Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"

Transcrição

Boa leitura! - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e Esperança"
abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 9 - nº 76 - Fevereiro/2008
Distribuição Gratuita
Frederico Figner
(Irmão Jacob)
Primeira parte
Aborto
Observando-nos
O Esperanto e os Intelectuais
Sensação de Rotina
Livros: Vida e Sexo e A Noviça e o Faraó
Presente e Passado
Entrevista com Geraldo Lemos Neto
Pegadas de Chico Xavier: Primeira Comunicação Mediúnica e Fato Pitoresco
PROIBIDA A VENDA
Editorial
editorial
Muito se tem falado em Fidelidade Doutrinária. O que vem a ser isto?
Desde tempos remotos, o ser humano em suas imperfeições sempre fraudou o
entendimento e os valores elevados que eram trazidos por espíritos missionários,
enviados pelo Cristo, para nos preparar para os dias de maiores possibilidades espirituais
que viriam.
Quando da vinda do próprio Mestre junto de nós, também nos mantivemos encarcerados
em nossos instintos cristalizados, deixando de ter olhos de ver e ouvidos de ouvir o que Ele
nos trazia, e preferimos alimentar as trevas de nosso orgulho e do nosso egoísmo a tomar
as decisões que nos levariam a um entendimento maior quanto à vida futura.
Mesmo com a vinda do Consolador Prometido (Espiritismo), em que o Mestre nos
trouxe, pelas mãos do Codificador (Kardec), a sua Doutrina em sua essência, continuamos
nossa tresloucada caminhada, ignorando os seus ensinamentos.
Aí vemos a vida de um Chico Xavier, totalmente voltada a um trabalho do Cristo em favor
de todos nós, ao nos trazer informações pelos livros que psicografou, e que demorará
séculos ou milênios para que tenhamos a dimensão do conteúdo que temos às mãos, e
que bastaria que estudássemos com afinco e buscássemos exemplificá-los, para um
aproveitamento gradativo sim, mas contínuo.
Podemos afirmar que toda obra psicografada por ele foi verdadeiramente fiel ao Cristo e
a Kardec.
E o que temos feito quanto a esta fidelidade ao Cristo, principalmente nós que nos
dizemos espíritas e temos por tarefa trabalhar num agrupamento espírita, local onde se
deveria estudar e transmitir a Doutrina com toda a sua fidelidade?
Continuamos a fraudar a Doutrina do Cristo, atendendo aos nossos interesses e
conveniências.
! Deixamos o Cristo, como há séculos vimos fazendo, apenas para os momentos de dor,
quando nos convém nos aproximarmos Dele para que Ele nos atenda em nossos
desatinos.
! O Centro Espírita, devendo ser um verdadeiro pronto socorro, o que fazemos?
Fechamos no final do ano por semanas, para que tiremos férias, como se a dor no mundo
também tirasse férias nestes períodos. E queremos que os espíritos nos esperem
retornarmos quando achamos que podemos voltar ao “trabalho”. E se Deus alegasse
que estaria de férias justamente no momento em que mais necessitássemos Dele?
! Quanto ao passe ministrado nas casas espíritas que não estudam, o que vemos? Em
vez de o passista ser orientado com estudo sério de que ele é apenas um intermediário
que ali está pela Misericórdia Divina para exercitar um sentimento de amor ao próximo,
mas que toda a fluidificação necessária a quem está tomando o passe está vindo do Mais
Alto, e não dele, e que bastaria a imposição das mãos sobre a cabeça da criatura, assim
como nos ensinou e exemplificou Jesus, vemos um incentivo aos passistas fazerem
movimentos mirabolantes com os braços, que muitos incautos interpretam como um
“passe forte”.
! Estudam-se em muitas casas espíritas livros que são nitidamente contrários aos
ensinamentos de Kardec, e como não há uma preocupação na fidelidade ao Cristo, se
comprometem em divulgar o que são trevas.
! Mesmo quanto ao estudo, vemos que muito se poderia fazer para que se tornasse mais
proveitosa a existência da casa espírita, que deve esclarecer à luz da Doutrina, mesmo
que isto ocasione uma participação de menos pessoas, desde que se tenha um estudo
sério, com obras que realmente sejam fiéis à Kardec. Não devemos nos preocupar com
quantidade, mas sim com a qualidade.
Estamos sendo convidados a sermos os trabalhadores da última hora, mas não basta
nos dizermos espíritas para executarmos o trabalho, mas sim seguirmos o Cristo.
E segui-Lo significa pautar nossas vidas com seus ensinamentos, sem fantasias,
enxertos, conveniências, ilusões...
Ter a fidelidade doutrinária é dever de todo espírita. A fé deve ser raciocinada, e por isso
não acreditemos em tudo que nos chega, mas tenhamos o discernimento doutrinário de
separarmos o joio do trigo. Cego que guia cego, seguem ambos ao buraco.
Equipe Seareiro
ÍNDICE
Grandes Pioneiros: Frederico Figner (Irmão Jacob) Primeira parte - Pág. 3
Entrevista: Com Geraldo Lemos Neto - Pág. 8
Canal Aberto: Dos Anjos da Guarda e Da Intuição Pág. 10
Atualidade: Sensação de Rotina - Pág. 10;
Presente e Passado - Pág. 11
Família: Aborto - Pág. 12
Esperanto: O Esperanto e os Intelectuais - Pág. 13
Livro em Foco: Vida e Sexo - Pág. 13
Cantinho do Verso e Prosa: Exortação - Pág. 14
Clube do Livro: A Noviça e o Faraó - Pág. 14
2
Pegadas de Chico Xavier:
Primeira Comunicação
Mediúnica - Pág. 15;
Fato Pitoresco - Pág. 16
Tema Livre:
Observando-nos - Pág. 16;
Mundo Espiritual - Pág. 17;
Mudança - Pág. 18;
Observe Além - Pág. 18
Kardec em Estudo: Os Animais e
o Homem - Pág. 18
Contos: O Leão e o Mico - Pág. 19
Seareiro
Publicação Mensal
Doutrinária-espírita
Ano 9 - nº 76 - Fevereiro/2008
Órgão divulgador do Núcleo de
Estudos Espíritas Amor e Esperança
CNPJ: 03.880.975/0001-40
CCM: 39.737
Seareiro é uma publicação mensal,
destinada a expandir a divulgação da
doutrina espírita e manter o intercâmbio
entre os interessados em âmbito mundial.
Ninguém está autorizado a arrecadar
materiais em nosso nome a qualquer
título. Conceitos emitidos nos artigos
assinados refletem a opinião de seu
respectivo autor. Todas as matérias
podem ser reproduzidas desde que citada
a fonte.
Direção e Redação
Rua das Turmalinas, 56 / 58
Jardim Donini
Diadema - SP - Brasil
CEP: 09920-500
Endereço para correspondência
Caixa Postal 42
Diadema - SP
CEP: 09910-970
Tel: (11) 4044-5889 com Eloisa
E-mail: [email protected]
Conselho Editorial
Ana Daguimar de Paula Amado
Fátima Maria Gambaroni
Geni Maria da Silva
José Roberto Amado
Marcelo Russo Loures
Reinaldo Gimenez
Roberto de Menezes Patrício
Rosangela Neves de Araújo
Rosane de Sá Amado
Ruth Correia Souza Soares
Silvana S.F.X. Gimenez
Vanda Novickas
William de Paula Amado
Wilson Adolpho
Jornalista Responsável
Eliana Baptista do Norte
Mtb 27.433
Diagramação e Arte
Reinaldo Gimenez
Silvana S.F.X. Gimenez
Imagem da Capa
Adaptada de
http://www.projetodiscodeceranirez.com.br/
media/FredFigner001.JPG
Impressão
Van Moorsel, Andrade & Cia Ltda
Rua Souza Caldas, 343 - Brás
São Paulo - SP
CNPJ: 61.089.868/0001-02
Tel.: (11) 6764-5700
Tiragem
12.000 exemplares
Distribuição Gratuita
Seareiro
Grandes Pioneiros
grandes
pioneiros
Frederico Figner (Irmão Jacob)
Primeira parte
Tchecoeslovaquia, antiga Boêmia, parte do Império
pretendente aparecesse, ela pudesse se casar. Essa era a
Austro-Húngaro.
regra para as moças comprometidas que, sem dote, não
Madrugada fria, nesse romper
haveria consórcio. Embora
do dia 2 de dezembro de 1866.
constrangidos, os pais de
Talvez pelo rigor do inverno, com
Frederico aceitam a sua partida. E
um céu cinzento, notava-se o
com 16 anos, ele deixa em
semblante tristonho das pessoas
definitivo a sua terra natal.
mergulhadas em pesados
Como emigrante ele embarca
agasalhos, movimentarem-se
no Vapor “Elbe”, viajando na
apressadas, pela luta de um
terceira classe, rumo a
trabalho árduo, com o fim de
Bremershafen e, depois, Estados
garantir o sustento da família.
Unidos.
As ruas da cidade Milevsko,
Levava apenas uma maleta e
perto do Tabor, eram compostas
um pacote que continha uma
de um casario simples, de Cidade de Milevsko
trança-doce, que sua mãezinha
moradores pobres. O silêncio da
fizera para que ele pudesse se
rua Teyska fora rompido por um forte choro de um recémalimentar, pois seus parcos recursos não permitiriam gastar
nascido. Chegava da espiritualidade mais um rebento para a
com nada, já que teria muito com o que gastar até arrumar a
família Figner, judeus israelitas, que vibravam com o
sua vida. A comida da terceira classe era horrível e graças ao
nascimento do menino, que se chamaria Frederico Figner.
pão-doce feito por sua mãe, todos que viajavam com
O menino, nascido entre judeus, foi criado com os
Frederico passaram a matar a fome com essa abençoada
preconceitos da raça, isto é, contra o Cristo, tido como filho
guloseima. Foram 14 dias que, se não fosse uma terrível
de Deus. A crença judaica é em reconhecer apenas Deus,
tempestade em alto-mar, diria Frederico que fora a viagem
como Criador e Pai, sendo que esperam até hoje o
de seus sonhos, embora com pesadelos. Porém,
aparecimento de seu filho prometido.
tempestade maior teve ele que superar pela luta do dia a dia.
Frederico, assim como muitos de sua raça, preferiu em
Dos Estados Unidos, foi para o México, América Central e
nada acreditar, tornando-se ateu.
finalmente América do Sul. Em cada país buscava aprender,
Na verdade, até atingir seus treze anos e, tendo
realizando algo que lhe desse sustento, até chegar ao Brasil.
completado o curso primário, agora já um adolescente,
Figner não sabia explicar, mas dentro dele havia algo que
Frederico tinha em sua mente o desejo de conhecer outros
dizia que o Brasil seria o seu porto seguro. Trouxera dos
países. Não sabia explicar a agitação, a ansiedade que
Estados Unidos um invento chamado fonógrafo, junto a uns
invadia seu cérebro de partir com o vapor, quando apitava
cilindros de cera e discos, que, conectados, ouvia-se a
sonoramente, avisando aos viajores a sua partida, singrando
música. Esse invento tinha como autor um jovem de nome
os mares para aquele destino tão desejado por ele, o “Novo
Thomas Edson, que estava revolucionando o mundo
Mundo”.
musical. E também a descoberta da eletricidade.
Em seus devaneios, Frederico dava rumo ao seu ideal.
Já no Brasil, com os recursos que lhe sobrara, Figner
Queria conhecer o Brasil! Não entendia porque a sua mente,
viajou por vários estados brasileiros, trabalhando a “máquina
envolvida pelos seus pensamentos, o fazia seguir ao
falante”. Em alguns anos ele já havia amealhado uma
desconhecido; isso se revelava em algo até pitoresco, pela
pequena fortuna que lhe deu a oportunidade de abrir no Rio
sua pouca idade, mas ouvira falar entre os jovens de suas
de Janeiro, a primeira gravadora musical, a “Casa Edison”,
amizades, de que nos Estados Unidos, grandes invenções
onde eram gravados discos com muitos cantores que se
estavam aparecendo, que estavam revolucionando o
tornaram famosos com a chegada do invento. Disso Figner
mundo. Para Frederico, espírito designado pelo Alto, não
passou a vender partituras musicais, instrumentos,
atinava que o propósito de sua reencarnação seria trazer o
fonógrafos e outros produtos importados, tornando-se o
progresso material, principalmente para o Brasil, onde ele
pioneiro desse progresso no Brasil. A primeira parte de sua
conheceria a verdade de sua origem espiritual e isso
reencarnação estava cumprida.
deixava-o cada vez mais crente de que precisaria
Por essa invenção tornou-se muito conhecido e, para
sair de sua terra natal e ter contato com outros
alegria geral, já se podia ouvir a Banda do Corpo de
povos, até chegar no Brasil.
