A Informática como Ferramenta para Educação

Transcrição

A Informática como Ferramenta para Educação
FACULDADE DE PARA DE MINAS – FAPAM
Curso de Licenciatura em Matemática
Dayana Silva Cézar Das Chagas
A Informática como Ferramenta para Educação
Pará De Minas
2013
Dayana Silva Cézar Das Chagas
A Informática como Ferramenta para Educação
Monografia apresentada á Coordenação do Curso
de Matemática da Faculdade de Pará de Minas
como requisito parcial para a conclusão do curso
de Matemática.
Orientador: Msc. Anderson Baptista Leite
Pará De Minas
2013
Dayana Silva Cézar Das Chagas
A Informática como Ferramenta para Educação
Monografia apresentada á coordenação de
Matemática da Faculdade de Pará de Minas como
requisito parcial para conclusão do curso de
Matemática.
Orientador: Msc. Anderson Baptista Leite
Aprovada em____ / _____/_____
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________________
Examinador (a) – Prof. (a) Anderson Baptista Leite
____________________________________________________________________
Examinador (a) – Prof. (a) Andrea Fonseca de Aguiar
Dedico este trabalho a meu pai que tanto desejou
me ver formada, mas Deus na sua graça o levou
primeiro.
AGRADECIMENTO
Primeiramente agradeço a Deus por ter-me dado força nos momentos mais difíceis quando
cheguei a pensar em desistir.
A minha mãe e meu namorado que sempre esteve presente ao meu lado.
A professora Tânia e o meu orientador Anderson Baptista, que tiveram paciência comigo
me corrigindo e orientando, ao meu colega Guilherme Braga pelas vezes que o incomodei e ele
estava sempre disposto a me ajudar e a todos que convivi neste período que passei pela
FAPAM.
“Os sonhos não determinam o lugar aonde você
quer chegar, mas produzem a força necessária para
tirá-lo do lugar onde está”.
Augusto Cury
Resumo
Este trabalho tem como objetivo mostrar a relevância do uso da informática para um melhor
aprendizado da matemática, investigar a real capacitação dos docentes para a utilização de
laboratórios de informática, mostrando a importância de alguns softwares e ferramentas
tecnológicas que podem ser usados como recursos pedagógicos nas escolas, fomentando assim
a construção e a fixação do conhecimento de modo ágil e prazeroso.
Para concebê-lo, retomo na história da informática educativa nos Estados Unidos, na França
e no Brasil, posteriormente faço um levantamento de alguns softwares e outras ferramentas
tecnológicas como calculadora e internet que podem ser usadas na educação.
Para a concretização dessa pesquisa contei com a colaboração de trinta e três professores da
rede pública de Pitangui, que responderam um questionário direcionado ao contexto desta
pesquisa. Contudo para que o presente trabalho tivesse uma sustentação coerente realizei uma
pesquisa quantitativa e qualitativa onde pude descrever de forma segura os dados que foram
levantados através dos questionários.
Palavras – chave: Tecnologia. Informática Educacional. Capacitação. Processo de Ensino –
Aprendizagem. Matemática.
LISTA DE FIGURAS.
Figura 1- Distribuição Geográfica ........................................................................................... 22
Figura 2 - Torre de Hanoi ........................................................................................................ 26
Figura 3- Tangram ................................................................................................................... 27
Figura 4 - Tangram 01 ............................................................................................................. 27
Figura 5 - Tangram 02 ............................................................................................................. 27
Figura 6 - Ábaco ...................................................................................................................... 40
Figura 7 - Máquina de calcular de Pascal ................................................................................ 41
Figura 8 - Roda Graduada ........................................................................................................ 41
Figura 9 - Calculadora eletrônica ............................................................................................. 43
Figura 10 - Calculadora científica ............................................................................................ 43
Figura 11- Laboratório de informática I .................................................................................. 50
Figura 12 - Laboratório de informática II ................................................................................ 51
Figura 13 - Laboratório de informática III ............................................................................... 51
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Gráfico 01: Tempo de trabalho dos profissionais da educação como professor da educação em
Pitangui - 2013............................................................................................................................47
Gráfico 02: Formação acadêmica dos docentes nas escolas públicas de Pitangui 2013............................................................................................................................................48
Gráfico 03: Profissionais da educação que possuem curso de informática em Pitangui –
2013........................................................................................................................................... 49
Gráfico 04: Os computadores nas escolas de Pitangui em 2013são em números
suficientes.................................................................................................................................. 50
Gráfico 05: Curso de capacitação para utilização do laboratório de informática...................... 52
Gráfico 06: Os laboratórios das escolas de Pitangui são equipados com softwares
educativos.................................................................................................................................. 53
LISTA DE TABELAS
Tabela 01: Softwares matemáticos usados no ensino fundamental I e fundamental II............28
Tabela 02: Softwares matemáticos usados no Ensino Médio e Superior.................................34
Tabela 03: Escolas na cidade de Pitangui.................................................................................46
LISTA DE SIGLAS
CAI – Computer- Aided Instruction
CAIE – Comitês de Assessoramento de Informática na Educação
CIED – Centro de Informática Educacional
CIED – Centro de Informática na Educação de 1° e 2° graus e Especial
CIET – Centro de Informática na Educação Tecnológica
CLATES – Centro Latino Americano de Tecnologia Educacional
CNPQ – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
EDUCOM – Computadores na Educação
EIPIE – The Educational Produtcs Information Exchange Institute
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos
LEC – Laboratório de Estudos Cognitivos
MCT – Ministério de Ciência e Tecnologia
MEC – Ministério da Educação
NCE – Núcleo de Computação Eletrônica
NIED - Núcleo de Informática Aplicada a Educação
NUTES – Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde
PLANIN – Plano de Informática e Automatização
PLANINFE – Plano de Ação Integrada
PROINFE – Programa Nacional de Informática Educativa
PROINFO – Programa Nacional de Informática na Educação
SEED – Secretária de Educação a Distância
SEI – Secretária Especial de Informática
UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais
UFPE – Universidade Federal de Pernambuco
UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul
UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro
UNB – Universidade de Brasília
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
USP – Universidade de São Carlos
SUMÁRIO
1
2
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 13
HISTÓRIA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO ........................................ 15
2.1
Informática educativa nos Estados Unidos ..................................................... 15
2.2
Informática educativa na França. .................................................................... 16
2.3
Informática educativa no Brasil. ..................................................................... 18
3
APLICAÇÃO DE SOFTWARES NA EDUCAÇÃO. ........................................ 24
3.1
A Internet e outras Ferramentas Tecnológicas no Ensino da Matemática. ..... 37
3.2
Celular ............................................................................................................. 38
3.3
Calculadora ..................................................................................................... 39
3.4
História da calculadora.................................................................................... 40
4
METODOLOGIA ................................................................................................. 44
5
ANÁLISE DE DADOS ......................................................................................... 46
6
CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 54
7
APÊNDICE ............................................................................................................ 55
REFERÊNCIA .............................................................................................................. 60
13
1 INTRODUÇÃO
Há mais de quarenta anos a informática vem sendo introduzida na educação brasileira.
Iniciou-se no início dos anos 70 a partir de algumas experiências na Universidade Federal do
Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universidade
de Campinas (UNICAMP). Em 1981 ocorreu uma das primeiras ações no sentido de estimular
e concretizar o uso de tecnologias informáticas nas escolas com a realização do I Seminário
Nacional de Informática Educativa.
[...] Informática e educação! Esse tem sido um tema de debate recorrente nas últimas
décadas no Brasil, e, há um pouco mais de tempo, em outros lugares do mundo.
Talvez ainda seja possível lembrar dos discursos sobre o perigo que a utilização da
informática poderia trazer para a aprendizagem dos alunos. Um deles era o de o aluno
iria só apertar a tecla e obedecer a orientação da máquina. Isso contribuiria ainda mais
para torná-lo um mero repetidor de tarefas. (Borba; Penteado, 2007, p.11).
O desenvolvimento da informática no Brasil ocorreu de forma ágil, ela vem adquirindo
cada vez mais destaque no cenário educacional. É imprescindível a agilidade que esses
avanços tecnológicos trazem para o nosso dia a dia, sem dizer que o potencial de pesquisa e
aprendizado que nos concedem é extraordinário, este foi um dos motivos que me levou a
pesquisar sobre esse tema.
No Brasil a introdução da informática educativa difere de outros países, apesar de serem
impulsionados por trabalhos advindos de países como os Estados Unidos e a França. Nos
Estados Unidos os alunos eram preparados para o mercado de trabalho, já no Brasil é buscado
mudanças nos paradigmas pedagógicos para a sala de aula.
Antes o giz e o quadro negro eram os principais agentes responsáveis por maior tempo das
aulas, tornando-as monótonas e desinteressantes, pois não havia muita criatividade e nem
motivação, com a chegada das tecnologias no ambiente escolar o conceito mudou, pois
ocorreu uma mudança nos paradigmas em relação à maneira de educar e passar os conteúdos.
O computador por si só não assegura um ensino de qualidade, o professor se apresenta
como uma personagem central no processo de ensino – aprendizagem, depositário do
conhecimento, responsável por transmiti-lo, mas para isso ele terá que ter uma capacitação
que lhe garanta uma prática reflexiva, onde consiga conduzir a aula com o auxilio do
computador atingindo os objetivos propostos. Ao aplicar a tecnologia em sala de aula, o
perigo de se confundir informação com conhecimento é encoberto. A informação por si só
não modifica o ser, já o conhecimento altera o comportamento humano. Tecnologia e
metodologia devem se integralizar e não se afastarem mutuamente, o método deve ser sempre
14
retificado e adequado a novas mudanças para que as tecnologias não sejam usadas de forma
não satisfatória.
[...] O professor representa a base de todo o trabalho. Sem o seu desenvolvimento
pouco se pode realizar. É preciso estudar, ter iniciativa e aprender – executar- refletir
sobre o aprendido. Modificar o que for necessário. Exige-se nesse processo abertura,
ousadia, colaboração e dedicação [...]. É ele quem orienta as investigações dos
alunos, incentiva o modo como cada aluno constrói seu próprio conhecimento[...]. O
professor envolve-se em um processo que o mobiliza internamente: aprender, atuar
com os alunos, analisar sua ação pedagógica e modificá-la permiti-lhe, com o passar
do tempo, desenvolver uma metodologia de trabalho própria constantemente aberta a
nova reformulação. [Freire, 1998, p.60]
O professor precisa examinar suas posturas, reavaliar seus propósitos, fazer uso de todo o
apetrecho que terá a seu dispor, afinal diante de tantas mudanças o primeiro pensamento do
ser humano é a resistência,
Mas não adianta somente capacitar os professores se a escola não possui estrutura para
utilização dessas tecnologias. A realização desse tipo de trabalho no processo educacional
requer um bom estudo organizacional, que se adaptam as necessidades e circunstância da
instituição.
