O Papel da Geotecnia Mineira na Otimização do Desmonte
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O Papel da Geotecnia Mineira na Otimização do Desmonte
Vol. 46 • N.º 2 • Lisboa 2011 O Papel da Geotecnia Mineira na Otimização do Desmonte de Maciços Rochosos Fraturados A. Carlos Galiza, Luís Ramos, Luís Fonseca, José Teixeira e Hélder I. Chaminé 103 O presente trabalho tem como objetivo apresentar a importância da geotecnia mineira no desmonte de maciços rochosos fraturados. Esta abordagem interdisciplinar em geoengenharia só é alcançada após rigorosa e sistemática recolha de dados no terreno, seguida de análise e interpretação da interação entre as feições geológico-geotécnicas do maciço com a geometria do diagrama de fogo e as ferramentas de execução. É, ainda, evidenciada a relevância de uma cartografia integrativa SIG, baseada no zonamento geotécnico do maciço rochoso, como ferramenta de apoio à gestão mineira do georrecurso. Determinação do Custo de Serragem em Granitos – Uma Metodologia Centrada nos Fatores de Rentabilização Vitor V. Costa e João Paulo Meixedo 121 Neste trabalho procura fazer-se uma análise do processo de serragem com engenhos multi-lâminas e granalha de aço, na medida em que se trata do método de seccionamento de blocos de granito mais utilizado pelas grandes indústrias do setor. Desenvolvimento do Projeto de Deposição de Rejeitados Espessados / Pasta de Rejeitados Mafalda Oliveira 137 Os rejeitados produzidos nos processos de concentração dos minérios na Somincor foram desde 1988, data de início da exploração mineira, até final de 2010, armazenados subaquaticamente na albufeira da Instalação de Resíduos do Cerro do Lobo, construída em forma de barragem de enrocamento. Esta estrutura foi alvo de três alteamentos tendo no último ficado com o coroamento à cota final para a qual foi projectada. A esta cota final e tendo em conta o plano de vida da mina a capacidade de armazenamento, para deposição subaquática, esgotar-se-ia no início de 2011, o que era manifestamente insuficiente para as quantidades a produzir no plano de vida da mina. Para fazer face a esta situação sem comprometer a sustentabilidade da empresa a Somincor deu início, em 2001, ao desenvolvimento do designado “ Projecto de Pasta de Rejeitados”. Este artigo pretende descrever as fases deste projecto e a sua implementação com sucesso em Novembro de 2010. Atividade Mineira Contratos de Prospeção e Pesquisa Contratos de Concessão de Exploração 143 Águas Minerais e de Nascente Contratos de Exploração Contratos de Prospeção e Pesquisa Atribuição de Licença Rescisão de Contratos de Exploração 147 Pedreiras Novas Licenças de Exploração Adaptação das Licenças de Exploração Existentes Transmissão da Licença de Exploração Cessação da Licença de Exploração Nomeação de Diretores Técnicos Responsáveis Técnicos Inscritos na Direcção-Geral de Energia e Geologia 149 Indústria Extrativa - Comércio Internacional Evolução do Comércio Internacional – Janeiro a Dezembro de 2011 161 Notícias do Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal O Museu Mineiro - Casa da Malta O Museu da Fábrica de Cimento Maceira-Liz 167 Informação Vária Comemorações 75.º aniversário da Ordem dos Engenheiros - Ciclo de conferências: A Engenharia – Que futuro? - Conferência “A Engenharia Geológica e de Minas - Que Futuro?” 171 1ª Conferência da Primavera/1st Spring Conference - Setor Mineiro Português – Investimentos e financiamento A Indústria Extrativa – Presente e Futuro Publicações Publicações editadas pela Direcção-Geral de Energia e Geologia ou com o apoio desta durante o ano de 2011 Ficha Técnica Propriedade e Edição: Direcção-Geral de Energia e Geologia Av. 5 de Outubro, 87 - 1069-039 Lisboa Tel: 217 922 800 - Fax: 217 922 823 www.dgge.pt Diretor: José Escada da Costa Comissão Editorial: Carlos Caxaria, José Cruz, Correia Gomes, Maria José Sobreiro e Paula Dinis Redação e Coordenação: Direção de Serviços de Recursos Hidrogeológicos, Geotérmicos e Petróleo Periodicidade: Semestral Depósito Legal: Nº 3581/93 ISSN: 00008-5935 175 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 O Papel da Geotecnia Mineira na Otimização do Desmonte de Maciços Rochosos Fraturados A. Carlos Galiza José Teixeira e Hélder I. Chaminé Instituto Superior de Engenharia do Porto, ISEP, Departamento de Engenharia Geotécnica; e Centro GeoBioTEc|UA; Instituto Superior de Engenharia do Porto, Departamento de Engenharia Geotécnica, Laboratório de Cartografia e Geologia Aplicada|ISEP; e Centro GeoBioTec|UA; E-mail: [email protected] Luís Ramos e Luís Fonseca E-mail: [email protected]; [email protected] MonteAdriano: Agregados SA; e Laboratório de Cartografia e Geologia Aplicada|ISEP; E-mail: [email protected]; [email protected] Palavras-chave: Agregados; Desmonte; Georrecursos; Geotecnia mineira; Maciços rochosos RESUMO O desmonte de maciços rochosos não é mais do que a operação de destaque de uma porção de material rocha. Este trabalho tem como objetivo apresentar a importância da geotecnia mineira no desmonte de maciços fraturados. Esta abordagem interdisciplinar só é alcançada após rigorosa e sistemática recolha de dados no terreno numa base cartográfica, seguida de análise e interpretação da interação entre as feições do maciço (petrofísicas, geológico-estruturais, geotécnicas e geomecânicas, entre outras) com a geometria do diagrama de fogo e ferramentas de execução. É, ainda, evidenciada a relevância de uma cartografia integrativa SIG, baseada no zonamento geotécnico do maciço, como ferramenta de apoio à gestão mineira do georrecurso. Por fim, apresentam-se aplicativos geo-informáticos desenvolvidos que trarão benefícios técnico-económicos na prática de desmonte de rocha com explosivos. 103 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Introdução González de Vallejo & Ferrer, 2011). Os trabalhos científicos até então centravam-se, sobretudo, no estudo da mecânica Só a partir de meados do Século XX foi encarado com especial interesse o estudo do comportamento geomecânico dos maciços rochosos e, em particular, do material-rocha para das rochas superficiais brandas, não consolidadas e/ou nos materiais desagregados vulgarmente designados por solos (e.g., Terzaghi, 1943; Terzaghi et al., 1996), (Figura 1). As rochas podem classificar-se, quanto à génese, em três grandes fins de engenharia (e.g., Terzaghi, 1946; Hoek, 1966; Coates, famílias (Figura 2): ígneas (ou magmáticas), metamórficas e se- 1967; Deere et al., 1967; Müller, 1974; Peres Rodrigues, 1977; dimentares. Estas rochas são formadas num ciclo geodinâmico Jaeger, 1979; Rocha, 1981; Mello Mendes, 1980a,b, 1985; Oli- (interno e externo) contínuo ao longo dos tempos geológicos veira, 1986; Bieniawski, 1989; Wittke, 1990; Cunha & Muralha, donde resultam para fins de engenharia (Freitas, 2009), os 1990; Hudson, 1992; Dinis da Gama, 1992, 1995; Brady & maciços rochosos (rochas duras ou consolidadas) e terrosos Brown, 2004; Miranda et al., 2006; Bock, 2006; Barton, 2006; (rochas brandas ou solos). Figura 1 Tipo de materiais geológicos (s.l.), desde os solos até às rochas duras, em estudos geotécnicos e de geologia de engenharia (Adaptado de Johnston & Novello, 1993). Figura 2 O ciclo das rochas numa perspetiva das geociências de engenharia: uma visão dinâmica da formação das rochas e dos solos, donde se destaca o posicionamento da mecânica das rochas e da mecânica dos solos (Inspirado em Dobereiner & Freitas 1986). 104 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Brown (1991) refere que em estudos de mecânica das rochas é primordial atingir um equilíbrio entre o realismo das suas bases de caráter físico-naturalista e o rigor dos conceitos físico-matemáticos de que se serve para dar resposta a este tipo de investigações. Esta importante dialética está magistralmente expressa nas palavras de Rocha (1981) que ilustram de uma forma pragmática, e perfeitamente atual, a importância das geociências de engenharia (em particular, nas engenharias geológica, geotécnica e mineira): “(...) O engenheiro não pode empreender a caracterização dos maciços rochosos somente a partir de resultados de ensaios. Na verdade, em primeiro lugar, a definição, em posição e número, dos pontos a ensaiar tem de ser guiada pelo conhecimento da geologia das formações e, em segundo lugar, em virtude da complexidade referida, o vasto património de conhecimentos qualitativos contidos na informação geológica desempenha papel decisivo na caracterização do maciço rochoso, a qual implica a extrapolação de resultados dos pontos ensaiados para outras zonas. (...)”. (Hudson & Cosgrove, 1997). Raramente, os maciços Os maciços rochosos podem ser definidos como massas rochosas constituídas por um ou mais tipos litológicos, localizados num determinado contexto espacial e estando afetadas por descontinuidades, com caraterísticas geológico-geotécnicas, geomecânicas e geohidráulicas, que conferem ao conjunto uma anisotropia global (Hoek, 2007). pelas populações através das infraestruturas realizadas Os maciços rochosos apresentam características geo-mecânicas que dependem, em primeiro lugar, da geologia das próprias rochas que os formam, mas também de alguns parâmetros geotécnicos que são intrínsecos de cada maciço e da sua história geotectónica rochosos apresentam uma estrutura homogénea e, como resultado da complexa história geodinâmica (expressa pelo campo de tensão regional a que foram sujeitos), apresentam uma rede de descontinuidades que terão impactos significativos no seu comportamento geomecânico desde o nível do material-rocha até ao maciço rochoso (Rocha, 1981; Dinis da Gama, 1995). Para se ter uma visão da problemática das estruturas geológicas deveremos perspetivá-las num quadro de observação e descrição com efeito de escala, i.e., há, quase sempre, uma replicabilidade escalar das estruturas desde a megaescala até à microescala (e.g., Peres Rodrigues, 1977; Cunha & Muralha, 1990; Mandl, 2005; Price, 2009). O passado geomecânico dos maciços rochosos constitui um fator essencial para a compreensão do seu comportamento em função das causas naturais (sismos, vulcanismo, erosão, etc.) e as necessidades impostas sobre eles ou da exploração das massas minerais (Dinis da Gama, 1995). Com efeito, o material rochoso não é contínuo, apresentando geralmente descontinuidades macroscópicas (fraturas, diaclases, fissuras, falhas, cisalhamentos, etc.) e microscópicas (micro-fissuras, partição, defeitos cristalinos). A heterogeneidade dos maciços rochosos provém, por um lado, da anisotropia da rocha e, por outro lado, da persistência das famílias de descontinuidades que intersetam os maciços (Figura 3). Figura 3 Comparação relativa entre os principais tipos de descontinuidades nos maciços rochosos (Adaptado de Price, 2009). 105 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 O estudo dos maciços rochosos nas explorações de materiais pétreos é uma tarefa complexa e interdisciplinar que requer trabalho de campo minucioso e uma análise cuidada dos dados obtidos sobre as suas propriedades geológicas, geotécnicas e geomecânicas (e.g., Terzaghi, 1965; Mazzoccola et al., 1997; Galiza et al., 2011a,b; González de Vallejo & Ferrer, 2011). Para tal efetua-se, em regra, uma recolha da informação de base, especialmente topográfica, litológica e geotectónica, bem como das condições hidrogeológicas e geomorfológicas da área em estudo (e.g., Vidal-Romani & Twidale, 1999; Culsham, 2005; Griffiths & Stokes, 2008). Seguidamente, caracteriza-se a compartimentação do maciço através do registo das características geológico-estruturais e geomecânicas das descontinuidades e petrofísicas do material rochoso (ISRM, 1981; GSE, 1995; CFCFF, 1996; ISRM, 2007). O estudo do maciço culmina, geralmente, com a proposta do zonamento geotécnico e, por fim, o estabelecimento de um modelo geotécnico conceptual (Galiza et al., 2008, 2011a,b; Fonseca et al., 2010; Galiza, in prep.). Seguidamente, efetuar-se-ão uma série de ensaios “in situ” e laboratoriais para definir com maior rigor os valores dos parâmetros geotécnicos e geomecânicos da área a investigar. O passo seguinte será o estabelecimento de modelos geomecânicos comportamentais (antes, durante e pós-obra) do maciço, apoiados em modelos matemáticos (e, se possível, calibrados) e estudos de retro-análise (González de Vallejo & Ferrer, 2011). A presente nota retoma e aprofunda, no essencial, as ideias dadas à estampa em Galiza et al. (2011a,b). Esta tem como objetivo apresentar, numa perspetiva interdisciplinar e integrativa, a importância da caracterização geológico-estrutural, petrofísica, geotécnica e geomecânica dos maciços rochosos para a otimização técnico-económica do desmonte. Esta abordagem só pode ser alcançada com uma rigorosa e sistemática recolha de dados no terreno, seguida de uma análise e interpretação da interação entre as características geológico-geotécnicas e geomecânicas do maciço com a geometria do diagrama de fogo e do conjunto carro, a coluna de perfuração e as ferramentas de execução. Destaca-se, ainda, a importância na utilização de uma série de aplicativos geo-informáticos desenvolvidos que, por certo, trarão benefícios técnico-económicos no que diz respeito à prática do desmonte de rocha com explosivos. A exploração granítica de Serdedelo (Ponte Lima), situada no Alto Minho, servirá como exemplo ilustrativo da presente nota. 106 Desmonte de Maciços Rochosos A perfuração é uma das atividades do processo de extração e transformação, tendo a particularidade de ser a atividade que se encontra no “topo da pirâmide”, relativamente à cronologia de execução de todos os processos que culminam no produto final. Neste contexto, a perfuração assume um papel de extrema importância, tornando-se a otimização desta atividade fundamental, pois tem consequência direta no seu resultado técnico-económico e na interligação com as atividades subsequentes, nomeadamente: i) carregamento – detonação; ii) fragmentação secundária; iii) carga – transporte e iv) britagem. Logo, o resultado destas está intimamente ligado ao sucesso de uma boa perfuração do maciço (Galiza et al., 2008, 2011a,b; Góis et al., 2011). Esta operação envolve três grupos de parâmetros (e.g., Dinis da Gama, 1971; Langfors & Kihlstrom, 1978; Franklin & Dusseault, 1991; Persson et al., 1993; Moodley & Cunningham, 1996; Singh et al., 1998; Olofsson, 2002; Zhou & Maerz (2002); Holmberg, 2003); Haneberg, 2009; Galiza et al., 2011a,b); i) geológico-estruturais, petrofísicos, geotécnicos e geomecânicos do maciço rochoso; ii) ferramentas de execução; iii) geometria do diagrama de fogo. A otimização de qualquer operação de desmonte com explosivos requer o conhecimento prévio do grau de fracturação natural no intuito de se definir a compartimentação do maciço rochoso, ou seja, a caracterização geológico-estrutural e geomecânica do maciço (e.g., ISRM, 1981; Priest, 1993; Dinis da Gama, 1995; Hudson & Cosgrove, 1997; Galiza et al., 2011a). O grau de fragmentação do material desmontado interfere na eficiência e no custo das operações subsequentes, sendo, também, diretamente afetado pelo esquema de perfuração e pela quantidade de explosivos consumidos (e.g., Dinis da Gama, 1971, 1996; Franklin & Dusseault, 1991; Pettifer & Fookes, 1994; López Jimeno & Díaz Méndez, 1997; López Jimeno, 2003; Tsiambaos & Saroglou, 2010; Kayal et al., 2011). Um bom exemplo do exposto relaciona-se com a escavabilidade de um dado maciço rochoso depender maioritariamente de dois aspetos principais, a saber: da resistência geomecânica do material-rocha e das características petrofísicas, geológico-estruturais e geotécnicas da rocha intacta. A abordagem desenvolvida, por exemplo, por Franklin et al. Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 (1971) em termos de classificação da escavabilidade e/ou ripabilidade de um dado maciço. Esta determina quatro áreas evidenciadas no designado ábaco de Franklin et al. (1971), a que correspondem diferentes métodos de desmonte da rocha, da escavação mecânica, da escarificação e da utilização de explosivos para desagregar o maciço. A Figura 4 apresenta uma revisão da proposta de Pettifer & Fookes (1994) ao ábaco anteriormente referido. O ábaco apresenta, genericamente, os seguintes parâmetros (obtidos através do estudo geológico-geotécnico de testemunhos de sondagem ou, complementarmente, em afloramento): índice de resistência à carga pontual (Is50), grau de fracturação em termos de espaçamento médio entre descontinuidades e grau de alteração. Estes parâmetros podem ainda ser correlacionáveis com outras grandezas, nomeadamente o Is50 com a resistência à compressão uniaxial (UCS) e com o “número de Schmidt” e o grau de fracturação (RQD – “Rock Quality Index”, ou pelo espaçamento médio entre descontinuidades em termos de “ fracture intercept”, proposto pela ISRM, 1981). Mais recentemente, Tsiambaos & Saroglou (2010), propõem a utilização do GSI (“Geological Strength Index”; Marinos & Hoek, 2000) com o objetivo de avaliar o tipo de escavabilidade prevísivel para o maciço. Os ábacos de Franklin et al. (1971)/Pettifer & Fookes (1994) possuem, atualmente, algumas desatualizações, visto que as tecnologias e capacidades dos equipamentos têm tido uma evolução crescente, nomeadamente os modernos equipamentos hidráulicos que ampliam as áreas de escavação mecânica e de escarificação para o interior das regiões de desmonte com explosivos (Bastos, 1998; Tsiambaos & Saroglou, 2010). Todavia, são ábacos muito expeditos e permitem-nos retirar interessantes ilações de índole prática sobre o hipotético grau de escavabilidade de um dado maciço. 107 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Figura 4 Interrelação dos parâmetros geológico-geotécnicos e geomecânicos para a escavabilidade de um dado maciço rochoso (Revisto e adaptado: a) Franklin et al., 1971; b) Pettifer & Fookes, 1994; c) Tsiambaos & Saroglou, 2010). 