D - TV Escola
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Neste número Nº27 MAIO JUNHO 2002 3 CARTAS No aniversário de Macau, no Rio Grande do Norte, a TV Escola compareceu ao desfile. Em Pimenta Bueno, Roraima, uma professora prepara educadores para usar as novas tecnologias. E outras escolas mandam suas notícias. são gravadas para a série Hora da merenda , que mostra a importância das merendeiras na educação. Em Maceió, projetos desenvolvidos com vídeos fazem sucesso no Festival da TV Escola. FOTO DA CAPA: IOLANDA HUZAK Em Como Fazer? , dicas para as aulas de inglês. E mais: destaques de Como Fazer? A Escola e Acervo . O historiador Boris Fausto esclarece e comenta o tema. TEM MAIS 42 EChegou a Conexão TV Escola ; um novo convênio foi firmado com a TV Senac; e Mestres da Literatura já pode ser acessado na internet. Há ainda novas séries da TV Escola para o segundo semestre. Em Jóias da natureza , a história de materiais preciosos. Investigações de Clorofil trata da proteção ao ambiente. E há ainda destaques de Ciências, Filosofia, Literatura e Pluralidade Cultural, com valiosas dicas. 18 GLOBALIZAÇÃO 20 EXPERIÊNCIAS Oficinas da Merenda Escolar DA 6 DESTAQUES PROGRAMAÇÃO DESTAQUES ENSINO MÉDIO 40 39 SAÚDE NA ESCOLA Os vídeos do Projeto Saúde na Escola estão ganhando textos de apoio, para complementar e aprofundar os conteúdos. 44 EDUCAR COM AFETO Professor, ex-interno da Febem, fortalece o vínculo afetivo na escola. CARTA DA EDITORA Presidente da República Federativa do Brasil Fernando Henrique Cardoso Ministro da Educação Paulo Renato Souza Secretário-Executivo Luciano Oliva Patrício Secretário de Educação a Distância Pedro Paulo Poppovic PROGRAMA TV ESCOLA Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância E m nossas andanças pelo Brasil Brasil,, ficamos conhecendo valiosos trabalhos com a TV Escola. Na capital do Acre, Rio Branco, acompanhamos a gravação de mais um vídeo das Oficinas de Merenda Escolar. Alegres e animadas, merendeiras da região Norte trocam experiências, discutem seu papel na escola e se sentem valorizadas como participantes da educação. Durante o ano passado, foram Conselho Editorial Antônio Augusto Gomes dos Santos Silva Carmen Moreira de Castro Neves Cícero Silva Júnior Iara Glória Areias Prado José Roberto Neffa Sadek Lilian Holzmeister Oswaldo Cruz Maria Amábili Mansutti Pedro Paulo Poppovic Rogério de Oliveira Soares Tania Maia Magalhães Castro Vera Franco de Carvalho Vera Lucia Atsuko Suguri Coordenador editorial Cícero Silva Júnior Edição ERA Editorial [email protected] Editora Elzira R. Arantes Secretárias editoriais Lierka Felso Noêmia R. de A. Ramos Repórter especial Rosangela Guerra Fotógrafos Iolanda Huzak, Sérgio Falci Colaboradores Célia Trazzi Cassis Luiz Carlos Pizarro Marin (edição de Destaques da Programação) Edição de arte e produção gráfica Casa Paulistana de Comunicação Editor de arte Milton Rodrigues Alves Editoração Paulo Ladeira Suely Danelon Thaís de Bruyn Ferraz gravadas sete oficinas, em várias regiões do Brasil, para compor a série Hora da merenda, a ser transmitida pela TV Escola, no segundo semestre. Em Maceió, Alagoas, na Escola Professor José Vitorino da Rocha, nos encantamos ao conhecer o Festival da TV Escola, que acontece há dois anos. Professores e alunos escolhem os temas e elaboram projetos. Nossa reportagem acompanhou os alunos que foram conhecer o rio São Francisco, para a pesquisa sobre o “Velho Chico”, e voltaram com muitas informações. Não é à toa que o Festival faz sucesso na comunidade. E no nordeste de Minas Gerais, no vale do Jequitinhonha, encontramos um professor muito especial que aprendeu, com a vida, que educação e afeto são inseparáveis. Para você, que é professor de língua inglesa, esta edição traz um assunto interessante. Não perca, no Destaque Especial da Programação, as dicas para utilizar os bem-humorados vídeos da série Por que Projeto gráfico Elifas Andreato será?, transmitidos com legendas em inglês e em Fotolito PostScript português. Imagine quanta coisa pode ser feita na Impressão e acabamento Posigraf A REVISTA TV ESCOLA É UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Caixa Postal 9659 70001-970, Brasília, DF Fax: (61) 410-9178 E-mail [email protected] [email protected] Internet www.mec.gov.br/seed/tvescola TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 450 MIL EXEMPLARES sala de aula! A globalização, palavra que hoje está em toda parte – jornais, revistas, rádio, tevê e nas conversas das pessoas – é o tema do artigo do professor e historiador Boris Fausto. Mais um material de apoio para o trabalho com seus alunos. Aproveite! Elzira Arantes Arte-educadores Primeiramente, de coração, quero agradecer pela maravilhosa revista que têm feito! É uma verdadeira bênção para mim, meus alunos e minha família. Há 27 anos faço um trabalho voluntário de educação por meio da música. Além deste, realizo também a missão de tirar jovens das drogas e do alcoolismo. Sou saxofonista profissional e arrisquei tudo neste trabalho, que me deixa imensamente feliz. Gostaria muito de manter contato com outros arte-educadores do Brasil. em sala de aula, e continua buscando novos programas sobre a temática. Aguarde a grade do segundo semestre... Pedido de fitas Sou professor de Artes Visuais e responsável por um projeto intitulado Cineclube TV Escola. Com um televisor de 32 polegadas e sistema de som bem equipado, temos o objetivo de levar à comunidade escolar e extra-escolar bons filmes nacionais e estrangeiros. Seria possível nos enviarem algumas fitas? [email protected] Urbano Medeiros Pará de Minas, MG Vale a pena divulgar iniciativas como a sua. Quem quiser trocar experiências com o professor Urbano, anote: Caixa Postal 170, Pará de Minas, MG, 35660-970. Tels: (037) 9102-1579 e (037) 3231-1332. Educação Especial A revista TV ESCOLA vem contribuindo maravilhosamente com o trabalho pedagógico das escolas de Posto da Mata, em especial a localidade de Argolo, BA. Espero que continue sempre inovando e compartilhando idéias e experiências. A Escola Deolisano Rodrigues de Souza, em Argolo, está empenhada em encontrar assuntos novos, principalmente no que diz respeito a Educação Especial. José Carolino Costa [email protected] Não deixe de ver, no dia 2 de maio, o programa Escola: exclusão e inclusão, de Salto para o Futuro. E, no dia 20 de junho, a série Deficiência mental. A TV Escola está sempre atenta à questão da Educação Especial e ao processo de inclusão Parabéns pela iniciativa da organização do cineclube. Quanto a sua solicitação, infelizmente não poderemos atendê-lo, pois a TV Escola não distribui programas gravados. Cada escola se encarrega de acompanhar a Grade da Programação e gravar os vídeos de seu interesse. Frutos do Proformação É uma honra poder me corresponder com todos os que constituem a família da TV Escola, por isso não me contive e resolvi enviar meu “Relatório de Trabalho”. Sou educadora há oito anos e uma das contempladas do Proformação, programa que despertou em mim uma incansável estudante. Há dois anos a direção da escola encarregoume das atividades relacionadas com a TV Escola. Acompanho a programação e a divulgo para os colegas, que realizam debates, exposições, dramatizações etc. O vídeo funciona como suporte para os conteúdos ministrados, torna as tarefas mais atraentes e permite que todos tomem conhecimento do que ocorre no Brasil e no mundo. A televisão na sala de aula Sou professora efetiva da rede estadual de ensino em Guarulhos, SP, e estou também freqüentando as aulas do PEC – Formação Universitária, da USP. Agora devo escrever a monografia do curso, sobre o uso da tecnologia na sala de aula, e a televisão como recurso tecnológico para aperfeiçoamento e complemento das aulas. Escolhi esse tema porque utilizo a TV Escola desde 1997 com meus alunos e simplesmente ADORO os resultados obtidos. Aí começa meu problema: preciso de embasamento teórico para minha monografia, pois a prática eu possuo. Gostaria que me indicassem onde achar material sobre o assunto. Silvia Andréa Nunes [email protected] Silvia, você pode encontrar artigos, ensaios e sugestões de leitura no site do MEC www.mec.gov.br Lá, procure a página de Ensino Médio, clicando em seguida no link O Novo Ensino Médio. Além disso, experimente entrar em contato com a professora Alessandra Bertasi Nascimento, de Pimenta Bueno, RO, cujo projeto resumimos na seção Minha Experiência, na próxima página. Importante Sabemos que todos os trabalhos desenvolvidos com apoio de tecnologias são de fundamental importância na aprendizagem dos alunos e enriquecem o currículo dos professores. Os projetos desenvolvidos na telessala de nossa escola, baseados nas programações enviadas pela TV Escola, ajudam muito a todos nós, inclusive no planejamento dos professores. Parabéns a toda a equipe da TV Escola. Antônia Alcimar de Lima Pitanga Regina Maria da Silva Escola Municipal Maria de Lourdes Cavalcante Rodolfo Fernandes, RN Escola E.E.F.M. Maria Arlete Toledo Vilhena, RO Fera MINHA EXPERIÊNCIA Gostaria de registrar meu elogio a esse canal que traz conteúdos muito interessantes e com apresentadores competentes como Walmir Tomazzi, que é fera na área de astronomia. Ana Cristina PS Recebemos também, e agradecemos, cartas de Ana Cristina Guimarães, Aracati, CE; Carlos Paixão, Araripina, PE; Cesec Prof. Clotário Guilherme de Macedo, Camanducaia, MG; E.E. Professor Coriolano Monteiro, Campinas, SP; Escola Básica Professor Patrício Teixeira Brasil, São João Batista, SC; Escola de 1º Grau Cel. Antônio Duarte, Iconha, ES; Marinez de Souza Tamburini, São Luís, MA; Mário Quirino, Pindobaçu, BA. E os e-mails de Joaquim Cavalcanti Silva; Maria Célia de Castro Rodrigues. Agradecemos ainda o envio de projetos que, por falta de espaço, não puderam ser publicados: Colégio Estadual D. Pedro I, Pitanga, PR; Colégio Estadual Vereador Pedro X. Teixeira, Nova Rosalândia, TO; Colégio João XXIII, Porto Alegre, RS; E.E. Adolpho Thomaz de Aquino, Motuca, SP; E.E. Profa. Nair Ferreira Neves, São Sebastião, SP; E.E.E.F.M. Monsenhor Manuel Vieira, Patos, PB; E.E.E.F.M. Paulo de Assis Ribeiro, Colorado do Oeste, RO; Escola Básica Municipal Professora Alice Thiele, Blumenau, SC; Escola Municipal Luiz Poletto, Barracão, PR; Escola Rural Municipal Dr. Ruy Virmond Carnacialli, Quitandinha, PR; U.E. Embaixador Espedito Rezende, Piripiri, PI. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS, DÚVIDAS, SUGESTÕES, RELATOS DE EXPERIÊNCIAS, PROPOSTAS DE INTERCÂMBIO COM SEUS COLEGAS TV Escola nas ruas de Macau,RN Para comemorar os 126 anos de emancipação política do município de Macau, RN, alunos e professores da Escola Municipal Professora Santa Fagundes, de ensino fundamental, desfilaram com faixas e cartazes pela cidade, destacando os principais temas desenvolvidos na educação macauense. Entre eles sobressaiu a menção ao trabalho desenvolvido pela TV Escola, como mostra a foto enviada pelos educadores, que explicam o principal motivo da simpática manifestação: “Somos gratos pelo acesso privilegiado ao kit TV Escola, que contribui para a construção de uma escola cidadã e participativa, atendendo seis turmas com aproximadamente 198 alunos, dos 1º e 2º ciclos”. Escola Municipal Professora Santa Fagundes Macau, RN Arte e emoção Os vídeos da TV Escola são muito bem utilizados na E.E. Artur Segurado, que já conta com um acervo de 200 fitas. Quando chega a grade da programação, a coordenadora pedagógica verifica tudo que é mais interessante para os alunos de 1ª a 4ª série, além do material de Salto para o Futuro. A grade é colocada em local bem visível, perto do aparelho de tevê, para que a programação possa ser seguida com tranqüilidade. Depois de gravadas, as Desfile de alunos na festa de aniversário de Macau, no Rio Grande do Norte. ESCREVA SUA PALAVRA É IMPORTANTE POR CORREIO Caixa Postal 9659 70001-970, Brasília, DF POR FAX (061) 410-9178 POR E-MAIL [email protected] Secretaria de Educação, que abordou a leitura da imagem e seu uso no processo educativo. Escola Classe 412 Samambaia, DF O Magistério e as novas tecnologias fitas são passadas para os professores, nas reuniões semanais. É feito o tombamento em um livro, que é deixado em lugar de fácil acesso. Ao fazer o planejamento de suas aulas, o professor consulta o acervo de títulos, para ver o que poderá enriquecer o processo de ensino-aprendizagem. Um dos projetos de maior impacto foi “Arte e emoção”, desenvolvido com o apoio do vídeo da TV Escola Pintores impressionistas, envolvendo alunos da 3ª série do ensino fundamental. As crianças fizeram registros sobre os artistas, sua vida, sua obra, seus gostos etc. e, divididas em grupos, reproduziram obras de pintores impressionistas, usando lápis de cor e giz de cera. Os trabalhos foram expostos na Feira Científico-Cultural, realizada na escola. Therezinha Vaz de Lima Nicolau Professora coordenadora pedagógica E.E. Artur Segurado, Campinas, SP Uma sala de cinema Quando foi contemplada com o kit da TV Escola, a Escola Classe 412 buscou arrecadar fundos para equipar a sala de vídeo, e após grande esforço de toda a comunidade, junto com a Associação de Pais e Mestres, transformou o que seria uma sala de vídeo numa sala de cinema. A escola adquiriu cortinas, poltronas, estantes, uma tevê de 34 polegadas e até um aparelho de ar condicionado. O espaço estimulou a utilização dos programas e transformou as aulas em momentos muito agradáveis. Uma professora foi designada para organizar a videoteca e todo o corpo docente ainda participou de um programa de sensibilização desenvolvido pelo Setor de Tecnologia Aplicada à Educação a Distância, do Centro de Multimídia Educacional da Trabalhando em sala de aula no curso de Magistério, em nível de Ensino Médio, venho constatando a dificuldade enfrentada pelos professores em aceitar as mudanças necessárias frente às inovações tecnológicas. Receosa de que a situação educacional atual se perpetue pelo medo de inovar, medo de enfrentar a máquina, medo de ser substituído por ela, resolvi propor aos meus alunos o projeto “O Magistério e as novas tecnologias”. Ele é destinado à complementação da formação dos alunos do 3º ano de Magistério e envolve o uso da TV Escola e do computador. Entre seus objetivos, estão os de formar agentes multiplicadores; colaborar na superação de medos e preconceitos durante a abordagem de assuntos relacionados com as novas tecnologias; ser ponto de partida para discussões e inserção das novas tecnologias na educação; e incentivar a constante atualização por meio de pesquisas, consultas a bibliotecas, uso de computadores e internet. Alessandra Bertasi Nascimento E.E.E.F.M. Raimundo Euclides Barbosa, Pimenta Bueno, RO [email protected] DÊ SEU NOME COMPLETO, NOME DA ESCOLA, ENDEREÇO, TELEFONE, SÉRIE E ÁREA DISCIPLINAR. SE NÃO ESTIVER DANDO AULA OU NÃO FOR PROFESSOR, INDIQUE FUNÇÃO E LOCAL DE TRABALHO, COM NOMES E ENDEREÇOS COMPLETOS TAMBÉM. , SE PREFERIR LIGUE PARA Cartas com telefone ou fax podem ter resposta mais rápida, SIL O FALA BRA independente de publicação na revista. 1 0800-61616 Visite o site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO GEOGRAFIA JÓIAS DA NATUREZA Série selecionada na Grade da programação para o ensino fundamental e o ensino médio. Transmissão: 17, 18 e 19 de junho Áreas conexas: História; Ciências Duração: 12 episódios de 25’ Direção: Mark Verkerk Realização: Marathon International, França, 1998 Indicado para atividades com alunos da 7 ª e da 8 a séries do ensino fundamental e também do ensino médio. RESUMO E sta série de documentários trata de quatro materiais que, ao longo da história da humanidade, ganharam o status de riquezas. São tesouros produzidos pela natureza – ouro, diamantes, âmbar e pérolas. Aborda a exploração e o uso desses recursos, que assumem diferentes aspectos de acordo com os valores culturais, em épocas e regiões distintas. O primeiro episódio da série apresenta um resumo do que será visto nos blocos subseqüentes. rado um recurso? O ouro disponível na natureza poderia ser considerado como recurso natural antes de a humanidade dominar as técnicas para transformá-lo? Promova a consulta de mapas e atlas – históricos e geográficos – orientando o trabalho com a linguagem cartográfica. Proponha aos alunos uma pesquisa para atualizar os dados sobre as grandes zonas produtoras e os centros consumidores da riqueza que estiver sendo estudada. A elaboração de mapas é uma atividade lúdica que estimula a criatividade, o reconhecimento das regiões do mundo e a percepção espacial. Chame a atenção para o fato de que o valor atribuído a esses elementos da natureza varia de acordo com a cultura e a época, ao longo da história, estabelecendo a relação com fatores como a escassez ou a abundância do recurso e o uso dado a ele (ritualístico, comercial, industrial). Enriqueça o estudo orientando comparações: por exemplo, o papel do ouro para os incas e para os europeus. Ouro Os processos dinâmicos da natureza responsáveis pelo surgimento das jazidas de ouro, a distribuição geográfica das grandes reservas e as aplicações industriais, rendem diversas atividades. Ressalte a dimensão adquirida pelo ouro a par tir da introdução da economia monetária. A leitura com a classe do capítulo “Evolução histórica da moeda”, DICAS O s documentários podem ser exibidos por partes, priorizando a cada vez uma abordagem distinta, com atividades diversificadas. De forma genérica, o tema oferece uma excelente oportunidade para discutir a questão da acumulação de conhecimentos técnicos que permitiu ao ser humano se apropriar da natureza e transformá-la em recursos de valor econômico. Aproveite para reforçar os conceitos de recursos naturais, recursos renováveis e não-renováveis. Selecione previamente trechos do vídeo que contribuam para estimular a reflexão, propondo perguntas como: Todo elemento da natureza pode ser conside- 6 Diamante de Paul Singer, será muito útil para discutir esse assunto. Usado originalmente para cunhar moedas, o ouro foi mais tarde substituído por outros metais igualmente duráveis, porém mais abundantes na natureza. No entanto, até meados do século 20 ele serviu como padrão