A grande variedade de ferramentas admite inúmeras possibilidades de aplicação na
educação, existem muitas formas de se trabalhar com essas ferramentas, pois contamos com
muitos softwares e atividades educativas, a internet e outras ferramentas tecnológica que
podem ser usadas no processo ensino – aprendizagem.
Sendo assim esse trabalho busca investigar os problemas técnicos e humanos enfrentados
pelas escolas, alunos e professores na utilização desses recursos tecnológicos para a educação,
em especial para o ensino de matemática na rede pública de Pitangui.
Divido da seguinte forma: no primeiro capítulo é realizada uma introdução ao trabalho. No
segundo, conta-se um pouco sobre a história da informática nos Estados Unidos, na França e é
claro no Brasil.
O terceiro capítulo é apresentado alguns softwares que podem ser usados no processo de
ensino-aprendizagem, fala também da internet e outras ferramentas tecnológicas utilizadas no
ensino da matemática como celular e calculadora. É feito um breve histórico da evolução da
calculadora.
No quarto capítulo será abordada a metodologia do trabalho que se baseou de uma
pesquisa quantitativa e qualitativa onde foram adotadas as técnicas de observação e
questionário. O quinto capítulo foca na análise de dados coletados através dos questionários e
apresentados sob formas de gráficos e tabela para realização e argumentação da pesquisa. E
por fim seguem as considerações finais.
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2 HISTÓRIA DA INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
2.1
Informática educativa nos Estados Unidos
Por volta de 1970, iniciou-se a utilização dos computadores na educação nos Estados
Unidos, os recursos tecnológicos eram semelhantes aos que existiam no Brasil.
A quantidade de escolas que utilizavam os computadores como ferramenta educacional era
muito pequena, mas em compensação as universidades já possuíam algumas experiências
sobre o seu uso na educação.
[...] Nos Estados Unidos, o uso de computadores na educação é completamente
descentralizado e independente das decisões governamentais. O uso do computador
nas escolas é pressionado pelo desenvolvimento tecnológico e pela competição
estabelecida pelo livre mercado das empresas que produzem software, das
universidades e das escolas. (VALENTE et al.,1999, p. 03).
No início dos anos 80 com o surgimento dos microcomputadores, foi permitida sua difusão
em grande proporção nas escolas, desenvolveu tutoriais, programação, processador de texto,
softwares
multimídia,
assimulações,
modelagens,
exercício-e-prática,
avaliação
do
aprendizado, jogos educacionais e simulação.
Os microcomputadores concediam também o uso de ferramentas auxiliares para soluções
de problemas, produções de texto, controle de processo em tempo real, fazendo com que o
computador atuasse na complementação do aperfeiçoamento e na mudança da educação, a
linguagem Logo é um exemplo dessa mudança.
[...] No início dos anos 60, diversos software de instrução programada foram
implementados no computador, concretizando a máquina de ensinar, idealizada por
Skinner no início dos anos 50. Nascia a instrução auxiliada por computador ou o
Computer-Aided Instruction (CAI), produzida por empresas como IBM, RCA e
Digital e utilizada principalmente nas universidades. O programa PLATO, produzido
pela Control Data Corporation e pela Universidade de Illinois, sem dúvida, foi o CAI
mais conhecido e mais bem sucedido. (VALENTE et al.,1999, p. 03).
Em 1967, foi desenvolvida a linguagem Logo e implementada em computadores de médio
e grande porte. O matemático Papert foi um de seus criadores, trabalhou com Piaget e foi
influenciada pela teoria do construtivismo, a proposta da linguagem Logo era pôr a criança
para conduzir um robô ou uma imagem de robô na tela do computador pronto para atender
aos comandos do usuário. Um dos primeiros robôs controlado pela Linguagem Logo
lembrava a forma de uma tartaruga, diante disso a tartaruga passou a ser o símbolo dessa
linguagem.
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É uma linguagem de fácil uso e aprendizado, podendo ser usada com alunos do ensino
fundamental ou superior. Antes do surgimento dos microcomputadores o uso do Logo era
restrito às universidades e laboratório de pesquisas, fazendo com que alunos e professores se
deslocassem até esses locais para a utilização do mesmo.
Três anos decorrentes da comercialização dos microcomputadores mais de sete mil pacotes
de softwares educacionais foram identificados no mercado, dados resultantes dos estudos
feitos pelo The Educational Products Information Exchange (EIPIE) Institute, uma
organização do Teachers College, da Universidade de Columbia. Já nos anos 90, os
computadores já estavam sendo utilizados em todos os níveis da educação americana.
As universidades dos Estados Unidos hoje ainda são as grandes capacitadoras de docentes
para o domínio de Informática na educação, quase todas oferecem cursos de pós- graduação
em informática e a maioria desses cursos são de fácil acesso na internet.
[...] A formação de professores voltada para o uso pedagógico do computador nos
Estados Unidos não aconteceu de maneira sistématica e centralizada como, por
exemplo, aconteceu na frança. Nos Estados Unidos os professores foram treinados
sobre a técnica de uso de softwares educativos em sala de aula ao invés de
participarem de um profundo processo de formação. Em outros casos, profissionais da
área de computação têm assumido a disciplina de informática que foi introduzida na
grade curricular como forma de minimizar a questão do ‘analfabetismo em
informática. Poucas são as escolas que realmente sabem explorar as potencialidades
do computador ou de criarem ambientes que enfatizem a aprendizagem. (VALENTE
et al.,1999, p. 04).
2.2 Informática educativa na França.
Como vimos, as decisões educacionais nos Estados Unidos eram descentralizadas e
independentes das decisões governamentais, já na França é justamente o oposto, as decisões
eram sempre centralizadas, promotora de significativos avanços, servindo então como modelo
para o mundo. As escolas particulares quase não existiam em compensação as redes públicas
eram robustas.
[...] A França foi o primeiro país ocidental que se programou, como nação para
enfrentar e vencer o desafio da Informática na Educação e servir de modelo para o
mundo. Isso aconteceu tanto na produção do hardware e do software quanto na
formação das novas gerações para o domínio e produção de tal tecnologia.
(VALENTE et al.,1999, p. 04).
Nos Estados Unidos os docentes não obtiveram correto processo de capacitação, já na
França houve investimento na formação dos mesmos, pois de acordo com os governantes
franceses, a preparação de sua inteligência-docente era de suma importância para a inserção
da informática na educação.
17
Primeiramente ensinaram 59 professores dos liceus em toda a frança, durante um ano com
meio período diário. Mas a capacitação em informática propriamente pedagógica iniciou-se
em 1985, onde 100.000 professores foram capacitados em períodos de férias escolares com
duração de 50 horas remuneradas e também partilhavam de outras atividades de formação,
incluindo estágios de observação e atuação. Ficando conhecido como Informática para Todos.
Uma das grandes diferenças nas propostas pedagógicas dos Estados Unidos e da França
era que o governo francês pretendia desenvolver a capacidade lógica preparando o aluno para
trabalhar em empresas, automatizando o ensino. Já os Estados Unidos queriam alfabetizar o
aluno em informática, ou seja, preparava-o para trabalhar com o computador.
[...] Talvez, o que mais marcou o programa de informática na educação da França
tenha sido a preocupação com a formação de professores. Desde o início de 1970, a
formação de docentes e técnicos das escolas foi considerada como condição
imperativa para uma real integração da informática à educação. Foram estruturados
centros de formação e, no segundo plano nacional, houve uma preparação intensiva
dos professores, mas ainda sem uma abordagem pedagógica específica. (VALENTE
et al.,1999, p. 05).
A implantação da informática educativa na França aconteceu em quatro fases. A primeira
fase, no início dos anos 70, como citado anteriormente o governo investiu na preparação dos
professores dos liceus, entre 1970 e 1976 foram utilizados minicomputadores após 1978
passaram a utilizar microcomputadores.
A segunda fase denominada como “10000 Microcomputadores”, no início dos anos 80,
onde o governo pretendia familiarizar os alunos com a tecnologia, usando o computador em
quase todas as disciplinas, começou a difundir também na França a linguagem de
programação e metodologia Logo.
A terceira fase em 1985, Informatique pour Tous, onde houve uma grande difusão da
informática no ambiente escolar.
Podemos dizer que hoje a informática na educação na França está em sua quarta fase,
iniciada na década de 90, onde a tecnologia está cada vez mais nas salas de aula, com
computadores, interfaces e softwares para que os alunos desenvolvam seus estudos.
[...] Portanto, podemos concluir que a introdução da informática na educação na
França e nos Estados Unidos da América provocou um grande avanço na
disseminação dos computadores nas escolas. Porém, esse avanço não correspondeu às
mudanças de ordem pedagógicas que essas máquinas poderiam causar na educação.
As escolas nesses países têm mais recursos do que as escolas brasileiras e estão,
praticamente, todas informatizadas. Mas, a abordagem educacional ainda é, na sua
grande maioria, a tradicional. (VALENTE et al.,1999, p. 06).
18
2.3 Informática educativa no Brasil.
Em 1971, na Universidade de São Carlos (USP), quando foi realizado um seminário onde
discutiam o uso do computador no ensino de Física, o Brasil dava seus primeiros passos em
direção à informática educativa.
UNICAMP, UFRJ e UFRGS são instituições consideradas responsáveis pelas primeiras
averiguações do uso do computador na educação.
[...] No Brasil, como em outros países, o uso do computador na educação teve início
com algumas experiências em universidades, no princípio da década de 70. Em 1971,
foi realizado na Universidade Federal de São Carlos um seminário intensivo sobre o
uso de computadores no ensino de Física, ministrado por E. Huggins, especialista da
Universidade de Dartmouth, E.U.A. (Souza, 1983). Nesse mesmo ano, o Conselho de
Reitores das Universidades Brasileiras promoveu, no Rio de Janeiro, a Primeira
Conferência Nacional de Tecnologia em Educação Aplicada ao Ensino Superior (I
CONTECE). Durante essa conferência, um grupo de pesquisadores da Universidade
de São Paulo (USP), acoplou, via modem, um terminal no Rio de Janeiro a um
computador localizado no campus da USP (Souza, 1983).
Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1973, o Núcleo de Tecnologia
Educacional para a Saúde e o Centro Latino-Americano de Tecnologia Educacional
(NUTES/CLATES) usou software de simulação no ensino de Química. Na
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), nesse mesmo ano, realizaramse algumas experiências, usando simulação de fenômenos de Física com alunos de
graduação. O Centro de Processamento de Dados da UFRGS desenvolveu o software
SISCAI para avaliação de alunos de pós-graduação em Educação. Em 1982, o SISCAI
foi traduzido para os microcomputadores de 8 bits como CAIMI (CAI para
Microcomputadores), funcionando como um sistema CAI e foi utilizado no ensino do
2° grau pelo grupo de pesquisa da Faculdade de Educação (FACED), liderado pela
Profa. Lucila Santarosa. (VALENTE et al.,1999, p. 06).
