Monografia - IME
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Monografia - IME
MINISTÉRIO DA DEFESA EXÉRCITO BRASILEIRO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CARTOGRÁFICA 1º Ten ALEX GOIS ORLANDI Asp Of R2 FELIPE DE ALMEIDA SOUZA Al DÉBORA BRAGA DE FARIA REPRESENTAÇÃO E PERCEPÇÃO DE ALVOS MILITARES EM AMBIENTES DIGITAIS Rio de Janeiro 2007 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA 1º Ten ALEX GOIS ORLANDI Asp Of R2 FELIPE DE ALMEIDA SOUZA Al DÉBORA BRAGA DE FARIA REPRESENTAÇÃO E PERCEPÇÃO DE ALVOS MILITARES EM AMBIENTES DIGITAIS Iniciação à Pesquisa apresentada ao Curso de Graduação em Engenharia Cartográfica no Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Graduado em Engenharia Cartográfica. Orientador: Cap Vagner Braga Nunes Coelho – M.C. Co-Orientador: Prof. Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva – D.E. Rio de Janeiro 2007 2 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA 1º Ten ALEX GOIS ORLANDI Asp Of R2 FELIPE DE ALMEIDA SOUZA Al DÉBORA BRAGA DE FARIA REPRESENTAÇÃO E PERCEPÇÃO DE ALVOS MILITARES EM AMBIENTES DIGITAIS Iniciação à Pesquisa apresentada ao Curso de Graduação em Engenharia Cartográfica no Instituto Militar de Engenharia, como requisito parcial para a obtenção do título de Graduado em Engenharia Cartográfica. Orientador: Cap Vagner Braga Nunes Coelho – M.C. Co-Orientador: Prof. Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva – D.E. Aprovada em __ de _______ de 2007 pela seguinte Banca Examinadora: ______________________________________________________________________ Cap Vagner Braga Nunes Coelho - M.C. ______________________________________________________________________ Prof. Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva - D.E. ______________________________________________________________________ Cap Douglas Corbari Corrêa – M.C. ______________________________________________________________________ Cap Marcos de Meneses Rocha – M.C. Rio de Janeiro 2007 3 AGRADECIMENTOS A Deus, por nos ter concedido a força necessária para vencermos todas as dificuldades que encontramos. Aos nossos pais, com quem pudemos contar com a presença, experiência e conforto nas incertezas e nas ansiedades, sempre guiando nossos passos. Aos nossos mestres, que estiveram conosco dividindo parte do seu saber, com presteza e dedicação, sanaram todas as nossas dúvidas e participaram com amizade e compreensão na elaboração desta pesquisa, em especial ao Professor Orientador Cap Vagner Braga Nunes Coelho, ao Professor Co-orientador DE. Luiz Felipe Coutinho Ferreira da Silva, ao Professor DSc. Flávio Luis de Mello, ao Professor DE. Leonardo Castro de Oliveira, ao Professor Herbert Erwes e ao Cap Douglas Corbari Corrêa. Aos demais integrantes da Seção de Engenharia Cartográfica do Instituto Militar de Engenharia, que direta ou indiretamente colaboraram na execução deste trabalho. Aos alunos do primeiro ano, aos oficiais do IME e aos oficiais da ECEME que cooperaram na realização dos testes essenciais à pesquisa. Ao Cap André Luiz Valle Rosa, pela importante contribuição no segmento computacional da pesquisa e também por sua disponibilidade. À preciosa colaboração, companheirismo e compreensão dedicada por Roseane Pelegrino Mello. 4 “A ciência tem as raízes amargas, mas os frutos são muito doces.” ARISTÓTELES 5 SUMÁRIO LISTA DE ILUSTRAÇÕES .........................................................................................8 LISTA DE TABELAS ...................................................................................................11 LISTA DE ABREVIATURAS ......................................................................................12 LISTA DE SIGLAS.......................................................................................................13 RESUMO .......................................................................................................................14 ABSTRACT...................................................................................................................15 1 INTRODUÇÃO..................................................................................................16 1.1 Posicionamento do Trabalho ................................................................................16 1.2 Objetivo...............................................................................................................18 1.3 Justificativa do estudo..........................................................................................18 1.4 Estruturação do trabalho ......................................................................................21 2 HISTÓRICO DOS SÍMBOLOS MILITARES DO MANUAL C 21-30 ..........22 2.1 A Missão Cartográfica Austríaca..........................................................................22 2.2 Influência norte-americana...................................................................................23 2.3 Origem e evolução do Manual C 21-30 ................................................................24 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .....................................................................27 3.1 Comunicação visual .............................................................................................27 3.2 Comunicação cartográfica....................................................................................28 3.3 Semiótica e Semiologia........................................................................................32 3.4 Semiologia Gráfica ..............................................................................................35 3.5 Gestalt .................................................................................................................40 3.6 Leitura visual do objeto pelas Leis da Gestalt.......................................................49 3.7 Leitura visual do objeto pelas Categorias Conceituais ..........................................50 4 RECURSOS COMPUTACIONAIS ..................................................................52 4.1 Computadores robustecidos .................................................................................52 6 4.2 Sistemas de combate ............................................................................................55 5 REPRESENTAÇÃO DE SÍMBOLOS MILITARES .......................................61 5.1 Composição dos símbolos....................................................................................61 5.2 Classificação........................................................................................................62 5.3 Dimensões ...........................................................................................................64 5.4 Representação analógica ......................................................................................67 5.5 Representação digital ...........................................................................................68 6 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE CRIAÇÃO DE SÍMBOLOS CARTOGRÁFICOS MILITARES ...................................................................71 7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ..............122 7.1 Conclusões ..........................................................................................................122 7.2 Sugestões para trabalhos futuros ..........................................................................124 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................125 APÊNDICES..................................................................................................................129 GLOSSÁRIO .................................................................................................................136 7 LISTA DE ILUSTRAÇÕES FIG. 1.1 Equipamentos robustecidos usados no campo (EXÉRCITO BRASILEIRO, 2003).............................................................20 FIG. 1.2 Símbolo militar em várias escalas de visualização.......................................20 FIG. 2.1 Missão Cartográfica Austríaca, 1920 (BRANCO FILHO, 1978) .................22 FIG.2.2 Representação de cores de tropas amigas (Union Forces) e tropas inimigas (Rebel Forces) (COSTA E SILVA, 2003) .......................24 FIG. 3.1 Modelo de comunicação cartográfica unidirecional. (Adaptado de PETERSON apud FOSSE, 2004). ........................................29 FIG. 3.2 Modelo de comunicação cartográfica interativo (Adaptado de PETERSON apud FOSSE, 2004) ..........................................30 FIG. 3.3 A tríade do signo segundo Peirce (FASCIONI, 2006a)................................33 FIG. 3.4 A cor azul (FASCIONI, 2006a)...................................................................33 FIG. 3.5 O azul de um objeto concreto (FASCIONI, 2006a) .....................................34 FIG. 3.6 A construção da frase “a cadeira é azul” (FASCIONI, 2006a) .....................34 FIG. 3.7 Representação pontual (FASCIONI, 2006b) ...............................................36 FIG. 3.8 Representação linear (FASCIONI, 2006b) ..................................................36 FIG. 3.9 Representação planar (FASCIONI, 2006b) .................................................37 FIG. 3.10 Exemplos de formas (Adaptado de BERTIN, 1983) ....................................37 FIG. 3.11 Exemplo de diversos tamanhos (Adaptado de BERTIN, 1983)....................37 FIG. 3.12 Exemplo de valor agregado ao losango (Adaptado de BERTIN, 1983)........38 FIG. 3.13 Exemplos de textura (Adaptado de BERTIN, 1983) ....................................38 FIG. 3.14 Exemplos da utilização de cores (Adaptado de BERTIN, 1983) ..................38 FIG. 3.15 Objeto em diferentes orientações (Adaptado de BERTIN, 1983) .................39 FIG. 3.16 Leitura visual da forma baseada nas Leis da Gestalt (FASCIONI, 2006a). ..49 FIG. 3.17 Leitura visual da forma baseada nas Categorias Conceituais (WWZ UNIBAS, 2007) ..........................................51 FIG. 4.1 Computador Robustecido Militar CR MIL 1204 (IMBEL, 2007) ................53 FIG. 4.2 Computador Palmar Militar CPM 1196 (IMBEL, 2007)..............................54 8 FIG. 4.3 RuggedNote™ Compact Ruggedized Notebook (KONTRON, 2007) ...........54 FIG. 4.4 Interface gráfica do Guarini (ROSA, 2007).. ...............................................56 FIG. 4.5 Interface gráfica do SISTAB (ROSA, 2007). ..............................................57 FIG. 4.6 Interfaces gráficas do SABRE (ROSA, 2007).. ...........................................58 FIG. 4.7 Interface gráfica do SACI (ROSA, 2007).. ..................................................59 FIG. 4.7 Dados errados de coordenadas geográficas e de sistema UTM (ROSA, 2007).. .............................................................60 FIG. 5.1 Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30...............................62 FIG. 5.2 Símbolos em formato analógico dispostos na carta......................................67 FIG. 5.3 Visões estratégica e tática do Teatro de Operações. (MELLO apud SILVA, 2006).....................................................................68 FIG. 5.4 Exemplo de perda de definição com alteração de escala de visualização (ROSA, 2007)....................................................................68 FIG. 5.5 Calungas semi-transparentes (ROSA, 2007) ...............................................69 FIG. 5.6 Calungas transparentes com preenchimento de fundo (SILVA, 2006) .........69 FIG. 5.7 Interface do Inkscape ..................................................................................70 FIG. 6.1 Coleta de mortos (FREEFOTO, 2007). ......................................................73 FIG. 6.2 Operações psicológicas (FREEFOTO, 2007). .............................................74 FIG. 6.3 Saúde (FREEFOTO, 2007). ........................................................................75 FIG. 6.4 Recreação (BOINAS VERDES, 2007; FREEFOTO, 2007).........................75 FIG. 6.5 Evacuação (FREEFOTO, 2007). .................................................................76 FIG. 6.6 Construção (FREEFOTO, 2007).. ...............................................................77 FIG. 6.7 Guerrilha (FREEFOTO, 2007).. ..................................................................77 FIG. 6.8 Embarque e desembarque (FREEFOTO, 2007)...........................................78 FIG. 6.9 Repouso (BOINAS VERDES, 2007; FREEFOTO, 2007). ..........................79 FIG. 6.10 Manutenção (FREEFOTO, 2007)................................................................79 FIG. 6.11 Execução do teste 02 pelos alunos do primeiro ano do IME ........................84 FIG. 6.12 Resultado do teste de eficiência 01 – Coleta de mortos................................84 FIG. 6.13 Resultado do teste de eficiência 01 – Operações Psicológicas .....................85 FIG. 6.14 Resultado do teste de eficiência 01 – Saúde ................................................86 FIG. 6.15 Resultado do teste de eficiência 01 – Recreação..........................................87 FIG. 6.16 Resultado do teste de eficiência 01 – Evacuação .........................................88 FIG. 6.17 Resultado do teste de eficiência 01 – Construção ........................................89 9 FIG. 6.18 Resultado do teste de eficiência 01 – Guerrilha ...........................................90 FIG. 6.19 Resultados do teste de eficiência 01 – Embarque e Desembarque................91 FIG. 6.20 Resultado do teste de eficiência 01 – Repouso ............................................92 FIG. 6.21 Resultado do teste de eficiência 01 – Manutenção.......................................93 FIG. 6.22 Índice de acertos do teste de eficiência 01. ..................................................95 FIG. 6.23 Resultado do teste de eficiência 02 – Coleta de mortos................................96 FIG. 6.24 Resultado do teste de eficiência 02 – Operações Psicológicas .....................97 FIG. 6.25 Resultado do teste de eficiência 02 – Saúde ................................................98 FIG. 6.26 Resultado do teste de eficiência 02 – Recreação..........................................99 FIG. 6.27 Resultado do teste de eficiência 02 – Evacuação .........................................100 FIG. 6.28 Resultado do teste de eficiência 02 – Construção ........................................101 FIG. 6.29 Resultado do teste de eficiência 02 – Guerrilha ...........................................102 FIG. 6.30 Resultados do teste de eficiência 02 – Embarque e Desembarque................103 FIG. 6.31 Resultado do teste de eficiência 02 – Repouso ............................................104 FIG. 6.32 Resultado do teste de eficiência 02 – Manutenção.......................................105 FIG. 6.33 Índice de acerto no teste de eficiência 02.....................................................107 FIG. 6.34 Resultado do teste de eficiência 03..............................................................108 FIG. 6.35 Comparação entre os índices de acertos nos testes.......................................109 FIG. 6.36 Comparação entre os tempos de execução dos testes. ..................................110 FIG. 6.37 Resultado do teste de eficiência 04 – Operações psicológicas......................116 FIG. 6.38 Resultado do teste de eficiência 04 – Evacuação .........................................116 FIG. 6.39 Resultado do teste de eficiência 04 – Guerrilha ...........................................117 FIG. 6.40 Resultados do teste de eficiência 04 – Embarque e desembarque.................117 FIG. 6.41 Resultado do teste de eficiência 04 – Repouso ............................................117 FIG. 6.42 Resultado do teste de eficiência 04 – Símbolos com 100% de acerto...........118 FIG. 6.43 Comparação entre os tempos de execução dos testes 02 e 04 pelos oficiais ..................................................................119 FIG. 6.44 Símbolos criados no Inkscape e suas dimensões..........................................121 10 LISTA DE TABELAS TAB. 1.1 Exemplos de Símbolos que apresentam falhas na interpretação. (Adaptado de AZEVEDO et al, 2005) ........................................................19 TAB. 2.1 Símbolos de identificação que apresentam correspondências nos manuais brasileiro e americano. .................................................................25 TAB. 2.2 Símbolos diversos que apresentam correspondências nos manuais brasileiro e americano...................................................................26 TAB. 3.1 Classificação dos signos em função de sua relação com seu referente (Adaptado de FASCIONI et al, 2001).........................................................32 TAB. 3.2 Relação entre sistemas de significação e sistemas de percepção (BERTIN, 1983)........................................................................35 TAB. 3.3 Níveis de organização das variáveis visuais. (Adaptado de BERTIN, 1983) ....................................................................39 TAB. 3.4 Leis da Gestalt (Adaptado de GOMES FILHO, 2000) ................................41 TAB. 3.5 Categorias Conceituais Fundamentais. (Adaptado de GOMES FILHO, 2000)........................................................44 TAB. 3.6 Técnicas Visuais Aplicadas (Adaptado de GOMES FILHO, 2000).............46 TAB. 5.1 Classes de símbolos (Adaptado de AZEVEDO et al, 2005) ........................63 TAB. 5.2 Classes de símbolos que se referem à idéia concreta. ..................................63 TAB. 5.3 Classes de símbolos que se referem à idéia abstrata ....................................64 TAB. 5.4 Classificação de símbolos quanto à forma ..................................................65 TAB. 5.5 Relação dos símbolos com a área delimitada ..............................................66 TAB. 6.1 Símbolos selecionados ...............................................................................80 TAB. 6.2 Símbolos preliminares................................................................................112 TAB. 6.3 Símbolos propostos ....................................................................................120 11 LISTA DE ABREVIATURAS ENIAC Electronic Numeric Integrator And Calculator SABRE Sistema de Adestramento de Batalhões e Regimentos do Exército SACI Sistema de Adestramento de Combate Integrado SC2 Ex Sistema de Comando e Controle do Exército SC2 FTer Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre SISTAB Sistema Tático de Adestramento de Brigada SVG Scalable Vectorial Graphics 12 LISTA DE SIGLAS CIGE Centro Integrado de Guerra Eletrônica COTER Comando de Operações Terrestres DSG Diretoria de Serviço Geográfico EB Exército Brasileiro ECEME Escola de Comando e Estado-Maior do Exército EME Estado-Maior do Exército ESAO Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais EUA Estados Unidos da América IAGS Inter-American Geodetic Survey IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IMBEL Indústria de Material Bélico do Brasil IME Instituto Militar de Engenharia 13 RESUMO O uso da informação visual representada nos mapas, em um contexto militar, é fundamental desde o treinamento do combatente. O planejamento de como as batalhas serão travadas é apresentado por meio de mapas exibidos em postos de comando, contendo simbolismos representativos de alvos militares. O antigo modus operandi de confecção dos símbolos militares, contidos no Manual de Campanha C 21-30 - Símbolos, Abreviaturas e Convenções Cartográficas, preconizava um trabalho essencialmente manual no qual eram privilegiados os símbolos geométricos com baixo poder de comunicação e percepção. Todavia, equipamentos digitais robustecidos são cada vez mais empregados no preparo e na disseminação das informações cartográficas em operações militares. Este avanço tecnológico permite construir símbolos mais elaborados e mais realistas, o que pode tornar o processo de comunicação mais eficiente. Portanto, este trabalho tem por objetivos analisar os símbolos do Manual C 21-30 quanto à eficiência na transmissão da informação e à velocidade de percepção e propor uma reformulação dos símbolos baseada em uma metodologia de criação de símbolos cartográficos. Esta metodologia considera aspectos da Semiologia Gráfica e da Teoria Gestalt, com o intuito de reduzir a subjetividade na construção da comunicação visual. Na sua fase inicial, estabeleceu-se um recorte de dez símbolos do Manual C 21-30 que exprimem uma idéia abstrata, como uma ação ou atividade militar, os quais foram submetidos a três testes denominados “Testes de Eficiência” e aplicados a militares envolvidos diretamente no planejamento e na execução de operações, bem como a militares envolvidos em jogos de guerra. O primeiro teste avalia os símbolos isoladamente, ou seja, fora de um contexto militar. No segundo teste, os símbolos encontram-se dispostos em uma carta, simulando uma típica operação militar. E, por fim, o terceiro teste apresenta cada símbolo com quatro alternativas de respostas, sendo apenas uma correta. Ulteriormente, os dados obtidos após a aplicação dos testes, foram processados e analisados e indicaram o grau de representatividade dos símbolos testados. Em seguida, deu-se início à reformulação dos símbolos considerados pouco eficientes e realizaram-se novos testes para verificar a melhoria preconizada nos objetivos. Esta fase, denominada de feedback, visou também a realizar os ajustes finais dos símbolos. O último passo do trabalho é a implementação dos símbolos definitivos em um ambiente digital utilizando o software livre Inkscape 0.45, que permite a criação de símbolos em formato vetorial com extensão SVG. 14 ABSTRACT The usage of visual information from maps, under a military context, is essential since the beginning of combat training. The battlefield planning is usually presented by displaying maps at the Command Centers, employing symbols in order to represent military targets. The old modus operandi of military symbols, described on the Brazilian Army field manual “Manual de Campanha C 21-30 - Símbolos, Abreviaturas e Convenções Cartográficas”, emphasizes geometric symbols with low communication power and perception. However, robust digital equipments have been more frequently used to prepare and spread cartographic information on military operations. This technology breakthrough allows the use of more realistic and elaborated symbols, leading to a more efficient communication process. Therefore, this study's main objective is to analyze the C 21-30's symbols according to perception speed and information transmition efficiency, and also to propose a symbol review based on a methodology for cartographic symbols creation. This methodology considers Graphic Semiology and Gestalt Theory aspects, aiming at reducing subjectivity on visual communication. On an initial phase, ten C 21-30’ symbols, which express an abstract idea, like a military action, were selected. These symbols were submitted to three tests called “Efficiency Tests”, and then applied to staff directly involved on planning and executing real military operations, as well as staff involved on War Games. The first test evaluates the symbols separately, outside a military context. On the second test, the symbols are disposed on a map, simulating a typical military operation. In the end, the last test presents each symbol associated to four possible meanings, containing just one correct option. The data obtained were processed and analyzed, indicating how good the symbols were on the representing entities task. Next, the symbols associated to low results were replaced, and new tests were made in order to evaluate the efficiency of the new symbols. This replacement, known as feedback, aimed at making final adjustments to the symbols. The last phase consists on digitally implementing the definite symbols using the free software Inkscape 0.45 since it allows the symbol creation in vector format and SVG extension. 