O Mistério da Impiedade e a Demolição da Igreja

Transcrição

O Mistério da Impiedade e a Demolição da Igreja
Prefácio
As perspectivas do mundo moderno, no tocante ao aspecto da vivência religiosa, nos coloca diante do dilema entre a
postura do sagrado ou da tal imersão na dessacralização. O
homem de hoje já há muito vem perdendo a sua intimidade com
o seu aspecto divino, no tocante ao exercício da atividade litúrgica e produz uma redução da beleza do mistério a uma mera
celebração comunitária vaga e sem conteúdo que o possa levar
a tocar o amor divino na sua expressão terreno-temporal: A
santa celebração do Augusto Sacrifício da Missa. Atentemo-nos
para o fato de que a vivência do ato sagrado é um meio antropológico de fazer uma referência a uma dimensão que está além dos meros sentidos naturais, de uma realidade que só se
experimenta criando um ambiente externo longe do cotidiano,
uma experiência fora do mundo.
A noção e a experiência do sagrado estão de tais modos ligados ao horizonte de compreensão religiosa e cultural
que uma sociedade tem de si mesmo e ao contexto histórico
com vários reflexos pessoais, que o querer prescindir desses
laços para poder isolar um significado unitário de sagrado, não
é apenas o aspecto histórico-social que põe em crise qualquer
explicação e esclarecimento que se queiram dar a respeito do
conceito de sagrado; em também, de maneira mais determinante, a própria extensão do termo no âmbito religioso e, ao
mesmo tempo, a sua ocultação ou o seu caráter informal e indeterminado em relação ao próprio religioso.
Com efeito, um primeiro destaque da ciência das religiões reconhece no sagrado o que é separado, o que se esconde, o que deve ser subtraído à vista, o que é diferente e extraordinário, segundo a etimologia: sacer (latim), qadosh (hebraico), haram (árabe), ao passo que o profano é o que se encontra
diante (pro) do templo (farum), isto é, fora do sagrado.
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Não obstante, embora seja em grande parte indeterminável, o
sagrado está sempre vindo à baila na consciência contemporânea e, por isso, será justamente questionando a consciência
contemporânea que de vez em quando fala de secularização e
põe em prática formas de dessacralização, que ironiza os que
consideram tutores ou especialistas do sagrado e de redescoberta do sagrado hoje e a uma primeira qualificação dele. Esse
fenômeno apresentar-se-á em toda a sua importância principalmente quando consideramos que o sagrado jamais é entidade em si definida, mas é uma experiência junto com outras experiências; em outras palavras: Quando levamos em conta que
o sagrado não é indiferente à experiência do sagrado.
Esse aspecto intrincado no tocante à compreensão do sagrado
possui atrelado a si mesmo um sentido econômico-salvífico
(aproximando-se ao termo alemão heilig). O modo moderno de
se viver, decepcionado com os mitos da ciência e da técnica e
desorientando por propostas demasiadamente vulgares para se
tornarem ideais de vida, se sente pressionada por uma necessidade nova de recuperar a sua integridade, a sua identidade. É
levando em consideração este aspecto da necessidade de uma
experiência que abarque o elo transcendente do homem, cujo
destino é a vida eterna, que não devemos minimizar este aspecto antropológico enraizado na consciência humana pela qual
a experiência do sagrado se configura como experiência de
uma falta que, por sua vez, remeta a um desejo de salvação, a
uma vontade de ser inteiro e íntegro, de recuperar o heilig salvífico.
O exame, há grosso modo, deste aspecto ligado a antropologia
religiosa nos dá uma noção de como caminha a atual atitude
litúrgico-pastoral em relação à manutenção dessa realidade
vivencial do aspecto sacrifical e sagrado da Missa. Pois aquele
elo com o Homem e Deus, no sentido da expressão gestual e
na vivência do silêncio reverente a Deus, foi quebrado.
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Introduziram formas e expressões estranhas ao conjunto de
uma verdadeira celebração da vida divina, pois que o rito é a
sua expressão. Mais autêntica do sagrado, porque baseado
num conjunto simbólico em que existe ao mesmo tempo a possibilidade de falar da transcendência na imanência expressiva e
figurativa. E é justamente nesse nível de delicado jogo de equilíbrio entre transcendência e imanência, entre mistério e sentido, entre o sagrado e os seus sinais e os seus símbolos que se
estabelece e se instaura e verdadeira experiência religiosa. Por
fim, a leitura da presente obra nos dá algumas pistas e referências de como nos posicionarmos diante do dilema hodierno
nesse delicado campo. É-nos posto a base mais sólida da cara
tradição católica no que diz respeito à vivência pessoal íntima
com esse amor de Deus que pode nos elevar acima dos desejos e das visões terrenas transitórias. Um olhar atento sobre o
que aqui se expõe, exige de nós uma postura decidida e comprometedora com o depósito de fé autêntico da Santa Igreja.
Faz-nos afastar, por assim dizer, do âmbito de profanação e
dessacralização que em tantos lugares de por vários modos
atingiram a Esposa Imaculada do Cordeiro.
Que Deus conduza cada coração ao terreno rochoso e seguro
da sua verdade contido e mantido, a duras penas, na sua Una e
Santa Igreja Católica. Para que no final da história: todos irmanados “ouvirão a minha voz e haverá um só rebanho e um só
pastor” (Jo 10,16).
“Os pecados do mundo são muito grandes. Se os homens soubessem o que é
a eternidade, faziam tudo
para mudar de vida.” “Minha madrinha,
peça muito pelos pecadores! Peça muito pelos Padres! Peça muito pelos religiosos! Os Padres só deviam ocupar-se
das coisas da Igreja. Os Padres devem
ser puros, muito puros.”
“Os homens perdem-se porque não
pensam na morte de N. S. Jesus e não fazem penitência”
“Ser pura é guardar a castidade; e ser pura na alma é não fazer
pecados; não olhar para o que não se deve ver, não mentir
nunca, dizer sempre a verdade ainda que nos custe...
Os pecados que leva mais almas para o inferno são os pecados
da carne.
Hão de vir umas modas que hão de ofender muito a Nosso
Senhor. As pessoas que servem a Deus não devem andar na
moda. A Igreja não tem moda. “Nosso Senhor é o mesmo”
“Nossa Senhora disse que no mundo há muitas guerras e discórdias. As guerras não são senão castigos pelos pecados dos
homens.
É preciso fazer penitência. Se a gente se emendar ainda Nosso
Senhor valerá ao mundo; mas se não se emendar, virá o castigo”.
Quem te ensinou tantas coisas?
Foi Nossa Senhora; mas algumas penso-as eu. Gosto muito de
pensar.
Pe. Sérgio David de Araújo
Beata Jacinta Mart (Uma das crianças que viram Nossa
Senhora de Fátima)
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Apresentação
E inegável que a Santa Igreja passa por uma profunda
crise de fé nos dias atuais, cujos sintomas são facilmente
perceptíveis diante das inúmeras perplexidades e desorientações sem precedentes, tanto no seu corpo eclesial
quanto nos mais simples fiéis, com reflexos desastrosos
em toda sociedade contemporânea. De fato, a Igreja encontra-se envolta numa tenebrosa nuvem escura que parece não ter fim, causando incontáveis dissidências, desânimo a uns e apostasia a tantos outros. Emerge deste triste cenário a grande necessidade de se alertar os católicos
em geral a despeito das raízes destes males, identificando
as causas, denunciando os responsáveis pelo processo de
auto demolição e apontando as suas conseqüências. Eis,
portanto, a que se destina este humilde trabalho.
Para que se possa compreender bem esta realidade, convém, inicialmente, voltar no tempo, precisamente no início
do século XX, destacando as palavras proféticas do saudoso Papa São Pio X, em sua Encíclica Rerum Communium, que, com muita propriedade, assim alertou:
“Estão, pois, muito equivocados aqueles que crêem e esperam
para a Igreja um estado permanente de perfeita paz, de prosperidade universal, e um reconhecimento prático e unânime de
seu poder, sem contradição alguma; mas o erro pior e mais
grave é o daqueles que se enganam pensando que eles conseguirão essa paz efêmera dissimulando os interesses privados,
diminuindo-os injustamente, agradando o mundo 'onde domina
inteiramente o demônio', sob o pretexto de simpatizar com os
atraí-los para a Igreja, como se fosse possível a harmonia entre
a luz e as trevas, entre Cristo e o
Demônio.
São estes, sonhos de enfermos, alucinações que sempre ocorreram e ocorrerão enquanto houver soldados covardes, que
deponham suas armas na simples presença do inimigo, ou traidores, que pretendam a todo custo fazer as pazes com os adversários, ou seja, com o inimigo irreconciliável de Deus e dos
homens”.
As palavras proféticas do São Pio X atingem de cheio todos os protagonistas de ontem, de hoje e de sempre, que,
teimosamente, insistem em avançar cada vez mais no
rompimento total com o passado glorioso da Igreja, e, movidos pelo espírito da novidade, aderem cegamente a uma
ação pastoral de caráter meramente antropológica voltada
unicamente para tornar a Igreja mais atrativa às solicitudes
do mundo moderno, tendo como principal objeto o homem,
e não mais Deus. E assim o evangelho é substituído pelos
“direitos humanos do homem”; a evangelização, pelo “diálogo”; os dogmas católicos, por um falso “ecumenismo”, a
oração e práticas piedosas, pelas “ações temporais”, e a
salvação eterna, pela “felicidade do tempo presente”.Tais
erros encerram, em si mesmos, no abandono da verdadeira doutrina católica, na
deformação da teologia dogmática, e no desprezo para
com a liturgia.O resultado de tudo isso é extremamente
desastroso, cuja maior conseqüência é a perda da fé.
Não foi por menos que Nosso Senhor Jesus Cristo se
questionou “Digo-vos que em breve lhes fará justiça. Mas,
quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a
terra?” (Lc 18,8)
Busca-se com esse trabalho associar-se às vozes daqueles que se levantaram no passado não tão distante, contra
essa triste realidade que vive a Igreja nos dias atuais, mas
que, infelizmente, não foram ouvidas.
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Como se não bastasse, os que ainda ousam alertar e denunciar os erros do tempo presente são duramente perseguidos e ridicularizados. Não se trata aqui de fazer apologia a um pessimismo exacerbado, nem de promover um
alarmismo infundado. Ao contrário, a situação é extremamente crítica e preocupante, de forma que não mais há
espaço para passividade e indecisão. Com efeito, o mistério da impiedade, perpetrado pela ação maliciosa dos
maus, aumenta de forma assombrosa, na medida em que
a ignorância e a indiferença imobilizam e adormecem o
ânimo dos bons, tornando-os mornos e coniventes. Eis
que é chegada a hora de se decidir, pois quem não está
com Cristo, está contra Ele. Nunca é demais lembrar que
os anjos indecisos, na luta entre Deus e Lúcifer, tiveram o
mesmo destino dos partidários de Lúcifer, ou seja, a condenação eterna.
O Mistério da Impiedade e a Demolição da Igreja não pretende esgotar todo o alcance da crise de fé na qual se encontra a Igreja, que, com toda certeza, é muito mais abrangente do que se possa imaginar. Nada impede, contudo, que o leitor busque aprofundar-se no estudo para
alcançar uma melhor compreensão dos fatos. Cabe, portanto, a este humilde trabalho, deter-se de forma sucinta e
esclarecedora, apenas nos fundamentos e conseqüências,
da nova teologia desenvolvida pelo seu principal mentor o
Pe. Teilhard de Chardin, falecido em 1955, mas que deixou um grande legado de princípios teológicos que, embora condenados pela Santa Sé, dão suporte à ação demolidora da Igreja da Católica por parte dos sectários do modernismo, heresia outrora combatida e condenada, mas
que, hoje, travestida de “progressismo”, encontra-se livre e
atuante.
Eis que a ação demolidora da Igreja não parte mais dos
inimigos externos, mas dos que estão dentro da própria
Igreja. A principal fonte de pesquisa é abstraída do livro “O
Que O Concílio Não Disse”, de autoria do Padre José Ricart Torres, publicado em 1969, a quem coube estudar
com maior profundidade o tema que ora se pretende abordar. Da referida obra, convém destacar o excerto prefaciado pelo ilustre professor Geraldo Dantas Barreto, justamente no momento histórico que eclodia nas mudanças
estruturais da Igreja, cujas conseqüências estavam apenas começando naquela época. Veja-se:
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“A Igreja vive a sua maior crise de todos os séculos, e está sendo provocada, desta vez, pelos inimigos de dentro, isto é, por
seus próprios filhos. Inspirados pelo Maligno, nestas últimas
décadas, a Igreja vem sendo dessacralizada de todas as maneiras luciferianas inimagináveis, em toda sua dimensão
eterna e divina a fim de reestruturá-la, segundo um projeto puramente secular, profano, temporal, humano, do qual se elimina
a transcendência, a relação do homem a Deus.”
Que a Santíssima Virgem Maria, sob o título de Nossa Senhora de Fátima, que tanto se esforçou para evitar tal desastre, ajude a Santa Igreja, de quem é Mãe e Rainha,
nestes momentos tão difíceis. Que ilumine e ajude a todos
os seus filhos a permanecerem fiéis à Sã Doutrina e aos
Dogmas Católicos, com a total confiança de que o seu
Coração Imaculado, por fim, triunfará.
O autor. Sebastião Gonçalves Braz.
Capítulo I
Teilhard de Chardin o Pai da Nova Teologia
Para podermos ter uma idéia do que esta acontecendo,
apresentaremos de inicio como reflexão, a obra em
forma de Perguntas e Respostas do Padre José Ricart
Torres a respeito das obras de Teilhard de Chardin, o
pai da Nova Teologia. *(...)
1- Hoje em dia está muito em tela Teilhard de Chardin, e é
muito discutido. Que se deve opinar sobre ele e sobre sua
obra?
-- Sobre ele recomendo-lhe, leitor, seja benévolo em seu juízo e
não queira pensar mal dele. Deixemos os mortos enterrarem
seus mortos, diria Cristo. Não julguemos as pessoas, já que
Deus é o único juiz verídico. Sobre a sua obra já é outra coisa.
O confucionismo reinante – que com a mistura e com os amalgamamentos de coisas, idéias e pessoas – emprega aqui a sua
tática habitual: grandes encômios da santidade, da virtude, da
ciência... do protagonista, e destarte faz passar como
boa mercadoria aquilo que perniciosíssimo pode ser. De pronto,
pesam sobre a obra de Teilhard de Chardin as seguintes acusações: 1) Durante sua vida nunca lhe foi permitido a publicação de seus escritos (apenas artigos estritamente científicos de
achados, etc.). 2) A 15 - 11- 1957 o Santo Ofício manda que
suas obras sejam retiradas das Bibliotecas; não devem ser
vendidas em livrarias católicas...;.
*(...) Nota: Transcrevo na integra seus comentários, as perguntas e resposta
da referida obra da edição brasileira de 1969, com apresentação de D.
Marcelino Olaechea, Arcebispo de Valência e presidente da Comissão
Episcopal de Seminários. 25 de março de 1968.
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3) A 30-6-1962 o mesmo Santo Ofício emite um Monitum no
qual é dito que os escritos dele contêm ambigüidades e graves
erros em matérias filosóficas e teológicas. 4) No mesmo ano, a
congregação de Seminários proíbe aos seminaristas a leitura
dos livros de Treilhard que estejam nas bibliotecas deles; 5) A
30-9-1963 o Vigário de Roma ordena aos livreiros da Cidade
que retirem da venda os livros de Teilhard e os que sobre ele
tratem difundindo ou favorecendo doutrinas perigosas; 6)
Quando, ao morrer Teilhard de Chardin, começaram a publicar
os seus escritos, o Padre Geral dos jesuítas advertiu que tal se
fazia contra a sua vontade, e protestou contra isso, ao mesmo
tempo que proibia aos jesuítas a tradução dos mesmos escritos.
A esta acusações acrescentemos que ainda não apareceu nenhum livro original de Teilhard de Cardin com aprovação eclesiástica, conforme exige o Direito Canônico.
2 – Se assim é, como explicar que os Jesuítas tenham traduzido obras dele, que as louvem e divulguem, e que tão
entusiasticamente o celebram como a figura maior da Igreja
de todos os tempos, mesmo acima de Santo Agostinho e
de Santo Tomás de Aquino?
– O próprio exagero destes elogios – que certamente foram
proferidos inclusive em televisão – denota a pouca fé que nos
merecem os que os proferem, pois manifestam pouco equilíbrio
e pouca probidade científica. Quanto aos jesuítas, melhor é
recorrer aos seus Superiores para conhecer bem cada caso e,
assim, poder julgá-lo com acerto.
3 – Porém Teilhard de Chardin é verdadeiramente perigoso,
como dizem muitos?
– É tanto mais perigoso quanto mais disfarçado é o erro ou
mais adocicado se apresenta. O que se torna incompreensível é
que pessoas boas e de talento possam cair na ingenuidade de
pensar que fazem uma boa obra para a causa do catolicismo
divulgando as doutrinas teilhardianas. Pensam que a doutrina
de Teilhard, com todos os seus inconvenientes, leva a desterrar
do mundo o ateísmo.
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E, no entanto, sucede inteiramente o contrário. São precisamente os ateus os que mais propaganda fazem de Teilhard de
Chardin, porque às mil maravilhas lhes serve o poderem aduzir
um autor católico, e Jesuíta, em prol de um sistema religioso
que leva ao materialismo e ao ateísmo. Eles e muitos outros
materialistas assim o vêem. E é certo que do sistema dele se
pode tirar o materialismo mais do que o espiritualismo.
4 – E quais são esses erros de Teilhard de Chardin?
– Necessitar-se-ia um livro inteiro para os expor, pois haveria
que os confrontar com textos e raciocínios. Bastar-nos-á, porém. Aqui indicar alguns de caráter geral.
a) Seu sistema leva necessariamente ao naturalismo. Nele não
há nada de sobrenatural, nem é possível haver. O sistema de
Teilhard consiste na evolução da Matéria – com maiúscula. –
Esta leva ao ponto Ômega, que necessariamente será natural;
do contrario, já não haveria verdadeira evolução.
b) Conduz também ao materialismo, visto que a única coisa que
existe é a evolução da Matéria. Como pode um espírito propriamente dito provir da Matéria? Para Teilhard de Chardin, a Matéria primeiro condensa-se, e cada vez mais vai chagando à
unificação e perfeição: os primeiros elementos vitais lentamente
se convertem em organismos cada vez mais perfeitos, até que
aparecem o sistema nervoso e o cérebro. Com este encontrase, na terra, a consciência, e com isso, ele passa à noosfera –
região do entendimento. – Passagens mui singelamente afirmadas, mas não provadas. E como foi que o homem se introduziu
no mundo? Deus cria a alma? A alma é estritamente espiritual
no sentido católico? Perguntas que não acham respostas em
Teilhard de Chardin; do seu sistema muito antes se deduziria
uma negação absoluta da intervenção direta
de Deus na formação da alma humana, e da verdadeira espiritualidade desta.
c)Um exemplo de seus princípios: “No princípio, havia nos dois
pólos do ser Deus e a Multidão(...)
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Criar, segundo nossas aparências, é condensar, concentrar,
organizar, unificar” (“Écrits du temps de la guerre”, pág. 114).
Não se supõe aqui uma eternidade da Matéria? Esta Matéria
existia com Deus, aos pés de Deus, era a sombra de Deus, mas
não era nada; porque a sua divisão ou dispersão não lhe permitia existir... (tudo isto é terminologia teilhardiana). Como se vê,
ele confunde o ser com a unidade. Mas ele entende por unidade
uma unidade de composição, e não de simplicidade (como distinguiriam filósofos e teólogos). Perverte, assim, o conceito de
criação, admitindo a terminologia, porém mudando o objeto dos
termos. Tudo isso leva, pelo menos, ao confusionismo.
d) Como se explica o pecado original, ou simplesmente o pecado, em Teilhard de Chardin? Neste ponto, os próprios simpatizantes e discípulos dele ou permanecem num mutismo absoluto, ou reconhecem que Teilhard não se exprime bem. A verdade
é que ele se exprime, sim, mas propõe uma noção de pecado
que não é, nem de longe, a noção católica. Basta o que
fica dito para nos pormos em guarda contra Teilhard e nos afastarmos dos seus escritos se quisermos “seguir a Igreja”.
5 – Ouvi dizer que Teilhard de Chardin é o autor recomendado pela maçonaria, é verdade?
-- Efetivamente. No livro “O ecumenismo visto por um francomaçom”, de Yves Marsaudon, se pode ler: “O conhecimento,
as filosofias e as metafísicas aproximam-se entre si. Não se
distingue nada que possa evitar que os homens se entendam,
quando se compara a fórmula maçônica do Grande Arquiteto do
Universo com o ponto Ômega de Teilhard de Chardin. Atualmente Teilhard de Chardin é, sem discussão, o autor mais lido;
a um tempo nas lojas e nos Seminários”.
No diário “Le Monde” de 12 de fevereiro de 1965, o novo grãmestre do Grande Oriente da França, Alexandre Chévalier,
lembrou as orientações filosóficas do Grande Oriente, referindose em particular a Teilhard de Chardin.
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6 – Outros dizem que Teilhard de Chardin serve de plataforma intelectual do marxismo?
-- É coisa certa que nos países comunistas, grande propaganda
se faz dos livros teilhardianos. Mas, cientificamente, lembrarlhe-ei aqui a entrevista da senhora Suzanne Cita-Malard com o
Padre Philippe de La Trinité, na emissão “Art et Foi” da Rádio
Montecarlo, a 15 de janeiro de 1965. Pergunta Suzanne CitaMalard: “E, no seu entender, qual seria o aspecto prático mais
característico desta nova teologia, desta nova forma do modernismo? – Digo-o sem embages: no plano prático, a visão, a
pseudo-síntese teilhardiana, desemboca efetivamente, de maneira explícita, no progressismo “católico-marxista”. Escutem
nestes dois textos significativos: 1)Em 1952 Teilhard escreveu: “Quando gosto de dizer que a síntese Deus (cristão) de
Cima e do deus (marxista) Para-frente é o único Deus que desde agora podemos adorar “em espírito e em verdade”. Parece
estarmos sonhando, porque o marxismo nega Deus. Mas não
estamos sonhando: claramente o escreveu Teilhard, e não o fez
para se distrair.
2) Vejam outro texto: pode ler-se em “La et L´Homme”, que
data de 1947, esta afirmação relativa ao marxismo e ao catolicismo: “Prolongadas até o final, as duas trajetórias terminarão
encontrando-se”. Marxismo e catolicismo “terminarão encontrando-se de uma maneira ou de outra...no mesmo cume”, é o
que escreve Teilhard.
Porem de que maneira se encontrarão, e de que cume se trata?
Tudo isso é contraditório. É certo que o progressismo católicomarxista – pretensamente católico, na realidade – pode não
proceder do teilhardismo; mas é indubitável que este alimenta o
primeiro como a seu próprio fruto. É preciso sabê-lo e fazê-lo
saber. Quanto ao mais, sou otimista. O futuro dar-me-á razão.
De ponto de vista da doutrina da Igreja, o teilhardismo não passa de uma estátua de bronze com pés de barro.
A estatua cairá e far-se-á em pedaços. A verdade triunfará, porque sempre acaba por dizer a última palavra.
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7 – Cientificamente, Teilhard de Chardin não tem
garantias em suas opiniões?
- Responder-lhe-ei com o biólogo francês Jean Rostand, ateu e
evolucionista, o qual, em “Le Figaro littéraire” (23-9- 65), falando
como especialista, afirma sobre ele: “Seu transformismo, bastante superficial e confuso, de modo nenhum entra na minúcia
das organizações e estruturas germinais, onde, não obstante,
reside o segredo das variações de espécies”.
Teilhard de Chardin ignora deliberadamente a embriologia e a
genética; desinteressa-se dos cromossomas, dos genes, dos
ácidos nucleicos, e, portanto deixa de lado todas as questões
concretas que se formulam a todo biólogo preocupado com aclarar, pelos meios da nossa época, o mecanismo dos fenômenos evolutivos. Quer se queira quer não, o problema da evolução é, em primeiro lugar, um problema de biologia celular e,
mais precisamente, de bioquímica celular (...). “O que, de fato,
Teilhard nos propõe é um afresco lírico da evolução fruto de um
poeta ou de um novelista muito mais do que de um cientista”.
8 – Eu gostaria de saber sua opinião de alguns filósofos
autorizados sobre Teilhard de Chardin?
– Poderia servir-lhe, para isso, o extraordinário estudo de Étienne Gilson, que, a Revista “Seminarium”, editada pela Pontifícia
Obra das Vocações Eclesiásticas,em anexo à Sacra Congregação de Seminários e Universalidades, publicou, no número de
outubro-dezembro de 1965, sob o título “O caso Teilhard de
Chardin”: “Afastei-me de Teilhard de Chardin. Falta-me paciências para com um escritor cuja língua está carregada de neologismos que nem necessidade nem o sentido impõem de modo
evidente... Quem é esse sábio que não fala a linguagem da
ciência? Quem é esse teólogo que não fala a linguagem da teologia?”
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9 - E algum teólogo importante terá dado sua opinião sobre
Teilhard?
-- O Cardeal suíço Charles Journet manifestou o
seguinte, na revista “Studi Cattolici”: “O defeito que
encontro em Teilhard é haver ele mudado – ainda que,
fazendo-se passar por inocentemente e sem saber –
mudou; não uma filosofia, mas a doutrina da Igreja em si”.
Texto difundido pelo diário “L´Aurore”, de Paris, 2-10-1963, e
reproduzido em “Nouvelles de Chrétienté”, número 410, 10-101963, página 35.
Impressiona essa declaração para muitos; mas para os
que buscam a verdade, hão de concordar com Charles
Journet..
5) Em 1926, os superiores da sua Ordem proibiram ao Pe. Teilhard continuar no ensino. Em 1927,a Santa Sé recusa conceder-lhe o imprimatur para seu livro “Le milieu divin”. Em 1933,
Roma ordena a Teilhard cessar dos seus encargos em Paris.
Em 1939 proíbe-se a sua obra “L´énergie humaine”. O mesmo
sucede, em 1944, com sua obra “Lê phénomene humain”. Em
setembro de 1947 era ele convidado a não mais escrever sobre
temas de filosofia. Em 1948 proíbe-se-lhe aceitar uma cátedra
no Colégio de França. Em 1949 é proibido o seu livro “Le
10 - Em definitivo, que disse a Igreja das obras de Teilhard?
-- Resumimos aqui algumas das decisões sobre as obras de
Teilhard de Chardin durante quatro pontificados, ou sejam os de
Pio XI, Pio XII, João XXIII e Paulo VI. Eilas:
1) Comunicado da Suprema Congregação do Santo Ofício, de
15 de novembro de 1957: ordena que as obras de Teilhard sejam retiradas das bibliotecas, inclusive das dos Institutos religiosos. Não devem ser vendidas nas livrarias católicas, e fica
proibida sua tradução para outras línguas.
2) Monitum do Santo Oficio, de 30 de junho de 1962, que exorta
os Bispos, os Superiores de Seminários e Institutos religiosos, e
os Reitores das Universidades católicas, a defenderem os espíritos, sobretudo na juventude, contra os perigos provenientes
das obras de Teilhard e das de seus discípulos.
3)Decreto da Sacra Congregação de Seminários e Universidades, de 1962 – segundo a revista jesuíta “Fato e Ditos”, X-1962,
página 741 –, o qual proíbe aos seminaristas lerem os livros de
Teilhard.
4) O Vigário de Roma – diocese regida em nome do Papa, Paulo VI pelo seu Cardeal-Vigário –, numa circular de 30-9-1963,
ordena aos livreiros católicos de Roma que retirem da venda os
escritos do Pe. Teilhard de Chardin e os livros que dele tratem
favorecendo lhe as doutrinas perigosas.
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Percebemos que esta rebelião segue durante o Concílio,
apesar das proibições, destas heresias, não se arrependem, e seguem obstinados em seus planos, para implantar uma nova doutrina.
groupe zoologique humain” , e em 1955, ano de sua morte
repentina, proíbe-se-lhe participar do Congresso Internacional de Paleontologia. 6) Em abril de 1958, todas as revistas dos jesuítas na Espanha: “Razón y Fé”, “Sal Terrae”, “Estúdios de Deusto”, “El Mensagero del Corazón de Jesús”, “Hechos y Dichos”, “El Siglo de lãs Misiones”, etc. publicam um
aviso dos Padres Provinciais que declara estarem sendo editadas em castelhano as obras de Teilhard sem a aprovação da
Companhia e sem censura eclesiástica, contra a expressa vontade dos Superiores S. J., que procuram impedi-lo sem poderem consegui-lo.
11 – Devemos falar de um folheto que “Éditions Saint- Michel”, 53 Saint Cénéré (Mayenne) CCP Rennes 2074- 79,
editou, com textos de Teilhard de Chardin que já havia
tempo se difundiam, em exemplares não impressos, nos
próprios círculos teilhardianos, mas que se havia conseguido manter em certo segredo e, assim, livres da discussão e da polêmica?.
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– Tem este folheto um interesse considerável, pois fala de uma
questão capital – a do amor – ele manifesta o verdadeiro pensamento do autor e mostra as fontes profundas que o alimentavam. Um primeiro texto datado, em Pequim, de fevereiro de
1934, que rapidamente analisamos, intitula-se: “A Evolução da
Castidade”. Tinha então o Padre Teilhard cinqüenta e um anos.
Dezesseis anos depois, o Padre acabou, em Paris, “O Coração
da Matéria”, a 30 de outubro de 1950, e redigiu o segundo texto,
que adiante publicamos: “O Feminino ou o Unitivo” Estes textos,
que os editores suprimiram, são como que a chave, ou, se preferir, o pensamento oculto, do sistema teilhardino. A extrema
importância desses textos aparece pela sua simples leitura. No
primeiro, o Pe. Teilhard situa-se acima das noções do bem e do
mal, julgando possível traçar uma nova trilha que visa a espiritualizar a matéria em sua forma elevada: a carne. Não insistiremos sobre este primeiro estudo, que data de 1934 e tem 16
páginas de texto compacto*(2). O próprio Pe. Teilhard não o
considerou mais do que como um esboço. Quatro meses depois, a 24 de junho de 1934, escrevia ele à sua amiga Léontine
Zanta: “... um esboço inacabado, sobre a EVOLUÇÃO DA
CASTIDADE... ainda em minhas gavetas, porque (este trabalho) corre o risco de ser mal compreendido. Contudo, é um esforço absolutamente leal e desinteressado, um ensaio para ir ao
fundo de uma questão que me parece terrivelmente vital e terrivelmente obscura. Aí reuni tudo o que pude encontrar no fundo
das minhas evidências, ante problemas e desafios que nada
tinham de abstrato para constituir a 'defesa'. sobretudo para
definir o valor ou a essência 'da castidade'. Será necessário
que discutamos isto juntos. No fundo, trata-se simplesmente, e
em toda a sua agudeza, do Problema da Matéria – e da 'Potência espiritual da Matéria'”.
*(1)“Claude Cuenot em Pierre Teilhard de Chardin: as grandes etapas da sua
evolução (Plon. 1958), achando-se este estudo assinalado na Bibliografia,
página XIII, sob o nº 156, 1934, A evolução da castidade. D.s.i., 16 págs.
Pequim, fevereiro (R)”.
17
(Cf. “Carta a Léontine Zanta”, do Pe. Teilhard de Chardin, Paris,
Desclée de Brouwer, 1965, págs. 124 - 125).
O pensamento do Pe. Teilhard de Chardin move-se de modo
inverso ao de Pascal, que, depois de haver encontrado Jesus
Cristo, comentava:
“De todos os corpos reunidos não se poderia fazer brotar um
pensamento: isto é impossível, é de outra ordem. De todos os
corpos e espíritos não se poderia obter um impulso de verdadeira castidade, isto é impossível, é de outra ordem, é sobrenatural”.
Para o Pe. Teilhard, o seu “iluminismo” o condu-lo à “divinização das potências da Terra”: aos 37 anos, no momento de ingressar como professor na Companhia de Jesus escreveu ele:
“Meus votos, meu sacerdócio, revesti-os (esta é a minha força e a
minha felicidade) de um espírito de aceitação e de divinização das
Potências da Terra”.
Para nós católicos, todo bem procede de Jesus Cristo, nosso
Redentor. O Pe. Teilhard vê a divinização do mundo, sair progressivamente das profundezas abismais:
“... por mais elevados e frondosos que sejam, nossos ramos espirituais submergem no corporal. Estas são as reservas passionais do homem que, transfiguradas, elevam o calor e a luz de sua alma. Ali, como num germe, concentra-se inicialmente em cada um a ponta mais
fina, a mola mais delicada, de todo desenvolvimento espiritual”. (Ev.
da C.) *(2)
E indica a sua trajetória:
“No término da potência espiritual da matéria, a potência
espiritual da carne e do feminino” (Ev. Da C.)
*(2)Os textos citados com a indicação “Ev. da C.” correspondem ao
esboço inédito neste dia: “A Evolução da Castidade”
18
(Podemos perceber claramente que as forças que
moveram Pe. Teilhard provinham não do alto do céu.
Mas dos abismos como ele mesmo declara; sendo ele
preparado e ingressando na Igreja para miná-la de dentro para fora.)
Para ele, em matéria de castidade não há regra imutáveis; até aqui seguidas pela Igreja são o resultado de um empirismo que ele quer fazer evoluir. Seu esboço desenvolve-se em
torno dos quatro temas seguintes:
1. O empirismo cristão da castidade;
2. Uma nova concepção moral da matéria;
3. O espírito de castidade;
4. O valor da virgindade.
Sua nova moral parte da divinização da matéria; ele considera
que o desabrochar do homem exige a mulher: sugere outras
noções da castidade e da virgindade distintas das do “empirismo cristão”.
Para resolver esta questão delicada, ele nos propõe duas soluções como sejam:
“... o Homem irá, em principio, à Mulher. tomá-la por inteiro.
Em a chama brotada desta primeira união é que se eleva para
Deus. Contato de dois elementos, no amor humano. Depois a
ascensão dos dois para o maior centro divino” (Ev. da C.)
(Apologia ao sexo, com a exaltação ao orgasmo,
como centro divino.)
Considera então uma segunda solução: a castidade será um
dom retardado:
“... o Homem e a Mulher, designados pela Vida para promoverem até ao mais alto grau possível a espiritualidade da Terra,
devem abandonar, para mutuamente se entregarem, a maneira
que até agora foi a única regra dos seres. Não guardando da
sua atração mútua senão aquilo que os eleva aproximando-os,
por que não se precipitarão um para o outro PARA FRENTE?
Não contato imediato, e sim convergente no alto. O INSTANTE
DO DOM TOTAL COINCIDIRÁ ENTÃO COM O ENCONTRO
DIVINO”.(sublinhado no texto) *(3) (Ev. da C.)
O Pe. Teilhard se dá conta da dificuldade da tentativa,
mas acrescenta com otimismo:
“... o que paralisa a vida é não crer, é não ousar”.(Ev. Da
C.)
E é a seguinte a conclusão:
“Algum dia, mais alem do éter, dos ventos, das marés,
da gravitação, captaremos para Deus as energias do
amor.
(A pretensão de Chardin não tem limites. Deus é
a fonte de todo amor! Como pretende ele captar para
Deus energias do amor?)
*(3) – As duas soluções que o Padre Teilhard propõe podem ser consideradas
como audaciosas tentativas de de fazer passar entre os católicos (e na moral)
teses gnósticas: a divinização do homem opera-se graças à mulher, e o sexo
converte-se no centro do sistema. Um excelente estudo, em Quebeo
Sem embargo, ele teme que se produza uma “espécie curtocircuito”, um estalido que “absorva e neutralize uma parte da
alma”.
(dezembro de 1966), põe em relevo que nas obras teilhardianas
se encontra todo “o fundo comum de Kábala, do esoterismo da
“metafísica” de Guénon, da gnose, da fanco-maçonaria, da teosófia e do panteísmo”. (Comenta o Padre J. Ricart Torres)
19
20
(Os textos citados dizem bem estas verdades.
Sendo ele iniciado desde a infância nestas doutrinas,
como ele mesmo afirmou. Desta forma, concluo que
Teilhard foi preparado e introduzido no meio do clero
católico por uma destas sociedades. E que infelizmente
sem vocação, foi admitido à Ordem, e só Deus sabe
com a proteção de quem dentro da Igreja!)
“Então pela segunda vez na história do Mundo, o homem terá
encontrado o Fogo”. (Ev. Da C.) Verdadeiramente, é mui lamentável que os editores não tenham publicado estes textos tão
importantes para se compreender bem o pensamento do Pe.
Teilhard de Chardin sobre este problema fundamental do amor
e do sexo.
Sobretudo no segundo texto, “O FEMININO OU O UNITIVO”, é
que o Padre nos dá seu pensamento definitivo sobre esta questão. Ele tem 69 anos, é a idade das confidências e, para ele, de
uma verdadeira confissão:
“Encaminhado, desde a infância, para o descobrimento do Coração da
Matéria, inevitável era que um dia eu me encontrasse face a face com
o Feminino”.
...”O curioso é, unicamente, que o fato do encontro tenha esperado,
para se produzir, até os meus trinta anos. Tão grande era para mim a
fascinação do Impessoal, a da Generalidade”...
Esses seus trinta anos (1911) foram para o Pe. Teilhard de
Chardin o ano do seu sacerdócio: além dos seus votos, foi
também o de sua iniciação no “feminino”, isto é, na mulher,
como ele mesmo o precisa:*(4).
*(4) Ano que inicia uma vida de prostituição. Vida indigna para qualquer
Sacerdote.
21
“Portanto, à história da minha visão interior, tal como a referem estas
páginas, faltaria um elemento (uma atmosfera)... essencial, se ao acabar, eu não mencionasse, que, a partir do momento crítico em que,
desdenhando velhos moldes familiares e religiosos, comecei a despertar e formular-mo verdadeiramente a mim mesmo, nada mais se desenrolou em mim senão sob o olhar e a influência de mulher”.
E mais adiante, ele precisa:
“Evidentemente não se esperará aqui de mim outra coisa, senão a homenagem geral, quase de adoração, a surgir do mais
profundo do meu ser, para aquelas cujo calor e encanto hão
passando, gota a gota, ao sangue das minhas idéias mais caras”.
A série destes textos ilumina, sem dúvida possível, o pensamento do Padre, Teilhard. Homem nenhum pode prescindir do
feminino... Ocultando estas confissões do Padre Teilhard, os
editores cometeram um verdadeiro delito. Por causa desta omissão, um escol intelectual, composto de teólogos, de filósofos, de sociólogos, trabalhou sobre um falso Teilhard de Chardin. As motivações femininas e sexuais da obra treilhardiana
foram ocultadas; eles tomaram o Pe. Teilhard por um sábio, por
um sociólogo católico, enquanto que, conforme a própria Maryse Choisy no-lo diz a propósito do texto citado, estamos em
plena “alquimia”. Ela conheceu muito bem o Pe. Teilhard, foi
sua amiga. Em 1964, escreveu ela em “TEILHARD E A ÍNDIA”:
“Como explicar que, em pleno século de nivelamento sexual, no centro do patriarcado eclesiástico, aja ele descoberto o sentido do Eterno
Feminino de Goethe, de Bohéme, dos alquimistas, e chegasse até a
lhe chamar o Unitivo?”
Maeyse Choisy não se engana: estamos em plena alquimia, a
alquimia em que Astarté pretende misturar-se à doutrina de
Jesus Cristo.
22
Outra pessoa desempenha um papel de primeiro plano na difusão do pensamento teilhardiano: a senhorinha Jeanne Mortier,
constituída legatária universal do “Mestre”. Não examinaremos
aqui por que espécies de manobras pode esta senhorinha converter-se na herdeira de um religioso que, por vocação, devia
entregar tudo à sua Ordem Religiosa, mas repetiremos de novo.
Por que razão se logrou o público escondendo estes textos?
Se eles tivessem sido conhecidos, o acautelamento da Santa
Sé e do próprio Papa teria sido bem compreendido, e a corrente
envenenada não teria continuado circulando sob a etiqueta católica!.
Anexo I.
-- “O FEMININO, OU O UNITIVO”.
- Eis aqui, integralmente reproduzido, o texto da “cláusula” redigida pelo PadreTeilhard de Chardin, para ser inserta em “O Coração da Matéria”:O mais vivo do Tangível é a Carne. E, para o
Homem, a Carne é a Mulher. Encaminhado, desde a infância,
ao descobrimento do Coração da Matéria, inevitável era que,
um dia, eu me encontrasse face a face com o Feminismo. – O
curioso é unicamente que este acontecimento do encontro tenha esperado, para se produzir, pelos meus trinta anos. Tão
grande era para mim a fascinação do Impessoal e da Generalização... Atraso estranho, pois. Porém atraso, fecundo visto
que, penetrando-me na alma no momento preciso em que, em
véspera da guerra Sentindo Cósmico e Sentido Humano estavam em mim em transe de sair da infância, a nova energia já
não corria o risco de me desviar ou dissipar as forcas, senão
que caía, no ponto justo, sobre um mundo de aspirações espirituais cuja enormidade, ainda um pouco fria, não esperava mais
do que isto para fermentar e organizar-se até o fim.
23
Pois à história da minha visão interior, tal como a descrevem
estas páginas, faltaria um elemento (uma atmosfera)... essencial se, ao terminá-las, eu não mencionasse que, a partir do momento crítico em que, repelindo muitos dos velhos moldes familiares e religiosos, comecei a despertar e a formular –mo verdadeiramente a mim mesmo, nada se desenrolou em mim que
não fosse sob um olhar e sob uma influência de mulher.
Evidentemente, não se esperará aqui de mim outra coisa se
não a homenagem geral, quase de adoração, a surgir do mais
fundo do meu ser, para aquelas cujo calor e cujo encanto hão
passado, gota a gota, ao sangue das minhas idéias mais caras... Mas, se eu não saberia, em semelhante matéria, nem
precisar nem descrever – em compensação, o que posso afirmar, é uma dupla convicção em mim progressivamente nascida,
ao contato dos fatos, e da qual – com a plena serenidade e imparcialidade que vêm com a idade – quero testemunhar.
Em primeiro lugar, parece-me indiscutível (tanto de direito como
de fato) que, no homem – mormente se está entregue ao serviço de uma Causa ou de um Deus– não lhe é possível o acesso
à madureza e à plenitude espirituais fora de alguma influência
“sentimental” que vem a ele para sensibilizar a inteligência, pelo
menos inicialmente, exercitar as potências de amor. Não menos
do que da luz, do oxigênio e das vitaminas – nenhum homem –
pode (com uma evidência que fala cada vez mais alto) prescindir do feminino.
Em segundo lugar, se é primordial e estrutural no psiquismo
humano o encontro plenitivo dos sexos, nada prova (ante pelo
contrário!) que já possuamos uma idéia exata do funcionamento
e das formas ótimas desta fundamental complementaridade.
– Entre um matrimônio sempre polarizado, socialmente, sobre
a reprodução, e uma perfeição religiosa sempre apresentada,
teologicamente, em termos de separação, uma terceira via (não
digo média, mas superior) falta-nos decididamente: via exigida
pela transformação revolucionária ultimamente operada em
nosso pensamento pela transposição da noção de “espírito”.
Espírito, já o vimos, não desmaterialização, mas sim síntese.
Matéria matriz.
24
Não, em absoluto, de fugida (por privação), senão por conquista
(por sublimação) das insondáveis potências espirituais ainda
adormecidas por sob a atração mútua dos sexos: tal é, disto
estou cada vez mais persuadido, a secreta essência e a magnífica tarefa a cumprir pela Castidade.
Eis aí a perspectiva em que uma e outra encontram sua comprovação e sua justificação.
Anteriormente insisti sobre tudo na minha interpretação da Neogênese, sobre o fenômeno de super-centração individual, levando a consciência corpuscular a dobrar-se e a ricochetear
sobre si mesma em forma de Pensamento.
Pois, eis que, para este grande acontecimento cósmico da Reflexão, descobre-se um complemento essencial, para quem
sabe ver, sob forma disso a que se poderia chamar “a Passagem da amorização”. Mesmo depois do relâmpago com que o
indivíduo se revele a si mesmo, o Homem elementar permaneceria inacabado se não se inflamasse pelo encontro com o outro sexo, pela atração cêntrica de pessoa a pessoa.
Acabando o aparecimento de uma mônada reflexiva na formação de uma díata afetiva (Sublinhado pelo autor no texto).
E, depois disto somente (isto é, a partir desta centelha primeira), todas as conseqüências que havemos descrito; a saber: a
gradual e grandiosa elaboração de um Neocósmico, de um Ultra-humano e de um Pan-crístico... Os três não somente ilum
nados radicalmente de inteligência, como também impregnados
em massa inteira.
Como por um cimento unitivo, Do Universal Feminino.
(Paris, 30 de outubro de 1950).
25
Anexo II
O Pecado Original
- O PECADO ORGINAL E O PADRE TEILHARD DE
CHARDIN
- Em seu livro, extremamente notável e mui documentado, “DIALOGO COM O MARXISMO”, o Padre Philippe de la Trinité, O.
C. D., aborda, num apêndice, o problema “TEILHARD DE
CHARDIN”, que ele examinara em seu livro “Roma e Teilhard
de Chardin”.
Queixa-se ele da maneira como vários autores, e notadamente
o Pe. Rideau, apresentaram o “Monitum” do Santo Ofício, e
escreve:
“No ponto a que chegaram as coisas, dever-se-ia julgar a
carta vista, com a publicação integral dos inéditos, postos à
disposição de todos os autores, assim como dos críticos e
dos leitores. Isto confirma o diagnóstico que eu fiz em Roma
sobre Teilhard de Chardin, e do qual estou convencido”.
A revista “Europa”, fundada por Romain Rolland, tem como depositária em Roma a revista comunista “Rinascita”, e em seu
“comitê” acha-se Pierre Abraham (diretor Aragon, Emmanuel
d´Astier, Magdeleine Bartelemy-Maduale, Jacques Maduale e
Pierre Paraf).
Essa revista dedicou a Teilhard de Chardin seu número de março-abril de 1965, e Mademoiselle Mortier, legatária universal de
Teilhard, vários inéditos destes; o Padre Philippe de lê Trinité
tomava-os de novo em seu livro, e ei-los aqui. São muito instrutivos.
O primeiro foi extraído de “CRISTOLOGIA E EVOLUÇÃO”. É M.
Roger Garaudy quem o comenta, na revista “Europa”, sob o
título:
26
Anexo III
O Pe. TEILHARD, O CONCÍLIO E OS MARXISTAS.
Escreve o Pe. Teilhard:
“Quando, com toda a sua alma moderna, se procurara viver e
pensar o cristianismo, as primeiras resistências que se topam
vêm sempre do pecado original.”
Isto sucede realmente, em seguida, ao investigador, para o qual a representação tradicional da queda bloqueia decididamente o caminho a todo progresso, no sentido de uma ampla
perspectiva do mundo. Com efeito, é para salvar a letra da narração da Culpa que uma pessoa se encarniça defendendo a
realidade concreta do primeiro par. Porém há algo ainda mais
grave. Não somente, para o sábio cristão, a fim de aceitar Adão
e Eva, deve a história estrangular-se de maneira irreal ao nível
do aparecimento do homem, como também, num campo mais
imediatamente vivente, o das crenças, o Pecado original, sob a
figura atual,contraria a cada momento a expansão da nossa
religião. Corta as asas das nossas esperanças, remete-nos cada vez mais inexoravelmente às sombras dominantes da reparação e da expiação.
“... o pecado original, imaginado sob os traços com que ainda
hoje em dia é apresentado, é a veste estreita em que se sufocam, a um tempo, nossos pensamentos e nossos corações...
Se o dogma do pecado original nos ata e nos enfraquece, é
simplesmente porque, em sua expressão atual, representa uma
sobrevivência das estáticas decaídas no seio do nosso pensamento todo evolucionista. No fundo, a idéia de queda não é,
com efeito, mais do que um ensaio de explicação do mal num
universo estático... De fato, a despeito das distinções subtis da
teologia, o cristianismo tem-se desenvolvido sob a impressão
dominante de que todo o Mal, em torno de nós, nasceu de uma
falta inicial.
27
Dogmaticamente, vivemos na atmosfera de um Universo no
qual o principal negócio é reparar, expiar... Por toda sorte de
razões científicas, morais e religiosas, a figuração clássica da
Queda já não é, para nós, mais do que um jugo e uma afirmação verbal, com a qual não alimentamos nem nossos espíritos
nem nossos corações.
Depois de haver sublinhado – nota M. Garaudy – as conseqüências desta concepção do pecado original e das atitudes de
expiação e de reparação que delas dimanam, o Pe. Teilhard
acrescenta, no mesmo texto:
“Muito se nos tem falado de cordeiros. Eu preferiria ver saírem
um pouco leões. Excessiva doçura e pouca força. Assim resumiria eu simbolicamente minhas impressões e minha tese ao
abordar a questão de reajustamento da doutrina evangélica ao
mundo moderno.”
“Citei extensamente este texto do Pe. Teilharde de
Chardin – continua dizendo-nos M. Garandy –, porque
ele já traçou, com toda a sua força a atualização da Igreja”
(op. Cit., págs. 191-192).
De grande interesse é este texto de Teilhard, e compreende-se que o comunismo o haja tomado para reclamar da Igreja um aggiornamento sobre o tema fundamental do pecado original e do evolucionismo. A visão marxista do mundo não pode
aliar-se à noção de Redenção, exige a rejeição da cruz de Jesus Cristo. Dirigindo-se ao “Simpósio sobre o pecado original”
organizado pela Universidade Gregoriana, o Papa Paulo VI
lembrou que o pecado original é “um dos mistérios fundamentais da nossa fé católica”, e que está “estritamente ligado ao
mistério do Verbo encarnado, Salvador do gênero humano, à
sua paixão, à sua morte e à sua gloriosa ressurreição, e, portanto, à mensagem de salvação confiada à Igreja Católica”.
E o Papa acrescenta que este dogma foi reafirmado pelo Concílio Vaticano II:
28
“Assim, na Constituição dogmática “Lumen Gentium”, em plena
conformidade com a revelação divina e com o magistério dos
precedentes Concílios de Cartago, Orange e de Trento, são
claramente ensinados os fatos da universalidade do pecado
original, assim como a natureza íntima do estado de enfraquecimento da humanidade pelo pecado de Adão:
“Por disposição absolutamente livre e misteriosa da sua sabedoria e da sua bondade, o Pai Eterno criou o Universo: quis
elevar os homens à comunhão com sua vida divina: tornados
pecadores em Adão, Ele os não abandonou...”
E, para terminar, o Papa concluiu:
“Evidente é, pois, que haveis de achar inconciliáveis com a Sã
Doutrina Católica as explicações que do pecado original dão
certos autores modernos que, partindo de um pressuposto,
nunca provado, o poligenismo mais ou menos claramente n
gam que o pecado, que tantos males trouxe a humanidade, haja
sido, em princípio, a desobediência de “Adão”, “primeiro homem”, figura do homem que havia de vir, desobediência cometida no principio da história. Por conseguinte, essas explicações
estão em desacordo com os ensinamentos da Sagrada Escritura, da Tradição e do Magistério da Igreja, segundo os quais o
pecado do primeiro homem é transmitido a todos os seus descendentes não por via de imitação, mas de propagação, “inest
unicuique proprium”,é a morte da alma, isto é, uma privação, e
não uma simples ausência, de santidade e de justiça, inclusive
nos recém-nascidos. Do mesmo modo, a teoria da evolução
parecer-vos-á inaceitável por não concordar de maneira decisiva com a imediata criação por Deus, de todas as almas humanas e de cada uma delas, e se não respeitar a importância capital da desobediência de Adão, primeiro pai universal, para a
sorte da humanidade. “Não pode esta desobediência considerar-se como se houvesse feito Adão perder a santidade e a justiça em que foi criado”.
29
Ante essa conivência, comunismo - Teilhard, confirmada por
uma informação de Moscou, notificando o lugar marcado a Teilhard nas universidades soviéticas, e antes de tudo face à advertências do Papa que acabamos de ler, e que, como se tal
fosse necessário, são confirmadas pelo “Monitum” do SantoOfício, compreende-se a legítima inquietação de numerosos
padres católicos e de catequistas ante as fichas catequéticas
que expõem as doutrinas teilhardianas e as incluem nos programas de ensino religioso..
(Leia II Timóteo 4, 1-4; eis o sinal dos tempos para os
nossos dias. Com a apostasia da fé no meio do clero
católico, que ensina uma falsa doutrina, para espanto de
todos.)
