o Japão - Gemalto

Transcrição

o Japão - Gemalto
Edição 3 2014
era
Ideias inteligentes para um mundo digital
Desvendando
o Japão
Por que o país asiático pioneiro da era digital está
adotando tendências tecnológicas mundiais
Como o mHealth salva vidas • Pagamentos • Além da transação • A tecnologia no local de trabalho
Bem-vindo
Estabelecendo conexões
Colaboradores
Adam Oxford
Em seus 15 anos escrevendo sobre tecnologia,
Adam, que, atualmente está na África do Sul, já
teve seus artigos publicados em dezenas de
jornais, sites e revistas de tecnologia.
David Howell
David é jornalista freelancer, escritor e microeditor
especializado em negócios e tecnologia, comércio
eletrônico e como as empresas podem melhor
utilizar as mídias sociais.
Gavin Blair
Nos últimos 14 anos, Gavin tem feito
reportagens sobre a tecnologia, economia,
cultura e viagens japonesas para jornais,
rádio e televisão na Europa e nos EUA.
Mike Jennings
Mike é um jornalista de tecnologia
freelancer do Reino Unido. Ele já escreveu
para diversas publicações, inclusive PC
Pro, Stuff, Computer Shopper e bit-tech.
Michael Au
Tamsin Oxford
Presidente, Sul da Ásia e Japão, Gemalto
Tamsin é jornalista e editor há quase 20 anos.
Ela é especializada nos mercados de TI
comercial e consumo e editou títulos como a
PC World.
gemalto.com
@gemalto
linkedin.com/company/gemalto
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A The Review é produzida para a Gemalto por Wardour,
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GERENTE DE COMUNICAÇÕES, GEMALTO Laurence Manouelides
EDITORES James de Mellow/ Rebecca Davies-Nash
EDITOR DIGITAL Molly Bennett
DIRETOR DE ARTE Steven Gibbon
DESIGNER SÊNIOR Mark Power
PESQUISA DE IMAGEM Johanna Ward
PRODUÇÃO Jack Morgan
DIRETOR DE PRODUÇÃO John Faulkner
DIRETOR DE CONTA David Poulton
DIRETOR DE CONTEÚDO Tim Turner
DIRETOR CRIATIVO Ben Barrett
Diretor Administrativo Claire Oldfield
CEO Martin MacConnol
2
magen de portada: Martin Roemers / Panos
A adoção dos serviços digitais pelo Japão é uma anomalia de mercado. Por
um lado, ele abre o caminho para as tendências mundiais, mas, pelo outro,
ele raramente adota aquelas tecnologias que transcendem suas fronteiras.
Há tempos, o Japão é considerado o país mais avançado tecnologicamente
do mundo: ele lançou a rede 3G em 1999 e estava usando a internet móvel
enquanto o resto do mundo jogava Snake em aparelhos Nokia 3310. A
tecnologia que estava sendo iniciada era destinada apenas ao mercado japonês,
sofrendo, assim, de um efeito chamado “jardim murado”, enquanto o resto do
mundo adotava smartphones e sistema de tecnologia conectados.
No entanto, o cenário mudou, e esta edição da The Review analisa
atentamente o ecossistema digital em evolução do Japão. Com o aumento da
popularidade do iPhone e o hábito de pagar por conteúdo desde o tempo da
tecnologia i-mode, atualmente, o Japão é o maior mercado de apps do mundo.
Isso, e sua familiaridade com sistemas de pagamento sem contato, o torna um
dos destaques em pagamentos NFC.
Esta edição também explora como a experiência do usuário é a maior
impulsionadora dos avanços tecnológicos. Marie Austenaa, da GSMA, observa
que o processo de login, senha e nome do usuário está com os dias contados
porque ele requer muito esforço do usuário. Dave Coplin, da Microsoft, explica
que a forma como usamos a tecnologia no local de trabalho deveria ser mais
dinâmica e interativa, de uma maneira similar aos sites das redes sociais. E o
Diretor-Presidente da EZ-Link, Nicholas Lee, observa que as expectativas dos
clientes quanto aos pagamentos móveis estão impulsionando a mudança para
pagamentos com cartão sem contato.
A experiência do usuário também está estimulando a utilização de redes de
telefonia móvel para a entrega de mensagens de texto sobre saúde em áreas
distantes. Esta solução simples não ajuda apenas os profissionais da área de
saúde, mas salva vidas.
Não deixe de acompanhar o site associado à The
Review, /review (review.gemalto.com), onde você
poderá ver artigos e vídeos exclusivos. Aproveite esta
edição.
Ideias vencedoras
08
Nós queremos saber o que você pensa - é por isso que
fazemos uma pesquisa com leitores em cada edição
da The Review. Acesse review.gemalto.com/survey
e siga as instruções. Agradecemos aos participantes
da pesquisa e anunciamos as pessoas que receberam
os prêmios: Olga Diaz ganhou
um alto-falante Sonos Wireless,
Hans Chewdler ganhou uma lente
de câmera sem fio Sony e, por
fim, Jonathan Bye ganhou um
smartwatch Pebble.
16
28
12
Nesta edição...
4 SUMÁRIO DIGITAL
O que há de mais moderno em segurança
digital
20 PLANETA DIGITAL: RETAIL
Marketing personalizado e inovações seguras
estão melhorando a experiência de compra
8 INOVAÇÃO
22 INSPIRAÇÃO
Pagamentos conectados
O desenvolvimento de sistemas de pagamento
em dispositivos móveis abriu um mundo de
oportunidades para a conexão com clientes
12 PRIMEIRA PESSOA
Abrace o Futuro
Dave Coplin, da Microsoft: a tecnologia que
utilizamos no trabalho deveria ser utilizada
com a mesma flexibilidade das redes sociais
16 SOCIEDADE
Casa do SIM nascente
O Japão está abrindo o caminho para a
inovação digital e a interação gerada pelo
usuário. Mas os outros podem seguir seu
exemplo?
Em alerta
As organizações precisam tomar medidas para
proteger seus dados contra as violações de
segurança que se originam nos funcionários
26 A VOZ DO CLIENTE
EZ rider
O Diretor-Presidente da EZ-Link, Nicholas Lee,
fala sobre o acompanhamento das tendências
de ePayment, dispositivos móveis e expectativas
do cliente
32 PRIMEIRA PESSOA
O artigo genuíno
Marie Austenaa da GSMA acredita que a
mobile ID substituirá o login com nome de
usuário e senha
36 INOVAÇÃO
Minando as fraudes
Os EUA estão mudando para a tecnologia
EMV a fim de reduzir a fraude e tornar as
transações mais simples
38 PIONEIROS
A TV, mas não da forma como você a
conhece
Você poderia controlar todos os aparelhos da
sua casa do conforto do seu sofá?
28 INOVAÇÃO
A Saúde Móvel das nações
As redes de telefonia móvel podem distribuir
orientação médica e dar suporte aos profissionais
da saúde
3
Sumário Digital
A tecnologia é supostamente uma força de nivelamento que
permite a contribuição de todos. Ela não deve ser exclusiva”
DAVE COPLIN, MICROSOFT UK.
Leia mais na página 12
Aumento do Uso do Cupom Móvel
getty images
De acordo com um novo relatório, o número de usuários de
cupom móvel deverá subir de 560 milhões para 1,05 bilhão
até 2019. A Juniper Research afirma que o aumento do
envolvimento dos lojistas com os vários canais móveis estará
por trás dessa expansão. Suas conclusões estão publicadas no
relatório Mobile Coupons: Consumer Engagement, Loyalty &
Redemption Strategies 2014-2019.
Dr. Windsor Holden, o autor do relatório, explicou que os
lojistas que integram os cupons móveis com programas
fidelidade terão um desenvolvimento significativo, assim como
a crescente acessibilidade e cooperação das empresas que
fornecem a tecnologia. Os Cupons MMS não devem ser mais
usados e o NFC começará a ter um papel mais proeminente.
“Embora o NFC não tenha conseguido ganhar força até agora,
o surgimento de um elemento seguro em nuvem por meio da
emulação de cartão hospedeiro (HCE - Host Card Emulation)
deverá estimular maior integração nas carteiras”, disse o
Dr. Holden para o contactlessintelligence.com. “Acreditamos
que isso oferecerá a visibilidade para encorajar as marcas a
realizarem campanhas usando a tecnologia”.
No entanto, a emulação de cartão hospedeiro (HCE) não
oferece o mesmo nível de segurança que os elementos
seguros dedicados ou incorporados. Então, ela precisa ser
complementada por outras credenciais seguras, tais como os
tokens dinâmicos. A pesquisa também mostrou que o uso dos
cupons móveis está ajudando a direcionar os clientes para
determinados lojistas e fabricantes. Uma falta de tecnologia
de resgate nos pontos de venda é, aparentemente, o principal
obstáculo para o seu sucesso.
Baterias não incluídas
Os pesquisadores da Universidade de Washington estão
desenvolvendo gadgets que enviam dados por Wi-Fi, mas que
não precisam de baterias ou qualquer alimentação externa.
Os dispositivos pegam a energia do Wi-Fi, TV, rádio e sinais de
celulares que já estão presentes no ar, reciclando as ondas
existentes ao invés de criar as suas próprias.
Esta tecnologia acessível e sem energia significa que a
internet poderia ser disponibilizada em partes do mundo
onde ela já não tem uma presença significativa. Ela também
poderia ser implantada de forma fácil e barata ao redor de
casa para ajudar a controlar os sistemas de aquecimento. Os
pesquisadores também criaram versões que podem energizar
diodos emissores de luz (LEDs), detectores de movimento e
outros dispositivos pequenos.
O desenvolvimento coincide com o lançamento de um projeto
de microchip de ultrabaixa energia da empresa start-up
PsiKick, da Virgínia, EUA. Projetado para consumir entre 1% e
0,1% da energia de microchips semelhantes, ele também pode
usar a energia de outras fontes, tais como a de um pequeno
painel solar, um material termoelétrico que absorve o calor
do corpo ou um dispositivo carregado pelo movimento. Ele
também pode ser usado em conjunto com uma antena que
coleta a energia das ondas de rádio ambiente. Desta forma,
o microchip é semelhante aos gadgets de energia livre. Este
último somente tem um alcance de 65cm, mas chegou a 2m
em alguns testes. Os produtos de baixo consumo de energia
estão definitivamente a caminho.
4
istock
Você pode saber mais em psikick.com
Baixe o relatório em
juniperresearch.com/reports
Leia as últimas notícias sobre NFC e estatísticas no
núcleo NFC da Gemalto: gemalto.com/nfc
Mantendo as
rédeas
Uso de smartphones como
chaves de hotel
Uma revolução digital silenciosa está ocorrendo dentro da
indústria hoteleira, permitindo que os usuários de smartphone
interajam com os hotéis de novas maneiras. Agora, os
hóspedes podem fazer check-in utilizando seus celulares ou
escolher um quarto auxiliado por plantas baixas esquemáticas
e fotos exibidas na tela. Eles podem até mesmo usar o
dispositivo como uma alternativa para a chave da porta. A rede
Hilton Worldwide de hotéis pretende introduzir todas estas
comodidades em seus hotéis em breve, assim como o Four
Seasons.
Para alguns, a tradicional experiência de check-in em hotel
está ficando muito atrás das companhias aéreas, onde os
clientes podem fazer todos os tipos de solicitações online
e evitar ter que ficar em longas filas. Os hotéis também
precisam se envolver com a geração Y – a geração nascida
entre 1980 e 2000 – que mal experimentou a vida sem a
internet ou smartphones.
A ideia, porém, tem seus críticos. Muitos concordam que
embora a capacidade de escolher quartos eletronicamente
possa ser atraente, um concierge ou atendente na recepção
também podem dar aquele toque pessoal ao recomendar um
quarto onde os hóspedes não serão perturbados pelo ruído
da vida noturna ou da rua, por exemplo. Esses são os tipos de
informações úteis que não está disponível no smartphone.
A capacidade de
monitorar o seu filho e
ter contato direto sempre
pode dar tranquilidade
aos pais. A gigante de
eletroeletrônicos LG
possui um novo dispositivo,
o KizON, que permite
que pais e mães façam
exatamente isso. O produto
foi recentemente colocado
à venda na Coréia do Sul, com planos para seu lançamento nos
EUA e na Europa.
O KizON é uma pulseira colorida para crianças equipada com
Wi-Fi e GPS. Usando essa tecnologia, o pais podem verificar o
paradeiro de seus filhos usando seu smartphone. Um recurso
“One Step Direct Call” também está incluído, permitindo que as
crianças pressionem um único botão para discar um número
pré-programado. Da mesma forma, os pais podem chamar o
KizON, que tem um microfone embutido que é automaticamente
ligado caso a chamada seja perdida ou não respondida dentro
de 10 segundos, permitindo-lhes monitorar.
Mas, para algumas pessoas, a ideia vai longe demais. Reynol
Junco, Professor Adjunto de Educação e Interação do Homem
com Computadores na Iowa State University, nos Estados
Unidos, e pesquisador do Berkman Center for Internet and
Society da Universidade de Harvard, disse ao npr.org: “É um
dispositivo que envolve os nossos medos sobre a sociedade,
e acho que ele envia uma mensagem de que o mundo não é
seguro. O mundo compreende tanto felicidade quanto desgraça,
mas a falta de segurança sempre existiu”.
Provavelmente, o dispositivo também não não será bem
recebido junto aos legisladores de Massachusetts, Illinois
e Texas, que, em novembro de 2013, introduziram a Lei de
Não Monitoramento de Crianças (Do Not Track Kids Act).
