"Vigias" no Linhó Maria Maccarone na sua casa Al. Linhas de
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"Vigias" no Linhó Maria Maccarone na sua casa Al. Linhas de
Al. Linhas de Torres, 2 1750-146 LISBOA [email protected] Encontro em Roma Nas Filipinas Serviço a um Povo – Mogadouro, Bragança Na praia de Quarteira, Algarve “Faróis” em Viseu "Vigias" no Linhó Maria Maccarone na sua casa Encontro internacional de Formação em Roma “Com os Jovens, com Paula, rumo à promessa” Este encontro, de 2 a 20 de Julho de 2014, foi para mim um grande momento de graça, uma experiência única de “céu na terra”. Desejei ter lá todas as Doroteias do mundo inteiro a fazer a mesma experiência espiritual que cada uma de nós fez neste “tempo de graça”. Mais do que pensar a Pastoral Juvenil, este encontro foi de preparação interior dos instrumentos para essa e outras missões onde o Senhor nos queira enviar. Mais do que técnicas, atividades… cada uma de nós é o grande instrumento de que o Senhor se serve para chegar aos jovens de hoje, por isso a grande tarefa é cuidarmo-nos bem nas diferentes dimensões do ser humano. O título do encontro “Com Paula, com os Jovens rumo à promessa” desafiou-nos a ir às raízes, aos fundamentos da nossa existência, para atravessarmos o presente e nos abandonarmos sempre mais nas Mãos de Deus, sermos aquilo que Ele quiser de nós. Somos instrumentos frágeis, mas n’Ele tudo assume vida nova; a obra é d’Ele, em qualquer idade, lugar e circunstância. Na complementaridade, somos convidadas a ser agentes de Pastoral Juvenil Vocacional pelo testemunho de vida feliz/realizada que nos habita. A grande pastoral passa pelo que cada uma é, pelo modo como se deixa habitar pelo Senhor. Estou muito grata à Congregação pela grande hora que nos proporcionou, de viver um tempo forte nas fontes, para sermos mais as Doroteias que Deus quer nesta hora; assim saibamos corresponder com a vida! Aquilo que de graça recebemos é para ser doado de graça onde quer que estejamos e na missão que nos for confiada. Ir a Roma, estar ali muito tempo com Paula é uma graça infinita! Sabe tão bem ouvi-la e falar coração a coração! Ali, em S. Onofre, respira-se Paula, sente-se o céu em união com a terra! A ida a Génova, o contactar com as origens da nossa família e reviver a experiência de Paula e das primeiras companheiras é uma marca que permanece gravada no coração; recordá-la faz bem, “dá asas para voar e sonhar sempre mais alto”. Fundar e refundar mostram o dinamismo das origens, orientam para esse buscar constante de Deus e da sua Vontade! Foi belíssimo o acolhimento que nos fizeram, por todos os lugares onde passámos! A equipa orientadora entregou-se, sem reservas, para nos proporcionar esta bela experiência; as nossas Províncias apostaram e confiaram em nós, o Governo Geral, para além de ser “motor”, tornou-se presente de variadas formas. Na pessoa da Irmã Jaci sentimos Paula de uma forma bem sensível, inclusive a atirar rebuçados, da varanda, num momento de convívio à noite! Os dias foram tão ricos, cheios e diversificados que muito havia para dizer e escrever; ficam aqui apenas algumas, pequenas pinceladas do vivido. A graça da internacionalidade marcou-me de um modo especial; sinto muito orgulho em pertencer a uma família internacional e em trabalhar com Irmãs de todo o mundo. Senti-me em família, no essencial a compreensão era perfeita, a língua foi obstáculo apenas no acessório! Experimentei grande sintonia com as minhas/nossas Irmãs dos mais variados países do nosso mundo doroteu. Portugal é pequeno, assim como foi Génova para Paula; pensar à escala mundial a nossa família é um desafio deveras apaixonante! A todas as pessoas que contribuíram para que vivêssemos esta experiência, muito OBRIGADA! O coração transborda de gratidão! Ao jeito de Santa Paula agradecemos todos os frutos que este encontro venha a dar; que ela nos ajude a sermos fiéis à graça desta hora num seguimento cada vez mais radical do seu Senhor Jesus Cristo! Ao chegar à minha Comunidade de Viseu, a Irmã Adélia de 92 anos ouviu atentamente a comunicação da minha experiência, e quando falei de Quinto perguntou-me como iam as obras da casa… eu disse que apenas vi lá umas escadas, o poço, o tanque… ela disse-me: “E as obras? Andamos a rezar para que a casa de Quinto se construa e as obras ainda não começaram?” Nesse preciso momento fez-se luz na minha/nossa cabeça… a Irmã Adélia pensava que estávamos a cuidar da casa física de Quinto… e, por muito que explicasse ficou triste, porque esta casa é apenas espiritual!!! Irmã Maria Alice Correia Simões 2 A Irmã Maria Emília Nabuco nas Filipinas A Irmã Maria Emília Nabuco (Milita) partiu para as Filipinas no dia 18 de Julho às 14.25 e chegou no dia seguinte às 16.30 (sete horas de Lisboa ao Dubai, e nove do Dubai a Manila) mas só chegou a casa às 20 h de sábado, dia 19. Foi enviando notícias, mas como nem todas as Irmãs certamente tiveram acesso a elas, aqui ficam alguns parágrafos dos seus emails: 24 de Julho - A nossa casa fica situada ao lado da igreja paroquial num bairro pobre. As pessoas são muito queridas e as crianças são encantadoras. A população é muito numerosa, e os jovens e as crianças são imensos. A esperança de vida aqui não é longa como na Europa, por isso não há muitos idosos. Ao domingo vêm-se muitos jovens e crianças na igreja, todos muito sossegados e concentrados. Noto uma grande diferença em relação à Europa. Agora estamos a fazer os Exercícios Espirituais; sinto as Irmãs serenas. Só me preocupa elas não poderem estar mais tempo cá fora no jardim a rezar. Temos um jardim relativamente grande à volta da casa com plantas tropicais (palmeiras, coqueiros, mangas, etc.) mas as chuvas tropicais/torrenciais têm abundado cada dia. Chove intensamente durante um tempo e depois pára, mas chove mesmo muito e o calor também é muito. As temperaturas não são muito altas, temos estado a 29/30 graus. Não sei se chegarei a ver o sol, mas o que importa é que Ele, o outro Sol mais importante, está dentro de nós. 27 de Julho: Ainda durante os Exercícios queria escrever às Irmãs, porque quero que sintam a minha gratidão e a das Irmãs daqui. Já escreveram Irmãs de 17 comunidades a marcar presença o que faz com que as Irmãs daqui se sintam felizes. Claro que ainda não lhes li nada, vou-lhes dizendo as presenças que vão chegando. Quando terminarmos os Exercícios vou-lhes ler tudo. Envio-lhes umas fotos que tirei num momento de sol para espreitarem a casa do noviciado, onde eu estou também. E me verem a mim com muitas caixas, quando um dia destes fui ajudar a Irmã Bernardete (da Malásia) a fazer compras de alimentos. 30 de Julho: Obrigada pelas mensagens de cada uma. As Irmãs sentiram muito a presença de todas, porque lhes fui comunicando. Terminámos os Exercícios e todas estamos muito bem, muito em paz, graças ao nosso bom Deus. Ontem ao fim do dia chegou a Carina que trabalha comigo no A PAR. Esta manhã já estivemos as duas na missão das nossas Irmãs aqui em casa. No dia 4 vou falar a Educadoras, no dia 6 a Noviças de várias Congregações e no dia 8 a Catequistas. É um povo muito encantador, mas muito populoso e pobre. 