26341 - WWF - oil and gaz partugais 210x297.indd
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0UK\Z[YPHZL_[YH[P]HZ KLZLU]VS]PTLU[VZ\Z[LU[m]LS! Guia de melhores práticas para a exploração petrolífera e do gás offshore na Eco-região Marinha da África Ocidental 236--:HUKYH>0*2:*SP]L:0,.,37H\S 1 A r eprodução deste documento para fi ns educativos ou não comer ciais é per mitida sem a autorização escrita dos autor es, uma vez citada à fonte e as referências. Em contrapar tida, é desnecessário reafirmar, que qualquer r eprodução para fins comerciais é totalmente pr oibida sem autorização prévia por escrito dos autores. Referências: WWF 2010, KLOFF Sandra, WICKS Clive, SIEGEL Paul, Indústrias Extrativas e Desenvolvimento Sustentável: «Guia de boas práticas para a exploração do petróleo e do gás of fshore na Eco-região Marinha da África Ocidental» p 136 Com Fotografi as de Paul Siegel, WWF Internacional 2011 WWF WAMER Industrias extrativas & Desenvolvimento Sustentável: Guia de melhores práticas para a exploração petrolífera e do gás offshore na Eco-região Marinha da África Ocidental KLOFF Sandra, WICKS Clive, SIEGEL Paul A Eco-Região Marinha Da África Ocidental WWF, Organização Mundial de Conservação, em parceria com os principais par ceiros da África Ocidental, elaborou e está agora a implementar a Estratégia de Conservação da Eco-r egião Marinha da África Ocidental (W AMER). Este visa garantir uma gestão sustentável dos r ecursos marinhos da eco-região. Alguns dos ecossistemas costeir os e marinhos mais preciosos do mundo encontram-se na Eco-região Marinha da África Ocidental. Estes são ameaçados por uma variedade de fator es, nomeadamente pela pesca, a poluição à par tir da terra, as construções no litoral, a construção de barragens na embocadura dos rios, o turismo, as alterações climáticas e, mais r ecentemente, um renovado interesse da parte do sector petrolífero e do gás. Praticamente todas as zonas costeiras e marinhas, incluindo as ár eas essenciais para a biodiversidade, zonas chaves de pesca e principais sítios turísticos foram divididos em blocos para as catividades de exploração de petróleo e gás. Muitas empresas estão a efetuar pr ospeção de petróleo e gás e um consórcio já os extrai. O objetivo do W AMER é ter um ambiente marinho e costeir o saudável que pr oporciona benefícios sustentáveis para as gerações presentes e futuras. O fortalecimento das capacidades, de que este livro é uma componente, r epresenta uma par te importante do programa. Parceiros: Documentos e zonas geográfi cas contidas neste relatório não r epresentam de qualquer for ma as opiniões Autor es quanto ao estatuto jurídico de qualquer país, qualquer território ou em qualquer área, ou relativos à delimitação das suas fronteiras ou dos seus limites. 6 Agradecimentos: Primeiramente, agradecemos a Professor Ricardo Steiner, que fez a descrição geral sobr e a maré negra no Golfo do México que ocorr eu na fase de finalização deste livr o. Esta catástr ofe destaca novamente os perigos da exploração de petróleo em ambientes marinhos sensíveis. Somos gratos a Mohamed Vall da WWF Mauritânia, Khady Sane Diouf, Diretor da Envipêche, Haidar El Ali, Diretor da Oceanium, Rashid Sumaila e Daniel Pauly, da Universidade da Colômbia Britanica e Kees Camphuysen e Theunis Piersma, do Instituto Holandês de Investigação Marinha Holanda (NIOZ), que nos infor mou sobr e os impactos da indústria da pesca, per mitindo-nos toma-la em conta em relação ao campo emergente de óleo e gás. Gostaríamos também de agradecer ao Senhor Jato S. Sillah, o Ministr o Gambiano das Flor estas e do Meio Ambiente, que nos aconselharam durante todo o processo de edição deste livro e escreveu o prefácio. Agradecemos a Kristina Gjer de, Assessor para a Zona Marinha da IUCN e Edwar d Kleverlaan, gerente técnico da Divisão de Ambiente Marinho da IMO por suas contribuições nas par tes sobr e o tráfego marítimos e instrumentos da IMO específicos a determinadas áreas, ou seja, as Zonas Especiais, Áreas e mais par ticularmente Sensíveis e Vulneráveis assim como as zonas a evitar. Papa Samba Diouf Repr esentante Regional da WWF escritório para a África Ocidental e Ahmed Ould Senhour y, Dir etor do Pr ograma Regional de Conservação da Marinha e Costeira da África Ocidental (PRCM), ambos fi zeram contribuições significativas para ajudar a descr ever a importância biológica e desenvolvimento socioeconómico da eco-região, as principais ameaças, bem como catividades de petróleo e gás nos difer entes países da WAMER. Gostaríamos também de agradecer à UNEPWCMC, nomeadamente a Simon Blyth que pr eparou os mapas eloquentes, que r evelam a necessidade de um plano de desenvolvimento mais detalhado para o mar. Agradecemos também Kees Camphuysen do Instituto Holandés de Investigação Marinha (Netherlands Institute for Sea Research), NIOZ e Russell Wynn do Centro Nacional de Oceanografi a de Southampton (NOCS) no Reino Unido, que indicaram a existência hotpots (zonas de afl oramento) pelágicos temporários e per manentes, para biodiversidade nos limites da plataforma continental. Peter Denton, nosso editor , tem contribuído grandemente para facilitar a leitura desses assuntos complicados e também agradecer a Christelle Petite pela tradução em francês. Somos gratos aos gover nos dos Países Baixos e Espanha, e da Fundação MA VA pelo supor te financeiro. Agradecemos também o WWF-UK por nos ter dado a opor tunidade de utilizar os seus fundos para preparar os mapas com o PNUMAWCMC. Robert Goodland, ex-alto funcionário do Banco Mundial para o Meio Ambiente, Richar d Steiner , professor de biologia marinha e Jonathan Wills, um consultor de petróleo e gás offshore, forneceram conselhos valiosos sobr e a gestão ambiental do sector de petróleo e gás, as A valiações Ambientais Estratégicas como também para a planifi cação de urgência em matéria de marés negras. No entanto, os autor es assumem total responsabilidade pelo conteúdo e as opiniões expressas neste livro. Os autores ficariam satisfeitos em e r ceber quaisquer comentários ou observações sobre como melhorar futuras edições. Por favor , agradecíamos que os enviassem para Sandra Kloff ([email protected]), Clive Wicks (clivewicks@ googlemail.com) e Paul Siegel ([email protected]). Jeremy Colman, ex-coor denador Ambiental da Woodside-Energy, Jan Har tog, assessor ambiental da Shell aposentados e Lalanirina Rasoanandrianina, especialista petróleo e gás da Exxon Mobil em Madagáscar, que permitiu aos autores introduziremse nos desafios associados com petróleo e gás em África e isso, na perspectiva da indústria. 7 A maré negra do « Deepwater Horizon »: uma visão geral dia). Antes de ser contida, a explosão lançou cerca de 400 a 750 milhões de litros de petróleo. A maré, que subia à par tir de 1700 metr os de profundidade e a 70 km ao largo da costa, era totalmente difer ente das marés de super fície causada pelos petr oleiros ou por explosões em águas pouco pr ofundas. A maior par te do petróleo que chegava a super fície vinha fortemente emulsionado de água, o que o tornou difícil de conter ou r ecuperar. Grandes manchas submarinas de petróleo e de gás diluído espalharam-se por todo o Golfo. Várias tentativas infrutíferas pr ocuraram por fi m a explosão na boca do fur o submarino, que culminou em uma tentativa chamado «top kill» para tentar parar o vazamento através da injeção de milhares de toneladas de lama de per furação pesada e os entulhos («junk shots”) de material sintético contra a força da explosão e através do mecanismo de pr evenção de explosão. No entanto, a força da explosão foi tão for te que era impossível de estancar à par tir da parte superior e esta operação foi suspensa. A 20 de Abril de 2010, poucos dias depois de o pr esidente Barack Obama ter anunciado o desenvolvimento de per furação de petróleo offshore em águas dos EUA, afi rmando que «plataformas de petróleo nos dias de hoje, em geral, não ocasionam, os derrames de petróleo», a platafor ma de per furação “Deepwater Horizon” explodiu e afundou-se no Golfo do México, matando 11 funcionários e ferindo outr os. Esta platafor ma causou o maior acidente de maré negra da história. A plataforma operada pela BP perfurando um poço de prospeção exploração a uma pr ofundidade de 1700 metr os e tinha descober to um r eservatório de Petróleo e gás à 4.000 metr os abaixo do fundo do mar. Como a maioria das catástr ofes industriais, o desastre do « Deepwater Horizon « foi originado por uma série de erros humanos e falhas mecânicas. Quando a platafor ma experimentou vários surtos (fugas) de gás no dia antes da explosão, os diretores deveriam ter compreendido que existia um risco acrescido de explosão. No entanto, em sua pressa de selar e desconectar o furo de prospeção e passar para outras ár eas de per furação, os diretores da plataforma tomaram várias decisões a fi m de economizar tempo e economizar dinheir o que, na verdade aumentaram o risco de explosão. É possível que o r evestimento de cimento não tenha pegado corr etamente e, além disso, uma quantidade insuficiente de barr eiras sanitárias foram instaladas para supor tar as fugas de gás natural. Quando a 20 de Abril, houve fuga de gás e que subiu no fur o, o último sistema de defesa, ou seja, o mecanismo pr evenção de explosão situado na boca do fur o submarino, não funcionou e deu-se uma explosão catastrófi co gás e do petróleo. A explosão foi fi nalmente estancada através de um poço de descarga per furados para inter cepta o poço inoperante e assim, por bombeamento de lama e cimento dentr o do poço inoperante na par te inferior do poço, lá no lugar onde cruza o r eservatório a 3.600 metr os abaixo da boca do furo submarino. Danos ambientais, económicos, e sociais causados pela maré negra foram consideráveis. O petróleo espalhou-se por 20 mil quilómetr os quadrados no Nor te do Golfo do México e cobriu mais de 1.000 km de costa, da Florida no leste até ao Texas, no oeste. A grande par te dos danos ambientais afetou os ecossistemas pelágicos offshore, lá onde o atum ver melho e outras espécies de peixes de grande por te se r eproduziam, precisamente ainda no momento em que os seus ovos fl utuavam, mas essas cenas não puderam ser observadas nem da costa ou pelas câmaras de televisão. Durante meses, o petróleo foi derramado no Golfo do México a partir do furo em águas profundas com quantidades estimadas entre 35.000 para 60.000 barris por dia (isto é, 4 a 7,5 milhões de litros por 8 Os milhões de litros de petróleo varrendo a costa atraíram muito mais a atenção do público. O petróleo cobriu o litoral e as suas praias de arr eia, as zonas húmidas e pântanos vulneráveis, incluindo as ilhas baixas, onde dezenas de milhares de aves marinhas nidifi cam. Um bom númer o de aves, golfinhos, tar tarugas marinhas e peixes juvenis foram mortos durante os primeir os meses e muitos outros sofreram lesões subletais. segurança nas perfurações offshore e para melhorar a supervisão do gover no, inclusive através da criação de Conselhos Consultivos dos Cidadãos, eliminando as limitações da r esponsabilidade civil e melhorando a tecnologia de perfuração (por exemplo, melhorando os mecanismos de prevenção das explosões e os poços de descarga a serem utilizados) e reestruturando o processo de fiscalização governamental. A situação dos corais de águas pr ofundas e dos ecossistemas de fi ltragem nas águas frias profundas também foram pr eocupantes. Alguns habitats costeiros foram perdidos para sempre pela perda de vegetação, devido à poluição dir eta do petróleo, acelerando a er osão das ilhas costeiras. A maré negra causará, sem dúvida, danos ambientais a longo prazo. É possível que a pesca fique inter dita durante todo o ano em cer ca de um terço das águas federais do Golfo e o turismo tenha abrandado signifi cativamente, o que provoca per turbações signifi cativas dos sistemas económicos e sociais ao nível local. A catástr ofe do «Horizon Deepwater» fez o público tomar consciência não só dos riscos das catividades petr olíferas of fshore e dos insucessos da fi scalização do gover no, mas também, em geral, dos custos «escondidos» da nossa dependência global e contínua do petróleo, ou seja, das ár eas biológicas e culturais danifi cados pelas catividades petrolíferas e do respetivo transporte, as guerras para garantir um for necimento de petróleo, os custos no domínio da saúde devido à inalação das emissões, mudanças climáticas e as fr equentes marés negras. Uma vez que as empresas de petróleo já exploraram as r eservas mais acessível em terra e em águas pouco profundas, elas estão se voltando para ambientes mais extremos, como as reservas de alta pressão das zonas oceânicas pr ofundas, localizadas no Golfo do México, Brasil e África Ocidental e no Oceano Ár tico. Os riscos associados as perfurações em ambientes extr emos são agora conhecidas. Além disso, outras r egiões que sofreram das marés negras crónicas como o Delta do Níger, agora desper tam maior atenção, por causa da maré negra do Golfo. A resposta à maré negra que se eleva a bilhões de dólares foi o mais vasto da história, a saber que 7.000 navios, 500 bar cos de limpeza da super fície («Skimmers Boat»), 800 km de barragens flutuantes e mais de 7,5 milhões de litr os de dispersantes químicos foram aplicados no local da explosão submarina e a super fície do mar e a centenas de vezes, a mancha petróleo foi queimado no local. No entanto, apesar desses esforços, menos de 5% do petróleo da maré negra foi, no fi m de contas, recuperado da água. Num gesto sem precedentes, a BP decidiu criar um fundo de cer ca de 20 bilhões de dólares americanos para compensar as vítimas de pr ejuízos económicos e enfrentá-lo, além do processo judicial. Isso permitirá não per der anos em disputas judiciais sobre os pedidos de indemnização e poder acelerar o pr ocesso de obtenção para as vítimas, mas a BP não quis criar um fundo semelhante para a restauração de ecossistemas. No momento da impr essão deste livr o, as consequências políticas e sociais do desastr e da « Deepwater Horizon « estão longe de ter um fi m e haverá, sem dúvida, r epercussões durante os próximos anos. Esperamos que este desastr e irá acelerar a transição urgente para energias limpas, eficientes, sustentáveis e com baixas emissões de CO2 em todo o mundo. Em 2010, muitos esforços foram efetuados no Parlamento americano para aumentar os níveis de Richard Steiner Anchorage, Alasca 9 Prefácio Esta publicação é apr esentada no contexto do Pr ograma Regional para a Conservação da Marinha e Costeira da África Ocidental (PRCM) é o sucessor do volume de 2005 intitulado “Gestão Ambiental da Exploração de petróleo Of fshore e do Transporte Marítimo do Petróleo”. O livro, bem como uma série ateliês sobr e o r eforço de capacidades, nas quais participei pessoalmente, e uma missão de inquérito na Nigéria, ajudaram-nos a compr eender melhor os desafios ambientais e socioeconómicos provocados pelo sector emergente do petróleo e do gás offshore. generosamente pela natur eza, ou seja, alimentos, proteção contra tempestades, empr egos, etc. e esquecemo-nos que nós também precisamos cuidar e r einvestir na sua pr oteção e na sua restauração. Este livr o ofer ece conselhos sobr e as melhor es práticas para as catividades de petróleo e gás, mostrando como outr os países encontraram maneiras de reduzir os impactos negativos e de melhor gerir os contratos e as r eceitas em favor do desenvolvimento sustentável. Este livro ilustra como as catividades petrolíferas e da exploração do gás representam uma opor tunidade para r epensar o uso catual dos nossos mar es e costas. Isto pode ser possível graças a um aumento das r eceitas do petróleo e gás, mas também por que a exploração de hidr ocarbonetos nos per mite colmatar as lacunas de conhecimento e melhor compr eender o ambiente marinho. A pesquisa r ealizada na Mauritânia já per mitiu localizar as ár eas de intenso afloramento (ressurgência) ao longo das margens da platafor ma continental, que criam r ealmente condições essenciais à vida marinha. Ecossistemas antes desconhecidos, como os recifes de corais de águas pr ofundas e frias, foram mesmo r evelados pelas empresas petrolíferas. Estas novas revelações nos per mitirão cuidar melhor das zonas marítimas mais vulneráveis e de planificar com maior harmonia uns com os outr os, as catividades petr olíferas, de exploração do gás, da pesca, e com as estratégias nacionais de desenvolvimento sustentado. Esta nova edição vai mais longe, fazendo propostas positivas de como o sector de petróleo e gás offshore podem contribuir para o desenvolvimento sustentável da nossa região. No entanto, devemos aceitar que os nossos ecossistemas estão enfr entando uma pr essão crescente das catividades humanas que podem ser evitadas. Alguns métodos de pesca mudam a vida nos nossos mar es para e tor nando os ecossistemas mais simples e menos pr odutivos e as zonas litorais tor nam-se cada vez mais frágeis devido ao crescimento da população, expansão urbana e a conversão de grandes extensões do litoral para o turismo ou outr os usos industriais. Hoje, nós também precisamos de nos preparar para uma mudança climática global, que terá impactos profundos e difíceis de pr ever. A exploração do petróleo e gás of fshore vai impor inevitavelmente mais pr essão sobr e os ambientes marinhos e costeiros já enfraquecidos. A última maré negra no Golfo do México enfatiza, mais uma vez, que o risco zer o não existe, o que é um elemento que deve ser levado em conta durante todas as fases do processo decisório, desde a escolha do local de produção, plano de resposta para fazer face a maré negra, equipamentos e técnicas utilizadas, ainda mais longe, até ao regime de responsabilidade civil. Embora os desafi os a enfr entar sejam complexos, podemos transfor mar o petróleo e o gás numa bênção se, como sociedade, tiver mos a coragem para formular políticas adequadas, oferecer as nossas agências vocacionadas os meios para fazer o seu trabalho, enquanto coor denamos os nossos esforços entr e os Estados, quando a infor mação é livremente compartilhado e as par tes interessadas encorajadas a participar ativamente. Nossa geração pode ser a última a ser capaz de pr eservar a Eco-região Marinha da África Ocidental antes que seja tarde demais. Devemos isso a nós mesmos e, especialmente, aos nossos filhos e aos nossos netos. Os autor es mostram que a nossa segurança económica e alimentar está intimamente relacionada aos ecossistemas marinhos e costeiros. Em consequência, devemos r eforçar a sua capacidade de carga, a fi m de continuarmos a tirar deles benefícios. Muitas vezes tomamos como concedidos os serviços proporcionadas muito O Senhor Jato S. SILLAH Ministro do Meio Ambiente da Gâmbia 10 Índice A Eco-região Marinha da África Ocidental ..................................................................................................6 PARCEIROS: .................................................................................................................................................. 6 AGRADECIMENTOS: ..................................................................................................................................... 7 A maré negra do « Deepwater Horizon «: uma visão geral ............................................................................ 8 Prefácio pelo O Senhor Jato S. SILLAH, Ministro do Meio Ambiente da Gâmbia ........................................ 10 Prefacio dos autores ..................................................................................................................................... 13 Lista de Siglas e Iniciais: ............................................................................................................................... 14 Resumo ......................................................................................................................................................... 17 PRIMEIRA PARTE : A Eco-região Marinha da África Ocidental: Valores e Ameaças .......................................................................................................................... 25 Capítulo 1: Relevância socioeconómica e biológicas e ameaças ......................................................... 27 Capitulo 2: Ameaças ................................................................................................................................... 31 2.1 A pesca ......................................................................................................................................... 31 2.2 Construção e turismo costeiro ...................................................................................................... 37 2.3 Tráfego Marinho ............................................................................................................................ 38 2.4 Clima em Mudança ....................................................................................................................... 40 Capitulo 3: O sector emergente de petróleo e gás ...................................................................................41 O desafio: encontrar respostas para questões chaves ........................................................................... 43 SEGUNDA PARTE : Impactos Socioeconómicos de petróleo e gás: a importância da boa governação e da participação pública............................... 47 Capítulo 4: Boa governação e indústrias extrativas: gerir os recursos não renováveis para o desenvolvimento sustentável .........................................................................................................49 4.1 A Revolução Energética ................................................................................................................ 49 4.2 O petróleo é escasso e os preços aumentam .............................................................................. 50 4.3 David e Golias ............................................................................................................................... 50 4.4 Um modelo para a participação dos cidadãos: o Conselho Consultivo dos Cidadãos ............... 51 4.5 Integração dos investimentos em hidrocarbonetos nos Planos Nacionais .................................. 51 4.6 Acordos contratuais ...................................................................................................................... 52 Capitulo 5: Operações de petróleo e gás no mundo ................................................................................ 55 5.1 Revista da Indústria Extrativa financiada pelo Banco Mundial (EIR) ............................................ 55 5.2 Extração de petróleo em África..................................................................................................... 56 5.3 Preocupações da ONU concernentes a exploração do petróleo e gás na África Ocidental....... 53 5.4 Boa Governação ........................................................................................................................... 58 5.5 Corrida para as últimas gotas ....................................................................................................... 59 5.6 Doença Holandesa........................................................................................................................ 59 5.7 Melhores Práticas .......................................................................................................................... 60 TERCEIRA PARTE: Impactos e melhores práticas e políticas em matéria de meio ambiente .............................................................................. 65 Capítulo 6: Impactos cumulativos sobre o ambiente marinho................................................................ 67 6.1 Nenhum quadro jurídico internacional .......................................................................................... 68 6.2 A necessidade de uma abordagem estratégica .......................................................................... 68 6.3 Avaliação Ambiental Estratégica (AAS): quando, onde e como?................................................. 70 Capitulo 7: Impactos ambientais: Passo a Passo .................................................................................... 75 7.1 As campanhas sísmicas ............................................................................................................... 75 7.2 Perfuração e Produção ................................................................................................................. 79 7.3 Plataforma e fluxo de resíduos de navios ..................................................................................... 81 Capitulo 8: Tráfego marítimo ...................................................................................................................... 83 8.1 Resíduos........................................................................................................................................ 83 8.2 Regulamentação ambiental do tráfego marítimo .......................................................................... 84 8.3 Regras da OMI específicas a zona ............................................................................................... 85 Zonas especiais ............................................................................................................................................ 85 Capitulo 9: Marés negras e acidentes de grande envergadura ...............................................................91 11 9.1 Avaliações do risco de marés negras........................................................................................... 91 9.2 Redução e alívio dos riscos de marés negras .............................................................................. 92 9.3 Acidentes de navios cisternas ...................................................................................................... 92 9.4 Plataformas petrolíferas e acidentes de perfuração ..................................................................... 94 9.5 Resposta perante as marés negras e planos de emergência ...................................................... 97 9.6 Melhores práticas .......................................................................................................................... 97 10. Conclusão e recomendações ........................................................................................ 99 Anexos Anexo 1: Petróleo e gás nos diferentes países do WAMER................................................................... 103 Mauritania ................................................................................................................................. 103 Senegal .................................................................................................................................... 107 Gâmbia ..................................................................................................................................... 111 Guiné-Bissau ............................................................................................................................ 112 Republica da Guiné ................................................................................................................. 113 Cabo Verde .............................................................................................................................. 117 Serra Leoa ................................................................................................................................ 117 Anexo 2: Documentos básicos e diretrizes para as práticas ambientais em catividades de petróleo e gás offshore .............................................................................118 Anexo 3: Lista das convenções relevantes assinadas pelos Estados para a WAMER .......................120 Anexo 4: Funcionamento dos Comités Consultivo dos Cidadãos ....................................................... 121 Anexo 5: Dados utilizados para os mapas produzidos pelo PNUE-WCMC ......................................... 124 Anexo 6: Um plano de luta contra as marés negras .............................................................................. 126 Os Autores Referências Figuras Figura 1 ................................................................................................................................................ 36 Figura 2 ................................................................................................................................................ 53 Figura 3 ................................................................................................................................................ 67 Figura 4 ................................................................................................................................................ 79 Figura 5 ................................................................................................................................................ 79 Figura 6 ................................................................................................................................................ 87 Caixas Caixa 1 ................................................................................................................................................. 35 Caixa 2 ................................................................................................................................................. 69 Caixa 3 ................................................................................................................................................. 72 Caixa 4 ................................................................................................................................................. 78 Caixa 5 ................................................................................................................................................. 91 Caixa 6 ................................................................................................................................................. 95 Caixa 7 ................................................................................................................................................. 96 Tabelas Tabela 1 ................................................................................................................................................ 73 Tabela 2 ................................................................................................................................................ 76 Tabela 3 ................................................................................................................................................ 81 Mapas Mapas 1................................................................................................................................................ 29 Mapas 2................................................................................................................................................ 34 Mapas 3................................................................................................................................................ 35 Mapas 4................................................................................................................................................ 36 Mapas 5................................................................................................................................................ 39 Mapas 6................................................................................................................................................ 41 Mapas 7................................................................................................................................................ 57 Mapas 8................................................................................................................................................ 78 Mapas 9................................................................................................................................................ 78 Mapas 10.............................................................................................................................................. 85 Mapas 11.............................................................................................................................................. 87 Mapas 12.............................................................................................................................................. 88 Mapas 13.............................................................................................................................................. 89 Mapas 14............................................................................................................................................ 106 Mapas 15............................................................................................................................................ 110 Mapas 16............................................................................................................................................ 116 12 Prefacio dos autores Este livr o apr esenta uma visão geral dos aspetos positivos e negativos das catividades de exploração do petróleo e do gás em todo o mundo, com especial incidência sobre a situação da sub-região da África Ocidental e dos pr ojetos nacionais de energia e desenvolvimento sustentável. Este livr o pretende ajudar os governos e as sociedades civis de WAMER a har monizar as questões r elativas as catividades petrolíferas e de exploração do gás e as prioridades nacionais de desenvolvimento. Quais são os impactos socioeconómicos? Como envolver e fazer participar a sociedade civil? A ter ceira par te deste livr o apr esenta uma visão geral de como as catividades petrolíferas e do gás têm um impacto sobr e o meio ambiente. As Avaliações ambientais estratégicas são pr opostas como um instrumento para as melhor es práticas permitindo orientar e bem fundamentar as decisões de gestão para este sector emergente. Em seguida, uma visão geral mostra os impactos de cada fase de desenvolvimento da exploração petr olífera e do gás. Esta secção conclui com orientações sobre as melhores práticas em matéria de pr evenção das marres negras e planos de urgência. O livro é dividido em três secções: A primeira par te apr esenta um panorama geral da Eco-região Marinha da África Ocidental, sua impor tância de biológica e socioeconómica, bem como os desafi os ligados a pr oblemática das pescas e do desenvolvimento das zonas costeiras, do tráfico marítimo, das mudanças climáticas e do sector emergente do petróleo e gás. Argumenta-se que mesmo que as catividades petrolíferas e de exploração do gás r epresentam mais uma ameaça suplementar para o ambiente, nas condições adequadas, este sector poderia igualmente abrir novas perspetivas para o desenvolvimento sustentável. Esta secção permitirá abordar as questões seguintes: Quais são os impactos ambientais mais significativos? Como lhes mitigar? Como evitar os conflitos com o sector das pescas? Quando, onde e como implementar as catividades de exploração do petróleo e gás? Onde criar as zonas de acesso inter dito “no-go zones»? Quais são as melhores práticas para catividades de exploração offshore do petróleo e gás? Como reduzir o risco da maré negra? A segunda parte reflete a governação e as barreiras económicas impostas ao desenvolvimento sustentável. A importância da boa governação, a participação da sociedade civil e a transparência são apr esentados como fator es-chave que permitem evitar a chamada «maldição do petróleo» ou o «paradoxo da abundância», como observado em vários outr os países africanos dependentes das indústrias extrativas. Esta sessão conclui com orientações para eliminar os obstáculos e para abrir espaços as aspirações dos países em usar as r eceitas do petróleo e do gás para o desenvolvimento sustentável. Algumas partes do texto principal fazem r eferências aos anexos que explicam deter minados tópico com mais detalhes. Será possível de encontrar aí, uma visão geral mais pr ecisa das catividades das indústrias extrativas e das catividades de exploração do petróleo e gás separadamente para cada país do WAMER, acompanhado de uma lista apresentando os textos convenções pertinentes e ratifi cadas (ou não) pelos países da eco-região. Estes apêndices contêm detalhes concernentes a planificação de emergência em caso de marés negras. A estrutura orgânica dos comités Consultivo dos Cidadãos, ou seja, um modelo de melhor es práticas para a par ticipação informada dos cidadãos, é explicado em detalhes e uma lista contendo orientações e outros documentos úteis para implementar um quadr o político sólido para as catividades de exploração petr olífera e do gás também está incluído nos anexos. Referências completas indicadas no texto principal contendo os nomes dos autor es e o ano de publicação ou o nome dos despectivos sítios na inter net, podem ser encontrado no final deste livro, em ordem alfabética. O leitor será capaz de encontrar r espostas para perguntas tais como: Como maximizar os benefícios financeiros? Como negociar com as empr esas petrolíferas e do gás? A melhor forma de gastar as receitas do petróleo e do gás? Como evitar a «maldição do petróleo» ou o «paradoxo da abundância»? 