APROFUNDAMENTO BIOGRFICO

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APROFUNDAMENTO BIOGRFICO
APROFUNDAMENTO BIOGRÁFICO
O tronco secular
No dia 6 de novembro de 1813, em Brescia, no Palácio Di Rosa (Contrada Larga, nº 1147,
hoje Via Gramsci, nº10) nasceu Paula, sexta filha dos nove da prole, belíssima flor desabrochada
de um tronco centenário.
Nessa nobre casa, Paula foi acolhida com alegria pelos pais, irmãos, parentes e amigos da
família. Pela delicadeza da sua constituição física, a menina foi prontamente batizada em casa no
mesmo dia em que nasceu. A cerimônia oficial foi celebrada em 22 de novembro na Igreja de São
Lourenço. Recebeu o nome de: Paula Francisca Maria.
O pai, Cavaleiro Clemente IV – assim indicado na árvore genealógica por ser o quarto a
possuir esse nome – nasceu em 1767 e viveu longa vida, toda dedicada aos cuidados da família,
à administração do seu rico patrimônio (constituído em grande parte dos bens de Movico,
Capriano e Acquafredda), tendo ocupado cargos públicos e promovido intervenções orientadas
para melhorar a indústria, o desenvolvimento agrícola, a situação da cidade e as condições do
povo.
A dor pela morte prematura da esposa e dos filhos – só Paula sobreviverá – não dobrará
nunca a sua fé em Deus e não diminuirá o ritmo de sua atividade benéfica. Até ao ano de 1850,
ano de sua morte, o pai será para Paula exemplo, conselheiro e sustento.
A mãe é a condessa Camila Albani de Bérgamo, que Clemente desposa em 1806. Aos 20
anos é inteligente, dulcíssima e generosa. Nobre de ânimo e de linhagem, tem como herança o
dote de uma fé genuína. É uma verdadeira dona de casa: sábia e gentil, estimada e obedecida,
atenta às necessidades dos pobres, afetuosa, ao mesmo tempo, firme ao educar os filhos à
oração e ao estudo.
No palácio Di Rosa vive também, em bom número, o pessoal de serviço.
A senhora Camila soube criar na numerosa família uma comunhão feita de respeito
recíproco, que torna serena a convivência de todos. A debilidade de sua saúde, porém, muitas
vezes a obrigará ao repouso.
O ENTRELAÇAMENTO DA AMOR COM A DOR
Paula: menina
Criança, Paula já revela em seu temperamento algumas qualidades típicas do pai: o
empreendimento, a determinação, a precisão no desenvolvimento da própria responsabilidade; da
mãe, tem a bondade a postura nobre, a capacidade de adequar-se às pessoas e às situações.
Sua figura é esbelta. Os olhos grandes, negros, denotam inteligência e decisão de vontade. A
mãe é a sua primeira educadora: educa-a através dos acontecimentos cotidianos a um
amadurecimento da vontade que a tornará capaz de enxergar e querer o melhor em todas as
situações da vida.
O casal Di Rosa não freqüenta reuniões e festas da “sociedade”: o pai divide seu tempo
entre as obrigações públicas e a família; a mãe está completamente envolvida na educação dos
filhos e na direção da casa.
Paula encontra, nessa prática de vida, um ambiente idôneo para a sua inclinação natural
que não aceita o que é só aparente, como se seguisse a voz interior do Espírito que a guia para o
essencial.
Não é atraída pelas bonecas; o seu divertimento é ornar, muitas vezes, alguns altares com
flores e trapos de seda, particularmente um pequeno altar dedicado a Nossa Senhora, em seu
quarto: Chamava também os seus irmãozinhos para ajudá-la na ornamentação do altarzinho.
Rebela-se, quando a governanta quer encaracolar seus cabelos ou cuidar particularmente
de sua maneira de vestir-se. Somente quando a mãe lhe fala, ela aceita.
Em 1825, quando o pai a convida a posar diante do pintor que lhe faria o retrato, ela
recusa dizendo claramente: “Eu, no retrato, não saberia o que fazer!”.
Paulinha porém é veloz quando desce a escadaria do palácio para chegar ao portão onde
os pobres esperam. Guiada pela mãe, que intui o dom colocado por Deus no coração da criança,
é sempre disponível, como uma pequena enfermeira, a prestar qualquer serviço aos irmãos ou
aos empregados quando estão doentes.
A todos, Paulinha, dedica também um tempo de companhia, a mesma companhia afetuosa
e diligente, que muitas vezes oferece à mãe, especialmente nos meses de inverno, quando a
doença a obriga a permanecer na cama.
É muito apegada à mãe percebe nela um guia seguro. Sabe reconhecer seus dons e suas
virtudes e, quando a vê sofrer, sofre junto.
A educação escolar e religiosa foi confiada ao Padre Agostinho Baronio; a educação
doméstica, à senhora Ângela Vita.
