O ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA

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O ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA
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CURSO DE APOLOGÉTICA
Nível 1
ADVENTISMO DO SÉTIMO DIA
Centro Apologético Cristão de Pesquisas
- Apologética Cristã – São José do Rio Preto – SP. Curso de Apologética ON-LINE.
1) – Cultura
2) – Teologia;
3) – Estudo de Religiões Comparadas
I. Título
II. Série
2
Dedicatória:
Dedicamos o Curso de Apologética a todos aqueles que amam
a verdade.
3
Copyright 2008 – Edições CACP
1º Edição: 2008
Publicado no Brasil com a devida autorização e com todos os direitos reservados pelo Centro
Apologético Cristão de Pesquisas.
São José do Rio Preto – SP. Site: www.cacp.org.br
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citações breves com indicação da fonte.
SUPERVISÃO EDITORIAL E TEOLÓGICA:
Paulo Cristiano da Silva
João Flávio Martinez
REVISÃO:
Dalton Gerth
CAPA
Euclides Cunha
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ÍNDICE
Introdução .............................................................................................................................. 02
1. HISTÓRICO ........................................................................................................................ 03
- Antecedentes históricos ................................................................................................ 03
- Breve histórico .................................................................................................................. 04
- Chegada ao Brasil ............................................................................................................. 04
2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL............................................................................... 07
3. DOUTRINAS........................................................................................................................ 07
- As Escrituras........................................................................................................................ 08
- O ministério de Cristo no santuário celestial......................................................... 19
- Jesus Cristo na teologia adventista............................................................................. 22
- A natureza humana........................................................................................................... 25
- O aniquilamento................................................................................................................. 28
- A lei de Deus......................................................................................................................... 30
- O sábado................................................................................................................................. 32
- O domingo............................................................................................................................. 43
- Objeções Refutadas............................................................................................................ 53
- CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 26
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PONTO DE CONTATO
Quem são os adventistas do sétimo dia? O que fazem e o que pretendem?
Os adventistas podem ser considerados cristãos genuínos?
Quais são suas doutrinas e porque se diferem das doutrinas evangélicas?
Qual a importância de Ellen Gould White para esta igreja? Ela pode ser considerada o Espírito
de Profecia? E seus escritos, possuem de fato a mesma inspiração que a Bíblia?
O sábado seria a única doutrina que separa os adventistas dos evangélicos?
Neste módulo o aluno irá aprender as principais doutrinas desta seita e como respondê-la à luz
da Bíblia.
Entretanto, este módulo básico não tem a pretensão de responder todas as questões
envolvendo os adventistas do sétimo dia, haja vista, o campo de estudo ser muito amplo, o
que demandaria um estudo mais prolongado.
Portanto, o objetivo deste módulo é proporcionar ao aluno noções gerais deste grupo
religioso: suas crenças, suas práticas e o perigo que elas representam à fé cristã.
Esperamos que após concluir este módulo, você possa adquirir conhecimento suficiente para
poder empreender um diálogo seguro, com finalidades evangelísticas com os adeptos desta
seita.
OBJETIVOS
Após terminar este módulo o aluno deverá estar apto a:
Destacar as principais doutrinas adventistas e sua importância para a identidade dessa igreja.
Reconhecer os principais argumentos usados pelos adventistas para defender suas doutrinas.
Contestar as reivindicações de inspiração dos escritos de EGW.
Citar os principais versículos bíblicos que combatem o aniquilacionismo adventista.
Apontar os principais erros adventistas em relação ao domingo
Responder aos argumentos adventistas quanto ao sábado.
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INTRODUÇÃO
Como definir essa denominação? Poderíamos classificá-la como igreja evangélica?
Alguns de seus hábitos podem até confundir aqueles que estão menos atentos. Os adventistas
falam muito de Jesus, pregam muitas verdades a respeito do cristianismo, possuem bons
hospitais, uma rede educacional excelente e um serviço social de boa qualidade. Possuem
empresas e arrecadam milhões todos os anos com seus produtos e procuram viver uma vida
piedosa, digna de qualquer cristão. Por outro lado, possuem muitas doutrinas heterodoxas.
Consideram-se a ―Igreja Remanescente‖, isto é, a última igreja da profecia bíblica e acreditam
que sua fundadora e profetisa, possui de modo particular, o ―espírito de profecia‖ sobre o qual
fala Apocalipse 19:10. Estas e outras crenças como analisaremos mais adiante neste módulo
os colocam à margem do verdadeiro cristianismo. Por causa deste perfil exclusivista não
conseguem viver em harmonia com as demais igrejas, a não ser, que a comunhão vise também
o proselitismo. Para isso trabalham ativamente para conseguir adeptos até mesmo dentro das
demais denominações evangélicas. O proselitismo em relação aos evangélicos não parece ser
algo que os embaraça, pelo contrário, faz parte da ―mensagem adventista‖. Por isso certo
adventista afirmou: ―O nosso ministério é apregoar a reforma adventista aos evangélicos‖.
Isso é corroborado de modo mais preocupante no livro Sonhos e Visões de Jeanine Sautron,
(líder de uma facção dos Adventistas do Sétimo Dia) quando afirma:
Assim como Cristo falou – ‗a salvação vem dos Judeus‘ (Jo. 4:27), assim hoje podemos
dizer com certeza que a salvação vem dos adventistas (p. 4).
1 – HISTÓRICO
1.1 Antecedentes Histórico
Ficaria incompleta uma abordagem histórica sobre a origem dos Adventistas do
Sétimo Dia se não levássemos em consideração a importância de um acontecimento religioso
que abalou o século XIX nos Estados Unidos – o movimento milenista.
Esse movimento alcançou seu auge em torno da figura carismática do fazendeiro
William Miller. Miller marcou duas datas para o retorno de Cristo (1843 e 1844). Após ter
passado por várias expectativas frustrantes devido ao não cumprimento da profecia – episódio
que ficou conhecido como ―Grande Desapontamento‖ - o movimento se subdividiu em várias
seitas menores.
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Willian Miller nasceu em Massachussets, EUA, em 1782. Das 13 colônias
americanas, Massachussets, foi a primeira e mais importante das 4 colônias do norte,
chamadas de Nova Inglaterra. Essas colônias foram povoadas por pregadores religiosos e
especialmente Massachussets, fora ocupada por colonos puritanos (calvinistas) que fugiam da
perseguição religiosa na Inglaterra. Os puritanos que povoaram Massachussets instalaram
uma verdadeira teocracia. Embora separasse Estado e religião, na prática, quebrar as leis
religiosas, implicava em crime civil.
Os puritanos encontraram na América o lugar ideal para disseminar suas idéias
escatológicas. Num conjunto de dezoito comunidades messiânicas, fundadas a partir de 1694,
dessas doze, nove eram propriamente americanas.
Portanto, quando Miller, começou sua missão em 1831, como ―arauto do
messias‖, o imaginário messiânico-milenarista coletivo já estava formado naquela região.
A partir de 1793 a 1840, inicia-se uma expansão missionária causada por um
fenômeno religioso alcunhado de Grande Avivamento. É nesse meio social conturbado que
explode o clamor messiânico-milenarista. Surge então o profeta William Miller.
1. 2- Breve Histórico
O site oficial da Igreja Adventista no Brasil resume sua história da seguinte maneira:
A Igreja Adventista do Sétimo Dia (o nome adventista é uma referência à sua
crença no advento, segunda vinda de Jesus), surgiu entre as décadas de 1850 e
1860 concomitantemente nos Estados Unidos e na Europa. Um livro intitulado
La Venida Del Mesias em Gloria y Majestad, foi impresso em 1812. Esta
publicação agitou os meios religiosos e foi precursora da idéia de que Jesus
voltaria uma segunda vez. No início do século passado, no seio das igrejas
evangélicas, o movimento alastrou-se, tendo como foco o advento, ou o retorno
pessoal de Jesus. Daí surgiu a palavra Adventista, caracterizando uma das
crenças fundamentais da Igreja [...] Dentro deste movimento, uma atenção
especial foi dada ao estudo da Bíblia, tanto do Novo como do Velho Testamento.
Surgiu também a compreensão do dia do repouso bíblico de acordo com Êxodo
20, bem como o relato do Velho Testamento, confirmado por nosso Senhor Jesus
Cristo no Novo Testamento. A observância do quarto mandamento da Lei de
Deus como uma homenagem semanal ao Criador e ao Salvador que vai voltar a
terra, caracterizou também a nova igreja que surgia na metade do século
passado tomando forma legal em 1863, nos Estados Unidos.
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1.3 Chegada ao Brasil
O adventismo entrou em terras brasileiras em 1884 através de publicações que
chegaram pelo porto de Itajaí com destino a cidade de Brusque, no interior de Santa Catarina.
Em maio de 1893 desembarcou o primeiro missionário adventista, Alberto B. Stauffer que
introduziu formalmente através da colportagem os primeiros contatos com a população. Em
abril de 1895 foi realizado o primeiro batismo em Piracicaba, SP, sendo Guilherme Stein Jr. o
primeiro converso. Inicialmente os estados brasileiros com maior presença germânica foram
atingidos pela literatura adventista. Conforme informações repassadas pelo pastor F Westphal,
a primeira Igreja Adventista do Sétimo Dia em solo nacional foi estabelecida na região de
Gaspar, em Santa Catarina, em 1895, seguida por congregações no Rio de Janeiro e em Santa
Maria do Jetibá, no Espírito Santo, todas no mesmo ano.
Com a fundação da gráfica adventista em 1905 em Taquari, RS (atual Casa
Publicadora Brasileira localizada em Tatuí-SP), o trabalho se estabeleceu entre os brasileiros e
se expandiu em todos os estados. A primeira Escola Adventista no Brasil surgiu em 1896 na
cidade de Curitiba. Em 2005 somam-se 393 escolas de ensino fundamental e 118 do ensino
médio com o total de 111.453 alunos e seis instituições de Ensino Superior (IES) com mais de
cinco mil alunos que tem no Centro Universitário Adventista de São Paulo, sua matriz
educacional. O UNASP como é conhecida esta IES, surgiu em 1915, em Capão Redondo, SP
e hoje conta com três campi: na cidade de São Paulo, em Engenheiro Coelho e Hortolândia.
Em 1960, surge o primeiro Clube de Desbravadores (departamento juvenil da IASD) na
cidade de Ribeirão Preto.
No Brasil são 1.600.000 membros da IASD em 2008 sob a coordenação de seis
Uniões que administram as Associações e Missões. As instituições da IASD do Brasil e de
sete países latino-americanos formam a Divisão Sul Americana, com sede em Brasília, DF.
O aluno pode estar perguntando, porque optamos por colher a história da IASD
do site oficial ao invés de ter colhido de livros impressos. Essa opção pelos textos virtuais foi
proposital. Com isso queremos explicar algo que passa muitas vezes despercebido. É que com
o acesso à internet os textos vinculados podem ser mais facilmente acessados pelas pessoas do
que se fosse em um livro. A tendência desta ―facilidade‖ proporcionada pela internet levou
muitas dessas religiões a amenizar os fatos da história, tornando-os mais suaves, selecionando
aqueles que melhor representariam a imagem do grupo religioso ao público externo.
Exemplo disso foi a IASD, pois analisando o texto percebemos que ele não apresenta em
nenhum momento a ligação da IASD com o nome de Guilherme Miller. Por qual razão?
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Encontramos no livro, ―Administração da Igreja‖ p. 26 - CPB, a seguinte
afirmação:
Somos Adventistas do Sétimo Dia. Envergonhamo-nos, acaso, de nosso nome?
Respondemos: Não!Não!Não nos envergonhamos.
Por que os Adventistas do Sétimo Dia (ASD) se envergonhariam de seu nome adotado em
assembléia realizada em Battle Creek, a 28 de setembro de 1860? Eles mesmos dão a
resposta, declarando:
O movimento do advento na América foi originado por homens que estavam desejosos de
receber a verdade, quando esta a eles chegasse. Aceitaram-na sinceramente e ‗segundo a
mesma‘ vieram, esperando ser dentro em breve transladados. Depois do grande
desapontamento, todos caíram em trevas (Fundadores da Mensagem, p. 9 Everett Dick, CPB ).
Entre esses homens que deram origem ao movimento adventista estava William
(Guilherme) Miller. Em 1816, estudando o livro de Daniel, ele interpretou que Daniel 8.14
tinha ligação com a segunda vinda de Jesus e a fixou para 1843. Depois mudou para 22 de
outubro de 1844 e ainda dessa vez a segunda vinda de Jesus não se consumou.
Os Adventistas costumam questionar: Como admitir que William Miller fosse
adventista, se a Igreja Adventista do Sétimo Dia só foi organizada no dia 28 de setembro de
1860, portanto, alguns anos depois de Miller ter fixado a volta de Jesus para 22 de outubro de
1844? Não admitem, pois, qualquer ligação com William (Guilherme) Miller, declarando que
isso é uma grande inverdade e que não passa de informações grosseiramente deturpadas sobre
a origem denominacional adventista (―Carta da Escola Bíblica‖, de Nova Friburgo, RJ, de 1212-00). Chegam a ponto de afirmar que:
Os Adventistas nunca marcaram uma data para a Volta de Jesus. Foram os Mileritas
(seguidores de Guilherme Miller, um pregador batista) que fizeram isto. Eles
anunciaram que Jesus viria no ano de 1843; depois, deduziram que seria em 1844; como
os Adventistas do Sétimo Dia iriam marcar uma data, se eles ainda não existiam?
Surgimos como movimento organizado no ano de 1863 (declaração constante da carta em
apreço).
Da mesma forma como as Testemunhas de Jeová anunciam a data de 1914 como
centro de sua doutrina, quando Cristo supostamente voltou invisivelmente e passou a reinar
no céu, a data de 22 de outubro de 1844, fixada por William Miller para a segunda vinda de
Cristo, é parte importante do sistema doutrinário dos Adventistas. Afirmamos: estão
umbilicalmente ligados a Miller que deu origem aos adventistas na outra América. No livro,
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―Fundadores da Mensagem‖, no capítulo que aborda a biografia de William Miller, ele é
tratado como Pai do Movimento Adventista.
Logo, a razão pela qual os Adventistas do Sétimo Dia não se
envergonham do seu nome é porque para eles havia razão para isso. Embora a
palavra Advento signifique vinda, e todos os cristãos evangélicos de um modo
geral aceitem a doutrina da segunda vinda de Cristo, os Adventistas do Sétimo
Dia foram além do que está escrito (I Co 4.6) e por intermédio de Miller
marcaram data para esse acontecimento.
2 – Estrutura Organizacional
A organização da IASD é altamente burocrática. Sua hierarquia é bem definida
e se estrutura da seguinte maneira:
No nível mais alto da administração está a ―Associação Geral da Igreja Adventista do Sétimo
Dia‖. É composta por um presidente (atualmente é o pastor Jan Paulsen) e sete vicepresidentes, subsistindo em 13 divisões. Estas divisões representam a organização por regiões
do continente, tais como: Divisão Sul-americana, Divisão Norte-americana, Divisão Euroafricana etc...
Divisão é o conjunto de várias Uniões.
União é uma organização de várias Associações de uma área geográfica.
Associação é uma organização de igrejas em um Estado.
A igreja Local se concentra no nível inferior desta pirâmide.
3 – Doutrinas
As doutrinas adventistas foram resumidas no que eles chamam de as ―28
Crenças Fundamentais‖ apresentadas na obra ―Nisto Cremos‖. Essas doutrinas foram se
formando ao longo dos anos dentro desta igreja e por fim finalizadas dentro de 24 meses
compreendendo as seguintes questões:
1) As Escrituras, 2) A Trindade, 3) Deus Pai, 4) Deus Filho, 5) Deus Espírito Santo, 6) A
criação, 7) A natureza do homem, 8) O Grande Conflito, 9) Vida, morte e ressurreição de
Cristo, 10) A experiência da salvação, 11) Crescimento em Cristo, 12) A Igreja, 13) O
Remanescente e sua missão, 14) Unidade no Corpo de Cristo, 15) O Batismo, 16) A Ceia do
Senhor, 17) Dons e Ministérios Espirituais, 18) Dom de Profecia, 19) A Lei de Deus, 20) O
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Sábado, 21) Mordomia, 22) Conduta Cristã, 23) Matrimônio e família, 24) O Ministério de
Cristo no Santuário Celestial, 25) A Segunda Vinda de Cristo, 26) Morte e Ressurreição, 27)
O Milênio e o fim do Pecado, 28) A Nova Terra.
Em um artigo da revista Adventist World de 01 março de 2009, cujo título era
―Contribuição de Ellen White para a doutrina adventista‖, Kwabena Donkor dá a seguinte
explicação:
As doutrinas adventistas do sétimo dia foram resumidas em 28 crenças fundamentais.
Algumas dessas crenças são comuns a outras denominações cristãs: a doutrina de Deus,
da criação, pecado, salvação. No entanto, temos algumas crenças que nos distinguem de
todas as principais denominações do mundo. Essas crenças são o milênio pós-advento, o
sábado do sétimo dia, o ministério de Cristo no santuário celestial, o julgamento préadvento, as três mensagens angélicas de Apocalipse 14 e a imortalidade condicional da
alma.
(http://portuguese.adventistworld.org/index.php?option=com_content&view=article&id=
43)
Mas, como veremos no decorrer deste módulo, isto é só meia verdade, pois há
ainda outras doutrinas, tais como: o bode emissário prefigurando satanás, o dom de profecia
na pessoa de Ellen White, a crença de que a IASD é a Igreja Remanescente que separa a igreja
adventista das demais igrejas cristãs. Mesmo nas doutrinas onde parece haver consenso com
os demais evangélicos, há divergências sérias como, por exemplo, na questão quanto à
natureza de Cristo.
Nas páginas seguintes o aluno tomará conhecimento da maioria destas doutrinas e
como refutá-las à luz da Bíblia.
4. As Escrituras
As Escrituras Sagradas, o Antigo e Novo Testamento, são a Palavra de Deus
escrita, dada por inspiração divina por intermédio de santos homens de Deus
que falaram e escreveram ao serem movidos pelo Espírito Santo. Nesta Palavra,
Deus transmitiu ao homem o conhecimento necessário para salvação. As
Escrituras Santas são a infalível revelação de Sua vontade. Constituem o padrão
de caráter, o prova de experiência, o autorizado revelador de doutrinas e o
registro fidedigno dos atos de Deus em História. (Resumo da 1ª crença
adventista – As Escrituras Sagradas)
Como observamos, a IASD afirma levantar a mesma bandeira que os evangélicos com
relação à doutrina da Sola Scriptura. Apregoam que todas as suas doutrinas partem
exclusivamente da autoridade das Escrituras Sagradas e que a Bíblia é sua única regra de fé e
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prática. Mas, como verificaremos, os adventistas na prática possuem outra autoridade religiosa
além da Bíblia.
4.1 A fonte de autoridade religiosa da IASD
Existem três teorias sobre fonte de autoridade religiosa: a primeira afirma que o
princípio de autoridade está na organização ou na Igreja (catolicismo); a segunda admite que a
fonte de autoridade está no homem (racionalismo ou misticismo); a terceira é que Deus falou
através de seu Filho Jesus Cristo, cujo registro infalível está na Bíblia (O Caos das Seitas, p. 288,
1ª edição, 1970).
Em qual situação se coloca o adventismo? O adventismo vale-se da Bíblia, mas
atribuem aos escritos de Ellen Gould White o mesmo grau de inspiração dos escritores bíblicos.
Acerca da Bíblia lemos, ―Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum,
mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo‖ (2 Pe 1.21).
No módulo I vimos que uma das características das seitas é basear sua autoridade religiosa em
um líder humano cujos escritos são vistos como sendo de valor igual ou superior a Bíblia e cujos
ensinos estão em oposição às doutrinas bíblicas do cristianismo histórico. O cerne dessa
definição de seita é que o líder ―possui autoridade igual ou superior à Bíblia‖. O líder ou a líder é
visto como ―profeta‖ ou ―profetiza‖. Desde que esse profeta ou profetiza é visto como canal de
comunicação de Deus para com os homens, os seus ensinos são tidos de autoridade
inquestionável – são dogmas. Uma das coisas que devemos estar atento ao se tratar com adeptos
de seitas é descobrir quem é o porta-voz deles. Enquanto os filhos de Deus têm a Bíblia como
seu padrão exclusivo de fé e conduta, por meio da qual se decide todas as questões religiosas, o
sectário olha para os escritos do seu profeta ou profetiza.
A autoridade religiosa do adventismo do sétimo dia repousa sobre os escritos de
Ellen Gould White, tida como a ―Mensageira do Senhor‖ ou ―O Espírito de Profecia‖. Ela é a
base da autoridade religiosa dos adventistas, observe:
Nos tempos antigos, Deus falou aos homens pela boca de seus servos e
apóstolos. Nestes dias Ele lhes fala por meio dos TESTEMUNHOS DO SEU
ESPÍRITO. Não houve ainda um tempo em que mais seriamente falasse ao seu
povo a respeito de sua vontade e da conduta que este deve ter (Testemunhos
Seletos. vol. II. pág. 276, 2ª edição, 1956). O destaque é nosso.