Bombeiros do Rio de Janeiro, que era muito apreciada pelo
Com o consentimento de seus pais, parte
povo, que só podia ouvi-los quando havia apresentações
para a cidade de Bechim para aprender um
em praça pública. Já se podia ouvir cantores como
ofício. Após alguns anos, volta já com outras
Vicente Celestino, Francisco Alves, Chiquinha
idéias as quais revela aos genitores a vontade de
Gonzaga e tantos outros, de um passado repleto
partir para os Estados Unidos, para novas
de boas intenções, pois, através dos
Fonógrafo
experiências de trabalho. Prometia a eles que os
compositores, muitas mensagens eram
ajudaria economicamente e daria um provento para a
passadas sobre os temas da saúde — as
formação de um dote para sua irmã, para que assim que o
epidemias e a luta de Oswaldo Cruz, furando as
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
3
Tomando conhecimento de casos
latas para não alimentar os mosquitos
de maltratos e abandono, Figner,
da dengue e da febre amarela, com
emocionado, doou uma grande faixa
águas paradas em objetos sem uso —;
de terra, colaborando na obra até que
da política — em que as letras
chegasse ao término da casa que
satirizavam o presidente Hermes da
recebeu o nome de “Retiro dos
Fonseca — além da música que
Artistas”, em Jacarepaguá.
homenageava o telefone: o primeiro
Sentia-se tranqüilo interiormente
samba carnavalesco no Brasil, gravado
com relação aos pais que estavam
em 1917.
amparados e o dote garantido para a
Com tudo isso surgia a “Fábrica
sua irmã.
Odeon”, onde inúmeros empregos
Até aquele momento Figner,
foram abertos ao público, dando chance
ocupado com seus afazeres, não havia
de novos conhecimentos aos que
prestado atenção de que em sua vida
aprenderam o ofício inédito no Brasil.
nada o esperava quando voltava para
Figner também foi o responsável pelo
casa. Começou a sentir-se só.
aparecimento da máquina de escrever,
Lembrou-se de uma jovem que havia
dando oportunidade aos escritórios, Casa Edison, fundada por Figner em 1900
conhecido em uma localidade no Rio
cartórios e comércio geral, facilitando o
de Janeiro, em Niterói. Sabia que, tomando a balsa no porto,
preenchimento de documentos, cartas em que os escrivães
na praça Tiradentes, chegaria lá. Mas, como encontrá-la?
não precisariam mais usar a caneta, a tinta ou o lápis,
Não possuía endereço de sua moradia, haviam conversado
tornando o trabalho mais ágil.
e dançado até a madrugada, porém ele não se dera conta de
Frederico Figner estava rico. Porém nada o fez mudar. Era
que poderia ser o início de um romance. Não poderia
sempre o mesmo com todos, simples e espontâneo.
imaginar o que haveria em seu coração, mas ele iria procuráEnfrentou muitos dissabores, muito ciúme na área em que
la. Não voltaria para casa sem tê-la encontrado.
trabalhava. A própria Chiquinha Gonzaga sentiu-se
A chegada da balsa fê-lo pensar: como e por onde
prejudicada, dizendo a toda classe de compositores que
começar? Lembrava-se de que seu nome era Esther de
Figner ganhava muito mais com a edição de discos do que os
Freitas Reys... seria por aí, perguntaria onde pudesse ser
próprios compositores. “Imaginem”, dizia ela, “ele ganhou
informado, pela família Freitas Reys, não seria impossível...
mais de 30 contos de reis (dinheiro antigo) dos nossos
e assim fez. Informou-se nas padarias, nos empórios, nas
direitos autorais...” No entanto, o primeiro a fazer valer os
bancas de jornais, isto é, com os jornaleiros que se
direitos autorais aos cantores e compositores no Brasil foi o
posicionavam com os pacotes de jornais nas esquinas ou em
próprio Figner, que muito lutou para essa categoria ser
bares da cidade para efetuar a venda dos mesmos. E foi por
reconhecida. E tanto barulho Chiquinha causou que
eles que Figner conseguiu o endereço daquela que, no
enquanto não fez o próprio filho, João Gonzaga, se tornar
futuro, seria sua esposa. Pela primeira vez, ao chegar
concorrente de Figner, ela não sossegou. João aprendera
defronte ao endereço, ele pensou em Deus, achou o
com Figner o oficio de chefe de gravação. Com isso instalou
pensamento estranho... por que sua mente voltou-se para o
um estúdio na rua Barão de Bom Retiro, tornando-se
Criador? Afinal, dizia-se ateu! Porém, ao imaginar que
empresário. Depois de lançar algumas dúzias de discos,
poderia ser rejeitado, lembrou-se... “se Deus quiser ela me
João Gonzaga fechou a fábrica, a que dera o nome de “Disco
aceitará” e riu-se de si mesmo. Meio constrangido bateu à
Popular”, por não possuir proveitos próprios. Mas isso não
porta.
impediu Figner de procurar o jovem ex-empresário e, com
Um senhor muito simpático, cumprimentando-o,
muita dignidade, livrar o rapaz das dívidas assumidas sem
pergunta-lhe:
que ele se sentisse humilhado.
— Boa tarde, meu jovem, a quem procura?
Todos que trabalhavam para Figner o admiravam muito.
Embaraçado, ele responde:
Ele era compreensivo para com os empregados, desde
— Por acaso é aqui a residência da senhorita Esther de
aquele chefe superior até o faxineiro para quem ele tinha
Freitas Reys?
sempre uma palavra de reconhecimento pelo trabalho árduo
O homem, sorrindo, responde-lhe:
que fazia, e dizia a eles:
— Sim e eu sou o pai de Esther... e o senhor quem é e o
— Eu também já fui faxineiro no passado.
que deseja de minha filha?
Alguns não acreditavam, pensavam que essa era a
Mais confuso ficou Figner quando vê a moça vindo ao
maneira de seu caráter, mas Figner, quando saiu de sua terra
encontro deles, dizendo alegremente:
natal, foi faxineiro e gari de praças públicas, recordações que
— Quem é papai?
lhe faziam bem, porque sabia reconhecer e respeitar todos
Quando pára, assustada ao ver Figner ali na porta de sua
os trabalhadores.
casa. Passado o susto,
Certa vez foi ele procurado
dirigindo-se a ele, exclama:
por um grupo de atores que
— Meu amigo, Frederico
precisavam de um local para
Figner, que bons ventos o
construírem uma casa grande,
trazem até Niterói? Será que
para abrigarem os atores já
vai abrir alguma casa aqui
idosos e doentes, sem
também?!
recursos, para terem um final
Figner, mais confiante,
de vida honrada e assistidos
respondeu-lhe:
por médicos e medicações
— Não, estou aqui porque
adequadas, já que exerciam
queria encontrá-la.
uma profissão que não era
O senhor Freitas,
reconhecida na época.
Vicente Celestino
Francisco Alves
Chiquinha Gonzaga
4
Seareiro
compreendendo a situação,
disfarçadamente, deixou-os sozinhos. A
conversa prolongou-se, até que, após
tantos rodeios, Figner ouviu dos lábios da
moça a seguinte frase:
— Eu o aceito, porque, desde o nosso
encontro, eu não pude tirá-lo dos meus
pensamentos. Creio que Deus está me
abençoando neste momento... sinto-me
feliz e privilegiada.
Figner novamente ouviu o nome de
Deus e rendeu-se a Ele, porque também Oswaldo Cruz
pela primeira vez, sentia que sua vida,
dali para frente, teria novo rumo.
O casamento realizou-se em pouco tempo. A festa foi
coroada pelas bênçãos dos familiares de Esther.
A feliz união trouxe a tranqüilidade para Figner. Admirava
o devotamento de sua esposa para com Deus. Isso refletia
em seu espírito, que buscava mais alguma coisa, pelo qual
ainda ele não havia encontrado. Por que essa ansiedade, se
agora realizara o que mais queria? Os negócios
prosperavam no Rio e em São Paulo. Não era formado em
faculdade alguma, mas sempre fora autodidata. Falava três
idiomas: eslavo, germânico e conhecia bem o português,
embora falasse com sotaque, mas isso não o impedia de
comunicar-se com todos. O que mais podia almejar?
O tempo corria e, para aumentar sua alegria, Esther lhe
dera seis filhos: Marta, Aluizio, Gabriel, sendo que esses três
tiveram pouco tempo de vida terrena, causando muita dor
para Figner e a esposa. Porém, mais três reencarnantes
vieram para que a saudade fosse atenuada; Leontina,
Helena e Lélia, que os repletaram de carinho. Apesar disso,
Esther não escondia seu abatimento. Figner embora
sofrendo, tentava diminuir a ausência dos três primeiros,
contando e estando sempre presente com os diálogos que
tinha com os filhos que cresciam e que precisavam de
atenção.
Figner tinha um grande amigo a quem confiava seus
dissabores. Era Pedro Sayão, que viera de berço espírita,
sendo seu pai o estimado trabalhador da doutrina, Antonio
Luís Sayão, pai da célebre cantora lírica, muito aplaudida na
época, Bidu Sayão. Figner admirava Pedro pela dedicação à
fé religiosa que abraçava. Não se importava quando esse lhe
contava sobre acontecimentos vindos do além. Ele ouvia,
mas nada lhe fazia despertar. Pedro certa vez lhe narrara
como seu pai, Antonio Sayão, despertara para o Espiritismo,
porque ele também era muito descrente da possibilidade
reencarnatória. Mas, Pedro procurava consolá-lo, sobre o
desencarne dos filhos, sem perceber resultados.
A espiritualidade, no entanto, sabia a hora exata para que
Figner se rendesse ao que lhe faltava encontrar e dar
cumprimento à sua segunda etapa reencarnatória.
Certa feita, tendo de ir a São Paulo, para supervisionar
VISITE NOSSO SITE
seu estabelecimento comercial,
encontrou um de seus funcionários muito
nervoso, esperando-o para pedir licença
do trabalho. Informado, Figner ficou
sabendo da tristeza que o invadia, sua
esposa necessitava de uma delicada
cirurgia, porém os médicos temiam pela
sua vida. O estado físico da paciente era
muito precário e talvez ela não resistisse
à cirurgia e seu funcionário não sabia o
que fazer...se ela aceitasse a cirurgia e
Thomás Edison
morresse? Figner ficou abalado, o que
dizer naquela hora?...
E foi aí que ele lembrou de Pedro Sayão e pediu ao
funcionário que aguardasse o seu retorno. O funcionário
ficou muito comovido pelo gesto do patrão, pois sentiu-o
preocupado com sua vida.
Figner retorna ao Rio e junto a Pedro conta-lhe o sucedido
e esse, de imediato, durante a tarefa do receituário, pede em
favor da enferma. Figner envia a receita e passado alguns
dias recebe a notícia pelo funcionário de que os médicos
haviam suspendido a cirurgia porque sem explicações
científicas a mulher estava curada. O organismo se
recuperara e os órgãos afetados, como os rins, voltaram a
funcionar normalmente, como por milagre.
Figner ficou pasmo e olhando para Pedro,confessa :
— Meu amigo, mais uma vez senti a presença de Deus!
E Pedro completa:
— De Deus e dos espíritos superiores que seguem os
desígnios do Pai e pelos quais mais uma chance foi
oferecida a essa senhora para dar novo rumo à sua
existência.
Figner já não estava mais arredio para com a Doutrina e
passou a ouvir com atenção as conversas de Pedro em torno
da caridade e da lei de amor ao semelhante.
Numa outra ocasião, em uma de suas lojas no Rio de
Janeiro, confirmava a compra de umas mercadorias quando
adentra um homem ao interior do estabelecimento, em
estado desesperador, buscando ajuda. Sua família passava
fome, dizia o homem e ele pedia emprego batendo de porta
em porta, mas nada. E rogava a Figner, pelo amor de Deus,
que lhe desse qualquer coisa para fazer, mas precisava levar
pelo menos um pão para as crianças que choravam de fome.
Figner, vendo as lágrimas rolarem pela face daquele
homem, tirou algumas notas de dinheiro da gaveta e disselhe:
— Tome essa pequena quantia, compre o necessário e
volte a semana que vem, verei o que posso fazer.
O homem, agradecido, sai à rua e Figner, vendo-o meio
cambaleante, olha para o céu e exclama:
— Ele disse pelo “amor de Deus”, pois se de fato o Senhor
existe, faça algo por ele. Não dizem os cristãos acreditarem
em seu poder?
Aquele impulso desafiante de Figner
para com Deus teve resposta. Uma semana
depois do ocorrido o homem volta. Estava
alegre e, aproximando-se de Figner, pegalhe as mãos e diz-lhe:
— Deus falou através do seu coração.
Fui procurado por um amigo, que me
arranjou um emprego. Estou trabalhando
como jardineiro... estou muito feliz...
imagine que estou ajudando Deus a
conservar a natureza. O senhor quer
melhor emprego do que trazer os jardins
públicos tratados com belas flores, para
www.espiritismoeluz.org.br
Você poderá obter
informações sobre o
Espiritismo, encontrar
matérias sobre a
Doutrina e tirar dúvidas
sobre Espiritismo por email. Poderá também
comprar livros espíritas
e ler o Seareiro
eletrônico.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
5
que o povo sinta a presença de Deus, colorindo
e perfumando a cidade? E saiba que assim que
eu receber o meu salário, virei devolver o
empréstimo que o senhor fez, ajudando-me
muito.
