5) Atividades de Linguagens e códigos

Transcrição

5) Atividades de Linguagens e códigos
Aula 4
2.
Texto I
Marcelino Freire.
Atividades
1.
Texto I
“Professor de inglês. 6 anos de vivência
nos EUA, não perca tempo! A domicílio. F: (xx)
x0x0x0x0x”
(Gazeta do Povo, nov. 2009.)
Texto II
Texto II
“Pagar o pato”
Zocchio e Everton Ballardin, Pequeno Dicionário Ilustrado de Expressões Idiomáticas. São Paulo. 1999. DBA.
“Preparatórios / Lecciona em sua casa, ou
em qualquer collegio com especialidade, latim,
francez e inglez o padre M.A.Ferreira / 6- Rua da
Caixa D’Água, 6”
GUEDES, Marymarcia; BERLICK, Rosane de Andrade (Org.). E os
Preços Eram Commodos... Anúncios de jornais brasileiros –
século XIX. São Paulo: Humanitas FFLCH/USP, 2000.)
Assinale a alternativa correta:
a) Apesar de terem características parecidas,
os textos não pertencem ao mesmo gênero, pois são muito distanciados historicamente.
b) Quanto às informações, o texto II é mais
conciso do que o texto I.
c) A comparação entre os dois textos mostra
que a língua é um sistema que se modifica
com o tempo.
d) Apesar de se situarem em um mesmo gênero textual, os dois textos não apresentam características parecidas quanto à veiculação dos conteúdos.
e) O registro culto formal é marca típica dos
dois textos.
Assinale a alternativa correta:
a) Os dois textos fazem um mesmo tipo de
“tradução” ou “releitura” dos ditados populares.
b) O texto I propõe uma leitura literal do ditado popular.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
27
c) Ainda que o título não fosse exposto no
texto I, o leitor poderia entender plenamente o sentido da imagem.
d) O texto I acaba por citar, intertextualmente, um ditado popular.
e) A imagem do texto II poderia sugerir, num
outro plano de leitura, o ditado “trocar
gato por lebre”.
3. Leia as três definições a seguir, extraídas de
diferentes dicionários.
* ESTUGAR v. 1. int. caminhar rapidamente,
aumentando as passadas 2. td. Provocar estímulo; incitar, estimular <impaciente, o cavalariço
estugava o animal > GRAM a respeito da conj.
deste verbo, ver –ugar > ETIM part. De estugar;
f. hist. S XV estugar.
(Dicionário Houaiss. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.)
e) Os três exemplos mostram que, na prática,
todos os dicionários são muito parecidos,
tendo os mesmos propósitos.
4.
Texto I
Sou professor aposentado pela PUC-Goiânia
e assinante desta rica e bem realizada Língua,
divulgadora indispensável de nosso rico e maltratado idioma. Aprecio sobremaneira seus editoriais, seu estilo, sua desenvoltura no manejo
da redação. Vale a pena lê-los. [...] Em Carta
ao leitor, deixou-se escapar “erro ortográfico”. A
gente entende, mas há aí uma contradição do
termo (erro de grafia correta). Engano comum –
é preferível empregar “erro gráfico”.
(FIORIO, Nilton Maria. Carta para Língua Portuguesa. Goiânia,
nov. 2009, n.49.)
Texto I
* ESTUGAR TD: estugá-lo. Apressar ou aligeirar (o passo).
(Dicionário Prático de Regência Verbal.
São Paulo: Ática, 1997.
* ESTUGAR aligeirar, apressar (o passo) ANT.
retardar.
(Grande Dicionário de Sinônimos e Antônimos). Rio de Janeiro: Ediouro.)
Assinale a alternativa correta:
a) Como as definições são muito diferentes,
o leitor que as compara acaba por não entender o significado do verbo.
b) O maior detalhamento na definição do
verbo ocorre no primeiro exemplo.
c) As informações adjuntas ao verbo, como
TD ou INT, têm menor relevância dentro
do dicionário.
28
d) Não se recomendaria a leitura de um dicionário de regência que não registra um
caso que outro dicionário registra, como a
intransitividade do verbo.
Um dos fenômenos mais interessantes que
se podem observar nas línguas são os erros (falo
dos erros de verdade, não das variantes dialetais). Eles são de vários tipos, e se constituem
em domínio especial para discutir hipóteses
importantes sobre as regras da língua e sobre
as formas de aprendê-las. Por exemplo, é interessante observar que as crianças normais
produzem formas que jamais ouvem, fundamentalmente formas que regularizam formas
irregulares. Dizem, por exemplo, “eu cabo”, “eu
sabo”, “ele fazeu”, “ele iu” etc.
Os pais deveriam comemorar quando seus
filhotes produzem tais formas. É um sinal evidente de que são normais. [...]
(POSSENTI, Sírio. A Cor da Língua e Outras Croniquinhas de
Linguista. Campinas: Mercado de Letras, 2001.)