1 de Agosto: Depois de terminarmos os Exercícios chegou a Carina, que trabalha no A PAR, para iniciarmos esse trabalho com as mães que vêm aqui a casa aprender costura e fazer suplemento alimentar para os seus filhos desnutridos. Como elas trazem sempre as crianças, porque cada uma tem várias, não é 3 como na Europa, trabalhamos às 10 da manhã na hora de intervalo com mães e crianças, estando várias pessoas a observar e aprender, além de ajudarem a traduzir para Tagalo. Fala a Rositta: Nós ficámos muito contentes com a vinda da Milita, sobretudo eu, porque além de a conhecer há mais tempo, já trabalhámos juntas; tem sido um matar de saudades e partilhar de acontecimentos importantes para mim. Os Exercícios Espirituais fizeram-nos muito bem e ajudaram não só à nossa conversão, mas também a uma maior união na comunidade e consciência da missão. Esperamos que este fruto permaneça por um tempo longo. A Milita vai falar a Educadoras de Infância, Noviças de várias Congregações que se dedicam à educação de crianças pequenas, e Catequistas da nossa Diocese. Todo este trabalho vai ser realizado na próxima semana. A presente semana está a ser dedicada à missão da nossa comunidade tal como a Milita referiu. Com a ajuda da Carina todos os dias trabalha com mães e crianças que estão muito entusiasmadas e a progredir diariamente, a perderem a timidez, a melhorarem na auto-estima e colaboração. As crianças estão habituadas a ter escolinhas separadas das mães, e agora como estão juntas ficam felizes. Não quero terminar este e-mail sem agradecer as muitas mensagens de amizade e oração que as Irmãs mandaram e a Milita me leu. As outras Irmãs da Comunidade também ficaram contentes com o facto de as Irmãs se terem tornado presentes nos Exercícios. 11 de Agosto: A minha estada aqui com as Irmãs foi muito boa. No primeiro dia familiarizei-me com a comunidade e a missão da mesma. Nos 8 dias seguintes orientei os Exercícios Espirituais que a Rositta diz que "foram muito bons, no sentido de tocar o nosso coração para uma maior conversão a seguir Jesus de perto na vida do dia-a-dia da nossa comunidade e missão". Depois dos Exercícios, as Irmãs tinham várias missões para mim relacionadas com a Pastoral da Criança. Às mães falei da autoestima e tive duas belas tradutoras. A Carina orientou uma sessão com as mesmas mães e os seus filhos. No final todos tiveram um lanche de "spaghetti à Bolonhesa" muito bem saboreado. Todos os dias a Carina orientou sessões com mães e filhos que vêm cá a casa durante meio ano, trocando depois para dar lugar a outras famílias que têm crianças desnutridas. Este tipo de programa chama-se "Feeding Program". As sessões foram muito boas, porque várias pessoas aprenderam como trabalhar com mães e filhos ao mesmo tempo, e tanto mães como crianças, estiveram sempre muito felizes e a colaborar. Um outro dia fui a um jardim-de-infância também de uma área pobre como a nossa, às Irmãs da Nossa Senhora do Calvário falar às Educadoras e Irmãs mais jovens sobre "Bullying", ou seja maus tratos por parte dos colegas, professores ou familiares e mesmo estranhos. As pessoas foram muito receptivas e as Irmãs encantadoras. Num outro dia falei a um grupo de Noviças de Congregações diferentes, que se dedicam à educação de crianças pequenas. A estas falei de como educar a interioridade das crianças dos zero aos seis anos. Esta sessão foi realizada na nossa Casa de Exercícios que é relativamente perto desta casa onde vivemos. Foi donde estiveram as Irmãs reunidas no último CGA. Também estas Noviças e suas mestras foram muito abertas a receber a mensagem. Um outro encontro, e este extremamente numeroso, com mais de 120 catequistas, foi realizado na sexta-feira passada, numa igreja que se chama Nossa Senhora da Visitação. Quem quiser ir espreitar ao meu Facebook pode ver algumas fotos. Este encontro decorreu muito bem e pude apreciar o nível de interioridade das catequistas pelas perguntas que fizeram. Foram perguntas muito pertinentes. Foi uma manhã longa, muito bem passada, que culminou com a Eucaristia. Valeu a pena o esforço de querer partilhar com elas o que eu tinha preparado sobre a educação da interioridade delas e das crianças de quem são responsáveis. Fala a Rositta - Nós aqui, as Irmãs da Comunidade, estamos muito gratas por terem vindo à nossa Comunidade das Filipinas a Milita e a sua aluna Carina. Vamos sentir muito a falta das duas e da sua presença amorosa e simpática. 4 Uma vez que somos poucas, na oração da Comunidade tínhamos sempre mais a Milita, à mesa tínhamos as duas, Milita e Carina, o que animava mais as refeições com assuntos diferentes. Nas missas matinais (às 6 da manhã) tínhamos sempre outra companheira… Cada uma de nós pode falar e abrir-se de uma forma diferente com a Milita, visto ser uma nossa Irmã. Como ela fala as duas línguas era fácil para qualquer uma, mesmo para a noviça Lanie; foi mais uma presença-Doroteia diferente da nossa do dia-a-dia. Gostava de lembrar às Irmãs que mudei de e-mail já no ano passado. O meu actual é [email protected]; agradeço o favor de não escreverem para o antigo yahoo que já não existe desde o ano passado. Já por duas vezes enviei esta notícia pelo Doroteias de Portugal. Amanhã, dia 12, dia da nossa Fundação, estaremos especialmente unidas a todas em comunhão de corações e vida/missão. Alegramo-nos e festejamos com todas. É o dia em que a Milita chega a Lisboa. Esperamos que Deus a faça chegar bem. Irmã Maria Emília Nabuco (Milita) Ecos do 1º encontro da FAMÍLIA DOROTEIA nos AÇORES Aconteceu no dia 26 de julho p.p.; a Família Doroteia dos Açores e nos Açores, em S. Miguel, realizou o 1º encontro para preparar a comemoração - em 2016 - dos 150 anos da chegada das Irmãs Doroteias a Portugal. Foi neste contexto que se inseriu a evocação da chegada das Irmãs Doroteias aos Açores, assim como toda a vida que foi nascendo. A Família cresceu, estreitou laços, e é agora Família Doroteia. Esta Família contou e conta com todas as pessoas que tocaram e tocam a vida das Irmãs Doroteias – já somos muitas/muitos e podemos pôr-nos a caminho para construir Família onde quer que nos encontremos. Foi com este desafio, lançado pela Coordenadora Provincial das Irmãs Doroteias, Irmã Lúcia Soares, que nos Açores se organizou uma equipa dinamizadora, que coordenou, orientou e preparou um “programa” a ser vivido por todos os que quisessem aderir a este 1º encontro. Esta equipa congregou representantes das paróquias desta zona, antigos alunos, Câmaras do Nordeste e Ribeira Grande; Juntas de Freguesia da Maia, dos Fenais da Ajuda, da Lomba de S. Pedro, da Salga; Santa Casa da Maia; agrupamento de escuteiros da Maia e dos Fenais; Grupo de cantares vozes do Norte da Salga