1995 DEQUECH, Jamil
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1995 DEQUECH, Jamil
SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DE MATO GROSSO DO SUL DIRETORIA GERAL DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA "DR. JORGE DAVID NASSER" CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM SAÚDE PÚBLICA SíSÜOrECA A UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS PELA POPULAÇÃO USUÁRIA DOS CENTROS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE-MS JAMIL DEQUECH Orientadora: LISETE ANA BELLINASO ADAMES CAMPO GRANDE-MS 1995 AGRADECIMENTOS: À Prof® Lisete Ana Beilinaso Adames (UFMS) pela contribuição que foi além da orientação temática; À Prof® Idinaura Aparecida Marques (UFMS) pela orientação metodológica; Ao Prof. Leandro Sauer (UFMS) pelo apoio estatístico; À Nilce, minha esposa, por ter tolerado a papelada espalhada por esse período. "Que mágico poder é aquele encontrado nas plantas, nas ervas ...! Em tudo aquilo que nasce da terra nada é isento de algo que tenha em si qualquer coisa de bom; e nada daquilo que é bom esta isento de poder se tornsformar em veneno!" SHAKESPEARE (em "Romeu e Julieta") Q 9 3 RESUMO O 3 O objeto do presente estudo foi a investigação sobre o consumo de plantas medicinais pela população usuária de Centro de Saúde do Município de Campo Grande-MS. ^ ^ O instrumento de pesquisa foi a aplicação de formulário a 30 (trinta) usuários, abrangendo as suas residências incluindo 152(cento e cinqüenta e duas) pessoas. A prevalência do consumo de plantas medicinais entre essa população foi de 100% (cem por cento), com a utilização de 69 (sessenta e nove) espécies medicinais diferentes. Em 90% (noventa por cento) das residências investigadas há o cultivo de algumas espécies dessas plantas. Foram verificadas e analisadas os diversos aspectos do consumo de plantas medicinais entre essa população e os fatores condicionantes dos padrões qualitativos (espécies)e quantitativo dessa utilização. Foram evidenciados a importância e o interesse dessa prática terapêutica para os usuários dos Centros de Saúde do município de Campo Grande-MS. Com base nessa constatação, recomendamos às autoridades sanitárias do município a consideração desta realidade e um estudo visando a viabilidade de inclusão desta modalidade terapêutica no atendimento médico-farmacêutico prestado à população assistida pelos Centros de Saúde do município de Campo Grande-MS. Palavras-chaves; Plantas medicinais - Fitoterapia - Medicamentos ABSTRACT The object of the present study was the in^^stigation about the consultion of medicinal plants by the user of the Health Center of de city of Campo Grande-MS. The tool of the research was the aplication of questionaries to 30 user, including their residences(152 citizens). The prevalence of the consumption of medicinal plants was 100%, with the utilization of 69 different species. In 90% of the investigated residences ther is the cultivation of some of these species. The various aspects of the medicinal plants consumption by the population were analysed as well was the "conditonal factors" of the qualitative and quantitativa patterns of this utilization. The importance and the interest of this therapeutio practice were presented to the Heait Centers users of the city of Campo Grande-MS. Based on these evidence, we recommend the consideration of this reality by the Health authorities, aiming the inclusion of this therapeutio pratice as service to the population assisted by the Health Centers of the city of Campo Grande—MS. KEYWORDS MEDICINAL PLANTS - PHYTOTHERAPY - MEDICAMENTS índice RESUMO 4 ABSTRAGT 5 LISTA DE TABELAS 7 LISTA DE FIGURAS 8 1. INTRODUÇÃO 9 1.1. AS PLANTAS MEDICINAIS ATRAVÉS DAS CIVILIZAÇÕES 11 1.2. JUSTIFICATIVAS 17 1.3. OBJETIVOS 18 2. METODOLOGIA 19 2.1. CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO 19 3. RESULTADOS 22 3.1.ANÃLISES 22 4. CONCLUSÃO 36 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 38 6. BIBLIOGRAFIA 39 ANEXOS: ANEXO I - FORMULÁRIO UTILIZADO NA PESQUISA 42 ANEXO II - PROGRAMA MUNICIPAL DE FITOTERAPIA 44 LISTA DE TABELAS TABELA I - Número de atendimenttos nos Centros de Saúde do Município de Campo Gr^nde-MS no timestre maio/junho/julho 1994 19 TABELA II - Aplicação de formulários nos Centros de Saúde de Campo Grande-MS no período de 15.11-94 à 15.01.95 20 TABELA III - Migração Interestaduai dos Pfescritores de Plantas Medicinais TABELA IV - Diferentes Nacionalidades/raças entre os usuários dos Centros de Saúde de CampoGr^nde-MS 23 23 TABELA V - Fontes de Informações dos Prescritores de Plantas Medicinais 24 TABELA VI - Plantas Medicinais Cultivadas nas Residências dos Usuários dos Centros de Saúde de Campo Grande-MS TABELA VII - Procedência das Plantas Medicinais Utilizadas pelos Usuários dos Centros de Saúde de Campo Grande-MS TABELA VIII - Plantas Medicinais mais Utilizadas pelos Usuários dos Centros de Saúde de Campo Grande-MS TABELA IX - Outras Plantas Medicinais Utilizadas por Usuários dos Centros de Saúde de Campo Grande-MS TABELA X - Espécies Medicinais mais Vendidas por Raizeiros de Campo Grande-MS 26 27 28 29 30 TABELA XI - Patologias mais Freqüentes entre Usuários de Centro de Saúde 31 TABELA XII - Fatoes de Variação no Número de Espécies Medicinais Consumidas pelas Famílias Pesquisadas 32 TABELA XIII - Consumo de Plantas Medicinais e Quimioterápicos entre os Usuários dos Centros de Saúde de Campo GrandeMS 33 TABELA XIV - Conhecimento dos Efeitos de Plantas Tóxicas pelos Usuários dos Centros de Saúde de Campo Grande-MS TABELA XV - Questões Propostas aos Usuários dos Centros de Saúde de Campo Grande-MS 35 35 8 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Fontes de Informações dos Prescritores de Plantas Medicinais 24 FIGURA 2 - Consumo de Plantas Medicinais e Quimioterápicos entre os Usuários dos Centros de Saúde de Campo Grande-MS 33 QUADRO 1 - Relação a Renda/Escolaridade e o Consumo de Medicamentos 34 1. INTRODUÇÃO Por uma questão de bom senso, recentemente começou-se a repensar 0 reavaliar a medicina oficializada a partir dos países industrializados, ao mesmo tempo em que surge uma onda naturalista preparando a volta às raízes. Quanto aos medicamentos predominantes nessa terapêutica moderna, obtidos por síntese química e conhecidos por quimioterápicos ou alopáticos não se pode contestar o alto valor terapêutico de grande parte deles, alguns insubstituíveis neste momento. Por outro lado questiona-se a relação do risco/benefício em grande parte destes medicamentos. As drogas mais ativas para determinada patologia freqüentemente produzem efeitos indesejáveis em outros sítios do organismo. Quanto às plantas medicinais, utilizadas a milênios os seus efeitos são mais previsíveis mesmo no caso daquelas espécies que apresentam algum efeito tóxico. A grande maioria das plantas medicinais conhecidas tem sua eficácia terapêutica comprovada para grande número de patologias. A diversidade de princípios ativos contidos em uma mesma planta, sugere que, completando o efeito principal, os demais princípios atuam no equilíbrio do organismo tratado, seja neutralizando algum efeito secundário ou tóxico, seja estimulando o sistema imunológico ou outros efeitos psicossomáticos benéficos. Experiências demonstram que o princípio ativo isolado apresenta menos eficácia que a planta integral (Schüler, 2^ ed.). Isto aplica-se aos medicamentos ditos alopáticos que utilizam princípios ativos isolados de plantas, ou sintetizados ou ainda adicionados a outras substâncias químicas. Isto os diferencia tanto das plantas "in natura" como dos produtos fitoterápicos que, por definição da Portaria n° 6, da Secretaria de Vigilância Sanitária, publicada em 06.02.95, são produtos tecnicamente obtidos e elaborados exclusivamente com matérias primas ativas vegetais, sem adição de outras substâncias ativas de qualquer origem. Não são considerados fitoterápicos os medicamentos compostos por princípios ativos isolados ou misturados. Utilizamos o termo fitoterapia para indicar o tratamento de patologias através de plantas medicinais sejam "in natura" ou como produtos fitoterápicos. Deve-se deixar claro aqui, que as afirmativas de que "se é natural não faz mal" ou de que "se não fizer bem, mal não faz" não são verdadeiras para a fitoterapia. Como todo medicamento as plantas medicinais podem ser prejudiciais quando utilizadas inadequadamente. Porém em relação aos quimioterápicos, estes apresentam toxicidade em maior freqüência e intensidade cujo efeito é quase sempre imprevisível. Outro ponto desfavorável aos quimiofármacos