o Japão - Gemalto
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o Japão - Gemalto
Edição 3 2014 era Ideias inteligentes para um mundo digital Desvendando o Japão Por que o país asiático pioneiro da era digital está adotando tendências tecnológicas mundiais Como o mHealth salva vidas • Pagamentos • Além da transação • A tecnologia no local de trabalho Bem-vindo Estabelecendo conexões Colaboradores Adam Oxford Em seus 15 anos escrevendo sobre tecnologia, Adam, que, atualmente está na África do Sul, já teve seus artigos publicados em dezenas de jornais, sites e revistas de tecnologia. David Howell David é jornalista freelancer, escritor e microeditor especializado em negócios e tecnologia, comércio eletrônico e como as empresas podem melhor utilizar as mídias sociais. Gavin Blair Nos últimos 14 anos, Gavin tem feito reportagens sobre a tecnologia, economia, cultura e viagens japonesas para jornais, rádio e televisão na Europa e nos EUA. Mike Jennings Mike é um jornalista de tecnologia freelancer do Reino Unido. Ele já escreveu para diversas publicações, inclusive PC Pro, Stuff, Computer Shopper e bit-tech. Michael Au Tamsin Oxford Presidente, Sul da Ásia e Japão, Gemalto Tamsin é jornalista e editor há quase 20 anos. Ela é especializada nos mercados de TI comercial e consumo e editou títulos como a PC World. gemalto.com @gemalto linkedin.com/company/gemalto The Review é publicada pela Gemalto Corporate Communications © 2014 Gemalto – www.gemalto.com. Todos os direitos reservados. Gemalto, os nomes de serviço e/ou produtos e o logotipo da Gemalto são marcas registradas e marcas de serviços da Gemalto NV e estão registrados em alguns países. As opiniões expressas pelos colaboradores e correspondentes são exclusivas dos mesmos. A reprodução total ou parcial sem permissão por escrito é estritamente proibida. As opiniões editoriais expressas nesta revista não são necessariamente as opiniões da Gemalto ou da editora. A editora e a Gemalto não têm responsabilidade pelo conteúdo das propagandas. Para mais informações sobre a Review, envie um e-mail para [email protected] The Review é impressa em papel Cocoon Silk 50. Certificado como um produto FSC de fontes mistas, o Cocoon Silk 50 é produzido com 50% de fibras recicladas de fontes pré e pós-consumo, junto com 50% de fibra virgem com certificação FSC de florestas bem manejadas. A The Review é produzida para a Gemalto por Wardour, Drury House, 34-43 Russell Street, Londres WC2B 5HA, Reino Unido +44 (0) 20 7010 0999 wardour.co.uk GERENTE DE COMUNICAÇÕES, GEMALTO Laurence Manouelides EDITORES James de Mellow/ Rebecca Davies-Nash EDITOR DIGITAL Molly Bennett DIRETOR DE ARTE Steven Gibbon DESIGNER SÊNIOR Mark Power PESQUISA DE IMAGEM Johanna Ward PRODUÇÃO Jack Morgan DIRETOR DE PRODUÇÃO John Faulkner DIRETOR DE CONTA David Poulton DIRETOR DE CONTEÚDO Tim Turner DIRETOR CRIATIVO Ben Barrett Diretor Administrativo Claire Oldfield CEO Martin MacConnol 2 magen de portada: Martin Roemers / Panos A adoção dos serviços digitais pelo Japão é uma anomalia de mercado. Por um lado, ele abre o caminho para as tendências mundiais, mas, pelo outro, ele raramente adota aquelas tecnologias que transcendem suas fronteiras. Há tempos, o Japão é considerado o país mais avançado tecnologicamente do mundo: ele lançou a rede 3G em 1999 e estava usando a internet móvel enquanto o resto do mundo jogava Snake em aparelhos Nokia 3310. A tecnologia que estava sendo iniciada era destinada apenas ao mercado japonês, sofrendo, assim, de um efeito chamado “jardim murado”, enquanto o resto do mundo adotava smartphones e sistema de tecnologia conectados. No entanto, o cenário mudou, e esta edição da The Review analisa atentamente o ecossistema digital em evolução do Japão. Com o aumento da popularidade do iPhone e o hábito de pagar por conteúdo desde o tempo da tecnologia i-mode, atualmente, o Japão é o maior mercado de apps do mundo. Isso, e sua familiaridade com sistemas de pagamento sem contato, o torna um dos destaques em pagamentos NFC. Esta edição também explora como a experiência do usuário é a maior impulsionadora dos avanços tecnológicos. Marie Austenaa, da GSMA, observa que o processo de login, senha e nome do usuário está com os dias contados porque ele requer muito esforço do usuário. Dave Coplin, da Microsoft, explica que a forma como usamos a tecnologia no local de trabalho deveria ser mais dinâmica e interativa, de uma maneira similar aos sites das redes sociais. E o Diretor-Presidente da EZ-Link, Nicholas Lee, observa que as expectativas dos clientes quanto aos pagamentos móveis estão impulsionando a mudança para pagamentos com cartão sem contato. A experiência do usuário também está estimulando a utilização de redes de telefonia móvel para a entrega de mensagens de texto sobre saúde em áreas distantes. Esta solução simples não ajuda apenas os profissionais da área de saúde, mas salva vidas. Não deixe de acompanhar o site associado à The Review, /review (review.gemalto.com), onde você poderá ver artigos e vídeos exclusivos. Aproveite esta edição. Ideias vencedoras 08 Nós queremos saber o que você pensa - é por isso que fazemos uma pesquisa com leitores em cada edição da The Review. Acesse review.gemalto.com/survey e siga as instruções. Agradecemos aos participantes da pesquisa e anunciamos as pessoas que receberam os prêmios: Olga Diaz ganhou um alto-falante Sonos Wireless, Hans Chewdler ganhou uma lente de câmera sem fio Sony e, por fim, Jonathan Bye ganhou um smartwatch Pebble. 16 28 12 Nesta edição... 4 SUMÁRIO DIGITAL O que há de mais moderno em segurança digital 20 PLANETA DIGITAL: RETAIL Marketing personalizado e inovações seguras estão melhorando a experiência de compra 8 INOVAÇÃO 22 INSPIRAÇÃO Pagamentos conectados O desenvolvimento de sistemas de pagamento em dispositivos móveis abriu um mundo de oportunidades para a conexão com clientes 12 PRIMEIRA PESSOA Abrace o Futuro Dave Coplin, da Microsoft: a tecnologia que utilizamos no trabalho deveria ser utilizada com a mesma flexibilidade das redes sociais 16 SOCIEDADE Casa do SIM nascente O Japão está abrindo o caminho para a inovação digital e a interação gerada pelo usuário. Mas os outros podem seguir seu exemplo? Em alerta As organizações precisam tomar medidas para proteger seus dados contra as violações de segurança que se originam nos funcionários 26 A VOZ DO CLIENTE EZ rider O Diretor-Presidente da EZ-Link, Nicholas Lee, fala sobre o acompanhamento das tendências de ePayment, dispositivos móveis e expectativas do cliente 32 PRIMEIRA PESSOA O artigo genuíno Marie Austenaa da GSMA acredita que a mobile ID substituirá o login com nome de usuário e senha 36 INOVAÇÃO Minando as fraudes Os EUA estão mudando para a tecnologia EMV a fim de reduzir a fraude e tornar as transações mais simples 38 PIONEIROS A TV, mas não da forma como você a conhece Você poderia controlar todos os aparelhos da sua casa do conforto do seu sofá? 28 INOVAÇÃO A Saúde Móvel das nações As redes de telefonia móvel podem distribuir orientação médica e dar suporte aos profissionais da saúde 3 Sumário Digital A tecnologia é supostamente uma força de nivelamento que permite a contribuição de todos. Ela não deve ser exclusiva” DAVE COPLIN, MICROSOFT UK. Leia mais na página 12 Aumento do Uso do Cupom Móvel getty images De acordo com um novo relatório, o número de usuários de cupom móvel deverá subir de 560 milhões para 1,05 bilhão até 2019. A Juniper Research afirma que o aumento do envolvimento dos lojistas com os vários canais móveis estará por trás dessa expansão. Suas conclusões estão publicadas no relatório Mobile Coupons: Consumer Engagement, Loyalty & Redemption Strategies 2014-2019. Dr. Windsor Holden, o autor do relatório, explicou que os lojistas que integram os cupons móveis com programas fidelidade terão um desenvolvimento significativo, assim como a crescente acessibilidade e cooperação das empresas que fornecem a tecnologia. Os Cupons MMS não devem ser mais usados e o NFC começará a ter um papel mais proeminente. “Embora o NFC não tenha conseguido ganhar força até agora, o surgimento de um elemento seguro em nuvem por meio da emulação de cartão hospedeiro (HCE - Host Card Emulation) deverá estimular maior integração nas carteiras”, disse o Dr. Holden para o contactlessintelligence.com. “Acreditamos que isso oferecerá a visibilidade para encorajar as marcas a realizarem campanhas usando a tecnologia”. No entanto, a emulação de cartão hospedeiro (HCE) não oferece o mesmo nível de segurança que os elementos seguros dedicados ou incorporados. Então, ela precisa ser complementada por outras credenciais seguras, tais como os tokens dinâmicos. A pesquisa também mostrou que o uso dos cupons móveis está ajudando a direcionar os clientes para determinados lojistas e fabricantes. Uma falta de tecnologia de resgate nos pontos de venda é, aparentemente, o principal obstáculo para o seu sucesso. Baterias não incluídas Os pesquisadores da Universidade de Washington estão desenvolvendo gadgets que enviam dados por Wi-Fi, mas que não precisam de baterias ou qualquer alimentação externa. Os dispositivos pegam a energia do Wi-Fi, TV, rádio e sinais de celulares que já estão presentes no ar, reciclando as ondas existentes ao invés de criar as suas próprias. Esta tecnologia acessível e sem energia significa que a internet poderia ser disponibilizada em partes do mundo onde ela já não tem uma presença significativa. Ela também poderia ser implantada de forma fácil e barata ao redor de casa para ajudar a controlar os sistemas de aquecimento. Os pesquisadores também criaram versões que podem energizar diodos emissores de luz (LEDs), detectores de movimento e outros dispositivos pequenos. O desenvolvimento coincide com o lançamento de um projeto de microchip de ultrabaixa energia da empresa start-up PsiKick, da Virgínia, EUA. Projetado para consumir entre 1% e 0,1% da energia de microchips semelhantes, ele também pode usar a energia de outras fontes, tais como a de um pequeno painel solar, um material termoelétrico que absorve o calor do corpo ou um dispositivo carregado pelo movimento. Ele também pode ser usado em conjunto com uma antena que coleta a energia das ondas de rádio ambiente. Desta forma, o microchip é semelhante aos gadgets de energia livre. Este último somente tem um alcance de 65cm, mas chegou a 2m em alguns testes. Os produtos de baixo consumo de energia estão definitivamente a caminho. 4 istock Você pode saber mais em psikick.com Baixe o relatório em juniperresearch.com/reports Leia as últimas notícias sobre NFC e estatísticas no núcleo NFC da Gemalto: gemalto.com/nfc Mantendo as rédeas Uso de smartphones como chaves de hotel Uma revolução digital silenciosa está ocorrendo dentro da indústria hoteleira, permitindo que os usuários de smartphone interajam com os hotéis de novas maneiras. Agora, os hóspedes podem fazer check-in utilizando seus celulares ou escolher um quarto auxiliado por plantas baixas esquemáticas e fotos exibidas na tela. Eles podem até mesmo usar o dispositivo como uma alternativa para a chave da porta. A rede Hilton Worldwide de hotéis pretende introduzir todas estas comodidades em seus hotéis em breve, assim como o Four Seasons. Para alguns, a tradicional experiência de check-in em hotel está ficando muito atrás das companhias aéreas, onde os clientes podem fazer todos os tipos de solicitações online e evitar ter que ficar em longas filas. Os hotéis também precisam se envolver com a geração Y – a geração nascida entre 1980 e 2000 – que mal experimentou a vida sem a internet ou smartphones. A ideia, porém, tem seus críticos. Muitos concordam que embora a capacidade de escolher quartos eletronicamente possa ser atraente, um concierge ou atendente na recepção também podem dar aquele toque pessoal ao recomendar um quarto onde os hóspedes não serão perturbados pelo ruído da vida noturna ou da rua, por exemplo. Esses são os tipos de informações úteis que não está disponível no smartphone. A capacidade de monitorar o seu filho e ter contato direto sempre pode dar tranquilidade aos pais. A gigante de eletroeletrônicos LG possui um novo dispositivo, o KizON, que permite que pais e mães façam exatamente isso. O produto foi recentemente colocado à venda na Coréia do Sul, com planos para seu lançamento nos EUA e na Europa. O KizON é uma pulseira colorida para crianças equipada com Wi-Fi e GPS. Usando essa tecnologia, o pais podem verificar o paradeiro de seus filhos usando seu smartphone. Um recurso “One Step Direct Call” também está incluído, permitindo que as crianças pressionem um único botão para discar um número pré-programado. Da mesma forma, os pais podem chamar o KizON, que tem um microfone embutido que é automaticamente ligado caso a chamada seja perdida ou não respondida dentro de 10 segundos, permitindo-lhes monitorar. Mas, para algumas pessoas, a ideia vai longe demais. Reynol Junco, Professor Adjunto de Educação e Interação do Homem com Computadores na Iowa State University, nos Estados Unidos, e pesquisador do Berkman Center for Internet and Society da