Anexo IV
Fé no Mundo
Eis aqui, também tirado da mesma obra do Padre Philippe de Le Trinité, um texto inédito reproduzido pela revista “Europa”. “III.– Depois do despertar do sentido humano, a fé no
mundo.
“(...) Que representa exatamente, na história do pensamento
terrestre, o aparecimento do Sentido Humano?”.
“A esta pergunta temos de responder: Nada menos do que um
poderoso fenômeno de ordem religiosa.”
Por modo natural o Sentido Humano aproxima e anima
os homens na esfera do Futuro, isto é, na certeza de uma Realidade em que a existência, posto que estritamente indemonstrável, todavia é admitida com uma segurança maior do que se
fora tocada e demonstrada. Isto é uma fé.
30
“Por modo natural também, à preparação e ao serviço desta
grande Coisa pressentida o mesmo Sentido Humano subordina
a totalidade das atividades que ele dirige para este último móbil.”
A obra em curso no Universo, o misterioso termo no qual colaboramos é o Maior ante o qual se faz preciso que, para conseguir, tudo ceda e tudo se sacrifique. O Sentido Humano é um
chamado à renúncia.
“Fé e Renúncia: não são os dois atributos essenciais de
toda adoração?”
“Em verdade os homens sofrem neste momento sob invasão do
Sentido Humano; trata-se literalmente de uma conversão profunda e consecutiva da revelação natural e da sua situação na
sua vocação no Universo.”
“Mas não nos enganemos, e não o confundamos com o que se
passa no desabrochamento e na propagação de uma religião
particular qualquer.”
“O acontecimento atual é muito mais considerável do que o acontecimento do Budismo e do Islamismo”. (em nota: O Cristianismo também representa um acontecimento único; mas a título
de contato vindo do alto (“Revelação”), e também a título de
despertar no coração do Homem). Em nossos dias não se trata
somente da aplicação especial, feita a tal ou tais divindades,
das faculdades religiosas humanas. É a própria potência religiosa da Terra que irrompe em nós, ao mesmo tempo, que é uma
crise definitiva, a do seu próprio achado. E parece que de novo
nos encontramos com as velhíssimas representações humanas,
com os vestígios da idéia de que “procurar saber” é mau e
proibido por Deus.
Mais tarde poderá parecer haver o Evangelho ensinado que
toda luta para se engrandecer humanamente é coisa inútil. E eis
chegado o momento em que a Busca nos aparece como o mais
sagrado dos deveres.
31
A necessidade humana de adorar, depois de haver explorado muitas, ribeiras, acabou por encontrar a praia que suas
ondas agitadas buscavam. Explicitou, por fim, um dos atributos
essenciais do Messias que ela esperava. Nós outros começamos a compreendê-lo, e isto para sempre: a única religião de
ora em diante possível para o Homem é aquela que lhe ensina,
em primeiro, a conhecer, amar e servir apaixonadamente o Universo do qual ele faz parte. (N.B.: em primeiro está sublinhado
por Teilhard) “Admirável e misterioso acordo da Vida consigo
mesma. É o exato momento em que o Homem, perigosamente
armado de uma desconfiança mui sutil, começa a pedir à Existência a razão das penas que ela lhe impõe, e neste momento
preciso é que o Mundo, descoberto pelos próprios progressos
da nossa crítica, entreabre aos nossos olhos as perspectivas de
um porvir que nos subjuga. O despertar do Sentido Humano,
conduzido pela coincidência aparentemente fortuita de passos
dados independentemente uns dos outros (em Ciências Naturais, Ciências Físicas, Ciências Sociais...), produz-se em tempo
oportuno para remediar a crise terrível de rebelião e de desgosto que não teria deixado de dissolver a terra pensante, se simultaneamente não tivesse, tomado consciência das exigências da
sua ação e do valor do Universo.
“A Fé no Mundo acaba de nascer. Ela, e só ela, pode salvar o
mundo das mãos de uma Humanidade decidida a destruir o
Universo se não puder adorá-lo”. Teilhard de Chardin, 1929.
O Pe. Philippe de La Trinité acrescenta:
“Nós não subscrevemos isto. Deus não é o Universo. Transcende-o infinitamente. A religião não consiste primeiro em reconhecer, amar e servir apaixonadamente o Universa, e sim... a
Deus, mais Jesus Cristo crucificado e ressuscitado. Não, jamais
adoraremos o Universo”.
32
– CARTA A MAXIME GORGE – Finalmente , para terminarmos,
esta carta dirigida pelo Padre Teilhard de Chardin e Maxime
Gorge, ex-dominicano, a 4 de outubro de 1950, e que este publicou em sua obra “O Concilio e Teilhard, (o Eterno e lo Humano”), Ed. Henri Messellier, Neuchâtel (Suíça), págs. 196-198:
“Ontem lhe mandei três pequenos ensaios, para lhe explicar
minha posição atual (“O Coração do Problema” é uma memória
efetivamente enviada a Roma, sem resultado, naturalmente...);
nada, pois, de ilusões. “Essencialmente, como o Sr., Eu considero que a Igreja (como toda realidade viva ao cabo de certo
tempo) chegou a um período de “muda” ou “reforma necessária”. Ao cabo de dois mil anos, isto é inevitável. A humanidade
está em transe de mudar. Como não haveria de fazer o Cristianismo?
Mas precisamente considero que a Reforma em questão (muito
mais profunda do que a do século XVI) não é um simples assunto de instituição e de costumes, é uma questão de fé. Sob
certo aspecto, a nossa imagem de Deus desdobrou-se: transversalmente (se assim posso dizer) ao Deus tradicional e transcendente do ALTO; uma espécie de Deus PARA FRENTE surge para nós, desde há um século, em direção a algo “ultrahumano”.
Para mim tudo está nisto. Trata-se, para o Homem, de repensar
Deus em termos, não mais de Cosmo, e sim de Cosmogênese:
um Deus que só se adora e só alcança através do acabamento
do Universo que ele ilumina e amoriza (e o irreversível) de dentro. Sim, sim, o PARA O ALTO E PARA FRENTE sintetizam-se
no DE DENTRO. “Pois este gesto fundamental de dar à luz uma
nova fé na terra (fé no que está em Cima, combinada com a Fé
no que está Na Frente), só ela (sic), creio (e imagino que o Sr.
É da minha opinião) só o cristianismo pode fazê-lo, a partir da
assombrosa realidade do seu “Cristo-Ressuscitado”: não como
entidade abstrata, e sim objeto de uma ampla corrente mística,
extraordinariamente adaptável e viva.
33
Estou convencido: é uma Cristologia nova estendida a dimensões orgânicas do nosso novo Universo, e essa Cristologia é
que será apresenta para dar a Religião de amanhã”.
“Assim planejado (e é nisto que divergimos: mas a Vida procede
também por boas vontades que tateiam), assim planejado eu
não vejo melhor meio de promover isto que eu antecipo, do que
trabalhar na reforma (conforme defini antes) de dentro: quer
dizer, uma adesão sincera “phylum” cujo desenvolvimento espera. Mui sinceramente (e sem quere citar seu gesto!), não vejo
senão no tronco romano, tomado em toda a sua integridade, o
suporte biológico bastante amplo e bastante diferenciado para
operar e suportar a transformação esperada. E isto não é uma
especulação. Desde há 50 anos tenho visto mui de perto e em
torno de mim revitalizar-se o pensamento e a vida cristã – apesar de todas as Encíclicas –, e não se deixar de ter uma imensa
confiança nas potências de reanimação do velho trono romano.
Trabalhemos cada um por nosso lado. Tudo o que se levante
converge. Mui cordialmente seu Teilhard de Ch.”
Este texto, brilhantemente comentado por Henri Rimbaud e os textos precedentes não são por acaso, suficientes
para provar que o Padre Teilhard não recebia a doutrina como
depósito revelado a ilustrar para a nossa salvação comum, e
sim como um depósito utilizável a seu bel-prazer para a conveniência de sua tese sobre a Evolução? Ele visava a uma mutação do pensamento religioso.
12 - Podemos esmiuçar o sentido dessa carta?
– Teilhard não aceita a proposta que fazem de abandonar a
Igreja Católica. Por quê? Porque, por mais dificuldades que nela
tenha naquele momento, ele está de acordo com a Igreja de
amanhã. Com efeito, por uma parte, Teilhard está seguro de
que tem razão, e, por outra parte, está seguro de que a Igreja
lha reconhecerá um dia.
34
E os motivos de sua segurança?
São dois:
1) A Igreja Romana constitui o eixo da evolução.
2) A vida é mais forte do que todas as encíclicas.
Em duas palavras: a vida impõe à Igreja uma evolução radical
na sua própria fé, até a um conteúdo que será precisamente
aquele que Teilhard já professa. Até lá, ele não quer deixá-la,
porque na reforma anunciada ele trabalhará melhor por dentro
do que por fora...
- Qualificou-se de golpe baixo publicarem os anteriores textos
de Teilhard. Que pensa a respeito?
- Dir-lhe-ei o que muito oportunamente escreveu o Catedrátco
de Metafísica da Universidade de Barcelona, Dr. D. Francisco
Canals *(5):
“O que essencialmente se mostra em escritos como “O feminino, o unitivo” é o sentido total e último de um pensamento que,
de forma mais inequívoca, se explica como um materialismo
radicalmente antitético a uma metafísica espiritualista e teísta, e
à dogmática cristã. O diálogo exige clareza. O enganoso prestígio de Teilhard como renovados da teologia foi conseguido com
outra tática regulada segundo isso a que “o eminente professor
brasileiro Plínio Corrêa de Oliveira chamou “princípio de gradualidade”. “Os breves fragmentos ora aparecidos à pública discussão poderão fazer compreender a muitos por que razão Étienne
Gilson, Jacques Maritain e o Cardeal Journet puderam qualificar
a obra teilhardiana como uma gnose que se apresenta como
uma poção radical defrontada com a fé no mistério cristão”
(Cristiandad, novembro de 1967).
Aqui termina o Padre José Ricart Torres. Título do original:
LO QUE NO HÁ DICHO EL CONCILIO Publicaciones Cristiandad, Barcelona, 1968.
Desta forma, abre-se um paralelo entre a proposta de Teilhard com as visões do Papa Leão XIII, quando o Maligno
compareceu diante de Deus pedindo para tentar a Igreja
por um século a fim de destruí-la. Diante desta ameaça o
Papa, institui o exorcismo universal, que era rezado no
final de cada Santa Missa. Isto se deu no século IXX.
Outro acontecimento também de igual importância
foi às aparições de Nossa Senhora em La Salette na
França, também no Século IXX.
Entre outras revelações a de que o Maligno foi desencadeado dos abismos no ano de 1864. Século em que
Teilhard de Chardin afirma surgir para nós (o clero, do
qual pertence) desde há um século, uma espécie de deus
para frente. Não há dúvida de que o deus que ele se refere, nada mais é que o próprio Lúcifer, que se desviou do
Caminho recebendo o nome de Satanás, que significa:
Aquele que se desviou do Caminho, do próprio Jesus Cristo, não querendo mais servi-Lo sendo Deus Homem nascido de uma Mulher, como fizeram os anjos que serviram
Nosso Senhor, depois de ter sido tentado por Satanás. O
demônio. Vejamos:
3. O tentador aproximou-se dele e lhe disse: Se és Filho de
Deus, ordena que estas pedras se tornem pães.
4. Jesus respondeu: Está escrito: Não só de pão vive o homem,
mas de toda palavra que procede da boca de Deus (Dt 8,3).
5. O demônio transportou-o à Cidade Santa, colocou-o no ponto
mais alto do templo e disse-lhe:
6. Se és Filho de Deus, lança-te abaixo, pois está escrito: Ele
deu a seus anjos ordens a teu respeito; proteger-te-ão com as
mãos, com cuidado, para não machucares o teu pé em alguma
pedra (Sl 90,11s).
*(5) A estranha fé do Padre Teilhard de Chardin, Revista Itinéraires, nº 91,
março de 1965, págs. 114-143
35
36
7. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor teu Deus (Dt 6,16).
8. O demônio transportou-o uma vez mais, as alturas, e lhe
mostrou todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-lhe:
9. Dar-te-ei tudo isto se, prostrando-te diante de mim, me
adorares.
10. Respondeu-lhe Jesus: Para trás, Satanás, pois está escrito:
Adorarás o Senhor teu Deus, e só a Ele servirás (Dt 6,13).
11. Em seguida, o demônio o deixou, e os anjos aproximaramse
dele para servi-Lo. (Mt 4, 3-11)
Capítulo II
A GNOSE TEILHARDIANA ACOLHIDA
“Pelos frutos se conhece a árvore, nenhuma árvore boa pode
dar maus frutos e nenhuma árvore má pode dar bons frutos” (Mt
7,17). Foi o discernimento ensinado pelo próprio Jesus.
Diante da realidade que acabamos de descortinar,
fica uma pergunta: Como devemos proceder diante de tal
realidade?
Os efeitos desta funesta doutrina são sentidos por
nós hoje, com uma força devastadora. A negação das verdades sempre ensinadas pela Igreja e a imposição de uma
doutrina adulterada são impostas ao povo de Deus.
O que é mais triste! Por aqueles que deveriam por
primeiro ser os mais fiéis e zeladores da glória de Deus,
que infelizmente, são os primeiros a trair a Jesus Cristo e
à sua Igreja. Eles exigem obediência, mas não obedecem,
arrogando para si um poder que nunca tiveram, separando-se da Cabeça da Igreja constituída por Jesus Cristo, na
pessoa de Pedro e seus legítimos sucessores.
Esta desagregação se dá todas
as vezes que alguém que recebeu a Ordem Sacerdotal se inflama de vaidade espiritual, endurecendo o coração, não permitindo que os deveres para
com Deus, ocupem o primeiro
lugar.
Teilhard de Chardin
37
38
Os que se tornam infiéis distanciam-se da verdade
e se atiram nas fábulas inspiradas por falsos mestres, instrumentos de desordens e perdição para milhares de pobres almas que se deixam conduzir por estas falsas doutrinas. Inflamados por escutar novidades, afastam-se da
verdade construindo um falso deus, com uma falsa igreja,
como revela o Apóstolo São Paulo ao Bispo Timóteo (II
Tm 4,1-4), conforme acabo de demonstrar. Teilhard de
Chardin foi e continua sendo instrumento de propagação
destes erros. Seus ensinos não têm nada a ver com a Sã
Doutrina da Salvação que nos foi deixada por Nosso Senhor Jesus Cristo e seus Santos Apóstolos, fonte de toda
a tradição teológica, da qual esta Única Igreja é depositária, Sacramento de Salvação para todo aquele que crê.
O pai da nova teologia – conforme ele mesmo declara por
estas palavras:
“este gesto fundamental de dar à luz uma nova fé na terra”traçou as diretrizes que foram seguidas posteriormente por
seus discípulos. E suas idéias foram implantadas por meio de
pessoas da Igreja como instrumentos de propagação dos
seus erros, a partir do Concílio Ecumênico Vaticano II,
tendo como instrumento de propagação o documento conciliar o esquema XIII conhecido por GAUDIUM ET SPER.
Vejamos:
“A presença de Teilhard de Chardin no Concilio”
O mais duro foi o Cardeal Jonh Carmel Heenan, arcebispo de Westminster, que já tinha constituído um grupo de oposição designado “Conferência de São Paulo”, e que declarou
que o esquema era “indigno de um concílio ecumênico da Igreja” , tendo proposto que fosse retirado a comissão que, até então, se ocupara dele:
“É preferível não dizer nada, do que dizer estas banalidades e
estas nulidades[...] Este esquema penoso fará vir o mundo[...]
Mesmo com a integração dos anexos, continuaria a ser insuficiente e ambíguo; e sem os anexos, seria pura e simplesmente
nocivo.”
Tanto o Cardeal Lercano como o Cardeal Döpfner
propuseram que a discussão do esquema fosse adiada para
a sessão seguinte, a fim de que ele pudesse ser analisado com
mais calma.
A discussão do esquema XIII permitiu compreender a dimensão
da influência de Teilhard de Chardin no Concilio. O nome do
paleontólogo francês ressoou freqüentemente na sala conciliar:
em 22 de outubro, Mons. Hurley, arcebispo de Durban, saudou
o “ilustre filho da Igreja, Teilhard de Chardin” comparando a sua
escolástica com a de São Paulo.*(6)
Comparação abusiva e imprudente para um arcebispo,
que se deixou seduzir pela novidade desta perversa e falsa teologia, que impregnou o Concilio Ecumênico Vaticano
II. Até o Cardeal Ratzinger*(7) admitiu que a Gaudium ET Spes,
está permeada pelo espírito de Teilhard de Chardim*(8).
“Para o esquema XIII convergiram duas linhas da oposição progressista do Concílio: a linha “otimista”, e a linha “pessimista”
alemã, sensível as instâncias do protestantismo, em especial da
escola de Karl Barth. O Arcebispo Volk, em nome de setenta
Padres, na sua maioria de língua alemã, fez apelo à teologia
luterana da cruz, a firmando que o esquema não tinha suficientemente em conta o pecado”.
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*(6) Roberto de Mattei. “O Concílio Vaticano II.” p. 348.
*(7) Cardeal Joseph Ratzinger, Principles of Catholic Theology (San
Francisco, California: Ignatios Press, 1987), p. 334. Cit. (O Derradeiro
Combate do Demônio Pag. 104).
*(8) O Derradeiro Combate do Demônio p. 88.
40
Dando continuidade ao espírito do Concílio Ecumênico Vaticano II, as Conferencias Episcopais como é natural veio acolher esses erros como doutrina contidos no
Esquema XIII = “Gaudium et Spes”. Foi o que ocorreu na
America Latina e de maneira especial no Brasil cujo documento, o Diretório Nacional de Catequese prova esta
realidade fazendo referencia ao Gaudium et Spes na página 74 do CAPÍTULO III sob o título CATEQUESE CONTEXTUALIZADA: HISTÓRIA E REALIDADE com o sub
título: 3. A contextualização da catequese hoje.
3. Ver a realidade e nela encarnar-se critica e cristãmente. Na
tradição teológica no Brasil, já antes do Vaticano II, e depois,
sob o impulso da Geudium et Sper, da teologia dos sinais dos
tempos e da teologia da libertação, a reflexão e a ação da Igreja
considera a realidade como componente de sua missão.
Desta forma os erros de Teilhard espalharam-se por
toda uma geração de teólogos e por todo mundo exaltando sua doutrina, camuflando a verdade central de suas
idéias e seu principal objetivo, no qual se busca na verdade demolir a verdadeira Santa Igreja e sobre suas ruínas
construir uma falsa igreja, proclamando um falso Cristo e
um falso deus. Com o povo celebrante e os sacerdotes
sendo induzidos a prestar culto a uma divindade a um
deus para frente, como revelou Teilhard de Chardin, ou
pelo menos oferecer a Deus Verdadeiro um culto indigno,
de raízes pagãs, por atribuírem que Deus está no povo,
quando este se reúne em comunidade, compreende-se,
desta forma, que Jesus não se faz presente no Santíssimo
Sacramento, mas no povo. Sendo assim a Eucaristia, o
Pão e o Vinho, consagrados e recebidos em comunhão,
são meros símbolos de Jesus Cristo imolado.
41
Como está prescrito na oração sobre as oferendas, na
festa do dia da Epfania do Senhor, que no ano de 2009,
caiu no dia 4 de janeiro. Ano em que dei conta desta oração que é rezada sobre as oferendas, sobre a qual recordaremos mais adiante.
Eis o texto:
“Ó Deus, olhai com bondade as oferendas da vossa Igreja
que não mais vos apresenta ouro, incenso e mira, mas o
próprio Jesus Cristo imolado e recebido em comunhão nos
dons que o simbolizam. Por N. S. Jesus Cristo vosso Filho na
unidade do Espírito Santo. Amém.” *(9)
Com isso, o Santo Sacrifício da Missa fica reduzido
a uma recordação ou símbolo, conforme está na Oração
Eucarística V, igualando-se ao culto protestante, no qual
não ocorre a transubstanciação. Sendo sempre pão e o
vinho, símbolos, nos quais Nosso Senhor Jesus Cristo
não está. Muitos podem até contestar, mas basta buscar a
verdade dentro da própria liturgia que é lida em cada
Missa desde 1980, com aprovação da Conferencia
Nacional dos Bispos do Brasil, traduzida do Italiano pelas
Monjas Beneditinas do Mosteiro Nossa Senhora da Paz.
*(9) Missal Dominical; Missa da Assembléia Cristã. p. 121 – 1
42
Catequese
Não só a situação com certas orações que foram
mudadas a própria catequese foi também reflete esta realidade, como veremos a seguir.
No tocante à catequese, fico perplexo e até espantado com o conteúdo que é ensinado, nas afirmações feitas no Diretório Nacional da Catequese, (pág.29), que segue fielmente os passos de Teilhard.
Vejamos:
a) Características de Catequese Renovada.
b) iniciação à vida de fé em comunidade: conforme a pedagogia
de Deus, Ele se revela no dia-a-dia de pessoas que vivem em
comunidade. [..]
d)... A catequese está a serviço da pessoa humana em sua situação concreta (dimensão antropológica). Por isso ela educa
para vivência do mistério d`Aquele que revelou o homem ao
homem, o novo Adão, Jesus Cristo. É uma catequese cristológica com dimensão antropológica, que leva a uma antropologia
com dimensão cristológica.
Concluímos que: “A catequese com dimensão divina, ensinada por Jesus Cristo que nos revelou o Pai é renegada.
A palavra pai é citada no Novo Testamento nada mais do
que 330 vezes. A passagem que narra o diálogo do Apóstolo S. Filipe com N. S. Jesus, não deixa dúvidas da missão do Senhor
“Se me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu
Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto. Disse-lhe
Filipe: Senhor, mostra-nos o Pai e isso nos basta. Respondeu
Jesus: Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe!
43
Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai!.”Não credes que estou no Pai, e que o Pai está
em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim mesmo;
mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as suas próprias obras”. (S. João 14, 7-10)
Esta revelação de N. S. Jesus foi reduzida a uma dimensão humana “antropológica.” E este Jesus que revelou o
homem ao homem, certamente não é Jesus Filho da Maria
Santíssima, que revelou a Deus Pai aos homens, logo é
um falso cristo com um falso evangelho que esta sendo
ensinado. Estão construindo uma falsa igreja, que nasce
do povo, eclesiogênese, demolindo a verdadeira Igreja,
fundada sobre Pedro e seus legítimos sucessores que dão
continuidade a esta tradição instituída pelo próprio Nosso
Senhor Jesus Cristo, como Pedra fundamental da construção de Seu Reino no Amor e fidelidade a Sua Santa Doutrina da Salvação.
No Caderno de Liturgia nº 14, encontramos uma resposta
mais clara para estas questões, e a fonte de propagação
desta Nova Teologia. Vejamos a pág. 16:
“O modo (método) de fazer a TdL (Teologia da Libertação) em
muito influenciou a pedagogia do Centro de Liturgia. Para a
TdL, a práxis da Igreja é um “lugar teológico” que, questionado
pela fé, reorienta a ação. Aplicado na America Latina, o método,
que vem na linha tradicional “Teologia Pastoral” (GALILEIA,
1985, p. 16- 19) recebeu um novo enfoque, visto que a urgência
de libertação nesta Igreja levou-o a ser mais pastoral e prático.
Iniciado no Brasil pela Ação Católica antes mesmo do último
Concilio, e por ele consagrado no seu documento Gaudium et
Spes, ficou conhecido em todo país como método “ver, julgar e
agir”, nome de suas fases. Fundamentais naquela “nova eclesiologia eram as CEBs.
44
Os grandes temas da TdL foram intensamente atualizados nas
CEBs do Brasil – a opção preferencial pelos pobres e oprimidos; a força e defesa dos direitos da mulher, do indígena e do
negro; a NOVA IGREJA QUE NASCE DO POVO (ECLESIOGÊNESE), dentre outros. Nas comunidades também encontram-se os principais esforços por CELEBRAÇÕES RENOVADAS E INCULTURADAS,que posteriormente foram trabalhadas
e enriquecidas pelo Centro de Liturgia.”
E na pág. 17 podemos encontrar a seguinte afirmação:
“Por renovação litúrgica entende-se o esforço contínuo e conjunto do povo celebrante, de peritos e formadores nesta área e
das autoridades eclesiásticas em vivenciar, atualizar e adaptar
os ritos litúrgicos...”
Neste caso quem é celebrante da liturgia não é
mais o sacerdote ordenado, mas, o POVO CELEBRANTE,
e tudo tende a adaptar-se ao que este povo necessita a
fim de experimentar a esta nova liturgia.
Desta forma, fica substituída a riqueza Litúrgica da Igreja
nestes dois mil anos. Implantando a risca o que planejou
Teilhard de Chardin com sua Nova Teologia, sendo usado
como veiculo de propaganda a bandeira do pobre, do oprimido, do marginalizado e da inculturação. Com o povo
sendo manipulado em sua boa fé para alcançar esse perverso objetivo. A conseqüência foi? Que na prática já esta
abolição do Sacrifício Perpetuo, Sacramento que junto
com os outros Sacramentos que se tornaram ações simbólicas. Como lemos na página 95 do mesmo Diretório
Nacional de Catequese:
45
“A observância do mandamento “Fazei isto em memória de
mim” possibilita a adesão, sempre renovada e reforçada em
cada celebração, a identidade com Ele e com a comunidade
cristã. A identidade, neste caso, tem a ver com o sentido da
vida, a proposta do Reino (amor, comunhão, partilha...) que
Jesus ensinou, viveu e nos deixou como mandamento.
A expressão ritual trabalha com ações simbólicas e estas
atingem o ser humano como um todo, em suas diversas dimensões: sensorial, afetiva, mental, espiritual, individual, comunitária e social.”
Desta forma, demoliram o centro de toda doutrina
católica que é o Santo Sacrifício da Missa, erguendo em
seu lugar um mero simbolismo, um sacrifício de louvor.
Este é o anuncio que é proclamado pela pregação desta
Nova Teologia, com a abominação da desolação de Deus
do centro da Liturgia e da vida da Igreja, como havia sido
profetizado pelo profeta Daniel:
“A contar do momento em que tiver sido abolido, o sacrifício
perpétuo e for instalada a abominação da desolação...” (Dn 12,
11)
46
Ataque a Primazia Papal
Testemunho de Dom. Pestana
Todo isso é resultado do que aconteceu no Concílio
Vaticano II. Os “ modernistas introduziram deliberadamente ambigüidades nos textos conciliares que tencionavam
explorar depois do Concilio. Desta forma utilizando ambigüidades deliberadas, os documentos conciliares promoveram uma nova liturgia segundo as orientações do Protestantismo, a que o Arcebispo Bugnini*(10) chamou:
Essa traição se repeti em toda a história da Igreja, e
de uma forma oculta, hipócrita e tão ampla como ocorreu
no século XX, para surpresa e decepção dos fieis, como
foi o caso do Bispo Dom Pestana que não escondeu sua
surpresa, falando em seu Discurso na Conferência sobre
Fátima, em Roma.+ 8 de janeiro de 2011, Dom Manoel
Pestana Filho não participou do Concílio Vaticano II, mas
acompanhou todo seu desenrolar. Foi um homem de um
conhecimento profundo e raro, de uma sabedoria inigualável em nossos tempos, que nos deixou um exemplo de
santidade a ser seguido por todos que desejam ser discípulo de Nosso Senhor. Quero deixar registrado dois trechos desse discurso que chama a atenção para o que ocorreu no Concílio Vaticano II:
“uma conquista da maior importância
para a Igreja Católica, uma colegialidade
que ataca cerne da primazia papal, e
uma nova atitude para com o mundo”.
- especialmente em Glaudium et
Spes, um dos mais radicais documentos conciliares.
Arcebispo Bugnini
*(10) O Arcebispo progressista Annibale Bugnini foi o maior arquiteto
da revoluções litúrgica que culminou na Nova Missa (Novus Ordo).
Acabou por ser afastado do Vaticano e colocado no Irão, porque
mostraram a Paulo VI documentos que demonstravam que Bugnini era
maçon. Michael Davies dedica um capítulo inteiro (o Cap. 24) ao
Arcebispo Bhgnini em Pop Pau´s New Mass (Kansas Cit, Missouri:
Angelus Press, 1992).
47
“Mas é ainda mais interessante que muitos daqueles que foram
condenados por Pio XII – De Lubac, De Le Blond, Danielou,
Congar, etc. – eram homens do dia, atuais, durante o Concílio.
Fica patenteada para a história uma traição nunca vivida por
Nosso Senhor em seu Corpo Místico. Os seus traidores já condenados, de repente passam a ditar regras incompatíveis com a
Sã Doutrina da Salvação ensinada pelos Padres da Igreja em
seus dois mil anos de existência.”
Outro trecho que revela um detalhe do episódio
mencionado anteriormente. O caso de Mons Bugnini, acrescentando um acontecimento que vem de encontro.
O texto que se segue, traz à luz, explodindo em
uma realidade espantosa para nossos dias; para realidade
em que vivemos nos deixando perplexos com sua audácia
e como se executou e o que foi planejado, a partir de Teilhard de Chardin.
48
“...até alguns teólogos depois do
Concílio Vaticano II disseram que
a linguagem da teologia de hoje é
uma linguagem de incertezas,
não há nenhuma certeza em suas declarações. Assim, me parece que isso explica que tantas
coisas
Dom Manoel Pestana Filho
tenham chegado a nós com muito
pouco fruto. Pelocontrário. Vejamos. Dentro do Concílio Vaticano
II, não nas reuniões, foram feitos
acordos com os representantes
da Rússia para que não se falasse do comunismo, não se falasse
de Rússia. Mas isso é o contrário
da mensagem de Fátima. O centro da mensagem [...] era a
Rússia, da qual virão grandes males para a Igreja e para o
mundo. Mas fizeram um acordo. Ah sim! Porque havia bispos
ortodoxos [para participar do Concílio]. E nós sabemos hoje que
muitos bispos não só na Rússia, mas na Polônia e outros lugares, para não terem obstáculos da parte do governo comunista,
faziam vistas grossas a certas coisas. Por exemplo: nós sabemos que este escândalo ocorreu na Polônia de um arcebispo
que fora nomeado e que no momento de tomar posse da diocese ele simplesmente disse: “não, não posso tomar posse, porque encontraram um documento assinado por mim que me
permitia sair da Polônia para estudar em Roma.
Com a condição de colaborar com o governo sobre as coisas da
Igreja que lhe interessavam.”. Este é o problema. [...] O arcebispo de Kiev, que era um homem que se aproximou muito de
João Paulo II, na última audiência, morreu lá diante do Papa.
Ele não era ninguém menos que um chefe da KGB e era arcebispo de Kiev. Coronel da KGB. [...]. É um trabalho de muito
tempo de infiltração na Igreja
49
Católica, e se pode dizer que também o fato de Judas
fazer parte do colégio apostólico, não disse nada contra Cristo,
e no último momento quis lhe trair: “amigo, a que viestes?”. [...]
Há momentos extremos de traição e por isso o Senhor tem muitos e muitos caminhos. [...]
Por outro lado, por exemplo, nós sabemos da influência da maçonaria no último Concílio não foi pouca, porque o próprio Monsenhor encarregado da liturgia – Bugnini
– tinha escrito uma carta ao chefe da maçonaria italiana,
dizendo que pela liturgia havia feito tudo que era possível;
tudo aquilo, segundo recebeu instruções, mais não poderia
ser feito. [...] Um padre polonês que encontrou este ofício o
levou imediatamente a Paulo VI, que o mandou para
fora de Roma, na nunciatura no Irã. Até Monsenhor Benelli,
que era o braço direito do Papa, também foi retirado de
Roma e estranhamente ambos morreram pouco depois em
circunstâncias misteriosas. Dizíamos que era uma queima
de arquivo. Entendem, não?
Quero dizer que mesmo os inimigos estando presente
dentro da Igreja, isso não deve nos atemorizar, pois o próprio
Cristo já contou aquela parábola [...] do trigo e do joio juntos e o
Senhor disse “deixai crescer”, depois, na hora da colheita se
separará os dois.”
Este episódio com os Monsenhores Bugnini.e Benelli, demonstra a realização plena dos planos dos inimigos infiltrados na Santa Igreja, que ao se verem ameaçados os fez silenciar com a morte, para não correr o risco
de serem impedidos de executarem o plano de demolição
já previsto, como denunciou J. Dominguez, como veremos
a seguir. Todo um processo de implantação pós conciliar
que abriu as portas da Igreja Católica para a execução do
maior plano dos inimigos da Santa Igreja afim de demolila.
50
Vejamos o seu conteúdo essencial, que nos chegaram às mãos, no entanto, tudo nos leva a crer que, é mais
abrangente e sutil do que se possa imaginar. ao que estamos expondo. Vejamos o texto:
Capítulo III
Esta denuncia de Mons. Lefebvre revela a verdade
que esta por traz destas palavras, como nos revela J. Domingues em seu livro sob o título O Masterplan publicado no Brasil pela Editora Myriam, que transcrevo na integra no final deste trabalho, pela importância das informações nele contidas. Com a sua execução a partir do Concílio Vaticano II.
O Masterplan
A IGREJA MATER - O CHEQUE-MATE
Diante desta realidade que acabamos de expor, através
do livro de Pe. José Ricart Torrens e Dom Pestana, passaremos a meditar o plano em si. A estratégia de demolição
que começou a ser executada a partir de 1955, pelos
membros de sua congregação os Jesuítas, logo após a
morte do Pe. Teilhard de Chardin divulgando seus escritos
as escondidas. Todo consiste num plano mestre e rigoroso, bem elaborado, para demolir a Santa Igreja de Jesus
Cristo e construir outra sobre suas ruínas. Usando como
instrumento a doutrina de Teilhard de Chardin também
pela maçonaria, como foi denuncia por Mons. Lefebvre em
pleno Concílio demonstrando um artigo publicado pelo
Grão- Mestre Marsaudon. *(11):
“No livro que Mons. Lefbvre tinha citado na sala conciliar, o
Grão - Mestre Marsaudon tinha apontado o evolucionismo cósmico de Teilhard de Chardin como o ponto de encontro entre o
cristianismo e a maçonaria: “O conhecimento, as filosofias e as
metafísicas aproximam-se. Entre a fórmula maçônica do Grande Arquiteto do Universo e o ponto ômega de Teilhard de Chardin, é difícil discernir o que poderá impedir os homens de pensamento de se entenderem. Na fase atual, Teilhard de Chardin
é certamente o autor mais lido, seja nas lojas, seja nos seminários.”
O Masterplan reconhece que, de todas as Igrejas ditas
cristãs, o bloco mais firme, aquele que dá sustentação a todas,
é a Igreja Católica. Por isso, no dia em que ela desmoronar, as
demais virão abaixo por si mesmas. Para começar essa derrocada, urge tirar-lhe o nome de 'santa', porque assim está chamando constantemente atenção sobre Deus, é algo sagrado, e
isto não pode ser. Para fazê-lo não é difícil. Basta alegar que
esta palavra dificulta a aproximação dos hereges protestantes.
Afirmar que a Igreja é 'una' e 'santa' ofende aos protestantes, e
os católicos não devem insistir nisto.
Outra palavra que se precisa suprimir é 'católica', porque
está muito arraigada na adoração a Deus e a Cristo e no culto à
Virgem. Para fazê-lo, basta substituir 'católica' por 'universal',
que no fim das contas parece dizer a mesma coisa, com a vantagem de tirar o sabor de sagrado, de adoração a Deus e a
Cristo, que conota a palavra 'católico'. A partir de 1980 - segundo o Masterplan - deveria ser implementada no mundo inteiro a
'Igreja Universal', com todas as Igrejas Unidas, na qual seriam
incluídos também os judeus, os muçulmanos, os hindus, etc.
Descortinando esta realidade demonstro aqui a execução fiel deste plano. Os encontros das vária religiões
em Assis presididas pelo Papa João Paulo II com judeus,
os muçulmanos, os hindus, protestantes etc.
*(11) O CONCÍLIO VATICANO II, Uma História nunca Escrita. p. 404
51
52
Deixando de ser a única Igreja Católica fundada por N. S.
Jesus Cristo sobre Pedro e seus legítimos sucessores.
Para se tornar a Igreja Universal que acolhe todas as outras. Para que ninguém venha dizer que tudo isto é invenção, trago ao conhecimento o que extrai do livro sob o título “CADERNOS DE LITURGIA” com apresentação do Pe.
Gregório Lutz, CSSp, São Paulo, 12 de março de 2008.
Distribuído no Brasil com editoração PAULUS:
1.2. A renovação litúrgica no Brasil no início da década de 1980.
A renovação conciliar recebeu no Brasil uma das suas concretizações mais explícitas e significativas da Igreja Universal, tanto no nível da reflexão teológica quanto em nível pastoral (como
foi constatado no item anterior).
Já não se ensina a dizer Igreja Católica, mas, Igreja Universal, como querem os mentores deste plano.
SEM SINAIS PRESENTES
O passo inicial Masterplan é tirar das pessoas as coisas externas 'sem importância'. Os primeiros anos serão dedicados a
conseguir que elas deixem de usar medalhas, escapulários...
que os padres e as freiras larguem seus hábitos, etc. Todas
essas coisas externas parecem 'sem importância', diz o Masterplan.
Neste ponto não se tem dúvidas. O abandono da
farda sacerdotal a «Batina» foi quase que total por todos
os Sacerdotes, tanto Bispos como Padresos igualou a
uma pessoa civil qualquer. Não tem como distingui-lo do
meio do povo. A sua pessoa desaparece permitindo que
os que levam uma vida desregrada fique de consciência
tranqüila.
53
Pois o que os identificava, e lhes impunha uma vida exemplar já não existe. Com os votos sacerdotais de pobreza, obediência e castidade desprezados. O mesmo
aconteceu para a maioria das congregações femininas. E
todos aqueles que continuam a usar a sotaina «batina»,
são perseguidos e ridicularizados. Para o povo fiel, uma
campanha acirrada para retirar de uso as imagens, escapulários, o Santo Terço, a recitação do Santo Rosário, o
Crucifixo e tantas outras devoções. Expressões externadas por sinais presente no meio do povo católico testemunho de sua autentica fé. Sinais exteriores por Deus abençoados, e revelados e trazidos por Nossa Senhora para
nós seus filho. Nem mesmo a Santa Missa que é o centro
da Vida Católica, foi poupada pelos executores deste plano que como tal, foi o alvo principal dos inimigos da Santa
Igreja.
A MISSA APENAS SIMBÓLICA
Também a Missa tinha que ser objeto do Masterplan. Não procura eliminá-la de uma só vez, porque seria impossível. Mas
tem contra ela um plano de ataque especialíssimo. Esse plano
consiste em tirar-lhe o sentido 'sagrado' de renovação incruenta
do sacrifício da cruz, deixando-a reduzida a nada mais que um
banquete de confraternização.
O Masterplan diz: os hereges protestantes afirmam que a missa
é banquete; pois insistimos nisto, e que fiquem só nisto, num
'banquete de irmãos'. Para tanto propõe vários detalhes. Vistos
em separado, nenhum deles parece tirar qualquer coisa da Missa - diz o Masterplan - porém todos juntos a transformarão num
banquete de 'confraternização', e quando o sacrifício do Calvário desaparecer da Missa, a 'fraternidade' também cairá, como
cairia um mastro do qual se tirasse a base. No começo, coisas
simples e até razoáveis: que seja rezada no idioma de cada
povo, para assim poderem se entender melhor os comensais.
54
Também neste ponto os conciliares foram fieis como foi
revelado pelo Padre Giuseppe Dossetti e pelo Cardeal
Danneels, comentadas pelo historiador Roberto de Mattei:
O Padre Giuseppe Dossetti via a constituição litúrgica o eixo
interpretativo do “corpus” conciliar hermenêutico de interpretação dos documentos. Por sua vez, o Cardeal Danneels considerava que a reforma litúrgica promovida pelo Concílio e realizada
por Paulo VI era talvez a alteração mais profunda na vida da
Igreja Católica.
O artigo 54 da constituição Sacrosanctum Concilium, combinado com o artigo 40 da mesma constituição, relativo ao papel das
conferências episcopais, tinha confiado a esta última a possibilidade de introduzirem a língua vulgar na celebração da Missa.
Com base nisto, no domingo, 7 de março de 1965, durante o
Concílio, foi lançada na Itália a celebração de uma Missa que
previa muitas partes na língua vulgar e os altares voltado para o
povo. Nesse dia Paulo VI celebrou em italiano numa paróquia
romana e exortou os párocos a colaborarem na aplicação da
reforma. Em 4 de março de 1967, foi autorizada a recitação do
cânone em voz alta e em vernáculo. Nesse mês, era publicada
uma obra de Tito Casini, “La túnica stracciata”, que continha
uma dura crítica à reforma litúrgica em curso, e impressionou o
fato de prefácio ter sido escrito pelo Cardeal Bacci. Paulo VI
tinha confiado ao Concilium ad exsequendam constiturionem de
Sacra Liturgia, constituído em 1964, a tarefa da revisão dos
Livros litúrgicos (o Missal, o Breviário, o Ritual e o Pontifical) e
da aplicação das reformas que dissessem respeito a uma participação mais ativa dos fieis, com o uso das línguas nacionais e
as concelebrações.*(13) O culminar dos trabalhos do Concilium,
dirigido por Mons. Bugnini, foi a elaboração do novo Ordo Missae, promulgado por Paulo VI no consistório de 28 de abril de
1969.
Isso foi o que fizeram os conciliares, executaram a
risca este plano. Entre os executores está Mons. Bugnini,
cuja fixa já citamos na página 47.
Desconcertante e constatar que: Desapareceu de
muitos Templos modernos, os altares, os castiçais, e vários outros ornamentos todos ricamente foliados, com que
o que se tinha de melhor metal, o ouro. Assim como as
imagens sacras que tanto despertavam a piedade dos fiéis
católicos e que era a expressão da mensagem do Evangelho, que curiosamente também desapareceram em muitas
igrejas antigas, o respeito com que as pessoas tinham por
estes sacramentais que testemunham sua fé na presença
Real de Jesus Eucarístico que constituí o centro da vida
da Igreja em todo mundo. Eu pessoalmente assisti esta
devastação de tudo que envolvia o culto da Missa e que
lembrava a todos, que tudo se dispunha para a glória de
N. S. Jesus cristo presente na Eucaristia. É doloroso ver
que foi na catequese que encontraram a porta perfeita para concretização deste plano, como esta sendo ensinada
no Diretório Nacional de Catequese na página 99 do CAPÍTULO IV Catequese: Mensagem e Conteúdo.
122. O processo da formação litúrgica na catequese possui os
seguintes elementos:
c) a liturgia como exercício do sacerdócio de Jesus Cristo e
ação nossa em conjunto com ele presente na celebração, pela
força do Espírito Santo.
d) a dimensão celebrativa, da liturgia, com uma ação ritual
simbólica,...
l) o sentido dos sacramentos, especialmente a Eucaristia, como
sinais da comunhão com Deus, em Cristo...
*(13) O Concílio Vaticano II, p. 54.
55
56
Eis ai uma realidade que não tem como negar ou interpretar diferente, uma missa simbólica. Com os sacramentos
reduzidos a sinais. Esta verdadeira abominação cometida
por muitos Padres em nome do espírito do Concílio acabou por realizar os planos dos inimigos da Santa Igreja,
conduzindo para um culto de uma missa simbólica e com
uma Eucaristia sem sentido como foi planejado por estes
sequazes.
A EUCARISTIA SEM SENTIDO
Todo o esforço do Masterplan se dirige no sentido de acabar
nos homens com o amor a Deus. Eis o seu raciocínio: se não se
ama a Deus também não se amará ao próximo; o amor ao próximo não pode existir sem uma razão; o amor ao próximo tornase impossível sem o amor a Deus. A Eucaristia se constitui no
centro do catolicismo - reconhece o Masterplan - visto ser nada
menos que o Cristo-Deus feito pão, para ensinar os homens a
se amarem. Não se pode tirar tudo de uma vez, porque nenhum
católico aceitaria. Mas propõe um plano de ataque requintadamente diabólico: em primeiro lugar, deve-se procurar suprimir
da Eucaristia, o máximo possível, todo o aspecto de sagrado:
que as pessoas, por exemplo, não se ajoelhem para tomar a
comunhão, insistindo que, por se tratar de uma comida, ela deve ser encarada de uma forma natural. Pegar a hóstia com a
mão também ajuda a subtrair-lhe este sentido misterioso, divino, sagrado... é uma comida...então, pegá-la com a mão, no
malmente, sem que no-la ponham na boca... Só aos bebês se
põe a comida na boca... e que se use pão comum, sem mistérios, que nada soe a sagrado, mas a natural, que se coma, que
se mastigue... que se faça como fez Cristo na última
ceia. É uma recomendação capaz de convencer a qualquer um:
que se faça como fez Cristo... fazê-lo naturalmente. Mas o verdadeiro objetivo é escamotear gradualmente o sentido sagrado
e misterioso da Eucaristia, é esvaziá-la.
57
Esta tática, do antigo e sempre novo método do
“Cavalo de Tróia”, ou seja, da infiltração do inimigo para
destruir um grupo ou instituição em que se introduz. Neste
caso, da infiltração na Igreja de membros filiados a Maçonaria e ao marxismo, inimigos declarados da Santa Igreja,
que pretende destruir a Jesus Cristo e a sua Igreja, para
substituí-la por uma mera “igreja universal” onde caibam
todas as crenças sem moral, e ferreamente comandada
por ela.
Os estudos levado a cabo, sobre as cartas trocadas
entre nações que se puderam encontrar, assim como as
notícias da filiação à maçonaria de muitos prelados da Igreja, concordam com as queixas que sobre tão horroroso
assunto tem feito o céu, em inúmeras mensagens em todo
à vida da Igreja, durante seus quase dois mil anos, e principalmente nos dois últimos séculos; entre elas Fátima. O
Senhor que é a própria Sabedoria, assim como a Virgem
Santíssima, Sede da Sabedoria, não poderiam proibir ou
alertar os fiéis contra determinadas práticas em uso, sem
explicarem a raiz da questão. Em nome da verdade e da
caridade, que é amor, e que é também verdade, para que
os filhos da Igreja não se sintam confundidos e temerosos,
pensando desobedecer a Igreja, daremos as seguintes
informações: Com efeito, é estar com a verdadeira Igreja
fundada por Nosso Senhor Jesus Cristo sobre S. Pedro e
seus sucessores e não com a falsa “igreja católica, isto é,
igreja universal” como é proclamado pelos falsos teólogos
modernista, e comandada pela Maçonaria. Que tem tido
campo aberto e livre para atuar porque como disse N. S.
no Evangelho. “Os filhos das trevas são mais esperto que
os da luz”.
58
Para reforçar a publicação de J. Dominguez transcrevemos alguns relatos e comentários com um fragmento
do Manual “Orientação para uma alma pequenina” do Cenáculo de Padre Pio, hoje São Pio, que nos revela os autores deste empreendimento. A demolição da Igreja de
Jesus Cristo.
“Com efeito, nas cartas trocadas entre: Estanislau de Guaita, o
<<mago negro>>, poeta de Satanás, fundador em 1888, da
Ordem Cabalista da Rosa- Cruz; Paulo Roca*(14), a <<eminência parda>> das lojas maçônicas ex-abade Melinge; e Gérard
Encausse, conhecido por “Papus”, fundador, em 1890, da Ordem Martinista, nessas crtas conhecidas pôr “Epitolário GuaitaRoca-Encause, surgem muitas vezes estes temas. Numa carta
de 1888, escrita pôr Guaita a Roca, lê-se o seguinte, sobre a
“Sagrada Eucaristia: <<Temos de trabalhar ativamente para
conseguir, que nos Templos Romanos se comungue de pé.
No dia em que o consigamos, o nosso triunfo está assegurado.
Em resposta, Roca diz a Estanislau de Guaita: Estou totalmente
de acordo com seu ponto de vista, mas será conveniente passar rapidamente a uma segunda fase, dando o “Pão na mão” a
esses “antropófagos fanáticos”.
Em 1889, Guaita responde novamente: Se conseguirmos estas
duas coisas; “a Comunhão de pé e na mão”, o resto cairá como
fruta madura, dado que a Eucaristia é apenas “Ágape-símbolo
de filantropia universal”.
E Roca volta a salientar, com satânica ironia: O presidente da
assembléia porá em cima da mesa ritual o cálice com o pão e o
jarro cheio de vinho, para que os irmãos se sirvam a se mesmo
à discrição, pois é isso somente a Eucaristia; “Ágape símbolo
de filantropia universal”.
*(14) Cônego Roca excomungado (*1830 - +1893), pregou a revolução e
a reforma da Igreja, e predisse em pormenores espantosamente
precisos, a subversão da Igreja que seria ocasionada por um Concílio.
59
Não é difícil encontrar e concretização desses planos diabólicos basta assistir uma Missa, para que se constate na
pratica o que acabamos de mostrar, juntou-se a essa situação a indiferença para com Jesus que perpetua o sacrifício do Calvário, se oferecendo a Deus Pai, pelas mãos
consagradas dos seus Sacerdotes, como verdadeiro e
único Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo. É
nesse momento sublime de doação total, que se verifica a
maior falta de respeito a N. S. Jesus Cristo que morre misticamente, oferecendo a se mesmo como alimento na comunhão, para que os fieis possam ter a vida eterna. Perece lindo abraço da paz, mas leva toda assembléia a esvaziar-se, deste momento sagrado, caindo na indiferença,
ficando com a atenção voltada para se mesma, e não para
Deus que oferece a si mesmo na Eucaristia. Nem tudo que
reluz é ouro, nem tudo que parece conveniente, é certo. A
Igreja é casa de Deus, e de tão repetida esta frase, ela
quase perdeu o seu significado, fazendo-nos esquecer
que é o lugar onde devíamos estar com mais respeito e
compostura muito mais do que em qualquer outro lugar ou
casa. De fato, se a Igreja possui, como é normal, um Sacrário com o Santíssimo Sacramento, que é Deus Vivo
presente, não se compreende a falta de respeito e a indiferença que os católicos manifestam diante de Jesus Cristo
Sacramentado, com tanto despudor, quer através do seu
comportamento; na maneira de estar, conversar, distraído,
quer na maneira de vestir totalmente inadequada para um
católico, quer com que intenção vão a Igreja, fruto de uma
outra doutrina que veio a substituir a verdadeira doutrina
voltada para Deus para uma doutrina antropológica, voltada para o homem, com proclamaram seus inimigos da
Santa Igreja, como esta provado pela suas próprias
palavras:
60
Em Athanasius and the Church of Our Time, o Bispo Graber
refere-se à predição feita por Roca de uma “Igreja iluminada de
novo”, que seria influenciada pelo socialismo de Jesus. Em meados do século XIX, Roca predisse que: “A nova Igreja talvez
não consiga reter nada da Doutrina escolástica e da forma original da antiga Igreja, recebera mesmo assim, a sua consagração e jurisdição canônica de Roma”. Surpreendentemente, Roca também predisse a “reforma litúrgica” pós - Vaticano II; o
culto Divino, na forma dirigida pela liturgia, cerimonial, ritual e
regulamentos da Igreja Romana, sofrerá em breve uma transformação num Concílio Ecumênico, que restaurará a venerável
simplicidade da idade do ouro dos Apóstolos, de acordo com as
exigências da consciência e da civilização moderna..., Roca
também se referiu ao futuro do papado.
Escreveu o seguinte: “Há um sacrifício iminente que representa
um ato solene de expiação (...) O papado cairá; morrerá sob a
faca santificada que os padres do último Concílio fabricarão. . O
César papal é uma vítima coroada para o sacrifício”. Roca predisse entusiasticamente nada menos que uma “Nova Religião,
novo dogma, novo ritual, novo sacerdócio”. Chamou aos novos
Padres “progressistas”, e referiu-se “supressão” da sotaina (batina) e ao casamento dos Padres.*(15)
Foi proposto pelo esquema XIII, que ficou conhecido como
“GAUDIUM ET SPES” cuja comissão criada pelo Papa
João XXIII e confiada ao Cardeal Suenens.
No dia 4 de novembro de 1964 sobre o esquema XIII intervém no Concílio o Cardeal Lercaro com a seguinte afirmação:
...que a Igreja deveria mostrar uma atitude mais aberta ao
mundo conforme a linha da pobreza, renunciando se necessário, a certas “riquezas” do seu passado, como
por exemplo, ao sistema escolástico no campo filosófico e teológico...*(16).