Em 1966, quando foi criado o Núcleo de Computação Eletrônica (NCE) , através do
Departamento de Cálculo Científico, a UFRJ foi considerada como entidade pioneira na
aplicação do computador em atividades acadêmicas. Em 1973, nessa mesma universidade o
Núcleo de Tecnologia Educacional para a Saúde e o Centro Latino – Americano de
Tecnologia Educacional (Nutes/Clates) introduziram no contexto acadêmico o uso de
software de simulação no ensino de Química, voltada para análise formativa e avaliativa dos
alunos.
Ainda em 1973, na UFRGS foram executadas algumas experiências utilizando simulação
de fenômeno de Física para alunos do curso de graduação. Onde os primeiros estudos eram
utilizados terminais de teletipo e display, ou seja, telas de computadores bem diferentes das
que possuímos hoje.
O centro de Processamento de Dados desenvolveu o software SISCAI a fim de avaliar os
alunos de pós - graduação em Educação.
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[...] O teletipo é um sistema de transmissão de textos, via telégrafo, por meio de um
teclado que permite a emissão, a recepção e a impressão da mensagem. Ele foi
inventado em 1910 e permitiu o envio de mensagens a distancia utilizando o código
Baudot, criado por Émile Baudot em 1874. (Nascimento, 2007, p.12)
Em 1975, recebemos a primeira visita de dois cientistas renomeados criadores de uma
nova concepção em inteligência artificial, Seymour Papert e Marvin Minsky, que lançaram as
primeiras sementes das ideias do Logo. De fevereiro a março de 1976 um grupo de
pesquisadores da Unicamp visitou Media – Lab do Instituto de Tecnologia de Massachusetts,
nos Estados Unidos. Quando retornaram criaram um grupo envolvendo especialistas das áreas
de computação, dando início as primeiras averiguações a respeito do uso do computador na
educação, usando a linguagem Logo.
[...] A inteligência artificial (IA) é uma área de pesquisa da ciência da computação
dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou simulem a
capacidade humana de resolver problemas, pensar ou, de forma ampla, ser inteligente.
(Nascimento, 2007, p.13)
Ainda nesse mesmo ano foram iniciados trabalhos envolvendo crianças utilizando o uso do
Logo, onde Papert e Minsky retornaram ao Brasil a fim de aplicar seminários e participar com
o grupo de pesquisa das suas atividades.
Apartir de 1980 a linguagem Logo foi fortemente utilizado por um grupo de pesquisadores
do Laboratório de Estudos Cognitivos do Instituto de Psicologia - LEC/ UFRGS. O LEC foi
criado em 1973 por pesquisadores da UFRGS preocupados com as dificuldades apontadas
pelos alunos na rede pública no aprendizado de matemática.
Havia no início dos anos 80 várias iniciativas com relação ao uso da informática na
educação esses estímulos juntamente com o interesse do Ministério de Ciência e Tecnologia
(MCT) na dissipação da informática na sociedade, estimulou o interesse do governo brasileiro
na adoção de programas educacionais fundamentados no uso da informática.
No entanto, a inserção do programa de informática na educação no Brasil inicia-se com o
primeiro e segundo Seminário Nacional de Informática em Educação. O primeiro Seminário
Nacional de Informática em Educação aconteceu entre 25 a 27 de agosto de 1981, na
Universidade de Brasília (UNB), motivado pelo Ministério da Educação (MEC) / Secretária
Especial de Informática (SEI) / Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPQ) contou com a participação de especialistas nacionais e internacionais
dando ênfase a importância da utilização do computador como ferramenta para a educação. A
ideia de implantação de projetos - piloto em universidades onde as investigações
aconteceriam em caráter experimental surgiu apartir desse primeiro seminário. Foi criado
também após o primeiro seminário um grupo de trabalho intersetorial com representadores do
20
MEC, da SEI, criada pelo decreto 09/10/1079, do CNPq e da Financiadora de Estudos e
Projetos (FINEP) a fim de elaborarem subsídios para um póstero Programa de Informática na
Educação.
Em dezembro de 1981 foi publicado o Subsídio para Implantação do Programa Nacional
de Informática na Educação, alegando que as iniciativas nacionais não poderiam estar
centralizadas na Secretária de educação e sim nas universidades, pois primeiramente é preciso
edificar o conhecimento técnico – científico para posteriormente argumentar com a sociedade.
Em agosto de 1982 foi realizado na Universidade Federal da Bahia o II Seminário
Nacional de Informática na Educação, buscando reunir novos subsídios para a criação de
projetos - piloto.
Com o primeiro e segundo Seminário Nacional de Informática na Educação, em março de
1983 foi estabelecido um programa de atuação originando o Projeto computadores na
Educação (Educom). Instituído pelo MEC, pela SEI, com suporte do CNPq, FINEP, MCT.
[...] Em nível nacional, uma das primeiras ações no sentido de estimular e promover a
implementação do uso de tecnologia informática nas escolas brasileiras ocorreu em
1981 com a realização do I Seminário Nacional de Informática Educativa, onde
estiveram presentes educadores de diversos estados brasileiros. Foi a partir desse
evento que surgiram projetos como Educom, Formar e Proninfe. (BORBA;
PENTEADO, 2001, p. 19)
O Educom foi um dos principais marcos na criação do alicerce científico e formulação
política nacional de Informática na educação, seu propósito era a criação de centros – piloto
em universidades brasileiras com o intuito de desenvolver pesquisas sobre as inúmeras
aplicações do computador na educação, objetivando a capacitação nacional e o acúmulo de
subsídio para uma futura política setorial.
Após a autorização do Projeto Educom, a SEI anunciou o comunicado SEI/SS n°15/1983
comunicando o interesse governamental na implantação de centros - pilotos em universidades
que estimasse o desenvolvimento dessas pesquisas. Em 1984 foram implantados em cinco
universidades brasileiras: UFRJ, UNICAMP, UFRGS, Universidade Federal de Minas Gerais
(UFMG) e Universidade Federal de Pernambuco (UFP), gerando frutos significativos,
oportunizando
o
desenvolvimento
de
inúmeras
estratégicas
governamentais
de
desenvolvimento e aplicação da informática na educação. Consequentemente puderam-se
criar Comitês de Assessoramento de Informática na Educação (Caie) e elaboração de um
Programa de Ação Imediata em Informática na Educação.
Segundo alguns relatórios de pesquisas o Educom em um período de cinco anos frutificou
165 artigos, mais de duas centenas de conferências, quatro teses de doutorado, 17 teses de
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mestrado, cinco livros além de várias palestras ministradas, cursos de extensão, especialização
e treinamento de professores.
[...] O EDUCOM permitiu a formação de pesquisadores das universidades e de
profissionais das escolas públicas que possibilitaram a realização de diversas ações
iniciadas pelo MEC, como realização de Concursos Nacional de Software
Educacional (em 1986, 1987 e 1988), a implementação do FORMAR. Curso de
Especialização em Informática na Educação (realizados em 1987 e 1989), e
implantação nos estados do CIEd . Centros de Informática em Educação (iniciado em
1987). Em 1989, foi implantado na Secretaria Geral do MEC o Plano Nacional de
Informática Educativa. PRONINFE. Esse programa consolidou as diferentes ações
que tinham sido desenvolvidas em termos de normas e uma rubrica no Orçamento da
União, realizou o FORMAR III (Goiânia) e FORMAR IV (Aracajú) destinados a
formar professores das escolas técnicas e implantou os Centros de Informática
Educativa nas Escolas Técnicas Federais (CIET). (VALENTE et al.,1999, p. 07).
Foi criado por sugestão do CAIE, MEC, sob a coordenação do Neid (Núcleo de
Informática Aplicada a Educação) / Unicamp e ministrado por pesquisadores e especialista do
Projeto Educom, o Projeto FORMAR (FORMAR I - 1987, FORMAR II - 1989).
Em seu primeiro ciclo destinava-se a capacitação dos profissionais a fim de atuarem em
centros de informática educativas estaduais e municipais, o curso tinha duração de 360 horas
durante nove semanas, ou seja, 45 dias úteis sendo oito horas diárias. As aulas eram teóricas e
práticas distribuídas em seis disciplinas. Esse curso capacitou cerca de 150 educadores.
[...] O projeto Formar foi uma iniciativa dentro do Educom (Formar I - 1987, Formar
II – 1989) para formar recursos humanos para o trabalho na área de informática
educativa. Assim, foram oferecidos cursos de especialização para pessoas oriundas de
diferentes estados. Essas pessoas deveriam, ao fim do curso, atuar como
multiplicadores em sua região de origem. Dessa iniciativa surgiram os CIEDs –
Centros de Informática Educacional em 17 estados brasileiros. (BORBA;
PENTEADO, 2001, p. 20)
Em 13 de outubro de 1989 foi efetivado com a portaria Ministerial n° 549/GM pelo
Ministério de Educação e do Desporto o Programa Nacional de Informática Educativa –
Proninfe propondo exercitar a capacitação contínua e perene de professores, pesquisadores e
técnicos no domínio da informática, através de projetos e atividades pedagógicas sólidas e
atualizadas, seu Regime Interno foi aprovado em março de 1990.
O Proninfe visava ajudar o desenvolvimento e a utilização da informática nos ensinos de
1°, 2° e 3° graus e educação especial, propunha também a formação de uma infraestrutura de
núcleos repartidos geograficamente pelo país. Constitui-se em um centro de gerenciamento
nacional, composto de: Conselho Consultivo tendo como membros os dirigentes dos órgãos
do Ministério, Comitê Assessor de Informática Educativa, Coordenação Geral e Secretaria
Executiva.
22
Figura 1- Distribuição Geográfica
Fonte: Pedro Ferreira de Andrade
De acordo com a percepção Proinfe a educação foi estruturada conforme as atividades e
área de atuação dos estabelecimentos ou aspecto dos sistemas de ensino em Centros de
Informática na Educação Superior (CIES); Centros de Informática na Educação de 1° e 2°
graus e Especial (CIEd); Centros de Informática na Educação Tecnológica (CIET). De acordo
com o pensamento do Proinfe são recintos ensino-aprendizagem compostos por grupos
interdisciplinares de educadores, técnicos e especialistas que dão suporte ao uso e aplicação
da informática na educação.