Universidade de Harvard, disse ao npr.org: “É um dispositivo que envolve os nossos medos sobre a sociedade, e acho que ele envia uma mensagem de que o mundo não é seguro. O mundo compreende tanto felicidade quanto desgraça, mas a falta de segurança sempre existiu”. Provavelmente, o dispositivo também não não será bem recebido junto aos legisladores de Massachusetts, Illinois e Texas, que, em novembro de 2013, introduziram a Lei de Não Monitoramento de Crianças (Do Not Track Kids Act). Algumas pessoas acreditam que as crianças têm direito à sua privacidade, incluindo o advogado de São Francisco Stephen Roberts, que, em 2008, escreveu: “As crianças têm direito à privacidade, assim como os adultos, embora até mesmo os direitos constitucionais mais importantes das crianças possam ser restringidos por causa de sua condição de menor de idade.” Saiba mais sobre o KizON em: tinyurl.com/pxshhjg 5 Sumário Digital Cada vez mais, as operadoras de telefonia móvel estão percebendo que elas têm que trabalhar juntas” MARIE AUSTENAA, GSMA Leia mais na página 32 reuters O escritório inteligente Smartcarbs do Egito Um novo sistema de cartão inteligente no Egito está sendo usado para auxiliar na distribuição de pão subsidiado. O objetivo do sistema é reduzir o consumo de trigo, combater a corrupção e reduzir o desperdício do governo e serviços estrangeiros. Os testes com o smart card começaram no ano passado. O pão representa quase dois terços dos custos de subvenção de alimentos anual do Egito, de US$ 5 milhões, e o governo pode usar os cartões para monitorar a distribuição do pão. Um sistema semelhante está em uso para outros produtos subsidiados, como o arroz e o açúcar. O Egito é o maior importador mundial de trigo, comprando cerca de 10 milhões de toneladas por ano. Portanto, não havia qualquer limite no antigo sistema em termos de quantos pães subsidiados os cidadãos poderiam reivindicar. Agora, cada portador do cartão receberá cinco pães por membro da família todos os dias. O governo egípcio espera reduzir isso ao longo do tempo, e qualquer cidadão que receba menos pode reivindicar recompensas. O smart card carrega informações, tal como o número de membros da família e pontos ganhos. Os cartões de subsídio são fornecidos para qualquer pessoa no Egito cuja renda mensal é inferior a 1.500 libras egípcias (US$ 209). Nos últimos anos, o país teve uma redução significativa no consumo de trigo. Leia mais sobre o relatório em: tinyurl.com/pagoxuh Você chega ao trabalho e a máquina de café automaticamente faz sua bebida favorita. Você vai para uma reunião e todo mundo instantaneamente obtém suas informações do LinkedIn. Este cenário em breve poderá ser uma realidade graças à Robin, uma start-up de Boston, Estados Unidos. Ela está desenvolvendo pequenos sensores sem fio que as empresas podem colocar em torno de um edifício, permitindo-lhes rastrear um funcionário e, simultaneamente, permitir que cada um saiba onde seus colegas estão. O software usa Bluetooth LE, com informações compartilhadas entre o aparelho e o transmissor, conforme necessário. Quando um funcionário entra em uma sala, a sua presença é processada, com a existência de diferentes configurações para salas de reuniões e cozinhas, por exemplo. De acordo com o cofundador e Diretor-Presidente da Robin, Sam Dunn, a tecnologia já está em uso no jornal News Corp em Nova York. Dunn não vê qualquer problema de privacidade, comparando o uso do Robin à criação de um perfil no Facebook. “Sistemas similares já estão em desenvolvimento em outros lugares”, diz Burcin Becerik-Gerber, Professor Adjunto de Engenharia Civil e Ambiental da University of Southern California. Ela está trabalhando no uso de tecnologias similares para monitorar bombeiros e vítimas em incêndios em edifícios. Saiba mais em robinpowered.com 6 instantâneo Pagamentos NFC no Metrô de Londres 1,6 milhões de viagens foram pagas usando cartões de pagamento sem contato desde que a Transport for London começou a aceitá-los em 16 de setembro Abril de 2014 Início dos testes do serviço de pagamento com cartão NFC sem contato em todos os trens em Londres e arredores 500 mil aparelhos de clientes deverão usar o app Free Cash on Tap Mobile Contactless Payment Service da EE para viagens em Londres 65 mil viagens de ônibus por dia usaram pagamento sem contato no período que antecedeu o lançamento para o Metrô de Londres 825 mil passageiros já fizeram pagamentos com cartão NFC sem contato nos ônibus de Londres, um número que deverá aumentar com a inclusão do Metrô. Explore o portal online da The Review, review.gemalto.com A ascensão da realidade aumentada A realidade aumentada é definida como um tipo de tecnologia que sobrepõe uma imagem gerada por computador sobre a visão de um usuário do mundo real, fornecendo um modo de visualização composto. Pense em um dispositivo como o Google Glass, onde a informação da internet ou de um smartphone pode ser projetada na linha de visão do usuário, e você terá um dos mais conhecidos exemplos de realidade aumentada. Augmate é uma plataforma de realidade aumentada sediada em Nova York que procura aperfeiçoar a tecnologia para uso da indústria, incluindo treinamento manual do funcionário e no depósito em sua lista de exemplos. O fundador Pete Wassell disse ao site techcrunch.com: “Estamos trabalhando em um conjunto mais razoável de listas de verificação e sobreposições que podem ajudar um trabalhador a executar seu trabalho. Há um aumento de mais de 30% da eficiência no tempo de execução da tarefa quando as informações já estão em seu campo de visão.” Wassell cita um trabalhador que é dirigido para um produto ou mantido informado sobre as atualizações das ações ao vivo enquanto está distante do depósito. Um gerente poderia ver em que cada membro ou funcionário está trabalhando e em que etapa estão na tarefa em questão. Instruções como manuais poderiam até mesmo ser projetadas para os funcionários quando estivessem trabalhando em um determinado item. Os cálculos poderiam ser tratados pela tecnologia e não haveria qualquer necessidade de carregar papelada ou manuais, já que todas as informações necessárias poderiam ser obtidas no dispositivo. Wassell também acredita que, com a interação humana desempenhando um papel fundamental, a realidade aumentada pode ajudar a manter tal trabalho manual sob a responsabilidade das pessoas e evitar que o mesma seja entregue aos sistemas automatizados Saiba mais em augmate.com 7 INOVAÇÃO ALÉM DA TRANSAÇÃO Autor David Howell ILUSTRAÇÃO nick reddyhoff A tecnologia de pagamento agora vai além da mera prestação de um serviço de transação. As ideias que essas plataformas fornecem proporcionam oportunidades sem precedentes para melhorar o relacionamento com o cliente O desenvolvimento de sistemas de pagamento eletrônico ficou muito dinâmico recentemente, com as empresas agora obtendo uma compreensão mais intimista do comportamento do consumidor a partir das informações fornecidas por suas compras. Philip McHugh, Diretor-Presidente da Barclaycard Business Solutions, diz: “Os dados orientam a relevância, que, então, orienta a compra do consumidor. Os pagamentos eletrônicos podem fornecer informações valiosas e análise de dados, que, por sua vez, podem ajudar a oferecer uma maior personalização, relevância e atualidade dos produtos e serviços oferecidos aos consumidores.” 8 Além disso, a utilização destes sistemas em smartphones e tablets também conectou os lojistas aos consumidores. Poder fazer pagamento sem contato de uma forma rápida e eficiente é um serviço que beneficiará a maioria dos lojistas. A tecnologia de pagamento móvel traz um novo canal de vendas que está sempre ligado e gera um volume enorme de dados úteis. DADOS EM GRANDE ESCALA ““A era do Big Data traz a análise do agora,” diz Karthik Krishnamurthy, Gerente de Operações na A chave para o sucesso do consumidor: tinyurl.com/k4whrou Cognizant Technology Solutions. “As percepções em tempo real sobre cada cliente se baseiam em análise estatística avançada e técnicas de aprendizagem por máquina.Os dados granulares estabelecem a base para a personalização em massa no lugar dos antigos métodos de segmentação. Conforme a resposta de cada cliente é processada, ela é analisada para fornecer subsídios sobre a eficácia da campanha, fidelidade à marca, mudança de hábitos de consumo e lucro ou prejuízo.” As empresas que procuram compreender o comportamento do consumidor através das informações de pagamento eletrônico devem, no entanto, agir com integridade. As novas tecnologias de rastreamento de clientes, como Localz e Viewsy, precisam ser inseridas no contexto. O desenvolvimento de uma abordagem mais integrada à gestão de consumo através de seus hábitos de pagamento eletrônico é muito bom, mas Erik Engellau-Nilsson, Diretor de Negócios do Consumidor na empresa provedora de pagamentos Klarna, adverte: “Os dispositivos móveis fornecem dados ricos sobre o comportamento do consumidor, mas isso não é algo a ser “explorado”. Os lojistas precisam ter o mais alto nível de respeito para com os dados do consumidor, 42% dos consumidores no Reino Unido acreditam que eles não precisarão de uma carteira ou bolsa até 2025 9 INOVAÇÃO ALÉM DA TRANSAÇÃO A resposta de cada cliente é analisada a fim de fornecer subsídios sobre a eficácia da campanha, fidelidade à marca, mudança de hábitos de consumo” Karthik Krishnamurthy, COGNIZANT TECHNOLOGY SOLUTIONS seguindo os padrões baseados na permissão e privacidade. Muitos consumidores ficarão contentes por receber uma oferta personalizada na loja em seu celular, enquanto outros não querem que você saiba nada sobre eles. Qualquer estratégia de dados deve encontrar o equilíbrio certo entre estes segmentos de clientes.” PADRÕES DE PAGAMENTO Na era dos arraigados hábitos de compra online, as práticas de consumo estão mudando para uma abordagem omnicanal, pela qual todos os canais são usados indiscriminadamente na busca do melhor preço e menor atrito. Os clientes estão combinando a compra online com a retirada e devolução nas lojas, navegação na loja com comparação de preços online e pagamento usando vários tipos de dispositivos móveis. Sameet Gupte, Vice-Presidente Sênior e MD Europa, Virtusa, comentou que “Os pagamentos eletrônicos tornam a interação com uma empresa muito mais suave, mais rápida e mais conveniente para os clientes. A penetração nessa área por meio da implementação de métodos de pagamento 10% OFF HANDBAGS eletrônico pode ter um retorno real. A Starbucks, por exemplo, afirma que mais de 10% de suas vendas na loja são impulsionadas por seu app de carteira móvel, que é um verdadeiro caso de sucesso do pagamento eletrônico.” Ralf Klinkenberg, Gerente Geral da empresa de software de análise preditiva RapidMiner, acrescenta: “Os processos analíticos podem ser usados para desenvolver modelos preditivos a partir dos quais podemos determinar, por exemplo, se os clientes serão compradores mais orientados pelo impulso, ou compradores mais espontâneos ou compradores mais organizados, que fazem planejamento e, possivelmente, mais sensíveis aos preços. Além de ver quais são os pontos acionadores [tais como feriados, eventos esportivos, dia do pagamento], quando é possível detectar um aumento anormal na atividade, nós também podemos entender e otimizar o controle de estoque futuro com base no período e local que os clientes preferem comprar “. As tecnologias de geolocalização, como GPS, sinalizadores (beacons) ou app de check-ins, detectam automaticamente as carteiras móveis dos consumidores, enviando mensagens relevantes contextualizadas e personalizadas para eles. Esta estreita relação somente crescerá à medida que essas tecnologias se tornam mais comuns, com os consumidores à espera para experimentar este nível de interatividade com os lojistas que eles visitam. PAGAMENTOS SEM ATRITO Will Jones, Presidente para a região EMEA na 10 A Starbucks afirma que mais de 10% das suas vendas na loja são impulsionadas por seu app de carteira móvel Monitise, afirmou que: “Em fevereiro, o Yankee Group previu que a economia móvel estava evoluindo a um ritmo ainda mais rápido do que o esperado e que até 2017 ela estará avaliada em US$ 3,1 trilhões, US$ 200 bilhões a mais do que os US$ 2,9 trilhões previstos em outubro de 2012.” Philip McHugh, Barclaycard Business Solutions, concluiu: “Os consumidores, por meio da tecnologia móvel, têm sido extremamente capacitados a procurar os melhores preços e a fazer compras onde eles quiserem e quando quiserem. A fim de responder, os comerciantes precisam cada vez mais de dados acionáveis em tempo real para garantir que eles possam fornecer aos consumidores os melhores produtos e serviços a um valor excelente. Eles precisam de uma solução de pagamento que permita a seus consumidores fazer um pagamento quando quiserem e onde quiserem. E a experiência precisa ser simples e instantânea. O suporte a isto será a chave para qualquer solução de pagamento atual ou futura. A infinidade de opções de pagamento eletrônicos que já está disponível aos lojistas pode ser surpreendente. A informação do comportamento do consumidor fornecida aos lojistas lhes permitirá criar cadeias de fornecimento com alcance do fabricante à prateleira. MERCADO MASSIVO DE NFC Já houve diversos sistemas de pagamento sem contato, mas nenhum se popularizou ainda. Isso tudo pode mudar graças à Apple e sua jogada ao incluir o recurso NFC no iPhone 6 através de sua iniciativa Apple Pay. A jogada da Apple é importante, já que a tecnologia NFC como uma plataforma de pagamentos não teve o suporte e a direção que somente uma marca de tecnologia como a Apple pode oferecer. O Diretor-Presidente da Apple, Tim Cook, afirmou: “Nós começaremos focando nos pagamentos, já que são um grande negócio. Todos os dias, entre transações de crédito e débito, gastamos US$ 12 bilhões. Isto é mais de US$ 4 trilhões por ano, e apenas nos Estados Unidos... 