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Os adventistas apresentam as seguintes características para o reconhecimento da sua
condição de profetisa:
1. Sempre falou de acordo com a Bíblia;
2. Suas profecias foram cumpridas;
3. Viveu o que pregou.
(Segue-me, p. 16)
No livro ―Subtilezas do Erro‖ , o escritor adventista A. B. Christianini declara:
O espírito de profecia é o que, segundo as Escrituras, a par com a guarda dos
mandamentos de Deus, seria o característico da igreja remanescente. Comparese Apoc. 12:17 e 19:10, última parte. Este dom consiste precisamente em dar ao
Povo de Deus mensagens diretas e específicas, traçando-lhe normas e diretrizes,
dando-lhe orientação e instruções especiais... Os testemunhos orais ou escritos
da Sra. White preenchem plenamente este requisito, no fundo e na forma. Tudo
quanto disse e escreve foi puro, elevado, cientificamente correto e
profeticamente exato ( 2.ª ed., 1981, p. 35).
4.2 Autoridade de Profetiza
Vejamos algumas declarações de Ellen White sobre seus escritos:
Minha missão abrange a obra de um profeta, mas não termina aí.(Apostila Orientação Profética no Movimento Adventista, p. 106).
Os livros do ‗Espírito de Profecia‘ e também os ‗Testemunhos‘, devem ser
introduzidos em tôda família observadora do sábado; e os irmãos devem
conhecer-lhes o valor e ser impelidos a lê-los. (Testemunhos Seletos, vol. II, p.
291) (Conf. http://www.ellenwhitebooks.com/?l=24&p=519 ).
Não são só os que abertamente rejeitam os Testemunhos ou que alimentam
dúvidas a seu respeito, que se encontram em terreno perigoso. Desconsiderar a
luz equivale a rejeitá-la (Idem, p. 290).
Disse o meu anjo assistente. ‗ Ai de quem mover um bloco ou mexer num alfinete
dessas mensagens. A verdadeira compreensão dessas mensagens é de vital
importância. O destino das almas depende da maneira em que forem elas
recebidas.(Primeiros Escritos, p. 258)
(Conferir citação on-line no site
http://www.ellenwhitebooks.com/?l=24&p=519)
Quanto mais o eu fôr exaltado, tanto mais diminuirá a fé nos Testemunhos do
Espírito de Deus... Os que tem confiança posta em si mesmos, hão de reconhecer
sempre menos a Deus nos Testemunhos dados pelo Seu Espírito (Ibidem 292).
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Nos tempos antigos, Deus falou aos homens pela boca de Seus Profetas e
apóstolos. Nestes dias Ele lhes fala por meio dos Testemunhos do Seu Espírito.
Não houve ainda um tempo em que mais seriamente falasse ao Seu povo a
respeito de Sua vontade e da conduta que êste deve ter (Testemunhos Seletos,
vol. II, p. 276, 2ª edição, 1956).
4.3 Autoridade Reconhecida
Observe agora como os adventistas consideram seus escritos:
―CREMOS QUE: ... ―Ellen White foi inspirada pelo Espírito Santo, e seus
escritos, o produto dessa inspiração, têm aplicação para os adventistas do
sétimo dia.‖...
NEGAMOS QUE: ―A qualidade ou grau de inspiração dos escritos de Ellen
White sejam diferentes dos encontrados nas Escrituras Sagradas.‖ (Revista
Adventista, fev. 1984, p. 37)
O que está dito pela IASD é muito grave. A autoridade dos escritos de EGW, quanto
à inspiração, é igual a dos escritores da Bíblia. Podemos escolher entre ler os escritos, por
exemplo, de Paulo, através de suas epístolas numa das quais ele afirma: ―Se alguém cuida ser
profeta, ou espiritual, reconheça que as coisas que vos escrevo são mandamentos do Senhor.‖(1
Co 14.37) ou ler os escritos de EGW, acerca dos quais está escrito:
Embora os profetas da antigüidade fôssem humanos, a mente divina e a vontade
de um Deus infalível, estão suficientemente representadas na Bíblia. E o mesmo
Deus fala por meio dos escritos do espírito de profecia. Êstes livros inspirados,
tais como O Desejado de Tôdas as Nações, O Conflito dos Séculos e Patriarcas e
Profetas, são certamente revelações divinas da verdade sobre as quais
deveríamos depender completamente (Apostila - Orientação profética no
movimento adventista, p. 45) (o grifo é nosso).
Por outro lado a própria EGW procura diminuir o impacto de suas declarações:
Pouca atenção tem sido dada à Bíblia, e o Senhor nos deu uma luz menor, para guiar os
homens e mulheres a uma luz maior (Adventist Review and Sabbath Herald, 20 de
Janeiro de 1903).
Mas contraditoriamente ela mesma ensina que não carecemos de uma luz menor que
nos conduza a uma luz maior.
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Diz ela:
Não carecemos da pálida luz da verdade para tornar compreensíveis as Escrituras.
Semelhantemente poderíamos supor que o Sol do meio-dia necessitasse da bruxoleante
candeia da Terra para aumentar-lhe o fulgor (Testemunhos seletos, vol. III, p. 236).
Criticando os que pretendem juntar à Bíblia outra fonte de autoridade religiosa,
afirma:
A verdade divina é encontrada em Sua palavra. Os que pensam deverem buscar
noutra parte a verdade presente precisam converter-se. Têm hábitos errôneos
para emendar, caminhos maus que abandonar (Testemunhos seletos, vol. II,
236).
Quem precisa de uma luz menor, quando tem uma luz maior? Se como dizem os
adventistas, EGW nada escreveu que não se encontra na Bíblia, então fiquemos com a Bíblia. Se,
porém, escreveu algo fora da Bíblia, como realmente escreveu, então rejeitemos seus ensinos.
Tenhamos presente Ap 22.18 que proíbe acréscimos à Bíblia.
Refutação Apologética:
―Sola Scriptura‖ foi à bandeira dos reformadores contra os acréscimos que o
catolicismo fez à teologia cristã. Esse tem sido o lema de todos os cristãos verdadeiros. As
afirmativas acima, sobre a pessoa da Sra. White, é deveras comprometedora para a IASD.
Mesmo que a Sra. White não tivesse escrito nada contraditório ou antibíblico, seus escritos
jamais poderiam ser colocados em pé de igualdade com a Bíblia. O apóstolo Pedro diz que as
Escrituras foram inspiradas e vieram da parte de Deus. Os apóstolos deixaram as orientações
básicas, que formam o fundamento apostólico, ou seja, a Bíblia Sagrada, para que a Igreja se
direcione somente por essa bússola. ―... Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além
do que já está posto, o qual é Jesus Cristo‖. (I Co. 3.10-11). ―... por amor de vós; para que em
nós aprendais a não ir além do que está escrito...‖ (I Co. 4:6).
4.4 O Espírito de Profecia na pessoa de Ellen White
Eles não sentem qualquer constrangimento em afirmar taxativamente:
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Ao passo que, apesar de não desprezarmos o pensamento dos pioneiros, nós aceitamos
como regra de fé a Revelação – Velho Testamento; Novo Testamento e Espírito de
Profecia ( A Sacudidura e os 144.000, p. 117).
Refutação Apologética:
Os teólogos adventistas pretendem encontrar na passagem de Apocalipse 19.10 apoio
para a interpretação de que em EGW se cumpre a parte final do texto, ―porque o testemunho de
Jesus é o espírito de profecia‖ e que sua igreja como portadora do ―espírito de profecia‖ é a
única que guarda os mandamentos de Deus (Ap 12.17). Com base nos dois textos interpretam
que a IASD seja a ‗igreja remanescente‘.
Em I Coríntios 12.7-11 a Bíblia diz que o Espírito Santo é a fonte dos dons espirituais.
Um daqueles dons é a profecia (I Cor. 12.10). Portanto, a frase "Espírito de Profecia" parece
aplicar-se ao doador dos dons - o Espírito Santo e não ao recipiente humano que o recebe. O
Espírito de Deus é chamado por muitos nomes na Bíblia. Seria até blasfêmia alguém querer
atribuir esses nomes a um mero ser humano. Os profetas que falaram dele, inspirados pelo
Espírito Santo é que tinham o espírito de profecia. Diz o texto de 1 Pe 1.10, ―Indagando que
tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava anteriormente
testificando os sofrimentos que a Cristo haviam de vir, e a glória que se lhes havia de seguir.‖ Os
profetas anunciaram os sofrimentos pelos quais Jesus iria passar e a glória que lhe seguiria. Isso
lemos, em Lc 24.44-46, ―Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei
de Moisés, nos profetas, e nos salmos. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o
Cristo padecesse. E ao terceiro dia ressuscitasse dos mortos.‖ Mais claramente Dn 7.13,14 fala
da glorificação de Cristo na sua segunda vinda.
Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um
como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele. E foi
dado o domínio e a hora, e o reino, para que todos os povos, nações e línguas o
servissem; o seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino o único
que não será destruído.
Aí está uma interpretação dada pela própria Bíblia sobre o sentido de Ap 19.10 e
reiterada pelo Senhor Jesus em Jo 5.39, recomendando que examinássemos as Escrituras porque
elas falavam dele.
O peso da evidência Bíblica nos mostra sem sombra de dúvida que o ―Espírito de
Profecia‖ é a Pessoa do Espírito Santo e o "testemunho de Jesus" é o testemunho pessoal do
17
crente e, sobretudo, o testemunho sobre Cristo Jesus. Os escritores do Novo Testamento
preenche plenamente este requisito no fundo e na forma, pois só o Novo testamento está repleto
sobre o verdadeiro ―testemunho de Jesus‖. Além Disso, João acrescenta que o testemunho de
Jesus é encontrado no coração de todo aquele que aceita e crê em Jesus como o Filho de Deus:
Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê, mentiroso o
faz, porque não crê no testemunho que Deus de seu Filho dá (I Jo 5.10).
4.5 Testando a Profetisa
Afirmam os adventistas que é pela Bíblia que os escritos de EGW devem ser testados.
A Bíblia é a grande medida, ou regra, pela qual todos os outros escritos devem ser
provados (O testemunho de Jesus, p. 68).
Para que não paire dúvidas se EGW é mulher falível ou falsa profetisa, devemos
pesquisar a Bíblia que nos dá meios de saber se uma profecia é de Deus, dos homens ou dos
demônios. Encontramos então dois requisitos para por à prova alguém que se intitula profeta:
1) falar em nome de Deus;
2) que suas profecias venham cumprir-se.
Isto é visto em Dt 18.20-22: Porém o profeta que presumir soberbamente de falar alguma
palavra em meu nome, que eu não tenho mandado falar, ou o que falar em nome de outros
deuses, o tal profeta morrerá. E, se disseres no teu coração: como conheceremos a palavra que
o Senhor não falou? Quando o tal profeta falar em nome do Senhor, e tal palavra se não
cumprir, nem suceder assim, esta é palavra que o Senhor não falou; com soberba a falou o tal
profeta, não tenhas temor dele.
A Bíblia cita dois exemplos:
O primeiro é o de um profeta verdadeiro: é o caso de Samuel. Dele se diz em 1 Sm 3.19, E
crescia Samuel, e o Senhor era com ele; nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra. Foi
Samuel aprovado por Deus como profeta verdadeiro.
O outro exemplo é de um falso profeta por nome Hananias. Ele é mencionado em Jr 28.1-3.1517:
E disse Jeremias, o profeta, a Hananias, o profeta: Ouve agora, Hananias: Não te enviou o Senhor,
mas tu fizeste que este povo confiasse em mentiras. Pelo que assim diz o Senhor: Eis que te lançarei
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de sobre a face da terra; este ano morrerás, porque falaste em rebeldia contra o Senhor. E morreu
Hananias, o profeta, no mesmo ano no sétimo mês.
Hananias foi, comprovadamente, um falso profeta, pois sua profecia não se cumpriu.
Ele veio a falecer por causa de sua falsa profecia.
4.6 Analisando suas visões e escritos
Verifique a seguir algumas declarações de EGW confrontadas com a Bíblia:
4.6.1 A Porta da Graça Fechada
Diz ela:
Por algum tempo depois da decepção de 1844, mantive, juntamente com o corpo
do advento, que a porta da graça estava para sempre fechada para o mundo.
Este ponto de vista foi adotado antes de minha primeira visão. Foi a luz a mim
concedida por Deus que corrigiu o nosso erro, e habilitou-nos a ver a verdadeira
atitude (Mensagens escolhidas, vol I, p. 63).
Esta falsa profecia de EGW tem dado forte dor de cabeça aos adventistas. Esse ensino
perdurou de 1844 a 1851. Eles acreditavam que a chance de salvação não estava mais em vigor.
Assim sendo, todas as pessoas que pediam a Jesus perdão de seus pecados, não eram mais
ouvidas (The Present Truth, p. 22). EGW procurou desculpar-se ao dizer que isso ocorreu antes
da sua primeira visão. Os adventistas costumam referir-se a essa profecia como a Teoria da
porta fechada.
4.6.2 A Segunda Vinda de Jesus
O que EGW escreve sobre a segunda vinda de Jesus é francamente confuso e Deus
não é Deus de confusão (1 Co 14.33). A um tempo declara que ouviu a voz de Deus que lhe
anunciou o dia e a hora da vinda de Jesus. Depois, afirma que se esqueceu do dia e da hora.
Adverte contra os que se aventuram marcar datas para esse acontecimento profético. Qualquer
leitor da Bíblia sabe que não é possível sabermos o dia e a hora da vinda de Jesus. ―Porém
daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, mas unicamente meu
Pai.‖(Mt 24.36) ―Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo
seu próprio poder.‖(At 1.7)
Vejamos o que EGW escreveu sobre a segunda vinda de Jesus:
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Foi-me mostrado o grupo presente à assembléia. Disse o anjo: ‗Alguns, pasto
para os vermes, alguns sujeitos às sete últimas pragas, alguns estarão vivos e
permanecerão na Terra para serem trasladados por ocasião da vinda de Jesus
(O testemunho de Jesus, p. 108).
Essa profecia foi feita numa reunião de manhã cedo, em Battle Greek, Michigan, em
1856. Se diminuirmos 1856 de 2010, teremos, como resultado, 154 anos. Porventura existe
alguém vivo daquela reunião aguardando a volta de Cristo? Para justificar o erro profético dela,
seus defensores saem pela tangente com a seguinte explicação:
É-nos dito pela mensageira do Senhor que se a igreja remanescente houvesse
seguido o plano de Deus em fazer a obra que lhe indicara, o dia do Senhor teria
vindo antes disto, e os fiéis teriam sido recolhidos ao reino (idem, p. 110).
4.6.3 Outra Profecia
Diz ela:
Logo ouvimos a voz de Deus, semelhante a muitas águas, a qual nos anunciou o
dia e a hora da vinda de Jesus. Os santos vivos, em número de 144.000,
reconheceram e entenderam a voz, ao passo que os ímpios julgaram fôsse um
trovão ou terremoto. Ao declarar Deus a hora, verteu sobre nós o Espírito Santo,
e nosso rosto brilhou com esplendor da glória de Deus, como aconteceu com
Moisés, na descida do monte Sinal (Primeiros Escritos, p. 15).
Diz EGW que não só ela, mas ainda mais 144.000 reconheceram e entenderam a voz
que indicava o dia e a hora da vinda de Jesus. Admitimos que todos concordaram que ela deveria
indicar o dia e a hora da vinda de Jesus. O que disse, no entanto? Simplesmente ela descarta essa
informação com a seguinte alegação:
Ouvi a hora proclamada, mas não tinha lembrança alguma daquela hora depois
que saí da visão (Mensagens escolhidas, vol, I p. 76).
É preocupante alguém afirmar que Deus lhe deu uma visão com dados tão importantes
indicando o dia e a hora da vinda de Jesus e em seguida tal pessoa simplesmente esquecer tais
dados. Cento e quarenta e quatro mil presentes ouviram a mesma informação, por que não a
ajudaram a relembrar esse pormenor sobre a vinda de Jesus? Estaria EGW realmente falando a
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verdade quando afirmava que Deus lhe deu indicação sobre o dia e a hora da vinda de Jesus? É
para duvidar! Entretanto, Jesus afirmou que do dia e hora da sua vinda ninguém saberá (Mt
24.36) Mas não param aí as afirmações dela.
Afirma que devemos ter cuidado com qualquer pessoa que se aventure a indicar o dia e
a hora para a vinda de Jesus.
Precavenham-se todos os nossos irmãos e irmãs de qualquer que marque tempo
para o Senhor cumprir Sua Palavra a respeito de Sua vinda, ou acêrca de
qualquer outra promessa de especial importância, por ele feita. ‗Não vos
pertence saber os tempos ou estações queo o pai estabeleceu pelo Seu próprio
poder.‘ Falsos mestres podem parecer muito zelosos da obra de Deus, e podem
despender meios para apresentar ao mundo e à igreja as suas teorias; mas como
misturam o erro com a verdade, sua mensagem é de engano, e levara almas para
veredas falsas. Deve-se-lhe fazer oposição, não porque são homens maus, mas
porque são mestres de falsidades e procuram colocar sôbre a falsidade o sinête
da verdade (Testemunhos seletos, vol. II, p. 359).
O julgamento que EGW faz de pessoas que misturam o erro com a verdade, levando
almas para veredas falsas é correto. É o seu caso específico. Não lhe fazemos oposição por ter
sido má pessoa, mas porque é provada falsa profetiza à luz da Bíblia: tem desencaminhado
milhões de pessoas com suas falsas profecias.
4.6.4 Guerra Civil Americana
Profetizou ela sobre a guerra:
Quando a Inglaterra declarar guerra, tôdas as nações terão seu próprio
interesse em acudir, e haverá guerra geral e confusão geral.‖ (Testemony for
the church, vol. I, apud Subtilezas do erro, p. 42).
É interessante observar as palavras ―Quando‖ e ―haverá‖, pois elas deixam claro que
num futuro a Inglaterra declararia guerra e com ela outras nações se envolveriam. No entanto, a
história americana sobre a guerra civil não registra o envolvimento da Inglaterra e muito menos
de outras nações. Taxativamente outra falsa profecia. Sobre a Guerra Civil americana não foi ela
a única que errou. Joseph Smith Jr. - Profeta da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
dias, caiu no mesmo erro. Disse ele:
Pois que os Estados do Sul se dividirão contra os Estados do Norte, e aquêles
pedirão auxílio a outras nações, mesmo à Grã-Bretanha, como o é chamada, e
pedirão auxílio de outras nações, a fim de se defenderem contra outras nações, e
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então as guerras se esparramarão sobre todas as nações (Doutrina e Convênios,
seção 87.3).
EGW e Joseph Smith são profetas do mesmo nível: suas profecias não se cumpriram. A fonte da
profecia era de Deus, dos homens ou dos demônios? Fica com o aluno a resposta. (1 Tm 4.1; 1
Jo 4.1-3)
Tudo quanto ela escreveu foi ―profeticamente exato‖? Claro que não!
4.6.5 Contagem dos 2.300 dias a partir de 457 A C.
Uma data importantíssima para os adventistas é 22 de outubro de 1844: Segundo eles,
nesse dia Jesus passou para o segundo compartimento do santuário celestial para levar à cabo a
conclusão da sua obra de redenção iniciada na cruz. Para chegar a essa data – 22 de outubro de
1844 – contaram 2.300 dias proféticos de Dn 8.14 (2.300 anos segundo os adventistas), partindo
de 457 A C. Por que exatamente 457 A.C.?
Informa ela que nessa data se deu início à
reconstrução dos muros de Jerusalém, ponto de partida para a contagem das 70 semanas de Dn
9.25 ―Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao
Messias...‖ Diz ela:
O ponto de partida para o período de 2.300 dias, entrou em vigor no outono do
ano 457 antes de Cristo, e não no começo do ano, conforme anteriormente se
havia crido. Contando o outono de 457, os 2.300 anos terminam no outono de
1844 (O Conflito dos séculos, p. 398, 1980).
Qualquer pessoa um pouco cautelosa no estudo da Bíblia descobriria que o decreto de
Artaxerxes de 457 A C. não foi expedido para a reconstrução da cidade de Jerusalém (Dn 9. 25)
Foi o decreto de Artaxerxes editado para a ornamentação do templo de Jerusalém. Os adventistas
indicam a passagem de Ed 7.12 como apoio bíblico (Apocalipse Revelado, p. 120). Entretanto,
lendo-se as passagens de Ed 1.1,2; 4.1-5, 11-14; 6.1-5, 14,15; 7.11, 20,27 é de notar-se que as
referências tratam do decreto de ornamentação da casa de Deus. Nada se lê sobre a reconstrução
da cidade de Jerusalém. O decreto de reconstrução da cidade se deu em 445 A C. como lemos
em Ne 2.1-6:
Sucedeu pois, no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho
diante dele, e eu tomei o vinho, e o dei ao rei; porém nunca antes estivera triste diante
dele. E o rei me disse: Por que está triste o teu rosto, pois não estás doente? Não é isto
senão tristeza de coração. Então temi muito em grande maneira. E disse ao rei: Viva o rei
para sempre! Como não estaria triste o meu rosto, estando a cidade, o lugar dos sepulcros
de meus pais, assolada, e tendo sido consumidas as suas portas a fogo? E o rei me disse:
Que me pedes agora? Então orei ao Deus dos céus, e disse ao rei: Se é do agrado do rei, e
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se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos
sepulcros de meus pais, para que eu a edifique.