15 1 INTRODUÇÃO 1.1 POSICIONAMENTO DO TRABALHO O uso da informação visual representada nos mapas, em um contexto militar, é fundamental desde o treinamento do combatente. O planejamento de como as batalhas serão travadas é apresentado por meio de mapas exibidos em postos de comando, contendo simbolismos representativos de alvos militares. Observando a história militar, percebe-se o emprego de símbolos com formas elementares, sem traçados rebuscados, como, por exemplo, a utilização de uma linha de batalha para designar a fronteira entre as forças de grande efetivo em combate. Nesta representação, aquilo que é exibido do lado oposto à linha simula o inimigo e, portanto, pode ou deve ser destruído. Este tratamento simbólico, contudo, pode não ser o de melhor uso na situação militar contemporânea. Com a invenção das armas guiadas de precisão e a capacidade de evitar danos colaterais de grande magnitude, uma única linha pode não ser um símbolo com adequado poder de representação. Nas batalhas modernas, os combatentes nem sempre estão dispostos ao longo de uma única linha de batalha. Em vez disso, podem ser deslocados em edifícios isolados ou em pequenas células com localizações largamente dispersas. À medida que a seleção de alvos tornou-se um processo mais exigente, é conveniente que a simbologia dos mapas também se altere. Atualmente, o imageamento de alta qualidade possibilitado pelos satélites espaciais, os dados do Sistema de Posicionamento Global e o fluxo de informações fornecidas pelo Sistema de Comando e Controle são combinados para fornecer ao combatente mapas criados em modo digital. Estes mapas são partes de um sistema planejado para fornecer conhecimento exato e oportuno aos responsáveis pela tomada de decisão em todos os níveis. A modernização e a integração do Sistema de Comando e Controle da Força Terrestre (SC2 FTer) busca a inserção do Exército Brasileiro na era do campo de batalha digital. O SC2 FTer integra o Sistema de Comando e Controle do Exército (SC2 Ex). O SC2 Ex é um conjunto de recursos humanos, instalações, normas e processos, que possibilita ao Comandante planejar, dirigir e controlar as forças e as operações militares. Estas atividades são possíveis devido à existência de uma estrutura de telemática e de um fluxo de 16 informações. O SC2 FTer integra o COTER (Órgão Central), os Comandos Militares de Área, as Regiões Militares, as Divisões, as Brigadas e as Organizações Militares. Neste contexto, encontra-se o projeto C2 em combate, que é a parte do SC2 FTer voltada para o emprego das Grandes Unidades seja em campanha, em operações de combate ou em adestramento. Este projeto engloba, dentre outros objetivos, a representação e a percepção de alvos militares em ambientes digitais. Para execução de tal propósito, torna-se necessária uma atualização dos manuais de emprego das comunicações, no caso em questão o C21-30 – Manual de Símbolos e Convenções Cartográficas, que ainda está basicamente voltado para a representação analógica dos símbolos. Portanto, é fundamental a implementação destes símbolos, após serem revistos, em uma plataforma de visualização cartográfica, sobre a qual podem ser desenvolvidas diversas aplicações, entre elas monitoramento de tropas e viaturas em tempo real e jogos de guerra. A fim de obter um melhor aproveitamento da comunicação cartográfica, os símbolos serão elaborados com base em uma metodologia de criação de símbolos cartográficos extrapolada para o caso de símbolos militares. A metolodologia proposta por GRANHA (2001) é baseada em estudos feitos nas áreas da Psicologia Perceptual da Forma – Gestalt – e também na Semiologia Gráfica concebida por Jacques Bertin, que fornecem parâmetros de redução da subjetividade na construção da comunicação visual. O SC2 FTer foi idealizado para operar tanto em tempo de paz, como em situações de combate. É relevante, portanto, levar em consideração as condições adversas da guerra na reformulação do manual, como, por exemplo: fome, sono, cansaço, pressão psicológica, terrenos alagados, temperatura desfavorável, entre outras. Assim, as hostilidades típicas de uma situação de combate precisam estar embutidas nas fases de teste da metodologia que será utilizada, a fim de buscar uma aproximação maior da realidade. Desta forma, esta pesquisa utilizará os recursos computacionais atuais, os equipamentos usados em campanha e trabalhos relativos à simbolização cartográfica, buscando aprimorar a transmissão de informações relativas ao cenário do combate, em termos de velocidade e de eficácia. 17 1.2 OBJETIVO Propor uma otimização na metodologia de construção de símbolos cartográficos militares estabelecidos no manual C 21-30, considerando os aspectos da Semiologia Gráfica e da Teoria Gestalt, para emprego em ambientes digitais sob condições hostis. Para isso, serão testados na metodologia desenvolvida por GRANHA (2001) alguns símbolos militares, ainda não vislumbrados por trabalhos anteriores, que exprimem um significado abstrato como uma ação, por exemplo. Desta forma, procurar-se-á atingir este objetivo de otimizar o processo de comunicação cartográfica, ou seja, o de permitir que o usuário perceba a forma dos símbolos de maneira mais espontânea possível, em meio digital, e utilizando-se minimamente da legenda, o que é desejável em situações de combate. 1.3 JUSTIFICATIVA DO ESTUDO Considera-se pertinente estender para a simbolização militar os princípios da Gestalt e da Semiologia Gráfica com o intento de possibilitar uma padronização para as representações cartográficas, permitindo ao usuário do C21-30 associar, mnemonicamente e automaticamente, os alvos militares aos seus referidos simbolismos. Segundo SILVA (2006), “tratar da simbologia é fundamental para estabelecer uma comunicação cartográfica eficiente, pois os símbolos têm a característica de simplificar e agilizar as transformações cognitivas de informações”. Assim, é importante dar uma continuidade aos trabalhos de simbolização cartográfica, enfatizando o da Iniciação à Pesquisa realizada por AZEVEDO et al (2005), por se tratar da aplicação da metodologia de construção de símbolos apresentada por GRANHA (2001) aos símbolos militares. Esta continuidade abordará os símbolos que exprimem uma idéia abstrata, como uma ação ou atividade, além de inseri-los dentro de uma operação militar simulada, na fase de aplicação dos testes inerentes à metodologia. Na quarta e última revisão do manual C 21-30, aprovada e publicada em 2002 pelo EME, a essência dos seus símbolos manteve-se no que diz respeito à utilização de representações baseadas em construções simples, em grande parte, formas geométricas, que possibilitam a confecção destes a mão livre. Todavia, esta simplicidade requerida nas representações analógicas torna muitas vezes o processo de comunicação e de percepção pouco expressivos, porque pode causar dúvidas na 18 identificação dos símbolos. Isto pode ser constatado em vários símbolos do manual que ora apresentam formas muito similares, causando confusão; ora não têm fácil associação com a realidade ou com o significado militar que pretendem transmitir. A ambigüidade pode gerar conseqüências drásticas como, por exemplo, confundir o símbolo de mina com o de telefone, ilustrados no trabalho de AZEVEDO et al (2005). A TAB. 1.1 apresenta alguns desses exemplos. TAB. 1.1 – Exemplos de Símbolos que apresentam falhas na interpretação. Representação que causa confusão Saúde Coleta de mortos Representação de difícil Operações psicológicas compreensão Depósito Associação errada com o Extraviados (Igreja?) verdadeiro significado Material de subsistência (Lua?) Adaptado de AZEVEDO et al (2005). Apesar de existir uma legenda que elimina qualquer dúvida relacionada ao significado do símbolo, é desejável que os símbolos sejam reconhecidos pelo usuário sem que haja a necessidade de recorrer a ela. Afinal, em uma campanha, a eficácia e a velocidade na transmissão da informação podem ser cruciais para o êxito da missão. Este tipo de associação do símbolo com seu significado caracteriza um sistema monossêmico e será abordado com maiores detalhes no item 3.4 da fundamentação teórica. Equipamentos digitais robustecidos são cada vez mais empregados no preparo e na disseminação das informações cartográficas em operações militares. Este avanço tecnológico permite construir símbolos mais elaborados e mais próximos da realidade, o que torna o processo de comunicação mais eficiente, fato comprovado por AZEVEDO et al (2005) ao propor alterações nos símbolos testados. A FIG. 1.1 ilustra um deste equipamento. 19 FIG. 1.1 – Equipamentos robustecidos usados no campo. (EXÉRCITO BRASILEIRO, 2003). Os calcos feitos manualmente estão sendo substituídos pelas cartas em ambiente digital. Sendo assim, faz-se necessária uma metodologia de produção de símbolos em ambientes digitais, pois a última revisão do manual nada acrescentou no sentido de adaptar os símbolos e as representações cartográficas para ambientes computacionais. Com isso, os símbolos estão sendo inseridos na plataforma computacional em formato matricial, o que pode implicar na perda de definição dos mesmos ao se alterar a escala de visualização, conforme mostra a FIG. 1.2. X I Pqdt Escala ideal FIG. 1.2 – Símbolo militar em várias escalas de visualização. 20 1.4 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO Com a finalidade de expor o tema com clareza, para atingir o objetivo proposto, este trabalho estrutura-se em capítulos, cuja descrição do conteúdo, em linhas gerais, é apresentada a seguir. O capítulo 2 apresenta um breve histórico acerca da influência dos austríacos e dos norteamericanos na elaboração do manual C 21-30. O capítulo 3 versa sobre os conceitos teóricos fundamentais para esta pesquisa. Trata, portanto, da Teoria da Comunicação, do processo de Comunicação Cartográfica, dos fundamentos básicos da Semiologia, da Semiótica e da Semiologia Gráfica, além da Escola Gesltaltista com a Leitura Visual da forma dos objetos. O capítulo 4 trata dos recursos e dos sistemas computacionais adotados pelo Exército Brasileiro. O capítulo 5 expõe as diversas representações, composições e classificações dos símbolos militares. O capítulo 6 apresenta a aplicação da metodologia de construção de símbolos militares nos símbolos selecionados. O capítulo 7 exibe as conclusões referentes aos resultados desta pesquisa e as sugestões para trabalhos futuros. 21 2 HISTÓRICO DOS SÍMBOLOS MILITARES DO MANUAL C 21-30 Neste capítulo é feita uma abordagem de um breve histórico acerca dos trabalhos cartográficos no Brasil, enfocando aqueles que influenciaram na elaboração do manual de símbolos militares, ou seja, os trabalhos da missão cartográfica austríaca e da missão norteamericana. 2.1 A MISSÃO CARTOGRÁFICA AUSTRÍACA Após a 1ª Guerra Mundial (1914-1918), com a dissolução do Imperial e Real Instituto Geográfico Militar, em Viena, um grupo de onze geodesistas e técnicos, sob a direção do General Barão Dr. Arthur von Hübl, um dos últimos comandantes do Instituto, chegou em outubro de 1920 ao Brasil. Geodesista, nesta época era uma denominação comum a uma classe de especialistas em Cartografia, Fotogrametria e Geodésia, ou seja, não havia uma subdivisão como a existente nos dias de hoje. A FIG. 2.1 exibe os onze participantes da Missão Austríaca. De acordo com ERWES (2007), esta equipe, chamada de Missão Cartográfica Austríaca, atuou como conselheira na reestruturação do Serviço Geográfico do Exército Brasileiro, localizado no Rio de Janeiro. Além do General Barão Dr. Von Hübl, chefe da missão austríaca e especialista em fotogrametria terrestre, havia, entre outros, o Coronel Pokorny, consultor técnico de topografia; o Coronel Gaksch, consultor técnico de Geodésia e João Autengruber, assistente técnico de impressão. Porém, o mais notável era o Major Wolf, especialista em fotogrametria, por ser o único que sabia operar com o aparelho restituidor, que havia dois anos não funcionava. FIG. 2.1 – Missão Cartográfica Austríaca, 1920. (BRANCO FILHO, 1978). 22 O Barão von Hübl retornou em 1924 para a Áustria, enquanto seus colaboradores continuaram se dedicando, ainda por vários anos, às suas tarefas em diversos campos de atividade, como topografia, cartografia e fotogrametria. Grande parte do que se conhece em técnicas e desenhos na área da cartografia se deve ao conhecimento trazido pela Missão Austríaca. Ela foi a responsável pelo levantamento topográfico da cidade do Rio de Janeiro, então Distrito Federal e capital do Brasil. 2.2 INFLUÊNCIA NORTE-AMERICANA “Durante a 2ª Guerra Mundial, de 1941 a 1945, o Serviço Geográfico procedeu ao levantamento do litoral Nordeste – de Pernambuco ao Ceará - necessário às operações de guerra que iriam se desenvolver naquela região. Foi incluída no levantamento a Ilha de Fernando de Noronha. Esta era a primeira missão de guerra do Brasil que os americanos propunham-se a realizar (...)”. (BRANCO FILHO, 1978). Nesta época, havia muitos americanos no Brasil, os quais foram responsáveis pela fundação do Inter-American Geodetic Survey, IAGS, uma organização do Ministério da Defesa Americana, que se destinava a fazer o mapeamento de toda a América Latina. Esta organização foi responsável pela doação de material, por ministrar instruções e por fornecer a verba necessária para que o trabalho pudesse ser concluído. No Brasil, em especial, estes subsídios foram doados ao IBGE, por volta de 1950. O IAGS tinha um quartel no Panamá, localizado no Fort Clayton, onde havia uma escola que promovia treinamento para países da América do Sul. O Brasil enviou sargentos do Exército Brasileiro para habilitá-los a operar com restituição, reambulação e gravação de cartas. A partir de então, os símbolos passaram a ser confeccionados sobre plástico e metal, com formatos padronizados. Com a evolução do processo de construção das cartas, passou-se a utilizar os símbolos em papel celofane auto-adesivo. Estes eram encomendados por uma equipe responsável exclusivamente por isso, conhecida como “equipe de pedido de nomes”. Nestes pedidos, além dos nomes dos símbolos eram também especificados os padrões dos mesmos, tais como espessura das linhas e tamanho. No IAGS eram ministradas aulas relacionadas diretamente com a geodésia, fotogrametria, cartografia e sensoriamento remoto. Disciplinas como matemática, estatística e linguagens de programação eram exigidas como pré-requisitos para os cursos, que uma vez 23 concluídos, cada aluno adquiria um certificado. Ao se estabelecer uma comparação entre os benefícios trazidos pela missão austríaca e pelos norte-americanos, percebe-se que os últimos tiveram uma maior influência nas ciências cartográficas brasileiras que os primeiros. Isto porque a missão não foi apoiada pela Áustria, em virtude de seu enfraquecimento após a derrota na 1ª Guerra Mundial. Em contrapartida, os norte-americanos invitavam oficiais brasileiros para cursos nos Estados Unidos da América (EUA) ou no Alasca. (ERWES, 2007). Por isso, há indícios de que a criação do manual C 21-30 fora baseada numa adaptação do manual americano MCRP 5-2A, em virtude do intercâmbio de conhecimentos e técnicas entre norte-americanos e brasileiros. Esta ligação pode ser evidenciada quando se compara os símbolos presentes nos dois manuais, objeto de análise do item a seguir. 2.3 ORIGEM E EVOLUÇÃO DO MANUAL C 21-30 Não se conhece ao certo a origem do Manual C 21-30, por isso, com o intuito de ratificar as evidências mencionadas anteriormente, foram realizadas comparações entre alguns símbolos do manual norte-americano MCRP 5-2A e o brasileiro. Em seu trabalho, COSTA E SILVA (2003) reuniu diferentes mapas, concebidos por diversos autores, da Batalha de Gettysburg, ocorrida durante a Guerra Civil Americana em 1863. Com isso, foi possível verificar que as cores utilizadas nos símbolos destes mapas históricos americanos estão de acordo com o Manual Americano atual e o C 21-30, nos quais a tropa amiga é representada pelas cores azul ou preto e tropa inimiga por vermelho, conforme ilustra a FIG. 2.2. FIG. 2.2 – Representação de cores de tropas amigas (Union Forces) e tropas inimigas (Rebel Forces). (COSTA E SILVA, 2003). 24 A cor dos símbolos é um recurso utilizado em exercícios de planejamento e execução de operações militares, como a operação AZUVER (Azul – Vermelho), que envolve as GU (Grandes Unidades) na simulação de poder de combate e logística inerentes aos grandes comandos. Além destas cores, ambos os manuais apresentam a cor verde, simbolizando obstáculos de engenharia, como minas, demolições e barricadas. No tocante à forma, a TAB. 2.1 exibe um quadro de símbolos de identificação de Escalões, similares nos dois manuais. TAB. 2.1 – Símbolos de identificação que apresentam correspondências nos manuais brasileiro e americano. Símbolos Escalões Esquadra, turma, equipe Seção de morteiro, de manutenção, de serviço Pelotão I Companhia, esquadrão, bateria II Batalhão, Esquadrão aéreo III Regimento, Grupamento X Brigada XX Divisão XXX Corpo do Exército XXXX Exército de Campanha, Força Aérea, Esquadra Naval XXXXX Forças singulares do teatro de Operações XXXXXX Teatro de Operações Além dos símbolos de Escalão, o manual C 21-30 contém, aproximadamente, 110 símbolos de designação da arma, do serviço, de especialidade do elemento, entre outros. A TAB. 2.2 apresenta alguns símbolos que guardam similaridade entre os manuais brasileiro e norte-americano. 25 TAB. 2.2 - Símbolos diversos que apresentam correspondências nos manuais brasileiro e americano. Engenharia Comunicações Artilharia Operações psicológicas Saúde Água potável Pára-quedista Cavalaria Transporte Manutenção Veterinária Anfíbio Infantaria Artilharia antiaérea Coleta de mortos Míssil Posto de Superfície-ar observação Aviação Ponte (símbolo básico) Metralhadora Assim, de posse destas 20 comparações, sinais da influência norte-americana na criação do manual brasileiro C 21-30 podem ser observados. Atualmente, o manual encontra-se na sua 4ª edição, sendo que todas as edições foram aprovadas pelo Estado-Maior do Exército (EME), ou seja, embora as propostas de modificação dos símbolos sejam, geralmente, realizadas pela ECEME, ESAO e IME, é o EME quem as recebe, avalia e aprova. 