Informe-se através:
O homem saiu, deixando Figner mais uma
E-mail: [email protected]
www.espiritismoeluz.org.br
vez sem ação. Realmente, pensava “Deus
(11) 4044-5889 (com Eloísa)
existe e veio até mim, através desse homem,
Caixa Postal 42 - CEP 09910-970 - Diadema - SP
trazendo-me a resposta do seu poder de ação
sobre as criaturas, que possuem a fé”.
mesma, que variava em cores e aromas. Noutras reuniões,
Daí em diante rompeu-se o bloqueio existente no interior
os espíritos colocavam ramalhetes de flores silvestres nas
de Figner, passou a trabalhar com afinco em favor dos
mãos dos assistentes (que eram poucos). Também foram
semelhantes. Junto com Pedro Sayão começou a freqüentar
registrados moldes de mão e pé feitos em parafina e
as reuniões de estudos na Federação Espírita Brasileira.
colocados regiamente em cima da mesa de estudos. Noutra
Quando a gripe espanhola iniciou-se, devastando as
reunião os assistentes viram duas mãos unidas, oferecendo
regiões, Figner acolheu em seu lar muitos doentes e junto
lírios aos que ali estavam. Tudo isso estava sendo anotado
dos familiares muito fizeram na ajuda com remédios e
por Esther, quando nessa mesma reunião, vários espíritos
providências, nos casos de óbitos pelo abandono dos
foram materializados e em um deles Esther e Figner
familiares. Suas vidas também foram expostas, mas Figner
reconhecem Marta, a primogênita desencarnada há anos.
juntava-se a Deus em busca da fé, vencendo os males.
Figner assim descreve: começou a surgir, junto à cortina que
Após esse difícil período, Figner e Esther passaram ao
cobria a porta de uma sala, uma jovem que se manifestou
trabalho de visitas aos lares necessitados. Ele não parava
com gestos leves e graciosos, o corpo frágil e franzino,
mais. Seu trabalho material ficava mais com os filhos. Seus
usando um vestido simples acima do tornozelo, de mangas
proventos eram suficientes e sabia reparti-los com quem
curtas e decote arredondado. Diante dessa imagem, Esther
nada tinha. Tornou-se médium curador sem o perceber.
num sussurro exclama:
Muitos eram os doentes que se recuperavam com
— É Marta, nossa inesquecível Marta.
sua ajuda e suas preces, voltadas a Deus.
O espírito sorri com gestos afirmativos e dando
Estando muito ligado aos estudos doutrinários e
alguns passos dirige-se a Esther, dizendo-lhe:
sempre correto com as bases Kardequianas, era
— Mãe, por favor, deixe de usar o luto, eu estou
sempre convidado para palestras, não só no Rio de
viva e feliz nessa vida espiritual.
Janeiro, como também aceitava em divulgar os
Figner, chorando, abraçado à esposa e à filha
ensinos do Mestre, em qualquer rincão onde fosse
Leontina, agradece a Deus a feliz visão da amada
chamado. E nessas andanças ele ficou sabendo
filha Marta.
que as sessões de materializações estavam cada
Toda essa anotação com minúcias dos fatos foi
vez mais em evidência. Figner estudara algo sobre
entregue pela família Figner ao escritor Dr. Nogueira
o assunto, mas ainda não participara dessas
de Faria, que fez um sério relato contido no livro de
reuniões, por isso não saberia opinar da
sua autoria intitulado, “O Trabalho dos Mortos”.
veracidade dos casos comentados. Ouvira de
Ana Prado foi uma lutadora, que como todos os
Livro “O Trabalho dos
a l g u n s e s p í r i t a s q u e u m a m é d i u m d e Mortos” - Editora FEB vanguardeiros, muito sofreu para fazer-se entender
materialização estava sendo muito procurada por
numa época tão preconceituosa, com a Doutrina
pessoas que voltavam assombradas com os efeitos de
Espírita. Comparavam-na com os mais notáveis médiuns de
materialização efetuados por ela. Era Ana Prado, moradora
materializações, que eram famosos em várias partes do
em Belém do Pará.
mundo. Figner teceu vários comentários do imenso trabalho
Acompanhado pela família, Figner partiu para o norte.
realizado por Ana, em região tão distante e precária no norte
Queria ver de perto essas manifestações. Esther e sua filha
do Brasil.
Leontina estavam muito curiosas e levaram caderno para
Isso dera novo ânimo a Figner, que, com entusiasmo,
anotar tudo o que acontecesse.
volta ao Rio de Janeiro onde fundou vários grupos,
Visitando a médium, foram convidados a participar das
orientando-os no começo para que não se perdessem ao
reuniões. Ana Prado relatou a Figner e família que, sentindolongo da existência, que seguissem sempre a base dos livros
se médium de efeitos físicos, passou a estudar intensamente
de Allan Kardec.
as pesquisas feitas por Sir William Crookes com a médium
Foi ele tesoureiro e vice-presidente da Federação Espírita
Florence Cook e também pelos efeitos produzidos pelo
do Rio de Janeiro, membro do Conselho Fiscal e também
médium Mirabeli. Procurou juntar-se aos estudiosos sobre
tesoureiro da comissão pró-livro Espírita, que eram
os mesmos fenômenos e, bem orientada, começou a
distribuídos aos agrupamentos mais carentes, para que o
disciplinar os efeitos, que só
livro não faltasse. Foi também
passaram a ser produzidos em
presidente honorário do Grupo
reuniões sérias, para que
Espírita “Bittencourt Sampaio”,
servissem para algo bom e não
com sede no Rio de Janeiro.
como sensacionalismo.
Distribuía suas rendas para
Figner, esposa e filha,
obras assistenciais fosse qual
assistiram a várias reuniões.
fosse a religião professada.
Numa delas, os espíritos
Figner não parava, diziam os
fizeram aparecer sob uma
amigos que ele tinha asas ao
pequenina mesa, no fundo da
invés de pernas.
sala, uma bela flor, e todos
Veio ele a conhecer outro
Francisco
puderam sentir o perfume da William Crookes
Florence Cook
entusiasta da Doutrina
Valdomiro Lorenz
Clube do Livro Espírita “Joaquim Alves (Jô)”
Receba mensalmente obras selecionadas de
conformidade com os ensinamentos espíritas.
6
Seareiro
que Figner
Espírita, de nome Francisco Valdomiro Lorenz, nascido em
agradeceu
Zbislav, perto de Tcháslav, imigrante como ele. Suas
imensamente.
histórias se pareciam, pois ambos queriam morar no Brasil e
De volta ao
aqui vieram a travar bela amizade.
Brasil, retornou
Só que enquanto Figner ganhou fortuna e soubera como
às atividades,
usá-la, para Lorenz fez-se uma terrível prova, que amargava
comentando
com a pobreza, sem, porém, atormentar-se quanto a isso.
sempre os
Estudara com muito sacrifício, e se tornara um culto
d i v e r s o s
esperantista, um dos mais brilhantes, dizia Figner, com
Arthur Lins de
a s p e c t o s
várias obras publicadas sobre o esperanto, que dizem os
doutrinários no Arthur Conan Doyle Vasconcelos Lopes
espíritos, deverá tornar-se a língua universal, compreensível
exterior, mas
entre todos os povos, no futuro.
salientando que só no Brasil o Espiritismo era levado a sério.
Figner tornou-se assíduo colunista nos periódicos da
Frederico Figner viveu 80 anos, sendo que grande parte
época. Escrevia sobre a Doutrina Espírita, principalmente no
de sua vida foi de dedicação ao Espiritismo. Após ter
jornal “Correio da Manhã”, que circulava por todo País.
contatos doutrinários, dedicou-se a investir cada vez mais na
Houve uma época em que Figner entrou em séria polêmica
Seara do Senhor. Mas uma enfermidade começara a
com o Padre Florêncio Dubois, que escrevia para a “Folha do
atormentá-lo e aos poucos foi minando o seu físico.
Norte”, um órgão do Pará.
E no dia 19 de janeiro de 1947, às 20 horas, Figner deixa
Figner defendia as materializações realizadas por Ana
seu corpo físico, para entregar-se em espírito à pátria de
Prado e o Padre Florêncio escrevia que ela era médium de
origem, deixando muitos corações agradecidos e saudosos,
Satanás, e que muitos que viam os pecados realizados por
de sua energia e de exemplos sadios, no campo da caridade
ela ficavam loucos e eram internados nos sanatórios. E do
e de seu desprendimento dos bens terrenos.
que Ana Prado precisava era ser exorcizada e não
Durante o velório, foram muitas as manifestações de
proclamada como pessoa de bem. Isso durou muito tempo,
carinho daqueles que o conheceram e trabalharam ao seu
até que o Padre Florêncio não tinha mais argumentos para
lado. Na despedida, no Cemitério de São Francisco Xavier,
rebater Figner.
falaram com palavras ditas do coração o Dr. Miranda Ludolf e
Querendo Figner saber como era visto o Espiritismo fora
seu grande e particular amigo Dr. Arthur Lins de Vasconcelos
do Brasil, acompanhado pela esposa, embarcou para a
Lopes e o Capitão Silva Pinto. Também o presidente da
Inglaterra. Já havia lido muitos livros de escritores
Federação, representado pelo Vice-Presidente, o senhor
americanos, que para ele nada transmitiam de sério. Por isso
Ubaldo Ramalhete Maia, que, homenageando a Figner, fez
a partida para a Inglaterra, curioso em saber, como lera em
uma sentida prece, emocionando a todos pela energia ali
jornais britânicos, algo a respeito de fotos reveladas com
concedida pelo plano Espiritual Superior. Todos sentiam o
pessoas já desencarnadas. A chegada à Inglaterra fora de
leve aroma de rosas no ar.
uma visão meio triste para Figner, que recordou-se
Após seu desencarne, a Federação Espírita
de sua terra natal, sempre fria e cinzenta. Mas foi
Brasileira publicou alguns de seus artigos reunidos
chamado à atenção por Esther sua esposa, que
num livro com o título de “Crônicas Espíritas”.
apontava para um cartaz à frente do hotel:
No mundo espiritual, Figner nos traz suas
“Venham assistir as fotos com demonstrações
experiências contidas no livro “Voltei”, pela
mediúnicas realizadas por Willy Hope no famoso
mediunidade de Francisco Cândido Xavier, sob o
“Circle of Crem”.
pseudônimo de Irmão Jacob. Livro esse editado
Embora sendo um espetáculo, Figner achou
pela FEB, em sua primeira edição, em 1949. Nesse
interessante. Foram apresentadas muitas fotos, de
livro, Figner, ou Irmão Jacob, narra a sua chegada
saraus, casamentos e peças teatrais, com pessoas
ao abrir os olhos para a espiritualidade, suas
presentes com diferentes trajes, doentes em
dificuldades e ao ver-se envolvido pelas ações
macas, em cadeira de rodas, pessoas que nada
Livro “Voltei”
magnéticas de sua filha Marta, libertando-se dos
tinham em comum com os lugares em que as fotos
Editora FEB
laços físicos. Vale a pena ler essa preciosa obra.
foram tiradas. Para Figner, mais uma confirmação
Com o passamento de Frederico Figner, toda a imprensa
da continuidade da vida, após a morte física. Belo material
divulgou com saliência o fato e o jornal “A Noite Ilustrada”,
que ele poderia usar em suas palestras e em seus escritos
usando de duas páginas, classifica Figner como “o mais
jornalísticos. Após comentar com a esposa o que assistiram
brasileiro de todos os estrangeiros, o cidadão dos mil
e de posse do material que puderam obter, quis Figner
amigos, o protetor dos necessitados, filantropo dos mais
conseguir o endereço de seu escritor policial favorito, Sir
legítimos e dedicados.” (Livro “Grandes Espíritas do Brasil”).
Arthur Conan Doyle. Com a facilidade de idiomas, ele
Outra justa homenagem foi-lhe
também driblava o inglês.
prestada através de uma exposição,
Ele e a esposa foram bem
num espaço cultural, onde se
recebidos por Doyle e os
encontram aspectos importantes da
comentários a respeito das tramas
vida de Figner. É “A Mansão Figner urdidas pelo escritor em seus livros
O Rio na Belle Epoque”. Fica na Rua
deram muito assunto que acabou
Marques de Abrantes, 99,
sobrando para a Doutrina, porque
Flamengo, Rio de Janeiro. Aí foi a
Figner comparou muitos casos
sua residência durante a sua estada
descritos nos livros com os mesmos
terrena. Essa mansão foi adquirida
acontecimentos na Terra. Doyle
pelo SESC-Rio de Janeiro e
mostrou-se interessado e ofereceu a
restaurada num trabalho rigoroso de
Figner um exemplar de sua mais
Livro “Grandes
Livro “A Nova Revelação” recente obra: “A Nova Revelação”,
pesquisas feita pelo arquiteto Espíritas do Brasil”
Editora FEB
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Editora FEB
7
Ao lado, a Mansão Figner,
cujo estilo eclético pode ser
observado na fachada do
casarão, onde a cúpula remete à
arquitetura mourisca, o
coroamento principal é
inspirado no estilo Luís XIII e o
guarda-corpo do balcão
principal lembra as construções
da Idade Média. Do lado de
dentro, aparecem elementos tão
distintos quanto uma porta art
nouveau e um teto que imita o
rococó francês.