Os próprios adventistas reconhecem a improcedência da data de 457 A C. como a data do
início da reconstrução dos muros de Jerusalém. A reconstrução dos muros de Jerusalém se
deu sob a direção de Neemias e isso ocorreu em 445 A C. Dizem os adventistas:
Neemias Reconstrói Jerusalém – Neemias tinha um emprego lucrativo fácil e seguro
como copeiro do rei persa. Mas, um dia ouviu o chamado do dever. Visitou-o seu irmão
de Jerusalém e lhe disse como os muros estavam derribados e as portas queimadas. Em
resultado dessa visita, Neemias pediu que fosse encarregado da obra de reconstruir a
cidade (Meditações matinais, p. 165, 1970).
Considerando que Artaxerxes subiu ao trono no ano 465 no vigésimo ano do seu
governo se deu a ordem para a reconstrução dos muros e da cidade de Jerusalém.
Diz o Dicionário da Bíblia, de John Davis na página 55
No sétimo ano de seu reinado, 458 A C. Artaxerxes permitiu que Esdras levasse para
Jerusalém uma grande multidão de cativos, Ed 7.11,12,21; 8.1, e no ano 20, também de
seu reinado 445 A C. concedeu a Neemias licença para fazer sua primeira viagem a
capital judaica e reconstruir os muros da cidade
Embora os fatos são gritantes em apontar a forte influencia de EGW nas doutrinas adventistas,
o escritor adventista Arnaldo B. Christianini assim se manifesta:
A bem da verdade deve-se dizer que desconhecemos o que seja ‗doutrinas da Sra. White‘,
de vez que ela não apresentou nenhuma doutrina nova (Subtilezas do erro, p. 42)
5. O MINISTÉRIO DE CRISTO NO SANTUÁRIO CELESTIAL
Após o chamado ―Grande Desapontamento‖, o movimento adventista se esfacelou em
vários grupos, cada um com destinos distintos uns dos outros. Alguns destes voltaram para suas
antigas igrejas de onde haviam saído, outros abandonaram a fé e outros ainda formaram grupos
independentes para estudarem a Bíblia a procura de explicações para o fracasso profético.
Em um destes grupos se encontrava o senhor Hiram Edson. Edson alegou ter tido uma
visão (em um milharal) onde teria visto Cristo em um santuário no céu. Interpretando a visão,
Edson e os demais membros do grupo, afirmaram que Miller estava correto quanto à data,
porém, o santuário não seria a terra e sim, o céu. A ―volta de Jesus‖ teria sido nada mais que uma
23
passagem de um compartimento para outro. Em outras palavras, Jesus teria saído do santo lugar
e entrado no santíssimo e está agora fazendo um ―juízo investigativo‖.
No livro ―O Grande Conflito‖ se lê:
... antes que se complete a obra de Cristo para a redenção do homem, há também uma
expiação para tirar também o pecado do santuário. Este é o serviço iniciado quando
terminaram os 2300 dias. Naquela ocasião, conforme fora predito, pelo profeta Daniel,
nosso Sumo Sacerdote entrou no lugar santíssimo para efetuar a última parte de sua
solene obra - purficar o santuário (―O Grande Conflito.‖ Ellen Gould White. CPB, 1971,
p. 420).
Destarte, os que seguiram a luz da palavra profética, viram que em vez de vir Cristo à
terra, ao terminarem em 1844 os 2300 dias, entrou ele então no lugar santíssimo do
santuário celeste, a fim de levar a efeito a obra final da expiação, preparatória à sua
vinda (Ibdem p. 421).
Refutação:
Os Adventistas do Sétimo Dia estão errados quanto ao tempo, ao lugar e ao trabalho de Cristo.
1. Tempo: A data indicada para começar a contagem dos 2300 anos de Daniel 8.13-14 deveria
ser contada a partir da ordem para reedificar Jerusalém (Dn 9.25). Essa ordem é contada a partir
de 445 a.C. (Ne 2.1-8) e não 457 a.C. (―Meditações Matinais‖, 1970, p. 165, CPB; ―Dicionário
da Bíblia‖, John Davis, p. 65). Em 457 a.C. Esdras foi enviado a Jerusalém, conforme Ed 7.11,
com a missão de providenciar a ornamentação do templo (7.15-17, 19-24). A ordem para
reedificar Jerusalém — repetimos — ocorreu em 445 a.C. (20º ano do reinado de Artaxerxes)
quando Neemias foi enviado à cidade para restaurá-la.
2. Lugar: Jesus entrou no santo dos santos do santuário celestial 40 dias depois da sua
ressurreição (At 1.3, 9-11) e não em 22 de outubro de 1844. O livro de Hebreus foi escrito em 64
a.D. e o escritor declara que Cristo já entrara no santo dos santos quando o livro foi escrito —
(Hb 6.19-20 c.c. Lv 16.2; Nm 7.89; 1 Sm 4.4; 2 Rs 19.15; Êx 26.33); Hb 9.23-24; 10.19-20; 8.1;
Ap 3.21; Ef 1.20-22;
3. Trabalho de Cristo: Cristo concluiu sua obra de redenção na cruz (Cl 2.14-17) e, ao subir ao
céu, esta obra já estava terminada definitivamente — Hb 1.3; 9.12-14,24;10.10-12.
A Palavra de Deus é claríssima quanto à obra que foi completada na cruz do Calvário
por Jesus. A frase ―salvar perfeitamente‖ tem o significado pleno, ou seja, quando o Senhor
24
bradou que ―estava consumado‖ lá na cruz, Ele estava dizendo que Deus já havia feito tudo,
cabendo ao homem agora, aceitar ou recusar essa salvação.
5.1 Explicando as 2.300 Tardes e Manhãs de Daniel 8:14
Calculando que cada um dos 2.300 dias representava um ano, Miller tomou o regresso
de Esdras do Cativeiro, no ano 457 antes de Cristo, como ponto de partida para o cálculo onde
supostamente demonstraria que Cristo voltaria a terra, em pessoa, no ano de 1.843. Mas como no
dia determinado não ocorreu nada, a data foi alterada para 1.844.
Antes de explicarmos o que são as 2.300 ―Tardes e Manhãs‖ é bom deixar claro o que
elas não são. A primeira coisa que devemos ter em mente é que elas não são bases de cálculos
para a volta de Cristo. A Bíblia é clara quanto a previsões sobre a volta de Cristo: Daquele dia e
hora, porém, ninguém sabe, nem os anjos do céu, nem o Filho, senão só o Pai (Mt 24.36).
Sempre é bom lembrar uma regra básica de hermenêutica (regras de interpretação bíblica), que
afirma ser preciso, o quanto seja possível, tomar as palavras em seu sentido usual e comum. Ou
seja: o texto deve ser sempre interpretado literalmente, caso não tenha sentido, então se deve
analisar outras hipóteses. A Bíblia afirma categoricamente que eram dias e não anos. Isto é
confirmado no versículo vinte e seis deste capítulo: E a visão da tarde e da manhã, que foi dita,
é verdadeira. Tu, porém, cerra a visão, porque se refere a dias (dias normais) mui distantes (o
parêntese é nosso). Deve-se considerar que para uma análise mais precisa deste livro profético é
imprescindível o conhecimento da história secular que correu paralelamente à história sagrada.
Observe a explicação do renomado escritor Abraão de Almeida (ex-adventista), sobre
os acontecimentos da história secular paralelos ao livro de Daniel:
Entre esta e aquela data, a Judéia passou por muitas vicissitudes, destacando-se a
opressão sob Antíoco Epifânio (ou Epífanes)...Ele governou a Síria de 175 a.C. a 164
a.C. Sua crueldade e intolerância religiosa fizeram dele um tipo do futuro Anticristo. O
relato Bíblico que trata desse rei está em Daniel, capítulos 8 e 11. No capítulo 11, o
mesmo Antíoco Epifânio é descrito como ‗homem vil‘ que não tinha quaisquer direitos à
dignidade real, por ser filho menor de Antíoco, o grande, mas obteve a coroa usando-se
de lisonjas. É viva, no primeiro capítulo apócrifo dos Macabeus, a descrição que se faz
dos males ocasionados na Judéia pelos judeus infiéis, do saque de Jerusalém e da
introdução do culto pagão em toda a Palestina: ‗O seu santuário ficou desolado como
um ermo, os seus dias de festa se mudaram em pranto, os seus sábados em opróbrio, as
suas honras em nada. À proporção da sua glória se multiplicou a sua ignomínia: E a sua
alta elevação foi mudada em luto... E o rei (Antíoco Epifânio) dirigiu cartas suas, por
mãos de mensageiros , a Jerusalém, e a todas as cidades de Judá: Mandando-lhes que
seguissem as leis das nações da terra. E proibisse que o Templo de Deus se fizessem
holocaustos, sacrifícios, e oferta em expiação pelo pecado. E proibissem os lugares
santos, e o santo povo de Israel. Outrossim, mandou que se edificassem altares, e
25
templos, e que se levantassem ídolos, e sacrificassem carne de porco. E reses
imundas...‘(Cap.1, vrs.41,41,46-50 de 1Macabeus). Os registros históricos confirmam as
sombrias características de Antíoco Epifânio. Ele foi considerado um louco sanguinário
pelos historiadores gregos e um fomentador de intrigas entre o seu reino e o do Egito.
Sua vida em relação ao judaísmo foi uma blasfêmia contra o próprio Deus( levantar-se-á
contra o Príncipe dos príncipes – Dn.8:25) e sua morte por desgosto, em razão do
fracasso contra os romanos, mostra que ele foi ‗quebrado sem esforço de mãos
humanas‘. Scofield e outros estudiosos do assunto entendem que a ponta pequena do
capítulo 8 é Antíoco Epifânio (Dn.8:9), oitavo governador da casa dos Selêucidas, que
reinou de 175 a 164 a.C. Intolerante em religião, intentou destruir a religião dos judeus
pela força. Ordenou que os judeus demonstrassem publicamente seu repúdio à religião
de seus pais, violando as leis e as práticas legadas a ela: que profanasse o Sábado, as
festividades e o santuário, construindo altares e templos aos ídolos pagãos; que
sacrificassem carne de porco nos altares do templo e não circuncidassem seus filhos. O
judeu que desobedece à palavra do rei seria morto. A pressão de Antíoco sobre os
Judeus, cada vez mais cruel, culminou no décimo quinto mês de quisleu (dezembro), do
ano 168 a.C., quando uma gigantesca estátua de Zeus Olímpio foi colocada atrás do
altar de sacrifício, e os pátios do Templo transformados em lugares de lúbricos bacanais
(festas de orgias). Os que se recusaram a obedecer aos decretos reais fugiram ou
morreram, Milhares foram sacrificados, e nessa conjuntura irrompeu a revolta dos
Macabeus, repleta de atos heróicos. Os atos de bravura doa Macabeus acabaram por
vencer, no final de 165 a.C., definitivamente, as bem equipadas e esplendidamente
treinadas tropas Selêucidas. Antíoco, logo ao receber a notícia de que seus exércitos
haviam sido irremediavelmente batidos, morreu de desgosto entre Elimaís e Babilônia.
No vigésimo quinto dia de quisleu, de 165 a.C., Judas, o Macabeu, depois de purificar o
templo (ou santuário), reconsagrou-o acendendo as lâmpadas do candelabro sagrado,
oferecendo incenso no altar de ouro, levou oferendas ao altar dos sacrifícios e decretou
que todos os anos o evento fosse comemorado, nascendo assim a ‗CHANUKAH‘, festa da
Dedicação – João 10:22 (As visões proféticas de Daniel, pp. 58-63, 1982)
Quanto à festa da Dedicação observe o que afirma o dicionário Bíblico de J. Davis,
Nome de uma festa anual, instituída por Judas Macabeu no ano 165 a.C. para
comemorar a purificação e restauração do templo, três anos depois que havia sido
profanado (aproximadamente 1150 dias, Dn.8:14) pela idolatria grega introduzida por
Antíoco Epifanes, (1Macabeus 4:52-59)... Jesus compareceu a esta solenidade, pelo
menos uma vez, quando pronunciou um discurso ao povo que concorria a Jerusalém,
João 10:22. Os Judeus ainda celebram a festa da dedicação.
Como podemos observar o texto de Daniel, sobre as 2.300 tardes e manhãs, que
correspondem a 2.300 sacrifícios (Ed.3:3) ou 1.150 dias, se cumpriram literalmente na
restauração do templo no ano de 165 a.C.
6. JESUS CRISTO NA TEOLOGIA ADVENTISTA
Os adventistas costumam afirmar que sua cristologia é igual a das demais confissões
evangélicas. Mas quando vamos estudar de fato a teologia adventista percebemos que sua
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cristologia não é ortodoxa no mínimo em dois pontos: na natureza e na personalidade de Jesus
Cristo.
6.1 Jesus e o Arcanjo Miguel
Para os adventistas, Miguel é um dos nomes pelos quais Jesus é reconhecido na
Bíblia. Acreditam, portanto, que não existe um ser angelical chamado Miguel, mas que o
Arcanjo é o mesmo Jesus. Este ensino é o mesmo das Testemunhas de Jeová e reflete a
influência ariana de alguns pioneiros no começo do movimento.
Para sustentar esse ensino alegam os seguintes pontos:
1. O nome Miguel (Quem é como Deus?) se refere a Cristo.
2. A semelhança da liderança dos exércitos angelicais de Miguel e Jesus (Conf. Ap 12.7 com Mt
24.30-31 e Ap 19.11-14)
3. O fato de haver um só Arcanjo na Bíblia e este ser identificado apenas com Miguel.
Refutação Apologética:
A propósito do nome Miguel significar ―Quem é como Deus?‖, não é prova conclusiva que ele
seja Jesus. Ora, Gabriel significa ―Força de Deus‖ ou ―Deus é forte‖, mas nem por isso
poderemos retirar daí alguma semelhança com a divindade. Essa interpretação é oriunda dos
rabinos que a tiraram de uma lenda. Diz a lenda que Lúcifer queria ser como Deus conforme a
passagem de Isaías 14.13,14. Então Miguel se pôs na frente dele e disse "Quem é Como Deus?".
Quanto à liderança dos exércitos de anjos entre Miguel e Jesus são apenas
lideranças semelhantes já que Miguel lidera uma guerra contra Satanás e seus anjos, mas Jesus
não guerreará com Satanás, mas destruirá o inimigo sem nenhuma batalha.
Será que Miguel é o único Arcanjo na Bíblia? Tudo indica que não. Em Daniel 10.13 Miguel é
chamado de ―um dos primeiros príncipes‖, dando a entender que há outros à sua semelhança. De
fato a mentalidade judaica interpretava desta maneira a questão, já que no livro apócrifo de Enoc,
Gabriel é considerado um dos sete Arcanjos. Tudo indica que nos exércitos celestiais há vários
arcanjos e Miguel é um deles.
Analisaremos outro erro crasso nas palavras da Sra. White:
Moisés passou pela morte, mas Cristo desceu e lhe deu vida antes que seu corpo visse a
corrupção. Satanás procurou reter o corpo, pretendendo-o como seu; mas Miguel
ressuscitou Moisés e levou-o ao Céu. ...Satanás maldisse amargamente a Deus,
acusando-o de injusto por permitir que sua presa lhe fosse tirada; Cristo, porém, não
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repreendeu a Seu adversário, embora fosse por sua tentação que o servo de Deus
houvesse caído. Mansamente remeteu-o a Seu Pai, dizendo: ‗O Senhor te repreenda‘
(Primeiros Escritos, p. 164, 1995).
Refutação Apologética:
Dois erros doutrinários se encontram nessa declaração de EGW:
1) Miguel ressuscitou Moisés, quando de fato é Jesus quem ressuscitará os mortos por ocasião da
sua vinda, o que ainda não se deu (1 Ts 4.16-17; 1 Co 15.51-54). Se Moisés não provasse a
corrupção no seu corpo e já tivesse sido ressuscitado, seria ele as primícias dos mortos: quando,
de fato, Jesus foi as primícias dos mortos, Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos, e foi feito as
primícias dos que dormem (1 Co 15.20).
2) A passagem citada por EGW, para afirmar que Jesus não repreendeu seu adversário, o diabo, é
Judas 1.9, que diz: Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito
do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te
repreenda. Este texto, como lemos, trata de Miguel, o arcanjo, e não de Jesus. É a Jesus que
Miguel, o arcanjo, recorre para repreender a Satanás e não a Deus, o Pai. EGW confunde Miguel
com Jesus como se ambos fossem a mesma pessoa. Jesus, em sua vida terrena, por várias vezes,
repreendeu Satanás e ao passo que Judas afirma que Miguel não pode fazê-lo, invocando a
autoridade de Jesus para isso. Em diversas passagens Jesus repreendeu Satanás (Conf. Mt 4.1011 - 16.23). Por fim, Jesus é Criador (Jo 1.3; Cl 1.15-16) e Miguel é criatura celestial, criada pelo
próprio Jesus. Os anjos não podem ser adorados (Cl 2.18; Ap 22.8-9) ao passo que Jesus é
adorado pelos próprios anjos (Hb 1.6; Ap 5.11-13). Miguel é um dos primeiros príncipes (Dn
10.13) indicando com isso que existem outros iguais a ele; entretanto, Jesus é o Unigênito do Pai,
mostrando que não existe outro igual a Ele (Jo 1.14).
6.2 Jesus possuía uma natureza pecaminosa
Apesar de este ensino ser ainda motivo de debates entre os teólogos adventistas, ele não
foi de todo abolido. Veja o que diz o livro adventista Estudos Bíblicos, (CPB. Edição 1979, pp.
140/41) sobre esse ensino da natureza pecaminosa de Jesus:
Em sua humanidade, Cristo participou de nossa natureza pecaminosa, caída. De
sua parte humana, Cristo herdou exatamente o que herda todo o filho de Adão —
uma natureza pecaminosa.
28
Refutação Apologética:
Pode Jesus realmente salvar-nos com uma natureza humana pecaminosa? A Bíblia
afirma que Jesus foi concebido sem pecado, como lemos em Mt 1.18-23. José tencionava
abandonar Maria, secretamente, quando a viu grávida, mas foi informado, em sonhos, para não
fazê-lo, pois o que nela estava gerado era do Espírito Santo. O mesmo se lê em Lc 1.30-35
quando o anjo Gabriel informou que ela conceberia virginalmente. O Jesus da Bíblia era santo,
inocente, imaculado (Hb 7.26). Não se pode negar a real natureza humana de Jesus: sentia fome,
sede, cansaço, sono, derramou sangue e suor. Era um homem completo no sentido físico e negar
a natureza humana de Jesus é estar mancomunado com o anticristo (1 Jo 4.1-3; 2 Jo 7). Todavia,
há uma grande diferença entre ter uma natureza humana e uma natureza humana caída. Esse não
é o Jesus da Bíblia, mas outro Jesus (2 Co 11.4).
7. A NATUREZA HUMANA
Os adventistas acreditam que o homem é um ser holístico e inseparável. Acreditam
também que o homem é uma alma ao invés de possuir uma. Invocam para sustentar tal alegação
o seguinte texto bíblico: E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou-lhe nas
narinas o fôlego da vida; e o homem tornou-se alma vivente (Gn 2.7). Afirmam que depois da
morte somos reduzidos à inconsciência. Ao morrer o homem deixa realmente de existir. Para
eles a metáfora do ―sono‖ em relação à morte prova a inconsciência humana no além.
No livro ―Subtilezas do Erro‖, página 217 CPB, lemos:
O que o homem possui é o fôlego da vida ou vida (o que dá animação ao corpo),
que lhe é retirado por Deus, quando expira. E o fôlego é reintegrado ao ar, por
Deus. Mas não é entidade consciente ou o homem real como querem os
imortalistas.
Refutação Apologética
É importante que o aluno saiba que a teologia do Velho Testamento quanto à natureza
humana é progressiva, assim como a da natureza divina (Trindade). Ambas são apresentadas de
maneira incompletas no Velho Testamento só vindo a ser plenamente reveladas no Novo
Testamento.
29
Embora o homem seja um ser holístico, pois sua constituição se dá com o espírito, a
alma e o corpo juntos e nunca separados, não obstante, o Novo Testamento revela-nos que neste
ser único há duas partes diferentes.
A maioria dos cristãos acredita que o homem é formado por duas partes. Para tentar
explicar essa constituição dual a teologia desenvolveu duas teorias: a tricotomia que afirma que o
homem é composto por três elementos: espírito, alma e corpo e a dicotomia que afirma que a
composição humana é apenas entre espírito e corpo. Os defensores deste último ponto de vista
acreditam que os termos alma e espírito se referem na verdade à mesma essência imaterial, mas
ambos sustentam haver duas partes: uma material e outra imaterial.