108 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 As principais operações envolvidas na indústria extrativa não são equitativamente distribuídas (i.e., perfuração/ /carregamento–detonação/fragmentação secundária; carga/transporte/britagem). A operação de britagem representa cerca de metade do custo total das operações, sendo, de facto, a operação mais atrativa para a otimização. Em contrapartida, esta é a última do processo de extração e transformação, estando a sua rentabilidade dependente da qualidade com que as operações antecedentes foram executadas. A produtividade com que a carga e o transporte do material desmontado são executados depende essencialmente do resultado do desmonte, em que uma boa fragmentação perspetiva um bom rendimento em termos de fator carga. Apesar desta operação se apresentar como a segunda mais dispendiosa, continua a depender bastante das anteriores. A fragmentação secundária depende do resultado granulométrico obtido no desmonte com recurso a explosivos. O conjunto perfuração/carregamento– -detonação/fragmentação secundária, representa menos encargos financeiros que as duas restantes. No entanto, tem um papel preponderante na rentabilidade de todo o processo de transformação, atendendo à produtividade global, isto é, o aproveitamento maximizado da capacidade instalada que uma granulometria ajustada às operações de transformação vai ter na eficiência do processo produtivo. Sob o ponto de vista de gestão industrial a maximização dos resultados consegue-se elevando ao máximo as receitas para um determinado custo ou diminuindo os custos para um mesmo volume de receitas. Assim, a maximização da produção terá como consequência uma diminuição relativa da parcela dos custos fixos. A otimização das várias operações deve ser realizada atendendo à melhoria das operações a jusante. Desta forma, na perfuração e no desmonte dever-se-á ter como objetivo a obtenção de uma curva granulométrica de acordo com as dimensões dos equipamentos de transporte/remoção/britagem e, com a diminuição e dimensão dos maiores calibres, principal causa da menor produtividade das instalações de britagem. Na atividade da indústria extrativa ligada às rochas industriais e atendendo à sua menor dimensão e à baixa dispersão das instalações, todas as atividades estão dirigidas para um menor custo final, com o enfoque principal na britagem devido a ser este o centro com o maior custo. Todo o processo produtivo nestas instalações está organizado por uma cadeia de operações com pequenas capacidades de armazenamento parcelares, o que exige um grande controlo operacional, tanto a nível do funcionamento/manutenção dos equipamentos mecânicos como da eficiência e adequação dos fluxos de alimentação a cada um dos equipamentos. Isto significa que paragens, mesmo que sejam de curta duração, poderão dar origem a quebras significativas de produtividade, que terão como consequência um agravamento dos custos de produção, nomeadamente um agravamento percentualmente equivalente dos custos fixos. A obtenção de uma curva granulométrica adequada permitirá o aproveitamento mais eficaz da instalação, uma diminuição dos custos e eventualmente um aumento de receitas. A análise realizada pretende demonstrar que uma cuidadosa caracterização do maciço permitirá um maior controlo sobre as operações de desmonte, com uma diminuição dos custos globais e unitários de produção, conseguindo inclusivamente a otimização e consequente diminuição dos custos da própria operação de perfuração. A perfuração é a primeira operação a ser executada e, apesar de representar um dos menores custos de operação a par do carregamento e rebentamento, é das que mais influencia a otimização das restantes. As cinco principais operações de extração e transformação funcionam em cadeia, de uma forma sequencial, sendo que a qualidade/rentabilidade com que uma operação é realizada depende da anterior e influencia a seguinte (Figura 5). A natureza desta operação, juntamente com a posição de topo que ocupa na cadeia de produção, torna-a merecedora de atenção especial. A Figura 6 apresenta uma esquematização idealizada do Ciclo de Investigação, Inovação e Desenvolvimento (II&D) envolvendo interactivamente a Academia – Empresa – Mercado (Berkhout, 2000; Berkhout et al., 2011), onde se evidenciam o sub-ciclo do Conhecimento ligado à Academia em termos de investigação e desenvolvimento (I&D), o sub-ciclo da Engenharia relacionado com a aplicação técnico-científica em meio empresarial, e o sub-ciclo do Mercado ligado à otimização económica do produto. A presente nota deverá ser perspetivada nesta esquematização conceptual. A reforçar esta necessidade é vital o estabelecimento de efetivas ligações entre a Academia, a Indústria e a Sociedade, tal como defendeu recentemente Bieniawski (2010). 109 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Figura 5 Fluxograma esquemático das atividades de extração e transformação de pedra natural, bem como as consequências que a execução da perfuração tem nas atividades subsequentes Figura 6 Esquema ideal do ciclo de investigação, inovação e desenvolvimento (II&D) envolvendo a Academia – Empresa – Mercado (Adaptado de Berkhout, 2000). 110 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Abordagem integrativa em Geotecnia Mineira Na primeira fase do trabalho efetuou-se um reconhecimento de campo para se definir os constrangimentos cartográficos, geológico-estruturais e petrofísicos do maciço em estudo e área envolvente (especialmente, a caracterização das unidades geológicas regionais e/ou locais, a descrição e caracterização das litologias, a cartografia das macro e meso-estruturas, a identificação das zonas alteradas e cartografia das suas espessuras, a localização das exsurgências/infiltrações de água, etc.). Na fase seguinte procedeu-se à recolha, tratamento, análise e interpretação dos dados geológicos, geotécnicos e geomecânicos do maciço. Esta abordagem integrada permitiu a descrição e o zonamento geotécnico do maciço em estudo. Para a definição do grau de compartimentação do maciço rochoso foi aplicada a técnica de amostragem linear em superfícies expostas do maciço rochoso (e.g., Priest & Hudson, 1981; Priest, 1993; Chaminé & Gaspar, 1995; Dinis da Gama, 1995; Peacock et al., 2003; Martins et al., 2006; Fonseca et al., 2010; Galiza et al., 2011a). A criação de bases de dados dinâmicas – ScanGeoData|BGD e SchmidtData|UCS (Fonseca et al., 2010; Galiza et al., 2011a,b) – relativas aos parâmetros geológico-geotécnicos e geomecânicos permitiu efetuar um cruzamento exaustivo de toda a informação e a interpretação de todos os dados geológicos, geotécnicos e geomecânicos de modo a apoiar o estabelecimento da cartografia de zonamento geotécnico de um dado maciço rochoso (Figura 7). Nos levantamentos dos elementos geológico-geotécnicos de campo recorreu-se ao posicionamento georreferenciado dos dados com o apoio de um GPS de alta precisão (Trimble Geoexplorer). Numa terceira fase foram realizados ensaios de medição dos desvios de perfuração, assim como o registo de todos os parâmetros ligados ao diagrama de fogo, equipamento e acessórios de perfuração. A criação de bases de dados dinâmicas – GeoHole|Data e GeoDrill|Data (Fonseca et al., 2010; Galiza et al., 2011a,b) – com os registos dos parâmetros geológico-geotécnicos básicos associados aos resultados dos ensaios de perfuração (Figura 8), complementada por um tratamento geoestatístico adequado, permitirá aferir a variabilidade dos desvios em função das ferramentas de execução, das características geométricas do diagrama de fogo e das características do maciço rochoso. Encontramse em curso desenvolvimentos futuros destes aplicativos geo-informáticos numa base de dados mais robusta e a ligação a um Sistema de Informação Geográfica. 111 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Figura 7 Exemplo de aplicação das bases de dados ScanGeoData|BGD e SchmidtData|UCS para maciços rochosos fraturados (adaptado de Galiza et al., 2011a). 112 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Figura 8 Exemplo de aplicação das bases de dados GeoHole|Data e GeoDrill|Data para maciços rochosos fraturados (adaptado de Galiza et al., 2011b). Do Zonamento Geotécnico ao Controlo da Qualidade do Desmonte A Pedreira de Serdedelo, situada nos arredores de Ponte de Lima, corresponde a um maciço constituído por um granito porf iróide, de grão grosseiro a médio, biotítico, exibindo uma foliação materializada sobretudo pelo alinhamento dos cristais de biotite e, por vezes, de megacristais de feldspato. Foi efetuado um reconhecimento geológico de superfície, na área envolvente à pedreira de Serdedelo, com o objetivo de estimar a representatividade cartográfica da fácies granítica em afloramento e a qualidade geotécnica do material rochoso à (sub)superfície (pormenores em Fonseca, 2008; Ramos, 2008; Albuquerque, 2010; Galiza et al., 2011a,b; Galiza in prep.). Tendo em vista a melhor compreensão da rede de fracturação dominante na compartimentação do maciço rochoso da pedreira de Serdedelo, elaborou-se um esboço de zonamento geotécnico de (sub)superfície (Figura 9). 113 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Figura 9 Esboço do zonamento geotécnico da pedreira de Serdedelo: sua importância como um instrumento de apoio à gestão mineira do georrecurso (adaptado de Galiza et al., 2011b). Do estudo pormenorizado do maciço rochoso resultaram as seguintes zonas geotécnicas: • ZG I – Granito biotítico de grão grosseiro a médio, com megacristais de feldspato, alterado a muito alterado (W4), com espaçamento afastado (F1-2); resistência à compressão uniaxial muito baixa (<20 MPa); • ZG II – Granito biotítico de grão grosseiro a médio, com megacristais de feldspato, medianamente alterado ( W 3) a pouco alterado ( W 2 ), com espaçamento afastado (F2); resistência à compressão uniaxial média a elevada (50 a 80 MPa; S3 a S2); • ZG IIIa – Granito biotítico de grão grosseiro a médio, com megacristais de feldspato, são a pouco alterado (W1-2), com espaçamento afastado a medianamente afastado (F 2-3); resistência à compressão uniaxial elevada (100 – 140 MPa; S2); Índice de Carga Pontual IS50 = 6 a 7 MPa; • ZG IIIb – Granito biotítico de grão grosseiro a médio, com megacristais de feldspato, são a muito pouco alterado (W1), com espaçamento afastado (F2); resistência à compressão uniaxial elevada (120 – 160 MPa; S2); Índice de Carga Pontual IS50 = 11 a 12 MPa. 114 Na análise dos desvios de perfuração há que diferenciar duas dimensões, uma referente à direção e outra à inclinação, isto porque apresentam comportamentos diferentes essencialmente devido ao seu plano de interação com a anisotropia do maciço rochoso. A inclinação dada ao furo provoca igualmente diferentes ângulos de interseção com as descontinuidades do maciço nos dois planos de análise. Pelos motivos citados impõe-se uma análise independente dos desvios. A representação gráfica dos desvios de perfuração a vários níveis de profundidade e da direção do emboquilhamento é crucial para a identificação do tipo de desvio. A Figura 10 apresenta um exemplo que se poderá explorar na GeoHole|Data. Neste caso pretendeu-se avaliar a influência que a limpeza e a regularização da bancada poderão ter na génese do desvio nos primeiros 2m de perfuração, ou seja nos desvios de perfuração, o que se traduz numa perfuração com melhor qualidade, logo uma melhor fragmentação e redução significativa dos custos das atividades subsequentes. Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Figura 10 Representação gráfica dos desvios de perfuração: O desvio de perfuração no emboquilhamento em função da limpeza e regularização da bancada (adaptado de Galiza et al., 2011a,b). A má limpeza da bancada conduz à redução da produção geral do processo de perfuração em 26%. Além disso, uma má limpeza e regularização da bancada inf luencia de forma determinante os desvios de perfuração na fase de emboquilhamento, agravando-se, consequentemente, ao longo do furo. Estes aspetos vieram comprovar e validar a importância da limpeza do material desagregado proveniente de pegas de fogo anteriores. Como consequência de uma melhor limpeza, ter-se-á então: i) maior produtividade do ciclo de perfuração e durabilidade do aço de perfuração; ii) menores custos em aço de perfuração, de encravamentos e desvios de perfuração. Estas evidências concorrem para uma perfuração de qualidade, a custo mais baixo, e com redução significativa dos custos das atividades subsequentes (Figura 11). Este estudo permitiu, dadas as características geológico-geomecânicos do maciço rochoso, comprovar a boa utilização do modelo, da marca dos bits de perfuração e do tempo de ciclo de afiação dos bits. Nos diâmetros de perfuração estudados, concluiu-se a altura de bancada ideal, com a análise da perda de rendimento da perfuração em profundidade, conjugada com os tempos fixos de deslocação, posicionamento do equipamento, execução do emboquilhamento e qualidade final da perfuração. O processo de afiação de bits de perfuração é uma mais-valia, tendo-se alcançado uma optimização de 105% no tempo de vida útil, e um incremento de 23% na velocidade de perfuração instantânea. Em suma, conseguiu-se obter um decréscimo de 24,3% nos custos diretos da perfuração. 115 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Figura 11 Aspetos diversos sobre os ciclos de perfuração em bancada (adaptado de Galiza et al., 2011b). a) Caracterização das atividades e dos respetivos tempos do ciclo de perfuração; b) Representação do rendimento das atividades do ciclo de perfuração em função do estado do emboquilhamento e da limpeza e regularização da bancada; c) Representação do rendimento de perfuração em função das diferentes, marcas e modelos de bits de perfuração; d) Representação dos rendimentos de perfuração e do tempo de vida útil dos bits de perfuração com e sem afiação dos respetivos botões; e) Representação da eficiência energética ao longo do comprimento de perfuração. Na Figura 12a regista-se a variação dos custos diretos e indiretos relativamente ao período 2007 – 2010, tendo como base de comparação o ano de 2007 (índice 100). Assim, observa-se um aumento dos custos indiretos nos anos de 2008 e 2010, devido às diminuições de produção registadas, e a sua diminuição nos anos de 2007 e 2010 onde pelo contrário, se registaram aumentos de produção. Os custos indiretos mantiveram-se sem variação significativa no seu valor global anual, como seria de prever. Pelo contrário, os custos diretos que 116 são influenciados diretamente pela produção, tiveram uma diminuição de cerca de 9% quando comparados os valores de 2010 com 2008, ano em que foi registado o valor mais elevado de custos diretos. A presente abordagem integrativa e interdisciplinar em geotecnia mineira, aplicada a partir do ano de 2008, permitiu uma diminuição significativa nos custos relativos às operações de desmonte – carga – transporte – britagem (Figura 12b). Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Figura 12 Síntese preliminar da evolução de custos de produção e operação para o período de 2007 a 2010. Conclusões A presente nota pretende destacar que a qualidade do desmonte por explosivos de uma dada exploração, que não é mais do que um recurso geológico com impacto na economia nacional, deverá ser estudada de uma forma integrativa e interdisciplinar. Estas abordagens são apenas possíveis se existir efectivo envolvimento de um meio empresarial decidido a investir no conhecimento e valorização dos seus georrecursos (seja ao nível da prospeção, da pesquisa e da exploração) e por parte da academia de uma real vontade de colocar todo o seu potencial técnico-científico no desenvolvimento de estudos que beneficiem a competitividade da indústria num contexto internacional em prol de uma sociedade mais sustentável. Tal como opina Bieniawsi (2010) urge estabelecer pontes concretas entre a academia e a indústria que beneficie a sociedade pela sua interdependência intrínseca e mútua aprendizagem. Para o efeito, recorreu-se, dada a extrema complexidade resultante 117 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 da anisotropia natural dos maciços, aos métodos das geociências de engenharia e da engenharia mineira, bem como das modernas técnicas da geoengenharia de maciços rochosos. Destaca-se, especialmente, a elaboração do esboço cartográfico do zonamento geotécnico do maciço do georrecurso de importância capital para o apoio à decisão para um correto planeamento da lavra. Por outro lado, a integração de toda a geo-informação em aplicativos informáticos dinâmicos (Galiza et al., 2011a,b; Galiza, in prep.): (i) para a definição da compartimentação geotécnica e geomecânica básica do maciço - ScanGeoData|BGD e SchmidtData|UCS; (ii) para a caracterização dos desvios e tecnologias de perfuração - GeoHole|Data e GeoDrill|Data. Desta forma, mais do que o avanço tecnológico das ferramentas de perfuração, o conhecimento rigoroso técnico-científico em termos de geotecnia mineira, de uma forma interdisciplinar e integrativa, sobre o georrecurso é vital para a aplicação das corretas metodologias para se atingir uma melhor relação resultado/custo no desmonte do maciço rochoso. Bieniawski Z.T., (1989). Engineering rock mass classifications: a complete manual for engineers and geologists in mining, civil, and petroleum engineering. Interscience, John Wiley & Sons, New York, 272 pp. Bieniawski Z.T., (2010). Building bridges between academia, industry and society: reflections on experience from three continents. Inaugural Lecture of Doctor Honoris Causa, AGH University of Science and Technology in Kraków, Poland, 17 pp. (http://home.agh. edu.pl/~cala/bieniawski/w_dhc_en.pdf) Bock H., (2006). Common ground in engineering geology, soil mechanics and rock mechanics: past, present and future. Bull. Eng. Geol. 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Este estudo insere-se no quadro de apoio LABCARGA-IPP-ISEP|PAD’2007/08 e no PEst-C/CTE/UI4035/2011-2012 (GeoBioTec|UA). Um agradecimento especial a R. Silva, P. Moreira e L. Freitas pelo apoio na vectorização de algumas figuras. REFERÊNCIAS Albuquerque I., (2010). A influência das características geome- Monograph 874, Ottawa. Culsham M.G., (2005). From concept towards reality: developing the attributed 3D geological model of the shallow subsurface. Quarterly Journal of Engineering Geology and Hydrogeology, 38, 231–284. Cunha A.P. & Muralha J., (1990). Scale effects in the mechanical behaviour of joints and rock masses. Memória 763, LNEC, Lisboa. 44 pp. Deere D.U., Hendron A.J., Patton F.D. & Cording E.J., (1967). Design of surface and near surface construction in rock. In: Fairhurst C., (ed.), Failure and breakage of rock, proceedings 8th U.S. symposium rock mechanics. Soc. Min. Engrs, Am. Inst. Min. cânicas dos maciços fraturados no desvio da perfuração. Instituto Metall. Petrol. 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Resumo Neste trabalho procura fazer-se uma análise do processo de serragem com engenhos multi-lâminas e granalha de aço, na medida em que se trata do método de seccionamento de blocos de granito mais utilizado pelas grandes indústrias do setor. Tendo em conta a importância económica desta operação produtiva na indústria em causa, foi definido como objetivo primeiro a análise estatística dos custos de produção, o que permitiu isolar, quantificar e formular os fatores de rentabilização do processo de serragem com vista ao desenvolvimento de fórmulas de cálculo que permitissem prever o custo médio de serragem, bem como a definição do custo de produção diferenciado em função de diferentes espessuras de corte. 