A primeira mestra espiritual, todavia, é sempre a amada mãe. O exemplo da senhora
Camila, que todo dia participa da Eucaristia e visita o Santíssimo Sacramento, se fixa no coração
de Paulinha e faz nascer nela o desejo de receber Jesus.
A mãe, primeiramente lhe ensina a Comunhão espiritual, depois o catecismo, preparamdo-a
para o Sacramento que receberá na Páscoa de 1823.
O encontro eucarístico sela os 10 anos de Paula; vive dias intensos, não poupados de
sofrimento e marcados pela oração, o estudo, os trabalhos domésticos e pela gentil atenção
dedicada aos semelhantes.
Doença de Paula e morte da mãe
Nas férias do outono de 1824, em Capriano, Paula foi acometida por uma forte febre
gástrica. Foi transportada para Brescia, onde a mãe, mesmo doente, não se poupa para cuidar
dela. Depois de alguns dias Paulinha começa a melhorar, porém a gastrite a incomodará por toda
a vida, reduzindo a bem pouco a sua habitual alimentação.
Entretanto, ao cuidar da filha, a senhora Camilla ultrapassou os limites de suas forças:
ficou doente e de nada valiam os cuidados médicos.
Paulinha, ainda convalescente, passa muitas horas perto da mãe; confortando-a, rezando
e sofrendo com ela.
Passam-se dois meses de angústia e de dor, que culminam com a morte da mãe, no dia
25 de dezembro de 1824.
Toda a casa fica emudecida. “Paulinha está muito abatida com a morte da mãe... Sentia a
grande perda e ia repetindo: ‘Perdi muito, perdi muito, muito’!”.
Os dias seguintes são, para ela, de pranto e dor; entrega-se à confiança em Nossa
Senhora, a fim de que a guie e reza com grande fervor.
O COLÉGIO DA VISITAÇÃO.
A separação da família
Paulinha segue o método de vida a que a mãe a havia acostumado. Se, de um lado, o
Cav. Clemente sabe que a vontade tenaz da filha pode produzir frutos maravilhosos, se
sabiamente orientada; por outro lado deseja que sua educação e sua cultura sejam sólidas e
amplas.
Pensa então oferecer-lhe um período de formação no Colégio das Monjas da Visitação,
chamadas também de Salesianas, nome derivado do fundador da irmandade, São Francisco de
Sales.
O educandário existia há alguns anos e funcionava no antigo Mosteiro de Santa Cruz, em
Brescia.
O afastamento da casa, que tanto ama causa sofrimento para Paula.
Não obstante a presença no educandário da irmã maior, Ottávia, que depois se tornará
religiosa no mesmo Mosteiro e assumirá o nome (poderia-se dizer “profético”) de Irmã Maria
Crucifixa, Paulinha, nos primeiros meses, sofre de forma terrível. Depois tranqüiliza-se e aceita o
novo estilo de vida e o sacrifício que lhe é pedido.
A inteligência e a sensibilidade de Paula sobressaem no estudo e nas atividades artísticas
e manuais.
O temperamento enérgico que demonstra, alicerçará o aspecto esplendido de sua
personalidade durante a vida toda.
O caminho para aproximar-se do ânimo forte de Paulinha é sempre o da doçura; a
Senhora Camila que o havia percebido, soube fazer nascer entre si e a filha uma profunda
sintonia espiritual; a pedagogia salesiana está na mesma linha e a menina lhe corresponde
docilmente.
Ocasiões para vencer o orgulho não faltam.
Os resultados positivos no estudo, as atenções que as monjas dedicam à sua delicada
saúde, as visitas quase diárias do pai no mosteiro do qual é benfeitor, suscitam inveja nas
companheiras que encontram as ocasiões para fazê-la sofrer, apesar da gentileza e do afeto que
Paula demonstra por elas. Reparte com todas os doces que recebe da família, enquanto o
dinheiro que o pai lhe deixa, destina-o aos pobres.
A paz do coração
Paula se encontra aos pés do Calvário, chamado por São Francisco de Sales de “o monte
dos amantes”, e aceita iniciar a subida. Não nasceu santa, entretanto quer escutar e seguir a voz
da Graça que a guia.
Após a “tempestade” dos primeiros tempos, compreende e absorve o espírito de oração
que existe no mosteiro e adere a ele com toda a energia de uma adolescente apaixonada: no
colóquio silencioso e íntimo com Deus, que a atrai para a realidade do seu amor crucificado e
eucarístico, Paula encontra não só a força do perdão, da fidelidade aos próprios interesses, mas
também as razões do seu viver, da sua história, e, sem dúvida, do seu futuro de consagração
virginal.
Além da oração estabelecida para as educandas, “quando lhe é possível, levanta-se duas
horas antes das outras para rezar e ler livros espirituais e obtém das mestras a licença de passar
o tempo do recreio depois do almoço frente ao Santíssimo Sacramento”.
Perguntada sobre em que consistiam suas orações daquele tempo, respondeu que pedia
padecimentos a Jesus.