7.1 Analisando Gênesis 2.7
Os adventistas fazem uma pergunta retórica nos seguintes moldes: O homem se tornou
uma alma ou possui uma dentro dele? Para depois responderem: é claro que o homem é uma
alma como são os animais.
Concordamos plenamente com eles neste ponto, haja vista, o texto em lide ser bastante
claro: o homem veio a ser uma alma vivente. Porém, devemos levar em consideração que a
palavra alma deve ser vista dentro de seu respectivo contexto. Entendemos que a nossa vida está
na alma, sendo assim, naquele momento em que Adão recebeu o sopro divino, veio a ser uma
alma, ou seja, veio a se tornar uma vida como os animais. A palavra alma não é uma palavra
unívoca, dependendo do contexto ela pode assumir diversos significados, vejamos:
a) Alma como a pessoa em si mesma - Dt. 24.7,
b) Alma como sangue - Gn. 9.4; Lv. 17.14,
c) Alma como expressão psíquica - Sl 86.4,
d) Alma como vida - Gn. 2.7,
e) Alma como entidade espiritual separada do corpo – Mt. 10.28.
Portanto, o texto de Genesis 2.7 não contraria em nada a doutrina da imortalidade da
alma. Aliás, por este prisma joga mais luz na questão. Deus disse que o homem era pó e ao pó
voltaria.
Raciocinemos: O que volta ao pó é a alma ou o corpo? Observe o aluno que a Bíblia
em lugar algum menciona a alma voltando ao pó, somente o corpo. Eclesiastes 12.7 diz que o pó
vai a terra e o espírito volta a Deus. É por isso que quem ressuscita é sempre o corpo e nunca a
alma. Portanto, a alma em si mesma não morre, a não ser espiritualmente (Ef. 2.1).
30
Os adventistas estão errados pelo menos em três pontos básicos, vejamos:
1. O ―sono da alma‖ - A Bíblia realmente fala muito em dormir, (Lc 8.52; 8.49-56), mas o
dormir bíblico em relação às pessoas mortas é um recurso metafórico para dizer que a pessoa
está descansando (Ap 14.13).
Quando a Bíblia se refere à palavra dormir, o que os escritores têm em mente: O corpo ou a
alma/espírito? Vejamos um texto que irá jogar mais luz nesta questão:
"os sepulcros se abriram, e muitos corpos de santos que tinham dormido foram ressuscitados"
(Mt. 27.52).
Quem o texto diz que haviam dormido os santos ou seus corpos? O verso deixa claro
que eram os corpos deles que dormiam. Portanto, o espírito não morre nem dorme na morte do
homem. Dormir se refere ao corpo – Mt 27.52 e não à alma. Compare Dt 34.5-6 com Mt 17.1-3.
Ademais, mesmo uma pessoa que está dormindo não está totalmente inconsciente,
pois seu cérebro está trabalhando intensamente, criando sonhos onde ela se projeta como
protagonista. A mente traz as lembranças do dia-a-dia (Eclesiastes 5.3) possibilitando sonhar e
criar ―realidades‖ em seu mundo interior. É certo que fica inconsciente sobre tudo o que acontece
do ―lado de fora‖, mas isto não significa inconsciência total. O mesmo se pode dizer do sono
enquanto metáfora da morte.
2. A morte da alma - Os adventistas costumam citar Ezequiel 18.4 que diz: a alma que pecar,
essa morrerá com o intuito de provar a morte da alma. No entanto, omitem textos que se
analisados iriam contrariar seus argumentos.
Em Dt 31.16, Deus predisse que Moisés, em breve, estaria "dormindo" com seus pais.
Na interpretação adventista, sua alma estaria dormente no sepulcro. No entanto, esse mesmo
Moisés aparece com Elias, no Monte da Transfiguração, conversando com Jesus: Apareceu-lhes
Elias e Moisés, e estavam falando com Jesus (Mc 9.4).
Se Moisés "dormia", com seus pais, isto é, estava morto, como então apareceu falando com Jesus
milhares de anos depois?
Para responder esse dilema, os adventistas se valem da interpretação que EGW faz da passagem
de Judas 9. Nessa passagem ela afirma que Deus ressuscitou Moisés. No entanto é um argumento
especulativo. Não há provas bíblicas para esta interpretação.
31
A verdade é que o espírito se separa do corpo na hora da morte e continua a viver
consciente de si mesmo e com todas as suas faculdades depois da morte, seja ímpio ou justo.
Quando é cristão vai estar com Cristo no céu: 2 Co 5.6-8; Fp 1.21-23; Lc 23.43; At 7.59; 2 Co
12.2-4 c.c. At 14.19; Hb 12.23; Ap 6.9-11. Se é ímpio vai para o Hades estar em tormentos – Lc
16.22-25; 2 Pe 2.17.
3. O espírito como fôlego de vida – Para os adventistas, o espírito humano é apenas o fôlego que
sustenta a vida e não uma entidade pessoal e consciente dentro deste corpo. Para provar que não
procede afirmar que o espírito do homem é o seu fôlego de vida ou o ar que respiramos e que é
reintegrado à atmosfera por ocasião da morte física, basta substituir a palavra espírito nas
referências bíblicas a seguir, pela palavra fôlego ou sopro e ver o resultado: os textos ficam sem
sentido — Mc 2.8; 8.12; At 17.16; Jo 13.21; 2 Co 7.1; 1 Pe 3.4; Mt 26.41.
7.2 Análise de duas passagens bíblicas constantemente citadas pelos adventistas
1) Eclesiastes 9:5,6 - Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa
nenhuma... Não têm eles parte em cousa alguma do que se faz debaixo do sol.
Refutação Apologética:
Observe que nesse verso Salomão não diz que a alma fica inconsciente. Ele apenas diz que os
mortos "não sabem coisa nenhuma", mas onde eles não sabem coisa nenhuma? Em si mesmos?
Eles ficam em um estado dormente? Claro que não. O texto afirma que os mortos não sabem de
nada que se faz ―debaixo do sol‖. Quando a pessoa morre, ela não tem mais acesso a este mundo,
por isso é improvável a comunicação com os mortos. Jesus mesmo disse na história do rico e
Lázaro que os mortos não podem sair de seus lugares, vide Lucas 16.26. Portanto, o texto de
Eclesiastes não ensina o chamado, sono da alma, como querem os adventistas.
Sem ciência (das coisas desta vida) sim, sem consciência (em si mesmo) nunca!
2) Salmos 88:10-12 - Mostrarás tu maravilhas aos mortos? ou levantam-se os mortos para te
louvar? Será anunciada a tua benignidade na sepultura, ou a tua fidelidade no Abadom
(abismo)? Serão conhecidas nas trevas as tuas maravilhas, e a tua justiça na terra do
esquecimento?
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Refutação Apologética:
Este texto apenas diz que os mortos não podem louvar a Deus, pois os mortos,
segundo Davi, não se levantarão mais. Encontram-se agora no ―mundo do esquecimento‖. A
revelação parcial deste assunto, no Velho Testamento, nutria os judeus com idéias negativas
quanto a vida após a morte.
Davi, neste trecho clama a Deus para que o livre de seus inimigos, pois está á beira da
morte (v. 3-5). Ele então passa a argumentar com Deus se sua morte traria alguma honra ou
benefício para a glória divina. É claro que não. Do que adianta um rei morto? Porventura tinha
alguma valia Davi morto para Deus? Somente ele vivo é que poderia trazer glória e honra ao
nome de Deus. Este parece ser o sentido mais óbvio do texto. Longe está de se tratar da não
consciência após a morte.
8. O aniquilamento dos ímpios e de Satanás
Outra doutrina escatológica que não possui base bíblica é a da destruição dos ímpios.
A teologia adventista postula que no final os pecadores serão exterminados para sempre. Esse
será um processo com que fará que o universo fique literalmente purificado do pecado.
É certo que um dia a controvérsia entre Cristo e Satanás acabará, mas os ímpios não
serão exterminados e sim condenados a sofrer eternamente.
Refutação Apologética:
De fato algumas passagens das Escrituras, como por exemplo, II Ts. 1.9, dão a
entender que o ímpio será ―destruído‖ por Deus, sofrendo ―a segunda morte‖ (Ap 20.14) ou indo
para a ―perdição‖ (II Pe 3.7). Por outro lado há outras passagens que indicam que os ímpios
sofrerão um consciente tormento (Lc 16.22-28). Surge então o questionamento: Os que não
forem salvos serão aniquilados, ou terão um consciente sofrimento para sempre?
A palavra ―destruição‖ não significa aniquilação, pois, caso contrário, não seria uma
destruição ―eterna‖. A aniquilação se dá num instante, e pronto, terminou. Se alguém sofre uma
destruição eterna, então tem de ter uma existência eterna também.
Além disso, a ―morte‖ não significa aniquilação, mas separação. Adão e Eva morreram
espiritualmente no momento em que pecaram, contudo eles ainda permaneceram existindo e
33
podiam ouvir a voz de Deus (Gn 2.17; cf. 3.10). De igual modo, antes de alguém ser salvo, ele
está ―morto em seus delitos e pecados‖ (Ef 2.1), contudo ainda é a imagem de Deus (Gn 1.27; cf.
9.6; Tg 3.9), e é convidado a crer (At 16.31), a arrepender-se (At 17.30) e a ser salvo.
Assim também, quando é dito que o ímpio vai para a ―perdição‖ (II Pe 3.7) ou quando
Judas é chamado de ―filho da perdição‖ (Jo 17.12), isso não significa que eles sejam aniquilados.
A palavra ―perdição‖ (apõleia) significa apenas perecer ou ir à ruína. Jesus falou do
inferno como sendo um cemitério de sucatas ou um campo de lixo, onde o fogo não cessará
jamais, e onde o corpo da pessoa ressuscitada não será consumido.
Considere mais estes pontos como evidências da condição dos ímpios na eternidade:
Primeiro, o rico que morreu e foi para o inferno tinha plena consciência de seu tormento (Lc
16.22-28), e não há indicação alguma no texto de que esse tormento um dia iria terminar.
Segundo, Jesus falou repetidamente que, para as pessoas no inferno, ―haverá choro e ranger de
dentes‖ (Mt 8.12; 22.13; 24.51; 25.30), o que indica que elas estarão lá conscientes.
Terceiro, a Bíblia diz que o inferno tem a mesma duração que o céu, ou seja, é ―eterno‖ (Mt
25.41).
Quarto, o fato de o castigo ser eterno indica que as pessoas também são eternas. Não se pode
sofrer o castigo, a menos que a pessoa exista, para ser punida (II Ts 1.9).
Quinto, a besta e o falso profeta serão lançados vivos dentro do lago de fogo quando começar o
milênio (Ap 19:20), e ainda estarão lá, conscientes e vivos, depois de mil anos (Ap 20.10).
Sexto, as Escrituras afirmam que o diabo, a besta e o falso profeta ―serão atormentados de dia e
de noite, pelos séculos dos séculos‖ (Ap 20.10). Mas não há como ser atormentado pelos séculos
dos séculos sem estar consciente pelos séculos dos séculos.
Sétimo - Jesus repetidamente referiu-se ao inferno como um lugar onde o fogo não se apaga (Mc
9.48), onde os próprios corpos dos ímpios nunca morrerão (cf. Lc 12.4-5). Mas não faria sentido
algum haver chamas eternas, se os corpos não tivessem alma, que é necessária para a pessoa
sofrer o tormento.
Oitavo, a mesma palavra usada para o verbo ―perecer‖, a respeito do ímpio, no AT (abad) é
empregada também a respeito da morte do justo (veja Is 57.1; Mq 7.2). A mesma palavra é usada
para descrever coisas que simplesmente tenham sido perdidas, mas depois encontradas (Dt 22.3),
o que prova que ―perdido‖ no texto em questão não significa deixar de existir. Assim, se
―perecer‖ significasse ―sofrer uma aniquilação total‖, então o salvo seria aniquilado também.
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Nono, seria contra a própria natureza dos seres humanos a sua aniquilação, já que eles são feitos
à imagem e semelhança de Deus, o qual é eterno (Gn 1.27). Para Deus, aniquilar a sua imagem
no homem Ele teria de destruir parte dele mesmo.
9. A LEI DE DEUS
A teologia adventista sustenta que a lei mosaica ou como chamam, Lei de Deus, ainda
está em vigência hoje em dia para todos os cristãos. Mas como há mandamentos desta lei que
foram claramente abolidos por Cristo, os adventistas dividiram a lei de Deus em duas leis: ―Lei
Moral‖ e ―Lei Cerimonial‖.
Ensinam que uma parte da lei foi abolida na cruz – a Lei
Cerimonial. Mas, a outra parte da lei, a Lei Moral, restrita aos dez mandamentos, essa está em
vigor.
Refutação Apologética:
O grande problema com que se deparam os ASD quando pretendem guardar a lei de
Deus, é que a lei não implica só em guardar os dez mandamentos. A lei é um todo e abrange os
cinco livros de Moisés ou o Pentateuco com 613 mandamentos, como lemos em Gl 3.10. O texto
em apreço não afirma que é maldito quem não guardar os dez mandamentos, mas que é maldito
quem não guardar tudo o que está escrito no livro da lei. Isso se tornou uma impossibilidade, É
evidente que, pela lei, ninguém é justificado diante de Deus... (Gl 3.11). Dada a impossibilidade
de se guardar todos os 613 mandamentos, a Bíblia declara que a lei nos serviu de aio para nos
conduzir a Cristo e que depois que a fé veio já não estamos mais debaixo do aio (lei) (Gl 3.2325).
OS ASD estabelecem as seguintes diferenças entre uma e outra lei: Afirmam que a Lei
Cerimonial foi abolida e que a Lei Moral permanece em vigor e obrigatória. A divisão que fazem
é a seguinte:
LEI MORAL
Foi proferida por Deus
Foi escrita pelo dedo Deus em tábuas de pedra
Foi colocada dentro da arca
Deverá permanecer firme para sempre
Não foi destruída por Cristo
Devia ser engrandecida por Cristo
LEI CERIMONIAL
Foi ditada por Moisés
Foi escrita por Moisés num livro
Nenhuma coisa aperfeiçoou
Foi posta ao lado da arca
Foi cravada na cruz
Foi ab-rogada por Cristo
Foi tirada por Cristo
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Refutação Apologética:
Essa divisão da lei em duas leis é artificial como o reconhecem os próprios ASD.
Dizem eles:
Seria útil classificarmos as leis do Velho testamento em várias categorias: 1. Lei
moral; 2. Lei Cerimonial; 3. Lei Civil, 4. Estatutos e Juízos; 5. Leis de saúde.
Esta classificação é em parte artificial (Lições da Escola Sabatina, Lição n. 2, p.
18, de 8-1-1980).
Dizem mais os ASD,
Note que ‗A Lei de Moisés‘(Atos 15.5 nas Escrituras, refere-se a todas as leis
dadas por meio de Moisés - cerimonial, moral e civil.... A Lei de Moisés (Hb
10.28) incluía os dez mandamentos (Revista da Escola Sabatina, abril-junho
1990, p. 11-CPB).
A expressão ―cravada na cruz‖ é tirada de Cl 2.14-17 e no v. 16 está explícito, e sem
contestação, que se incluía nessa lei cravada na cruz o sábado semanal. Com isso os próprios
adventistas reconhecem que o sábado semanal foi cravado na cruz.
Ora se a Lei de Moisés refere-se a todas as leis dadas por Moisés incluindo os 10
mandamentos como sustentar biblicamente essa divisão da mesma lei em Lei Moral e Lei
Cerimonial como se fossem duas leis distintas?
A expressão Lei de Deus e Lei de Moisés são expressões sinônimas e não se trata de
leis distintas como afirmam os Adventistas do Sétimo Dia. Em Is 33.2 se lê de ―um só
Legislador‖ e assim tanto os dez mandamentos como os livros de Moisés foram dados por um só
Legislador – Deus, por meio de Moisés. É de Deus, pois foi dado por Ele e é de Moisés, pois foi
dada por intermédio de Moisés.
9.1 O emprego da palavra Lei
1. Basta ler Ne 8.1,3, 8, 14,18 onde a mesma Lei é chamada de Lei de Deus e Lei de Moisés,
indistintamente.
(Ne 8.1)...e disseram a Esdras, o escriba, que trouxesse o livro da lei de Moisés.
(v. 3) ... todo o povo estavam atentos ao livro da lei.
(v. 8) E leram no livro, na lei de Deus... (v.14) E acharam escrito na lei que o SENHOR
ordenara, pelo ministério de Moisés
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2. Em Gl 3.10 lemos: Maldito todo aquele que não permanecer em todas as coisas que estão
escritas no livro da lei para fazê-las. Esse texto é uma citação de Dt 27.26. Lendo esse capítulo a
partir do v. 15 vamos encontrar preceitos morais dentro da lei chamada cerimonial.
Maldito o homem que fizer imagem de escultura, ou de fundição, abominação ao Senhor, obra
da mão do artífice, e a puser em um lugar escondido. E todo o povo responderá, e dirá: Amem.
(v. 15)
Seria este um preceito cerimonial só pelo fato de ter sido escrito por Moisés em um livro e posto
ao lado da arca e não dentro dela?
3. Lendo Mc 7.10 que declara: Porque Moisés disse: Honra a teu pai e a tua mãe. Esse
mandamento está incluído nos dez mandamentos, pois é citado em Ex 20.12. Um preceito
cerimonial considerando que foi Moisés que o disse, mas que faz parte da lei moral dos
adventistas, pois se trata do 5º mandamento do decálogo;
4. Lendo Jo 7.19 que declara: Não vos deu Moisés a lei? E nenhum de vós observa a lei. Por que
procurais matar-me? Onde a lei proíbe matar? Encontramos esse mandamento dentro dos dez
mandamentos – o sexto mandamento em Ex 20.13. Como foi Moisés que disse, deveria tratar-se
de um preceito cerimonial. Entretanto, os adventistas reconhecem que isso está dentro da lei
moral.
5. Jesus ensinou em Mt 22.37-39 que os dois maiores mandamentos são: amar a Deus e amar ao
próximo.
E Jesus disse-lhe: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todo o teu pensamento.‖(Mt 22.37) Esse mandamento é encontrado em Dt 6.5, como se lê:
―Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas
forças.
E o segundo, semelhante a este, é: ―Amarás o teu próximo como a ti mesmo. (Mt 22.39) Este
mandamento se encontra em. Levíticos 19.18,:‖ Não te vingarás nem guardarás ira contra os
filhos do teu povo: mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.
Ambos fazem parte do livro da Lei de Moisés colocado ao lado da Arca. Tomai este livro da lei,
e ponde-o ao lado da arca da aliança do SENHOR vosso Deus, para que ali esteja por
testemunha contra ti. (Dt 31.26). Esses dois mandamentos acham-se em Dt 6.5 e Lv 19.18.
(Dt 6:5) Amarás, pois, o SENHOR teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de
todas as tuas forças.
(Lv 19:18) Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu
próximo como a ti mesmo. Eu sou o SENHOR.
10 – O SÁBADO
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O sábado possui proeminência entre as doutrinas defendida pelos ASD. Ela os
distingue até pelo nome – Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Eles não escondem o ufanismo em se auto-intitularem como os verdadeiros
―restauradores do sábado‖, aplicando a si mesmos uma série de profecias bíblicas para
fundamentar esta alegação.
10.1 A origem do sábado na Igreja Adventista
Muitos ficariam surpresos ao descobrirem que os pioneiros dessa igreja nem sempre
guardaram o sábado. Isto porque 99% dos mileristas, que segundo alguns escritores, havia
chegado a cifra de 1 milhão, eram fiéis guardadores do domingo.
A respeito de Miller, A. B. Christianini afirma:
Miller jamais se tornou um adventista do sétimo dia. Rejeitou doutrinas básicas dos
adventistas do sétimo dia – como o sábado...Finalmente morreu como membro da igreja
batista, e irredutível observador do domingo (Subtilezas do Erro, pág. 40).
Como vimos, Miller, o líder deste movimento era observador do domingo, assim como
Tiago White e sua esposa Ellen G. White.
Muitos adventistas acreditam que a doutrina do sábado foi divinamente inculcada
através da chamada ―luz progressiva‖, ―verdade presente‖ e termos afins. É exatamente isso que
Ellen White tenta explicar:
O Espírito de Deus tocou o coração dos que estudavam a sua palavra. Impressionava-os
a convicção de que haviam ignorantemente transgredido este preceito... (O Grande
Conflito pág. 433).
Mas a verdade é bem diferente. O caso é que o sábado foi introduzido no movimento
adventista por influencia de pessoas que já guardavam-no.
Falando daqueles primeiros tempos de formação do movimento, certo escritor
adventista comenta:
Este grupinho de fiéis testemunhas, desapontadas, mas não desiludidas; foram
aos poucos recebendo novas luzes. E assim, aceitaram o sábado como em vigor
na dispensação cristã. Este mandamento da imutável lei de Deus foi introduzido
no movimento pela senhora Raquel Preston, egressa da igreja Batista do Sétimo
Dia, aceito e pregado veementemente por José Bates, e mais tarde ratificado
através de visões celestiais, por Ellen G. White. Porém foi T.M Preble, o
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primeiro a comunicar esta grande verdade por meio da imprensa aos mileritas
do advento (‗Assim Diz o Senhor‘, Lourenço Gonzalez – ed. ADOS pág. 415).