26 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo apresenta um embasamento teórico-conceitual sobre Comunicação Visual, Comunicação Cartográfica, Semiótica, Semiologia, Semiologia Gráfica e Gestalt. Estes conceitos e definições são importantes para a compreensão da metodologia a ser utilizada na elaboração de símbolos cartográficos militares. 3.1 COMUNICAÇÃO VISUAL Conforme BOS apud SANTIL (2001), a comunicação é entendida como a “transferência de conhecimento e de informação de uma pessoa a outra ou a um grupo.”. O processo de comunicação baseia-se em relações entre um emissor e o receptor, por meio de canal próprio, nas quais estão incluídas a transmissão e a recepção de informações entre pessoas. Desta forma, para haver comunicação não basta apenas ser transmitida uma informação; é necessário haver um receptor para receber e decodificar esta mensagem. Na comunicação visual, as informações são transmitidas por meio de uma mensagem visual, que é “uma entidade surgida do encontro de idéias, prefigurações e hábitos compositivos, repleta de conteúdos e significados; mesmo respondendo a objetivos e funções predeterminadas, é suscetível de ser lida sob diversos prismas, de significar e ressignificar em cada contexto no qual esteja inserida, imersa em redes incessantes de produção de sentidos”. (LICHESKI, 2004) A mensagem visual é caracterizada por conter representações gráficas, portanto, as imagens são fundamentais para a comunicação, para a manifestação de idéias e para o reconhecimento de fenômenos do mundo real. LICHESKI (2004) define as representações gráficas como a materialização de representações mentais. Para uma melhor compreensão do processo de comunicação visual, a ciência do conceito de visão e de visualidade torna-se essencial. WALKER e CHAPLIN apud SARDELICH (2006) definem a visão como o “processo fisiológico em que a luz impressiona os olhos e a visualidade como o olhar socializado”. Com isso, as representações mentais são elaboradas a partir dos saberes de cada indivíduo sobre o mundo e ressaltam o contexto no qual o indivíduo está inserido. Assim, uma 27 representação gráfica, além da forma, agrega teores e significados. FASCIONI et al (2001) afirma que embora a visão seja um processo fisiológico, o entendimento de mensagens visuais atinge os efeitos desejados através de uma análise crítica, que denomina “alfabetização visual”. O alfabetismo visual estaria relacionado, portanto, à “capacidade de ver algo além do simples enxergar e compreender significados complexos”. DONDIS apud LICHESKI (2004) sustenta que, “alfabetizado visualmente, o espectador de uma mensagem visual elevaria sua capacidade de avaliar manifestações visuais, deslocando-se da esfera meramente intuitiva e transformando-se em um observador menos passivo e mais exigente". Em qualquer processo de comunicação, o emissor deseja que a mensagem represente para o receptor um significado mais próximo possível daquele que foi sua intenção transmitir; atingindo, desta forma, uma comunicação eficaz. O entendimento da mensagem se dá, portanto, pela associação dos símbolos utilizados na mensagem aos seus verdadeiros significados, ou seja, o receptor precisa saber decodificar a mensagem para que haja uma comunicação eficiente. O mecanismo de recepção da mensagem visual configura-se nas seguintes etapas: “a mensagem é percebida, representacionalmente, por seus elementos; abstratamente, pela observação de seus componentes e suas relações; e simbolicamente, pela apreensão dos conteúdos comunicativos, podendo ser interpretada e adquirindo uma gama de significações.” COUTO apud LICHESKI (2004) Isto representa que, primeiramente, o receptor observa o todo para posteriormente perceber os elementos visuais fundamentais e, por fim, inferir significados. Estas etapas não são independentes entre si, porém harmônicas, pois se conectam e interagem. 3.2 COMUNICAÇÃO CARTOGRÁFICA Na Comunicação Cartográfica, a informação a ser passada é basicamente composta por dados espaciais que estão representados nos mapas por meio de abstrações realizadas pelo cartógrafo, que serão decodificadas pelo usuário. FOSSE (2004) afirma que mapas em papel representam de forma estática e simplificada um mundo dinâmico e complexo. 28 O modelo de comunicação cartográfica de PETERSON (1995) mencionado por ROBBI (2001) mostra que é indispensável que o usuário identifique e reconheça o mapa produzido pelo cartógrafo e, por conseguinte, seja apto a expandir o seu conhecimento por meio dos dados exibidos. Este modelo parte do pressuposto de que há uma interseção entre realidades do cartógrafo e do usuário, para que este compreenda a acepção da informação. Este processo de transmissão é unidirecional, onde o cartógrafo observa os objetos do mundo real, faz uma abstração e codifica-os num documento cartográfico. O usuário, então, sem este contato com o mundo real obtido pelo cartógrafo, lê e interpreta as informações contidas no mapa, com o objetivo de reconstituir a realidade em seu imaginário. Este esquema é representado pela FIG. 3.1. REALIDADE REALIDADE REALIDADE DO DO CARTÓGRAFO USUÁRIO Mente do Abstração Mapa Cartógrafo Cartográfica Estático Reconhe- Mente do cimento Usuário FIG. 3.1 – Modelo de comunicação cartográfica unidirecional. (Adaptado de PETERSON, 1995 apud FOSSE, 2004). A utilização dos mapas transpõe a simples comunicação da informação, conforme apresentada acima, ao serem utilizados como instrumentos para análises visuais, no procedimento conhecido como visualização cartográfica. O crescente uso da tecnologia na área da informática tem ressaltado a importância dos mapas na exploração dos dados espaciais, pois permite descobrir e entender os fenômenos da natureza e seus relacionamentos. 29 Com relação às tecnologias computacionais, FOSSE (2004) relata que estas “tornaram possível novas maneiras de fazer mapas, utilizando métodos de representação mais interativos e dinâmicos”. A interatividade é um atributo da visualização cartográfica. Portanto, de acordo com ROBBI (2000) apud em ROBBI (2001), nos mapas interativos, os usuários são participantes ativos, não apenas recebendo o produto concluído, mas sim o adaptando de acordo com as suas necessidades, ou seja, o usuário poderá conceber vários mapas temáticos para melhor analisá-los. Desta forma, “a visualização busca enfatizar, nos dados representados, algumas características relevantes, que são ou não naturalmente percebidos pelo o usuário, fazendo com que se tornem entendidas mais fácil e intuitivamente”. (TAYLOR, 1994 apud FOSSE, 2004). As técnicas usadas na visualização permitem ver e analisar diferentes aspectos de um fenômeno, através da manipulação dos dados em diferentes escalas e da seleção da simbologia adequada, para observar a região de diferentes panoramas. Dessa maneira, a figura da comunicação unidirecional é reestruturada de modo a atender o conceito de visualização, na qual a interatividade entre o usuário e o mapa é a sua peculiaridade. Esse novo esquema é representado na FIG. 3.2. REALIDADE REALIDADE REALIDADE DO DO CARTÓGRAFO USUÁRIO LOOP DE REALIMENTAÇÃO Mente do Abstração Mapa Cartógrafo Cartográfica Estático Reconhe- Mente do cimento Usuário FIG. 3.2 – Modelo de comunicação cartográfica interativo. (Adaptado de PETERSON, 1995 apud FOSSE, 2004). 30 Tendo em vista a relevância do mecanismo de transmissão da informação, estudos nessa área foram desenvolvidos com intuito de analisar e compreender esse processo. Nesse contexto, podem-se citar a Teoria da Informação, a Teoria Cognitiva, a Teoria da Modelização e a Semiologia Gráfica. De acordo com GRANHA (2001), a Teoria da Informação, também denominada por Teoria da Comunicação ou Teoria da Informação e da Comunicação, surgiu na década de 40, como uma teoria estatística e matemática e, mais modernamente, com destaque no campo da Cibernética. A Teoria da Informação, segundo GRANHA (2001), avalia exclusivamente os extravios de dados em cada fase do processo de comunicação, já que “o processo básico da Teoria da Informação refere-se fundamentalmente à QUANTIDADE de informação, descartando, por sua vez, aspectos qualitativos e de conteúdo”. Desta forma, atenta fundamentalmente para a máxima redução destas perdas. O modelo cognitivo é o foco da Teoria Cognitiva. Como consolidam UNGERER e SCHMID (1996) citados em LICHESKI (2004), “um modelo cognitivo é a soma dos contextos experimentados e armazenados pelo indivíduo em determinada área de conhecimento”. De acordo com esta teoria, a abstração, a análise e a generalização cartográfica, no processo de comunicação, estão sujeitos à experiência e erudição tanto do cartógrafo quanto do usuário. Na concepção de CAEIRO et al (2005) apud SILVA (2006): “o termo cognitivo atribui-se à forma de representações e/ou de tratamentos de informação, o que subentende que as representações são conhecidas com as interpretações que lhes estão associadas e que os tratamentos se assemelham às inferências e julgamentos orientados para a compreensão e para a ação”. Por sua vez, a Teoria da Modelização “considera o mapa como modelo do mundo real e como tal representa o conteúdo essencial de certas generalizações da realidade” (SANTIL, 2001). Esta teoria teve seu desenvolvimento amparado na informática. De acordo com este autor, um dos principais artífices foi Board, que estabeleceu um método científico de investigação para a elaboração do mapa como um modelo da realidade. Conforme SANTIL (2001), estas teorias, não obstante colaborem no processo de comunicação cartográfica, carecem de um método prático na padronização das legendas em mapas temáticos. Isto propiciou o surgimento da Semiologia Gráfica, que será detalhada em item próprio. 31 3.3 SEMIÓTICA E SEMIOLOGIA Semiótica e Semiologia são termos normalmente empregados como sinônimos. Ambas designam-se por ciência ou teoria geral dos signos. A primeira teve sua origem na Rússia e na América por volta do final do século XIX e teve como precursor Charles Sanders Peirce (1839-1914) com o seu trabalho “Lógica enquanto Semiótica: A teoria dos Signos”. A semiótica, atualmente, é um campo de grande amplitude e variedade teórica, pois segundo Peirce, é uma ciência geral, uma espécie de "matemática universal" que engloba todas as outras ciências e estabeleceu suas bases na Filosofia e na Lógica (SEMIOLOGIA E SEMIÓTICA, 2007). NÖTH (1995) citado em GRANHA (2001) define Semiótica como “a ciência dos signos e dos processos significativos (semiose) na natureza e na cultura”. Na Semiótica, a relação do signo com o objeto por ele designado classifica-se de acordo com o exposto na TAB. 3.1. TAB 3.1 – Classificação dos signos em função de sua relação com seu referente Signo Significado Exemplo Esquema, fotografia. Ícone Relação direta entre o signo e o objeto designado. Fumaça como signo indicial de fogo; sorriso, de alegria. Índice Relação indireta entre o signo e o objeto. Sinal vermelho do semáforo, sinal de trânsito. Símbolo Relação entre o signo e o objeto se estabelece por uma convenção. Adaptado de FASCIONI et al (2001). 32 A Semiologia, iniciada no limiar do século XX, na Europa, tem Ferdinand de Saussure (1857-1913) como o principal autor de referência. Enquanto Saussure delineou a semiologia no âmbito da Psicologia e da Lingüística, Peirce consolidou suas bases doutrinárias numa concepção filosófica e lógica. Além disso, este estabeleceu uma relação triádica entre representação ou representamen, objeto e interpretante, enquanto o modelo proposto por aquele é composto por signo, significado e significante. A FIG. 3.3 ilustra a tríade do signo de acordo com Peirce. FIG. 3.3 - A tríade do signo segundo Peirce. (FASCIONI, 2006a). Além disso, Peirce classifica a maneira como é estabelecida a percepção do signo em três categorias: primeiridade, secundidade e terceiridade. Primeiridade é a primeira impressão ao se ter contato com o signo, portanto, menos lógica, mais natural e intuitiva. É a impressão que o observador apenas contempla, conforme exemplo da FIG. 3.4. FIG. 3.4 - A cor azul. (FASCIONI, 2006a). Secundidade é etapa na qual o observador é capaz de distinguir e de discriminar os elementos, de acordo com suas experiências. A FIG. 3.5 explicita esta categoria. 33 FIG. 3.5 - O azul de um objeto concreto. (FASCIONI, 2006a). Terceiridade, ilustrada na FIG. 3.6, é a habilidade de arranjar os fatos, qualificando-os em categorias. FIG. 3.6 - A construção da frase “a cadeira é azul”.(FASCIONI, 2006a). PIGNATARI (1988) apud GRANHA (2001) estabelece que “signo é toda coisa que substitui outra, representando-a para alguém, sob certos aspectos e em certa medida”. Segundo GRANHA (2001), ele tem a função de mediador entre o pensamento e a realidade. Significado corresponde ao conceito ou à noção que se tem de alguma coisa. O significante corresponde à forma, designando a imagem acústica de um fonema provido de significação. Para SAUSSURE (1988) apud GRANHA (2001) esta imagem “(...) não é o som material, puramente físico, mas a marca psíquica desse som, a sua representação fornecida pelo testemunho dos sentidos, é sensorial e se, por vezes, lhe chamamos 'material' é neste sentido e por oposição ao outro termo da associação, o conceito, geralmente mais abstrato”. De posse dessas considerações, pode-se sintetizar que signo lingüístico é a associação formada por um conceito (significado) e uma imagem acústica (significante). 34 3.4 SEMIOLOGIA GRÁFICA A Semiologia enquanto uma ciência estuda quaisquer sistemas de sinais, utilizados para exprimir o pensamento, como a linguagem gráfica, a verbal, a escrita e a mímica, entre outros. O ramo da Semiologia cujo objeto são as representações gráficas é conhecido como Semiologia Gráfica e tem como seu precursor Jacques Bertin. Em seu trabalho Sémiologie graphique (1967) sistematizou a linguagem gráfica como um sistema de símbolos gráficos, com significado e significante, considerando suas propriedades e relações com a informação que a exprimem. A aplicação dessa teoria na Cartografia tem por objetivo “avaliar as vantagens e os limites das variáveis visuais empregadas na simbologia cartográfica e, portanto, formular regras para utilização racional da linguagem cartográfica”. (GRANHA, 2001). Os significados que podem ser atribuídos aos signos podem ser monossêmico, polissêmico e pansêmico. De acordo com BERTIN (1983), o olho e o ouvido possuem dois diferentes sistemas de percepção que são exibidos na TAB. 3.2. TAB. 3.2 - Relação entre sistemas de significação e sistemas de percepção. Sistema de Percepção Significado atribuído aos sinais Auditivo Visual Monossêmico Matemática Gráficos Polissêmico Linguagem Imagens figurativas Pansêmico Música Imagens abstratas BERTIN (1983). O sistema monossêmico é aquele cujo significado de cada sinal é conhecido antes da observação do conjunto, portanto, é objetivo, direto e inequívoco. Exemplos desse sistema são equações matemáticas, gráficos com legenda e mapas (BERTIN, 1983). No sistema polissêmico, o significado é deduzido a partir da observação do conjunto de sinais apresentado (BERTIN, 1983). É, pois, subjetivo, questionável e ambíguo, porquanto depende da capacidade cognitiva de cada receptor. Por exemplo, na interpretação de imagens aéreas, o contexto pode ser importante para a classificação correta do fenômeno. A pansemia é a forma extrema do sistema polissêmico (BERTIN, 1983). Como exemplo, tem-se a leitura de imagens abstratas. 35 Bertin endossa que a comunicação deve ser monossêmica, isto é, não necessita de código, visto que existe apenas uma interpretação e prescinde do nível de conhecimento do receptor. Para alcançar este objetivo, Bertin afirma que a linguagem visual constitui um sistema de percepção espacial, constituído por três variáveis (os dois eixos do plano, x e y, e o que será representado neste plano, z), e atemporal (tudo é visto instantaneamente). Além disso, denomina z, de marca ou mancha, que corresponde às três figuras elementares da geometria plana: ponto, linha e área. O ponto é usado para indicar a localização e identificação de feições geográficas que teoricamente não apresentam tamanho ou área, seja por fator de escala ou por um processo de generalização. Para FASCIONI (2006), o ponto é “qualquer elemento que funcione como forte centro de atração visual dentro de um esquema estrutura.”. A FIG. 3.7 exemplifica este conceito. FIG. 3.7 – Representação pontual. O homem passa a idéia pontual em meio à plantação. (FASCIONI, 2006b). A linha representa feições que possuem uma característica física linear, como rios; bem como o contorno de uma área, linhas costeiras, margens de rios e limites administrativos. FASCIONI (2006) considera a que a linha “delineia, contorna, conforma e delimita objetos e coisas”. A representação linear pode ser vislumbrada na FIG. 3.8. FIG. 3.8 – Representação linear. A rede de transmissão elétrica é composta por fios e torres que exprimem idéia de linha. (FASCIONI, 2006b). A área representa feições que possuem uma superfície mensurável e visualmente pode ser representada por um conjunto de pontos ou linhas, conforme exemplifica a FIG. 3.9. Segundo 36 definição de FASCIONI (2006), o plano é “uma sucessão de linhas, onde o comprimento e a largura predominam fortemente em relação à espessura”. FIG. 3.9 – Representação planar. O plano branco e o plano formado pelo “corte” do gramado pelo barbeador exemplificam esse tipo de representação. (FASCIONI, 2006b). As marcas serão implantadas no plano, podendo ainda assumir variações que são conhecidas como variáveis visuais: forma, tamanho, valor, textura, cor e orientação. a) Forma: diz respeito aos aspectos qualitativos dos objetos. A FIG. 3.10 ilustra algumas formas geométricas. FIG. 3.10 – Exemplos de formas. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983). b) Tamanho: transmite a idéia de quantidade. Pode indicar o efetivo de um grupamento de combate, fazendo distinções, assim, entre pelotões, companhias e batalhões. A FIG. 3.11 exibe diversos tamanhos do círculo representado. FIG. 3.11 – Exemplo de diversos tamanhos. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983). 37 c) Valor: meio de classificação para ordenar uma série progressiva. A FIG. 3.12 exibe os valores agregados ao losango. FIG. 3.12 – Exemplo de valor agregado ao losango. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983). d) Textura ou granulação: é uma modulação da impressão visual para classificação de uma série ordenada; tal como o valor. Numa operação militar, pode servir de indicativo de tipos de terreno. A FIG. 3.13 apresenta diversas texturas para o retângulo. FIG. 3.13 – Exemplos de textura. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983). e) Cor: contribui fortemente para a seleção de objetos, pois cores diferentes vão expressar fenômenos qualitativos. Não obstante, sua manipulação é complexa. Por exemplo, num contexto militar, como os jogos de guerra, podem distinguir diferentes partidos. A FIG. 3.14 expõe quatro da variada gama de cores. FIG. 3.14 – Exemplos da utilização de cores. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983). f) Orientação: fornece a direção da própria marca. Por exemplo, a orientação do símbolo que representa uma metralhadora pode indicar a direção do tiro. Esta variável é ilustrada na FIG. 3.15. 38 FIG. 3.15 – Objeto em diferentes orientações. (Adaptado a partir de BERTIN, 1983). ROBINSON et al (1995) classificam as variáveis visuais de Bertin em duas categorias: primárias e secundárias. Este autor lista como variáveis visuais primárias forma, tamanho, orientação e cor, sendo esta última subdividida em matiz, valor e chroma. As combinações dessas variáveis visuais primárias produzem uma área gráfica que ele denomina modelo. Este exibe características de organização (arranjo), textura e orientação, que constituem as variáveis visuais secundárias. Estas variáveis visuais definidas por Bertin, juntamente com seu posicionamento no plano, possuem propriedades perceptivas que definem o nível de organização dos componentes, podendo ser associativo (≡), seletivo (≠), ordenado (O) ou quantitativo (Q). O aspecto quantitativo caracteriza relações de quantidade de objetos e o ordenado estabelece uma relação de ordem (indicando o que é maior ou menor, por exemplo). O associativo e o seletivo têm a ver com a natureza do objeto, ou seja, caracterizam relações de similaridade e diversidade, respectivamente. A TAB. 3.3 apresenta os níveis de organização das variáveis visuais. TAB. 3.3 – Níveis de organização das variáveis visuais. NÍVEIS DE ORGANIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS VISUAIS VARIÁVEIS LOCALIZAÇÃO NO PLANO(x,y) ASSOCIAÇÃO SELEÇÃO ORDEM QUANTITATIVO ≡ ≡ ≠ ≠ О О Q Q О О О Q ≡ ≡ ≡ ≠ ≠ ≠ ≠ ≠ TAMANHO VALOR TEXTURA COR ORIENTAÇÃO FORMA ≡ Adaptado de BERTIN (1983). 