internacional para definir o valor do dinheiro; até hoje, a riqueza de um país é medida pelas reservas de ouro de que dispõe. Diamantes Proponha uma pesquisa para identificar os maiores produtores de diamante do mundo e oriente depois um levantamento dos indicadores sociais desses países – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), PIB per capita, mortalidade infantil, analfabetismo. Outro aspecto que vale a pena abordar é a ocorrência de guerras internas em países da África, como Angola, Serra Leoa e Congo, direta ou indiretamente ligadas às enormes reservas de diamante locais e à luta por seu controle. Discuta com a classe a diferença entre o garimpo e a exploração em larga escala e as condições a que são expostos os trabalhadores das minas de diamantes. Também é importante ressaltar a utilização do diamante para fins industriais. Pérolas Comente com os alunos a formação das pérolas, um assunto atraente e que está bem explorado no documentário. Peça para pesquisarem as principais regiões produtoras e manufatureiras. Aproveite o registro da exploração de pérolas em Bahrein para mostrar como formas tradicionais de trabalho são preservadas e permanecem como um traço cultural da sociedade. Outra questão importante a ser discutida é a especialização produtiva de determinadas regiões do mundo. Discuta como isso se altera com a introdução de novas atividades econômicas – como a exploração petrolífera – ou com o surgimento de centros produtores – caso do Japão, com suas pérolas cultivadas. Destaque, por fim, a localização estratégica do Golfo Pérsico no estabelecimento de rotas comerciais que interligam Ocidente e Oriente e seu pa- TV E SCOLA pel na economia mundial como centro petrolífero. Âmbar Discuta com a classe a dinâmica da natureza que dá origem ao âmbar (soterramento de grandes florestas) e estabeleça a relação das regiões produtoras com as principais rotas comerciais. Uma curiosidade histórica: o âmbar está associado aos primórdios da eletricidade, pois por volta de 600 a.C. os gregos descobriram sua propriedade de, em atrito com pêlo animal, atrair pequenos pedaços de pluma. De tal característica deriva o termo “elétrico” (elektron, que em grego significa âmbar). TRABALHO INTERDISCIPLINAR Rico em referências históricas, o documentário inspira a realização de um trabalho integrado entre História e Geografia. Sob essa perspectiva, os temas a explorar são variados: a expansão do Império Romano, as cruzadas, as grandes navegações dos séculos 15 e 16, as rotas comerciais estabelecidas desde a Antiguidade, a evolução do colonialismo e o desenvolvimento do capitalismo. Compare a desigual distribuição das riquezas nas diversas regiões do planeta com a localização dos recursos naturais, estabelecendo a associação com o surgimento das rotas comerciais e a expansão dos grandes impérios, na Antiguidade. Os processos naturais que propiciaram o surgimento de tais materiais sugerem o desenvolvimento de um trabalho integrado entre Geografia e Ciências. Aproveite para levantar questões como a periculosidade e a insalubridade predominantes no trabalho de extração dessas riquezas. Leia também SINGER, PAUL. “Evolução histórica da moeda”, in Aprender economia. São Paulo, Círculo do Livro, 1986. Veja também Na internet Sobre origem e evolução da moeda www.bcb.gov.br/mPag.asp?cod =718&Perfil=3&codP=83 Da TV Escola, a série A Terra TV E SCOLA CIÊNCIAS A ORIGEM DAS ESPÉCIES Programa selecionado na Grade da programação para o ensino fundamental Transmissão: 6 junho Áreas conexas: Língua Por tuguesa; História; Religião Duração: 28’42” Direção: Ruper t Barrington Realização: BBC, Inglaterra, 1998 Indicado para atividades com alunos da 8 a série do ensino fundamental. RESUMO E ste programa mostra o impacto causado pela Teoria da Evolução das Espécies, formulada por Charles Darwin em contraposição à Teoria Criacionista, vigente na sociedade inglesa vitoriana de sua época. O vídeo inclui citações do naturalista inglês e comentários a respeito de suas conclusões. Revela ainda suas preocupações e seus principais questionamentos em relação a suas descober tas, motivos que o levaram a manter sua teoria em segredo por vinte anos. DICAS O programa permite examinar o processo de elaboração de uma teoria com a utilização do método científico, baseado em obser vações e questionamentos, propiciando assim que se trabalhe esse assunto com a classe. Numa primeira etapa, encarregue os alunos de fazer um levantamento do momento histórico em que Dar win elaborou sua teoria: quais eram as expectativas em relação às ciências e os princípios em que se acreditava etc. Exiba o vídeo e solicite depois aos alunos que, em grupos de quatro, reescrevam a teoria comentada no vídeo. Pavão Como orientação, levante algumas perguntas: Qual foi o problema principal encontrado por Dar win? Quais as hipóteses levantadas para a solução do problema? Quais as principais obser vações realizadas? Quais previsões sobre as IMPORTANTE LEIA A GRADE E escolha os programas que quer usar. GRAVE OS PROGRAMAS E guarde as fitas na videoteca para posterior utilização. Para catalogar, você pode usar como referência o Guia de programas da TV Escola. USE EM CAPACITAÇÃO Todos os programas podem ser usados como recurso de capacitação e aperfeiçoamento dos professores. USE COM OS ALUNOS As dicas de atividades apresentadas nesta seção levam em conta objetivos e conteúdos curriculares de determinadas séries do Ensino Fundamental ou Médio. No entanto, a maioria dos vídeos se presta a outras abordagens, em situações variadas. OS PROGRAMAS SÃO REPRISADOS NAS FÉRIAS Acompanhe a Grade de férias A TV ESCOLA NÃO DISTRIBUI FITAS 7 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO hipóteses se realizaram? Quais delas foi possível verificar, e de que forma isso foi feito? A discussão dessas questões ajudará os alunos a refletir sobre os passos fundamentais da construção de uma teoria. Peça para cada grupo apresentar seu trabalho para a classe e promova a discussão dos resultados, alinhavando os conceitos e complementando possíveis lacunas. Veja também Na internet Sobre as teorias da origem das espécies w w w. j o r n a l i s m o . c c e . u f s c . b r / darwin.html www.icb.ufmg.br/~lbem/aulas/grad/ evol/precurs1.html www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/biologo/ biologia.html Sobre Darwin e a teoria da evolução www.ib.usp.br/evolucao/inic/text2a.htm Da TV Escola, os programas A evolução da vida 1: os invertebrados; A evolução da vida 2: os vertebrados; A origem das espécies, da série A enciclopédia eletrônica LITERA TURA LITERATURA O INVERNO DOS SALGUEIROS Série selecionada na Grade da programação para o ensino fundamental Transmissão: 7 de maio Áreas conexas: Língua Por tuguesa; Ética Duração: três episódios de 24’30” Direção: David Unwin Realização: TVC London–Carlton UK Television, Inglaterra, 1996 Indicado para atividades com alunos de 1a a 4 a série do ensino fundamental. RESUMO S érie de desenhos animados baseada no conto homônimo do escritor inglês William Horwood. Conta as aventu- 8 Texugo e seus amigos ras de um leal texugo e seus companheiros, que saem à procura do amigo toupeira, desaparecido na floresta nevada. A busca acaba infrutífera, prejudicada pelas loucuras do irresponsável e vaidoso sapo. A história é narrada pela avó (interpretada por Vanessa Redgrave), passeando com os netos em um bosque de salgueiros e se desenvolve em outro plano, em desenho animado, com uma rica trama que encanta pessoas de todas as idades. DICAS classe: Para que ser vem as histórias, além de diver tir? Elas trazem alguma mensagem? Que mensagem perceberam no filme? Que lição recebeu o sapo? O que é uma fábula? Qual a diferença entre fábula e conto de fadas? O conto de fadas tem apenas personagens animais, ou também seres humanos? Mostre as diferenças entre a história do filme e as fábulas. Questões éticas As situações apresentadas remetem a questões éticas importantes, a serem trabalhadas em aula: que diferenças os alunos percebem no filme entre o mundo dos animais e o dos homens? Apesar das confusões do sapo, os outros bichos o perdoam e até o aceitam como ele é, enquanto as pessoas mentem, são enganadoras e opor tunistas. Chame a atenção para o jogo de interesses revelado no julgamento feito pelos humanos no vídeo. A Montando e desmontando histórias Contos e fábulas Na aula de Língua Por tuguesa, analise aspectos da estrutura narrativa e a forma de caracterizar as personagens. Por que a história é contada pela avó? Qual é a diferença entre esse tipo de recurso e a apresentação direta, sem narrador? Estimule os estudantes a criar suas próprias histórias, aplicando recursos semelhantes. Em seguida, oriente a obser vação das características de cada personagem. Se fossem construir uma história, que animais escolheriam? Por quê? Por fim, sugira que os alunos, em grupos, desenhem e escrevam uma história com os animais escolhidos. s fábulas sempre exerceram importante papel educativo. Essas pequenas histórias com fundo moral, cujos personagens são animais que reproduzem características humanas, em geral se originam na tradição oral e posteriormente ganham registro escrito. Autores como Esopo, na Grécia antiga, La Fontaine e La Rochefoucauld, na França do século 18, se tornaram reconhecidos por suas criações e recriações de fábulas. Esse filme apresenta semelhanças com essas antigas fábulas, embora mostre seres humanos dividindo o espaço com os bichos e mostre o narrador. Antes de exibir o vídeo, converse com seus alunos para avaliar se estão acostumados a ouvir e contar histórias: alguém conta ou já contou histórias com freqüência para eles? De quais se lembram e de quais mais gostaram? Conhecem alguma história que faça parte do passado de seus pais ou dos seus avós? Apresente então o filme e explore depois seu conteúdo, discutindo com a PARA SABER MAIS O inverno dos salgueiros é uma seqüência do clássico conto The Wind in the Willows (O vento nos salgueiros), do escritor inglês Kenneth Grahame (18591932). Retomando o local e os personagens de Grahame, William Horwood construiu uma nova história, mantendo as características do predecessor. O conto de TV E SCOLA Grahame foi adaptado para o cinema em 1997 (no Brasil, com o título Amigos para sempre). Dirigido por Terry Jones, o longa-metragem foi estrelado por quatro integrantes do grupo inglês Monty Python. tários levam os alunos para uma viagem por dentro e por fora de um corpo humano em atividade. Leia também A GRAHAME, KENNETH. O vento nos salgueiros. São Paulo, Moderna, s/d. Tradução de Ivan Angelo. Veja também Na internet www.kirjasto.sci.fi/grahame.htm (em inglês) Da TV Escola, a série Fábulas de Esopo Filme Amigos para sempre, de Terry Jones CIÊNCIAS ENCICLOPÉDIA DO CORPO HUMANO Série selecionada na Grade da programação para o ensino fundamental e o ensino médio Transmissão: 4, 5 e 6 de junho Áreas conexas: Saúde; Educação Física Duração: 13 episódios de 21’50” Direção: Peter Macpherson Realização: Discover y, Inglaterra, 1994 Indicado para atividades com alunos de 7 a e 8 a séries do ensino fundamental e também do ensino médio. RESUMO O coração pode bater 10 bilhões de vezes sem “manutenção”. O cérebro é capaz de compreender conceitos que deixariam um supercomputador sem resposta. Os músculos, se colocados juntos, conseguem levantar 20 toneladas. A série apresenta dados desse tipo, mostrando que o mais complexo organismo da Terra é o corpo humano. Com recursos de alta tecnologia, os documen- TV E SCOLA DICAS qui está comentado o programa Músculo e osso, com dicas para sua utilização em sala de aula. As sugestões podem ser adaptadas para trabalhar com os demais vídeos da série. O programa Músculo e osso, que se vale de diversas práticas espor tivas para mostrar como os dois sistemas responsáveis pelos movimentos e pela sustentação do corpo humano se conjugam perfeitamente, permite um trabalho interdisciplinar entre as áreas de Ciências e Educação Física. Após a exibição da fita, organize a classe em quatro grupos e atribua a cada um os seguintes temas para pesquisa: condicionamento físico, alimentação, lesões conseqüentes a exercícios e efeitos das drogas utilizadas para melhorar o desempenho físico. Proponha questões para orientar o trabalho de cada equipe. Condicionamento físico O que é condicionamento físico? Esse tipo de atividade pode contribuir para o bom funcionamento do organismo? De que forma deve ser realizado um condicionamento físico? Qual é a idade para se começar a fazer condicionamento? Chame a atenção para o papel da respiração. O vídeo mostra como o sangue se distribui pelo corpo durante a prática de alguns exercícios, associando à mudança na absorção de oxigênio e ao esforço muscular. Aproveite esses dados e encarregue a equipe de ilustrar essa distribuição. Lesões provocadas por exercícios Coloque questões para os alunos obser varem como a prática inadequada de exercícios pode ter conseqüências sobre o organismo. Fraturas, rompimento de tendões e distensões musculares costumam acometer aqueles que praticam espor tes sem os devidos cuidados. Proponha uma investigação em pronto-socorros para levantar quais são as lesões mais comuns e quais atividades oferecem maiores riscos de lesão. Efeito do uso de drogas O desejo de possuir um corpo bonito leva os jovens às vezes a buscar os recursos químicos – esteróides, complexos vitamínicos etc. Encomende ao quarto grupo uma pesquisa sobre o uso dessas drogas, quais são legais, quais os efeitos sobre o organismo. Oriente os alunos a incluir depoimentos de atletas, procurar informações nas academias espor tivas e reunir dados veiculados pela imprensa. Veja também Na internet Sobre esteróides www.saude.gov.br/programas/mental/ esteroi.htm Sobre composição química dos alimentos www.unifesp.br/dis/servicos/nutri/ Da TV Escola, as séries Nosso corpo; O corpo humano E os programas Alimentos para a saúde; Atividade física; Esporte e Ciência; Física e fisiologia esportiva; Mochila light; O corpo humano Alimentação Oriente a pesquisa a respeito da seleção de uma alimentação adequada para o desenvolvimento do corpo, obser vando a diferença de exigências nutritivas em relação a pessoas que praticam ou não algum tipo de atividade espor tiva. Como o atleta deve se nutrir? Qual a alimentação ideal para os não-atletas? Esqueleto durante exercício 9 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO Sincretismo religioso PLURALIDADE CULTURAL A ATRIZ, O BISPO E A RAINHA DO CARNAVAL Programa selecionado na Grade da programação para o ensino fundamental e o ensino médio Transmissão: 25 de junho Áreas conexas: História; Geografia; Ar te Duração: 49’22” Direção: Howard Reid Realização: BBC Worldwide Ltd., Inglaterra, 1991 Indicado para atividades com alunos da 7a e 8 a séries do ensino fundamental e também do ensino médio. RESUMO D ocumentário que narra a disputa entre dois grupos de maracatu no carnaval de Pernambuco, uma tradição africana que, no Brasil, remonta à vinda da realeza negra escravizada. O sincretismo religioso e a cultura popular tradicional são evidenciados por três símbolos importantes: a atriz, representada pelas pessoas que se vestem para participar da festa; a rainha, que deve ser coroada; e o bispo, o padre católico que coroa a rainha eleita, segundo os ritos do candomblé. DICAS O vídeo permite aprofundar os conhecimentos sobre a cultura folclórica brasileira – especificamente a do Nordeste. Antes de exibi-lo, convém sugerir uma pesquisa mais aprofundada sobre o maracatu, destacando as duas ver tentes pernambucanas: o baque solto ou maracatu rural e o baque virado, também chamado maracatu nação. Se possível, estenda a pesquisa para outras danças folclóricas nacionais. 