121 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 1. Introdução Como consequência do projeto realizado obteve-se um conjunto de conclusões útil, para o setor industrial em Este trabalho visa apresentar um enquadramento da realidade económica e industrial do setor transformador de granitos ornamentais em Portugal através de uma análise do processo de serragem com engenhos multi-lâminas, na medida em que este é o método de seccionamento de blocos de granito mais utilizado pelas grandes indústrias do setor. Este estudo tem como base de partida um caso concreto de uma indústria portuguesa, tendo sido realizada uma recolha de dados assente na implementação prévia de rotinas de controlo e registo dos mesmos, em quadros de produção normalizados e de fácil preenchimento pelos operadores dos equipamentos. Esta recolha e subsequente tratamento e análise estatística de dados permitiu isolar, quantificar e formular os fatores de rentabilização do processo de serragem, que permitiram o desenvolvimento de fórmulas de cálculo do custo médio de serragem que estabelecem o custo de produção diferenciado em função das espessuras, com ou sem a incorporação dos fatores de rentabilização. causa, que evidencia a importância de fatores como a ocupação dos engenhos e rentabilização de um espaço confinado, da resistência oferecida à serragem pelos granitos, e da diferença de altura entre os blocos de uma mesma carga, nos custos de transformação. 2. Técnicas e metodologias 2.1 Equipamentos Os engenhos multi-lâminas (Figura 1a) são equipamentos destinados à serragem de blocos de granito em chapas de espessuras diversas, as quais depois de receberem um acabamento de superfície (polido, bujardado, flamejado, amaciado, granalhado, acetinado ou outro) se destinam à produção de revestimentos, modulares ou por medida, para os setores da construção civil, da decoração de interiores e da arte funerária. Figura 1 Engenho pendular de serragem multi-lâmina Gaspari Menotti JM6000: a) aspeto geral dos blocos posicionados para a serragem; b) pormenor da ação de bloqueio do carro porta-blocos. O tipo de engenho que serviu de base ao presente estudo tem uma dimensão interior de 3,45x2,00x5,40m e pode ser equipado com um máximo de 180 lâminas para a serragem de chapas de granito com 2cm de espessura. No entanto, tendo também em conta que os blocos de granito nem sempre têm uma forma paralelepipédica perfeita, e porque é necessário deixar cunhas de separação e de suporte entre eles, normalmente considera-se 5,0m como largura útil do engenho. 122 Este tipo de equipamento tem como principais vantagens, o facto de permitir grandes produções a preços competitivos (quando serra finas espessuras) e em tempos relativamente curtos; de garantir em geral um nível qualitativo elevado no processo de serragem; dos preços das ferramentas (lâminas e granalha) serem relativamente baixos e de não apresentarem os imponderáveis das ferramentas diamantadas, pelo facto destas estarem mais sujeitas a variações qualitativas. Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 A utilização deste tipo de equipamento tem como principais desvantagens, o fato de implicar investimentos avultados; de obrigar a infra-estruturas de instalação complexas; de ser pouco flexível em termos produtivos; de exigir a utilização de mão-de-obra conhecedora e experiente e, por último; da sua rentabilidade ser inversamente proporcional ao aumento da espessura das chapas a serrar, sendo um equipamento pouco rentável quando processa chapas com espessura superior a 6-7cm, por comparação com outros tipos de equipamentos de serragem. de cimento de forma a evitar que se desloquem durante Os blocos selecionados para uma determinada serragem são colocados, no exterior do engenho, sobre o carro porta-blocos, e a ele são “chumbados” com argamassa verticalidade das lâminas, recorrendo-se para esse efeito a serragem por ação do movimento do quadro porta-lâminas (Figura 1b). A laminagem deverá ser executada garantindo o espaçamento exato entre as lâminas usando para isso “espaçadores” de PVC com medidas retificadas, para que as chapas de granito obtidas cumpram as normativas europeias (NP EN 1469:2004 e NP EN 12058:2004) referentes às tolerâncias dimensionais. A laminagem deverá também ser executada garantindo a a um nível que é colocado em cada lâmina no momento da montagem desta ferramenta. Figura 2 Vista lateral de um engenho e pormenor do volante e biela A serragem dos blocos faz-se graças a dois movimentos associados do quadro porta-lâminas: um movimento de descida e um movimento longitudinal pendular das lâminas, o qual é conseguido à custa de um sistema de biela-manivela (Figura 2) com o auxílio de um volante, que tem como função ajudar a vencer o momento de inércia do quadro porta-lâminas bem como auxiliar o funcionamento do motor. O processo de serragem realiza-se quando o movimento pendular, criado pela biela-manivela, provoca no quadro porta-lâminas, uma batida seguida de arrastamento. Este movimento potencia assim a ação de corte das lâminas, por choque no momento da batida (a um ritmo aproximado de 65 batidas por minuto), e por abrasão na fase de arrastamento do quadro porta-lâminas (com curso do quadro de 70cm), a cada ciclo da biela, originando-se assim pequenas desagregações dos minerais constituintes do granito (Ribeiro, 2005). No processo de serragem é também fundamental a intervenção de uma calda abrasiva constituída por água, cal hidratada e granalha, a qual é lançada sobre os blocos por um chuveiro em movimento oscilatório transversal permanente, durante todo o processo de transformação, o que permite o espalhamento homogéneo da calda na área de serragem e a penetração da mesma em todos os sulcos de corte. Isto fará com que a granalha contida na mistura acabe por se interpor entre a lâmina e o granito funcionando como abrasivo. No quadro da Figura 3 são apresentadas algumas das características técnicas mais importantes do engenho pendular JM 6000, as quais são fundamentais ao desenvolvimento do presente estudo. 123 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Figura 3 Principais dados técnicos do engenho que serviu de base ao estudo Engenho pendular JM 6000 Número máximo de lâminas Curso do quadro porta-lâminas Velocidade máxima de serragem/descida * Número de batidas por minuto Potência do motor do volante Potência do motor da bomba Consumo de água em 24h Peso da máquina – 180 cm 70 cm/h 4,5 – 65 kW 132 kW 75 litros 4 200 ton 105 (*) Valor indicativo, sujeito a variações em função do granito a serrar, do número de lâminas, do tipo de granalha, e de outros fatores como a densidade da calda. 2.2 Consumíveis Lâminas de aço As lâminas de serragem são produzidas a partir de aço laminado a quente e para que com elas se venha a obter bons níveis qualitativos no processo de serragem, é fundamental que apresentem elevada resistência à tracção e elevados teores de carbono. Durante a realização do estudo foram utilizadas lâminas com as características apresentadas no quadro da Figura 4. Figura 4 Características físico-químicas das lâminas de aço Carbono (C) Manganês (Mn) Sílica (Si) Fósforo (P) Enxofre (S) 0,64 - 0,82 % 0,75 - 1,5 % 0,15 - 0,90 % ≤ 0,04 % ≤ 0,04 % Resistência à Tração (N/mm²) Dureza (HRc) Largura (mm) Espessura (mm) Comprimento (mm) ≥ 900 26 - 37 100 5 4 650 O comprimento das lâminas é um fator inalterável, para um determinado engenho, pois é função do comprimento do mesmo. Em contrapartida a largura das lâminas, a sua espessura e as características da sua superfície podem ser variáveis (pelo que constituem motivo de acesa discussão) quanto à adequabilidade de cada uma destas variantes às diversas condições de serragem, ao tipo de granitos a serrar, à altura média dos blocos e, consequentemente, ao número de serragens por lâmina. Da experiência adquirida, constata-se que a largura de lâmina pela qual se opta (70mm-130 mm) não traz qualquer consequência diferenciadora, nem em termos qualitativos nem em termos de custo, ao processo de serragem; e que a espessura das lâminas tem pouca influência sobre a qualidade final de serragem, influindo, no entanto, muito na espessura do sulco e consequente124 mente na quantidade de matéria-prima desaproveitada na serragem. Quanto às características da superfície das lâminas para a serragem de granitos, existem superfícies lisas, caneladas ou com relevo. O tipo utilizado neste estudo é o canelado, na medida em que permite que a calda abrasiva penetre no corte de uma forma mais eficaz através dos rasgos transversais da lâmina, permitindo o acesso da granalha à zona onde efetivamente faz falta, ou seja, à zona de corte. Um fator fundamental no bom desenrolar da serragem tem a ver com aquilo que neste setor se designa por “caseamento” das lâminas no início da serragem, ou seja a penetração das lâminas até uma determinada profundidade no bloco de granito. Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 É fundamental que o caseamento se faça a uma velocidade de descida/serragem baixa de forma a evitar que a pressão exagerada, exercida sobre as lâminas, provoque eventuais desvios na serragem, por falta de apoio lateral. A velocidade do caseamento varia em função da resistência oferecida à serragem pelo granito em causa e pelo tipo de engenho onde essa serragem está a decorrer. Uma vez que o caseamento só se dá por concluído quando a totalidade das lâminas penetrou pelo menos dois terços da sua altura no bloco, facilmente se percebe que se forem colocados, numa mesma carga, blocos com diferenças de altura muito significativas o engenho terá que passar muito mais tempo a serrar a baixa velocidade. Calda abrasiva A calda abrasiva é constituída por granalha de aço, juntamente com cal hidratada e água, em quantidades relativas pré-definidas, que são função das características dos granitos em processo de transformação, da quantidade de lâminas utilizadas e da velocidade de serragem previsível; mas que para a maioria dos granitos consistirá nos seguintes valores (em peso) aproximados: água ± 66%, granalha ±3%, cal ±1%, sendo o restante constituído por finas partículas minerais. Esta mistura é depois bombeada de um poço de mistura para um chuveiro, que assegura um fluxo constante e homogéneo de material abrasivo às lâminas, através de um movimento transversal sistemático, que espalha a calda sobre os blocos. Esta calda, após ter cumprido com a sua função abrasiva, é reenviada novamente para o poço principal de mistura, após ter sido lavada e expurgada dos detritos. A lavagem/expurgo realiza-se fazendo passar a calda abrasiva por um ciclone separador, a espaços de tempo pré definidos, e tem como propósitos a recuperação da granalha ativa (aquela que fica retida no crivo de malha 40); a regularização da viscosidade da calda acrescentando água ao sistema; e o expurgo quer da granalha fina e sem capacidade de corte, quer dos resíduos minerais resultantes da desagregação do granito. A viscosidade da calda abrasiva vai aumentado à medida que a serragem evolui, pelo desgaste da granalha e sua transformação em pequenas partículas sem poder de corte, e pelas finas partículas minerais resultantes da abrasão do granito. A viscosidade ideal da calda abrasiva é função das características do granito em processo de serragem, sendo que, de acordo com Ribeiro (2005) esse valor deverá variar genericamente entre os 900 e os 1400 centipoise. A granalha tem sido o tipo de abrasivo utilizado na serragem de granitos desde há mais de 35 anos, inicialmente com granalha de fundição, hoje em dia completamente substituída pela granalha de aço, a qual tem evoluído juntamente com a evolução dos engenhos tendo-se adaptado às exigências da operação de corte (Citran, 2000). Figura 5 Materiais constituintes da calda abrasiva a) Granalha de aço. b) Cal hidratada. 125 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Existem dois tipos de granalha de aço em função do seu formato: o tipo esférico e o tipo angular, sendo o mais utilizado o angular com alguma mistura, em menor quantidade, de granalha esférica (Ribeiro, 2005). O tipo de granalha utilizada neste estudo é produzida pelo esmagamento de partículas maiores de granalha de aço esférica, transformando-as em partículas mais pequenas e angulares que posteriormente serão temperadas de forma a que se obtenham diferentes durezas que satisfaçam os requisitos de mercado (Figura 5a). A granalha usada no estudo em causa apresenta uma densidade nunca inferior a 7,4 g/cm³. A cal hidratada (hidróxido de cálcio) resulta da reação entre a cal viva e a água e pode ser traduzida pela seguinte reação química: CaO+H2OgCa(OH)2+Calor [1] Como resultado da reação química referida resulta um pó seco, extremamente fino e de elevado grau de brancura, representado na Figura 5b. A cal hidratada, em conjunto com as finas partículas minerais resultantes da serragem, têm a função de manter a granalha em suspensão na calda, impedindo que se deposite por ação do seu próprio peso. Só desta forma a granalha poderá manter-se em movimento no circuito: poço principal de mistura / bombagem / / chuveiro, e assim chegar na quantidade adequada à zona de corte. A cal hidratada tem também como função impedir a oxidação da granalha de aço e a consequente contaminação das chapas de granito durante a serragem (Coimbra Filho, 2006). 3. Desenvolvimento teórico das fórmulas de cálculo do custo médio de serragem Com base no estudo realizado à produção de dois engenhos, da mesma marca, modelo e ano de instalação, durante um período de seis meses, no qual se serraram uma miríade de diferentes granitos representativos, em termos de serrabilidade, do universo estatístico que constitui a produção usual da unidade fabril que serviu de base ao presente trabalho, compilaram-se os dados necessários para o desenvolvimento do estudo, com vista 126 à contabilização dos custos de produção e à análise da importância dos três principais fatores de rentabilização do processo de serragem: Resistência Média à Serragem, Ocupação do Engenho e Diferença de Altura Máxima Entre os Blocos. A recolha foi realizada por meio da implementação de rotinas de controlo e registo dos dados, em quadros de produção normalizados e de fácil preenchimento, pelos operadores destes equipamentos, tendo-se registado dados relativos a 79 serragens. Foram igualmente controlados e registados dados relativos aos diversos consumíveis gastos ao longo do processo de transformação, como sejam o número de lâminas aplicado em cada bloco, o valor da tensão a que as lâminas estão sujeitas durante o processo de serragem, bem como o consumo de granalha e de cal hidratada e ainda o consumo de energia. Durante o processo de recolha de dados as velocidades instantâneas de serragem e de caseamento são registadas nos quadros de produção, sendo aquelas função da Resistência Oferecida à Serragem pelo granito de menor Serrabilidade, constituinte da carga de blocos que se pretende processar. O tempo total de caseamento é também registado, na medida em que é função de dois dos factores que se pretende avaliar (Resistência Oferecida à Serragem e Diferença de Altura Máxima entre os blocos). Apresenta-se em seguida uma listagem dos diferentes parâmetros objeto de registo e subsequente análise: número total de horas de trabalho, número total de horas de paragem, número total de horas de trabalho efetivo, custo médio das lâminas (8/m²), custo médio da granalha (8/m²), custo médio da Cal (8/m²), consumo elétrico (kwh), custo energético total (8), custo energético médio (8 /m²), potencial de ocupação máxima do engenho (m³), ocupação do engenho (%), resistência média à serragem, velocidade média de serragem (cm/h), custos de manutenção (8/m²), custo de tratamento da água e das lamas (8/m²), custos de mão-de-obra (8/ m²), custos de amortização (8/m²), diferença de altura máxima entre os blocos (m), total serrado (m²), resistência à serragem, custo médio de serragem (8/m²), custo global da serragem (8). Na generalidade, a maior parte dos dados suprareferidos não carece de nenhum esclarecimento especial, exceção feita no que diz respeito aos conceitos de Resitência Média à Serragem, Ocupação do Engenho Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 e Velocidade Média de Serragem, na medida em que se trata de parâmetros desenvolvidos especificamente para o presente estudo. A Resitência Média à Serragem (Rms) foi definida como a razão entre o somatório do produto da Resistência à Serragem dos diversos blocos pela respetiva cubicagem e a cubicagem total dos blocos constituintes da carga em causa: [2] onde: Rms – Resistência média à serragem n – Número de blocos de uma carga Rsi – Resistência à serragem dos diversos blocos de uma mesma carga Cbi – Cubicagem dos diversos blocos de uma mesma carga (m3) A Ocupação do Engenho (Oe) foi definida como sendo o quociente entre a cubicagem do conjunto dos blocos de uma carga, e o valor teórico do potencial de ocupação máxima do engenho (34,5m3, no presente caso): [3] onde: Oe – Ocupação do engenho (%) n – Número de blocos de uma carga Cbi – Cubicagem dos diversos blocos de uma mesma carga (m3) A Velocidade Média de Serragem (Vs) foi definida como sendo o resultado da divisão entre a altura do bloco mais alto, em processo de serragem numa determinada carga, e o número de horas totais de trabalho necessárias para que essa serragem se concretize: [4] onde: Vs – Velocidade média de serragem (cm/h) Mh – Altura do bloco mais alto constituinte da carga (cm) Nhtt – Número de horas totais de trabalho (h) A experiência acumulada ao longo de décadas de atividade neste setor transformador da indústria extrativa, conjugada com informações técnicas facultadas pelos fornecedores de consumíveis e de equipamentos, permitem-nos atribuir a cada um dos 17 diferentes tipos comerciais de granitos estudados um correspondente valor adimensional para a Resistência Oferecida à Serragem, bem como quantificar outros 3 parâmetros de programação de serragem, a saber: Velocidade de Serragem do Engenho Durante o Caseamento (cm/h), Velocidade de Serragem do Engenho Após o Caseamento (cm/h) e Coeficiente de Programação para o Consumo de Granalha (kg/h). Na eventualidade – mais comum do que seria desejável – de uma carga ser constituída por granitos com diferentes níveis de Resistência Oferecida à Serragem, considera-se os valores de Velocidade de Serragem do Engenho Durante o Caseamento e de Velocidade de Serragem do Engenho Após o Caseamento relativos aos do granito de maior Resistência Oferecida à Serragem, constituinte da carga em causa. Nestas circunstâncias, o Coeficiente de Programação para o Consumo de Granalha adotado é obtido a partir do cálculo do nível médio de Resistência Oferecida à Serragem. 