é a resistência que podem desenvolver. Um caso típico se dá com a utilização de antibióticos que podem desenvolver cepas microbianas resistentes àqueles utilizados, criando a necessidade de novos antibióticos. A infecção hospitalar é um exemplo dá falibilidade dos antibióticos para debelar infecções. Outro caso de resistência foi observado no tratamento da malária. Quando o emprego do quinino, extraído da 10 casca da quina, foi substituído por um produto sintético, o plasmódio ficou resistente a este, tendo-se que retornarão tratamento antigo (Matos, 1994). Os diversos aspectos tanto da quimioterapia como da fitoterapia estão sendo reavaliados especialmente nos países capitalistas, onde já se restringem mais a utilização dos medicamentos químicos e se pesquisa e valoriza mais as plantas medicinais, antes denominados pejorativamente de "chazinhos". Na China a tradição e a pesquisa fazem com que o consumo de plantas medicinais seja superior ao de quimíoterápicos. Na maioria dos países do chamado "3® mundo", onde geralmente a flora medicinal é mais intensa e os recursos para a aquisição de medicamentos são menores, o potencial fitoterápico não é devidamente aproveitado. Esta constatação feita por ocasião da "Conferência Internacional sobre Cuidados Primários de Saúde" realizada em Alma-Ata, 1978, fez com que a Organização Mundial de Saúde - OMS - , através da nota "Saúde para todos os povos no ano 2000", recomendasse aos governos "terceiromundistas" que desenvolvessem e incentivassem a "Medicina Tradicional", entendida como a integrante da cultura dos povos (Akerele, 1988). Isso já esta ocorrendo, através de programas públicos e não governamentais. Por sua vez a iniciativa privada intensificou as pesquisas sobre plantas medicinais, embora com objetivos predominantemente economicos. Neste aspecto os fitoterápicos também apresentam vantagens, com grande economia de tempo e dinheiro em sua pesquisa. Enquanto são necessárias cerca de 22 mil (vinte e duas mil) formulações químicas para resultar no lançamento de um novo quimio- fármaco, para o um novo fitofármaco a proporção é de 400 (quatrocentos) por um. Os estudos sobres as plantas medicinais podem partir de um conhecimento já consagrado pela cultura popular. Além do grande número de fitoterápicos prescritos para as patologias freqüentes, consideradas leves ou crônicas, estão sendo instensificadas as pesquisas de plantas medicinais com possível ação sobre patologias mais complexas. Entre outras, estudam-se plantas com ação antimicrobiana como o timol, antivirótica como o quebra-pedra, indicado na hepatite B, o lapachol em carcinomas e lipossarcomas, o taxol no câncer de mama, a vincristína, vimblastina e quassimarina como antileucêmicos, a vedelocactina com ação estimulante do sistema imunològico 30®/o superior ao interferon (Matos, 1994). Admitindo as vantagens apresentadas pelas plantas medicinais como opção terapêutica eficaz e econômica, já integrada à cultura popular, desenvolvemos a presente pesquisa para constatar os graus de conhecimento e utilização desta prática entre a população que freqüenta os Centros de Saúde de Campo Grande-MS. 11 1.1 AS PLANTAS MEDICINAIS ATRAVÉS DA CIVILIZAÇÃO O Reino Vegetal é fundamental para a vida animal na terra. Além de propiciar as condições ambientais indispensáveis, constitui-se na base da sua cadeia alimentar, direta ou Indiretamente. Instintiva e empiricamente os animais foram selecionando as espécies vegetais úteis para a sua alimentação e para resolver alguns problemas com sua saúde, No caso do homem, o aproveitamento da flora terrestre ultrapassou a fase empírica e atingiu um elevado grau tecnológico, seja na área de alimentação ou nas demais aplicações como em construções, vestuário, papel e carvão. Nos agravos à sua saúde, o homem foi selecionando espécies vegetais, seja casual, empírica ou experimentalmente, resultando no conhecimento e uso específico das plantas medicinais. Essa prática veio se consolidando através das civilizações, sempre associada á componentes místicos, até receber o tratamento científico diferenciado entre alguns povos e evoluindo para a Fitoterapia. Considerando o uso de plantas medicinais como uma prática terapêutica lógica, acessível e eficiente, supõe-se que todos os povos a tenham utilizado, assim como a utilizam nos dias de hoje. Desde que passaram a registrar os seus atos, civilizações antigas nos transmitiram algumas informações a respeito. Citamos alguns exemplos. Há cinco mil anos os Sumários fizeram seus registros em "tabuinhas de barro", como é o caso do código de Hamurab, os quais contém um verdadeiro formulário fitoterápico. Nessa época, os chineses já detinham conhecimentos sobre o cultivo e utilização de plantas medicinais, entre elas o ginseng, o ruibarbo e a ephedra, cujo princípio ativo - a efedrina (introduzida na medicina "moderna" em 1924) é ainda hoje utilizada (Neves, 1983). Os assírios e babilônios faziam uso de mais de duzentas espécies medicinais, entre as quais açafrão, a cássia, o aniz, o cardamono e o gengibre, com os quais preparavam tinturas, ungüentos, inalantes e águas aromáticas (Balbach, 12® ed.). Os egípcios, que já dominavam a técnica de conservação de cadáveres com a utilização de algumas plantas, eram conhecedores e usuários de espécies com importante ação terapêutica. Em um "Tratado" elaborado por volta de 1660 a.C., foram registradas cerca de setecentas espécies medicinais, entre elas a babosa, a mamona e a papoula, fonte dos opiáceos hoje utilizados (Schüler, 2® ed.). A índia foi conhecida como "eldorado das drogas ativas". A exemplo das "especiarias", utilizavam muitas espécies medicinais como a canela, sândalo e o cardomomo. Há cerca de quatro mil anos, já eram conhecidos os Princípios Ayurveda, os quais incluíam as plantas medicinais numa concepção, referida na 12 literatura védica, aprecia o homem como um todo, sim como o faz a atual medicina psicossomática ressurgida quatro mil anos depois. Os cretenses também foram usuários de plantas medicinais, entre as quais a hortelâ, o absinto, o sésamo (gergelim) e o cipreste. Também entre os povos hebráicos era comum essa prática, conforme revelam os escritos bíblicos. Os romanos importaram muitas plantas e o conhecimento de seu uso medicinal, principalmente da Ásia e da África. Desenvolveram importantes trabalhos na área de Farmacologia, principalmente os realizados pelo grego Galeno - o "Pai da Farmácia" -, na elaboração de medicamentos. Entre os gregos, foi importante c avanço nessa área. Destacaram-se os trabalhos de Hipócrates - o "Pai da Medicina" -, Discórides, Teofrasto e Plínio. Nas suas obras, como a "Matéria Médica", foram descritas centenas de espécies medicinais (Schüler, 7? ed.). Os árabes destacaram-se com Avicena, autor do "Cânon da Medicina", e Al-Baitar, autor de uma obra com a descrição de mais de oitocentas plantas medicinais pesquisadas em vários países. Foram os árabes os precursores das "boticas", as farmácias de hoje (Carvalho, 1988). Os gregos e árabes deram à Fitoterapia uma dignidade própria, atribuindo às plantas medicinais a eficácia terapêutica independente do complemento místico. Porém, na Idade Média, o obscurantismo predominante entre os povos europeus fez com que o conceito de Fitoterapia sofresse um retrocesso, confundindo-se com práticas esdrúxulas. Por volta de 1550, Paracelso revolucionou o modelo terapêutica vigente, impulsionando a experimentação científica tanto na área da química, como na das plantas medicinais. Retomou o conceito de "similítude" formulado por Hipócrates, e que posteriormente foi desenvolvido por Hannemann - o "Pai da Homeopatia" -. Os novos enfoques clínicos sugeridos por Paracelso constituem a diretriz fundamental da ressurgida Medicina Natural, holística (Schüler, 2^ ed.). A descoberta da América intensificou o uso de plantas medicinais na Europa. Isto graças às espécies que foram introduzidas a medida que era observada a sua utilização entre os indígenas e adotadas pelos conquistadores (PAVETTI, 1988). O conhecimento dos nativos sul-americanos era tão grande que praticamente todas as espécies medicinais que constam das farmacopéias da região Já eram conhecidas por eles(LÉVI-STRAUSS, 1987). Do Brasil, foi grande a contribuição com espécies de importante ação terapêutica, a exemplo da quina, ipecacuanha, jaborandí e tantas outras, como aquelas citadas na "Triaga Brasílica" divulgada pelos jesuítas. De fundamental importância foram as expedições científicas, desde a que acompanhou Maurício de Nassau e resultou na publicação da "De Medicina