10 Durante a exibição, faça pausas para esclarecer eventuais dúvidas e lançar questões que conduzam a um debate posterior: Quem são os personagens retratados na dança? De que forma eles se referem a uma herança africana? Por que a rainha de um dos grupos, embora seja praticante do candomblé, se empenha tanto para que um padre católico coroe as princesas? Ressalte o for te sincretismo religioso existente em algumas regiões. Uma perspectiva histórica vai ajudar a explicar a impor tância da bênção católica. No passado colonial, a Igreja possuía grande poder social: era ela que registrava os nascimentos, os casamentos e os falecimentos, função que hoje cabe ao Estado. Como um dos “braços” do império por tuguês, cabia a ela cristianizar as massas de africanos trazidos como escravos, provindos de diferentes regiões com distintas culturas. O maracatu e outras danças folclóricas descendem dessas culturas, que para se legitimar necessitavam da bênção ou da autorização católica. Essa prática permanece viva e vale a pena encaminhar a discussão para outros exemplos de manifestações populares sincréticas, como o bumba-meu-boi, a lavagem das escadarias do Bonfim, na Bahia; a festa de Iemanjá, a dos Navegantes etc. A discussão pode abranger um estudo comparativo entre as divindades européias, indígenas e negras e se estender para a contribuição de cada um desses povos na formação da diversidade cultural brasileira. O fetiche da boneca Existe uma rica bibliografia sobre as danças folclóricas, que pode ser vir de apoio para um estudo mais aprofundado do tema. Mário de Andrade dedicouse ao assunto no livro Danças dramá- A rainha e as crianças ticas, que compõe a obra Na pancada do ganzá , publicada postumamente. Segundo o escritor, o maracatu carrega em sua representação elementos africanos da região do Congo. Assim, a boneca (ou calunga), levada à frente da procissão, aproxima-se dos fetiches africanos. Seu por tador deve respeitar uma série de impedimentos sociais e tabus, como a abstinência sexual e de bebidas alcoólicas. É interessante lembrar aos alunos que muitas das sociedades africanas escravizadas se organizavam originalmente em reinos, com rei, rainha, príncipes e princesas, como os do cor tejo do maracatu. Leia também RIBEIRO, DARCY. O povo brasileiro - A formação e o sentido do Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1995/1996. Veja também Na internet Sobre a calunga no maracatu www.fundaj.gov.br/docs/text/ carnav01.html Sobre o maracatu www.cin.ufpe.br/~piaba/ maracatus.html Da TV Escola, os programas Atlântico Negro – Na rota dos orixás; Carnaval: maracatus e caboclinhos; Ciclo natalino; Corrida do imbu; Festa de Iemanjá; Festa de Parintins; Festa do Rosário dos Homens Pretos do Serro; Tambores: ritmos originais do Brasil TV E SCOLA FILOSOFIA CONVERSA DE CRIANÇA Programa selecionado na Grade da programação para o ensino fundamental Transmissão: 15 de maio Áreas conexas: Língua Por tuguesa; Ciências Duração: Duração: 9’12” Direção: Bozenna Heczko Realização: National Film Board of Canada, Canadá, 1996 Indicado para atividades com alunos de 3 ª e 4 ª séries do ensino fundamental. RESUMO A nimação em que crianças de 5 a 7 anos discutem temas como nascimento, castigo, recompensa, mor te, criação do mundo e o sobrenatural. DICAS C onversas como as deste desenho ajudam a criança a experienciar aos poucos a inteligência enquanto atividade mental e de linguagem, na medida em que elas abordam problemas práticos e teóricos e se elaboram soluções para eles, tanto por instrumentos práticos (técnicas), quanto pela formação de significações (idéias e conceitos). A criança apreende o sentido das palavras, interpreta-o, inventa novos sentidos para palavras antigas ou cria palavras para novos sentidos. A criança pequena estabelece nexos entre idéias que lhe permitem elaborar um sentido de coerência, representando seu próprio mundo e atuando na prática sobre ele. Ainda não é capaz de estabelecer relações do mundo com ela mesma. É tarefa do educador apresentar novos problemas que permitam a ela emergir de si para a objetividade do mundo, da cultura e do conhecimento, e esse vídeo é um bom auxiliar nesse sentido. O trabalho pode ser direcionado para diversos temas. Questões sobre a origem do indivíduo e do universo Peça para os alunos sistematizarem as idéias apresentadas no vídeo e depois enunciarem suas próprias hipóteses. Diante da variedade de possíveis respostas, comente a diversidade de religiões e a liberdade religiosa existente no mundo moderno, lembrando que nem sempre foi assim na história das civilizações. Procure apresentar o ponto de vista da biologia a respeito do assunto, em forma de hipóteses, discutindo os meios que permitem validar tais hipóteses cientificamente. Castigo e recompensa Para as crianças do vídeo, o destino dos homens que morrem é definido numa reunião entre a Mãe Natureza, Deus e o Diabo; a recompensa pelo bom comportamento no céu é o retorno à vida na Terra em outro corpo. Procure discutir os critérios desse julgamento, provocando uma reflexão ética. Leve os alunos a imaginar de que forma seria possível desenvolver uma consciência e atitudes boas, se ganhassem uma nova vida. Como par te do exercício imaginativo, proponha que cada um comente as ações condenadas ou aprovadas pelos adultos. E que identifiquem ações e atitudes dos adultos que consideram boas ou condenáveis. Encaminhe a discussão para as conseqüências das próprias ações para nós mesmos e para os outros, e como utilizar essa referência no julgamento de outras pessoas. FILOSOFIA O FAROL Programa selecionado na Grade da programação para o ensino fundamental Transmissão: 15 de maio Áreas conexas: História; Língua Por tuguesa Duração: 8’05" Direção: Pierre Veilleux Realização: National Film Board of Canada, Canadá 1997 Indicado para atividades com alunos de 3 ª e 4 ª séries do ensino fundamental. RESUMO A Bonecos de mãos dadas TV E SCOLA nimação que conta, sem palavras, a história do encontro de um homem com sua consciência. Esse homem representa a humanidade, e a consciência ganha a forma de um farol que, ao mesmo tempo, testemunha a história e guia a odisséia humana na tarefa de sua autoconstrução. 11 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO O farol DICAS A ssim como não se pode pensar um farol sem o mar, é impossível imaginar a consciência separada do conhecimento, elemento fundamental de sua existência. É do mar que o homem, ao lançar seu anzol, pesca lembranças de acontecimentos terríveis que marcam a história das civilizações, ou melhor, a história da barbárie cometida pelo ser humano ao longo de sua conquista da cultura. Consciência é a capacidade humana de conhecer, saber que conhece e saber o que sabe que conhece. Ou seja, é um conhecimento das coisas e de si mesmo e um conhecimento desse conhecimento-reflexão. Essa animação mostra o homem resistindo à emergência da memória dos acontecimentos trágicos da humanidade e se escondendo por trás de um escudo, como se pudesse negar a objetividade dos fatos trágicos que denunciam a presença da barbárie na história das civilizações. É interessante explorar esse vídeo após ter trabalhado com Conversa de criança, dentro de uma abordagem complementar que acompanhe o caminho do desenvolvimento do aluno. Enquanto o primeiro trata de questões internas do mundo infantil, este faz o percurso inverso: traz o conhecimento exterior para o universo do estudante. Depois da exibição, estimule a classe a descrever as cenas vistas, ou fazer uma narrativa, a partir das imagens trágicas do vídeo. Em seguida, oriente uma discussão relacionando tais imagens com as cenas de catástrofes divulgadas atualmente pela mídia – atentados terroristas, guerras, massacres etc. –, levando os alunos a assumir posições, manifestar suas opiniões e emitir julgamentos. Veja também Da TV Escola, a série O abecedário de Gilles Deleuze MEIO AMBIENTE INVESTIGAÇÕES CLOROFIL DE Série selecionada na Grade da programação para o ensino fundamental Transmissão: 27, 28 e 29 de maio Áreas conexas: Ciências; Ética Duração: 25 episódios de 13’ Direção: Michel Marin Realização: SFP, França, 1992 Indicado para atividades com alunos de 1 a a 4 a série do ensino fundamental. RESUMO S érie de animação que narra as investigações de um ratão chamado Clorofil, ajudado por outros animais, para lutar contra a destruição do ambiente em que vivem. Nos quatro episódios aqui abordados, o roedor-detetive quer descobrir quem detonou uma bomba na toca dos coelhos para expulsá-los da floresta, o que pôs em risco o equilíbrio ecológico. O principal suspeito é outro rato, Antrácido, que tem como principal objetivo sujar a floresta. Eva Maria, a irmã de Antrácido, é namorada de Clorofil, e a situação coloca o casal diante de questões éticas impor tantes. maio / junho SALTO PARA O FUTURO Série Escola: exclusão e inclusão Educação escolar indígena – formação de professores Educação a distância na formação de professores Parceria escola e família Espaços de formação de professores Diálogos cinema e escola Ensino Médio 1 – Práticas pedagógicas Literatura e temas transversais TV na escola e os desafios de hoje 12 DICAS Dia 2 e 3 de maio 6 a 10 de maio 13 a 17 de maio 20 a 24 de maio 27 a 31 de maio 3 a 7 de junho 10 a 14 de junho 17 a 21 de junho 24 a 28 de junho N o episódio Entre o dever e o amor, Clorofil descobre o culpado pela bomba e o prende, mas por conta disso fica afastado de Eva Maria. Em O silêncio do brejo, Viscoso, um sapo cientista que ajuda Clorofil, é chantageado e tem de escolher entre falar a verdade e salvar a vida de sua esposa. A terceira parte, Fugindo de Clim-Clim, narra a fuga de Antrácido, ajudado por Eva Maria, e o seqüestro de Clorofil. No episódio O rato exterminador, Antrácido veste-se de robô para espantar os roedores e as corujas TV E SCOLA refletir sobre o processo de investigação e facilitem a aproximação com a metodologia científica: Por que Clorofil sempre vai aos lugares em que as coisas estão acontecendo? Por que ele está sempre conversando e fazendo perguntas às pessoas? Em que ele confia mais: nas pistas encontradas, ou nos depoimentos obtidos? Em algum momento da série ele deixa de acreditar em um depoimento por conta de alguma pista? Será que os cientistas agem da mesma forma quando querem descobrir as coisas? Será que as pistas também podem nos enganar? O dever ou o amor? Esta pergunta resume a questão moral presente nos quatro episódios. A discussão pode ir acompanhando o trabalho com os vários episódios, pois o cenário vai mudando ao longo da série. Discuta com a classe se as duas opções são realmente excludentes, de forma a deslocar a questão para uma abordagem ética mais profunda: Até que ponto nós fazemos aquilo que consideramos justo? O quanto estamos dispostos a sacrificar em nome do que consideramos cer to? Veja também Da TV Escola, as séries “E” de ecologia; Interdependência de animais e plantas; O paraíso perdido Ambiente ameaçado Clorofil (que formam o conselho dos grão-duques) da floresta, mas acaba vencido pelo esper to detetive. Cada episódio suscita uma riqueza de questões que permitem trabalhar com pelo menos três enfoques distintos e interligados: princípios da investigação científica, meio ambiente e ética. É interessante, por isso, exibir e discutir cada programa de uma vez. A estrutura de trabalho aqui proposta ser ve de guia para a apresentação das demais histórias que compõem a série, mas o professor precisa fazer as adaptações necessárias à trama que estiver sendo analisada. Como o cientista descobre as coisas? Esta questão, fundamental para entender o que é ciência e como ela é feita, pode ser explorada com base na maneira usada pelo protagonista para resolver, aos poucos, o mistério da bomba na toca dos coelhos. Promova uma discussão para buscar identificar os princípios que nor teiam as atividades de Clorofil, encaminhando algumas questões que levem os alunos a TV E SCOLA Quando os grão-duques ficam sabendo da bomba na toca dos coelhos, logo percebem que isso poderá acarretar a fuga de diversos outros animais, comprometendo o equilíbrio ecológico da floresta. É uma ótima oportunidade para trabalhar a questão da interdependência dos seres vivos. Use alguns exemplos de cooperação entre os seres vivos, como o ciclo das abelhas, que transpor tam pólen entre flores distantes, ou a atuação das aves, que disseminam as sementes ou retiram parasitas do lombo de outros bichos para se alimentar. Uma explicação do funcionamento da teia alimentar ajudará a deixar clara a fragilidade do equilíbrio ecológico. Pergunte à classe: Por que os coelhos quiseram sair da floresta? Quem se prejudicaria com a saída deles? Na floresta, qual a impor tância da cooperação? E na cidade? Qual a principal preocupação dos grão-duques? Por que Antrácido tentou expulsar os coelhos? O que ele faria depois de sujar a floresta, se o plano desse cer to? Se sujar a natureza prejudica todo mundo, então por que continuamos sujando? No mundo real, quem poderia ser o Antrácido? E o Clorofil? Será que não há um pouco dos dois em cada um de nós? Neste caso, como escolhemos entre o cer to e o errado? HISTÓRIA O MITO DA INQUISIÇÃO ESPANHOLA Programa selecionado na Grade da programação para o ensino fundamental e o ensino médio Transmissão: 6 de maio Áreas conexas: Língua Por tuguesa; Ciências Duração: 46’07” Direção: Jonathan Stamp Realização: BBC Worldwide LTD, Inglaterra, 1994 Indicado para atividades com alunos da 7 ª e da 8 ª série do ensino fundamental e também do ensino médio. RESUMO O documentário ressalta uma nova visão dos historiadores acerca da Inquisição espanhola. Segundo esses estudiosos, que se baseiam em pesquisas realizadas nos arquivos da Igreja espanhola, recentemente abertos à consulta pública, a idéia de barbárie, terror e tirania pra- 13 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO ticados na época dão uma imagem falsa da realidade. Argumentam que o mito foi construído pelos críticos do catolicismo e que, conforme os fatos comprovam, os inquisidores espanhóis não tiveram condição efetiva de controlar a sociedade. DICAS O programa propicia um bom trabalho interdisciplinar envolvendo as áreas de História, Filosofia, Biologia, Literatura e Artes. Permite colocar em discussão conceitos como justiça, liberdade, ética e democracia, propiciando uma contínua troca de experiências e questionamentos. Após assistir ao vídeo, os alunos devem tentar estabelecer comparações entre a atual forma de produção de conhecimento e a que ocorria na Idade Média, então sob controle da Igreja. No entanto, embora hegemônico, o conhecimento produzido pelo clero católico não conseguia impedir a preservação e a difusão do saber popular, que continuava a oferecer a cura para os males cotidianos – tanto os do corpo quanto os do espírito. Procissão Oriente uma pesquisa sobre as condições de higiene e saúde predominantes na Europa durante a Idade Média, as doenças mais disseminadas e as práticas populares para enfrentá-las, com métodos de cura à base de er vas e sortilégios, muitas vezes proibidos pela Igreja. Promova depois uma comparação com os atuais métodos de cura. la foi superdimensionada pois enquanto ela condenava à morte 3 a 5 mil pessoas, 150 mil mulheres eram queimadas como bruxas no restante da Europa. Essa discussão contém os ingredientes necessários para germinar um debate sobre perseguições antigas e modernas, justificadas pelas mais variadas alegações. Aliás, o filme apresenta exemplos de “modernas inquisições”, ao mostrar interrogatórios de supostos simpatizantes do comunismo por tribunais norte-americanos, no início da guerra fria. Tais perseguições estão associadas à falta de liberdade de opinião, problema enfrentado por inúmeros povos ao longo da história. E hoje? Será que os alunos identificam esse tipo de problema em seu cotidiano? O que acham da liberdade de opinião? Há limites? A censura é necessária? Há liberdade de expressão nos meios de comunicação, como a televisão, por exemplo? Essa linha de raciocínio dá margem a um interessante debate na área de Ética, sugerindo também temas para trabalhar em Língua Portuguesa. Literatura e Ética Religião e poder Os textos do historiador francês Jules Michelet (1798-1874), que por seu estilo pessoal e apaixonado é considerado quase um romancista, servem de referência para um trabalho em Literatura. Convém destacar e copiar alguns trechos de Michelet sobre as feiticeiras e o universo feminino no período medieval e discuti-los com os alunos. Para ele, a bruxaria exprimia um protesto das classes dominadas contra a ordem social que as sufocava. Os dados referentes à perseguição às bruxas apresentados no filme demonstram que a ação da Inquisição espanho- O vídeo mostra como a Inquisição espanhola, a partir do século 16, serviu à Contra-Reforma para perseguir principalmente judeus e protestantes. Nessa mesma época, na península Ibérica, Estado e Igreja se dedicavam à colonização das Américas portuguesa e espanhola. Para o Estado, a conquista servia como instrumento para acumular riqueza e poder. O objetivo declarado da Igreja era a conquista espiritual, voltada para a ampliação do “rebanho” católico – ameaçado na Europa pela ação da Reforma protestante. Essa reflexão pode servir de ponto de partida para Na área de Ciências 14 orientar uma pesquisa a respeito da influência das religiões (judaísmo, islamismo e cristianismo) sobre a vida em sociedade no mundo atual e de sua possível utilização como fonte de acumulação de riqueza e poder. No Ensino Médio, a mesma temática serve de eixo para o professor de Filosofia discutir o conceito de poder e as estratégias de dominação ao longo da história. É impor tante para a formação do espírito crítico-analítico do aluno transportar o foco das análises aos dias de hoje e discutir o papel da propaganda na manipulação das consciências. Leia também LOPEZ, L.R. A história da inquisição. Porto Alegre, Mercado Aberto, 1993. MICHELET, JULES. A feiticeira. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1992; A agonia da Idade Média, São Paulo, Educ, s/d. NOVINSKY, ANITA. A inquisição. São Paulo, Brasiliense, 1982. QUEIROZ, T.A.P. DE. As heresias medievais. São Paulo, Atual, 1988. Veja também Na internet Sobre medicina na Idade Média www.dhi.uem.br/publicacoesdhi/janus/ 1997/janus_02.htm Sobre a Inquisição no Brasil w w w . t j . b a . g o v. b r / p u b l i c a c o e s / mem_just/volume2/cap10.htm Da TV Escola, os programas Alta Idade Média 1 e 2; Tempos medievais – a vida dos religiosos e dos servos CONSULTORIA As sugestões de trabalho apresentadas nos textos desta seção foram elaboradas com a consultoria dos professores Álvaro César Giansanti (História), Sílvia Bárbara (Geografia), Marlito T. Souza Lima (Filosofia), Noemi Jaffe (Literatura), Cristina Sucupira (Ciências), Rodrigo Travitski (Meio Ambiente) e Patrícia Raffaini (Pluralidade Cultural). TV E SCOLA ESCOLA ABERTA O MAIS PODEROSO DOS FIOS Você sabia que o fio da aranha é três vezes mais forte e resistente que o aço? Pois esta e outras descobertas científicas aparecem em O mais poderoso dos fios, um dos 12 filmes de Ver Ciência, programação incluída em Escola Aberta neste bimestre, para proporcionar sessões bem especiais de entretenimento e aprendizado. Trata-se de uma seleção inédita de filmes e documentários produzidos recentemente em oito países: Japão, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos, Suíça, Canadá e Brasil. Com os mais elevados padrões de qualidade, reconhecida competência técnica e rigor científico, eles abordam temas atuais e instigantes. Toda a família, vizinhos, amigos e pessoal da escola poderão aliar o prazer de sessões de cinema à oportunidade de ampliar e aprofundar seus conhecimentos. Os filmes a que sua escola e sua comunidade vão assistir foram selecionados no Festival Image et Science, realizado na França e considerado o mais importante evento de divulgação de ciência e tecnologia do planeta. Incluem, por exemplo: Clonagem: estamos brincando de Deus? (sobre os progressos da biotecnologia); Parque das Capivaras, santuário ecológico (resultados de pesquisas arqueológicas no Piauí); O mais resistente dos fios (detalhes do fio super-resistente produzido pela aranha em sua teia); O milagre do coração (impressionantes imagens do coração de diversos animais, inclusive insetos); Pioneiros do cosmos (uma viagem imaginária, planejada para atingir outro planeta do sistema solar). ATENÇÃO... ...