13 Lista de siglas e iniciais: AAS ACT AGC AIE ALAP ALARP AMP ATBA BM BP CAIA CDB CCC CCNUCC CEDEAO CEESP CLC CLEE CMS CPP CO2 DECC DENRAP EIAS EIR ESRI FAO FASR FIBA FMI FOIA FPIC FPSO GEBCO GNL GTZ HAP HCNUR HELCOM HSE IAOGP Avaliação Ambiental Estratégica Acordos de Cooperação Técnica (Agrément de Coopération Technique) Agência de Gestão e Cooperação entre a Guiné-Bissau e Senegal Agência Internacional de Energia O mais baixo possível (As Low As Possible) O mais baixo razoavelmente praticável (As Low As Reasonably Practicable) Áreas Marinhas Protegidas Área a Evitar (“Area to Be Avoided” IMO) Banco Mundial British Petroleum Célula de Avaliação de Impacto Ambiental, Guiné-Bissau Convenção sobre a Diversidade Biológica Comités Consultivo dos Cidadãos Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Climáticas Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental Comissão da IUCN para as Politicas Ambientais, Económicas e Sociais Convenção sobre Responsabilidade Civil (“Civil Liability Convention”, OMI) Convenção sobr e a Responsabilidade Civil pelos Pr ejuízos devidos a Poluição por Hidrocarbonetos causados pelas prospeção e exploração dos Recursos Minerais do fundo marinho Convenção sobre Espécies Migratórias Contrato de Partilha de Produção Dióxido de carbono Departamento de Energia e Mudanças Climáticas do Reino Unido Ministério de Energia e dos Recursos Naturais - Guiné-Bissau Estudo de Impacto Ambiental e Social Revista de Indústrias Extrativas (Extractive Industries Review) Instituto de Pesquisa de Sistemas Ambientais (Environmental Systems Research Institute) Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação Facilidades Reforçadas do Ajustamento Estrutural Facilité ( d’Ajustement Structurel Renforcé, FMI) Fundação Internacional para o Banco de Arguin Fundo Monetário Internacional Lei de Acesso Livre à Informação (Freedom of Information Act) Consentimento Prévio Dado com Conhecimento de Causa Free, ( Prior and Informed Consent) Plataformas Flutuante de Pr odução e Ar mazenamento ( Floating Pr oduction Storage and Offloading facility) Cartografia Batimétrica Geral dos Oceanos (General Bathymetric Chart of the Oceans) Gás Natural Liquefeito Cooperação Alemã (Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit) Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados Convenção Regional para o Mar Báltico Mar (Helsinki Commission, Regional Seas Convention for the Baltic Sea) Higiene, Segurança e Ambiente (Hygiène Sécurité Environnement) Associação Inter nacional pr odutores de Petróleo e Gás (Inter national Associação de Petróleo e Gás Produtor) 14 ICES IMROP IFC IFREMER IHS ISME EITI ITOPF ISLP JV LEP LPP MAB MADR MARPOL MTD NORSA NESERA NIOZ NNPC NOCS ONU IMO ONG OPOL OPRC Conselho Internacional para a Exploração do Mar (International Council for the Exploration of the Sea) Instituto Maritaniano de Pesquisa Oceanográfica e das Pescas Sociedade Financeira Internacional (International Finance Corporation) Instituto Francês de Investigação para a Exploração do Mar Serviço de Tratamento da Informação (Information Handling Service) Organização Internacional para o Ecossistemas de Mangal Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas Federação Internacional de Proprietários de Navios-tanque (petroleiros sobre a poluição Project Internacional de Advogados (Juristas Aposentados Empresas Comuns (Joint Venture) Licença de Extração do Petróleo Licença de Produção de Petróleo Homem e Biosfera Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Guiné Bissau) Convenção sobre a Poluição Marinha (IMO) Melhor Tecnologia Disponível Agência Nigeriana de Resposta a Maré Negra (Nigerian Oil Spill Response Agency) Agência Nacional para a Aplicação das Nor mas e Regulamentos ( National Standar ds Regulations Enforcement Agency) Instituto Holandês de Investigação sobre o Mar (Nederlands Instituut voor Onderzoek der Zee) Sociedade Nacional Nigeriana do Petróleo (Nigerian National Petroleum Corporation) Centro Nacional Oceanográfico de Southampton (National Oceanography Centre Southampton) Organização das Nações Unidas Organização Marítima Internacional Organização Não Governamental Associação para a Responsabilidade Civil da Poluição Offshore (Offshore Pollution Liability Association) Convenção Internacional sobre a Pr eparação, o Combate e a Cooperação, em Matéria de Poluição por Hidr ocarbonetos ( Convention on Oil Pollution Pr eparedness, Response and Co-operation, (OMI) OPRC/HNS OSPAR PWYP EMP PDALM PIB NEMP (PNGE) PNUD UNEP/PNUE UNEP-WCMC PRCM PSSA SIA SAUP SEAPRISE SNEPG Protocolo sobre Substâncias Nocivas e de Riscos (IMO) Convenção Oslo-Paris. Convenção Regional para a Pr oteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste Publique o que Paga (Publish What You Pay) Plano de Gestão Ambiental Plano Diretor para a Gestão do Litoral Mauritaniano Produto Interno Bruto Plano Nacional de Gestão Ambiental Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Programa das Nações Unidas para o Ambiente Centro Mundial de Monitoria da Conservação da Natureza Programa Regional para a Conservação Costeira e Marinha da África Ocidental Área marítima particularmente sensível (IMO) (Particularly Sensitive Sea Area) Sistema de Identificação Automática Project sobre o Mar a nossa Volta (Sea Around Us Project) Tema sobre responsabilidade social e ambiental no sector privado (IUCN-CEESP) Companhia Nacional de Exploração do Petróleo da Guiné, República da Guiné 15 SOLAS SPDC STCW RME/RMS TBT TRAFFIC UE UKOOA IUCN UNCLOS UNCW UNESCO WAMER WDCS WWF Convenção Internacional sobre a Salvaguarda da Vida Humana no Mar (IMO) Shell Petroleum Development Corporation e Normas de Formação dos Trabalhadores do Mar, de Certificação e Seguimento (IMO) Rendimento Máximo Equilibrado Tributileteno (Tributyletain) Rede de Monitoramento do Comércio da Fauna Selvagem União Europeia Associação de Operadores Offshore no Reino Unido (United Kingdom Offshore Operators Association) União Internacional para Conservação da Natureza e seus recursos Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar Universidade da Carolina do Norte Wilmington (University of North Carolina Wilmington) Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura Eco-região Marinha da África Ocidental Organização para a Conservação de Baleias e Delfins (Whale and Dolphin Conservation Society) Fundo Mundial para a Natureza 16 Resumo e a política na região . Isso pode r esultar em conflitos e crescimento da pobreza, o paradoxo da abundância também chamada de «maldição dos recursos». Os países da eco-r egião marinhos da África Ocidental (W AMER) engajaram-se ativamente a identificar e a explorar as r eservas de petr olíferas e do gás. Praticamente toda a zona costeira e marinha incluindo áreas importantes para o turismo, áreas chaves para a pesca e áreas essenciais para a biodiversidade foram divididos em blocos que podem ser objetos de exploração petr olífera e do gás. Em 2006, um consórcio começou a extração de petróleo ao longo da costa da Mauritânia e uma grande quantidade de poços de teste foram per furados em toda a r egião. Os próximos poços de exploração estão pr evistos na zona de fronteira vulnerável localizada entr e o Senegal e a Guiné-Bissau, em 2010. Este livro é dividido em três partes. A primeira parte apresenta um panorama geral da elevância r biológica (económica e social e aspetos r elacionados) da região e as suas ameaças e desafi os. Esta par te também examina como o petróleo e o gás poderiam contribuir para o desenvolvimento sustentável. A segunda parte expõe os obstáculos à governação, as barr eiras socioeconómicas e políticas para alcançar o desenvolvimento sustentável. A ter ceira parte examina os impactos ambientais e como eles podem ser evitados e mitigados e pr opõe recomendações r elativas ao estabelecimento de normas e padrões para as catividades petr olíferas e do gás offshore adaptadas às condições regionais e locais. Este livro apresenta uma visão geral dos elementos positivos e negativos na ár ea das catividades petrolíferas e do gás a nível mundial, com particular incidência sobr e a situação na r egião da África Ocidental assim como as estratégias para o desenvolvimento sustentável e da energia. Este livro é concebido para ajudar os governos e a sociedade civil da eco-r egião na abor dagem das questões relacionadas com as catividades petr olíferas e do gás, as prioridades do desenvolvimento nacional. Primeira Parte: a Eco-região Marinha da África ocidental: pertinência e ameaças socioeconómicas e biológicos O sector de petróleo e gás surge num momento em que o WAMER encontra-se numa encruzilhada. A região costeira poderia fornecer a maior parte das fontes de alimentar es assim como toda a energia renovável necessária aos seus habitantes, mas durante os últimos 50 anos, os r ecursos marinhos e costeiros têm sido objeto de destruição. Decisões difíceis en volvendo custos de cur to e a m uito longo prazo devem ser tomadas a fi m de garantir o futuro de sectores renováveis como o turismo e a pesca, que são a espinha dorsal da economia egional. r O petróleo, r ecurso não r enovável, pode contribuir com r eceitas fundamentais, mas pode também provocar danos nos r ecursos marinhos. Além disso, como tem sido demonstrado frequentemente no mundo, este sector cria poucos empr egos e ao invés de incentivar o desenvolvimento sustentado, ele muitas vezes desestabiliza a socioeconómica Pertinência socioeconómica e biológica A Eco-r egião marinha da África Ocidental é extremamente pr odutiva, apoiando uma das explorações pesqueiras mais impor tantes do mundo. O facto de que tantas espécies passam diferentes partes do seu ciclo de vida em diferentes países e difer entes habitats tor na-se subjacente a necessidade de compreender e gerir o eco-r egião como um todo. As economias nacionais de sete países da WAMER, nomeadamente Cabo Verde, Guiné, Guiné-Bissau, Mauritânia, Senegal, Serra Leoa e Gâmbia, 17 e descargas de r esíduos (lixos). Esta catividade pode também entrar em conflito com outros sectores económicos, como a pesca e o turismo. No entanto, se esta catividade é conduzida de for ma adequada, as ameaças e os confl itos podem ser evitados ou reduzidos significativamente. dependem da zona marinha e costeira em matéria de alimentação, habitação e de empr egos e isso abarca milhões de pessoas. Os governos recebem uma grande par te das suas divisas dos r ecursos marinhos, vendendo licenças de pesca aos países asiáticos e eur opeus. Os Ecossistemas marinhos também inibem a er osão costeira, pr oteger o interior do aumento do nível do mar e fi xa grandes quantidades de dióxido de carbono (um gás com efeito de estufa) apr esentando ao mesmo tempo magníficas paisagens terr estres e marinhas que atraem, todos os anos, milhares de turistas. Mas as r eservas descober tas até agora são relativamente modestas, o que signifi ca que, para tornar a exploração rentável, a empresas de petróleo e gás são pr essionadas a r eduzir os custos e, em consequência, os riscos de acidentes e de poluição podem aumentar. Assim, é necessário estabelecer regulamentos estritos pelo Governo e um controle minucioso por parte da sociedade civil. Ameaças Ecossistemas marinhos de WAMER e serviços que prestam estão sob pr essão de uma variedade de fatores, incluindo a pesca (não apenas estrangeiros mas também nacionais), desenvolvimento costeiro, transporte, mudanças climáticas e agora também catividades operacionais de exploração do petróleo e do gás. Esforços mais efi cazes são necessários para r eduzir a degradação ambiental observada hoje. A Convenção sobr e Diversidade Biológica (CDB), ratifi cada por todos os países W AMER sugere o seguinte: A exploração de petróleo e gás ajuda a compr eender melhor o funcionamento dos ecossistemas marinhos. Empresas que pr ocuram petróleo e gás em áreas de difícil acesso, já descobriram r ecifes de coral nas águas pr ofundas. No entanto, devido aos rigor osos limites orçamentais, é impr ovável que essas empr esas fi nanciem voluntariamente a pesquisa fundamental fora das suas habituais áreas de exploração. Conhecimentos apr ofundados são necessários se quiser mos pr oteger os pr eciosos ecossistemas que às vezes coincidem com as reservas de hidrocarbonetos. Este livro revela que o primeiro poço de exploração comercialmente está localizado no meio de uma zona pelá gica primordial para a biodiversidade marinha, área distinta ao longo dos limites da platafor ma continental, onde r essurgência é intensa e a vida marinha particularmente abundante. • Expandir a ár ea total de ár eas marinhas protegidas e 10% da ZEE da eco-r egião até 2012 (atualmente menos de 3% de W AMER são protegidos); • As zonas/períodos protegidos designados com uma seleção representativa de habitats (Áreas Marinhas Pr otegidas atualmente existentes são encontrados apenas ao longo da costa, enquanto os ecossistemas bentônicos ricos, incluindo r ecifes de corais, águas pr ofundas e bancos de conchas, e ár eas de afl oramento intenso cheio de espécies pelágicas longe da costa ainda não estão protegidos e Além disso, a descoberta de petróleo pode causar uma série de pr oblemas socioeconómicos e políticos. A Revista da Indústria Extrativa do Banco Mundial declara que: «Os países que dependem sobretudo das indústrias extrativas sofrem frequentemente de níveis de pobreza, de doenças e mor talidade infantil muito superiores, mais de guerras civis, de corrupção e totalitarismo do que os países com economias mais diversificadas. O desenvolvimento das indústrias extrativas não contribui positivamente para os elementos de desenvolvimento socioeconómico de um país, senão quando os fundamentos da boa governação são implementados, por exemplo, uma • Preencher lacunas de conhecimento na nossa compreensão do ecossistema marinho, a fim de assegurar uma gestão eo-sistémica da utilização humana. Sector emergente do petróleo e do gás O óleo e gás têm um impacto sobr e os r ecursos marinhos através das campanhas sísmicas, as marés negras, as perfurações, instalação de equipamentos 18 imprensa livr e, um sistema judicial que funcione, o respeito pelos direitos humanos, eleições livres e justas, etc.» Organização Marítima Internacional; • Investir nas adaptações as mudanças climáticas, através de energias r enováveis, r estauro e proteção de habitats críticos conhecido como «poços» de CO2 (zonas húmidas costeiras, áreas pelágicas primordiais e florestas); Uma questão par ticularmente delicada é relacionada com a situação não r esolvidas das fronteiras marítimas entr e os países, o que pode levar a graves tensões políticas caso o petróleo e o gás of fshore venha a ser descober ta nas zonas fr onteiriças. Nos recomendamos que haja acordos para o reconhecimento destas fr onteiras internacionais o mais rapidamente possível. • Adotar uma política de «mares limpos e peixes limpos» para pr oteger o ambiente marinho e costeiro assim como a qualidade comercial dos produtos da pesca locais; Encontrar respostas para questões chaves Os países do WAMER fazem face a um impor tante desafio muito impor tante de política pública, ou seja, garantir uma utilização estratégica para os rendimentos da e xploração do gás e petróleo, assegurando ao mesmo tempo que os ecossistemas marinhos e costeir os sejam protegidos da poluição e outros impactos danosos que podem compr ometer os empr egos e a segurança alimentar de milhões de pessoas. Mesmo que a natur eza pode absorver um deter minado nível de poluição, as pr essões pr ovenientes de outras fontes (por exemplo, o desenvolvimento do petróleo, nomeadamente a pesca) se acumulam. Isto significa que os ecossistemas WAMER já não são muito resistentes para suportar os impactos negativos do sector de petróleo e gás. A fi m de aumentar r esistência do ecossistema, os cientistas que estudam o ambiente marinho propõem o seguinte: • Estabelecer, monitorar e fazer cumprir as normas de luta contra a poluição acordadas a nível nacional e regional. Essas medidas geram custos que poderiam ser pagos pelas receitas do petróleo e gás. No entanto, as partes seguintes deste livr o explicarão que isso está relacionado com pré-condições que devem implementadas. Parte Dois: Impacto Socioeconómicos e político do petróleo e do gás: a importância da boa governação e da participação pública Os r ecursos em hidr ocarbonetos são esgotáveis, mas se geridos de for ma adequada, podem contribuir para o desenvolvimento sustentável. As receitas devem ser r einvestidas em sector es que geram o melhor r etorno económico para os países ao mesmo tempo que protege o meio ambiente e os direitos humanos. Espera-se que o preço do petróleo aumente para entre 150 e 200 dólares americanos por barril em 2020, o que não só sublinha a impor tância do uso dos r ecursos de petróleo para atender as necessidades nacionais em energia, mas também dos investimentos dos r endimentos em energia renovável a fi m de minimizar o impacto de ter , mais tarde, que importar combustíveis mais custosos. • Reduzir a pesca abaixo dos níveis de Pr odução Máxima Sustentável e minimizar as ar tes de pesca não seletivas e que degradam o habitat. • Expandir a rede de Áreas Marinhas Protegidas, não só ao longo da costa, mas também as áreas marinhas vulneráveis situadas no alto mar; • Integrar a questão dos r ecursos marinhos na planificação da zona costeira e no or denamento e gestão de bacias versantes das barragens situadas nas bacias hidrográficas; A experiência tem demonstrado que a boa governação, nomeadamente a tomada de decisões baseadas na transparência e par ticipação dos • Reduziraameaçadetráficomarítimointernacional aplicando os instrumentos específi cos da 19 mais variados acores interessadas do governo e da sociedade civil é essencial para maximizar os benefícios. Exemplos de par ticipação dos cidadãos incluem o uso das avaliações Ambientais Estratégicas (como é r ecomendado pela Convenção de Abidjan), a criação dos comités consultivos dos cidadãos e o facto de assegurar que a sociedade civil faça o seguimento das operações das indústrias extrativas. A iniciativa de T ransparência das Indústrias Extrativas, uma coalizão de gover nos, das sociedades das indústrias extrativas, de grupos da sociedade civil, dos investidor es e as organizações inter nacionais propõem nor mas de transparência e de for mas participativas de tomadas de decisão conhecidas do mundo inteiro. nas negociações dos contratos com as sociedades petrolíferas, do gás e das pescas; • Garantir que par te das r eceitas do petróleo e gás para seja economizado através de fundos especiais em divisas for tes no estrangeir o e que sejam lentamente injetados na economia para reduzir a inflação e o risco de exceder as capacidade de absorção da economia; e • Estabelecer pré-fi nanciar os pr otocolos do fechamento do projeto. Parte III: Impactos, Políticas e Melhores práticas É difícil de pr ever os impactos exatos das catividades de exploração do petróleo e do gás sobre o ambiente e, portanto, seria melhor declarar os ecossistemas que for necem serviços valiosos, incluindo os habitats de alta biodiversidade (as zonas húmidas costeir os, conjuntos bentónicos ricos e as ár eas pelágicas essenciais), ár eas de acesso interdito «no-go zones» até que informações suficientes estejam disponíveis para orientar decisões rigorosas em matéria de gestão. As vantagens e os inconvenientes das várias opções e meteria de r ealização de contratação são comparados (de par tilha de pr odução, joint ventures, etc.) e os exemplos são apr esentados para mostrar como os países podem apr oveitar da experiência internacional (por exemplo, através de painéis consultivos de especialistas) para negociar de for ma mais efi ciente com as companhias petrolíferas para obter mais lucr o. Os per centuais de receitas que revertem para as nações africanas possuidoras de contratos petr olíferos variam de 11% para 83% dos Camarões até a Nigéria. Embora existam bons exemplos do sector petrolífero no nor deste do Atlântico (Noruega e os países do Mar do Nor te) e, apesar da maré negra de Abril de 2010, também no Golfo do México sob administração americana, não e xiste um quadr o jurídico internacional e xaustivo concer nentes as nor mas ambientais mínimas. Isto signifi ca que a eco-região deveria desenvolver as suas próprias normas e padrões. Uma vez que a poluição marinha facilmente atravessa as fr onteiras, seria melhor realiza-lo a escala r egional, ou como par te da Convenção de Abidjan, ou de uma outra Convenção a estabelecer, e entre os países da WAMER. É recomendado que os países: • Reforcem os fundamentos da boa governação, ou seja, uma impr ensa livr e, eleições democráticas, um sistema Judiciário estável, o respeito pelos direitos humanos e a educação; • Aderir a Iniciativa de T Indústrias Extrativas; ransparência das • Estabelecer uma comissão interdepartamental da indústria para se ocupar da planificação, dos contratos, da aplicação da lei e das despesas das receitas do petróleo e do gás; Avaliações ambientais estratégicas A for mulação de nor mas e padrões unifor mes para operações individuais (fl uidos de per furação, levantamentos sísmicos, descargas de r esíduos) não é suficientemente eficiente, porque essa abordagem não leva em conta os impactos cumulativos. Pequenas quantidades de poluição e agr essão causada pela construção das plataformas, pelas operações nas platafor mas e • Investir em sectores económicos sustentáveis, como a pesca e a agricultura, fontes de energia renováveis; • Buscar apoio inter nacional para obter os melhores benefícios fi nanceiros e ambientais 20 levantamentos sísmicos, a perfuração e a extração. Cada etapa tem impactos específi cos sobr e o ambiente marinho. do transpor te de petróleo podem acumular -se de forma significativa, especialmente quando tudo isso é combinado com os impactosexistentes causados pelos outros sectores económicos. Levantamentos sísmicos que utilizam sons de muito alta intensidade para mapear a geologia abaixo da super fície, pode causar impactos signifi cativos sobre os cetáceos, peixes e outras for mas de vida marinhas, mas na maioria das vezes, estes impactos podem ser mitigados se a indústria evita os habitats críticos, tem o cuidado deevitar de fazer campanhas durante o período de migração espécies c haves de peixes e cetáceos e utiliza técnicas conhecidas como «soft-start», que dá tempo aos animais para deixarem a área de exploração. As AAS’ s são pr ocedimentos de tomada de decisão de alto nível utilizadas para encorajar o desenvolvimento sustentável. Estas avaliações realizam-se antes de tomar decisões individuais em matéria de catividade de exploração petrolífera e do gás. Estas avalizações são igualmente importantes para os estudos posteriores, tais como as A valiações de Impacto Ambiental e Social, por que eles fi xam as nor mas para os hidr ocarbonetos ao nível local e r egional. Os acor es inter essados chegam a um consenso sobre o momento, como e onde é melhor realizar as catividades de exploração de petróleo e do gás. As necessidades de investigação adicionais assim como as áreas interditas ao acesso «no-go zones» são identifi cadas em conjunto com as áreas relativamente vulneráveis, onde a indústria de petróleo e gás devem seguir padrões e nor mas especiais. Os mapas são ferramentas essenciais que permitem seguir essas avaliações. Operações de per furação de per furação têm lugar durante a pr ospeção e a extração. Os impactos mais dir etos são a asfi xia das espécies bénticas localizadas nas pr oximidades imediatas do local da operação de per furação. As per furações realizadas nas áreas vulneráveis, tais como as zonas de mangal, os campos de ervas marinhas, r ecifes de corais de águas pr ofundas, ár eas pelágicas cruciais em zonas de intenso afl oramento devem ser evitadas. Diferentes tipos de fl uidos de per furação (baseadas em água, hidrocarbonetos e sintéticos) são utilizados. A mistura de fl uidos a base de hidr ocarbonetos e detritos (em conjunto designados por lama) deveria ser reinjectada no fundo marinho ou transportadas por barcos para a terra ao invés de serem simplesmente derramados no mar. Os mapas contidos neste livro indicam que as áreas de maior potencial petr olífero e do gás (nos limites da plataforma continental) atravessam as zonas de pesca mais impor tante para as fr otas estrangeiras bem como áreas essenciais, com diversidade muito pouca estudada, tais como os r ecifes de coral das águas profundas, as zonas de ressurgência intensa (upwelling) que contêm uma abundância de vida marinha pelágica e aves marinhas. Os gáses associados aos campos de petróleo são muitas vezes queimados (queimados e liberados na atmosfera), o que agravaria o pr oblema da mudança climática. Seria melhor injetar o gás em reservatórios e/ou comercializa-lo. As IES’ s são for malmente r ecomendadas pela Convenção de Abidjan, a Convenção dos mar es da África Ocidental, como instrumento fundamental para os países que desejam explorar seu sector de hidrocarbonetos. A água de pr odução, a for ma mais impor tante de poluição ligadas a extração contém poluentes tóxicos e persistentes, tais como os hidr ocarbonetos aromáticos policíclicos. Estes últimos podem acumular-se na cadeia alimentar e ter efeitos sobre os humanos e outras espécies. Água pr oduzida deveria ser re-injectado no fundo submarino e não derramado no mar, Impactos ambientais, passo a passo do petróleo e do gás passar por difer entes etapas, tais como levantamentos sísmicos, per furação e extração. Cada etapa tem um impacto especifi camente c sobre o ambiente marinho. Impactos ambientais, passo a passo As catividades de exploração do petróleo e do gás passam por difer entes etapas, tais como os Plataforma e fluxos de resíduos de navios Todas as platafor mas de extração de petróleo e 21 gás criam lixos que são também produzidos tráfico marítimo. Isso é lixo caseir o, as águas negras, óleos em águas de limpeza do convés e dos tanques, óleo queimado (ou óleos usados) e lama de hidrocarbonetos não queimados da sala de máquinas. Esses resíduos são estritamente reguladas pela OMI e os países são fortemente encorajados a ratificar as convenções e os protocolos concernentes. É recomendado que os países: • Estabeleçam uma convençãoegional r completa para a exploração do petróleo of fshore e acordem as normas mínimas para o sector de petróleo e gás; • Realizem avaliações ambientais estratégicas (AAE); • Identifiquem as zonas de acesso inter dito «no-go zones» para a indústria, bem como padrões e normas que respeitem as condições locais; • Exijam da par te das empr esas de petróleo a compartilharem os dados sobr e o ambiente marinho e solicitar a sua contribuição (voluntaria ou através de um sistema de impostos) para fazer mais pesquisas, especialmente sobr e a biodiversidade pouco estudada ao longo das extremidades da platafor ma continental rica em hidrocarbonetos, e • Exigirem estudos independentes de impacto ambiental para todas as fases da operação, a par tir de levantamentos sísmicos para conseguir a extração e ao desmantelamento. Os países podem solicitar a aplicação de medidas mais rigor osas para a eliminação de r esíduos na área ou um desvio na rota seguida pelos navios. As Zonas à Evitar (A TBA) aprovadas pela IMO são particularmente r elevantes para a exploração do petróleo e do gás e zonas de pr ecaução no âmbito da Convenção SOLAS para a Salvaguar da da V ida Humana no Mar, o que poderiam ser usadas em tor no das instalações petr olíferas e do gás e próximo e/ ou no interior das rotas marítimas internacionais. Os navios que transitam através de uma zona petrolífera ou de exploração do gás r ecém-criada serão assim prevenidos à prestar mais atenção e, se necessário, a seguir uma via marítima obrigatória. Derramamentos de óleo Grandes marés negras podem ser causadas por acidentes ou por navios-tanque ou por operações petrolíferas ao largo da costa, mas a maioria das marés negras são de pequeno por te e ocorr em durante a carga e descarga de petróleo. Para prevenir essas marés negras, é necessário que os governos identifi quem sistematicamente as vias navegáveis e os ambientes que são particularmente vulneráveis à poluição no quadro de uma avaliação exaustiva dos riscos e de opções. Em complemento a uma a valiação abrang ente dos Riscos, os Go vernos de vem refl etir sobre a necessidade de solicitar a implementação da redução de riscos e as medidas de mitigação. As marés negras de grande envergadura podem ser causadas pelo trafi co marítimo, através da colisão, afundamento e/ou encalhe de uma navio-tanque ou quando o bar co se quebra devido ao desgaste do metal. T odos os aspetos relacionados com as marés negras causados por navios-tanque e a mitigação dos riscos (como a exigência de casco duplo para os navios petroleiros ou uma série de medidas de segurança) são regulados pela IMO, que faz igualmente cumprir a Convenção Internacional de 1971 sobr e a Criação de um Fundo Internacional para os danos causados pela poluição por hidr ocarbonetos (conhecida como Convenção dos Fundos). Tráfego marítimo Uma vez que o dir eito inter nacional limita a capacidade dos Estados costeiros para impor suas próprias regras sobre o meio ambiente e navegação para embar cações estrangeiras que passam pelas suas águas territoriais, a IMO estabeleceu instrumentos específicos para as zonas. Há duas maneiras para designar um ecossistema marinho vulnerável: as Zonas Especiais, que são as zonas marítimas extensas e muitas vezes fechadas e Áreas Marinhas Par ticularmente Sensíveis (AMPS), que são geralmente menores do que as primeiras. Operações de per furação e acidentes nas plataformas petrolíferas também podem causar 22 grandes marés negras, como foi ilustrado dramaticamente no Golfo do México. Isso pode ocorrer após uma explosão sobr e a platafor ma, durante a perfuração se o operador perde o controlo da r eserva, e há uma efusão à par tir do furo, ou se uma platafor ma flutuante de extração, armazenamento e descarga (FPSO) é per furado por outra embar cação após um acidente, ou simplesmente uma FPSO sofr e um r ombo em consequência do desgaste do metal. e que estas ár eas sejam consideradas como Zonas Marítimas Particularmente Sensíveis; • Realizem avaliações de risco de marés negras para o tráfico marítimo e as operações de extração do petróleo e estabelecendo um plano de contingência para as marés negras; • Permitam apenas as plataformas flutuantes, de casco duplo, fabricadas para o efeito (FPSO); Embora a FPSO se assemelha aos navios e pode ser construído a par tir de velhos petr oleiros, as convenções da IMO aplicam-se só par cialmente a estas platafor mas. Enquanto o casco duplo tornou-se obrigatório para os navios-tanque de grande porte, estes últimos não são para o FPSO. A primeira FPSO usada na W AMER foi construída à par tir de um navio-tanque velho e de casco único. O Bur eau Veritas, empresa de classifi cação reconhecida mundialmente, aconselha a não utilizar tais instalações devido a problemas relacionados com o desgaste do metal. • Imponham zonas de exclusão de 500 m à volta dos locais de operações de petr olíferas e do gás of fshore, e garantindo o r econhecimento destas áreas pela IMO como Zonas à Evitar; • Prevejam um sistema adequado de responsabilidade de pelo menos 1 bilhão de dólares americanos para a poluição causada pelas operações petrolíferas offshore; e • Estabeleçam um fundo de emergência para as marés negras. Custos incorridos para a limpeza ou pela indemnização de ter ceiros (tais como pescador es ou operador es turísticos do litoral) pelas marés negras causadas pelas platafor mas de per furação ou operações não são abrangidos por qualquer convenção internacional. As empresas devem ser obrigadas a ter cober tura de segur o sufi ciente para pr oteger os estados produtores e seus cidadãos. Restaurar os campos submersos intertidais do Parque Nacional do Banco d’Arguin na Mauritânia, por exemplo, custaria mais de um bilhão de dólares americanos e isso, com taxas de sucesso muito incerto. Todos os gover nos devem desenvolver um plano nacional de contingência para as marés negras e solicitar a todas as instalações petr olíferas e armadores de fazerem aprovar os seus despectivos planos pelo governo. Conclusão As catividades do petróleo e do gás devem superar muitos obstáculos antes que eles possam contribuir para o desenvolvimento sustentável. V aliosos ecossistemas que for necem serviços críticos e renováveis diversos para milhões de pessoas devem ser pr otegidos. Os hidr ocarbonetos são recursos não renováveis, mas, se devidamente geridos, podem proporcionar um rendimento vital para as iniciativas de desenvolvimento sustentável, melhorar a utilização dos ambientes marinhos e reduzir a dependência de países face as importações de energia cada vez mais caras. Investimento em r ecursos petr olíferos e do gás devem gerar o melhor r etorno possível para a ecoregião e a longo prazo. No entanto, um erro cometido nos contratos, na r esponsabilidade civil e na avaliação dos riscos ambientais podem custar perda de receitas de bilhões de dólares para os governos. É recomendado que os países: • Estudem e ratifiquem todas as convenções da IMO; • Identifiquem as zonas marítimas economicamente, ambientalmente e culturalmente vulneráveis 23 Mesmo que o desafio seja complicado, há soluções que se provaram. É responsabilidade dos Governos e da sociedade civil da r egião de aproveitar delas, para transfor mar a «maldição dos r ecursos» em “bênção de recursos». Primeira parte A Eco-região Marinha da África Ocidental: valores e ameaças 26 CAPÍTULO 1: Relevância socioeconómica e biológicas e ameaças cetáceos, cinco espécies de tar tarugas marinhas ameaçadas e uma colónia de 100 focas-monge do Mediterrâneo ao nor te da Mauritânia, a maior colónia de r eprodução do mundo. A Guiné-Bissau abriga a maior colónia de reprodução de tartarugas verdes na África e Cabo V erde é o ter ceiro sítio de nidifi cação da T artaruga-cabeçuda no mundo (WAMER website WWF). As economias dos sete países que compõem a Eco-região Oeste Marinha da África Ocidental dependem da zona marinha e costeira que fornece alimentos, abrigo e empr ego para milhões de pessoas assim como a maioria par te de divisas dos países (acordos de pesca vendidos aos países europeus e asiáticos, bem como o turismo costeiro). Os sistemas dunar es pr otegem o interior do país, do aumento do nível do mar e das marés altas. As zonas húmidas tais como o mangal e os campos submersos impedem a er osão da costa e a cada ano eles não só armazenam e sequestram grandes quantidades de dióxido de carbono, um gás com efeito de estufa, mas também eles representam, igualmente, paisagens terr estres e marinhas magníficas, que atraem milhares de turistas. Os 3,500 km da costa ao longo deste vasto ecossistema marinho apresentam uma variabilidade de habitats, entre as falésias rochosos, praias arenosas e campos submersos no norte, passando as densas florestas de mangais até aos estuários bem desenvolvida do Sul. Os recifes de corais de Cabo V erde não são apenas um centro de endemismo, mas também uma das dez principais áreas críticas para os ecifes r no seu conjunto (site da WWF, cf. também o Mapa 1). Mais ao largo, as ricas comunidades bentónicas estão espalhados por zonas de especifi cação do fundo marinho da platafor ma continental. Bancos de conchas for mam a base dos ricos ecossistemas da qual dependem muitos r ecursos da pesca para sua sobr evivência, nomeadamente o polvo (Diop, 1988; Duineveld et al 1993;.. Klof f et al, 2007). Em lugar es específi cos ao longo da extr emidade da platafor ma continental, onde a água fria da profundidade ressurge e encontra-se com as águas quentes da super fície, for mando zonas fr ontais temporárias ou per manente, criando assim zonas verdadeiramente primordiais para a biodiversidade. As aves marinhas encontram aqui peixes predadores como o espadar te, o atum e os tubarões para desfrutar os grandes cardumes de peixes pelágicos que pululam em tor no das “nuvens” de grande concentração de plâncton (Camphuysen, 2004; Wynn & Knefelkamp, 2004; Camphuysen & van der Meer, 2006). Estas zonas de afloramento intenso são, provavelmente, mais pr onunciados na par te nor te da eco-r egião e os mais for tes estão localizados a frente de cabos, como o Cabo Branco na Mauritânia e o Cabo Verde no Senegal (Helmke, 2003). A parte inferior das margens da platafor ma continental abriga extraordinárias espécies de águas profundas, A eco-r egião inclui Zonas Económicas Exclusivo Cabo V erde, Gâmbia, Guiné-Bissau, Republica da Guiné, Mauritânia, Senegal e Serra Leoa .. Estes mar es são muito pr odutivos, e supor tam catividades pesqueiras, das mais impor tantes do mundo. Durante à maior par te do ano, os ventos alísios e as correntes oceânicas impulsionam a água da superfície da costa, e faz emergir , as águas frias ricas em nutrientes das pr ofundezas do oceano, à superfície, um fenómeno chamado «ressurgência». Um sol intenso tr opical com um de fl uxo quase constante de substâncias nutritivas, tor nam presentes as condições ideais para o cr escimento massivo do plâncton, a base da cadeia trófi ca altamente produtiva. No verão, quando o vento muda de direção e quando grande parte da emersão para, a região também é também influenciada pelas águas tropicais e quentes de super fície vindas do sul. A alter nância entre a r essurgência de água fria e a água quente da super fície do sul é uma das razões pelas quais esta zona abriga uma grande variedade de espécies e ecossistemas. Mais de 1000 espécies de peixes foram ecenseadas r na eco-região, tal como cer ca de 20 espécies de 27 sobre os quais há muito pouco conhecimento. Sistemas de r ecifes de corais de águas frias foram aqui descober tos, entr e Mauritânia e o Senegal, e parece que esses ecossistemas desempenham um papel impor tante na r enovação de um bom númer o de recursos pesqueiros (Rogers, 1999, Coleman et al. 2005, Krastel et al. 2006, cf. também o Mapa 1 para identificar a localização destes habitats marinhos). África Ocidental – Industria extrativa e Biodiversidade 28 29 Mapa 1: Biodiversidade e catividades petrolíferas e do gás na WAMER. Produzido pelo PNUE—WCMC (cf. O anexo 5 pelos dados utilizados) Esta zona marinha ecológica é uma unidade ecológica. Peixes que se r eproduzem em berçários do Norte migram sazonalmente para o sul, for necendo proteína e empregos para as comunidades humanas ao longo da sua migração. Localizações por satélites recentes confi rmaram que as tar tarugas verdes que fazem as suas posturas nas praias longínquas da Guiné-Bissau viajam através das águas senegalesas em dir eção ao Nor te, para se alimentar em nos campos submersos do Par que do Banco de Arguim na Mauritânia. A impor tância da eco-r egião não se limita à África mas também se alarga a outr os continentes. Mais de 6 milhões de aves migratórias da Europa e do Ártico alimentam-se nas suas águas costeiras e muito ricas durante o inverno. Muitas espécies marinhas passam diferentes fases de suas vidas nas águas dos países da WAMER, ressaltando a necessidade de entender e gerir a eco-região como um todo. 30 Capitulo 2: Ameaças aplicado. Áreas Marinhas Protegidas (AMP) são hoje quase exclusivamente localizadas ao longo da costa e incluem habitats, tais como os campos submersos de algas marinhas, deltas de rios e mangal (ver Mapa 1). Outros habitats que suportam altos níveis de biodiversidade estão localizadas mais afastadas da costa ainda não estão pr otegidos. Trata-se de áreas de intensa r essurgência ao longo das extr emidades da platafor ma, ricos ecossistemas bentônicos, como os r ecifes de coral de águas pr ofundas, nas proximidades da platafor ma continental e leitos de conchas na plataforma continental. Os governos dos países da eco-região têm efetuado esforços enor mes para pr oteger os seus r ecursos marinhos e costeir os. Uma impr essionante r ede de Áreas Marinhas Pr otegidas (AMP) foi criada, a maioria dos países adotaram o código de conduta da FAO em matéria de pescaesponsável, r e todos os países da WAMER são partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD). Estes dois textos políticos encorajam uma gestão ecossistémica da utilização humana dos recursos naturais. O compromisso dos países em r elação a CDB de gerir o uso humano com base numa abor dagem ecossistémica é igualmente severamente prejudicado, pela falta de conhecimento sobr e o funcionamento do ecossistema marinho, bem como os impactos cumulativos dos diversos sectores económicos. A fi m de garantir o futur o da WAMER, a abor dagem precaucionista é, por tanto, o melhor caminho a seguir. Infelizmente, devido às pesadas r estrições económica que enfr entam os países em desenvolvimento, assim como a falta de alter nativas, muitos países pr eso na ar madilha entre as necessidades de desenvolvimento de curto prazo dos seus habitantes e a necessidade de gerir os seus recursos naturais ao longo prazo. A zona costeira e marinha poderia for necer em grande par te os alimentos e satisfazer todas as necessidades da população em energias renováveis, mas, apesar de bastante boa política, assiste-se a um declínio nos r ecursos marinhos e costeir os nos últimos 50 anos. A maioria dos recursos marinhos ou são totalmente explorados ou sobr e-explorados, algumas espécies como o peixe-serra, a raia-guitarra, e gar oupa de grande porte desapareceram dos habitats, enquanto outros fazem face a uma extinção r egional. Estes são a garoupa branca, tartarugas marinhas, “poissons à billets” (marlins e espadar te) e várias espécies de baleias e tubarões, incluindo tubarões martelo e as raias manta (Alder & Sumailla, 2004; Christensen et al 2005;. Zeeberg et al 2006;.. Gascuel et al, 2007). 