Brasiiica" até as que se seguiram pelos últimos séculos como as de Humboldt, Martius, Steinen e Saint- 13 Híleire, revelando preciosas plantas, de uso consagrado entre as populações indígenas. Com o advento da Renascença, o mundo europeu passou a enfocar com maior rigor científico as diversas áreas do conhecimento. Assim foi também com as plantas. No aspecto botânico, Linneu deu valiosa contribuição, com a identificação e sistematizaçâo das espécies, no que foi acompanhado por Engier, Chodat e outros estudiosos(SCHULTZ, 1977). A navegação, a imprensa e o desenvolvimento das ciências como tal, foram fundamentais para a evolução da Fitoterapia. Cada nação tem em seu patrimônio cultural um espaço ocupado pela utilização de plantas medicinais. Seja através da tradição oral dos povos primitivos ou através de registros que evoluem para a ordenação científica das Farmacopéias, Formulários ou Bancos de Dados informatizados. Quando as Farmacopéias, os seus conteúdos podem nos indicar o grau de valorização da prática Fitoterápica em seus países: a chinesa tem um volume especial para plantas medicinais, com a descrição de 7.295 (sete mil duzentos e noventa e cinco) espécies; a russa contém cerca de 600 (seiscentas) espécies; as dos países de "primeiro mundo" contém várias centenas de espécies medicinais; enquanto a do Brasil que continha mais de 300 (trezentas) espécies na primeira edição, passou a contar com 94 (noventa e quatro) na segunda, reduzidas a 26 (vinte e seis) espécies na terceira edição. O uso de plantas medicinai, consagrado por todos os povos como a terapêutica lógica, básica e essencial, passou a ser ameaçado nessa conceituação à medida em que em alguns países foram desenvolvidos novos tipos de medicamentos, basicamente por síntese química direta ou via precursor. A velha Alquimia ressurgiu com conhecimentos científicos, quando em 1928 consegui-se a façanha de sintetizar um composto orgânico - a uréia -. Da casca do salgueiro. Já prescrita por Hipócrates, foi isolado o seu princípio ativo - a salicina -, cuja utilização foi melhorada por um químico alemão da indústria de anilinas Bayer, que à quase um século a modificou para ácido acetilsalicílico, a aspirina ainda em uso. Ainda no final do século passado surgiram novos medicamentos obtidos por síntese química destacando-se alguns anestésicos, analgésicos e barbitúricos. No início deste século ampliou-se o emprego de quimioterápicos, como os compostos de arsênio, mercúrio e antimônio. Mas na década de 30, o emprego das sulfas foi um dos fatores mais decisivos para despertar o interesse econômico da industria farmacêutica, culminando com o advento dos antibióticos, que trouxeram um grande crédito a esta indústria. 14 Assim como os antibióticos, outros produtos de origem natural foram- se incorporando ao arsenal terapêutico crescente^ hormônios como os corticòídes e anticoncepcionais, as vitaminas, as vacinas e os $oros. Essa seqüência de sucessos terapêuticos, gerou grande expectativa entre a população que antevia a solução para to^os os seus males. E gerou como conseqüência um forte despertar de interesse econômico da indústria farmacêutica. A utilização de plantas medicinai^ pela população passou a ser substituída, em alguns casos, pelos novos medic^nientos de melhor eficácia. Alguns de valor inquestionável como os antibióticos utilizados adequadamente, porém outros de valor relativo como a dipirona que apesar de bom analgésico, apresenta reações adversas importantes como agranulocitose. Mas o grupo empresarial dessa nova indústria soube reverter a posição dos fitot^rápicos, supervalorizando os seus produtos enquanto depreciavam o valor das plantas medicinais em todas as áreas possíveis: junto à população, aos profissionais d^ área, nos currículos universitários e junto aos órgãos governamentais. Nos países de sua influência, a chamada medicina alopática passou a ser a medicina oficial, enquanto a milenar e universal Fitoterapia passou a ser considerada alternativa. O objetivo dessa indústria, assim como o de qualquer empresa é o lucro. No caso de industrializar plantas medicinais o interesse econômico é reduzido, pois trata-se de matéria abundante e disponível na natureza. Daí o direcionamento para a produção via pesquisa^síntese-patente. Muitos princípios ativos já são sintetizados, como cafeína e outros como policarpina, enquanto não o conseguem, a sua obtenção só é possível a partir da planta correspondente, no caso o jaborandi. Os preços cotados para os produtos naturais são superiores aos sintéticos equivalente, não modificado (Informativo FBPM, 1991). Mesmo os fitofármacos e derivados constantes de suas fórmulas, não são devidamente identificados como tais. Assim há um grande número de fitofármacos de uso consagrado, como a digitalina, reserpina, ergotamina, cafeína, papaverina, nicotina, efedrina, atropina rutina, pilocarpina e muitos outros, a maioria constante da flora brasileira (SOUZA, 1991), além de novos fitofármacos pesquisados nas áreas dos antibióticos, psicotrópicos e antineoplásicos, entre outros, e que constam normalmente como compostos químicos. Na década de 70, mais de 25% das receitas médicas nos Estados Unidos continham algum fitofármaco(FARNSWORTH, 1976). O principal interesse dessa indústria em relação a plantas medicinais é, partindo do conhecimento de seus efeitos terapêuticos pela população, identificar e isolar o princípio ativo específico. Naquela década, dos 76 (setenta e seis) fitofármacos utilizados, apenas 7 (sete) foram integralizados. O passo seguinte é montar a sua estrutura química e reproduzi-la sinteticamente. Assim o laboratório obtém a independência da matéria-prima e supremacia sobre a concorrência, num mercado anual de medicamentos, de 180 (cento oitenta) bilhões de dólares, enquanto os tratamentos "alternativos" somam 17 (dezessete) bilhões, aumentando mais de 20% (vinte por cento) ao ano (Revista Pharmacia, 1995). 15 Enquanto a síntese de um medicarnônto a partir da composição de elementos químicos, para ser viabilizado, passa por uma pesquisa de 8 a 20 anos testando 22.900 ao custo de 230 milhões de dólares; a viabilização de um fitofármaco, partindo de um conhecimento inicial, custa em torno de 12 mil dólares. Mesmo assim há interesse da indústria pele opção mais cara para obter medicamentos de alto custo, atribuíveis à pesquisa, e logicamente repassado ao consumidor, mas que lhes garante a patente e o domínio do mercado. O custo é um dos dois grandes fatores negativos que os chamados medicamentos alopáticos apresentam. O outro fator, ainda mais preocupante é a iatrogenia que os quimioterápicos causam, muitas vezes, com sérios prejuízos na relação risco/beneficio. Passada a euforia dessa revolução terapêutica e frustadas as expectativas de milagres em torno da mesma, começou a aparecer o seu lado negativo, verificado através dos efeitos tardios nos usuários e pelos órgãos fiscalizadores, através da avaliação das pesquisas atribuídas pelos laboratórios farmacêuticos. Mesmo assim vem sendo lançada no mercado uma torrente de novos medicamentos, alguns mais sofisticados e com efeitos menos previsíveis. São inúmeros os exemplos de medicamentos que em maior ou menor grau e espaço de tempo apresentam efeitos indesejáveis. A talidomida é um exemplo clássico. A medida em que são melhor avaliados, vêm aumentando a relação dos quimio-terápicos proscritos. Condenados total ou parcialmente, seguem-se as sulfas, o clorofenicol, o hexaclorofeno, clioquínol e muitos outros, sendo alguns proibidos em seu pais de origem e liberados em outros menos rigorosos. A aspirina, após um século de uso universal, vem-se mostrando contra- indicada em alguns casos. Mesmo os produtos naturais, quimicamente tratados, revelam alguns riscos. Em 1992 o FDA (Food and Drug Administration dos Estados Unidos) publicou uma relação de 415 farmácos, entre quimio e fitotrápícos, que não tinham comprovação da eficácia e/ou segurança (MANCINI, 1995). Problemas graves podem surgir com o uso indevido de medicamentos psicotrópicos. Outro caso típico ocorre com os antibióticos que foram tidos como a solução para a erradicação das infecções e hoje, paradoxalmente, são considerados como o grande vilão na infecção hospitalar, além de causadores da NET (necròlise epidérmica tóxica)e outras reações secundárias. Durante o reinado da chamada alopatia ressurgiram várias doenças infecciosas, assim como novos agentes patológicos para os quais ela não tem nenhuma proposta de cura. O mesmo acontece com as doenças crôníco-degenerativas, que continuam sem solução definitiva. O bloqueio de mecanismos imunitários pela agressividade de alguns quimioterápicos são apontados como possíveis fatores de degeneração da espécie humana. 