3.1 Expressão simplificada de cálculo do Custo Médio de Serragem O principal objectivo que presidiu ao desenvolvimento do presente estudo, foi o de desenvolver uma fórmula de cálculo que permitisse distribuir o custo de produção de uma forma diferenciada pelas diversas espessuras, agravando o custo das maiores e reduzindo, na mesma proporção, o custo das menores. Tendo em consideração que os engenhos de serragem processam os blocos de granito num espaço confinado, quanto menor for a espessura das chapas a serrar, maior será a produção e menor o custo unitário da mesma, e vice-versa. Assim, para serragens nas quais se processam diversas espessuras (o que é bastante usual) esta diferenciação de custo é fundamental. Os dados recolhidos nas 79 serragens permitiram calcular os custos médios de produção, onde foram consideradas as amortizações de equipamentos e infra-estruturas, os consumíveis, a mão-de-obra, os custos ambientais relativos aos tratamentos das águas e das lamas, bem como os custos energéticos e de manutenção. 127 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Usando os valores obtidos no estudo estatístico para o Custo Global Médio de Serragem e para a Cubicagem Média do conjunto dos blocos por serragem, é possível configurar a seguinte fórmula de cálculo para a obtenção do Custo Médio de Serragem, em função da variação da espessura das chapas: a) O Erro amostral (E 0) do estudo será então o seguinte: [6] onde: E0 - Erro amostral n - Tamanho da amostra (nº de serragens do presente estudo) [5] onde: Cms - Custo médio de serragem para uma determinada espessura (8/m²) Cgms - Custo global médio de serragem do estudo estatístico (8) Ech - Espessura de chapa para a qual se pretende calcular o custo de serragem (m) Cmps - Cubicagem média por serragem do estudo estatístico (m³) Com vista à caracterização estatística deste estudo, assumiu-se que o universo de estudo seria finito na medida em que foram considerados oito anos para a amortização contabilística dos engenhos de serragem. Durante este período as condições de operação técnica e económica dos equipamentos mantêm-se semelhantes, após o que, apesar de continuarem em atividade, aquelas condições sofrem alterações significativas. Os engenhos, a partir dos oito anos de atividade, normalmente não funcionam em tão boas condições, havendo quebras significativas na sua produtividade e rentabilidade. Os encargos com as amortizações deixam de existir, mas em contrapartida aumentam significativamente os encargos com a manutenção, havendo portanto uma alteração significativa das condições que serviram de base a este estudo, quer em termos económicos quer em termos qualitativos. Assim sendo, o universo populacional foi constituído pela quantidade expectável de serragens a realizar durante os oito anos. Nos seis meses durante os quais se desenvolveu o estudo, realizaram-se 79 serragens, logo em oito anos realizar-se-ão expectavelmente 1 264 serragens. Com o intuito de analisar a probabilidade de uma serragem, a realizar no futuro, apresentar um custo produção que se enquadre dentro de um intervalo correspondente ao Custo Global Médio de Serragem (Cgms) com uma variação de 15%, passou-se à caracterização estatística: 128 b) Para se calcular a probabilidade de uma ocorrência será necessário começar por determinar a abcissa da curva de Gauss, recorrendo à seguinte expressão: [7] onde: Z - Abcissa da curva de Gauss X i - Variável aleatória μ - Média populacional σ - Desvio padrão populacional Para se obter o valor de Z é necessário calcular: b1) Variável aleatória (Xi) Para o cálculo desta variável são considerados dois valores: [8] [9] b2) Média populacional (μ) A Média populacional é o Custo Global Médio de Serragem, ou seja: [10] b3) Desvio padrão populacional (σ) Este valor é calculado aplicando a seguinte expressão ao conjunto dos dados referentes ao Custo Global de Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Serragem obtido a partir do estudo estatístico, para cada uma das serragens: [11] onde: σ - Desvio padrão populacional (8) xi - Variável aleatória A ssumindo-se um Nível de Conf iança de 95%, recorreu-se novamente à tabela de Z , podendo-se verificar que o valor de Zα é 1,96. Assim, o valor do Intervalo de Confiança será: Ic= - Média aritmética dos elementos em estudo (8) n - Tamanho da amostra (79 serragens) 10,53% [15] d) Definição da Margem de Erro Padrão (σρ), recorrendo à seguinte expressão: [16] Após a obtenção de todos os dados necessários, passa-se ao cálculo de Z: = - 0,81 (no presente estudo) [12] = 0,81 (no presente estudo) [13] b4) Consultando uma tabela de Z - curva Normal ou de Gauss, obtêm-se seguintes valores de probabilidade: Zmin - 0,81 ⟹ 0,2910 Zmáx + 0,81 ⟹ 0,2910 Assim, a probabilidade de uma serragem futura apresentar um Custo de Serragem que se enquadre dentro de um intervalo correspondente ao Custo Global Médio de Serragem (Cgms) com 15%, será igual ao somatório das probabilidades de ocorrer (Zmin + Zmáx), isto é: (0,2910 + 0,2910) x 100 = 58,20% c) Cálculo do Intervalo de Confiança (Ic), aplicando a fórmula de cálculo para populações finitas: [14] onde: Ic - Intervalo de Confiança (%) Za - Valor de Z para o Nível de Confiança considerado P - Proporção do atributo na população/percentagem do fenómeno (58,20%) n - Tamanho da amostra (79 serragens) N - Tamanho da população (1 264 serragens) onde: σρ - Margem de Erro padrão (%) n - Tamanho da amostra (79 serragens) P- Proporção do atributo na população/Percentagem do fenómeno (58,20%) Tendo em conta que a Margem de Erro encontrada corresponde a um desvio, esta deverá ser multiplicada por dois na medida em que, o Nível de Confiança de 95% envolve dois desvios. Assim sendo, a Margem de Erro Padrão nesta caracterização estatística será de 11,08%. Caracterização estatística do estudo realizado Como principais conclusões intermédias destacam-se as seguintes: • A probabilidade de uma serragem futura apresentar um Custo de Serragem que se enquadre dentro de um intervalo correspondente ao Custo Global Médio de Serragem (Cgms) com 15% de variação é de 58,20%; • O Nível de Confiança deste estudo estatístico é de 95%; • O Intervalo de Confiança da probabilidade da ocorrência é de 10,53%; • A Margem de Erro Padrão é de 11,08%; • O Erro Amostral é de 11,25%. 129 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 3.2 Expressão generalizada de cálculo do Custo Médio de Serragem Em serragens futuras, as previsões obtidas com a fórmula de cálculo do Custo Médio de Serragem para uma determinada espessura (Cms) apresentam-se como válidas, desde que garantidas as condições que estiveram na base do estudo estatístico e portanto dentro do âmbito de representatividade da amostragem realizada. A referida representatividade pode no entanto ser posta em causa caso surja um conjunto de encomendas à produção, de grande dimensão, cujos granitos a serrar, e os blocos correspondentes, se apresentem com características muito diferentes dos valores médios obtidos no estudo estatístico. Se tal acontecer a expressão Cms, não tem a abrangência necessária para acomodar as influências extremas, positivas ou negativas, resultantes dos fatores de rentabilização, porque os valores médios apesar de serem estatisticamente representativos do conjunto de dados estudados, não nos permitem extrapolar resultados, na hipótese de se terem que transformar de forma sistemática e rotineira cargas com granitos de características muito díspares em relação aos valores da amostragem realizada. Para fazer face a este constrangimento, foram desenvolvidas metodologias de análise que permitiram desenvolver uma fórmula de âmbito abrangente, a qual apresentará parâmetros que quantificam a influência dos fatores de rentabilização, podendo assim ser utilizada de forma generalizada. importância significativa no custo de serragem. Esta ocupação traduz-se em primeira instância na quantidade de blocos (m³) colocados em cada carga de serragem, no entanto neste estudo será dada preferência à análise da Ocupação do Engenho através dos m² serrados. Há uma ligação intrínseca entre estes dois valores, mas só os m² serrados permitem espelhar a relação entre os custos e a produtividade, dando-nos dados mais concretos para a análise da rentabilidade do processo de serragem. Um maior número de m² serrados, apesar de poder implicar um aumento proporcional nos gastos de alguns consumíveis, significa sempre uma redução no custo médio de serragem. Tal acontece pelo facto de se diluir, por uma produção mais elevada, os principais custos fixos (significam cerca de 44% do Custo Médio de Serragem). Na análise da relação entre o total de m² serrados e os Custos Médios de Serragem fixamos, dentro de intervalos de variação o mais restritos possível, em torno dos valores médios do nosso estudo, os dados referentes à Diferença de Altura Máxima Entre os Blocos; à Resistência Média à Serragem; e à Ocupação do Engenho, analisando depois a influência que as variações do Total de m² Serrados têm no Custo Médio de Serragem. Os valores compilados permitiram a execução do gráfico apresentado na Figura 6, no qual se pode ter uma melhor perceção da evolução relativa dos dados e concluir que existe uma relação de proporcionalidade inversa entre o Total de m² Serrados e o respetivo Custo Médio de Serragem. Fatores de rentabilização do processo de serragem A metodologia a seguir na análise de cada um dos fatores de rentabilização passa por estudar os parâmetros de serragem que influenciam, ou são influenciados, por esses fatores: Figura 6 Relação entre o total de m² serrados e o custo médio de serragem - Resistência Média à Serragem - Diferença de Altura máxima Entre os Blocos - Total de Metros Quadrados Serrados por Carga (m²)/ /Ocupação do Engenho (m³) - Custo Médio de Serragem Fator de rentabilização resultante da ocupação do engenho e rentabilização de um espaço confinado A adequada ocupação do espaço confinado, representado pelo volume interior disponível de um engenho, tem uma 130 Este gráfico permitiu também a criação das curvas polinomiais, do Custo Médio de Serragem e do Total de m² Serrados, as quais permitem obter a tendência Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 expectável representada pelos valores do intervalo [21] definido. Assumindo que este conjunto limitado de dados representa adequadamente a amostra, e que esta representa o universo de estudo, então as curvas de tendência polinomial permitirão estudar a evolução provocada, pelas variações do Total de m² Serrados (de serragem para serragem) no Custo Médio de Serragem, correlacionando para o mesmo valor de X, os valores de Y1 e Y2 correspondentes. As variações verificadas nas curvas polinomiais e as respetivas médias foram calculadas da seguinte forma: [17] [18] [19] onde: Froe – Fator de rentabilização resultante da ocupação do engenho (8/m²) M∆cms – Média aritmética da variação da polinomial do custo médio de serragem (8/m²) M∆tm2 s – Média aritmética da variação da polinomial do total de m² serrados Tsm – Média aritmética do total de m² serrados, no estudo estatístico (m²/carga) Ts – Total de m² serrados numa determinada carga Fator de rentabilização resultante da Diferença de Altura entre os Blocos Como consequência de algumas noções pré concebidas, este fator era considerado, no início do estudo, como um dos mais importantes na rentabilidade do processo de [20] serragem. Na prática este fator, comparativamente com os outros dois em análise, mostrou-se o menos importante, onde: M∆ tm s – Média aritmética da variação da polinomial do total de m² serrados acentuada do que o esperado inicialmente. Em todo o M∆ cms – Média aritmética da variação da polinomial do custo médio de serragem (8/m²) de proporcionalidade direta entre a Diferença de Altura ∆ tm2 s – Variação da polinomial do total de m² serrados ∆cms – Variação da polinomial do custo médio de serragem (8/m²) N – Número de serragens em estudo neste grupo Tendo em conta as médias obtidas no estudo estatístico Y 1 – Polinomial do total de m² serrados para o Total de m² Serrados, para a Resistência Y 2– Polinomial do custo médio de serragem (8/m²) Média à Serragem e para a Ocupação do Engenho, foi afetando os custos de produção de uma forma menos 2 caso, o estudo aqui desenvolvido demonstra uma relação Máxima Entre os Blocos e o Custo Médio de Serragem, provando-se que este fator tem, apesar de tudo, uma importância relevante. definido um intervalo restrito e, como consequência Conclui-se que a variação do Total de m² Serrados, na ordem dos 25,3704m², implicou uma variação de 0,10378/m² no Custo Médio de Serragem. Assim sendo, estão definidas as condições que permitem a formulação matemática do factor de rentabilização da definição destes parâmetros obteve-se um intervalo de análise, o qual permitiu trabalhar um conjunto de dados com características similares, e que deu origem à execução do gráfico apresentado na Figura 7, no qual se pode ter a perceção da evolução relativa entre as resultante da Ocupação do Engenho. Será de referir que, curvas representativas dos dois parâmetros em análise, quando o valor da Ocupação do Engenho for superior e perceber que existe uma relação de proporcionalidade a 560,158 m², obter-se-ão reduções no Custo Médio de directa entre a Diferença de Altura Máxima Entre os Serragem e vice-versa: Blocos e o Custo Médio de Serragem. 131 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Figura 7 Relação entre a diferença de altura máxima e o custo médio de serragem ∆ h – Variação da polinomial da diferença de altura máxima entre os blocos (m) Y 2 – Polinomial da diferença de altura máxima entre os blocos (m) Y1 – Polinomial do custo médio de serragem (8/m²) Refira-se que foi necessário fazer a partição no cálculo dos valores de ∆h e de ∆cms na medida em que se tal não tivesse sido feito obter-se-iam valores negativos nas variações das polinomiais, como consequência da inversão do sentido das curvas de descendentes para ascendentes. Este gráfico permitiu também a criação das curvas polinomiais, do Custo Médio de Serragem e da Diferença de Altura Máxima Entre os Blocos, as quais apresentam a tendência expectável, representada pelos valores do intervalo definido. Assumindo que este conjunto limitado de dados representa adequadamente a amostra, e que esta representa o universo de estudo, então as curvas de tendência polinomial permitirão estudar a evolução provocada, pelas variações da Diferença de Altura Máxima Entre os Blocos (de serragem para serragem) no Custo Médio de Serragem, correlacionando para o mesmo valor de X, os valores de Y1 e Y2 correspondentes. As variações verificadas nas polinomiais e as respetivas médias foram calculadas da seguinte forma: [22] Conclui-se então que uma variação da Diferença de Altura Máxima Entre os Blocos de 0,0370m, implica uma variação de 0,10058/m² no Custo de serragem. Assim sendo, estão definidas as condições que permitem a formulação matemática do Fator de rentabilização resultante da Diferença de Altura Máxima Entre os Blocos. Será de referir que quando o valor da Diferença de Altura Máxima Entre os Blocos for superior a 11,10 cm, obter-se-ão acréscimos ao Custo Médio de Serragem e vice-versa: [26] onde: Frdam – Fator de rentabilização resultante da diferença de altura máxima entre os blocos (8/m²) dam – Diferença de altura máxima entre blocos (m) Mdam – Média aritmética da diferença de altura máxima entre os blocos, no estudo estatístico (0,1110 m) M∆h – Média aritmética da variação da polinomial da diferença de altura máxima entre os blocos (m) [23] M∆cms – Média aritmética da variação da polinomial do custo médio de serragem (8/m²) [24] [25] onde: M∆h – Média aritmética da variação da polinomial da diferença de altura máxima entre blocos (m) M∆cms – Média aritmética da variação da polinomial do custo médio de serragem (8/m²) ∆ cms – Variação da polinomial do custo médio de serragem (8/m²) N – Número de serragens em estudo neste grupo 132 Fator de rentabilização resultante da Resistência à Serragem Para a definição do intervalo de análise deste fator de rentabilização foi feita uma triagem da amostra estatística total, definindo-se critérios de seleção o mais próximos possível dos resultados médios finais do estudo estatístico, na medida em que assim, tal como anteriormente referido, obter-se-ão dados mais abrangentes e representativos: o valor médio da Diferença de Altura Máxima Entre os Blocos, o Total de m² Serrados por carga e a Ocupação do Engenho. Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Como consequência da definição destes parâmetros obteve-se um intervalo de análise que permitiu a execução do gráfico apresentado na Figura 8, o qual permite ter a perceção da evolução relativa das curvas representativas dos dois parâmetros em análise, e perceber uma relação de proporcionalidade direta entre a Resistência Média à Serragem e o Custo Médio de Serragem. Figura 8 Relação entre a resistência média à serragem e o custo médio de serragem [30] onde: M∆ Rms – Média aritmética da variação da Polinomial da Resistência média à serragem M∆cms - Média aritmética da variação da polinomial do Custo médio de serragem (8/m²) ∆ cms – Variação da polinomial do Custo médio de serragem (8/m²) N – Número de serragens em estudo neste grupo ∆ Rms – Variação da Polinomial da Resistência média à serragem Y2– Polinomial da Resistência média à serragem Y1– Polinomial do Custo médio de serragem (8/m²) Conclui-se que uma variação da Resistência Média à Serragem na ordem dos 0,0944, implica uma variação de 0,11408/m² no Custo de Serragem. Este gráfico permitiu também a criação das curvas polinomiais, do Custo Médio de Serragem, e da Resistência Média à Serragem, as quais apresentam a tendência expectável representada pelos valores do intervalo definido. Assumindo que este conjunto limitado de dados representa adequadamente a amostra, e que esta representa o universo de estudo, então as curvas de tendência polinomial permitirão estudar a evolução provocada, pelas variações da Resistência Média à Serragem (de serragem para serragem) no Custo Médio de Serragem, correlacionando para um mesmo valor de X, os valores de Y1 e Y2 correspondentes. [31] onde: FrRms – Fator de rentabilização resultante da resistência média à serragem (8/m²) Rms – Resistência média à serragem dos blocos duma determinada carga MRms – Média aritmética da resistência média à serragem resultante do estudo estatístico (2,6120) M∆ Rms – Média aritmética da variação da polinomial da resistência média à serragem [27] M∆cms – Média aritmética da variação da polinomial do custo médio de serragem (8/m²) [28] Expressão geral para o cálculo do Custo Médio de Serragem As variações verificadas nas polinomiais e as respetivas médias foram calculadas da seguinte forma: [29] Assim sendo, estão definidas as condições que permitem a formulação matemática do factor de rentabilização resultante da Resistência Média à Serragem. Será de referir que quando o valor da resistência média à serragem for superior a 2,6120, originar-se-ão aumentos dos Custos Médios de Serragem e vice-versa: Com base nas fórmulas desenvolvidas para a quantificação dos fatores de rentabilização é possível, anexando-as à fórmula que permite distribuir o Custo de Serragem de uma forma diferencial pelas diversas espessuras (fórmula [5]), obter uma fórmula de âmbito abrangente, que pode 133 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 ser utilizada generalizadamente para prever o Custo Médio de Serragem, mesmo quando as condicionantes de transformação apresentam desvios significativos em relação aos valores médios do estudo estatístico. Esta fórmula permitirá assim prever valores para o Custo Médio de Serragem inferiores ao valor médio obtido no estudo estatístico, sempre que as condicionantes dos fatores de rentabilização forem favoráveis, e valores superiores àquele, sempre que os fatores de rentabilização produtiva não sejam geridos de forma tão eficaz. Caracterização estatística do estudo realizado Apresenta-se, em seguida, uma caracterização estatística dos resultados obtidos com a fórmula Cserg: • A probabilidade de uma serragem futura apresentar um custo calculado com a fórmula Cserg, que se enquadre dentro dos valores do actual estudo (calculados com a mesma fórmula), com uma variação de 15%, é de 64,76%. • O Nível de Confiança deste estudo estatístico é de 95%. Esta fórmula será designada por Fórmula Geral para o Cálculo do Custo Médio de Serragem para uma determinada espessura, incluindo os fatores de rentabilização (Cserg): Cserg = Cms + Froe + Frdam + FrRms • A Margem de Erro Padrão é de 10,74%. • O Erro Amostral é de 11,25%. [32] Cserg = 144,13192 Ech - 0,00409 Ts + 2,71622 dam + 1,20763 Rms + 0027779 [33] onde: Cserg – Custo médio de serragem para uma determinada espessura, incluindo os fatores de rentabilização (8/m²) Ech – Espessura de chapa para a qual pretendemos calcular o custo de serragem (m) Ts - Total de m² serrados numa determinada carga (m²) dam – Diferença de altura máxima entre blocos numa determinada carga (m) Rms – Resistência média à serragem dos blocos duma determinada carga A fórmula geral para o cálculo do Custo Médio de Serragem para uma determinada espessura, incluindo os fatores de rentabilização (Cserg), foi obtida através de dados estatísticos, havendo uma margem de erro envolvida no seu cálculo, sendo portanto necessário comparar o custo de serragem, na totalidade da amostra estatística, utilizando a referida fórmula (Cserg), com os custos reais de serragem (custo global de serragem). A metodologia deste cálculo passa por subdividir o total de m² duma serragem, nas diversas espessuras obtidas e com base nos factores de rentabilização inerentes a cada uma das situações, fazer a aplicação da fórmula Cserg por espessura, multiplicando depois os resultados obtidos pelos m² serrados respetivos. Este cálculo permitiu verificar que a diferença entre a média aritmética dos valores do Custo Global de Serragem e a média aritmética dos valores obtidos com a fórmula Cserg foi de apenas 0,091%. 134 • O Intervalo de Confiança da probabilidade de ocorrência é de 10,20%. 4. Considerações finais 4.1 Rentabilidade dos engenhos Da análise e tratamento dos dados obtidos pode concluir-se que a rentabilidade dos engenhos é função directa de: i) Adequada Ocupação do Engenho. Confirmandose que a utilização de “parelhas” de blocos que ocupem adequadamente o espaço confinado constituído pelo volume máximo do engenho e serrando preferencialmente finas espessuras podem-se conseguir reduções máximas em relação ao Custo Médio de Serragem na ordem dos 16,21%. Em contrapartida, o inverso pode originar custos acrescidos em relação ao Custo Médio de Serragem, que podem chegar aos 15,41%. Foi possível desenvolver uma expressão para o fator de rentabilização da ocupação do engenho: [34] (Ts - Total de m² serrados numa determinada carga) ii) Resistência à serragem dos granitos sujeitos ao processo de transformação com engenhos multi-lâminas. A transformação preferencial de granitos com uma baixa Resistência à Serragem origina custos de produção significativamente menores do que a transformação Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 de granitos de elevada Resistência à Serragem. Esta conclusão está consubstanciada no cálculo feito para a hipótese teórica de uma serragem de granitos que apresentem uma Resistência Média à Serragem de nível 5, e para a qual o resultado obtido indicia um acréscimo de cerca de 51,77% em relação ao Custo Médio de Serragem. Se em contrapartida a Resistência Média à Serragem for de nível 1,5 conseguir-se-á uma redução de cerca de 24,11% em relação ao Custo Médio de Serragem. Foi possível desenvolver uma expressão para o fator de rentabilização resultante da Resistência Média à Serragem: sido possível estabelecer uma fórmula de cálculo para o Custo Médio de Serragem em função das espessuras, não considerando os fatores de rentabilização: [37] Foi também possível pré definir uma fórmula geral para o cálculo para o Custo Médio de Serragem em função das espessuras, considerando os fatores de rentabilização: Cserg = 144,13192 Ech - 0,00409 Ts + 2,71622 dam + 1,20763 Rms + 0027779 [38] [35] (Rms - Resistência média à serragem numa determinada carga) iii) Colocação numa mesma carga de blocos de granito cujas Diferenças de Altura Máxima entre eles não sejam significativas. Conclui-se, a partir do estudo estatístico, que em cargas cujas Diferenças de Altura Máxima Entre Blocos sejam nulas, se conseguem reduções na ordem dos 5,41%, em relação ao Custo Médio de Serragem. Em contrapartida, cargas em que a Diferença de Altura Máxima entre os blocos seja da ordem dos 25cm implicam custos de produção adicionais na ordem dos 6,78%, em relação ao Custo Médio de Serragem. Estes valores, tal como já referido, apesar de não serem tão elevados como previsto ainda assim são significativos. Foi possível desenvolver uma expressão para o fator de rentabilização resultante da Diferença Máxima de Altura Entre Blocos: Importaria, como desenvolvimento futuro, levar a cabo o estudo das novas estruturas industriais emergentes em Portugal, as quais recorrendo a meios altamente mecanizados e automatizados e usando blocos de granito disformes de baixo valor comercial (resíduos das pedreiras), se vocacionaram para a produção competitiva de guias, cubos e lajeados para as obras públicas. O recurso a estes meios tecnológicos minimiza a utilização de mão-de-obra intensiva e pouco qualificada, assim como os problemas de falta de qualidade e de baixo valor acrescentado no produto final, para além de terem um papel importante na recuperação ambiental das pedreiras. Agradecimentos São devidos agradecimentos pela troca de impressões sobre a temática a J. Santos Baptista (UP). Este trabalho foi desenvolvido no âmbito da cooperação técnico-científica entre o LABCARGA|ISEP e a INCOVECA GRANITOS, S.A. [36] (dam - Diferença de altura máxima entre os blocos de uma determinada carga) 4.2 Fórmulas diferenciadas de cálculo de custo de serragem Foi possível calcular o Custo Médio de Serragem com base no estudo estatístico realizado, tendo igualmente 135 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Mirriam R., Rieke H.H., Kim Y. C., (1970). Tensile Strength Bibliografia Alves D. B., Biondi M., Leta F. R., Lima L. P., Valente S. C., Corval A., (2005). 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Recife, pp. 14. 136 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Desenvolvimento do Projeto de Deposição de Rejeitados Espessados / Pasta de Rejeitados Mafalda Oliveira Chefe do Departamento de Barragens Somincor – Mina de Neves Corvo Castro Verde - Portugal E-mail: [email protected] Palavras-chave: Deposição subaquática; Instalação de armazenamento de resíduos; Pasta de rejeitados; Rejeitados mineiros. Resumo Os rejeitados produzidos nos processos de concentração dos minérios na Somincor foram desde 1988, data de início da exploração mineira, até final de 2010, armazenados subaquaticamente na albufeira da Instalação de Resíduos do Cerro do Lobo, construída em forma de barragem de enrocamento. Esta estrutura foi alvo de três alteamentos tendo no último ficado com o coroamento à cota final para a qual foi projetada. A esta cota final e tendo em conta o plano de vida da mina a capacidade de armazenamento, para deposição subaquática, esgotar-se-ia no início de 2011, o que era manifestamente insuficiente para as quantidades a produzir no plano de vida da mina. Para fazer face a esta situação sem comprometer a sustentabilidade da empresa a Somincor deu início, em 2001, ao desenvolvimento do designado “ Projeto de Pasta de Rejeitados”. Este artigo pretende descrever as fases deste projecto e a sua implementação com sucesso em novembro de 2010. 137 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Os rejeitados produzidos no processo de concentração do minério, efetuado nas lavarias da Somincor, são, desde o início da exploração, armazenados subaquaticamente num aterro de resíduos, construído em forma de barragem, designado por Instalação de Resíduos do Cerro do Lobo (IRCL). Corpo Principal do aterro da IRCL Albufeira do IRCL Os aterros da barragem, que foi concebida para ser construída por fases, foram alvo de 3 alteamentos, o último dos quais decorreu no período 2003-2005, estando o coroamento à cota 255, cota final prevista no projeto inicial. No final deste último alteamento a barragem ficou com 3 327 m de desenvolvimento em aterro e 42 metros de altura máxima. A albufeira tem 190 ha de área e 17Mm3 de capacidade para armazenamento de rejeitados. desenvolvimento do Projeto da Pasta, que consistiu num: A esta cota final de coroamento, e considerando a previsão anual de produção de rejeitados, a barragem esgotaria a sua capacidade, para armazenamento subaquático de rejeitados, no 1º trimestre de 2011, o que seria manifestamente insuficiente para a quantidade de rejeitados prevista no Plano de Vida da Mina. Para poder responder atempadamente a esta situação e a não comprometer a sustentabilidade da empresa a Somincor est udou, em 2001, t rês diferentes alternativas: • Construção de uma nova barragem; • Novo alteamento da barragem existente; • Deposição de rejeitados espessados/pasta de rejeitados – designada por Projeto da Pasta Dadas as dificuldades técnicas, económicas e legais das duas primeiras alternativas a Somincor optou pelo 138 1. Estudo do espessamento dos rejeitados produzidos nas lavarias, antes da sua deposição na BCL, a efetuar numa central de produção de pasta equipada com um espessador de cone profundo (DCT) e bombas de alta pressão. 2. Estudo da deposição emersa da pasta na BCL, em áreas mais pequenas delimitadas por diques construídos em escombro, com cobertura imediata após enchimento da respetiva área. 3. Estudo da possibilidade de armazenamento de escombro da mina, simultaneamente com a deposição de rejeitados, uma vez que as atuais escombreiras são temporárias devendo ser removidas no final da vida da mina, mantendo a atual geometria dos aterros da barragem. O projeto da pasta que, como já acima referido, teve início em 2011, foi constituído pelas seguintes fases: Estudos e Engenharia • Estudo de pré-viabilidade – 2001; • Testes laboratoriais – 2002; • Ensaio de campo – setembro 2002 a setembro 2005; Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 • Investigação hidrogeológica do aquífero e definição dos modelos geoquímico e hidrogeológico – 2003; • Teste piloto – 2004 - 2010; • Estudo de Viabilidade - Concluído em dezembro 2007; • Engenharia de Base – Concluída em junho 2008; • Avaliação da estabilidade dinâmica da pasta depositada – Concluída em junho 2009; • Engenharia de detalhe – Concluída em julho 2009. • Construção das 4 Células iniciais e nova estrada- Construção cobertura e escolher, com base nos resultados obtidos, a • Construção da Central da Pasta e Espessador - agosto 2009 a outubro 2010; cobertura a utilizar na fase operacional. Espessador piloto e dados do teste piloto outubro de 2009 a outubro 2010. Os resultados positivos obtidos em cada uma das etapas da fase de estudos e engenharia acima referidas permitiram avançar para a etapa seguinte. O estudo piloto foi particularmente importante pois para além de ter permitido o estudo da produção e deposição de pasta permitiu também testar 3 diferentes tipos de Pasta produzida no ensaio piloto • Espessador com 8 metros de diâmetro • Área de deposição: 10.000 m2 • Volume de pasta produzida: 30.000 m3 • Valores médios: 65% sólidos, 253mm abaixamento • Sem sinais de oxidação durante a operação Início da cobertura da área piloto Conclusão da cobertura da área piloto 139 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 uma camada de 0,5 metros de solo de cobertura. A cobertura foi desenhada para permitir a ocorrência de infiltração em quantidade igual ou superior à água que drena da base do depósito, o que permitirá um nível freático elevado na camada de rejeitados/ /pasta a longo prazo; Os resultados obtidos após 9 anos de estudos foram os seguintes: • Construção e operação da central de produção de pasta usando a tecnologia de Espessador de Cone Profundo (Deep Cone Thickner); • Instalação e operação de um sistema de tubagens para distribuição de pasta desde a central da pasta até às células na albufeira do IRCL; • Metodologia que permite um encerramento progressivo do IRCL, durante a fase operacional da empresa. O aterro de resíduos estará praticamente encerrado no final da vida da mina. • Possibilidade de manutenção da cota atual dos aterros do IRCL e garantia de um aumento de capacidade da albufeira, mudando de uma deposição subaquática de rejeitados para uma deposição emersa de rejeitados em forma de Pasta; A deposição de rejeitados espessados/pasta, em alternativa a uma deposição subaquática de rejeitados, permite e assegura: • Construção sequencial de 15 células, dentro da albufeira do aterro de resíduos, à custa da construção de diques em escombro, o que permite um enchimento progressivo da albufeira; • Otimização da estabilidade geotécnica, geoquímica e hidrogeológica; • Cobertura de cada célula imediatamente após o seu total enchimento. A cobertura será constituída, da base para a superfície, por uma camada de 1 metro de escombro, sobre a qual assentará uma camada de 0,4 metros de material grosseiro de pedreira (servirá de barreira à capilaridade), sobre a qual será colocada • A minimização dos impactes ambientais (redução da oxidação dos sulfuretos e geração de lixiviados); • Encerramento progressivo do IRCL durante a fase operacional da empresa; • Co-deposição de pasta de rejeitados e de escombro da mina na albufeira do IRCL; • Capacidade suficiente da albufeira da IRCL para o total das reservas actualmente conhecidas. Figura 1 Geometria das 15 células e respetivos diques a construir com escombro da mina A numeração indica a respetiva sequência de enchimento. 140 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 O projeto de produção de rejeitados espessados/pasta é um projeto pioneiro a nível europeu e mundial, pelas seguintes razões: Central de produção de pasta • Pela primeira vez na Europa a pasta de rejeitados com elevado teor de sulfuretos é produzida e preparada para armazenamento ao ar, antes da cobertura definitiva, numa bacia não impermeabilizada e num local de clima seco; • Também pela primeira vez estão a ser construídas “células” para armazenamento simultâneo de pasta de rejeitados e escombro. Esta técnica permite o enchimento e encerramento progressivos do aterro de resíduos do Cerro do Lobo durante a fase operacional da empresa. A cobertura foi desenhada para a manutenção de elevados níveis de saturação da pasta e a minimização de lixiviados. O arranque da Instalação de Produção de Pasta no passado mês de novembro de 2010, e a conclusão da construção das 4 células iniciais na BCL e da estrada de apoio às condutas de alta pressão, foi o culminar do longo processo de investigação iniciado em 2001. Figura 2 Localização das 4 células iniciais Bibliografia Hidroprojecto, (2004). SOMINCOR. Barragem do Cerro do Lobo. 4ª Fase de Construção. Alteamento da cota 242 para a cota 255. Portugal (5 volumes) Verburg, R., Newman, P., & Fordham.M. (2006).Surface Paste Disposal of High-Sulphide Tailings – Field Cell Monitoring and Pilot Plant Testing. In: Proceedings from the Seventh International Conference on Acid Rock Drainage. St. Louis, MO, March 26-29, 2006. 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Turkey September 2011. 141 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Atividade Mineira • Contratos de Prospeção e Pesquisa • Contratos de Concessão DE EXPLORAÇÃO 143 144 MN/PP/10/11 02-11-2011 MN/PP/11/11 02-11-2011 PANNN - Consultores de Geociências, Lda. PANNN - Consultores de Geociências, Lda. Minaport - Minas de Portugal, Lda. MN/PP/14/11 02-11-2011 Colt Resources MN/PP/17/11 05-12-2011 EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A CENTRO Sarzedas Cedovim Fundão Argemela Argozelo Pingarela Carviçais 2 Nome da área NORTE Art.ºs 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 88/90 e Art.ºs 9.º , 13.º e 14.º do Decreto-Lei n.º 90/90 de 16 de março. Art.ºs 278.º e seguintes do Titulo I, Parte III do CPP. Base Jurídica Art.ºs 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 88/90 e Art.ºs 9.º , 13.º e 14.º do Decreto-Lei MN/PP/12/11 02-11-2011 n.º 90/90 de 16 de março. Art.ºs 278.