39 3.5 GESTALT A Gestalt é uma escola alemã de psicologia experimental cujas pesquisas têm sido utilizadas em vários campos da estética. Seus estudos tratam principalmente do campo da percepção visual, e possuem teorias sobre adequação na comunicação. Seu precursor foi von Ehrenfels, em Viena, no final século XIX, porém seu efetivo desenvolvimento ocorreu a partir de 1912 com Wertheimer, Köhler e Koffka (GOMES FILHO, 2000). O movimento gestaltista tem influência sobre o Sistema de Leitura Visual da Forma do Objeto. Sobre isso, SARDELICH (2006) afirma que “na psicologia da forma, a imagem constituía percepção, já que toda experiência estética, seja de produção ou recepção, supõe um processo perceptivo. A percepção é entendida aqui como uma elaboração ativa, uma complexa experiência que transforma a informação recebida”. Para LICHESKI (2004), as teorias da percepção, em particular a Gestalt, “destacam o fator sensorial e pressupõem uma linguagem perceptiva universal, de comum e instantânea compreensão”. O propósito deste sistema está calcado na composição de conhecimentos teóricoconceituais para promover a concepção dos elementos, em termos de análise e entendimento da disposição visual da forma do objeto. A Gestalt visa a fornecer parâmetros para amenizar a subjetividade no julgamento ou na análise das manifestações visuais, ao sugerir, por exemplo, o motivo de determinadas formas serem mais aceitáveis que outras. Nas palavras de GRANHA (2001), a Gestalt visa ao “desprendimento de uma tendência corrente: a noção estereotipada da forma, sempre ligada a um conteúdo convencional”. Vale ressaltar, ainda, que os gestaltistas, opõem-se à idéia de “soma de partes”, mas defendem que a percepção visual constitui uma “integração de partes”. Ratificando este pensamento, FRACCAROLI (1952) apud GRANHA (2001) assevera que “a primeira sensação já é de forma, global e unificada”. Deste modo, nossa percepção é completa e lógica, pois o que é percebido é a relação de dependência entre as partes. A apreensão destas relações é regida por duas forças, interna e externa, que FRACCAROLI (1952) citado em GRANHA (2001) define como “as forças integradoras do processo fisiológico cerebral”. As forças externas são impulsionadas pela estimulação da retina por intermédio da luz proveniente do objeto exterior que se olha. As internas são as que organizam as formas em 40 uma ordem determinada e se originam no cérebro, em virtude dos estímulos provocados pelas forças externas. Alguns princípios básicos regem as forças internas de organização, que são conhecidos como as leis da Gestalt, estabelecidas na TAB. 3.4. Princípio TAB. 3.4 – Leis da Gestalt. Definição Exemplo O cenário abaixo pode ser segregado em avião, pista de pouso e decolagem, céu e vegetação. A vegetação pode ser segregada em solo exposto e o verde. O avião pode ser SEGREGAÇÃO É a capacidade perceptiva de decomposto em asa, hélice e “corpo”. Pode- separar, identificar, evidenciar se repetir o processo sucessivamente até se ou destacar unidades formais em esgotar a percepção das unidades visíveis um todo compositivo, ou em ou considerá-las suficientes para uma partes do todo. leitura visual. (FASCIONI, 2006b) O objeto pode ser usado como exemplo de unificação pelos fatores de proximidade e Consiste na igualdade ou semelhança de estímulos visuais, semelhança, além do equilíbrio e o alto grau de ordenação. verificando fatores de harmonia, UNIFICAÇÃO equilíbrio, ordenação visual e coerência da linguagem ou estilo. (FASCIONI, 2001) 41 Princípio Definição Exemplo Uma figura de cor única sobre um fundo é O fechamento visual da forma se dá pela continuidade em uma ordem estrutural definida, ou FECHAMENTO seja, por meio de agrupamento de elementos de maneira a um bom exemplo de fechamento. Notar que não é necessário haver um fechamento físico, contornando o objeto. Trata-se aqui de um fechamento apenas sensorial, integrando as partes. constituir uma figura total mais fechada ou completa. (FASCIONI, 2001) A repetição ordenada de objetos é uma boa É a impressão visual de como as partes se sucedem através da CONTINUIDADE organização perceptiva da forma representação de como as unidades se organizam de forma a obter um efeito de continuidade. de modo coerente, sem interrupções na sua trajetória. (FASCIONI, 2001) Nos trilhos de uma linha ferroviária, as linhas, apesar de confusas, podem ser segregadas aos pares pelo paralelismo, que PROXIMIDADE Efeitos óticos próximos uns lhes confere exatamente o fator de dos outros tendem a ser proximidade. Os dormentes, uniformes, vistos juntos, e, por conseguinte, reforçam a harmonia e o equilíbrio. a constituir um todo ou unidades dentro do todo. (FASCIONI, 2001) 42 Princípio Definição Exemplo Um conjunto de pessoas uniformizadas, A igualdade de forma, cor, tamanho, peso, direção e outros SEMELHANÇA mesmo com ligeiras variações de cor e tamanho, possui semelhança pela forma. desperta a tendência da construção de unidades, isto é, de estabelecer agrupamentos semelhantes. (FASCIONI, 2001) Imagens complexas e difíceis de entender, com excesso de unidades compositivas, PREGNÂNCIA DA FORMA Esta é a lei básica da percepção possuem baixa pregnância, pois o visual da Gestalt. Quanto melhor observador precisa se esforçar para for a organização visual, em compreender a figura, sempre correndo o termos de facilidade de risco da ambigüidade. compreensão, rapidez de leitura ou interpretação, melhor será a pregnância. (FASCIONI, 2001) Adaptado de GOMES FILHO (2000). Além das leis da Gestalt, são também consideradas outras categorias conceituais, objetivando auxiliar a análise da forma dos objetos. Constituem-se em: harmonia (ordem e regularidade), desarmonia (desordem e irregularidade), equilíbrio (peso, direção, simetria e assimetria), desequilíbrio e contraste. A TAB. 3.5 as define e exemplifica. Estas categorias desempenharão papel fundamental na presente pesquisa, visto tratarem de objetos reais e existentes, que são a célula mater da composição dos símbolos, dentro da temática militar. 43 Fator TAB. 3.5 – Categorias Conceituais Fundamentais. Definição Exemplo As joaninhas demonstram uma simetria e uma regularidade quanto a sua HARMONIA Boa organização de um todo disposição circular, conduzindo a uma ou partes do todo, ordem, leitura clara das partes que compõem a regularidade. Este fator imagem. possibilita uma leitura simples e clara das manifestações visuais. A falta de simetria no cenário caótico da pintura de Gorky exemplifica uma desarmonia. DESARMONIA Desordem e irregularidade que dificultam a percepção de unidades compositivas. (ALBRIGHT- KNOX ART GALLERY, 2007) O praticante de Yoga se equilibra em uma perna, para isso, ela usa corretamente os pesos da outra perna e dos braços. EQUILÍBRIO Igualdade absoluta ou aproximada entre forças opostas. 44 Fator Definição Exemplo O patinador com as pernas abertas provoca uma sensação de movimento, de uma possível queda. DESEQUILÍBRIO Provoca uma sensação de movimento para o observador, ou seja, de algo transitório, instável. (FREEFOTO, 2007) O contraste fica evidenciado pela desproporção de tamanho em o cachorro e a pessoa. O contraste é uma oposição CONTRASTE acentuada entre duas ou mais coisas, sendo que uma se sobressai perante as demais. (FASCIONI, 2006b) Adaptado de GOMES FILHO (2000). Somando-se às Categorias Conceituais fundamentais, foram estabelecidas as Técnicas Visuais Aplicadas apresentadas na TAB. 3.6, definidas por GOMES FILHO (2000), que de acordo com GRANHA (2001) “têm por objetivo otimizar o processo de leitura visual da forma, bem como fornecer subsídios para procedimentos criativos com relação à concepção de trabalhos e desenvolvimento de projetos das mais variadas naturezas”. 45 Técnica visual TAB. 3.6 – Técnicas Visuais Aplicadas. Definição Exemplo A clareza está associada à harmonia e às poucas unidades da flor, o que Manifestações visuais CLAREZA facilita a sua leitura. com alto grau de organização, unificação, equilíbrio e harmonia. A simplicidade ocorre em virtude das poucas unidades que formam o Envolve a imediatez e a SIMPLICIDADE uniformidade da forma símbolo abaixo além do contraste de figura e fundo. elementar, livre de complicações ou elaborações secundárias. As disposições das unidades do encanamento formam um emaranhado complexo. Oposto da simplicidade, ou seja, composto de COMPLEXIDADE formas complicadas e elaboradas. (FASCIONI, 2006b) 46 Técnica Visual Definição Exemplo O objetivo desta imagem é dar Realça os aspectos de clareza e simplicidade, MINIMIDADE para tal utiliza-se de uma enfoque à placa de sinalização, sem exibir o contexto onde normalmente estaria inserida (pista, carros). econômica ordenação visual, representando-se apenas o essencial em uma imagem. (FASCIONI, 2006a) O design arredondado do carro Tem relação direta com o fator de boa ARREDONDAMENTO transmite a idéia de suavidade volumétrica. continuidade. Com isso, a percepção da forma torna-se mais suave e amena. (DW-WORLD, 2007) No serviço de chá, a elegância e a delicadeza das suas formas exibem o fator de sutileza. Tem objetivo de SUTILEZA proporcionar delicadeza e refinamento visual a objetos (LEILOEIRA RR, 2007) 47 Técnica Visual Definição Exemplo Nesta ilustração, o destaque é dado pelo tamanho desproporcional do livro e da cabeça do homem em relação ao restante do corpo. EXAGERO Tem o intuito de evidenciar certo elemento dentro do todo. (FASCIONI, 2006b) A aparência chapada do monitor demonstra a falta absoluta de SUPERFICIALIDADE Apresenta as profundidade ou volume, exibindo, manifestações visuais de assim, a superficialidade. maneira bidimensional. A disposição entre a mulher e as flores provoca um desequilíbrio visual estimulante, dando a impressão de que a mulher faz parte Organização de objetos SOBREPOSIÇÃO uns em cima de outros. daquele ambiente natural, confundindo-se seu rosto com a beleza das flores e das borboletas. (FASCIONI, 2006b) Adaptado de GOMES FILHO (2000). 48 3.6 LEITURA VISUAL DO OBJETO PELAS LEIS DA GESTALT O primeiro exemplo prático de leitura, que será feito a partir da FIG. 3.16, terá como base apenas as leis da Gestalt, que são base para análises mais apuradas. GOMES FILHO (2000) propõe as seguintes etapas a serem seguidas por esta leitura: 1. Observar o objeto e separar suas unidades compositivas principais; 2. Decompor as unidades em suas subunidades; 3. Identificar, examinar e verificar a presença das leis básicas da Gestalt em cada unidade (ou subunidade) do objeto; 4. Interpretar o objeto como um todo, estabelecendo o nível de pregnância da forma. FIG. 3.16 – Leitura visual da forma baseada nas Leis da Gestalt. (FASCIONI, 2006a). • Segregação: A imagem pode ser decomposta nas seguintes unidades: céu, mar, areia e pessoas. O céu pode ser segregado em fundo azul e nuvens brancas. As pessoas podem ser decompostas em peças de roupa; • Unificação: A unificação dos elementos da imagem é possível devido à proximidade, semelhança e ordenação das unidades compositivas – expressas principalmente pela similaridade na aparência das três pessoas, que faz com que as percebamos como um todo, um conjunto; • Fechamento: Neste exemplo, temos um fechamento apenas sensorial, caracterizado pelo contorno do rosto, que fica evidenciado pelo contraste entre a tez alva das pessoas e o azul do céu; • Continuidade: A boa continuidade fica evidente pela disposição ordenada das pessoas na imagem; 49 • Semelhança: Fica evidenciada pela igualdade de sexo, cor do cabelo, da pele e das vestes das pessoas, apesar da ligeira variação do tamanho; • Proximidade: Os elementos semelhantes e próximos tendem a ser visualizados em conjunto, por exemplo, as três pessoas as nuvens no céu, o que facilita a segregação em macro unidades. Interpretação Conclusiva: pode-se concluir que a imagem apresenta um alto índice de pregnância pela facilidade de interpretação e rapidez de leitura, caracterizando, assim, uma “boa Gestalt”. A harmonia visual decorre da existência de poucas unidades compositivas, tornando baixo o risco de ambigüidade. 3.7 LEITURA VISUAL DO OBJETO PELAS CATEGORIAS CONCEITUAIS Neste processo, serão consideradas as categorias conceituais fundamentais em conjunto com as técnicas visuais aplicadas. GOMES FILHO (2000) descreve os seguintes passos: 1. Avaliar a boa organização do objeto em sua totalidade, bem como das suas unidades segregadas; 2. Enumerar as categorias conceituais fundamentais e as técnicas visuais aplicadas que estão presentes nas subunidades, unidades ou no objeto por inteiro; 3. Interpretação Conclusiva, determinando o nível de Pregnância da Forma. O panorama apresentado pela FIG. 3.17 mostra uma metrópole reunindo vários atributos que convergem para formar um conjunto confuso e caótico. A superabundância, irregularidade e descontinuidade das unidades compositivas exprimem uma idéia de desorganização formal. Além disso, a ausência de simplicidade e da minimidade, a sobreposição dos letreiros, o excesso de luminosidade e a carência de suavidade das formas, tornam o conjunto desarmonioso. Interpretação Conclusiva: a pregnância da imagem é ínfima, devido à poluição visual, decorrente da grande quantidade de elementos compositivos distintos, bem como do desequilíbrio, que pode ser percebido pelo movimento das pessoas, tornando a leitura complexa e demorada. 50 FIG. 3.17 – Leitura visual da forma baseada nas Categorias Conceituais. (WWZ UNIBAS, 2007). 51 4 RECURSOS COMPUTACIONAIS Este capítulo apresenta uma pesquisa bibliográfica relativa ao estado da arte em equipamentos computacionais robustecidos e passíveis de emprego em situações de combate e em ambientes hostis. Com isso, será possível realizar uma análise quanto às potencialidades de emprego para codificação e visualização de documentos cartográficos. 4.1 COMPUTADORES ROBUSTECIDOS Após a Segunda Guerra Mundial surgiu o primeiro computador eletrônico. Em 1941, um computador chamado Z3 foi criado pelos alemães com a finalidade de codificação de mensagem, porém, este foi destruído. Foi também criado pelos britânicos o Colossus, que servia para quebrar códigos alemães ultra-secretos em 1943. Juntamente com essas duas criações, o Exército Americano também desenvolvia um projeto que resultou no primeiro computador a válvulas, o Electronic Numeric Integrator And Calculator (ENIAC), que foi mantido em segredo até o final da 2ª Guerra. Sua finalidade era calcular trajetórias balísticas durante esse período, mas só se tornou operacional depois do final dela. Ele pesava 30 toneladas, media 5,5 metros de altura e 25 metros de comprimento, podendo ocupar a área de um ginásio esportivo. Seu funcionamento era parecido ao de uma calculadora simples de hoje. Percebe-se, então, que a partir da 2ª Guerra, houve uma necessidade de se criar equipamentos que pudessem fornecer informações do inimigo durante um confronto. Nesta época eles não eram próprios para serem levados até o local de combate, principalmente devido ao tamanho. Com a evolução da tecnologia, foi possível se chegar a um notebook robustecido, ideal para o emprego em situações militares de combate. Um exemplo de computador robustecido é fabricado pela Indústria de Material Bélico do Brasil (IMBEL), o CR MIL 1204, exibido na FIG. 4.1. Este equipamento é resistente a adversidades que o combate militar impõe como chuvas, respingos, quedas, variações de temperatura, entre outras. 52 FIG. 4.1 – Computador Robustecido Militar CR MIL 1204. (IMBEL, 2007). O CR MIL 1204 apresenta atualmente a seguinte configuração: • CPU Cyrix`s 233 Mhz ou superior • RAM 64 MB • HD 6,4 GB • Drive 3 ½ (externo) • Bateria NiMH (autonomia de +/- 2 horas) • Alimentação 110V • Display de 10,4'' TFT • Peso 4Kg • Dimensões: 312,5 x 210 x 87,5 mm Este computador possui como principais aplicações o Sistema Genesis (Sistema de Comando e Controle de Suporte do Sistema Operacional de Apoio de Fogo), Centro de Mensagens, Plataformas e embarcações marítimas e Indústrias (Controle de Produção). O Sistema Genesis emprega uma tecnologia nacional e constitui-se em um software voltado para atender às necessidades da Artilharia Brasileira. Permite que os sub-sistemas de levantamento topográfico, de busca de alvos e de observações, trabalhem de forma integrada por meio de um computador. Com isso, ele é utilizado na determinação da direção do tiro de Artilharia de Campanha, na observação e controle de tiros, no cálculo balístico e no gerenciamento dos alvos. Este software apresenta restrições, pois só permite a visualização de cartas e símbolos em formato .BMP. Embora seja um equipamento destinado ao segmento militar, foi produzida uma versão para o meio civil, o Computador Robustecido Industrial – CR IN 1204. Além do CR MIL 1204, a IMBEL fabrica o Computador Palmar Militar CPM 1196, ilustrado na FIG. 4.2. Suas principais características são: • CPU de 16 bits: compatível com IBM PC-XT 53 • Sistema Operacional ROM-DOS: Compatível com MS/DOS • RAM 2 MB • Visor: LCD de 8 linhas por 16 colunas • Bateria NiMH (autonomia de 15 horas) • Interface serial: padrão RS 232 C • Peso 1Kg com bateria • Dimensões: 292 x 115 x 56 mm FIG. 4.2 – Computador Palmar Militar CPM 1196. (IMBEL, 2007). Suas principais aplicações são: Sistema Genesis, controle de almoxarifado, controle de reserva de armamento, controle de paióis, leitura de medidores e apontamento de mão de obra. Destina-se à comercialização para os segmentos militar e civil. Além da IMBEL, a empresa privada alemã Kontron também produz computadores robustecidos. Recentemente, lançou o modelo RuggedNote™ Compact Ruggedized Notebook, exibido na FIG. 4.3. FIG. 4.3 - RuggedNote™ Compact Ruggedized Notebook. (KONTRON, 2007). Trata-se de um notebook robustecido, com gabinete de liga de magnésio, leve (2,5Kg), se 54 comparado ao CR MIL 1204, e resistente, pois suporta ambientes adversos, com altas temperaturas, vibrações, quedas, choques elétricos e pancadas, além de possuir tela com alto contraste, propiciando leitura à luz do sol. Suas especificações técnicas são: • CPU Intel® Pentium® M 1.1 GHz Processor (Centrino Technology) • • HD EIDE 40 GB Memória cache de 1MB • DRAM 256 MB DDR-RAM • FSB 400 Hz • Visor: 12.1" TFT 1024 x 768 XGA Dual View Function • Fonte de energia: 100-240 V, 50-60 Hz (adaptador externo AC), 9 Baterias Cell Li-Ion • Interfaces: 1 Porta Serial RS232, 2 Portas USB 2.0, 1 Porta para Monitor Externo VGA • Dimensões: 27.6cm x 23.9cm x 4.3cm 4.2 SISTEMAS DE COMBATE A criação de sistemas de combate possibilitou a utilização dos computadores robustecidos, tanto em situações reais como em simulações de jogos de guerra. Assim, as atividades de planejamento, comando e controle das operações puderam ser efetuadas em ambiente digital, que possuem recursos como o de visualização de cartas, de realização de desdobramento das forças amigas e inimigas, e de definição de zonas de ação e objetivo. Os responsáveis pelo desenvolvimento destes sistemas que possibilitam a utilização dos calungas (símbolos) digitais são o COTER, o CIGE e a IMBEL. Várias unidades, porém, se utilizam destes softwares. Em 2006, o EB realizou mais de 80 exercícios de simulação de combate usando esses sistemas, havendo a participação aproximada de uma centena de unidades, de diversos tipos, nesses exercícios. Estas operações envolveram em torno de trezentos oficiais e sargentos que manipularam diretamente os sistemas em locais como São Gabriel da Cachoeira, Marabá, Santarém, Porto Velho, Cuiabá, Dourados, Santa Maria, Juiz de Fora, Fortaleza, Vitória, Campinas, Curitiba, Cascavel, entre outros. Isto sugere que os calungas digitais são largamente usados no exército (ROSA, 2007). 55 Os sistemas utilizados pelo exército são: Guarini, SISTAB, SABRE, SACI e o Genesis. Este último, desenvolvido pela IMBEL, foi abordado no item 4.1. A seguir, será feita uma breve análise dos outros sistemas, com a descrição de algumas de suas potencialidades e informações adicionais, como histórico. Guarini, desenvolvido entre 1999-2001, foi o primeiro jogo com interface visual do EB. Não considerava características do terreno, como altimetria, vegetação, rios. Embora, a Diretoria de Serviço Geográfico produzisse regularmente cartas vetoriais de modo padronizado desde 1995 na 1ª Divisão de Levantamento com o projeto COPEL, apenas cartas de papel digitalizadas matricialmente eram usadas como pano de fundo no Guarini. Os símbolos eram criados como fontes .TTF, pois este formato era aceito pelo software. O último jogo do Guarini foi realizado em 2004. No total, cerca de 70 jogos foram realizados simulando unidade de valor Brigada. Era um sistema instável e dependia de pessoal especializado do COTER para rodar sem bugs. Entretanto, foi essencial no aprendizado sobre o funcionamento de uma simulação em ambiente digital. Guarini significa guerreiro em Tupi (Guarani é guerra). A FIG. 4.4 ilustra a interface gráfica do Guarini. FIG. 4.4 – Interface gráfica do Guarini. (ROSA, 2007). 