09/12/2010 - Edição 35 - Grupo de Poetas Livres

Transcrição

09/12/2010 - Edição 35 - Grupo de Poetas Livres
Presidente: Maura Soares
Editoração: Jorge Luiz Wagner Behr
Organização dos textos e Digitação: Maura Soares
Endereço da sede: Biblioteca Pública Municipal Prof. Barreiros Filho
Rua João Evangelista da Costa 1160 - CEP 88090-300 - Bairro: Canto - Florianópolis - SC - Fone (48) 3271-7914
Endereço p/ correspondência:
Av. Patrício Caldeira de Andrada, 581 / 306 - Residencial Victória
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Diretoria do Grupo de Poetas Livres
Biênio 2010 / 2012:
Presidente: Maura Soares
Vice-Presidente: Heralda Victor
1º. Secretário: Eunice Leite da Silva Tavares
2º. Secretário: José Luiz Amorim
1º. Tesoureiro: Adriana Cruz
2º. Tesoureiro: Adelício Manoel Campos (Licinho Campos)
Responsável pelo Site: Edmar Almeida Bernardes
Presidente Perpétuo: Maria Vilma Nascimento Campos
Presidente de Honra: Manoel Philippi
Mantenha em dia sua mensalidade, assim você estará
ajudando o GPL a levar adiante sua mensagem poética.
Ventos do Sul
Revista do Grupo de Poetas Livres - Difundindo a poesia e fazendo amigos
Ano XII - Nº 35 - Julho a Dezembro de 2010 - Distribuição gratuita
www.poetaslivres.com.br
IMPRESSO
Ventos do Sul
Aconteceu...
Índice
Editorial
Homenagem (I) - ...As Cajazeiras (Maurilia,Maria,Doralice)
Homenagem (II) - Ivan Alves Pereira
Portaria 01/2010- Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos”
Obras em destaque - “Minha Saudade” (Maurilia Freitas)
In Memoriam - Cácio Santiago
6º Concurso Liberte-se...nas Asas da Poesia!
5º Concurso On-line: Trovas e Quadras
Colaborações dos Associados (Neusita e Zeula)
Sócios Correspondentes
De braços abertos... estamos!
Caderno Literário “O Estilingue” (Itajaí, SC)
Aos Poetas Mortos... Áureo Corrêa de Souza
Descobrindo...Jovens Poetas
Promovendo...Poetas do Grupo
Biblioteca Maria Vilma Nascimento Campos
Aconteceu
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ORAÇÃO DO POETA (*)
HINO DOS POETAS LIVRES (*)
Dá-me, Senhor, as palavras certas
para que eu possa expressar
o amor pela vida e pela humanidade.
Dá-me inspiração para mostrar
que somos todos irmãos.
Aponta-me, Senhor, o caminho
da compreensão do mundo.
Permite-me apresentar as belezas da vida,
as dores do mundo, as injustiças sociais
e exprimir o que me vai na alma.
Autoriza-me a falar as verdades do coração.
Abençoa, Senhor, minhas palavras
para que possam atingir
aqueles que amam a vida e a Arte.
Faz com que todos sintam,
por meu intermédio,
que só o Amor maior
pode revolucionar o mundo
e que esta revolução de Paz
venha por meio da Poesia.
A
E7
/. Faz bem sonhar
A
Poetar é bom
F#m
E
A
No G P L tenho união, amor e paz. /. (estribilho)
C#7
F#m
Com a rima penso a vida
E
A
Com o metro ajudo a fala
F#m
Bm
Nos versos livres meu coração
E
A
Vai ao teu e diz assim:
D
A
Poetas Livres, meu grupo amado
F#m
Bm
Que me transporta e me aconchega
E
A
Com ternura noite e dia.
F#m
Bm
Nas linhas do “Ventos do Sul”
E
A
Meus escritos dizem paz
Bm
E
A
Voando em rumo do saber que o amor traz.
Bm
E
A
Dizendo ao mundo a oração da poesia.
ZEULA SOARES
(julho de 2009)
(*) Autoria de Zeula Soares, do GPL. Instituída
através da Portaria 02/2009, assinada pela vicepresidente Heralda Victor, em 7 de agosto de 2009.
(*) Hino Oficial do Grupo, letra e música de
José Cacildo Silva. Instituído por Portaria n.3/2009,
de 4 de setembro de 2009, assinada pela vicepresidente Heralda Victor.
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Programação:
1) Apresentação do Grupo Teatral Amor Cristiano, fundado por
Sonia Ripoll e Lino Lopes;
2) Recital de Poesias;
3) Breve Histórico da Academia;
4) Jogral com poemas de Sonia Ripoll, que apresentou a patrona
de sua cadeira, a poetisa Delminda
Silveira de Souza, e Therezinha Cacilda Monteiro Mann
apresentou sua patrona Antonieta de Barros;
5) Apresentação de algumas lendas do folclore da Palhoça;
6) Recital de Poesias com a participação de convidados de
outras Academias de Letras e de escritores de Grupos
Literários de Florianópolis.
Quinta:
19:30 - Abertura Oficial / Salão Salzburg
21:30 - Jantar de confraternização
Sexta:
08:30 - Salão Salzburg
1) Reencontro de Poetas / Poesia no Palco / Abertura de
exposição / Mini-Feira de Livros
2) Oficinas de poesia - salas 1 e 2
3) Visita à escolas; (necessário inscrição prévia)
10:00 - Coffee Break (15min)
12:00h - Almoço de todo o grupo no Hotel;
13:30 - Assembléia Geral da Associação Internacional de Poetas
del Mundo
15:00 - Coffe break (15 min)
15:30 - Palestra 1 / Debate / Mesa redonda;
21:00h - Jantar festivo / homenagens
--- Dia 11 de novembro de 2010, na 25ª. Feira do Livro de
Florianópolis, o Grupo de Poetas Livres apresentou Recital
Poético e Varal Literário organizado por Zeli Maria Dorcina.
Maria da Anunciação Pereira, Doralice Rosa de Souza Silva e
Maurilia Freitas se apresentaram com a Dança das Ciganas.
Sonia Ripoll lançou seu livro “Ainda choro”. A Feira do Livro
aconteceu dos dias 4 a 13 de novembro de 2010, no Largo da
Alfândega “Dakir Polidoro”.
Sábado:
--- Dia 22 de novembro de 2010, na Academia Campineira de
Letras, Ciências e Artes das Forças Armadas, Campinas, SP,
que tem Arita Damasceno Pettená como presidente, ela que é
associada do GPL, aconteceu a palestra “Passado Presente e
Futuro de Padre Landel de Moura”, por Lúcio Carvalho.
--- Registro: Nosso poetamigo de Veranópolis,RS, LARI
FRANCESCHETTO, envia-nos comunicado de premiações:
1) Poema Latinos, Menção Honrosa no III Concurso Nacional de
Poesia “Poeta João de Deus”, da Academia Itajubá de Letras,
Itajubá,MG;
2) Poemas “Paisagens” e “Quintanares”, 1º e 2º lugares,
respectivamente, no VIII Concurso Aureliano de Poesia, em
Santiago,RS;
3) Poema “Quintanares”, Menção Honrosa no VII Concurso
Literário VirArte, Santa Maria,RS;
4) Poema “Mutação”, 1º lugar no Concurso Nacional de Poesia
Jornal Rio/Notícias, RJ.
--- Registro: Nosso poeta e escritor catarinense, residente em
Salvador, Bahia, EMANUEL MEDEIROS VIEIRA, comunica que
sua obra “Olhos Azuis - Ao Sul do Efêmero” (Thesaurus Editora/
FAC, Brasília,2009), foi premiado com o 1º. Lugar, em Concurso
Internacional de Literatura, promovido pela União Brasileira de
Escritores - UBE.
Manhã livre para passeios e compras;
12:00h - Feijoada do Congresso - Praça Hercílio Luz - Biergarten
(Jardim da Cerveja)
15:00h - Retorno ao Hotel - Coffee Break (15 min)
15:30h - Salão Salzburg
Palestra 2/Debates/Mesa redonda
21:00h - Lançamento da Antologia do Congresso;
Jantar de confraternização;
Domingo:
09:30h - Colocação das placas indicativas nos três Ipês
plantados no Mausoléu Dr. Blumenau, durante 2º Encontro de
Poetas del Mundo, em junho de 2008. Manifestos pela Paz.
12:00 - Almoço de encerramento.
Coordenação Geral: Terezinha Manczak (Cônsul de Santa
Catarina da Associação Internacional de Poetas del Mundo)
Prof.º Miguel João Simão (Cônsul de Governador Celso Ramos
da Associação Internacional de POETAS del Mundo).
A ACONTECER:
--- Dia 9 de dezembro de 2010, no auditório Abelardo Sousa, da
Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, o
encerramento do Ano Acadêmico de 2010, com entrega do
Troféu Garapuvu com Certificado, aos associados efetivos que
foram assíduos durante o ano; Recital de Poesia e Música;
homenagem ao Amigo da Cultura, com o Troféu Garapuvu e
Diploma. Troca de presentes e confraternização.
PROGRAMA PARA 2011, CONVIDANDO O GPL:
4º Encontro de Poetas del Mundo/ Blumenau (SC).
Sua presença é aguardada com carinho por todos os cônsules e
associados de Santa Catarina, na germânica e alegre cidade de
Blumenau, para o mais abrangente encontro de poetas já
realizado em nosso Estado.
10 a 13 de Março de 2011- Blumenau - Santa Catarina - Brasil Local: Viena Park Hotel - Rua Hermann Huscher, 670 - Vila
Formosa - Blumenau - Santa Catarina - Brasil
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Aconteceu...
Editorial
conselhos a ele, para que não pegue mais a Páscoa dos outros.
Xexé promete não mais agir assim. As crianças o perdoam e
cantam juntos”.
apoio cultural que tem prestado ao GPL ao longo desses 12
anos de atividades. O GPL agraciou Edmar Almeida Bernardes,
responsável pelo site e José Cacildo Silva, poeta e artista
plástico do Grupo, que desenvolveu a parte artística da referida
comenda. Maura abriu o cerimonial com um poema “Poema da
Poesia”, do escritor Artemio Zanon e encerrou com um poema
“Ser poeta”, de Rodrigo Silveira Lopes, do GPL. Um coquetel foi
oferecido, organizado por Adriana Cruz, tesoureira do GPL.
“Saudade é o tanger de uma harpa,
é o dedilhar de um violão;
são os acordes maravilhosos de uma bela canção.”
--- Dia 28 de outubro de 2010, oficio da Assembléia Legislativa
do Estado, finalmente aprovando o Relatório de Atividades do
GPL referente ao ano de 2009, que havia baixado em diligência
por exigência de uma Lei criada em janeiro de 2010, portanto
após o GPL haver enviado o Relatório. O GPL teve que
apresentar um balancete financeiro, de um Grupo que sequer
recebeu subvenção tanto do poder municipal quanto do
estadual. O Grupo é de utilidade pública tanto estadual quanto
municipal.
--- Resultado do 6º Concurso “Liberte—se...nas Asas da Poesia”,
destinado ao público carcerário do Presídio Regional de Tijucas,
SC, que tem desde a primeira edição a coordenação de Márcia
Reis Bittencourt, do GPL, e professora do curso de Educação de
Jovens e Adultos, daquele Presídio. Participaram da Comissão
Avaliadora Heralda Victor, Eunice Leite da Silva Tavares, Licinho
Campos, Geraldo Pereira Lopes e Zeula Soares.
--- Dia 22 de outubro de 2010, Maura compareceu a uma
reunião da comissão de avaliação do concurso Rachel de
Queiroz, promovido pelo SENAC, representando o GPL.
--- Dia 22 de outubro de 2010, no Museu do Tribunal de Justiça,
a pedido do Ministério Público, o GPL se apresentou com Sonia
Ripoll, Celso João de Souza e Lino Lopes.
--- Dia 25 de outubro de 2010, Heralda Victor e Maura Soares,
estiveram na Faculdade SENAC para entrega dos prêmios do
Concurso Literário de Poesias e Prosas, representando o GPL,
pois participaram na Comissão Avaliadora. Maura falou em
nome da comissão e leu o poema “Depois da chuva”, ganhador
do 1º. Lugar, pseudônimo Sophia, nome de Viviane, aluna do
SENAC. Pela Faculdade o prof José Mariano e pela Academia
Alcantarense de Letras, o acadêmico presidente Leno Saraiva
Caldas, também estiveram presentes.