Assinale a alternativa correta:
a) A concepção de “erro”, para os dois professores, não é a mesma.
b) Segundo o autor do texto I, houve um problema de ortografia em determinada edição da revista a qual é assinante.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
c) todos os itens, exceto I e III.
c) A repetição insistente da palavra “formas”,
no segundo texto, empobrece o artigo,
justamente porque é escrito por um professor.
d) O professor que assina o texto I mostra-se
muito menos prescritivo do que o professor que assina o texto II.
e) Em “É um sinal evidente de que são normais.”, o autor se refere às formas linguísticas normais e aceitáveis na língua.
5.
“O fenômeno da mudança linguística é incessante. É provocado pelos próprios falantes,
embora sempre haja aqueles que lamentem a
‘ruína’ do idioma, negando-se a ver que, se a língua permanecesse estática, estaríamos falando
latim e não português”, explica Marcos Bagno,
professor da Universidade de Brasília e autor do
livro A Língua de Eulália (Contexto, 2008), entre
outros.
Segundo ele, pela primeira vez na história
das línguas o que está provocando a mudança
não é só a dinâmica da evolução da fala, mas o
impacto dos novos meios de comunicação que
se valem da escrita, como a internet (e-mail,
blogs, bate-papo) e o telefone celular. “Só vamos poder avaliar esse impacto daqui a algum
tempo, talvez uns cinquenta anos, quando as
principais mudanças já tiverem consolidadas.”
(O Estado de S. Paulo, São Paulo, 23 nov. 2009. Caderno Link.)
Leia os itens:
I. Subentende-se, da fala do professor, que
aqueles que reclamam da “ruína” do idioma também contribuem para que ele se
modifique.
II. A fala sempre foi o maior agente de transformações na língua.
III. Segundo o texto, a tecnologia de informação afeta uma língua, modificando-a.
Estão corretos:
a) todos os itens.
d) todos os itens, exceto III.
e) todos os itens, exceto II e III.
6.
Profissão de fé
(fragmentos)
Invejo o ourives quando escrevo:
Imito o amor
Com que ele, em ouro, o alto relevo
Faz de uma flor.
Imito-o. E, pois, nem de Carrara
A pedra firo:
O alvo cristal, a pedra rara,
O ônix prefiro.
Por isso, corre, por servir-me,
Sobre o papel
A pena, como em prata firme
Corre o cinzel.
[...]
Torce, aprimora, alteia, lima
A frase; e, enfim,
No verso de ouro engasta a rima,
Como um rubim.
Quero que a estrofe cristalina,
Dobrada ao jeito
Do ourives, saia da oficina
Sem um defeito:
E que o lavor do verso, acaso,
Por tão subtil,
Possa o lavor lembrar de um vaso
De Becerril.
(BILAC, Olavo. Poesia – Olavo Bilac. Organização de: TEI-
b) todos os itens, exceto I.
XEIRA, Ivan. São Paulo: Martins Fontes, 1997.)
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
29
Assinale a alternativa correta:
a) O primeiro verso já aponta uma característica romântica do poema de Olavo Bilac.
b) Ao assumir, desde o início, a intenção de
imitação, o poeta reconhece as limitações
de seu trabalho artístico.
c) “Rubim” e “subtil” são formas erroneamente empregadas pelo poeta, apesar de seu
cuidado em valorizar justamente o aspecto formal no poema.
d) Na comparação final, ao aproximar o próprio verso da imagem de um vaso, o poeta
expressa a humildade de seu fazer poético.
e) As estrofes 4 e 5 expressam a concepção artística sobre o fazer poético de Olavo Bilac.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é
libertação.
Assinale a alternativa correta:
a) “Farto”, “comedido”, “namorador”, no texto,
apresentam um mesmo referente.
7.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de
ponto expediente
[protocolo e manifestações de apreço ao Sr.
diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário
[o cunho vernáculo de um vocábulo.
Abaixo os puristas
30
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de cossenos secretário do amante
[exemplar com cem modelos de cartas e as
diferentes maneiras de
agradar às mulheres etc.
b) O advérbio “sobretudo” tem valor de inclusão, referindo-se àquilo que o enunciador
valoriza em sua concepção artística.
c) “Loucos”, ‘bêbados” e “clowns” pertencem,
no contexto, a um mesmo campo semântico.
d) A regularidade métrica é um aspecto formal
a se destacar na construção do poema.
e) O poema todo aponta para aquilo que o
poeta despreza quanto ao fazer poético.
8. Sobre os poemas “Profissão de fé”, da questão 6,
e “Poética”, da questão 7, pode-se dizer que:
Todas as palavras sobretudo os barbarismos
universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes
de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
a) são de gêneros textuais diferentes, ainda
que da mesma escola literária.