56 Em 1998, o EB realizou uma licitação internacional para contratar uma empresa que desenvolvesse um jogo de guerra no Brasil. A ESRI, criadora do ArcView™, foi a ganhadora do contrato. A ESRI terceirizou o contrato para a sua então representante brasileira, GEMPI (hoje a representante da ESRI no Brasil é a empresa IMAGEM). Como a ESRI e a GEMPI não atuam na área de jogos ou simulações, o projeto ficou estagnado até 2001. Em 2002, teve reinício o projeto que deu origem ao SISTAB (Sistema Tático de Adestramento de Brigada) que terminou em 2005. É um sistema complexo que visou a recriar um Guarini com ampla capacidade de usar cartas vetorizadas. Atualmente, é usado no COTER em jogos de Brigada e superior, tendo sido realizados apenas sete exercícios em 2006. O SISTAB também depende de pessoal especializado do COTER para funcionar sem problemas. Sua interface gráfica pode ser visualizada na FIG. 4.5. FIG. 4.5 – Interface gráfica do SISTAB. (ROSA, 2007). Durante o desenvolvimento do SISTAB, o COTER resolveu empregar o pessoal não envolvido no sistema em um jogo para batalhões. Assim, nasceu o SABRE (Sistema de Adestramento de Batalhões e Regimentos do Exército) – desenvolvido entre outubro de 2002 e agosto de 2004 –, um sistema que permite jogos sem apoio de pessoal especializado, o que o 57 torna simples e fácil de operar, quando comparado a outros sistemas. A simplicidade fez com que o SABRE fosse muito difundido, com a realização em 2006 de setenta e seis exercícios, sendo usado em diversas instituições, inclusive na AMAN e na ESAO. A interface gráfica do SABRE é ilustrada na FIG. 4.6. FIG. 4.6 – Interfaces gráficas do SABRE. (ROSA, 2007). O SACI (Sistema de Adestramento de Combate Integrado) começou a ser desenvolvido no fim de 2006 e será o primeiro sistema multiplataforma (Linux e Windows®). Além disso, 58 permitirá jogos pela Internet. Este sistema tem o propósito de integrar os diversos níveis do combate, como brigada, batalhão, companhia, dentre outros. Com exceção do SACI, todos os outros programas usam fontes TTF. O SACI utiliza representações gráficas no formato SVG. FIG. 4.7 – Interface gráfica do SACI. (ROSA, 2007). Observando a FIG. 4.7, que exibe a interface gráfica do SACI, verificam-se inconsistências no tocante a conceitos cartográficos. Ela exibe dados incorretos de latitude, de longitude e do Sistema Universal Transversa de Mercator (UTM). A longitude é contada de 0º a 180º a partir do meridiano de origem, positivamente para o leste e negativamente para o oeste. Ao invés de usar os sinais positivo e negativo, pode-se também usar as letras E e W para indicar Leste e Oeste, respectivamente. Já a latitude varia de 0º a +90º caso esteja situada no hemisfério norte ou varia de 0º a -90º caso esteja no hemisfério sul. Pode-se também omitir os sinais, utilizando para isso a indicação do hemisfério, N ou S. O sistema UTM resulta na composição de 60 fusos distintos que representam a superfície da Terra, cada um com 59 amplitude de 6º de longitude. Neste sistema, os eixos cartesianos de origem são o Equador, para coordenadas N (norte) e o meridiano central de cada fuso, para coordenadas E (leste). As coordenadas N (norte) crescem de S para N e são acrescidas de 10.000.000 (metros) para não se ter valores negativos ao sul do Equador que é a referência de origem; já as coordenadas E (leste) crescem de W para E, acrescidas de 500.000 (metros) para não se ter valores negativos a oeste do meridiano central. Exemplo de coordenadas UTM: [Fuso 23, N 8.569.300, E 645.750] que significa que o ponto referenciado acha-se entre 42º e 48º W (fuso 23), 145.750 m a leste do meridiano central (no caso 45º W) e 1.430.700 m a sul do Equador. A FIG. 4.8 apresenta um extrato da FIG. 4.7 que exibe as inconsistências dos dados de entrada da localização de uma unidade. FIG. 4.8 – Dados errados de coordenadas geográficas e de sistema UTM. (ROSA, 2007). Conforme o exposto neste capítulo, é de grande importância para o EB a utilização dos calungas digitais, em virtude da constante modernização e robustecimento dos computadores, bem como do desenvolvimento de softwares que permitem a visualização de cartas e montagem de operações militares com estes símbolos. Todavia, estes programas precisam exibir dados coerentes com os conceitos cartográficos, com o intuito de evitar confusões de localização de um ponto estratégico que podem ser vitais para o sucesso de um combate real. 60 5 REPRESENTAÇÃO DE SÍMBOLOS MILITARES Este capítulo tratará do objeto de estudo deste trabalho, que constitui os símbolos militares do manual C21-30, suas características básicas e seus modos de representação e utilização por parte dos usuários. 5.1 COMPOSIÇÃO DOS SÍMBOLOS De acordo com o manual C 21-30, símbolo militar é “uma representação gráfica composta de um desenho, números, letras, abreviaturas ou siglas e cores que é empregada para identificar uma unidade, atividade, instalação ou órgão militar”. Para que se possa dispor de todos esses elementos constituintes dos símbolos, o manual apresenta a seguinte padronização para composição dos mesmos: “a. Símbolo básico. b. Símbolo de identificação da força armada, arma, serviço, especialidade ou atividade. c. Símbolo de identificação do escalão considerado (G Cmdo, GU, U, SU, fração, órgão ou instalação). d. Designação numérica ou designação de emprego do elemento considerado ou, ainda, ambas as designações (grandes comandos, grandes unidades, unidades, instalações ou órgãos). e. Subordinação(ões) do elemento representado (dispensável quando a própria designação do elemento considerado possibilita a perfeita identificação da subordinação). f. Outras informações que sejam necessárias para complementar a representação do elemento considerado (natureza do elemento no âmbito da Arma ou Serviço, calibre ou símbolo do armamento principal, tipo de meio de transporte utilizado, etc)” (BRASIL, 2002). Exemplo: A FIG. 5.1 exibe o símbolo representativo da 1ª Companhia de Fuzileiros Motorizada do 2º Batalhão de Infantaria Motorizada da 3ª Brigada de Infantaria Motorizada. 61 c a e d 1 2/1 Mtz b f FIG. 5.1 – Unidades compositivas do símbolo do manual C 21-30. LEGENDA: a: Símbolo básico; b: Símbolo da arma; c: Escalão considerado; d: Designação; e: Subordinação; f: Outras informações necessárias para completar a representação. 5.2 CLASSIFICAÇÃO Os símbolos, conforme definidos em AZEVEDO et al (2005), são agrupados em: a) Símbolos básicos: indicam a categoria do elemento representado. b) Símbolos de identificação: indicam a natureza do elemento representado como unidades, instalações e órgãos diversos, navios, escalões, etc. c) Símbolos diversos: identificam aeroportos, limites e zonas, armamento, comunicações, navegação, fortificações, obstáculos, etc. A TAB. 5.1 ilustra estas classes. 62 TAB. 5.1 – Classes de símbolos. IDENTIFICAÇÃO BÁSICOS DIVERSOS Tropa de grande comando, grande unidade, unidade e subunidade de Arma Artilharia Trincheira Guerra Eletrônica Abrigo individual ou Serviço. Observatório ou Posto de Observação Adaptado de AZEVEDO et al (2005). Além dessa classificação básica, será considerada uma outra que será útil para a corrente pesquisa. Esta diferencia símbolos que exprimem uma idéia concreta de símbolos que exprimem um conceito abstrato. Na primeira classe, encontram-se símbolos que se permitem representar graficamente pela análise preliminar de imagens destes, como uma mina, telefone ou míssil. Na segunda, símbolos não concretos, ou seja, que exprimem uma idéia abstrata representativa de uma ação ou atividade, como o símbolo de embarque e desembarque, coleta de mortos, guerrilha, operações psicológicas, dentre outros. As TAB. 5.2 e 5.3 ilustram essas duas categorias. TAB. 5.2 – Classes de símbolos que se referem à idéia concreta. SÍMBOLOS CONCRETOS POSTAL MONTANHA 63 SÍMBOLOS CONCRETOS TELEFONE RADAR TAB. 5.3 – Classes de símbolos que se referem à idéia abstrata. SÍMBOLOS NÃO CONCRETOS Terr MM ATOS DE TERRORISMO MOTOMECANIZAÇÃO Ev EVACUAÇÃO SAÚDE 5.3 DIMENSÕES O C 21-30 preconiza que o desenho dos símbolos deve, tanto quanto possível, guardar as devidas proporções entre o valor do elemento representado e a escala da carta, de modo a indicar a área aproximada que eles ocupam no terreno. Para locar os símbolos na carta, é usual considerar o centro geométrico para marcar o ponto onde se encontra a unidade. Se o símbolo possuir formato regular, ou seja, uma forma geométrica bem definida, o ponto central se torna mais fácil de determinação que no caso dos símbolos de formas irregulares. A TAB. 5.4 ilustra esses dois casos. 64 TAB. 5.4 – Classificação de símbolos quanto à forma. FORMAS REGULARES FORMAS IRREGULARES Ponto central: 2 POSTO DE COMANDO centro do retângulo Mtz Neste caso, o usual é considerar o pé da 2º BATALHÃO DE INFANTARIA bandeira MOTORIZADO RADAR TRANSPORTE Neste caso, que ponto considerar? Ponto central: centro da circunferência SAÚDE MÍSSIL SUPERFÍCIE-SUPERFÍCIE ANTICARRO Ponto central: centro da cruz Neste caso, que ponto considerar? Quando se considera o centro do calunga como o ponto de localização da unidade, podem ocorrer dois problemas, a saber: a) Em unidades de pequeno efetivo, como peças de metralhadora (efetivo de dois homens), peça de canhão (efetivo de três homens), uma coordenada (X,Y) é suficiente para indicar a localização do elemento. Assim, o ponto central do calunga corresponde ao local onde estão os soldados. Além disso, o calunga tende a ser maior que a área ocupada pelo elemento, ocorrendo com freqüência o problema da sobreposição de calungas, caso os elementos trabalhem próximos. b) Em uma unidade de grande efetivo, como uma companhia (cerca de 120 homens) ou um batalhão de infantaria (efetivo maior que 650 homens), o calunga pode ser menor que a área ocupada pela unidade. Nessa situação, é comum fazer desenhos auxiliares sobre a carta 65 delimitando a área de ocupação da unidade, conforme previsto no C21-30. A TAB. 5.5 vislumbra essa possibilidade. TAB. 5.5 – Relação dos símbolos com a área delimitada. SÍMBOLOS UNIDADES PC ÁREA OCUPADA POR POSTO DE COMANDO FRENTE OCUPADA PELO 4º REGIMENTO DE CAVALARIA MECANIZADO ZONA DE REUNIÃO DO 28º 28 GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA. Z Reu A prática demonstra que o tamanho dos símbolos não se relaciona com a área de ocupação e também não se relaciona com o valor do efetivo da unidade. O C21-30 não estabelece padrões relativos de tamanho para o escalão da unidade. Assim, ele não determina, por exemplo, a possibilidade de que calungas representativos de unidades apresentem tamanho proporcional ao seu efetivo. Essa falta de padronização pode ocasionar problemas, pois ao se utilizar três símbolos, de tamanhos iguais, um representando um pelotão (cerca de trinta e cinco homens) e outros dois representando companhias (cerca de 66 120 homens), pondo os três lado a lado na carta, confere a impressão de uma defesa linear, porém a realidade demonstra a existência de um ponto fraco no dispositivo, representado pelo pelotão. 5.4 REPRESENTAÇÃO ANALÓGICA A representação analógica, a mais antiga forma de utilização dos calungas, se dá sobre as cartas de papel, calcos, esquemas, plantas e croquis. Embora hoje seja comum o uso de impressoras para gerar os calungas, ainda são utilizados símbolos desenhados a mão sobre pedaços de vidro, plástico ou cartão. O padrão, tamanho e qualidade são variáveis dependendo da habilidade do "artista". Os calungas podem ser coloridos ou pretos (nesse caso, é costume pintar o interior do quadrado com a cor do partido de cada opositor). Também existem variações opacas, com fundos brancos, ou transparentes, dependendo se a peça é feita de plástico transparente ou cartolina. Os tipos opacos têm a limitação de impedir a visão da carta, e com isso, dificulta estabelecer o centro do símbolo na carta. Quando este é transparente, dificulta a visão se a carta for muito colorida, por isso é comum usar linhas mais grossas na sua elaboração. Outro problema é o da representação da sobreposição de calungas, e isto, às vezes, é contornado colocando-os fora da carta e desenhando uma seta que liga o símbolo ao ponto onde está a unidade. Esse procedimento, embora resolva o problema, não é o ideal, pois além de não estar previsto pelo manual, o desejável é que os calungas estejam sobre as cartas. As FIG. 5.2 e 5.3 ilustram alguns modos de representação analógica. FIG. 5.2 - Símbolos em formato analógico dispostos na carta, elaborados sobre uma transparência com caneta hidrocor preta. 67 FIG. 5.3 – Visões estratégica e tática do Teatro de Operações. (MELLO, 2003 apud SILVA, 2006). 5.5 REPRESENTAÇÃO DIGITAL Sobre as cartas digitais, disponibilizadas pela DSG, os calungas são implementados de três formas, descritas abaixo: a) Através de Fontes True Type (TTF), que são as fontes de letras do Windows™. As fontes são instaladas no diretório windows/fonts. Um possível empecilho de geração dessas fontes é o uso de programas próprios, como o FontoGrapher™. Além disso, as fontes só permitem que cada calunga tenha uma única cor. b) Imagens Bitmap ou em outro formato (.JPG, .GIF, .PNG etc.) têm a vantagem de permitir a criação de imagens com diversas cores. Além disso, os calungas possuem a vantagem de serem produzidos em qualquer programa que criem gráficos, por exemplo, Paint™. Como desvantagem, pode-se citar a perda de definição com a alteração de escala de visualização. A FIG. 5.4 exemplifica esse caso, numa simulação no SABRE, onde há três imagens da mesma unidade em diferentes escalas. A menor perde partes da imagem e a maior começa a borrar. FIG. 5.4 – Exemplo de perda de definição com a alteração de escala de visualização (ROSA, 2007) 68 Um aspecto interessante é a possibilidade de elaborar imagens semitransparentes, conforme ilustra a FIG. 5.5. Imagens transparentes também podem ser criadas, característica adotada por SILVA (2006) na elaboração dos símbolos em seu trabalho, pois a clareza na visualização do símbolo pode ficar prejudicada com o preenchimento da cor do fundo do símbolo pela área do terreno. Este preenchimento pode ser contemplado na FIG. 5.6. FIG. 5.5 – Calungas semitransparentes (ROSA, 2007) FIG. 5.6 – Calungas transparentes com preenchimento de fundo. (SILVA, 2006). c) Scalable Vector Graphics (SVG) permite criar símbolo com a qualidade dos gráficos vetoriais, mas com a simplicidade de uso das fontes TTF. O SVG trata-se de uma linguagem XML para descrever de forma vetorial desenhos e gráficos bidimensionais. A grande diferença entre o SVG e outros formatos vetoriais é o fato de ser um formato aberto, não sendo propriedade de nenhuma empresa. Foi criado pela World Wide Web Consortium, responsável pela definição de outros padrões, como o HTML e o XHTML. Com este formato, é possível desenhar vetores com cores diferentes no mesmo arquivo e a alteração de escala não implica na perda de definição, pois a linha fica visualmente maior, mas com a mesma espessura. A próxima versão do SACI utilizará estes formatos de arquivos. O símbolo da FIG. 5.5 foi criado neste formato no software livre Inkscape. O arquivo em formato XML gerado pelo desenho do símbolo neste programa encontra-se no APÊNDICE 5. A FIG. 5.7 exibe a interface do Inkscape. 69 FIG. 5.7 – Interface do Inkscape. 70 6 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE CRIAÇÃO DE SÍMBOLOS CARTOGRÁFICOS MILITARES No presente capítulo será concretizada a elaboração dos símbolos baseada na metodologia proposta por GRANHA (2001), cujos alicerces conceituais, que são o processo de comunicação e de simbolização, foram abordados em capítulos anteriores. Resultado de sua dissertação de Mestrado, esta metodologia foi aplicada às representações de situações de impacto ambiental. Num posterior trabalho de Iniciação à Pesquisa do IME, realizado por AZEVEDO et al (2005), esta metodologia foi avaliada num contexto de simbolismos militares, e como conclusão obtida verificou-se a necessidade de adaptá-la com a particularidade do objeto em questão, ou seja, os símbolos do manual C 21-30. Embora tenha se mostrado bastante consistente e útil na orientação do processo de criação dos símbolos militares, o trabalho de AZEVEDO et al (2005) não abrangeu uma categoria de símbolos do manual. A amostra utilizada referiu-se apenas a símbolos concretos, ou seja, símbolos que permitem ser representados graficamente pela análise preliminar de imagens destes, como por exemplo, um telefone. Assim, não se vislumbrou a possibilidade de criar e testar símbolos que exprimem uma idéia abstrata, como por exemplo, os símbolos representativos de “desafio” ou “amizade”. Após avaliação da metodologia proposta por GRANHA (2001), AZEVEDO et al (2005) constatou a importância de realizar, portanto, ajustes a fim de obter uma melhor adequação para a temática de simbolização militar. Este trabalho utilizará essas adaptações, que em linhas gerais referem-se à implementação dos símbolos definitivos em ambiente digital, além de outras, que eliminam etapas consideradas desnecessárias ao referido processo de criação. A partir deste momento, será aplicada esta construção metodológica, cujos ajustes serão mencionados conforme o andamento do trabalho. Para especificar a autoria das alterações feitas na metodologia de GRANHA (2001) será adotada a seguinte legenda: * representa adaptação feita por AZEVEDO et al (2005); ** representa adaptação feita pela presente pesquisa. 71 FASE 1 – ESTUDOS PRELIMINARES ETAPA 1.a – Definição da temática A temática em questão trata da criação de símbolos cartográficos militares seguindo a metodologia proposta por GRANHA (2001) com adaptações para atender ao contexto militar. ETAPA 1.b – Delimitação da amostra Dentre os símbolos do manual C 21-30, houve uma preocupação em abordar símbolos não vislumbrados em AZEVEDO et al (2005), que avaliou apenas símbolos que exprimem uma idéia concreta, como radar, telefone, metralhadora, entre outros. Desta forma, esta pesquisa visa a avaliar símbolos que exprimem uma idéia abstrata, sejam eles representados por desenho ou por somente letras. Em virtude do volume de símbolos do manual, foi feita uma escolha, por meio de um sorteio, de dez símbolos, a saber: coleta de mortos, operações psicológicas, saúde, recreação, evacuação, construção, guerrilha, embarque e desembarque, repouso e manutenção. ETAPA 1.c – Definição do público alvo Militares envolvidos no planejamento e na execução de operações, bem como militares envolvidos em jogos de guerra. ** ETAPA 1.d – Compreensão do problema e aquisição de imagens Constitui o entendimento da temática, que basicamente corresponde ao estudo dos significados que os símbolos pretendem representar. Nesta etapa, foram selecionadas algumas imagens reais associadas aos fenômenos estudados, com o intuito de facilitar a etapa de reformulação dos símbolos. GRANHA (2001) estabeleceu esta etapa para auxiliar no processo de criação dos símbolos preliminares, pois ele considerou em seu trabalho a inexistência de símbolos que representavam sua temática ambiental. Entretanto, nesta pesquisa, os símbolos representativos desta temática militar já são existentes, os símbolos do Manual C 21-30, sobre os quais não se pode afirmar se foram elaborados com embasamento nos preceitos da Semiologia Gráfica e da Teoria Gestalt. A seguir, serão descritos os significados que cada símbolo pretende representar, assim como as 72 referidas imagens reais. a) COLETA DE MORTOS Este símbolo representa a coleta dos mortos em uma guerra, como ilustra a FIG. 6.1. Os corpos normalmente são trazidos pela viatura que leva a munição para a frente de combate. Desta forma, estes vêm nas viaturas que voltariam vazias para serem posteriormente sepultados. FIG. 6.1 – Coleta de mortos (FREEFOTO, 2007). b) OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS As operações psicológicas têm uma íntima ligação com a comunicação e a persuasão exercida entre pessoas como meio de obter êxito, sem a dominação pela força. O EB define esse fenômeno como “um conjunto de ações de qualquer natureza (políticas, econômicas, psicossociais e militares) destinadas a influir nas emoções, nas atitudes e nas opiniões de um grupo (inimigo, hostil, neutro ou amigo), com a finalidade de obter comportamentos predeterminados e favoráveis ao objetivo que se pretende atingir”. Para persuadir o emocional e a motivação do público alvo é importante conhecer as características desse grupo, como os costumes, valores e tradições bem como determinar os meios de difusão das mensagens que serão utilizadas. 73 É pertinente distinguir a ferramenta de operações psicológicas chamada de propaganda da propaganda comercial. Enquanto esta visa, basicamente, a influir na opção de compra de um produto, aquela procura influir em convicções mais profundas, tal como a decisão de abandonar a luta e render-se. Em virtude dessa crescente importância do convencimento psicológico na obtenção dos objetivos, o EB modificou sua estrutura, retirando as operações psicológicas do Sistema de Comunicação Social, criando o Sistema de Operações Psicológicas, que passou a ter o Comando de Operações Terrestres como órgão central. A FIG. 6.2 exibe imagens relacionadas a estas operações. FIG. 6.2 – Operações psicológicas (FREEFOTO, 2007). c) SAÚDE O significado pretendido passar com este termo é o que se refere a um posto médico ou a um estabelecimento que recebe doentes ou feridos para receberem tratamento médico. Portanto está diretamente ligado a hospital, enfermaria, médico, remédios, entre outros, conforme representado na FIG. 6.3. 