D - TV Escola

Transcrição

D - TV Escola
Neste
número
Nº27
MAIO
JUNHO
2002
3 CARTAS
No aniversário de Macau, no
Rio Grande do Norte, a TV
Escola compareceu ao desfile.
Em Pimenta Bueno, Roraima,
uma professora prepara
educadores para usar as novas
tecnologias. E outras escolas
mandam suas notícias.
são gravadas para a série
Hora da merenda , que mostra
a importância das merendeiras
na educação. Em Maceió,
projetos desenvolvidos com
vídeos fazem sucesso no
Festival da TV Escola.
FOTO DA CAPA: IOLANDA HUZAK
Em Como Fazer? , dicas para
as aulas de inglês. E mais:
destaques de Como Fazer? A
Escola e Acervo .
O historiador Boris
Fausto esclarece e
comenta o tema.
TEM MAIS
42 EChegou
a Conexão
TV Escola ; um novo
convênio foi firmado
com a TV Senac; e
Mestres da Literatura
já pode ser acessado
na internet. Há ainda
novas séries da
TV Escola para o
segundo semestre.
Em Jóias da natureza , a história
de materiais preciosos.
Investigações de Clorofil trata da
proteção ao ambiente. E há ainda
destaques de Ciências, Filosofia,
Literatura e Pluralidade Cultural,
com valiosas dicas.
18
GLOBALIZAÇÃO
20 EXPERIÊNCIAS
Oficinas da Merenda Escolar
DA
6 DESTAQUES
PROGRAMAÇÃO
DESTAQUES
ENSINO MÉDIO
40
39
SAÚDE NA ESCOLA
Os vídeos do Projeto Saúde
na Escola estão ganhando
textos de apoio, para
complementar e aprofundar
os conteúdos.
44 EDUCAR
COM AFETO
Professor, ex-interno da
Febem, fortalece o
vínculo afetivo na escola.
CARTA DA EDITORA
Presidente da República Federativa do Brasil
Fernando Henrique Cardoso
Ministro da Educação
Paulo Renato Souza
Secretário-Executivo
Luciano Oliva Patrício
Secretário de Educação a Distância
Pedro Paulo Poppovic
PROGRAMA TV ESCOLA
Ministério da Educação
Secretaria de Educação a Distância
E
m nossas andanças pelo Brasil
Brasil,, ficamos conhecendo
valiosos trabalhos com a TV Escola.
Na capital do Acre, Rio Branco, acompanhamos a
gravação de mais um vídeo das Oficinas de Merenda
Escolar. Alegres e animadas, merendeiras da região
Norte trocam experiências, discutem seu papel na
escola e se sentem valorizadas como participantes
da educação. Durante o ano passado, foram
Conselho Editorial
Antônio Augusto Gomes dos Santos Silva
Carmen Moreira de Castro Neves
Cícero Silva Júnior
Iara Glória Areias Prado
José Roberto Neffa Sadek
Lilian Holzmeister Oswaldo Cruz
Maria Amábili Mansutti
Pedro Paulo Poppovic
Rogério de Oliveira Soares
Tania Maia Magalhães Castro
Vera Franco de Carvalho
Vera Lucia Atsuko Suguri
Coordenador editorial
Cícero Silva Júnior
Edição
ERA Editorial
[email protected]
Editora
Elzira R. Arantes
Secretárias editoriais
Lierka Felso
Noêmia R. de A. Ramos
Repórter especial
Rosangela Guerra
Fotógrafos
Iolanda Huzak, Sérgio Falci
Colaboradores
Célia Trazzi Cassis
Luiz Carlos Pizarro Marin (edição de Destaques
da Programação)
Edição de arte e produção gráfica
Casa Paulistana de Comunicação
Editor de arte
Milton Rodrigues Alves
Editoração
Paulo Ladeira
Suely Danelon
Thaís de Bruyn Ferraz
gravadas sete oficinas, em várias regiões do Brasil,
para compor a série Hora da merenda, a ser
transmitida pela TV Escola, no segundo semestre.
Em Maceió, Alagoas, na Escola Professor José
Vitorino da Rocha, nos encantamos ao conhecer o
Festival da TV Escola, que acontece há dois anos.
Professores e alunos escolhem os temas e elaboram
projetos. Nossa reportagem acompanhou os alunos
que foram conhecer o rio São Francisco, para a
pesquisa sobre o “Velho Chico”, e voltaram com
muitas informações. Não é à toa que o Festival faz
sucesso na comunidade.
E no nordeste de Minas Gerais, no vale do
Jequitinhonha, encontramos um professor muito
especial que aprendeu, com a vida, que educação e
afeto são inseparáveis.
Para você, que é professor de língua inglesa, esta
edição traz um assunto interessante. Não perca, no
Destaque Especial da Programação, as dicas para
utilizar os bem-humorados vídeos da série Por que
Projeto gráfico
Elifas Andreato
será?, transmitidos com legendas em inglês e em
Fotolito
PostScript
português. Imagine quanta coisa pode ser feita na
Impressão e acabamento
Posigraf
A REVISTA TV ESCOLA É UMA PUBLICAÇÃO BIMESTRAL DA
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA DO MEC
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Caixa Postal 9659
70001-970, Brasília, DF
Fax: (61) 410-9178
E-mail
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Internet
www.mec.gov.br/seed/tvescola
TIRAGEM DESTA EDIÇÃO: 450 MIL EXEMPLARES
sala de aula!
A globalização, palavra que hoje está em toda
parte – jornais, revistas, rádio, tevê e nas conversas
das pessoas – é o tema do artigo do professor e
historiador Boris Fausto. Mais um material de apoio
para o trabalho com seus alunos. Aproveite!
Elzira Arantes
Arte-educadores
Primeiramente, de coração, quero
agradecer pela maravilhosa revista que
têm feito! É uma verdadeira bênção para
mim, meus alunos e minha família.
Há 27 anos faço um trabalho voluntário de educação por meio da música. Além deste, realizo também a
missão de tirar jovens das drogas e do
alcoolismo. Sou saxofonista profissional e arrisquei tudo neste trabalho,
que me deixa imensamente feliz. Gostaria muito de manter contato com outros arte-educadores do Brasil.
em sala de aula, e continua buscando novos programas sobre a temática. Aguarde a grade do segundo semestre...
Pedido de fitas
Sou professor de Artes Visuais e responsável por um projeto intitulado Cineclube TV Escola. Com um televisor de 32
polegadas e sistema de som bem equipado, temos o objetivo de levar à comunidade escolar e extra-escolar bons filmes nacionais e estrangeiros. Seria possível nos enviarem algumas fitas?
[email protected]
Urbano Medeiros
Pará de Minas, MG
Vale a pena divulgar iniciativas como
a sua. Quem quiser trocar experiências com o professor Urbano, anote:
Caixa Postal 170, Pará de Minas,
MG, 35660-970. Tels: (037) 9102-1579
e (037) 3231-1332.
Educação Especial
A revista TV ESCOLA vem contribuindo maravilhosamente com o trabalho pedagógico das escolas de Posto da Mata, em especial a localidade
de Argolo, BA. Espero que continue
sempre inovando e compartilhando
idéias e experiências. A Escola Deolisano Rodrigues de Souza, em Argolo,
está empenhada em encontrar assuntos novos, principalmente no que diz
respeito a Educação Especial.
José Carolino Costa
[email protected]
Não deixe de ver, no dia 2 de maio, o
programa Escola: exclusão e inclusão, de
Salto para o Futuro. E, no dia 20 de junho, a série Deficiência mental. A TV Escola está sempre atenta à questão da Educação Especial e ao processo de inclusão
Parabéns pela iniciativa da organização
do cineclube. Quanto a sua solicitação, infelizmente não poderemos atendê-lo, pois
a TV Escola não distribui programas gravados. Cada escola se encarrega de acompanhar a Grade da Programação e gravar
os vídeos de seu interesse.
Frutos do Proformação
É uma honra poder me corresponder com todos os que constituem a família da TV Escola, por isso não me
contive e resolvi enviar meu “Relatório
de Trabalho”. Sou educadora há oito
anos e uma das contempladas do Proformação, programa que despertou em
mim uma incansável estudante. Há dois
anos a direção da escola encarregoume das atividades relacionadas com a
TV Escola. Acompanho a programação
e a divulgo para os colegas, que realizam debates, exposições, dramatizações etc. O vídeo funciona como suporte para os conteúdos ministrados,
torna as tarefas mais atraentes e permite que todos tomem conhecimento
do que ocorre no Brasil e no mundo.
A televisão na
sala de aula
Sou professora efetiva da rede estadual de ensino em Guarulhos, SP, e estou também freqüentando as aulas do
PEC – Formação Universitária, da USP.
Agora devo escrever a monografia do
curso, sobre o uso da tecnologia na sala
de aula, e a televisão como recurso tecnológico para aperfeiçoamento e complemento das aulas. Escolhi esse tema porque utilizo a TV Escola desde 1997 com
meus alunos e simplesmente ADORO os
resultados obtidos. Aí começa meu problema: preciso de embasamento teórico
para minha monografia, pois a prática eu
possuo. Gostaria que me indicassem
onde achar material sobre o assunto.
Silvia Andréa Nunes
[email protected]
Silvia, você pode encontrar artigos, ensaios e sugestões de leitura no site do MEC
www.mec.gov.br Lá, procure a página de
Ensino Médio, clicando em seguida no link
O Novo Ensino Médio. Além disso, experimente entrar em contato com a professora
Alessandra Bertasi Nascimento, de Pimenta
Bueno, RO, cujo projeto resumimos na seção Minha Experiência, na próxima página.
Importante
Sabemos que todos os trabalhos
desenvolvidos com apoio de tecnologias são de fundamental importância
na aprendizagem dos alunos e enriquecem o currículo dos professores.
Os projetos desenvolvidos na telessala
de nossa escola, baseados nas programações enviadas pela TV Escola,
ajudam muito a todos nós, inclusive no
planejamento dos professores. Parabéns a toda a equipe da TV Escola.
Antônia Alcimar de Lima Pitanga
Regina Maria da Silva
Escola Municipal Maria de Lourdes Cavalcante
Rodolfo Fernandes, RN
Escola E.E.F.M. Maria Arlete Toledo
Vilhena, RO
Fera
MINHA EXPERIÊNCIA
Gostaria de registrar meu elogio a
esse canal que traz conteúdos muito
interessantes e com apresentadores
competentes como Walmir Tomazzi,
que é fera na área de astronomia.
Ana Cristina
PS
Recebemos também, e
agradecemos, cartas de
Ana Cristina Guimarães,
Aracati, CE; Carlos Paixão,
Araripina, PE; Cesec Prof.
Clotário Guilherme de Macedo, Camanducaia, MG; E.E. Professor Coriolano Monteiro, Campinas, SP; Escola
Básica Professor Patrício Teixeira Brasil, São João Batista, SC; Escola de
1º Grau Cel. Antônio Duarte, Iconha,
ES; Marinez de Souza Tamburini, São
Luís, MA; Mário Quirino, Pindobaçu,
BA. E os e-mails de Joaquim Cavalcanti
Silva; Maria Célia de Castro Rodrigues.
Agradecemos ainda o envio de projetos que, por falta de espaço, não puderam ser publicados: Colégio Estadual
D. Pedro I, Pitanga, PR; Colégio Estadual Vereador Pedro X. Teixeira, Nova
Rosalândia, TO; Colégio João XXIII,
Porto Alegre, RS; E.E. Adolpho Thomaz de Aquino, Motuca, SP; E.E. Profa. Nair Ferreira Neves, São Sebastião,
SP; E.E.E.F.M. Monsenhor Manuel Vieira, Patos, PB; E.E.E.F.M. Paulo de
Assis Ribeiro, Colorado do Oeste, RO;
Escola Básica Municipal Professora Alice Thiele, Blumenau, SC; Escola Municipal Luiz Poletto, Barracão, PR; Escola Rural Municipal Dr. Ruy Virmond
Carnacialli, Quitandinha, PR; U.E. Embaixador Espedito Rezende, Piripiri, PI.
COMENTÁRIOS, CRÍTICAS,
DÚVIDAS, SUGESTÕES,
RELATOS DE EXPERIÊNCIAS,
PROPOSTAS DE
INTERCÂMBIO COM
SEUS COLEGAS
TV Escola
nas ruas de Macau,RN
Para comemorar os 126 anos de
emancipação política do município
de Macau, RN, alunos e professores da Escola Municipal Professora
Santa Fagundes, de ensino fundamental, desfilaram com faixas e cartazes pela cidade, destacando os
principais temas desenvolvidos na
educação macauense. Entre eles sobressaiu a menção ao trabalho desenvolvido pela TV Escola, como
mostra a foto enviada pelos educadores, que explicam o principal motivo da simpática manifestação: “Somos gratos pelo acesso privilegiado
ao kit TV Escola, que contribui para
a construção de uma escola cidadã
e participativa, atendendo seis turmas
com aproximadamente 198 alunos,
dos 1º e 2º ciclos”.
Escola Municipal
Professora Santa Fagundes
Macau, RN
Arte e emoção
Os vídeos da TV Escola são muito
bem utilizados na E.E. Artur Segurado,
que já conta com um acervo de 200 fitas. Quando chega a grade da programação, a coordenadora pedagógica
verifica tudo que é mais interessante
para os alunos de 1ª a 4ª série, além
do material de Salto para o Futuro. A grade é colocada em local bem visível,
perto do aparelho de tevê, para que a
programação possa ser seguida com
tranqüilidade. Depois de gravadas, as
Desfile de alunos na festa de
aniversário de Macau, no Rio Grande do Norte.
ESCREVA
SUA PALAVRA
É IMPORTANTE
POR CORREIO
Caixa Postal 9659
70001-970, Brasília, DF
POR FAX
(061) 410-9178
POR E-MAIL
[email protected]
Secretaria de Educação, que abordou a leitura da imagem e seu uso
no processo educativo.
Escola Classe 412
Samambaia, DF
O Magistério e as
novas tecnologias
fitas são passadas para os professores, nas reuniões semanais. É feito o
tombamento em um livro, que é deixado em lugar de fácil acesso. Ao fazer o
planejamento de suas aulas, o professor consulta o acervo de títulos, para
ver o que poderá enriquecer o processo de ensino-aprendizagem.
Um dos projetos de maior impacto
foi “Arte e emoção”, desenvolvido com
o apoio do vídeo da TV Escola Pintores
impressionistas, envolvendo alunos da
3ª série do ensino fundamental. As crianças fizeram registros sobre os artistas, sua vida, sua obra, seus gostos etc.
e, divididas em grupos, reproduziram
obras de pintores impressionistas,
usando lápis de cor e giz de cera. Os
trabalhos foram expostos na Feira Científico-Cultural, realizada na escola.
Therezinha Vaz de Lima Nicolau
Professora coordenadora pedagógica
E.E. Artur Segurado, Campinas, SP
Uma sala de cinema
Quando foi contemplada com o
kit da TV Escola, a Escola Classe 412
buscou arrecadar fundos para equipar a sala de vídeo, e após grande
esforço de toda a comunidade, junto com a Associação de Pais e Mestres, transformou o que seria uma
sala de vídeo numa sala de cinema.
A escola adquiriu cortinas, poltronas,
estantes, uma tevê de 34 polegadas
e até um aparelho de ar condicionado. O espaço estimulou a utilização
dos programas e transformou as aulas em momentos muito agradáveis.
Uma professora foi designada para
organizar a videoteca e todo o corpo docente ainda participou de um
programa de sensibilização desenvolvido pelo Setor de Tecnologia
Aplicada à Educação a Distância, do
Centro de Multimídia Educacional da
Trabalhando em sala de aula no
curso de Magistério, em nível de Ensino Médio, venho constatando a dificuldade enfrentada pelos professores em aceitar as mudanças necessárias frente às inovações tecnológicas. Receosa de que a situação educacional atual se perpetue pelo medo
de inovar, medo de enfrentar a máquina, medo de ser substituído por
ela, resolvi propor aos meus alunos o
projeto “O Magistério e as novas tecnologias”. Ele é destinado à complementação da formação dos alunos do
3º ano de Magistério e envolve o uso
da TV Escola e do computador. Entre
seus objetivos, estão os de formar
agentes multiplicadores; colaborar na
superação de medos e preconceitos
durante a abordagem de assuntos relacionados com as novas tecnologias; ser ponto de partida para discussões e inserção das novas tecnologias na educação; e incentivar a
constante atualização por meio de
pesquisas, consultas a bibliotecas,
uso de computadores e internet.
Alessandra Bertasi Nascimento
E.E.E.F.M. Raimundo Euclides Barbosa,
Pimenta Bueno, RO
[email protected]
DÊ SEU NOME COMPLETO, NOME DA ESCOLA, ENDEREÇO, TELEFONE, SÉRIE E
ÁREA DISCIPLINAR. SE NÃO ESTIVER DANDO AULA OU NÃO FOR PROFESSOR, INDIQUE
FUNÇÃO E LOCAL DE TRABALHO, COM NOMES E ENDEREÇOS COMPLETOS TAMBÉM.
,
SE PREFERIR
LIGUE PARA
Cartas com telefone ou fax podem ter resposta mais rápida,
SIL
O FALA BRA
independente de publicação na revista.
1
0800-61616
Visite o site da TV Escola na Internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola
DESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
GEOGRAFIA
JÓIAS DA NATUREZA
Série selecionada na Grade da
programação para o ensino
fundamental e o ensino médio.
Transmissão: 17, 18 e 19 de junho
Áreas conexas: História; Ciências
Duração: 12 episódios de 25’
Direção: Mark Verkerk
Realização: Marathon International,
França, 1998
Indicado para atividades com alunos da 7 ª
e da 8 a séries do ensino fundamental e
também do ensino médio.
RESUMO
E
sta série de documentários trata de
quatro materiais que, ao longo da
história da humanidade, ganharam o status de riquezas. São tesouros produzidos pela natureza – ouro, diamantes,
âmbar e pérolas. Aborda a exploração e
o uso desses recursos, que assumem
diferentes aspectos de acordo com os
valores culturais, em épocas e regiões
distintas. O primeiro episódio da série
apresenta um resumo do que será visto
nos blocos subseqüentes.
rado um recurso? O ouro disponível na
natureza poderia ser considerado como
recurso natural antes de a humanidade
dominar as técnicas para transformá-lo?
Promova a consulta de mapas e atlas
– históricos e geográficos – orientando
o trabalho com a linguagem cartográfica. Proponha aos alunos uma pesquisa
para atualizar os dados sobre as grandes zonas produtoras e os centros consumidores da riqueza que estiver sendo
estudada. A elaboração de mapas é uma
atividade lúdica que estimula a criatividade, o reconhecimento das regiões do
mundo e a percepção espacial.
Chame a atenção para o fato de que
o valor atribuído a esses elementos da
natureza varia de acordo com a cultura e
a época, ao longo da história, estabelecendo a relação com fatores como a escassez ou a abundância do recurso e o
uso dado a ele (ritualístico, comercial, industrial). Enriqueça o estudo orientando
comparações: por exemplo, o papel do
ouro para os incas e para os europeus.
Ouro
Os processos dinâmicos da natureza
responsáveis pelo surgimento das jazidas de ouro, a distribuição geográfica das
grandes reservas e as aplicações industriais, rendem diversas atividades.