200 milhões de transações por dia. Isto significa 200 milhões de vezes que nós corremos para pegar nossos cartões de crédito e passarmos por aquilo que é um processo um tanto quanto antiquado.” A Apple evidentemente é apenas uma das mais recentes empresas a oferecer um sistema de pagamento sem contato. Muitos destes sistemas foram desenvolvidos e desapareceram rapidamente. Há claramente um desejo de um sistema de pagamento sem contato universal: o relatório Pay Your Way in 2015 do Payment Council concluiu que 42% dos consumidores do Reino Unido acreditam que não precisarão de uma carteira ou bolsa até 2025. A Gartner prevê um crescimento anual de 35% do setor global de pagamento com tecnologia NFC até 2017, equivalente a um valor de mercado de US$ 371 bilhões. O nível de conhecimento que o Apple Pay pode trazer é enorme. A simples associação do sistema de pagamento ao iCloud da Apple fornece mais de 800 milhões de contas, que os lojistas poderiam considerar como alvo para seus produtos e serviços. Mas é o nível de integração que a Apple parece oferecer que atrai mais. Seu uso de um elemento de segurança embarcada inviolável dentro do iPhone 6 protege as credenciais de pagamento. Se os consumidores aderirem ao Apple Pay, a Apple poderá se tornar líder mundial em serviços de pagamento sem contato. Evidentemente todos os olhos estão voltados para a Apple e se ela conseguirá, finalmente, convencer um público que parece estar ávido por um sistema de pagamento móvel de que a adoção de sua nova plataforma é rápida, eficiente e, acima de tudo, segura em número suficiente para atingir uma massa crítica. Saiba mais sobre o Apple Pay: tinyurl.com/os2mbr8 11 PRIMEIRA PESSOA Dave Coplin “Quando se trata de maximizar o uso da tecnologia no local de trabalho”, afirma Dave Coplin, “nós estamos apenas em um estágio superficial” 12 Autor James de mellow fotografia Johanna Ward Não era para ser assim -apenas estamos usando a tecnologia de forma errada” Abrace o futuro Em uma grande parte das últimas duas décadas, a maioria das pessoas acessou um nível maior de tecnologia em seu local de trabalho ou escola do que em casa. A adoção da internet em casa – e, em seguida, da banda larga doméstica – era cara e demorada. Durante todo o tempo, no entanto, os consumidores tinham acesso às rápidas velocidades da internet no trabalho e estavam usando e-mail e outras ferramentas interessantes para se comunicar com os colegas. O PC de casa poderia ter sido algo que você usava por uma ou duas horas por dia, ou apenas nos fins de semana, mas o mundo do trabalho se expandia cada vez mais ligado ao poder da tecnologia da informação. Nos últimos cinco anos, no entanto, a situação se inverteu. Os consumidores têm enchido suas vidas com laptops, smartphones e tablets, carregando em seu bolso mais poder de computação do que um computador moderno de apenas alguns anos atrás, e as coisas que podemos fazer com esses dispositivos fizeram com que a tecnologia em um ambiente corporativo se tornasse maçante, restritiva e até mesmo ineficiente. “Nós estamos em um ponto agora em que a tecnologia se tornou parte do problema do trabalho,” diz Dave Coplin, Diretor de Previsões (Envisioning) da Microsoft Reino Unido (o nome do cargo, explica ele, é irônico). “Todo mundo recebe muitos e-mail e isso é penoso. Mas isso nunca deveria ter sido assim - nós apenas estamos usando a tecnologia de forma errada “. Quando as pessoas começam a usar uma nova tecnologia, elas normalmente querem usá-la para simplesmente replicar formas existentes de trabalho. Mas Coplin vê sua missão como um incentivo para as pessoas a pensar diferente sobre o que a tecnologia pode oferecer a suas vidas profissional ou pessoal. E parte disso tem a ver com levar mais das maneiras que nós usamos a tecnologia fora do escritório para o contexto do trabalho. “Em sua vida pessoal, você não fica limitado por alguém do 13 PRIMEIRA PESSOA Dave Coplin A MENSAGEM ERRADA DAVE COPLIN SOBRE... Segurança “De uma perspectiva tecnológica, é uma transição realmente muito fácil e os problemas de segurança são comuns a outras coisas que enfrentamos na sociedade hoje em dia. É a mudança cultural que é realmente difícil. Se as pessoas abusam da segurança, isso não é um problema da tecnologia, mas, sim, da administração.” Dados “A maioria das organizações está sentada sobre os dados que poderiam oferecer-lhes um modelo comercial ou um fluxo de receitas completamente novo. Elas estão começando a ver que, se usarem os dados corretamente, isso poderá ajudá-las a fazer coisas diferentes. As pessoas devem olhar para dentro da organização para obter mais dados que poderiam trazer transformações.” Educação ”Para mim, o mundo futuro do trabalho tem a ver com autodireção e autorregulação. Os jovens, hoje, precisarão de um monte de habilidades e as ferramentas que eles usam mudarão rapidamente. Se tudo o que você ensinar às pessoas é como usar as ferramentas que estão disponíveis para elas no momento, você não está preparando as pessoas para o mundo do trabalho.” Leia sobre a abordagem da inovação pela Gemalto em gemal.to/alwaysinnovating departamento de TI”, diz ele. “Você comete erros e aprende com eles e, principalmente, aproveita a experiência. Ainda assim, muitas organizações estão ainda na era da mentalidade do “comando e controle”. A mudança dessa mentalidade envolverá um desafio cultural. Em uma organização, observa ele, a administração superior está começando a compreender como a flexibilidade da tecnologia, e a maneira como as pessoas a usam, pode ter benefícios comerciais positivos. As pessoas no nível hierárquico inferior já podem ver como uma maior flexibilidade tecnológica melhorou suas vidas pessoais e querem que ocorra o mesmo para suas vidas profissionais. É a camada intermediária da administração que está mais resistente à mudança. “Muitas vezes, eles se agarram a processos antigos,” diz Coplin. “São as pessoas que dizem: “Se você não estiver no seu lugar, você não está trabalhando”. Precisamos provocar o debate, fazê-los falar sobre a oportunidade de negócios que a tecnologia pode oferecer.” Ele passou mais de 20 anos no setor de TI antes de perceber que queria ajudar as empresas a usar a tecnologia da maneira certa. Seu trabalho de consultoria verbal e escrito – ele produziu dois livros: The Rise of the Humans e Business Re-imagined – está todo voltado para desencadear uma verdadeira transformação através da tecnologia, ao invés de simplesmente incluí-la no alto dos processos estabelecidos. 14 O problema com os e-mails, diz Coplin, é que a caixa de entrada é uma caixa fechada. As pastas de e-mail de todos os funcionários contêm informações que são potencialmente valiosas para uma série de colegas, mas que são mantidas privadas. Levar alguns hábitos das redes sociais – que as pessoas têm experiências positivas resultantes do uso em suas vidas pessoais – para o local de trabalho pode ajudar a promover o tipo de transformação que Coplin acredita que a tecnologia pode trazer. “A principal razão para usar as redes sociais é compartilhar informações - essa é a única razão pela qual você está lá”, diz ele. “Mas a maioria das empresas são de um mundo em que o conhecimento é poder. Assim, a sua primeira posição é a de não compartilhar nada. A cultura está mudando, porém, e, em última análise, criará agilidade. Na Microsoft, eu posso colaborar com todas as partes do negócio no mundo todo – é fácil e não há qualquer formalidade ou apresentações. Isso me ajuda a me sentir realmente conectado à organização e são esses benefícios que precisamos fazer com que as pessoas vejam e compreendam. “ Coplin observa, também, que as implicações de segurança para o compartilhamento das informações não são diferentes de outras já enfrentadas na sociedade e que é mais uma questão de como a própria segurança é percebida. “Do ponto de vista da tecnologia, a segurança é fácil. Existem muitas soluções para criptografia de dados e até mesmo dispositivos móveis. Se as pessoas abusam da segurança, isso não é um problema da tecnologia, mas, sim, da administração.” É esta mudança cultural que ele acha que oferecerá a maior oportunidade. “Quando as organizações se abrem a todos os seus funcionários, elas dão voz aos sem-voz.” Quando os funcionários são envolvidos, eles se importam com o trabalho e proteção da confidencialidade dos dados. Para apoiar essa mudança cultural, ele considera que as escolas têm um papel significativo a desempenhar no desenvolvimento do entendimento da privacidade dos dados da próxima geração e sobre como usar a tecnologia de forma segura e eficaz. Paralelamente à colaboração e comunicação de uma forma mais social, a tecnologia também deve mudar o local onde trabalhamos. “Gostaria de ver o conceito de um lugar puramente físico da minha empresa ser completamente ultrapassado nos próximos 10-15 anos”, diz Coplin. “Eu viajo de Banbury, em Oxfordshire, para “As organizações têm que se tornar um organismo inteligente – um organismo que evolui e reage ao ambiente ao seu redor.” Londres todos os dias [a viagem leva entre 60 e 90 minutos], mas por que eu não poderia ir para um centro de trabalho compartilhado em Banbury?” Ele acredita que a diminuição desse espaço de escritório fixo, fornecendo mais centros de trabalho compartilhado e dotando as pessoas com as ferramentas e cultura para verdadeiramente trabalhar de forma flexível transformará tanto a produção quanto o bem estar dos funcionários. “O trabalho flexível tem a ver com permitir que as pessoas escolham o melhor local para fazerem o trabalho que elas têm que fazer naquele dia,” diz Coplin. “Digamos que eu tenha um monte de serviços cognitivos para fazer, alguma coisa escrita. Talvez eu não trabalhasse melhor no escritório, já que ele é um ambiente barulhento e caótico. Talvez eu precise encontrar um espaço silencioso, onde eu possa fazer meu trabalho sem distração. Da mesma forma, se eu precisar colaborar com meus colegas, eu deveria estar no escritório. Se eu preciso estar com os meus clientes, irei vê-los. Mas o trabalho flexível deve criar uma cultura que permita que os funcionários individuais tomem essas decisões todos os dias.” Permitir que os funcionários tomem essas decisões, diz ele, é fundamental para que se tornem mais produtivos. Coplin vê um mundo de negócios que confia muito no processo de medição horas trabalhadas, e-mails enviados, planilhas preenchidas - ao invés de no produto. “Para adotar o trabalho flexível, você realmente precisa se concentrar em saber se os produtos eram bons e se o cliente ficou satisfeito”, diz ele. “Eu sou medido pelo resultado do meu trabalho, e não por quantas horas eu trabalho. Uma vez por ano eu sento com meu gerente e conversamos sobre o que vou produzir nos 12 meses seguintes. E, depois, cabe a mim determinar como farei isso.” DE CIMA A BAIXO Será importante, no entanto, garantir que estas tendências capacitadoras não fiquem restritas a executivos e que elas sejam algo que as pessoas em todos os níveis de uma organização possam ter acesso. “A tecnologia supostamente é uma força de nivelamento que permite que todos contribuam”, diz Coplin. “Ela não deve ser exclusiva.” A tecnologia, diz ele, é mais bem usada para permitir que os funcionários em todos os níveis de uma empresa deem sua opinião. Isto poderia ser através de um dispositivo móvel ou de um terminal instalado em uma sala de descanso ou uma sala comum, mas o importante é que as organizações deem oportunidade para a discussão com todos os funcionários. Este tipo de pensamento, acredita Coplin, separará as empresas bem sucedidas daqueles que lutarão para sobreviver nos próximos anos. “À medida que saímos da recessão, as empresas podem ser perturbadas a qualquer momento. Assim, elas têm que ser ágeis e pensar de forma diferente,” diz ele. “As organizações têm que se tornar um organismo inteligente – um organismo que evolui e reage ao ambiente ao seu redor.” E isso somente acontecerá se nós usarmos a tecnologia de uma forma que se aproxima de seu pleno potencial. “Nós temos pessoas que têm afinidade com a tecnologia e que estão se comunicando de uma forma sofisticada”, diz Coplin. “Temos toda uma nova geração de ferramentas e oportunidades de tecnologia. E temos um mercado que está à procura de uma maior personalização e reação das organizações. Cabe aos homens aprofundar todas essas coisas que estão acontecendo ao mesmo tempo.” 