O Proninfe – Programa Nacional de Informática na Educação – foi lançado em 1989
pelo MEC e deu continuidade ás iniciativas anteriores, contribuindo especialmente
para a criação de laboratórios e centros para a capacitação de professores. (BORBA;
PENTEADO, 2001, p.20)
Na tentativa de estender o número de núcleos atingindo o globo municipal, bem como o
aumento das atividades de capacitação, em 1990 o Ministério da Educação aprovou o 1°
23
Plano de Ação Integrada – Planinfe (1991-1993) e o II Plano de Informática e AutomatizaçãoPlanin (Lei n° 8244, de 16/10/91). O Planinfe, assim como o Proinfe focava na necessidade de
um intenso programa de capacitação contínua e perene dos professores.
Em abril de 1997, foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação (Proinfo),
pela portaria n° 522/MEC, ligado a Secretária de Educação a Distância (SEED), do MEC,
regulamentado pelo Decreto 6300, de 12 de dezembro de 2007 com a finalidade de promover
na rede pública de ensino fundamental e médio o exercício pedagógico de Tecnologias de
Informática e Comunicação, sua administração é de responsabilidade federal e a
operacionalização é comandada pelos estados e municípios.
[...] Em 1997, foi criado o Programa Nacional de Informática na Educação,
PROINFO, vinculado à Secretaria de Educação a Distância SEED, do MEC e sob a
coordenação de Cláudio Salles. Esse programa implantou, até o final de 1998, 119
Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) em 27 Estados e Distrito Federal, e
capacitou, por intermédio de cursos de especialização em informática em educação
(360 horas), cerca de 1419 multiplicadores para atuarem nos NTEs. Estarão sendo
entregue em 1999 cerca de 30 mil microcomputadores para ser implantados em
escolas e outros 100 NTEs. A meta é atingir 3 mil escolas, 21 mil professores e 2
milhões de alunos. (VALENTE et al.,1999, p. 07).
24
3 APLICAÇÃO DE SOFTWARES NA EDUCAÇÃO.
O computador é um recurso educacional de plausível mudança na qualidade de ensino,
atividades com softwares educativos elaborados ou não para área de ensino, pode ser um
caminho para o uso da informática na educação.
Os softwares educacionais vêm infiltrando no mercado mundial de forma muito acelerada,
assim como Inglaterra, França e Estados Unidos desenvolveram softwares para suas
necessidades, o Brasil também vêm desenvolvendo inúmeros projetos de pesquisas
relacionados à utilização de computadores em sala de aula e juntamente ao incremento de
softwares para os mais diversificados conteúdos programáticos.
A seleção entre as diversas opções acessíveis no mercado dos materiais que serão
adequados aos objetivos educacionais é uma das grandes dificuldades enfrentadas pelos
professores, alguns softwares podem expor novas abordagens de ensino, porém com antigas
concepções pedagógicas.
O êxito de um software não depende somente da maneira como ele foi elaborado, mas
também como o professor o aplica. Espera-se que a utilização dos softwares explore a
criatividade, interatividade e a iniciativa do aluno, despertando - lhe a curiosidade,
estimulando a reflexão, o raciocínio e a compreensão de conceitos, propiciando a construção
do conhecimento.
[...] O computador pode ser um importante recurso para promover a passagem da
informação ao usuário ou facilitar o processo de construção de conhecimento. No
entanto, por intermédio da análise dos softwares, é possível entender que o aprender
(memorização ou construção de conhecimento) não deve estar restrito ao software,
mas à interação do aluno-software. Como foi mostrado por Piaget, o nível de
compreensão está relacionado com o nível de interação que o aprendiz tem com o
objeto e não com o objeto em si. Alguns softwares apresentam características que
favorecem a compreensão, como no caso da programação; outros, onde certas
características não estão presentes, requerem um maior envolvimento do professor,
criando situações complementares ao software de modo a favorecer a compreensão,
como no caso do tutorial. Assim, a análise dos software educacionais, em termos da
construção do conhecimento e do papel que o professor deve desempenhar para que
esse processo ocorra, permite classificá-los em posições intermediárias entre os
tutoriais e a programação. No entanto, cada um dos diferentes software usados na
educação, como os tutoriais, a programação, o processador de texto, os software
multimídia (mesmo a Internet), os software para construção de multimídia, as
simulações e modelagens e os jogos, apresenta características que podem favorecer,
de maneira mais ou menos explícita, o processo de construção do conhecimento.
(VALENTE et al.,1999, p. 69).
Um software só será importante para educação matemática se sua elaboração estiver
apoiada em um princípio de conhecimento cientificamente claro, desde que possa oportunizar
ao aluno desenvolver a competência de construir de forma autônoma, o conhecimento sobre
algum assunto.
25
Existem inúmeros tipos de softwares que podem ser utilizados na educação:
♦ Tutoriais - É um programa que contém princípios e conceitos para realização de tarefas
específicas com baixa interatividade, às informações já está pronto, o aluno poderá navegar
livremente, a sequência de navegação dependerá das respostas do aprendiz. Hoje existem
tutoriais que ensinam a usar programas de computador.
♦ Programação – Os softwares de programação são totalmente o contrário dos tutoriais,
pois neste programa os próprios alunos edificam seus conhecimentos para o educador esse
software é considerado como um excelente recurso pedagógico, pois o educador é capaz de
saber qual a linha de raciocínio que o aluno está seguindo.
♦ Exercitação - Facilitam atividades interativas por meio de respostas ás questões dadas, os
docentes podem propor exercícios no computador referentes à matéria vista em sala de aula.
♦ Investigação - Um exemplo desses softwares são as enciclopédias, pois é possível
localizar informações sobre qualquer assunto.
♦ Simulação - Simulam o acontecimento de fenômenos no computador e dependendo do
sistema, o aluno pode manipular um modelo de fenômeno através da criação de hipóteses, dos
testes, da análise dos resultados, e do refinamento dos conceitos. Os simuladores de voo, os
gerenciadores de cidades, safáris são exemplos desse tipo de software, pois eles disfarçam a
realidade em estreita verossimilhança.
♦ Editor de texto - Podem ser utilizados em qualquer disciplina em sala de aula, sendo
possível criar relatórios, cartões, redação, cartas, poesias e vários outros tipos de texto. Nesse
software o computador não avalia o conteúdo digitado, cabe ao educador à avaliação.
♦ Softwares Gráficos - São propostos construção de desenhos, produções artísticas como
convites, cartões, calendários, envelopes e outros. O trabalho com esses softwares desperta a
criatividade do aluno e pode até mesmo revelar talentos artísticos.
[...] A análise dos diferentes usos do computador na educação nos permite concluir
dois resultados importantes. Primeiro, que o computador pode tanto passar informação
ao aprendiz, quanto auxiliar o processo de construção do conhecimento e de
compreensão do que fazemos. Segundo, que implantar computadores nas escolas sem
o devido preparo de professores e da comunidade escolar, não trará os benefícios que
esperamos. Como foi visto, cada um desses software tem mais ou menos recursos para
facilitar a descrição, reflexão e depuração das idéias e atividades que realizamos. As
linguagens de programação têm mais recursos, enquanto os outros software como os
tutoriais, as multimídias já prontas, os processadores de texto, não têm capacidade
para executar o que o aprendiz está pensando e, portanto, não fornecem um feedback
que seja útil para ele compreender o que faz. Estes resultados têm várias implicações
em termos de montar políticas e propostas pedagógicas para implementar
computadores na educação. (VALENTE et al.,1999, p. 98).
♦ Jogos - São softwares de entretenimento que podem ser usados em sala de aula, é
semelhante aos tutoriais e aos programas de simulação onde desperta a competição entre os
26
alunos. Existe uma infinidade de jogos matemáticos, de leitura, de raciocínio lógico, de
escrita que ajuda no ensino – aprendizagem. Como por exemplo, a Torre de Hanoi.
A Torre de Hanoi é um quebra cabeça, que consiste em uma base contendo três colunas,
onde uma das quais são dispostas alguns discos, uns sobre os outros. O número de discos
pode variar, sendo o mais simples contendo apenas três discos. Os discos da primeira coluna
deverão ser conduzidos para a última com a menor quantidade de movimentos possíveis
usando uma das colunas como auxiliar. O jogo tem a finalidade de trabalhar a coordenação
motora, senso de lógica, senso direcional e senso de organização do aluno.
Figura 2 - Torre de Hanoi
Fonte: http: //www.somatematica.com.br/jogos/hanoi/
Outro jogo muito utilizado é o Tangram, de origem chinesa. Tangram significa ‘as sete
tábuas da sabedoria’, é composto por sete peças, dois triângulos grandes, um médio e dois
triângulos pequenos, um quadrado e um paralelogramo. Com essas peças podemos formar
inúmeras figuras, segundo a enciclopédia do Tangram é possível montar mais de 1700 figuras,
esse jogo trabalha a lógica e a criatividade dos alunos.
27
Figura 3- Tangram
Fonte: http: // imagens.tangram .
Figura 4 - Tangram 01
Fonte: http: // imagens.tangram
Figura 5 - Tangram 02
Fonte: http: // imagens.tangram.
Como foi mencionado anteriormente existe uma infinidade de materiais disponíveis que
podem ser usados como forma de dinamizar as aulas de matemática, porém é necessário saber
28
analisa-los antes de aplica-los, apresenta-se na tabela abaixo uma síntese de alguns softwares
matemáticos que podem ser utilizados nos ensinos: fundamental I e fundamental II
disponíveis na internet e posteriormente outros que podem ser aplicados no Ensino Médio e
Superior.
Tabela 1 - Softwares matemáticos usados no ensino fundamental I e fundamental II
SOFTWARE
APLICAÇÃO
Kolobok 2.0
Calcula o máximo divisor comum,
minimúltiplo comum e tem opção de cálculos
de adição, subtração, multiplicação e divisão.
Matematicas D
O programa dispõe de exercícios para
aprender a contar usando bolinhas.
Math-a Maze
Trata-se de um jogo onde se deve encontrar a
saída através do labirinto de número e
operações matemáticas.
Mathematics 9.2
Elaboram operações básicas, conversões,
ângulos, vetores, geometria, desenho
geométrico, cálculos de área, álgebra,
trigonometria,
simplificação,
equações,
gráficos, finanças pessoais, estatística,
números binário.
Smart Panda
Um jogo que combina a ação de plataformas
com raciocínio matemático.
29
SOFTWARE
APLICAÇÃO
MathGames Level 1
Aplicativo
para
ensinar
adição
e
multiplicação com números que vão de 1 a
12.
Mario The Mathematician
Jogo que contêm as quatro operações.
Super Brain 1.0
Estimula as habilidades cerebrais usando
problemas
lógicos
com
operações
matemáticas, palavras e imagens.
CD Matematicarlos-Números Decimais 1.0
Apresenta aulas sobre números decimais.