Em agosto de 1844, Thomas Preble, antes ministro batista, por si mesmo ou por
influência de Rachel Oakes ou Frederick Wheeler, também aceitou a
observância do sábado do sétimo dia. A Sra. Raquel Preston, batista do sétimo
dia chegou a visitar a igreja de New Hampshire em Washingtom, conseguindo
persuadir seus membros á observância do sábado. Tempos depois em meados de
1845, o sr. Joseph Bates visitou aquele grupo e foi influenciado por eles e pela
leitura do artigo de T.M. Preble sobre a questão do sábado (Le Roy Edwin
Froom – The Prophetic Faith of our Fathers, vol. IV, páginas 920 a 936 e 941).
Bates começou a guardar o sábado em março de 1845, sendo assim o primeiro
dos preeminentes guias pioneiros do povo adventista do sétimo dia a aceitar o
sábado ( Fundadores da Mensagem, p. 98).
Bates, posteriormente, publicou um folheto intitulado ―The Seventh-day Sabbath‖, que
foi lido por Tiago e Ellen White. Assim ambos uniram-se em torno desta doutrina. Mais tarde a
sra. White viria confirmar com suas visões a doutrina sabatista. Apesar de a idéia do sábado ter
sido introduzida por outros sabatistas, quem maior labutou para sua propaganda no meio
adventista foi o ex-marinheiro Joseph Bates.
É interessante acompanhar este pormenor, pois revela algo curioso
10.2 Doutrinas de concessão
Um fato importante a ser observado é o seguinte: Quando Bates veio fazer parte do
movimento adventista ele não cria nas visões e profecias de Ellen White. Observe as queixas que
Ellen White fazia a este respeito:
A primeira vez que me ouviu falar manifestou profundo interesse, Depois que eu
acabara de falar, levantou-se e disse: ‗Eu duvido como Tomé. Não creio em
visões...(Vida e Ensinos pág. 84).
Ele não cria então inteiramente que minhas visões provinham de Deus. (Ibdem,
p. 87)
Por sua vez a senhorita Harmon não aceitava a doutrina do sábado, dizia ela:
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O pastor Bates guardava o sábado, sétimo Dia da semana, e para esse dia nos
chamava a atenção como sendo o verdadeiro sábado. Eu não compreendia sua
importância e achava que ele errava em ocupar-se com o quarto mandamento
mais do que com os outros nove (Ibdem)
É preciso ressaltar que ela veio atestar com suas "revelações" a doutrina do sábado,
somente depois que ele (Bates) aprovou suas visões como sendo de procedência divina. Logo
após esta concessão feita por Bates ela teve uma visão da arca, do propiciatório e do 4º
mandamento. Assim ela recebia a luz concernente ao sábado:
O Senhor, porém, me deu uma visão do santuário celestial...Jesus levantou a
cobertura da arca e contemplei as tábuas de pedra...Fiquei aterrada quando vi o
quarto mandamento mesmo no centro dos dez preceitos, com uma suave auréola
de luz rodeando-o (Ibdem p.92).
Depois deste ―acordo‖ ela começou a pregar a doutrina sabatista.
Nos primeiros anos de seu trabalho, numa ocasião em que ela, seu esposo e o
pastor Bates eram quase os únicos que pregavam a verdade do sábado... (Vida e
Ensinos p. 249)
10.3 Como Ellen White guardava o sábado
O que muitos ignoram, inclusive adventistas, é que EGW não guardava o sábado como
o fazem atualmente a IASD. Vejamos:
Na assembléia realizada em 1855, três pessoas em especial se manifestaram
contra a guarda do sábado de pôr a pôr do sol: José Bates, Tiago e Ellen White:
―As conclusões então apresentadas por Andrews convenceram a maioria dos
presentes. Entretanto, o casal White, José Bates e outros mostraram-se
recalcitrantes em aceitar a nova luz.‖ (A Mão de Deus ao Leme, pag. 57)
Por fim, para não perder a direção do movimento, Ellen White teve outra visão. E é
por isso que os adventistas batem nesta tecla do pôr do sol até hoje. Não por que seja normativo,
mas por que a sra. White teve uma visão!
O curioso de tudo isso é que em 1847 a Sra. White tem uma visão na qual lhe é revelada a
importância do sábado. Aí em 1855, quase 10 anos depois, os adventistas descobrem que estão
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guardando o sábado de maneira errada, e então a Sra. White tem outra visão, na qual o tempo
correto para se observar o sábado lhe é mostrado. Isso não é algo no mínimo curioso? Porque o
anjo que lhe deu a primeira visão do sábado não lhe disse também o modo como guardá-lo? Por
que somente depois de 10 anos, foi que o anjo voltou e completou o serviço?
Isso mostra que a autoridade profética que conferia o carimbo de validade nas doutrinas
adventistas era realmente a palavra de Ellen White!
10.4 O sábado como obrigação legal
A partir de então, já confirmada como profetisa do movimento adventista, passa a
escrever sobre a obrigatoriedade de guardar o sábado como meio de salvação nos seguintes
termos:
Santificar o Sábado ao Senhor importa em salvação eterna (Testemunhos Seletos, vol.
III, p. 22 – 2ª edição, 1956).
Foi-me mostrada então uma multidão que ululava em agonia. Em suas vestes estava
escrito em grandes letras: Pesado foste na balança, e foste achado em falta. Perguntei (ao
anjo) quem era aquela multidão. O Anjo disse: Estes são os que já guardaram o sábado e
o abandonaram. Vi que eles haviam ... enlameado o resto com os pés – pisando o sábado
a pés; e por isso foram pesados na balança e achados em falta (Primeiros Escritos, p. 37,
1995).
A Sra. White ainda disse que teve uma visão, onde havia uma arca no céu e nela
estavam os dez mandamentos. Dos mandamentos se destacava o quarto, porque se apresentava
dentro de um círculo de luz. Ela entendeu que este quarto mandamento precisava receber maior
atenção do que os demais, por ser o mais negligenciado pelos cristãos (Ibidem, p. 32/33). Os
Adventistas, com isso estão preocupados em guardar um dia determinado pela lei de Moisés.
Afirmam que o sábado é anterior à Lei, que foi guardado por Adão e Eva e que por
isso mesmo não pertence à Lei mosaica. Algumas considerações aqui se tornam necessárias:
Refutação Apologética:
1ª) A moral sabática não se refere a um dia específico da semana. Diz que devemos trabalhar seis
dias e descansar no sétimo, ou seja, um dia de descanso semanal. No calendário romano cristão o
41
dia de descanso é o Domingo, descansando nele estamos de acordo com a moral sabática – Seis
dias trabalharás, e farás todo o teu trabalho (Ex. 20:9).
2º) Se partirmos do princípio da criação, para construir o calendário, a história se complica. Deus
criou o homem no sexto dia (Gn. 1.26, 27), o sétimo dia da criação foi, portanto, o primeiro dia
da semana do homem. Não se justificaria o homem ser criado em um dia e já descansar no
próximo. Assim, o sétimo dia de Deus é o primeiro do homem. De acordo com essa lógica da
semana da criação, o dia de descanso do homem seria a sexta-feira e não o sábado.
3º) Perguntamos ainda: Em qual fuso horário deve-se guardar o sábado? Pois quando é sábado
em um país é domingo em outro, como resolver essa problemática para que todos no planeta
guardem o mesmo shabath de Deus?
4º) O sábado deveria ser guardado do pôr-do-sol ao pôr-do-sol (Lv. 23.32). Então, como fazem
os sabatistas do extremo norte para obedecer a esse mandamento, visto que o sol pode demorar
meses para se pôr?
A obrigatoriedade de guardar o sábado é exposta da seguinte maneira:
O Pr. Bates, o apóstolo da verdade sobre o sábado, tomou a liderança em
advogar a obrigatoriedade da guarda desse dia (Primeiros Escritos, prefácio
Histórico XXII).
Refutação Apologética:
Muito embora os ASD não aceitem ouvir falar em abolição do sábado, a profecia
concernente à abolição do sábado semanal é indicada em Os 2.11 da seguinte maneira:
E farei cessar todo o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas e os seus sábados; e todas as
suas festividades (o grifo é nosso).
O cumprimento da profecia de Os 2.11 se deu quando Jesus bradou na cruz, Está
consumado (Jo 19.30). Lê-se que, nesse momento, houve o rompimento do véu do santuário, Eis
que o véu do santuário se rasgou em duas partes de alto a baixo.(Mt 27.51) dando fim a todo o
cerimonialismo da lei. Entre as coisas que foram abolidas a partir de então, a Bíblia torna claro
que se incluía a guarda do sábado semanal.
É o que lemos em Cl 2.14-17:
Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma
maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando
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os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.
Portanto ninguém vos julgue pelo comer, ou pelo beber, ou por causa dos dias de festa,
ou da luz nova, ou dos sábados, Que são sombras das coisas futuras, mas o corpo é de
Cristo.
10.5 Explicação adventista de Colossenses 2.14-17
Se os ASD aceitassem que a palavra sábados do texto em tela se aplica corretamente
ao sábado semanal, então não haveria prova bíblica para sustentar a guarda do sábado no Novo
Testamento. E eles sabem disso. Por isso, quando em polêmicas, querendo sustentar a
obrigatoriedade da guarda do sábado, explicam que a palavra sábados de Cl 2.16 se aplica aos
por eles intitulados sábados cerimoniais ou anuais de Levítico 23. É a resposta óbvia que dão
quando alguém aponta Cl 2.14-17 como prova da abolição do sábado semanal. Dizem, ―Então
você não sabe que existem dois sábados nas Escrituras? O sábado semanal, que é de caráter
moral e o sábado cerimonial ou anual? Este – sim - foi abolido na cruz mas o sábado semanal
continua obrigatório‖. Vejamos se os ASD têm razão no seu raciocínio:
Resposta Apologética:
Daremos três razões para explicar que a defesa feita pelos adventistas com relação à
guarda do sábado é sem base bíblica:
1. A expressão de Cl 2.16 ―dias de festa’ se relaciona com os feriados anuais ou sábados
cerimoniais que eram denominados dias de festa, São estas as festas fixas do Senhor, que
proclamareis para santas convocações, para oferecer ao SENHOR... (Lv 23.37). Logo os
sábados cerimoniais ou anuais já estão incluídos nessa frase, restando à palavra sábados o
sentido diferente de sábados semanais, Além dos sábados do SENHOR...(Lv 23.38).
Eram sete as festas anuais judaicas mencionadas em Lv 23:
1.Festa dos Asmos - v. 6
2.Festa da Páscoa – v. 5
3.Festa de Pentecostes – v. 15, 16
4.Festa das Trombetas – v. 24
5.Festa da Expiação – v. 27, 28
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6.Festa dos Tabernáculos (primeiro dia da festa) - v. 34
7.Festa dos Tabernáculos (último dia da festa) – v. 36
2. A fórmula ‗dias de festa, luas novas e sábados‘ é a fórmula consagrada para indicar os dias
sagrados anuais, mensais e semanais ou inversamente, semanais, mensais e anuais.
Exemplos bíblicos da fórmula:
Exemplo nº 1:
Em Números 28 encontramos os holocaustos para os dias de sábados (semanais), para as luas
novas (mensais) e dias de festa (anuais) nos seguintes versículos: ... no dia de sábado dois
cordeiros de um ano, sem mancha... Holocausto é do sábado em cada semana... (v. 9,10)
E as suas libações serão a metade dum him de vinho para um bezerro... este é o holocausto da
lua nova de cada mês, segundo os meses do ano (v. 14).
Porém no mês primeiro, aos catorze dias do mês, é a páscoa do Senhor; E aos quinze dias do
mesmo mês haverá festa; sete dias se comerão pães asmos (v. 16,17).
Exemplo nº 2:
1 Cr 23.31: E para cada oferecimento dos holocaustos do Senhor, nos sábados (cada semana),
nas luas novas (cada mês) e nas solenidades (cada ano) por conta, segundo o seu costume,
continuamente (o parêntese é nosso).
Exemplo nº 3:
2 Cr 2.4: Eis que estou para edificar uma casa ao nome do Senhor meu Deus, para lhe
consagrar, para queimar perante ele incenso aromático, e para o pão contínuo da proposição, e
para os holocaustos da manhã e da tarde (cada dia), nos sábados (cada semana) e nas luas
novas (cada mês) e nas festividades do Senhor nosso Deus... (cada ano). (o grifo e o parêntese é
nosso)
Exemplo nº 4:
2 Cr 8.13: E isto segundo o dever de cada dia, oferecendo segundo o preceito de Moisés, nos
sábados (cada semana) e nas luas novas (cada mês), e nas solenidades (cada ano), três vezes no
ano... (o grifo e o parêntese é nosso)
Exemplo nº 5:
2 Cr 31.3: Também estabeleceu a parte da fazenda do rei para os holocaustos, para os
holocaustos da manhã e da tarde, e para os holocaustos dos sábados (cada semana), e das luas
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novas (cada mês), e das solenidades (cada ano), como está escrito na lei do Senhor (o grifo e o
parêntese é nosso)
Exemplo nº 6
Ez 45.17: E estarão a cargo do príncipe os holocaustos, e as ofertas de manjares, e as libações,
nas festas (cada ano), e nas luas novas (cada mês), e nos sábados (cada semana), em todas as
solenidades da casa de Israel. (o grifo e o parêntese é nosso)
3. Dizem os ASD que:
Os termos sábado, sábados e dia de Sábado ocorrem sessenta vezes no Novo
testamento, e em cada caso exceto um, refere-se ao sétimo dia. Em Col. 2.16 e 17
faz-se referência aos sábados anuais relacionados com as três festas anuais
observadas por Israel antes do primeiro advento de Cristo ( Estudos Bíblicos p.
378, 1984).
Perguntamos: Em qual caso fazem exceção? Justamente o de Cl 2.16. Então os termos
―sábado, sábados e dia de sábado‖ aparecem 60 vezes e sempre se referem ao sétimo dia com
exceção de um - o de Cl 2.16. Se dermos à palavra ‗sábados‘ o sentido de sábado semanal
teremos em apoio da nossa interpretação 59 casos, reconhecidos pelos próprios ASD como
sábados semanais. Se os ASD derem o sentido de sábado anual ou cerimonial à palavra
‗sábados‖ de Cl 2.16 só terão em apoio de sua interpretação um único caso. Logo, a nossa
interpretação é a correta. E por quê? Porque é regra de hermenêutica que a Bíblia com a própria
Bíblia se interpreta. Se duas pessoas se candidatam a um cargo eletivo e um deles alcançar 59
votos e outro só um. Quem é o vencedor?
Assim os dias sagrados anuais são conhecidos pela expressão ‗dias de festa’; dias
sagrados mensais, indicados pela expressão ‗lua nova’; dias sagrados semanais pela expressão,
‗sábados‘. Se conservarmos o verdadeiro sentido de ‗dias de festa‘ para os chamados sábados
anuais, teremos dentro da palavra ‗sábados‘, mencionada em seguida, o sentido de sábado
semanal. Logo, todo ciclo de dias sagrados do judaísmo: anuais, mensais e semanais, são
indicados pela expressão ‗dias de festa, lua nova e sábados' e terminaram na cruz e não devem
ser motivo de críticas como fazem os ASD e muito menos que seja necessária a guarda do
sábado para salvação, como erroneamente ensina a Sra. White.
45
10.6 Opinião do teólogo adventista Samuelle Bacchiochi sobre Colossenses 2.16-17
Observe como uma das maiores autoridades adventistas sobre essa temática, explica o texto em
apreço:
O sábado em Colossenses 2.16: O tempo sagrado prescrito por falsos mestres
referem-se como sendo ‗um sábado festival‘ ou a lua nova ou um sábado. –
‗eortes e neomnia o sabbaton.‘ (2.16). O consenso unânime de comentaristas é
que estas três expressões representam uma lógica e progressiva seqüência
(anual, mensal e semanal). Este ponto de vista é válido pela ocorrência desses
termos... Um outro significativo argumento contra os sábados cerimoniais ou
anuais é o fato de que estes já estão incluídos nas palavras ‗dias de festa...‘Esta
indicação positivamente mostra que a palavra SABBATON como é usada em Cl
2.16 não pode se referir aos sábados festivais, anuais ou cerimoniais [...]
Determinar o sentido de uma palavra baseando-se exclusivamente em conceitos
teológicos em prejuízo de evidências línguísticas e contextuais é estar contra as
regras de hermenêuticas bíblicas. Ademais, a interpretação que o Comentário
Adventista dá à palavra ‗sábados‘ de Cl 2.16 é difícil de ser sustentada, desde
que temos visto que o sábado pode legitimamente ser tido como ‗sombra‘ ou
símbolos preparatórios de bênçãos da salvação presente e futura. (From Sabbath
to Sunday, p. 358-360).
10.7 Os mandamentos de Jesus
Reiteradamente encontramos na Bíblia a recomendação de Jesus para guardarmos seus
mandamentos. As seguintes passagens assim indicam:
Se me amardes guardareis os meus mandamentos (Jo 14.15).
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama ( Jo 14.21).
Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que guardo
os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor (Jo 15.10).
E nisto sabemos que o conhecemos se guardarmos os seus mandamentos (1 Jo 2.3).
Nisto conhecemos que amamos os filhos de Deus, quando amamos a Deus e guardamos os seus
mandamentos (1 Jo 5.3).
10.8 A natureza dos mandamentos de Jesus
A que Jesus se referia quando falava de seus mandamentos? Os ASD logo que
encontram a palavra ―mandamentos‖ no Novo Testamento associam a palavra ao decálogo. Não
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é, porém, correto esse modo de pensar. Jesus foi bem específico quando falou de ―seus
mandamentos‖.
Vejamos a que Jesus se referia quando falava de mandamentos:
Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que
também vós uns aos outros vos ameis ( Jo 13.34).
O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei (15.12).
O seu mandamento é este: que creiamos no nome de seu Filho Jesus Cristo, e nos amemos uns
aos outros, segundo seu mandamento ( 1 Jo 3.23).
E dele temos este mandamento: que quem ama a Deus, ame também seu irmão (1 Jo 4.21).
E agora, senhora, rogo-te, não como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo
que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros (2 Jo 5).
Notou o aluno que nada se fala de guardar o sábado?
10.9 O Novo Testamento não repete o quarto mandamento
Não há dúvida de que o Novo Testamento cita mandamentos do Velho Testamento.
Cita mandamentos indistintamente de toda a Lei de Moisés, mas não repete o quarto
mandamento em nenhum lugar. Observe o quadro a seguir e compare:
VELHO TESTAMENTO
NOVO TESTAMENTO
1. 1º mandamento - Ex 20.2,3
1. At 14. 11, 14, 15
2. 2º mandamento - Ex 20.4-6
2. 1 Jo 5.21
3. 3º mandamento - Ex 20.7
3. Tg 5.12
4. 4º mandamento - Ex 20.8-11
NÃO EXISTE
5. 5º mandamento - Ex 20.12
5. Ef 6.1-3
6. 6º mandamento - Ex 20.13
6. Rm 13.9
M7º mandamento - Ex 20.14
7. 1 Co 6.9,10
M8º mandamento - Ex 20.15
8. Ef 4.28
M9º mandamento - Ex 20.16
9. Cl 3.9
M10 mandamento - Ex 20.17
10. Ef 5.3
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10.10 Será que os adventistas guardam o sábado como o Velho Testamento ordenava?
Os cristãos, segundo o testemunho claro do Novo Testamento, estão livres da
observância do sábado (Cl 2.16,17). De fato, a tentativa de reconciliar-se com Deus por meio de
obras, implica a nulidade da obra de Cristo e a obrigatoriedade de se guardar toda a lei (Gl
5.2,3). Assim, os que apontam a necessidade de guardar o sábado, devem julgar se o guardam
conforme a lei no Antigo Testamento prescrevia: não sair de casa no sábado (Êx 16.29); não
ferver ou assar alimentos (Êx 16.23); guardar o sábado dentro de casa (Êx 16.29); não acender
fogo (Êx 35.3); não fazer viagens (Ne 10.31); não carregar peso (Jr 17.21); não fazer transações
comerciais (Am 8.5). Os que afirmam ser a observância do sábado necessária, ignoram o claro
ensino do Novo Testamento a respeito do sábado (Mt 12.1-13; At 15.1,10; Cl 2.16,17); colocam
sua esperança em suas próprias obras, e não na obra redentora de Cristo (Rm 3.28; Gl 2.16; Gl
3.10,11); ensinam a outros o que eles mesmos não praticam (Mt 23.15; At 15.1,10; Rm 2.21); e
tornam-se culpados da própria lei a que se submetem sem a cumprirem, atraindo sobre si
mesmos a maldição da lei (Dt 27.11–28.1-68; Js 24.19,20; Gl 5.1-5; Tg 1.23; 2.10-11).