Sua vida interior está se orientando para duas “paixões” de um único amor: o Crucifixo e a
Eucaristia!
O RETORNO EM FAMÍLIA
Programa de vida
Após cinco anos de permanência na Visitação, Paula retorna à vida em família.
Tem dezessete anos e possui todas as qualidades desejáveis à sua idade: é bonita, istinta,
culta e nobre. Poderia ter um futuro brilhante. Tem consciência disso, entretanto quer continuar o
caminho iniciado no Colégio.
Pede que Mons. Faustino Pinzoni, pároco da Catedral, considere-a sua filha espiritual.
Mons. Pinzoni desenvolverá um papel importante na vida de Paula, e torna-se também,
para a família toda, conselheiro e ponto de referência em cada acontecimento de relevo.
Paula organiza logo o novo período de sua vida. Junto com o diretor espiritual, escreve um
programa diário e pontualmente o observa.
Levanta-se cedo e reza por uma hora. Depois Rosa, uma doméstica da casa, acompanhaa à igreja, onde de costume assiste a duas Santas Missas.
Apesar de muito jovem, gerencia a casa com sabedoria e autoridade, e ainda se
responsabiliza pelo comportamento e pela saúde dos serviçais. Se algum empregado doméstico
adoece, Paula assiste-o pessoalmente, obtendo dessa maneira a estima de todos.
Paula não inclui na sua programação diária as visitas de pura cortesia; freqüenta a casa da
Condessa Bianca Martinengo Villagana, sua parente, com a qual conversa e trabalha durante as
longas horas invernais.
Pode parecer extravagante este “retiro do mundo”. Apesar de morar num palácio no centro
histórico da cidade vive por um sistema de vida quase monacal, se excluirmos as visitas a
mulheres pobres e doentes. Nesta perspectiva, o pedido de casamento que lhe chega através do
pai, não encontra resposta afirmativa. Desapontada, Paula comenta: “não gosto que se combinem
casamentos para as jovens, antes que elas tenham manifestado sua intenção”.
Primeiras experiências apostólicas
A ocasião de servir Jesus servindo o próximo lhe é oferecida pelo convite do pai para
assumir a direção do internato das operárias, anexo à fiação de Acquafredda, de propriedade dos
Di Rosa. Ali morava a família durante o período estival, para acompanhar o trabalho da extração
da seda realizado pelas moças dos povoados próximos.
Longe de casa, elas permanecem na fiação de segunda a sábado e a convivência nem
sempre é tranqüila. Paula se coloca a seu lado como uma irmã: interessa-se por seus problemas,
aconselha-as, consola-as e as vigia, quando necessário.
A presença afetuosa e paciente de Paula torna a vida da fiação mais serena e menos
grosseiros a linguagem e o comportamento.
Durante o tempo livre, ensina o catecismo, conta episódios da vida dos santos; as moças,
a maioria analfabetas, admiram a jovem senhora nobre, culta, apaixonada por Deus e a
obedecem.
Visando a uma formação mais completa, organiza os proveitosos exercícios espirituais
para as jovens, apesar das críticas que na cidade se fazem a seu respeito, considerando-a
demasiadamente religiosa.
Paula não se detém e propõe a pregação extraordinária das Missões para toda a cidade;
encontra algumas dificuldades, mas supera-as pelo mérito de sua fé e de sua capacidade
organizativa. Os dias de espiritualidade (assim o chamaríamos hoje) culminaram com uma festa
com a participação de toda a população.
Outra experiência “missionária” da primeira juventude de Paula acontece em Capriano,
onde a família passa o outono.
As primeiras pessoas que recebem a atenção e a ajuda de Paula são as doentes pobres,
depois as meninas e as jovens, que reúne numa igreja próxima da sua vila, uma casa cercada de
jardim, onde explica o catecismo, fala de Deus e ensina também a ler e escrever.
É o começo do Oratório que Paula funda e mantém às próprias custas, para que se tenha
de forma estável um ambiente onde cultivar a fé e a oração.
Também em Capriano o horizonte se amplia: são realizados os Exercícios espirituais para
a juventude, de que participam também os adultos, tornando-se assim uma verdadeira missão
para o povo.
Durante anos, Paula preocupa-se com a vida espiritual das pessoas de Acquafredda e de
Capriano, variando, conforme as circunstâncias, o programa das iniciativas.
A RESPOSTA QUE A TORNA FELIZ
1836: a cólera chega em Brescia
Logo que se soube da notícia de que a epidemia se aproximava, Paula expressa a Mons.
Pinzoni a vontade de assistir as pessoa atingidas. Prontamente obtém a aprovação, mas a
permissão difícil de se pedir e obter é a do pai.
O perigo do contágio é um risco e a família já havia sofrido muito por causa de doenças e
luto.
Pensa que o meio mais seguro para chegar ao coração do pai, seja exprimir-lhe o seu
pedido por escrito: pede-lhe a permissão como uma graça e lhe suplica que a conceda por amor
de Jesus Cristo.