Depois de dois anos de obras
de restauração, a Mansão
Figner, patrimônio construído
em 1912 e tombado em 1995,
está aberta à visitação pública,
abrigando o Centro Cultural Arte
Sesc e um restaurante, o Senac
Bistrô.
O arquiteto Marcos Moraes de
Sá, um dos coordenadores da
restauração, exalta a
importância do imóvel, porque
além de uma afirmação do
ecletismo, refletindo o Rio do
início do século passado, a
mansão foi a casa de Frederico
Figner, pessoa de destaque na
história da música no país que
fundou a Casa Edison e a
Gravadora Odeon, introduzindo
o disco no Brasil.
Bibliografia
Marcos Moraes de Sá.
Consta em seu interior um grande painel com fatos cronológicos que
revivem as mais importantes passagens da vida de Figner, em sua
época. No local encontra-se à venda o livro “A Mansão Figner - O
! Grandes Espíritas do Brasil - Zêus Wantuil, Ed. FEB, 2002.
! Voltei - Irmão Jacob - pelo médium Francisco Cândido
Xavier, Ed. FEB, 1990.
! http://jbonline.terra.com.br/jb/papel/cadernob/2003/02/01/j
orcab20030201001.html
! Imagens:
" http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f
/fe/Milevsko-square.jpg/800px-Milevsko-square.jpg
" http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/
a/a0/EdisonPhonograph.jpg/180pxEdisonPhonograph.jpg
" Livro A Mansão Figner - O Ecletismo e a casa burguesa
no início do século XX - Marcos Moraes de Sá, Ed.
Senac Rio, 2ª ed., 2004.
" http://www.overmundo.com.br/_overblog/img/11716268
39_casa_edison.jpg
" http://www2.uol.com.br/cliquemusic/imgfotos/594.jpg
Entrevista
ecletismo e a casa
burguesa no início do
século XX”.
Viriato Correia, nascido
em 1884 e desencarnado
em 1967, como jornalista,
teatrólogo, romancista e
membro da Academia
Brasileira de Letras,
descrevia Figner, como
um amigo, dizendo que Livro “A Mansão Figner”
Editora Senac Rio
“era um jovem aos 80
anos, que vibrava e entusiasmava-se tanto por
todas as invenções que chegava a conhecer, que
nos parecia ficar ele muito mais feliz, que os
próprios inventores. Vivia correndo pelas ruas,
suado, sem vaidade alguma, sem dispensar seu
chapéu em cima da nuca, falando e gesticulando
muito quando parava para ouvir as necessidades
de uns e outros.”
Sua preocupação não era para aumentar sua
riqueza, mas sim para servir ao semelhante.
Acreditamos que seu patrimônio espiritual deve
ter superado e muito o lado material, pela riqueza
de seus sentimentos tão espontâneos com
relação a Deus, ao Evangelho do Senhor. Você
cresceu, meu amigo! E mais ainda você foi um
judeu conciliado com o Mestre Jesus.
Final da primeira parte.
Eloísa
" http://www.todotango.com/spanish/biblioteca/CRONICAS/IMAGE
S/Brasil_Francisco_Alves.gif
" http://www.radio.usp.br/imagens/chiquinhagon.jpg
" http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/31/Oswc
ruz.jpg/200px-Oswcruz.jpg
" http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/e/e5/Thom
as_Alva_Edison.jpg/210px-Thomas_Alva_Edison.jpg
" http://www.oconsolador.com.br/linkfixo/biografias/imagens/willian
crookes.gif
" http://www.luzespiritual.org/fotos/florencecook.jpg
" http://vocale.org/mondo/projekciologio/projek17.jpg
" http://www.edinburghspiritualists.com/Images/Arthur%20Conan%
20Doyle.jpg
" http://www.mundoespirita.com.br/imagens/img992.jpg
" http://www.photografos.com.br/users/ELMIRA/normal_23905_ph
oto.jpg
" http://farm1.static.flickr.com/120/316580853_8e353f4848.jpg?v=0
entrevista
Com Geraldo Lemos Neto
Esta entrevista foi concedida por Geraldo Lemos
Neto ao Boletim Informativo do Sir William
Crookes Spiritist Society, de Londres, em 2007.
1) Você conheceu pessoalmente o Chico e teve
oportunidade de conviver com ele. Em que sentido essa
amizade marcou a sua vida?
No sentido de que a presença do amado amigo, Chico
Xavier, me fez enxergar mais claramente que a missão do
Espiritismo, como a Doutrina Consoladora dos Espíritos do
8
Senhor, é a de trazer de novo Jesus e sua excelsa
mensagem de esperança ao coração do povo
sobrecarregado e aflito, sedento da água viva do
esclarecimento e faminto do pão da paz de espírito. Tudo o
que fugir a este nobre objetivo superior é perda de tempo ou
mera vaidade dos homens.
2) Considerando a Doutrina Espírita em seu tríplice
aspecto, qual o aspecto que mais lhe atrai?
Aprendi com Chico que todos os três aspectos da Doutrina
Espírita são relevantes. Contudo, tanto a filosofia que indaga
como a ciência que responde são construções
Seareiro
eminentemente humanas, fruto do esforço da civilização, da
evolução do conhecimento geral através dos séculos, e,
conseqüentemente, provisórias e imperfeitas, como os
próprios homens limitados no seu alcance sensorial.
Portanto, somente a Religião nos traz o aspecto Divino da
Revelação a nos ligar novamente o imo d'alma ao seio
amoroso e compassivo do Criador de Eterna Bondade,
Nosso Pai Celestial. Então, em assim considerando, sou de
opinião que o aspecto religioso do Espiritismo é o mais
importante para as nossas vidas, porque dirigido ao Espírito
Eterno e à Vida Imortal.
3) Recentemente, você inaugurou a "Casa de Chico
Xavier". O que esta Casa vem oferecendo ao público
espírita e não espírita?
A Casa de Chico Xavier, em Pedro Leopoldo, cidade natal do
médium amigo, foi entregue ao público em 2 de Abril de 2006
com o lançamento do livro "Sementeira de Luz" contendo
mensagens ainda inéditas do espírito de Neio Lúcio
psicografadas por Chico Xavier e organizadas por Wanda
Joviano.
Esta é a residência onde morou Chico por vários anos, a
partir de 1946 até 1959, mantendo-a como seu pouso
residencial em Pedro Leopoldo mesmo após sua mudança
para Uberaba em 1959 até a sua desencarnação em 2002.
Nosso objetivo foi o de transformá-la num centro de
referência à sua vida e à sua obra.
Lá contamos com farta exposição fotográfica e documental
de sua vida, alguns objetos de seu uso pessoal, além do
acervo de todas as 438 obras de sua psicografia até hoje
editadas e das outras 160 obras biográficas ou que se
baseiam ou referem à sua exemplar vida de Apóstolo do
Espiritismo.
Desde sua inauguração caravanas de irmãos de vários
estados do Brasil, e algumas até do exterior, têm estado
conosco, em visita fraterna de comunhão e saudade. Nesses
17 meses de atividades diárias, de terças a domingos, o livro
de presenças da Casa de Chico já registra mais de 25.000
visitas, o que nos alegra sobremaneira.
Ficamos felizes ao sentir que a Casa de Chico Xavier se
transformou num local de comunhão elucidativa e solidária,
como foi seu próprio exemplo de vida.
Suas atividades principais são O Culto do Evangelho de
Jesus no lar, realizado todos os domingos às 18 horas, e as
visitas cristãs que o Grupo Fraterno Veneranda realiza todas
as terças-feiras às 19:30 horas nos povoados das cercanias
pobres da cidade.
4) A editora Vinha de Luz tem publicado vários livros
contribuindo assim com a divulgação do Espiritismo.
Quais as dificuldades encontradas para publicar livros
espíritas no Brasil? Você já tem outro livro sendo
preparado para publicar?
Peço-lhes permissão para citar o espírito do benfeitor
espiritual Emmanuel, quando, perfeitamente materializado
através da mediunidade de efeitos físicos do Chico, nos idos
de 1950, disse aos circunstantes perplexos e admirados:
"O Livro é chuva que fertiliza lavouras imensas, alcançando
milhões de almas!”
Assim, aceitando a luminosa destinação que o benfeitor
Emmanuel nos indicou para a tarefa do livro espírita, somos
de opinião que devemos vencer todos os obstáculos, todas
as dificuldades e empecilhos, que porventura se
interponham no caminho da editoração espírita cristã,
conscientes de que estaremos superando dificuldades para
que a mensagem de renovação e esperança do Consolador
possa chegar, enfim, pura e cristalina, ao coração
necessitado de mais luzes e alívios.
Então todo o sacrifício que pudermos fazer em favor da
divulgação do Espiritismo será ainda muito pouco diante das
enormes possibilidades que a Bondade Infinita de Deus
coloca em nossas vidas.
Com a benção de Deus, temos sim a alegria de poder
continuar trabalhando e servindo neste setor da atividade
espírita, muito embora modestamente, e a misericórdia do
Alto tem nos enviado mais trabalhos, que presentemente se
encontram no prelo. Cremos que o próximo lançamento será
ainda no final deste ano de 2007.
5) As dificuldades de união dentro do movimento
espírita têm sido uma constante. O que você tem a nos
dizer para abrandar essas dificuldades?
Lembro a assertiva de Dr. Bezerra de Menezes, através da
psicografia de Chico Xavier, quando escrevendo aos
confrades responsáveis pelo movimento de unificação no
Brasil, no momento de sua estruturação efetiva, afirmara:
"A Unificação é processo urgente, mas não apressado!"
Raciocinando em cima desse alerta do benfeitor amado, é
preciso que meditemos na sublimidade de sua extensão.
Antes de nos preocuparmos com o processo de unificação
dos espíritas, seria melhor que nos preocupássemos em nos
amar mais. Se descobríssemos uma maneira mais simples e
direta de compreender que somos seres humanos muito
diferentes uns dos outros, trazendo conosco bagagens de
vida e experiência muito distintas umas das outras, com
visões de mundo muito próprias e particulares,
conseqüentemente guardando opiniões diversas sobre
variados temas de nossas cogitações... Se apenas
aprendêssemos a respeitar com alma e coração essas
diferenças tão naturais entre nós outros, companheiros do
mesmo Ideal!
Talvez assim estaríamos no caminho de solucionarmos este
enigma em nosso destino de espíritos imortais, conquanto
diferentes uns dos outros, o enigma de sabermos finalmente
encontrar a fórmula da unidade na diversidade que nos
caracteriza!
Assim, tudo o que é feito apressadamente em matéria de
Unificação do Movimento Espírita, infelizmente acaba
descendo para a sombra do personalismo petrificante, do
exclusivismo dogmático ou da perturbação nas disputas
estéreis e vazias, na louca ilusão da vaidade humana, longe,
mas muito longe mesmo, do coração amoroso do Cristo de
Deus.
Recordo sempre, neste particular, a lembrança amiga de
Chico Xavier, quando ele nos falava que: "Espiritismo é
Jesus de novo para o coração do povo!"
E, falando nisso, com facilidade todos nós teremos
necessariamente de nos lembrar da recomendação do
próprio Cristo Jesus quando ele nos alertou: "Os meus
discípulos serão reconhecidos por muito se amarem!"
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
Reuniões: 2ª, 4ª e 5ª às 20 horas Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª às 19h45
3ª e 6ª às 14h45
3ª e 6ª às 15 horas Atendimento às Gestantes: 2ª às 15 horas
Domingo às 10 horas Artesanato: Sábado das 10 às 16 horas Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Jardim Donini - Diadema - SP
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
9
Canal Aberto
canal
aberto
Este espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.
Agradecemos todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.
destino: a perfeição e a felicidade suprema.
Portanto, devemos desenvolver a
intuição, para entendermos de modo claro e
preciso as instruções do nosso Anjo da Guarda.
Sendo Deus nosso Pai, todo amor e sabedoria, põe ao
nosso lado um Espírito protetor, para guiar-nos pelo bom
caminho, sustentar nossa coragem nas provas da vida,
esteja convencido de que o Grande Irmão estará sempre
ao nosso lado.
Quando o desânimo minar-lhe as energias ou a tristeza
envolver-lhe o coração, recorre a Ele por meio da prece e
de imediato receberás no coração o seu toque de amor.
Saiba que temos ao nosso lado um Espírito de ordem
elevada, encarregado de guiar-nos para o nosso glorioso
destino: a perfeição e a felicidade suprema. Mas, note bem,
o nosso Grande Irmão jamais apoiará os nossos caprichos
que venham a transgredir a Lei Evangélica.
A missão do nosso Anjo da Guarda é a de conduzir-nos a
“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a
nós mesmos” a fim de crescermos em saber e virtude e
sermos promovidos para uma ordem elevada, para
participarmos no atendimento aos irmãos menores.
Dos Anjos da Guarda
O Livro dos Espíritos - Capítulo IX “Intervenção dos Espíritos
no Mundo Corporal”, item “Anjos Guardiões, Espíritos
Protetores, Familiares ou Simpáticos”
Questão 490 - Que se deve entender por Anjo de Guarda?
— O Espírito protetor de uma ordem elevada.