2.1 A Pesca Algumas das maior es ár eas marinhas pr otegidas foram criadas no W AMER: Banc d’Arguin, sitio classifi cado como Património Mundial na Mauritânia, a r eserva da Biosfera do Sine Saloum/ Nuimi no Senegal e na Gâmbia, a Reserva da Biosfera do Ar quipélago Bolama Bijagós na Guiné-Bissau e todas as outras novas r eservas mais r ecentes de T ristão e Alcatraz na República da Guiné (ver Mapa 1). Quer dizer , menos de 3% das Zonas Económicas Exclusivas destes países estão pr otegidas. É um valor superior a média mundial que é de 1%, mas bem abaixo da meta de 10% fi xado para 2012 pela Convenção sobr e Diversidade Biológica (Wells, 2008). Os r ecursos haliêuticos do W AMER r egião incluem pequenos peixes pelágicos, como a sar dinha, sardinela, anchova, cavala e carapau, que juntos constituem mais de 60% das capturas. Outras espécies capturadas incluem o atum, espécies pelágicas migratórias costeiras, assim como as espécies de fundo, como polvo e o camarão. A maioria destas espécies são transfr onteiriças ou migradoras, a distribuição de atum, muitas vezes se estendem, para além das ZEE dos países vizinhos estando nas águas Internacionais (Heileman e Tandstad, 2008). Desde 1960, países eur opeus e asiáticos assinaram acor dos com os Gover nos da W AMER permitindo-lhes explorar os recursos de pesca, ao mesmo tempo que uma indústria de pesca local foi rapidamente se expandindo. Os pagamentos efectuados pelas fr otas estrangeiras em tr oca de O compromisso tomado pelos países da eco-região no âmbito da Convenção para pr oteger uma seleção r epresentativa de habitats e para garantir a conectividade ainda não está totalmente 31 A pesca local é também um impor tante pilar da economia. Cer ca de 11 milhões de pessoas vivem ao longo da costa da W AMER, e só no Senegal, um país de 12 milhões de habitantes, os empregos de mais de 600.000 homens e mulheres são diretamente dependentes da pesca e das indústrias r elacionadas com a pesca. Além disso, é um dos poucos sector es económicos com potencial para gerar emprego para pessoas «desempregadas» vivendo nas favelas dos centros urbanos em pleno cr escimento ao longo da costa. Na Mauritânia, por exemplo, a frota de pesca industrial estrangeir os captura aproximadamente 80% dos peixes, enquanto a pesca artesanal local captura cerca 20%. O oposto é verdadeiro, no Senegal, onde os pescadores ar tesanais desembar cam 80% da captura total do país (Walmsley et coll., 2007). direitos de pesca contribuem signifi cativamente para o produto interno bruto (PIB). Embora este valor possa variar de uma ano para outro, a UE paga cerca de 130 milhões de euros por ano para a eco-região, incluindo nomeadamente a Mauritânia (Walmsley et al., 2007, comunicação pessoal com Khady Sane Diouf, Diretora da ONG senegalesa Envipêche). No entanto, o valor do peixe é pelo menos três vezes superior (IFREMER, 1999). Receitas de acor dos de pesca assinados com os países asiáticos são mais difíceis de avaliar em termos monetários, porque são menos transparentes e as indemnizações são fr equentemente pagas sob a for ma de pr ojetos de desenvolvimento e construção de infraestruturas de grande envergadura (W almsleu et coll., 2007). Os custos associados a degradação dos serviços dos ecossistemas não são sufi cientemente tidos em conta nos acordos de pesca de qualquer natureza (Alder e Sumaila, 2004). Os sistemas de r ecifes das águas pr ofundas r ecentemente descober tas e que devem desempenhar um papel impor tante na r enovação dos stocks de espécies comer ciais foram, por exemplo, severamente danifi cados pelo arrasto de fundo, praticado pelas frotas estrangeiras e dirigidas à pesca da lagosta vermelha, a garoupa e o “gérions” da África Ocidental (Colman et al., 2005). Mapa 2 mostra a localização das zonas de pesca, mesmo que esta não esteja r epresentada de forma exaustiva. Alguns dos conjuntos de dados utilizados cobr em países específi cos, por isso a falta de dados não signifi ca necessariamente que um dado tipo de pesca não ocorre em outras zonas. Para mais informações sobre conjuntos de dados, ver Anexo 5. 32 33 34 Mapa 2: zonas de pesca na WAMER. Mapa do PNUE-WCMC (para os dados utilizados ver o Anexo 5) Caixa 1: Necessidade de um plano de gestão detalhado do oceano É inter essante de notar que mesmo que a fr ota estrangeira tenha o direito de explorar uma vasta área da ZEE, na ver dade ele faz a pesca quase que exclusivamente ao longo das extr emidades da plataforma continental, justamente na fronteira da zona de pesca artesanal. Isso é bem ilustrado pelas gravações do posicionamento através de GPS de um arrastão de pelágico holandês, pescando ao longo da costa da Mauritânia (Zeeberg et coll., 2006). perfurações petr olíferas (ver também Mapa 1). O capítulo anterior destacou a impor tância desta zona em ter mos de biodiversidade desta ár ea, porque nelas se encontram os r ecifes de coral das águas profundas, assim como as ár eas pelágicas essenciais para a biodiversidade nas zonas fr ontais. A relevância da biodiversidade e seus vários usos económicos, ou seja, as fr otas da pesca industrial, os pescadores artesanais e agora também o sector petrolífero e do gás of fshore, ao longo desta faixa bastante estreita do mar, requerem um plano de desenvolvimento detalhado. A extremidade da plataforma continental é igualmente a zona onde ocorr e a maioria das A biomassa dos r ecursos pesqueir os foi consideravelmente reduzida após os anos sessenta e acompanhado por um aumento da intensidade de pesca (ver Mapas 3 e 4). A sobre pesca já ameaça a sobr evivência deste sector económicos muito importante. Alguns cientistas demonstraram que a exploração dos r ecursos capturados nos seus despectivos ambientes naturais poderá inexistir em 40 anos se continuarmos a pescar como o fazemos hoje (Worm et coll., 2006). Mapa 3: Distribuição de biomassa de peixes (sem levar em conta os pequenos pelágicos e meso-pelágicos) na costa da África Ocidental em 1960 e 2000. As unidades da legenda são de toneladas por quilómetro quadrado. 35 Mapa 4: intensidade de pesca (= r elação entr e captura/ biomassa) para os peixes (sem levar em conta os pequenos pelágicos e meso-pelágicos) ao largo da costa da África Ocidental em 1960 e 2000. As capturas são medidas em toneladas por quilómetr o quadrado por ano e a biomassa em toneladas por quilómetr o quadrado. Os Mapas 3 e 4 são de Christensen et coll. (2005). A r edução da biomassa de peixes também é evidente nos desembarques de peixe assinalados na eco-região. A indústria de pesca local, sofr e muito em particular com o declínio do volume das capturas. Dados de arrasto experimentais demonstram que as espécies de fundo de alto valor comercial e que são as espécies-alvo impor tante para os pescador es Today locais, foram reduzidos de 3-4 vezes desde os anos 1980. A abundância dos maior es pr edadores foi reduzida de 8 a 10 vezes e para algumas espécies, mesmo até 20 vezes (Gascuel et coll., 2007). Isto confirma a tendência geral da eco-região para a pesca a jusante da cadeia alimentar marinha, como é ilustrado na Tabela 1 (SAUP). 2048 ? Figura 1: Pescar a jusante da cadeia trófi ca marinha (Pauly et al, 1998). O eixo das or denadas representa os níveis tróficos da cadeia alimentar e o eixo das abcissas, o tempo. 36 Hoje, muitos jovens pr eferem arriscar suas vidas em canoas de madeira (canoas tradicionais de pescadores) em dir eção as ilhas das Canárias na esperança de encontrar trabalho como imigrantes ilegais na Eur opa. O sector emergente do petróleo e gás não vão surgir mesmo para ajudar a diminuir o número de desempregados que surgirão com o declínio da indústria da pesca, as companhias de petr olíferas e do gás operam com poucos funcionários e a maioria dos funcionários são altamente qualifi cados e contratados no exterior . O potencial de criação de emprego para a população local é uma das razões pelas quais a pr oteção do sector da pesca ar tesanal deve per manecer uma prioridade máxima, devendo ser posicionada à frente dos interesses do sector do petróleo e gás. Enquanto a maioria dos países insistem na realização de avaliações de impacto ambiental para cada catividade da construção de grande envergadura, não existem nor mas ou mecanismos gerais implementados suficientes para monitorar e adaptar-se à degradação geral da zona. Mangais são cor tados (nomeadamente no Senegal, na Gâmbia, na Guiné-Bissau e na República da Guiné), destruindo ár eas chaves como berçários para numer osos r ecursos pesqueir os e tor nando a costa mais vulnerável à er osão costeira e as mudanças climáticas. As construções ao longo da costa, muito fr equentemente, não são objetos de controlo. Os requisitos obrigatórios e outros mecanismos regulamentares, quando existem, são muitas vezes ignorados impunemente, o que pode resultar em sérias ameaças como a «extração» de ar eia no sistema de dunas que pr otege Nouakchott, a capital da Mauritânia, do aumento do nível do mar e das marés altas (uma par te das construções localizam-se em zonas situadas abaixo do nível do mar). A extração de ar eia também é uma questão crítica em Cabo Verde. Algumas ár eas como o Mar de Bar ents, Islândia e Estados Unidos (Nova Inglaterra e Califór nia) têm mostrado que não é tar de demais para salvar a pesca em declínio. Formuladores de políticas nestas áreas têm feito esforços de conservação na sua luta contra a degradação do ecossistema marinho e conseguiram parar e até inver ter a tendência de «pescar a jusante da cadeia trófi ca marinha”. Várias ferramentas de gestão foram utilizadas ao mesmo tempo, para reduzir o esforço de pesca abaixo da tradicional “Produção Máxima Sustentável”, limitar as artes de pesca degradadoras dos habitats, incentivar o uso de ar tes mais seletivas, envolver as populações locais na gestão dos ecursos r pesqueiros e expandir a r ede de ár eas marinhas pr otegidas. Obviamente isto só funciona se os gover nos estão dispostos e são capazes de pagar os custos, na medida em Etas opções de gestão for em traduzidos na prática (W orm et coll., 2009). O petróleo e o gás podem produzir receitas para cobrir essas despesas. Constroem-se barragens nos rios para pr oduzir hidro-energia (a exemplo da barragem Manatali no Mali) e para impedir a intrusão de água do mar a fim de permitir a agricultura irrigada em grande escala a montante (a barragem do Diama no delta do rio Senegal). Muitas vezes, muito pouca atenção é dada ao impacto nos sistemas estuarinos que a jusante, alimentam a pesca da r egião e sua biodiversidade, muito importantes ao nível mundial. Impactos são um pouco atenuadas, no entanto, há esforços para restaurar o ecossistema do Parque Nacional de Diawling na Mauritânia e o Par que Nacional de Djoudj, no Senegal, mas r esultados mais pr omissores poderiam ser alcançado, se a importância do delta do rio Senegal para a Biodiversidade marinha e estuarina fosse considerada, nos cenários de gestão da água. (Hamerlynck e Duvail, 2003). 2.2 Construção e turismo costeiro A construção nas zonas costeiras acelera-se. Centr os urbanos do litoral atraem uma migração em massa das áreas rurais que têm esvaziado, por causa das secas de 1970 e 1980, assim como pelos impactos crescentes da mudança climática. Hoje, mais de 60% da população da eco-r egião vive ao longo da estreita faixa costeira. A cr escente urbanização da zona costeira for nece exemplos clar os de como o impacto do desenvolvimento habitacional, industrial e de turismo podem acumular-se. Muitos países na eco-r egião estão pr omovendo o turismo. Isso já representa cerca de 16% da renda nacional e mais de 30% das r eceitas de expor tação para a Gâmbia (Mitchell e Faal, 2008). No Senegal, o turismo é a segunda fonte mais impor tante de renda em divisas (Pagina W eb da “Eur o monitor”). O Conselho Mundial de Viagens e Turismo previa que 37 perto dos centros de turismo, poderão enfraquecer os ecossistemas pr eciosos que já atualmente mal conseguem supor tar o desenvolvimento costeir o. No entanto, se são bem geridas, os seus impactos ambientais podem ser limitados e parte das receitas do petróleo poderá ser investido numa melhor proteção dos ecossistemas costeir os e marinhos e que fornecerão serviços essenciais aos moradores da área. em 2009 o turismo representaria 7% (equivalente a 1,045 milhões de dólar es americanos) do pr oduto interno bruto (PIB), 5,8% (ou seja 155 mil postos de trabalho) de taxa de empr ego global e 15,1% (ou seja o equivalente a 440,8 milhões dólares americanos) da r eceita total das expor tações do Senegal (pagina W eb do “Dir etório Mundial do Turismo”). Da mesma for ma, o sector r epresenta mais de 12% do PIB de Cabo V erde (Pagina W eb da WWF de Cabo Verde). Esforços para desenvolver o turismo, incluindo o turismo de massa ao longo da costa são compr eendidos potencialmente como importante motor económico, mas muitas vezes são promovidos, sem tomar em conta devidamente os custos ambientais e sociais. Comunicação e coor denação (não apenas entr e os ministérios, mas também entre governo e a sociedade civil), a criação de zonas de acesso interditas «no-go zones» e a aplicação de nor mas e diretrizes claras para a construção são determinantes para maximizar a produtividade e a estabilidade da costa, ao longo prazo. A valiações Ambientais Estratégicas podem ajudar os países a estabelecer esse enquadramento e a promover uma integração harmoniosa das diferentes necessidades, muitas vezes confl ituais para obter bens e serviços costeir os que são limitados (ver também a Parte III). Zonas húmidas costeiras desempenham um papel importante no sector do turismo. V isitas diárias aos par ques naturais e r eservas fazem par te de pacotes de férias da maioria dos turistas que se hospedam em centros turísticos de luxo. Aumentam a demanda de pedidos de estadias pr olongadas em zonas húmidas costeiras e empr esas especializam-se em negócios de ecoturismo encontrando os seus potenciais em habitats marinhos localizados mais ao largo costa. A primeira expedição no mar terá lugar em 2011, durante o qual or nitólogos e amantes das baleias, visitarão as zonas de intensa r essurgência nas extremidades da platafor ma continental (Pagina Web da “Wildwings Tours”). 2.3 Tráfego marinho O desenvolvimento do sector petr olífero e do gás offshore, r epresenta não apenas uma ameaça mais igualmente uma opor tunidade para as zonas costeiras frágeis. Se as infraestruturas industriais de grande envergadura, necessários para a extração de petróleo e gás, mas mal geridas, são construídas 38 Os navios-tanque cheios de petróleo (alguns contendo cer ca de 400 ou 500 milhões de toneladas por ano) par tindo nomeadamente de Angola e da Nigéria, em dir eção as r efenderias na Eur opa e América do Nor te através das águas da W AMER (Klof f e Wicks, 2004). M acidente de um desses navios-tanque pode ter consequências devastadoras sobr e os r ecursos marinhos e as pessoas que delas dependem para se alimentarem e trabalhar em. Os países da sub-r egião não têm planos de emergência para as marés negras e muito pouca capacidade para lidar marés negras de médio ou grande escala (ver também a Parte III). Mapa 5.: Itinerários de navios a par tir das posições de sinal observadas (pontos amar autorização do Programa Mundial de Gestão das Águas de balastro. As marés negras de pequenas dimensões, causadas pelos derramesacidentais ou deliberados (Tais como as águas usadas na limpeza dos tanques ou lama de hidrocarbonetos não queimados provenientes das salas de maquinas dos navios dos navios) foram identificadas, apesar do facto do transporte marítimo inter nacional ser estritamente regulamentado. O efeito cumulativo das pequenas marés não é negligenciável. As catividades petrolíferas e do gás offshore e em terra irá resultar num aumento do tráfego. 39 elos). Com a amável Manobras perigosas ou de risco durante a transferência de petróleo das plataformas de pr odução para os navios-tanque, podem aumentar o risco de marés negras. No entanto, as catividades petr olíferas e do gás, na r egião, também podem ajudar os países a implementar um plano de emergência adequado para as marés negras. Isso poderia ajudar a reduzir ainda mais os impactos de uma maré negra, de um dos inúmeros navios-tanque que atravessam a eco-região. 2.4 Clima em mudança O aquecimento global vai ter enor mes consequências sobre a biodiversidade da WAMER, incluindo os seus r ecursos marinhos. As espécies incapazes de se adaptarem, dirigir-se-ão tanto para as zonas mais frias ou desapar ecerão, o que irá r esultar em efeitos impr evisíveis, em cascata, na cadeia alimentar marinha. Mesmo que a mudança climática não tenha sido uma das principais causas da per da de biodiversidade, os efeitos são já mensuráveis na eco-região. O Instituto de Pesquisa da Mauritânia, IMROP , mostraram um aumento significativo das temperaturas desde 1970 e que se corr elaciona com uma r edução na intensidade ressurgência, o motor por trás de pr odutividade da W AMER (IMROP, 2007). A mudança climática supõe-se ser uma ameaça cr escente: apesar de uma série de esforços a nível global e local predominam as necessidades contínuas em combustíveis fósseis das nações industrializadas e a procura crescente demanda de energia da par te das economias emergentes como o Brasil, a China, a Índia, a Rússia e a África do Sul. Embora o potencial de petróleo e gás da W AMER seja r elativamente limitada em comparação com outros países mais convencionais que pr oduzem hidrocarbonetos, como a Nigéria e a Angola, a decisão de explorar osecursos r de hidrocarbonetos agravará o pr oblema das mudanças climáticas, mais CO2 será liber tado para a atmosfera a par tir do consumo de petróleo e gás da WAMER. Para mitigar ou compensar os efeitos, os países da WAMER deveriam r efletir em r einvestir alguns dos benefícios fi nanceiros derivados de petróleo e gás em energias r enováveis e em conservar e r estaurar os bio-r eservatórios de CO2 como as fl orestas assim como os habitats marinhos e costeiros, para estes últimos, principalmente por que os campos submersos, mangais, r ecifes de coral e os bancos de conchas sequestram e ar mazenam grandes quantidades de CO2. (Grimsditch & Laf foley, 2009). Áreas de intensa r essurgência, nas zonas fr ontais, também expor tam quantidades signifi cativas de CO2 atmosférico na forma de carbono orgânico para as profundezas do oceano (Helmke et coll., 2003). Fazer com que par tes das r eceitas do petróleo e gás a sejam disponíveis para pr eservar o precioso meio marinho e habitats costeiros, como forma de adaptação às mudanças climáticas, r eforçam as recomendações de investigador es marinhos para preservar o sector das pescas. Além disso, financiar a proteção de bio-reservatórios de CO2 ajuda a criar as infraestruturas institucionais necessárias para a obtenção do fi nanciamento através de pr ogramas de compensação e r edução das emissões de gases com efeito de estufa. Mais de 50 fontes de financiamento bilaterais e multilaterais, mais de 60 mercados difer entes e instrumentos de tr oca da parte dos grandes consumidor es de combustíveis fósseis encontram-se disponíveis para limitar o carbono (PNUD, 2009). Além do aquecimento global, a acidifi cação dos oceanos, o ir mão gémeo do mal da mudança climática, ameaçará de forma muito par ticular os ecossistemas marinhos. Como os oceanos absorvem cer ca de um quar to das emissões de CO2 pr ovenientes da combustão dos combustíveis fósseis quando queimados, o ácido carbónico for ma-se (W ebsite da UNESCO) e reduz a capacidade de organismos marinhos para construir carapaças calcárias ou outras estruturas esqueléticas. Estudos de campo sugerem que os impactos da acidifi cação dos oceanos sobr e alguns dos grandes calcifi cadores marinhos, tais como os recifes de corais, crustáceos e moluscos, já podem ser observado. 40 CAPITULO 3: o Sector emergente de petróleo e gás O Mapa 6 mostra que será mais pr ovável de descobrir os campos de petróleo e gás na plataforma continental e, par ticularmente ao longo das margens da platafor ma continental, que não só r epresenta uma ár ea essencial para a biodiversidade marinha (na ver dade, nela podem ser encontrados os r ecifes de coral de aguas profundas e zonas pelágicas primor diais para a biodiversidade, cf. Mapa 1), mas também é uma área importante de pesca, nomeadamente para as frotas estrangeiras (ver Mapa 2). Uma vez que a W AMER dispõe de um potencial relativamente positivo, há um cr escente inter esse para a exploração do petróleo e do gás. As novas tecnologias para as águas pr ofundas per mitem agora explorar r eservas que, no passado, eram consideradas inacessíveis. As pr evisões apresentadas a seguir são extraídas de um estudo americano intitulado “A valiação de Petróleo e Gás desconhecidos da Mauritânia, do Senegal, da Gâmbia e da Guiné-Bissau, África Ocidental (Brownfield e Charpentier, 2003). Mapa 6: Potencial de hidr ocarbonetos por quilómetr o quadrado. Os pontos a ver exploração perfurados região. 41 melhos são os fur os de As r eservas descober tas até agora na eco-r egião são r elativamente modestas, o que signifi ca que, para tor nar a operação r entável as empr esas de petróleo e gás são forçados a economizar dinheiro. A eco-região pode, portanto, enfrentar maiores riscos de acidentes e de poluição e, por tanto, regulamentações gover namentais estritas e uma sociedade civil consciente são necessárias. Um consórcio já começou a extração na costa da Mauritânia e outras descober tas de petróleo e gás foram feitos nas ZEE dos países. Com a exceção de Cabo V erde, todos os países do W AMER contêm potencialmente r eservas inter essantes de hidrocarbonetos (veja os r elatórios dos países do Anexo 1). Na medida em que os esforços de exploração do sector se aceleram, o barulho pr oveniente das campanhas sísmicas, das per furações e o derrame de rotina de lixos, irão afetar diretamente o meio ambiente. A exploração de petróleo vai aumentar o risco das marés negras. No entanto, se as ameaças potenciais e dir etas são bem geridas, eles poderiam ser signifi cativamente reduzidos. Numer osos exemplos existem no mundo inteir o, especialmente no nor deste do Atlântico (na Noruega e nos países do Mar do Norte), onde os gover nos implementaram as suas explorações de hidrocarbonetos offshore, relativamente em boa har monia com a natur eza e outros usos económicos. Os países da W AMER podem beneficiar destas experiências. Apesar da exploração de petróleo e gás ajudar em a compr eender melhor o funcionamento dos ecossistemas marinhos (empr esas à pr ocura de petróleo e gás em zonas de difícil acesso já descobriram recifes de coral em águas pr ofundas da WAMER), as r estrições orçamentais limitam as empresas em fi nanciar a investigação fundamental de sua livr e vontade, para além do que é normalmente efetuado no quadr o das explorações petrolíferas. No entanto, conhecimentos mais aprofundados são necessários se quiser mos proteger estes valiosos habitats, mas pouco estudados e que por vezes se sobr epõe as reservas potenciais de hidrocarbonetos. O primeiro furo operado pelo gigante petr olífero malasiano Petronas na costa da Mauritânia está localizado no centr o de uma zona de intenso afl oramento, com uma vida marinha densa e extraor dinária (ver Mapa 1 e Mapa 14 para uma visão de conjunto e mais detalhada ver o Anexo 1). A pr essão aumenta nessas áreas marinhas sensíveis, em especial por causa das frotas estrangeiras que também pescam de forma particularmente intensa nessa zona. Há muitos desafi os a ultrapassar para se desenvolver este sector com toda a segurança necessária. A maré negra de 2010 no Golfo do México após a explosão do poço « Deepwater Horizon» mostra que o risco de grandes catástrofes é permanente. Os governos da eco-região têm meios limitados para proteger o ambiente marinho e para contr olar o sector . Os patrulhamentos marítimos são difíceis e muito custosos. Em matéria de poluição não existe Nenhuma norma regional. Além dos impactos ambientais e do potencial conflito com outr os sector es económicos, tais como a pesca e o turismo, a descober ta de petróleo e gás pode criar uma serie de pr oblemas socioeconómicos. Emil Salim, que geriu a Revista das Indústrias Extrativas do Banco Mundial, esumiu r os problemas da seguinte forma: Não há conhecimentos sufi cientes sobr e os ecossistemas marinhos, salientando-se que foram pouco estudados os ecossistemas vulneráveis que se encontram ao largo (onde a maioria das catividades é suposto desenr olar) nomeadamente os recifes de coral das águas profundas e as zonas de intensa r essurgência. Consequentemente, é complicado planifi car cuidadosamente as catividades de exploração petrolífera e do gás em harmonia com a natureza e de efetuar o seguimento dos seus impactos. Além disso, o seguimento é efetuado frequentemente com equipamentos de alta tecnologia que exigem pessoal altamente especializado. Estes podem estar disponíveis, mas se não for o caso, devem ser procurados. «Não só as indústrias petr olíferas e mineiras não ajudaram as populações mais pobr es dos países em vias de desenvolvimento, mas eles os empobreceram ainda muito mais. Os países que dependem sobr etudo das indústrias extrativas sofrem frequentemente de níveis mais elevados de pobreza, de doenças e mortalidade infantil, de mais guerras civis, de corrupção e de totalitarismo do que os países com economias mais diversifi cadas. O desenvolvimento das indústrias extrativas 42 não contribui de for ma positiva para os aspetos socioeconómicos de um país senão quando os fundamentos principais da boa gover nação estão implementados, por exemplo, como uma impr ensa livre, um sistema judicial que funciona, o r espeito pelos dir eitos humanos, eleições livr es e justas, etc. « (Dr . Emil Salim, Pr esidente da Revista das Indústrias Extrativas (EIR) citado no Financial Times britânico, 16 de Junho de 2004). Outro obstáculo associado as catividades petrolíferas e do gás of fshore é o facto de que algumas fr onteiras marítimas são mal defi nidas, o que pode levar a graves tensões políticas entr e os países, em par ticular se o petróleo ou o gás é descoberto os limites da ZEE. Isto também se aplica a W AMER (ver mapa 7). A Organização das Nações Unidas já desempenhou o papel de mediador em vários confl itos concer nentes a tais campos petr olíferos of fshore por exemplo entr e Nigéria e os Camarões. Muitos países da WAMER já conhecem a outra face da medalha das indústrias extrativas. A Mauritânia é largamente dependente do minério de ferr o, a Guiné tem uma vasta indústria do ouro, é previsto a exploração do bauxite na Guiné-Bissau e a exploração de diamantes na Serra Leoa engendrou violentos conflitos. Além disso, a venda de licenças de pesca e as concessões fl orestais para países terceiros ou empresas multinacionais criam, muitas vezes, sintomas semelhantes aos gerados pelas indústrias extrativas. o Desafi o: encontrar respostas para questões chaves Decidindo explorar seus recursos petrolíferos e em gás, os países da eco-região estão enfrentando um desafio de política pública, ou seja, usar o melhor possível as r eceitas do petróleo e gás, garantindo simultaneamente que o ambiente marinho e as pessoas que dele dependem como meios de subsistência estejam pr otegidos contra a poluição e outros impactos sociais e ambientais adversos. Hoje, a Sociedade civil e os Gover nos da eco-região estão empenhados em encontrar o remédio apropriado contra a maldição dos ecursos. r A necessidade de maior transparência é altamente recomendada. Os governos da Mauritânia, Guiné e Serra Leoa assinaram a Iniciativa de Transparência das Industrias Extrativas (EITI). O Ministr o serra leonês da Informação declarou recentemente: «Se o petróleo se tor na uma indústria fl orescente, todos os serra leoneses benefi ciarão, nomeadamente a geração mais jovem. V amos colocar no lugar das estruturas de pr estação de contas e transparência. Nós vamos criar estruturas de Responsabilização e de transparência. Nós não cometeremos jamais os err os que cometemos quando dilapidamos a riqueza que deveria pr ovir dos diamantes deste país (ver também Anexo 1). Considerando as catividades petr olíferas e do gás of fshore, é impor tante per ceber que os ecossistemas marinhos e costeir os já estão sob pressão considerável de outras catividades económicas, nomeadamente da pesca, do desenvolvimento do litoral e do tráfi co marinho assim como o efeito cr escente das mudança climática. A secção pr ecedente apr esentou como estes fatores afetaram a integridade dos ecossistemas e que uma intervenção política é uma necessidade urgente para reconstituir os stocks haliêuticos e os ecossistemas marinhos e costeiros. Como fazer? A Organizações da sociedade Civil da Guiné, da Guiné-Bissau, da Mauritânia, do Senegal e da Serra Leoa aderiram à r ede mundial chamada «Publish What Y ou Pay», (“Publique O Que Pagou”) uma coalizão mundial que ajuda os cidadãos dos países em vias de desenvolvimento, ricos em recursos, a responsabilizar os seus Governos em matéria de gestão dos rendimentos provenientes das indústrias petr olíferas, do gás e mineiras. A coalizão da Mauritânia também supervisiona as receitas do governo provenientes dos acordos de pesca. 43 Há um consenso cr escente entr e cientistas das questões marinhas indicando que as seguintes medidas devem ser tomadas para proteger a pesca: • Reduzir as quotas de captura para os recursos de pesca (abaixo do máximo r endimento sustentável calculado utilizando a abor dagem mono específica tradicional); • Incentivar a utilização de ar tes de pesca mais seletivas; • Envolver a população local na gestão; • Estabelecer um plano de zoneamento do oceano com zonas de não-pesca local, ár eas de acesso temporário e zonas inter ditas a pesca e expandir a r ede de Ár eas Marinhas Protegidas; áreas marinhas vulneráveis; e • Desenvolver um plano de emergência de derrames de petróleo. • Adotar uma política de «mares limpos e peixes limpos» para pr oteger o ambiente marinho e costeiro e a comercialização de produtos pesqueiros locais; • Para aumentar a pr obabilidade de uma adaptação bem-sucedida as mudanças climáticas, os países devem: • Para mais informações, ver a Terceira Parte • Proteger os ecossistemas terr estres, de água doce e marinhos que capturam e ar mazenam CO2, (também chamado bio-r eservatórios de carbono), como as fl orestas primárias, as zonas húmidas, as zonas de inundáveis, mas também os «bio-r eservatórios de carbono azul” como os organismos marinhos, mangues, recifes de coral, sargaços, zonas húmidas costeiras e as zonas de intensa ressurgência; • Estabelecer, monitorar e aplicar as nor mas de poluição acor dadas ao nível nacional e regional. Para mais infor mações, ver Boris W orm, 2009. Reconstrução das Pescas Global. Science 325: 578-584. V eja também www .youtube.com. Contactar igualmente a WWF e suas organizações parceiras. • Gerir de for ma efi caz uma r ede de ár eas protegidas e assegurar a sua conectividade; Concernentes à pr oteção da zona costeira, os países devem: • Aumentar a bio-sequestração do CO2 reflorestando e recuperando as zonas húmidas degradadas (por exemplo, o Par que Nacional do Diawing na Mauritânia e o Parque Nacional de Djoudj no Senegal); • Considerar os impactos da construção da barragem sobre os ecossistemas marinhos; • Integrar as necessidades dos r ecursos marinhos nas políticas de gestão da água; • Introduzir métodos de pr odução mais limpos para a indústria, as habitações, e os transportes; • Reduzir a poluição em terra; • Limitar a erosão costeira; • Estimular o uso de fontes de energia renováveis como a eólica e a solar (mas não necessariamente a energia hídrica, pois estes podem interr omper o fl uxo natural dos rios e degradar habitats impor tantes para os bio-r eservatórios de carbono como os ecossistemas das zonas húmidas e das zonas inundáveis); e • Proteger os habitats costeir os que abrigam as áreas do interior da subida do nível do mar, tempestades e marés altas. • Preparar um plano de zoneamento da costa; e • Estender a rede de Áreas Protegidas Costeiras. Para mais informações, ver a Comissão Mundial de Barragens, no seguinte ender eço: www .unep.org/ DAMS/WCD/; e 0 Plano Diretor de Gestão do Litoral Mauritaniano (PDALM) e em contactar a WWF e suas organizações parceiras. Para atender as ameaças r transporte, os países devem: epresentadas pelo • Assinar todas as convenções do IMO; Para obter mais infor mações, ver O UNFCCC e a gestão dos r eservatórios naturais e costeir os de carbono e Laffoley & Grimsditch (IUCN, 2009). • Aplicar os instrumentos da OMI específicos as zonas em questão afim de melhor proteger as Petróleo e gás: sorte ou maldição? O desafi o é implementar todas essas medidas. 44 tornar-se num incómodo, porque transformariam a conjuntura socioeconómica e política como tem sido observado em alguns países africanos produtores de petróleo. Isso envolve, inevitavelmente, custos. O petróleo e o gás poderiam pr oporcionar rendimentos cruciais para ajudar os governos a assegurar esses custos, mas é acompanhado por uma série de condições que devem ser r espeitadas em primeir o lugar . Se os petróleos e o gás não são bem geridos, poderão acelerar a degradação ambiental, em vez de apoiar o desenvolvimento sustentável. Além disso, um aumento súbito da r enda poderia As secções seguintes mostram como criar as condições adequadas para que o petróleo e o gás possam contribuir para o aumento do desenvolvimento sustentável na eco-região. 45 Segunda Parte : Impactos socioeconómicos de petróleo e gás: a importância da boa governação e da participação pública 48 CAPÍTULO 4: Boa governação e indústrias e xtrativas: gerir os recur sos não reno váveis para o desenvolvimento sustentável • Mudanças climáticas, e • Operações em terra e no mar 4.1 A revolução energética Hoje o mundo depende do petróleo e gás recursos esgotáveis para for necer energia aos transpor tes, as habitações e as indústrias. Mas a utilização de combustíveis fósseis engendra uma variedade de custos ambientais e sociais que devem ser equilibrados em r elação aos benefícios que o petróleo pode trazer. «Não podemos deixar que a crise fi nanceira e política económica r etardem as ações políticas e económicas que é urgentemente necessária para garantir o abastecimento segur o de energia e limitar o aumento das emissões de gases de efeito estufa», declarou Nobuo Tanaka, Diretor Executivo da Agência Inter nacional de Energia (AIE). Falando no lançamento das Perspetival Mundiais em Matéria de Energia em 2008, que é a mais importante publicação anual da AIE, acr escentou «nós devemos começar uma r evolução mundial em matéria de energia, melhorando a efi ciência energética e aumentando a implantação de energia de baixa emissão de carbono». Os hidr ocarbonetos são r ecursos finitos, mas quando gerida de for ma adequada, podem contribuir para o desenvolvimento sustentável. Investindo as r eceitas de hidr ocarbonetos no desenvolvimento das energias renováveis, por exemplo, r eduzirá os custos muito elevados das futuras impor tações de combustíveis. Tais investimentos também devem ser considerados como um esforço para compensar as mudanças climáticas causadas pela exploração e comer cialização de petróleo e gás da W AMER. Reinvestir a r enda gerada pelo sector de petróleo e gás deverá ser capaz de gerar o melhor r etorno económico e protegendo, ao mesmo tempo, o meio ambiente e os direitos humanos. A agência de energia disse sublinhou que, embora os pr eços do petróleo tenham caído nos últimos meses, a era do petróleo barato acabou. Ela previu que, quando a economia iniciar a sua recuperação aproximadamente em 2010/2011, a pr ocura da Índia e da China poderiam levar a um aumento forte nos preços do petróleo que poderia atingir 200 dólares americanos por barril até 2030 (Sitio Internet da “Energy Institute”). O elemento chave para maximizar os benefícios é a boa gover nação, nomeadamente a tomada de decisões baseada na transparência e na participação de uma vasta gama de inter essados do governo e da sociedade civil. O mundo utiliza hoje mais de 70 milhões de barris de petróleo por dia, um valor que pode ser duplicado até 2025. Mesmo que a taxa de utilização não aumente, ir emos pr ecisar de novos r ecursos quatro vezes superior es aos da Arábia Saudita para substituir os campos que for em secando. O impacto de um aumento rápido dos pr eços do petróleo ficou evidente em 2008, quando os preços do petróleo subiram até 150 dólar es americanos, criando assim enor mes fl utuações entr e as economias mundiais. Sem boa gover nação, o sector de petr olífero e do gás têm um impacto sobre as pessoas e o ambiente, através de: • Impactos na economia que podem ter efeitos sociais negativos, tais como a corrupção, a guerra e super-dependência das receitas de petróleo e gás, em detrimento de outros sectores económicos (também chamado de «doença holandesa») e da maldição r ecursos também conhecido como o «paradoxo da abundância»; Países em desenvolvimento vão ter o custo do petróleo e gás impor tado extr emamente elevado 49 ordem social, ambiental e político. Esta é a razão pela qual o processo de contratação deve ser claro, aberto e transparente. (ou até mesmo proibitivo), isso também afetará seus projetos de desenvolvimento, a menos que use suas próprias r eservas com cautela, r eduzindo os seus níveis consumo, aumentando a sua efi ciência energética e investindo em r ecursos de energias renováveis. Estas decisões vão ter consequências abrangentes sobr e a for ma como pr oduzir a energia de um país que a tem em excesso e que dela benefi cia. Assim, um pr ocesso transpar ente de tomada de decisão é essencial se quiser mos manter e assegurar o apoio público e evitar confl itos. Mesmo que os hidr ocarbonetos sejam r ecursos finitos, eles podem contribuir para o desenvolvimento sustentável se geridos de for ma adequada. O investimento nestes r ecursos deve gerar , o melhor r etorno económico possível e à longo prazo, para o país. Os pr ojetos de exploração petr olífera e do gás exigem investimentos pesados em capital nos estudos geológicos e na identificação dos recursos em hidr ocarbonetos antes do início de qualquer exploração comercial. É essencial de obter os melhor es dos benefícios financeiros, económicos, ambientais e sociais possíveis se a decisão é tomada no sentido de permitir a exploração de petróleo. 