EM NOVEMBRO DE 2010:
--- Dia 5 de novembro de 2010, no município de Antonio Carlos,
SC, nas comemorações dos 47 anos de emancipação política,
os escritores Rogério Kremer e Tito Renato Hillesheim lançaram
seus livros, "Entrando nas Escolas de Antônio Carlos" e o
romance “Jogo da Vida”, respectivamente. Instalada a Academia
de Letras do Brasil – seção de Antonio Carlos,SC, ocasião em
que novos acadêmicos tomaram posse. O evento foi realizado
no Auditório da Câmara Municipal. A presidente Maura Soares
compareceu pelo GPL e pela Academia Desterrense de Letras,
da qual também faz parte. Susana Zilli de Mello, Ivens Scherer,
Inês Carmelita Lohn, Nilza Kretzer Deschamps e Celso João de
Souza representaram a ACALLE, juntamente com seu
presidente. Da Mesa Diretora dos trabalhos fizeram parte:
Geraldo Pauli, Prefeito da cidade;Edson A Decker, presidente da
Câmara; Adauto Beckhauser, presidente da Academia de Letras
de Biguaçu; Mario Roberto Lopes Carabajal e Miguel Simão, da
Academia de Letras do Brasil; Leno Saraiva Caldas, presidente
da ACALLE; Neusita Luz de Azevedo Churkin, pela Academia de
Governador Celso Ramos; Joaquim Gonçalves, Presidente da
Acad.Letras do Brasil-Biguaçu; Mauro Debachi, pres.da
Academia de Letras do Brasil-Alfredo Wagner; Silvano V.
Oliveira,pároco de Antonio Carlos; Osmarina Maria de Souza
representou a Academia Desterrense de Letras; Irmã Célia Fuck,
representou a Ordem da Divina Providência de Florianópolis;
Ernei Stähelin, prefeito de São Pedro de Alcântara; Prof. Maria
Andrade, presidente da ACP. Tomaram posse os acadêmicos:
Rogério Kremer, Flávio Münich, Leonita Petri Kuhn, Fábio Luiz
Egert e Rony Alves dos Ramos. O prefeito, em sua fala, lançou o
Prêmio Literário Lauro Junkes, para concursos instituídos pela
academia. (Nota: eram duas mulheres, mas falhou para a editora
desta revista o nome da outra acadêmica, que não foi-lhe
repassado.)
--- Das comemorações, dentre outras, a realização da
Stammtisch (Festa dos Amigos), tradicional festividade em
comunidades de colonização germânica.
--- Dia 28 de outubro de 2010, em reunião do GPL e dentro do
Projeto “O Escritor e sua obra”, Sonia Ripoll e Lino Lopes,
apresentaram Teatro de Fantoches, com concepção, texto e
apresentação dos dois membros do grupo. Segue a ficha técnica
e a sinopse. A referida montagem está apta a se apresentar em
escolas, feiras de livro para crianças e adultos.
Peça Teatral: A Travessura de Xexé
Textos e Direção: Sonia Ripoll
Música e canto: Sonia Ripoll
Participação: Sonia Ripoll e Lino Lopes
Apresentação: Grupo Teatral Amor Cristiano
Categoria: Fantoches
Personagens: Mia (a menina), Joca (o menino), Xexé (O
sapinho) e o Coelhinho da Páscoa.
Sinopse: Mia e Joca eram duas crianças que costumavam
brincar juntas nos arredores de suas casa. Viviam a sonhar com
as delícias da Páscoa e com os ovos de chocolate que, por
certo, ganhariam. Mas, apesar das delícias da Páscoa, um certo
vilãozinho atravessaria seus caminhos: o sapo Xexé. Mia e Joca
muito trabalharam, até que o ninho ficou pronto. Dormiram para
esperar o Coelhinho da Páscoa, recebendo muitos ovos de
chocolate. Na manhã do outro dia, resolveram colher algumas
flores para enfeitar sua casa, cobrindo o ninho com uma toalha,
para que o sapinho Xexé não lhes roubasse os ovos, pois
costumava agir assim. Nesse meio tempo, Xexé entra na casa
das duas crianças, roubando-lhes a cesta de ovos. Ao
retornarem, as duas crianças percebem que foram roubados e
pensam logo no autor da travessura: Xexé. Mia chora muito,
desejando recuperar seus ovinhos de chocolate. Decidem ir até
o brejo, na casa de Xexé, para resgatarem seu ninho de Páscoa.
Assim o fazem, deixando no ninho de Xexé, ovos aparentemente
iguais, porem, de papel. Muito guloso, o sapinho não percebe
que os ovos eram de papel e os come todinhos. Sente muita dor
de barriga e vai pedir remédio na casa de Mia e Joca, pois a
farmácia do brejo está fechada. As crianças discutem com ele.
Nisso, chega o Coelhinho da Páscoa, dizendo ter deixado um
ovo grandão no ninho de Xexé, que fica muito feliz com isso.
Quando chega ao brejo, Xexé percebe que o ovo grandão era de
farinha de mandioca, para curar sua barriga. O Coelhinho dá
--- Dia 8 de novembro de 2010, Sonia Ripoll e Therezinha
Cacilda Monteiro Mann, ambas do GPL, que também pertencem
a Academia de Letras de Palhoça, se apresentaram na 25a.
Feira do Livro de Florianópolis, no Largo da Alfândega "Dakir
Polidoro", no Espaço Cultural da Academia de Letras de
Palhoça, com o seguinte Programa:
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(Áureo Corrêa de Souza, Bauru, SP, associado do GPL- falecido em 2010)
Quanto mais abstrata for a verdade que queres ensinar,
mais tens que seduzir
os sentimentos a teu favor.
(Friedrich Nietzsche)
Caros Poetamigos,
Completamos em 2010, 12 anos de ininterruptas atividades, com o Grupo continuando com
sua notoriedade, sendo respeitado por seu trabalho em divulgar não só o autor catarinense,
aqueles aqui nascidos, mas também aqueles que escolheram Santa Catarina para viver e constituir
família.
Nossa “Ventos do Sul” viaja para muitos lugares, difundindo a poesia e fazendo amigos. Os
amigos, antigos e os que estão chegando, possuem página especial, com o título “De braços
abertos...estamos!” A cada revista procuramos incorporar poetas até mesmo aqueles que não
foram classificados em concursos, cujas poesias são arquivadas e sacadas e, com o aval dos
poetas, para publicação.
Destacamos, neste segundo semestre mais um Projeto do Grupo - AQUI TEM POESIA -projeto apresentado pelo Grupo ao Jornal Folha de Coqueiros, em que numa coluna serão
divulgadas poesias dos associados do GPL e de moradores da Região de Coqueiros, bastando
para isso acessar o site do Jornal, www.folhadecoqueiros.com.br, ler o Regulamento e enviar sua
produção.
E assim, divulgamos aquele poeta que reside no fundo do coração de todos nós, mas que
por timidez, teme em aparecer e esta é a oportunidade.
Leia na seção “Aconteceu”:
1 - Instituída por Portaria a “Medalha do Poeta – Maria Vilma Campos”, para uso dos
associados em eventos em que comparecerem representando o Grupo.
2 - A 6ª. edição do Concurso “Liberte-se...nas Asas da Poesia!” está contemplada nesta
Edição.
3 - A instalação e posse da Academia Alcantarense de Letras- ACALLE, de São Pedro de
Alcântara,SC.
4 - Em 21 de outubro, o GPL lançou a sua Sexta Antologia – Poesia e Textos – comemorativa
aos 12 anos de ininterruptas atividades.
5 - Importante carta enviada pelo escritor Prof.Dr. Celestino Sachet, transcrita, que nos ajuda
a continuar a batalha em prol da poesia em Santa Catarina.
6 - A 5ª.Edição do Concurso On-Line: “Trovas e/ou Quadras”.
É isso, enquanto a Poesia não vender, entregamos de graça nossas poesias aos corações
sensíveis tanto os da terra, daqui, quanto d´além mar.
Desfrutem, com prazer, mais um número da Revista Ventos do Sul.
Profa. Maura Soares
Presidente
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Aconteceu...
Homenagem (1)
--- Dia 19 de outubro de 2010, na Academia Campineira de
Letras, Ciências e Artes das Forças Armadas,Campinas, SP, da
qual nossa associada, Arita Damasceno Pettená é presidente,
aconteceu a palestra “A imortalidade dos poetas”, com Tania
Freitas e Aluisio Busatto e posse da Acadêmica Silvia Lamon,
em comemoração ao Dia do Poeta que se comemora em 20 de
outubro.
--- Dia 16 de setembro de 2010, recebimento do convite da
Câmara Catarinense do Livro para o GPL participar da 25ª Feira
do Livro de Florianópolis, dias 4 a 13 de novembro. O GPL irá se
apresentar dia 11 de novembro(v. adiante).
...As Cajazeiras
Três figuras queridas
fazem parte do Grupo de
Poetas Livres inscritas a
partir do ano 2000:
carinhosamente chamadas
de “As Cajazeiras”, Maurília
Freitas, Maria da
Anunciação Pereira e
Doralice Rosa de Souza
Silva, são o encanto do
Grupo. Elas são alegres,
graciosas, participam não
só do Grupo, mas de teatro
para a terceira idade,
dançam, se apresentam em
peças teatrais, são
membros de academias de
letras, enfim, sete
instrumentos tocam estas
amáveis senhoras que
merecem as nossas
homenagens.
MAURILIA FREITAS
Maurília nasceu em Santo Amaro da Imperatriz, SC, em 30 de
abril de 1939. Professora regionalista, aposentada. Participa do
Grupo da 3a. Idade “As Fantásticas”; da Oficina de Teatro do
Theatro Adolpho Mello, de São José, SC. É membro da
Academia Santoamarense de Letras, como fundadora. Foi
agraciada com o 1º. Lugar num concurso de Poesias instituído
pelo Grupo com o apoio da BIG PAN 24 HORAS, de Campinas,
São José, cujo proprietário é o senhor Samuel Moreira,
Associado Benemérito do GPL. A partir daí entrou para o Grupo
e trouxe, com ela, as duas amigas Maria da Anunciação e
Doralice. E desde então são a alegria quando estão presentes
nas reuniões. Gostam de se apresentar em eventos do Grupo
caracterizadas de dançarinas, com canto e movimentos teatrais.
Quando o Grupo encenou o poema “Balada dos Já-com-Terra”,
de Júlio de Queiroz, Maurília não pode participar, pois, mais uma
vez, estava com problemas de saúde. Somente Maria da
Anunciação e Doralice participaram do elenco que teve a
direção de Zeula Soares. É uma guerreira, não se deixa abater
pelas adversidades. Volta e meia está hospitalizada com seus
problemas cardíacos, mas quando retorna ao Grupo, lá
apresenta sua produção literária. À Maurília Freitas, que
podemos acrescentar o sobrenome “Forte”, o nosso carinho. Em
2010, Maurilia lançou seu primeiro livro de poemas, intitulado
“Minha Saudade” cujo comentário segue neste número assinado
pela presidente Maura Soares. Abaixo, um poema de Maurilia.
MARIA VILMA (acróstico)
Mãe meiga e carinhosa
Amiga leal e sincera
Respeito e amor a Deus
Inteligente e bondosa
Ama seus semelhantes.
Vai longe no seu ideal
Imagem de ternura
Luz que ilumina nosso caminho
Mestra e amiga
Alegria e amor.
(para a minha querida e amada amiga, com muito respeito)
[in Minha saudade, pág.88]
4
--- Dia 18 de setembro de 2010, 10º Aniversário da Academia
Itapemense de Letras, sob a presidência do poeta Pedro Du
Bois, com Sessão Festiva na Câmara de Vereadores; entrega
dos prêmios do Concurso O Pensador IV – 2010.
--- Aconteceu posse do novo presidente da Academia
Santoamarense de Letras, José Silveira,com as presenças de
Maurilia, Sonia e Cacildo,
--- Dia 20 de outubro de 2010, em comemoração ao Dia do
Poeta, aconteceu a Festa do Dia do Poeta que a Associação dos
Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses promoveu no Museu
Cruz e Souza. Eunice apresentou-se pelo Coral Italo-Brasileiro;
Licinho Campos, Sonia Ripoll e Zeli Maria Dorcina, com poesias.
Sinval Silveira esteve presente.
--- No Dia do Poeta, falecimento de LAURO JUNKES, presidente
da Academia Catarinense de Letras. Lauro deixou um legado de
obras em que resgatou produções de grandes poetas
catarinenses, até então dispersos em jornais e revistas.
--- Em 23 de setembro de 2010, em reunião do GPL, registro da
presidente que o poeta Emanuel Medeiros Vieira, foi
contemplado com o 1º lugar no Concurso Internacional de
Literatura, prêmio da UBE (União Brasileira de Escritores), com
seu livro “Olhos azuis – Ao Sul do Efêmero”.
--- Neusita L A Churkin apresentou poesias no Restaurante Sem
Compromisso, em São Sebastião, SP e distribuiu a RVS 34.
--- Em 24 de setembro de 2010, Maura compareceu ao
panegírico da acadêmica Kátia Rebello, na Biblioteca Pública
Municipal Prof.Barreiros Filho, em honra do patrono de sua
cadeira na Academia Desterrense de Letras, Victor Meirelles de
Lima.
--- Dias 24, 25 e 26 de setembro de 2010, aconteceu a Festa da
Cultura Açoriana na Palhoça, SC, cujo convite para comparecer
foi aceito e Sonia esteve presente.