74 FIG. 6.3 – Saúde (FREEFOTO, 2007). d) RECREAÇÃO A recreação militar está relacionada à realização de atividades prazerosas, com o intuito de distrair e entreter os militares. É o momento no qual são desviadas as atenções das preocupações para a diversão. Podem ser desde jogos esportivos até mesmo uma sessão de cinema, conforme estabelece a FIG. 6.4. Esse tipo de atividade é fundamental para que ocorra a troca da tropa que está na frente de combate por uma tropa descansada e revigorada para enfrentar o inimigo com ânimo máximo. Esta atividade é importante para aliviar o estresse de ficar em situação de combate presenciando cenas de grande impacto psicológico. FIG. 6.4 – Recreação (BOINAS VERDES, 2007; FREEFOTO, 2007). 75 e) EVACUAÇÃO Evacuação é a ação de evacuar, ou seja, deixar livre um local, esvaziar, desocupar. Num contexto militar, pode ser relacionado ao abandono de um teatro de operações, de um local de acampamento ou instalação etc. A FIG. 6.5 expõe imagens associadas a este conceito. Esse significado ganha grande vulto quando se refere à evacuação de um lugar onde foi cumprida uma missão e o inimigo está perto, ou quando se cumpre uma missão descentralizada e marca-se um local e um horário para ser feita a evacuação, por vezes até aeromóvel, dependendo do tipo de operação. FIG. 6.5 – Evacuação (FREEFOTO, 2007). f) CONSTRUÇÃO Está relacionada à montagem de infra-estrutura para a execução de operação militar. Portanto, está ligada à Engenharia no que tange a construção de pontes, edificações, transposição de barreiras, entre outros, consoante a FIG. 6.6. O EB possui A Engenharia Militar e a Arma de Engenharia. A primeira constitui-se em um Quadro cuja preocupação baseia-se principalmente no desenvolvimento e aplicabilidade de tecnologia referente aos MEM (materiais de emprego militar). Portanto, tem uma área de atuação voltada à Ciência e à Tecnologia no âmbito da Força Terrestre. A Arma de Engenharia é uma Arma de Apoio ao combate, assim como a Artilharia, ou seja, elas apóiam as Armas Base: Infantaria e Cavalaria. Tem por missão lançar campos de minas, desminagem, possibilitar travessia de 76 tropa e/ou viaturas transpondo cursos d'água, lançar obstáculos anti-carros, além de realizar missões básicas a qualquer tropa combatente (segurança, patrulha etc.). FIG. 6.6 – Construção (FREEFOTO, 2007). g) GUERRILHA Pode ser definida como um tipo de ação, realizada por guerrilheiros, que são um grupo especializado em assalto por meio de emboscadas, sabotagem e combates rápidos que se utilizam do fator surpresa para desorganizar grupos considerados regulares, como uma tropa do Exército. Utiliza-se do conhecimento do terreno de combate como uma arma eficaz para obtenção de êxito, além de não utilizar necessariamente uma linha de frente de ação. Atuam sempre em operações descentralizadas e com pouco efetivo, realizando suas ações e evacuando rapidamente o local após a conclusão. A FIG. 6.7 demonstra grupos de guerrilha. FIG. 6.7 – Guerrilha (FREEFOTO, 2007). 77 h) EMBARQUE E DESEMBARQUE O embarque compreende o local onde as tropas, com seus equipamentos e suprimentos, são embarcadas nos navios, em carros de combate, em aviões ou helicópteros. O desembarque é a fase de chegada da tropa ao destino designado. Pode estar ligado diretamente com a evacuação da tropa de um determinado local após o cumprimento de uma missão. A FIG. 6.8 exemplifica estas ações. FIG. 6.8 – Embarque e desembarque (FREEFOTO, 2007). i) REPOUSO Está relacionado ao momento de sossego da tropa, ou seja, de tranqüilidade, descanso. É fundamental para o bom prosseguimento das ações, sendo responsável pelo revigoramento da tropa e de seu moral para o combate. Além disso, o repouso é realizado em uma área que haja segurança para que os militares possam descansar sem estresse ou preocupação com o inimigo. A FIG. 6.9 mostra militares em momento de repouso. 78 FIG. 6.9 – Repouso (BOINAS VERDES, 2007; FREEFOTO, 2007). j) MANUTENÇÃO Refere-se à assistência técnica na manutenção de viaturas, armamento e equipamentos. É a região onde ficam os responsáveis por dar a continuidade dos combates e manter a tropa sempre em condições de, materialmente, cumprir todas as suas missões. Na FIG. 6.10 podese observar imagens relacionadas à manutenção. FIG. 6.10 – Manutenção (FREEFOTO, 2007). 79 * ETAPA 1.e – Criação Empírica de Símbolos Nesta fase da pesquisa, os dez símbolos empíricos não serão criados, mas selecionados do MANUAL C 21-30, a fim de serem testados, como representado na TAB. 6.1. TAB. 6.1 – Símbolos selecionados COLETA NOME DE MORTOS (a) OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS (b) SAÚDE (c) SÍMBOLO NOME SÍMBOLO ** CONSTRUÇÃO GUERRILHA (f) (g) EMBARQUE E DESEMBARQUE (h) Cnst RECREAÇÃO (d) EVACUAÇÃO (e) Rcr Ev REPOUSO MANUTENÇÃO (i) (j) Rpo ETAPA 1.f – Leitura Visual da Forma dos símbolos selecionados Conforme os preceitos da Gestalt, a percepção visual obedece a certas tendências naturais, como por exemplo, a preferência por formas simples. Com base nestas leis, nas categorias conceituais fundamentais e nas técnicas visuais aplicadas, é possível segregar, “destruir”, a forma e entender como ela é percebida. Esta etapa foi inserida objetivando realizar a leitura visual da forma dos símbolos selecionados, com exceção dos que são representados por meio de letras, à luz do sistema de GOMES FILHO (2000), para identificar se os símbolos possuem uma “boa Gestalt”, ou seja, um alto índice de pregnância da forma. COLETA DE MORTOS ( TAB. 6.1, a). Segregação: o símbolo pode ser decomposto em duas unidades principais: a barra horizontal e a barra vertical. 80 Proximidade e Semelhança: a proximidade dos elementos geométricos é responsável por promover a unificação do conjunto. Unificação: a idéia de unificação destas unidades é facilitada pelos fatores de proximidade e semelhança bem como pelo equilíbrio simétrico das unidades principais. No que se refere à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas, destacam-se a simplicidade e a superficialidade. Além disso, a harmonia visual decorre da existência de poucas unidades compositivas. Numa interpretação conclusiva da imagem, pode-se deduzir que o símbolo proporciona rápida leitura visual, caracterizando uma “boa Gestalt”. Com isso, revela-se o alto índice de pregnância da forma. OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS ( TAB. 6.1, b). Segregação: o símbolo pode ser decomposto nas seguintes unidades principais: a haste geométrica e o conjunto de traços horizontais. Proximidade e Semelhança: os traços horizontais, por serem próximos e semelhantes, tendem a ser visualizados em conjunto, facilitando a segregação do símbolo em macro unidades. Fechamento: o símbolo apresenta, além de um fechamento físico e linear, um fechamento sensorial, caracterizado pela junção das duas formas geométricas presentes na haste, ou seja, há uma tendência de estabelecer uma linha divisória formando um retângulo e um trapézio isósceles. Unificação: a idéia de unificação destas unidades é facilitada pelos fatores de proximidade e semelhança. Também pode ser mencionada a unificação de um retângulo com um trapézio isósceles na formação da haste geométrica. No tocante à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas, observa-se que o símbolo se mostra claro, simples e superficial, não oferecendo dificuldades na sua leitura visual. Portanto, a imagem apresenta um alto índice de pregnância da forma. SAÚDE ( TAB. 6.1, c) Em virtude da semelhança com o símbolo de coleta de mortos, apresenta uma leitura 81 visual da forma análoga. Com relação às categorias conceituais fundamentais, apresenta um equilíbrio perfeito das unidades compositivas que se cortam no centro geométrico de cada barra. A imagem apresenta um alto índice de pregnância da forma. GUERRILHA ( TAB. 6.1, g) Segregação: o símbolo pode ser decomposto nas seguintes unidades principais: a circunferência, o segmento de reta vertical, o “v” invertido e a haste horizontal. Esta ainda pode ser segregada em um segmento horizontal e um vertical. Proximidade e Semelhança: os traços geométricos apresentam forte semelhança entre si, contribuindo, pela proximidade, para a unificação das unidades principais acima descritas. Unificação: a idéia de unificação destas unidades baseia-se nos fatores de proximidade e semelhança. Com relação à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas, observa-se o destaque da minimidade e da superficialidade, permitindo-se atribuir um alto índice de pregnância da forma. EMBARQUE E DESEMBARQUE ( TAB. 6.1, h). Segregação: a figura pode ser decomposta em quatro unidades principais: trapézio, retângulo e dois segmentos de reta verticais. Proximidade e Semelhança: A proximidade dos segmentos de reta e do retângulo em relação ao trapézio faz com que todo o conjunto seja visto como uma unidade. Unificação: a idéia de unificação destas unidades é estabelecida pelos fatores de proximidade e semelhança. No que se refere à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas, destacam-se a simplicidade, a superficialidade e a harmonia caracterizada pela perfeita simetria do símbolo. Com isso, o alto índice de pregnância da forma é característica da forma apresentada. MANUTENÇÃO ( TAB. 6.1, j) Segregação: o símbolo se segrega em três unidades principais: a haste horizontal e os dois arcos de circunferência. 82 Proximidade e Semelhança: A proximidade dos elementos geométricos que constituem o símbolo fortalece a unificação do todo. Unificação: a idéia de unificação é verificada pelo seu equilíbrio simétrico, além dos fatores de proximidade e semelhança. A simplicidade, minimidade, harmonia, clareza e o equilíbrio são os fatores baseados nas categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas presentes no símbolo. Assim a organização visual possui alta pregnância da forma. ETAPA 1.g – Aplicação de Testes de Eficiência com símbolos selecionados O objetivo principal desta etapa foi averiguar a eficiência na comunicação visual dos símbolos selecionados no manual C 21-30, em termos de percepção visual e velocidade. Inicialmente, houve a impossibilidade de realização dos testes com o público definido na etapa 1.c, devido à incompatibilidade do cronograma da pesquisa com a disponibilidade dos militares em questão. Por isso, a pesquisa foi feita com 30 alunos do 1º ano do IME, e as situações hostis de campo foram adequadas de modo a se tornarem viáveis na execução pelos estudantes. Entretanto, no transcurso da pesquisa, tornou-se exeqüível a aplicação dos testes com 10 oficiais do IME e cinco oficiais da ECEME, público alvo definido originalmente. A FIG. 6.11 ilustra o momento da realização do teste 02 pelos alunos. Foram aplicados três testes, que se convencionou chamar de Teste de Eficiência 01 (livre de induções – Apêndice 1), Teste de Eficiência 02 (símbolos contextualizados numa operação militar – Apêndice 2) e Teste de Eficiência 03 (induzido, contendo quatro opções de escolha – Apêndice 3). Diante desta nova perspectiva, será possível também efetuar uma comparação entre os resultados obtidos pelos oficiais e pelos alunos, exceto pelo símbolo de coleta de mortos que veio a substituir o símbolo de caçador, presente nos testes realizados pelos alunos, e escolhido inicialmente de modo equivocado por não representar uma idéia abstrata. 83 FIG. 6.11 – Execução do teste 02 pelos alunos do primeiro ano do IME. Análise dos resultados e conclusões dos testes de eficiência Os resultados do teste de eficiência 01 estão exibidos em forma de gráfico de barras verticais nas FIG. 6.12 a 6.21; os resultados do teste 02 estão representados nas FIG 6.23 a 6.32 e os resultados do teste 03 compõem a FIG 6.34. Para cada símbolo testado serão representadas as respostas dadas pelos alunos (a) e pelos oficiais (b), respectivamente. Com relação ao teste 01, os resultados estão discriminados nas figuras seguintes: Resultado do teste de eficiência 01 - Coleta de mortos Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS CRUZ CEMITÉRIO IGREJA COLETA DE MORTOS 20,10% 53,30% 13,30% 13,30% FIG. 6.12(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Coleta de mortos. 84 Resultado do teste de eficiência 01 - Operações Psicológicas 100% Ocorrência 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS LANTERNA LUZ ARTILHARIA REDE ELÉTRICA OUTROS OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS 53,33% 16,67% 6,67% 6,66% 16,67% 0,00% FIG. 6.13(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Operações Psicológicas. Resultado do teste de eficiência 01 - Operações psicológicas Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS LANTERNA SUPRIMENTO RADIAÇÃO FAROL OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS 33,30% 6,68% 6,68% 26,67% 26,67% FIG. 6.13(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Operações Psicológicas. 85 Resultado do teste de eficiência 01 - Saúde 100% Ocorrência 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS CRUZAMENTO CRUZ OUTROS SAÚDE 40,00% 13,33% 40,00% 6,67% FIG. 6.14(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Saúde. Resultado do teste de eficiência 01 - Saúde Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS CRUZAMENTO PONTO COTADO SAÚDE 53,30% 40,00% 6,70% FIG. 6.14(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Saúde. 86 Resultado do teste de eficiência 01 - Recreação Rcr Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS RECRUTAMENTO OUTROS RECREAÇÃO 46,67% 30,00% 23,33% FIG. 6.15(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Recreação. Resultado do teste de eficiência 01 - Recreação Rcr Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS RECRUTA MATERIAL RECUPERADO RECREAÇÃO 53,30% 26,67% 20,03% FIG. 6.15(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Recreação. 87 Ev Resultado do teste de eficiência 01 - Evacuação Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS EVENTO OUTROS EVACUAÇÃO 13,33% 70% 16,67% FIG. 6.16(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Evacuação. Resultado do teste de eficiência 01 - Evacuação Ev Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS EFETIVO VARIÁVEL EVACUAÇÃO 20,00% 80,00% FIG. 6.16(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Evacuação. 88 Resultado do teste de eficiência 01 - Construção Cnst Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS CONSTANTE CONSTRUÇÃO 56,67% 43,33% FIG. 6.17(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Construção. Resultado do teste de eficiência 01 - Construção Cnst Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% CONSTRUÇÃO 100,00% RESPOSTA FIG. 6.17(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Construção. 89 Resultado do teste de eficiência 01 - Guerrilha Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% INIMIGO TRABALHADOR OUTROS GUERRILHA 10,00% 10,00% 76,67% 3,33% RESPOSTAS FIG. 6.18(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Guerrilha. Resultado do teste de eficiência 01 - Guerrilha Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESP OSTA S HOM EM À ESQUERDA P ESSOA L INIM IGO M ILÍCIA TROP A CA ÇA DORES B A LIZA M ENTO GUERRILHA 6,70% 6,70% 33,30% 6,70% 13,30% 13,30% 6,70% 13,30% FIG. 6.18(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Guerrilha. 90 Resultado do teste de eficiência 01 - Embarque e desembarque 100% Ocorrência 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS NAVIO BARCO OUTROS EMBARQUE E DESEMBARQUE 20,00% 13,33% 66,67% 0,00% FIG. 6.19(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Embarque e Desembarque. Resultado do teste de eficiência 01 - Embarque e desembarque Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS BARCO PORTO EMBARCAÇÃO EMBARQUE E DESEMBARQUE 33,33% 26,67% 20,00% 20,00% FIG. 6.19(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Embarque e Desembarque. 91 Resultado do teste de eficiência 01 - Repouso Rpo Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS REPOSIÇÃO RÁPIDO OUTROS REPOUSO 30,00% 10,00% 60,00% 0,00% FIG. 6.20(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Repouso. Resultado do teste de eficiência 01 - Repouso Rpo Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS REUNIÃO PRÓXIMO AO OBJETIVO REAGRUPAMENTO REPOUSO 60,00% 26,67% 13,33% FIG. 6.20(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Repouso. 92 Resultado do teste de eficiência 01 - Manutenção 100% Ocorrência 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS FERRAMENTA OUTROS MANUTENÇÃO 13,33% 73,34% 13,33% FIG. 6.21(a) – Resultado do teste de eficiência 01 – Manutenção. Resultado do teste de eficiência 01 - Manutenção Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS PONTE MATERIAL BÉLICO OFICINA MANUTENÇÃO 20,03% 6,67% 13,30% 60,00% FIG. 6.21(b) – Resultado do teste de eficiência 01 – Manutenção. Análise dos testes realizados pelos alunos De acordo com os percentuais obtidos nos testes realizados pelos alunos, a categoria explicitada no gráfico como “outros” apresentava respostas bastante diversificadas, que isoladamente não representavam nem 1% do total. Essa categoria mostrou-se bastante expressiva na maioria dos testes, o que demonstra a possibilidade de inúmeras associações de significados a um mesmo símbolo testado. Em alguns casos, as respostas obtidas nem sequer fizeram menção ao símbolo em teste, como foi o caso dos símbolos: operações psicológicas, embarque e desembarque e repouso, com percentuais de 0,00% de acerto, necessitando uma atenção maior em sua reformulação. 93 No caso do símbolo de construção, apenas duas respostas distintas foram dadas: constante e o próprio símbolo de construção, o que pode ser um indicativo de que o símbolo se aproxima de um significado monossêmico, apesar de a significação errada ter obtido uma porcentagem maior: 56,67%. Embora tenha sido exposto aos alunos de que os símbolos em teste pertenciam ao Manual C 21-30, algumas respostas obtidas fugiam completamente da temática na qual os símbolos estão inseridos, ou seja, um contexto militar. Isto se deve, em grande parte, ao completo desconhecimento do Manual por parte dos alunos. Assim, algumas respostas incoerentes como estrutura de cadeia carbônica, evangelho, cantor, raposa e cabideiro para representar, respectivamente, saúde, evacuação, guerrilha, repouso e manutenção foram obtidas, demonstrando assim a importância de realizar este teste com militares que realmente estejam envolvidos no planejamento e execução de operações militares. Análise dos testes realizados pelos oficiais Com relação ao símbolo de coleta de mortos, este obteve o menor índice de acertos (13,30%), pois os oficiais tenderam a associá-lo a idéias concretas, tais como cruz, igreja e cemitério, tendo este último o maior percentual de respostas (53,30%). Analogamente, os oficiais associaram o símbolo de embarque e desembarque a noções concretas, como barco, embarcação e porto; assim como ocorreu no símbolo de operações psicológicas, onde as respostas aludiam a farol e lanterna. Os símbolos de manutenção, evacuação e construção destacaram-se pelo alto índice de acerto, tendo este último obtido 100,00% de respostas corretas. As respostas dadas para saúde, recreação e repouso tiveram baixo percentual de acerto, 6,70% , 20,03% e 13,33%, respectivamente. Vale ressaltar que guerrilha obteve a maior diversidade de respostas, oito no total, sendo 13,30% o somatório de respostas certas. 94 Comparação entre os testes realizados pelos alunos pelos oficiais Índice de acerto no teste de eficiência 01 realizado pelos alunos Interpretação correta 100% 90% COLETA DE MORTOS (NÃO VERIFICADO) 80% OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS 70% SAÚDE 60% RECREAÇÃO EVACUAÇÃO 43% 50% CONSTRUÇÃO 40% 23% 30% 20% 10% Não verificado 0% 0% GUERRILHA 17% 13% 12% 7% 3% 0% 0% EMBARQUE E DESEMBARQUE REPOUSO MANUTENÇÃO MÉDIA GERAL DE ACERTOS Símbolos militares FIG. 6.22(a) – Índice de acertos do teste de eficiência 01. Índice de acerto no teste de eficiência 01 realizado pelos oficiais 100% 100% COLETA DE MORTOS Interpretação correta 90% 80% 80% OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS SAÚDE 70% 60% 60% RECREAÇÃO EVACUAÇÃO 50% 40% 27% 30% 20% 10% 35% 13% 20% 7% 13% 20% CONSTRUÇÃO GUERRILHA 13% EMBARQUE E DESEMBARQUE REPOUSO MANUTENÇÃO 0% Símbolos militares MÉDIA GERAL DE ACERTOS FIG. 6.22(b) – Índice de acertos do teste de eficiência 01. Os gráficos da FIG. 6.22 exibem os índices de acerto no teste 01, sendo (a) no realizado pelos alunos e (b) pelos oficiais. A média geral de acertos dos oficiais foi maior que a dos alunos em 23,00%, destacandose os símbolos de construção, evacuação, manutenção e operações psicológicas, superiores em 57,00%, 63,00%, 47,00% e 27,00%, respectivamente. Em contrapartida, recreação obteve um percentual 3,00% maior por parte dos alunos e saúde atingiu um percentual igual nos dois grupos de executores do teste. Sobre o segundo teste, ou seja, o teste com os símbolos dentre de uma operação militar, 95 foram obtidos os seguinte resultados: Resultado do teste de eficiência 02 – Coleta de mortos Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS IGREJA CEMITÉRIO COLETA DE MORTOS 20,00% 60,00% 20,00% FIG. 6.23(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Coleta de mortos. 