à grade da programação (abaixo). E lembre-se: • Grave e assista aos filmes com antecedência, para preparar a exibição. • Planeje o evento cuidadosamente, com a participação de sua turma, para obter o melhor aproveitamento possível. • Envolva os alunos na tarefa e incentive-os a convidar amigos, colegas e familiares. • Apresente o tema à classe e estimule os alunos e seus familiares a fazerem leituras e conhecerem um pouco a respeito do assunto que será tratado – o interesse e a participação serão muito maiores se a platéia já tiver noções do assunto abordado. * Depois de cada filme, organize debates e converse com o público a respeito das próximas apresentações. VER CIÊNCIA Sábados e domingos a partir das 15h Série Nanoespaço: as máquinas moleculares Everest, a zona da morte Transplantes entre animais e homens Em busca das origens humanas Clonagem: estamos brincando de Deus? O mais resistente dos fios Show da tecnologia – I Os segredos do movimento Show da tecnologia – II Pioneiros do cosmos O milagre do coração Biônica: sobressalentes para o corpo humano Parque das Capivaras, santuário ecológico TV E SCOLA Dia 4e5 11 e 12 18 e 19 25 e 26 1e2 8e9 8e9 15 e 16 15 e 16 22 e 23 29 e 30 6e7 6e7 de maio de maio de maio de maio de junho de junho de junho de junho de junho de junho de junho de julho de julho Duração 60’ 60’ 50’ 60’ 60’ 30’ 30’ 30’ 30’ 52’ 52’ 30’ 20’ 15 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO ENSINO MÉDIO DICAS COMO F AZER? FAZER? OS CARECAS / CABELO GRISALHO Programa produzido para a Grade de programação do ensino médio, comentado por professores de LÍNGUA INGLESA BIOLOGIA SOCIOLOGIA Transmissão: 20 de maio Duração: 8’09” ( Os carecas ); 6’15” ( Cabelo grisalho ) Direção: Caroline Voitorici Realização: TV Ontario, Canadá, 1997 MOSCAS / BARATAS Programas produzidos para a Grade de programação do ensino médio, comentado por professores de LÍNGUA INGLESA BIOLOGIA QUÍMICA Transmissão: 25 de junho Duração: 6’58” (Moscas ); 7’40” (Baratas) Direção: Caroline Voitorici Realização: TV Ontario, Canadá, 1997 RESUMO O s quatro programas fazem parte da série Por que será? Misturando visão científica e bom humor, essa série aborda diversos assuntos relacionados ao mundo que nos cerca. Os dois primeiros, Carecas e Cabelo grisalho, revelam as causas científicas da calvície e do surgimento de cabelos brancos nos seres humanos. Moscas e Baratas exploram o universo dos dois principais insetos que costumam infestar as casas. De cada um deles são exibidas duas versões, uma legendada em por tuguês, e a outra, em inglês (a duração indicada se refere à versão em um dos idiomas). 16 ESPECIAL A exibição dos vídeos com legendas em português e em inglês sinaliza uma dinâmica de trabalho na aula de língua inglesa que se revelará valiosa por aliar o lúdico à aprendizagem. A proposta é a realização de uma atividade comparativa entre os textos apresentados nas duas versões dos quatro filmes. Para tanto, assista aos vídeos previamente e selecione alguns trechos dos filmes legendados em inglês, não se esquecendo de incluir os momentos mais engraçados, que cer tamente chamarão a atenção de todos. Antes de iniciar a exibição, relembre aos alunos que a finalidade de qualquer língua é a comunicação, e não apenas a elegância ou a precisão da pronúncia e das estruturas. A compreensão, ou a fixação desse preceito, vai ajudá-los a se desinibir e a entender que a par ticipação ativa de cada um será valorizada, não impor tando seu nível de conhecimento anterior da língua. É recomendável o trabalho em grupo, que costuma produzir resultados surpreendentes. Os grupos, no entanto, não devem ser muito grandes, de forma a permitir a participação de todos os alunos. Cada estudante deve ter ao menos uma oportunidade de tomar parte na discussão, podendo fazê-lo em inglês ou em português. Estimule-os, no entanto, a se expressar na língua inglesa. Escolha uma das fitas não traduzidas para iniciar o trabalho. Após exibi-la inteira, reser ve algum tempo para sondar a opinião dos alunos. Eles conseguiram acompanhar as explicações do apresentador? Perceberam os toques de humor? Estimule a classe a dar respostas em inglês. Após esse aquecimento, reinicie a exibição, agora congelando as par tes escolhidas. Convide a turma a formular, por escrito, uma tradução para cada legenda. Apresente a seguir a mesma cena legendada em português, para que todos façam a comparação. Em seqüência a essa atividade (pode ser em outra aula), exiba as duas versões e proponha que, divididos em grupos, os alunos procurem as diferenças entre a expressão na legenda em inglês e por tuguês. Eles notaram algum termo impropriamente traduzido ou formas diferentes de fazer a mesma tradução? Para isso, volte a fita quantas vezes for necessário, dando tempo para que os estudantes analisem as legendas. Essa atividade será ainda mais interessante se for possí- Crescimento de fios de cabelo vel ter no local dois equipamentos de tevê e videocassete, para fazer a exibição simultânea das duas versões. Gramática e vocabulário Os mesmos vídeos, isoladamente ou em apresentações comparativas, também permitem planejar aulas para analisar itens como: gramática e estruturas; vocabulário; o conteúdo e as possibilidades de estabelecer atividades interdisciplinares; o contexto. Ao fazer a preparação, leve em conta, entre outras, as seguintes características: 1. O vídeo Os carecas permite o trabalho com os pronomes interrogativos TV E SCOLA who/what/where/when/how e how come; em Cabelo grisalho, pode ser explorado o emprego dos verbos to be e to have. Os dois vídeos sobre insetos (baratas/moscas) estão repletos de sentenças condicionais em que aparecem os termos would e if. 2. Em cada vídeo, podem ser selecionados substantivos e verbos relacionados ao cotidiano, em forma de listas curtas, como por exemplo: bald, hair, colors etc. 3. Os dois programas referentes aos cabelos propiciam a análise em dois níveis. Em primeiro lugar, do ponto de vista da sensação provocada pela queda de cabelos e/ou pelo surgimento dos cabelos brancos, e pelos temores que acompanham esse processo. Em seguida, discuta as conseqüências sociais (preconceitos) que essas transformações provocam. 4. Nos programas Moscas e Baratas o destaque é dado aos riscos que esses insetos oferecem à saúde, mostrando a dificuldade em combatê-los. Aproveite para discutir com os alunos as formas de enfrentar esse problema e prevenir doenças, colocando questões de higiene e saúde. Planejamento de uma aula Reser ve 15 minutos para apresentar na lousa as estruturas lingüísticas necessárias ao entendimento do documentário escolhido. Selecione exemplos que estejam próximos do universo de significados dos filmes, procurando assegurarse de que todos os alunos compreendem essa estrutura. Dedique mais 10 minutos para discutir questões que relacionem o cotidiano dos alunos com o conteúdo abordado no vídeo. Por exemplo: Quem tem alguém careca ou grisalho na família? Who’s bald in your family? Quantos homens ou quantas mulheres carecas ou grisalhas você conhece? Quem sabe por quê? TV E SCOLA How many balds man or women do you know? Who knows why? Quais são as diferenças entre as moscas e outros insetos? What are the differences among flies and other insects? Por que a barata sobrevive tanto tempo? Why do roaches sur vive so long? Dedique 5 minutos à organização da turma em grupos, orientando os alunos em relação aos aspectos que merecem maior atenção, durante a exibição. Proponha para isso algumas questões, como por exemplo: Em Os carecas / Cabelo grisalho a.Por que só os homens são carecas? Why do men alone get bald? b.Cabelos brancos são sinônimo de velhice? Is grey hair the same as old age? Em Moscas / Baratas a.Por que a mosca é tão perigosa para um ser humano? Why is a fly so dangerous to human beings? b. Por que é tão difícil pisar numa barata? O Why is it so dificult to step on a roach? Tempo e dinâmica A dinâmica da atividade planejada para cada assunto ou conteúdo gramatical determinará o tempo necessário para desenvolvê-la, em uma ou em duas aulas. Vale lembrar que o espaçamento de alguns dias entre as aulas com vídeos cria uma expectativa saudável nos alunos. Isso permite que par te do warm-up (aquecimento) para a aula seja feito com cer ta antecedência. Em relação à proposta de estrutura da aula, os tempos indicados aqui são apenas sugestões. Cada professor precisa fazer as adaptações necessárias, de acordo com suas condições de trabalho e com as características da classe. Planeje para aulas posteriores atividades que envolvam a escrita, como resumo dos filmes, ou de trechos deles, em língua inglesa. Ken Deva Professor do Sistema Anglo de Ensino, São Paulo, SP. QUE DIZEM OS PARÂMETROS No âmbito da LDB e do Parecer do CNE, as línguas estrangeiras modernas recuperaram, de alguma forma, a importância que durante muito tempo lhes foi negada. Consideradas muitas vezes, e de forma injustificada, como pouco relevantes, elas adquirem agora a configuração de disciplina tão impor tante quanto qualquer outra, do ponto de vista da formação do aluno. É preciso pensar no processo de ensino-aprendizagem das línguas estrangeiras, em termos de competências abrangentes e não estáticas, uma vez que uma língua é o veículo, por excelência, de comunicação de um povo e, através de sua expressão, esse povo transmite sua cultura, suas tradições e seus conhecimentos. Entender-se a comunicação como ferramenta imprescindível, no mundo moderno, com vistas à formação pessoal, acadêmica ou profissional, deve ser a grande meta da aprendizagem de língua estrangeira. Parâmetros Curriculares Nacionais, Ensino Médio, Parte II, pág. 11. 17 D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO ENSINO MÉDIO COMO F AZER? A ESCOLA FAZER? REVOLUÇÃO Programa produzido para a Grade de programação do ensino médio Transmissão: 2 de maio Duração: 23’06” Direção: David Willcox Realização: BBC, Inglaterra, 1996 Indicado para atividades com alunos das três séries do ensino médio. Este programa é comentado por duas professoras, uma de História e outra de Matemática, que apresentam experiências feitas para transformar qualquer coisa em material didático. Oferecem alguns exemplos invulgares, como o de utilizar os folhetos distribuídos nos semáforos das grandes cidades em objetos úteis para o ensino da Matemática. e apresentam experiências de atividades curriculares que podem contribuir para que os alunos se sintam par te da escola. Um deles mostra uma experiência muito interessante, utilizando o jogo de xadrez. ACER VO ACERVO O CAOS — A CIÊNCIA DA DESORDEM COMO F AZER? A ESCOLA FAZER? CONTRAPONTOS Programa produzido para a Grade de programação do ensino médio, comentado por professores de Programa produzido para a Grade de programação do ensino médio Transmissão: 16 de maio Duração: 18’50” Direção: Nanci Barbosa Realização: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – TV dos Trabalhadores, Brasil, 1999 Indicado para atividades com alunos das três séries do ensino médio. RESUMO Goya: detalhe do quadro A família real RESUMO N este programa, da série Irmã Wendy e a história da pintura, a freira Wendy Becket apresenta alguns destaques da produção artística da Inglaterra, e depois da França, em dois momentos históricos: a Revolução Industrial e a Revolução Francesa. Ao analisar cada pintura, a apresentadora faz uma viagem ao momento e ao local retratados, comentando traços do contexto histórico, em uma lição de como observar e interpretar a obra de arte. O programa é encerrado na Espanha, onde irmã Wendy analisa Goya e o retrato da família real. QUESTÃO TRATADA “Como transformar qualquer material em recurso didático?” 18 D a série ABCD Jovens, este programa apresenta depoimentos de estudantes de escolas públicas que moram em favelas e em bairros da periferia do ABCD paulista. Traz as opiniões dessa juventude em torno de sete temas: desafios, imagens, escola, preconceitos, sentimento do mundo, buscas e sonhos. Questões como estagnação da escola, discriminação referente à posição social e à juventude, falta de acesso à cultura, violência, medo de constituir família e massificação pela mídia, entre outras, compõem-se com os sonhos desses jovens de romper a prisão que o desconhecimento representa. MATEMÁTICA / FÍSICA FILOSOFIA Transmissão: 3 de maio Duração: 50’49” Direção: Henri Picard Realização: Les Films du Village, França, 2001 Indicado para atividades com alunos das três séries do ensino médio. RESUMO S ete cientistas explicam a Teoria do Caos, que tem por objetivo compreender e dar resposta às variações aleatórias e irregulares observáveis na natureza. Com recursos de animação e inúmeros documentos, o vídeo apresenta os diversos conceitos envolvidos no estudo do caos, como o de dependência sensível das condições iniciais – usado para explicar o efeito borboleta –, de fractais etc. QUESTÕES TRATADAS “Como fazer com que os alunos se sintam parte da escola? Como conhecer os alunos da escola?” Dois professores, um de Brasília e outro do Rio de Janeiro, comentam o vídeo Detalhe de máquina caótica TV E SCOLA OUTRAS ATRAÇÕES AR TE ARTE EDUCAÇÃO ESPECIAL O ANEL DEFICIÊNCIA A partir da ópera O anel dos Nibelungos, de Richard Wagner, o programa reconta a fábula do anel de ouro, com modernos recursos de animação e muita música. Transmitido dia 22 de maio. MA TEMÁTICA MATEMÁTICA ARTE E MATEMÁTICA Esta premiada série põe em destaque a aproximação entre os padrões existentes na natureza, reconhecidamente matemáticos, e aqueles observáveis em vários tipos de manifestação artística, como música, pintura, artes plásticas, literatura, arquitetura etc. Além das reprises, três episódios inéditos serão apresentados no dia 10 de junho. O belo aborda a organização matemática nas diversas escalas musicais e a relação da matemática com o ritmo. Forma dentro da forma trata do fascínio que as figuras geométricas sempre exerceram sobre os homens e da relação entre noções da geometria e a produção artística na história humana. E Música das esferas discute o conceito de belo e sua variação ao longo dos tempos. O site da TV Cultura traz sinopses e outras informações de todos os programas: www.tvcultura.com.br/artematematica MENTAL Dirigida aos professores de classes especiais, essa série transmitida dia 20 de junho apresenta seis programas de grande interesse para a comunidade escolar. Os filmes discutem lugares-comuns geradores de preconceitos, como o que associa a deficiência mental à loucura, e trazem contundentes depoimentos de pais e de adolescentes portadores de deficiências. “A deficiência mental não tem cura, porque não é uma doença. Mas temos capacidade de aprender, gostamos de aprender – de preferência, com as outras pessoas”, diz Caio, um adolescente portador da síndrome de Down. A idéia da inclusão de alunos portadores de deficiência nas escolas da rede pública, e as maneiras de torná-la efetiva, são os fios condutores da série. O narrador do programa LITERA TURA LITERATURA Bia e Beto com Eugênio, amante da poesia e dono de uma biblioteca fantástica, Puf e Pof, duas bolas de poeira espevitadas, e o gato Sócrates, falante e bonachão, que dá o mote e a síntese de cada episódio. As histórias estimulam as crianças a ler e escrever, registrar suas experiências, pesquisar e buscar referências nos livros ou no computador, contribuindo para desenvolver a linguagem oral e escrita. O tema central de cada episódio é permeado de situações que envolvem questões de Geografia, História, Literatura, Ética e Língua Portuguesa. ÉTICA QUANDO EU FECHO OS OLHOS No dia 21 de maio são apresentados quatro programas desta série, que focaliza regiões em conflito através do olhar de crianças que vivem essa difícil realidade. Elas falam de seus medos e desejos, e questionam a possibilidade de construir um futuro sem os traumas provocados pela guerra. Os episódios se passam em Kosovo, Cambodja, Ruanda e Libéria. No dia 22 de maio, em um programa de Como Fazer?, professores de História, Antropologia e Filosofia comentam o episódio de Kosovo, Tristeza e fuga. O MUNDO MÁGICO DE BIA E BETO RELAÇÕES ORIENT AÇÃO SEXUAL ORIENTAÇÃO Fractal, em Forma dentro da forma TV E SCOLA Atendendo a pedidos, a TV Escola retoma a exibição dessa série de animação com bonecos sobre o universo mágico da leitura e da escrita. Em maio serão transmitidos catorze episódios (dias 8 e 9) e a programação continuará no segundo semestre. No centro das aventuras estão os inseparáveis amigos Bia e Beto, que se envolvem em divertidas e instrutivas peripécias DE GÊNERO O programa começa em uma aula de Ciências, em que o professor fala dos anfíbios. Um sapo falante entra na conversa e participa da discussão entre o professor, um aluno e uma aluna, a respeito das diferenças entre meninas e meninos. Transmitido dia 16 de maio. 19 A hora ea vez das merendeiras Reportagem: Rosangela Guerra / Fotos: Iolanda Huzak 20 TV E SCOLA Merendeiras de seis estados da Amazônia se reúnem na sétima Oficina de Merenda Escolar. Antes de ir para o fogão, não esquecem um dos objetivos da oficina: olhar para si, cuidando do próprio corpo. Elas cozinham com afeto e conhecem as tradições culinárias. As Oficinas de Merenda Escolar, realizadas em várias regiões do país, mostram o importante papel das merendeiras na educação. A série Hora da Merenda, um registro das oficinas, será transmitida pela TV Escola. TV E SCOLA egue o barco pelo rio Acre, que banha a cidade de Rio Branco. Os moradores ribeirinhos acenam da margem, sem saber quem são e para onde vão aqueles que estão no barco. Dia de céu azul, águas mansas e muitas histórias. Quem as conta são merendeiras de seis estados da Amazônia. Os botos, elas dizem, se apaixonam pelas mulheres que vêem no rio. Nina Horta, pedagoga, dona de buffet e escritora de gastronomia, e o chef de cozinha Carlos Siffert ouvem os casos saborosos dessas mulheres que cresceram aprendendo as lendas da floresta, o poder de cura das plantas e o uso de produtos típicos, tradições orais repassadas ao longo do tempo. Depois de uma hora de viagem chega-se à comunidade Catuaba, numa clareira aberta na floresta, onde fica a Escola Rural de Ensino Fundamental Dr. Augusto Mon- S 21 A HORA E A VEZ DAS MERENDEIRAS teiro. Acontece aqui a sétima e última Oficina de Merenda Escolar. A equipe da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) está a postos para gravar mais um programa da TV Escola. A série Hora da merenda, composta por catorze vídeos produzidos em sete cidades brasileiras, estará no ar a partir do segundo semestre na Escola Aberta. Os programas, produzidos pela SEED para transmissão pela TV Escola, em parceria com a Secretaria de Educação Fundamental (SEF) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), têm como objetivo sensibilizar diretores, professores e toda a comunidade escolar para a valorização das merendeiras. No primeiro programa é feita a apresentação da Oficina de Merenda Escolar e dos consultores Nina Horta, Carlos Siffert e Olivier Anquier, este último conhecido pelos programas de culinária que apresenta na tevê. Os demais vídeos registram as experiências com as oficinas. Para complementar a programação, os responsáveis pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e a Secretaria de Educação Fundamental estão preparando um livro com as receitas ensinadas pelas merendeiras, para ser distribuído nas escolas. A publicação retratará de certa forma a diversidade de hábitos alimentares do país, divulgando também as receitas preferidas pelos alunos. Para o professor, os vídeos e o livro representarão recursos didáticos preciosos para desenvolver trabalhos interdisciplinares a respeito da educação alimentar, integrando inclusive os temas transversais estabelecidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN). 