4.2 O petr óleo é escasso e os preços aumentam Uma vez que os riscos de investimento são muito elevados e adquirir capital e know-how muito difícil, a grande maioria dos países em desenvolvimento concedem dir eitos de exploração a empr esas estrangeiras, o que se solda emesultados r mitigados. A difer ença que existe entr e um bom e um mau contrato pode ser medido em milhar es de dólar es americanos. Enquanto o apr ovisionamento mundial de petróleo diminui, os preços vão inevitavelmente aumentar e os pobres sofrerão muito mais. Se não nos esforçarmos em tratar devidamente esta questão, poderá conduzir no futur o a sérios pr oblemas de Percentual de receitas auferidas pelas operações de petróleo por alguns Governos Camarões 11% Nigéria (offshore) 65% Mauritânia 22% Nigéria (em terra) 84% México 31% Gabão (em terra) 73% Canada 35-50% Sudão 77% Costa do Marfim 55% Noruega 84% Guiné Equatorial 60% Irão 93% Fonte: Centro de Contabilidade Geral dos Estados Unidos, Maio de 2007, Sitio Internet do PRCM. 4.3 David e Golias possíveis e colhendo uma margem mais alto possível de benéficos. Muitas empresas internacionais de exploração têm experiência e são mais poderosas economicamente que os países em desenvolvimento com quem negociam e os dois têm objetivos muitas vezes conflituais. Certas sociedades públicas petr olíferas e de gás se inter essam em obter um for necimento de longo prazo, ao invés de colher uma margem mais alto possível de benéfi cos. Seus contratos parecem melhor es e estão ligados a pr ogramas internacionais de ajuda ao desenvolvimento. No entanto, alguns têm causado problemas sociais e ambientais de grande escala, par ticularmente na Bacia do Congo. Os objetivos das companhias petr olíferas internacionais são o de construir fundos próprios e maximizar a sua riqueza, encontrando e extraindo as reservas de petróleo e gás com menos custos 50 Os objetivos do país hospedeir o podem incluir metas de interesse público, o crescimento económico, a qualidade de vida, uso otimizado dos r ecursos minerais, ganho de divisas estrangeiras, a r esposta à pr ocura nacional de combustível e o facto de minimizar os efeitos negativos da exploração mineira sobre o meio ambiente. Isto também inclui supor te para o emprego, não só direta, mas também indireta, a acumulação de conhecimento e o estabelecimento de uma base sólida para as gerações vindouras. as operações de oleodutos, ter minais marítimos e navios-tanque sem riscos para o meio ambiente. Uma vez que a exploração of fshore de petróleo e gás pode ter um impacto sobr e muitos outr os fatores, nomeadamente sobr e a pesca e o turismo, é impor tante estabelecer um comité nacional interministerial para as indústrias extrativas. Este deve ter um mandato clar o e um pr esidente nomeado pelo governo para ocupar da planificação, da gestão ambiental, da interação com os sectores de desenvolvimento, da celebração de contratos, da transparência e da aplicação da lei. Alguns dos maiores problemas surgiram quando toda a responsabilidade sobre as catividades petr olíferas e do gás e foram incumbidas a um único ministério. Você pode encontrar uma apresentação completa de como está organizada a Comissão de Cidadãos do Alasca no Anexo 4. Para mais infor mações, ver também www.pwsrcac.org O Comité de cidadãos do Alasca é uma organização dotada de meios fi nanceiros, de r ecursos humanos, de poder, de uma ampla r epresentação e, facto ainda mais r elevante, de independência. Os Comités como estes apoiam os pr ocessos exigidos pela Iniciativa de Transparência nas Indústrias Extrativas e programas similares. Além disso, a 30 de Junho o Senado do Gover no dos Estados Unidos apr ovou uma legislação para a criação de um Comité Consultivo dos Cidadãos no Golfo do México. Esta comissão vai ajudar a desenvolver petróleo e mar tráfi co na r egião. Este Comité irá r eceber 18 milhões de dólar es por ano para o fi nanciamento das suas ações (ver também a visão geral sobr e a maré negra do «Horizon Deepwater» no início deste livro). 4.4 Um modelo para a par ticipação dos cidadãos: o conselho consultivo dos cidadãos 4.5 Integração dos investimentos em hidrocarbonetos nos planos nacionais A Par ticipação pública no planeamento das catividades petrolíferas e do gás é vital. T odos os participantes devem ter acesso a infor mações e meios para par ticipar em pr ocedimentos mor osos de tomada de decisão. As indústrias extrativas deveriam ser exploradas no contexto do desenvolvimento sustentável nacional, da r edução da pobr eza e dos planos ambientais, das leis nacionais e inter nacionais, dos tratados e convenções. É impor tante estabelecer um Comité Nacional de Industria Extrativa com um presidente nomeado pelo Pr esidente ou Primeir oministro. Este pode incluir o Ministr o do Ambiente, os Ministros responsáveis pelas indústrias extrativas, agricultura, pescas, saúde, pela planifi cação e negócios estrangeiros. No Alasca, os cidadãos encontraram for mas de par ticipar plena e efi cazmente no diálogo construtivo e equitável que é r ealizada com o governo e o sector industrial. Após a maré negra causada pelo Exxon Valdez, em 1989, a população perdeu a toda a confi ança na capacidade de autorregulamentação do sector petr olífero e na capacidade do seu Gover no para o exer cício da função de controlo. Os cidadãos criaram o “Comité Consultivo Regional dos Cidadãos da Baía de Prince William» (Prince William Sound Regional Advisory Council, PWSRCAC) a fi m de dar voz à população local. T rata-se de uma organização independente, sem fi ns lucrativos, guiada pela sua missão, a saber de cidadãos que incentivam Durante o pr ocesso de celebração do contrato, é possível de solicitar a ajuda externa. O apoio pode vir de doadores e juristas internacionais que podem auxiliar os Governos nas negociações assim como as equipes de revisão dos contratos. Por exemplo: Libéria: uma guerra civil, conduzido principalmente por causa dos r ecursos naturais devastou a Libéria 51 Agência Nacional de Aplicação de Nor mas e de Regulamentos («NESERA») dentro do Ministério do Meio Ambiente. de 1989 a 2003. Em 2006, o novo Pr esidente começou a r enegociar os contratos e engajou o «Project Internacional de Advogados Sénior, ISLP» (Inter national Senior Lawyers Pr oject), que fornece assistência gratuita para as nações em desenvolvimento e mer ecedores. Uma equipe de revisão foi nomeada e incluiu os Ministros ou Chefes de agências de vários Ministérios e sobretudo devem prestar conta dir etamente ao Pr esidente, ao órgão legislativo nacional e aos cidadãos perante aos quais esta equipe tinha que defender os contratos. Eles foram apoiados por quatr o juristas inter nacionais e um jurista Liberiano (Sitio Internet da Revenue Watch). Mauritânia: um gover no de transição instituído na sequência do golpe militar em 2005, pr ocurou o conselho de vários especialistas sobr e as alterações que teriam sido ilegalmente adicionadas ao acordo sobre a partilha de produção para a fase de operação do primeir o poço (Goodland, 2006; Trebaol et al, 2006). Isto r esultou numa r esolução com a empr esa de petróleo, as alterações foram anuladas e prémio do pr ojeto de cer ca de 100 milhões de dólares americanos foi pago. Dos 102 contratos analisados, 52 foram aceitas, 36 foram anulados e r ecomendou-se que 14 seja renegociado, incluindo cinco contratos de petróleo, um de mineração e um contrato de borracha. Os novos contratos r enegociados r esultaram em ganhos signifi cativos para o estado e para as comunidades locais concernentes. O confl ito com a companhia petr olífera também sensibilizou o Gover no e mostr ou que deve desempenhar um papel mais dominante quando se trata de r egulamentar o sector e pr omover a transparência. Muitas organizações de desenvolvimento estão agora a ajudar o gover no a construir um quadr o regulamentar adequado e à reforçar as instituições (ver também Anexo 1). Nigéria: a fim de controlar a corrupção associada ao sector de mineração, a Nigéria pr opôs uma lei em 2004 que r econheceu a Iniciativa para a Transparência nas Indústrias Extrativas («EITI»). Em 2009, o Secr etário Executivo desta iniciativa, anunciou que durante os primeir os cinco anos da iniciativa, o trabalho de prevenção da fraude tinha sido capaz de salvar um montante de cer ca de 5 bilhões de dólar es americanos (Jor nal Vanguarda, 2009). 4.6 Acordos contratuais Contratos podem ser divididos em dois tipos básicos: • As licenças de concessão, e • Os acordos contratuais. As diferenças refletem-se na mudança de atitudes em r elação as indemnizações, os sistemas de partilha dos benefi ciários (incluindo os níveis de participação do gover no) e o nível de contr olo concedidos a empresas. Tratava-se de uma das ações prometidas por um ex-ministro do Petróleo a uma delegação da África Ocidental em 2006. Ele disse: «tir em lições dos erros cometidos pela Nigéria. Nos fomos muito dependentes de empr esas petrolíferas, a fi m de ser capaz de atender aos padrões inter nacionais. Isso resultou em poluição, corrupção, uma economia distorcida e uma sociedade desestabilizada». A Nigéria não conseguiu também desenvolver os seus recursos renováveis. No quadr o das licenças de concessão, o Estado possui todos os r ecursos minerais (incluindo o petróleo e o gás), mas os dir eitos de extração dos minerais são concedidos em tr oca de r oyalties e pagamentos de impostos (Bindemann, 1999; Johnston, , 1994). Nigéria r ecrutou funcionários senior es do Banco Mundial e outras instituições inter nacionais. A Nigéria também tomou medidas rigor osas contra a poluição e corrupção e muitas mudanças surgiram, incluindo a criação de uma Agência Nigeriana de Resposta a Maré Negra (NORSA») assim como da Joint-ventures Duas ou mais par tes formar uma joint ventur e (JV) para a exploração do petróleo e do gás e concor dam em criar uma nova empr esa. Ambos contribuem com fundos próprios e partilham os rendimentos, as 52 despesas e o contr ole da empr esa. O JV é muitas vezes criada entr e empresas locais e estrangeiras (cerca de 75% delas são inter nacionais), mas a taxa de falha é entre 30 e 61% (Osborn, 2003). Contrato de partilha de produção No quadro de um contrato de partilha de produção (CPP), o estado é pr oprietário do minério/ hidrocarbonetos e recorre a um empresa estrangeira como contratada para prestar os serviços técnicos e fi nanceiros na ár ea de operações de pr ospeção e exploração. Um exemplo típico é o JV «Shell Petr oleum Development Corporation e (SPDC)» na Nigéria. Ela opera no quadr o de um acor do de joint ventur e com a «Nigerian National Petr oleum Corporation (NNPC)», que detém 55%, Shell 30%, EPNL 5% e Agip e 10%. Os principais objetivos de um CPP é estimular os investidor es estrangeir os e para assegurar a equidade entre as e r ceitas do Estado e os benefícios ganhos pela empresa, reforçando simultaneamente a gestão pública das operações. O CPP é inter essante para as empr esas estrangeiras, porque elas podem contabilizar as r eservas em seus balanços, mesmo que não sejam oprietárias. pr Para os países pr odutores, o inter esse r eside no facto de que eles podem par tilhar os benefícios sem risco e que podem continuar a insistir para que as leis sejam r espeitadas, sem ter que contribuir para as multas caso a empr esa que opera viole a lei. Problemas surgiram quando a empresa tentou recuperar os custos de exploração do par ceiro público. A substituição de tubagens antigas e instalações tem sido adiada há anos. Oleodutos velhos de 40 anos, corr oído e evasivo foram deixados no solo, r esultando em graves violações do meio ambiente, dir eitos humanos e sociais. Quando a joint venture foi condenado por violar a lei da queima de gás e poluição por hidrocarbonetos, o Estado teve que pagar 55% das multas. Um modelo mostrando como, os ganhos típicos num CPP podem ser distribuído a todas as partes Rendimento Bruto (por exemplo um barril de petróleo por $100) $100.00 Receitas do governo Receita da companhia Direitos (10%) $10.00 $90.00 Recuperação de custo (custos de operação (por exemplo depreciação, prostração, etc.) (40%) $32.40 $54.00 $26.00 Lucro (60/40) (passível de imposto) $21.60 $8.64 Impostos (40%) ($8.64) $51.04 48.96 51% 49% Figura 2: Custo do petróleo em um modelo desenvolvido principalmente por Johnston, em 1994. Uma taxa de cer ca de 10% é aplicada. Os custos operacionais, a par tir do qual a empresa tem o dir eito de r ecuperar seus custos á partir do rendimento líquido, são limitados a 40% No quadr o 2 um único barril de petróleo custa custando 100 US$ é seguido através de um Contrato de Par tilha de Pr odução, com base 53 do r endimento bruto, menos os 10% de r oyalties. As r eceitas r estantes são divididas 60/40 em favor do gover no. A empresa paga uma taxa de impostos de cer ca de 40%. Depois de impostos, 49% retornaram para a empresa. Problemas com contratos Conflitos de inter esses entr e par ceiros públicos e privados têm surgido em várias questões, incluindo a incapacidade para cumprir as nor mas nacionais e as melhor es práticas, as violações dos dir eitos humanos, as despesas elegíveis, os impostos e as tributações, as multas, a corrupção e a r epartição dos benefícios. O procedimento para a licitação supunham reduzir o nível de corrupção, mas muitas vezes é aí onde começamos a impor contratos com base na «camaradagem». Outros métodos per mitem ao Gover no de aumentar a sua participação quando o preço sobe, o que explica porque a Nigéria obtém ganhos muito elevados. 54 CAPITULO 5: Operações de petróleo e gás no mundo sector são limitadas. Navios fl utuantes de extração e ar mazenamento (FPSO), por exemplo, no Mar do Nor te e os EUA são novos e construídos com casco duplo, enquanto a maioria dos FPSO nos mares africanos e alguns mar es asiáticos são fabricados à partir de petroleiros de casco simples, mais baratos e construídos na década de 1970 e que não têm mais direito de navegar segundo a Lei Internacional para o tráfico marítimo (IMO, MARPOL 13G). O primeir o campo de petróleo na W AMER é igualmente operado com um petr oleiro de casco simples conver tido desta for ma (V er Anexo 1, Mauritânia). A descarga de água de pr odução nos estuários e noutr os ecossistemas sensíveis estão proibidos nos Estados Unidos, enquanto isso é comum na África e Ásia. A exploração do petróleoe do gás podem contribuir para o desenvolvimento nacional, se r ealizado sob as condições cer tas e com contr olos adequados. No entanto, a r evista das Indústrias Extrativas financiado pelo Banco Mundial (RIE) concluiu que este não era muitas vezes o caso dos países em desenvolvimento. A chamada «doença holandesa» (isto é, a excessiva dependência das receitas do petróleo e gás, em detrimento doutr os sectores da economia), a maldição dos r ecursos (ou seja, o paradoxo da abundância) e toda a poluição afetam uma grande parte da população, especialmente os pobres. 5.1 Revista da indústria e xtrativa financiada pelo banco mundial (eir) A revista da Indústria Extrativa sob a dir eção do Dr. Emil Salim, um pr oeminente cientista e Ex-ministr o indonésio do Ambiente, concluiu que a exploração das indústrias extrativas não contribuem de for ma positiva para as componentes socioeconómicas de um país, a não ser quando os princípios fundamentais da boa governação estiverem a ser implementados, a exemplo de uma imprensa livre, um sistema judicial que funciona, o r espeito pelos dir eitos humanos, as eleições livr es e justas, etc. Numer osos países Africano que são principalmente dependentes das indústrias extrativas, obtêm r egra geral, r esultados muito maus do Índice de Desenvolvimento Humano e tem a tendência em ter altos níveis de pobreza, de morbidez e mortalidade infantis, de guerras civis, do totalitarismo, da corrupção e da degradação ambiental (RIMA, 2004). Infelizmente, o sector do petróleo e do gás nem sempr e põem em prática, as nor mas e os padrões ambientais adequados em África. A poluição pelo petróleo é generalizada. As normas e os equipamentos de engenharia utilizados nem sempre são do mesmo nível que as utilizadas nos países industrializados e a capacidade dos Governos e da sociedade civil em contr olar o Um exemplo notório de degradação ambiental causado pelo sector do petróleo e gás em África é o Delta do Níger, na Nigéria. Durante os últimos 50 anos, mais de 6.800 derrames de petróleo ocorreram na maior fl oresta de mangal da África e a terceira maior zona húmida do mundo (Ministério Federal Nigeriano do Meio Ambiente). O delta era uma das ár eas de r eprodução de r ecursos pesqueiros mais impor tante na África, mas agora infelizmente está muito danificado. Hoje, 60% do peixe consumido na região do delta são importados (comunicação pessoal com o Ministério das Pescas dos Governo dos Estados do rio, 2006). Os países que pr etendem explorar o seu petróleo devem constatar muito cedo, no início da fase operacional, os riscos existentes e em par ticular deve saber que o petróleo e o gás são r ecursos finitos que podem se tor nar escassos muito rapidamente. A vida útil da produção Mauritânia foi estimada em 20 anos (ver Anexo 1). Os países deveriam assegurar que as r eceitas do petróleo e do gás sejam maximizados para os países pr odutores. Algumas empr esas se vangloriarem de que, para o mesmo investimento, podem fazer duas vezes mais benefícios por acr e de exploração na África que em Ásia. As r eceitas 55 • A corrupção é uma questão crucial: os dinheiros facilmente ganhos abr em a por ta para pessoas que quer em apr oveitar destes ganhos, inclusive através de sequestros; devem ser utilizadas para desenvolver catividades sustentáveis, inclusive no domínio da agricultura, pescas e energias renováveis. 5.2 Extração de petróleo em áfrica • A fraude e a corrupção expande-se no sector petrolífero e do gás a outros sectores, e África tem agora 50 anos de experiência no domínio da exploração do petróleo e muitas lições foram tiradas. No quadro do seu trabalho de reforço de capacidades, a WWF e seus par ceiros do PRCM fizeram com que muitos altos funcionários do Governo e funcionários de ONGs da eco-r egião da África Ocidental visitassem a Nigéria, para que pudessem constatar por si próprios e ouvir das autoridades e grupos de pessoas afetadas que tipos de lições foram aprendidos. • As empr esas deslocalizam-se da Ásia para a África por que eles podem assinar acor dos mais lucrativos com os gover nos Africanos. O custo das licenças e a par tilha dos benefícios com os Gover nos são muito mais favorável para as empresas em África do que em Ásia. 5.3 Preocupações da on u concernentes a e xploração do petr óleo e gás na áfrica ocidental É importante notar os elementos seguintes: • Na década de 1960, a África produzia 10 milhões de toneladas de petróleo por ano, enquanto hoje, pr oduz 376,4 milhões de toneladas de petróleo por ano, ou seja, 10,6 % da produção mundial de petróleo; O Secr etário-Geral das Nações Unidas estava tão pr eocupado com as questões de gover nação relacionadas com a exploração de petróleo na África Ocidental, designando um Repr esentante Especial que apr esentou algumas das questões fundamentais r elacionadas com o petróleo e gás em 2004. • Entre 2003 e 2015, a odução pr deverá ultrapassar 20 bilhões de barris, no valor de, pelo menos, 1.000 bilhões de US$, pelo menos 80 % dos quais provenientes da Nigéria e Angola; As tensões são causadas por: • Uma corrida para o petróleo; • Os Estados Unidos preveem obter 25% do seu petróleo da África até 2015; • As disputas sobre a delimitação das fronteiras marítimas; • A China tem-se tornado um grande concorrente para o petróleo africano, ela negocia diretamente com os Governos africanos e já está envolvido na extração de petróleo no Sudão, Quénia e Nigéria; • A Corrupção e a falta de transparência e • Dependência excessiva do petróleo (doença holandesa / paradoxo da abundância). • A corrida ao petróleo engendra e contribui para os confl itos em várias par tes da África Ocidental; Os litígios acontecem aos vários níveis: • Entre os Estados sobr e a delimitação de fronteiras marítimas (ver também o Mapa 7); • O petróleo é roubado em massa na Nigéria. Grupos mafi osos e terr oristas par ecem participar nisso; • Entre os governos e as companhias petrolíferas sobre contratos e receitas; • Entre os governos e suas populações sobr e a repartição das receitas; • Os r ebeldes descontentes desafi am os Governos e utilizam o dinheir o do petróleo roubado para comprar armas; 56 • Entre as companhias petrolíferas, e • Entre as comunidades locais e os grupos tribais sobre os direitos tribais. Além disso, r eina confusão sobr e as fr onteiras marítimas na W AMER. Algumas concessões pertencentes a um país específi co, invadem a ZEE dos países adjacentes, como blocos do Nor te da Mauritânia e blocos localizados mais ao sul da Guiné e da Serra Leoa. Se o petróleo e gás for em descobertos nessas áreas, é provável que isso crie graves tensões políticas, como foi o caso entr e a Nigéria e os Camarões. As par tes dos blocos offshore que se sobr epõem são mostradas em vermelho escur o no Mapa 7. Blocos de fr onteira entre o Senegal e a Guiné-Bissau são mostrados em azul claro e são geridos em conjunto pelos dois países através da agência intergovernamental ACG (ver apêndice 1). Mapa 7. Blocos de petróleo localizados nos países vizinhos (mostrada em vermelho escuro) 57 5.4 Boa governação • Efetuar o AAS como foi r ecomendado pela Convenção de Abidjan e a Declaração de Paris; A ONU tenta r esolver os litígios através da «boa governação» e que, por exemplo: • Fortalecer os Ministérios do Ambiente para aumentar o controlo ambiental; • Apoio às r eformas democráticas nos países produtores a fi m de minimizar os riscos de guerras e de aumentar a estabilidade nas regiões produtoras do petróleo; • Garantir as infraestruturas jurídicas adequadas para o contr ole das operações petr olíferas offshore; • Aplicar todas as leis, todos os acor dos e tratados, e r escindir os contratos com as empresas que infringem a lei; • Proporcionar opor tunidades de arbitragem e negociação; • Partilha das r eceitas petr olíferas, como a Nigéria, que compar tilha a r eceita do campo de petróleo of fshore que foi objeto de litígio com a Guiné Equatorial. Outr o exemplo é a governação compar tilhada das concessões fronteiriças entre o Senegal e a Guiné-Bissau; • Recusar a utilização de antigos petr oleiros de casco simples conver tidos como as plataformas fl utuante de extração de armazenamento e descarregamento (FPSO) e • Aderir a ITIE (veja abaixo). • Promoção da transparência (ITIE) nas negociações com o sector do petróleo a fim de reduzir as tensões e fazer beneficiar os países; A Iniciativa (ITIE T ransparência das Indústrias Extrativas) é uma coalizão de governos, empresas, grupos da sociedade civil, investidor es e organizações internacionais que: • Encorajar as empresas a publicar detalhes do que pagam; • Favorece a par tilha equitativa dos benefícios provenientes das indústrias extrativas; • Exortando os governos nacionais e locais para continuar a informar o público sobre forma como as receitas do petróleo são utilizados; • Visa melhorar a transparência esponsabilização er no sector de mineração, estabelecendo normas que permitem verificar e publicar os pagamentos das empr esas assim com as receitas das catividades do petróleo e do gás e das catividades de mineração auferidas pelos governos; e • Recomendando os projetos de desenvolvimento que beneficiem a todos. As seguintes r ecomendações para a Boa Governação foram propostas durante uma visita do PRCM à Nigéria em 2006: • Ter uma metodologia sólida, mas fl exível, que assegura que os países que implementam esta iniciativa respeitem uma norma global. • Proteger a base de r ecursos naturais, dir eitos humanos e planos de desenvolvimento sustentável; Esta iniciativa visa divulgar plenamente ao público as receitas e as despesas relacionadas com os r endimentos do petróleo e do gás. Ele inclui uma coalizão de gover nos, empr esas, grupos da sociedade civil e investidor es. A ITIE estabeleceu critérios para a publicação completa e verifi cação dos pagamentos das empresas e das r eceitas públicas do petróleo, gás e mineração. Esta iniciativa tem uma metodologia • Estabelecer um Comité Inter ministerial que supervisione as indústrias extrativas; • Melhorar a capacidade do governo de negociar com as companhias petrolíferas e a os gerir; • Obter a ajuda internacional nas negociações e em matéria de gestão; 58 sólida mas flexível que permite controlar e conciliar os pagamentos das empr esas em r elação as receitas do Gover no ao nível nacional. O pr ocesso é monitorado pelos par ticipantes do Gover no, empresas e sociedade civil nacional. O Comité Diretor da ITIE e o seu Secretariado Internacional são os guar diões desta metodologia ITIE a escala internacional. encorajando as empresas petrolíferas a investir livremente em economias em desenvolvimento, lá onde a r egião da África ocidental é considerado uma fr onteira impor tante. As novas tecnologias para as águas pr ofundas e o cr escente pr eço do petróleo tornam a prospeção do petróleo e do gás of fshore r entáveis, mesmo em ár eas não convencionais, onde ainda nenhum petróleo e gás foram descobertos durante o século passado e que nas quais os especialistas indicam que somente reservas de tamanho r elativamente pequenas poderão ser descobertas. O mecanismo de garantia da qualidade da ITIE passa por um pr ocesso que r esponde a duas funções fundamentais, a saber, promover o diálogo e a apr endizagem ao nível do país e garantir a marca ITIE garantindo que todos os países que aplicam a ITIE mantenham as mesmas nor mas internacionais. A validação tem objetivos amplos, de fato, ela avalia a implementação da ITIE em consultaçao com as partes interessadas, ela verifica os resultados com referência as normas globais da ITIE e identifi ca as opor tunidades existentes para fortalecer o pr ocesso ITIE no futur o. O pr ocesso envolve duas etapas. Primeir o, o cumprimento dos indicadores de adesão, se deve tor nar-se num «país candidato». Segundo, os indicador es para preparar, comunicar e distribuir informações sobre a iniciativa se deve tornar-se num «país conforme». Até à data, a Libéria é o único país africano que recebeu o status de «país conforme» (Sitio internet da ITIE). Se as reservas r ecém-descobertas são relativamente pequenas, as companhias de petróleo e gás terão de enfrentar constrangimentos orçamentais signifi cativos para fazer a extração rentável. Em consequência, a eco-r egião marinha e sector es socioeconómicos que dependem de um ambiente marinho saudável, corr em o risco de ter que fazer economias e utilizar práticas de qualidade inferior. A fim de evitar isso, é crucial que os países não dependam muito da capacidade de autorr egulação das empr esas petr olíferas, mas sim que eles imponham regras extremamente precisas sobr e os meios e as técnicas utilizadas para explorar as suas r eservas de petróleo e gás, a fim de reduzir o risco. 5.6 Doença holandesa Os grupos da sociedade civil criaram uma coalizão global chamado “Publique o que Paga” (Publish What Y ou Pay), que visa monitorar e pr econizar a implementação seria dos princípios fi xados no Acordo da ITIE (www.publishwhatyoupay.org). É impor tante que as economias nacionais continuem a ser diversifi cada e não se tor nem dependentes só das r eceitas do petróleo. Sem as devidas pr ecauções, o petróleo e o gás podem distorcer a macroeconomia, um fenómeno também conhecido como «doença holandesa» (o ter mo nasceu na Holanda após a descober ta de gás no Mar do Nor te). Os seus sintomas básicos são: Os sectores económicos como a agricultura, pesca e pr odutos fabricados localmente experimentam um declínio e, no pior dos casos, podem até mesmo desaparecer. 5.5 Corrida para as últimas gotas Muitos especialistas do sector creem que atingimos a taxa máxima de extração de petróleo no mundo. O movimento «pico do petróleo» (peak oil), um grupo de cientistas e ONG’ s independentes estimam que até 2008 teríamos extraído metade do petróleo da terra (websites «pico do petróleo»), o que signifi ca que e estamos usando óleo mais rápido do que somos capazes de encontrar. A causa principal desta chamada «desagriculturalisação» ou «desindustrialização» é devido ao facto de que os ganhos de um período de pr osperidade a par tir da extração de minerais ou hidr ocarbonetos aumentam o valor da moeda de um país a um nível tal que Isso explica as políticas de livre comércio que foram agressivamente pr omovidos durante os últimos dez anos. Estes apoiam uma nova exploração, 59 regulamentações, para aumentar o nível de eficiência, de transparência e de responsabilidade no sector . As r eformas devem r efletir a adoção de instrumentos inter nacionais, melhor es práticas e r egulamentações. Deve concentrar -se particularmente numa exaustiva e ampla r evisão da Lei do Petróleo e dos Acor dos de Par tilha de Produção do Petróleo a fi m de poder atender às realidades emergentes e a evolução do sector. os bens das indústrias não extrativas tor namse menos competitivos em comparação com os outros países e, em consequência, o volume das importações aumentam, enquanto diminui o volume das exportações (Sitio Internet da Investorwords). Isto seria catastrófi co para os países da W AMER, uma vez que o sector da agricultura e da pesca local, tem um forte coeficiente de mão-de-obra proporcionando trabalho para um grande númer o de pessoas, enquanto o sector de petróleo e gás criarão poucos empr egos locais. O risco da “doença holandesa” pode ser r eduzido através dos investimentos em catividades como a pesca sustentável, silvicultura, agricultura, energias renováveis, turismo e nas indústrias locais. Revisão da Indústria Extrativa Estabelecer estruturas de Gover nação e financiamentos sustentáveis e os mecanismos de repartição das r eceitas segundo os princípios da Iniciativa de Transparência das Industrias Extrativas (ITIE). Economizar alguns dos fundos no exterior em fundos especiais em moeda for te, e os injetar lentamente na economia pode evitar os impactos negativos causados quando a totalidade dos r endimentos inunda a economia duma só vez. Os exemplos de fundos especiais incluem o Fundo de Pensão do Governo da Noruega, o Fundo de Estabilização da Federação Russa, o Fundo Publico do Petróleo do Azerbaijão e o Fundo das Gerações Futuras do Kuwait. No entanto, pode ser politicamente difícil de congelar os gastos da r enda pr oveniente da fase de prosperidade nos países em desenvolvimento, porque há muita pressão para utilizar esses fundos imediatamente, em vez de investir estrategicamente em projetos de redução da pobreza, ignorando as consequências macr oeconómicas mais amplas e de longo prazo (Wikipedia, 2007). 5.7 Melhores práticas Capacitação e assistência técnica Melhorar o nível de competência e reforçar a capacidade institucional para enfrentar os desafios associados com o desenvolvimento do sector de petróleo e do gás. Mais esforços devem ser concentrados nas agências r eguladoras e da execução, gestão de r eceitas e mitigação de impactos, bem como nos grupos da sociedade civil que operam no sector. Políticas de garantia do Banco Mundial Os países são encorajados a implementar as políticas nacionais do meio ambiente e as políticas de garantia do Banco Mundial e as linhas diretrizes em matéria de meio ambiente, saúde e da segurança. Planos locais de desenvolvimento Os Gover nos e as sociedades de pr ospeção e exploração de petróleo e gás devem desenvolver planos de desenvolvimento local de for ma participativa. Isso garante que os inter esses das populações locais sejam tomados em conta e elas desfrutem dos benefícios dos investimentos em petróleo. O plano de desenvolvimento local pagos pelas receitas do petróleo e gás podem incluir serviços de educação e saúde, o for necimento de água e eletricidade, ofer tas de empr egos e oportunidades de formação para a população local. Na ausência de r egras e r egulamentos internacionais que regem as operações de petróleo e gás, uma série de orientações sobr e melhor es práticas foi desenvolvido como uma for ma positiva para avançar . Eles compr eendem os elementos seguintes: As reformas jurídicas e institucionais Empreender r eformas no quadr o jurídico, político e institucional para a exploração do petróleo e do gás a fi m de r esponder aos desafi os emergentes associados ao sector. É útil de assegurar e garantir a separação das funções entre os diversos órgãos, incluindo o desenvolvimento e a aplicação das Responsabilidade Social Corporativa As empresas petrolíferas e do gás são encorajados a adotar a responsabilidade social corporativa. 60 Estratégia de Comunicação Uma estratégia de comunicação eficaz é essencial. Equívoco sobre o projeto dissemina-se geralmente na ausência de uma estratégia adequada. Esta estratégia deve ser adaptada a diferentes públicos. Ao desenvolver contratos de petróleo, os elementos seguintes devem ser considerados: Colaboração Regional Desenvolver esforços a escala r egional para lidar com o petróleo e o gás. A Convenção de Abidjan e a Comunidade Económica dos Estados Oeste Africanos (CEDEAO) podem pr oporcionar um quadro que per mite tratar as questões r egionais. A Convenção de Abidjan ecomendou r em Novembro de 2007, o uso de AAS e de outras avaliações ambientais a fim de identificar as ameaças e as oportunidades que r epresenta a exploração do petróleo e do gás. • Estabelecer uma comissão interministerial das indústrias extrativas com um mandato clar o e um presidente nomeado pelo Gover no e que será r esponsável pelo planeamento, gestão ambiental, a integração entr e os sector es, os contratos, a transparência e a aplicação da lei; • Proteger a base dos recursos naturais para as gerações presentes e futuras; • Impedir que os investimentos em petróleo e gás distorçam a economia e desestabilizem a população; • Fazer face às necessidades energéticas do país antes de permitir o inicio das exportações, e Instrumentos internacionais, tratados e protocolos Os países são encorajados a ratificar as convenções e os protocolos internacionais relevantes no domínio da exploração do petróleo e do gás. Os Governos da WAMER devem refletir sobre a elaboração de normas exaustivas que per mitam orientar as operações petrolíferas e do gás. Essas nor mas devem ser baseadas nas melhor es praticam inter nacionais e utilizar os modelos de desenvolvimento em matéria do petróleo e do gás dos países da OSP AR (incluindo os Países Baixos, a Noruega e o Reino Unido) e do Banco Mundial /do IFC. • Exigir a utilização das melhor es técnicas e normas disponíveis e r ecusar a utilizar os petroleiros de casco simples conver tidos em platafor mas fl utuantes para a extração e armazenamento (FPSO). Para pr oteger o abastecimento de alimentos e a saúde da população: • Proteger todos os dir eitos da população, nomeadamente o direito a alimentos, água, ar limpo e o direito ao emprego; Recomendamos também que gover nos e par tes interessadas da W AMER criem os Comités Consultivos dos Cidadão ao nível r egional e local com base no modelo do Alasca, a fim de apoiar um diálogo aberto e esclarecido entre todas as par tes interessadas. • Reforçar os poder es do Ministério do Meio Ambiente para aumentar o controlo ambiental; • Permitir que outr os Ministérios, como Agricultura, Pescas, Saúde e Plano de participar na aplicação da lei e no controle das catividades do petróleo e do gás e de todos os outros sectores poluidores; Para r eduzir o risco de contrair a «doença holandesa», os governos devem: • Impedir que as receitas do petróleo e gás distorçam a economia; • Obter o consentimento prévio com conhecimento de causa das populações locais/autóctones e garantir que apr oveitem dos benefícios; • Incentivar o investimento em outros sectores da economia (de preferência renováveis); e • Economizar uma parte das receitas em fundos especiais em divisas for tes, colocando-os em circulação de forma lenta e estratégica. • Fornecer orientações para as forças de segurança; e 61 • Assegurar que as r eceitas públicas sejam geridas de uma for ma justa e transpar ente (maximizar a receita+ gastar estrategicamente + economizar os fundos); • Fortalecer a par ticipação pública através de Comités Consultivos dos Cidadãos. Em ter mos de contr olos fi nanceiros e jurídicos, os governos devem: • Maximizar os benefícios para a população local, ou seja os empr egos, a par tilha dos rendimentos, etc. • Maximizar os impactos positivos e minimizar os impactos negativos dos investimentos de longo prazo no sector dos hidrocarbonetos; • Considerar as possibilidades da ajuda internacional para negociar os melhor contratos possíveis; • Assegurar que as empr esas tenham segur os de r esponsabilidade fi nanceira sufi cientes (ilimitado no caso de negligências grave); es • Insistir para que as empresas reparem de todo o dano possíveis após o encerramento; • Compartilhar os benefícios, sem comprometer a capacidade de gerir ou fazer cumprir as leis; • Estabelecer e pré-fi nanciar os pr otocolos de encerramento do projeto, e • Garantir uma infraestrutura jurídica adequada para controlar as operações de petróleo offshore; • Investir os fundos provenientes das catividades petrolíferas e do gás em energia sustentáveis. • Aplicar todas as leis, todas as convenções e acordos e cancelar os contratos quando as empresas infringem a lei; Muitas destas melhores práticas têm sido recomendadas não só por um Ministr o nigeriano responsável pelo petróleo, mas também por altos funcionários dos Gover nos da sub-r egião durante uma visita realizada na Nigéria em 2006. • Legalizar a transparência do Governo e do sector (lei sobr e a liber dade de infor mação, PCQVP, ITIE); 62 63 Terceira parte: Impactos e melhores práticas e políticas em matéria de meio ambiente 65 66 CAPÍTULO 6: Impactos cumulativos sobre o ambiente marinho transportadas nas águas de balastr o dos navios de abastecimento e dos petroleiros, e ao facto da fauna marinha, como peixes e mamíferos marinhos, evitar a área por causa do ruído da construção e a presença de equipamentos, tais como as platafor mas de petrolíferas (Patin, 1999; Wills, 2002; Steiner, 2003). A exploração do petróleo e gás of fshore pode afetar o ambiente marinho de diversas maneiras. Os impactos acumulados das fases de prospeção e exploração incluem o ruído e a vibração, a produção de resíduos sólidos e líquidos, aumento da turgidez da coluna de água causada pela dragagem, a per turbação do fundo marinho, o aumento do tráfego de navios, a invasão de espécies exóticas As agressões ambientais geradas pela exploração do petróleo e do gás podem causar difer entes respostas biológicas. A organização da T abela 3 mostra como. Figura 3 : Organigrama apresentando os impactos do petróleo offshore e gás sobre os ecossistema marinho (com base em uma matriz de Patin, 1999) A gravidade dos impactos depende de uma combinação de muitos fatores naturais e artificiais. De facto, os diversos ecossistemas, habitats e organismos r eagem de for ma difer ente face a exploração do petróleo e do gás. Uma vez que é praticamente impossível pr ever com pr ecisão como sector petrolífero e do gás offshore vai afetar cer tas zonas, a abor dagem pr ecaucionista é a melhor for ma de proceder, o que signifi ca que os ecossistemas vulneráveis, tais como zonas húmidas costeiras, os corais de águas pr ofundas ou os bancos de conchas e as zonas de intenso 1 afloramento devem ser totalmente pr otegido e declarados como zonas de acesso interdita «no-go zones”. Além disso, os períodos de vulnerabilidade, como a migração dos pássar os e as espécies importantes de peixes associada a uma variedade de espécies de depredadoras (marlins , espadarte, tubarões e baleias) devem ser tomadas em conta quando se planifi ca as catividades de petr olíferas e do gás. Não deve ser esquecido também que uma fração muito pequena da poluição pelo petróleo pode Também designado por agulhão ou agulhão-de-vela. 67 são exemplos de tais acordos regionais. Para o eco-região Oeste africana, a Convenção de Abidjan é o quadro jurídico adequado para introduzir normas mínimas similar es para a exploração do petróleo e gás of fshore. No entanto, os países da W AMER já poderiam desde já estabelecer entr e eles uma convenção regional sobre os hidrocarbonetos. alterar o sabor dos peixes e que este, por sua vez, adecta a sua comercialização. 6.1 Nenhum quadro jurídico internacional A exploração do petróleo e do gás of fshore tem efeitos negativos sobre o ambiente marinho e podem contaminar grandes áreas marinhas que atravessam as fronteiras, e no entanto, ainda não existe nenhum quadro jurídico abrangente para anunciar as normas ambientais mínimas a escala inter nacional. Isto significa que não há dir etrizes legais inter nacionais para estabelecer normas e padrões mínimos. 