Questão 491 - Qual é a missão do Espírito protetor?
— A de um pai com relação aos filhos; a de guiar o seu
protegido pela senda do bem, auxiliá-lo com seus
conselhos, consolá-lo nas suas aflições, levantar-lhe o
ânimo nas provas da vida.
O Anjo da Guarda deve ser mais adiantado do que o seu
protegido, para poder conduzi-lo com segurança para o seu
elevado destino: a perfeição e a felicidade suprema.
Porque quando cego guia cego os dois caem no barranco.
Guiar e amparar o seu protegido pela intuição, para ele cumprir
a missão que Deus lhe deu e, para superar as provas que Deus
lhe impõe, a fim de progressivamente conduzi-lo para o seu alto
Da Intuição
As relações entre os homens e os Espíritos baseiam-se nas
leis da afinidade e da atração. Portanto, se tomarmos a decisão
de progredirmos espiritualmente, atrairemos a simpatia e a
colaboração das almas bem-aventuradas e, à medida que nos
dedicarmos ao estudo perseverante e à meditação sadia,
estaremos estudando e meditando com os espíritos superiores
através da intuição, porque os bons espíritos se ligam aos que
desejam instruir-se.
Intuição é pensamento a pensamento. Quando pensamos,
recebemos a influência dos Espíritos. Todos nós poderemos
desenvolver a intuição, através do estudo persistente e com o
desejo sincero de sintonizar a mente, com os mensageiros
encarregados de preparar o Reino do Bem, anunciado por Jesus.
Desenvolver a intuição é possível através de sucessivos
exercícios mentais para trabalharmos com Jesus pela
regeneração da humanidade.
O primeiro passo para o desenvolvimento da intuição é a
limpeza do vaso mental, porque um recipiente sujo
deturpará tudo o que receber. Portanto, para recebermos
as instruções dos Bons Espíritos e interpretá-las fielmente,
é indispensável desenvolvermos o amor, o devotamento ao
bem do próximo, a aspiração nobre e a fé inabalável.
Desse modo limparemos o vaso mental e estaremos em
condições de receber e interpretar com fidelidade as
instruções da Esfera Superior. Se tomarmos o caminho da
transformação dos sentimentos, caminharemos lado a lado
com os espíritos superiores, fiéis intérpretes da Lei Divina e
Natural, e estaremos participando da preparação do Reino
de Deus anunciado por Jesus.
Textos enviados por José Jacintho - Várzea Paulista - SP
Atualidade
atualidade
Sensação de Rotina
Caiu a sua produção na Seara Espírita.
Antes de alinharmos as nossas razões, geralmente
decalcadas em acusações fortuitas, especiais ou
generalizadas, sobre os companheiros ou agrupamento que
freqüentamos, meditemos um pouco sobre a ação corrosiva
da sensação de rotina.
Nos primeiros ensaios de um trabalho que se inicia, você
pressente, no seu modo habitual de refletir, que ali está
justamente o clímax de suas aspirações e que, a partir
daquele minuto, um mundo inteiramente novo se abrirá aos
seus olhos.
Essa atitude é o que se chama sair de você mesmo.
10
Por ser um princípio de tarefas, desdobrando facetas
diversas, você registra a sucessão de acontecimentos
com o sabor de novidade e um raio quente de esperança
penetra a sua alma.
Você rompe o casulo e alça vôo.
Porém, como todo empreendimento nobre no campo do
espírito traz o sinete da eternidade, você, em breve, sentirá
que as atividades se repetem e, pouco a pouco,
desavisadamente, você se deixa voltar ao seu estado
anterior de mentalização. Recolhe-se aos viciados
compartimentos psíquicos, descolorindo a sua ação, no
campo a que foi admitido.
É o momento de rotina.
Você se sente, então, cumprindo obrigações, qual se
tivesse de arrastar uma pesada e dolorosa cruz no Calvário
Seareiro
Presente e Passado
I ENCONTRO
DOS AMIGOS DE
CHICO XAVIER E SUA OBRA
Vemos freqüentemente pessoas muito preocupadas
em saber o que foi e o que fez nas reencarnações
passadas. E isto é uma constante procura nos Núcleos
ou Centros Espíritas.
Mas, se a mesma preocupação fosse voltada para os
estudos através da base doutrinária, ou melhor, as bases
que se encontram nas obras de Kardec, obter-se-iam as
melhores respostas para todas as dúvidas.
Para o espírita estudioso é sabido que as
conseqüências dos atos presentes podem refletir os
erros do passado. É a Lei de Causa e Efeito.
O nosso André Luiz, em seu livro “Sol nas Almas”,
psicografado por Waldo Vieira, traz esse assunto muito bem
retratado na lição intitulada “Conseqüência”. Nela, André Luiz
exemplifica o que poderia ter acontecido para que as
reencarnações fossem difíceis ou dolorosas. E,
prosseguindo, comenta as reencarnações suportadas com
serenidade e equilíbrio numa volta, isto é, reencarnando em
melhores condições.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
ENTRADA FRANCA
Uberaba – MG
19 e 20 de Abril de 2008
PROGRAMAÇÃO
ENTRADA FRANCA
19/04 - SÁBADO
13:00 - 13:30
Abertura
Participação do Coral "A Luz Divina"
13:30 - 14:15
Marlene Rossi Severino Nobre
14:15 - 15:00
Weimar Muniz de Oliveira
- Intervalo 15:30 - 16:15
Manoel Tibúrcio Nogueira
16:15 - 17:00
Caio Ramacciotti
19:30 - 20:00
momento musical
20:00 - 20:45
Adelino da Silveira
20:45 - 21:30
Elias Barbosa
21:30 - 22:15
Oceano Vieira de Melo
Apresentação de Vídeo Inédito sobre Chico Xavier
08:00 - 08:45
08:45 - 09:30
09:30 - 10:15
Lançamento
Xavier
10:15 - 11:00
20/04 - DOMINGO
Jhon Harley M. Marques
Flávio Mussa Tavares
Geraldo Lemos Neto
de Livro Inédito da Psicografia de Chico
Carlos A. Baccelli - Encerramento
LOCAL
CLUBE SÍRIO LIBANÊS
Rua Major Eustáquio, 790
Uberaba - MG
CONTATOS
(34) 3312-6176 - Jô
(34) 3312-1077 - Maria José
(34) 3315-1910 - AME Uberaba
(31) 3662-3896 - AME Pedro Leopoldo (Bete)
(31) 3661-1253 - Fundação Cultural Chico Xavier (Jaqueline)
[email protected]
ENTRADA FRANCA
de sua existência, esperando uma recompensa futura, à
semelhança de um operário que se desincumbe mal de
suas tarefas para fazer jus a um salário compulsório. Em
decorrência, cresce a impressão de frustração em área
de função espiritual.
Urgente que você se reformule.
Ninguém é chamado a cumprir obrigações em
Espiritismo.
A mais sublime posição é a de quem desempenha uma
tarefa, usufruindo, no instante que passa, toda a
felicidade e toda a alegria espírita-cristã, prelibando o
mundo feliz dentro de si mesmo, a partir da Terra, entre
os homens, no curso de sua caminhada.
Enganosamente, o homem, por vezes, tenta evitar a
rotina, inovando tarefas, procurando agitar coisas novas,
afastando-se dos compromissos que solicitam repetição
continua. A sua existência torna-se tumultuada, faltandolhe a persistência e a sintonização com o Plano Maior.
O que devemos anular é a sensação de rotina,
compreendendo que cada dia novo traz novas luzes e
que, embora o Sol seja sempre o mesmo, assinalamos a
sua presença pelo filtro de nossa alma, enaltecendo-lhe
a luz e o calor, se estamos equilibrados, ou maldizendolhe a inclemência, se estamos desajustados.
A sensação de rotina amodorra-nos a prece,
impedindo-nos de assinalar os eflúvios divinos que nos
balsamizariam; tolhe-nos a livre colaboração, sufocando
belas iniciativas no nascedouro; distancia-nos das
tarefas mediúnicas, desagregando grupos de
desobsessão; induz-nos a afastar, entediados, a
mensagem sublime da Doutrina, refocilando-nos nos
lodaçais das paixões; obscurece-nos o raciocínio,
predispondo-nos as fantasias e fábulas; faz-nos
descurar da realidade espiritual, despertando-nos
anseios por pitonisas e buenas-dichas...
A nossa produtividade diminui, a pouco e pouco,
quando nos deixamos enovelar na onda enganosa da
sensação de rotina, perdendo o prazer íntimo do convívio
fraterno e abandonando as normas de nossa reforma
íntima. São portas que se abrem para a nossa fuga da
regeneração espiritual e que hão conduzindo para longe
muitos que se revelam como esperança do mundo
melhor.
Roque Jacintho
Este assunto é muito sério e os responsáveis por Centros
ou Núcleos Espíritas precisam ter muito cuidado, pois é fato
de que muitas pessoas são levadas ao desequilíbrio pelas
fantasias que ouvem, como sendo verdadeiras.
E, mais grave ainda se torna, quando isto é levado para
reuniões mediúnicas, quando espíritos são consultados para
saber se as dificuldades da vida presente são resultado do
passado, ou ainda, se a doença que aparece, seja ela qual
for, também é resultado da reencarnação passada.
11
Ora, se Deus faz-nos esquecer o que ficou para trás, por
que perdermos tempo com isso, quando há tanto para fazer
em benefício do próximo na Seara Bendita?
Os nossos amigos espirituais têm muito que fazer!
Portanto, é necessário sermos mais responsáveis pelos
nossos atos. Se agirmos errado, logicamente pagaremos
pelo erro. Não há necessidade de ficarmos preocupados com
o passado. Pelo presente sabemos bem o que fomos no
passado.
Família
Aborto
familia
— Se minha filha aparecer grávida, eu coloco para fora de
casa! Quantas vezes ouvimos esta frase e tantas outras
vimos acontecer a expulsão.
Isto é sinal de falta de diálogo entre pais e filhos,
principalmente com as meninas, que crescem sendo
educadas como bonecas de enfeite, sem uma educação
religiosa e moral.
Na adolescência, fase em que as rebeldias vêm à tona,
tudo parece que começa a se complicar.
As meninas, nos tempos atuais, querem sair sem a
companhia dos pais e começam os "namoricos".
Hoje as adolescentes não são tão obedientes quanto
antigamente. Quando ouvem um não, questionam, discutem
e querem fazer valer a sua opinião e vontade.
Não sabemos se por consciência pesada pela ausência
no lar, por ser mais cômodo, por estarem cansados do
trabalho diário ou por quererem dar tudo o que não tiveram
ao filho, mas os pais preferem concordar com tudo o que os
filhos fazem ou pedem.
Os filhos, por sua vez, vão crescendo com a idéia de que
tudo podem fazer e que o
mundo deve servir-lhes.
Invigilantes são os pais
que cedem a essas
vontades. Vemos que,
quando uma família tem o
hábito de realizar o "Culto
do Evangelho no Lar", o
diálogo favorece a evitar
tantos atritos e os jovens
recebem as respostas às
suas dúvidas através das
lições de Jesus. Cria-se a
confiança necessária para
que o jovem pergunte,
discuta, desabafe e
exponha as suas idéias e
pensamentos. Os pais
ganham uma oportunidade
de ouro de conhecerem o
que vai pela cabeça de
seus filhos.
Pode até ser que aconteça uma gravidez não planejada
(pela família encarnada), mas a possibilidade de ocorrer tal
circunstância é bem menor. Este é um ponto importante na
vida de uma família, pois o número de abortos em
adolescentes é muito grande e, só para lembrar, o aborto é
considerado um homicídio pelos critérios espirituais, pois
logo após à fecundação do óvulo, liga-se a ele um espírito
12
O trabalho sério é a melhor medida para procurarmos
acertar na reencarnação presente.
Cada dirigente espírita é responsável pelo trabalho que se
desenvolve em equipes ou reuniões, principalmente
mediúnicas.
Seria importante, como ensinam os espíritos superiores,
estudar o Evangelho para que todos os que procuram
consolo, encontrem nele, no Evangelho, o caminho, o porto
seguro da Verdade e da Vida e Deus.
Eloisa
que aguardou a oportunidade de reencarnar. Se a mãe
provocar o aborto, este espírito pode não perdoar esta
agressão e, com ódio, iniciar vingança, perseguições e até
obsessões com resultados desastrosos para encarnados e
desencarnados.
Vemos que nos dias atuais os jovens recebem muita
informação sobre sexo, doenças sexualmente
transmissíveis e métodos para se evitar filhos, mas mesmo
assim o número de gravidez em adolescentes e,
conseqüentemente, o número de abortos vêm crescendo a
cada dia que passa.
Será por falta de informação?!
Acredito que a parte material do sexo já está sendo muito
bem explicada. O que falta é explicarmos aos jovens a parte
sentimental, a parte moral e os reflexos espirituais de tais
atos.
Só para ilustrarmos este assunto vasto, mencionaremos
que, caso o homem que engravidou uma mulher a abandone
e ela, a partir deste momento cometa atos que
comprometam o seu equilíbrio espiritual, este homem tornase responsável também por tudo o que venha a acontecer a
esta mulher em virtude do seu ato. Vemos que a Lei de Ação
e Reação é inflexível: "a cada um segundo as suas obras".
