BOLETIM DE INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE O Objetivo deste

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BOLETIM DE INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE O Objetivo deste
BISUS
BOLETIM DE INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
O Objetivo deste Boletim é promover o interesse dos
alunos da PUCSP em colaborar com pesquisas sobre o
tema de Inovação e Sustentabilidade como uma forma de
contribuir com uma cultura de Desenvolvimento
Sustentável na Universidade.
BISUS 2s v3 2012
AGRONEGÓCIOS E SEU DESENVOLVIMENTO NO BRASIL: UM ESTUDO
SOBRE A ALIMENTAÇÃO
Natália Silva Martins
ECONOMIA SOCIAL: FERRAMENTAS COLABORATIVAS COMO
CONTRIBUIÇÃO À GESTÃO SOCIAL
Maikol Nascimento Pinto
MARKETING DIGITAL
Geraldo Ribeiro de Souza Neto
O ABISMO DA MULHER NAS ORGANIZAÇÕES E NA SOCIEDADE
Natália Maria Komatsu Dian
PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS
Julianne Calisto de Azevedo
RESILIÊNCIA, ESTRESSE E QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
Gabriela Beatriz Toledo
SUSTENTABILIDADE
Fernanda El Hadi de Almeida
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
ECONOMIA SOCIAL: FERRAMENTAS COLABORATIVAS COMO
CONTRIBUIÇÃO À GESTÃO SOCIAL
Aluno: Maikol Nascimento Pinto
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 2
CAPÍTULO I – ECONOMIA SOCIAL .................................................................. 3
1.1.
REDES SOCIAIS ........................................................................... 4
1.2.
PIONEIRISMO BRASILEIRO ......................................................... 4
1.3.
ECONOMIA ASSOCIATIVA .......................................................... 5
1.4.
ECONOMIA CRIATIVA .................................................................. 6
CAPÍTULO II – CAPITAL SOCIAL ...................................................................... 8
CAPÍTULO III – DESENVOLVIMENTO LOCAL E EMPREENDEDORISMO
SOCIAL ..................................................................................... 10
3.1. A GESTÃO SOCIAL COMO POLÍTICAS PÚBLICAS PARA O
DESENVOLVIMENTO LOCAL .......................................................... 11
3.2. OS ATORES SOCIAIS NO DESENVOLVIMENTO LOCAL .............. 16
3.3. A SUSTENTABILIDADE NA ECONOMIA SOCIAL ........................... 19
3.4. EMPREENDEDORISO SOCIAL ......................................................... 22
CONCLUSÕES .................................................................................................... 23
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 24
2
INTRODUÇÃO
O presente trabalho, de caráter qualitativo, tem por objetivo geral estudar a
economia social, seus significados conhecidos e as ferramentas colaborativas que
contribuam à gestão social.
Seus objetivos específicos são apresentar o conceito de capital social, enquanto
componente do capital humano que possibilita os indivíduos de uma determinada
localidade confiarem uns no outros e, por intermédio da cooperação, formar novos
grupos e associações produtivas, inseridos na realidade local.
Em seguida, este trabalho apresenta propostas para o desenvolvimento local
organizado, cooperativo, confiante e participativo, contexto no qual os atores sociais
são empoderadas pela constituição de redes de solidariedade, fomentadas pelas
variadas formas de municipalidade e suas relações.
CAPÍTULO I - ECONOMIA SOCIAL
A economia na perspectiva social sugere a cooperação entre os diversos atores
sociais,
numa
atmosfera
de
desenvolvimento
e
interatividade
em
redes
colaborativas, apesar de não existir no Brasil um consenso das organizações que a
compõem e o papel de cada uma delas.
3
Por esse prisma, a economia social se caracteriza cada vez mais como um
microcosmo semiautônomo, no qual se entrelaçam teoria e prática, discurso e ação,
e que vem construindo suas próprias normas, regras e códigos (ANDION, 2006;
SERVA, 2006).
Para Dowbor (2006)1 um circuito que envolve pequenas empresas, iniciativas
sociais, uma imensa área informal,
os apoios consistem em alguns cursos de
formação, fragmentos de apoio tecnológico, iniciativas de microcrédito. Segundo ele,
na realidade brasileira, isso não pode ser chamado de política de apoio no sentido
amplo, comparável ao que existe em outros países.
Sugere Dowbor que inúmeras experiências de gestão local, dinamização de
pequenas e médias empresas, expansão econômica familiar, promoção de emprego
através de iniciativas da sociedade civil organizada e de poderes locais continuam
relativamente pouco conhecidas e permanecem frequentemente isoladas, quando
poderiam ter um impacto maior na economia como um todo.
Assim, redes de apoio (nomeadas também de redes sociais), podem ser capazes de
gerar efeitos multiplicadores das iniciativas da área da economia social, como
formas de organização da sinergia entre instituições financeiras de fomento, apoio
tecnológico, formação profissional, setores da academia, organizações da sociedade
civil e outros atores do processo.
1.1. Redes sociais
A compreensão da maneira pela qual as redes sociais são estabelecidas e suas
inter-relações no desenvolvimento econômico e social de comunidades e grupos
sociais mostram como o fenômeno de acesso à informação é importante.
Alicerçados no fato de que a superação da opressão realiza-se através da
constituição de uma nova forma de governo, na qual os cidadãos têm poder efetivo
1
Disponível em http://dowbor.org/2006/09/redes-de-apoio-ao-desenvolvimento-local-uma-estrategia-deinclusao-produtiva-doc.html/
4
(ARENDT, 2007); e na certeza de que “nunca houve fome coletiva em uma
democracia multipartidária efetiva” (SEN, 2000, p. 208), a “repolitização” global da
gestão social (SANTOS, 1997), baseada numa rede intersetorial capaz de distribuir
recolher participação efetiva da sociedade garantirá um futuro mais qualitativo a
todos e a cada um.
1.2. Pioneirismo brasileiro
A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, realizada entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, na cidade do Rio
de Janeiro, no Brasil, foi um evento que ficou conhecido como ECO-92 ou Rio-92
que buscou fazer um balanço de problemas existentes e progressos realizados.
No evento, foram elaborados documentos importantes que continuam sendo
referencia para as discussões socioambientais. Configurou-se, como um importante
resultado da ECO-92, a Agenda 21: um plano de ações com o intuito de modificar os
padrões de consumo e produção em escala mundial, na tentativa de minimizar
impactos ambientais sem deixar de atender as necessidades básicas da
humanidade2.
A Agenda 21 foi um acordo estabelecido, na época, entre 179 países para a
elaboração de estratégias que objetivassem o desenvolvimento sustentável, ou seja,
a sustentabilidade.
Esse documento está estruturado em quatro seções: “Dimensões sociais e
econômicas”, “Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento”,
“Fortalecimento
do
papel
dos
principais
grupos
sociais”
e
“Meios
de
3
implementação” .
Segundo o IBGE4, a Agenda 21 já foi adotada em diversas cidades por todo o
mundo, inclusive por intermédio de parcerias e de intercâmbio de informações entre
2
Disponível em: <http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/rio-mais20/agenda/2012/05/30/noticias_internas_agenda,297329/conheca-os-principais-documentosformulados-durante-a-eco-92.shtml>.
3
Disponível em <http://www.brasilescola.com/geografia/eco-92.htm>.
4
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/ecologia/eco92.html>.
5
municipalidades. O IBGE destaca que o compromisso se desenrola no âmbito da
cooperação e do compromisso de governos locais, levando-se em conta,
principalmente, as especificidades e as características particulares de cada
localidade, de cada cidade, para planejar o que deve ser desenvolvimento
sustentável em cada uma delas.
Pode-se perceber que o Brasil foi palco de discussões pioneiras acerca do
desenvolvimento sustentável e, paralelamente, acerca da Economia Social em torno
do desenvolvimento local mundial.
1.3. Economia Associativa
O movimento da “Economia Solidária” vem se reinventando ao longo da história,
num processo inspirado por interesses comuns a todos os indivíduos.
Há duas décadas, no Brasil, a Cáritas, órgão da Igreja Católica, vem fazendo o que
ela denomina de economia popular solidária.
Na Índia e alhures, os discípulos de Prabhat Ranjan Sarkar preferem um termo que
é PROUT (Progressive Utilization Theory ou Teoria da Utilização Progressiva)
(CANDEIAS, 2005; MACDONALD, 2005; NETO, 2005).
O filósofo indiano Prabhat Ranjan Sarkar (1921-1990) propôs um modelo alternativo
socioeconômico que promove o bem estar e desenvolvimento de cada pessoa,
fisicamente, mentalmente e espiritualmente. Conceitos sociais de Prout, inclui
garantias as necessidades básicas, o direito ao trabalho, a uma economia de três
níveis, incluindo empresas privadas e pequena escala, cooperativas e indústrias.
Prout propõe um modelo holístico que fornece um quadro abrangente para
efetivamente medir e comparar políticas para o bem de todas as pessoas e para o
planeta.
O tema “Um outro mundo é possível!" do Fórum Social Internacional, que começou
no Brasil em 2001 e tem crescido desde então, com milhares de pessoas
6
participando de um eventos globais, regionais, nacionais e locais, são capazes de
educar o pessoas democraticamente e refletir na política e na econômica. Nesses
fóruns, é comum afirmar que os brasileiros são contra a economia mundial injusta,
baseada no egoísmo lucro e da ganância, o que exclui a maioria das pessoas se
beneficiem. No entanto, na Teoria da Utilização Progressiva, Prout oferece a
oportunidade de defender que as pessoas podem alcançar seus próprios objetivos.
O mundo que as pessoas querem é um mundo sem guerra, fome e pobreza, e com
paz e justiça. Há um poder tremendo neste sonho compartilhado, e há muitas
pessoas que estão lutando para ajudar a criá-lo.
O processo de resposta a pergunta em relação “Ao mundo que se quer”, é
fundamental para a criação de um futuro melhor. Assim, Prout promove uma
perspectiva ecológica e espiritual, que é universal e com os direitos humanos, a
democracia e a proteção ambiental.
1.4. Economia Criativa
Algumas estratégias de desenvolvimento sustentável para o século XXI estão sendo
criadas e estudadas. Assim, a Economia Criativa é posta a exemplo.
Para Deheinzelin, a Economia Criativa é o acolhimento de “todos os setores que
trabalham com cultura e criatividade como matéria-prima”. Explica que a razão para
o acolhimento é, que a partir da constituição de um setor, é possível formar políticas
públicas e fortalecer o setor em ambientes adequados para o desenvolvimento 5.
Destaca que a Economia Criativa possui quatro áreas principais:
 núcleo das artes: formado por teatro, música, artes plásticas, artes visuais,
entre outros;
 núcleo da indústria de conteúdo: rádio, televisão, jornais, sites, entre outros;
5
Disponível
em
<http://economiadacultura.blogspot.com.br/2008/01/lala-deheinzelin-fala-sobre-
economia.html>. Acesso em 10 dez. 2012.
7
 núcleo de serviço criativo: dedicado à publicidade, design, moda, arquitetura,
entre outros;
 núcleo de entretenimento, lazer e questões públicas: abrange a cultura
popular, as festas de rua, as festas tradicionais, o artesanato e todas as
manifestações ocorridas em espaços públicos.
Dessa forma, pode-se perceber que a economia criativa oferece oportunidades para
o crescimento de uma localidade, uma cidade, um munícipio ou país por intermédio
da atuação em negócios criativos, trabalhados simultaneamente com o fator
econômico junto à interação social, o que pode gerar, assim, mercado.
A “’culturalização’ dos negócios”, segundo Deheinzelin, é um campo pouco
explorado. Consiste na inovação de produtos e serviços, ampliação de mercados e
fidelização dos clientes, por intermédio da “incorporação de elementos culturais e
criativos ao negócio”6.
Assim, a implementação políticas públicas e sensibilização de autoridades privadas
que fomentem os negócios criativos inovadores são elementos fundamentais para
os processos relativos à condução deste tipo de economia, tal como sua
consolidação.
CAPÍTULO II - CAPITAL SOCIAL
O Capital Social pode ser definido como o resultado da cooperação confiante entre
atores sociais empoderados da capacidade de organização, participação e poder de
ação para o fortalecimento e desenvolvimento local.
6
Disponível
em
<http://economiadacultura.blogspot.com.br/2008/01/lala-deheinzelin-fala-sobre-
economia.html>. Acesso em 10 dez. 2012.
8
Segundo Coleman (1990), o capital social é definido como o componente de capital
humano que possibilita aos membros de determinada sociedade confiarem uns nos
outros e cooperarem na formação de novos grupos e associações e, da mesma
forma que outros tipos de capital, o capital social é produtivo.
Nesse trabalho, o termo “capital social” pode ser visto sob dois prismas: pela
variável de desenvolvimento, tangente as características de uma organização social;
e empreendedor, pois o empoderamento organizado das pessoas em torno de um
objetivo comum pode fortalecer as comunidades e grupos sociais, gerando riqueza.
Tal empoderamento, segundo Costa (2007), pode ser entendido como o
envolvimento das pessoas na gestão política e econômica dos locais, por meio da
descentralização, do repasse de responsabilidades e da democratização do poder.
Costa completa que os indivíduos passam a interagir melhor, por intermédio da
compreensão e assumo de responsabilidades e consequências, o que pode
desencadear um maior poder de decisão na comunidade.
Segundo o SEBRAE7, capital social e a trama de relações que conforma o tecido
social. Quanto mais complexa essa trama, maiores as relações de confiança, esta
baseada nas relações de troca que suportam o mercado.
A Ação Coletiva é uma das variáveis que caracteriza o capital social, uma vez que,
sinteticamente, para Bordieu (1980), refere-se às redes permanentes e próximas de
um grupo que asseguram aos seus integrantes um conjunto de recursos atuais e
potenciais.
Segundo Coleman (1990), o capital social baseia-se nos aspectos da estrutura
social que facilitam certas ações comuns dos atores dentro da estrutura. Já
Fukuyama (1995), diz que o mesmo direciona-se aos recursos morais, confiança e
mecanismos culturais que reforçam os grupos sociais.
7
<http://www.sebrae.com.br/customizado/desenvolvimento-territorial/o-que-e/desenvolvimento-eterritorio-2/capital-social>
9
Costa (2007) explica que entre os diversos conceitos abordados pelos diferentes
autores, há consenso quanto à sua importância na definição das variáveis, assim
como de alguns aspectos de sua conjuntura, no sentido de desenvolver a
coordenação de atividades, e a cooperação em busca da construção de uma
realidade de projetos de benefícios comuns à sociedade.
Daí é possível perceber que sem capital social não há possibilidade de expansão
econômica, pois as características como confiança, normas e sistemas contribuem
para aumentar a eficiência de uma sociedade.
As transformações dependem das redes existentes entre os indivíduos do grupo e
atores localizados em outros espaços sociais, ou seja, do capital social da
comunidade ( MARTELETO e SILVA, 2004).
É importante ressaltar que se faz necessário conceber instrumentos de medição e
avaliação da intensidade do capital social em uma sociedade, que auxilie na
condução de levantamentos e pesquisas.
Baquero (2007) avaliou a qualidade de serviços públicos (saúde, educação, esporte
e lazer, transporte, segurança pública, saneamento básico, habitação e telefonia) em
três cidades latino-americanas: Porto Alegre, Montevidéu e Santiago do Chile. A
pesquisa revelou que persistem níveis de desigualdades significativas entre grupos
de pessoas de baixo poder aquisitivo em relação aqueles de alto poder de compra,
tangente à qualidade de serviços públicos.
Segundo a CEPAL (2005) tais desigualdades constituem um ciclo vicioso de
pobreza e falta de mobilidade social. Assim, o capital social torna-se um elemento
fundamental para a criação de políticas públicas participativas e mais eficientes.
CAPÍTULO III - DESENVOLVIMENTO LOCAL E EMPREENDEDORISMO SOCIAL
A maximização da capacidade das pessoas em associarem-se em torno de
interesses comuns faz com que as condições de crescimento sejam melhoradas e
10
pessoas sejam empoderadas pela constituição da cooperação em redes de
solidariedade e ajuda altruísta.
São exemplos as intervenções e a gestão de OSG em projetos de escala local,
regional e nacional financiados por recursos de fontes nacionais e internacionais. Os
conjuntos integrados de projetos conformam-se em redes socioeconômicas
solidárias; nos chamados arranjos produtivos locais (especial- mente em territórios
de baixa densidade empresarial); em programas de desenvolvimento sustentável,
geração de emprego e renda, de gênero e outros (Fischer, 2004).
No contexto brasileiro, Dowbor (2006) vê um paradoxo de imensos recursos
subutilizados, de necessidades em diversos setores, enquanto milhões de pessoas
ficam sem emprego. Continua mostrando que e preciso encontrar caminhos para
que os desempregados passem a se organizar em frentes de trabalho, construindo
casas, participando de obras de saneamento básico, criando cinturões verdes em
torno às nossas cidades. Completa com a proposição de que o processo permite
melhorar a infraestrutura urbana, gerar renda para os desempregados, e dinamizar a
demanda na base da sociedade, com isto dinamizando os outros setores. Trata-se
de propostas práticas para colocar o “circulo virtuoso” em ação.
Franco (1999) formula o conceito de desenvolvimento local integrado e sustentável
da seguinte forma:
Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável é um novo modo de
promover o desenvolvimento que possibilita o surgimento de comunidades
mais sustentáveis, capazes de: suprir suas necessidades imediatas;
descobrir ou despertar suas vocações locais e desenvolver suas
potencialidades específicas; e fomentar o intercâmbio externo aproveitandose de suas vantagens locais. (FRANCO, 1999, p.176).
A opção de Franco (1999) em falar da participação do poder local entendida por
Prefeitura advém da necessidade que processos integrados de desenvolvimento de
base local se façam presentes, pois, segundo ele, sem ela, dificilmente as políticas
sociais surtirão um efeito emancipador nas populações marginalizadas.
3.1. A gestão social como política pública para o desenvolvimento local
11
Segundo Junqueira (2008), a gestão social configura-se como uma importante
questão dentro da economia e sua potencialidade de contribuir crescentemente no
PIB nacional, gerando empregos, qualificando o debate público e incidindo de novas
formas no ciclo das políticas públicas, especialmente as sociais e ambientais.
Ainda segundo Junqueira (2008), quando se fala em gestão social, está se referindo
à gestão de ações sociais públicas, ou seja, da demanda e necessidade dos
cidadãos.
O que se percebe nesta sociedade em transformação, contudo, é o cruzamento de
diversos sistemas de gestão, estimulando o funcionamento da sociedade com base
na articulação de interesses e na busca de uma maior produtividade social e não a
simples execução de tarefas (DOWBOR, 1996).
Tal realidade é discutida por diversos autores, que apresentam os reflexos desta
transformação da sociedade tendo como instrumento a gestão social e as políticas
públicas, particularmente.
(...) a esfera pública é tecida no interior das relações entre sociedade
política e sociedade civil, que visa ultrapassar a dicotomia estatal-privado
com a instauração de uma nova esfera capaz de introduzir transformações,
nos âmbitos estatizados e privados da vida social, resultando daí um novo
processo de interlocução pública (RAICHELIS, 2000, p. 74).
Iniciando a discussão, e despontando como autor mais referido no tema políticas
públicas, Santos (1997, p. 270), define de forma clara, a politização: “identificar
relações de poder e imaginar formas práticas de transformá-las em relações de
autoridade partilhada”. Ele ressalta a ideia de partilha, já que as definições de poder
geralmente vêm carregadas da idéia de opressão e exploração, como uma “relação
entre os sujeitos humanos que impõe a vontade de alguns sobre os outros pelo
emprego potencial ou real de violência física ou simbólica”. (CASTELLS, 2000, p.
51).
Surge em outro sentido, a definição de política como liberdade por Arendt (2007)
que retoma a origem grega e o verdadeiro sentido da palavra. E aqui, a autora nos
12
diz que "a política baseia-se no fato da pluralidade dos homens", devendo então
assumir seu papel de representar os indivíduos com suas diversas características.
Enquanto representação social, o papel da política é claramente delineado por Spink
(1995, p.8):
Nessa perspectiva as representações são essencialmente dinâmicas; são
produtos de determinações tanto históricas como ao aqui e agora em
construções que têm uma função de orientação: conhecimentos sociais que
situam o indivíduo no mundo e situando-o, definem sua identidade social: o
seu modo de ser particular, produto de seu ser social.
Desse modo, pode-se compreender a assertiva de Raichelis acerca da
incompletude do verdadeiro sentido das políticas enquanto servidoras do bem
comum, especialmente no Brasil.
O público (no sentido de estatal) na história brasileira foi marcado (...) pela
dominação oligárquica da troca como favor, base de um entranhado
clientelismo. Por outro lado, até os dias de hoje, o pacto das oligarquias
com as chamadas elites modernas vem assegurando a estabilidade do
poder vigente. Numa simbiose típica, persistem relações de troca de favores
políticos por benefícios econômicos e de favores econômicos por benefícios
políticos. Mesclam-se o velho e o novo, sem rupturas radicais (RAICHELIS,
2004, p.17).
A estreita relação entre a gestão social e as políticas públicas fica nítida quando se
pensa nos direitos inerentes a cada membro que dela faz parte, como se descreve:
“temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o
direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza” (SANTOS,
2003, p.56).
Estes mesmos direitos, abordados diversas vezes em Bobbio (1992, 1997 e 2000),
se caracterizam e definem pela capacidade de normatizar as condições de vida das
pessoas, instituindo e modificando relações de poder e ajudando a compreender as
relações entre indivíduos diferentes que tentam se estabelecer como sujeitos
políticos dentro de uma mesma sociedade.
Desse modo, não há como falar em gestão social sem se referir à gestão de ações
sociais públicas, ou seja, da demanda e direitos dos cidadãos (JUNQUEIRA, 2008).
13
Estas relações sociais, cada vez mais têm refletido a necessidade política de uma
construção democrática da responsabilidade governamental, que seja capaz de
estabelecer relações horizontais, onde a própria gestão pública caminhe para a
descentralização, através de decisões mais setorizadas e participadas (DOWBOR,
2000).
Entretanto, Bobbio (2000) afirma que este processo, ao mesmo tempo em que abre
canais de participação e possibilita ganhos à sociedade civil, e ao interesse privado,
aumenta e torna mais complexas as demandas por respostas do Estado.
Esta mesma democracia é abordada, frequentemente, pelo fato de não conseguir
resolver as necessidades estabelecidas pelos contratos sociais e ao mesmo tempo
controlar as exigências do mercado globalizado (SANTOS, 1998), dando origem, na
maioria das vezes à exclusão social.
O princípio da intersetorialidade enquanto articulação de saberes e experiências no
planejamento, realização e avaliação de ações para alcançar efeito sinérgico em
situações complexas visando o desenvolvimento social, superando a exclusão
(JUNQUEIRA, 2008), aparecem então como facilitadores.
Acerca destas relações intersetoriais, e de seus impactos nas políticas, Dagnino
(2002) destaca:
[...] que é uma tarefa que não pode se apoiar num entendimento abstrato
dessas categorias como compartimentos separados, mas precisa
contemplar aquilo que as articula e as separa, inclusive aquilo que une e
opõe as diferentes forças que as integram, os conjuntos de interesses
expressos em escolhas políticas (p. 282).
O próprio desenvolvimento tecnológico desponta como um grande motor de
transformação desse processo democrático e de inclusão, potencializando a
comunicação e possibilitando o debate público.
Nesse sentido é que Castells (2000) introduz a discussão da Rede como uma nova
forma de participação dos cidadãos, por proporcionar a interdependência das
estruturas políticas e ao mesmo tempo, permitir a expressão ativa dos indivíduos.
14
Assim, é de senso comum que, pensar individualmente hoje, não exime de pensar
também pensar globalmente, pois ainda que se viva de modo fragmentado, pelo fato
de cada lugar e tempo ter suas características próprias, como já destacava Bobbio
(1992, p. 18): “o que parece fundamental numa época histórica e numa determinada
civilização não é fundamental em outras épocas e em outras culturas”, estamos
ligados de alguma maneira. É isso que descreve, em paradoxo, Castells (2000, p.
504):
As funções dominantes são organizadas em redes próprias de um espaço
de fluxos que as liga em todo o mundo, ao mesmo tempo em que fragmenta
funções subordinadas e pessoas no espaço de lugares múltiplos, feito de
locais cada vez mais segregados e desconectados uns dos outros.
E isto inegavelmente influencia o modo de pensar e agir político de uma sociedade.
Igualmente política é reflexão sobre as novas formas de Estado que estão a
emergir em resultado da globalização, sobre a nova distribuição política
entre práticas nacionais, práticas internacionais e práticas globais, sobre o
novo formato das políticas públicas em face da crescente complexidade das
questões sociais, ambientais e de redistribuição. (SANTOS, 2002, p.2)
Sendo toda estrutura social, em suas relações, tratada enquanto rede faz-se
necessário compreendê-las como um “sistema de nodos e elos, passando a
representar um conjunto de participantes autônomos, unindo ideias e recursos em
torno de valores e interesses compartilhados.” (MARTELETO, 2004, p. 72)
Junqueira (2000, p. 39) ainda complementa:
[...] nas redes os objetivos definidos coletivamente, articulam pessoas e
instituições que se comprometem a superar de maneira integrada os
problemas sociais. Essas redes são construídas entre seres sociais
autônomos, que compartilham objetivos que orientam sua ação, respeitando
a autonomia e as diferenças de cada membro. Daí a importância de que
cada organização pública, seja estatal ou privada, desenvolva seu saber
para colocá-lo de maneira integrada a serviço do interesse coletivo.
De acordo com Carvalho (1999), há uma clara percepção de que os atores sociais
são corresponsáveis na implementação de decisões e respostas às necessidades
sociais. Não que o Estado perca a centralidade na gestão do social, ou deixe de ser
o responsável na garantia de oferta de bens e serviços de direito dos cidadãos; o
que se altera é o modo de processar esta responsabilidade.
15
Sawaia (1999) confirma esta certeza, colocando sua visão em torno do pensamento
econômico:
Todos nós estamos inseridos de algum modo, nem sempre decente e digno,
no circuito reprodutivo das atividades econômicas, sendo a grande maioria
da humanidade inserida através da insuficiência e das privações, que se
desdobram para fora do econômico. (p. 8)
Entretanto, é que se antes o termo “política” era utilizado para designar eventos de
natureza coletiva, ou para traçar limites entre o individual e o coletivo (BAUMAN,
2000), hoje o hibridismo recorrente entre o público e o privado tem marcado a
sociedade moderna, onde mesmo as atividades executadas privadamente passaram
a ter importância pública (ARENDT, 2007).
Neste sentido, Bauman (2005) recorre inúmeras vezes em seu pensamento, a este
mesmo dito, caracterizando o individualismo moderno em suas dimensões cada vez
maiores.
Na modernidade líquida, não existem mais valores sociais, mas individuais.
Aquilo que, na modernidade, era considerado tarefa da coletividade, da
sociedade, foi transferida para o indivíduo. De agora em diante, vale
somente aquilo que interessa para o indivíduo. Ninguém quer gastar mais o
seu tempo para que os valores sociais sejam alcançados e realizados: vale
somente o interesse individual. É esta a lógica do mercado que afeta a vida
política e as atitudes da vida corriqueira. (p.47)
Por isso, têm ganhado cada vez mais espaço aqueles que enxergam o
desenvolvimento ligado intimamente ao alcance de melhores condições para a
expansão das liberdades individuais, e não como o que se vê muitas vezes em que
no desenvolvimento “se renovam as principais fontes de privações de liberdade:
pobreza e tirania, negligência dos serviços públicos e intolerância ou interferência
excessiva de Estados repressivos” (SEN, 2000, p. 18).
Por outro lado, Bobbio (2002) identifica uma recorrente tentativa da sociedade
moderna em reduzir a política à moral e afirma que uma das razões para se
estabelecer a separação entre moral e política está no fato de que a conduta política
é orientada em função de que os fins de proteção do Estado, do patrimônio público
do bem coletivo e outros, é tão superior aos bens dos morais dos indivíduos
isoladamente que a violação de valores morais é justificada em função dos
interesses do Estado.
16
Assim, a gestão social começa a ser compreendida como uma gestão de ações
sociais públicas que objetivam o bem estar social das comunidades, não
estritamente sendo realizadas pelo Estado, mas também podendo ser exercidas
pela sociedade civil e pela iniciativa privada, ou pela parceria entre os três setores
(Estado, iniciativa privada e organizações sociais) (CARVALHO, 1999; DOWBOR,
1999).
Para Raichelis (2004) um dos grandes desafios é construir uma agenda em que os
projetos de capacitação sejam continuados e que trabalhem articuladamente as
dimensões técnica, política e ética no exercício da participação em espaços
públicos.
Tal participação refere-se a intersecção entre as pessoas, que remete a seus
objetivos e valores e o capital social e definido pelos relacionamentos que
possibilitam a cooperação dentro ou em diferentes grupos sociais. (JUNQUEIRA
2000).
Por conseguinte, Raichelis (2000), percebe que pela ação e pelo discurso dos
sujeitos sociais, podem-se estabelecer um conjunto de questões que dizem respeito
ao destino coletivo.
Por fim, sente-se restar o desejo de uma renovação da teoria política e, sobretudo
democrática, que se assente sobre pilares mais envolventes e credíveis, e que
implique
numa
articulação
mais
eficaz
entre
democracia
simplesmente
representativa e democracia participativa.
3.2. Os atores sociais no desenvolvimento local
De acordo com Carvalho (1999, p.25), há uma clara percepção de que os atores
sociais são corresponsáveis na implementação de decisões e respostas às
necessidades sociais. Não é que o Estado perca a centralidade na gestão do social,
ou deixe de ser o responsável na garantia de oferta de bens e serviços de direito dos
cidadãos; o que se altera é o modo de processar esta responsabilidade.
17
Assim, a gestão social começa a ser compreendida como gestão de ações sociais
públicas que objetivam o bem-estar social das comunidades, não estritamente sendo
realizada pelo Estado, mas também podendo ser exercida pela sociedade civil, pela
iniciativa privada, ou pela parceria entre os três setores (Estado, iniciativa privada e
organizações sociais). (CARVALHO, 1999; DOWBOR, 1999).
Para Raichelis (2006) um dos grandes desafios é construir uma agenda em que os
projetos de capacitação sejam continuados e que trabalhem articuladamente as
dimensões técnica, política e ética no exercício da participação em espaços
públicos.
Tal participação refere-se à intersecção entre as pessoas, que remete a seus
objetivos e valores e o capital social e definido pelos relacionamentos que
possibilitam a cooperação dentro ou em diferentes grupos sociais. (JUNQUEIRA
2000, p. 39).
Por conseguinte, novamente Raichelis (1998a, p. 26), percebe que pela ação e pelo
discurso dos sujeitos sociais, podem-se estabelecer um conjunto de questões que
dizem respeito ao destino coletivo.
Para a plena compreensão da definição de “bem-estar social” tratada aqui é
necessário contextualizar, celeremente, os desdobramentos que a intervenção
estatal na economia, resquício do século XIX, período que sucedeu a Revolução
Francesa e a Independência dos Estados Unidos.
Segundo Alves (2000, p. 153), nesse período, era utilizado por várias nações
ocidentais o modelo chamado “Estado Liberal”, que significava uma mínima
intervenção estatal na vida das pessoas e da economia. Após várias crises
encaradas pelo citado modelo, acontecimentos como a Revolução Socialista de
1917 na Rússia, Primeira Guerra Mundial e a Crise de 1929 na Bolsa de Valores de
Nova York, ocasionaram mudanças e abalos consideráveis na esfera capitalista, o
que deu origem ao chamado “Estado de bem-estar social” ou “Estado-social”.
18
A partir de 1970, houve uma grande corrosão do papel centralizador e assistencial
do Estado, devido a sua burocracia e impossibilitado de atender a crescente
demanda populacional necessitada de alguma espécie de ajuda econômica. Então,
constatou-se a ineficiência do setor público, relativa aos assuntos sociais.
Com o advento da globalização, Galbraith (2004) reconhece que as empresas
modernas tornaram-se fatores centrais na economia moderna, exercendo um papel
de extrema utilidade na vida econômica contemporânea, mais que as anteriores
entidades capitalistas, primitivas e exploradoras.
Uma
empresa
responsável
esclarece
Drucker
(1993),
tem
que
assumir
responsabilidade econômica como premissa para sua sustentabilidade e para a
responsabilidade social – com seus colaboradores, cumprimento de seu papel
corporativo e com a comunidade – onde atua. Assim, a degradação do Estado
enquanto provedor de bem-estar social dá margem para a discussão do papel das
grandes empresas na suplantação da miséria e atendimento das necessidades
essenciais das pessoas e da sociedade.
Para Amartya (1999), o desenvolvimento pode ser encarado como um processo de
expansão das liberdades reais das quais os indivíduos gozam. Mas as liberdades
dependem também de outros fatores, como as disposições sociais e econômicas e
os direitos civis.
Lembra Yunus (2008) que por causa da natureza das empresas, estas não estão
aparelhadas para lidar com problemas sociais, ainda menos na proporção em que
se encontram hoje, uma vez que as empresas estão regidas pelo pensamento
econômico ortodoxo de mercado livre de maximização do lucro e não apenas o
mantimento deste.
Porter e Kramer (2002) e (2006) afirmam que as empresas, a utilizar alguns
conceitos como dever moral e sustentabilidade, usam uma lógica genérica
desvinculada de sua estratégia de negócios e de sua operação.
19
Ensina Peyrefitte (1999) que a empresa, instituição central da sociedade do
desenvolvimento e unidade de ação econômica, sempre se esperou dela uma
missão social, proveniente da tradicional sociedade agrária, onde o econômico e o
social sempre foram indissociáveis.
Yunus (2008) traz a definição de empresa social como aquela que é projetada a
atender a uma meta social, onde os proprietários podem receber seus investimentos
de volta após um período, mas os lucros permanecem na empresa e servem de
financiamento de sua expansão e não para pagar dividendos. A empresa social não
gera nem perdas nem dividendos.
3.3. A sustentabilidade na economia social
Segundo Silva (2010), a definição mais disseminada de sustentabilidade é a da
comissão Brundtland (World Comission on Enviromental and Development- WCED,
1987). De acordo com a comissão, o desenvolvimento sustentável deve satisfazer
as necessidades da geração de hoje sem comprometer as necessidades da geração
de amanhã.
Já Sachs (2008, p. 54), maximiza a definição de sustentabilidade sob os seguintes
prismas:
1. Social:
-alcance de um patamar razoável de homogeneidade social;
-distribuição de renda justa;
-emprego pleno com qualidade de vida decente;
-igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais.
2. Cultural:
-mudanças no interior da comunidade (equilíbrio entre respeito à tradição e
inovação);
-capacidade de autonomia para elaboração de um projeto nacional integrado
e endógeno (em oposição às cópias servis dos modelos alienígenas);
-autoconfiança combinada com abertura para o mundo.
20
3. Ecológica:
-preservação do potencial do capital natureza na sua produção de recursos
renováveis;
-limitar o uso dos recursos não renováveis.
4. Ambiental
-respeitar e realçar a capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais.
5. Territorial
-configurações urbanas e rurais balanceadas (eliminação das inclinações
urbanas nas alocações do investimento público);
-melhoria do ambiente urbano;
-superação das disparidades inter-regionais;
-estratégias
de
desenvolvimento
ambientalmente
seguras
para
áreas
ecologicamente frágeis (conservação da biodiversidade pelo eco desenvolvimento).
6. Econômico
-desenvolvimento econômico intersetorial equilibrado;
-segurança alimentar;
-capacidade de modernização contínua dos instrumentos de produção;
-razoável nível de autonomia na pesquisa cientifica e tecnológica;
-inserção soberana na economia internacional.
7. Política (nacional):
-democracia definida em termos de apropriação universal dos direitos humanos;
-desenvolvimento da capacidade do Estado para implementar o projeto nacional,
em parceria com todos os empreendedores;
-um nível razoável de coesão social.
8. Política (internacional):
-eficácia dos sistemas de prevenção de guerras da ONU, na garantia da paz e
na promoção da cooperação internacional;
-um pacote norte-sul de co-desenvolvimento, baseado no princípio de igualdade
(regras do jogo e compartilhamento da responsabilidade de favorecimento do
parceiro mais fraco);
-controle institucional efetivo do sistema internacional financeiro e de negócios;
-controle institucional efetivo da aplicação do Princípio da Precaução na gestão
do meio ambiente e dos recursos naturais;
21
-prevenção das mudanças globais negativas;
-proteção da diversidade biológica (e cultural);
-gestão do patrimônio global, como herança comum da humanidade;
-sistema efetivo de cooperação científica e tecnológica internacional e eliminação
parcial do caráter de commodity da ciência e tecnologia, também como propriedade,
da herança comum da humanidade.
Ainda para Sachs (1997), a sustentabilidade, na perspectiva social está relacionada
ao processo de desenvolvimento que conduza a um crescimento estável, com
distribuição equitativa de renda, gerar melhoria das condições de vida das
populações e, consequentemente, a diminuição das atuais diferenças nos níveis
sociais.
Amartya (1999), por sua vez, entende que o desenvolvimento pode ser visto como
um processo de expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam.
Sob o prisma econômico, segundo Cavalcanti (2003), existe um viés quanto à ideia
de que a sociedade se beneficia pelo aumento da produção agregada a seu país, já
que o PIB per capita é usado como um indicador e não reflete a medida da renda
pessoal. E por isso, o PIB pode aumentar enquanto a maioria das pessoas fica mais
pobre ou proporcionalmente, não tão rica, já que o PIB não considera o nível de
desigualdade de renda de uma sociedade.
Furtado (1974, p. 20) trata como “inocente” a ação de pensar que todos os
problemas relativos às dimensões ambientais e sociais, causados pelo modelo
desenvolvimentista serão resolvidos tão somente pelo progresso tecnológico.
Segundo ele,
[...] não se trata de especular se teoricamente a ciência e a técnica
capacitam o homem para solucionar este ou aquele problema criado por
nossa civilização. Trata-se apenas de reconhecer que o que chamamos de
criação de valor econômico temcomo contrapartida processos irreversíveis
no mundo físico, cujas consequências tratamos de ignorar. Convém não
perder de vista que na civilização industrial o futuro está condicionado por
decisões que já foram tomadas no passado e/ou questão sendo tomadas no
presente em função de um curto horizonte temporal. Na medida em que
avança na acumulação de capital, maior é a interdependência entre futuro e
passado. Consequentemente, aumenta a inércia do sistema e as correções
de rumo tornam-se mais lentas ou exigem maior esforço.
22
Veiga
(2006,
p.
17)
traz
duas
abordagens
contrárias
do
conceito
de
desenvolvimento, que impacta diretamente na sustentabilidade. A primeira trata o
desenvolvimento como sinônimo de crescimento econômico. A segunda questiona
sua existência, sob a afirmação que desenvolvimento não é nada mais que
“manipulação ideológica”. Completa o autor que há uma alternativa para a saída, um
“caminho do meio” que “transita entre a miopia que reduz o desenvolvimento ao
crescimento, e o derrotismo que o descarta como inexeqüível”.
Castells (1999) ensina que os temas principais problematizados pelos ambientalistas
e as principais dimensões onde a transformação cultural é processada na sociedade
contemporânea por meio do ambientalismo são sobre conflitos envolvendo ciência e
tecnologia, controle do tempo e espaço e construção de novas identidades.
Morin e Kern (1993) salientam a necessidade de que o pensamento seja reformado,
ao ponto de ser capaz de conceber as coisas em seu contexto e definir a
comunidade de destino terrestre.
3.4. Empreendedorismo social
O empreendedorismo social pode ser entendido sob duas perspectivas: uma
reorganização da forma de pensar das empresas e como economia de colaboração.
Segundo Grisi (2008), a empresa ocupa o cerne do sistema produtivo e social e não
pode ser “colocado à margem” de uma profunda discussão sobre as novas
intenções da sociedade contemporânea; afirma que é necessário repensar a
economia.
A argumentação de Dowbor (2002) é que a empresa se organiza de forma livre,
atingindo “eficiência indiscutível”. Entretanto, a dinâmica da produção e geração de
riqueza, concebe estruturas que torna inviável a distribuição equilibrada, o que reduz
sua utilidade social.
23
Algumas formas contribuição para a modificação deste cenário, apresenta Peyrefitte
(1999) que ainda é indispensável uma mudança social de cultura política, pela
presença de sindicatos, organizações populares, organizações empresariais
progressistas, entre outras esferas das micro, pequenas, médias e grandes
empresas.
Grisi (2008, p. 23) explica que:
A economia de colaboração, em contraposição à economia da competição,
cresce em importância e necessidade, na medida em que as atividades das
organizações de modo geral e as de empresas estão se tornando cada vez
mais complexas e interativas, em ambientes que operam com tecnologia
intelectual gerando capital intelectual e capital social.
Nessa perspectiva é possível posicionar o empreendedor social como aquele que
assume a postura de agente transformador social, com mentalidade nova, capaz de
repensar os rumos da sociedade e suas organizações de geração de riqueza.
CONCLUSÕES
A economia social envolve iniciativas sociais, fomentadas por políticas de caráter
público, ao passo que as instituições privadas configuram-se como parceiros
estratégicos de desenvolvimento.
Percebe-se, assim, que muitos frutos da gestão local dinamizada por pequenas,
médias empresas e até mesmo a economia familiar são gerados pela sociedade civil
devidamente organizada no contexto da municipalidade.
O resultado da cooperação entre os diversos atores sociais podem gerar efeitos
multiplicadores, como o aumento da participação e poder de ação para o
fortalecimento e desenvolvimento local.
O presente trabalho pode servir de incentivo à continuidade do aprofundamento nos
estudos das práticas sociais que promovam o aumento da dinâmica social que seja
capaz de prover poder de desenvolvimento local aos atores sociais e estes, por
24
conseguinte, tenham ferramentas suficientes para elevar o capital social, gerando
riqueza.
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31
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E ATUARIAIS
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO
ECONOMIA SOCIAL: FERRAMENTAS COLABORATIVAS COMO
CONTRIBUIÇÃO À GESTÃO SOCIAL
MAIKOL NASCIMENTO PINTO
São Paulo – SP
2012
2
MAIKOL NASCIMENTO PINTO
ECONOMIA SOCIAL: FERRAMENTAS COLABORATIVAS COMO
CONTRIBUIÇÃO À GESTÃO SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
Departamento de Administração, da Faculdade de
Economia, Administração, Contabilidade e Atuária,
da Pontifica Universidade Católica de São Paulo, como
pré-requisito para obtenção do título de Bacharel em
Administração, orientado pelo Professor Arnoldo José
de Hoyos Guevara.
São Paulo – SP
2012
3
AVALIAÇÃO: .........................................................................................
ASSINATURA DO ORIENTADOR: .......................................................
4
Quão profundas riquezas o saber e o
conhecer de Deus. Quão insondáveis
Seus juízos e Seus caminhos.
Ana Paula Valadão Bessa
5
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a Deus, fiel e constante, minha infinita fonte de inspiração, sabedoria e
conhecimento, que me mostrou que Ele foi, é e sempre será o maior e o melhor
empreendedor.
6
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente aos meus pais que plantaram as sementes da fé e da perseverança em
meu coração; mostraram a mim e aos meus irmãos Marcelo e Marllon, o caminho que devia
ser trilhado e o preço a ser pago pela opção de sermos profissionais e pessoas de sucesso,
conscientes do nosso papel na sociedade.
Agradeço ao meu grande amigo e companheiro Leandro, que sempre permaneceu ao meu
lado me alegrando nos piores momentos pelos quais passei na vida e incentivou a caminhar
firmemente até o fim da jornada.
Agradeço aos professores:
Arnoldo José de Hoyos Guevara, orientador deste trabalho, pela contribuição intelectual e
compreensão;
Luciano Antonio Prates Junqueira (meu orientador na Iniciação Científica) por algumas
“dicas”.
Agradeço aos meus amigos que compreenderam que eu precisava renunciar muitos momentos
de diversão para que a realização desse trabalho se tornasse possível.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 10
1. ECONOMIA SOCIAL ......................................................................................................... 11
1.1. Economia Associativa ................................................................................................... 12
1.2. Economia Criativa ........................................................................................................ 13
1.3. Capital Social ................................................................................................................ 14
1.4. Redes sociais ................................................................................................................. 16
2. DESENVOLVIMENTO LOCAL ........................................................................................ 17
2.1. A gestão social como política pública para o desenvolvimento local .......................... 18
2.2. Os atores sociais no desenvolvimento local .................................................................. 23
2.3. A sustentabilidade na economia social ......................................................................... 25
2.4. Pioneirismo brasileiro................................................................................................... 28
3. EMPREENDEDORISMO SOCIAL E TECNOLOGIAS SOCIAIS ................................... 31
3.1. Empreendedorismo Social............................................................................................. 31
3.1.1. Negócios sociais no Brasil ..................................................................................... 31
3.1.2. Prismas empreendedores ........................................................................................ 32
3.2. Tecnologias Sociais ....................................................................................................... 33
4. CONCLUSÕES .................................................................................................................... 34
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 35
8
RESUMO
A economia na perspectiva social sugere a cooperação entre os diversos atores sociais, numa
atmosfera de desenvolvimento e interatividade em redes colaborativas. Como resultado desta
dinâmica, configura-se o capital social, resultante da cooperação confiante entre atores sociais
empoderados da capacidade de organização, participação e poder de ação para o
fortalecimento e desenvolvimento local. A maximização da capacidade das pessoas em
associarem-se em torno de interesses comuns faz com que as condições de crescimento sejam
melhoradas e pessoas sejam empoderadas pela constituição da cooperação em redes de
solidariedade e ajuda altruísta.
Palavras-chave: Economia social, Desenvolvimento local, Empreendedorismo Social.
9
ABSTRACT
The economy in perspective suggests social cooperation between the various social actors in
an atmosphere of development and interactivity in collaborative networks. As a result of this
dynamic, sets up social capital, resulting from the cooperation between social actors
empowered confident of the ability of organization, participation and power of action and to
strengthen local development. Maximizing the ability of people to associate themselves
around common interests makes growing conditions are improved and people are empowered
by the constitution of cooperation in networks of solidarity and selfless help.
Keywords: Social Economy, Local Development, Social Entrepreneurship.
10
INTRODUÇÃO
O presente trabalho, de caráter qualitativo, tem por objetivo geral estudar a economia social,
seus significados conhecidos e as ferramentas colaborativas que contribuam à gestão social.
Seus objetivos específicos são apresentar o conceito de capital social, enquanto componente
do capital humano que possibilita os indivíduos de uma determinada localidade confiarem uns
no outros e, por intermédio da cooperação, formar novos grupos e associações produtivas,
inseridos na realidade local.
Em seguida, este trabalho apresenta propostas para o desenvolvimento local organizado,
cooperativo, confiante e participativo, contexto no qual os atores sociais são empoderadas
pela constituição de redes de solidariedade, fomentadas pelas variadas formas de
municipalidade e suas relações.
1. ECONOMIA SOCIAL
A economia na perspectiva social sugere a cooperação entre os diversos atores sociais, numa
atmosfera de desenvolvimento e interatividade em redes colaborativas, apesar de não existir
no Brasil um consenso das organizações que a compõem e o papel de cada uma delas.
Por esse prisma, a economia social se caracteriza cada vez mais como um microcosmo
semiautônomo, no qual se entrelaçam teoria e prática, discurso e ação, e que vem construindo
suas próprias normas, regras e códigos (ANDION, 2006; SERVA, 2006).
Para Dowbor (2006)1 um circuito que envolve pequenas empresas, iniciativas sociais, uma
imensa área informal, os apoios consistem em alguns cursos de formação, fragmentos de
apoio tecnológico, iniciativas de microcrédito. Segundo ele, na realidade brasileira, isso não
pode ser chamado de política de apoio no sentido amplo, comparável ao que existe em outros
países.
Sugere Dowbor que inúmeras experiências de gestão local, dinamização de pequenas e
médias empresas, expansão econômica familiar, promoção de emprego através de iniciativas
da sociedade civil organizada e de poderes locais continuam relativamente pouco conhecidas
e permanecem frequentemente isoladas, quando poderiam ter um impacto maior na economia
como um todo.
Assim, redes de apoio (nomeadas também de redes sociais), podem ser capazes de gerar
efeitos multiplicadores das iniciativas da área da economia social, como formas de
organização da sinergia entre instituições financeiras de fomento, apoio tecnológico,
formação profissional, setores da academia, organizações da sociedade civil e outros atores do
processo.
1
Disponível em http://dowbor.org/2006/09/redes-de-apoio-ao-desenvolvimento-local-uma-estrategia-deinclusao-produtiva-doc.html/
12
1.1. Economia Associativa
O movimento da “Economia Solidária” vem se reinventando ao longo da história, num
processo inspirado por interesses comuns a todos os indivíduos.
Há duas décadas, no Brasil, a Cáritas, órgão da Igreja Católica, vem fazendo o que ela
denomina de economia popular solidária.
Na Índia e alhures, os discípulos de Prabhat Ranjan Sarkar preferem um termo que é PROUT
(Progressive Utilization Theory ou Teoria da Utilização Progressiva) (CANDEIAS, 2005;
MACDONALD, 2005; NETO, 2005).
O filósofo indiano Prabhat Ranjan Sarkar (1921-1990) propôs um modelo alternativo
socioeconômico que promove o bem estar e desenvolvimento de cada pessoa, fisicamente,
mentalmente e espiritualmente. Conceitos sociais de Prout, inclui garantias as necessidades
básicas, o direito ao trabalho, a uma economia de três níveis, incluindo empresas privadas e
pequena escala, cooperativas e indústrias.
Prout propõe um modelo holístico que fornece um quadro abrangente para efetivamente medir
e comparar políticas para o bem de todas as pessoas e para o planeta.
O tema “Um outro mundo é possível!" do Fórum Social Internacional, que começou no Brasil
em 2001 e tem crescido desde então, com milhares de pessoas participando de um eventos
globais, regionais, nacionais e locais, são capazes de educar o pessoas democraticamente e
refletir na política e na econômica. Nesses fóruns, é comum afirmar que os brasileiros são
contra a economia mundial injusta, baseada no egoísmo lucro e da ganância, o que exclui a
maioria das pessoas se beneficiem. No entanto, na Teoria da Utilização Progressiva, Prout
oferece a oportunidade de defender que as pessoas podem alcançar seus próprios objetivos.
O mundo que as pessoas querem é um mundo sem guerra, fome e pobreza, e com paz e
justiça. Há um poder tremendo neste sonho compartilhado, e há muitas pessoas que estão
lutando para ajudar a criá-lo.
13
O processo de resposta a pergunta em relação “Ao mundo que se quer”, é fundamental para a
criação de um futuro melhor. Assim, Prout promove uma perspectiva ecológica e espiritual,
que é universal e com os direitos humanos, a democracia e a proteção ambiental.
1.2. Economia Criativa
Algumas estratégias de desenvolvimento sustentável para o século XXI estão sendo criadas e
estudadas. Assim, a Economia Criativa é posta a exemplo.
Para Deheinzelin, a Economia Criativa é o acolhimento de “todos os setores que trabalham
com cultura e criatividade como matéria-prima”. Explica que a razão para o acolhimento é,
que a partir da constituição de um setor, é possível formar políticas públicas e fortalecer o
setor em ambientes adequados para o desenvolvimento2. Destaca que a Economia Criativa
possui quatro áreas principais:
 núcleo das artes: formado por teatro, música, artes plásticas, artes visuais, entre outros;
 núcleo da indústria de conteúdo: rádio, televisão, jornais, sites, entre outros;
 núcleo de serviço criativo: dedicado à publicidade, design, moda, arquitetura, entre
outros;
 núcleo de entretenimento, lazer e questões públicas: abrange a cultura popular, as
festas de rua, as festas tradicionais, o artesanato e todas as manifestações ocorridas em
espaços públicos.
Dessa forma, pode-se perceber que a economia criativa oferece oportunidades para o
crescimento de uma localidade, uma cidade, um munícipio ou país por intermédio da atuação
em negócios criativos, trabalhados simultaneamente com o fator econômico junto à interação
social, o que pode gerar, assim, mercado.
2
Disponível
em
<http://economiadacultura.blogspot.com.br/2008/01/lala-deheinzelin-fala-sobre-
economia.html>. Acesso em 10 dez. 2012.
14
A “’culturalização’ dos negócios”, segundo Deheinzelin, é um campo pouco explorado.
Consiste na inovação de produtos e serviços, ampliação de mercados e fidelização dos
clientes, por intermédio da “incorporação de elementos culturais e criativos ao negócio”3.
Assim, a implementação políticas públicas e sensibilização de autoridades privadas que
fomentem os negócios criativos inovadores são elementos fundamentais para os processos
relativos à condução deste tipo de economia, tal como sua consolidação.
1.3. Capital Social
O Capital Social pode ser definido como o resultado da cooperação confiante entre atores
sociais empoderados da capacidade de organização, participação e poder de ação para o
fortalecimento e desenvolvimento local.
Segundo Coleman (1990), o capital social é definido como o componente de capital humano
que possibilita aos membros de determinada sociedade confiarem uns nos outros e
cooperarem na formação de novos grupos e associações e, da mesma forma que outros tipos
de capital, o capital social é produtivo.
Nesse trabalho, o termo “capital social” pode ser visto sob dois prismas: pela variável de
desenvolvimento, tangente as características de uma organização social; e empreendedor, pois
o empoderamento organizado das pessoas em torno de um objetivo comum pode fortalecer as
comunidades e grupos sociais, gerando riqueza.
Tal empoderamento, segundo Costa (2007), pode ser entendido como o envolvimento das
pessoas na gestão política e econômica dos locais, por meio da descentralização, do repasse
de responsabilidades e da democratização do poder. Costa completa que os indivíduos passam
a interagir melhor, por intermédio da compreensão e assumo de responsabilidades e
consequências, o que pode desencadear um maior poder de decisão na comunidade.
3
Disponível
em
<http://economiadacultura.blogspot.com.br/2008/01/lala-deheinzelin-fala-sobre-
economia.html>. Acesso em 10 dez. 2012.
15
Segundo o SEBRAE4, capital social e a trama de relações que conforma o tecido social.
Quanto mais complexa essa trama, maiores as relações de confiança, esta baseada nas
relações de troca que suportam o mercado.
A Ação Coletiva é uma das variáveis que caracteriza o capital social, uma vez que,
sinteticamente, para Bordieu (1980), refere-se às redes permanentes e próximas de um grupo
que asseguram aos seus integrantes um conjunto de recursos atuais e potenciais.
Segundo Coleman (1990), o capital social baseia-se nos aspectos da estrutura social que
facilitam certas ações comuns dos atores dentro da estrutura. Já Fukuyama (1995), diz que o
mesmo direciona-se aos recursos morais, confiança e mecanismos culturais que reforçam os
grupos sociais.
Costa (2007) explica que entre os diversos conceitos abordados pelos diferentes autores, há
consenso quanto à sua importância na definição das variáveis, assim como de alguns aspectos
de sua conjuntura, no sentido de desenvolver a coordenação de atividades, e a cooperação em
busca da construção de uma realidade de projetos de benefícios comuns à sociedade.
Daí é possível perceber que sem capital social não há possibilidade de expansão econômica,
pois as características como confiança, normas e sistemas contribuem para aumentar a
eficiência de uma sociedade.
As transformações dependem das redes existentes entre os indivíduos do grupo e atores
localizados em outros espaços sociais, ou seja, do capital social da comunidade (
MARTELETO e SILVA, 2004).
É importante ressaltar que se faz necessário conceber instrumentos de medição e avaliação da
intensidade do capital social em uma sociedade, que auxilie na condução de levantamentos e
pesquisas.
Baquero (2007) avaliou a qualidade de serviços públicos (saúde, educação, esporte e lazer,
transporte, segurança pública, saneamento básico, habitação e telefonia) em três cidades
4
<http://www.sebrae.com.br/customizado/desenvolvimento-territorial/o-que-e/desenvolvimento-eterritorio-2/capital-social>
16
latino-americanas: Porto Alegre, Montevidéu e Santiago do Chile. A pesquisa revelou que
persistem níveis de desigualdades significativas entre grupos de pessoas de baixo poder
aquisitivo em relação aqueles de alto poder de compra, tangente à qualidade de serviços
públicos.
Segundo a CEPAL (2005) tais desigualdades constituem um ciclo vicioso de pobreza e falta
de mobilidade social. Assim, o capital social torna-se um elemento fundamental para a
criação de políticas públicas participativas e mais eficientes.
1.4. Redes sociais
A compreensão da maneira pela qual as redes sociais são estabelecidas e suas inter-relações
no desenvolvimento econômico e social de comunidades e grupos sociais mostram como o
fenômeno de acesso à informação é importante.
Alicerçados no fato de que a superação da opressão realiza-se através da constituição de uma
nova forma de governo, na qual os cidadãos têm poder efetivo (ARENDT, 2007); e na certeza
de que “nunca houve fome coletiva em uma democracia multipartidária efetiva” (SEN, 2000,
p. 208), a “repolitização” global da gestão social (SANTOS, 1997), baseada numa rede
intersetorial capaz de distribuir recolher participação efetiva da sociedade garantirá um futuro
mais qualitativo a todos e a cada um.
17
2. DESENVOLVIMENTO LOCAL
A maximização da capacidade das pessoas em associarem-se em torno de interesses comuns
faz com que as condições de crescimento sejam melhoradas e pessoas sejam empoderadas
pela constituição da cooperação em redes de solidariedade e ajuda altruísta.
São exemplos as intervenções e a gestão de OSG em projetos de escala local, regional e
nacional financiados por recursos de fontes nacionais e internacionais. Os conjuntos
integrados de projetos conformam-se em redes socioeconômicas solidárias; nos chamados
arranjos produtivos locais (especial- mente em territórios de baixa densidade empresarial); em
programas de desenvolvimento sustentável, geração de emprego e renda, de gênero e outros
(Fischer, 2004).
No contexto brasileiro, Dowbor (2006) vê um paradoxo de imensos recursos subutilizados, de
necessidades em diversos setores, enquanto milhões de pessoas ficam sem emprego. Continua
mostrando que e preciso encontrar caminhos para que os desempregados passem a se
organizar em frentes de trabalho, construindo casas, participando de obras de saneamento
básico, criando cinturões verdes em torno às nossas cidades. Completa com a proposição de
que o processo permite melhorar a infraestrutura urbana, gerar renda para os desempregados,
e dinamizar a demanda na base da sociedade, com isto dinamizando os outros setores. Tratase de propostas práticas para colocar o “circulo virtuoso” em ação.
Franco (1999) formula o conceito de desenvolvimento local integrado e sustentável da
seguinte forma:
Desenvolvimento Local Integrado e Sustentável é um novo modo de promover o
desenvolvimento que possibilita o surgimento de comunidades mais sustentáveis,
capazes de: suprir suas necessidades imediatas; descobrir ou despertar suas vocações
locais e desenvolver suas potencialidades específicas; e fomentar o intercâmbio
externo aproveitando-se de suas vantagens locais. (FRANCO, 1999, p.176).
A opção de Franco (1999) em falar da participação do poder local entendida por Prefeitura
advém da necessidade que processos integrados de desenvolvimento de base local se façam
presentes, pois, segundo ele, sem ela, dificilmente as políticas sociais surtirão um efeito
emancipador nas populações marginalizadas.
18
2.1. A gestão social como política pública para o desenvolvimento local
Segundo Junqueira (2008), a gestão social configura-se como uma importante questão dentro
da economia e sua potencialidade de contribuir crescentemente no PIB nacional, gerando
empregos, qualificando o debate público e incidindo de novas formas no ciclo das políticas
públicas, especialmente as sociais e ambientais.
Ainda segundo Junqueira (2008), quando se fala em gestão social, está se referindo à gestão
de ações sociais públicas, ou seja, da demanda e necessidade dos cidadãos.
O que se percebe nesta sociedade em transformação, contudo, é o cruzamento de diversos
sistemas de gestão, estimulando o funcionamento da sociedade com base na articulação de
interesses e na busca de uma maior produtividade social e não a simples execução de tarefas
(DOWBOR, 1996).
Tal realidade é discutida por diversos autores, que apresentam os reflexos desta transformação
da sociedade tendo como instrumento a gestão social e as políticas públicas, particularmente.
(...) a esfera pública é tecida no interior das relações entre sociedade política e
sociedade civil, que visa ultrapassar a dicotomia estatal-privado com a instauração
de uma nova esfera capaz de introduzir transformações, nos âmbitos estatizados e
privados da vida social, resultando daí um novo processo de interlocução pública
(RAICHELIS, 2000, p. 74).
Iniciando a discussão, e despontando como autor mais referido no tema políticas públicas,
Santos (1997, p. 270), define de forma clara, a politização: “identificar relações de poder e
imaginar formas práticas de transformá-las em relações de autoridade partilhada”.
Ele
ressalta a ideia de partilha, já que as definições de poder geralmente vêm carregadas da idéia
de opressão e exploração, como uma “relação entre os sujeitos humanos que impõe a vontade
de alguns sobre os outros pelo emprego potencial ou real de violência física ou simbólica”.
(CASTELLS, 2000, p. 51).
Surge em outro sentido, a definição de política como liberdade por Arendt (2007) que retoma
a origem grega e o verdadeiro sentido da palavra. E aqui, a autora nos diz que "a política
baseia-se no fato da pluralidade dos homens", devendo então assumir seu papel de representar
os indivíduos com suas diversas características.
19
Enquanto representação social, o papel da política é claramente delineado por Spink (1995,
p.8):
Nessa perspectiva as representações são essencialmente dinâmicas; são produtos de
determinações tanto históricas como ao aqui e agora em construções que têm uma
função de orientação: conhecimentos sociais que situam o indivíduo no mundo e
situando-o, definem sua identidade social: o seu modo de ser particular, produto de
seu ser social.
Desse modo, pode-se compreender a assertiva de Raichelis acerca da incompletude do
verdadeiro sentido das políticas enquanto servidoras do bem comum, especialmente no Brasil.
O público (no sentido de estatal) na história brasileira foi marcado (...) pela
dominação oligárquica da troca como favor, base de um entranhado clientelismo.
Por outro lado, até os dias de hoje, o pacto das oligarquias com as chamadas elites
modernas vem assegurando a estabilidade do poder vigente. Numa simbiose típica,
persistem relações de troca de favores políticos por benefícios econômicos e de
favores econômicos por benefícios políticos. Mesclam-se o velho e o novo, sem
rupturas radicais (RAICHELIS, 2004, p.17).
A estreita relação entre a gestão social e as políticas públicas fica nítida quando se pensa nos
direitos inerentes a cada membro que dela faz parte, como se descreve: “temos o direito a ser
iguais quando a nossa diferença nos inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a
nossa igualdade nos descaracteriza” (SANTOS, 2003, p.56).
Estes mesmos direitos, abordados diversas vezes em Bobbio (1992, 1997 e 2000), se
caracterizam e definem pela capacidade de normatizar as condições de vida das pessoas,
instituindo e modificando relações de poder e ajudando a compreender as relações entre
indivíduos diferentes que tentam se estabelecer como sujeitos políticos dentro de uma mesma
sociedade.
Desse modo, não há como falar em gestão social sem se referir à gestão de ações sociais
públicas, ou seja, da demanda e direitos dos cidadãos (JUNQUEIRA, 2008).
Estas relações sociais, cada vez mais têm refletido a necessidade política de uma construção
democrática da responsabilidade governamental, que seja capaz de estabelecer relações
horizontais, onde a própria gestão pública caminhe para a descentralização, através de
decisões mais setorizadas e participadas (DOWBOR, 2000).
20
Entretanto, Bobbio (2000) afirma que este processo, ao mesmo tempo em que abre canais de
participação e possibilita ganhos à sociedade civil, e ao interesse privado, aumenta e torna
mais complexas as demandas por respostas do Estado.
Esta mesma democracia é abordada, frequentemente, pelo fato de não conseguir resolver as
necessidades estabelecidas pelos contratos sociais e ao mesmo tempo controlar as exigências
do mercado globalizado (SANTOS, 1998), dando origem, na maioria das vezes à exclusão
social.
O princípio da intersetorialidade enquanto articulação de saberes e experiências no
planejamento, realização e avaliação de ações para alcançar efeito sinérgico em situações
complexas visando o desenvolvimento social, superando a exclusão (JUNQUEIRA, 2008),
aparecem então como facilitadores.
Acerca destas relações intersetoriais, e de seus impactos nas políticas, Dagnino (2002)
destaca:
[...] que é uma tarefa que não pode se apoiar num entendimento abstrato dessas
categorias como compartimentos separados, mas precisa contemplar aquilo que as
articula e as separa, inclusive aquilo que une e opõe as diferentes forças que as
integram, os conjuntos de interesses expressos em escolhas políticas (p. 282).
O próprio desenvolvimento tecnológico desponta como um grande motor de transformação
desse processo democrático e de inclusão, potencializando a comunicação e possibilitando o
debate público.
Nesse sentido é que Castells (2000) introduz a discussão da Rede como uma nova forma de
participação dos cidadãos, por proporcionar a interdependência das estruturas políticas e ao
mesmo tempo, permitir a expressão ativa dos indivíduos.
Assim, é de senso comum que, pensar individualmente hoje, não exime de pensar também
pensar globalmente, pois ainda que se viva de modo fragmentado, pelo fato de cada lugar e
tempo ter suas características próprias, como já destacava Bobbio (1992, p. 18): “o que parece
fundamental numa época histórica e numa determinada civilização não é fundamental em
outras épocas e em outras culturas”, estamos ligados de alguma maneira. É isso que descreve,
em paradoxo, Castells (2000, p. 504):
21
As funções dominantes são organizadas em redes próprias de um espaço de fluxos
que as liga em todo o mundo, ao mesmo tempo em que fragmenta funções
subordinadas e pessoas no espaço de lugares múltiplos, feito de locais cada vez mais
segregados e desconectados uns dos outros.
E isto inegavelmente influencia o modo de pensar e agir político de uma sociedade.
Igualmente política é reflexão sobre as novas formas de Estado que estão a emergir
em resultado da globalização, sobre a nova distribuição política entre práticas
nacionais, práticas internacionais e práticas globais, sobre o novo formato das
políticas públicas em face da crescente complexidade das questões sociais,
ambientais e de redistribuição. (SANTOS, 2002, p.2)
Sendo toda estrutura social, em suas relações, tratada enquanto rede faz-se necessário
compreendê-las como um “sistema de nodos e elos, passando a representar um conjunto de
participantes autônomos, unindo ideias e recursos em torno de valores e interesses
compartilhados.” (MARTELETO, 2004, p. 72)
Junqueira (2000, p. 39) ainda complementa:
[...] nas redes os objetivos definidos coletivamente, articulam pessoas e instituições
que se comprometem a superar de maneira integrada os problemas sociais. Essas
redes são construídas entre seres sociais autônomos, que compartilham objetivos que
orientam sua ação, respeitando a autonomia e as diferenças de cada membro. Daí a
importância de que cada organização pública, seja estatal ou privada, desenvolva seu
saber para colocá-lo de maneira integrada a serviço do interesse coletivo.
De acordo com Carvalho (1999), há uma clara percepção de que os atores sociais são
corresponsáveis na implementação de decisões e respostas às necessidades sociais. Não que o
Estado perca a centralidade na gestão do social, ou deixe de ser o responsável na garantia de
oferta de bens e serviços de direito dos cidadãos; o que se altera é o modo de processar esta
responsabilidade.
Sawaia (1999) confirma esta certeza, colocando sua visão em torno do pensamento
econômico:
Todos nós estamos inseridos de algum modo, nem sempre decente e digno, no
circuito reprodutivo das atividades econômicas, sendo a grande maioria da
humanidade inserida através da insuficiência e das privações, que se desdobram para
fora do econômico. (p. 8)
Entretanto, é que se antes o termo “política” era utilizado para designar eventos de natureza
coletiva, ou para traçar limites entre o individual e o coletivo (BAUMAN, 2000), hoje o
hibridismo recorrente entre o público e o privado tem marcado a sociedade moderna, onde
22
mesmo as atividades executadas privadamente passaram a ter importância pública (ARENDT,
2007).
Neste sentido, Bauman (2005) recorre inúmeras vezes em seu pensamento, a este mesmo dito,
caracterizando o individualismo moderno em suas dimensões cada vez maiores.
Na modernidade líquida, não existem mais valores sociais, mas individuais. Aquilo
que, na modernidade, era considerado tarefa da coletividade, da sociedade, foi
transferida para o indivíduo. De agora em diante, vale somente aquilo que interessa
para o indivíduo. Ninguém quer gastar mais o seu tempo para que os valores sociais
sejam alcançados e realizados: vale somente o interesse individual. É esta a lógica
do mercado que afeta a vida política e as atitudes da vida corriqueira. (p.47)
Por isso, têm ganhado cada vez mais espaço aqueles que enxergam o desenvolvimento ligado
intimamente ao alcance de melhores condições para a expansão das liberdades individuais, e
não como o que se vê muitas vezes em que no desenvolvimento “se renovam as principais
fontes de privações de liberdade: pobreza e tirania, negligência dos serviços públicos e
intolerância ou interferência excessiva de Estados repressivos” (SEN, 2000, p. 18).
Por outro lado, Bobbio (2002) identifica uma recorrente tentativa da sociedade moderna em
reduzir a política à moral e afirma que uma das razões para se estabelecer a separação entre
moral e política está no fato de que a conduta política é orientada em função de que os fins de
proteção do Estado, do patrimônio público do bem coletivo e outros, é tão superior aos bens
dos morais dos indivíduos isoladamente que a violação de valores morais é justificada em
função dos interesses do Estado.