VIVA JESUS!
21 de junho de 1836
Caríssimo Papai,
Venho rogar-lhe uma graça. Peço-lhe por escrito, não por falta de confiança em falar-lhe,
mas para que minhas palavras não esmoreçam em meus lábios com uma sua pronta negativa.
Sim, a graça que desejo obter do senhor, eu a peço por amor de Jesus Cristo. Suplico-lhe que
não me negue essa graça.
Meu vivíssimo desejo seria o de aproveitar a chance que Deus me dá ao me abrir o
Paraíso pelo ato caridoso de assistir no hospital as pobres doentes de cólera. Permita que me
dedique ao serviço dessas pobres infelizes. O senhor ofereça a Deus o sacrifício de sua Paulinha,
e eu oferecerei o sacrifício da minha vida.
Reflita, meu querido papai, que se o senhor me desse uma resposta negativa e eu fosse
atingida pela cólera em casa e viesse a morrer, o senhor teria o remorso de me haver surrupiado
o ingresso para o céu. O senhor irá me negar esta graça? Não! O Deus que me inspirou, inspirará
também o senhor.
Não consulte nem a carne, nem o sangue, mas somente a religião.
Não causarei nenhum dano à família, porque tenho refletido sobre isso, e tomarei as
cautelas que a prudência sugere.
Desse assunto falar-lhe-ei de viva voz. Querido papai, conceda-me esta licença e tornarme-á feliz.
Sua Afma. Obrma. Filha
Paulinha
Paula adolescente, que no colégio, na oração de adoração diante de Jesus Eucaristia,
pedia a graça de padecer por seu amor, sente-se agora chamada a doar-lhe a própria vida, a
celebrar com ele as núpcias de um amor incondicionado!
Amor e fé sustentam sua escolha: “Em verdade vos digo: cada vez que fizeres o bem a um
desses meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes” (Mt 25, 40).
Destas palavras de Jesus nasce o carisma de Paula, que permanecerá intacto na sua
inspiração original.
A certeza, que havia guiado seus primeiros anos juvenis à insígnia do amor para com os
irmãos, conduz Paula ao Hospital civil das Mulheres, onde se abriu um Lazareto, e esse “ato de
caridade”, como ela escreve, será o fundamento de quanto realizará depois do longo verão de
1836, transcorrido no Lazareto.
O Pai vive o peso de uma grave e dolorida decisão; aconselhando-se com Mons. Pinzoni
cumpre também ele um ato heróico, permitindo à filha entrar no hospital.
Paula no Lazareto
Paula, com o coração apertado de apreensão pela violência da epidemia, deixa a família.
É o dia 24 de junho de 1836. Paula tem 22 anos.
Mons. Pinzoni coloca-lhe ao lado uma companheira: Gabriela Echenos Bornati, que, livre
dos compromissos familiares, já há tempos visita e ajuda as doentes no Hospital.
Gabriela estará depois sempre próxima de Paula, em toda atividade.
A finalidade da assistência de Paula é, antes de tudo, a de não deixar sozinhas as doentes
no momento da morte, para que, confortadas pela fé e pela presença afetuosa de uma “irmã”,
possam superar o desespero e viver os últimos momentos com confiança em Deus. As exigências
das doentes são, todavia, urgentes e as duas jovens se apressam em servi-las.
Depois de dois dias de trabalhos no Lazareto, Paula é informada por Mons. Pinzoni que no
mosteiro da visitação, a irmã Ottávia, Irmã Maria Crucifixa, havia se contaminado por contágio,
pela cólera. Ela exprime o desejo de correr em auxílio, mas depois, pensando que Ottavia pode
receber cuidados de outros, não abandona o seu lugar.
A Irmã superará a doença, mas a entrega total de Paula ao Cristo sofredor é testada ainda
de maneira mais forte: na noite de 28 de junho, no palácio Di Rosa, o irmão Filippo adoece de
cólera: tem 27 anos, é casado com a condessa Aurélia Petrobelli e é pai feliz de Clementino, de
um ano, e de Camilla, com poucos dias.
Na manhã do dia 29 de junho Paula retorna à família e na penosa situação que enfrenta,
encontra coragem de preparar o irmão para a morte, que o tira ao afeto dos seus entes queridos
na noite do mesmo dia.
Os familiares então se retiram a Acquafredda e Paula os acompanha. No dia seguinte
obtém, porém, do pai permissão para retornar ao lazareto “onde perseverou durante todo o
verão”.
Na cidade desolada pela morte e pelo terror, o exemplo das duas jovens senhoras não
passa desapercebido e outras pessoas se aprestam para cuidar e confortar os hospitalizados no
Lazareto.
UM TRIÊNIO IMPORTANTE: 1836 - 1839
As experiências do verão de 1836, transcorrido no atendimento cotidiano às doentes de
cólera e marcado pela dor da morte do irmão Filippo, estreitaram mais intensamente aos afetos e
acentuaram seu interesse pelos problemas da família. Todavia, tornaram-na também mais
disponível para colaborar nos aspectos onde estavam em jogo a saúde, a subsistência ou a
formação de pessoas marginalizadas em todos os contextos.