com o apoio do grupo coral litúrgico de S. Brás (que cantaram e encantaram). Este dia iniciou-se na Maia, junto da Santa Casa onde o Sr. Afonso Quental deu as boas-vindas e evocou a chegada das primeiras Doroteias à Maia (na altura era Provedor da Santa Casa da Maia). Lançou-se a temática do dia e partiu-se em caminhada para a Gorreana, onde o grupo foi recebido pela Família Hintze Motta. Aí retemperou forças e seguiu até à Mata do Dr. Fraga. Para a caminhada foi proposta a reflexão sobre “O que constrói Unidade e o que constrói Família”, chegando-se às seguintes conclusões: Constrói unidade: “Amor, amizade, alegria, ajudar o próximo, amigos, abraço, brincadeira, caminhar, calar, carinho, caridade, confiança, comunidade, comunicação, compromisso, companhia, compaixão, companheirismo, compreensão, diálogo, desafios, estar com Deus, esperança, espírito de união, equipa, felicidade, fé, força, força de vontade, fidelidade, harmonia, humanidade, humildade, irmãos, interactividade, natureza, ouvir, paz, paixão, partilha, respeito, serviço, saúde, solidariedade, ternura, trabalho, união faz a força, viver, verdade, vontade”. Constrói Família: “Amizade, amor, com carinho conversar com amor, confiança, companheirismo, compreensão, comunicação, carinho, esperança, fé, fidelidade, felicidade, filhos, força, harmonia, haver muito carinho e muita compreensão, Jesus, ouvir, paciência, pessoas, partilha, paz, respeito, serem bemeducados para construir o mundo, todos estarem de acordo com a família e com todos, ternura, união”. O NOSSO BEM-HAJA! Este encontro foi possível porque se uniram esforços, boas vontades, porque houve partilha, empenho, amizade e porque a Família que somos se tornou realidade, e acreditamos que a construção de um mundo melhor é possível. Só chegou a bom termo porque os dinamizadores formaram equipa, “vestiram a camisola” da Família Doroteia e levaram a cabo esta tarefa com muito empenho e dedicação. 5 É de realçar todo o contributo e apoio de várias instituições e entidades e também salientamos a presença da cantora Vânia Dilac e de Clayton Carneiro que nos proporcionaram momentos de rara beleza. A todas/todos, sem excluir ninguém, o nosso Bem-haja, o nosso muito, muito obrigada. Porque “acreditamos que esta Família pode fazer a diferença e ajudar a mudar as relações entre as pessoas, construir uma vida melhor, mais justa e mais aberta aos valores do Evangelho”, pedimos que nos ajudem a tornar possível e mais visível aquilo em que acreditamos. “O Pai vos abençoe com a sua omnipotência. O Filho vos abençoe com a sua sabedoria. E o Espírito Santo vos abençoe com a sua caridade” (Santa Paula Frassinetti). Irmãs Doroteias Juventude Doroteia evangeliza no campo e na praia “Serviço a um Povo” em Mogadouro e “Tendas na Praia” na Quarteira As Irmãs Doroteias e a Juventude Doroteia promoveram de 1 a 10 de Agosto dois tipos de experiência de serviço e evangelização – O “Serviço a um Povo” e as “Tendas na Praia”… São duas experiências diferentes, em que participaram jovens dos 16 aos 40 anos de vários pontos do país, para viver um único lema: “Um Coração Comprometido”. Nas Tendas na praia, em Quarteira, Diocese do Algarve, os jovens viveram uma experiência de evangelização onde procuraram mostrar que “de Deus não se faz férias”. Diariamente, iniciámos o dia com uma proposta de oração no areal, seguindo-se a entrega de mensagens bíblicas com símbolos, provocando o diálogo com quem passava pelo calçadão, procurando ser presença de Jesus que vai ao encontro de todos. Ao final da tarde, pelo calçadão, o grupo realizou momentos de provocação-interpelação, através de teatros de rua, canções, desafios onde procuraram levar a alegria de ser Cristão. Ao longo da semana, na “tenda do silêncio”, cada um é convidado a parar, a entrar dentro de si e encontrar-se com Deus… a perceber que no burburinho da praia é possível estar com Deus. À noite, os jovens animaram os serões com cânticos e danças no calçadão, promovendo a interação entre população e grupo. Alternadamente, realizaram-se momentos de oração ao estilo de Taizé, sempre que possível no areal. Conta uma jovem participante: Mais um ano, a Missão Quarteira foi realizada com grandes encontros e reencontros. Vindos de várias partes do país, unimo-nos para mostrar o rosto de Deus, nas férias de quem por nós passava. O tema da Missão foi “Um Coração Comprometido”, que se ia transformando em cada dia. Começámos por ter um coração negro, que representava as trevas; seguiu-se o amarelo, simbolizando a alegria de ser cristão. Tivemos ainda outros corações: o verde, transmitindo a esperança; o azul, refletindo a paz; o vermelho, como o símbolo do amor de Deus; o branco como sinal de perdão e o laranja de acolhimento. Todas estas mensagens iam sendo entregues ao longo da manhã, após a oração da manhã. Na parte da tarde, fomos enviados para desafiar aqueles que passavam no calçadão, através de diversas interpelações, como: distribuir abraços grátis, fazer uma encenação, distribuir sorrisos, fazer um flash mob, entre outras. Tivemos ainda um momento de oração Taizé no areal, onde conseguimos captar a atenção das pessoas que por ali passavam; e outro momento de confissões, surpreendentemente positivo - uma celebração penitencial, realizada, numa das tardes, na Igreja Nossa Senhora da Conceição. Estivemos também no Refeitório Social a animar os que por lá passavam e a distribuir a própria refeição. Animámos ainda duas Eucaristias, e, como habitual, cantámos no calçadão algumas noites, onde a Alegria e a Fé tiveram principal destaque. Foi com o coração cheio e comprometido que partimos para as nossas terras, fazendo aquilo que o Papa Francisco nos disse: “Quero que saiam fora. Quero que a Igreja saia às ruas”. 6 No Serviço a um Povo, em Mogadouro, Diocese de Bragança, os jovens procuraram ser presença de Jesus que ama e serve… que se faz próximo, qual Samaritano. É uma experiência diária de presença aos mais frágeis, aos mais sós, em lares de 3ª idade ou aos velhinhos que estão em casa, pelo diálogo entre gerações, pela escuta, pelo recordar canções de outros tempos, pela partilha de uns com os outros. A experiência de animação quis chegar também às crianças e aos jovens, não com atividades radicais, mas provocando em cada um o desejo da relação verdadeira… de um face-a-face… de um construir, juntos, algo a apresentar numa festa final a toda a população… é uma experiência de relação de um tu-a-tu que os transforma… os ajuda a perceber que é possível ser-se “mais” com outros… para a felicidade de todos. Uma experiência de diálogo com a população em geral que testemunha a alegria de ser Cristão com propostas de momentos de oração, ao estilo de Taizé, e convívios à noite nas praças principais. Tudo termina com uma festa-convívio final onde cada grupo de missão é convidado a partilhar, com todos, o que viveu ao longo da semana… Dar de si pelo conforto dos outros Na