Diante do Pai - A Prática da Gratidão (Participante)
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Diante do Pai - A Prática da Gratidão (Participante)
SÉRIE DIANTE DO PAI A PRÁTICA DA GRATIDÃO GUIA DO PARTICIPANTE Aprendemos no Pai Nosso a priorizar o nome de Deus, seu reino e sua vontade acima de tudo. Na primeira parte, Jesus ensinou a orar por uma vida no padrão celestial; oramos praticando nossa adoração e submissão a Deus. Na segunda parte, Jesus nos ensina como devemos orar por nós mesmos. A quarta petição do Pai Nosso nos ensina a orar assim: “Dá-nos hoje o pão nosso de cada dia” (NVI). Isto nos ensina pontos essenciais à nossa espiritualidade cristã, como veremos abaixo. 1 Dependência de Deus A oração ensinada por Jesus não é algo super “espiritual” que não contemple nossas carências cotidianas. O supremo e poderoso Criador do universo é o nosso Pai querido; ele nos adotou em sua família e nos ensina a confiar nele quanto às nossas necessidades diárias, tanto materiais quanto espirituais. Por isso Jesus nos ensina a orar pedindo: “Dá-nos pão”. Que pão é esse? Alguns pais da igreja preferiram explicar o sentido de “pão” apenas de forma espiritual e alegórica, como o alimento que procede da Palavra de Deus ou da Ceia do Senhor. Os reformadores preferiram defender um significado figurativo, incluindo “tudo o que é necessário para a preservação desta vida, como comida, saúde, bom tempo, casa, família, bom governo e paz” (Lutero). REFLITA: O que significa “pão” para você nesta petição? Quais são suas necessidades diárias? “Pão” indica, pois, todo tipo de necessidades materiais. Simboliza tudo que precisamos para nossa subsistência física. Mais especificamente, pedimos nesta oração tudo aquilo que nos permita cumprir a missão que o Rei nos deu. As três primeiras petições já nos esclareceram qual é esta missão: estamos a serviço do Rei para implantação do seu reino e glorificação do nome dele. Entender quem Deus é como nosso Pai e Rei coloca nossas necessidades em um plano secundário diante da sua vontade, mas não as elimina. Orar sem mencionar nossas necessidades para não “incomodar Deus com preocupações bobas” é um grande erro. Não oramos para Deus conhecer nossas necessidades, pois ele já as conhece (Mt 6:8). Oramos para que nós nos tornemos conscientes de nossa dependência da providência graciosa de Deus em cada detalhe das nossas vidas. REFLITA: Em quantos momentos no seu dia você reconhece esta sua dependência de Deus? 2 Confiança perseverante em Deus Esta petição traz uma ênfase temporal forte: “Dá-nos hoje o pão nosso de cada dia”. O que Jesus quis dizer com isto? Embora haja outras traduções possíveis, entende-se que “cada dia” indica o pão diário, o sustento necessário para cada dia. A ideia é viver um dia de cada vez e pedir a Deus o “suficiente para o próximo dia”, o necessário para uma boa existência na sua presença. Orar pelo pão diário se relaciona à experiência do maná no deserto, o “pão do céu” (Ex 16:14-31). Durante 40 anos (v.35), eles aprenderam a confiar na provisão divina, ajuntando para si mesmos apenas o alimento que precisava (vs.18, 21). Apenas na sexta-feira podiam recolher o dobro, para que pudessem descansar no sábado e gozar de um dia na presença de Deus (v.23, 29). 2 REFLITA: Você age como os israelitas que confiavam em Deus diariamente, ou como os que tentavam ajuntar mais do que precisavam (vs.20, 27)? Por outro lado, Jesus ensina a orar por pão e não por pudim de leite. Precisamos diferenciar entre necessidades e desejos. Um erro comum é tornar a oração em um catálogo de pedidos. Deus não é o gênio da lâmpada que satisfaz todos os nossos desejos. Nem é o Grande Garçom que está ao lado de nossa “mesa” apenas esperando para ouvir nossos pedidos e providenciar para que sejam satisfeitos. Os israelitas tiveram que aprender isto de uma forma dura. Por não estarem satisfeitos com o pão diário, eles murmuraram e se rebelaram contra Deus; por isso foram castigados. REFLITA: Você tem orado pelo pão ou pelo pudim? Devemos estar satisfeitos com aquilo que o Senhor tem nos dado. Quando estamos insatisfeitos, cedemos aos apelos consumistas da mídia. Buscamos nas novidades ou nos prazeres da vida uma satisfação só encontrada na Fonte da Vida. Buscamos na previdência privada a certeza de dias felizes na velhice, e na fartura acabamos nos esquecendo do quanto dependemos de Deus. A Bíblia não condena fazer provisões para o futuro, mas condena a ansiedade pelo amanhã. Por quê? Ora, porque isto manifesta nossa falta de confiança no amor e cuidado do nosso Criador (Lc 12:22-31). Deus sabe do que precisamos (v.30). Em resumo, quem se preocupa e fica ansioso com o pão da próxima semana manifesta que não aprendeu ainda a confiar no Senhor a cada dia. REFLITA: Você tem renovado sua confiança em Deus a cada dia? 3 Gratidão a Deus Esta petição nos ensina a sermos humildes reconhecendo que todas as bênçãos vêm do Senhor. Embora nos esforcemos em obter o sustento por nossas forças, ao orarmos reconhecemos que o pão vem das mãos de Deus. E por isso somos gratos a ele, nossa fonte e provedor. É óbvio que precisamos trabalhar pelo nosso sustento. Mas não se engane: não foi a força do seu braço que conquistou o que você tem (Dt 8:17-18). A fartura nos leva a esquecer Deus. Por isso, ore para não ter muito nem pouco (Pv 30:7-9). Você quer se livrar desta tentação? É na liturgia diária de confessarmos que precisamos do pão que aprenderemos a nos humilhar e a sermos gratos. REFLITA: Como está seu coração quanto a isto? Você se orgulha do que fez ou é grato ao Senhor? Finalmente, fazemos parte de uma comunidade, por isso oramos pelo “nosso pão”. Devemos levar as cargas de nossos irmãos em todo o mundo. É neste momento da oração que se insere nossa intercessão pelos irmãos e por outras pessoas. Diante das dificuldades e misérias de muitos, esta intercessão também nos conduz à gratidão pela constante provisão de Deus em nossas vidas. Ao orarmos esta petição, lembramos que o Senhor graciosamente tem provido o pão até hoje. Isto alimenta nossa certeza de que ele continuará fiel em nos prover o pão de amanhã, assim como alimenta nossa gratidão por ele ter sido fiel e gracioso em nos prover o pão de ontem. REFLITA: Quantas vezes você já agradeceu hoje ao Pai pelo que ele tem feito por você? Nesta petição afirmamos nossa humilde dependência da graça diária de Deus e nossa eterna gratidão por seu constante amor por nós. E assim, com esta disposição de espírito, podemos nos aproximar do seu trono e pedir perdão. Deste assunto trataremos no nosso próximo estudo.
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