96 Resultado do teste de eficiência 02 - Operações Psicológicas Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS LANTERNA LUZ ARTILHARIA OUTROS OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS 26,67% 16,67% 13,33% 43,33% 0,00% FIG. 6.24(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Operações Psicológicas. Resultado do teste de eficiência 02 – Operações Psicológicas Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS FAROL RADIAÇÃO SUPRIMENTO 20,00% 13,33% 6,66% ÁREA ILUMINADA SU INFANTARIA 20,00% 33,35% OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS 6,66% FIG. 6.24(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Operações Psicológicas. 97 Resultado do teste de eficiência 02 - Saúde 100% Ocorrência 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS POSTO MÉDICO CRUZAMENTO OUTROS SAÚDE 26,67% 16,67% 23,33% 33,33% FIG. 6.25(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Saúde. Resultado do teste de eficiência 02 – Saúde Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS CRUZAMENTO PONTO COTADO SAÚDE 40,00% 6,66% 53,34% FIG. 6.25(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Saúde. 98 Resultado do teste de eficiência 02 - Recreação Rcr 100% Ocorrência 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS RECRUTAMENTO OUTROS RECREAÇÃO 40,00% 60,00% 0,00% FIG. 6.26(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Recreação. Resultado do teste de eficiência 02 – Recreação Rcr Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS RECRUTA MATERIAL RECUPERADO RECREAÇÃO 46,67% 20,00% 33,33% FIG. 6.26(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Recreação. 99 Resultado do teste de eficiência 02 - Evacuação Ev 100% Ocorrência 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS ESTACIONAMENTO DE VIATURAS OUTROS EVACUAÇÃO 16,67% 63,33% 20,00% FIG. 6.27(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Evacuação. Resultado do teste de eficiência 02 - Evacuação Ev Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% EVACUAÇÃO 100,00% RESPOSTA FIG. 6.27(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Evacuação. 100 Resultado do teste de eficiência 02 - Construção Cnst 100% Ocorrência 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS CONSTANTE OUTROS CONSTRUÇÃO 6,67% 6,66% 86,67% FIG. 6.28(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Construção. Resultado do teste de eficiência 02 - Construção Cnst Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% CONSTRUÇÃO 100,00% RESPOSTA FIG. 6.28(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Construção. 101 Resultado do teste de eficiência 02 - Guerrilha 100% Ocorrência 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS INIMIGO INFANTARIA OUTROS GUERRILHA 16,67% 6,67% 76,67% 0,00% FIG. 6.29(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Guerrilha. Resultado do teste de eficiência 02 – Guerrilha Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS INIMIGO CAÇADORES TROPA OUTROS GUERRILHA 33,34% 13,33% 13,33% 26,67% 13,33% FIG. 6.29(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Guerrilha. 102 Resultado do teste de eficiência 02 - Embarque e desembarque Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS EMBARCAÇÃO PORTO OUTROS EMBARQUE E DESEMBARQUE 26,67% 20,00% 53,33% 0,00% FIG. 6.30(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Embarque e Desembarque. Resultado do teste de eficiência 02 - Embarque e desembarque Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS BARCO EMBARCAÇÃO PORTO CONSTRUÇÃO EMBARQUE EMBARQUE E DESEMBARQUE 26,67% 33,33% 13,33% 6,67% 6,67% 13,33% FIG. 6.30(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Embarque e Desembarque. 103 Resultado do teste de eficiência 02 - Repouso Rpo Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS REPOSIÇÃO RÁPIDO OUTROS REPOUSO 30,00% 10,00% 60,00% 0,00% FIG. 6.31(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Repouso. Resultado do teste de eficiência 02 – Repouso Rpo Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTA REUNIÃO PRÓXIMO AO OBJETIVO MATERIAL DE REPOSIÇÃO REAGRUPAMENTO REPOUSO 46,67% 6,66% 13,33% 33,34% FIG. 6.31(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Repouso. 104 Resultado do teste de eficiência 02 - Manutenção 100% Ocorrência 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS ARMAMENTO OUTROS MANUTENÇÃO 10,00% 73,33% 16,67% FIG. 6.32(a) – Resultado do teste de eficiência 02 – Manutenção. Resultado do teste de eficiência 02 – Manutenção Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS PONTE MATERIAL BÉLICO MANUTENÇÃO 20,00% 6,66% 73,34% FIG. 6.32(b) – Resultado do teste de eficiência 02 – Manutenção. Análise dos testes realizados pelos alunos Os resultados obtidos com este teste foram similares ao primeiro. Os percentuais nulos de ocorrência foram para operações psicológicas, embarque e desembarque e guerrilha. A categoria outros também foi expressiva na maioria dos símbolos testados, destacandose o teste para guerrilha, onde o percentual atingindo por essa categoria foi de 76,67%, exibindo, assim, uma grande diversidade de respostas para este símbolo. Ao contrário do primeiro teste, o símbolo de construção teve um nível de acerto elevado, 86,67%, levando, a um percentual menor, a resposta “constante”, que foi representativa no primeiro teste. 105 O símbolo de saúde teve uma significativa melhoria de associação, passando de 6,67% para 33,33%, enquanto recreação passou de um percentual de 30% para um nível de acerto de 0%, reduzindo, dessa forma, a sua percepção. Outros símbolos também tiveram um aumento no nível de acerto com relação ao teste 01, como evacuação que passou de 16,67% para 20% e manutenção, passando de 13,33% para 16,67%. Análise dos testes realizados pelos oficiais Construção continuou com 100,00% de acerto, e evacuação passou a ter este mesmo percentual de respostas corretas. Os símbolos de saúde, repouso, manutenção e recreação aumentaram o nível de acerto em 46,64%, 20,01% , 13,34% e 13,30%. Em embarque e desembarque, surgiu uma resposta indicativa de ação, referida ao ato de embarcar. Guerrilha continuou com o mesmo índice de representatividade (13,33%). Embora o símbolo de mortos tenha aumentado em 6,70%, a associação a significados concretos persistiu, sendo cemitério a resposta mais mencionada, assim como no teste 01. Houve uma queda na representatividade do símbolo de operações psicológicas em 20,00%. Comparação entre os testes realizados pelos alunos pelos oficiais Os gráficos da FIG. 6.33 exibem os índices de acerto no teste 02, sendo (a) no realizado pelos alunos e (b) pelos oficiais. 106 Índice de acerto no teste de eficiência 02 realizado pelos alunos 100% 87% Interpretação correta 90% COLETA DE MORTOS (NÃO VERIFICADO) 80% OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS 70% SAÚDE 60% RECREAÇÃO EVACUAÇÃO 50% 40% CONSTRUÇÃO 33% GUERRILHA 30% 20% 17% 20% 10% 0% Não verificado 17% EMBARQUE E DESEMBARQUE REPOUSO 0% 0% 0% 0% MANUTENÇÃO 0% MÉDIA GERAL DE ACERTOS Símbolos militares FIG. 6.33(a) – Índice de acerto no teste de eficiência 02. Índice de acerto no teste de eficiência 02 realizado pelos oficiais 100% 100% 100% COLETA DE MORTOS Interpretação correta 90% OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS 73% 80% SAÚDE 70% RECREAÇÃO 53% 60% 45% 50% 33% 40% 30% 20% 10% 20% 7% 33% 13% 13% EVACUAÇÃO CONSTRUÇÃO GUERRILHA EMBARQUE E DESEMBARQUE REPOUSO MANUTENÇÃO 0% Símbolos militares MÉDIA GERAL DE ACERTOS FIG. 6.33(b) – Índice de acerto no teste de eficiência 02. A média geral de acertos dos oficiais foi maior que a dos alunos em 28,00%, destacandose os símbolos de evacuação, manutenção e repouso, superiores em 80,00%, 56,00% e 33,00%, respectivamente. Convém destacar que os oficiais, ao contrário dos alunos, apresentaram níveis de acerto maior que 0,00% em todos os símbolos testados. Para o teste 03, os resultados encontram-se expostos nas FIG. 6.34. 107 Teste de eficiência 03 Porcentagem de acertos 100,00% 96,67% 100% 96,67% COLETA DE MORTOS 90% OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS 80% SAÚDE 70% 60% 53,67% 46,67% 44,67% 50% 54,00% GUERRILHA 30% EMBARQUE E DESEMBARQUE 20% 10% EVACUAÇÃO CONSTRUÇÃO 36,67% 40% RECREAÇÃO Não 3,33% Realizado REPOUSO 10,00% MANUTENÇÃO 0% MÉDIA GERAL DE ACERTOS Símbolos militares FIG. 6.34(a) – Resultado do teste de eficiência 03. Teste de eficiência 03 100,00% Porcentagem de acertos 100% 86,67% 90% 80% COLETA DE MORTOS 73,34% OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS 73,34% 66,67% 70% 60,00% 59,00% 60% 46,67% 50% 40% 30% SAÚDE RECREAÇÃO EVACUAÇÃO CONSTRUÇÃO 33,33% GUERRILHA 26,67% 20,00% 20% EMBARQUE E DESEMBARQUE REPOUSO 10% MANUTENÇÃO 0% MÉDIA GERAL DE ACERTOS Símbolos militares FIG. 6.34(b) – Resultado do teste de eficiência 03. Análise dos testes realizados pelos alunos Três símbolos se destacaram pelo resultado positivo obtido: saúde, embarque e desembarque e construção, sendo este último atingindo 100% de acerto. Outros continuaram com uma baixa representatividade, a exemplo de operações psicológicas e recreação, que deverão ser analisados com cautela na etapa de reformulação. 108 Análise dos testes realizados pelos oficiais Os símbolos de construção, embarque e desembarque, evacuação e operações psicológicas obtiveram um nível de representatividade alto. Todavia, repouso teve uma queda de 13,34% em relação ao teste 02. Comparação entre os testes realizados pelos alunos e pelos oficiais A média geral de acertos dos oficiais superou a dos alunos em apenas 5,00%. Estes obtiveram resultados superiores em 23,33%, 3,34%, 23,33% e 33,67% para os símbolos de saúde, guerrilha, embarque e desembarque e repouso, respectivamente. Todavia, operações psicológicas (43,34%), recreação (50,00%), evacuação (42,00%) e manutenção (20,00%) foram superados nestes percentuais pelos oficiais. O símbolo de construção apresentou 100,00% de eficiência para ambos os grupos. Comparação entre os índices de acerto nos testes aplicados aos alunos 12% TESTE 01 17% TESTE 02 - Com a contextualização militar 54% TESTE 03 - Com opções 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% FIG. 6.35(a) – Comparação entre os índices de acertos nos testes. 109 100% Comparação entre os índices de acerto nos testes aplicados aos oficiais 35% TESTE 01 45% TESTE 02 - Com a contextualização militar 59% TESTE 03 - Com opções 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% FIG. 6.35(b) – Comparação entre os índices de acertos nos testes. Os gráficos das FIG. 6.35 demonstram a importância da aplicação do teste 02 com oficiais, por terem conhecimento e prática na simulação de operações militares, nas quais os símbolos estão sempre inseridos. No que se refere à velocidade de execução, os oficiais consumiram em todos os testes um tempo menor que os alunos, em especial o teste 02, no qual os alunos empregaram 3,8 minutos a mais. Isto ratifica a relevância dos conhecimentos militares previamente adquiridos na execução deste tipo de teste. A FIG. 6.36 exibe estes resultados. Tempo médio de execução dos testes 1,6 TESTE 01 4,9 2,8 TESTE 02 6,6 OFICIAIS ALUNOS 1,3 1,7 TESTE 03 0 2 4 6 8 10 Tempo (minutos) FIG. 6.36 – Comparação entre os tempos de execução dos testes. 110 FASE 2 – FASE DE CRIAÇÃO ETAPA 2.a – Brainstorming Esta etapa auxilia a elaboração dos símbolos. Consiste em coletar imagens reais associadas às idéias que os símbolos pretendem transmitir. Além disso, realizou-se um exercício (Exercício 01), no qual os militares deveriam desenhar o que presumiam ser o símbolo mais adequado. O modelo deste exercício é apresentado no apêndice 04. ETAPA 2.b – Processo de criação Baseando-se nos desenhos do Exercício 01, nas imagens adquiridas e nos resultados dos Testes de Eficiência, procedeu-se à criação dos símbolos preliminares. Neste processo, foram utilizados os conceitos de leitura visual da forma estabelecidos por GOMES FILHO (2000), enfatizando as seguintes categorias: clareza, simplicidade, minimidade e superficialidade, objetivando atingir uma melhor organização visual, em termos de facilidade de compreensão e rapidez de leitura ou interpretação. Outrossim, houve uma preocupação em evitar a propagação das imperfeições constatadas nos resultados dos testes da Fase 1, principalmente no tocante à associação errônea de significados. ETAPA 2.c – Seleção das melhores representações preliminares Depois de analisados os diferentes resultados obtidos no processo de criação dos símbolos, efetuou-se um aprimoramento dos exemplares selecionados, visando a sua futura finalização. ETAPA 2.d – Finalização do processo criativo Como resultado do processo de elaboração, chegou-se aos símbolos representados na TAB. 6.2. 111 TAB. 6.2 – Símbolos preliminares COLETA NOME DE MORTOS (a) OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS (b) CONSTRUÇÃO GUERRILHA (f) (g) SAÚDE (c) RECREAÇÃO (d) EVACUAÇÃO (e) REPOUSO MANUTENÇÃO (i) (j) SÍMBOLO NOME EMBARQUE E DESEMBARQUE (h) SÍMBOLO ETAPA 2.e – Leitura Visual da forma dos símbolos Procedeu-se a leitura visual da forma dos símbolos criados, de forma análoga à realizada com os símbolos na Etapa 1.f. COLETA DE MORTOS ( TAB. 6.2, a). Segregação: o símbolo pode ser decomposto nas seguintes unidades principais: retângulo, círculos, boléia e caixão. Este ainda pode ser segregado em hexágono e cruz. Esta pode ser dividida em duas barras. Unificação: este princípio está representado pelos fatores de proximidade e equilíbrio entre as unidades básicas da figura. Fechamento: Existe um contorno bem definido na figura. Também pode ser identificado um fechamento sensorial do retângulo na roda traseira. No que se refere à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas, destacam-se a simplicidade e a superficialidade. Numa interpretação conclusiva da imagem, pode-se deduzir que o símbolo proporciona rápida leitura visual, caracterizando uma “boa Gestalt”. Com isso, revela-se o alto índice de 112 pregnância da forma. OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS ( TAB. 6.2, b). Segregação: o símbolo pode ser decomposto nas seguintes unidades principais: dois bonecos e um retângulo, que representa um papel com inscrições. Fechamento: a figura apresenta um contorno bem determinado que delimita cada unidade principal. Semelhança: fica evidenciada pelo contorno dos bonecos. Unificação: a idéia de unificação destas unidades é facilitada pelos fatores de proximidade entre as pessoas, cujo elo é dado pelo retângulo. Continuidade: A repetição ordenada dos objetos contidos no papel gera um efeito de boa continuidade. No tocante à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas, observa-se que o símbolo se mostra claro, simples e superficial, não oferecendo dificuldades na sua leitura visual. Portanto, a imagem apresenta um alto índice de pregnância da forma. SAÚDE ( TAB. 6.2, c) Segregação: apresenta apenas uma unidade principal, que é a própria figura. Fechamento: ocorre um fechamento sensorial que segregam a unidade principal em dois retângulos, um vertical e outro horizontal. Com relação às categorias conceituais fundamentais, apresenta um equilíbrio perfeito da unidade compositiva. A imagem apresenta um alto índice de pregnância da forma. RECREAÇÃO ( TAB. 6.2, d) Segregação: a figura pode ser segregada em um círculo, representativo de uma bola, e um boneco. Esta ainda pode ser decomposta em cabeça, braços, tronco e pernas. Unificação: favorecida pelos fatores de proximidade entre as unidades acima detalhadas que faz com que as percebamos como um todo, um conjunto. Fechamento: a figura apresenta um contorno definido. A minimidade, simplicidade, clareza e superficialidade conferem à figura um alto índice de pregnância da forma. 113 EVACUAÇÃO ( TAB. 6.2, e). Segregação: pode ser segregada em estrada e pessoa. A estrada, por sua vez, se divide em duas restas contínuas e uma reta tracejada. Continuidade: a reta tracejada provoca uma sensação de continuidade. Fechamento: a figura do homem apresenta um contorno físico que o delimita. O símbolo apresenta um alto índice de pregnância da forma, pelas mesmas razões apresentadas no símbolo de recreação. CONSTRUÇÃO ( TAB. 6.2, f) Segregação: há três unidades principais: muro, carro de mão e homem. O muro pode ser divido em tijolos, o carro de mão em roda e parte superior, e o homem pode ser divido em chapéu e corpo. Unificação: a repetição ordenada dos tijolos, assim como o carro de mão e o homem, causam um efeito de continuidade. O equilíbrio entre as unidades compositivas do símbolo otimiza a leitura visual da forma, proporcionando um alto índice de pregnância da forma. GUERRILHA ( TAB. 6.2, g) Segregação: o símbolo pode ser segregado em três unidades principais: os olhos, nariz e capuz. Os olhos podem ser decompostos em sobrancelha e globo ocular. Proximidade e Semelhança: os traços geométricos apresentam forte semelhança entre si, contribuindo, pela proximidade, para a unificação das unidades principais acima descritas. Unificação: a idéia de unificação baseia-se no fator de proximidade dos olhos e do nariz, que tendem a ser visualizados em conjunto, compondo a parte visível do rosto. Fechamento: percebe-se o contorno visível do rosto pelo fechamento provocado pelo contorno do capuz. Com relação à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas, observa-se o destaque da minimidade e da superficialidade, permitindo-se atribuir um alto índice de pregnância da forma. EMBARQUE E DESEMBARQUE ( TAB. 6.2, h). Segregação: a figura pode ser decomposta em quatro unidades principais: barco, escada e 114 duas setas. O barco ainda pode ser segregado em subunidades: base, mastro e bandeira. Continuidade: pode ser vislumbrada pela repetição dos degraus, que compõe a escada que dá acesso ao barco. Unificação: a idéia de unificação destas unidades é estabelecida pelos fatores de proximidade e semelhança. No que se refere à leitura visual do objeto, com base nas categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas, destacam-se a simplicidade e a superficialidade do símbolo. Com isso, o alto índice de pregnância da forma é característica da forma apresentada. REPOUSO ( TAB. 6.2, i). Segregação: o símbolo pode ser segregado em duas unidades principais: o boneco deitado e as letras “z”. O boneco pode ainda ser dividido em cabeça, braço, tronco e pernas. Continuidade: a repetição dos “z” está organizada de forma a se obter um efeito de continuidade. Fechamento: embora os braços não estejam cruzados, há um fechamento sensorial dos braços sob a cabeça. A facilidade de decomposição em unidades, de leitura e interpretação conferem à imagem um alto índice de pregnância da forma. MANUTENÇÃO ( TAB. 6.2, j) Segregação: o símbolo se segrega em três unidades principais: circunferência, martelo e chave-de-boca. Unificação: a proximidade entre o martelo e a chave-de-boca favorecem a idéia de unificação, provocando a sensação de junção entre as ferramentas. Fechamento: o círculo que circunscreve as duas ferramentas serve de fechamento, de contorno destas. A simplicidade, minimidade, harmonia, clareza e o equilíbrio são os fatores baseados nas categorias conceituais fundamentais e técnicas visuais aplicadas presentes no símbolo. Assim a organização visual possui alta pregnância da forma. 115 FASE 3 – FASE DE TESTES (Feedback) ** ETAPA 3.a – Aplicação do teste de eficiência 04 com os símbolos preliminares Elaborou-se o Teste de Eficiência 04 com símbolos preliminares nos moldes do teste 02. O objetivo principal deste teste foi verificar a eficiência na comunicação visual dos símbolos preliminares construídos seguindo a metodologia proposta por GRANHA (2001). Este teste foi aplicado a 15 oficiais, sendo 10 pertencentes ao IME e 5 à ECEME. ETAPA 3.b – Análise dos resultados do teste de eficiência 02 Os resultados obtidos encontram-se nas FIG. 6.37 a FIG. 6.42. Resultado do teste de eficiência 04 - Operações psicológicas Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% PRISIONEIRO INIMIGO OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS 6,97% 73,00% 20,03% RESPOSTAS FIG. 6.37 – Resultado do teste de eficiência 04 – Operações psicológicas Resultado do teste de eficiência 04 - Evacuação Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS MOVIMENTO DE TROPA ESTRADA TRAVESSIA EVASÃO EVACUAÇÃO 6,80% 53,30% 13,30% 13,30% 13,30% FIG. 6.38 – Resultado do teste de eficiência 04 – Evacuação 116 Resultado do teste de eficiência 04 - Guerrilha Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS FORÇAS ESPECIAIS INIMIGO HOMENS CAMUFLADOS GUERRILHA 6,65% 20,03% 66,67% 6,65% FIG. 6.39 – Resultado do teste de eficiência 04 – Guerrilha Resultado do teste de eficiência 04 - Embarque e desembarque Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS PORTO BARCO TRANSPORTE FLUVIAL EMBARQUE E DESEMBARQUE 6,70% 6,70% 13,30% 73,30% FIG. 6.40 – Resultado do teste de eficiência 04 – Embarque e desembarque Resultado do teste de eficiência 04 - Repouso Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS LAZER REPOUSO 13,33% 86,67% FIG. 6.41 – Resultado do teste de eficiência 04 – Repouso 117 Resultado do teste de eficiência 04 - Símbolos com 100% de acerto Ocorrência 100% 80% 60% 40% 20% 0% RESPOSTAS COLETA DE MORTOS SAÚDE RECREAÇÃO CONSTRUÇÃO MANUTENÇÃO 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% 100,00% FIG. 6.42 – Resultado do teste de eficiência 04 – Símbolos com 100% de acerto. De acordo com os percentuais apresentados, nota-se que os símbolos de coleta de mortos, saúde, recreação, construção e manutenção, elaborados com base na metodologia correspondiam ao seu verdadeiro significado para os interpelados, alcançando 100,00% de acerto. Embora não tenham atingindo um nível de 100,00%, os símbolos embarque e desembarque, repouso e operações psicológicas apresentaram um aumento no índice de acerto de 59,97%, 53,33% e 13,36%, respectivamente. Por fim, 2 símbolos não alcançaram uma melhoria na identificação dos mesmos. Evacuação obteve uma queda de 86,70% e guerrilha, uma redução de 6,68%. De um modo geral, os resultados positivos deste teste demonstram a efetiva melhora na percepção correta da maioria dos símbolos apresentados, evidenciando a eficácia da criação de símbolos baseada na Semiologia Gráfica aliada aos preceitos da Psicologia Perceptual da Forma (Gestalt). No que se refere ao tempo de execução, o teste 04 apresentou melhores resultados quando comparados ao teste 02, conforme se verifica na FIG. 6.43. 