EM OUTUBRO DE 2010:
--- Dia 13 de outubro de 2010, no município de São Pedro de
Alcântara, SC, aconteceu a instalação da Academia Alcantarense
de Letras – ACALLE, com cerimonial elaborado por Maura
Soares, apoio de Susana Zilli de Mello, Heralda Victor,
Rosângela Laurentino, Leno Saraiva Caldas e Osmarina Maria
de Souza. Dos 17 escritores que tomaram posse, os associados
do GPL Celso João de Souza, Inês Carmelita Lohn e Therezinha
Cacilda Monteiro Mann foram instalados em suas cadeiras. A
posse do presidente da ACALLE, Leno Saraiva Caldas, foi dada
pelo presidente da Academia Desterrense de Letras, Valter
Manoel Gomes. Heralda conduziu o Cerimonial dessa nova
academia que tem como patrono geral e patrono da primeira
cadeira, o empresário e escritor, Osvaldo Deschamps. O evento
teve lugar no Salão Paroquial da Igreja Matriz, muito concorrido
com presença, dentre muitos, do prefeito Ernei Stähelin. Maura e
Osmarina receberam diploma de Acadêmico Honorário. A
Diretoria da ACALLE: Leno S.Caldas, presidente; Irene R. da
Silva, vice-presidente; Rosângela Laurentino, tesoureira; Susana
Z. de Mello, secretária; Jelena Stopanovski Ribeiro, bibliotecária;
Max José Müller, assessor cultural; José Benvindo Rodrigues
Moutinho, assessor jurídico; Augusto Barbosa Coura Neto, Ivens
Antonio Scherer, João da Silva e Celso João de Souza, titulares
e suplentes do conselho fiscal.
--- Dia 21 de outubro de 2010, aconteceu o lançamento da 6ª.
Antologia do Grupo de Poetas Livres, cuja obra foi assinada por
41 poetas, entre efetivos e correspondentes. A obra comemora
os 12 anos do Grupo e apresenta poesias e textos em prosa.
Da Programação constou:
I - Apresentação musical de Sonia Ripoll, ao teclado, com
melodias latino-americanas.
II - “As Fantásticas Idosas do GPL”: Maurilia Freitas, Maria da
Anunciação Pereira e Doralice Rosa de Souza Silva, com um
número musical “As Ciganas”.Cada uma delas apresentou seu
poema.
III - Canto com Neusita Luz de Azevedo Churkin, acompanhada
ao violão por José Honório.
IV - Os Coralistas do Coral Italo-Brasileiro Osvaldo Tadeu Silva e
Silva e Nilson Machado, com poema e canto, respectivamente.
V - POEMAS---apresentaram suas próprias criações: Alzemiro
Lidio Vieira, Licinho Campos, Sandra Regina Clara Nepomoceno
Pinto, Zeli Maria Dorcina, Sonia Ripoll e Heralda Victor.
VI - Zeli Maria Dorcina organizou e coordenou um Varal Literário
do Grupo.
VII - Homenagem a Maria Vilma Campos, fundadora do Grupo e
Presidente Perpétuo. A homenagem foi na criação de uma
“Medalha do Poeta - Maria Vilma Campos”, uma forma de
eternizar sua fundadora. A Medalha do Poeta tem a finalidade de
ser usada pelo associado quando este estiver representando o
Grupo em solenidades culturais. O presidente de honra do GPL,
Manoel Philippi, fez a entrega das medalhas e recebeu uma pelo
--- Dia 16 de outubro de 2010, a ACPCC-Associação dos
Cronistas, Poetas e Contistas Catarinenses, em comemoração
aos 15 anos de fundação, outorgou Diploma de Amigo da Cultura
a diversas instituições literárias, entre as quais o Grupo de
Poetas Livres que foi representado oficialmente por sua vicepresidente Heralda Victor, face o impedimento da presidente
Maura Soares. Ao ato compareceram os seguintes poetas do
GPL: Maria da Anunciação Pereira, Sonia Ripoll, Lino Lopes,
Ivan Alves Pereira, Zeli Maria Dorcina, Licinho Campos, Sinval
Silveira.
41
Aconteceu...
outras modalidades).Dia 20 de outubro, o resultado em sessão
especial.
--- Registre-se que o Grupo de Poetas Livres foi representado
por sua presidente e vice-presidente, na Comissão de avaliação
do II Concurso Literário de Prosas e Poesias Rachel de Queiroz,
instituído pala Faculdade SENAC, com resultado no mês de
outubro, durante a Semana da Biblioteca, quando dois alunos
daquela Faculdade serão premiados por suas obras. Maura e
Heralda analisaram poemas e textos em prosa participando das
reuniões de avaliação. Participaram da comissão o prof.do
SENAC José Mariano; Maura Soares, Heralda Victor,pelo GPL;
Valter Manoel Gomes, pela ADL, Leno Saraiva Caldas, pela
ACALLE e Nereu do Vale Pereira, pela Comissão Catarinense de
Folclore.
--- Dia 26 de agosto de 2010, o nosso confrade em São José do
Rio Preto, Nélson Carneiro perdeu sua companheira de muitos
anos, Celina de Oliveira Carneiro, a quem ele dedicava seus
versos, deixando-o triste com a separação da sua amada. O
Grupo recebeu a noticia somente dia 2 de outubro, em carta do
associado. Para registro, augurando que Celina esteja com os
anjos, enviamos daqui da RVS o nosso abraço fraterno ao caro
amigo, tão atencioso e que foi o primeiro associado
correspondente do Grupo.
--- Recebemos carta do Prof.Celestino Sachet (datada de 23 de
agosto de 2010), a respeito da Revista n. 34, nos seguintes
dizeres: “Prezada Maura, Tenho em mãos e debaixo dos olhos a
“Ventos do Sul, n.34 de janeiro a junho de 2010. A revista, como
sempre, soberba pelas fotografias, pela apresentação gráfica,
pelas 42 páginas e pela variedade das contribuições poéticas
sem contar as primeiras páginas de informação histórica e
literária. Mas o que desejo louvar e aplaudir é o mosaico literário
que vocês constroem com poemas chegados de todo o Brasil,
de Portugal e, até da Argentina e da Espanha.
Vocês apresentam um conjunto sábio de poemas, de todos os
matizes e de todas as qualidades já que nesses tempos pósmodernos, pós-técnicos e pré-qualquer-coisa-que-ainda-não-sesabe-o-que-é. Mas eu sinto e pressinto que esta questão de
“qualidade” deve sair do restrito círculo de críticos ou de
analistas e ficar na esfera do leitor já que é ele quem saboreia o
sabor de poeta e do poema. Nesse ponto todos somos poetas!
Quem não aprecia o sorriso de uma criança? A beleza de um
nascer do sol ou do vôo de uma garça?
Se não há vôos feios porque há de haver versos feios ou ruins?
Que venham poemas e mais poemas, como vocês agem. Este é
o caminho para divulgar a poesia!” Um abraço do Celestino.
EM SETEMBRO DE 2010:
--- Dia 2 de setembro de 2010, em reunião do GPL,
apresentação do Modelo da Medalha do Poeta “Maria Vilma
Campos”, elaborado por Cacildo Silva.
--- Em reunião do GPL, convite de Cacildo Silva, para a
formação de um Coral unindo membros do GPL e da Academia
Desterrense de Letras, com o objetivo de ensaiar os Hinos do
GPL e da ADL, com o maestro João Batista da Silva.
Manifestaram-se que gostariam de fazer parte: Maura, Heralda,
Eunice, Cacildo, Carlos, Vera Barcellos, Kátia Rebello, Sonia e
Lino.
--- Dia 9 de setembro de 2010, aconteceu comemoração
organizada pelo GPL e Biblioteca, alusiva aos 54 anos da
Biblioteca Prof. Barreiros Filho, com a programação: 1) Culto
Ecumênico; 2) Coral do Hospital Florianópolis, sob a Regência
de Fernando di Carli; 3)Exposição de Trabalhos das Oficinas da
Biblioteca (renda de bilro, crivo, cerâmica figurativa, artesanato
de lã); Recital do Grupo de Poetas Livres; Varal Literário do
Grupo e Exposição de Fotos e Telas da poetisa e fotógrafa
Maristela Giassi, do GPL; Telas de Alzemiro L Vieira(GPL); Telas
de Sonia Ripoll(GPL). Fizeram parte do Recital do Grupo:
Alzemiro L Vieira; Carlos Piccoli; Licinho Campos; Neusita L A
Churkin; Sandra R C N Pinto; Sonia Ripoll e Lino Lopes; Heralda
Victor; Eunice L S Tavares; Maria da Anunciação Pereira;
Doralice R S Silva; Cacildo Silva; Zeula Soares.
--- Dia 27 de agosto de 2010, Márcia Reis Bittencourt,
associada do GPL e Coordenadora do Concurso direcionado ao
público encarcerado no Presídio Regional de Tijucas – Libertese...nas Asas da Poesia - , encaminhou o seguinte registro:
1)Participação em um curso " EDUCAÇÃO EM PRISÕES" no
período de 23 a 27 de agosto de 2010 no Rio Vermelho, em
Florianópolis. Fez um relato de experiência de 10 anos do
trabalho no Presídio de Tijucas. O Concurso “Liberte-se... Nas
Asas da Poesia” foi incluído no relato de experiência.
2) Um agente penitenciário de Xanxerê, uma professora da
Penitenciária de Florianópolis e um professora do Presídio de
Araranguá se mostraram bastante interessados em participar
das próximas edições.
--- Registro, em agosto 2010, de email do associado em
Portugal, António José Barradas Barroso (Parede-Lisboa) de
análise sobre a Revista Ventos do Sul n.34,ressaltando os
poemas que lhe tocaram e apreciando textos e comentários
sobre as obras publicadas por nossos escritores amigos.
--- Dia 10 de setembro de 2010, segunda parte das
comemorações dos 54 anos da biblioteca com apresentação de
Street Dance; Dança do Ventre; Cover, sob a coordenação da
professora Vera Costa.
--- Dia 11 de setembro de 2010, final das comemorações dos
54 anos da Biblioteca, com apresentação de Dança Cigana,
evento coordenado pelo Sr. Amorim.
--- Em 31 de agosto de 2010, a Academia Campineira de
Letras, Ciências e Artes das Forças Armadas, de Campinas, São
Paulo, que tem como presidente a nossa associada Arita
Damasceno Pettená, desenvolveu o seguinte programa:1)Ato de
abertura da reunião; 2)Ato acadêmico. A)Palestra “Dom Pedro I
e os pródomos da Independência do Brasil”. Palestrante:
Acadêmica Ivanilde Baracho Alencar. B)Posse de novos
acadêmicos:João Baptista de Araujo Camargo – arquiteto;
Aloisio Edgar Burato – cantor. 3)Parte artística: Regina Márcia
Moura Tavares - cantora, membro da Academia Campinense de
Letras,acompanhada da pianista Maria de Lourdes Vasques.
Exposição: Geni Fuzzato Dagnone – artista plástica e membro
da Academia Campineira de Letras, Ciências e Artes das Forças
Armadas. A referida Academia promoveu de 1º de setembro a 10
de outubro, concurso de poesia(trova,soneto,versos livres,
--- Dias 10 a 19 de setembro de 2010, Florianópolis foi palco
do 17º. Festival de Teatro Isnard Azevedo. Sonia Ripoll, do GPL,
enviou convite para as oficinas de teatro do 17º Festival de
Teatro Isnard Azevedo, com oficinas em vários locais de
Florianópolis. As inscrições para as várias oficinas,
gratuitamente, oferta da Fundação Franklin Cascaes. Todos os
participantes receberam Certificado.
MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA
DORALICE ROSA DE SOUZA SILVA
Nasceu em Palhoça, SC, em 4 de setembro de 1924.
Viúva, oito filhos, foi alfabetizada aos 67 anos. Recitava de
cor suas poesias para que seus filhos colocassem no
papel. Participa da Oficina de Teatro, no Teatro Adolfo
Mello, São José, SC. Recebeu o Troféu “Mulheres com
Arte”, pela Fundação Franklin Cascaes, pelo Dia
Internacional da Mulher(14/3/2003), por indicação do
Presidente de Honra do GPL, Manoel Philippi. Participa de
todos os projetos do GPL. Segue um poema de Maria:
Assim Doralice se define: “Nasci no Sertão do Imaruim, São
José, SC, no dia 17 de outubro de 1930. Ali passei a infância e
adolescência. Estudei até o terceiro ano primário. Casei com
Vidomar, tivemos 6 filhos, 10 netos, 2 bisnetos. Atualmente
moro em Campinas,São José, tenho 2 livros editados, “Casa de
Barro” e “Castelo de Pedras”. Participo de 5 antologias do
GPL. Sou membro da Academia Catarinense de Letras e Artes
e do Grupo de Poetas Livres, além do Grupo de Teatro no
Teatro Adolfo Melo. Também estou no Grupo de 3a. Idade “As
Fantásticas”. Formei-me no Curso de Monitores do NETI Núcleo de Estudos da 3a. Idade(UFSC). Fui contemplada com o
2º lugar no Concurso de Crônicas do NETI. Agradeço a Deus
por tudo; amo minha família, meus amigos. Vivo bem e sou
feliz.” Segue um poema de Doralice:
A NATUREZA
Como é bela a natureza
e Aquele que a criou.
O céu cheio de estrelas
e a terra cheia de flores.