Ressalte a dimensão adquirida pelo
ouro a par tir da introdução da economia
monetária. A leitura com a classe do
capítulo “Evolução histórica da moeda”,
DICAS
O
s documentários podem ser exibidos por partes, priorizando a cada
vez uma abordagem distinta, com atividades diversificadas. De forma genérica,
o tema oferece uma excelente oportunidade para discutir a questão da acumulação de conhecimentos técnicos que
permitiu ao ser humano se apropriar da
natureza e transformá-la em recursos de
valor econômico. Aproveite para reforçar
os conceitos de recursos naturais, recursos renováveis e não-renováveis.
Selecione previamente trechos do vídeo que contribuam para estimular a reflexão, propondo perguntas como: Todo
elemento da natureza pode ser conside-
6
Diamante
de Paul Singer, será muito útil para discutir esse assunto. Usado originalmente para cunhar moedas, o ouro foi mais
tarde substituído por outros metais igualmente duráveis, porém mais abundantes
na natureza. No entanto, até meados do
século 20 ele serviu como padrão internacional para definir o valor do dinheiro;
até hoje, a riqueza de um país é medida
pelas reservas de ouro de que dispõe.
Diamantes
Proponha uma pesquisa para identificar os maiores produtores de diamante
do mundo e oriente depois um levantamento dos indicadores sociais desses
países – Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), PIB per capita, mortalidade
infantil, analfabetismo.
Outro aspecto que vale a pena abordar é a ocorrência de guerras internas
em países da África, como Angola, Serra Leoa e Congo, direta ou indiretamente ligadas às enormes reservas de diamante locais e à luta por seu controle.
Discuta com a classe a diferença entre
o garimpo e a exploração em larga escala
e as condições a que são expostos os trabalhadores das minas de diamantes. Também é importante ressaltar a utilização do
diamante para fins industriais.
Pérolas
Comente com os alunos a formação
das pérolas, um assunto atraente e que
está bem explorado no documentário.
Peça para pesquisarem as principais regiões produtoras e manufatureiras.
Aproveite o registro da exploração de
pérolas em Bahrein para mostrar como
formas tradicionais de trabalho são preservadas e permanecem como um traço
cultural da sociedade.
Outra questão importante a ser discutida é a especialização produtiva de determinadas regiões do mundo. Discuta como
isso se altera com a introdução de novas
atividades econômicas – como a exploração petrolífera – ou com o surgimento de
centros produtores – caso do Japão, com
suas pérolas cultivadas.
Destaque, por fim, a localização estratégica do Golfo Pérsico no estabelecimento de rotas comerciais que interligam Ocidente e Oriente e seu pa-
TV E SCOLA
pel na economia mundial como centro
petrolífero.
Âmbar
Discuta com a classe a dinâmica da
natureza que dá origem ao âmbar (soterramento de grandes florestas) e estabeleça
a relação das regiões produtoras com as
principais rotas comerciais.
Uma curiosidade histórica: o âmbar
está associado aos primórdios da eletricidade, pois por volta de 600 a.C. os
gregos descobriram sua propriedade de,
em atrito com pêlo animal, atrair pequenos pedaços de pluma. De tal característica deriva o termo “elétrico” (elektron,
que em grego significa âmbar).
TRABALHO INTERDISCIPLINAR
Rico em referências históricas, o documentário inspira a realização de um
trabalho integrado entre História e Geografia. Sob essa perspectiva, os temas a explorar são variados: a expansão do Império Romano, as cruzadas,
as grandes navegações dos séculos 15
e 16, as rotas comerciais estabelecidas desde a Antiguidade, a evolução
do colonialismo e o desenvolvimento
do capitalismo.
Compare a desigual distribuição das
riquezas nas diversas regiões do planeta
com a localização dos recursos naturais,
estabelecendo a associação com o surgimento das rotas comerciais e a expansão
dos grandes impérios, na Antiguidade.
Os processos naturais que propiciaram
o surgimento de tais materiais sugerem
o desenvolvimento de um trabalho integrado entre Geografia e Ciências. Aproveite para levantar questões como a periculosidade e a insalubridade predominantes
no trabalho de extração dessas riquezas.
Leia também
SINGER, PAUL. “Evolução histórica da moeda”,
in Aprender economia. São Paulo, Círculo do
Livro, 1986.
Veja também
Na internet
Sobre origem e evolução da moeda
www.bcb.gov.br/mPag.asp?cod
=718&Perfil=3&codP=83
Da TV Escola, a série
A Terra
TV E SCOLA
CIÊNCIAS
A ORIGEM DAS
ESPÉCIES
Programa selecionado na Grade da
programação para o ensino
fundamental
Transmissão: 6 junho
Áreas conexas: Língua Por tuguesa;
História; Religião
Duração: 28’42”
Direção: Ruper t Barrington
Realização: BBC, Inglaterra, 1998
Indicado para atividades com alunos da 8 a
série do ensino fundamental.
RESUMO
E
ste programa mostra o impacto causado pela Teoria da Evolução das Espécies, formulada por Charles Darwin em
contraposição à Teoria Criacionista, vigente na sociedade inglesa vitoriana de
sua época. O vídeo inclui citações do
naturalista inglês e comentários a respeito de suas conclusões. Revela ainda
suas preocupações e seus principais
questionamentos em relação a suas descober tas, motivos que o levaram a manter sua teoria em segredo por vinte anos.
DICAS
O
programa permite examinar o processo de elaboração de uma teoria com a utilização do método científico, baseado em obser vações e questionamentos, propiciando assim que se trabalhe esse assunto com a classe.
Numa primeira etapa, encarregue os
alunos de fazer um levantamento do
momento histórico em que Dar win elaborou sua teoria: quais eram as expectativas em relação às ciências e os princípios em que se acreditava etc.
Exiba o vídeo e solicite depois aos
alunos que, em grupos de quatro, reescrevam a teoria comentada no vídeo.
Pavão
Como orientação, levante algumas perguntas: Qual foi o problema principal
encontrado por Dar win? Quais as hipóteses levantadas para a solução do problema? Quais as principais obser vações
realizadas? Quais previsões sobre as
IMPORTANTE
LEIA A GRADE
E escolha os programas que
quer usar.
GRAVE OS PROGRAMAS
E guarde as fitas na videoteca para
posterior utilização. Para catalogar,
você pode usar como referência o
Guia de programas da TV Escola.
USE EM CAPACITAÇÃO
Todos os programas podem ser
usados como recurso de
capacitação e aperfeiçoamento
dos professores.
USE COM OS ALUNOS
As dicas de atividades
apresentadas nesta seção
levam em conta objetivos e
conteúdos curriculares de
determinadas séries do Ensino
Fundamental ou Médio. No
entanto, a maioria dos vídeos se
presta a outras abordagens, em
situações variadas.
OS PROGRAMAS SÃO
REPRISADOS NAS FÉRIAS
Acompanhe a Grade de férias
A TV ESCOLA
NÃO DISTRIBUI FITAS
7
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
hipóteses se realizaram? Quais delas foi
possível verificar, e de que forma isso
foi feito?
A discussão dessas questões ajudará os alunos a refletir sobre os passos
fundamentais da construção de uma teoria. Peça para cada grupo apresentar
seu trabalho para a classe e promova a
discussão dos resultados, alinhavando
os conceitos e complementando possíveis lacunas.
Veja também
Na internet
Sobre as teorias da origem das espécies
w w w. j o r n a l i s m o . c c e . u f s c . b r /
darwin.html
www.icb.ufmg.br/~lbem/aulas/grad/
evol/precurs1.html
www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/biologo/
biologia.html
Sobre Darwin e a teoria da evolução
www.ib.usp.br/evolucao/inic/text2a.htm
Da TV Escola, os programas
A evolução da vida 1: os invertebrados; A
evolução da vida 2: os vertebrados; A origem das espécies, da série A enciclopédia
eletrônica
LITERA
TURA
LITERATURA
O
INVERNO DOS
SALGUEIROS
Série selecionada na Grade da
programação para o ensino
fundamental
Transmissão: 7 de maio
Áreas conexas: Língua Por tuguesa; Ética
Duração: três episódios de 24’30”
Direção: David Unwin
Realização: TVC London–Carlton UK
Television, Inglaterra, 1996
Indicado para atividades com alunos de 1a
a 4 a série do ensino fundamental.
RESUMO
S
érie de desenhos animados baseada no conto homônimo do escritor
inglês William Horwood. Conta as aventu-
8
Texugo e seus amigos
ras de um leal texugo e seus companheiros, que saem à procura do amigo toupeira, desaparecido na floresta nevada. A
busca acaba infrutífera, prejudicada pelas
loucuras do irresponsável e vaidoso sapo.
A história é narrada pela avó (interpretada por Vanessa Redgrave), passeando
com os netos em um bosque de salgueiros e se desenvolve em outro plano, em
desenho animado, com uma rica trama
que encanta pessoas de todas as idades.
DICAS
classe: Para que ser vem as
histórias, além de diver tir?
Elas trazem alguma mensagem? Que mensagem perceberam no filme? Que lição recebeu o sapo? O que é uma fábula? Qual a diferença entre fábula e conto de fadas? O conto de fadas tem apenas personagens animais, ou também
seres humanos? Mostre as diferenças entre a história do filme e as fábulas.
Questões éticas
As situações apresentadas remetem
a questões éticas importantes, a serem
trabalhadas em aula: que diferenças os
alunos percebem no filme entre o mundo dos animais e o dos homens? Apesar das confusões do sapo, os outros
bichos o perdoam e até o aceitam como
ele é, enquanto as pessoas mentem, são
enganadoras e opor tunistas. Chame a
atenção para o jogo de interesses revelado no julgamento feito pelos humanos
no vídeo.
A
Montando e
desmontando histórias
Contos e fábulas
Na aula de Língua Por tuguesa, analise aspectos da estrutura narrativa e a
forma de caracterizar as personagens.
Por que a história é contada pela avó?
Qual é a diferença entre esse tipo de
recurso e a apresentação direta, sem
narrador? Estimule os estudantes a criar
suas próprias histórias, aplicando recursos semelhantes. Em seguida, oriente a
obser vação das características de cada
personagem. Se fossem construir uma
história, que animais escolheriam? Por
quê? Por fim, sugira que os alunos, em
grupos, desenhem e escrevam uma história com os animais escolhidos.
s fábulas sempre exerceram importante papel educativo. Essas pequenas histórias com fundo moral, cujos
personagens são animais que reproduzem
características humanas, em geral se originam na tradição oral e posteriormente
ganham registro escrito. Autores como
Esopo, na Grécia antiga, La Fontaine e La
Rochefoucauld, na França do século 18,
se tornaram reconhecidos por suas criações e recriações de fábulas. Esse filme
apresenta semelhanças com essas antigas fábulas, embora mostre seres humanos dividindo o espaço com os bichos e
mostre o narrador.
Antes de exibir o vídeo, converse com
seus alunos para avaliar se estão acostumados a ouvir e contar histórias: alguém conta ou já contou histórias com
freqüência para eles? De quais se lembram e de quais mais gostaram? Conhecem alguma história que faça parte do
passado de seus pais ou dos seus avós?
Apresente então o filme e explore depois seu conteúdo, discutindo com a
PARA SABER MAIS
O inverno dos salgueiros é uma seqüência do clássico conto The Wind in the
Willows (O vento nos salgueiros), do escritor inglês Kenneth Grahame (18591932). Retomando o local e os personagens de Grahame, William Horwood construiu uma nova história, mantendo as características do predecessor. O conto de
TV E SCOLA
Grahame foi adaptado para o cinema em
1997 (no Brasil, com o título Amigos para
sempre). Dirigido por Terry Jones, o longa-metragem foi estrelado por quatro integrantes do grupo inglês Monty Python.
tários levam os alunos para uma viagem
por dentro e por fora de um corpo humano em atividade.
Leia também
A
GRAHAME, KENNETH. O vento nos salgueiros.
São Paulo, Moderna, s/d. Tradução de Ivan
Angelo.
Veja também
Na internet
www.kirjasto.sci.fi/grahame.htm (em
inglês)
Da TV Escola, a série
Fábulas de Esopo
Filme
Amigos para sempre, de Terry Jones
CIÊNCIAS
ENCICLOPÉDIA
DO
CORPO HUMANO
Série selecionada na Grade da
programação para o ensino
fundamental e o ensino médio
Transmissão: 4, 5 e 6 de junho
Áreas conexas: Saúde; Educação Física
Duração: 13 episódios de 21’50”
Direção: Peter Macpherson
Realização: Discover y, Inglaterra, 1994
Indicado para atividades com alunos de 7 a
e 8 a séries do ensino fundamental e
também do ensino médio.
RESUMO
O
coração pode bater 10 bilhões de
vezes sem “manutenção”. O cérebro é capaz de compreender conceitos
que deixariam um supercomputador sem
resposta. Os músculos, se colocados
juntos, conseguem levantar 20 toneladas. A série apresenta dados desse tipo,
mostrando que o mais complexo organismo da Terra é o corpo humano. Com recursos de alta tecnologia, os documen-
TV E SCOLA
DICAS
qui está comentado o programa
Músculo e osso, com dicas para
sua utilização em sala de aula. As sugestões podem ser adaptadas para trabalhar com os demais vídeos da série.
O programa Músculo e osso, que se
vale de diversas práticas espor tivas para
mostrar como os dois sistemas responsáveis pelos movimentos e pela sustentação do corpo humano se conjugam perfeitamente, permite um trabalho interdisciplinar entre as áreas de Ciências e Educação Física.
Após a exibição da fita, organize a
classe em quatro grupos e atribua a
cada um os seguintes temas para pesquisa: condicionamento físico, alimentação, lesões conseqüentes a exercícios
e efeitos das drogas utilizadas para melhorar o desempenho físico. Proponha
questões para orientar o trabalho de
cada equipe.
Condicionamento físico
O que é condicionamento físico?
Esse tipo de atividade pode contribuir
para o bom funcionamento do organismo? De que forma deve ser realizado
um condicionamento físico? Qual é a
idade para se começar a fazer condicionamento? Chame a atenção para o papel da respiração. O vídeo mostra como
o sangue se distribui pelo corpo durante a prática de alguns exercícios, associando à mudança na absorção de oxigênio e ao esforço muscular. Aproveite
esses dados e encarregue a equipe de
ilustrar essa distribuição.
Lesões provocadas
por exercícios
Coloque questões para os alunos obser varem como a prática inadequada de
exercícios pode ter conseqüências sobre
o organismo. Fraturas, rompimento de
tendões e distensões musculares costumam acometer aqueles que praticam
espor tes sem os devidos cuidados. Proponha uma investigação em pronto-socorros para levantar quais são as lesões
mais comuns e quais atividades oferecem maiores riscos de lesão.
Efeito do uso de drogas
O desejo de possuir um corpo bonito
leva os jovens às vezes a buscar os recursos químicos – esteróides, complexos vitamínicos etc. Encomende ao quarto grupo uma pesquisa sobre o uso dessas drogas, quais são legais, quais os
efeitos sobre o organismo. Oriente os
alunos a incluir depoimentos de atletas,
procurar informações nas academias
espor tivas e reunir dados veiculados
pela imprensa.
Veja também
Na internet
Sobre esteróides
www.saude.gov.br/programas/mental/
esteroi.htm
Sobre composição química dos alimentos
www.unifesp.br/dis/servicos/nutri/
Da TV Escola, as séries
Nosso corpo; O corpo humano
E os programas
Alimentos para a saúde; Atividade física; Esporte e Ciência; Física e fisiologia esportiva;
Mochila light; O corpo humano
Alimentação
Oriente a pesquisa a respeito da seleção de uma alimentação adequada
para o desenvolvimento do corpo, obser vando a diferença de exigências nutritivas em relação a pessoas que praticam ou não algum tipo de atividade
espor tiva. Como o atleta deve se nutrir? Qual a alimentação ideal para os
não-atletas?
Esqueleto durante exercício
9
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
Sincretismo
religioso
PLURALIDADE CULTURAL
A ATRIZ, O BISPO E
A RAINHA DO
CARNAVAL
Programa selecionado na Grade da
programação para o ensino
fundamental e o ensino médio
Transmissão: 25 de junho
Áreas conexas: História; Geografia; Ar te
Duração: 49’22”
Direção: Howard Reid
Realização: BBC Worldwide Ltd.,
Inglaterra, 1991
Indicado para atividades com alunos da 7a
e 8 a séries do ensino fundamental e
também do ensino médio.
RESUMO
D
ocumentário que narra a disputa
entre dois grupos de maracatu no
carnaval de Pernambuco, uma tradição
africana que, no Brasil, remonta à vinda
da realeza negra escravizada. O sincretismo religioso e a cultura popular tradicional são evidenciados por três símbolos importantes: a atriz, representada pelas pessoas que se vestem para participar da festa; a rainha, que deve ser coroada; e o bispo, o padre católico que
coroa a rainha eleita, segundo os ritos
do candomblé.
DICAS
O
vídeo permite aprofundar os conhecimentos sobre a cultura folclórica brasileira – especificamente a
do Nordeste. Antes de exibi-lo, convém sugerir uma pesquisa mais aprofundada sobre o maracatu, destacando as duas ver tentes pernambucanas: o baque solto ou maracatu rural
e o baque virado, também chamado
maracatu nação. Se possível, estenda a pesquisa para outras danças folclóricas nacionais.
10
Durante a exibição, faça pausas
para esclarecer eventuais dúvidas e lançar
questões que conduzam a um debate posterior: Quem são os
personagens retratados na dança? De
que forma eles se referem a uma herança
africana? Por que a
rainha de um dos grupos, embora seja praticante do candomblé, se empenha tanto para que um padre católico coroe as
princesas? Ressalte o for te sincretismo
religioso existente em algumas regiões.
Uma perspectiva histórica vai ajudar
a explicar a impor tância da bênção católica. No passado colonial, a Igreja possuía grande poder social: era ela que registrava os nascimentos, os casamentos
e os falecimentos, função que hoje cabe
ao Estado. Como um dos “braços” do império por tuguês, cabia a ela cristianizar
as massas de africanos trazidos como
escravos, provindos de diferentes regiões
com distintas culturas.
O maracatu e outras danças folclóricas descendem dessas culturas, que
para se legitimar necessitavam da bênção ou da autorização católica. Essa prática permanece viva e vale a pena encaminhar a discussão para outros exemplos de manifestações populares sincréticas, como o bumba-meu-boi, a lavagem
das escadarias do Bonfim, na Bahia; a
festa de Iemanjá, a dos Navegantes etc.
A discussão pode abranger um estudo
comparativo entre as divindades européias,
indígenas e negras e se estender para a
contribuição de cada um desses povos
na formação da diversidade cultural brasileira.
O fetiche da boneca
Existe uma rica bibliografia sobre as
danças folclóricas, que pode ser vir de
apoio para um estudo mais aprofundado do tema. Mário de Andrade dedicouse ao assunto no livro Danças dramá-
A rainha e as crianças
ticas, que compõe a obra Na pancada
do ganzá , publicada postumamente.
Segundo o escritor, o maracatu carrega em sua representação elementos
africanos da região do Congo. Assim,
a boneca (ou calunga), levada à frente
da procissão, aproxima-se dos fetiches
africanos. Seu por tador deve respeitar
uma série de impedimentos sociais e
tabus, como a abstinência sexual e de
bebidas alcoólicas. É interessante lembrar aos alunos que muitas das sociedades africanas escravizadas se organizavam originalmente em reinos, com
rei, rainha, príncipes e princesas, como
os do cor tejo do maracatu.