missão ao “Serviço de um Povo”, em Mogadouro, estiveram 21 pessoas. Raquel Salvador, de 18 anos, veio de Arrentela, concelho do Seixal. Ajuda na coordenação do grupo de jovens, na sua terra e na equipa da Pastoral Juvenil. O que a levou a participar na missão foi “o contacto que tinha com as Irmãs” e o desejo de se “dar aos outros”. “É bom conhecer novos povos, novas pessoas, novas realidades, perceber que, às vezes, o mundo não é assim tão colorido”, sublinha a jovem. Hugo Lavrador, de 28 anos, também de Arrentela, já faz “Serviço a um Povo” desde 2005. Refere o privilégio de ter na sua Paróquia as Irmãs Doroteias que vão “provocando com estas propostas”. Para o jovem Hugo, a experiência de voluntariado de 10 dias “interpela as pessoas”. “Damos sempre parte do nosso tempo, tiramos tempo das nossa férias – uns trabalham outros ainda estudam – e, ao fim e ao cabo, são dias em que podíamos estar na praia, estar em casa mais descansados, com outro tipo de horário, e estamos aqui, disponíveis para os outros, esquecendo o que podia ser o nosso conforto, mas tentando melhorar o conforto dos outros”, realça. Irmã Margarida Ribeirinha VIGIAS no Linhó A semana de 6 a 12 de Julho assinalou o início dos Campus Frassinetti – começámos com os Vigias (crianças do 5.º e 6.º anos). O campus contou com 34 Vigias vindos de diversos locais de Lisboa e de Abrantes; alguns eram nossos alunos, outros ligados às Irmãs Doroteias noutras missões. Foi esta diversidade que encheu de vida e de cor o nosso belo Linhó, com os ritmos e entusiasmo das crianças. Andámos ao ritmo do coração. A semana decorreu animada; entre as múltiplas atividades e diversões estivemos à descoberta do Tic-tac do coração, do nosso, dos que caminham connosco, do coração de Jesus e do mundo. 7 Os dias foram passando entre grandes e pequenas conquistas de Vigias alegres e “traquinas”, com diferentes talentos artísticos, desportivos e musicais que nos deixaram muito entusiasmados e divertidos a descobrir o que faz os nossos corações pulsarem com intensidade ou cria arritmia… No final o ritmo do coração tinha novos impulsos… como eles cantavam com força e vivacidade: “E a vida não vai parar, vai pelo mundo, tens tudo a dar, não percas tempo, podes saber que vais chegar onde Deus te levar…” Um obrigada especial às Irmãs e aos jovens que connosco partilharam esta aventura, pela equipa que fomos, pelo trabalho, dedicação, empenho partilhado... pelo Dom de querer ser rosto de Cristo, arriscando educar e ajudar os VIGIAS a crescer. Irmã Ida EM VISEU No Domingo, dia 19 de Julho, à noite, a cidade de Viseu e o Colégio da Imaculada Conceição receberam um pouco mais de “luz”... Os "FARÓIS" dos "CampusFrassi.net". Estes jovens procuraram ser uma referência de alegria... de relação com outros... de vida nova... de testemunho... de partilha... de juventude cristã... de solidariedade… de companheirismo... de tanta coisa... Foram 35 jovens, do 9º ao 11º anos, mais os animadores... 43 pessoas ao todo a ser "Faróis" numa cidade com história... Visitaram a cidade… reconheceram a sua história… criaram relações de amizade… Aproximaram-se de gerações diferentes oferecendo a sua alegria, quando visitaram os lares de 3ª idade da Misericórdia e o lar residencial para deficientes… Fizeram a experiência do dar-se aos outros com gratuidade e com generosidade… descobriam os limites e as possibilidades das pessoas mais sós… e viveram a alegria de dar alegria aos outros, sem pedir nada em troca… Foram uma referência como grupo no respeito e na aprendizagem do viver em grupo… Participaram no Festival Jota, o festival da canção cristã, onde se destacaram como grupo unido e em diversão saudável… Os Faróis tiveram uma equipa de animadores que os ajudaram a ser tudo isto… por isso, a todos os jovens mais velhos que assumiram a missão de ser animadores, a nossa gratidão… pelo modo como, juntos, formámos equipa. Fomos um corpo unido para a missão. O desafio foi e continua sendo: “SER FAROL” para quantos de nós se aproximarem e de quem nós nos aproximarmos... SER "luz" alimentada com o Evangelho... Irmã Margarida Ribeirinha Ainda as Férias … Casa Provincial - Lisboa As nossas férias vão decorrendo a meio gás... Já em Agosto, duas Irmãs foram ao Sardão fazer os Exercícios Espirituais; uma delas regressou, e a segunda está a fazer uns dias de descanso. Uma outra gozou alguns dias de férias; a quarta voltará brevemente à Comunidade. O dia 12 de Agosto – 180º aniversário da Fundação – foi marcado pela Eucaristia, celebrada no “salão” pelo nosso Pároco, Padre Robson Cruz. Estiveram connosco Irmãs das Comunidades mais próximas, bem como as Consultoras provinciais, pois iria decorrer, a seguir, a reunião do Governo. O Padre Robson presenteou-nos com um símbolo inesperado: um rolo! O rolo estende a massa para preparar o alimento... também a nossa vida vai-se fazendo aos poucos, com o nosso esforço, a nossa colaboração com Deus... Fez ainda a ligação entre rolo, massa, pasta italiana, Fundação do Instituto... 8 No dia 15 – Solenidade da Assunção de Nossa Senhora ao Céu – a Comunidade teve uma meia-tarde de distensão: procissão de Villaret (com outra letra), anedotas, adivinhas, contos, jogos... Muita surpresa e muito riso, que dilataram corpo e espírito! Quanto ao resto, a nossa Casa continua a funcionar como a estação de Santa Apolónia: chegadas e partidas a qualquer hora do dia ou da noite, com ‘peregrinos’ vindos do Norte e do Sul, da Europa e da Ásia, da África e da América do Sul... Irmã Diana Barbosa Comunidade do Sardão Férias diferentes Se todo o ano estamos em férias – aquelas a que nos obrigam as nossas limitações – é uma alegria dar conta que chegou o mês de Julho e o mês de Agosto para termos umas férias diferentes. É que nos trazem da quinta o feijão verde, os espinafres, as favas e há que deitar mãos à obra… Ao ar livre, sentadinhas à volta de uma grande mesa e bem apetrechadas, de avental e faca na mão, preparamos o feijão, arranjamos os espinafres, descascamos as favas. Como nos sentimos felizes por fazer alguma coisa que se veja… E damos o nosso contributo para o bem comum! Faz-nos mesmo bem pensar que do nosso trabalho vão beneficiar as crianças, as Irmãs e tanta gente que toma refeições no Colégio! O “trabalho” traz-nos a alegria de sentirmos que ainda valemos alguma coisa… Estas são as nossas férias! São diferentes e somos felizes! Somos as Irmãs: Graça Gonçalves (98 anos) “Caldeirinha” Edwiges (91) “Glorinha” Duque Ferreira (92) Adelelaide Monteiro (89) Aconteceu... Acontece... Acontecerá... O Lar de Coimbra faz 75 anos de existência no próximo dia 4 de Setembro. Mas verificando que esta data acabou por se revelar pouco propícia, dadas as exigências ligadas ao lançamento do ano lectivo, decidiuse adiar este momento celebrativo para uma data que permita maior participação de todas nós, Irmãs e antigas universitárias. Pelos mesmos meios (mail, facebook, etc.) será comunicada a nova data que se encontrar mais conveniente. Será bom que, entretanto, todas vamos passando palavra para que o maior número possível de "Antigas" participe no Encontro a celebrar a Vida que o Senhor fez brotar ao longo de 75 anos... Muitos já! A Irmã Odete Almeida Vitória, regressa a Moçambique no próximo dia 8 de Setembro. Não vai mais gorda, mas vai mais enriquecida: visitou várias Comunidades... fez muitas coisas em crochet, que leva para vender... - Até se vai fazer uma exposição dos seus trabalhos na Casa Provincial! 