6.2 A necessidade de uma abor estratégica Apesar da falta de um quadr o jurídico universal, muitos princípios gerais contidos em convenções internacionais destinadas a pr oteger o ambiente marinho também se aplicam igualmente as catividades do petróleo e do gás of fshore. A Convenção sobr e as Zonas Húmidas de Importância Internacional (Ramsar), a Convenção sobre a Diversidade Biológica (CBD) e a Convenção sobre Espécies Migratórias (CMS) são alguns exemplos. Mas nenhuns desses acor dos impõem normas e padrões específi cos para a exploração do petróleo e do gás offshore e, por tanto, abrem-se a difer entes interpretações da par te dos interessados. A Convenção das Nações Unidas sobr e o Dir eito do Mar (UNCLOS) faz r eferência específi ca a exploração do petróleo e do gás of fshore e exor ta os países a criar e implementar os seus próprios quadros jurídicos ao nível nacional e r egional e garantir suficientes recursos financeiros disponíveis para os casos de acidente. Mas esta convenção não adota qualquer nor ma para as descargas de lixos, por isso os países devem defi nir as próprias normas. Para obter uma lista de dir etrizes que podem ajudar os países a for mular um quadr o jurídico nacional ou r egional (ver os Anexos 2 e 3, que apr esentam uma visão geral dos acor dos relevantes assinados pelos países da WAMER). dagem As discussões sobre a necessidade de minimizar os impactos ambientais do sector petr olífero e do gás r epresentaram uma das mudanças mais significativas na década de 1980, o que signifi ca que a regulamentação ambiental do sector é um fenómeno relativamente r ecente. No passado, pensava-se que os resíduos descarregados para o oceano e que provinham das instalações petrolíferas e do gás e gás poderiam ser diluído rapidamente e atingir níveis não significativos pelos processos hidrológicos de mistura e dispersão. Mas hoje, está claro que a contaminações de base persistentes pr oduzem-se na água do mar , nos sedimentos e nos ecossistemas marinhos. Embora seja necessário fi xar as nor mas mínimas para as operações de petróleo e gás of fshore, a simples for mulação de nor mas unifor mes para as descargas de resíduos de produtos não é suficiente. Estabelecer normas mínimas para etapas isoladas da operação não leva em conta os impactos cumulativos, quando diferentes fases de operações acontecem ao mesmo tempo e no mesmo local. Tal abordagem não r econhece a igualmente as agressões ambientais causadas por outr os usos humanos do mar como a pesca ou a poluição proveniente de catividades em terra, e ela não reconhece a vulnerabilidade dos difer entes ecossistemas. Os ecossistemas vulneráveis, tais como mangal e ár eas de berçário não são suscetíveis de suportar a exploração do petróleo e do gás. Também é possível que em alguns casos, certas catividades económicas não são capazes de coexistir com as explorações petr olíferas e do gás of fshore. Por exemplo, a indústria do turismo na Florida está convencida de que a exploração do petróleo offshore danifica de forma inaceitável a catividade. Esse argumento foi crucial para manter uma moratória sobre toda a exploração petrolífera e do gás neste Estado. Muitos países envolvidos na exploração do petróleo e gás já for mularam nor mas ambientais mínimas e detalhadas. Uma vez que a poluição marinha atravessa as fr onteiras com facilidade, isso é feito frequentemente a escala r egional e corr esponde aos princípios enunciados no UNCLOS. A Convenção OSPAR para o Nordeste do Atlântico (com a qual a Convenção de Abidjan é geminada), a Convenção de Bar celona para o Mediterrâneo e a Convenção de Helcom para o Mar Báltico, De acor do com a UNEP , o conceito de gestão apropriada para o sector do petróleo e do gás 68 offshore exige que uma nova abor dagem seja adotada. Estratégias devem fornecer soluções para o uso múltiplo e sustentado, a fi m de resolver muitos conflitos à volta da conservação e da utilização dos r ecursos nos meios marinhos (Sitio Internet do PNUE). Caixa 2: Ecossistemas Vulneráveis A maioria das zonas húmidas costeiras da Eco-região Marinha da África Ocidental, a saber , os mangais, os estuários, os r ecifes de coral, os campos submarinos e as ár eas inter- e subtidal são par ticularmente vulneráveis as perturbações. A exploração do petróleo e do gás numa tal zona ou nas suas pr oximidades pode causar danos muito graves a estes ecossistemas. As descargas habituais ou acidentais de r esíduos de pr odutos podem acumular -se nestes habitats críticos. As substâncias poluentes colam-se aos materiais em suspensão e depositam-se ao longo da costa ou no fundo marinho e no fi m acabam encontrando-se nos ecossistemas através do sistema de raízes dos mangais e nos campos submersos. geralmente antes de chegar à costa, mas no mar , eles podem afectar um grande número de aves marinhas encontradas nas áreas intenso de afloramento. Os ricos ecossistemas bentônicos, tais como os bancos de conchas localizados na platafor ma continental e os recifes de coral das profundezas do mar podem ser asfi xiadas por operações de perfuração. Algumas substâncias poluentes contidas nos resíduos e lixos dos pr odutos são r egularmente vazados no mar , tais como HAP nas águas de produção e que persistem ao longo do tempo e podem percorrer longas distâncias sem perder a sua toxicidade. Estes podem, em consequência, encontrar-se em zonas húmidas costeiras vulneráveis e acumulam-se na cadeia alimentar. O Parque do Banco d’Arguin na Mauritânia, é par ticularmente ameaçado. Com efeito o Golfo d’Arguin tem um efeito de sucção muito forte nas maré alta e toda a poluição é assim de forma irremediável e sem solução possível transportada para o interior do Parque. Nas águas pr ofundas e de turbulência localizadas mais ao largo, os lixos e os resíduos dos produtos podem diluir -se mais rapidamente em zonas mais vastas (NRC, 2002). No entanto, isso não signifi ca que a exploração petr olífera of fshore mais longe da costa não afectará os ecossistemas vulneráveis. Podemos aí encontrar áreas de intensa ressurgência (upwelling) abrigando uma vida marinha abundante assim como inúmeras aves aquáticas, e os ecossistemas bênticos ricos como os r ecifes de coral das águas profundas e os bancos de conchas. As pequenas marés negras fr equentemente causadas por pelas operações de descarga, desintegram-se Floresta de mangal na Guiné-Bissau Levantamentos sísmicos pr ecedentes a exploração do petróleo e do gás podem causar sérios danos nos habitats conhecidos como berçário para as espécies marinhas. Os ovos e as larvas de peixes não podem escapar nadando e estão sujeitos a danos letais ou subletais, quando estão per to de pistolas de ar usados nestas campanhas. Área de afloramento intenso (upwelling), com densas concentrações de aves marinhas nas margens da plataforma da Mauritânia ao largo do Cabo Branco (foto: Erwin Meesters) 69 Campos submersos de gramas marinhas do Banco d’Arguin 6.3 Avaliação ambiental estratégica (aas): quando, onde e como? sobre os impactos combinados/cumulativos sobr e as pessoas e o meio ambiente. O processo também preenche a lacuna entr e as divisões disciplinar es, nomeadamente a questão científi cas da pesca e da biologia da conservação e garante que esses grupos compar tilham o melhor conhecimento disponível. A A valiação Ambiental Estratégica (AAS) é um instrumento de tomada de decisão de alto nível, utilizado para favorizar o desenvolvimento sustentável. Uma AAS é efetuada antes de uma estudio de Impacto Ambiental e Social (EIAS) ao nível do projeto. Ela r esponde as necessidades de uma larga par ticipação intersectorial do público na tomada de decisões e estabelece as nor mas para as EIAS que seguirão. Os Mapas da eco-r egião mostram que a pesca que tem lugar ao longo da margem da platafor ma continental é intensivo e que a maioria das explorações petr olíferas do petróleo e do gás supõem-se ter lugar dentr o desta zona extremamente rica em biodiversidade com os recifes de corais das águas pr ofundas e ár eas de afloramento intenso. A fim de evitar os conflitos entre os pescadores artesanais e industriais e o sector do petróleo e do gás emergentes, enquanto ao mesmo tempo se garante a sustentabilidade dos r ecursos marinhos, um planeamento mais detalhado do uso dos oceanos será sem dúvida necessário. A AAS é um instrumento excelente para fazer a separação espacial e/ou temporal das catividades petrolíferas e do gás, da pesca e da biodiversidade. As AAS podem também garantir que a exploração do sector petr olífero ou mineir o se alinhe aos princípios das estratégias nacionais de redução da pobreza e de desenvolvimento sustentável. Benefícios da avaliação ambiental estratégica, aas As Avaliação Ambiental Estratégica complementam e apoiam os EIAS ao nível dos pr ojetos que serão implementados de seguida. Elas são efetuadas pelos Gover nos a fi m de apoiar a tomada de decisão par ticipativa e são melhor coor denados por um comité interministerial. Elas podem ser feitas também a nível distrital ou pr ovincial, se varias catividades de mineração estão previstas para a mesma região. As A valiações Ambientais Estratégicas foram formalmente r ecomendadas pela Convenção de Abidjan e de Nair obi como uma ferramenta crítica para os países que pr etendem explorar o sector de hidr ocarbonetos e por que o petróleo e o gás foram descober tos em muitos países e que a exploração do petróleo de um país pode ter sérias consequências sobre os outros. Muitos pescadores na África Ocidental já foram afetados pelos mais de 6.000 marés negras que têm danificado os mangais do Delta do Níger , que foi uma vez considerada uma das ár eas de r eprodução dos peixes mais importantes da região. Uma AAS identifica os principais grupos de inter esse e acor es ao nível do Gover no, da sociedade civil e do sector privado e for nece uma platafor ma de diálogo e apr endizagem para que estes grupos descubram e encontrem os seus interesses comuns. Nos países da W AMER, por exemplo, centenas de milhar es de pescador es ar tesanais e as empr esas de pesca comer cial e um mer cado turístico em plena expansão, dependem todos do bom funcionamento dos ecossistemas marinhos e costeiros. Uma AAS pode ajudar também a construir consensos sobre as questões mais relevantes, por exemplo, pr oteger as principais zonas de pesca e de r eprodução dos r ecursos pesqueir os, assim como os habitats críticos e essenciais, tais como o mangal, campos marinhos submersos, ricas comunidades bentônicas (leitos de conchas, os recifes de coral de águas profundas) e áreas de afloramento intenso para a biodiversidade. A AAS ajuda os decisor es a alargar a planifi cação de alto nível para passar da abor dagem uni-setorial (por exemplo, que avalia os sector es individualmente, como o petróleo e o gás, as minas, a pesca, o turismo, etc.) para uma abordagem mais abrangente, mais coer ente e par ticipativa através de múltiplos sector es, tais como a identificação a forma como o petróleo e o gás of fshore, o turismo costeiro, a agricultura e as pescas têm no conjunto impactos um sobre outros e sobre os ecossistemas marinhos. As AAS concentram-se principalmente 70 Definição de aas: A A valiação Ambiental Estratégica (AAS) é um processo ligeir o, fl exível, pró-ativo, par ticipativo e sistemático. 2. Os planos e as estratégias, incluindo planos a escala r egional, as bacias hidr ográficas e sectoriais como os códigos nacionais, novos ou r evistos em matéria de água, minas ou hidr ocarbonetos, uma nova estratégia em matéria de redução da pobreza ou de desenvolvimento sustentável do país, e A AAS concentra-se em três ár eas principais de trabalho incluem: 1. As políticas, a legislação e outras nor mas que regem as ações; A AAS é concebida para identifi car, prever, prestar contas, prevenir, indemnizar ou mitigar de uma outra maneira as consequências económicas, sociais, de saúde e política ambientais das políticas, planos ou programas que estão sendo avaliados. Ela per mite aumentar os benefícios da política, plano ou programa e é par ticularmente efi ciente efi ciência quando se trata de evitar erros caros e prejudiciais. 3. Programas, ou uma série de pr ojetos coordenados, em vez de projetos específicos e/ou individuais, em par te porque os projetos específicos são identificados no fim da AAS. Se vários pr ojetos, a exemplo dos pr ojetos petrolíferos, do gás ou mineir os pr opostos para uma r egião, a AAS examina a r egião como um todo e tira lições dos projetos similares. A AAS é um instrumento para tomada de decisões destinadas a encorajar melhor es projetos, retardar os pr ojetos com incer tezas e ajudar a eliminar os pior es pr ojetos num pr ograma ou num sector . Ele permite também que os decisor es de escolher alternativas. A AAS eficaz classifica as alternativas num sector por um ou vários níveis (por exemplo, mais e/ou menos duráveis; impactos sociais negativos menores do que maiores). Uma AAE deveria ser pr evista o mais cedo possível, de pr eferência logo que a decisão é tomada para propor uma política, um plano ou um pr ograma e muito antes da identifi cação dos projetos individuais. Isso evita conflitos de interesse e garante a participação dos diferentes acores dos ministérios e da sociedade civil. 71 Caixa 3 : Encontrar compromissos estratégicos: Lições do Mar de Wadden, nos Países Baixos Os compr omissos entr e os difer entes sector es podem ser considerados numa AAS. Nas zonas nas quais o uso humano tem alcançado ou mesmo ultrapassado a capacidade de carga do ecossistema, eliminando as escolhas estratégicas entre a eliminação de um sector em benéfico de outr o, pode, em alguns casos, soldar -se em resultados positivos para a biodiversidade e o desenvolvimento sustentável. Por exemplo: no mar de W adden, nos Países Baixos, a pesca de arrasto de fundo que tem grandes impactos foi substituído pela exploração do gás, cujos impactos sobre os ecossistemas são menor es. As r eceitas provenientes do gás per mitiram ao Gover no de comprar as empr esas de pesca de conchas e de colocar em r eserva uma quantia signifi cativa destinada a r estauração dos ecossistemas e ao desenvolvimento de sector es económicos sustentáveis como o ecoturismo. Uma abordagem semelhante poderia ser tomada em conta para o campo de petróleo Chinguetti, ao largo da costa da mauritaniana. Quando a exploração foi autorizada, os r elatórios r edigido pela companhia petrolífera não puderam demonstrar que a zona era zona pelágica muito importante para a biodiversidade. Uma gestão minuciosa é agora necessária para preservar as ricas cadeias alimentar es associadas a esta ár ea de afl oramento intenso. Uma vez que a pesca das fr otas estrangeiras são par ticularmente intensas na ár ea, o Gover no poderia declarar a área como inter dita ao acesso dos pescador es, a fi m de corrigir a decisão de autorizar a exploração nesta área marinha vulnerável. Um tal compr omisso beneficiaria os ecossistemas encontrados na coluna de água e poderia também aliviar os r ecifes de coral das profundidades que se encontra nas proximidades e que foram identifi cados por W oodside Energy , a companhia petrolífera explorou o campo em primeiro lugar ( Ver Caixa 4 e Anexo 1). No entanto, deve-se notar que numa situação de boas práticas, as zonas marinhas vulneráveis e abrigando uma grande biodiversidade são totalmente protegidas contra todas as actividades económicas de grande envergadura, mesmo tratando-se da exploração da exploração de hidrocarbonetos ou da pesca Industrial. (PGE) dos pr ojetos individuais. Um EIAS ao nível de projeto toma o pr ojeto considerado e pr oposto e avalia as suas consequências ambientais. Os EIAS’ s que seguem após as AAS serão mais rápidas e custarão menos dinheir o, por que só os melhores projetos serão aceites. A AAS é totalmente transpar ente e plenamente participativa como pr escrito pela Convenção de Aarhus das Nações Unidas. O objetivo é o de Consentimento Prévio dado com conhecimento de causa (Free, Prior and Informed Consent - FPIC). A AAS estabelece normas para os EIAS convencionais e os Planos de Gestão Ambiental 72 Tabela 1. Diferenças entre uma AAS e um ESIA EIAS AAS Reage a uma proposta específica em matéria de desenvolvimento. Pode ser pró-ativo e permite guiar as propostas em matéria de desenvolvimento e pode concentrar-se em áreas geográficas ou em sectores técnicos Concentra-se em impactos específicos do projeto Permite a criação de um quadro na qual é possível medir os impactos e os benefícios Contém um princípio e um fim bem definidos e orientar uma decisão particular em matéria de desenvolvimento. Pode garantir que as informações corretas estejam disponíveis para orientar as múltiplas decisões a serem tomadas durante um período de tempo. Avalia os impactos diretos positivos e negativos de uma única catividade proposta. Permite avaliar os impactos cumulativos e identificar as questões e as implicações para o desenvolvimento sustentável. Concentra-se na mitigação. Permite concentrar-se em atingir e manter um nível desejado de qualidade ambiental. Destaca a declaração de impacto em um documento usado para a tomada de decisão. É melhor considerado como um «processo» ao invés de um «produto». Um relatório escrito e um mecanismo de colaboração contínuo são propostos. Com base na DEAT (2007) • Garante que os inter essados façam par te na tomada de decisão em geral; e • É um mecanismo para prevenir e r esolver conflitos. Em resumo a AAS: • É um instrumento para o desenvolvimento sustentado; A W AMER pode tirar lições sobr e a for ma como realizar as AAS’ s de difer entes fontes, como o Ministério Britânico de Energia e das Mudanças Climáticas (www.offshore-sea.org.uk). • Ajuda a maximizar as vantagens e os beneficiários das catividades de exploração; • Assegura a coerência e a coor denação entre todas as catividades ligadas ou transversalmente inter conectado a um sector ou a uma região; • É baseada na transparência, na par ticipação das partes interessadas e no diálogo; A Comissão Holandesa para a A valiação de Impacto Ambiental elabor ou as modalidades de uma AAS na Mauritânia e representa uma excelente fonte de informação (www.eia.nl). 73 74 CAPITULO 7: Impactos ambientais: passo a passo Quando as empresas petrolíferas que procuram petróleo e gás, que r ealizam pesquisas sísmicas. Isto envolve uma descarga de vibrações de energia sonora nas partes inferiores das camadas de rocha debaixo da terra, e per mitindo r egistar a energia que é refletida (do site UKOOA). Num estudo típico de uma área de 100 km ², foram registadas 25.000 explosões (comunicação pessoal com a W oodside Energia). O registo das ondas refletidas do subsolo marinho for nece infor mações aos geólogos sobr e a pr obabilidade de existência de petróleo ou de gás na r egião. Se existe uma alta pr obabilidade, uma empresa pode decidir efetuar a perfuração. Campanha de navio r ebocando atrás os canhões de ar Cortesia da imagem reproduzida de UKOOA Imagem tridimensional do fundo marinho Imagem reproduzida com a permissão de UKOOA Impactos As campanhas sísmicas r ealizadas no ambiente marinho não são totalmente sem consequências, mas no entanto, não deve r esultar obrigatoriamente em danos graves e irr eversíveis no meio ambiente. No entanto, entr e toda a gama de efeitos potenciais contidas entr e estes dois extr emos, há muitas consequências potencialmente nefastas. Regra geral, os riscos associados a essas consequências não são bem quantificados, de facto, são muitas vezes desconhecidos e podem variar em meteria de ambiente e nos organismos expostos aos sons. Um bom número de países industrializados, implementaram, apesar de tudo, leis e regulamentos sobre esta matéria (McCauly et al, 2000, Tolstoi et al 2004;.. Chenelière & Michaud, 2005). Estudos de laboratório r ealizados em peixes, tartarugas e mamíferos marinhos nas proximidades dos canhões de ar, mostram que os sons pr oduzidos pelos levantamentos sísmicos podem causar hemorragias e danos no cér ebro e no apar elho auditivo (Marcos Cauly et al, 2003; Gausland, 2003; Popper, 2003). A exploração de petróleo e gás passa por difer entes etapas da campanha sísmica, per furação, à extração, etc. e que, cada uma tem impactos especificamente sobre o ambiente marinho. 7.1 As campanhas sísmicas É claro que na situação de terreno, a maioria das espécies podem fugir da fonte sonora, no entanto, estudos têm demonstrado efeitos signifi cativos sobre os r ecursos pesqueir os (ver tabela abaixo). Os efeitos do medo foram observados em peixes e têm demonstrado que os peixes mudam os seus padrões de natação. 75 Tabela 2 : Efeitos de curto prazo sobre a pesca Espécies Arte de pesca Nível sonoro Bacalhau (Gadus morhua) Rede de arrasto 250 dB 46-49%, com duração mínima de 5 dias (Engas et al, 1996). Bacalhau (Gadus morhua) Palangre 250 dB 17-45%, com duração mínima de 5 dias (Engas et al, 1996). Bacalhau (Gadus morhua) Palangre Não determinado 55-79%, com duração mínima de 24 horas (e Lokkeborg Soldal, 1993) Arinca2 (Melanogrammus aeglefinus) Rede de arrasto 250 dB 70-72%, com duração mínima de 5 dias (Engas et al, 1996). Arinca (Melanogrammus aeglefinus) Linha 250 dB 49-73%, com duração mínima de 5 dias (Engas et al, 1996). Rockfish (Sebastes spp) Linha 250 dB 52%, período do efeito indeterminado (Skalski 1992) são ár eas par ticularmente vulneráveis e podem precisar de ser pr otegidos de testes sísmicos. Estes habitats críticos abrigam muitas espécies, inclusive uma epifauna que por exemplo se desenvolve sobr e as folhas da vegetação dos campos submersos, ovos e larvas de peixes, que não podem escapar nadando, para escapar da fonte sonora (Dalen e Knutsen, 1987). Estes organismos podem muito bem ser exposto aos canhões de ar a cur ta distância, o que pode r esultar na cessação do desenvolvimento ou em anomalias. No entanto, este facto apenas foi observado numa pequena proporção de ovos e larvas expostas aos canhões de ar . Mais pesquisas são necessárias para determinar o impacto de tais levantamentos sísmicos sobr e esses habitats, mas inúmer os cientistas já defendem argumentos em favor do estabelecimento de uma moratória para as ár eas de berçário. Embora essas reduções na pesca durarem apenas alguns dias, desconhece-se as consequências ao longo prazo que podem ser muito graves se a pesquisas sísmicas são r ealizadas durante o período de migração dos peixes. Especialistas afirmam que durante esses períodos, car dumes de peixe pode dispersar -se e desorientar -se em r elação as suas r otas nor mais de migração (Patin, 1999). Além disso, uma vez dispersos, eles perdem as vantagens de nadar em car dumes e, em consequência, indivíduos ou car dumes mais pequenos podem tor nar-se em pr esas fáceis para os pr edadores. Como medida de pr ecaução, alguns países e empresas responsáveis interditam e abstêm-se em realizar pesquisas sísmicas durante os períodos de migração das espécies chaves. É bem r econhecido que os mamífer os são particularmente sensíveis às pesquisas sísmicas. Eles podem tor nar-se sur dos em contacto com certas frequências sonoras (Michaud e Chenelière, 2005). Vários estudos têm mostrado que as baleias e os golfinhos param não somente de alimentarse como de comunicar -se e mudam também mudou as for mas como mergulham (McCauley , et al., 2003). Par ece que os cachalotes no Golfo do México afastam-se mais de 50 km de distância, no início de operações sísmicas. Da mesma forma, cachalotes do Oceano Índico param de emitir sons após aos impulsos sísmicos r ealizados a mais de 300 km de distância (Sitio Inter net da “Whale and Dolphin Conservation Society”). Em resumo, as campanhas sísmicas têm o potencial para causar impactos signifi cativos sobr e os cetáceos, peixes e outras for mas de vida marinha, mas estes impactos podem ser evitados em grande parte, se as indústrias do sector implementam medidas de gestão responsáveis, tais como evitar espacial e temporalmente os habitats críticos. O fato de se abster em de efetuar campanhas quando observam os cetáceos e empregar técnica de início mais suave («soft star t»), que per mite começar com volumes sonor os limitados e, em seguida, aumentá-los e dar assim possibilidade a toda a fauna marinha de distanciar -se (Sitio Internet da IAOGP, Shell, 1999). As ár eas rasas, como estuários, mangais e ecossistemas for mados por campos marinhos 2 Redução da quantidade (numero) de captura Também conhecido por eglefino ou hadoque. 76 Regulamentações Várias empr esas em busca de petróleo e gás na Eco-região marinha da África Ocidental são relativamente pequenas e suas políticas corporativas não são claras sobre as medidas de gestão responsável. Em consequência, é impor tante que Estados intr oduzam legislações que r egam as campanhas sísmicas para a pr evenção contra os efeitos nocivos que, de alguma for ma, podem ser facilmente evitados. É possível de consultar as legislações per tinentes de outr os países e de adapta-las às necessidades locais. • Manter uma cer ta distância entr e o navio de exploração e os mamíferos marinhos; e • Interdição de r ealizar levantamentos sísmicos durante os períodos em que os mamífer os marinhos são particularmente abundantes. A Noruega (Dotinga e Oude Elferink, 2000) • Interdição de efetuar pesquisas sísmicas nas zonas de pesca, a manutenção de uma zona de proteção de 50 quilómetr os em tor no dos limites exteriores das zonas de pesca (é permitido realizar campanhas nestas zonas, quando não há catividade da pesca); Não há regulamentos específicos a escala mundial relativos as campanhas sísmicas, embora os princípios gerais da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar (UNCLOS) sejam aplicáveis. Contrariamente aos outr os tratados inter nacionais que se aplicam apenas as substâncias biológicas e químicas, a UNCLOS associa as diferentes formas de energia na sua defi nição da poluição. O facto de o som ser uma for ma de energia, as r esponsabilidades gerais detalhadas nesta Convenção (UNCLOS) deve tomar em conta os levantamentos sísmicos (Dotinga Oude Elferink, 2000). • Interdição de r ealizar levantamentos sísmicos durante os períodos de migração, e • Interdição de efetuar levantamentos sísmicos em áreas rasas conhecidas como berçários. Reino Unido (UKOOA, Shell, 1999) • Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para os levantamentos sísmicos; • Interdição da realização de levantamentos sísmicos durante os períodos de desova e migração de espécies comer ciais de peixes, como o arenque; Portanto, todos os países membros da Convenção devem: • Proibição de realizar levantamentos sísmicos se os cetáceos encontram-se num raio de 500m (as campanhas podem ser r ealizadas apenas durante o dia e só se a visibilidade as permite); e • Proteger o ambiente marinho de todas as formas de poluição. • Evitar a ocorrência de poluição. • Agir com precaução, e • Os navios de exploração podem continuar as suas catividades só após um período de 20 minutos contados à par tir da última observação de cetáceos. • Realizar estudos de impacto ambiental antes de permitir qualquer catividade que envolva efeitos poluentes. Box 4: Localizar as Áreas Marinhas Protegidas nas águas profundas Exemplos de restrições legais Alguns países já emitiram restrições as catividades sísmicas nas suas águas territoriais. Por exemplo: Uma vez que as empr esas exploradoras do petróleo e gás efetuam fr equentemente prospeções de hidrocarbonetos em ambientes que permanecem largamente inexplorados, a exemplo das zonas pr ofundas, onde grandes descober tas de impor tância ecológica às vezes são feitas. Na Mauritânia em 2005, cientistas que trabalhavam para a Woodside Energyy descobriram a cer ca de 800 m de pr ofundidade, «cadeias de montanha», compostos de lamas carbonatos, cober tos por A Austrália • Interdição de efetuar as campanhas sísmicas nos habitats vulneráveis benefi ciando do estatuto de Áreas Protegidas Marinhas. O Canada e os Estados Unidos • Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para os levantamentos sísmicos; 77 Argumenta-se que eles precisam ser protegidos de todas as catividades humanas, seja das per furações offshore, mas também, em especial, de qualquer arrasto de fundo, porque estes engenhos de pesca, muito pesados, podem destruir completamente esses ecossistemas. recifes de coral de águas profundas (Colman et al., 2005). Ecossistemas de corais de águas pr ofundas são agora r econhecidos como habitats críticos para os r ecursos haliêuticos (Sitio Inter net Lophelia). Caixa 4 : Localizacão das Aareas Marinhas Protegidas em aguas profundeas Os dados da exploração de petr olífera demonstraram que os habitats r ecentemente descobertos na Mauritânia já haviam sofrido danos consideráveis causados pelas fr otas estrangeiros dirigidos a pesca da pescada, o “gérion” da África Ocidental e a lagosta r eal. Declarar que estas zonas serão Áreas Marinhas Protegidas de águas profundas pode ajudar os corais de águas pr ofundas a r egenerar e a os proteger contra maior destruição. Imagem de um r ecife de coral de águas pr ofundas de Lophelia (Fotografi a r eproduzida com autorização de S. Ross UNCW) Mapa 9. Cicatrizes de arrasto sobre os recifes de coral de águas pr ofundas. Repr oduzido com a autorização da Woodside Energia. Mapa 8. Banco de lama carbonatada e corais de águas profundas. Reproduzido com a autorização da Woodside Energia 78 7.2 Perfuração e produção emersão dos hidrocarbonetos. Uma grande reserva de água está localizada abaixo do petróleo e gás. Uma vez que as prospeções sísmicas revelam que tais estruturas r ochosas podem conter r eservas de hidrocarbonetos, começa a perfuração dos poços exploratórios. No caso de um grande campo petrolífero, mais de 50 poços de pr odução podem ser perfurados (Patin, 1999). As r eservas de hidr ocarbonetos estão pr esas no subsolo, em r eservatório constituídos por r ochas porosas, como os ar enitos por oso ou o calcário fissurado. As r ochas imper meáveis como as argilas, o calcário e o sal endur ecido acuam como juntas de vedação, parando ou diminuindo a Durante a per furação, a br oca de mineração localizada no fi m de um sistema de tubulação penetra as diferentes camadas de rochas. Fluidos são injetados dentr o do tubo para a lubrifi cação, controlar a pr essão e a temperatura e para remover os detritos da per furação. Estes fl uidos são compostos por hidr ocarbonetos, compostos sintéticos ou água. A escolha do líquido depende do tipo de r ocha encontrada durante a per furação, o que signifi ca que difer entes tipos de fl uidos são utilizados durante uma simples perfuração. A mistura de fluidos e detritos (também chamados de lama de perfuração) é bombeada para a superfície. Parte da lama é r eciclado e r e-injectado de volta para dentr o do tubo. A outra par te é transpor tada para terra ou pré-tratadas na plataforma e descarregadas no mar, o que depende do tipo de lama (Patin, 1999). Figura 4: Sessão transversal de um campo de petróleo e gás (Tirado do sitio Internet da UKOAA) Plataforma of fshore com o sistema tubulação (a partir do site UKOOA) Figura 5: Operações de perfuração Perfuração em Acção illustraçoes cortesia de UKOOA 79 Broca de mineração dispersos hidrocarbonetos, altas concentrações de sal, metais pesados, hidr ocarbonetos policíclicos aromáticos (HAP’s) e, às vezes, substâncias radioativas naturais. Esta e água das r eservas não contêm oxigénio. As fontes de poluição mais signifi cativas que são geradas durante as fases de perfuração e extração são: • As lamas de perfuração; • A água das formação geológica que é também chamada de água de produção, e que é bombeada com os hidr ocarbonetos para a plataforma; e • O gás. Lamas de perfuração As lamas de per furação são compostas de uma gama variada de difer entes compostos químicos muito complexos. Eles são compostos por substâncias gelificantes e desfl oculantes (argila bentonítica), agentes de controlo da filtração, de substâncias pH e de controlo iónico, barites, biocidas, inibidores de corrosão, lubrificantes, antiespumantes e de traços de metais pesados como arsénio, bário, cr omo, cádmio, chumbo e mer cúrio. Uma platafor ma de extração pode pr oduzir cer ca de 60.000 m 3 de fluido de per furação e 15.000 m3 de detritos de perfuração (Patin, 1999). Em geral, os impactos observados durante as operações de perfuração são a asfixia dos organismos que vivem no fundo do mar e que estão dir etamente em tor no do local da operação de per furação. Os estudos de impacto concentram-se principalmente, nos exames de toxicidade que medem os efeitos diretos de cur to prazo num númer o limitado de organismos no fundo do mar . Esta pesquisa conclui que os fl uidos de perfuração à base de água são os mais segur os para o ambiente marinho, enquanto os fl uidos de per furação à base de hidr ocarbonetos são os mais tóxicos e persistentes no tempo. De fato, após um período de 150 anos, apenas 5% destes fluidos são bio degradados (Patin, 1999). A agua de produção A água associada aos depósitos petr olíferos (também conhecida como água de pr odução) é de longe o subpr oduto mais consistente em volume. T odas as r eservas de hidr ocarbonetos têm difer entes volumes de água e também, inevitavelmente, são bombeados para a super fície durante a exploração. Durante o primeir o ano de exploração, não é extraída nenhuma água de pr odução, entr etanto, no fi m do período de exploração, o volume pode chegar a 40 mil m3/dia. A água de pr odução é composta principalmente de água r elativamente quente que pr ovem das reservas de petróleo, contendo dissolvidos e/ou A água de pr odução pode causar uma poluição de grande envergadura e com efeitos imprevisíveis que podem r epercutir-se sobr e os ecossistemas vulneráveis, tais como os campos submersos, o mangal e os estuários. Os hidr ocarbonetos que ocorrem naturalmente na água de pr odução, tais como ácidos orgânicos, HAP’s, fenóis e os voláteis são par ticularmente pr eocupantes. Não é fácil de remover estas substâncias orgânicas solúveis desta água durante o tratamento na platafor ma. Isto signifi ca que estes compostos mais ou menos solúveis, são encontrados no oceano, se este r esíduo é r ejeitado no mar . As investigações realizadas sobre os impactos ecológicos dos HAP’s contidos na água de pr odução têm demonstrado que estes podem ter efeitos sobre a fertilidade dos peixes e r etardar os períodos de r eprodução em várias semanas (Meier et al., 2002). Os HAP’s são cancerígenos e persistem no tempo e também acumulam-se na cadeia alimentar . A proporção dos HAP’ s na água de pr odução dos campos de gás é em média muito mais elevado (11 vezes) que o conteúdo dos PAHs na água produção dos campos petrolíferos (Patin, 1999). O gás O gás associado aos campos petr olíferos é, por vezes, queimado. A Nigéria e a Rússia têm sido as principais fontes de «queima» do gás, o que contribuiu signifi cativamente para a mudança climática e a poluição local. É melhor , que o gás seja comercializado ou re-injectado nos reservatórios de petróleo, um pr ocesso que está a tor nar-se cada vez mais padronizado nas explorações petrolíferas. Hoje, só cerca de 40% do gás é queimado na Nigéria em relação aos 80% em 1993, r epresentando uma melhoria considerável, embora haja ainda muito trabalho a fazer. Regulamentações internacionais Não há nenhuma regulamentação específica ao nível inter nacional concer nente aos r esíduos de produção gerados pelas catividades de perfuração e extração. Da mesma forma, a Convenção Regional de Abidjan não contém nor mas específi cas em matéria de r esíduos da per furação e da extração, mas recomenda que os Estados-Membros realizem Avaliações Ambientais Estratégicas quando exploram os seus recursos em hidrocarbonetos. 80 Além disso, o princípio geral da Convenção das Nações Unidas sobr e o Dir eito do Mar (UNCLOS), de que todos os países da sub-r egião são membros, aplica-se aos r esíduos gerados pelas catividades de extração de petróleo e gás offshore. Em consequência, os Gover nos devem não só proteger o ambiente marinho contra a poluição, mas também devem evitar que ela ocorra, agir com precaução e exigir que as empr esas realizem estudos de impacto ambiental independentes e em todas as fases do processo. Devido à falta de orientação detalhada ao nível internacional, os países produtores criaram os seus próprios regulamentos na escala nacionais e / ou regional. Tabela 3: Exemplos de quadro regulamentar nacionais e regionais Lama de perfuração Convenção OSPAR do Atlântico Nordeste Lama de perfuração - As lamas à base de - As lamas à base de hidrocarbonetos são hidrocarbonetos são transportadas para terra; transportadas para terra; - As lamas à base de água e lamas sintéticas são testados para determinar a sua toxicidade, antes de serem rejeitadas; - Interdição de rejeição das lamas com mais de 1% de hidrocarbonetos. Convenção HELCOM do Mar Báltico Estados Unidos - As lamas à base de hidrocarbonetos são transportadas para terra; - As lamas à base de água e lamas sintéticas são testados para determinar a sua toxicidade, antes de serem rejeitadas; - As lamas à base de água e lamas sintéticas são testados para determinar a sua toxicidade, antes de - Interdição de rejeição das serem rejeitadas. lamas com mais de 1% de hidrocarbonetos. - Interdição de rejeição das lamas de 1 mg de cádmio e mercúrio por quilo. Água de produção Gás - Reinjectar de volta na formação geológica em áreas vulneráveis, tais como estuários e zonas costeiras; - Reinjectar de volta na formação geológica em áreas vulneráveis, tais como estuários e zonas costeiras; - Quando é rejeitado no mar, o teor em hidrocarbonetos deve ser reduzido à 30 mg /l. - Quando é rejeitado no mar, o teor em hidrocarbonetos deve ser reduzido à 30 mg/l. Ser explorado ou reinjectado. Ser explorado ou reinjectado. 7.3 Plataforma e fluxo de resíduos de navios - Coloque-o de volta para a formação geológica em áreas vulneráveis, tais como estuários e zonas costeiras. - Quando é rejeitado no mar, o teor em hidrocarbonetos deve ser reduzido a 15 mg/L no Alasca, 18 mg/l na Califórnia e 29 mg/l no Golfo do México. Ser explorado ou reinjectado. Estes fl uxos de resíduos são menos graves do que aqueles resíduos de pr ovenientes da per furação e da extração. Uma vez que estes resíduos também são pr oduzidos por navios or dinários, eles são estritamente regulamentados a escala internacional IMO. O capítulo seguinte sobr e o tráfego marítimo apresentará como. Além dos resíduos típicos de perfuração e da extração, todas as platafor mas têm o mesmo tipo de r esíduos que os navios convencionais. Isso é lixo, de águas usadas (águas cinzentas) e água usada para limpar o convés e os tanques. 