câmara, de conforto e tranquilidade, vêm junto de V. sentido-se desde há muito tempo anormal- Exa, invocando o inquestionável direito de mente e insuportavelmente incomodados, cidadania de não abdicar desses padrões de dia e de noite, por diversos tipos de e dos mais elementares procedimentos de ruído emitidos, sem qualquer dúvida, pelos urbanidade comprometidos por terceiros, equipamentos de Ar Condicionado de um solicitar que proceda às acções que entenou mais edifícios vizinhos, nomeadamente da necessárias para uma rápida e eficaz o Hotel Dom Pedro e os nº 26 e 28 da Av. solução deste assunto. pôde deslocar um piquete, mas tomou nota da queixa. Nessa impossibilidade, ligou para a esquadra da PSP (Palácio da Justiça). “Vieram imediatamente, constatando o ruído infernal.” Na altura, a PSP identificou como fonte de ruído o nº 26, um prédio de escritórios. Mais tarde, os moradores identificariam também o nº 28, edifício das Finanças, como origem do problema. As queixas acabaram por levar a CML a enviar às casas de ambos os arquitectos uma equipa de técnicos de som para fazer medições de ruído. “Mas foram feitas de janela fechada, como mandam – segundo os técnicos – as normas vigentes. Passados meses, o ruído continuava e ambos receberam ofícios da CML dizendo que os valores estavam abaixo dos valores lesivos ou passíveis de outro procedimento pela autarquia. Ora, o incómodo existe dia e noite, sobretudo com as janelas abertas. Deviam ser feitas medições de janela aberta e de noite.” Segundo Carlos Roxo, o Hotel Dom Pedro, “foi o único que se disponibilizou para analisar a situação”, para acabar “por se escudar igualmente no facto de não serem ultrapassados os valores legais”. O arquitecto projectou as estações de caminho-de-ferro de Sete Rios e de Entrecampos, “que têm geradores potentes, e não se ouve nada cá fora”. Como arquitecto, “sei que há maneiras de tratar tudo isto, não só com muros mais altos atenuadores de ruído, como através do canopiar do equipamento. Se o equipamento está obsoleto e não poder ser canopiado, substitui-se.” Segundo o Presidente da JFC, André Couto, “é uma realidade que os moradores dos andares mais altos dos edifícios da Rua Aviador Plácido de Abreu se queixam, e eu próprio me desloquei a casa de alguns deles e pude constatar isso.” “Uma vez que estamos numa situação de fronteira entre o valor que está permitido pelo regulamento e aquele que incomoda as pessoas, a JFCdisponibilizou-se, nomeadamente através dos seus serviços jurídicos, para interpôr uma acção nos Julgados de Paz relativamente às instituições que são responsáveis pelos sistemas de ventilação daqueles edifícios.” “Vamos avançar, até porque já há precedentes de casos em que os juízes dão razão aos cidadãos, mesmo contra o parecer dos números”, conclui Carlos Roxo. 23