Nutrição Diabetes e Obesidade Miguel, L. M. T. Escola Superior

Transcrição

Nutrição Diabetes e Obesidade Miguel, L. M. T. Escola Superior
Nutrição Diabetes e Obesidade
Miguel, L. M. T.
Escola Superior Agrária de Santarém
Unidade de Saúde Familiar de Albarraque
Introdução
Os excessos alimentares contribuem nos dias de hoje para o actual aumento de várias
patologias de entre as quais a obesidade e diabetes.
No âmbito da disciplina de projecto foi efectuado um estágio curricular na Unidade de
Saúde Familiar de Albarraque com a duração de aproximadamente 6 meses cujo
principal objectivo foi apoiar os diabéticos prestando aconselhamento alimentar e
orientar as pessoas com excesso de peso e os obesos, para a perda ponderal.
Durante o período de estágio foram efectuadas várias actividades, a principal foi a
consulta de aconselhamento.
Métodos
Para uma realização mais rápida das consultas foram preparados um protocolo de
consulta e uma folha de Excel para facilitar a realização dos cálculos necessários para a
execução do plano alimentar. Para a distribuição de macronutrientes para diabéticos
foram utilizadas as guidelines da ADA de 2008 com 45% de glúcidos, 20% de proteína e
35% de lípidos. Para as restantes patologias foram utilizadas as DRI’s do IOM com
distribuição de 50% de glúcidos, 20% de proteína e 30% de lípidos. Para as crianças foi
necessário realizar uma nova folha de Excel; para o cálculo das NE foram utilizadas as
fórmulas do Krause1 e a distribuição de macronutrientes foi feita segundo as DRI’s do
IOM.
No início da primeira consulta de cada utente era efectuada a pesagem e
medição do utente. No caso dos utentes diabéticos era solicitada a revisão do livro
onde anotavam a glicémia, ou era medida a glicémia capilar com o auxílio de uma
enfermeira. A realização do plano alimentar era feita utilizando as folhas de Excel. O
plano alimentar já pronto era impresso e seguidamente explicado ao utente. Para além
1
Mahan, L- Kathleen; Escot-Stump, Sylvia; (2010); Krause, “Alimentos Nutrição e Dietoterapia”; 12ª Ed;
Saunders-Elsevier; Rio de Janeiro
de sublinhar bem ao utente a importância do cumprimento do plano era-lhe sempre
solicitado que praticasse alguma AF diária.
Durante as segundas e restantes consultas cada utente era novamente pesado
e medido (cintura e anca), e nas crianças era medida também a sua altura. Quando se
tratava de um utente diabético ou tinha outros problemas de saúde continuava-se
com a monitorização dos valores da glicémia ou outros parâmetros bioquímicos
existentes para perceber se o plano havia ajudado na melhoria do quadro clínico do
utente. Nos casos onde houve perda de peso fez-se o reajuste do plano alimentar para
que essa perda continuasse. Nos casos onde não existiu perda tentou perceber-se o
porquê e reestruturar a intervenção. As consultas normalmente eram agendadas com
um mês de intervalo e na última consulta de cada utente aquando do término do
estágio foi realizada uma revisão de toda a sua evolução e foram traçadas estratégias
individuais de continuação da redução de peso ou de manutenção do peso perdido.
Resultados e Discussão
Distribuição dos Peso Perdido por
Pessoa (kg)
16
14
12
10
8
6
4
2
0
Em termos gerais maioria das pessoas
perdeu entre 2kg a 4 kg havendo no entanto
alguns casos que se evidenciam entre os 6kg
e os 10kg (figura 1), em média verificou-se
que as mulheres obtiveram melhores
resultados em termos de perda de peso,
IMC e volume corporal, a faixa etária onde
houve uma maior perda de peso, descida de
Homens
IMC e redução de volume corporal foi na
Mulheres
Figura 1- Peso perdido
Valores de Glicémia (mg/dl)
dos 61 aos 70 anos. Em relação aos
utentes obesos e aos diabéticos,
também
as
mulheres
no
geral
obtiveram melhores resultados. No
que diz respeito aos valores de
400
300
200
100
0
glicémia todos os utentes melhoraram
Valores
Finais
Valores
Iniciais
(figura 2), no entanto, os homens
Figura 2- Valores de glicémia iniciais e finais
viram-na mais diminuída que as mulheres. Da comparação ente as duas patologias os
obesos foram quem mais melhorou.
A média de peso perdido nos utentes que assistiram a 5 ou 6 consultas foi maior
do que os que só assistiram a 2 ou 3 consultas, bem como utentes que assistiram a
mais consultas viram a sua glicémia mais diminuída, a perda de peso média notou-se
maior também nos utentes que para além de seguirem o plano alimentar prescrito
praticavam exercício em detrimento dos utentes que apenas seguiram o plano
alimentar.
Os meninos obtiveram melhores resultados em todos os parâmetros que as
meninas.
Conclusão
Da análise dos resultados concluiu-se que de entre os adultos as mulheres
foram quem perdeu mais peso, e que os utentes que iniciaram a prática de actividade
física e os que assistiram às consultas durante mais tempo perderam mais peso que os
restantes. Em relação á glicémia foram os homens quem mais diminuiu os seus valores
médios. Nas crianças verificou-se que os meninos perderam mais peso, e de modo
idêntico aos adultos, as que praticaram actividade física e assistiram a mais consultas
perderam mais peso.
Referências
Grupo de Estudos da Diabetes Mellitus-Sociedade Portuguesa de Endocrinologia,
Diabetes e Metabolismo; (2010) “Diabetes- Uma Abordagem Global”; Euromédice,
Edições Médicas,Lda
Mahan, L- Kathleen; Escot-Stump, Sylvia; (2010); Krause, “Alimentos Nutrição e
Dietoterapia”; 12ª Ed; Saunders-Elsevier; Rio de Janeiro
Serviço de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo- Prof.ª Isabel do Carmo; (2010);
“Tópicos Sobre Diabetes”; Multimédia, Design e Imagem, Lda.; Lisboa
Teles, Alberto G.; Reis, José P.L.; Dias, Teresa; (2008); “Obesidade Prevenção e
Terapêutica”; 1ª Ed; Editorial Presença; Lisboa
Agradecimentos
Agradeço especial às doutoras Filomena Lima e Vicência Bandeiras da Unidade
de Saúde Familiar de Albarraque.