Algumas pessoas acreditam que as crianças têm direito à sua
privacidade, incluindo o advogado de São Francisco Stephen
Roberts, que, em 2008, escreveu: “As crianças têm direito à
privacidade, assim como os adultos, embora até mesmo os
direitos constitucionais mais importantes das crianças possam
ser restringidos por causa de sua condição de menor de idade.”
Saiba mais sobre o KizON em:
tinyurl.com/pxshhjg
5
Sumário Digital
Cada vez mais, as operadoras de telefonia móvel
estão percebendo que elas têm que trabalhar juntas”
MARIE AUSTENAA, GSMA Leia mais na página 32
reuters
O escritório
inteligente
Smartcarbs do Egito
Um novo sistema de cartão inteligente no Egito está sendo
usado para auxiliar na distribuição de pão subsidiado. O objetivo
do sistema é reduzir o consumo de trigo, combater a corrupção
e reduzir o desperdício do governo e serviços estrangeiros. Os
testes com o smart card começaram no ano passado.
O pão representa quase dois terços dos custos de subvenção
de alimentos anual do Egito, de US$ 5 milhões, e o governo pode
usar os cartões para monitorar a distribuição do pão. Um sistema
semelhante está em uso para outros produtos subsidiados, como
o arroz e o açúcar.
O Egito é o maior importador mundial de trigo, comprando
cerca de 10 milhões de toneladas por ano. Portanto, não havia
qualquer limite no antigo sistema em termos de quantos pães
subsidiados os cidadãos poderiam reivindicar. Agora, cada
portador do cartão receberá cinco pães por membro da família
todos os dias. O governo egípcio espera reduzir isso ao longo do
tempo, e qualquer cidadão que receba menos pode reivindicar
recompensas. O smart card carrega informações, tal como o
número de membros da família e pontos ganhos.
Os cartões de subsídio são fornecidos para qualquer pessoa no
Egito cuja renda mensal é inferior a 1.500 libras egípcias (US$
209). Nos últimos anos, o país teve uma redução significativa no
consumo de trigo.
Leia mais sobre o relatório em:
tinyurl.com/pagoxuh
Você chega ao trabalho e a
máquina de café automaticamente
faz sua bebida favorita. Você vai
para uma reunião e todo mundo
instantaneamente obtém suas
informações do LinkedIn. Este
cenário em breve poderá ser uma
realidade graças à Robin, uma
start-up de Boston, Estados Unidos.
Ela está desenvolvendo pequenos
sensores sem fio que as empresas
podem colocar em torno de um
edifício, permitindo-lhes rastrear
um funcionário e, simultaneamente,
permitir que cada um saiba onde seus
colegas estão.
O software usa Bluetooth LE, com
informações compartilhadas entre o
aparelho e o transmissor, conforme
necessário. Quando um funcionário
entra em uma sala, a sua presença
é processada, com a existência de
diferentes configurações para salas
de reuniões e cozinhas, por exemplo.
De acordo com o cofundador e
Diretor-Presidente da Robin, Sam
Dunn, a tecnologia já está em uso
no jornal News Corp em Nova York.
Dunn não vê qualquer problema
de privacidade, comparando o uso
do Robin à criação de um perfil no
Facebook.
“Sistemas similares já estão em
desenvolvimento em outros lugares”,
diz Burcin Becerik-Gerber, Professor
Adjunto de Engenharia Civil e
Ambiental da University of Southern
California. Ela está trabalhando no
uso de tecnologias similares para
monitorar bombeiros e vítimas em
incêndios em edifícios.
Saiba mais em
robinpowered.com
6
instantâneo
Pagamentos
NFC no Metrô de
Londres
1,6 milhões
de viagens foram pagas
usando cartões de pagamento
sem contato desde que a
Transport for London começou
a aceitá-los em 16 de setembro
Abril de 2014
Início dos testes do serviço de
pagamento com cartão NFC
sem contato em todos os trens
em Londres e arredores
500 mil aparelhos
de clientes deverão usar o
app Free Cash on Tap Mobile
Contactless Payment Service da
EE para viagens em Londres
65 mil
viagens de ônibus por dia
usaram pagamento sem
contato no período que
antecedeu o lançamento
para o Metrô de Londres
825 mil
passageiros já fizeram
pagamentos com cartão NFC
sem contato nos ônibus de
Londres, um número que
deverá aumentar com a
inclusão do Metrô.
Explore o portal online da The Review,
review.gemalto.com
A ascensão da realidade
aumentada
A realidade aumentada é definida como um tipo de
tecnologia que sobrepõe uma imagem gerada por
computador sobre a visão de um usuário do mundo
real, fornecendo um modo de visualização composto.
Pense em um dispositivo como o Google Glass, onde
a informação da internet ou de um smartphone pode
ser projetada na linha de visão do usuário, e você
terá um dos mais conhecidos exemplos de realidade
aumentada.
Augmate é uma plataforma de realidade aumentada
sediada em Nova York que procura aperfeiçoar
a tecnologia para uso da indústria, incluindo
treinamento manual do funcionário e no depósito em
sua lista de exemplos. O fundador Pete Wassell disse
ao site techcrunch.com: “Estamos trabalhando em
um conjunto mais razoável de listas de verificação e
sobreposições que podem ajudar um trabalhador a
executar seu trabalho. Há um aumento de mais de
30% da eficiência no tempo de execução da tarefa
quando as informações já estão em seu campo de
visão.”
Wassell cita um trabalhador que é dirigido para um
produto ou mantido informado sobre as atualizações
das ações ao vivo enquanto está distante do depósito.
Um gerente poderia ver em que cada membro ou
funcionário está trabalhando e em que etapa estão na
tarefa em questão. Instruções como manuais poderiam até mesmo ser
projetadas para os funcionários quando estivessem trabalhando em um
determinado item.
Os cálculos poderiam ser tratados pela tecnologia e não haveria
qualquer necessidade de carregar papelada ou manuais, já que todas as
informações necessárias poderiam ser obtidas no dispositivo. Wassell
também acredita que, com a interação humana desempenhando um
papel fundamental, a realidade aumentada pode ajudar a manter tal
trabalho manual sob a responsabilidade das pessoas e evitar que o
mesma seja entregue aos sistemas automatizados
Saiba mais em
augmate.com
7
INOVAÇÃO
ALÉM DA TRANSAÇÃO
Autor David Howell
ILUSTRAÇÃO nick reddyhoff
A tecnologia de pagamento agora vai além da mera
prestação de um serviço de transação.
As ideias que essas plataformas fornecem proporcionam oportunidades sem
precedentes para melhorar o relacionamento com o cliente
O desenvolvimento de sistemas de pagamento
eletrônico ficou muito dinâmico recentemente, com
as empresas agora obtendo uma compreensão mais
intimista do comportamento do consumidor a partir
das informações fornecidas por suas compras.
Philip McHugh, Diretor-Presidente da
Barclaycard Business Solutions, diz: “Os dados
orientam a relevância, que, então, orienta a compra
do consumidor. Os pagamentos eletrônicos podem
fornecer informações valiosas e análise de dados,
que, por sua vez, podem ajudar a oferecer uma maior
personalização, relevância e atualidade dos produtos
e serviços oferecidos aos consumidores.”
8
Além disso, a utilização destes sistemas em
smartphones e tablets também conectou os lojistas
aos consumidores. Poder fazer pagamento sem
contato de uma forma rápida e eficiente é um serviço
que beneficiará a maioria dos lojistas. A tecnologia
de pagamento móvel traz um novo canal de vendas
que está sempre ligado e gera um volume enorme de
dados úteis.
DADOS EM GRANDE ESCALA
““A era do Big Data traz a análise do agora,” diz
Karthik Krishnamurthy, Gerente de Operações na
A chave para o sucesso do consumidor:
tinyurl.com/k4whrou
Cognizant Technology Solutions. “As percepções em
tempo real sobre cada cliente se baseiam em análise
estatística avançada e técnicas de aprendizagem por
máquina.Os dados granulares estabelecem a base para a
personalização em massa no lugar dos antigos métodos
de segmentação. Conforme a resposta de cada cliente é
processada, ela é analisada para fornecer subsídios sobre
a eficácia da campanha, fidelidade à marca, mudança de
hábitos de consumo e lucro ou prejuízo.”
As empresas que procuram compreender o
comportamento do consumidor através das informações
de pagamento eletrônico devem, no entanto, agir com
integridade. As novas tecnologias de rastreamento de
clientes, como Localz e Viewsy, precisam ser inseridas
no contexto.
O desenvolvimento de uma abordagem mais
integrada à gestão de consumo através de seus hábitos
de pagamento eletrônico é muito bom, mas Erik
Engellau-Nilsson, Diretor de Negócios do Consumidor
na empresa provedora de pagamentos Klarna, adverte:
“Os dispositivos móveis fornecem dados ricos sobre o
comportamento do consumidor, mas isso não é algo
a ser “explorado”. Os lojistas precisam ter o mais alto
nível de respeito para com os dados do consumidor,
42% dos consumidores
no Reino Unido
acreditam que eles
não precisarão de uma
carteira ou bolsa até
2025
9
INOVAÇÃO
ALÉM DA TRANSAÇÃO
A resposta de cada cliente é analisada a
fim de fornecer subsídios sobre a eficácia da
campanha, fidelidade à marca, mudança de
hábitos de consumo”
Karthik Krishnamurthy, COGNIZANT TECHNOLOGY SOLUTIONS
seguindo os padrões baseados na permissão
e privacidade. Muitos consumidores ficarão
contentes por receber uma oferta personalizada na
loja em seu celular, enquanto outros não querem
que você saiba nada sobre eles. Qualquer estratégia
de dados deve encontrar o equilíbrio certo entre
estes segmentos de clientes.”
PADRÕES DE PAGAMENTO
Na era dos arraigados hábitos de compra online,
as práticas de consumo estão mudando para uma
abordagem omnicanal, pela qual todos os canais
são usados indiscriminadamente na busca do
melhor preço e menor atrito. Os clientes estão
combinando a compra online com a retirada
e devolução nas lojas, navegação na loja com
comparação de preços online e pagamento usando
vários tipos de dispositivos móveis.
Sameet Gupte, Vice-Presidente Sênior e MD
Europa, Virtusa, comentou que “Os pagamentos
eletrônicos tornam a interação com uma empresa
muito mais suave, mais rápida e mais conveniente
para os clientes. A penetração nessa área por meio
da implementação de métodos de pagamento
10% OFF
HANDBAGS
eletrônico pode ter um retorno real. A Starbucks,
por exemplo, afirma que mais de 10% de suas
vendas na loja são impulsionadas por seu app de
carteira móvel, que é um verdadeiro caso de sucesso
do pagamento eletrônico.”
Ralf Klinkenberg, Gerente Geral da empresa
de software de análise preditiva RapidMiner,
acrescenta: “Os processos analíticos podem ser
usados para desenvolver modelos preditivos
a partir dos quais podemos determinar, por
exemplo, se os clientes serão compradores mais
orientados pelo impulso, ou compradores mais
espontâneos ou compradores mais organizados,
que fazem planejamento e, possivelmente, mais
sensíveis aos preços. Além de ver quais são os
pontos acionadores [tais como feriados, eventos
esportivos, dia do pagamento], quando é possível
detectar um aumento anormal na atividade, nós
também podemos entender e otimizar o controle
de estoque futuro com base no período e local que
os clientes preferem comprar “.
As tecnologias de geolocalização, como GPS,
sinalizadores (beacons) ou app de check-ins,
detectam automaticamente as carteiras móveis dos
consumidores, enviando mensagens relevantes
contextualizadas e personalizadas para eles. Esta
estreita relação somente crescerá à medida que
essas tecnologias se tornam mais comuns, com os
consumidores à espera para experimentar este nível
de interatividade com os lojistas que eles visitam.
PAGAMENTOS SEM ATRITO
Will Jones, Presidente para a região EMEA na
10
A Starbucks afirma que mais de
10% das suas vendas na loja são
impulsionadas por seu app de
carteira móvel
Monitise, afirmou que: “Em fevereiro, o Yankee Group
previu que a economia móvel estava evoluindo a um
ritmo ainda mais rápido do que o esperado e que até
2017 ela estará avaliada em US$ 3,1 trilhões, US$ 200
bilhões a mais do que os US$ 2,9 trilhões previstos em
outubro de 2012.”
Philip McHugh, Barclaycard Business Solutions,
concluiu: “Os consumidores, por meio da tecnologia
móvel, têm sido extremamente capacitados a procurar
os melhores preços e a fazer compras onde eles
quiserem e quando quiserem. A fim de responder,
os comerciantes precisam cada vez mais de dados
acionáveis em tempo real para garantir que eles
possam fornecer aos consumidores os melhores
produtos e serviços a um valor excelente. Eles precisam
de uma solução de pagamento que permita a seus
consumidores fazer um pagamento quando quiserem
e onde quiserem. E a experiência precisa ser simples e
instantânea. O suporte a isto será a chave para qualquer
solução de pagamento atual ou futura.
A infinidade de opções de pagamento eletrônicos que
já está disponível aos lojistas pode ser surpreendente.
A informação do comportamento do consumidor
fornecida aos lojistas lhes permitirá criar cadeias de
fornecimento com alcance do fabricante à prateleira.