Não desejamos à
nenhuma família que suas
filhas engravidem de uma
forma inesperada e
traumática, mas, se
acontecer, orem a Jesus
pedindo forças e
resignação para suportar
este momento, orientem
esta jovem para que nada
pior lhe ocorra e amparem a
criança que está por vir.
Não deixem o ódio e o
desejo de vingança
"azedar" o ambiente do lar.
Nesta hora devemos nos
apegar mais à leitura do
Evangelho e termos fé, nos
utilizando do recurso da
oração que é um refrigério
nas horas de tribulações,
lembrando o que André
Luiz recomenda: "Olvide ofensas e desgostos, tribulações e
sombras e continue trabalhando quanto puder no bem de
todos, recordando que o tópico mais importante de seu
caminho será sempre servir."
Confiemos em Deus nosso Pai, em Jesus nosso irmão
querido e nos espíritos amigos. Eles nos ajudarão a
prosseguir.
Wilson
Seareiro
Esperanto
esperanto
Esperanto kaj la Intelektuloj
Publikigante la unuan esperanta gramatikon, gesaĝuloj
studamantoj de lingvistikaj aferoj atentigis sin al
ekaperinta idiomo.
En tia situacio, multaj verkistoj, filozofoj, lingvistikistoj,
ekleziistoj, matematikistoj, karacistoj, ĵurnalistoj ekuzis ĝin
je iliaj kongresoj kaj ĵurnaloj por disvastigi iliajn ideojn al la
tuta mondo.
El la plej konitaj samtempa saĝuloj kiu disvastigis kaj
uzis Esperanton, ni mencias Leon Tolstoi, Charles Richet,
Carlo Bourlet, Guimarães Rosa, ĉiujn en iliaj aferoj, ravitaj
pro la beleco kaj reguleco de l' idiomo.
Prave estas ke, nur io efektive grava aŭ profitema por la
homaro, libera de malbonaj tendencoj, vekiĝus la atenton
de tiaj homoj.
Tia fakto taŭgas al ni kiel stimulo kaj nerefutebla pruvo
ke Esperanto ne estas, neniam estis aŭ estos intelekteca
lukso, sed la solvo de l'j interkompreniĝa afero, por la
konstruo de pli inda mondo.
Tradução:O Esperanto e os Intelectuais
Ao ser publicada a primeira gramática de Esperanto, os
intelectuais, preocupados com os problemas lingüísticos,
voltaram sua atenção ao novo idioma.
Nesse contexto, vários escritores, filósofos, lingüistas,
clérigos, matemáticos, médicos, jornalistas passaram a
usá-lo em seus congressos e jornais para divulgarem suas
idéias ao mundo.
Dentre os mais conhecidos sábios da época que
divulgaram e usaram o Esperanto, podemos citar Leon
Tolstói, Charles Richet, Carlo Bourlet, Guimarães Rosa,
cada um em seu campo de atuação, maravilhados com a
beleza e a regularidade do idioma.
O certo é que só algo realmente importante ou que fosse
de grande proveito para a humanidade, livre das
tendenciosidades humanas, despertaria a atenção desses
homens.
Tal fato serve a nós como incentivo e prova irrefutável de
que o Esperanto não é, nunca foi ou será um capricho da
intelectualidade, mas a saída possível para o problema da
intercompreensão, na construção de um mundo mais digno!
Davidson
Revisão: Osvaldo Pires de Holanda
Informações: http://www.kke.org.br/pt
Livro em Foco
livro
em
Nesta obra
de Emmanuel,
psicografada
por Francisco
Cândido Xavier, temos no
preâmbulo de Emmanuel, uma
abertura para nossa
consciência, através de
orientações, como numa
conversa sincera, profunda,
como aquele diálogo amigo,
que tira nossas dúvidas, nos
levando de retorno à verdade
sobre a importância,
responsabilidade, seriedade,
nos orientando, a um tema tão
importante e desviado nos dias
atuais, o sexo na nossa vida.
A preocupação com a
Francisco Cândido Xavier, reeducação do sexo em nossa
vida é tão séria e profunda, que
pelo espírito Emmanuel
FEB - 112 páginas
foram formulados conceitos na
7ª edição
Codificação Kardequiana para
demonstrar a importânciacom o direcionamento correto
sobre o sexo, sendo objeto de criteriosas anotações do
Mundo Espiritual, já prevendo choques de opinião em
Vida e Sexo
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
foco
matéria afetiva, os quais agora enfrentamos.
“...concluiremos que, em torno do sexo, será justo
sintetizarmos todas as digressões nas normas seguintes:
Não proibição, mas educação.
Não abstinência imposta, mas emprego digno, com o
devido respeito aos outros e a si mesmo.
Não indisciplina, mas controle.
Não impulso livre, mas responsabilidade.
Fora disso, é teorizar simplesmente, para depois aprender
ou reaprender com a experiência.
Sem isso, será enganar-nos, lutar sem proveito, sofrer e
recomeçar a obra da sublimação pessoal, tantas vezes
quantas se fizerem precisas, pelos mecanismos da
reencarnação, porque a aplicação do sexo, ante a luz do
amor e da vida, é assunto pertinente à consciência de cada
um”.
Esta é uma obra, cujos capítulos abrangem temas
importantíssimos e atualíssimos nos trazendo orientações
para nossas diversas tomadas de decisões, segundo o
Evangelho, no nosso dia-a-dia, em nossos lares, em nossos
momentos de fraqueza moral e espiritual, enfim trazendo
várias situações, à luz do Cristianismo Redivivo, para que
não nos repitamos em nossos equívocos.
Vamos, portanto, ler, estudar, meditar e colocar em ação
os itens abordados nesta obra, para adentrarmos a porta
estreita de nossa evolução moral e espiritual.
Família Amado
13
Cantinho do Verso em Prosa
cantinho
do
Trabalho - nossa coroa,
Consciência - nosso altar,
Na terra que voa, voa,
Sem pousar.
O presente - panorama
Do Grande e Excelso Porvir;
Segue a Jesus, ama, ama,
Sem pedir.
Eis o Evangelho - cartilha
Do nosso curso escolar,
Farol de Amor, brilha, brilha,
Sem cessar.
Abismo, lameiro e aclive
São convites ao dever.
Quem não luta, vive, vive,
Sem viver.
Alma, luz que nunca morre
Ninguém se pode matar.
Vida é fonte: corre, corre,
Sem parar.
Quando o coração é cofre
De esperança e bem querer,
O espírito, sofre, sofre,
Sem sofrer...
O cristão marcha em demanda
Da glória do Eterno Lar.
Serve, ajuda, anda, anda
Sem cansar...
Ao Mestre da Vida aprouve
Rogar-nos a discernir,
O ouvido que ouve, ouve,
Sem ouvir...
João de Deus Ramos
Clube do Livro
clube
verso
em
prosa
Exortação
O trabalho pela divulgação do Evangelho, fonte cristalina do Bem,
será sempre a coroa bendita daquele que sofre sem reclamar.
Benção infinita de Deus, a Vida está sempre a convidar a ter fé e a
atravessar as dificuldades por mais sombrias que sejam, como
experiências sentidas, fortalecendo ideais, cumprimento aos deveres
formados pelo Amor.
O coração, como base desse sentimento, eleva a esperança de
chegar-se um dia a ver no semelhante um verdadeiro irmão.
O mundo é a grande escola, onde cada Lar se transforma em salas
de aula para que os alunos possam se matricular, junto aos
professores, que ensinarão, diante da cartilha da reencarnação, o
BE-A-BÁ do respeito a cada geração, sob o brilhante farol espiritual.
Como espíritos eternos à caminhada para o Além, terá o fruto do
discernimento entre as trevas ou a luz.
“Há muitas moradas na casa do meu Pai”, diz o Evangelho,
portanto, a preparação dessa descoberta está em crer-se na busca
do melhor, para uma consciência tranqüila de vir, viver, esperar
trabalhando, para que um dia a verdadeira felicidade, seja o encontro
com o Mestre Jesus.
Elielce
João de Deus Ramos: poeta nascido em São Bartolomeu de
Messines, em Algarve - Portugal, no dia 08 de março de 1830.
Bacharelou-se em Direito na Universidade de Coimbra em 1859.
Foi também jornalista e professor. Desencarnou em Lisboa a 11 de
janeiro de 1896.
Bibliografia: Antologia dos Imortais - Espíritos diversos, pelos médiuns
Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, Ed. FEB, 1ª ed., 1963.
do
livro
A Noviça e o Faraó
A extraordinária história de Omm Sety
O livro enviado no mês de novembro/07
aos associados do Clube do Livro Espírita
"Joaquim Alves (Jô)" relata a história da
brilhante pesquisadora da arqueologia
contemporânea, Dorothy Eady, que adotou o
pseudônimo de Omm Sety. Por quê? Isto é o
que veremos no decorrer da leitura.
A menina Dorothy, desde a infância, sofreu
forte influência de sua antiga reencarnação,
onde fora Bentreshit, uma jovem sacerdotisa
do templo de Osíris, em Abidos.
Bentreshit e o faraó Seti I vivem um amor
proibido pelas leis egípcias da época e separam-se por 3.000 anos, até
que Dorothy (Omm Sety) o reencontra. Como isso é possível? É o que
vamos descobrir.
A leitura requer atenção para que não percamos a riqueza de detalhes,
principalmente em se tratando da cultura e tradição egípcias!
As experiências vividas por Omm Sety são extraídas, em parte, dos
relatos biográficos da vida de Omm pelo jornalista norte-americano
14
Hermínio C. Miranda
Editora Lachâtre
352 páginas
1ª edição - 2007
Jonathan Cott, que apesar das evidências
reencarnacionistas, procura encaixar o
comportamento de Dorothy através da ótica
meramente científica.
Ao final, em "Entrevista comigo mesmo",
Hermínio Miranda simula uma entrevista na qual
ele faz as perguntas e as responde, elucidando
questões com as quais provavelmente o leitor se
deparou, como por exemplo, o tema
reencarnação, e ainda, no capítulo "Leitura
Complementar", nos enriquece com outras
explicações didáticas, referentes a citações do
texto.
A obra está recheada de ilustrações, tais
quais, indicação de lugares da época narrada,
figuras egípcias, os faraós, o próprio Seti I e
Omm Sety, antes de seu desencarne (ocorrido
em 1981) e um vilarejo em Abidos.
Vamos conferir!
Neves
Seareiro
Pegadas de Chico Xavier
pegadas
de
chico
xavier
Primeira Comunicação Mediúnica
Segue uma narrativa de Chico Xavier sobre o seu
primeiro trabalho mediúnico e as orientações que recebeu
a seguir referente à sua tarefa missionária:
“Tinha eu dezessete anos em 1927 quando na noite de 8
de julho do referido ano, em uma reunião de preces,
escutei, através de uma senhora presente, D.Carmem
Penna Perácio, já falecida, a recomendação de um amigo
espiritual aconselhando-me a tomar papel e lápis a fim de
escrever mediunicamente. Eu não possuía conhecimento
algum do assunto em que estava entrando, mesmo porque
ali comparecia acompanhando uma irmã doente que
recorria aos passes curativos daquele círculo íntimo,
formado por pessoas dignas e humildes, todas elas do
meu conhecimento pessoal. Do ponto de vista espiritual,
apesar de muito jovem, era fervoroso católico que me
confessava e recebia a Sagrada Comunhão desde 1917,
aos sete janeiros de idade. Ignorando se me achava
transgredindo algum preceito da igreja, que eu considerava
minha mãe espiritual, tomei o lápis que um amigo me
estendera com algumas folhas de papel em branco e meu
braço, qual estivesse desligado de meu corpo, passou a
escrever, sob os meus olhos cerrados, certa mensagem
que nos exortava a trabalhar, em nome de Nosso Senhor
Jesus Cristo. A mensagem era constituída de dezessete
páginas e veio assinada por um mensageiro que se
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
declarava “Um amigo espiritual”, que somente conheceria
depois. Nenhuma das pessoas presentes se interessou em
conservar o comunicado, inclusive eu mesmo, pois nenhum de
nós, os companheiros que formavam o círculo de orações,
poderia prever que a tarefa de escrever mediunicamente se
desdobraria para mim, através de vários decênios.
...
Tudo seguia em ordem, quando na noite de 10 de julho
referido, dois dias depois de haver recebido a primeira
mensagem, quando eu fazia as orações da noite, vi o meu
quarto pobre se iluminar, de repente. As paredes refletiam a luz
de um prateado lilás. Eu estava de joelhos, conforme os meus
hábitos católicos, e descerrei os olhos, tentando ver o que
passava. Vi, então, perto de mim uma senhora de admirável
presença, que irradiava a luz que se espraiava pelo quarto.
Tentei levantar-me para demonstrar-lhe respeito e cortesia,
mas não consegui permanecer de pé e dobrei,
involuntariamente, os joelhos diante dela. A dama iluminada
fitou uma imagem de Nossa Senhora do Pilar que eu mantinha
em meu quarto e, em seguida, falou em castelhano que eu
compreendi, embora sabendo que eu ignorava o idioma, em
que ela facilmente se expressava:
— Francisco — disse-me pausadamente — em nome de
Nosso Senhor Jesus Cristo, venho solicitar o seu auxílio em
favor dos pobres, nossos irmãos.