9 No dia 28 de Setembro a Irmã Josefina Pires vai para a sua nova missão no Perú. Lembramos que a Mestra de Noviças é brasileira (Maria Albanir), há duas Irmãs na equipa de Formação (a Irmã Josefina Pires e a Irmã Maria do Rosário Gutierrez), havendo uma Irmã peruana (Nelva Pedraza Cubas) (cf, cartas do Governo Geral de 19-12-2013 e 29-12014). Fazem proximamente as Bodas de Ouro as Irmãs: Maria Esperança da Costa Simões, Viseu, Maria de Lurdes Lima da costa e Maria Augusta de Jesus Pragana, a 15 de Setembro, Moçambique; Teresa Órfão Carneiro a 02 de Outubro, Covilhã; Maria Odete Marques Tomé, a 22 de Outubro, também na Covilhã. Há noventa anos... Fundou-se em Viseu, a 28 de Outubro de 1924, o Colégio da Imaculada Conceição, sendo a primeira Superiora a Madre Custódia Freitas. educativa dessa querida Casa. PARABÉNS! Nossa Senhora e Santa Paula continuem a proteger e abençoar a missão Familiares de Irmãs falecidos: Faleceu uma irmã das Irmãs Macedo do Linhó; uma prima, que era como irmã, da Irmã Margarida Garcês, Casa Paula. Um primo muito próximo da Irmã Alvim, Casa Paula. No dia 1 de Julho, o Pai da Irmã Paula Agostinho (Calvanas - Residência de Santa Doroteia). Irmã Massano – Maria de Jesus Lopes Pinheiro A grandeza de uma vida simples Se eu um dia estiver doente ou para morrer, peço perdão a Deus e a todas as pessoas que eu tenha ofendido. E agradeço a todos tudo quanto por mim fizeram. Eu, junto de Deus, quando lá chegar, não os esquecerei. Irmã Massano A autenticidade de vida da Irmã Massano (era um apelido da mãe) era na Comunidade uma Força, uma Graça constante. Sem muitas palavras toda ela era Caridade e Delicadeza, sem dar nas vistas, a todos atendia com dedicação. Era o nosso primeiro socorro, nos pedidos de Oração, nas situações mais difíceis. Muito lhe agradecemos, pois sabemos que junto de Deus não nos esquecerá. Conheci a Irmã Massano em Viseu, conta uma Irmã, onde já era a porteira no ano de 1958. Os que na cidade a conheciam chamavam-lhe, com razão, a Irmã Santa e linda. A nossa querida Irmã Massano está muito presente no nosso coração, mesmo que fisicamente já não esteja connosco. Recordamos como todas as pessoas se sentiam bem junto dela. Pois ela transmitia-nos Paz e Serenidade. Interessava-se muito por cada uma de nós e pelas nossas famílias, perguntava muitas vezes por elas e se estavam todos bem de saúde. Agradecemos a Deus a sua vida tão cheia de Simplicidade, Humildade, Disponibilidade... Estava sempre pronta para fazer a vontade às pessoas, não olhando aos sacrifícios. Era muito delicada e sempre agradecia os pequenos gestos de amizade. Toda a sua vida teve como ofício a portaria; em Vilar esteve 51 anos. Encantava e atraía toda a gente, conhecia pelo nome todas as pessoas do Bairro, que diziam: "Esta irmã é muito boa, ela gosta de nós e tem sempre um sorriso para nós.". De manhã muito cedo recebia algumas crianças para os pais poderem ir trabalhar. Vinham quase a dormir, ela embrulhava-os num cobertor e deitava-os no cadeirão da sala até serem horas de irem para as salas da infantil. Vivia em grande interioridade e Oração. Muitas vezes me dizia: "Rezo todos os dias por si para que saiba levar a sua cruz. Entregue-se a Nosso Senhor que Ele nunca a abandona". É um Dom tê-la conhecido e ter convivido com ela. Todas tínhamos por ela uma grande estima e um respeito muito especial. Ela a todos servia como se fosse a Deus, de boa vontade, com bons modos e atenção a cada um. Admirávamos o seu despacho e ao mesmo tempo a perfeição com que fazia o muito trabalho que tinha na portaria; a tudo dava andamento com alegria, mantinha sempre um sorriso para todos. Quando eu ia substitui-la na portaria, ela não se ia embora sem que nós as duas rezássemos a Consagração, junto da imagem de Nossa Senhora que está na portaria. As crianças iam entrando e nós continuávamos a rezar, dávamos o bom-dia e recomeçávamos. Era realmente uma alma de Oração e contagiava aqueles que com ela viviam. Para a capela, no tempo de meditação, levava um relógio para que não faltasse um minuto com o seu Senhor. A todos ia perguntando: "Rezas o terço? Rezas a Jesus?". Na Missa do funeral, disse o Padre Adélio: “Tomai o meu jugo… aprendei de mim… Acreditamos que a Irmã Massano percorreu a seu jeito este itinerário do discípulo… Acreditamos poder contá-la entre os pequenos do Evangelho… A porta que a Irmã Massano tantas vezes abriu pode ser barreira para quem se abeira, mas é sobretudo acolhimento para quem chega”. Nesta última fase da sua vida, a Irmã Massano aceitava o sofrimento, unida a Deus, e no seu silêncio tudo acolhia e oferecia ao seu Jesus que a chamou para o Céu no dia 4 de Julho de 2014. 10 Comunidade de Vilar-Porto Irmã Cecília Martins Pinto Elvas Educar os meus alunos, uma minha paixão Assim podemos lembrar a nossa Irmã Pinto Elvas que, ainda antes de entrar no Noviciado, já era a “Senhora Professora”, bem dedicada àqueles que lhe eram confiados como alunos para a todos ajudar a crescer, chegando cada um a desenvolver todas as suas capacidades. Depois, já como Irmã Doroteia, pelas Comunidades onde viveu – Covilhã, Fátima, Figueira da Foz, Viseu, Vilar e talvez ainda outras – continuou a sua missão totalmente dedicada à sua Turma, que fazia questão que tivesse trinta e seis alunos. Tinha um ótimo relacionamento com todas as famílias deles e um jeito muito particular, pois enquanto os atendia ia fazendo trabalhos em croché ou malha. Era o seu jeito… Já ninguém estranhava… Ainda hoje há jovens que a ela se referem com estima e apreço dizendo: “Eu fui aluno da Irmã Pinto Elvas”. O filho do Dr. Patrão, o Dr. Luís, que é médico no Hospital de Viseu, quando nos trata pergunta logo pela Irmã Pinto Elvas: foi uma Irmã que o marcou durante a sua vida de estudante. Como viu que era inteligente dava-lhe mais conteúdos, estimulando-o a alargar os conhecimentos. Diz que aprendeu mais tarde muita coisa que a Irmã Pinto Elvas já lhe tinha ensinado. “Grande mulher e professora!” exclama. Era uma pessoa inteligente e sábia. Qualquer coisa que se lhe perguntava sabia, e se não sabia ia logo pesquisar. Contam que, na Figueira da Foz, iam alunos da Universidade tirar dúvidas com ela. E uma antiga aluna da Covilhã, de há 55 anos, conta: “Da Irmã Pinto Elvas recordo que tinha uma forma de estar que revelava personalidade e estabelecia com as alunas uma relação afável, serena, amiga e de grande simplicidade e