16 Para Alex Carrel, Prêmio Nobel de Medicina, 1912, o fato de, em países industrializados, à medida em que diminue a incidência de doenças infectocontagiosas aumentam as degenerativas como o câncer, deve-se à relação já conhecida a séculos do efeito-tampão que as doenças agudas exercem sobre as crônicas(NEVES, 1983). Mesmo nos países-sede das grandes indústrias farmacêuticas estão sendo questionados, pesquisados e reavaliados os medicamentos quimioterápicos, enquanto a Fitoterapia desperta o interesse científico através do quai poderá desenvolver toda a sua potencialidade terapêutica e reassumir a importância que Já teve para a civilização. Se usada racionalmente, a fitoterapia pode complementar o atendimento primário da população, com eficiência e economia, liberando o atendimento médico-farmacêutico tradicional para os casos de real necessidade. 17 1.2. JUSTIFICATIVA 5<^ A importância da fitoterapia ficou evidente para o autor, após a visita a vários locais do país onde estão sendo desenvolvidos projetos sociais, por entidades públicas ou privadas, visando a maior e melhor utilização de plantas medicinais pela população. Coletando dados obtidos nesses projetos, em eventos do gênero e em bibliografia específica, o pesquisador juntou subsídios para elaborar o Programa Estadual de Fitoterapia/MS (Resolução SES/MS de 20.05.91) e o Programa Municipal de Fitoterapia/Campo Grande-MS (Lei 3.050, de 06.06.94) (ANEXO II). O objetivo Central desses programas, em suas áreas de abrangência, é o de incentivar e otimizar a utilização de plantas medicinais pela população. Para executar essas ações há necessidade do conhecimento da realidade como ponto de partida. No caso do Município de Campo Grande, pressupunha-se que a população utiliza-se dessas plantas, mas desconhecia-se os padrões dessa prática, assim como as suas necessidades e interesses. Foi visando estas informações que o autor propôs-se a pesquisar a "Utilização de plantas medicinais entre usuários dos Centros de Saúde do município de Campo Grande-MS". Os dados apresentados poderão subsidiar as autoridades locais no desenvolvimento do Programa Municipal de Fitoterapia. Para o pesquisador, o valor que a fitoterapia representa para a população e a importância das informações obtidas para incrementar pesquisas ou programas de interesse social, justificam a presente pesquisa. BIBLIOTEC 18 1.3. OBJETIVOS Verificar os padrões qualitativos (espécies) e quantitativos apresentados pela população usuária dos Centros de Saúde de Campo Grande-MS, referentes a utilização de plantas medicinais em sua rotina doméstica de cuidados á saúde. Levantar e organizar dados referentes a caracterização dos usuários e das plantas utilizadas com informações sobre essa utilização e as patologias correspondentes. Obter informações complementares, sobre o consumo de quimioterápicos e o conhecimento de plantas tóxicas. Verificar o interesse desses usuários por informações sobre plantas medicinais e o interesse em contar com esta opção terapêutica em seu atendimento médicofarmacêutico nos Centros de Saúde do município. 19 2. metodologia 2.1. CARACTERIZAÇÃO DO ESTUDO A pesquisa teve por base urps pesquisa social, de cunho etnofarmacológica, visando informações sobre ô utilização de plantas medicinais, especificamente sobre a população que se utiliza dos Centros de Saúde, no município de Campo Grande-MS. O instrumento da pesquisa foi a aplicação de um formulário (ANEXO I). O critério amostrai teve como ba$e estatística a média mensal da freqüência dos usuários dos Centros de Saúde cio município, calculada sobre os meses de maio,junho e julho de 1994. O comparecimento médio neste trimestre, de 2596 (dois mil quinhentos e noventa e seis) usuários, ficou as$inn distribuída, conforme o tipo de atendimento dos Centros de Saúde: 2.037 (dois rnil e trinta e sete) usuários em 9 (nove) Centros de Saúde de 24 horas, 521 (quinhentos e vinte e um) usuários em 24 Centros de 8 horas e 38 (trinta e oito) usuários em 5 (cinco) Centros na zona rural do município(TABELA I). TABELA I NÚMERO DE ATENDIMENTOS NOS CENTROS DE SAÚDE DO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE-MS NO TRIMESTRE MAIO/JUNHO/JULHO - 1994 TIPO DE CENTRO DE SAÚDE N® DE C.S. N° DE ATENDIMENTOS (MÉDIA) Atendimento 24 horas Atendimento 8 horas Zona Rural Total 9 2.037 24 521 5 38 38 2.596 FONTE: SESAU/CAMPO GRANDE-MS - 1994 Para este número de usuários, a amostragem deveria ser muito elevada, pelo fato de não se conhecer nenhum dado auxiliar sobre a utilização ou não de plantas medicinais por essa população. Fez-se a escolha por uma pesquisa piloto com a aplicação de 10 (dez) formulários a qual forneceu importantes informações para o cálculo amostrai. Neste cálculo foram considerados o número de 20 usuários de plantas medicinais (100%) e o número médio de espécies medicinais utilizadas (7,3 espécies). Para o cálculo da amostra foi adotada a metodologia fornecida por (COCHRAN, 1965). Adotou-se um nível de confiabilidade de 95%, com erro igual a 1. A variabiiidade corresponde ao número proveniente da amostra piloto (7,3) e o número de usuários dos Centros de Saúde é o fornecido pela SESAU/Campo Grande-MS, que é de 2596 (dois mil quinhentos e noventa e seis)(TABELA i). Desenvolvendo a fórmula: 1 n. • l.'- 2«,o^ r\. = — L 4' = 28 íVS96 /] chegamos a definição do número da amostra que é aproximadamente 28 (vinte e oito), e que para facilidade de cálculo, foi elevado a 30 (trinta). A escolha dos usuários para a aplicação dos formulários foi feita de maneira aleatória, assim como os horários e dias das entrevistas. O período utilizado para essa pesquisa foi de 15.11.94 a 15.01.95, tempo necessário para abordar os usuários em ocasiões diversificadas. Procurou-se manter uma proporcionalidade entre o número de entrevistados e o número médio de pacientes atendidos nos diversos modelos de Centros de Saúde. Na TABELA II estão relacionados os números de entrevistas e Centros visitados. TABELA II APLICAÇÃO DE FORMULÁRIOS NOS CENTROS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS, NO PERÍODO DE 15.11.94 A 15.01.95 TIPO DE CENTRO DE SAÚDE N° DE CENTRO DE N® DE SAÚDE VISITADOS ENTREVISTADOS Atendimento 24 horas 7 15 Atendimento 8 horas 9 10 Zona Rural 3 5 19 30 Total 21 Como demonstra a TABELA li em 7 (sete) Centros de Saúde com atendimento de 24 horas foram entrevistados 15 (quinze) usuários, enquanto para os 9 (nove) Centro com atendimento 8 horas foram 10 (dez) os usuários pesquisados e em 3 (três) Centros da zona rural foram entrevistadas 5 (cinco) pessoas. O instrumento utilizado na pesquisa para obtenção de dados foi um formulário composto de 42 questões, sendo 39 fechadas e 3 abertas(ANEXO I). As questões incluíram informações sobre o núcleo familiar do entrevistado e algumas características da pessoa mais entendida em plantas medicinais nessas famílias. Incluíram também informações sobre as plantas medicinais e sua utilização, além de sua relação com as patologias mais freqüentes e com o uso de quimioterápicos. Investigou-se sobre o conhecimento de plantas tóxicas e finalmente sobre o interesse dos usuários em receber Informações sobre plantas medicinais e o desejo de receber tratamento médico-farmacêutico com essa opção terapêutica. O alcance da pesquisa, agrupando as trinta famílias foi de 152 (cento e cinqüenta e dois) pessoas. Aplicados os formulários, os dados obtidos foram organizados, comparados e cruzados. Foram elaboradas tabelas com os percentuais dos dados comparados, como por exemplo as características dos prescritores familiares. Em outra tabela, cruzou-se esses dados com o consumo de plantas medicinais entre suas famílias. Foram usados dados de outras pesquisas para análise comparativa de duas situações: as espécies medicinais mais utilizadas e as patologias mais freqüentes. No primeiro caso foi utilizada uma pesquisa feita pelo autor junto aos "raizeiros" do município para verificar quais as espécies medicinais mais comercializadas. No segundo caso foi utilizada outra pesquisa do autor, junto aos médicos da rede pública estadual, verificando quais as patologias mais freqüentes apresentadas por sua clientela. Neste mesmo sentido foi utilizado um levantamento feito pelo SESAU/Campo Grande-MS sobre as principais causas de consulta na rede municipal. 