118 Tempo de execução nos testes 02 e 04 179 TESTE 02 125 TESTE 04 0 50 100 150 200 Segundos FIG. 6.43 – Comparação entre os tempos de execução dos testes 02 e 04 pelos oficiais. FASE 4 – FASE DE FINALIZAÇÃO ETAPA 4.b – Finalização dos símbolos cartográficos (refinamento) Com base na análise dos resultados do Teste de Eficiência 04, conclui-se que os símbolos preliminares que atendem satisfatoriamente às expectativas no que tange à representação visual dos objetos correspondentes são coleta de mortos, saúde, recreação, construção, manutenção e repouso. O critério adotado foi o perfilhado por GRANHA (2001), que preconizava um percentual mínimo de acerto de 80,00% para que o símbolo fosse considerado eficiente. Todavia, GRANHA (2001) afirma que este critério foi criado “de maneira empírica, ou seja, sem caráter científico.”. Portanto, este trabalho também considerará o símbolo de embarque e desembarque eficiente, que atingiu 73,30%, pois as demais respostas, além de terem o mesmo campo semântico, representavam apenas 26,70% do total de respostas dadas. Com relação ao símbolo de evacuação, o teste 04, além de não manter os 100,00% de acertos obtidos no teste 02, sofreu uma queda expressiva de 86,70%, portanto, recomenda-se conservar a sua representação original. Os símbolos de guerrilha e operações psicológicas não apresentaram melhoras significativas ao nível de serem adotados como definitivos. Desta forma, pode-se admitir a finalização do processo criativo, tendo como produto final os símbolos propostos mostrados na TAB. 6.3 comparados com os símbolos selecionados do MANUAL DE CAMPANHA C 21-30. 119 NOME TAB. 6.3 – Símbolos propostos SÍMBOLO DO MANUAL SÍMBOLO PROPOSTO COLETA DE MORTOS CONSTRUÇÃO Cnst SAÚDE RECREAÇÃO Rcr REPOUSO Rpo MANUTENÇÃO EMBARQUE E DESEMBARQUE 120 ETAPA 4.c – Adequação dos símbolos às escalas cartográficas e implementação em ambiente digital. Esta etapa refere-se à utilização do software livre Inkscape 0.45 na confecção dos símbolos em ambiente digital. A escolha deste programa se deve ao fato de ele criar figuras em formato vetorial, o que permite alteração da escala das mesmas sem perda de definição das imagens, conforme análise realizada no item 6 do capítulo 5. Após a elaboração dos símbolos definitivos neste software, é importante sua adequação às escalas cartográficas. Um símbolo com formato quadrado de 5 mm, conforme FIG. 6.44, representa uma área de aproximadamente 15.625m2 e 62.500m2 em cartas com escalas de 1:25.000 e 1:50.000, respectivamente, sendo ambas as cartas mais comumente empregadas nas operações militares. 5mm 5mm FIG. 6.44 – Símbolo criado no Inkscape e suas dimensões. No emprego dos símbolos com as dimensões supracitadas, a área real poderá ser menor que a área representada, o que poderia ser sanado diminuindo-se ainda mais os símbolos. Todavia esta redução de escala tem como fator limitante a visão humana, que poderá impedir não só visualização como também a percepção e a identificação do significado dos símbolos. 121 7 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 7.1 CONCLUSÕES 1. Com relação ao Manual C 21-30, pela bibliografia disponível, não se pode afirmar com exatidão a sua origem. Entretanto, pode-se inferir que há indícios de que os símbolos tenham sofrido influência norte-americana e também da Missão Austríaca; 2. No que diz respeito aos símbolos militares, o Manual C 21-30 não apresenta regras para o estabelecimento do tamanho dos símbolos em virtude do tipo de unidade que representam; 3. No tocante à utilização de símbolos em plataformas digitais, ficou evidenciada a importância de usar formato de imagens que mantenham sua forma e integridade após a alteração de escalas. Neste caso, adotou-se a criação dos símbolos em formato SVG através do software Inkscape; 4. O Inkscape, assim como outros programas que possuem ferramentas de desenho, depende, de certa forma, das habilidades do manipulador; 5. Deve haver uma integração entre os programadores com profissionais da área da Engenharia Cartográfica na criação dos sistemas computacionais de visualização do Teatro de Operações militares, para que não haja erros teórico-conceituais como os visualizados na FIG. 4.8; 6. Após analisar as teorias de comunicação, da Semiologia Gráfica e Gestalt, verificouse a importância destas no processo de leitura visual de imagens, pois fornecem parâmetros para a construção de símbolos com “boa gestalt”; 7. O sistema de leitura visual da forma torna-se mais proveitoso em imagens complexas, onde é possível empregar boa parte das categorias do sistema perfilhado por GOMES FILHO (2000). Com relação à otimização da metodologia de construção de símbolos militares, verificouse o seguinte: 1. Ao se utilizar símbolos que exprimem uma idéia abstrata, notou-se que as pessoas tendiam a “concretizá-los”, por exemplo, associando a ação de embarque e desembarque a barco, embarcação, porto, ou seja, a coisas materiais, corpóreas; 122 2. A inclusão da etapa de aplicação dos testes aos militares realmente envolvidos no planejamento e execução de operações militares, trouxe um aumento na porcentagem de acerto, quando comparado aos alunos, afinal eles tinham uma vivência nas operações militares; 3. No que concerne à velocidade, os alunos despenderam mais tempo para entender o contexto da operação militar e associar os nomes aos símbolos; 4. Para uma comparação mais adequada, seria necessário contar com um número maior de participantes nos testes da fase 1 com os oficiais, pois houve uma discrepância entre a quantidade destes (15) e a dos alunos (30); 5. A simulação de condições de hostilidade típicas de ambientes de combate, inviabilizada neste trabalho, poderia gerar resultados diferentes dos obtidos; 6. O conhecimento do significado dos símbolos antes de propor alterações é importante, pois os símbolos militares são peculiares e podem ter um significado pouco utilizado no cotidiano de grande parte dos civis, como operações psicológicas; 7. Todos os símbolos modificados apresentam “boa gestalt”, embora evacuação, guerrilha e operações psicológicas não tenham demonstrado melhoria na associação ao seu correto significado; 8. Deveria haver uma iteração nas alterações feitas e aplicação de novos testes para os símbolos de guerrilha e operações psicológicas, pois isto poderia melhorar a baixa representatividade dos símbolos reformulados que não alcançaram os resultados esperados, ou seja, a sua rápida e correta identificação; 9. Quanto ao símbolo de evacuação, sugere-se manter o original do Manual C 2130, pois se mostrou eficiente no teste 02 da fase 1, não ocorrendo o mesmo no teste 04, com o símbolo modificado; 10. De acordo com os resultados obtidos dos testes, verificou-se um significativo avanço no processo de comunicação cartográfica viabilizado pela reformulação proposta no presente trabalho. 123 7.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 1. Aconselha-se realizar uma comparação minuciosa de todos os símbolos, o que poderá conduzir à comprovação científica da origem do manual brasileiro; 2. Extrapolar a utilização da metodologia para a análise dos demais símbolos contidos no Capítulo 3 do Manual C 21-30; 3. Realizar os testes com um grupo maior de usuários, simulando condições hostis, e assim, confrontar ou confirmar as respostas obtidas; 4. Realizar o teste 04 (com os símbolos modificados) com um grupo que não tenha executado o teste 02, com o intuito de se obter um controle das respostas. 5. Avaliar as mudanças que ocorreriam nos símbolos mais complexos, que utilizam como símbolos primitivos aqueles modificados neste trabalho; 6. Aumentar o número de oficiais na aplicação de testes; 7. Realizar iterativamente as fases de reformulação/teste para os símbolos de guerrilha e operações psicológicas; 8. Tratar de outras características dos símbolos militares, como composição de cores, direção de movimento de tropa e de tiro; 9. Realizar uma pesquisa acerca de outros computadores robustecidos fabricados por empresas civis. 124 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALBRIGHT- KNOX ART GALLERY. Albright- Knox Art Gallery. [on-line] Disponível na Internet via URL: http://www.albrightknox.org/AKcart/images/Gorky.jpg [capturado em mar. 2007]. AZEVEDO, Leodolfo Lélio de et al. Avaliação de Uma Metodologia na Construção de Símbolos Militares e Implementação destes em Meio Digital. Iniciação à Pesquisa. Instituto Militar de Engenharia. Seção de Engenharia Cartográfica. 2005. BERTIN, Jacques. Semiology of Graphics: Diagrams, Networks, Maps. Madison, WI: University of Wisconsin, 1983. BOINAS VERDES. Boinas Verdes. 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FREEFOTO. Freefoto. [on-line] Disponível via URL: http://www.freefoto.com/ [capturado em mar. 2007]. GOMES FILHO, João. Gestalt do Objeto: Sistema de Leitura Visual da Forma. São Paulo: Escrituras Editora, 2000. GRANHA, Gustavo Souto Perdigão. Metodologia de Criação de Símbolos Cartográficos: Uma Aplicação para Estudos de Impacto Ambiental. Dissertação (Mestrado em Ciências em Engenharia Cartográfica) - Instituto Militar de Engenharia, 2001. Seção de Engenharia Cartográfica. IBGE. Geodésia. [on-line] Disponível na Internet via URL: http://www.ibge.gov.br/home/geociencias/geodesia/default.shtm [capturado em fev. 2007]. 126 IMBEL. Computador Robustecido Militar CR MIL 1204. [on-line] Disponível na Internet viaURL:http://www.imbel.gov.br/index.php?centro=verproduto&id_produto=18&id_categori a=4&lang=pt [capturado em fev. 2007]. LEILOEIRA RR. Leiloeira RR. [on-line] Disponível na Internet via URL: http://www.leiloeira-rr.com [capturado em mar. 2007]. LICHESKI, Laís Cristina. Design gráfico: conteúdos e significados refletidos em mensagens visuais. Tese (Doutorado em Engenharia) - Universidade Federal de Santa Catarina, 2004. Disponível na Internet via URL:http://teses.eps.ufsc.br/defesa/pdf/9143.pdf [capturado em mar. 2007]. ROBBI, Claudia Sluter. Sistema Especialista para Geração de Mapas Temáticos. Revista Brasileira de Cartografia, n. 53, p. 45- 64, dezembro 2001. Disponível na Internet via URL: http://www2.prudente.unesp.br/rbc/_pdf_53_2001/53_05.pdf [ capturado em dez. 2006]. ROBINSON, Arthur Howard et al. Elements of Cartography. 6ª ed. John Wiley & Sons, INC, 1995. ROSA, André Luiz Valle. ([email protected]) Re: IP Calungas. E-mail para SOUZA, F.A. ([email protected]) [mensagem capturada em 28 fev. 2007]. SANTIL, Fernando Luiz de Paula. Desenvolvimento de Um Protótipo de Um Atlas Eletrônico de Unidades de Conservação para Educação Ambiental. Dissertação (Mestrado em Ciências Cartográficas) - Universidade Estadual Paulista, 2001. 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[on-line] Disponível na Internet via URL: http://www.wwz.unibas.ch/wifor/zaeslin/photos/spring2002/mini%20Times%20Square.jpg [capturado em mar. 2007]. 128 APÊNDICES APÊNDICE 1 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA SEÇÃO DE ENGENHARIA CARTOGRÁFICA SÍMBOLOS MILITARES TESTE DE EFICIÊNCIA 01 Aluno:_______________________________________________________________________________ Formação Acadêmica, Arma, Quadro, Sv: __________________________________________________ OM: ________________________________________________________________________________ Escreva na linha o que você julga representar o símbolo. Após finalizar o teste, coloque o tempo de execução com precisão de segundos. Item 1: Item 6: Cnst Item 2: Item 7: Item 3: Item 8: Item4: Item 9: Rpo Rcr Item5: Item 10: Ev Tempo de execução: _____ min _____ s. 129 APÊNDICE 2 Para o teste de Eficiência 02, foi utilizado o mesmo modelo de questionário do teste 01, com o auxílio de um roteiro de operações militares apresentado abaixo. Situação Geral: O Exército Azul a fim de manter a integridade Federativa e assegurar a Soberania Nacional resolveu designar o 2º Batalhão de Infantaria Motorizado para a missão de verificar informes de que o Exército Vermelho estava implantando uma guerrilha nas margens do Rio São Francisco. Situação Particular: O 2º batalhão de infantaria motorizado recebeu a missão de patrulhar a área das margens do Rio São Francisco a fim de verificar a existência de uma guerrilha e realizar sua dissolução. Para cumprir essa missão o 2º batalhão de infantaria motorizado conta com: • Três companhias de fuzileiros; • Uma companhia de Comendo e Apoio; • Uma Companhia de Engenharia de Pontes que ficará encarregada de propiciar meios para a travessia da tropa necessária à missão; • Um pelotão pesado de manutenção que fará seu desdobramento numa subárea de Apoio Logístico; • Seção de saúde; • Um grupo de Operações Psicológicas e • Uma viatura de municiamento. 130 APÊNDICE 3 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA SEÇÃO DE ENGENHARIA CARTOGRÁFICA SÍMBOLOS MILITARES TESTE DE EFICIÊNCIA 03 Aluno:_______________________________________________________________________________ Formação Acadêmica, Arma, Quadro, Sv: __________________________________________________ OM: ________________________________________________________________________________ Marque a opção da direita que você julga representar o símbolo da esquerda. Após finalizar o teste, coloque o tempo de execução com precisão de segundos. Item 1: Item 6: a) b) c) d) Cemitério Saúde Coleta de mortos Igreja Cnst Item 2: Item 3: Item5: Ev a) b) c) d) Caçador Guerrilha Guarda Prisioneiro Item 8: a) b) c) d) Rcr Constituição Consultas Construção Conscrito Item 7: a) Lanterna b) Operações psicológicas c) Choque d) Gerador Item4: a) b) c) d) a) Embarque e desembarque b) Ponto de pesca c) Abrigo d) Naufrágio Coleta de mortos Igreja Cemitério Saúde Item 9: a) Recuperação b) Recreação c) Recrutas d) Manutenção a) b) c) d) Rpo Item 10: Evasão Evento Evite Evacuação a) Reunião próximo ao objetivo b) Reparo de armas c) Reunião para oficiais d) Repouso a) b) c) d) Posto telefônico Ferramentas Ponte Manutenção Tempo de execução: _____ min _____ s. 131 APÊNDICE 4 INSTITUTO MILITAR DE ENGENHARIA SEÇÃO DE ENGENHARIA CARTOGRÁFICA SÍMBOLOS MILITARES EXERCÍCIO 01 Formação Acadêmica, Arma, Quadro, Sv: __________________________________________________ OM: ________________________________________________________________________________ Desenhe no retângulo ao lado do termo citado o símbolo mais simples que você julgue representá-lo. Item 1: COLETA DE MORTOS Item 2: OPERAÇÕES PSICOLÓGICAS Item 3: SAÚDE Item4: RECREAÇÃO Item 5: EVACUAÇÃO Item 6: CONSTRUÇÃO 132 Item 7: GUERRILHA Item 8: EMBARQUE E DESEMBARQUE Item 9: REPOUSO Item 10: MANUTENÇÃO 133 APÊNDICE 5 INÍCIO DO XML <?xml version="1.0" encoding="UTF-8" standalone="no"?> <!-- Created with Inkscape (http://www.inkscape.org/) --> <svg xmlns:dc="http://purl.org/dc/elements/1.1/" xmlns:cc="http://web.resource.org/cc/" xmlns:rdf="http://www.w3.org/1999/02/22-rdf-syntax-ns#" xmlns:svg="http://www.w3.org/2000/svg" xmlns="http://www.w3.org/2000/svg" xmlns:sodipodi="http://sodipodi.sourceforge.net/DTD/sodipodi-0.dtd" xmlns:inkscape="http://www.inkscape.org/namespaces/inkscape" id="svg2" sodipodi:version="0.32" inkscape:version="0.45" width="210mm" height="297mm" sodipodi:docbase="C:\Documents and Settings\Administrador\Desktop" sodipodi:docname="Infa_SVG.svg" inkscape:output_extension="org.inkscape.output.svg.inkscape" sodipodi:modified="true"> <metadata id="metadata7"> <rdf:RDF> <cc:Work rdf:about=""> <dc:format>image/svg+xml</dc:format> <dc:type rdf:resource="http://purl.org/dc/dcmitype/StillImage" /> </cc:Work> </rdf:RDF> </metadata> <defs id="defs5" /> <sodipodi:namedview inkscape:window-height="742" inkscape:window-width="1024" inkscape:pageshadow="2" inkscape:pageopacity="0.0" guidetolerance="10.0" gridtolerance="10.0" objecttolerance="10.0" borderopacity="1.0" bordercolor="#666666" pagecolor="#ffffff" id="base" inkscape:zoom="2.6747343" inkscape:cx="133.07924" inkscape:cy="939.18233" inkscape:window-x="0" 134 inkscape:window-y="0" inkscape:current-layer="svg2" /> <path style="fill:none;fill-rule:evenodd;stroke:red;stroke-width:1px;strokelinecap:butt;stroke-linejoin:miter;stroke-opacity:1" d="M 28.759314,24.545667 L 51.879546,24.545667 L 51.879546,24.545667 L 51.879546,38.4554 L 51.879546,38.4554 L 28.947283,38.4554" id="path1877" /> <path style="fill:none;fill-rule:evenodd;stroke:red;stroke-width:1px;strokelinecap:butt;stroke-linejoin:miter;stroke-opacity:1" d="M 29.135252,24.357698 C 29.323222,38.267431 29.323222,38.267431 29.323222,38.267431" id="path1881" /> <path style="fill:none;fill-rule:evenodd;stroke:red;stroke-width:1px;strokelinecap:butt;stroke-linejoin:miter;stroke-opacity:1" d="M 51.503607,38.079462 C 29.511191,24.921606 29.511191,24.921606 29.511191,24.921606" id="path1883" /> <path style="fill:red;fill-rule:evenodd;stroke:red;stroke-width:1px;stroke-linecap:butt;strokelinejoin:miter;stroke-opacity:1" d="M 29.88713,38.079462 C 51.127669,25.109575 51.127669,25.109575 51.127669,25.109575" id="path1885" /> <path sodipodi:type="arc" style="opacity:1;fill:#ffffff;fill-opacity:1;stroke:#000000;stroke-width:1.5;strokemiterlimit:4;stroke-dasharray:none;stroke-opacity:1" id="path3580" sodipodi:cx="195.15958" sodipodi:cy="70.208557" sodipodi:rx="0" sodipodi:ry="5.2341647" d="M 195.15958 70.208557 A 0 5.2341647 0 1 1 195.15958,70.208557 A 0 5.2341647 0 1 1 195.15958 70.208557 z" /> <path sodipodi:type="arc" style="opacity:1;fill:#ffffff;fill-opacity:1;stroke:#000000;stroke-width:1.5;strokemiterlimit:4;stroke-dasharray:none;stroke-opacity:1" id="path5568" sodipodi:cx="128.23703" sodipodi:cy="174.89185" sodipodi:rx="0" sodipodi:ry="15.702495" d="M 128.23703,174.89185 A 0,15.702495 0 1 1 128.23703,174.89184 L 128.23703,174.89185 z" sodipodi:start="0" sodipodi:end="3.1415927" /> </svg> FIM DO XML 135 GLOSSÁRIO - ARQUIVO VETORIAL. Arquivo gráfico cujas informações estão armazenadas sob a forma vetorial, ou seja, por coordenadas formando pontos, linhas e polígonos. - BUG. Erro no funcionamento comum de um software, também chamado de falha na lógica programacional de um programa de computador, que pode causar falhas no objetivo de uma ação na utilização de um programa de computador. - CALCO. Processo de reproduzir desenhos, o mesmo que decalque. São folhas de acetato que cobrem os mapas nas quais são inseridos os símbolos militares. - CALUNGA. Nome genérico que se refere a símbolos militares, utilizados em meio analógico ou em meio digital. - ESTRUTURA MATRICIAL. Define-se o formato matricial ou varredura (ou ainda raster) como um conjunto de celas localizadas em coordenadas contíguas, implementadas como uma matriz 2D. Cada célula é referenciada por índices de linha e coluna e contém um número representando o tipo ou o valor do atributo mapeado. Os valores de cada pixel estão limitados num certo intervalo numérico, como, por exemplo, de 0 a 255 para imagens em 8 bits, ou números associados às classes no caso de uma imagem temática. - FOTOGRAMETRIA. 1 - Ciência da elaboração de cartas, mediante fotografias aéreas, utilizando-se aparelhos e métodos estereoscópicos. O mesmo que Aerofogrametria. 2 - Técnica de determinação das curvas de nível, nos levantamentos cartográficos, por meio de pares de fotografias. - GEODÉSIA. Ciência que se ocupa da determinação da forma, das dimensões e do campo de gravidade da Terra. - GEODESISTA. Aquele que se dedica ao estudo da geodésia. - MNEMÔNICO. Referente à memória; que ajuda a memória; que facilmente se retém na memória; relativo à mnemônica. - REAMBULAÇÃO. Processo de verificação e identificação, em campo, de detalhes fotográficos que não puderam ser interpretados na restituição (nomes de ruas e prédios públicos, detalhes encobertos por sombras). - RESTITUIÇÃO. Elaboração de cartas ou mapas, com registro em meio magnético, a partir de fotografias aéreas e de dados de controle geodésico. 136 - ROBUSTECIDO. Fortalecido, reforçado, fortificado, resistente. - SENSORIAMENTO REMOTO. Detecção e/ou identificação de um objeto sem que se tenha um sensor em contato direto com um objeto. Inclui análises por satélite e fotos aéreas. Registro da energia refletida ou emitida por objetos ou elementos da superfície terrestre ou de outros astros, por sensores localizados a grandes distâncias (geralmente no espaço). 137