O “grupo social” que agora Paula sente mais próximo de si são os doentes internados no
Hospital.
O ciclone da epidemia recém cessada permanece presente, em sua mente e em seu
coração, pelas inúmeras exigências da assistência hospitalar, na maioria das vezes ela considera
desatendidas.
Todos os dias, acompanhada por Gabriela e por algumas amigas que se uniram a ela no
período da cólera, visita o Hospital das mulheres.
O modo como se detinha nas várias seções e ao lado de cada cama é já definitivo: servir e
socorrer as doentes em seus pedidos de ajuda material e guiá-las espiritualmente, o que significa
confortar, escutar, beneficiar e prepara-las para receber os Sacramentos.
No espaço de três anos, de 1836 a 1839, seu conhecimento do mundo hospitalar se
aprofunda tanto que se pode considerar de verdadeira e extrema competência.
RUMO AO 18 DE MAIO DE 1840:
INÍCIO DO SERVIÇO NO HOSPITAL CIVIL DE BRESCIA
Lemos em “Cenno storico” (histórico): “A Pia União, composta então por 32 indivíduos,
depois de ter se preparado por dez dias com seus Exercícios espirituais, entrou no Hospital o dia
18 de maio e 1840”.
Também Vivenzi testemunha: “as co-fundadoras e as Aspirantes, em número de 32, no
começo de maio se recolheram à habitação que tinham preparado para si em São Domenico,
chamando-se pelo nome de Servas da Caridade. Na manhã do dia 18 de maio do ano 1840,
foram para o hospital, receberam a entrega legal das enfermeiras e dos objetos relativos; cada
uma tomou o seu lugar e a tarefa que lhe foi atribuída e assim princípiou o Instituto das Servas da
Caridade”.
A raiz da “perfeita concórdia”
No arquivo do Instituto encontramos o resumo das primeiras reuniões comunitárias,
chamadas de “congregações”, nas quais Paula falava às suas filhas como madre e mestra.
Citamos o resumo datado de 6 de novembro de 1840, porque nos parece a mais adequada
para exprimir a motivação fundamental de quanto temos descrito até agora.
“6 de novembro de 1840.
Hoje fomos animadas a operar com o mesmo fervor, zelo e caridade com que temos
operado o primeiro dia da nossa empresa: lembrando-nos sempre que Jesus Cristo merece, em
cada tempo e em cada lugar, ser amado e servido e que também trabalhando muito por seu amor,
sempre se faz pouco em comparação com aquilo que ele merece”.
Todas somos tocadas do mesmo espírito: é a pessoa de Jesus Crucificado, amado e
contemplado na oração que é oferecido aos doentes.
Um ato de pura fé que Paula repetirá muitas vezes às suas filhas e que deixará para elas
como testamento espiritual antes de morrer: “Nos doentes não considerais a criatura, mas a
pessoa mesma do Senhor!”.
A TRANSFORMAÇÃO DOS MUROS EM AMBIENTE DE BOM HUMOR
Um pai previdente.
Muito tempo antes do convite dirigido pelo Governo à Pia União das Servas da Caridade
para que fosse providenciada uma casa própria para abrigar a instituição ao, o nobre Di Rosa
tinha pensado em comprar uma casa espaçosa, na proximidade do Hospital, para doar à filha, a
fim de que ali pudesse organizar a vida religiosa e o serviço de enfermagem das Servas.
Tratava-se do palácio Mazzucchelli, que, efetivamente, o Cav. Clemente adquiriu e, de
próprio bolso, ordenou a restauração necessária para a instalação do núcleo principal da Casa
Madre das Servas.
Casa Madre
No dia 19 de maio de 1843, as Servas se transferem para a nova habitação deixando o
pequeno apartamento do antigo Convento de São Domenico, que alguns anos depois, seria
demolido para a ampliação do Hospital.
Em 20 de maio de 1843, tem início a “peregrinação diária da caridade”, da Casa Madre ao
Hospital Civil. A distância é curta e a cada manhã, a dupla e sempre cada vez mais longa fila das
Servas-enfermeiras chega às repartições. À noite retornam ao convento e as filhas podem então
conversar com a Madre relatando os acontecimentos do seu dia.
Os acontecimentos cotidianos sucedem com rapidez na vida de Paula e a encontram cada
vez mais empreendedora como Fundadora e Madre; São compromissos que requerem
inteligência, prontidão de espírito, boa saúde, mas Paula freqüentemente se encontra doente, com
indisposição e mal-estar que se alternam com breves períodos de bem-estar.
A Eucaristia: o sol de Casa Madre
O antigo Palácio Mazzucchelli, há pouco tempo transformado em habitação das Servas, é uma
obra dispendiosa e o desejo de Paula de ter uma Igreja para a comunidade não pode ser logo
realizado. Mesmo assim, a Capela é levantada e terminada em outubro de 1845.