MERCADO MASSIVO DE NFC
Já houve diversos sistemas de pagamento sem contato, mas
nenhum se popularizou ainda. Isso tudo pode mudar graças à
Apple e sua jogada ao incluir o recurso NFC no iPhone 6 através
de sua iniciativa Apple Pay.
A jogada da Apple é importante, já que a tecnologia NFC
como uma plataforma de pagamentos não teve o suporte e a
direção que somente uma marca de tecnologia como a Apple
pode oferecer. O Diretor-Presidente da Apple, Tim Cook,
afirmou: “Nós começaremos focando nos pagamentos, já que
são um grande negócio. Todos os dias, entre transações de
crédito e débito, gastamos US$ 12 bilhões. Isto é mais de US$ 4
trilhões por ano, e apenas nos Estados Unidos... 200 milhões de
transações por dia. Isto significa 200 milhões de vezes que nós
corremos para pegar nossos cartões de crédito e passarmos
por aquilo que é um processo um tanto quanto antiquado.”
A Apple evidentemente é apenas uma das mais recentes
empresas a oferecer um sistema de pagamento sem contato.
Muitos destes sistemas foram desenvolvidos e desapareceram
rapidamente. Há claramente um desejo de um sistema de
pagamento sem contato universal: o relatório Pay Your Way in
2015 do Payment Council concluiu que 42% dos consumidores
do Reino Unido acreditam que não precisarão de uma carteira
ou bolsa até 2025. A Gartner prevê um crescimento anual de
35% do setor global de pagamento com tecnologia NFC até
2017, equivalente a um valor de mercado de US$ 371 bilhões.
O nível de conhecimento que o Apple Pay pode trazer é
enorme. A simples associação do sistema de pagamento
ao iCloud da Apple fornece mais de 800 milhões de contas,
que os lojistas poderiam considerar como alvo para seus
produtos e serviços. Mas é o nível de integração que a Apple
parece oferecer que atrai mais. Seu uso de um elemento de
segurança embarcada inviolável dentro do iPhone 6 protege as
credenciais de pagamento. Se os consumidores aderirem ao
Apple Pay, a Apple poderá se tornar líder mundial em serviços
de pagamento sem contato.
Evidentemente todos os olhos estão voltados para a Apple
e se ela conseguirá, finalmente, convencer um público que
parece estar ávido por um sistema de pagamento móvel de que
a adoção de sua nova plataforma é rápida, eficiente e, acima
de tudo, segura em número suficiente para atingir uma massa
crítica.
Saiba mais sobre o Apple Pay:
tinyurl.com/os2mbr8
11
PRIMEIRA PESSOA
Dave Coplin
“Quando se trata de maximizar o uso
da tecnologia no local de trabalho”,
afirma Dave Coplin, “nós estamos
apenas em um estágio superficial”
12
Autor James de mellow
fotografia Johanna Ward
Não era para ser assim
-apenas estamos usando
a tecnologia de forma
errada”
Abrace o
futuro
Em uma grande parte das últimas duas décadas, a maioria das
pessoas acessou um nível maior de tecnologia em seu local de trabalho
ou escola do que em casa. A adoção da internet em casa – e, em seguida,
da banda larga doméstica – era cara e demorada. Durante todo o tempo,
no entanto, os consumidores tinham acesso às rápidas velocidades da
internet no trabalho e estavam usando e-mail e outras ferramentas
interessantes para se comunicar com os colegas. O PC de casa poderia
ter sido algo que você usava por uma ou duas horas por dia, ou apenas
nos fins de semana, mas o mundo do trabalho se expandia cada vez
mais ligado ao poder da tecnologia da informação.
Nos últimos cinco anos, no entanto, a situação se inverteu. Os
consumidores têm enchido suas vidas com laptops, smartphones e
tablets, carregando em seu bolso mais poder de computação do que
um computador moderno de apenas alguns anos atrás, e as coisas que
podemos fazer com esses dispositivos fizeram com que a tecnologia em
um ambiente corporativo se tornasse maçante, restritiva e até mesmo
ineficiente.
“Nós estamos em um ponto agora em que a tecnologia se tornou
parte do problema do trabalho,” diz Dave Coplin, Diretor de Previsões
(Envisioning) da Microsoft Reino Unido (o nome do cargo, explica ele,
é irônico). “Todo mundo recebe muitos e-mail e isso é penoso. Mas isso
nunca deveria ter sido assim - nós apenas estamos usando a tecnologia
de forma errada “.
Quando as pessoas começam a usar uma nova tecnologia, elas
normalmente querem usá-la para simplesmente replicar formas
existentes de trabalho. Mas Coplin vê sua missão como um incentivo
para as pessoas a pensar diferente sobre o que a tecnologia pode
oferecer a suas vidas profissional ou pessoal. E parte disso tem a ver com
levar mais das maneiras que nós usamos a tecnologia fora do escritório
para o contexto do trabalho.
“Em sua vida pessoal, você não fica limitado por alguém do
13
PRIMEIRA PESSOA
Dave Coplin
A MENSAGEM ERRADA
DAVE COPLIN SOBRE...
Segurança
“De uma perspectiva tecnológica, é uma transição realmente muito
fácil e os problemas de segurança são comuns a outras coisas que
enfrentamos na sociedade hoje em dia. É a mudança cultural que é
realmente difícil. Se as pessoas abusam da segurança, isso não é
um problema da tecnologia, mas, sim, da administração.”
Dados
“A maioria das organizações está sentada sobre os dados que
poderiam oferecer-lhes um modelo comercial ou um fluxo de
receitas completamente novo. Elas estão começando a ver que, se
usarem os dados corretamente, isso poderá ajudá-las a fazer coisas
diferentes. As pessoas devem olhar para dentro da organização
para obter mais dados que poderiam trazer transformações.”
Educação
”Para mim, o mundo futuro do trabalho tem a ver com autodireção
e autorregulação. Os jovens, hoje, precisarão de um monte de
habilidades e as ferramentas que eles usam mudarão rapidamente.
Se tudo o que você ensinar às pessoas é como usar as ferramentas
que estão disponíveis para elas no momento, você não está
preparando as pessoas para o mundo do trabalho.”
Leia sobre a abordagem da inovação pela
Gemalto em gemal.to/alwaysinnovating
departamento de TI”, diz ele. “Você comete erros
e aprende com eles e, principalmente, aproveita
a experiência. Ainda assim, muitas organizações
estão ainda na era da mentalidade do “comando e
controle”. A mudança dessa mentalidade envolverá um
desafio cultural. Em uma organização, observa ele, a
administração superior está começando a compreender
como a flexibilidade da tecnologia, e a maneira como as
pessoas a usam, pode ter benefícios comerciais positivos.
As pessoas no nível hierárquico inferior já podem ver
como uma maior flexibilidade tecnológica melhorou
suas vidas pessoais e querem que ocorra o mesmo para
suas vidas profissionais. É a camada intermediária da
administração que está mais resistente à mudança.
“Muitas vezes, eles se agarram a processos antigos,” diz
Coplin. “São as pessoas que dizem: “Se você não estiver
no seu lugar, você não está trabalhando”. Precisamos
provocar o debate, fazê-los falar sobre a oportunidade de
negócios que a tecnologia pode oferecer.”
Ele passou mais de 20 anos no setor de TI antes
de perceber que queria ajudar as empresas a usar a
tecnologia da maneira certa. Seu trabalho de consultoria
verbal e escrito – ele produziu dois livros: The Rise of the
Humans e Business Re-imagined – está todo voltado
para desencadear uma verdadeira transformação através
da tecnologia, ao invés de simplesmente incluí-la no alto
dos processos estabelecidos.
14
O problema com os e-mails, diz Coplin, é que a caixa
de entrada é uma caixa fechada. As pastas de e-mail
de todos os funcionários contêm informações que são
potencialmente valiosas para uma série de colegas,
mas que são mantidas privadas. Levar alguns hábitos
das redes sociais – que as pessoas têm experiências
positivas resultantes do uso em suas vidas pessoais –
para o local de trabalho pode ajudar a promover o tipo
de transformação que Coplin acredita que a tecnologia
pode trazer.
“A principal razão para usar as redes sociais é
compartilhar informações - essa é a única razão
pela qual você está lá”, diz ele. “Mas a maioria das
empresas são de um mundo em que o conhecimento
é poder. Assim, a sua primeira posição é a de não
compartilhar nada. A cultura está mudando, porém,
e, em última análise, criará agilidade. Na Microsoft,
eu posso colaborar com todas as partes do negócio no
mundo todo – é fácil e não há qualquer formalidade
ou apresentações. Isso me ajuda a me sentir realmente
conectado à organização e são esses benefícios
que precisamos fazer com que as pessoas vejam e
compreendam. “
Coplin observa, também, que as implicações de
segurança para o compartilhamento das informações
não são diferentes de outras já enfrentadas na sociedade
e que é mais uma questão de como a própria segurança é
percebida. “Do ponto de vista da tecnologia, a segurança
é fácil. Existem muitas soluções para criptografia de
dados e até mesmo dispositivos móveis. Se as pessoas
abusam da segurança, isso não é um problema da
tecnologia, mas, sim, da administração.”
É esta mudança cultural que ele acha que oferecerá
a maior oportunidade. “Quando as organizações se
abrem a todos os seus funcionários, elas dão voz aos
sem-voz.” Quando os funcionários são envolvidos,
eles se importam com o trabalho e proteção da
confidencialidade dos dados. Para apoiar essa mudança
cultural, ele considera que as escolas têm um papel
significativo a desempenhar no desenvolvimento do
entendimento da privacidade dos dados da próxima
geração e sobre como usar a tecnologia de forma segura
e eficaz.
Paralelamente à colaboração e comunicação de uma
forma mais social, a tecnologia também deve mudar
o local onde trabalhamos. “Gostaria de ver o conceito
de um lugar puramente físico da minha empresa ser
completamente ultrapassado nos próximos 10-15 anos”,
diz Coplin. “Eu viajo de Banbury, em Oxfordshire, para
“As organizações têm que se
tornar um organismo inteligente –
um organismo que evolui e reage
ao ambiente ao seu redor.”
Londres todos os dias [a viagem leva entre 60 e 90 minutos],
mas por que eu não poderia ir para um centro de trabalho
compartilhado em Banbury?”
Ele acredita que a diminuição desse espaço de escritório fixo,
fornecendo mais centros de trabalho compartilhado e dotando
as pessoas com as ferramentas e cultura para verdadeiramente
trabalhar de forma flexível transformará tanto a produção
quanto o bem estar dos funcionários.
“O trabalho flexível tem a ver com permitir que as pessoas
escolham o melhor local para fazerem o trabalho que elas têm
que fazer naquele dia,” diz Coplin. “Digamos que eu tenha um
monte de serviços cognitivos para fazer, alguma coisa escrita.
Talvez eu não trabalhasse melhor no escritório, já que ele é um
ambiente barulhento e caótico. Talvez eu precise encontrar
um espaço silencioso, onde eu possa fazer meu trabalho sem
distração. Da mesma forma, se eu precisar colaborar com
meus colegas, eu deveria estar no escritório. Se eu preciso estar
com os meus clientes, irei vê-los. Mas o trabalho flexível deve
criar uma cultura que permita que os funcionários individuais
tomem essas decisões todos os dias.”
Permitir que os funcionários tomem essas decisões, diz ele, é
fundamental para que se tornem mais produtivos. Coplin vê um
mundo de negócios que confia muito no processo de medição horas trabalhadas, e-mails enviados, planilhas preenchidas - ao
invés de no produto.
“Para adotar o trabalho flexível, você realmente precisa se
concentrar em saber se os produtos eram bons e se o cliente
ficou satisfeito”, diz ele. “Eu sou medido pelo resultado do
meu trabalho, e não por quantas horas eu trabalho. Uma vez
por ano eu sento com meu gerente e conversamos sobre o que
vou produzir nos 12 meses seguintes. E, depois, cabe a mim
determinar como farei isso.”
DE CIMA A BAIXO
Será importante, no entanto, garantir que estas tendências
capacitadoras não fiquem restritas a executivos e que elas sejam
algo que as pessoas em todos os níveis de uma organização possam
ter acesso. “A tecnologia supostamente é uma força de nivelamento
que permite que todos contribuam”, diz Coplin. “Ela não deve ser
exclusiva.”
A tecnologia, diz ele, é mais bem usada para permitir que
os funcionários em todos os níveis de uma empresa deem sua
opinião. Isto poderia ser através de um dispositivo móvel ou de um
terminal instalado em uma sala de descanso ou uma sala comum,
mas o importante é que as organizações deem oportunidade para
a discussão com todos os funcionários. Este tipo de pensamento,
acredita Coplin, separará as empresas bem sucedidas daqueles que
lutarão para sobreviver nos próximos anos.
“À medida que saímos da recessão, as empresas podem ser
perturbadas a qualquer momento. Assim, elas têm que ser ágeis
e pensar de forma diferente,” diz ele. “As organizações têm que se
tornar um organismo inteligente – um organismo que evolui e
reage ao ambiente ao seu redor.”
E isso somente acontecerá se nós usarmos a tecnologia de uma
forma que se aproxima de seu pleno potencial. “Nós temos pessoas
que têm afinidade com a tecnologia e que estão se comunicando de
uma forma sofisticada”, diz Coplin. “Temos toda uma nova geração
de ferramentas e oportunidades de tecnologia. E temos um
mercado que está à procura de uma maior personalização e reação
das organizações. Cabe aos homens aprofundar todas essas coisas
que estão acontecendo ao mesmo tempo.”