Assim, a gestão social começa a ser compreendida como uma gestão de ações sociais públicas
que objetivam o bem estar social das comunidades, não estritamente sendo realizadas pelo
Estado, mas também podendo ser exercidas pela sociedade civil e pela iniciativa privada, ou
pela parceria entre os três setores (Estado, iniciativa privada e organizações sociais)
(CARVALHO, 1999; DOWBOR, 1999).
Para Raichelis (2004) um dos grandes desafios é construir uma agenda em que os projetos de
capacitação sejam continuados e que trabalhem articuladamente as dimensões técnica, política
e ética no exercício da participação em espaços públicos.
23
Tal participação refere-se a intersecção entre as pessoas, que remete a seus objetivos e valores
e o capital social e definido pelos relacionamentos que possibilitam a cooperação dentro ou
em diferentes grupos sociais. (JUNQUEIRA 2000).
Por conseguinte, Raichelis (2000), percebe que pela ação e pelo discurso dos sujeitos sociais,
podem-se estabelecer um conjunto de questões que dizem respeito ao destino coletivo.
Por fim, sente-se restar o desejo de uma renovação da teoria política e, sobretudo
democrática, que se assente sobre pilares mais envolventes e credíveis, e que implique numa
articulação mais eficaz entre democracia simplesmente representativa e democracia
participativa.
2.2. Os atores sociais no desenvolvimento local
De acordo com Carvalho (1999, p.25), há uma clara percepção de que os atores sociais são
corresponsáveis na implementação de decisões e respostas às necessidades sociais. Não é que
o Estado perca a centralidade na gestão do social, ou deixe de ser o responsável na garantia de
oferta de bens e serviços de direito dos cidadãos; o que se altera é o modo de processar esta
responsabilidade.
Assim, a gestão social começa a ser compreendida como gestão de ações sociais públicas que
objetivam o bem-estar social das comunidades, não estritamente sendo realizada pelo Estado,
mas também podendo ser exercida pela sociedade civil, pela iniciativa privada, ou pela
parceria entre os três setores (Estado, iniciativa privada e organizações sociais).
(CARVALHO, 1999; DOWBOR, 1999).
Para Raichelis (2006) um dos grandes desafios é construir uma agenda em que os projetos de
capacitação sejam continuados e que trabalhem articuladamente as dimensões técnica, política
e ética no exercício da participação em espaços públicos.
Tal participação refere-se à intersecção entre as pessoas, que remete a seus objetivos e valores
e o capital social e definido pelos relacionamentos que possibilitam a cooperação dentro ou
em diferentes grupos sociais. (JUNQUEIRA 2000, p. 39).
24
Por conseguinte, novamente Raichelis (1998a, p. 26), percebe que pela ação e pelo discurso
dos sujeitos sociais, podem-se estabelecer um conjunto de questões que dizem respeito ao
destino coletivo.
Para a plena compreensão da definição de “bem-estar social” tratada aqui é necessário
contextualizar, celeremente, os desdobramentos que a intervenção estatal na economia,
resquício do século XIX, período que sucedeu a Revolução Francesa e a Independência dos
Estados Unidos.
Segundo Alves (2000, p. 153), nesse período, era utilizado por várias nações ocidentais o
modelo chamado “Estado Liberal”, que significava uma mínima intervenção estatal na vida
das pessoas e da economia. Após várias crises encaradas pelo citado modelo, acontecimentos
como a Revolução Socialista de 1917 na Rússia, Primeira Guerra Mundial e a Crise de 1929
na Bolsa de Valores de Nova York, ocasionaram mudanças e abalos consideráveis na esfera
capitalista, o que deu origem ao chamado “Estado de bem-estar social” ou “Estado-social”.
A partir de 1970, houve uma grande corrosão do papel centralizador e assistencial do Estado,
devido a sua burocracia e impossibilitado de atender a crescente demanda populacional
necessitada de alguma espécie de ajuda econômica. Então, constatou-se a ineficiência do setor
público, relativa aos assuntos sociais.
Com o advento da globalização, Galbraith (2004) reconhece que as empresas modernas
tornaram-se fatores centrais na economia moderna, exercendo um papel de extrema utilidade
na vida econômica contemporânea, mais que as anteriores entidades capitalistas, primitivas e
exploradoras.
Uma empresa responsável esclarece Drucker (1993), tem que assumir responsabilidade
econômica como premissa para sua sustentabilidade e para a responsabilidade social – com
seus colaboradores, cumprimento de seu papel corporativo e com a comunidade – onde atua.
Assim, a degradação do Estado enquanto provedor de bem-estar social dá margem para a
discussão do papel das grandes empresas na suplantação da miséria e atendimento das
necessidades essenciais das pessoas e da sociedade.
25
Para Amartya (1999), o desenvolvimento pode ser encarado como um processo de expansão
das liberdades reais das quais os indivíduos gozam. Mas as liberdades dependem também de
outros fatores, como as disposições sociais e econômicas e os direitos civis.
Lembra Yunus (2008) que por causa da natureza das empresas, estas não estão aparelhadas
para lidar com problemas sociais, ainda menos na proporção em que se encontram hoje, uma
vez que as empresas estão regidas pelo pensamento econômico ortodoxo de mercado livre de
maximização do lucro e não apenas o mantimento deste.
Porter e Kramer (2002) e (2006) afirmam que as empresas, a utilizar alguns conceitos como
dever moral e sustentabilidade, usam uma lógica genérica desvinculada de sua estratégia de
negócios e de sua operação.
Ensina Peyrefitte (1999) que a empresa, instituição central da sociedade do desenvolvimento
e unidade de ação econômica, sempre se esperou dela uma missão social, proveniente da
tradicional sociedade agrária, onde o econômico e o social sempre foram indissociáveis.
Yunus (2008) traz a definição de empresa social como aquela que é projetada a atender a uma
meta social, onde os proprietários podem receber seus investimentos de volta após um
período, mas os lucros permanecem na empresa e servem de financiamento de sua expansão e
não para pagar dividendos. A empresa social não gera nem perdas nem dividendos.
2.3. A sustentabilidade na economia social
Segundo Silva (2010), a definição mais disseminada de sustentabilidade é a da comissão
Brundtland (World Comission on Enviromental and Development- WCED, 1987). De acordo
com a comissão, o desenvolvimento sustentável deve satisfazer as necessidades da geração de
hoje sem comprometer as necessidades da geração de amanhã.
Já Sachs (2008, p. 54), maximiza a definição de sustentabilidade sob os seguintes prismas:
26
1. Social:
-alcance de um patamar razoável de homogeneidade social;
-distribuição de renda justa;
-emprego pleno com qualidade de vida decente;
-igualdade no acesso aos recursos e serviços sociais.
2. Cultural:
-mudanças no interior da comunidade (equilíbrio entre respeito à tradição e inovação);
-capacidade de autonomia para elaboração de um projeto nacional integrado e
endógeno (em oposição às cópias servis dos modelos alienígenas);
-autoconfiança combinada com abertura para o mundo.
3. Ecológica:
-preservação do potencial do capital natureza na sua produção de recursos renováveis;
-limitar o uso dos recursos não renováveis.
4. Ambiental
-respeitar e realçar a capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais.
5. Territorial
-configurações urbanas e rurais balanceadas (eliminação das inclinações
urbanas nas alocações do investimento público);
-melhoria do ambiente urbano;
-superação das disparidades inter-regionais;
-estratégias de desenvolvimento ambientalmente seguras para áreas ecologicamente
frágeis (conservação da biodiversidade pelo eco desenvolvimento).
6. Econômico
-desenvolvimento econômico intersetorial equilibrado;
-segurança alimentar;
-capacidade de modernização contínua dos instrumentos de produção;
-razoável nível de autonomia na pesquisa cientifica e tecnológica;
-inserção soberana na economia internacional.
7. Política (nacional):
-democracia definida em termos de apropriação universal dos direitos humanos;
-desenvolvimento da capacidade do Estado para implementar o projeto nacional, em
parceria com todos os empreendedores;
-um nível razoável de coesão social.
27
8. Política (internacional):
-eficácia dos sistemas de prevenção de guerras da ONU, na garantia da paz e
na promoção da cooperação internacional;
-um pacote norte-sul de co-desenvolvimento, baseado no princípio de igualdade (regras do
jogo e compartilhamento da responsabilidade de favorecimento do parceiro mais fraco);
-controle institucional efetivo do sistema internacional financeiro e de negócios;
-controle institucional efetivo da aplicação do Princípio da Precaução na gestão do meio
ambiente e dos recursos naturais;
-prevenção das mudanças globais negativas;
-proteção da diversidade biológica (e cultural);
-gestão do patrimônio global, como herança comum da humanidade;
-sistema efetivo de cooperação científica e tecnológica internacional e eliminação parcial
do caráter de commodity da ciência e tecnologia, também como propriedade, da herança
comum da humanidade.
Ainda para Sachs (1997), a sustentabilidade, na perspectiva social está relacionada ao
processo de desenvolvimento que conduza a um crescimento estável, com distribuição
equitativa de renda, gerar melhoria das condições de vida das populações e,
consequentemente, a diminuição das atuais diferenças nos níveis sociais.
Amartya (1999), por sua vez, entende que o desenvolvimento pode ser visto como um
processo de expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam.
Sob o prisma econômico, segundo Cavalcanti (2003), existe um viés quanto à ideia de que a
sociedade se beneficia pelo aumento da produção agregada a seu país, já que o PIB per capita
é usado como um indicador e não reflete a medida da renda pessoal. E por isso, o PIB pode
aumentar enquanto a maioria das pessoas fica mais pobre ou proporcionalmente, não tão rica,
já que o PIB não considera o nível de desigualdade de renda de uma sociedade.
Furtado (1974, p. 20) trata como “inocente” a ação de pensar que todos os problemas
relativos às dimensões ambientais e sociais, causados pelo modelo desenvolvimentista serão
resolvidos tão somente pelo progresso tecnológico. Segundo ele,
28
[...] não se trata de especular se teoricamente a ciência e a técnica capacitam o
homem para solucionar este ou aquele problema criado por nossa civilização. Tratase apenas de reconhecer que o que chamamos de criação de valor econômico tem
como contrapartida processos irreversíveis no mundo físico, cujas consequências
tratamos de ignorar. Convém não perder de vista que na civilização industrial o
futuro está condicionado por decisões que já foram tomadas no passado e/ou questão
sendo tomadas no presente em função de um curto horizonte temporal. Na medida
em que avança na acumulação de capital, maior é a interdependência entre futuro e
passado. Consequentemente, aumenta a inércia do sistema e as correções de rumo
tornam-se mais lentas ou exigem maior esforço.
Veiga (2006, p. 17) traz duas abordagens contrárias do conceito de desenvolvimento, que
impacta diretamente na sustentabilidade. A primeira trata o desenvolvimento como sinônimo
de crescimento econômico. A segunda questiona sua existência, sob a afirmação que
desenvolvimento não é nada mais que “manipulação ideológica”. Completa o autor que há
uma alternativa para a saída, um “caminho do meio” que “transita entre a miopia que reduz o
desenvolvimento ao crescimento, e o derrotismo que o descarta como inexequível”.
Castells (1999) ensina que os temas principais problematizados pelos ambientalistas e as
principais dimensões onde a transformação cultural é processada na sociedade contemporânea
por meio do ambientalismo são sobre conflitos envolvendo ciência e tecnologia, controle do
tempo e espaço e construção de novas identidades.
Morin e Kern (1993) salientam a necessidade de que o pensamento seja reformado, ao ponto
de ser capaz de conceber as coisas em seu contexto e definir a comunidade de destino
terrestre.
2.4. Pioneirismo brasileiro
A Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
realizada entre os dias 3 e 14 de junho de 1992, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), no Brasil,
foi um evento que ficou conhecido como Eco 92 ou Rio 92 que buscou fazer um balanço de
problemas existentes e progressos realizados.
No evento, foram elaborados documentos importantes que continuam sendo referencia para as
discussões socioambientais. Configurou-se, como um importante resultado da ECO-92, a
Agenda 21: um plano de ações com o intuito de modificar os padrões de consumo e produção
29
em escala mundial, na tentativa de minimizar impactos ambientais sem deixar de atender as
necessidades básicas da humanidade5.
A Agenda 21 foi um acordo estabelecido, na época, entre 179 países para a elaboração de
estratégias que objetivassem o desenvolvimento sustentável, ou seja, a sustentabilidade.
Esse documento está estruturado em quatro seções: “Dimensões sociais e econômicas”,
“Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento”, “Fortalecimento do papel dos
principais grupos sociais” e “Meios de implementação” 6.
Segundo o IBGE7, a Agenda 21 já foi adotada em diversas cidades por todo o mundo,
inclusive por intermédio de parcerias e de intercâmbio de informações entre municipalidades.
O IBGE destaca que o compromisso se desenrola no âmbito da cooperação e do compromisso
de governos locais, levando-se em conta, principalmente, as especificidades e as
características particulares de cada localidade, de cada cidade, para planejar o que deve ser
desenvolvimento sustentável em cada uma delas.
Vinte anos após a Eco 92, em 2012, foi realizada na cidade do Rio de Janeiro (RJ) entre os
dias 13 a 22 de junho de 2012 a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, que ficou conhecida como Rio+20.
A Rio+20 reuniu mais de 100 chefes de estado8 e teve por objetivos assegurar a renovação do
comprometimento político com o desenvolvimento sustentável, avaliar a progressão até o
momento e as lacunas ainda existentes na implementação dos resultados dos principais
encontros sobre desenvolvimento sustentável, além de ter abordado os novos desafios
emergentes9.
A Conferência Rio+20 focou-se em dois temas: a economia verde no contexto do
desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e o quadro institucional sobre a
5
Disponível em: <http://www.em.com.br/app/noticia/especiais/rio-mais20/agenda/2012/05/30/noticias_internas_agenda,297329/conheca-os-principais-documentos-formuladosdurante-a-eco-92.shtml>.
6
Disponível em <http://www.brasilescola.com/geografia/eco-92.htm>.
7
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/ecologia/eco92.html>.
8
Disponível em: <http://www.rioguiaoficial.com.br/node/11454>.
9
Disponível em: <http://www.rio20.info/2012/objetivos-e-temas>.
30
possibilidade de um novo modelo sustentável para o planeta. Além disso, as delegações
fizeram uma análise do que foi realizado nos últimos 20 anos, em relação ao meio ambiente e
à erradicação da miséria, a partir de decisões tomadas na Eco 92.
Pode-se perceber que o Brasil foi palco de discussões pioneiras acerca do desenvolvimento
sustentável e, paralelamente, acerca da Economia Social em torno do desenvolvimento local
mundial.
31
3. EMPREENDEDORISMO SOCIAL E TECNOLOGIAS SOCIAIS
3.1. Empreendedorismo Social
Na nova economia, o Empreendedorismo Social tem configurado como uma importante
ferramenta de desenvolvimento, pois se caracteriza por ser negócio lucrativo que,
simultaneamente traz desenvolvimento para a sociedade, ou seja, as empresas sociais,
diferentemente das empresas comuns, em suas atividades principais utilizam instrumentos de
mercado para buscar soluções aos problemas sociais.
Um exemplo de manifestação da preocupação mundial em gerar empreendedores imbuídos de
estratégias pautadas em valores sustentáveis foi o Fórum de empreendedorismo social na
nova economia, que aconteceu entre os dias 15 e 17 de junho de 2012, em paralelo à Rio+20.
Nele empreendedores sociais do mundo inteiro se reuniram para propor práticas que possam
contribuir para o surgimento de uma “Nova Economia”, ecologicamente e socialmente justa10.
3.1.1. Negócios sociais no Brasil
Diante das mais variadas formas de definição de negócios sociais, ele pode ser entendido por
modelos de negócios economicamente viáveis que transformam e impactam positivamente a
vida das pessoas, em contribuição para um mundo melhor.
O portal Negócios Sociais11 usa três critérios para classificar um negócio como um negócio
social. São eles: impacto social através da atividade principal, sustentabilidade financeira
embutida no modelo de negócio e inclusão da base da pirâmide ou de grupos desfavorecidos.
Esses tipos de negócios têm se espalhado por todo o país, com colaboração de diversas
instituições que conceituam e fomentam negócios sociais. A organização social Artemisia, a
Ashoka (pioneira no campo da inovação social) e a Fundação Schwab (que foi responsável
pelo prêmio Empreendedor Social no Brasil), são exemplos de órgãos estimuladores do
desenvolvimentos destes negócios.
10
11
Disponível em: <http://www.empreendedorismosocial.org.br/index.php?lang=br>.
Disponível em: <http:// http://www.negociossociais.com>.
32
3.1.2. Prismas empreendedores
O empreendedorismo social pode ser entendido sob duas perspectivas: uma reorganização da
forma de pensar das empresas e como economia de colaboração.
Segundo Grisi (2008), a empresa ocupa o cerne do sistema produtivo e social e não pode ser
“colocado à margem” de uma profunda discussão sobre as novas intenções da sociedade
contemporânea; afirma que é necessário repensar a economia.
A argumentação de Dowbor (2002) é que a empresa se organiza de forma livre, atingindo
“eficiência indiscutível”. Entretanto, a dinâmica da produção e geração de riqueza, concebe
estruturas que torna inviável a distribuição equilibrada, o que reduz sua utilidade social.
Algumas formas contribuição para a modificação deste cenário, apresenta Peyrefitte (1999)
que ainda é indispensável uma mudança social de cultura política, pela presença de sindicatos,
organizações populares, organizações empresariais progressistas, entre outras esferas das
micro, pequenas, médias e grandes empresas.
Grisi (2008, p. 23) explica que:
A economia de colaboração, em contraposição à economia da competição, cresce
em importância e necessidade, na medida em que as atividades das organizações de
modo geral e as de empresas estão se tornando cada vez mais complexas e
interativas, em ambientes que operam com tecnologia intelectual gerando capital
intelectual e capital social.
Nessa perspectiva é possível posicionar o empreendedor social como aquelas pessoas que
com seus trabalhos e ideias, assume a postura de agente transformador social, um agente de
mudança, com mentalidade nova, capaz de repensar os rumos da sociedade e suas
organizações de geração de riqueza.
33
3.2. Tecnologias Sociais
O desenvolvimento das populações pode ser melhorado através do fortalecimento das redes
produtivas entre os diversos atores sociais no âmbito socioeconômico, por meio da
intervenção social e da capacidade de replicação de soluções colaborativas em diversas áreas.
Assim, é que a Rede de Tecnologias Sociais (RTS) conceitua tecnologia social como sendo a
compreensão de produtos, técnicas ou metodologias replicáveis, desenvolvidas na interação
com a comunidade e que representem efetivas soluções de transformação social12.
O Instituto Kairós13 desde 2007 promove a sistematização de seus métodos, produtos e
processos para a geração de tecnologias sociais que objetivam o desenvolvimento do território
e áreas das políticas públicas. Seu foco é gerar conhecimento e soluções por meio da interação
com os saberes populares, práticos, intuitivos, acadêmicos, técnicos e científicos, de modo a
disponibilizar seus resultados, transferindo-os a diversas realidades.
Algumas das ferramentas de tecnologia da informação que são utilizadas pelo Instituto Kairós
para registro de informações, monitoramento dos resultados, construção de pedagogias
sociais, pesquisa e aprimoramento de metodologias são estabelecidas em parceria contínua
com a comunidade, representantes do poder público, redes de parceria técnica e centros de
pesquisa.
Além do Instituto Kairós, outras iniciativas de tecnologias sociais são realizadas no Brasil.
São algumas delas: o Banco de Tecnologias Sociais da Fundação banco do Brasil, a Rede de
Tecnologias Sociais (citada anteriormente) e o Instituto de Tecnologias Sociais.
12
13
Disponível em: <http:// www.rts.org.br>.
Disponível em: <http://www.institutokairos.org.br>.
34
4. CONCLUSÕES
A economia social envolve iniciativas sociais, fomentadas por políticas de caráter público, ao
passo que as instituições privadas configuram-se como parceiros estratégicos de
desenvolvimento.
Percebe-se, assim, que muitos frutos da gestão local dinamizada por pequenas, médias
empresas e até mesmo a economia familiar são gerados pela sociedade civil devidamente
organizada no contexto da municipalidade.
O resultado da cooperação entre os diversos atores sociais podem gerar efeitos
multiplicadores, como o aumento da participação e poder de ação para o fortalecimento e
desenvolvimento local.
O presente trabalho pode servir de incentivo à continuidade do aprofundamento nos estudos
das práticas sociais que promovam o aumento da dinâmica social que seja capaz de prover
poder de desenvolvimento local aos atores sociais e estes, por conseguinte, tenham
ferramentas suficientes para elevar o capital social, gerando riqueza.
35
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PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
MARKETING DIGITAL
Aluno: Geraldo Ribeiro de Souza Neto
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
1
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3
CAPÍTULOI - SOBRE O MARKETING ............................................................. 4
1.1 EVOLUÇÃO DO MARKETING ........................................................ 4
1.2 GLOBALIZAÇÃO E TECNOLOGIA ................................................ 8
1.3 EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO .................................................. 10
CAPÍTULO II - CENÁRIO ATUAL - QUAL A IMPORTÂNCIA DA INTERNET
PARA AS ORGANIZAÇÕES ..................................................... 15
2.1 O MARKETING DIGITAL ................................................................. 15
2.1.1 O MARKETING DE RELACIONAMENTO EM FACE DO
MARKETING DIGITAL .................................................................... 16
2.2 E-COMMERCE ................................................................................. 23
2.3 COMO APROVEITAR AS NOVAS PLATAFORMAS PARA
AUMENTAR O RETORNO DAS ORGANIZAÇÕES ........................ 27
CAPÍTULO III – PROJEÇÃO .............................................................................. 30
3.1 REDES SOCIAIS ............................................................................... 30
3.2 SITES DE COMPRAS COLETIVAS .................................................. 40
3.3 APLICATIVOS MOBILE (aplicativos para celular) ......................... 43
CONCLUSÃO ...................................................................................................... 44
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 46
2
INTRODUÇÃO
Após 50 anos de desenvolvimento da estrutura e aperfeiçoamentos das plataformas
de comunicação, a internet passa a ser integrada à vida das pessoas no mundo todo.
As mídias sociais são um fenômeno percebido por todo o planeta e em especial no
Brasil, com números muitíssimo expressivos. Tais mídias são compostas por ferramentas
que permitem aos usuários criarem redes de relacionamento e promover a interação e a
difusão de informações de muitos para muitos, envolvendo, além de relações pessoais,
relações comerciais, propaganda e marketing – objeto deste estudo.
A característica colaborativa ou social e mesmo a viral caracteriza-se como uma
nova oportunidade para o marketing no desenvolvimento de estratégias para a interação
com o consumidor. O conjunto de estratégias tem sido, pela literatura especializada, definida
como Marketing Digital. Atualmente são consideradas seis estratégias centradas na
interação com o público-alvo na publicidade, quais sejam: online; marketing de busca,
pesquisas online; games online; mobile marketing e marketing em mídias sociais.
Considera-se hoje em dia o Marketing Digital como um importante caminho, em
verdade “sem volta”, inevitável, pois a evolução é característica básica da internet (e a
internet é meio fundamental para a fruição de tais recursos inovadores, além de outros
suportes como são os celulares etc.); deste modo, novas ferramentas como essas podem
demandar o desenvolvimento de novas estratégias e, mesmo dentre as listadas, sua
continuação depende do tempo que prosseguirão a ser usadas a se manter relevantes para
os usuários, propiciando novas dinâmicas.
Completando o raciocínio – falando-se sobre evolução e inovação na comunicação
voltada para o marketing – os usuários gostam de se vincular a tais modernidades, sendo a
internet e outras mídias ferramentas de intenso convívio favorável ao marketing.
As estratégias conexas ao mundo digital que proporcionam o compartilhamento de
conteúdo e também a criação de redes sociais possibilitam várias abordagens, como se
verá ao longo do texto, como o é o caso do e-commerce e das próprias redes sociais, ponto
alto do estudo, imagina-se.
Para tanto o texto tentará, o quanto for possível, esmiuçar as ferramentas
disponíveis nas novas mídias ligadas às redes sociais, analisando o comportamento e as
repercussões da dinâmica que o marketing digital assume perante tal realidade.
CAPÍTULO I - SOBRE O MARKETING
3
Neste primeiro capítulo, o panorama geral sobre o que vem a ser o marketing e sua
intensa relação os vários aspectos comunicacionais serão expostos, passando pela temática
não menos importante acerca dos fenômenos da tecnologia e da globalização.
1.1 Evolução do Marketing
De acordo com a American Marketing Association (apud CHURCHILL et al, 2000, p.
44), a associação profissional para organizações que lidam, ensinam e desenvolvem o
marketing pelo mundo, marketing é: “o processo de planejar e executar a concepção,
estabelecimento de preços, promoção e distribuição de ideias, produtos e serviços, a fim de
criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”. Essas trocas são as
transações que os clientes e empresas participam voluntariamente tendo por motivação
trazer benefícios para ambos (KELLER, 2006).
O conceito de marketing vem mudando ao longo dos anos. Antigamente as
empresas estavam preocupadas em concentrar suas forças para mudar a mentalidade dos
consumidores; atualmente, com o aumento da competição e do desenvolvimento da
tecnologia, as organizações estão percebendo que é mais importante concentrar seus
esforços em entender as exigências e expectativas dos clientes (CHURCHILL et al, 2000).
Seguindo essa visão, Kotler (2006) explica que a função do marketing é: “mais do
que lidar com outros negócios, é lidar com os clientes. Entender, criar, comunicar e
proporcionar ao cliente valor e satisfação que constituem a essência e pensamento do
marketing moderno.” Dessa forma, é possível concluir, segundo Ferrel (2002), que a
principal característica do pensamento e da prática do marketing nas ultimas décadas tem
sido o conceito que prioriza a satisfação do consumidor e a realização dos objetivos da
empresa.
Como se pode perceber, o marketing continua evoluindo, maior percepção esta
verificada a partir da Primeira Guerra Mundial com o surgimento do marketing de massa. O
desenvolvimento da tecnologia muda o escopo do marketing para os clientes e, de acordo
com Schiffman (2000, p.67) “a utilização de tecnologias avançadas de informações no
marketing permite modificações positivas, redução ou eliminação de restrições no marketing
antigo”.
Seguindo o conceito da função de marketing citado anteriormente, a administração
de marketing foi conceituada por Kotler (2006, p. 9) como:
4
“Análise,
planejamento,
implementação,
controle,
e
programas
desenvolvidos para criar, construir e manter trocas benéficas com
compradores-alvo para que sejam alcançados os objetivos organizacionais”.
Ou seja, é o processo de estabelecer as metas de marketing: planejar, implementar
e controlar as estratégias para alcançar as metas estabelecidas.
Dentro do contexto da administração de marketing tem-se o plano de marketing que
pode ser encarado como a ferramenta que se baseia na estratégia de mercado da
organização para colocar em prática os objetivos da empresa.
Churchill et al (2000) definiram o plano de marketing como: “os documentos criados
por organizações para registrar os resultados e conclusões das análises ambientais e
detalhar estratégias de marketing e resultados pretendidos com elas”. Assim, pode-se
concluir que tanto o plano de marketing quanto a estratégia de mercado devem estar
plenamente alinhados com as estratégias globais da empresa, pois um não anda sem o
outro - tudo depende dos objetivos organizacionais.
De acordo com Ferrel (2002), as organizações aplicam os processos de
planejamento estratégico de mercado a fim de capitalizar suas forças e fornecer bens e
serviços que satisfaçam as necessidades de seus clientes. De alguma forma ou outra,
qualquer empresa, desde o restaurante favorito de cada um às gigantescas corporações
globais, todas as empresas, sem exceção, estão envolvidas no desenvolvimento e/ou
implementação de estratégias de marketing.
Dessa forma pode-se concluir que para que uma empresa possa efetivamente
implementar um planejamento de mercado, toda a organização deve estar alinhada em
atender às necessidades do cliente (MUNDO MARKETING, 2012).
Uma organização orientada para o consumidor se concentra em descobrir o que os
compradores desejam, fornecendo isso de maneira que a empresa também atinja seus
próprios objetivos. Para se orientar para o consumidor, a empresa deve adotar uma política
que dê resposta inteligente ao mercado. Logo, pode-se observar que sem uma estratégia de
marketing eficaz a organização fica sem armas para capitalizar suas forças e auferir
vantagem competitiva - Ferrel (2002). Isso demonstra a importância de uma administração
de marketing eficiente.
Ferrel (2002) define ainda marketing como o plano que indicará como a
organização utilizará suas forças e capacidades para adequar-se às necessidades e
exigências do mercado. Em suma, o marketing de uma organização descreve como a
5
empresa irá satisfazer as necessidades e desejos dos seus clientes. Por isso é de se
enfatizar a importância da organização em compreender seus clientes e mercados.
“Para desenvolver uma estratégia de marketing, uma organização deve escolher
uma combinação certa de mercado-alvo e compostos de marketing a fim de criar vantagens
competitivas distintas sobre seus rivais” França (2004, p.17), ou seja, a empresa deve ser
melhor que seus concorrentes, portanto, não é suficiente para uma estratégia de marketing
a análise, apenas, das necessidades de seus consumidores, a análise dos concorrentes
também é extremamente importante.
Pelo exposto, é de se considerar que se a empresa deseja entender as reais
necessidades de seus clientes é necessário que ela conheça não só as razões que fazem
seus clientes comprarem seus produtos, mas, também, o que leva o cliente a comprar um
produto concorrente. Isso é crucial para que a organização não perca seus clientes – tão
difíceis de serem conquistados - e também ser melhor do que seus rivais no que diz respeito
à satisfação dos consumidores-alvo – tudo isto viabilizado pelo conhecimento que uma visão
ampla de marketing é capaz de prover.
O que foi até agora colocado pode ser classificado como verdadeiras “gerações” do
marketing, e acabam, como é feito com as progressivas versões dos softwares de
computadores, sendo batizadas por números... Assim, fala-se em segmentar as gerações
do marketing em Marketing 1.0, Marketing 2.0 e, finalmente 3.0.
Resumidamente é possível dizer que as características de tais fases do
pensamento e da prática de marketing sejam:
Marketing 1.0:
- a venda de produtos é o principal objetivo;
- o cliente visto como integrante de uma massa desejosa de comprar, com pouca
ou nenhuma personalidade;
- o marketing é voltado para o produto.
Marketing 2.0:
- o marketing é voltado para o consumidor;
- entra a tecnologia da informação como elemento integrante de todo o processo
empresarial;
- o consumidor é visto como um ser dotado de vontades próprias, dotado de
“coração e mente”;
6
- o marketing se preocupa com o produto, dando-lhe melhores feições e com a
empresa;
- objetiva-se satisfazer e fidelizar o consumidor.
Marketing 3.0:
- o marketing direciona-se para o mundo, querendo fazê-lo um lugar melhor;
- o cliente é visto como um ser humano pleno, detentor de coração, mente e
espírito;
- pensa-se na visão, missão e valores da empresa;
- o marketing é voltado para os valores, global e especificamente considerado;
- a tecnologia e seus diversos canais são valorizados.
Falando mais concentradamente sobre o marketing dos dias atuais (3.0), vale dizer
que o marketing passa, como ensinam Kotler et al (2010), necessariamente, pela
comunicação, como via de transmissão do pensar do que estabelece a dinâmica
empresarial. Essa dinâmica inicia-se no nível do indivíduo, levando-se em conta não apenas
as barreiras semânticas, psicológicas e culturais de cada um, mas também as experiências,
que estarão intimamente ligadas às probabilidades de compreensão ou não das
mensagens.
A grande evolução desse modelo é a preocupação com efeitos causados por
qualquer processo de comunicação; a finalidade e os propósitos assumem o ponto central
nas ciências da comunicação o que mostra a preocupação em considerar a intencionalidade
da comunicação. Além disso, os canais de comunicação, como se verá mais adiante,
constituem-se em novidade que parece trilhar um caminho sem volta, positivamente sem
volta, possibilitando o avanço sobre mais públicos consumidores (MUNDO MARKETING,
2012).
1.2 Globalização e Tecnologia
O desenvolvimento mais recente da comunicação (internet) tem sua história
fundamentada durante a disputa entre as duas maiores potências econômicas após a
Segunda Guerra Mundial (1939 - 1945). Fala-se dos Estados Unidos da América e a antiga
União Soviética no confronto pela hegemonia do sistema que o representavam. Os EUA
representando o capitalismo e a URSS o socialismo em um confronto em que as duas
7
potências não se enfrentaram diretamente no campo de batalhas - esse período da história
é definido como Guerra Fria (BERRY et al, 1992).
O conflito envolveu a disputa dos dois países e de seus aliados separados pelo
bloco dos países capitalistas e o bloco dos países socialistas, embora não tenha acontecido
uma guerra armada entre EUA e URSS, as duas estiveram envolvidas em guerras de outros
países que pertenciam ao bloco. A guerra entre as duas potências envolveu a corrida
armamentista, a promoção da superioridade de cada sistema - através de mensagens
persuasivas em filmes, cartazes, programas de tv, rádio, revistas e jornais - e o
desenvolvimento tecnológico para provar a superioridade do sistema a qual pertenciam. A
Guerra Fria chegou ao seu final em 1991 com a extinção da URSS e a “perda” do sistema
socialista para o sistema capitalista (CASTELLS, 2003).
Em um contexto que envolvia o desenvolvimento de tecnologias de guerra e armas
nucleares precisas, diversas pesquisas em ciência e tecnologia foram financiadas com altos
investimentos nos dois países. Com o sucesso do programa espacial soviético ao enviar o
primeiro homem ao espaço (1961) confirmou-se que a URSS dispunha de tecnologia e
recursos, num iminente risco ao poder e à segurança americana. Diante deste fato, uma das
medidas adotadas pelo EUA envolveu o planejamento de um meio para proteger o sistema
de comunicação, que até então estava centralizado no Pentágono, que, se atingido por um
ataque, afetaria todo o sistema de informações americano.
Em 1958, o Departamento de Defesa dos EUA organizou a agência ARPA (Agência
de Projetos para Pesquisas Avançadas) com o objetivo de desenvolver projetos de proteção
para o sistema de comunicação e informação do país. Um dos projetos visava o
desenvolvimento de uma estrutura em rede de computadores interligados por pontos
distintos, sem conter um computador central, evitando que um ataque localizado levasse à
perda de informações. A agência atuou em parceria com centros universitários e de
pesquisa no seu desenvolvimento (COMM, 2009).
Como resultado, o projeto fez nascer a transmissão de dados em comutação por
pacote, ou seja, o envio de informações divididas em pacotes por partes da rede sem um
centro definido. A comutação por pacote foi desenvolvida por dois pesquisadores: Paul
Barann e Donald Davies em 1964. Segundo Manuel Castells (2003), este projeto foi
essencial para o desenvolvimento da internet, assim dizendo:
“Ele desempenhou um importante papel na construção da Arpanet por
causa de sua tecnologia de comutação por pacote, e porque inspirou uma
arquitetura de comunicação baseada nos três princípios segundo os quais a
Internet opera até os dias atuais: Uma estrutura de rede descentralizada,
8
poder computacional distribuído através dos nós da rede e redundância de
funções na rede para diminuir o risco de desconexão” (CASTELLS, 2003, p.
23).
Até a década de 1970 a transmissão de dados era realizada por telefonia analógica,
acarretando baixa velocidade na transmissão de dados, por este motivo os elementos
visuais eram rudimentares. Não havia a possibilidade de busca por índice ou palavraschave, o usuário deveria conhecer o nome dos arquivos para acessá-los, era uma
tecnologia ainda em desenvolvimento.
A implementação da fibra ótica por sua vez, como um dos fatores decisivos para a
globalização das informações se deu na década de 1980, possibilitando melhorias
significativas na transmissão dos dados, resultando no aperfeiçoamento dos protocolos com
a criação do ”http” uma abreviação de Hypertext Transfer Control (Protocolo de transferência
de hipertexto - internet) em 1989, por Tim Berners-Lee. O hipertexto é um sistema para
organizar as informações e, assim, permitir a busca e consulta de textos e que gerou
diversas inovações, dentre as principais, a possibilidade de adicionar sons e imagens e o
uso de palavras-chave e também de links para outras páginas – conforme ensina Castells
(2003).
Com a expansão da banda larga a partir dos anos 2000 a plataforma de
comunicação pela internet obteve inovações que facilitaram e impulsionaram o
compartilhamento de conteúdo gerado pelos próprios usuários sem a necessidade de
conhecimentos em programação. Antes das inovações a maioria dos usuários apenas
recebia informação e a comunicação estava limitada ao uso de fóruns e programas de
comunicação instantânea; após, usuários comuns passaram a produzir, editar e
compartilhar informações com outros usuários através de sites que permitem a criação de
redes, o compartilhamento de textos, áudios e vídeos e o desenvolvimento coletivo
(MUNDO MARKETING, 2012).
Em 2010 uma nova atualização na plataforma começou a ser desenvolvida para
tornar as buscas, que atualmente são baseadas na quantidade de referências e
visualizações de uma página, mais inteligentes, valendo-se de associações de ideias, com o
uso da semântica. Alguns autores e profissionais consideram essa inovação o que poderia
ser chamado de “Web 3.0”, com potencial para organizar a grande quantidade de
informação produzida de maneira mais perspicaz por assim dizer se comparada à atual.
1.3 Evolução da comunicação
9
A palavra comunicação vem do latim communicatione, que significa tornar comum;
desta forma se uma pessoa consegue fazer que sua ideia seja captada e compreendida por
outras, neste exato momento ocorre de fato a comunicação. Ela é tão importante quanto o
sistema nervoso para o corpo, pois sem o sistema nervoso o corpo não se movimenta, não
se locomove e não se expressa. Pode-se citar que sem a comunicação, independente dos
diversos grupos humanos, seria impossível as pessoas estabelecerem algum tipo de
relação, sejam comerciais ou afetivas; ela está contida no ambiente social e pode exercer
influências positivas e negativas na vida das pessoas - se há uma habilidade que permeia a
vida profissional é com certeza a de se comunicar eficazmente com as pessoas (KUNSCHI,
1995).
A forma como as pessoas se relacionam entre si é chamado de comunicação,
dividindo e trocando experiência, ideias, sentimentos, informações e modificando
reciprocamente a sociedade onde estão inseridas. Sem a comunicação, todos estariam em
um mundo isolado.
A comunicação pode ser vista, ouvida e tocada. As suas várias mensagens podem
chegar através das palavras, gestos, olhares, tom de voz, pela maneira de vestir, desenhos,
movimentos do corpo, imagens, sons, músicas e até por código Morse, entre outros. Ela
possui uma profunda relação com a cultura humana, e desperta a cultura de um povo que
abrange valores costume, hábitos, crenças e pode ser expressada da seguinte forma:
Linguagem Oral: Envolve a língua oficial do lugar. Ex: Língua Portuguesa e as
expressões gírias e dialetos dentre outros.
Linguagem escrita: Existem algumas regras para a linguagem escrita, visando
facilitar a sua compreensão, uma vez que ela ficará para sempre na memória das pessoas,
enquanto que o autor da mensagem nem sempre será lembrado. Mesmo usando a língua
oficial, há uma diferença entre como o povo fala e pela qual escreve. As normas e
permanência da escrita possibilitam a criação do seu próprio estilo, da literatura de cada
povo (KUNSCHI, 1995).
Seus Símbolos: Têm-se diversos símbolos no cotidiano. Ex: o Hino Nacional,
Bandeira, os heróis e outros sinais como:
Mandar flores (paixão, admiração, agradecimento, carinho etc.)
Vestir-se de preto no velório (respeito, afeição, dor)
Aliança de casamento (compromisso)
10
Apesar de perceber semelhanças culturais entre vários povos que podem até obter
os mesmos hábitos, valores ou idioma em comum, nota-se que cada um tem suas
características próprias no modo de ser ou de falar, que os distinguem e garantem sua
identidade cultural.
Há aproximadamente cinco mil anos, a relação em que as pessoas tinham com o
tempo e o espaço sofreu alterações, pois utilizando a escrita, as informações a partir deste
momento puderam ser registradas e desta forma serem transportadas de um local a outro.
Vale a pena ressaltar que os registros eternizaram a cultura de um povo com o passar do
tempo.
Um grande salto na comunicação foi a tipografia. Há aproximadamente cinco
séculos permitiu reproduzir em larga escala o acesso às informações.
Com a chegada da eletricidade, há cinco séculos atrás, novas invenções na
comunicação surgiram: o telégrafo e o telefone. Com o telefone a comunicação tornou-se
mais rápida, e as informações passaram a ser transmitidas com a mesma velocidade da
corrente elétrica.
Atualmente não se sabe mais viver sem o telefone, pois além de trazer agilidade,
praticidade, conforto e segurança consegue-se efetuar e efetivar diversos serviços, dentre
eles: compras, transferências bancárias, serviços bancários etc. Entretanto, hoje se está na
era das redes sociais que têm uma grande influência na vida das pessoas, que a todo
momento estão conectadas e em fração de segundos estão obtendo e transmitindo
informações; esta é a mais nova era da comunicação, a Era Digital, questão temporal a
permear o presente trabalho.
Para França (2000):
“a comunicação exerce um poder formidável. Por meio da Comunicação,
uma pessoa convence, persuade, atrai, muda ideias, influência, gera
atitudes,
desperta
sentimento,
provoca
expectativas
e
induz
comportamento, uma organização estabelece uma tipologia de
consentimento, formando congruência, equalização, homogeneização de
ideias ,integração de propósitos” (FRANÇA, 2000, p.162).
De acordo com Telles (2010), a teoria da comunicação trata do ponto de vista da
matemática
aplicada,
dos
problemas
de
transferência
de
dados/informações
e
alterações/perda de informações durante o processo de comunicação. O sistema de
comunicação inclui seis componentes:
11
 Fonte (Pode ser pessoa, processo ou equipamento que fornece a
mensagem);
 Transmissor (Processo ou equipamento que codifica a mensagem e a
transmite ao canal);
 Canal (Equipamento ou espaço intermediário entre transmissor e receptor);
 Receptor (Processo ou equipamento que recebe e decodifica a mensagem);
 Destino (Pessoa, processo ou equipamento a quem é destinada a
mensagem);
 Ruído (Perturbações indesejáveis que pode alteram a mensagem de forma
imprevisível).
Segundo o contexto apresentado, deve-se ter atenção para não transmitir uma
informação ambígua ao cliente que chega carregada de ruídos. Para diminuir o impacto do
ruído, o ideal é transmitir a mesma informação de outra maneira para que o cliente possa
compreender de acordo com seu entendimento, a informação final (MUNDO MARKETING,
2012).
Apresentam-se os principais canais ou meios de informação que são utilizados no
cotidiano e na vida corporativa:

Face a face (Método em que se pode explorar as expressões, observar a
linguagem não verbal do cliente e proporcionar um feedback imediato;

Telefone (A comunicação é direta e pessoal, o feedback é instantâneo,
devendo ter atenção redobrada na entonação da voz que irá fazer toda a diferença ao
transmitir as informações ao cliente);

Cartas, fax, e-mail etc. (Estão no grupo de documentos escritos, endereçados
pessoalmente ao cliente, mas o feedback é lento, com exceção do e-mail, pois sua
comunicação é rápida, direta e pessoal);

MSN (A comunicação de forma ágil e instantânea, sem o deslocamento físico
e proporciona economia de tempo);

Skype (Permite fazer uma vídeo-conferência de qualquer lugar do mundo,
proporcionando agilidade, com sons e imagens com maior exatidão).
Desde a época dos homens das cavernas até os tempos atuais, a comunicação
sempre constituiu o mais importante meio de integração, divergência, de colaboração, de
conflito, de cooperação ou de competição. A comunicação mais uniu do que separou as
pessoas tornando-se uma habilidade humana que ajudou a superar a condição animal e a
tornar o ser humano um ente social, o diferenciando dos demais seres vivos do planeta.
12
Vários pesquisadores se atraíram pela comunicação, por desvendar algumas
habilidades e regras, sendo que um dos mais famosos é Albert Mehrabian que chegou a
resultados fascinantes. Ele cita que as mensagens são transmitidas por diferentes canais:
“O quê dizemos, isto é, as palavras que usamos representa 7%”
“Como dizemos, isto é, o uso da voz em termos de tom, volume, ritmo
representa 38%”
“Nossa linguagem Corporal representa 55%” (ALBERT MEHRABIAN apud
COMM, 2009, p.53)
Ao apresentar o resultado da pesquisa a um grupo de pessoas, a maioria, somente
ao lê-la, pode nela não acreditar, uma vez que as pessoas supõem que as palavras ditas
são a parte mais importante da comunicação, entretanto, é preciso perceber qual o ângulo
em que se irá concentrar a comunicação e dar mais ênfase de acordo com a função
exercida. Sendo assim, as formas de comunicação caem perfeitamente bem para que se
possa ter uma excelente comunicação com os clientes internos e sobressair-se com os
clientes externos.
As palavras podem causar confusão se não forem bem esplanadas e objetivas, não
se deve causar o desconforto de palavras de duplo sentido no momento da comunicação
com os clientes.
De acordo com Mehrabian
“a mensagem transmitida está implícita em nossa voz, não importa muito as
palavras usadas. A voz torna-se ainda mais importante ao telefone, quando
está claro que o terceiro meio de comunicação, a linguagem corporal, não
ocorre” (ALBERT MEHRABIAN apud COMM, 2009, p.56).
Um bom tom de voz pode fazer toda a diferença no momento de transmitir a
informação a um cliente, especialmente quando se está falando de uma instituição
financeira, aquela da qual você confia para administrar o seu dinheiro.
A linguagem do corpo é uma ótima ferramenta, pode-se afirmar que a comunicação
é um fenômeno humano.
A comunicação representa um aspecto extremamente amplo tanto na vida das
pessoas como nas organizações; muito se fala e se lê sobre as estratégias organizacionais,
mas o que realmente faz a diferença nesse contexto? A diferença está em como encantar os
clientes, na forma de se comunicar com os mesmos.
13
Quando se fala em clientes é importante não se esquecer dos clientes internos
também, que na maioria das vezes estão somente envolvidos e não comprometidos com as
estratégias da organização. Por esse motivo ao se estabelecer as estratégias
organizacionais, deve-se incluir uma estrutura de comunicação que condiz com a realidade
da organização e do seu mercado de atuação.
O cliente interno ou externo é também muito importante para a organização, pois
envolve um conjunto de procedimentos e técnicas que intensificam o processo de
comunicação e o de propagação de suas atuações, resultados, normas, instrução de
serviços, missão, objetivos, projetos, processos e procedimentos entre outros.
Para obter um melhor desempenho dos funcionários através da comunicação
interna, é necessário desenvolver valores e técnicas. Os valores responsabilidade,
compromisso, cooperação, solidariedade e dedicação são fundamentais para uma excelente
comunicação. Outra questão importante é o que influencia a motivação dos funcionários
com os resultados da empresa, pois ele deve se sentir parte deste sucesso, valorizado e
indispensável para os bons resultados obtidos.
O grande desafio é garantir que a imagem da empresa no mercado tenha uma
articulação positiva. Um fator que influencia também na motivação dos funcionários é a
mídia; se a empresa for bem tratada por ela, a motivação dos funcionários será maior,
portanto, ter atenção para as atitudes e ações estratégicas é condição para a boa
comunicação organizacional. A comunicação interna passou a ser muito valorizada quando
se percebeu a influência da motivação dos funcionários nos resultados das empresas
(TELLES, 2010), compondo mais um item da revolução atual da Era Digital ou Era da
Comunicação.
Como, visto, por fim, o marketing exerce papel determinante no mundo dos
negócios, e, desde seu surgimento, passou recentemente por grandes transformações,
evoluindo juntamente com as tecnologias que permeiam as possibilidades de comunicação
entre pessoas e empresas, fenômeno globalizante inestimável para os que querem vender
produtos e serviços para o maior número de pessoas possível.
CAPÍTULO II - CENÁRIO ATUAL - QUAL A IMPORTÂNCIA DA INTERNET PARA AS
ORGANIZAÇÕES
14
Alinhavando-se com o que se expôs no primeiro capítulo, e em continuidade, o
capítulo 2 contemporiza ainda mais o marketing na atualidade, ligando-o com evidência ao
nascimento da internet e à sua “digitalização”.
2.1 O Marketing Digital
Segundo Castells (2003), a internet e a World Wide Web propiciaram aos
executivos de marketing novos instrumentos que agregam conveniência a aumentar o
sucesso de seus esforços de marketing. Para o autor, embora o sucesso de um e-business
seja importante para determinar tráfego comercial para os sites, isso não é o bastante. A
conservação de perfis de clientes, o registro de visitas e a análise de resultados
promocionais e publicitários são essenciais para considerar a eficiência das campanhas do
marketing digital, além dos elementos contidos no marketing voltado ao comércio
habitualmente considerado, como o caso da gestão do marketing de relacionamento, visto
em item específico.
De acordo Cintra (2010), as campanhas de marketing por e-mail podem
proporcionar um modo comum e eficaz para alcançar potenciais compradores, só para citar
um exemplo do que vem a ser o marketing digital, na atualidade muito mais amplo em
termos de ferramentas do que somente o e-mail.
Em verdade o marketing digital criou uma nova e enorme realidade e grande
perspectiva para os futuros negócios de vários setores, agora com poder de penetração e
velocidade incomparavelmente superiores aos marketings “tradicionais” (CIPRIANI, 2008).
França et al (2000) explanam que mesmo que filmes, jornais, TV e revistas sejam
meios eficientes, a publicidade on-line ou digital é parte importante e inegavelmente vital no
mundo promocional. O uso de portais e outros sites como meio de comunicação já é algo
imperioso para grandes, médias e até pequenas companhias.
Hoje não se concebe que empresas de renome não tenham canais de comunicação
nos meios digitais, incluindo mensagens em celulares quando de saques bancários, envio
de notas fiscais eletrônicas via e-mail, sites repletos de informações com possibilidade de
compra virtual, e presença (com grande interação) nas chamadas redes sociais como são o
Facebook e o Twitter (MUNDO MARKETING, 2012).
A divulgação digital de produtos e serviços é uma necessidade, um imperativo que
possibilita que pessoas situadas em lugares dos mais diversos possam adquirir por muitos
modos de pagamento e milhões de produtos distintos, o que quiserem (FRANÇA, 2004).
15
2.1.1 O Marketing de Relacionamento em face do Marketing Digital
O conceito de marketing de relacionamento (MR) é relativamente recente, tendo
surgido nos anos 90 da necessidade de reformulação da relação entre empresa e
consumidor. Essa então recente abordagem trouxe para as organizações uma nova visão
de marketing com o olhar para a retenção dos clientes ao invés do enfoque na aquisição dos
mesmos. No final das décadas de 70 e 80, ganhava a empresa que primeiro posicionasse
seu produto ou tecnologia no mercado - o marketing se resumia em obter a atenção do
público (SOLOMON, 2002). As pessoas compravam o que era novo, entretanto, o produto
total ou a solução total nunca eram conseguidos ou até mesmo perseguidos “até o fim”
pelas empresas. Comprava-se, apenas, o que era oferecido, e, igualmente, entregava-se o
pedido e pronto, sem construções relacionais de maior profundidade.
No final da década de 80 o mundo começa a mudar e, como observa Kotler (2005),
o cliente se torna o centro das atenções. Contudo, as organizações ainda concentravam
suas energias em mudar a mentalidade do cliente para adaptá-lo ao produto. Somente na
década de 90 é que a realidade – o cliente verdadeiramente como alvo principal das
empresas – vem à tona. O autor ainda afirma que o marketing está sofrendo uma transição:
“da manipulação do cliente ao atendimento de suas necessidades” (KOTLER, 2005, p.03).
Atualmente, as empresas que conservam as relações com seus clientes estão se adaptando
a um mundo em que a competição é muito mais difícil que nas décadas de 70 e 80. “As
empresas bem sucedidas estão se voltando para o mercado, adaptando seus produtos às
estratégias dos clientes” (KOTLER, 2005, p.03) – é o caso das novas constatações trazidas
por este texto, preocupando-se sobre o marketing na era digital a também demandar olhares
para o caráter relacional das atividades comerciais eletronicamente viabilizadas.
O marketing, desde modo, passa a se basear na criação e não no controle do
mercado, no processo contínuo e não em simples táticas para aumentar o marketing share
(fatia de mercado); a importância está no conhecimento e na experiência da organização.
Atualmente, as coisas mudam tão rapidamente que é difícil acreditar que pesquisas e
projeções de mercado sejam capazes de demonstrar o que o consumidor realmente deseja
(PUBLICIDADE DIGITAL, 2012).
A organização deve, então, passar a conhecer muito bem seus clientes,
fornecedores, concorrentes e, também, a si própria, para, assim, desenvolver seu perfil na
internet e outros acessos que atendam não somente às necessidades dos seus clientes,
mas os satisfaça plenamente. O desenvolvimento dessa infraestrutura de fornecedores,
clientes e revendedores tendo como uma das plataformas a internet e outros dispositivos
16
eletrônicos como a troca de mensagens via celular, forma a base de um novo segmento de
divulgação, fazendo com que as empresas conheçam cada vez mais o mercado em que
atuam, podendo dessa forma oferecer cada vez mais (quantitativa e qualitativamente)
serviços e produtos aos seus consumidores (KOTLER, 2005). E, repisa-se, o Brasil é um
dos países em que o crescimento de acessos às redes e á internet como um todo só faz
crescer.
Tabela 1 - Dados referentes ao acesso à Internet - Brasil 2010.
Outubro - 2010
Internautas c/ acesso doméstico - (milhões)
Usuários Ativos (milhões)
Número médio de sessões na Internet por mês
Número de sites visitados por mês
Tempo de navegação no mês (hs)
Tempo médio gasto em cada página visualizada (seg)
Brasil
37,34
25,67
33
64
39:42
00:49
Fonte: IBGE (2012).
Hoje em dia os clientes estão repletos de escolhas e possibilidades. As empresas
acabam perdendo seus clientes com muito mais frequência que antigamente, e com tantas
opções, torna-se muito caro trazê-los de volta, sendo necessários altos investimentos em
comunicação digital (DIGITAL MARKETING, 2012).
Conquistar um novo cliente, aliás, como é largamente sabido, custa de cinco a dez
vezes mais do que manter o cliente atual. E esse fator é um dos principais motivos que está
fazendo com que as empresas mais reconheçam a importância do marketing de
relacionamento e do mix de comunicação integrada para alcançar ou manter os resultados
de seus negócios, isto também valendo para a área digital. Em razão disso, o marketing de
relacionamento está passando de ser uma mera vantagem competitiva para se tornar uma
obrigação nas organizações (FREITAS, 2007).
Segundo ainda Freitas (2007, p.11), “o marketing de relacionamento é uma filosofia
que prevê a construção e a manutenção de relacionamentos individuais com os clientes,
vislumbrando um horizonte de longo prazo”; isto vale para o marketing digital quando há
dimensões diferenciadas de atendimento, o que se dá em sites das chamadas redes sociais,
por exemplo.
17
É definido por Spyer (2007, p. 32) também como uma estratégia que visa “construir
uma relação duradoura com o cliente baseada em confiança, colaboração, compromisso,
parceria, investimento e benefícios mútuos, resultando na otimização do retorno para a
empresa e seus clientes”. O conceito na definição de McKenna (1997, apud SPYER, 2007,
p.36) é definido como: “um marketing que encontra um modo de integrar o cliente à
empresa, como forma de criar e manter uma relação entre a empresa e o cliente”.
Além disso, Oliveira (apud TELLES, 2010, p.78) observa que o marketing de
relacionamento e a sua associação à qualidade e ao atendimento ao cliente “buscam criar
valor suficiente na venda para fazer com que o cliente volte a comprar mais”.
Avalia-se esse último conceito como o mais direto e simples do que é o marketing
de relacionamento, e também o que melhor expressa esse marketing atual, reconhecendo o
valor e as necessidades do cliente para que ele volte a comprar ou utilizar o serviço
novamente, cliente este que está sempre conectado deve-se dizer.
Afinal, o que é uma marca bem sucedida senão o poder que ela exerce e que faz o
cliente sempre comprar dela? Esse poder é uma relação bem sucedida da qual McKenna
(1997) afirma ser a base para a escolha dos clientes.
O MR, diferentemente do marketing transacional, trabalha a intangibilidade de um
produto ou serviço e também com a área subjetiva da mente do consumidor, lutando para
que ele realmente se torne leal à sua marca ou serviço, neste ponto bastante pertinente ao
marketing em sua “versão” digital (PUBLICIDADE DIGITAL, 2012).
O MR se preocupa com a administração da demanda, e isso significa de fato
administrar os clientes independentemente da proximidade física com estes. Pode-se dividir
a demanda em dois grupos: novos e antigos clientes. Originalmente, os profissionais de
marketing têm como objetivo atrair novos clientes e fazer transações com eles, sendo que o
ambiente de marketing digital atual é neste sentido bastante atraente e facilitador, como são
os ícones ou links patrocinados via Facebook. Além do mais, os custos para atraí-los pela
via digital são extremamente vantajosos se comparados com os tradicionais. Apesar de ser
muito importante atrair novos clientes, mais vantajoso ainda é reter os clientes lucrativos e
construir relacionamentos duradouros com eles, o que o encurtamento da distância
viabilizado pela conectividade se mostra favorável.
O marketing de relacionamento é considerado uma filosofia empresarial baseada
na aceitação da orientação para o cliente e para o lucro por toda a empresa, e, também, no
reconhecimento de que se devem buscar novas formas de comunicação para estabelecer
um relacionamento profundo e duradouro com os clientes. Ou seja, toda organização deve
18
estar engajada com o cliente, notando novamente como as ferramentas comunicativas
atuais são por este entendimento positivas.
Embora
inicialmente
considerado
aplicável
apenas
em
mercados
interorganizacionais e no mesmo ramo de serviços, o MR vem ampliando a sua
abrangência. Mercados como o de consumo de massa, varejo, educação e o setor
financeiro vêm adotando suas práticas na busca por vantagens competitivas. Os bancos
foram os primeiros a usar o conceito de MR aplicando-o às pessoas físicas, notadamente
com incremento do contato via homebanking – justamente pela via digital (PUBLICIDADE
DIGITAL, 2012).
No princípio, de acordo com Schiffman (2000) a noção inicial do MR era de que as
organizações deveriam se empenhar na construção de laços pessoais e duradouros apenas
com os clientes, porém, mais recentemente, essa noção tem sido estendida para além dos
clientes, incluindo fornecedores, empregados, governos e até mesmo os concorrentes, ou
seja, todos os grupos com os quais a organização interage. Criam-se, assim, as redes de
relacionamento, igualmente existentes no campo virtual.
Não se pode confundir o conceito de MR com marketing de fidelização somente.
Deve-se ter claro que a fidelização faz parte, somente, do processo do MR. Algumas
confusões se estabelecem e algumas empresas ainda entendem o MR apenas como
retenção de clientes. Programas de fidelidade, gestão de banco de dados e “simples
barreira” à saída de clientes são termos que igualmente se confundem com o MR. O MR é
muito mais que isso. Fidelizar ou reter os clientes é sim um resultado da estratégia de
marketing. Segundo Solomon (2002), existem duas maneiras de se aumentar a taxa de
retenção de do consumidor:
1- Dificultando a troca de fornecedor. É mais difícil para os clientes procurar outro
fornecedor quando isso envolve altos custos de capital, de procura ou perda de descontos
por fidelidade e assim por diante. Como exemplo, pode-se citar as operadoras de telefonia
celular que cobravam uma multa para que o cliente se desvinculasse da empresa. Não é
esse tipo de retenção parece se ligar à era digital, mas ao constante fluxo de informações e
proximidade constante – de um ou outro modo positivo – com o cliente.
2- Entregando alta satisfação aos consumidores, pois se torna difícil para um
fornecedor atrair consumidores somente oferecendo preços mais baixos, já que o
consumidor procura é estar plenamente satisfeito com sua compra, sendo que o mundo
digital permite o contato com notícias sobre vários produtos, serviços e outras atividades das
empresas, como suas ações sociais ou até mesmo o patrocínio de eventos.
19
O primeiro tipo de retenção ignora características básicas do MR como: orientação
para
longo
prazo,
construção
de
vínculos
emocionais
com
os
consumidores,
desenvolvimento de confiança e lealdade e também a tentativa que as empresas devem
fazer para ter um conhecimento mais profundo de seus clientes.
Dessa maneira pode-se concluir que para entregar aos clientes “digitais” alta
satisfação as empresas necessitam estudar bem o mercado, principalmente seu público
alvo, para atender e conhecer de melhor forma suas necessidades, o que pode ocorrer pela
própria via digital escolhida. E não somente isso, como já falado anteriormente, as empresas
também devem conhecer profundamente, fornecedores, concorrentes, revendedores etc., e
assim criar uma rede de relacionamento a fim de criar alta satisfação com seus produtos e
serviços.
O principal objetivo do MR nas organizações é a constituição de vantagens
competitivas sustentáveis. A atividade de fidelização de clientes tem por objetivo conduzir as
empresas a alcançarem melhores resultados por meio de relacionamento de longo prazo
fazendo com que os clientes voltem a comprar da marca ou a utilizar o serviço
(PUBLICIDADE DIGITAL, 2012).
A ênfase estratégica do MR ligado ao mundo digital é igualmente manter e atrair
clientes. Como se pode observar, as organizações não devem ignorar a necessidade
constante da conquista de novos clientes, entretanto, precisa se concentrar na manutenção
dos já existentes. Solomon (2002) menciona como principais elementos da abordagem de
relacionamento os seguintes fatores:
● A interação com o cliente passa de um ponto de transação (negocial) para
relacionamento.
● Aumento do potencial do tempo de vida dos clientes junto à organização.
● Preocupação em se desenvolver e melhorar os relacionamentos com os
mercados chaves.
● Marketing de base multidisciplinar que pensa nas necessidades dos clientes
● Estratégias de MR que torne os elementos de gerenciamento como qualidade e
atendimento aos clientes integrados às redes.
Dessa forma, na busca de resultados satisfatórios, as empresas estão optando por
migrar do marketing transacional para o marketing de relacionamento digital.
Kotler (2005) acredita que cada vez mais as pessoas estão se afastando do
marketing de transação, cuja ênfase está nas vendas, para o MR, que, como já explanado
20
anteriormente, enfatiza a construção e manutenção de relacionamentos lucrativos a longo
prazos com os clientes oferecendo-lhes maior valor e satisfação, dezenas de vezes
potencializado via relacionamento digital.
A meta do marketing de transação é conquistar clientes, enquanto a meta do MR é
manter clientes. Para Mckenna (1997, p.83), “o marketing não é função [...] É integrar o
cliente à elaboração do produto e desenvolver um processo sistemático de integração que
dará firmeza à relação”.
Essa combinação inclui o tangível e o intangível. Pode-se citar crenças, valores,
conhecimentos, habilidades e recursos diversos. Todos esses fatores devem estar
traduzidos na cultura organizacional da empresa, ou seja, pode-se concluir que toda a
organização deve estar engajada nesse propósito e comprometida com os princípios do
marketing. Por essa razão ter uma filosofia empresarial voltada para o cliente torna-se
fundamental para o sucesso da estratégia, somente depois de ter preenchido esse requisito
é que a empresa pode preocupar-se com a implementação do marketing de relacionamento
digital.
Na concepção de Kotler (2005) para entender o marketing atual deve-se também
entender o processo de atração e manutenção do cliente; em outras palavras como a
organização transforma o cliente em parceiro ou amigo. Para Telles (2009), um dos pontos
mais importantes desse processo é o início de uma campanha para conquista da
credibilidade, onde é aconselhável que se selecione cuidadosamente, o primeiro usuário do
produto.
Segundo o autor, eis os passos da transformação de um simples consumidor em
“amigo”:
O ponto de partida são os consumidores prováveis: todos os que podem comprar o
produto ou serviço;
A empresa deve trabalhar junto a eles para determinar os consumidores potenciais:
pessoas com interesse pelo produto e em condições de pagar por ele;
Os consumidores qualificados é o próximo passo: aqueles que a organização aceita
porque tem crédito ou são rentáveis;
A empresa espera converter muitos potenciais qualificados em consumidores
novos: aqueles que nunca compraram seus produtos antes;
E depois, esses em consumidores leais: indivíduos que dão preferência aos
produtos da empresa;
21
Após, a empresa age no sentido de transformar esses consumidores leais em
clientes: pessoas que compram produtos relevantes apenas da empresa;
O passo seguinte é transformar os clientes em advogados: consumidores que
defendam a empresa e estimulem outras pessoas a comprar dela;
O desafio maior é transformar os “advogados” em parceiros: situação em que eles e
a organização trabalham em conjunto.
Para Telles (2009, p. 101), ”[...] apesar de todos os clientes serem importantes, as
organizações precisam identificar os clientes que lhes são mais valiosos e tratá-los de forma
especial”. A organização precisa se antecipar e identificar os desejos, anseios e
necessidades dos clientes antes mesmo que eles consigam perceber. Para isso, segundo
Vieira (2009, p.3) “a entidade deverá consolidar o relacionamento baseado na confiança,
redobrar a atenção nos dados, ao mesmo tempo que acompanha a evolução do mercado.”
Para fazer isso de modo eficaz, a empresa deve compreender muito bem os seus
consumidores, incluindo suas motivações, comportamentos, necessidades e desejos. Com
tal conhecimento em mãos, poderá então oferecer o composto do marketing certo para
aumentar a satisfação do consumidor e retê-los no longo prazo. A finalidade é identificar,
neste contexto digital, os clientes de forma individualizada e nominal para criar um
relacionamento entre as partes com o objetivo de que as transações se prolonguem e dessa
forma administrar esse relacionamento em benefício de todos: clientes, consumidores e
empresa (PUBLICIDADE DIGITAL, 2012).
O que diferencia uma organização de outra é cada vez mais o intangível poder
de estabelecer cumplicidade com o universo que a cercam (sociedade, fornecedores,
alunos, prospects e funcionários). A chave desta relação está na mensagem
subentendida na marca da instituição, conectada não somente aos serviços e produtos
que oferece, mas igualmente ao comportamento que a instituição demonstra (DIGITAL
MARKETING, 2012).
Neste contexto, o marketing oferece, com a sua plenitude estratégica,
ferramentas e estrutura para que as organizações possam alcançar o sucesso e
satisfazer e atrair os seus diversos públicos – pessoas desejosas de todo tipo de produto
(DIGITAL MARKETING, 2012).
Quanto à comunicação, é a variável mais visível e conhecida, que envolve o
diálogo com a coletividade ansiosa por ser conquistada; e, enfim, a distribuição, que não
é mais do que o modo de distribuição e localização e dos serviços que pode ser
(tradicionalmente) a distância ou presencial – para este texto importando no contado
22
evidentemente realizado pela via eletrônica ou digital. Não pode haver marketing sem
ações integradas de comunicação, aspecto essencial na atualidade para a divulgação de
qualquer serviço ou produto (DIGITAL MARKETING, 2012).
As instituições que incluem em seus planos de negócios, os princípios e práticas
do marketing moderno, alcançam os seus objetivos com maior eficiência, pois este ajuda
a instituição a impender a sua missão e aumentar o interesse pelos seus públicos-alvo
(DIGITAL MARKETING, 2012).
2.2 E-Commerce
O comércio eletrônico está em franca e constante expansão desde seus primeiros
momentos, iniciados ainda nos anos 90. As pessoas, cada vez mais, estão ligadas à rede
mundial de computadores, e, cada vez mais querem satisfazer seus interesses e desejos de
modo rápido, aceitando a interatividade como algo progressivamente componente de suas
rotinas. Assim, cresce o comércio eletrônico pelo mundo e também no Brasil (SPYER,
2007).
A internet possibilita, ressalta-se, o poder de troca de mensagens em poucos
segundos ou frações de segundos; praticamente em tempo real pode-se comprar e vender
muitos produtos. Em tempo real pode-se conversar, trocar informações diversas, havendo
interações várias por meio de comunidades (redes sociais), e-mail, blogs, navegação em
sites etc. (DIGITAL MARKETING, 2012).
A terminologia e-commerce (ou comércio eletrônico) começou a ser empregada nos
Estados Unidos, com o início da Amazon – loja virtual até hoje famosa, com rápida
aceitação na América do Norte e Europa e, por extensão, os demais países do mundo. O
Brasil, país com elevado índice de conexão à rede e em desenvolvimento crescente nos
últimos vinte anos, não ficou atrás (DIGITAL MARKETING, 2012).
Lojas virtuais rapidamente se espalharam no Brasil, notadamente nos anos 2000,
com redes como Lojas Americanas, Livraria Saraiva e outras tantas com vendas muito
expressivas realizadas via internet. Não há quem, de algum modo, sendo grande, esteja fora
da rede, incluindo supermercados, montadoras de automóveis, agências de turismo etc.
(TELLES, 2009).
Gráfico 1 – Evolução do e-commerce no Brasil.
23
Fonte: GOOGLE (2012).
Na atualidade o comércio eletrônico promove mais avanços, com múltiplas
interações disponíveis à clientela, como link para visualizar o produto, campo para negociar
preços etc. Há também, por novidade, as compras coletivas em que o barateamento já
natural das compras pela via eletrônica ganham ainda mais o fator volume de consumidores
dispostos a adquirir determinado produto (TELLES, 2009).