15 SOCIEDADE JAPÃO Autor gavin blair Como um dos líderes digitais da Ásia por muitas décadas, o Japão agora está adotando várias tendências e produtos que cativaram o resto do mundo A casa do SIM nascente 16 panos Um país que muitas vezes parece se movimentar em seu próprio ritmo, o Japão há muito tem sido um inovador no campo da tecnologia digital, embora nem tudo isso aparentemente seja transferido sem problemas para os mercados além-fronteiras. As pessoas estavam navegando na internet, tirando fotos e pagando por conteúdo em seus celulares no Japão muito antes dos telefones começarem a ser chamados de “smartphones”. Os sistemas de comunicação em curta distância (NFC) se espalharam muito além da ampla rede de transportes públicos do país para se tornar uma das formas mais comuns de adquirir uma enorme variedade de produtos e serviços. Enquanto isso, empresas de setores que incluem o setor automotivo, de eletrônicos e até mesmo de máquinas industriais ainda estão desenvolvendo e implantando aplicativos inovadores de máquina a máquina (M2M). A NTT DoCoMo, a maior operadora de telefonia móvel do Japão, lançou sua plataforma de internet móvel i-mode em fevereiro de 1999, quando ela era o sistema mais avançado de seu tipo no mundo. Isto foi rapidamente seguido pelas plataformas rivais dos concorrentes Au e J-Phone (que agora é SoftBank), e a internet móvel foi a companhia perfeita para as longas viagens de trem consideradas tão normais nas principais cidades do Japão. Muitas das funções que agora são padrões nos smartphones de hoje foram introduzidas gradualmente no início da década de 2000 nos telefones celulares criados por diversos fabricantes de eletrônicos do Japão. Com aparelhos vinculados a uma das três principais operadoras e das suas respectivas marcas, eles foram produzidos de acordo com as especificações exatas das operadoras de telefonia móvel. Esta relação de interdependência ofereceu segurança para os fabricantes em termos de pedidos regulares, mas muitos analistas acreditam que isso também contribuiu para a falta de competitividade global. Os aparelhos projetados especificamente para funcionar em um dos ecossistemas de internet móvel do Japão tinham um atrativo limitado fora do PAGAMENTO DE IMPOSTOS VIA SUICA Leia mais sobre o mercado de telefonia móvel do Japão em tinyurl.com/lh4praz O usuário mediando DeNA se registra cinco vezes ao dia por sete minutos cada vez.” TOMOYUKI AKIYAMA, DENA jogador de puzzle & dragons aguarda os amigos atualização de usuário de linha 17 SOCIEDADE JAPÃO A DoCoMo criou este mundo lindo e tentou levá-lo para fora do Japão, mas isso não funcionou Gerhard Fasol, Eurotechnology Japan getty O Japão se tornou o maior mercado de app do mundo no final de 2013 18 arquipélago. Assim como os aparelhos, a plataforma i-mode da DoCoMo também não foi bem sucedida no exterior. “A DoCoMo criou este mundo lindo e tentou levá-lo para fora do Japão, mas isso não funcionou”, diz Gerhard Fasol, Diretor-Presidente da firma-boutique de consultoria Eurotechnology Japan e analista veterano do setor das telecomunicações domésticas. Este modelo de “jardim murado” também foi experimentado por outras operadoras no mundo, mas, em última análise, os portais controlados pelas operadoras foram substituídos pelas lojas de aplicativos (app stores). Outro hábito adotado precocemente que ajudou a moldar o cenário digital no Japão foi o pagamento pelo conteúdo. Os clientes estavam dispostos a gastar seus suados ienes em tudo - de ringtones e jogos a emoticons e novelas em folhetim, especialmente quando a cobrança vinha incluída na conta de telefone mensal. E, com a disseminação dos smartphones – que estava um pouco lenta no Japão devido à funcionalidade avançada dos feature phones – o mercado de apps explodiu. O Japão se tornou o maior mercado de app do mundo no final de 2013, apesar da população de pouco mais de um terço do tamanho dos EUA, que ele retirou do primeiro lugar. A maior parte destes é impulsionado por jogos e um título em particular: Puzzle & Dragons. O híbrido de RPG e enigma gera milhões de dólares por dia em receitas para a editora GungHo, usando o modelo “freemium” que encoraja o usuário a comprar itens especiais dentro do jogo. Existem várias plataformas de jogos móveis sociais, incluindo Mobage, que é executada pelo provedor de serviço móvel DeNA e tem como alvo os usuários mais antigos que jogam sessões curtas durante as viagens de deslocamento, pausas para o almoço e outros períodos em que estejam parados. “O usuário mediando DeNA se registra cinco vezes ao dia por sete minutos cada vez. É bom para as pessoas mais ocupadas,”explica Tomoyuki Akiyama, porta-voz da DeNA. “Eu costumava sentar no sofá e jogar Nintendo durante horas quando era mais jovem, mas, agora aos trinta anos, eu simplesmente não tenho tempo. O MERCADO SE ABRE A ascensão do smartphone no Japão é realmente a história da ascensão do iPhone. É difícil exagerar a mudança que isso trouxe para o mercado doméstico de aparelhos. Assim como os aparelhos locais tiveram vendas mínimas no exterior, nenhum telefone estrangeiro jamais teve uma participação de mercado significativa no Japão. No primeiro trimestre de 2014, mais de um em cada três aparelhos vendidos no Japão era um iPhone. Embora a popularidade do iPhone tenha ajudado a expandir o mercado de app, ele, na verdade, dificultou o desenvolvimento do pagamento móvel NFC, sugere Fasol. “A maioria dos feature phones eram habilitados para NFC, enquanto o iPhone e alguns aparelhos da Samsung não eram”, diz ele. O lançamento do iPhone 6 e a disponibilidade do NFC, no entanto, devem mudar as coisas. Os pagamentos sem contato já são um enorme mercado no Japão, impulsionados pelos cartões de transporte público, tais como o Suica e Pasmo, ambos baseados na tecnologia FeliCa da Sony, que também é usada no sistema Octopus de Hong Kong. O uso dos cartões se difundiu dos quiosques nas estações de trem, máquinas de venda automática e lojas de conveniência para táxis, supermercados e restaurantes. Embora os primeiros problemas com compatibilidade tenham significado, por exemplo, a descoberta pelos viajantes entre Osaka e Tóquio que seus cartões de transporte não funcionavam, estes problemas foram em grande parte resolvidos em março de 2013, quando os sete sistemas usados com maior frequência se tornaram interoperáveis. Apesar das centenas de bilhões de ienes que já passam por uma variedade de dispositivos e cartões NFC, as medidas de segurança implementadas até agora têm sido eficazes para manter as fraudes no nível mínimo. “Eu ouvi O serviço de rede social e mensagens com emoticons irreverentes, o Line foi o filho improvável de um desastre, nascido após o grande terremoto e tsunami de 11 de março de 2011. Tóquio escapou relativamente bem do terremoto. No entanto, ambas as redes de telefone fixo e móvel estiveram em grande parte inacessíveis a dezenas de milhões de pessoas que tentavam entrar em contato uns com os outros horas depois do ocorrido, já que as linhas foram mantidas livres para as comunicações de emergência. Os serviços de mensagens pela Internet, no entanto, permaneceram quase que totalmente funcionais. Os funcionários nos escritórios japoneses da NHN Corp, a uma subsidiária da empresa coreana de internet e telecomunicações, percebeu o potencial de uma plataforma de mensagens baseada em rede que continuasse e funcionar mesmo em momentos de desastre. O Line se espalhou mais rápido desde o seu lançamento ocorrido em junho de 2011 do que qualquer outra plataforma similar e já tem falar de apenas alguns casos de fraude no Japão e, assim mesmo, foram em pequena escala, como o de um cara na empresa ferroviária em Osaka que estava apagando os registros de pagamentos de trem dos cartões dos seus amigos”, diz Fasol. TRANSPORTE E TECNOLOGIA A tecnologia móvel também está desempenhando uma papel nas aplicações M2M, com o setor automotivo sendo amplamente visto como a promessa mais imediata. Um exemplo é o veículo elétrico da Nissan Leaf, que pode se comunicar com aparelhos. Os motoristas do Leaf podem ativar as funções remotamente, tais como carregamento, ligar ar-condicionado, receber e responder textos em forma de áudio, procurar lojas e restaurantes e enviar, automaticamente, mensagens de emergência em caso de acidente ou caso fiquem sem energia. Na ponta mais pesada do espectro de veículos, as aplicações M2M foram implantadas em máquinas de construção e mineração da empresa Komatsu, que são vendidas no mundo todo. Os dados enviados das máquinas, incluindo informações sobre tudo, desde a situação da bateria até os níveis de óleo, ajudam a evitar atrasos na construção e reparo de estradas devido à quebra de máquinas. Os grandes dados enviados de volta para a Komatsu também criaram um subproduto inesperado: um quadro atualizado da linha de frente da atividade nos setores industriais cruciais, através de medidas como, por exemplo, a quantidade de horas em que as máquinas estão operando. Conforme Tóquio trabalha para sediar os Jogos Olímpicos de 2020, existem iniciativas em curso para criar uma infraestrutura que permitirá o uso contínuo da tecnologia NFC de todo o mundo em estações ferroviárias, aeroportos, caixas eletrônicos, táxis e lojas na cidade onde 400 milhões de usuários globalmente. Seus principais fluxos de receita são provenientes da venda de emoticons, jogos e contas corporativas. A empresa atualmente considera um IPO de US$ 10 bilhões, com as ações listadas em Tóquio e Nova York. Estima-se que quase dois terços das mulheres japonesas com idades entre 20 e 30 anos usam o Line todos os dias, com muitas dezenas delas enviando muitas mensagens e emoticons para amigos e família. Miki Tanaka é uma destas usuárias, que também atualiza sua página inicial do Line com fotos de tudo, de comidas e bebidas aos eventos esportivos de seus filhos. “É muito conveniente e eu o uso o tempo todo, mas o fato de que você pode ver quando alguém leu uma mensagem pode criar situações difíceis”, diz ela. “Eu fico irritada quando meu marido não responde minhas mensagens e sei que ele as leu.” Leia mais sobre o Line da NHN Corp: tinyurl.com/aqrqjp6 a tecnologia se enraizou primeiro. Os passageiros da JAL, a maior companhia aérea do país, já estão fazendo check-in e embarcando nos voos usando seus telefones celulares, sendo este o primeiro serviço deste tipo no mundo. Com esta extensa rede digital, aliado à inabalável devoção do público aos seus dispositivos móveis, o Japão deve continuar a ser um dos maiores países digitais do mundo. A equipe de terra da Japan Airlines Co. no balcão de embarque no Aeroporto de Haneda, em Tóquio, Japão, está usando smartwatches Galaxy Gear 2 Lite da Samsung Tomohiro Ohsumi/Bloomberg via Getty getty A LINHA DE MELHOR AJUSTE 19 Planeta Digital 50 metros TECNOLOGIA DE VAREJO Quer seja o comércio eletrônico ou o uso de telas sensíveis ao toque na loja para se informar sobre um produto, a tecnologia está direcionando o varejo no mundo. Autor chris anderson Um manequim que lhe diz o que está vestindo e onde você pode encontrar as roupas na loja: isso é o futuro, de acordo com a loja de departamentos do Reino Unido House of Fraser, que está experimentando a tecnologia da VMBeacon em Aberdeen, Escócia. Os consumidores baixam um app compatível com seus smartphones e quando eles passam por um manequim equipado com um sinalizador (beacon), as informações pertinentes serão exibidas em suas telas. Isso pode ser compartilhado nas redes sociais ou o produto pode ser encomendado online. Foi dito ainda que os referidos manequins modificados foram projetados para um alcance de 50 metros. Fonte: Marketing Week Saiba mais em tinyurl.com/osc5yz2 US$395 A empresa Left Shoe Company introduziu pela primeira vez a sua tecnologia de pé digital há pouco mais de um ano, e, agora, se tornou parte integrante de seu serviço personalizado. Instalado em sua loja na Melrose Avenue, Los Angeles, o scanner usa a tecnologia de captura de movimento, como visto nos filmes e registra milhares de pontos de dados para criar uma renderização 3D perfeita do seu pé. Com o estilo e o material selecionados, estas informações são enviadas para os fabricantes de Sapatos em Portugal, criando um calçado com o melhor ajuste possível. Os sapatos personalizados são comercializados a partir de US$ 395. Fonte: us.leftshoecompany.com 63 mil comércios de todo o mundo aceitam os Bitcoins como moeda 20 US$6.500 O primeiro caixa eletrônico de Bitcoin chegou a Manhattan e está localizado na luxuosa loja Flat 128 em West Village e custa US$6.500. A máquina permite que os clientes depositem dinheiro e comprem Bitcoins, a moeda online baseada em software, que os usuários acessam comumente usando as “carteiras digitais” em seus smartphones. O dinheiro pode ser depositado e transformado em Bitcoins, mas ainda não pode ser sacado nesta fase. O Bitcoin está sendo adotado por algumas lojas como uma moeda de transação conveniente. Fonte: New York Post 1.600 A Quixter, uma empresa start-up sueca, desenvolveu o primeiro sistema de pagamento de varejo a usar a tecnologia de varredura da palma da mão. Os clientes colocam suas mãos contra a tela de um dispositivo montado na saída e também devem digitar os últimos quatro dígitos do seu número de telefone a fim de permitir o acesso a sua conta bancária. Os scanners Palm vein têm sido utilizados em caixas eletrônicos em vários países, mas dizem que ele é o primeiro a permitir o pagamento com a palma da mão. Atualmente, o Quixter está em uso na Universidade de Lund, instalado em 15 estabelecimentos e atendendo 1.600 clientes. 