A emoção me possuía a alma toda, mas pude perguntar-lhe,
embora as lágrimas que me cobriam o rosto:
— Senhora, quem sois vós?
Ela me respondeu:
— Você não se lembra agora de mim, no entanto eu sou
Isabel, Isabel de Aragão.
Eu não conhecia senhora alguma que tivesse este nome e
estranhei o que ela dizia, entretanto uma força interior me
continha e calei qualquer comentário, em torno de minha
ignorância. Mas o diálogo estava iniciando e indaguei:
— Senhora, sou pobre e nada tenho para dar. Que auxílio
poderei prestar aos mais pobres do que eu mesmo?
Ela disse:
— Você nos auxiliará a repartir pães com os necessitados.
Clamei com pesar:
— Senhora, quase sempre não tenho pão para mim. Como
poderei repartir pães com os outros?
A dama sorriu e me esclareceu:
— Chegará o tempo em que você disporá de recursos. Você
vai escrever para as nossas gentes peninsulares e,
trabalhando por Jesus, não poderá receber vantagem material
alguma pelas páginas que você produzir, mas vamos
providenciar para que os Mensageiros do Bem lhe tragam
recursos para iniciar a tarefa. Confiemos na Bondade do
Senhor.
Em seguida a estas palavras que anotei em 1927, a dama se
afastou deixando o meu quarto em pleno escuro. Chorei sob
emoção para mim inexplicável até o amanhecer do dia
imediato.
...
Duas semanas após a ocorrência, estando eu nas preces da
noite, apareceu-me um senhor vestido em roupa branca que,
por intuição, notei tratar-se de um sacerdote.
15
Saudei-o com muito respeito e ele me respondeu com
bondade, explicando-se:
— Irmão Francisco, fui no século XIV um dos confessores
da Rainha Santa, D.Isabel de Aragão, que se fez esposa do
Rei de Portugal, D.Dinis. Ela desenvolveu elevadas
iniciativas de beneficência e instrução nos dois reinos que
formam a Península, conhecida na Europa, e voltou ao
Mundo Espiritual em 4 de julho de 1336. Desde então, ela
protege todas as obras de caridade e educação na Espanha
e Portugal. Foi ela que o visitou, há alguns dias, nas preces
da noite, e prometeu-lhe assistência. Ela me recomenda
dizer-lhe que não faltarão recursos para a distribuição de
pães com os necessitados. Meu nome em 1336 era Fernão
Mendes. Confiemos em Jesus e trabalhemos na sementeira
do bem.
Fato Pitoresco
Emmanuel, guia espiritual de Chico, sempre foi muito
severo e disciplinador quanto à mediunidade de Chico. Esse
lhe fora grato pelas advertências em todo seu trabalho diante
da Doutrina, porque se Emmanuel assim não agisse, dizia
Chico, talvez a tarefa espiritual estivesse prejudicada, por
sermos ainda muito displicentes em nossas obrigações. E
assim recordando, ele refere-se a um acontecimento, que
muito havia lhe marcado conquanto a maneira de julgar ao
semelhante.
— Trabalhava eu, contava Chico, num estabelecimento
comercial, em Pedro Leopoldo, e tinha por obrigação a cada
15 dias, fazer plantão no domingo.
Num desses dias, levantei-me, como sempre, muito cedo
e após o café, dirigi-me, como sempre, a pé para o trabalho.
Ao passar por um bar, que era o meu caminho, deparei
com um grupo de jovens que estavam jogando numa mesa
de bilhar. Chamou-me a atenção por ser apenas 7 horas da
manhã. Segui meu caminho. Chegando a hora do almoço, fui
para casa e, ao passar frente ao bar, os mesmos jovens ali
estavam jogando. Passei às 17 horas, lá estavam e,
retornando ao lar às 22 horas, para final do trabalho diário,
reparei que os mesmos jovens ali continuavam e pensei:
— Será possível, meu Deus, que esses moços não têm o
que fazer, eu aqui voltando a essa hora, depois de um dia tão
exaustivo, querendo ter mais tempo para as tarefas
espirituais e eles aí, jogando as horas do dia até a noite numa
Tema Livre
tema
Observando-nos
Em nosso processo de aprendizado e evolução, nos
deparamos com vários obstáculos a serem superados,
obstáculos esses que são as oportunidades de aplicarmos
em nós os esclarecimentos já recebidos quanto à nossa
conduta, diante do próximo e da responsabilidade que nos
cabe em tudo e a todos. Quando assim falamos, passa-se a
impressão de que tudo está errado e que nós já atingimos
uma condição moral exemplar, entretanto, queremos
salientar que estamos nas mesmas condições de todo
necessitado de Luz e, que “o maior obstáculo a ser superado
está dentro de nós — o orgulho — e como conseqüência dele
o egoísmo”1; por estas duas chagas que habitam em nós,
criamos todos os outros obstáculos de ordem moral e
16
Fiquei calado porque tinha um nó na garganta.
O padre retirou-se, e senti a premência do que desejava a
nobre senhora, que eu não sabia ter sido, na Terra, tão
amada e ilustre Rainha. No primeiro sábado que se seguiu
às ocorrências que descrevo, fui com minha irmã Luíza
(atualmente desencarnada) até uma ponte muito pobre, até
hoje existente e reformada, na cidade de Pedro Leopoldo,
Minas, onde nasci, conduzindo um pequeno cesto com oito
pães. Ali estavam refugiados alguns indigentes; parti os
pães, a fim de que cada um tivesse um pedaço, e assim foi
iniciado o nosso serviço de assistência que perdura até
hoje.”
Texto extraído do livro “Chico, Diálogos e Recordações...”, Carlos
Alberto Braga Costa, União Espírita Mineira, 1ª ed., 2006, pp. 26-29.
Imagem: http://www.chez.com/idylle/docs/imachico.jpg
inutilidade dessas?!!
Mas, de imediato, Emmanuel se postou à minha frente e
argumentou:
— Chico, tudo que existe na terra é criação de Deus. O
bilhar é uma distração mental. Ele ajuda as criaturas a
recompor-se de seus afazeres. O bilhar não é culpado de
nada, os vícios todos estão nos procedimentos de cada um.
Por vezes alguém, ao passar por uma mesa de bilhar, deixa
de praticar um crime.
Não julgue as criaturas, estejam elas fazendo o que for.
Você já pensou se esses jovens não passassem o dia todo
aqui, eles poderiam ser tentados a roubar, a matar e serem
assediados pelos maus espíritos a se entregarem a
delinqüência. Pelo menos ao jogar o bilhar, os espíritos que
poderiam envolvê-los a essas práticas, cansam-se pela
repetição do ato e os abandonam à procura daqueles que aí
sim, estejam na ociosidade. — E para encerrar, concluiu
Emmanuel: — Saibamos respeitar a bondade de Deus, que
pouco entendemos.
E Chico, também concluiu:
— Cabisbaixo elevei meus agradecimentos a Deus pelos
ensinamentos, desse mentor que me fez refletir mais, ante
as ações dos semelhantes, que precisam ser entendidos e
respeitados.
Temos aí mais uma bela lição, dessa querida criatura que
só deixou-nos bons exemplos. Todos aqueles que tiveram a
oportunidade de conviver ou visitar Chico Xavier, ouviram
muitos desses preciosos relatos de sua vida exemplar. Mais
uma vez, obrigado, querido amigo.
Érica
livre
material, nos posicionando como vítimas diante da vida —
sim, somos vítimas —, mas, vítimas de nós mesmos, fruto da
nossa irresponsabilidade, na falta de cumprimento de
nossos deveres para com a vida.
Observando o desenrolar do nosso dia-a-dia e os fatos
que se sucedem em nossa sociedade, acabamos por
realmente entender e aceitar os esclarecimentos da
Espiritualidade Superior contidos no Evangelho de que, “a
maior revolução que deve ocorrer em nosso planeta é de
ordem moral”2, muito embora estejamos enfrentando
problemas com as alterações climáticas, conseqüências de
nossas interferências na natureza que também são frutos de
nossa ganância material.
Uma de nossas muitas falhas é com respeito ao processo
educativo, que muito temos comentado, visto que esta é uma
necessidade primordial de todos nós. E por entendermos ser
Seareiro
necessário aproveitarmos todos os
apontamentos quanto ao problema da
educação, vamos novamente reproduzir
duas questões e suas respectivas
respostas esclarecedoras contidas no
livro “O Consolador”, para que
possamos refletir quanto às nossas
responsabilidades, visto que os nossos
erros já são divulgados de forma até
exploradora pelos meios de comunicação escrita, falada e
televisiva, todos os dias e a todo instante, promovendo um
clima de pessimismo e cabe a nós, portanto, divulgar os
caminhos pelos quais podemos nos corrigir.
“110 - Qual a melhor escola de preparação das almas
reencarnadas, na Terra?
— A melhor escola ainda é o lar, onde a criatura deve
receber as bases do sentimento e do caráter.
Os estabelecimentos de ensino, propriamente do mundo,
podem instruir, mas só o instituto da família pode educar. É
por essa razão que a universidade poderá fazer o cidadão,
mas somente o lar pode edificar o homem.
Na sua grandiosa tarefa de cristianização, essa é a
profunda finalidade do Espiritismo evangélico, no sentido de
iluminar a consciência da criatura, a fim de que o lar se refaça
e novo ciclo de progresso espiritual se traduza, entre os
homens, em lares cristãos, para a nova era da Humanidade.
112 - Como renovar os processos de educação para a
melhoria do mundo?
— As escolas instrutivas do planeta poderão renovar
sempre os seus métodos pedagógicos, com esses ou
aqueles processos novos, de conformidade com a psicologia
infantil, mas a escola educativa do lar só possui uma fonte de
renovação que é o Evangelho, e um só modelo de mestre,
que é a personalidade excelsa do Cristo.”
Salientando a necessidade de nossa reforma, buscamos
também no livro “Missionários da Luz”, um trecho de
esclarecimentos recebidos por André Luiz na espiritualidade
de seu Instrutor Alexandre que abaixo segue (capítulo 3):
“Desde o primeiro dia de razão na mente humana, a idéia
de Deus criou princípios religiosos, sugerindo-nos as regras
de bem-viver. Contudo, à medida que se refinam
conhecimentos intelectuais, parece que há menor respeito
no homem para com as dádivas sagradas. Os pais
terrestres, com raríssimas exceções, são as primeiras
sentinelas viciadas, agindo em prejuízo dos filhinhos.
Comumente, aos vinte anos, em virtude da inércia dos vigias
do lar, a mulher é uma boneca e o homem um manequim de
futilidades doentias, muito mais interessados no serviço dos
alfaiates que no esclarecimento dos professores;
Banca de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)”
Mundo Espiritual
Que definição se pode dar dos Espíritos?
“Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes
da criação. Povoam o Universo, fora do mundo material.”
Nota - A palavra Espírito é empregada aqui para designar
as individualidades dos seres extracorpóreos e não mais o
elemento inteligente do Universo. (questão 76 de “O Livro
dos Espíritos”)
Quando Allan Kardec quis a explicação sobre como era o
mundo espiritual, começou fazendo a pergunta acima.
Talvez hoje, com a ampla difusão dos ensinamentos
cristãos, não tenhamos tanta dificuldade para saber o que é
um Espírito, mas há muita fantasia que ainda paira sobre esta
palavra.
Muita gente não associa os Espíritos às pessoas que já
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
Livros básicos da doutrina espírita. Temos os 417 livros
psicografados por Chico Xavier, romances de diversos
autores, revistas e jornais espíritas. Distribuição permanente
de edificantes mensagens.
Praça Presidente Castelo Branco - Centro - Diadema - SP
Telefone (11) 4043-4500 com Roberto
Horário de funcionamento: 8 às 19h30
Segunda-feira à Sábado
alcançando o monte do casamento, muitas vezes são
pessoas excessivamente ignorantes ou demasiadamente
desviadas. Cumpre, ainda, reconhecer que nós mesmos, em
todo o curso das experiências terrestres, na maioria das
ocasiões fomos campeões do endurecimento e da
perversidade contra as nossas próprias forças vitais. Entre
abusos do sexo e da alimentação, desde os anos mais
tenros, nada mais fazíamos que desenvolver as tendências
inferiores, cristalizando hábitos malignos. Seria, pois, de
admirar tantas moléstias do corpo e degenerescências
psíquicas?”
Como podemos observar, o lar é a base de nossas vidas
ao qual estão vinculadas as nossas maiores obrigações e
responsabilidades, mas infelizmente temos dado muito
pouca importância ao aspecto moral e por isso estamos
atravessando um período de colheita amarga; entretanto,
não devemos encarar a vida como cheia de dificuldades e
problemas, mas como oportunidades de reparos e
crescimento moral.