Leia também
RIBEIRO, DARCY. O povo brasileiro - A formação e o sentido do Brasil. São Paulo, Companhia das Letras, 1995/1996.
Veja também
Na internet
Sobre a calunga no maracatu
www.fundaj.gov.br/docs/text/
carnav01.html
Sobre o maracatu
www.cin.ufpe.br/~piaba/
maracatus.html
Da TV Escola, os programas
Atlântico Negro – Na rota dos orixás; Carnaval: maracatus e caboclinhos; Ciclo natalino; Corrida do imbu; Festa de Iemanjá;
Festa de Parintins; Festa do Rosário dos
Homens Pretos do Serro; Tambores: ritmos
originais do Brasil
TV E SCOLA
FILOSOFIA
CONVERSA
DE
CRIANÇA
Programa selecionado na Grade da
programação para o ensino
fundamental
Transmissão: 15 de maio
Áreas conexas: Língua Por tuguesa;
Ciências
Duração: Duração: 9’12”
Direção: Bozenna Heczko
Realização: National Film Board of
Canada, Canadá, 1996
Indicado para atividades com alunos de 3 ª
e 4 ª séries do ensino fundamental.
RESUMO
A
nimação em que crianças de 5 a
7 anos discutem temas como nascimento, castigo, recompensa, mor te,
criação do mundo e o sobrenatural.
DICAS
C
onversas como as deste desenho
ajudam a criança a experienciar
aos poucos a inteligência enquanto atividade mental e de linguagem, na medida em que elas abordam problemas
práticos e teóricos e se elaboram soluções para eles, tanto por instrumentos
práticos (técnicas), quanto pela formação de significações (idéias e conceitos). A criança apreende o sentido das
palavras, interpreta-o, inventa novos
sentidos para palavras antigas ou cria
palavras para novos sentidos.
A criança pequena estabelece nexos
entre idéias que lhe permitem elaborar
um sentido de coerência, representando seu próprio mundo e atuando na prática sobre ele. Ainda não é capaz de estabelecer relações do mundo com ela
mesma. É tarefa do educador apresentar novos problemas que permitam a ela
emergir de si para a objetividade do
mundo, da cultura e do conhecimento,
e esse vídeo é um bom auxiliar nesse
sentido. O trabalho pode ser direcionado para diversos temas.
Questões sobre a origem do
indivíduo e do universo
Peça para os alunos sistematizarem
as idéias apresentadas no vídeo e depois
enunciarem suas próprias hipóteses.
Diante da variedade de possíveis respostas, comente a diversidade de religiões
e a liberdade religiosa existente no mundo moderno, lembrando que nem sempre foi assim na história das civilizações.
Procure apresentar o ponto de vista
da biologia a respeito do assunto, em
forma de hipóteses, discutindo os meios
que permitem validar tais hipóteses
cientificamente.
Castigo e recompensa
Para as crianças do vídeo, o destino
dos homens que morrem é definido numa
reunião entre a Mãe Natureza, Deus e o
Diabo; a recompensa pelo bom comportamento no céu é o retorno à vida na
Terra em outro corpo. Procure discutir os
critérios desse julgamento, provocando
uma reflexão ética.
Leve os alunos a imaginar de que forma seria possível desenvolver uma consciência e atitudes boas, se ganhassem
uma nova vida. Como par te do exercício
imaginativo, proponha que cada um comente as ações condenadas ou aprovadas pelos adultos. E que identifiquem
ações e atitudes dos adultos que consideram boas ou condenáveis. Encaminhe
a discussão para as conseqüências das
próprias ações para nós mesmos e para
os outros, e como utilizar essa referência no julgamento de outras pessoas.
FILOSOFIA
O
FAROL
Programa selecionado na Grade da
programação para o ensino
fundamental
Transmissão: 15 de maio
Áreas conexas: História; Língua
Por tuguesa
Duração: 8’05"
Direção: Pierre Veilleux
Realização: National Film Board of
Canada, Canadá 1997
Indicado para atividades com alunos de 3 ª
e 4 ª séries do ensino fundamental.
RESUMO
A
Bonecos de mãos dadas
TV E SCOLA
nimação que conta, sem palavras,
a história do encontro de um homem com sua consciência. Esse homem
representa a humanidade, e a consciência ganha a forma de um farol que, ao
mesmo tempo, testemunha a história e
guia a odisséia humana na tarefa de sua
autoconstrução.
11
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
O farol
DICAS
A
ssim como não se pode pensar
um farol sem o mar, é impossível imaginar a consciência separada do
conhecimento, elemento fundamental
de sua existência. É do mar que o homem, ao lançar seu anzol, pesca lembranças de acontecimentos terríveis
que marcam a história das civilizações,
ou melhor, a história da barbárie cometida pelo ser humano ao longo de sua
conquista da cultura.
Consciência é a capacidade humana
de conhecer, saber que conhece e saber
o que sabe que conhece. Ou seja, é um
conhecimento das coisas e de si mesmo e um conhecimento desse conhecimento-reflexão. Essa animação mostra
o homem resistindo à emergência da
memória dos acontecimentos trágicos da
humanidade e se escondendo por trás
de um escudo, como se pudesse negar
a objetividade dos fatos trágicos que denunciam a presença da barbárie na história das civilizações.
É interessante explorar esse vídeo
após ter trabalhado com Conversa de
criança, dentro de uma abordagem complementar que acompanhe o caminho do
desenvolvimento do aluno. Enquanto o
primeiro trata de questões internas do
mundo infantil, este faz o percurso inverso: traz o conhecimento exterior para o
universo do estudante.
Depois da exibição, estimule a classe
a descrever as cenas vistas, ou fazer uma
narrativa, a partir das imagens trágicas
do vídeo. Em seguida, oriente uma discussão relacionando tais imagens com as
cenas de catástrofes divulgadas atualmente pela mídia – atentados terroristas,
guerras, massacres etc. –, levando os
alunos a assumir posições, manifestar
suas opiniões e emitir julgamentos.
Veja também
Da TV Escola, a série
O abecedário de Gilles Deleuze
MEIO AMBIENTE
INVESTIGAÇÕES
CLOROFIL
DE
Série selecionada na Grade da
programação para o ensino
fundamental
Transmissão: 27, 28 e 29 de maio
Áreas conexas: Ciências; Ética
Duração: 25 episódios de 13’
Direção: Michel Marin
Realização: SFP, França, 1992
Indicado para atividades com alunos de 1 a
a 4 a série do ensino fundamental.
RESUMO
S
érie de animação que narra as investigações de um ratão chamado
Clorofil, ajudado por outros animais, para
lutar contra a destruição do ambiente em
que vivem. Nos quatro episódios aqui
abordados, o roedor-detetive quer descobrir quem detonou uma bomba na toca
dos coelhos para expulsá-los da floresta, o que pôs em risco o equilíbrio ecológico. O principal suspeito é outro rato,
Antrácido, que tem como principal objetivo sujar a floresta. Eva Maria, a irmã
de Antrácido, é namorada de Clorofil, e
a situação coloca o casal diante de questões éticas impor tantes.
maio / junho
SALTO PARA O FUTURO
Série
Escola: exclusão e inclusão
Educação escolar indígena – formação de professores
Educação a distância na formação de professores
Parceria escola e família
Espaços de formação de professores
Diálogos cinema e escola
Ensino Médio 1 – Práticas pedagógicas
Literatura e temas transversais
TV na escola e os desafios de hoje
12
DICAS
Dia
2 e 3 de maio
6 a 10 de maio
13 a 17 de maio
20 a 24 de maio
27 a 31 de maio
3 a 7 de junho
10 a 14 de junho
17 a 21 de junho
24 a 28 de junho
N
o episódio Entre o dever e o amor,
Clorofil descobre o culpado pela
bomba e o prende, mas por conta disso
fica afastado de Eva Maria. Em O silêncio do brejo, Viscoso, um sapo cientista
que ajuda Clorofil, é chantageado e tem
de escolher entre falar a verdade e salvar a vida de sua esposa. A terceira parte, Fugindo de Clim-Clim, narra a fuga de
Antrácido, ajudado por Eva Maria, e o seqüestro de Clorofil. No episódio O rato
exterminador, Antrácido veste-se de robô
para espantar os roedores e as corujas
TV E SCOLA
refletir sobre o processo de investigação e facilitem a aproximação com a metodologia científica: Por que Clorofil sempre vai aos lugares em que as
coisas estão acontecendo?
Por que ele está sempre conversando e fazendo perguntas
às pessoas? Em que ele confia mais: nas pistas encontradas, ou nos depoimentos obtidos? Em algum momento da
série ele deixa de acreditar em
um depoimento por conta de
alguma pista? Será que os
cientistas agem da mesma forma quando querem descobrir
as coisas? Será que as pistas
também podem nos enganar?
O dever ou o amor?
Esta pergunta resume a questão moral presente nos quatro episódios. A discussão pode ir acompanhando o trabalho com os vários episódios, pois o cenário vai mudando ao longo da série.
Discuta com a classe se as duas opções são realmente excludentes, de forma a deslocar a questão para uma abordagem ética mais profunda: Até que
ponto nós fazemos aquilo que consideramos justo? O quanto estamos dispostos a sacrificar em nome do que consideramos cer to?
Veja também
Da TV Escola, as séries
“E” de ecologia; Interdependência de animais e plantas; O paraíso perdido
Ambiente ameaçado
Clorofil
(que formam o conselho dos grão-duques) da floresta, mas acaba vencido
pelo esper to detetive.
Cada episódio suscita uma riqueza
de questões que permitem trabalhar
com pelo menos três enfoques distintos e interligados: princípios da investigação científica, meio ambiente e ética.
É interessante, por isso, exibir e discutir cada programa de uma vez.
A estrutura de trabalho aqui proposta
ser ve de guia para a apresentação das
demais histórias que compõem a série,
mas o professor precisa fazer as adaptações necessárias à trama que estiver
sendo analisada.
Como o cientista descobre
as coisas?
Esta questão, fundamental para entender o que é ciência e como ela é feita, pode ser explorada com base na
maneira usada pelo protagonista para
resolver, aos poucos, o mistério da bomba na toca dos coelhos.
Promova uma discussão para buscar
identificar os princípios que nor teiam as
atividades de Clorofil, encaminhando algumas questões que levem os alunos a
TV E SCOLA
Quando os grão-duques ficam sabendo da bomba na
toca dos coelhos, logo percebem que isso poderá acarretar a fuga de diversos outros
animais, comprometendo o equilíbrio
ecológico da floresta. É uma ótima oportunidade para trabalhar a questão da interdependência dos seres vivos.
Use alguns exemplos de cooperação
entre os seres vivos, como o ciclo das
abelhas, que transpor tam pólen entre
flores distantes, ou a atuação das aves,
que disseminam as sementes ou retiram
parasitas do lombo de outros bichos para
se alimentar.
Uma explicação do funcionamento da
teia alimentar ajudará a deixar clara a
fragilidade do equilíbrio ecológico.
Pergunte à classe: Por que os coelhos
quiseram sair da floresta? Quem se prejudicaria com a saída deles? Na floresta, qual a impor tância da cooperação? E
na cidade? Qual a principal preocupação
dos grão-duques? Por que Antrácido tentou expulsar os coelhos? O que ele faria
depois de sujar a floresta, se o plano
desse cer to? Se sujar a natureza prejudica todo mundo, então por que continuamos sujando? No mundo real, quem
poderia ser o Antrácido? E o Clorofil?
Será que não há um pouco dos dois em
cada um de nós? Neste caso, como escolhemos entre o cer to e o errado?
HISTÓRIA
O MITO DA
INQUISIÇÃO
ESPANHOLA
Programa selecionado na Grade da
programação para o ensino
fundamental e o ensino médio
Transmissão: 6 de maio
Áreas conexas: Língua Por tuguesa;
Ciências
Duração: 46’07”
Direção: Jonathan Stamp
Realização: BBC Worldwide LTD,
Inglaterra, 1994
Indicado para atividades com alunos da 7 ª
e da 8 ª série do ensino fundamental e
também do ensino médio.
RESUMO
O
documentário ressalta uma nova
visão dos historiadores acerca da Inquisição espanhola. Segundo esses estudiosos, que se baseiam em pesquisas realizadas nos arquivos da Igreja espanhola, recentemente abertos à consulta pública, a idéia de barbárie, terror e tirania pra-
13
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
ticados na época dão uma imagem falsa
da realidade. Argumentam que o mito foi
construído pelos críticos do catolicismo e
que, conforme os fatos comprovam, os inquisidores espanhóis não tiveram condição
efetiva de controlar a sociedade.
DICAS
O
programa propicia um bom trabalho interdisciplinar envolvendo as
áreas de História, Filosofia, Biologia, Literatura e Artes. Permite colocar em discussão conceitos como justiça, liberdade,
ética e democracia, propiciando uma contínua troca de experiências e questionamentos.
Após assistir ao vídeo, os alunos devem tentar estabelecer comparações entre a atual forma de produção de conhecimento e a que ocorria na Idade Média,
então sob controle da Igreja. No entanto,
embora hegemônico, o conhecimento produzido pelo clero católico não conseguia
impedir a preservação e a difusão do saber popular, que continuava a oferecer a
cura para os males cotidianos – tanto os
do corpo quanto os do espírito.
Procissão
Oriente uma pesquisa sobre as condições de higiene e saúde predominantes na Europa durante a Idade Média, as
doenças mais disseminadas e as práticas populares para enfrentá-las, com
métodos de cura à base de er vas e sortilégios, muitas vezes proibidos pela Igreja. Promova depois uma comparação
com os atuais métodos de cura.
la foi superdimensionada pois enquanto
ela condenava à morte 3 a 5 mil pessoas,
150 mil mulheres eram queimadas como
bruxas no restante da Europa.
Essa discussão contém os ingredientes necessários para germinar um debate sobre perseguições antigas e modernas, justificadas pelas mais variadas alegações. Aliás, o filme apresenta exemplos
de “modernas inquisições”, ao mostrar
interrogatórios de supostos simpatizantes
do comunismo por tribunais norte-americanos, no início da guerra fria. Tais perseguições estão associadas à falta de liberdade de opinião, problema enfrentado por
inúmeros povos ao longo da história.
E hoje? Será que os alunos identificam
esse tipo de problema em seu cotidiano?
O que acham da liberdade de opinião? Há
limites? A censura é necessária? Há liberdade de expressão nos meios de comunicação, como a televisão, por exemplo?
Essa linha de raciocínio dá margem a um
interessante debate na área de Ética, sugerindo também temas para trabalhar em
Língua Portuguesa.
Literatura e Ética
Religião e poder
Os textos do historiador francês Jules
Michelet (1798-1874), que por seu estilo pessoal e apaixonado é considerado
quase um romancista, servem de referência para um trabalho em Literatura. Convém destacar e copiar alguns trechos de
Michelet sobre as feiticeiras e o universo
feminino no período medieval e discuti-los
com os alunos. Para ele, a bruxaria exprimia um protesto das classes dominadas
contra a ordem social que as sufocava.
Os dados referentes à perseguição às
bruxas apresentados no filme demonstram que a ação da Inquisição espanho-
O vídeo mostra como a Inquisição espanhola, a partir do século 16, serviu à
Contra-Reforma para perseguir principalmente judeus e protestantes. Nessa mesma época, na península Ibérica, Estado e
Igreja se dedicavam à colonização das Américas portuguesa e espanhola. Para o Estado, a conquista servia como instrumento para acumular riqueza e poder. O objetivo declarado da Igreja era a conquista espiritual, voltada para a ampliação do “rebanho” católico – ameaçado na Europa pela
ação da Reforma protestante. Essa reflexão pode servir de ponto de partida para
Na área de Ciências
14
orientar uma pesquisa a
respeito da influência das
religiões (judaísmo, islamismo e cristianismo) sobre a vida em sociedade no
mundo atual e de sua possível utilização como fonte
de acumulação de riqueza
e poder.
No Ensino Médio, a
mesma temática serve de
eixo para o professor de Filosofia discutir o conceito de poder e as
estratégias de dominação ao longo da história. É impor tante para a formação do
espírito crítico-analítico do aluno transportar o foco das análises aos dias de hoje e
discutir o papel da propaganda na manipulação das consciências.
Leia também
LOPEZ, L.R. A história da inquisição. Porto
Alegre, Mercado Aberto, 1993.
MICHELET, JULES. A feiticeira. Rio de Janeiro,
Nova Fronteira, 1992; A agonia da Idade Média, São Paulo, Educ, s/d.
NOVINSKY, ANITA. A inquisição. São Paulo,
Brasiliense, 1982.
QUEIROZ, T.A.P. DE. As heresias medievais. São
Paulo, Atual, 1988.
Veja também
Na internet
Sobre medicina na Idade Média
www.dhi.uem.br/publicacoesdhi/janus/
1997/janus_02.htm
Sobre a Inquisição no Brasil
w w w . t j . b a . g o v. b r / p u b l i c a c o e s /
mem_just/volume2/cap10.htm
Da TV Escola, os programas
Alta Idade Média 1 e 2; Tempos medievais –
a vida dos religiosos e dos servos
CONSULTORIA
As sugestões de trabalho apresentadas nos textos desta seção foram elaboradas com a consultoria dos professores Álvaro César Giansanti (História), Sílvia Bárbara (Geografia),
Marlito T. Souza Lima (Filosofia),
Noemi Jaffe (Literatura), Cristina
Sucupira (Ciências), Rodrigo Travitski (Meio Ambiente) e Patrícia
Raffaini (Pluralidade Cultural).
TV E SCOLA
ESCOLA ABERTA
O
MAIS PODEROSO DOS FIOS
Você sabia que o fio da aranha é três
vezes mais forte e resistente que o aço?
Pois esta e outras descobertas científicas aparecem em O mais poderoso dos
fios, um dos 12 filmes de Ver Ciência,
programação incluída em Escola Aberta
neste bimestre, para proporcionar sessões bem especiais de entretenimento e
aprendizado.
Trata-se de uma seleção inédita de
filmes e documentários produzidos recentemente em oito países: Japão, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Estados Unidos, Suíça, Canadá e Brasil. Com os mais
elevados padrões de qualidade, reconhecida competência técnica e rigor científico, eles abordam temas atuais e instigantes. Toda a família, vizinhos, amigos
e pessoal da escola poderão aliar o prazer de sessões de cinema à oportunidade de ampliar e aprofundar seus conhecimentos.
Os filmes a que sua escola e sua comunidade vão assistir foram selecionados no Festival Image et Science, realizado na França e considerado o mais
importante evento de divulgação de ciência e tecnologia do planeta. Incluem,
por exemplo: Clonagem: estamos brincando de Deus? (sobre os progressos
da biotecnologia); Parque das Capivaras, santuário ecológico (resultados de
pesquisas arqueológicas no Piauí); O
mais resistente dos fios (detalhes do
fio super-resistente produzido pela
aranha em sua teia); O milagre do coração (impressionantes imagens do coração de diversos animais, inclusive insetos); Pioneiros do cosmos (uma viagem imaginária, planejada para atingir outro planeta do sistema solar).
ATENÇÃO...