“No dia 9 de outubro de 1845 foi aberta a nossa igrejinha, abençoada pelo Rev.mo
Arcipreste da Catedral Pe. Faustino Pinzoni.”
Todavia o coração apaixonado de Paula não se sente completamente satisfeito! Está
pronta “a casa”, mas o Hóspede desejado não está sempre presente! Envia, então, uma súplica
ao Papa a fim de obter a graça de conservar o Santíssimo Sacramento na igrejinha, e o faz
interpondo a recomendação do Bispo de Brescia, que escreve: “Só uma coisa falta para que se
cumpram os fervorosos votos (das Servas). Por essa ausência se consomem em contínuo
desejo... suspiram pelo momento de alojar em sua casa o Esposo, por quem abandonaram as
próprias casas, as famílias e o mundo todo!”.
O pedido será atendido e em maio de 1846, Paula terá a alegria de poder hospedar o
Santíssimo Sacramento na igreja do Convento.
DE VIAGEM PARA ROMA
A partida
A fim de obter a aprovação pontifícia para o Instituto que nascia, Paula parte para Roma
em 7 de setembro de 1850, acompanhada por Irmã Ottávia Tedeschi e o sobrinho Clementino.
A longa viagem feita por carruagem exige varias paradas no percurso, mas entre tantas
uma é obrigatória: Loreto!
Detém-se ali por três dias em oração. Na pequena casa de Nazaré, contemplando o
mistério da Anunciação e a exemplo de Maria, totalmente abandonada à obra divina, recebe a
inspiração de abrir o Instituto a todas as obras de caridade que se manifestasse pela vontade de
Deus, e de garantir à suas Irmãs espaços reservados à oração e ao recolhimento – a chamada
“clausura episcopal” – para uma vida conventual mais recolhida e para sustentar a mesma missão
de caridade.
Chegando a Roma, Paula acrescentará esses dois novos artigos nas Constituições que
apresentará ao Papa.
Enquanto aguarda a aprovação pontifícia, escreverá de Roma: “Em Loreto coloquei minha
solicitação nas mãos de minha amabilíssima Mãe; Ela certamente resolverá isso, eu não vou
pensar mais. Darei os passos necessários, todavia a solução deixo para Ela pensar”.
Em 18 de setembro a pequena comitiva chega a Roma.
À espera da audiência pontifícia
Os dias de Paula são preenchidos antes de tudo pela oração e pela preparação das
Constituições do Instituto, do “Cenno Storico” (histórico) sobre a vida do Instituto, por cartas
endereçadas aos Bispos, nas quais apresenta a obra de caridade desenvolvida pelas Servas em
sua Diocese.
A correspondência entre Roma e Brescia é freqüente, rica de informações e de afeto.
Reza todos os dias, por longo tempo, na igreja das Sacramentinas, onde se mantém a
adoração perpétua da Eucaristia. A descoberta desse lugar de oração silenciosa marca-a
profundamente, e se propõe a instituir também em Brescia, no seu convento, a adoração
eucarística diurna.
Sua Santidade Pio IX recebe Paula Di Rosa
A audiência é marcada para a tarde de 24 de outubro. Paula e Ottávia preparam a súplica
escrita a ser entregue ao Santo Padre contendo o pedido de aprovação.
O Papa acolhe-as paternalmente e interessa-se pelo Instituto. Aceita a súplica e brinca
com Paula, insinuando que em seu ânimo poderia surgir um sentimento de orgulho por ser a
Fundadora. Paula responde que não é de excluir-se a possibilidade de realmente sentir-se
orgulhosa. O Papa sorri e a abençoa.
Outros “passos necessários”
Encontrando uma gráfica disponível, manda-se imprimir as Constituições.
Paula é aconselhada a pedir ao Santo Padre a formação de uma Comissão particular para
examinar as Constituições, e obtém o solicitado.
A Comissão se reúne em 22 de dezembro e enquanto avalia as Constituições das Servas,
Paula e Ottávia se entregam por três horas à adoração da Eucaristia.
Na mesma noite Paula recebe a notícia de que as Constituições foram aprovadas com
pequenas modificações logo acrescentadas ao texto.
No dia 24 de dezembro de 1850 dirigem-se à igreja de Santo Andrea delle Fratte onde
agradecem a Maria Imaculada, cuja proteção haviam invocado assim que chegaram a Roma.
Uma pessoa de confiança executou a tarefa de cuidar da impressão definitiva das
Constituições e a 26 de dezembro de 1850, com o coração repleto de gratidão pela graça obtida,
retomam o caminho de volta para Brescia.
Em 5 de janeiro de 1851, Paula chega à Casa Madre, onde é acolhida com alegria e
exultação pelas Filhas, que, para homenageá-la, tocam todos os sinos da casa.
O pequeno navio havia chegado ao porto seguro por obra de Paula.