1,85 trilhão Dados recentes do Ministério do Comércio da China mostram que o mercado de varejo online do país já está maior do que o dos EUA. Suas vendas online totalizaram 1,85 trilhão de yuans (US$ 296,57 milhões) em 2013, aumentando 41,2% em relação ao ano anterior - três vezes a taxa de crescimento das vendas globais no varejo da China. O total de compras é 13% maior do que o dos EUA, que estava em US$ 262,51 bilhões em 2013, de acordo com o Departamento de Comércio dos EUA, e aumentou 16,9%. Fonte: Internetretailer.com Saiba mais em tinyurl.com/paras4z Fonte: Wall Street Daily Os australianos vão gerara $3 bilhões em pagamentos sem contato em 2015 400 mil 90 minutos Mumbai e Bangalore são as duas cidades escolhidas pela gigante do varejo online Amazon como o local de teste de seus drones de entrega Prime Air. A empresa norte-americana tem trabalhado com veículos aéreos não tripulados que pesam menos de 25 quilos e que viajam a uma velocidade de 50 mph, capazes de transportar até 5lbs (2,3 kg) - que cobre 86% dos produtos que a Amazon vende. Um pedido poderia ser feito online e entregue pelo drone em menos de 90 minutos, embora algumas pessoas tenham manifestado certa preocupação quanto à colisão com edifícios. A cadeia de supermercados australiana Coles se tornou a primeira varejista do mundo a integrar a tecnologia móvel sem contato a um esquema de recompensa. O Coles Pay Tag está disponível para os 400 mil clientes de cartão de crédito da empresa, permitindo-lhes pagar para fazer compras e acumular pontos FlyBuys ao aproximar seus telefones do leitor no caixa de saída. O próprio tag é um adesivo preso na parte traseira do aparelho e contém todas as informações relacionadas a seu cartão. As transações inferiores a AUS$ 100 são feitas com a tecnologia Contactless (Sem contato), mas o pagamento de valores superiores requer um PIN de quatro dígitos. Fonte: News.com.au Fonte: Economic Times 21 INSPIRAÇÃO SEGURANÇA CORPORATIVA Autora Rebecca Davies-Nash Embora a maioria das organizações concentre os seus orçamentos de TI na proteção contra hackers, as ameaças provenientes do interior da organização não devem ser ignoradas Em alerta Qualquer organização precisa proteger os seus dados e uma das maneiras mais fáceis de fazer isto é gerenciar exatamente quem tem acesso a esses dados 22 Os cibercriminosos estão cada vez mais sofisticados e procurando os elos mais fracos na segurança digital das empresas. Mas e se o elo mais fraco for alguém de dentro da organização que, consciente ou inconscientemente, está abrindo as portas para estes cibercriminosos? Qualquer organização precisa proteger os seus dados e uma das maneiras mais fáceis de fazer isto é gerenciar exatamente quem tem acesso a esses dados. A pesquisa Estado Global da Segurança da Informação da PwC, que entrevistou 10 mil executivos e diretores de TI de 154 países, divulgou 117.339 incidentes de segurança detectados por dia em 2014, representando um aumento de 48% em relação aos números de 2013 – e isso corresponde apenas aos ataques detectados e denunciados. Além disso, os resultados mostram que os funcionários foram os culpados mais citados pelos incidentes de segurança. As empresas devem manter listas atualizadas de seus usuários privilegiados – aqueles que têm acesso a informações tais como de recursos humanos, financeiras e de clientes – e monitorar suas atividades. Os usuários com acesso privilegiado também devem receber treinamento sobre as melhores práticas de segurança pois a maioria das violações decorrem de erro humano. No entanto, algumas violações podem ser maliciosas. O relatório de 2014 do FBI - “Employees with an axe to grind” - observa que alguns funcionários atuais ou antigos buscam vingança contra seus empregadores ao destruir dados, obter informações sobre clientes e comprar produtos não autorizados através de contas de clientes, depois de acessar remotamente as redes da empresa. Em muitos casos, o FBI descobriu que funcionários que tiveram seu contrato de trabalho extinto instalaram o software RDP (Remote Desktop Protocol) não autorizado antes de saírem da empresa para obter acesso às suas redes. Há também muitos indícios de outras ameaças internas, tais como terceiros com acesso privilegiado a redes e dados, inclusive prestadores de serviços, consultores e contratados – tanto os atuais quanto os antigos. Seria prudente então, limitar o acesso ou, melhor ainda, apenas permitir o acesso supervisionado. Isto não resulta do fato de que terceiros são inerentemente desonestos, mas, sim, porque eles não podem avaliar os dados da empresa tanto quanto a própria empresa e, portanto, provavelmente não são tão cuidadosos. O relatório Verizon Data Breach de 2014 divulgou que 88% dos incidentes do uso indevido das informações por pessoas com acesso às informações privilegiadas resultaram do “uso indevido do privilégio”. Além disso, 73% das organizações não bloquearam o acesso dos usuários aos dados sensíveis ou confidenciais, de acordo com este mesmo relatório. QUEM TEM ACESSO PRIVILEGIADO? A frase “acesso privilegiado” sugere que apenas A Gemalto oferece produtos e serviços para identidade corporativa e acesso gemalto.com/identity Como os dispositivos de smart card funcionam? Para fazer o login com uma smart card ID, o administrador insere o cartão em um dispositivo de leitor especial em um teclado, um leitor associado em um laptop ou em um leitor autônomo. Uma vez solicitado, o administrador digita um PIN específico do usuário. Depois que o PIN é aceito, desbloqueando o cartão, há uma troca de autenticação criptografada entre as credenciais do usuário armazenadas no cartão e o sistema host ou servidor remoto. A retirada do cartão finaliza a sessão. 23 INSPIRAÇÃO SEGURANÇA CORPORATIVA As restrições orçamentárias e a escassez de talentos significam que as empresas não estão implantando aqueles sistemas que correspondem às suas necessidades” mark brown, ey altos executivos têm acesso a dados confidenciais da empresa, mas o White Paper “The Threat from Within” da Gemalto também identifica os engenheiros de rede, os profissionais de segurança de TI, assim como os profissionais de auditoria de TI, administradores de banco de dados, administradores de sistemas, desenvolvedores de aplicativos e gerentes de centros de dados como Usuários com Acesso Privilegiado. Ainda mais preocupante, a pesquisa do Ponemon Institute “Privileged User Abuse & The Insider Threat” mostrou que 49% das empresas não têm políticas de como elas podem atribuir direitos de acesso ao usuário privilegiado ou até mesmo quem tem acesso. Não é de se admirar, então, que as violações em grande escala estão ocupando as manchetes com uma frequência alarmante. A gigante americana do varejo Target sofreu uma violação de dados no início do ano, mas se recusou a confirmar se a violação foi provocada por uma falha no software (um login de administrador padrão foi supostamente usado) ou por um detentor de informações privilegiadas. Mas o pior é que a Bloomberg Businessweek informou que o próprio sistema de segurança da empresa avaliado em US$ 1,6 milhão havia emitido alertas de malware três semanas antes: “Não só a equipe de segurança da Target não agiu quanto às advertências, mas eles também desativaram um recurso no sistema que teria eliminado automaticamente o malware quando da detecção, sem qualquer intervenção humana.” Os custos da sabotagem cibernética por detentores de informação privilegiada podem variar de US$ 5 mil a US$ 3 milhões. Sem falar no valor dos dados roubados, custo dos serviços de tecnologia, estabelecimento de contramedidas na rede, taxas legais, perda de receitas e/ ou clientes e a aquisição de serviços de monitoramento de crédito para funcionários e clientes afetados pela violação dos dados. Então, o que mais as organizações podem fazer para evitar tais violações? Seja de forma acidental ou pelo próprio projeto, muitos usuários com acesso privilegiado não precisam de nada além de um protocolo de nome de usuário e senha. Isto é tanto ineficiente quanto inseguro, com os funcionários escolhendo regularmente combinações 24 O Ponemon Institute afirma que 62% dos funcionários acham bom transferir os dados corporativos para fora da empresa óbvias, escrevendo-as para reavivar suas memórias e compartilhando-as com outros colegas. Cada domínio, servidor Jump Server e conexão remota têm um ID único associado e senha, resultando, possivelmente, em milhares de senhas. A logística do seu monitoramento para cada usuário com acesso privilegiado é impossível, assim como a tarefa de coordenar a revogação dos privilégios de acesso de uma pessoa devido à demissão ou extinção do contrato de trabalho. As milhares de combinações de nome de usuário e senha usadas todos os dias também são alvos de malware e spyware. O Ponemon Institute diz que os erros humanos e de sistema são responsáveis por 64% das violações, e 62% dos funcionários acham que é bom transferir os dados corporativos para fora da empresa. Assim, com um simples sistema de nome de usuário e senha e falta de 384 bilhões por ano em perdas corporativas podem estar diretamente ligadas à fraude por usuários privilegiados2 11.698 USUÁRIOS COM ACESSO PRIVILEGIADO NA EMPRESA Total de casos de uso indevido de informação privilegiada em 20131 88% dos quais resultaram do uso indevido de informações privilegiadas1 5 DICAS PARA GERENCIAR O ACESSO PRIVILEGIADO Profissional de Auditoria de TI Desenvolvedor de Aplicativos 73% das organizações não bloqueiam o acesso Gestor de de usuários de acesso Centro de Dados privilegiado a dados sensíveis 3 das pessoas dizem que Edward Snowden provocou aumento significativo ou certo aumento no nível de preocupação de suas organizações com as ameaças internas das pessoas com informações privilegiadass4 O problema número 1 no fornecimento e aplicação dos controles de acesso privilegiado é a capacidade de manter as solicitações de mudança de acesso4 Rede de área local Administrador de Sistemas das empresas não têm políticas para a designação de direitos de acesso de usuário privilegiado 4 88% 71% Profissional de Segurança de TI 49% Acesso Físico Engenheiro de Rede Administrador de Base de Dados Pontos de acesso para uso indevido de informações privilegiadas1 28% Quem é um usuário privilegiado? Os sistemas de autenticação multifatores são a chave para uma melhor segurança e os dispositivos de smart card oferecem uma solução consistente Acesso Remoto Os sistemas de autenticação multifatores são a chave para uma melhor segurança e os dispositivos de smart card oferecem uma solução consistente. Igualmente importante é a capacidade de atribuir níveis específicos de acesso com base na função de uma pessoa na empresa. A autenticação multifator precisa ser rápida e eficiente também, já que tanto os altos executivos quanto os administradores de TI perderão a paciência com um processo oneroso e demorado. Os dispositivos de cartões inteligentes permitem que um empregado faça logon a partir de onde estão trabalhando. As cartões usam um processador e software independente do PC que o funcionário está usando e o cartão, portanto, pode garantir e aceitar as credenciais do usuário. Como estes são isolados do PC e cada login usa uma troca de respostas, os usuários estão protegidos contra ameaças no dispositivo do usuário final ou na rede. O autenticador de smart card providencia o estabelecimento de uma sessão segura criptografada, e tudo o que o usuário com acesso privilegiado tem a fazer é lembrar-se do PIN. Os usuários com acesso privilegiado podem continuar a trabalhar com as ferramentas com as quais estão familiarizados e todo o sistema é rápido, simples e seguro. Mark Brown, Diretor de Segurança da Informação da EY, observa que, além da afirmação de que 96% das empresas não estão preparadas para um ataque cibernético, há ainda outra consideração. “Embora as empresas se deparem com um número crescente de violações de segurança, as restrições orçamentárias e a escassez de talentos significam que eles não estão implantando aqueles sistemas que correspondem às suas necessidades”, diz ele. Mais uma vez, o smart card é uma solução inteligente: tem a vantagem de ser fácil de implantar e gerenciar, além de ter um bom custobenefício. Com as violações de dados ocorrendo cada vez mais a partir de dentro das empresas e com os custos das violações aumentando, as organizações fariam bem em investir para uma melhor autenticação e gestão de usuários com acesso privilegiado. Outros SOLUÇÕES SIMPLES Fonte: normanmarks.wordpress.com 2% instrução sobre segurança de dados para os funcionários, o cibercrime foi facilitado ainda mais. acesso deve ser concedido com base na quantidade de tempo necessário. 