...à grade da programação (abaixo). E
lembre-se:
• Grave e assista aos filmes com antecedência, para preparar a exibição.
• Planeje o evento cuidadosamente,
com a participação de sua turma,
para obter o melhor aproveitamento possível.
• Envolva os alunos na tarefa e incentive-os a convidar amigos, colegas e
familiares.
• Apresente o tema à classe e estimule os alunos e seus familiares a fazerem leituras e conhecerem um pouco a respeito do assunto que será tratado – o interesse e a participação
serão muito maiores se a platéia já
tiver noções do assunto abordado.
* Depois de cada filme, organize debates e converse com o público a respeito das próximas apresentações.
VER CIÊNCIA
Sábados e domingos a partir das 15h
Série
Nanoespaço: as máquinas moleculares
Everest, a zona da morte
Transplantes entre animais e homens
Em busca das origens humanas
Clonagem: estamos brincando de Deus?
O mais resistente dos fios
Show da tecnologia – I
Os segredos do movimento
Show da tecnologia – II
Pioneiros do cosmos
O milagre do coração
Biônica: sobressalentes para o corpo humano
Parque das Capivaras, santuário ecológico
TV E SCOLA
Dia
4e5
11 e 12
18 e 19
25 e 26
1e2
8e9
8e9
15 e 16
15 e 16
22 e 23
29 e 30
6e7
6e7
de maio
de maio
de maio
de maio
de junho
de junho
de junho
de junho
de junho
de junho
de junho
de julho
de julho
Duração
60’
60’
50’
60’
60’
30’
30’
30’
30’
52’
52’
30’
20’
15
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
ENSINO MÉDIO
DICAS
COMO F
AZER?
FAZER?
OS CARECAS /
CABELO GRISALHO
Programa produzido para a
Grade de programação do
ensino médio, comentado
por professores de
LÍNGUA INGLESA
BIOLOGIA
SOCIOLOGIA
Transmissão: 20 de maio
Duração: 8’09” ( Os carecas ); 6’15”
( Cabelo grisalho )
Direção: Caroline Voitorici
Realização: TV Ontario, Canadá, 1997
MOSCAS / BARATAS
Programas produzidos para
a Grade de programação do
ensino médio, comentado
por professores de
LÍNGUA INGLESA
BIOLOGIA
QUÍMICA
Transmissão: 25 de junho
Duração: 6’58” (Moscas ); 7’40” (Baratas)
Direção: Caroline Voitorici
Realização: TV Ontario, Canadá, 1997
RESUMO
O
s quatro programas fazem parte da série Por que será? Misturando visão científica e bom humor,
essa série aborda diversos assuntos
relacionados ao mundo que nos cerca. Os dois primeiros, Carecas e Cabelo grisalho, revelam as causas científicas da calvície e do surgimento de
cabelos brancos nos seres humanos.
Moscas e Baratas exploram o universo dos dois principais insetos que costumam infestar as casas. De cada um
deles são exibidas duas versões, uma
legendada em por tuguês, e a outra,
em inglês (a duração indicada se refere à versão em um dos idiomas).
16
ESPECIAL
A
exibição dos vídeos com legendas em português e em inglês sinaliza uma dinâmica de trabalho na aula
de língua inglesa que se revelará valiosa por aliar o lúdico à aprendizagem. A
proposta é a realização de uma atividade comparativa entre os textos apresentados nas duas versões dos quatro filmes. Para tanto, assista aos vídeos previamente e selecione alguns trechos dos
filmes legendados em inglês, não se esquecendo de incluir os momentos mais
engraçados, que cer tamente chamarão
a atenção de todos.
Antes de iniciar a exibição, relembre
aos alunos que a finalidade de qualquer
língua é a comunicação,
e não apenas a elegância
ou a precisão da pronúncia e das estruturas. A
compreensão, ou a fixação desse preceito, vai
ajudá-los a se desinibir e
a entender que a par ticipação ativa de cada um
será valorizada, não impor tando seu nível de
conhecimento anterior da
língua.
É recomendável o trabalho em grupo, que costuma produzir resultados
surpreendentes. Os grupos, no entanto, não devem ser muito grandes, de forma a permitir a participação de todos os alunos. Cada
estudante deve ter ao menos uma oportunidade de tomar parte na discussão, podendo fazê-lo em inglês ou em português.
Estimule-os, no entanto, a se expressar na
língua inglesa.
Escolha uma das fitas não traduzidas
para iniciar o trabalho. Após exibi-la inteira, reser ve algum tempo para sondar
a opinião dos alunos. Eles conseguiram
acompanhar as explicações do apresentador? Perceberam os toques de humor?
Estimule a classe a dar respostas em
inglês. Após esse aquecimento, reinicie
a exibição, agora congelando as par tes
escolhidas. Convide a turma a formular,
por escrito, uma tradução para cada legenda. Apresente a seguir a mesma cena
legendada em português, para que todos
façam a comparação.
Em seqüência a essa atividade
(pode ser em outra aula), exiba as duas
versões e proponha que, divididos em
grupos, os alunos procurem as diferenças entre a expressão na legenda em
inglês e por tuguês. Eles notaram algum termo impropriamente traduzido
ou formas diferentes de fazer a mesma tradução? Para isso, volte a fita
quantas vezes for necessário, dando
tempo para que os estudantes analisem as legendas. Essa atividade será
ainda mais interessante se for possí-
Crescimento de fios de cabelo
vel ter no local dois equipamentos de
tevê e videocassete, para fazer a exibição simultânea das duas versões.
Gramática e vocabulário
Os mesmos vídeos, isoladamente ou
em apresentações comparativas, também permitem planejar aulas para analisar itens como: gramática e estruturas;
vocabulário; o conteúdo e as possibilidades de estabelecer atividades interdisciplinares; o contexto.
Ao fazer a preparação, leve em conta,
entre outras, as seguintes características:
1. O vídeo Os carecas permite o trabalho com os pronomes interrogativos
TV E SCOLA
who/what/where/when/how e how
come; em Cabelo grisalho, pode ser
explorado o emprego dos verbos to be
e to have. Os dois vídeos sobre insetos (baratas/moscas) estão repletos
de sentenças condicionais em que
aparecem os termos would e if.
2. Em cada vídeo, podem ser selecionados substantivos e verbos relacionados ao cotidiano, em forma de listas
curtas, como por exemplo: bald, hair,
colors etc.
3. Os dois programas referentes aos
cabelos propiciam a análise em dois
níveis. Em primeiro lugar, do ponto
de vista da sensação provocada
pela queda de cabelos e/ou pelo
surgimento dos cabelos brancos, e
pelos temores que acompanham
esse processo. Em seguida, discuta as conseqüências sociais (preconceitos) que essas transformações provocam.
4. Nos programas Moscas e Baratas o
destaque é dado aos riscos que esses insetos oferecem à saúde, mostrando a dificuldade em combatê-los.
Aproveite para discutir com os alunos
as formas de enfrentar esse problema e prevenir doenças, colocando
questões de higiene e saúde.
Planejamento de uma aula
Reser ve 15 minutos para apresentar
na lousa as estruturas lingüísticas necessárias ao entendimento do documentário escolhido. Selecione exemplos que
estejam próximos do universo de significados dos filmes, procurando assegurarse de que todos os alunos compreendem
essa estrutura.
Dedique mais 10 minutos para discutir questões que relacionem o cotidiano
dos alunos com o conteúdo abordado no
vídeo. Por exemplo:
Quem tem alguém careca ou grisalho
na família?
Who’s bald in your family?
Quantos homens ou quantas mulheres carecas ou grisalhas você conhece? Quem sabe por quê?
TV E SCOLA
How many balds man or women do you
know? Who knows why?
Quais são as diferenças entre as moscas e outros insetos?
What are the differences among flies
and other insects?
Por que a barata sobrevive tanto tempo?
Why do roaches sur vive so long?
Dedique 5 minutos à organização da
turma em grupos, orientando os alunos
em relação aos aspectos que merecem
maior atenção, durante a exibição. Proponha para isso algumas questões,
como por exemplo:
Em Os carecas / Cabelo grisalho
a.Por que só os homens são carecas?
Why do men alone get bald?
b.Cabelos brancos são sinônimo de
velhice?
Is grey hair the same as old age?
Em Moscas / Baratas
a.Por que a mosca é tão perigosa para
um ser humano?
Why is a fly so dangerous to human
beings?
b. Por que é tão difícil pisar numa barata?
O
Why is it so dificult to step on a
roach?
Tempo e dinâmica
A dinâmica da atividade planejada
para cada assunto ou conteúdo gramatical determinará o tempo necessário para desenvolvê-la, em uma ou
em duas aulas. Vale lembrar que o espaçamento de alguns dias entre as
aulas com vídeos cria uma expectativa saudável nos alunos. Isso permite que par te do warm-up (aquecimento) para a aula seja feito com cer ta
antecedência.
Em relação à proposta de estrutura da aula, os tempos indicados
aqui são apenas sugestões. Cada
professor precisa fazer as adaptações necessárias, de acordo com
suas condições de trabalho e com
as características da classe.
Planeje para aulas posteriores atividades que envolvam a escrita, como
resumo dos filmes, ou de trechos deles, em língua inglesa.
Ken Deva
Professor do Sistema Anglo de Ensino,
São Paulo, SP.
QUE DIZEM OS PARÂMETROS
No âmbito da LDB e do Parecer do CNE, as línguas estrangeiras modernas recuperaram, de alguma forma, a importância que durante muito
tempo lhes foi negada. Consideradas muitas vezes, e de forma injustificada, como pouco relevantes, elas adquirem agora a configuração de
disciplina tão impor tante quanto qualquer outra, do ponto de vista da
formação do aluno.
É preciso pensar no processo de ensino-aprendizagem das línguas estrangeiras, em termos de competências abrangentes e não estáticas, uma
vez que uma língua é o veículo, por excelência, de comunicação de um
povo e, através de sua expressão, esse povo transmite sua cultura, suas
tradições e seus conhecimentos.
Entender-se a comunicação como ferramenta imprescindível, no mundo
moderno, com vistas à formação pessoal, acadêmica ou profissional, deve
ser a grande meta da aprendizagem de língua estrangeira.
Parâmetros Curriculares
Nacionais, Ensino Médio,
Parte II, pág. 11.
17
D ESTAQUES DA PROGRAMAÇÃO
ENSINO MÉDIO
COMO F
AZER? A ESCOLA
FAZER?
REVOLUÇÃO
Programa produzido para a
Grade de programação do
ensino médio
Transmissão: 2 de maio
Duração: 23’06”
Direção: David Willcox
Realização: BBC, Inglaterra, 1996
Indicado para atividades com alunos das
três séries do ensino médio.
Este programa é comentado por
duas professoras, uma de História e
outra de Matemática, que apresentam
experiências feitas para transformar
qualquer coisa em material didático.
Oferecem alguns exemplos invulgares,
como o de utilizar os folhetos distribuídos nos semáforos das grandes cidades em objetos úteis para o ensino da
Matemática.
e apresentam experiências de atividades curriculares que podem contribuir
para que os alunos se sintam par te da
escola. Um deles mostra uma experiência muito interessante, utilizando o jogo
de xadrez.
ACER
VO
ACERVO
O CAOS — A
CIÊNCIA DA
DESORDEM
COMO F
AZER? A ESCOLA
FAZER?
CONTRAPONTOS
Programa produzido para a
Grade de programação do
ensino médio, comentado por
professores de
Programa produzido para a
Grade de programação do
ensino médio
Transmissão: 16 de maio
Duração: 18’50”
Direção: Nanci Barbosa
Realização: Sindicato dos Metalúrgicos do
ABC – TV dos Trabalhadores, Brasil, 1999
Indicado para atividades com alunos das
três séries do ensino médio.
RESUMO
Goya: detalhe do quadro A família real
RESUMO
N
este programa, da série Irmã Wendy e a história da pintura, a freira
Wendy Becket apresenta alguns destaques da produção artística da Inglaterra, e depois da França, em dois momentos históricos: a Revolução Industrial e
a Revolução Francesa. Ao analisar cada
pintura, a apresentadora faz uma viagem
ao momento e ao local retratados, comentando traços do contexto histórico,
em uma lição de como observar e interpretar a obra de arte. O programa é encerrado na Espanha, onde irmã Wendy
analisa Goya e o retrato da família real.
QUESTÃO TRATADA
“Como transformar qualquer
material em recurso didático?”
18
D
a série ABCD Jovens, este programa
apresenta depoimentos de estudantes de escolas públicas que moram em favelas e em bairros da periferia do ABCD
paulista. Traz as opiniões dessa juventude
em torno de sete temas: desafios, imagens, escola, preconceitos, sentimento do
mundo, buscas e sonhos. Questões como
estagnação da escola, discriminação referente à posição social e à juventude, falta
de acesso à cultura, violência, medo de
constituir família e massificação pela mídia, entre outras, compõem-se com os sonhos desses jovens de romper a prisão que
o desconhecimento representa.
MATEMÁTICA / FÍSICA
FILOSOFIA
Transmissão: 3 de maio
Duração: 50’49”
Direção: Henri Picard
Realização: Les Films du Village, França,
2001
Indicado para atividades com alunos das
três séries do ensino médio.
RESUMO
S
ete cientistas explicam a Teoria do
Caos, que tem por objetivo compreender e dar resposta às variações
aleatórias e irregulares observáveis na
natureza. Com recursos de animação e
inúmeros documentos, o vídeo apresenta os diversos conceitos envolvidos no
estudo do caos, como o de dependência sensível das condições iniciais –
usado para explicar o efeito borboleta –,
de fractais etc.
QUESTÕES TRATADAS
“Como fazer com que os alunos
se sintam parte da escola? Como
conhecer os alunos da escola?”
Dois professores, um de Brasília e outro do Rio de Janeiro, comentam o vídeo
Detalhe de máquina caótica
TV E SCOLA
OUTRAS ATRAÇÕES
AR
TE
ARTE
EDUCAÇÃO ESPECIAL
O ANEL
DEFICIÊNCIA
A partir da ópera O anel dos Nibelungos, de Richard Wagner, o programa
reconta a fábula do anel de ouro, com
modernos recursos de animação e muita música. Transmitido dia 22 de maio.
MA
TEMÁTICA
MATEMÁTICA
ARTE E
MATEMÁTICA
Esta premiada série põe em destaque a aproximação entre os padrões
existentes na natureza, reconhecidamente matemáticos, e aqueles observáveis
em vários tipos de manifestação artística, como música, pintura, artes plásticas,
literatura, arquitetura etc.
Além das reprises, três episódios inéditos serão apresentados no dia 10 de
junho. O belo aborda a organização matemática nas diversas escalas musicais
e a relação da matemática com o ritmo.
Forma dentro da forma trata do fascínio
que as figuras geométricas sempre exerceram sobre os homens e da relação entre noções da geometria e a produção
artística na história humana. E Música
das esferas discute o conceito de belo e
sua variação ao longo dos tempos.
O site da TV Cultura traz sinopses e outras informações de todos os programas:
www.tvcultura.com.br/artematematica
MENTAL
Dirigida aos professores de classes especiais, essa série transmitida dia 20 de
junho apresenta seis programas de grande interesse para a comunidade escolar.
Os filmes discutem lugares-comuns geradores de preconceitos, como o que associa a deficiência mental à loucura, e trazem contundentes depoimentos de pais e
de adolescentes portadores de deficiências.
“A deficiência mental não tem cura, porque não é uma doença. Mas temos capacidade de aprender, gostamos de aprender – de preferência, com as outras pessoas”, diz Caio, um adolescente portador
da síndrome de Down. A idéia da inclusão de alunos portadores de deficiência
nas escolas da rede pública, e as maneiras de torná-la efetiva, são os fios condutores da série.
O narrador do programa
LITERA
TURA
LITERATURA
Bia e Beto
com Eugênio, amante da poesia e dono
de uma biblioteca fantástica, Puf e Pof,
duas bolas de poeira espevitadas, e o
gato Sócrates, falante e bonachão, que
dá o mote e a síntese de cada episódio.
As histórias estimulam as crianças a
ler e escrever, registrar suas experiências, pesquisar e buscar referências nos
livros ou no computador, contribuindo
para desenvolver a linguagem oral e escrita. O tema central de cada episódio é
permeado de situações que envolvem
questões de Geografia, História, Literatura, Ética e Língua Portuguesa.
ÉTICA
QUANDO
EU
FECHO OS OLHOS
No dia 21 de maio são apresentados
quatro programas desta série, que focaliza regiões em conflito através do olhar
de crianças que vivem essa difícil realidade. Elas falam de seus medos e desejos, e questionam a possibilidade de
construir um futuro sem os traumas provocados pela guerra. Os episódios se
passam em Kosovo, Cambodja, Ruanda
e Libéria. No dia 22 de maio, em um programa de Como Fazer?, professores de
História, Antropologia e Filosofia comentam o episódio de Kosovo, Tristeza
e fuga.
O MUNDO MÁGICO
DE BIA E BETO
RELAÇÕES
ORIENT
AÇÃO SEXUAL
ORIENTAÇÃO
Fractal, em Forma dentro da forma
TV E SCOLA
Atendendo a pedidos, a TV Escola retoma a exibição dessa série de animação com
bonecos sobre o universo mágico da leitura e da escrita. Em maio serão transmitidos catorze episódios (dias 8 e 9) e a programação continuará no segundo semestre. No centro das aventuras estão os inseparáveis amigos Bia e Beto, que se envolvem em divertidas e instrutivas peripécias
DE
GÊNERO
O programa começa em uma aula de
Ciências, em que o professor fala dos anfíbios. Um sapo falante entra na conversa e participa da discussão entre o professor, um aluno e uma aluna, a respeito das diferenças entre meninas e meninos. Transmitido dia 16 de maio.
19
A
hora
ea
vez
das
merendeiras
Reportagem: Rosangela Guerra / Fotos: Iolanda Huzak
20
TV E SCOLA
Merendeiras de
seis estados da
Amazônia se
reúnem na sétima
Oficina de
Merenda Escolar.
Antes de ir para
o fogão, não
esquecem um dos
objetivos da
oficina: olhar para
si, cuidando do
próprio corpo.
Elas cozinham com afeto
e conhecem as tradições
culinárias. As Oficinas de
Merenda Escolar, realizadas
em várias regiões do
país, mostram o importante
papel das merendeiras na
educação. A série Hora
da Merenda, um registro
das oficinas, será
transmitida pela TV Escola.
TV E SCOLA
egue o barco pelo rio Acre, que banha a cidade
de Rio Branco. Os moradores ribeirinhos acenam da margem, sem saber quem são e para
onde vão aqueles que estão no barco. Dia de
céu azul, águas mansas e muitas histórias. Quem
as conta são merendeiras de seis estados da Amazônia.
“Os botos”, elas dizem, “se apaixonam pelas mulheres
que vêem no rio.” Nina Horta, pedagoga, dona de buffet e
escritora de gastronomia, e o chef de cozinha Carlos Siffert
ouvem os casos saborosos dessas mulheres que cresceram aprendendo as lendas da floresta, o poder de cura
das plantas e o uso de produtos típicos, tradições orais
repassadas ao longo do tempo.
Depois de uma hora de viagem chega-se à comunidade Catuaba, numa clareira aberta na floresta, onde fica a
Escola Rural de Ensino Fundamental Dr. Augusto Mon-
S
21
A HORA E A VEZ DAS
MERENDEIRAS
teiro. Acontece aqui a sétima e última Oficina
de Merenda Escolar. A equipe da Fundação
Joaquim Nabuco (Fundaj) está a postos para
gravar mais um programa da TV Escola.