22 O OLHAR: NO ESPELHO E NO PRATO A oficina das merendeiras acontece na Escola Rural de Ensino Fundamental Dr. Augusto Monteiro. Aqui, todo o mobiliário é em madeira de lei, cedida pela Secretaria deEducação do Acre, que aproveitou assim produtos apreendidos pelo Ibama. Bela imagem para os olhos! A Escola Rural de Ensino Fundamental Dr. Augusto Monteiro (de 1ª a 8ª série), que sedia a oficina em Rio Branco, é pintada de verde-claro e tem janelas laranja, de onde se vêem as castanheiras esguias sobressaindo no seringal. Dentro, todo o mobiliário é de madeira de lei. As carteiras respeitam a anatomia das crianças e foram feitas pela Secretaria de Educação do Acre, que aproveitou a madeira apreendida pelo Ibama, conta a diretora Maria do Rosário da Silva Brandão. No pátio da escola, uma brincadeira da região descontrai os participantes: Vou fazer uma farinhada, Natalina eu vou chamar. Só quem gosta de farinha é que sabe peneirar. Enquanto cantam, batem palmas e dançam peneirando a farinha, as merendeiras são chamadas à roda, uma a uma. Eu sou Natalina Abreu, de Marzagão, Amapá, e me orgulho de ser merendeira. TV E SCOLA A HORA E A VEZ DAS MERENDEIRAS Eu, Maria de Fátima de Oliveira, sou filha de Xapuri, Acre, e faço merenda há 19 anos. Todas se apresentam, muitas se emocionam e confessam que só o convite para participar da oficina já fez o coração bater mais forte. Para refletir sobre a importante função das merendeiras na escola, Nina Horta e Carlos Siffert usam estratégias criativas que deixam todas à vontade. Por exemplo? As merendeiras recebem batons e esmaltes para serem usados, despertando a vaidade. Um bom início de conversa, sobre um dos objetivos da oficina: olhar para si e os cuidados com o próprio corpo. Enquanto se olha no espelho para ver o efeito do batom vermelho, Rosangela de Castelo, do Pará, fala de sua alegria ao cozinhar. TV E SCOLA Na brincadeira típica da região, as merendeiras e Nina Horta entram na roda, cantam, dançam e se apresentam: “Vou fazer uma farinhada, Natalina eu vou chamar. Só quem gosta de farinha é que sabe peneirar”. Natalina Abreu, do Amapá, passa esmalte nas unhas de Nina Horta e diz com orgulho que a meninada de sua escola ganha energia com produtos da região, como açaí e pratos feitos com castanha. Atraída pelo movimento na escola, Raimunda Pereira Souza, 71 anos, ex-merendeira da Dr. Augusto Monteiro, vai chegando devagar, com jeito de quem quer participar também. Diz que sente saudade da cara de felicidade dos alunos diante do prato. No meu tempo era preciso pedir aos pais que trouxessem algum alimento de casa para eu cozinhar. Hoje a escola pode oferecer uma comida boa para a saúde dos meninos, diz. Para cumprir outro objetivo da oficina, o de valorizar a cultura alimentar da região, abrese a roda de conversa e cada uma conta o que costuma cozinhar em casa e na escola. Curiosos, Nina Horta e Carlos Siffert não perdem os detalhes. Leonila da Rocha, do Acre, conta como faz o munguzá, com milho e leite de castanha. Aos poucos vão surgindo receitas de pão de milho, suco com a casca de abacaxi, chás de plantas medicinais, sopa de maxixe, mingau de jerimum, charque com abóbora, croquete de carne com macaxeira, pirarucu salgado, tacacá, tucupi, jambu e tantas outras comidas e temperos desconhecidos no resto do Brasil. Depois de tudo isso, ninguém mais 23 A HORA E A VEZ DAS MERENDEIRAS 24 TV E SCOLA A HORA E A VEZ DAS MERENDEIRAS duvida de que a fartura de costumes alimentares é coisa nossa brasileiríssima. Querem experimentar um sabor diferente?, propõe Carlos Siffert. Vem aí uma surpresa: o tama-raco. Curiosas, elas desembrulham o doce mexicano feito com tamarindo e temperado com pimenta. Umas apreciam o sabor, outras, não. Mas todas aprovam a novidade e algumas até pedem mais. Quero levar para que na minha escola as pessoas também experimentem, conta Alaíde Borges da Silva, do Amazonas. Ao final do dia, as merendeiras voltam para o hotel em Rio Branco comentando a oficina. Algumas nem tinham ainda saído do lugar onde nasceram, a maioria viajou de avião pela primeira vez, muitas nunca haviam se separado da família. Deixaram um ambiente seguro, conhecido e estão vivendo experiências novas. No rosto dessas mulheres falantes há uma expressão feliz. COM A MÃO NA MASSA Quase 8 horas e lá estão as merendeiras com Nina Horta e Carlos Siffert no Merca- TV E SCOLA Os produtos da região chegam pelo porto do rio, enchendo de cores e aromas o mercado municipal. Os consultores, Nina Horta e Carlos Siffert, aprendem com as merendeiras a escolher os ingredientes para fazer os pratos da cozinha amazônica. do Municipal Elias Mansur, em Rio Branco. Aqui, elas são as professoras. Apresentam os diferentes tipos de pimenta e de farinha, as ervas, mostram que sabem escolher o tucupi (caldo fermentado de mandioca) e caminham seguras entre mantas de pirarucu salgado, pilhas de queijos de coalho, amontoados de bananas, abacaxis e outras frutas da terra. Com a lista de compras na mão, decidem o que vão levar para cozinhar na Escola Rural de Ensino Fundamental Dr. Augusto Monteiro, a mesma do dia anterior. Dessa vez todos vão de ônibus e caminhonetes, percorrendo 29 quilômetros do centro da cidade até a escola. É só chegar e começam logo a colocar os ingredientes na cozinha e lavar as mãos. Vestir os aventais que trouxeram na bagagem é um cerimonial compartilhado entre elas com orgulho. Uma ajuda a outra a ajeitar a touca, a dar o laço e tirar as marcas do avental que estava dobrado na mala, esperando a hora de ser usado. A hora é agora. A cozinha da escola é pequena para tantas pessoas? Não há problema, elas dão um jeito e até se divertem, por- 25 A HORA E A VEZ DAS MERENDEIRAS que sabem que cozinha é lugar de trabalho, invenção e também de prazer. Enquanto uma bate as castanhas no liqüidificador para extrair o leite, outras lavam as folhas do jambu (erva de sabor picante), cortam a cebola e o cheiro verde, ralam o coco e destroçam a carne de porco e a galinha. De vez em quando alguém se lembra da música do dia anterior e o coro começa: Vou fazer uma farinhada, Natalina eu vou chamar. Só quem gosta de farinha é que sabe peneirar. Requisitados a todo momento pelas merendeiras para ver como fazem os pratos, Nina Horta e Carlos Siffert descobrem os segredos da culinária amazônica. Nina, mestre na arte de enfeitar a mesa, ensina que folhas grandes, como as da bananeira, podem substituir a toalha em dias de festa. E por que ter vergonha das panelas de alumínio, que brilham na mesa cheias de frutas e legumes da região? A simplicidade dá o ar da graça e do frescor que aguçam os sentidos. E não é que já está 26 Mestres da culinária: o chef de cozinha Carlos Siffert entre Raimunda Pereira Souza, que durante 20 anos cozinhou para as crianças da Dr. Augusto Monteiro e Raimunda Silva de Araújo, atual merendeira da escola. tudo pronto? Sobre a mesa tem porco com tucupi; arroz com carne de sol picadinha; mingau de jerimum com coco, munguzá com leite de castanha e o delicioso tacacá, um caldo quente servido na cuia, feito com goma de mandioca com tucupi, cebolinha, pimenta, folhas de jambu e camarões secos. Raimunda, a ex-merendeira da escola, colocou sobre a mesa o bodó, um bolinho frito de jerimum. Nina Horta e Carlos Siffert fizeram sua parte. Ela preparou um mingau com pérolas de tapioca e pedacinhos de manga. A escolha dele foi um pãozinho fácil, rápido, com farinha de trigo, manteiga gelada, sal, leite e sementes de especiaria, como erva-doce ou outra do agrado das crianças. Ao fazer o pão, Carlos mostrou a importância de usar o gesto certo ao movimentar as mãos e os braços na hora de trabalhar a massa. Uma lição clara de que cozinhar bem é uma questão de casar amor e técnica. ALIMENTAM E EDUCAM Enquanto preparam os pratos regionais, as merendeiras conversam sobre educação. Rosangela de Castelo, do Pará, espera que o conselho escolar aprove seu projeto Criança limpa na escola. Quero formar um grupo de mães voluntárias para ajudar a cuidar da hi- TV E SCOLA A HORA E A VEZ DAS MERENDEIRAS UM GRANDE PRAZER, CONHECÊ-LAS! Durante o ano passado viajei pelo Brasil para participar, junto com Carlos Siffert e Olivier Anquier, das Oficinas de Merenda Escolar. Queria contar para você, professora, tudo sobre as merendeiras, mas não dá. Foram poucos dias com cada grupo, mas que me pareceram anos de convívio com elas. O que posso dizer é que me surpreendi. Adivinhe o que eu esperava encontrar? Mulheres cansadas, fazendo comida para uma meninada levada e barulhenta. E que tipo de comida? Coisas copiadas de anúncios de televisão, embalagens e folhetos de propaganda. E não é que eu me enganei feio? Elas fazem uma comida simples, saborosa e sem frescura. São criativas e cozinham como os grandes chefs. Isso porque a grande moda agora é comida regional, valorizando a mãe e a avó. Todos os grandes cozinheiros se voltaram para as raízes – de onde as nossas merendeiras nunca saíram! O que você acha de uma canjiquinha, ou quirera, bem temperada, como uma sopa, só que mais leve e coberta de fios finíssimos de couve crua? De uma salada verde com lascas de abóbora moranga (crua também), que dão um crocante e levantam o prato? De uma taioba só assustada na frigideira? Gostei das merendeiras, tenho mantido contato com muitas. Grandes mulheres, cheias de garra, sabem um pouco de tudo, e na cozinha são como peixes dentro d´água. Foi um grande prazer conhecê-las. Nina Horta giene dos alunos, cortando unhas, conferindo a escovação dos dentes e lavando as cabecinhas. Natalina de Abreu, do Amapá, está orgulhosa porque em seu estado a merenda é regionalizada: Com isso as crianças comem alimentos frescos e nutritivos e muitas pessoas têm oportunidade de trabalho. Meus alunos é assim que Maria da Saúde Mota Pinto, do Amazonas, se refere à turminha que come o que ela cozinha. As merendeiras ensinam a importância de se alimentar para ter saúde e por isso somos educadoras também, argumenta. Margarete Rosália dos Santos Mendes, do Pará, já terminou o magistério e acalenta um sonho: Quero ser nutricionista. Uma boa notícia: na Escola Municipal de Ensino Fundamental Luiza Carneiro Dantas, também em Rio Branco, as merendeiras participam ativamente do PDE Plano de Desenvolvimento da Escola, do Fundescola/MEC. Também somos responsáveis pela melhoria da qualidade do ensino e já fizemos cartazes para ensinar hábitos alimentares, conta a merendeira Alessandra Oliveira de Paula. Ela diz que, assim como os professores, as merendeiras fazem autoavaliação e têm seu desempenho acompanhado pela comunidade escolar. TV E SCOLA DIVERSIDADE: UM PRATO CHEIO Uma coisa é certa: nas sete Oficinas de Merenda Escolar a diversidade foi um prato cheio, como é a pluralidade cultural do país. A idéia era essa mesma: não levar uma receita pronta e deixar que as merendeiras e os consultores pudessem trabalhar com criatividade, valorizando as culturas regionais. Realizadas de setembro a dezembro do ano passado, as oficinas aconteceram em Jundiaí (SP), Montes Claros (MG), Joinville (SC), Petrolina (PE), Imperatriz (MA), Chapada dos Guimarães (MT) e Rio Branco (AC). Ao todo, 70 merendeiras de todas as regiões brasileiras participaram de dois dias de oficinas. Os consultores se dividiram para realizar o trabalho. Por exemplo: em dezembro de 2001, enquanto Nina Horta e Carlos Siffert coordenavam a oficina em Rio Branco (AC), Olivier Anquier estava em Chapada dos Guimarães (MT). Em setembro, Nina e Olivier atuaram juntos em Jundiaí, e falaram sobre a relação saudável entre o corpo e a comida. As merendeiras foram orientadas para fazer cosméticos à base de produtos alimentícios, para perceber como os ingredientes usados nutrem o corpo. Elas fizeram sabonete líquido 27 A HORA E A VEZ DAS MERENDEIRAS com extrato de abacate e aveia, hidratantes com manteigas de cacau e de caritê e xampu de ovo caipira, por exemplo. A roda de conversa sobre comida rendeu. É preciso amor para cozinhar para crianças, ou basta uma boa mão para o tempero? O estado de espírito da merendeira é importante para que os pratos fiquem gostosos? O que faz uma criança gostar de uma comida: fome ou costume? Questões como essas esquentaram a discussão. Nina Horta deixou claro que é a favor da simplicidade. Melhor um prato fundo de mingau de fubá com quadradinhos de manteiga por cima do que um pirex com camadas de creme de fubá, gelatina e claras batidas. A conversa sobre educação também foi longe. Uma das merendeiras comentou com orgulho que já não se sente atrás do fogão, mas uma pessoa que participa da educação do seu município. UM ATO AMOROSO Em Montes Claros, assim como em outras oficinas, foram exibidas partes do filme Como água para chocolate, do diretor mexicano Alfonso Arau. A intenção foi refletir sobre o conceito de que cozinhar com os produtos da terra é um ato amoroso, opinião das merendeiras que o filme ajuda a reforçar. Elas 28 Em Chapada dos Guimarães, Mato Grosso, Olivier Anquier conversou com as merendeiras sobre a importância de evitar o desperdício. Cascas, talos e folhas de verduras e legumes usados com criatividade tornam a alimentação nutritiva e gostosa. Ao final da oficina, ensinou a fazer a massa básica do pão, que serve também para pizza. enfatizam que, enquanto boa parte dos professores conhece apenas os alunos da sua classe, elas conhecem todas as crianças da escola. Para elas, não há alegria maior do que ouvir a meninada perguntar: Tia, o que vai ter hoje para comer?. Em Montes Claros, Nina propôs que as merendeiras fizessem o próprio avental, símbolo da identidade profissional. Não faltou bom humor e companheirismo para tirar as medidas e compartilhar materiais para que cada uma criasse seu próprio avental, com seu o nome escrito no bolso. O que é caçuá, almofariz, cuité, bilha e bruaca? Em Imperatriz, no Maranhão, Nina Horta e Carlos Siffert conheceram os utensílios usados tradicionalmente na cozinha regional. Os consultores discutiram com as merendeiras os utensílios realmente necessários para cozinhar, mostrando que eles podem ser olhados como um prolongamento das mãos. Depois, houve uma degustação de bebidas quentes e frias que estimulou a discussão sobre sabor e a sensação produzida por cada um. Chá de cominho; chá de casca de laranja seca; o tan, refresco árabe; e o lassi, uma versão indiana de uma bebida feita com iogurte, limão e uma pitadinha de água de rosas, foram algumas das bebidas preparadas. Na terra do delicioso arroz de cuxá (feito TV E SCOLA A HORA E A VEZ DAS MERENDEIRAS Pão de ervas INGREDIENTES – 3 ovos – 1 xícara de chá de óleo – ½ xícara de chá de açúcar – 1 colher de sobremesa de sal – 4 tabletes de fermento para pão – 3 xícaras de chá de água fria – 1 quilo de farinha de trigo – 1 cebola ralada – Ervas a gosto: cheiro-verde, orégano, manjericão e cominho em pó Em Jundiaí, São Paulo, as merendeiras atuam como agentes educativos. Encenam peças de teatro com histórias de crianças que não gostam de comer... MODO DE FAZER – Bater no liqüidificador os ovos, o óleo, o açúcar, o sal, o fermento e a água. – Despejar numa tigela e acrescentar a farinha de trigo aos poucos, mexendo sempre até dar o ponto (a massa deve ficar mole e meio grudenta). – Acrescentar a cebola e as ervas. – Untar uma fôrma, colocar a massa e deixar que ela cresça. – Colocar no forno até dourar. – Desenformar o pão ainda quente e deixar que ele esfrie, aos poucos, sobre o fogão, para não umedecer a massa. RENDIMENTO: 18 porções de 30 gramas cada Suco vitaminado INGREDIENTES – 3 folhas de alface – 1 copo de suco de laranja – 1/2 mamão papaia – 1 colher de chá de farelo de trigo ou aveia – 1 litro de água – ½ xícara de chá de açúcar MODO DE FAZER Coloque todos os ingredientes no liqüidificador e dê uma ligeira batida. RENDIMENTO: 1,5 litro Receitas preparadas pelas merendeiras de Jundiaí, SP. TV E SCOLA ...e preparam receitas de dar água na boca, como o pão de ervas que todos querem provar. com camarão seco, gergelim e uma erva chamada vinagreira), Nina Horta e Carlos Siffert sugeriram que as merendeiras fizessem os pratos à base de arroz mais apreciados pelas crianças. Surgiram o arroz de coco, de forno, de galinha e de pequi. No final, surpresa! O chef Carlos surpreendeu as merendeiras com risotos de vários tipos: com arroz negro, indiano e italiano. Em suas oficinas, Olivier Anquier, curioso, quis saber como as merendeiras reinventam no dia-a-dia os pratos para agradar as crianças, que utensílios usam, de que recursos dispõem, como agem com aquelas que não querem comer. Claro, ninguém melhor do que as merendeiras para saber dos humores, carências e preferências alimentares