Esta intervenção do Cardeal Lercaro não no deixa dúvidas
de sua intenção; cumprir o que disse Roca no século XIX,
referindo a uma nova igreja que nasceria de um Concílio
Ecumênico, e tristemente é constatar que no Concílio Ecumênico Vaticano II, concretizou suas previsões. O que
aconteceu de fato no pós-concílio? Foi um abandono total
das vestes eclesiásticas e da escolástica, dando lugar a
novas doutrinas, tanto na filosofia quanto na teologia.
Chamo a atenção para um detalhe muito oportuno para
esta frase: “A nova Igreja talvez não consiga reter nada da
Doutrina escolástica e da forma original da antiga Igreja”,.
Em pleno Concílio Vaticano II, deparamos com a proposta
de uma nova ordem na forma dos ensinamentos que seriam implantados no pós-Concílio.
*(15) O Derradeiro Combate do Demônio. Padre Paul Kramer 8 de Dezembro
de 2002 pp. 70.
61
*(16).O Concílio Vaticano II Uma história nunca escrita pp. 347.
62
SEM SANTOS E SEM MARIA
Isto faz parte dos primeiros passos do Masterplan: insistir que só a Deus se deve adorar, não a Nossa Senhora e aos
Santos. O Masterplan é muito sutil nisto. Diz que os católicos
entendidos sabem que a Igreja Católica só adora a Deus, e que
os santos são venerados como amigos de Deus, não adorados.
Mas que será 'muito fácil' incutir nas 'pessoas simples' a ideia
que a Igreja Católica 'adora' os santos, já que os mantém nos
altares, e isso, para os 'simples', está 'muito errado', pois só a
Deus se deve adorar. Quanto aos santos, o Masterplan já obteve um êxito considerável. Na maioria das Igrejas da Espanha
não se veem mais santos nos altares; em cada lugar se alega
uma razão diferente, mas o fato é que os santos sumiram de
muitas igrejas.
Quanto a Nossa Senhora... bem, este está sendo um 'osso duro
de roer' para o Masterplan. Havia mil argumentos para desbancá-la no Concílio... mas as coisas lhe saíram erradas, Havia
também muitas razões: para aproximar os 'irmãos ' (sic!) protestantes, não se devia insistir na grandeza de Nossa Senhora,
não se devia lembrar a todo instante que é Mãe de Deus; bastava adorar a Cristo, o restante era desnecessário.
Eu como filho desta Santíssima Mãezinha do Céu e
Irmão de Nosso Senhor Jesus Cristo Vosso Divino Filho,
sinto-me no dever de esclarecer o que de fato aconteceu
no Concílio Ecumênico Vaticano II, ao descobrir a verdade
quanto ao documento (esquema) sobre a Virgem Maria.
Todos esses títulos que foram atribuídos a Nossa
Senhora no Concílio, já haviam sido proclamados pela
Igreja não existia nada de novo.
63
A não ser a opinião geral de inúmeros teólogos e fieis,
Cardiais e Bispos de todo mundo que reconheciam a mediação da Mãe de Nosso Senhor junto a Ele, e a necessidade da proclamação do Dogma que a coroaria como Mãe
de Deus o que de fato Ela é. O Dogma de Maria Medianeira de todas as Graças. Diante desta realidade a ser aclamada, se formaram três grupos; um a favor, outro contra e
outro com uma falsa prudência, para não se comprometer.
O primeiro, os a favor chamados de “MAXIMALISTAS” e
os que eram contra chamados de “MINIMALISTAS” como
escreve Roberto de Mattei:
A QUESTÃO MARIANA
“MAXIMALISTA” E “MNIMALISTA” NO CONCÍLIO
Nos primeiros dias de outubro, explodiu novo contraste, e não
foi apenas para decidir se o esquema sobre a Bem-Aventurada
Virgem Maria devia ser discutido de forme independente ou
inserido no esquema sobre a Igreja. A discussão revelou uma
oposição entre duas tendências, a maximalista e minimalista.
Os “maximalistas” eram os continuadores do grande movimento
mariano do século XX que, depois da definição do dogma da
assunção, augurava que os Padres e os Bispos reunidos em
Concílio proclamassem um novo dogma o de Maria Medianeira
de Todas as Graças. À época, nenhum teólogo católico duvidava de que Maria exercesse um influxo de certo modo imediato e
atual na aplicação da redenção, ou seja, na distribuição de todas as graças a todos os homens. Contudo no congresso mariano que tivera lugar em Lourdes, em 1958 tinham emergido
duas tendências entre os mariólogos, uma maximalista, que
fazia derivar todos os privilégios de Maria da sua maternidade
divina, no interior da ordem da união hipostática, e outra minimalista segundo a qual a mariologia tinha o seu fundamento no
paralelismo entre Maria e a Igreja.
64
A primeira tendência era chamada “cistotípica”, porque sublinhava a íntima conjugação de Cristo e de sua Mãe na única
ação de salvação; era desta união que resultavam a corredenção e a mediação de Maria. A segunda tendência afirmava que
o papel de Maria estava subordinado ao papel da Igreja, à qual
competia o primeiro lugar depois de Cristo, da qual Maria era
um simples membro; os seus privilégios eram assim entendidos
no interior da comunidade cristã, da qual Ela era “tipo” e modelo, razão pela qual esta concepção era chamada “eclesiotípica”
Chamo a atenção para estas palavras “da qual Maria
era um simples membro;” com que tal doutrina esta posição
de tais teólogos é comum? Com a doutrina daqueles que
odeiam a Virgem Maria; os protestantes. Era fundamental
destroná-La, como vermos por suas próprias declarações:
“A maioria dos Padres Conciliares como provam os “vota”, cultivava uma viva devoção mariana e propendia para as teses dos
“maximalistas”, pelo contrario, a minoria da Europa Central caracterizava se pela sua aversão àquilo que o Padre Yves de
Congar chamava o “marianocristianismo”. Na noite de 22 de
setembro de 1962, Congar anota: “Percebo o drama que acompanha toda minha vida; a necessidade de lutar em nome do
Evangelho e da fé apostólica, contra o desenvolvimento, a proliferação mediterrânea e irlandesa, de uma mariologia que não
procede da revelação, mas tem o apoio dos textos pontifícios.”
Parece que o Padre Congar nunca leu os Evangelhos, de
modo especial os escritos por São Lucas e São João. Di
onde vem a fé católica, não é a recebida dos Apóstolos?
Quanta pretensão para um Padre que foi ordenado na Igreja Católica Continuemos:
65
Congar contava com o apoio de Rahner, mas também do jovem
moriólogo René Laurentin, o mais válido expoente dos “minimalistas” ao qual foi atribuído o mérito de abrir a “batalha antimaximalista” no Concílio. “Diziamos um ao outro que não convinha
fazermos uma oposição EXCESSIVA, para não corrermos o
risco de coisas pior do que aquilo que queremos evitar.”
A ABERTURA DA OFENCIVA ANTIMAXIMALISTA
O sinal da ofensiva antimaximalista foi a publicação, na iminência da segunda sessão, da obra La question mariale, do próprio
Laurentin, na qual o “movimento mariano” era apresentado como “um problema”: “O movimento mariano é indubitavelmente
fecundo, fervoroso e próspero. Mas a sua abundância não será
excessiva? A sua intensidade não será febril?
O seu desenvolvimento especializado não será parte patológico?”
Segundo Laurentin, a mariólogia sua contemporânea, que se
caracterizava por “uma excessiva abundância de escritos”, apresentava uma tendência “apriorística” pelo seu empenho na
exaltação incondicional de Nossa Senhora; era necessário purificar esta tendência, a fim de torná-la compatível com as exigências do ecumenismo e da nova teologia.
Em janeiro de 1963, depois de encerrada a primeira sessão, a
Comissão de Coordenação do Concílio decidiu que o esquema
sobre a Bem-Aventurada Virgem Maria, Mãe da Igreja, fosse
discutido independentemente do esquema Del Ecclesia...
O ponto de vista que (Padre) Rahner atacava com mais vigor
eram os conteúdos sobre a mediação da Bem-Aventurada Virgem Maria e, mais precisamente, o título que lhe era atribuído:
“Medianeira de Todas as Graças”. Este ensinamento, proposto
no esquema, não como dogma de fé, mas como doutrina comum da Igreja, era rejeitado por Rahner devido às consequências negativas que, do seu ponto de vista, teria sobre a mariólogia e sobre a devoção dos fieis a Nossa Senhora.
66
Com efeito, os protestantes negavam qualquer tipo de cooperação formal de Maria na redenção e tinham suprimido termos
como “Medianeira” e, mais ainda de “Corredentora”.
A manobra para retirar de vez da discussão um esquema
em separado sobre o ensinamento sobre a Mediação de
todas as Graças de Nossa Senhora e Corredentora, seria
incluí-lo como um capítulo a mais no esquema sobre a
Igreja onde teriam os minimalistas maior apoio em seus
intentos. Vejam o resultado desta manobra:
“Em 29 de outubro, foi levada a voto a seguinte questão: “Agrada aos Padres Conciliares que o esquema sobre a Santíssima
Virgem Maria, Mãe da Igreja, seja revisto de forma a constituir o
capítulo VI do esquema sobre a Igreja?
O resultado da votação foi de 1.114 a favor e 1.074 contra; a
assembléia encontrava-se, pela primeira vez dividida ao meio,
com uma diferença de apenas 40 votos; a divisão correspondia
à das duas visões teológicas contrapostas e assinalava a vitória
ainda que parca, dos “minimalistas”.*(17)
Desta forma conseguiram destronar Nossa
Senhora do lugar em que o próprio Deus a colocou. O
resultado foi uma queda vertiginosa na devoção a Virgem
Maria e uma terrível indiferença para com seu Divino Filho,
por parte de inúmeros clérigos e de leigos, e o desencadear de uma perseguição aos seus filhos fieis, como é o
caso bem recente dos Franciscanos da Imaculada.
VIVENDO COM O INIMIGO
Não existe pior inimigo do que aquele que se encontra em nosso próprio campo. O plano de Satanás era separar a Igreja do
Estado e, em seguida, dividir a Igreja internamente. E o conseguiu. Isto nos leva ao tema da maçonaria, que é um tema complexo. Os líderes desta sociedade se encontram em postos de
comando na maioria das esferas econômicas, políticas, judiciais
e sociais, de onde controlam a sociedade. Pat Robertson, em
seu livro A Nova Ordem Mundial, depois de reconhecer que 'a
maçonaria foi a responsável pelo maior impacto negativo na
sociedade atual, tanto ao nível civil como religioso, para acabar
com o que é de Deus'. É a chamada maçonaria eclesiástica,
cujo objetivo consiste em destruir a Igreja por dentro. (N. do
Editor: A Maçonaria é o 'braço secular' da seita dos 'saduceus'
cujo origem remonta a Eva, (a primeira 'gnóstica' da história)
que ensina o antropocentrismo absoluto, ou seja o materialismo
ateu, colocando o homem como senhor de si e da história..como deus..)
Conclui J. Dominguez. Revelando o maior plano para demolir a Santa Igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo, que já
vinha sendo executado muito antes do que podemos imaginar como veremos a seguir. Sobre esse tema apresento
mais adiante uma entrevista com o Pe. Exorcista Gabriele
Amorth. Quando ficará compreensível a nossa realidade
atual.
*(17).O Concílio Vaticano II Uma história nunca escrita pp. 265 – 266 –
268 – 274.
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68
Capítulo IV
Profanações Eucarísticas
1025 - Memórias de um anti-apóstolo
Deus que oferece a si mesmo na Eucaristia. Nem tudo que
reluz é ouro, nem tudo que parece conveniente, é certo. A
Igreja é casa de Deus, e de tão repetida esta frase, ela
quase perdeu o seu significado, fazendo-nos esquecer
que é o lugar onde devíamos estar com mais respeito e
compostura muito mais do que em qualquer outro lugar ou
casa. De fato, se a Igreja possui como é normal, um Sacrário com o Santíssimo Sacramento, que é Deus Vivo
presente, não se compreende a falta de respeito e a indiferença que os católicos manifestam diante de Jesus Cristo
Sacramentado, com tanto despudor, quer através do seu
comportamento; na maneira de estar, conversar, distraído;
quer na maneira de vestir totalmente inadequada para um
católico, não importando com que intenção se vai a Igreja.
São incontáveis os abusos praticados por aqueles que
mais deveriam amar Nosso Senhor Jesus Cristo, que por
suas mãos se sujeita a perpetuar o Sacrifício da Nova e
Eterna Aliança.Quero relatar aqui três abusos praticados
contra Jesus Eucarístico, por volta de 1998.
Sobre essa estratégia da infiltração existe um livro, publicado
por uma enfermeira católica francesa, que em 1960 atendeu a
uma vítima de acidente automobilístico, a qual morreu ao dar
entrada no hospital. O homem não tinha qualquer identificação,
mas trazia na pasta umas notas biográficas, pelas quais ficou
sabendo tratar-se de um agente secreto comunista, que conseguira introduzir-se na Igreja, primeiro como seminarista, depois
como padre. Ao se dar conta do valor desses escritos, a enfermeira não hesitou em publicá-los. O livro intitulado AA 1025 Memórias de um anti-apóstolo apresenta o relato da época que
o personagem passou no seminário e das artimanhas usadas,
ano após ano, para destruir tudo o que era católico romano.
A história desse 'anti-apóstolo' começou quando um seu tio,
membro do partido comunista, lhe disse: 'Vou enviá-lo para praticar o ateísmo militante internacional.(Teologia da Libertação)
Deverá combater todas as religiões, mas principalmente a católica, por ser a mais organizada'.As notas também falam na infiltração e colocação de sacerdotes em pontos-chaves da Igreja,
nas tentativas de abolir as tradições católicas com o objetivo
final de reunir todas as religiões numa única religião universal,
também falam numa reunião de escritores para promover estes
pontos de vista, e um plano completo de conotações diabólicas.
Quando esse homem foi recrutado, era o número 1.025 num
programa que enviava rapazes a seminários católicos do mundo inteiro. Desses, mais de 100 já tinham recebido a
ordenação sacerdotal. No entanto, isto que foi
revelado certamente não passa da minúscula
ponta do gigantesco iceberg que se mantém
submerso, isto é, oculto. *(18)
*(18) Extraido do livro A Profetisa dos Tempos Finais, de Olivo Cesca*
69
Certa vez um padre na hora da comunhão deixou
cair uma Hóstia no chão, ao que ele mandou que o coroinha a pegasse, e assim foi feito, incomodado por estar ela
na sua mão, pergunta ao padre, o que fazer! E este responde com a maior naturalidade. Joga no vaso sanitário e
dê descarga; o menino entrou na sacristia e depois de alguns minutos voltou, para surpresa de todos com as mãos
vazias. Intrigada uma pessoa, procura o menino depois da
Missa e lhe pergunta. O que você fez com a Hóstia? Ao
que responde com a maior inocência, o padre mandou que
eu a jogasse no vaso sanitário e desse descarga!
70
Diante da resposta, surpresa e escandalizada, a pessoa
pergunta: E você jogou? Sim, respondeu o coroinha.
Nos outros dois casos, aconteceram diante de meus olhos. Enquanto era ministro extraordinário da Eucaristia.
Estava - mos num encontro com certo Sacerdote, que prefiro não citar o nome. Ao termino da distribuição conduzi o
Santíssimo até o Sacrário, passando todas as Hóstias que
estavam nas ambulas menores para uma grande, recolhi
as partículas menores dentro de uma ambula e levei ao
padre as pequenas partículas para que cumprisse o rito
prescrito. Ao receber me disse: Jesus não está em migalhas, e soprou dentro do recipiente jogando todas as partículas consagradas no chão, para o espanto de todos, e
minha indignação e escândalo, indo conversar com o Bispo este me respondeu: “Este padre é um problema para a
Igreja.”
“Onde?”, perguntei. “Aqui!” E abrindo o saco mostrou as
Hóstias jogadas dentro do saco como se fosse um lixo que
se descarta para jogá-lo fora. Pasmo, padre Jonas distribui
em todas as ambulas que lá estavam e de joelhos ordena
que façamos um ato de desagravo ao Santíssimo Sacramento. Ao ser questionado sobre esta ofensa, respondeu:
“As irmãs despejaram as Hóstias neste saco e mandou
que eu as trouxesse, e assim o fiz.”
Fatos como estes e muitos outros presenciei com o
coração dilacerado, diante dos abusos que se cometem
contra Jesus Eucarístico, pecados que bradam aos céus
justiça, contra aqueles que os cometem e contra aqueles
que em primeiro lugar deveriam zelar para que tais absurdos não aconteçam, e amá-Lo acima de tudo e de todos.
Como nos ensina Mons. Ranjith
Em outro encontro a nível diocesano na cidade de Anápolis Goiás, desta vez com o padre Jonas Abbib. Havia terminado o encontro fechado com os servos da RCC, e tinha sido deixado o Santíssimo num determinado convento
modernista. Havia terminado o encontro fechado com os
servos da RCC, e tinha sido deixado o Santíssimo num
determinado convento modernista.
Pouco antes da celebração da Missa, pedimos que um
dos ministros fosse buscar as Hóstias no convento. O que
logo voltou. Para minha surpresa com um saco plástico,
estes que as donas de casa usam para recolher lixo. Ignorei o saco de lixo e perguntei. Cadê as Hóstias? Ao que
para escândalo de todos e espanto de padre Jonas me
respondeu: ”Esta aqui!“, exclamou.
71
72
Comentários de Msgr. Ranjith
Passemos ao prefácio do Msgr. Ranjith,
Secretário da Congregação para o Culto Divino e
a Disciplina dos Sacramentos: *(19)
No Livro do Apocalipse, São João relata como viu e ouviu o que
foi a ele revelado e prostrou-se em adoração aos pés do anjo
de Deus ((cf. Apoc 22, 8).
Prostrar-se, ou abaixar-se sobre os próprios joelhos ante a majestade da presença de Deus em humilde adoração, era um
hábito de reverência que Israel apresentava constantemente
perante o Senhor. É dito no primeiro livro dos Reis, “Quando
Salomão acabou de fazer ao Senhor esta prece e esta súplica,
levantou-se de diante do altar do Senhor, onde estava ajoelhado com as mãos levantadas para o céu. De pé, abençoou toda
a assembléia de Israel” (1 Reis 8, 54-55).
A posição de súplica do Rei é clara: Ele estava de joelhos diante do altar. A mesma tradição é também visível no Novo Testamento onde vemos Pedro cair de joelhos ante a Jesus (cf. Lc 5,
8); quando Jairo pediu a Ele que curasse sua filha (Lc 8, 41),
quando o Samaritano retornou para agradecer a Jesus e quando Maria, a irmã de Lázaro, pediu-Lhe pela vida de seu
irmão (Jo 11,32).
A mesma atitude de prostração diante da revelação da divina
presença é amplamente conhecida no Livro do Apocalipse (Apoc. 5, 8, 14 e 19, 4).
Intimamente relacionada a esta tradição era a convicção de que
o Templo Sagrado de Jerusalém era o lugar da morada de
Deus.
(19) Shawn Tribe - "Mons. Ranjith: Comunhão deve ser recebida de
joelhos e na boca". Qualquer desculpa serve para impedir a forma
correta de receber Jesus na Hóstia Santa.
73
E, portanto, no templo era necessária a preparação da própria
disposição por meio de expressão corporal; um profundo sentido de humildade e reverência na presença do Senhor.
Mesmo na Igreja, a profunda convicção de que nas espécies
Eucarísticas o Senhor está verdadeiramente e realmente presente, juntamente com a crescente prática de preservar o Santíssimo Sacramento em Tabernáculo, contribuiu para a prática
de ajoelhar-se numa atitude de humilde adoração do Senhor na
Eucaristia.
... fé na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas já
pertencia a essência da fé da Igreja Católica e era uma parte
intrínseca do Catolicismo.
Estava claro que não podíamos edificar a Igreja se esta fé fosse
minimamente afetada. Portanto, a Eucaristia, pão transubstanciado em Corpo de Cristo e o vinho em Sangue de Cristo, Deus
entre nós, é para ser acolhido com deslumbramento, reverência
e uma imensa atitude de humilde adoração. O Papa Bento XVI,
...esclarece que “receber a Eucaristia significa colocar-se em
atitude de adoração d'Aquele que comungamos. ... somente na
adoração pode maturar um acolhimento profundo e verdadeiro."(Sacramentum Caritatis 66).
Seguindo essa tradição, fica claro que se tornou coerente e
indispensável tomar ações e atitudes de corpo e espírito que
facilitem [entrar em]o silêncio, o recolhimento e a aceitação humilde de nossa miséria face à grandeza e a santidade infinita
Daquele que vem ao nosso encontro sob as espécies Eucarísticas. A melhor forma de expressar nosso senso de
reverência para com o Senhor na Missa é seguir o exemplo de
Pedro, quem, como nos diz o Evangelho, atirou-se de joelhos
ante o Senhor e disse: ”Retira-te de mim, Senhor, porque sou
um homem pecador.” (Lc 5, 8)
Atualmente podemos observar que em algumas igrejas essa
prática está decrescendo e aqueles responsáveis além de exigirem que os fiéis devam receber a Santíssima Eucaristia de pé,
ainda eliminam todos os genuflexórios, forçando os fiéis a se
sentarem ou permanecerem de pé, mesmo durante a elevação
e adoração das [Sagradas] Espécies.
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É irônico que tais medidas tenham sido tomadas em [algumas]
dioceses por aqueles que são os responsáveis pela liturgia, ou
em igrejas, por pastores, sem sequer fazerem uma mínima consulta aos fiéis, a despeito de hoje em dia, muito mais do que
antes, haver um ambiente desejoso de democracia na Igreja.
Ao mesmo tempo, acerca da comunhão nas mãos, deve-se
reconhecer que a prática foi impropriamente e rapidamente introduzida em algumas dioceses da Igreja logo após o Concílio,
mudando aquela antiqüíssima prática, tornando-a uma prática
regular em toda a Igreja. Algumas dioceses justificaram a mudança dizendo que ela melhor reflete o Evangelho ou a antiga
prática da Igreja... Outras, para justificar essa prática, referemse às palavras de Jesus: “Tomai e comei.” (Mc 14, 22; Mt 26,
26).
Quaisquer que sejam as razões para esta prática, não
podemos ignorar o que está acontecendo no mundo inteiro onde a mesma tem sido implantada. Esse gesto tem contribuído
para um gradual enfraquecimento da atitude de reverência para
com as Sagradas Espécies Eucarísticas, enquanto que na prática anterior salvaguardava-se melhor o sentido de reverência.
Naquela, ao invés, surgiu uma alarmante ausência de recolhimento e um espírito geral de descaso. Presenciamos pessoas
que comungam e com freqüência retornam para os seus assentos como se nada de extraordinário tivesse acontecido... Em
muitos casos, não se pode discernir aquele sentido de seriedade e de silêncio interior que deve ser o sinal da presença de
Cristo na alma. Há ainda aqueles que levam as sagradas espécies para tê-las como souvenires, aqueles que vendem,
ou ainda pior, que as levam para dessacralizá-las em rituais
satânicos. Mesmo em grandes concelebrações, também em
Roma, várias vezes as espécies sagradas foram encontradas
jogadas no chão. Essas situações nos levam a refletir não apenas sobre uma séria perda da fé, mas também sobre as
ofensas ultrajantes... O Papa nos fala da necessidade de compreender não apenas o profundo e verdadeiro significado da
Eucaristia, mas também de celebrá-la com dignidade e reverência.
Ele nos diz que temos que estar conscientes “dos gestos e posições, como, por exemplo, ajoelhar-se durante os momentos
solenes da Oração Eucarística.” (Sacramentum Caritatis, 65).
Falando ainda sobre a recepção da Sagrada Comunhão ele
pede a todos para “que façam o possível para que o gesto, na
sua simplicidade, corresponda ao seu valor de encontro pessoal
com o Senhor Jesus no sacramento.” (Sacramentum Caritatis,
50). Neste sentido, o livro escrito pelo Bispo Athanasius Schneider, Bispo Auxiliar de Karaganda no Cazaquistão, intitulado
Dominus Est, é significativo e estimado. Ele vem trazer uma
contribuição ao debate corrente sobre a presença real e substancial consagradas do pão e do vinho... a partir de sua experiência, que lhe provocou uma profunda fé, deslumbramento e
devoção para com o Senhor presente na Eucaristia, ele nos
apresenta uma esclarecedora consideração histórico-teológica
de como a prática de receber a Sagrada Comunhão na língua e
de joelhos foi aceita e praticada na Igreja por um longo período
de tempo. Agora eu penso que é o momento ideal para se rever
e reavaliar tão boas práticas e, se necessário, abandonar a prática corrente que não foi exigida nem pela Concilio Vaticano II
nem pelos Padres da Igreja.
Mas foi apenas aceita depois de sua introdução ilegítima em
alguns países. Agora, mais do que nunca, nós temos a obrigação de ajudar os fiéis em desenvolver novamente uma fé profunda na Presença Real de Cristo nas espécies Eucarísticas a
fim de que se fortaleça a vida da Igreja e a defenda em meio, ás
perigosas distorções da fé que esta situação continua causando. As razões para esta mudança não devem ser tão acadêmicas, mas pastoral-espirituais assim como litúrgicas - em resumo, o que melhor edifica a fé. Neste sentido Mons. Schneider
apresenta uma coragem louvável por ter sido capaz de apreender o verdadeiro significado das palavras de São Paulo: “que
isto se faça de modo a edificar.” (1 Cor 14, 26).
Atenção, amigo, atenção! Os filhos do diabo estão trabalhando
duro; e bem. Por isso, novamente, atenção! Felizmente, nem
tudo foi sucesso.
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O Concílio Vaticano II reiterou a extraordinária importância da
Eucaristia em mais de cem ocasiões, salientando que ela 'é o
centro da vida cristã e de todo apostolado...
Uma Confissão Estupenda!
Mas, nem tudo que reluz é ouro, apesar das citações acabou por instituir um culto voltado para o povo e
não para Deus como sempre fez a Igreja durante quase
dois mil anos. Colocando o povo como se fosse o mistério
da manifestação de Deus, isto é, Deus estaria no povo e
não no Sacrário. O que acabamos de afirmar, está expresso logo no início da leitura do Evangelho na Missa
voltada para o povo.
Na Missa voltada para Deus o Sacerdote diz: O Senhor
esteja convosco! Ao que o povo responde; E com seu espírito! Na Missa voltada para o povo o presidente da celebração diz: O Senhor esteja convosco! Ao que o povo responde: Ele está no meio de nós! Desta forma confirma
uma surpreendente confissão do clero Frances, diante da
oposição e recusa de celebrar a Missa versus Deum, oficializada pelo Concílio de Trento, desvendando o mistério
que envolve a Missa dita de Paulo VI formulada durante o
Concilio Vaticano II. Vejamos a publicação:
Foi noticiado que no terceiro domingo do Advento, em Dez.
2008, que o Cardeal Arcebispo de Paris, Presidente da Conferência Episcopal Francesa, e um dos mais duros inimigos da
Missa Versus Dei, afinal se dobrou ante a autoridade do Papa
Bento XVI :o Cardeal Vingt-Trois celebrou a Missa “Tridentina”,
em Notre Dame de Paris.Esse fato é muito significativo. Bento
XVI venceu a resistência que os pósconciliares franceses lhe
opunham e, mais do que ao Papa, por razões teológicas, a resistência que eles opunham à Missa Tridentina. Durante décadas, depois do Vaticano II e da instauração da Missa nova de
Paulo VI -- sem ter sido ab-rogada a Missa no rito Tridentino —
o episcopado pós-conciliar usou a desculpa do latim para se
opor à Missa católica. Diziam que fora necessário mudar língua
litúrgica da Missa para o vernáculo, porque o povo não entendia
a Missa Versus Deum, rezada em latim Após o Motu Próprio
Summorum Pontificoum, o episcopado francês – assim como
o episcopado brasileiro — se levantou barulhentamente contra
a Missa de sempre. Depois, na França pelo menos, os Bispos
começaram a confessar que a razão de sua ferrenha oposição
à Missa no rito Tridentino não era, de fato, o latim, mas a teologia das duas Missas, que – afirmam agora – fundamentar-se
em duas teologias diferentes e incompatíveis uma com a outra.
A Missa foi instituída por Cristo como perpetuação do sacrifício
do Calvário. Nela, Cristo sacerdote e Vítima, se oferece a Deus
Pai para pagar os pecados dos homens. A Nova Missa de Monsenhor Bugnini, fundamenta-se na teologia protestante luterana
que considera que todos os homens já estão salvos.
A Missa Nova, como a ceia protestante, é uma comemoração
da salvação universal. Ela é uma festa um banquete, uma ceia
e não “um sacrifício propiciatório”, palavra que desapareceu do
decreto que instituiu a Missa Nova, e mesmo dos textos
litúrgicos da Missa.
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Conclui Mons. MALCOLM RANJITH Secretário da
Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos
Sacramentos.
Na Missa no rito Tridentino Cristo, a quem o sacerdote empresta sua voz, pois atua “in persona Christi”, se dirige a Deus Pai.
Por isso, o Padre se volta para a cruz, para o sacrário, e não
para o povo.
Na Missa antiga, o Padre só se volta para o povo quando, em
nome de Deus, ensina o povo, ou quando lhe concede, em nome de Deus, a bênção, a paz e lhe manifesta o desejo que viva
na graça santificante.
Na Missa Nova, o padre se volta para o povo. Para o homem. A
Missa nova, fruto do Vaticano II é tão antropocêntrica como ele.
Na teologia da Missa nova se considera que Deus está presente na comunidade e não na hóstia consagrada. Daí, quando o
padre diz: “O Senhor esteja convosco”, a resposta seria. “Et
cum spiritu tuo - E com vosso espírito” o que foi intencionalmente traduzida como “Ele está no meio de nós”.
Claro que a maior parte dos padres, que geralmente receberam
formação nos seminários brasileiros, não compreende o que
essa frase quer dizer. Eles desconhecem tanto a teologia católica com também a teologia cabalista de Martin Buber e a Fenomenologia, que inspiraram essa tradução. Porque não é uma
tradução. É uma substituição.
Quem inventou essa “tradução” queria significar o que apenas
alguns iniciados sabiam. Para Martin Buber, quando há um diálogo entre um Eu e um Tu, entre os dois se forma um EU superior – um EU “transcendental”, “intersubjetivo” diz Husserl --, um
Eu que é A “Presença”, como dizia o cabalista Martin Buber.
A misteriosa “Presença” da qual falava continuamente Monsenhor Giussani, o fundador do movimento Comunhão e Libertação, mas sem nunca explicar claramente o que era essa “Presença”. A “Presença” seria a Sheckhinah, a última emanação
do Ein Sof, a Divindade cabalista, a Sofia dos sistemas gnósticos, a emanação divina que caiu no mundo e que estaria presente e aprisionada em todas as coisas.
Daí, quando o padre dialoga com o povo, na Missa nova, a
“Presença” divina, a Sheckhinah ficaria presente na comunidade.
A comum - unidade. Cristo, então, não estaria realmente presente na hóstia consagrada, e sim na assembléia do povo, da
qual. Por isso, os padres pós-conciliares dão tanta importância
em criar um espírito coletivo naquilo que, depois do Vaticano II,
se chamou de comunidade o sacerdote seria apenas um pres
dente da celebração, um coordenador mais ou menos mágico.
A Missa precisaria ser dita em vernáculo, na língua do povo,
porque o povo seria o verdadeiro sacerdote, e a “Presença” da
verdadeira divindade estaria no povo.
Só assim pela existência de uma teologia oculta – se compreende porque os Cardeais e Bispos, guiados e iniciados pelos
teólogos pós-conciliar, se opõem com tanta pertinácia às decisões do Papa Bento XVI.
Só a existência de uma outra doutrina, não católica, na cabeça
do clero, explica porque recusaram traduzir o “pro multis” “por
muitos”. Mas, se ensinaram que todos os homens já estão salvos, então o “Multis” tem que ser traduzido como sendo por
“Todos”. Teimando pertinazmente em traduzir o “pro multis –
por muitos” como “por todos”. O que evidentemente é uma tradução intencional. Pois isso nunca foi ensinado pela doutrina
perene da Igreja, durante todos é “pro omnes” Tudo começou
quando ensinaram que todos já estão salvos, porque em todos
está presente a divindade — a Schekhinah cabalista--, então
todos podem comungar. Ninguém precisa se confessar, porque
todo mundo já está perdoado e já está salvo, porque todos em
comunidade são “a Divindade”. Daí, a mais completa desobediência ao Papa que ordenou recolocar os confessionários nas
Igrejas.*(20)
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*(20) Fonte informativa publicada por
WWW.montfort.org.brSummorum Pontificoum.
Quanto ao mistério de Jesus Eucarístico, sob as espécies do Pão e do Vinho, a liturgia expressa na Missa voltada
para o povo na oração da epfania sobre as oferendas não deixa
dúvidas em desvendar o que acaba de declarar o episcopado
Frances. Como já citamos. Vejamos:
Ao se deparar com este ensinamento é desconcertante
a conclusão que daí procede. Se o pão e o vinho são dons que
simbolizam Jesus, e recebidos em comunhão, logo o que é ensinado na liturgia é que verdadeiramente Ele não está no pão e
no vinho, são dons!. Fruto da terra e do trabalho do homem que
apenas o simbolizam, uma representação, uma recordação do
que Jesus fez na última Ceia. Isto foi o que planejaram para que
acontecesse, e executaram ao pé da letra.
Como se não bastasse ter inventado que as palavras,
por todos, tenha o significado daquelas usadas por Jesus ao
instituir o Sacrifício da Nova e Eterna Aliança, por muitos. Assim
não há fórmula, e nem intenção de fazer como Jesus fez e a
Igreja sempre ensinou, para que aconteça o Sacramento. Procedendo assim acabaram por cometer a abominação da desolação de Deus do meio de seu povo, no seu intento em procurar
demolir a Igreja acabaram por cumprir as palavras do próprio
Jesus (Mt 24, 15; Mc 13, 14), testemunhando a favor da autenticidade da única Santa Igreja Católica, fundada por Jesus sobre Pedro e seus sucessores.
Mas essa realidade já havia sido profetizada desde
1881, em Lerida Espanha, Tendo como sucessor de Pedro o
Papa Leão XIII e por São Nilo do século V, que se desabrocha
numa realidade espantosa em nossos dias.
Não temos como saber se N. S. Jesus Cristo esta ou não sob
as espécies do pão e, do vinho, é um ato da fé. Entretanto podemos discernir pela doutrina que é ensinada.
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As Profecias se Cumprem
Uma realidade espantosa
Uma profecia do século IXX que foi mandada copiar
com fidelidade e divulgada pelo grande Papa Leão XIII. E
que hoje faz eco à realidade em que se encontra a Igreja
nos dias atuais, cumprindo-se sem dúvida nenhuma. E
vem juntar a esta profecia, as palavras do grande Apóstolo
São Paulo exortando ao discípulo Timóteo, em sua segunda carta no cap. 4, 1-4; o Catecismo da Igreja nos artigos & - 675; & - 676; & - 677; e a Profecia de São Nilo.
(II Tm 2,1-4) “Eu te conjuro, diante de Deus e de Cristo Jesus,
que há de vir julgar os vivos e os mortos, pela sua aparição e
por seu Reino: Proclama a Palavra, insiste, no tempo oportuno
e inoportuno, refuta, ameaça, exorta com toda paciência e doutrina. Pois virá um tempo em que alguns não suportarão a Sã
doutrina da Salvação; pelo contrário, segundo seus próprios
desejos, como que sentindo comichão, nos ouvidos, se rodearão de mestres. Desviarão os seus ouvidos da verdade, orientando-os para as fábulas”.
CI – 675
Antes do advento de Cristo, a Igreja deve passar por uma provação final que abalara a fé de muitos crentes. A perseguição
que acompanha a peregrinação dela na terra desvendará o
“mistério da iniquidade” sob a forma de uma impostura religiosa
que há de trazer aos homens uma solução aparente a seus
problemas, a custa da apostasia da verdade.(A Cebs. com a
Teologia da Libertação; doutrina social marxista, que vem sendo imposta aos fiéis Católicos).
A impostura religiosa suprema é a do Anticristo, isto é, a de um
pseudo-messianismo em que o homem glorifica a si mesmo em
lugar de Deus e de seu Messias que veio na carne.
CI - 676
Esta impostura anticrística já se esboça no mundo toda vez que
se pretende realizar na história a esperança messiânica que só
pode realizar-se para além dela, por meio do juízo escatológico:
mesmo em sua forma mitigada, a Igreja rejeitou esta falsificação
do Reino vindouro sob o nome de milenarismo (modernismo),
sobretudo sob a forma política de um messianismo secularizado, “intrinsecamente perverso”.
CI - 677
A Igreja só entrará na glória do Reino por meio desta Páscoa
derradeira, em que seguirá seu Senhor em sua morte e Ressurreição. Portanto, o Reino não se realizará por um triunfo histórico da Igreja segundo um progresso ascendente, mas por uma
vitória de Deus sobre o desencadeamento último do mal que
fará sua Esposa descer do Céu. O triunfo de Deus sobre a revolta do mal assumirá a forma do Juízo Final depois do derradeiro abalo cósmico deste mundo que passa.
Profecia de Lerida – Espanha – 1881
Divulgada pelo Papa Leão XIII
Jesus fala: Advirto-vos meus queridos, sobre a avassaladora
paixão que sofrerá a Minha Igreja, pela ação deicida de uma
sacrílega apostasia doutrinária, que com sutileza demoníaca,
desviarão grande número dos meus discípulos, os quais investidos da responsabilidade ministerial que exercerão iniquamente
entre vós, produzirão um cisma mortal nas almas dos meus
fiéis. Eu estarei convosco. A Igreja é santa de minha santidade.
Eu salvarei a Minha Igreja. Rezai! Rezai diariamente. Que seja
vossa oração, humilde e confiante; perseverai nela!
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O mundo está ameaçado de ruína total por falta de oração, que
significa o esquecimento de Deus.
Rezai pelo Santo Padre. Com o correr dos anos ele terá grandes sofrimentos. Daqui a cem anos, (1981) sobre o Pastor supremo cairá uma dura prova que colocará em gravíssimo perigo
sua fidelíssima, abnegada e preclara existência.
(No dia 12 de maio de 1981, por ocasião do centenário do
nascimento de Teilhard de Chardin, o jesuíta monísticopanteista, o Papa João Paulo II envia uma carta ao reitor
do instituto Católico de Paris, exaltando suas pesquisas e
pensamentos. Se colocado a favor da “Nova Teologia”
glorificada pelo Concílio Pastoral Vaticano II; proclamada
por todos eles com suas heresias; alem de Teilhard de
Chardin, podemos citar: Blondel; De Lubac; Urs Von Balthasar; Kasper, que nega abertamente a historicidade e a
autenticidade dos Evangelhos, à luz da critica das formas
(ou Formgeschichte). Que considera que os milagres de
Jesus foram inventados, desde a tempestade acalmada
até ressurreição de Lázaro, incluindo a Ressurreição corporal de Jesus Cristo Nosso Senhor, que para Kasper não
é Deus).
Este será o sinal de uma grande crise, como não tem havido até
agora; que estremecera a Minha Igreja e o mundo.
O Sumo Pontífice que será seu antecessor (João Paulo I), o
sacrificarão desapiedadamente, os mesmos que escolheram
para ocupar a cadeira de Pedro, diante da firme negativa em
aderir ao antepapa. Estes dois pontífices levarão, um e outro, o
mesmo nome. (João Paulo I, João Paulo II) Os pastores, cada vez em maior número, extraviarão meu rebanho. Seduzidos
por fantasiosas teorias heréticas
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(A Teologia da Libertação, que da a Palavra de Deus uma
interpretação marxista; proclamando um falso evangelho:
“Seguir Jesus no Compromisso com os Excluídos”, divulgado pela Cebs), maquinadas por falsos teólogos, eles atraiçoarão sua missão de guias do meu povo, introduzindo no
Templo Santo um culto indigno, de raízes pagãs. Ensinando
uma doutrina adulterada. Será um tempo em que o príncipe das
trevas se apossará das mentes ensoberbecidas de dignitários,
eclesiásticos e civis (Possessão intelectual).
Essas verdades já há tanto tempo reveladas por Jesus, e
publicadas pele Santo Padre o Papa Leão XIII, Torna-se
clara quando deparamos com a declaração do Episcopado
Francês tendo como presidente o Cardeal Dom Vingt –
Trois,. Esse deus, que é tido na doutrina cabalística por
divindade e que caio no mundo, é o oposto da doutrina
católica, como nos ensina Nosso Senhor Jesus Cristo.
Afirmando que, quem fora precipitado no mundo foi Satanás, como narra São Lucas:
Jesus disse-lhes: Vi Satanás cair do céu como um raio.
“Lc 10,18”
Eis ai a raiz pagã! Outra teologia, que torna o culto indigno. Que ensina uma doutrina adulterada, colocando o ser
humano no centro do culto e da catequese. É o que esta
sendo ensinado.
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Catequese Renovada
No tocante a catequese, ficamos perplexos e até espantado com o conteúdo que é ensinado, nas afirmações feitas
no Diretório Nacional da Catequese, pág.29, que segue
fielmente esta doutrina. Recordemos:
2. Características de Catequese Renovada.
b) iniciação à vida de fé em comunidade: conforme a pedagogia
de Deus, Ele se revela no dia-a-dia de pessoas que vivem em
comunidade.
d)... A catequese está a serviço da pessoa humana em sua situação concreta (dimensão antropológica). Por isso ela educa
para vivência do mistério d`Aquele que revelou o homem ao
homem, o novo Adão, Jesus Cristo. É uma catequese cristológica com dimensão antropológica, que leva a uma antropologia
com dimensão cristológica.
(Logo, o homem tem a dimensão do Cristo?)
Este Jesus revelou o homem ao homem, certamente não
é Jesus filho de Maria Santíssima, que revelou Deus Pai
aos homens, no Novo Testamento encontramos 330 vezes
a palavra pai com suas várias definições. Um das passagens mais clássicas é o dialogo do Apóstolo S. Filipe com
Jesus, narrado no Evangelho escrito por S. João cap. 14,
7-10:
“Se
me conhecêsseis, também certamente conheceríeis meu
Pai; desde agora já o conheceis, pois o tendes visto. Disse-lhe
Filipe: Senhor mostra-nos o Pai e isso nos basta. Respondeu
Jesus: Há tanto tempo que estou convosco e não me conheceste, Filipe! Aquele que me viu, viu também o Pai. Como, pois,
dizes: Mostra-nos o Pai. Não credes que estou no Pai, e que o
Pai está em mim? As palavras que vos digo não as digo de mim
mesmo; mas o Pai, que permanece em mim, é que realiza as
suas próprias obras”.
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Para que tenhamos uma doutrina sólida e incontestavel
sobre o que Jesus revelou trou-se Homens, deteremos
nas palavras de Josefh Ratzinger Bento XVI, em seu livro
“Jesus de Nazaré”. Da entrada em Jerusalém até a Ressurreição, pp. 28.
“À pergunta sobre o que tinha Jesus trazido
verdadeiramente aos homens,... respondemos que
trouxe Deus às nações”
Logo é um falso Jesus com um falso evangelho que
esta sendo proclamado! Cometendo a abominação da desolação de Deus verdadeiro, na Eucaristia, e na vida da
Igreja (Mt 24, 15; Mc 13, 14).
Suprimindo o holocausto perpetuo (Dn 12,11), colocando
um falso deus em seu lugar, mesmo que a grande maioria
nem tenha conhecimento desta verdade, são condicionados a prestar-lhe culto e a servi-lo, como se fosse Deus
verdadeiro, e é o próprio homem este falso deus.
Sobre esta verdade encontramos uma pessoa que soube
demonstrar com precisão esta verdade; nada menos do
que o Papa Paulo VI em sua homilia de encerramento do
Concílio Ecumênico Vaticano II no dia 7 de dezembro de
1965, sendo os conciliares os responsáveis por destronar
nada menos do que o próprio Deus do coração dos homens e colocar a si mesmo em seu lugar. Tal como aconteceu com Eva que quis ser deus no paraíso. Afirma o Papa Paulo VI:
“A religião católica e a vida humana reafirmam
assim as suas alianças, a sua convergência para uma só
realidade humana: a religião católica de certo modo, ela é a
vida da humanidade [...] O humanismo laico e profano
apareceu, finalmente em sua terrível estatura e, por assim
dizer, desafiou o Concílio.
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A religião do culto a Deus que quis ser homem encontrou-se
com a religião (porque o é) do culto do homem que quer ser
Deus. Que aconteceu? Combate, luta, anátema? Tudo isto poderia ter-se dado, mas de fato não se deu. Aquela antiga história do bom samaritano foi o paradigma da espiritualidade do
Concílio. Com efeito, uma simpatia imensa penetrou o Concílio.”
A homilia que Paulo VI proferiu em 7 de dezembro, toda ela
centrada nas relações Igreja-mundo, pode ser considerada a
mensagem conclusiva do Concílio e a chave de interpretação
que o Papa dele propunha; e fazia a ponte com o discurso de
abertura proferido por João XXIII em 11 de outubro de 1963.
Romano Amerio faz uma comparação... tal como Paulo VI, também o Papa Sarto (São Pio X) tinha reconhecido que o espírito
do homem moderno é um espírito de independência , que dedica toda criação a si próprio; contudo, se o diagnóstico dos dois
Pontífices é idêntico, já o juízo de valores que um e outro fazem
sobre a modernidade é divergente, senão mesmo contraposto.
“Tal como Pio X, citando São Paulo (I Tess 2,4) via o homem
moderno fazer-se deus e pretender ser adorado, também Paulo
VI afirma expressamente que ´a a religião do culto a Deus que
quis ser homem encontrou-se com a religião do “Homem que
quer se Deus” . E contudo, trespassando o caráter de princípio
deste confronto, pensa que, graças ao Concílio, o confronto
produziu, não um combate, não uma luta não um anátema, mas
uma simpatia imensa, uma atenção da Igreja às necessidades
do homem.”
O Padre Congar não se escondia a satisfação: “Discurso do
Papa muito Ecclesiam suam: uma verdadeira declaração de
aceitação de base do homem moderno e do primado da antropologia.”*(21)
Esta guinada antropológica teve como resultado o afastamento da humanidade de seu verdadeiro Deus cumprindo
as profecias de São Nilo. A mais espantosa realidade.
(21) O Concílio Vaticano II Uma história nunca escrita. PP. 442 – 443.
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Profecia de São Nilo. Século V
Um Profeta para os nossos dias.
Depois do ano 1900, por meados do século XX, as pessoas
desse tempo tornar-se-ão irreconhecíveis... Quando se aproximar o tempo da vinda do Anticristo, a inteligência dos homens
será obscurecida pelas paixões carnais; a degradação e o desregramento acentuar-se-ão.
O mundo então, tornar-se-á irreconhecível. As pessoas mudarão de aparência, e será impossível distinguir os homens das
mulheres, por causa do atrevimento na maneira de se vestir e
na moda de seus cabelos.
Essas pessoas serão desumanas e como autênticos animais
selvagens, por causa das tentações do anticristo.
Não se respeitará mais seus pais e os idosos. O amor desaparecerá
E os pastores cristãos, Bispos e sacerdotes, serão homens frívolos. Completamente incapazes de distinguir caminho à direita,
ou à esquerda. Nesse tempo as leis morais e as tradições dos
cristãos e da Igreja mudarão. As pessoas não praticarão mais a
modéstia e reinara a dissipação! (o consumismo) A mentira e
a cobiça atingirão grandes proporções, e infelizes daqueles que
acumularão riquezas! A luxuria, o adultério, a homossexualidade, as ações secretas e a morte serão as regras da sociedade.
Nesse tempo futuro, devido o poder de tão grandes crimes e de
uma tal devassidão, as pessoas serão privadas da graça do
Espírito Santo, recebida no seu Batismo, e nem sequer sentirão
remorsos. As igrejas (Dioceses) serão privadas de pastores
piedosos e tementes a Deus, e infelizes dos cristãos que restarem sobre a terra, nesse momento! Eles perderão completamente a fé, porque não haverá quem lhes mostre a Luz da Verdade. Eles se afastarão do mundo, refugiando-se em lugares
santos, na intenção de aliviar os seus sofrimentos espirituais,
mas, em toda parte só encontrarão obstáculo e contrariedades.
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Todo isso resultará do fato de que o Anticristo deseja ser o senhor de todas as coisas, e se tornar o mestre de todo Universo.
Ele realizará milagres e sinais inexplicáveis. Dará também a um
homem sem valor uma sabedoria depravada, a fim de descobrir
um modo pelo qual um homem possa ter uma conversa com
outro, de um canto ao outro da terra. (telefone, internet) Nesse
tempo, os homens também voarão pelos ares como os pássaros, e descerão ao seio do oceano como os peixes. (avião,
submarino, etc.)
E quando isso acontecer, infelizmente, essas pessoas verão as
suas vidas rodeadas de conforto, sem saber, pobres almas, que
tudo isso é uma fraude de Satanás. E ele, o ímpio, inflamará a
ciência na vaidade, a tal ponto que ela se afastará do caminho
certo e conduzirá as pessoas à perda da Fé na existência de
Deus, de um Deus em três pessoas. Então, Deus, infinitamente
Bom, verá a decadência da raça humana, e abreviará os dias
por amor do pequeno número daqueles que deverão ser salvos,
porque o inimigo desejaria arrastar mesmo os eleitos à tentação, se isso fosse possível. Então a espada do castigo aparecerá de repente e derrubará o corruptor e seus servidores.
Dentro da Igreja o que se vê é quase que só escândalo,
envolvendo tanto padres como bispos, sem falar do desamor com que exercem o sagrado ministério da Ordem. Os
erros doutrinários são ensinados e exaltados com a Sã
doutrina da Salvação desprezada. O desrespeito a Jesus
Eucarístico, a indiferença religiosa dos fiéis. A moral a tradição cristã da Igreja realmente foram mudadas a tal ponto, que é realmente uma minoria que de fato vive uma verdadeira piedade cristã autentica.
E Jesus exorta! ”Mas, quando vier o Filho do Homem, acaso achará fé sobre a terra?" (Lc 18,8)
Passaremos a anotar a entrevista com o Padre Exorcista
Gabriele Amorth; presidente ad honorem da Associação
Internacional dos Exorcistas, deixemos que ele mesmo
nos mostre a real situação em que nos encontramos.
Assim finaliza a profecia de S. Nilo.
Todas estas profecias se cumpriram diante de nossos olhos. E ficamos espantados ao constatar essas verdades
em que estamos vivendo. O telefone, o avião, o submarino, a vida rodeada de todo conforto, a sexualidade e os
prazeres, reivindicados como fim último, a liberdade de
expressão, o direito de matar seja pelo aborto, ou eutanásia vem sendo exaltado como um bem. Não se respeitam
os pais e os velhos. A ciência seduzida se afastando cada
vez mais de seus objetivos, que é estar há serviço do ser
humano, demonstrando o poder de Deus na obra da criação.
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Entrevista com o Pe. Exorcista Gabriele Amorth
Eis uma voz que clama no deserto (Is 40,3) Festa da natividade
de São João Batista
Esta espantosa entrevista com Padre Gabriele Amorth, foime enviada pelo Nuno Félix, a quem muito ficamos a dever, pois nela fica claramente provada a ação diabólica
dentro da própria Casa de Cristo, na qual o demônio se
infiltra, através de padres sem a Verdadeira Fé, e pertencentes à maçonaria eclesiástica, para divulgarem a apostasia e retirarem o poder que existe dentro da Igreja Católica para combater as forças infernais.
*** 30Dias, no 6, Junho de 2001 ***
*** A fumaça de Satanás na casa do Senhor ***
Passaram-se 29 anos desde aquele 29 de Junho de 1972. Era
a festa de São Pedro, príncipe dos apóstolos, aquele que trouxe
o Evangelho de Cristo até o extremo Ocidente.
E naquele 29 de Junho, festa dos santos protetores de
Roma, o sucessor de Pedro que assumira nome de Paulo lançou um dramático alerta. Paulo VI falou do inimigo de Deus por
antonomásia, daquele inimigo do homem que se chama Satanás. O inimigo da Igreja. "Através de algumas fissuras", denunciou Paulo VI, "a fumaça de Satanás entrou na Igreja”.
“Um grito angustiado, que deixou muita gente surpresa e escandalizada, mesmo dentro do mundo católico”.