A série Hora da merenda, composta por
catorze vídeos produzidos em sete cidades
brasileiras, estará no ar a partir do segundo
semestre na Escola Aberta. Os programas,
produzidos pela SEED para transmissão
pela TV Escola, em parceria com a Secretaria de Educação Fundamental (SEF) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), têm como objetivo sensibilizar diretores, professores e toda a comunidade escolar para a valorização das merendeiras. No primeiro programa é feita a
apresentação da Oficina de Merenda Escolar e dos consultores Nina Horta, Carlos Siffert e Olivier Anquier, este último conhecido pelos programas de culinária que apresenta na tevê. Os demais vídeos registram
as experiências com as oficinas.
Para complementar a programação, os
responsáveis pelo Programa Nacional de
Alimentação Escolar (PNAE) e a Secretaria de Educação Fundamental estão preparando um livro com as receitas ensinadas pelas merendeiras, para ser distribuído
nas escolas. A publicação retratará de certa
forma a diversidade de hábitos alimentares do país, divulgando também as receitas
preferidas pelos alunos.
Para o professor, os vídeos e o livro representarão recursos didáticos preciosos para
desenvolver trabalhos interdisciplinares a respeito da educação alimentar, integrando inclusive os temas transversais estabelecidos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN).
22
O OLHAR: NO ESPELHO
E NO PRATO
A oficina das
merendeiras acontece
na Escola Rural
de Ensino Fundamental
Dr. Augusto Monteiro.
Aqui, todo o mobiliário
é em madeira de
lei, cedida pela
Secretaria deEducação
do Acre, que aproveitou
assim produtos
apreendidos pelo Ibama.
Bela imagem para os olhos! A Escola Rural de Ensino Fundamental Dr. Augusto Monteiro (de 1ª a 8ª série), que sedia a oficina em
Rio Branco, é pintada de verde-claro e tem
janelas laranja, de onde se vêem as castanheiras esguias sobressaindo no seringal. Dentro,
todo o mobiliário é de madeira de lei. “As
carteiras respeitam a anatomia das crianças e
foram feitas pela Secretaria de Educação do
Acre, que aproveitou a madeira apreendida
pelo Ibama”, conta a diretora Maria do Rosário da Silva Brandão.
No pátio da escola, uma brincadeira da
região descontrai os participantes: “Vou fazer uma farinhada, Natalina eu vou chamar.
Só quem gosta de farinha é que sabe peneirar”. Enquanto cantam, batem palmas e dançam “peneirando a farinha”, as merendeiras
são chamadas à roda, uma a uma.
“Eu sou Natalina Abreu, de Marzagão,
Amapá, e me orgulho de ser merendeira.”
TV E SCOLA
A HORA E A VEZ DAS
MERENDEIRAS
“Eu, Maria de Fátima de Oliveira, sou filha
de Xapuri, Acre, e faço merenda há 19 anos.”
Todas se apresentam, muitas se emocionam
e confessam que só o convite para participar
da oficina já fez o coração bater mais forte.
Para refletir sobre a importante função
das merendeiras na escola, Nina Horta e Carlos Siffert usam estratégias criativas que deixam todas à vontade. Por exemplo? As merendeiras recebem batons e esmaltes para
serem usados, despertando a vaidade. Um
bom início de conversa, sobre um dos objetivos da oficina: olhar para si e os cuidados com o próprio corpo.
Enquanto se olha no espelho para ver o
efeito do batom vermelho, Rosangela de Castelo, do Pará, fala de sua alegria ao cozinhar.
TV E SCOLA
Na brincadeira
típica da região,
as merendeiras e
Nina Horta entram
na roda, cantam,
dançam e se
apresentam: “Vou
fazer uma
farinhada, Natalina
eu vou chamar. Só
quem gosta de
farinha é que sabe
peneirar”.
Natalina Abreu, do Amapá, passa esmalte nas
unhas de Nina Horta e diz com orgulho que a
meninada de sua escola ganha energia com produtos da região, como açaí e pratos feitos com
castanha. Atraída pelo movimento na escola,
Raimunda Pereira Souza, 71 anos, ex-merendeira da Dr. Augusto Monteiro, vai chegando
devagar, com jeito de quem quer participar
também. Diz que sente saudade da cara de
felicidade dos alunos diante do prato. “No
meu tempo era preciso pedir aos pais que trouxessem algum alimento de casa para eu cozinhar. Hoje a escola pode oferecer uma comida boa para a saúde dos meninos”, diz.
Para cumprir outro objetivo da oficina, o
de valorizar a cultura alimentar da região, abrese a roda de conversa e cada uma conta o que
costuma cozinhar em casa e na escola. Curiosos, Nina Horta e Carlos Siffert não perdem
os detalhes. Leonila da Rocha, do Acre, conta
como faz o munguzá, com milho e leite de
castanha. Aos poucos vão surgindo receitas de
pão de milho, suco com a casca de abacaxi,
chás de plantas medicinais, sopa de maxixe,
mingau de jerimum, charque com abóbora,
croquete de carne com macaxeira, pirarucu
salgado, tacacá, tucupi, jambu e tantas outras
comidas e temperos desconhecidos no resto
do Brasil. Depois de tudo isso, ninguém mais
23
A HORA E A VEZ DAS
MERENDEIRAS
24
TV E SCOLA
A HORA E A VEZ DAS
MERENDEIRAS
duvida de que a fartura de costumes alimentares é coisa nossa – brasileiríssima.
“Querem experimentar um sabor diferente?”, propõe Carlos Siffert. Vem aí uma surpresa: o tama-raco. Curiosas, elas desembrulham o doce mexicano feito com tamarindo
e temperado com pimenta. Umas apreciam
o sabor, outras, não. Mas todas aprovam a
novidade e algumas até pedem mais. “Quero levar para que na minha escola as pessoas
também experimentem”, conta Alaíde Borges da Silva, do Amazonas.
Ao final do dia, as merendeiras voltam
para o hotel em Rio Branco comentando a
oficina. Algumas nem tinham ainda saído do
lugar onde nasceram, a maioria viajou de
avião pela primeira vez, muitas nunca haviam se separado da família. Deixaram um
ambiente seguro, conhecido e estão vivendo
experiências novas. No rosto dessas mulheres falantes há uma expressão feliz.
COM A MÃO NA MASSA
Quase 8 horas e lá estão as merendeiras
com Nina Horta e Carlos Siffert no Merca-
TV E SCOLA
Os produtos da
região chegam
pelo porto
do rio, enchendo
de cores e
aromas o mercado
municipal.
Os consultores,
Nina Horta e
Carlos Siffert,
aprendem com as
merendeiras a
escolher os
ingredientes para
fazer os pratos da
cozinha
amazônica.
do Municipal Elias Mansur, em Rio Branco.
Aqui, elas são as professoras. Apresentam os
diferentes tipos de pimenta e de farinha, as
ervas, mostram que sabem escolher o tucupi
(caldo fermentado de mandioca) e caminham
seguras entre mantas de pirarucu salgado, pilhas de queijos de coalho, amontoados de bananas, abacaxis e outras frutas da terra.
Com a lista de compras na mão, decidem o que vão levar para cozinhar na Escola
Rural de Ensino Fundamental Dr. Augusto
Monteiro, a mesma do dia anterior. Dessa
vez todos vão de ônibus e caminhonetes, percorrendo 29 quilômetros do centro da cidade até a escola. É só chegar e começam logo
a colocar os ingredientes na cozinha e lavar
as mãos. Vestir os aventais que trouxeram na
bagagem é um cerimonial compartilhado entre elas com orgulho. Uma ajuda a outra a
ajeitar a touca, a dar o laço e tirar as marcas
do avental que estava dobrado na mala, esperando a hora de ser usado.
A hora é agora. A cozinha da escola é pequena para tantas pessoas? Não há problema, elas dão um jeito e até se divertem, por-
25
A HORA E A VEZ DAS
MERENDEIRAS
que sabem que cozinha é lugar de trabalho,
invenção e também de prazer. Enquanto uma
bate as castanhas no liqüidificador para extrair o leite, outras lavam as folhas do jambu
(erva de sabor picante), cortam a cebola e o
cheiro verde, ralam o coco e destroçam a
carne de porco e a galinha. De vez em quando alguém se lembra da música do dia anterior e o coro começa: “Vou fazer uma farinhada, Natalina eu vou chamar. Só quem gosta
de farinha é que sabe peneirar”.
Requisitados a todo momento pelas merendeiras para ver como fazem os pratos,
Nina Horta e Carlos Siffert descobrem os
segredos da culinária amazônica. Nina, mestre na arte de enfeitar a
mesa, ensina que folhas
grandes, como as da bananeira, podem substituir a toalha em dias de
festa. E por que ter vergonha das panelas de
alumínio, que brilham
na mesa cheias de frutas e legumes da região?
A simplicidade dá o ar
da graça e do frescor
que aguçam os sentidos.
E não é que já está
26
Mestres da
culinária:
o chef de cozinha
Carlos Siffert entre
Raimunda Pereira
Souza, que durante
20 anos cozinhou
para as crianças da
Dr. Augusto
Monteiro e
Raimunda Silva de
Araújo, atual
merendeira da
escola.
tudo pronto? Sobre a mesa tem porco com
tucupi; arroz com carne de sol picadinha;
mingau de jerimum com coco, munguzá com
leite de castanha e o delicioso tacacá, um caldo quente servido na cuia, feito com goma
de mandioca com tucupi, cebolinha, pimenta, folhas de jambu e camarões secos. Raimunda, a ex-merendeira da escola, colocou
sobre a mesa o bodó, um bolinho frito de
jerimum. Nina Horta e Carlos Siffert fizeram sua parte. Ela preparou um mingau com
pérolas de tapioca e pedacinhos de manga.
A escolha dele foi um pãozinho fácil, rápido,
com farinha de trigo, manteiga gelada, sal,
leite e sementes de especiaria, como erva-doce
ou outra do agrado das crianças. Ao fazer o
pão, Carlos mostrou a importância de usar o
gesto certo ao movimentar as mãos e os braços na hora de trabalhar a massa. Uma lição
clara de que cozinhar bem é uma questão de
casar amor e técnica.
ALIMENTAM E EDUCAM
Enquanto preparam os pratos regionais,
as merendeiras conversam sobre educação.
Rosangela de Castelo, do Pará, espera que o
conselho escolar aprove seu projeto Criança
limpa na escola. “Quero formar um grupo de
mães voluntárias para ajudar a cuidar da hi-
TV E SCOLA
A HORA E A VEZ DAS
MERENDEIRAS
UM GRANDE PRAZER, CONHECÊ-LAS!
Durante o ano passado viajei pelo Brasil para participar, junto com
Carlos Siffert e Olivier Anquier, das Oficinas de Merenda Escolar. Queria
contar para você, professora, tudo sobre as merendeiras, mas não dá.
Foram poucos dias com cada grupo, mas que me pareceram anos de
convívio com elas.
O que posso dizer é que me surpreendi. Adivinhe o que eu esperava
encontrar? Mulheres cansadas, fazendo comida para uma meninada levada
e barulhenta. E que tipo de comida? Coisas copiadas de anúncios de televisão, embalagens e folhetos de propaganda. E não é que eu me enganei feio?
Elas fazem uma comida simples, saborosa e sem frescura. São criativas
e cozinham como os grandes chefs. Isso porque a grande moda agora é
comida regional, valorizando a mãe e a avó. Todos os grandes cozinheiros
se voltaram para as raízes – de onde as nossas merendeiras nunca saíram!
O que você acha de uma canjiquinha, ou quirera, bem temperada, como
uma sopa, só que mais leve e coberta de fios finíssimos de couve crua? De
uma salada verde com lascas de abóbora moranga (crua também), que dão
um crocante e levantam o prato? De uma taioba só assustada na frigideira?
Gostei das merendeiras, tenho mantido contato com muitas. Grandes
mulheres, cheias de garra, sabem um pouco de tudo, e na cozinha são
como peixes dentro d´água. Foi um grande prazer conhecê-las.
Nina Horta
giene dos alunos, cortando unhas, conferindo a escovação dos dentes e lavando as cabecinhas.” Natalina de Abreu, do Amapá,
está orgulhosa porque em seu estado a merenda é regionalizada: “Com isso as crianças comem alimentos frescos e nutritivos e
muitas pessoas têm oportunidade de trabalho”. “Meus alunos” – é assim que Maria da
Saúde Mota Pinto, do Amazonas, se refere
à turminha que come o que ela cozinha. “As
merendeiras ensinam a importância de se
alimentar para ter saúde e por isso somos
educadoras também”, argumenta. Margarete Rosália dos Santos Mendes, do Pará, já
terminou o magistério e acalenta um sonho:
“Quero ser nutricionista”.
Uma boa notícia: na Escola Municipal
de Ensino Fundamental Luiza Carneiro
Dantas, também em Rio Branco, as merendeiras participam ativamente do PDE – Plano de Desenvolvimento da Escola, do Fundescola/MEC. “Também somos responsáveis pela melhoria da qualidade do ensino e
já fizemos cartazes para ensinar hábitos alimentares”, conta a merendeira Alessandra
Oliveira de Paula. Ela diz que, assim como
os professores, as merendeiras fazem autoavaliação e têm seu desempenho acompanhado pela comunidade escolar.
TV E SCOLA
DIVERSIDADE:
UM PRATO CHEIO
Uma coisa é certa: nas sete Oficinas de
Merenda Escolar a diversidade foi um prato
cheio, como é a pluralidade cultural do país.
A idéia era essa mesma: não levar uma receita pronta e deixar que as merendeiras e os
consultores pudessem trabalhar com criatividade, valorizando as culturas regionais.
Realizadas de setembro a dezembro do
ano passado, as oficinas aconteceram em Jundiaí (SP), Montes Claros (MG), Joinville (SC),
Petrolina (PE), Imperatriz (MA), Chapada dos
Guimarães (MT) e Rio Branco (AC). Ao
todo, 70 merendeiras de todas as regiões brasileiras participaram de dois dias de oficinas.
Os consultores se dividiram para realizar o
trabalho. Por exemplo: em dezembro de
2001, enquanto Nina Horta e Carlos Siffert
coordenavam a oficina em Rio Branco (AC),
Olivier Anquier estava em Chapada dos Guimarães (MT).
Em setembro, Nina e Olivier atuaram
juntos em Jundiaí, e falaram sobre a relação
saudável entre o corpo e a comida. As merendeiras foram orientadas para fazer cosméticos à base de produtos alimentícios, para
perceber como os ingredientes usados nutrem o corpo. Elas fizeram sabonete líquido
27
A HORA E A VEZ DAS
MERENDEIRAS
com extrato de abacate e aveia, hidratantes
com manteigas de cacau e de caritê e xampu
de ovo caipira, por exemplo.
A roda de conversa sobre comida rendeu. É preciso amor para cozinhar para
crianças, ou basta uma boa mão para o tempero? O estado de espírito da merendeira é
importante para que os pratos fiquem gostosos? O que faz uma criança gostar de uma
comida: fome ou costume? Questões como
essas esquentaram a discussão. Nina Horta
deixou claro que é a favor da simplicidade.
Melhor um prato fundo de mingau de fubá
com quadradinhos de manteiga por cima do
que um pirex com camadas de creme de fubá,
gelatina e claras batidas. A conversa sobre educação também foi longe. Uma das merendeiras comentou com orgulho que já não se sente “atrás do fogão”, mas uma pessoa que participa da educação do seu município.
UM ATO AMOROSO
Em Montes Claros, assim como em outras oficinas, foram exibidas partes do filme
Como água para chocolate, do diretor mexicano
Alfonso Arau. A intenção foi refletir sobre o
conceito de que cozinhar com os produtos
da terra é um ato amoroso, opinião das merendeiras que o filme ajuda a reforçar. Elas
28
Em Chapada dos
Guimarães, Mato
Grosso, Olivier Anquier
conversou com as
merendeiras sobre a
importância de evitar o
desperdício. Cascas,
talos e folhas de
verduras e legumes
usados com
criatividade tornam a
alimentação nutritiva e
gostosa. Ao final da
oficina, ensinou a fazer
a massa básica do
pão, que serve também
para pizza.
enfatizam que, enquanto boa parte dos professores conhece apenas os alunos da sua classe,
elas conhecem todas as crianças da escola. Para
elas, não há alegria maior do que ouvir a meninada perguntar: “Tia, o que vai ter hoje para
comer?”. Em Montes Claros, Nina propôs
que as merendeiras fizessem o próprio avental, símbolo da identidade profissional. Não
faltou bom humor e companheirismo para
tirar as medidas e compartilhar materiais para
que cada uma criasse seu próprio avental, com
seu o nome escrito no bolso.
O que é caçuá, almofariz, cuité, bilha e
bruaca? Em Imperatriz, no Maranhão, Nina
Horta e Carlos Siffert conheceram os utensílios usados tradicionalmente na cozinha regional. Os consultores discutiram com as merendeiras os utensílios realmente necessários
para cozinhar, mostrando que eles podem ser
olhados como um prolongamento das mãos.
Depois, houve uma degustação de bebidas
quentes e frias que estimulou a discussão sobre sabor e a sensação produzida por cada
um. Chá de cominho; chá de casca de laranja
seca; o tan, refresco árabe; e o lassi, uma versão indiana de uma bebida feita com iogurte,
limão e uma pitadinha de água de rosas, foram algumas das bebidas preparadas.
Na terra do delicioso arroz de cuxá (feito
TV E SCOLA
A HORA E A VEZ DAS
MERENDEIRAS
Pão de ervas
INGREDIENTES
– 3 ovos
– 1 xícara de chá de óleo
– ½ xícara de chá de açúcar
– 1 colher de sobremesa de sal
– 4 tabletes de fermento para pão
– 3 xícaras de chá de água fria
– 1 quilo de farinha de trigo
– 1 cebola ralada
– Ervas a gosto: cheiro-verde, orégano,
manjericão e cominho em pó
Em Jundiaí, São
Paulo, as
merendeiras
atuam como agentes
educativos. Encenam
peças de teatro
com histórias de
crianças que não
gostam de comer...
MODO DE FAZER
– Bater no liqüidificador os ovos, o óleo, o
açúcar, o sal, o fermento e a água.
– Despejar numa tigela e acrescentar a farinha
de trigo aos poucos, mexendo sempre até
dar o ponto (a massa deve ficar mole e
meio grudenta).
– Acrescentar a cebola e as ervas.
– Untar uma fôrma, colocar a massa e
deixar que ela cresça.
– Colocar no forno até dourar.
– Desenformar o pão ainda quente e
deixar que ele esfrie, aos poucos, sobre o
fogão, para não umedecer a massa.
RENDIMENTO: 18 porções de 30 gramas cada
Suco vitaminado
INGREDIENTES
– 3 folhas de alface
– 1 copo de suco de laranja
– 1/2 mamão papaia
– 1 colher de chá de farelo de trigo ou aveia
– 1 litro de água
– ½ xícara de chá de açúcar
MODO DE FAZER
Coloque todos os ingredientes no
liqüidificador e dê uma ligeira batida.
RENDIMENTO: 1,5 litro
Receitas preparadas pelas merendeiras de Jundiaí, SP.