18 DE JUNHO DE 1852: RECEBIMENTO DO HÁBITO E PROFISSÃO DOS VOTOS
O documento pontifício contendo a aprovação das Constituições chega a Brescia em abril
de 1851 e em seguida é encaminhado ao imperador, que em 1852 reconhece a Pia União como
Congregação religiosa.
O reconhecimento da igreja permite às Servas vestir o hábito religioso e de pronunciar os
votos.
A cerimônia solene é marcada para 18 de maio de 1852, festa do Sagrado Coração de
Jesus, na igreja de são Lourenço, paróquia a que pertence Paula de Rosa.
Às 8 horas, 25 Servas trajadas de branco, seguidas pela Fundadora, dirigem-se em
procissão à igreja de São Lourenço repleta de fiéis.
O Bispo, Mons. Girolamo Verzeri, confere a Paula o encargo de Vigária Geral, enquanto
não chega de Roma a permissão para a eleição da Superiora Geral.
A Fundadora se dirige ao altar e pede ao Bispo o hábito religioso para si e para as suas
Filhas. O Bispo a interroga sobre as motivações da escolha da vida religiosa e Paula responde
com clareza em nome de todas.
Depois da bênção dos hábitos, as Servas se retiram para vestir o hábito e retornam depois
à igreja levando na cabeça uma coroa de rosas. Segue-se a Santa Missa, ao término da qual
Paula pronuncia a Profissão dos votos religiosos e assume o nome de Irmã Maria Crucifixa, em
memória da irmã Ottavia, falecida com 31 anos no mosteiro da Visitação de Brescia.
Ainda em procissão retornam à Casa Madre, onde, na capela do Convento, o Bispo “com
todo o jubilo do seu e do nosso coração expôs à público a perpétua veneração o SS.
Sacramento”.
Desde essa ocasião, as Servas e os fiéis que desejarem, em turnos diários, adoram Jesus,
pão de vida, manancial e força de caridade.
Irmã Maria Crucifixa é a primeira a dar exemplo de fé e de amor ao Santíssimo
Sacramento. Quando uma Irmã não pode cumprir no horário pré-estabelecido seu ato da
adoração eucarística, a Madre a substitui, às vezes em vários turnos ao dia.
Após ter chegado da Santa Sé o consentimento aguardado, no dia 21 de Junho de 1852,
na capela do Convento, o Bispo nomeia Irmã Maria Crucifixa como Superiora Geral, entrega o
hábito religioso a duas noviças e aceita a Profissão dos votos das dezoito Irmãs que tinham
vestido o hábito religioso em 18 de junho.
A extensão do Instituto
Naqueles anos chegaram a Irmã Maria Crucifixa numerosas cartas solicitando-lhe os
serviços da caridade de suas Irmãs para várias obras assistenciais.
A Fundadora retoma um ritmo de trabalho que se torna sempre mais intenso.
É uma troca de correspondência epistolar com as Direções, viagens fadigosas para
conhecer os ambientes, indicação das Irmãs para os determinados trabalhos, partidas que dão
alegria, mas também sofrimento ao coração da Madre, por causa da separação das filhas.
O Senhor premia os sacrifícios de Irmã Maria Crucifixa com novas vocações.
A estima pela santidade e pela personalidade de Paula, o exemplo das Servas em servir
os doentes e a oração eucarística que sustenta o seu trabalho, estimulam as jovens a consagrar a
vida à caridade.
A Fundadora pode, portanto, aceitar o pedido do Hospital de Crema (1852), de Údine
(1852), de Cividale Del Friuli (1853), de Carpenedolo (1853) e a assistência aos atingidos pela
cólera em Trieste (1854).
Uma menção particular merece a casa de Ragusa (Dubrovnik) (1853), na Croácia, por ser
a primeira fundação das Servas no exterior.
Em Paula não é nova a idéia de alargar para longe o campo de atuação.
Aceita o pedido do Bispo de Ragusa para abrir um orfanato e em seguida algumas
escolas.
Escolhe como Vigária, Madre Teresa Camplani, que deixa Cremona carregando sua
experiência e capacidade, atendendo a Paula que lhe pede o sacrifício de separar-se da Casa
Madre.
Assim lhe escreverá: “O meu coração, minha filha, está convosco mais de quanto podeis
imaginar; o Coração de Jesus nos mantêm unidas e nem distância, nem tempo, nem o longo
silêncio desatarão os nossos laços de caridade”.
As Servas da Croácia oferecerão sempre ao Instituto numerosas vocações e se
desdobrarão em atividades apostólicas, seja no setor educativo seja no da enfermagem e
assistencial.
ANO 1855: AS ÚLTIMAS FADIGAS, AS ÚLTIMAS PALAVRAS
O ano 1855 é, para irmã Maria Crucifixa, um ano muito intenso pelas negociações
envolvendo a expansão de novas fundações (Trieste, Spalato, Bussolengo).