É o exorcista mais famoso do mundo: padre Gabriele Amorth,
fundador e presidente ad honorem da Associação Internacional
dos Exorcistas. Fomos falar também com ele porque algumas
semanas atrás, dia 15 de Maio, foi aprovada pela Conferência
Episcopal Italiana (CEI) a tradução italiana do novo Ritual dos
Exorcismos. Para entrar em uso, espera somente o placet da
Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos.
- Padre Amorth, finalmente está pronta a tradução italiana
do novo Ritual para os Exorcistas?
-Gabriele Amorth - Sim, está pronta. No ano passado a Conferência Episcopal Italiana recusou-se a aprová-la porque havia
erros na tradução do latim. E nós, exorcistas, que temos de
utilizá-la, aproveitamos para assinalar mais uma vez que não
concordamos com muitos pontos do novo Ritual. O texto básico
em latim, nesta tradução, continua inalterado. E um Ritual tão
esperado, no fim, torna-se um bluf. Uma "amarra" inacreditável,
que pode impedir o nosso trabalho contra o demônio.
- E hoje, 29 anos depois? Aquela fumaça foi afastada, ou
invadiu outros cômodos?
- Fomos perguntar a uma pessoa que lida todos os
dias com Satanás e suas astúcias. Quase como
profissão.
- É uma acusação muito grave. A que o senhor se refere?
- Dou apenas dois exemplos. Bem evidentes. No ponto número
15, fala-se de malefícios e sobre a maneira de se comportar
diante deles. O malefício é um mal causado a uma pessoa que
recorreu ao diabo. E pode ser feito de várias formas, com trabalhos, maldições, maus-olhados, vu-du e macumba. O Ritual
Romano explicava como enfrentá-lo. O Novo Ritual, por sua
vez, afirma categoricamente que há proibição absoluta de fazer
exorcismo nestes casos. Absurdo. Os malefícios são na grande
maioria da vezes a causa mais freqüente das possessões e dos
males causados pelo demônio: nada menos de (90% das vezes) É como dizer aos exorcistas que não ajam mais. Já o ponto 16 afirma solenemente que não se deve fazer exorcismos se
não se tem a certeza da presença diabólica. É uma obra prima
da incompetência: a certeza de que o demônio está presente
em uma pessoa só pode ser obtida fazendo o exorcismo.
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E tem mais: os redatores não se deram conta de que contradiziam, em ambos os pontos, o Catecismo da Igreja Católica, que
indica a realização do exorcismo tanto no caso das possessões
diabólicas quanto no dos males causados pelo demônio. Da
mesma forma como indica que deve ser feito tanto nas pessoas
quanto nas coisas. E nas coisas nunca há a presença do demônio, há apenas a sua influência. As afirmações presentes no
Novo Ritual são muito graves e prejudiciais, fruto de ignorância
e inexperiência.
- Mas não foi redigido por especialistas?
- Não, absolutamente. Nestes dez anos, duas comissões trabalharam no texto do Ritual: a composta por cardeais, que organizou os Prenotanda, ou seja, as disposições iniciais, e a comissão que organizou as orações. E posso afirmar com certeza
que nenhum dos membros das duas comissões jamais fez exorcismo nem assistiu a exorcismos, assim como não tem a
menor idéia de como sejam os exorcismos. Esse é o erro, o
pecado original, desse Ritual. Nenhum dos colaboradores
que participaram era especialista em exorcismos.
- E como isso é possível?
- Não pergunte para mim. Durante o Concílio Ecumênico Vaticano II cada comissão tinha a colaboração de um grupo de especialistas que ajudavam os bispos. E este costume se manteve também depois do Concílio, todas as vezes que foram feitas
alterações no Ritual. Mas não neste caso. E se há um assunto
sobre o qual há a necessidade de especialistas, é esse.
- E como foi neste caso?
- Neste caso nós, exorcistas, não fomos jamais consultados. E
as sugestões que fizemos também foram recebidas de má vontade pelas comissões. A história é paradoxal.
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- Posso contá-la?
- Claro. - À medida que, como solicitara o Concílio Vaticano II,
as várias partes do Ritual Romano eram revistas, nós, exorcistas, esperávamos que fosse tratado também o título XII, isto é,
o Ritual dos Exorcismos. Mas evidentemente não era considerado um assunto importante, já que passavam os anos e não
acontecia nada. Depois, inesperadamente, em 4 de Julho de
1990, saiu o Ritual ad interim, experimental. Para nós foi uma
verdadeira surpresa, pois nunca tínhamos sido consultados
antes. Embora tivéssemos já há muito tempo feito pedidos, em
vista de uma revisão do Ritual. Entre outras coisas, solicitávamos: retoques nas orações, acrescentando invocações a Nossa
Senhora que faltavam completamente, e um aumento das orações especificamente exorcistas. Mas fomos completamente
excluídos da possibilidade de dar qualquer contribuição. Não
nos desencorajamos: o texto era feito para nós. E dado que na
carta de apresentação o então Perfeito da Congregação para o
Culto Divino, cardeal Eduardo Martinez Somalo solicitava às
conferências episcopais que enviassem, no prazo de dois anos,
"conselhos, sugestões dadas pelos sacerdotes que utilizarão
este texto", começamos a trabalhar. Reuni dezoito exorcistas
escolhidos entre os maiores especialistas do planeta. Examinamos o texto com muita atenção. Utilizamo-lo. Logo elogiamos
a primeira parte, na qual estavam resumidos os fundamentos
evangélicos do exorcismo. É o aspecto bíblico-teológico, no
qual certamente não falta competência. Era uma parte nova,
com relação ao Ritual de 1614, composta sob o papado de Paulo V: de resto, na época, não havia necessidade de lembrar
estes princípios, que eram reconhecidos e aceitos por todo
mundo. Hoje, ao contrário, é indispensável lembrá-los. Mas
quando examinamos a parte prática, que requer o conhecimento específico do assunto, percebe-se claramente a total inexperiência dos redatores. As nossas observações foram eloqüentes, artigo por artigo, e enviamos a todos os interessados: a
Congregação para o Culto Divino, a Congregação para a Doutrina da Fé, as Conferências Episcopais. Também foi entregue
uma cópia diretamente nas mãos do Papa.
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- E essas observações, como foram acolhidas?
- Péssima acolhida, nenhuma eficácia. Tínhamos nos inspirado
na Lumen Gentium, na qual a Igreja é descrita como um "Povo
de Deus". No número 28, fala-se da colaboração dos sacerdotes com os bispos, e no número 37 é dito com clareza, chegando até mesmo a referir-se aos leigos, que "segundo a ciência, a
competência e o prestígio de que gozam, têm a faculdade, aliás, algumas vezes até mesmo o dever, de apresentar o seu
parecer sobre coisas atinentes ao bem da Igreja". Era exatamente o nosso caso. Mas tínhamos nos iludido, ingenuamente,
de que as disposições do Vaticano II tivessem chegado às congregações romanas. Em vez disso, tínhamos nos visto diante
de uma muralha de recusa e desprezo. O Secretário da Congregação para o Culto Divino fez um relatório à comissão cardinalícia no qual dizia que seus únicos interlocutores eram os
bispos, e não os sacerdotes ou os exorcistas. E acrescentava
textualmente, a propósito da nossa humilde tentativa de ajuda
como especialistas que expressam seu parecer: "Tivemos de
constatar o fenômeno de um grupo de exorcistas e chamados
demonólogos, reunidos em uma Associação Internacional, que
orquestravam uma campanha contra o rito". Uma acusação
indecente: nós jamais orquestramos nenhuma campanha! O
Ritual era dirigido a nós, e nas comissões não tinham convocado nenhuma pessoa competente; era mais do que lógico que
mos tentasses dar a nossa contribuição.
- Mas então quer dizer que para vocês o Novo Ritual não
pode ser utilizado na luta contra o demônio?
- Sim, queria nos entregar uma espada sem fio. Foram canceladas as orações eficazes, orações com 12 séculos de história, e
foram criadas novas e ineficazes. Mas, felizmente, foi-nos dada
na última hora uma possibilidade de salvação.
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- Qual?
- O novo Perfeito da Congregação para o Culto Divino, o cardeal Jorge Medina, acrescentou ao Ritual uma Notificação. Na
qual se afirma que os exorcistas não são obrigados a usar esse
Ritual, mas, se quiserem, podem utilizar ainda o antigo, com
prévia solicitação ao bispo. Os bispos, por sua vez, devem pedir
a autorização à Congregação, que, porém, como escreve o cardeal, "concede-a sem problemas".
- "Concede-a sem problemas"?
É uma concessão bem estranha...
- Quer saber de onde nasce?
- De uma tentativa feita pelo cardeal Joseph Ratzinger, Perfeito
da Congregação para a Doutrina da Fé, e pelo próprio cardeal
Medina, de introduzir no Ritual um artigo - na época o artigo 38
em que autorizavam os exorcistas a usarem o Ritual precedente. Sem dúvida, tratava-se de uma manobra “in extremis” para
que pudéssemos evitar os grandes erros que existem neste
Ritual definitivo. Mas a tentativa dos dois cardeais foi reprovada.
Então o cardeal Medina, que compreendera o que estava em
jogo, decidiu dar-nos de algum modo uma possibilidade de salvação, acrescentando uma notificação à parte.
- Como vocês, exorcistas, são considerados dentro da Igreja?
- Somos tratados muito mal. Os irmãos sacerdotes encarregados desta delicadíssima tarefa são vistos como loucos, como
exaltados. Geralmente são apenas tolerados pelos próprios
bispos que os nomearam.
- Que fato mais evidenciou essa hostilidade?
- Quando fizemos uma convenção internacional de exorcistas
nos arredores de Roma. Na ocasião pedimos para ser recebidos pelo Papa.
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Para poupar-lhe um nova audiência, além das tantas que já
tem, pedimos simplesmente que fôssemos recebidos na audiência pública das quartas-feiras, na Praça São Pedro. E sem a
necessidade de sermos citados nas saudações. Fizemos o pedido regularmente, como recordará perfeitamente monsenhor
Paolo de Nicolò, da Prefeitura da Casa Pontifícia, que recebeu
nosso pedido de braços abertos. Porém, um dia antes da audiência o próprio monsenhor Nicolò nos disse – na verdade com
muito embaraço, o que nos fez ver que a decisão não dependia
dele - que não fôssemos à audiência, que não tínhamos sido
admitidos. Inacreditável: 150 exorcistas provenientes dos cinco
continentes, sacerdotes nomeados pelos seus bispos em conformidade com as normas do direito canônico, que requerem
padres de oração, de ciência e de boa fama - portanto a nata do
clero -, pedem para participar de uma audiência pública com o
Papa e são postos para fora. Monsenhor Nicolò me disse: "Naturalmente, prometo-lhe que logo enviarei a carta com os motivos". Passaram-se cinco anos e ainda espero por aquela carta.
Certamente não foi João Paulo II quem nos excluiu. Mas que
seja proibido a 150 sacerdotes de participarem a uma audiência
pública com o Papa na Praça São Pedro explica o quanto os
exorcistas da sua Igreja sofrem oposição, o quanto são malvistos por muitas autoridades eclesiásticas.
- O senhor combate o demônio quotidianamente. Qual
é o maior triunfo de Satanás?
- Conseguir fazer acreditar que ele não existe. E quase conseguiu. Mesmo dentro da Igreja. Temos um clero e um episcopado que não acreditam mais no demônio, nos exorcismos, nos
extraordinários males que o diabo pode causar, e nem mesmo
no poder concedido por Jesus de expulsar os demônios. Há três
séculos a Igreja latina - ao contrário da Igreja ortodoxa e de
várias confissões protestantes – abandonou quase completamente o ministério exorcista. Não praticando mais exorcismos,
não os estudando mais e nunca os tendo visto, o clero não crê
mais. E não crê mais nem mesmo no diabo.
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Temos episcopados inteiros contrários ao exorcismo. Há nações completamente privadas de exorcistas, como a Alemanha,
a Áustria, a Suíça, a Espanha e Portugal. Uma carência assustadora.
- O senhor não citou a França. Lá a situação é
diferente?
- Há um livro escrito pelo exorcista mais conhecido da França,
Isidoro Froc, com o titulo: Os exorcistas, quem são e o que fazem. Foi escrito a pedido da Conferência Episcopal Francesa.
Em todo livro não é dito nem uma vez que os exorcistas, em
certos casos, fazem exorcismos. E o autor já declarou várias
vezes na televisão francesa que nunca fez exorcismos e nunca
os fará. Dos quase cem exorcistas franceses, somente cinco
acreditam no demônio e fazem exorcismos, todo os outros
mandam os que apelam a eles aos psiquiatras. E os bispos são
as primeiras vítimas desta situação da Igreja Católica, na qual
está desaparecendo a crença na existência do demônio. Antes
que saísse esse novo Ritual, o episcopado alemão escrevera
uma carta ao cardeal Ratzinger na qual afirmava que não era
necessário um novo Ritual, pois não se devem mais fazer exorcismos.
- É tarefa dos bispos nomear os exorcistas?
- Sim. Quando um sacerdote é nomeado bispo, encontra-se
diante de um artigo do Código de Direito Canônico que lhe dá
autoridade absoluta para nomear os exorcistas. A qualquer bispo, o mínimo que se deve pedir é que tenha assistido pelo menos uma vez a um exorcismo, já que deve tomar uma decisão
tão importante. Infelizmente isso quase nunca acontece. Mas se
um bispo encontrasse diante de um sério pedido de exorcismo isto é, que não seja feito por um demente - e não o providencia,
comete um pecado mortal.
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- O senhor está dizendo que a maior parte dos bispos católicos comete pecado mortal?
- Quando eu era criança meu velho pároco me ensinava que os
sacramentos são oito: o oitavo é a ignorância. E o oitavo sacramento salva mais do que os sete juntos. Para cometer pecado mortal é preciso uma matéria grave, mas também a plena
advertência e o deliberado consenso. Esta omissão de ajuda
por parte de muitos bispos é matéria grave. Mas esses bispos
são ignorantes: portanto não há o deliberado consenso e a plena advertência.
Mesmo assim eu poderia citar muitos nomes de bispos e cardeais que logo depois da sua nomeação para uma diocese tiraram
de seus exorcistas a faculdade de exercer o ofício. Ou então de
bispos que afirmam abertamente: "Eu não acredito, são coisas
do passado". Por quê? Infelizmente houve muita influência de
alguns biblístas, e eu poderia citarlhe nomes ilustres. Nós que
diariamente tocamos com nossas próprias mãos o mundo do
além, sabemos que influenciou em muitas reformas litúrgicas.
- Explique-me: a conseqüência é que muitos bispos e muitos padres não seriam católicos?
- Digamos que não crêem em uma verdade evangélica. Portanto, no mínimo, eu lhes diria que deixassem de propagar uma
heresia. De qualquer modo, deixemos claro: uma pessoa pode
ser formalmente herética se for acusada de alguma coisa e se
persistir no erro. Mas ninguém, hoje, pela situação que existe
na Igreja, acusaria um bispo de não acreditar no diabo, nas
possessões do demônio, e que não nomeia exorcistas pois não
acredita nisso.
- Por exemplo?
- O Concílio Vaticano II solicitara a revisão de alguns textos.
Desobedecendo a essa ordem, decidiu-se refazê-los completamente. Sem pensar que se poderiam piorar as coisas em vez
de melhorá-las. E muitos ritos foram piorados por esta mania de
querer jogar fora tudo o que havia no passado, e refazer tudo
do início, como se a Igreja até hoje tivesse sempre nos enganado e só agora tivesse chegado o tempo dos grandes gênios,
dos super-teólogos, dos super-biblístas, dos super-liturgistas
que sabem dar à Igreja as coisas certas. É uma mentira: o último Concílio solicitara simplesmente a revisão daqueles textos,
não a destruição. Mas também o rito do batismo das crianças
foi piorado. Foi completamente alterado, chegando quase a se
eliminar o exorcismo contra Satanás, que teve sempre enorme
importância para a Igreja, tanto que era chamado de exorcismo
menor. Contra este novo rito até Paulo VI protestou publicamente. Foi piorado o rito da nova bênção. Li minuciosamente todas
as suas 1.200 páginas. Pois bem, foi meticulosamente eliminada toda a referência ao fato de que o Senhor nos deve proteger
de Satanás, de que os anjos nos protegem dos assaltos do demônio. Tiraram também todas as orações que havia para a
bênção das casas e das escolas. Tudo devia ser abençoado e
protegido, mas hoje não se protege mais do demônio. Não existem mais defesas e nem mesmo orações contra ele. O próprio
Jesus tinha nos ensinado uma oração de libertação no Pai Nosso: "Livrai-nos do Maligno. Livrai-nos da pessoa de Satanás".
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- Mas a fé continua intacta, isto é, continua a ser uma fé
católica, se a pessoa não crê na existência de Satanás?
- Não. Conto-lhe um episódio. Quando encontrei pela primeira
vez o padre Pellegrino Ernetti, um célebre exorcista, que exerceu o seu ofício por 40 anos em Veneza, disse-lhe: "Se pudesse falar com o Papa, eu lhe diria que encontro muitos bispos
que não acreditam no demônio". No dia seguinte, o padre Ernetti veio falar comigo e contou-me que naquela manhã tinha sido
recebido por João Paulo II. "Santidade", dissera-lhe, "há um
exorcista aqui em Roma, padre Amorth, que se viesse falar com
o senhor diria que há muitos bispos que não crêem no demônio". O Papa respondeu-lhe claramente: "Quem não crê no
demônio não crê no Evangelho". Eis a resposta que ele deu e
que eu repito.
Em italiano (e em português, n. d. t.) foi traduzida de modo errôneo, e agora reza-se dizendo: "Livrai-nos do mal". Fala-se de
um mal genérico, do qual, no fundo, não se sabe a origem; ao
contrário, o mal que Nosso Senhor Jesus Cristo tinha-nos ensinado a combater é uma pessoa concreta: é Satanás.
- O senhor tem um observatório privilegiado: acredita que o
satanismo esteja se difundindo?
- Sim, muito. Quando diminui a fé aumenta a superstição. Usando a linguagem bíblica, posso dizer que se abandona a
Deus para se dedicar à idolatria; usando a linguagem moderna,
abandona-se a Deus para se dedicar ao ocultismo. A assustadora diminuição da fé em toda a Europa católica faz com que as
pessoas se entreguem nas mãos de magos e cartomantes, enquanto prosperam as seitas satânicas. O culto do demônio é
celebrado para as grandes massas com o rock satânico de personagens como Marilyn Manson, e até as crianças são soterradas de revistas em quadrinhos que ensinam magias e satanismo. As sessões espíritas nas quais se evocam mortos para
obter respostas são muito populares. Hoje se ensina a fazer
sessões espíritas pelo computador, pelo telefone, pela televisão, com o gravador, mas principalmente com a escritura automática. Nem se precisa mais do médium: é um espiritismo "faça
você mesmo". Segundo as pesquisas, 37% dos estudantes participaram pelo menos uma vez do jogo do "cartaz" ou do copo,
que é uma verdadeira sessão espírita. Numa escola a que fui
convidado para fazer uma conferência, os jovens disseram que
faziam as sessões durante a aula de religião com a conivência
do professor.
- E funcionam?
- Não existe distinção entre magia branca e magia negra.
Quando a magia funciona, é sempre obra do Maligno. Todas as
formas de ocultismo, como este grande recurso às religiões do
Oriente, com suas sugestões esotéricas, são portas abertas
para o demônio. E o diabo entra logo.
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- Padre Amorth, o satanismo se difunde cada vez mais. O
Novo Ritual praticamente impede os exorcismos. Os exorcistas são impedidos de participarem a uma audiência com
o Papa na Praça São Pedro. Sinceramente, o que está acontecendo?
- A fumaça de Satanás entra por tudo. Por tudo! Talvez tenham
nos excluído da audiência com o Papa porque tinham medo de
que a presença de tantos exorcistas conseguisse expulsar as
legiões de demônios que se instalaram no Vaticano.
- O senhor está brincando, não é?
- Pode parecer uma brincadeira, mas acredito que não seja.
Não tenho a menor dúvida de que o demônio tenta principalmente as cúpulas da Igreja, assim como tenta todas as cúpulas,
tanto as políticas quanto as industriais.
- O senhor está dizendo que neste caso também, como em
todas as guerras, Satanás quer conquistar a fortaleza do
inimigo, e aprisionar os generais adversários?
- É uma estratégia vencedora. Tenta-se sempre levá-la a cabo.
Principalmente quando as defesas do adversário são frágeis. E
Satanás também tenta. Mas graças aos céus existe o Espírito
Santo que sustenta a Igreja: "As portas do inferno não prevalecerão". Apesar das deserções. E apesar das traições. Que não
devem admirar. O primeiro traidor foi um dos apóstolos mais
próximos de Jesus: Judas Iscariotes. Mas apesar disso a Igreja
continua no seu caminho. Mantém-se em pé com o sustento do
Espírito Santo, e portanto todas as lutas de Satanás só podem
ter resultados parciais. Claro, o demônio pode vencer batalhas.
Mas nunca a guerra.
(Assim termina a entrevista com o Pe. Exorcista Gabriele Amorth )
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Desta entrevista se tem a verdadeira realidade em que se
encontra a humanidade e a Igreja vivendo com o inimigo,
que comandada através de pessoas que apostataram da
verdadeira fé, acabando por se tornarem filhos do Maligno
e não de Deus. E esta situação já se esboça desde à muitos séculos como nos aponta São Pio X.
Catecismo Maior de São Pio X
Passaremos para as palavras de São Pio X que nos ensina em sua Catequese. Tendo com o objetivo melhor discernis e entender os sinais dos tempos em que vivemos.
Todos os erros que são ensinados como se fossem verdades, com os quais convivemos nos dias de hoje não são
novidades, nem criação dos modernistas, mas foram trazidos por eles para o interior da Igreja. Erros que resultam
numa série de heresias que são cometidas por homens
inchados de soberba, que em seu orgulho julgando saber
alguma coisa, causaram tantos problemas e divisões no
meio dos Cristãos. Os quais foram sempre rejeitados pelos vários Concílios, que foram convocados para por fim
as discussões por eles levantadas, Heresias combatidas
desde o primeiro Concílio de Jerusalém no tempo dos Apóstolos, até o Concílio de Trento, com a revolta protestante, causada pelas heresias de Lutero, Calvino e outros,
chagando até os nossos dias.
125. Quando acabava de sair vitoriosa da guerra exterior do
paganismo e de vencer a prova das ferozes perseguições, a
Igreja de Cristo, assaltada por inimigos interiores, entrava em
guerra (em seu interior), muito mais terrível. Guerra prolongada
e dolorosa, que, desenvolvida e instigada por maus cristãos,
filhos degenerados, não chegou ainda a seu termino; mas da
qual a Igreja sairá triunfadora, conforme a palavra infalível de
Seu Divino Fundador à Seu primeiro Vigário na terra, o Apóstolo
São Pedro: “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei minha
Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra Ela” (S.
Mt 16, 18).
Serviço de Animação Eucarística Mariana
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As heresias e os Concílios
126. Já nos tempos Apostólicos, tinha havido homens perversos
que, por interesse e ambição, turvavam e corrompiam no povo
a pureza da Fé com abomináveis erros. Os Apóstolos a eles se
impuseram com a pregação, com escritos e com as infalíveis
sentenças (Gl 1,6 – 10), do primeiro Concílio que celebraram
em Jerusalém.
127. Desde então até os nossos dias, não cessou o espírito das
trevas seus venenosos ataques contra a Igreja e as verdades
divinas de que Ela é depositária infalível. Suscitando constantemente novas heresias, tem atentado sucessivamente contra
todos os dogmas da Religião Cristã.
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128. Entre outras, ficaram tristemente famosas as heresias de:
Sabélio, que impugnou o dogma da Santíssima Trindade;
Manés, que negou a Unidade de Deus e admitiu no homem
duas almas;
Ário, que não quis reconhecer a divindade de Nosso Senhor
Jesus Cristo;
Nestório, que recusou à Santíssima Virgem a excelsa dignidade
de Mãe de Deus, e que distinguia em Jesus Cristo duas pessoas;
Êutique, que não admitia em Jesus Cristo senão uma natureza;
Macedônio, que combateu a divindade do Espírito Santo;
Pelágio, que atacou o dogma do pecado original e da necessidade da graça;
Os Iconoclastas, que rejeitava o culto das Sagradas Imagens e
das relíquias dos Santos;
Benergário, que opôs a presença real de Nosso Senhor Jesus
Cristo no Santíssimo Sacramento;
João huss, que negou o primado de São Pedro e do Romano
Pontífice; e, finalmente a grande heresia do Protestantismo (século XVI), forjada e propagada principalmente por Lutero e Calvino. Esses inovadores – rejeitaram a Tradição divina, reduzindo toda a revelação à Sagrada Escritura, e subtraindo a mesma
Sagrada Escritura ao magistério da Igreja, para entregá-la insensatamente à livre interpretação do espírito privado – demoliram todos os fundamentos da Fé, expuseram os Livros Santos
às profanações da presunção e da ignorância e abriram a porta
a todos os erros.
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129. O Protestantismo ou religião reformada, como orgulhosamente a chama seus fundadores, é o compendio de todas as
heresias que houve antes dele, que houve depois e que podem
ainda nascer para ruína das almas.
130. Com uma luta sem tréguas que dura já a vinte séculos,
não cessou a Igreja Católica de defender o depósito sagrado da
verdade que Deus lhe confiou, nem de amparar os fiéis contra o
veneno das doutrina heréticas.
131. À imitação dos Apóstolos, sempre que houve pública necessidade, a Igreja, congregada em um Concílio ecumênico ou
geral, definiu com toda a clareza a verdade católica e a propôs
como dogma a seus filhos, e apartou de si hereges, lançando
contra eles a excomunhão e condenando seus erros. O Concílio
ecumênico ou geral é uma augusta assembléia, para qual o
Romano Pontífice convoca todos os Bispos do mundo e outro
Prelado da Igreja, presidida pelo próprio Papa ou por seus legados. A esta assembléia, que representa toda a Igreja docente, está prometida a assistência do Espírito Santo; e suas decisões em matéria de fé e de costumes, depois de confirmada
pelo Sumo Pontífice, são seguras e infalíveis como a palavra de
Deus.
132. O Concílio que condenou o Protestantismo foi o Sacrossanto Concílio de Trento, assim chamado pela cidade em que
se celebrou..
133. Ferido com esta condenação, o Protestantismo viu desenvolver-se os germes de dissolução que levava em seu viciado
organismo: as discussões o dividiram, multiplicaram - se as seitas, que dividindo-se e subdividindo-se, reduziram-no a fragmentos miúdos. No presente, o nome protestantismo já não
significa uma crença uniforme e espalhada, mas encerra apenas um amontoado, o mais monstruoso, de erros, privados e
individuais, recolhe todas as heresias, e representa todas as
formas de revolta contra a Santa Igreja Católica.
108
134. Contudo, o espírito protestante, que é o espírito de liberdade insolente e de oposição a toda autoridade, não deixou de
difundir-se. Surgiram muitos homens que, inchados com uma
ciência vã e orgulhosa, ou dominados pela ambição e pelo interesse, não hesitaram em forjar ou dar alento a teorias transformadoras da fé, da moral e de toda autoridade divina e humana.
135. O Sumo Pontífice Pio IX, depois de haver condenado no
Syllabus muitas das proposições mais importantes desses cristãos temerários, para aplicar o machado à raiz do mal, convocara em Roma um novo Concílio ecumênico, Este começara felizmente sua obra e benéfica nas duas primeiras sessões que
se celebraram na Basílica de São Pedro, no Vaticano (donde
veio o nome Concílio Vaticano), quando, em 1870, por vicissitude dos tempos, teve de ser suspenso.
136. É de se esperar que, sossegada a tempestade que agita
momentaneamente a Igreja, possa o Romano Pontífice reatar e
levar a cabo a obra providencial do Santo Concílio; e que, desfeito os erros que agora combatem a Igreja e a sociedade civil,
possamos logo ver brilhar com nova luz a verdade católica e
iluminar o mundo com seus ternos resplendores.
São as palavras de São Pio X, que testemunha como profecia o que estamos vivendo, sempre na expectativa da
ressurreição do corpo Místico de Jesus Cristo, a sua verdadeira Igreja fundada sobre Pedro e seus sucessores,
para que possa resplandecer a luz de Cristo sobre toda
esta pobre humanidade. Eis a pequena lista dos teólogos
que introduziram todas essas heresias dentro da Igreja
para demoli-la de dentro para fora.
109
Recordemos: A começar por: Teilhard de Chardin, o jesuíta monístico-panteista, Que gerou a “Nova Teologia” glorificada pelo Concílio Pastoral Vaticano II; proclamada por
todos eles, com suas heresias; alem de Teilhard de Chardin, podemos citar: Blondel; De Lubac; Urs Von Balthasar;
recordemos a confissão do clero Frances: Monsenhor
Bugnini; que codificou a Nova Missa dita de Paulo VI que
se fundamenta na teologia protestante luterana, considerando que todos os homens já estão salvos. A Missa Nova, como a ceia protestante, é uma comemoração da salvação universal. Ela é uma festa um banquete, uma ceia e
não “um sacrifício propiciatório”, palavra que desapareceu
do decreto que instituiu a Missa nova, e mesmo dos textos
litúrgicos da Missa. Kasper, tal como Ário; nega abertamente a historicidade e a autenticidade dos Evangelhos e,
à luz da critica das formas (ou Formgeschichte). Que considera que os milagres de Jesus foram inventados, desde
a tempestade acalmada até ressurreição de Lázaro, incluindo a Ressurreição corporal de Jesus Cristo Nosso Senhor, que para Kasper não é Deus; a mesma heresia e
cometida pela seita dos hebionitas com o bispo Marcos,
por volta dos anos 135 a155 dc., que rejeitavam as cartas
de São Paulo e negavam a divindade de Jesus Cristo ),
Congar e outros.. Que intensamente atuaram no Concílio
Vaticano II, disseminando suas idéias, como nos relata
Roberto de Mattei em seu livro, O CONCÍLIO VATICANO
II p. 448:
“Além da avaliação doutrinária dos documentos conciliares, não
há dúvida de que o Concílio Vaticano II surgiu e foi vivido por
muitos, incluindo muitos que ocupavam cargos importantes,
como uma “virada histórica”, uma verdadeira “revolução” na
Igreja.
110
Escreve o Pádre Battista Mondin que “o ano de 1965, o ano
final do Concílio Vaticano II, pode ser considerado uma data
histórica na história da teologia” porque a partir desta altura, a
teologia perdeu o seu caráter especulativo e adquiriu uma inflexão eminentemente prática, seguindo o pendor daquele Concílio pastoral e não dogmático: “A orientação para a práxis e a
“inculturação” é a principal característica da teologia dos anos
de 1965 – 1995. “Praxologia” e “inculturação” são duas facetas
da grande virada antropológica que teve lugar na teologia daquele período.”
Podemos perguntar! Como as obras desses teólogos conduziram a reforma da Igreja nos vários continentes?
Posso responder no que se diz respeito a América Latina,
particularmente no Brasil. Não e de se espantar, quando
lemos no Caderno de Liturgianº 14, do Centro de Liturgia
da Pontifícia Faculdade de Teologia N. Sra. da Assunção,
de São Paulo diante da proclamação feita. Não quero julgar o conteúdo por mim mesmo, más: transcrevo as citações para que se possa ter uma visão perfeita, e não distorcida dos fatos:
111
Caderno de Liturgia nº 14
1. O CONTEXTO DE RENOVAÇÃO E INCULTURAÇÃO DA
IGREJA E DA LITURGIA NO BRASIL EM QUE SURGIU O
CENTRO DE LITURGIA.
1. 1. A renovação da Igreja e da Teologia na America Latina.
...Nos anos que sucederam o Vaticano II, mais precisamente na
década de 1970 e na primeira metade da década de 1980, a
Igreja no Brasil viveu um período muito criativo em termo de
teologia e de práxis eclesial que lhe deram uma nova “feição”. O
Episcopado latino-americano, apoiado pelo Papa João Paulo II,
teve papel fundamental nesta nova eclesiologia libertadora,
pois, pela Conferência de Medelin, impulsionou os teólogos a
receberem criativamente as decisões do Concilio.
Essa eclesiologia libertadora vinha especialmente de duas vertentes: da Teologia da Libertação e das Comunidades Eclesiais
de Base – CEBs. Brasil...
...Para a TdL a práxis da Igreja é um “lugar teológico” que questionado pela fé orienta a ação. Aplicado na America Latina, o
método, que vinha na linha da tradicional “Teologia Pastoral”
(GALILEA,1985, p. 16-19) recebeu um novo enfoque, visto que
a urgência de libertação nesta Igreja levou-o a ser mais pastoral
e prático. Iniciado no Brasil pela Ação Católica, antes mesmo do
Concílio, e por ele consagrado no seu documento Gaudium et
Spes, ficou conhecido em todo o pais como método “ver,
julgar e agir”, nome de suas fases. Fundamentais naquela nova
eclesiologia eram as CEBs. Os grandes temas da Teologia da
Libertação foram intensamente atualizados nas CEBs do Brasil
– a opção preferencial pelos pobres e oprimidos; força e a defesa dos direitos da mulher, do indígena e do negro; a NOVA
GREJA que nasce do povo (eclesiogênese), dentre outros.
112
Nas comunidades também encontra-se os principais esforços
por celebrações renovadas e inculturadas, que posteriormente
foram trabalhadas e enriquecidas pelo Centro de Liturgia. As
CEBs surgiram no Brasil entre meados dos anos 50 e 60.
Lembremos das recomendações de N. Sra. de Fátima: “O
mais tardar em 1960 devera ser anunciado a terceira parte
do Segredos, pois, em 1960 já estariam acontecendo o
que estava previsto”, segredo nunca revelado.
A reforma na liturgia católica vem sendo feita desde pontificado Papa Pio XII, e no Concílio deram continuidade pelo
mesmo secretário o Mons. Bugnini, como nos relata o historiador Roberto de Mattei:
Em 1948, foi criada uma comissão para reforma litúrgica presidida pelo Cardeal Clemente Micara e, a partir de 1953, pelo
Cardeal Gaetano Cicognani, prefeito da Congregação dos Ritos. Para secretário da mesma congregação foi nomeado um
jovem sacerdote lazarista, o Padre Annibale Bugnini, diretor da
Ephemerides Liturgicae em doze anos de vida (entre 28 de junho de 1948 e 8 de julho de 1960) – recorda o mesmo Bugnini –
a comissão se reuniu 82 vezes e trabalhou no mais absoluto
segredo. “A comissão tinha a plena confiança do Papa, que era
mantido ao corrente dos trabalhos por Mons. Montini e mais
ainda, semanalmente, pelo Padre Bea, confessor de Pio XII.”
Os livros litúrgicos foram praticamente todos renovados, em
particular o Ofício Divino e a Semana Santa.*(22)
Como esta exposto acima, caminhando para a proclamação de uma nova igreja com um novo evangelho. Sem
dúvida nenhuma, todos estes acontecimentos deram lugar
a proclamação de um novo evangelho proclamado por
esse nova igreja, concebido a partir de uma nova interpretação do verdadeiro Evangelho trazido por Nosso Senhor
Jesus Cristo. O que hoje sofremos com esta falsa teologia,
foi reconhecido seus erros num artigo publicado na Revista Eclesiástica Brasileira, pelo Padre Clodovis Boff irmão
de Leonardo Boff, um de seus principais divulgadores e
expoente da corrente revolucionária:
...apresentou uma lúcida auto critica do seu pensamento reconhecendo que o erro de fundo da teologia da libertação radicava no fato de ter feito da “opção pelos pobres” o seu eixo ou
centro epistemológico, destronando o primado transcendente de
Deus. Nesta inversão do primado epistemológico, “o princípio
se baseia no operativo da teologia deixa de ser Deus e passa a
ser o pobre”. Segundo o (Padre Clodovis) Boff, a raiz deste erro
está na “virada antropológica” do pensamento moderno que
coloca o homem como exis mundi*(23)
Depois destas reformas, foi fácil chegar a reforma
da Santa Missa, e o ponto de partida foi com o Ofício Divino para os sacerdotes e a Semana Santa para os fiéis, e
daí para frente não parou mais culminando hoje com O
CONTEXTO DE RENOVAÇÃO E INCULTURAÇÃO DA IGREJA
E DA LITURGIA.
*(23) Roberto de Mattei. “O Concílio Vaticano II.” p. 470.
*(22) Roberto de Mattei. O Concílio Vaticano II, pp. 53 -54.
113
114
Um Novo Evangelho
Eis aqui a verdade de que estamos falando, já na primeira
pagina do livro: “Seguir Jesus no Compromisso com os
Excluídos” divulgado pela Cebs no 11º Encontro Intereclesial de Base na Diocese de Ipatinga / Cel. Fabriciano –
MG, na apresentação feita por Dom Odilon Guimarães
Moreira Bispo Diocesano de Itabira / Cel. Fabriciano –
MG., encontramos o seguinte texto, após a citação de uma
tradução do Evangelho segundo S. Lucas. (Lc. 4, 18-19).
“Ele foi ungido pelo Espírito para anunciar o Evangelho aos pobres, para restituir a vista aos cegos, devolver a audição aos
surdos, para fazer andar os coxos, para fazer voltar à vida os
mortos, para anunciar um ano da graça do Senhor”.
Continua Dom Odilon apresentando o livro: “Esse é o meu evangelho. O evangelho de Deus. O
evangelho do homem. O evangelho do espírito. O evangelho do
corpo”.
Dom Odilon referi ao livro proclamado pela Cebs. como
seu evangelho e não a passagem escrita por S. Lucas. É
difícil de acreditar no que acaba de ser declarado. Com
esta afirmação, lança por terra a revelação com a redenção trazida por Jesus, há reduzindo apenas num acontecimento puramente humano; desviando do verdadeiro Evangelho. Levando a concepção de outra igreja edificada
sobre as ruínas da verdadeira Igreja
Esta forma herética de ser igreja sempre foi rejeitada pela Igreja Católica, e hoje se cumpre como uma verdadeira profecia que se realiza diante de nossos olhos.
115
Esta nova igreja propõe em seu evangelho como
valores, uma nova forma para ser felizes e alegres os
homens e as mulheres. Um novo conceito para se viver
como momentos da graça de Deus. Vejamos:
Pequenas alegrias que dão sentido à vida cotidiana, momentos
da graça de Deus no dia a dia. Uma cervejinha gelada com os
amigos. Uma roda de samba. Um cafezinho no bar da esquina
jogando papo fora com os/as amigos/as. Curtir um dia de sol na
praia. Torcer pelo nosso time de futebol. Estas pequenas “experiências de prazer expressão a espiritualidade de..” pág. 108.
Se estas coisas são os momentos da graça de Deus para
as pessoas, verificamos que aos poucos tudo vai se transformando em meros momentos de lazer. O perigo reside
em deixar de lado os verdadeiros momentos da graça de
Deus, que são as celebrações Sacramentais, de modo
particular o Santo Sacrifício da Missa, da Confissão, a reza do Santo terço, do Rosário, uma Novena, etc. Sabiamente a Igreja havia instituído a Sagrada Liturgia em Latim
como língua universal, evitando os abusos das traduções
para o vernáculo, ou seja, para a língua de cada povo. Por
outro lado, o latim deu oportunidade para que houvesse
uma melhor compreensão destas Ações litúrgicas pelo
povo, contribuindo para sua formação cultural e cristã. Aquilo que se queria evitar no passado acontece nos dias
de hoje. O que se observa é uma total falta de unidade
nas celebrações Litúrgicas nos nossos dias. Com uma
interpretação totalmente humana, principalmente com a
celebração politizada da Liturgia e da Sagrada Escritura. A
própria Eucaristia deixa de ser a presença real de Jesus,
para ser sinal de comunhão fraterna, e comungar na Ceia
Eucarística se tornou um gesto político. Como está sendo
ensinado.
116
Comungar na Ceia Eucarística é um Gesto
Político.
“Num mundo marcado pela ganância, por um sistema que faz
crescer os ricos e empobrecer ainda mais os pobres, comungar
na ceia eucarística é um gesto político”. Pág. 155.
Isto sim! É comungar a própria condenação. Receber Jesus na Santíssima Eucaristia sem discernir a verdade, e
com este entendimento é comer e beber a própria condenação. E ainda mais, nunca foi e nunca será uma ação
ritual realizada em comum, com gestos e palavras, para
fazer memória a Jesus! É uma ação ritual própria do individuo ordenado; do sacerdote. Poderá a humanidade toda
impor as mãos sobre o pão e o vinho, que nada acontece.
Entretanto, basta um sacerdote ordenado, por mais simples que seja impor as mãos sobre o Pão e o Vinho e pronunciar as palavras da consagração, que Jesus se faz
presente. Será que se esqueceram dos inúmeros milagres
Eucarísticos acontecidos pelo mundo inteiro? Entre outros
o de Lanciano!. Que continua imutável por mais de mil anos, estando sujeito aos efeitos do tempo, desafiando a
ciência, a razão humana e os céticos, e não se decompõe!
Concluindo: A presença única, em Corpo, Sangue, Alma e
Divindade, de Jesus só se realiza no Mistério Eucarístico
perpetuado em seu Sacrifício propiciatório a cada Santa
Missa. Desta forma Jesus está presente em todos aqueles
que o recebe dignamente, formando em sua Igreja seu
Corpo Místico. A Eucaristia é a presença real de Jesus na
Igreja. Por está razão, os que se opõe a esta verdade, fazem de tudo para extinguir este Sacrifício perpetuo, com
falsas interpretações contrarias a verdade.
117
Ao proclamar estes falsos ensinamentos, estão a levar um
grande numero de pessoas, no mínimo a cair na indiferença para com a presença de Jesus na Eucaristia. Ainda
encontramos este trecho.
“Ser livre é a experiência que funda a fé judaico cristã. Foi para
ser livre que Deus libertou seu povo escravizado no Egito (Ex
3,8-10). Jesus de Nazaré foi um homem livre e nos ensinou o
caminho segundo o qual o único absoluto é a pessoa humana,
pois é a imagem e semelhança de Deus. Por isso, relativiza a
lei, o culto, o templo, que devem estar a serviço da vida. É para
a liberdade que Cristo nos libertou (Gl 5,1). A liberdade é romper com as cadeias do respeito humano, de preocupar-se com
a opinião dos outros, é resistir às pressões do consumismo
combater o sistema que exclui e escraviza”. pág. 115
Fica claro, sem dúvida nenhuma que o Jesus anunciado
pela Teologia de Libertação na Cebs., não é o mesmo Jesus anunciado pelos Apóstolos e seus sucessores. Jesus
não fazia parte de nenhuma igreja; ele fundou a sua Igreja,
digo e repito. A edificando sobre a pessoa de Pedro e
seus sucessores. Jamais fez distinção de pessoas. Nunca
organizou qualquer pessoa para reivindicar participação
em coisa alguma. Muito menos incentivou, lutas por cidadania, ou coisa semelhante. Justamente por assim pensar
o povo judeu, que o Messias seria um Messias libertador
político e revolucionário, e vendo que Jesus de Nazaré era
um Messias Redentor e Salvador, e que não preenchia os
requisitos dos políticos e do povo de seu tempo, pedirão a
sua morte na cruz, preferindo Barrabas que era um revolucionário e assassino. Toda esta realidade que conhecemos até aqui tem como causa principal o esquecimento
das verdades reveladas pelo próprio Jesus e os Santos
Apóstolos.
118
Que constitui o Deposito da Revelação, diante do qual esta submetida toda doutrina que foi e será proclamada juntamente com toda hierarquia. Toda a Tradição se constrói
sobre este deposito da Fé. Desprezar a Tradição na busca
de novidades é no mínimo acolher as heresias que se levantaram no passado, sendo já condenadas pela Igreja
nos vários Concílios realizados durante a História da Igreja
Católica. Basta lembrar as palavras do ex – padre católico
Martinho Lutero, que dizia:
“Se quiserem destruir a Igreja, destrua a Missa tradicional.”
É está realidade que iremos mostrar. Todo plano executado a fim destruir a Missa Tradicional, que se desvenda
diante de nossos olhos, tendo como conseqüência a perda
da verdadeira fé, caindo na apostasia um grande número
de fiéis.
A raiz dessas heresias que foi desenvolvida a partir
do Vaticano II esta estendidas em todos os setores da Igreja tanto na Doutrina quanto na Liturgia que privilegia a
nova hermenêutica inserida nas teologias da libertação
que conduz uma releitura política da Escritura. Não obstante as advertências que foram feitas a esse respeito,
como consta do documento da Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé sobre alguns aspectos da Teologia da
Libertação:
10. Pretende-se reviver uma experiência análoga à que teria
sido a de Jesus. A experiência dos pobres lutando por sua libertação, que teria sido a de Jesus, e só ela revelaria assim o conhecimento do verdadeiro Deus e do Reino.
119
11. É claro que a fé no Verbo encarnado, morto e ressuscitado
por todos os homens, a quem Deus fez Senhor e Cristo, é negada. Toma o seu lugar uma “figura” de Jesus. Uma espécie de
símbolo que resume em si mesmo as experiências da luta dos
oprimidos.
12. Propõe-se, assim, uma nova interpretação exclusivamente
política da morte de Cristo. Nega-se, desta maneira, seu valor
salvífico e toda economia da redenção.
15. Pelo mesmo critério hermenêutico, aplicado a vida eclesial e
à constituição hierárquica e a “base” tornam-se relações de dominação que obedecem à lei da luta de classe. A sacramentalidade, que esta na raiz dos ministérios eclesiásticos e que fez da
Igreja uma realidade espiritual que não se pode reduzir a uma
análise puramente sociológica, é simplesmente ignorada.
16. Verifica-se ainda a inversão dos valores dos símbolos no
domínio dos sacramentos. A Eucaristia não é mais entendida na
sua verdade de presença sacramental do sacrifício reconciliador
e como dom do Corpo e do Sangue de Cristo. Torna-se celebração do povo na sua luta. Por conseguinte, a unidade da Igreja é radicalmente negada. A unidade, a reconciliação, a comunhão do amor não mais são mais concebidas como um dom
que recebemos de Cristo.
17. É a classe histórica dos pobres que, mediante o combate,
construirá a unidade. A luta de classe é o caminho desta unidade. A Eucaristia torna-se deste modo, Eucaristia de classe. Nega-se também, ao mesmo tempo, a força triunfante do Amor de
Deus que nos é dado.*(24)
*(24) INSTRUÇÕES SOBRE ALGUNS ASPECTOS DA “TEOLOGIA DA
LIBERTAÇÃO” Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé. Edições
Paulinas – São Paulo, 1984.
120
Como se verifica, as reformas deram-se por uma
intromissão de pessoas impregnadas de idéias comunistas
e revolucionarias através da Teologia da Libertação com a
CEBs., que constituem verdadeiros pecados cometidos
não só contra Nosso Senhor Jesus Cristo, mas também
contra o fiel católico, com a inversão de valores; verdadeiras tentações, que foram muito bem apontadas por Dom
Boaventura Klopenburg apesar de reconhecer sua omissão, procurou fazer alguma coisa divulgando esses erros
no programa de Dom Marcos Barbosa. (Radio Jornal do Brasil) –
1984– Apostolado Radiofônico de Dom Marcos Barbosa) E que foram
ignoradas pela grande maioria do clero brasileiro, os quais
dou a conhecer nesta publicação:
AS TENTAÇÕES DA TEOLOGIA DA
LIBERTAÇÃO
Em 1973, escrevi para a Revista Eclesiástica Brasileira um longo artigo sobre o que eu chamava “as tentações da Teologia da
Libertação”. Mas essa revista, que eu mesmo havia dirigido
durante 20 anos, não quis publicar minhas advertências. A Teologia da Libertação era então recém-nascido, tendo eu acompanhado ativamente seu nascimento e seus primeiros passos,
pelo que devo dizer hoje: “Mea culpa!” Mas eu já começava a
sentir então certas dificuldades ou tentações (que rondavam
aquele movimento). Pensava contudo que tais dificuldade, perigos ou tentações poderiam ser superadas na medida em que
tomássemos consciência dos mesmos. Por isso escreverá quele artigo. A direção da mencionada revista, porém, “para não
prejudicar (segundo alegava) um movimento que ainda estava
nascendo”, preferiu desconhecer os perigos que eu então apontava. Hoje 11 anos depois, tendo a impressão de que não se
trata mais de simples tentações ou perigos, mas de verdadeiros
pecados.
121
Como aquelas tentações ou perigos que eu apontava então
nunca foram publicados aqui no Brasil, quero agora recordar a
lista dessas 11 tentações ou perigos que eu já apontava 11 anos atrás.
1ª Tentação
– O primado da situação sobre o Evangelho. Pois anunciavamse que a situação concreta de cada comunidade é que devia
ser ponto de partida para o nosso pensamento e a nossa atividade. O perigo consistia em esquecer (como já ocorre hoje)
que, antes dessa ou daquela situação, já existem as verdades e
valores propostos para sempre no Evangelho. O certo é considerar situação à luz do Evangelho, e não considerar o Evangelho à luz da situação.
2ª Tentação
– A libertação – diziam – deveram esta presente em todos os
tratados da Teologia da Libertação com um novo princípio, tudo
que não servisse à causa da Libertação deveria ser abandonado como sem importância, como algo de abstrato e alienante
fora da história verdadeira. A transformação social seria o critério supremo: a teologia da palavra se transformava e teologia da
ação. A verdade não valia por si mesma, mas de acordo com a
utilidade prática.
3ª Tentação
– reduzir a teologia a politologia (a teologia reduzida a política).
- contra o erro de considerar-se a fé com algo que não tivesse
conseqüência nenhuma no terreno político, proclamava-se agora que tudo era político. A tentação era transformar o cristianismo em algo de puramente humano, como uma proclamação
apenas dos direitos do homem e um violento protesto contra a
injustiça dos poderosos. O cristianismo seria apenas uma reflexão sobre a realidade política, já não havendo interesse pela
santificação individual e pela salvação eterna.
122
4ª Tentação
– O pecado individual - como por exemplo os pecados contra a
castidade; já não teria importância, mas somente os pecados
sociais (como as injustiças decorrentes das estruturas econômicas “capitalistas”).
5ª Tentação
– uma união exclusiva do Evangelho com o socialismo. - Chegava-se a apregoar que não era possível ser cristão autêntico
num sistema econômico do tipo capitalista. A única solução
aceitável seria o socialismo militante.
Percebemos nestes textos a relação doutrinária procedente dos textos do Mastesplan e de Teilhard de Chardin. Um
traça diretrizes para execução do outro.
6 ª Tentação
– Proclamava-se a libertação (isto é, a situação ideal que se
pretendia) - como algo realizável, esquecendo da doutrina cristã
sobre o pecado original, que faz com que nossa vida na terra
seja sempre incompleta, constituindo uma peregrinação para a
pátria eterna único lugar de felicidade absoluta.
7ª Tentação
– Insistindo em que o homem (os povos) - é que devem construir o seu destino a sua história, esquecia-se, que à luz da Revelação Divina, a história do homem já tem uma direção e meta
final, marcada por Deus, que é, Ele sim, o Senhor da história.
Meta final que é o convívio com Deus por toda a eternidade.
8ª Tentação
– Esqueciam que; - nem todas as situações ou instituições sociais mereciam suas denúncias, que classificavam de “profecias”. Nem todas são conseqüências de uma ação livre e responsável de alguém. Muitas vezes somos apenas herdeiros de instituições sociais injustas, mas não seus causadores.
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9ª Tentação
– Um novo tipo de clericalismo - isto é, de pretender que o clero, que os Bispos e Padres é que se dirija a sociedade civil. O
Concílio Vaticano II, em que tantos se apóiam para contradizêlo proclamou de modo a não deixar dúvidas a autonomia da
sociedade civil na busca do bem comum, cabendo ao clero uma
missão essencialmente espiritual. Como afirmação de que o
Evangelho é político, de que a Igreja é política, abriram-se as
portas para a intromissão direta dos padres na política.
10ª Tentação
– Com os capitalistas; - todos eles classificados de pecadores
e opressores, jamais abandonaram os seus privilégios, será
inevitável a luta revolucionária, lançando-se mão da violência
para a libertação dos oprimidos. O que a Igreja deseja que seja
conquistado pacificamente, torna-se o objeto de uma luta de
classe.
11ª Tentação
– Já no inicio da Teologia da Libertação, - o entusiasmo pela
novidade deixava de lado as justas necessárias preocupações
da verdadeira teologia, de modo a não mais falar-se dos aspectos pessoais do Evangelho, da necessidade da graça santificante, da salvação das almas, da oração individual, da tentação do
Demônio, da possibilidade da condenação ao inferno, etc. O
que resulta praticamente numa heresia decorrente, não de uma
pregação clara, mas insinuada pelo silêncio e a omissão.