Como benefícios para os consumidores o comércio eletrônico ou e-commerce
podem assim ser listados:
- Conveniência, comodidade em comprar de onde estiver;
- Entrega rápida, principalmente para produtos de pequeno porte;
- Fácil cotação de preços e vantagens dos produtos;
- Facilidade em compartilhar informações com consumidores que já compraram de
determinada companhia;
- Variedade, com grande oferta de serviços e bens;
24
- Participação em leilões virtuais;
- Uso das ofertas para renegociá-las no mundo real ou abastecer com comodidade
seu próprio negócio.
Para as empresas, é possível imaginar a seguinte listagem de benefícios:
- Aumento das vendas;
- Elevação da satisfação dos clientes;
- Elevação dos tipos de negócios e produtos ofertados;
- Eficiência na gestão de dados;
- Monitoramento de preferências ligadas ao consumidor;
- Redução de custos operacionais;
- Relação direta com seu público consumidor;
- Trabalhar com melhor monitoramento de estoques.
Por fim, vale citar os sites de compras de alcance cada vez mais potencializado e de
instrumentos para eles serem acessados, como o Google e seu principal serviço de anúncio
– com a existência de links patrocinados – por intermédio do Search Engine Marketing; no
Brasil cresce exponencialmente os negócio on-line via endereços conhecidos por Mercado
Livre, Buscapé, OLX, Submarino, Compra Fácil, Shopping Uol e outros tantos (DIGITAL
MARKETING, 2012).
Gráfico 2 – Participação das mídias de jan 2009 a nov 2009 – Investimento publicitário no
Brasil.
25
Fonte: GOOGLE (2012)
2.3 Como aproveitar as novas plataformas para aumentar o retorno das organizações
Um dos caminhos para o aproveitamento do mundo virtual e das possibilidades do
comércio eletrônico, o mix de comunicação de marketing direcionado para o mundo digital,
como sugere Kotler et al (2006), parece ser o ideal, sem descarte de nenhum outro percurso
ou modelo.
Originalmente o mix de marketing é composto por seis vias fundamentais de
comunicação: promoção de vendas, propaganda, eventos/experiências, vendas pessoais,
relações públicas, e marketing direto (KOTLER et al, 2006, p. 432), assim descrito:
“1. Propaganda: uma maneira qualquer paga de apresentação e promoção
não-pessoais de ideias, mercadorias ou serviços por anunciante
identificado;
2. Promoção de venda: uma abundância de incentivos de curto prazo para
incitar a experimentação ou a compra de um produto ou serviço.
3. Eventos e experiências: atividades e programas patrocinados pela
empresa e projetados para criar interações relacionadas à marca,
diariamente ou em ocasiões especiais.
4. Relações públicas e assessoria de imprensa: um grande número de
programas ordenados para originar ou proteger a imagem de uma empresa
ou de seus produtos.
26
5. Marketing direto: uso de correio, telefone, fax, e-mail ou internet para se
comunicar abertamente com clientes exclusivos e possíveis ou lhes
requerer uma resposta direta.
6. Vendas pessoais: interação pessoal (cara a cara) com um ou mais
compradores potenciais com vistas a proporcionar produtos ou serviços,
contestar a perguntas e tirar pedidos.”
Para Kotler et al (2006), esta lista se aplica em boa parte ao comércio eletrônico,
sendo possível efetivar por meio dele vários de seus itens.
Assim, a rapidez e a amplitude com que as inovações tecnológicas vêm
acontecendo afetaram tal listagem, que pode ser reinterpretada por Godin (2007, p.45)
quando diz que:
Os meios tradicionais estão se tornando mais caros e menos eficientes. Em
parte por que, com a Internet, as campanhas podem ir muito além disso. Em
parte por que as pessoas aprenderam a ignorá-lo. Simples: mais anúncios,
mais interrupções. O modelo está saturado. Há muita gente tentando fazê-lo
funcionar. O consumidor médio vê cerca de mensagens de marketing por
dia. Ninguém consegue prestar atenção a todas elas. Pouquíssimas
pessoas que eu conheço ligam a TV ansiosas para ver um anúncio. Esse
tipo de marketing interrompe algo que você queira fazer. Interrompe um
programa de TV, a leitura de uma revista. E tudo bem, porque você pega a
atenção das pessoas que você não conhece. Mas, uma vez que você tenha
a atenção dessas pessoas, se houver uma forma de vender sua imagem
para elas sem interrompê-las, você terá resultados muito melhores.
Como consequência para esse autor, o desafio, nos próximos anos, será convencer
as pessoas a prestarem atenção voluntariamente à comunicação.
Determinados meios habituais de comunicação como a TV precisarão passar por
grandes transformações. É questionável a sobrevivência desse instrumento já que se inicia
um mundo de programação pela grande demanda com a TV a cabo, fora a própria internet,
disponível nos computadores, celulares e tablets.
A credibilidade da comunicação ao mesmo tempo é um ponto fundamental para ser
analisado pelo gestor do produto e da marca; finalmente, existe sempre uma transferência
da credibilidade da mídia para a propaganda, como assinala Cintra (2010, p. 14) e que o ecommerce também exige:
“A credibilidade de uma propaganda acaba sendo afetada também pela
própria mídia na qual ela está sendo veiculada, pois sempre existe uma
transferência de credibilidade da mídia para a propaganda. Ainda que esse
não seja o fator mais preponderante na questão da credibilidade da
propaganda, é sempre oportuno lembrar que muitas vezes as decisões
sobre seleção das mídias levam apenas em conta aspectos técnicos como
27
valor do investimento, índices de cobertura, desprezando a imagem do
veículo junto ao público.
(...)
A imagem do veículo altera o grau de ceticismo do leitor. Assim, um único
consumidor – portanto, com um mesmo perfil – pode perceber uma
informação de forma diferenciada dependendo da mídia pela qual ele a está
acessando.”
Com o consumidor final, a comunicação, por sua vez, pretende continuar a ser mais
interativa, e os meios que proporcionam o contato direto com a marca e, ainda, com seu
período de consumo, como internet e o ponto-de-venda carecerão receber mais importância
no mix de marketing.
Possivelmente, propostas personalizadas de comunicação, incorporadas ao contato
direto com a marca e a possibilidade de interação, derivem a ser a tônica da comunicação
na década seguinte, como são, a partir da identificação dos gostos e preferências dos
clientes, as ofertas dirigidas que já existem.
Desde que foi inventada, a internet, vem portanto modificando a maneira como as
pessoas vêm lidando com o entretenimento, a informação, a comunicação pessoal e a
venda entre empresas e pessoas. A internet apresenta uma ferramenta hábil e importante
no comércio e transações de mercadoria, aumentando ainda mais a importância do
desenvolvimento do marketing.
Como narrado por Schultz (2001, p. 13):
A diferença fundamental entre o mercado do século XXI e o histórico
e o atual é ele ser interativo. A informação e o conhecimento fluem
em mão dupla: do marqueteiro para o consumidor e também do
consumidor para o marqueteiro. Se o mercado histórico e o atual são
controlados pelas organizações de marketing, no mercado do século
XXI, o controle será partilhado com os clientes e consumidores. A
mudança desse deslocamento é fácil de explicar. O poder do
mercado é resultado do acesso à tecnologia de informação e do seu
uso (...). À medida que o consumidor obtém cada vez mais acesso à
informação, ao conhecimento e à tecnologia, o poder se desloca do
marqueteiro ou do canal para o consumidor.
As redes sociais, como se verá, e o grande palco para tal avanço, em verdade, um
acontecimento já em andamento e evolução constante.
A Social Media Marketing (SMM, Marketing para Mídia Social), como determinados
autores costumam denominar, pode ser entendida como a grande novidade que, de acordo
com Cipriani (2008), como técnicas onde determinadas redes sociais são articuladas, com a
finalidade de divulgar um conteúdo direcionado a um público determinado que está
28
conectado de acordo com um interesse principal; essa ação terá a capacidade de provocar
tráfego e maior notoriedade para um site ou link de vendas de uma corporação.
Como percebido, o marketing passou a integrar a comunicação pela internet
viabilizada, equipando, por assim dizer, sistemas informativos e comerciais – como o ecommerce – de modo a valorizá-lo como ferramenta imprescindível para, novamente afirmase, vender coisas, mesmo que “somente” ideias.
CAPÍTULO III - PROJEÇÃO
Este capítulo, o terceiro, tem por mérito, verificar o elemento “rede social” como
plataforma adequada para as novas concepções e aplicações do marketing.
3.1 Redes Sociais
As redes sociais é fenômeno recente, atribuído a espaços na internet onde as
pessoas mantêm relacionamentos para diversos fins, estando conectadas sob diversos
motivos e ferramentas.
A rede é constituída por dois elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos)
representados pelos usuários e conexões de acordo com o laço social formado. Assim, uma
rede é a representação das conexões estabelecidas entre os atores e a análise é centrada
nos padrões de conexão.
Segundo Telles (2010, p. 24):
“O estudo das redes sociais na internet foca o problema de como as
estruturas sociais surgem, de que tipo são, como são compostas através da
comunicação mediada pelo computador e como essas interações mediadas
são capazes de gerar fluxos de informações e trocas sociais que impactam
essas estruturas.“
Uma padronização aceita para a definição de redes sociais tem três pontos
fundamentais como características básicas. Esse modelo proposto por Boyd (apud SPYER,
2007) deve conter:
- Um perfil, para o usuário criar seu avatar virtual;
29
- Listas de amigos;
- Compartilhamento de conteúdo.
Esses são somente três características básicas, porém, as redes podem ser
formadas com diversos graus de complexidade, dependendo do propósito e estrutura da
ferramenta, além, é claro, da interação entre os usuários. Por exemplo, se a ferramenta
(site) limita o tamanho da rede em x usuários por perfil, a dinâmica será diferenciada das
redes sem limitação, com capacidade de expansão ilimitada.
Padrões de conexão por sua vez são os objetos de estudo para pesquisadores das
redes sociais. As conexões são os laços sociais criados através da interação dos atores.
Interação é a comunicação estabelecida nas diversas ferramentas existentes (Orkut,
Facebook, Twitter, Fotolog, Linkedin, dentre outros). Essa comunicação pode ser síncrona,
quando ambos estão online, ou assíncrona, quando a comunicação não é em tempo real
para ambos (TELLES, 2010).
Através do padrão de um conjunto de interações entre atores que são definidos os
tipos de relações sociais. Estas relações são diversificadas, pois a comunicação mediada
por computador concede maior liberdade comparada ao contato real, pois mesmo que
conheça o outro, não está presente fisicamente e pode agir diferentemente do que seria
pessoalmente. São as relações criadas que interferem na força do laço social criado.
Laço social está ligado ao conceito de conexão entre os atores e não
necessariamente à interação. Existem dois tipos de laços:
a) “Laços Relacionais”, estes dependem das relações estabelecidas, dependendo da
interação entre os atores.
b) “Laços de Associação” que não dependem de interação - basta fazer parte da rede
ou grupo.
Os “Laços Sociais Relacionais” podem ser fortes ou fracos, dependendo do grau de
intimidade, de persistência e da quantidade de informações trocadas. Segundo Cipriani
(2008, p. 56) “a força de um laço é uma combinação (provavelmente linear) da quantidade
de tempo, intensidade emocional, intimidade (confiança mútua) e serviços recíprocos que
caracterizam um laço”.
Através dos tipos e forças dos laços é possível identificar e compreender a conexão
dos usuários de uma rede social. No Twitter, por exemplo, os laços sociais podem ser
associativos ou relacionais. O ator pode seguir ao outro apenas para receber informação,
sem que haja interação entre ambos. Ou pode trocar mensagens públicas e diretas, retwittar
conteúdo e, assim, construir um relacionamento. Há também a possibilidade de laços não
30
recíprocos, o ator A pode seguir o usuário B, porém não é necessário que o ator B siga o A,
tratando-se de redes diferenciadas, pois a rede só existe de A para B.
Figura 1 - Rede Social como parte das Mídias Sociais.
Mídias Sociais
Rede Social
Fonte: Produção própria.
Não basta analisar as conexões entre os atores sociais, mas também o conteúdo
trocado, permitindo a compreensão dos laços sociais formados e, assim, o capital social
envolvido e a possibilidade de negócios. Capital social é o valor do ator.
Como observa Cintra (2010, p. 53) “O capital social pode ser percebido de formas
diferentes nas diferentes ferramentas de redes sociais na Internet e a partir das formas de
interação nos diferentes sistemas”.
O capital social contém valores que formam o padrão das estruturas das redes
sociais. A seguir, os valores frequentemente contidos nas relações sociais da internet:
A visibilidade depende somente da presença do ator na rede, quanto mais possuir,
tecnicamente, maior é a sua visibilidade;
Reputação, a percepção do ator pelos demais.
31
Popularidade: refere-se à atenção dos outros pelo ator na rede, quanto mais pessoas
conectadas e maior a interação, maior a popularidade desse ator.
Autoridade: soma-se à visibilidade, à reputação e à popularidade do ator, para
determinar sua autoridade na rede, ou seja, é sua real influência, o jeito que
percebido pelos outros e a sua reputação.
Cada rede social possui diferentes valores, assim como as conexões estabelecidas
pelos atores. Para exemplificar, segue uma breve analise do blog, uma ferramenta que
permite a livre exposição de textos, imagens, vídeos e áudios e o Twitter, considerado um
microblog com restrição de 140 caracteres para o envio de mensagens, imagens e vídeo.
Mas há, notadamente, na atualidade, o grande apelo e profusão do Facebook, tendo o Brasil
como um de seus maiores usuários.
Existem variadas plataformas para a hospedagem de blogs, dentre eles, os mais
usados são: Blogger e Wordpress. Cada plataforma disponibiliza características próprias,
oferecendo um conjunto comum de ferramentas essenciais, como a possiblidade de
comentar posts, divulgar e receber atualização de posts e criar uma rede de seguidores. Os
laços criados por estas redes podem ser fracos ou fortes. Os fracos estão ligados às
relações associativas e as fortes aos relacionais - estes são predominantes. Os laços entre
blogueiros costumam ser fortes e principalmente relacionais.
Sendo assim, o capital social de blogs está concentrado na relação e no conteúdo
da informação. Dentre os valores, observa-se a interação por meio de comentários visando
acrescentar informação, reconhecer o valor de uma opinião, responder dúvidas. A reputação
através da influência e reconhecimento como autoridade. As redes tendem a serem
pequenas comparadas às de mídias sociais, porém, tendem a ter laços fortes e relacionais
(TELLES, 2010), capacitando agentes monitores a relacionar-se com outras pessoas a
objetivar a venda da imagem da empresa ou de determinado produto.
Acerca dos blogs corporativos, vale visualizar o que se segue:
Tabela 2 – Quatro principais categorias de blogs corporativos.
Principais categorias de blogs corporativos
32
Relações Públicas
Função é transmitir informações institucionais, notícias,
responder à mídia e promover a marca, a fim de
assegurar a reputação da empresa.
Comunicação Interna
Visa reforçar e alinhar os processos, estimular o
desenvolvimento de ideias, projetos e a troca de
informações e conhecimentos entre os colaboradores de
diferentes áreas.
Suporte Técnico/
Atendimento ao Cliente
Implementado em casos de produtos ou serviços em que
problemas mais frequentes possam ser resolvidos pelo
próprio consumidor, atuando como um meio alternativo às
centrais de atendimento e também como um manual com
informações técnicas sobre o produto. Normalmente
utilizado para produtos de informática e industriais.
Ferramenta de
comunicação com
público-alvo
O objetivo é divulgar notícias, informações, lançamentos,
promoções e descontos através da comunicação informal.
Abrangendo assuntos sobre o universo da marca com o
intuito de estabelecer-se como referência no ramo em que
atua, mantendo o público alvo em torno da marca,
estabelecendo uma relação de parceria. Oportunidade
para monitorar comentários espontâneos.
Fonte: Produção própria.
No Twitter, o capital social é centrado em conversações e informações. Sendo
assim, os valores são: acesso à informação; é através dos twetts que contêm informações
variadas, possibilitando assim a construção do conhecimento e a difusão de informações.
Também estão presentes os valores de visibilidade, reputação, popularidade, sociabilidade
e autoridade.
O Twitter possui três aspectos que merecem destaque: a rede dos seguidos, dos
seguidores e a possiblidade de repassar uma informação (RT ou Retweet), dando crédito ao
autor do tweet e reconhecimento e valor ao ator que repassa a informação. O retweet tem
motivações diversificadas, desde dar visibilidade a alguém ao interesse em divulgar
informações consideradas relevantes, novas ou engraçadas, dependente do propósito do
ator e sua dinâmica de uso e interação na ferramenta.
As duas redes principais, a dos seguidos (following) e a rede dos seguidores
(followers), não precisam ser iguais, ou seja, não é preciso seguir para ser seguido e viceversa.
33
Vale, pensando sobre a relação blog e Twitter, assim verificar:
Tabela 3 – Comparativo de funcionalidades Blog x Twitter.
Comparativo de funcionalidades Blog x Twitter
Blog
Twitter
Centrado no conteúdo.
Centrado em Informação.
Especialista.
Generalista.
Mensagens ilimitadas.
Mensagens limitadas.
Atualizações e interações frequentes.
Serviço de busca interno tradicional
Atualizações e interações em tempo
real e frequentes.
Serviço de busca interno dinâmico e
inovador.
Posts separados por categorias que
Tweets não possuem categorias para
facilitam a visualização de arquivos.
facilitar visualização de arquivos.
Fonte: Produção própria.
A partir dos contatos em comum na rede de seguidos e seguidores uma terceira
rede é formada com os atores em comum, formando uma rede única. O Twitter parece ser,
dentre as redes sociais mais populares, a única que permite a formação de redes
separadas, sem a necessidade de uma rede em comum - as grandes empresas o utilizam
largamente como meio de divulgação de promoções e produtos.
Na rede de seguidos, o valor com maior destaque está contido na quantidade e
qualidade das informações divulgadas, pois interfere diretamente na percepção deste ator
34
pelos demais da rede. Na rede de seguidores é onde se extraem os valores de visibilidade,
reputação, popularidade e autoridade.
Sites de mídias sociais são ferramentas que propiciam o compartilhamento de
conteúdo, em geral com a construção de redes sociais entre seus usuários. São diversas e
variadas ferramentas, cada qual, com particularidades, dinâmicas de interação e finalidades
próprias.
O Twitter é um serviço relativamente recente que alcançou relevância no Brasil a
partir de 2008. Difere-se do blog em ser centrado na geração de conversações e troca de
informações curtas em tempo real, podendo ser atualizado via celular. A desvantagem é a
dificuldade de visualização dos tweets antigos do usuário; já nos blogs a organização por
categorias permite e facilita a visualização de arquivos, porém esta deficiência é reflexo e
afirmação do propósito da ferramenta em ser um canal de atualização em tempo real, por
isso, o sistema de buscas por palavras-chave é dinâmico e conta com a inclusão de links
através da colocação do símbolo # antes de escrever a palavra - diferente do blog que usa o
padrão tradicional de busca através de tags.
Por ser uma ferramenta que proporciona a divulgação de informações, seu uso
corporativo tem como principal objetivo a interação e transmissão de mensagens às redes
de contato, divulgando promoções, por exemplo, como já se disse.
Além dos serviços pagos a utilização gratuita é utilizada pelas empresas como um
canal de relacionamento e divulgação de informações. O espaço limitado para divulgação
de.
A seguir segue uma descrição dos principais usos do Twitter corporativo:
- Gerar, divulgar e obter informações:
Devido à limitação de conteúdo por tweet o uso de encurtadores de link para sites
externos é comum para o aprofundamento da informação. A ferramenta é baseada na troca
de informações, sendo assim, a ferramenta proporciona a divulgação rápida e em tempo
real. A divulgação acontece em especial pela opção de retweet e artweets e o sistema de
atualizações e os links gerados por palavras-chave permite que um fato seja acompanhado
em tempo real na ferramenta.
- Promover a imagem pessoal ou corporativa:
O Twitter, como o blog, é meio de expressão na rede, sendo o conjunto de tudo que
se publica com a representação de suas características principais. Além de formar a
imagem da marca também serve como instrumento de marketing pessoal, com influência
35
em especial para personalidades e profissionais reconhecidos no mercado. No caso de
empresas, pode-se promover produtos e serviços, eventos, promoções e campanhas.
- Ampliar a rede de contatos:
Os retweets são um meio de ampliar e rede de contatos no Twitter. Essa
funcionalidade repassa um tweet a redes que alcançam usuários que podem não seguir o
perfil originalmente retweetado. É uma oportunidade para conhecer novos usuários e
interagir a partir de pelo menos um usuário em comum na rede de ambas as partes.
- Gerar conversações:
O Twitter agrega funcionalidades dos três pilares de mídias sociais: blog, sites de
relacionamento e comunicadores instantâneos. A seguir, a pessoa espera receber
informações relevantes e se comunicar. Somados esses fatos percebe-se o valor da
ferramenta para desenvolver a comunicação com o público-alvo da empresa.
- Monitorar comentários sobre a marca:
As pessoas expressam seus gostos, preferências, desejos e opiniões sobre
marcas. Cabe à empresa monitorar esses comentários espontâneos como pesquisas e,
principalmente, poder agir frente a comentários negativos com o intuito de evitar que se
espalhem na rede ou, ao menos, dar uma posição sobre o assunto.
- Suporte às dúvidas:
O Twitter pode ser usado como um canal para identificar comentários sobre
problemas no produto e serviço e tentar ajudar o consumidor com um atendimento para dar
suporte à dúvidas ou a problemas e que pode oferecer ajuda sem que o usuário espere que
sua reclamação gere essa atitude da empresa, direcionando a resolução para o e-mail para
evitar a exposição dos dados do cliente e da reclamação em si.
O Facebook, nota-se, também tem boa parte destas características, bom boas
vantagens.
Assim, o Facebook, este que foi criado para promover entretenimento a partir da
possibilidade de conectar pessoas e facilitar a formação de novas amizades, acabou por
ser uma verdadeira plataforma de divulgação de negócios, gerando-os a partir da
publicidade. Não se mostra como mecanismo a fechar negócios propriamente, mas é um
potente gerador de negócios a partir da divulgação de produtos e serviços (TELLES,
2010).
Além disto, o Facebook, justamente por facilitar a comunicação de pessoas por
todo o mundo, serve de termômetro para o interesse sobre novos negócios, afora as
36
opiniões serem compartilhadas e receberem constante feedback, com ampla e significativa
possibilidade de novas postagens a partir da primeira. Há os “curtir”, compartilhamentos e
conversas.
Por não ser uma ferramenta destinada especificamente para o comércio, ainda
não tendo perfis criados para pessoas jurídicas, o Facebook, por outro lado, viabiliza o
que se conhece por links patrocinados. Trata-se de pequenos espaços em que o
contratante – a empresa, o artista etc. – paga um determinado valor ao Facebook toda
vez que um usuário da plataforma clicar no seu anúncio. O usuário nada paga por tal
clique (TELLES, 2010).
É um sistema semelhante ao que o Google faz por meio de seus produtos
GoogleAdSense
e
GoogleAdWords,
respectivamente
permitindo
a
vinculação
de
publicidades em sites e blogs ou para quem na página anuncia, bilateralmente havendo
troca de créditos em razão dos acessos realizados.
No caso do Google, o próprio site comissiona seus parceiros, havendo relações
comerciais principais e acessórias, multiplicando negócios e vínculos também.
Não é o que acontece com o Facebook. No Facebook o patrocínio é bem claro, ou
seja, o anunciante paga diretamente a ele pelo espaço vendido nesta rede social, o que dá a
partir da contagem dos cliques dos que no espaço/divulgação se interessam. Mas há outras
questões a serem observadas neste caso, pois há regras comerciais e éticas que todos
devem observar quanto ao uso do Facebook, que, como se disse, é um site de
relacionamento que, embora dê muito lucro – justamente por ter tais links patrocinados – faz
questão de manter sua essência de rede social; há, ratifica-se, regras a serem observadas
quanto a sua utilização.
Não é permitido no Facebook a realização de vendas diretas: não se pode
diretamente a partir dele “fechar negócios”.
Mais estratégias existem para melhor qualificar com fins comerciais indiretos os
relacionamentos na página do Facebook. Neste sentido, montar e editar perfis de usuários
sem a venda direta de produtos é possível e deve merecer especial atenção. É o caso de
expressar o desejo de “contatos profissionais”, dentre as opções de criação de perfis etc.
(MINWALK, 2012).
A estratégia de configurar o perfil de modo atraente e a construir imagens, é,
sem dúvida, algo hoje bastante praticado e que merece atenção. O mesmo deve valer
para as interações que são realizadas entre os que administram as páginas dos perfis
das empresas, que podem e devem ganhar publicidade orgânica, natural; construir
37
presença; fomentar com consistência a edificação de comunidades engajadas
(D´EGMONT, 2012).
O Facebook tem ampliado seu faturamento a cada mês, como informa Minwalk
(2012), acrescentando que a própria páginas oferece constantemente avanços para seus
patrocinadores que querem divulgar seus produtos. É o caso dos guidelines a todos
disponíveis.
Há rumores regulares quanto a fusões, parcerias ou a novas iniciativas no sentido
do Facebook mergulhar no mundo corporativo, mas que, ainda segundo Minwalk (2012), é
pouco provável, dado ao seu sucesso, nunca dependente de ninguém, por demais
autossuficiente e inventor de suas próprias fórmulas. Prova disto é a colocação de ações do
Facebook na Bolsa de Valores de Nova Iorque e de sua ampliação maciça de funcionários
nos últimos tempos.
Muitos já ganham com o trabalho de administrar páginas corporativas no Facebook,
realizando por um ou outro meio (sempre a observar as regras do jogo da empresa
Facebook) um marketing de estratégia inegavelmente vantajosa para as empresas. Divulgar
notícias entre os que “curtem” (expressão própria da rede social) ou os que tomam parte das
comunidades vinculadas a determinados artistas, por exemplo, é uma realidade a render
bons lucros para os que querem divulgar o que fazem, incluindo, outro exemplo, agenda de
shows, entrevistas etc.
Muitos escritores estão criando páginas somente para divulgar cada um de seus
livros. Fãs e produtores artísticos começam, assim, a ficarem mais próximos, fortalecendo
os gostos e opções na hora de comprar ou propriamente fechar um negócio, mesmo isto
ocorrendo fora da rede. O simples “curtir” é um modo de fixação de marcas e produtos
(D´EGMONT, 2012).
Criar uma página na internet é, sem dúvida, um caminho que, gratuitamente, se
mostra como excelente negócio para as empresas, podendo-se mencionar, além da
divulgação da marca – o que se dá, insista-se, com adequação da linguagem e das ações
realizadas na rede ao padrão ético pertinente – mecanismos de imediata aferição de seu
público vinculado ao Facebook – há notícia de programas especialmente sendo
desenvolvidos para tanto, o que é muito natural.
Uma das dicas que os especialistas como Telles (2010) já dava há dois anos atrás,
era manter a página “comercial” sempre atualizada, com respostas rápidas ao seus
componentes ou seguidores.
38
Atualmente a medição do perfil da audiência pode se dar a partir da checagem do
sexo, idade e país onde o usuário que curte aquela página está. Pode-se, com outros
programas, perceber qual conteúdo melhor funciona em determinada época a atrair mais e
mais “amigos/consumidores”.
É possível também, a partir de filtros específicos, direcionar seus links patrocinados
somente para seu público alvo, como pode ser exemplificado quando se têm, em barra
lateral somente exposta a mulheres entre 18 e 30 anos, por exemplo, determinado batom ou
produto feminino destinado para tal segmento.
Na medida em que o Facebook se desenvolve, os recursos nele inseridos ganham
mais dinâmica e alcance prático, elevando o seu potencial para negócios. Os desbravadores
na utilização destas ferramentas terão notadamente vantagens no que concerne aos seus
concorrentes (MINWALK, 2012).
3.2 Sites de Compras Coletivas
O nascimento dos sites de compra coletiva é indiscutivelmente um acontecimento
de grande sucesso, tanto para o vendedor quanto para o consumidor, este que consegue
adquirir serviços e bens diversos por preços muito mais atraentes, dada justamente à
coletividade interessada, melhor equacionando a relação (a seu favor) de oferta versus
demanda. Evidentemente, a procura e o interesse manifesto pela compra em quantidade faz
seu preço cair, por diversas e múltiplas razões conhecidas por todos economistas e
praticantes do comércio em geral.
As organizações, embora diminuindo sua margem de lucro, obtém em tempo curto
grande quantidade de vendas, servindo para esgotar mais rapidamente os estoques de
mercadoria com o giro baixo, novidades, pontas de estoque, ou mercadorias com baixo giro
etc. (D´EGMONT, 2012).
Conquanto haja desacertos e acertos no que concerne à estratégia empregada
para a utilização dos sites desta modalidade - compra coletiva -, há um grande problema
que pode afetar os negócios, qual seja, a desvalorização da marca (DIGITAL MARKETING,
2012).
Simultaneamente ao tempo em que a organização acomoda por intermédio de
um site especializado aumento repentino das vendas, a corporação perde a valorização
da marca, pois pode automaticamente desvalorizar de produtos e serviços de que dispõe,
despontando certa fragilidade ao consumidor em função do preço que se pratica
39
(D´EGMONT, 2012), desmerecendo potencialmente o produto ou serviço... Ou ainda a
marca, artista, ideia etc.
O nicho de mercado pode inclusive mudar, alterando o fluxo do que fora
planejado para a empresa, incluindo seu futuro em determinado segmento (MINWALK,
2012).
Uma destas constatações pode ser formulada a partir da verificação que boa
parte – ou a maior parte – destes consumidores só comprarão novamente daquela marca
se o fizerem naquelas condições (MINWALK, 2012); isto pode ter por reflexo o
comportamento dos clientes que, mesmo já anteriormente afeitos à marca, notaram que
pagaram muito mais por um produto que, em determinado período, estava sob oferta,
incomparavelmente menor do que outra condição, preteritamente ocorrida, o produto
preteritamente adquirido. Ou seja, por que manter a fidelidade a uma empresa que vende
um produto hoje e o vende amanhã pela metade do preço, quando não o fizer por um
desconto ainda mais significativo?
Se não for bem ponderada, a iniciativa de se vender coletivamente pode ser uma
saída, como se disse, perigosa. Mas, se aliar qualidade e preço e, ainda, tais vendas se
derem em momentos muito pertinentes e por intermédio de páginas bastante confiáveis,
pode sim ser uma boa saída para vender, por exemplo, produtos com baixa procura, ou
até para testar sua aceitação no mercado (D´EGMONT, 2012).
Em verdade, é um grande sucesso tais sites, não devendo as empresas deixar
de sobre eles refletir periodicamente, não podendo abrir mão simplesmente de atingir
certo mercado por esta via se e somente se for alinhar-se à sua própria estratégia
(MINWALK, 2012).
Muitas
organizações,
na
ânsia
de
vender
acabam
criando
ofertas
desproporcionais, ou melhor, inadequadas para o seu futuro mesmo dentro das
chamadas compras coletivas. O super desconto raramente pode ser pensado em razão
do “desespero” ou de uma situação grave do ponto de vista da situação financeira da
empresa. Aliás, no campo empresarial, aventurar-se nada tem a ver com marketing ou
estratégia; longe disto, pode se tornar a ação uma grande dor de cabeça, um grande
problema (MINWALK, 2012).
Deve-se também lembrar que as empresas do setor de compras coletivas
exigem nome no mercado e certas garantias contratuais, além de cobrar pelo serviço. A
empresa deve ter condições de bancar o volume esperado (com boa margem de erro) e
bancar também o valor que se propõe a vender, administrando com inteligência tal
negociação.
40
Como “jogada de marketing” pode ser uma boa maneira de divulgar produto ou
marca, até porque os sites de compras coletivas são muito frequentados, incluindo
públicos oriundos de outros nichos, sem poder desprezar o seu valor intrínseco
(D´EGMONT, 2012).
O melhor proveito destas iniciativas dependem, evidentemente, afora riscos
naturais neste tipo de negócio, muito planejamento, não exigindo dos profissionais de
comunicação, de marketing ou de vendas, menos esforços do que comumente havidos
em outras empreitadas.
Pesquisa de finais de 2011 dão conta que 10% dos internautas acessam os sites
de compras coletivas (EUA), representando um número muito significativo e que merece
total atenção (D´EGMONT, 2012).
As organizações precisam muito bem pensar sobre o seu posicionamento e
compreender a razão de seus clientes com eles comprarem, evitando empreender-se em
negócio mal sucedido. Uma das saídas sugeridas por Minwalk (2012) é, dentre outras,
realizar as vendas nestes sites a partir de certo tempo de permanência daquele serviço
ou produto no mercado. Ou seja, somente seria tal produto posto à venda coletivamente
após seu ciclo de sucesso (vendas no ápice) ter sido certificadamente esgotado.
Pode-se também escolher – também para preservar o produto e a marca –
determinados segmentos de produtos ou determinados momentos do ano para prover tais
atividades comerciais; só no natal e dia do namorado por exemplo; ou somente os
produtos de tecnologia produzidos a partir das plataformas tais; exclusivamente pontas de
estoque etc. (CINTRA, 2010)
Quem tem mais a auferir ganhos é o público consumidor, seja diretamente
porque adquire algo que deseja ou vem a desejar por preço mais acessível, seja porque
estimula e reestimula novas ofertas sobre o que compra, ganhando mais descontos sobre
mais produtos (CINTRA, 2010).
Uma novidade que fica em bom termo também é a compra coletiva realizada
dentro das próprias empresas, para seus funcionários e familiares, havendo ganhos
indiretos em tais ações e boas possibilidades de reforço de vínculos. Isto vale para
empresas de grande porte evidentemente (D´EGMONT, 2012).
Deve-se, em todo caso, pensar na não desvalorização da marca, novamente
havendo de se insistir no planejamento estratégico.
Outro problema são as questões legais para quem descumpre alguma das
cláusulas contratuais ou pratica qualquer ilicitude ou crime previsto no ordenamento
41
jurídico. É o caso clássico da não entrega do produto no prazo, ou simplesmente de sua
não entrega. Isto tem gerado processos e reclamações junto aos organismos de proteção
ao consumidor, como Procons e Ministério Público brasileiro.
Economicamente outras discussões podem ser levantadas, como o caso de
gerar novos empregos e acabar com outros; há também a possibilidade clara de geração
de mais negócios, o desenvolvimento de novas tecnologias etc.
3.3 Aplicativos Mobile (aplicativos para celular)
O celular é notavelmente uma arma de divulgação fantástica quando se fala em
suporte adequado ao marketing destes tempos modernos.
Neste sentido, há aplicativos para tablets e celulares que gradativa e rapidamente
ganham eficácia e se mostram mais um relevante meio a transmitir desafios e valores de
toda sorte, não deixando a publicidade e a comunicação comercial de fora. É uma nova
mídia que profissionais de marketing e publicitários já entenderam como importante,
incluindo-a no “brand equity” da marca, produto ou serviço a ser vendido ou exposto
(COMM, 2009).
Os aplicativos para celular disseminam verdadeiramente serviços e produtos, além
de ideias, conceitos, campanhas etc. A própria marca pode ser rapidamente associada a
determinado aplicativo para celulares.
Um aplicativo, vale explicar, é um software (programa de computador) que se
constitui em ferramenta que normalmente realiza tarefas que são úteis ao usuário, no
caso, do celular. É o caso de guias e localizadores que, além de orientar o usuário em seu
deslocamento, vincula de um ou outro modo, uma marca á sua utilização. O smartphones
são tipos de celulares com aplicativos muito ágeis que trazem tal vinculação (VIEIRA,
2009).
Para os profissionais de marketing os aplicativos se mostram como ferramentas de
enorme valor, uma vez que, entre jogos, consultas e outras tarefas realizadas no aparelho
de tipo mobile, várias mensagens publicitárias podem estar inseridas, e, ademais, sem
atrapalhar a ação em andamento ou se mostrar de modo exclusivo. Deste modo,
“distraidamente” fazem a propaganda enquanto outras atividades são executadas
(MINWALK, 2012).
42
Nota-se ainda que aplicativos são bastante flexíveis, fornecendo conteúdos amplos
e de modo simultâneo para milhões de pessoas que os utilizam.
Além disto, têm por vantagem a geração do que se conhece por mídia espontânea,
entremeada por ações rotineiras dos usuários mobile. E, se os celulares estão muito
presentes na vida de todos, como está na vida dos brasileiros em todas as cidades, é
mecanismo de muita relevância, não devendo ser desprezado pelas companhias, mesmo
aquelas que não são consideradas “gigantes”. É o caso, por exemplo, de dentro de um
mapa localizador, ver-se apontado pelo aplicativo acessado, o nome de uma locadora na
rua tal etc. (MUNDO MARKETING, 2012).
Assunto a ser entremeado nesta exposição sobre marketing e novas mídias,
sopesadamente sob a denominação de marketing digital, é a questão do chamado marco
regulatório. A própria profissão ligada ao marketing carece de regulação.
A realidade no Brasil – reflexo ainda, em parte, de disputas mundiais a envolver
grandes empresas e nações poderosas – é que a normatização dos negócios eletrônicos,
encontra mais obstáculos pela sua complexidade e, novamente, pelos interesses,
envolvidos, do que soluções.
Partindo-se do ideário construído em torno da internet no tocante à sua liberdade,
adia-se o controle legal sobre sua ação e atividades conexas.
Quanto ao comércio eletrônico, contudo, por ser questão pontual ligada ao Direito
do Consumidor, o Brasil tem em trâmite projeto de lei a fazer inserir, em seu código nesta
área, parte a contemplar o e-commerce, como é o caso da identificação das empresas que
se valem de meios digitais para comerciar.
Por fim, vale sempre a tônica de se dizer sobre atualizar-se, propondo a todos
entender os mecanismos que dia a dia se mostram como campo fértil para novos negócios e
políticas de marketing.
Deste modo, pacífico é o entendimento de que as ferramentas midiáticas do Twitter,
Facebook, blogs e outros, integram e devem tomar parte verdadeiramente, pelo estudado,
do mundo atual dos profissionais do marketing, ampliando consideravelmente seu campo de
atuação.
CONCLUSÃO
43
O trabalho enveredou por temas afeitos de modo específico ao marketing, como
é o marketing de relacionamento, a comunicação integrada de marketing e outros, como
a questão das compras coletivas e assuntos conexos, com suas diversas e próximas
acepções. Tudo isto voltado para o melhor entendimento do marketing da era digital,
caminho que se mostra sem volta.
Pensa-se que o texto cumpriu seus objetivos, alargando em verdade os
conhecimentos sobre marketing e novas mídias, notadamente estudando com satisfação
tais temas de elevada relevância para os avanços do alcance das campanhas e políticas
de publicidade, propaganda e marketing.
A internet
- desenvolvidada devido à necessidade americana de proteção do
sistema de informações através da colaboração contínua de pesquisadores (para a
estruturação de uma rede sem um ponto central que permitisse a conexão entre redes) é,
atualmente, uma mídia colaborativa com ferramentas de mídias sociais que permitem a
contrução
de
outras
redes
mundialmente,
um
acontecimento
com
permanentes
repercussões. As redes sociais, aliás, se mostram como outro fenômeno exsurgente de
alcance enorme, abrigando sites como o Facebook e Twitter, largamente usados,
respeitando-se os limites éticos das empresas que os mantêm, como grandes ferramentas
de negócios.
Os negócios viabilizados pela internet, e-commerce, se mostram como área de
crescente interesse e atividade, elevando os negócios ano a ano e demandando novas
soluções de marketing a torná-los mais eficazes. Nesse mundo digital, mesmo com
finalidades diferentes, foi possível também perceber o avanço das midias sociais como
ferramenta – notadamente sob os chamados links patrocinados – a fomentar os negócios
eletrônicos.
As mídias sociais são inclusive um fenômeno de grande despontamento no Brasil,
com a participação de grande parte dos usuários com acesso à internet e sem concentração
única nas classes A/B. O Brasil representadestacada liderança quanto ao acesso a esses
sites, sendo também um dos líderes em permanência a atrair a atenção de empresas e
profissionais de marketing para o desenvolvimento de estrátegias que peculiarmente se
devem valer das mídias digitais, diferencial na comunicação comercial.
Com vários nichos a serem alcançados e monitoração do conteúdo gerado sobre a
marca nas redes e exposição digital dos produtos, a internet e suas redes sociais, como
estudado, é algo transformador, um campo enorme a ser cultivado. O mesmo se aplica para
as publicidades realizadas pela via dos aparelhos mobile.
44
Como visto, os chamados aplciativos para celular e tablets podem vincular, de
modo muito natural, produtos e serviços e marcas quando o usuário, ao acessar
determinada atividade ou requisitar determinada ação em seu aparelho móvel, vislumbra-se
com anúncios dos mais diversos, gerando inclusive, sem custo adicional, informações a se
replicarem espontaneamente.
E mesmo carente de reulação no país, o marketing digital e a própria atividade do
profissional do marketing se mostram como elementos de grande dinamismo, exigindo
atualizações permanentes.
Por fim, deve-se salientar a inovação trazida pelas mídias digitalmente existentes e
a obrigatoriedade de sobre elas estudar, dedicando, sempre sob o viés da estratégia, cada
vez maior atenção.
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Trabalho de Conclusão de Curso IPONTÍFICIA
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
O ABISMO DA MULHER NAS ORGANIZAÇÕES E NA
SOCIEDADE
Aluna: Natália Maria Komatsu Dian
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
1
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 3
CAPITULO I – DESIGUALDADE ............................................................................. 4
1.0. DEFININDO DESIGUALDADE ........................................................... 4
1.1. DESIGUALDADE SOCIAL ................................................................. 4
1.2. DESIGUALDADE ECONÔMICA ........................................................ 7
1.3. DESIGUALDADE POLÍTICA .............................................................. 9
1.4. DESIGUALDADE DE GÊNERO ......................................................... 11
CAPÍTULO II – A MULHER NA SOCIEDADE E NA ORGANIZAÇÃO ................... 13
2.0. A MULHER DE ANTIGAMENTE ............................................................ 13
2.1. LUTA PELOS DIREITOS ...................................................................... 14
2.2. EVOLUÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO ...................................... 16
2.2.1. EVOLUÇÃO .................................................................................. 16
2.2.2. EXIGÊNCIAS DO MERCADO ATUAL ......................................... 17
2.2.3. EVOLUÇÃO DO MERCADO DE TRABALHO ............................. 18
2.3. A DUPLA JORNADA .............................................................................. 20
2.4. JORNADA DE TRABALHO DA MULHER X JORNADA DE
TRABALHO DO HOMEM ...................................................................... 23
2.5. DISPARIDADE DE RENDA E CARGO .................................................. 25
CAPÍTULO III – TENDÊNCIAS PARA O ABISMO .................................................. 27
3.0. DIMINUIÇÃO DA DESIGUALDADE DE RENDA NO BRASIL .............. 27
3.1. RELAÇÃO ENTRE A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO
E A DESIGUALDADE DE GÊNEROS ................................................... 28
3.2. IMPORTÂNCIA SUBJETIVA DA MULHER NAS
ORGANIZAÇÕES .................................................................................. 31
3.3. ORGANIZAÇÕES QUE VALORIZAM A MULHER ............................... 32
CONCLUSÃO ........................................................................................................... 35
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 35
2
INTRODUÇÃO
A mulher, durante milênios, se enxergou através do olhar masculino. Eram os
homens quem determinavam sua forma de ser e agir, fazendo-as acreditar que sempre
havia sido assim, e na sua fala transmitiam mentiras e preconceitos que se perpetuam
até hoje.
Durante muito tempo as mulheres não se questionavam, não se consideravam
capazes porque lhes foi incutido que eram inferiores por não terem as mesmas
condições mentais dos homens, sem a mínima capacidade de sobrevivência.
Constatamos que a sujeição da mulher em relação ao homem vem desde a
antiguidade, assim como a luta para serem reconhecidas como gente e terem seus
direitos respeitados como seres humanos, não obstante à existência de mulheres que se
destacaram, naquelas épocas remotas, em diferentes setores da atividade social.
A mulher busca espaço na atividade econômica e deve exercê-la com muita
eficiência; pois, ela antes de tudo é um ser humano que tem braços, tem pernas, tem
cabeça e raciocina como qualquer pessoa do planeta Terra.
Nesse contexto, a inserção da mulher no mercado de trabalho transformou o
papel feminino na tomada de decisões domésticas no que se trata de consumo, cuidados
das crianças, uso dos recursos de salário e padrões de gastos muito maiores (LAZEAR e
MICHAEL apud ROBIN,RINEI E MOLINA, 1990).
Em 2009, enquanto as mulheres responsáveis por famílias de casais com filhos
dedicaram, em média, 30,3 horas por semana aos trabalhos domésticos, os homens na
mesma posição gastaram 10,1 horas. Assim, as chefes, quando têm cônjuge, assumem
de maneira mais aguda a jornada dupla. Elas trabalham no mercado e aportam renda
para a casa, mas também dedicam muito tempo aos cuidados com a casa e com os
filhos. O resultado são jornadas totais de trabalho de impressionantes 66,8 horas por
semana, em média. (IPEA, 2009).
Existem diversos motivos pelos quais a inserção da mulher no mercado de
trabalho deve ser estudada e analisada. Em primeiro lugar, ela produz forte impacto nas
relações sociais, pois implica uma mudança de “paradigma” familiar e cultural. Outro
1
motivo, não menos importante é relacionado com a discriminação de gênero, tanto em
relação a diferenciais de salários quanto a postos de trabalho.
Hoje em dia é difícil encontrar postos de trabalho que não tenham sido invadidos
pelas mulheres. Elas são sensíveis, persistentes, criativas e, ainda por cima, enfrentam
dupla jornada de trabalho, ou seja, deve-se levar em conta que a maioria das mulheres,
quando chega em sua casa, precisa cuidar dos afazeres domésticos.
A inserção da mulher no mundo do trabalho, ao longo desses anos, vem
acompanhada de elevada discriminação, não só em relação à qualidade de ocupações
que têm sido criadas tanto no setor formal como no informal, mas no que se refere à
desigualdade de remuneração entre homens e mulheres. (MAIA; LIRA, 2004).
CAPÍTULO I – DESIGUALDADE
1.0 – Definindo Desigualdade
Na História e nas Ciências Humanas, quanto mais precisos se tornam os
conceitos, mais responsabilidade social eles carregam. Há certas palavras que, dotadas
de um conteúdo apropriado, podem ajudar a mudar o mundo, e outras que parecem
ameaçar perdê-lo. Igualdade, Desigualdade e Diferença são destas noções complexas
que interagem entre si de diversas maneiras, e podem gerar problemas sociais
específicos de maior ou menor gravidade.
Enquanto pensar Diferenças significa se render à própria diversidade humana, já
abordar a questão da Desigualdade implica em considerar a multiplicidade de espaços
em que esta pode ser avaliada. Avalia-se a Desigualdade no âmbito de determinados
critérios ou de certos espaços de critérios: rendas, riquezas, liberdades, acesso a serviços
ou a bens primários, capacidades. Indagar sobre a Desigualdade significa sempre
recolocar uma nova pergunta: Desigualdade de quê? Em relação a quê? A Desigualdade
é sempre circunstancial, seja porque esta estará necessariamente localizada social e
historicamente dentro de um processo, seja porque estará obrigatoriamente situada
dentro de um determinado espaço de reflexão ou de interpretação que a especificará (um
determinado espaço teórico definidor de critérios, por assim dizer). Falar sobre
Desigualdade implica em nos colocarmos em um ponto de vista, em um certo patamar
ou espaço de reflexão (econômico, político, jurídico, social, e assim por diante). Mais
2
ainda, implica em arbitrarmos ou estabelecermos critérios mais ou menos claros dentro
de cada espaço potencial de reflexão.
Deve-se acrescentar, também, que qualquer noção de Desigualdade não pode ser
senão circunstancial em parte porque estão sempre sujeitos a um incessante devir
histórico os próprios critérios diante dos quais a Desigualdade poderia ser pressentida
ou avaliada. As noções que afetam o mundo das hierarquias sociais e políticas
transfiguram-se, entrelaçam-se e desentrelaçam-se de acordo com os processos
históricos e sociais.
No mundo da Escravidão Antiga, como no mundo da Escravidão Moderna (o
Brasil ou a América Colonial, por exemplo), a Liberdade ou a Escravidão seriam noções
óbvias para serem consideradas em uma avaliação mais sistemática da desigualdade
humana. Hoje a Liberdade de todos os indivíduos, como valor ideal e no sentido lato, é
fundo comum para qualquer sociedade moderna que se declare democrática. Deixa,
portanto, de ser um critério a partir do qual se possa pensar a desigualdade (mas é claro
que podemos pensar na ‘liberdade de expressão’).
Assim, na oposição biológica entre homem e mulher tem-se uma realidade
contundente, ainda que esta possa se mostrar mais complexa através da ocorrência de
outros diferenciais sexuais. Da mesma forma, os seres humanos mostram-se todos
sujeitos a atravessarem diferentes faixas etárias sem reversibilidade possível, e não há
como lutar contra isto, mesmo que seja possível minimizar ou adiar os graduais efeitos
da passagem do tempo sobre o corpo humano individual.
Uma etnia pode marcar suas diferenças (físicas ou culturais) em relação a uma
outra, mas ao mesmo tempo ocorre que uma determinada sociedade pode produzir
igualdade ou desigualdade conforme se atribua a cada uma destas etnias maior ou
menor espaço social ou político. As colisões também podem ocorrer aqui: é possível
tratar um determinado grupo social com igualdade política, mas ocorrendo por outro
lado uma nítida desigualdade econômica. De todo modo, é preciso ainda acrescentar que
no mundo humano o objeto que reflete a diferença ou a desigualdade seria um ser
pensante, capaz de refletir sobre a diferença que o caracteriza ou sobre a desigualdade
que o atinge.
3
Segundo o dicionário Aurélio da Editora Nova Fronteira, desigualdade em si
define-se por: “Qualidade ou estado de desigual; diferença; dessemelhança; relação
entre os membros de um conjunto, que envolve os sinas de ‘maior que’ ou ‘menor
que’”. Sendo assim, a desigualdade significa um desequilíbrio de forças, uma
desproporcionalidade inconstante, volúvel e mutável.
Um outro fator que auxilia na definição de desigualdade e implica na
concentração da sociedade é o estereótipo. Estereótipos são imagens construídas com
simplificações de comportamentos, procura-se acentuar semelhanças e diferenças,
criando generalizações. Os estereótipos desempenham, algumas vezes, o papel de
legitimador ideológico de políticas intergrupais, racionalizando e explicando
diferenciações de tratamento. Os brancos explicariam o sistema da escravidão, dizendo
que os negros se adaptaram melhor ao regime de exploração, por exemplo.
“Os estereótipos têm os seguintes pontos básicos: utilizam-se de generalizações
grosseiras para classificar extensos grupos humanos; são aprendidos e ensinados
durante a infância; permanecem inalterados e são muitos lentos para mudar; em climas
de tensão tornam-se hostis; e acabam sendo nocivos em um clima de tensão e conflito.
Diferente do preconceito que é uma atitude, o estereotipo fica mais no campo da
percepção” (Programa Nacional de Direitos Humanos - Discriminação: uma questão de
Direitos Humano, Brasília-DF, 2000).
1.1 – Desigualdade Social
O conceito de desigualdade social é um guarda-chuva que compreende diversos
tipos de desigualdades, desde desigualdades de oportunidades, resultados, etc., até
desigualdade de escolaridade, de renda, gênero, etc. De modo geral, a desigualdade
econômica, a mais conhecida, é chamada imprecisamente de desigualdade social, dada
pela distribuição desigual de renda (Orson Camargo, no artigo Desigualdade Social). No
Brasil, a desigualdade social tem sido um cartão de visitas para o mundo, pois é um dos
países mais desiguais. Segundo dados da ONU, em 2005 o Brasil era a oitava nação
mais desigual do mundo. O índice Gini, que mede a desigualdade de renda, divulgou em
2009 que a do Brasil caiu de 0,58 para 0,52 (quanto mais próximo de 1, maior a
desigualdade), porém ainda é um número alarmante.
4
O relatório 2001 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) sobre o IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 162 países, referente a
1988/99 - período em que ocorreram recessões no Brasil, apontou que o País passou da
74a posição no ranking mundial, em 1988, para o 69o lugar. Mesmo assim, o Brasil
continuou atrás de seus principais vizinhos sul-americanos: Argentina (34a) e Uruguai
(37a). De acordo com o relatório, as mudanças nos indicadores de melhoria de vida da
população brasileira não têm mudado de forma significativa, tendendo para a
estabilidade. Por exemplo, em 2000, as políticas sociais do País consumiam 23% do
orçamento federal, sendo que pouco desse total chegava efetivamente aos mais pobres.
O relatório indica que, enquanto 9% da população vive com menos de US$ 1 por dia,
46,7% da renda nacional está concentrada nas mãos de apenas 10% da população. A
expectativa de vida do brasileiro permaneceu praticamente inalterada desde o último
relatório, indicando a média de 67,2 anos de vida para a população.
Em pesquisa realizada pelo IBGE nos anos de 2008 e 2009, detectou-se que a
família brasileira gasta cerca de 2.626,31 reais em média por mês. As famílias da região
Sudeste gastam 3.135,80 reais contra 1.700,26 das famílias do Nordeste. Essa
desigualdade no gasto mensal das famílias também é percebida entre as áreas urbana e
rural.
Na área urbana, a média de gasto é de 2.853,13 reais contra 1.397,29 nas áreas
rurais. Esse relatório faz parte das primeiras divulgações da Pesquisa de Orçamentos
Familiares (POF) de 2008/09. O estudo visitou 60.000 domicílios urbanos e rurais no
período de maio de 2008 a maio de 2009. O estudo considerou despesas, rendimentos,
variação patrimonial, e condições de vida das famílias.
A desigualdade social no Brasil tem sido percebida nas últimas décadas, não
como herança pré-moderna, mas sim como decorrência do efetivo processo de
modernização que tomou o país a partir do século XIX. Junto com o próprio
desenvolvimento econômico, cresceu também a miséria, as disparidades sociais –
educação, renda, saúde, etc. – a flagrante concentração de renda, o desemprego, a fome
que atinge milhões de brasileiros, a desnutrição, a mortalidade infantil, a baixa
escolaridade, a violência. Essas são expressões do grau a que chegaram as
desigualdades sociais no Brasil.
5
A noção popular de que poucos com muito e muitos com pouco gera conflitos
sociais e o mal estar humano ainda é considerada a principal causa da desigualdade
social no Brasil e em diversos países do mundo. A desigualdade social no Brasil, apesar
dos avanços da primeira década dos anos 2000, ainda é considerada uma das mais altas
do mundo. Ela prejudica cidadãos de todas as faixas etárias, principalmente os jovens de
classe de baixa renda, impossibilitados de ascender socialmente pela falta de uma
educação de qualidade , de melhores oportunidades no mercado de trabalho e de uma
vida sadia e digna.
O principal desafio é promover o direito ao cidadão viver dignamente, tendo real
participação da renda de seu país através da educação e de oportunidade no mercado de
trabalho e, em situações emergenciais, receber do governos benefícios sociais
complementares até a estabilização de seu nível social e meios próprio de sustento
(Fernando Rebouças, no artigo Desigualdade Social).
Portanto a desigualdade social é um fenômeno que ocorre quando, em
determinadas sociedades, algumas pessoas detêm mais capital, poder e/ou influência
que outras. Constitui-se, portanto, em uma condição social que permite a determinadas
pessoas ter maior visibilidade e qualidade de vida em detrimento de outras. A
desigualdade social pode ser legitimada ou não, isto é, pode ser aceita como uma
condição natural dentro da sociedade por diversos fatores (religiosos, culturais, políticos
etc.) ou pode ser contestada por ser tida como uma condição historicamente construída.
Na atualidade, por ser um fenômeno comum a todos os países, dado que decorre
da própria lógica do sistema capitalista, a desigualdade social muitas vezes é legitimada
sem que se tome consciência, utilizando as justificativas mais variadas, sejam elas
baseadas em questões materiais ou simbólicas. No campo ambiental, as desigualdades
são especialmente observadas quando percebemos que os benefícios e os danos de
empreendimentos poluentes são mal distribuídos na sociedade. Por exemplo: todos
sabem que lixões, pedreiras, areais e indústrias poluentes não são alocados em regiões
nobres das cidades, mas sim em regiões pobres, afastadas dos grandes centros urbanos.
Utilizando o argumento do “interesse público”, governos e empresas muitas
vezes se unem no intuito de justificar a instalação de determinados empreendimentos
em zonas pobres, onde geralmente habitam pessoas de baixa escolaridade e necessitadas
de emprego e renda. Desta forma, conseguem convencer a opinião pública da
6
importância social daquele empreendimento ao mesmo tempo em que atraem a
aceitação da população local.
“A desigualdade tende a se acumular. Os que vêm de família modesta têm, em
média, menos probabilidade de obter um nível alto de instrução, os que possuem baixo
nível de escolaridade têm menos probabilidade de chegar a um status social elevado, de
exercer profissão de prestígio e ser bem remunerado. É verdade que as desigualdades
sociais são em grande parte geradas pelo jogo do mercado e do capital, assim como é
também verdade que o sistema político intervém de diversas maneiras, às vezes mais, às
vezes menos, para regular, regulamentar e corrigir o funcionamento dos mercados em
que se formam as remunerações materiais e simbólicas” (ROUSSEAU, Discurso sobre
a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, 1755).
O capitalismo é um dos principais causadores da desigualdade no mundo, apesar
que ela vem impregnando a história desde o feudalismo, com isso notamos que a
desigualdade é um fato muito antigo, e sempre sem solução.
"Temos que deixar de ser uma sociedade preconceituosa e embrutecida pela
padronização de valores, em que ter vale mais que ser” (Autor Desconhecido).
1.2 – Desigualdade Econômica
Desigualdade econômica é um problema que afeta atualmente a maioria dos
países, mas principalmente os países menos desenvolvidos. Isso se dá principalmente
pela distribuição desigual de renda de um país, mas também existem outros fatores,
como a má formação educacional e o investimento ineficiente de um país em áreas
sociais
Conforme alguns estudiosos, a desigualdade ficou mais evidente a partir do
capitalismo, pois a transição do feudalismo para o capitalismo no século XVI, expulsou
muitos camponeses de suas terras, que ofereciam os meios para sustentar sua família e
por isso, precisaram de ajuda e caridade alheia
Os liberais acreditam que a desigualdade econômica é principalmente resultado
de pouca liberdade econômica. Alguns defendem que a desigualdade em si não é o
problema, e sim a existência da miséria. É preferido um país com maior desigualdade
entre as classes sociais mas com baixíssima miséria, do que um país menos desigual
7
com alto índice de miseráveis. A desigualdade econômica é um fato natural do mercado
e das diferenças entre as pessoas e o curso de suas vidas. Sendo, para os liberais, a
igualdade absoluta uma utopia, algo impraticável e até mesmo indesejável.
Karl Marx acreditava que a miséria é utilizada como um instrumento pelas
classes dominantes. Acreditava também que a desigualdade é causada pela divisão de
classes, dentre aqueles que tem os meios de produção (burguesia) e aqueles que contam
apenas com sua força de trabalho para garantir sua sobrevivência (proletário).
Conforme Karl Marx, o socialismo seria uma forma de fazer uma luta contra as
desigualdades, apenas estaria em um país por meio de uma revolução proletária e que
seria a fase de transição do capitalismo para o comunismo, onde o comunismo que seria
uma sociedade sem classes sociais em que as riquezas seriam divididas ao povo e que
todos iriam contribuir com a sua força de trabalho.
O Anarquismo defende o fim de qualquer autoridade política, econômica e
religiosa, ou seja, defendem uma sociedade baseada na liberdade total, mas responsável.
E também defende a igualdade entre todas as pessoas e também o fim da propriedade
privada, sendo assim uma forma de sair da exploração capitalista.
Geralmente, existem diversas consequencias da desigualdade social e
econômica. A marginalização de parte da sociedade, o retardamento no progresso da
economia do país, a pobreza, a favelização e o crescimento da criminalidade e da
violência são algumas das consequências.
Rousseau acreditava que existia dois tipos de desigualdade. A primeira, a
desigualdade física ou natural, que é estabelecida pela força física, pela idade, saúde e
até mesmo a qualidade do espírito, e a segunda desigualdade era moral e política, que
dependia de uma espécie de convenção e que era autorizada e consentida pela maioria
dos homens. No livro Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre
os homens escrita por Rousseau, ele se preocupa em mostrar a desigualdade moral e
política, pois para ele, é desnecessário se preocupar com a origem da desigualdade
natural e física, pois a resposta é essa: é natural, e o que vem da natureza já está
justificado. No mesmo livro, diz que a desigualdade não pode ser estudada tendo como
ponto de partida o momento então da humanidade.Também diz que para estudar a
desigualdade moral e política, deve-se "ir até a essência do homem para julgar a sua
8
condição atual" e deve-se fazer, sem atribuir ao homem primitivo, atributos do homem
civilizado.Sem esse cuidado, a busca pela origem da desigualdade estaria distorcida.
1.3 – Desigualdade Política
Por desigualdade política entendo a desigualdade no acesso ao poder e a
desigualdade na sujeição ao poder. Verifica-se uma desigualdade no acesso ao poder
quando para certas pessoas é mais fácil - por razões de etnia, fortuna, sexo, religião ou
outras - exercer funções de soberania ou ser ouvidas por quem as exerce. Verifica-se
uma desigualdade na sujeição ao poder quando para certas pessoas é mais fácil do que
para as restantes ficarem impunes pelo mal causado a terceiros ou obterem a punição de
terceiros pelo mal de que foram vítimas.
Se só houvesse desigualdades econômicas, por maiores que fossem, e não
houvesse desigualdades políticas a funcionar em sinergia com aquelas, não teria
cabimento falar em classes sociais. Mas isto é uma pura condição abstrata que não se
pode verificar na realidade.
Observa-se que o combate à desigualdade deixou de ser responsabilidade
nacional e sofre a regulação de instituições multilaterais, como o Banco Mundial.
Conforme argumenta a socióloga Amélia Cohn, a partir dessa ideia “se inventou a teoria
do capital humano, pela qual se investe nas pessoas para que elas possam competir no
mercado”. De acordo com a socióloga, a saúde perdeu seu status de direito, se tornando
um investimento na qualificação do indivíduo.
Ou, como afirma Hélio Jaguaribe em seu artigo ‘No limiar do século 21’: “Num
país com 190 milhões de habitantes, um terço da população dispõe de condições de
educação e vida comparáveis às de um país europeu. Outro terço, entretanto, se situa
num nível extremamente modesto, comparável aos mais pobres padrões afro-asiáticos.
O terço intermediário se aproxima mais do inferior que do superior”.
A sociedade brasileira deve perceber que sem um efetivo Estado democrático,
não tem como combater ou mesmo reduzir significativamente a desigualdade política no
Brasil.
O aperfeiçoamento da democracia significa dar voz e tornar cidadãs todas as
pessoas. Para isso, não basta o país ter crescimento econômico. A via do crescimento
9
econômico não deve ser desprezada, entretanto deve ser perseguida juntamente com
outro.
A consolidação da democracia também é de suma importância por interferir
diretamente na legitimação do Estado frente à população mais marginalizada. Quando
essa população passa a participar ativamente da democracia, percebendo que seus
direitos sociais estão sendo respeitados, ela passa a valorizar o Estado e o regime
democrático. Segundo o relatório “Democracia na América Latina”, publicado pelo
PNUD em 2004, apenas 30,6% dos brasileiros se consideraram democratas, afirmando
preferir crescimento econômico em detrimento de um regime democrático. Essa
pesquisa comprova o fato de o brasileiro não se sentir representado politicamente
devido à falta de políticas sociais suficientemente eficientes, que possam atender aos
mais necessitados, apesar de a mesma pesquisa afirmar que os brasileiros são
considerados os mais participativos na política latino-americana, talvez justamente por
desconfiarem das instituições políticas e dos políticos.
É inevitável tal descrédito na política dado que os congressistas se mostram cada
vez mais distantes da realidade nacional. Estudo da organização não-governamental
Transparência Brasil mostra que o Congresso Nacional brasileiro é o segundo mais caro
para o contribuinte em comparação com o de outros onze países. Para se ter uma idéia,
cada deputado federal custa R$ 6,6 milhões por ano aos cofres públicos, enquanto cada
senador custa R$ 33,1 milhões por ano. Isso dá um gasto de absurdos R$ 11.545,04 por
minuto. A pesquisa também mostrou que muitas Assembléias Legislativas estaduais e
até Câmaras Municipais de algumas cidades possuem orçamentos maiores que o de
Congressos de muitos dos países pesquisados.
Gastos absurdamente altos e completamente desproporcionais em relação à
realidade nacional aliados a freqüentes escândalos de corrupção são capazes de mostrar
o quanto a democracia brasileira ainda precisa ser aprimorada. Em certa medida, o
próprio Congresso Nacional provoca grandes desigualdades de renda a partir do
momento em que cada parlamentar custa R$ 16.512,09 por mês – mais de 43 salários
mínimos – sem contar os outros benefícios concedidos, ao passo que 55 milhões de
pessoas vivem com menos de R$ 80,00 por mês.
Portanto, fica claro que as políticas públicas destinadas à redução da
desigualdade e a consolidação da democracia brasileira são assuntos entrelaçados e,
10
como tais, não devem ser tratados de forma independente. É inevitável afirmar que a
diminuição da desigualdade é uma condição essencial para a consolidação do regime
democrático no país.
Por fim, a desigualdade política fere o princípio da representatividade, e assim,
as
classes
não
representadas
não
conseguem
garantir
politicamente
seus
interesses/necessidades, o que fatalmente acaba levando à desigualdade econômica e
social.
1.4 – Desigualdade de Gênero
“Discriminação contra a mulher significa toda distinção, exclusão ou restrição
baseada no sexo e que tenha por objeto o resultado de prejudicar ou anular o
reconhecimento, gozo ou o exercício pela mulher, independente de seu estado civil, com
base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades
fundamentais nos campos políticos, econômico, social, cultural e civil ou em quaisquer
outros campos” (Convenção da ONU/1979 sobre a Eliminação de todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher).
A diferenciação e a discriminação de gênero nos ajudam a perceber outras
formas de discriminação. Diferentes papéis e características são atribuídos às pessoas,
não apenas com base no gênero, mas também na raça, na classe, na etnia, na idade, na
opção sexual etc. Estas características atribuídas às pessoas pela sociedade fazem com
que as pessoas também sejam colocadas em locais e com papéis determinados, que
podem ser tanto ponto de acordo como de conflitos. A diferença entre as mulheres de
grupos raciais ou de classe diferentes torna-se Desigualdades de Gênero, raça e classe.
Sheila Rowbotham (1998), considera que o conceito de gênero possibilita
compreender a maneira pela qual o poder é definido, estruturado e exercido, chamando
atenção, no entanto, para a necessidade de relativizarmos o seu potencial analítico.
Assim, essa autora alerta para o fato de que "… o conceito de gênero (…) pode congelar
nosso olhar tornando difícil enxergar aqueles aspectos da subordinação das mulheres
afetadas por outros fatores sociais".
Gênero não se refere exatamente aos homens e mulheres, mas sim às relações
entre os dois sexos. Se fatores biológicos produzem ou não diferenças nos dois sexos, é
a isso que gênero se refere, seu enfoque requer o exame de fatores estruturais na
11
sociedade, isto é, as regras e práticas dentro e fora de casa, no trabalho, com a família,
na comunidade, no estado e na sociedade em geral, a qual ainda mantém uma posição
desigual entre grupos diferentes de homens e mulheres. Seja qual for a situação, a
igualdade de tratamento tem que estar de acordo com as respectivas necessidades de
homens e mulheres, referindo-se aos direitos, benefícios, obrigações e oportunidades
iguais. Porém, em matéria de direitos humanos, as mulheres ainda têm velhos e novos
desafios a conquistar.
A análise das desigualdades de gênero tem sido fortalecida pela interpretação
dos dados estatísticos que apontam, por exemplo, para a pequena representação política
das mulheres e para seus baixos salários.
O Programa de População das Nações Unidas – PNUD revelou a preocupação
com a invisibilidade das mulheres e com a ausência de políticas voltadas para superar as
históricas discriminações, e elaborou uma metodologia para medir tanto o
desenvolvimento social dos países – Índice de Desenvolvimento Humano - IDH, como
para medir os progressos obtidos pelas mulheres – Índice de Desenvolvimento da
Mulher – IDM, fundamental para a classificação dos países no cômputo do
Desenvolvimento Humano. Segundo o Informe elaborado por essa Agência da ONU
“(…) Comparando as categorias segundo o IDM com os níveis de renda dos diferentes
países, fica confirmado o fato de que a eliminação da desigualdade entre os sexos não
depende do fato de um país ter uma alta renda. A igualdade entre os sexos pode ser
promovida sejam quais forem os níveis de renda de um país. O que é necessário é um
firme compromisso político e não uma riqueza econômica”.
É preciso um novo olhar para se poder perceber que a “desigualdade” entre
homens e mulheres em nossa sociedade se reflete em pequenas (e grandes)
discriminações, em pequenas (e grandes) dificuldades enfrentadas pelas mulheres em
seu cotidiano, em dificuldades de inserção no mercado de trabalho, em dificuldades de
acesso a serviços, em um cotidiano penoso na esfera doméstica.