humildade! Recusava discretamente o "beija-mão" da noite (que nessa época era de tradição) com uma festinha que nos fazia na mão, no ombro ou na face! Não era de muitas palavras! Não levantava a voz! O seu olhar vivo falava! Pois passados estes 55 anos, gostei muito de a visitar e ainda troquei com ela uma conversa de saudade daqueles tempos que passámos juntas!” Era muito colaborante e agradecida, foi muitas vezes ao Hospital em situações graves, e sempre agradecia. Como em Viseu começou a ter graves problemas de saúde, veio para a Comunidade de Vilar onde continuou a ensinar e a ajudar as alunas internas. Era exemplarmente pontual e cumpridora das suas obrigações. Uma operação ao joelho, para colocação de uma rótula que não se adaptou bem, levou-a a usar uma cadeira de rodas que até ao fim da vida ela mesma dirigia e a levava a todos os lugares que desejava. A sua saúde foi-se agravando e passou a usar um apoio para manter o batimento cardíaco. Amiga de dar gosto aos outros, continuava a fazer malhas que depois oferecia com alegria às Irmãs da Comunidade e não só. Em todas nós ficaram as saudades pela forma súbita como nos deixou na noite de 20 de Agosto de 2014. E agora, que já se encontra com Deus, pedimos-lhe que nos alcance de Deus a graça da fidelidade a Jesus. Comunidade de Vilar-Porto Ainda sobre a partida da Irmã Olinda Salazar Tinha apenas 10 anos, quando o Caminho da Vida nos fez encontrarnos no Colégio do Sardão e a empatia desde logo aconteceu. De seu porte sempre elegante e andar inconfundível, uma imagem intocável que ao fim de tantos anos se tornou no toque mais profundo da Presença de Deus em minha Vida, a minha Irmã Salazar. 11 Junto de nós marcou com o seu Exemplo. Forte, Corajosa e Lutadora, um Modelo de Fé depositada no seu Deus, sempre Fiel e dedicada a Santa Paula, a todos se deu sem reservas nem limites. Nunca estivemos separadas, mesmo que a distância por vezes assim o exigisse, pois a Amizade que cresceu entre nós, tornou sempre perto os nossos Corações. Passeio à Serra da Estrela, 5-5-1978 Passeio à Serra da Estrela, 5-5-1978 Presente em todos os momentos da minha Vida, no final do meu Curso, no meu Casamento, no Nascimento dos meus filhos... foi pilar e abrigo seguro sempre que precisei. Ao fim de tantos anos o Senhor deu-me também a Missão de estar bem mais perto dela numa fase menos boa da sua Vida. Fiel e Amiga como sempre fui e prometi que seria até ao Fim: visitei-a todas as semanas durante estes últimos dois anos e meio, procurando ser Ajuda, Alento e Consolação, num momento em que me inteirei mais da sua doença. Compartilhámos histórias de Vida, repartimos alegrias e tristezas, numa mútua doação e assim intensificámos a nossa Amizade, na cumplicidade, sinceridade e fidelidade... Percebi o quanto a presença Amiga ajuda e alivia a dor de quem sofre. Percebi que há Amigos que são Anjos, são uma Dádiva de Deus, e nós fomos o Anjo uma da outra. Em mim, fica para sempre gravada em meu Coração, a imagem da Professora, Educadora, Conselheira e de uma Grande Amiga. Em meu Coração fica um lugar que será só SEU... Hoje é grande a Saudade que se instala, mas acredito que a melhor forma de Eternizar aquele que se Ama, é procurar ser como ele gostaria que nós fôssemos e o Senhor me ajudará e dará Forças para continuar a ser a “Sua Mónica” e nunca perder o Sorriso que sempre em mim valorizou... Sei que estará Comigo SEMPRE, acredito porque ela um dia me disse: “Seja o lugar onde estiver, estarei sempre do teu lado... Estarei sempre Contigo até na Eternidade!”. É esta a consolação que me resta. Procurando no Céu a Estrela que mais brilha, como forma de minimizar a ausência e a dor desta partida... acredito que está a velar por mim e por todos nós... e que um dia, seja ele quando for, nos Páscoa 2014 voltaremos a encontrar. E que a Amizade, a NOSSA AMIZADE é o “AMOR que nunca Morrerá... “ Por TUDO o que foi e continua a ser para mim, OBRIGADA, Irmã Salazar!... Mónica Pereira, antiga aluna do Sardão Do Boletim Il Frassino de Itália: SANTA PAULA FRASSINETTI Por ocasião do dia 12 de Junho - festa litúrgica de Santa Paula – no âmbito do ano dedicado à Família – quisemos recordar o Carisma da nossa Fundadora, nascido de uma profunda experiência de Deus: o objetivo da sua missão era o de reanimar nos pais cristãos o compromisso educativo na família. Para esse fim se publicou um artigo no jornal “IL CITTADINO”, quotidiano da Diocese de Génova, que transcrevemos. 12 de Junho, memória litúrgica de Santa Paula Frassinetti, Fundadora do Instituto das Irmãs de S. Doroteia É sempre tempo de educar. De modos diversos, nos anos de Santa Paula Frassinetti (1809-1882) como hoje. Oferecer proximidade, exemplo, confronto cultural, instrumentos de aquisição e de crescimento. Com fé, com alegria e com esperança. E é sempre tempo, hoje talvez mais do que nunca, de apoiar a família no seu papel educativo de amplo espetro, com serviço humilde. Neste ano particularmente dedicado à célula fundamental da sociedade, o exemplo e a dedicação de Santa Paula são um encorajamento e um apoio para as suas filhas espirituais e para toda a comunidade cristã. Esta Santa genovesíssima - no centro durante 20 anos, depois em Quinto al mare e Rivarolo, que foram as suas casas e as suas terras de missão - tem muito a dizer, a indicar, a evocar. Diz com a sua vida - intensamente e irrevogavelmente dedicada ao crescimento humano e cristão das crianças e das jovens daquele início e primeiros anos de 800, portador de novidades positivas acompanhadas por duradoiras gravíssimas condições de carência laborativa, educativa, social - que é 12 importante habitar as periferias, estar presente, arregaçar as mangas, ser promotor de crescimento humano e cristão. O Evangelho não deve ser uma bela e boa notícia para cada sector da vida? “Reanimar os pais” Atenta observadora da realidade, nota com tristeza que o seu tempo “parece querer distinguir-se por um deplorável descuido na educação da juventude”, e ao mesmo tempo vê com gratidão ao Espírito “que Ele suscita muitos novos Institutos religiosos que se propõem, de modo particular, promover a instrução e a educação da juventude. Entre estes encontra-se o pequeno Instituto das Irmãs de Santa Doroteia, do qual parece querer servir-se o Senhor para reanimar nos pais cristãos o empenho que devem ter pela educação moral e religiosa das suas filhas e, para suprir, dum modo fácil e oportuno, à falta deste empenho”, como escreve no início das Constituições de 1851. O mérito de ver longe Santa Paula Frassinetti tem, entre as suas qualidades, o mérito de ver longe. As jovens que estudam nas escolas do Instituto, quando crescerem, poderão retribuir e multiplicar o bem recebido – catequeses, ensino profissional, cultura geral – aos seus familiares e amigos. “Considerem – recorda às suas Filhas – que as jovens educadas nas nossas Casas se destinam a ser esposas e mães de família. E quanto bem