Pelo fato de ser uma versão DEMO, os
recursos disponíveis são limitados e básicos.
Formulator Tarsia 3.7
Cria problemas simples envolvendo cálculos
fáceis, frações, álgebra, aritmética e
geometria, teoria dos números, vetores, raiz
quadrada, integrais e algarismos gregos.
Math Stars
Jogos matemáticos para praticar adição,
subtração, multiplicação e divisão com
fatores e múltiplos.
MEG 1.0
Programa que gera cálculos matemáticos
para crianças até a 3ª série, criando contas de
adição, subtração, multiplicação e divisão.
Tux of the Math Command
Oferece atividades para o usuário pensar de
forma rápida, desenvolvendo a lógica
matemática e a velocidade de raciocínio.
30
SOFTWARE
APLICAÇÃO
Twenty Four 1.0
Este jogo tem como objetivo somar 24
pontos com apenas 4 cartas. Para isto pode-se
utilizar as quatro operações fundamentais da
matemática: adição, subtração, divisão e
multiplicação.
Desafios Matemáticos 2.7
Apresenta cinquenta avaliações interativas
baseadas em questões básicas de matemática.
Ejercicios de Matemáticas
É um software gerador de exercícios que
explora somas, diferenças, multiplicações,
divisões exatas, frações, séries numéricas,
porcentagem, áreas, perímetros, álgebra
elementar, equações, medidas e frações.
Multidominó 1,0
Cria jogos de dominó matemático para serem
impressos. Os jogos variam de dificuldade de
acordo com a preferência do usuário, e
podem incluir as quatro operações
aritméticas.
Addorsubtract
Math Flight 1.42
Tutor de matemática para ensinar a fazer
adições e subtrações. Elabora exercícios
numa faixa de números entre 1 e 1000. Faz o
registro da porcentagem de acertos,
registrando as perguntas que o aluno teve
dificuldades para resolver.
O programa efetua operações de adição,
subtração, multiplicação, divisão e uma
mistura de todas as operações, usando como
tema a descoberta de novos países.
31
SOFTWARE
APLICAÇÃO
Mind4Math Advanced 1.0
É um assistente para professores que fornece
variadas planilhas com funções matemáticas
básicas, com exercícios para os alunos.
Math Homework Maker 1.0
Trabalha com operações, conversões de
frações, trigonometria, geometria, estatística
e álgebra.
Math 1
Apresentam as quatro operações básicas da
matemática incluindo números, frações e
números decimais.
Mathquiz 2.01
Jogo, onde o desafio para a criança é acertar
o resultado dos cálculos de multiplicação.
Math Practice 3.0.1
Permite a resolução de operações com
adição, subtração, divisão, multiplicação,
álgebra e algarismos romanos.
Mind4Math Decimals 1.1
É um assistente para professores e pais que
ensina operações matemáticas para as
crianças. Recomendado para reforçar o
aprendizado da criança.
32
SOFTWARE
Phet
Box & Whiskers Drill 1.0
Trilha Matemática 1.0
Operações Matemáticas 1.0
APLICAÇÃO
É um pacote de aplicativos em Java que
simula diversos eventos relacionados às
Ciências Naturais. As simulações são
relacionadas às seguintes áreas: Física,
Química, Biologia, Ciências da Terra e
Matemática. O programa tem algumas
simulações em Língua Portuguesa.
Programa para ensinar Matemática para
crianças com habilidades contextuais. Os
alunos usam conjuntos de dados para
construírem caixas e lotes.
Para movimentar-se pela trilha o jogador
deve resolver expressões matemáticas
É uma coletânea de quatro jogos para
praticar a resolução das operações
fundamentais da matemática.
Gcompris 8.3.5
Jogos com números, atividades de álgebra,
enigma dos formulários, exercícios de
escalas.
Memória 1.21
Jogo
de
Memória
com
operações
matemáticas, às quais devem ser resolvidas
para formar os pares.
33
SOFTWARE
APLICAÇÃO
Tux Math Scrabble 4.0
Jogo educacional para a prática de adição,
subtração, divisão e multiplicação.
Equilíbrio 1.0
Quebra- cabeças cujo objetivo é encontrar os
valores para os pesos de forma que o sistema
fique em equilíbrio. (Torque)
Conexões 1.0
É um jogo que consiste em interligar os
círculos numerados através de linhas que não
poderão se cruzar. O algarismo presente em
cada ponto indica o número de linhas que
poderão partir dele.
Números Corretos 1.0
O jogo preenche os campos em brancos, com
números e operadores matemáticos de tal
forma que as equações obtidas nas
horizontais e verticais sejam verdadeiras.
Math Men From Mars 1.0
É um jogo de resolução de operações básicas.
A Nova Aritmética da Emília
Explora-se números arábicos, romanos,
quantidades, lógica matemática, instrumentos
de medida do tempo e as quatro operações
matemáticas.
34
Alguns softwares matemáticos que podem ser usados no Ensino Médio e Superior:
Tabela 2 - Softwares matemáticos usados no Ensino Médio e Superior
SOFTWARE
APLICAÇÃO
O Mupad é um software de computação algébrica de
propósito geral. Permite resolver equações, sistemas de
equações, inequações, operarem com matrizes, calcular
MuPad
determinantes,
trabalhar
com
polinômios,
promover
simplificações e desenvolvimento de expressões, calcular
limites, derivadas, integrais e diversas outras coisas. Além
disso, traça gráficos em 2D e 3D.
Maxima é um sistema para a manipulação de expressões
simbólicas
Maxima
e
numéricas,
incluindo
diferenciação,
integração, Taylor series, Laplace transforma, equações
diferenciais ordinárias, sistemas de equações lineares,
polinômios, e conjuntos, listas, vetores, matrizes e
tensores..
O KmPlot pode ser usado para desenhar as funções
cartesianas, paramétricas e as funções nas coordenadas
KMPLOT
polares. Aceita vários modos de grade e os desenhos podem
ser impressos com alta precisão na escala perfeita. Pode-se
também desenhar várias funções simultaneamente e
combiná-las para criar funções novas.
Completo sistema de programação, análises e visualização
O´Matrix
para engenharias e ciências exatas. Com suporte para
Matlab. Vem com tutorial e um sistema de ajuda bem
completa.
35
SOFTWARE
APLICAÇÃO
Gnuplot
Plotador de gráficos guiado por comandos interativos
GAP v 4.4.3 - Groups,
Um sistema para Álgebra Discreta Computacional, com
Algorithms, Programming
ênfase particular na Teoria de Grupos Computacionais.
Graphmatica
Desenvolve
funções
gráficas
cartesianas,
relações,
inequações, equações diferenciais ordinárias, etc.
Vários recursos como funções usuais de planilhas e análise
Kyplot
de dados. Também possui ferramentas de desenho para
preparar apresentações
Maple V
Scilab
Mpp
Cabri Géomètre
Maple é um pacote de software para realizar trabalhos em
Matemática.
Software para computação numérica / algébrica.
Pacote com diversas funções matemáticas, que englobam
desde cálculo de séries até Plotador de funções.
Construção de figuras geométricas elementares que podem
ser traçadas com a ajuda de uma régua e de um compasso
36
SOFTWARE
C.a.R. Geometry Program
Winplot
APLICAÇÃO
Pacote para trabalhar dinamicamente com a Geometria
Euclidiana. Similar ao Cabri.
É um utilitário plotador, capaz de animar as curvas em
dezenas de formas.
Emulador da calculadora HP 48G com todas as suas
HP48G
funções. Já vem com ROM da HP48G+ Versão free, inglês,
win.
Matlab
Base Converter
Software de alta performace voltado para o cálculo
numérico.
Programa que faz a conversão de números entre diferentes
bases.
É um software de matemática dinâmica para utilizar em
Geogebra
ambiente de sala de aula, que reúne geometria, álgebra e
cálculo.
O programa permite construir matrizes e operar com elas. É
Winmat
possível trabalhar com números inteiros, reais e complexos.
Determina, entre outras coisas, matriz inversa, transposta,
determinante, traço da matriz e polinômio característico.
37
SOFTWARE
APLICAÇÃO
É uma criação Pedagoguery Software, que permite a
investigação
Poly
possibilidade
de
de
sólidos
tridimensionalmente
movimento,
com
dimensionalmente
planificação e de vista topológica. Possui uma grande
coleção de sólidos, platônicos e arquimedianos entre outros
O Kmplot pode ser usado para desenhar as funções
cartesianas, paramétricas e as funções nas coordenadas
polares. Aceita vários modos de grade e os desenhos podem
KMPLOT
ser impressos com alta precisão na escala perfeita. Pode-se
também desenhar várias funções simultaneamente e
combiná-las para criar funções novas.
3.1 A Internet e outras Ferramentas Tecnológicas no Ensino da
Matemática.
O universo globalizado diminui as barreiras de interlocução ocorrendo inúmeras
mudanças em nossas relações interpessoais, e é através de diversas maneiras de se comunicar
que o homem consegue se acomodar em sociedade. Com a evolução na computação e nas
telecomunicações a Internet se destaca como tecnologia de comunicação, expandindo-se
drasticamente em curto espaço de tempo.
[...] O grande avanço tecnológico atual, as redes de computadores, em especial a
Internet, que permite conectar pessoas espalhadas pelo mundo todo, tem sido o novo
impulso e a nova promessa em direção ao uso da tecnologia de computadores para um
entendimento mais amplo de Educação e da consciência de sermos cidadãos do
mundo.. A tecnologia de redes de computadores viabiliza funções em que não só os
estudantes, mas os próprios professores podem desenvolver suas atividades de um
modo colaborativo. Além da perspectiva que surge com uma nova forma de
comunicação, a Internet tem sido, também, utilizada para veicular sistemas
computacionais das classes mencionadas anteriormente: ensino assistido por
computador e ambientes interativos de aprendizado, que têm seu acesso facilitado pela
rede. (VALENTE et al.,1999, p. 38).
Internet é um imenso sistema de rede mundial que interliga computadores em todo mundo,
seu nome tem origem inglesa, aonde ‘inter’ vem de internacional e ‘net’ significa rede, ou
seja, rede de computadores mundial. São conectados a provedores de acesso, que se ligam a
redes regionais unindo-se a redes nacionais e internacionais através de linhas telefônicas,
38
linhas de comunicação privada, cabos submarinos, canais de satélite e outros meios de
comunicação.
A diversidade de recursos tecnológicos concede aos docentes uma enorme série de
ferramentas à disposição para serem utilizadas na educação, nela encontram-se diferentes
sistemas, sites, listas de discussão, bibliotecas virtuais direcionadas para o apoio ao processo
educativo. Podendo também ser usado como forma de complemento ao ensino, o intercâmbio
de professores com professores, de alunos com alunos, de professores com alunos através de
listas de discussão, correio eletrônico ou em chat. Sofisticando assim alguns métodos que as
escolas aplicam e às vezes vai se tornando transcendentes.