As ações governamentais, as políticas públicas e os programas desenvolvidos
por governos podem exercer um papel importante diante deste quadro de desigualdades:
Podem reforçar as desigualdades, o que ocorre, em geral, pelo fato de os governos e as
agências estatais não estarem “atentos” às desigualdades de gênero. E, mais que isto, em
decorrência também de a própria sociedade não estar atenta a estas desigualdades.
12
Mas também podem: em primeiro lugar, reconhecer que esta desigualdade existe
e que ela deve e pode ser reduzida. Em segundo lugar, integrar o combate à
desigualdade de gênero à agenda de governo, junto com o combate a “outras
desigualdades”. Em terceiro lugar, identificar como e onde estas desigualdades se
manifestam e quais seus impactos – para se poder planejar estratégias de ação. Em
quarto lugar, a identificação concreta das formas como se manifestam as desigualdades
de gênero permite identificar prioridades de ação, como as apontadas pela agenda de
gênero:
a) combate à violência contra a mulher;
b) políticas de atenção integral à saúde da mulher;
c) programas de geração de emprego e renda e de capacitação;
d) acesso a crédito;
e) acesso à propriedade;
f)
combate
à
discriminação
no
trabalho,
dentre
outras.
Mas, é muito importante, para além destas ações dirigidas, incorporar um olhar de
gênero a todas as políticas públicas.
APÍTULO II – A MULHER NA SOCIEDADE E NA ORGANIZAÇÕES
2.0 – A mulher de antigamente
Desde que o homem começou a produzir seus alimentos, nas sociedades
agrícolas do período neolítico (entre 8.000 a 4.000 anos atrás), começaram a definir
papéis para os homens e para as mulheres. Nas sociedades agrícolas já havia a divisão
sexual do trabalho, marcada desde sempre pela capacidade reprodutora da mulher, o
fato de gerar o filho e de amamentá-lo. O aprendizado da atividade de cuidar foi sendo
desenvolvido como uma tarefa da mulher, embora ela também participasse do trabalho
do cultivo e da criação de animais. Surgem as sociedade humanas, divididas em clãs,
em tribos e aldeias. Na fase pré-capitalista o modelo de família era multigeracional e
todos trabalhavam numa mesma unidade econômica de produção. O mundo do trabalho
e o mundo doméstico eram coincidentes. A função de reprodutora da espécie, que cabe
13
à mulher, favoreceu a sua subordinação ao homem. A mulher foi sendo considerada
mais frágil e incapaz para assumir a direção e chefia do grupo familiar. O homem,
associado à ideia de autoridade devido a sua força física e poder de mando, assumiu o
poder dentro da sociedade. Assim, surgiram as sociedades patriarcais, fundadas no
poder do homem, do chefe de família. A ideia de posse dos bens, e a garantia da herança
dela para as gerações futuras, levaram o homem a interessar-se pela paternidade. Assim,
a sexualidade da mulher foi sendo cada vez mais submetida aos interesses do homem,
tanto no repasse dos bens materiais, através da herança, como na reprodução da sua
linhagem, sendo identificada como o sexo frágil.
No século dezenove, alguns pensadores já cogitavam a idéia de que no futuro,
teríamos uma sociedade, governada pelas mulheres, sociedade matriarcal, que
desbancaria a sociedade da época, sociedade patriarcal, governada por homens, na qual,
as mulheres tinham pouco ou nenhum valor.
Às mulheres cabiam basicamente, as atribuições de afazeres domésticos,
trabalharem na lavoura e a maternidade. Não lhes era reconhecido o direito ao trabalho
e muito menos ao salário, que quando era pago, era muito inferior ao salário dos
homens.
2.1 – Luta pelos direitos
A década de setenta constituiu um marco para o movimento de mulheres no
Brasil, com suas vertentes de movimento feminista, grupos de mulheres pela
redemocratização do país e pela melhoria nas condições de vida e de trabalho da
população brasileira. Em 1975, comemora-se, em todo o planeta, o Ano Internacional da
Mulher e realiza-se a I Conferência Mundial da Mulher, promovida pela Organização
das Nações Unidas – ONU, instituindo-se a Década da Mulher.
Em fins dos anos setenta e durante a década de oitenta, o movimento se amplia e
se diversifica, adentrando partidos políticos, sindicatos e associações comunitárias. Com
a acumulação das discussões e das lutas, o Estado Brasileiro e os governos federal e
estaduais reconhecem a especificidade da condição feminina, acolhendo propostas do
movimento na Constituição Federal e na elaboração de políticas públicas voltadas para
o enfrentamento e superação das privações, discriminações e opressões vivenciadas
14
pelas mulheres. Como exemplo, destaca-se a criação dos Conselhos dos Direitos da
Mulher, das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher, de programas
específicos de Saúde integral e de prevenção e atendimento às vítimas de Violência
Sexual e Doméstica.
Nos anos noventa, amplia-se o movimento social de mulheres e surgem
inúmeras organizações não governamentais (ONGs). Além de uma diversidade e
pluralidade de projetos, estratégias, temáticas e formas organizacionais. Também nesta
década, consolidam-se novas formas de estruturação e de mobilização, embasadas na
criação de redes/ articulações setoriais, regionais e nacionais.
Paralelamente, são desencadeadas campanhas como "Mulheres Sem Medo do
Poder", visando estimular e apoiar a participação política das mulheres nas eleições
municipais de 1996; "Pela Vida das Mulheres", visando manter o direito ao aborto nos
casos previstos no Código Penal Brasileiro (risco de vida da mãe e gravidez resultante
de estupro); "Pela Regulamentação do Atendimento dos Casos de Aborto Previstos em
Lei, na Rede Pública de Saúde"; e "Direitos Humanos das Mulheres", por ocasião da
comemoração dos 50 anos da assinatura da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, visando incorporara história das mulheres.
Nessa década, o movimento aprofunda a interlocução com o Legislativo e o
Executivo – e, em menor medida, com o Judiciário -, tanto no sentido da
regulamentação de dispositivos constitucionais, quanto no sentido da implementação de
políticas públicas que levem em conta a situação das mulheres e perspectiva de
equidade nas relações de gênero.
As mulheres brasileiras, atualmente são integrantes e representantes de
organizações do movimento de mulheres, estão articuladas e sintonizadas com o mundo
globalizado e fazem parte e diferença no mesmo.
Com a luta pelos seus direitos, a mulher conquistou muitos marcos, dentre eles o
seu direito na família, no trabalho, e na aprovação de emendas e leis, como:
Lei 9.278/96 – regula a união estável como entidade familiar .
15
Lei 9.263/96 – regula o planejamento familiar. O direito à esterilização
voluntária de mulheres e homens é conquistado em agosto/97, com a derrubada
dos vetos do Presidente à lei .
Lei 9.100/95 e 9.504/97 – estabelecem quotas mínimas e máximas por sexo para
candidaturas nas eleições proporcionais para Vereadores e Deputados
Estaduais/Federais, respectivamente .
Aprovação de Emendas ao Plano Plurianual (1995-1999) e ao Orçamento da
União referentes à cidadania das mulheres (97,98 e 99) .
2.2 – Evolução do mercado de trabalho
2.2.1 - Evolução
Com a revolução industrial do século XIX, começaram a surgir algumas
profissões levando a um grande aumento da economia. Começaram a surgir as pequenas
oficinas domésticas e as grandes manufaturas peritas especialmente na produção de
tecidos. Surgiu a máquina a vapor que realizavam trabalho até ai efetuado por várias
pessoas. O Setor têxtil foi o que mais ganhou com esta revolução devido à
maquinização dos setores têxteis com o algodão à cabeça.
À medida que a Indústria ia evoluindo começaram a aparecer fábricas, surgindo
assim novas profissões que por sua vez provocavam o desaparecimento de outras. O
trabalho manual deu lugar à maquinização fazendo com que muitas profissões
evoluíssem no seu conceito de trabalho e outras ficassem esquecidas até desaparecerem
na sua totalidade. Assim podemos dizer que o ato de trabalhar molda-se à medida que o
tempo avança e consoante a necessidade de cada consumidor. A todo momento surgem
novas tecnologias que extinguem por completo profissões, muitas delas já esquecidas
pelo tempo. Com o passar do tempo, todos os profissionais de uma determinada
profissão começaram a evoluir e a renovar os seus campos de atuação. Enquanto uns
começaram a poder escolher uma profissão futura outros tinham a oportunidade de
renovar os seus campos de atuação com novos conhecimentos através de cursos,
explicações ou diversos ensinamentos das pessoas mais experientes em determinada
função.
Quando fazemos uma profunda análise do mercado, profissões e tarefas, vamos
tentando distinguir o que é verdadeiramente profissão visto que estas não aparecem de
16
um dia para o outro e têm de ser encontradas. Se muitas profissões estão desde há muito
legisladas, outras surgem ou surgiram pelas novas necessidades da sociedade.
Algumas profissões que têm surgido com o passar do tempo são baseadas num
conceito inovador completamente impensável há anos atrás. O teletrabalho, o mais novo
conceito em forma de trabalho, oferece um novo sentido às profissões visto que o
trabalho vai até ao trabalhador e não o contrário. Isto só é possível devido à evolução da
tecnologia de informação e comunicação que suportam diversas atividades desde a
produção até ao atendimento a clientes, planejamento entre outras, sendo que todas elas
podem até ser realizadas a partir do próprio lar. Se as profissões evoluíram, esta nova
forma de trabalho demonstra que ainda existe espaço para que evoluam cada vez mais.
2.2.2 – Exigências do mercado atual
O mercado de trabalho, além de mudar constantemente, exige cada vez mais
conhecimento e habilidades para se atuar nele também. O diploma de um curso superior
já foi garantia de emprego, até meados da década de 70; hoje não é mais. Pensar que
após o término da faculdade você está "livre" do estudo é simplesmente decretar o fim
da sua carreira profissional. Hoje precisamos estar sempre estudando, sempre nos
atualizando. Estamos vivendo a "era da informação, da velocidade e da orientação para
resultados". Muitas vezes, ficamos atônitos com a rapidez com que as mudanças
acontecem. Já não basta mais sermos especialistas em uma única área: Engenharia,
Administração, Economia, Direito, etc. Precisamos "entender do negócio", isto é,
conhecer todos os aspectos relacionados com o ramo da empresa onde trabalhamos,
senão como poderemos aplicar nossos conhecimentos em benefício da empresa, ou em
outras palavras: gerar resultados.
Muitos consultores e autores bem-sucedidos de livros de negócios e carreira
dizem que estamos vivendo a era dos multiespecialistas. Precisamos entender de muitos
assuntos: administração, finanças, informática, outros idiomas, pessoas (esta talvez seja
a aptidão mais importante e mais difícil), trabalho em equipe, etc. Eles estão certos.
Precisamos entender de muitos assuntos e a única maneira de dominá-los é através do
estudo e aprendizado contínuos.
Nem tudo mudou. É evidente que você precisa ter ótimos conhecimentos na sua
área de atuação, ou você teria coragem de se submeter a uma cirurgia com alguém que
não é formado em medicina? É claro que não. Um ponto importante é que não basta
conhecer o básico, para se destacar e ser um profissional requisitado pelo mercado, você
precisa dominar os conhecimentos da sua área de atuação. O mercado está muito
17
seletivo, não existe mais lugar para enganadores. De nada adianta você ter ótimos
conhecimentos se não for capaz de traduzi-los em resultados para a empresa. Lembrese: você não é paga para ficar oito horas na empresa, você é paga para gerar resultados.
Sem resultados = sem emprego.
Existem conhecimentos que são fundamentais, independente da área em que
você atue. Conhecimentos de informática, tais como: Microsoft Word, Microsoft Excel
e, principalmente, saber utilizar os recursos disponibilizados pela Internet. O
conhecimento de idiomas também é muito importante. O inglês ainda é o mais
importante, seguido de perto, para nós brasileiros, pelo Espanhol. Pode ser que, para a
sua profissão/cargo atuais, não seja obrigatório o conhecimento de idiomas, mas, com
certeza, o domínio de um ou mais idiomas estrangeiros será um diferencial importante.
Habilidade na comunicação quer seja para escrever, falar ou fazer apresentações,
são fundamentais. Independente da função, o profissional atual deve dominar as
técnicas de redação, o que inclui um bom vocabulário e um bom conhecimento da nossa
Gramática. Desde a elaboração de relatórios, projetos e memorandos, até na
comunicação via e-mail, o domínio das técnicas de redação é um diferencial importante,
que pode ajudar você na busca por melhores posições dentro da empresa. Além de saber
por as ideias no papel é importante que você saiba apresentá-las para os seus colegas e
superiores. A capacidade de fazer boas apresentações é muito importante. O profissional
que domina as técnicas para uma boa apresentação, vê muitas portas se abrirem.
Trabalho em equipe e delegação de tarefas são de extrema importância, não
importa o cargo que você ocupa, é fundamental que saiba trabalhar em equipe, em
outras palavras: "colaboração e cooperação". Isso não significa que não deva existir
competição, porém em doses saudáveis. Mas o fato é que somente o trabalho em equipe
é capaz de obter os resultados exigidos atualmente. Na medida em que você vai
ocupando cargos com características mais gerenciais do que operacionais a delegação
de tarefas torna-se um instrumento indispensável. Se você chefia uma equipe é
fundamental que confie nela. Com isso é possível delegar tarefas e manter um nível de
acompanhamento racional; pois de nada adianta delegar uma tarefa e depois
acompanhar, passo a passo a execução.
2.2.3 – Evolução da trabalhadora
A participação da população feminina no mercado de trabalho tem apresentado
significativos avanços nas últimas décadas, muito embora ainda se constate um forte
desequilíbrio entre homens e mulheres no que concerne à inserção produtiva e
18
evidências de discriminação na ascensão profissional. Vários estudos sobre o mercado
de trabalho apontam que esta participação diferenciada está relacionada ao persistente
paradigma sócio cultural criado em torno de distintos papéis que cabem à homens e
mulheres enquanto atores sociais. Com base nesse paradigma, cabe aos homens o papel
de principal provedor da família, reservando-lhes uma maior participação e maior
rendimento nas atividades produtivas, enquanto às mulheres cabem as tarefas voltadas à
complementação do orçamento familiar, devendo conciliar trabalho e maternidade,
muito embora apresentem maiores níveis de escolaridade em relação aos homens.
A expansão das mulheres no mercado de trabalho tem sido alvo de muitos
estudos, pelo fato de ser um fenômeno recente e estar carregado de relações sociais.
Estudos a respeito da crescente participação da mulher no mercado de trabalho
concluem este estar relacionado a fatores culturais, demográficos e econômicos.
Há algumas décadas a porcentagem de mulheres economicamente ativas tem
aumentado consideravelmente. Isso se deve também, entre outros fatores, aos
movimentos políticos e sociais ocorridos no mundo entre as décadas de 60 e 70. Essa
mudança de padrões culturais impulsionou as mulheres a estudarem mais e a participar
do mercado de trabalho de forma consistente.
Vários estudos sobre a crescente participação da mulher no mercado de trabalho
concluem que esse aumento das mulheres tem vários motivos, e não somente a
mudanças de padrões culturais. “Na literatura nacional há um consenso de que o fator
primordial a determinar a “feminização” do mercado de trabalho é o aumento do nível
de escolaridade da mulher brasileira nos últimos anos, graças à evolução dos seus
valores sociais. Este fator tem levado também à queda da taxa de fecundidade devido à
adoção de métodos anticonceptivos, os quais se tornaram mais acessíveis e
diversificados nos últimos tempos. Desse modo, mulheres mais instruídas acabam tendo
menor número de filhos, o que as torna mais disponíveis para a atividade econômica.”
(BRUSCHINI ; LOMBARDI, 1996 apud MAIA ;LIRA).
Outro fator de grande relevância para a crescente participação das mulheres no
mercado de trabalho refere-se a estagnação econômica, elevada inflação e mudanças na
estrutura do emprego vividas pelo Brasil na década de 80. (LEONE, 1997). Esta autora
ressalta que os fatores econômicos reforçaram a maior participação feminina no
mercado na tentativa de evitar o empobrecimento das famílias, não deixando de
considerar as profundas transformações sociais que vem ocorrendo ao longo dos anos.
19
Seja por motivos financeiros ou mudanças nos padrões culturais ou até por
realização pessoal é fato que as mulheres têm entrado de forma consistente no mercado
de trabalho. O que fica evidenciado em estudos de vários autores é que o aumento da
participação das mulheres no mercado de trabalho não correspondeu a uma diminuição
da discriminação.
Para Abramo (2001) a maior participação das mulheres no mercado de trabalho
não foi acompanhada por uma diminuição das desigualdades profissionais entre homens
e mulheres. Estas ocupam alguns setores e profissões, uma segmentação que torna mais
forte as desigualdades entre homens e mulheres no mercado de trabalho.
2.3 – A dupla jornada
Na antiguidade a mulher vivia sobre os domínios do homem, não possuía
direitos próprios, assim como de exercer uma profissão e até mesmo de responder por
si. Para grande parte da população masculina, a mulher era vista apenas como uma
doméstica, alguém para cuidar da casa, dos filhos e para satisfazer os seus prazeres.
Nesta época, se as mulheres engravidassem eram obrigadas a se casarem, deixar
de lado os estudos para cuidar de uma família e nem tinham oportunidade de escolher
em quem gostariam de eleger politicamente.
Ao decorrer dos tempos, a mulher vem ganhando grande espaço na sociedade
por sua inteligência e dedicação. Hoje muitas atuam em cargos que antes eram
designados apenas para homens, apesar de ainda existir grande diferença de salários de
um homem para uma mulher. A independência feminista mostra que elas podem muito
bem sobreviver por si próprias, acredita-se que elas têm capacidade de fazerem várias
coisas ao mesmo tempo. São donas de suas próprias vidas, e estão tendo grande
reconhecimento no mercado de trabalho.
A autonomia da mulher atual vem crescendo dia após dia, pois agora ela
consegue tanto manter uma casa, cuidar de filhos e manter uma vida profissional
estável. Elas lutam por seus objetivos e seguem sem medo algum para consegui-los e
ainda por cima sentem-se realizadas e assim por diante.
Há consenso que três fatores, agindo simultaneamente e de forma integrada,
foram os responsáveis pela inserção da mulher no mercado de trabalho: a necessidade
de complementar ou mesmo prover a renda familiar, a abertura de postos de trabalho
considerados mais "adequados" para as mulheres e, naturalmente, uma mudança do
20
papel da mulher na sociedade, em busca de participação mais ativa na vida social e nos
destinos da sociedade. A situação da mulher no mercado de trabalho está longe de ser
igualitária quando comparada com a dos homens: as tarefas cotidianas no âmbito da
família ainda são praticamente de responsabilidade da mulher, de tal forma que o
cotidiano da maioria daquelas que trabalham ainda está marcado por uma dupla jornada
de trabalho; em média, as mulheres recebem bem menos que os homens pelo
desempenho de tarefas semelhantes; estão mais concentradas em trabalhos precários ou
em um grupo de atividades em geral carimbadas como próprias para serem
desempenhadas por mulheres, exatamente porque apresentam alguma semelhança com
suas funções familiares - empregadas domésticas, professoras, enfermeiras, secretárias,
gerentes, etc.
A mulher que tem uma dupla jornada de trabalha acaba por atuar em várias
“vidas”. A vida particular, vida profissional, vida amorosa, vida familiar e vida social.
Então, essas vidas acabam por depender da situação financeira da mesma, fazendo com
que ela assuma um compromisso de estar inserida ativamente em todas elas, tornando
seu papel cada vez maior e mais importante. Sendo assim, nas famílias com menor
poder aquisitivos o que acontece, na prática, é que tanto a mulher quanto seu marido
utilizam parte de seu tempo em casa para tentar resolver problemas do trabalho e sua
situação financeira, assim como seu trabalho pode ser afetado pelos problemas pessoais,
afetando ainda mais a situação atual.
Figura 1 - Evolução da atuação da mulher latino - americana
Entre os casais com filhos, a renda das mulheres chefes de família representa
73% da renda média de seus maridos. De qualquer modo, a mulher continua ganhando
21
menos do que o homem. Com relação ao nível de escolaridade, as mulheres,
independentemente da posição na família, estudaram mais anos em média, e aquelas
responsáveis por famílias com filhos apresentam a mais alta escolaridade. Para os
pesquisadores, os dados significam que a educação não interfere na posição de chefia da
família.
O fator que mais influencia, embora não seja decisivo, é a ocupação. Homens
estão mais inseridos no mercado de trabalho, assim como a maioria das chefes de
família com filhos (59,1%) possui emprego. As mulheres que chefiam a casa têm níveis
de ocupação significativamente mais elevados do que as mulheres em idade ativa, em
geral (57,7% contra 51,5%). Elas também ocupam posições consideradas de melhor
qualidade.
A crescente participação das mulheres no mercado de trabalho não as isentou
nem reduziu a jornada delas com os afazeres domésticos. Pelo contrário, nas faixas
etárias onde a inserção das mulheres no mercado de trabalho é maior e que coincide
com a presença de filhos menores, a intensidade do trabalho doméstico ainda é mais
elevada. Entre as mulheres ocupadas, 92% cuidam de afazeres domésticos, enquanto
para os homens ocupados esse percentual é de 51,6% (IBGE, 2008).
Porém, esses afazeres domésticos variam em relação à situação financeira da
família, já que as mulheres com menor poder aquisitivo têm a necessidade de cumprir
essa dupla jornada, pois não podem contratar alguém para realizar essas tarefas
enquanto está no trabalho. Sendo assim, a situação financeira da mulher em questão é
um ponto fundamental para estabelecer o tempo dedicado ao trabalho e à família.
A tradicional responsabilização das mulheres pelos afazeres domésticos não
somente parece permanecer intocada ao longo dos anos, como também não sofre
influência da posição ocupada pela mulher na família. Apesar de haver algumas
diferenças, mulheres na posição de chefe e na posição de cônjuge respondem por grande
parte do trabalho não-remunerado, essencial para a reprodução das famílias.
Por fim, em relação a tudo dito anteriormente neste tópico, não podemos deixar
de lado uma pergunta que muitos se questionam há tempos, mas que ainda ninguém
chegou a uma resposta perfeita e que a solucione: “Se a nível de licenciaturas há mais
22
mulheres a entrarem nas faculdades, e também são elas a terem mais sucesso, por que
será que não são elas que estão no topo?”.
Procurei dentre artigos, autores, entre outros meios, a solução desta resposta,
porém encontrei somente razões para essa desigualdade (a mulher de antigamente) e
motivos para acabar com essa desigualdade, mas não foi possível encontrar como
solucionar essa questão. No entanto, esta citação de Machado, Oliveira e Wajnman
(2005, p.26) afirma que, em grande parte, este fato ocorre devido à discriminação
existente, ocorrendo tratamento desigual para trabalhadores com o mesmo potencial
produtivo ou com maior potencial, como é o caso das mulheres, que apresentam
maiores níveis de escolaridade.
“Se a escolaridade feminina é, em média, superior à masculina, as razões para
o persistente diferencial de rendimentos em favor dos homens devem ser buscadas nas
possíveis diferenças entre formas de inserção e também nas práticas discriminatórias
que valorizam diferentemente homens e mulheres igualmente produtivos”. (p.27).
2.4 – Jornada de trabalho da mulher x Jornada de trabalho do homem
Uma diferença fundamental entre os sexos é que, para a maioria das mulheres,
família e trabalho andam juntos e, para a maioria dos homens, trabalho significa
emprego assalariado que exige tempo fora de casa. As atividades de trabalho das
mulheres não são bem captadas pelas estatísticas oficiais, principalmente quando
trabalham na agricultura. Homens e mulheres usam seu tempo diferentemente:
1. As mulheres trabalham mais que os homens. Pesquisas feitas na década de 90,
principalmente em países desenvolvidos, concluiu que em 13 países elas trabalham pelo
menos 2 horas a mais por semana que eles, sendo que o comum é de 5 a 10 horas; em
oito países, a quantidade de trabalho foi igual. Só nos Estados Unidos as mulheres
disseram que trabalham menos, em média 3 horas por semana.
2. O trabalho doméstico não remunerado é o que mais ocupa o tempo das
mulheres. Na maioria dos países, as mulheres gastam a mais o dobro do tempo em
trabalho não pago que os homens.
23
3. O tempo de trabalho dos homens tende a ser o mesmo durante sua vida
produtiva; o das mulheres varia bastante, dependendo da idade dos filhos.
De meados da década de 60 a meados da década de 80, houve uma diminuição
no tempo de trabalho não pago das mulheres e aumento do trabalho remunerado. Está
havendo mudanças no sentido do casal partilhar mais esses trabalhos.
Quanto à divisão do trabalho doméstico, dois terços a três quartos dele são feitos
pelas mulheres nos países desenvolvidos. Na maioria desses países, a mulher gasta 30
ou mais horas por semana nesse trabalho, enquanto os homens gastam 10 a 15. O que
consome mais o tempo das mulheres é a preparação das refeições e limpeza quando não
há filhos. Quando os há, é cuidar deles. O tempo que as mulheres levam para preparar
uma refeição caiu de 1961 a 2000 de 90 minutos para 60 minutos por dia. O tempo que
os homens levam cozinhando subiu um pouco, de 15 a 20 minutos. Das tarefas
domésticas, a de que os homens participam mais é no cuidado das crianças pequenas,
em média menos de 1 hora por dia. Quanto ao trabalho não pago, eles contribuem mais
fazendo compras e consertando coisas na casa.
Figura 2 - Atuação do homem e da mulher na América Latina
Analisando os salários recebidos, temos que as mulheres recebem menos que os
homens. No ano de 2007, os salários das mulheres eram 40 a 50% do dos homens.
Interessante é a situação das mulheres com diploma de nível superior. As com 1o. grau
incompleto recebem 48% a 49% ( setor público e privado) do salário dos homens; 1o.
24
grau completo, de 52 a 58%; 2o. grau completo, de 53 a 62%. Até aí temos um
crescendo. No 3o. grau completo, o salário baixa para 50%. Como já vimos antes, a
maior participação feminina na força de trabalho veio acompanhada de uma queda
acentuada na taxa de fertilidade, menos de 2,7 filhos por mulher em idade fértil.
2.5 – Disparidade de renda e cargo
A maior autonomia das mulheres no mercado de trabalho não se traduziu
necessariamente em igualdade em relação aos homens. Segundo o IBGE em 1991 a
renda das mulheres equivalia 63,1% da dos homens. Já em 2000 esta relação subiu para
71,5% reduzindo-se a desigualdade entre homens e mulheres.
As mulheres de hoje são mais educadas do que foram há trinta anos atrás e já
conseguem ultrapassar os homens. No Brasil entre os que têm curso universitário as
mulheres superam os homens tanto nos que possuem curso completo quanto os que têm
curso incompleto. Os investimentos em educação da mulher têm impactos que vão
muito além do seu progresso pessoal.
A maioria dos pesquisadores enfatiza que o investimento na mulher produz
resultados significantes. O impacto produzido na sociedade em geral é grande, devido
ao efeito multiplicador de uma boa educação da mulher. “Por outro lado, a intensa
afluência das mulheres ao mercado de trabalho não foi acompanhada por uma
diminuição significativa das desigualdades profissionais entre homens e mulheres. A
maior parte dos empregos femininos continua concentrada em alguns setores de
atividades e agrupada em um pequeno número de profissões, e essa segmentação
continua estando na base das desigualdades existentes entre homens e mulheres no
mercado de trabalho, incluindo as salariais” (ABRAMO: 2001; 78).
Ikeda (2000) em pesquisa sobre diferenças de remuneração no mercado de
trabalho formal salienta que mesmo com o aumento da participação da mulher no
mercado de trabalho brasileiro as desigualdades em relação ao trabalho masculino ainda
persistem. Ainda argumenta que mesmo no mercado de trabalho formal a segmentação
por gênero existe, pois em todos os setores analisados a remuneração feminina é
claramente menor que a masculina.
25
Grzybovski, Boscarin e Migot (2001) discutindo o mercado formal de trabalho
no Brasil em relação ao papel da mulher executiva, através de levantamento de dados
compreendidos entre 1990 e 1999 do Ministério do Trabalho e Emprego, IBGE,
Ministério da Fazenda e universidades chegaram à conclusão que mesmo em cargos
similares de gerência, as mulheres recebem remuneração inferior a dos homens. Nos
últimos 15 anos, entraram no mercado de trabalho do Brasil mais de 12 milhões de
mulheres. Em 1998, a proporção de mulheres ocupadas era de 42%. Na década de 60,
foi de apenas 23%. A expansão foi extraordinária. O trabalho da mulher fora de casa
vem sendo estimulado pela demanda do mercado e pelo crescimento da sua
competência profissional que decorre em grande parte da melhoria educacional. Nos
dias atuais, mais de 30 milhões de mulheres trabalham fora de casa no Brasil. Cerca de
50% estão no comércio, serviços e administração; 22% estão na agricultura; 16% na
área social; 9% na indústria; 3% em outros setores.
Para a maioria dos casos, os salários das mulheres brasileiras são cerca de 25%
menores do que os homens - para a mesma jornada de trabalho e com o mesmo nível
educacional. As mulheres estão pouco representadas nos estratos de salários altos.
O mercado de trabalho mantém fortes desigualdades, principalmente em relação
aos salários. No Brasil, o desemprego feminino fica sempre acima do masculino (10%)
e a informalidade é mais alta entre as mulheres. Apenas 36% estão no mercado formal.
Para a grande maioria de mulheres, faltam postos de trabalho de boa qualidade. Além
disso, as mulheres trabalham mais do que os homens. Na verdade, o uso do tempo da
mulher é muito diferente do homem. O tempo remunerado é maior entre os homens e o
não remunerado é maior entre as mulheres.
26
CAPÍTULO III – TENDÊNCIAS PARA O ABISMO
3.0 Diminuição da desigualdade de renda no Brasil
A disparidade de renda entre indivíduos existe ou existiu em todas as sociedades,
sejam as pré-industriais, sejam as economias de mercado ou socialistas modernas. A
diferença é a possibilidade de mover-se, pelo próprio esforço, de um espectro social
baixo para outro mais alto.
O Brasil está se tornando menos desigual graças ao capitalismo. No conjunto dos
países desenvolvidos e das principais economias emergentes, nenhuma outra nação
reduziu tanto a diferença entre ricos e pobres nas últimas duas décadas quanto o Brasil.
Há duas maneiras consagradas de medir a desigualdade de renda. O índice de
Gini, cuja escala varia de zero, menos desigual, a 1, mais desigual, abrange toda a
sociedade e é o mais usado para avaliar as disparidades sociais no Brasil. Entre 1995 e
2008, o coeficiente de Gini caiu de 0,605 para 0,549. Na comparação dos extremos da
população nacional, o avanço também foi impressionante. Em 1995, a renda média dos
10% mais ricos era 83 vezes a dos 10% mais pobres. Essa relação passou para menos de
cinquenta vezes em 2008. Desde 2000, a taxa de crescimento da renda per capita das
classes A e B foi de 10%. Já a metade mais pobre da população teve um ganho real per
capita de 68% no mesmo período.
O Brasil vive hoje um fenômeno conhecido dos estudiosos de desigualdade.
Quando uma nação pobre abre sua economia, há uma fase inicial de valorização dos
profissionais com nível superior. Conforme o país se desenvolve, investe-se mais em
formação educacional e essa demanda é suprida. “No Brasil, a renda dos pobres
aumentou em níveis chineses, e a dos ricos, no mesmo ritmo de um país europeu
estagnado. Mais vinte anos assim e teremos um índice de desigualdade parecido com o
dos americanos”, diz o economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas.
A redução da disparidade social no Brasil tomou forma em 1994, com a chegada
do Plano Real. Na década anterior, a de 80, a inflação impedia as pessoas de renda
muito baixa de ter acesso ao banco, enquanto as mais abastadas possuíam contascorrentes com indexadores para evitar a desvalorização do dinheiro aplicado. O abismo
entre as classes sociais era quase institucionalizado. Quando a inflação foi subjugada,
27
pedreiros, operários, empregadas domésticas e costureiras viram o valor de seu salário
manter-se estável em relação aos preços dos produtos, as agências bancárias abriram as
portas e eles puderam planejar o futuro.
A tranquilidade macroeconômica também permitiu a sucessivos governos
concentrar esforços na educação – a mais efetiva e reconhecida ferramenta de ascensão
social. Desde 1996, diversos programas estatais, como o Fundef (substituído em 2007
pelo Fundeb) e o Bolsa Escola (transformado em Bolsa Família), melhoraram as
condições do ensino ao racionalizar os gastos do governo e incentivar o
comparecimento às aulas.
Porém somente crescimento econômico robusto não basta para tornar mais
igualitária a distribuição de renda. Se bastasse, Rússia, Índia e China estariam
experimentando uma espantosa redução na desigualdade social. O oposto está
acontecendo. A disparidade de renda aumentou 24% na China, 16% na Índia e 6% na
Rússia desde 1995.
Por que a desigualdade diminuiu desde 1995
Os brasileiros estão estudando mais
A informalidade no mercado de trabalho caiu
A inflação foi controlada
Aumentou a oferta de crédito pessoal
Foram criados programas assistenciais como o Bolsa Escola (hoje Bolsa
Família)
3.1 Relação entre a qualidade de vida no trabalho e a desigualdade de
gêneros
Em seu artigo Relações interpessoais e qualidade de vida no trabalho , Bom
Sucesso (2002) citou uma definição de Maximiano à respeito da administração
participativa: “administração participativa é uma filosofia ou doutrina que valoriza a
participação das pessoas nos processos de tomar decisões sobre diversos aspectos de
administração das organizações”. O mais forte desafio nos dias atuais para os
trabalhadores em geral, tem sido viver com qualidade em um mundo de alto
28
desenvolvimento tecnológico e baixo desenvolvimento humano, que evidencia a
dificuldade de conciliar trabalho e vida pessoal. Não se concebe mais, que o sucesso na
carreira implique fracasso no casamento, na vida afetiva, argumento utilizado por
aqueles que aceitam como inevitável a divergência família e trabalho. A família
enfrenta dificuldades para alterar essa realidade. Os lares e os casamentos não tem sido
bons modelos de qualidade de vida. Dificuldades de dialogo, ciúmes, cobranças,
competição e falta de acordo quanto aos papeis dos cônjuges ainda constituem focos de
conflito entre outros problemas trazidos pela falta de qualidade de vida das pessoas em
prol de seu trabalho.
Para Bom Sucesso, 2002. P.13: "O profissional moderno é aquele que se dedica
totalmente à conquista do seu sucesso, mas não se esquece da felicidade encontrada na
família, nos filhos e nos detalhes importantes da vida. Qualidade de vida é ter
comprometimento com a vida profissional e a vida pessoal. Felicidade e sucesso só
existem de verdade quando estão juntos".
"Qualidade de vida no trabalho, é o conjunto das ações de uma empresa que
envolve a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente
de trabalho. A construção da qualidade de vida no trabalho ocorre a partir do momento
em que se olha a empresa e as pessoas como um todo, o que chamamos de enfoque
biopsicossocial. O posicionamento biopsicossocial representa o fator diferencial para a
realização de diagnóstico, campanhas, criação de serviços e implantação de projetos
voltados para a preservação e desenvolvimento das pessoas durante o trabalho na
empresa." (FRANÇA, 1997, p. 80).
Bem-estar no trabalho é um conceito integrado por três componentes: satisfação
no trabalho, envolvimento com o trabalho e comprometimento organizacional afetivo.
Sendo assim, estas três dimensões podem representar tanto os vínculos positivos com o
trabalho (satisfação e envolvimento) quanto com a organização, representado por
comprometimento organizacional afetivo (SIQUEIRA; PADOVAM, 2004).
O lugar de trabalho representa uma parte muito significativa nas vidas das
pessoas, pois nele elas passam a maior parte do seu tempo. Por isso é importante não só
procurar prevenir a ocorrência de doenças decorrentes do trabalho como também
procurar promover o bem-estar das pessoas neste ambiente. Tem-se constatado que os
29
empregadores manifestam interesse crescente no bem-estar no trabalho, uma vez que
tem se confirmado que afeta positivamente o desempenho no trabalho (HARTER et al.,
2003).
Siqueira (1995) esclarece que a satisfação do trabalho é multidimensional,
tratando-se de um vínculo afetivo positivo decorrente de satisfações obtidas em cinco
domínios específicos, a saber: nos relacionamentos com as chefias, com colegas de
trabalho, com o salário e com oportunidades de promoção e pela satisfação com as
tarefas realizadas. Relacionamento com as chefias e com os colegas de trabalho são
dimensões relacionadas ao ambiente de trabalho. Salários e oportunidades de promoção
referem-se à retribuição conferida aos empregados, e a satisfação com as tarefas tem
relação com as próprias tarefas. É interessante observar a natureza complexa destas
relações. Estas emoções, quando presentes, levam à criação de vínculos das pessoas
entre si, com o trabalho e com a organização (HARTER et al. 2003).
Considera-se que há uma ligação psicológica entre a organização e o empregado
quando os valores da organização são internalizados e há um envolvimento efetivo com
os papéis a ele atribuídos. O empregado procura, neste estado, se desdobrar para a
consecução das metas e objetivos determinados (SIQUEIRA, 1995).
Sendo assim, para se obter um ambiente de trabalho no qual os colaboradores se
comprometam com a organização, é preciso satisfazer os cindo domínios específicos
citados acima. É ai que se coloca em contrapartida o bem estar do homem e o bem estar
da mulher na organização. Supondo que a empresa tenha um bom domínio dessas
especificidades, ainda hoje em dia, e infelizmente a maioria das organizações, não
possui uma igualdade de renda e de cargos para as mulheres e os homens. Os homens
acabam ficando com os melhores cargos, e, por conseguinte, os melhores salários,
enquanto que as mulheres ficam sempre com aqueles cargos designados para o gênero
feminino. Essa desigualdade tem um profundo impacto na qualidade de vida no
trabalho, pois ao sentirem-se deslocadas e injustiçadas, as mulheres acabam por não se
comprometer com a empresa tanto quanto queriam ou poderiam, e o resultado disso é a
insatisfação com as tarefas, com os colegas, prejudicando o progresso da empresa e da
carreira profissional da mesma.
30
Portanto, já que a disparidade de renda vem diminuindo cada vez mais ao longo
dos anos, e com a atual e alta valorização que as empresas estão atribuindo às mulheres,
acredito que o bem estar da mulher na organização pode melhorar muito, o que significa
melhores resultados para a empresa, um ambiente de trabalho saudável e eficiente, e,
como a qualidade de vida no trabalho interfere naquela da vida pessoa, e vice e versa,
com essa valorização, as famílias podem ter menos conflitos, e ser mais feliz, e,
querendo ou não, isso tem impacto na qualidade de vida no trabalho do homem
também, pois já que “em casa” as coisas estão bem, ele tem mais disposição para
realizar melhor suas tarefas também.
3.2 Importância subjetiva da mulher nas organizações
As mulheres ocupam 44,5% dos postos de trabalho nas melhores companhias do
País, sendo que a participação feminina nas dez primeiras do ranking atinge a marca de
53%, de acordo com a edição 2008 do estudo "Melhores Empresas para Trabalhar Brasil". Conduzido pela consultoria global Great Place to Work, o levantamento é
realizado com base em avaliações feitas com os colaboradores e com a própria empresa.
A avaliação dos funcionários responde por 67% do cálculo da média final. Segundo o
CEO (diretor executivo, na sigla em inglês) do Great Place to Work, Ruy Shiozawa, a
análise do ambiente corporativo brasileiro na última década mostra que a forma de as
empresas tratarem a presença feminina nos postos de trabalho mudou. "Os gestores das
melhores empresas passaram a associar a mulher com competências que são valorizadas
pelas organizações", afirmou. As empresas reconhecem que as profissionais têm a
capacidade de lidar com diferentes perfis de pessoas, com situações adversas e estão
empenhadas em inspirar e motivar as equipes, o que em um momento de crise é
altamente positivo."Sabemos, inclusive, que as empresas mais produtivas e lucrativas
são as que cuidam dos colaboradores - e as mulheres sabem gerir com maestria esse
cuidado", disse Shiozawa, que ainda acrescentou que, especialmente em tempos de
crise, as habilidades das mulheres têm sido valorizadas pelas organizações.
A maior ascensão da mulher no mercado de trabalho e o maior
comprometimento com o desenvolvimento de sua carreira tem ajudado na diminuição
das barreiras da sociedade e organizacionais. Visto que, a mulher tem sido como uma
importante força de crescimento econômico, mas ainda encontra dificuldades em
organizações tradicionais.
31
As características básicas dessa imagem originária vão tender a sempre se
superpor à outra, sendo vistas como barreiras e limitações a uma adequada inserção da
mulher no trabalho, em especial no mundo industrial, que continua sendo visto como
basicamente masculino. O crescimento de formas alternativas de gerenciamento de
carreira pessoal, mostrou-se, no caso da mulher, apenas uma forma de diminuir o
preconceito e questões discriminatórias sociais ainda bem latente na realidade do
mercado de trabalho. De modo geral, a menor remuneração em relação ao trabalho
desenvolvido pelo homem e o tipo de trabalho ao qual são orientadas fazem diferença
significativa ainda nos dias de hoje, e a escolha por carreiras alternativas pode ser uma
forma de driblar esse problema.
3.3 – Organizações que valorizam a mulher
A Sophia Mind, empresa de inteligência de mercado do grupo Bolsa de Mulher,
realizou uma pesquisa em setembro do ano de 2011 com 465 entrevistadas, entre 25 e
50 anos e nível superior completo, funcionárias do setor público ou privado de todo o
Brasil.
Para as entrevistadas, a empresa ideal não é a que paga o melhor salário apenas.
Ela deve respeitar a qualidade de vida de suas funcionárias, já que ser empregada de
uma empresa é apenas um dos muitos papéis que a mulher contemporânea desempenha
no seu dia-a-dia. Oitenta e quatro por cento das entrevistadas disseram que as atividades
profissionais não anulam as domésticas. Quando questionadas sobre os critérios para
escolher uma empresa para trabalhar, elas atribuem um peso maior às oportunidades de
crescimento e à valorização da carreira do que às vantagens financeiras. Já quando se
trata de benefícios oferecidos, 63% delas citaram o aconselhamento de carreira como o
principal fator de retenção em uma empresa. Os demais benefícios têm pesos diferentes,
de acordo com o momento pessoal de cada uma.
Plano definido de cargos e salários (59%), stock options (50%) e prioridade no
recrutamento interno (47%) têm peso maior para reter mulheres sem filhos, enquanto
sala de aleitamento (54%), berçário (50%), programas sociais e ambientais (49%) e a
possibilidade de trabalhar em casa (41%) agradam mais àquelas que são mães. Em
relação à nota que atribuem ao quadro de benefícios oferecidos pelas empresas em que
32
trabalham hoje, em uma escala de um a dez, a média foi 5,3. Apenas 7% delas deram
notas nove ou dez a suas empresas, enquanto 10% deram nota zero ou um.
Foi observado também um desencontro sobre alguns benefícios que as mulheres
gostariam de ter e o que as empresas onde atuam oferecem. 93% delas gostariam de ter
bolsa de estudos, mas apenas 22% das entrevistadas possuem o benefício; 86% delas
gostariam de ter um horário de trabalho flexível, mas apenas 37% podem usufruir disso;
75% delas gostariam de ter auxílio educação para os filhos, mas apenas 11% das
entrevistadas o têm; e 72% valorizam programas de prevenção a doenças, e eles só
ocorrem para 38% das mulheres pesquisadas.
De uma forma geral, elas avaliam que as mulheres são mais sensíveis, melhores
nas relações pessoais e priorizam o trabalho em equipe. 66% delas também acreditam
que se uma mulher ocupasse o maior cargo da empresa onde trabalham, ela brigaria
mais pela qualidade de vida, benefícios e direitos das funcionárias.
Em pesquisa recente, a revista Você S/A listou as 40 Melhores Empresas Para a
Mulher. Confira abaixo as iniciativas das empresas brasileiras que estão entre as
melhores para a mulher trabalhar:
Laboratório Sabin: O Laboratório Sabin é o maior da região CentroOeste, com unidades no Distrito Federal e nos estados de Goiás, Bahia,
Minas Gerais, Amazonas e Tocantins. Fundado por duas mulheres,
Janete Vaz e Sandra Costa, em 1984, é conhecido no Brasil não apenas
pela qualidade, agilidade e exatidão nas análises, mas também por figurar
na lista das 100 melhores empresas para se trabalhar no Brasil e na
América Latina, segundo o ranking da Great Place to Work Institute
(GPTW) e Revista Exame - Você S/A. Nele a mãe-funcionária pode
optar pela transferência para uma unidade mais próxima da residência,
após a licença-maternidade;
Chemtech – A Siemens Business: Com sede no Rio de Janeiro, a
Chemtech conta com mais seis escritórios distribuídos pelo país (Belo
Horizonte, São Paulo, Salvador, Porto Alegre, Vitória e Natal), além de
estar presente em Manaus e Recife. Internacionalmente, a empresa conta
com representações na Alemanha, EUA e Abu Dhabi. Hoje, a equipe
33
Chemtech é composta 1.300 funcionários, das mais diversas áreas,
graduados e especializados nas melhores instituições do Brasil e do
mundo. A Chemtech é reconhecida pelas práticas de RH e gestão
diferenciadas. A empresa já conquistou títulos como os de Melhor
Empresa para se Trabalhar no Rio, Brasil e América Latina e de Empresa
mais Inovadora do Brasil. E é líder em tecnologia no Brasil. Ela adota a
licença-maternidade de seis meses, mesmo antes da aprovação no
Congresso Nacional - e oferece um horário flexível que começa com
quatro horas diárias de trabalho e passa a seis horas, no período de
adaptação da licença-maternidade;
AES Eletropaulo: A AES Eletropaulo é a maior distribuidora de energia
elétrica em consumo e faturamento da América Latina. Em 2010, chegou
à marca de 6,1 milhões de clientes, atingindo o número de 16,5 milhões
de pessoas atendidas. Sua área de concessão abrange 24 municípios da
região metropolitana de São Paulo, inclusive a capital, onde se localiza a
sede administrativa. Ela custeia todas as despesas da funcionária com
babá ou creche até o sexto mês de vida do bebê;
Advise Brasil: A Advise do Brasil é uma empresa de tecnologia da
informação essencialmente diferente que fornece soluções para tornar o
trabalho de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos mais ágil e
descomplicado. São sistemas robustos e relevantes, projetados para
suprir a demanda de escritórios de todos os portes permitindo que a
rotina diária seja realizada com eficiência e segurança. as mãesfuncionárias, após a licença-maternidade, podem optar por permanecer
em casa pelo período de dez meses, trabalhando com o sistema home
office. A empresa oferece equipamentos e condições para o
desenvolvimento do trabalho em casa;
Itaucred: A Itaucred é a parte do banco Itaú que concede crédito, por
meio de financiamento, leasing, entre outros. A empresa criou uma Sala
de Apoio ao Aleitamento Materno para facilitar a retirada e
armazenamento de leite no retorno da licença-maternidade;
Microsoft Brasil: Microsoft é uma empresa de tecnologia que oferece
programas, servidores, entre outros para computador, é mundialmente
34
conhecida pela sua qualidade. Ela oferece à funcionária a possibilidade
de trabalhar em casa nos dois meses posteriores à licença-maternidade.
CONCLUSÁO
O mundo da mulher passa por uma enorme transformação. Nos últimos 30 anos,
as mulheres ganharam muito mais liberdade do que ao longo de toda a sua história. A
elevação do seu nível educacional e a redução do tamanho da família - além das
necessidades econômicas de contribuir para o orçamento familiar – fizeram da mulher
um elemento fundamental no desenvolvimento das nações.
A evolução das mulheres no mundo do trabalho fez com que suas características
fossem se alterando, passando a ocuparem postos de trabalho tidos como masculinos. A
forte entrada das mulheres nas universidades produziu um impacto nas carreiras
profissionais de prestigio, onde antes predominavam os homens. Hoje elas estão
ocupando postos cada vez mais elevados em empresas, e estão se inserindo de forma
consistente nas carreiras técnicas e científicas.
Porém todas essas reestruturações que se seguiram no mundo do trabalho com
relação às mulheres, continuaram produzindo uma segregação por gênero, ou seja,
mesmo as mulheres possuindo as mesmas características profissionais que os homens,
elas continuam recebendo menores salários. Contudo, com a atual diminuição dessa
diferença de renda, e pelo fato das empresas estarem cada vez mais procurando e
valorizando os atributos que as mulheres podem oferecer às organizações, a tendência é
que esse abismo continue a diminuir e a mulher conquiste mais um marco histórico em
sua longa luta pela igualdade.
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<http://www.cepia.org.br/doc/generoedesigualdades.pdf>. Visualizado em: 15 maio
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35
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36
SANTOS, Renato Vale, RIBEIRO, Eduardo Pontual. Diferenciais de
Rendimentos entre Homens e Mulheres no Brasil revisitado: explorando o “Teto
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<http://ww2.ie.ufrj.br/eventos/seminarios/pesquisa/texto06_05_02.pdf>.
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SEGUNDO, Moacir. Dossiê: A Mulher Brasileira (A Conquista De Ser
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Disponível
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SOUZA, Thais Cristina de Oliveira. A Situação Atual e Mundial da Mulher.
Disponível em: <http://www.cenedcursos.com.br/a-mulher-e-a-sua-importancia-para-aconstrucao-de-sociedades-sustentaveis.html>. Acesso em: 15 maio 2012.
37
1
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
PROGRAMA CIDADES SUSTENTÁVEIS
Aluna: Julianne Calisto de Azevedo
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 3
CAPÍTULO I – O QUE É SUSTENTABILIDADE? ................................................ 3
1.1. PENSANDO DIFERENTE ................................................................... 4
1.2. TRÊS TENDÊNCIAS ........................................................................... 5
1.3.SUSTENTABILIDADES INCORPORADA ........................................... 6
1.3.1. SUSTENTABILIDADE ESTRATÉGICA ................................... 7
CAPÍTULO II - PROGRAMAS SUSTENTÁVEIS .................................................. 8
2.1. COMO AMPLIAR O PROGRAMA CIDADES
SUSTENTÁVEIS EM NOSSO MUNICÍPIO? ........................................ 9
2.2. INDICADORES, METAS E CASOS EXEMPLARES
DE ACORDO COM CADA EIXO DA PLATAFORMA
CIDADES SUSTENTÁVEIS ................................................................ 12
2.2.1. GOVERNANÇA ......................................................................... 13
2.2.2. BENS NATURAIS COMUNS .................................................... 15
2.2.3. EQUIDADE, JUSTIÇA SOCIAL E CULTURA DE PAZ ........... 17
2.2.4. GESTÃO LOCAL PARA A SUSTENTABILIDADE ................... 20
2.2.5. PLANEJAMENTO E DESENHO URBANO ............................... 21
2.2.6. CULTURA PARA A SUSTENTABILIDADE ............................... 23
2.2.7. EDUCAÇÃO PARA A SUSTENTABILIDADE E
QUALIDADE DE VIDA .............................................................. 24
2.2.8. ECONOMIA LOCAL, DINÂMICA, CRIATIVA E
SUSTENTÁVEL ......................................................................... 28
2.2.9. CONSUMO RESPONSÁVEL E OPÇÕES DE
ESTILO DE VIDA ...................................................................... 30
2.2.10. MELHOR MOBILIDADE, MENOS TRÁFEGO ........................ 31
2.2.11. AÇÃO LOCAL PARA A SAÚDE ............................................. 34
2.2.12. DO LOCAL PARA O GLOBAL ............................................... 37
CAPÍTULO III – IMPORTÂNCIA DA INTERNET PARA O PROGRAMA ............. 38
3.1. BRASILEIROS E A POLÍTICA ..................................................... 39
CONCLUSÃO ......................................................................................................... 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 41
2
INTRODUÇÃO
O estudo apresentado destaca a importância do Programa Cidades Sustentáveis para chegar a
municípios com maior qualidade de vida e com cidadãos justos, democráticos e sustentáveis,
preservando assim a existência e a qualidade de vida das futuras gerações.
Esta pesquisa procura destacar quais as metas estabelecidas pelo programa e práticas
empregadas no mundo que são possíveis de serem replicadas.
O relatório irá explicar sucintamente, o que é sustentabilidade e como torna-la parte essencial
das políticas empregadas.
Este estudo é importante para mostrar que há maneiras de mudar a situação em que vivemos,
de um mundo onde os recursos estão declinando. A pesquisa apresentada tem característica
exploratória e explicativa, através de pesquisa bibliográfica, utilizando apenas material
publicado em livros e documentos eletrônicos.
CAPÍTULO I – O QUE É SUSTENTABILIDADE?
Uma das ideias é a de que devemos utilizar os recursos para atender às necessidades atuais sem
comprometer a capacidade das gerações futuras em atender as suas próprias necessidades.
As definições sobre sustentabilidade em geral procuram integrar viabilidade econômica com
prudência ecológica e justiça social, formando assim o tripé da sustentabilidade.
Na atualidade tem se falado muito nos problemas sociais e ecológicos. Muitas revistas já
declararam o verde como principal assunto dos negócios, mas para os governantes e executivos
até os assuntos mais básicos permanecem contenciosos.
Segundo o livro “Sustentabilidade e geração de valor: A transição para o século XXI” a
Sustentabilidade visa a redução da desigualdade, a inclusão social, a atitude ética e respeito as
minorias e os valores democráticos (que para se efetivarem é necessário que tenha ética na
governança pública e nas relações sociais). Para tanto é preciso que haja um modelo eficiente
de governança democrática e com cidadania, para tenha cobrança para que a execução do
Programa seja realizado.
3
A ideia central da sustentabilidade é que é possível continuarmos vivendo e nos desenvolvendo
de forma com que haja continuidade e equilíbrio em relação aos recursos disponíveis. Tudo o
que se retira sem reposição, uma hora acaba. Assim, devemos oferecer ao planeta tanto quanto
retiramos dele.
A sustentabilidade correlaciona e integra de forma organizada os aspectos econômicos, sociais,
culturais e ambientais da sociedade. Devemos dar continuidade a esses fatores por um longo
tempo.
Pode-se dizer que a sustentabilidade se aplica a qualquer empreendimento humano, de um país
a uma família. Toda atividade para ser sustentável, precisa ser economicamente viável,
socialmente justa, culturalmente aceita e ecologicamente correta.
Para finalizar podemos destacar o “Relatório Brundtland”, publicado em 1987, que diz que
sustentabilidade é “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das
gerações futuras de suprir as suas”.
1.1. Pensando diferente
Começar a pensar diferente deve ser a primeira medida como caminho estratégico para chegar
a sustentabilidade. Não apenas os prefeitos devem ter seus pensamentos mudados, mas todos os
outros agentes da sociedade, principalmente os cidadãos devem pensar diferente.
Alguns fatores nos mostra a importância e urgência em destacamos a sustentabilidade em todos
os setores do município. As três tendências que estão se destacando nesse mundo globalizado,
mostra a clara importância de fazermos tudo diferente a partir de agora.
Aplicar a Sustentabilidade é muito diferente de incorpora-la na estratégia e na essência de todas
as ações do governo. Com isso podemos afirmar que uma das coisas mais importantes para
iniciar a implementação da sustentabilidade é a disseminação entre as pessoas, pois são as
pessoas as principais direcionadoras de esforços.
A tarefa de integrar o valor social e ambiental ao DNA da sociedade exige um pensamento
novo de todos.
4
1.3. Três Tendências
O livro sustentabilidade incorporada de Chris Laszlo e Nadya Zhexembayeva (2011) mostra
que há três tendências que estão mudando as regras de lucros e crescimento em quase todos os
setores da economia. “Examinando mais profundamente as pressões econômicas, sociais, de
saúde e ecológicas abrigadas sob o guarda-chuva da sustentabilidade, pode-se encontrar três
tendências diversas, mas interconectadas: recursos declinantes, transparência radical e
expectativas crescentes” (LASZLO, ZHEXEMBAYEVA, 2011, p.04).
Iremos explicar as três tendências para analisarmos a importância e a influência de cada uma
para os diferentes setores da sociedade.
Os recursos declinantes é tema recorrente nos ambientes acadêmicos, governamentais e
empresariais. Isso porque é evidente que os recursos naturais têm diminuído com o tempo e há
claramente um consumo excessivo, que faz com que esses recursos diminuam ainda mais,
podendo assim ser escassos resultando no não atendimento da demanda de futuras gerações.
Temos consumido produtos naturais mais rápido do que a natureza consegue recuperar, como
no caso do petróleo, minerais, ar limpo, água potável, florestas tropicais, solos, e temos
também influenciado na redução das diversidades de espécies animais e vegetais e na mudança
no habitat natural. O declínio desses recursos pode ser visto como oportunidade de fazer
diferente, criando novos produtos que não degradem nossos recursos e que criem maior valor
ao negócio ou em nosso caso que criem maior valor à sociedade.
A transparência radical é evidente nos dias de hoje, onde há meios de comunicações de baixo
custo e cultura de alta conectividade (que a tecnologia nos proporciona) que nos direciona a
exigir que todas as ações do governo nos sejam expostas para verificar sua importância e
veracidade. A população de uma cidade deseja controlar quais os gastos do prefeito, quais as
ações em seu bairro, qual o investimento na saúde, etc. Os prefeitos que tentam camuflar suas
atitudes e gastos estarão obsoletos e perderão a confiança da população. Os cidadãos tem tido
maior consciência que faz com que desejem saber qual o impacto das ações do governo no
mundo que o cerca.
Um novo valor tem sido inserido, na mente das pessoas, o valor da sustentabilidade. No
momento das eleições os cidadãos têm buscado por candidatos que tenham propostas de ações
sustentáveis e essa é uma pratica que tende a crescer com o tempo. “A medida que o declínio
5
dos recursos continua a ocupar o centro do palco num mundo cada vez mais transparente, a
sustentabilidade está se tornando rapidamente a norma” (LASZLO, ZHEXEMBAYEVA, 2011,
p.28). As expectativas crescentes é uma tendência forte e que tem transformado a demanda da
sociedade.
Com as três tendências interconectadas e interdependentes a sociedade tem criado um novo
valor para os municípios. A sociedade como um todo tem começado a exigir ações com
qualidade e baixo custo, mas que também sejam socialmente e ambientalmente inteligentes.
É importante que os prefeitos estejam atentos a essas mudanças para conseguirem atender as
necessidades atuais sem prejudicar as futuras gerações e assim conseguirem maior valor
agregado em seu mandato e melhor aceitação perante a sociedade.
1.3. Sustentabilidade Incorporada
A sustentabilidade incorporada tem como objetivo inserir a sustentabilidade na estratégia das
ações e não apenas aplicar a sustentabilidade como uma atividade extra na sociedade. A
inserção da sustentabilidade deve ser nos cidadãos, para que todos entendam sua importância e
disseminem a ideia por todas suas atividades.
A sustentabilidade tem que ser vista como uma oportunidade de lucro, de absorção de novos
benefícios e não como um custo ou tempo gasto. A sustentabilidade é uma nova maneira de
agregar valor.
É importante que a Sustentabilidade seja inserida em nosso DNA, ou seja, todos os agentes da
sociedade devem saber qual sua urgência e importância para agirem de forma sustentável por
toda sua vida, dessa maneira todos irão colaborar com uma única causa e assim o resultado será
muito maior.
É importante que os governantes não vejam a Sustentabilidade como um único departamento
do governo, esse é um valor que deve estar em todas as estratégias do governo, conseguindo
assim diminuir a desigualdade social, melhorando o meio ambiente, ao mesmo tempo em que
beneficia a economia da cidade.
Chris Laszlo e Nadya Zhexembayeva (2011) nos incentiva a seguir alguns passos que nos leva
a chegar a sustentabilidade incorporada. Iniciar pensando qual a situação atual pode ser o
6
melhor caminho como estratégia do governo, depois disso deve estabelecer o objetivo do
município, ou seja, deve ser estabelecido onde queremos chegar em termos sustentáveis. Por
fim, o prefeito tem que determinar um caminho para atingir esses objetivos.
1.3.1. Sustentabilidade Estratégica
Não devemos pensar na estratégia para a sustentabilidade, mas sim sustentabilidade da
estratégia, ou seja, a sustentabilidade deve estar inserida na estratégia do negócio.
A sustentabilidade está em um patamar, que vemos sua importância e as expectativas em sua
implementação, mas há um grande questionamento sobre sua importância para obter retorno
financeiro. É possível que para realizar uma ação sustentável em sua essência seja necessário
gastar mais ou deixar de ganhar alguma quantia, mas é preciso agir rapidamente realizando
mudanças nas questões fundamentais.
No livro Sustentabilidade Incorporada (2011), com base em experiências com as empresas
Walmart, Fairmount Minerals e Green Mountain Coffee Roasters, foram estabelecidos três
passos simples, claros e poderosos para iniciar as transformações sustentáveis.
1. Preparar a equipe sênior no mais alto nível com as ferramentas de estratégia: Podemos
reunir os membros dos mais altos cargos e incentiva-los a expor ideias incrementais, e
que outros municípios já realizam, e expor ideias totalmente inovadoras. Esse passo
resultará em ideias de oportunidades que surgirão através da colaboração de todos.
2. Aproveite o estado da arte do planejamento de grandes grupos, é fácil, rápido e
produtivo: Pode ser feita uma reunião com os funcionários e outros interessados, todos
com objetivo de estabelecer as futuras estratégias, dando seus melhores pensamentos.
Todos devem estar unidos para compartilharem a liderança e transformarem o futuro
em oportunidade benéfica, como o foco é a sustentabilidade nada melhor do que o
poder do todo. Para integrar a sustentabilidade ao município é importante envolver
todos em um mesmo ideal.
3. Comece com seus pontos fortes: É importante destacar os pontos fortes, não é certo
gastarmos esforços em determinar quais atitudes nos prejudicam mais, mas sim destacar
as ações que nos beneficiarão. Os investimentos nos pontos fortes leva a inovação
7
confiante e transformadora, e inovação confiante de valor sustentável gera valor para o
mundo.
CAPÍTULO II - Programa Cidades Sustentáveis
Para as eleições deste ano, a Rede Nossa São Paulo, juntamente com centenas de parceiros, está
oferecendo aos partidos políticos e candidatos o Programa Cidades Sustentáveis.
O Programa Cidades Sustentáveis nasceu para contribuir com as próximas gestões municipais
oferecendo instrumentos de planejamento e execução de políticas públicas incorporando a
sustentabilidade a projetos e ações dos poderes executivos e legislativos municipais, e também
para incentivar o comprometimento dos setores privados e das sociedades locais.
O Programa Cidades Sustentáveis aproveita as eleições municipais do Brasil de 2012, para
incluir a sustentabilidade na agenda da sociedade, dos partidos políticos e dos candidatos a
prefeitos. O Programa tem como objetivo oferecer aos candidatos uma agenda completa de
sustentabilidade urbana, indicadores associados a essa agenda e casos exemplares de cidades
que já atuam sustentavelmente no mundo e que são modelos a serem seguidos.
Para influenciar os candidatos a prefeitos a adotar a agenda da sustentabilidade, foi implantada
uma campanha de incentivo aos eleitores para votarem utilizando a sustentabilidade como um
novo critério de escolha.
O Programa Cidades Sustentáveis busca sensibilizar, mobilizar e oferecer ferramentas para que
as cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente
sustentável. Os desafios são grandes e para que existam ações que contribuam com a
sustentabilidade efetivamente, se faz necessária a mobilização não apenas do governo, mas
também dos cidadãos, organizações sociais e empresas.
O Programa tem o mérito de se basear em práticas exemplares de diversos municípios do Brasil
e do mundo, ressaltando políticas públicas que já apresentaram bons resultados em todas as
áreas da administração. Isso evidência que é possível agir sustentavelmente, a partir de
mudanças na liderança política para conseguir qualidade de vida no presente sem inviabilizar o
futuro das próximas gerações.
8
Dessa forma podemos afirmar que as eleições municipais deste ano poderão resultar no avanço
definitivo rumo ao desenvolvimento sustentável. Esta é uma tarefa que passa pelas políticas de
educação, cultura, saúde, esporte, mobilidade, cidadania, entre outras. Aos poderes públicos
podemos dizer que cabe, principalmente, o papel da liderança, da vontade política, da boa
gestão e da exemplaridade, buscando ampliar sua função pedagógica e indutora das
transformações necessárias.
Em suma o Programa Cidades Sustentáveis pode ser vista como uma grande oportunidade para
nos inspirarmos no que já deu certo em pequena escala e buscarmos ampliar para todos os
brasileiros a qualidade de vida de uma sociedade justa, democrática e sustentável.
O Programa Cidades Sustentáveis oferece algumas ferramentas para facilitar sua
implementação, como os 12 eixos temáticos, que incorporam de maneira integrada as
dimensões social, ambiental, econômica, política e cultural. Outra ferramenta são os
indicadores que farão parte dos compromissos dos prefeitos. E as boas práticas nacionais e
internacionais de excelência, que podem servir de exemplo para as futuras cidades sustentáveis.
2.1. Como aplicar o Programa Cidades Sustentáveis em nosso município?
A Plataforma Cidades Sustentáveis esta dividida em 12 eixos (12 temas) que são caracterizados
cada um com uma cor diferente e podem ser definidos como diferentes caminhos por onde uma
cidade pode seguir para chegar à sustentabilidade. Esses eixos temáticos poderão ser utilizados
para o planejamento e a gestão das administrações municipais de 2013 a 2016.
O Programa Cidades Sustentáveis oferece alguns exemplos de boas práticas em diversos
municípios nacionais e internacionais, indicadores de desempenho e dá exemplo de metas que
podem ser implementadas nas cidades.
Para confirmar seu engajamento com o desenvolvimento sustentável, partidos políticos,
candidatos e prefeitos devem assinar a Carta Compromisso. Os signatários deverão estar
dispostos a promover a Plataforma Cidades Sustentáveis em suas cidades e a prestar contas das
ações desenvolvidas e dos avanços alcançados por meio de relatórios, revelando a evolução dos
indicadores relacionados a cada eixo.
9
Como beneficio as cidades participantes ganharão visibilidade em materiais de divulgação e na
mídia, terão acesso a informações estratégicas e trocarão experiências com outras cidades, além
de fazerem parte de um movimento inédito no Brasil que representa um passo a mais no
processo de construção de cidades mais justas, democráticas e sustentáveis.
Os signatários da carta receberão um selo de participação do programa, que será enviado pela
equipe do Programa Cidades Sustentáveis.
A carta compromisso é a seguinte:
Eu, ______________________________________________________________, candidato(a)
pelo
Partido
Prefeito(a)
_________________________________________________________,
na
cidade
______________________________________
à
estado
____________________________, assumo a responsabilidade, caso minha candidatura seja
validada na convenção partidária, a partir deste momento, através da assinatura da Carta
Compromisso abaixo, de adotar o Programa Cidades Sustentáveis.
CARTA COMPROMISSO
1. Assumo o compromisso com a Plataforma Cidade Sustentáveis.
2. Concordo em produzir um documento de Diagnóstico da Situação Atual que contenha, no
mínimo, os indicadores básicos da Plataforma Cidades Sustentáveis e que sirva de referência
para o estabelecimento de um Plano de Metas, contemplando os 12 eixos da Plataforma, para
os quatro anos da gestão. O Diagnóstico e o Plano de Metas serão apresentados em até 90
dias após a data da nossa posse. Uma revisão do Plano de Metas poderá ser feita no final do
primeiro ano da gestão e deverá ser acompanhada de notas explicativas.
3. Concordo em atualizar e divulgar, no mínimo, os indicadores básicos da Plataforma no
final de cada ano da gestão.
4. Concordo em publicar e divulgar um relatório de prestação de contas que contenha, no
mínimo, os indicadores básicos da Plataforma e um primeiro balanço do Plano de Metas em
andamento. As informações serão apresentadas em Audiência Pública, no final do segundo
ano da gestão.
10
5. Concordo em publicar e divulgar, no mínimo, os indicadores básicos da Plataforma e o
balanço do Plano de Metas da gestão, assim como apresentá-los em Audiência Pública, em até
cinco meses antes do final do mandato. (Esses compromissos podem comportar demandas
locais extras, em documento anexo.)
Local
e
data:
____________________________________________________________________________
Nome:
____________________________________________________________________________
E-mail:
____________________________________________________________________________
Telefone:
____________________________________________________________________________
Assinatura:
___________________________________________________________________________.
Após assumir a prefeitura, o prefeito terá 90 dias para elaborar um Plano de Metas. Para
elaborar esse Plano de Metas o prefeito deve analisar os indicadores de cada eixo para analisar
qual a situação atual do município, depois deve estabelecer metas, ou seja, determinar qual o
objetivo no final de quatro anos que deseja atingir, e depois estabelecer qual o caminho seguirá
para conseguir atingir o objetivo final.
O caminho é difícil, por isso é necessário que todos colaborem para que o município consiga
atingir novos patamares em sustentabilidade. Para facilitar vamos explicar cada passo a ser
seguido:
1. Assinatura da carta compromisso: Os candidatos a prefeitos ou os prefeitos assinam
uma carta, se comprometendo com o Programa Cidades Sustentáveis.
2. Análise dos Indicadores: É necessário verificar onde está posicionado o município em
termos de desempenho de sustentabilidade. Os prefeitos utilizam os indicadores de
desempenho para analisar qual a atual situação do município de acordo com cada eixo
do Programa.