11. O DOMINGO
A IASD acredita que o papado seja o anticristo e o domingo a marca da besta.
Algumas vezes atribui ao Imperador Constantino a autoria para guardá-lo e outras vezes dizem
que foi o Papa quem criou sua instituição. Asseveram que em um futuro próximo uma lei
dominical papal será promulgada pelos EUA, então todos aqueles que aderirem conscientemente
a essa lei, observando o domingo, receberão a marca da besta.
Mediante esta interpretação denigrem o primeiro dia da semana como dia espúrio,
proveniente do paganismo e que deve ser totalmente rejeitado pelos verdadeiros adoradores de
Deus. Mas tal interpretação está correta? A IASD teria bases bíblicas e históricas para
fundamentar essa acusação? Acreditamos que não.
11.1 O domingo da ressurreição foi o cumprimento de duas profecias
1º) Cumpriu-se Levítico 23.9-17
48
O domingo foi profetizado na Bíblia como um dia diferente feito pelo próprio Deus,
conforme indica o Salmo 118.24 – o Dia que o Senhor fez.
Esse dia estava na contagem cronológica de Jesus como o último dos três, período este
apontado apologeticamente como prova de sua ressurreição. O domingo é o terceiro dia da
profecia.
Jesus ao ressuscitar no primeiro dia da semana mostrou que Nele se cumpria a profecia
das primícias tipificada em Levítico 23.9-17. Ela era feita no ―dia seguinte ao sábado‖. Paulo
entendeu perfeitamente isso ao dizer que Cristo ―foi feito as primícias‖ pela sua ressurreição (I
Coríntios 15.20). Essa cerimônia era seguida por outra, a dos manjares em outro domingo, num
espaço de cinqüenta dias chamada de pentecostes. A descida do Espírito Santo para inaugurar a
Igreja cristã se deu em um domingo tipificando as festas do AT (Atos 2) em cumprimento à
profecia de Joel (Jl 2.28; At 2.1- 4. 16, 17).
2º) Cumpriu-se Salmos 118. 22-24
Quem será o responsável pela instituição do Dia do Senhor? Quem fez o primeiro dia
da semana? Assim diz o texto de Apocalipse 1.10, Eu fui arrebatado em espírito no Dia do
Senhor... A própria Bíblia responde a isto: A pedra que os edificadores rejeitaram tornou-se
cabeça da esquina. Foi o Senhor que fez isto, e é coisa maravilhosa aos nossos olhos. Este é o
dia que fez o Senhor; regozijem-nos e alegremo-nos nele (Sl.118.22-24, compare At.4.11;
Mc.16.9).
Todos nós sabemos que a pedra rejeitada é Jesus, isso é fato consumado! Quando
começou seu ministério declarou-se filho de Deus, mas os judeus recusaram-no. No término do
seu ministério, diante da corte de Pilatos, declararam: "Seja crucificado" (Mt. 27.22). Cumpriuse assim a primeira parte da profecia; a pedra que os edificadores rejeitaram.... A outra parte,
tornou-se cabeça de esquina cumpriu-se no dia da sua ressurreição, quando Jesus declarou: "é
me dado todo o poder do céu e na terra" (Mt.28:18). Assim, cumpriu-se o resto do salmo
profético, quando Jesus ressuscitou no primeiro dia da semana – tornando-se o "dia que fez o
Senhor" (vrs.24). Acerca dessa dia "que fez o Senhor" – disse o escritor profeticamente:
Regozijem-nos e alegremo-nos nele. Esta parte final da profecia se cumpriu exatamente no
primeiro dia da semana: Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana (O
Domingo), e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado,
chegou Jesus... De sorte que os discípulos se alegraram vendo o Senhor (Jo.20.19-20).
49
11.2 A expressão ‘dia do senhor’ de Apocalipse 1.10
O teólogo adventista Alberto R. Timm em seu livro ―O Sábado nas Escrituras‖,
declara:
Parece mais provável que João tenha escolhido a expressão Kyriake hemera para
designar o sábado... (p.76).
Cita como base textos como o de Isaias 58:13; Êxodo 16:23 e Mateus 12:8. Diz ainda:
Além disso, se João realmente tencionasse designar o domingo como sendo o ―dia do
Senhor‖ com certeza ele também teria feito em seu evangelho, que foi escrito
aproximadamente na mesma época do apocalipse (na década de 90 AD). Mas em todas
as oito alusões ao domingo no Novo Testamento, ele é simplesmente chamado de
―primeiro dia da semana‖...sem qualquer distinção especial (Ibdem p.74).
Refutação Apologética:
O escritor Aníbal P. Reis explica que a locução grega no caso dativo Kyriake Hemera
é traduzida literalmente em nosso vernáculo por Senhorial Dia ou Dia do Senhor. Diz ele:
O nosso vocábulo DOMINGO procede do latim DOMINICUS (=Senhorial), (como
Dominga vem de Dominica), que por sua vez é a tradução latina do grego KYRIAKE.‖
(A Guarda do Sábado, p. 154).
O apologista Gleason Archer é concorde e afirma que:
‗Dia do Senhor‘ está expresso no caso dativo: ‗té kyriaké hémerà‘. Não existe base
válida para que se questione se se trata de fato do Domingo. até hoje essa é a expressão
regular para ‗domingo‘ no grego moderno (Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas,p.
127, 1997).
O termo Kyriake, é uma palavra neotestamentaria que só aparece novamente em I Co.
11.20 em seu caso genitivo Kyriakon para designar a Ceia do Senhor.
O dicionário Internacional de Teológica comentando esta palavra assim se expressa:
Embora alguns tenham alegado que se refere ao último dia, ou até mesmo á páscoa,
parece certo que a expressão é o nome que veio a ser dado ao primeiro dia da semana.
Desde Inácio (Mag. 9:1) este é o seu significado nos escritos patrísticos (Dicionário
Internacional de Teologia do Novo Testamento, p. 2164).
Outra obra teológica explica que o ―Dia do Senhor‖,
50
Era uma frase que se usava já no segundo século referindo-se ao domingo (O Novo
Comentário da Bíblia, p. 1452).
Diante do exposto deve o aluno refletir no seguinte ponto: Por que o apóstolo iria
formar uma palavra nova para expressar coisas de uma instituição sagrada antiga? Urge
rememorar que o evangelho era uma instituição nova, por isso necessitou do uso de termos
novos.
O Novo Testamento nos dá alguns exemplos destes termos:
a) cristãos - como um nome novo para o povo de Deus;
b) apóstolos, evangelistas, e diáconos - como os novos líderes da Igreja;
c) batismo - como o rito iniciatório na Igreja,
d) Ceia do Senhor - como símbolo desta nova instituição e;
e) Dia do Senhor - como um novo dia da nova dispensação.
As novas normas originadas pelo evangelho não puderam ser expressas pela
terminologia da velha lei; conseqüentemente palavras novas precisaram ser cunhadas.
No Novo Testamento nós temos: o sangue do Senhor, o cálice do Senhor, os
discípulos do Senhor, a mesa do Senhor, a morte do Senhor, o corpo do Senhor, a ceia do
Senhor, e também o Dia do Senhor. Todas estas expressões recorrem a algo que pertence
exclusivamente a Cristo debaixo da Nova Aliança.
Eu fui arrebatado em espírito no dia do Senhor (Apocalipse 1.10). Este é o primeiro
lugar na Bíblia que nós temos a expressão o ―Dia do Senhor‖. João escreveu neste idioma
sessenta seis anos depois que o sábado judeu fora abolido; conseqüentemente ele deve ter
recorrido a algum dia comemorativo peculiar para a nova dispensação. Não existe um único
exemplo na Bíblia ou na história onde o termo ―o Dia do Senhor‖ é aplicado ao sábado judaico.
Os adventistas nunca chamam o sétimo dia de o ―Dia do Senhor‖ exceto quando eles
tentam explicar o Dia do Senhor em Apocalipse 1.10 como se fosse o sábado; mas em seus
ensinos, escritos, e conversações, eles se referem a este dia simplesmente como sábado. O termo
sabbath não é usado em Apocalipse e nenhum léxico abalizado traduz esta expressão como se
referisse ao sábado. O sábado judaico foi abolido na cruz (Cl 2.14 16; Gl 4.10; Rm 14.5) mais de
sessenta anos antes de João escrever; então, ele não poderia ter recorrido àquele dia.
Outro fato a ser mencionado é que depois de João, todos os demais escritores pósapostólicos sempre usaram este termo para designar o domingo e nunca o sábado. Deve-se levar
em consideração ainda o contexto do livro do Apocalipse que de forma precisa nos informa que
51
a mensagem do livro era destinada às sete Igrejas da Ásia (v. 11). E junto a estas cartas que se
encontra a expressão ―o Dia do Senhor‖. Ora, o título ―Senhor‖ é um título dado a Jesus
especialmente depois da sua ressurreição que aconteceu no primeiro dia da semana.
No Apocalipse ele é o Senhor Todo Poderoso do verso 8, e Senhor dos senhores 17.14.
Portanto, este dia forçosamente tem de ser o dia no qual Jesus foi feito Senhor dos vivos e dos
mortos, ou seja, o primeiro da semana. Este foi o dia que fez o senhor, Salmo 118.24. Mas o que
dizer então dos versículos citados onde o sábado aparece como ―meu santo dia‖ Isaias 58.13, ―o
santo sábado do senhor‖ Êxodo 16.23, pois o Filho do homem é senhor do sábado Mateus 12.8 ?
Não é isto prova de que o dia do Senhor seja realmente o sábado? Não, pois estes três textos
foram ditos ou escritos antes da cruz sob a lei, mas Apocalipse 1.10 depois da cruz e sob o
evangelho, por conseguinte num novo contexto de uma nova aliança. Demais disso, se fosse este
o caso certamente o apóstolo teria repetido a designação usual (sábado) como aparece nos
versículos acima referidos.
Mas é contestado pelos ASD que João e todos os outros evangelistas chamam o
domingo simplesmente, ―o primeiro dia da semana‖, e não de ―o Dia do Senhor‖.
Conseqüentemente se João, em Apocalipse 1.10, tivesse se referindo ao domingo ele teria dito ―o
primeiro dia da semana‖, como fez no evangelho.
A resposta não é tão embaraçosa quanto parece. Jesus predisse que ele seria morto e
ressuscitaria no terceiro dia. Cada evangelista teve cuidado em demonstrar que a predição fora
fielmente cumprida. Conseqüentemente eles foram coerentes em dar os nomes desses três dias
como eram conhecidos pelos judeus; qual seja: dia da ―preparação‖, (sexta-feira) dia de
―Sábado‖ e ―primeiro dia da semana‖. Temos de levar em consideração também que o estilo
gramatical tal como foi escrito o livro do apocalipse difere grandemente do de seu Evangelho e
epístola. O estilo literário de Apocalipse é um tanto diferente em relação ao do seu evangelho.
Outra questão em especial a considerar é quanto à autoria do livro. Em seu evangelho João não
menciona seu nome, mas tão somente diz Este e o discípulo que testifica destas coisas e as
escreveu João 21.24. Já nas epístolas ele se identifica não mais como ―o discípulo‖, mas
anonimamente como ―o presbítero‖. No apocalipse pelo menos três vezes ele se identifica como
―João‖. Foi por detalhes como este que Dionísio colocou em dúvida a autoria do Apocalipse (Cf.
Historia Eclesiástica livro 7, cap. XXV). Apesar destas supostas diferenças nós acreditamos que
o verdadeiro autor do Apocalipse foi o apóstolo amado João. Além disso, o modo como João
usou a expressão ―o Dia do Senhor‖ para designar o primeiro dia da semana quiçá pode muito
bem se encaixar nestas diferenças literárias do livro.
52
Isto posto, fica patente que a expressão ―Dia do Senhor‖, longe de ser uma expressão
que aponta para o sétimo dia, ela identifica o domingo cristão – o primeiro dia da semana.
Um dia de adoração, comemoração e regozijo para o povo de Deus.
11.3 Traduções espúrias?
O significado da expressão ‗dia do Senhor‘ de Apocalipse 1.10 é encontrada em
algumas traduções da Bíblia como domingo:
Eu fui arrebatado em espírito num dia de Domingo... (Tradução de Antônio Pereira de
Figueiredo)
Num Domingo, caindo em êxtase, ouvi atrás de mim uma voz... (Edições Paulinas)
Um dia de Domingo, fui arrebatado em espírito. (tradução de Mattos Soares)
No dia do Senhor: No Domingo. (anotação no rodapé da TLH)
Referindo-se a Apocalipse 1.10 os adventistas afirmam que é impróprio traduzir ― dia
do Senhor‖ por domingo e que, só conseguimos tal tradução porque usamos traduções católicas
espúrias. Dizem que estamos buscando amparo na Igreja Católica Apostólica Romana para
provar nosso ponto de vista.
Refutação Apologética:
Ora, ao assim afirmarem estão não só se contradizendo, como usando de hipocrisia,
haja vista eles usarem igualmente tais traduções ―espúrias‖ para sustentar seus pontos de vistas.
Para quem já leu o livro Subtilezas do Erro - de Arnaldo Christianini - estranha tais afirmações.
Esse livro é considerado um dos melhores livros de apologia adventista já escrito. Observe,
porém, como esse escritor se apóia nas mesmas traduções católicas consideradas espúrias pelos
adventistas. Abaixo citações do livro Subtilezas do Erro.
Página 53 - Era figura do verdadeiro santuário (ou como diz a tradução de Rohden)
Página 74 - E de mês em mês, e de sábado em sábado toda a carne (toda a humanidade) virá
prostrar-se diante de Mim e Me adorará, diz o Senhor. Isa 66.23 (trad. De P. Matos Soares).
53
Página 109 - Leiamos ainda, com cuidado, Lev. 23.24, 27, 32 e 39. Neste particular, as
traduções de Matos Soares e Figueiredo são mais claras, e seguem melhor o original. Valhamonos da versão Matos Soares...
Página 110 - Exceptio sabbatis Domino...‖ diz a versão de Jerônimo...
Página 122 - O padre Matos Soares traduz melhor: ‗A lei, pois, foi o nosso pedagogo...
Página 252 – O Novo Testamento do P. Basílio Pereira assim verte: ‗ Nestes dois mandamentos
SE ENCERRA TODA A LEI E OS PROFETAS.‘ Para que sofismar
11.4 O primeiro dia da semana e a ressurreição
Qual seria o dia no calendário cristão atual de comemoração pela vitória da
ressurreição de Cristo? Seria a sexta feira, o sábado ou o domingo? É bom lembrar que nos dois
primeiros dias o Senhor jazia morto em uma tumba fria. Naqueles dias os discípulos não tinham
esperança. Com muito sofrimento, eles lamentavam atrás de portas fechadas. Eles pensavam que
era Ele quem iria redimir Israel (Lc. 24.21). Somente o dia da ressurreição mudaria essa triste
situação.
Jesus escolheu o primeiro dia da semana para realizar sua maior obra, a ressurreição (Mc 16.9).
Foi pela ressurreição que ele levou a cabo nossa regeneração espiritual (I Pe 1.3)
Considerando que Jesus surgiu dos mortos no primeiro dia da semana, esta
regeneração foi completada naquele dia. Jesus foi reconhecido e proclamado o Filho de Deus
pela ressurreição no primeiro dia da semana. Em Salmos temos a seguinte profecia: ―Tu és meu
Filho, hoje te gerei.‖ (Sl 2.7). Em Atos 13.32,33, Pedro fala que isto foi cumprido na ressurreição
de Jesus – em um domingo.
Cristo foi coroado como Rei em seu trono naquele dia (Zc 6.13; At 2.29-36); e a nova lei de
Cristo entrou em vigor com o Evangelho em Jerusalém naquele dia (Is 2.3; Lc 24.47,49; At 2).
Diante de todos estes fatores proféticos importantes, Jesus determinou abençoar seus discípulos
sempre no primeiro dia da semana:
Este dia ocorreu na manhã do primeiro dia da semana, o nosso domingo e a nossa redenção foi
completa nele. Leiamos:
Ora, havendo Jesus ressurgido cedo no primeiro dia da semana (Mc 16:9).
a) No domingo, Ele os encontrou em diferentes lugares e em repetidas vezes (Mc 16.1-11; Mt
28.8-10; Lc 24.34; Mc 16.12-13; Jo 20.19-23).
b) No domingo Jesus os abençoou (Jo 20.19).
c) No domingo Jesus repartiu sobre eles o Espírito Santo (Jo 20.22)
54
d) No domingo comissionou-os para pregarem o evangelho a todo o mundo (Jo 20.21 e Mc 16.915).
e) O domingo tornou-se o dia de alegria e regozijo para os discípulos (Jo 20:20).
f) Os discípulos passaram a se reunir no domingo (At 20.6-7).
g) As coletas eram feitas no domingo (I Co 16.1-2).
11.5 Provas históricas sobre a observância dominical
-
Justino, o Mártir: 100-167d.C. Eis aqui como Justino, o Mártir, descreveu o culto primitivo
dos cristãos:
No dia chamado do sol (Domingo) há uma reunião de todos que moram nas cidades e
vilas, lê-se um trecho das memórias dos Apóstolos e dos escritos dos profetas, tanto
quanto o tempo permita. Termina a leitura, o presidente, num discurso, admoesta e
exorta à obediência dessas nobres palavras. Depois disso, todos nos levantamos e
fazemos uma oração comum. Finda a oração, como descrevemos antes, pão e vinho
(suco de uva) e ação de graças por eles de acordo com a sua capacidade, e a
congregação responde, Amém. Depois os elementos consagrados são distribuídos a cada
um e todos participam deles, e são levados pelos diáconos às casas dos ausentes. Os
ricos e os de boa vontade contribuem conforme seu livre arbítrio; esta coleta é entregue
ao presidente (pastor) que, com ela, atende a órfãos, viúvas, prisioneiros, estrangeiros e
todos quantos estão em necessidade (Manual Bíblico, Halley – grifo nosso ).
-
Inácio, 100 d.C., disse:
Aqueles que estavam presos às velhas coisas vieram a uma novidade de confiança, não
mais guardando o Sábado, porém vivendo de acordo com o dia do Senhor.
-
Tertuliano: 160-220. No início do século III, Tertuliano chegou a afirmar que:
Nós (os cristãos) nada temos com o Sábado, nem com outras festas judaicas, e menos
ainda com as celebrações dos pagãos. Temos nossas próprias solenidades: O Dia do
Senhor... (On indolatry 14).
Em ―De Oratione‖, Tertuliano insiste na cessação do trabalho no domingo como dia de
culto para o povo de Deus.
-
O ensino dos Apóstolos, obra siríaca: Encontramos um testemunho muito interessante na
obra citada, que data da segunda metade do século III, segundo a qual os apóstolos de Cristo
foram os primeiros a designar o primeiro dia da semana como dia do culto cristão:
Os apóstolos determinaram, ainda: no primeiro dia da semana deve haver culto, com
leitura das Escrituras Sagradas, e a oblação. Isso porque mo primeiro dia da semana o
Senhor nosso ressuscitou dentre os mortos, no primeiro dia da semana o Senhor subiu
55
aos céus, e no primeiro dia da semana vai aparecer, finalmente com os anjos celestes
(Ante-necene fathers, 8668).
-
Eusébio de Cesaréia: 264-340 d.C., bispo de Cesaréia, historiador da Igreja, viveu e foi
preso durante a perseguição de Diocleciano contra os cristãos, a qual foi o último e desesperado
esforço de Roma por varrer da terra o cristianismo. Vejamos o que Eusébio declarava sobre o
costume dos cristãos de sua época:
Eles, portanto, não consideravam a circuncisão, nem observavam o Sábado, como
também nós; nem nos abstemos de certos alimentos, nem consideramos outras
imposições que Moisés subseqüentemente entregou para serem observadas em tipos e
símbolos, porque tais coisas não dizem respeito aos cristãos...‖; ―Também celebravam
os dias do Senhor como nós, para comemorar a sua ressurreição (6, Pág. 27, 106).
11.6 O domingo foi instituído pela Igreja Católica?
No livro O Grande Conflito, EGW dedica algumas páginas citando escritores
protestantes e católicos a fim de provar que foi a Igreja Católica quem impôs a guarda do
domingo.
Os católicos romanos reconhecem que a mudança do sábado foi feita pela sua igreja, e
declaram que os protestantes, observando o domingo, estão reconhecendo o poder desta
(O Grande Conflito, p. 446, 1985).
Uma antiga revista adventista asseverava o seguinte:
O domingo é o primeiro dia da semana e sua observância pertence à Igreja
Católica (Sinais dos Tempos, Outubro, 1914)
Refutação Apologética:
Os adventistas ensinam que a Igreja Católica começou se não 300 anos d.C. Assim, se
a Igreja Católica mudou o sábado para o domingo não poderia ter feito antes dessa data. Também
omitem que esta mesma igreja reclama a sua fundação em 33 d.C. Ela reivindica que sua
fundação começou na época dos apóstolos e que a mudança foi feita por eles. Se os adventistas
aceitam sem restrição essa declaração dos católicos, para ser coerentes deveriam, do mesmo
modo, aceitar ambas as coisas. As bases das reivindicações da igreja Católica romana de que ela
mudou o sábado é tão falsa quanto a sua afirmação de que ela foi fundada pelos apóstolos.