TV E SCOLA
...e preparam
receitas de dar
água na boca,
como o pão de
ervas que todos
querem provar.
com camarão seco, gergelim e uma erva chamada vinagreira), Nina Horta e Carlos Siffert
sugeriram que as merendeiras fizessem os pratos à base de arroz mais apreciados pelas crianças. Surgiram o arroz de coco, de forno,
de galinha e de pequi. No final, surpresa! O
chef Carlos surpreendeu as merendeiras com
risotos de vários tipos: com arroz negro, indiano e italiano.
Em suas oficinas, Olivier Anquier, curioso, quis saber como as merendeiras reinventam no dia-a-dia os pratos para agradar as
crianças, que utensílios usam, de que recursos
dispõem, como agem com aquelas que não
querem comer. Claro, ninguém melhor do que as
merendeiras para saber
dos humores, carências e
preferências alimentares
das crianças. “Em Joinville,
elas contaram que uma
boa dose de carinho numa
xícara de erva-cidreira cura
logo os alunos que se dizem doentes”, diz Olivier.
No laboratório de cozinha, as merendeiras prepararam a cuca de banana, um bolo típico do sul
do Brasil. Atento, Olivier
chamava a atenção para
evitar o desperdício: “Sejam criativas, aproveitem
cascas, talos e folhas de legumes e frutas, que são
muito nutritivos”.
Em Petrolina, às margens do rio São Francisco,
Olivier se encantou com a variedade e a qualidade das frutas. E sugeriu que a merenda escolar explorasse o grande potencial da região.
Durante a visita ao mercado as dez merendeiras presentes – de Pernambuco, Alagoas, Paraíba, Sergipe e Bahia – trocavam experiências
sobre os diferentes nomes e formas de cozinhar os alimentos. E uma das discussões mais
interessantes foi a respeito das estratégias para
evitar que os alunos tranquem a boca para alimentos com alto valor nutritivo.
Em Chapada dos Guimarães, Olivier e
dez merendeiras – de Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul, Tocantins e Distrito Federal –
29
A HORA E A VEZ DAS
MERENDEIRAS
visitaram uma horta comunitária para conhecer verduras usadas na região. Na cozinha da
Escola Municipal Maria Luiza ele ensinou
como se faz o pão com água, farinha e fermento e mostrou o gesto correto para preparar a massa, que pode ser usada também
para a pizza. No final, a palavra ficou com as
merendeiras. Para elas, as Oficinas da Merenda Escolar representaram o primeiro reconhecimento pelo trabalho que fazem. E o
maior desejo de todas é ver na tela da TV
Escola a série Hora da merenda.
MERENDA NO CURRÍCULO
Como as crianças comem? Quais são seus
hábitos alimentares? Como aproveitar melhor
as possibilidades dos alimentos regionais?
Como ensinar as crianças a superar preconceitos alimentares? Estas e outras questões têm
sido levantadas por muitos educadores.
A merenda de distribuição gratuita e obrigatória em todas as escolas públicas de ensino
fundamental do país, com raras exceções, ainda não se integrou de fato ao currículo – com
todas as suas possibilidades e necessidades educativas. Apesar de a alimentação ser oferecida
30
A câmara de vídeo não
perde nada. Mais
uma cena registrada
para os vídeos da
Hora da merenda.
às crianças na escola, raramente é olhada como
conteúdo de ensino e educação.
Mas o referencial educativo das Oficinas
de Merenda Escolar está nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Fundamental, que permitem inserir a educação
alimentar no trabalho com os temas transversais. “O objetivo principal do projeto é
trabalhar a merenda escolar como parte integrante do currículo”, diz Maria Auxiliadora
Albergaria, chefe de gabinete da Secretaria de
Ensino Fundamental, do MEC.
O objetivo das oficinas não foi a capacitação profissional, mas sim dar início a um
trabalho que tem como meta pesquisar e valorizar os hábitos nutricionais das diferentes
regiões do país, contribuir para superar preconceitos alimentares, melhorar a qualidade
das refeições e desenvolver hábitos de conduta das crianças em relação à alimentação.
Os vídeos, associados ao livro de receitas, serão de grande utilidade para que o educador
atinja os objetivos propostos.
“Queremos valorizar o saber acumulado
das merendeiras e reforçar os laços de afetividade com as crianças. O papel das meren-
TV E SCOLA
A HORA E A VEZ DAS
MERENDEIRAS
deiras vai além do ato de cozinhar e deve
contribuir no processo de ensino e aprendizagem”, diz Márcia Molina, sub-gerente de
avaliação do Programa Nacional de Alimentação Escolar do FNDE/MEC.
ALIMENTAÇÃO
ESCOLAR NO BRASIL
O Programa Nacional de Alimentação
Escolar (PNAE), criado em 1954, é o mais
antigo programa social do Governo Federal na área da educação. Até 1993, era totalmente centralizado: a União fazia a aquisição, o controle de qualidade e a distribuição dos gêneros alimentícios para o preparo da merenda. No entanto, essa distribuição era prejudicada pelas grandes distâncias
e pela diversidade geográfica e cultural do
país. Para contornar em parte esse problema, dava-se preferência à compra de produtos não-perecíveis, semi-elaborados e formulados. Além do alto custo desse tipo de
alimento, havia entraves burocráticos, acidentes rodoviários e extravios de carga durante o transporte, que contribuíam ainda
mais para atrasar a entrega.
Em 1994 o sistema começou a ser descentralizado, em um processo que se consolidou em 1998, agilizando a compra e contribuindo para a melhoria da qualidade dos
alimentos utilizados. Agora, o FNDE trans-
TV E SCOLA
Pelo monitor, Nina Horta
acompanha a filmagem
junto com Nilza Lisboa,
coordenadora de produção
da Fundação Joaquim
Nabuco (Fundaj).
fere os recursos diretamente para as Entidades Executoras (estados, Distrito
Federal e municípios), normatiza e acompanha a execução do Programa. Uma
das responsabilidades das
Entidades Executoras é utilizar 70% dos recursos financeiros na aquisição de
produtos básicos, com prioridade para os que são semielaborados e in natura. Isso
torna possível comprar alimentos na própria localidade, contribuindo para o desenvolvimento comercial e
social da região. Outra obrigação é oferecer a merenda
em todos os duzentos dias
de efetivo trabalho escolar.
O cardápio, elaborado por um nutricionista, deve respeitar os hábitos alimentares locais e suprir no mínimo 15% das necessidades diárias dos alunos.
Para que tudo isso realmente funcione,
foi criado em cada Entidade Executora o
Conselho de Alimentação Escolar (CAE).
Trata-se de um colegiado composto por representantes dos poderes Executivo e Legislativo, pais, professores e outros segmentos da sociedade civil. Os Conselhos controlam o Programa, participam da prestação de contas e, além disso, envolvem a sociedade civil na distribuição da merenda em
sua comunidade. Os resultados são a compra de produtos melhores a preços menores, bem como a redução de gastos com
transporte e de riscos de contaminação e deterioração da merenda por problemas de
armazenamento.
“Nosso programa é o único do mundo
que atende gratuitamente todo o universo
de alunos do ensino fundamental”, diz Elizabeth Matos de Menezes, gerente do Programa Nacional de Alimentação Escolar.
Em média, são repassados anualmente 900
milhões de reais para que cerca de 37 milhões de crianças sejam atendidas durante duzentos dias letivos. Isso equivale a alimentar
toda a população da Argentina, que é de 37
milhões de habitantes (dados de 2000).
31
Encontro com o
Reportagem: Rosangela Guerra
Fotos: Iolanda Huzak
Professores e alunos viajam para conhecer o São Francisco,
pesquisam o valor nutritivo das frutas do Nordeste e a vida dos
animais, aprendem a cuidar dos dentes e noções de cidadania.
São os preparativos para o Festival da TV Escola em uma
escola de Maceió, Alagoas, ao qual acorre toda a comunidade.
32
TV E SCOLA
Chico
Velho
ela janela do ônibus passam o mar, o mangue e os
coqueirais. De Maceió a Penedo são 186 quilômetros de estrada cortando a paisagem alagoana. “Fico
orgulhoso de ter nascido aqui”, diz Flávio Assunção Silva, 12 anos, da Escola Professor José Vitorino da Rocha, em Maceió. Os alunos da 4ª série vão ao encontro do rio São Francisco, tema do projeto que estão desenvolvendo para o II Festival da TV Escola. Como outros
colegas, Aline Lopes da Silva, 11 anos, passou a noite sonhando com a viagem.
A brisa da manhã bate no rosto das crianças, que apontam da janela do ônibus: “Olha a praia do Gunga!”. Um
P
mostra os canaviais que deram poder para donos de terra na
região. “Que tipo de construção é aquela?”, pergunta a professora Janira Damião de Menezes. Todos observam as casas de taipa, comuns na zona rural. “Quem se lembra dos
estados por onde passa o rio São Francisco?”, indaga Janira.
Com o dedo, alguns desenham no ar o caminho do rio que
nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, atravessa a Bahia,
corre pela fronteira deste estado com Pernambuco, e separa
Sergipe de Alagoas, antes de desembocar no mar.
Em Penedo, a 70 quilômetros da foz do São Francisco,
na divisa de Alagoas e Sergipe, os alunos conhecem o casario
colonial da cidade, vêem o rio e entrevistam “seu” Toinho
Em Penedo, a
professora Janira
Damião de Menezes,
da Escola Professor
José Vitorino da
Rocha, fala da
importância do rio
São Francisco.
TV E SCOLA
33
ENCONTRO COM O
VELHO CHICO
pescador, 56 anos de profissão, que alguns já
conheciam pela imprensa. Consumidores de
mídia, os alunos vivem aqui a experiência de
atuar como repórteres por um dia. “No II
Festival da TV Escola, eles vão mostrar o que
aprenderam sobre o São Francisco”, explica a
orientadora Laura Déa de Almeida Peixoto,
sem perder com sua câmara de vídeo as cenas
da entrevista.
MÃOS DE
PESCADOR
E JEITO DE
PROFESSOR
FESTIVAL DE SUCESSO
Nos dias 8 e 9 de novembro último, a Escola Professor José Vitorino da Rocha, localizada no bairro do Farol, em Maceió, organizou o II Festival da TV Escola. Cerca de 2.500
pessoas conheceram projetos sobre doze temas variados. Os alunos da professora Janira
Damião de Menezes montaram uma exposição com as fotos do São Francisco, recitaram
os poemas que fizeram para o rio e exibiram o
vídeo da viagem a Penedo.
Boa parte do sucesso dos projetos está relacionada à escolha de
temas ligados à realidade das
crianças. Por exemplo, as professoras já tinham observado que, na
hora do recreio, muitas comiam
frutas trazidas de casa às escondidas. Por que? Angélica de Lima
Silva, 10 anos, responde: “As pessoas ficavam mangando [zombando]”. O fato é que a maioria
delas, influenciada pela mídia, só
queria saber de chips e biscoitos
recheados, que poucos pais da comunidade têm condições financeiras de comprar.
Surgiu daí o projeto com o vídeo Frutas do Brasil desenvolvido
por Marlene Martins do Santos,
professora da 3ª série. Ela pediu que
os alunos trouxessem para a classe
frutas do quintal de casa. Agora,
craques no assunto, depois de assistirem ao vídeo e pesquisarem na
biblioteca, todos estão impressionados com a variedade de frutas
encontradas no Nordeste.
Na classe de aceleração da aprendizagem,
os alunos da professora Nazaré da Silva Santos viram o vídeo Plantas medicinais, da série
“Viva Legal” e ficaram animados para desen-
34
“Seu” Toinho
incentiva os
alunos a defender
o Velho Chico.
Quando fica sabendo que os alunos de Maceió
já estão em Penedo, Antônio Gomes dos Santos, o
“seu” Toinho pescador, se apressa. Coloca uma
camisa nova e põe debaixo do braço os poemas e
músicas que faz para o “Velho Chico” (como o
escritor Guimarães Rosa chamava o rio).
Para ele, nem as crianças nem o rio podem
esperar. Mãos calejadas de pescador e jeito de
mestre, ele chega distribuindo folhas com uma
de suas músicas sobre o rio e ensina o refrão:
“Secar o rio é matar os peixes e os pescadores...”.
Ele conta que em 1995 foi à Europa receber o
prêmio concedido pelo Movimento dos Homens
Católicos da Áustria por seu trabalho comunitário em defesa do Velho Chico. “O São Francisco é
mais bonito que todos os rios europeus que eu
vi”, diz antes de ser entrevistado pelos alunos.
— Onde o senhor nasceu?
— Nasci em Penedo, que fica na margem esquerda
do rio São Francisco. Vocês estão vendo do outro
lado do rio? A margem direita fica em Sergipe.
Tenho 70 anos e até hoje trabalho como pescador.
— Por que o senhor resolveu
cuidar do São Francisco?
— Faz muito tempo que participo de movimentos católicos
e, com isso, descobri que não
basta rezar. É preciso também
lutar pelas coisas. Resolvi zelar
pelo rio porque água é vida,
uma dádiva de Deus que precisa ser conservada. Como vicepresidente da Federação dos
Pescadores de Alagoas luto
para que o rio volte a ser forte.
Sou contra a transposição das
águas do São Francisco porque
o rio não pode ajudar outros
volver o projeto. Além de
fazer uma horta de plantas
medicinais, eles trocaram
mudas entre si e levaram
conhecimentos para a comunidade, para que mais
pessoas se beneficiem da
medicina caseira. Interessados no assunto, produziram textos para o livro: As
plantas também curam. “Ninguém falta. Todo
mundo quer vir para a escola”, conta Welington Ribeiro, 14 anos, ex-cortador de cana.
O trabalho infantil foi o tema escolhido pela
4ª série, da professora Quitéria dos Santos, que
TV E SCOLA
ENCONTRO COM O
VELHO CHICO
estados que sofrem com a seca, como Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.
— O que é a transposição das águas?
— É levar as águas do São Francisco para outras
bacias hidrográficas do Nordeste que no período da seca ficam sem água. O rio não dá conta
de abastecer essas bacias porque está doente.
Seu volume de água está tão baixo que o mar
invade cada vez mais o rio. Onde estão o surubim, o dourado e a piaba, estes peixes que eram
tão comuns aqui? Eles sumiram. E, mesmo distante da foz, estamos encontrando peixes de
água salgada como o carapeba e o xaréu. Antigamente, embarcações grandes chegavam ao
porto de Penedo. Agora isso não é mais possível, porque o nível da água está baixo.
— E por que tudo isso aconteceu?
— A construção de barragens e o desmatamento
nas margens ajudaram a desequilibrar a natureza
e enfraquecer o rio. Na natureza é assim: uma coisa
depende da outra. Por isso, nada pode ser destruído. Por exemplo, muitos animais se alimentam na
mata ciliar que beira o rio, mas, se ela for destruída,
eles vão ter de viver em outro lugar.
— O que nós, alunos, podemos fazer pelo São
Francisco?
— Vocês vão contar isso para as pessoas da comunidade, e serão adultos interessados em cuidar da natureza. Uma das maneiras que encontrei para ajudar o rio é trabalhar junto às escolas.
Quase não estudei, sou formado na “academia
da vida”, mas quero dividir o que sei sobre o rio
São Francisco com alunos e professores.
Leia sobre a cidade de Penedo, AL, na página 29
da edição 19 (maio/junho de 2000) da revista
TV ESCOLA.
Valor das frutas, vida
dos animais, plantas
medicinais, saúde dos
dentes: projetos que se
multiplicam na escola.
TV E SCOLA
35
ENCONTRO COM O
VELHO CHICO
usou os vídeos da série Direitos do coração. Os
alunos acompanham o que sai na imprensa sobre o assunto e têm argumentos de sobra para
mostrar que lugar de criança é na escola.
Com o vídeo Pra cárie não tem boquinha não,
a professora Dionete de Sena trabalhou saúde bucal com a 2ª série. Uma idéia simples
sugerida pelo vídeo caiu no agrado da turma:
fazer fio dental cortando tiras bem finas no
saquinho de leite “bem lavado”, como ensinam os alunos. Uma edição da revista Ciência
Hoje das Crianças (de agosto de 2001), distribuída pelo MEC nas escolas, deu graça ao
projeto. As crianças adoraram a matéria A
dentadura da bicharada, com informações sobre
anfíbios, répteis, peixes, aves e outros animais.
Quatro professoras da 1ª série, Tânia Rosa,
Elita de Oliveira, Wilma Viana e Abigail Ferreira, trabalharam com os vídeos da série Veja como
eles crescem. Os alunos fizeram jogos da memória, dominó e baralho, aplicando seus conhecimentos sobre o modo de vida dos animais. Para
fazer uma maquete dos animais em extinção,
eles se divertiram modelando bichos com massinha. A estrela do II Festival foi Shélydha Janine
de Oliveira, 7 anos. “Uma platéia se formava
ao seu redor para ouvi-la falar sobre os animais”, conta a orientadora Laura.
DE CLASSE EM CLASSE,
A ESCOLA INTEIRA
“Se apenas um professor se interessar, comece o trabalho com ele.” Quando escutou
esta frase num programa do Salto para o Futuro, dita pela educadora Mindé Bauday de
Menezes (então diretora da TV Escola), a orientadora Laura percebeu que tinha encontrado o fio da meada. Os vídeos da TV Escola
já enchiam as estantes, mas o uso era ainda
pequeno. “Aquilo me aperreava, porque eu
sabia que os vídeos eram bons e importantes
para os professores alagoanos, que ficaram
cerca de dez anos sem ter cursos de capacitação”, diz Laura, com o sotaque da terra.
Quitéria dos Santos, 16 anos de magistério, sempre foi daquele tipo que gosta de mudanças e adora movimentar as aulas com a participação dos alunos. Por isso, foi a ela que
Laura propôs o trabalho com a TV Escola. E
não demorou para aparecerem textos, desenhos, jogos e brincadeiras criados pelas crianças da 4ª série a partir do vídeo Ciclo alimentar e
36
Com uma câmara de vídeo a tiracolo, a orientadora
Laura Déa documenta a viagem.
“Alagoas está apostando na educação a
distância para melhorar a qualidade do ensino. A nossa proposta é a capacitação em serviço, e por isso divulgamos o curso TV na
escola e os desafios de hoje, criado pela SEED.
Cerca de 650 professores fizeram o primeiro
módulo do curso, e outros mil estão no segundo. Infelizmente, Alagoas ainda tem o
maior índice de analfabetismo do Brasil
(31,8%, segundo o IBGE), mas estamos trabalhando para mudar isso. Este ano, cerca de
1.200 professores estão alfabetizando 56 mil
jovens e adultos. Temos de fazer tudo para
recuperar o tempo perdido.”
Enaura Lins de Campos, da Secretaria de
Educação de Alagoas, coordenadora dos
programas dirigidos ao ensino fundamental e
médio nas 400 escolas da rede estadual.
A professora
Quitéria dos
Santos relata
os projetos
desenvolvidos
com os vídeos
da TV Escola.
TV E SCOLA
ENCONTRO COM O
VELHO CHICO
QUE LUGAR É ESSE
PURA BELEZA
Mar de águas verdes e nove ilhas na lagoa de
Mundaú, rodeada pelo manguezal exuberante. Assim é Maceió, que tem 797.759 habitantes e área
de 511 quilômetros quadrados, segundo o IBGE.