11
3. Estabelecimento de metas: Após analisarmos onde está posicionado o município em
termos de desempenho sustentável, os prefeitos devem estabelecer metas a serem
atingidas ao longo dos próximos anos até o final de seu mandato, para melhorar a
situação em que vivemos. O Programa dá o prazo de 90 dias para cada prefeito
estabelecer um Plano de metas, que servirá como direcionador de tarefas no município.
O Plano deve abordar os 12 eixos (temas) do Programa.
4. Estabelecimento de ações: Após determinar qual o objetivo a ser atingido, o prefeito irá
determinar quais as ações que poderão direcionar o município em direção das metas
estabelecidas. Para facilitar o estabelecimento das ações, o programa oferece 12 eixos
(temas), e em cada um há alguns bons exemplos de práticas que deram certo em
municípios nacionais e internacionais.
5. Verificação do andamento dos indicadores: Ao final de cada ano cada município deve
apresentar qual a situação dos indicadores de desempenho, para analisar se houve
melhora ou não.
6. Apresentação de relatórios: No final do segundo ano de mandato, o prefeito deve
apresentar um relatório que contenha pelo menos os indicadores básicos e um balanço
para verificar como as metas estabelecidas (Plano de Metas) estão evoluindo. Esse
relatório deve ser apresentado em Audiência Pública. O prefeito deve apresentar outro
relatório em até 5 meses antes de terminar seu mandato.
2.2. Indicadores, Metas e Casos exemplares de acordo com cada Eixo da
Plataforma Cidades Sustentáveis.
Para facilitar na implementação do Programa de forma eficiente serão explicados os 12 eixos,
ou seja, 12 temas que o prefeito deve abordar em suas metas e práticas. Para cada eixo, serão
expostos seus indicadores básicos, metas já estabelecidas (que devem ser adaptadas de acordo
com cada município) e boas práticas que poderão servir de exemplos para outras cidades.
É importante destacar que serão dados alguns exemplos, mas que há várias outras referências
pelo mundo todo e que podem ser encontradas no site do Programa. Além disso, iremos expor
somente os indicadores básicos para cada eixo.
12
2.2.1. Governança
Esse tema tem como objetivo fortalecer os processos de decisão através da utilização dos
instrumentos da democracia participativa.
Podendo ser colocado em prática a partir da convocação de todos os setores da sociedade civil
local para participar dos processos de decisão, monitoramento e avaliação das práticas
políticas, sociais e econômicas.
Outra maneira é tornando públicas, transparentes e abertas todas as informações da
administração municipal, os indicadores da cidade e os dados orçamentários.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
Mulheres empregadas no governo do município: esse índice mede a porcentagem de
mulheres empregadas no governo do município sobre o total de funcionários. Meta:
Garantir a igualdade de participação de homens e mulheres no Executivo e Legislativo
do município.
Negros empregados no governo do município: medir a porcentagem de negros
empregados no governo do município sobre o total de funcionários. Meta: Garantir a
igualdade de participação de negros e brancos no Executivo e Legislativo do município.
Pessoas com deficiência empregadas no governo do município: porcentagem de pessoas
com deficiência empregadas no governo do município sobre o total de funcionários.
Meta: Garantir a inclusão de pessoas com deficiência no Executivo e Legislativo do
município.
Conselhos Municipais: porcentagem de secretarias de governo que contam com
conselhos municipais com participação da sociedade. Meta: Conselhos Municipais
funcionando, no mínimo, em todas as secretarias de governo.
Espaços de participação deliberativos e audiências públicas na cidade: listar os espaços
de participação deliberativos que existem na cidade. Determinar qual a periodicidade
dos encontros, qual o número de participantes, com quanto tempo de antecedência são
convocadas as reuniões e quais veículos de comunicação são utilizados para fazer a
convocatória. Meta: Publicar em formato aberto e atualizar constantemente todas as
13
informações relativas aos espaços de participação que existem na cidade. Promover
encontros periódicos com a participação efetiva do maior número possível de cidadãos.
Convocar as reuniões, no mínimo, com uma semana de antecedência por meio de
diferentes veículos de comunicação, buscando atingir o maior número de pessoas
possível.
Orçamento executado decidido de forma participativa: percentual do orçamento
executado decidido participativamente. Meta: Implantar o Orçamento Participativo,
publicar em formato aberto e atualizar constantemente todos os dados referentes ao
orçamento da cidade.
Uma boa prática que exemplifica esse eixo é chamada de “Orçamento Participativo (OP)”. Há
22 anos, a Prefeitura de Porto Alegre possui um sistema que utiliza a participação da
comunidade para a estruturação do orçamento da cidade. A participação social acontece de
forma direta, nas Plenárias Regionais e Temáticas e na Assembleia Municipal, e por
representação, nos Fóruns de Delegados e no Conselho do Orçamento Participativo, que
também são compostos por comissões em áreas temáticas específicas da cidade. A comunidade
apresenta propostas e informações, assessoria técnica e infraestrutura, além de possuir
representatividade sobre as instâncias deliberativas do Orçamento Participativo.
O OP tem como objetivo superar as desigualdades graves nas condições de vida entre os
moradores da cidade. Desde sua implementação foram verificadas diversas melhorias em toda
a cidade.
A cidade foi reconhecida por construir políticas públicas que priorizem o diálogo, o respeito e a
solidariedade, planejando de forma estratégica o território e suas comunidades. Alem disso,
houve melhoria na infraestrutura em áreas mais pobres, melhoria no transporte público,
triplicação do número de creches, triplicação do número de crianças que frequentam a escola,
aumento de investimentos no setor de saúde, transparência, responsabilização e maior eficácia
na gestão municipal, redução da corrupção, forte inclusão das mulheres, melhoria na qualidade
de vida, aumento da satisfação de necessidades básicas entre outras melhorias.
Os projetos decorrentes do Orçamento Participativo têm contribuído para o aumento na
cobertura de esgoto e água, no número de crianças nas escolas municipais e na criação de
novas unidades habitacionais populares.
14
O OP é um processo dinâmico de planejamento do orçamento que se ajusta periodicamente às
necessidades locais, buscando sempre um formato facilitador do debate entre o governo
municipal e a população. Por ser um importante instrumento de participação popular o OP é
uma referência para o mundo.
2.2.2. Bens Naturais Comuns
Esse tema nos mostra o caminho para assumir plenamente as nossas responsabilidades para
proteger, preservar e assegurar o acesso equilibrado aos bens naturais comuns, podendo ser
através da redução do consumo de energia, melhora na qualidade da água, proteção dos espaços
verdes urbanos, melhoria da qualidade do solo e também da qualidade do ar, etc.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
Área verde por habitante: Metros quadrados de área verde por habitante. Áreas verdes
públicas. Meta: Garantir, no mínimo, um parque e 12 m² de área verde por habitante por
distrito. Referência de Meta: A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda um
mínimo de 12 m² de área verde por habitante (Fonte: OMS/RNSP).
Concentrações de PM10* (material particulado – MP): Média anual diária de
concentrações de PM10 (μg/m³). *As PM10 são um tipo de partículas inaláveis, de
diâmetro inferior a 10 micrometros (μm), e constituem um elemento de poluição
atmosférica. Referência de Meta: Duração da exposição – 24 horas: 50 μg/m³. Duração
da exposição – 1 ano: 20 μg/m³ (Fonte: Valores recomendados pela OMS).
Concentrações de PM2,5* (material particulado – MP): Média anual diária de
concentrações de PM2,5 (μg/m³). *As PM2,5 são um tipo de partículas inaláveis, de
diâmetro inferior a 2,5 micrometros (μm), e constituem um elemento de poluição
atmosférica. Referência de Meta: Duração da exposição – 24 horas: 25 μg/m³. Duração
da exposição – 1 ano: 10 μg/m³ (Fonte: Valores recomendados pela OMS).
Concentrações de O3 (ozônio): Media anual diária de concentrações de O3 (μg/m³).
Referência de Meta: 100 μg/m³ (Fonte: Valores recomendados pela OMS).
Concentrações de monóxido de carbono (CO): Média anual diária de concentrações de
CO. Referência de Meta: Duração da exposição – 15 min. 100.000 μg/m³. Duração da
15
exposição – 30 min. 60.000 μg/m³. Duração da exposição – 1 hora. 30.000 μg/m³.
Duração da exposição – 8 hora. 10.000 μg/m³ (Fonte: Valores recomendados pela
OMS).
Concentrações de NO2 (dióxido de nitrogênio): Média anual diária de concentrações de
NO2 (dióxido de nitrogênio). Referência de Meta: Duração da exposição – 1 h: 200
μg/m³. Duração da exposição – 1 ano: 40 μg/m³ (Fonte: Valores recomendados pela
OMS).
Concentrações de SO2 (dióxido de enxofre): Média anual diária de concentrações de
SO2 (dióxido de enxofre). Referência de Meta: Duração da exposição – 10 min: 500
μg/m³. Duração da exposição – 24 horas: 20 μg/m³(Fonte: Valores recomendados pela
OM).
Abastecimento público de água potável na área urbana: porcentagem da população
urbana do município que é atendida pelo abastecimento público de água potável. Meta:
100% da população urbana do município atendida pelo abastecimento público de água
potável.
Perda de água tratada: porcentagem de perda de água no sistema de abastecimento.
Referência
de
Meta:
Tóquio,
Japão:
3,1%
(2008)
(Fonte:
http://www.cidadessustentaveis.org.br/boas_praticas/exibir/23).
Rede de esgoto: porcentagem de domicílios urbanos sem ligação com a rede de esgoto
sobre o total de domicílios. Meta: 100% de domicílios urbanos ligados à rede de esgoto.
Esgoto que não recebe nenhum tipo de tratamento: percentual de esgoto que não recebe
nenhum tipo de tratamento Meta: 100% do esgoto tratado.
Consumo de energia produzida por fontes renováveis: Consumo de energia produzida
por fonte renovável sobre o total de energia produzida (A Agência Europeia para o
Ambiente define energia renovável como: “Fontes que não dependem de combustíveis
encontráveis apenas em quantidades finitas. A fonte renovável usada mais amplamente
é a energia hidrelétrica; outras são de biomassa, solar, das marés, das ondas e eólica”).
16
Meta: Fazer o levantamento das fontes da energia consumida pelo município e
incentivar a geração com fontes renováveis.
Uma boa pratica encontrada no mundo se chama “Cultivando Água Boa”. Cultivando Água
Boa trata-se de um programa de desenvolvimento local para o enfrentamento das mudanças
climáticas nos 29 municípios na bacia hidrográfica do Paraná 3, na confluência dos Rios
Paraná e Iguaçu, onde se encontra o Reservatório de Itaipu.
A ideia do programa é reconhecer que a mesma água que gera energia para uma grande parte
da população, traz renda aos pescadores da região, fecunda os campos, é fonte de sustento para
famílias, abastece cidades, gera saúde e traz equilíbrio para o meio ambiente, a partir de uma
visão integral e sistêmica, de interdependência dos seres humanos com o meio.
Nesse exemplo foram desenvolvidos 20 programas e 65 ações, os quais abordam diversos
temas, como: recuperação de microbacias, proteção de matas ciliares e biodiversidade,
disseminação de valores e saberes para a formação de cidadãos éticos e amigos do meio
ambiente.
O programa envolve mais de 2 mil parceiros de diferentes setores: órgãos governamentais,
ONGs, instituições de ensino, cooperativas, associações comunitárias e empresas.
Alguns dos bons resultados foi que 44 milhões de árvores foram plantadas em terras brasileiras
e paraguaias (110 mil hectares de florestas com espécies nativas), 200 metros de cumprimento
de matas ciliares foram reconstituídas em todo o entorno do lago represado, foi implementada a
execução de pesquisas sobre a biodiversidade local, para estruturar intervenções sobre
corredores ecológicos e de dispersão de fauna e flora e oito reservas e refúgios biológicos são
mantidos no Brasil e no Paraguai, que juntos somam mais de 41 mil hectares de mata
protegida. Sendo assim, houve grandes conquistas oriundas do programa.
2.2.3. Equidade, Justiça Social e Cultura de Paz
O ideal incumbido por esse tema é o de promover comunidades inclusivas e solidárias, ou seja,
promover a inclusão social e a igualdade entre os gêneros, raças e etnias e o respeito à
diversidade sexual, aumentar a segurança da comunidade e promover a cultura de paz,
garantindo o direito à habitação em condições socioambientais de boa qualidade.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
17
Pessoas com renda per capita até 1/4 do salário mínimo: determinar a porcentagem da
população municipal com renda per capita até 1/4 do salário mínimo. Meta: 100% da
população com renda per capita maior ou igual a um salário mínimo.
Pessoas com renda per capita até 1/2 salário mínimo: calcular a porcentagem da
população municipal com renda per capita até 1/2 salário mínimo. Meta: 100% da
população com renda per capita maior ou igual a um salário mínimo.
Demanda atendida de creche: porcentagem de matrículas efetuadas sobre o total de
procura por vagas. Meta: Zerar o déficit de creches em relação à demanda real até 2016.
Transferência de renda: porcentagem de famílias que recebem recursos dos programas
de transferência de renda existentes na cidade, em relação ao total de solicitações. Meta:
100% das famílias em situação de pobreza ou extrema pobreza recebendo recursos dos
programas de transferência de renda existentes na cidade.
Agressão a crianças e adolescente: número de internações de crianças de 0 a 14 anos
por causas relacionadas a possíveis agressões, por dez mil crianças nessa faixa etária.
Meta: Zerar as agressões a crianças e adolescente na cidade. Garantir proteção integral a
crianças contra toda forma de violência.
Agressão a idoso: número de internações na rede pública de pessoas de 60 anos ou mais
por causas relacionadas a possível agressão, por dez mil habitantes nessa faixa etária,
por local de moradia. Meta: Zerar as agressões a idosos na cidade. Garantir proteção
integral a idosos contra toda forma de violência.
Agressão a mulheres: número de internações de mulheres de 20 a 59 anos por causas
relacionadas a possíveis agressões, por dez mil mulheres nessa faixa etária. Meta:
Eliminar todas as formas de violência contra as mulheres. Garantir proteção integral às
mulheres contra toda forma de violência,
Crimes sexuais: crimes sexuais (estupro e atentado violento ao pudor) por dez mil
habitantes. Meta: Zerar os crimes sexuais na cidade.
Crimes violentos fatais: número de crimes violentos fatais por dez mil habitantes, por
local de ocorrência. Meta: Zerar os crimes violentos fatais na cidade.
18
Homicídio juvenil: número de mortes por homicídio de jovens de 15 a 29 anos, por dez
mil habitantes, por local de moradia da vítima. Meta: Zerar as mortes por homicídio de
jovens de 15 a 29 anos.
Adolescentes envolvidos em ato que infringe a lei: número de adolescentes envolvidos
em ato de infração sobre o total de atos de infração. Meta: Atingir o indicador da
melhor prefeitura do estado.
Homicídios: número de óbitos por homicídio, por dez mil habitantes, por local de
moradia da vítima. Meta: Zerar as mortes por homicídio.
Roubos: número de roubos por dez mil habitantes, por local de ocorrência. Meta:
Atingir o indicador da melhor prefeitura do estado.
População em situação de rua (moradores de rua): porcentagem da população em
situação de rua. Meta: Zerar a população em situação de rua (moradores de rua).
Distribuição de renda: distribuição por faixas de renda (pessoas de 10 anos ou mais de
idade). Meta: Diminuir as distâncias entre as faixas de renda da população.
Domicílios com acesso à internet de banda larga: domicílios com acesso à internet de
banda larga sobre o total de domicílios. Meta: 100% dos cidadãos com acesso integral à
banda larga.
A prática citada nesse texto é a “Segurança Pública - Medidas de Transformação”,
desenvolvido em 2001, na cidade de Diadema, no estado de São Paulo, com a participação da
população por meio de audiências públicas. Esse programa tem como objetivo reduzir os
índices de criminalidade, especialmente homicídios, com políticas de inclusão social que
promovam a prevenção e a melhoria da qualidade de vida, contribuindo principalmente para a
cultura da paz.
Em 1999, a cidade de Diadema era considerada a cidade mais violenta do país. O Plano buscou
estabelecer compromissos que buscassem alterar o cenário da criminalidade na cidade.
Como resultado da continuidade das políticas públicas, com trabalho integrado de diferentes
instituições públicas e criação de programas de inclusão social, houve queda da criminalidade,
principalmente em homicídios.
19
Com a implantação do Plano, houve importantes reduções como 60% na taxa de homicídios,
particularmente no grupo etário mais jovem e de 55% dos incidentes de violência doméstica.
As mulheres vítimas da violência passaram a denunciar sua situação e participar em programas
de gênero. Isto criou condições para criar uma nova norma na igualdade entre homens e
mulheres.
O Programa Adolescente Aprendiz é uma ferramenta importante para o Plano, dado que, até
2005, reduziu os assassinatos de jovens entre 16 e 20 anos em 85,7% e também o número de
adolescentes que eram enviados a detenção juvenil em 44%.
A cidade teve reconhecimento nacional como modelo de segurança, o que induziu a replicação
do sistema para outras cidades brasileiras e na recuperação da imagem da cidade e da
autoestima da população.
2.2.4. Gestão Local para a Sustentabilidade
Esse eixo tem como meta implementar uma gestão eficiente que envolva as etapas de
planejamento, execução e avaliação.
Para tanto pode ser estabelecidas metas e prazos concretos face aos Compromissos da
Plataforma Cidades Sustentáveis, bem como um programa de monitoramento destes
Compromissos. Garantindo a transparência administrativa e envolvendo atores diversos para
monitorar e avaliar o desempenho, tendo em vista o alcance das metas de sustentabilidade
estabelecidas.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
Proporção do orçamento para as diferentes áreas da administração: porcentagem do
orçamento liquidado do município que corresponde ao gasto público total em cada área
administrativa. Meta: Publicar em formato aberto e atualizar constantemente todos os
dados referentes ao orçamento da cidade.
Compras Públicas Sustentáveis: porcentagem de Compras Públicas Sustentáveis sobre o
total das compras efetuadas pelo Município (uso de seu poder de compra para a
promoção do desenvolvimento sustentável). Meta: 100% de compras públicas
sustentáveis/certificadas para todas as áreas da administração municipal.
20
O exemplo destacado nesse relatório, para esse tema é o “Juruti sustentável: construindo
indicadores da cidade com participação social”. O plano foi iniciado em 2005, quando a Alcoa
convidou a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade
(Funbio) para apresentar uma proposta de modelo de desenvolvimento local de longo prazo
para a cidade de Juruti, no Pará, que se encontrava no início de grandes e profundas mudanças,
devido à chegada da empresa para um projeto de mineração na região.
O processo de construção de indicadores de monitoramento se deu a partir da participação
ampla e efetiva da sociedade local, além do desenvolvimento de uma metodologia para a
definição de um território de monitoramento. Foram dois anos de construção, com a
participação de mais de 500 representantes de instituições locais e regionais, a partir da
realização de pesquisas, oficinas, reuniões, coleta de dados, levantamento bibliográfico e de
campo.
Um dos objetivos era identificar os municípios do entorno que poderiam sofrer influências a
partir da instalação da Alcoa em Juruti, e sugerir indicadores para acompanhar o
desenvolvimento da região. Além de entender melhor a situação do município, por meio da
discussão com sua família, seus vizinhos, nas igrejas, comunidades e instituições e usar as
informações em escolas, cursos técnicos e universidades, como fonte de estudo e pesquisa.
Como resultado os indicadores passaram a auxiliar a população sobre a situação das questões
relacionadas ao desenvolvimento do município, assim como definir e apontar quais prioridades
e caminhos a seguir.
2.2.5. Planejamento e Desenho Urbano
Esse tema visa reconhecer o papel estratégico do planejamento e do desenho urbano na
abordagem das questões ambientais, sociais, econômicas, culturais e da saúde, para benefício
de todos.
Podendo ser colocado em prática assegurando a compatibilidade de usos do solo nas áreas
urbanas, oferecendo adequado equilíbrio entre empregos, transportes, habitação e
equipamentos socioculturais e esportivos, dando prioridade ao adensamento residencial nos
centros das cidades. E também adotando critérios de desenho urbano e de construção
sustentáveis, respeitando e considerando os recursos e fenômenos naturais no planejamento.
21
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
População em Favelas: porcentagem da população urbana que reside em favela.
(Considerou-se ‘favela’ as regiões (setores censitários) classificadas pelo IBGE como
‘subnormais’). Meta: Reduzir a 0% a população que reside em domicílios considerados
"favelas".
Área desmatada: porcentagem da área desmatada acumulada, ano a ano, sobre a área
total do município. Meta: Zerar o desmatamento ilegal no município.
Reservas e Áreas Protegidas: porcentagem do território com finalidades de
conservação. Referência de Meta: Vitoria-Gasteiz – 52,43% (2009) (Fonte:
http://www.vitoriagasteiz.org/we001/was/we001Action.do?aplicacion=wb021&tabla=contenido&idioma=
es&uid=u_3637f52f_12e3216119a__7ffd).
Edifícios novos e reformados que têm certificação de sustentabilidade ambiental:
parcela de edifícios novos e reformados que têm avaliação em termos de critérios de
sustentabilidade frente ao número total de edifícios e projetos de reforma (edifícios de
propriedade ou incorporação municipal) no ano anterior. Critérios nacionais e
internacionais
existentes
poderão
ser
relevantes.
Ao
estabelecer
metas
de
sustentabilidade, os processos referentes a edifícios públicos poderão introduzir a
iniciativa privada nas metodologias de construções sustentáveis. Meta: Implementar
critérios de sustentabilidade para todas as novas construções e as reformas da cidade
considerando as melhores práticas e certificações nacionais e internacionais.
Calçadas consideradas adequadas às exigências legais: porcentagem de quilômetros de
calçadas consideradas adequadas às exigências legais sobre extensão total em km de
calçadas, por ano, para a cidade. Meta: 100% das calçadas consideradas adequadas às
exigências legais.
Uma boa prática que explica muito bem esse tema é chamada de “Planejamento Urbano
Orientado pela Sustentabilidade”.
Desde 1990, o foco principal do planejamento da cidade de Curitiba foi o desenvolvimento
sustentável e a integração na Região Metropolitana de Curitiba. Uma das ações da cidade, são
seus corredores inteligentes para o transporte público que existem desde 1970.
22
Outra importante ação da cidade, que faz dela um exemplo de planejamento orientado pela
sustentabilidade no Brasil é que desde 1989, a cidade possui um programa de reciclagem, no
qual os moradores da cidade separam os materiais que são coletados na cidade três vezes por
semana.
Além disso, desde 2009, a Secretaria Municipal do Meio Ambiente tem conduzido um estudo
sobre o nível de absorção de CO2 obtido pelas áreas verdes e também tem avaliado o total de
emissões de CO2 da cidade, como parte de um plano local para o controle das emissões.
Essas ações têm como objetivo garantir em longo prazo, uma boa qualidade de vida aos
cidadãos de Curitiba.
Como resultado, Curitiba se tornou uma vitrine de urbanismo ecológico e humano, com
melhorias contínuas, ao longo dos últimos 38 anos, nas condições sociais, econômicas e
ambientais da cidade e de seus moradores.
Outro importante resultado é que 70% do lixo da cidade são reciclados e moradores que vivem
em favelas têm acesso a programas sociais e serviços de saúde financiados por programas de
reciclagem. O tráfego de automóveis diminuiu em 30%, mesmo com o crescimento da
população (o número de habitantes dobrou) e com a cidade possuindo o maior índice de donos
de carros per capita do Brasil.
2.2.6. Cultura para a sustentabilidade
O tema Cultura para a sustentabilidade desenvolve políticas culturais que respeitem e
valorizem a diversidade cultural, o pluralismo e a defesa do patrimônio natural, construído e
imaterial, ao mesmo tempo em que promovam a preservação da memória e a transmissão das
heranças naturais, culturais e artísticas, assim como incentivem uma visão aberta de cultura, em
que valores solidários, simbólicos e transculturais estejam ancorados em práticas dialógicas,
participativas e sustentáveis.
Pode ser através da garantia ao amplo acesso aos espaços culturais existentes, promovendo
múltiplos usos junto à população local, assim como disseminá-los para regiões que ainda não
os possuem e da promoção e desenvolvimento de políticas públicas de cultura sustentáveis que
integrem as demais áreas da administração municipal.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
23
Campanhas de educação cidadã: porcentagem de recursos destinados a campanhas de
educação cidadã sobre o total da verba destinada à comunicação/publicidade do
município. Meta: 100% de recursos destinados a campanhas de educação cidadã sobre o
total da verba destinada à comunicação/publicidade do município.
Centros culturais, casas e espaços de cultura: número de centros culturais, casas e
espaços de cultura, por dez mil habitantes. Meta: No mínimo um centro cultural a cada
dez mil habitantes.
Acervo de livros infanto-juvenis: número de livros infanto-juvenis disponíveis em
acervos de bibliotecas municipais por habitante na faixa etária de 7 a 14 anos (Não
contabilizadas nesse indicador as bibliotecas dos CEUs). Meta: Uma biblioteca por
distrito que garanta dois livros por habitante do distrito. Referência de Meta: Dois livros
per capita (Fonte: UNESCO).
Acervo de livros para adultos: número de livros disponíveis em acervos de bibliotecas
municipais por habitante com 15 anos ou mais (Não contabilizadas nesse indicador as
bibliotecas dos CEUs). Meta: Uma biblioteca por distrito que garanta dois livros por
habitante do distrito. Referência de Meta: Dois livros per capita (Fonte: UNESCO).
A boa prática destacada nesse relatório é a “Festa da Música” que tem como objetivo principal
a democratização do acesso à arte e à cultura.
Na festa da música que acontece na França desde 1982, há vários concertos gratuitos com
amadores e profissionais, o que permite o acesso à música de todos os tipos e origens por um
amplo público. O objetivo principal é a democratização do acesso à arte e à cultura. O festival
já acontece em 116 países, com mais de 450 cidades participantes em todo o mundo. Os shows
gratuitos, os apoios institucionais, a divulgação na imprensa, o apoio das autoridades locais e a
grande adesão da população fizeram do evento, em poucos anos, uma das principais
manifestações culturais francesas.
2.2.7. Educação para a Sustentabilidade e Qualidade de Vida
A principal visão desse eixo é integrar na educação formal e não formal, valores e habilidades
para um modo de vida sustentável e saudável. Disponibilizando a todos, crianças adolescentes,
24
jovens, adultos e idosos, oportunidades educativas que lhes permitam papel protagonista no
desenvolvimento sustentável local e regional.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb*) de 1ª a 4ª série: Nota média do
Ideb no município na rede pública de 1ª a 4ª série. *O Ideb (Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica) é um indicador de qualidade educacional que combina
informações de desempenho em exames padronizados (Prova Brasil ou Saeb) –
realizados pelos estudantes ao final da 4ª série do ensino fundamental – com
informações sobre rendimento escolar. O índice varia de 0 a 10. Meta: Atingir o melhor
indicador do país. Referência de Meta (Rede Pública): Cajuru (SP), Brasil: 8.6 (Fonte:
Ideb (http://www.portalideb.com.br/)).
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb*) de 5ª a 8ª série: Nota média do
Ideb no município na rede pública de 5ª a 8ª série. *O Ideb (Índice de Desenvolvimento
da Educação Básica) é um indicador de qualidade educacional que combina
informações de desempenho em exames padronizados (Prova Brasil ou Saeb) –
realizados pelos estudantes ao final da 8ª série do ensino fundamental – com
informações sobre rendimento escolar. O índice varia de 0 a 10. Meta: Atingir o melhor
indicador do país. Referência de Meta (Rede Pública): Jeriquara (SP), Brasil: 6.2
(Fonte: Ideb (http://www.portalideb.com.br/)).
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem): nota média do Enem* no município. *O
Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é uma prova realizada pelo Ministério da
Educação do Brasil. Ela é utilizada para avaliar a qualidade do ensino médio no país e
seu resultado serve para acesso ao ensino superior em universidades públicas
brasileiras. Meta: Atingir a nota da melhor escola do município.
Taxa de analfabetismo na população com 16 anos ou mais: porcentagem da população
analfabeta com 16 anos ou mais. Meta: Erradicar o analfabetismo até 2016. Referência
de Meta: Estocolmo, Suécia: 0% de analfabetos com 16 anos ou mais (Fonte:
STADSLEDNINGSKONTORET.
KOMMUNIKATIONSSTABEN.
www.stockholm.se).
25
Matrículas em curso superior sobre a demanda: número de alunos matriculados em
cursos de graduação sobre a demanda total. Meta: 100% de alunos matriculados em
relação à demanda total.
Escolas públicas com Esporte educacional no turno obrigatório: porcentagem das
escolas públicas com Esporte educacional no turno obrigatório. Referência de Meta:
100% das escolas públicas com esporte educacional no turno obrigatório até 2016 nas
12 cidades sede da Copa; 100% nas escolas públicas do país até 2022 (Fonte: Atletas
pela Cidadania (http://www.atletas.org.br/)).
Acesso à internet nas escolas do ensino fundamental e médio: porcentagem de escolas
do ensino fundamental e médio com acesso à internet. Meta: 100% das escolas do
ensino fundamental e médio com acesso à internet.
Ensino superior concluído: porcentagem de pessoas de 25 anos ou mais de idade com
ensino superior concluído. Referências de Metas: Estocolmo, Suécia: 53% de pessoas
de
25
anos
ou
mais
de
idade
com
STADSLEDNINGSKONTORET.
ensino
superior
concluído
(Fonte:
KOMMUNIKATIONSSTABEN.
www.stockholm.se)
Jovens com ensino médio concluído até os 19 anos: porcentagem de jovens com ensino
médio concluído até os 19 anos. Meta: Até 2022, 95% ou mais dos jovens brasileiros de
16 anos deverão ter completado o Ensino Fundamental e 90% ou mais dos jovens
brasileiros de 19 anos deverão ter completado o Ensino Médio (Fonte: Todos Pela
Educação (http://www.todospelaeducacao.org.br/institucional/as-5-metas/)).
Crianças e jovens de 4 a 17 anos na escola: porcentagem de crianças e jovens de 4 a 17
anos na escola. Meta: Até 2022, 98% ou mais das crianças e jovens de 4 a 17 anos
deverão estar matriculados e frequentando a escola (Fonte: Todos Pela Educação
(http://www.todospelaeducacao.org.br/institucional/as-5-metas/)). Referência de Meta:
Estocolmo, Suécia: 100% de crianças e jovens de 4 a 17 anos matriculados e
frequentando
a
escola
(Fonte:
STADSLEDNINGSKONTORET.
KOMMUNIKATIONSSTABEN. www.stockholm.se).
26
Crianças plenamente alfabetizadas até os 8 anos: porcentagem de crianças plenamente
alfabetizadas até os 8 anos. Meta: Até 2010, 80% ou mais, e até 2022, 100% das
crianças deverão apresentar as habilidades básicas de leitura e escrita até o final da 2ª
série
ou
3º
ano
do
Ensino
Fundamental
(Fonte:
Todos
Pela
Educação
(http://www.todospelaeducacao.org.br/institucional/as-5-metas/)).
Demanda atendida de vagas em pré-escolas municipais: porcentagem de matrículas
sobre o total de procura por vaga em pré-escolas municipais. Meta: 100% da demanda
atendida
em
pré-escolas
até
2016
(Fonte:
PNE
2011-2020
(http://fne.mec.gov.br/images/pdf/notas_tecnicas_pne_2011_2020.pdf)).
Demanda atendida de vagas no ensino fundamental: porcentagem de matrículas sobre o
total de procura por vaga no ensino fundamental. Meta: 100% da demanda atendida de
vagas
no
ensino
fundamental
até
2016
(Fonte:
PNE
2011-2020
(http://fne.mec.gov.br/images/pdf/notas_tecnicas_pne_2011_2020.pdf)).
Demanda atendida de vagas no ensino médio: porcentagem de matrículas sobre o total
de procura por vaga no ensino médio. Meta: 100% da demanda atendida em vagas no
ensino
médio
até
2016
(Fonte:
PNE
2011-2020
(http://fne.mec.gov.br/images/pdf/notas_tecnicas_pne_2011_2020.pdf)).
O “Bairro-Escola” é uma prática que demonstra diretamente o tema abordado. O projeto,
iniciado em 1997, no bairro da Vila Madalena em São Paulo, tem o desafio de transformar a
comunidade em um ambiente de aprendizagem que amplie os limites das salas de aula. Dessa
forma, a educação se transforma numa responsabilidade coletiva, com a articulação permanente
entre professores, gestores e parcerias públicas e privadas, além da família. Com isso, espera-se
criar uma rede interdisciplinar capaz de utilizar todas as oportunidades do dia-a-dia para a
realização de uma educação integral.
Com o programa, podemos entender que a educação não é tarefa única da escola, mas
responsabilidade conjunta de todos, e que também não é restrita às fases da infância e
juventude, mas um processo contínuo de aprendizagem que acompanha os indivíduos ao longo
de suas vidas.
27
O programa oferece cursos e publicações voltados para educadores e gestores de escolas
públicas de diversas cidades brasileiras.
A Vila Madalena é hoje um autêntico bairro-escola, referência no Brasil e no mundo. A
transformação do bairro em uma escola a céu aberto ocorreu ao longo dos últimos dez anos, em
um processo de resignificação dos espaços públicos e da participação ativa de crianças e jovens
e do envolvimento de toda a comunidade.
Há o atendimento atual a 60 crianças e 70 jovens em horários extracurriculares e até 2006, 10
mil educadores brasileiros passaram pela organização.
2.2.8. Economia Local, Dinâmica, Criativa e Sustentável
Esse tema tem como desafio apoiar e criar as condições para uma economia local dinâmica e
criativa, que garanta o acesso ao emprego sem prejudicar o ambiente.
Pode ser introduzidas medidas para estimular e apoiar o emprego local, o trabalho decente, a
contratação de aprendizes e a formação de empresas.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
Eficiência energética da economia: razão entre Consumo Interno Bruto de Energia
(carvão, eletricidade, petróleo, gás natural e fontes de energia renovável – disponíveis
para consumo) e o Produto Interno Bruto (PIB), calculado para um ano civil, a preços
constantes, com base no ano anterior. Meta: Apoiar a inovação e as transferências de
tecnologia destinadas a reduzir o consumo de energia, aumentar a eficiência energética
e a utilização de energia renovável, bem como reduzir e prevenir a poluição do ar.
Promover campanhas de educação cidadã para a redução do consumo e a eliminação do
desperdício comercial, industrial, público e doméstico.
Desemprego: taxa média de desemprego no município. Meta: Alcançar até 2015 o
pleno emprego produtivo e trabalho decente para todos, incluindo mulheres, negros e
jovens.
Desemprego de jovens: taxa média de desemprego de jovens de 16 a 29 anos. Meta:
Alcançar até 2015 o pleno emprego produtivo e trabalho decente para todos da faixa
etária.
28
Aprendizes contratados no município: porcentagem de aprendizes contratados no
município sobre o total estipulado pela lei. Meta: 100% de aprendizes contratados
segundo o estipulado na lei.
Trabalho Infantil: número de notificações de trabalho infantil, registradas pelo
Conselho Tutelar. Meta: Erradicar o trabalho infantil imediatamente.
A boa prática destacada com esse tema é o “Banco Palmas”. Em janeiro de 1998, a Associação
dos Moradores do Conjunto Palmeira (em Fortaleza) criou o Banco Palmas, uma rede de
solidariedade entre produtores e consumidores. A ideia é de implantar programas e projetos de
trabalho e geração de renda, utilizando sistemas econômicos solidários, na perspectiva de
superação da pobreza urbana local.
O banco tem como objetivo garantir microcréditos para produção e consumo local a juros
baixos, sem exigência de consultas cadastrais, comprovação de renda ou fiador. Manter
também a riqueza produzida pelo bairro no próprio bairro, por aceitar a compra e a venda com
a moeda local.
A moeda social Palmas é indexada ao real (1 palmas = 1 real), dessa forma, a quantidade de
Palmas que circula no bairro é exatamente a quantidade de Reais acumulada. 240
empreendimentos (produção, comércio e serviço) locais aceitam a moeda e dão descontos para
estimular seu uso.
Os empreendimentos cadastrados podem fazer o câmbio no Banco Palmas em caso de
necessidades de estoques.
Nos anos de 2007 a 2009 o Instituto Palmas realizou 3.139 operações de crédito, com um
volume emprestado de R$ 4.126.712,79, beneficiando 2.500 famílias, com manutenção de
8.000 postos de trabalho e geração de outros 2.000.
Foram realizados cursos, oficinas e palestras para os moradores do bairro e para outros locais,
estimulando a rede solidária de economia.
Houve a criação da Rede Brasileira de Bancos Comunitários por iniciativa do Banco Palmas,
com a articulação de todos os Bancos Comunitários do Brasil, na qual todos os bancos prestam
contas de suas atividades durante o Encontro Nacional da Rede de Bancos Comunitários.
29
2.2.9. Consumo Responsável e Opções de Estilo de Vida
Esse tema adota e proporciona o uso responsável e eficiente dos recursos e incentivar um
padrão de produção e consumo sustentáveis.
Podendo assim, evitar e reduzir os resíduos, e aumentar a reutilização e a reciclagem com a
inclusão social das cooperativas de catadores e recicladores, gerindo e tratando os resíduos de
acordo com técnicas e modelos sustentáveis.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
Consumo de água total: média mensal do consumo de água (residencial, comercial,
público, industrial e misto) estimado, em metros cúbicos, por habitante, por mês.
Referência de Meta: Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), cada pessoa
necessita de 3,3 m³/pessoa/mês (cerca de 110 litros de água por dia).
Inclusão de catadores no sistema de coleta seletiva: número de catadores incluídos no
sistema de coleta seletiva sobre o número total de catadores da cidade. Meta: Incluir
todos os catadores avulsos existentes na cidade no sistema de coleta seletiva.
Coleta seletiva: porcentagem de domicílios que dispõem de coleta seletiva de lixo.
Meta: 100% de domicílios com cobertura de coleta seletiva de lixo.
Quantidade de resíduos per capita: quantidade total de resíduo urbano gerado em um
ano sobre o número de habitantes da cidade. Sua unidade de medida é kg/pessoa/ano.
Este indicador não inclui resíduo produzido por redes e estações de tratamento de
esgoto municipal e resíduo proveniente de construção e demolição.
Reciclagem de resíduos sólidos: porcentagem de resíduos sólidos que é reciclada sobre
o total produzido na cidade por ano. Meta: Reciclar 100% dos resíduos da cidade (secos
e orgânicos).
Resíduos depositados em aterros sanitários: porcentagem do lixo da cidade que é
depositada em aterros sanitários por ano. Meta: Eliminar lixões até 2014. Diminuir a
porcentagem de lixo enviada a aterros sanitários, buscando a recuperação de 100% dos
resíduos produzidos na cidade, priorizando em todos os casos a reciclagem (secos e
orgânicos) com inclusão social dos catadores.
30
Consumo total de eletricidade per capita: quantidade total de eletricidade consumida
pelos cidadãos (residencial, industrial e outros) em um ano, em todas as edificações do
município, independentemente da razão para o uso. Meta: Estimular a fabricação,
comercialização e uso de produtos mais eficientes, do ponto de vista energético,
minimizando os impactos ambientais, e promover campanhas de educação cidadã para a
redução do consumo e a eliminação do desperdício comercial, industrial, público e
doméstico.
Um exemplo que representa eficientemente esse eixo é a “Avemare - Cooperativa de
Catadores”. A associação tem sua origem no aterro sanitário do município de Santana de
Parnaíba (SP), de onde foram retirados seus cooperados.
Com apoio de diversos parceiros, a Avemare criou o Programa Lixo da Gente – Reciclando
Cidadania, que tem com objetivo a coleta seletiva por meio de conscientização da população
sobre a importância da reciclagem para a preservação ambiental, assim como a inclusão e o
desenvolvimento social. Assim, sua atuação se dá por três frentes: empresas e indústrias;
escolas; e residência e comércio.
O programa visa promover a inserção social e o desenvolvimento local, a partir da criação,
manutenção e desenvolvimento da cooperativa, realizar 100% de coleta seletiva em Santana de
Parnaíba por meio de conscientização da população sobre a importância da reciclagem para a
preservação ambiental, abrir novas vagas de empregos para a população e aumentar também a
eficiência da cooperativa.
O resultado foi o atendimento de 50% de coleta seletiva na cidade, cerca de 70 cooperados, de
seu início até julho de 2007, foram poupados: 35.521 árvores e 95.856 kg de Minério de Ferro.
2.2.10. Melhor Mobilidade, Menos Tráfego
Esse eixo visa promover a mobilidade sustentável, reconhecendo a interdependência entre os
transportes, a saúde, o ambiente e o direito à cidade.
Podendo assim: reduzir a necessidade de utilização do transporte individual motorizado e
promover meios de transportes coletivos acessíveis a todos, a preços justos; aumentar a parcela
de viagens realizadas em transportes públicos, a pé ou de bicicleta; desenvolver e manter uma
boa infraestrutura para locomoção de pedestres e pessoas com deficiências, com calçadas e
31
travessias adequadas; acelerar a transição para veículos menos poluentes. reduzir o impacto dos
transportes sobre o ambiente e a saúde pública; e desenvolver um plano de mobilidade urbana
integrado e sustentável.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
Frota de ônibus com acessibilidade para pessoas com deficiência: porcentagem da frota
de ônibus com acessibilidade para pessoas com deficiência. Meta: 100% da frota de
ônibus com acessibilidade para pessoas com deficiência.
Mortes no trânsito: número de mortes em acidentes de trânsito por dez mil habitantes,
por local de moradia da vítima. Meta: Zerar as mortes em acidentes de trânsito.
Mortes com bicicleta: número de mortes de ocupantes de bicicleta por dez mil
habitantes, por local de ocorrência. Meta: Zerar as mortes de usuários de bicicletas.
Mortes por atropelamento: número de mortes por atropelamentos por dez mil
habitantes, por local de ocorrência. Meta: Zerar as mortes por atropelamentos.
Mortes com motocicleta: número de mortes de ocupantes de motocicleta por dez mil
habitantes, por local de ocorrência. Meta: Zerar as mortes de usuários de motocicleta.
Mortes com automóvel: número de mortes de ocupantes de automóveis e caminhonetes
por dez mil habitantes, por local de ocorrência. Meta: Zerar as mortes usuários de
automóveis e caminhonetes.
Acidentes de trânsito: número total de acidentes de trânsito. Meta: Reduzir, a cada ano,
10% dos acidentes de trânsito.
Atropelamentos: número total de atropelamentos. Meta: Zerar os atropelamentos.
Corredores exclusivos de ônibus: porcentagem de quilômetros da rede de corredores
exclusivos de ônibus sobre o total de extensão em km de vias da cidade. Meta:
Implantar corredores exclusivos de ônibus, no mínimo, nas avenidas com três ou mais
faixas de tráfego por sentido.
32
Ciclovias exclusivas: porcentagem de km de ciclovias permanentes sobre o total de km
de vias da cidade.
Divisão modal: distribuição percentual da média diária dos deslocamentos: a pé, por
transporte coletivo e por transporte individual (carros, taxis, motos, ônibus, bicicletas).
Orçamento do município destinado a transporte motorizado público e privado:
porcentagem do orçamento do município destinada ao transporte motorizado público e
porcentagem destinada ao transporte motorizado privado. Meta: Destinar 100% dos
recursos públicos da área para a melhoria substantiva do transporte público.
Índice de Congestionamentos: média aritmética anual dos congestionamentos, em km,
nos horários de pico (manhã e tarde). Meta: Implementar metodologia de medição
efetiva dos congestionamentos em todas as vias da cidade. Reduzir em 50% as médias
até 2016.
A boa prática a seguir é chamada de “Uma Cidade sem Carros e Ambientalmente Amigável”.
Quando a área militar conhecida como Vauban, em Friburgo do Sul, na Alemanha, fechou em
1992, o município comprou os 38 hectares de terra desocupados para criar um novo distrito
onde o planejamento fosse baseado na sustentabilidade. Foi dada ênfase à participação da
comunidade, à interação social, à mobilidade, à eficácia energética e às construções
ambientalmente sustentáveis.
Um dos principais objetivos foi manter o centro da cidade com o trânsito livre e um número
reduzido de carros particulares. Isto foi conseguido com a criação de um bom número de
possibilidades de transporte público. Além disso, o município criou um sistema de
compartilhamento de carro, estabeleceu 500 km ciclovias e acrescentou 5 mil lugares de
estacionamento para bicicletas.
O objetivo era criar um de bairro completamente novo, onde o planejamento fosse baseado na
sustentabilidade ambiental, econômica e social.
Como resultado, o distrito de Vauban é de 38 hectares, 40% dos cidadãos de Vauban não têm
automóveis particulares e carros no centro da cidade não andam a mais de 5 km / hora.
33
2.2.11. Ação Local para a Saúde
Proteção e promoção a saúde e o bem-estar dos nossos cidadãos são os principais objetivos
desse tema.
As medidas tomadas a partir desse eixo é a disseminação de informações no sentido de
melhorar o nível geral dos conhecimentos da população sobre os fatores essenciais para uma
vida saudável, muitos dos quais se situam fora do setor restrito da saúde. Ou também a
promoção do planejamento urbano para o desenvolvimento saudável das nossas cidades,
garantindo ações integradas para a promoção da saúde pública.
Garantir a equidade no acesso à saúde com especial atenção aos pobres, o que requer a
elaboração regular de indicadores sobre o progresso na redução das disparidades.
Promover a prática de atividades físicas que busquem enfatizar os valores de uma vida
saudável.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
Unidades Básicas de Saúde: número de unidades básicas públicas de atendimento em
saúde por dez mil habitantes. Meta: garantir, no mínimo, uma UBS (Unidade Básica de
Saúde) com Programa Saúde da Família para cada dez mil habitantes, por menor
unidade administrativa, distribuídos de forma a garantir o acesso fácil e rápido por toda
a população.
Leitos hospitalares: número de leitos hospitalares públicos e privados disponíveis por
mil habitantes. Meta: garantir entre 2,5 e 3 leitos hospitalares para cada mil habitantes,
por menor unidade administrativa, distribuídos de forma a garantir o acesso fácil e
rápido por toda a população.
Mortalidade por doenças do aparelho respiratório: número de mortes por doenças do
aparelho respiratório por dez mil habitantes. Meta: Reduzir, a cada ano, 10% da
mortalidade, até 2016.
Mortalidade por doenças do aparelho circulatório: número de mortes por doenças do
aparelho circulatório por dez mil habitantes. As principais causas de morte relacionadas
ao aparelho circulatório são o AVC (acidente vascular cerebral), também conhecido
34
como derrame, doença isquêmica do coração e infarto do miocárdio. Meta: Reduzir, a
cada ano, 10% da mortalidade, até 2016.
Pré-natal insuficiente: porcentagem de nascidos vivos cujas mães fizeram menos de 7
consultas pré-natal. Meta: 100% das mães com no mínimo 7 consultas pré-natal. As
consultas deverão ser mensais até a 28ª semana, quinzenais entre as 28 e 36 semanas e
semanais posteriormente.
Gravidez na adolescência: porcentagem de nascidos vivos cujas mães tinham 19 anos
ou menos sobre o total de nascidos vivos. Meta: Reduzir, a cada ano, 10% da gravidez
na adolescência, até 2016.
Mortalidade infantil: mortes de crianças menores de um ano em cada mil nascidas
vivas. Referências de Metas: Reykjavík, Islândia (2010): 2,1 mortes de crianças
menores de um ano em cada 1000 nascidas vivas (Fonte: Demography and census STATISTICS ICELAND - www.statice.is).
Mortalidade materna: número de mortes femininas por causas maternas por dez mil
nascidos vivos. Meta: Zerar a mortalidade materna.
Baixo peso ao nascer: porcentagem de crianças nascidas vivas com menos de 2,5 kg.
Referência de Meta: Reykjavík, Islândia (2010): 3,76% de crianças nascidas vivas com
menos de 2,5 kg (Fonte: Demography and census - STATISTICS ICELAND –
www.statice.is).
Desnutrição infantil: proporção de crianças menores de 5 anos desnutridas. Meta:
Nenhuma criança menor de cinco anos desnutrida.
Equipamentos esportivos: número de equipamentos públicos de esporte para cada dez
mil habitantes. Meta: Garantir, no mínimo, um equipamento esportivo para cada dez
mil habitantes, por menor unidade administrativa, distribuídos de forma a garantir o
acesso fácil e rápido por toda a população.
Pessoas infectadas com dengue: número de pessoas infectadas com dengue por dez mil
habitantes, por ano, na cidade. Meta: Zerar número de pessoas infectadas com dengue
na cidade.
35
Doenças de veiculação hídrica (incidência de doenças transmitidas pela água): número
de atendimentos por doenças de veiculação hídrica por dez mil habitantes (principais
doenças: Febre Tifóide, Febre Paratifóide, Shigeloses, Cólera, Hepatite, Amebíase,
Giardíase, Esquistossomose, Ascaridíase, Leptospirose). Meta: Índice de Qualidade das
Águas (IQA) com condição boa ou ótima nos corpos d’água da cidade.
O “Biossistema Integrado” mostra como o tema pode ser colocado em prática pelos
municípios. Trata-se de um projeto de saneamento ambiental que envolve o tratamento
biológico de dejetos humanos a partir da reciclagem de nutrientes e da produção de biogás. Em
1994, houve a implementação do primeiro biossistema completo em Petrópolis (RJ), na
comunidade Sertão do Carangola, em parceria com o SEOP (Serviço de Educação e
Organização Popular) e com a associação de moradores local.
Os biossistemas integrados representam uma mudança no processo produtivo, alterando a
concepção linear de produção para uma estrutura cíclica, onde os resíduos são transformados e
reaproveitados como recursos para um novo ciclo de produção, como nos ciclos naturais. Com
isso, são compostos por aves, tanques de peixes, cultivo de flores e produção de adubo
orgânico e utilizam equipamentos de baixo custo, que podem ser controlados pelos próprios
moradores locais, como forma alternativa de produção de renda. Esse é um exemplo de
tecnologia social que, por meio do tratamento local do esgoto em biossistemas, faz a água
insalubre ficar com boa qualidade e também fornece adubo orgânico para hortas e pomares.
Como objetivo o projeto queria construir biodigestores integrados para o tratamento biológico
de dejeto humano com reciclagem de nutrientes e produção de biogás.
O resultado obtido foi que as verduras e legumes produzidos são vendidos em feiras próximas,
contribuindo para o aumento da renda mensal das famílias; o biogás produzido é utilizado para
cozinhar, sendo canalizado para o Centro Educacional Infantil Casa da Paz, o qual atende por
volta de 50 crianças em idade de 2 a 5 anos; mais de 50 comunidades, criatórios de animais e
produtores agrícolas estão sendo beneficiados pela tecnologia difundida; tem produzido
diariamente mil e duzentos metros cúbicos de biogás, utilizados para auxiliar na preparação de
alimentos para cerca de três mil pessoas por dia a custo zero; evita o corte de duas toneladas de
madeira por dia além de proteger a camada de ozônio por deixar de lançar metano livre na
36
atmosfera; os alimentos foram analisados pela Fiocruz e avaliados com qualidade equivalente
aos produtos adquiridos no mercado convencional .
2.2.12. Do Local para o Global
Esse último tema, tem como objetivo assumir as responsabilidades globais pela paz, justiça,
equidade, desenvolvimento sustentável, proteção ao clima e à biodiversidade. Elaborar e seguir
uma abordagem estratégica e integrada para minimizar as alterações climáticas, e trabalhar para
atingir níveis sustentáveis de emissões de gases geradores do efeito estufa. Disseminar
informações sobre as causas e os impactos prováveis das alterações climáticas, e promover
medidas socioambientais de prevenção. Reforçar a cooperação regional, nacional e
internacional de cidades e desenvolver respostas locais para problemas globais em parceria
com outros governos locais e regionais, comunidades e demais atores relevantes.
Os índices e as respectivas metas relacionados a esse eixo são:
Total de emissões de CO2 equivalente per capita: inventário detalhado das emissões
que impactam sobre o clima do planeta. Meta: Fazer inventário de emissões e
estabelecer metas de redução.
Variáveis meteorológicas – Temperatura média mensal: temperatura média mensal.
Meta: Elaborar mapa de temperaturas por regiões da cidade e adotar medidas de
mitigação nas "ilhas de calor".
Número de mortes por desastres socioambientais: número de mortes causadas por
desastres socioambientais por ano. Meta: Estabelecer uma política de prevenção e
gestão de riscos urbanos baseada no uso de informações e indicadores para zerar as
mortes causadas por desastres socioambientais.
A boa prática que representa o eixo é nomeado de “Conexões Sustentáveis (São Paulo Amazônia)”.
Desde outubro de 2008, a iniciativa busca mobilizar os ciclos de valor dos setores da pecuária,
da madeira e da soja por meio de pactos setoriais para a preservação da Floresta Amazônica e
seus povos. Os pactos são formalizados por documentos que determinam para os signatários a
obrigação do financiamento, da distribuição e da comercialização de produtos com certificação
37
(ou que estejam em processo de regularização) e provenientes de fornecedores que não façam
parte da Lista Suja do Trabalho Escravo ou da Lista de Embargos do Ibama, e, no caso do
Pacto da Soja, que estejam localizados nas áreas liberadas pela "Moratória da Soja". Os
documentos também preveem a mobilização por parte dos signatários para ampliar o número
de adesões e a realização de campanhas de esclarecimento com seus consumidores e
fornecedores.
A prefeitura de São Paulo se comprometeu com a iniciativa, assinando um termo de
compromisso para que as compras públicas ajudem a preservar a Amazônia, uma vez que essa
cadeia de responsabilidades atinge diretamente o município, que é o maior centro consumidor
do país.
O resultado foi a apresentação de um estudo inédito, durante o primeiro seminário "Conexões
Sustentáveis”, realizado pela ONGs Repórter Brasil e Papel Social Comunicação, mostrando os
reais beneficiários do desmatamento da Amazônia. Jornalistas das duas organizações
verificaram os impactos sociais e ambientais causados pelo avanço da agropecuária e do
extrativismo sobre a floresta.
Além disso, houve a identificação das empresas que mantiveram relações comerciais com
proprietários e investidores rurais flagrados pelo poder público cometendo crimes ambientais
ou valendo-se do trabalho escravo. E também a aprovação dos três pactos empresariais de
controle das cadeias produtivas dos setores da Pecuária, da Madeira e da Soja.
CAPÍTULO III - Importância da internet para o Programa
A internet tem grande importância para disseminação do Programa Cidades Sustentáveis pelo
Brasil. A começar pelo site do Programa, www.cidadessustentaveis.org.br, que explica com
clareza quais seus objetivos, disponibiliza a Carta Compromisso para os que desejem ser
adeptos e também
disponibiliza ferramentas importantes para sua implementação como a
agenda da sustentabilidade, indicadores atuais, e metas a serem atingidas com exemplos de
práticas referenciais que podem ser utilizadas como modelo para as novas cidades adeptas.
Outra
importante
ferramenta
é
sua
página
no
facebook
Facebook.com/programacidadessustentaveis. Através dessa página é possível compartilhar
inúmeras campanhas de incentivos direcionadas aos cidadãos, para que vejam a
38
sustentabilidade como algo determinante no momento em que escolhem o candidato a prefeito,
também é uma ferramenta de incentivo aos cidadãos para que iniciem uma cobrança aos atuais
prefeitos para realizarem boas práticas e assinarem a Carta Compromisso, incentivo também
aos próprios cidadãos a realizarem boas práticas. Essa é uma das principais ferramentas do
programa para incentivar e disseminar a todo instante a sustentabilidade pelas mentes das
pessoas.
Além dessas, há o site www.cidadessustentaveis.org.br/youtube, onde estão disponíveis alguns
vídeos
sobre
o
Programa
Cidades
Sustentáveis
e
o
site
www.cidadessustentaveis.org.br/googlemais que também ajuda a espalhar a ideia do Programa
entre as pessoas.
É evidente que a internet no mundo globalizado em que vivemos é uma ferramenta importante
para qualquer organização que deseje adentrar a mente da população. A internet é utilizada de
várias maneiras para disseminar, incentivar e explicar o Programa Cidades Sustentáveis. E é
uma forma dos cidadãos também agirem a favor da causa.
3.1. Brasileiros e a Política
Todos os anos em que há eleição centenas de candidatos fazem e dizem tudo para ganhar os
votos dos eleitores. Para que consigam chegar ao objetivo é necessário que façam suas
promessas, ou seja, que estabeleçam suas propostas eleitorais, mas muitas dessas não
costumam ser concretizadas após a conquista do cargo.
Este é um fato que já se tornou costumeiro nas cidades brasileiras, mas há algumas táticas que
possibilitam a tomada de decisão pelo candidato mais apropriado, ou então, no que possui
propostas possíveis de serem cumpridas.
Alguns projetos têm nascido com o objetivo de cessar as promessas não cumpridas pelos
prefeitos. Com esse intuito foi criado o “Portal Compromisso Público”, para registro das
promessas e as ações dos políticos por todo o país.
Outro importante projeto de emenda constitucional foi apresentado pela Rede Nossa São Paulo,
que reúne mais de 600 ONGs. Esse projeto exige que os políticos eleitos determinem, em até
90 dias após a posse, um Programa de Metas e Prioridades para seu mandato, além de propor o
cumprimento das promessas políticas.
39
Essa prática de prometer e não cumprir é característica da política brasileira, porque os
cidadãos não têm o hábito e a consciência de buscar por seus direitos, através da cobrança das
promessas feitas pelos prefeitos.
É necessário que haja uma mudança no pensar do brasileiro, pensando na política como algo
primordial para chegarmos a nossa tão sonhada qualidade de vida e redução da desigualdade
social.
Para que o Programa Cidades Sustentáveis se concretize, há a necessidade dos cidadãos e os
órgãos como a Rede Nossa São Paulo, cobrarem dos prefeitos as práticas sustentáveis nos
municípios brasileiros a fim de cumprir com as metas definidas.
CONCLUSÃO
O que pensar da construção de viadutos ou chafarizes enquanto há crianças passando fome,
mães desassistidas ou pessoas vivendo em condições de miséria? Trata-se de uma tomada de
posição ética fundamental. Somos uma sociedade rica, temos os conhecimentos necessários,
sabemos as medidas e as formas de organização necessárias. Trata-se aqui de uma tomada de
decisão pela construção de uma cidade civilizada e sustentável.
Temos a responsabilidade de assegurar o desenvolvimento sustentável e, ao mesmo tempo,
responder aos desafios em cooperação com outros níveis de governo. Para isso, precisamos
adotar uma abordagem mais efetiva e integrada nas políticas locais e regionais,
compatibilizando os objetivos ambientais, sociais, políticos, culturais e econômicos. E garantir
que esforços para melhorar a qualidade de vida local não ponham em risco a qualidade de vida
de pessoas noutras partes do mundo ou das gerações futuras. As administrações municipais são,
no dia-a-dia, o nível de governo mais próximo dos cidadãos brasileiros.
O Programa Cidades Sustentáveis está ganhando cada vez mais visibilidade e força. Já
contamos com muitas adesões importantes e continuamos recebendo demandas das diferentes
regiões do país.
Com o estudo, ficou evidente a importância do envolvimento dos cidadãos, do governo, das
empresas e das ONGs para efetivação do Programa. Foi possível destacar que um único agente
não consegue mudar a situação da sociedade atual. É necessário mobilização de todos.
40
É importante destacar que devemos aprimorar alguns instrumentos de gestão, principalmente
no que diz respeito à produção e qualidade das informações, fundamentais para o bom
planejamento e para o estabelecimento e cumprimento das metas propostas. Além disso, é
importante que a sociedade esteja bem informada, que perceba a transparência e os esforços da
gestão por sua participação, o que resulta geralmente em uma sociedade comprometida e
parceira para alcançar os resultados que levam à melhoria da qualidade de vida e ao bem-estar
de todos.
Podemos pensar em um Pacto pelo Desenvolvimento Sustentável, utilizando as práticas
exemplares como referências de metas para todos os municípios que precisam avançar em
diferentes áreas. Ressaltamos, ainda, que a definição de metas baseadas em indicadores é um
dos compromissos assumidos pelos signatários do Programa Cidades Sustentáveis.
A capacidade de liderança dos políticos em administrar e planejar as práticas a serem
implementadas é importante, mas se faz necessário também o incentivo a participação
compartilhada entre poderes públicos, sociedade civil e setor privado. É de extrema
importância respeitar as necessidades locais e as prioridades da população.
Podemos dizer que o Programa Cidades Sustentáveis é a oportunidade para nos inspirarmos no
que já deu certo em pequena escala e buscarmos ampliar para todos os brasileiros a qualidade
de vida de uma sociedade justa, democrática e sustentável.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LASZLO, Christopher; ZHEXEMBAYEVA, Nadya. Sustentabilidade Incorporada: a nova
vantagem competitiva. 1ª edição. Rio de Janeiro: Quallitymark, 2011.
VEIGA, José Eli da. Sustentabilidade: a legitimação de um novo valor. São Paulo: Senac,
2010.
PORTILHO, Fátima. Sustentabilidade ambiental, consumo e cidadania. 2ª edição. São Paulo:
Cortez, 2010.
ZYLBERSZTAJN, David; LINS, Clarissa. Sustentabilidade e geração de valor: a transição
para o século XXI. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
Programa Cidades Sustentáveis. Disponível em: <http://www.cidadessustentaveis.org.br/>.
Acesso em: 10 de novembro de 2012.
41
Programa
Cidades
Sustentáveis.
Disponível
em:
<Facebook.com/programacidadessustentaveis>. Acesso em: 10 de novembro de 2012.
Programa
Cidades
Sustentáveis.
Disponível
em:
<www.cidadessustentaveis.org.br/googlemais>. Acesso em: 10 de dezembro de 2012.
Programa Cidades Sustentáveis. Disponível em: <www.cidadessustentaveis.org.br/youtube>.
Acesso em: 10 de dezembro de 2012.
Rede Nossa São Paulo. Disponível em: <http://www.nossasaopaulo.org.br/portal/>. Acesso em:
10 de dezembro de 2012.
42
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
RESILIÊNCIA, ESTRESSE E QUALIDADE DE VIDA NO
TRABALHO
Aluna: Gabriela Beatriz Toledo
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
2° Semestre 2012
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................... 5
CAPÍTULO I – A MUDANÇA NO MUNDO DO TRABALHO E
ESTRESSE OCUPACIONAL ........................................ 6
1.1. MUNDO EM GERAL ........................................................ 6
1.1.1. MUDANÇAS NO MUDANÇAS NO MUNDO DO
TRABALHO ............................................................ 7
1.2. ESTRESSE OCUPACIONAL ............................................ 10
1.2.1. ESTRESSORES OCUPACIONAL ......................... 10
1.2.2. AVALIAÇÃO DE ESTRESSE EM ADULTOS ...... 14
1.2.3. MEDICINA INTEGRATIVA .................................... 16
CAPÍTULO II – RESILIÊNCIA ............................................................... 18
2.1. CONCEITO DE RESILIÊNCIA ............................................. 19
2.2. PERSPECTIVA HISTÓRICA DO TERMO ............................ 20
2.3. CARACTERÍSTICAS DA PESSOA RESILIENTE ............... 21
2.4. ESCALA DE RESILIÊNCIA ................................................. 26
2.5. RESILIÊNCIA PLANETÁRIA ............................................... 27
CAPÍTULO III – QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ..................... 29
3.1. CONCEITO DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO .. 29
3.2. EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO CONCEITO DE
QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ............................... 29
3.3. MODELOS DE QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ..... 36
CAPÍTULO IV – PESQUISA SOBRE AS MELHORES EMPRESAS
PARA TRABALHAR .....................................................38
4.1. REVISTA ÉPOCA EDIÇÃO ESPECIAL: AS 130 MELHORES
EMPRESAS PARA TRABALHAR ......................................... 38
4.1.1. ETAPAS DA PESQUISA ............................................ 39
4.1.2. PESOS DO GUIA ........................................................ 40
4.1.3. APRESENTAÇÃO DA PESQUISA ............................. 40
4.2. REVISTGA VOCÊ S/A. GUIA 2012: AS MELHORES
EMPRESAS PARA VOCÊ TRABALHAR .............................. 41
4.2.1. ETAPAS DA PESQUISA .............................................. 42
4.2.2. PESOS DO GUIA .......................................................... 42
4.3. ANÁLISE DAS PESQUISAS .................................................. 43
4.4. RESULTADOS ....................................................................... 67
CONCLUSÃO........................................................................................... 70
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................71
4
INTRODUÇÃO
Atualmente um dos maiores ativos de uma empresa é o capital intelectual. Deste
modo exigem-se cada vez mais certas competências para o trabalho, como alto nível de
escolaridade, capacidade de adaptação a diferentes tipos de funções e o domínio de novas
tecnologias de comunicação e informação. Porém as competências requisitadas muitas vezes
não são correspondidas pelos trabalhadores já que as empresas adotam práticas de trabalho
mais flexíveis sem ter antes preparado os seus colaboradores para enfrentá-las.
Além das competências citadas, o mundo corporativo exige valores como
velocidade, competição e individualismo o que leva os seus colaboradores muitas vezes a
enfrentar adversidades. Para encarar os desafios cotidianos é importante que a empresa invista
em estratégias que proporcionem qualidade de vida no trabalho para que o colaborador se
sinta mais confortável ao encarar os desafios do dia a dia minimizando os danos causados
pelas adversidades e desenvolvendo em sua vida a resiliência, termo que será definido
posteriormente.
Diante deste cenário corporativo o presente estudo toma como base a área de
Recursos Humanos com ênfase em Gestão de Pessoas, o que possibilitou o questionamento
como os programas de qualidade de vida podem amenizar o estresse e promover a resiliência
nas organizações, pois surge o interesse de aprofundar os conhecimentos, uma vez que, a
questão emocional influencia de maneira bastante significativa as organizações atuais.
A partir do questionamento acima proposto, apresentam-se as seguintes perguntas
que são o escopo de pesquisa deste trabalho: Qual o impacto causado pelo estresse no dia a
dia do indivíduo trabalhador? Quais são os efeitos da resiliência e de um bom programa de
qualidade de vida frente ao estresse dos trabalhadores? Qual a importância do estudo da
resiliência para uma organização? Qual a importância da qualidade de vida para o
desenvolvimento de uma organização?
Estas questões vão ser respondidas e desenvolvidas ao longo deste trabalho para
que justamente consiga-se um melhor entendimento deste tema.
A hipótese deste trabalho se baseia na ideia de que indivíduos que possuem uma
boa qualidade de vida no trabalho suportem melhor as adversidades que o atingem em seu
cotidiano ficando menos estressados e maximizando o resultado da empresa na qual
empregam o seu trabalho.
Através disso, pode-se destacar que o objetivo geral é justamente apresentar
reflexões sobre a resiliência e a qualidade de vida no trabalho e suas influências no estresse
5
sentido pelos trabalhadores. Em relação aos objetivos intermediários destacam-se o
levantamento da literatura escrita sobre resiliência, qualidade de vida no trabalho na área
organizacional e estresse ocupacional bem como o levantamento de dados em um estudo
sobre duas pesquisas realizadas com o intuito de verificar quais são as melhores empresas
para se trabalhar. O estudo dessas pesquisas busca esclarecer em que medida as empresas
estão atualizadas com as necessidades dos trabalhadores no mundo de hoje no que se refere a
qualidade de vida no trabalho.
Este trabalho está delimitado no sentido de que pretende utilizar os principais
conceitos e fundamentos sobre os temas da resiliência e da qualidade de vida no mundo
moderno onde há constantes mudanças de paradigmas a todo momento e para avaliar o
impacto causado nas pessoas que não possuem resiliência.
Sendo assim, este estudo vai ter como base fundamental a análise aprofundada de
duas pesquisas feitas junto a empresas que são consideradas as melhores empresas para se
trabalhar, verificando o que é levado em consideração para a escolha dessas empresas. Após
isso serão então observadas as empresas que aparecem nas duas pesquisas analisadas a fim de
perceber se o reconhecimento por ser uma das melhores empresas para se trabalhar afetam os
resultados financeiros das mesmas. Estas pesquisas são realizadas por organizações
respeitadas e publicadas por revistas conhecidas e que atingem um alto número de leitores.
Feito este estudo, será possível analisar a questão da qualidade de vida nas
empresas e se estas promovem formas para que a resiliência seja desenvolvida pelos seus
colaboradores, de forma a suportarem as adversidades e fatores estressantes que os cercam no
dia a dia no novo mundo do trabalho.
Este trabalho busca contribuir com um material teórico baseado em uma análise
de uma pesquisa realizada junto a organizações consideradas como as melhores empresas para
se trabalhar, com o intuito de possibilitar a novos acadêmicos e ao mundo científico
informações adicionais para o estudo da resiliência e da qualidade de vida na área
organizacional. O que vai ajudar a perceber os problemas existentes e ajudar a corrigi-los, a
fim de auxiliar as pessoas a enfrentar esses problemas e não serem abatidos por eles, a fim de
que elas desenvolvam as tarefas com eficiência e que, este trabalho permita a progressão e o
desenvolvimento destes indivíduos para se tornarem pessoas de referência na sociedade
proporcionando também o seu crescimento e melhoria.
Para a fundamentação da pesquisa deste trabalho, o mesmo será dividido em três
partes de referenciais teóricos e uma parte que será utilizada para a exibição da pesquisa.