4 Implementar ferramentas e relatórios para monitorar qualquer concessão inadequada dos direitos de acesso e quaisquer violações da política. 5 Monitorar frequentemente e melhorar a forma como os direitos de acesso são concedidos e revogados. Isto é especialmente importante à medida que novas tecnologias, como as aplicações corporativas móveis, são adotadas. 21% 1 Antes de implementar quaisquer controles de acesso privilegiado, observe, em primeiro lugar, a sua situação atual: o risco potencial para a organização e os possíveis obstáculos para a gestão eficaz do acesso privilegiado. 2 O acesso aos ativos de informação não deve ser concedido a todos os administradores. Somente aqueles que têm uma necessidade comercial válida devem receber autorização para acesso 3 Não conceda a qualquer pessoa acesso permanente a qualquer recurso. O Fuente 1 Verizon data breach investigation report 2014; 2 ACFE Report to the Nations on Occupational Fraud & Abuse, Association of Certified Fraud Examiners Inc., 2012; 3 Vormetric 2013 Insider Threat Report 4 Privileged User Abuse & the Insider Threat, Ponemon Institute, Junho 2014 25 A VOZ DO CLIENTE VISÃO Autor Alfred Turner foto rebecca Toh Uma convergência dos serviços nos dispositivos móveis significa pensar fora da caixa para a EZ-Link, uma empresa de Singapura que oferece pagamento de transporte sem contato, emissão de bilhetes, carteira eletrônica, entre outros produtos EZ rider 26 Você tem aplicativos móveis com os quais as pessoas podem efetuar pagamentos, atualizar suas informações ou recarregar um cartão pré-pago armazenado. Estes são populares, já que as pessoas preferem realizar estas atividades sozinhas a ter outros fazendo por elas.” Saiba como usar o cartão Ez-Link em: tinyurl.com/ox6zowz Em contato permanente Em 2012, a EZ-Link fez parte de um consórcio liderado pela Gemalto em Singapura que lançou diversos serviços de pagamento usando a tecnologia “tap-and-pay” NFC. O Diretor-Presidente da EZ-Link, Nicholas Lee, admite prontamente que a mobilidade é algo que sua empresa tem que acompanhar, apesar da receita principal de sua empresa ainda vir do transporte. Os trabalhos incluem planos para expandir o uso do comércio eletrônico (eCommerce) ao fazer com que os smartphones deixem de ser dispositivos rivais para serem dispositivos complementares, diz ele. Tendo trabalhado na Ez-Link Card por 14 anos, ele acredita que os desafios dão origem a novas inovações. Quais são as grandes tendências que afetam o pagamento com cartão sem contato em geral e em sua empresa em particular? Há três grandes tendências. A primeira é esta convergência de serviços para dispositivos móveis, quer sejam tablets ou smartphones. Você tem aplicativos móveis com os quais as pessoas podem efetuar pagamentos, atualizar suas informações ou recarregar um cartão pré-pago armazenado. Estes são populares, já que as pessoas preferem realizar estas atividades sozinhas a ter outros fazendo por elas. A segunda tendência é a expansão do comércio eletrônico. Houve um crescimento fenomenal ao longo dos anos e ele está afetando a maneira como usamos o pagamento sem contato. O cartão Ez-Link costumava ser usado exclusivamente para o transporte e varejo, mas, agora, também estamos olhando para o comércio eletrônico. Hoje, você pode colocar um “cartão” em diferentes dispositivos, como um cartão SIM, e usar o telefone para pagar no comércio eletrônico. Em Singapura, nós introduzimos um serviço de recarga (do cartão Ez-Link) através de um telefone habilitado para NFC. A terceira tendência é a aceitação do circuito aberto. Londres tem um sistema de transporte aberto, onde os viajantes podem pagar por meio de um cartão de crédito Visa ou MasterCard sem contato. Assim, eles estão eliminando o custo de ter que emitir um cartão especial para as pessoas pagarem pelo transporte. E os turistas podem usar seus próprios cartões para pagar também. Em Singapura, trabalhamos com empresas de cartão de crédito para emitir cartões MasterCard e American Express que estão vinculados a uma carteira Ez-Link, com valor armazenado dentro deles. Desta forma, os usuários não têm que carregar tantos cartões. O que a EZ-Link está fazendo para responder a estes desafios? A mobilidade é algo que temos que acompanhar para atender à demanda do cliente. Os aplicativos de celulares que permitem que as pessoas vejam o histórico de Um pequeno e leve mini-iPad é o principal dispositivo de trabalho de Nicholas Lee quando ele está viajando. Ele também tem um Samsung Galaxy Note 3, mas está se segurando para comprar um novo iPhone 6 Plus depois de ler comentários que afirmam que ele pode ser facilmente entortado. Além disso, ele não pode usar os serviços EZ-Link NFC nele, ao contrário do seu telefone Samsung. Para ficar em contato com as mudanças do setor, ele faz parte de um grupo informal de emissores de cartão de transporte regionais que se reúnem trimestralmente. “Nós nos conhecemos como amigos em conferências, mas decidimos nos reunir a portas fechadas”, diz Lee. “É mais privado para compartilhar as melhores práticas e ver novas oportunidades de negócios.” transações ou recebam alertas - este tipo de envolvimento do cliente é importante. Nós também podemos transformar o telefone em um cartão Ez-Link, ou usá-lo como terminal. É uma boa oportunidade. Nós introduzimos aplicativos móveis para transformar o celular em um dispositivo de recarga. Nós gastamos tanto em terminais físicos de recarga - atualmente existem 4 mil terminais em Singapura então, por que não deixar que as pessoas façam a recarga no telefone? Até agora, este aplicativo já teve 100 mil downloads. O número de transações é pequeno, mas está crescendo. A EZ-Link também está interessada em entrar no comércio eletrônico. Em uma página de finalização de compras de um site, podemos incluir uma opção de pagamento que permite que você digitalize um código QR com seu telefone. Depois, você paga simplesmente ao aproximar o seu cartão Ez-Link em seu telefone via NFC. Isto transforma essencialmente seu telefone celular NFC em um dispositivo de pagamento pessoal para nossos cartões Ez-Link e é uma ótima maneira de colocarmos os nossos cartões no espaço do comércio eletrônico. Para as pequenas transações de US$ 8 a US$ 16, o nosso cartão funcionará bem. Nós já estamos conversando com alguns sites de comércio eletrônico. Como a sua organização usa a tecnologia móvel? Eu me comunico com o pessoal através de uma rede social. Temos um grupo privado no Facebook, onde compartilhamos informações. Por exemplo, eu compartilhei minha viagem à China recentemente, quando estava em uma delegação chefiada pelo PrimeiroMinistro (de Singapura). Os funcionários são mantidos atualizados desta forma. Nas reuniões na Câmara Municipal, as pessoas acabam dormindo se você for chato! Que medidas de segurança são mais importantes? Quando se trata de segurança de dados, temos diretrizes rígidas emitidas pelas autoridades. Tudo no PC está criptografado. São realizadas auditorias internas em sistemas e processos com frequência. É importante, porque nós carregamos uma grande quantidade de informações do titular do cartão. Por que não deixar que as pessoas recarreguem no telefone? Até agora, este aplicativo já teve 100 mil downloads 27 INOVAÇÃO MOBILE HEALTH A tecnologia móvel está mudando a maneira como os países ricos e em desenvolvimento têm acesso à saúde e a informações médicas 28 Autor adam oxford ilustração Carole Verbyst Leia os últimos progressos em saúde móvel: mobihealthnews.com A saúde móvel das nações Quando este artigo foi escrito, a África Ocidental estava tendo o pior surto do vírus mortal Ebola registrado desde que ele foi identificado pela primeira vez em 1976. O surto atual é exatamente o tipo de pandemia que os governos do mundo têm temido por décadas: ele mata entre 50% e 60% de todos os pacientes infectados, não tem cura conhecida e está ameaçando se espalhar através das redes de transporte mundiais. Depois do saneamento básico e da higiene, a maneira mais eficaz de evitar que o Ebola se espalhe é a informação: mitos sobre o assunto e a desconfiança dos médicos agravaram os problemas básicos de infraestrutura e o manteve em circulação em áreas onde poderia ter sido controlado. “Esta é a primeira vez que um surto de Ebola ocorreu na África Ocidental”, diz Aliou Boly, Gerente do Programa da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho (FICV) na Guiné. “Portanto, há uma série de equívocos e rumores, como, por exemplo, que a doença é transmitida pelo ar.” Em muitas partes da África rural - onde o Ebola se mostrou mais virulento - há um canal de informação relativamente novo que poderia tornar-se um campeão no salvamento de vidas: o telefone celular. Os últimos dados da empresa de pesquisa Gallup sugerem que 80% das famílias na África Subsaariana têm acesso a um telefone celular, enquanto um relatório de 2013 do Banco 80% das famílias na África Subsaariana têm acesso a um telefone celular 29 INOVAÇÃO MOBILE HEALTH ”Em uma emergência, ao contrário de outros sistemas, nós não precisamos que as pessoas se inscrevam para receber nossas notificações” Sharon Reader DA CRUZ VERMELHA Mundial constatou que menos de 15% das famílias rurais têm acesso à eletricidade. Não é nenhuma surpresa, então, que os serviços de saúde móvel - ou mHealth - fornecem um caminho com um bom custo-benefício para educar os cidadãos e dar suporte aos profissionais da saúde. Em Serra Leoa, diz Boly, a FICV implantou sua aplicação Trilogy Emergency Relief Application (TERA). Em 2010, o Haiti sofreu um terremoto que matou 220 mil pessoas, deixou uma grande parte da população sem abrigo e devastou a infraestrutura do país. Reconhecendo que a maneira mais eficiente de alcançar um grande número de pessoas era enviando mensagens SMS para seus telefones, a FICV começou a trabalhar no TERA com uma das operadoras de telefonia móvel local. O que destaca o TERA é a sua capacidade de enviar mensagens para usuários em uma determinada localização geográfica. No Haiti, o TERA ajudou a organizar acampamentos de ajuda onde as pessoas eram abrigadas, fornecia atualizações sobre a existência de suprimentos de higiene e alimentos nas proximidades e serviu como um sistema de alerta precoce para os casos de cólera. “Em uma emergência, ao contrário de outros sistemas, nós não precisamos que as pessoas se inscrevam para receber nossas notificações”, diz Sharon Reader da Cruz Vermelha. “Nós simplesmente podemos enviar mensagens para todos os clientes de uma rede.” ALÉM DAS FRONTEIRAS 30 A GSMA, uma organização global de operadoras de telefonia móvel e empresas de tecnologia relacionadas, acredita que muito mais pode ser feito para promover as boas práticas no campo da saúde móvel. Em 2012, ela lançou a Iniciativa Pan-africana de Saúde Móvel (PAMI), com o objetivo de promover a saúde materna e a nutrição infantil usando telefones celulares. A iniciativa PAMI se expandiu recentemente para incluir um novo programa de saúde móvel - Mobile for Development -, segundo o qual a GSMA reúne parceiros como a Samsung, MTN, Hello Doctor e a Gemalto para formular e promover as melhores práticas e soluções comerciais para alguns dos problemas de saúde do continente. Como parte da iniciativa, as pessoas receberão serviços de nutrição e saúde móvel através do canal No Haiti, o TERA ajudou a organizar acampamentos de ajuda onde as pessoas eram abrigadas, forneceu atualizações sobre a existência de suprimentos de higiene e alimentos nas proximidades e serviu como um sistema de alerta precoce para os casos de cólera SmartMessage, uma solução de mensagens interativas. Isto simplificará a relação entre pacientes e interessados da saúde e fornecerá aconselhamento nutricional e de saúde direcionados através de telefones celulares. Para que isso aconteça, os novos serviços de saúde móvel precisarão estar ligados a grupos vulneráveis na região, para enviar recomendações por SMS interativo ou em menus dinâmicos dos aparelhos. Permitir que as pessoas conversem com um especialista da saúde por meio do canal Smart Message permite o diagnóstico, a coleta de dados e a vigilância, além de financiamento da saúde e pesquisas de saúde, que podem ser lançados em escala nacional através dos telefones celulares a fim de coletar informações. Ele também permitirá que governos e profissionais de saúde tomem decisões adequadas e dará toda uma nova dimensão à forma como os prestadores de serviços de saúde e os pacientes podem se envolver e se comunicar à distância. “Certamente não existe ilustração mais clara do potencial das soluções móveis para mudar fundamentalmente as expectativas e resultados de milhões de pessoas na África Subsaariana”, comenta Philippe Vallée, Diretor Operacional da Gemalto. Embora essas soluções rendam manchetes, na sua