Estas eram (conclui Dom Boaventura Kloppenburg – bispo
auxiliar de Salvador e membro da Comissão Internacional
de Teologia da Santa Sé), estas eram as tentações (ou perigos) em 1973. Hoje, em 1984, já são atentados graves contra o
Evangelho, e a Igreja e a Fé cristã.
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Palavras que confirmam a demolição da Santa Igreja. Que Dom
Boaventura denunciou e simplesmente foi ignorado. É mistério
da impiedade a executar seus planos com a colaboração dos
bons. Tudo isso é reflexo do que aconteceu com o centro da
vida e doutrina da Santa Igreja a “Santa Missa.”
Capítulo V
A Missa Nova
Nem Católica
Nem Protestante,
Passaremos a fazer um exame critico comparativo,
para situarmos dentro das condições atuais em que se
encontra o culto católico nestes últimos tempos, a rejeição
na pratica do antigo “Ordo Missae” com a perseguição daqueles que querem continuar a prestar um culto verdadeiramente católico, sendo coagidos pela imposição do Novo
“Ordo Missae”, apesar da permissão dada pelo Santo Padre. “Olhando ao fundo o problema, não há debate entre a antiga Missa e a nova Missa. Permanece sempre “lex orandi, lex
credendi”. A lei da oração não faz senão um todo com a lei da
fé. Tal fé, tal Missa. Tal Missa, tal fé. Quando se enfraquece a
crença na transubstanciação, no sacerdócio ministerial, no sacrifício eucarístico, a Missa vacila. E, assim também, quando a
Missa se torna refeição fraterna, exaltação comunitária e improvisação profética, as verdades da fé que ela emana, se evaporam. Tudo, hoje, se destrói em conjunto. Tudo não será restaurado a não ser em conjunto. Nós assistimos nem à eclosão de
uma Missa nova, nem ao fim de uma Missa antiga. Nós assistimos ao eclipse da Missa eterna. Mas os eclipses só duram certo tempo” *(26)
No dia 10 de abril de 1970. Paulo VI recebeu a comissão que
elaborara o novo “Ordo Missae”. Nesta audiência, o Pontífice
deixou-se fotografar ao lado dos observadores das “Comunidades eclesiais não católicas” que participaram da referida Comissão (os pastores protestantes: Dr. Georges, Côn. Jasper, Dr.
Sephard, Dr. Konneth, Dr. Smith, Fr. Max Thurian). A fotografia
foi publicada na Revista “Notitiae”, da Sagrada Congregação
para o Culto Divino, n.° 54, maio de 1970. Na oportunidade, o
Papa dirigiu aos presentes um Alocução em que agradece sua
colaboração: “Nós temos de agradecer-vos muito vivamente
(...). O que vos era pedido, não era fácil com efeito (...): redigir
de uma maneira nova textos provados por longo uso, ou estabelecer fórmulas inteiramente novas” (cfr. “La Documentation
Catholique”, 3- 5-70, n.°1562, 52.° ano, T. LXVII).
*(26)Louis Salleron, La nouvelle Messe).
125
126
Sobre a ativa intervenção destes “observadores”, eis o testemunho de Mons. W. W. Baum, diretor-executivo para assuntos
ecumênicos da Conferencia Episcopal Norte-americana:
“Eles ali estão não simplesmente como observadores, mas
também como consultores, e participam plenamente nas discussões sobre a renovação litúrgica católica. Não teria muito
sentido se, se contentassem com escutar, mas contribuem de
fato” (cfr. “Detroit News”, 27-6-67).
Recordando princípios:
Papas – Santos
Doutores – Teólogos
Papa Inocêncio III: “Somente pelo pecado que cometesse em
matéria da fé, poderia eu ser julgado pela Igreja” (“Sermo IV in
cons. Pont.” P.L. 217, 670).
“Decretum” de Graciano: “O Papa (...) por ninguém deve ser
julgado, a menos que se afaste da fé” (Pars I, dist. 40, cap. VI.
Cânon “Si Papa”).
Papa São Leão II: “Anatematizamos (...) Honório (Papa), que
não ilustrou esta Igreja Apostólica com a doutrina da tradição
apostólica, mas permitiu, por uma traição sacrílega, que fosse
maculada a fé imaculada” (...) e “não extinguiu, como convinha
à sua autoridade Apostólica, a chama incipiente da heresia,
mas a fomentou por sua negligência” Denz – Sch. 561 e 563).
Papa Adriano II: “Honório foi excomungado pelos Orientais; mas
deve-se recordar que ele foi acusado de heresia, único crime
que torna legítima a resistência dos inferiores aos superiores,
bem como a rejeição de suas doutrinas perniciosas” (Alloc. III
lect. in Conc. VIII, act. VII – citado por Billot, “Tract. de Eccles.
Christ”, tom. I, p. 619).
127
Guido de Vienne (depois Calixto II), São Godofredo de Amiens,
São Hugo de Grenoble e outros Bispos reunidos no Sínodo de
Vienne (1112) enviaram ao Papa Pascoal II as decisões que
adotaram, escrevendo-lhe ainda: “Se, como absolutamente não
cremos, escolherdes uma outra via, e vos negardes a confirmar
as decisões de nossa paternidade, valha-nos Deus, pois assim
nos estareis afastando de vossa obediência” (Citado por Bouix,
“Tract. de Papa”, tom. II, p. 650.
Santo Tomás de Aquino, estudando o episódio em que São
Paulo reponde a São Pedro (cfr. Gal II, 11 – 14), escreve: “Aos
prelados (foi dado exemplo) de humildade para que não se recusem a aceitar repreensões da parte de seus inferiores e súditos; e aos súditos (foi dado) exemplo de zelo e liberdade, para
que não receiem corrigir seus prelados, sobretudo quando o
crime for público e redundar
em perigo para muitos (...). A repreensão foi justa e útil, e o seu
motivo não foi leve; tratava-se de um perigo para a preservação
da verdade evangélica (...). O modo como se deu a repreensão
foi conveniente, pois foi público e manifesto. Por isso São Paulo
escreve: “Falei a Cefas” isto é, a Pedro, “diante de todos”, pois
a simulação praticada por São Pedro acarretava perigo para
todos (ad Gal II, 11 – 14, lect. III, nn.77, 83 – 84).
Santo Tomás de Aquino: “Havendo perigo próximo para a fé, os
prelados devem ser repreendido, até mesmo publicamente,
pelos súditos” (Sum. Teol. II – 11ª, XXXIII, IV, as 2).
São Roberto Belarmino: “Assim como é lícito resistir ao pontífice
que agride o corpo, assim também é lícito resistir ao que agride
as almas, ou que perturba a ordem civil, ou sobretudo, àquele
que tentasse destruir a Igreja. Digo que é lícito resistir-lhe não
fazendo o que ordena e impedindo a execução de sua vontade”
(De Rom. Pont.”, LIb. II, c. 29).
128
Dom Guéranger: “Quando o pastor se transforma em lobo, é ao
rebanho que, em primeiro lugar, cabe defender-se. Normalmente, sem dúvida, a doutrina desce dos Bispos para o povo fiel, e
os súditos, no domínio da Fé, não devem julgar seus chefes.
Mas há, no tesouro da Revelação, pontos essenciais, que todo
cristão, em vista de seu próprio título de cristão, necessariamente conhece e obrigatoriamente há de defender”. (L `Année
Liturgique, festa de São Cirilo de Alexandria, PP. 340 – 341).
Suarez: “E deste segundo modo o Papa poderia ser cismático,
caso não quisesse ter com todo o corpo da Igreja a União e a
conjunção devida, como seria (...) se quisesse subverter todas
as cerimônias fundadas em tradição Apostólica” (“De Caritate”,
disp. XII, sect I, n.º 2, PP. 733 – 734). “Se (o Papa (Uma autoridade)) baixa uma ordem contrária aos bons costumes, não se
há de obedecer-lhe; se tentar fazer algo manifestamente oposto
à justiça e ao bem comum será lícito resisti-lhe (...)” (De Fide,
dist. X, sect. VI, n.º 16).
Cardeal Journet: “Quanto ao ditado “Onde está o Papa está a
Igreja”. Vale quando o Papa se comporta como Papa e chefe da
Igreja; caso contrario, nem a Igreja está nele, nem ele na Igreja
(Caietano, II – II, 39,1)” (L ` Eglise duVerbe Incarné, vol. II. PP.
839 – 840).
“É importante lembrar que as decisões um concílio não pode
anular ou proibir o que foi estabelecido pelo anterior, ainda
mais, sedo este de caráter pastoral jamais poderá opor-se a
um concílio dogmático, que estabelece no que se deve crer,
isto é, em matéria de Fé, culto e doutrina”.
Privilégio – indulto perpétuo concedido pelo Papa São Pio V na
Bula “Quo primum tempore” (14 – 07 – 1570).
“Em virtude de nossa Autoridade Apostólica, pelo teor da presente Bula, concedemos e damos o indulto seguinte: Que doravante, para cantar ou rezar a Missa em qualquer Igreja, se possa, sem restrição, seguir este “Missal”, com permissão e poder
de usá-lo livre e licitamente.
129
Sem nenhum escrúpulo de consciência e sem que se possa
incorrer em nenhuma pena, sentença e censura, e isto para
sempre”.
Um pouco de história
“O primeiro caráter da heresia anti-litúrgica é o ódio pela Tradição nas fórmulas do culto divino (...). Todo sectário (partidário),
querendo introduzir uma nova doutrina, encontrasse infalivelmente em presença da liturgia, que é a Tradição no seu mais
alto poder, e ele não terá repouso senão quando tiver feito calar
esta voz, senão quando tiver rasgado estas páginas que exalam
a fé dos séculos passados (...)” (Dom Guéranger, “Institutions
Liturgiques”).
“O principal instrumento da Tradição da Igreja está encerrado
nas suas orações” (Bossuet, “Instruction sur lês états d ´ oraison”, TR. I, liv. VI, n.º 1). “Ut legem credendi statuat Lex supplicandi” (De grata Dei “Idiculus”, Denz – Seh. 246). No culto se
professa a fé. “Toda a Liturgia é um escrínio da fé católica, enquanto testemunho público da Fé da Igreja” (Pio XII, “Mediator
Dei”, n.º 43.
“O culto que a Igreja rende a Deus é uma contínua profissão de
fé católica” (Santo Agostinho, apud “Mediator Dei”, n.º 43).
Daí o paralelismo que existe entre a norma de agir da Igreja e
das heresias. Como a Liturgia serve não somente para o culto
divino mas também para a profissão e difusão da fé católica,
assim os hereges se aproveitam da Liturgia para deturpá-la no
sentido de que lhe sirva para fixação e difusão dos erros. São
Paulo já advertia contra aqueles que procuravam deturpar a
verdade revelada de acordo com os seus gostos pessoais (II
Tim 4,3 ss.). Podemos dizer que cada heresia tem sua expressão litúrgica. Aduzimos aqui o testemunho autorizado do Pe.
Manuel Pinto, S. J., em seu livro “O valor teológica da Liturgia”,
art. II.
130
“Quando houve abalos na fé, houve em geral subversões na
Liturgia. As extravagâncias doutrinais dos gnósticos, no século
II fizeram-nos cair em extravagâncias Litúrgicas. Entre eles,
Valentim servia-se dos hinos litúrgicos para neles vazar as suas
doutrinas, como refere Tertuliano (...). As grandes heresias que
nos séculos IV e V sacudiram a Igreja mexeram também com a
Liturgia (...). Os eutiquianos ou monofisistas, para favorecerem
a sua heresia, modificaram na Missa as palavras que acompanham a mistura das duas espécies depois da fração da Hóstia.
E ainda hoje os Armênios monofisistas não lançam as gotas de
água no vinho do cálice, para não significarem com isso a distinção das duas naturezas em Jesus Cristo (...). Nos séculos
VIII e IX as controvérsias mais importantes que se debatem na
Igreja, têm todas elas relação muito próxima com a Liturgia. No
Oriente a heresia dos iconoclastas, e a definição do II Concílio
de Nicéia que os condenou, são diretamente litúrgicas no seu
objetivo; o culto dos santos e das imagens (...). Os hereges do
século XII e XIII, Valdenses e Albigenses, em consequência dos
seus princípios gnósticos e maniqueus, segundo os quais a
matéria é origem do mal, impugnavam radicalmente o culto
sensível da Igreja, (...). Rompeu-se por fim o Protestantismo, a
mais revolucionária das heresias. Os Protestantes subverteram
o Dogma tradicional, e logicamente também o culto estabelecido, (...). Do rescaldo da heresia protestante acenderam-se ainda na Igreja o jansenismo e o galicanismo, que vieram a eclodir
no conjunto de erros condenados no Sínodo de Pistóia, em
1786, com alguns a cerca da Liturgia. Todos eles condenados
na Constituição “Auctorem fidei” de Pio VI. Os erros litúrgicos
são diretamente contrários à disciplina da Igreja; no fundo são
contrários à doutrina, e foi sobretudo, neste sentido que eles
foram condenados. É preciso acrescentar, com relação à pseudo-reforma do século XVI, que a reação da Igreja não se fez
esperar. O Concilio de Trento, entre outros erros protestantes,
condenou: A doutrina de que a Missa é mera comemoração do
sacrifício já realizado na Cruz; a obrigatoriedade da consagração em voz alta.
O uso exclusivo da língua vernácula; à obrigatoriedade para os
fiéis da comunhão sob as duas espécies, etc. Na Sessão o referido Concílio, “fixando de um modo definitivo os “cânones” do
rito, ergueu uma barreira intransponível contra qualquer tentativa de atacar a integridade do Mistério” (Carta dos Cardeais Otaviani e Bacci).
Ainda quanto ao Protestantismo, L. Fendt diz: “Em nenhum terreno o pulso da Reforma bateu com tanto calor quanto
no culto. O culto foi o corpo através do qual o espírito de Lutero
penetrou na vida do povo” (“Der lutherische Gottesdienst dês
16. Jahrhunderts”, p.V citado por Luther Reed, The Lutheran
Liturgy, p. 107).
Não é diversa a atitude dos que buscam novidades (modernistas), como se deduz da Encíclica “Pascendi” de São Pio
X, linha de procedimento destacada também por Pio XII nas
Encíclicas “Humani Generis” (que condenou a Nouvelle Théologie), “Mystici Corporis” e “Mediator Dei” que reprovam vários
erros litúrgicos correntes; como o altar em forma de mesa, a
equiparação entre o fiel e o sacerdote, a aversão à missa individual com a assistência só do acolito, a missa exclusivamente
em vernáculo, a exigência da comunhão de todos os fiéis para
efetiva participação minimização do caráter sacrifical da Missa,
ênfase no aspecto de banquete ou ceia, negação da presença
real de Jesus, menosprezo por certos atos do culto eucarístico
(por exemplo, a bênção do Santíssimo Sacramento, Hora Santa, etc.).
O novo “Ordo Missae” Estas observações históricas
despertam o problema que pões à consciência católica a consideração do novo “Ordo Missae”, especialmente depois que ao
Cardeais da Cúria Romana, Ottaviani e Bacci, “após examinar o
novo “Ordo Missae”, concluíram que ele representa, tanto em
seu conjunto como em pontos particulares, um afastamento
impressionante da teologia católica da Santa Missa, tal como foi
formulada na sessão XXII do Concílio Tridentino(...).
132
131
As recentes reformas demonstraram, com fartura, que
as novas transformações na Liturgia só conduzem a uma total
desorientação dos fiéis, que já apresentam sinais de indiferença
e de diminuição da fé”(Carta ao Papa, 5-10- 1969).
Capítulo -V
A Nova Missa:Testemunho Equívoco da Fé
A Missa Nova é equívoca. Quer dizer que, quando ela é celebrada, seja em latim seja em português, o seu texto objetivo
permite afirmar e negar dogmas eucarísticos. Este sistema de
adotar textos equívocos é usado pelos hereges para difundir
heresias. sem afirmar esta intenção, registramos o fato que tem
sua natural conseqüência.
Para compreender em que a Nova Missa equívoca, colocamos lado a lado os dogmas eucarísticos e os erros protestantes correspondentes.
1.º) Dogma do Santo Sacrifício
Doutrina Católica
S i m , a M i s s a é u m
verdadeiro sacrifício no
sentido próprio, e sacrifício
propiciatório que pode ser
oferecido pelos vivos e
pelos defuntos.
Doutrina Protestante
Não, a Missa não é um sacrifício propiciatório; é apenas um memorial, quer dizer, uma lembrança da ceia
do Senhor, quando muito
um sacrifício de ação de
graças.
133
Ora, analisando as diversas passagens da “Institutio” (Documento introdutório da Nova Missa) que fala em sacrifício, verificamos que apenas uma vez e, assim mesmo, no Proêmio introduzido na segunda redação, há referência ao caráter propiciatório da Missa. Pelo contrário, a todo o momento, elasse referem
à Missa como sacrifício de louvor, de ação de graças, de comemoração do sacrifício da Cruz – aspecto todos eles verdadeiros, mas que o Concílio de Trento declarou insuficientemente
para a conceituação católica da Missa. Houve uma sensível
atenuação do aspecto propiciatório do sacrifício. A importância
disto é tal que o Concílio de Trento definiu que a Missa é um
“sacrifício verdadeiramente propiciatório” (Denz. – Sch. 1743) e
lançou a seguinte excomunhão: “Se alguém disser que o Sacrifício da Missa é somente de louvor e ação de graças, ou mera
comemoração do sacrifício consumado na Cruz, mas que não é
propiciatório (...), seja excomungado” (Denz. Sch. 1753).
Ocorrem também na “Instutio” expressões que acabam
pondo na sombra o caráter sacrifical e propiciatório da Missa. É
o caso da insistência exagerada no principio – em si incontestável – de que na Missa há um banquete, uma vez que Jesus
Cristo ali nos dá o seu Corpo e o seu Sangue em alimento. Esse aspecto da Missa é sem dúvida é verdadeiro, mas deve estar
subordinado ao aspecto sacrifical e propiciatório, tanto mais
quanto o protestantismo procura reduzir o Sacrifício eucarístico
ao banquete, conforme se vê pela condenação lançada em
Trento: “Se alguém disser que na Missa não se oferece a Deus
verdadeiro o próprio, ou que oferecera Cristo não é mais que
dar-lo em alimento, seja excomungado” (Denz. – Sch., 1751).
A respeito, é significativa a supressão de várias orações que
afirmavam o caráter propiciatório, por exemplo, no Ofertório. Em
suas características específicas, o Ofertório da Missa tradicional
sempre constituiu um dos principais elementos distintivos entre
a Missa católica e a ceia protestante. Lutero suprimiu o Ofertório, porque nele se exprimia de modo insofismável o caráter
sacrifical e propiciatório da Santa Missa
134
(Formula Missae – Cf. The lutheran ligurrgy , Lutther D. Reed,
Fortresse Press, II edition, Philadelphia, XXXIII, p. 312).
Na Nova Missa, o ofertório perde essas características
para reduzir-se a uma simples apresentação dos dons, o que
corresponde a um conceito de ofertório fundamentalmente diverso do da Missa tradicional.
1) Não figura na Nova Missa a oração: “Suscipe Sancte Pater”.
Toda esta prece, nos seus termos e no seu estilo cheio de unção, fala do valor propiciatório do sacrifício. Lutero também suprimiu. Com razão reconhecia o pastor luterano L. Reed: “A
parte central do ofertório “Suscipe Sancte Pater” é uma exposição perfeita da doutrina romana sobre o sacrifício da Missa”
(Luther D. Reed, idem, ibidem).
2) Também não figura no novo “Ordo” a oração do Missal Romeno: “Offerimus Tibi Domine”, com a qual é oferecido o vinho.
A oferenda final do cálice, para que suba “cum odre sua vitatis”
à face da Divina Majestade, da Qual se implora a clemência,
recorda de modo admirável a economia propiciatória do Sacrifício da Missa (CRF. “Breve Exame Critico”, III, 3).
3. Essas duas orações, do oferecimento do pão e do vinho, foram substituídas por outras, nas quais não há referencia alguma
à verdadeira vítima, que é Jesus Cristo; ao oferecimento dos
dons por nós e por nossos pecados; ao caráter propiciatório da
oblação; ao sacerdócio hierárquico do celebrante; ao princípio
de que o sacrifício precisa ser aceito por Deus para Lhe ser
agradável. Pelo contrário, as expressões “far-se-á para nós pão
da vida” e far-se-á para nós a bebida espiritual” insinuam que o
verdadeiro fim essencial da Missa é nossa alimentação espiritual – tese esta que se aproxima de uma das heresias condenadas em Trento.
135
2º) Dogma da Presença Real
Doutrina Católica
Sim, na Missa Jesus Cristo
torna-se presente de maneira real, corporal e física,
com seu Corpo, Sangue,
Alma e
Divindade.
Doutrina Protestante
Não, na Missa não há presença real, corporal e física
de Cristo; há somente uma
certa presença real espiritual do Senhor
Um dos dogmas em que as heresias protestantes mais se distanciam da ortodoxia católica, é a da Presença Real de Jesus
Cristo na Santíssima Eucaristia, sob as espécies do pão e do
vinho. Segundo a doutrina revelada, na Santa Missa, Jesus se
torna presente, de modo físico, real e permanente, em virtude
das palavras da Consagração. Esta verdade o “Ordo Missae”
tradicional afirma a todo o momento, no rito e nas cerimônias.
No novo “Ordo”, ela é extremamente debilitada tanto no rito
como pela imprecisão das expressões na “Istitutio”. O novo “Ordo” favorece a posição protestante, em:
a) Pela supressão de quase todos os sinais de adoração e outras prescrições que tinham justamente a finalidade de incentivar a fé na Presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Houve a eliminação de:
1. das genuflexões (não permanecem senão três do Sacerdote;
e uma, com exceções, do povo, à Consagração
2. da purificação dos dedos do Sacerdote no cálice;
3. da preservação dos mesmos dedos de todo contato profano
após a Consagração;
4. da purificação dos vasos sagrados, que pode ser não imediatamente, e pode ser feita fora do corporal;
5. da pala para proteger o cálice;
6. das três toalhas sobre o altar, reduzidas a uma;
136
b) A aproximação à tese protestante é favorecida também pelo
paralelo estabelecido entre a Liturgia da Palavra e a Liturgia
Eucarística, como se fosse duas espécies de um mesmo gênero (“Institutio”. n.º 8). Este paralelo inclina o fiel a pensar que a
presença de Jesus na Eucaristia é semelhante à sua presença
na Palavra. Ora, a presença na palavra só pode ser “in usu”, ou
seja, quando é lida a Escritura na Santa Missa. De fato, só podemos pensar numa presença de Jesus Cristo na Palavra, no
momento em que é lida a Escritura, porque somente neste momento (“in usu”) é que se forma o conceito da verdade revelada
na mente de quem lê e de quem ouve. Somente neste momento
pode-se falar de uma presença de Jesus Cristo na Palavra.
Ninguém irá dizer que Jesus Cristo está presente no livro material, que é a Bíblia ou o Missal. Se assim é com a presença de
Jesus Cristo na Palavra, por que não será igualmente na Eucaristia, ou seja, Jesus estaria presente só no momento em que o
fiel comunga. “in usu”? Esta interpretação é abonada pelo alinhamento em que são colocadas na “Intitutio” as várias presenças de Jesus Cristo: na Palavra e substancialmente sob as espécies de pão e vinho. Como a presença na Palavra só se pode
entender quando se lê ou se ouve, como vimos antes; porque
não se entenderá o mesmo da Presença sob as espécies de
pão e vinho, ou seja, aceitando a Presença Real apenas “in
usu”, isto é, quando o fiel comunga?
“Onde dois ou três estão congregados em meu nome, ali estou
no meio deles”. Que relação haverá entre essas duas presenças? O caráter comunitário da “assembléia reunida em nome de
Cristo” contribuirá para que Ele se torne presente sob as espécies eucarísticas? Ou, pelo menos, o “Povo de Deus” reunido
exerce alguma função ativa para que se efetive a presença
substancial de Nosso Senhor na Eucaristia? O texto deixa pairar perigosas ambigüidades sobre esse ponto. Também não se
estabelecem as necessárias distinções entre os diversos modos
de presença não substancial de Cristo: Na assembléia reunida,
na pessoa do Sacerdote e na palavra da Escritura. É expressivo
o fato de que a assembléia vem enumerada antes do Sacerdote, o que poderia indicar que a presença de Nosso Senhor no
povo é, senão superior, pelo menos mais fundamental, para a
celebração eucarística, do que sua presença na pessoa do Sacerdote. Tão estranho é o sabor desse número 7, (do “Institutio”), mesmo em sua nova redação, que seria necessário fazerlhe ainda vários reparos: Na Missa Nosso Senhor se torna presente sob as espécies eucarísticas, mas não se pode dizer,
sem mais, que na Missa Ele está substancialmente permanente
presente sob as espécies; a cláusula “Sacerdote praeside personamque Chisti gerente” parece subordinar ou pospor a representação de Cristo à presidência da assembléia, quando na
realidade é o inverso que se dá; no contexto, o fato de não se
reserva a expressão “Presença Real” para a presença resultante da transubstanciação, tende a debilitar a fé na “Presença
Real” por antonomásia e a introduzir nos meios católicos uma
terminologia do agrado de certos protestantes.
c) Ainda na nova redação do número 7 da “Institutio”, perdura a
estranha imprecisão sobre os diversos modos de “presença” de
Nosso Senhor na Missa. Declara-se, é verdade, que a presença
sob as espécies eucarísticas é “substancial e permanente”. A
expressão é absolutamente exata. Mas a palavra “enim” (pois)
estabelece um nexo pouco claro e muito perigoso entre presença substancial e o princípio acima enunciado:
d) Além destas ponderações que mostram como o novo “Ordo”
debilita e mesmo obscurece o dogma da Presença Real substancial de Jesus na Santíssima Eucaristia. Outras determinações do novo rito afastam inteiramente a saliência da Presença
Real existente no “Ordo” tradicional. Segundo o Concílio de
Trento, a Presença Real sob as espécies de pão e de vinho
está ordenada a perpetuar o Sacrifício do Homem-Deus.
137
138
1ª. da ação de graças de joelho;
2ª. de todas as antigas prescrições no caso de queda da Hóstia
Consagrada, reduzidas a apenas um “reverenter accipiatur”.
O Sacerdote e a Vítima deste Sacrifício novo, instituído por
Cristo, é o mesmo Jesus Cristo, isto é, o Sacerdote empresta a
se mesmo a Cristo, tornando-se “in persona Cristi”. Daí, no “Ordo” tradicional, a preeminência do Tabernáculo que encerra o
Sacerdote e a Vítima do Sacrifício. Ele é o centro para onde
converge tudo na Igreja, de maneira que seja o centro que atrai
a atenção dos fiéis, e tudo o mais não seja venerado senão em
função, digamos assim, do Tabernáculo. O cânon 1269 prescreve que a Santíssima Eucaristia seja guardada num Tabernáculo inamovível colocado no centro do Altar. Com semelhante
disposição, a Santíssima Eucaristia, e, pois, a Presença Real
sob as espécies de pão, era condignamente ressaltada. Ao entrar na Igreja, o Tabernáculo lembra ao povo a Presença Real
de Nosso Senhor e o Sacrifício Eucarístico. No novo “Ordo”, o
centro de toda a Liturgia não é oTabernáculo e sim o altar: “altare maius est centrum totios liturgiae eucharistiae” (Institutio”, n.º
49). Mas não é o altar sobre o qual se acha o Sacrário, pois, no
novo “Ordo”, o Sacrário preferivelmente deve estar fora do altarmor (n.º 276). Seria difícil extenuar mais a fé no dogma da Presença Real; pois até o altar, no caso o altar material, tem preferência sobre o Tabernáculo onde esta Jesus vivo e verdadeiro.
Esta disposição do novo “Ordo” concorre também para a aceitação da heresia calvinista de que Jesus cristo está presente
apenas no uso, ou seja, no momento da Comunhão.
3.º) Dogma da Consagração e da Transubstanciação
139
140
Doutrina Católica
Doutrina Protestante
Sim, são palavras da Consagração pronunciadas pelo
Sacerdote, e não pela fé dos
assistentes, que tornam Jesus
Cristo presente corporalmente
sob as aparências do pão e
do vinho, e assim realizam a
Transubstanciação.
.Não, não as palavras da consagração, mas a fé dos assistentes que produz durante a
Ceia uma certa presença real
de Cristo; a presença real espiritual. Não há transubstanciação
1. Várias mudanças na Missa Nova favorecem a doutrina protestante de que não há Consagração na Missa, mas apenas
uma narração ou comemoração da ceia do Senhor.
A) Modo e tom narrativo da consagração na Missa nova
No “Ordo” de São Pio V
No novo “Ordo
”Há uma separação nítida,
muito bem destacada até pelos
caracteres tipográficos, entre
as palavras introdutórias (narrativa situando historicamente
a Consagração na última Ceia)
e a fórmula propriamente dita
da Consagração, que torna
Jesus Cristo realmente presente sob as espécies de pão e
vinho. Depois da locução: “Tomai e comei dele todos” – uma
pontuação marca a passagem
da narração para as palavras
realizadoras do mistério da
Presença Real. O sacerdote as
A locução: “Tomai e comei
todos vós” – indica a fórmula
consecratória. Passa a fazer
parte da fórmula que tornaria
realmente presente. Com
isso, o tom narrativo atinge
também a fórmula consecratória, estendendo a toda ela a
ideia de que se trata não da
renovação de um ato do Senhor, mas de uma simples
narrativa de um fato passado.
Além disso, nos novo Missais
as fórmulas consecratórias
não estão tipograficamente
tão
No “Ordo” de São Pio V
No novo “Ordo
B) Segunda mudança favorece a doutrina dos protestantes
pronuncia não em tom recitativo,
como se faz numa narração,
num memorial, mas ele as diz
em tom intimativo, quer dizer, no
tom normal de alguém que realiza uma ação pessoal. Assim
como o Padre diz: “Eu te batizo”,
ou “Eu te perdôo os pecados”;
ele diz: “Isto é meu corpo” –
“Este é o cálice do meu Sangue
(...)”. A pessoa do padre como
que desaparece para ceder lugar à pessoa de Jesus Cristo a
Quem aquele empresta a voz de
maneira que as palavras são do
próprio Cristo.
destacadas como nos Missais
de São Pio V, o que sublinhava muito fortemente a mudança de ação. Assim o Padre é
levado a não interromper a
narração da
Ceia e a pronunciar as palavras da Consagração no
mesmo tom narrativo e sem
separá-las das palavras que
as precedem. As palavra não
são de Nosso Senhor Jesus
Cristo, são do padre; como
acontece em qualquer narração.
No “Ordo” de São Pio V
Novo “Ordo”
Após a primeira Consagração,
seguro de não ser mais em
suas mãos o pão mas o verdadeiro Corpo de Jesus Cristo o
Padre se ajoelha para adorar
seu Deus; depois, levantandose, eleva a Santa Hóstia para
apresentá-la à adoração dos
assistentes ajoelhados, e a
adora novamente depois de têla colocado sobre o corporal
que significa o Santo Sudário.
Tudo está mudado.
Como se nada tivesse
passado, o padre, sem
adorar, eleva a Hóstia,
apresenta-a à comunidade que, igualmente, permanece de pé, depois a
depões sobre a patena e
só então ajoelha-se.
Suprime-se assim um gesto natural de adoração que manifestava a fé na Presença Real em virtude das palavras da Consagração e se favorece a doutrina protestante de que a presença
de Jesus Cristo é fruto da assembléia (comunidade). O católico
diz: “Eu creio porque Jesus está presente”. O protestante diz:
Jesus está “presente” porque eu creio. Na Missa tradicional, só
a uma versão é possível. Na Missa Nova a interpretação protestante também tem cabimento.
Em Genebra, pátria do Calvinismo, num mesmo altar um
sacerdote católico e um pastor protestante “concelebram”, na
presença de jovens. A aproximação do novo “Ordo” com a liturgia protestante não podia ser maior...
141
142
C) Terceira mudança. A mudança a que acima referimos, introduzida na Consagração do pão, se reproduz na Consagração
do cálice, e ainda renova o equívoco, agravando-o pelo deslocamento das palavras “Mysterium fidei” (Mistério da fé)
Na Missa Tradicional
Na Missa Nova
A Expressão “Mysterium
fidei” , incluída na fórmula da
Consagração do cálice, não
sofre nenhuma outra interpretação senão a católica. É
uma confissão imediata de
fé no mistério da transubstanciação. O “mistério da fé”
é o que as palavras da Consagração realizam; a transubstanciação ou mudança
do pão e do vinho no Corpo
e no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Só depois de ter elevado e
repousado o cálice, o padre
faz uma genuflexão, levanta-se e diz: “Eis o mistério
da fé”. Qual mistério? – Ora,
reponde o católico, o mistério da transubstanciação. –
Não, responde o protestante, é o mistério da fé dos
fiéis que torna Cristo “presente” no meio de nós. Tanto assim que só depois que
eles (os membros da comunidade) adoram, é que o
padre proclama “Eis o mistério da fé”
Na verdade estamos diante de um rito equívoco, que
pretende agradar a católicos e protestantes, e mais a eles.
D) Aclamação após a Consagração
Segundo o novo “Ordo”, logo após a Consagração, o povo deve
fazer uma aclamação, para a qual se fixam três textos. Dois
deles terminam com a expressão “até que ele venha”.
“Anunciamos a vossa Morte, Senhor, e proclamamos a vossa
Ressurreição, até que venhais”.
“Todas as vezes que comemos deste Pão e bebemos do Cálice, anunciamos a vossa Morte, Senhor, até que venhais”.
143
Sem dúvida, a expressão “até que venha” é se São Paulo (I
Cor. 11, 26), e portanto em si mesma não pode ser censurada.
Na Primeira Epístola aos Coríntios, ela indica a espera última
da vinda de Jesus. Todavia, colocada logo após a Consagração, quando Nosso Senhor acaba de vir substancialmente ao
altar, essa expressão também induz a pensar que Ele não está
presente, que Ele não veio pessoalmente sob as espécies
eucarísticas. Tal invocação, sobretudo se feita numa época em
que há em meio católico a assustadora tendência de negar a
Presença Real, tem como conseqüência inevitável favorecer a
diminuição da fé na transubstanciação.
4.º) Dogma do Sacerdócio Hierárquico
Doutrina Católica
Doutrina protestante
Sim, o padre possui um
verdadeiro sacerdote hierárquico que lhe dá poderes que outros fiéis não
têm.
Não, não há sacerdócio
fora daquele que possuem
todos os batizados
Confundir o sacerdócio dos fiéis com o do padre, seria adotar,
uma vez mais, um princípio protestante. Pois, segundo os
pseudo-reformadores do século XVI, o celebrante não é sacerdote num sentido diferente daqueles em que o povo o é, mas
apenas preside a assembléia eucarística, como delegado de
todos os circunstantes.
Os protestantes afirmam que é o povo que celebra o memorial
do Senhor, sob a presidência do chefe da assembléia. Leia o
que aconteceu com Coré, de Datã e Abiron, aqueles que no
passado se levantaram contra o sacerdócio institucional de
Moises e Arão, ensinando que não há sacerdote diferente do
que o povo é. (Números, 16, 24)
144
O novo “Ordo” estabelece uma confusão entre o sacerdócio hierárquico e o dos fiéis, quer no rito, quer em vários números da “Institutio”. Vejamos:
1. No “Ordo” tradicional, o “Confiteor” inicia-se em primeiro lugar
pelo padre, e depois pelo acólito em nome do povo. Essa distinção marca claramente a diferença existente entre o celebrante e
os fiéis. No novo “Ordo”, o “Confiteor” (Ato penitencial) é dito
simultaneamente pelo sacerdote e pelo povo. Tal modificação
induz uma identidade entre o sacerdócio do presbítero e dos
batizados. Foi retirada a absolvição dada pelo padre ao fim do
“Confiteor” – outra invocação que contribui para tornar menos
precisa a distinção entre o sacerdócio hierárquico e a condição
de simples fiel. Há entre o “Confiteor” da missa Nova e o dos
luteranos, traços comuns que chama a atenção. Lutero também
fez do “Confiteor” uma oração comum do sacerdote e da assembléia. O pastor luterano L. Reed,, escrevi em sua obra indicando o alcance dogmático destas mudanças: “Reconhecendo
o principio do sacerdócio de todos os fiéis, fez-se da confissão
um ato da congregação, e não apenas dos sacerdotes” (Luther
D. Reed.,The Lutheran liturgy, p. 275).
2. Na Prax eucharistica III (“Vere sanctus”) é dito sem mais ao
Senhor: “Populum Tibi congregare non desinis, ut a solis ortu
usque ad oblatio munda offeratur nomini tuo”, onde o ut (a fim
de que) induz a pensar que o elemento indispensável à celebração seja o povo em vez do sacerdote; e uma vez que não
está preciso, nem sequer aqui, quem seja o que oferece; o próprio povo surge investido de poderes sacerdotais autônimos
(cfr. “Breve Exame Crítico”. V, I).
3. O n.º 7 da “Institutio”, mesmo depois de corrigido, afirma que
é o povo que celebra o memorial do Senhor ou sacrifício eucarístico. Note-se com efeito, que o agente de “celebrandum” não
é “sacerdos” ou “Cristus”, mas sim “populus Dei”.
“Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é reunido, sob a
presidência do sacerdote, que faz as vezes de Cristo, para celebrar o memorial do Senhor ou sacrifício eucarístico” (“Institutio”, n.º 7).
4. No n.º 10 da “Institutio”, declara-se que a Prece Eucarística
continua uma “oração presidencial”. Acontece que o mesmo
número conceitua as “orações presidenciais” como as que “são
dirigidas a Deus em nome de todo o povo santo e de todos os
circunstantes”. Qualquer leitor será levado por esta passagem a
pensar que na Consagração o padre fala em nome do povo.
Mas a parte principal da Prece Eucarística que é a Consagração, é dita pelo sacerdote exclusivamente em nome de Nosso
Senhor, e não em nome do povo. Confirma isto o n.º 12, dizendo que “a natureza das partes presidenciais” (portanto também
a consagração) exige que sejam pronunciadas em voz alta e
distinta, e por todos atentamente ouvidas. A propósito, é bom
lembrar a excomunhão lançada pelo Concílio de Trento: “Se
alguém disser que deve ser condenado o rito da Igreja Romana
pelo qual parte do Cânon e as palavras da Consagração são
proferidas em voz baixa (...), seja excomungada” (Denz. Sch.
1759).
5. A posição do sacerdote é também minimizada:
a) pela maneira de celebrar “versus populum”, que o apresenta
não como sacrificador diante do altar a oferecer o Santo Sacrifício, mas como o presidente de uma assembleia a distribuir, diante de uma mesa, o pão a seus irmãos.
b) pelo desaparecimento ou uso facultativo de muitos parâmetros (cfr. n.º 298 da “Institutio”).
c) pela multiplicidade de ministros (da Eucaristia, leitores, comentadores, salmistas, etc.), com conseqüente distribuição entre leigos de funções cultuais que eram peculiares do presbítero
sagrado.
145
146
d) na definição da “oratio universalis seu fidelium” (oração universal ou dos fiéis), na qual se sublinha o “oficio sacerdotal” do
povo, apresentado de maneira equivoca, pois se silencia sobre
sua subordinação ao sacerdócio do padre. Diante destas análises que acabo de expor se junta a seguinte exposição, que demonstram os equívocos cometidos, abrindo brechas para verdadeiros abusos litúrgicos. Contrario ao que aconteceu com o
rito tradicional. Transcrevo este artigo para que fique claro do
que estamos falando. Muito bem exposto por Roberto de Mattei
*(27):
Quando entrou em vigor, o novo rito objeto de críticas cerradas
por parte de alguns membros eminentes da hierarquia, bem
como de vários teólogos e leigos. Em outubro de 1969, os Cardeais Ottaviani e Bacci apresentam a Paulo VI uma “Breve análise crítica do Novus Ordo Missae (critica que apresento na integra no final deste capítulo); redigida por um grupo escolhido
de teólogos de várias nacionalidades. Na carta que se dirigiam
ao Pontífici, os autores do documento afirmavam que “o Novus
Ordo Missae [...] representa no seu conjunto e nos seus elementos constitutivos, um impressionante distanciamento da
teologia católica da Santa Missa que foi formulada na XXII sessão do Concílio de Trento, o qual fixando definitivamente os
“cânones” do rito, erigiu uma barreira intransponível contra
qualquer heresia que viesse lesar a integridade do mistério” O
próprio Mons. Ferdinando Antonelli, secretário da nova congregação para os ritos, que tinha seguido todo percurso das formas
litúrgicas – desde Pio XII até Paulo VI –, comunicara a Mons.
Benelli, substituto da Secretaria de Estado, em 23 de junho de
1968, as suas “preocupações em relação à forma litúrgica, que
é cada vez mais caótica e aberrante”.
*(27) O Concílio Vaticano II, pp. 483 – 484.
147
A parte progressista também reconhecia que o Novus Ordo
Missae exprimia uma nova teologia do “povo de Deus” a caminho na história, uma visão eclesiológica imanentista que pressupunha o sacerdócio comum dos fieis..., Daí decorre a confissão do clero francês quanto a incompatibilidade entre as duas
teologias. E vindo dentro da mesma teologia a parte progressista do clero brasileiro, distanciando da verdadeira teologia, edifica uma nova igreja voltada para o sacerdócio comum dos leigos, sustentada pela Teologia da Libertação com a CEBs., que
tem sua origem não mais em Jesus Cristo, mas que nasce do
povo (a eclesiogênese). Até mesmo os protestantes “observadores” na comissão que elaborou o Novus Ordo Missae deram
as suas opiniões.
Testemunho insuspeito de protestantes
É notório que, nos trabalhos de preparação do “Ordo Missae”,
seis pastores protestantes, especialmente convidados, estiveram presentes. Este fato explica a tendência do novo”Ordo” de
conciliar o ponto de vista protestante com o católico nos assuntos relativos à ceia dos protestantes e A Missa da Santa Igreja.
Esta tendência teve como resultado um “Ordo Missae” que,
segundo declarações de próceres protestantes, pode ser empregado também na liturgia de suas “ceias do Senhor”.
1. Declarações de protestantes:
a) Max Thurian, da comunidade protestante de Taizé: “Um dos
frutos do novo “Ordo” será que as comunidades não católicas
poderão celebrar a santa ceia com as mesmas orações da Igreja católica. Teologicamente é possível” (“La Croix”, 30-05-69).
b) “O movimento litúrgico de âmbito universal que tem lugar
atualmente na Igreja Romana constitui um esforço tardio no
sentido de promover uma participação ativa e inteligente do
laicato na Missa, de modo que os fiéis possam julgar-se “concelebrastes” com o sacerdote”
148
(Luther D. Reed, The lutheran liturgy, p. 234).
c)“Agora a Missa renovada, não há nada que possa verdade
ramente perturbar o cristão evangélico”, (Siegevalt, Prof. de
Dogmática na Faculdade protestante de Strasbourg, “Le Monde”, 22-11-69).
d) ”As novas orações eucarísticas católicas abandonaram a
falsa perspectiva de um sacrifício oferecido a Deus” (“La Croix”,
10-12-69, palavras que Jean Guitton diz ter lido em revista protestante muito apreciada).
e) “Se, se tomar em consideração a evolução decisiva da liturgia católica, a possibilidade de substituir o cânon da Missa por
outras orações litúrgicas, o afastamento da ideia segundo a
qual a Missa constituiria um sacrifício, a possibilidade de comungar sob as duas espécies, não há mais razões para as igrejas da Reforma proibir aos seus fiéis tomar parte na eucaristia
da Igreja Romana”. (Roger Mehl, protestante, em “Le Mond”,
10-09-70).
f) “Dada as formas atuais da celebração eucarística na Igreja
Católica e em razão das convergências teológicas, muitos obstáculos que teriam podido impedir um protestante de participar
de sua celebração eucarística parecem estar em via de desaparecerem. Deveria ser possível, hoje, a um protestante reconhecer na celebração eucarística católica a ceia instituída pelo Senhor (...). Nós nos atemos à utilizar das novas preces eucarísticas nas quais nós encontramos e que têm a vantagem de matizar a teologia do sacrifício que tínhamos o hábito de atribuir ao
catolicismo. Estas preces nos convidam a encontrar uma teologia evangélica do sacrifício” (Trecho de um documento emanado do Consistório superior da Confissão de Augsboug e da Lorena, datado de 8-12-73, publicado em “L´Église em Alsace”,
número de janeiro de 1974).
149
g) “A maior parte das reformas que Lutero desejava doravante
na interior mesmo da Igreja Católica” – (...) “Por que não se
reunir? (Seppo A. Teononen, teólogo luterano, professor de
Dogmática na Universidade de Helsinqui, jornal “La Crox” de
15-5-72).
2. JulienGreen, anglicano convertido, em sua obra “Ce qu´il faut
d´amourr I´homme”, p. 135, dá seu testemunho: “A primeira vez
que ouvi a Missa em francês, tive dificuldade em crer que se
tratava de uma Missa Católica. Apenas a Consagração me
tranqüilizou, embora ela fosse, palavra por palavra, semelhante
à consagração anglicana”.
No mesmo livro, o autor conta a impressão que ele e sua
irmã tiveram diante de uma Missa televisionada: Pareceu-lhes
uma imitação grotesca do ofício anglicano. No fim ele perguntou
à sua irmã: “Por que é que nos convertemos?” (op. cit., p. 138).
As traduções
Esses erros e omissões apontados no Capítulo agravam-se com as traduções em vernáculo do novo “Ordo” nas
diversas línguas. O que há da mais grave é que suas infidelidades convergem para a mesma direção; a de extenuarem a pureza e integridade da fé. Alguns exemplos da tradução portuguesa:
1. “Semper Virginem Mariam” traduzido por “A Virgem Maria”
(Notar que os protestantes toleram chamar Nossa Senhora de
Virgem Maria, mas nunca de “sempre Virgem Maria”).
2. “Te cum spíritu tuo” traduzido por “Ele está no meio de nós”.
(Além de ser infiel, essa tradução insinua uma autonomia dos
fiéis com relação ao sacerdócio hierárquico do celebrante, justamente no momento em que se deve marca que as graças nos
são dadas em razão do sacrifício realizado pelo padre no
altar).
150
3. “Offerimus” traduzido por “Apresentamos”. (Reforça a nova
concepção do ofertório, em que os dons não são propriamente
oferecidos a Deus em espírito sacrifical, mas apenas apresentados no altar).
4.“Meum ac vestrum sacrificium” traduzidos por “O nosso sacrifício”. (Insinua identificação do sacerdócio do padre com o dos
fiéis).
5. “Cum Angelis et Archangelis, cum Thronis ET Dominationibus, cumque omni militia caelestis exercitus” traduzido por
“Com todos os Anjos e Santos
Para que possamos compreender melhor tomaremos as palavras de Jesus narradas por São João cap. 3, 17-19:
“Porque Deus não enviou seu Filho ao mundo, para condenar o
mundo, nas para que o mundo seja salvo por ele. Quem nele
crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado,
porque não crê no nome do Filho Unigênito de Deus. E a condenação está nisto: A luz veio ao mundo, e os homens amaram
mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más”.
“As palavras que se juntam “por vós e por muitos” foram tomadas uma de São Mateus, e outra de São Lucas. A Santa Igreja,
guiada pelo Espírito Santo de Deus, coordenou as numa só
frase, para que exprimissem o fruto e a vantagem da Paixão”.
(Parte II, IV, n.º 24). “De fato, se considerarmos sua virtude,
devemos reconhecer que o Salvador derramou seu Sangue
para que todos os homens pudessem se salvar. Se atendermos, porém, aos seus frutos, nem todos os homens dele desfrutam; não custa compreender que sua eficácia não se estende a
todos, mas só a “muitos” homens.
Logo, se nem todos crêem em Jesus Cristo por amarem
mais as trevas O renegaram, como ele mesmo explica. Desta
forma compreende-se a diferença entre redenção e salvação. A
redenção sim é oferecida a todos, mas, a salvação só usufruirá
aqueles que estiverem em sua luz, pois suas obras são feitas
em Deus, por crerem em Jesus Cristo. Há exemplo de Judas
Iscariotes que estava no seu convívio era um de seus Apóstolos, um bispo, destinado a redenção juntamente com os outros
Apóstolos. Mas, ele despreza até mesmo a exortação de Jesus,
diante da traição que já estava para ser consumada; como narra São Lucas cap. 22, 22; para Judas Iscariotes o mistério da
salvação foi anulado por ter ele calcado aos pés o fruto da redenção, por ter amado mais as trevas do que a luz, porque suas
obras eram más. Desta forma quando São Lucas exprime dizendo; “por vós” Nosso Senhor tinha em vista, quer as pessoas
presentes, quer os eleitos dentre os judeus, como eram os Discípulos e quem falava, com exceção de Judas. No entanto, ao
acrescentar “por muitos”, queria aludir aos outros eleitos, fossem judeus ou gentios. “Houve, pois, acerto em não se dizer
“por todos”, visto que o texto só alude aos frutos da paixão, e
esta surtiu efeito salutar unicamente para os escolhidos”.
Mais grave com está tradução que consta neste exemplo é a negação direta do dogma da Imaculada Conceição, se
Jesus morreu por todos morreu também por ela. Isso significa
que ela também era pecadora como qualquer outra pessoa,
desta forma se acolhe as trevas de uma falsa doutrina, que nega este privilégio singular de ser “A Sempre Virgem Maria”.
151
152
6. “Vita aeterna” traduzido por “Vida”.
7. “Morte perpetua” traduzido por “Morte”.
8. “Pro Ecclesia tua Sancta Catholica” traduzido por “Pela vossa
Igreja dispersa pelo mundo inteiro”.
9. “Ab aeterna damnatione” traduzido por “Da condenação”.
10. “Pro multis” traduzido por “Todos” (A respeito desta tradução que ocorre na Consagração do Vinho, é oportuno citar o
comentário autorizado do Catecismo Romano):
Esquecem que Deus não habita em lugar impuro; pecado e virtude não se misturam; luz e trevas não convivem; o bem
e o mal não se completam. Esta situação força o povo de Deus
a cair na apostasia, na perda da verdadeira fé, para crer nas
trevas dos erros, que são proclamados e exaltados como verdades, as heresias se alastram como fogo a destruir nas consciências tudo que divino e sagrado. Negar este privilégio único
da Sempre Virgem Maria é no mínimo negar a divindade de
Nosso Senhor Jesus Cristo, que há preservou de todo pecado
para poder vir ao mundo para salvar a todos os que nele crerem. Et cum spiritu tuo” ( no rito da comunhão) traduzido por “O
amor de Cristo nos uniu” (Dando ênfase ao caráter comunitário
da assembléia ali reunida, no qual os autores destes equívocos
tendem a ver um elemento essencial da Missa)
Quanto aos termos equívocos e jogo de ambigüidades,
convém notar que esta sempre foi a tática de todos os verdadeiros inimigos da Santa Igreja, e de todos os hereges, para difundir os seus erros. A este respeito, há uma declaração de intenção muito interessante, feita por Dom Duschak, em 5 de novembro de 1962, ou seja, antes das promulgações do Concílio:
“Minha idéia, diz ele, será introduzir uma Missa ecumênica...”
Como se lhe perguntasse se esta proposição vinha de seus
diocesanos, ele respondeu: “Não, eu penso mesmo que eles se
oporiam, assim como se opõem numerosos bispos. Mas se se
pudesse colocá-la em prática , eu creio que eles terminariam
por aceitá-la” (sic). A redação ambivalente dos textos do Concílio a isso se prestaria.
“Nós o exprimimos de uma maneira diplomática, mas, depois do
Concílio, nós tiraremos as conclusões implícitas...” Diante desta
resolução de um membro da Comissão doutrinal, o nada suspeito teólogo Schillebeeckx teve um sobressalto de indignação:
“Eu considero isto desonesto” (“Le Rhin coule dans le Tibre”, R.
P. Ralph Wiltgen, S. V. D., PP. 37-38; Revue “De Bazuin” 48
(1965), 16, 23-1-65, p. 4).