6
O Capítulo 1 é apresenta as mudanças ocorridas nos últimos tempos no mundo do
trabalho assim como das exigências atualmente requeridas pelas empresas a cerca dos
atributos esperados dos seus colaboradores. Este capítulo trata também do estresse
ocupacional, de que forma as pessoas podem reagir a esse estresse e como a medicina
integrativa trabalha a fim de evitar o estresse agindo de modo integrado.
O Capítulo 2 aborda o conceito da resiliência e sua perspectiva histórica,
ilustrando as características que se espera de um indivíduo resiliente, as tendências para a
promoção da resiliência e também a resiliência planetária.
O Capítulo 3 expressa a questão da qualidade de vida no trabalho, o seu conceito,
a sua evolução histórica e a importância do seu desenvolvimento no contexto corporativo para
a satisfação e desenvolvimento de seus colaboradores.
O Capítulo 4 relata a forma utilizada para analisar as pesquisas publicadas pela
Revista Época e pela Revista Você/SA e os resultados obtidos dessas análises.
Capítulo 1. A Mudança no mundo do trabalho e Estresse ocupacional
No mundo globalizado em que vivemos onde as coisas devem ser feitas de
forma rápida e otimizada cada vez mais se percebe o sofrimento psíquico da sociedade que é
cobrada por ser um modelo de excelência assim como os seus trabalhadores. Essa cobrança
pode acarretar níveis alarmantes de estresse e provocar doenças nesses indivíduos.
1.1 Mudanças no mundo em geral
Nos dias atuais onde o mundo passa por mudanças constantemente,
proporcionado um clima de incertezas, as pessoas se tornam cada vez mais ansiosas por
resultados e buscam certezas. A sociedade passa por uma acelerada mudança onde as certezas
do passado se misturam as com as novas informações que devem ser absorvidas de forma
rápida a fim de manter-se atualizado. As cobranças por um alto desempenho e adaptação
provoca um sofrimento psíquico quando não consegue manter sua energia física e mental. As
pessoas se tornam então ansiosas e para controlar isso fazem uso de ansiolíticos e acabam se
tornando dependentes deste tipo de fármaco e com o tempo caso a pessoa fique sem a droga
ela acaba por sentir alguns efeitos como: muita irritabilidade, insônia, dor pelo corpo todo.
7
Dessa forma é necessário buscar formas de controlar a ansiedade sem a utilização dessas
drogas que prejudicam a qualidade de vida das pessoas.
1.1.1. Mudanças no mundo do trabalho
Profundas mudanças ocorreram no mundo do trabalho nos últimos séculos e
atualmente em plena era da globalização as mudanças tornaram-se ainda mais marcantes,
posto que a globalização provoca uma necessidade de que constantemente sejam promovidas
reestruturações nas empresas a fim de que elas mantenham uma vantagem competitiva no
mercado. Essas reestruturações e a busca pela vantagem competitiva suscitam o
desenvolvimento de novas tecnologias, a descoberta de novos materiais e também novas
formas de organização e gestão do trabalho. Isso acarreta aos profissionais de diversas áreas
uma carga excessiva de trabalho mental e de tarefas requeridas.
Antes o processo produtivo era baseado nas teorias científica e clássica e era feito
principalmente em indústrias onde trabalhavam uma grande quantidade de pessoas e que
pertenciam a uma estrutura ampla e verticalizada onde havia diversos níveis hierárquicos
como operacional, de supervisão e de planejamento e gestão. A produção era feita de forma
racionalizada e mecanizada e possuía a finalidade de fazer produtos homogêneos a fim de
atender demandas de massa e pouco diversificadas. Os funcionários atuavam em seus postos
de trabalho com operações que pouco exigia conhecimento, apenas precisavam memorizar
movimentos operacionais pré-determinados e com pouca variação, repetindo assim uma
mesma sequencia.
No final dos anos sessenta, devido a crises sindicais, econômicas e do modo típico
de autoridade patronal houve quedas significativas na lucratividade e na produtividade e este
sistema de produção começou a ser deixado de lado, já que ele não conseguia resolver os
problemas que se apresentavam naquele período. Neste período surge então o “modelo
japonês” também conhecido por Toyotismo que se espalhou a partir da década de 1960 e que
tinha como características um sistema flexível de mecanização onde deve ser evitada ao
máximo a formação de estoques, produzindo apenas o suficiente para atender a demanda do
mercado no tempo necessário e visando sempre a qualidade total nos seus produtos que eram
feitos a fim de atender as exigências do mercado. Contava como uma mão de obra qualificada
para a execução das tarefas e polivalente, podendo atuar em diversas áreas do sistema de
produção da empresa.
8
Essa mudança de paradigma taylorista-fordista para o modelo japonês ocasionou
uma nova forma de se perceber o trabalho. As organizações estão hoje em dia com a sua
estrutura de níveis hierárquicos reduzidas, valorizam mais a educação de seus colaboradores,
exige cada vez mais qualidade ao mesmo tempo em que custos devem ser reduzidos, exigindo
também que a flexibilidade seja valorizada. O trabalho em equipe é incentivado.
Essas alterações constantes no ambiente e modo do trabalhador executar as suas
tarefas impacta os trabalhadores que devem se readaptar a uma nova forma de trabalhar. Essas
mudanças requerem tempo para a adaptação do trabalhador e também causam um desgaste
nos envolvidos na mudança que passam por um período de incertezas referente ao que a nova
mudança trará e se ele será favorecido com isso, sendo importante que o indivíduo desenvolva
uma forma de superar essas adversidades.
Os colaboradores por sua vez estão cada vez mais heterogêneos, o que é uma
dificuldade para a organização que precisa alinhar todos os seus colaboradores e ao mesmo
tempo satisfazê-los.
Atualmente as empresas buscam profissionais qualificados que possuam
conhecimentos atualizados acompanhando as mudanças do cenário internacional e também
resistindo ao estresse provocado por essas mudanças. As novas tecnologias demandam que
esses profissionais dominem as novas ferramentas tecnológicas e faça uso das mesmas de
forma a promover uma comunicação apropriada para promover bons negócios entre diferentes
organizações. Devido as rápidas mudanças o profissional necessita possuir uma autonomia
para não atravancar o processo decisório assim também como comprometimento e
responsabilidade com as suas tarefas. Para manter um nível competitivo com vantagem
competitiva é importante que o funcionário seja criativo para lidar com diferentes situações e
agir de modo inovador para atingir o sucesso no seu trabalho.
Dado a globalização do mundo o teletrabalho ganha cada vez mais importância e
surge como uma alternativa diante da complexidade que envolve as mudanças no processo de
trabalho. Porém o teletrabalho limita o contato entre os colaboradores que já não mais
convivem no mesmo espaço, o que ocasiona mudanças de comportamento, pois o indivíduo
passa a ficar mais distante das relações sociais. Dessa forma é importante que as empresas ao
estruturarem esse modo de trabalho se preocupem para que não gere no profissional um
enclausuramento em sua residência.
9
1.2 Estresse ocupacional
Devido as constantes mudanças advindas do mundo globalizado as pessoas
precisam estar em constante adaptação, o que gera ansiedade e preocupação sobre quais serão
as consequências da mudança.
“Para Albrech (1988), o estresse pode ser caracterizado como a
doença endêmica da nossa era. [...] Para esse autor, esta “era da
ansiedade” tem sido o resultado dos grandes processos de mudanças
vivenciados no século XX: 1. a passagem da vida rural para a vida
moderna; 2. a passagem do estacionário para o móvel; 3. a passagem
da autossuficiência para o consumo; 4. a passagem do isolamento para
a interligação; 5. a passagem da atividade física para a vida sedentária.
Para o autor, o ritmo em que se processam tais mudanças tem-se
refletido em altos custos em termos de bem-estar físico e mental. Tal
opinião é compartilhada por Tofler (1970). Para esse autor, tal ritmo
de mudanças tem-se revelado extremamente prejudicial à manutenção
de níveis aceitáveis de bem-estar emocional, de saúde física e de
qualidade de vida. Segundo ele, os excessos de mudanças
característicos de nossa era têm levado à perda do sentido de
continuidade e previsibilidade, elementos fundamentais à manutenção
da saúde humana.” (SANTANA e KILIMNIK, 2011, p. 177).
Um dos principais fatores do Estresse no Trabalho é a ausência das manifestações
das angústias, frustrações e emoções sentidas no ambiente corporativo, já que a sociedade não
aprova essa atitude. Por isso as pessoas acabam obrigadas a aparentar um comportamento
emocional diverso do que realmente sente.
“O termo estresse provém do verbo latim stringo, stringere, strinxi,
strictum que tem como significado apertar, comprimir, restringir. A
expressão existe na língua inglesa desde o século XIV sendo utilizada,
inicialmente para exprimir uma pressão ou uma contração de natureza
física. Apenas no século XIX o conceito se alargou para passar a
significar também as pressões que incidem sobre um órgão corporal
ou sobre a mente humana.” (Bicho, 2007).
10
Estresse é definido pelo Dicionário Aurélio (2001) como o conjunto de reações do
organismo a agressões de origens diversas, capazes de perturba-lhe o equilíbrio interno.
O termo estresse ocupacional, porém se restringe apenas aos estressores
organizacionais que possibilitam a identificação de demandas organizacionais.
“Em meio à multiplicidade de pesquisas, nota-se que o termo estresse
ocupacional tem sido utilizado de modo pouco consistente, havendo
desentendimentos sobre seu significado e formas de medição.
Segundo Jex (1998), as definições de estresse ocupacional dividem-se
de acordo com três aspectos: (1) estímulos estressores: estresse
ocupacional refere-se aos estímulos do ambiente de trabalho que
exigem respostas adaptativas por parte do empregado e que excedem a
sua habilidade de enfrentamento (coping); estes estímulos são
comumente chamados de estressores organizacionais; (2) respostas
aos eventos estressores: estresse ocupacional refere-se às respostas
(psicológicas, fisiológicas e comportamentais) que os indivíduos
emitem quando expostos a fatores do trabalho que excedem sua
habilidade de enfrentamento; (3) estímulos estressores-respostas:
estresse ocupacional refere-se ao processo geral em que demandas do
trabalho têm impacto nos empregados.” (PASCHOAL e TAMAYO,
2004).
1.2.1 Estressores organizacionais
No ambiente de trabalho podemos perceber diversos estímulos estressores. Estes
estressores segundo Albrecht (1988) podem ser agrupados em três categorias, como: natureza
física, social ou emocional. Os estressores de natureza física podem ser provenientes de:
Ventilação
Barulho
Poluição
Falta de espaço
Calor ou frio excessivo
Iluminação
Ruído
11
Ergonomia
Falta de ferramentas adequadas
Lesão física
Os estressores de natureza social podem se originar de:
Insatisfação salarial
Relacionamento com colegas, chefe, clientes, stakeholders da empresa, etc.
Mudanças determinadas pela empresa
Os estressores de natureza emocional podem se decorrer de:
Sobrecarga de trabalho
Horários de trabalho diversos, viagens e variações do ritmo das atividades
sociais, etc.
Mudanças Constantes
Falta de Estímulos (Tédio, sensação de nulidade, solidão)
Falta de Perspectivas
Os efeitos desses estressores podem piorar quando os procedimentos
organizacionais não ficam claros e nas tarefas que devem ser realizadas por cada um dos
colaboradores.
Essa adaptação fisiológica que é necessária para a preservação da espécie, quando
apresentada diariamente em um ambiente de trabalho estressante pode fazer com que essas
alterações metabólicas, que deveriam ser temporárias, se tornem crônicas.
O estresse pode afetar o organismo de várias formas, inclusive contribuindo para
o surgimento de doenças. As doenças causadas pelo estresse dependem da natureza,
intensidade e duração da situação, além das tendências hereditárias e dos acontecimentos
ocorridos durante os primeiros anos de vida do indivíduo. O estresse pode atingir os sistemas:
imunológico, nervoso e endócrino.
É válido resaltar que não são apenas situações ruins que deixam as pessoas
estressadas. Todas as mudanças que o indivíduo passa na vida e que proporcione algum tipo
de reação maior do que a sua capacidade interna pode aguentar geram situações de estresse.
Por mais que seja uma situação feliz o organismo pode alterar a pressão arterial e a frequência
cardíaca do indivíduo que foi acometido pelo estresse.
12
A Tabela 1 apresenta alguns sintomas que atingem os indivíduos que são
acometidos pelo estresse, nas esferas física, psicológica e comportamental.
Sintomas
Físicos
Psicológicos
Comportamentais
Alteração na pressão arterial Ansiedade
Absenteísmo
Dermatoses
Baixa autoestima
Abuso de drogas
Distúrbios do sono
Depressão
Excesso ou perda de apetite
Dores de cabeça
Desmotivação
Evitar contatos com os colegas
Esgotamento físico
Emoção acentuada
Imobilidade ou passividade
Gastrite
Irritabilidade
Redução na produção
Mudança de apetite
Memória fraca
Redução na qualidade do trabalho
Baixa imunidade
Dificuldade para se concentrar
Sensibilidade para críticas
Tabela 1 – Sintomas causados pelo estresse nos indivíduos
Fonte: Elaborado pelo próprio autor
O tipo de doença que o indivíduo poderá desenvolver relativa ao estresse
dependerá do tipo de desgaste que ele será submetido rotineiramente no seu local de trabalho
e nas suas relações de trabalho. Tantos os estressores físicos quanto os psicossociais podem
ser danosos para a saúde do profissional, pois alguém que foi afetado por um ou mais
estressores psicossociais não consegue trabalhar de forma produtiva e normalmente está
deprimido e nervoso. A exposição aos danos causados por essas alterações metabólicas atinge
desde o operário até o mais alto cargo de gestão, cada qual será afetado com o efeito do
estressor a que foi exposto.
1.2.2. Avaliação de Estresse em Adultos
Segundo o site do Centro Psicológico de Controle do Estresse pertencente ao
Instituto de Psicologia e Controle do Stress Marilda Emmanuel Novaes Lipp, o estresse
emocional é o que sentimos no corpo e na mente quando nos deparamos com exigências de
certa situação que suplantam a nossa capacidade de adaptação. O estresse só pode ser
considerado como patológico quando o nosso organismo não mais consegue se adaptar a
aquela situação, ficando exausto. Então se alguma adversidade maior surge ou se o fator
13
estressante permanece por muito tempo, então o desgaste que já havia pode permitir a
manifestação de doenças.
Para um diagnóstico na identificação do estresse, bem como o processo de
estresse nos quais os indivíduos se encontram foi criado um Inventário de Sintomas de Stress
para Adultos (ISSL),
“[...] padronizado por Lipp e Guevara (1994) que baseou-se num
modelo trifásico desenvolvido por Selye. No período da padronização
do inventário, uma quarta fase foi identificada, denominada de quaseexaustão, por se encontrar entre a fase de resistência e a de exaustão.
Nesta fase, as defesas do organismo começam a ceder e ele já não
consegue
resistir
às
tensões
e
restabelecer
a
homeostase.”
(BARRIONUEVO et al, 2008).
O ISSL baseia-se então em um modelo quadrifásico composto pelas fases: alerta,
resistência, quase exaustão e exaustão. O stress envolve sintomas tanto de ordem física como
de ordem psicológica. Quanto mais avançada a fase, mais doente podemos ficar. Calais,
Andrade & Lipp (2003) caracterizam essas fases como,
“[...] a fase de alerta se caracteriza por reações do sistema nervoso
simpático, quando o organismo percebe o estressor (o evento). A fase
de resistência apresenta-se quando esse estressor permanece presente
por períodos prolongados ou se é de grande dimensão. Na fase de
quase exaustão, há um enfraquecimento e aparecimento de doenças
não muito graves, já na fase de exaustão, o stress ultrapassou a
possibilidade do indivíduo conviver com ele e está associado a
diversos problemas como úlceras, gengivites, psoríase, hipertensão
arterial, depressão, ansiedade, problemas sexuais, dentre outros. Cada
fase envolve uma sintomatologia diferenciada que é acompanhada de
mudanças hormonais correspondentes (SELYE, 1956).”
Ter o conhecimento das causas que provocaram o estresse é fundamental para
poder saber como aliviá-lo e até mesmo evitá-lo no futuro quando o indivíduo novamente se
defrontar com a situação que anteriormente o deixou estressado.
O ISSL foi elaborado a fim de responder a três questões:
A pessoa tem stress?
Em que fase (alerta, resistência, quase-exaustão ou exaustão) está?
Há prevalência de sintomas físicos ou psicológicos?
14
De acordo com Barrionuevo et al. (2008)
“O ISSL fornece uma medida objetiva da sintomatologia do estresse
em jovens acima de 15 anos e adultos. Sua aplicação leva
aproximadamente 10 minutos e pode ser realizada individualmente ou
em grupos de até 20 pessoas. Não é necessário ser alfabetizado, pois
os itens podem ser lidos para a pessoa. O Instrumento é formado por
três quadros referentes às fases do estresse. O primeiro quadro,
composto de 15 itens refere-se aos sintomas físicos ou psicológicos
que a pessoa tenha experimentado nas últimas 24 horas. O segundo,
composto de dez sintomas físicos e cinco psicológicos, está
relacionado aos sintomas experimentados na última semana. E o
terceiro quadro, composto de 12 sintomas físicos e 11 psicológicos,
refere-se a sintomas experimentados no último mês. Alguns dos
sintomas que aparecem no quadro 1 voltam a aparecer no quadro 3,
mas com intensidade diferente. No total, o ISSL apresenta 37 itens de
natureza somática e 19 psicológicas, sendo os sintomas muitas vezes
repetidos, diferindo somente em sua intensidade e seriedade. A fase 3
(quase-exaustão) é diagnosticada na base da frequência dos itens
assinalados na fase de resistência.”
O diagnóstico de estresse só pode ser realizado por um profissional da área.
Abaixo há um questionário retirado do site do Centro Psicológico de Controle do Stress
(CPCS) e foram feitas algumas adaptações em sua estrutura para a apresentação neste
trabalho. Este instrumento permite apenas verificar se o que o respondente do questionário se
sente se parece com o que pessoas estressadas relatam sentir. Este método de avaliação foi
elaborado pelo Centro Psicológico de Controle do Stress.
Selecione na caixa à esquerda cada um dos sintomas que você tem sentido nos
últimos dez dias.
Sintomas psicológicos em adultos
Queda de produtividade
Confusão mental
Apatia
Dificuldade de concentração
Sensação de desgaste ao acordar
15
Auto-estima baixa
Dificuldade com a memória
Depressão
Irritabilidade acima do justificável
Sintomas físicos em adultos
Tensão muscular
Dores de cabeça
Dores de estômago ou gastrite
Pressão alta
Herpes
Taquicardia
Problemas dermatológicos
Aftas, retração das gengivas
Resfriados
Infecções
Tontura
16
Outros sintomas em adultos
Acidentes de carro
Derrubar documentos ou objetos
Sentir-se desnorteado em lugares
conhecidos
Esbarrar em paredes ou objetos
Perder objetos
Pequenos acidentes (cortes, etc.)
Tabela 2: Avaliação de Estresse em Adultos
Fonte: Instituto psicológico controle do Stress (Com adaptação)
Pontos para refletir quanto ao Levantamento de Sintomas:
Quanto mais sintomas assinalados, mais intenso está o seu nível de tensão.
Verifique se os sintomas assinalados são mais psicológicos ou físicos e reflita.
• Qual deles mais o preocupa?
• Para quais você deveria dar atenção imediata?
• Que problemas de saúde futuros esses sintomas poderão lhe acarretar?
• Que ações você pode tomar para eliminar alguns destes sintomas?
Após a descoberta do nível de estresse apresentado pelo indivíduo é aconselhável
que o mesmo busque formas de amenizá-lo. Algumas técnicas utilizadas para isso são:
práticas de esportes, tempo para se dedicar a atividades consideradas agradáveis e relaxantes,
desenvolvimento de capacidades de gestão de tempo ou de resolução de conflitos.
Também é importante que o trabalhador aprenda a administrar o seu tempo e a
lidar com o trabalho que lhe é proposto.
1.2.3 Medicina Integrativa
O estresse pode afetar o organismo de várias formas, inclusive contribuindo para
o surgimento de doenças tanto agudas como crônicas. Devido a rotina repleta de
compromissos e obrigações na qual as pessoas atualmente vivem o estresse não pode ser
evitado, mas deve-se buscar formas para controlá-lo e ajuda para mudança. O modo como
lidamos com as mudanças é importante para seguirmos em frente e nos adaptarmos a ela ou
17
cultivarmos um grau de insatisfação que aos poucos torna esse sentimento em um agente
causador de doenças.
Face ao entendimento de que o estresse pode resultar em doenças para o indivíduo
que deve dividir a sua atenção em diversas atividades é importante conhecer o conceito da
medicina integrativa que busca ver o ser humano de forma holística.
A Medicina integrativa é um enfoque médico que busca abordar de modo integral
e completo o processo de cura do paciente, envolvendo sua mente, corpo e espírito. Ela
combina a Medicina Convencional com as práticas de Medicina Complementares, que tenham
se mostrado mais promissoras, segundo o site do Hospital Albert Einstein.
Conforme o Site Medicina Integrativa, o Dr. Tarso de Lima diz que na medicina
integrativa “O paciente é visto como um todo e, a partir de então, o melhor tratamento é
indicado por meio de uma análise cuidadosa. Trata-se não apenas o sintoma, mas também a
sua origem”.
A medicina integrativa pensa sempre no todo e age de forma a articular saberes e
práticas, acolher a diversidade e ter competência cultural. Não há uma exclusão do tratamento
tradicional e utilização de um tratamento alternativo, e sim uma junção de ambos os
tratamentos, a fim de que haja uma sinergia no tratamento.
A estratégia terapêutica utilizada é a de que cada pessoa é única e assim cada
processo de adoecer também é único. Segundo o site de Cristina Sales, “no processo de
instalação das doenças crônicas intervêm muitos fatores que estão relacionados com o estilo
de vida e com a relação consigo mesmo e com o ambiente envolvente”.
Com o passar do tempo o passou a ser observado de forma fragmentada, de modo
que cada parte foi confiada aos cuidados de um profissional distinto. De acordo com o site
Medicina Integrativa,
“Para alcançarmos o bem-estar é fundamental ver o sistema como um
todo integrado e a partir desta visão integrar o homem no seu pensar,
sentir e agir. Integrá-lo com seu semelhante, restar o vínculo original
com a espécie, para isso reconciliá-lo com sua família de origem, sua
família atual, assim como com a sociedade em geral, representada
principalmente, pelo trabalho e círculo de amizades. Quando podemos
nos ver como membros de uma mesma espécie e reverenciarmos a
vida tornando cada gesto um ato sagrado, nos reconciliamos com o
universo inteiro.”
18
O “[...] objetivo é facilitar as pessoas em seu caminho de autoevolução e expansão da consciência, de modo a utilizarem de forma
integrada seu potencial criativo, intelectual, emocional e energético
(espiritual) na vida diária e com isso alcançar a saúde. Nascemos com
grandes potenciais que foram inibidos pela nossa criação, pelas nossas
crenças pessoais e arquetípicas”.
[...] “O “corpo” não é capaz de realizar a cura quando está
sobrecarregado com stressores diversos: emocionais, tóxicos ou
ambos, mas quando lhe damos a informação apropriada ele se cura a
si próprio. “Corpo” está entre aspas porque não estamos falando
apenas do nosso corpo físico, mas também dos nossos corpos
emocional, mental e de energia. Aqui apenas faço essa separação, para
fins de entendimento didático, uma vez que esses corpos não estão
separados, mas são uma Unidade Indivisível. E essa compreensão já
faz parte da cura.”
Percebe-se portando que para a cura dos males que atingem o ser humano é
preciso observar o individuo de modo integrado, pois o que afeta uma parte do indivíduo gera
consequências em outras partes. O site Medicina Integrativa diz ainda que,
“O principal objetivo é integrar o psíquico e o somático, que na
realidade nunca estiveram separados, mas que desde dos tempos de
Platão, vêm sendo considerados como duas entidades distintas. Graças
a esse "mal entendido", o homem vem se dissociando e com isso
gerando mal estar e doenças em si, na família e na sociedade.”
Dessa forma é possível entender que o ser humano é afetado pelo ambiente em
que vive e que precisa se adaptar a este ambiente compreendendo o seu ser de modo holístico.
Capítulo 2. Resiliência
A resiliência se mostra uma característica extremamente necessária tanto para o
ser humano quanto para o mundo que o cerca visto que o atual estilo de vida repleto de
cobranças e preocupações causa uma constate sensação de tensão. Ela se mostra assim
19
fundamental para uma condição de vida e de trabalho satisfatórios de forma que as
adversidades sejam superadas.
2.1 Conceito de Resiliência
A resiliência pode ser explicada através da capacidade interna que um indivíduo
tem de desenvolver dentro de si características que possibilitam a ele enfrentar dificuldades
agindo de uma maneira de que a situação em que ele se encontra não altere seu emocional, de
modo que ele volte rapidamente a sua anterior condição sem prejudicar as suas atitudes.
Resiliência é uma palavra que provém da Física e que significa no contexto físico
como a propriedade pela qual a energia armazenada em um determinado corpo deformado é
devolvida quando cessa a tensão causadora de uma deformação elástica (Dicionário Aurélio),
ou seja, a capacidade de um corpo voltar ao seu estado normal após ter sofrido uma pressão
que foi removida. Já o dicionário de língua inglesa Longman Dictionary of Contemporary
English define o termo de duas formas. Psicologicamente define o termo como a capacidade
de tornar-se forte, feliz ou bem-sucedido novamente depois de uma situação difícil ou evento.
Já a sua definição física é de que resiliência é a capacidade de uma substância tal como a
borracha para retornar à sua forma original depois de ter sido pressionada ou dobrada.
Segundo o site consultado IGF (Intelect Gerenciamento Financeiro) o conceito de
resiliência:
Em Ciências Sociais, a resiliência é “uma qualidade de resistência e
perseverança da pessoa humana face às dificuldades que encontra”.
Em Medicina, é “a capacidade que o indivíduo tem de resistir, por si próprio
ou por medicamentos, a uma doença, infecção ou intervenção”.
Em Biologia, é “a capacidade que a natureza tem de se reorganizar após
passar por uma situação de devastação”.
Em Psicologia é “a capacidade que o ser humano tem em superar situações
adversas (perdas, estresse, crises) com o mínimo de disfuncionalidade no seu
comportamento, adaptando-se ou ajustando-se à nova situação”.
Atualmente, percebe-se que as pessoas lidam no seu cotidiano cada vez mais com
situações difíceis, e que compete a elas conseguir suportar ou não essas situações.
Acontecimentos internos e externos fazem com que as pessoas sintam-se alarmadas, com uma
sensação de insegurança crescente que se torna cada vez mais definida. É justamente por isso
que a resiliência surge. Para fazer com que os seres humanos busquem dentro de si formas
20
para serem flexíveis aos desafios que sempre surgem e se tornem capazes de fazerem as
coisas da forma esperada, para transformarem suas condutas e permanecerem dispostos a
continuar fazendo suas tarefas de rotina.
Segundo Pesce (2004) “compreende-se resiliência como o conjunto de processos
sociais e intrapsíquicos que possibilitam o desenvolvimento de uma vida sadia, mesmo
vivendo em um ambiente não sadio”.
Zimmerman e Arunkumar (1994) apud Dell’Aglio, Koller, Yunes (2006, p.23)
“afirmam que a resiliência e a invulnerabilidade não são termos que se equivalem, ou seja, a
resiliência seria uma habilidade de superar adversidades. Não significa, no entanto, que o
indivíduo saia completamente ileso de determinada situação adversa, como na idéia associada
ao termo invulnerabilidade”.
Dell’Aglio et al (2006) aponta que o enfoque da resiliência é estudar as situações
que levam ao desenvolvimento humano sadio e positivo. Dessa forma quando consideramos
que o ser humano atua em um ambiente que está repleto de condições estressantes e adversas,
maior será o desenvolvimento de habilidades que o favorecerá. Assim além de compreender
as situações e os fatores de risco, os estudos sobre a resiliência permitiram também que se
pesquisassem formas de diminuir as implicações provenientes de tais circunstâncias a fim de
mostrar que o ser humano não está reprimido a um ciclo sem saída.
Assim Ryff (1998) considera que a resiliência pode ser entendida como a
capacidade do ser humano de se manter bem, restaurar-se, podendo até, obter sucesso frente
às adversidades.
2.2 Perspectiva histórica do termo
Segundo Dell’Aglio et. al (2006) historicamente falando, a noção de resiliência
vem sendo empregada já a bastante tempo pela física e pela engenharia, sendo um de seus
precursores o cientista inglês Thomas Young, que em 1807, considerando tensão e
deformação, introduz pela primeira vez a noção de módulo de elasticidade. Young descrevia
experimentos sobre tensão e compressão de barras, buscando a relação entre a força que era
aplicada num corpo e a deformação que essa força produzia. Esse cientista foi também o
pioneiro na análise dos estresses causados pelo impacto, tendo elaborado um método para o
cálculo dessas forças (Timosheibo, 1983) apud (YUNES, 2003, p.77).
Segundo Infante (1997),
21
Um dos primeiros elementos que aparecem na literatura desses
últimos anos é o acordo explícito, entre os especialistas em
resiliência, de que existem duas gerações de pesquisadores
(Masten, 1999; Luthar e outros, 2000; Luthar e Cushing, 1999;
Kaplan, 1999). A primeira, nos anos 1970, se pergunta: “Entre
as crianças que vivem em risco social, o que distingue os que se
adaptam positivamente dos que não se adaptam à sociedade?”
(Luthar, 1993, em Kaplan, 1999).
Pesquisas como esta buscam identificar os fatores de risco e de resiliência que
influenciam no desenvolvimento de crianças que se adaptam positivamente, apesar de
viverem em condições de adversidade. Segundo Infante (1997) um marco nessa primeira
geração é o estudo longitudinal de Emmy Werner e Ruth Smith (1992) em Kauai, Havaí.
Neste estudo,
“Foram estudadas 505 pessoas, durante 32 anos, do período pré-natal,
em 1955, até a vida adulta. O estudo consistiu em identificar, em um
grupo de indivíduos que viviam em condições de adversidade
similares, os fatores que diferenciavam os que se adaptavam
positivamente à sociedade daqueles que assumiam condutas de risco.
No desenvolvimento histórico dessa primeira geração, começa-se a
ampliar o foco de pesquisa, que se desloca de um interesse em
qualidades pessoais, que permitiriam superar a adversidade (como a
auto-estima e autonomia) para um interesse maior em estudar os
fatores externos ao indivíduo (nível socioeconômico, estrutura
familiar, presença de um adulto próximo). A maioria dos
pesquisadores dessa geração se identificou com o modelo triádico de
resiliência, que consiste em organizar os fatores resilientes e de risco
em três grupos: os atributos individuais, os aspectos da família e as
características dos ambientes sociais a que as pessoas pertencem”
(Infante, 1997).
A segunda geração de pesquisadores começou a publicar nos anos 1990, se
pergunta: “Quais são os processos associados a uma adaptação positiva, já que a pessoa viveu
ou vive em condições de adversidade?”. O foco de pesquisa desta segunda geração retoma o
interesse da primeira em entender que fatores estão presentes nos indivíduos com alto risco
22
social, que se adaptam de modo positivo à sociedade, ao que acrescentam o estudo da
dinâmica entre fatores que estão no alicerce da adaptação resiliente. De acordo com Infante
(1997) dos “pesquisadores pioneiros na noção dinâmica de resiliência, Michael Rutter (1991)
propôs o conceito de mecanismos protetores e Edith Grotberg (1993) formulou o conceito
que, como veremos, dá base ao Projeto Internacional de Resiliência (PIR)”.
Michael Rutter (1991, em Infante, 1997) entende resiliência:
Como uma resposta global em que estão em jogo os mecanismos de
proteção, entendendo por estes não a valência contrária aos fatores de
risco, mas aquela dinâmica que permite ao indivíduo sair fortalecido
da adversidade, em cada situação específica, respeitando as
características pessoais.
Segundo Infante (1997) Edith Grotberg foi precursora na noção dinâmica da
resiliência, já que em seu estudo PIR define que esta requer a interação de fatores resilientes
advindos de três diferentes níveis: suporte social (eu tenho), habilidades (eu posso) e força
interna (eu sou e eu estou). Dessa forma, apesar de organizar os fatores de resiliência num
modelo triádico, incorpora como elemento essencial a dinâmica e a interação entre esses
fatores.
Infante (1997) relata que dessa segunda geração autores mais recentes como
“Luthar e Cushing (1999), Masten (1999), Kaplan (1999) e Benard
(1999), que entendem resiliência como um processo dinâmico em que
as influências do ambiente e do indivíduo interatuam em uma relação
recíproca, que permite à pessoa se adaptar, apesar da adversidade. A
maioria dos pesquisadores, pertencentes a essa geração, simpatiza
com o modelo ecológico-transacional de resiliência, que tem suas
bases no modelo ecológico de Bronfenbrenner (1981). A perspectiva
que norteia o modelo ecológico-transacional de resiliência consiste em
o indivíduo estar imerso em uma ecologia determinada por diferentes
níveis, que interatuam entre si, exercendo uma influência direta em
seu desenvolvimento humano. Os níveis que formam o marco
ecológico são: o individual, o familiar, o comunitário (vinculado aos
serviços sociais), e o cultural (vinculado aos valores sociais). Ao
decifrar esses processos dinâmicos de interação entre os diferentes
níveis do modelo ecológico, poder-se-á entender melhor o processo
imerso na resiliência. Consequentemente, o desafio dessa geração de
pesquisadores é a identificação dos processos da base da adaptação
23
resiliente, que permitirá avançar na teoria e na pesquisa, além de
possibilitar a criação de estratégias programáticas dirigidas a
promover resiliência e qualidade de vida.”
2.3 Características da pessoa resiliente
Resiliência refere-se ao processo que age na presença do risco e através do qual
decorre efeitos tão bons ou ainda melhores do que os alcançados na falta de risco. Assim,
pessoas consideradas resilientes são aquelas que ao invés de fugirem ao risco, evidenciam boa
adequação frente a ele (Cowan, Cowan & Schulz, 1996).
Os primeiros pesquisadores que se dedicaram ao estudo da resiliência
apresentando-a como um fator que levava os indivíduos que viviam em circunstâncias
desfavoráveis a um bom desenvolvimento foram Pesce, Assis, Avanci, Malaquias e Oliveira
(2005). Eles estudaram o desenvolvimento infantil e do adolescente analisando a relação da
resiliência com acontecimentos de vida desfavoráveis e fatores de proteção. A amostra do
estudo realizado por eles foi de 997 adolescentes escolares da rede pública de ensino de São
Gonçalo/RJ. Como medida de resiliência utilizou-se a Escala de Resiliência desenvolvida por
Wagnild e Young (1993). Para medir eventos de vida os pesquisadores Pesce, Assis, Avanci,
Malaquias e Oliveira (2004) utilizaram escalas de violência física e psicológica, itens de
violência na escola e na localidade, violência entre irmãos e entre pais, e violência sexual
entre outros. Como fatores de proteção utilizou-se: Escala de Apoio Social de Shebourne e
Stewart, Escala de Auto-Estima de Rosemberg, itens abordando supervisão familiar,
relacionamento com amigos e professores. Os eventos de vida negativos não apresentaram
relação com a resiliência, enquanto os fatores de proteção mostraram-se todos correlacionados
com o constructo (Pesce et al., 2004).
Inicialmente caracterizada através de resultados positivos ou com base em traços
de personalidade, a resiliência é, atualmente, definida como um processo que conglomera
particularidades individuais (auto-estima e auto-eficácia) bem como fatores sociais, como a
rede de apoio social e a coesão familiar (Hardy, 2004 apud Couto, 2005).
Quanto às características individuais, a perspectiva no indivíduo é evidente, já que
conforme Couto (2005), é válido dizer que a resiliência refere-se a variações individuais, num
sentido positivo, em resposta ao risco. Dessa forma, algumas pessoas são afetadas
negativamente pelo estresse e adversidades enquanto outros conseguem lidar de maneira
24
satisfatória com eles. Porém não se pode atribuir a resiliência como uma característica
inalterável do ser humano. A mesma pessoa pode ter uma reação favorável a certa
adversidade em determinado período de sua história e, em outro, não conseguir fazê-lo
alcançando, dessa forma, resultados negativos (Rutter, 1987 apud Couto, 2005). Assim o foco
no indivíduo procura identificar resiliência a partir de características pessoais, como sexo,
temperamento e background genético (DELL’ AGLIO, KOLLER, YUNES, 2006).
De acordo com Couto (2005),
“o julgamento que o indivíduo faz de suas capacidades para a
realização
de
tarefas
em
diferentes
domínios
(cognitivo,
comportamental, etc.) foi definido por Bandura (1997) como autoeficácia. Para o autor, a auto-eficácia tem um papel fundamental na
produção de competências. Assim, de acordo com as variações nas
crenças de auto-eficácia, indivíduos com as mesmas competências, ou
o mesmo indivíduo em contextos diversos, podem ter diferentes
resultados na realização de uma tarefa. Assim, para Bandura, o
funcionamento efetivo requer não só competências, mas crenças de
auto-eficácia para usá-las bem. Um baixo senso de auto-eficácia, desta
forma, leva a auto-avaliações negativas que afetam o funcionamento
cognitivo e comportamental.”
A diferença está em como o indivíduo reage. A vivência de algo negativo nos
ensina a reagir de forma diferente e mais serena caso o mesmo evento venha a se repetir, o
que faz com que não tenhamos as mesmas reações. E não iremos tê-las porque nos
reajustamos e aprendemos a reagir de forma mais inteligente para não chegarmos, novamente,
a um estado de espírito abatido.
O Dr.Alberto D’Auria fornece o seguinte exemplo: “um indivíduo submetido a
situações de crises, estresse ou perdas e que sabe vencer sem lesões severas (rachaduras) é um
resiliente. Já aquele (a) que não possui resiliência é chamado (a) “homem ou mulher de
vidro”, que se “quebra” ao ser submetido a pressões e situações estressantes. A idéia de
resiliência pode ser comparada às modificações da forma de uma bexiga parcialmente inflada:
se comprimida, adquirindo as formas mais diversas e retornando ao seu estado inicial após a
remoção das pressões exercidas sobre a mesma”.
Já Tavares, J. (2001), define resiliência como “a capacidade de responder de
forma mais consistente aos desafios e dificuldades, de reagir com flexibilidade e capacidade
25
de recuperação diante de desafios e circunstâncias desfavoráveis, obtendo uma atitude
otimista, positiva e perseverante e mantendo um equilíbrio dinâmico durante e após os
embates”.
Deste modo, resiliência é a disposição que o indivíduo possui em saber lidar com
pressões e situações difíceis e adversas, sem prejuízo de sua saúde física e de seu equilíbrio
emocional. Quem é resiliente consegue recuperar-se após vencer cada desafio. E, quanto mais
resiliente é a pessoa, menor será o índice de doenças e maior será seu desenvolvimento
pessoal.
Resiliência significa equilíbrio entre tensão e capacidade de lutar, além de servir
de aprendizado para estarmos preparados quando outra situação adversa acontecer. Pessoas
resilientes abrem-se para outro nível de consciência.
Hoje em dia, várias organizações têm provido ferramentas e treinamentos nesta
área, pois aquele colaborador que não desenvolve a resiliência poderá apresentar queda de
produtividade e desenvolvimento de doenças. Com isto, todos os colaboradores e gestores
terão a oportunidade de aumentar o conhecimento de si mesmos, mudar suas respostas, tanto
comportamentais como emocionais, atenuando a ansiedade e o estresse diante das
adversidades e aumentando sua confiança quando incertezas se fizerem presentes.
Para Frederic Flach (1991), as características da pessoa resiliente são:
capacidade de aprender;
auto-respeito;
criatividade na solução de problemas;
habilidade em recuperar a auto-estima quando diminuída ou temporariamente
perdida;
independência de espírito: autonomia;
liberdade e interdependência;
habilidade de fazer e manter amigos;
disposição para sonhar;
bom senso de humor;
grande variedade de interesse.
Já, para Eduardo Camello (2004), são resilientes as pessoas que possuem uma combinação
das seguintes qualidades:
são bastante confiantes: acreditam em si mesmos e naquilo que são capazes de
fazer;
26
gostam e aceitam mudanças: encaram as situações de estresse e adversidades
como desafios a serem sempre superados;
têm baixa ansiedade e alta extroversão: são abertos a novas experiências e
formas de fazer as coisas. Nunca desanimam:
têm autoconhecimento e auto-estima positivos: conseguem administrar seus
sentimentos e suas emoções em ambientes imprevisíveis e emergenciais;
são emocionalmente inteligentes: conhecem suas emoções, sabem administrálas, conseguem automotivar-se, reconhecem emoções em outras pessoas e sabem manejar
relacionamentos;
são altamente criativos: procuram constantemente por inovações. Não se
conformam com a monotonia;
dispõem de uma eficaz capacidade de resposta: mantêm altos níveis de clareza,
concentração, calma e orientação frente a uma situação adversa.
2.4 Escala de Resiliência
A Escala de Resiliência foi desenvolvida por Wagnild e Young (1993). Este é um
dos poucos instrumentos usados para medir níveis de adaptação psicossocial positiva face a
eventos de vida adversos.
Possui 25 itens descritos de forma positiva com respostas tipo Likert de sete
pontos: 1 (discordo totalmente) e 7 (concordo totalmente). Os valores totais são obtidos por
somatório dos valores das respostas obtidas e podem variar entre 25 a 175, onde valores altos
equivalem à elevada resiliência.
O estudo da “Adaptação transcultural, confiabilidade e validade da escala de
resiliência” foi realizado por Pesce, Assis, Avanci, Malaquias e Oliveira (2005).
Na escala inicial os itens estão divididos em três fatores. O fator I, denominado de
“competências pessoais” contem 17 itens, que sugerem autoconfiança, independência,
determinação, invencibilidade, controle, desenvoltura e perseverança.
Os oito itens do fator II, denominado de “aceitação de si mesmo e da vida”
representam adaptabilidade, equilíbrio, flexibilidade e perspectiva de vida equilibrada.
Na adaptação os itens foram distribuídos da seguinte forma: o fator I agrupou sete
itens de competência pessoal e sete de aceitação de si mesmo e da vida; no fator II apenas
27
dois dizem respeito a competências pessoais e os outros quatro dizem respeito à aceitação de
si mesmo e da vida, o fator III agrupou cinco itens de competência pessoal.
A validade de critério foi estabelecida através de estudos da correlação com outras
escalas tais como: Escala de auto-estima de Rosenberg, Escala de Satisfação de Vida, Escala
de Apoio Social e Escala de Violência Psicológica.
O questionário de resiliência desenvolvido pelos pesquisadores encontra-se no
anexo A.
2.5 Resiliência Planetária
Aos poucos a sociedade começa a perceber que os problemas ambientais são
problemas de relevância planetária já que afeta todos os habitantes do planeta. O grande
causador destes problemas é o próprio ser humano que não planejou o desenvolvimento de
forma sustentável, mas sim exauriu os recursos naturais e degradou o meio ambiente. A
população deve começar a agir de forma a garantir um planeta que propicie qualidade de vida
as futuras gerações mudando alguns comportamentos prejudiciais ao planeta, buscando fazêlo de modo a não perder os benefícios adquiridos ao longo do processo evolutivo do homem.
Segundo Soglio (2008),
“Como qualquer outra espécie, a nossa espécie está causando
mudanças nos nossos meios e ao mesmo tempo recebendo a pressão
dessas mudanças. A capacidade das espécies de adaptação ao meio, de
resistência às suas mudanças, ou mesmo de recuperação após as
catástrofes naturais (resiliência), são chaves para a sobrevivência ou
extinção das mesmas. No caso da espécie humana, temos condições de
avaliar nossos caminhos, e eles apontam para diferentes direções de
mudanças no Planeta. Em algumas das direções podemos até nos
adaptar, porém em outras somos ameaçados de extinção. Todavia,
temos que utilizar nossa capacidade de reflexão sobre o futuro para
decidir por onde ir, e como fazer para minimizar nossos riscos e
maximizar nossas chances no futuro.”
28
Para evitar a degradação do planeta deve-se capacitar as pessoas de modo que elas
optem por fazerem escolhas sustentáveis. Escolhas individuais podem afetar de forma global,
devido a globalização e as pressões por recursos naturais.
O Relatório do Painel de Alto Nível do Secretário-Geral das Nações Unidas Sobre
Sustentabilidade Global lembra que,
[...] o problema não se limita às escolhas não sustentáveis, mas
principalmente à falta de escolhas. A verdadeira escolha só será
possível quando os direitos humanos, necessidades básicas, segurança
e resiliência humanas forem garantidos. As áreas prioritárias de ação
incluem:
Cumprimento
dos
princípios
fundamentais
do
desenvolvimento: compromissos internacionais para erradicar
a pobreza, promover os direitos humanos e a segurança
humana e avançar a igualdade de gênero;
Promover a educação para o desenvolvimento sustentável,
inclusive educação secundária e vocacional, e capacitação
para ajudar a assegurar que toda a sociedade possa contribuir
para soluções para os desafios atuais e aproveitem as
oportunidades;
Criar oportunidades de emprego, especialmente para mulheres
e jovens, para fomentar um crescimento verde e sustentável;
Capacitar os consumidores para fazerem escolhas sustentáveis
e promover o comportamento responsável de maneira
individual e coletiva;
Gerenciar os recursos e possibilitar uma revolução verde do
século XXI: agricultura, oceanos e sistemas costeiros, energia
e tecnologia, cooperação internacional;
Construir resiliência por meio de redes sólidas de segurança,
redução de risco de desastres e planos de adaptação.
É possível mudar o panorama atual, basta que a sociedade se mobilize em prol de
uma recuperação dos recursos do planeta e se preocupe com o desenvolvimento do mundo de
modo sustentável, atendendo as suas necessidades, mas também preservando o ecossistema e
a biodiversidade que a cerca.
29
Capítulo 3. Qualidade de vida no trabalho
No cenário atual no qual as empresas se encontram onde mudanças são
constantes, a troca de informações deve ser veloz, a busca pela vantagem competitiva para
atender clientes cada vez mais exigentes é uma realidade, as organizações devem
compreender que o grande diferencial é promovido pela sua força de trabalho que deve ser
percebida como o seu principal ativo, pois são essas pessoas que detém o capital intelectual
que nenhuma máquina é capaz de substituir.
Dessa forma os trabalhadores devem ser motivados a empregarem o seu potencial
da melhor forma possível e se sentirem confortáveis para isso, atendendo as suas expectativas
com o trabalho e a empresa. Para isso a abordagem do tema da qualidade de vida no trabalho
é de grande importância para as organizações, já que ela busca motivar e satisfazer as
necessidades de seus colaboradores, gerando assim resultados positivos para todos os
stakeholders da empresa.
3.1 Conceito de qualidade de vida no trabalho
Cada vez mais a qualidade de vida no trabalho se faz necessária e exigida para a
escolha seja da empresa ou da profissão pelo trabalhador. Inserido em um mundo do trabalho
que passou por grandes modificações e ainda está constantemente sendo transformado o
trabalhador busca um emprego que não seja estressante e que ele possa sentir prazer ao
executá-lo.
A qualidade de vida no trabalho pode ser definida segundo França (1996) como o
conjunto das ações de uma empresa que tem como objetivo implantar melhorias e inovações
gerenciais, tecnológicas e estruturais no ambiente de trabalho.
3.2. Evolução histórica do conceito de qualidade de vida no trabalho
O tema da qualidade de vida no trabalho é uma preocupação que provém dos
tempos mais remotos, onde o homem tem buscado desenvolver artefatos, ferramentas e
30
métodos que possibilitem minimizar os desgastes decorrentes do trabalho e/ou mesmo tornálo mais prazeroso.
Quando então ocorre a Revolução Industrial o homem que trabalhava no campo
ou como artesão em uma corporação passa a produzir produtos manufaturados, passando
então a maior parte de sua existência em seus locais de trabalho, empregando sua energia,
força e esforços para as organizações. Ou seja, o tempo destinado a famílias e amigos que eles
possuíam quando trabalhavam no campo se tornou escasso, já que as jornadas de trabalho
eram bastante longas.
A Revolução Industrial também acarretou a formação dos grandes centros urbanos
que ficavam em sua maioria ao redor das grandes áreas de produção, causou a modernização
das máquinas, a evolução das relações trabalhistas e a ampliação dos mercados de trabalho e
consumo suscitando uma grande mudança no modo de viver das pessoas, que se por um lado
passaram a ter mais oferta de emprego e ter a sua disposição mais objetos de consumo por
outro lado os empresários passaram a exigir dos trabalhadores uma melhor qualificação
profissional, causando assim desigualdades de acesso a emprego. Além disso, a
implementação de políticas públicas referentes à urbanização, economia, saúde e o avanço da
degradação do meio ambiente e poluição, interferiram significativamente na qualidade de vida
da população.
Em meio a esses fatos com o crescimento das empresas industriais, aparece a
necessidade de se encontrar formas e métodos para aumentar cada vez mais a produção. A fim
de encontrar soluções para elevar a capacidade produtiva Frederick Taylor iniciou estudos na
administração das tarefas, fragmentando-as. Esse estudo consistia em não permitir que o ser
humano pensasse, mas sim fosse capaz de executar tarefas repetitivas e constantes de forma
que ele atuasse apenas como parte de uma máquina, e que fosse controlado pelo ritmo de
trabalho a que lhe era conferido. Porém essa forma de tratamento conferida aos trabalhadores
não o deixavam satisfeitos.
Surgiu então um movimento de valorização das relações humanas no trabalho a
partir da constatação da necessidade de considerar a relevância dos fatores psicológicos e
sociais na produtividade, diante das insatisfações dos trabalhadores pelo ritmo e controle de
trabalho a que estavam sendo submetidos. O principal estudioso desse movimento foi o
psicólogo Elton Mayo.
No fim da década de 1920 Elton Mayo inicia seus estudos sobre as Relações
Humanas. Esses estudos tem início no bairro de Hawthorne em Chicago nos Estados Unidos,
31
onde Mayo chefiou uma experiência com um grupo de operárias na fábrica da Western Eletric
Company. O objetivo inicial da pesquisa era verificar a tese de que aumentando a
luminosidade do ambiente de trabalho, a produtividade também aumentaria. Para isso, foram
formados dois grupos de moças, um grupo experimental e um grupo de controle, que
trabalhavam na montagem de componentes telefônicos. Entretanto os primeiros resultados
mostraram que não havia relação entre produção e nível de luminosidade já que quando foi
elevado o nível de luminosidade no ambiente do grupo experimental a produtividade
aumentou em ambos e espantosamente quando a luminosidade foi reduzida na sala do grupo
experimental a produtividade aumentou novamente nos dois os grupos. Percebeu-se então que
as operárias aparentemente agiam de acordo com o que imaginavam fosse ser a ação
pretendida pelos pesquisadores.
Elton Mayo juntamente com os seus colaboradores começaram então a estudar em
uma segunda fase os efeitos provocados pela alteração de várias condições de trabalho na
produtividade do grupo, tais como os efeitos gerados por alteração na temperatura, mudanças
de horários ou introdução pausas durante o período de trabalho, além de observarem também
a fadiga no trabalho. Um grupo formado por 6 moças constituindo o grupo experimental. Elas
foram colocadas em uma sala que era separada apenas por uma divisória de madeira do
restante do departamento que formava o grupo de controle. Esta fase da pesquisa foi dividida
em doze períodos experimentais, onde foram analisadas as alterações de produtividade
decorrentes
das
novidades
a
que
eram
submetidas
o
grupo
experimental.
As moças participantes da experiência eram avisadas quanto as modificações a que seriam
submetidas, assim como dos objetivos da pesquisa e dos resultados obtidos. Durante os dozes
períodos experimentais analisados percebeu-se que a produção apresentou pequenas
alterações, por isso não se obteve os resultados esperados. Ou seja, novamente como no
estudo com a iluminação havia um fator que não podia ser explicado. Com isso os
pesquisadores então chegaram a conclusão de que o grupo experimental gostava de trabalhar
na sala de provas porque lá elas trabalhavam com maior liberdade já que a supervisão não era
severa como na sala de montagem onde trabalhavam na sua rotina, o supervisor agia como um
orientador. Com isso as moças trabalhavam em um ambiente sem pressões e com uma maior
interação interpessoal já que a conversa era permitida, o que também fez com que o
sentimento de equipe surgisse entre elas, assim como o desenvolvimento de objetivos
comuns, como o de aumentar o ritmo de produção, apesar da solicitação dos pesquisadores de
que o trabalho continuasse a ser feito normalmente.
32
Com o objetivo de descobrir os motivos que levavam os funcionários a adotar
posturas tão diversas nos seus departamentos e na sala de provas foi criado um programa de
entrevistas, onde todos os funcionários da empresa seriam entrevistados anualmente. A maior
parte dos supervisores foi incluída no programa como entrevistadores que poderiam então
conhecer o que os seus subordinados almejavam e quais problemas os incomodavam. Esse
programa de entrevistas ocasionou no aumento da produtividade já que eles se sentiam
valorizados e na melhora da supervisão que passou a observar os interesses dos funcionários.
Os pesquisadores concluíram com esse programa que os fatores psicológicos influenciavam
de modo expressivo o desempenho dos funcionários. Percebeu-se também que a união da
equipe de trabalho motivava os resultados de produção de cada membro da equipe, pela
influência de uma organização informal dos operários que se mantinham unidos através de
uma espécie de laço de lealdade entre si a fim de zelar pelo seu bem estar e se resguardarem
das ameaças da administração. Porém por vezes os funcionários desejavam ser leais a
empresa também. Isso poderia trazer certa inquietação e possível descontentamento por parte
do funcionário que se sentiam divididos entre o grupo e empresa.
Os pesquisadores então para estudar a relação entre a organização informal dos
operários e a organização formal da fábrica constituíram um grupo experimental formado por
nove operadores, nove soldadores e dois inspetores, todos da montagem de terminais para
estações telefônicas, que foram postos em uma sala específica com as mesmas condições de
trabalho do departamento. Dentro da sala ficava um observador e do lado de fora ficava um
entrevistador que de vez em quando entrevistava os funcionários do grupo experimental. O
plano de remuneração era conforme a produção do grupo, o salário variava de acordo com a
produção, ou seja, um salário mínimo horário, para o caso de paradas na produção e havia um
salário hora com base em inúmeros fatores, caso a produção total aumentasse os salários
também seriam elevados. A expectativa da experiência era a de que o funcionário visaria
apenas o seu interesse financeiro e de que aqueles que possuíssem maior agilidade no seu
número de produção acabariam pressionando os seus colegas de trabalho a produzirem mais.
Contudo os pesquisadores observaram que apesar da pressão surtir certo efeito já que os
membros do grupo se sentiam impelidos a serem nem demasiado e nem pouco produtivo, mas
sim produzirem numa proporção que os fizessem aceitos no grupo, o fato mais relevante
observado foi a solidariedade grupal que os trabalhadores apresentavam onde caso houvesse
uma delação por parte de um membro da equipe ou alguma ação que prejudicasse alguém do
grupo ele passaria a ser visto como um traidor. Concluíram, portanto que o plano de
33
remuneração era menos importante para o trabalhador do que a sua segurança e o sentimento
de pertencer a um grupo e ser aceito por este.
Esta experiência feita em Hawthorne e que foi batizada também com este nome
foi um marco fundamental no enfoque comportamental na administração e ocasionou na
constatação de Elton Mayo e seus colaboradores de que a colaboração humana é determinada
antes pela organização formal do que pela organização formal e que os funcionários são mais
estimulados por incentivos psicológicos e sociais do que por estímulos econômicos. A fadiga,
por exemplo, não pode ser considerada apenas de origem física, mas também psicológica. A
produtividade por sua vez pode estar relacionada com a atenção que estava a sendo dada às
pessoas.
A seguir uma tabela comparativa (Tabela 3) entre as Teorias Clássica versus
Relações Humanas, onde evidencia-se a importância que as pessoas passaram a ter para as
organizações com o passar do tempo.
Teoria Clássica
Teoria das Relações Humanas
Trata a organização como uma máquina
Trata a organização como um grupo de
pessoas
Enfatiza as tarefas ou a tecnologia
Enfatiza as pessoas
Inspirada em sistemas de engenharia
Inspirada em sistemas de psicologia
Autoridade centralizada
Delegação plena de autoridade
Linhas claras de autoridade
Autonomia do empregado
Especialização e competência técnica
Confiança e abertura
Acentuada divisão do trabalho
Ênfase nas relações humanas entre as pessoas
Confiança nas regras e nos regulamentos
Confiança nas pessoas
Clara separação entre linha e staff
Dinâmica grupal e interpessoal
Tabela 3: Teoria Clássica versus Teoria das Relações Humanas
FONTE: Portal ADM
Segundo Maximiano (2004, pág. 238), o tema central da Escola das Relações
Humanas é o comportamento coletivo nas organizações, ou seja, a percepção do funcionário
como um indivíduo que pertence a um grupo de trabalho. A Escola das Relações Humanas
teve como ênfase as pessoas, com o estudo do comportamento humano nos ambientes sociais
e de trabalho. Partindo desses pressupostos, surgiu a Teoria Comportamental ou
34
Behaviorismo, tratando de assuntos relacionados aos fenômenos da motivação humana
(MUSSETI, 2002) apud (FERREIRA, 2006).
Na mesma época dos estudos sobre a Teoria das Relações Humanas surgem
estudos a cerca do comportamento que geralmente é investigado pelos métodos utilizados
pela ciência chamada Análise do Comportamento, onde o comportamento é definido por meio
da análise de estímulos e respostas. Estes estudos ficam conhecidos como Teoria
Comportamental ou Behaviorismo.
O Behaviorismo surgiu nos Estados Unidos da América, no início do século XX,
e teve como um de seus principais precursores John Broadus Watson. Segundo Carrara
(1998),
“Na época, a comunidade científica, sobretudo a norte-americana,
demandava uma maior objetividade nos estudos do comportamento
humano e vários pesquisadores tentaram elaborar uma forma de
Psicologia que atendesse a essa demanda. Woodworth (em 1899),
Pierón (em 1904) e Cattel (no Congresso de Artes e Ciências de Saint
Louis em 1904) são alguns exemplos. Em 1911, Max Meyer,
considerado um dos precursores mais diretos do Behaviorismo,
publicou “The fundamental laws of human behavior”.
Após Watson, o mais importante behaviorista foi B. F. Skinner que teve como
principal preocupação o estudo da ciência a fim de que o desenvolvimento de termos e
conceitos permitissem explicações verdadeiramente científicas e não apenas o estudo
utilizando os métodos das ciências naturais como os seus antecessores.
Também merecem destaques os estudos desenvolvidos por Herzberg (1968) e por
Maslow (1977).
Teoria de Frederick Herzberg foi, desde o início, baseada no estudo das atitudes e
motivações dos funcionários dentro de uma organização. A Teoria de Herzberg, também
conhecida como Teoria dos dois fatores foi formulada e desenvolvida por Frederick Herzberg,
a partir de entrevistas feitas com 200 engenheiro e contadores da indústria de Pittsburgh. As
entrevistas buscavam identificar quais as consequências de certos tipos de acontecimentos na
vida profissional dos entrevistados, tendo em vista a determinação de fatores que os levaram a
se sentirem muito felizes e aqueles que os fizeram sentirem-se infelizes na situação de
trabalho. Os fatores que agradavam ao funcionário foram chamados de Motivadores. Aqueles
que desagradavam levaram o nome de fatores de Higiene.
35
Os fatores higiênicos referem-se: às condições que cercam o empregado enquanto
ele trabalha, considerando as condições físicas e ambientais de trabalho, o salário, os
benefícios sociais, as políticas da empresa, o tipo de supervisão recebido, o clima
organizacional, etc., ou seja, o seu ambiente externo. Geralmente os fatores mencionados são
utilizados pelas empresas para obter motivação dos empregados. Herzberg considera que
esses fatores higiênicos quando são ótimos eles apenas evitam o descontentamento do
funcionário, por serem bastante limitados em sua capacidade de influenciar os seus
comportamentos. A expressão “higiene” foi eleita por Herzberg por justamente refletir seu
caráter preventivo e profilático.
Os fatores motivacionais referem-se: aos fatores intrínsecos, já que estão
relacionados com o conteúdo do cargo e com a natureza das tarefas que o indivíduo executa.
Dessa forma, os fatores motivacionais intimamente ligados ao nível de satisfação que o
trabalhador tem em relação ao seu cargo e as suas tarefas, que afetará a forma que os
sentimentos de crescimento individual e de reconhecimento profissional serão percebidos
pelos trabalhadores.
Os estudos de Herzberg levaram a conclusão que a satisfação no cargo é função
do conteúdo ou atividades desafiadoras e estimulantes do cargo e que a insatisfação no cargo
é função do ambiente, da supervisão, dos colegas, e do contexto geral do cargo.
Abraham H. Maslow, psicólogo e consultor americano, apresenta uma teoria da
motivação segundo a qual as necessidades humanas estão dispostas em níveis, numa
hierarquia de importância e influência, onde as necessidades de nível mais baixo devem ser
satisfeitas antes das necessidades de nível mais alto. Para atingir a auto-realização o indivíduo
deve "galgar" a sua hierarquia de necessidades. Nessa hierarquia das necessidades (pirâmide
de Maslow), encontram-se cinco níveis de necessidades, subdivididas em: necessidades
primárias (necessidades fisiológicas e necessidades de segurança) e necessidades secundárias
(necessidades sociais, necessidade de estima e necessidades de auto-realização). Os cinco
níveis de necessidades são:
necessidades fisiológicas (básicas): fome, sede, sono, sexo, excreção, abrigo;
necessidades de segurança: abrange desde o sentir-se seguro dentro de uma
casa até a segurança de um emprego estável, de um plano de saúde, etc.;
necessidades sociais ou de amor, afeto, afeição e sentimento de pertencer a um
grupo;
36
necessidades de estima: depende da forma como a pessoa se avalia, que passam
por duas vertentes, o reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos
outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos;
necessidades de auto-realização: onde o indivíduo procura tornar-se aquilo que
ele pode ser, busca desenvolver o seu potencial.
Dessa forma quando alguém passa por algum problema que se enquadra em um
nível mais baixo da pirâmide, a motivação por um meio da tentativa de satisfação de uma
necessidade em um nível mais acima na pirâmide não surtirá efeitos de satisfação, posto não
ser o adequado no momento para aquele caso..
Do mesmo modo, um profissional que atingiu uma posição elevada na pirâmide
de necessidades também não ficará muito animado com a idéia de uma pequena gratificação
em um nível mais abaixo na pirâmide.
Pode-se observar melhor o agrupamento dessas necessidades de acordo com a
Figura 1, que ilustra a hierarquia das necessidades de Maslow:
Figura 1 – Hierarquia das necessidades de Maslow
3.3. Modelos de Qualidade de Vida no Trabalho
37
Para demonstrar os fatores que afetam a qualidade de vida no trabalho foram
desenvolvidos modelos de indicadores de qualidade de vida. Exemplos de pesquisadores que
criaram modelos de indicadores a fim de evidenciar os fatores que influenciam qualidade de
vida no trabalho são Nadler e Lawler, Hackman e Oldhan.
Nadler e Lawler afirmam que a variável qualidade de vida no trabalho deveria ser
claramente definida em um conceito que expressasse o seu real significado, abrangendo
assim, os benefícios e as condições para que esta produza os resultados almejados.
Chiavenato (1999) apud Cavassani, Cavassani e Biazin (2006),
[...] descreve que para Nadler e Lawler, a QVT está
fundamentada em quatro aspectos:
• Participação dos funcionários nas decisões.
• Reestruturação do trabalho através do enriquecimento das
tarefas e de grupos autônomos de trabalho.
• Inovação no sistema de recompensas para influenciar o clima
organizacional.
• Melhoria no ambiente de trabalho quanto às condições físicas e
psicológicas, horário de trabalho etc.
Para Hackman e Oldhan, as dimensões do cargo são fundamentais na QVT, visto
que com uma alta motivação interna, alta satisfação no trabalho e um bom desempenho o
trabalhador se sentirá mais entusiasmado com o seu emprego.
Para Freitas e Souza (2008),
“Este modelo propõe que resultados positivos pessoais e do
trabalho são obtidos quando três estados psicológicos críticos‟
(percepção da significância do trabalho, percepção da
responsabilidade pelos resultados e conhecimento dos reais
resultados do trabalho) estão presentes para um certo
trabalhador.”
Hackman e Oldhan definiram variáveis a fim de estudar qual o potencial
motivador de uma tarefa em função de seus atributos e que cria os estados psicológicos
críticos.
As variáveis baseadas nos cargos são segundo Chiavenato (1999, p.392) apud
Cavassani, Cavassani e Biazin (2006),
“• Variedades de habilidades: o cargo exercido deve exigir
várias e diferentes habilidades e conhecimento.
• Identidade da tarefa: ressalta a importância do indivíduo sobre
as suas tarefas, o trabalho deve ser realizado do inicio ao fim,
para que este perceba que produz um resultado palpável.
38
• Significado da tarefa: a pessoa deve ter uma clara percepção de
que forma o seu trabalho produz conseqüência e impactos sobre
o trabalho dos demais.
• Autonomia: defende-se a responsabilidade pessoal para
planejar e executar as tarefas e independência para desempenhálas. Um exemplo seria a prática de gerência por objetivos, pois
proporciona um papel importante aos trabalhadores no
estabelecimento de seus próprios objetivos e na busca de planos
para conseguí-los, DAVIS e NEWSTROM (1992).
• Feedback: refere-se às informações, pode ser dividido em
retroação do próprio trabalho e retroação extrínseca.
• Retroação do próprio trabalho: os superiores devem
proporcionar informação de retorno para que o próprio
indivíduo possa avaliar o seu desempenho.
• Retroação extrínseca: deve haver um retorno dos superiores
hierárquicos ou cliente a respeito do desempenho de sua tarefa.
A idéia do feedback é simples, mas de grande importância para
as pessoas no trabalho, pois através desse retorno é que o
trabalhador poderá fazer uma auto-análise, visando melhorias
em sua conduta profissional.
• Inter-relacionamento: o contato interpessoal do ocupante com
outras pessoas ou clientes devera ser estimulado e
possibilitado.”
Pelos indicadores citados, observa-se a importância dos administradores para a
conscientização da qualidade de vida dos trabalhadores. Por exemplo, no quesito significado
da tarefa depende da visão administrativa em mostrar a importância da tarefa para o executor.
Ou seja, a tarefa pode ser simples, mas de vital importância para o processo e isso ser
entendido pelo executor, o que traz um sentido de satisfação pessoal ao indivíduo no ato de
desempenhar o trabalho que lhe foi designado.
Da mesma forma, o feedback permite ao colaborador avaliar e corrigir as
possíveis falhas na execução das atividades.
Capítulo 4. Pesquisa sobre as Melhores Empresas Para Trabalhar
Com o decorrer do tempo as empresas passaram a compreender a importância da
qualidade de vida no trabalho para a satisfação de seus colaboradores. Isso pode ser percebido
por ser uma das variáveis utilizadas como um dos principais critérios para a eleição das
melhores empresas para se trabalhar. Um dos indicadores da pesquisa da Revista Guia Você
S/A — As Melhores Empresas para Você Trabalhar é o Índice de Qualidade do Ambiente
de Trabalho (IQAT), que vem da percepção do funcionário. A pesquisa levantada pelo
39
instituto Great Place to Work (GPTW) e publicada pela Revista Época Edição Especial: As
130 melhores empresas para trabalhar também conta com um indicador sobre o que os
funcionários mais valorizam e aparece como uma das opções a qualidade de vida.
A seguir uma breve explicação a cerca das edições especiais da Revista Você S/A
e da Revista Época, além do funcionamento do levantamento e análise dos dados feitos por
essas revistas.
4.1 Revista Época Edição Especial: As 130 melhores empresas para trabalhar
Segundo dados do site da Revista Época, o guia começou há 16 anos. O guia “As
130 Melhores Empresas para Trabalhar” é produzido após o levantamento feito pelo
instituto Great Place to Work (GPTW). Para a edição de 2012, inscreveram-se 1.013 empresas
– o maior número desde que o estudo começou. Durante meses, o GPTW analisou as políticas
internas dessas empresas (quem podem ser de porte pequeno, médio ou grande), que
empregam juntas 1,8 milhão de funcionários.
4.1.1 Etapas da Pesquisa
As principais etapas do processo são:
Preenchimento do questionário denominado Trust Index pelos funcionários das
empresas inscritas para o processo de seleção;
Preenchimento do questionário denominado Culture Audit pela área de
recursos humanos da empresa inscrita para o processo de seleção;
Visita dos jornalistas da Revista Época às empresa pré-classificadas pelo
GPTW (essa etapa não vale nota, mas caso alguma irregularidade seja percebida a
empresa pode ser desclassificada);
Na última etapa do processo, as equipes da Revista Época e da GPTW fazem
uma reunião para classificar as melhores empresas para trabalhar no país e elabora
duas listas: uma onde lista as melhores para se trabalhar entre as grandes e
multinacionais e outra específica para as melhores para se trabalhar entre as
pequenas e médias empresas.
40
4.1.2 Pesos do Guia
A GPTW aponta as empresas que tiveram a melhor pontuação e que integrarão a
lista considerando o questionário que é respondido pelos funcionários e atribuindo a ele um
peso de 67% na média e atribuindo peso de 33% ao questionário respondido pela empresa.