81 82 Capitulo 8: Tráfego marítimo após terem sido sujeitos a uma separação a bordo. Para além da limpeza dos r eservatórios de carregamento, a poluição por hidr ocarbonetos é gerada igualmente por lamas de hidr ocarbonetos e hidrocarbonetos utilizados para lubrificar os motores dos navios (Lentz e Felleman, 2003). A lama de hidr ocarbonetos é um pr oduto derivado dos navios que utilizam combustível pesado. A utilização mundial de combustíveis pesados para o tráfego marítimo é estimada em 130 milhões de toneladas por ano. Estes hidr ocarbonetos de combustíveis contêm entre 1 e 5% de e de resíduos de hidrocarbonetos, que não são queimados (NCR, 2002). Entre 400 e 500 milhões de toneladas de petróleo são transpor tados anualmente por petr oleiros através da eco-r egião. A exploração de petróleo e de gás fará aumentar o volume de tráfego na WAMER, por exemplo para os navios que efetuam as campanhas sísmicas e os que transportam o material de construção das platafor mas. Quando o petróleo for extraído, os barcos cisternas entrarão na zona para efetuar carr egamentos a partir das platafor mas de extração. Este tráfego marítimo suplementar aumentará o nível de poluição gerado pelos navios. Substâncias líquidas nocivas As substâncias líquidas nocivas são substâncias químicas que não são os hidr ocarbonetos que, em caso de penetração no meio marinho, têm o potencial de criar perigos a saúde humana e de danifi car os r ecursos vivos e a fauna marinha. A perfuração e a extração de petróleo utilizam uma série de substâncias químicas. Dado que estas substâncias devem ser transportadas para a zona de exploração, o risco de acidentes com estas substâncias aumenta consideravelmente. Resíduos idênticos aos dos petroleiros, são gerados igualmente sobr e as platafor mas petr olíferas e de gás e por conseguinte r egulamentados da mesma forma. Para além do facto de aumentar o volume de r esíduos pr ovenientes do tráfego marítimo e das plataformas, a exploração petr olífera e de gás aumentará consideravelmente o risco de acidentes. As operações dos ter minais nas platafor mas envolvem manobras perigosas e arriscadas. É igualmente possível que o petróleo e o gás sejam descobertos na imediação ou mesmo dentr o das vias de cir culação, por conseguinte é necessário informar os navios que atravessam a zona e encontrar-lhes itinerários de desvio à volta das instalações de petróleo e gás. 8.1 Resíduos Os resíduos gerados pelo tráfego marítimo e pelas plataformas petr olíferas e de gás compr eendem hidrocarbonetos, substâncias líquidas nocivas, águas usadas, pinturas anti incrustantes (antifouling) e os organismos estranhos. Poluição regular por hidrocarbonetos A poluição r egular por hidr ocarbonetos é habitualmente gerada pela limpeza dos reservatórios dos grandes navios cister nas. Os r esíduos de hidr ocarbonetos dos tanques são limpos e podem de seguida ser deitados ao mar , 83 Águas residuais O deitar das águas residuais ao mar pode criar um perigo sanitário. Nas zonas costeiras, as águas residuais podem igualmente gerar uma r edução de oxigénio e uma poluição visual evidente. No entanto, as principais fontes de águas usadas produzidas pelo homem, como os esgotos municipais ou as estações de tratamento, encontram-se sobre a terra firme. Lixos Os lixos que provêm dos navios podem ser tão mor tal para a fauna marinha como os hidr ocarbonetos ou as substâncias químicas. O maior perigo provém do plástico que pode fl utuar durante anos. Os peixes e os mamífer os marinhos podem em cer tos casos enganar-se e tomar o plástico como alimento ou serem presos pelas cordas, redes, sacos e anéis de plástico utilizados para conter as latas de bebidas. MARPOL A Convenção MARPOL constitui-se como o principal acordo inter nacional a cobrir a pr evenção da poluição do meio marinho pelas embar cações por razões operacionais ou acidentais. Trata-se de uma combinação de dois tratados adotados em 1973 e 1978 e atualizados por emendas durante os últimos anos. A convenção inclui regras que visam evitar e minimizar a poluição dos navios, não somente a poluição acidental mas igualmente a que é gerada por operações r egulares e ela contem hoje seis Anexos técnicos, nomeadamente: Pinturas antifouling A pintura antifouling utilizada nos navios é uma fonte menos visível de poluição crónica que pr ovém do tráfego marítimo. Esta pintura contém fr equentemente potentes biocidas como o T ributyleteno (TBT). Os biocidas r eduzem a invasão dos organismos marinhos nas instalações de pr odução of fshore ou nos cascos dos navios. Esta substância fi ltrada igualmente para o meio marinho pode ter efeitos nocivos para várias espécies não alvos. Um efeito pouco notável da contaminação por TBT é o masculinização dos caracóis marinhos fêmeas, o que se salda por uma incapacidade de r eprodução e um declínio das populações. Os caracóis fêmeas que desenvolvem anormalmente os órgãos r eprodutores do macho (igualmente chamado “impo sexo”) foram descober tos no mar do Nor te ao longo de vias marítimas impor tantes. Concentrações relativamente elevadas de T ributyleteno foram igualmente encontradas nos sedimentos dos portos (Mensink, et al., 1997). Anexo I Anexo II Anexo III Anexo IV Anexo V Anexo VI Organismos exóticos Fontes menos evidentes de poluição associadas ao tráfego marítimo em geral são os animais e as plantas que, acidentalmente, são colhidos pelas águas de balastr o dos navios e viajam assim de uma a outra extremidade do mundo. Quando estes organismos “não autóctones” ou exóticos são expulsos, eles podem r eproduzir-se rapidamente em novas condições ambientais e transfor mar-se em pestes ecológicas (CIEM, 1994). Regras para a Prevenção da Poluição por hidrocarbonetos Regras para o Controlo da Poluição por substâncias líquidas nocivas a granel Prevenção da Poluição por substâncias tóxicas transpor tadas por mar sob a forma de volumes Prevenção da Poluição dos sistemas sanitários dos navios Prevenção da Poluição do lixo dos navios Prevenção da Poluição do ar pelos navios (entrado em vigor a 19 de Maio de 2005) Quanto a poluição por hidr ocarbonetos, o conteúdo dos resíduos de hidrocarbonetos nas águas de limpeza é regulamentado por MARPOL. A Regra 9 limita o teor de hidr ocarbonetos dos efl uentes descarr egados à 15 ppm (1mg/L representa aproximadamente 1 ppm). É pr oibido expelir águas usadas que contenham hidrocarbonetos nas 50 milhas náuticas do largo (Sítio Internet da OMI; NCR, 2002). 8.2 Regulamentação ambiental do tráfego marítimo A convenção MARPOL proíbe de forma categórica a descarga de lama de hidr ocarbonetos da sala das máquinas em qualquer par te do mundo (Sítio Internet do OMI). Esta lama de hidr ocarbonetos deve ser descarr egada nas instalações pr evistas para esse efeito, nos portos. Praticamente todos os aspetos relacionados com a poluição regular do mar que provém dos navios são regulamentados pelas convenções da Organização Marítima Internacional. Os instrumentos da OMI que permitem proteger o meio marinho das ameaças e da poluição habitualmente geradas pelo transporte marítimo são os seguintes: SOLAS A Convenção Inter nacional para a salvaguar da da vida humana no mar (SOLAS) foi concebida para melhorar a segurança dos navios e pode ser considerada igualmente como uma convenção que visa melhorar a proteção ambiental. O seu MARPOL 73/78; SOLAS 1974; Convenção AFS (sobre os antifouling); e As Convenções de Gestão das águas de balastro 84 8.3 Regras da omi específicas a zona principal objetivo é a especificação das normas de segurança mínimas para a construção, equipamento e operacionalidade das embarcações e que corr esponde a sua segurança. Com o objetivo de reduzir o número de acidentes no mar, a convenção for nece instrumentos para estabelecer itinerários específi cos, sistemas de r elatórios bem como serviços de tráfego dos navios. O dir eito inter nacional limita os meios de que dispõem os Estados costeir os na aplicação dos seus próprios regulamentos relativos a navegação e ao ambiente sobr e os navios estrangeir os que atravessam as suas águas territoriais. No limite das suas Zonas de Exclusão Económica (ZEE), e, até 200 milhas náuticas das costas, os países não podem interferir no direito de “passagem inocente” de um navio estrangeiro. É difícil proteger as zonas particularmente vulneráveis dado que as leis internacionais são uniformes independentemente do lugar. A OMI determinou dois tipos de designações, nomeadamente as Zonas Especiais e as Zonas Marítimas particularmente Vulneráveis (PSSA) que visam impor r egras mais aper tadas para o tráfego marítimo internacional em zonas especificas. Convenção antifouling A Convenção Inter nacional sobr e o contr olo dos sistemas nocivos de antifouling sobr e as embarcações pr oíbe a utilização de compostos orgânicos com estanho nocivos das pinturas antifouling utilizadas sobr e as embar cações e institui um mecanismo que visa evitar a utilização de outras substâncias nocivas nos sistemas antifouling. Contudo, a nova convenção isenta as platafor mas offshore, que continuam a ter o dir eito de utilizar pinturas que contenham potentes e perigosas biocidas como o TBT, caso esta questão não tenha sido resolvida pela legislação regional ou nacional. Zonas especiais Em vir tude da Convenção MARPOL, estas Zonas Especiais dispõem de um nível mais elevado de proteção contra a poluição por hidrocarbonetos regulares (Anexo I), a poluição por substâncias líquidas nocivas (Anexo II), lixos (Anexo V) e pela poluição do ar (Anexo VI) gerada pelo tráfego marítimo internacional. A convenção sobre as águas de balastro A Convenção Inter nacional sobr e o contr olo e a gestão das águas de balastr o dos navios e os sedimentos obriga os Estados signatários a impedir , minimizar e eliminar a transferência de organismos aquáticos e de micróbios patogénicos nocivos controlando e gerindo as águas de balastr o e os sedimentos dos navios. ZONAS ESPECIAIS DO MARPOL 73/78 MARPOL 73/78 SPECIAL The T h e North N o rth h Sea Sea & & NW NW European Euro opean Waters Watt e r s (Annexe ( A n n e x e I) I ) North North h sea sea (Annexe (Annex x e V, V , VI) VI I) The T he Mediterranean M editt e rrane e an n Sea S ea a The The e Baltic Baltt i c Sea Sea (Annexes (Annex x ess I,V,VI) I , V,VI) The T h e Black Black Sea Se e a (Annexes (Anne e x e s I&V) I&V) (Annexes (A A nnex x e s I&V) I&V) Wider Widerr Caribbean Ca a r i b bean (Annexes (Anne e xes I&V) I &V) The Th h e Red Red Sea Sea & & Gulf G u lf of of Aden(Annexes A d e n(( A nnexes I&V) I & V)) The The Gulfs Gu u l f s Area A rea (Annexes ( A nne e x e s I&V) I& &V) Oman O m a n Sea S e a Area Area (Annexes (Ann n exe e s I&V) I&V) Southern S o uthe e rn South S outt h African Af f ric c an Waters W a terss (Annexe (An n nexe e I) I) The Antarctic south of 60oS is a Special Area for Annexes I, II and V Mapa 10: zonas marítimas designadas como Zonas Especiais pela OMI (reproduzido com a amável autorização da OMI). 85 Social, cultural e económico : inter esse económico, lazer, dependência humana. As zonas marinhas particularmente vulneráveis (pssa) As PSSA são geralmente de menor dimensão que as Zonas Especiais e podem ser designadas dentro ou fora das Zonas Especiais. Científico e educativo: investigação, estudo de controlo de referência, o ensino, valor histórico. As zonas marítimas que tenham uma importância específica para o turismo, lazer , meios de subsistência tradicionais, ciência ou a educação podem benefi ciar de um estatuto PSSA que, entr e outros, ajuda a pr eservar os r ecursos haliêuticos impondo uma pr oteção adicional das zonas costeiras húmidas, estuários, fl orestas de mangais bem como outros habitats importantes. Caso estas zonas sejam ameaçadas pelo tráfego marítimo, é possível obter o estatuto de PSSA e beneficiar de medidas de proteção especiais estabelecidas pela Organização Marítima Inter nacional (OMI) (Sítio Internet do OMI; WWF-RU, 2002). A atribuição do estatuto PSSA per mite aplicar regras específicas a uma zona que corresponde as exigências e as condições locais. As PSSA per mitem reduzir os riscos de acidentes, a degradação do ambiente e deter a poluição intencional através da regulamentação da passagem dos navios nas zonas em causa ou fora destas. A indicação das PSSA nos mapas náuticos permite igualmente informar os capitães dos navios para se apr oximarem destas zonas sensíveis com pr ecaução. (Sítio Inter net do OMI; WWF-Ru, 2002). Só um governo membro da Organização Marítima Internacional (OMI) poderá apr esentar um pr ojeto de PSSA. O pedido deve incluir uma avaliação do nível de vulnerabilidade de uma zona aos danos causados pelas catividades marítimas, a defi nição das medidas pr opostas para a pr oteção da zona bem como a explicação do seu funcionamento. Para além da necessidade de uma descrição suplementar das condições oceanográfi cas e ecológicas que tor nam esta zona sensível aos impactos do tráfego marítimo, é impor tante especificar qualquer outra fonte de constrangimento ambiental como a pesca ou o desenvolvimento petrolífero e do gás offshore. Identificar as PSSA pode ser pr ecioso quando se prepara uma A valiação Ambiental Estratégica que devera pr eceder a exploração petr olífera e do gás offshore. Tais PSSA poderiam, em virtude da lei nacional ou r egional, benefi ciar de uma pr oteção especial do sector petrolífero e do gás e poderão ser designadas como zonas de acesso interdito ou como zonas nas quais o sector deveria obedecer a r egras mais restritas. Uma PSSA pode encontrar -se em qualquer lugar da Zona Económica Exclusiva ou mesmo para além desta. Identificar as PSSA Os critérios de identifi cação de uma PSSA são os seguintes: Ecológico: singularidade, dependência, representatividade, diversidade, pr odutividade, natureza, integridade, vulnerabilidade. 86 Mapa 11: mapa do mundo das PSSA (reproduzido com a amável autorização do OMI). Através da OMI, diferentes medidas estão disponíveis com o objetivo de melhor proteger as PSSA do tráfego marítimo em trânsito. Estas medidas incluem: Itinerário com vias duplas nos limites definidos. Estas asseguram uma passagem sem risco para os navios, nos locais onde a navegação é difícil ou perigosa. Planos de separação do tráfego que definem onde os navios devem permanecer nos seus corredores despectivos. Zona de tráfego costeiro e vias de águas profundas que tem por objetivo separar o tráfego local do trânsito. Figura 3: instrumentos da OMI específi cos à zona. Diagramas reproduzidos com a amável autorização de Edward Kleverlaan, OMI. 87 de balastro. O objetivo é evitar que organismos contaminem os ecossistemas locais e provoquem estragos irreversíveis. Para além disso, é possível impor outr os itinerários para o tráfego marítimo. Por exemplo: • Via recomendada: via tendo sido objeto de um exame específi co e r epresentando o menor número de perigos possíveis, na qual é recomendada aos navios de navegar. • Zonas à emissão contr oladas de óxidos de enxofre: medidas para reduzir a poluição do ar. • Restrições especiais r elativas ao derrame de líquido. Isto pode incluir os desper dícios petrolíferos, lixos ou águas residuais. • Zona a evitar: uma medida de xação fi de itinerário relativo à uma zona em limites defi nidos ou a navegação é par ticularmente perigosa e que deve ser evitada por certas classes de navios, ou no fim de contas, por todo os navios. Outros exemplos de medidas aplicadas pela OMI são as seguintes: • Zona inter dita à ancoragem: uma medida de fixação de itinerário cobrindo uma zona em limites definidos onde uma operação de ancoragem representa um perigo ou pode pr ovocar danos inadmissíveis para o ambiente marinho. • Zona de gestão das águas de balastr o: a criação de uma zona para a tr oca das águas PSSA para o wamer A grande densidade do tráfego marítimo no W AMER ameaça dir etamente os ecossistemas marinhos preciosos da r egião. Um acidente que implique um navio cister na teria impactos devastador es de longo prazo e poderia pôr em perigo o bem-estar de milhões de pessoas que vivem sobr e o litoral e que dependem dos r ecursos da pesca para viver. O sector do turismo sofr eria igualmente caso uma maré negra atingisse as praias dos centr os turísticos, nomeadamente do Senegal, Gâmbia e Cabo V erde. Designar PSSA nestes lugar es reduziria os Grandes itinerários de transpor te marítimo comer cial ao largo da Mauritania, do Senegal e do Arquipelago de de Cabo Verde (linha em azul escuro) O itinerário G leva o Canal Pr ovidência no Nor deste dos Estados Unidos e passar nas pr oximidades do Arquipelago de Cabo V erde, nomeadamente a ilha do Sal um impor tante destino turístico e Mur deira, uma área protegida no sul do Sal. Este lugar, poderia provavelmente benefi ciar de uma r ota marítima alternativa. Mapa 12: grandes itinerários de transporte marítimo no WAMER (reproduzido com a amável autorização de Woodside Energy). o Banco de Arguin na Mauritânia e o Delta Sine Saloum no Senegal. As correntes podem arrastar os hidr ocarbonetos policíclicos ar omáticos (HPAs) cancerígenos dissolvidos e persistentes para estes habitats críticos, e os compostos de hidrocarbonetos mais pesadas podem cobrir as raízes aéreas dos mangais. Restrições especiais em matéria de derrame poderiam ser impostas aos navios que atravessam a zona dentr o e per to de habitats críticos. Os hidr ocarbonetos contidos na água r esidual de limpeza do convés e tanques dos navios podem ter incidências sobre habitats importantes como o ar quipélago dos Bijagós na Guiné-Bissau, 88 Mapa do Nor te da Mauritânia mostrando o Par que Nacional Banc d’Arguin (azul escur o) e manchas de petróleo na superfície (pontos verdes) associados as rotas de navegação (linhas em azul claro). Mapa 13: coberturas de petróleo em superfície ao largo da Mauritânia (reproduzido com a amável autorização de Woodside Energy). Assim, os navios em trânsito seriam alertados e deverão fazer prova de maior prudência e, caso necessário, seguir um itinerário de transporte marítimo obrigatório. Zonas a evitar É possível encontrar petróleo e gás dentro e perto das vias de transpor te marítimo inter nacional. Por conseguinte, as plataformas ou FPSO deveriam dispor de zonas de segurança instituídas a volta delas. Os FPSO do Atlântico do Nor deste e do mar do Nor te bem como as platafor mas of fshore do Golfo do México dispõem de tais zonas através de um raio de pelo menos 500 metr os que tem por objetivo manter o tráfego marítimo à distância. Os Gover nos podem defender a sua posição através de um r econhecimento inter nacional junto da OMI porque a eco-região Marinha Oeste africana não é muito conhecida como zona de exploração petrolífera e de gás of fshore. Os trabalhador es do mar devem ser aler tados para adotar em maior es precauções quando transitam através destas zonas. Este tipo de r econhecimento inter nacional foi apr ovado para os par ques eólicos of fshore do mar do Nor te bem como para várias instalações petrolíferas e de gás offshore como o FPSO situado sobre os Grandes Bancos de eTrra Nova no Canadá. Para além do facto de excluir a navegação junto das plataformas, os Governos da eco-região Oeste Africana podem igualmente, no âmbito das suas leis nacionais, fazer r econhecer estas zonas de exclusão como “Zonas a Evitar” (A TBA “Ar ea T o Be A voided”) ou como “zonas de pr ecaução” em virtude da convenção SOLAS. 89 90 CAPITULO 9: Marés negras e acidentes de grande envergadura 9.1 Avaliações do risco de marés negras Em matéria de medidas de prevenção, os governos devem sistematicamente identificar as vias aquáticas e os meios que corr em um risco considerável de poluição em grande escala. Uma avaliação exaustiva dos riscos de marés negras deve identifi car todas as causas, fontes, dimensões e todos os lugar es e tipos de substâncias potencialmente perigosas que podem ser derramados bem comoas características e trajetórias potenciais deste derrame. A avaliação de risco deve incluir uma análise sistemática do navio (cisterna e cargueiro), dos seus circuitos, dos tipos de navios e de cargas e identificar as convergências de tráfego bem como as características de navegação que podem aumentar o risco pr oveniente de marés negras em grande escala. Além disso, todas as instalações petrolíferas, quer se trate de ter minais, platafor mas of fshore, platafor mas flutuantes de extração, de ar mazenamento e de descarga (FPSO), de gasodutos sobre terra firme ou offshore, etc., devem ser analisados com pr ecisão aquando da avaliação. As marés negras de grande envergadura podem ser causadas por acidentes de navios cister nas ou por instalações petr olíferas of fshore. É impor tante para os gover nos identifi car os riscos iner entes a grandes marés negras, minimiza-los tanto quanto possível e pr eparar-se sufi cientemente para a possibilidade de ocorrência de marés negras de grande envergadura. Sempre que há uma maré negra, a história mostra-nos que ela é difícil de dominar , que é complicado limpar o litoral, r eabilitar a fauna selvagem, r estaurar os ecossistemas atingidos e indemnizar corr etamente economias e sistemas sociais que sofreram com a maré negra. Mesmo que os Governos tenham de se pr eparar para encontrar uma r esposta as marés negras e a sua maior responsabilidade na matéria é a de pr evenir tais acontecimentos tanto quanto possível. Caixa 5: FPSO de casco simples: custos baixos - elevados riscos O FPSO é uma platafor ma petrolífera fl utuante que pode ser construído para esse efeito ou fabricado a par tir de um navio cister na antigo. O casco de um FPSO pode ser furado após uma colisão com um outr o navio, da mesma maneira que o de um petroleiro. O sector avança que os FPSO são uma opção segura em matéria de exploração. Uma par te do raciocínio é baseado no facto de nenhum grande acidente ter -se produzido durante os últimos 30 anos. A valiar os riscos corr etamente não é uma tar efa fácil devido à falta de dados históricos. É apenas durante a segunda par te dos anos 1990 que a grande maioria dos FPSO começou a ser utilizado (Kloff et Wicks, 2004). As suas conclusões são as seguintes: os FPSO concebidos a partir de antigos navios cisternas são inadaptados a utilização como platafor mas de extração e de ar mazenamento. Com o tempo podem apar ecer pr oblemas de desgaste, mesmo nas condições mais calmas. Além disso, o estudo conclui que os navios cister nas são construídos para r esponder as características técnicas de navios. Um navio cister na r esponde a critérios de carregamento muito específicos que não correspondem as sequências mais extr emas e mais fr equentes de carr egamento e descarga de uma platafor ma de extração e ar mazenamento de petróleo (Escritório Veritas, 2005). Uma sociedade de classifi cação r eferenciada, o Escritório Veritas, empreendeu um estudo exaustivo sobre a metade dos FPSO utilizados, com o objetivo de avaliar os riscos aliados a sua utilização. Um painel de peritos em matéria petr olífera e do gás aconselhou o Governo mauritaniano a autorizar apenas os FPSO construídos para esse efeito e com cascos duplos (Sítio Internet do painel de peritos). 91 a ajuda à navegação (boias, lâmpadas, indicadores de canal, etc.); As zonas de elevado risco podem incluir as proximidades dos por tos e ter minais petr olíferos, as zonas de tráfego of fshore sobr ecarregadas e as de cruzamento do tráfego (zonas com riscos de afundamento e de colisões). A A valiação de Riscos não deveria apenas identificar os ambientes transfronteiriços de países vizinhos que podem ser afetados, mas igualmente uma análise química das cargas e das matérias poluentes com uma grande probabilidade de derrame, nomeadamente tipos específicos de petróleo bruto, pr odutos petrolíferos, GNL, substâncias químicas, etc. Estas análises deveriam incluir características físicas como a gravidade específi ca, a viscosidade e o ponto de escoamento, a solubilidade, a volatilidade, uma caracterização química completa bem como análises de toxicidade em relação aos organismos locais. Além disso, a avaliação de riscos deve incluir uma análise detalhada dos meios, de todas as espécies e de todos os grupos de pessoas que correm um risco face as marés negras de grande envergadura. • As nor mas de verifi cação dos navios, nomeadamente os cascos duplos, a condução redundante e os sistemas de motor, os propulsores de proa, etc.; • As exigências mais r estritas em matéria de pilotagem nas vias aquáticas perigosas (com Marinheiros locais na ponte); • As bar cas de salvamento e/ou de escolta, prontas para intervir para o trânsito de navios cisternas, a saber, rebocadores com potência suficiente para ajudar um navio cister na avariado em condições meteor ológicas extremamente difíceis; • Os pr otocolos de inspeção mais rigor osos enquanto os navios cister nas encontram-se ancorados ou encostados no porto; e 9.2 Redução e alívio dos riscos de marés negras • A colocação de barreiras de derrame em redor dos navios cisternas durante o carregamento e a descarga. Com base nos r esultados da A valiação dos Riscos de marés negras, os Gover nos devem solicitar a aplicação de medidas r entáveis que permitam reduzir e atenuar os riscos identifi cados. Para o tráfego de navios cister nas petroleiros e de gás, as medidas de atenuação e redução de riscos poderão incluir os seguintes elementos: Outros protocolos similares em matéria de redução dos riscos de derrame deveriam ser estabelecidos para todas as outras fontes potenciais de derrame, incluindo os terminais, os gasodutos, as plataformas sobre terra fi rme e of fshore, as FPSO, etc. Estes protocolos devem incluir verifi cações efectuados por engenheir os independentes e mandatados pelo Gover no para todas as instalações petrolíferas, inspeções r egulares e r evisão de todas as instalações bem como a exigência da melhor tecnologia disponível (MTD) para todas as instalações petrolíferas. • Os sistemas de gestão e vigilância do tráfego de navios; • A localização em tempo real dos navios através da utilização de um radar costeiro, sistemas de identificação automática (AIS), localização por satélite; 9.3 Acidentes de navios cisternas • A implementação de corredores de tráfego de navios, por exemplo os corr edores de tráfego para a entrada e a saída dos portos bem como para as zonas de trânsito offshore; As marés negras de grande envergadura podem pr oduzir-se devido ao tráfego marítimo, no seguimento do afundamento de um navio cisterna, nas colisões com outr os navios e/ou devido a incêndios de cargas e de explosões. As carências técnicas e os err os humanos representam as causas mais fr equentes. Quando certas condições extremas se encontram reunidas, • As r estrições de entrada e saída e de carregamento e descarga no por to devido a intempéries; equipamento adicional para 92 do navio. Qualquer navio cister na com 15 anos ou mais deve doravante passar por uma avaliação do estado do navio aquando da sua próxima inspeção (WWF, 2003). como pesadas intempéries, uma má r evisão, a idade e o desgaste, certos navios cisternas podem muito simplesmente quebrar -se. O acidente do Prestíge, um navio cisterna mono casco construído nos anos 1970 é o triste exemplo mais r ecente deste tipo de circunstâncias (New Scientist, 2003). O err o humano é pr ovavelmente o facto mais importante a gerar acidentes marítimos. Com efeito, a sua taxa é estimada em cerca de 80% (Häseli, 2003). As colisões, as carências técnicas, os incêndios a bor do do navio e as explosões são também fator es que podem ser causados por erro humano. Por conseguinte, é impor tante que a tripulação de um navio tenha conhecimentos técnicos sólidos e possua as qualifi cações necessárias. A Convenção Inter nacional da OMI sobre as normas de formação das pessoas do mar, de emissão de certificados e de prevenção (STCW) de 1978 é a primeira convenção inter nacional que se dedica as questões das nor mas mínimas de competência das pessoas do mar . O STCW foi revisto e atualizado em 1995 a fi m de esclar ecer as nor mas de competências necessárias e fornecer mecanismos eficazes para aplicar as suas disposições (Sítio Internet da OMI). Regulamentação Praticamente todos os aspetos das marés negras geradas pelo tráfego marítimo são regulamentados pela Organização Marítima Internacional. Numer osas disposições que visam reduzir os acidentes marítimos e as marés negras encontram-se contidas na Convenção para a Salvaguarda da vida humana no mar (SOLAS). O seu principal objetivo é de definir normas mínimas para a construção, equipamento e as operações de navios, compatíveis com a sua segurança. A convenção pr opõe igualmente instrumentos que per mitem instaurar itinerários e sistemas de relatório especiais bem como serviços de tráfego de navios. Os incêndios são uma das principais causas dos acidentes marítimos e SOLAS contém disposições rigor osas em matéria de segurança face a incêndios. Ela contém igualmente r egras de substituição de gases iner tes pr ovenientes dos fumos de hidr ocarbonetos infl amáveis (gases não explosivos). Um sistema de gases inerte é necessário para todos os navios cister nas bem como para a maior parte dos navios cisternas existentes de 20.000 toneladas de peso mor to ou mais (Sítio Internet da OMI). A Convenção da OMI em matéria de intervenção atesta o direito do Estado costeiro de tomar medidas no alto mar para evitar, atenuar ou eliminar o perigo de um acidente marítimo para o seu litoral. A Convenção Internacional sobre a preparação, a luta e a cooperação em matéria de poluição por hidr ocarbonetos (OPRC) de 1990 for nece um quadro global para a cooperação inter nacional combatendo os grandes incidentes ou ameaças de poluição marinha. Esta convenção é aplicáveis as marés negras geradas pelo tráfego marítimo bem como as marés negras causadas pelas instalações petrolíferas offshore. Outro dos regulamentos SOLAS que rege a construção, a Convenção MARPOL estipula que todos os novos navios cisternas devem ter um casco duplo. Esta medida foi intr oduzida com o objetivo de r eduzir a pr obabilidade de uma maré negra após uma colisão. A Regra 13G exige que os navios cisternas de 25 anos cessem obrigatoriamente as suas catividades. Uma revisão da Regra 13G impõe a eliminação pr ogressiva dos navios cister nas de cascos simples de peso mor to superior a 20.000 tonelada até 1 de Janeir o de 2007 (Sítio Inter net do OMI, NCR, 2002). No entanto, os Estados com pavilhões têm a per missão de utilizar pequenos navios cister nas de casco simples até 2015, e em qualquer caso, até ao seu 25º aniversário de construção. Estes navios cister nas são objeto de novos sistemas reforçados de avaliação do estado Indemnização A OMI possui nor mas em matéria de indemnização das vítimas de marés negras e da disponibilização de fundos para o financiamento dos custos de limpeza para os casos de marés causadas por navios cisternas. A Convenção sobr e a Responsabilidade Civil para os pr ejuízos derivados da poluição por hidrocarbonetos (CLC) de 1969 tor na o ar mador responsável pelo pagamento da indemnização. A Convenção de criação de um Fundo datado de 93 1971 estende uma r esponsabilidade adicional aos proprietários da carga, a saber , as sociedades petrolíferas e os importadores que pagam num Fundo centralizado. Níveis acr escidos de indemnização estão disponíveis para as vítimas de poluição causadas por acidentes de navios cister nas no seguimento da adoção em 2003 por uma conferência diplomática de um pr otocolo que estabelece um fundo complementar internacional de indemnização no caso da poluição por hidrocarbonetos. • Em vir tude da Convenção sobr ea Responsabilidade Civil para os pr ejuízos derivados da poluição por hidr ocarbonetos (protocolo de 1992, emendado em 2003), os que são atingidos pela poluição podem solicitar ao ar mador que ver ta indemnizações até uma soma que ascende a 132 milhões de dólares americanos para os navios de com uma arqueação bruta de 140.000 ou maior. de criação de um Fundo que data de 1992. O montante total da indemnização pagável para qualquer acidente é limitado a um total acumulado que excede 1,1 mil milhões de dólares americanos, incluindo a soma de indemnização paga em virtude da Convenção CLC/de criação de um Fundo existente. 9.4 Plataformas petrolíferas e acidentes de perfuração As operações de per furação e as plataformas petrolíferas podem naturalmente gerar marés negras. As pequenas marés negras pr oduzem-se regularmente durante as descargas. A quantidade derramada durante as pr etensas operações de terminais é cerca de três vezes superior a quantidade total de petróleo derramado após acidentes que implicam navios cisternas (Sítio Internet ITOPF). • Quando os estragos excedem o limite do armador, a Convenção de criação de um Fundo datado de 1971 (protocolo de 1992, emendado em 2003) fornece uma indemnização adicional até um máximo de 299 milhões de dólar es americanos. • O Fundo complementar para casos de poluição por hidr ocarbonetos (2003) aumentou o nível de indemnização disponível em vir tude das Convenções de 1992 de Responsabilidade Civil para os pr ejuízos derivados da poluição por hidrocarbonetos e criou um fundo com um terceiro nível de indemnização. O pr otocolo é facultativo e a par ticipação neste fundo está aber to a todas as par tes da Convenção 94 As marés negras de grande envergadura reproduzem-se raramente, mas quando este é o caso, elas pr ovêm geralmente de acidentes que têm lugar durante a per furação, quando o operador per de o contr olo do depósito, uma erupção dos poços, se uma FPSO for per furado por um outr o navio ou simplesmente quando uma FPSO se par te devido ao desgaste do metal. As erupções são relativamente raras e os acidentes que geram marés negras em grande escala com as FPSO’ s nunca até agora aconteceram. Contudo, é necessário notar que a maior parte das FPSO’s não foi posto em serviço r ecentemente, por conseguinte é demasiado cedo para se poder efetuar uma verdadeira avaliação de risco com base nos dados estatísticos. É uma das razões do estudo exaustivo do Escritório Veritas (ver quadro 4). Quadro 6: ecossistemas vulneráveis perante as marés negras As zonas húmidas costeiras, nomeadamente os ecossistemas de campos marinhos e as fl orestas de mangais são muito vulneráveis as marés negras. Estes habitats têm necessidade de uma atenção muito específi ca na planifi cação de emergência em matéria de marés negras porque se constituem como zonas de desova que per mitem r enovar numerosos stocks haliêuticos comerciais no mar. áreas ecológicas per didas não são r estauradas da maneira adequada (Fonseca e coll., 2000). Técnicas de transplante foram utilizadas de maneira limitada por um pequeno númer o de espécies, mas avaliações r ecentes de custos de r estauração de campos marinhos tr opicais nos Estados Unidos foram estimados em 100.000 dólar es americanos por hectare (25 milhões de dólar es americanos por Km2) (Larkum, 2006). Isto significa que a restauração Uma grande maré negra que atinja os ecossistemas dos 412 Km quadrados de campos marinhos de mangais sobr e o litoral cobr e as raízes infralitorais do Parque Nacional do Banco de Arguin aéreas, per turbará a tr oca de gases e danifi cará na Mauritânia custaria 10,3 mil milhões de dólar es as membranas das raízes, causando assim americanos. Se consideramos que um mauritaniano concentrações letais de sal que podem acumular - ganha cer ca de 10 vezes menos que um cidadão se nos tecidos dos mangais. As árvor es que americano para o transplante manual dos campos morrerem facilitarão o aparecimento de habitats marinhos, a r estauração dos bancos de campos instáveis e a er osão. Uma maré negra no Panamá marinhos do Banco de Arguin custaria mesmo assim provocou a erosão da floresta de mangais de vários mais de 1 Bilião de dólar es americanos e isso, sem centímetros por dia (NRC, 2002). nenhuma certeza de sucesso. Quando se encontram campos marinhos sobr e as zonas inter- e subtidais, os hidrocarbonetos asfixiam as folhas e os sistemas de raízes durante a maré baixa, o que gera uma mortalidade em massa. Quando os campos marinhos são destruídos ou danificados, a sua r estituição é cara. Numer osas As zonas de intenso upwelling ao longo da platafor ma continental são igualmente bastante vulneráveis as pequenas marés negras. Estas marés negras que se desintegram antes de atingirem o litoral podem manchar grande número de aves aquáticas que se encontram nestas zonas de intenso upwelling. (o código MODU) foiedigido r para adaptar a aplicação da Convenção SOLAS as instalações petr olíferas e de gás of fshore (linhas dir etrizes MODU da OMI). E dado que uma disposição impor tante do Anexo 1 da Convenção MARPOL (a obrigação de casco duplo) é aplicável apenas aos petroleiros, a OMI formulou uma r ecomendação não vinculativa que o estende e inclui doravante também as platafor mas flutuantes de casco duplo (FPSO) (OMI, 2003). Falta de regulamentação internacional para as plataformas e necessidade de soluções locais Ainda que os FPSO se assemelhem aos navios e podem ser construídos a par tir de antigos navios cisternas, o seu estatuto enquanto “navio” não é clar o na legislação do transpor te marítimo inter nacional. Existe um debate sobre a forma como as convenções da OMI são aplicáveis a estas platafor mas, o que já não é de todo mau, visto que as lacunas dos quadros jurídicos internacionais devem ser preenchidas pela legislação nacional e regional. Os Estados que desejam dispor das mesmas normas de segurança para as operações petrolíferas e de gás que são aplicáveis igualmente a nível inter nacional aos navios convencionais devem incorporar estas linhas dir etrizes e estas recomendações vinculativas da OMI na sua própria legislação nacional ou regional. Devem igualmente criar zonas de segurança com um raio de pelo menos de 500 metr os em r edor dos FPSO a fi m Segurança “dos navios” fpso A OMI estabeleceu várias linhas diretrizes e códigos que visam manter a compatibilidade dos FPSO com o dir eito inter nacional em matéria de segurança marítima. O código de construção e equipamento das unidades de per furação móvel of fshore 95 negras causadas por plataformas ou por operações de per furação não estão cober tos por nenhuma convenção inter nacional. A Convenção de Responsabilidade Civil para os prejuízos derivados de poluição por hidr ocarbonetos e as Convenções de criação de Fundos foram r edigidas para marés negras causadas apenas por petr oleiros e, por conseguinte, excluída todas as platafor mas. A Convenção das Nações Unidas sobre o direito do mar (UNCLOS) estipula a necessidade dos Estados assegurarem-se que os operador es petr olíferos e do gás of fshore tenham uma cober tura de segur o satisfatória contra tais acidentes. de manter uma distância razoável em r elação ao tráfego marítimo e fazer r econhecer estas zonas pela Convenção SOLAS como Zonas a Evitar. Melhor legislação nacional e regional Todos os FPSO utilizados no Atlântico do Nor deste são construídos para esse efeito e com cascos duplos, ainda que não esteja especifi camente mencionado na Convenção r egional OSP AR. O governo americano publicou estudos conducentes a uma política que autoriza apenas os FPSO r ecentemente construídos e com cascos duplos a operar no Golfo do México. Indemnização em matéria de marés negras causadas por uma plataforma Os custos gerados pela limpeza ou pela indemnização de ter ceiros atingidos por marés Caixa 7: convenção internacional para a responsabilidade no caso de marés negras causadas pela exploração petrolífera offshore A convenção inter nacional que trata especificamente da responsabilidade da prospeção e da exploração of fshore é a Convenção de 1976 sobre a Responsabilidade Civil para os pr ejuízos devidos a poluição por hidr ocarbonetos causados pela exploração e pela exploração dos r ecursos minerais dos fundos marinhos (a Convenção CLEE) que não chegou a entrar em vigor . Da mesma forma os negociador es não conseguiram por a convenção na jurisdição de uma organização internacional competente. Além disso, o CLEE também não chegou obter o apoio da indústria porque transgr edia o princípio de unifor midade permitindo aos Estados signatários de escolher uma responsabilidade limitada ou ilimitada (Associação Canadiana de Direito Marítimo, 1996). um sistema voluntário de indemnização de responsabilidade em matéria de poluição. As sociedades que nela par ticipam aceitam uma responsabilidade rigor osa para com as pessoas atingidas em matéria de estragos derivados da poluição e as autoridades gover namentais em matéria de custos de limpeza, até um máximo de 120 milhões de dólar es americanos por incidente (Associação Canadiana de Dir eito Marítimo, 1996; Sítio Internet OPOL). Exemplos de quadros jurídicos nacionais Os Estados Unidos estabeleceram uma responsabilidade ilimitada para negligências graves (ou voluntárias) em matéria de marés negras causadas por petroleiros ou operações petrolíferas e do gás offshore. Todos os petroleiros que exercem as suas catividades nas águas americanas e todos os operador es das platafor mas petr olíferas e do gás são obrigados a pr ovar as autoridades locais que têm um segur o adequado que cobr e riscos financeiros máximos. Podem fazê-lo por meio de cer tificados de Responsabilidade Financeira. Na ausência de dir eito inter nacional, vários operadores de unidades offshore na Europa deram o seu acor do à Associação de Responsabilidade em matéria de Poluição Of fshore (OPOL, 1974), O Governo Britânico obriga as sociedades petr olíferas e do gás que desejam explorar a sua plataforma continental a se tornarem membros da Associação de Responsabilidade em matéria de Poluição of fshore (OPOL), uma cláusula para esse efeito é incluída no acordo de licença (comunicação pessoal entr e R. 96 A Convenção Internacional sobre a preparação, a luta e a cooperação em matéria de poluição por hidr ocarbonetos (OPRC) de 1990 for nece um quadro global para a cooperação inter nacional na luta contra incidentes ou as ameaças de grande envergadura em matéria de poluição marinha. Esta convenção é aplicáveis as marés negras causadas pelo tráfego marítimo bem como as que são geradas pelas instalações petrolíferas offshore. Segal, diretor de OPOL e S.Kloff). Se se refletir sobre os custos de limpeza de uma maré negra, este limite de responsabilidade parece fortemente inadequado. A limpeza da maré negra causada pelo Pr estíge em Espanha e Erika na França excedeu 1 bilião de Eur os. Os custos associados à r estituição do ecossistema são fr equentemente esquecidos e excedem os custos de limpeza e a indemnização a cur to prazo de terceiros como os pescadores. O quadro 4 mostra que a restauração dos campos marinhos das zonas inter- e subtidais do Par que Nacional do Banco de Arguin custaria mais de 1 Bilião de dólar es americanos. A BP aceitou fora da dos pr ocedimentos jurídicos, de afetar 20 mil milhões de dólares para compensar as vítimas por per das económicas. Contudo, este montante exclui os custos para a r estauração dos ecossistemas (ver também a vista global “a maré negra “do Deepwater horizon” no início deste livro). 