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que
seja fora de si mesmo.
d) não são do mesmo gênero textual e não
pertencem ao mesmo movimento literário.
b) são do mesmo gênero textual, apesar de
pertencerem a escolas literárias distintas.
c) apresentam o mesmo gênero textual e
filiam-se à mesma escola literária.
e) não apresentam elementos suficientes para
que se possa identificar o seu gênero textual ou escola literária a que pertencem.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br

1.
Gabarito
4.
Resposta: C
b) Falsa. Ocorre justamente o oposto – o texto I é claramente mais conciso, mais compacto, sintético.
b) Falsa. Não houve um problema de ortografia em determinada edição, mas a menção à expressão erro de
ortografia, o que, segundo o professor, conteria uma
incompatibilidade entre as palavras.
c) Verdadeiro. Comparando-se a ortografia nos dois
textos, percebe-se como a língua se modifica com
o tempo.
d) Falsa. Há, sim, características muito parecidas – concisão na mensagem, especificação de atributos, indicação de um ponto de contato.
c) Falsa. A repetição, no caso, não atrapalha em nada o
texto, mesmo porque se trata de uma crônica.
d) Falsa. A explicação do item A desmente a alternativa D.
e) Falsa. No primeiro texto não há, totalmente, o registro culto formal.
2.
Resposta: D
a) Falsa. O texto I vale-se das imagens e destaca um
nome que “emerge” a partir dos dizeres do ditado;
em II, a imagem propõe uma leitura literal do ditado
popular.
e) Falsa. O termo “normais” se refere a “filhotes”.
5.
Se pela primeira vez não é só a dinâmica da fala quem
contribui para a mudança na língua, é porque ela sempre
foi o agente de transformação.
c) Falsa. Sem a referência ao ditado, fatalmente não haveria o entendimento pleno da mensagem veiculada, por isso o título encimando a imagem.
O primeiro período do último parágrafo valida o item III.
6.
b) Falsa. A imitação, aqui, toma como referência exemplos que o poeta considera grandiosos e valorizadores de seu trabalho artístico.
Resposta: B
a) Verdadeira. Fica bem evidenciado, pelos exemplos,
que os dicionários têm abordagens diferentes, segundo seus propósitos como veiculadores de conteúdos. No caso, o primeiro exemplo é realmente o
mais detalhado, com informações sobre a regência
do verbo, sua etimologia e aspectos gramaticais que
o cercam. Nos outros casos, dada a natureza dos dicionários, tais informações podem ser omitidas em
função de determinadas características das obras,
sem que isso denote menor qualidade.
b) Falsa. É possível entender o significado dos verbos.
c) Falsa. A transitividade dos verbos não significa uma
informação de menor importância.
d) Falsa. Existem dicionários de objetivos e características muito diferentes. Assim, as informações que eles
veiculam dependem desses fatores.
e) Falsa. A informação falsa da alternativa D confirma o
erro da alternativa E.
Resposta: E
a) Falsa. O poema é parnasiano.
e) Falsa. Não há como ler, desse modo, a imagem proposta.
3.
Resposta: A
O trecho “O fenômeno da mudança linguística é incessante. É provocado pelos próprios falante”, confirma
textualmente o item I.
b) Falsa. A leitura literal se dá no texto II.
d) Verdadeira. A palavra “atrasa” é usada como base
para a formação do ditado popular “A justiça tarda
mas não falha”.
Resposta: A
a) Verdadeira. Claramente o texto II apresenta uma
concepção bem menos prescritiva e doutrinária do
que o texto I. Para Possenti, deve haver uma relativização daquilo que aparentemente se chama erro,
mas nem sempre é expressão de tal.
a) Falsa. Os dois textos pertencem a um mesmo gênero; não é a questão temporal que os situaria em
gêneros diferentes.
c) Falsa. Rubim é variante antiga de rubi; subtil, de sutil.
d) Falsa. O verso é comparado com o vaso de um famoso artesão romano.
e) Verdadeira. As estrofes em questão expressam a valorização da arte pela arte, em que a forma é preponderante sobre o conteúdo.
7.
Resposta: C
a) Falsa. “Farto” se refere ao próprio enunciador; “comedido” e “namorador”, ao comportamento que ele
repudia.
b) Falsa. “Sobretudo” indica inclusão de elementos a
um conjunto que é criticado pelo poeta.
c) Verdadeira. Todos os termos apontam para aquilo
que o enunciador valoriza como concepção poética.
d) Falsa. Não há regularidade métrica; os versos são livres.
e) Falsa. A penúltima estrofe nega a afirmação da alternativa.
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br
31
8.
Resposta: B
“Profissão de fé” é um poema parnasiano; “Poética” é um
poema modernista. Ou seja, pertencem a escolas literárias diferentes. Pertencem, porém, a um mesmo gênero
textual: a poesia.
32
Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A.,
mais informações www.iesde.com.br