No campo nascem as sementes
que são transformadas no pão.
O pão é o alimento
desta imensa nação.
FAZENDO POESIA
Fim de tarde
o vento está forte e frio
chove sem parar
o sol adormeceu
a lua se escondeu por trás das nuvens
um profundo silêncio calou a noite.
--- Dia 15 de setembro de 2010, na Livraria Livros & Livros,
aconteceu o lançamento da obra organizada por Celestino
Sachet e José Gomes Neto, intitulada “Cruz e
Sousa:Travessias”.Geraldo Pereira Lopes representou o GPL.
40
O homem solitário caminha na chuva
em busca de um lugar para passar a noite.
O poeta se inspira e faz a poesia.
[in Casa de Barro, pág.28]
5
Aconteceu...
Homenagem (2)
Maria suplicou com tal calor,
Que as palavras, brotando com amor,
Saíam embrulhadas num sorriso.
--- Dia 07 de Julho de 2010, no Plenário da Câmara Municipal
de Florianópolis, aconteceu Sessão Conjunta Academia
Desterrense de Letras e Câmara Municipal, com
pronunciamento de Maura Soares, presidente do GPL e membro
daquela Academia, sobre o Dia do Escritor do Município de
Florianópolis, com homenagem ao Escritor OSVALDO
FERREIRA DE MELO.
Presentes: Carlos Humberto Corrêa, presidente do Instituto
Histórico e Geográfico de Santa Catarina; Fernando Cesar
Gomes Machado, presidente do INGESC; Heralda Victor, Sonia
Ripoll, Inês Carmelita Lohn, Lino Lopes, pelo Grupo de Poetas
Livres; Sara Regina Poyares dos Reys, pelo IHGSC, prof. Leuzi
Soares, representando a família da oradora; Rosina Fontes de
Melo e e Mauricio Ferreira de Melo, pela família do
homenageado. Pela Academia Desterrense de Letras os
acadêmicos Leno Saraiva Caldas, Valter Manoel Gomes,
Geraldo Pereira Lopes, Hiamir Polli, Augusto Barbosa Coura
Neto, Pe. Ney Brasil Pereira, Nereu do Vale Pereira, Osmarina
Maria de Souza, Cesar do Canto Machado e Kátia Rebello,
dentre amigos e escritores.
Então, Deus, para todos contentar,
Criou a Berlenga, no meio do mar,
Dum pedaço arrancado ao paraíso.
--- Registro de Maura que havia saído matéria nos jornais Hora
de Santa Catarina e Noticias do Dia sobre o panegírico que faria
em homenagem a patrona de sua cadeira na Academia
Desterrense de Letras, Maura de Senna Pereira, no dia 30 de
julho de 2010, no Auditório da Biblioteca Pública Municipal prof.
Francisco Barreiros Filho.
--- Dias 30 e 31 de julho de 2010, Neusita L A Churkin participou
do Seminário das Academias de Letras do Brasil- Seção de SC,
em Alfredo Wagner,SC,declamando poesias e recebeu
certificado como acadêmica da Academia de Letras de
Governador Celso Ramos
--- Dia 15 de julho de 2010, o GPL comemorou em clima de
Festa de São João, o aniversário de Therezinha Cacilda
Monteiro Mann, festa com música e comidas típicas. Sonia
apresentou-se com Doralice o número “Maria Chiquinha”;
Neusita, no canto, e Valter, ao violão, apresentaram números
musicais, Heralda apresentou um poema e o menino Eduardo
Tavares um poema de sua autoria.
EM AGOSTO DE 2010:
--- Dia 06 de agosto de 2010, lançamento no Espaço Cultural
Celso Ramos, do BRDE, da 1ª. antologia da ALIFLOR, da qual
fazem parte Heralda, Therezinha, Sonia, Inês. Pelo GPL
compareceram Celso e Zeli.
--- Dia 13 de agosto de 2010, Projeto Cultural da Biblioteca do
Estado, com Sonia, Leinir. Inês, Geraldo e Celso, tendo Sinval
representado o GPL.
--- Dia 19 de julho de 2010, falecimento de Hoyêdo de Gouvêa
Lins, poeta, contista, cronista, da ACL, do IHGSC, que teve
homenagem por seus 80 anos na Revista Ventos do Sul n.34,
primeiro semestre de 2010.
Ivan Alves Pereira
A irreverência personificada
AÇORES
Uma merecida homenagem que faz jus há muito tempo e um
dos primeiros associados do Grupo de Poetas Livres, Ivan Alves
Pereira, prima pela irreverência em seus versos. Autor de Há
(mar) e bebê(r) I e II (revista e ampliada) as obras demonstram o
sentimento de Ivan, as coisas que vivenciou quando embarcado
como Oficial da Marinha de Guerra. Declara em seus poemas o
sentimento do marinheiro, os portos, as mulheres que todos eles
encontram. Passou por maus pedaços neste ano de 2010 com
sua saúde abalada, mas o Patrão lá de cima disse para ele ficar
mais um pouco entre nós e nos alegrar nas reuniões do GPL.
Nascido em 13 de maio de 1935, - (mesma data do aniversário
da nossa Ponte Hercílio Luz que, como ele mesmo diz “eu e a
Hercílio somos da terceira”) – em Paulo Jacintho, Alagoas.
Formado pelo CEART- UDESC, em Educação Artística,
Habilitação em Artes Plásticas, tendo sido o Orador da Turma.
Além do GPL é membro da ACPCC e utiliza os pseudônimos
Ivan de Paulo Jacintho e Cazzivan. É também membro da
Academia Catarinense de Letras e Artes. Estudou Administração
de Empresas na Faculdade de Ladário-MT e na ESAG-SC(curso
não concluído). Oficial da Marinha de Guerra e, já na reserva,
dedicou-se intensamente à pintura e à poesia. Colabora com o
Jornal Letras Santiaguenses. Do referido jornal n. 76, ano XI,
extraímos o texto a seguir:
Os cheiros dos Açores são salgados naturalmente.
Daniel é expert em escrever poesias e coisas
açorianas. A Vilca tem uma queda pelos Açores e pelo
interior de Alagoas onde deu boas aulas. Todos os
poetas dizem que ela é gente boa; e é mesmo. Doutor
Vilberto faz milagres nas caras feias e nos peitos
moles. Um dia Vilca falou que tinha saudade do pai
dela e eu, sem dizer uma só palavra, achei bonito,
principalmente quando ela mandou um artista
desenhar, pelo retrato, o seu pai. Sobrevoar uma ilha
num avião veloz não é nada interessante. Será açor,
um pássaro? Conheci Cabo Verde. Escaderal tem um
ritmo gostoso de ser ouvido em instrumento de corda.
Os pobres do estrangeiro tem o mesmo ar dos pobres
de Paulo Jacintho, em Alagoas. Maura, presidente dos
Poetas Livres de Floripa, é só ares...e ao dizer que
nas quedas sempre faltam cavalheiros, ela tem razão.
Tem gente que estuda muito e diz que Maceió é
capital de Alagoas. Estão, os que afirmam isto,
cobertos de razão.
6
IVAN ALVES PEREIRA
(Cazzivan)
--- Dia 16 de agosto de 2010, na ALESC, lançamento das obras
Viagem, de Augusto de Abreu; Flores e Cicatrizes, de Inês
Carmelita Lohn e Destino Pasárgada, de Cristina Viana.
Compareceram pelo GPL: Zeli, Heralda, Sinval e Celso.
--- Dia 23 de julho de 2010, na Casa da Cultura de São José,
Maurilia Freitas, do GPL, lançou seu primeiro livro de poemas,
intitulado Minha Saudade, com comentário nesta edição.
Compareceram pelo Grupo Alzemiro L.Vieira(com a esposa
Elza), Maura Soares, Celso Souza, Geraldo P Lopes, Marli S
Luz, Zeli M Dorcina, Doralice R S Silva, Maria da Anunciação
Pereira, Leinir M Correia, Sonia Ripoll (com Lino Lopes) e
Therezinha Cacilda M Mann. Familiares, amigos, numa noite fria,
foram dar seu calor a esta mulher guerreira recém saída de mais
um internamento hospitalar, mas que lá estava firme e forte pra
abraçar seus amigos e autografar, ainda com dificuldade, seus
livros. Apresentaram suas poesias: Celso, Geraldo, Maria da
Anunciação, Doralice, Sonia e Alzemiro, com seu poema e
cantilena.
--- Dia 19 de agosto de 2010, no BADESC, aconteceu o
lançamento da obra de Julio de Queiroz, do GPL, Seleta, em 3
Volumes: 1)Poemas – Fractais; 2) Contos – De mala pronta; 3)
Crônicas – Disto e Daquilo. Sonia Ripoll e Lino Lopes
compareceram em nome do Grupo de Poetas Livres.
--- Dia 21 de agosto de 2010, Neusita L A Churkin esteve na
Feira do Livro de Governador Celso Ramos, expôs seus livros,
declamou e cantou. O evento foi organizado pela Secretaria de
Cultura do Município.
--- Dia 24 de agosto de 2010, tendo por local o TICEN –
Terminal Urbano do Centro de Florianópolis, o lançamento do
Projeto Floripa Letrada – A palavra em movimento, projeto da
Secretaria de Educação de Florianópolis, lançado nos terminais
urbanos. Os empréstimos são gratuitos, com o pedido para o
usuário, após a leitura de livros e revistas, devolver nos
terminais. Antonio Celismar da Rocha representou o Grupo de
Poetas Livres e doou 10 exemplares de seus livros para os
usuários dos terminais urbanos.
--- Dia 26 de julho de 2010, o associado correspondente em
Portugal, António José Barradas Barroso nos dá ciência que
esteve em Peniche (cidade da beira mar a cerca de 100
quilômetros a norte de Lisboa), para receber o 1º. Prêmio dos
Jogos Florais, na categoria de soneto, com o titulo O PEDIDO,
que transcrevemos neste espaço do Aconteceu.
O pedido
--- Dia 25 de agosto de 2010, em reunião do GPL, aprovada a
Portaria 01/2010, que institui a Medalha do Poeta “Maria Vilma
Campos”, portaria elaborada em reunião na residência da
presidente Maura, com Heralda Victor e Eunice Tavares. A
Medalha deverá ser usada nos eventos em que comparecerem
os membros do GPL, como representantes. A arte foi feita pelo
poeta e artista plástico José Cacildo Silva.
Os homens se juntaram num pedido
À Senhora que, sorrindo, os ouvia,
Um toque de beleza e de magia,
Nesse mar todo o dia percorrido.
Maria, junto a Deus, surpreendido
Pelo estranho desejo e fantasia,
Mandou, então, chamar a poesia,
Do jardim onde tinha florescido.
39
Aconteceu...
--- Dia 15 de junho de 2010, na Semana Cultural da AABB, a
convite de Alcita V.Leite, estiveram presentes pelo GPL, Celso,
Zeli e Neusita. Comentaram sobre a falta de atenção ao Grupo
que ali compareceu a convite, tendo somente Celso a
oportunidade de declamar sua poesia.
EM MAIO DE 2010:
--- Registro de Celso João de Souza que: 1) em 9 de maio
compareceu na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos
Dias(mórmons), declamando poesia em homenagem ao Dia das
Mães; 2)que participou em quatro dias da Feira do Livro de São
José, de 21 a 26 de maio; 3)que foi convidado pela Academia de
Letras de Alfredo Wagner para participar da fundação daquele
sodalício e, no Rio Grande do Sul, dias 5 e 6 de maio em
Gravataí,participou de uma roda de poesia no 2º. Encontro de
Moda de Viola e Música Raiz(promoção da Associação de
Poetas e Violeiros), a convite do Clube Cultural Palhoça de
Violeiros; 4)que foi contratado pela Prefeitura de Palhoça para
ministrar oficinas de poesia para crianças, com 40 horas-aula,
no CAIC daquela cidade.
Portaria 01/2010
Institui a Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos” e dá outras providências.
--- Dia 17 de junho de 2010, em reunião do GPL, comentários
sobre o descaso do poder público para com o projeto que
enalteceu o poeta catarinense, idealizado pelo GPL, Poesia na
Praça. A destruição quase total dos bancos das praias do Bom
Abrigo, Palmeiras e Itaguaçu e o processo de aculturação da
nossa sociedade. Celso comentou que sentou-se em cada
banco com poesia vivenciando o que cada poeta escreveu.
--- Falecimento de Nadir Rodrigues, da Academia de Letras de
Palhoça, tendo Sonia comparecido ao velório.
--- Dia 19 de maio de 2010, Neusita L A Churkin apresentou
poemas na Igreja Presbiteriana Independente de Santos,SP.
Cantou para as crianças “Casinha Pensante” e “As Vogais”.
Declamou poesia para os pais destas crianças, alunas de uma
escola, cujas mães deixam seus filhos aos cuidados de pessoas
da igreja que recebem inclusive refeições.
--- Dia 20 de junho de 2010, a Secretaria do Continente
promoveu Festa Junina no Parque de Coqueiros, ocasião em
que o GPL participaria. A chuva torrencial impediu a
apresentação do GPL, que mesmo assim, marcou presença com
Maura, Heralda, Maria da Anunciação, Licinho e Geraldo.