9.6 Melhores práticas Os países deveriam: • Aplicar Avaliações Ambientais Estratégicas (AAS) como recomendado pela Convenção de Abidjan em Novembr o de 2007 (a utilização de AAS deveria estar pr evisto na legislação ambiental dos despectivos países. T odas as par tes interessadas deveriam par ticipar, incluindo os dir etores dos serviços técnicos do Estado, os peritos haliêuticos, os cientistas marinhos, o sector da pesca, as comunidades costeiras e o sector do turismo, a fi m de se poder atingir um consenso sobre as questões relativas a quando, onde e como explorar os hidrocarbonetos); 9.5 Resposta perante as marés negras e planos de emergência Para além de atenuar e r eduzir os riscos de marés negras tanto quanto possível, os Gover nos devem igualmente preparar-se corretamente para as marés negras de grande envergadura. Os Gover nos devem estabelecer um plano de emergência nacional para as marés negras e exigir que todas as instalações petr olíferas e ar madores ajam de modo a que o seu próprio plano de emergência em matéria de marés negras seja apr ovado pelo Governo. • Estabelecer um plano de or denamento detalhado do mar, nomeadamente ao longo da orla da plataforma continental (os mapas deste livro mostram que a zona que contém o maior potencial petr olífero e de gás encontra-se ao longo da bor da da platafor ma continental que coincide com a maior zona de pesca das flotilhas estrangeiras e ar tesanais bem como as zonas primor diais de biodiversidade mal estudadas como r ecifes de corais de água profunda e zonas de intenso upwelling); Os planos de emergência devem incluir um plano detalhado e ser estruturados com base num sistema de três níveis que depende da dimensão das marés negras: Nível I - Resposta apenas com meios locais; • Formular nor mas mínimas para o sector petrolífero e do gás da r egião com outr os Estados do W AMER ou no âmbito da Convenção de Abidjan; Nível II - necessita capacidades adicionais de organizações que se encontram no país; e Nível III - necessita da assistência de consórcios internacionais de r esposta as marés negras. • Gerir todos os aspetos sociais, ambientais e de segurança dos pr ojetos petr olíferos e do gás de acor do com o seu Plano de Gestão Ambiental (PGE) (os elementos chave do plano devem incluir , designadamente, a gestão dos desperdícios, as emissões aéreas, Um exemplo da melhor prática é apr esentado no Anexo 6. 97 campos marinhos, bancos de mariscos, os estuários e as zonas de intenso upwelling; a segurança, o empr ego e as possibilidades de for mação). Um acompanhamento e um sistema de auditoria transparente deveriam ser instituídos para esse efeito); • Solicitar que sejam estabelecidas nor mas de descargas similar es as que já são aplicadas em outras zonas petr olíferas e do gás r elativamente bem geridas como as do Atlântico do Nordeste; • Instaurar um observatório com indicador es ambientais adequados para supervisionar os impactos e reajustar a política, caso necessário; • Solicitar as sociedades petrolíferas que compartilhem os seus dados de exploração a fim de se familiarizarem melhor com os lugares nas quais se encontram os ecossistemas vulneráveis como os r ecifes de coral de água profunda e as zonas frontais; e • Proibir as descargas da lama de per furação à base de hidrocarbonetos; • Solicitar as sociedades petrolíferas que adotem uma contribuição (voluntária ou por meio de um sistema de taxas) para a investigação necessária para pr eencher as lacunas de conhecimentos do meio marinho de modo a que a exploração de hidr ocarbonetos possa ser planifi cada fazendo mais atenção à natureza e aos outros utilizadores do mar. • Solicitar que sejam efectuados estudos de impacto ambiental antes de per mitir qualquer operação de per furação e de extração (respeitando UNCLOS). • Solicitar um r egime de descarga zer o nas zonas que terão um impacto pr ovável nos ecossistemas vulneráveis; e Para a fase de extração, os países deveriam: • Solicitar Estudos de Impacto Ambiental anteprojeto e Planos de Gestão Ambiental; e Para a fase de exploração, os países deveriam: • Incentivar a reinjecção da água de produção. • Exigir um Estudo de Impacto Ambiental ante projeto para todas as campanhas sísmicas; No que r espeita ao tráfego marítimo, os países deveriam: • Proibir todas as campanhas sísmicas nas Ár eas Marinhas Pr otegidas e nas zonas marinhas vulneráveis como os mangais, os campos marinhos e os estuários que são conhecidos por desempenhar um papel como zonas de alimentação para os recursos haliêuticos; • Assinar todas as convenções relevantes da OMI; • Identificar as zonas marinhas vulneráveis e designa-las como Zonas Marinhas particularmente V ulneráveis (PSSA) e aplicar os instrumentos adequados da OMI; e • Proibir as campanhas durante os períodos de migração de espécies haliêuticas importantes, bem como nas pr oximidades dos cetáceos e das tartarugas marinhas; • Assinar as convenções da OMI sobre a criação de um Fundo para a indemnização para casos de marés negras causadas pelo tráfego marítimo. Para a fase de perfuração, os países deveriam: A fi m de reduzir os impactos e a pr obabilidade de marés negras, os países deveriam: • Exigir um Estudo de Impacto Ambiental antes do projeto; • Efetuar avaliações do risco de marés negras para o tráfego marítimo e para as operações de perfuração e de extração de petróleo; • Proibir a extração e a per furação no ou ao longo de zonas vulneráveis como as zonas de mangais, de recifes de coral de água profunda, 98 • Autorizar unicamente a utilização de platafor mas flutuantes construídas para esse efeito e com cascos duplos; • Alargando as Ár eas Marinhas Pr otegidas para fazer delas uma par te mais consequente (nomeadamente pelo menos 10%) da ZEE e uma r ede r epresentativa de habitats que deveriam compr eender os r ecifes de coral de água profunda e as zonas distintas ao longo da orla da plataforma continental onde as espécies pelágicas são particularmente abundantes; e • Criar zonas de exclusão à navegação de 500 metros em r edor das operações petr olíferas e do gás offshore; • Obrigar as sociedades petr olíferas a pr oteger esta zona com um navio de vigilância; • Investindo em mais investigação para garantir uma melhor gestão ecossistémica das catividades humanas e da utilização do mar no futuro. • Fazer reconhecer estas zonas pela OMI como Zonas a evitar (A TBA) em vir tude da Convenção SOLAS a fi m de informar o tráfego marítimo internacional de que atravessam uma zona de exploração petrolífera; Uma outra for ma de garantir r etornos económicos importantes é r einvestir as r eceitas petrolíferas e do gás em fontes de energia r enovável, o que per mitirá fazer diminuir a dependência de um país relativamente as importações de uma energia cada vez mais cara. • Transpor as linhas diretrizes MODU no direito nacional e regional; Aplicar tais políticas gera custos a cur to prazo; o petróleo e o gás poderiam fornecer rendimentos cruciais. Contudo, isto acompanha-se de uma série de condições e questões que devem primeiramente ser tratadas, nomeadamente: • Estabelecer um sistema de r esponsabilidade civil adequado de um valor de pelo menos de 20 mil milhões de dólar es americanos para a poluição por hidr ocarbonetos causada pelas platafor mas petr olíferas of fshore, que corresponde ao montante r eservado por BP para fazer face a maré negra da erupção do poço “Deepwater Horizon”; criar um fundo de emergência em matéria de marés negras; e • Como assegurar que os r endimentos petrolíferos e do gás sejam utilizados estrategicamente? • Como reduzir os impactos sobre o ambiente? • Formular um Plano de emergência detalhado relativamente as marés negras. • Como evitar o confl ito com outr os utilizadores do mar, nomeadamente os pescadores? 10. Conclusão e recomendações A fi m de abor dar as questões de gover nação e obstáculos socioeconómicos, é r ecomendado que os países: A exploração petrolífera e do gás tem que superar numerosas barreiras antes de poder contribuir para o desenvolvimento sustentável. Os ecossistemas preciosos que for necem diversos serviços críticos e r enováveis a milhões de pessoas devem ser protegidos. Contudo, o petróleo e o gás podem conferir rendimentos cruciais para iniciativas de desenvolvimento sustentável como a melhoria da utilização do meio marinho utilizando medidas de gestão. Por exemplo: • Reforcem a boa governação como a liberdade de expr essão, de opinião, o r espeito pelos direitos do homem, a transparência em matéria de receitas e despesas do governo, um sistema judicial que funcione e eleições livres e justas; • Invistam os r endimentos petr olíferos e do gás em áreas sustentáveis com os melhores retornos económicos possíveis, nomeadamente a energia renovável, a pesca, a agricultura e o turismo; • Reduzindo a pesca para níveis abaixo do nível tradicional de Produção Máxima Sustentada; 99 • Economizar uma par te dos r endimentos petrolíferos e do gás em fundos especiais de moeda for te no estrangeir o e r einjetar lentamente este dinheiro na economia; • Exigir que as sociedades petr olíferas compartilhem os seus dados sobr e o meio marinho e r equerer que contribuam (de for ma voluntária ou por via de um sistema de taxas) para a realização de mais investigação; • Basear a sua tomada de decisão na transparência e na participação de uma gama diversa de interessados; • Fixar normas para os estudos de impacto sobr e o ambiente durante as difer entes etapas da exploração e elaborar um plano detalhado de utilização do mar; e • Reforçar a capacidade da sociedade civil em participar na tomada de decisão através da criação de Comités consultivos dos cidadãos; • Solicitar ajuda para obter as melhor es vantagens fi nanceiras possíveis quando se trata de negociar contratos com as sociedades petrolíferas e do gás; • Instaurar um Comité inter ministerial da indústria extrativa para tratar das questões de planificação, da conclusão dos contratos e da aplicação das leis; Para a etapa de exploração, os países deveriam: • Proibir como medida de pr ecaução qualquer campanha sísmica nas Ár eas Marinhas Protegidas e nas zonas marinhas vulneráveis como os mangais, os campos marinhos e certos estuários conhecidos como zonas de alimentação para os recursos haliêuticos; e • Resolver as questões das fr onteiras marítimas com os países vizinhos; e • Assinar a Iniciativa de T Indústrias Extrativas. • Formular normas mínimas para o sector petr olífero e do gás a escala nacional e regional, similar as que se encontram estipulados na Convenção OSPAR para o Atlântico do Nordeste. • Proibir as campanhas sísmicas durante a migração de espécies haliêuticas impor tantes bem como perto dos cetáceos e das tartarugas marinhas. ransparência das A fi m de r eduzir os impactos ambientais e evitar os confl itos com outr os utilizadores, os países deveriam: Para as etapas de per furação e de extração, os países deveriam: • Adotar uma política “de mares limpos e peixes limpos” que visa pr oteger o meio marinho e costeiro bem como a comer cialização dos produtos haliêuticos locais; • Proibir a extração e a per furação em zonas vulneráveis dentro ou ao longo das Áreas Marinhas Pr otegidas, das zonas de mangais, dos campos marinhos, dos conjuntos bentónicos ricos como os corais de água profunda ou os bancos de conchas, os estuários e as zonas de intenso upwelling; • Criar, supervisionar e aplicar normas definidas a nível nacional e r egional em matéria de poluição; • Proibir a descarga da lama de per base de hidrocarbonetos; • Efetuar A valiações Ambientais Estratégicas (AAS) como r ecomenda a Convenção de Abidjan; furação a • Pedir um r egime de descarga zer o nas zonas que poderiam ter um impacto nos ecossistemas vulneráveis; e • Identificar zonas inter ditas de acesso “No-go zones” e zonas nas quais seria necessário aplicar normas operacionais especiais; • Incentivar reinserção da água de produção. 100 No que r espeita ao tráfego marítimo, os países deveriam: • Fazer r econhecer estas zonas de exclusão pela OMI como Zonas a evitar (A TBA) de acordo com a Convenção SOLAS a fim de se alertar o tráfego marítimo internacional quando necessário; • Assinar todas as convenções da OMI; • dentificar as zonas marinhas vulneráveis e designa-las Zonas Marinhas par ticularmente Vulneráveis (PSSA) e aplicar os instrumentos adequados da OMI; e • Erigir um sistema adequado de responsabilidade de um valor de pelo menos de 20 mil milhões de dólares americanos para a poluição por hidr ocarbonetos causados pelas platafor mas petr olíferas of fshore (correspondendo ao montante reservado por BP para fazer face a maré negra derivada da erupção do poço “Deepwater Horizon”); • Assinar as convenções de criação de um Fundo para a indemnização das marés negras causadas pelo tráfego marítimo. A fi m de r eduzir a um mínimo negras, os países deveriam: o risco de marés • Criar um fundo de emergência para as marés negras; e • Efetuar avaliações do risco de marés negras para o tráfego marítimo e para a per furação e operações de extração de petróleo; • Formular um plano de emergência detalhado em matéria de marés negras. • Autorizar unicamente as operações das plataformas construídas para esse efeito e com cascos duplos; • Ainda que os desafi os sejam complicados, soluções com provas dadas existem. Consiste aos gover nos e as sociedades civis da sub-região de apr oveitar estas soluções e transformar a “maldição dos recursos” numa bênção dos recursos. • Estabelecer zonas de exclusão de navegação de 500m em r edor das operações petr olíferas e do gás; 101 102 Anexo 1: Petróleo e gás nos diferentes países do wamer Mauritania 300 milhões de barris de líquidos e o campo de Tiof que contém 350 milhões de barris de petróleo (Sítio Internet de Offshore technology). A Mauritânia dispõe de impor tantes r ecursos de minérios, em especial minérios de ferr o. Os r ecursos mineir os constituem mais de metade das exportações, a exportação de minério de ferr o representava 15% do PIB em 2007. O cobr e e o ouro são extraídos da mina de Guelb Moghrein não distante de Akjoujt na região do Inchiri, à 260 Km ao nor deste da capital. Os minérios de ferr o são extraídos no Norte do país. As taxas de extração dececionantes, estimativas de reservas menos positivas, tensões com o Gover no e uma nova política da empr esa que visava concentrar-se no gás natural liquidificado (GNL) australiano levou a decisão tomada por W oodside em 2007 de vender todos os cativos mauritanianos. A sociedade Petr onas baseada na Malásia comprou 47,4% do projeto Chinguetti à Woodside. Parte de uma transação de 418 milhões de dólares americanos que lhe concedeu igualmente o papel de operador sobre os campos Banda, Tevet e Tiof (Sítio Internet dos serviços de nova Ansea Energy). A Mauritânia é o primeir o país da eco-r egião a ter começado a explorar os seus r ecursos de hidrocarbonetos. Quantidades exploráveis de petróleo foram descobertas em 2001 no campo de Chinguetti situado a cerca de 80km de Nouakchott. A extração começou em 2006 com bastantes boas previsões, 75.000 barris deviam ser produzidos por dia durante os 20 anos seguintes. Na r ealidade, a extração média começou com 30.600 barris por dia em 2006 e caiu em alguns meses para atingir cerca de 11.000 barris. Hoje, em 2010, o campo tem uma taxa de extração diária, que ascende aos 10.000 barris (BBC News, 2004 e comunicação pessoal de um antigo conselheiro em matéria de ambiente de Woodside Energy). O campo de Chinguetti foi explorado primeiramente pelo gigante australiano do petróleo W oodside Energy que investiu 600 milhões de dólar es americanos durante a primeira fase da exploração. Uma platafor ma fl utuante de extração, de armazenamento e de descarga (FPSO) foi construída a par tir de um petr oleiro de casco simples de 1976 que foi posto em uso em 2006 com uma capacidade de ar mazenamento que ascende à 1,6 milhão de barris, quantidade sufi ciente para armazenar a extração do campo de Chinguetti e para servir mais tarde os campos adjacentes, mais pequenos, numa fase mais avançada da exploração. Estes campos compr eendiam a estrutura do gás Banda, que podia, de acor do com as estimativas, conter 3 triliões de pés cúbicos de gás natural, mais 103 A descoberta de petróleo em 2001 e nomeadamente a publicação do projeto de avaliação de impacto ambiental de Woodside para a fase de exploração do primeir o poço de petróleo pr ovocou um vivo debate público. Os impactos ambientais foram objeto de discussões e de questões sobr e as formas de coexistência entr e a exploração petr olífera e a pesca. Uma grande parte da discussão centrou-se na necessidade de transparência com o objetivo de pr oteger a Mauritânia da suposta “maldição dos recursos”, em outros termos “o paradoxo da abundância”. Em Março de 2005, a WWF e organizações parceiras, a UICN e a FIBA organizaram um ateliê e uma missão de estudo para os acor es chaves na Nigéria (Sítio Inter net PRCM, catividades em 2005). Estas catividades de r eforço de capacidades ajudaram a que o Governo reconhecesse a necessidade de transparência, o que foi selado aquando da assinatura da Iniciativa de ransparência T da Indústria Extrativa. Um ano mais tar de, em 2006, uma coligação de ONG mauritanianas intituladas Publiquem o Que Pagam foi criada para supervisionar a aplicação dos princípios definidos pelo ITIE. O gover no pediu também a várias organizações internacionais que ajudassem a aproximar este sector emergente do sector da pesca e da biodiversidade marinha e costeira. A Mauritânia foi aceite como País Candidato ao ITIE a 27 de Setembro de 2007. A 13 de Janeiro de 2006, o governo adotou o decreto Nº 2006-001 que estabelece um Comité nacional r esponsável pela aplicação do ITIE na Mauritânia. O Comité nacional agrupa representantes dos acores concernentes. A 9 de Maio de 2006, o Comité Nacional organizou um atelier ITIE em Nouakchott que visava fazer participar todos os acores implicados no pr ocesso do ITIE. Este ateliê constituía-se igualmente como uma ocasião para discutir o trabalho a efetuar pelo futuro Comité Nacional. A Mauritânia publicou o seu primeir o relatório ITIE em Março de 2007 e o segundo em Julho de 2007. Devido a situação política, o processo de aplicação do ITIE na Mauritânia foi confr ontado com numerosos desafios do início 2008 até ao verão 2009. O processo foi relançado em Outubro de 2009. A versão ampliada do Mapa 1 (Mapa 14) e r vela que o poço petr olífero de Chinguetti encontra-se numa zona pelágica primor dial para a biodiversidade, um ecossistema criado por um intenso upwelling. As concentrações de fi toplâncton foram medidas aqui e são cinco vezes mais altas do que as das águas cir cundantes. O grande númer o aves marinhas associadas está muito pr ovavelmente relacionado com a pr esença de car dumes densos de peixes pelágicos que se alimentam do abundante plâncton (Wynn et Knefelkamp, 2004). Para além de ter assinalado a existência de r ecifes de corais de água pr ofunda per to do campo de Chinguetti, os r elatórios da sociedade petr olífera (Woodside Energy) não continha observações sobre a impor tância biológica da coluna de água. Assim, a necessidade de efetuar mais investigações nesta zona marinha of fshore sensível é evidente como forma de conduzir a decisões de boa gestão antes de autorizar a exploração petrolífera e de gás. Com o objetivo de corrigir a intr odução de petróleo e gás offshore num ecossistema tão sensível, o Gover no pode equacionar a pr oibição de pesca industrial nesta zona. Isto terá efeitos positivos não somente para o ecossistema na zona de intenso upwelling mas colocará igualmente um fi m a outras destruições dos recifes de corais de água pr ofunda pelos materiais de pesca. Woodside Energy adianta em revistas científicas publicadas por parceiros que estes ecossistemas foram destruídos em par te pela pesca dos crustáceos de água profunda e a pescada (Colman, 2005). A criação de uma vasta zona de proibição de pesca nesta zona de exploração petrolífera poderá, a longo prazo, ter um impacto positivo na pesca. Além disso, isto reduzirá os riscos de que navios de pesca entrem em colisão com uma plataforma petrolífera (FPSO). Uma perda temporária de r endimentos da pesca pode ser compensada por r endimentos petr olíferos e do gás. Um pr ojeto do PNUD que visa integrar a biodiversidade no âmbito político em matéria de petróleo e gás tem por objetivo efetuar análises de custo-benefício inter-geracionais de tais compromissos entre a pesca e a exploração petrolífera e de gás. Uma outra zona de upwelling intensa no Norte da Mauritânia é o Cap Blanc igualmente dividido em blocos de exploração cuja licença está nas mãos da sociedade petrolífera escocesa Dana Petr oleum. Os cenários de gestão de zonas proibidas de acesso “No-go zones” para esta zona deveriam ser tidos em conta no AAS para a exploração petrolífera e do gás. Blocos petrolíferos e biodiversidade Catorze sociedades petrolíferas e de gás encontram-se registados na Mauritânia. O território do país e a ZEE estão subdivididos em 104 blocos petrolíferos. Seis blocos offshore foram concedidos a cinco sociedades e 46 blocos ainda se encontram classificados como “abertos”, ou seja não atribuídos, incluindo os blocos 9 e 10 onde se encontra o Complexo de Ár ea Pr otegida do Banco de Arguin-Cap Blanc, um sítio de Património Mundial. A autoridade de gestão do Banco de Arguin solicitou ao gover no que pr otegesse esta zona contra a exploração petrolífera e do gás. Os blocos 48 e 20 coincidem com um outr o complexo de áreas protegidas, nomeadamente o Diawling-Chat T’boul-Djoudj e fazem parte de uma reserva transfr onteiriça do Pr ograma Homem e Biosfera da UNESCO. Um poço de exploração foi perfurado nesta zona perto do único sítio registado na costa Oeste-africana para os fl amengos anões, uma espécie conhecida pela sua sensibilidade à qualquer exploração de grande escala. No entanto, nenhuma quantidade comer cial de petróleo e gás foi descober ta, o poço foi fechado e a per furação foi abandonada. 104 Desde a descober ta do campo de Chinguetti, seis outr os campos petr olíferos of fshore foram descobertos com um total de r eservas de petróleo conhecidas estimadas em 290 milhões de barris. Espera-se que a extração dos campos de Tiof e de T evet comece pr oximamente. Além disso, considera-se que mais de 70 milhões de metr os cúbicos de gás natural estão contidos nos campos de Labedna e Banda que serão explorados para alimentar uma central elétrica em Nouakchott (PNUD, 2009). 105 Mapa 14. Atividades petrolíferas e de gás offshore na Mauritânia. Mapa do PNUE-WCMC (cf. Anexo 5 para os dados utilizados) Nenhuma remuneração foi auferida da parte das sociedades petr olíferas. A abor dagem consistiu em desenvolver um diálogo sobr e as catividades petrolíferas e de gás com as ONG mauritanianas, as sociedades petrolíferas e do gás, a universidade de Nouakchott, os meios de comunicação social e outr os doador es bilaterais (GTZ) e multilaterais (BM). O painel identifi cou uma series de questões elementares relativas a uma exploração eficaz do sector petrolífero e do gás, a saber: Quadro de Governação Como primeiro país produtor de petróleo no W AMER, a Mauritânia começou a estabelecer um quadr o político exaustivo em matéria de hidrocarbonetos. Várias iniciativas multilaterais e bilaterais foram instituídas para apoiar o Governo no seu trabalho contínuo que visa finalizar os quadros jurídicos e institucionais. Painel de peritos Devido a pr oblemas pr ecedentes em matéria de contratos e uma falta de «know-how» local, um painel de peritos foi criado e fi nanciado pelo governo mauritaniano, francês e holandês bem como pelo MA VA, FIBA e ONG inter nacionais. • Quais os principais riscos tecnológicos e as capacidades de resposta? • Quais as nor mas e os padrões existentes ou necessários relativamente a gestão dos riscos 106 tecnológicos? Como é que a sua aplicação pode ser ampliada no contexto mauritaniano? O pr ojeto apoia a for mulação de um novo código para os hidr ocarbonetos, um r egisto das r eservas petrolíferas e um sistema de gestão de infor mação em matéria de ambiente. Pr opôs igualmente uma componente social através do for necimento de apoio financeiro as populações locais com o intuito de os ajudar a desenvolver as suas capacidades bem como as catividades que geram rendimentos. • Como é que as catividades petr olíferas e de gás são coor denadas pelo Gover no? Com que resultados? Como é que as capacidades de uma boa coor denação podem ser consolidadas? • Como é que a renda é redistribuída, por sector e em ter mos sociais e espaciais? Quais os riscos associados a esta distribuição? E quais os meios a seguir e/ou que poderão influenciar esta distribuição? O Banco Mundial apoia a aplicação de uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAS) para o sector dos hidrocarbonetos offshore e sobre terra firme. Em 2005, a pedido do Primeir o-ministro, o Comité holandês para a A valiação de impacto for mulou modalidades a seguir relativas à forma de efetuar um AAS destinado ao sector petr olífero e do gás offshore. De acor do com o painel, as leis e os decr etos catuais não abordam suficientemente as seguintes perguntas elementar es: quem, onde e como operar, e as organizações catuais assim como a coordenação do Estado não satisfaz os pedidos de intervenção do público sobr e as questões petrolíferas e do gás. Com base na sua avaliação, o painel pr opôs ao gover no de tratar estes obstáculos por meio de uma série de recomendações como a defi nição de zonas de acesso inter dito “No-go zones”, a aplicação do princípio de adoção dos melhor es padrões e das melhores práticas no mundo inteir o, o r eforço de capacidades, a coor denação e melhoria dos instrumentos para o acompanhamento da distribuição das taxas petr olíferas e do gás (Sítio Internet do painel de peritos). Integrar a biodiversidade nas políticas petr olíferas e do gás O PNUD foi solicitado para pr estar a sua ajuda à integração da biodiversidade marinha e costeira no sector petrolífero e do gás por meio de uma par ceria que implica os stakeholders do sector privado, o gover no e a sociedade civil. Uma pr oposta de projeto de tamanho médio foi sujeita ao Fundo para o Ambiente Mundial em 2009 e foi aprovada no mês de Fevereiro de 2010. O objetivo do projeto é reforçar os instrumentos políticos, legislativos e fi nanceiros bem como a capacidade do governo e dos stakeholders da sociedade civil em parceria com o sector petrolífero e do gás de proteger e conservar a biodiversidade marinha e costeira. A WWF, no âmbito do Programa Oeste Africano de Conservação Marinha e Costeira (PRCM) é par ceira. Em colaboração com a Universidade de British Colúmbia, este pr ojeto desenvolverá uma análise de custos-benefícios inter geracionais destes compr omissos entr e o sector petr olífero e do gás emergente e o sector existente da pesca (PNUD, 2009). Avaliação ambiental estratégica No âmbito do Pr ograma do Banco Mundial de Reforço Institucional do Sector Mineir o, o Banco ajuda o Governo a: • Instituir e consolidar a sua capacidade institucional e técnica a longo prazo para poder gerir os recursos minerais do país, incluindo a gestão social e ambiental; • Favorecer o investimento privado no sector mineral; e Senegal • Melhorar a contribuição do sector mineral no desenvolvimento socioeconómico nacional e regional. A exploração de petróleo começou no Senegal em 1952 por uma campanha de geologia de superfície e o primeiro poço de exploração foi perfurado em 1953. Desde então, praticamente 150 poços testes 107 É gerido pela Agência de Gestão e de Cooperação entre a Guiné-Bissau e o Senegal (AGC), uma comissão conjunta criada para gerir a zona marítima situada entr e os dois países. Contudo, o petróleo é muito pesado e será car o a extrair de forma rentável a não ser que os pr eços aumentem de for ma signifi cativa. Este campo situa-se em águas reivindicadas pelos dois países. Um acor do foi passado com o objetivo de par tilhar a extração sob a base de 80/20 em pr oveito do Senegal. Em 2006, o gás natural extraído das instalações sobre terra fi rme contribuiu com apr oximadamente 0,3% para as necessidades energéticas do Senegal. foram perfurados. Vários pequenos campos foram descobertos, mas a maioria não era r entável para passar a fase de exploração. Assim nos anos 1970, a exploração of fshore recomeçou e um campo de 1 Bilião de barris foi descoberto, o jazigo Astride. Em 2007 e 2008, o Senegal sentiu intensamente a crise mundial de petróleo que fez aumentar o preço do produto bruto para cerca de 150 dólares americanos por barril. Este facto forçou o Governo a r econsiderar qualquer estratégia em matéria de energia tendo em conta a r ealidade, isto é, que a era do petróleo barato estava ter minada e que os custos cr escentes com os combustíveis teriam impactos socioeconómicos significativos. Hoje, oito sociedades petr olíferas estão cativas no Senegal. Recentes estudos indicaram vários sítios potenciais situados em águas mais pr ofundas a alguns 100km ao largo, que poderiam conter até 3.500 milhões de barris. A sua nova política energética é centrada nos seguintes elementos: • Melhorar a efi eletricidade; cácia da pr odução de • Diversificar as fontes que per eletricidade; Trata-se de uma zona que se estende sobr e 8.187 Km quadrados. A sociedade Roc Oil tem hoje 92,5% do contrato de divisão da extração mas atribui uma par te deste inter esse a ter ceiros. A companhia Petr osen é detentora dos restantes 7,5%. mitem gerar • Explorar novas fontes de energia; • Favorecer a energia r enovável concentrandose particularmente em biocombustíveis; • Acelerar o alvo de eletrificação rural para atingir 50% de todas as famílias em 2012; • Acelerar a exploração petrolífera e do gás; • Reforçar a capacidade de r armazenamento; efinagem e de • Incentivar a eficácia energética; e • Melhorar a gestão da energia e estabelecer relações com o sector privado. Governação Em confor midade com as r eformas económicas e estruturais pr escritas pela Facilidade de Ajustamento Estrutural Reforçada (F ASR) e a fim de aumentar o inter esse pela exploração de hidrocarbonetos no país, o Senegal propôs uma lei r evista em matéria de hidr ocarbonetos em 1998. O novo código modifi ca as modalidades das licenças de exploração, incluindo o tempo de detenção e prorrogação das licenças. No momento em que este livr o é r edigido, o Senegal ainda não assinou nenhum compr omisso com a Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas. O país encontra-se inter essado num AAS a fi m de melhor gerir e planifi car a exploração catual e as catividades futuras de exploração. O Senegal tem r eservas de petróleo e de gás das quais o mais impor tante é Astride, uma r eserva offshore na fr onteira sul com a Guiné-Bissau que devera conter aproximadamente 1 bilião de barris. O Vasto bloco of fshore que se justapõe a fr onteira entre o Senegal e a Guiné-Bissau encontra-se numa pr ofundidade que varia entr e 50 e 3.500m. Biodiversidade Encontram-se vastos bancos de campos marinhos e florestas de mangais ao longo do litoral. É possível encontrar bancos de conchas ao largo sobr ea 108 plataforma continental bem como em diferentes lugares ao longo da orla da plataforma continental onde se descobriu recifes de coral de água profunda. É altamente provável que zonas pelágicas primordiais existam em zonas de intenso upwelling fora do litoral senegalês. Existem informações sobre a observação de concentrações densas de aves marinhas ao largo de Cabo Verde (Dakar) (comunicação pessoal com Kees Camphuysen), que se juntam as observações 109 de Helmke que indicam que as zonas de intenso upwelling ao longo da orla da platafor ma nor oeste africana encontram-se provavelmente alguns cabos ao largo (Helmke, 2004). As zonas marinhas pr eciosas ao longo do litoral e mais ao largo devem ser tidas em consideração aquando da planifi cação da exploração petrolífera e do gás. 110 Mapa 15. Atividades petrolíferas e do gás offshore ao largo do Senegal, da Gâmbia e da Guiné-Bissau. Mapa do PNUE-WCMC (cf. Anexo 5 para os dados utilizados) Gâmbia significativo em águas pr ofundas que não tinha sido previamente reconhecido, o que permite a sociedade de se lançar num pr ograma de exploração acelerado. A exploração de hidr ocarbonetos é r ealizada offshore. Em 1998, W est Oil detinha um bloco offshore no âmbito de um Acordo de Participação Técnica (APT) e Planet Energy detinha os dir eitos de dois blocos, um of fshore e outr o sobr e terra firme. No mês de Outubr o de 1999, Fusion Oil e Gas NL, detendo 90% e a Gâmbia 10%, assinaram uma licença de extração de petróleo (LEP) para o bloco of fshore em águas pr ofundas de Banjul, previamente detido por West Oil. Fusion efetuou um estudo exaustivo dos dados disponíveis para as zonas offshore de águas profundas. Lamin Kaba Jawara, o Comissário Gambiano do Petróleo declar ou que o seu Gover no “desejava continuar a trabalhar com Fusion num r egime de confi ança a fi m de avaliar inteiramente a prospectividade da nossa super fície em águas profundas”. Banjul assinou recentemente um LEP com a sociedade Planet Oil da Grã-Bretanha e com Balmain Resources para as super fícies of fshore. Sendo a sociedade Planet Oil a operadora, Balmain Resour ces detêm interesses na ordem dos 10% sobre a superfície que De acordo com o Diretor Geral de Fusion, Alan Stein, o estudo revelou um potencial de exploração 111 possui quatr o perspetival potencialmente r entáveis, e pr ováveis r eservas de petróleo que excedem os 100 milhões de barris. A maior , o G-8 tem r eservas estimadas em 1,4 mil milhões de barris. Até agora, o gover no não adotou nenhum compromisso em como irá assinar a Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas. Governação Com base no objetivo global de uma exploração eficaz dos recursos de hidrocarbonetos, nomeadamente do petróleo bruto e do gás natural bem como a utilização judiciosa das receitas derivadas, o governo gambiano destacou as políticas seguintes para a exploração do subsector dos hidrocarbonetos: • Incentivar as catividades de exploração petrolífera via a criação de um meio político favorável aos investidores; • Encorajar uma maior par ticipação do sector privado na exploraçãoe prospeção do petróleo e do gás; • Apoio gover namental contínuo em matéria de exploração dos hidr ocarbonetos por meio de medidas de estímulo bem como o início de novos estudos para completar o trabalho efetuado pelas sociedades petrolíferas; O Ministério do Ambiente exprimiu um inter esse num AAS mas os pr ojetos não se encontram ainda efetivamente definidos. Guiné-Bissau Desde o fi nal dos anos 1960, os r ecursos offshore da Guiné-Bissau são objeto de explorações cativas, período durante o qual Esso per furou seis poços. Em 1974, a Guiné-Bissau liber tou-se da tutela de Por tugal e desde então, a exploração tem sido frequentemente perturbada por tensões civis. A exploração offshore foi obstruída por litígios de fr onteira com o Senegal que foram r esolvidos apenas em 1993. • Cooperar com os países vizinhos (Guiné-Bissau, República da Guiné, Mauritânia e Senegal). Estes países serão incentivados a compartilhar as suas experiências e as suas infor mações sobre a exploração de hidrocarbonetos; No âmbito de um acordo assinado em 1995, a zona do litígio da fr onteira com o Senegal que contem as descober tas da Dome Flor e e Dome Gea, é gerida ao mesmo tempo pelo Senegal e pela Guiné-Bissau por meio da Agência de Gestão e de Cooperação entr e a Guiné-Bissau e o Senegal (AGC). De acor do com as modalidades deste acordo, as r eceitas provenientes da catividade da zona de exploração comum são divididas entr e o Senegal e a Guiné-Bissau sobr e a base de 85/15. Em 2000 esta taxa foi revista para 80/20. • Harmonização entr e os países da sub-r egião (Guiné-Bissau, Guiné-Conakr y, Mauritânia, Senegal e Gâmbia) com o objetivo de aplicar eficazmente os pr ogramas, as modalidades, os r egulamentos e os r egimes fiscais das licenças para os hidrocarbonetos; Foram r ealizados esforços de for ma inter mitente para incentivar a exploração of fshore e muitas sociedades participaram nela durante os últimos 40 anos, entre elas Esso, Elf, Pecten, Lasmo, Sipetrol do Chile, W est Oil, Esterlino Energy , Benton Oil et Gaz e Petrobank Energy and Recurses. • O impulso a conferência sub-r egional sobre o petróleo e o gás via a sua transformação numa conferência anual e bianual; e As licenças da Guiné-Bissau destinam-se a águas pouco pr ofundas ao largo da sub-bacia de Casamance-Bissau. Recuperações vivas de petróleo de vários poços bem como a sua proximidade as acumulações de petróleo pesado de Dome Flor e e Gea confi rmam o potencial petrolífero das licenças de Sinapa e de Esperança. As licenças de Sinapa (bloco 2) e de Esperança (blocos 4A e 5A) cobrem uma zona combinada que se estende sobr e 5.840 Km quadrados, estando situada ao largo da Guiné-Bissau em águas • Incentivar a colaboração com países como o Canadá e a Noruega que têm excelentes resultados e um «know-how» excecional em tecnologia petr olífera moder na a fi m de obter ajuda em matéria de desenvolvimento de r ecursos humanos e de uma gestão mais eficaz dos recursos petrolíferos da sub-região. 