15
SOCIEDADE
JAPÃO
Autor gavin blair
Como um dos líderes digitais da Ásia
por muitas décadas, o Japão agora está
adotando várias tendências e produtos que
cativaram o resto do mundo
A casa
do SIM
nascente
16
panos
Um país que muitas vezes parece se movimentar em seu próprio ritmo,
o Japão há muito tem sido um inovador no campo da tecnologia digital,
embora nem tudo isso aparentemente seja transferido sem problemas para
os mercados além-fronteiras. As pessoas estavam navegando na internet,
tirando fotos e pagando por conteúdo em seus celulares no Japão muito antes
dos telefones começarem a ser chamados de “smartphones”. Os sistemas de
comunicação em curta distância (NFC) se espalharam muito além da ampla
rede de transportes públicos do país para se tornar uma das formas mais
comuns de adquirir uma enorme variedade de produtos e serviços. Enquanto
isso, empresas de setores que incluem o setor automotivo, de eletrônicos e até
mesmo de máquinas industriais ainda estão desenvolvendo e implantando
aplicativos inovadores de máquina a máquina (M2M).
A NTT DoCoMo, a maior operadora de telefonia móvel do Japão, lançou
sua plataforma de internet móvel i-mode em fevereiro de 1999, quando ela era
o sistema mais avançado de seu tipo no mundo. Isto foi rapidamente seguido
pelas plataformas rivais dos concorrentes Au e J-Phone (que agora é SoftBank),
e a internet móvel foi a companhia perfeita para as longas viagens de trem
consideradas tão normais nas principais cidades do Japão.
Muitas das funções que agora são padrões nos smartphones de hoje foram
introduzidas gradualmente no início da década de 2000 nos telefones celulares
criados por diversos fabricantes de eletrônicos do Japão. Com aparelhos
vinculados a uma das três principais operadoras e das suas respectivas marcas,
eles foram produzidos de acordo com as especificações exatas das operadoras
de telefonia móvel. Esta relação de interdependência ofereceu segurança para
os fabricantes em termos de pedidos regulares, mas muitos analistas acreditam
que isso também contribuiu para a falta de competitividade global.
Os aparelhos projetados especificamente para funcionar em um dos
ecossistemas de internet móvel do Japão tinham um atrativo limitado fora do
PAGAMENTO
DE IMPOSTOS
VIA SUICA
Leia mais sobre o mercado de telefonia
móvel do Japão em tinyurl.com/lh4praz
O usuário mediando DeNA se registra cinco
vezes ao dia por sete minutos cada vez.”
TOMOYUKI AKIYAMA, DENA
jogador de puzzle &
dragons aguarda os
amigos
atualização
de usuário
de linha
17
SOCIEDADE
JAPÃO
A DoCoMo criou este mundo lindo e tentou levá-lo para
fora do Japão, mas isso não funcionou
Gerhard Fasol, Eurotechnology Japan
getty
O Japão se tornou
o maior mercado
de app do mundo
no final de 2013
18
arquipélago.
Assim como os aparelhos, a plataforma i-mode da
DoCoMo também não foi bem sucedida no exterior. “A
DoCoMo criou este mundo lindo e tentou levá-lo para
fora do Japão, mas isso não funcionou”, diz Gerhard Fasol,
Diretor-Presidente da firma-boutique de consultoria
Eurotechnology Japan e analista veterano do setor
das telecomunicações domésticas. Este modelo de
“jardim murado” também foi experimentado por outras
operadoras no mundo, mas, em última análise, os portais
controlados pelas operadoras foram substituídos pelas
lojas de aplicativos (app stores).
Outro hábito adotado precocemente que ajudou a
moldar o cenário digital no Japão foi o pagamento pelo
conteúdo. Os clientes estavam dispostos a gastar seus
suados ienes em tudo - de ringtones e jogos a emoticons
e novelas em folhetim, especialmente quando a cobrança
vinha incluída na conta de telefone mensal. E, com a
disseminação dos smartphones – que estava um pouco
lenta no Japão devido à funcionalidade avançada dos
feature phones – o mercado de apps explodiu.
O Japão se tornou o maior mercado de app do mundo
no final de 2013, apesar da população de pouco mais
de um terço do tamanho dos EUA, que ele retirou do
primeiro lugar. A maior parte destes é impulsionado por
jogos e um título em particular: Puzzle & Dragons. O
híbrido de RPG e enigma gera milhões de dólares por dia
em receitas para a editora GungHo, usando o modelo
“freemium” que encoraja o usuário a comprar itens
especiais dentro do jogo.
Existem várias plataformas de jogos móveis sociais,
incluindo Mobage, que é executada pelo provedor de
serviço móvel DeNA e tem como alvo os usuários mais
antigos que jogam sessões curtas durante as viagens de
deslocamento, pausas para o almoço e outros períodos em
que estejam parados.
“O usuário mediando DeNA se registra cinco vezes
ao dia por sete minutos cada vez. É bom para as pessoas
mais ocupadas,”explica Tomoyuki Akiyama, porta-voz da
DeNA. “Eu costumava sentar no sofá e jogar Nintendo
durante horas quando era mais jovem, mas, agora aos
trinta anos, eu simplesmente não tenho tempo.
O MERCADO SE ABRE
A ascensão do smartphone no Japão é realmente
a história da ascensão do iPhone. É difícil exagerar a
mudança que isso trouxe para o mercado doméstico
de aparelhos. Assim como os aparelhos locais tiveram
vendas mínimas no exterior, nenhum telefone estrangeiro
jamais teve uma participação de mercado significativa
no Japão. No primeiro trimestre de 2014, mais de um em
cada três aparelhos vendidos no Japão era um iPhone.
Embora a popularidade do iPhone tenha ajudado a
expandir o mercado de app, ele, na verdade, dificultou
o desenvolvimento do pagamento móvel NFC, sugere
Fasol. “A maioria dos feature phones eram habilitados
para NFC, enquanto o iPhone e alguns aparelhos da
Samsung não eram”, diz ele. O lançamento do iPhone 6
e a disponibilidade do NFC, no entanto, devem mudar as
coisas.
Os pagamentos sem contato já são um enorme
mercado no Japão, impulsionados pelos cartões de
transporte público, tais como o Suica e Pasmo, ambos
baseados na tecnologia FeliCa da Sony, que também é
usada no sistema Octopus de Hong Kong. O uso dos
cartões se difundiu dos quiosques nas estações de trem,
máquinas de venda automática e lojas de conveniência
para táxis, supermercados e restaurantes. Embora os
primeiros problemas com compatibilidade tenham
significado, por exemplo, a descoberta pelos viajantes
entre Osaka e Tóquio que seus cartões de transporte não
funcionavam, estes problemas foram em grande parte
resolvidos em março de 2013, quando os sete sistemas
usados com maior frequência se tornaram interoperáveis.
Apesar das centenas de bilhões de ienes que já passam
por uma variedade de dispositivos e cartões NFC, as
medidas de segurança implementadas até agora têm sido
eficazes para manter as fraudes no nível mínimo. “Eu ouvi
O serviço de rede social e mensagens
com emoticons irreverentes, o Line foi o filho
improvável de um desastre, nascido após o
grande terremoto e tsunami de 11 de março
de 2011. Tóquio escapou relativamente bem
do terremoto. No entanto, ambas as redes de
telefone fixo e móvel estiveram em grande parte
inacessíveis a dezenas de milhões de pessoas
que tentavam entrar em contato uns com os
outros horas depois do ocorrido, já que as linhas
foram mantidas livres para as comunicações de
emergência.
Os serviços de mensagens pela Internet,
no entanto, permaneceram quase que
totalmente funcionais. Os funcionários nos
escritórios japoneses da NHN Corp, a uma
subsidiária da empresa coreana de internet e
telecomunicações, percebeu o potencial de uma
plataforma de mensagens baseada em rede que
continuasse e funcionar mesmo em momentos
de desastre.
O Line se espalhou mais rápido desde o seu
lançamento ocorrido em junho de 2011 do que
qualquer outra plataforma similar e já tem
falar de apenas alguns casos de fraude no Japão e, assim
mesmo, foram em pequena escala, como o de um cara
na empresa ferroviária em Osaka que estava apagando
os registros de pagamentos de trem dos cartões dos seus
amigos”, diz Fasol.
TRANSPORTE E TECNOLOGIA
A tecnologia móvel também está desempenhando uma
papel nas aplicações M2M, com o setor automotivo sendo
amplamente visto como a promessa mais imediata. Um
exemplo é o veículo elétrico da Nissan Leaf, que pode se
comunicar com aparelhos. Os motoristas do Leaf podem
ativar as funções remotamente, tais como carregamento,
ligar ar-condicionado, receber e responder textos em
forma de áudio, procurar lojas e restaurantes e enviar,
automaticamente, mensagens de emergência em caso de
acidente ou caso fiquem sem energia.
Na ponta mais pesada do espectro de veículos, as
aplicações M2M foram implantadas em máquinas de
construção e mineração da empresa Komatsu, que
são vendidas no mundo todo. Os dados enviados das
máquinas, incluindo informações sobre tudo, desde a
situação da bateria até os níveis de óleo, ajudam a evitar
atrasos na construção e reparo de estradas devido à quebra
de máquinas. Os grandes dados enviados de volta para a
Komatsu também criaram um subproduto inesperado:
um quadro atualizado da linha de frente da atividade nos
setores industriais cruciais, através de medidas como, por
exemplo, a quantidade de horas em que as máquinas estão
operando.
Conforme Tóquio trabalha para sediar os Jogos
Olímpicos de 2020, existem iniciativas em curso para
criar uma infraestrutura que permitirá o uso contínuo da
tecnologia NFC de todo o mundo em estações ferroviárias,
aeroportos, caixas eletrônicos, táxis e lojas na cidade onde
400 milhões de usuários globalmente. Seus
principais fluxos de receita são provenientes
da venda de emoticons, jogos e contas
corporativas. A empresa atualmente considera
um IPO de US$ 10 bilhões, com as ações
listadas em Tóquio e Nova York.
Estima-se que quase dois terços das
mulheres japonesas com idades entre 20 e 30
anos usam o Line todos os dias, com muitas
dezenas delas enviando muitas mensagens e
emoticons para amigos e família. Miki Tanaka
é uma destas usuárias, que também atualiza
sua página inicial do Line com fotos de tudo, de
comidas e bebidas aos eventos esportivos de
seus filhos.
“É muito conveniente e eu o uso o tempo todo,
mas o fato de que você pode ver quando alguém
leu uma mensagem pode criar situações
difíceis”, diz ela. “Eu fico irritada quando meu
marido não responde minhas mensagens e sei
que ele as leu.”
Leia mais sobre o Line da NHN Corp:
tinyurl.com/aqrqjp6
a tecnologia se enraizou primeiro. Os passageiros da JAL, a
maior companhia aérea do país, já estão fazendo check-in
e embarcando nos voos usando seus telefones celulares,
sendo este o primeiro serviço deste tipo no mundo. Com
esta extensa rede digital, aliado à inabalável devoção
do público aos seus dispositivos móveis, o Japão deve
continuar a ser um dos maiores países digitais do mundo.
A equipe de terra da Japan Airlines
Co. no balcão de embarque no
Aeroporto de Haneda, em Tóquio,
Japão, está usando smartwatches
Galaxy Gear 2 Lite da Samsung
Tomohiro Ohsumi/Bloomberg via Getty
getty
A LINHA DE MELHOR AJUSTE
19
Planeta Digital
50 metros
TECNOLOGIA DE VAREJO
Quer seja o comércio eletrônico ou o uso
de telas sensíveis ao toque na loja para se
informar sobre um produto, a tecnologia
está direcionando o varejo no mundo.
Autor chris anderson
Um manequim que lhe diz o que está vestindo e
onde você pode encontrar as roupas na loja: isso é
o futuro, de acordo com a loja de departamentos do
Reino Unido House of Fraser, que está experimentando
a tecnologia da VMBeacon em Aberdeen, Escócia. Os
consumidores baixam um app compatível com seus
smartphones e quando eles passam por um manequim
equipado com um sinalizador (beacon), as informações
pertinentes serão exibidas em suas telas. Isso pode ser
compartilhado nas redes sociais ou o produto pode ser
encomendado online. Foi dito ainda que os referidos
manequins modificados foram projetados para um
alcance de 50 metros.
Fonte: Marketing Week
Saiba mais em
tinyurl.com/osc5yz2
US$395
A empresa Left Shoe Company
introduziu pela primeira vez a
sua tecnologia de pé digital
há pouco mais de um ano,
e, agora, se tornou parte
integrante de seu serviço
personalizado. Instalado em sua
loja na Melrose Avenue, Los Angeles, o scanner
usa a tecnologia de captura de movimento, como
visto nos filmes e registra milhares
de pontos de dados para criar uma
renderização 3D perfeita
do seu pé. Com o
estilo e o material
selecionados, estas
informações são enviadas para os fabricantes
de Sapatos em Portugal, criando um calçado
com o melhor ajuste possível. Os sapatos
personalizados são comercializados a partir de
US$ 395.
Fonte: us.leftshoecompany.com
63 mil
comércios de todo
o mundo aceitam
os Bitcoins como
moeda
20
US$6.500
O primeiro caixa eletrônico de Bitcoin
chegou a Manhattan e está localizado na
luxuosa loja Flat 128 em West Village e custa US$6.500.