Aliás, é aos apóstolos que os católicos atribuem esta mudança, já que acreditam que
sua igreja fora fundada por eles. Falando sobre o sábado, que na divisão católica do decálogo é o
56
terceiro mandamento, o catecismo Católico sob o subtítulo ―Instituição do Dia do Senhor‖
declara explicitamente:
Por este motivo resolveram os apóstolos consagrar ao culto divino o primeiro dia dos
sete dias da semana (grifo nosso).
A Igreja de Deus, porém, achou conveniente transferir para o domingo a solene
celebração do sábado...Por isso, quiseram os apóstolos fosse ele chamado domingo
(Catecismo Romano pág. 437-440) (grifo nosso).
Devido a tradição apostólica que tem a sua origem no dia mesmo da ressurreição de
Cristo, a Igreja celebra cada oitavo dia o mistério Pascal.(Concílio Vaticano II:
Constituição ‗Sacrosanctum Concilium‘sobre a liturgia)
O domingo que por tradição apostólica se celebra o mistério pascal, deve ser guardado
em toda a igreja como o dia de festa por excelência... (Código de Direito Canônico –
Cân.1246 – 1983) (grifo nosso).
O aluno deve ter percebido a falácia do argumento adventista perante tais declarações.
11.7 O papa mudou o sábado para o domingo?
Vi que Deus não havia mudado o sábado, pois Ele nunca muda. Mas o papa o mudara,
do sétimo dia para o primeiro dia da semana... (Primeiros Escritos, p. 92, 1979).
Refutação Apologética:
Este argumento é gratuito, pois carece de provas concretas. Ocorre que os ASD nunca
conseguiram dar o nome do papa que mudou o sábado para o domingo. Não há indícios
históricos a favor dessa asseveração.
11.8 Sunday & Saturday
Os ASD constroem seu argumento contra o domingo da seguinte maneira:
Domingo = Sunday = dia do sol. Logo raciocinam que o primeiro dia da semana é um dia pagão.
É argumentado ainda que Constantino foi o primeiro a promulgar um descanso
dominical e que o mesmo era adorador do deus Sol. A idéia do argumento é causar a impressão
de que o domingo é de origem pagã.
Refutação Apologética:
57
Eles omitem, no entanto, que tão pagã quanto a palavra Sunday é Saturday, que
significa dia de Saturno, ou sábado em inglês. O dia de Saturday era dedicado ao deus Saturno e
prestava-se culto com orgias e muita bebida. É bom frisar que todos os dias da semana levavam
nomes pagãos e não apenas o domingo.
Cada dia da semana foi nomeado em honra a algum deus e, em certo sentido, foi
dedicado à adoração daquele deus, A semana planetária egípcia indicava os dias através das
designações dos astros: Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua. Na semana romana
Saturnus, ainda com a imitação da semana egípcia, seria o sábado; Sol seria o domingo; Luna, a
segunda-feira; Mars, a terça-feira; Mercurius, a quarta-feira; Juppiter, a quinta-feira; Vênus, a
sexta-feira.
Dá-se, então, a influência judaica, cuja semana começava pelo dia sagrado sabbâtt,
oriundo do babilônio sabattum, composto de sag, que significava "coração", e bat, "chegar ao
fim"; a idéia era do "repouso do coração". Na semana romana, o Saturnus dies passou a
sabbatum pela influência judaica. O calendário hebraico apresentava os dias, o Sabbatum, que
era o mais importante, o dia sagrado, o sábado, o prima sabbati, secunda sabbati, tertia sabbati,
quarta sabbati, quinta sabbati, sexta sabbati.
Com a chegada do Cristianismo, o primeiro dia foi dedicado ao Senhor, o dia do
descanso, dies Domenicus. O sabbatum judaico, ironizado pelos romanos, que zombavam da
circuncisão e do jejum, e já tendo perdido o valor religioso, passou ao último dia da semana.
Assim ficou a semana no calendário romano: dies Domenicus / dies Lunae / dies Martis / dies
Mercurii/ dies Jovis / dies Veneris / e o Sabbatum, o último dia.
Como vimos, é verdade que em alguns idiomas o domingo é chamado de ―dia do sol‖,
mas é também verdade que em outros ele é chamado de ―dia da ressurreição‖, assim temos em
língua grega bizantina ―anastasimós‖, na língua russa ―vosskresenije‖ na basca ―igandea‖. São
todos nomes que significam a mesma coisa: ―ressurreição‖. Já em outras, o primeiro dia da
semana – o domingo, é chamado de ―dia do Senhor‖ como em grego ―te kyriake hemera‖, em
irlandês ―Dia domhnaigh‖ ou ―na Domhnach‖, em latim ―dies dominica‖, em italiano virou
―domenica‖, em francês ―dimanche‖, e em português ―domingo‖.
12. OBJEÇÕES REFUTADAS
58
Abaixo selecionamos alguns textos (em ordem cronológica) que são constantemente
usados pelos adventistas para defenderem a guarda do sábado. Cada um deles será analisado com
uma resposta apologética em seguida.
Gênesis 2:1-3: ―Assim os céus e a terra e todo o seu exército foram acabados. E havendo Deus
acabado no dia Sétimo a sua obra, que tinha feito, descansou no sétimo dia de toda a sua obra,
que tinha feito. E abençoou Deus o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou de toda a
sua obra, que Deus criara e fizera‖.
Argumento: ―Deus concluiu a obra da criação em seis dias e descansou no sétimo. Abençoou o
7o dia e o santificou. Assim como, desde Adão guardava-se o Sábado, devemos também observálo‖.
Refutação Apologética:
1) - O sábado da criação não é o sábado atual. Se crermos nos milagres bíblicos, devemos ter em
mente que a semana da criação foi alterada em um dia, retardando assim, possivelmente a
semana original. Foram dois os seguintes milagres: 1) Josué parou o sol por ―quase um dia
inteiro‖ (Jo.10.12-13), 2) O restante, para completar um dia inteiro é encontrado em Is.38.1-8,
quando a sombra do relógio de Acaz atrasou por dez graus. Assim, o sábado de hoje não é o
sábado da criação, passando o sábado da criação a ser o domingo de hoje. Aqui vemos o poder
de Deus para mudar dias e estabelecer os tempos (Dn.2.21).
2) – Se Adão foi criado na sexta-feira (Gn.1.27-31) e descansou no sábado, então ele violou o
princípio sabático principal estabelecido em Êx.20.8-11. Se, por outro lado, Adão primeiro
trabalhou seis dias, antes de descansar um, então esse dia sétimo caiu na sexta-feira e não no
sábado.
3) – Se devemos guardar o mesmo tempo que Deus guardou, faz-se a pergunta: Em que lugar
descansou? Se forem 14horas no Brasil no Japão será 2horas; em S. Francisco – California
(USA) serão 9hs; serão 17hs em Londres – Inglaterra e 19hs. em Moscou – Rússia. Quem guarda
o sábado no mesmo tempo que Deus guardou ou descansou?
Gênesis 26:5: ―Abraão obedeceu à minha voz e guardou o meu mandado, os meus preceitos, os
meus estatutos e as minhas leis‖.
Argumento: ―esse preceitos, estatutos e leis se referem aos 10 mandamentos‖.
Refutação Apologética:
59
O texto não diz que esses preceitos, estatutos e leis fossem os 10 mandamentos, pela
seguintes razão: A Lei foi dada 430 anos depois de Abraão (Gl.3.7). Logo, Abraão não poderia
guardar o que desconhecia no seu tempo ( Dt.5.1-3: ―Ouve o Israel, as leis e os preceitos que
hoje proclamo...‖. Na continuação dessa proclamação, entre outros estatutos, Moisés cita os 10
mandamentos, ainda desconhecido do povo como estatuto de uma aliança.
Os preceitos, alguns deles, dados a Abraão foram:
a) Que saísse da sua Terra (Gn 12.1),
b) Que andasse em sua presença e fosse perfeito (Gn.17.1),
c) Que guardasse o concerto da circuncisão (Gn17.9-11),
d) Que ouvisse sua esposa Sara para deitar fora sua serva Agar (Gn 21.22),
e) Que sacrificasse seu filho Isaque (Gn 22.2),
f) Que permanecesse na terra que Deus lhe dissesse (Gn 26.2-3).
Esses foram os preceitos, mandamentos e leis que Deus deu à Abraão.
Êxodo 16:29: ―Vede, isto que o Senhor vos deu o Sábado, por isso ele no sexto dia vos dá pão
para dois dias; cada um fique no seu lugar, que ninguém saía do seu lugar no sétimo dia‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―O sábado foi dado antes do Sinai, logo o sábado foi guardado
desde a criação e deve ser observado‖.
Refutação Apologética:
Aqui é a primeira vez que aparece a ordem de se guardar o sábado. Tal mandamento
era uma observância nova para os Israelitas. A saída dos israelitas do Egito marcou uma nova
época na vida deles. Deus lhes deu um novo ano e um novo princípio de meses (Êx.12.2). O
vrs.30 é digno de nota, pois diz: ―Assim repousou o povo no sétimo dia‖(o texto dá a entender
que o povo nunca o tinha feito antes). Por essa razão, Israel a partir daquele momento passou a
descansar no sétimo dia, e não desde a época de Adão como querem os ASD. Outras passagens
confirmam essa idéia: ―E sobre o monte de Sinai desceste... E o teu sábado lhes mandaste pelo
ministério de Moisés, teu servo‖ (Ne.9.13-14). ―E os tirei da terra do Egito, e os levei ao
deserto. E dei-lhes os meus estatutos, e lhes mostrei os meus juízos, os quais, cumprindo-os o
homem viverá por eles. E também lhes dei os meus sábados, para que servissem de sinal entre
mim e eles...‖ (Ez.20.10-12). Quando Deus lhes deu o sábado? Quando os tirou da terra do Egito.
Onde Deus lhes deu o sábado? No deserto. Para quem Deus deu o sábado? Aos Israelitas
60
(Dt.5.15), como um memorial. Fomos tirados da terra do Egito? Se não fomos, o texto não nos
diz respeito.
Êxodo 20:1-17: ―Então falou Deus estas palavras, dizendo...‖
Argumento: Afirmam os ASD: ―Os 10 mandamentos saíram da boca de Deus e, por terem sido
escritos em tábuas de pedra pelo dedo de Deus, isto significa que eram superiores aos demais‖.
Refutação Apologética:
Os 10 mandamentos não foram escritos em pedras por serem superiores aos outros, mas
para servirem de testemunho visível do concerto que Deus fez com Israel. Por isso, as duas
tábuas de pedras são chamadas de:
a) ―Tábuas do testemunho‖(Êx.31.18).
b) A arca na qual foram postas as pedras é chamada de ―arca do testemunho‖ (Êx.40.5).
c) O Tabernáculo onde a arca foi posta é chamado de ―tabernáculo do testemunho‖
(Êx.38.21).
Indagado sobre os maiores mandamentos (Mt 22.37-40) Jesus apontou dois fora do
decálogo:
1) – Amar a Deus sobre todas as coisas (Dt,6.5) e,
2) – Amar o próximo como a nós mesmos (Lv 19.18).
Jesus se reportando sobre esses dois mandamentos, que estão fora do decálogo, disse o
seguinte: “destes dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas” (Mt. 22.40).
Sem contar o fato de o apóstolo Paulo ter chamado as tábuas da lei de ministério da
morte (II Co 3.7).
Êxodo 31.16-17: ―Guardarão, pois, o sábado os filhos de Israel, celebrando o sábado nas
suas gerações por concerto perpétuo. Entre mim e os filhos de Israel será um sinal para
sempre‖.
Argumento: ―O sábado é um concerto perpétuo, logo deve ser observado ainda hoje; e, é um
sinal entre Deus e o seu povo nos dias atuais‖.
Refutação Apologética:
a) O adjetivo qualificado ―perpétuo‖ tem o sentido de perpetuidade quanto à duração do
judaísmo. É nesse sentido que foram declarados perpétuos; As festas anuais: a páscoa (Lv
61
23.41); o dia da Expiação (Lv 16.29,31,34), a duração do sacerdócio aarônico (Nm 25.13), o
ministério dos Levitas (Nm 28.13), o toque das trombetas pelos sacerdotes (Nm.10.8), a
presença das lâmpadas de azeite (Lv 24.3). Os próprios ASD admitem que tais preceitos
foram abolidos, embora declarados perpétuos.
b) Um sinal (no caso o sábado) não pode ser geral. Se fosse geral não seria sinal. Para o Israel
natural o sábado e a circuncisão eram sinais perpétuos, enquanto durasse o judaísmo. Para o
povo de Deus de hoje foi dado outro sinal ou selo: O Espírito Santo (Ef 1.13). Como é o
Espírito Santo que promove a santificação do cristão, este deve possuir o Espírito Santo – o
selo de Deus, pois sem santificação não se pode ver a Deus (Hb 12:14). É este o selo
distintivo do povo de Deus atualmente e não o sábado (II Tm 2.19).
I Crônicas 16:15: ―Lembrai-vos perpetuamente do seu concerto, e da palavra que
prescreveu para mil gerações‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―Esse pacto de mil gerações é o pacto da Lei e que foi dado
aos patriarcas e deve ser observado‖.
Refutação Apologética:
O pacto aqui mencionado se refere às promessas que Deus fez a Abraão de lhe dar a
terra de Canaã (veja o vrs.18 e compare com Gn.15.18; 26.3; 28.13). Não se refere ao pacto
da lei feito no Sinai, pois os patriarcas não o conheciam (Gl 3.17). O próprio Moisés declarou
que o pacto da Lei não foi feito com os pais (leia Dt 5.2-3).
Salmos 19:7: ―A lei do Senhor é perfeita, e refrigera a alma, o testemunho do Senhor é fiel, e
dá sabedoria ao simples‖.
Argumento: Dizem os ASD: ―Os 10 mandamentos constitui a Lei perfeita e que não pode
ser mudada‖.
Refutação Apologética:
Como já temos demonstrado, a palavra Lei, Lei do Senhor, Lei de Deus ou Lei de
Moisés são expressões sinônimas. Aplica-se tanto aos dez mandamentos como a outros
preceitos fora deles. Como prova apresentamos Dt 17.15-19, onde se declara que o rei devia
ter uma cópia do Livro da Lei, lê-la diariamente, meditar nela (Sl 1.1-3) e não especialmente o
decálogo, como pretendem os adventistas. A Lei compreendia 613 preceitos e não apenas 10.
62
Salmos 40:7: ―Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim , a tua lei está dentro do
meu coração‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―Considerando que o texto se aplica, profeticamente a Jesus,
e como Jesus guardou a lei, os dez mandamentos, nós também precisamos guardá-los‖.
Refutação Apologética:
Jesus, não há dúvida, guardou a lei, pois nasceu sob a sua jurisdição (Gl 4.4-6). Os ASD se
esquecem de que Jesus, ao guardar a Lei, ele a guardou integralmente:
foi circuncidado (Lc 2.21 compare c/ Gn 17.12; Lv 12.3);
foi levado ao templo de Jerusalém (Lc 2.22 compare c/ Lv 12.2-6, Ex 13.2, Ex 22.1934, Nm.8.17, Nm.18.15);
ofereceu sacrifícios de um par de rolas (Lc 2.24; compare c/ Lv 12.3-8);
guardou a festa da páscoa (Lc 2.39).
Salmos 89:34: ―não quebrarei o meu concerto, não alterarei o que saiu dos meus lábios‖.
Argumento: ―Deus não mudará o que saiu dos seus lábios. Logo os 10 mandamentos
permanecem em vigor, inclusive o Sábado‖.
Refutação Apologética:
Os ASD ignoram, porém, que o pacto a que se refere o texto não é o pacto da Lei, mas
sim o concerto que Deus fez com Davi, de dar-lhe um filho que se assentasse sobre seu trono
(vejam os vrs.3,4, 19-33,35). Os ASD conseguem enxergar os 10 mandamentos onde eles não
existem!
Eclesiastes 12.13-14: ―De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus
mandamentos; porque este é o dever de todo o homem. Porque Deus há de trazer a juízo toda
obra, e até tudo o que está encoberto, quer seja bom quer seja mau‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―Os mandamentos aqui mencionados são os 10
mandamentos e por eles seremos julgados‖.
Refutação Apologética: É incrível a capacidade de lerem no texto o que o texto não diz! Não
seremos julgados pelos 10 mandamentos, pois formam parte do Antigo Concerto que foi por
Cristo abolido na Cruz (Ef 2.15-17; Cl 2.14-17; II Co 3.5-14). Onde encontramos no decálogo
mandamentos para visitar as viúvas, enfermos, órfãos (Tg 1.26,27) ? Onde encontramos no
63
decálogo mandamentos para sermos sóbrios, pacientes e amorosos? Onde se combate, no
decálogo, pecados, tais como: ciúme, ansiedade, temor, bebedice, impaciência e tanto outros?
Se o decálogo fosse perfeito, por que se incluir preceitos morais fora do mesmo na lei de
Moisés (Ex 22.16-31; 23.1-5) ? A verdade é que o mundo será julgado, não pelo decálogo,
mas pelas Palavras de Jesus por seu evangelho (Jo 12.48 ; Rm 2.16).
Isaías 56.6: ―E aos filhos dos estrangeiros, que se chegarem ao Senhor, para o servirem, e
para amarem o nome do Senhor, sendo deste modo servos seus, todos os que guardarem o
Sábado, não o profanando, e os que abraçarem o meu concerto‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―não devemos profanar o sábado, mandamento esse não
restrito apenas aos judeus, mas também aos gentios‖.
Refutação Apologética:
Se o texto ensina que não devemos profanar o sábado e que isso inclui os gentios,
também prova a mesma passagem que os gentios devem oferecer holocaustos e sacrifícios
(vrs.7) sobre o altar de Deus, no templo, sobre o monte Sião, em Jerusalém. Tudo isso está
incluído com o sábado aqui citado. Naturalmente que o texto se aplica aos gentios prosélitos
que abraçaram o judaísmo e foram circuncidados (Êx 12.48).
Isaías 66.23: ―E será que desde uma lua nova à outra, e desde um Sábado até ao outro, virá
toda a carne a adorar perante mim, diz o Senhor‖.
Argumento: ―O Sábado vai ser observado na nova ordem, pois se lê de ―um sábado a
outro‖.
Refutação Apologética:
Se o sábado estará em vigor na nova terra, também estará em vigor a lua nova. Se
alguém dissesse que iria visitar sua noiva de sábado a sábado isto implicaria que esse noivo
iria visitá-la diariamente - de sábado a sábado – e não apenas no dia de sábado. Logo a
interpretação correta é que, no futuro, não iremos adorar a Deus em épocas especiais – de
sábado ou de lua nova, mas que, permanentemente, sem interrupção, estaremos adorando a
Deus. Prova disso é Apocalipse 21.1-4, 23-24, mostra que no novo céu e na nova terra não
haverá necessidade de sol, pois as nações andarão à luz do Cordeiro. Entretanto, a guarda
sabática é de pôr do sol a pôr do sol, mas na nova terra e no novo céu não haverá sol, nem
noite.
64
Ezequiel 22.26: ―Os seus sacerdotes transgridem a minha lei, e profanam as minhas coisas
santas; entre o santo e o profano não fazem diferença, nem discernem o impuro do puro; e de
meus sábados escondem os seus olhos, e assim sou profanado no meio deles‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―Assim são todos os que não guardam o sábado‖.
Resposta Apologética:
A acusação que fazem, sem prova alguma, se limita à questão do sábado e nada mais.
Entretanto, essa passagem é dirigida aos sacerdotes e todo o capítulo mostra que é dirigida aos
israelitas, pelas expressões: ―cidade sanguinária‖ (vrs.2 – que é Jerusalém); ―Príncipes de
Israel‖(vrs.6,18). Diante disso, fica claro que nada tem que ver com os gentios cristãos (Rm
6.14).
Daniel 7:25: ―E proferirá palavras contra o altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo; e
cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues na sua mão por um tempo, e
tempos, e metade de um tempo‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―O Papa mudou o dia de guarda do sábado para o
domingo‖.
Refutação Apologética:
O texto não se refere ao sábado quando menciona ―lei‖. Só na mente dos ASD. Não
sabem nem ao menos indicar o papa que supostamente fez essa mudança. Na verdade se o
texto prova essa suposta mudança, ou seja, que a mudança se refere ao decálogo, ou melhor,
dizendo, ao dia de sábado para o domingo, então, teríamos de concluir que a mudança foi feita
pelo próprio Deus (Dn 2.20-21). Deve-se ter presente que a lei foi mudada por Cristo (Hb
7.12) e não pelo Papa. Muitas passagens apontam que Cristo cumpriu a Lei e que ela findou
na Cruz (II Co 3.6-14; Gl 3.19-15; Rm 10.4; Cl 2.14-17). O texto de Dn 7.25 se refere e
aponta para Antíoco Epifânio, que em sua época mudou as leis e, como afirma alguns
historiadores, chegou a sacrificar um porco no altar e profanou o santuário (Dn 8.14). Esse foi
o aspecto maligno da mudança da lei, pois tirou o povo da direção do Senhor. Diferente do
que o nosso Senhor fez com a lei (Dn 2.20-21) mudando-a em um aspecto mais elevado e
espiritual.