--- Dia 24 de junho de 2010, Recital Litero-Musical com
apresentação do Coral Italo-Brasileiro e de poetas do Grupo de
Poetas Livres, no auditório Abelardo Sousa, da Biblioteca
Pública Municipal prof. Francisco Barreiros Filho, organização de
Heralda Victor e apresentação de Maura Soares, no
impedimento da organizadora.
--- Registro: O Clube dos Escritores de Piracicaba,SP, entregou
ao nosso confrade membro das Academias Desterrense de
Letras e Alcantarense de Letras, Augusto Barbosa Coura Neto, o
“Colar do Mérito Literário Haldumont Nobre Ferraz”, juntamente
com o Título correspondente, pela atuação de Augusto na
Literatura e Cultura, participando como Acadêmico do Clube,
durante Sessão Magna em 26 de novembro de 2010, no Salão
Nobre “Helly de Campos Melges”, da Câmara Municipal de
Piracicaba. Parabéns ao nobre amigo do GPL.
--- Dia 20 de maio de 2010, Viviane R Santos representou o
GPL na ALESC por ocasião de Sessão Solene pelo aniversário
de 45 anos da UDESC.
--- Registro de Zeli Maria Dorcina que nos dias 24 e 25 de maio
esteve nos Colégios Iracema de Andrade e Jardim Solemar
(neste com Luiz Fabiano S. de Souza, do GPL), em
apresentação poética.
--- Registro de Sonia Ripoll:1) dia 24 de maio de 2010, esteve
na Feira do Livro e representou o GPL; 2)dia 31 de maio na
Biblioteca Pública do Estado, pelos 156 anos daquela instituição.
--- Dia 27 de maio de 2010, Viviane esteve no lançamento da
obra Africanidades Catarinenses.
--- Sonia Ripoll, dentro do Projeto O Escritor e Sua Obra,
apresentou palestra sobre sua patrona na Academia de Letras
de Palhoça, Delminda Silveira, tendo recebido fartos elogios da
presidente Maura por seu belo trabalho de pesquisa.
--- Dia 30 de junho de 2010, Celso João de Souza, em Alfredo
Wagner, deu entrevista em Rádio Comunitária, comentando
sobre o Grupo de Poetas Livres.
--- Dia 28 de maio de 2010, na Feira do Livro do Largo da
Alfândega, comparecimento do GPL com Licinho Campos,
Heralda Victor, Inês C.Lohn, Geraldo P Lopes e Marli Santos,
com suas produções poéticas. Maura apresentou poema de
Inês.
EM JULHO DE 2010:
--- Registro no mês de Julho de 2010, o falecimento do
acadêmico da Academia São José de Letras, Gilberto Nahas.
--- Registro de convite da Câmara Catarinense do Livro,
solicitando obras dos associados do Grupo para a Bienal de São
Paulo, o que foi atendido.
--- Registro do falecimento, no mês de julho de 2010, do
radialista Acy Cabral Teive, um dos baluartes do rádio de
Florianópolis, notadamente na Rádio Guarujá.
--- Em Julho de 2010, a partir do número 132 do Jornal Folha de
Coqueiros, coluna dedicada ao Projeto AQUI TEM POESIA, do
Grupo de Poetas Livres, com a publicação de poesias de seus
associados e também de poetas da região de Coqueiros,
comprovadamente residentes no local. Após o desmanche dos
poemas estampados nos bancos das praias do continente e
vendo perdido o trabalho de resgate das poesias dos nossos
poetas catarinenses, o Grupo apresentou projeto de autoria da
presidente Maura Soares, para não deixar morrer a poesia. O
recebimento pela Folha foi emocionante para o Grupo que se vê
novamente na vitrine da Poesia, porém não deseja os méritos só
para si e sim dá oportunidade aos poetas dos bairros de
Coqueiros, Praia do Meio, Itaguaçu, Bom Abrigo, Palmeiras e
Abraão para também divulgarem suas produções poéticas.
EM JUNHO DE 2010:
--- Registro: O Boletim do Instituto Histórico e Geográfico de
Santa Catarina ano XIII, n. 144, junho de 2010, página 7, publica
foto da capa da RVS n.33, citando os poetas do GPL e do
IHGSC Maura, Leatrice Moellmann, Julio de Queiroz, José
Alberto Barbosa, José Isaac Pilati.
--- Dia 11 de junho de 2010, Maura representou o GPL no
Panegírico de Sonia Ripoll, em louvor da patrona da sua cadeira
na Academia de Letras da Palhoça, Delminda Silveira. O
Acadêmico Antonio Manoel da Silva (Bieli) falou sobre seu
patrono, Santos Lostada.
--- Dia 12 de junho de 2010, promoção da Câmara de
Vereadores, evento denominado Câmara Cidadão, com
declamação de poemas e música. Inês compareceu.
38
A presidente do Grupo de Poetas Livres, no uso de suas atribuições,
RESOLVE:
Instituir a Medalha do Poeta intitulada “Maria Vilma Campos”, como segue:
1 - Por proposição da associada e vice-presidente Heralda Victor, em reunião
do Grupo, foi aprovada por unanimidade a criação da Medalha do Poeta “Maria Vilma
Campos”, para uso dos associados efetivos.
a) A referida Medalha poderá, a critério da Diretoria com aprovação em
Assembléia, contemplar associados beneméritos, honorários e amigos da cultura
(pessoas e ou instituições).
2 - De acordo com o Regimento Interno, em conformidade com o Artigo 3º.
combinado com o Artigo 6º. , os associados regularmente inscritos no Grupo,
cumprindo o prazo do art. 6º, farão jus ao recebimento da Medalha.
3 - Na eventualidade do associado comparecer a cerimônias em que esteja
representando o Grupo, será aconselhável o uso da Medalha, como forma de
identificação, de acordo com o Artigo 10 do Regimento Interno.
4 - Os valores referentes a aquisição da Medalha ficarão a cargo do associado
efetivo.
Esta Portaria, após apresentada em reunião do Grupo, para aprovação e, após,
será publicada no Site do Grupo de Poetas Livres e na sua Revista Ventos do Sul.
Florianópolis, 26 de agosto de 2010
7
Obras em destaque
Há tempos o GPL recebe obras de diversos autores e de associados do Grupo,
para a Biblioteca “Maria Vilma Nascimento Campos”, as quais dá ciência em suas
reuniões e destaca na seção da Revista. Sempre agradece, seja por carta, cartão ou
por e-mail e, em algumas delas se faz comentários. Esta seção foi sugerida pela
poetisa Bernadete Campos, de Virginópolis, MG. Sempre que uma obra se apresenta
e que mereça destaque, aqui é o fórum de divulgação.
Nesta edição destacamos o comentário de Maura Soares a respeito da obra da
associada do Grupo, Maurilia Freitas, intitulada “Minha Saudade”.
OH, QUE SAUDADES!
Casimiro de Abreu (1837-1860), em belo poema, descreve a
saudade da aurora de sua vida, nas estrofes de “Meus oito
anos”.
Cito a primeira estrofe:”Oh! Que saudades que tenho/ da
aurora da minha vida/ Da minha infância querida/ que os anos
não trazem mais! Que amor, que sonhos, que flores, naquelas
tardes fagueiras/ À sombra das bananeiras/ Debaixo dos
laranjais!”.
Lembrei-me de Casimiro de Abreu ao ler as páginas desta
primeira obra de Maurília Freitas, em que a autora descerra a
cortina do passado e relata sua infância no sítio, à sombra das
árvores, comendo o fruto direto de seus galhos frondosos,
ouvindo os pássaros cantando e se deliciando com as coisas
belas que a Natureza nos proporciona, principalmente no
ambiente rural.
A vida na cidade traz barulho, decepção, amargura. A do sítio
traz a bonança. A alegria, as brincadeiras inocentes, os banhos
de rio, as traquinagens tão próprias de crianças que passam
esta maravilhosa parte da vida junto à natureza.
Neste contraponto, Maurília desnuda-se e relata momentos
de amargura, de solidão, até de abandono, enfocando a vida
adulta.
Não há muitos momentos da juventude e sim o passado mais
distante que foi risonho e fagueiro. Apesar de dizer do seu amor,
aquele amor que está lá no fundo de todos os seres e transferi-lo
aos familiares, há momentos em que a solidão fala mais alto e
transparece em seus versos em forma de lamento, até de
abandono.
A obra é uma transposição como se na janela Maurília
estivesse a ver passar o filme dos momentos em que em sua
vida não havia preocupações. A idade adulta trouxe-lhe doença,
longas esperas em leitos de hospitais, longas convalescenças...
Mas seu espírito guerreiro não se entrega e seu coração por
vezes a chama à reflexão. “Para, para um pouco, sossega”. E é
nesses momentos em que o coração dá os alertas, que Maurília
se transporta e em sua imaginação, torna-se outra vez menina a
deslumbrar-se com as coisas bonitas do sertão.
A obra se apresenta toda ela em quadras, de fácil leitura.
É o primeiro livro de Maurília, resgatando os textos que
estavam guardados em suas gavetas. Agora, eles são postos à
lume e podemos apreciá-los.
Como membro do Grupo de Poetas Livres, são livres todos
os estilos de poesia e assim o é Maurília com seus poemas
rimados.
Maura Soares, presidente do GPL (ms./)
8
Biblioteca Maria Vilma Nascimento Campos
Desde sua fundação, em 1998, o GPL tem sempre recebido obras de seus poetamigos
dos vários lugares do Brasil e do exterior. Encaminhamos agradecimento aos doadores
e damos ciência nas reuniões, antes de serem incorporadas ao acervo.
Neste segundo semestre de 2010, recebemos:
1. De Antonio José Barradas Barroso,
associado do GPL em Parede, Portugal,
as doações: Só,de António Nobre;
Sombra de Fumo, de Augusto Gil;
Conversas Inacabadas com Alberto
Caeiro, de José Flórido; O dominó preto
(contos), de Florbela Espanca.
2. Doação de Sonia Ripoll a obra
organizada por Lauro Junkes, Broquéis,
Faróis,Últimos Sonetos, de Cruz e Sousa.
3. Doação ao Alternativo Versos Livres,
n.30, 16 de maio de 2010, por Antonio
Luiz Lopes em que o GPL é citado com
referência ao recebimento da RVS 34 e a
5ª. Antologia do GPL.
4. Jornal da ANE – Associação Nacional
de Escritores ano V, n. 34, junho-julho
2010. Dedica página inteira ao tema
escrito por Maura Soares, “Criando
contos”, considerações sobre a obra de
Emanuel Medeiros Vieira “21 Contos
Escolhidos”.
5. Doação de Sonia Ripoll de texto
encadernado de sua palestra sobre a
poetisa Delminda Silveira, realizada no
GPL, dentro do Projeto O Escritor e Sua
Obra.
6. Doação de Walmor Dario, São
Vicente,SP, do Zine Poético “Escritos”, n.
35, ano VI, janeiro-fevereiro de 2010 e
carta ao Grupo.
7. Doação de Augusto de Abreu Teodoro,
de sua obra poética “Viagem”.
8. Doação de Lari Franceschetto,
Veranópolis,RS,encaminhou os seguintes
documentos: 1)Folder para o 15º
Concurso Literário Mansueto Bernardi;
2)Registro do Poema Latinos, que
recebeu Menção Honrosa no III Concurso
Nacional da Academia Itajubaense de
Letras, MG; 3) Poema Quintanares que
recebeu nove premiações nacionais; 4)
Perfil do autor e o poema Mutação, 1º
lugar no Concurso Nacional de Poesia,
Rio 2001; 5)Trechos de “O Estafeta” que
fala sobre suas premiações; 6)Poema
Fotografia em que um verso dá titulo à
sua obra “Espelho das Águas”; 7)
Fanzine “De cara com a poesia”, de
Recife,PE, ano VII, 2008, n. 48; 8)
Fanzine “De cara com a Poesia”, n. 52,
março 2010, Recife, PE.
9. Doação de Antonio Luiz Lopes,
Guarulhos,SP: 1) Zine “Versos Livres”,
n.31, 27 de julho de 2010, com a
publicação do poema de Maura Soares
“Há um tigre em mim”; 2) Zine “Dois”, ano
XXXI, julho 2010, que cita o GPL.
10. De Antonio Pereira Mello, de Santa
Maria,RS, enviando Zine “Alternativo”
com poemas de Cecilia Fidelli, Maria Rita
Py e Zine “Escritos” n. 37, ano VI, maiojunho 2010, São Vicente,SP e Zine
“Missionário da Poesia” ano 1, n. 2/2010;
Ano 1, n.3, julho/2010, Ano 1, n.4, agosto/
2010.
11. Doação do poeta Silvério da Costa,
Chapecó, SC, sua obra “Trilhos cruzados”
e Recorte do Jornal Sul Brasil, de
Chapecó, ano 16, n. 4859, 29 de julho de
2010, sua coluna Fronte Cultural que
publica poema de Maura, “Out Door”.