A máquina permite que os clientes depositem dinheiro
e comprem Bitcoins, a moeda online baseada em
software, que os usuários acessam comumente usando
as “carteiras digitais” em seus smartphones. O dinheiro
pode ser depositado e transformado em Bitcoins, mas
ainda não pode ser sacado nesta fase. O Bitcoin está
sendo adotado por algumas lojas como uma moeda de
transação conveniente.
Fonte: New York Post
1.600
A Quixter, uma empresa start-up
sueca, desenvolveu o primeiro
sistema de pagamento de
varejo a usar a tecnologia de
varredura da palma da mão. Os clientes colocam
suas mãos contra a tela de um dispositivo montado na
saída e também devem digitar os últimos quatro dígitos
do seu número de telefone a fim de permitir o acesso
a sua conta bancária. Os scanners Palm vein têm sido
utilizados em caixas eletrônicos em vários países, mas
dizem que ele é o primeiro a permitir o pagamento com
a palma da mão. Atualmente, o Quixter está em uso na
Universidade de Lund, instalado em 15 estabelecimentos
e atendendo 1.600 clientes.
1,85 trilhão
Dados recentes do Ministério do Comércio da
China mostram que o mercado de varejo online
do país já está maior do que o dos EUA. Suas
vendas online totalizaram 1,85 trilhão de yuans
(US$ 296,57 milhões) em 2013, aumentando
41,2% em relação ao ano anterior - três vezes
a taxa de crescimento das vendas globais no
varejo da China. O total de compras é 13% maior
do que o dos EUA, que estava em US$ 262,51
bilhões em 2013, de acordo com o Departamento
de Comércio dos EUA, e aumentou 16,9%.
Fonte: Internetretailer.com
Saiba mais em
tinyurl.com/paras4z
Fonte: Wall Street Daily
Os australianos
vão gerara $3
bilhões em
pagamentos
sem contato em
2015
400 mil
90 minutos
Mumbai e Bangalore são as duas cidades
escolhidas pela gigante do varejo online
Amazon como o local de teste de seus
drones de entrega Prime Air. A empresa
norte-americana tem trabalhado com veículos
aéreos não tripulados que pesam menos de
25 quilos e que viajam a uma velocidade de 50
mph, capazes de transportar até 5lbs (2,3 kg)
- que cobre 86% dos produtos que a Amazon
vende. Um pedido poderia ser feito online e
entregue pelo drone em menos de 90 minutos,
embora algumas pessoas tenham manifestado
certa preocupação quanto à colisão com
edifícios.
A cadeia de supermercados australiana Coles
se tornou a primeira varejista do mundo a
integrar a tecnologia móvel sem contato a um
esquema de recompensa. O Coles Pay Tag está
disponível para os 400 mil clientes de cartão
de crédito da empresa, permitindo-lhes pagar
para fazer compras e acumular pontos FlyBuys
ao aproximar seus telefones do leitor no caixa
de saída. O próprio tag é um adesivo preso
na parte traseira do aparelho e contém todas
as informações relacionadas a seu cartão. As
transações inferiores a AUS$ 100 são feitas com
a tecnologia Contactless (Sem contato), mas o
pagamento de valores superiores requer um
PIN de quatro dígitos.
Fonte: News.com.au
Fonte: Economic Times
21
INSPIRAÇÃO
SEGURANÇA CORPORATIVA
Autora Rebecca Davies-Nash
Embora a maioria das organizações concentre
os seus orçamentos de TI na proteção contra
hackers, as ameaças provenientes do interior
da organização não devem ser ignoradas
Em
alerta
Qualquer
organização precisa
proteger os seus
dados e uma das
maneiras mais
fáceis de fazer
isto é gerenciar
exatamente quem
tem acesso a esses
dados
22
Os cibercriminosos estão cada vez mais sofisticados e
procurando os elos mais fracos na segurança digital das
empresas. Mas e se o elo mais fraco for alguém de dentro
da organização que, consciente ou inconscientemente,
está abrindo as portas para estes cibercriminosos?
Qualquer organização precisa proteger os seus
dados e uma das maneiras mais fáceis de fazer isto é
gerenciar exatamente quem tem acesso a esses dados.
A pesquisa Estado Global da Segurança da Informação
da PwC, que entrevistou 10 mil executivos e diretores
de TI de 154 países, divulgou 117.339 incidentes de
segurança detectados por dia em 2014, representando
um aumento de 48% em relação aos números de 2013
– e isso corresponde apenas aos ataques detectados e
denunciados. Além disso, os resultados mostram que
os funcionários foram os culpados mais citados pelos
incidentes de segurança.
As empresas devem manter listas atualizadas de
seus usuários privilegiados – aqueles que têm acesso a
informações tais como de recursos humanos, financeiras
e de clientes – e monitorar suas atividades. Os usuários
com acesso privilegiado também devem receber
treinamento sobre as melhores práticas de segurança pois
a maioria das violações decorrem de erro humano.
No entanto, algumas violações podem ser maliciosas.
O relatório de 2014 do FBI - “Employees with an axe
to grind” - observa que alguns funcionários atuais ou
antigos buscam vingança contra seus empregadores
ao destruir dados, obter informações sobre clientes e
comprar produtos não autorizados através de contas
de clientes, depois de acessar remotamente as redes
da empresa. Em muitos casos, o FBI descobriu que
funcionários que tiveram seu contrato de trabalho extinto
instalaram o software RDP (Remote Desktop Protocol)
não autorizado antes de saírem da empresa para obter
acesso às suas redes.
Há também muitos indícios de outras ameaças
internas, tais como terceiros com acesso privilegiado
a redes e dados, inclusive prestadores de serviços,
consultores e contratados – tanto os atuais quanto os
antigos. Seria prudente então, limitar o acesso ou, melhor
ainda, apenas permitir o acesso supervisionado. Isto
não resulta do fato de que terceiros são inerentemente
desonestos, mas, sim, porque eles não podem avaliar
os dados da empresa tanto quanto a própria empresa
e, portanto, provavelmente não são tão cuidadosos. O
relatório Verizon Data Breach de 2014 divulgou que
88% dos incidentes do uso indevido das informações
por pessoas com acesso às informações privilegiadas
resultaram do “uso indevido do privilégio”. Além disso,
73% das organizações não bloquearam o acesso dos
usuários aos dados sensíveis ou confidenciais, de acordo
com este mesmo relatório.
QUEM TEM ACESSO PRIVILEGIADO?
A frase “acesso privilegiado” sugere que apenas
A Gemalto oferece produtos e serviços para identidade
corporativa e acesso gemalto.com/identity
Como os dispositivos
de smart card funcionam?
Para fazer o login com uma smart card
ID, o administrador insere o cartão em
um dispositivo de leitor especial em um
teclado, um leitor associado em um laptop
ou em um leitor autônomo. Uma vez
solicitado, o administrador digita um PIN
específico do usuário. Depois que o PIN é
aceito, desbloqueando o cartão, há uma
troca de autenticação criptografada entre
as credenciais do usuário armazenadas no
cartão e o sistema host ou servidor remoto.
A retirada do cartão finaliza a sessão.
23
INSPIRAÇÃO
SEGURANÇA CORPORATIVA
As restrições orçamentárias e a escassez
de talentos significam que as empresas não
estão implantando aqueles sistemas que
correspondem às suas necessidades”
mark brown, ey
altos executivos têm acesso a dados confidenciais da
empresa, mas o White Paper “The Threat from Within”
da Gemalto também identifica os engenheiros de
rede, os profissionais de segurança de TI, assim como
os profissionais de auditoria de TI, administradores
de banco de dados, administradores de sistemas,
desenvolvedores de aplicativos e gerentes de centros de
dados como Usuários com Acesso Privilegiado. Ainda
mais preocupante, a pesquisa do Ponemon Institute
“Privileged User Abuse & The Insider Threat” mostrou
que 49% das empresas não têm políticas de como elas
podem atribuir direitos de acesso ao usuário privilegiado
ou até mesmo quem tem acesso.
Não é de se admirar, então, que as violações em
grande escala estão ocupando as manchetes com uma
frequência alarmante. A gigante americana do varejo
Target sofreu uma violação de dados no início do ano,
mas se recusou a confirmar se a violação foi provocada
por uma falha no software (um login de administrador
padrão foi supostamente usado) ou por um detentor de
informações privilegiadas. Mas o pior é que a Bloomberg
Businessweek informou que o próprio sistema de
segurança da empresa avaliado em US$ 1,6 milhão havia
emitido alertas de malware três semanas antes:
“Não só a equipe de segurança da Target não
agiu quanto às advertências, mas eles também
desativaram um recurso no sistema que teria eliminado
automaticamente o malware quando da detecção, sem
qualquer intervenção humana.”
Os custos da sabotagem cibernética por detentores
de informação privilegiada podem variar de US$ 5 mil a
US$ 3 milhões. Sem falar no valor dos dados roubados,
custo dos serviços de tecnologia, estabelecimento de
contramedidas na rede, taxas legais, perda de receitas e/
ou clientes e a aquisição de serviços de monitoramento de
crédito para funcionários e clientes afetados pela violação
dos dados. Então, o que mais as organizações podem
fazer para evitar tais violações?
Seja de forma acidental ou pelo próprio projeto,
muitos usuários com acesso privilegiado não precisam
de nada além de um protocolo de nome de usuário e
senha. Isto é tanto ineficiente quanto inseguro, com os
funcionários escolhendo regularmente combinações
24
O Ponemon Institute afirma que
62% dos funcionários acham bom
transferir os dados corporativos
para fora da empresa
óbvias, escrevendo-as para reavivar suas memórias e
compartilhando-as com outros colegas. Cada domínio,
servidor Jump Server e conexão remota têm um ID
único associado e senha, resultando, possivelmente, em
milhares de senhas. A logística do seu monitoramento
para cada usuário com acesso privilegiado é impossível,
assim como a tarefa de coordenar a revogação dos
privilégios de acesso de uma pessoa devido à demissão
ou extinção do contrato de trabalho. As milhares de
combinações de nome de usuário e senha usadas todos os
dias também são alvos de malware e spyware.
O Ponemon Institute diz que os erros humanos e de
sistema são responsáveis por 64% das violações, e 62%
dos funcionários acham que é bom transferir os dados
corporativos para fora da empresa. Assim, com um
simples sistema de nome de usuário e senha e falta de
384 bilhões
por ano em perdas
corporativas podem
estar diretamente ligadas
à fraude por usuários
privilegiados2
11.698
USUÁRIOS
COM ACESSO
PRIVILEGIADO
NA EMPRESA
Total de
casos de uso
indevido de
informação
privilegiada
em 20131
88%
dos quais
resultaram do
uso indevido de
informações
privilegiadas1
5 DICAS PARA GERENCIAR O ACESSO PRIVILEGIADO
Profissional de
Auditoria de TI
Desenvolvedor
de Aplicativos
73%
das organizações não
bloqueiam o acesso
Gestor de
de usuários de acesso
Centro de Dados privilegiado a dados
sensíveis 3
das pessoas dizem que Edward
Snowden provocou aumento
significativo ou certo aumento no nível
de preocupação de suas organizações
com as ameaças internas das pessoas
com informações privilegiadass4
O problema
número 1
no fornecimento e aplicação dos
controles de acesso privilegiado
é a capacidade de manter as
solicitações de mudança de acesso4
Rede de área local
Administrador
de Sistemas
das empresas não
têm políticas para a
designação de direitos
de acesso de usuário
privilegiado 4
88%
71%
Profissional
de Segurança
de TI
49%
Acesso Físico
Engenheiro de
Rede
Administrador
de Base de
Dados
Pontos de acesso
para uso indevido
de informações
privilegiadas1
28%
Quem é um usuário privilegiado?
Os sistemas de
autenticação
multifatores são
a chave para uma
melhor segurança
e os dispositivos
de smart card
oferecem uma
solução consistente
Acesso Remoto
Os sistemas de autenticação multifatores são a chave
para uma melhor segurança e os dispositivos de smart
card oferecem uma solução consistente. Igualmente
importante é a capacidade de atribuir níveis específicos
de acesso com base na função de uma pessoa na empresa.
A autenticação multifator precisa ser rápida e eficiente
também, já que tanto os altos executivos quanto os
administradores de TI perderão a paciência com um
processo oneroso e demorado.
Os dispositivos de cartões inteligentes permitem
que um empregado faça logon a partir de onde estão
trabalhando. As cartões usam um processador e software
independente do PC que o funcionário está usando e o
cartão, portanto, pode garantir e aceitar as credenciais
do usuário. Como estes são isolados do PC e cada login
usa uma troca de respostas, os usuários estão protegidos
contra ameaças no dispositivo do usuário final ou
na rede. O autenticador de smart card providencia o
estabelecimento de uma sessão segura criptografada, e
tudo o que o usuário com acesso privilegiado tem a fazer
é lembrar-se do PIN. Os usuários com acesso privilegiado
podem continuar a trabalhar com as ferramentas com
as quais estão familiarizados e todo o sistema é rápido,
simples e seguro.
Mark Brown, Diretor de Segurança da Informação
da EY, observa que, além da afirmação de que 96%
das empresas não estão preparadas para um ataque
cibernético, há ainda outra consideração. “Embora as
empresas se deparem com um número crescente de
violações de segurança, as restrições orçamentárias e
a escassez de talentos significam que eles não estão
implantando aqueles sistemas que correspondem às
suas necessidades”, diz ele. Mais uma vez, o smart card
é uma solução inteligente: tem a vantagem de ser fácil
de implantar e gerenciar, além de ter um bom custobenefício. Com as violações de dados ocorrendo cada
vez mais a partir de dentro das empresas e com os custos
das violações aumentando, as organizações fariam bem
em investir para uma melhor autenticação e gestão de
usuários com acesso privilegiado.