Há inúmeros sites voltados para o estudo da matemática, oferecendo aos professores um
agrupamento de recursos que possa dar-lhes suporte em sua prática pedagógica, e aos alunos
são ofertados recursos que facilitam o estudo de tópicos da matemática sem a presença do
professor.
3.2 Celular
A cada dia que passa aumenta ainda mais o número de alunos que trazem consigo um
aparelho celular para dentro da sala de aula. O seu mau uso pode gerar uma série de
problemas, atender chamadas, barulhos de mensagens, sons transmitidos pelo aparelho podem
dispersar os colegas, atrapalhando o rendimento da aula.
Em Dezembro de 2002, foi aprovada a Lei Estadual N° 14486, que proíbe os alunos o uso
de aparelhos celulares, eletrônicos como MP3 e videogames em salas de aula de escola
pública e privada, a utilização só será liberada nos horários vagos, intervalos ou recreios. O
projeto que determinou essa norma alega que o uso dessas tecnologias poderia desviar a
atenção dos alunos, facilitando também trapaças durante as avaliações.
A proibição do uso do celular em sala de aula pode estimular ainda mais a vontade de usálo. Existem conteúdos e projetos que podem ser trabalhados utilizando recursos do próprio
aparelho, mas é essencial a preparação do professor para que o propósito da aula seja atingido.
[...] Além de servir para dar telefonemas, o celular é também uma ferramenta para
recebimento e envio de mensagens de texto, os torpedos. É uma máquina fotográfica,
com qualidade cada vez maior, além de também ser um álbum de fotos, permitindo
armazenar centenas de imagens ou publicá-las online. Além disso, também é uma
filmadora, que possibilita assistir aos filmes feitos nela ou outros online. É um
gravador de áudio para anotações e lembretes de voz, gravação de entrevistas, assim
como é também um reprodutor de áudio, permitindo ouvir horas e horas de música.
Muitos celulares possuem também a capacidade de recepção direta de rádio ou de TV.
(Sindicato do Ensino Privado, 2013, p.01).
39
Se devidamente utilizado e com um planejamento adequado as escolas podem transformalo em um poderoso método de ensino e aprendizagem, os professores que não possui muita
habilidade com a tecnologia necessitam estar disposto a instruir-se e assim adicionar o seu uso
nas aulas, deixando-a mais interessante estimulando os alunos.
[...] Agenda de contatos, com os números telefônicos e e-mails, os endereços das
pessoas e outras informações, como foto, data de aniversário etc., o celular é ainda um
calendário de compromissos, permitindo configurar avisos para os eventos marcados
(reuniões, provas, aniversários) com antecedência de minutos, horas ou dias. Bloco de
anotações, planilhas eletrônicas, processador de textos, bancos de dados, mapas de sua
cidade ou de qualquer recanto do país ou do planeta, com localização por satélite
(GPS) são mais algumas de suas funções. (Sindicato do Ensino Privado, 2013, p.01)
3.3 Calculadora
A calculadora é uma tecnologia acessível a todos os alunos de diferentes escolas, não
sendo considerada por muitos pais e professores como recurso didático. Alguns professores
possuem certo receio em utiliza-la em sala de aula alegando que poderá ser prejudicial ao
aprendizado inibindo o raciocínio do aluno, ou até mesmo deixando-os preguiçosos, outros
argumentam que nos vestibulares não é permitido o seu uso, mas esquecem de que nos
vestibulares não podem utilizar atlas, dicionários, transferidor, compasso, computadores e
nem por isso proíbem o uso destes recursos nas escolas.
[...] A Calculadora é um dos recursos tecnológicos que o professor de Matemática
pode utilizar, pois, seu uso de forma planejada em sala de aula pode contribuir para o
aprendizado dos conteúdos matemáticos, sendo um recurso que contribui para a
aprendizagem, liberando tempo e energia gastos em operações repetitivas,
possibilitando que o foco da aula seja a resolução de problemas. Ensinar o aluno a
utilizar os recursos da Calculadora, não permite que ele só tenha mais tempo na
resolução dos problemas propostos pelo professor, mas também, permite que ele
aprenda a utilizar um recurso tecnológico que faz parte do seu cotidiano. (Sociedade
Brasileira de Educação Matemática, 2013, p. 02)
Não adianta proibir a utilização da calculadora em sala de aula temendo o seu mau uso,
pois os alunos acabam utilizando-a disfarçadamente em outras disciplinas e até mesmo em
casa, afinal nós também fazemos uso dela em nossa vida particular.
Mesmo que alguns professores não concordam o uso da calculadora em sala de aula traz
alguns benefícios aos alunos e também aos docentes como: favorecimento na agilização de
cálculo, assim o aluno poderá aproveitar seu tempo e energia que seria gasto com operações
repetitivas para resolução de outros problemas e atividades, auxilia o aluno no treino de
cálculo mental, permitindo resolver questões reais onde os números não são exatos, auxilia na
40
aprendizagem das novas tecnologias, visto que ela é de fácil acesso e está presente em vários
objetos como celulares, relógios, agendas e outros.
3.4 História da calculadora
A história da calculadora iniciou-se no século VI A.C. A palavra “cálculo” tem origem no
termo latim “pedra”. Supõe-se que o homem utilizou a pedra como seu primeiro instrumento
de contagem, e o hábito de reorganizar as pedras em colunas tenha originado a primeira
calculadora, o ábaco.
O ábaco era composto de alguns fios paralelos e arruelas que deslizavam e eram capazes
de fazer algumas contas simples, como adição e subtração, seu uso era ilimitado mesmo assim
foram usados vinte séculos seguintes.
Figura 6 - Ábaco
Fonte: http: // historia de tudo.com/calculadora.html
Em 1642, Blaise Pascal filho de um cobrador de impostos, que cresceu vendo seu pai
fazendo contas de cálculos na tentativa de diminuir o trabalho de seu pai, aos dezenove anos
construiu um aparelho automático que girando suas pequenas rodas adicionava e subtraia, ele
era bem rudimentar, media aproximadamente cinquenta centímetros por oito centímetros e era
construída em material metálico possuindo oito seletores que através de estiletes se
movimentavam.
Em 1671, Gottfried Wilhem Von Leibniz matemático alemão através de seus cálculos
produziu um mecanismo capaz de fazer as quatro operações fundamentais e extrair raiz
quadrada, esse instrumento foi nomeado de “roda graduada”. Mas somente em 1880 por
41
iniciativa do americano Herman Hollerith que se deu a aplicação do princípio da “máquina de
calcular”, criada na primeira metade do século XVIII. Seu uso era extremamente restrito, pois
ela ainda era toda mecânica e seu custo era caro.
Figura 7 - Máquina de calcular de Pascal
Fonte: http: // historia de tudo.com/calculadora.html
Figura 8 - Roda Graduada
Fonte: http: // historia de tudo.com/calculadora.html
Mais ou menos 1500 anos Depois de Cristo, Leonard Davi desenvolveu um projeto de
calculadora, mas não foi concluído, ele se tratava de uma máquina composta de várias
engrenagens para fazer cálculos parecido com o ábaco.
Em 1617, foi inventado o conceito de logaritmo pelo matemático não muito popular John
Napier, desenvolvendo assim um instrumento semelhante à calculadora, pois desenvolvia
42
contas de multiplicação, seu funcionamento era com a utilização de “barrinhas” de madeiras,
sendo denominados “Bastões de Napier”.
Em 1623, foi criado um aparelho que somava e subtraia com números de até seis dígitos
sendo operado através de uma manivela, seu criador foi o alemão Wilhel Schikard.
Em 1638, um sacerdote inglês criou a “Régua de Cálculo”.
Em 1672, Gottfried Wilhelm Von Leibniz conseguiu fabricar uma máquina baseada no
príncipio da máquina de Pascal onde conseguia fazer multiplicação, divisão, adição e
subtração.
Baseado na máquina inventada por Leibniz, Jacob Leupold em 1727, projetou uma
máquina de calcular circular.
Charles Xavier de Colmar foi o inventou da somadora “Arithomometer” ou Máquina de
Thomas no ano de 1820, foi produzida em grande quantidade e reproduzida por vários
fabricantes até o final do século dezenove.
Em 1822, Charles Babbage inventou uma calculadora feita de engrenagens que segundo
alguns historiadores essa máquina teria dado origem aos computadores.
Thomas Fowler produziu em 1838 um sistema elaborado pelas tabelas de números binários
e ternários facilitando os cálculos aritméticos, era feita de madeira medindo cerca de quinze
centímetros por sete centímetros e meio, mas nunca entrou em produção.
Frank Stephen Baldwin em 1875 revelou uma calculadora elaborada com cilindros de
pinos, com engates e alguns pinos capazes de fazer as mesmas operações de Leibniz de uma
forma muito mais simples.
Em 1878 o sueco Willdogt T. Odhner lançou também o seu sistema de calculadora com
cilindro.
A primeira calculadora capaz de imprimir as contas realizadas foi inventada por Felt em
1889, facilitando assim a vida dos comerciantes.
Madas era uma máquina capaz de realizar as quatro operações, era baseado no
funcionamento da Arithometer, mas com mecanismo automático para divisão foi inventada
por H.W.Elgi (Madas) e patenteado em 1902 por Alexander Rechnitzer.
Em 1947 Curt Herzstark inventou a calculadora que foi considerada a mais brilhante em
toda a humanidade, é mecânica, tem o tamanho de um copo e é reduzida em todas as suas
dimensões é chamada de Curta. Ele desenvolveu esse projeto no campo de concentração
nazista onde era prisioneiro.
As indústrias buscavam a redução do tamanho das calculadoras, mas seu custo era alto, a
calculadora de mesa surgiu na década de sessenta e as minicalculadoras da década de setenta.
43
Em 1973 as calculadoras eletrônicas tomaram conta do mercado, foram evoluindo até se
transformar no que presenciamos hoje, de uma pequena calculadora de bolso até um mega
computador que são capazes de realizarem contas monstruosas.
Figura 9 - Calculadora eletrônica
Fonte: http: // historia de tudo.com/calculadora.html
Figura 10 - Calculadora científica
Fonte: http: // historia de tudo.com/calculadora.html
44
4 METODOLOGIA
Esta pesquisa tem como objetivo mostrar a relevância do uso da informática para um
melhor ensino de matemática, investigando a capacitação dos docentes para ministrar um
ensino de qualidade, culminando com um diagnóstico referente às principais falhas
observadas e divulgação dos métodos e processos que mais geram atrativos para os alunos dos
ensinos fundamental II e médio na rede pública de Pitangui.