22 3. RESULTADOS 3.1. ANÁLISES A análise procedeu-se após a ordenação e tabulação dos dados colectados através do formulário. Foram anaiísados em grupos de informações congêneres, sendo os principais destaques mostrados em tabelas e quadros. A seguir descrevemos a análise, na seqüência das questões apresentadas no formuiário. - As residências ou núcleos familiares dos entrevistados apresentaram os seguintes números: A. O número de pessoas por residência variou de 2 a 9, com uma média de 5,07 pessoas/residência B. A renda famiiiar em salários mínimo, teve uma variação de 1 a 15, com a média de 4,85 saiários mínimo. C. reiacionando as rendas familiares com o número de pessoas residentes obtivemos a média da renda "per capita" de 0,95 saiário mínimo/pessoa. - Quanto às pessoas mais entendidas em piantas medicinais nas residências pesquisadas e que as indicam, passam aqui a ser identificadas como prescritoras, foram coletadas as informações: A. Em reiação ao entrevistado, o prescritor é: o próprio entrevistado, 66,7%; a mãe: 13,3%; o pai: 10%; a sogra: 6,7%; a tia: 3,3%. B. Quanto ao sexo os prescritores compõem-se: 90% feminino e 10% masculino. C. A idade variou de 21 a 79 anos, com uma média de 46,2 anos. D. A escolaridade de O a 11 anos letivos apresentou uma média de 4,4 anos estudados. E. Quanto às profissões dos prescritores, ficaram assim distribuídas: a. mulheres: do lar: 66,3%; diversas: 36,7% (doméstica, lavadeira, costureira, agente administrativa, digitadora, professora, comerciante). b. homens: agricultor, vigilante e ferroviário: 33,3% cada. F. Apenas 3,3% entre os prescritores exercem a atividade profissionalmente como "raizeiro". G. A naturalidade ficou assim distribuída: de Mato Grosso do Sul: 47% (Campo Grande 23%, Corumbá 7%, Aquidauana 3.3%, Camapuã 3,3%, Fátima do Sul 3,3%, Guia Lopes 3,3% e Ponta Porã 3,3%); de outros estados: São Pauio 20%, Alagoas 10%, Mato Grosso 7%, Paraná 7%, Ceará 3,3%, Minas Gerais 3,3% e Pernambuco 3,3%. 23 H. Algumas dessas pessoas migraram por outros estados antes de se fixarem em Campo Grande, com provável influência local na soma de conhecimentos sobre plantas medicinais, relacionados na TABELA III. TABELA MIGRAÇÃO INTERESTADUAL DOS PRESCRITORES DE PLANTAS MEDICINAIS ORIGEM MIGRAÇÃO INTERMEDIÁRIA RESIDÊNCIA ATUAL MS MG MS - Campo Grande MS MT MS - Campo Grande MS PE MS - Campo Grande MS SP MS - Campo Grande PE RO MS - Campo Grande SP RO MS - Campo Grande I. A influência cultural herdada pelos prescritores através das origens raciais ou de nacionalidade, ficou assim distribuída: brasileira 70%; paraguaia 10%; indígena 10%, boliviana 3,3% italiana 3,3%, negra 3,3%, conforme apresentação na TABELA IV. TABELA IV DIFERENTES RAÇAS/NACIONALIDADES ENTRE OS USUÁRIOS DOS CENTROS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS NACIONALIDADE/RAÇA PRESCRITORES % brasileira 70 paraguaia 10 indígena 10 boliviana 3.3 italiana 3.3 negra 3.3 J. O conhecimento dos prescritores sobre plantas medicinais teve origem em várias fontes de informações, a maioria as recebeu de amigos (86,6%), sendo que apenas 36,6% através de alguma literatura conforme mostra a TABELA V. 24 TABELA V FONTES DE INFORMAÇÕES DOS PRESCRITORES DE PLANTAS MEDICINAIS ORIGEM DO CONHECIMENTO PRESCRITORES % Amigos 86,6 Raizeiros 40,0 Literatura 36,6 Médicos 3,3 Farmácias 3,3 FIGURAI FONTE DE INFORMAÇÕES DOS PRESCRITORES DE PLANTAS MEDICINAIS CRC3BllDDOOt*BJa^BííO ■ArtgoB RÉZEftS ■ UtacÉLia □ nidkxs fanmai FREXHTCFB% 25 L. Além de tratarem seus familiares, 96,7% dos prescritores indicam plantas medicinais a terceiros, enquanto 3,3% não o fazem. - Quanto ao cultivo de plantas medicinais nas residências dos entrevistados constatou-se que 90% possuem alguma espécie plantada, enquanto que 10% não o possuem, alguns dos quais por falta de espaço físico. A. O número de espécies cultivadas varia de 1 a 12, com a média de 4,7 espécie por residência. B. Apenas 3,3% vendem plantas medicinais cultivadas, enquanto 96,7% não o fazem. C. Por outro lado 90% dos cultivadores cedem plantas medicinais a terceiros e apenas 10% não cedem. D. As plantas medicinais cultivadas nas residências somaram 35 espécies diferentes. A nomenclatura aqui utilizada corresponde à denominação popular utilizada pelos entrevistados. Na TABELA VI relacionamos as espécies cultivadas e o número de residências que as possuem. 26 TABELA VI PLANTAS MEDICINAIS CULTIVADAS NAS RESIDÊNCIAS DOS USUÁRIOS DOS CENTROS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS PLANTA N® planta N® RESIDÊNCIAS RESIDÊNCIAS 01. Boldo 19 19. Laranjeira 2 02. Capim-cidreira 17 20. Gengibre 2 03. Hortelã 12 21. Sabugueiro 2 04. Erva-cidreira 11 22. Limoeiro 2 05. Poejo 9 23. Cancorosa 1 06. Arruda 7 24. Canela 1 07. Alecrim 6 25. Quebra-pedra 1 08. Erva-de-santa-maria 6 26. Arnica 1 09. Novalgina 4 27. Malva-do-reino 1 10. Cana-do-brejo 3 28. Mamoeiro macho 1 11. Confrei 3 29. Cajueiro 1 12. Terramicina 3 30 Dipirona 1 13. Erva-doce 3 31. Cebola branca 1 14. Anador 3 32. Salvia 1 15. Romanzeiro 3 33. Manjerona 1 16. Alfavaca 2 34. Erva-de-lucero 1 17. Goiabeira 2 35. Penicilina 1 18. Camomila 2 Observa-se nesta tabela que a planta mais cultivada é a denominada boldo (Coleus barbatus), em 63% das residências, enquanto 13 espécies aparecem em apenas uma residência cada uma. - Quanto a utilização de plantas medicinais pelas famílias dos entrevistados, foram coletadas as seguintes informações: A. Em 100% das famílias pesquisadas é consumido algum tipo de planta medicinal. B. O número de espécies utilizadas varia de 2 a 18, com uma média de 7,93 espécies por família. 27 C. Quanto a procedência das plantas utilizadas, constatamos na TABELA VII que em 90% das famílias algumas são de cultivos próprio, 70% adquirem de "raizeiros" e apenas 16,6% as adquirem em farmácias. TABELA VII PROCEDÊNCIA DAS PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELOS USUÁRIOS DOS CENTROS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS PROCEDÊNCIA N° DE FAMÍLIAS Cultivo próprio 90,0 Raizeiros 70,0 Cedidas 60,0 Espontâneas 46,6 Nativas 36,6 Comércio 33,3 Farmácias 16,6 D. Na pesquisa foram citadas 69 espécies de plantas medicinais utilizadas pelas 30 famílias. Para cada planta citada foi mencionada uma variedade de indicações terapêuticas, em número de 1 a 10. Na TABELA VIII estão relacionadas as 20 plantas mais consumidas, a freqüência de sua utilização pelas famílias e até 3 das pincipais indicações sugeridas. A nomenclatura das plantas e de suas indicações é a fornecida pelos entrevistados. 28 TABELA VIII PLANTAS MEDICINAIS MAIS UTILIZADAS PELOS USUÁRIOS DOS CENTROS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS PLANTA PARTE FREQ. UTILIZADA % INDICAÇÕES TERAPÊUTICAS 01 Boldo folhas 70 estômago,fígado, intestino 02 Capim-cidreira folhas 63 calmante, pressão, gripe folhas 47 vermes, calmante, gripe 04 Erva-doce semente 40 calmante, prisão de ventre, gases Poejo folhas 37 vermes, bronquite, febre folhas 37 calmante, gripe, pressão alta raiz 30 depurativo, fortalece inflamações 08 Erva-de-santamaria folhas 27 vermes, machucaduras, antibiótico 09 Arruda folhas 27 dor muscular (fricções), menstrual, estômago raiz 23 inflamações, sangue, rins folhas 20 coração, gripe, calmante folhas 20 estômago, 03 Hortelã 05 06 Erva-cidreira 07 Cancerosa 10 Algodãozinho 11 Alecrim 12 Carqueja o sangue, sangue eólica (afina), emagrecer 13 Laranjeira folhas 20 gripe, tosse, chá (inespecífico) 14 Quebra-pedra inteiro 17 rins, bexiga, analgésico folhas 17 inflamações, antibiótico, emagrecer flor 17 dor de barriga (crianças), calmante (crianças) eólicas caule 13 Rins folhas 13 15 Confrei 16 Camomila 17 Cana-do-brejo 18 Terramicina Inflamações, machucaduras e feridas 19 Novalgina 20 Jatei-caa folhas 13 Dor, gripe flor 10 Digestão, eólica, infecção As outras 49 plantas medicinais utilizadas pelas famílias dos entrevistados são listadas a seguir na TABELA IX, constando entre parênteses o número de vezes citadas por entrevistados, usando a denominação dada por estes: 29 TABELA IX OUTRAS PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS POR USUÁRIOS DOS CENTROS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS PLANTA PLANTA UTILI UTILI ZAÇÃO ZAÇÃO Goiabeira 3 Mamoeiro macho 1 Romanzeiro 3 Cajueiro 1 Anador 3 Dipirona 1 Douradinha 2 Malva do reino 1 Carrapichinho 2 Cebola branca 1 Mamica-de-cadela 2 Maleitoso 1 Carobinha 2 Salvia 1 Canela 2 Guaco 1 Arnica 2 Erva de urubu 1 Gervão 2 Abacateiro (caroço) 1 Abacateiro (folha) 2 Erva-lucero 1 Gengibre 2 Penicilina 1 Marcelinha 2 Milho (estigmas) 1 Cavalinha 2 Sabugueiro 1 Mandioqueira 1 Manjerona 1 Espinheira-santa 1 Alfavaca 1 Salsaparrilha 1 Sucupira 1 Malva 1 Emburana 1 Jatobazeiro 1 Nós-moscada 1 Barbatimão 1 Erva-mate 1 Losna 1 Pitangueira 1 Nó-de-cachorro 1 Limão 1 Congonha de bugre 1 Limoeiro (folha) 1 Crista de galo 1 Saião 1 Calunga 1 Observe-se a Influência da cultura consumista na denominação popular de plantas medicinais; novalgina, anador, dipirona, penicilina e terramicina. 