Outros
SOLUÇÕES SIMPLES
Fonte: normanmarks.wordpress.com
2%
instrução sobre segurança de dados para os funcionários,
o cibercrime foi facilitado ainda mais.
acesso deve ser concedido com base na
quantidade de tempo necessário.
4 Implementar ferramentas e relatórios para
monitorar qualquer concessão inadequada
dos direitos de acesso e quaisquer violações
da política.
5 Monitorar frequentemente e melhorar
a forma como os direitos de acesso
são concedidos e revogados. Isto é
especialmente importante à medida que
novas tecnologias, como as aplicações
corporativas móveis, são adotadas.
21%
1 Antes de implementar quaisquer controles
de acesso privilegiado, observe, em
primeiro lugar, a sua situação atual: o risco
potencial para a organização e os possíveis
obstáculos para a gestão eficaz do acesso
privilegiado.
2 O acesso aos ativos de informação não deve
ser concedido a todos os administradores.
Somente aqueles que têm uma necessidade
comercial válida devem receber autorização
para acesso
3 Não conceda a qualquer pessoa acesso
permanente a qualquer recurso. O
Fuente 1 Verizon data breach investigation report 2014; 2 ACFE Report to the Nations on Occupational Fraud & Abuse, Association of Certified Fraud Examiners Inc., 2012; 3 Vormetric 2013 Insider Threat
Report 4 Privileged User Abuse & the Insider Threat, Ponemon Institute, Junho 2014
25
A VOZ DO CLIENTE
VISÃO
Autor Alfred Turner
foto rebecca Toh
Uma convergência dos serviços nos dispositivos móveis significa
pensar fora da caixa para a EZ-Link, uma empresa de Singapura
que oferece pagamento de transporte sem contato, emissão de
bilhetes, carteira eletrônica, entre outros produtos
EZ rider
26
Você tem aplicativos móveis com os quais as
pessoas podem efetuar pagamentos, atualizar suas
informações ou recarregar um cartão pré-pago
armazenado. Estes são populares, já que as pessoas
preferem realizar estas atividades sozinhas a ter outros
fazendo por elas.”
Saiba como usar o cartão Ez-Link em:
tinyurl.com/ox6zowz
Em contato permanente
Em 2012, a EZ-Link fez parte de um consórcio liderado
pela Gemalto em Singapura que lançou diversos serviços
de pagamento usando a tecnologia “tap-and-pay” NFC.
O Diretor-Presidente da EZ-Link, Nicholas Lee, admite
prontamente que a mobilidade é algo que sua empresa
tem que acompanhar, apesar da receita principal de sua
empresa ainda vir do transporte.
Os trabalhos incluem planos para expandir o uso do
comércio eletrônico (eCommerce) ao fazer com que os
smartphones deixem de ser dispositivos rivais para serem
dispositivos complementares, diz ele. Tendo trabalhado
na Ez-Link Card por 14 anos, ele acredita que os desafios
dão origem a novas inovações.
Quais são as grandes tendências que afetam o
pagamento com cartão sem contato em geral e em sua
empresa em particular?
Há três grandes tendências. A primeira é esta
convergência de serviços para dispositivos móveis, quer
sejam tablets ou smartphones. Você tem aplicativos
móveis com os quais as pessoas podem efetuar
pagamentos, atualizar suas informações ou recarregar um
cartão pré-pago armazenado. Estes são populares, já que
as pessoas preferem realizar estas atividades sozinhas a
ter outros fazendo por elas.
A segunda tendência é a expansão do comércio
eletrônico. Houve um crescimento fenomenal ao longo
dos anos e ele está afetando a maneira como usamos o
pagamento sem contato. O cartão Ez-Link costumava
ser usado exclusivamente para o transporte e varejo,
mas, agora, também estamos olhando para o comércio
eletrônico.
Hoje, você pode colocar um “cartão” em diferentes
dispositivos, como um cartão SIM, e usar o telefone
para pagar no comércio eletrônico. Em Singapura, nós
introduzimos um serviço de recarga (do cartão Ez-Link)
através de um telefone habilitado para NFC.
A terceira tendência é a aceitação do circuito aberto.
Londres tem um sistema de transporte aberto, onde os
viajantes podem pagar por meio de um cartão de crédito
Visa ou MasterCard sem contato. Assim, eles estão
eliminando o custo de ter que emitir um cartão especial
para as pessoas pagarem pelo transporte. E os turistas
podem usar seus próprios cartões para pagar também.
Em Singapura, trabalhamos com empresas de cartão
de crédito para emitir cartões MasterCard e American
Express que estão vinculados a uma carteira Ez-Link, com
valor armazenado dentro deles. Desta forma, os usuários
não têm que carregar tantos cartões.
O que a EZ-Link está fazendo para responder a estes
desafios?
A mobilidade é algo que temos que acompanhar para
atender à demanda do cliente. Os aplicativos de celulares
que permitem que as pessoas vejam o histórico de
Um pequeno e leve mini-iPad é o principal dispositivo de trabalho de Nicholas Lee
quando ele está viajando. Ele também tem um Samsung Galaxy Note 3, mas está
se segurando para comprar um novo iPhone 6 Plus depois de ler comentários que
afirmam que ele pode ser facilmente entortado. Além disso, ele não pode usar os
serviços EZ-Link NFC nele, ao contrário do seu telefone Samsung.
Para ficar em contato com as mudanças do setor, ele faz parte de um grupo
informal de emissores de cartão de transporte regionais que se reúnem
trimestralmente. “Nós nos conhecemos como amigos em conferências, mas
decidimos nos reunir a portas fechadas”, diz Lee. “É mais privado para compartilhar
as melhores práticas e ver novas oportunidades de negócios.”
transações ou recebam alertas - este tipo de envolvimento
do cliente é importante.
Nós também podemos transformar o telefone em um
cartão Ez-Link, ou usá-lo como terminal. É uma boa
oportunidade. Nós introduzimos aplicativos móveis
para transformar o celular em um dispositivo de recarga.
Nós gastamos tanto em terminais físicos de recarga
- atualmente existem 4 mil terminais em Singapura então, por que não deixar que as pessoas façam a recarga
no telefone? Até agora, este aplicativo já teve 100 mil
downloads. O número de transações é pequeno, mas está
crescendo.
A EZ-Link também está interessada em entrar no
comércio eletrônico. Em uma página de finalização de
compras de um site, podemos incluir uma opção de
pagamento que permite que você digitalize um código
QR com seu telefone. Depois, você paga simplesmente ao
aproximar o seu cartão Ez-Link em seu telefone via NFC.
Isto transforma essencialmente seu telefone celular NFC
em um dispositivo de pagamento pessoal para nossos
cartões Ez-Link e é uma ótima maneira de colocarmos os
nossos cartões no espaço do comércio eletrônico. Para
as pequenas transações de US$ 8 a US$ 16, o nosso cartão
funcionará bem. Nós já estamos conversando com alguns
sites de comércio eletrônico.
Como a sua organização usa a tecnologia móvel?
Eu me comunico com o pessoal através de uma
rede social. Temos um grupo privado no Facebook,
onde compartilhamos informações. Por exemplo, eu
compartilhei minha viagem à China recentemente,
quando estava em uma delegação chefiada pelo PrimeiroMinistro (de Singapura). Os funcionários são mantidos
atualizados desta forma. Nas reuniões na Câmara
Municipal, as pessoas acabam dormindo se você for chato!
Que medidas de segurança são mais importantes?
Quando se trata de segurança de dados, temos diretrizes
rígidas emitidas pelas autoridades. Tudo no PC está
criptografado. São realizadas auditorias internas em
sistemas e processos com frequência. É importante,
porque nós carregamos uma grande quantidade de
informações do titular do cartão.
Por que não
deixar que
as pessoas
recarreguem
no telefone?
Até agora, este
aplicativo já
teve 100 mil
downloads
27
INOVAÇÃO
MOBILE HEALTH
A tecnologia móvel está mudando a maneira
como os países ricos e em desenvolvimento
têm acesso à saúde e a informações
médicas
28
Autor adam oxford
ilustração Carole Verbyst
Leia os últimos progressos em saúde
móvel: mobihealthnews.com
A saúde
móvel
das
nações
Quando este artigo foi escrito, a África Ocidental
estava tendo o pior surto do vírus mortal Ebola
registrado desde que ele foi identificado pela primeira
vez em 1976. O surto atual é exatamente o tipo de
pandemia que os governos do mundo têm temido
por décadas: ele mata entre 50% e 60% de todos os
pacientes infectados, não tem cura conhecida e está
ameaçando se espalhar através das redes de transporte
mundiais.
Depois do saneamento básico e da higiene, a
maneira mais eficaz de evitar que o Ebola se espalhe é
a informação: mitos sobre o assunto e a desconfiança
dos médicos agravaram os problemas básicos de
infraestrutura e o manteve em circulação em áreas
onde poderia ter sido controlado. “Esta é a primeira vez
que um surto de Ebola ocorreu na África Ocidental”,
diz Aliou Boly, Gerente do Programa da Federação
Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do
Crescente Vermelho (FICV) na Guiné. “Portanto, há
uma série de equívocos e rumores, como, por exemplo,
que a doença é transmitida pelo ar.”
Em muitas partes da África rural - onde o Ebola se
mostrou mais virulento - há um canal de informação
relativamente novo que poderia tornar-se um campeão
no salvamento de vidas: o telefone celular. Os últimos
dados da empresa de pesquisa Gallup sugerem que 80%
das famílias na África Subsaariana têm acesso a um
telefone celular, enquanto um relatório de 2013 do Banco
80% das famílias
na África
Subsaariana
têm acesso a um
telefone celular
29
INOVAÇÃO
MOBILE HEALTH
”Em uma emergência, ao contrário de
outros sistemas, nós não precisamos que
as pessoas se inscrevam para receber
nossas notificações”
Sharon Reader DA CRUZ VERMELHA
Mundial constatou que menos de 15% das famílias
rurais têm acesso à eletricidade. Não é nenhuma
surpresa, então, que os serviços de saúde móvel - ou
mHealth - fornecem um caminho com um bom
custo-benefício para educar os cidadãos e dar suporte
aos profissionais da saúde.
Em Serra Leoa, diz Boly, a FICV implantou sua
aplicação Trilogy Emergency Relief Application
(TERA). Em 2010, o Haiti sofreu um terremoto que
matou 220 mil pessoas, deixou uma grande parte da
população sem abrigo e devastou a infraestrutura do
país. Reconhecendo que a maneira
mais eficiente de alcançar um
grande número de pessoas era
enviando mensagens SMS para
seus telefones, a FICV começou a
trabalhar no TERA com uma das
operadoras de telefonia móvel
local. O que destaca o TERA é a sua
capacidade de enviar mensagens
para usuários em uma determinada
localização geográfica. No Haiti,
o TERA ajudou a organizar
acampamentos de ajuda onde as
pessoas eram abrigadas, fornecia
atualizações sobre a existência de
suprimentos de higiene e alimentos
nas proximidades e serviu como um
sistema de alerta precoce para os
casos de cólera.
“Em uma emergência, ao contrário de outros
sistemas, nós não precisamos que as pessoas se
inscrevam para receber nossas notificações”, diz
Sharon Reader da Cruz Vermelha. “Nós simplesmente
podemos enviar mensagens para todos os clientes de
uma rede.”
ALÉM DAS FRONTEIRAS
30
A GSMA, uma organização global de operadoras de
telefonia móvel e empresas de tecnologia relacionadas,
acredita que muito mais pode ser feito para promover
as boas práticas no campo da saúde móvel. Em 2012, ela
lançou a Iniciativa Pan-africana de Saúde Móvel (PAMI),
com o objetivo de promover a saúde materna e a nutrição
infantil usando telefones celulares.
A iniciativa PAMI se expandiu recentemente para
incluir um novo programa de saúde móvel - Mobile for
Development -, segundo o qual a GSMA reúne parceiros
como a Samsung, MTN, Hello Doctor e a Gemalto para
formular e promover as melhores práticas e soluções
comerciais para alguns dos problemas de saúde do
continente.
Como parte da iniciativa, as pessoas receberão
serviços de nutrição e saúde móvel através do canal
No Haiti, o TERA ajudou a organizar
acampamentos de ajuda onde as pessoas
eram abrigadas, forneceu atualizações sobre a
existência de suprimentos de higiene e alimentos
nas proximidades e serviu como um sistema de
alerta precoce para os casos de cólera
SmartMessage, uma solução de mensagens interativas.
Isto simplificará a relação entre pacientes e interessados
da saúde e fornecerá aconselhamento nutricional e de
saúde direcionados através de telefones celulares. Para
que isso aconteça, os novos serviços de saúde móvel
precisarão estar ligados a grupos vulneráveis na região,
para enviar recomendações por SMS interativo ou em
menus dinâmicos dos aparelhos. Permitir que as pessoas
conversem com um especialista da saúde por meio do
canal Smart Message permite o diagnóstico, a coleta de
dados e a vigilância, além de financiamento da saúde e
pesquisas de saúde, que podem ser lançados em escala
nacional através dos telefones celulares a fim de coletar
informações. Ele também permitirá que governos e
profissionais de saúde tomem decisões adequadas e dará
toda uma nova dimensão à forma como os prestadores de
serviços de saúde e os pacientes podem se envolver e se
comunicar à distância.