Refere-se a uma pesquisa de abordagem quantitativa e qualitativa em educação
matemática, afinal as pesquisas qualitativas tem caráter especulador, incentivam os
entrevistadores a falar e pensar espontaneamente sobre algum tema ou objeto. Não há receio
em projetar resultados para a população, é pequeno o número de entrevistados, as informações
na maioria das vezes são coletadas por meio de um roteiro. Já as pesquisas quantitativas as
opiniões e informações são expostas em números para obtenção das análises de dados e
posteriormente chegarmos a uma conclusão.
“A metodologia qualitativa preocupa-se em analisar e interpretar aspectos mais
profundos, descrevendo a complexidade do comportamento humano. Fornece análise
mais detalhada sobre as investigações, hábitos, atitudes, tendências de
comportamento, etc.”. (Marconi; Lakatos 2007, p.269).
As pesquisas qualitativas têm como aspecto o ponto central na interpretação ao invés de
na quantificação, destaque na subjetividade ao invés de na objetividade, agilidade na maneira
de administrar a pesquisa, indicação para o método e não para o resultado, o destaque está na
assimilação e não num objetivo pré-determinado, como na pesquisa quantitativa, preocupa-se
como o assunto, no sentido de que a conduta das pessoas e a postura prendem-se intensamente
na formação da experiência.
Como aborda Gil (2002).
A análise qualitativa é menos formal do que a análise quantitativa, pois nesta última
seus passos podem ser definidos de maneira relativamente simples. A análise depende
de muitos fatores, tais como a natureza dos dados coletados, a extensão da amostra, os
instrumentos de pesquisa e os pressupostos teóricos que nortearam a investigação.
Pode-se, no entanto, definir esse processo como uma sequência de atividades, que
envolve a redução dos dados, a categorização desses dados, sua interpretação e a
redação do relatório.( Gil, 2002, p. 133).
Sabemos que existem vários métodos para colher dados como a observação, a entrevista,
análise documental e o questionário.
Diante da abordagem qualitativa decidi adotar as técnicas de observação e questionário.
Marconi e Lakatos (2001) definem observação e questionário da seguinte maneira:
45
Observação- utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade.
Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos
que se deseja estudar. Pode ser Sistemática, Assistemática, Participante, Não
participante, Individual, em equipe, ma vida real, em laboratório. Questionárioconstituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por escrito e sem a
presença do pesquisador”. (Marconi; Lakatos, 2001, p. 107).
Foi realizado um levantamento na superiêntencia de ensino na cidade de Pará de Minas,
com o intuito de se saber quantas escolas estaduais e municipais existem na cidade de
Pitangui. Dentre as quais como são as ofertas de ensino em relação ao ensino Fundamental I,
Fundamental II e Ensino Médio.
Diante do levantamento foram escolhidas quatro escolas estaduais, onde foram aplicados
questionários aos corpos docentes, contendo questões de múltipla escolha. Os questionários
foram aplicados nos dias 03/07 e 04/07 de 2013 e eram constituídos de vinte questões, com o
intuito de avaliar a capacitação dos docentes, bem como as técnicas expositivas utilizadas,
analisando os laboratórios de informática se estão atualizados, se possui internet, quais
disciplinas os utilizam para fins didáticos e aferir a utilização dessa importante ferramenta de
ensino.
Entre as quatro escolas selecionadas para pesquisa, foram distribuídos cinquenta e dois
questionários, onde somente trinta e três professores demonstraram disposição a contribuir
com a presente pesquisa.
Os dados foram coletados de forma simples e manual, para posteriormente serem
tabulados eletronicamente. De acordo com Gil (1999, p.171) tabular “é o processo de agrupar
e contar os casos que estão nas várias categorias de análise”, será simples, pelo fato que se
“consiste na simples contagem das frequências das categorias de cada conjunto”, manual,
pois utilizou como recurso lápis e papel para registrar os dados adquiridos,
A análise dos dados será catalogada e identificada para melhor compreensão do objetivo
proposto.
46
5 ANÁLISE DE DADOS
Como citado em capítulos anteriores, a informática no Brasil iniciou-se no fim dos anos
80, primeiramente nas indústrias, no comércio, nas universidades e posteriormente nas
escolas. Era um saber submetido a poucos, limitado aos profissionais.
Antes os professores nas escolas só tinham acesso ao editor de texto, mas com a inovação
da internet a partir da segunda metade da década de 90 esse enorme repertório de
conhecimento passou a ser utilizado por eles no processo de ensino - aprendizagem. Hoje
contamos com uma infinidade de softwares, como a família do software proprietário da
Microsoft Windows e a família de softwares livres como o Sistema Operacional Linux e seus
aplicativos Open Office, mas muitas escolas não chegaram nessa face ainda.
Para realizar esta pesquisa apliquei um questionário contendo vinte questões de múltipla
escolha a uma amostra de trinta e três professores da rede estadual de Pitangui. Foi feito um
levantamento na superintendência de Pará de Minas com a finalidade de saber quantas escolas
existe no município de Pitangui e sua oferta de ensino, a tabela abaixo ilustra o resultado
obtido.
Tabela 3 - Escolas em Pitangui
Escolas Municipais
Oferta de Ensino
Colégio Comercial Lima Guimarães
Anos iniciais e finais
Barnabé
Anos iniciais
Escola municipal Chapadão
Anos iniciais
Dr. José Lima Guimarães
Anos finais
Jorge Morato
Anos iniciais finais e pré-escola.
Luici Rocha
Anos iniciais e pré-escola
Monsenhor Vicente Soares
Anos iniciais
Municipal Santiago
Anos iniciais e pré-escola
Manuel de Souza
Anos iniciais e pré-escola
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Escolas Estaduais
E Escola Estadual Dr. Jacinto Álvares
Escola Estadual Francisca Botelho
Escola Estadual Gustavo Capanema
Oferta de Ensino
Anos iniciais
Anos iniciais
Anos iniciais, anos finais, ensino médio e
EJA.
Escola Estadual Monsenhor Arthur de
Anos finais e ensino médio
Oliveira
Escola Estadual Padre Joaquim Xavier Lopes
Cansado
Escola Estadual José Valadares
Anos iniciais finais e ensino médio.
Anos iniciais e finais
Dentre as escolas citadas acima, foram aplicados questionários somente em quatro, Escola
Estadual Monsenhor Artur de Oliveira, Escola Estadual Gustavo Capanema, Escola Estadual
Padre Joaquim Xavier Lopes Cansado e Escola Estadual José Valadares. Foram distribuídos
cinquenta e dois questionários, porém somente trinta e três professores contribuíram para a
realização dessa pesquisa.
Os questionários foram distribuídos para todos os professores que estavam presentes nas
escolas, professores de Física, Química, Biologia, Português, Geografia, História, Língua
Estrangeira e Educação Física sendo eles do ensino Fundamental e Médio.
Gráfico 01: Tempo de trabalho dos profissionais da educação como professor em Pitangui 2013.
Fonte: Dados de pesquisa, 2013. Elaborado pela autora
48
Como podemos analisar no gráfico acima 33% dos professores entrevistados tem uma
faixa etária entre um e cinco anos que lecionam 55% de cinco a dez anos e 12% lecionam a
mais de dez anos. E dentre eles 90% representam ter mais de trinta anos.
É na prática, e com reflexão sobre ela, que o professor consolida ou revê ações,
encontra novas bases e descobre novos conhecimentos. É na prática que vai
encontrando outros elementos, outros subsídios que só a formação, em primeiro
momento não tem condições de fornecer. E mais, a reflexão conduz o professor a
produzir um saber que o acompanha como referência, como parte da experiência e
identidade, o que é muito importante para a construção da competência pedagógica
profissional, lembrando, inclusive, que á competência pedagógica supor pessoas em
desenvolvimento, com sentimento praticados e esclarecidos da pertença a algo, ou
não.( Borba; Penteado, et al. .2000, p. 11).
Gráfico 02: Formação acadêmica dos docentes nas escolas públicas de Pitangui-2013
Formação acadêmica dos docentes nas
escolas públicas de Pitangui - 2013
30,31%
69,69 %
Pós - Graduação
Graduação
Mestrado
Fonte: Dados de pesquisa, 2013. Elaborado pela autora
Como podemos observar dos trinta e três professores que responderam os questionários
69,69% possui pós-graduação e 30,31% possui graduação, sendo que nenhum deles possui
mestrado.
A formação do professor é um processo tão abrangente que, como a aprendizagem de
vida, nunca está concluído. Realiza-se de modo intrincado e dialético no transcurso de
todo o exercício profissional. Assim como a pessoa, também o profissional
desenvolve-se continuamente adquirindo conhecimentos pela experiência aliada a
estudos teóricos, num processo de reflexão”( Borba; Penteado, et al. .2000, p. 11).
49
Gráfico 03: Professores da educação que possuem curso de informática em Pitangui - 2013.
Fonte: Dados de pesquisa, 2013. Elaborado pela autora
90,91% dos professores possui curso de informática, 51,52% deles alegaram que seus
conhecimentos são satisfatórios, 30,30% disseram que são razoáveis e 18,18% tem pleno
conhecimento com a informática.
Os atuais professores estudaram em uma época em que a informática não fazia parte do dia
a dia e, são poucos dentre os que estão formando para o futuro que estão se preparando para
inverter essa realidade.
Entendemos que uma nova mídia, como a informática abre possibilidades de
mudanças dentro do próprio conhecimento e que é possível haver uma ressonância
entre uma dada pedagogia, uma mídia e uma visão de conhecimento. Não se trata de
dizer que existe uma relação biunívoca entre o conhecimento e a pedagogia ou entre a
mídia e a pedagogia. (BORBA; PENTEADO, 2001, p.45)
Dos 33 docentes 96,97% utilizam informática no seu dia a dia, através de internet,
trabalhos, sites, provas, editores de texto, pesquisas, notícias, jogos, email, cursos, controle
bancário e planilhas eletrônicas.
“Muitos professores têm o primeiro contato com computadores já na situação da sala
de aula. Isso gera certa instabilidade pois, ao mesmo tempo que reconhecem tratar-se
de um instrumento imprescindível em seu trabalho, concedem quase nada sobre seu
uso .”( Borba; Penteado, et al. .2000, p. 29).
Das quatro escolas onde os questionários foram aplicados todas possuíam laboratório de
informática. Mas de acordo com o gráfico abaixo 81,82% disseram que os computadores nos
laboratórios não são suficientes.
50
Gráfico 04: Os computadores nas escolas de Pitangui em 2013 são em números suficientes?