Lembramos mais uma vez que, esses comentários não
são idéias nossas, mas, esclarecimentos que já recebemos
e temos a obrigação de repassá-los e, principalmente nos
esforçarmos para colocá-los em prática. Boa vontade é o
mínimo que o Pai espera de nós, e será através de um
comportamento reto que estaremos verdadeiramente
divulgando as lições recebidas, sempre apoiados no
Evangelho, como afirma Emmanuel.
Que saibamos nos elevar, ao invés de promovermos o
trabalho árduo àqueles que já evoluíram, em comparecer
junto a nós em socorro por Misericórdia Divina, pois méritos
ainda não temos.
Roberto Cunha
1
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. XI - Amar o próximo como
a si mesmo - O egoísmo.
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. I - Não vim destruir a lei A nova era.
Bibliografia: O Evangelho Segundo o Espiritismo - Tradução Roque
Jacintho, Ed. Luz no Lar, 3ª ed., 1991.; O Consolador - Emmanuel,
psicografia de Francisco Cândido Xavier, Ed. FEB, 23ª ed., 2001.;
Missionários da Luz - André Luiz, psicografia de Francisco Cândido
Xavier, Ed. FEB, 26ª ed.,1995.
2
viveram lado a lado conosco. Outros, só de ouvirem a palavra
Espírito, se arrepiam todo e não querem comentar o assunto,
com medo de “chamar coisa ruim”.
Pela resposta dada à pergunta de Kardec, sabemos que
os Espíritos fazem parte da criação divina e, como tal, não
poderiam ser criados para o mal. Nada na obra de Deus é
para o mal.
Os Espíritos são seres inteligentes como nós,
individualidades como nós e mais, possuem os sentimentos
iguais aos nossos.
Na antiguidade se atribuíam aos deuses as manifestações
espirituais. Era o que a capacidade de entendimento dos
povos podia alcançar.
A história do povo hebreu está repleta de aparições de
anjos, que vinham anunciar acontecimentos ou dar
orientações. A mais notória aparição foi a do anjo Gabriel, que
anunciou a Maria de Nazaré a vinda de Jesus.
17
Outra passagem importante é aquela em que
Jesus sobe ao monte para conversar com os
Espíritos de Moisés e Elias.
Após a crucificação de Jesus, na história do
cristianismo, vemos o relato de várias aparições a
que, por orientação da Igreja, foram dados nomes de
santos (Nossa Senhora de Fátima, Nossa Senhora
de Lourdes etc.)
Com esta visão, podemos entender o que significa
dizer que os Espíritos povoam o Universo. Eles estão
por toda a parte e atuam com a sua inteligência a
nossa volta constantemente.
Deixemos de nos arrepiar quando se toca neste
assunto, ou vamos continuar a nos assustar com o
lençol branco pendurado no varal!
Estamos em um período de evolução em que
todos os assuntos e acontecimentos precisam ser
estudados e raciocinados.
Kardec só estudou o mundo espiritual porque foi
levado por este tipo de pensamento: “Se a
manifestação é inteligente, o que a provocou também
é inteligente.” E foi atrás de respostas.
Mudança
Falamos muito na mudança interior que cada um
deve efetuar sobre si mesmo.
Antes, falávamos em sufocar os instintos, hoje
falamos em mudá-los.
O conhecimento, aliado à nossa vontade, pode
provocar a mudança do instinto para o sentimento.
O freio aos instintos, nos é que devemos exercer,
não deixando que todos os nossos impulsos sejam
concretizados, pois se tivermos o impulso de matar,
não podemos dar vazão a ele.
Por essa razão é que a mudança dos instintos
deve passar primeiro por um autocontrole rígido,
junto com a reflexão do que é certo ou errado em
Observe Além
Na casa triste, coberta pela capa da pobreza
material, não entreveja apenas a presença da
desesperança.
Observe além.
Ali existem mães, que dão o seu amor aos filhos
que acalentam nos braços.
No homem entregue ao leito da enfermidade, não
Kardec em Estudo
kardec
Hoje, a Doutrina
Espírita procura
respostas para vários
acontecimentos, que
não encontramos no
mundo material.
P o r
q u e
ignorarmos o que nos
rodeia, seja visível ou
invisível?
Procuremos a
explicação racional
dos fenômenos
espirituais nos
estudos sérios dos
livros de Allan
Kardec, o Codificador
da Doutrina Espírita e
de nosso Chico
Xavier.
Adolpho
31 de Março a 05 de Abril 2008
Kardec
III Semana de
19h30 - Passe
20 horas - Palestra
PALESTRAS
31/03 - A Importância dos Livros Espíritas - Aderbal
Luiz Sereno
01/04 - Fenômenos da Natureza - Eugenivaldo Silva
Fort
02/04 - Caracteres do Homem de Bem - Luiz
Armando de Freitas Ferreira
03/04 - A Lei de Ação e Reação - Aziz Cury
04/04 - Fidelidade Doutrinária - Homero Morais
Barros
05/04 - 17 horas - Prece de Encerramento na Banca
nossas atitudes.
de Livros Espíritas “Joaquim Alves (Jô)” Para auxiliar nesta
Praça Presidente Castelo Branco - Centro Diadema - SP
auto-análise o
Espiritismo oferece
Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
Rua das Turmalinas, 56 / 58 - Diadema - SP - (11) 4044-5889
um material que
enriquece o nosso
conhecimento: o livro espírita.
Devemos recorrer aos livros espíritas para podermos ter
ferramentas para trabalhar a terra árida no nosso coração.
Mas cuidado! Nem tudo que se diz espírita está de acordo com a
Doutrina codificada por Allan Kardec. Por isso devemos estudar os
livros da Codificação, para sabermos comparar e tirar as nossas
conclusões, deixando de ir atrás de fantasias que só nos iludem.
As facilidades que Deus nos proporciona para que possamos
evoluir são imensas, só falta termos a vontade de aproveitá-las.
Vitório
existe apenas a presença da dor.
Observe além.
No coração de quem se internou no campo da meditação interior,
sob a égide da longa enfermidade, hiberna uma alma que se evoluirá
sob a luz da regeneração.
Não se deixe confundir pelas aparências externas.
Por detrás de cada fato espiritual materializado há um coração
que se refaz.
Não nos dá a natureza esse exemplo, quando a tudo renova sob a
bênção da chuva e dos temporais?
J. Alexandre
em
estudo
Os Animais e o Homem
O Livro dos Espíritos - Parte II - Capítulo “Dos Três Reinos”
Questão 606: Donde tiram os animais o princípio inteligente
que constitui a alma de natureza especial de que são dotados?
“Do elemento inteligente universal.”
a) Então emanam de um único princípio a inteligência do
homem e a dos animais?
“Sem dúvida alguma, porém, no homem, passou por
uma elaboração que a coloca acima da que existe no
animal.”
18
Que a Paz do Senhor esteja com você! E que os bons Espíritos
nos iluminem nesse estudo para que possamos tirar o maior proveito
possível para nossa vida!
A coluna Kardec em Estudo deste mês vai tratar sobre a questão
606 de O Livro dos Espíritos. Mas antes de iniciarmos, gostaria de
compartilhar com você, leitor, alguns questionamentos que têm me
acompanhado nos últimos tempos.
O nome da coluna me fez pensar na importância do estudo sério e
Seareiro
sistemático, como nos alerta o Espírito de Verdade:
“Espíritas! Amem-se, eis o primeiro ensinamento;
instruam-se, eis o segundo.”1, para que possamos
nortear a nossa vida, com a Verdade que o Cristo tem
nos ensinado e que o Espiritismo vem reviver, sem as
ilusões que alimentamos nesses dois milênios; além
de nos chamar a atenção para a importância das
obras da Codificação, e, por extensão, das obras
psicografadas por Francisco Cândido Xavier, que
são uma fonte de conhecimentos muito rica e atual,
onde encontramos consolo e estímulo para
recomeçarmos, por ação de nossa vontade, a trilhar
o caminho do amor, escolhendo a porta estreita.
Para iniciarmos nosso estudo, é bom termos em
mente essas palavras de Agostinho:
“O progresso é uma das leis da natureza.
Todos os seres da Criação, animados ou
inanimados, estão sujeitos à lei do progresso, pela
bondade do Pai Celestial, que deseja que tudo se
engrandeça e prospere.” 2
Sabemos que o Universo é constituído por dois
elementos: o elemento material e o elemento
inteligente, e acima de tudo, Deus, o criador, o pai de
todas as coisas.
Os espíritos nos ensinam que “tudo em a Natureza
se encadeia por elos que ainda não podeis
apreender. Assim, as coisas aparentemente mais
díspares têm pontos de contacto que o homem, no
seu estado atual, nunca chegará a compreender.”3
Uma forma grosseira de ilustrarmos o elemento
Contos
inteligente universal dando origem a princípios inteligentes distintos
(homem e animal) é compararmos com o elemento químico carbono
que origina o carvão mineral e o diamante, havendo como diferença
entre eles a formação da cadeia cristalina.
Tendo em mente que a lei do progresso é universal (não se aplica
só ao homem), podemos imaginar “numa escala evolutiva, que não
sabemos determinar, o princípio que anima esses seres vivos vai
como que incorporando em si próprio toda uma bagagem de
instintos, de emoções, de sensibilidade, que, num Dia da Criação,
resulta num espírito que adquire consciência de si mesmo e
individualidade, atingindo os horizontes dos seres humanos.”4 Não
nos esqueçamos também que Deus, em sua infinita sabedoria, não
cria nada sem um propósito, “é assim que tudo serve, que tudo se
encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, que
também começou por ser átomo.”5
Essa dificuldade de compreendermos mais das obras de Deus
provém do nosso orgulho e da nossa ignorância e cabe somente a
nós aproveitarmos as oportunidades que nos são dadas de auxiliar o
nosso próximo, alargando nossos horizontes, pois assim deixamos
de olhar somente para nós mesmos e levantemos a cabeça para
vislumbrar a grandiosidade da Criação Divina.
Guilherme
1
O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. VI, item 5. Tradução de Roque
Jacintho. 1ª ed. São Paulo: Ed. Luz no Lar, 1987, p. 145.
2
O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. III, item 19. Tradução de Roque
Jacintho. 1ª ed. São Paulo: Ed. Luz no Lar, 1987, p. 81.
3
O Livro dos Espíritos, parte II, cap. XI, questão 604. Tradução de Guillon
Ribeiro. 84ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003, p. 297.
4
Reencarnação - Roque Jacintho. 2ª ed. São Paulo: Ed. Luz no Lar, 1990, p. 14.
5
O Livro dos Espíritos, parte II, cap. IX, questão 540. Tradução de Guillon
Ribeiro. 84ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 2003, pp. 273-4.
contos
O Leão e o Mico
O Leão andava de olho no Mico.
— Ainda vou jantar esse Mico! Pensava ele.
Por isso, o Leão vivia rondando o Mico, que sempre fazia
suas micagens nos galhos das árvores mais altas.
O Leão esperava que o Mico um dia se distraísse para
abocanhá-lo, mas nunca conseguia.
Um dia, porém, o cipó em que o Mico se balançava
quebrou e ele caiu pertinho das garras do Leão. Mais que
depressa, o Leão pulou em cima do Mico e botou as patas
sobre ele.
Lambendo os beiços, pronto para comê-lo, o Leão rugia
vitorioso.
Preso, o Mico se debatia inutilmente. Já até via a grande
dentada!
Tremendo, o Mico pediu, implorou para que não o
comesse e lhe devolvesse a liberdade.
Contudo, o Leão, apenas rosnava todo contente.
— Nada de macaquice! dizia o Leão.
De repente, o Mico parou de se bater.
Fingindo calma, o astuto Mico disse ao Leão:
— Amigo, concordo que me prenda e me coma, sem medo
de indigestão, já que minha carne é muito dura! Mas peço
que, pelo menos, arrume sua juba, porque Leão de juba
despenteada perde toda majestade quando come sua
caça.
Muito vaidoso, o Leão levantou as patas para
arrumar a juba.
Espertamente, o Mico escapou voltando para a
árvore.
O Leão, ao perceber que foi enganado, ficou urrando
e bufando de raiva. Olhava o Mico a balançar-se e rir,
segurando-se com o rabo nos galhos da árvore.
— Desça aqui que estou com fome! urrou o Leão
outra vez.
Nessa hora o Mico gritou bem alto:
— Quem é vaidoso, da vaidade se alimente! Arrume
sua juba, seu bobo!
E lá se foi o Mico, continuar com suas micagens.
Texto adaptado por Reinaldo
Bibliografia: Texto e ilustração adaptadas do livro “Histórias que
Vovó contava”, capítulo “O Leão e o Mico” - Roque Jacintho, Ed.
Luz no Lar, 3ª ed., 1992.
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos
Espíritas Amor e Esperança
19
Responsável
FECHAMENTO AUTORIZADO - Pode ser aberto pela ECT
Em ___/___/___
Reintegrado no serviço postal em ___/___/___
Informação escrita pelo porteiro ou
síndico
Falecido
Mudou-se
Desconhecido
Ausente
Recusado
Não procurado
Endereço insuficiente
Não existe número indicado
PARA USO DOS CORREIOS
Destinatário
Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”
Caixa Postal 42
Diadema - SP
09910-970
. . . CORREIOS . . .
9912164885 - DR/SPM
SEAREIRO
Especial
Impresso