das crianças. Em Joinville, elas contaram que uma boa dose de carinho numa xícara de erva-cidreira cura logo os alunos que se dizem doentes, diz Olivier. No laboratório de cozinha, as merendeiras prepararam a cuca de banana, um bolo típico do sul do Brasil. Atento, Olivier chamava a atenção para evitar o desperdício: Sejam criativas, aproveitem cascas, talos e folhas de legumes e frutas, que são muito nutritivos. Em Petrolina, às margens do rio São Francisco, Olivier se encantou com a variedade e a qualidade das frutas. E sugeriu que a merenda escolar explorasse o grande potencial da região. Durante a visita ao mercado as dez merendeiras presentes de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Bahia trocavam experiências sobre os diferentes nomes e formas de cozinhar os alimentos. E uma das discussões mais interessantes foi a respeito das estratégias para evitar que os alunos tranquem a boca para alimentos com alto valor nutritivo. Em Chapada dos Guimarães, Olivier e dez merendeiras de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Distrito Federal 29 A HORA E A VEZ DAS MERENDEIRAS visitaram uma horta comunitária para conhecer verduras usadas na região. Na cozinha da Escola Municipal Maria Luiza ele ensinou como se faz o pão com água, farinha e fermento e mostrou o gesto correto para preparar a massa, que pode ser usada também para a pizza. No final, a palavra ficou com as merendeiras. Para elas, as Oficinas da Merenda Escolar representaram o primeiro reconhecimento pelo trabalho que fazem. E o maior desejo de todas é ver na tela da TV Escola a série Hora da merenda. MERENDA NO CURRÍCULO Como as crianças comem? Quais são seus hábitos alimentares? Como aproveitar melhor as possibilidades dos alimentos regionais? Como ensinar as crianças a superar preconceitos alimentares? Estas e outras questões têm sido levantadas por muitos educadores. A merenda de distribuição gratuita e obrigatória em todas as escolas públicas de ensino fundamental do país, com raras exceções, ainda não se integrou de fato ao currículo com todas as suas possibilidades e necessidades educativas. Apesar de a alimentação ser oferecida 30 A câmara de vídeo não perde nada. Mais uma cena registrada para os vídeos da Hora da merenda. às crianças na escola, raramente é olhada como conteúdo de ensino e educação. Mas o referencial educativo das Oficinas de Merenda Escolar está nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental, que permitem inserir a educação alimentar no trabalho com os temas transversais. O objetivo principal do projeto é trabalhar a merenda escolar como parte integrante do currículo, diz Maria Auxiliadora Albergaria, chefe de gabinete da Secretaria de Ensino Fundamental, do MEC. O objetivo das oficinas não foi a capacitação profissional, mas sim dar início a um trabalho que tem como meta pesquisar e valorizar os hábitos nutricionais das diferentes regiões do país, contribuir para superar preconceitos alimentares, melhorar a qualidade das refeições e desenvolver hábitos de conduta das crianças em relação à alimentação. Os vídeos, associados ao livro de receitas, serão de grande utilidade para que o educador atinja os objetivos propostos. Queremos valorizar o saber acumulado das merendeiras e reforçar os laços de afetividade com as crianças. O papel das meren- TV E SCOLA A HORA E A VEZ DAS MERENDEIRAS deiras vai além do ato de cozinhar e deve contribuir no processo de ensino e aprendizagem, diz Márcia Molina, sub-gerente de avaliação do Programa Nacional de Alimentação Escolar do FNDE/MEC. ALIMENTAÇÃO ESCOLAR NO BRASIL O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), criado em 1954, é o mais antigo programa social do Governo Federal na área da educação. Até 1993, era totalmente centralizado: a União fazia a aquisição, o controle de qualidade e a distribuição dos gêneros alimentícios para o preparo da merenda. No entanto, essa distribuição era prejudicada pelas grandes distâncias e pela diversidade geográfica e cultural do país. Para contornar em parte esse problema, dava-se preferência à compra de produtos não-perecíveis, semi-elaborados e formulados. Além do alto custo desse tipo de alimento, havia entraves burocráticos, acidentes rodoviários e extravios de carga durante o transporte, que contribuíam ainda mais para atrasar a entrega. Em 1994 o sistema começou a ser descentralizado, em um processo que se consolidou em 1998, agilizando a compra e contribuindo para a melhoria da qualidade dos alimentos utilizados. Agora, o FNDE trans- TV E SCOLA Pelo monitor, Nina Horta acompanha a filmagem junto com Nilza Lisboa, coordenadora de produção da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). fere os recursos diretamente para as Entidades Executoras (estados, Distrito Federal e municípios), normatiza e acompanha a execução do Programa. Uma das responsabilidades das Entidades Executoras é utilizar 70% dos recursos financeiros na aquisição de produtos básicos, com prioridade para os que são semielaborados e in natura. Isso torna possível comprar alimentos na própria localidade, contribuindo para o desenvolvimento comercial e social da região. Outra obrigação é oferecer a merenda em todos os duzentos dias de efetivo trabalho escolar. O cardápio, elaborado por um nutricionista, deve respeitar os hábitos alimentares locais e suprir no mínimo 15% das necessidades diárias dos alunos. Para que tudo isso realmente funcione, foi criado em cada Entidade Executora o Conselho de Alimentação Escolar (CAE). Trata-se de um colegiado composto por representantes dos poderes Executivo e Legislativo, pais, professores e outros segmentos da sociedade civil. Os Conselhos controlam o Programa, participam da prestação de contas e, além disso, envolvem a sociedade civil na distribuição da merenda em sua comunidade. Os resultados são a compra de produtos melhores a preços menores, bem como a redução de gastos com transporte e de riscos de contaminação e deterioração da merenda por problemas de armazenamento. Nosso programa é o único do mundo que atende gratuitamente todo o universo de alunos do ensino fundamental, diz Elizabeth Matos de Menezes, gerente do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Em média, são repassados anualmente 900 milhões de reais para que cerca de 37 milhões de crianças sejam atendidas durante duzentos dias letivos. Isso equivale a alimentar toda a população da Argentina, que é de 37 milhões de habitantes (dados de 2000). 31 Encontro com o Reportagem: Rosangela Guerra Fotos: Iolanda Huzak Professores e alunos viajam para conhecer o São Francisco, pesquisam o valor nutritivo das frutas do Nordeste e a vida dos animais, aprendem a cuidar dos dentes e noções de cidadania. São os preparativos para o Festival da TV Escola em uma escola de Maceió, Alagoas, ao qual acorre toda a comunidade. 32 TV E SCOLA Chico Velho ela janela do ônibus passam o mar, o mangue e os coqueirais. De Maceió a Penedo são 186 quilômetros de estrada cortando a paisagem alagoana. Fico orgulhoso de ter nascido aqui, diz Flávio Assunção Silva, 12 anos, da Escola Professor José Vitorino da Rocha, em Maceió. Os alunos da 4ª série vão ao encontro do rio São Francisco, tema do projeto que estão desenvolvendo para o II Festival da TV Escola. Como outros colegas, Aline Lopes da Silva, 11 anos, passou a noite sonhando com a viagem. A brisa da manhã bate no rosto das crianças, que apontam da janela do ônibus: Olha a praia do Gunga!. Um P mostra os canaviais que deram poder para donos de terra na região. Que tipo de construção é aquela?, pergunta a professora Janira Damião de Menezes. Todos observam as casas de taipa, comuns na zona rural. Quem se lembra dos estados por onde passa o rio São Francisco?, indaga Janira. Com o dedo, alguns desenham no ar o caminho do rio que nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, atravessa a Bahia, corre pela fronteira deste estado com Pernambuco, e separa Sergipe de Alagoas, antes de desembocar no mar. Em Penedo, a 70 quilômetros da foz do São Francisco, na divisa de Alagoas e Sergipe, os alunos conhecem o casario colonial da cidade, vêem o rio e entrevistam seu Toinho Em Penedo, a professora Janira Damião de Menezes, da Escola Professor José Vitorino da Rocha, fala da importância do rio São Francisco. TV E SCOLA 33 ENCONTRO COM O VELHO CHICO pescador, 56 anos de profissão, que alguns já conheciam pela imprensa. Consumidores de mídia, os alunos vivem aqui a experiência de atuar como repórteres por um dia. No II Festival da TV Escola, eles vão mostrar o que aprenderam sobre o São Francisco, explica a orientadora Laura Déa de Almeida Peixoto, sem perder com sua câmara de vídeo as cenas da entrevista. MÃOS DE PESCADOR E JEITO DE PROFESSOR FESTIVAL DE SUCESSO Nos dias 8 e 9 de novembro último, a Escola Professor José Vitorino da Rocha, localizada no bairro do Farol, em Maceió, organizou o II Festival da TV Escola. Cerca de 2.500 pessoas conheceram projetos sobre doze temas variados. Os alunos da professora Janira Damião de Menezes montaram uma exposição com as fotos do São Francisco, recitaram os poemas que fizeram para o rio e exibiram o vídeo da viagem a Penedo. Boa parte do sucesso dos projetos está relacionada à escolha de temas ligados à realidade das crianças. Por exemplo, as professoras já tinham observado que, na hora do recreio, muitas comiam frutas trazidas de casa às escondidas. Por que? Angélica de Lima Silva, 10 anos, responde: As pessoas ficavam mangando [zombando]. O fato é que a maioria delas, influenciada pela mídia, só queria saber de chips e biscoitos recheados, que poucos pais da comunidade têm condições financeiras de comprar. Surgiu daí o projeto com o vídeo Frutas do Brasil desenvolvido por Marlene Martins do Santos, professora da 3ª série. Ela pediu que os alunos trouxessem para a classe frutas do quintal de casa. Agora, craques no assunto, depois de assistirem ao vídeo e pesquisarem na biblioteca, todos estão impressionados com a variedade de frutas encontradas no Nordeste. Na classe de aceleração da aprendizagem, os alunos da professora Nazaré da Silva Santos viram o vídeo Plantas medicinais, da série Viva Legal e ficaram animados para desen- 34 “Seu” Toinho incentiva os alunos a defender o Velho Chico. Quando fica sabendo que os alunos de Maceió já estão em Penedo, Antônio Gomes dos Santos, o “seu” Toinho pescador, se apressa. Coloca uma camisa nova e põe debaixo do braço os poemas e músicas que faz para o “Velho Chico” (como o escritor Guimarães Rosa chamava o rio). Para ele, nem as crianças nem o rio podem esperar. Mãos calejadas de pescador e jeito de mestre, ele chega distribuindo folhas com uma de suas músicas sobre o rio e ensina o refrão: “Secar o rio é matar os peixes e os pescadores...”. Ele conta que em 1995 foi à Europa receber o prêmio concedido pelo Movimento dos Homens Católicos da Áustria por seu trabalho comunitário em defesa do Velho Chico. “O São Francisco é mais bonito que todos os rios europeus que eu vi”, diz antes de ser entrevistado pelos alunos. — Onde o senhor nasceu? — Nasci em Penedo, que fica na margem esquerda do rio São Francisco. Vocês estão vendo do outro lado do rio? A margem direita fica em Sergipe. Tenho 70 anos e até hoje trabalho como pescador. — Por que o senhor resolveu cuidar do São Francisco? — Faz muito tempo que participo de movimentos católicos e, com isso, descobri que não basta rezar. É preciso também lutar pelas coisas. Resolvi zelar pelo rio porque água é vida, uma dádiva de Deus que precisa ser conservada. Como vicepresidente da Federação dos Pescadores de Alagoas luto para que o rio volte a ser forte. Sou contra a transposição das águas do São Francisco porque o rio não pode ajudar outros volver o projeto. Além de fazer uma horta de plantas medicinais, eles trocaram mudas entre si e levaram conhecimentos para a comunidade, para que mais pessoas se beneficiem da medicina caseira. Interessados no assunto, produziram textos para o livro: As plantas também curam. Ninguém falta. Todo mundo quer vir para a escola, conta Welington Ribeiro, 14 anos, ex-cortador de cana. O trabalho infantil foi o tema escolhido pela 4ª série, da professora Quitéria dos Santos, que TV E SCOLA ENCONTRO COM O VELHO CHICO estados que sofrem com a seca, como Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco. — O que é a transposição das águas? — É levar as águas do São Francisco para outras bacias hidrográficas do Nordeste que no período da seca ficam sem água. O rio não dá conta de abastecer essas bacias porque está doente. Seu volume de água está tão baixo que o mar invade cada vez mais o rio. Onde estão o surubim, o dourado e a piaba, estes peixes que eram tão comuns aqui? Eles sumiram. E, mesmo distante da foz, estamos encontrando peixes de água salgada como o carapeba e o xaréu. Antigamente, embarcações grandes chegavam ao porto de Penedo. Agora isso não é mais possível, porque o nível da água está baixo. — E por que tudo isso aconteceu? — A construção de barragens e o desmatamento nas margens ajudaram a desequilibrar a natureza e enfraquecer o rio. Na natureza é assim: uma coisa depende da outra. Por isso, nada pode ser destruído. Por exemplo, muitos animais se alimentam na mata ciliar que beira o rio, mas, se ela for destruída, eles vão ter de viver em outro lugar. — O que nós, alunos, podemos fazer pelo São Francisco? — Vocês vão contar isso para as pessoas da comunidade, e serão adultos interessados em cuidar da natureza. Uma das maneiras que encontrei para ajudar o rio é trabalhar junto às escolas. Quase não estudei, sou formado na “academia da vida”, mas quero dividir o que sei sobre o rio São Francisco com alunos e professores. Leia sobre a cidade de Penedo, AL, na página 29 da edição 19 (maio/junho de 2000) da revista TV ESCOLA. Valor das frutas, vida dos animais, plantas medicinais, saúde dos dentes: projetos que se multiplicam na escola. TV E SCOLA 35 ENCONTRO COM O VELHO CHICO usou os vídeos da série Direitos do coração. Os alunos acompanham o que sai na imprensa sobre o assunto e têm argumentos de sobra para mostrar que lugar de criança é na escola. Com o vídeo Pra cárie não tem boquinha não, a professora Dionete de Sena trabalhou saúde bucal com a 2ª série. Uma idéia simples sugerida pelo vídeo caiu no agrado da turma: fazer fio dental cortando tiras bem finas no saquinho de leite bem lavado, como ensinam os alunos. Uma edição da revista Ciência Hoje das Crianças (de agosto de 2001), distribuída pelo MEC nas escolas, deu graça ao projeto. As crianças adoraram a matéria A dentadura da bicharada, com informações sobre anfíbios, répteis, peixes, aves e outros animais. Quatro professoras da 1ª série, Tânia Rosa, Elita de Oliveira, Wilma Viana e Abigail Ferreira, trabalharam com os vídeos da série Veja como eles crescem. Os alunos fizeram jogos da memória, dominó e baralho, aplicando seus conhecimentos sobre o modo de vida dos animais. Para fazer uma maquete dos animais em extinção, eles se divertiram modelando bichos com massinha. A estrela do II Festival foi Shélydha Janine de Oliveira, 7 anos. Uma platéia se formava ao seu redor para ouvi-la falar sobre os animais, conta a orientadora Laura. DE CLASSE EM CLASSE, A ESCOLA INTEIRA Se apenas um professor se interessar, comece o trabalho com ele. Quando escutou esta frase num programa do Salto para o Futuro, dita pela educadora Mindé Bauday de Menezes (então diretora da TV Escola), a orientadora Laura percebeu que tinha encontrado o fio da meada. Os vídeos da TV Escola já enchiam as estantes, mas o uso era ainda pequeno. Aquilo me aperreava, porque eu sabia que os vídeos eram bons e importantes para os professores alagoanos, que ficaram cerca de dez anos sem ter cursos de capacitação, diz Laura, com o sotaque da terra. Quitéria dos Santos, 16 anos de magistério, sempre foi daquele tipo que gosta de mudanças e adora movimentar as aulas com a participação dos alunos. Por isso, foi a ela que Laura propôs o trabalho com a TV Escola. E não demorou para aparecerem textos, desenhos, jogos e brincadeiras criados pelas crianças da 4ª série a partir do vídeo Ciclo alimentar e 36 Com uma câmara de vídeo a tiracolo, a orientadora Laura Déa documenta a viagem. “Alagoas está apostando na educação a distância para melhorar a qualidade do ensino. A nossa proposta é a capacitação em serviço, e por isso divulgamos o curso TV na escola e os desafios de hoje, criado pela SEED. Cerca de 650 professores fizeram o primeiro módulo do curso, e outros mil estão no segundo. Infelizmente, Alagoas ainda tem o maior índice de analfabetismo do Brasil (31,8%, segundo o IBGE), mas estamos trabalhando para mudar isso. Este ano, cerca de 1.200 professores estão alfabetizando 56 mil jovens e adultos. Temos de fazer tudo para recuperar o tempo perdido.” Enaura Lins de Campos, da Secretaria de Educação de Alagoas, coordenadora dos programas dirigidos ao ensino fundamental e médio nas 400 escolas da rede estadual. A professora Quitéria dos Santos relata os projetos desenvolvidos com os vídeos da TV Escola. TV E SCOLA ENCONTRO COM O VELHO CHICO QUE LUGAR É ESSE PURA BELEZA Mar de águas verdes e nove ilhas na lagoa de Mundaú, rodeada pelo manguezal exuberante. Assim é Maceió, que tem 797.759 habitantes e área de 511 quilômetros quadrados, segundo o IBGE. TAPIOCA A tapioca, uma massa fina à base de mandioca, assada na chapa, nunca esteve tão na moda. Dobrada ao meio e com os mais variados recheios, substitui o sanduíche. É vendida nas barraquinhas da orla de Maceió. AÇÚCAR Os antigos armazéns de açúcar no cais, onde era também a zona boêmia, estão sendo restaurados e dão lugar hoje a restaurantes e bares dançantes que fazem sucesso na noite. RENDAS As rendas de bilro, filé e renascença são tradições alagoanas que passam de mãe para filha. Cenas do dia-dia alagoano: o mangue, o trabalho das rendeiras e dos pescadores. TV E SCOLA Cadeias alimentares. Daí para outros vídeos foi um pulo. Sexo e maçaneta serviu de ponto de partida para o projeto sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids) e Gravidez na Adolescência ajudou a iniciar um trabalho sobre educação sexual. Pouco a pouco, as outras professoras da escola foram se interessando também e, muito mais rápido do que Laura esperava, os projetos começaram a pipocar. Foi assim que surgiu a idéia de fazer anualmente o Festival da TV Escola. 