4.1.3. Apresentação da pesquisa
Cada empresa que aparece na lista é acompanhada por uma ficha com
informações importantes e que permitem conhecer em detalhes as vencedoras e compará-las
entre si. Os números e gráficos trazem dados como o faturamento da empresa, porte, estados
onde está presente, a política de remuneração, detalhes sobre o pacote de benefícios e os anos
em que esteve presente no ranking. Os números que aparecem nos gráficos, tabelas e textos
têm como base a data de 30 de dezembro de 2011.
Abaixo o gráfico apresentado na revista.
1) O QUE A EMPRESA TEM DE
ESPECIAL: Os jornalistas produzem o
texto com base em informações coletadas
em entrevistas e na análise dos
questionários dos funcionários e da
empresa. São destacadas características
que revelam detalhes da cultura interna da
organização e do modelo de gestão de
pessoas adotado.
2) PERFIL
O quadro traz informações básicas sobre a
empresa. Como avaliar se ela se encaixa no
seu perfil profissional.
•
SETOR
•
ANO DE FUNDAÇÃO:
A empresa é tradicional ou está se
consolidando
•
FATURAMENTO: É referente ao
ano de 2011
•
LOCALIZAÇÃO:
Indica se a empresa tem atuação regional
ou nacional para avaliar chances de
crescimento ou transferência
•
CARGOS DE CHEFIA:
Informa o total de posições de liderança na
empresa
•
HOMENS X MULHERES:
Mostra o numero de homens e mulheres
que trabalham na empresa e o percentual
de acordo com o gênero em cargos de
chefia
3)
DEMOGRAFIA
E
MOVIMENTAÇÃO
•
FAIXA ETÁRIA:
Um equilíbrio entre pessoas de idades
variadas indica que a empresa não faz
distinção na hora de contratar
41
•
ESCOLARIDADE
•
MOVIMENTAÇÃO:
Grau de estabilidade da empresa. O item
Demitido inclui os que saíram da empresa
por vontade própria.
4)
INTERNACIONALIZAÇÃO
E
MELHORAS PRÁTICAS: O quadro
“Internacionalização”
revela
quantos
funcionários brasileiros trabalham em
outros países e quantos estrangeiros atuam
aqui. Já o quadro “O que os funcionários
mais valorizam” aponta quais os fatores
que eles mais prezam na empresa:
desenvolvimento, qualidade de vida,
estabilidade ou remuneração e pacote de
benefícios.
5) REMUNERAÇÃO: Traz detalhes
sobre a política salarial da empresa, se tem
ou não programa de participação nos
resultados, se oferece premiações em caso
de bom desempenho e se há programa de
ações para os funcionários ou executivos e
outras formas de gratificação financeira.
6)
CARACTERÍSTICAS
DO
PRESIDENTE:
Revela
o
perfil
profissional que a empresa mais valorizada
e busca no mercado. As características do
presidente indicam a idade, o tempo de
casa e o tempo em que ele está no
comando.
7) O QUE A EMPRESA OFERECE:
Destaca alguns dos benefícios oferecidos
pela empresa como bolsas de estudos para
graduação, pós-graduação, cursos técnicos
e de idiomas, sistema de Possibilidade de
horário flexível a 100% dos seus
funcionários., estímulos para a pratica de
atividades físicas e esportivas, plano de
previdência privada e programas de
aconselhamento
e
universidade
corporativa.
8) HISTÓRICO DO PRÊMIO: Mostra
em quais anos a empresa esteve presente
na lista ao longo dos 16 anos de pesquisa.
(Fonte: Revista Época Edição Especial: As 130 melhores empresas para trabalhar, 2012)
4.2 Revista Você S/A Guia 2012: As melhores empresas para você trabalhar
Segundo dados do site da Revista Guia VOCÊ S/A, o guia nasceu em 1997 com a
missão de valorizar as empresas que melhor cuidam de seus colaboradores. Esse trabalho é
baseado em uma metodologia que foi se aperfeiçoando ao longo dos anos, tornando-se mais
abrangente, crítica e rigorosa quando ganhou a parceria da Fundação Instituto de
Administração (FIA), em 2006. Hoje, o Guia VOCÊ S/A - As Melhores Empresas para
Você Trabalhar é a maior pesquisa de clima organizacional do país e virou referência no
mercado quando se busca avaliar exemplos de organizações que mantêm clima e práticas de
gestão na sua lista de prioridades. Segundo o Guia, em 2012, 16 jornalistas viajaram pelo
Brasil para visitar 234 empresas que se pré-classificaram para o Guia VOCÊ S/A - As
42
Melhores Empresas para Você Trabalhar, e conversou com cerca de cinco mil
funcionários. Devido ao tamanho do projeto, as inscrições abrem no início de fevereiro e o
resultado final é divulgado apenas em setembro quando o anuário chega às bancas.
4.2.1 Etapas da Pesquisa
As principais etapas do processo são:
Preenchimento do questionário pelos funcionários das empresas inscritas para
o processo de seleção;
Preenchimento do questionário pela empresa inscrita para o processo de
seleção;
Visita dos jornalistas da Revista VOCÊ/AS às empresa pré-classificadas;
Na última etapa do processo, as equipes da VOCÊ S/A e da FIA fazem uma
reunião para classificar as melhores empresas para trabalhar no país.
4.2.2 Pesos do Guia
A nota final da empresa é composta por três índices. O primeiro índice tem peso
de 70% e é calculado através das respostas recebidas do questionário que avalia o grau de
satisfação do funcionário com o trabalho, que resulta no Índice de Qualidade do Ambiente de
Trabalho (IQAT). O segundo índice compõem o Índice de Qualidade na Gestão de Pessoas
(IQGP) possui peso de 20% e vem das práticas da empresa, apontadas tanto no questionário
respondido pelo RH da empresa, quanto pela análise do caderno de evidências. O último
índice que tem peso de 10% é formado pela nota dada pelo jornalista após a visita, o Índice de
Felicidade no Trabalho (IFT).
NOTA FINAL
Índice de Felicidade no Trabalho (IFT)
PRESENÇA NO
GUIA
SOBRE A EMPRESA
Número de funcionários
43
Número de executivos
Idade média dos funcionários
Tempo médio na casa (em anos)
Homens
Mulheres
NOTA DO FUNCIONÁRIO
Índice de Qualidade no Ambiente de Trabalho (IQAT)
O QUE OS FUNCIONÁRIOS DIZEM
Se identificam com a empresa
Estão satisfeitos e motivados
Acreditam ter desenvolvimento
Aprovam os seus líderes
NOTA DA EMPRESA
Índice de Qualidade na Gestão de Pessoas (IQGP)
O QUE A EMPRESA OFERECE
Estratégia e Gestão
Liderança
Cidadania Empresarial
Políticas e Práticas
Carreira
Desenvolvimento
Remuneração e Benefícios
Saúde
Tabela 4: Extraído e adaptado da Revista Você S/A Guia 2012: As melhores empresas para
você trabalhar
4.3 Análise das pesquisas
Observando as empresas listadas nas pesquisas publicadas pelas revistas Você
S/A e Época percebe-se que 41 organizações aparecem em ambas as publicações. Assim
foram essas organizações escolhidas para ilustrar os seus diferenciais em termos de
importância dada a qualidade de vida de seus colaboradores e assim verificar o motivo de
terem sido eleitas em meio a tantas outras empresas.
Nesta análise será exposto o resultado final dos três indicadores da Revista Você
S/A Guia 2012, quanto a Revista Época serão apresentados as porcentagens do que os
funcionários mais valorizam na empresa. Também serão apresentadas informações presentes
44
na pesquisa e na reportagem produzida por estas revistas e que se relacionam aos temas deste
trabalho: resiliência, estresse e qualidade de vida.
Após fazer as intersecções entre as duas pesquisas, as 41 empresas encontradas
em ambas serão expostas a seguir em ordem alfabética:
Ampla
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
78,5
O que os funcionários valorizam:
IQAT
73,2
Desenvolvimento Profissional
44%
IQGP
90,9
Qualidade de vida
36%
Estabilidade
5%
Remuneração e benefícios
15%
A empresa Ampla é uma concessionária de energia elétrica do Grupo Endesa que
possui 1388 trabalhadores. A empresa proporciona a possibilidade de horário flexível a 100%
dos seus funcionários. E incentiva práticas esportivas: academia dentro da empresa, academia
fora da empresa e atividades coletivas. Observa-se o destaque da no índice de Qualidade na
Gestão de Pessoas (IQGP), pois conforme a reportagem da revista Você S/A para passar todas
as mensagens sem ruídos, a Ampla desenvolveu diversas ações e canais para transmitir sua
cultura e suas metas de forma eficiente. Quase metade dos seus funcionários indicam que o
que mais eles valorizam é o desenvolvimento profissional e a empresa oferece oportunidade
de coaching e aqueles que se destacam podem ser promovidos, receber aumentos salariais e
ganhar o direito de fazer cursos com o subsídio da empresa.
Banco Bradesco
Revista Época
Revista Você S/A
IFT
75,1
O que os funcionários valorizam:
IQAT
77,1
Desenvolvimento Profissional
65%
IQGP
70,6
Qualidade de vida
19%
Estabilidade
1%
Remuneração e benefícios
15%
45
O Banco Bradesco é o segundo maior banco privado do país. O banco incentiva
práticas esportivas com atividades coletivas. Mais da metade dos seus funcionários indicam
que o que mais valorizam é o desenvolvimento profissional e a empresa oferece oportunidade
de coaching e também financia 100% do valor de cursos técnicos e especializações, como
MBAs, no Brasil e no exterior. O banco também oferece aos seus funcionários em casos de
emergência apoio social e psicológico.
Caterpillar
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
88,5
O que os funcionários valorizam:
IQAT
89,5
Desenvolvimento Profissional
42%
IQGP
85,9
Qualidade de vida
39%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
17%
A Caterpillar é uma que produz tratores, escavadeiras e motoniveladoras, entre
outros equipamentos para terraplanagem e movimentação de materiais. A empresa
proporciona a possibilidade de horário flexível a 100% dos seus funcionários. Incentiva as
práticas esportivas com academia dentro da empresa e atividades coletivas.
Sua maior pontuação na revista Você S/A foi a do Índice de Qualidade no
Ambiente de Trabalho (IQAT), pois conforme a reportagem da revista Você S/A a Caterpillar
acredita que ter chefes bem preparados está diretamente relacionado a um bom ambiente de
trabalho. Por isso, uma das metas até 2015 é que ao menos 80% deles sejam responsáveis por
gerir um clima positivo em seus times.
O item que os funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional, a
empresa oferece oportunidade de coaching, universidade interna e também possui uma
parceria com uma escola de inglês que oferece cursos online com dois anos de duração.
O item Qualidade de Vida também foi bem pontuado e os funcionários da
empresa costumam dizer que “todos ali dentro fazem parte de uma grande família” e não é
para menos já que o tempo médio na casa é de cerca de 9 anos segundo a pesquisa da Revista
Você S/A.
46
Cemar
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
76,7
O que os funcionários valorizam:
IQAT
75,6
Desenvolvimento Profissional
56%
IQGP
79,4
Qualidade de vida
32%
Estabilidade
1%
Remuneração e benefícios
11%
A Cemar (Companhia Energética do Maranhão) atua na distribuição de energia
elétrica do Estado do Maranhão. Mais da metade dos seus funcionários indicam que o que
mais eles valorizam é o desenvolvimento profissional e a empresa procura reconhecer aqueles
que demonstram potencial, o seu Plano de Desenvolvimento, Carreira e Remuneração foi
relançado em 2012 com bastante barulho. A empresa também oferece oportunidade de
coaching. A empresa adotou um sistema de gestão participativa, que procura dar mais espaço
para o funcionário opinar e ser ouvido. Para os mais tímidos ou aqueles que não querem se
identificar, há uma linha 0800 para receber sugestões e reclamações.
Cisco
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
86,5
O que os funcionários valorizam:
IQAT
88,8
Desenvolvimento Profissional
51%
IQGP
81,1
Qualidade de vida
21%
Estabilidade
1%
Remuneração e benefícios
27%
A Cisco é uma multinacional de origem americana que desenvolve soluções de
redes de comunicações integradas para empresas, governos e residências. A empresa
proporciona a possibilidade de horário flexível a 100% dos seus funcionários e muitos
funcionários adotaram a cultura do home office. Incentiva práticas esportivas oferecendo
academia fora da empresa e atividades coletivas. Um pouco mais da metade dos seus
funcionários indicam que o que mais eles valorizam é o desenvolvimento profissional e a
empresa oferece oportunidade de mentoring, coaching e universidade interna. Os líderes
47
demonstram confiança em suas equipes e, dão autonomia e discutem os objetivos que
precisam ser alcançados.
Cobap
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
75,1
O que os funcionários valorizam:
IQAT
82,8
Desenvolvimento Profissional
61%
IQGP
57,1
Qualidade de vida
31%
Estabilidade
4%
Remuneração e benefícios
4%
A Cobap é uma indústria de produção e comercialização de papel ondulado e
caixas para embalagem. A maior parte dos funcionários indicam que o que mais eles
valorizam é o desenvolvimento profissional e a empresa investe em programas de
treinamento e desenvolvimento para a formação de seus colaboradores.
Coelce
Revista Época
Revista Você S/A
IFT
79,9
O que os funcionários valorizam:
IQAT
74,6
Desenvolvimento Profissional
36%
IQGP
92,2
Qualidade de vida
47%
Estabilidade
4%
Remuneração e benefícios
13%
A Coelce (Companhia Energética do Ceará) é uma empresa responsável pela
distribuição de energia elétrica. Quase metade dos seus funcionários indicam que o que mais
eles valorizam é a qualidade de vida e afim de promover uma maior satisfação para os seus
colaboradores a Coelce criou a Oficina de Inteligência Emocional, que promove treinamentos
teóricos e práticos para estimular a motivação, a autoestima, o autoconhecimento e a maior
socialização das pessoas de sua equipe.
48
A empresa proporciona a possibilidade de horário flexível a 100% dos seus
funcionários e também incentiva práticas esportivas oferecendo academia dentro da empresa e
atividades coletivas. A empresa oferece coaching como oportunidade de formação.
Diageo
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
75,6
O que os funcionários valorizam:
IQAT
74,5
Desenvolvimento Profissional
61%
IQGP
78,1
Qualidade de vida
25%
Estabilidade
1%
Remuneração e benefícios
13%
A empresa Diageo é uma multinacional inglesa e atua no setor de bebidas
premium, com marcas como Smirnoff, Guinness e Johnnie Walker. A empresa proporciona a
possibilidade de horário flexível a 100% dos seus funcionários e incentiva práticas esportivas
proporcionando academia fora da empresa e atividades coletivas.
Mais da metade dos seus funcionários indicam que o que mais eles valorizam é o
desenvolvimento profissional e a empresa oferece oportunidade de coaching e os chefes dão
retornos constantes e orientam na condução da carreira.
EcoRodovias
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
72,6
O que os funcionários valorizam:
IQAT
77,8
Desenvolvimento Profissional
59%
IQGP
60,6
Qualidade de vida
22%
Estabilidade
5%
Remuneração e benefícios
14%
A EcoRodovias é uma empresa de infraestrutura logística que engloba cinco
concessões rodoviárias. Mais da metade dos seus funcionários indicam que o que mais eles
49
valorizam é o desenvolvimento profissional e a empresa possui planos de desenvolvimento
individual para os profissionais e também oferece oportunidade de coaching para os
funcionários.
A empresa incentiva práticas esportivas com atividades coletivas. Uma pesquisa
de clima aplicada no ano passado (2011) pela empresa mostrou que 95% dos funcionários
consideram que as pessoas são bem tratadas, independente de cor ou orientação sexual.
Elektro
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
92,5
O que os funcionários valorizam:
IQAT
95,4
Desenvolvimento Profissional
45%
IQGP
85,8
Qualidade de vida
43%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
10%
A Elektro é uma distribuidora de energia que atua em municípios do Estado de
São Paulo e do Mato Grosso do Sul. A Elektro foi apontada pela pesquisa da Revista Você
S/A como a melhor empresa para se trabalhar dentre as empresas escolhidas como melhores
para se trabalhar no guia de 2012. Atribui-se isto ao fato da empresa possuir uma consolidada
política de gestão de pessoas e a motivação de seus funcionários.
O item que os funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional e
com uma porcentagem bem próxima aparece o item qualidade de vida. A qualidade de vida é
uma preocupação da companhia e existe uma meta de zero hora extra que inclui todos os
colaboradores, inclusive o presidente.
A empresa oferece oportunidade de coaching, mentoring e oferece bolsas de
estudos para diversos tipos de cursos. Possui planos de desenvolvimento profissional,
promove recrutamentos internos e incentiva a autonomia de seus funcionários. A Elektro
incentiva as práticas esportivas possibilitando ao funcionário frequentar academia dentro e
fora da empresa e também atividades coletivas.
50
Embracon Administradora de Consórcio
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
80,5
O que os funcionários valorizam:
IQAT
90,0
Desenvolvimento Profissional
69%
IQGP
58,5
Qualidade de vida
18%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
11%
A Embracon é uma administradora de crédito por meio de consórcios de imóveis,
carros, motos e até cirurgia plástica. Sua maior pontuação na revista Você S/A foi a do Índice
de Qualidade no Ambiente de Trabalho (IQAT), pois conforme a reportagem da revista Você
S/A a Embracon investe em liderança.
O item que a maioria dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento
profissional, a empresa oferece oportunidade de coaching, universidade interna, mentoring e
outros programas de desenvolvimento.
A empresa incentiva as práticas esportivas com atividades coletivas. A Embracon
promove encontros diários das equipes com os líderes da companhia para receber orientações
e trabalhar mais concentradas. Antes do expediente, a empresa oferece um lanche composto
de pão com frios, biscoitos, iogurte e frutas.
Embraer
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
82,8
O que os funcionários valorizam:
IQAT
84,4
Desenvolvimento Profissional
49%
IQGP
78,9
Qualidade de vida
24%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
25%
51
A Embraer é uma das maiores empresas aeroespaciais do mundo. O item que
quase a metade dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento profissional. A empresa
oferece oportunidade de coaching, mentoring e oferece bolsas de estudos para diversos tipos
de cursos.
A Embraer estrutura planos de desenvolvimento individual e promove
recrutamentos interno. A Embraer incentiva as práticas esportivas possibilitando ao
funcionário frequentar academia fora da empresa e também atividades coletivas. A empresa
valoriza e cuida de quem está perto da aposentadoria com um programa que ajuda na
elaboração de um novo projeto de vida.
Endesa Geração
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
82,9
O que os funcionários valorizam:
IQAT
81,3
Desenvolvimento Profissional
36%
IQGP
86,5
Qualidade de vida
41%
Estabilidade
5%
Remuneração e benefícios
18%
A Endesa é uma distribuidora de energia de origem espanhola. O item que os
funcionários mais valorizam é a qualidade de vida. Na empresa o clima interno é bom, as
pessoas são amigas e se ajudam na realização do trabalho. Elas dizem que a empresa faz com
que todos se sintam importantes para o sucesso dos negócios. Os chefes dão retornos
constantes e orientam na condução da carreira dos funcionários. A Endesa possui um serviço
de assistência social que orienta quem tem problemas pessoais e incentiva os funcionários a se
engajarem em ações de voluntariado, a Endesa entra com o dinheiro e os funcionários com o
trabalho e o espírito de ajudar o próximo.
A empresa possui planos de desenvolvimento profissional e oferece oportunidade
de coaching, mentoring e oferece bolsas de estudos para cursos de línguas e graduação. A
empresa incentiva práticas esportivas oferecendo academia dentro da empresa, academia fora
da empresa e atividades coletivas.
52
Gazin
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
85,1
O que os funcionários valorizam:
IQAT
89,9
Desenvolvimento Profissional
68%
IQGP
74,1
Qualidade de vida
20%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
10%
A Gazin é uma empresa varejista e vende colchões, móveis e eletrônicos. O item a
maior parte dos funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional.
A empresa oferece oportunidade de mentoring, coaching, universidade interna,
bolsas de estudos para diversos tipos de cursos, além de outros programas de
desenvolvimento que o funcionário quiser fazer.
A empresa incentiva as práticas esportivas possibilitando ao funcionário
frequentar academia dentro e fora da empresa e também atividades coletivas.
Logo ao entrar na empresa o funcionário escreve uma carta contando os seus
sonhos. Os líderes e os profissionais de recursos humanos se encarregam de ajudá-lo a
elaborar um orçamento doméstico que possibilitará a realização dos desejos descritos na carta
com o resultado de seu trabalho.
Google
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
90,3
O que os funcionários valorizam:
IQAT
92,3
Desenvolvimento Profissional
68%
IQGP
85,7
Qualidade de vida
19%
Estabilidade
0%
Remuneração e benefícios
13%
53
O Google é o maior site de buscas no mundo da internet. O item que os
funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional. A empresa oferece
oportunidade de coaching, mentoring e oferece bolsas de estudos para diversos tipos de
cursos. Possui diversos prêmios de reconhecimento, geralmente são monetárias. A empresa
possibilita a utilização de horário flexível a 100% dos seus funcionários e incentiva as práticas
esportivas possibilitando ao funcionário frequentar academia fora da empresa e também
atividades coletivas.
Grupo Boticário
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
79,4
O que os funcionários valorizam:
IQAT
81,5
Desenvolvimento Profissional
62%
IQGP
74,5
Qualidade de vida
22%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
14%
O Grupo Boticário atua no ramo de perfumaria e cosméticos. O item que a
maioria dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento profissional, a empresa oferece
oportunidade de coaching, universidade interna, mentoring. A empresa possui um Programa
de Captação de Ideias, a fim de incentivar a sugestão dos funcionários. Os autores das
melhores propostas ganham reconhecimento público e financeiro. Para cada ideia que sai do
papel a empresa promove o plantio de sementes de árvores frutíferas.
A empresa incentiva práticas esportivas oferecendo academia dentro da empresa e
atividades coletivas.
Grupo Rio Quente
Revista Você S/A
IFT
74,5
Revista Época
IQAT
75,9
O que os funcionários valorizam:
IQGP
71,4
Desenvolvimento Profissional
50%
Qualidade de vida
25%
54
Estabilidade
4%
Remuneração e benefícios
21%
O Grupo Rio Quente é um resort aquático que está localizado em Goiás. O item
que cerca da metade dos funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional. A
empresa possui um processo de integração e reciclagens frequentes a fim de assegurar a
manutenção no nível de atendimento.
A empresa oferece oportunidade de coaching, mentoring e oferece bolsas de
estudos para diversos tipos de cursos. Incentiva as práticas esportivas possibilitando ao
funcionário frequentar academia dentro e fora da empresa e também atividades coletivas.
GVT
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
77,5
O que os funcionários valorizam:
IQAT
80,3
Desenvolvimento Profissional
67%
IQGP
71,0
Qualidade de vida
14%
Estabilidade
1%
Remuneração e benefícios
18%
A GVT é uma empresa do setor de telefonia. O item que a maioria dos
funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional, os funcionários se dizem
satisfeitos por trabalhar em uma organização dinâmica e desburocratizada. A partir de três
meses de casa, qualquer profissional já pode se candidatar a um novo cargo na companhia. A
GVT incentiva as práticas esportivas com atividades coletivas.
A empresa oferece oportunidade de coaching, mentoring e universidade interna.
A empresa oferece um pacote de benefícios flexível, de modo que cada funcionário possa
montá-lo de acordo com as suas necessidades.
Intelbras
Revista Você S/A
IFT
77,5
IQAT
79,1
IQGP
73,9
Revista Época
55
O que os funcionários valorizam:
Desenvolvimento Profissional
53%
Qualidade de vida
26%
Estabilidade
5%
Remuneração e benefícios
16%
A Intelbras atua no setor de telecomunicações. O item que mais da metade dos
funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional. A empresa estimula a gestão
participativa, que permite ao funcionário opinar sobre processos de trabalho, o
comportamento dos gestores, a comunicação interna e até o clima da organização.
A empresa oferece oportunidade de coaching e bolsas de estudos para diversos
tipos de cursos. Possui planos de desenvolvimento profissional e promove recrutamentos
internos. A Intelbras possibilita a utilização de horário flexível a 100% dos seus funcionários
e incentiva as práticas esportivas possibilitando ao funcionário frequentar academia dentro da
empresa e também atividades coletivas.
Itaú Unibanco
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
76,6
O que os funcionários valorizam:
IQAT
73,8
Desenvolvimento Profissional
53%
IQGP
83,2
Qualidade de vida
24%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
21%
O Itaú Unibanco é considerado o maior banco do país, contando com mais de 94
mil colaboradores. O item que mais da metade dos funcionários mais valorizam é o
desenvolvimento profissional e o banco possui planos de carreira e promoção por mérito. O
Itaú Unibanco oferece a seu pessoal uma grande variedade de treinamentos. A empresa
oferece oportunidade de coaching, mentoring, universidade interna e bolsas de estudo.
O Itaú Unibanco incentiva as práticas esportivas possibilitando ao funcionário
frequentar academia dentro e fora da empresa e também atividades coletivas. O banco oferece
o treinamento Uso Consciente do Dinheiro, criado para ajudar a equipe a manter uma vida
financeira equilibrada.
56
Laboratório Sabin
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
87,1
O que os funcionários valorizam:
IQAT
88,4
Desenvolvimento Profissional
57%
IQGP
84,0
Qualidade de vida
31%
Estabilidade
3%
Remuneração e benefícios
9%
O Laboratório Sabin é uma referência em medicina diagnóstica. O item que mais
da metade dos funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional. A empresa
oferece oportunidade de mentoring e bolsas de estudos para diversos tipos de cursos. Possui
planos de desenvolvimento profissional e promove recrutamentos internos. A empresa
incentiva práticas esportivas possibilitando ao funcionário frequentar academia dentro e fora
da empresa e também atividades coletivas.
Losango
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
87,0
O que os funcionários valorizam:
IQAT
87,8
Desenvolvimento Profissional
46%
IQGP
85,4
Qualidade de vida
36%
Estabilidade
4%
Remuneração e benefícios
14%
A Losango é uma instituição financeira do setor de varejo. O item que a maioria
dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento profissional, a empresa oferece
oportunidade de coaching e mentoring além de bolsas de estudos para diversos tipos de
cursos. Possui planos de desenvolvimento profissional e promove recrutamentos internos
57
Losango incentiva as práticas esportivas possibilitando ao funcionário frequentar academia
fora da empresa e também atividades coletivas.
Magazine Luiza
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
78,6
O que os funcionários valorizam:
IQAT
78,5
Desenvolvimento Profissional
61%
IQGP
78,6
Qualidade de vida
23%
Estabilidade
4%
Remuneração e benefícios
12%
O Magazine Luiza é uma rede de varejo de móveis e eletrodomésticos. O item que
a maioria dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento profissional. A empresa oferece
oportunidade de coaching e bolsas de estudos para diversos tipos de cursos. Possui planos de
desenvolvimento profissional e promove recrutamentos internos. O Magazine Luiza incentiva
as práticas esportivas possibilitando ao funcionário frequentar academia dentro da empresa.
MAN Latin America
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
89,3
O que os funcionários valorizam:
IQAT
90,9
Desenvolvimento Profissional
58%
IQGP
85,4
Qualidade de vida
28%
Estabilidade
3%
Remuneração e benefícios
11%
A MAN Latin America é uma montadora de caminhões, ônibus e motores a diesel
rodoviários. O item que mais da metade dos funcionários mais valorizam é o desenvolvimento
profissional. A empresa estimula o Comitê de Carreira, criado para identificar os funcionários
com perfil de liderança. Também possui um Plano de Desenvolvimento Acelerado, com
formação pela Fundação Getulio Vargas e promove recrutamentos internos.
58
A empresa oferece oportunidade de coaching, universidade interna e bolsas de
estudos para diversos tipos de cursos.
Possibilita a utilização de horário flexível a 100% dos seus funcionários e
incentiva as práticas esportivas possibilitando ao funcionário frequentar academia dentro da
empresa e também atividades coletivas.
Marelli Móveis
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
75,4
O que os funcionários valorizam:
IQAT
84,4
Desenvolvimento Profissional
42%
IQGP
54,6
Qualidade de vida
27%
Estabilidade
6%
Remuneração e benefícios
25%
A Marelli Móveis é uma fabricante de móveis de escritórios. O item que os
funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional, a empresa oferece
oportunidade de concorrer a bolsas de estudo de até 50%.
Moinho Globo Alimentos
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
83,3
O que os funcionários valorizam:
IQAT
85,9
Desenvolvimento Profissional
40%
IQGP
77,2
Qualidade de vida
41%
Estabilidade
3%
Remuneração e benefícios
16%
A Moinho Globo Alimentos é uma fabricante de produtos para uso doméstico e
industrial. O item que os funcionários mais valorizam é a Qualidade de Vida e a empresa
busca engajar os seus funcionários com diversos tipos de ações, como: oferta de dez pães por
dia a cada um dos colaboradores, cursos de panificação e mecânica aos familiares e
construção e venda de casas para os empregados pelo valor de custo.
59
O item sobre desenvolvimento profissional também teve uma alta pontuação, a
empresa tem uma meta de até 2014 fazer com que todos os seus profissionais completem o
ensino médio.
Monsanto
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
78,8
O que os funcionários valorizam:
IQAT
81,9
Desenvolvimento Profissional
57%
IQGP
71,7
Qualidade de vida
17%
Estabilidade
24%
Remuneração e benefícios
2%
A Monsanto é uma empresa que atua no setor agrícola e desenvolve herbicidas e
sementes convencionais e geneticamente modificadas. O item que mais da metade dos
funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional. A empresa oferece
oportunidade de mentoring, coaching e universidade interna. Também oferece bolsas de
estudos para diversos tipos de cursos. Possui planos de desenvolvimento profissional e
promove recrutamentos internos.
A Monsanto incentiva as práticas esportivas possibilitando ao funcionário
frequentar academia fora da empresa e também atividades coletivas.
Ourofino Agronegócio
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
78,7
O que os funcionários valorizam:
IQAT
84,5
Desenvolvimento Profissional
51%
IQGP
65,4
Qualidade de vida
29%
Estabilidade
3%
Remuneração e benefícios
17%
A Ourofino Agronegócio é uma fabricante de produtos para saúde animal e
defensivos agrícolas. O item que um pouco mais da metade dos funcionários mais valorizam é
60
o desenvolvimento profissional, a empresa se preocupa com o desenvolvimento do time, ela
promove movimentação interna, aumento salarial e investe na capacitação de seus
colaboradores.
Pormade
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
87,8
O que os funcionários valorizam:
IQAT
93,5
Desenvolvimento Profissional
71%
IQGP
74,4
Qualidade de vida
23%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
4%
A Pormade é uma fabricante de portas. O item que a maioria dos funcionários
mais valoriza é o desenvolvimento profissional, a empresa se preocupa com o
desenvolvimento do time e investe em educação para os seus funcionários. A Pormade
estimula que os seus profissionais opinem sobre a estratégia do negócio.
Sua maior pontuação na revista Você S/A foi a do Índice de Qualidade no
Ambiente de Trabalho (IQAT), pois conforme a reportagem da revista Você S/A a Pormade
proporciona um ambiente de trabalho amigável.
Portal Educação
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
76,4
O que os funcionários valorizam:
IQAT
82,4
Desenvolvimento Profissional
56%
IQGP
62,4
Qualidade de vida
26%
Estabilidade
4%
Remuneração e benefícios
14%
O Portal Educação atua no setor de educação e oferece mais de 900 opções de
cursos online. O item que a maioria dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento
profissional, a empresa se preocupa com o desenvolvimento de seus colaboradores e oferece a
61
oportunidade deles usufruírem os produtos da casa já que cada empregado tem o direito a 100
horas gratuitas de cursos por ano, com livre escolha entre as áreas de conhecimento.
Prezunic
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
77,7
O que os funcionários valorizam:
IQAT
80,9
Desenvolvimento Profissional
65%
IQGP
70,3
Qualidade de vida
20%
Estabilidade
4%
Remuneração e benefícios
11%
O Prezunic é uma rede de supermercados. O item que mais da metade dos
funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional. A empresa investe na
formação dos empregados, que muitas vezes não concluíram o Ensino Médio ou
Fundamental, oferecendo aulas do Telecurso durante o horário de expediente, com uma
professora contratada para cada loja. A empresa também possui uma Loja Formadora que
serve para fazer uma imersão para os recém-contratados e para proporcionar aos gerentes uma
reciclagem ou rodízio entre as diferentes seções do supermercado. Outra ação da empresa é o
Programa de Estágio que permitem que os funcionários façam treinamentos na área em que
gostariam de trabalhar. O Prezunic incentiva as práticas esportivas com atividades coletivas.
Prudential
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
76,0
O que os funcionários valorizam:
IQAT
76,6
Desenvolvimento Profissional
53%
IQGP
74,6
Qualidade de vida
16%
Estabilidade
6%
Remuneração e benefícios
25%
O Prudential é uma empresa americana do setor de seguros. O item que mais da
metade dos funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional. A empresa possui
62
política de recrutamento interno, investe em programas de desenvolvimento de liderança e
conta com um calendário de treinamentos para que os funcionários desenvolvam suas
competências comportamentais. Tem um plano de sucessão estruturado e investe na formação
dos empregados com programas de coaching para os funcionários de nível operacional e com
programas de mentoring para os gestores. O Prudential incentiva as práticas esportivas com
atividades coletivas.
P&G
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
78,0
O que os funcionários valorizam:
IQAT
76,9
Desenvolvimento Profissional
67%
IQGP
80,7
Qualidade de vida
12%
Estabilidade
4%
Remuneração e benefícios
17%
A P&G é uma empresa de bens de consumo que possui 174 anos de existência. O
item que mais da metade dos funcionários mais valorizam é o desenvolvimento profissional.
A empresa usa o processo de avaliação de desempenho para facilitar o planejamento da
carreira onde o funcionário analisa com o auxílio do gestor suas habilidades e as
possibilidades de crescimento dentro da empresa. A empresa oferece oportunidade de
mentoring, coaching e universidade interna. Também incentiva as práticas esportivas
possibilitando ao funcionário frequentar academia fora da empresa e também atividades
coletivas.
Sama
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
88,3
O que os funcionários valorizam:
IQAT
89,8
Desenvolvimento Profissional
22%
IQGP
84,9
Qualidade de vida
57%
Estabilidade
4%
Remuneração e benefícios
17%
63
A Sama atua no setor de mineração. O item que a maioria dos funcionários mais
valoriza é a qualidade de vida e com o intuito de promover uma maior satisfação para os seus
funcionários a Sama contribui com um pacote de benefícios completo: casas revendidas aos
empregados a preço simbólicos e escola para os filhos da pré-escola ao Ensino Médio 100%
subsidiadas. Possui um programa de qualidade de vida chamado Vida Ativa, conta com uma
academia superequipada onde os funcionários e os seus dependentes podem participar
gratuitamente de aulas de futebol e de tênis, ministrados por professores especializados. Para
o desenvolvimento da carreira a empresa tem um programa chamado Cuidando da Minha
Carreira, que estabelece um programa de carreira específico para cada área.
Sydle
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
83,1
O que os funcionários valorizam:
IQAT
86,7
Desenvolvimento Profissional
47%
IQGP
74,9
Qualidade de vida
51%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
0%
A Sydle atua no setor de Tecnologia da Informação. É interessante observar que
os itens que a maioria dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento profissional e a
qualidade de vida, tendo este último obtido uma pequena vantagem em sua pontuação.
A empresa proporciona horário flexível a todos os seus funcionários e é adepta da
gestão sem paredes, mantendo os funcionários em um mesmo ambiente. Para o
desenvolvimento da carreira a empresa fornece um mapa de carreira com o intuito de
estimular o recrutamento interno. Também busca desenvolver seus profissionais com
treinamentos técnicos e de qualificação superior.
64
Symantec
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
76,0
O que os funcionários valorizam:
IQAT
81,0
Desenvolvimento Profissional
50%
IQGP
64,4
Qualidade de vida
23%
Estabilidade
3%
Remuneração e benefícios
24%
A Symantec atua no setor de Tecnologia da Informação. O item que metade dos
funcionários mais valoriza é o desenvolvimento profissional. A empresa possui um sistema de
desenvolvimento individual onde a meta é que cada um deve participar de no mínimo 30
horas de treinamento anuais, que podem ser presenciais ou e-learning. A empresa utiliza o
modelo de avaliação 360 graus e o resultado dessa avaliação é utilizado para ditar o rumo do
desenvolvimento do colaborador.
A empresa oferece oportunidade de mentoring, coaching e bolsas de estudos para
diversos tipos de cursos. A empresa incentiva práticas esportivas com atividades coletivas.
Telefônica Vivo
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
81,8
O que os funcionários valorizam:
IQAT
81,8
Desenvolvimento Profissional
57%
IQGP
81,8
Qualidade de vida
19%
Estabilidade
1%
Remuneração e benefícios
23%
A Telefônica Vivo atua no setor de telecomunicações. O item que mais metade
dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento profissional. A empresa oferece
oportunidade de mentoring, coaching e universidade interna. A empresa incentiva práticas
esportivas com academia fora da empresa e atividades coletivas.
65
Ticket
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
83,4
O que os funcionários valorizam:
IQAT
84,6
Desenvolvimento Profissional
62%
IQGP
80,5
Qualidade de vida
28%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
8%
A Ticket é uma empresa do grupo francês multinacional Edenred e tem como
negócio cartões e vouchers de serviços pré-pagos. O item que mais metade dos funcionários
mais valoriza é o desenvolvimento profissional. A Ticket investe em treinamentos com cursos
técnicos e comportamentais para todos os níveis. A empresa oferece oportunidade de
coaching e oferece bolsas de estudos para diversos tipos de cursos.
A empresa pensando na saúde e bem estar de seus funcionários conta com uma
equipe multidisciplinar composta de médico, nutricionista, psicólogo e fisioterapeuta que
atende os dois escritórios da empresa em São Paulo e convênios para atender as demais
regiões do país. A empresa incentiva práticas esportivas com atividades coletivas.
Unimed Missões
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
80,5
O que os funcionários valorizam:
IQAT
92,6
Desenvolvimento Profissional
52%
IQGP
52,5
Qualidade de vida
29%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
17%
A Unimed Missões é uma empresa do setor de serviços de saúde. O item que mais
metade dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento profissional. A Unimed Missões
investe em treinamentos com cursos técnicos e comportamentais tanto presenciais quanto por
videoconferência. A empresa oferece bolsas de estudos para cursos de graduação.
66
Unimed Rio
Revista Você S/A
Revista Época
IFT
78,7
O que os funcionários valorizam:
IQAT
76,8
Desenvolvimento Profissional
47%
IQGP
83,2
Qualidade de vida
32%
Estabilidade
2%
Remuneração e benefícios
19%
A Unimed Rio é uma empresa do setor de serviços de saúde. O item que a maior
parte dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento profissional. A Unimed Rio investe
em capacitação e todos precisam cumprir um banco de horas de treinamento definido
previamente pelos gestores, as aulas são ministradas em duas plataformas: e-learning e in
company. A empresa oferece oportunidade de coaching e oferece bolsas de estudos para
cursos de graduação e de línguas. Incentiva práticas esportivas com academia fora da empresa
e atividades coletivas.
Whirlpool
Revista Você S/A
IFT
79,1
IQAT
79,3
IQGP
78,4
Revista Época
O que os funcionários valorizam:
Desenvolvimento Profissional
55%
Qualidade de vida
25%
Estabilidade
5%
Remuneração e benefícios
15%
67
A Whirlpool é a maior fabricante de eletrodomésticos do mundo. O item que mais
metade dos funcionários mais valoriza é o desenvolvimento profissional e para o
desenvolvimento da carreira de seus profissionais a empresa possui várias iniciativas, como:
Programa de Monitoramento de Performance, Talent Pool que é uma avaliação de potencial e
o programa de carreira Y para aqueles que querem seguir um caminho técnico na área de
engenharia ou tecnologia. A Whirlpool investe em treinamentos presenciais e e-learning. A
empresa oferece oportunidade de mentoring, universidade interna e oferece bolsas de estudos
para diversos tipos de cursos. A empresa incentiva práticas esportivas com academia dentro
da empresa e atividades coletivas.
4.4 Resultados
Observando as pesquisas é possível perceber que as empresas cada vez mais
dedicam uma atenção especial às necessidades de sua força de trabalho. A tabela 2 reflete a
evolução das práticas dos recursos humanos nos últimos três anos de acordo com a pesquisa
da Revista VOCÊ S/A.
Evolução das práticas de recursos humanos
Índices
2010
2011
Estratégia e Gestão
64,39
74,14
Liderança
68,14
74,08
Políticas e Práticas
63,49
67,95
Remuneração
64,69
69,32
Carreira
55,48
61,43
Saúde
64,16
67,87
Desenvolvimento
69,63
73,19
Cidadania Empresarial
58,24
63,77
IQGP
63,55
69,58
2012
77,11
75,02
69,36
67,12
63,37
71,37
75,58
68,28
71,83
Tabela 5: Fonte: Guia 2012 VOCÊ S/A — As Melhores Empresas para Você Trabalhar
Ao avaliar as análises das pesquisas realizadas pelas duas revistas foi possível
perceber que mesmo com o cenário econômico apresentando incertezas, devido as crises
econômicas que atingem seriamente alguns países e que afetam todo o globo, as empresas
consideradas as melhores para se trabalhar não economizaram ao buscar investir em
treinamentos para o desenvolvimento dos seus colaboradores assim como em formas de
promover qualidade de vida. Esse cuidado com o seu capital intelectual gera para a empresa
comprometimento dos seus colaboradores o que influencia no aumento da sua produtividade
visto estarem satisfeitos com o modo como são notados pela organização e isso origina
benefícios financeiros para a empresa. Muitas das empresas presentes nas duas listagens
apresentam uma preocupação não apenas com o funcionário, mas também com a sua família.
Ou seja, todos ganham, empresas aumentam os dividendos para os seus acionistas
e os funcionários encontram satisfação e motivação para empregarem o seu labor.
A Revista Época fez uma listagem de 20 empresas que aparecem no Guia das
melhores empresas para se trabalhar levando em consideração apenas as empresas que
obtiveram as melhor avaliação dos funcionários no quesito qualidade de vida e destas 20
empresas apenas 8 foram encontradas em ambas as pesquisas, são elas:
Pormade
Sydle
Elektro
Sama
Marelli
Google
Laboratório Sabin
Gazin
Com a pesquisa foi possível perceber que a qualidade de vida é um dos itens mais
valorizados pelos funcionários, aparecendo na maior parte das vezes na segunda colocação,
perdendo apenas para o item de desenvolvimento profissional. Devido as constantes
mudanças que ocorrem no mundo do trabalho, as pessoas e as empresas buscam
constantemente formas de se desenvolverem a fim de atender a demanda do mercado. Porém
para manter um ambiente favorável ao melhor desenvolvimento das competências adquiridas
pela força de trabalho a qualidade de vida se torna imprescindível para um crescimento
sustentável.
CONCLUSÃO
69
Com esse trabalho pode-se perceber que as constantes alterações no mundo e as
pressões que cercam as pessoas impactam de forma acentuada o modo de vida dessas pessoas.
As cobranças por uma elevada performance e adaptação pode provocar um sofrimento
psíquico. Com a globalização da economia e a rapidez das mudanças tecnológicas a pressão
no trabalho passou a ser cada vez maior, gerando estresse no colaborador e a sua prejudicando
a qualidade de vida já que o mesmo busca desesperadamente se adequar ao novo cenário a
fim de garantir o seu emprego.
Considerando a importância desse tema, pode-se perceber que as alterações
constantes no ambiente e no modo do trabalhador executar as suas tarefas impacta os
colaboradores que precisam se readaptar a uma nova configuração de trabalho, gerando
estresse ocupacional nos trabalhadores.
O estresse ocupacional atinge diversas áreas e setores do mundo do trabalho. E se
intensifica à medida que a pressão para suportar e se adequar as mudanças do mundo
globalizado crescem e acaba por gerar ansiedade e preocupação no indivíduo. O estresse pode
ocasionar diversas doenças graves, que são denominadas psicossomáticas, por terem origem
na mente da pessoa. Estas doenças devem ser tratadas observando o indivíduo como um todo
como nos ensina a Medicina Integrativa que trata o indivíduo de maneira holística,
contemplando o seu corpo físico, emocional, mental e de energia.
Para que o ser humano consiga superar o estresse ele deve buscar manter o
equilíbrio emocional e ter uma boa qualidade de vida. Para isso é mister que a resiliência seja
desenvolvida de forma que ele consiga lidar com as situações adversas do seu cotidiano e a
perceber as dificuldades que uma pessoa poderá enfrentar tanto no seu contexto pessoal
quanto de labor e também que o indivíduo saiba administrar o seu tempo, de forma a não
abrir mão do seu descanso. O conceito de resiliência já é utilizado até em nível planetário, e é
importante que as empresas e as pessoas se preocupem com desenvolvimento de um mundo
sustentável, atendendo as suas necessidades, mas também preservando o ecossistema e a
biodiversidade que o cerca, pois se as degradações que são cometidas no planeta se
mantiverem ou piorarem não haverá a possibilidade do emprego do conceito de qualidade de
vida.
Desse modo é possível perceber que o desenvolvimento da resiliência se mostra
importante também na promoção da qualidade de vida, seja dentro ou fora do ambiente das
organizações. Já que a promoção da qualidade de vida no trabalho ao lado da promoção da
70
resiliência acarreta na em uma adequada saúde para as pessoas e satisfação no trabalho e
pessoal.
Ao avaliar as análises das pesquisas realizadas pelas duas revistas estudadas
(Revista Época e Você S/A) foi possível perceber que a maioria delas direcionam a sua forma
de gestão de recursos humanos para o desenvolvimento dos seus colaboradores já que todas
buscam investir em treinamentos. É certo que a maioria das empresas pesquisadas mostraram
como item que o profissional mais valoriza como desenvolvimento profissional, mas a dúvida
que fica é se os funcionários valorizam em primeiro lugar o seu desenvolvimento profissional
por que realmente acha importante, ou se busca esse desenvolvimento profissional justamente
para atender as expectativas da empresa e da sociedade que fazem parte de um mundo
globalizado e repleto de exigências.
Contudo as pesquisas também demonstraram que a qualidade de vida é um item
bastante valorizado pelos funcionários, aparecendo na maior parte das vezes na segunda
colocação. Pode-se perceber que as empresa atualmente buscam formas para manter um
ambiente de trabalho favorável ao melhor desenvolvimento das competências adquiridas pela
força de trabalho. Também apresentam muitas empresas presentes nas duas listagens uma
preocupação não apenas com o funcionário, mas também com a sua família, o que é
importante para o funcionário manter o seu foco no trabalho e não se preocupar com
problemas pessoais. Esse cuidado com o seu capital intelectual gera para a empresa
comprometimento dos seus profissionais o que influencia no aumento da sua produtividade
visto estarem satisfeitos com o modo como são notados pela organização e isso origina
ganhos financeiros para a empresa.
Com a análise das pesquisas foi possível perceber também que as empresas ainda
não expressão uma preocupação o estudo de formas de aumentar a resiliência de seus
colaboradores, o que seria bastante importante para deixá-los mais fortes as demandas da
empresa e por sua vez proporcionar que a organização consiga aumentar as suas vantagens
competitivas. Porém o aparecimento do indicador de felicidade já é um grande avanço para a
boa gestão dos colaboradores. Compreende-se portanto que para o sucesso da empresa e a
satisfação dos seus profissionais ter uma visão mais integrada do problema é fundamental, já
que todos os aspectos acabam por terem influências uns sobre os outros.
71
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77
Anexo A: Questionário da Escala de Resiliência
Marque o quanto você concorda ou discorda com as seguintes afirmações:
1. Quando eu faço planos, eu levo eles até o fim.
2. Eu costumo lidar com os problemas de uma forma ou de outra.
3. Eu sou capaz de depender de mim mais do que qualquer outra pessoa.
4. Manter interesse nas coisas é importante para mim.
5. Eu posso estar por minha conta se eu precisar.
6. Eu sinto orgulho de ter realizado coisas em minha vida.
7. Eu costumo aceitar as coisas sem muita preocupação.
8. Eu sou amigo de mim mesmo.
9. Eu sinto que posso lidar com várias coisas ao mesmo tempo.
10. Eu sou determinado.
11. Eu raramente penso sobre o objetivo das coisas.
12. Eu faço as coisas um dia de cada vez.
13. Eu posso enfrentar tempos difíceis porque já experimentei
dificuldades antes.
14. Eu sou disciplinado.
15. Eu mantenho interesse nas coisas.
16. Eu normalmente posso achar motivo para rir.
17. Minha crença em mim mesmo me leva a atravessar tempos difíceis.
18. Em uma emergência, eu sou uma pessoa em quem as pessoas
podem contar.
19. Eu posso geralmente olhar uma situação de diversas maneiras.
20. Às vezes eu me obrigo a fazer coisas querendo ou não.
21. Minha vida tem sentido.
22. Eu não insisto em coisas as quais eu não posso fazer nada sobre elas.
23. Quando eu estou numa situação difícil, eu normalmente acho uma saída.
24. Eu tenho energia suficiente para fazer o que eu tenho que fazer.
25. Tudo bem se há pessoas que não gostam de mim.
DISCORDO
NEM CONCORDO
CONCORDO
Totalmente Muito Pouco NEM DISCORDO Pouco Muito Totalmente
1
2
3
4
5
6
7
1
2
3
4
5
6
7
1
2
3
4
5
6
7
1
2
3
4
5
6
7
1
2
3
4
5
6
7
1
2
3
4
5
6
7
1
2
3
4
5
6
7
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78
Anexo B: Forma de avaliação da pesquisa da Revista Você S/A.
1- O QUESTIONÁRIO DOS FUNCIONÁRIOS
O Questionário do Funcionário foi criado para medir o grau de satisfação dos colaboradores
em relação à empresa em que trabalham. Ele representa a parte subjetiva da pesquisa porque
as respostas para as perguntas se baseiam na percepção que as pessoas têm sobre a
organização que as emprega, o trabalho em si, os chefes e os colegas.
Esse questionário gera o Índice de Qualidade do Ambiente de Trabalho (IQAT), que tem o
maior peso na composição da nota final da empresa (70%). Um dispositivo de seleção
randômica, disponível após a inscrição da empresa, sorteia os funcionários que responderão a
esse questionário. O Questionário dos Funcionários traz questões que cobrem as quatro
categorias abaixo:
IDENTIDADE – como os funcionários veem a empresa, o negócio em que ela atua
e sua estratégia. Tem a ver com "vestir a camisa", com o orgulho que a pessoa
sente em trabalhar naquela organização.
SATISFAÇÃO/MOTIVAÇÃO – o objetivo é medir como os funcionários se
sentem em relação ao que fazem, ao que recebem, aos processos de gestão
adotados pela empresa e ao ambiente de trabalho.
LIDERANÇA – avaliação da capacidade da chefia de inspirar, orientar e ser
imparcial com seus subordinados.
APRENDIZADO/DESENVOLVIMENTO – como os funcionários avaliam as
oportunidades de aprendizado oferecidas pela empresa e o que ela efetivamente
faz para promover seu desenvolvimento profissional.
2- O QUESTIONÁRIO DA EMPRESA
As etapas 1 e 2 ocorrem simultaneamente, porque o prazo para a devolução dos dois
questionários, o dos funcionários e o da empresa, é o mesmo. O Questionário da Empresa,
junto com o Book de Evidências, que veremos mais a frente, gera o Índice de Qualidade na
Gestão de Pessoas (IQGP).
A primeira parte do Questionário da Empresa inclui informações gerais sobre a empresa (total
de funcionários, missão, valores e grau de instrução dos funcionários, entre outros dados).
79
A segunda parte do questionário entra na avaliação da empresa em si e inclui quatro
categorias, que verificam não só as políticas e práticas de RH adotadas, mas também incluem
questões para medir a consistência, a sustentabilidade e a abrangência dessas ações. Vamos
supor, por exemplo, que a empresa declara que adota uma política de recolocação para
empregados demitidos. Nós queremos saber também há quanto tempo, em média, isso
acontece e se qualquer funcionário, seja qual for o cargo, tem direito a esse benefício. A
abrangência e o tempo têm impacto na nota da empresa. Isso vai valer para todas as quatro
categorias do Questionário da Empresa, que estão listadas abaixo:
ESTRATÉGIA E GESTÃO – avalia não só como a empresa aplica e mantém sua
estratégia, mas o quanto ela comunica, consulta e envolve seus funcionários nas
questões referentes a esse assunto. Essa categoria tem peso de 20% na nota final
do Questionário da Empresa.
LIDERANÇA – essa categoria tem peso de 20% no Questionário da Empresa. As
questões avaliam se a empresa tem mecanismos para identificação e formação de
líderes, além da formalização da responsabilidade do gestor na gestão do clima
organizacional.
POLÍTICAS E PRÁTICAS –essa categoria tem o maior peso na composição da
nota final (40%) e avalia a empresa em quatro subcategorias: remuneração e
benefícios; carreira, saúde e desenvolvimento.
CIDADANIA EMPRESARIAL - impacto das ações, programas de voluntariado,
questões relacionadas à ética, à maneira como a empresa lida com as pessoas com
deficiência – tudo isso é avaliado nessa categoria, que também tem 20% de peso
na composição da nota final deste questionário.
3- VISITAS ÀS EMPRESAS PRÉ-CLASSIFICADAS
As companhias pré-classificadas são aquelas que alcançaram as maiores notas dadas pelos
funcionários e que também tiveram um número mínimo de questionários respondidos pelos
funcionários (esse número, chamado de amostra mínima, varia de acordo com o total de
empregados), não zeraram em nenhuma categoria avaliada e obtiveram pelo menos 25 pontos
de média no questionário da empresa.
80
As pré-classificadas serão visitadas pelos jornalistas da VOCÊ S/A. Essa visita compõe uma
das notas da empresa e pode eliminar a empresa, caso sejam detectados fatos que contrariem
os dados obtidos no questionário dos funcionários e da empresa. Além disso, na etapa que
antecede a escolha das 150 melhores empresas, quando as notas das pré-classificadas estão
muito próximas e variam pontos decimais, a visita dos jornalistas é utilizada como fator de
desempate e leva em conta aspectos qualitativos e comparativos.
A visita é um dos grandes diferenciais da pesquisa VOCÊ S/A EXAME AS MELHORES
EMPRESAS PARA VOCÊ TRABALHAR. Os jornalistas viajam por todo o país para falar
com os funcionários do nível operacional e gerencial. É uma forma de identificar na prática e
olho no olho o que os questionários revelam em números, além de conhecer – in loco – onde e
como trabalham esses profissionais. Em 2011, 243 companhias em todo o Brasil foram
visitadas pelos jornalistas.
4- REUNIÃO DE CONSENSO ENTRE A FIA E A VOCÊ S/A
Na última etapa do processo, as equipes da VOCÊ S/A e da FIA fazem uma reunião para
classificar as melhores empresas para trabalhar no país.
Todas as informações sobre o progresso da empresa na pesquisa estão em uma página
exclusiva que fica no http://melhoresempresas2012.abril.com.br/homedaempresa. Para
acessar essa página, a empresa deve utilizar o login e a senha criados por ela no ato da
inscrição.
81
Anexo C: Etapas da pesquisa da Revista Você S/A.
1. As inscrições, gratuitas, começam em 1º de fevereiro e vão até o dia 31 de março de 2012.
Para participar da pesquisa, a empresa precisa dar Ok no Termo de Compromisso
(documento em que constam as regras do processo).
2. De acordo com a data de inscrição da empresa, funcionários escolhidos aleatoriamente
recebem um prazo para responder ao questionário de 77 questões relativas ao ambiente de
trabalho. Ao mesmo tempo, o responsável pelo RH preenche outro questionário, no qual
declara suas práticas de gestão de pessoas. Toda empresa deve enviar também um Caderno
de Evidências (Book), relatando suas práticas.
3. Os questionários são processados pela Editora Abril. A partir daí, são definidas as
empresas pré-classificadas — aquelas que atingem um mínimo de respostas de acordo com
o número de funcionários—, e a nota de corte da pesquisa do ano.
4. Entre os meses de junho e julho, a equipe da VOCÊ S/A vai a todas as empresas préclassificadas. Os jornalistas checam as instalações da companhia, entrevistam profissionais
de RH e fazem reuniões com representantes dos níveis operacional e gerencial.
5. Em meados de julho, os jornalistas da VOCÊ S/A e a equipe da Fundação Instituto de
Administração (FIA) comparam os dados da pesquisa com a percepção das visitas. Nessa
reunião, são definidas as 150 melhores empresas do ano.
6. Até o final de agosto, o material editorial do Guia é preparado: mais de 200 páginas de
reportagens sobre as melhores. A produção é, em média, de 45 textos por semana.
7. Em setembro, é hora de comemorar. A festa, que premia as melhores empresas e os
destaques em gestão de pessoas no ano, reúne os principais executivos das companhias em
um evento em São Paulo.
Tradicionalmente, o Guia publica a lista das 150 melhores empresas para trabalhar. Em 2011,
o Guia ganhou novas premiações e adotou uma organização já demandada pelo mercado.
Agora, as empresas são apresentadas de acordo com o seu setor de atuação — e não mais por
porte de acordo com o número de funcionários, como era feito desde 2005. Também
ganharam destaques a empresa revelação (aquela que, entre as estreantes, recebeu a maior
nota geral), a melhor cooperativa do ano, e as melhores empresas para trabalhar nas regiões
82
Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte-Nordeste. A melhor empresa do ano (a posição mais
desejada pelas companhias que se inscrevem na pesquisa) continua com o mesmo destaque.
Além desses destaques, o anuário traz empresas que se sobressaem nas seguintes categorias:

CIDADANIA EMPRESARIAL

ESTRATÉGIA E GESTÃO

CARREIRA

DESENVOLVIMENTO

LIDERANÇA

SAÚDE
Pelo sexto ano consecutivo, o Guia irá conceder o prêmio DESAFIO DE RH para a empresa
que está passando um por um momento de grande complexidade na gestão de pessoas. Além
de avaliar o momento da companhia, para entregar esse prêmio, o Guia seleciona as maiores e
melhores em número e qualificação de funcionários, locais de trabalho e faturamento. São
avaliadas notas do IFT e IQGP. Em 2011, o Desafio de RH foi concedido ao Itaú Unibanco.
83
PONTÍFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
SÃO PAULO
Faculdade de Economia, Administração,
Contabilidade e Atuariais.
SUSTENTABILIDADE
Aluna: Fernanda El Hadi de Almeida
Prof. Arnoldo José de Hoyos Guevara
\
2° Semestre 2012
1
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 4
CAPÍTULO I – DESENVOLVIMENTO, COMPETI;ÁO E
SUSTENTABILIDADE ................................................................. 5
1.0. O QUE É E QUANDO SURGIU O CONCEITO DE
SUSTENTABILIDADE ....................................................................... 8
1.1. DEFINIÇÕES DA SUSTENTABILIDADE .......................................... 9
1.1.1. ECONÔMICA .................................................................................. 10
1.1.2. AMBIENTAL ................................................................................... 10
1.1.3. SOCIOCULTURAL ......................................................................... 11
1.2. QUAL É A IMPORTÂNCIA DA SUSTENTABILIDADE? .................. 12
1.3. QUAIS SÁO AS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS? ............................... 12
1.3.1. EDUCAÇÃO AMBIENTAL ............................................................. 12
1.3.1.1. PRÁTICAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL ................................ 12
CAPÍTULO II – A SUSTENTABILIDADE NOS CONDOMÍNIOS ....................... 18
2.0. POR QUE PRATICAR SUSTENTABILIDADE NOS
CONDOMÍNIOS .................................................................................. 18
2.0.1. CONDOMÍNIOS SUSTENTÁVEIS .................................................. 19
2.0.2. EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS
(SUSTENTÁVEIS) .................................................................... 20
2.0.2.1. COMO PLANEJAR CONDOMÍNIOS SUSTENTÁVEIS? ............ 22
2.0.2.2. SENSIBILIZA OS MORADORES ................................................. 23
2.0.2.2.1. FAÇA UMA PRIMEIRA REUNIÃO DE CONDOMÍNIO ............. 23
2.0.2.2.2. NA SEGUNDA REUNIÁO, ESTABELEÇA PRIORIDADES .... 23
2.0.2.2.3. ACOMPANHE A EXECUÇÃO DAS OBRAS E MANTENHA
OS CONDÔMINOS INFORMADOS .......................................... 23
2.0.3. EMPREENDIMENTOS SUSTENTÁVEIS ........................................ 24
2.0.4. CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS ................................................. 25
2.0.4.1. EXEMPLO DE CONSTRUÇÃO SUSTENTÁVEL ........................ 26
2.0.4.2. QUAIS PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS PODEM SER
INSTITUÍDAS NESSES CONDOMÍNIOS? ................................... 27
2.1. QUAIS SÃO OS MEIOS QUE OS CONDÔMINOS UTILIZAM
PARA CONTRIBUIR COM A SUSTENTABILIDADE EM
SEUS LARES? .................................................................................... 28
2.1.1. ECONOMIA DE ENERGIA ELÉTRICA ........................................... 31
2.1.2. ECONOMIA DE ÁGUA .................................................................... 31
2.1.2.1. VAZAMENTOS ............................................................................. 32
2.1.2.2. VASO SANITÁRIO ....................................................................... 32
2.1.2.3. TORNEIRAS ................................................................................. 32
2.1.2.4. LOUÇA ......................................................................................... 33
2.1.2.5. VERDURAS .................................................................................. 33
2.1.2.6. ROUPAS ....................................................................................... 33
2.1.2.7. JARDINS E PLANTAS ................................................................. 33
2.1.2.8. ÁGUA DA CHUVA ........................................................................ 34
2.1.2.9. CARRO ......................................................................................... 34
2.1.2.10. CALÇADA .................................................................................. 35
2.1.3. SELEÇÃO E SEPARAÇÃO DO LIXO ............................................ 35
2.2. EXISTEM VANTAGENS AO REALIZAR ESSA
PRÁTICA SUSTENTÁVEL NOS CONDOMÍNIOS? ........................... 36
2
2.3. O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) …… 36
2.3.1. TIPOS DE LEED NO BRASIL ........................................................ 39
CAPÍTULO III – SUSTENTABILIDADE ECONÔMICA ....................................... 40
3.0 ECONOMIA VERDE ........................................................................... 41
3.1. EMPREGOS VERDES ....................................................................... 43
3.2. BRASIL SUSTENTÁVEL ................................................................... 44
3.2.1. RIO+20 ............................................................................................ 46
3.2.1.1. RIO+20- CIDADES ....................................................................... 46
3.2.1.1.1. PROPOSTAS PARA A RIO+20 PARA O TEMA CIDADES .... 48
3.2.2. EXPECTATIVAS DA RIO+20 .......................................................... 48
3.3. PROGRAMAS CIDADES SUSTENTÁVEIS ....................................... 51
3.3.1. PROGRAMA QUE CIDADES SUSTENTÁVEIS OFERECE .......... 52
3.3.1.1. FERRAMENTAS ........................................................................... 52
3.3.1.2. MOBILIZAÇÃO ............................................................................. 52
3.3.1.3. COMPROMISSOS ........................................................................ 53
3.3.1.4. BENEFÍCIOS PARA AS CIDADES PARTICIPANTES ............... 53
CONCLUSÃO ...................................................................................................... 53
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................... 54
3
INTRODUÇÃO
Esse Trabalho de Conclusão de Curso esta relacionado à matéria Gestão de Pessoas,
pelo fato de ser uma área situacional e contingencial, pois essa depende da cultura presente
em cada uma das organizações.
Gestão de Pessoas tem como função cuidar, instruir, observar, contratar, demitir,
treinar, avaliar, e orientar os indivíduos que compõe determinada equipe dentro de uma
empresa, por exemplo.
Essa matéria esta de certo modo atrelada e conta com o apoio do setor de Recursos
Humanos, com o intuito de proporcionar um maior desempenho tanto do indivíduo
(funcionário) quanto da empresa na qual ele esta inserido.
É uma disciplina intrigante pelo fato de se preocupar com os indivíduos de uma forma
mais geral. Esse é um fator de extrema importância para obtenção do sucesso tanto da
empresa quanto do individuo.
O trabalho a seguir irá apresentar assuntos que abordam um tema que está em grande
destaque atualmente, a Sustentabilidade. Irá descrever o seu significa, a sua importância, e as
suas práticas.
Além disso, irá relatar sobre a Sustentabilidade nos Condomínios, explicando quais as
vantagens que se podem obter ao realizar esse tipo de prática, a importância dela, e dar até
mesmo algumas dicas de como realizar essas práticas sustentáveis em seus próprios lares. E
não menos importante, relatar sobre construções novas que estejam dentro da lei, e que são
consideradas importantes, e de extrema relevância no mundo por serem consideradas
sustentáveis. Menciona e explica sobre um sistema de certificação e orientações ambientais
edificiais (LEED), que é muito prestigiado e levado em consideração pelo mundo todo.
Como abordagem final, esse trabalho irá mostrar a importância da existência de
Economias Sustentáveis de forma geral, a Economia Sustentável do Brasil, e explicar sobre o
projeto Rio+20 que está sendo bastante abordado atualmente no Brasil, explicando sobre o
que se trata, e quais são as expectativas desse projeto. Além de relatar também sobre um dos
temas discutidos pela Rio+20, cidades, que está relacionado com o fator condições de vida,
moradia, edifícios, população e sustentabilidade.
4
Isso tudo relatado de uma forma clara, com diversas citações de pessoas importantes, e
entendedoras do assunto.
A questão sustentabilidade parte do pressuposto que para que uma sociedade progrida
e que tenha crescimento econômico estável, é preciso dar certa atenção aos fatores que
possam afetar esta estabilidade no futuro.
Sustentabilidade é um assunto pertinente, pois se preocupa de certa forma com o
futuro de todos, mostrando que é possível desenvolver uma economia sem precisar agredir a
todo instante o meio ambiente, ou seja, existem formas de conseguirmos fazer com que os
nossos países cresçam atualmente, sem agredir o futuro das próximas gerações que ainda
estão por vir, e fazer isso de maneira correta, sem danificar o meio no qual vivemos.
Capítulo 1: Desenvolvimento, Competição e Sustentabilidade.
Atualmente estamos vivendo em uma época na qual tecnologia, inovação, informação,
e criação, são aspectos de extrema necessidade e importância para as nossas vidas
empresariais. O fato de o mercado estar em amplo crescimento significa que novas empresas
estão sendo inseridas de forma competitivas e agressivas nele, com o objetivo de conseguirem
ingressarem e se manterem nesse vasto mercado no qual estão sendo introduzidos.
De acordo com Michael Porter, no livro “Competitive Strategy: Techniques for
analysing Industries and Competitors”, ele mostra uma de suas criações, que é basicamente
um modelo de análise mercadológica, mais conhecida como “As Cinco Forças de Porter”.
Essas forças são: Rivalidade entre os concorrentes; Ameaça de entrada de novas
empresas (entrantes); Ameaça de produtos e serviços substitutos; Poder dos fornecedores; e
Poder dos compradores (clientes).
A Rivalidade entre os Concorrentes: são rivalidades ligadas ao preço, a propaganda,
entrada de novos produtos por determinada empresa, melhoria no programa de distribuição,
esses e entre alguns outros fatores representam de forma clara essa primeira força definida e
estudada por Michael Porter.
5
A segunda força que ele aborda é a Ameaça de Entrada de Novas Empresas, em
outras palavras, são aquelas empresas que estão sendo inseridas no mercado, mais conhecida
como empresa entrante, que significa a ameaça de um novo concorrente para aquelas empresa
que já estão inseridas e de certo modo estabelecidas no mercado.
Essas novas empresas só são consideradas como reais ameaças quando existe uma
baixa economia em escala, quando a diferenciação do produto também é baixa, facilitando
assim com que elas consigam se estabelecer no mercado de forma acessível e não precisem
gastar um dinheiro significativo com esse tipo de informação e investimento, e entre outros
motivos.
A terceira forma de força descrita e explicada por Porter é a Ameaça de Produtos e
Serviços Substitutos, sendo que esses produtos podem ser considerados como uma forma de
ameaça quando eles estão sujeitos a certas tendências que poderão trazer determinadas
melhorias quando relacionamos o seu preço com as demais concorrentes, e também o fato de
que esses produtos possam trazer e até mesmo provocar determinadas inovações tecnológicas
fazendo com que determinadas empresas obtenham um destaque maior em relação a outras.
A quarta força que Porter descreveu foi o Poder dos Fornecedores, pois esses podem
exercer seu poder de barganha e de certo modo influenciar o preço, a qualidade de
determinados produtos.
A ultima força descrita por Porter é o Poder dos Compradores, que são chamados e
conhecidos como clientes, esses são fatores chaves para o mercado, e consequentemente
influencia de forma drástica, podendo “obrigar” o mercado a diminuir preços, aumentar
demanda, e qualidade, podendo então acirrar a concorrência em determinados tipos de
mercado.
FIGURA 1.0
6
Fonte: As Cinco Forças de Porter. 1
Essa Figura 1.0 representa de forma clara o papel e a função de cada uma dessas forças
retratadas anteriormente.
Michael Porter explica de forma detalhada e clara como se faz uma análise
mercadológica nos dias de hoje, o que não é algo muito simples, pois podemos notar a
complexidade dessa análise pelos diversos fatores que devemos levar em conta para que ela
seja feita de modo preciso e correto.