12. Doação do escritor e poeta Julio de
Queiroz, associado do GPL, para todos
os associados assíduos do Grupo de
Poetas Livres e para a Biblioteca do GPL,
a Seleta em 3 volumes: 1-Poemas –
Fractais; 2- Contos – De malas prontas;
3- Cônicas – Disto e Daquilo. A Seleta
também foi enviada para Além-mar, ao
associado António José Barradas
Barroso, de Parede, Portugal, que nos
comunicou da excelência das três obras.
13. Recorte do Jornal Folha de Coqueiros
n. 133, ano 14, agosto de 2010, com a
Coluna Aqui Tem Poesia – Projeto do GPL
– com poemas de Eunice(Artemis);
Heralda(Seria); Edmar(Felicidade).
14. Doação de Izabel Caeran, viúva do
poeta Cácio Santiago, de Frederico
Westphalen.RS, a obra Folhas de
Outono; Recortes do Jornal “Folha em
Revista” de Frederico Westphalen, com
homenagem da Câmara dos Escritores
da cidade, com homenagem póstuma;
Recorte de 12.3.2010, do jornal “Folha
em Revista”, com Cácio Machado da
Silva(Santiago) sendo homenageado pela
Academia de Letras do Brasil – com
Concurso Literário Memorial, para
ingresso na Academia e o Regulamento
do Concurso.
15. Doação de Heralda Victor da obra
“Flor de Lis”, 1ª. Antologia da ALIFLOR.
16. Recorte do Jornal Folha de Coqueiros
Ano XIV, n. 133, agosto 2010, pág. 3 –
Projeto “Aqui Tem Poesia”, com poemas
de Heralda, Eunice e Edmar.
37
17. Doação de Maura da Revista
“Continuum” de Literatura, edição do
Banco Itaú, n. 26 / 2010.
18. Doação de Maurilia Freitas, de sua
obra “Minha Saudade”.
19. Doação de Artemio Zanon, as obras:
O trinta-réis Ano XV, n. 53, agostosetembro de 2010(Boletim da ASAJOL);
Auto de Lingua – Teatro em 3 atos;
Bichos & Humanos-contos; Voar de asaspoemas, de sua autoria.
20. De Aldo Moraes, Londrina, PR,
doação da publicação “Arte Brasil” 18,
ano II, set/ out 2010, com poemas
diversos.
21. Doação da associada Maria do Carmo
Tridapalli Facchini, sua obra “...Com
liberdade às borboletas!”.
22. Doação da escritora Jelena
Stopanovski Ribeiro sua obra “A noite em
que os céus se abrem”.
23. Doação de Carmen Maria Carvalho de
Lima, suas obras “Antes que me
esqueça” e “Lembranças”.
24. Jornal da ANE-Associação Nacional
de Escritores, Ano V, n. 36, out/Nov 2010.
Traz foto da capa da obra do escritor
catarinense Emanuel Medeiros Vieira,
“Olhos Azuis-Ao sul do efêmero”, que
recebeu o 1º lugar no Concurso
Internacional de Literatura UBE-RJ, 2010.
25. Recorte do Jornal Noticias do Dia,
ano 5, n.1451, 3 de novembro de 2010,
publica matéria com o resultado do “6º
concurso Liberte-se...nas Asas da
Poesia!”
26. O poeta Malungo (José Carlos Farias)
de Recife,PE, enviou vários exemplares
do Fanzine “De cara com a Poesia”, n.54,
outubro 2010.
27. Recorte do Jornal Folha de Coqueiros
ano XV, n. 135, out/2010, com a Coluna
“Aqui Tem Poesia”, projeto do GPL, que a
cada mês publica poemas de seus
associados, desta feita em homenagem
ao Dia do Poeta, comemorado dia 20 de
outubro, a “Oração do Poeta”, de Zeula
Soares e o poema “Primavera”, de José
Luiz Amorim.
Promovendo... Poetas do Grupo
In memoriam
CÁCIO SANTIAGO
LABIRINTO
MEU MUNDO
Estou neste labirinto
Sem poder fugir
(não sei se quero fugir)
Tenho nãos
Em forma de dizeres
De fazeres
(não textuais)
Pretextos intencionais.
Longe se vão os dias em que
a dança era meu mundo
e que a música meu conforto
Em que representar era minha vida
Longe se vão os anos em que brincava
de amarelinha,
pula-pula, esconde-esconde,
em que, feliz, jogava bola de gude
pela minha rua, sem perigo.
Longe se vai o tempo em que as famílias
se reuniam nas calçadas as portas
eram abertas a todos os jardins
não tinham muros as janelas
não possuíam grades.
Longe se vão os dias...
Longe se vão...
Hoje mora-se em caixotes amontoados,
para proteção da família.
Não se vai à rua para brincar
Máquinas substituem as brincadeiras infantis.
Nas escolas formam-se gangues
que se agridem e chegam a matar.
O respeito aos pais, aos professores, aos avós,
enfim, ao ser humano, parece coisa do passado.
Entram em nossos lares notícias ruins em qualquer
canal de TV ou pelos jornais.
Hoje a vida é assim.
Prisioneiros em casa temerosos nas ruas,
desconfiados atormentados no trabalho
estressados, depressivos, pessoas estranhas
no mundo real.
Como não sentir saudade de um tempo melhor?
VIVIANE REGINA DOS SANTOS
AMARGO AMOR
Quem amo tem a essência
De uma flor intocável
Debruçada na eterna permanência
Num amargo néctar inflamável
E quando a explosão exala
Arranca sonhos, deixa-o nu
E distancia calando as falas
Entre eu e tu.
ZELI MARIA DORCINA
ZEULA SOARES
(Domingo de Páscoa, 12/04/2009)
Quando falece um poeta, em qualquer parte do mundo, uma parte
de nós também se perde. Assim aconteceu com o poeta do Rio
Grande do Sul, Cácio Santiago, que reverenciamos neste espaço. Em
nota no jornal Folha em Revista de 12 de março de 2010, a Academia
de Letras do Brasil, da qual era acadêmico, dedicou página a ele.
Citamos um pequeno trecho:
“A Presidência e Membros da ACADEMIA DE LETRAS DO
BRASIL somam-se aos familiares, amigos e leitores do escritor Cácio
Santiago diante a limitação humana enquanto matéria, ressaltando as
virtudes de um pensamento vívido e Imortal, capaz de ultrapassar os
limites da temporalidade e conquistar, mesmo após a morte, a
plenitude. Formando opiniões, sistematizando e dando forma a ideais
e objetivos. Enfim, interagindo eternamente em um Mundo de
ininterrupta construção histórica. Onde, aqueles que mais sonham,
ainda que utópicos ao seu tempo, formam as bases do pensamento
materializador das novas civilizações”(...).
Quando enviei-lhe a Revista Ventos do Sul em retribuição ao livro
que nos enviou, ele encaminhou o seguinte email:
“Estimada Maura!
Acuso e agradeço o recebimento da revista VENTOS DO SUL,
diga-se a voo de pássaro, é uma excelente iniciativa. Por aqui (em
Frederico Westphalen-RS), criamos a Câmara dos Escritores de
Frederico Westphalen, em outubro de 2008. Somente associados
com livros publicados -No ano que passou conseguimos desenvolver,
com certa dificuldade, alguns projetos simples nas escolas como o
PAINEL LITERÁRIO; um espaço permanente no jornal local;
participamos de algumas feiras culturais pela região, e aos sábados,
sempre que possível,nos reunimos na praça principal com um
estande, banners, livros dos associados,chimarrão e muita prosa.(...)”
Cácio.
Registramos o recebimento de email de sua esposa, dandonos conta de sua passagem para a imortalidade:
“ Prezada Maura,
Foi com saudades que hoje recebi a revista Ventos do Sul em
nome do Cácio, sou esposa do Cácio me chamo Izabel, quero lhe
comunicar que no dia 20 de fevereiro de 2010 o meu amado faleceu
vítima de acidente automobilístico. O Cácio era um poeta de alma...,
fundou a Câmara dos Escritores de Frederico Westphalen, Membro e
Doutor Honoris Causa pela Academia de Letras do Brasil. A
presidência da ALB institui em 06 de março de 2010, em homenagem
ao Escritor Imortal, Doutor Cácio Santiago, as bases ao CONCURSO
LITERÁRIO BRASILEIRO CÁCIO SANTIAGO, regulamento no site:
www.academialetrasbrasil.org.br, inscrições de 20 de março a 20 de
novembro.
Gostaria que divulgasse o concurso e que o grupo de poetas livres
e outros mais pudessem participar. Ainda lhe pergunto se o GPL
recebeu as obras do Cácio, DIAS DE SOL E VENTO ( PROSA E
VERSO) E FOLHAS DE OUTONO. (respondemos que sim e
divulgamos o concurso).
O Cácio me deixou o terceiro livro pronto, eu devo publicá-lo no
próximo ano, pois ainda estou muito abalada. Certa da atenção e
divulgação desde já lhe agradeço.
Um grande abraço. Izabel.”
36
NOITE PERFUMADA
A flor
que espera o sol
se pôr
para liberar
seu perfume
Nem sabe
que passeia
n´algum desejo
maduro
d´algum rosto
em janela
iluminado
pela formosa
lua cheia
numa noite de primavera.
[in Folhas de Outono, pág.36]
O GPL procura, dentro de suas
possibilidades, homenagear seus
poetas e poetas amigos, pois
todos, dentro do universo da
poesia, somos irmãos.
Maura Soares - presidente (ms./)
9
Promovendo... Poetas do Grupo
Concursos: resultados
1º. LUGAR
VONTADES
EM TUA AUSÊNCIA
E agora,
O que faz meu coração
Ante tua ausência?
Chora!...
A lua não mais o consola...
FÁBIO SILVA
Faz tempo,
muito tempo
que suspiros são diálogos
e aparições são apenas lembranças.
Há imensa vontade
de trocas confidenciais,
da ficção para a ilusão
Prolifera a fera desejável
ao apagar luzes que queimam
na ebulição incansável da exaustão.
Vem,
deixa firmar
mais um bocado
dos conchavos a relutar.
Por fim
a força da criação consome
e anuncia o aguardo.
2º Lugar:
SANDRA REGINA CLARA NEPOMOCENO PINTO
SONIA RIPOLL
HOJE
Hoje talvez consiga dormir mais cedo,
Sem medo,
Hoje quero que a noite passe mais depressa,
Só isso me interessa.
Hoje à noite novamente ficarei observando grades,
Grades de aço,
Só ao vê-las meu coração bate em mil pedaços.
Hoje à noite pede e cheira à morte,
Hoje à noite talvez seja muita sorte
Passar mais uma noite aqui,
Hoje à noite me entorpeço
E me esqueço
De tudo aquilo
Que nas outras noites eu ainda não entendi.
6º Concurso
“Liberte-se...nas
asas da Poesia!”
Este Concurso é totalmente
dedicado ao público
carcerário, com Tema Livre.
Os detentos do Presídio
Regional de Tijucas, SC,
alunos do Curso CEJACurso de Educação de
Jovens e Adultos,
comparecem nesta 6ª.
Edição. A coordenação é da
professora Márcia Reis
Bittencourt, membro do
GPL, e professora do Curso,
naquele Presídio. Os
trabalhos foram analisados
por Zeula Soares, Eunice
Leite da Silva Tavares,
Licinho Campos, Heralda
Victor e Geraldo Pereira
Lopes. Classificados em 1º,
2º e 3º lugares:
O GRANDE SONHO
Já estou bem perto de realizar o grande sonho
Que é o de conseguir minha liberdade...
Depois de dois anos as luzes do fim
do túnel estão começando a acender...
Sonho com o momento de sair daqui
Não sei o que vou fazer
Mas quero tudo diferente
Vou mudar
Quero abraçar meus filhos
Fazer coisas que eu não fazia
Tudo será maravilhoso
Só falta chegar o momento certo
Estou aqui e não sou inocente
Estou pagando pelos meus erros
Espero a minha liberdade
Para cuidar da minha família
Que é o que tenho de mais importante.
GERALDO DOS SANTOS
Madrugada fria,
Longe está a aurora!
Perdeu-se nos confins
Da rua vazia...
Levando toda a alegria...
Versos de saudade!
Buscam, na noite, abrigo
A mendigar afago...
Nostálgica cidade,
Cruel realidade...
MÁGICO ABRAÇO
CIÚME
A saudade de poucos dias parece uma eternidade.
A ansiedade toma a direção da vida
e o destino parece não ter fim.
A imaginação assume a realidade e somente
o vento traz notícias de ti.
No sofrimento da angústia, ainda encontro
forças para dar vazão aos meus desejos,
vestindo a tua intimidade de branco,
preto ou vermelho.
Assim, teu semblante invade minh´alma,
permitindo prosseguir ao teu encontro.
Finalmente surges, nos premiando.
Ah! mulher dos meus sonhos em desperta
consciência, teu olhar me levita,
enchendo-me de luz
E no mágico gesto do delicado abraço
de quem também ama, me seduz.
É certo que ciúme é tempero do amor.
Porém nunca o exagere, use-o com cuidado,
aos pouquinhos...com especial carinho...
Quando ele é intenso e atinge fundo o coração,
fique em silêncio...faça um certo revide...
e use temperos, como diálogo e compreensão.