153
Algumas considerações:
No prefácio de apresentação da “Isntitutio” (n.º 7) dá a
entender que o novo “Ordo” deixou de insistir sobre certos
dogmas eucarísticos, porque eles hoje em dia parecem que não
são mais impugnados. Esta consideração, “salva reverentia”, é
no mínimo ingênua. Se nos dias de hoje, conservar o rito tradicional não seja necessário para muitos; talvez achem que não
haja mais perigo para a fé, como nos dias de são Pio V, quanto
aos dogmas relativos ao caráter sacrifical da Missa, ao sacerdócio ministerial e à Presença Real. O que se percebe e exatamente o contrario, para que se possa fazer um discernimento
correto basta recorrer aos documentos de Pio XII – que condenou numerosas práticas que foram adotadas pelo novo “Ordo” –
Para não referirmos, nessa matéria, lembremos apenas alguns
fatos mais recentes. Na Encíclica “Mysterium fidei” de 3-9-65,
Paulo VI declara que são para ele “causa de grande solicitude
pastoral e ansiedade” os erros que correm a respeito das Missas privadas, da transubstanciação, do simbolismo eucarístico,
etc. O mesmo documento insiste na “distinção não só de grau
mas também de essência”, entre o sacerdócio hierárquico e o
dos fiéis. – Paulo VI teria, nessa Encíclica, investido contra heresias que ninguém atualmente professa? O Catecismo Holandês e seus congêneres de outros países incidem nestes mesmos erros. Como negar que tão prestigiado Pe. Schillebeeckx,
por exemplo, proponha as noções de “transfinalização” e “transignificação” inconciliáveis com a doutrina da Igreja e já condenados por Paulo VI na citada Encíclica! Os redatores parecem
não ter tido em vista de maneira alguma as influências danosas
que o novo “Ordo” possa ter sobre os católicos. Pois pelo menos entre os não católicos é incontestável que existem os erros
apontados.
Na época de ecumenismo em que vivemos, é indispensável apresentar a doutrina da Igreja de modo claro tanto aos
seus filhos quanto aos que não o são.
154
Pois só assim será possível evitar mal-entendidos perigosos,
que na ordem concreta redundam necessariamente na deformação dos princípios da Fé. Causa, igualmente, estranheza o
fato de que nos documentos introdutórios da nova Missa apontam-se apenas os aspectos favoráveis do movimento litúrgico
do tempo de Pio XII, calando por completo sobre os erros gravíssimos que infestam largos setores desse movimento, e que
determinaram o Papa a escrever a Encíclica “Mediator Dei”.
Agora os redatores do Proêmio afirmam que semelhantes erros
não existem. Um exame científico e objetivo desses pronunciamentos obrigam a conhecer a hipótese de que os autores do
Proêmio teriam sido envolvidos por um conhecido e perigoso
processo dialético:
“Admitem em tese que certas doutrinas são heréticas, mas negam que em concreto haja alguém que as professe; e daí parte
para a ação que, tanto na ordem da propaganda ideológica
quanto da vida prática, redunda no favorecimento e mesmo na
promoção do erro. Acresce que na inexistência de tais desvios
doutrinários é alegada, pelo Proêmio como razão para que se
introduzam na Missa inovações que São Pio V rejeitou porque,
existindo então os mesmos desvios, viriam elas prejudicar gravemente a fé. Portanto dado que semelhantes erros existem –
como é manifesto que existem – os argumentos dos relatores
do Proêmio se voltam contra eles próprios”
.
Em alguns números da “Institutio” se justifica em algumas afirmações tradicionais, dizendo: Os textos eventualmente
confusos devem ser interpretados pelos claros; e os aparentemente heterodoxos, pelos ortodoxos. Portanto, ao considerarmos o documento no seu todo, com os inúmeros erros contidos
torna-o suspeito não podendo ser aplicado estas regras tradicionais, isto porque:
1) Em principio, é verdadeira a regra segundo a qual os textos
confusos e obscuros de um documento devem ser interpretados
pelos claros.
155
2) Mas a regra segundo a qual os textos suspeitos ou heterodoxos devem ser interpretados pelos ortodoxos, exige uma distinção:
a) a regra é aplicável quando as passagens suspeitas ou heterodoxas ocorrem apenas uma vez ou outra, à maneira da lapso;
b) mas a regra não pode ser usada quando as passagens suspeitas ou heterodoxas são numerosas (pois o que ocorre à maneira de lapso é, por natureza, casual e em pequeno número):
nessa hipótese, deve recorrer a outras regras e a outros meios
de interpretação;
c) quando, além de numerosas, as passagens confusas, suspeitas e heterodoxas formam, umas com as outras, um sistema de
pensamento, a citada regra de interpretação não pode ser aplicada, mas aplica-se a regra oposta, é oportuna então perguntar
se não são os textos ortodoxos que devem ser interpretados à
luz dos confusos, suspeitos e heterodoxos? Paulo VI afirmou
em seu discurso de 19-11-69 que “o rito e a rubrica respectiva
por si não são uma definição dogmática; são susceptíveis de
uma qualificação teológica de valor diverso, segundo o contexto
litúrgico a que se referem; são gestos e termos que se relacionam com uma ação religiosas (...), ação que só a critica teológica pode analisar e exprimirem fórmulas doutrinárias logicamente satisfatórias”(A. A. S. 1969, p. 779). Ora, tendo já a Santa Sé
aprovado o novo “Ordo” o certo seria uma interpretação favorável ao que ali é ambíguo; do que opor-se aos que guardam a
tradição, acusando de tradicionalistas que se colocam contra o
novo “Ordo Missae” de Paulo VI, de fazer objeções sutis e capciosas, com uma interpretação unilateral e tendenciosas das
modificações da liturgia atual, que podem ter bom sentido. Ora,
o que está característico, é que todas as modificações convergem numa mesma direção: silenciar, desbotar, debilitar, ocultar
afirmações dogmáticas já definidas sobre os principais mistérios
da Santa Missa.
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É justamente contra estes erros que se opõem os que guardam
a tradição, desde que a Santa Sé não se tenha pronunciado de
maneira definitiva e irreformável dando a interpretação autêntica. E não o poderia fazer, pois, esta interpretação já esta feita
de forma definitiva e irreformável, e oficializada pela mesma
Santa Sé. Ora, a Igreja sempre foi cuidadosa em evitar que
qualquer expressão, proposição ou rito que pudesse prestar-se
a interpretações erronias, reforçando com termos ou gestos
inequívocos o sentido ortodoxo. As restrições que fazemos aos
diversos tópicos da Nova Missa não são todas de igual importância. Sem dúvida que, tomando-se separadamente cada falha
e ambigüidade do novo “Ordo”, parece difícil e capcioso descobrir laivos de protestantismo, mas somando essas ambigüidades e omissões, ligando-as, como no desenho pontilhado, então
tudo se torna claro e explícito, o que faz com que o todo mereça
restrições mais graves do que cada parte passível de reservas.
Com o novo “Ordo” Paulo VI não fez outra coisa se não inovar
os ritos da Santa Missa, e querem obrigar à sua aceitação. Ora
segundo estas inovações, as determinações, também disciplinares, como as normas litúrgicas, não podem ser tais que,
mesmo implicitamente, se oponham ao depósito da Revelação.
É o que se deduz da definição do dogma da infalibilidade pontifícia, como foi ele enunciado pelo I Concílio do Vaticano:
“O Espírito Santo, diz o Concílio, não foi prometido aos sucessores de São Pedro para que estes, sob a revelação do mesmo
Espírito Santo, pregassem uma nova doutrina, mas para que,
com sua assistência, conservassem santamente e expusessem
fielmente o depósito da Fé, ou seja, a Revelação herdada dos
Apóstolos” (Denz. – Sch. , 3070).
Por essa definição se vê que, no exercício do Magistério
infalível, o Papa deve manter-se fiel à Tradição. O Papa pode
enriquecer a Liturgia, mas não pode perpetuar uma espoliação
litúrgica que destrói o precioso patrimônio de orações, músicas
e cantos acumulados nos séculos, guardado com sumo cuidado
pelos Romanos Pontífices.
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Invejado por todos os inimigos da Igreja Católica, e causa de
numerosas conversões. Menos ainda está no direito pontifício
suprimir um rito que dá o devido culto a Deus para substituí-lo
por um rito lacunoso, ambíguo, desalinhado, sem brilho, que
deixa o campo aberto a extravagâncias e profanações.Também
não está no direito do Papa promulgar um novo “Ordo” que não
se conforma com a norma secular da Igreja em matéria litúrgica:”Lex orandi, Lex credendi”. Porque isto opõe ao dever do
Papa “não exprimir fielmente (...) o deposito da Fé” e prejudica
gravemente a “salvação das almas”
O poder foi outorgado à autoridade eclesiástica para a
edificação do Corpo Místico de Cristo, e não para a destruição.
É por isso que a autoridade do Papa não pode e não deve nunca identificar-se com o arbítrio, mas permanece limitado pelo
direito divino natural, pelo maior bem da Igreja, pela salvação
das almas, bem como pela necessidade do reto uso da razão.
Quando as disposições papais fogem dos limites acima indic
dos, ninguém se vê obrigado a sua aceitação. “Par pari non
obligat” (um igual não obriga ao igual).
Pode afirmar este princípio de maneira absoluta e em
todos os campos?
Claro que não. Por exemplo: um Papa não pode declarar
no futuro que Nossa Senhora não foi assunta ao céu em corpo
e alma, pois é dogma já definido por Pio XII. Neste sentido se
entende as palavras do Evangelho: “Tudo o que ligares na terra
será ligado no céu” (Mt. 16, 19).
Um Papa não pode revogar a canonização de um santo
após tê-la livremente decretado, Um Papa não pode revogar os
vínculos matrimoniais válidos. Os Papas são iguais em poderes
“ratione officii”, enquanto Papas; mas nas questões sobre as
quais emitem definições, “ratione materiae”, eles não defini livremente sobre todas as matérias, pois estão “ligados” pela
Sagrada Escritura, pela Tradição, e pelas definições já proferidas pela Igreja no seu Magistério perene, ao qual estão subordinados e não podem contradizer (cfr. Pio IX na Carta Apostólica “Mirabilis illa constantia”.
158
Que ratifica a declaração coletiva dos bispos alemães que afirmaram, além do que dissemos acima, que “a opinião de que o
Papa por força de sua infalibilidade é um príncipe absolutíssimo, supõe um conceito errôneo do dogma da infalibilidade papal” (Denz. – Sch. 3116 e 3117). Portanto não está em questão
a igualdade de poder dos Papas enquanto Papas e sim a diferença das matérias sobre as quais este poder é exercido. Nunca contra a Sagrada Escritura, contra a Tradição ou contra as
definições já dadas pelo Magistério. Mas é justamente o Papa
que tem o dever sagrado de determinar o que está conforme a
Tradição e o que não está. E é esta a razão de todos que guardam a Tradição. O Papa Pio V, por exemplo, no Concílio de
Trento (sessão XXII, cap. 4) declarou e definiu que o Cânon da
Missa tradicional é isento de todo erro e lançou excomunhão
sobre quem disser o contrário e afirmar que ele deve ser abrogado. Portanto, o Papa é o intérprete da Tradição. O Papa
evidentemente pode explicitar ou explicar o que está contido na
Tradição, mas não entra em contradição com ela. Pois o Espírito Santo não lhe foi dado para ensinar uma nova doutrina, mas
para conservar e expor fielmente o depósito que recebeu (cfr.
declaração do Vaticano I, in Objeção 4.ª). O poder do Papa é
supremo, mas não ilimitado. Se houvesse uma controvérsia
sobre se tal doutrina está conforme ou não com a Tradição,
então o Papa, usando o seu carisma de infalibilidade, poderia
definir a questão. Mas no caso, não há propriamente controvérsia, pois os dogmas eucarísticos e verdades não explicitadas na
Missa Nova já foram claramente definidos pelo Magistério da
Igreja e as heresias ali favorecidas já foram uma vez por todas,
condenadas. Portanto, ao não seguir a Missa Nova, se esta
seguindo a Tradição claramente interpretada pelo Magistério da
Igreja. A Igreja, no decurso dos séculos por exemplo já fez vários acréscimos e modificações à sua Liturgia. Para melhor
compreender recorremos ao adágio: “Lex orandi; Lex credendi”.
Fé e oração estão em estreita ligação. São correlatas. A oração
litúrgica é a expressão de nossa fé. Daí, com o desenvolvimento orgânico e homogêneo do dogma, se deu o progresso orgânico e homogêneo da Liturgia.
E mais. Quando a fé era atacada pelos hereges, a Igreja davalhes resposta na sua Liturgia com enriquecimento ant-heréticos
que, ao mesmo tempo, reafirmavam e consolidavam a fé dos
fiéis. Basta que consultemos a história da Liturgia, de que recordamos alguns pontos.
159
160
Assim quando os Maniqueus consideravam a matéria como
princípio do Mal e diziam que a Missa não era sacrifício. Contra
eles a Igreja (Papa São Leão) acrescentou ao Cânon da Missa
as palavras “sactum sacrificium, immaculatam Hostiam”, explicitando assim a realidade e santidade do sacrifício eucarístico.
Os Arianos negavam a divindade de Jesus. Gostavam da expressão “pelo Filho no Espírito Santo”. Como reação, exprimindo melhor a doutrina, a Igreja estabeleceu esta expressão: “Glória ao Pai e ao Filho a ao Espírito Santo”. E para refutar o sentido que os Arianos davam a fórmula como “por Cristo Nosso
Senhor”, a Liturgia Romana desenvolveu esta terminação longa
“por Nosso Senhor Jesus Cristo que convosco vive e reina na
unidade do Espírito Santo, Deus, por todos os séculos dos séculos...”.
Os hereges pelagianos entre outras coisas negavam a necessidade da graça e o pecado original. Muitas orações do Missal
Romano no tempo pascal e depois de Pentecostes (por exe plo,
as orações do I, IX e XVI domingo depois de Pentecostes) são
a condenação, um por um, dos erros destes hereges.
Os semi-pelagianos incidiram no mesmo erro de negar a necessidade da Graça. A reação litúrgica contra eles, para mostrar
que a todo momento necessitamos do auxilio de Deus, foi a
introdução da invocação “Deus in adjuntorium meum intende”
(Deus vinde em meu auxilio), extraída dos Salmos, no começo
de todas as horas canônicas.
No século XII, Berengário ensina erros sobre a Presença Real e
alguns começaram a afirmar que a presença de Jesus Cristo na
Eucaristia só se dava depois da consagração do Cálice. Contra
isso, a Igreja introduz a elevação da Hóstia para ser adorada
pelos fiéis antes de começar a consagração do Cálice. Os cátaros, no século XII e XIII negavam a Encarnação e também a
Transubstanciação. Segundo esta heresia, o espírito, que é
bom, não pode habitar a carne, que é má. Uma das respostas
da Igreja contra a ameaça herética foi a instituição, em 1285, da
recitação do último Evangelho (prólogo de São João), no final
da Missa, com a genuflexão ao “Et Verbum caro factum est”.
Os jansenistas começaram a esfriar a devoção do povo. Como
reação litúrgica foi introduzido o culto ao Sagrado Coração de
Jesus. Contra o laicismo moderno, Pio XI instituiu a festa de
Cristo Rei, uma reação litúrgica com expresso intuito doutrinário. (Observações históricas extraídas do livro “Valor teológico
da Liturgia”. Pe. Manoel Pinto, SJ).
Assim foi no decurso dos séculos até hoje. E ninguém
deixou de aceitaras modificações litúrgicas e o progresso da
Liturgia, pois eram um verdadeiro enriquecimento de acordo
com a tradição, fortalecimento da Fé contra as heresias, um
autêntico progresso.
Tradição –e a soma de um passado com um presente que
lhe é afim.
Ora, conforme se viu no decurso deste trabalho, as modificações atuais são completamente opostas ao modo tradicional de
agir da Igreja. Os cortes e acréscimos atuais são sensivelmente
favorecedores da heresia.
A diminuição das genuflexões, sobretudo logo após a
Consagração, a supressão das orações do Ofertório, a mutilação do Cânon Romano, a introdução de novas Preces Eucarísticas, a equiparação da liturgia da Palavra com a liturgia eucarística, a maneira de celebrar “versus populum” e todo o conjunto das modificações da nova liturgia demonstram que não fora
acréscimos no sentido de enriquecer e explicitar mais o mistério
161
eucarístico, nem de evitar quaisquer interpretações heréticas,
nem de nos robustecer mais na fé, mas, ao contrário, tornaramnos inexplícitos e ambíguos, fazendo assim que a Missa perdesse a identidade de sacrifício da Igreja Católica. Assim se
compreende que os protestantes, que negam os dogmas eucarísticos e detestam a Missa tradicional, agora dizem poder celebrar a sua “ceia” com os textos da Missa Nova. Assim se compreende também a reação dos verdadeiros fiéis católicos a essas novidades. Favorecer a heresia não pode ser matéria de
obediência. Querer impor aos católicos um novo “Ordo Missae”
sob a desculpa de que jamais a Igreja falha, pois foi promessa
de Jesus, é no mínimo esquecer a visão que o Papa Leão XIII
teve, quando o Maligno compareceu diante de Deus pedindo a
Igreja por um século a fim de destruí-la; em resposta a está
ameaça o Papa instituiu o exorcismo universal, que consistia na
rezar de três Ave Maria, uma Salve Rainha, de uma oração proclamando a Sempre Virgem Maria como Mãe de Deus, o exorcismo de São Miguel e uma jaculatória ao Sagrado Coração de
Jesus, recitadas pelo padre e os fiéis depois do último Evangelho. Não que a Igreja falhou, mas foi colocada a prova, pela
permissão divina, tanto é verdade que, depois do Papa Leão
XIII, quando se perguntava há vários de seus sucessores, se
queria que fosse proclamado no século XX um Concílio eles
respondiam: De maneira alguma, este século foi entregue ao
Maligno.
A posição de uma grande parte da Igreja que ainda resiste ao assédio demonstra que ela não falhou mesmo para
aqueles que são coagidos pela autoridade superior a rezar o
“Novo Ordo”, mas não o aceita de consciência. Nunca devemos
partir do principio de que a Igreja é infalível nas suas leis litúrgicas gerais. Ora, existem razões, tanto de ordem doutrinária
quanto histórica, para se por em dúvida que as leis litúrgicas
universais impliquem sempre e necessariamente a infalibilidade
da Igreja.
162
Na teologia das últimas décadas vem-se tornando cada
vez mais clara que as disposições gerais nesta matéria envolvem a autoridade da Igreja em vários graus variáveis, segundo
a medida em que a Santa Sé ou a sagrada Hierarquia tenha
empenhado, em cada caso concreto, a sua autoridade. (Sobre
este assunto, leia-se o folheto: A infalibilidade das leis eclesiásticas, de A. V. Xavier da Silveira, 1971).
Igualmente, acrescentamos: O argumento prova demais.
Com efeito, a mesma Igreja que agora é apresentada como
impondo o novo “Ordo Missae”, antes do II Concílio do Vaticano
editou normas litúrgicas discordantes do novo “Ordo”, e as impôs a toda a Igreja. E de fato foram aplicadas em toda Igreja.
Alguns exemplos:
1.º) Pio V, ao condenar o Sínodo de Pistóia, proscreveu a introdução do vernáculo na Liturgia, com coisa falsa, temerária, perturbadora da ordem prescrita na celebração dos Mistérios, facilmente causadora de muitos males (Prop. 66 – Denz. – Sch.
2666). O novo “Ordo” introduz o vernáculo. Perguntaríamos:
qual das duas Igrejas falhou: a anterior ao II Concílio do Vaticano, ou a posterior?
2.º) Não se diga que, mudadas as condições, o que era inconveniente passou a ser aconselhável. Com efeito, há exemplo de
mudança semelhante, onde não há, em absoluto, lugar à explicação de uma subseqüente conveniência. De fato, o Concílio de
Trento excomunga os que condenam o rito que manda dizer em
voz baixa as palavras da Consagração (Ses. 22, cn. 9 – Denz. –
Sch. 1759). O novo “Ordo”, ao contrario, afirma que as palavras
da Consagração, por sua própria natureza, devem ser ditas em
voz clara e audível (Rubrica n.º 91). Perguntamos, qual das
duas Igrejas errou, a de Trento ou a do novo “Ordo”?
E aqui notemos que, ao declarar que “por sua própria
natureza” está a dizer que sempre, em toda parte e em todo o
tempo, essas palavras devem ser pronunciadas desse modo ao
celebrar-se a Santa Missa. O que acaba por caracterizar uma
farsa tal afirmação.
163
A maneira de celebrar a Consagração em voz baixa remonta o tempo dos Apóstolos. Portanto, o que é exigido pela
própria natureza transcende o tempo e o espaço. O argumento,
portanto, prova demais, ou seja, não prova nada. Ou melhor, dá
ocasião a que se veja a possibilidade de se retirar algum erro
ou engano numa determinação litúrgica, ainda que imposta a
toda a Igreja (cfr. A infalibilidade das Leis eclesiásticas, p. 2021). Esta observação explica a frase do Papa Inocêncio III que
ele não poderia ser julgado pela Igreja, a não ser pelo pecado
que cometesse em matéria de fé (cfr. Billot Trat. “De Ecclesia
Cristi”, tom I, PP. 618-619, 1909).
Contudo a aceitação do novo “Ordo” não foi pacifica
como poderiam afirmar alguns. Pois o mesmo despertou
estranheza precisamente porque inovava num sentido oposto ao da Tradição. Tão logo promulgado, o novo “Ordo”
suscitou dúvidas, perplexidades, problemas de consciência e reações, da parte de Cardeais, sacerdotes, teólogos
e leigos. Assim, os Cardeais Ottaviani e Bacci escreveram
em carta a Paulo VI (05-10-69): “A parte melhor do Clero
passa, nestes momentos, por uma torturante crise de
consciência, da qual possuímos testemunhos inumeráveis
e quotidianos”. Um grupo de teólogos e outro de canonistas, em artigo bem sólidos na revista “Pensée Catholique”,
n.° 122 de 1969, PP. 1-47, evidenciam o distanciamento
do novo “Ordo com relação ao Dogma católico, tão bem
expresso no Ordo tradicional. E os canonistas respondem
a uma consulta suscitada por dúvidas surgidas quando da
promulgação do novo “Ordo”. A revista francesa “Itinéraires”, editada em Paris (4, rue Garancière), em vários números, especialmente 146 de 1970, apresenta artigos e
testemunhos sobre o assunto. O escritor Frances Louis
Salleron publicou em “Nouvelles Édition Latines”, Paris,
1970, o livro La nouvelle Misse – uma crítica serena e fundamentada do novo “Ordo”.
164
Veja-se também “Catolicismo”, n.° 242, fevereiro de
1971: “Sobre a nova Missa: Repercussões que o publico
brasileiro ainda não conhece”. É significativa a reação do
Episcopado inglês que pediu à Santa Sé para continuar a
usar o Missal Romano, codificado por São Pio V, como
notificaram os jornais na ocasião, por exemplo o jornal
brasileiro “O Globo”, em sua edição de 17-7-71.
O argumento da aceitação do novo “Ordo” valeria
se ela significasse a adesão ao que ele envolve, não somente enquanto rejeita o que há no antigo, mas também
enquanto prescreve as novas idéias que os seus ritos indicam. Ora, nenhuma das duas conseqüências consta com
certeza. A aceitação envolve apenas um ato de subordinação ao supremo Hierarca, subordinação que só se entende à luz da afirmação várias vezes repetida de que o
novo “Ordo” não modificou essencialmente o rito da Missa.
Em outras palavras: Não estava, acaso, Paulo VI preocupado em acalmar os temores dos fiéis que não aceitariam
uma Nova Missa na essência diferente da antiga? Para
tanto, era preciso convencê-los de que, apesar das aparências, na realidade a Missa não era nova. Era a mesma
de sempre, com leves retoques. O que na verdade não
passam de um terrível engano proposital, tais afirmações.
Mostramos que os retoques, de fato, afetaram essencialmente o Sacrifício da Missa. Tanto assim que os protestantes, que não admitem o Sacrifício da Missa, aceitam as
preces do novo “Ordo” para a celebração de sua ceia comemorativa da Ceia do Senhor.
Diante desta realidade fica a situação desagradável,
quando não se tem o conhecimento do ensino da Igreja.
Obedecer ou não as ordens do superior, este caso do Papa e dos Bispos que o impõem, recusando-o, parece pecar por desobediência.
165
Recordemos primeiramente o ensino da Igreja sobre a
obediência.
“Ela é uma virtude sobrenatural, moral que inclina nossa vontade a submeter-se à vontade de Deus ou à de um superior, considerado como intermediário da vontade divina”.
Como todas as virtudes morais, a obediência, para
ser virtuosa, deve ser governada pela prudência. Enquanto que as virtudes teologais não podem ser transgredidas
senão por defeito, as virtudes morais podem ser transgredidas por defeito ou por excesso. Daí o provérbio bem conhecido: “Virtos in medio”. A virtude está num justo meio.
Este justo meio é indicado pela prudência sobrenatural. Já
que a obediência nos inclina a submeter a nossa vontade
a um Superior, enquanto este é representante da vontade
divina; que é preciso para que haja obediência? É preciso
uma ordem. Mas uma ordem que venha de um Superior
legítimo que ordene dentro do campo onde pode exercer
sua autoridade. Este direito de mandar vem de Deus: “Tu
não terias nenhum poder sobre Mim, se não fosse dado do
alto” (Jo. 19,11).
Nestas condições, se aquele que manda ultrapassa
o âmbito de seu direito, seu poder nesse ponto não vem
do alto; não existe ordem propriamente dita, mas abuso de
poder. Todo inferior está obrigado a obedecer a seu Superior em tudo aquilo em que lhe está submisso, quer dizer,
em tudo aquilo em que o Superior tem direito sobre ele.
Obediência incondicional e em tudo só se deve a Deus. A
obediência cega não exclui a responsabilidade dos comandados, e estes terão que prestar contas a Deus. Recusando o novo “Ordo Missae” promulgado pelo Papa e
imposto pelos Bispos, não se esta desobedecendo, lembramos apenas, respeitosamente, os contornos que a Revelação impõe às autoridades na Igreja”.
166
O que se percebe, é que na teoria existe uma fachada de
unidade. Mas, na pratica, um cisma de proporções nunca
vivido até os dias de hoje, a rejeição da Revelação que
emana do Magistério perene da Igreja, a Tradição, esta
conduzindo grande número de fiéis a perda da verdadeira
fé, mergulhando nas heresias. Só permanecendo-se fiel a
Tradição, não se pode cair na heresia nem no cisma. É na
novidade que há perigo de cisma ou de heresia, como se
vê ao nosso redor. Para caracterizar-se um cisma é necessário que haja, por um lado, rejeição da autoridade
pontifícia legitimamente constituída,ou recusa de submissão aos preceitos e julgamento da Igreja, por outro, rejeição de comunhão com os membros da Igreja. Reconhecemos a autoridade do Papa sobre a Igreja Católica e sobre cada um dos fiéis. A recusa de obediência a um ato do
Papa, de si, não envolveria cisma. Mas, no presente caso,
não se trata nem sequer de desobediência. É justamente
por obediência à Tradição e ao Magistério perene da Igreja, que se recusa o novo “Ordo”. Esta “resistência” àquilo
que seria uma vontade do Papa nada tem a ver com desobediência. Assim, o Cardeal Caraffa, opondo-se energicamente à vontade do Papa Sisto V que queria publicar
uma versão defeituosa da Bíblia, não fez cisma. Como
também não fez cisma São Bruno de Segni opondose a
Pascoal II na questão das investiduras. Nem são acusados de provocar cisma Guido de Vienne, São Hogo de
Grenoble e São Godofredo de Armiens pelo fato de ameaçarem romper com Pascoal II, caso ele não confirmasse
as decisões sinodais contrárias aos decretos arrancados
pelo Imperador ao Papa.
167
Outrossim, um rompimento formal com os costumes fundados em Tradição Apostólica, sobretudo em matéria de
culto, envolve cisma. Por isso, o grande teólogo Suarez
não teme afirmar que poderia ser considerado cismático o
Papa que “quisesse subverter todas as cerimônias eclesiásticas fundadas em Tradição Apostólica” (De Caritate,
disp. XII, sect. I. n.° 2, PP. 733-734). Ora, uma liturgia heretizante e tendente à dessacralização não tem base alguma na Tradição; pelo contrário, constitui uma ruptura
formal e violenta de todas as regras que até hoje orientaram o culto católico.
A carta que se segue testemunha esta realidade:
168
Carta dirigida ao Papa Paulo VI
Carta dirigida ao Papa Paulo VI pelos Exmos.
Cardeais Ottaviani e Bacci, datada de 5 de outubro de
1969, e que acompanhava o texto do “Breve exame
Critico do novo Ordo Missae”:
“Beatíssimo Padre”
Após examinar e fazer examinar o Nov “Ordo Missae”, preparado pelos peritos do “Consilium ad exsequendam Constitutionem
de Sacra Liturgia” depois de uma longa reflexão e prece, sentimos o dever, diante de Deus e de Vossa Santidade, de exprimir
as seguintes considerações:
1ª) Como demonstra suficientemente o mais breve exame crítico da obra citada – efetuado por teólogos, liturgistas e pastores
de almas – o novo “Ordo Missae”, no referente aos elementos
novos, susceptíveis de interpretações diversas, que aparecem
supostas ou implícitas, representa, tanto em seu conjunto como
em pontos particulares, um afastamento impressionante da teologia católica da Santa Missa, tal como foi formulada, na sessão
XXII do Concílio Tridentino, o qual, fixando de um modo definitivo os “cânones” do rito, erigiu uma barreira intransponível contra qualquer tentativa de atacar a integridade do Mistério.
2ª) As razões pastorais aduzidas para sustentar esta ruptura
gravíssima – ainda que não tenha, em nenhum caso, valor, em
face às razões doutrinárias – não parecem, de nenhum modo,
suficientes. O que se apresenta como novo no “novus Ordo
Missae” é, além disso, matéria referente a verdades perenes,
enunciadas de um modo disperso ou diminuído, quando, realmente, se consegue encontrar.
169
3ª) Estas considerações convertem em certeza a dúvida – que
já se encontra em numerosos ambientes – de que a verdade,
sempre crida pelo povo cristão, pode mudar ou desviar-se, sem
infidelidade ao sagrado depósito da doutrina, ao qual a fé católica está vinculada, na eternidade. As recentes reformas demonstraram, à sociedade, que as novas transformações na liturgia só conduzem a uma total desorientação dos fiéis, que já
apresentam sinais de indiferença e de diminuição da fé. a parte
melhor do clero passa, neste momento, por uma torturante crise
de consciência, da qual possuímos testemunhos inumeráveis e
quotidianos.
4ª) Estamos seguros de que estas considerações, as quais poderão também provir dos pastores do rebanho, encontrarão um
eco no coração paterno de Vossa Santidade, sempre profundamente solícito, em face das necessidades espirituais dos filhos da Igreja. Sempre se admitiu que, quando uma lei se mostra nociva, tem-se o direito e até o dever de pedir, com filial confiança ao legislador, a ab-rogação da própria lei. Suplicamos,
insistentemente, a Vossa Santidade – neste momento de tão
dolorosa dilaceração e sempre maior perigo para a pureza da fé
e a unidade de Igreja, expresso repetidamente pela voz do Pai
comum – não afastar a possibilidade de se continuar utilizando
o Missal romano de São Pio V, o qual Vossa Santidade louvou
tão insistentemente, e que todo o mundo católico venera e ama.
Ass. Cardeal Ottaviani /
CardealBacci.
170
Tudo é fruto de uma reviravolta dentro do clero da
própria Igreja. Que ingenuamente se deixou conduzir por
uma falsa obediência, não conseguindo enxergar o engano em que estavam sendo induzidos. Tudo fica bem mais
claro pelas palavras do Historiador Católico Roberto de
Mattei que traz as observações do Cardeal Alfons Martia
Strickler sobre a secularização da Igreja.
Ao problema do novo rito veio rapidamente juntar-se o
problema da nova praxe litúrgica. Em tese o Novus Ordo de
Paulo VI estabeleceu um complexo de normas e de orações
que regulavam a celebração do Santo Sacrifício da Missa, em
substituição ao antigo rito romano; na realidade, a práxis litúrgica revelou a existência de um novo rito proteiforme. Com efeito,
no decurso da reforma, foi progressivamente introduzida toda
uma serie de novidades e de variantes, muitas das quais não
tinham sido previstas nem pelo Concílio nem pela própria constituição Missale Romanum, de Paulo VI. O quid novum não apenas na substituição da língua do culto – o latim – pela língua
vernácula; residiu também no fato de o altar passar a ser concebido como uma “mesa”, afim de sublinhar o aspecto de banquete, em vez de sacrifício; na substituição da celebratio versus
Deum pela celebratio versus populum, com o conseqüente abandono das celebrações voltadas para Oriente, ou seja, para o
Cristo, simbolizado pelo sol nascente; na ausência de silêncio e
de recolhimento durante as cerimônias e nas teatralidade das
celebrações muitas vezes acompanhadas por cantos nadas
sacros, como sacerdote freqüentemente reduzido ao papel de
“presidente da Assembléia” na hipertrofia da liturgia da palavra,
em detrimento da liturgia eucarística; o sinal da paz, que substitui as genuflexões do sacerdote e dos fieis, com o símbolo da
passagem da dimensão vertical à dimensão horizontal da ação
litúrgica, na comunhão recebida em pé, e depois na mão;...
171
Lembremos do disse o Roca, comunhão pé e na mão
...no caso das mulheres ao altar, na concelebração com tendência para a “coletivação” do rito; e, sobretudo, na alteração e
substituição das orações do ofertório e do cânone. Em particular, a eliminação da palavra Misterium fidei da forma eucarística
pode ser considerada,como observou o Cardeal Alfons Maria
Strickler, o símbolo da desmistificação, e por isso da humanização, do núcleo central da Santa Missa. O fio condutor dessas
inovações pode ser expresso na tese segundo a qual, se queremos tornar a fé Cristo acessível ao homem de hoje temos de
viver e de apresentar esta fé no quadro do pensamento e da
mentalidade hodierno, Assim, a liturgia tradicional levaria a afastar o de Deus devido à sua incapacidade de se adaptar à
mentalidade contemporânea, sendo, portanto, culpada da perca
de Deus por parte de nossa sociedade. A reforma litúrgica propunha-se, pois, adaptar o rito sem pôr em causa a essência do
sacramento, a fim de tornar possível às comunidades cristãs a
“participação no sagrado” que não podia ser obtida através dos
módulos da liturgia tradicional. A idéia dominante da reforma
litúrgica foi a da “participação ativa” dos que, como sublinhava
Giles Routhier, “entrou no Vaticano II através das constituições
sobre a liturgia, antes de invadir, por assim dizer, a totalidade
dos documentos conciliares”. Através do princípio da participação actuosa, toda a comunidade se torna sujeito e portador da
ação litúrgica, na perspectiva de uma radical secularização da
liturgia. A expressão “participação ativa” aparentemente tão
modesta, quando plena e consciente é reveladora de um pano
de fundo inesperado, observa o Padre Angelus Häussling, sublinhando a relação entre participatio actuosa da reforma litúrgica
e aquilo a que a escola de Rahner chamou a virada antropológica (Anthropolegische Wende) da teologia. Que não é tanto o
sacerdote in persona Cristi, ou seja, o próprio Deus é a comunidade dos fieis in persona hominis, representando as exigências
daquele mundo moderno que um discípulo de Rahner classifica
como “santo e santificado na sua profundidade, ou seja, santo
de forma anônima”.
172
O resultado da reforma litúrgica “na sua realização completa
não foi uma reanimação, mas uma devastação”, escreveu o
Cardeal Ratzinger,*(28) para quem “a crise eclesial em que hoje
nos encontramos resulta em grande parte do desmoronamento
da liturgia”.*(29)
Aqui se cumpre as visões de Dom Bosco para a
barca de São Pedro, a Santa Igreja, avariada por francos
atiradores com uma tripulação amotinada, inimigos que se
infiltram dentro dela na tentativa de leva-la a pique, em
meio ao fumo de Satanás que a envolve, sendo percebido
por Paulo VI. Como veremos por suas próprias palavras
angustiadas.
Reconhecimento do Papa
O Papa Paulo VI desabafa diante do que se passava a
Igreja. Em dezembro de 1968, num discurso que fez história o Papa proferiu palavras impressionantes:
“A Igreja atravessa hoje um momento de inquietação Há que
exercite a autoridade até quase à demolição. É uma espécie de
revolução interna aguda e complexa de que ninguém estava à
esperar depois do Concílio [...] A Igreja é ferida por aqueles que
fazem parte dela.”*(30)
Em 29 de julho de 1972 novamente Paulo VI faz referência à situação da Igreja, em uma homilia na festa de São
Pedro e São Paulo, que com clareza afirmou:
*(28) J. Ratzinger, La mia vita; record, cit. Pp. 110 – 113.
*(29)O Concílio Vaticano II, Roberto de Mattei cit. pp 48 – 486.
*(30) Paulo VI, discurso no Seminário Lombardo de Roma, em 7 de
dezembro
1968, in insegnamenti, vol. VI(1968), pp. 1188 – 1189.
173
“Tem-se a sensação de que a fumaça de Satanás entrou dentro
do Templo de Deus por alguma fissura. Encontramos dúvidas,
incertezas, problemáticas, inquietações, insatisfações e confrontos. Já não se confia na Igreja [...] A dúvida entrou nas nossas consciências e entrou pelas janelas que deviam estar abertas à luz. [...] Este estado de incerteza também domina dentro
da Igreja; julgava-se que depois do Concílio, viriam um dia de
sol para a história da Igreja, mas veio um dia de nuvens, de
tempestade, de escuridão, de busca, de incerteza.” *(31) Estas
palavras refletem a opinião do Cardeal Journet ao ser questionado por Paulo VI a cerca da situação da Igreja no dia 18 de
janeiro de 1967. Ao qual respondeu sem vacilar: “Trágica”. *(32).
A partir de 23 de Julho de 1968, abriram-se os olhos dos
católicos, por uma graça divina, em todo mundo e começaram os movimentos em prol do restabelecimento do antigo Ordo Missae.
A partir daquela data começaram a multiplicar-se os apelos de
fieis de todas as nacionalidades, que solicitavam o restabelecimento, ou pelo menos a “par conditio” da Missa tradicional. Recorde-se, entre outros, um memorando de 1971, em que mais
de cem personalidades de todo mundo pediram a Santa Sé
“que reconsiderasse, com a máxima gravidade, a tremenda
responsabilidade com que ficaria perante a história do espírito
humano pelo fato de não consentir em deixar viver perpetuamente a Missa tradicional.
*(31) Paulo VI, Homilia no IX aniversário da coroação, 29 julho 1972, in Insegnamenti, vol. X (1972). pp. 707 – 709
*(32) Cf entrevista de Gianni Valente ao Cardeal George Cottier in 30 Giorni, 4
(2008).
174
Na carta apostólica Ecclesia Dei, de 2 de julho de 1988,
João Paulo II pediu aos bispos e a todos quantos desempenham na Igreja o ministério pastoral que “garantissem o respeito
pelas justas aspirações” de todos os fieis católicos “que sentem
vinculados a alguma anterior forma litúrgica e disciplinares da
tradição latina”. Em 2007, com o motu próprio Summorum Pontificum, o Cardeal Ratzinger, então já Papa Bento XVI, afim de
satisfazer “as justas aspirações” dos fieis do rito tradicional antigo e de promover uma reconciliação interna da Igreja” restitui o
pleno direito de cidadania ao Rito Romano antigo, que nunca
tinha sido abolido, mas que, de fato, tinha estado “interdito” durante quarenta anos.*(33)
De propósito, deixei para o final desta publicação
este testemunho. Diante de tudo que foi exposto, se alguém suscitar dúvidas das fontes em que fundamenta minhas exposições, transcrevo um testemunho insuspeito de
um Cardeal brasileiro, que foi um dos conciliares que, viveu intensamente o espírito do Concílio. Dom Hélder Câmara:
Em 18 de novembro de 1965, teve lugar a oitava sessão
publica, que o Cardeal Lercaro classificou como “a mais bela e
entusiasta sessão de todo o Concílio”. O Padre Lubac abriu a
proposição de concelebrantes com o Santo Padre, e Dom Hélder Câmara teve a impressão de ver, na pessoa do Jesuíta
francês, nada menos que Teilhard de Chardin; escrevia Hélder
Câmara na sua periódica carta conciliar. “Garanto-vos que se
Teilhard de Cardin ainda estivesse neste mundo – na China, ou
EUA, ou em qualquer outro local de exílio – o Papa João XXIII
tê-lo-ia convocado como perito e ontem ele teria concelebrado
com Paulo VI”.*(34)
*(33) O Concílio Vaticano II, Roberto de Mattei pp. 471-472-473-484487.
*(34) O Concílio Vaticano II, Roberto de Mattei pp. 431 - 432.
175
Lembrando que Teilhard de Chardin morreu misteriosamente em 1955, de quem Lubac era discípulo e da
mesma congregação a que pertencia Chardin, “Jeusitas”,
levando para o Concílio juntamente com os seus colegas,
toda doutrina treilhardiana
Capítulo VI
O Mistério da Impiedade
Poderíamos perguntar: O que estaria por traz desta situação? Qual
foi a causa que desencadeou esta
verdadeira Demolição? Para responder estes questionamentos deveremos voltar ao pontificado do
Para Pio XII. Como já dissemos, foi
com Pio XII que fizeram a reforma
dos livros Litúrgicos. Esta comissão mesmo fazendo as reformas
em absoluto sigilo, não conseguia
esconder as reais intenções de muitos membros desta
comissão, tendo como membros, Dom Montini e o Padre
Bugnini. Intenções esta, expressa nas palavras do próprio
Pio XII:
“Estão a minha volta os inovadores disfarçar a Capela Sagrada,
destruir a chama universal da Igreja, rejeitar os seus ornamentos, obter o remorso pelo seu passado histórico. Pois bem, tenho a convicção de que a Igreja de Pedro deve apropriar-se do
seu passado, ou cavará a sua própria tumba.
176
Virá um dia em que o mundo civilizado renegará o seu Deus,
em que a Igreja duvidará como Pedro duvidou. Será tentada a
crer que o homem se tornou Deus, que seu Filho não passa de
um símbolo, uma filosofia como tantas outras e, nas igrejas, os
cristãos procurarão, em vão, a lâmpada vermelha onde Deus o
espera, como a pecadora que gritou diante do túmulo: “onde o
colocaram?”*(35)
Pio XII percebia o quanto estas idéias progressistas
eram nocivas para a Santa Igreja, e traça um perfil dos
acontecimentos para um futuro próximo caso não se abonem essas idéias. Mas infelizmente a obstinação pela novidade e a sedução dos que estão a serviço da impiedade,
acabaram por convencer dois membros desta mesma comissão a cometerem um grave ato de desobediência se
filiando na maçonaria, estando sob excomunhão quem
assim procedesse. Assim fizeram Mons. Bugnini, Teilhard
de Chardin, e muitos outros. Com Angelo Roncalli e Giovanni Montini que iniciaram juntos na maçonaria, como
revelou Carlos Vasquez Rangel:
O Grande Comendador do Supremo Conselho da Maçonaria do
México, Carlos Vasquez Rangel, revelou que <<Angelo Roncalli
fora iniciado na Maçonaria em Paris>>. De fato <<estava em
Paris quando os não-inciados Angelo Roncalli e Giovanni Montini que foram iniciados, no mesmo dia, nos augustos mistérios
da fraternidade>>.*(36)
*(35) Do livro de Mons. Roche. “Pie XII devant I historie”, 1989.
*(36) Paulo VI o Papa que Mudou a Igreja, p. 35.
177
O resultado deste ato de desobediência e rebeldia
às normas estabelecidas pela Igreja, que sempre quis prevenir seus filhos dos males que os ronda, foi à infiltração
dos inimigos dentro da Casa de Deus a fim de destruí-La
de dentro para fora a partir de um Concílio Ecumênico,
como previu o maçom Cônego Roca, que pregou a revolução e a reforma da Igreja e sua subversão que seria ocasionada por um Concílio. As conseqüências decorrentes
das idéias progressistas de Montini foi o seu afastamento
da Secretaria de Estado por Pio XII, por colaborar secretamente com o serviço secreto russo lhes fornecendo os
nomes dos padres, que davam assistência as pessoas
perseguidas pelo regime comunista e de outros países
comunistas, em 29 de novembro de 1954 (“doc. Pont.”, 1954,
p. 640). Quem foi Angelo Roncalli? Nada mais do que o
Papa João XXIII que convoco o Concílio Ecumênico Vaticano II. E Giovanni Montini? O Papa Paulo VI, continuador
do mesmo Concílio. Ou seja, dois maçons que permitiu
que os inimigos da Santa Igreja a demolisse e sobre seus
alicerces e construísse outra, com uma nova missa, nova
doutrina, nova filosofia, nova liturgia, uma nova mística
que destrona Deus verdadeiro de seu Trono e coloca o
Homem em seu lugar para ser adorado como deus, etc.,
acolhendo todas essas heresias condenadas no passado,
e utilizando toda estrutura da verdadeira Igreja para que
ninguém percebesse, e se levantasse contra. Silenciando
os bons, e exaltando os maus. Cavaram realmente a tumba para enterrar a Igreja e com ela o Seu Fundador. Como
já demonstramos tudo se tornou símbolo, cumprindo o que
previu Pio XII. Chegou às minhas mãos um trabalho de
Dom. Luigi Villa publicado pela revista italiana Cheisa viva,
sobre o Papa Paulo VI, e que pela sua capital importância
histórica e documental, que vem de encontro à temática
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sobre o Mistério da Impiedade e a Demolição da Igreja,
que resolvi transcrever os pontos que julguei mais importante como testemunho desta realidade, diante dos acontecimentos pós-conciliares para nossos dias atuais. Poucos são os comentário sobre esta publicação, deixemos
que ela fale por se mesma; e que cada um tire suas próprias conclusões, entregando a Deus, o Juiz Supremo e
conhecedor de toda a verdade, para que julgue os responsáveis pela demolição de sua Santa Igreja.
O Papa Paulo VI foi dois: aquele que foi visto nas audiências gerais e privadas, e o que foi descrito em livros e jornais
do seu tempo, sobretudo como iniciador, com João XXIII, e depois continuador até à conclusão do Vaticano II. Nós, todavia,
ousamos dizer que Paulo VI foi um Papa que mudou a Igreja.
Até o Avvenire de 19 Março de 1999 o escreveu, sob o título "A
Cátedra de Paulo VI. Ruini traça o perfil do Papa que mudou a
Igreja". Assim, até o Cardeal Ruini reconheceu que Paulo VI
mudou a Igreja. Mas nós permitimo-nos afirmar que o Cardeal
Ruini se calou, ao não dizer que Paulo VI, na sua eleição a Pontífice, tinha jurado “não diminuir ou mudar nada de quanto tinham conservado os meus honradíssimos antecessores e não
aceitar qualquer novidade, mas conservar e venerar com fervor,
como verdadeiro seu discípulo e sucessor, com todas as minhas forças e com todo o empenho, aquilo que foi transmitido”.
Então, porquê mentiu o Cardeal Ruini, como se não
soubesse a viragem que tinha feito o per juro Paulo VI em toda
a estrutura da Igreja? Mas, que mais se esperava de todas aquelas tramas e manipulações pós-conciliares, tais como mudar, ab imis, toda a Igreja da Tradição, e quem podia suspeitar
que Paulo VI pudesse encontrar tantos artífices como lugarestenente para deixar a Igreja em ruínas? Impossível, agora, listar
todos aqueles estragos por ele feitos, e os que ele encobriu ou
encorajou, ou tolerou, ou desenvolveu, como o niilismo, o paganismo moral, o divórcio, o aborto, a secularização, a pornografia, o temporalismo político, o comunismo... Assim, o abandono
da religiosidade da vida, devido à perda dos valores cristãos,
conduziu o mundo Católico a tal estado de degradação que até
esqueceu qual era a vida da Igreja anteriormente ao infausto
Vaticano I! E assim chegamos, mesmo nós, como Lutero, a
rasgar a "túnica inconsútil", sem costura, de Nosso Senhor Jesus Cristo, a verdadeira e única Cabeça do Seu Corpo Místico,
a Igreja.
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180
Um estudo realizado pelo historiador Richard P.
Mcbrien na página 379 com o título OS PAPAS; Os Pontífices: de São Pedro a João Paulo II; traz uma nota que
esclarece bem a intenção Papa Angelo Roncalli “João
XXIII”:
...em italiano ele (João XXIII) próprio nos deu, o propósito do
Concílio era o “aggiornamento”, atualização da Igreja. A metáfora que ele empregou foi a da janela fechada que, de repente, é
escancarada “para deixar entrar um pouco de ar fresco”. Não
nascemos para ser “curadores de museu”, disse ele, “mas
para cultivar um florescente jardim de vida”.
João XXIII considera “museu” toda riqueza doutrinal
da tradição da Igreja em seus dois mil anos com a Sagr da
Escritura em seu Evangelho, que procedem do próprio
Deus, nos deixada por Nosso Senhor Jesus Cristo e ensinada por seus Apóstolos, as quais a Igreja é depositária.
Depois da morte de Roncalli colocaram
em seu lugar, nada mais, nada menos,
do que seu colega maçom Montini que
adotou o nome de Paulo VI, para dar
continuidade ao processo de demolição
da Igreja rompendo com o seu passado,
a tradição, não obstante ter jurado solenemente não romper com a tradição.
Transcrevo o juramento de Paulo VI:
“Eu prometo: - Não diminuir ou mudar nada de quanto se encontra conservado pelos meus probíssimos antecessores e não
aceitar qualquer novidade, mas conservar venerar com fervor,
como seu verdadeiro discípulo e sucessor, com todas as minhas forças e empenho, o que me foi transmitido; corrigir quanto surja em contradição com a disciplina canônica, e guardar
Cânones e a Constituição Apostólica dos nossos Pontífices,
como mandamentos divinos e celestes, ciente de que deverei
render estrita razão, diante do juízo divino, de tudo aquilo que
professo; eu que ocupo o teu posto por divina designação e
exerço como Teu Vigário, assistido pela Tua intercessão. Se
pretendesse agir diversamente, ou permitir que outro o faça. Tu
não me serás propicio no tremendo dia do juízo divino.
Por isso, submetemos ao rigoroso interdito do anátema se alguém, ou nós
mesmos, ou outro, tenha a presunção de
introduzir qualquer novidade em oposição à Tradição Evangélica, ou à integridade da Fé e da Religião, tentando alterar algumas coisas da integridade da
nossa Fé, ou consentindo quem pretendesse fazê-lo com atrevimento sacrílego.*(37)
Esqueceu logo Montini este juramento. No dia 13 de novembro de 1964
Paulo VI depões definitivamente a
Tiara papal, com a qual foi coroado
em 30 de junho de 1963, pelo Cardeal Ottaviani que impõe
a Paulo VI a Tiara Pontifícia, oferecida pelos fieis milaneses.
*(37) Liber Diurnus Romanorum Pontificum, pp. 54 o 44, P.L. 1 a 5.
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Símbolo dos três poderes do Papa dando continuidade a
tradição da própria Igreja através dos tempos. Para justificar sua atitude perante a Igreja, ele vendeu a Tiara Pontifícia e deu o dinheiro aos pobres*(38).
Lembra-nos a reinvidicação de Judas Iscariotes, diante do ato de amor de Maria Madalena, protestando pelo
desperdício do perfume; e a resposta do Senhor:
“Pobre sempre tereis com vocês, mas a mim nem sempre tereis”. O que conta a intenção com que se realiza um ato, a intenção é clara; romper com a tradição quebrando a promessa
de manter a tradição, destronando o papado, esta atitude o põe
na posição de Ante-Papa e traidor da Santa Igreja, como sempre quis os inimigos, que em sua homenagem ergueram uma
estatua em uma pequena praça detrás do Santuário da Beata
Virgem Coroada, no Sacro Monte de Varese Itália, recaindo
sobre Montini três graves acusações, que constituem as bases
das reformas instituídas pelo Concílio Ecumênico Vaticano II.
Como vemos nestas fotos publicadas pela revista Chiesa Viva;
Ano XLI Nº 441 *** Setembro 2011:
WWW.chiesaviva.com
*(38) OS PAPAS; Os Pontífices: de São Pedro a João Paulo II, p. 498.
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O monumento maçônico a Paulo VI no Sacro Monte de
Varese
Não podemos ignorar esta publicação, pois durante seu
pontificado, Montini usou paramentos peculiares não pertencentes aos paramentos da Igreja, o Ephod Judeu, como está registrado para história, fotos que não deixam
dúvidas.