30 Comparando-se as TABELAS VIII e IX com a TABELA X verifica-se que 45% das plantas mais vendidas pelos "raizeiros" não são consumidas pelos entrevistados. TABELA X ESPÉCIES MEDICINAIS MAIS VENDIDAS POR RAIZEIROS DE CAMPO GRANDEMS PLANTA PLANTA 1 Carqueja 11 Maleitoso 2 Jateí-caa 12 Barbatimão 3 Douradinha 13 Nó-de-cachorro 4 Chapéu-de-couro 14 Buchinha 5 Sete sangrias 15 Manacá 6 Pata de vaca 16 Sucupira 7 Carobínha 17 Genciana 8 Cancerosa 18 Ipê-roxo 9 Erva-de-bicho 19 Ruibarbo 10 Cavalinha 20 Jequitibá FONTE: Pesquisa do autor, não publicada, 1993 Verifica-se nesta comparação que não há uniformidade no conhecimento popular sobre plantas medicinais, incluindo confusão de nomes para ^ algumas espécies. E. Foi indagada a freqüência de uso de plantas medicinais no âmbito da família em dias por ano. Houve uma variação entre as famílias de 4 a 365 dias por ano com utilização média de 207 dias/ano. Entre os usuários vários deles fazem uso diário de algum tipo de planta medicinal na forma de chá ou adicionada ao mate ou tereré Com referência as patologias tratadas com plantas medicinais pelas famílias pesquisadas, existe relativa coerência entre esses dados, primários e os dados secundários sobre as patologias mais freqüentes apresentadas pelos usuários dos Centros de Saúde de Campo Grande, segundo dados obtidos nesses centros em1993 e também com as apresentadas na rede pública do Estado, conforme pesquisa anterior do autor (1993). Na TABELA XI a seguir estão listadas as 3 relações de patologias, todas na ordem decrescente de freqüência. v 31 TABELA XI PATOLOGIAS MAIS FREQÜENTES ENTRE USUÁRIOS DE CENTROS DE SAÚDE TRATADAS COM PLANTAS NOS CENTROS DE SAÜDE NOS CENTROS DE SAÜDE MEDICINAIS (nomenclatura DE CAMPO GRANDE dos usuários) DE MATO GROSSO DO SUL 1 Gripe Parasitose Intestinal Afecções gástricas 2 Calmante Gastrite Verminoses 3 Inflamações Viroses Afecções das respiratórias vias 4 Estômago Amigdalite Afecções vias das urinárias 5 Vermes Bronquite Hipertensão 6 Rins Hipertensão Dermatoses 7 Sangue Infecções rim e bexiga Anemia 8 Pressão Alta Anemia Diarréias 9 Machucadura Dermatoses Artrose 10 Infecções Vulvo vaginites Distúrbios nervosos Nota-se pelas relações de plantas utilizadas e patologias tratadas, conforme TABELA XI, que a população pesquisada busca resolver os problemas de saúde através das plantas, apesar da limitação de seus conhecimentos. O grande consumo de plantas buscando o efeito "calmante" (2® na lista) deve ser melhor ^ Investigado. F. A variação do número de espécies medicinais consumidas pelas famílias pesquisadas e os fatores condiclonantes desta variação, principalmente em relação às características dos prescritores dessas famílias, estão descritas na TABELA XII 32 TABELA XII FATORES DE VARIAÇÃO NO NÚMERO DE ESPÉCIES MEDICINAIS CONSUMIDAS* PELAS FAMÍLIAS PESQUISADAS * A MÉDIA GERAL DA AMOSTRA = 7,93 ESPÉCIES/FAMÍLIA FATORES DE VARIAÇÃO MEDIA DO GRUPO DE FAMÍLIAS - Quanto aos prescritores: SEXO Feminino 8,03 Masculino 7,00 IDADE de 21 a 39 7,25 de 40 a 79 8,18 ESCOLARIDADE(anos letivos) de 0 a4 8,38 de 5 a 11 6,88 NACIONALIDADE/RAÇA brasileiro 7,61 paraguaio/indígena 9,00 INFLUÊNCIAS nascidos e permanecidos em CG 6,33 migrados de/por outros estados 8,33 - Quanto a renda familiar (em salários mínimo) de 1 a 3 9,11 de4a 5 7,42 Observou-se que a família de menor renda (1 salário mínimo) foi a que apresentou maior número de espécies cultivadas(12)e consumidas (18). Quanto a escolaridade, nota-se que o ensino formal não estimula o consumo de plantas medicinais. - Quanto ao consumo de auimioterápicos (medicamentos de síntese química, conhecidos como alopáticos, que constituem a quase totalidade da terapia medicamentosa no Brasil), foi constatado que 100% das famílias investigadas fazem uso deste recurso. 33 A. A intensidade do consumo desses medicamentos, avaliada por critério simples (pouco ou muito), ficou assim distribuída: consomem pouco quimioterápicos: 70% consomem muito quimioterápicos: 30% Na TABELA XIII observa-se que os maiores consumidores de medicamentos quimioterápicos são aqueles que consomem menos plantas medicinais. BíBLíOTECA * 1 TABELA XIII CONSUMO DE PLANTAS MEDICINAIS E QUIMIOTERÁPICOS ENTRE OS USUÁRIOS DOS CENTROS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS CONSUMO DE PLANTAS MEDICINAIS MEDIA DA AMOSTRA MAIORES CONSUMIDORES DE QUIMIOTERÁPICOS N° de espécies cultivadas 3,55 4,73 N° de espécies consumidas 6,00 7,93 Consumo em dias/ano 114,00 206,7 FIGURAM CONSUMO DE PLANTAS MEDICINAIS E QUIMIOTERÁPICOS ENTRE OS USUÁRIOS DOS CENTROS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS MAIORES CONSUMIDORES DE QUIMIOTERÁPICOS N° de espécies cultivadas ■N*' de espécies consumidas I Consumo em dias/ano 34 Em relação ao poder aquisitivo, as famílias maiores consumidoras de quimioterápicos apresentam uma renda média de 5,7 salários mínimo, superior à média geral de 4,85 salários mínimo. O grau de escolaridade do prescritor de plantas medicinais entre as famílias maiores consumidoras de quimioterápicos também apresentou-se superior (5,55 anos letivos) enquanto a média foi de 3,37 anos letivos. Quanto aos fatores renda e escolaridade condicionando o cultivo e consumo de plantas medicinais em relação ao de quimioterápicos observamos no QUADRO 1 que o nível de renda e escolaridade influenciam da mesma forma o consumo. QUADRO 1 RELAÇÃO ENTRE A RENDA/ESCOLARIDADE E O CONSUMO DE MEDICAMENTOS RENDA/ESCOLARIDADE PLANTAS MEDICINAIS CULTIVO/CONSUMO QUIMIOTERÁPICOS CONSUMO MENOR MAIOR MENOR MAIOR MENOR MAIOR - Foi averiguado também o conhecimento dos entrevistados sobre plantas tóxicas, assunto muito relacionado ao consumo de plantas medicinais. A. Entre os inquiridos, 27% não conheciam nenhuma planta tóxica enquanto 73% tinham conhecimento de 1 a 3 plantas tóxicas, dando uma média de 1 planta conhecida por entrevistado. B. A planta "comigo-ninguém-pode" foi citada por 67% dos entrevistados. Entre as 11 espécies mencionadas, 6 são medicinais, e consideradas tóxicas pelos entrevistados em determinadas condições de uso. São elas: confrei, boldo, ervade-santa-maria, barbatimão, algodãozinho e douradinha. C. Inquiridos sobres os efeitos tóxicos das plantas mencionadas, constatou-se um reduzido e confuso conhecimento pelos usuários, além dos 10% que nada sabem, conforme TABELA XIV. 35 TABELA XIV CONHECIMENTO DOS EFEITOS DE PLANTAS TÓXICAS PELOS USUÁRIOS DOS CENTROS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS GRAU DE CONHECIMENTO PORCENTAGEM Não sabe 10% Matam 20% 3% Não matam 67% Efeitos diversos 100% Total O desconhecimento sobre plantas tóxicas expõe a sérios riscos os usuários de plantas medicinais. - Complementando o formulário foram apresentadas três questões subjetivas, com respostas sintetizadas(sim ou não). Na TABELA XV, a seguir, estão transcritas as questões e as respostas dadas: TABELA XV QUESTÕES PROPOSTAS AOS USUÁRIOS DOS CENTROS DE SAÚDE DE CAMPO GRANDE-MS RESPOSTAS QUESTÕES SIM 1- Tem interesse em receber informações sobre NAQ 100% plantas medicinais? 2- Gostaria de receber plantas medicinais e 100% 3- Gostaria que os médicos dos Centros de Saúde 100% fitoterápicos nas farmácias dos Centros de Saúde? prescrevessem plantas medicinais e fitoterápicos? O conteúdo da TABELA XV nos mostra a unanimidade entre os entrevistados (100%)com respostas positivas quanto ao interesse em receber informações sobre plantas medicinais e na prescrição e disponibilidade dos fitoterápicos na rede pública de saúde. 