não pode fazer uma mulher verdadeiramente cristã, uma mãe de família solidamente cristã, virtuosa e cumpridora dos próprios deveres! Quantos esposos, que vivem longe de Deus e esquecidos da fé, podem ser retirados do vício e da desordem, e reconduzidos à virtude, mediante os exemplos, os cuidados, o bom senso, a suavidade e as orações duma esposa solidamente cristã!” (250). Se a linguagem está um pouco ultrapassada, é no entanto clara a intuição: o contágio do bem, por irradiação, parte dos mais próximos, do núcleo familiar. E a mulher tem nisso um valor fundamental, embora então – e em parte ainda hoje – socialmente e eclesialmente pouco reconhecido. O anúncio e o testemunho da fé andam ligados ao respeito e à alegria: as Irmãs Doroteias “devem formar jovenzinhas destinadas a viver no mundo, onde devem dar edificação com naturalidade, conhecendo e seguindo as normas das relações sociais em tudo o que não for contrário ao Santo Evangelho.” (253). Uma receita que ainda não foi superada A Santa é confiante: “Educando as crianças, educa-se metade da geração que surge. Se esta crescer boa, sendo tão grande a influência da educação das mães sobre os filhos, também a outra metade deverá necessariamente melhorar” (207). Acredita profundamente no valor da educação: “Pode dizer-se que educar bem as crianças é reformar o mundo e conduzi-lo à verdadeira vida…”(207). E está aberta às solicitações emergentes: as educadoras “…dedicar-se-ão também às ciências humanas, tanto quanto possam ser necessárias a uma jovem cristã que deve servir a Deus no mundo” (254). Compreende e sublinha a importância de envolver com suavidade a família para realizar plenamente as possibilidades de crescimento empreendidas e planeadas: “Receberão os pais das meninas com toda a caridade e recomendar-lhes-ão que secundem, com os seus bons exemplos, os cuidados que as Irmãs do Instituto dispensam às suas filhas, dando-lhes com prudência os conselhos que julguem mais úteis para lhes assegurar um bom êxito”(301). Cuidado, proximidade, confiança e otimismo cristão: uma receita que ainda não foi superada por quem trabalha na frente, sempre aberta, dos horizontes educativos. Graziella Merlatti, 8 de Junho de 2014 A nossa Irmã Francesca Baloco terminou o seu doutoramento em Teologia Dogmática “Summa cum laude” e com direito a publicar a sua tese na íntegra. Para a maior glória de Deus! Foi muito apreciado o seu trabalho sobre Paul Beauchamp (1924-2001), um jesuíta francês que no seu noviciado tomou a decisão de ler a Bíblia toda seguida, do Génesis ao Apocalipse, experiência que marcou toda a sua vida. Dedicou-se à exegese existencial convidando a passar do texto à vida e viceversa. 13 O Instituto Santa Doroteia de Árcore (MB) foi primeiro classificado no CONCURSO PLAY ENERGY, ENEL ENERGIA em que participaram 465.000 estudantes de Itália, Brasil, Chile, Costa Rica, Guatemala, Panamá, Roménia, Rússia e Eslováquia. Foram apresentados 2.520 projetos que mostraram capacidade criativa. Prémio: para cada estudante um “monopattino” elétrico e dois dias em Roma com visita à cidade e jogos temáticos; a Instituição vencedora além de ter sido louvada pelo Ministério da Educação, recebeu 6.000 euros! Maria Maccarone mais uma vez... dá pequenos passos Operada em Maio por ter fraturado o fémur, já se encontra em casa e agradece muitíssimo as orações, telefonemas e mensagens que foi recebendo. Diz que ofereceu as suas dores por muitos jovens, pelas Irmãs Doroteias, pela Madre Geral… Aqui a vemos no seu quarto, onde tem um poster de Santa Paula que está sempre ornamentado com flores frescas! Fez 83 anos no dia 7 de Agosto. Parabéns! Do Boletim BÚSSOLA, de Angola As Irmãs de Angola fizeram um número especial do seu Boletim Informativo dedicado à nossa Irmã Margarida Maria Toulson, conhecida pelas suas pinturas; artista tão esmerada, competente e mística. A primeira DOROTEIA angolana. Mulher de muita Fé e de Oração! Conhecida pela sua grande caridade, alegria e simplicidade. No dia 11 de Maio, domingo do Bom Pastor, teve uma queda que ocasionou uma fractura fechada da cabeça do fémur. A partir deste momento a situação agravou-se ainda mais, pois sentia muitas dores e nada fazia senão entregar tudo como sinal de sacrifício ao Coração Santíssimo de Jesus. Pedia a Jesus que oferecesse esta dor pela igreja, pelas Irmãs e pela conversão de todos. Às vezes com muita resignação dizia: “Deus está a pedir-me tudo, mas eu já lhe dei tudo”. No meio de tanta dor sempre transparecia grande tranquilidade mostrando o abandono nas mãos de Deus. E quando eram 7 horas do dia 6 de Junho entrou na casa do Pai. Como mulheres de fé, acreditamos que a perdemos na terra, mas, ganhamo-la como grande intercessora junto de Deus vivo. Do Boletim TAM-TAM, de Moçambique É sempre com muito gosto que recebemos notícias de Moçambique (pena que não seja por email, que chegava mais colorido!), apresentando o trabalho de cada Comunidade. No ULONGUÉ, fazem formação bíblica, o movimento de Santa Paula ajudou a celebrar a festa de 12 de Junho, no dia do Corpo de Deus 140 crianças fizeram a primeira Comunhão e têm um belo grupo de prépostulantes e aspirantes. Em LICHINGA, continuam o apostolado na cadeia, dão catequese na Paróquia, acompanham a Pastoral da Juventude e os grupos de Mães de Paula, continuam a obra iniciada pela Irmã Ferreira da Costa na Escolinha D. Luís Gonzaga. No FOMENTO, acolhem quem passa – toda a Unidade passou por ali a fazer a Experiência Espiritual. Têm um grupo de “Amigos de Santa Paula” e acompanham a escolinha da AVOMACC (Associação de Voluntárias Mães de Crianças Carenciadas). Como a Unidade pertence à Província de Angola, as Irmãs jovens foram a Angola para se encontrarem com a Madre Geral na sua visita. 14 Pensamentos de Santa Paula sobre o REPOUSO Aproveite este tempo, que para si é de repouso, para se renovar espiritualmente; e continue a sua missão, dando muito bom exemplo. Se soubesse, minha querida Irmã, quanto bem faz e quanta edificação dá uma Irmã que, de passagem por uma casa, se mostra muito observante e boa religiosa! (698,3) Esteja, portanto, tranquila; coma, descanse e distraia-se, pensando que é um pobre cavalo fatigado, que se mandou para o campo a fim de readquirir as forças, para poder continuar a trabalhar para o dono. (651,4) … e recomendo-lha para que a faça descansar, alimentar-se e distrair-se. (647,2) … tenha um pouco de cuidado consigo, para readquirir as energias perdidas, por se ter cansado demasiado. Portanto, pede-se-lhe um pouco de repouso, e não mais, para voltar ao seu estado normal. (557,2) … o que não puderem fazer num mês, fá-lo-ão em cinco ou seis. Por caridade, repito, não se esgotem. (258,7) … com Ele rezemos, com Ele nos cansemos, comamos, repousemos, falemos, pensemos; em suma, façamos tudo em companhia de Jesus. (301,5) … viva abandonada em Deus, como uma criancinha repousa tranquila no seio da própria mãe. (491,6) Papa Francisco