º e seguintes do Titulo I, Parte III do CPP. MN/PP/16/11 05-12-2011 EDM – Empresa de Desenvolvimento Mineiro, S.A Data da outorga MN/PP/08/11 02-11-2011 Contrato CPF - Companhia Portuguesa de Ferro, Lda. Empresa Volfrâmio, antimónio, ouro e prata Antimónio, arsénio, berílio, bismuto, chumbo, cobre, estanho, lítio, molibdénio, nióbio, ouro, prata, tântalo, tungsténio e zinco Lítio, estanho, tântalo, nióbio, rubídio, cobre, chumbo, zinco, ouro, prata e pirites Lítio, estanho, tântalo, nióbio, rubídio, cobre, chumbo, zinco, ouro, prata e pirites Estanho, volfrâmio ouro, prata, cobre e sulfuretos associados Platina, paládio, ródio, ruténio, irídio, ósmio, rénio, ouro, prata, níquel, cobalto, cobre e crómio Ferro e minerais associados Substância (s) Oleiros, Fundão, Castelo Branco,Vila Velha de Ródão e Proença-a-Nova Tabuaço, S. João da Pesqueira, Penedono, Armamar, Sernacelhe, Moimenta da Beira, Meda e Vila Nova de Foz Côa Covilhã e Fundão Castelo Branco Guarda e Viseu Castelo Branco Castelo Branco Bragança Bragança e Vimioso Covilhã e Fundão Bragança Bragança Distrito (s) Bragança e Vinhais Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta Concelho (s) DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Prospeção e Pesquisa Assinados - 2.º Semestre de 2011 27 350 21 812,9 1 177,5 590,405 21 110,4 7 775 4 788,5 Área (ha) Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Data da outorga Nome da área LISBOA E VALE DO TEJO E ALENTEJO Base Jurídica Substância (s) Concelho (s) ALENTEJO ALGARVE Maepa - Empreendimentos e Parti- MN/PP/09/11 02-11-2011 Art.ºs 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 88/90 cipações, Lda. e Art.ºs 9.º , 13.º e 14.º do Decreto-Lei n.º 90/90 de 16 de março. Art.ºs 278.º e seguintes do Titulo I, Parte III do CPP. Aljezur Barrancos Ouro, prata, cobre, chumbo e zinco Ouro, prata, chumbo, zinco, cobre Aljezur, Monchique e Portimão Barrancos e Moura MN/PP/13/11 02-11-2011 Art.ºs 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 88/90 Montemor-o-Novo Ouro, prata, cobre, chumbo, Montemor-o-Novo, Évora, e Art.ºs 9.º , 13.º e 14.º do Decreto-Lei zinco e minerais associados Viana do Alentejo, Vendas n.º 90/90 de 16 de março. Art.ºs 278.º e Novas e Alcácer do Sal seguintes do Titulo I, Parte III do CPP. Contrato Minaport - Minas de Portugal, Lda. MN/PP/15/11 02-11-2011 Art.ºs 5.º e 8.º do Decreto-Lei n.º 88/90 e Art.ºs 9.º , 13.º e 14.º do Decreto-Lei n.º 90/90 de 16 de março. Art.ºs 278.º e seguintes do Titulo I, Parte III do CPP. Colt Resources Empresa DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Prospeção e Pesquisa Assinados - 2.º Semestre de 2011 (Cont.) Faro Beja Setúbal e Évora Distrito (s) 27 064 9 733,7 72 822 Área (ha) Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 145 146 C-16 C-103 Renoeste - Valorização de Recursos Naturais, S.A. ( ** ) Iberian/Colt (**) Adenda ao contrato. (*) Prorrogação do contrato com adenda. C-35 C-127 Sociedade Mineira Carolinos, Lda. ( * ) J. A. Lagoa, S.A. Contrato Empresa 02-11-2011 16-09-2011 16-09-2011 16-09-2011 Data da outorga CENTRO Art.º 9.º e n.º 1 do Art.º 21.º do Decreto-Lei n.º 90/90 de 16 de Março e Art.ºs 16,º e 21.º do Decreto-Lei n.º 89/90 de 16 de março. ALENTEJO Art.º 9.º e n.º 1 do Art.º 21.º do Decreto-Lei n.º 90/90 de 16 de março e Art.ºs 16,º e 21.º do Decreto-Lei n.º 89/90 de 16 de março. Base Jurídica Boa Fé Carriço Figueiredo Bicha Ouro, prata, cobre, zinco e minerais associados Salgema Caulino Quartzo Denominação Substância (s) S. Sebastião da Giesteira, N. Senhora da Boa Fé, N. Senhora da Tourega, N. Senhora da Guadalupe e Santiago do Escoural Carriço Vila Cã, Santiago de Litém, São Simão de Litém e Albergaria dos Doze Freches Freguesia (s) DEPÓSITOS MINERAIS - Contratos de Concessão de Exploração Assinados - 2.º Semestre de 2011 Évora e Montemor-o-Novo Pombal Pombal Trancoso Évora Leiria Leiria Guarda Concelho (s) Distrito (s) 4 678,1808 161,6160 220,1050 50,0000 Área (ha) Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Águas Minerais e de Nascente • Contratos DE eXPLORAÇÃO • Contratos de Prospeção e Pesquisa • Atribuição DE lICENÇA • Rescisão de cONTRATOs DE eXPLORAÇÃO 147 148 27-07-2011 94-NAS 08-09-2011 PP-RG-07 PP-RG-06 PP-RG-05 PP-RG-04 CENTRO 1,1480 Área (km2) Concelho Alto Minho - Águas Minero-Medicinais de Grichões, Lda. Paredes de Coura Detentor da Licença Mação Concelho (s) Vizela Concelho (s) Kernow Mining Portugal Sociedade Unipessoal, Lda. Sociedade Geotérmica da Bacia Lusitaniana, Unipessoal, Lda. Viana do Castelo Distrito Santarém Distrito (s) Braga Distrito (s) Chaves Vinhos e Vila Franca de Xira Óbidos, Bombarral, Lourinhã, Cadaval, Azambuja, Torres Vedras, Alenquer, Arruda dos Pombal, Leiria, Marinha Grande, Alcobaça e Batalha Benavente, Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro, Palmela, Sesimbra e Setúbal Dão e Tondela Viseu, Mangualde, Nelas, Seia, Oliveira do Hospital, Tábua, Carregal do Sal, Santa Comba Concelho (s) REcursos Geotérmicos - Rescisão dos Contratos de Exploração - 2.º Semestre de 2011 Grichões-Nascente Nome da Licença Geovita - Energia da Terra, Lda. Data do Despacho Nº do cadastro 54.0000 Área (ha) áGUAS de Nascente - Atribuição da Licença - 2.º Semestre de 2011 Unicer Águas, S.A. PP-RG-03 PP-HM-28 16-09-2011 Titular dos Direitos Titular dos Direitos Nº cadastro Data da outorga Caldas de Vizela NORTE Denominação Águas Minerais - Contratos de Prospeção e Pesquisa - 2.º Semestre de 2011 Companhia dos Banhos de Vizela, S.A. Titular dos Direitos Nº do cadastro HM - 68 16-09-2011 Data Nº cadastro Data da outorga áGUAS MINERAIS - Contratos de Atribuição de Direitos de Exploração - 2.º Semestre de 2011 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Pedreiras • Novas Licenças de Exploração • ADAPTAÇÃO DAS LICENÇAS de Exploração EXISTENTES • Transmissão dA LICENÇA DE EXPLORAÇÃO • Cessação dA LICENÇA DE EXPLORAÇÃO • Nomeação de Diretores Técnicos • Responsáveis Técnicos Inscritos na Direcção-Geral de Energia e Geologia 149 150 DRE 25-10-2011 DRE 14-07-2011 5201 6465 6701 6697 6695 6669 4656 (**) 2986 (**) 6702 3785 3781 6246 6674 (**) 5490 (**) 6340 (**) 6703 6696 (*) Nº do cadastro Carrascal JS Bom Sucesso n.º 5 Covão Alto n.º 3 Cabeça Gorda Vale da Barreira Pedreira do Seixo Ladeiras Serra do Carvalhal Soutela Pisca n.º 2 Pisca n.º 3 Pinhal da Pardaleira Codaçal n.º 3 Cabeço Gordo n.º 2 Cabeço do Vedeiro Pedra Vedra Penedo do Pinto Denominação Mármore Argila comum Calcário Calcário Calcário Granito Granito Calcário Granito Argila comum Argila comum Areia comum Calcário Calcário Calcário Granito Granito Substância (s) Titular da licença CENTRO NORTE LISBOA E VALE DO TEJO Plácido José Simões, S.A. ALENTEJO Cerâmica Torreense de Miguel Pereira, Sucessores, Lda. Limestone - Extracção e Comércio de Mármores, Lda. Parapedra - Sociedade Transformadora de Pedra, Lda. Marbipedra, Lda. Câmara Municipal de Castro Daire P.D.L. - Pedreiras de Ladeiras, S.A. L.R.P.- Britas do Centro, S.A. Granidera-Granitos de Pedra D'Era, Lda. António Simões & Filhos, Lda. António Simões & Filhos, Lda. Litoareias-Exploração de Areias de Monte Redondo, Lda. Stonecalcário - Extracção e Comércio de Agregados de Calcário, Lda. Mármores Garcogel, Lda. Mármores Garcogel, Lda. Manuel António Brizida da Mota Granitos Rosa Boivão, Lda. (**) Pedidos de prorrogação da licença de exploração por mais 1 ano. (*) Exploração com licença provisória por um ano. DRE DRE 19-10-2011 08-11-2011 DRE DRE 28-06-2011 12-08-2011 DRE DRE 13-10-2011 DRE CM 07-10-2011 07-12-2011 CM 07-10-2011 14-12-2011 DRE DRE 25-10-2010 01-08-2011 DRE DRE DRE 28-11-2011 31-08-2010 DRE 18-05-2010 19-09-2010 Entidade licenciadora Data da atribuição da licença Américo Luís Parreirão e Gomes João Manuel Loureiro Meira Gilberto Fernando Mohamadú Charifo Baldé Ricardo José Marques Ferreira - Manuel Ferreira da Silva Maria Judite Martins Ramos Rui Miguel Pimenta Ramos Madeira João Paulo Oliveira Gonçalves Fonseca João Alberto de Carvalho Correia Marques João Alberto de Carvalho Correia Marques Eva Margarida Correia Freitas - Nuno Miguel Moleiro Oliveira - José António de Oliveira Nunes - Diretor Técnico PEDREIRAS - Novas licenças de exploração - 2.º Semestre de 2011 463 34 102 70 - 91 134 128 480 219 219 221 - 244 - 273 - N.º de ordem na DGEG Borba (Matriz) Moita dos Ferreiros Alcanede Alcobertas Fátima Moledo Cótimos Tapéus Moledo Miranda do Corvo Miranda do Corvo Monte Redondo Serro Ventoso Serro Ventoso Serro Ventoso Mondim de Basto Pias Freguesia (s) Borba Lourinhã Santarém Rio Maior Ourém Castro Daire Trancoso Soure Castro Daire Miranda do Corvo Miranda do Corvo Leiria Porto de Mós Porto de Mós Porto de Mós Mondim de Basto Monção Concelho (s) Évora Lisboa Santarém Santarém Santarém Viseu Guarda Coimbra Viseu Coimbra Coimbra Leiria Leiria Leiria Leiria Vila Real Viana do Castelo Distrito (s) Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 DRE DRE DRE DRE DRE DRE DRE 11-07-2011 31-08-2011 02-09-2011 11-10-2011 17-11-2011 21-12-2011 10-11-2011 6313 (*) 6704 5192 6698 5551 4019 4771 (*) 6446 (*) 3640 (*) 5556 Nº do cadastro Herdade da Biscaia n.º 2 Serra da Bonha Vale do Poço Cabeça Denta Vale da Moita n.º 1 Vale do Junco n.º 2 Pena n.º 3 Caramelo n.º 4 Roto-Bote Pia das Lages n.º 3 Denominação (*) Explorações com processo de ampliação DRE DRE 17-03-2011 DRE 15-05-2010 22-06-2011 Entidade licenciadora Data da adaptação da licença Areia comum Areias feldspáticas Argila especial Calcário Calcário Calcário Calcário Granito Granito Calcário Substância (s) CENTRO Diretor Técnico António Pedro da Silva Mimoso - Sofia Maria Rodrigues dos Santos - Carlos Pires Lobato Luís Ferreira Simões de Lemos Elísio Pereira Santos António Rodrigues Vieira António Paulo Marques Caetano António José Crespo Pereira LISBOA E VALE DO TEJO Retromarques, Construções, Lda. José Aldeia Lagoa & Filhos, S.A. Corbário, Minerais Industriais, S.A. Sociedade de Construções Elimur, Lda. Solancis - Sociedade Exploradora de Pedreiras, S.A. J. Batista Carvalho, Lda. Arocal - Extracção e Transformação de Pedra de Calcário, Lda. Mota-Engil, Engenharia e Construção, S.A. Sogral - Sociedade de Granitos, Lda. Bentos - Indústria de Mármores, Lda. Titular da licença PEDREIRAS - Adaptação das Licenças Existentes - 2.º Semestre de 2011 96 - 59 - 345 318 131 177 127 276 N.º de ordem na DGEG Palmela Santiago de Litém Redinha Cumeeira Arrimal Portunhos Portunhos Caparrosa Murtosa Porto de Mós (S. João Baptista) Freguesia (s) Palmela Pombal Pombal Penela Porto de Mós Cantanhede Cantanhede Tondela Murtosa Porto de Mós Concelho (s) Setúbal Leira Leiria Coimbra Leiria Coimbra Coimbra Viseu Aveiro Leiria Distrito (s) Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 151 152 Denominação Sobreira de Atei Olmos Pedreira da Várzea Vale da Porca Tarouquela Vale Moleiro Troviscais da Cavadinha Codaçal Salgueira n.º 12 Tojeira Vale Rodrigues n.º 2 Mané 1 Pedreira dos Porteirinhos Nº cadastro 6566 6596 5128 6513 6636 5191 4870 5477 5553 1974 5410 5202 5064 Diorito Granito Calcário Calcário Calcário Calcário Calcário Areia especial Granito Areia comum Granito Granito Granito Substância (s) Setubritas - Sociedade de Extracção de Britas de Setúbal, Lda. Jocamar - Mármores e Granitos, Lda. Nascimento & Irmão, Lda. Sebop - Sociedade Extracção, Britagens e Obras Públicas, S.A. Nascimento & Irmão, Lda. Airemármores - Extracção de Mármores, Lda. Domingues & Contente - Britas e Alfaltos, S.A. Argibel - Argilas Seleccionadas, S.A. Maria da Conceição Pinheiro Couto José Manuel Parada Mota-Engil, Engenharia e Construção, S.A. José Manuel Parada Artur Magalhães da Fonseca Anterior titular da licença Almabrex Unipessoal, Lda. Ibergama - Importações e Exportações, Lda. ALENTEJO Pragosa Indústria Extractiva, S.A. Inercálcio - Sociedade de Inertes, Unipessoal, Lda. LISBOA E VALE DO TEJO Pragosa Indústria Extractiva, S.A. Stonecalcário - Extracção e Comércio de Agregados de Calcário, Lda. Sofibritas, Lda. Corbário, Minerais Industriais, S.A. CENTRO Conceição Couto Unipessoal, Lda. Nordinertes, Extracção e Comércio de Areias e Britas, Lda. Urbitâmega - Sociedade de Construções do Tâmega, Lda. Nordinertes, Extracção e Comércio de Areias e Britas, Lda. Júlia Cristina Lemos Gonçalves Morais NORTE Novo titular da licença PEDREIRAS - Transmissão da licença de exploração - 2.º Semestre de 2011 18-09-2011 15-07-2011 17-11-2011 29-06-2011 23-12-2011 13-10-2011 08-09-2011 26-07-2011 01-09-2011 21-09-2011 05-09-2011 18-07-2011 24-05-2011 Data do despacho de transmissão Almodôvar Santa Eulália Turquel Serra do Bouro Porto de Mós (S.Pedro) Serro Ventoso Redinha Redinha Tarouquela Vale da Porca Candemil Olmos Atei Freguesia (s) Almodôvar Elvas Alcobaça Caldas da Rainha Porto de Mós Porto de Mós Pombal Pombal Cinfães Macedo de Cavaleiros Amarante Macedo de Cavaleiros Mondim de Basto Concelho (s) Beja Portalegre Leiria Leiria Leiria Leiria Leiria Leiria Viseu Bragança Porto Bragança Vila Real Distrito (s) Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Calcário (*) Pedido de suspensão até 31-03-2012 S. João dos Montes n.º 2 Escaropins 5306 (*) 1324 Areia comum Casal da Amoreira 5760 Calcário Granito Areia especial Joinas Penasqueira 6470 Substância (s) 6344 Denominação Nº cadastro CENTRO Construtora do Tâmega, S.A. Armando Cunha, S.A. Inero - Areias, S.A. LISBOA E VALE DO TEJO Lena - Engenharia e Construções, S.A. Areivouga - Extracção e Tratamento de Areias, Lda. Titular da licença 08-09-2011 15-07-2011 13-06-2011 25-11-2011 02-09-2011 Data da cessação da licença Lameiras Alhadas Freguesia (s) S. João dos Montes Paço de Arcos S. Pedro da Caldeira PEDREIRAS - Cessação da licença de exploração - 2.º Semestre de 2011 Vila Franca de Xira Oeiras Torres Vedras Pinhel Figueira da Foz Concelho (s) Lisboa Lisboa Lisboa Guarda Coimbra Distrito (s) Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 153 154 Vale da Porca Olmos 6513 6596 Granito Areia comum Substância (s) Roto-Bote 3640 Granito Substância (s) Sobreira de Atei 6566 Granito Substância (s) Pena n.º 3 4771 Calcário Substância (s) Mané 1 5202 Granito Substância (s) Denominação Covões n.º 2 Nº cadastro 3800 Calcário Substância (s) Titular da licença Plenavia - Construção e Conservação de Vias, Lda. Titular da licença Ibergama - Importações e Exportações, Lda. Nome do Director Técnico: Rosa Maria de Oliveira Mendes Denominação Nº cadastro Titular da licença Júlia Cristina Lemos Gonçalves Morais Titular da licença Arocal - Extracção e Tranformação de Pedra de Calcário, Lda. Nome do Director Técnico: Rui Miguel Polido Mantas Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: Elísio Pereira Santos Denominação Nº cadastro Sogral - Sociedade de Granitos, Lda. Titular da licença Nordinertes, Extracção e Comércio de Areias e Britas, Lda. Nome do Director Técnico: Paulo Sérgio da Cunha Pereira Denominação Nº cadastro Titular da licença Nordinertes, Extracção e Comércio de Areias e Britas, Lda. Nome do Director Técnico: António Paulo Marques Caetano Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: José Raúl de Sousa Monteiro Aljubarrota (Prazeres) Freguesia (s) Santa Eulália Freguesia (s) Portunhos Freguesia (s) Atei Freguesia (s) Murtosa Freguesia (s) Olmos Vale da Porca Freguesia (s) Pedreiras - Nomeação de Diretores Técnicos - 2.º Semestre de 2011 Alcobaça Concelho (s) Elvas Concelho (s) Cantanhede Concelho (s) Mondim de Basto Concelho (s) Murtosa Concelho (s) Macedo de Cavaleiros Macedo de Cavaleiros Concelho (s) 10-01-2011 10-01-2011 Data do despacho de nomeação 17-03-2011 Data do despacho de nomeação 24-05-2011 Data do despacho de nomeação 11-07-2011 Data do despacho de nomeação 15-07-2011 Data do despacho de nomeação Leiria Distrito (s) 29-07-2011 Data do despacho de nomeação N.º de Registo na DGEG: 369 Portalegre Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 106 Coimbra Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 131 Vila Real Distrito (s) N.º de Registo na DGEG:81 Aveiro Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 127 Bragança Bragança Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 419 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Boleiros 5632 Calcário Substância (s) Pinhal da Pardaleira 6246 Areia comum Substância (s) Cabeça Gorda 6697 Calcário Substância (s) Meimoa 5031 Granito Substância (s) S. João dos Montes n.º 2 5306 Calcário Substância (s) Denominação Cova da Égua Vale Grande n.º 3 Mata Redondan.º 2 Nº cadastro 1760 3077 5436 Calcário Calcário Calcário Substância (s) Nome do Director Pedro Moreira Braga Silva Pereira Denominação Nº cadastro Titular da licença Joaquim Bartolomeu Titular da licença Lusoinertes, S.A. Lusoinertes, S.A. Lusoinertes, S.A. Titular da licença Construtora do Tâmega, S.A. Nome do Director Técnico: António Carlos Ferreira de Almeida Denominação Nº cadastro Titular da licença Parapedra - Sociedade Transformadora de Pedra, Lda. Nome do Director Técnico: Manuel de Sousa Pacheco Denominação Nº cadastro Titular da licença António Joaquim Rosado Mocho Titular da licença Litoareais - Exploração de Areias de Monte Redondo, Lda. Nome do Director Técnico: Ricardo José Marques Ferreira Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: Eva Margarida Correia Freitas Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: Rui Lopes dos Santos Matias Sesimbra (Castelo) Alenquer (Triana) Alenquer (Triana) Freguesia (s) S. João dos Montes Freguesia (s) Fundão Freguesia (s) Alcobertas Freguesia (s) Monte Redondo Freguesia (s) Fátima Freguesia (s) Concelho (s) Fundão Concelho (s) Rio Maior Concelho (s) Leiria Concelho (s) Ourém Concelho (s) Sesimbra Alenquer Alenquer Concelho (s) Vila Franca de Xira Pedreiras - Nomeação de Diretores Técnicos - 2.º Semestre de 2011 (Cont.) 29-07-2011 Data do despacho de nomeação 01-08-2011 Data do despacho de nomeação 12-08-2011 Data do despacho de nomeação 16-08-2011 Data do despacho de nomeação 01-09-2011 Data do despacho de nomeação Setúbal Lisboa Lisboa Distrito (s) 08-09-2011 08-09-2011 08-09-2011 Data do despacho de nomeação N.º de Registo na DGEG: 475 Lisboa Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 341 Castelo Branco Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 445 Santarém Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 70 Leiria Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 221 Santarém Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 162 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 155 156 Pedreira dos Porteirinhos 5064 Diorito Substância (s) Almabrex Unipessoal, Lda. Titular da licença Pisca n.º 3 Pisca n.º 2 3781 3785 Argila comum Argila comum Substância (s) Poço do Musgo n.º 4 5884 Calcário Substância (s) Codaçal Salgueira n.º 12 5477 5553 Calcário Calcário Substância (s) Soutela 6702 Granito Substância (s) Granidera - Granitos de Pedra d´era, Lda. Titular da licença Pragosa - Indústria Extractiva, S.A. Denominação Covão Alto n.