Bem temperado, o amor reacende, cresce,
fica mais gostoso, cheio de paixão...
Porém, tenha amor próprio, não aceite traição.
SUELI RODRIGUES BITTENCOURT
[in Suavize seu viver – Reflexões em prosa e verso, pág. 37]
CICATRIZES NA ALMA
SINVAL SILVA SILVEIRA
Todos tem fardos a carregar
Cicatrizes que trazem na alma
Algumas são mais recentes,
Outras antigas e profundas
Somos todos alterados pelo tempo
E pelas circunstâncias
Às vezes até alterados pela fé
Os sonhos não devem morrer
Mesmo que queiramos alcançar a lua
Como um grande desejo
Acredite se quiser
Só tem uma coisa certa
Que não há nada no mundo
Que o amor não consiga perdoar
Mesmo o que estiver dentro da alma
Bem escondido entre você e Deus.
3º Lugar:
O MAR
Sonho em ver o mar novamente
O mar de verdes águas lindas
O mar de camarões e peixes
O mar dos pescadores
Sonho em ver o mar...
Para poder tomar banho de sol e de mar
O mar lindo
Com sua cor de esmeralda
O mar que me fazia feliz
Sonho em ver o mar
O mar verde da cor da esperança
O mar maravilhoso.
Sonho em ver o mar...
BATISTA BATISTOTI
10
GRÃO DE MILHO
Caiu por acaso
Um grão de milho
No quintal do meu terreiro
A natureza se encarregou
De fertilizá-lo por inteiro
Admiração foi tanta
Que o grão de milho virou planta
Enquanto eu regava
Em pensamento eu falava
Em vez de um grão de milho
Um milheiro!
Pois eu venderia milho
Até lá para o estrangeiro.
THEREZINHA CACILDA MONTEIRO MANN
VALTER OSVALDO SANT´ANA
35
Promovendo... Poetas do Grupo
ENCOSTAS DO POENTE (*)
UM DIA QUALQUER
Amar,
Palavra bela e sem ela
O amor não existirá.
Quando escrita na areia
É beijada pelas ondas do mar,
Pelas ondas, pelas ondas
Pelas ondas, pelas ondas do mar!
Estradas se cruzam
pessoas se encontram...
Em um bar, para um vinho,
Lá fora, por um caminho.
E aqui dentro, no coração de cada um,
Mil motivos de carinho...
E a única coisa, da qual
Não queremos dividir...
É o pagamento da conta!
Amar
É a grande prova que faz o amor,
Paixão e sonhar!
Quando escrita na areia
É querida pelas ondas do mar
E meu amor parado na beira da praia
Olha o barco a velejar!
Olha o barco a velejar!
NEOMAR JÚNIOR
(Neomar Narciso Borges Cezar Júnior)
POESIA AO VENTO
Sinto a brisa a me tocar
De uma nova estação
Que está para chegar
O mar
Beija a areia com as ondas
E a estrela caminha contigo no mar!
O sol quando se põe no horizonte
Os pássaros a cantar
O bem-te-vi a beijar
A mais bela flor num só olhar.
Banha com sua luz a areia do mar
E meu amor no sonho da beira da praia
Olha o barco a velejar
Olha o barco a velejar,
Nas encostas do poente,
Nas encostas do poente,
Pelas ondas, pelas ondas,
Pelas ondas, pelas ondas do mar!
O vento a embalar
O girassol a direcionar
O flamboyant a frutificar
A poesia está no ar
Vejo a natureza
Que estou a contemplar
Assimetria em harmonia
A nos brindar
NAZA POETA HOLÍSTICO
(Norberto Nazareno Barreiros Fortes)
(*)Prêmio Zininho de Música, 1º/11/1994.
[in Aconchego-Antologia, pág.80, 2003]
São belas artes
Que devemos preservar
Para que nossas raízes
Possam também desfrutar
SAUDADE
Um pé de camélias
No jardim a florir
Fala-me de um passado
Tão feliz que vivi.
RODRIGO SILVEIRA LOPES
AMIZADE
Camélias cor-de-rosa
E purpurinas
Eram-me oferecidas
Por vovó Florentina
5º Concurso On-Line
Trovas e Quadras
O Grupo de Poetas Livres, no seu
5º Concurso On-Line, resolveu
promover em 2010, um concurso
de Trovas e/ou Quadras, esperando
a participação de internautas que
acessam com freqüência sites de
poesias para se apresentarem
como candidatos. A Comissão
Avaliadora formada por Eunice
Leite da Silva Tavares, José
Cacildo Silva e Maura Soares,
recebeu inúmeras colaborações de
internautas, porém não com trovas
ou quadras, mas com poemas e
sonetos, que pelo Regulamento do
Concurso, tiveram que ser
descartados. Assim, com resultado
divulgado em 3 de novembro de
2010, temos:
Eu desejo que nossa amizade
Seja um brilho eterno
Em nossas vidas
Que reluz sempre que for necessitada.
Camélias brancas,
Matizadas
Presenteava-me com elas
A saudosa tia Ada
Quando o choro for de tristeza
Por causa das tragédias da vida
ou
Quando o choro for de alegria
Porque temos um milhão de amigos.
As duas já partiram
Para a eternidade
Mas o pé de camélias
É prova imorredoura
De uma eterna saudade.
ROSE NILVA SIMÃO
NEUSITA LUZ DE AZEVEDO CHURKIN
34
11
1º. Lugar:
ANDRÉ AMORIM RAMOS,
de Florianópolis, SC, com:
A saudade já se expande
E me traz para essas linhas...
Sendo ela assim tão grande
Poderia ser só minha?
2º. Lugar:
ALTAIR JOSÉ DOS SANTOS,
de Campo Mourão, PR, com:
“Trabalhar no domingo”
Chato é noite de domingo
e eu sair pra trabalhar
de coragem nem um pingo
quero mesmo é descansar
3º. Lugar:
GERALDO TROMBIN,
de Americana, SP, com:
“Temporal”
Ah! Como o tempo se escassa
Rapidinho na ampulheta,
Mexendo com a carcaça,
Deformando a silhueta.
Colaborações dos associados
Neste número da RVS continuamos com as Colaborações
dos Associados. Aqui estampamos texto pesquisado por
NEUSITA LUZ DE AZEVEDO CHURKIN, que além do GPL, é
acadêmica da Academia de Letras de Biguaçu e de
Governador Celso Ramos. O texto resgata uma das nossas
tradições herdadas dos portugueses: o Pão-por-Deus. Em
outra página, ZEULA SOARES apresenta texto a respeito da
origem das Notas Musicais, com o título Recordações.
PÃO-POR-DEUS
Dentre as manifestações culturais trazidas pelos imigrantes
portugueses, destacamos o pão-por-Deus, como objeto do
nosso comentário.
O pão-por-Deus era um pedido feito em versos com
mensagens exprimindo amor, carinho, amizade ou simpatia.
Estes versos eram escritos em papel decorado, geralmente
recortado de maneira artística, com predomínio na forma de
coração sem excluir outras, tais como violão, flor e outras, a
combinar com o verso.
Junto do coração decorado, o remetente enviava um bolo
pedindo o pão-por-Deus, quem recebia ficava na obrigação de
retribuir com um presente, que as vezes ia especificado no
pedido (no coração).
Exemplos de pão-por-Deus:
A origem do pão-por-Deus
De acordo com pesquisas, relativas a sua área de incidência
não há dúvida de que o pão-por-Deus é de origem lusitana. Este
costume foi trazido para o Brasil, pelos nossos colonizadores
portugueses, especificamente para o litoral catarinense
abrangendo uma área desde São Francisco de Sul até
Araranguá. Embora de pequena penetração encontramos este
costume até Dionísio Cerqueira nos limites com a República
Argentina.
A propagação do pão-por-Deus acontece até mesmo em
regiões de colonização germânica e italiana, pelo fato de ali
residirem pessoas de origem portuguesa.
São Francisco do Sul foi a região onde o pão-por-Deus,
esteve mais presente na vida do povo com casas especializadas
na confecção e venda de cartões. A simetria dos cartões era
observada de maneira cuidadosa na elaboração de sua forma.
Estes detalhes são observados para dar beleza as formas do
pão-por-Deus.
Coração diz à Dadinha
Que o bem o bom afaga
Manda o pão-por-Deus pro Joca
Que a festa o Miranda paga
És baixinho és gordinho
Mimosinho, delicado
Manda-me o pão-por-Deus
O que for do teu agrado
Época de Distribuição
A época de enviar pão-por-Deus é do inicio do mês de
outubro até finados, como ocorria na região de Ganchos, hoje,
Governador Celso Ramos, variando este período de acordo com
a região.
Em Portugal, tanto no arquipélago dos Açores ou Madeira,
dava-se o início em 1 ou 2 de novembro, e são crianças que
pedem pão, guloseimas. Lá eram cantorias infantis ou pedidos
simples. Aqui adotou-se o costume entre adultos, enviando-se
mensagens de amizade, simpatia, carinho ou de amor. Os
enamorados valiam-se do pão-por-Deus para declararem seu
amor, tendo em vista que na época o namoro acontecia de forma
mais discreta e sigilosa.
Estas mensagens escritas de forma tão bonita e criativa
sumiram, perderam na celeridade do progresso, o seu prestígio,
para dar lugar aos mecanismos dos desenhos
computadorizados.
Atualmente, o pão-por-Deus, é somente lembrança, tendo
apenas registros nos anais da história catarinense. Lamentamos
que tradição tão interessante e original, tenha se perdido no
caminhar do progresso.
Lá vai o meu coração
Passando por um caminho
Vai pedir o pão-por-Deus
Ao querido Joãozinho
O senhor por ser casado
Com uma senhora tão bela
Manda-me o pão-por-Deus
Pelo bem que eu quero a ela
Esta chave em dobradura
Pode abrir com tua mão
E manda-me o pão-por-Deus
Pra alegrar meu coração
Promovendo... Poetas do Grupo
BALANÇAR
O PRECONCEITO
O vento balança as folhas
O mar balança as águas
Meu coração balança no peito
Num eterno vai e vem
Enquanto ele assim balançar
Sempre me fará lembrar
Que um dia balançou
Tão forte
Que do meu peito quase saltou
Era de tanto amor
De tanto alguém amar
Que foi e não mais voltou
Você do outro lado da vida
E eu aqui estou
Cheia de saudade de ti
Lembrar o que passou
E não vai voltar.
É preconceito elogiar o negro
Dizendo que ele tem alma branca
Usar eufemismo como:
Moreninho, escurinho
E pessoa de cor...
Usar a cor branca
Como símbolo da pureza
Usar a cor preta
Como o símbolo da sujeira
É preciso refletir...
E reformular conceitos:
O negro não veio para o Brasil porque quis
Ele não veio em troca de presentes
Ele foi arrancado de suas terras
Era mão de obra barata e resistente
Aqui o negro comia ração uma vez por dia
Suas roupas eram farrapos mal costurados
Dormiam nas favelas amontoados...
Trabalhavam dezoito horas por dia.
MARINÊS POTÓSKÊI
MÁRCIA REIS BITTENCOURT
POENTE
ASSOMBRAÇÕES
No definhamento do sol
no crepúsculo da noite
avança o tédio
o vácuo é possante
não suporto mais
hipotéticas vãs respostas.
“Cresce o desespero escuro
da construção do nada”.
Pessoas andando apressadas
duelando o tempo
e ignorando que o tempo nos consome.
A evolução nos mecanizou
o óbvio me é absurdo
e grande a vontade de sair correndo
com pés descalços
até encontrar meu lago
e de novo sentir a terra vermelha.
Acordar com a alvorada
e ouvir o gorjear da passarada
abrir a janela e do quarto ver
o arvoredo e a terra orvalhada.
Deixem minhas tristezas em paz
Agora elas dormem calmas
Sem traumas
Já não me acordam
Não há temores nem pesadelos
Nas intermináveis noites
Elas dormem há tanto tempo
Preferem assim continuar
Não acordem minhas assombrações
Deixem que assim continuem
Não precisa lembrar
Os fantasmas que além de nada fazerem
Só tristezas trazem
E de novo revivem
Não acordem minhas assombrações
Elas dormem esquecidas
Mas não estão destruídas
Não acordem meus fantasmas
Deixem que eles durmam
E que eu viva
Sem nunca mais reviver
O que há muito tempo
Procuro esquecer
MARIA DO CARMO ANTUNES
[in 1ª.Antologia em Prosa e Verso,
ACPCC, pág.123]
MARISTELA GIASSI
(Neusita Luz de Azevedo Churkin)
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33
Promovendo... Poetas do Grupo
MIL GLÓRIAS E LOUVORES
QUANDO TE AMEI
(em trânsito)
Dedicado a A.
Presunçosa
e cheia-de-prata...
desvencilhando-se, vem,
das raias do dia-vencido...
soberba, aliciadora,
apoiando-se nos umbrais
dum rubescente pórtico!!!
O amor veio pra mim
quando eu mais precisava.
Doída, sofrida na carne,
ansiava ser feliz no espírito.
E o Amor chegou não quando me sentia
tão desamparada,
mas quando eu com ele sonhava.