36 4. CONCLUSÃO A pesquisa revelou importantes aspectos sobre a utilização de plantas medicinais pela população usuária do serviço público de saúde no Município de Campo Grande-MS. A principal constatação é que esta modalidade terapêutica é utilizada por 100% desta população. Outro dado significativo é que 90% das famílias pesquisadas cultivam plantas medicinais. Ficou evidenciada a importância da fitoterapia na rotina da manutenção da saúde entre os pesquisados. Alguns fatores determinantes da intensidade da utilização de plantas medicinais, avaliada através do número de espécies consumidas, são mostradas pelas informações coletadas; - As famílias maiores consumidoras de plantas medicinais são as de menor renda. - As maiores consumidoras de plantas medicinais são as famílias cujas as pessoas que mais entendem e as prescrevem, têm a seguintes características: a)sexo feminino b)idade acima de 40 anos c)escolaridade inferior a 4 anos letivos d)influência racial indígena e)influência de outros estados do país - Ainda sobre os prescritores observou-se que: a) em 86,6% alguns conhecimentos sobre plantas medicinais vieram de amigos, enquanto que 36,6,% leram alguma coisa em publicações. b)96,7% deles indicam plantas medicinais à terceiros c) 90% dos que cultivam plantas medicinais 'cedem-nas à terceiros, enquanto apenas 3,3% as vendem. O conhecimento que possuem plantas medicinais coincide apenas em cerca de 50% com os apresentados por "raizeiros" do município, conforme pesquisa anterior feita entre esses profissionais, pelo pesquisador. A considerável variação de espécies e indicações, por conta da falta de um melhor conhecimento por ambas as partes. Para ilustrar a relativa divergência, compare-se a relação das 69 espécies medicinais consumidas pelas famílias pesquisadas (TABELAS VIII e IX) com a TABELA X relacionando as 20 espécies mais vendidas pelos "raizeiros" de Campo Grande-MS, onde se observa que 9 (nove) espécies aqui listadas não constam daquela relação. Já com referência às patologias há concordância entre aquelas tratadas em casa e as apresentadas nos Centros de Saúde conforme pode ser visto na TABELA XI. 37 Quanto ao consumo de medicamentos quimioterápicos, a pesquisa revela que a totalidade das famílias investigadas fazem uso desta terapêutica. Entre os menores consumidores de quimioterápicos (70% das famílias pesquisadas) observam-se algumas características em relação à média: 1. cultivam mais plantas medicinais; 2. consomem mais plantas medicinais; 3. possuem menor renda familiar; e 4. o prescritor tem menor escolaridade. Outra questão abordada foi quanto ao conhecimento sobre plantas tóxicas, entre os usuários de plantas medicinais. Ficou demostrado um grande desconhecimento do tema e a importância de melhores informações, dada a estreita relação entre toxicidade e as plantas utilizadas. Finalizando o formulário foram apresentadas três questões abertas, mas com respostas objetivas, evidenciando que 100% da população pesquisada tem interesse em informações sobre plantas medicinais, gostariam que os médicos da rede pública as prescrevessem e que estas fossem fornecidas nos Centros de Saúde do Município. Ficaram demostrados os fatores condicionantes na utilização de plantas medicinais; a importância desta modalidade terapêutica na rotina da população buscando a manutenção da saúde; o índice de 100% de consumidores de plantas medicinais entre os usuários dos Centros de Saúde e o desejo da totalidade (100%) desta população em ser melhor informada sobre plantas medicinais e receber atendimento e tratamento fitoterápico na rede pública do município. o Ficam evidenciados os benefícios da fitoterapia e a necessidade das autoridades sanitárias locais analisarem o assunto sob os aspectos social, sánitário, ^ > econômico e político-administrativc e da um passo a frente nessa questão que se V revéíã^e grande interesse para a população e benefícios para o município como ! Ufh todo. Os dados aqui apresentados poderão, eventualmente, servir de subsídios a projetos sociais no setor de saúde ou estimular novas pesquisas, tais como o estudo do potencial fitoterápico da flora regional e o seu aproveitamento racional. 38 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AKERELE, O Medicinal Plants and Primary health care. Fitoterapia. n® 5,1988, p.16. BALBACH, A. A Flora Nacional na Medicina Doméstica. 12® ed., São Paulo, Ed. A Edificação do Lar, 2® vol, p. 406. CARVALHO, J.H.A. et alii. Utilização de Plantas Medicinais pela População. Rio de Janeiro, Fundação SESP, 1988, p.5. COCHRAN, W. G. Técnicas de Amostraoem. Ed. Fundo de Cultura Brasil-Portugal, 1965, Cap IV. LÉVI-STRAÜSS, C. Suma Etnolóoica Brasileira. Handbook American/Indians, 2® ed., Petrópolis, Vozes, 1987, p.44. of South MATOS, F. A. XIII Simpósio Brasileiro de Plantas Medicinais. Fortaleza, 1994. MANCINI, B. Plantas Medicinais: A Realidade. Revista Racine. São Paulo, jun/jul, 1995, p. 6-7. NEVES, E. 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ANEXOS 42 ANEXO I 'UTILIZAÇÃO DE PLANTAS MEDICINAIS ENTRE OS USUÁRIOS DOS CENTROS DE SAÚDE NO MUNICÍPIO DE CAMPO GRANDE-MS" FICHA N" DATA / / URBANO RURAL NOME: ENDEREÇO N® PESSOAS NO DOMICÍLIO: RENDA FAMILIAR EM S.M. PESSOAS MAIS ENTENDIDA EM PLANTAS MEDICINAIS NO DOMICÍLIO: É O ENTREVISTADO SEXO: É OUTRA(CITAR O PARENTESCO) IDADE: NATURALIDADE: RAÇA/ORIGEM PROCEDÊNCIA/INFLUÊNCIA: ESCOLARIDADE PROFISSÃO É RAIZEIRO CULTIVA PLANTAS MEDICINAIS NO DOMICILIO CEDE A TERCEIROS N® DE ESPÉCIES VENDE UTILIZA PLANTAS MEDICINAIS PARA A FAMÍLIA DIARIAMENTE VEZES POR ANO INDICAM A TERCEIROS PROCEDÊNCIA DAS PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS: NATIVAS CEDIDAS ESPONTÂNEAS CULTIVADAS EM CASA, RAIZEIROS FARMÁCIAS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS FONTE DE ORINETAÇÃO SOBRE O USO DE PLANTAS MEDICINAIS: PRÓPRIA FAMILIARES ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS MÉDICOS LIVROS AMIGOS RAIZEIROS FARMÁCIAS 43 A família utiliza medicamentos quimioterápicos NÃO POUCO muito TEM INTERESSE EM RECEBER INFORMAÇÕES SOBRE PLANTAS MEDICINAIS GOSTARIA DE RECEBER PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÂPICOS NAS FARMÁCIAS DOS CENTROS DE SAÚDE . GOSTARIA QUE OS MÉDICOS DOS CENTROS DE SAÚDE PRESCREVESSEM PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERÂPICOS CITE AS PLANTAS MEDICINAIS USADAS E SUAS INDICAÇÕES / (ASSINALAR COM (X)AS PLANTAS CULTIVADAS EM CASA) (X) NOME DA PLANTA DOENÇAS (S): 123- 45- 6-^ 7- 8910- CITE AS PLANTAS TÓXICAS QUE CONHECE E SEUS EFEITOS: NOME DA PLANTA 123- LOCAL: ENTREVISTADOR: EFEITOS: 3ÍBÜU5ECA 44 NeÍo II OIARIO oficial N« 3904 pAonass a OE JUNFO DE 1994 PORTARIA N» 4142/94 PORTARIA N* 4141/94 O GONSEUIEIRO PAULO ROBERTO CAPIBERIBE O (QNSEUCEIRO PAULO ROBERTO CUPIBERIBB SAUM SALDA mia. presidente em EXERCÍCIO DO UlIBUNAL DE OJKTAS 00 ESTADO DE MATO OWSSO DO SUL, no uso de suas atribuições legais e tendo em visU as MIA, PRESIOEKTE EM EXERCÍCIO 00 TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE M\TO OIOSSO DO SUL, no uso de suas atribuições le/;ais c tendo cm vista as disposições constantes no inciso III do artigo IS da Lei disposições constantes no inciso III do artigo IS da Lei Coaçjlemen Coanlemen ■ tar n* 48 de 28 de Junho de 1990; tar n* 49 de 28 de Junho de 1990; " RESOLVE: RESOLVE: Aposentar, por invalides, o servidop JAIM2 VER OGCAES FICRES, matrícula n* 10.0087.4, ocupante do cargo de Motorista código TCSA-830, Classe Especial, do Quadro Permnente do Tribunal de Contas do Estado do fbto Grosso do Sul, com fulcro no artigo 193. in ciso II e proventos integrais calculados com b,Tsc nos artigos 196,* 197 e 199, todos da Lei n» 1.102 de 10 do outubro do 1990. (Processo TC\/M5-421/94). ^torlMr a averbaçio para fins de aposenUdo • ria e disponibilidade, a favor do fimcionirio SILVIO OVffQS TOtEDoT ocupante do cargo em comissão de Assistente de Segurança, slcbolô 1CAD-303, o tempo de 10.372 (dez mil trezentos e setenta e dois) dl as de serviço público prestado, coa fulcro no artigo 177, inciso 1-7 combinado com o artigo 179, íIkíso I da Lei n* 1.102 de 10 de outii bro de 1990. (Processo 1x^/115-429/94). ~ MUNICIPALIDADES PREFEITURA MUNICIPAL PE CAMPO GRANDE LSX NÚMSRO 3.0S0, DB 00 OB JUM» OS 1994. V - Seleção entre as múltiplas opções oferecidas do um numero limitado de eapécleo medleinala a serem produzidas s distribuídas, cuja seleção de plentaa, nativas ou exóticas, obedece ré critérios como indicação e freqüência nooológica, comprovação AUTORIZA O PODER EXECUTIVO 00 MUNICÍPIO A CRIAR O PROGRAMA MUNICIPAL DB FXTOTBRAPIA - PROPXTO. científica de aeue efeitos fermacologlcos, segurança quanto ã toxi d«de a faellidads na produção, disponibilidade e utilisação da planta; VI - Desenvolvimento de estudos rslstivos ò sdapts JUVSnCIO césar da FONSECA, PRCFEITO MUNICIPAL DB CAMPO GRANOS-KSi Faco aabor qut a câfliara Nuntelpal aprova a tu aanelono a aaguinta lalt ■utorixado a criar o Prograaa Municipal do Fitoterapia - PROFITO. Art. 2* - são objetivoo geraia do Programa Nunicl pai de Fitoterapia - PROFlTOi I - Desenvolvimento do estudo c da utilização de plantas medicinais no Município, strsvés ds pesquise dss espécies utilizadas s dsquolas da intersass sa potencial| ■ II - Seleção de um elenco do ^plantes ds maior Interessa; III - Produção s