Essa análise é importante ser feita para entendermos a complexidade do mercado
atualmente causado pelo aumento da concorrência.
Devido ao aumento do desenvolvimento humano, as empresas estão evoluindo,
aumentando, ampliando, e ganhando um grande espaço e importância no nosso planeta, mas,
1
GOMEDE,Everton. Poucos Vitais, Muitos Triviais: Assuntos relacionados à pesquisa em ambientes de
tecnologia da informação e assuntos em geral. Disponível em: <http://evertongomede.blogspot.com>. Acesso
em: 16 mar. 2012
7
para que elas cresçam é necessário algo muito maior do que apenas o desenvolvimento
tecnológico, e industrial, por exemplo, é necessário que elas façam isso de maneira
sustentável, com o objetivo de não afetar e de não prejudicar o meio ambiente e
consequentemente as próximas gerações que estão por vir.
1.0: O que é e quando surgiu o conceito de Sustentabilidade?
De acordo com os autores; Adriana Camargo Pereira, Gibson Zucca da Silva e Maria
Elisa Ehrhardt Carbonari, em seu livro “Sustentabilidade, responsabilidade social e meio
ambiente” eles explicam que “o conceito de sustentabilidade explora as relações entre
desenvolvimento econômico, qualidade ambiental e equidade social”. 2
O conceito de sustentabilidade começou a ser retratada na Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano realizado pela
própria ONU (Organizações das Nações Unidas) em meados do ano
de 1972, em Estocolmo, na Suécia. 3
A Conferência discutiu na época sobre as contradições existentes entre
ao desenvolvimento e ao meio ambiente. E posteriormente estudos
realizados comprovaram que o capitalismo instituído estava causando
diversas formas de impactos ambientais. Nessa Conferência estavam
presentes 113 países, e a primeira grande reunião internacional que o
assunto abordado era meio ambiente.4
2
PEREIRA,Adriana Camargo; SILVA Gibson Zucca da; CARBONARI,Maria Elisa Ehrhardti,
Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 66.
3
PEREIRA,Adriana Camargo; SILVA Gibson Zucca da; CARBONARI,Maria Elisa Ehrhardti,
Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 66
4
PEREIRA ,Adriana Camargo; SILVA Gibson Zucca da; CARBONARI, Maria Elisa Ehrhardti,
Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 67
8
Os impactos ambientais causaram problemas há vários países, nações, regiões e povos
diferenciados. Por essas razões especificamente que se é importante tomar um devido cuidado
com esses aspectos, e tentar buscar sempre meios que equilibrem de certo modo essa
preservação ambiental com relação ao desenvolvimento econômico, isso tudo com o objetivo
de evoluir e preservar o meio tentando satisfazer as necessidades das gerações atuais, e sem
prejudicar as próximas gerações.
Outra definição dada pelo conceito de sustentabilidade, que consegue expressar de
forma clara e pontual é a seguinte:
Sustentabilidade é um termo usado para definir ações e atividades
humanas que visam suprir as necessidades atuais dos seres humanos,
sem comprometer o futuro das próximas gerações. Ou seja, a
sustentabilidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento
econômico e material sem agredir o meio ambiente, usando os
recursos naturais de forma inteligente para que eles se mantenham no
futuro. Seguindo estes parâmetros, a humanidade pode garantir o
desenvolvimento sustentável.5
1.1: Definições da Sustentabilidade
Sustentável,adj. que se pode sustentar, capaz de se manter mais ou
menos constante, ou estável, por longo período.6
A sustentabilidade apresenta diversas definições, e algumas das mais conhecidas e
abordadas pela ONU seriam as seguintes:
1.1.1: Econômica:
5
SUSTENTABILIDADE: desenvolvimento presente garantindo o futuro das próximas gerações. Disponível
em:< http://www.suapesquisa.com/ecologiasaude/sustentabilidade.htm >. Acesso em: 10 abr. 2012.
6
DICIONÁRIO Aurélio da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1993.
9
A ideia central da sustentabilidade é a de que as decisões atuais não
devem prejudicar as perspectivas de qualidade de vida futura. Isto
significa que a gestão do nosso sistema econômico deve ser feita a
partir dos dividendos dos nossos recursos. 7
1.1.2: Ambiental:
Desenvolvimento sustentável está relacionado à preservação dos
processos ecológicos essenciais à sobrevivência e ao desenvolvimento
humano, à preservação da diversidade genética e ao aproveitamento
sustentável das espécies e ecossistemas. 8
1.1.3: Sociocultural:
Desenvolvimento econômico sustentável está diretamente relacionado
com o aumento da qualidade de vida das pessoas de baixa renda, que
pode ser medida em termos de alimentos, renda, educação, saúde,
abastamento de água, saneamento, e apenas indiretamente relacionado
com o crescimento econômico global. 9
FIGURA 1.1.
7
REPETTO, 1986 apud ROGERS, P.; JALAL, K.; BOYD, J. An introduction to sustainable development.
Londres: Earthscan, 2008. p. 43.
8
UNEP apud ROGERS, JALAL e BOYD, 2008, p.44.
9
BARBIER, 1987 apud ROGERS, JALAL e BOYD, 2008, p. 44.
10
Fonte: Sustenta essa Ideia 10
A FIGURA 1.1 representa o tríplice resultado baseado nas três dimensões do
desenvolvimento sustentável: a Economia, a Ambiental (Ecologia), e a Social, que essas
dimensões são consideradas como os pilares da sustentabilidade.
Quando o tríplice resultado apresenta é positivo, quer dizer que irá desencadear em um
aumento positivo e significativo para a empresa, tanto relacionado ao retorno para os seus
acionistas, quanto à lucratividade.
A perspectiva Social tem como preocupação o bem estar dos seres humanos e da
qualidade de vida deles.
A Econômica acredita que a sustentabilidade econômica está relacionada a duas
dimensões: de um lado, a alocação e a gestão mais eficiente dos recursos e, de outro, um fluxo
regular do investimento público e privado.11
10
O que você entende sobre sustentabilidade?
Disponível em: <http://sustentaessaideia.blogspot.com> . Acesso em: 12 abr. 2012.
11
SACHS, Ignacy..Desenvolvimento includente, sustentável e sustentado. Rio de Janeiro: Garamond,2006.
11
E a perspectiva Ambiental se preocupa com os possíveis impactos que os homens e
podem e/ou causam sobre o ambiente.
1.2: Qual é a importância da Sustentabilidade?
Vivemos atualmente em uma época de acontecimentos inesperados quando abordamos
o assunto relacionado, por exemplo, ao clima. Isso é apenas consequência do modo que a
nossa sociedade está escolhendo para vivermos o nosso cotidiano atualmente.
De certo modo, deixamos com que o nosso planeta ficasse “doente” e prejudicamo-lo,
a partir desse, e de outros motivos temos que ter a conscientização de fazermos práticas
sustentáveis relacionadas ao nosso dia-a-dia para ajuda-lo a melhorar.
Essa mudança deve ocorrer o quanto antes, e deve estar na mente de todos os cidadãos
do nosso planeta Terra. Devem então mudar a forma em que explora, extrai recursos naturais
da natureza, pois se continuar dessa forma, não terão recursos para as próximas gerações
conseguirem usufruir.
A sustentabilidade é importante para conseguirmos preservar o meio em que vivemos,
e sem deixarmos de fazer com que a economia do nosso mundo continue a crescer cada vez
mais fazendo isso de modo que todas as pessoas consigam viver com alta qualidade de vida
na Terra, e preservem as gerações futuras.
1.3: Quais são as práticas sustentáveis?
Para que ocorram essas práticas sustentáveis de forma correta, é preciso que haja
primeiramente uma conscientização e uma educação ambiental há todos os indivíduos.
1.3.1: Educação Ambiental
Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais
o
indivíduo
e
a
coletividade
constroem
valores
sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a
12
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial
à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.12
1.3.1.1: Práticas da Educação Ambiental
A seguir serão relatadas algumas práticas que podem, e devem ser utilizadas no dia-adia de cada indivíduo para que consigam participar de ações sustentáveis fazendo com que
vivam em um mundo melhor.
Essas
práticas
foram
retiradas
do
ALMANAQUE
PARA
PRÁTICAS
SUSTENTÁVEIS, por Thomas Enlazador
1. Racione o uso do ar-condicionado. Na maior parte das vezes, uma
janela aberta resolve o incômodo do calor. Quando for usar o ar
condicionado aumente em 2 graus. Com essa atitude você evita que
900 kg de dióxido de carbono por ano, subam para atmosfera13;
2. Se não for suficiente, tente um bom ventilador, que consome menos
energia do que o ar condicionado14;
3. Troque as lâmpadas incandescentes por versões fluorescentes mais
econômicas. Elas podem gastar até 65% menos energia e durar até 10
12
13
Artigo 1º da Lei nº 9.795/99
Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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vezes mais do que as lâmpadas de filamento, reduzindo, assim, a
geração de resíduos15
4. Compre apenas eletrodomésticos que tenham avaliação A no selo
Procel. Eles ajudam a diminuir sua conta de luz e permitem uso mais
eficiente de energia elétrica16
5. Mais da metade do lixo da sua casa pode ser reciclado. Separe os
materiais recicláveis do lixo orgânico e do que não pode ser reciclado.
Consulte a prefeitura para saber mais sobre os horários e condições da
Coleta Seletiva na sua cidade 17
6. Mantenha a tampa da panela fechada. Com essa atitude você
concentra mais calor e economiza gás de cozinha18
7.
O relatório impresso hoje pode virar papel de rascunho amanhã.
Aproveite sempre os dois lados das folhas e poupe o corte de muitas
árvores19
15
Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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17
Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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8. Quando sair da sala, desligue o monitor do computador. As proteções
de tela também gastam energia que podem ser economizada apenas ao
apertar um botão20
9. Não coloque a geladeira perto do fogão ou de uma janela que recebe
muito Sol; ela terá de trabalhar mais para se manter fria21
10. Feche sempre bem a porta da geladeira. Aberta, há um maior
consumo de energia para manter a temperatura. Não deixe a porta
aberta enquanto pensa no que vai tirar dela, nem a abra e feche
repetidas vezes22
11. Evite manter a temperatura interna do refrigerador inferior a 5 ou 6
graus. Isso aumenta o consumo energético em cerca de 7%23
19
Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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21
Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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15
12. Prefira geladeira com descongelamento manual por gastar menos
energia24
13. Se a sua atividade profissional permite, trabalhe remotamente em
casa alguns dias por semana. Você gasta menos combustível e diminui
o stress dos deslocamentos25
14. Tire ruído: Se a porta estiver rangendo, faça uma mistura de raspa de
grafite (ponta de lápis) e algumas gotas de óleo de cozinha. Coloque
aos poucos nas dobradiças, fazendo um movimento de abrir e fechar a
porta, para que a mistura penetre bem nas dobradiças26
15. Racionalize o uso de pilhas, procure usar pilhar recarregáveis.
Quando acabar seu prazo, encaminhe as caixas coletoras específicas.
As pilhas contaminam a água e o solo, com mercúrio e cádmio, e a
atmosfera com vapores tóxicos27
16. A fabricação de mais papel faz com que sejam derrubadas mais
árvores, aumentando o aquecimento global e diminuindo a qualidade
do ar e da água. O cloro utilizado para o branqueamento é altamente
24
Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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16
contaminante. Opte sempre pelo papel reciclado, imprima só o
necessário, no modo econômico e utilize os dois lados da folha28
17. Fique atento na conta de luz da sua casa e perceba quantos aparelhos
eletrônicos ficam no modo de espera (stand by ) constantemente. Crie
o habito e tire televisão, dvds, sons e outros da tomada e calcule a
economia na conta29
18. Seja um agente voluntário do “apagão”; Saia por ai apagando todas as
luzes desnecessárias na sua casa, trabalho, banheiros públicos,
shoppings, restaurantes e afins. A conta em real nem sempre é você
quem paga, mas o ônus ambiental reflete em todo o planeta30
19. Evite a indústria dos descartáveis: prefira o coador de pano, os
alimentos fora das bandejas de isopor, o copo de vidro, as sacolas e
guardanapos de pano, enfim, todo produto que se use, lave e use
novamente, em vez de jogar fora. Assim, você economiza os recursos
da natureza e diminui a quantidade de lixo, um dos grandes problemas
do nosso tempo.31
28
Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pdf>. Acesso 18.abr.
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17
Capítulo 2: A Sustentabilidade nos Condomínios
Para ajudarmos com o meio ambiente podemos começar com pequenas ações dentro
de nossos próprios lares. Cada dia mais assuntos relacionados à sustentabilidade estão sendo
abordados e adotados por muitos indivíduos; por muitas empresas; por muitos locais de
moradia; resumidamente, esses assuntos estão se espalhando pelo mundo todo e de diversas
maneiras, em forma de um prol social e universal, para ajudar o nosso planeta.
Instituir essa ideia de sustentabilidade nos condomínios não é uma tarefa considerável
fácil. O fato de ter que conscientizar moradores, fazer com que eles modifiquem certos
hábitos que eles já estão acostumados a realizar, e fazer com que eles percebam que não é a
melhor maneira para ajudar o meio ambiente e ajam de forma diferenciada de seu costume,
não é nada fácil.
Para que isso ocorra de forma eficiente os síndicos devem em primeiro lugar tomar
consciência da importância desse aspecto para toda a comunidade, não apenas aquela que esta
inserida no condomínio que ele tem certa responsabilidade, mas de toda a população de uma
nação. Devem promover campanhas sustentáveis, conversar com os funcionários que realizam
atividades rotineiras no condomínio, alertar as possíveis consequências, e até mesmo
punições, realizar metas que ajudem para que essas ações sigam de exemplos para os
moradores, pedir auxilio e ajuda de administradores que fazem a administração do
condomínio, e ter controles sobre tudo isso.
2.0: Por que praticar Sustentabilidade nos Condomínios?
A sustentabilidade é uma prática que deve estar presente, ser consciente e entendida
por todos os indivíduos. Essa prática pode e deve começar partindo dos próprios lares, com
pequenas ações cotidianas que tem por finalidade melhorar as condições de vida de todos.
18
2.0.1: Condomínios Sustentáveis:
O conceito de condomínios sustentáveis vem se popularizando em
nosso país conforme cresce a consciência ecológica e os problemas e
distúrbios climáticos se espalham pelo mundo manifestando-se com
cada vez mais violência e frequência. As preocupações de uma grande
parcela da população só aumentam conforme notícias de eventos
climáticos nunca antes vistos começam e espalhar-se pelo planeta e a
assustar até os mais céticos críticos do aquecimento global.32
O autor Carlos Abreu explica também que:
Cada vez mais empresários do ramo de construção civil vêm
investindo na construção de condomínios sustentáveis com grande
sucesso e obtendo lucros substanciais com a comercialização das
unidades e “vendendo a ideia” da sustentabilidade.33
O autor, por fim afirma que:
Os condomínios sustentáveis serão capazes de garantir uma correta e
racional utilização de recursos naturais cada vez mais escassos e caros.
Economizando dinheiro para seus moradores e garantindo ao planeta a
possibilidade de recuperar-se de forma adequada para fazer frente ao
consumo dos recursos necessário a manutenção das futuras gerações
de habitantes do planeta. Garantindo um correto uso da água e sua
reciclagem; a economia de energia elétrica e, consequentemente, dos
recursos necessários a sua geração e transmissão; além de assegurar
um destino correto para os resíduos e dejetos provenientes desses
32
ABREU, Carlos. Condomínios Sustentáveis: Investimentos Ecologicamente Corretos. Disponível em: <
http://www.atitudessustentaveis.com.br/conscientizacao/a-importancia-da-educacao-ambientalsustentabilidade/>. Acesso em 9 mai. 2012.
33
ABREU, Carlos. Condomínios Sustentáveis: Investimentos Ecologicamente Corretos. Disponível em: <
http://www.atitudessustentaveis.com.br/conscientizacao/a-importancia-da-educacao-ambientalsustentabilidade/>. Acesso em 9 mai. 2012.
19
condomínios, essas construções representarão a “ponta de lança” do
movimento de recuperação ambiental a longo e médio prazo.34
2.0.2: Empreendimentos Imobiliários (Sustentáveis)
De acordo com pesquisas realizadas pelo Roberto M.F. Mourão, ele conseguiu captar
as seguintes informações relacionadas aos Condomínios sustentáveis:
Estima-se que a construção civil seja responsável pelo consumo entre
15 e 50% dos recursos naturais extraídos no planeta, 66% de toda a
madeira, 40% da energia consumida, 16% da água potável e é o
terceiro maior responsável pela emissão de gases que causam o efeito
estufa, incluindo toda a cadeia produtiva que une fabricantes de
materiais e usuários finais, como construtoras e empreiteiras.
Através da implantação de diferenciais sustentáveis que vão desde o
processo construtivo até os procedimentos adotados durante a vida útil
do imóvel, moradores de condomínios sustentáveis podem ser
contemplados com uma taxa de condomínio de 20% a 30% menor que
o valor cobrado em edifícios convencionais, melhor qualidade de vida
e contribuição da preservação ao meio ambiente. Estes são
diferenciais que possibilitam argumentos de venda com maior chance
de sucesso na comercialização.
No Brasil, por ser uma prática recente, ainda não se tem uma
avaliação dos resultados de comercialização de prédios sustentáveis.
Nos Estados Unidos, uma construção que possua certificação
atestando sustentabilidade - “Green Building” - chega a valorizar em
até 20%.
A concepção de um condomínio sustentável deve incorporar maior
planejamento e integração de materiais, tecnologias e sistemas para
promover melhor aproveitamento de recursos naturais, tendo como
34
ABREU, Carlos. Condomínios Sustentáveis: Investimentos Ecologicamente Corretos. Disponível em: <
http://www.atitudessustentaveis.com.br/conscientizacao/a-importancia-da-educacao-ambientalsustentabilidade/>. Acesso em 9 mai. 2012.
20
premissa a adoção de medidas desde o projeto até a execução que
também contemplem responsabilidade social.
A partir de um diagnóstico ambiental devem ser propostas tecnologias
que possibilitem a implantação segura da área do empreendimento,
sobretudo na ausência ou em caso de reduzida infra-estrutura urbana
pública (área urbana não urbanizada). O programa de projeto deve
levar em conta o essencial para a devida utilização humana, ao invés
do mínimo custo e máximo adensamento usuais em habitação.
Devem ser empregadas análises e simulações de insolação e
ventilação natural, acessibilidade, especificação de tecnologias e
materiais de baixo impacto ambiental.
Na implantação de um empreendimento convencional percebe-se uma
visão linear de processos onde normalmente os recursos materiais não
são questionados, desde sua origem até seu descarte. Durante a
operação também não há questionamentos e consciência da fonte dos
recursos naturais e energéticos, gerando-se resíduos em grande
volume sob a forma de esgotos e materiais diversos para aterros
sanitários ou lixões.
Os projetos de condomínios sustentáveis deve considerar uma
abordagem sistêmica, contemplando todos os aspectos envolvidos ao
longo de seu ciclo de vida, desde a concepção do projeto, implantação
e operação, mostrando-se viável perante a visão moderna de
sustentabilidade.
No Brasil, ainda não há normas para avaliação e certificação de
produtos sustentáveis ou ambientalmente corretos, com exceção da
madeira certificada. Mas, aos poucos, algumas práticas na linha da
sustentabilidade
começam
a
surgir
como
diferenciais
em
empreendimentos imobiliários.
Em caso de empreendimentos multifamiliares, como prédios e
condomínios de casas, além do aproveitamento da luminosidade e
ventilação naturais, abundantes no país, principalmente no Nordeste, é
possível contar com esses recursos - sol e vento - para a produção de
21
energia visando economia para o condomínio e mitigação ou menor
impacto ambiental.
Estudo realizado pelo WBCSD World Business Council for
Sustainable Development (Conselho Mundial de Negócios para o
Desenvolvimento Sustentável), por meio das respostas de 1,4 mil
pessoas de todo o globo, estimou que o custo para tornar uma
construção “verde” é cerca de 5%. Ao mesmo tempo, que as emissões
de gases do efeito estufa vindo de edificações respondem por 40% do
total mundial. (2006).
O estudo revela ainda que menos de uma em cada sete indústrias
questionadas participaram diretamente em projetos de construções
verdes. O envolvimento varia de 45% na Alemanha a 5% na Índia.
Cerca de 20% dos arquitetos e engenheiros tem se envolvido nesses
projetos, comparado com apenas 9% dos proprietários.35
2.0.2.1. Como planejar condomínios sustentáveis?
De acordo com os autores Adriana Vieira, Mariana Lacerda, Priscilla Santos e Yuri
Vasconcelos, eles fizeram uma retratação explicando exatamente, passo por passo, de como se
deve fazer para conseguir fazer com que o seu condomínio seja algo mais sustentável.
2.0.2.2: Sensibilize os moradores
Afixe bilhetes e recortes de jornais sobre as vantagens de adotar
algumas medidas sustentáveis no quadro de avisos ou no elevador.
35
MOURÃO Roberto M.F., Condomínios Sustentáveis. Disponível em: <
http://www.ecobrasil.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=452&sid=68> Acesso em: 21 de
Setembro de 2012.
22
Converse com os moradores influentes e forme um grupo que
encabece a idéia.36
2.0.2.2.1: Faça uma primeira reunião de condomínio
Será um bate-papo sobre como transformar o prédio em um edifício
sustentável, com explicação das vantagens, inclusive econômicas. A
implementação do projeto deve ser discutida em outra reunião,
marcada para 15 ou 30 dias depois. Nesse intervalo de tempo,
continue divulgando informações sobre sustentabilidade para não
deixar a iniciativa perder a força.37
2.0.2.2.2: Na segunda reunião, estabeleça prioridades
Com base nas necessidades e nos recursos financeiros disponíveis,
deve-se hierarquizar o que é mais importante e elaborar um
cronograma de execução. Tente começar por obras mais simples,
como gramar a calçada, ou por medidas que tragam a redução de
custos, como a instalação de torneiras temporizadas nas áreas comuns
do prédio.38
2.0.2.2.3: Acompanhe a execução das obras e mantenha os condôminos informados
36
VIEIRA Adriana, LACERDA Mariana, SANTOS Priscilla e VASCONCELOS Yuri. Como planejar um
condomínio sustentável? Disponível em:
<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/casa/conteudo_414443.shtml>. Acesso em 15 de Setembro 2012.
37
VIEIRA Adriana, LACERDA Mariana, SANTOS Priscilla e VASCONCELOS Yuri. Como planejar um
condomínio sustentável? Disponível em:
<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/casa/conteudo_414443.shtml>. Acesso em 15 de Setembro 2012.
38
VIEIRA Adriana, LACERDA Mariana, SANTOS Priscilla e VASCONCELOS Yuri. Como planejar um
condomínio sustentável? Disponível em:
<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/casa/conteudo_414443.shtml>. Acesso em 15 de Setembro 2012.
23
Divulgar os impactos causados, por exemplo, na redução de despesas,
é importante porque as pessoas são sensíveis aos resultados e, quando
eles surgem, o projeto ganha ainda mais força.39
2.0.3: Empreendimentos Sustentáveis
Carlos Abreu, explica ainda nessa mesma reportagem sobre o os empreendimentos
sustentáveis e o sucesso que existem sobre eles:
O sucesso alcançado por esses pioneiros da construção de
condomínios
sustentáveis
prova
que
esses empreendimentos
sustentáveis possuem um grande atrativo para indivíduos de todas as
classes sociais e com poder aquisitivo suficiente para garantir a
compra, mesmo financiada, dessas unidades habitacionais. No entanto,
curiosamente, ainda vemos com certa timidez a proliferação
de condomínios sustentáveis em nossas cidades por fatores muito mais
culturais do que econômicos.40
FIGURA 2.0
39
VIEIRA Adriana, LACERDA Mariana, SANTOS Priscilla e VASCONCELOS Yuri. Como planejar um
condomínio sustentável? Disponível em:
<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/casa/conteudo_414443.shtml>. Acesso em 15 de Setembro 2012.
40
ABREU, Carlos. Condomínios Sustentáveis: Investimentos Ecologicamente Corretos. Disponível em: <
http://www.atitudessustentaveis.com.br/conscientizacao/a-importancia-da-educacao-ambientalsustentabilidade/>. Acesso em 9 mai. 2012.
24
A FIGURA 2.0 representa uma planta ideal de um condomínio sustentável. Mostrando assim
com detalhes como seria realmente um condomínio de caráter ecológico.
2.0.4: Construções Sustentáveis
O autor Roberto M.F. Mourão, ainda em sua pesquisa dá explicações e dicas de tudo
aquilo que se deve ter para conseguir fazer determinadas construções de forma sustentáveis, e
de forma com que os indivíduos que residam nessas construções consigam viver de forma
saudável, confortável e confiável.
Gestão sustentável da implantação da obra;
Consumir mínima quantidade de energia e água na
implantação e ao longo de sua vida útil;
Uso de matérias-primas eco-eficientes;
25
Gerar mínimo de resíduos e contaminação;
Utilizar mínimo de terreno e integrar-se ao ambiente natural;
Não provocar ou reduzir impactos no entorno - paisagem,
ventilação e temperatura;
Adaptar-se às necessidades atuais e futuras dos usuários;
Criar um ambiente interior saudável.41
2.0.4.1 Exemplo de Construção Sustentável:
O Colégio Estadual Erich Walter Heine, em Santa Cruz é importante de ser relatado, pois é
uma construção sustentável. Isso serve de exemplo para as demais construções, e não apenas
para as construções em Colégios. A relevância dessa construção se da também pelo fato de
estar presente em uma instituição de ensino, o que de certo modo pode influenciar
positivamente os futuros jovens e crianças que fazem parte desse Colégio.
FIGURA 2.1
41
MOURÃO Roberto M.F., Condomínios Sustentáveis. Disponível em: <
http://www.ecobrasil.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=452&sid=68> Acesso em: 21 de
Setembro de 2012.
26
FIGURA 2.1 É a representação do Colégio Estadual Erich Walter Heine, e seu exemplo de
construção sustentável apresentam o seu telhado verde, e foi considerada a primeira escola
totalmente sustentável da América Latina.
2.0.4.2: Quais práticas sustentáveis podem ser instituídas nesses condomínios?
1. Painéis solares para aquecimento de água - banho, cozinha,
piscinas, etc.;
2. Geradores eólicos - armazenando energia dos ventos em
baterias podendo suprir parte da demanda do condomínio, por
exemplo; nas áreas de serviços;
3. Placas fotovoltaicas de produção de energia - iluminação
externa, bombas d’água, etc.;
4. Aquecimento de chuveiros a gás - garante que o consumo de
energia elétrica será reduzido nos apartamento, maior conforto
e economia aliados à responsabilidade ambiental.
5. Captação de água de chuva - ajuda na economia de água que
pode ser utilizada para irrigação, lavagem de pisos e descarga;
6. Reuso de água - a incorporação em empreendimentos do
reuso da água proveniente dos lavatórios e dos chuveiros
passa por uma estação de tratamento de esgoto e é novamente
armazenada, para uso exclusivo nos vasos sanitários.
7. Bacias sanitárias de duplo fluxo (3 ou 6 litros) - possibilitam
economia/redução de até 60% do consumo no anual per capita
anual ± 10 mil litros;
8. Telhados/lajes e jardins suspensos - impermeabilizados e
adequadamente drenados possibilitando captação de água de
chuva e melhoria do conforto térmico-acústico, etc.;
27
9. Utilizar o ozônio para a tratamento de água da piscina - ao
invés do cloro - existem diversos estudos que indicam que o
cloro tem potencial cancerígeno, além dos efeitos já
conhecidos como desgaste dos cabelos ou poluição química;
10. Orientação de edificações - promove aumento da ventilação
e luminosidade naturais;
11. Melhor aproveitamento da iluminação natural - levando-se
em conta a necessidade do seu controle;
12. Medidores de água e gás individuais - proporcionando
economia à medida que os usuários serão responsáveis pelo
pagamento exato do consumo próprio;
13. Coleta seletiva - ajuda na reflexão dos princípios base da
sustentabilidade pelos condôminos: os 5 “Rs”: Repensar,
Recusar, Reduzir, Reusar e Reciclar, além de poder gerar
renda extra para o condomínio ou gerando oportunidade de
trabalho para comunidades locais em associações de
reciclagem;
14. Tratamento de efluentes / esgotos e águas cinza - para o
adequado lançamento no ambiente natural, evitando a
contaminação do lençol freático e corpos d’água (rios, lagoas,
mar, etc.), podendo auxiliar na redução do uso para irrigação e
lavagem de pisos;
15. Uso de alvenaria estrutural - um processo construtivo que
não usa madeira a não ser nos acabamentos, produz o mínimo
de entulho e resíduos - entre 0 e 1% - economiza matériaprima, entre outras vantagens;
16. Estrutura não armada - as paredes sustentam o peso da
construção sem necessidade de pilares e vigas e sem a
utilização de ferros. Os reforços metálicos são colocados
28
apenas em cintas, vergas, na amarração entre paredes e nas
juntas com a finalidade de evitar fissuras;
17. Madeira certificada / reflorestada - só é utilizada em
acabamentos e, mesmo assim, é exigido que seja reflorestada;
18. Pomar, herbário e horta comunitária - além de possibilitar
a criação de postos de trabalhos para a comunidade local,
permite aos moradores, principalmente as crianças, tenham
contato com frutas e verduras diretamente da natureza, vendoas crescer e aprendendo a cuidá-las, além do prazer de poder
colhê-las diretamente “no pé”;
19. Iluminação - de baixo consumo energético nas áreas comuns
de uso contínuo e iluminação com acionadores por sensor de
presença nas áreas de uso esporádico ou intermitente - válido
também, com maior tolerância, para as unidades privadas;
Além disso, tem a presença de lâmpadas econômicas, que no caso, a lâmpada mais econômica
é a fluorescente. São lâmpadas vendidas em supermercados, e apresenta três tipos de formato:
tubular, circular e compacta.
Um estudo realizado pelo Instituto de Defesa do Consumidor
(Idec) revelou que as lâmpadas fluorescentes chegam a ser
79% mais econômicas e produzem 70% menos calor que as
incandescentes.42
20. Adoção preferencial de acabamentos claros em áreas de
grande incidência de luz solar;
21. Equipamentos com menor consumo e melhor eficiência
possível na utilização do gás natural para todos os fins;
42
Disponível em: http://www.sindiconet.com.br/6914/Informese/Economia-de-energia/Tipos-de-Lampadas.
Acesso em 21 de Novembro de 2012.
29
22. Churrasqueira
“ecológica”
-
possui
o
sistema
de
aquecimento a gás em rochas vulcânicas, não produz fuligem
e não consome carvão vegetal;
23. Melhor condição de conforto térmico evitando a incidência
da radiação solar direta através da adoção de soluções
arquitetônicas tipo brises-soleil, venezianas, telas termoscreen externas, prateleiras de luz, vidros especiais que
dispensam o uso de brises, etc.;
24. Pinturas reflexivas - para diminuir a absorção de calor para o
edifício;
25. Torneiras com acionamento eletrônico ou temporizador por
pressão em todas as aplicações passíveis;
26. Evitar ao máximo a impermeabilização do solo;
27. Evitar danos à fauna, flora, ecossistema local e ao meio
ambiente;
28. Evitar grandes movimentos de terra, preservando sempre que
possível a conformação original do terreno;
29. Gruas e guindastes - no processo construtivo, são utilizadas
gruas ou guindastes para levantar lajes e outros itens mais
pesados que antes necessitassem de andaimes;
30. Criar e promover curso de gestor ambiental do condomínio,
envolvendo todo corpo de funcionários com treinamento
adequado visando a educação e a criatividade;
31. Construção com tijolos de solo-cimento - quando possível e
adequado.
30
2.1: Quais são os meios que os condôminos utilizam para contribuir com a
Sustentabilidade em seus lares?
Os condôminos devem estar conscientes de que eles precisam melhorar a qualidade de
vida dos seus lares, e que isso só depende deles para acontecer de verdade. Por essas, e outras
razões eles devem fazer economias, tais como as seguintes
2.1.1: Economia de Energia Elétrica:
Para economizar energia elétrica os condôminos devem de certa forma:
1. Valorizar e utilizar corretamente a luz vinda de janelas e varandas, assim poupando
com que a luz dos cômodos de seus lares fiquem sempre acessos;
2. Utilizar aquecimento solar para o aquecimento da água de seus lares;
3. Racionalizar o número de pontos de iluminação, e coloca-los em pontos e posições
estratégicas, com a finalidade de obrigar o morador a desligar a luz quando for
necessário;
4. Colocar detectores de presença com o intuito de evitar certo esquecimento de locais
acessos sem devidas necessidades.
2.1.2: Economia de Água
Algumas dicas relacionadas à economia de água são as seguintes:
2.1.2.1 Vazamentos
Uma torneira mal fechada pode desperdiçar 46 litros de água em um
dia. Com uma abertura de 1 ml, o fiozinho de água escorrendo será
responsável pela perda de 2068 litros de água em 24 horas.
No caso de vazamentos em vasos sanitários, verifique se há água
escorrendo. Para isso, jogue cinzas, talco ou outro pó fino no fundo da
privada e observe por alguns minutos. Se houver movimentação do pó
ou se ela sumir, há vazamento. Outra forma de detectar um vazamento
31
é através do hidrômetro (ou relógio de água) da casa. Para tanto, siga
os seguintes passos:
1. Feche todas as torneiras e desligue os aparelhos que usam água na
casa (só não feche os registros na parede, que alimentam as saídas de
água).
2. Anote o número indicado no hidrômetro e confira depois de
algumas horas para ver se houve alteração ou observe o círculo
existente no meio do medidor (meia-lua, gravatinha, circunferência
dentada) para ver se continua girando.
3. Se houver alteração nos números ou movimento do medidor, há
vazamento.
4. Caso seja viável, instale redutores de vazão em torneiras e chuveiro.
43
2.1.2.2 Banho
Ao ensaboar-se, feche as torneiras. Não deixe a torneira aberta
enquanto ensaboam as mãos, escova os dentes ou faz a barba. Evite
banhos demorados. Reduzindo 1 minuto do seu banho você pode
economizar de 3 a 6 litros de água. Imagine numa cidade onde vivem
aproximadamente 2 milhões de habitantes. Poderíamos ter uma
economia de, no mínimo, 6 milhões de litros. 44
2.1.2.3 Vaso sanitário
Quando construir ou reformar, dê preferência às caixas de descarga no
lugar das válvulas; ou utilize aquelas de volume reduzido. Não deixe a
descarga do banheiro disparar.45
43
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
44
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
45
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
32
2.1.2.4 Torneiras
Instale torneiras com aerador ("peneirinhas" ou "telinhas" na saída da
água). Ele dá a sensação de maior vazão, mas, na verdade, faz
exatamente o contrário.46
2.1.2.5 Louça
Lave as louças em uma bacia com água e sabão e abra a torneira só
para enxaguar. Use uma bacia ou a própria cuba da pia para deixar os
pratos e talheres de molho por alguns minutos antes da lavagem, pois
isto ajuda a soltar a sujeira. Utilize água corrente somente para
enxugar.47
2.1.2.6 Verduras
Para lavar verduras use também uma bacia para deixá-las de molho
(pode ser inclusive com algumas gotas de vinagre), passando-as
depois por um pouco de água corrente para terminar de limpá-las.48
2.1.2.7 Roupa
Lave de uma vez toda a roupa acumulada. Deixar as roupas de molho
por algum tempo antes de lavar também ajuda. Ao esfregar a roupa
com sabão, use um balde com água, que pode ser a mesma usada para
manter a roupa de molho. Enquanto isso mantenha a torneira do
tanque fechada.
46
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
47
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
48
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
33
Enxagüe também utilizando o balde e não água corrente. Se você tiver
máquina de lavar, use-a sempre com a carga máxima e tome cuidado
com o excesso de sabão para evitar um número maior de enxágües.
Caso opte por comprar uma lavadora, prefira as de abertura frontal
que gastam menos água que as de abertura superior.49
2.1.2.8 Jardins e plantas
Regar jardins e plantas durante 10 minutos significa um gasto de 186
litros. Você pode economizar 96 litros se tomar estes cuidados:
- Regue o jardim durante o verão pela manhã ou à noite, o que reduz a
perda por evaporação;
- Durante o inverno, regue o jardim em dias alternados e prefira o
período da manhã;
- Use uma mangueira com esguicho tipo revólver;
- Cultive plantas que necessitam de pouca água (bromélias, cactos,
pinheiros, violetas);
- Molhe a base das plantas, não as folhas;
- Utilize cobertura morta (folhas, palha) sobre a terra de canteiros e
jardins. Isso diminui a perda de água.50
2.1.2.9 Água da chuva
Aproveite sempre que possível a água de chuva. Você pode armazenála em recipientes colocados na saída das calhas ou na beirada do
telhado e depois usá-la para regar as plantas. Só não se esqueça de
49
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
50
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
34
deixá-los tampados depois para que não se tornem focos de mosquito
da dengue!51
2.1.2.10 Carro
Substitua a mangueira por um balde com pano para retirar a sujeira do
veículo. Lavar o carro com a torneira aberta é uma das piores e mais
comuns maneiras de desperdiçar água52.
2.1.2.11 Calçada
Evite lavar a calçada. Limpe-a com uma vassoura, ou lave-a com a
água já usada na lavagem das roupas. Utilize o resto da água com
sabão para lavar o seu quintal. Depois, se quiser, jogue um pouco de
água no chão, somente para "baixar a poeira". Para isto, você pode
usar aquela água que sobrou do tanque ou máquina de lavar roupas.53
2.1.3 Seleção e Separação do lixo
Cada condômino deve saber como separar o seu lixo de forma correta, para ajudar na
hora de realizar a reciclagem.
FIGURA 2.2
51
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
52
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
53
Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
35
A FIGURA 2.2 retrata os diversos e possíveis tipos de lixos presentes em casa, e como cada
um deve ser separado, ou seja, explica exatamente qual categoria a cada um deles pertence.
2.2: Existem vantagens ao realizar essa prática sustentável nos Condomínios?
Sim existem vantagens. As vantagens são justamente o fato de contribuir com o meio
ambiente ao realizar todas as possíveis tarefas sustentáveis dentro de seus lares, e
condomínios e também, o fato de que a partir disso tudo conseguir economizar
financeiramente devido a esses fatores.
2.3: O LEED (Leadership in Energy and Environmental Design):
O LEED é um sistema de certificação e orientação ambiental de
edificações. Criado pelo U.S. Green Building Council, é o selo de
36
maior reconhecimento internacional e o mais utilizado em todo o
mundo, inclusive no Brasil.
Além dos diferentes tipos e necessidades, a certificação também tem
diferentes níveis de acordo com o desempenho do empreendimento
como Silver, Gold e Platinum.54
Para que uma construção tenha o LEED, é necessário que ela apresente os seguintes fatores:
1 - Escolha do terreno
De acordo com o engenheiro Marcos Casado, gerente-técnico do GBS
Brasil, para ser verde um edifício precisa ocupar um espaço
sustentável, ou seja, a escolha do terreno deve levar em conta o menor
impacto durante a construção, bem como a proximidade à rede de
transportes públicos e serviços. Dessa forma, evita-se o uso do carro,
altamente poluente, e estimula-se a locomoção a pé e através de
ônibus ou metrô, por exemplo. Por isso, é importante apostar em
telhados verdes, com jardim, uma vez que a vegetação, além de
promover a biodiversidade, ajuda a amenizar a temperatura do prédio.
Outra opção é o telhado com cobertura clara, que reflete a luz
ajudando a bloquear o calor e, consequentemente, reduzindo o uso do
ar condicionado.
2 - Uso racional da água:
Para reduzir ao máximo o consumo, devem ser usados aparelhos
economizadores como torneira eletrônica, mictório a seco, válvulas de
descarga dual flush ou até mesmo vaso sanitário a vácuo. E o sistema
de irrigação, por sua vez, deve ser automático. Outro recurso
importante é o reaproveitamento da água não potável. A da chuva ou a
do esgoto tratado, por exemplo, deve ser captada para ser usada vasos
sanitários ou na lavagem de pisos, por exemplo.
3 - Eficiência energética
O aproveitamento da luz e da ventilação naturais para iluminar e
deixar os ambientes mais frescos ajuda a reduzir o consumo de
energia. Equipamentos de ar condicionado e outros eletro-eletrônicos
54
Disponível em: <http://www.gbcbrasil.org.br/?p=certificacao>. Acesso 9 out. 2012
37
devem ter o selo Procel, que garante os melhores níveis de eficiência
energética. Já as lâmpadas dos prédios verdes são frias, pois são as
que apresentam melhor compensação energética. As LED, por
exemplo, consomem 26 watts cada contra os 32 watts da tradicional.
Edifícios ecologicamente corretos investem também em fontes de
energia renováveis, como eólica e fotovoltaica. Há ainda a opção de
comprá-la do Aterro de Gramacho, que produz energia a partir do lixo,
ou de pequenas hidrelétricas, que causam menor impacto ambiental.
4 - Qualidade ambiental interna
Um prédio verde deve oferecer conforto e bem-estar aos ocupantes, o
que, no caso dos empreendimentos comerciais, implica em aumento
da produtividade dos funcionários. Janelas com paisagem e produtos
como tinta, cola e verniz sem cheiro, por exemplo, contribuem para a
saúde das pessoas, tanto física quanto mental. Não à toa, um edifício
verde prioriza aspectos como a vista, boa iluminação natural e
produtos sem teor de compostos orgânicos voláteis, que deixam cheiro
forte. O controle de qualidade do ar através de filtros de ar
condicionado, por exemplo, também é um ponto importante.
5 - Materiais e recursos
O selo LEED também avalia a matéria-prima utilizada na construção.
As madeiras certificadas, a de reflorestamento ou a de ciclo vegetativo
rápido, como bambu e eucalipto, são bons exemplos de material
sustentável, bem como as tintas ecológicas à base d’água, como o
epóxi, com baixo teor de química e sem cheiro.
6 - Inovações e tecnologias
As construtoras e os escritórios de engenharia devem também ser
criativos se quiserem conquistar o selo verde com pontos adicionais
(não à toa existe o LEED Prata, o Gold e o Premium). No escritório do
próprio GBC Brasil, em São Paulo, há, por exemplo, um moderno
sistema de descontaminação do ar. Revitalizar parques no entorno do
prédio, ao invés de concentrar esforços apenas na própria obra,
também é uma atitude sustentável extra bem avaliada no LEED.
7 - Créditos regionais
38
Diz respeito a adaptações que estimulem mudanças culturais de
comportamento.55
2.3.1: Tipos de LEED no Brasil:
LEED NC – Novas construções e grandes projetos de renovação
LEED ND – Desenvolvimento de bairro (localidades)
LEED CS – Projetos da envoltória e parte central do edifício
LEED Retail NC e CI – Lojas de varejo
LEED Healthcare – Unidades de saúde
LEED EB_OM – Operação de manutenção de edifícios existentes
LEED Schools – Escolas
LEED CI – Projetos de interiores e edifícios comerciais 56
FIGURA 2.3
55
Disponível em: <http://vejario.abril.com.br/especial/predios-verdes-sustentabilidade-646852.shtml>. Acesso
em 25 Nov. 2012
56
Disponível em: <http://www.gbcbrasil.org.br/?p=certificacao>. Acesso 9 out. 2012
39
FIGURA 2.3 Rio Office Tower, no Rio de Janeiro, um exemplo de construção sustentável,
que está esperando para o recebimento do selo LEED Gold.
A figura anterior mostra uma das áreas presentes no Rio Office Tower. Essa é uma construção
muito importante para o nosso país por estar aguardando o selo LEED Gold por apresentar
um sistema de ventilação diferenciada, em outras palavras, um ar condicionado interno que
apresenta determinado sensor de CO2.
Esse sistema funciona da seguinte forma: quando o nível de gás carbônico está relativamente
elevado, é feita então a troca de ar, o que de acordo com a ANVISA é algo que consegue
poupar determinada energia.
Hoje, o Brasil é o quarto país no ranking mundial de empreendimentos
buscando o LEED, com 384 registrados, atrás apenas de Estados
Unidos, Emirados Árabes e China. No Rio, seis edifícios já têm o
certificado e 51 estão em fase de análise. Os grandes eventos
esportivos - Copa do Mundo de 2014 e Jogos Olímpicos de 2016 - vão
impulsionar ainda mais o avanço dos edifícios verdes no Rio. O GBC
40
Brasil já firmou inclusive um protocolo com o Comitê Olímpico
Brasileiro para que as obras que servirão aos jogos sejam todas
certificadas.
FIGURA 2.4
FIGURA 2.4 – Retrata o Edifício Cidade Nova, localizado no Centro da cidade do Rio de
Janeiro, é o primeiro prédio do Brasil que ganhou um certificado de construção verde.
O Edifício Cidade Nova, construído pela Bracor especialmente para a
Petrobras, é o primeiro prédio sustentável certificado pelo LEED no
estado do Rio de Janeiro e o primeiro Core & Shell da América
Latina.
Com 52 mil metros quadrados de área construída, o empreendimento
teve sua obra concluída em janeiro de 2008, estando localizado no
bairro Cidade Nova, região central da capital carioca.
A arquitetura é assinada pelo escritório Ruy Resende e compreende
seis fachadas compostas por grandes planos de vidro que barram a
radiação solar (utilização de vidros isotérmicos). Além disso, a
construção, assinada pela Racional Engenharia, com consultoria
41
ambiental da Cushman & Wakefield, segue as normas que diminuem
o impacto sobre o meio ambiente, como captação e reuso de água,
concepção de paisagismo e área verde proporcionais à edificação,
controle de ar condicionado individual, descontaminação do solo,
disponibilização de vagas especiais para veículos de baixa emissão de
poluentes.57
Capítulo 3: Sustentabilidade Econômica
A sustentabilidade econômica é à base de uma sociedade estável e
mais justa, além de abrir diversas possibilidades dentro de todos os
setores
da
comunidade.
O
país
que
consegue
conciliar
desenvolvimento econômico com desenvolvimento sustentável se
torna livre da dependência de recursos e da concessão de outros países
ou uniões econômicas.58
A sustentabilidade econômica busca, em primeiro plano, soluções que
não sejam caras e que dêem resultados rápidos. Mas para que o país
possa implantar uma sustentabilidade econômica é preciso contar com
medidas estatais ou políticas que sejam favoráveis a todos os setores
da economia. Incentivos por parte do Governo que busquem auxiliar
as empresas a mudarem suas atitudes e focos.59
A sustentabilidade econômica de um país não está somente
relacionada ao âmbito econômico, mas também diretamente ligada ao
futuro da nação. A busca por um desenvolvimento sustentável tem o
objetivo de atingir um futuro promissor, mas também gerar mudanças
positivas na vida de cada cidadão.60
57
Disponível em: http://www.revistainfra.com.br/textos.asp?codigo=10286 Acesso em: 26 Nov. 2012
58
Disponível em: <http://www.brasilsustentavel.org.br/economia>. Acesso em: 17 mai. 2012
59
Disponível em: <http://www.brasilsustentavel.org.br/economia>. Acesso em: 17 mai. 2012
60
Disponível em: <http://www.brasilsustentavel.org.br/economia>. Acesso em: 17 mai. 2012
42
3.0. Economia Verde
Economia Verde pode ser definida como aquela em que a produção, a
distribuição e o consumo de bens e serviços se dão por meio de
processos em que os recursos não são utilizados mais rapidamente do
que a capacidade que a natureza tem de renová-los.61
A Economia Verde já se desenha nos cenários globais, e que vem para
permanecer por tempo indeterminado. Os autores Adriana Camargo
Pereira, Gibson Zucca da Silva e Maria Elisa Ehrhardt Carbonari
defendem esse argumento por um motivo muito simples: nas palavras
do professor de Economia, diretor do Instituto Terra da Universidade
Columbia e conselheiro especial da Secretaria Geral das Nações
Unidas para Metas do Milênio, Jeffrey D. Sachs, “O mundo está
rompendo os limites no uso de [seus] recursos [naturais...]62
A Economia Verde não funcionou como foi anunciada. Milhões de
norte-americanos estão hoje no paraíso do consumo e no inferno do
trabalho, [...]. A verdade é que nenhum país industrializado pode
continuar consumindo mais do que produz sem que a economia
desabe – assim como as esperanças e sonhos de seus povos.63
3.1 Empregos Verdes
Aumentar a oferta de empregos verdes é um dos principais problemas
no contexto das mudanças climáticas. De acordo com a Organização
Internacional do Trabalho (OIT), Empregos Verdes são postos de
61
PEREIRA ,Adriana Camargo; SILVA Gibson Zucca da; CARBONARI, Maria Elisa Ehrhardti,
Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 109
62
PEREIRA ,Adriana Camargo; SILVA Gibson Zucca da; CARBONARI, Maria Elisa Ehrhardti,
Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 109
63
VAN JONES, Anthony K.; CONRAD, Ariane. The green collar economy: how one solution can fix our two
biggest problems. Nova York: Harper Collins Publishers, 2009. p. 3
43
trabalho decente
em atividades
econômicas
que
contribuem
significativamente para reduzir emissões de carbonos e/ou para
melhorar/conservar a qualidade ambienta. Algumas características dos
Empregos Verdes são:
Reduzir o consumo de energia e de matérias-primas (desmaterializar
as economias);
Evitar as emissões de gases do efeito estufa (descarbonizar as
economias);
Minimizar a geração de lixo e poluição;
Proteger e restaurar ecossistemas e serviços ambientais.64
Para a OIT, trabalho decente é um trabalho adequadamente remunerado, exercido em condições de
liberdade, de equidade e de segurança, e capaz de garantir uma vida digna.
A OIT acredita que hoje existem alguns desafios:
1. A necessidade de ampliar a oferta de Empregos Verdes;
2. A eliminação de certos tipos de empregos, como os que contribuem
para o aumento da emissão de CO2 na atmosfera;
3. A transformação “de muitos empregos existentes em outros que
valorizam o equilíbrio entre o planeta e o ser humano”.65
3.2 Brasil Sustentável
No Brasil, a economia é caracterizada por ser aberta, forte e sólida,
ocupando o 10º lugar no ranking das maiores economias mundiais, de
acordo com dados do ano de 2007. 66
64
MUÇOUÇAH, Paulo Sérgio. Empregos Verdes no Brasil: quantos são, onde estão e como evoluirão nos
próximos anos. Organização Internacional do Trabalho. Brasil: OIT.2009.
65
PEREIRA ,Adriana Camargo; SILVA Gibson Zucca da; CARBONARI, Maria Elisa Ehrhardti,
Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente. São Paulo: Saraiva, 2011. p. 122.
66
Brasil Sustentável: Economia e Meio Ambiente no Brasil.
Disponível em:<http://www.brasilsustentavel.org.br/economia>. Acesso em: 23 mai. 2012.
44
O Brasil está cada dia mais buscando desenvolver a sua economia de maneira
sustentável.
A presidente Dilma Rousseff disse nesta terça-feira que o grande
desafio
da
Conferência
das
Nações
Unidas
sobre
Desenvolvimento Sustentável (Rio+20) é encontrar um modelo
que
combine
desenvolvimento
sustentável,
crescimento
econômico e inclusão social.67
A Rio+20 começa amanhã, no Rio de Janeiro, e vai até o dia 22,
com a participação de delegações de governos de diversos países
e de órgãos diversos da sociedades civil.68
É possível ter um País que se desenvolva economicamente, que
cresça e inclua sua população, que seja um desenvolvimento do
ponto de vista social, com justiça, e que, ao mesmo tempo,
respeite o meio ambiente. É esse o grande desafio dessa
conferência Rio+20", disse a presidenta, ao discursar em Belo
Horizonte, durante cerimônia de reformulação e modernização
do anel rodoviário da cidade [...]”69
A presidenta Dilma exaltou a honra de receber um evento da
importância do Rio + 20 e citou alguns avanços na política
67
Jornal Brasil. Disponível em: <http://www.jb.com.br/ambiental/noticias/2012/06/12/dilma-desafio-e-
combinar-sustentabilidade-economia-e-inclusao/>. Acesso em: 12 Jun. 2012.
68
Jornal Brasil. Disponível em: <http://www.jb.com.br/ambiental/noticias/2012/06/12/dilma-desafio-e-
combinar-sustentabilidade-economia-e-inclusao/>. Acesso em: 12 Jun. 2012.
69
Jornal Brasil. Disponível em: <http://www.jb.com.br/ambiental/noticias/2012/06/12/dilma-desafio-e-
combinar-sustentabilidade-economia-e-inclusao/>. Acesso em: 12 Jun. 2012.
45
ambiental
brasileira. Entre
eles,
a queda
de
67%
no
desmatamento desde 2004, o fato de o País ter atingido o menor
índice de desmatamento este ano e ter 45% de sua energia
oriunda de fontes renováveis. Além disso, Dilma ainda falou da
agricultura sustentável praticada no Brasil com a utilização de
técnicas como rotação agrícola e concentração de nitrogênio no
solo. 70
3.2.1 Rio + 20
O Ri0+20 como sendo uma Conferência das Nações Unidas sobre
Desenvolvimento Sustentável ocorre na cidade do Rio de Janeiro entre os
dias 13 a 22 de junho e deverá contribuir para a definição da agenda de
discussões e ações sobre o meio ambiente nas próximas décadas, com foco
principal na economia verde e na erradicação da pobreza. 71
3.2.1.1: Rio+ 20. Tema: Cidades
Esse programa teve discussões sobre diversos temas e um deles foi relatar fatos, problemas, e
possíveis soluções que ocorreram e/ou que devem acontecer nas cidades.
Cerca de metade da humanidade vive hoje em cidades. Populações
urbanas cresceram de cerca de 750 milhões em 1950 para 3,6 bilhões
em 2011. Até 2030, quase 60% da população mundial viverá em áreas
urbanas.
70
Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-06-13/dilma-inaugura-pavilhao-
brasil-na-rio+20.html> . Acesso em: 13 Jun. 2012.
71
Jornal Brasil. Disponível em: <http://www.jb.com.br/ambiental/noticias/2012/06/12/dilma-desafio-e-
combinar-sustentabilidade-economia-e-inclusao/>. Acesso em: 12 Jun. 2012.
46
O crescimento das cidades significa que elas serão responsáveis por
prestar serviços a um número sem precedentes de pessoas. Isso inclui
educação e habitação acessíveis, água potável e comida, ar limpo, um
ambiente livre do crime e transporte eficiente.
Nas próximas décadas, 95% do crescimento da população urbana
mundial ocorrerá em países em desenvolvimento.
No entanto, cidades também podem ter a chave para as soluções para
muito dos desafios mundiais. Elas estão numa posição única para
liderar o esverdeamento da economia global ao melhorar a eficiência
do uso da energia para transporte e construção, assim como para água
e sistemas de resíduos.
Muitos desafios existem para administrar cidades de forma que
continue a criar empregos e prosperidade sem comprometer o meio
ambiente e os recursos. Desafios urbanos comuns incluem
congestionamento, infraestrutura declinante, falta de fundos para
serviços básicos e escassez de habitação adequada.
Atualmente, 40% do uso global de energia está em construção e o
setor de construção é o maior contribuinte da emissão global de gasesestufa.
Construções
existentes
representam
significativas
oportunidades de economizar energia porque seu nível de performance
é frequentemente muito abaixo dos atuais potenciais de eficiência. Em
países em desenvolvimento, as novas construções verdes produzem
enormes oportunidades. O investimento em construção de eficiência
energética é acompanhado por significativas economias diretas e
indiretas,
que
ajudam
a
compensar
os
custos
adicionais,
proporcionando um rápido retorno sobre o investimento.
Os moradores de cidades usam 75% dos recursos naturais do planeta.
Ecossistemas saudáveis e a diversidade biológica são vitais para as
cidades funcionarem adequadamente. Biodiversidade e ecossistemas
funcionais dão resiliência à biosfera, mas como a biodiversidade é
degradada,
comunidades
tornam-se
mais
vulneráveis.
A
47
biodiversidade degradada pode ter efeitos imprevistos na saúde e no
bem-estar das cidades e seus residentes.72
3.2.1.1.1: Propostas para a Rio+20 para o tema Cidades
Integrar o desenvolvimento urbano sustentável como um
componente-chave para as políticas nacionais.
Empoderar autoridades locais para trabalharem mais estreitamente
com governos nacionais;
Promover uma abordagem integrada para planejar e construir
cidades sustentáveis por meio de redes eficientes de transporte e
comunicação; prédios mais verdes; assentamentos humanos
eficientes e sistemas de prestação de serviços; melhora da
qualidade do ar e da água; preparação e resposta a desastres e
maior resiliência climática.
Buscar o desenvolvimento e a expansão urbana ambientalmente
saudável e a utilização da terra.
Promover e implementar a reciclagem e a reutilização do lixo.73
3.2.2
Expectativas do Rio + 20
Os itens a seguir irão relatar sobre as expectativas do Rio + 20 sob o ponto de vista de
político, como a Presidenta Dilma Rousseff; pesquisador, como Sir John Sulston,
ambientalista, como Julia Marton-Lefevre, e entre outros:
Dilma Rousseff:
72
Disponível em: < http://www.onu.org.br/rio20/temas-cidades/> Acesso: 17 out. 2012
73
Disponível em: < http://www.onu.org.br/rio20/temas-cidades/> Acesso em: 17 out. 2012
48
Teremos uma missão difícil, que será a de propor um modelo de
crescimento que não seja muito confuso ou fantasioso.
Devemos fazer propostas que levem em conta que milhões de pessoas
não têm acesso às condições mínimas de vida.
Deve-se formular um plano de crescimento sustentável a partir do qual
o mundo será melhor se respeitarmos o meio ambiente, tirarmos as
pessoas da miséria e conseguirmos nos desenvolver.74
Sir John Sulston:
O mundo tem uma opção muito clara. Podemos escolher reequilibrar o
uso dos recursos segundo um esquema de consumo mais igualitário e
reformular nossos valores econômicos, para refletir realmente sobre o
que nosso consumo significa para o planeta e ajudar os indivíduos de
todo o mundo a tomar decisões informadas e livres. Ou podemos
escolher não fazer nada e nos deixar levar por um redemoinho de
problemas econômicos, sociopolíticos e ambientais que conduzem a
um futuro menos equitativo e inóspito.75
Brice Lalonde:
Os governos estão lutando contra a crise, com o olhar voltado para o
imediato. A Rio+20 os convida a esboçar serenamente um futuro para
o mundo. Fazer as duas coisas é difícil, mas é o papel dos chefes de
Estado.
74
Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-06-12/especialistas-apontam-o-
que-se-deve-esperar-da-rio+20.html>. Acesso em: 13 Jun.2012.
75
Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-06-12/especialistas-apontam-o-
que-se-deve-esperar-da-rio+20.html>. Acesso em: 13 Jun.2012.
49
É preciso desbloquear o caminho para as metas universais de
desenvolvimento sustentável para a Humanidade, e, ao mesmo tempo,
manter, inclusive acentuar, os esforços para erradicar a miséria.76
Julia Marton-Lefevre:
Quanto mais à biodiversidade se perde, mais vulneráveis ficamos às
mudanças climáticas e às crises alimentar, hídrica e energética. Nosso
principal desejo para a Rio+20 é que os governos e empresários vejam
a necessidade de se investir na natureza, e que o façam rapidamente.77
Philippe Joubert:
Não podemos continuar funcionando como se o capital natural do
planeta fosse ilimitado e gratuito.
O ponto sem retorno se aproxima, o mundo empresarial deve
participar, mas é necessário que os governos fixem regras claras.78
Manish Bapna:
O mundo mudou profundamente nos últimos 20 anos devido à
expansão da classe média, motivo pelo qual consumimos mais,
usamos mais energia, exercemos mais pressão sobre os recursos
naturais. A pobreza diminui, mas a desigualdade aumenta. Esta é uma
76
Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-06-12/especialistas-apontam-o-
que-se-deve-esperar-da-rio+20.html>. Acesso em: 13 Jun.2012.
77
Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-06-12/especialistas-apontam-o-
que-se-deve-esperar-da-rio+20.html>. Acesso em: 13 Jun.2012.
78
Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-06-12/especialistas-apontam-o-
que-se-deve-esperar-da-rio+20.html>. Acesso em: 13 Jun.2012.
50
oportunidade para incluir o desenvolvimento sustentável no centro da
agenda política e econômica.79
3.3 Programa Cidades Sustentáveis:
O Programa Cidades Sustentáveis tem como função fazer com que grande parte das
cidades brasileiras consiga desenvolverem de forma sustentável, tanto a sua economia,
quanto a sua sociedade, e até mesmo ambientalmente. E para que esse projeto consiga dar
certo, é necessário da contribuição e a da aprovação de todos, como: organizações sociais,
cidadãos como um todo, empresas, e principalmente do governo.
FIGURA 3.0
79
Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-06-12/especialistas-apontam-o-
que-se-deve-esperar-da-rio+20.html>. Acesso em: 13 Jun.2012.
51
FIGURA 3.0 representa a explicação do logo do Programa Cidades Sustentáveis. Isso quer
dizer que cada eixo do programa é presentado por uma única cor, e a cima explica a legenda
de cada plataforma do programa.
3.3.1 O Programa Cidades Sustentáveis oferece:
3.3.1.1 Ferramentas
–
Plataforma
Cidades
Sustentáveis,
uma
agenda
para
a
sustentabilidade das cidades que aborda as diferentes áreas da gestão
pública, em 12 eixos temáticos, e incorpora de maneira integrada as
dimensões social, ambiental, econômica, política e cultural;
– Indicadores gerais associados aos eixos da plataforma;
– Indicadores básicos, mínimos, que farão parte dos compromissos de
candidatos(as) e prefeitos(as);
– Casos exemplares e referências nacionais e internacionais de
excelência para a melhora integrada dos indicadores das cidades.80
3.3.1.2 Mobilização
– Campanha para os(as) candidatos(as) a prefeitos(as) adotarem a
plataforma e assumirem compromissos com o Programa;
– Campanha para os partidos políticos apoiarem o Programa;
–Campanha para eleitores valorizarem os(as) candidatos(as) a
prefeitos(as) comprometidos com o Programa Cidades Sustentáveis.81
80
Disponível em: < http://www.cidadessustentaveis.org.br/downloads/publicacoes/publicacao-programa-
cidades-sustentaveis.pdf>. Acesso 18 de Novembro de 2012
81
Disponível em: < http://www.cidadessustentaveis.org.br/downloads/publicacoes/publicacao-programa-
cidades-sustentaveis.pdf>. Acesso 18 de Novembro de 2012
52
3.3.1.3 Compromissos
Os (as) candidatos (as) a prefeitos (as) podem confirmar seu
engajamento com o desenvolvimento sustentável assinando a Carta
Compromisso. Com isso, os signatários eleitos deverão estar dispostos
a promover a Plataforma Cidades Sustentáveis em suas cidades e a
prestar contas das ações desenvolvidas e dos avanços alcançados por
meio de relatórios, revelando a evolução dos indicadores básicos
relacionados a cada eixo.82
3.3.1.4 Benefícios para as Cidades Participantes
As cidades participantes ganharão visibilidade em materiais de
divulgação e na mídia, terão acesso a informações estratégicas e
trocarão experiências com outras cidades, além de fazerem parte de
um movimento inédito no Brasil que representa um passo a mais no
processo de construção de cidades mais justas, democráticas e
sustentáveis.83
Conclusão:
Diante de tudo que foi exposto anteriormente, é possível concluir que a
sustentabilidade é um assusto que deve ser levado em consideração e deve estar na mente de
todos os seres humanos.
Isso com o intuito de termos e vivermos em um ambiente mais limpo, onde gerações
futuras possam habitar; cuidar, e viver nele.
Para que isso ocorra é preciso com que todos, e/ou grande parte da população do
Planeta Terra, tenham consciência dessa importância.
82
Disponível em: < http://www.cidadessustentaveis.org.br/downloads/publicacoes/publicacao-programa-
cidades-sustentaveis.pdf>. Acesso 18 de Novembro de 2012
83
Disponível em: < http://www.cidadessustentaveis.org.br/downloads/publicacoes/publicacao-programa-
cidades-sustentaveis.pdf>. Acesso 18 de Novembro de 2012
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E a partir dai consigam construir e instituir iniciativas responsáveis por ajudar
preservar o meio ambiente que habitam.
Podendo ser iniciativas pequenas: aquelas que começam no nosso local de moradia,
cuidando do lixo, economizando na água, na energia elétrica; mas também, podendo ter ações
que possam influenciar outros indivíduos a realizarem atividades e tarefas sustentáveis para
ajudar a melhorar o ambiente no qual vivemos, como também economizar com algumas
formas de gastos.
Esse assunto, sustentabilidade, está sendo muito discutido nos dias de hoje, pois cada
vez mais especialistas estão comprovando o quanto é importante preservar o meio ambiente
para se obter desenvolvimento de uma economia. E que é possível desenvolve-la sendo
sustentável ao mesmo tempo.
A sustentabilidade de uma forma geral esta fazendo com que especialistas
desenvolvam ainda mais os seus conhecimentos sobre o assunto, para assim, poderem dispor
de ferramentas concretas para que todos os indivíduos consigam entender a importância da
preservação do ambiente, e que é possível ter uma qualidade de vida ainda melhor se cada um
fizer a sua parte no mundo.
Não é um assunto que possa entrar com determinada facilidade na mente de todos os
cidadãos, porém não é algo impossível que não se possa tentar ao menos fazer. Um assunto
um tanto quanto polêmico e que apresenta bastante material, por ser algo de extrema
relevância na atualidade.
Esse trabalho tem o objetivo de mostrar a importância da conscientização, da ação e da
iniciativa de cada um. Tentar mostrar que é possível, só basta querer lutar por um mundo
melhor.
Bibliografia:
- ABREU, Carlos. Condomínios Sustentáveis: Investimentos Ecologicamente Corretos.
Disponível em: < http://www.atitudessustentaveis.com.br/conscientizacao/a-importancia-daeducacao-ambiental-sustentabilidade/>. Acesso em: 9 mai. 2012.
54
- Artigo 1º da Lei nº 9.795/99
- BARBIER, 1987 apud ROGERS, JALAL e BOYD, 2008.
- Brasil Sustentável: Economia e Meio Ambiente no Brasil.
Disponível em:<http://www.brasilsustentavel.org.br/economia>. Acesso em: 23 mai. 2012.
- DICIONÁRIO Aurélio da Língua Portuguesa. 2 ed. São Paulo: Nova Fronteira, 1993.
- Disponível em: <http://idec.org.br/>. Acesso em: 16 abr. 2012
- Disponível em:
<http://www.catalogosustentavel.com.br/arquivos/file/praticas_sustentaveis%20almanaque.pd
f>. Acesso em: 18 Abr. 2012.
- Disponível em: <http://www.brasilsustentavel.org.br/economia>. Acesso em: 17 Mai. 2012.
- Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-0612/especialistas-apontam-o-que-se-deve-esperar-da-rio+20.html>. Acesso em: 13 Jun. 2012.
- Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-06-13/dilmainaugura-pavilhao-brasil-na-rio+20.html> . Acesso em: 13 Jun. 2012.
- Disponível em: <http://ultimosegundo.ig.com.br/ciencia/meioambiente/2012-0612/especialistas-apontam-o-que-se-deve-esperar-da-rio+20.html>. Acesso em: 13 Jun. 2012.
- Disponível em: < http://www.onu.org.br/rio20/temas-cidades/> Acesso em: 17 out. 2012
- Disponível em: <http://www.gbcbrasil.org.br/?p=certificacao>. Acesso em: 9 out. 2012
- Diponível em: < http://www.cidadessustentaveis.org.br/downloads/publicacoes/publicacaoprograma-cidades-sustentaveis.pdf>. Acesso 18 de Novembro de 2012
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- Disponível em: <http://vejario.abril.com.br/especial/predios-verdes-sustentabilidade646852.shtml>. Acesso em 25 Nov. 2012
- Disponível em: http://www.revistainfra.com.br/textos.asp?codigo=10286 Acesso em: 26
Nov. 2012
- GOMEDE,Everton. Poucos Vitais, Muitos Triviais: Assuntos relacionados à pesquisa em
ambientes de tecnologia da informação e assuntos em
geral. Disponível em:
<http://evertongomede.blogspot.com>. Acesso em: 16 mar. 2012
- Jornal Brasil. Disponível em: <http://www.jb.com.br/ambiental/noticias/2012/06/12/dilmadesafio-e-combinar-sustentabilidade-economia-e-inclusao/>. Acesso em: 12 Jun. 2012.
- MUÇOUÇAH, Paulo Sérgio. Empregos Verdes no Brasil: quantos são, onde estão e como
evoluirão nos próximos anos. Organização Internacional do Trabalho. Brasil: OIT.2009.
- MOURÃO Roberto M.F., Condomínios Sustentáveis. Disponível em: <
http://www.ecobrasil.org.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=452&sid=68>
Acesso em: 21 de Setembro de 2012.
- O que você entende sobre sustentabilidade? Disponível em:
<http://sustentaessaideia.blogspot.com> . Acesso em: 12 abr. 2012
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Ehrhardti, Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente. São Paulo: Saraiva,
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- VAN JONES, Anthony K.; CONRAD, Ariane. The green collar economy: how one solution
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- VIEIRA Adriana, LACERDA Mariana, SANTOS Priscilla e VASCONCELOS Yuri. Como
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um
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sustentável?
Disponível
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<http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/casa/conteudo_414443.shtml>. Acesso em 15
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