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Não só o Ephod, mas, outros símbolos contrários a doutrina e a Fé Católica, como denuncia a revista Chiesa viva:
Para quem desconhece o que é esta peça chamada Ephod, é a
representação das doze tribos de Israel, ela consta de uma placa de metal retangular, com doze outras dispostas em três filas
de quatro retângulos menores; cada um representa cada tribo
de Jacó, e que era amarrada sobre o peito do sacerdote. Que
depois de Nosso Senhor Jesus Cristo é usado para negar sua
Divindade, e Paulo VI foi fotografado varias vezes usando este
ornamento.
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Em cima: A praceta detrás do Santuário da Beata Virgem Coroada,
No Sacro Monte de Varese. onde foi colocado o monumento a Paulo
VI. Notado pela estranheza de ter. entre as quatro ovelhas a seus pés,
uma ovelha com cinco patas.
Ao lado: O monumento maçônico a
Paulo VI que, além da estátua colocada sobre uma coluna que tem
como pedestal 5 "'estranhos' degraus irregulares, apresenta muitos
símbolos maçônicos que identificam os emblemas heráldicos do
16°, 17º, 18° graus da Maçonaria
de Rito Escocês Antigo e Aceite.
Para melhor compreender, desdobramos os textos e fotos.
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() monumento é inaugurado em 24 de Maio de 1986. na presença do Ministro dos Estrangeiros, (Giulio Andreotti e benzido
pelo Card. Agostino Casaroli, Secretário de Estado do Vaticano.
O inspirador foi Mons. Pasquake ÍYlacchi, Secretário particular
de Paulo VI e Ar-cipreste de Sacro Monte O que ligava estes
três ilustres personagens. Macchi, Casaroli e Andreotti, era seguramente a sua amizade e proximidade a Paulo VI, mas também a sua pertença à Maçonaria! Pois se o Santuário é dedicado à Beata Virgem Coroada, baluarte da defesa do Catolicismo
contra a heresia do protestantismo e monumento à vitória contra estas heresias, a idéia central do monumento a Paulo VI é a
declaração da vitória da Maçonaria contra o Catolicismo, e a
glorificação desta vitória é apresentada com a coroação do homem e mação Paulo VI com a "mitra" de Akhenaton, o faraó
herético. Deus, Pontífice e Rei do Egipto da 18a Dinastia faraônica, que mudou a religião do Egipto! Como detalhado nas páginas seguintes, além da "mitra'' de Akhenaton. a Maçonaria
colocou no peito de Paulo VI um pendente que o declara "Pontífice Judeu"!
"Ch/esa viva" *** Setembro 2011
Fora de metáfora, a idéia unitária do monumento
maçónico a Paulo VI no Sacro Monte de Varese, a
triplica acusação da sua "Traição" a CRISTO, à
IGREJA e à História dos povos Cristãos a saber:
Ia TRAIÇÃO
18° grau "Cavaleiro Rosa-Cruz". A traição
a Nosso Senhor Jesus Cristo, com a intenção de cancelar o "Sacrifício de Cristo
na Cruz com a sua Nova Missa", abolindo
o "Sacrifício" e a "Presença Real".
2a TRAIÇÃO
17° grau "Cavaleiro do Oriente e do Ocidente". A traição à Igreja, invadindo- a
com Prelados mações, para a poder reformar e pôr ao serviço do Homem, do
Governo Mundial e do Judaísmo.
3a TRAIÇÃO
16° grau "Príncipe de Jerusalém". A traição a todos os povos Católicos, com o seu
"Ecumenismo maçônico" e a sua "República Universal maçônica", formada por Estados multi-étnicos e inter-reli-giosos.
191
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Paulo VI usou o Ephod, símbolo da negação da Divindade
de Jesus Cristo, muitos anos.
A esquerda: O Sumo Sacerdote
do Sinédrio. Caifâs, que ostenta
o Ephod no peito.
Eis algumas das fotografias
que testemunham esta incrível
escolha de Paulo VI.
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AS CRUZES TEMPLARIAS NO PALIO DE PAULO
VI
Peritos em simbologia maçônica fizeram exames e concluíram que a
Cruz Templária assume os seguintes significados:
1. Culto do Falo («A Cruz Templária revela a idéia mãe da Cabala:
é o sinal da quádrupla geração que produze os 4 mundos... é o Fa lo,
a força geradora que abre todos os tesouros da natureza»);
2. Culto do Homem («A Cruz Templária exprime, na unidade dos triângulos convergentes ao centro, os significados de espiritualidade
divina e da sua imanência no homem»);
3. Culto de Lúcifer («A Cruz Templária oculta o Tetragrama Sagrado
Judaico com as letras do Nome Divino JHWH» - isto é, do Deuscabalístico Lúcifer —n.r.) Estes três cultos são os três principais animadores das três séries dos 11 graus da Maçonaria R. E. Ã. A para
obter a corrupção do corpo, da alma c do espírito mação.O mação
Gorei Porciatti, perito em simbologia maçônica. no seu livro "Gradi
Scozzesi", atribui à Cruz Templária um outro significado interessante:
«Enquanto a Cruz Latina corresponde ao cubo, símbolo da Terra sobre o plano subjacente, a Cruz Templária corresponde ao desenvolvimento da pirâmide, símbolo do Fogo Universal sobre o plano sobrejacente. De fato, se cortarmos os cantos de uma pirâmide de base quadrada, abrindo-a, obtém-se uma Cruz Teutónica. Pela sua característica de simbolizar o "vértice" e o "fogo" que se sobrepõe á Terra, a "pirâmide" foi adaptada como símbolo da satânica Ordem dos
Iluminados da Baviera, a qual de fato é o vértice de todas as Obediências maçônicas. Para ilustrar este conceito, bastaria recordar a "pirâmide" que aparece na nota de banco de l dólar e todos os significados
relativos aos Iluminados da Baviera. Mas os Iluminados têm ate outro
símbolo: o archote, representado em tantas pinturas, quadros, estampas da época revolucionária francesa, que aparece na estátua da
Praça da Bastilha, em Paris, e que está na moeda de 10 francos...
Na parte anterior do Palio de Paulo VI aparecem Cruzes Templárias
de cor preta, das quais uma tem sobreposta um "archotc" que a atravessa em diagonal.
195
196
Todo isto são representações que glorificam o "espírito" e o
"gênio" da Revolução Francesa, isto é, a Ordem dos Iluminados, que foi a verdadeira alma e o verdadeiro motor dessa Revolução, que levou à oferta do "archote" ao homem, para o libertar de Deus e das cadeias da Sua Lei. O "archote", além
disso, aparece também em Bafomete, o deus panteísta da Maçonaria.
Ao lado ampliação da parte
alta e anterior do Palio de
Paulo VI.
As cruzes são Cruzes Templárias, sendo a superior
encimada
por
um
a"archote".". Vemos abaixo
Papa Francisco também
usando três cruzes templárias com os “archote”.
2 A Cruz Templária, no peito de Paulo VI indica a Religião agnóstica- macônica com os seus três cultos maçônicos, para uso
dos mações;
3. A Cruz Templária, entendida como Pirâmide, indica a Doutrina Mas. na simbologia maçônica. quando um símbolo é colocado sobre outro, significa que o símbolo que está por cima
"transcende" o que está debaixo, isto é. "supera", "ultrapassa",
"está fora e acima da realidade subjacente"! Ora. se ordenarmos toda esta simbologia, no sentido hierárquico maçônico no
campo espiritual, obtém-se a seguinte sucessão: A Cruz Latina
no peito de Paulo VI indica a Religião católica, para uso dos
profanos: Ateia Comunista dos Iluminados da Baviera;
Infelizmente nos dias atuais deparamos o atual Papa usando também os mesmo símbolo maçônico. Vemos
abaixo no pálio de Papa Francisco, três cruzes templárias
com os “archotes”.
4. O archote sobre a Cruz Teutónica indica o Pontífice Supremo
da Maçonaria Universal, ou "Patriarca do Mundo". A blasfema e
satânica Tríplice Trindade Maçônica. Cuja Terceira Trindade é
formada por Lúcifer, o Imperador do Mundo e o Patriarca do
Mundo. Esta realidade é de tal modo assustadora e no limite do
incrível que se poderia rejeitar instintivamente na sua totalidade,
não fora o aviso da Senhora de La Salette, quando disse: «Roma perderá a Fé e tornar-se-á a sede do Anti-Cristo!» Ou pior
ainda quando, em Fátima, a Senhora afirma: «Satanás conseguirá introduzir-se no topo da Igreja»!
Foto postada pelo
Pelo Movimento
Sacerdotal Mariano
www.facebook.com/
pages/MovimentoSacerdotal-MarianoBrasil/
353075988075302?fr
ef=photo no dia
23/08/2014
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Eleição de Paulo VI, suas Ligações e Atitudes
Emblema Heráldico do grau 30:
Cavaleiro Kadosch, da Maçonaria
de Rito Escocês
Antigo e Aceite.
«O mação deste
grau entrega-se à
guerra
aberta
contra Deus! Todavia, é avisado
que
ninguém
atinge este grau
sem ter sacrificado ao objeto do
seu "Culto". Depois de se ter ajoelhado e abaixado a sua insígnia diante da imagem de Lúcifer, o "Bafomete, oferece-lhe o
sacrifício de incenso perfumado; dirigindo-lhe, depois, esta reza:
«Ó Sapiência onipotente, objeto da nossa adoração; és tu que
invocamos neste momento. Causa suprema do Universo, Razão eterna, Lume do espírito, Lei do coração, quão augusto e
sacro é o teu sublime culto! O cúmulo do ódio satânico contra
Deus é bem expresso no gesto simbólico do Cavaleiro Kadosh:
aponta o punhal contra o céu, cantando o seu cântico e terminando repetindo a sua invocação a Lúcifer: "Deus Santo, Vingador!" e o seu desafio a Deus: "Vingança, Adonai"» (Mcurin,
Franco-maçonaria, sinagoga de Satã, Siena, 1895, pp. 361366).
l6. Não se pode ignorar, além
disso, que a eleição ao Papado do Card. Montini foi devida
à intervenção da Alta Maçonaria Judaica da B'nai B'rith.
Documento escrito pelo Príncipe Scotersco, primo-irmão
do Príncipe Borg-hese, Presidente do
Conclave que elegeu Montini
a Supremo Pontífice, contém
a seguinte informação sobre o
Conclave de 21 de Junho de
1963:
“Durante o Conclave saiu um Cardeal da Capela Sistina, para
se encontrar com representantes da B'nai B'rith e anunciou-lhes
a eleição do Cardeal Siri. Responderam dizendo que as perseguições contra a Igreja seriam imediatamente retomadas. Regressando ao Conclave, fez eleger Montini”!
A Beata estigmatizada Ana Caterina Emmerich tinha já visto e
descrito esta auto-destruição da Igreja nas suas visões (cf. especialmente a p. 148, Março de 1820 e a p. 180; 22 de Outubro
de 1822, p. 187). O Vaticano II era composto também por liberais e modernistas que. Toda via, dissimulavam a sua pertença
ideológica à Maçonaria. Por exemplo, o maçom Card. Liénnart
que, provocando a rejeição da discussão dos esquemas preparados pelo Santo Ofício, queridos por João XXIII, transformou o
Vaticano II numa Torre de Babel de tipo maçônico.
"Chiesa viva" *** Setembro 2011 pp. 53-54
199
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Aqui chegados, a hipótese da invasão maçônica do Vaticano já não é uma simples hipótese, mas uma realidade que
lança luz sobre o Modernismo de Paulo VI, sobre o seu deixar
andar a demolição da Igreja, sob o seu encarniça-mento na
destruição dos Estados Católicos, sobre a sua abertura ao Leste e o seu comportamento ideológico, ainda antes do seu discurso à ONU um dos mais altos lugares da Maçonaria. Recordemos a sua falta de oposição ao projeto do seu amigo Mons.
Etchegaray, Presidente da Conferência Episcopal Francesa e
Bispo de Marselha, quando quis dotar o Santuário de Nossa
Senhora da Guarda com uma capela para os budistas e outra
para os muçulmanos. Esta era uma intenção tipicamente maçônica! Tudo isto explica os altares voltados para o povo, a Comunhão na mão, o fim da Missa Tradicional, os Catecismos
heréticos para corromper a Fé, etc., que nos fazem lembrar a
advertência da Senhora de La Salette: “Roma perderá a Fé e tornar-se-á a sede do Anti- Cristo”; e a da Senhora em Fátima quando disse: “Satanás conseguirá introduzir-se até ao cimo da Igreja”!
Neste ponto, já ninguém se pode espantar com a veracidade da
"Lista Pecorelli", que contém 121 nomes de altos Prelados inscritos na Maçonaria. Note-se que pelo menos os principais e
mais chegados e poderosos, eram colaboradores de Paulo VI.
Capa da revista “O P” de 12 de setembro de 1978, que
publica a “Lista Precorrelli”, contendo 121 nomes de
altos Prelados, muitíssimos dos quais ligados ao Card.
Agostinho Casaroli e ao próprio Paulo VI.
O Card. Avelar Brandão,
que recebe dos mações o t í t u l o
d e “ G r a n d e Benfeitor”, com
Antonio Carlos Portela. Venerável
da Loja “Liberdade” e com o Grão
Mestre Florival Ferreira.
201
202
Personagens que aparecem na Revista “ O P ”
de 12.09.1978, sob o
título“ Lagran loggia
vaticana”.
Paulo VI com o Card. Benelli e o Card. Villot. O mação
Card. Jean Villot, cujos
pais eram ambos mações
da Loja Rosa-Cruz, foi
Secretário de Estado de
Paulo VI, e de João Paulo
I e de João Paulo II até a
morte, em 9 de Março de
1979.
203
1° JVIons. Pasquale Macchi
Foi seu secretário pessoal de 1967 a 1978, mas seu próximo desde
1954. Pois bem. também o seu nome está incluído na ''Lista Pecorelli", com os "dados": inscrição: 23/4/1958: matrícula: 5463/2; nome
de código: MAPA.
2° Cardeal Jean Villot
Foi muitos anos Secretário de Estado de Paulo VI, a seguir do Papa
João Paulo I e, depois, de João Paulo II até à sua morte (em
9.3.1979). O General G. Leconte, dos "Serviços Secretos franceses e
o oficial Masmay, afirmaram explicitamente que o Card. Villot era
mação, e que "os seus pais eram ambos inações da Loja Rosa-Cruz"!
Eis os seus "dados": inscrição: 6/8/1966; matrícula: 041/3; nome de
código: JEANN1.
3° Cardeal Agostino Casaroli
Em 20 de Outubro de 1985, o Card. Casaroli, por ocasião das celebrações do 40° aniversário da ONU, fez, na Igreja de São Patrício
de Nova Iorque, "uma homília de grande fôlego", cujo conteúdo
"atesta que a concordância entre a Igreja e a Maçonaria podia ser
considerada, de facto, adquirida".
O Ven. Ernicncgildo Bcnedetti, já "Grande Orador" do "Grande Oriente
de Itália'", talando dos "irmãos" ao semanário "Oggi", em 17 de Junho de 1981, declarou: “Dizia-se de Mons. Bettazzi, de Mons. Casaroli (...). Fique bem claro: não eram falatórios de corredor; eram "informações reservadas" que nós trocávamos, nós, os do vértice da
Maçonaria Italiana”. Que o Card. Casaroli fosse "inação", admitiu-o
também o Papa João Paulo II. De facto, em 15 de Outubro de 1984,
veio ver-me um Arcebispo, colaborador chegado do Papa, com o
seu secretário. Disse-me ter dado a ler ao Pontífice o meu artigo
"A nova Concordata" (Chiesa Viva, n° 145), no qual o primeiro indicado era exactamen-te o Card. Casaroli. Pois bem. o Arcebispo
disse-me que. depois de ter notado ao Papa que o artigo evidenciava a presença do Card. Casaroli na lista maçónica, JoãoPaulo II,
batendo três vezes o punho na mesa. exclamou: “Já sei!,.. Já
sei!... Já sei!,..” Os seus "dados" são: inscrição: 28/9/1969; matrícula: 41/076; nome de código: CASA.
4° - Cardeal Ugo Poletti
Foi Vigário de Roma e, nessa qualidade, representante de Paulo VI no
Governo da Diocese de Roma. Os seus "dados" são: inscrição:
17/2/1969; matrícula: 43 179: nome de código: UPO.
"Chiesa viva" Setembro 2011
204
5° - Cardeal Sebastiano Baggio
Foi Prefeito da "Congregação dos Bispos" e, deste modo, propunha a nomeação dos novos Bispos, não obstante a acusação
pendente de pertencer à seita maçónica, pelo que podia inundar
as dioceses de todo o mundo com inscritos nas Lojas ou com
filomações! Os seus "dados" são: inscrição: 14/8/1957; matrícula: 85/2640 nome de código: SEBA.
O mação Card. Joseph Suenens, ligado a Paulo VI por particular amizade, foi demitido da
Sé cardinalícia de Bruxelas
quando Dom Luigi Villa entregou
ao Santo Ofício os documentos
provando a sua pertença à maçonaria, da sua convivência com
uma mulher e da existência do
seu filho Paulo.
6° - Cardeal Joseph Suenens
Foi um dos grandes eleitores
de Paulo VI. Suenens participou numa espécie de "préconclave", reunidos na Vila de Grattaferrata de Umberto Ortolani, e famoso membro da Loja P2 de Licio Gelli! O Hon.
Andreotti, no seu livro “A ogni. morte di Papa", falando daquela reunião refere que um dos interventores lhe disse que "já
estava conseguida a maioria canônica!" Depois da sua eleição, Paulo VI nomeou Suenens "Moderador" do Concilio".
Os seus "dados" são: inscrição: 15/6 1967: matrícula: 21/64;
nome de código: IESU.
205
Paulo VI confiou a Mons. Bugnini a
Reforma Litúrgica que retorce e liturgia
do passado e inflige danos irreparável
à Fé Católica Bugnini foi afastado
para o Teerão (Irão), como Pro-núncio
depois que um Cardeal mostrou a
Paulo VI os documentos da sua pertença a Maçonaria
7° - Bispo Annibale Bugnini
Foi afastado por João XXIII do Ateneu Pontifício onde ensinava,
mas Paulo VI chamou-o para lhe confiar a Reforma Litúrgica, nomeando-o, primeiro, Secretário do "Concilium ad exequendam Constitlltionem de Sacra Liturgia", e, depois, S
cretário da Congregação para o Culto Divino. No entanto,
quando um Cardeal apresentou a Paulo VI a "prova" da pertença de Mons. Bugnini à Maçonaria, Paulo VI foi obrigado a
afastá-lo de Roma, enviando-o como "pró- Núncio" para Teerão (Irão). Os seus "dados" são: inscrição: 23/4/63; matrícula:
1365/75; nome de código: BUAN.
206
O mação Card. Achille
Liénart com o grau 30° da Maçonaria R.E.A.A., foi o artífice da viragem maçônica no Concilio Vaticano
II No leito de morte, exclamou:
«Humanamente falando, a Igreja
está perdida!».
O mação Card. Franz Küenig almoçando com Paulo VI
8° - Cardeal Franz Koenig
Foi Arcebispo de Viena. Teve dois processos civis, sendo em
ambos reconhecida a sua pertença à Maçonaria. No jornal Católico "DRM" aparece um processo contra o professor Católico e
escritor alemão E.K., o qual provou a filiação na Loja maçônica
do Cardeal Köenig. Também o histórico membro da Maçonaria,
Prof. Aldo Mola, indicou Köenig como pertencente à Maçonaria.
É bom lembrar que, no Concilio, foi o Card. Köenig que recomendou aos Padres Conciliares "tomar, finalmente, em consideração a idéia (de cunho maçônico) de Teilhard de Chardin sobre
o evolucionismo!"
9° - Cardeal Achille Liénart
Figura como "mação" em várias listas, como em "In-troibo"
de Julho de 1976 e no semanário italiano "II Borghese". Foi
iniciado na Maçonaria em Cambrai, em 1912, e em 1924 foi
elevado ao grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceite. O
franco-mação Sr. B. contou que, no tempo em que freqüentava a Loja, encontrava o Card. Liénart! É bem compreensível, então, que aquele Cardeal mação, no leito de morte, tenha
exclamado: «Humanamente falando, a Igreja está perdida!».
207
Emblema do grau 30 da Maçonaria de
Rito Escocês Antigo e Aceite Cavaleiro
Kadosh. O ritual prevê o aniquilamento
da Tiara papa ódio a Deus e a declaração de guerra a Deus. Em
13.11.1964, Paulo VI depõe a Tiara na
presença de 2.000 Bispos.
208
10° - Bispo Paulo Marcinkus
Foi Presidente do instituto de Obras da Religião (JOR) e implicado em obscuras vicissitudes financeiras, em estreitíssima
colaboração com a Máfia e a Maçonaria . Os seus "dados" são:
inscrição: 21/8/1967; matrícula: 43/649; nome de código: MARPA.
O mação Mons. Paulo Marcinkus,
chamado o "gorila", for vários anos
guarda costas de Paulo VI. A seguir torna-se Presidente do IOR,
que usou para branquear dinheiro
da Máfia. No recente livro "Wojtyla
segreto" di G. Galeazzi e F. Pinotti.
Mons. Marcinkus e o Card. Jean
Villot são indiciados como executores materiais do assassínio de
João Paulo I.
Como final, quase a confirmar de modo autorizado a filiação de
Paulo VI na Maçonaria, quero citar o Giornale Massonico Italiano (cf. "Rivista Maçônica n" 5, Julho de 1978. vol. LXÍX-XII, nova série), que publicou um "tributo" a Paulo VI que continha
quanto segue: «Para muita gente, essa (a morte de Paulo VI) é
a morte de um Papa; evento providencialmente raro, mas que
acontece ainda a distância de anos e decênios. Para nós, é a
morte daquele que pôs fim à condenação de Clemente XII e dos
seus sucessores. Pela primeira vez na história da Maçonaria
moderna, o chefe da maior Religião do Ocidente não morre em
hostilidade com os Franco-mações. E pela primeira vez na história, os Franco-mações podem render homenagem à sepultura
de um Papa (Paulo VI) sem ambigüidade nem contradição.
Perante esta dramática situação da Igreja, a surpresa dos fiéis
devese, principalmente, ao fato de ignorarem a existência de
586 documentos eclesiásticos que condenam a "seita satânica" da Maçonaria, emitidos durante 260 anos, desde 1798
até hoje. Ademais, ignoram o "plano maçônico" denunciado
pelo Papa Leão XIII na sua encíclica "Humanum genus", isto
é, que «o supremo objetivo dos franco-mações é este: destruir de cima a baixo toda a ordem religiosa e social, que foi
criada pelo Cristianismo e, baseando-se nos fundamentos e
normas do Naturalismo, refazê-la totalmente».
209
210
Papa Leão XIII
A ABERTURA DE PAULO VI À MAÇONARIA
A Igreja Católica sempre condenou a "seita maçônica". Primeiro
foi o Papa Clemente XII, em 1738. Depois deste, todos os Pontífices renovaram a condenação, as sanções, as admoestações.
Cito as principais encíclicas contra a Maçonaria:
- PROVIDAS de Bento XIV de 18.5.1751;
- ECCLESIAM de Pio VII de 13.9.1821;
- QLIO GRAVIORA, C. A. de Leão XII de 13.3.1825;
- TRADITF de Pio VIII de 24.5.1829;
-QUI PLURlBUS de Pio IX de 9.11.1846;
-QUI BUS QLIANTISQLE de Pio IX de 20.4.1849;
-HUMANUM GENUS de Leão XIII de 20.4.1884;
-PASCENDI de S. Pio X de 8.9.1907.
Bento XIV abençoa a trabalho de Mons, Jouin: "Contra as
seitas inimigas da religião".
Pio XII, em 24 de Julho de 1958, denunciou a Maçonaria como
raiz do ateísmo científico, do materialismo, da dia-léctica, do
nacionalismo, do laicismo.
O Papa João XXIII, em 1960, recordou ao Sínodo Romano:
«Em quanto concerne à seita maçônica, os fiéis devem recordar-se que a pena estipulada no Código de Direito Canônico (cân. 2335) está ainda em vigor. Em 5 de Janeiro de
1954, o Santo Ofício condenou uma obra do Grão mestre da
Maçonaria austríaca. Em 20 de Fevereiro de 1959, a Assembléia Plenária dos Cardeais, Arcebispos e Bispos argentinos,
publicou uma "Declaração" em que recordava a condenação
formal dos Papas Clemente XII e São Pio X.
Mas, depois, veio a nova orientação da Igreja, confirmada pelo
mação Ives Marsaudon num seu livro. Infelizmente, esta "no-
va atitude" da Igreja foi a virada do Vaticano II, guiado por
João XXIII, primeiro, e depois por Paulo VI, o qual adotou
repentinas posições ecumênicas e liberais para com a
Maçonaria.
211
Querendo fazer uma síntese do Pontificado de Paulo VI, poderemos dizer que, "politicamente", era de esquerda; "intelectualmente", era um modernista e que, "religiosamente", era um
mação.De fato, a Fé, no seu Pontificado, foi destruída pelo "ecumenismo", a Evangelização foi substituída pelo "diálogo"; o
Reino de Deus deu lugar ao "Reino do Homem", em nome da
laicidade e dos presumíveis "direitos humanos"; a Moral Católica, enterrando a Fé e a centralidade da Pessoa de Jesus Cristo,
dissolveu-se, sem mais contar com as conseqüências do "pecado original"; e a nova fórmula, definida como "a única legítima", de relações entre a Igreja e o mundo, foi o "diálogo".
Mas esta instituição do "diálogo" foi uma verdadeira condenacão da doutrina e da prática da Igreja através de todos os séculos. A religião divina, por isso, quase desaparece frente à liberdade do homem, que prevalece sobre a Verdade divina, e a
religião Cristã torna-se uma opinião entre outras. O Inferno o
Paraíso, a Graça, a maldição, a piedade, a impiedade, perderam consistência. Esta hetero-praxis de Paulo VI gerou a heterodoxia do Culto do Homem. O seu discurso na IV sessão do
Concilio foi o nascimento do verdadeiro "Culto do Homem". E
este seu amor pelo homem provocará a famigerada "Pastoral
da Igreja no mundo de hoje", tornando-o "centro e cabeça do
mundo", representando-o como coroamento da obra do Vaticano II, que cancela a sentença bíblica: «maldito o homem que
confia no homem, e, pondo a sua força num ser de carne,
retira de Deus o seu coração» (Jeremias 17, 5).
Mas Paulo VI, em 7 de Dezembro de 1965, perante toda a Assembléia Conciliar, pronunciou um discurso no qual proclamou
o "CULTO do HOMEM": «Para conhecer Deus, precisa conhecer-se o homem». «Toda esta riqueza doutrinai do Concilio não alveja senão uma coisa: servir o homem». «Nós,
nós mais do que ninguém, temos o CULTO do HOMEM ».
«A religião do Deus que se fez homem encontrou-se com a
religião (porque é uma!) do homem que se fez Deus»... Em
outra ocasião, em 5 de Julho de 1969, disse: «... O homem
revela-se divino. Revela-se divino não em si, mas no seu
princípio e no seu destino».
212
Sa-tanás: «Vade retro, Satanás, porque está escrito: adorarás o Senhor teu Deus, e a Ele só prestarás culto!» (Mt. 4,
10). Este abandonar Deus para seguir Satanás, caindo, assim,
no Culto do Homem que substitui o Culto de Deus, não é senão
um culto Luciferino que, sob a aparência de "atualização doutrinaria", fez brotar toda a espécie de "heresias", e foi dada aos
teólogos verdadeira imunidade com máxima autonomia. Dir -seia que Paulo VI tinha fobia à ortodoxia, uma aversão ao Magistério Ordinário e àquilo que ensinaram os seus predecessores.
O seu Magistério, de facto, foi uma nova teoria da religião, entendida como "Movimento de Animação Espiritual da Democracia Universal", cheia de quimeras como o Messianismo
Revolucionário de Lamennais, como a Democracia Cristã de
Sangnier, ambos traduzidos no sistema de Jacques Maritain
com o seu "Humanismo Integral". Esquematizemos:
1. A "Humanidade" no lugar da "Igreja"
Leão XIII, na sua "Humanum Genum", escreve: «O gênero h
mano está dividido em dois campos inimigos, que se combatem
por intermédio dos seus, um pela verdade e a virtude, o outro
pelos seus contrários. Um, é a verdadeira Igreja de Cristo... o
outro, é o reino de Satanás». Paulo VI queria um mundo profano, corpo social universal, autônomo no exterior da Igreja. Na sua "Ecclesiam Suam", intencionalmente omite duas
"passagens" de São Paulo aos Co-ríntios: «Que acordo entre
Cristo e Belial? Que acordo entre o templo de Deus e o dos
ídolos?» (II Cor. 6, 14-16). Paulo VI, por sua vez, queria os
homens todos fraternos, numa "comunhão sacra". É o primeiro
artigo do seu novo "Credo humanístico", que pretende uma
"humanidade civilizada". Na sua "Mensagem de Natal de 1964",
disse: «Hoje, a fraternidade impõe-se, a amizade é o princípio de toda a sociedade humana moderna...
213
É preciso que a democracia, a que hoje se chama convivência humana, se abra a uma concessão universal, que
transcenda os limites e os obstáculos de uma efetiva fraternidade». Foi um dos princípios de Paulo VI: o homem é
bom; os homens querem a paz; a forma democrática permite ao
povo impôr-se com a sua vontade pacífica... Pois bem, estamos
em democracia... Isto quer dizer que o povo comanda, que o
poder provém do número, do povo, assim é» (discurso de I
de Janeiro de 1970). Deste modo, a virtude sobrenatural, a graça dos Sacramentos e a obediência aos Mandamentos de
Deus, são substituídos pela "democracia universal", como se
o "pecado original" e o demônio não mais existissem. Por
isso, como chefe da Igreja de Deus, Paulo VI colocou a ONU,
aquela Torre de Babel maçônica, corno esperança da humanidade: «Este aspecto da Organização das Nações Unidas é o
mais belo, é o seu lado humano mais autêntico. É o ideal da
humanidade peregrina no tempo, é a esperança melhor do
mundo, é o reflexo, ousamos dizer, do desígnio transcendente e
amoroso de Deus acerca do progresso do consórcio humano na
Terra, um reflexo onde vislumbramos a mensagem evangélica,
de celeste fazendo-se terrena» (discurso à ONU, em 1965).
Não conhecia Paulo VI o desprezo que esta organização mundial anti-Cristã - ONU, UNESCO, FAO - tem pela Igreja Católica?
2. OS "DIREITOS DO HOMEM" no lugar do "Evangelho"
A "Democracia Universal" sairá da "Carta dos Direitos do Homem", que confunde a "consciência moral" com a força moral
que só dá a Graça Divina, e confunde a solidariedade humana
com a Caridade Cristã, e faz desaparecer a Graça de Cristo
Redentor, os Sacramentos e a Oração. Porque «o bem público... não pode subsistir diferentemente do vosso (ONU), fundado no respeito do Direito da justa liberdade e da dignidade da
pessoa» ("Breve" às Nações Unidas, de 4 de Outubro de 1965).
214
Ora, Paulo VI empenhou-se a fundo naquele naturalismo
cuja base é a atuação dos princípios da Revolução Francesa de 1789.
3. A "DEMOCRACIA UNIVERSAL" em lugar do
"REINO DE DEUS"
É claro que Paulo VI, com as suas quimeras intelectuais terrenas, defraudou o Reino de Deus de todos os seus atributos
divinos, para fazer sonhar com um Paraíso terrestre, construído
com a única força dos homens. Mas a palavra de Deus desmente todas as suas afirmações, uma por uma, mostrando que
não ha paz conseguida pelos homens ímpios, construtores daquela fabulosa Torre de Babel.
Só Cristo dá a paz, mas não do modo como a dá o mundo. Pio
X na sua Carta sobre o Sillon, escreve: «... Não se edificará a
cidade de modo diverso daquele que Deus edificou; não se
edificará a sociedade se a Igreja não edifica a base, não
dirige o trabalho; não, a civilização não se inventa e nova
cidade não se edifica no meio de nuvens. Essa foi, essa é a
Civilização Cristã, a Cidade Católica. Não se trata senão de
instaurá-la e de restaurá-la sem descanso sobre os seus
fundamentos naturais e divinos, contra os ataques sempre
recorrentes da utopia malsã, da revolta e da impiedade: omnia instaurare in Christo».
Mas Paulo VI foi ainda subversivo. A dialética da sua encíclica
"Populorum Progressio", de 26 de Março de 1967, excitou o
ressentimento de todos os povos do Terceiro Mundo, propondo
o seu "desenvolvimento" como primeiro objetivo essencial do
seu esforço. Sobretudo em Bogotá, em Manila, na Austrália,
Paulo VI colocou os pobres contra os ricos, recomendo-lhes
mesmo a solução do Evangelho: o Amor. Mas este "reino do
amor" é uma utopia irrealizável num mundo sem Deus. À
parte os idílicos convites ao amor, a "Populorum Pro-gressio"
soa como o "Mein Kampf' do Anti-Cristo, para realizar um
215
mundo no qual todos os homens, sem distinção nem de raça,
nem de religião, podem viver uma vida plenamente humana. Foi
assim que em Belém, em 6 de Janeiro de 1964, Paulo VI disse:
«devemos assegurar à vida da Igreja um novo modo de
sentir, de querer, de comportar-se».
E, com mais audácia, repete: «A religião dever ser renovada»; e «não é mais o caso de atrair as almas e de interessálas nas "coisas supremas"» (discurso de Dezembro de 1965).
É o ecumenismo do Vaticano II: "Não se trabalha para a Igreja, trabalha-se para a humanidade", pensamento e ação de
verdadeira apostasia! Todos os dogmas, deste modo, são
um verdadeiro obstáculo à compreensão universal, tornamse entraves à fraternidade. Os Sacramentos cessam de ser
nascentes de força e de energia espiritual para todo o empenho
temporal. Os Mandamentos de Deus são rejeitados quando
se tornam freios insuportáveis. A instituição da Igreja, então,
abana porque o seu modo de viver, de pensar, de educar não
pode mais integrar-se no mundo, na comunidade secular como
o fermento na massa. Quer dizer, o humanismo integral sufocou a religião para se transformar em humanismo ateu.
Todos os fiéis, neste momento, podem per guntar corno podia
Paulo VI reclamar-se de Fé Católica, até com firmeza, mas,
depois, dar campo livre a todas as heresias, sem nunca intervir
contra os seus propagadores. Como, por exemplo, Teilhard de
Chardin, que Paulo VI louvou por ter «dado uma explicação
do universo e... saber ler nas coisas um princípio inteligente que deve chamar-se Deus». Este discurso deixa transparecer a afinidade de um vago teilhardismo com a forma mental de
Paulo VI. A sua evolução panteísta, de fato, é uma visão utópica de um progresso mundial e de união de todas as religiões e de todos os homens em direção a um fim comum. A sua
visão, deste modo, é a do homem que sobe por intensificação
de todo o seu esforço. Temos outro exemplo na escandalosa
história do "Catecismo Holandês", traduzido e difundido em
todo o mundo. Foi ele que permitiu que aquele livro venenoso se difundisse em toda a Igreja, sem as correções queridas por Roma, não ousando nunca pronunciar uma palavra de
216
censura, nem tomar alguma providência contra os seus autores;
subitamente, une-se aos admiradores das heresias contidas no
Catecismo. Basta lê-lo para compreender o porquê da aceitação. Naquele catecismo, Deus não aparece, mas apenas o
Homem e o Mundo. Deus é chamado profundidade misteriosa do nosso ser... mas é o Ser Transcendente, soberanamente livre em relação à sua criação. Toda a dissensão, to-
da a contradição, todo o abandono definitivo são excluídos. Deus, por isso, está ao lado do homem, preocupado
com a sua felicidade. Tais relações excluem qualquer idéia de
justiça benéfica, porque Deus perdoa a todos e sempre. O mistério da Redenção é, assim, negado. A religião une-se sem ruptura de continuidade com a vida natural e mundana. Como se
vê, esta linguagem não é diferente da heterodoxia e da hetero-praxis de Paulo VI. Prega a "liberdade de pensamento".
Porque tinha mesmo necessidade dele [Catecismo holandês]
para a sua fantasia e porque era a base doutrinai do seu humanismo progressista. Não sem razão se diz que foi obra de Paulo VI o envenenamento das seguintes gerações de Católicos batizados com aquele novo catecismo, modernistas,
progressistas, eróticas e subversivas.
Inútil continuar com citações que convenceram toda as Autoridades da Igreja que, com Paulo VI, não se podia condenar
ninguém, nem combater algum erro ou acto de indisciplina:
«não constranger ninguém, não impedir nada». Outra figura
vergonhosa, Schillebeckx, desencadeou a ma-fia do "Concilium", que protestou imediatamente contra todo atentado aos
direitos do homem, à liberdade de pesquisa, à autonomia do
teólogo. Uma terceira figura vergonhosa é a de Hans Küng,
que perseverou na sua crítica à instituição da Igreja, sempre
tolerada por Paulo VI. Mas a Igreja, por fim, já estava corroída
na Cabeça! Paulo VI arrastava com mestria o povo Cristão atrás da sua quimera política. A "fé no homem" substituiu a "fé
em Deus". Todos os dias, sob Paulo VI, foram dias de Paixão para a Igreja!
217
Como podia, então, ser Paulo VI Cabeça da Igreja, por cima de
todos os erros, mesmo de toda a culpa, digna de esmagar toda
a heresia com a ajuda de Jesus Redentor e de Maria
Imaculada, Mãe de Deus?
Ora, um Papa que não cumpre a sua missão de Cabeça da
Igreja e de Vigário de Cristo, mas procura formar no mundo
outra "comunidade de salvação", outra "religião universal",
um "Movimento de Animação Espiritual da Democracia Universal", deve considerar-se cismático, porque incapacitado de
distinguir a Igreja, "Corpo Místico de Cristo", de uma "nova
religião humana", "corpo do diabo"!
Todo o Cristão e, com maior razão, todo o Sacerdote, deve estar consciente da Verdade e ter-lhe amor; e, deste modo, depois
do anúncio público do Cardeal Ruini, no Avvenire de 29 de
Março de 1999, dizendo que "Paulo VI mudou a Igreja", deve
sentir-se obrigado a permanecer na "Igreja de antes", a fundada por Jesus Cristo, que não é a "Igreja Conciliar", e considerar, como conseqüência, que o Pontificado de Paulo VI foi
uma "punição de Deus". Lançando às ortigas a "Tiara", o
reinado Papal de Paulo VI manifestou-se como verdadeira e
dramática "punição divina"!
218
Como vimos este Masterplan foi e continua a ser
implantado no mundo a partir do interior da Santa Igreja
por membros filiados a maçonaria ao comunísmo e outras
forças que lutam contra a única Igreja de Nosso Senhor
Jesus Cristo, com o objetivo de neutraliza-la e instrumentaliza-la. Este documento de J. Dominguez «O Masterplan» na integra refere a um documento maçônico intitulado como : ***Permanent Instruction***, um documento
maçônico que delineia todo um plano para infiltrar e corromper a Igreja Católica no século XX de uma sociedade
secreta italiana ***Alta Vendita***. Este documento caiu
nas mãos do Papa Gregório XVI, que foi publicado a ped
do do Bem-aventurado Papa Pio IX pelo Cardeal Crétineau-Joly no seu livro The Roman Chrch and Revolution.
Tendo seu Breve de aprovação, datado de 25 de fevereiro
de 1861 e endereçado ao autor, o Papa Pio IX garantiu a
autencidade da ***Permanent Instruction*** e de outros
documentos maçônicos. Como demonstra o livro do Padre Paul Kramer «O Derradeiro Combate do Demônio» pp.
63 - 73. E os seus executores na cúpula da Igreja, denunciados por Don. Luigui Vila na Revista Chiesaviva de setembro de 2011, foram os responsáveis por sua execução.
Transcrevo um trecho da ***Permanent Instruction***
publicado pelo Padre Paul Kramer. pp. 65 - 66.:
O que se segue não é ***Instrucion*** completa, mas a secção
mais relevante como prova. Lê-se no documento: O papa, qualquer que ele seja, não virá às sociedades secretas; compete às
sociedades secretas dar o primeiro passo em direção a Igreja,
para conquistar a ambos.
219
a tarefa que vamos empreender não é trabalho de um dia , ou
de um mês, ou de um ano; pode durar vários anos, talvez um
século; mas nas nossas fileiras o soldado morre e a luta continua. Não tencionamos atrair os Papas a nossa causa, fazê-los
neófitos de nossos princípios, propagadores das nossas ideias.
Isso seria um sonho ridículo; e se acontecesse que Cardeais ou
prelados, por exemplo, quer por sua livre vontade ou de surpresa, entrasse em parte de nossos segredos, isso não seria de
modo nenhum um incentivo para desejar a sua elevação à Cadeira de Pedro. Essa elevação arruinar-nos-ia. Só a sua ambição levá-nos-ia à apostasia, e necessidades do poder forçá-los-iam a sacrificar-nos.O que devemos desejar, o que devemos
procurar e esperar, tal como os Judeus esperaram pelo Messias, é um papa conforme nossas necessidades(...)
Com isto marcharemos com mais segurança para os assaltos à
Igreja do que com os panfletos dos nossos irmãos em França e
até com o ouro da Inglaterra. Quereis saber a razão? É que
com isto, para despedaçar a grande Rocha em que Deus erigiu
a Sua Igreja, já não precisamos de vinagre anibaliano, ou de
pólvora, ou mesmo das nossa armas. Temos o dedo mínimo do
sucessor de Pedro comprometido nesta empresa, e este dedinho vale tanto, para esta cruzada, como todos os Urbanos II e
de todos os São Bernardos da Cristandade. Não temos dúvidas
de que chegaremos a este fim supremo dos nossos esforços.
Mas quando? Mas como? O desconhecido ainda não foi revelado. Contudo, visto que nada nos ira desviar do plano estabelecido e, pelo contrário, tudo tenderá para ele, como se já amanhã o trabalho que mal foi esboçado fosse coroado de sucesso,
desejamos, nesta Introdução, que se manterá secreta para os
simples iniciados, dar aos dignitários na chefia da Suprema
Vendita alguns conselhos em forma de instrução ou memorando, conselhos esses que eles deverão imbuir em todos os irmãos(...).
220
Na publicação de J. Dominguez, narra que alguém
esqueceu ou deixou em seu consultório um envelope contendo várias instruções, de um plano para demolir a Igreja
que concorda exatamente com as instruções do plano de
demolição de Suprema Vendita. Provavelmente seja um
memorando para instrução dos iniciados dos primeiros
graus da irmandade. Desta forma dá credito a esta publicação, testemunhando as verdades em favor do Masterplan. Com o demonstra a Permanet Instruction:
Ora bem, para assegurarmos um Papa com as características
desejadas, é preciso, em primeiro lugar, modelá-lo (...)[e,] para
esse Papa, uma geração digna do reinado que sonhamos. Ponde em parte os velhos e os de idade madura; dedicai-vos aos
jovens e, sendo possível, até as crianças (...) Conseguiremos
sem grande custo uma reputação de bons Católicos e de puros
patriotas. Esta reputação derá acesso à nossa doutrina entre os
jovens Clerigos, assim como estará profundamente nos mosteiros. Em poucos anos, pela força das coisas, este jovem Clero
terá ascendido a todas as funções; formará o conselho do Sumo Pontífice, será chamado a escolher o novo Pontífice que hàde-reinar. Chama a atenção para este ponto, as revelações
feitas por vários autores, entre eles Don. Luigi Viila, denunciando a presença de membros do clero católico, desde o pontificado de Pio XII, como Mons. Bugnini um dos
membros responsável pelas reformas litúrgicas, pertencente a maçonaria. E só Deus sabe quantos outros Papas
anteriores a Pio XII tiveram seus colaboradores filiados às
escondidas nestas sociedades secretas, a fim de executar
esses intentos. Entre eles encontramos dois, que se tornaram clássicos; O Padre Montini e Angelo Roncalli que se
tornaram Papas, responçaveis diretos pela demolição da
doutrina e da Liturgia tradicional da Santa Igreja, conjuntamente com seus colaboradores diretos todos maçons.
221
De um modo mais profundo Montini que se tornou o Papa
Paulo VII, que levou a cabo esta demolição atravez do
Concílio Vaticano II .
Continuemos:
E este Pontífice, tal como a maioria dos seus contemporâneos,
estará necessariamente mais ou menos imbuídos dos princípios
italianos e humanitários que vamos começar a por em circulação. É um grãozinho de mostarda preta que vamos confiar à
terra; mas o sol da justiça desenvolvê-lo-ao mais alto poder, e
vereis um dia que rica colheta esta sementinha produzirá.
No caminho que estamos a traçar os nossos irmãos, há muito
grandes obstáculos a conquistar, dificuldades de mais do que
um gênero para dominar. Eles triunfarão sobre aqueles pela
experiência e pela clarividência; mas o objetivo é de tal esplendor que é importante abrir todas as velas ao vento para alcançar. Se quereis revolucionar a Itália, procurai o Papa cujo retrato
acabamos de esboçar. Se quereis estabelecer o reino dos escolhidos no trono da prostituta da Babilônia, fazei com que o Clero
marche sob a vossa bandeira, enquanto acredita que está a
marchar sob a bandeira das chaves apostólicas.
Se quereis fazer desaparecer o último vestigio dos tiranos e
opressores, deitai as vossas redes como Simão Bar-jona; deitaias nas sacristias, nos seminários e nos mosteiros em vez de as
deitar no fundo do mar; e, se não vos apressardes, prometemos-vos uma pescaria mais miraculosa que dele. O pescador
de peixes tornou-se pescador de homens; colocareis amigos à
volta da Cadeira de apostólica. Tereis pregado uma revolução
de tiara e de capa, marchando com a cruz e o estandarte; uma
revolução que só precisará de ser um pouco instigada para incendiar os quatro cantos do mundo.
222
O Papa João XXII «Angelo Rocalli» ao convocar o
Concílio Vaticano II teve como lema a frase que ficou famosa pela sua expressão «a janela fechada que de repente se abre para entrar um pouco de ar fresco» o aggiornamento, a atualização da Igreja. E mais ainda acrescenta
ele: «Não nascemos para ser curadores de museu».
O objetivo da maçonaria é fazer em pedaços a Rocha sobre a qual Nosso Senhor Jesus edificou a sua Única Igreja. Destrui-La propriamente dita sabem que é impossível;
mas, demoli-la para construir sobre seus alicerces, uma
outra intrumentalizada. Eles mesmos reconhecem que a
Igreja Católica fundada sobre Pedro e Rocha e seus sucessores é a Única Igreja, edificada por Deus como grifamos na página 220 deste livro. Esta Permanent Instructicion na integra propõe a propagação de noções liberais
em toda sociedade como também dentro das instituições
da Igreja, de tal maneira que; leigos, seminaristas, prelados, todo clero seriam aos longo dos anos, gradualmenteimbuidos de princípios progressistas. A nova mentalidade eventualmente viria a ser tão difundida, que os novos
padres ordenados com estas ideias, seriam os nossos futuros Bispos e Cardeais, estando em armônia com as ideias modernas nos princípios da maçonaria de 1789, que
inspirou a Revolução Francesa; isto é o principio do pluralísmo, a igualdade de todas as religiões, a separação da
Igreja do Estado, a liberdade de expressão sem restrições.
Na Igreja uma Hierarquia liberal que prestaria facilmente
como colaboradora dos ideais maçônicos de uma nova
ordem mundial- com sua falsa «fraternidade» panreligiosa, onde a Igreja abandonaria o sua prerrogativa de
ser a única Igreja de Cristo Jesus, e que fora dEla não há
salvação, cessando a sua oposição às forças do Mundo.
Abandonando o mandamento de Seu fundador, que deu
ordens para que todos os povos se tornassem seus discípulos e pelo Batismo tornassem filhos de Deus, instruídos
nos ensinamentos que por Ele trazido a terra. Por outro
lado o Apóstolo São Paulo é claro, nos advertindo sobre
quem devemos combater diariamente. escrevendo aos
Efésios: (Ef. 6, 11-12)
223
224
11. Revesti-vos da armadura de Deus, para que possais resistir
às ciladas do demônio. 12. Pois não é contra homens de carne
e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as
forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares.
Esta exortação de São Paulo deixa claro onde reside o núcleo de sedução da humanidade contra Deus e
seus mandamentos, e quanto somos enganados por aqueles que estão a serviço daquele que se desviou do Caminho, não querendo servi-LO, Jesus sendo Caminho, Verdade e Vida para todas as suas criaturas, fundou sua Igreja. Assim como foi no princípio, quando Lúcifer não quis
mais servir ao Verbo de Deus, também ocorreu o mesmo,
quando esse mesmo Verbo se fez carne, habitando neste
mundo, a história se repete com um dos seus Apóstolos,
Judas, decidido não mais servis e seus Mestre, O Caminho, Jesus Cristo, comete o mesmo pecado de Lúcifer.
Eis aqui o Mistério da impiedade que se manifesta
em nossos dias, fazendo do século XX o pior século de
toda história da humanidade, um século não de luz, mas
de trevas, onde Satanás conseguiu penetrar no mais alto
escalão da Santa Igreja Católica a fim de demoli-la, e começar a reinar sobre o mundo, usando seus discípulos
disfarçados de filhos da Santa Igreja, como instrumento de
sua demolição. Ao bem da verdade, os procedimentos de
Paulo VI parecem contraditórios. Enquanto lamenta dizendo que a fumaça de Satanás entrou por alguma fresta na
Igreja, no discurso de encerramento exalta o erro antropológico do Homem que quer ser Deus, que encontra finalmente com os filhos do Deus que quis ser Homem, convidando para uma convivência pacífica, e em muitos outros
ditos, percebemos essas contradições. A impressão que
se tem é que houve dois Papas atuando em momentos
diferentes, dentro e depois do Concílio, um anti-papa que
revolucionou, e modificou toda a Santa Igreja. E quem não
concordasse era submetido à chantagem da obediência,
comportamento típico de um estado intimo ante-natural
que impõem sobre os outros. Como foi o caso com vários
Cardeais, entre eles Mons. Leffever mesmo que, consciente dos erros, assinou a promulgação do Concílio por obediência ao Papa. Somente através de uma apurada investigação poderemos entender estas contradições. As aparições de Jesus em Lerida e divulgadas pelo Papa Leão
XIII, como vimos, revela a existência de um Ante-papa no
vaticano e que os seus seguidores foram os responsáveis
pela morte do Papa João Paulo I, suspeita já levantada
por muitos investigadores que dispõe de provas substanciais do envolvimento de Cardeais na sua morte.
Esta realidade a cada ano que passa se torna mais
evidente com o desenrolar dos acontecimentos. Tal como
é o caso de Paulo VI. São fatos históricos que não podemos negar as provas documentais incontestáveis. Mas fica
uma pergunta: Houve realmente um sósia de Paulo VI?
Ou foi uma estratégica dos inimigos da Igreja para confundir a todos? Tudo que se sucedeu ao Concílio, testemunha
que algo muito mais grave e errado aconteceu neste Concílio como acabamos de expor. Permita-me uma brincadeira diante da seriedade dos fatos. Usando a sabedoria dos
simples quando descobre a verdade. “Uai sô! Me venderam piranha disfarçada de tambaqui”. Foi o que fizeram
com nós católicos. Parece delírio o que expomos, mas, é
uma realidade que esta testemunhada por fatos e acontecimentos incontestáveis que falam por se mesmo. O envolvimento de Padres e Bispos, tanto com o marxismo,
maçonaria, espiritismo em suas varias ramificações ou
mesmo com os assim chamados cristãos separados, os
protestantes; tem trazido um enorme prejuízo para toda
Igreja. A paz tão esperada, não aconteceu como se pretendia. O que era reclamado como um pouco de ar fresco
e luz, na verdade foi a fresta por onde entrou trevas espessas que caíram sobre a Santa Igreja envolvendo sua
luz que iluminava o mundo. A era que foi chamada de trevas, na verdade era de luz. E o que hoje é chamada de
era de luz na realidade são tempos de trevas, com a rejeição a Deus verdadeiro Luz do Mundo. E os Homens enganados, são levados a seguir falsos deuses em suas varias formas manifesta sob o TER, PODER E PRAZER. O
ser humano é colocado no ápice do mundo como se fosse
Deus, para ser adorado por se mesmo, armando-lhe um
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226
laço os seus inimigos para condená-lo por toda ternidade,
e assim anular o precioso Sangue de Nosso Senhor Jesus
Cristo derramado pela redenção de cada um. – como nos
disse Nosso Senhor.