TAPIOCA
A tapioca, uma massa fina à base de mandioca,
assada na chapa, nunca esteve tão na moda. Dobrada ao meio e com os mais variados recheios,
substitui o sanduíche. É vendida nas barraquinhas
da orla de Maceió.
AÇÚCAR
Os antigos armazéns de açúcar no cais, onde
era também a zona boêmia, estão sendo restaurados e dão lugar hoje a restaurantes e bares dançantes que fazem sucesso na noite.
RENDAS
As rendas de bilro, filé e renascença são tradições alagoanas que passam de mãe para filha.
Cenas do dia-dia
alagoano: o mangue,
o trabalho das
rendeiras e dos
pescadores.
TV E SCOLA
Cadeias alimentares. Daí para outros vídeos foi
um pulo. Sexo e maçaneta serviu de ponto de
partida para o projeto sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids) e Gravidez na Adolescência ajudou a iniciar um trabalho sobre educação sexual. Pouco a pouco,
as outras professoras da escola foram se interessando também e, muito mais rápido do
que Laura esperava, os projetos começaram
a pipocar. Foi assim que surgiu a idéia de fazer anualmente o Festival da TV Escola.
37
ENCONTRO COM O
VELHO CHICO
FOTO DO ARQUIVO DE HELOÍSA RAMOS*
MESTRE GRAÇA
UM EDUCADOR ALAGOANO
Em seu auto-retrato, o escritor Graciliano
Ramos (1892-1953) é fiel ao seu estilo preciso
e seco. Com poucas palavras, ele diz muito
sobre o homem de 1,75 metro de altura, sapato número 41 e colarinho 39, nascido em
Quebrangulo, Alagoas. Revela, por exemplo,
que não gosta de vizinho, detesta rádio, telefone e campainha, tem horror a pessoas
que falam alto, é indiferente à música e não
gosta de frutas nem de doces. No pequeno
retrato, uma única manifestação de sentimento amoroso: “adoro crianças”.
Se “o menino é o pai do homem”, como
escreveu Machado de Assis, a obra de Graciliano Ramos ajuda a explicar a preocupação do
escritor com a educação. Em seu livro Infância
ele relembra seu maior assombro: “a falta de
sorriso” no rosto do pai. Aos 9 anos tinha muita dificuldade para aprender a ler e sentia que
a escola era uma prisão. Ele conta indignado
que, em pleno sertão, os alunos das séries iniciais tinham que ler Os Lusíadas, de Camões.
De 1934 a 1936, Graciliano foi Diretor de
Graça e as crianças:
um amor declarado.
Para conhecer melhor o
escritor, assista no dia 14 de
maio: Graciliano Ramos,
literatura sem bijouterias,
episódio da série “Mestres da
Literatura” (na revista 26,
páginas 10-11, veja dicas para
trabalhar essa série com seus
alunos). Conheça também o
programa O Mestre Graça, já
exibido pela TV Escola.
Instrução Pública em Alagoas e provocou
uma verdadeira revolução na política educacional do estado. Chegava inesperadamente nas escolas e via a realidade com
seus próprios olhos: ora salas de aula vazias e professoras conversando no gabinete da diretora, ora classes superlotadas e
crianças no chão por falta de cadeiras. Viu
meninos desmaiados de fome e conheceu
os que não iam à escola por falta de uniforme. Comprou sapatos e ele próprio ajudou
a cortar os tecidos para fazer os primeiros
uniformes. Encheu as escolas com materiais escolares, móveis e merenda – e comprou também muita briga.
Implacável, Graciliano não aceitava cartões de políticos pedindo a nomeação de
professoras. Instituiu a seleção para o preenchimento de vagas e exigia rigor na fiscalização do ensino. Ao equiparar os salários
das professoras rurais com as da capital provocou uma gritaria sem fim. Mas a grande
polêmica surgiu quando ele proibiu as crianças de cantarem na escola o Hino de Alagoas. O Mestre Graça se defendia dizendo
que os hinos têm “palavrões difíceis, cabeludos e incompreensíveis”.
*In Cartas, de Graciliano Ramos. RJ, Record, 1980
LUGAR DE CRIANÇA
É NA ESCOLA
Bolsa Escola e Peti (Programa de Erradicação do Trabalho
Infantil) são dois programas que
dão apoio financeiro às famílias
com renda mínima per capita de
até meio salário mínimo. A família que recebe um desses benefícios não tem direito ao outro.
O Bolsa Escola é fruto da
parceria entre municípios e governo federal. Cabe às prefeituras cadastrar as famílias com filhos ou dependentes de 6 a 15
anos matriculados no ensino
fundamental e controlar a freqüência escolar. Cada família
pode receber R$ 15,00 por criDramatização
do trabalho
infantil, um
dos temas
estudados
pelos alunos.
38
ança, e no máximo R$ 45,00
(três crianças). O Bolsa Escola beneficia 10,7 milhões de crianças e
5,9 milhões de famílias. Para saber como seu município pode participar, consulte o site:
www.mec.gov.br/home/bolsaesc
O Peti resulta dos esforços dos
governos federal, estadual e municipal, em parceria com a sociedade
civil, e atende famílias com filhos
na idade de 7 a 14 anos. O atendimento é dado em período integral: além das aulas, há reforço
escolar, atividades culturais, esportivas e de lazer. Mais informações sobre o Peti no site da Previdência Social, em Programas e
Projetos: www.mpas.gov.br
Escola Professor José Vitorino da Rocha
C.E. Antônio Gomes de Barros
Avenida Fernandes Lima s/n
Bairro do Farol – Maceió/AL
57055-000 – Tel.: (082) 338-3290
TV E SCOLA
Mais saúde na escola
Novas ferramentas ajudam o professor em sua prática
exibição de vídeos produzidos pelo Projeto Saúde na Escola, do Ministério da Saúde, já faz parte
da programação da TV Escola. São desenhos animados, documentários, depoimentos etc., que abordam
um amplo leque de temas de interesse para o educador e
para seus alunos, crianças e jovens. Os programas desenvolvem conteúdos variados de higiene e saúde, proporcionando um rico arsenal de informações, e propondo práticas úteis para orientar atividades em sala de aula.
O principal objetivo dessa programação consiste em
despertar o interesse por questões de saúde dos alunos e
de seus familiares e oferecer esclarecimentos e
Viva Legal
informações, contribuinO Ministério da Saúde vai
do para a melhoria da
ceder para transmissão
qualidade de vida da cona TV Escola 52 novos
munidade em que a escoprogramas da série “Viva
la está inserida.
Legal”, co-produzidos
Agora, dentro do mescom a Fundação Roberto
mo Projeto Saúde na EsMarinho. Títulos como
Osteoporose, Diabetes e
cola, o Ministério da SaúGravidez, Alimentação,
de está produzindo textos
Saúde e lazer para todos
complementares que ame Depressão, farão parte
pliam e aprofundam o
desse pacote inédito.
conteúdo abordado em
cada vídeo. São textos de
apoio à utilização dos vídeos em sala de aula e dentro da
escola, de maneira geral, propiciando ao professor mais
uma ferramenta para que possa integrar cada vez melhor
o tema Saúde à sua prática cotidiana.
Aguarde. As grades do segundo semestre oferecerão
uma seleção especial dos programas de Saúde (veja relação ao lado) que dispõem do texto complementar. Na
mesma ocasião, os textos serão distribuídos pelo Ministério da Saúde a todas as escolas públicas que fazem parte da TV Escola.
A
P rogramas do projeto
Saúde na Escola
✔ Acidentes do cotidiano
✔ Adolescência de Beto
✔ Água como valor – A água é jóia
✔ Alimentação e cultura
✔ Anticoncepção na adolescência
✔ Atividade física e saúde
✔ A violência do dia-a-dia
✔ Carla se cuida
✔ Circo da vida
✔ Como apreendo o mundo
✔ Cuidados com a água
✔ Cuidados com os alimentos
✔ Diabetes infanto-juvenil
✔ Drogas e violência
✔ DST e aids
✔ Escolas Promotoras de Saúde
✔ Eu e a escola
✔ Exploração sexual
✔ Gênero
✔ Movimento vida e saúde
✔ Mundo de Anita
✔ NegativoPositivo: Gravidez precoce
✔ Obesidade e desnutrição
✔ Os donos da rua
✔ Postura física
✔ Quem sou eu
✔ Saúde bucal
✔ Saúde e meio ambiente – Lixo
✔ Saúde e meio ambiente – Poluição do ar e da água
Para maiores informações, procure:
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Políticas de Saúde
Coordenação do Projeto Promoção da Saúde
Edifício Bittar IV, Av. W3 Norte, SEPN 511,
Bloco C, 4º andar - Brasília/DF 70750-543
Telefone: (061) 448-8289 Fax: (061) 448-8311
E-mail: [email protected]
TV E SCOLA
✔ Sexualidade e adolescência
✔ Uma criança é uma criança: Exploração do trabalho infantil
✔ Vida reprodutiva – Pré-natal e parto
✔ Vida reprodutiva – Puberdade e fecundação
39
Boris Fausto
C
GLOBALIZ
ertas palavras são utilizadas com grande freqüência
sem que, muitas vezes, alguém se dê ao trabalho de
explicar seu conteúdo. Um caso típico é: “globalização”.
Neste caso, vale a pena lembrar que a opinião de
economistas, sociólogos, historiadores – e especialistas
nas demais áreas que constituem as ciências humanas –
tende a variar, quando se trata de estabelecer esse
significado. Isto porque, como “globalização” é um
conceito de forte dimensão social e política, sua definição
é influenciada pelos pontos de vista de cada um de nós.
Há quem considere que nada há de novo, e que
“globalização” seria apenas o novo rótulo de uma velha
garrafa: o imperialismo. Se assim fosse, não seria o caso
de insistir na análise da expressão – um ponto de vista do
qual o autor deste texto discorda.
Sem dúvida, a globalização não é um sistema de novas
relações da sociedade capitalista caído do céu. Muitos de
seus aspectos estão contidos, em germe, em momentos
anteriores do capitalismo. Mas representa um salto de
tais dimensões que nos permite dizer que estamos diante
de um fenômeno novo.
O campo básico da globalização situa-se na economia,
entendida em um sentido amplo – abrangendo a produção,
a distribuição e a comercialização de bens, os ser viços e
as relações financeiras. Em todo esse campo ocorreu uma
verdadeira revolução, possibilitada pela ciência da
informação e por um conjunto de novas tecnologias.
A inovação tecnológica acelerou a concentração do
capital nas mãos das grandes empresas, e também a
interdependência dos mercados, numa escala jamais
conhecida no passado. Um exemplo mostra isso
claramente. As cinco maiores corporações americanas –
General Motors, Ford, Wal-Mart, Exxon, Mobil e General
Eletric –, segundo dados de 1999, faturavam 795 bilhões
de dólares. Essa cifra é superior ao PIB brasileiro, ou seja,
é mais do que todos os bens e serviços produzidos em
um ano no Brasil.
Esse quadro trouxe muitas conseqüências para as
instituições sociais e políticas e para a vida humana em
geral. A expansão produtiva, baseada em padrões
tecnológicos que reduzem a necessidade de mão-de-obra –
principalmente a não-qualificada – tornou o desemprego
um problema crônico mundial. Ao mesmo tempo, a
desigualdade entre nações ricas e pobres tendeu a
aumentar, como resultado do controle das inovações
pelos países do Primeiro Mundo. Além disso, o sempre
crescente poder das empresas resultou em um
40
desequilíbrio das relações entre elas e os Estados
nacionais, que se enfraqueceram, especialmente nos
países do chamado Terceiro Mundo – mas não só neles.
Por sua vez, a possibilidade de se transferir
instantaneamente massas de recursos de um país para
outro permitiu os chamados “ataques especulativos”,
contra a moeda de países em dificuldades, como ocorreu
com o Brasil, nos meses anteriores à desvalorização do
real, em 1998.
Cabe ainda lembrar os efeitos da globalização no
campo da cultura. O modelo americano, que já
influenciava em grande medida o rádio, o cinema e os
costumes, passou a ser difundido com força avassaladora
pelas redes multinacionais, contando com os recursos
dos novos meios de comunicação. Essa espécie de rolo
compressor deu novas proporções ao problema do
abandono ou da desaparição de formas culturais próprias
de países ou regiões do mundo.
Não é por acaso que a globalização gerou uma espécie
de “mal-estar na civilização”, dando origem a dois tipos
básicos de compor tamento. De um lado, há organizações
e pessoas que a rejeitam em bloco, considerando-a um
mal irremediável. De outro, há também organizações e
TV E SCOLA
AÇÃO QUE PALAVRA É ESSA?
permitindo uma imensa expansão, além de promover a
interação das partes envolvidas no processo educativo.
Por outro lado, as restrições à soberania dos Estados
nacionais não são em si mesmas um mal, dependendo do
sentido que venham a tomar. A formação da União
Européia, por exemplo, representa um grande passo à
frente em direção à construção de amplas unidades
políticas, dotadas de propósitos básicos comuns, buscando
evitar confrontações que, no passado, levaram a guerras.
Da mesma forma, a transformação do conceito de
soberania não traz apenas problemas, pois abre caminho
para novas e promissoras perspectivas. Um exemplo é o
do ex-ditador chileno Augusto Pinochet, processado na
Inglaterra – embora ele tenha se livrado do julgamento
naquele país, ao ser transferido para o Chile. A ampliação
do conceito de soberania incentiva também a instalação
ou o fortalecimento de Tribunais Internacionais para
processar personagens acusados de genocídio, como vem
acontecendo com o ex-líder sérvio Milosevic.
Embora as soluções não sejam fáceis, os males da
globalização vêm levando também a uma busca crescente
de saídas, no sentido de reduzir seus piores efeitos. Nos
dias de hoje, depois de um período de endeusamento do
mercado, vem ganhando terreno a crítica a essa
tendência. Isso ocorre até mesmo em instituições
internacionais conservadoras, como o Banco Mundial (BID)
e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Muito depende das formas de organização e
mobilização da sociedade, e também da ação renovadora
do Estado, para que os valores humanos, e não apenas o
mercado, tenham um papel decisivo num mundo em
vertiginosa transformação.
BORIS FAUSTO é historiador e autor de História do Brasil (São
pessoas que, sem ignorar os aspectos negativos da
globalização, apontam para a possibilidade de desenvolver
positivamente alguns de seus aspectos e reduzir o
impacto de seus males mais profundos.
Penso que a globalização deve ser encarada como um
fenômeno estrutural; portanto, lutar por uma espécie de
volta ao passado não passa de uma ilusão. Isso não
significa ignorar seus males e deixar de enfrentá-los, mas
significa que tanto a passividade quanto a pretensão de
revirar o mundo de ponta-cabeça não são adequadas.
Um dos aspectos mais interessantes da globalização é
que ela não apenas trouxe problemas, mas também abriu
caminho para novas perspectivas. Por exemplo, o uso
intensivo da internet permitiu um grande avanço na
veiculação das informações e na comunicação entre as
pessoas. Contraditoriamente, a internet facilitou por
exemplo os contatos entre os grupos que organizam
manifestações contra a globalização, desde a que foi
realizada em Seattle, nos Estados Unidos, em 1999.
No plano da educação, a internet, os fóruns de
discussão, as teleconferências e outras tecnologias vêm
Paulo, Edusp, 1994), entre outras publicações.
TV ESCOLA
Não perca, na grade da programação
ILUSTRAÇÃO: MAIKE BISPO
Programa
TV E SCOLA
Índia (série Mundos fascinantes)
Argentina (série Mundos fascinantes)
Agenda 21 – A utopia concreta Parte 1
Agenda 21 – A utopia concreta Parte 2
Agenda 21 – A utopia concreta: desertificação
Pobres e sujos, ricos e poluidores
(série Heróica natureza)
Dias
20 de maio
20 de maio
3 de junho
3 de junho
3 de junho
3 de junho
Procure em sua videoteca e assista também, da programação
anterior, o documentário Turbulências.
Aguarde, no segundo semestre, a série Histórias urbanas, que
discute as relações de poder e os conflitos sociais em alguns
meios urbanos. As cidades abordadas são: Londres, Moscou, Nova
York, México, Sydney, Kuala Lumpur e Cingapura.
41
++++++++++++++++++++++
Enfrente o mosquito!
EDUCAÇÃO
NA REDE!
Escola Aberta apresenta em vários horários,
todos os sábados e
domingos, dois programas
fundamentais:
A Fundação Telefônica lançou o
EducaRede, o portal de educação gratuito
dirigido a alunos e professores das escolas
públicas de ensino fundamental e médio.
Desenvolvidopor educadores, jornalistas,
pesquisadores em tecnologia e
profissionais da internet, tem por objetivo
apoiar o uso pedagógico da internet, e
estimular as escolas a utilizar as
tecnologias de comunicação e informação:
www
.educarede
.or
g.br
www.educarede
.educarede.or
.org.br
Promova sessões especiais, para aler
tar a
alertar
comunidade.
Dengue, da série Viva
Legal, com 14’49”
Todos contra a dengue,,
da série Saúde na Escola,
com 54’28”
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Prêmio Jovem Cientista vai para bolsista do Paped
Alfredo Eurico Rodrigues Matta, da
Universidade Federal da Bahia, está de
parabéns! Obteve o terceiro lugar na
categoria Graduados, do Prêmio Jovem
Cientista, uma das mais importantes
premiações do gênero na América Latina,
pelo trabalho que desenvolveu na área de
História, como bolsista do Paped. Para quem
não sabe: o Paped (Programa de Apoio à
Pesquisa em Educação a Distância), da
Secretaria de Educação a Distância e da
Fundação Capes, do MEC, fornece apoio
financeiro a dissertações de mestrado e teses
de doutorado que tenham como foco a
educação a distância realizada por meio da
utilização de tecnologias da informação e da
comunicação. Conheça melhor, pela internet:
www.mec.gov.br/seed/paped
TV Escola + TV Senac
A TV Escola e a rede
Sesc/Senac de televisão
renovaram um convênio
que possibilitará às
duas emissoras um
livre intercâmbio da
programação. Outro
convênio firmado em anos
anteriores permitiu que a
TV Escola transmitisse
ótimas séries, como
Mundo da arte e Mundo
da alimentação, além
de vários documentários
sobre ecologia.
42
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
OS
B ONECOS E STÃO D E V OL
TA
OLT
Ano de 1808. A corte portuguesa desembarca no Brasil, fugindo das tropas de Napoleão. Assim começa o
primeiro episódio da série 500 Anos: O Brasil-Império
na TV, terceiro módulo da seqüência 500 Anos na TV,
produção da TV Escola e da Fundação Joaquim Nabuco
(Fundaj). Assim como nos dois
primeiros módulos, Descobrimento e Colônia, os bonecos
da Companhia Mão Molenga e
os “apresentadores-correspondentes” mostram os principais acontecimentos do período imperial brasileiro como
se acontecessem “ao vivo”, na
tela da tevê, em oito episódios. A série estréia na segunda semana de agosto, com
direito a lançamento oficial
em Recife, sede da Fundação
Joaquim Nabuco.