º 3 Nº cadastro 6701 Calcário Substância (s) Limestone - Extracção e Comércio de Mármores, Lda. Titular da licença Nome do Director Técnico: Gilberto Fernando Mohamadú Charifo Baldé Denominação Nº cadastro Titular da licença Stonecalcário - Extracção e Comércio de Agregados de Calcário, Lda. Nome do Director Técnico: João Paulo Oliveira Gonçalves Fonseca Denominação Nº cadastro Titular da licença António Simões & Filhos, Lda. António Simões & Filhos, Lda. Titular da licença Britopedral - Sociedade de Britas, Lda. Nome do Director Técnico: Humberto Jorge Palma Guerreiro Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: Paulo Miguel da Silva Pedro Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: João Alberto de Carvalho Correia Marques Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: Ricardo Miguel Rodrigues Diniz Alcanede Freguesia (s) Moledo Freguesia (s) Porto de Mós (S. Pedro) Serro Ventoso Freguesia (s) Almargem do Bispo Freguesia (s) Miranda do Corvo Miranda do Corvo Freguesia (s) Almodôvar Freguesia (s) Concelho (s) Almodôvar Concelho (s) Santarém Concelho (s) Castro Daire Concelho (s) Porto de Mós Porto de Mós Concelho (s) Sintra Concelho (s) Miranda do Corvo Miranda do Corvo Pedreiras - Nomeação de Diretores Técnicos - 2.º Semestre de 2011 (Cont.) 19-09-2011 Data do despacho de nomeação 07-10-2011 07-10-2011 Data do despacho de nomeação 12-10-2011 Data do despacho de nomeação 23-12-2011 13-10-2011 Data do despacho de nomeação 13-10-2011 Data do despacho de nomeação Santarém Distrito (s) 19-10-2011 Data do despacho de nomeação N.º de Registo na DGEG: 102 Viseu Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 480 Leiria Leiria Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 37 Lisboa Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 336 Coimbra Coimbra Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 219 Beja Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 432 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Bom Sucesso n.º 5 6465 Areia comum Substância (s) Cerâmica Torreense de Miguel Pereira, Sucessores, Lda. Titular da licença Lameiro de Fora Santa Baia n.º 2 Fervença 1455 3934 5085 Ardósia Ardósia Ardósia Substância (s) Vila Verde n.º 2 4138 Granito Substância (s) Herdade da Biscaia n.º 2 6313 Areia comum Substância (s) Vale do Poço 5192 Argila especial Substância (s) Denominação Vale Coimbra n.º 4 Nº cadastro 5922 Argila especial Substância (s) Nome do Director Técnico: Carlos Alberto da Silva Lagoa Denominação Nº cadastro José Aldeia Lagoa & Filhos, S.A. Titular da licença Corbário, Minerais Industriais, S.A. Titular da licença Retromarques, Construções, Lda. Titular da licença Monteadriano - Agregados, S.A. Titular da licença Pereira Gomes & Carvalho, Lda. Pereira Gomes & Carvalho, Lda. Nome do Director Técnico: Sofia Maria Rodrigues dos Santos Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: António Pedro da Silva Mimoso Denominação Nº cadastro Titular da licença Pereira Gomes & Carvalho, Lda. Nome do Director Técnico: Vitor Hugo Santos Cardoso Oliveira Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: João Marcelino do Espírito Santo Nobrega Rodrigues Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: João Manuel Loureiro Meira Pombal Freguesia (s) Redinha Freguesia (s) Palmela Freguesia (s) Fornelo Freguesia (s) Campo Campo Campo Freguesia (s) Moita dos Ferreiros Freguesia (s) Concelho (s) Valongo Valongo Valongo Concelho (s) Lourinhã Concelho (s) Pombal Concelho (s) Pombal Concelho (s) Palmela Concelho (s) Vila do Conde Pedreiras - Nomeação de Diretores Técnicos - 2.º Semestre de 2011 (Cont.) 08-11-2011 Data do despacho de nomeação 09-11-2011 09-11-2011 09-11-2011 Data do despacho de nomeação 09-11-2011 Data do despacho de nomeação 10-11-2011 Data do despacho de nomeação 17-11-2011 Data do despacho de nomeação Leiria Distrito (s) 22-11-2011 Data do despacho de nomeação N.º de Registo na DGEG: 208 Leiria Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 59 Setúbal Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 96 Porto Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 494 Porto Porto Porto Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 481 Lisboa Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 34 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 157 158 Cova da Moura n.º 2 Cova da Moura n.º 3 2812 2813 Calcário Calcário Substância (s) Pedra Vedra 6703 Granito Substância (s) Manuel António Brizida da Mota Titular da licença Mota - Engil, Engenharia e Construção, S.A. Cela n.º 1 6233 Granito Substância (s) Vale do Junco n.º 2 4019 Calcário Substância (s) J. Batista Carvalho, Lda. Titular da licença Monteadriano - Agregados, S.A. Titular da licença Penedo Grande n.º 3 4031 Calcário Substância (s) Cabreira n.º 4 6084 Granito Substância (s) Denominação Pedreira do Seixo Nº cadastro 6669 Granito Substância (s) Nome do Director Técnico: Manuel Ferreira da Silva Denominação Nº cadastro Titular da licença Manuel Gomes António, Lda. Titular da licença Câmara Municipal de Castro Daire Titular da licença Cubigrani - Exploração e Extracção de Granitos, Unipessoal, Lda. Nome do Director Técnico: Diogo André Avelãs Paulino Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: Cristina Isabel Carreira Gomes da Rocha Silva Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: Luís Ferreira Simões de Lemos Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: Elvira Manuela Henriques Seabra Sousa Freire Denominação Nº cadastro Titular da licença Mota - Engil, Engenharia e Construção, S.A. Nome do Director Técnico: José António de Oliveira Nunes Denominação Nº cadastro Nome do Director Técnico: Armando Carlos Trindade Guedes Moledo Freguesia (s) Sertã Freguesia (s) Alqueidão da Serra Freguesia (s) Portunhos Freguesia (s) Moledo Freguesia (s) Mondim de Basto Freguesia (s) Outil Outil Freguesia (s) Concelho (s) Cantanhede Cantanhede Concelho (s) Castro Daire Concelho (s) Sertã Concelho (s) Porto de Mós Concelho (s) Cantanhede Concelho (s) Castro Daire Concelho (s) Mondim de Basto Pedreiras - Nomeação de Diretores Técnicos - 2.º Semestre de 2011 (Cont.) 24-11-2011 24-11-2011 Data do despacho de nomeação 28-11-2011 Data do despacho de nomeação 29-11-2011 Data do despacho de nomeação 09-12-2011 Data do despacho de nomeação 09-12-2011 Data do despacho de nomeação 14-12-2011 Data do despacho de nomeação Viseu Distrito (s) 14-12-2011 Data do despacho de nomeação N.º de Registo na DGEG: 91 Castelo Branco Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 202 Leiria Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 488 Coimbra Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 318 Viseu Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 491 Vila Real Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 273 Coimbra Coimbra Distrito (s) N.º de Registo na DGEG: 421 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 484 489 488 450 491 492 414 490 493 494 495 496 497 116 487 Mónica Sofia Borrego Mendes (205630740) Fernando López Buceta (ES76927137A) Cristina Isabel Carreira Gomes da Rocha e Silva (204601126) Luís Filipe Santos Fonseca (235143464) Elvira Manuela Henriques Seabra Sousa Freire (167724487) Luís Carlos Correia Ramos (234969121) Henrique Ribeiro da Rocha (PT134138139) Eduardo Fernando de Abreu Loureiro da Costa (161589324) Júlia Cristina da Costa Carvalho (209414108) Vitor Hugo Santos Cardoso Oliveira (216835399) Sandra Cristina Alves de Moura (250344491) Patrícia Gomes de Vasconcelos (222292121) Jorge Manuel da Gama Pinto Valente (PT135207479) Franclim Carmo Nunes da Venda (PT109255941) Armandino Miguel de Sousa Silva (PT191335665) * Consultar lista anexa. 483 Nº Registo DGEG Natália Vitória Papança Barroso da Saúde (179874748) Nome Licenciatura Licenciatura Licenciatura Licenciatura Outro e licenciatura Licenciatura Licenciatura e doutoramento Bacharelato Licenciatura Mestrado Licenciatura Mestrado Licenciatura Licenciatura Licenciatura Curso Profissional Nivel Formação Engenharia Civil Engenharia Mecânica Engenharia de Minas Engenharia de Minas Geologia Engenharia Geotécnica Engenharia de Minas Engenharia do Ambiente Engenharia Civil Geologia Engenharia Geotécnica Engenharia de Minas Engenharia Geotécnica Geologia Engenharia de Minas Engenharia do Ambiente Gestão de ambiente e recursos naturais Formação _ _ Categorias de Responsabilidade Técnica* _ _ 21-12-2011 D - Classe 3 e 4 ornamental e industrial, todas as classes areeiros e barreiros e excepto ped. subterrâneas 21-12-2011 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas classes areeiros e barreiros e excepto ped.subterrâneas. 15-11-2011 A - Todas as classes 19-10-2011 A - Todas as classes 19-10-2011 19-10-2011 A - Todas as classes 19-10-2011 A - Todas as classes 19-10-2011 19-10-2011 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas classes areeiros e barreiros e excepto ped.subterrâneas. 09-09-2011 A - Todas as classes 09-09-2011 A - Todas as classes 09-09-2011 A - Todas as classes 24-08-2011 C - Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial, todas classes areeiros e barreiros e excepto ped.subterrâneas. 09-08-2011 A - Todas as classes 15-07-2011 15-07-2011 Data Despacho Registo PEDREIRAS - Responsáveis Técnicos Inscritos na DGEG - 2.º Semestre de 2011 Não Sim Sim Sim Não Sim Sim Não Não Sim Sim Sim Sim Sim Não Não Pedreiras com explosivos [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected] [email protected]; [email protected] [email protected] Endereço de e-mail Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 159 160 E D X C X X X 1 X X X X Ornamental 2 3 B A Categorias X X X X 4 X X 1 X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Classes e tipos de Pedreira Industrial Areeiros e barreiros 2 3 4 1 2 3 4 X Subt. Apenas pedreiras de classe 3 e 4 industrial e areeiros e barreiros. Excepto pedreiras subterrâneas. Classe 3 e 4 ornamental e industrial; Todas as classes areeiros e barreiros; Excepto pedreiras subterrâneas. Classes 2, 3 e 4 ornamental e industrial; Todas as classes dos areeiros e barreiros. Excepto pedreiras subterrâneas. Todas as classes e tipos de pedreiras, excepto ornamental classe 1 e pedreiras subterrâneas. Todas as classes e tipos de pedreiras. Categorias de Responsabilidade Técnica Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Indústria Extrativa - Comércio Internacional Evolução do Comércio Internacional – Janeiro a Dezembro de 2011 Nota Prévia Indústria Extrativa Evolução das Saídas e Entradas de Produtos Nos quadros que se seguem, apresentam-se alguns indicadores de comércio internacional da indústria extractiva, tomando como base os dados provisórios disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística relativamente ao período de Janeiro a Dezembro de 2011 e tendo como referência os valores do período homólogo de 2010. A designação “saídas” traduz o somatório das “expedições” para o espaço comunitário com as “exportações” para países terceiros. De igual modo, a designação “entradas” traduz o somatório das “chegadas” de países comunitários, com as “importações” provenientes de países terceiros. Fonte: INE – Comércio Internacional. As entradas não incluem petróleo. As saídas não incluem “águas”. 161 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Estrutura das saídas por subsectores em 2011 Comércio Internacional Janeiro a Dezembro 2010 Variação homóloga 2011 Milhões de Euros (%) Saída (FOB) 736 808 10 Entrada (CIF) 344 466 36 Saldo 392 342 -13 Taxa de cobertura (%) 214 174 _ 559 573 3 Total União Europeia Expedição (FOB) Chegada (CIF) 134 132 -1 Saldo 426 441 4 Taxa de cobertura (%) 418 433 _ Exportação (FOB) (*) 177 235 33 Importação (CIF) 210 333 59 Saldo -33 -99 197 Taxa de cobertura (%) 84 70 _ Países Terceiros Fonte: INE – Comércio Internacional . As saídas não incluem “águas”. As Entradas não incluem petróleo. Saídas por subsectores Janeiro a Dezembro SUBSECTORES ENERGÉTICOS Hulha e antracite MINÉRIOS METÁLICOS Minérios de ferro 2010 2011 Variação (%) Estrutura(%) Toneladas 10 euros Toneladas 10 euros Vol. Valor 7 147 1 098 25 386 3 282 255,2 199,0 3 3 Valor-2011 0,4 7 147 1 098 25 386 3 282 255,2 199,0 0,4 352 248 398 385 556 959 459 802 58,1 15,4 56,9 38 011 350 226 277 3 324 495,3 848,5 0,0 314 237 398 035 330 682 456 477 5,2 14,7 56,5 MINERAIS DE CONSTRUÇÃO 1 420 604 302 120 1 503 529 303 117 5,8 0,3 37,5 ROCHAS ORNAMENTAIS 1 384 445 300 029 1 375 049 300 759 -0,7 0,2 37,2 Minérios metálicos não ferrosos Granito e r. similares 291 913 81 490 291 661 78 063 -0,1 -4,2 9,7 Mármores e calcários 718 274 179 977 685 681 176 980 -4,5 -1,7 21,9 Pedra nat.talhada p/calcetamento 356 425 31 531 378 835 36 882 6,3 17,0 4,6 17 833 7 031 18 872 8 834 5,8 25,6 1,1 Ardósia Agregados 25 214 1 329 118 835 1 725 371,3 29,8 0,2 Minerias para cimento e cal 10 945 762 9 645 632 -11,9 -17,0 0,1 MINERAIS INDUSTRIAIS 511 303 34 343 694 383 41 683 35,8 21,4 5,2 Argila e caulino 238 706 13 629 324 361 14 684 35,9 7,7 1,8 Sal Outros minerais industriais TOTAL GERAL Fonte: INE - Comércio Internacional. Não inclui “águas”. 162 31 021 6 967 31 264 10 821 0,8 55,3 1,3 241 576 13 747 338 757 16 178 40,2 17,7 2,0 2 291 302 735 945 2 780 258 807 883 21,3 9,8 100,0 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Saídas das principais substâncias por países de destino Janeiro a Dezembro de 2011 (Valores provisórios) Minérios de cobre Granitos e outras rochas similares País Tonelada Mil Euros País Tonelada Mil Euros Total 327 096 431 191 Total 291 661 78 063 do qual:UE 273 114 373 694 do qual:UE 241 785 61 747 Finlândia 97 012 131 251 Espanha 177 219 31 560 Suécia 62 701 87 519 França 34 051 16 605 Espanha 62 385 85 136 Países Baixos 1 825 5 998 Alemanha 30 364 42 065 Alemanha Bulgária 20 653 27 723 Luxemburgo Brasil 30 707 36 104 China 23 274 21 369 1 24 Outros países 14 088 3 115 1 434 1 204 Polónia 5 076 776 Bélgica 3 809 773 Reino Unido 389 624 2 942 523 Irlanda 214 306 Outros países 739 263 Itália Minérios de volfrâmio País Tonelada Mil Euros Angola 6 285 4 356 Total 1 324 22 419 China 19 689 3 177 Estados Unidos da América 1 028 17 100 250 4 747 46 572 Japão Tailândia Pedra para calcetamento País Tonelada Mil Euros Marrocos 8 816 2 711 Suiça 5 903 1 521 700 538 Brasil Estados Unidos da América 1 208 434 Japão 1 088 390 Coreia do Sul 734 376 Rússia 280 253 656 248 673 213 Total 378 835 36 882 Cabo Verde do qual:UE 349 486 34 653 México Índia França 60 611 12 743 127 556 8 549 Dinamarca 41 231 3 406 Suécia 32 572 2 331 Reino Unido 15 357 2 042 Bélgica 24 961 2 034 Países Baixos 26 313 1 575 Itália 7 842 909 Finlândia 7 041 521 Espanha 3 296 342 Outros países 2 706 202 Noruega 15 922 1 249 Suiça 13 002 898 424 82 Alemanha Outros países Outros países 296 203 3 550 1 896 163 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Mármores e calcários País Tonelada Mil Euros Total 685 681 176 980 do qual:UE 112 730 59 366 31 392 19 361 França 9 610 9 178 Espanha Reino Unido 22 748 7 084 Itália 18 926 6 926 Bélgica 12 206 4 340 Alemanha 7 375 3 520 Suécia 1 968 2 047 Áustria 1 775 1 932 Países Baixos 2 197 1 678 871 688 Dinamarca Irlanda 619 657 Grécia 799 430 Polónia 168 317 79 315 Finlândia Outros da UE 1 998 894 398 890 44 053 Arábia Saudita 76 276 29 955 Estados Unidos da América 11 091 10 214 Angola 7 602 5 984 Coreia do Sul 5 924 3 365 China Taiwan 8 611 2 195 Brasil 5 300 1 972 Emirados Árabes Unidos 3 546 1 802 Marrocos 5 160 1 557 Líbano 8 743 1 536 Singapura 1 813 1 208 Índia 1 133 1 125 Suiça 1 073 955 Hong-Kong 3 943 882 Japão 1 757 867 Israel 1 098 719 Rússia 1 213 678 853 661 Canadá Nigéria 729 656 Austrália 896 630 Kuwait 1 016 567 Indonésia 2 791 567 Noruega 5 555 473 Moçambique 1 198 448 Outros países 16 737 4 546 164 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Entradas por subsectores 2010 SUBSECTORES 2011 Variação (%) 103 euros Toneladas 103 euros ENERGÉTICOS 2 670 236 183 422 3 623 384 308 900 35,7 68,4 66,3 Hulha e antracite 2 670 236 183 422 3 623 384 308 900 35,7 68,4 66,3 9 715 7 503 8 792 9 409 -9,5 25,4 2,0 458 61 75 35 -83,6 -42,3 0,0 MINÉRIOS METÁLICOS Minérios de ferro Vol. Valor Estrutura (%) Toneladas Valor-2011 Minérios metálicos não ferrosos 9 257 7 442 8 717 9 374 -5,8 26,0 2,0 MINERAIS DE CONSTRUÇÃO 209 166 49 798 166 960 46 106 -20,2 -7,4 9,9 ROCHAS ORNAMENTAIS 115 104 46 781 113 594 43 244 -1,3 -7,6 9,3 Granito e r. similares 72 384 24 888 82 465 26 111 13,9 4,9 5,6 Mármores e calcários 37 652 19 149 25 535 14 158 -32,2 -26,1 3,0 218 258 1 342 657 516,5 154,8 0,1 4 850 2 485 4 253 2 319 -12,3 -6,7 0,5 82 169 1 848 42 736 1 770 -48,0 -4,2 0,4 Pedra nat.talhada p/calcetamento Ardósia Agregados Minerias para cimento e cal 11 893 1 169 10 630 1 092 -10,6 -6,6 0,2 MINERAIS INDUSTRIAIS 1 108 802 102 797 1 028 145 101 195 -7,3 -1,6 21,7 Argila e Caulino 128 058 18 120 140 878 19 687 10,0 8,6 4,2 Sal 172 107 11 424 141 336 9 992 -17,9 -12,5 2,1 Outros minerais industriais 808 638 73 253 745 931 71 515 -7,8 -2,4 15,4 3 997 918 343 519 4 827 281 465 610 20,7 35,5 100,0 TOTAL GERAL Fonte: INE - Comércio Internacional. Não inclui “petróleo”. Entradas das principais substâncias por países de origem Janeiro a Dezembro de 2011 (Valores provisórios) Granitos e outras rochas similares Hulha (inclui antracite) País Tonelada Mil Euros País Tonelada Mil Euros Total do qual:UE 82 465 26 111 Total 3 623 384 308 898 75 169 22 668 Espanha do qual:UE 18 488 3 185 72 025 20 998 Espanha 18 419 3 123 319 672 2.101 551 Bélgica 229 230 Grécia 117 66 Noruega 19 64 Ucrânia 358 87 Rússia 1 327 1 022 Reino Unido Itália Países Baixos Outros da U.E. Índia Brasil 1 681 979 China 2 081 809 933 276 Zimbabwe Angola 731 131 África do Sul 306 74 Outros países 236 153 Outros da U. E. Colômbia Estados Unidos da América 70 62 2 726 584 227 216 782 893 69 671 82 281 7 093 13 067 1 722 70 10 165 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Mármores e Calcários Gesso País Tonelada País Tonelada Mil Euros Total 25 535 14 158 Total 277 337 25 750 do qual:UE 17 833 12 102 do qual:UE 237 278 24 984 Espanha 8 680 6 384 Espanha 227 323 22 356 Itália 4 745 2 053 França 6 914 1 653 182 1 357 Alemanha 2 568 894 Bélgica 1 853 894 449 70 Suécia Mil Euros Itália Grécia 1 090 635 França 519 402 Marrocos Alemanha 593 205 Outros países Outros da U.E. 171 171 Turquia 3 599 750 574 455 165 191 Angola 1 029 167 Egipto 848 131 Croácia 338 92 1 150 269 China Antiga República Jugoslava da Macedónia Outros países Outros da U.E. Estrutura das Entradas por subsectores em 2011 166 25 11 40 055 749 4 17 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Notícias Museu Mineiro - Casa da Malta Criado em 1989, o Museu Mineiro de São Pedro da Cova tem como missão a valorização, divulgação e dinamização do património geológico e mineiro de São Pedro da Cova. Após