“Quem crer será salvo, quem não crê já está condenado”.
Este é o julgamento os homens amaram mais as trevas do
que a Luz”. O que fica bem claro é uma expectativa de um
lado otimista, esperando que o Concílio viesse a resolver
todos os problemas da humanidade fazendo acontecer o
prometido Reino de Deus anunciado por Nosso Senhor; e
depois no pós Concílio descobrir que nada aconteceu, ao
contrario, tudo estava se demolindo na Santa Igreja, mas,
mesmo vendo o fruto mal produzido e denunciado por uma
e outra autoridade da Igreja, e percebendo Paulo VI que
esses erros foram eles mesmos os responsáveis por introduzi-los no interior da Santa Igreja, movido por um profundo arrependimento, é levado fazer estas declarações, reconhecendo que, o que se combatia no passado haviam
se infiltrado no interior da Santa Igreja, contudo sem apontá-los ou combatê-los. O resultado desta omissão por parte da maioria das autoridades eclesiásticas é a revolta do
ser Humano contra seu Criador. Termino aqui mostrando
toda esta realidade cujo, frutos amargos colhemos em
nossos dias e que fora produzidos por uma falta de vigilância por parte daqueles que deveriam zelar pelo rebanho
de Nosso Senhor Jesus Cristo, e acabaram O traindo como fez Judas Iscariotes, ou os outros Apóstolos que fugiram deixando Jesus abandonado nas mãos dos seus inimigos, ou diante de ter que dar testemunho de Nosso Senhor, prefere negá-Lo como fez Pedro. Não fizeram o
mesmo?
Na provação derradeira da Igreja, em que Jesus em seu
Corpo Místico a Santa Igreja, é novamente crucificado?
Quem a defendeu?
Poucos! Com o povo católico enganado em sua boa fé. É
doloroso tomar conhecimento destas verdades. Cabe a
cada um tomar a decisão em ficar do Lado das ovelhas,
ou do lado dos cabritos. Ou do lado de Nosso Senhor Jesus Cristo em sua Santa Igreja fundamentada na tradição
herdada dos Apóstolos e nas Sagradas Escrituras; ou da
nova igreja que diviniza o homem, fundamentada na antropologia que foi edificada sobre as ruínas da verdadeira
Igreja que carrega sua pesada cruz, rumo a seu calvário,
como carregou Seu fundador. A
decisão é de cada um! Quanto às publicações da Revista
Chiesa viva, são provas documentais incontestáveis, que
estão registradas para a história da Igreja Católica. Uma
realidade que explica as atitudes e comportamentos de
tantos prelados, que sem mais nem menos, mudaram seu
ponto de vista tanto quanto na doutrina quanto na moral,
me lembro da resposta quando questionados sobre estas
questões:
“Não existe pecado, o que importa é ser feliz”. E tantas
outras justificações. Só uma degradação dos verdadeiros
valores cristãos explica tais atitudes, fruto de uma corrupção muito bem planejada por pessoas devidamente preparadas para este fim. Não tenho a intenção de difamar
quem quer que seja o objetivo é mostrar a verdade dos
fatos, que por se só testemunham os fatos. Estamos diante de uma realidade que a cada dia se torna mais claras,
com as descobertas de provas que revelam a situação em
que vivemos. Cumprisse diante de nossos olhos todas as
profecias referentes há estes tempos tão difíceis, em que
os valores divinos são simplesmente desprezados, e reivindicados como fim último os valores humanos, esta
inversão acabou destruindo o ser humano em sua verdadeira essência como fruto do Amor de Deus.
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228
Conclusão
A Barca de Pedro foi desviada de seu curso e segue por mares bravios, desgovernada e açoitada por terríveis tempestades, está a deriva, sendo atacada por terríveis piratas rumando para um falso porto cercado de traiçoeiros recifes de corais que a fará em pedaços. Podemos
questionar perguntando! Que falso porto é esse?
Não é difícil identificá-lo. É o porto do Ecumenismo que
esta desviando a Igreja de sua fidelidade a Deus, que tem
como finalidade principal levar a salvação realizada por
Nosso Senhor Jesus Cristo a todos os povos, os batizando
em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, fazendo de
cada ser humano discípulo Seu, ensinando a sua Santa
Doutrina, resplandecendo como luz em meio às trevas do
paganismo com suas falsas doutrinas, com seus falsos
deuses, sem jamais acolher as doutrinas e divindades
destes povos, para não manchar a Sã Doutrina da salvação, desviando do sincretismo religioso o povo resgatado
por alto preço, do Precioso Sangue de Jesus. Mas o que
vemos hoje é o contrario. O resultado de toda essa intromissão foi logo sentida em toda a Igreja, que foi denunciado pelo Mons. Robert Dwyer e o Arcebispo Arrigo:
Em 30 de julho de 1975, Mons. Robert Dwyer, bispo americano,
escrevia a Paulo VI uma carta em que fazia uma descrição impressionante da decadência católica nos Estados Unidos, referindo principalmente a devastação no campo litúrgico. “Não foi
um inimigo que produziu esta devastação; mas sim os próprios
filhos da família”, concluía o prelado. Dois anos depois, em cata
aberta aos bispos italianos, o Arcebispo Arrigo Pintonello, apresentava um quadro análogo da anarquia na Igreja:
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“Um verdadeiro flagelo de Deus, muito mais vasto e destrutivo
que o de Átila, com conseqüências que deviam tirar o sono aos
responsáveis pela vida e pelo governa da Igreja, os quais inexplicavelmente, se calam.” *(39)
A omissão cometida por parte da grande maioria do
clero diante dos acontecimentos no pós concílio, demonstra sua real intenção, demolir a Santa Igreja e construir
outra sobre seus alicerces, na ânsia da novidade das doutrinas modernista, contraria as verdades reveladas. Para
demonstrar esta contradição entre o que fez Nosso Senhor Jesus Cristo, e o que estão fazendo nos dias de hoje.
Levados pelo desejo de escutar novidades desviaram da
verdade, acolhendo as fabulas do paganismo destes povos, alegando como pretexto, injustiças cometidas no passado por pessoas que se esconderam atrás da Igreja para
cometer tais abusos, tais como a escravatura, e outras
discriminações. Não enxergando os graves erros que estão a cometer, igualando essas fábulas à verdade Divina
revelada por Jesus e sempre ensinada pela Igreja na sua
caminhada por quase dois mil anos. Este sincretismo esta
bem expresso no novo evangelho da Teologia da Libertação com a CEBs., exaltando e acolhendo as falsas divindades trazidas para o Brasil pelos povos africanos como
se fosse culto ao Verdadeiro Deus, o que na verdade é
confirmada pelos próprios afro-brasileiros, em seus rituais,
que estão a oferecer não a Deus Verdadeiro seus cultos,
mas, há outras divindades que se manifesta na natureza,
com suas doutrinas reencarnacionistas. Incompatíveis
com a doutrina católica fundamentada nas Sagradas Escrituras e na Tradição recebida dos Apóstolos.
*(39) O Concílio Vaticano II, Roberto de Mattei p. 489.
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“Já há algum tempo, os símbolos afro-brasileiros vêm sendo
demonizados. Nos últimos anos, isso foi intensificado por algumas denominações religiosas. Isso, todavia não impede que o
chamado povo santo continue a falar de Deus a seu jeito. De
um deus presente, vivo e atuante que se manifesta na natureza,
em cada broto que se renova e ao mesmo tempo em cada
pessoa de forma particular, em cada ancestral que retorna.
Deus do canto e da dança. Deus do povo negro que através
da chuva dos poderes veio para ficar”. Pág. 162. *(40)
Esta proposta panteísta, disfarçada de ecumenismo, é acolhida pelos menos desavisados. Como está inserida num livro e oferecida a todo povo brasileiro sob a forma de oração diária com o título de Oficio Divino das Comunidades, publicado pela Editora Paulus, com a apresentação da sétima edição pelo Presidente da Comissão de
Liturgia; o Padre Clemente José Carlos Isnard, OSB; Nova
Friburgo, 21 de outubro de 1993 12º edição. No qual reuni
as orações oficiais da Igreja desde os temos mais antigos,
introduzindo no meio destas orações, preces das mais
variadas religiões pagãs, entre outras encontramos uma
dirigida Lutero, Chico Mendes... e a Buda, deus dos budistas, o igualando a N. S. Jesus Cristo como esta definido
na pag. 652. Nas páginas 90, 91,165, 364, 654 encontrase os salmos adulterados, e, letras cantos e oração dirigida a divindades pagãs do povo africano, tais atitudes levaram a indiferença religiosa, inúmeros batizados, que passaram a praticar um sincretismo religioso, cultuando os
vários deuses desses povos.
A conseqüência mais desastrosa e imediata que
poderemos constatar é a destruição do alicerce onde é
edificada a Igreja de Jesus, com sua pureza doutrinal; que
tem como resumo o Credo Apostólico.
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Onde foi substituída uma palavra que desvia toda profissão de fé para outra igreja, que não foi edificada por Nosso Senhor Jesus Cristo sobre Pedro e seus sucessores,
Credo este; definido pelos seus vários Concílios como a
única Igreja Católica Apostólica sediada em Roma. E é
esta realidade que esta escrita na pag. 655, e que faço
questão de transcrever:
Credo apostólico (ecumênico)
Creio em Deus Pai todo-poderoso.
Criador do céu e da terra;
E em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor;
Que foi concebido pelo poder do Espírito Santo;
Nasceu da Virgem Maria,
padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos.
Foi crucificado, morto e sepultado.
Desceu à mansão dos mortos;
Ressuscitou ao terceiro dia;
Subiu aos céus, esta sentado à direita de Deus Pai
todo poderoso,
donde há de vir julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo,
na Santa Igreja Universal, (que vem substituindo a
Igreja Católica)
na comunhão dos santos,
na remissão dos pecados,
na ressurreição dos corpos,
na vida eterna. Amém.
(voltemos ao Másterplan – Igreja em Cheque Mate).
Compreendemos assim que tudo se cumpriu no terrível
plano para demolir a verdadeira Igreja e edificar outra!
232
Eis ai a falsa igreja, A Igreja Universal, que se edifica e propaga diante de nossos olhos, não obstante, o
Santo Padre Bento XVI o Comandante estar tentando retornas a Barca de Pedro a verdadeira Igreja, para a rota
planejada por seu General, Jesus Cristo, para conduzi-la
rumo ao Porto Seguro; más, depara com uma tribulação
amotinada que não percebe o perigo que estão correndo,
diante de um naufrágio quase iminente.
Transcrevo do “Caderno de Liturgia Nº 14 pag. 17”,
a seguinte citação:
1.2. A renovação litúrgica no Brasil no inicio da
década de 1980. A renovação conciliar recebeu no Brasil uma
das suas concretizações mais explicitas e significativas da Igreja Universal, tanto no nível da reflexão teológica quanto no
nível pastoral (...). Já no que diz respeito à renovação litúrgica,
precisa-se tecer comentários à parte, porque teve uma caminhada bem diferente da TdL e da prática pastoral da CEBs.
Dentro do processo de renovação litúrgica. Importa ressaltar
também o impacto causado pela reforma dos livros litúrgicos, a
começar pela tradução dos primeiros textos... Por isso a Constituição Sacrosanctum Concilium e os passos concretos da
reforma litúrgica pós - conciliar era uma surpresa para muitos,
para a maioria e, talvez, podemos dizer isso, para os católicos
em geral, inclusive padres e bispos. Causava-me estranheza
ouvir os padres repetirem na oração do CREDO Igreja Universal e não “Igreja Católica”.
Tudo lave a crer que foi tremendamente contestado
pelos fieis, o que depois de um determinado tempo deixaram de lado esta tradução em varias dioceses, ficando
impostas nos seminários, e ao povo simples nas comunidades Eclesiais de Base. Na formação de futuros padres,
impondo-lhes novas ideologias a partir do Concilio Vaticano II, diferentes da perene e verdadeira teologia Católica.
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È chegada a hora da grande, inadiável escolha: entre
ser demolidor ou defensor da Igreja. No entanto, se quisermos
ser fiéis a Jesus Cristo que, ao entrar no mundo, nos trouxe
algo que não era deste mundo, não se pode continuar a demolir
a Igreja de ontem para, sobre suas ruínas, edificar e construir,
hoje, outra Igreja. Inverter a Igreja Institucional, voltada para
Deus, para uma Igreja Comunitária, voltada para o homem, é
negar o mistério Divino do caráter redentor do verdadeiro Cristianismo em uma palavra: “Apostasia”, que é a recusa da verdadeira fé. Esta, por sua vez, se resume essencialmente na
aceitação da mensagem e na ação salvífica que Deus realizou
de uma vez por todas em Jesus Cristo e a submissão à via de
salvação fixada por Deus.
A saga do PARAÍSO se repetiu. A proposta de Lúcifer,
aquele que desviou do caminho; “Satanás”, e aceita e acolhida
pelos filhos de Deus, que querem ser deus e dominar pela foice
e martelo toda a humanidade. O fruto proibido do Paraíso, que
representa o “conhecimento” ou gnose; é agora absorvido havidamente, sob o título de “antropologia” em que o homem olha
para dentro de se mesmo, se proclamando livre tornando-se
independente, aclamando a si mesmo como deus e senhor da
história. “Aceitar e seguir estes erros que foram introduzidos na
doutrina da Igreja Católica com a desculpa de viver na unidade,
não significa ser católico, mas um traidor.”
Quanto a questão Paulo VI, transcrevo as palavras do
próprio autor Dom Luigi Villa, para maiores esclarecimentos
nesta matéria: “Chiesa viva” ***Setembro 2011. PP. 41; 83; 94.
“O meu interesse e a minha atividade anti-maçonica começaram devido a um encontro não programado com Padre
Pio, o qual me impôs a missão de dedicar toda a minha vida à
defesa da Igreja de Cristo contra a obra da Maçonaria eclesiástica. Mas foi num encontro posterior que Padre Pio me deu instruções específicas para esta "missão", terminadas com um
abraço e estas palavras: «Coragem, coragem, coragem, porque
a Igreja já está invadida pela Maçonaria... A Maçonaria já chegou às pantufas do Papa!».
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Estava-se na segunda metade de 1963 e o Pontífice era
Paulo VI. Estas últimas palavras de Padre Pio foram a atribuição de uma tarefa e de um objetivo específico. Foi assim que,
após a aprovação inicial desta minha "missão" por Pio XII e sob
a direção do Card. Ottaviani, Prefeito do Santo Ofício, iniciei o
trabalho de indagação e de busca de documentos, o que me
levou a descobrir, posteriormente, que além das pantufas de
Paulo VI, a Maçonaria já tinha chegado também a muitas meias
vermelhas de Bispos e Cardeais da Santa Igreja Romana.”
“A ação principal de demolição da Igreja no Pontificado
de Paulo VI pode definir assim: “demolição do Santo Ofício”
guardião da ortodoxia; ab-rogação do “juramento antmodernista”; escandalosa passividade frente ao cisma holandês; autorização de uma edição italiana do Catecismo dos heréticos holandeses; a visita a Assembléias do Conselho Ecumênico das igrejas; o esfacelamento do tesouro Litúrgico; a luteranização da Missa;as homenagens publicas rendidas a Lutero; a
demolição da vida religiosa e clerical...”
E São Gregório Magno escreve: «É melhor fazer nascer um
escândalo do que abafar a "Verdade"». Até São Tomás d'Aquino afirma: «Quando acontece um perigo para a Fé, os súbditos
têm de apresentá-lo aos seus Prelados, ainda que publicamente». Nosso Senhor Jesus Cristo acrescenta: «Quem não tem
espada, venda o manto e compre uma» (Lc. 22, 37). Recordo
aqui. também, o grito de São Paulo: «Acautelai-vos dos cães»!
(Fil. 3, 2-3). Ora, hoje, de cães rosnadores está cheia a Igreja
do Vaticano II. São João, o predileto de Jesus, escreveu: «Se
alguém vier até vós e não traz este ensinamento, não o recebais em casa nem o saudeis» (2 Jo. 10). Hoje, inversamente, os
servidores da Doutrina de Cristo são não apenas saudados,
mas acolhidos em casa, na Igreja, e são honrados e premiados
com postos de prestígio, se bem que sejam envenenadores de
almas e contestadores de toda a "Verdade" que, no passado, foi
sempre crida.
Por isso, a minha posição foi sempre uma "cruzada", mesmo
pelo direito de reclamar, o direito de poder cumprir o meu dever
de "alter Christus", de proclamar, com exatidão, a "Verdade".
“Ter dito a"Verdade" sobre Paulo VI não foi, decerto, para espezinhar -lhe a memória, já entregue ao juízo da História, mas é
um direito pôr a claro o que lhe diz respeito como homem, como
Cristão, como Sacerdote, como Bispo, como Papa, porque calar-me, ocultar ou negar a discussão, seria uma ofensa à "Verdade", além de ao Direito Canônico e ao Civil. De qualquer modo, o "método" de estudo crítico não proíbe absolutamente o
debate aberto e livre para esclarecer também as tensões, os
choques, os desvios dogmáticos e normativos que houve no
Vaticano II Depois, se o que assina contestou também a inexplicável proposta de "beatificação" do Papa Montini, não é, decerto, caso de começarem os insultos, nem de lançar condenações, quando a razão aconselha, ao invés, apresentar outros
documentos que provem o meu eventual erro de juízo. Porventura, de que serve a "Verdade" com falta de Caridade? São Jerônimo disse: «Por que não deverei denunciar as coisas que os
outros não arriscam fazer?».
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Resta-nos uma coisa a fazer! Rezar pelo Santo Padre,
pelos sacerdotes, que tem uma enorme responsabilidade diante
de Deus. Enfim, por todo o Clero. Que a Sempre Virgem Maria,
Mãe Deus e da Igreja interceda junto a Ele para que ressuscite
o Seu Corpo Místico que se encontram num estado de morte.
Senhores Sacerdotes, Bispos e Padres chegaram os tempos da
grande decisão, a quem vós quereis servir! Ao mundo ou a
Deus?
A decisão e de cada um de vós. A salvação desta pobre
humanidade, com seu retorno para Deus; depende da conversão da grande maioria de vós que compões o Clero Católico.
Que voltem a oferecer um Culto digno voltado para Deus, para
que seja salvo o rebanho de Deus que a vós foi confiado e não
sejam todos condenados, e assim salvareis vossas almas!
Amém.
Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
Sicut erat in principio et nunc et simper
et in saecula saeculorum. Amén.
Laus tibi Domine.
Rex aeternae Gloriae.
Salve,Virgo florens,
Mater illibata
Regina clementiae
Stellis coronata.
Super omnes anjelos
Pura, Imaculata.
Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
Para sempre seja louvado.
Salve Maria!
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Anexo
MASTERPLAN – O PLANO DA SERPENTE...
Alguém 'esqueceu' em meu consultório médico um envelope grande, fechado. Como, passados dois meses, ninguém
veio reclamá-lo, o abri para verificar quem seria seu dono. O
que encontrei foi uma grande surpresa: um Plano Mestre para
destruir a Igreja. Não tinha assinatura nem endereço; apenas
um plano rigoroso para destruir a Igreja de Cristo. Nele se afirma que mais de 1.300 comunistas se fizeram padres católicos,
a fim de minar a Igreja por dentro, de implodi-la desde suas
estranhas. Não sei se isto é verdade, mas não resta dúvida de
que o Masterplan é uma obra-prima de incrível audácia, e se
chegar a funcionar, poderá rachar os alicerces da Igreja Católica. Animei-me a publicá-lo, na esperança de ajudar a abrir os
olhos a muitos padres e bons católicos, antes que seja tarde.
Alerta, amigo! Há gente trabalhando duro contra a sua
Igreja. Abra os olhos! Não durma, que o diabo está mais acordado que nunca. O Masterplan parece algo perfeito. Consta de
três partes: primeira, o plano completo de destruição; Segunda,
como executá-lo, passo a passo e, terceira, quem vai executálo. A essência do Masterplan é incrivelmente simples. Consiste
em implantar o amor e a adoração ao homem e suprimir o amor
e a adoração a Deus. O Masterplan raciocina assim: uma vez
desaparecido o amor a Deus, os homens não mais se amarão e
passarão a se odiar. De maneira que seu objetivo consiste em
reduzir o primeiro mandamento da lei de Deus a apenas isto:
'Amar ao próximo como a si mesmo',suprimindo a primeira parte: 'Amar a Deus sobre todas as coisas, com todo o coração,
com toda a alma e com toda a mente'.
O plano é bem atraente, pois tudo é sugerido em nome
de uma grande causa: o amor ao próximo.
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E com este lema, nada menos que em nome do 'amor', se consegue facilmente a colaboração sincera de bons católicos, de
padres e de bispos, para esta macabra empreitada: acabar com
o amor a Deus, com o amor à fonte de todo amor. Em nome do
amor, se procura suscitar o ódio à essência do amor, que é
Deus. Talvez agora, querido amigo, você tenha se dado conta
da transcendência incalculável desse plano.
Tenho certeza de que, à medida que o irá conhecendo
em detalhes, se aperceberá da sua natureza simplesmente diabólica; que ele conduz à destruição da Igreja de Cristo desde
seu interior; que leva a desalojar Cristo da alma dos cristãos...e,
em definitivo, à destruição do amor ao próximo. Porque o amor
ao próximo não pode subsistir sem a base essencial do amor a
Deus, como o reconhece muito bem o Masterplan. Divulgar as
diabólicas tramas do Masterplan para implodir a Igreja Católica,
e advertir o povo de Deus sobre os perigosos caminhos da modernização da Igreja. É lançar um alerta para a existência da
'maçonaria eclesiástica', para os 'os falsos cristãos e até mesmo
falsos padres', pois 'o diabo esta acordado e tenta se introduzir
no interior da Igreja'. Recomenda a todos que não percam tempo, pois 'o que é diabólico anda rápido', sigam os princípios da
Igreja (TRADIÇÃO) deixados pelo próprio Jesus, estejam ligados ao Papa e mantenham-se unidos entre si'.
O Masterplan é diabólico. Afirma-se que já existem mais de
1300 padres católicos que realmente não são católicos e sim
comunistas ordenados padres. Esses, porém, não seriam os
reais executores do Masterplan.
Seus executores seriam os realmente católicos que se
deixam enganar. Os bons bispos, os bons padres e as realmente boas freiras, que 'se deixam' enganar com o slogan do 'amor
ao próximo'. Você e eu, querido amigo católico, são os que o
Masterplan quer usar para levar a cabo seus intentos. A você e
a mim tentam ludibriar com meias verdades, que são as piores
mentiras, para nos induzir a implantar no mundo o amor ao próximo sem o amor a Deus.
A você e a mim querem usar para substituir Deus pelo homem;
para que se adore o homem e se esqueça Deus; para que se
ame a mulher e se esqueça a Virgem. Tudo com a esperança
que, faltando o amor a Deus, se destruirá o amor ao próximo e
se porá a pique a Igreja de Cristo. Dir-lhe-ão que se pode ser
maçom e católico ao mesmo tempo. Mentira! Não ligue para o
que lhe dizem! Dir-lhe-ão que se pode ser católico e espírita ao
mesmo tempo. Mentira! Estão querendo enganá-lo! Conheço
muitos que já caíram nesta armadilha. Dir-lhe-ão que Cristo é
bom, mas os padres e a Igreja não prestam. Mentira disfarçada!
Trata-se de uma meia verdade, que é a pior das mentiras! Cristo já nos preveniu que os filhos das trevas são mais astutos que
os filhos da luz. Neste momento, muitos filhos da luz 'se deixaram' enganar pelos filhos das trevas. Cuidado, amigo, não se
deixe ludibriar! Mas Cristo nos disse também que permaneceria
com sua Igreja até o fim dos séculos, que as portas do inferno
jamais prevaleceriam contra ela...
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A IGREJA MATER - O CHEQUE-MATE
O Masterplan reconhece que, de todas as Igrejas ditas cristãs, o
bloco mais firme, aquele que dá sustentação a todas, é a Igreja
Católica. Por isso, no dia em que ela desmoronar, as demais
virão abaixo por si mesmas. Para começar essa derrocada,
urge tirar-lhe o nome de 'santa', porque assim está chamando
constantemente atenção sobre Deus, é algo sagrado, e isto não
pode ser. Para fazê-lo não é difícil. Basta alegar que esta palavra dificulta a aproximação dos hereges protestantes. Afirmar
que a Igreja é 'una' e 'santa' ofende aos protestantes, e os católicos não devem insistir nisto. Outra palavra que se precisa suprimir é 'católica', porque está muito arraigada na adoração a
Deus e a Cristo e no culto à Virgem. Para fazê-lo, basta substituir 'católica' por 'universal', que no fim das contas parece
dizer a mesma coisa, com a vantagem de tirar o sabor de sagrado, de adoração a Deus e a Cristo, que conota a palavra
'católico'.
A partir de 1980 - segundo o Masterplan – deveria ser implementada no mundo inteiro a 'Igreja Universal', com todas as
Igrejas Unidas, na qual seriam incluídos também os judeus, os
muçulmanos, os hindus, etc.
O primeiro e único mandamento da 'Igreja Universal' seria 'amar
ao próximo como a si mesmo'. Naturalmente, continuaria existindo um Deus todo bondade; um Deus tão bom, que é incapaz
de castigar; e como é incapaz de castigar, sem demora o mundo o esquecerá, porque um Deus que não infunde respeito,
rapidamente cairá no esquecimento.
Este, naturalmente, era o objetivo final do Masterplan,
porém, muitos anos antes devia-se começar com coisas pequenas, bem simples. E, sendo um plano feito para 25 anos, havia
que se Ter paciência, constância, e sobretudo conseguir a colaboração de bispos, de padres e de bons católicos. Sempre em
nome do 'amor', da 'caridade'. Embora essa palavra 'caridade'
também esteja sobrando, pois enquanto fala em amor ao próximo, sugere o amor a Deus, a Cristo, a Nossa Senhora e aos
Santos Assim que nada de 'caridade', só 'amor'. Será muito fácil
substituir uma palavra pela outra, pois dizem a mesma coisa e,
além disso, 'amor é mais moderna, mais inteligível ao povo e
mais capaz de unir as pessoas. Tudo isto - repito - constitui o
objetivo final do plano. No começo deve-se insistir em coisas
simples, suprimir as 'pouco importantes', semear uma 'piedade'
falsa de compaixão dos não-católicos, aproximar-se deles, abrilhes as portas da Igreja Católica, abolir as coisas 'sem
importância' que os possam ferir. Dessas coisas 'sem importância', dos primeiros 25 anos do plano, vamos falar no capítulo
seguinte. Antes, porém, de passar a ele, peço que não esqueçam a palavra 'piedade'. Segundo o Masterplan,
também essa é supérflua, e deve-se substituí-la por 'compreensão', que expressa o mesmo em relação aos homens, aos irmãos, com a vantagem de não ter nenhuma conotação de união com Deus, com Cristo, com Nossa Senhora.
Será fácil: basta insistir que isto de 'piedade' cheira a beato, a
gente hipócrita, sem caráter; basta dizer que 'piedade' sugere
uma velha que, nada tendo a fazer, vai matar seu tempo na
Igreja.
SEM SINAIS PRESENTES
O passo inicial Masterplan é tirar das pessoas as coisas externas 'sem importância'. Os primeiros anos serão dedicados a
conseguir que elas deixem de usar medalhas, escapulários...
que os padres e as freiras larguem seus hábitos, etc. Todas
essas coisas externas parecem 'sem importância', diz o Masterplan. Na realidade, são testemunhos de vidas que constantemente nos mantêm no ambiente de Deus, de Cristo e da Virgem... e estas são as primeiras coisas que se devem abolir. O
Masterplan propôs-se tirar os hábitos religiosos, justamente por
serem testemunhos de vida de pessoas que se doam a Deus. O
hábito de uma freira na rua era um grito de uma vida inteira devotada ao amor de Deus; era o grito silencioso, porém constante, de que Deus e Cristo continuam existindo no século XX; de
milhares de pessoas dispostas a sacrificar sua 'única' vida por
amor a Cristo. O Masterplan planejou isto muito bem e orgulhase de ter usado nada menos que Concílio Vaticano II para levar
a cabo seu propósito. O plano era começar a dizer que os hábitos são coisas antiquadas; a seguir, difundir a ideia que, trajados a civil, os padres e as freiras podiam introduzir-se e influir
em ambientes nos quais, com o hábito, não poderiam fazê-lo;
em terceiro lugar, insinuar que os hábitos se constituem em
barreira que separa os 'irmãos'(sic) protestantes dos católicos.
O Masterplan teve indiscutivelmente um grande êxito. Já não se
vê em freiras nem padres nas ruas, nem em lugar nenhum. Esta
é a primeira etapa do plano. A parte final é conseguir que não
existam mais padres e freiras.
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O Masterplan espera que as pessoas acabem esquecendo as
figuras do padre e da freira. Não mais os vendo, os jovens irão
ignorar sua existência, a ninguém ocorrerá a possibilidade de se
tornar padre ou freira.
O segundo objetivo do Masterplan é conseguir que os padres
se casem. E eles se casando, será o mesmo que não existirem
padres. Deixará de existir a figura do homem que sacrifica toda
sua vida por Cristo. Qualquer um poderá ser padre, e se é qualquer um é o mesmo que não seja ninguém. Nisto o Masterplan
não teve êxito ainda, mas espera tê-lo antes de 1990.
Mais adiante veremos as pessoas que usaram e continuam
usando o Masterplan. Parece incrível, mas é, sem dúvida, uma
grande audácia: estão usando a você e a mim, querido leitor,
estão usando os bons católicos, os padres, as freiras e os bispos...realmente incrível...usar o bom padre para destruir o sacerdócio...mas veremos isto com detalhes logo adiante.
O plano contra os hábitos inclui também tirar as freiras de seus
conventos. A ideia é a mesma: insinuar que os 'irmãos' da rua
precisam delas, que uma carmelita pode fazer muito mais cuidando dos doentes, dirigindo escolas, etc.
Como podem ver, o plano parece estupendo, cativa até os mais
inteligentes. Quem não se comove diante de um chamado urgente de 'amor ao próximo', de assistir ao que sofre, ao que
chora, ao necessitado, tanto mais sabendo-se que é o próprio
Cristo que sofre e chora quando sofre e chora um 'irmão'?
O Masterplan está obtendo um grande êxito nisto. Muitas clausuras já não são clausuras. Esses monólitos de amor a Deus
estão deixando de existir.
O Masterplan tenta arrasá-los, pois sabe que são fogueiras de
amor a Deus e a Cristo, sabe muito bem que essas almas sepultadas em vida por Cristo são o fogo que aquece toda a cristandade. Ao saírem elas para a rua, desaparecerão essas fortalezas indevassáveis; ao se trajarem como leigas, logo se darão
conta de que se pode assistir ao 'irmão' sem ser freira; inclusive
chegarão à conclusão que se pode 'amar' melhor ao 'irmão' não
sendo freira.
O Plano está funcionando à maravilha. Sua finalidade, já vimos,
é colocar o homem no pedestal de Deus. O homem é Deus.
Deus não existe, e se não existe, que sentido faz adorá-lo, sacrificar a ele uma vida inteira? O que faz sentido é realizar tudo
em favor ao homem, que é o verdadeiro Deus. O Masterplan
reconhece que, enquanto houver conventos de clausura, haverá
castelos invencíveis de amor a Deus, e a destruição deles é
essencial para implantar o primeiro mandamento do 'amor ao
próximo' sem o 'amor a Deus'. Querido padre ou irmã, por favor,
por amor de Deus, volte a colocar outra vez sua batina, seu
hábito! Cada saída que der pela cidade estará gritando o amor
a Deus e ao próximo, cem mil vezes melhor do que com mil
discursos ou com mil 'obras' de caridade; será testemunho vivo
do amor a Cristo, de que Cristo continua realmente existindo na
vida de vocês. Sinta-se ufano de ser o que é, e demonstre isto
ao mundo! Levei meu filho de seis anos a uma escola de freiras
que trajam a civil. Apresentai-o à diretora, e o meu filho lhe perguntou: 'Porque a senhora não se veste de freira? Tem medo
de que as pessoas descubram que é freira?. A diretora ficou
mais vermelha que um tomate, mas nada respondeu. E o meu
filho, dois anos depois, já esqueceu que existem freiras. Para
ele só existem 'professoras'.
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NADA DE EXTERIOR
Como salientamos no capítulo anterior, o primeiro objetivo do
Masterplan é tirar das pessoas as coisas exteriores, alegando
que são 'sem importância', que ferem a sensibilidade dos 'irmãos'(sic!) não-católicos. Já vimos sua ofensiva contra os hábitos religiosos. Mas também existe um plano para conseguir que
as pessoas deixem de usar medalhas, escapulários, terços, etc.
O Masterplan considera tudo isto 'importantíssimo', porque estas coisas aparentemente 'sem importância' são as que mantêm
um ambiente de Cristo, da Virgem, de Deus... e ele precisa destroná-lo do ambiente. Quanto ao escapulário e às medalhas, é
fácil, diz o Masterplan: basta insistir que são coisas de beatos,
coisas externas; coisas 'sem importância' e que, além disso,
ofendem as idéias dos 'irmãos'(sic!) protestantes; portanto, será
melhor deixar de usá-los, e assim os protestantes se aproximarão mais facilmente da Igreja.
Até o presente ano (1972), o plano funcionou. O escapulário foi
trazido por Nossa Senhora em 1261, quando apareceu em Londres a São Simão Stock, prometendo-lhe o máximo que se pode prometer. Prometeu livrar do inferno a todos que morressem
com o escapulário. Mais do que isto não é possível prometer.
Garante o Céu a quem morrer com sua vestimenta, com o escapulário. É algo incompreensível, coisas de mãe, mimos de
amor. Mas é certo. A Virgem prometeu sem nenhuma condição,
sem nenhuma exigência. Simples e impressionantemente:
quem morrer com o meu escapulário irá para o céu.
Sou médico e aprendi a experiência a lição da morte. Sei que
terei de morrer, que todos teremos de morrer. Sei que as sua
mãos, querido leitor, vão morrer um dia, e também os seus olhos e o seu coração. Sei, e você também sabe, que eles apodrecerão e cheirarão tão mal que os seus próprios familiares
darão um jeito de enterrá-lo; seus próprios filhos ou pais terão
de fazer desaparecer seu corpo embaixo da terra, porque ninguém agüentará sua podridão. Se, depois de morrer, você ganhou o Céu, fez o que tinha de fazer na terra. Se, ao invés, vai
para o inferno, fez papel de bobo nesta vida. Se Kennedy e
Cristóvão Colombo estão no Céu, é porque fizeram tudo certo
em sua vida; se, porém, estão no inferno, é sinal que simplesmente bancaram os idiotas nesta vida, embora gozassem de
muita fama, muita riqueza e poder. Ganhar o Céu é o objetivo
da vida de cada pessoa. Aquele que, no fim, se salva, sabe;
mas aquele que não se salva, nada sabe. Pois bem, a Virgem
Maria fez o oferecimento mais inaudito da história da humanidade: 'Quem morrer com o meu escapulário não irá para o
inferno', o que é o mesmo que dizer: irá para o Céu. Mais de
trinta Papas recomendaram o escapulário, o usaram, o promoveram com as palavras mais bonitas que o vocabulário humano
permite. Centenas de milhares de padres e bispos o encareceram ao longo de sete séculos, e o usaram milhões de católicos.
Mas, de repente, como num passe de mágica, ninguém mais
fala nele. Se alguém o procura numa igreja católica, não sei se
o encontrará; os próprios carmelitas, às vezes não o têm, e nem
sequer se preocupam em fazê-los. Como num passe de mágica, os escapulários sumiram; como se não servissem para mais
nada; como se fossem coisas de beatos. Realmente, o Masterplan parece ter tido êxito quanto a esta 'coisa sem importância',
quanto ao escapulário. No entanto, ele continua sendo a arma
singela de nossa Mãe, o mais carinhoso mimo da Virgem a
seus filhos.Querido amigo Católico, deseja ir para o Céu? É
bem fácil: procure partir deste mundo com o escapulário. Use o
escapulário. Quem lhe garante isto é sua Mãe, a Virgem Maria,
a Mãe de Deus. Garantem o mesmo mais de trinta Papas. Não
deixe enganar pelos diabólicos artifícios do Masterplan. Deixe
que o chamem de 'beato', mas garanta o Céu.
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A MISSA APENAS SIMBÓLICA
Também a Missa tinha que ser objeto do Masterplan. Não procura eliminá-la de uma só vez, porque seria impossível. Mas
tem contra ela um plano de ataque especialíssimo. Esse plano
consiste em tirar-lhe o sentido 'sagrado' de renovação incruenta
do sacrifício da cruz, deixando-a reduzida a nada mais que um
banquete de confraternização. O Masterplan diz: os hereges
protestantes afirmam que a missa é banquete; pois insistimos
nisto, e que fiquem só nisto, num 'banquete de irmãos'. Para
tanto propõe vários detalhes. Vistos em separado, nenhum deles parece tirar qualquer coisa da Missa - diz o Masterplan porém todos juntos a transformarão num banquete de 'confraternização', e quando o sacrifício do Calvário desaparecer da
Missa, a 'fraternidade' também cairá, como cairia um mastro do
qual se tirasse a base. No começo, coisas simples e até
razoáveis: que seja rezada no idioma de cada povo, para assim poderem se entender melhor os comensais. Com isto, diz o
Masterplan, consegue-se suprimir um pouco o sentido misterioso, sagrado da Missa.
Que o padre olhe de frente para o povo! Isto será facilmente
aceito, pois o padre não pode 'dar as costas' aos fiéis(mas pode
ficar de costas para Deus?). Com esta coisa tão simples, o
Masterplan pretende alcançar outras mais importantes.
A primeira é que Deus não seja o centro da Missa e sim os homens.Que o padre não olhe para Deus, mas para os homens.
Assim o verão assoar o nariz, quando precisar - diz ironicamente. Parece que nós cristãos engolimos esta pílula como uns
patetas. Antes o padre não dava as costas ao povo, mas o
rosto a Deus, como fazemos todos nós cristãos: aquele que
está assentado na Segunda fila não dá as costas àquele
que se encontra sentado na terceira fila, senão que dá o
rosto a Deus. Um pré-requisito essencial para um padre dizer a
Missa é ter diante de si um crucifixo. Mas agora acontece que
o padre, ao olhar para o público, o crucifixo olha para o padre,
porém dá as costas aos cristãos. E assim se acabará tirando o
crucifixo do altar, como já tem acontecido em muitas igrejas.
Antes, no altar havia sempre relíquias de algum santo. Agora
não são mais necessárias. Uma simples mesa de madeira, ou
seja lá de que for, pois se trata de mero banquete. Insistir na
naturalidade! - encarece o Masterplan. Que o padre utilize as
palavras que melhor lhe ocorrem e os movimentos que mais lhe
agradam. Desde que faça a genuflexão na consagração, tudo o
mais é supérfluo e pode fazê-lo do jeito que quiser.
O importante é, pouco a pouco, ir despojando a Missa de tudo o
que é misterioso e sagrado. E que, depois de lavar as mãos,
continue usando os dedos polegar e indicador, que os use para
outras coisas e, por fim também para consagrar. Que se façam
muitas leituras. Assim a Missa parecer-se-á mais aos cultos
protestantes - enfatiza o Masterplan. O importante é que o sacrifício do Calvário fique reduzido ao mínimo possível, que deixe
de ser o ponto central; que se façam belossermões, se intercalem comentários, se cante a valer, um canto após outro, se saúdem os irmãos, que eles se peçam perdão, se abracem...insistir em tudo que ajuda a esquecer Deus, a deixar de
adorá-lo. Que se adore o homem!
Como vêem, o Masterplan é esquisitamente diabólico, pois se
baseia em coisas 'boas', porém seu objetivo é tirar a adoração
a Deus, é fazer esquecer o sacrifício de Cristo...e, destruídos
os alicerces, o mastro da 'fraternidade' desabará. O sacrário
tornou-se um 'problema', agora, porque, ao se colocar de frente
para o público,o padre dará as costas ao sacrário. Portanto,
será melhor tirá-lo do centro da igreja, deslocando-o para um
lado, de maneira que o padre não lhe dê as costas durante a
Missa. Desta maneira, explica o Masterplan, tiraremos os sacrários do centro das igrejas, o que representa um grande passo.
Devemos carregar na idéia do banquete. Sugerir que se colocassem mesas nas igrejas, a fim de que os cristãos se juntem,
como em mesas de comer, a exemplo de Cristo e dos apóstolos, que se assentaram a uma mesa. Este será o ponto final,
lemos no Masterplan, porque desta maneira Cristo estará fora,
serão só os 'irmãos' confraternizando. O padre se assentará no
meio, como um 'irmão a mais'. A Missa tornar-se-á assim, em
definitivo, uma reunião de irmãos, não um ato de adoração a
Deus.A idéia do banquete de 'irmãos' eclipsará a do sacrifício
de Cristo. Usar-se-á pão comum, e o que sobrar será jogado no
lixo como outro pão qualquer, ou então dado aos cães! - Sugere
ironicamente o Masterplan, acrescentando: deve-se bater muito
na tecla do amor aos 'irmãos' protestantes e fazer com que a
Missa se pareça o mais possível aos cultos deles, a fim de melhor atraí-los para a Igreja Católica. Que sutil e fina ironia a do
Masterplan! Cuidado, amigo padre, cuidado!
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A EUCARISTIA SEM SENTIDO
Todo o esforço do Masterplan se dirige no sentido de acabar
nos homens com o amor a Deus. Eis o seu raciocínio: se não
se ama a Deus também não se amará ao próximo; o amor ao
próximo não pode existir sem uma razão; o amor ao próximo
torna-se impossível sem o amor a Deus.
A Eucaristia se constitui no centro do catolicismo – reconhece o
Masterplan - visto ser nada menos que o Cristo- Deus feito pão,
para ensinar os homens a se amarem. Não se pode tirar tudo
de uma vez, porque nenhum católico aceitaria. Mas propõe um
plano de ataque requintadamente diabólico: em primeiro lugar,
deve-se procurar suprimir da Eucaristia, o máximo possível,
todo o aspecto de sagrado: que as pessoas, por exemplo, não
se ajoelhem para tomar a comunhão, insistindo que, por se tratar de uma comida, ela deve ser encarada de uma forma natural. Pegar a hóstia com a mão também ajuda a subtrair-lhe este
sentido misterioso, divino, sagrado... é uma comida...então,
pegá-la com a mão, normalmente, sem que no-la ponham na
boca... Só aos bebês se põe a comida na boca... e que se use
pão comum, sem mistérios, que nada soe a sagrado, mas a
natural, que se coma, que se mastigue... que se faça como fez
Cristo na última ceia. É uma recomendação capaz de convencer a qualquer um: que se faça como fez Cristo... fazê-lo naturalmente. Mas o verdadeiro objetivo é escamotear gradualmente o sentido sagrado e misterioso da Eucaristia, é esvaziá-la.
Mais importante é o segundo ponto: conseguir que Cristo-Deus
não seja o centro da Eucaristia, insistindo na idéia da confraternização, do banquete de comunhão dos cristãos, onde eles se
reúnem para se expressarem o amor mútuo.Esta Segunda parte contém o mais essencial - salienta reiteradamente o Masterplan - e mostra que é fácil de conseguir: basta insistir nos elementos 'fraternidade', 'comunhão', 'reunião de irmãos'. E prossegue com ironia, dizendo: deixem que os 'irmãos' se reúnam e
se amem; mas faltando-lhes Cristo, faltando-lhes o Sagrado,
vão terminar brigando 'fraternalmente'.(hipocritamente!).
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Para conseguir esse essencial, o Masterplan propõe muitas
outras idéias, além das já expostas. Propõe que se eliminem as
exposições do Santíssimo Sacramento, porque ali não há 'banquete de irmãos'. Propõe que se façam Missas e Comunhões
em casas particulares, porque assim se tira o sentido 'sagrado'
da Igreja, da Eucaristia. Claro, não se conseguirá tirar tudo de
repente - lembra o Masterplan - mas ajudará a dissipar o sabor
'sagrado' da Eucaristia, substituindo-o por um sabor de confraternização. O Masterplan sugere mil outros artifícios, que parecem 'sem importância', mas sempre visando o mesmo alvo:
despojar a Eucaristia da sua aura 'sagrada'. Assim propõe
que se deixe de usar a patena ao distribuir a Comunhão, porque
- explica - se caem em pequenos fragmentos de hóstias, isto é
de somenos. Afinal, se Deus está em toda parte, que mal faz
que esteja também no chão? Propõe que se trabalhe no sentido de os fiéis levarem hóstias para casa, a fim de colocá-las
em quadros, ou que os pais de família as distribuam depois das
refeições. Como se vê uma vez mais, o Masterplan é refinadamente diabólico. Sugere coisas que parecem razoáveis, mas
que não passam de solenes mentiras, disfarçadas em pele de
verdade. O objetivo final quanto à Eucaristia é infundir na mente
das pessoas que mais importante do que comungar é amar
ao próximo. Propagar a ideia que muitos comungam, mas não
amam ao próximo... a esses dever-se-ia pendurar ao pescoço
uma placa com a palavra 'hipócrita'. Porém, tudo isto aos poucos, mediante insinuações, porque se o expomos de repente,
ninguém vai acreditar.
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SEM SANTOS E SEM MARIA
Isto faz parte dos primeiros passos do Masterplan: insistir que
só a Deus se deve adorar, não a Nossa Senhora e aos Santos.
O Masterplan é muito sutil nisto. Diz que os católicos entendidos sabem que a Igreja Católica só adora a Deus, e que os santos são venerados como amigos de Deus, não adorados. Mas
que será 'muito fácil' incutir nas 'pessoas simples' a ideia que a
Igreja Católica 'adora' os santos, já que os mantém nos altares,
e isso, para os 'simples', está 'muito errado', pois só a Deus se
deve adorar. Quanto aos santos, o Masterplan já obteve um
êxito considerável. Na maioria das Igrejas da Espanha não se
vêem mais santos nos altares; em cada lugar se alega uma
razão diferente, mas o fato é que os santos sumiram de muitas
igrejas. Quanto a Nossa Senhora... bem, este está sendo um
'osso duro de roer' para o Masterplan. Havia mil argumentos
para desbancá-la no Concílio... mas as coisas lhe saíram erradas, Havia também muitas razões: para aproximar os 'irmãos'(sic!) protestantes, não se devia insistir na grandeza de
Nossa Senhora, não se devia lembrar a todo instante que é
Mãe de Deus; bastava adorar a Cristo, o restante era desnecessário. As coisas corriam bem para o Masterplan, no decorrer
do Concílio. 'Parecia' que, pela primeira vez na história da Igreja, a Virgem ia ser destronada de seu lugar privilegiado na liturgia e na cristandade... Mas veio o papa Paulo VI em pessoa e a
denominou 'Mãe da Igreja'... e o Concílio inteiro respondeu enaltecendo-a novamente como a Mãe de Deus, reiterando a sua
inquebrantável veneração a tão grandiosa beleza, reafirmando
todos os grandes títulos de Mãe, de Rainha... e acrescentando
os de 'advogada nossa', 'nossa Auxiliadora' e 'nosso Socorro'. E
terminou recomendando-nos a Maria, 'a fim de que, apoiados
em sua maternal proteção, nos unamos mais a Jesus'... e nos
lembrou que 'Nossa Senhora foi levada ao Céu em corpo e alma e, com sua multiforme intercessão, continua nos obtendo os
dons da salvação eterna e continuará a fazê-lo até a consumação dos séculos'.
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Como neste ponto se saiu mal durante o Concílio, o Masterplan
continua trabalhando em surdina, tratando de mudar o sentido
de algumas frases da Bíblia. Está procurando publicar Bíblias
em que aparece alterado o capítulo I de São Lucas. Não se ria,
querido leitor! Já saiu uma Bíblia católica que omite a frase dirigida a Maria como a 'cheia de graça', e essa Bíblia, editada em
1970, traz o nihil obstat do cardeal Patrick O'Boyle, arcebispo
de Washington.
O Masterplan afirma - e com razão - que o capítulo I de São
Lucas diz muitas coisas que precisam ser alteradas de qualquer
maneira: Maria como Mãe de Deus, como cheia de graça, como
bendita entre as mulheres, e a expressão 'me proclamarão bem
- aventurada todas as gerações'. Igualmente precisa ser alterado o que diz São Mateus, afirmando que Maria foi Virgem e
Mãe ao mesmo tempo, como tinha predito o profeta Isaías, muitos séculos antes. Já existem Bíblias que alteram algumas dessas frases, inclusive uma católica! Portanto, atenção, amigo!
O Masterplan considera essencial destronar a Virgem para destruir a Igreja. Assim sugere que se lhe tire o nome de Mãe de
Deus e se a chame de 'mulher', que foi a maneira como Cristo a
denominou na Cruz. Sugere que se fale aos quatro ventos sobre os 'irmãos de Jesus', afirmando que Nossa Senhora teve
mais filhos, e desta maneira anular-lhe o título de Virgem.* Diz
que isto será fácil de incutir na gente simples,sem cultura.(N.do
Ed.: Jesus, sendo Deus 'não pode ter irmãos de sangue, porque
então haveria uma 'descendência humana' de Deus. Isso é impossível!) Sugere que se deixe de rezar o terço, porque isto
afugenta os 'irmãos'(sic!) protestantes. Que não se façam novenas a Nossa Senhora, porque isto cheira a 'beatice'. Mas a Virgem tem-se tornado um 'osso duro de roer aos planejadores do
Masterplan. No coração dos católicos ela continua sendo a
cheia de graça', a 'bendita entre as mulheres', a 'Mãe de Deus e
nossa Mãe'. Nada se pode dizer mais de uma pessoa do que a
Bíblia fala de Maria; não existem palavras no vocabulário humano para dizer mais de um ser.
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Também não existem mais títulos que a Igreja possa inventar
para aplicá-los a Maria: 'Rainha de todos os santos', 'Rainha
das Virgens', 'Rainha dos Mártires', 'Porta do Céu', 'Mãe do Criador', 'Vigem Poderosa', 'Sede da Sabedoria', 'Rosa Mística',
'Torre de Davi', 'Casa de Ouro', 'Refúgio dos Pecadores', 'Consolo dos Aflitos', 'Nossa Advogada, nossa Medianeira, nossa
Auxiliadora', 'Imaculada Conceição', 'Mãe da Igreja'... não existem palavras nem títulos que a Bíblia ou a Igreja possam idealizar para dizer mais de uma pessoa. Nossa Senhora continua,
graças a Deus, no coração de todo bom católico, e continua
sendo o baluarte firme contra as armadilhas do inimigo.
É a chamada maçonaria eclesiástica, cujo objetivo consiste em
destruir a Igreja por dentro. (N. do Editor: A Maçonaria é o 'braço secular' da seita dos 'saduceus' cujo origem remonta a Eva,
(a primeira 'gnóstica' da história) que ensina o antropocentrismo
absoluto, ou seja o materialismo ateu, colocando o homem como senhor de si e da história..como deus..)
VIVENDO COM O INIMIGO
Não existe pior inimigo do que aquele que se encontra em nosso próprio campo. O plano de Satanás era separar a Igreja do
Estado e, em seguida, dividir a Igreja internamente. E o conseguiu. Isto nos leva ao tema da maçonaria, que é um tema complexo. Os líderes desta sociedade se encontram em postos de
comando na maioria das esferas econômicas, políticas, judiciais
e sociais, de onde controlam a sociedade. Pat Robertson, em
seu livro A Nova Ordem Mundial, depois de reconhecer que 'a
maçonaria foi a responsável pelo maior impacto negativo na
sociedade atual, tanto ao nível civil como religioso, para acabar
com o que é de Deus', cita o ex - primeiro ministro inglês Benjamin Disraeli, que escreveu: ‘O mundo é governado por personagens bem diferentes e em número muito inferior do que imaginam os que não se encontram atrás dos bastidores'. E logo
depois, cita o presidente norte-americano Wilson Woodrow, cujo
conselheiro principal era um desses que operavam por trás dos
bastidores. Segundo Wilson, 'existe um poder tão organizado,
tão sutil, tão vigilante, tão entrelaçado, tão completo e penetrante, que se a gente resolve condená-lo, deve fazê-lo em voz muito baixa'. Como se vê, trata-se de uma enorme e perigosa rede
mundial. Mas o que mais dói é ter de reconhecer que essa rede
se estende dentro da própria Igreja.
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