TV E SCOLA
++++++++++++++++++++++
Nossos mestres da literatura, agora na internet
A série de vídeos produzida pela TV Escola sobre
nossos principais escritores fez sucesso, e agora está
na internet. No link Mestres da Literatura o
internauta encontra a biografia e comentários das
obras dos autores, entrevistas com especialistas e
outros conteúdos pedagógicos que ajudam a utilizar
melhor os vídeos em sala de aula. Instrumento de
pesquisa para alunos e professores, complementa as
informações dos programas e ainda dá dicas de
atividades que podem ser desenvolvidas. Consulte:
www.mec.gov.br/seed/tvescola
Além disso, o material coletado para produzir o filme
sobre Guimarães Rosa (O mágico do reino das palavras )
foi tão vasto e valioso que a cineasta Mônica Simões
não quis desperdiçar. Preparou para a TV Escola uma
versão mais ampla, em 52 minutos, que irá ao ar no
segundo semestre e será também distribuída
gratuitamente às televisões educativas do Brasil.
Telenotícias
da TV Escola
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Conhecer os destaques
da programação e
algumas experiências de
colegas pelo Brasil afora,
esclarecer dúvidas, ver
entrevistas com
especialistas em
assuntos do momento,
conhecer cer tos
endereços úteis da
internet, e mais: ter idéia
do que vai por trás da
tela enquanto são feitos
os programas que você
assiste na TV Escola.
Tudo isso está agora em
CONEXÃO TV ESCOLA,
nosso novo canal de
comunicação.
Atenção à grade, e não
deixe de assistir: dias 3 e
31 de maio, 7 e 28 de
junho de 2002. Verá que
essa meia hora é muito
bem-aproveitada. Se
perder o programa da
última sexta-feira do mês,
ainda poderá ver a
reprise, na primeira sexta
do mês seguinte.
TV E SCOLA
Vo c ê s a b i a q u e o
plástico vem do petróleo? E que o fósforo nasceu de uma
experiência com xixi?
Kika, protagonista da
série De onde vem?,
produzida pela TV Escola para o primeiro
ciclo do Ensino Fundamental, vai contar estas e outras novidades no segundo semestre deste ano. Com sua insaciável curiosidade, Kika vai fazendo descobertas e explicando tudo:
desde o arco-íris que ela vê na água da mangueira, até
o ovo que está no prato, ou o sapato que usa para dançar. A série ajuda a apresentar conceitos de Ciências
às crianças de maneira bem-humorada e com linguagem muito acessível.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
FNDE ganha novo site
O Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE),
autarquia vinculada ao Ministério da Educação que é responsável por
captar e distribuir recursos para programas e projetos do Ensino
Fundamental, está com um site novo. Notícias em tempo real,
enquêtes, consultas on-line, tira-dúvidas, curiosidades e dicas úteis –
não só para as escolas, secretarias e prefeituras, mas também para
pais, professores e alunos. Visite: www.fnde.gov.br
43
EDUCAR
com afeto
Assista
da série ao vídeo Vínc
ulo
C
para re onvívio na esc ,
fletir m
o
ais sobr la,
o relaci
e
o
n
am
profess
or com ento do
os alun
os.
tello, escola mantida pela Secretaria de
Educação de Minas Gerais para acolher
crianças e adolescentes que vivem em situação de risco social. Boa parte deles foi
encaminhada para lá pelo Conselho Tutelar, ou pelas próprias famílias. Muitos chegam chorando, porque a escola ainda carrega o estigma da Febem e sentem saudade da família que ficou para trás.
Pouco a pouco, os alunos se encantam
com a escola situada numa área de 394 hectares, que Buda conhece como a palma da
mão. Logo aprendem a importância do companheirismo e do trabalho coletivo para cuidar da escola. Os jardins, por exemplo, devem ficar sempre floridos e é preciso esperar o tempo certo da colheita para que todos
possam apreciar o sabor das frutas do pomar. Com sensibilidade, ele ensina que o aroma do figo já pode ser sentido nas folhas da
Nome: Valmiro Souza de
planta e que a coelha perde pêlos ao fazer o
Oliveira, o Buda
ninho, para aquecer os filhotes. De chapéu
de couro, andando pelo campo, Buda é seIdade: 25 anos
guido pelas crianças que o admiram e resProfissão: Professor de prática
peitam. “Ele venceu na vida e já foi um mede agropecuária da
nino como eu”, diz Leone Rocha Ferreira, 12
anos, 4ª série. Sempre atento aos sentimenE.E. Jerônimo Pontello
tos dos alunos, Buda procura entender as
Cidade: Couto de Magalhães, dificuldades de cada um, para que os vínculos afetivos se fortaleçam na escola.
Minas Gerais
Rosangela Guerra
uem vê o professor Valmiro Souza de Oliveira, 25 anos, ensinando os alunos a cuidar com carinho das mudas no viveiro de
plantas, não imagina sua história. Leciona na Escola Estadual Jerônimo
Pontello, em Couto de Magalhães, Minas
Gerais, nas mesmas instalações em que
funcionava antigamente uma unidade da Febem, onde viveu por nove anos. Ele é do
tipo que não perde tempo com lembranças
tristes. Prefere guardar na memória o jeito
manso das “tias” do internato que consertavam suas roupas, a imagem dos professores que o encorajavam e da amizade entre os colegas. Estas, sim, foram as grandes lições que ficaram.
Quando tinha 7 anos, Valmiro e seu irmão, de 12, foram encaminhados para a
Febem, único caminho encontrado para
eles e tantos outros meninos dali do Vale
do Jequitinhonha, região que sofre
com a seca e a pobreza. Seu pai,
vaqueiro e alcoólatra, abandonara
a mulher, com oito filhos pequenos.
Na instituição, Valmiro enfrentou a
disciplina rígida e castigos corporais, juntamente com crianças e
adolescentes vindos de vários lugares. Gordinho e baixinho, ganhou
um apelido que pegou: Buda. Garoto esperto e alegre, foi aos poucos assumindo responsabilidades.
Cuidou do almoxarifado, desenhou
os canteiros do jardim, ajudou colegas que precisavam e acabou ganhando a confiança de todos.
Desde 1999, Buda leciona práticas agropecuárias para 150 internos
e 50 semi-internos do ensino fundamental e médio na Jerônimo Pon-
Q
FOTO: SÉRGIO FALCI
Sorriso largo e jeito tranqüilo, professor que
viveu nove anos na Febem mostra a
importância de criar vínculos afetivos na escola.
COMO USAR A TV ESCOLA
ATUALIZE SUAS INFORMAÇÕES
SOBRE A TV ESCOLA
do videocassete pode ocasionar estragos. Pare a fita (STOP) antes
de adiantá-la ou voltá-la.
• Evite congelar a imagem (PAUSE) por muito tempo. Isso também
produz atrito entre a fita e a cabeça de gravação.
• Chuviscos na imagem podem indicar que o cabeçote de gravação está gasto ou sujo; que o videocassete está danificado; ou ainda que é preciso fazer o ajuste do vídeo: neste caso, acione o botão
TRACKING.
O que é a TV Escola
Como cuidar das fitas
• É um programa da Secretaria de Educação a Distância (SEED), do
MEC, voltado para a melhoria da qualidade do ensino público.
Tem como núcleo um sistema de transmissão de imagens via satélite, que difunde por todo o Brasil programas nacionais e internacionais especialmente selecionados. Produz também material didático-pedagógico que é distribuído às escolas e disponibilizado
pela internet.
• A programação exclusiva da TV Escola tem como objetivo tanto a
formação continuada do professor quanto o desenvolvimento do
trabalho do educador na escola e em sala de aula.
• Transmitida a todo o país, a programação é captada por antena
parabólica e também por canais do sistema DTH (Direct to Home):
Direct-TV (canal 237) e Sky (canal 26).
• Nas escolas, todos os programas devem ser gravados em fitas de
videocassete, para posterior utilização. Cada escola escolhe um
educador, de preferência, para assumir a tarefa de acompanhar
as transmissões, fazer as gravações e organizar a videoteca para
uso dos professores, orientadores e diretores.
• Guarde-as na posição vertical, rebobinadas e com o lado mais
pesado (do rolo) para baixo, em local protegido de sol, umidade
e poeira, distante de campos magnetizados, como motores ou
transformadores.
• Rebobine a fita (volte ao início) toda vez que usá-la.
• Procure rever as fitas periodicamente, para evitar que nela se
desenvolvam fungos.
Como ter acesso à programação
• Para captar o sinal da TV Escola, as escolas de ensino fundamental
podem adquirir um kit tecnológico por intermédio da secretaria
de educação do estado, ou do município, com recursos do salárioeducação, que são administrados pelo FNDE / MEC.
• Para as escolas do ensino médio, a Secretaria de Educação Média
e Tecnológica firmou parceria com os estados para a compra dos
equipamentos por intermédio das secretarias de educação.
• As escolas das redes estaduais devem solicitar sua inclusão no projeto às secretarias de educação (e as escolas das redes municipais,
à prefeitura) para encaminhamento ao FNDE.
• Tem direito ao kit toda escola pública servida por energia elétrica,
com mais de 100 alunos no ensino fundamental ou no ensino médio (de acordo com o Censo Escolar do ano anterior à solicitação),
e que ainda não tenha sido contemplada.
O que compõe o kit
Antena parabólica vazada, do tipo Focal Point, com no mínimo 2,85m
de diâmetro (a medida pode variar conforme a localização da escola).
A antena deve ter LNB (Low Noise Block Down Converter) de 250
Kelvin, no máximo, e ganho de 38,3 ± 0.3 dBi em 4.0 GHz. É acompanhada por receptor de satélite manual, com filtro de 18 MHz.
Televisor em cores, bivolt (110 V e 220 V), com controle remoto, tela
de no mínimo 20 polegadas e suporte de parede para televisor,
videocassete e receptor.
Videocassete 4 cabeças, bivolt, com controle remoto, sistema
NTSC / PALM.
Estabilizador de voltagem 2 kVA, no mínimo.
Fitas VHS, de 120 minutos.
Como montar o kit
• Ao receber o kit, verifique se todos os equipamentos têm manual
de uso e confira os prazos de garantia.
• Chame um técnico autorizado pelo fabricante para instalar os
equipamentos. Qualquer problema de instalação, como o mau
posicionamento da antena, pode comprometer a qualidade da
recepção.
Como manter e conservar o equipamento
• Desligue os aparelhos da tomada quando estiver chovendo muito
forte, ou em caso de corte de energia, pois eles podem sofrer danos
causados por descargas elétricas de raios, ou por ocasião do retorno da energia.
• Evite avançar (FF) ou voltar (REW) a fita durante a transmissão,
com a imagem na tela. O excesso de atrito da fita com a cabeça
Como sintonizar a TV Escola
• Antes de ligar a televisão e o videocassete, verifique atrás dos aparelhos se as chaves estão na voltagem correta.
• O receptor do satélite deve ser colocado em polarização horizontal.
• Alguns receptores têm ajuste com o número do transponder
(canal do satélite). Nos modelos com opções de 1 a 24, escolha o número 3.
• Em outros receptores a sintonia é feita pela freqüência de recepção direta do satélite, de 3.700 a 4.200 MHz: escolha 3.770 MHz.
• Outra possibilidade de sintonia é a freqüência intermediária em
receptores digitais. Deve-se escolher 1.380 MHz.
• No videocassete, sintonize os canais 3, 4, ou o que estiver livre
na sua cidade.
O que fazer se houver problemas de recepção
• Confirme se os equipamentos estão de acordo com as especificações indicadas em seu manual.
• Se os problemas persistirem, insista com o técnico autorizado
para que verifique o posicionamento da antena e a sintonia do
receptor e dos outros aparelhos do kit.
• Se ainda assim persistir a má recepção, peça orientação ao coordenador da TV Escola, na secretaria de educação do estado, ou
ligue para o Programa Fala Brasil: 0800-616161.
Como é organizada a programação
• Os programas da TV Escola são transmitidos em quatro faixas: Ensino Fundamental, Ensino Médio e Salto para o Futuro, de segunda
a sexta-feira; Escola Aberta, aos sábados, domingos e feriados.
• A programação dirigida ao ensino fundamental é organizada
em áreas temáticas, ou em assuntos específicos, como em Vendo e Aprendendo.
• A programação dirigida ao ensino médio é organizada em programas que promovem a integração de mais de uma disciplina, favorecendo a interdisciplinaridade (Como Fazer? e Acervo), ou em
programas com debates e documentários (Como Fazer? A Escola).
• Diariamente, às 19 horas, a TV Escola transmite Salto para o Futuro, com programas ao vivo sobre temas dos dois níveis de ensino,
produzidos especialmente para professores e dirigentes.
• Escola Aberta, com transmissão aos sábados e domingos e feriados, oferece uma programação especial para a escola e a
comunidade.
• Durante os períodos de férias escolares, a TV Escola mantém suas
transmissões diariamente, exibindo reprises de todos os programas
do semestre anterior.
Como conhecer a programação
• A TV Escola distribui às escolas, a cada bimestre, duas grades
de programação, uma para cada mês, em formato de cartaz.
Essas grades, que registram os programas que serão exibidos
pela TV Escola ao longo daquele mês, devem ser afixadas na
escola, em local bem visível, para que possam ser consultadas
por professores e alunos.
CONTINUA
COMO USAR A TV ESCOLA
• A Grade da programação relaciona, dia a dia, os programas que
serão exibidos, organizados na seguinte estrutura: dia de transmissão, faixa de programação (Ensino Fundamental, Ensino Médio,
Salto para o Futuro, Escola Aberta), horários de transmissão, área
temática ou seção, resumo da programação do dia, títulos dos programas
com tempos de duração.
• As grades de programação também são reproduzidas aqui na
revista TV ESCOLA, em um encarte solto que facilita a consulta.
É possível ainda consultar a grade na internet no site:
www.mec.gov.br/seed/tvescola
• Para acompanhar a programação de reprises do período de
férias, a TV Escola distribui às escolas um cartaz com a Grade
de férias, que também pode ser consultada na internet.
Quando gravar
• A programação da TV Escola é transmitida todos os dias da semana, de segunda a domingo. Para facilitar as gravações, são oferecidas diversas alternativas de horário. A faixa de Ensino Fundamental é repetida em quatro horários; as de Ensino Médio e Salto
para o Futuro são repetidas três vezes. Escola Aberta, com quatro
horas de duração, passa aos sábados (das 14 às 21 horas) e domingos e feriados (das 8 às 21 horas).
• Para ampliar as opções de gravação, os programas transmitidos ao
longo do semestre são repetidos no período de férias. Quem não
puder gravar algum programa de interesse durante o ano letivo,
pode procurá-lo na Grade de férias.
Como gravar os programas
• No horário escolhido, ligue os equipamentos; sintonize a tevê
e o vídeo.
• Coloque a fita no início e o contador (COUNTER) no zero.
• Aperte REC e PLAY ao mesmo tempo: este procedimento vale para
a maioria dos equipamentos.
• Para programar a gravação, consulte o manual de uso do vídeo.
Como organizar as fitas na videoteca
• Terminada a gravação, rebobine a fita e limpe o contador,
deixando-o em zero.
• Ponha a fita para rodar e assista à gravação desde o começo,
anotando em que número do contador começa cada programa.
• Anote os dados apresentados no início de cada programa,
que servem para fazer a catalogação.
• Identifique os programas gravados em uma etiqueta e colea na lombada da fita. Numere a fita.
• Prepare fichas por disciplina ou área temática, assunto, tema,
número da fita, ou do modo que lhe parecer mais prático
para facilitar as consultas. Evite organizar apenas por data
de gravação.
• A classificação organizada pela TV Escola, que serve de base
para a Grade da programação e para o Guia de programas,
distribuído anualmente, pode ser útil como referência para
a montagem da videoteca.
Como planejar o uso dos programas
• Em cada escola, deve haver uma pessoa responsável por organizar a videoteca e dar apoio ao uso dos vídeos. Pode ser um professor, orientador, coordenador, ou o diretor. Os programas oferecidos pela TV Escola constituem um recurso muito útil para a formação continuada, para o planejamento e a prática das aulas, bem
como em atividades de recuperação e aceleração.
• A consulta à Grade da programação deve servir como ponto de
partida no planejamento do uso dos programas. Além da grade,
outro recurso fundamental é o Guia de programas, distribuído pela
TV Escola para todas as escolas.
DIRETORA: NÃO FIQUE SEM
A TV ESCOLA. FAÇA SEGURO
DOS EQUIPAMENTOS.
• O Guia de programas apresenta uma relação completa de todos
os programas já transmitidos até 2001, organizados por áreas temáticas e em seções especiais, com uma breve sinopse que permite ter uma idéia do conteúdo de cada programa.
• O professor deve pesquisar na Grade e no Guia, para localizar
os programas mais adequados ao trabalho que estiver desenvolvendo.
Como se manter atualizado
• A Secretaria de Educação a Distância (SEED) distribui a revista
TV ESCOLA a todas as escolas participantes do Programa; cada
unidade recebe de 3 a 12 exemplares, de acordo com o
número de alunos.
• É fundamental que, na escola, a revista permaneça acessível a
todos os professores.
• A revista traz inserida a grade da programação do período e
apresenta, na seção Destaques, comentários e dicas para orientar o uso em sala de aula de alguns dos programas exibidos
naquele mês.
• Outra informação valiosa oferecida pela revista é a documentação, em reportagens, de experiências desenvolvidas por escolas de diferentes partes do país – com o uso da TV Escola, de
recursos do ProInfo e de aplicação do Proformação. Ao conhecer o que outros colegas estão fazendo, cada professor pode
refletir melhor sobre seu trabalho e aprender novas formas de
utilizar os recursos de que dispõe.
• Escolas que participam do programa e não estão recebendo a revista precisam pedir seu cadastramento à SEED, por carta, fax ou
e-mail (ver endereços nesta página).
• Juntamente com as grades da programação, a TV Escola entrega
às escolas um cartaz anunciando o conteúdo da revista daquele
bimestre. É importante que esse cartaz seja afixado em local bem
visível, para que todos os professores tomem conhecimento do que
poderão encontrar na revista.
Como complementar as informações
• Algumas séries de programas destinadas ao ensino fundamental
dispõem de publicações complementares, os Cadernos da TV Escola, que também são distribuídos às escolas. É um material útil
para que os professores ampliem seu conhecimento e aprofundem
o estudo dos temas tratados nas séries.
• A série Vendo e Aprendendo, do ensino fundamental, dispõe de
um material de apoio que consiste em cadernos que apresentam
comentários dos programas e sugestões de atividades a serem desenvolvidas em sala de aula.
• Para os professores do ensino médio, a TV Escola oferece a coleção de fichas Como Fazer?, que apresenta sugestões de atividades
a serem desenvolvidas com base nos programas de Acervo e nos
de Como Fazer? Essas fichas são distribuídas às escolas e também
podem ser consultadas, pela internet, no site:
www.mec.gov.br/seed/tvescola/enmedio
• Os livros da Série de estudos / Educação a distância completam a
linha editorial de apoio dos programas desenvolvidos pela Secretaria de Educação a Distância do MEC, com textos para os professores estudarem temas de educação a distância e de novas tecnologias para a educação.
COMO SE MANIFESTAR E TIRAR DÚVIDAS
Escreva para a TV Escola
Ministério da Educação / Secretaria de Educação a Distância
Caixa Postal 9659 – Brasília, DF – 70001-970
Fax: (061) 410-9178
E-mail: [email protected] e [email protected]
Visite na internet: www.mec.gov.br/seed/tvescola
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