Fonte: Dados de pesquisa, 2013. Elaborado pela autora
Os professores alegaram que 84% deles não utilizam o laboratório para fins didáticos, pois
a falta de computadores para a quantidade de alunos, a estrutura do laboratório, a indisciplina
dos alunos e até mesmo a falta de capacitação não permite a sua utilização.
“Como comprar computadores para as escolas, se nem mesmo há giz em várias delas?
Como pensar em computador na escola, se os professores continuam sendo mal
remunerados?” (BORBA; PENTEADO, 2001, p.13).
As fotos abaixo mostram o laboratório de duas das quatro escolas onde os questionários
foram distribuídos. Sendo que uma delas no momento de minha visita os alunos estava
assistindo filme de história.
Figura 11- Laboratório de informática I
Fonte: Escola Estadual Monsenhor Artur de Oliveira
51
Figura 12 - Laboratório de informática II
Fonte: Escola Estadual Monsenhor Artur de Oliveira
Figura 13 - Laboratório de informática III
Fonte: Escola Estadual Padre Joaquim Xavier Lopes Cansado
52
Gráfico 05: Curso de capacitação para utilização do laboratório de informática
Fonte: Dados de pesquisa, 2013. Elaborado pela autora
Do total de docentes entrevistados, 96,97% alegaram que não foi oferecido cursos de
capacitação para que eles utilizassem o laboratório de informática. Não basta apenas comprar
equipamentos, programas e equipar um laboratório, o sucesso desse projeto de ensino –
aprendizagem está na capacitação dos docentes, pois eles deverão estar capacitados para saber
explorar o novo ambiente de trabalho, integrando a informática com sua proposta de ensino.
“A formação do professor para ser capaz de integrar a informática nas atividades que
realiza em sala de aula deve prover condições para ele construir conhecimento sobre
as técnicas computacionais, entender por que e como integrar o computador na sua
prática pedagógica e ser capaz de superar barreiras de ordem administrativa e
pedagógica. Essa prática possibilita a transição de um sistema fragmentado de ensino
para uma abordagem integradora de conteúdo e voltada para a resolução de problemas
específicos do interesse de cada aluno. Finalmente, deve-se criar condições para que o
professor saiba recontextualizar o aprendizado e a experiência vividas durante a sua
formação para a sua realidade de sala de aula, compatibilizando as necessidades de
seus alunos e os objetivos pedagógicos que se dispõe a atingir. (VALENTE et
al.,1999, p. 141).
A capacitação do corpo docente deve reunir conhecimentos básicos de informática,
assimilação das tecnologias com as propostas pedagógicas, projetos multi, inter e
transdiciplinares, assim o professor terá uma segurança maior para trabalhar com os novos
recursos tecnológicos.
Mas para incluir a informática nas escolas é necessária que tenha um técnico ou um
coordenador de informática para dar suporte a escola, da mesma forma que existem
coordenadores para outras áreas e atividades dentro da escola.
53
Dos professores entrevistados 93,94% alegaram que nas escolas de Pitangui não possuem
esse suporte. E muita das vezes eles se deparam com alguns imprevistos que não sabem lidar
como: o computador travando frequentemente, o programa que iriam utilizar na aula não
funciona em todos os computadores, algumas máquinas com vírus prejudicando o seu
funcionamento, perdem o arquivo onde havia gravado os trabalhos dos alunos, o drive dos
disquetes não funciona e nem todos os computadores possuem recursos de multimídia.
Com a presença de um coordenador de informática os problemas detectados seriam
resolvidos, mas o coordenador não seria apenas um facilitador do processo, seria necessário
que ele conhecesse o projeto pedagógico da escola, tivesse uma visão ampla dos diversos
conteúdos pedagógicos a fim de perceber as dificuldades e potencial dos docentes para poder
ajudá-los, procurar explorar os diversos softwares educativos existentes, afinal como ilustra o
gráfico abaixo 6,07% dos professores nas escolas de Pitangui nem sabe se o laboratório de
informática possuem softwares educativos.
Gráfico 06: Os laboratórios das escolas de Pitangui em 2013 são equipados com softwares
educativos
Fonte: Dados de pesquisa, 2013. Elaborado pela autora
54
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A informática vem apresentando cada vez mais destaque no contexto educacional. Sua
aplicação como objeto de aprendizagem vem aumentando de forma acelerada. Desta
maneira a educação vem enfrentando mudanças estruturais e funcionais diante a essa
nova tecnologia. Pois com ela podemos estimular cada vez mais os alunos, contamos com
uma infinidade de materiais disponíveis que podem ser usados como forma de dinamizar
as aulas de matemática.
Mas a partir da análise feita podemos constatar que os professores da cidade de
Pitangui não estão fazendo uso dessas novas tecnologias. Nenhuns dos professores que
responderam os questionários possuíam mestrado,
Todas as escolas possuíam laboratório de informática, mas a maioria dos docentes
alegaram que não o utilizam para fins didáticos devido a falta de computadores para a
quantidade de alunos, a indisciplina e até mesmo a falta de capacitação, deixando-os
inseguros e até mesmo desamparados.
Conclui-se que os docentes de Pitangui necessitam de cursos de capacitação, eles não
precisam ser um especialista em informática, apenas saber utilizar o computador como
um instrumento de trabalho.
Esta pesquisa foi de suma importância para mim, pois pude perceber que assim como
os docentes que participaram da pesquisa não foram capacitados, e não usam
computadores em suas aulas, eu também não teria condições de usar essas novas
tecnologias, pois não tenho muito domínio delas e não me sentiria segura. Afinal os
adolescentes de hoje já nascem utilizando-a e com certeza me depararia com alunos que
saberiam mais do que eu.
Senti-me na responsabilidade de capacitar-me antes de entrar em uma escola para
lecionar. Pois a aula em um laboratório é mais interessante, atrativa desperta mais o
interesse dos alunos, saindo assim da rotina, buscando novas formas de ensinar e
aprender.
55
7 APÊNDICE
FAPAM
FACULDADE DE PARÁ DE MINAS
Reconhecida pelo Decreto 79.090 de 04/01/1970
Prezado Professor,
Venho através deste, solicitar seu apoio para concretizar minha pesquisa e assim ter o
embasamento necessário para definir algumas situações de estudo acerca do uso da
informática como ferramenta educacional.
Para tanto, necessito de sua colaboração em responder o questionário abaixo,
observando que se trata de total isenção da identificação de sua ilustre pessoa.
Desde já agradeço
QUESTIONÁRIO
01- Tempo de trabalho como professor:
( ) até 1 ano
( ) 1 a 5 anos
( ) 5 a 10 anos
( ) Acima de 10 anos
02- Formação acadêmica:
( ) Graduação
( ) Especialização
( ) Pós Graduação
( ) Mestrado
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FAPAM
FACULDADE DE PARÁ DE MINAS
Reconhecida pelo Decreto 79.090 de 04/01/1970
03- Escola (s) que trabalha:
( ) Escola Estadual Gustavo Capanema
( ) Escola Estadual Monsenhor Artur de Oliveira
( ) Escola Estadual Padre Joaquim Xavier Lopes Cansado
( ) Escola Estadual Professor José Valadares
( ) Colégio Comercial Lima Guimarães
( ) Outras___________________________________________________________
04- Disciplina que leciona:
( ) Matemática
( ) Física
( ) Química
( ) Biologia
( ) Geografia
( )História ( ) Língua Estrangeira
( ) Português
05- Séries que trabalha:
( ) 6° ano
( ) 7° ano
( ) 8° ano ( ) 9° ano
( ) Ensino Médio
06- Possui curso de informática:
( ) Sim
( ) Não
07- Se sim assinale quais:
( ) Windows
(
( ) Word
) Digitação
08- Possui computador em casa?
( ) Sim, mas não utilizo.
( ) Sim e utilizo
( ) Não
( ) Excel
( ) Internet
( ) Power Point
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Reconhecida pelo Decreto 79.090 de 04/01/1970
09- Habilidades no uso da informática:
( ) Nenhuma
( ) Razoável
( ) Satisfatória
( ) Plena
10- Utiliza a informática no seu dia a dia? ( ) Sim
( ) Não
11- Se sim, informe o tipo de utilização:
( ) Internet
( ) Diversão
( ) E-mail
( ) Sites de relacionamento
( ) Editor de texto
( ) Planilhas eletrônicas
( ) Elaboração de trabalhos e provas
( ) Pesquisas
( ) Cursos
( ) Diário escolar eletrônico
( ) Notícias
( ) No trabalho
( ) Jogos
( ) Controle bancário
Outros:________________________________________________________________.
________________________________________________________________________
12- Dentre a(s) escola(s) citada(s) acima que você trabalha quais possui laboratório de
informática:
( ) Escola Estadual Gustavo Capanema
( ) Escola Estadual Monsenhor Artur de Oliveira
( ) Escola Estadual Padre Joaquim Xavier Lopes Cansado
( ) Escola Estadual Professor José Valadares
( ) Colégio Comercial Lima Guimarães
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( ) Outras ____________________________________________________________
FAPAM
FACULDADE DE PARÁ DE MINAS
Reconhecida pelo Decreto 79.090 de 04/01/1970
13- Possui computadores suficientes? ( ) Sim
( ) Não
14- Possuem técnicos para dar suporte a escola? ( ) Sim
15- O laboratório possui internet? ( ) Sim
( ) Não
( ) Não
16- O laboratório é utilizado para fins didáticos? ( ) Sim
( ) Não
17- Os laboratórios são equipados com softwares educacionais?
( ) Sim
( ) Não
18- Houve cursos de capacitação aos educadores para utilizar o laboratório?
( ) Sim
( ) Não
19- O laboratório é utilizado por todas as disciplinas? ( ) Sim
( ) Não
20- Dentro os itens citado abaixo assinale os que você considera como dificuldade para
utilização do laboratório de informática:
( ) Falta de computador para a quantidade de alunos,
( ) Indisciplina dos alunos,
( ) Falta de capacitação dos docentes,
( ) Falta de estrutura do laboratório,
( ) Outros ___________________________________________________________
____________________________________________________________________
59
REFERÊNCIA
ANDRADE, Pedro, F. Modelo Brasileiro de Informática na Educação. Ministério de
Educação
e
do
Desporto:
Brasília.
Disponível
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BORBA, Marcelo C.; PENTEADO, Miriam, G. Informática e Educação Matemática. 3 ed.
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BORBA, Marcelo C.; PENTEADO, Miriam, G. et al. A informática em ação – Formação
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FREIRE. F. M. P; Prado, M. E. B.B Martins, MC & Sidericoudes, O. A implantação da
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NASCIMENTO, João, K.F, Informática aplicada á educação. Brasília: Universidade de
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SOCIEDADE BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA, Explorando os recursos
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VALENTE, Arnaldo et al. O computador na sociedade do conhecimento. Campinas:
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