distribuição dos ritoférmacos à população assistida; IV - Informação o incentivo da alternativa a utilizaçgo de teenicss adequadas oomo irrigação, edubação o controla fitosanltarlcs naturais, estufas, slcropropagsção a. outras; VII - Implantaçao ds csntolros para snsaios a estu doe em geral, repassando o material genético o a taenelogla para ca canteiroa de produção das aapéelts a asrtm diatrlbuldaa; VIXI - Aprovação daa plantaa a saram utllisadaa, cuji aprovação dependerá doa- resulUdoa da aatudoa antropo-betân^ C08, fitoquíalcoa, famaeologieoa, toxteolégteoa, pré-clínleoa a clíoleos; IX - Abaorção da pesquisas jé efetuadas por tercei roa sobra as sapécisa ds Inbareaaa, coa as devidas eonflraaçõts da tera Art. 31 — são objetivos sspselficos do Programa Municipal do Fitoterapia.proFITOi t •> Implantação ds um Banco ds Dados contando arquivo de Informações celotsdas Junto ã cultura popular, à litera tura axistante, aos proflaatoRala ds éiraa, às peaquisaa oficiais ou privadas, ã outros Bancos da Dados, intarligando-ae aos mesmos, quando Inforeiatissdo; IX - Montagem do uma Biblioteca especializada, através ds livres, publicsçõss ou cópias, montendo-s atusllsads;^ III - Organização ds um Hcrbério visando eoleelo nar, identificar s siatematlzar sa sapécisa madicinsis, aa^aciaiman . ta as nativas, buscando elaborar o mapeamento doatae, no Nunieípie; XV - Implantação do um Banco de Cermoplasma vage tal, contendo material genético dse eopéclee de Intereeao do Progra ma o, em sepoclal, doa nativas em vias da extinção. reprodução, alterações quantiUtivas s/ou qualitativas dos cosponsn tei químicos. Interferência de poluentes t produtividsdo, bes como, * Art. 1* — Fica o Podar Exacutive- do Município pãutica à população eampo-grandsnse. çío das plantas medicinais, nativas eu sxóticss. às condições dos ccnteiros de produção,^ referentes ao daaenvelviaanto vagatativo, adaptação; * - Promoção ou acoopanhamanto da pasquisas daa damalè aspéolaa da poaalval aprovaltamento; XI - Incentivo se Intercâmbio • a utilisação da ntotarapta M Mdlclii. «otariNmrt. pmttUmmU a* «m tamaiipt XII « Provocação do Intoroaoa paro prejotoo cepo ciai., Uia como, o utU|..çSo da pUnU. como antlblótleoo, «ittpü roaitériaa. antlofídlcq., Inoatlcidao. no fltoocologio oai,ltdrUr entre outrae; XIII - Vlabilisação em local apropriado, do aocacta, baneficiamento O ocondiolonamonto dae plantaa modlolnoio colhldoa, o .orem di.tribuídao -In naturo-, pai, rede da aaÚda do Nunloíploi XIV - Viabilização da montagem da um- laboratório farmacêutico paro elaborar preparações a partir daa plantaa medicinai., na. forma. • fÕrmuia. da maior intare.a. a aerom igual monto diotrlbuídat atrovóa da roda da aaÚda do Munioíplot XV - Implantação do.ua controlo do qualidade sobre os fitoteréplcoe, deado o plantio ató o produto acabado; 45 'INAM I DE JUNHO DE 1994 XVZ.'- Inc«ntlvo • população para a uttllsaçaa da !■ ■odlelnala* difundindo, alâia daa Inforaaçõoa adaquadaa, aaaan a Mudaa, princlpalaanta para formação doaâatica do uaa naãela oa pá", boa coao a laplantação daataa oa hortaa» coanmltá a, oaeolaa, cantroa da aauda a aaaontaaontos agrárloa; XVIX - Zncsntlvo à produção coaorclal doa fltoftraa de Lei n' 3,9)4, d*° 05 do ealo do 1.094, quo "Cria no Município de Caive Orando o Prearoma do Aasletônela oo Planojaaonto familiar a dá outrae provldânelaa", per ooneldorá-le Inconstitucional, RAZSCS DO VITO viaando o auiMnte da dlaponlbllidada doa aaaaoa o alnlalsando a adieaçâo daa plantaa natlvaa do aau "habitai" natural; XVZZZ — Zntarcaaaâo Junto aoa órgãoa eoapatantaa ando o diaoiplinaaanto da axtração, tranaporto, coaorclalisação raacrlção doa fitotorápicoa por "raisoiroa" o loigoa, a. fia do bir a rápida axtinção daa oapáciaa natlvaa rcaanoacontoa naa aa ainda não daaaatadaa; XZX — Elaboração do literatura dirigida à população tondo inforaaçooa claraa o prociaas oobro a utlllxação racional orvaa aodicinaia dando ua oabaaaaonto ciantífieo à prática da otorapia; XX — Elaboração do literatura tácnica o adequada . aodieoa o daaaia • profiaaionaia da área aobro oo fitofáraacoa ipan{voia ao racoituário aádico na rodo do aaúdo pública 'aunlcl aolicitando aoo aoaíMa, inforaaçõoa o augootõea aobro a ,icação da Fitotarapla oa auaa atlvidadoa; XXI - Sugoatão para Incluitão do toaa Fitolcraplo t currlculoa oacolaros, curaoo o eventoa afino; DIARIO oficial N* 9904 A Conatltulção federal, aa aou artigo SI, parágrafo 1*, inciao 11, ^c", eitabotoce quo são do Iniciativa do" Chefe do Executivo aa leia que dlepcnhaa aobro aorviçoe públicos. Tala dltpoelçõoa via conaagredaa, tambáa, na Constituição EaUdual, a. sou artigo 67, parágrafo M, inciso II, "d", roaflrasndo as todas as iuas Unhas a separação de competãnela quanto â Iniciativa da laia que tratos daa atribuições daa aocroUrlaa aataduala. Por aua voa, tambos a lol Organlca do Município do Caapo Crando, os eoua artigo 37, parágrafo único. Inciso II, "c", o artigo 69, Incleoe VIU e MUI, aatabeloca quando a iniciativa do laia á privativa do Prafolto, sondo ospõcíflca para oa caaoa do norsaa atlnontas êa atribuições doa órgãos da administração aunlclpal, boa como sobre a organlsação doa aarvlçoa sunlclpala, flagrantao, por outro lado, são aa alvaa da "InconstltuclonalIdade do prooonto projeto do lol, quando Invada o âmbito da competência oiclualva do Chofo do Executivo na propoaltura do preceitos que Impliques es aumento do despesa, o que á vedado leralnantomonto pela Conatltulçõo federal, ca aou ai^lgo 63, Inciso I, pela Conatltulção Estadual, es seu artigo 68, inciso 1, e pela Art. 4* - Para o doaonvolvlaonto do Programa, a Lei Orgânica do Município do Caapo Crande/MS, es seu artigo 38, ardonaçao deverá contar com o apoio de uma comiaoão muitlprofla x«al o intorinatitueional, congregando aa divoroaa áreaa báaieaa aua auatontação, do awnolra a convergir ao contrlbulçõoa táeni de argUlr a InconstitucionalIdade do projeto es tela. seja por a do aoua intograntaa para a aua reallsação. Invadir o ,ãab|.to da competência privativa "do Chefe do Executivo na Art, fto M o Programa devoro oor aborto a todoa oo dividuoa ou ontidadoa quo tenham tnteroaoo no área, procurando ntor intercâmbio o convênioa com entidadeo públlcsa ou privadaa, cionaia ou intemacionaia, buacando aubsídloa clontlfícoa, tocno gicoa o natariaia indiapenaavoia â aua oporaclonallxaçãoi Art. S* — O Programa Municipal de fltotorapia - OPITO poderá ao conatituir em um Centro de Reforência do inforaa 08 O das atividades relacionadas à fltotorapia em 'Campo Inciso 1, ** Concluo, portanto, que outro easlnho não me resta eenão o propooltura do leia, seja'por. criar normas que Ispllcda no aumento de deeposa, outra área também oa que a iniciativa pertence ao restrito campo do poderes do Prefeito Municipal, Estas, Senhor Presidente, aa raxSea que aie levaram a vetar totalmente o projeto em causa, aa quais ora submeto ã elevada apreciação doa nobres vereadoree que cospòea a Cãaara Municipal. Oran -RS, 28DE RAIO DE 1904. -MS. t Art. 7t — Será conoldorado criado Programa Munlel 1 de Pitotorapia - PRSflTO, a partir da publicação do Decreto gulamontador polo Poder Executivo, JOvImcI^ çfeAR DA Art. 8* — Ae decpeaaa decorrentes da implantação oporaeionalisação do diapoato, noata Lei, correrão à conta do Prefeito Municipal tação orçamentária própria. Art. 9< - EeU Ui entra U Igor na data do sua blieaçãe, revogadas aa dlspoalçÕoa as CAMPO CRAJIDg-IB, 00 I Excelentísclao Sr, Or, Vereador JOão PEREIRA OA SILVA 00, Presidente da cãaara Municipal O DE 1994. MESTA EXTRATO DO TERCEIRO TERMO ADITIVO CELEBRADO EM 03 DE MAIO DE 1.994, XiSAM OA Prefeito Municipal / AO CONTRATO N* 07/94 - SBMOB, . j publicado por oonotar incorreção, no original, publicado no DiaJfo ioial de Eatado do Nato Orooao do Sul, Edição n» 3.790, da 20 do io do 1994, página 44. HatOBH Ml- 00, D8 28 08 MAIO Pg 1994. PARTESl FWroAMENTO LEOALi nhor Freaidcatei • Compolce a Vossa Exeelênoia que, noa termos do parágrafo , do áPtlgo dsj o artigo 09, inciso VII, amboe da Lei Orgânica do nicipio de Caapo Orando/MS, resolvi vetar Integralmente o Projeto Parágrafo i» ,3., ^ ^,4 g.ggg, de 21,06,93, OBJBTOi VETO AO PROJETO PC LEI H« 8.894/94 RVNICIpIO DE CAMPO QRANBS - MS. 2. CAMPO GRANDE OIESEL 8/A. Ao Contrato n* 07/94 - BEMOI, que t*a por objetivo a restauração do velouios lotados na 8EN0B, adita-ae o que aeguai 1.1 PREÇOSj Fieaa aprovados oa preços gnitários aonatantaa «a fcçaeente' rinal daa valaalao profisos 03,024 a Q4.004 ' eonstanta (o) de lota n* V, que não havia» aido eontaapladoa na proposta a qua fora» avaliados pala Coalaaão