essência, a iniciativa da GSMA trata do compartilhamento de conhecimento coordenado em grande escala. Os serviços de saúde móvel na África somente funcionavam dentro das fronteiras de um determinado país. Portanto, um projeto pancontinental realmente fará a diferença. Os serviços da PAMI incluem o envio de atualizações QUANDO A SAÚDE MÓVEL SE ASSOCIA À TECNOLOGIA M2M em tempo real para todos os aparelhos registrados via SMS, a realização de pesquisas com pacientes e análise de resultados, e até mesmo o aperfeiçoamento do registro de informações demográficas, tais como certidões de nascimento e de óbito. Estes têm sido, historicamente, difíceis de controlar nas áreas rurais. TECNOLOGIA ADEQUADA À TAREFA Quando se trata de saúde móvel, o melhor é manter as coisas simples. Na parte Oriental da África do Sul, a operadora de telefonia móvel MTN e a fornecedora de chips para smartphone Qualcomm fizeram recentemente um teste piloto da tecnologia móvel para médicos e clínicos que trabalham nas áreas rurais. A solução - tablets e telefones pré-carregados com leitores de PDF e livros médicos extensos - pode parecer esquisita, mas foi perfeita para a tarefa em questão. “Nós não poderíamos mudar uma única palavra dos livros didáticos aprovados”, diz Berhan Gebru da FHI 360, que desenvolveu o aplicativo. “Apenas uma vírgula ou zero em um local errado ao reformatar o texto poderia significar um risco inaceitável para o paciente. Por isso, tentamos manter as versões digitais o mais próximas possível das cópias impressas. “ Outras organizações estão à procura de soluções de grande escala. A Internet.org, outra parceria das empresas de tecnologia móvel lideradas pelo Facebook e seu fundador Mark Zuckerberg, anunciou recentemente um conjunto de 13 serviços acessíveis a todos os clientes na rede Airtel da Zâmbia, junto com planos de expansão para outros países em um futuro próximo. Os serviços podem ser acessados por meio de um aplicativo para smartphone e em aparelhos básicos utilizando o protocolo USSD. Eles incluem Facebook, Wikipedia, um recurso de procura de empregos e uma biblioteca de leitura, tudo isso sem qualquer custo para o usuário. Fundamentalmente, também inclui o acesso a Facts for Life, uma publicação do UNICEF que presta assessoria pós-natal e informações para mães com crianças pequenas, e à Mobile Alliance for Maternal Action (MAMA), que oferece informações médicas e de saúde a mulheres grávidas. A Fundação Praekelt desenvolveu as plataformas digitais para a Facts for Life e para a MAMA. “Acreditamos que o acesso à informações para melhoria de vida é um direito humano”, diz o fundador Gustav Praekelt. E, se estas plataformas móveis forem um sucesso, mais pessoas terão esses direitos. Nos países em desenvolvimento, obter sucesso com um projeto de saúde móvel significa garantir que as soluções sofisticadas possam funcionar em telefones de pouca tecnologia em circunstâncias exigentes. Nos países mais ricos, no entanto, a vanguarda da pesquisa está mais focada na tecnologia máquina a máquina (M2M). Uma área-chave da pesquisa é a tecnologia dos wearables. Normalmente, isso compreende um dispositivo de baixo custo dotado de uma série de sensores como um SmartWatch ou uma pulseira/cinta de fitness - emparelhada com um smartphone para fornecer conectividade de rede e uma interface baseada em aplicativo para o monitoramento. Para este fim, o fabricante dos processadores Intel e a Michael J. Fox Foundation, que foi criada pelo ator homônimo para financiar pesquisas sobre a Doença de Parkinson, anunciaram recentemente que eles estavam trabalhando em como usar a tecnologia wearable para monitorar os sintomas das pessoas com o Mal de Parkinson. Extraordinariamente, apesar dos 200 anos de pesquisa, ainda não existe um diagnóstico objetivo para a Doença de Parkinson. A equipe de pesquisa espera que, através da análise da enorme quantidade de dados gerados a partir de 300 observações por segundo de um grande número de pacientes, será possível desenvolver tratamentos melhores e aprender a detectar os sinais precoces de uma forma mais eficaz. “Eu sei que muitos médicos dizem aos seus pacientes para manter um registro para acompanhar sua Doença de Parkinson”, diz Bret Parker, que convive com a doença e participou dos testes iniciais da tecnologia. “Os dispositivos wearables fizeram esse monitoramento para mim de uma forma que eu nem percebi, e o estudo me permitiu ter uma visão dinâmica do processo para o desenvolvimento de uma cura.” Dr. Andrew Mitchell, médico especialista em coração do Reino Unido, declarou que a tecnologia wearable está se mostrando útil em sua clínica para a recuperação pós-operatória também. “A maioria dos profissionais de saúde leva as novas tecnologias wearables a sério”, afirmou ele. “Os pacientes têm registrado os dados sobre si mesmos com máquinas de pressão arterial, balanças, etc. As novas tecnologias nos permitirão saber mais sobre os nossos pacientes, o que só pode ser uma coisa boa.” Leia sobre as aplicações da Gemalto para a tecnologia de saúde M2M: gemalto.com/m2m/markets/mhealth Em 2012, a GSMA lançou a Iniciativa Pan-africana de Saúde Móvel (PAMI) com o objetivo de promover a saúde materna usando telefones celulares 31 PRIMEIRA PESSOA MARIE AUSTENAA Autor James de mellow Marie Austenaa da GSMA acredita que é a hora das operadoras tomarem as rédeas da identidade móvel O artigo genuíno Todos nós já passamos por isso ao clicarmos para acessar um serviço online no nosso computador ou dispositivo móvel e sermos solicitados a digitar um nome de usuário e senha que, simplesmente, não conseguimos nos lembrar. Depois de digitar algumas poucas opções possíveis em cada campo - e não chegar à combinação certa - você desiste e clica no botão “Esqueceu sua senha?” . No momento em que isso apareceu em sua caixa de entrada e você digitou a senha temporária e definiu uma nova (que você provavelmente irá se esquecer), o motivo pelo qual você queria acessar o serviço primeiro provavelmente saiu da sua mente. É óbvio que alguma coisa não está funcionando. A era da combinação de nome de usuário e senha - a forma padrão pela qual todos nós acessamos tantas partes do mundo online - está chegando ao fim. A tecnologia que usamos e o nível absoluto de nossa dependência dos serviços online ultrapassaram a senha, e os usuários precisam de uma forma para se autenticarem com eficiência e segurança. Marie Austenaa, Vice-Presidente e Diretora de Dados Pessoais e Identidade Móvel na GSM Association (a associação da indústria móvel que representa operadoras e outros agentes), acredita que 32 a mobile ID resolverá esse problema: especificamente, o padrão Mobile Connect que a GSMA lançou em fevereiro 2014. O padrão leva as operadoras de telefonia móvel com firmeza para o centro do processo de autenticação, algo que, como destaca Austenaa, faz sentido. “Você não precisa de um nome de usuário e senha para fazer uma chamada telefônica. Você só precisa clicar no botão verde”, diz ela. “No mundo digital, você precisa de um nome de usuário e senha para cada serviço que você acessa. Este é um problema que o usuário final vivencia e que as operadoras de telefonia móvel podem resolver com os ativos que têm, quer seja através do SIM ou de mecanismos, como, por exemplo, o protocolo USSD.” O padrão Mobile Connect permite aos usuários acessar todos os tipos de serviços digitais utilizando seus números de telefone celular para autenticação. Isto torna a execução de tarefas cotidianas - como o login em um site, ou o pagamento com um cartão de crédito e a verificação da conta bancária - muito mais simples. Ao padronizar o processo de identificação sem senhas ou geradores de código, uma base de dados de identidade está disponível simplesmente quando um indivíduo usa seu telefone celular. Isso sempre volta para a simplificação da vida dos consumidores - e as operadoras de telefonia móvel têm os recursos para fazer isso” 33 PRIMEIRA PESSOA MARIE AUSTENAA A morte das senhas está chegando - elas são uma solução inviável UMA EQUIPE UNIDA A mobile ID é um dos casos em que os usuários estão exigindo um novo serviço das operadoras de telefonia móvel, ao invés das grandes empresas empurrarem novos produtos getty A ênfase nas operadoras de telefonia móvel para fornecer o serviço de autenticação, no entanto, exigiu uma mudança da ênfase em sua parte. A maior mudança é que elas têm que trabalhar em conjunto para aumentar a interoperabilidade no mercado. “Se você é o maior jornal ou banco e precisa ter um mecanismo alternativo para os usuários serem reconhecidos, você não pode apenas trabalhar com uma única operadora”, diz Austenaa. “Isso apenas cobrirá uma pequena porcentagem da sua base de clientes. Por isso, você precisa ter todas as operadoras. Se você só conseguisse enviar um SMS para um terço dos assinantes, seria inútil. Assim, as operadoras estão cada vez mais compreendendo isso e percebendo que elas têm que trabalhar em conjunto para obter uma proposta no mercado. Elas não estão competindo umas com as outras nisso, mas está levando certo tempo para que todas 34 ESTÔNIA - UM MODELO PARA A MOBILE ID compreendam.” Não há qualquer problema, porém, quando se trata dos usuários. Na verdade, a mobile ID é um dos casos em que os usuários estão exigindo um novo serviço das operadoras de telefonia móvel, ao invés da situação mais comum, onde as grandes empresas empurram novos produtos no mercado. Culturalmente, os usuários estão se preparando para a mobile ID. De acordo com um relatório da GSMA, 40% dos consumidores no Reino Unido têm usado uma conta de rede social para fazer login em outros sites e 59% consideram as soluções de identidade móvel atraentes. O mercado está clamando por uma alternativa para o nome de usuário e senha. O mesmo relatório concluiu que os usuários tendem a ficar nos mesmos sites de “aparência segura”. Assim, as senhas permanecem inalteradas ou esquecidas. E, claro, as senhas são vulneráveis a hackers, como o mundo viu em agosto, quando um grupo criminoso russo roubou 1,2 bilhão de combinações de nome de usuário e senha de mais de 420 mil sites. “A morte das senhas está chegando - elas são uma solução inviável”, diz Austenaa. “Usar o seu telefone celular como autenticação é muito melhor - você está confirmando algo que você tem [o telefone] e algo que você sabe [sua senha].” GOVERNO EM QUALQUER LUGAR Há uma diferença, é claro, entre autenticar uma conta de rede social - que pode ser de uma empresa ou de uma pessoa física e não necessariamente você mesmo - e a verdadeira identificação para os serviços de governo eletrônico, como o pagamento de um imposto ou a solicitação de uma carteira de motorista. “Os governos querem se tornar muito mais eficiente e os estudos mostram as enormes quantidades de dinheiro que eles podem economizar ao tornarem-se mais digitais”, diz Austenaa. “Há um enorme esforço - o governo eletrônico está aqui para ficar. Mas eles têm que ter certeza de que eles identificam os usuários de A Estônia é um dos países mais integrados digitalmente do mundo e lançou seu primeiro sistema de mobile ID em 2007. No estado báltico, os cidadãos podem usar a sua mobile ID para fazerem suas declarações de impostos, pagarem por uma carteira de motorista, registrarem uma nova empresa e pagarem pelos serviços públicos. Até 2009, no entanto, apenas uma operadora de telefonia móvel - a EMT oferecia a mobile ID para seus clientes. Depois que isso mudou e outras operadoras começaram a oferecer o serviço, as taxas de adesão aumentaram rapidamente. Em 2013, havia cerca de 40 mil usuários de mobile ID na Estônia, de uma população de 1,3 milhão. Empresas, como os bancos, por exemplo, que adotaram a mobile ID viram os benefícios. O Swedbank, o maior banco da Estônia, disse à GSMA que depois que o seu aplicativo de banco móvel se tornou compatível com a mobile ID, o uso do aplicativo aumentou 200 vezes em relação ao ano anterior. Os usuários de mobile ID foram responsáveis por 38% de todos os logins. A mobile ID está até transformando a forma como os estonianos votam nas eleições nacionais. Após alguns anos de votação pioneira utilizando uma combinação de carteira de identidade e leitor, o país experimentou a votação móvel em 2011, eliminando a necessidade de um incômodo leitor de cartão. Nestas eleições, 24% dos eleitores que participaram o fizeram pela via eletrônica. uma forma segura. Isso tudo ainda depende de uma infraestrutura fundamental de identidades em um país. Você precisa de um governo para emitir passaportes, carteiras de motorista e carteiras de identidade. Então, você digitaliza essas identidades físicas e as desbloqueia com o Mobile Connect.” Alguns países, como o Paquistão, vinculam a identidade ao telefone celular desde o início, já que o governo agora registra as impressões digitais de todos os que compram, ativam ou renovam um cartão SIM na loja. Mas outros países têm que confiar em outros métodos. Na Estônia (vide quadro acima), o governo incentivou as pessoas a irem até as lojas das operadoras com seus passaportes e obter um novo cartão SIM. A