37 ENCONTRO COM O VELHO CHICO FOTO DO ARQUIVO DE HELOÍSA RAMOS* MESTRE GRAÇA UM EDUCADOR ALAGOANO Em seu auto-retrato, o escritor Graciliano Ramos (1892-1953) é fiel ao seu estilo preciso e seco. Com poucas palavras, ele diz muito sobre o homem de 1,75 metro de altura, sapato número 41 e colarinho 39, nascido em Quebrangulo, Alagoas. Revela, por exemplo, que não gosta de vizinho, detesta rádio, telefone e campainha, tem horror a pessoas que falam alto, é indiferente à música e não gosta de frutas nem de doces. No pequeno retrato, uma única manifestação de sentimento amoroso: “adoro crianças”. Se “o menino é o pai do homem”, como escreveu Machado de Assis, a obra de Graciliano Ramos ajuda a explicar a preocupação do escritor com a educação. Em seu livro Infância ele relembra seu maior assombro: “a falta de sorriso” no rosto do pai. Aos 9 anos tinha muita dificuldade para aprender a ler e sentia que a escola era uma prisão. Ele conta indignado que, em pleno sertão, os alunos das séries iniciais tinham que ler Os Lusíadas, de Camões. De 1934 a 1936, Graciliano foi Diretor de Graça e as crianças: um amor declarado. Para conhecer melhor o escritor, assista no dia 14 de maio: Graciliano Ramos, literatura sem bijouterias, episódio da série “Mestres da Literatura” (na revista 26, páginas 10-11, veja dicas para trabalhar essa série com seus alunos). Conheça também o programa O Mestre Graça, já exibido pela TV Escola. Instrução Pública em Alagoas e provocou uma verdadeira revolução na política educacional do estado. Chegava inesperadamente nas escolas e via a realidade com seus próprios olhos: ora salas de aula vazias e professoras conversando no gabinete da diretora, ora classes superlotadas e crianças no chão por falta de cadeiras. Viu meninos desmaiados de fome e conheceu os que não iam à escola por falta de uniforme. Comprou sapatos e ele próprio ajudou a cortar os tecidos para fazer os primeiros uniformes. Encheu as escolas com materiais escolares, móveis e merenda – e comprou também muita briga. Implacável, Graciliano não aceitava cartões de políticos pedindo a nomeação de professoras. Instituiu a seleção para o preenchimento de vagas e exigia rigor na fiscalização do ensino. Ao equiparar os salários das professoras rurais com as da capital provocou uma gritaria sem fim. Mas a grande polêmica surgiu quando ele proibiu as crianças de cantarem na escola o Hino de Alagoas. O Mestre Graça se defendia dizendo que os hinos têm “palavrões difíceis, cabeludos e incompreensíveis”. *In Cartas, de Graciliano Ramos. RJ, Record, 1980 LUGAR DE CRIANÇA É NA ESCOLA Bolsa Escola e Peti (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil) são dois programas que dão apoio financeiro às famílias com renda mínima per capita de até meio salário mínimo. A família que recebe um desses benefícios não tem direito ao outro. O Bolsa Escola é fruto da parceria entre municípios e governo federal. Cabe às prefeituras cadastrar as famílias com filhos ou dependentes de 6 a 15 anos matriculados no ensino fundamental e controlar a freqüência escolar. Cada família pode receber R$ 15,00 por criDramatização do trabalho infantil, um dos temas estudados pelos alunos. 38 ança, e no máximo R$ 45,00 (três crianças). O Bolsa Escola beneficia 10,7 milhões de crianças e 5,9 milhões de famílias. Para saber como seu município pode participar, consulte o site: www.mec.gov.br/home/bolsaesc O Peti resulta dos esforços dos governos federal, estadual e municipal, em parceria com a sociedade civil, e atende famílias com filhos na idade de 7 a 14 anos. O atendimento é dado em período integral: além das aulas, há reforço escolar, atividades culturais, esportivas e de lazer. Mais informações sobre o Peti no site da Previdência Social, em Programas e Projetos: www.mpas.gov.br Escola Professor José Vitorino da Rocha C.E. Antônio Gomes de Barros Avenida Fernandes Lima s/n Bairro do Farol – Maceió/AL 57055-000 – Tel.: (082) 338-3290 TV E SCOLA Mais saúde na escola Novas ferramentas ajudam o professor em sua prática exibição de vídeos produzidos pelo Projeto Saúde na Escola, do Ministério da Saúde, já faz parte da programação da TV Escola. São desenhos animados, documentários, depoimentos etc., que abordam um amplo leque de temas de interesse para o educador e para seus alunos, crianças e jovens. Os programas desenvolvem conteúdos variados de higiene e saúde, proporcionando um rico arsenal de informações, e propondo práticas úteis para orientar atividades em sala de aula. O principal objetivo dessa programação consiste em despertar o interesse por questões de saúde dos alunos e de seus familiares e oferecer esclarecimentos e Viva Legal informações, contribuinO Ministério da Saúde vai do para a melhoria da ceder para transmissão qualidade de vida da cona TV Escola 52 novos munidade em que a escoprogramas da série “Viva la está inserida. Legal”, co-produzidos Agora, dentro do mescom a Fundação Roberto mo Projeto Saúde na EsMarinho. Títulos como Osteoporose, Diabetes e cola, o Ministério da SaúGravidez, Alimentação, de está produzindo textos Saúde e lazer para todos complementares que ame Depressão, farão parte pliam e aprofundam o desse pacote inédito. conteúdo abordado em cada vídeo. São textos de apoio à utilização dos vídeos em sala de aula e dentro da escola, de maneira geral, propiciando ao professor mais uma ferramenta para que possa integrar cada vez melhor o tema Saúde à sua prática cotidiana. Aguarde. As grades do segundo semestre oferecerão uma seleção especial dos programas de Saúde (veja relação ao lado) que dispõem do texto complementar. Na mesma ocasião, os textos serão distribuídos pelo Ministério da Saúde a todas as escolas públicas que fazem parte da TV Escola. A P rogramas do projeto Saúde na Escola ✔ Acidentes do cotidiano ✔ Adolescência de Beto ✔ Água como valor – A água é jóia ✔ Alimentação e cultura ✔ Anticoncepção na adolescência ✔ Atividade física e saúde ✔ A violência do dia-a-dia ✔ Carla se cuida ✔ Circo da vida ✔ Como apreendo o mundo ✔ Cuidados com a água ✔ Cuidados com os alimentos ✔ Diabetes infanto-juvenil ✔ Drogas e violência ✔ DST e aids ✔ Escolas Promotoras de Saúde ✔ Eu e a escola ✔ Exploração sexual ✔ Gênero ✔ Movimento vida e saúde ✔ Mundo de Anita ✔ NegativoPositivo: Gravidez precoce ✔ Obesidade e desnutrição ✔ Os donos da rua ✔ Postura física ✔ Quem sou eu ✔ Saúde bucal ✔ Saúde e meio ambiente – Lixo ✔ Saúde e meio ambiente – Poluição do ar e da água Para maiores informações, procure: MINISTÉRIO DA SAÚDE Secretaria de Políticas de Saúde Coordenação do Projeto Promoção da Saúde Edifício Bittar IV, Av. W3 Norte, SEPN 511, Bloco C, 4º andar - Brasília/DF 70750-543 Telefone: (061) 448-8289 Fax: (061) 448-8311 E-mail: [email protected] TV E SCOLA ✔ Sexualidade e adolescência ✔ Uma criança é uma criança: Exploração do trabalho infantil ✔ Vida reprodutiva – Pré-natal e parto ✔ Vida reprodutiva – Puberdade e fecundação 39 Boris Fausto C GLOBALIZ ertas palavras são utilizadas com grande freqüência sem que, muitas vezes, alguém se dê ao trabalho de explicar seu conteúdo. Um caso típico é: “globalização”. Neste caso, vale a pena lembrar que a opinião de economistas, sociólogos, historiadores – e especialistas nas demais áreas que constituem as ciências humanas – tende a variar, quando se trata de estabelecer esse significado. Isto porque, como “globalização” é um conceito de forte dimensão social e política, sua definição é influenciada pelos pontos de vista de cada um de nós. Há quem considere que nada há de novo, e que “globalização” seria apenas o novo rótulo de uma velha garrafa: o imperialismo. Se assim fosse, não seria o caso de insistir na análise da expressão – um ponto de vista do qual o autor deste texto discorda. Sem dúvida, a globalização não é um sistema de novas relações da sociedade capitalista caído do céu. Muitos de seus aspectos estão contidos, em germe, em momentos anteriores do capitalismo. Mas representa um salto de tais dimensões que nos permite dizer que estamos diante de um fenômeno novo. O campo básico da globalização situa-se na economia, entendida em um sentido amplo – abrangendo a produção, a distribuição e a comercialização de bens, os ser viços e as relações financeiras. Em todo esse campo ocorreu uma verdadeira revolução, possibilitada pela ciência da informação e por um conjunto de novas tecnologias. A inovação tecnológica acelerou a concentração do capital nas mãos das grandes empresas, e também a interdependência dos mercados, numa escala jamais conhecida no passado. Um exemplo mostra isso claramente. As cinco maiores corporações americanas – General Motors, Ford, Wal-Mart, Exxon, Mobil e General Eletric –, segundo dados de 1999, faturavam 795 bilhões de dólares. Essa cifra é superior ao PIB brasileiro, ou seja, é mais do que todos os bens e serviços produzidos em um ano no Brasil. Esse quadro trouxe muitas conseqüências para as instituições sociais e políticas e para a vida humana em geral. A expansão produtiva, baseada em padrões tecnológicos que reduzem a necessidade de mão-de-obra – principalmente a não-qualificada – tornou o desemprego um problema crônico mundial. Ao mesmo tempo, a desigualdade entre nações ricas e pobres tendeu a aumentar, como resultado do controle das inovações pelos países do Primeiro Mundo. Além disso, o sempre crescente poder das empresas resultou em um 40 desequilíbrio das relações entre elas e os Estados nacionais, que se enfraqueceram, especialmente nos países do chamado Terceiro Mundo – mas não só neles. Por sua vez, a possibilidade de se transferir instantaneamente massas de recursos de um país para outro permitiu os chamados “ataques especulativos”, contra a moeda de países em dificuldades, como ocorreu com o Brasil, nos meses anteriores à desvalorização do real, em 1998. Cabe ainda lembrar os efeitos da globalização no campo da cultura. O modelo americano, que já influenciava em grande medida o rádio, o cinema e os costumes, passou a ser difundido com força avassaladora pelas redes multinacionais, contando com os recursos dos novos meios de comunicação. Essa espécie de rolo compressor deu novas proporções ao problema do abandono ou da desaparição de formas culturais próprias de países ou regiões do mundo. Não é por acaso que a globalização gerou uma espécie de “mal-estar na civilização”, dando origem a dois tipos básicos de compor tamento. De um lado, há organizações e pessoas que a rejeitam em bloco, considerando-a um mal irremediável. De outro, há também organizações e TV E SCOLA AÇÃO QUE PALAVRA É ESSA? permitindo uma imensa expansão, além de promover a interação das partes envolvidas no processo educativo. Por outro lado, as restrições à soberania dos Estados nacionais não são em si mesmas um mal, dependendo do sentido que venham a tomar. A formação da União Européia, por exemplo, representa um grande passo à frente em direção à construção de amplas unidades políticas, dotadas de propósitos básicos comuns, buscando evitar confrontações que, no passado, levaram a guerras. Da mesma forma, a transformação do conceito de soberania não traz apenas problemas, pois abre caminho para novas e promissoras perspectivas. Um exemplo é o do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, processado na Inglaterra – embora ele tenha se livrado do julgamento naquele país, ao ser transferido para o Chile. A ampliação do conceito de soberania incentiva também a instalação ou o fortalecimento de Tribunais Internacionais para processar personagens acusados de genocídio, como vem acontecendo com o ex-líder sérvio Milosevic. Embora as soluções não sejam fáceis, os males da globalização vêm levando também a uma busca crescente de saídas, no sentido de reduzir seus piores efeitos. Nos dias de hoje, depois de um período de endeusamento do mercado, vem ganhando terreno a crítica a essa tendência. Isso ocorre até mesmo em instituições internacionais conservadoras, como o Banco Mundial (BID) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). Muito depende das formas de organização e mobilização da sociedade, e também da ação renovadora do Estado, para que os valores humanos, e não apenas o mercado, tenham um papel decisivo num mundo em vertiginosa transformação. BORIS FAUSTO é historiador e autor de História do Brasil (São pessoas que, sem ignorar os aspectos negativos da globalização, apontam para a possibilidade de desenvolver positivamente alguns de seus aspectos e reduzir o impacto de seus males mais profundos. Penso que a globalização deve ser encarada como um fenômeno estrutural; portanto, lutar por uma espécie de volta ao passado não passa de uma ilusão. Isso não significa ignorar seus males e deixar de enfrentá-los, mas significa que tanto a passividade quanto a pretensão de revirar o mundo de ponta-cabeça não são adequadas. Um dos aspectos mais interessantes da globalização é que ela não apenas trouxe problemas, mas também abriu caminho para novas perspectivas. Por exemplo, o uso intensivo da internet permitiu um grande avanço na veiculação das informações e na comunicação entre as pessoas. Contraditoriamente, a internet facilitou por exemplo os contatos entre os grupos que organizam manifestações contra a globalização, desde a que foi realizada em Seattle, nos Estados Unidos, em 1999. No plano da educação, a internet, os fóruns de discussão, as teleconferências e outras tecnologias vêm Paulo, Edusp, 1994), entre outras publicações. TV ESCOLA Não perca, na grade da programação ILUSTRAÇÃO: MAIKE BISPO Programa TV E SCOLA Índia (série Mundos fascinantes) Argentina (série Mundos fascinantes) Agenda 21 – A utopia concreta Parte 1 Agenda 21 – A utopia concreta Parte 2 Agenda 21 – A utopia concreta: desertificação Pobres e sujos, ricos e poluidores (série Heróica natureza) Dias 20 de maio 20 de maio 3 de junho 3 de junho 3 de junho 3 de junho Procure em sua videoteca e assista também, da programação anterior, o documentário Turbulências. Aguarde, no segundo semestre, a série Histórias urbanas, que discute as relações de poder e os conflitos sociais em alguns meios urbanos. As cidades abordadas são: Londres, Moscou, Nova York, México, Sydney, Kuala Lumpur e Cingapura. 41 ++++++++++++++++++++++ Enfrente o mosquito! EDUCAÇÃO NA REDE! Escola Aberta apresenta em vários horários, todos os sábados e domingos, dois programas fundamentais: A Fundação Telefônica lançou o EducaRede, o portal de educação gratuito dirigido a alunos e professores das escolas públicas de ensino fundamental e médio. Desenvolvidopor educadores, jornalistas, pesquisadores em tecnologia e profissionais da internet, tem por objetivo apoiar o uso pedagógico da internet, e estimular as escolas a utilizar as tecnologias de comunicação e informação: www .educarede .or g.br www.educarede .educarede.or .org.br Promova sessões especiais, para aler tar a alertar comunidade. Dengue, da série Viva Legal, com 1449 Todos contra a dengue,, da série Saúde na Escola, com 5428 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Prêmio Jovem Cientista vai para bolsista do Paped Alfredo Eurico Rodrigues Matta, da Universidade Federal da Bahia, está de parabéns! Obteve o terceiro lugar na categoria Graduados, do Prêmio Jovem Cientista, uma das mais importantes premiações do gênero na América Latina, pelo trabalho que desenvolveu na área de História, como bolsista do Paped. Para quem não sabe: o Paped (Programa de Apoio à Pesquisa em Educação a Distância), da Secretaria de Educação a Distância e da Fundação Capes, do MEC, fornece apoio financeiro a dissertações de mestrado e teses de doutorado que tenham como foco a educação a distância realizada por meio da utilização de tecnologias da informação e da comunicação. Conheça melhor, pela internet: www.mec.gov.br/seed/paped TV Escola + TV Senac A TV Escola e a rede Sesc/Senac de televisão renovaram um convênio que possibilitará às duas emissoras um livre intercâmbio da programação. Outro convênio firmado em anos anteriores permitiu que a TV Escola transmitisse ótimas séries, como Mundo da arte e Mundo da alimentação, além de vários documentários sobre ecologia. 42 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ OS B ONECOS E STÃO D E V OL TA OLT Ano de 1808. A corte portuguesa desembarca no Brasil, fugindo das tropas de Napoleão. Assim começa o primeiro episódio da série 500 Anos: O Brasil-Império na TV, terceiro módulo da seqüência 500 Anos na TV, produção da TV Escola e da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Assim como nos dois primeiros módulos, Descobrimento e Colônia, os bonecos da Companhia Mão Molenga e os “apresentadores-correspondentes” mostram os principais acontecimentos do período imperial brasileiro como se acontecessem “ao vivo”, na tela da tevê, em oito episódios. A série estréia na segunda semana de agosto, com direito a lançamento oficial em Recife, sede da Fundação Joaquim Nabuco. TV E SCOLA ++++++++++++++++++++++ Nossos mestres da literatura, agora na internet A série de vídeos produzida pela TV Escola sobre nossos principais escritores fez sucesso, e agora está na internet. No link Mestres da Literatura o internauta encontra a biografia e comentários das obras dos autores, entrevistas com especialistas e outros conteúdos pedagógicos que ajudam a utilizar melhor os vídeos em sala de aula. Instrumento de pesquisa para alunos e professores, complementa as informações dos programas e ainda dá dicas de atividades que podem ser desenvolvidas. Consulte: www.mec.gov.br/seed/tvescola Além disso, o material coletado para produzir o filme sobre Guimarães Rosa (O mágico do reino das palavras ) foi tão vasto e valioso que a cineasta Mônica Simões não quis desperdiçar. Preparou para a TV Escola uma versão mais ampla, em 52 minutos, que irá ao ar no segundo semestre e será também distribuída gratuitamente às televisões educativas do Brasil. Telenotícias da TV Escola ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Conhecer os destaques da programação e algumas experiências de colegas pelo Brasil afora, esclarecer dúvidas, ver entrevistas com especialistas em assuntos do momento, conhecer cer tos endereços úteis da internet, e mais: ter idéia do que vai por trás da tela enquanto são feitos os programas que você assiste na TV Escola. Tudo isso está agora em CONEXÃO TV ESCOLA, nosso novo canal de comunicação. Atenção à grade, e não deixe de assistir: dias 3 e 31 de maio, 7 e 28 de junho de 2002. Verá que essa meia hora é muito bem-aproveitada. Se perder o programa da última sexta-feira do mês, ainda poderá ver a reprise, na primeira sexta do mês seguinte. TV E SCOLA Vo c ê s a b i a q u e o plástico vem do petróleo? E que o fósforo nasceu de uma experiência com xixi? Kika, protagonista da série De onde vem?, produzida pela TV Escola para o primeiro ciclo do Ensino Fundamental, vai contar estas e outras novidades no segundo semestre deste ano. Com sua insaciável curiosidade, Kika vai fazendo descobertas e explicando tudo: desde o arco-íris que ela vê na água da mangueira, até o ovo que está no prato, ou o sapato que usa para dançar. A série ajuda a apresentar conceitos de Ciências às crianças de maneira bem-humorada e com linguagem muito acessível. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ FNDE ganha novo site O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação que é responsável por captar e distribuir recursos para programas e projetos do Ensino Fundamental, está com um site novo. Notícias em tempo real, enquêtes, consultas on-line, tira-dúvidas, curiosidades e dicas úteis – não só para as escolas, secretarias e prefeituras, mas também para pais, professores e alunos. Visite: www.fnde.gov.br 43 EDUCAR com afeto Assista da série ao vídeo Vínc ulo C para re onvívio na esc , fletir m o ais sobr la, o relaci e o n am profess or com ento do os alun os. tello, escola mantida pela Secretaria de Educação de Minas Gerais para acolher crianças e adolescentes que vivem em situação de risco social. Boa parte deles foi encaminhada para lá pelo Conselho Tutelar, ou pelas próprias famílias. Muitos chegam chorando, porque a escola ainda carrega o estigma da Febem e sentem saudade da família que ficou para trás. Pouco a pouco, os alunos se encantam com a escola situada numa área de 394 hectares, que Buda conhece como a palma da mão. Logo aprendem a importância do companheirismo e do trabalho coletivo para cuidar da escola. Os jardins, por exemplo, devem ficar sempre floridos e é preciso esperar o tempo certo da colheita para que todos possam apreciar o sabor das frutas do pomar. Com sensibilidade, ele ensina que o aroma do figo já pode ser sentido nas folhas da Nome: Valmiro Souza de planta e que a coelha perde pêlos ao fazer o Oliveira, o Buda ninho, para aquecer os filhotes. De chapéu de couro, andando pelo campo, Buda é seIdade: 25 anos guido pelas crianças que o admiram e resProfissão: Professor de prática peitam. “Ele venceu na vida e já foi um mede agropecuária da nino como eu”, diz Leone Rocha Ferreira, 12 anos, 4ª série. Sempre atento aos sentimenE.E. Jerônimo Pontello tos dos alunos, Buda procura entender as Cidade: Couto de Magalhães, dificuldades de cada um, para que os vínculos afetivos se fortaleçam na escola. Minas Gerais Rosangela Guerra uem vê o professor Valmiro Souza de Oliveira, 25 anos, ensinando os alunos a cuidar com carinho das mudas no viveiro de plantas, não imagina sua história. Leciona na Escola Estadual Jerônimo Pontello, em Couto de Magalhães, Minas Gerais, nas mesmas instalações em que funcionava antigamente uma unidade da Febem, onde viveu por nove anos. Ele é do tipo que não perde tempo com lembranças tristes. Prefere guardar na memória o jeito manso das “tias” do internato que consertavam suas roupas, a imagem dos professores que o encorajavam e da amizade entre os colegas. Estas, sim, foram as grandes lições que ficaram. Quando tinha 7 anos, Valmiro e seu irmão, de 12, foram encaminhados para a Febem, único caminho encontrado para eles e tantos outros meninos dali do Vale do Jequitinhonha, região que sofre com a seca e a pobreza. Seu pai, vaqueiro e alcoólatra, abandonara a mulher, com oito filhos pequenos. Na instituição, Valmiro enfrentou a disciplina rígida e castigos corporais, juntamente com crianças e adolescentes vindos de vários lugares. Gordinho e baixinho, ganhou um apelido que pegou: Buda. Garoto esperto e alegre, foi aos poucos assumindo responsabilidades. Cuidou do almoxarifado, desenhou os canteiros do jardim, ajudou colegas que precisavam e acabou ganhando a confiança de todos. Desde 1999, Buda leciona práticas agropecuárias para 150 internos e 50 semi-internos do ensino fundamental e médio na Jerônimo Pon- Q FOTO: SÉRGIO FALCI Sorriso largo e jeito tranqüilo, professor que viveu nove anos na Febem mostra a importância de criar vínculos afetivos na escola. COMO USAR A TV ESCOLA ATUALIZE SUAS INFORMAÇÕES SOBRE A TV ESCOLA do videocassete pode ocasionar estragos. Pare a fita (STOP) antes de adiantá-la ou voltá-la. • Evite congelar a imagem (PAUSE) por muito tempo. Isso também produz atrito entre a fita e a cabeça de gravação. • Chuviscos na imagem podem indicar que o cabeçote de gravação está gasto ou sujo; que o videocassete está danificado; ou ainda que é preciso fazer o ajuste do vídeo: neste caso, acione o botão TRACKING. O que é a TV Escola Como cuidar das fitas • É um programa da Secretaria de Educação a Distância (SEED), do MEC, voltado para a melhoria da qualidade do ensino público. Tem como núcleo um sistema de transmissão de imagens via satélite, que difunde por todo o Brasil programas nacionais e internacionais especialmente selecionados. Produz também material didático-pedagógico que é distribuído às escolas e disponibilizado pela internet. • A programação exclusiva da TV Escola tem como objetivo tanto a formação continuada do professor quanto o desenvolvimento do trabalho do educador na escola e em sala de aula. • Transmitida a todo o país, a programação é captada por antena parabólica e também por canais do sistema DTH (Direct to Home): Direct-TV (canal 237) e Sky (canal 26). • Nas escolas, todos os programas devem ser gravados em fitas de videocassete, para posterior utilização. Cada escola escolhe um educador, de preferência, para assumir a tarefa de acompanhar as transmissões, fazer as gravações e organizar a videoteca para uso dos professores, orientadores e diretores. • Guarde-as na posição vertical, rebobinadas e com o lado mais pesado (do rolo) para baixo, em local protegido de sol, umidade e poeira, distante de campos magnetizados, como motores ou transformadores. • Rebobine a fita (volte ao início) toda vez que usá-la. • Procure rever as fitas periodicamente, para evitar que nela se desenvolvam fungos. Como ter acesso à programação • Para captar o sinal da TV Escola, as escolas de ensino fundamental podem adquirir um kit tecnológico por intermédio da secretaria de educação do estado, ou do município, com recursos do salárioeducação, que são administrados pelo FNDE / MEC. • Para as escolas do ensino médio, a Secretaria de Educação Média e Tecnológica firmou parceria com os estados para a compra dos equipamentos por intermédio das secretarias de educação. • As escolas das redes estaduais devem solicitar sua inclusão no projeto às secretarias de educação (e as escolas das redes municipais, à prefeitura) para encaminhamento ao FNDE. • Tem direito ao kit toda escola pública servida por energia elétrica, com mais de 100 alunos no ensino fundamental ou no ensino médio (de acordo com o Censo Escolar do ano anterior à solicitação), e que ainda não tenha sido contemplada. O que compõe o kit Antena parabólica vazada, do tipo Focal Point, com no mínimo 2,85m de diâmetro (a medida pode variar conforme a localização da escola). A antena deve ter LNB (Low Noise Block Down Converter) de 250 Kelvin, no máximo, e ganho de 38,3 ± 0.3 dBi em 4.0 GHz. É acompanhada por receptor de satélite manual, com filtro de 18 MHz. Televisor em cores, bivolt (110 V e 220 V), com controle remoto, tela de no mínimo 20 polegadas e suporte de parede para televisor, videocassete e receptor. Videocassete 4 cabeças, bivolt, com controle remoto, sistema NTSC / PALM. Estabilizador de voltagem 2 kVA, no mínimo. Fitas VHS, de 120 minutos. Como montar o kit • Ao receber o kit, verifique se todos os equipamentos têm manual de uso e confira os prazos de garantia. • Chame um técnico autorizado pelo fabricante para instalar os equipamentos. Qualquer problema de instalação, como o mau posicionamento da antena, pode comprometer a qualidade da recepção. Como manter e conservar o equipamento • Desligue os aparelhos da tomada quando estiver chovendo muito forte, ou em caso de corte de energia, pois eles podem sofrer danos causados por descargas elétricas de raios, ou por ocasião do retorno da energia. • Evite avançar (FF) ou voltar (REW) a fita durante a transmissão, com a imagem na tela. O excesso de atrito da fita com a cabeça Como sintonizar a TV Escola • Antes de ligar a televisão e o videocassete, verifique atrás dos aparelhos se as chaves estão na voltagem correta. • O receptor do satélite deve ser colocado em polarização horizontal. • Alguns receptores têm ajuste com o número do transponder (canal do satélite). Nos modelos com opções de 1 a 24, escolha o número 3. • Em outros receptores a sintonia é feita pela freqüência de recepção direta do satélite, de 3.700 a 4.200 MHz: escolha 3.770 MHz. • Outra possibilidade de sintonia é a freqüência intermediária em receptores digitais. Deve-se escolher 1.380 MHz. • No videocassete, sintonize os canais 3, 4, ou o que estiver livre na sua cidade. O que fazer se houver problemas de recepção • Confirme se os equipamentos estão de acordo com as especificações indicadas em seu manual. • Se os problemas persistirem, insista com o técnico autorizado para que verifique o posicionamento da antena e a sintonia do receptor e dos outros aparelhos do kit. • Se ainda assim persistir a má recepção, peça orientação ao coordenador da TV Escola, na secretaria de educação do estado, ou ligue para o Programa Fala Brasil: 0800-616161. Como é organizada a programação • Os programas da TV Escola são transmitidos em quatro faixas: Ensino Fundamental, Ensino Médio e Salto para o Futuro, de segunda a sexta-feira; Escola Aberta, aos sábados, domingos e feriados. • A programação dirigida ao ensino fundamental é organizada em áreas temáticas, ou em assuntos específicos, como em Vendo e Aprendendo. • A programação dirigida ao ensino médio é organizada em programas que promovem a integração de mais de uma disciplina, favorecendo a interdisciplinaridade (Como Fazer? e Acervo), ou em programas com debates e documentários (Como Fazer? A Escola). • Diariamente, às 19 horas, a TV Escola transmite Salto para o Futuro, com programas ao vivo sobre temas dos dois níveis de ensino, produzidos especialmente para professores e dirigentes. • Escola Aberta, com transmissão aos sábados e domingos e feriados, oferece uma programação especial para a escola e a comunidade. • Durante os períodos de férias escolares, a TV Escola mantém suas transmissões diariamente, exibindo reprises de todos os programas do semestre anterior. Como conhecer a programação • A TV Escola distribui às escolas, a cada bimestre, duas grades de programação, uma para cada mês, em formato de cartaz. Essas grades, que registram os programas que serão exibidos pela TV Escola ao longo daquele mês, devem ser afixadas na escola, em local bem visível, para que possam ser consultadas por professores e alunos. CONTINUA COMO USAR A TV ESCOLA • A Grade da programação relaciona, dia a dia, os programas que serão exibidos, organizados na seguinte estrutura: dia de transmissão, faixa de programação (Ensino Fundamental, Ensino Médio, Salto para o Futuro, Escola Aberta), horários de transmissão, área temática ou seção, resumo da programação do dia, títulos dos programas com tempos de duração. • As grades de programação também são reproduzidas aqui na revista TV ESCOLA, em um encarte solto que facilita a consulta. É possível ainda consultar a grade na internet no site: www.mec.gov.br/seed/tvescola • Para acompanhar a programação de reprises do período de férias, a TV Escola distribui às escolas um cartaz com a Grade de férias, que também pode ser consultada na internet. Quando gravar • A programação da TV Escola é transmitida todos os dias da semana, de segunda a domingo. Para facilitar as gravações, são oferecidas diversas alternativas de horário. A faixa de Ensino Fundamental é repetida em quatro horários; as de Ensino Médio e Salto para o Futuro são repetidas três vezes. Escola Aberta, com quatro horas de duração, passa aos sábados (das 14 às 21 horas) e domingos e feriados (das 8 às 21 horas). • Para ampliar as opções de gravação, os programas transmitidos ao longo do semestre são repetidos no período de férias. Quem não puder gravar algum programa de interesse durante o ano letivo, pode procurá-lo na Grade de férias. Como gravar os programas • No horário escolhido, ligue os equipamentos; sintonize a tevê e o vídeo. • Coloque a fita no início e o contador (COUNTER) no zero. • Aperte REC e PLAY ao mesmo tempo: este procedimento vale para a maioria dos equipamentos. • Para programar a gravação, consulte o manual de uso do vídeo. Como organizar as fitas na videoteca • Terminada a gravação, rebobine a fita e limpe o contador, deixando-o em zero. • Ponha a fita para rodar e assista à gravação desde o começo, anotando em que número do contador começa cada programa. • Anote os dados apresentados no início de cada programa, que servem para fazer a catalogação. • Identifique os programas gravados em uma etiqueta e colea na lombada da fita. Numere a fita. • Prepare fichas por disciplina ou área temática, assunto, tema, número da fita, ou do modo que lhe parecer mais prático para facilitar as consultas. Evite organizar apenas por data de gravação. • A classificação organizada pela TV Escola, que serve de base para a Grade da programação e para o Guia de programas, distribuído anualmente, pode ser útil como referência para a montagem da videoteca. Como planejar o uso dos programas • Em cada escola, deve haver uma pessoa responsável por organizar a videoteca e dar apoio ao uso dos vídeos. Pode ser um professor, orientador, coordenador, ou o diretor. Os programas oferecidos pela TV Escola constituem um recurso muito útil para a formação continuada, para o planejamento e a prática das aulas, bem como em atividades de recuperação e aceleração. • A consulta à Grade da programação deve servir como ponto de partida no planejamento do uso dos programas. Além da grade, outro recurso fundamental é o Guia de programas, distribuído pela TV Escola para todas as escolas. DIRETORA: NÃO FIQUE SEM A TV ESCOLA. FAÇA SEGURO DOS EQUIPAMENTOS. • O Guia de programas apresenta uma relação completa de todos os programas já transmitidos até 2001, organizados por áreas temáticas e em seções especiais, com uma breve sinopse que permite ter uma idéia do conteúdo de cada programa. • O professor deve pesquisar na Grade e no Guia, para localizar os programas mais adequados ao trabalho que estiver desenvolvendo. Como se manter atualizado • A Secretaria de Educação a Distância (SEED) distribui a revista TV ESCOLA a todas as escolas participantes do Programa; cada unidade recebe de 3 a 12 exemplares, de acordo com o número de alunos. • É fundamental que, na escola, a revista permaneça acessível a todos os professores. • A revista traz inserida a grade da programação do período e apresenta, na seção Destaques, comentários e dicas para orientar o uso em sala de aula de alguns dos programas exibidos naquele mês. • Outra informação valiosa oferecida pela revista é a documentação, em reportagens, de experiências desenvolvidas por escolas de diferentes partes do país – com o uso da TV Escola, de recursos do ProInfo e de aplicação do Proformação. Ao conhecer o que outros colegas estão fazendo, cada professor pode refletir melhor sobre seu trabalho e aprender novas formas de utilizar os recursos de que dispõe. • Escolas que participam do programa e não estão recebendo a revista precisam pedir seu cadastramento à SEED, por carta, fax ou e-mail (ver endereços nesta página). • Juntamente com as grades da programação, a TV Escola entrega às escolas um cartaz anunciando o conteúdo da revista daquele bimestre. É importante que esse cartaz seja afixado em local bem visível, para que todos os professores tomem conhecimento do que poderão encontrar na revista. Como complementar as informações • Algumas séries de programas destinadas ao ensino fundamental dispõem de publicações complementares, os Cadernos da TV Escola, que também são distribuídos às escolas. É um material útil para que os professores ampliem seu conhecimento e aprofundem o estudo dos temas tratados nas séries. • A série Vendo e Aprendendo, do ensino fundamental, dispõe de um material de apoio que consiste em cadernos que apresentam comentários dos programas e sugestões de atividades a serem desenvolvidas em sala de aula. • Para os professores do ensino médio, a TV Escola oferece a coleção de fichas Como Fazer?, que apresenta sugestões de atividades a serem desenvolvidas com base nos programas de Acervo e nos de Como Fazer? Essas fichas são distribuídas às escolas e também podem ser consultadas, pela internet, no site: www.mec.gov.br/seed/tvescola/enmedio • Os livros da Série de estudos / Educação a distância completam a linha editorial de apoio dos programas desenvolvidos pela Secretaria de Educação a Distância do MEC, com textos para os professores estudarem temas de educação a distância e de novas tecnologias para a educação. COMO SE MANIFESTAR E TIRAR DÚVIDAS Escreva para a TV Escola Ministério da Educação / Secretaria de Educação a Distância Caixa Postal 9659 – Brasília, DF – 70001-970 Fax: (061) 410-9178 E-mail: [email protected] e [email protected] Visite na internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola Ligue para o Programa Fala Br asil 0800-616161 Ligação gra tuita
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