na Coreia do Sul Em resposta ao convite feito pela Presidente da Coreia do Sul e pela Conferência Episcopal daquele país, o Papa esteve na Coreia de 14 a 18 de Agosto, para participar na VI Jornada da Juventude Asiática. O Logotipo da VI Jornada da Juventude Asiática foi inspirado no livro de Isaías (60,1): “Levanta-te, resplandece, a glória do Senhor brilha sobre ti”. Duas chamas, uma azul e outra vermelha, que se abraçam numa expressão simbólica do desejo de paz e união entre ambas as nações. Estas chamas assentam em duas ondas do mar, evocando a noção da barca da Igreja e ao mesmo tempo as ondas têm a forma de duas lâminas de uma faca, evocando os mártires da Coreia. Foi este o discurso do Papa pronunciado em SEUL, a 16 de Agosto de 2014, durante o encontro com cinco mil religiosos que desenvolvem atividades pastorais na Coreia: Queridos irmãos e irmãs em Cristo! Saúdo-vos a todos com afeto no Senhor: é bom estar convosco hoje e partilhar este momento de comunhão. A grande variedade de carismas e actividades apostólicas que representam enriquece, de forma maravilhosa, a vida da Igreja na Coreia e para além dela. Nesta celebração das Vésperas, em que cantamos os louvores da infinita bondade e misericórdia de Deus, agradeço-vos, a vós e a todos os vossos irmãos e irmãs, pelo empenho posto na edificação do Reino de Deus nesta amada nação. As palavras do Salmo – «Minha carne e meu coração desfalecem; rochedo do meu coração e minha porção é Deus para sempre!» (Sal 73, 26) – fazem-nos pensar na nossa vida. O Salmista expressa jubilosa confiança em Deus. Todos sabemos que, mesmo se a alegria não se expressa da mesma forma em todos os momentos da vida, especialmente nos momentos de grande dificuldade, «sempre permanece pelo menos como um feixe de luz que nasce da certeza pessoal de sermos infinitamente amados» (Evangelii gaudium, 6). A firme certeza de ser amados por Deus está no centro da vossa vocação: ser para os outros um sinal tangível da presença do Reino de Deus, uma antecipação das alegrias eternas do céu. Somente se o nosso testemunho for alegre é que poderemos atrair homens e mulheres para Cristo; e esta alegria é um dom que se alimenta de uma vida de oração, da meditação da Palavra de Deus, da celebração dos Sacramentos e da vida comunitária. Quando faltam estas coisas, aparecerão as fraquezas e dificuldades que obscurecem a alegria conhecida tão intimamente no início do nosso caminho. 15 Para vós, homens e mulheres consagrados a Deus, tal alegria está enraizada no mistério da misericórdia do Pai revelada no sacrifício de Cristo sobre a cruz. Quer o carisma do vosso Instituto se oriente mais para contemplação, quer se volte mais para a vida activa, o vosso desafio é tornar-vos «especialistas» na misericórdia divina precisamente através da vida em comunidade. Sei, por experiência, que a vida comunitária nem sempre é fácil, mas é um terreno providencial para a formação do coração. Não é realista esperar que não haja conflitos: surgirão incompreensões e será preciso enfrentá-las. Mas, apesar destas dificuldades, é na vida comunitária que somos chamados a crescer na misericórdia, na paciência e na caridade perfeita. A experiência da misericórdia de Deus, alimentada pela oração e pela comunidade, deve plasmar tudo o que são e tudo o que fazem. A vossa castidade, pobreza e obediência tornar-se-ão um testemunho jubiloso do amor de Deus, na medida em que permanecerem firmes sobre a rocha da sua misericórdia. Verifica-se isto particularmente no que se refere à obediência religiosa. Uma obediência madura e generosa exige que adiramos na oração a Cristo, o qual, assumindo a forma de servo, aprendeu a obediência por meio do sofrimento (cf. Perfectae caritatis, 14). Não há atalhos: Deus quer os nossos corações por inteiro, e isso significa que temos de nos «desapegar» e «sair de nós mesmos» sempre mais. Uma experiência viva da primorosa misericórdia de Deus sustenta também o desejo de alcançar aquela caridade perfeita que brota da pureza de coração. A castidade exprime a vossa doação exclusiva ao amor de Deus, que é a rocha dos nossos corações. Todos sabemos quanto empenhamento pessoal e exigente isso comporta! As tentações neste campo requerem confiança humilde em Deus, vigilância e perseverança e abertura do coração ao irmão ou irmã sábia que o Senhor nos envia no nosso caminho. Através do conselho evangélico da pobreza, serão capazes de reconhecer a misericórdia de Deus não apenas como fonte de fortaleza, mas também como um tesouro. Mesmo se estamos cansados, podemos oferecer-Lhe os nossos corações carregados de pecados e fraquezas; nos momentos em que nos sentimos mais fracos, podemos encontrar Cristo, que Se fez pobre para que nos tornássemos ricos (cf. 2 Cor 8, 9). Esta necessidade fundamental que temos de ser perdoados e curados é, em si mesma, uma forma de pobreza que nunca deveríamos esquecer, não obstante todos os progressos feitos para a virtude. Além disso, a pobreza deve encontrar expressão concreta no vosso estilo de vida, tanto pessoal como comunitário; penso de modo particular na necessidade de evitar todas as coisas que vos possam distrair e causar confusão e escândalo nos outros. Na vida consagrada, a pobreza tanto é um «muro» como uma «mãe»: um «muro» porque protege a vida consagrada, e uma «mãe» porque a ajuda a crescer e a conduz pelo justo caminho. A hipocrisia de quantos – homens e mulheres consagrados – professam o voto de pobreza, mas vivem como ricos, fere as almas dos fiéis e prejudica a Igreja. Pensem também como é perigosa a tentação de adotar uma mentalidade puramente funcional e mundana, que induz a colocar a nossa esperança apenas nos recursos humanos e destrói o testemunho de pobreza que Nosso Senhor Jesus Cristo viveu e nos ensinou. Neste ponto, agradeço ao padre presidente, à irmã presidente dos religiosos, porque eles falaram justamente sobre o perigo que a globalização e o consumismo oferecem à vida de pobreza religiosa. Obrigado. Queridos irmãos e irmãs, com grande humildade, façam tudo o que puderem para demonstrar que a vida consagrada é um dom precioso para a Igreja e para o mundo. Não o guardem só para vós mesmos; partilhem-no, levando Cristo a todos os cantos deste amado país. Deixem que a vossa alegria continue a encontrar expressão nos vossos esforços por atrair e cultivar vocações, reconhecendo que vocês todos colaboram para formar os homens e mulheres consagrados de amanhã. Quer se dediquem à vida contemplativa, quer à vida apostólica, sejam zelosos no amor pela Igreja na Coreia e no desejo de contribuir, através do vosso carisma específico, para a missão de proclamar o Evangelho e edificar o povo de Deus na unidade, na santidade e no amor. Confio-vos a todos, especialmente aos membros idosos e enfermos das vossas comunidades - também os saúdo de maneira especial -, aos cuidados amorosos de Maria, Mãe da Igreja, e de coração vos concedo a minha bênção. 16