112 O Gover no ainda não assinou a Iniciativa de Transparência das Indústrias Extrativas (ITIE) e também não se compr ometeu com um AAS. Mas esperava que estes assuntos fossem abordados no mês de Março de 2010 aquando de uma conferência sobr e as indústrias extrativas e o desenvolvimento sustentável organizada por iniciativa da Célula de A valiação e Estudos de Impacto Ambiental (CAIA) em colaboração com diversos Ministérios de Desenvolvimento. de uma pr ofundidade que vai de 10 à 2.000m. Contudo, uma maré negra nestes blocos poderia danificar seriamente uma das biodiversidades mais importantes da região, nomeadamente as zonas de reprodução dos peixes no arquipélago de Bijagós. Governação O Plano Nacional de Gestão Ambiental define as políticas nacionais em matéria de gestão dos r ecursos naturais mas nenhum plano de desenvolvimento sustentável ou de redução da pobreza existe ainda hoje. Atualmente, a Guiné-Bissau não tem políticas ou planos específi cos para as extrações em geral e para os hidrocarbonetos em especial. Enquanto as autoridades nacionais estudam a possibilidade de exploração dos r ecursos de hidr ocarbonetos, os ministérios e as ONG responsáveis pela proteção do ambiente deveriam pr eparar-se para ajudar o país a criar instrumentos de negociação que conduzam a utilização dos pr oveitos destes r ecursos no desenvolvimento sustentável. É igualmente vital a transparência na for ma como se r ecebem e se utilizam os fundos e de per mitir ao público o acesso as informações. Um grupo de trabalho informal do UICN inclui agências gover namentais, ONG’s, Tiniguena, e outras organizações da sociedade civil bem como a Cooperação Suíça para o Desenvolvimento. A 21 de Maio de 2006, uma coligação nacional intitulada Publiquem o que Pagam foi lançada, após um ateliê de três dias sobr e a transparência dos proveitos e das licenças bem como a boa gover nação organizado pelo Movimento da Sociedade Civil. Representantes do gover no, da sociedade civil, agências da ONU, ONG internacionais e universitários par ticiparam neste ateliê. As suas principais r ecomendações r elacionaram-se com a adoção rápida do ITIE, sensibilização da sociedade civil e meios de comunicação social caso necessário para o apoio a iniciativa e uma maior transparência geral dos rendimentos. Apesar das recomendações feitas pelas Convenções de Nair obi e de Abidjan em 2007, não houve uma Avaliação Ambiental Estratégica (AAS), ainda que haja projetos de aprovar um código e leis ambientais que cobrirão os AAS e pr otegerão não somente o ambiente mas também os direitos do homem. 113 Aprovações dos planos e contratos O Ministério da Energia, dos Recursos Naturais e do Petróleo (DENRAP) é o principal r esponsável pelas questões de petróleo e de gás. Vários outr os ministérios e depar tamentos são r esponsáveis pela proteção do ambiente, incluindo a Secr etaria do Estado do Ambiente e Desenvolvimentos sustentável (SEADD) bem como a agência pública para a avaliação do impacto ambiental (CAIA). Atualmente, não existem Comités interministeriais das indústrias extrativas nem depar tamentos de transparência. Republica da Guiné A Guiné dispõe de impor tantes r ecursos naturais, nomeadamente 50% das r eservas mundiais conhecidas de bauxite, bem como diamantes, ouro e outros metais. Até 1990, a exploração mineira representava mais de 20% do PIB, mais de 90% das exportações e assegurava 70% das e r ceitas fiscais. Contudo, a partir do final dos anos 1980, problemas financeiros obstruíram o desenvolvimento dos sectores do bauxite e do alumínio. De acor do com as estimativas, em 2002, as catividades mineiras representavam 17% do PIB e as expor tações de minérios quase 90% do total dos r endimentos de exportação e 20% dos r endimentos nacionais do Estado. A pr ospeção de petróleo e gás na Guiné tem mais de 30 anos. A companhia Shell efetuou uma campanha sísmica sobr e 2.900 Km quadrados entre 1967 e 1970 sem ter encontrado quantidades comerciais de hidr ocarbonetos exploráveis com a tecnologia disponível da época. Outras sociedades prosseguiram as pr ospeções durante os anos 1970 e 1980. do Nor te e a exploração continua na Mauritânia e no Senegal, Dana r epresenta o tipo de par ceiro que Hyper dynamics pr ocurou para ofer ecer mais «know-how» técnico e nos ajudar a acelerar a exploração da nossa concessão offshore na Guiné” declarou Ray Léonar d, pr esidente e Dir etor Geral de Hyperdynamics. Em 2003, um Gabinete de Investigação e Promoção dos Hidrocarbonetos foi criado pelo Ministério das Minas e Geologia para facilitar os investimentos das sociedades inter nacionais. Este Gabinete foi de seguida substituído em 2008 pelo SNEPG (Sociedade Nacional de Exploração Petrolífera da Guiné) com o objetivo de representar o governo nos contratos de gestão, par ticipação nas operações de hidrocarbonetos e na comer cialização de uma parte do petróleo e do gás extraído no país. Mais de 22.000 Km quadrados de campanhas sísmicas foram efectuados em águas offshore pouco profundas e pr ofundas. Em 2006, Hyper dynamics Corporation (Sugarland, TX), uma sociedade petrolífera americana assinou um acor do de par tilha de extração para explorar os depósitos petr olíferos da Bacia do Senegal ao largo da Guiné numa concessão que se estende sobr e 80.300 Km quadrados; esta sociedade efetuou uma exploração sísmica. Uma colaboração com Dana Petroleum baseado em Aberdeen foi estabelecida (Afronews, 2009). “Dotada de for tes antecedentes de catividades de exploração e de extração bem-sucedidas no mar 114 No mês de Outubr o, o ministr o guineense das minas, Mahmoud Thiam anunciou que China International Fund, uma sociedade de fi nanças e engenharia investiria mais de 7 mil milhões de dólares americanos em infraestruturas. Em troca, declarou que a sociedade seria “um par ceiro estratégico” em todos os pr ojetos mineir os deste país rico em minerais. Isto permitiria construir por tos, caminho-de-ferr o, fábricas de eletricidade, alojamentos a baixo custo e mesmo um novo centro administrativo na capital, Conacri. T odavia, os analistas dizem que o momento escolhido para esta transação gerará provavelmente controvérsia. As catividades petrolíferas e do gás encontram-se contr oladas pela legislação, incluindo a lei 119/PRG/86 de 23 de Setembro de 1986. 115 Mapa 16. Atividades petrolíferas e do gás offshore ao largo da Guiné e Serra Leoa. Mapa do PNUE-WCMC (cf. Anexo 5 para os dados utilizados) A Guiné suspendeu voluntariamente o seu estatuto de País Candidato ao ITIE desde 19 de Dezembr o de 2009, no seguimento do acor do do Conselho de Administração do ITIE. O Gover no guineense e o Comité de Pilotagem do ITIE Guiné tinham depositado unanimemente este pedido devido a difícil situação política do país. Entretanto, o Conselho de Administração foi infor mado da intenção da Guiné de pr osseguir de maneira unilateral com a aplicação do ITIE. O estatuto de País Candidato da Guiné será suspenso por um período máximo de um ano. A aplicação do ITIE continuará durante o período de suspensão. Ambientais Estratégicas (AAS) como for ma de orientar a exploração petr olífera e do gás bem como as outras indústrias extrativas. Encontram-se vastos bancos de campos marinhos e fl orestas de mangais ao longo do litoral. A exploração petrolífera e do gás offshore concentra-se a volta da orla da platafor ma continental mas dado que as marés negras podem destruir uma grande par te dos ecossistemas costeiros, é impor tante que os países efetuem avaliações meticulosas dos riscos e ponder em as vantagens r elativamente aos riscos associados, nomeadamente r estaurar vastos bancos de campos marinhos e de fl orestas de mangais. A exploração pode não ser uma boa opção tendo em conta os custos proibitivos associados. Uma coligação nacional intitulada Publiquem o Que pagam foi lançada em Maio de 2006. O Governo demonstrou um interesse nas Avaliações 116 Cabo Verde A pequena República insular de Cabo Verde não tem r eservas petr olíferas ou de gás conhecidas, nem sobre terra fi rme, nem offshore e também não tem sector petrolífero a montante. A jusante, o sector depende inteiramente dos produtos petrolíferos refinados e impor tados de Por tugal e dos países africanos continentais. As ilhas são vulneráveis as marés negras, nomeadamente devido aos navios que passam e limpam os seus tanques e as marés negras causadas por outr os países da r egião. Estas poderiam danificar a base de recursos naturais do país bem como os seus pr ojetos de extensão do ecoturismo. E dado que uma grande parte da água potável de Cabo V erde pr ovém da água do mar dessalgada, a poluição petr olífera em mar poderia ameaçar esta alimentação. da Serra Leoa, Libéria, Costa de Marfi m e Gana. Anadarko descobriu igualmente petróleo no campo Jubilee no Gana. Diz-se que o primeiro sítio offshore poderia, a ele só, gerar 20 mil milhões de dólares americanos até 2030. IHS Global Insight explica que com as r ecentes descobertas no campo Jubilee no Gana, existe a possibilidade de criação de uma nova pr ovíncia petrolífera que pode se estender sobr e 1.200 Km quadrados, da Serra Leoa à Libéria e da Costa de Marfim ao Gana. Isto pode permitir a construção de gasodutos transfronteiriços e uma refinaria regional. O Pr esidente John Atta Mills do Gana declar ou publicamente a sua deter minação em fazer com que as riquezas não provoquem corrupção nem degradação do ambiente, elementos preocupantes para a Nigéria, gigante petrolífero da região. O ministro Serra Leonês da informação, I.B.Kargbo afina pelo mesmo diapasão e declara que caso o petróleo se tor ne um sector fl orescente, “todos os Serra leoneses benefi ciarão dela, nomeadamente a geração mais nova. V amos criar estruturas de r esponsabilização e de transparência. Não cometeremos nunca mais os erros que cometemos quando dilapidamos a riqueza que deveria ter vindo dos diamantes deste país” (Sítio Internet Money). O sector petrolífero de Cabo Verde é regulamentado pela Direção Geral da Energia (Dir ecção-Geral da Energia). Serra Leoa A Serra Leoa é rica em r ecursos minerais. Conhece-se a existência de largas quantidades de diamante, our o, bauxite, rutilo e minérios de ferro, embora os estudos geológicos ainda não tenham car tografado todo o terr eno e possam revelar depósitos minerais adicionais. As empresas mineiras inter nacionais inter essam-se for temente pela Serra Leoa devido ao aumento dos pr eços dos minérios nos últimos anos, o que pr ovoca a irrupção de novas licenças de exploração mineira e de exploração. O sector mineiro representa a volta de 30% do PIB do país, ainda que a grande par te desta catividade seja artesanal e por vezes ilegal. O sector petr olífero Serra Leonês é gerido pelo Ministério do Comércio, da Indústria e das Empr esas Públicas. O gover no ratifi cou igualmente a maior parte das convenções internacionais relevantes (cf. Anexo 2). A Serra Leoa foi aceite como país candidato ao ITIE a 22 Fevereiro 2008. Um Comité de pilotagem que abrange o sector, o governo e a sociedade civil foi criado e o seu lançamento oficial teve lugar no mês de Junho de 2007. O Gover no expr essou inter esse em efetuar uma Avaliação Ambiental Estratégica com o objetivo de melhor gerir e planifi car a exploração catual bem como as catividades futuras das explorações da indústria extrativa. Em 2008, Anadarko Petr oleum Corporation anunciou uma descoberta em águas profundas do poço de exploração Venus do bloco SL 6/07 nas águas offshore da Serra Leoa. Trata-se de uma das mais de 30 prospeções entre os 10 blocos offshore 117 Anexo 2: Documentos básicos e diretrizes para as práticas ambientais em catividades de petróleo e gás offshore (Tirado da pagina do PNUMA, no seguinte endereço: www.oilandgasforum.net) Organização Documento AssuntoAvaliação de Impacto Ambiental Gestão Ambiental X X Tecnologias Ambientais Fórum E&P / PNUE Environmental Management in Oil and Gas Exploration and Production (1997) UICN/Fórum E&P Oil and Gas Exploration and Production in Mangrove Áreas (1993) ARPEL A Guideline for the Disposal and Treatment of Produced Water X ARPEL A Guideline for the Treatment and Disposal of Exploration and Production Drilling Wastes X ARPEL Guidelines for an Environmental Impact Assessment (EIA) Process X AEPS (Conselho do Ártico) Arctic Offshore Oil & Gas Guidelines (1997) Fórum E&P Exploration and Production Waste Management Guidelines (1993) Fórum E&P Guidelines for the Development and Application of Health, Safety and Environmental Management Systems 1994) Fórum E&P E&P Forum Guidelines for the Planning of Downhole Injection Programmes for Oil-Based Muds Wastes and Associated Cuttings from Offshore Wells (1993) X Fórum E&P Quantitative Risk Assessment Data Directory (1996) X Fórum E&P The Physiological Effects of Processed Oily Drill Cuttings (1996) X Fórum E&P Technologies for Handling Produced Water in the Offshore Environment (1996) x Fórum E&P Production Water: Current and Emerging Technologies (1994) x Fórum E&P North Sea Produced Water: Fate and Effects in the Marine Environment (1994) Consultantes Petro-maritimos Operational Discharges from Offshore Oil and Gas Exploration and Exploitation Activities: Regulatory Requirements and Enforcement Practices (1997) X x X X x x x x x x 118 Relatórios ambientais x Banco Mundial Environmental Guidelines 1988, 1995 x x Banco Mundial Offshore Hydrocarbon Resource Drilling Operations – Effluent Guidelines 1983 x API Chemical Treatments and Usage in Offshore Oil and Gas Production Systems, Offshore Effluent Guidelines (1989) x API Safety and Environmental Management Programme (Semp) (1993) IAGC Environmental Guidelines for World-wide Geophysical Operations (1992) x Ligações conjuntas do Consórcio de Petróleo e Gás Polluting the Offshore Environment (1996) x x WWF The Application of Strategic Environmental Assessment in Relation to Offshore Oil & Gas Resource Exploration (1998) x x WWF The Application of EIA in Relation to Offshore Oil and Gas Exploitation (1998) x x APPEA Environmental Implications of Offshore Oil and Gas Development in AustraliaThe Findings an Independent Scientific Review (1994) x x Fórum E & P View of environmental impact assessment x x WWF Environmental Best Practice and the Move Toward Zero Discharge in the offshore oil and gas industry OGP Implementation of HSE Management Systems Workshop Proceedings (1999) x OGP HSE Management – Guidelines for working together in a contract environment (1999) x Habilidade de Sustentabilidade e UNEP Engaging Stakeholders 1998: The Non-Reporting Report (1998) Habilidade de Sustentabilidade e UNEP The Oil Sector Report (1999) x x x x x x 119 Anexo 3: Lista das convenções relevantes assinadas pelos estados para a wamer Gâmbia República da Guiné Guiné-Bissau Mauritânia Senegal Serra Leoa Convenção da OMI de 48 Cabo Verde X = ratificado; D = denunciado; * = assinaram mas não ratificaram, ** = nenhum Estado-Membro, mas assinou um Memorando de Entendimento sobre a migração das tartarugas marinhas e elefante Africano X X X X X X X Alterações da OMI de 91 Alterações da OMI de 93 X X Convenção SOLAS de 74 X X X X X X X X X X X Protocolo SOLAS de 78 X Protocolo SOLAS de 88 X Convenção STCW de 78 X X X X X X MARPOL 73/78 (Anexos I/II) X X X X X X MARPOL 73/78 (Anexos III) X X X X X X MARPOL 73/78 (Anexos IV) X X X X X X MARPOL 73/78 (Anexos V) X X X X X X Protocolo de MARPOL de 97 (Anexos VI) Convenção de Londres de 72 X X Protocolo da Convenção de Londres de 96 X Convenção INTERVENTION DE 69 Protocolo INTERVENTION DE 73 Convenção CLC de 69 X Protocolo CLC de 76 Protocolo CLC de 92 X X X X X D X X Convenção FONDS de 71 X X X X D Protocolo FONDS de 76 Protocolo FONDS de 92 X X X X X Protocolo FONDS de 2003 Convenção OPRC de 90 X X X OPRC/HNS de 2000 “ANTISALISSURES” de 01 X Água de balastro de 2004 X Outras Convenções pertinentes Convenção de Abidjan X X X UNCLOS X X X Convenção da ONU contra a Corrupção X Declaração de Rio de 1992 X X X X X X X Declaração de Estocolmo X X X X X X X Ramsar X X X X X X X CDB X X X X X X X CMS X X X X X X ** X X X X X X X ITIE X 120 X X Anexo 4: Funcionamento dos comités consultivo dos cidadãos • A formação de um CCC deve ser determinada por um governo para que o projeto se enquadre dentro dos aspetos legais. Estrutura e Função O CCC deve ser estruturado de for ma a conceder via direta aos cidadãos locais nas suas interações com empresas ou governo aquando da tomada de decisões que os afetam e que têm uma infl uência sobre as suas comunidades. O grupo deve se tornar os «olhos, ouvidos e voz» da população local relativamente as questões do sector. • O CCC deve subsistir durante toda a duração do projeto ou dos projetos. • Um financiamento adequado é essencial. • Caso as r essalvas adequadas estiverem reunidas, um grupo de cidadãos independente pode benefi ciar de um fi nanciamento proveniente da indústria. • O fi nanciamento não deve estar relacionado a condições específicas. • O CCC deve r epresentar todas as par tes que possam ser afetadas pelo projeto. • Os membros do conselho devem ser nomeados e apenas trabalhar segundo indicações das par tes, não devem ser contr olados pela indústria ou governo. • Os membros do Conselho de Administração não precisam ser peritos. • A cooperação funciona melhor do que a confrontação. • O confl ito é inerente, mas pontos comuns são possíveis de encontrar. • Estabelecer em que cir cunstâncias podem surgir atritos reduz o conflito. • A lógica permite que a paixão persuada usando argumentos científicos, etc. Conselho de Administração Um CCC deve ser dirigido por um Conselho de Administração (voluntário ou pago), que inclui membros que representam as comunidades locais e os grandes agrupamentos de cidadãos que possam ser afetados pelo pr ojeto. Os integrantes do Conselho de Administração podem por exemplo, representar a população indígena, a pesca comercial, a aquacultura, a conservação, lazer , turismo, comunidades locais, grupos tribais, etc. São os administrados que escolhem os membr os do Conselho de Administração que assegurarão o seu mandato por conta destes últimos. Os r epresentantes não devem ser escolhidos pela indústria ou pelo governo. O CCC poderá também ter vários membr os de dir eito, sem votos no Conselho de Administração em r epresentação de agências do governo. O Conselho de Administração deve r eunir-se regularmente e em cada reunião, os representantes do sector e do Governo devem apresentar relatórios sobre as suas operações e ouvir as pr eocupações dos cidadãos. Este inter câmbio regular representa uma forma de comunicação crucial para os interesses de cada mandatado e permite resolver os problemas num ambiente construtivo. O Conselho de Administração assume a responsabilidade do recrutamento de pessoal, do estabelecimento de recomendações e da dotação orçamental anual. O pessoal As catividades quotidianas do CCC são r ealizadas por pessoal r emunerado. O pessoal, de acor do • Uma missão e uma identidade clara devem ser estabelecidas desde o início. 121 com os anseios do Conselho, pode incluir um diretor executivo, dir etores adjuntos, um dir etor da informação ao público, um e r sponsável pela ligação com as comunidades locais, um dir etor fi nanceiro, diretores de projeto e uma pessoa responsável pelo apoio administrativo. obrigados a adotar os conselhos dos comités, muitas recomendações podem ser aprovadas caso sejam o r esultado de pesquisas apr ofundadas e de controlo de segurança efectuados pelo comité. Todo o trabalho do CCC deve ser aberto ao público ao qual é subordinado, e os cidadãos interessados devem poder participar e fornecer o seu feedback. Um esforço sólido em matéria de vulgarização e comunicação deve ser efetuado pelo CCC via um site internet e boletins informativos regulares. As Comissões A maioria do trabalho de um CCC pode ser realizada por comissões técnicas, cada uma com um encarr egado específi co para a ligação com o pessoal. O Conselho de Administração é encarregue de nomear as comissões com base na habilidade, inter esse e vontade de cumprir o mandato. As comissões devem recomendar ações ao Conselho de Administração e realizar a pesquisa aprovada e financiada por este. As responsabilidades A missão global do CCC é permitir que os cidadãos assegurem o respeito dos mais elevados padrões de responsabilidade ambiental e social de um pr ojeto industrial. O CCC deve ser capaz de supervisionar todos os aspetos da evolução do sector de mineração na r egião, per mitindo a exploração, extração, transpor te, r efinação, cobrança de receitas públicas, gestão do risco, assim como a conformidade com as nor mas ambientais. O CCC deve fi scalizar, aconselhar e fazer plaidoyer em questões tais quais: o lugar adequado onde permitir exploração, a taxa de extração das reservas, as nor mas em ter mos de Melhor T ecnologia Disponível (MTD), a pr evenção de acidentes, a preparação para a intervenção, a r esponsabilidade em matéria de dir eito, o contr olo ambiental, as reformas regulatórias, as receitas e taxas, etc. Ao pedido do seu Conselho de Administração ou das suas comissões, o CCC deve solicitar a realização de estudos científi cos independentes e r elatórios sobre questões r elevantes para o público, média, agências governamentais, órgãos legislativos e do sector. Esta investigação realizada em colaboração com o gover no e a indústria encorajara o espírito de cooperação entre esses grupos, minimizando os conflitos e as divergências. As r ecomendações do CCC são consultivas e não vinculativas. Embora as autoridades de supervisão do Gover no e da indústria não sejam 122 O financiamento Um financiamento consequente e estável é fundamental. O orçamento deve se adequar as responsabilidades dos CCC e abranger fundos suficientes para solicitar trabalhos de pesquisa e relatórios técnicos independentes quando o CCC assim o deter minar. Um elemento que distingue o conceito de CCC de outras estruturas de aconselhamento é que o CCC tem fi nanciamentos suficientes para fazer o seu trabalho. Normalmente, cerca de um terço do orçamento anual é dedicado ao pessoal, um terço a administração (aluguer de escritório, fornecimentos, equipamentos, auditorias, etc.) e um terço a pesquisa e aos contratos. Existem diferentes formas de obter apoio financeiro, a saber: • Por fi nanciamento dir eto das indústrias extrativas: o fi nanciamento pode derivar diretamente da empresa e / ou seus consórcios (como no Alasca), mas a maioria contém muitas r essalvas contra a subjetividade e controlo da indústria. Um fi nanciamento da indústria deve tomar a forma de dotação a partir do qual o CCC pode trabalhar com base nos rendimentos do investimento. • Via as instituições fi nanceiras que exigem a criação de um CCC, como condição do seu empréstimo: Na ausência de apoios dir etos de empr esas de extração, as Instituições Financeiras Inter nacionais (IFI) podem pedir as sociedades benefi ciárias de empréstimos, para gerar e financiar essa participação pública credível e independente como condição dos empréstimos. As IFI podem estipular que tipo de auditoria, de pr otocolo de avaliação, representação e de cooperação com o governo e a indústria devem ser estabelecidos pelos grupos. • Evitar a corrupção e co opção: a fim de evitar a corrupção financeira, o CCC deve encomendar uma auditoria financeira realizada por empresas independentes, e inserir os r esultados nos r elatórios anuais disponibilizados ao público. O CCC deve estabelecer políticas claras em matéria de confl itos de inter esse e de divulgação de infor mações para os diretores e funcionários. Para minimizar o risco de co opção da indústria, os membr os do CCC devem assumir a r esponsabilidade pelas suas r espetivas par tes inter essadas e demonstrar maior transparência e aber tura. Afinal de contas, são os grupos de cidadãos representados num CCC que contr olam o processo e não o governo ou a indústria. • O apoio do governo: os próprios governos podem permitir que a sociedade civil crie CCC independentes, via financiamentos de receitas públicas r ecebidas de pr ojetos da indústria extrativa e, assim, remover à indústria qualquer papel direto no orçamento do grupo. • Do apoio pr ovisório ao lançamento por par te de organizações não-governamentais (ONGs) filantrópicas, caso nenhum dos instrumentos financeiros acima mencionados esteja disponível no curto prazo. Um CCC, enquanto mecanismo criado para a par ticipação de um público infor mado, o seu fi nanciamento deve ser assegurado dir etamente pelo gover no ou pela indústria. 123 Anexo 5: Dados utilizados para os mapas produzidos pelo pnue-wcmc Mapas da Indústria Extrativ Biodiversidade a e da Coral de água fria Distribuição mundial de corais de água fria (V2.0 2005) Segundo A. Fr eiwald, Alex Rogers e Jason Hall-Spencer et al. Dados de exploração e extração de petróleo: IHS, extraído, Janeiro de 2010. Áreas protegidas designadas nacionalmente e reconhecidas internacionalmente Locais de postura e de alimentação de tartarugas Sítios mundiais de nidifi cação e alimentação de tartarugas marinhas (Global Marine Turtle feeding and nesting sites) (V 1.0) 1999 compilado pelo PNUE - W orld Conservation Monitoring Centr e (UNEP-WCMC). World Database on Protected Areas (WDPA) Annual Release 2009 (web download version), Februar y 2009. O WDPA é um produto do PNUD e da UICN, elaborado pela UNEP-WCMC, apoiado pela UICN WCPA em colaboração com governos, secretariado da AEM (Acor dos Ambientais Multilaterais) e ONG parceiras. Para mais informações: protectedareas@ unep-wcmc.org Áreas pelá gicas de concentração de fitoplâncton e de aves do mar Da página 6 et 7 do “Seabir d distribution and oceanic upwelling off Northwest Africa” de Russell B. Wynn and Britta Knefelkamp, British Bir ds 97, July 2004. Mangais Mangroves of W estern Central Africa (2006) compilado pela PNUE - W orld Conservation Monitoring Centre (UNEP-WCMC). Dados processados de imagens Landsat circ do ano 2000. Estas ár eas de intenso upwelling saldam-se por uma proliferação de fitoplâncton, base de uma rica cadeia alimentar marinha e de elevada concentração de aves marinhas. Estas aves são pr ovavelmente atraídas por densos car dumes de pequenos peixes pelágicos que se alimentam de espécies abundantes de plâncton. Os desenhos azuis em oval no interior das r osas indicam os locais onde foram observadas mais de 100 aves marinhas por hora, enquanto nas águas cir cundantes, menos de 10 aves foram contadas por hora. Esta pesquisa foi realizada apenas numa parte da ZEE da Mauritânia. Muitas outras ár eas pelágicas primor diais, permanentes ou temporárias, podem existir na Mauritânia, ou em outros países da WAMER. Gramas marinhas (campos submarinos) Distribuição mundial de campos submarinos (V2.0, 2005) elaborado pela PNUE - W orld Conservation Monitoring Centre (UNEP-WCMC) em colaboração com o Dr. Frederick T. Short. Área importante para a conser vação de aves BirdLife International (2009). Sítios importantes para as aves (IBA) dados extraídos do Banco de dados mundial sobr e as aves (W orld Bir d Database) a 15 Abril de 2009. Para mais informações visite o website www.birdlife.org. Os ricos ecossistemas bentónicos da platafor ma continental não são apresentados no mapa, devido 124 à falta de informação sobre a localização destes ecossistemas na W AMER. Um grande banco de pradarias situado ao largo do Banco de Arguin desempenha aparentemente um papel fundamental na criação de condições ambientais adequadas para os campos submersos no parque adjacente e sítio do Património Mundial. CF. igualmente Kloff, S., Trebaol, L. e E. Lacroix, 2007. Pêche aux bivalves & environnement. Panorama mondial, études de cas, application à l´exploitation des praires en Mauritanie. Fondation Inter national du Banc d’Arguin, FIBA. La tour du V alat, Arles, França. Disponível no seguinte web site: www.lafi ba.org. Outros dados foram usados da forma que segue: Para a Serra Leoa, os limites da pesca artesanal foram defi nidos como operando em estuários e águas interior es estendendo-se ao litoral até uma profundidade de 20 aos 40 metr os. Referência: www.fao.org/DOCREP/003/R9003E/R9003E03.htm Para o Senegal, o limite da pesca ar tesanal foi definido como sendo 12 milhas. Referência: http://base.d-p-h.info/es/fiches /pr emierdph / fiche-premierdph-4047.htm Para a Guiné-Bissau, os dados provêm de um velho mapa pr oduzido pela PNUE-WCMC, “Biodiversity and Perspectives on Oil, Gas and Mining Exploitation in Guinea-Bissau”. Os dados foram for necidos por Alfredo Simão da Silva, Dir etor do IBAP , Instituto da Biodiversidade e Áreas Protegidas (IBAP), Guiné-Bissau, Nelson Dias Gomes, chefe de missão, UICN-Guiné-Bissau, Guiné-Bissau, e Her culano da Silva Nhaga, Gabinete de Planificação Costeira, INEP / CELUWA SIG / GPC, Guiné-Bissau. Os dados de batimetria foram reproduzidas a partir do Atlas Digital GEBCO publicado pelo Centr o de Dados Oceanográficos da Grã Bretanha. As fr onteiras inter nacionais foram consideradas a partir de tabelas Digitais do Environmental Systems Research Institute Inc. (ESRI) Press, 1993. Zonas de pesca Para a localização dos arrastões pelágicos holandeses na Mauritânia, a seguinte r eferência foi utilizada: Zeeberg, J., A. Cor ten, E. e de Graaf, 2006. Bycatch and r elease of pelagic megafauna in industrial trawler fisheries of f Nor thwest Africa. Fisheries Research, 78:186-195. Não existia um conjunto unifor mizado de dados capaz de for necer uma visão global coer ente das catividades e das zonas de pesca. Os diferentes dados disponíveis por país foram usados e indicados de maneira coer ente onde era possível. Na ausência de infor mação mapeada, foram utilizados descrições de limites de pesca, sendo os dados gerados em conformidade. Vários limites diferentes de distância foram listados nas Zonas de Pesca Ideal para o Senegal. Estes limites foram estabelecidos para toda a região por meio do cálculo de difer entes distâncias da costa. Estes, são apr esentados com cor es difer entes que dependem da distância r elativamente a costa nos mapas e podem ajudar a localizar toda outra informação eventualmente disponível. Estes dados foram for necidos pelo Dr . Khady Sane Diouf do Senegal. Um conjunto de dados úteis sobr e a pesca dos difer entes países da África Ocidental foi fornecido pelo Dr . Khady Sane Diouf, especialista no domínio das pescas no Senegal. Estes dados consistiam em: zonas de pesca guineenses, zonas de pesca da Gâmbia, cefalópodes, pesca de camarão, a pesca de atum com iscas vivas, a pesca da pescada, pequenos pelágicos e juvenis. Alguns desses dados abrangiam apenas alguns países específicos, por isso, é importante notar que a falta de dados não significa necessariamente que essa pesca não ocorra em outras áreas. Correntes oceânicas extraído de: Mariano, A.J., E.H. Ryan, B.D. Perkins, S. Smithers. The Mariano Global Surface Velocity Analysis 1.0, US Coast Guard Technical Report, CG-D-34-95, 1995. 125 Anexo 6: Um plano de luta contra as marés negras Além disso, tanto o equipamento para o pessoal se pr oteger de materiais perigosos como o equipamento de estágio pr eliminar devem ser colocados em locais estratégicos. 1. Proteger a origem do acidente a fi m de deter o derrame de petróleo aquando da descarga, descarga de navios encalhados ou fraturados (bar ca de salvamento disponível, etc.) poços r esistentes (platafor mas para poços de descarga disponíveis), oleodutos de bloqueio (equipamentos e pr ocedimentos) e procedimentos de encerramento de instalações de descarga. 2. Normas de planificação da resposta: a imposição aos operadores de serem capazes de recuperar 300.000 baris de petróleo na superfície em 72 horas, incluindo o pessoal e equipamento devendo intervir para r ealizar deter minadas tarefas (como é o caso no Alasca). 3. Organização da r esposta: coor denadas do pessoal de contacto de r esposta a maré, o sistema de contr olo do incidente, como serão essas pessoas contactadas, a sua formação e as autoridades fi nanceiras contratantes. T odos os envolvidos na resposta a maré e os equipamentos disponíveis devem ser identificados. 4. Fundo Nacional Maré Negra: todos os gover nos deveriam definir um fundo nacional para financiar a prevenção e os esforços de resposta as marés negras, e isso, talvez com base numa taxa nominal de 0,05 dólares americanos por barril sobre todo o petróleo produzido, importado ou transportado através das suas fr onteiras. Este fundo poderia ser utilizado nos esforços desenvolvidos pelos governos na pr evenção e r esposta as marés negras, incluindo as respostas de urgência. 5. Deter a maré: muitas barragens petr olíferas, absorventes, equipamento de ar mazenamento para o petróleo r ecuperado (bar caças, diafragmas, etc.) devem ser preparados para intervir, inspecionados e testados r egularmente, conter peças suficientes eter acessoa operadores treinados assim como navios de desdobramento. 126 6. Protocolos de dispersantes: o plano que indica onde, como e em que condições os dispersantes químicos e / ou coagulantes podem ser usados em marés negras. Os dispersantes devem ser usados somente em ár eas of fshore, onde a profundidade da água é superior a 100m, onde a mistura petróleo / dispersante não vai entrar em contacto com um ambiente sensível, como o fundo marinho, o ambiente costeiro, mangais e recifes de coral, e quando os ventos têm uma velocidade de cerca de 10 a 20 nós, com alturas de onda de 0,5 a 1m e quando r etirar o petróleo da super fície do mar benefi ciará claramente o ambiente e não as relações públicas. 7. Protocolos de queima: o plano que indica a localização e condições em que a queima de uma maré negra é apr ovada. Isto deve incluir a presença de barragens antifogo, assim como a capacidade em isolar o petróleo que queima e que pode atear uma outra cober tura de óleo, por exemplo do petróleo ainda a bor do de um navio-tanque ou localizado em tanques no terminal. 8. Limpeza costeira: um plano para r ecuperar o petróleo que atinge a costa, incluindo: • Uma avaliação da limpeza da costa (partes da costa identificadas que precisam ser limpos); • Tecnologias de limpeza a usar: limpeza com água de alta pressão e / ou água quente, onde e quando ela pode for necer uma nítida vantagem; • Absorventes / barcaças de armazenamento para o qual o petróleo recuperado será transferido; 11. Exercícios de aler ta contra marés: o gover no deve exigir quetodos os operadores respondam as aler tas contra marés, anunciados ou não, incluindo exer cícios teóricos e de mobilização completa no qual os equipamentos e pessoal são aplicados como se tratasse de uma verdadeira maré negra. A for mação de todo o pessoal de r esposta deve ser essencial assim como a mobilização prévia e a for mação de moradores que possam contribuir em caso de resposta. • A bio-descontaminação que consiste em plantar fertilizantes e / ou bactérias indígenas em par tes de praia contaminada a fi m de acelerar a degradação do petróleo; • O equipamento a ser utilizado, e • O pessoal para qualquer operação de limpeza da costa e como esse pessoal vai ser alojado / acompanhado. É preciso incluir um plano que permita utilizar, formar e garantir a segurança dos voluntários aquando de uma limpeza de costa. 9. Eliminação deesíduos: r identificar as metodologias que per mitem r emover os hidr ocarbonetos e as matérias contaminadas recuperadas, incluindo a transfor mação de petróleo r ecuperado em produtos úteis, a saber, pavimentação, refinação, etc. 10. Resposta para a fauna e fl ora: um plano para lidar com a fauna e flora em torno da área afetada por uma maré negra, incluindo: • Como e quando tentar r ecuperar a fauna contaminada sem assustar os animais que não foram contaminados, mas que podem vir a encontrar-se em áreas afetada pela maré; 12. Avaliação de danos: um plano que r ealize uma avaliação exaustiva dos danos ambientais, sociais e económicos causados por uma maré, identificando as agências que par ticiparão na r esposta, os estudos e a r ecolha de dados a efetuar assim como a agregação das infor mações concer nentes o impacto económico sobr e as empr esas, a saber da pesca, turismo, etc., a fim de apoiar os pedidos de indemnizações a enviar aos originadores das marés, seguradoras ou aos organismos inter nacionais de indemnização em caso de marés negras, nomeadamente a Organização Marítima Internacional de que o governo faz parte. 13. Restituição: neste plano, várias medidas de recuperação ambiental são utilizados (a) para que qualquer população contaminada pela maré seja reposta, (b) para trocar ou encontrar substitutos aos recursos contaminados, ou (c) para encontrar um outr o acor do de compromisso ambiental positivo face aos danos sofridos. • Tentar manter a distância a fauna que não tenha sido contaminada pelo trajeto da maré; • Instalações em navios e em terra fi rme para onde levar os animais contaminados; • Protocolos de tratamento para a vida selvagem contaminada; 14. Revisão r egulamentar: Os gover nos devem periodicamente r ever e melhorar os seus estatutos e procedimentos de prevenção e de resposta as marés negras, e em particular as suas nor mas de r esponsabilidade, a fim de garantir em que elas estejam em conformidade com as normas internacionais mais rigorosas. • Protocolos de descontaminação para evitar a transmissão de doenças nas instalações de armazenamento e • Protocolo de soltura quer em jardins zoológicos quer na natureza, etc. 127 Os Autores sobre a Responsabilidade Social e Ambiental do sector privado. Ele trabalhou em questões de petróleo e gás e de mineração em muitos países e foi Codir etor de um pr ojeto da WWF sobr e os critérios a aplicar as empr esas de petróleo, gás e de mineração em zonas de grande biodiversidade. Sandra Kloff é bióloga e tem mais de 10 anos de experiência na área de uso sustentável dos ecursos r marinhos e de água doce. Durante quatr o anos, ela trabalhou no W AMER, primeiramente como Diretora de um pr ojeto no pr ograma de pesquisa sobre a pr oliferação de vegetação aquática na bacia inferior do Rio Senegal fi nanciadas pela União Eur opeia, depois ela juntou-se a UICN na Mauritânia, como Diretora do Programa para a Conservação e r ecuperação das zonas húmidas costeiras. Ela trabalhou como consultora para a DFID, WWF , FIBA, Gr eenpeace, PNUD, GEF e os Gover nos da Mauritânia e Guiné-Bissau. Ela par ticipa também ativamente no trabalho de plaidoyer das ONG eur opeias e oeste africanas locais sobre as questões da poluição marinha e à sobre-exploração dos recursos haliêuticos. Paul Siegel é um ecologista marinho e assessor da conservação marinha da WWF para a África Ocidental e o Oceano Índico. Ele tem experiência de 30 anos no domínio do desenvolvimento sustentável, da conservação e do r eforço de capacidades em África. Nos últimos sete anos participou no desenvolvimento e implementação do programa da WWF sobre o setor de petróleo e gás Eco-região Marinha da Africa Ocidental (W AMER) e na Eco-região Marinha do Leste Africano (EAME) e Madagáscar. Coordena também o programa da WWF/PRCM intitulada “Promover economicamente, Clive Wicks trabalha no domínio da gestão, socialmente e ambientalmente r esponsável o da engenharia, da agricultura e no movimento desenvolvimento do petróleo e gás of fshore, ambientalista, nomeadamente para a WWF já a 24 anos. Antes disso, ele passou 25 anos trabalhando na África Ocidental” sediada no escritório da WWF em Dakar. na agricultura em África, com uma empr esa internacional, período no fi nal da qual, trabalhou como Diretor. Hoje ele é consultor em conservação Os autor es são membr os da Comissão da UICN e desenvolvimento e trabalha principalmente sobre para a Política Económica, Social e Ambiental e o impacto do petróleo e gás e da mineração. assessoram como especialistas a IUCN, os Gover nos Ele é Copr esidente da Comissão de Política e a Sociedade Civil sobr e as indústrias extrativas, Ambiental, Económico e Social da UICN (CEESP) concentrando-se nos países em desenvolvimento. 128 Referências Canadian Maritime Law Association, 1996. Discussion Paper on the Need for an International Legal Regime for Offshore Units, Artificial Islands and Related Structures Used in the Exploration for and Exploitation of Petr oleum and Seabed Resour ces. Available on: www .wob.nf.ca/News/1998/July98/ offshore3.htm Abidjan Convention for W est and Central Africa. http://www.unep.org/AbidjanConvention/ Afronews, 19 October 2009. Alder, J. and R.U. Sumaila, 2004: W estern Africa: a fish basket of Eur ope past and pr esent. 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