“Certamente não existe ilustração mais clara
do potencial das soluções móveis para mudar
fundamentalmente as expectativas e resultados de
milhões de pessoas na África Subsaariana”, comenta
Philippe Vallée, Diretor Operacional da Gemalto. Embora
essas soluções rendam manchetes, na sua essência,
a iniciativa da GSMA trata do compartilhamento de
conhecimento coordenado em grande escala. Os serviços
de saúde móvel na África somente funcionavam dentro
das fronteiras de um determinado país. Portanto, um
projeto pancontinental realmente fará a diferença.
Os serviços da PAMI incluem o envio de atualizações
QUANDO A SAÚDE MÓVEL SE ASSOCIA À TECNOLOGIA M2M
em tempo real para todos os aparelhos registrados via
SMS, a realização de pesquisas com pacientes e análise
de resultados, e até mesmo o aperfeiçoamento do registro
de informações demográficas, tais como certidões de
nascimento e de óbito. Estes têm sido, historicamente,
difíceis de controlar nas áreas rurais.
TECNOLOGIA ADEQUADA À TAREFA
Quando se trata de saúde móvel, o melhor é manter
as coisas simples. Na parte Oriental da África do Sul, a
operadora de telefonia móvel MTN e a fornecedora de
chips para smartphone Qualcomm fizeram recentemente
um teste piloto da tecnologia móvel para médicos e
clínicos que trabalham nas áreas rurais. A solução - tablets
e telefones pré-carregados com leitores de PDF e livros
médicos extensos - pode parecer esquisita, mas foi
perfeita para a tarefa em questão.
“Nós não poderíamos mudar uma única palavra dos
livros didáticos aprovados”, diz Berhan Gebru da FHI
360, que desenvolveu o aplicativo. “Apenas uma vírgula
ou zero em um local errado ao reformatar o texto poderia
significar um risco inaceitável para o paciente. Por isso,
tentamos manter as versões digitais o mais próximas
possível das cópias impressas. “
Outras organizações estão à procura de soluções de
grande escala. A Internet.org, outra parceria das empresas
de tecnologia móvel lideradas pelo Facebook e seu
fundador Mark Zuckerberg, anunciou recentemente um
conjunto de 13 serviços acessíveis a todos os clientes na
rede Airtel da Zâmbia, junto com planos de expansão para
outros países em um futuro próximo. Os serviços podem
ser acessados por meio de um aplicativo para smartphone
e em aparelhos básicos utilizando o protocolo USSD. Eles
incluem Facebook, Wikipedia, um recurso de procura
de empregos e uma biblioteca de leitura, tudo isso sem
qualquer custo para o usuário.
Fundamentalmente, também inclui o acesso a Facts for
Life, uma publicação do UNICEF que presta assessoria
pós-natal e informações para mães com crianças
pequenas, e à Mobile Alliance for Maternal Action
(MAMA), que oferece informações médicas e de saúde a
mulheres grávidas. A Fundação Praekelt desenvolveu as
plataformas digitais para a Facts for Life e para a MAMA.
“Acreditamos que o acesso à informações para melhoria
de vida é um direito humano”, diz o fundador Gustav
Praekelt. E, se estas plataformas móveis forem um
sucesso, mais pessoas terão esses direitos.
Nos países em desenvolvimento, obter sucesso com um projeto de saúde móvel
significa garantir que as soluções sofisticadas possam funcionar em telefones de
pouca tecnologia em circunstâncias exigentes. Nos países mais ricos, no entanto,
a vanguarda da pesquisa está mais focada na tecnologia máquina a máquina (M2M).
Uma área-chave da pesquisa é a tecnologia dos wearables. Normalmente, isso
compreende um dispositivo de baixo custo dotado de uma série de sensores como um SmartWatch ou uma pulseira/cinta de fitness - emparelhada com um
smartphone para fornecer conectividade de rede e uma interface baseada em
aplicativo para o monitoramento.
Para este fim, o fabricante dos processadores Intel e a Michael J. Fox Foundation,
que foi criada pelo ator homônimo para financiar pesquisas sobre a Doença de
Parkinson, anunciaram recentemente que eles estavam trabalhando em como
usar a tecnologia wearable para monitorar os sintomas das pessoas com o Mal
de Parkinson. Extraordinariamente, apesar dos 200 anos de pesquisa, ainda não
existe um diagnóstico objetivo para a Doença de Parkinson. A equipe de pesquisa
espera que, através da análise da enorme quantidade de dados gerados a partir de
300 observações por segundo de um grande número de pacientes, será possível
desenvolver tratamentos melhores e aprender a detectar os sinais precoces de
uma forma mais eficaz.
“Eu sei que muitos médicos dizem aos seus pacientes para manter um registro
para acompanhar sua Doença de Parkinson”, diz Bret Parker, que convive com a
doença e participou dos testes iniciais da tecnologia. “Os dispositivos wearables
fizeram esse monitoramento para mim de uma forma que eu nem percebi, e o
estudo me permitiu ter uma visão dinâmica do processo para o desenvolvimento de
uma cura.”
Dr. Andrew Mitchell, médico especialista em coração do Reino Unido,
declarou que a tecnologia wearable está se mostrando útil em sua clínica para a
recuperação pós-operatória também. “A maioria dos profissionais de saúde leva as
novas tecnologias wearables a sério”, afirmou ele. “Os pacientes têm registrado os
dados sobre si mesmos com máquinas de pressão arterial, balanças, etc. As novas
tecnologias nos permitirão saber mais sobre os nossos pacientes, o que só pode
ser uma coisa boa.”
Leia sobre as aplicações da Gemalto para a tecnologia de saúde M2M:
gemalto.com/m2m/markets/mhealth
Em 2012, a GSMA
lançou a Iniciativa
Pan-africana
de Saúde Móvel
(PAMI) com
o objetivo de
promover a saúde
materna usando
telefones celulares
31
PRIMEIRA PESSOA
MARIE AUSTENAA
Autor James de mellow
Marie Austenaa da GSMA
acredita que é a hora das
operadoras tomarem as rédeas
da identidade móvel
O
artigo
genuíno
Todos nós já passamos por isso ao clicarmos para
acessar um serviço online no nosso computador ou
dispositivo móvel e sermos solicitados a digitar um
nome de usuário e senha que, simplesmente, não
conseguimos nos lembrar. Depois de digitar algumas
poucas opções possíveis em cada campo - e não
chegar à combinação certa - você desiste e clica no
botão “Esqueceu sua senha?” . No momento em que
isso apareceu em sua caixa de entrada e você digitou
a senha temporária e definiu uma nova (que você
provavelmente irá se esquecer), o motivo pelo qual
você queria acessar o serviço primeiro provavelmente
saiu da sua mente.
É óbvio que alguma coisa não está funcionando.
A era da combinação de nome de usuário e senha - a
forma padrão pela qual todos nós acessamos tantas
partes do mundo online - está chegando ao fim. A
tecnologia que usamos e o nível absoluto de nossa
dependência dos serviços online ultrapassaram a
senha, e os usuários precisam de uma forma para se
autenticarem com eficiência e segurança.
Marie Austenaa, Vice-Presidente e Diretora
de Dados Pessoais e Identidade Móvel na GSM
Association (a associação da indústria móvel que
representa operadoras e outros agentes), acredita que
32
a mobile ID resolverá esse problema: especificamente,
o padrão Mobile Connect que a GSMA lançou em
fevereiro 2014. O padrão leva as operadoras de
telefonia móvel com firmeza para o centro do processo
de autenticação, algo que, como destaca Austenaa, faz
sentido.
“Você não precisa de um nome de usuário e senha
para fazer uma chamada telefônica. Você só precisa
clicar no botão verde”, diz ela. “No mundo digital,
você precisa de um nome de usuário e senha para cada
serviço que você acessa. Este é um problema que o
usuário final vivencia e que as operadoras de telefonia
móvel podem resolver com os ativos que têm, quer
seja através do SIM ou de mecanismos, como, por
exemplo, o protocolo USSD.”
O padrão Mobile Connect permite aos usuários
acessar todos os tipos de serviços digitais utilizando
seus números de telefone celular para autenticação.
Isto torna a execução de tarefas cotidianas - como o
login em um site, ou o pagamento com um cartão de
crédito e a verificação da conta bancária - muito mais
simples. Ao padronizar o processo de identificação
sem senhas ou geradores de código, uma base de
dados de identidade está disponível simplesmente
quando um indivíduo usa seu telefone celular.
Isso sempre
volta para a
simplificação
da vida dos
consumidores
- e as operadoras
de telefonia móvel
têm os recursos
para fazer isso”
33
PRIMEIRA PESSOA
MARIE AUSTENAA
A morte das senhas está chegando - elas
são uma solução inviável
UMA EQUIPE UNIDA
A mobile ID é um dos casos em que
os usuários estão exigindo um novo
serviço das operadoras de telefonia
móvel, ao invés das grandes
empresas empurrarem novos
produtos
getty
A ênfase nas operadoras de telefonia móvel para fornecer
o serviço de autenticação, no entanto, exigiu uma mudança
da ênfase em sua parte. A maior mudança é que elas têm que
trabalhar em conjunto para aumentar a interoperabilidade no
mercado.
“Se você é o maior jornal ou banco e precisa ter um
mecanismo alternativo para os usuários serem reconhecidos,
você não pode apenas trabalhar com uma única operadora”,
diz Austenaa. “Isso apenas cobrirá uma pequena porcentagem
da sua base de clientes. Por isso, você precisa ter todas as
operadoras. Se você só conseguisse enviar um SMS para um
terço dos assinantes, seria inútil. Assim, as operadoras estão
cada vez mais compreendendo isso e percebendo que elas
têm que trabalhar em conjunto para obter uma proposta
no mercado. Elas não estão competindo umas com as
outras nisso, mas está levando certo tempo para que todas
34
ESTÔNIA - UM MODELO PARA
A MOBILE ID
compreendam.”
Não há qualquer problema, porém, quando se trata
dos usuários. Na verdade, a mobile ID é um dos casos
em que os usuários estão exigindo um novo serviço das
operadoras de telefonia móvel, ao invés da situação mais
comum, onde as grandes empresas empurram novos
produtos no mercado.
Culturalmente, os usuários estão se preparando para a
mobile ID. De acordo com um relatório da GSMA, 40%
dos consumidores no Reino Unido têm usado uma conta
de rede social para fazer login em outros sites e 59%
consideram as soluções de identidade móvel atraentes. O
mercado está clamando por uma alternativa para o nome
de usuário e senha. O mesmo relatório concluiu que os
usuários tendem a ficar nos mesmos sites de “aparência
segura”. Assim, as senhas permanecem inalteradas ou
esquecidas.
E, claro, as senhas são vulneráveis a hackers, como o
mundo viu em agosto, quando um grupo criminoso russo
roubou 1,2 bilhão de combinações de nome de usuário e
senha de mais de 420 mil sites. “A morte das senhas está
chegando - elas são uma solução inviável”, diz Austenaa.
“Usar o seu telefone celular como autenticação é muito
melhor - você está confirmando algo que você tem [o
telefone] e algo que você sabe [sua senha].”
GOVERNO EM QUALQUER LUGAR
Há uma diferença, é claro, entre autenticar uma conta
de rede social - que pode ser de uma empresa ou de uma
pessoa física e não necessariamente você mesmo - e a
verdadeira identificação para os serviços de governo
eletrônico, como o pagamento de um imposto ou a
solicitação de uma carteira de motorista.
“Os governos querem se tornar muito mais eficiente
e os estudos mostram as enormes quantidades de
dinheiro que eles podem economizar ao tornarem-se
mais digitais”, diz Austenaa. “Há um enorme esforço - o
governo eletrônico está aqui para ficar. Mas eles têm
que ter certeza de que eles identificam os usuários de
A Estônia é um dos países mais integrados
digitalmente do mundo e lançou seu primeiro
sistema de mobile ID em 2007. No estado
báltico, os cidadãos podem usar a sua
mobile ID para fazerem suas declarações
de impostos, pagarem por uma carteira de
motorista, registrarem uma nova empresa e
pagarem pelos serviços públicos.
Até 2009, no entanto, apenas uma
operadora de telefonia móvel - a EMT oferecia a mobile ID para seus clientes.
Depois que isso mudou e outras operadoras
começaram a oferecer o serviço, as taxas de
adesão aumentaram rapidamente. Em 2013,
havia cerca de 40 mil usuários de mobile ID na
Estônia, de uma população de 1,3 milhão.
Empresas, como os bancos, por exemplo,
que adotaram a mobile ID viram os benefícios.
O Swedbank, o maior banco da Estônia, disse à
GSMA que depois que o seu aplicativo de banco
móvel se tornou compatível com a mobile ID,
o uso do aplicativo aumentou 200 vezes em
relação ao ano anterior. Os usuários de mobile
ID foram responsáveis por 38% de todos os
logins.
A mobile ID está até transformando
a forma como os estonianos votam nas
eleições nacionais. Após alguns anos de
votação pioneira utilizando uma combinação
de carteira de identidade e leitor, o país
experimentou a votação móvel em 2011,
eliminando a necessidade de um incômodo
leitor de cartão. Nestas eleições, 24% dos
eleitores que participaram o fizeram pela via
eletrônica.
uma forma segura. Isso tudo ainda depende de uma
infraestrutura fundamental de identidades em um país.