o encerramento da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova, empresa concessionária da exploração de carvão na freguesia, a população orquestrou ações que proporcionaram a recolha de objetos e documentação industrial mineira. É com esta recolha que a Junta de Freguesia de São Pedro da Cova, depois de adquirir uma das antigas Casas da Malta, inaugura o Museu Mineiro dedicado às questões industrial mineira e geológica. A coleção do Museu Mineiro de São Pedro da Cova reúne artefactos utilizados no desmonte, tratamento e expedição de carvão; fósseis vegetais e animais que representam o período evolutivo da Terra, amostra de carvão mineral; e o arquivo empresarial da Companhia das Minas de Carvão de São Pedro da Cova, mapas, plantas e livros. Nos últimos anos a coleção do Museu tem vindo a ser enriquecida com património imaterial, devido à recolha de testemunhos orais que tem promovido. Hoje, por toda a freguesia de São Pedro da Cova é ainda possível encontrarem-se referências de património mineiro, destacando-se o antigo Complexo Industrial Mineiro, que em março de 2010 viu o seu Cavalete em betão, datado de 1935, ser classificado como Monumento de Interesse Público (MIP). O Complexo Industrial Mineiro de São Pedro da Cova que foi o pólo dinamizador da freguesia durante várias décadas encontra-se hoje num avançado estado de degradação, continuando a ser alvo de vandalismos e 167 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 furtos, quando se deveria proteger este património. Esta situação não o impede de ser visitado, disponibilizando o Museu Mineiro um percurso museológico pela freguesia, com início no Museu, passando por vários pontos de interesse patrimonial mineiro, terminado no antigo complexo. Para além deste percurso, o Museu Mineiro disponibiliza iniciativas para todo o tipo de público, como por exemplo: visitas guiadas, atividades pedagógicas, oficinas, palestras e concursos, entre outras. Outras iniciativas, como exposições temporárias e itinerantes, têm merecido especial atenção por parte do Museu Mineiro. A programação destas exposições têm como objetivo a divulgação da sua coleção e o envolvimento da comunidade e das instituições com esta instituição museológica. Exemplo disso é a exposição temporária inaugurada no passado dia 1 de maio, e que está patente no Museu Mineiro até o dia 26 de novembro, intitulada de O valor do Trabalho, baseada em trabalhos efetuados por alunos de duas das escolas da freguesia de São Pedro da Cova: Escola Profissional de Gondomar, com trabalhos efetuados no âmbito da disciplina de Desenho e Comunicação, do Curso Profissional de Técnico de Design - variante Design Industrial com o objetivo de participar no concurso “Á descoberta das nossas raízes com Graça Morais”, com organização da Associação de Professores de Expressão 168 e Comunicação Visual (APECV) com a colaboração do Centro de Arte Contemporânea Graça Morais. Hoje, os trabalhos passam a estar expostos no Museu Mineiro; Escola Secundária de São Pedro da Cova, O Valor do Trabalho (Museu Mineiro), as Comunidades (Serralves) e a Caixa de Memórias com Futuro (Arquivo Distrital do Porto) correspondem a três projetos desenvolvidos na Escola Secundária de São Pedro da Cova que se articulam para promover e compreender o valor cultural e histórico das antigas minas de São Pedro da Cova, utilizando a capacidade criativa dos jovens, através de suportes diversificados, e desenvolvendo a capacidade de diálogo entre gerações. Para colmatar algumas falhas que o Museu Mineiro apresenta, foi recentemente criada a Liga de Amigos do Museu Mineiro de São Pedro da Cova com o objetivo de contribuir para o alargamento, dinamização e divulgação do espólio material e imaterial da Casa da Malta/Museu Mineiro; desenvolver esforços no sentido de melhorar as peças expostas, ou em reserva museológica, do Museu; trabalhar pelo alargamento do espaço museológico de São Pedro da Cova, no sentido da criação de um Museu Território; lutar pela preservação de todo o Património Mineiro; estabelecer parcerias com instituições públicas e privadas, de provado interesse da nossa atividade; promover trabalho voluntário; promover a recuperação e conservação das instalações da Casa da Malta/Museu Mineiro e suas coleções. Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 O Museu da Fábrica de Cimento Maceira-Liz A 22 de abril de 1991 é inaugurado o Museu da Fábrica de Cimento Maceira-Liz que documenta a longa história da fábrica. O Museu está integrado num circuito museológico, em contraponto com a fábrica moderna em laboração, concedendo-lhe o estatuto de “museu de sítio”. O Museu pretende ser uma extensão cultural da empresa, permitindo admirar peças valiosas que fazem parte dos primórdios da indústria e que estão catalogadas no estrangeiro como exemplares raros. Aos seus visitantes o museu proporciona uma viagem histórica que vai desde as imagens da Gândara, nos anos vinte, até às fases mais relevantes da evolução tecnológica. circuito museológico o Centro de Documentação e Interpretação, a Central Turbo-Geradora, o Circuito Museológico da Antiga Linha de Fabrico III, o Parque da Água e a Locomotiva. Com vista a compatibilizar as atividades de exploração de matérias-primas com a preservação, estudo e divulgação do património geológico e paleontológico, procedeu-se à recolha e sistematização de uma coleção de referência, composta essencialmente por fósseis de amonites da pedreira de calcário da fábrica Maceira-Liz, com vista à sua musealização. O Museu da Fábrica Maceira-Liz, dedicado à arqueologia O Museu da Fábrica Maceira-Liz constrói uma ponte entre a fábrica e a comunidade envolvente da antiga povoação de Maceira, criando alicerces humanos enriquecedores. industrial, conta desde 2007 com um núcleo dedicado à Integradas no circuito museológico estão algumas das instalações iniciais, que surgiram entre 1920 e 1938, atualmente já desativadas. pla uma pequena coleção de fósseis de amonites bem Para além do Museu - Núcleo Central, edifício que data de 1921 onde funcionaram os Serviços Administrativos e o Laboratório da Fábrica, também fazem parte deste património fossilífero local, permitindo a permanência Geologia e à Paleontologia local. O “Jardim Jurássico” constitui também uma importante alternativa turística, integrada no circuito museológico. Este jardim contemcomo uma reconstituição da flora do período jurássico. Este projeto pretende contribuir para a preservação do de uma coleção junto do local onde provém, iniciativa pioneira no contexto industrial. 169 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Informação Vária Comemorações 75.º aniversário da Ordem dos Engenheiros Ciclo de conferências: A Engenharia – que futuro? Conferência: “A Engenharia Geológica e de Minas - Que Futuro?” Realizou-se em 27 de fevereiro de 2012, no auditório da Ordem dos Engenheiros (OE) em Lisboa, a conferência A Engenharia Geológica e de Minas - Que Futuro?, integrada no ciclo de conferências subordinadas ao tema geral “A Engenharia – que Futuro?”, no âmbito das comemorações do 75.º aniversário da OE. Este evento que, contou com a presença do Vice-Presidente Nacional da OE, Eng. Victor Gonçalves de Brito, do Presidente do Colégio de Engenharia Geológica e de Minas, Eng. Carlos Caxaria, dos dois oradores convidados Engenheiros António Costa e Silva (Partex e IST) e António Fiúza (FEUP) e, ainda, para dinamizar o painel de debate os colegas Engenheiros Nuno Grossmann (ex-LNEC), Amílcar Soares (IST) e Mário Bastos (Visa Consultores), teve numerosa assistência, cerca de 120 participantes, sendo de realçar o elevado número de estudantes presentes. Conferência: “A Engenharia Geológica e de Minas - Que Futuro?” A conferência foi estruturada em duas partes; sendo a primeira dedicada ao futuro da profissão da engenharia geológica e de minas, com o primeiro orador, António Costa e Silva, que estruturou a sua abordagem ao tema 171 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 em cinco pontos de reflexão, começando por contestar a ideia, errada, de que Portugal é um país sem grandes recursos naturais (commodities); pelo contrário, vários exemplos apontam em sentido inverso: a maior mina de cobre da Europa está em Portugal, a indústria portuguesa das rochas ornamentais é reconhecida internacionalmente, os recursos em terras raras, lítio e outras substâncias são relevantes, sem esquecer o enorme potencial dos recursos minerais marinhos que se encontram na Zona Económica Exclusiva (sulfuretos, nódulos de manganês, fontes hidrotermais com Au, Ag, Cu, Zn, e outros metais). Como tendência de futuro, a mineração no mar apresenta-se assim como uma área de atuação muito importante para a engenharia geológica e mineira, e não somente no campo dos recursos petrolíferos, onde países lusófonos como Brasil e Angola apresentam enorme potencial (aliás já bem identificado e reconhecido). As saídas profissionais do futuro estão, por isso, muito viradas para o cluster do mar e para a Lusofonia, para além das redes internacionais, do empreendedorismo e da relevância de uma adequada atenção dirigida para a gestão de recursos naturais valiosos como a água subterrânea e os solos. O futuro do ensino da engenharia geológica e de minas, foi o tema abordado na 2ª parte da conferência, o qual teve como orador António Fiúza. Após breve resenha histórica dos primórdios do ensino da engenharia de minas na Europa e no Mundo, António Fiúza destacou a criação da primeira escola de minas em Portugal, na Academia Politécnica do Porto, em 1837, a importância do Eng. de Minas Alfredo Bensaúde na fundação do Instituto Superior Técnico em Lisboa e, já nos anos 80 do século XX, o surgimento dos cursos de engenharia geológica e geotecnia. No presente, o ensino desta área de especialidade tem sofrido, por um lado, com o desinvestimento europeu na mineração, por outro, concretamente em Portugal, com a desaceleração da construção civil, em especial de grandes obras públicas. No entanto, as perspetivas de futuro vão no sentido da expectável revitalização da exploração de recursos minerais, tornando indispensável o aprofundamento da inovação tecnológica em áreas cruciais como as da mineração no mar e da automatização e robotização das explorações mineiras. Das várias medidas apontadas como necessárias para alterar e melhorar o ensino da especialidade em Portugal, destaca-se: a mudança nos sistemas de admissão às Universidades, conferindo-lhes mais autonomia na seleção de alunos; a racionalização da oferta de cursos ajustando-os às previsíveis necessidades do mercado; a alteração do 1º ciclo de formação para 4 anos; a disponibilização de formação contínua adequada aos profissionais da área; o incremento da cooperação internacional em cursos de formação específica avançada e terceiros ciclos. No período de debate que se seguiu, que contou com participação da assistência, os restantes membros convidados do painel fizeram curtas intervenções a salientar os seguintes aspectos: Amílcar Soares realçou a importância da indústria petrolífera e das novas descobertas de hidrocarbonetos; Nuno Grossmann chamou a atenção para a relevância da intervenção da geotecnia nas grandes obras hidráulicas e nas obras subterrâneas em meio urbano; Mário Bastos destacou as qualidades de especialização, flexibilidade e independência que os atuais estudantes devem possuir para terem sucesso no mercado de trabalho. Conferência: “A Engenharia Geológica e de Minas - Que Futuro?” 172 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Comum a diversas intervenções, tanto dos membros convidados como da assistência, foi a opinião de que os profissionais de engenharia geológica e mineira, com uma imprescindível boa formação de base, apresentam características de polivalência, versatilidade e adaptabilidade que são decisivas para superar as dif iculdades que a atual crise económica parece constituir e para conseguir vingar em diversos domínios de atuação da engenharia. Numa alocução final, Carlos Caxaria passou a mensagem, partilhada pelos restantes membros do painel, e especialmente dirigida aos muitos estudantes presentes, de que, apesar de tudo, o futuro em termos de mercado de emprego na engenharia geológica e de minas pode, e deve ser encarado com bastante otimismo, uma vez que as matérias-primas estão a montante de todas as atividades industriais, tornando o se tor dos recursos geológicos imprescindível ao desenvolvimento sustentável das sociedades modernas. 1ª Conferência da primavera/1st Spring Conference Setor Mineiro Português – Investimentos e financiamento Realizou-se em 5 de março de 2012, no Seeley Hall – Trinity College, na cidade de Toronto, Canadá, a 1ª Conferência da primavera, dedicada ao setor mineiro português, nomeadamente no que respeita a investimentos e financiamento. Este evento foi promovido pela Federação de Empresários Luso canadianos (FPCBP), que em parceria com a Direção-Geral de Energia e Geologia, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos, tomou a iniciativa de iniciar um ciclo anual de conferências dedicados a temas específicos, tendo o 1º sido dedicado em exclusivo ao setor mineiro, face à relevância desta matéria a nível internacional. A abertura da conferência foi efetuada pelo Embaixador de Portugal no Canadá, Dr. Pedro Moitinho de Almeida e pelo Ministro da Energia do Ontario, Mr Chris Bentley. Em seguida houve um conjunto de intervenções por parte da Presidente da FPCBP, Drª Cristina Martins, pela representante da Caixa Geral de Depósitos no Canadá, Drª Ana Ochoa, pelo diretor da AICEP, Dr. Raul Travado, e pelo assessor do Secretário de Estado da Energia, Engº. Ricardo Pinto, o qual apresentou a base da estratégia do Governo português para os minérios metálicos e anunciou para breve (março 2012) a abertura de concursos internacionais para a atribuição de direitos de prospeção e pesquisa para minérios metálicos em 3 zonas da Faixa Piritosa Ibérica. Este evento que contou ainda com a participação do Subdiretor-Geral de Energia e Geologia, Engº Carlos Caxaria, teve numerosa assistência, mais de 100 participantes, os quais assistiram à apresentação do “Potencial Mineiro de Portugal” pelo Dr. Luis Martins da DGEG. Houve ainda outras apresentações com caráter técnico, as quais ficaram a cargo de três empresas mineiras com projetos em Portugal, nomeadamente a Lundin Mining, a Colt Resources e a Pataquilla Minerals, O encerramento da sessão esteve a cargo do Sr. Cônsul Geral de Portugal em Toronto, Dr. Júlio Vilela. 173 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 A Indústria Extrativa – Presente e Futuro Realizou-se no passado dia 22 de março de 2012, no auditório da Ordem dos Engenheiros em Lisboa, um seminário, promovido pelo Conselho Nacional do Colégio de Engenharia Geológica e Minas, intitulado “A Indústria Extrativa: Presente e Futuro”, o qual teve por objetivo fazer uma abordagem e reflexão sobre diferentes temas do setor dos recursos geológicos e o potencial que o mesmo encerra, tendo presente a tónica da internacionalização. Após a sessão de abertura pelo Presidente do Colégio, Engº Carlos Caxaria, foi dado início ao seminário com a apresentação pelo Dr. Luis Martins (DGEG) da divulgação dos recentes desenvolvimentos em Portugal na área dos minérios metálicos que têm um elevado potencial para a alavancagem da economia nacional com importantes reflexos a nível do desenvolvimento regional do país. Em seguida foram ainda apresentados dois casos na área das rochas ornamentais, um pelo 174 Engº Luis Caetano (Sinese) e outro pela Engª Ana Luis (Mocapor) tendo sido unânime a importância deste setor para a balança de exportações e a necessidade de haver estratégia e união entre empresários nacionais para manter os níveis de competitividade em obras internacionais, reforçando o valor, beleza e identidade única das pedras portuguesas. A concluir a sessão o Engº Luis Chambel (Sinese), apresentou casos de estudo, sobre a prospeção, viabilidade e condições de exploração de diamantes em Angola, face às especificidades técnicas versus riscos existentes. O evento contou com a presença de cerca de 50 participantes, e o período de debate, moderado pelo Eng. Júlio Ferreira e Silva (CAQ), constituiu mais uma oportunidade para troca de impressões, e apresentação de soluções para um setor com potencial de crescimento, em que a importância de criar uma estratégia para o seu desenvolvimento futuro é cada vez maior. Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Publicações Nesta rubrica pretende-se dar destaque a publicações que foram editadas pela Direcção-Geral de Energia e Geologia ou com o apoio desta durante o ano de 2011. Recursos Geológicos de Portugal – publicação da autoria do Dr. António Moura e do Dr. José Lopes Velho foi editada pela Palimage em Janeiro de 2012, com o apoio da DGEG. Este livro pretende dar a conhecer os recursos geológicos de Portugal, sob os mais variados aspectos, nomeadamente tipologia, localização, caracterização, génese, produções, reservas, importância económica e aplicações. Está estruturado em sete temas, sendo que os cinco primeiros dizem respeito a cada uma das grandes divisões, tradicionalmente aceites, para os recursos minerais (minérios metálicos, minerais industriais, rochas industriais, rochas ornamentais e recursos energéticos). O sexto tema aborda os recursos hidrogeológicos e o tema final debruça-se, em especial, sobre o futuro dos recursos geológicos em Portugal. 175 Boletim de Minas, 46 (2) - 2011 Mineral Resources of Portugal - Esta publicação, da responsabilidade da DGEG, enquadra-se no âmbito da missão pública desta Direcção-Geral, de promover o investimento das empresas, tanto nacionais como estrangeiras, dando assistência na definição de metas e estratégias de exploração ao fornecer a todos os interessados as informações básicas sobre a geologia, hidrogeologia, geofísica, geoquímica e prospeção em Portugal. Atualização da edição anterior que foi realizada para ser distribuída no PDAC - International Convention, Trade Show and Investors Exchange, que se realizou em março de 2011 em Toronto. Comemorações dos 25 anos do Museu de Geologia da UTAD (1986-2011) – Este livro enquadra-se num conjunto de iniciativas que integram as comemorações dos 25 anos do Museu de Geologia Fernando Real, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Editado pelo setor editorial dos Serviços de Documentação e Bibliotecas (SDB), esta publicação teve o apoio da Direcção-Geral de Energia e Geologia, sendo uma das instituições que integra o projeto “Roteiro das Minas e Pontos de Interesse Mineiro e Geológico de Portugal”. 176