Em Mantova orienta as Irmãs durante os Exercícios espirituais: aproxima-se de todas,
aconselha-as, informa-se a respeito de seu apostolado, das comunidades e, quando retorna a
Casa Madre, em 5 de dezembro, exclama: “Agradeço-Vos, Senhor, pois me deixastes retornar
para morrer em Brescia”.
Seu físico não responde mais ao tratamento médico; a Madre conhece seu verdadeiro
estado e pede às Irmãs que orem para que ela possa obter a graça de estar consciente até o
último instante.
Exorta as Filhas que choram a ter fé e a confiar em Maria.
Pede notícias da saúde de algumas Irmãs, diz que se pode conceder à Vigária de
Cremona vir a Brescia visitá-la, conforme desejava. Como ninguém lhe havia comunicado esse
fato, as Servas que a assistiam entenderam que a Madre tinha “intuições” especiais.
Agradece às Filhas os cuidados que delas recebeu e lhes repete as palavras que foram o
ideal de sua vida e constituem o seu testamento espiritual:
“Recomendo-Vos a prática de grande caridade: tende caridade primeiro entre vós,
e depois com as pobres doentes... Não vos esquivais.
Em vossos atos tende em mira somente a glória do Senhor;
Trabalhai só, só para Ele.
Ao assistir as doentes considerai não a criatura,
mas a pessoa mesma do Senhor. Sede exatas na observância das regras,
mesmo as menos importantes...
Sede escrupulosas também na execução das coisas pequenas
evitando especialmente a falta de caridade...
Se alguma me houvesse dado motivo de desgosto eu lhe dou amplo,
amplo perdão de tudo; talvez eu me tenha demonstrado severa com elas,
mas o fiz para o bem de suas almas e por sentimento do meu dever.
Se porém, me excedi, peço perdão”.
Na oitava da Imaculada, 15 de dezembro de 1855, no Santuário das graças celebrou-se a
Santa Missa por intercessão de sua cura; quando a cerimônia terminou, a Madre diz: “A graça se
cumpriu!”.
Com essas palavras finda-se a existência terrena de Irmã Maria Crucifixa.
A GLORIFICAÇÃO
Em 19 de dezembro de 1855 o corpo de Irmã Maria Crucifixa é sepultado no túmulo da
família no Cemitério de Brescia. Em 1856 as Servas obtém permissão de translado dos restos
mortais para a pequena igreja de Casa Madre, na Rua Moretto, 33.
Difunde-se a fama de sua santidade e das graças obtidas por sua intercessão.
Em 1892 a veneração crescente por Irmã Maria Crucifixa leva a Autoridade eclesiástica a
abrir o Processo Ordinário em Brescia, buscando sua beatificação.
Em julho de 1914, a Santa Sé abre o Processo Apostólico; em 10 de julho de 1932, emitese o Decreto sobre as virtudes praticadas em grau heróico por Irmã Maria Crucifixa e em março
de 1938 reconhece-se a validade de duas curas prodigiosas concedidas por Deus pelas orações a
Ela dirigidas.
O Processo Apostólico se conclui em 5 de maio de 1940, com o documento de Sua
Santidade Pio XII que decreta a beatificação de Irmã Maria Crucifixa Di Rosa.
A cerimônia solene fixada para o dia 26 de maio de 1940, realiza-se na Basílica de São
Pedro.
Da “glória” do Bernini a imagem da nova bem-aventurada recebe os louvores e as orações
exultantes de muitas Servas e de um grande número de fieis.
Os restos mortais da Bem-aventurada Irmã Maria Crucifixa são conservados na Capela
construída em sua honra, na Casa Madre, com acesso na Via Del Cavalletto, nº 9.
Em 1951, a Santa Sé examina o processo de canonização da Bem-aventurada Irmã Maria
Crucifixa. Em 17 de janeiro de 1954, no início do Ano Mariano e proclamado por Sua Santidade
Pio XII, aprova-se o Decreto de validade dos dois milagres, obtidos por sua intercessão depois da
beatificação e em 2 de abril de 1954, o Santo Padre Pio XII proclama o Decreto de canonização.
Em 12 de junho de 1954, a Bem-aventurada Madre é declarada Santa na praça São
Pedro, juntamente com os Bem-aventurados Pietro Chanel, Gaspare Del Búfalo, Giuseppe
Pignatelli e Domenico Sávio.
São centenas as Servas presentes ao rito bem como numerosos são os fieis.
“Na basílica de São Pedro os sinos repicam às 18 horas... Uma multidão se aglomera na
imensa praça... Uma oração nasce espontânea do nosso coração: - Roga, nossa Santa Madre,
para que tuas filhas sejam dignas de Ti! Consola a todas e estende sobre elas maternalmente as
mão, ajuda-as a alcançar os mais altos cumes da santidade -”.
Tirado de: ADENTI L., I tre palazzi di Paola, Ancelle della Caritá, Artigianelli S.p.A,
Brescia, 2004

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