65
Oséias 2:11: ―E farei cessar todos o seu gozo, as suas festas, as suas luas novas, e os seus
sábados, e todas as suas festividades‖.
Argumento: Dizem os ASD: ―os ‗seus sábados‘ se referem aos sábados anuais e logo, no
texto, não há referências aos sábados semanais‖.
Resposta Apologética:
Existe contradição entre os próprios ASD, pois dizem:
Deus descansou no Sábado do sétimo dia, porém não fez o mesmo nos sábados anuais.
Ao primeiro, Deus chama ‗os meus sábados‘ (Ez.20:20); aos últimos, chama-os de ‗seus
sábados‘ (Os.2:11; Is.1:13), etc. (Subtilezas do Erro, p.126, ed.1981).
Todavia, se contradizem ao dizerem:
Em Oséias 2:11 está profeticamente o fim de todos os tipos de sábados por parte do povo
judeu (livro Adventista: Consultoria Doutrinária, p.147, Ed.1979).
Como se vê na ―declaração‖ se ensina que Oséias 2.11 se refere aos sábados anuais;
enquanto que, ―na contradição‖ se declara que Oséias se refere a todos os sábados, incluindo
os semanais. Ainda dizem os ASD com relação à expressão de Oséias 2.11 ―seus sábados‖ se
refere aos sábados cerimoniais ou anuais e que a expressão ―meus sábados‖ se refere aos
sábados semanais. Tal argumento não prevalece. Se Sábado é prescrição moral da lei por ser
chamado ―meus sábados‖, então os ASD têm que admitir situação de igual valor para os
sábados dos 7 anos e 50 anos, o Jubileu (Lv. 25.10). O sábado anual era um sábado do
Senhor (Lv 25.1-4,10-12). Para serem coerentes deveriam guardá-lo por haver sido chamado
por Deus de ―meus sábados‖ (Compare Lv 26.2,43,35; Jo 20.17) - Aquele Pai, mencionado
por Jesus como ―meu Pai‖ é diferente do Pai também chamado por Jesus de ―vosso Pai‖ ? Só
por que mudou o pronome possessivo também mudou o Pai ? Vejam outro exemplo: Is 56.7
comparado com Mt 23.38, onde os sacrifícios são chamados ―meus sacrifícios‖ e ―vossos
sacrifícios‖. Em Is 43.23,24 aparece o possessivo ―teus holocausto‖, ―teus sacrifícios‖.
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Mateus 5.17,18: ―Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim ab-rogar, mas
cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um
til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido‖.
Argumento: Afirma os ASD: ―Enquanto durar o céu e a terra não se omitirá um jota ou til
da lei. Logo, os 10 mandamentos estão em vigor. Assim, o Sábado deve ser observado‖.
Resposta Apologética:
A correta interpretação da passagem é a seguinte:
a) Não há nenhuma insinuação que diz que cada jota ou til da lei vão permanecer até que o
céu e a terra passem, mas que não passarão ―sem que tudo seja cumprido‖. É o que se lê
em Lc 16.16,17. Ora, tanto esta passagem como Mt 5.17-19 ensinam que em algum tempo
a lei passará, isto é, logo que for cumprida. E Jesus disse que veio cumpri-la e ele a
cumpriu integralmente (Ef 4.10). Se já cumpriu, a lei já passou. O que Jesus asseverou não
é o tempo que a lei havia de durar, mas a certeza do seu cumprimento (Lc 24.44; At 13.39;
Ef 2.14).
b) A lei a que se refere Jesus não se restringe só ao decálogo, mas a toda lei, como segue:
1) – Jesus fala de três mandamentos do decálogo; do 6 o no vrs.21; do 7o no vrs.27; e do
3o no vrs.33.
2) – Jesus fala de mandamentos fora do Decálogo: vrs.38 – ―Olho por olho‖, que se
encontra em Lv.24:20, que por sua vez fazia parte de normas jurídicas de antigas
civilizações conhecidas como ―Lei de Talião‖ incorporada na Torá. 2) vrs.43 fala do
amor ao próximo, que se encontra em Lv 19.18.
c) Quando Jesus fala da lei ele a aplica a todo Pentateuco ou a toda Lei (Mt 7.12; 11.13;
22.13; Lc 16.16,29,31).
d) Jesus falou que veio cumprir a Lei (Gl 4.4,5; Rm 10.4), inclusive o Decálogo. Assim,
tendo-a cumprido deixa de ser obrigatória a sua observância para o cristão.
Mateus 19.16-22: ―Se queres, porém entrar na vida, guarda os mandamentos‖(vrs.17).
Argumento: Afirma os ASD: ―Jesus mandou guardar os mandamentos e os mandamentos
são dez, logo se torna obrigatório a guarda do sábado, que é o 4o mandamento‖.
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Resposta Apologética: É notável que Jesus omita propositadamente o sábado. É digno de
nota também que dentre os mandamentos citados na passagem paralela de Mc 10.19, Jesus
citou ―amarás o teu próximo...‖ (Lv 19.13) que se acha fora do decálogo. Se uma parte do
decálogo abrange o decálogo, por que a citação de mandamento fora do decálogo, não
abrangeria igualmente todo o livro da lei ? Daí, por coerência, deveríamos guardar toda a Lei
(Gl 3.10).
Mateus 24.20 : ―E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno, nem no Sábado‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―O Sábado seria guardado depois da ressurreição, pois
Jesus se refere à destruição de Jerusalém e que nessa ocasião não deveriam transgredir o
Sábado‖.
Resposta Apologética:
Se os Judeus procurassem fugir da cidade de Jerusalém no dia de sábado, para escapar com
suas vidas, estariam transgredindo o sábado? (O texto de Lc 6.9 diz que não). Certamente que
os ASD não admitem tal raciocínio, mas ao citar esse texto para defender sua doutrina estão
afirmando justamente isto. Jesus não estava falando da eventual santidade do dia. Deve-se
observar que o assunto principal da mensagem profética de Cristo não tem nada que ver com
a santidade do sábado e sim com os perigos e tribulações desse tempo futuro que se deu 40
anos após a destruição de Jerusalém. Jesus aponta quatro perigos: 1) – as grávidas; 2) – as que
tinham crianças pequenas; 3) fuga no inverno; 4) fuga no sábado. Jesus se refere aos perigos
da fuga da cidade. Ademais, se por afirmar que deveriam orar para que sua fuga não ocorresse
no sábado isto implicaria na santidade desse dia, então, quando se refere a fuga no inverno,
significaria santificar esse tempo de inverno? Concordam os ASD com esse raciocínio? A
fuga no sábado, logo, implicaria em incompreensão pelos próprios judeus de dentro da cidade
(Jo 5.16-18) e o inverno traria dificuldades de locomoção e abrigo.
Mateus 28.1: ―E, no fim do Sábado, quando já despontava o primeiro dia da semana, Maria
Madalena e a outra Maria fora ver o sepulcro‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―O texto menciona o Sábado depois da Cruz, logo é para o
cristão‖.
Refutação Apologética: É digno de nota que embora o sábado fosse mencionado depois da
cruz, foi, no entanto, anterior à ressurreição de Jesus que deu motivo a ter-se o primeiro dia da
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semana – o domingo – o Dia do Senhor (Ap 1.10). Lembrando que até aquele momento os
discípulos guardavam não só o sábado, mas toda a lei!
Marcos 2.27,28: ―E disse-lhes: O Sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por
causa do Sábado. Assim o Filho do homem até do Sábado é Senhor‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―O Sábado foi feito por causa do homem e não só do Judeu.
Isto significa que qualquer nacionalidade pode guardá-lo‖.
Refutação Apologética: Jesus não estava afirmando que o Sábado era o dia do Senhor, mas
dizia que ele era Senhor do dia. Logo, como Senhor do dia, isto é, superior ao dia, podia
determinar qual o tipo de pecado que estavam cometendo seus discípulos por colherem
espigas (ou trabalhar para comer) no sábado. E, nessa ocasião, lançou o veredicto de
―inocentes‖ por trabalharem para seu sustento (compare com Mt12).
Lucas 4.16: ―E, chegando a Nazaré, onde fora criado entrou num Sábado, segundo o seu
costume, na sinagoga, e levantou-se para ler‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―Jesus ia habitualmente à sinagoga no sábado, logo
devemos imitá-lo, guardando o Sábado‖.
Refutação Apologética:
É certo que Jesus guardou o sábado, pois se encontrava sob o regime da lei, pois nascera sob
ela (Gl 4.4-6; Lc 2.21-24;41). Como tal, observou todos os preceitos da lei, cumprindo-os
para nos libertar dos mesmos (Mt 5.17-18, Rm 10.4). Os adventistas para serem coerentes
com seu argumento deveriam, como Jesus, guardar toda a lei.
Lucas 23.56: ―E, voltando elas, prepararam especiarias, e ungüentos; e no Sábado
repousaram, conforme o mandamento‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―As mulheres santas guardaram o Sábado. Lucas, o escritor,
escreveu seu livro alguns anos depois da ressurreição e assim apontou que o Sábado ainda
estava sendo guardado‖.
Refutação Apologética:
Deve-se ter presente que o sábado em que as mulheres descansaram foi antes da
ressurreição de Jesus. Se o fato de tiver Lucas relatado o evento alguns anos mais tarde, não
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invalida o argumento, pois, estas mesmas mulheres judias estavam observando a Festa de
Pentecostes (At 1.14; 2.1). Uma festa judaica, que nem mesmo os ASD observam. Um
exemplo: Quando Pedro voltou da casa de Cornélio foi repreendido pelos seus colegas por ter
entrado em casa de incircuncisos e ter comido com eles (At 11.3). Se os apóstolos ainda não
percebiam que a circuncisão não tinha nenhum valor (Gl 5.2), como esperar que as mulheres
viessem entender mais cedo que o sábado era parte integrante do Antigo Concerto anulado na
Cruz? (Cl 2.14; II Co 3.6-14). A propósito, a revista da Escola Sabatina, do 1o trimestre de
1980, p.19, afirma:
O NT não dá nenhuma indicação que se tenha pedido aos judeus que abandonassem
imediatamente a prática da circuncisão ou que ignorassem as festividades judaicas.
Atos 20.7: ―E no primeiro dia da semana, ajuntando-se os discípulos para partir o pão,
Paulo, que havia de partir no dia seguinte, falava com eles; e alargou a prática até à meia
noite‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―A reunião no primeiro dia da semana tomou lugar sábado à
tarde, porque os judeus sempre começavam a guarda do sábado na sexta-feira à tarde‖.
Refutação Apologética:
O que os adventistas se omitem em dizer é que o acontecimento se deu na Ásia Menor
e o costume de contar o dia era bem diferente – de meia noite à meia noite – pois se tratando
de território romano a forma de contar o dia era diferente dos judeus. Troas era uma possessão
Romana possuindo o denominado ―Jus Italicum‖ (estava isenta de taxas como se fosse
território italiano – F. F. Bruce, The Book of The Acts, p.408). Assim, a reunião se realizou
no domingo à noite e não no sábado, como pretende os ASD.
Romanos 3.31: ―Anulamos, pois, a lei pela fé? De maneira nenhuma, antes estabelecemos a
lei‖.
Argumento: Afirmam os ASD: ―A lei se refere aos 10 mandamentos. Logo, Paulo declara
que ela permanece, que está em vigor‖.
Refutação Apologética:
Nada há no texto que sugira estar Paulo se referindo ao decálogo. Paulo, no capítulo
3 de Romanos está afirmando que o homem não pode ser justificado pela guarda da lei das
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obras, mas que podemos ser justificados pela lei da fé (Rm 3.27). Logo, conclui que o
homem é justificado pela fé sem as obras da lei (Concluímos, pois que o homem é justificado
pela fé sem as obras da lei – vrs.28). São tratadas, no capítulo 3, duas leis: a da fé e a das
obras e que somos justificados pela lei da fé (prova ser isso verdade Romana 10.4).
Romanos 6.14,15: ―Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da
lei, mas debaixo da graça‖.
Argumento: Perguntam os ASD: ― Se não estamos debaixo da lei, logo ficamos livres para
pecar: matar, roubar, adulterar... etc?‖.
Resposta Apologética:
É certo que Paulo afirma que os cristãos não estão debaixo da lei (Gl 3.23-25, Gl 4.21
e 5.18). Não quer dizer isso que podemos viver como anarquistas, pois estamos sob a Lei de
Cristo, ou Lei do Espírito ou sob os mandamentos de Cristo (I Cor 9.21,22; Gl 6.2, Rm 8.2,
At 1.2), assim sendo sevos de Cristo (Rm 6.17; II Co 3.6-11).
Romanos 7.12: ―E assim a lei é santa, e o mandamento santo, justo e bom‖.
Argumento: Afirmam os AD: ―A Lei é santa, justa e boa, por que então não guardá-la?
Desde que o Sábado está incluído nos dez mandamentos, deve ser observado‖.
Resposta Apologética:
Deve-se ter presente que Paulo havia dito que não estamos debaixo da lei (Rm 6.14)
e ilustra que uma mulher está ligada pela lei ao marido, enquanto ele vive. Se morrer, está
livre da lei do marido (Rm 7.1-3). Muito embora tivesse o marido sido bom esposo para essa
mulher, ela não está mais sujeita à lei do marido, porque ele está morto. Da mesma forma, o
cristão morreu para o mundo e vive para a lei de Cristo ( I Cor 9.21-22), isto é, para aquele
que por ele morreu e ressuscitou dentre os mortos (vrs.4) e não mais na caducidade da letra,
que mata ( II Co 3.6-14).
I Coríntios 7.19: ―A circuncisão é nada e a incircuncisão nada é, mas sim a observância dos
mandamentos de Deus‖.
Argumento: ―Paulo declara que o importante é a guarda dos dez mandamentos‖.
Refutação Apologética:
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Os adventistas sempre vêem o que não existe nos textos bíblicos. Que prova podem
oferecer de que Paulo esteja se referindo ao decálogo? Nenhuma! Paulo mesmo se encarrega
de desmenti-los, pois em I Co 14.37 ele declara que o que escrevia eram mandamentos de
Deus, dados pelo próprio Senhor Jesus (I Ts 4.2). Quando a Bíblia, no NT, fala de
mandamentos, temos que ter em mente a nova dispensação, pois por ela vivemos. Nessa
dispensação temos: 1) A Lei de Cristo (I Co 9.21); 2) Os Mandamentos do Senhor (At 1.2); 3)
A Lei do Espírito de Vida (Rm 8.2); 4) O Ministério do Espírito (II Co 3.6-14); 5) Os
Mandamentos de Deus dado a Paulo (I Co 14.37, 7.25) – Tudo isso pode ser entendido como
Lei de Cristo, Lei de Deus, Lei do Espírito, mas nunca ser confundido com a Velha
dispensação.
Efésios 2.14,15: ―Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a
parede de separação que estava no meio, na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos
mandamentos, que consistia em ordenanças...‖
Argumento: Afirmam os ASD: ―O texto se refere à Lei cerimonial, pois ordenanças se
encontram nessa lei‖.
Refutação Apologética:
É preciso ter presente que o texto em apreço fala de ―A Lei dos Mandamentos‖, que
consistia em ordenanças. Ordenanças são leis e estatutos ou como diz o texto ―Lei dos
Mandamentos‖ especialmente no que concerne aos dias de festa, luas novas e sábados
(semanal), com suas solenidades específicas de comemoração.
I João 2.3,4: ―E nisto sabemos que o conhecemos: se guardamos os seus mandamentos.
Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não
está a verdade‖.
Argumento: ―quem não guarda o sábado, que está entre os mandamentos, é mentiroso‖.
Refutação Apologética:
Nada diz que na guarda dos mandamentos, no texto em apreço, esteja incluído o
decálogo. É apenas especulação dos adventistas. Ponderemos no seguinte: a) nos vrs.1,2 João
fala de Jesus e usa o pronome possessivo ―seus‖ o que revela tratar-se dos mandamentos de
Jesus (At 1.2) e não do Decálogo; b) Jesus deu mandamentos aos seus seguidores, mas nunca
mandou guardar o Sábado (Jo 14.15,21; 15.10; I Jo 2.3; 5.3); c) O caráter dos mandamentos
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de Jesus é revelado nas seguintes passagens (I Jo 3.23; 4.21; II Jo 5; Mt 28.18-20); d) Paulo
declarou todo o conselho de Deus (At 20.20,27) e disse que o que escrevia eram
mandamentos de Deus (I Co 14.37), mas nunca mandou ninguém guardar o sábado, pelo
contrário, afirmou que o sábado fazia parte das coisas temporárias da lei, que constituíam de
sombras das coisas futuras (Cl 2.14-17; Gl 4.21-31) . Afirmou também que, guardar o sábado
ou dias religiosos era decair da graça (Gl 4.10,11; 5.4); e) Os mandamentos de Jesus não eram
pesados (I Jo 5.3), ao passo que os mandamentos da lei do Antigo Concerto o eram (At
15.10); f) Além disso os dez mandamentos falham em prescrever os princípios morais de
caráter e atitude humanos: 1) mansidão (Sf.2.3; Sl 37.9-11); 2) Bondade e misericórdia (Mq
6.8); 3) pureza de coração (Sl 24.3); 4) Coração contrito (Sl 51.17).
Os adventistas estão errados em admitir que sempre que se fala de mandamentos no NT o
entendimento que se deva ter é que se refiram aos 10 mandamentos.
I João 3.4: ―Qualquer que comete pecado, também comete iniqüidade; porque o pecado é
iniqüidade‖.
Argumento: ―O pecado é a transgressão dos dez mandamentos e é isso que constitui o
pecado‖.
Refutação Apologética:
Onde o texto diz que pecar é transgredir os dez mandamentos? O decálogo não foi dado a
Adão, senão 2.500 anos depois no Monte Sinai (Dt 5.2-6). Pode-se afirmar que o pecado
havia existido antes de ter sido dado o decálogo? Sim! Adão pecou (Rm 5.12); os anjos
pecaram (II Pe 2.4); os sodomitas pecaram (Gn 19.13), a negligência em fazer o bem já é
pecado (Tg 4.7); mas isso não seria violação do decálogo, pois disse Paulo: ―Porque onde não
há lei (ou seja houve um período sem Lei) não há transgressão (da Lei)‖(Rm 4.15).
Apocalipse 12.17: ―E o dragão irou-se contra a mulher, e foi fazer guerra ao resto da sua
semente, os que guardam os mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Jesus‖.
Argumento: ―O dragão é Roma Papal que vai fazer guerra à semente da mulher(A Igreja
Adventista). Esta é a Igreja remanescente porque guarda os mandamentos de Deus, no caso
específico o sábado (o selo de Deus) e tem o Espírito da Profecia na pessoa de E. G. White‖.
Refutação Apologética:
Diz o texto que são os dez mandamentos da lei? Não. Encontramos através de todo o
NT outras citações de mandamentos, mas que não se referem aos dez mandamentos. Na nova
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dispensação os mandamentos de Deus são os Mandamentos de Cristo (At 1.2) que estão na
Lei de Cristo (I Co 9.21), Lei do Espírito (Rm 8.2), no ministério do Espírito (II Co 3.6-14),
Nos ensinamentos de Paulo e dos demais apóstolos (I Co 14.31; Ef 2.20).
CONCLUSÃO
Este módulo possibilitou verificar as várias doutrinas da Igreja Adventista do Sétimo
Dia e como refutá-las à luz da Palavra de Deus.
O adventismo pretende se projetar na história do cristianismo como movimento
profético cuja causa se encontra em uma profecia bíblica a respeito do tempo do fim. Ele
reivindica para si mais do que um nome entre as demais denominações, pretende ser a Igreja
Remanescente.
Sua origem se baseia em um erro profético sobre o retorno de Cristo que culminou no
chamado Grande Desapontamento. A interpretação posterior deste fracasso deu origem à
doutrina do Santuário Celestial.
As doutrinas distintivas adventistas nasceram de crassas distorções bíblicas e de má
exegese por parte dos pioneiros adventistas legitimadas pelas visões da sra. Ellen G. White
que se tornou bem cedo profetisa do movimento.
A IASD está tentando atualmente limpar o estigma de seita aproximando-se cada vez
mais das igrejas evangélicas. Todavia, apesar desta abertura eles continuam obedecendo aos
ensinos e visões de sua fundadora e profetiza que apregoava que era preciso levar a
mensagem adventista aos ministros de outras denominações.
Todo esse exclusivismo juntamente com seus vários erros doutrinários faz da IASD
uma das seitas pseudocrístãs mais perigosas para as igrejas evangélicas.
Sendo assim, o aluno deve refletir no perigo doutrinário que essa pseudo-igreja
representa para o verdadeiro cristianismo.
BIBLIOGRAFIA
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