Estônia é um dos poucos países (outros incluem Turquia, Finlândia e Noruega) que Austenaa identifica como um país que está fazendo “grandes coisas” no setor de mobile ID. “Isso simplesmente torna a execução de coisas do cotidiano muito mais fácil”, diz ela. “Na Noruega, por exemplo, para entrar em um portal do governo e preencher uma declaração de imposto, basta digitar um PIN em seu telefone.” O padrão Mobile Connect foi projetado para levar este tipo de experiência ao máximo de pessoas possível, e as principais operadoras globais, como a Orange, Telefonica, Axiata e China Mobile já aderiram ao padrão. “Estamos trabalhando em mercados no mundo todo tentando juntar os pontos”, diz Austenaa. “Mas isso sempre volta para a simplificação da vida dos consumidores - e as operadoras de telefonia móvel têm os recursos para fazer isso.” Leia sobre as soluções de identificação móvel da Gemalto em gemalto.com/mobile Os criminosos roubaram 1,2 bilhão de combinações de nome de usuário e senha de mais de 420 mil sites 35 INOVAÇÃO ADOÇÃO DO PADRÃO EMV Com o prazo para migração EMV se aproximando, a gigante de cartões dos Estados Unidos começou a migrar para a tecnologia de chip EMV Autor Tamsin Oxford DEBIT SAFE BANK 1112 7 8910 6 5 4 3 2 01 expire end Valid from 11/15 3 50-22-0 12/18 8 1234567 MR J Doe Reduzindo as fraudes 36 Do outro lado do oceano getty istock A situação da migração para o padrão EMV continua variada no mundo todo. Alguns países já estão totalmente convertidos para a solução, enquanto outros, como os EUA, estão se movimentando em alta velocidade. A National Payments Corporation of India (NPCI) desenvolveu o RuPay, e os bancos do país estão trabalhando com a MasterCard e com a Visa para desenvolver soluções EMV. Nas Filipinas, a tecnologia EMV está desempenhando um papel ao limitar a fraude nos caixas eletrônicos, que custaram mais de US$ 4 milhões em 2013. Porém, a evolução será lenta, com 2017 marcando o objetivo de emissão de cartões EMV devido a questões de custo. A Indonésia introduziu a tecnologia lentamente desde 2012 e, apesar das regulamentações governamentais severas, ela tem presenciado aumentos nos volumes de transações e valor ao lado de um aumento das despesas de consumo. Em maio de 2014, a EMVCo revelou que havia 2,37 bilhões de cartões de pagamento EMV em circulação e 36,9 milhões de terminais EMV ativos no mundo todo. Isso representa um aumento de 120 milhões de cartões e 2 milhões de terminais ao longo dos últimos 12 meses. Este número inclui os EUA, que está fazendo a transição para essa tecnologia: uma mudança que está sendo provocada por vários fatores que incluem desde questões de responsabilidade, segurança, fraudes e conveniência para o consumidor. “As principais marcas de pagamento estabeleceram um prazo de responsabilidade de outubro de 2015, sendo que após esse período, a responsabilidade por qualquer ocorrência de fraude no ponto de venda será transferida para o participante com a tecnologia mais fraca”, disse Philippe Benitez, Vice-Presidente de Desenvolvimento de Negócios, Gemalto América do Norte . O resultado é que tanto os bancos quanto os comerciantes estão atualizando a tecnologia para EMV. Uma pesquisa recente mostrou que a fraude decorrente de falsificação de cartões caiu 91%, quando a França migrou para EMV em 2005, e o Reino Unido viu a fraude de cartão em geral ser reduzida em um terço. EMV não é a sigla da moda, é uma solução que funciona. Os Estados Unidos são o último país do G20 a migrar para EMV, e os viajantes norte-americanos têm enfrentado problemas de aceitação internacional com os cartões de tarja magnética por causa das preocupações dos comerciantes sobre a responsabilidade. Outras preocupações eram que a fraude estava migrando do exterior para os EUA por causa da fraca segurança desses cartões. Os EUA respondem por apenas 24% de todas as vendas de cartões e são responsáveis por quase 50% das fraudes no mundo. Uma pesquisa realizada em 2014 sobre Controle e Fraude de Pagamentos pela Association for Financial Professionals (AFP) (2014 AFP Payments Fraud and Control) destacou como as empresas dos EUA continuavam vulneráveis, com 60% das organizações expostas a tentativas de fraudes de pagamento ou fraudes de pagamento reais em 2013, e 43% delas informando que os alvos eram os cartões de crédito e débito. As violações de dados que acontecem nos EUA são manchetes diariamente. É o país com o maior número de cartões em circulação - mais de 1,2 bilhão. Assim, as violações são enormes e afetam um grande número de consumidores. Uma das principais varejistas dos EUA, a Target, anunciou recentemente que teve mais de 40 milhões de registros de cartão de Saiba mais sobre EMV e Banco Eletrônico thatsemv.com crédito e débito roubados, junto com outros 70 milhões de registros com informações de clientes, que incluíam endereços e números de telefone. Esta violação inspirou o varejista a acelerar sua adoção da tecnologia de PIN e chip, com o objetivo de implementá-la em seis meses antes do término do prazo para mudança na atribuição de responsabilidade. Conforme empresas como a Target e outros comerciantes varejistas nacionais realizam a troca, o que acontece com os bancos de menor porte e cooperativas de crédito que também estão se preparando para essa mudança? Será que eles têm uma vantagem sobre os bancos e as instituições de maior porte? CONVENIENTE E SEGURO Talvez não. Afinal, os 20 maiores bancos nos Estados Unidos respondem por mais de 75% dos cartões em circulação e eles estão se movimentando a toda velocidade para a migração. Além de tentar cumprir o prazo e manter a fidelidade do cliente, há a questão da compreensão pelo cliente. Com a rápida corrida na direção da tecnologia EMV e Contactless nos Estados Unidos, o consumidor enfrenta uma curva de aprendizagem e existe a preocupação de que isso poderia inibir a adesão. É provável que as pessoas nos EUA aprendam rapidamente como o EMV funciona. Afinal de contas, todos os outros países instruíram os consumidores com êxito. A principal diferença é que, em vez de passar e manter o cartão na mão, o cliente “mergulha” o seu cartão no ponto de venda EMV e espera até que a transação seja concluída. Para as transações sem contato, o cartão nunca sai da mão e é uma operação rápida de aproximação e pronto. Os comerciantes e emissores estão sendo orientados a ativarem a tecnologia Contactless para que eles possam colher o máximo de benefícios do padrão EMV. Os dados demonstram um aumento significativo dos gastos com a tecnologia Contactless. A introdução do padrão EMV nos EUA deverá transformar a forma como os pagamentos são gerenciados. Não se trata mais apenas de proteger os cartões de plástico, mas todos os tipos de pagamento. O hacker pode pegar as informações do cartão bancário com tarja magnética e codificá-las em qualquer tarja magnética, até mesmo em uma chave de hotel. O padrão EMV usa a criptografia para criar dados dinâmicos, que mudam a cada transação. Portanto, se as informações forem interceptadas por hackers, os mesmos não poderão usá-las para criarem um cartão falsificado. Os dados são inúteis para eles. A fraude provavelmente migrará para o próximo elo mais fraco, que é o comércio eletrônico, porque o padrão EMV não protege os pagamentos do comércio eletrônico. Os EUA respondem por 24% de todas as vendas de cartões, mas representam 50% das fraudes no mundo 37 PIONEIROS SMART TV Autor mike jennings ilustração getty Para saber as últimas notícias sobre tecnologia, veja o blog da Gemalto em blog.gemalto.com A TV, mas não como você a conhece O futuro do entretenimento poderia comandar o resto da sua casa para você também? A Smart TV é a próxima grande coisa na tecnologia de consumo, com a previsão de 204 milhões de aparelhos conectados apenas nos EUA até 2017. Aqueles que já atualizaram se beneficiam de uma maior variedade de conteúdo disponível. Eles podem ser mais exigentes sobre o que assistir, graças à variedade de assinaturas, opções pay-per-view e microtransações disponíveis. Os aplicativos são uma atração chave das Smart TVs. O melhor gira em torno das experiências básicas de consumo ou melhoria de conteúdo: ferramentas, tais como o Netflix, Pandora e YouTube fornecem maneiras de assistir ou ouvir mais. Nos EUA, ferramentas como MLB.tv e Game Time da NBA melhoram o conteúdo com atualizações de placar ao vivo, notícias e compilação dos melhores momentos. O crescimento do pagamento alternativo coloca o dinheiro nas mãos dos produtores de conteúdo e de terceiros, o que poderia quebrar o domínio que os proprietários de direitos e redes detêm sobre o entretenimento. A indústria da mídia está passando por uma revolução: os provedores de serviço de internet, fabricantes de dispositivos e redes sociais, todos têm uma participação nesse novo mundo. Tudo isso é uma benção para os anunciantes: com mais dados disponíveis sobre os hábitos de exibição de uma família, os anúncios podem ser direcionados com maior sofisticação. 38 Nos EUA, uma pesquisa da Parks Associates concluiu que 34% dos domicílios com banda larga têm Smart TVs, e que quase dois terços das pessoas que compram televisões planejam comprar hardware conectado. A empresa de capital de risco KPCB afirma que as vendas mundiais de Smart TV representaram 25% de todas as compras de TV em 2012, mas 39% em 2013. Na França, uma participação de 23% em 2012 aumentou para um percentual extraordinário de 80% em 2013, de acordo com a CSA. DESAFIOS INTELIGENTES Podendo as Smart TVs atuarem em sua capacidade máxima, elas dependerão do acesso à banda larga super-rápida e confiável. Isto é um problema na Europa e em outros lugares. Neelie Kroes, Comissária Europeia para a Agenda Digital, explicou em um recente relatório que a Europa “está aquém no fornecimento de... redes de alta velocidade” e que esta situação “não é sustentável”. Para que uma Smart TV seja mais eficaz e execute várias funções ao mesmo tempo - tais como streaming de vídeo em alta definição, gravação de outra coisa e comunicação com vários dispositivos da casa - você precisa de uma largura de banda que poderá fornecer uma experiência perfeita de usuário. Neste aspecto, os EUA estão à frente da Europa. Um estudo recente feito pela Escola de Direito da Universidade da Pensilvânia concluiu que 82% dos lares americanos tinham banda larga de alta velocidade, em comparação com 54% na Europa. Permitir que as pessoas que vivem nas áreas rurais tenham acesso às mesmas velocidades que os moradores da cidade também é uma obrigação. FUTURO CENTRO Quando esses desafios de velocidade de banda larga forem superados, as TVs Inteligentes, ou Smart TVs, farão parte de uma casa conectada, e isso se tornará uma característica comum. Em um futuro próximo, nós não precisaremos mais de vários controles remotos. Em vez disso, nossos smartphones e tablets controlarão a TV. Isto já está acontecendo: a LG possui um aplicativo que é compatível com suas TVs, e a HTC incluiu um software semelhante em seus smartphones. Outras ferramentas de terceiros usam “IR Blasters” para controlar TVs. Os tablets também serão utilizados para proporcionar experiências em segunda tela. Novamente, é um recurso que já começou a aparecer. Os anunciantes podem salivar sobre esses tipos de progressos - imagine uma experiência de segunda tela que destaca produtos apresentados em um programa, com links para efetuar a compra. O desenvolvimento das Smart TVs verá os software ampliarem o que for possível. O Skype já está permitindo a comunicação através da TV, e a Samsung já colocou os desenvolvedores para trabalhar na construção de aplicativos para Smart TV que podem controlar outros eletrodomésticos. À medida que outras tecnologias desempenham o seu papel, a tecnologia NFC poderia ser usada para acionar a transferência de conteúdo entre smartphones e TVs, por exemplo. As próprias Smart TVs poderiam fornecer uma experiência de tela grande para uma administração rápida e fácil de todos os eletrodomésticos. Assim, quando você puder ligar a máquina de lavar louça, sem ter que se levantar e perder um segundo do jogo ou filme que você está assistindo, você saberá que a TV inteligente chegou. Fornecendo acesso móvel para programas governamentais na Finlândia O serviço nacional de identidade eletrônica do governo da Finlândia agora incorpora a tecnologia móvel da Gemalto para que seus cidadãos possam acessar os serviços em qualquer lugar Você está lendo /review? /review é a página online da The Review - e muito mais. O site é atualizado regularmente com conteúdos exclusivos, infográficos e vídeo, bem como versões estendidas para a web dos artigos da revista. Para ver artigos que devem ser compartilhados e obter opiniões poderosas do mundo digital, a /review deve ser um destino frequente. O site está aperfeiçoado para smartphones e tablets. Assim, você pode acessar nosso conteúdo onde quer que você esteja. review.gemalto.com Veja em todos os dispositivos. EM UMA SOCIEDADE CADA VEZ MAIS CONECTADA, A GEMALTO É A LÍDER EM TORNAR AS INTERAÇÕES DIGITAIS SEGURAS E FÁCEIS. SAIBA MAIS EM GEMALTO.COM