Você precisa de um governo para emitir passaportes,
carteiras de motorista e carteiras de identidade. Então,
você digitaliza essas identidades físicas e as desbloqueia
com o Mobile Connect.”
Alguns países, como o Paquistão, vinculam a identidade
ao telefone celular desde o início, já que o governo agora
registra as impressões digitais de todos os que compram,
ativam ou renovam um cartão SIM na loja. Mas outros
países têm que confiar em outros métodos. Na Estônia
(vide quadro acima), o governo incentivou as pessoas a
irem até as lojas das operadoras com seus passaportes e
obter um novo cartão SIM.
A Estônia é um dos poucos países (outros incluem
Turquia, Finlândia e Noruega) que Austenaa identifica
como um país que está fazendo “grandes coisas” no
setor de mobile ID. “Isso simplesmente torna a execução
de coisas do cotidiano muito mais fácil”, diz ela. “Na
Noruega, por exemplo, para entrar em um portal do
governo e preencher uma declaração de imposto, basta
digitar um PIN em seu telefone.”
O padrão Mobile Connect foi projetado para levar este
tipo de experiência ao máximo de pessoas possível, e as
principais operadoras globais, como a Orange, Telefonica,
Axiata e China Mobile já aderiram ao padrão.
“Estamos trabalhando em mercados no mundo
todo tentando juntar os pontos”, diz Austenaa. “Mas
isso sempre volta para a simplificação da vida dos
consumidores - e as operadoras de telefonia móvel têm os
recursos para fazer isso.”
Leia sobre as soluções de
identificação móvel da Gemalto em
gemalto.com/mobile
Os criminosos
roubaram
1,2 bilhão de
combinações de
nome de usuário e
senha de mais de
420 mil sites
35
INOVAÇÃO
ADOÇÃO DO PADRÃO EMV
Com o prazo para migração EMV se
aproximando, a gigante de cartões dos
Estados Unidos começou a migrar para a
tecnologia de chip EMV
Autor Tamsin Oxford
DEBIT
SAFE BANK
1112
7 8910
6
5
4
3
2
01
expire end
Valid from
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MR J Doe
Reduzindo
as fraudes
36
Do outro lado do oceano
getty
istock
A situação da migração para o padrão EMV continua variada no
mundo todo. Alguns países já estão totalmente convertidos para a
solução, enquanto outros, como os EUA, estão se movimentando em
alta velocidade. A National Payments Corporation of India (NPCI)
desenvolveu o RuPay, e os bancos do país estão trabalhando com a
MasterCard e com a Visa para desenvolver soluções EMV. Nas
Filipinas, a tecnologia EMV está desempenhando um papel ao limitar
a fraude nos caixas eletrônicos, que custaram mais de US$ 4 milhões
em 2013. Porém, a evolução será lenta, com 2017 marcando o
objetivo de emissão de cartões EMV devido a questões de custo. A
Indonésia introduziu a tecnologia lentamente desde 2012 e, apesar
das regulamentações governamentais severas, ela tem presenciado
aumentos nos volumes de transações e valor ao lado de um aumento
das despesas de consumo.
Em maio de 2014, a EMVCo revelou que havia 2,37 bilhões
de cartões de pagamento EMV em circulação e 36,9 milhões
de terminais EMV ativos no mundo todo. Isso representa um
aumento de 120 milhões de cartões e 2 milhões de terminais ao
longo dos últimos 12 meses. Este número inclui os EUA, que está
fazendo a transição para essa tecnologia: uma mudança que está
sendo provocada por vários fatores que incluem desde questões
de responsabilidade, segurança, fraudes e conveniência para o
consumidor.
“As principais marcas de pagamento estabeleceram um prazo de
responsabilidade de outubro de 2015, sendo que após esse período,
a responsabilidade por qualquer ocorrência de fraude no ponto de
venda será transferida para o participante com a tecnologia mais
fraca”, disse Philippe Benitez, Vice-Presidente de Desenvolvimento
de Negócios, Gemalto América do Norte . O resultado é que tanto os
bancos quanto os comerciantes estão atualizando a tecnologia para
EMV.
Uma pesquisa recente mostrou que a fraude decorrente de
falsificação de cartões caiu 91%, quando a França migrou para
EMV em 2005, e o Reino Unido viu a fraude de cartão em geral ser
reduzida em um terço. EMV não é a sigla da moda, é uma solução
que funciona.
Os Estados Unidos são o último país do G20 a migrar para
EMV, e os viajantes norte-americanos têm enfrentado problemas
de aceitação internacional com os cartões de tarja magnética por
causa das preocupações dos comerciantes sobre a responsabilidade.
Outras preocupações eram que a fraude estava migrando do exterior
para os EUA por causa da fraca segurança desses cartões. Os EUA
respondem por apenas 24% de todas as vendas de cartões e são
responsáveis por quase 50% das fraudes no mundo.
Uma pesquisa realizada em 2014 sobre Controle e Fraude de
Pagamentos pela Association for Financial Professionals (AFP) (2014
AFP Payments Fraud and Control) destacou como as empresas dos
EUA continuavam vulneráveis, com 60% das organizações expostas
a tentativas de fraudes de pagamento ou fraudes de pagamento reais
em 2013, e 43% delas informando que os alvos eram os cartões de
crédito e débito.
As violações de dados que acontecem nos EUA são manchetes
diariamente. É o país com o maior número de cartões em circulação
- mais de 1,2 bilhão. Assim, as violações são enormes e afetam um
grande número de consumidores.
Uma das principais varejistas dos EUA, a Target, anunciou
recentemente que teve mais de 40 milhões de registros de cartão de
Saiba mais sobre EMV e Banco Eletrônico
thatsemv.com
crédito e débito roubados, junto com outros 70 milhões de registros
com informações de clientes, que incluíam endereços e números
de telefone. Esta violação inspirou o varejista a acelerar sua adoção
da tecnologia de PIN e chip, com o objetivo de implementá-la em
seis meses antes do término do prazo para mudança na atribuição
de responsabilidade. Conforme empresas como a Target e outros
comerciantes varejistas nacionais realizam a troca, o que acontece
com os bancos de menor porte e cooperativas de crédito que
também estão se preparando para essa mudança? Será que eles têm
uma vantagem sobre os bancos e as instituições de maior porte?
CONVENIENTE E SEGURO
Talvez não. Afinal, os 20 maiores bancos nos Estados Unidos
respondem por mais de 75% dos cartões em circulação e eles estão
se movimentando a toda velocidade para a migração. Além de
tentar cumprir o prazo e manter a fidelidade do cliente, há a questão
da compreensão pelo cliente. Com a rápida corrida na direção da
tecnologia EMV e Contactless nos Estados Unidos, o consumidor
enfrenta uma curva de aprendizagem e existe a preocupação de que
isso poderia inibir a adesão.
É provável que as pessoas nos EUA aprendam rapidamente como
o EMV funciona. Afinal de contas, todos os outros países instruíram
os consumidores com êxito. A principal diferença é que, em vez de
passar e manter o cartão na mão, o cliente “mergulha” o seu cartão
no ponto de venda EMV e espera até que a transação seja concluída.
Para as transações sem contato, o cartão nunca sai da mão e é
uma operação rápida de aproximação e pronto. Os comerciantes
e emissores estão sendo orientados a ativarem a tecnologia
Contactless para que eles possam colher o máximo de benefícios do
padrão EMV. Os dados demonstram um aumento significativo dos
gastos com a tecnologia Contactless.
A introdução do padrão EMV nos EUA deverá transformar a
forma como os pagamentos são gerenciados. Não se trata mais
apenas de proteger os cartões de plástico, mas todos os tipos de
pagamento. O hacker pode pegar as informações do cartão bancário
com tarja magnética e codificá-las em qualquer tarja magnética, até
mesmo em uma chave de hotel. O padrão EMV usa a criptografia
para criar dados dinâmicos, que mudam a cada transação. Portanto,
se as informações forem interceptadas por hackers, os mesmos não
poderão usá-las para criarem um cartão falsificado. Os dados são
inúteis para eles. A fraude provavelmente migrará para o próximo elo
mais fraco, que é o comércio eletrônico, porque o padrão EMV não
protege os pagamentos do comércio eletrônico.
Os EUA
respondem por
24% de todas
as vendas de
cartões, mas
representam
50% das
fraudes no
mundo
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PIONEIROS
SMART TV
Autor mike jennings
ilustração getty
Para saber as últimas notícias sobre
tecnologia, veja o blog da Gemalto
em blog.gemalto.com
A TV, mas não como
você a conhece
O futuro do entretenimento poderia comandar o
resto da sua casa para você também?
A Smart TV é a próxima grande
coisa na tecnologia de consumo, com a
previsão de 204 milhões de aparelhos
conectados apenas nos EUA até
2017. Aqueles que já atualizaram se
beneficiam de uma maior variedade
de conteúdo disponível. Eles podem
ser mais exigentes sobre o que assistir,
graças à variedade de assinaturas,
opções pay-per-view e microtransações
disponíveis.
Os aplicativos são uma atração chave
das Smart TVs. O melhor gira em torno
das experiências básicas de consumo
ou melhoria de conteúdo: ferramentas,
tais como o Netflix, Pandora e YouTube
fornecem maneiras de assistir ou
ouvir mais. Nos EUA, ferramentas
como MLB.tv e Game Time da NBA
melhoram o conteúdo com atualizações
de placar ao vivo, notícias e compilação
dos melhores momentos.
O crescimento do pagamento
alternativo coloca o dinheiro nas
mãos dos produtores de conteúdo e
de terceiros, o que poderia quebrar o
domínio que os proprietários de direitos
e redes detêm sobre o entretenimento.
A indústria da mídia está passando por
uma revolução: os provedores de serviço
de internet, fabricantes de dispositivos
e redes sociais, todos têm uma
participação nesse novo mundo. Tudo
isso é uma benção para os anunciantes:
com mais dados disponíveis sobre os
hábitos de exibição de uma família, os
anúncios podem ser direcionados com
maior sofisticação.
38
Nos EUA, uma pesquisa da Parks
Associates concluiu que 34% dos
domicílios com banda larga têm
Smart TVs, e que quase dois terços
das pessoas que compram televisões
planejam comprar hardware conectado.
A empresa de capital de risco KPCB
afirma que as vendas mundiais de
Smart TV representaram 25% de todas
as compras de TV em 2012, mas 39%
em 2013. Na França, uma participação
de 23% em 2012 aumentou para um
percentual extraordinário de 80% em
2013, de acordo com a CSA.
DESAFIOS INTELIGENTES
Podendo as Smart TVs atuarem
em sua capacidade máxima, elas
dependerão do acesso à banda larga
super-rápida e confiável. Isto é um
problema na Europa e em outros
lugares. Neelie Kroes, Comissária
Europeia para a Agenda Digital,
explicou em um recente relatório que a
Europa “está aquém no fornecimento
de... redes de alta velocidade” e que esta
situação “não é sustentável”.
Para que uma Smart TV seja mais
eficaz e execute várias funções ao
mesmo tempo - tais como streaming
de vídeo em alta definição, gravação de
outra coisa e comunicação com vários
dispositivos da casa - você precisa
de uma largura de banda que poderá
fornecer uma experiência perfeita
de usuário. Neste aspecto, os EUA
estão à frente da Europa. Um estudo
recente feito pela Escola de Direito da
Universidade da Pensilvânia concluiu
que 82% dos lares americanos tinham
banda larga de alta velocidade, em
comparação com 54% na Europa.
Permitir que as pessoas que vivem nas
áreas rurais tenham acesso às mesmas
velocidades que os moradores da cidade
também é uma obrigação.
FUTURO CENTRO
Quando esses desafios de velocidade
de banda larga forem superados, as TVs
Inteligentes, ou Smart TVs, farão parte
de uma casa conectada, e isso se tornará
uma característica comum. Em um
futuro próximo, nós não precisaremos
mais de vários controles remotos.
Em vez disso, nossos smartphones e
tablets controlarão a TV. Isto já está
acontecendo: a LG possui um aplicativo
que é compatível com suas TVs, e a HTC
incluiu um software semelhante em
seus smartphones. Outras ferramentas
de terceiros usam “IR Blasters” para
controlar TVs.
Os tablets também serão utilizados
para proporcionar experiências em
segunda tela. Novamente, é um
recurso que já começou a aparecer.
Os anunciantes podem salivar sobre
esses tipos de progressos - imagine
uma experiência de segunda tela que
destaca produtos apresentados em um
programa, com links para efetuar a
compra.
O desenvolvimento das Smart TVs
verá os software ampliarem o que for
possível. O Skype já está permitindo
a comunicação através da TV, e a
Samsung já colocou os desenvolvedores
para trabalhar na construção de
aplicativos para Smart TV que podem
controlar outros eletrodomésticos.
À medida que outras tecnologias
desempenham o seu papel, a tecnologia
NFC poderia ser usada para acionar
a transferência de conteúdo entre
smartphones e TVs, por exemplo. As
próprias Smart TVs poderiam fornecer
uma experiência de tela grande para
uma administração rápida e fácil de
todos os eletrodomésticos.
Assim, quando você puder
ligar a máquina de lavar
louça, sem ter que se
levantar e perder um
segundo do jogo ou filme
que você está assistindo,
você saberá que a TV
inteligente chegou.
Fornecendo acesso
móvel para programas
governamentais na
Finlândia
O serviço nacional de identidade eletrônica
do governo da Finlândia agora incorpora a
tecnologia móvel da Gemalto para que seus
cidadãos possam acessar os serviços em
qualquer lugar
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