Quando te amei?
Te amei não só quando ouvia tua voz
que me falava de coisas triviais.
Te amei quando falaste pra mim
das mulheres que amaste
e que sem razão as fizeste sofrer.
Foi quando a todas elas pediste,
de joelhos, o perdão.
Foi quando te penitenciaste
das coisas erradas que fizeste.
Foi aí que te amei.
Foi aí que a ti entreguei meu coração.
Foi aí que declinei a ti minha paixão.
Foi a partir daí que os dias
se tornaram ensolarados.
Foi aí que a primavera entrou
em minha vida.
Foi aí que o amor encontrou guarida.
Foi quando te amei e nem sabes
o quanto te amo ainda.
Suntuoso
E, cheio-de-ouro (de si...?)
esgueirando-se, vem,
dos confins da madrugada...
hóstia ofuscante,
amparando-se nas bordas
dum imensurável cálice!!!
- Anjos e humanos
suprem-se...
de mil-glórias e louvores!!!
...Se o milagre das auroras...
e dos apoteóticos crepúsculos...
São o Próprio Creador!!!
MARIA VILMA NASCIMENTO CAMPOS
[in Poemas aos bem vividos, pág.9]
MAURA SOARES
Colaborações dos associados
RECORDAÇÕES
Às vezes pego-me a relembrar coisas, fatos já passados.
Hoje, lembrei-me de uma conversa com um dos meus sobrinhos, ocorrida há poucos dias.
Estávamos à mesa do almoço de Domingo e ele fez um comentário sobre o surgimento das notas
musicais. Sendo ele participante de uma banda mostrou interesse pelo assunto.
Já dizia um antigo professor de psicologia que nossa memória é tal qual um arquivo cheio de
fichas que se soltam às vezes quando se necessita delas. Assim foi que a ficha sobre notas musicais
saltou de meu fichário e eu lembrei das aulas de Canto Orfeônico que tive numa escola pública que
nem se compara com as atuais.
Perdoem-me os entendidos em latim, mas o texto do qual saíram as notas musicais é de um
canto em louvor a São João que diz “UT QUANT LAXIS / RESSONARI FIBRIS / MIRA GESTORUM /
FABULI TUORUM / SOLVI POLUTI / LABRI REACTI / SANCTI JOHANES”.
Expliquei que UT transformou-se em DÒ e SJ de São João (Iohanes), em SI, quanto as
demais notas são as primeiras sílabas dos versos.
Ao ouvir latim ele perguntou:
- O que é isto? Que língua tu estás falando?
Minhas irmãs e eu lembramos então das matérias que estudávamos, numa escola pública de
qualidade, com um ensino às vezes melhor que o das escolas particulares da época.
Latim, Grego, Francês, Espanhol, Inglês, além de Português – Gramática e Literatura, eram
matérias obrigatórias num currículo voltado para o conhecimento e formação integral do aluno do
qual, constava, ainda, noções de Filosofia e Sociologia.
Com o passar dos tempos, e de novas políticas, as constantes mudanças curriculares foram
eliminando, gradativamente, matérias importantes para o conhecimento humano, deixando por conta
do aluno o interesse pela sua melhor formação.
O que fazer? São novos tempos! Modernidade! A globalização atual está até deformando a
maneira de escrever. Basta observar como os jovens se correspondem através da Internet. Parece
mensagem cifrada ou, até, outra língua, menos Português.
Sem saudosismo, mas com muito orgulho, lembro que tudo o que aprendi serve-me até hoje e
posso dizer que a escola moldou-me culturalmente assim como a família o fez com meu caráter.
Agora, sem querer mostrar sabedoria ou erudição, pois não me classifico entre os mais
capazes, apenas para exibir-me, encerro este desabafo dizendo a todos os que conseguirem ler até o
final estas mal-traçadas linhas (nossa, que antigo!).
Bonjour! Buenos dias! Good morning! Bom dia! (*)
(Zeula Soares- aos 28/09/2004)
(*) acrescentando Latim (Bonus Dies). (ms./)
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Sócios correspondentes
DOCE AMANHECER
FELICIDADE
Um raio de sol entrou a medo,
e tocou-me ao de leve, de mansinho,
para me dizer, em segredo,
que já era dia.
Olhei o maroto, que sorria,
qual diabinho
que saltita de alegria,
e abri, um pouco mais, o cortinado.
Tu, a meu lado,
dormias o sono inocente
de quem se agarra à quimera
para inventar um conto, ou lenda,
que, como uma legenda,
se diz em tarde quente
de primavera.
Sorrias e não te acordei,
largos minutos olhei teu rosto
com tanta alegria, tanto gosto,
tão inebriante prazer,
que, no momento, só pensei:
- Que doce amanhecer!...
É uma criança brincando
Segura e confiante.
É o retorno dos estudantes pela rua,
Alegres e barulhentos.
ANTÓNIO JOSÉ BARRADAS BARROSO
Parede, Portugal
ESSE FOI O SONHO...
ME PERDI
É a volta do trabalhador ao lar,
Cansado, mas sereno.
É o pai que abraça o filho,
Protetor e exemplar.
Eu estava muito doente
quando um anjo me chamou
para ir na sua casa
e falar com o Senhor.
Me perdi de ti
e caí num abismo profundo
Não lembro o dia, nem a hora
nem como aconteceu
Em que momento te perdi
É a mãe que acolhe a ambos,
Generosa e amável.
É o Sol que nasce e se põe a cada dia.
Necessário e lindo.
Quando eu cheguei
foi grande a minha surpresa,
o Senhor estava sentado
na cabeceira da mesa.
É a Lua que ilumina cada noite,
Bela e mansa.
É a terra que acolhe a semente,
Boa e profícua.
Beijei a mão do Senhor,
e o Senhor me falou:
filha, tenha coragem
a tua fé te curou.
É a chuva que cai sobre o solo,
Calma ou torrencial.
É a planta que nasce, cresce e frutifica.
Útil e provedora.
Voltei para casa sorrindo
com vontade de viver.
O Senhor me curou
acabou o meu sofrer.
É o pássaro cortando o infinito.
Livre e absoluto.
É o rio que corta cidades, vilas,
Ligeiro ou preguiçoso.
NOSSO BEIJO
Eu quero a tua boca
o gosto da tua saliva
mucosa aveludada
rósea e tépida
ninho de plumas
sabor morno e macio
de sol aquecendo a madrugada
É o convívio entre o homem e a natureza,
Vulnerável e precioso.
É a harmonia entre os povos,
Diferentes, mas todos tão iguais.
É o cotidiano de cada um,
Simples e tão especial.
A felicidade, enfim, está onde se encontra a paz!
Nossos sucos derramados
gosto de saúde e pureza
rubro licor da libido
perfume de maçã no paraíso
ILSE MARIA PAULINO GOMES
Canelinha, SC
A minha língua ansiosa
na busca dos arabescos da tua
sinuosos caminhos
pelas vertentes do amor
alquimia do prazer
Promovendo... Poetas do Grupo
Não entendi, sofri
Lembro do teu sorriso,
do teu olhar, das tuas manias
do teu ombro amigo
das palavras de carinho.
De tudo não me esqueci
Só sei que sinto uma
falta enorme de ti.
MARLI TEREZINHA DOS SANTOS LUZ
PROCURA
MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA
Hoje eu vim te procurar
a saudade era demais
das tardes de primavera
de cinqüenta anos atrás.
SOU CORAJOSO
Tenho coragem de escrever
E ver o pôr - do -sol nascer.
Tenho coragem de bagunçar
E para minha namorada me declarar.
Tenho coragem de muitos livros ler
Para o conhecimento ter.
Tenho coragem de matar um lagarto
E de imitar um pato.
Tenho coragem de mergulhar
E ver o sol raiar.
Tenho coragem de jogar bola
E de pular em cima da cama de mola.
Tenho coragem de conhecer um misterioso lugar
E com bruxas, fantasmas e seres encantados falar.
MANOEL MÁRIO REIS BITTENCOURT
[Poema escrito quando Manoel tinha 10 anos]
Inefável essência da alma
colher estrelas no céu da tua boca
O nosso beijo...
LEATRICE MOELLMANN
[in Sedução, pág. 194]
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Do jardim da minha casa
com suas flores a desabrochar
do colibri faceiro
nas flores a se alimentar.
Do som da velha sanfona
do pasquim da ratoeira
do João-de-Barro barulhento
lá no galho da palmeira.
MAURILIA FREITAS
Sócios Correspondentes
Promovendo... Poetas do Grupo
ESCLARECIMENTO
A VERDADEIRA AMIZADE
Tracei muitos rumos na rosa de manobra
e na rosa dos ventos.
Naveguei até demais.
De tudo eu bebi, em nada me arrependi.
Como militar eu via ordem e disciplina
como parâmetros para defesa Nacional.
Mesmo lendo sobre bons estadistas
em nada poderia concordar com badernas,
seqüestros, mortes e assaltos.
E agora? O que são realmente os homens e o poder?
E o que fui eu nas crenças ensinadas
como certo e errado? E agora, Eu?!
Fui para Marinha não só para ver navios.
Notícias do porto e mulheres bonitas
como sereias cantoras de Ulisses entraram
nos meus sonhos e realidades.
Entre os pseudos-crustáceos do mangue
havia coisas boas e baratas.
Êxtase e catarse evitam que eu enlouqueça
pensando em ordem, valores e desordens.
Se consiste em:
sentir alegria
quando seu amigo está feliz!
ser compassivo
quanto a tristeza de seu amigo.
Elogiá-lo
quando estiver bem!
Aconselhá-lo
quando estiver mal.
Estes pequenos gestos, nos deixa
no mesmo patamar.
Sem distinção, de raça, credo ou classe social.
Cultivar a verdadeira amizade,
nos remete para uma dimensão de bondade,
felicidade, companheirismo,
amorosidade, igualdade,credulidade, docilidade.
Estes sentimentos que cultivamos
nos edifica a alma.
IVAN ALVES PEREIRA
[in Há(mar) e Bebê(r) II, pág. 12]
A BELA PEQUENA
LEINIR MARIA CORREIA
Ao entardecer de um dia morno
De verão surge em fervor ardente
À paixão lasciva e envolvente,
No íntimo de um ser humano...
DESTERRO(*)
Declamo descrevo Desterro
Dentre donzelas, dunas, Daniela.
Dinheiro, dólar, doleiros.
Damas, drogas, diesel, Derby, drinques.
Doses doloridas, dormente, diarréia diária.
Desterro doente. Devorada dragada.
Dupla, dízimo, danos, dinossauros.
Distintivos desdém, diplomatas desdizem.
Ditadores desfilam.
Duques decaedros dizem disfarces.
Dossiês desvios documentos, desperdício deputados.
Desumanos, demos, desclassificados.
Diabos derradeiros, dons daninhos,
Dalilas discretas, Dráculas diurnos, dentes dourados,
Deixaram-te desbotada descalça desnuda desfolhada.
Despetalais dia, dia demasia.
Débeis debocham de Desterro.
Dá-me desejo.
Desconfie deles Desterro!
Dê descarga Desterro!
Desterro deslumbra-me Desterro.
Deleite de deusa
Desenho dos dedos divinos
Damasco de Deus,
Dardejas dezembros, diamantinos.
E a libido inquieta a mente
Faz lembrar o olhar feminino
De tão atraente, aroma divino,
Que o ensejo se torna premente.
Neste meu divagar que não acaba, vejo
Os seus olhos cor de jabuticaba
Ávidos por um longo beijo...
A cútis clara sob a pele morena
Suada, lisa e perfumada, a pequena...
A meia luz, em incessantes ais,
Onde tudo é sinônimo de mais...
LUIS FABIANO SILVA DE SOUZA
SÉCULO XX
A BANDEIRA
Escurece o dia
O sol se escondeu
A tormenta se aproxima
Os pássaros se recolhem em silêncio
Teu verde cor de mata,
Lindo de se admirar!
Para nós tudo se relata,
Por muito te amar.
O corre-corre é geral
A apreensão é grande
A natureza começa a se rebelar
Foi e tem sido muito agredida
Teu amarelo cor de ouro
Que não tem preço
Lembra-me um tesouro,
Que não me esqueço.
O progresso é necessário
A ganância não!
O uso da natureza é vital
O abuso é...mortal
Teu lindo azul
Cor do céu anil!
Representa o norte e sul
Do meu querido Brasil.
O homem não vê, não pensa
Não usa de inteligência
O hoje, o agora...
Cega a visão do amanhã.
Teu branco cor de prata
Numa faixa está demonstrando
Que progresso e ordem exata
Só se consegue trabalhando.
LUCY GOLINO
Belo Horizonte, Minas Gerais
Brasil tu és grande
Cheio de amor e paz!
Teu povo te abrande,
E o progresso se faz.
GUARDADOS
JANETE VEIGA
Itaiópolis, SC
Estes retratos não tem por que ficar
tomando espaço na gaveta...
POR QUÊ?
Isto aqui, recortes de jornais antigos.
Sem o menor sentido.
Estes programas de teatro de há tanto tempo
- como Dulcina estava bem na “Chuva” –
(Foi papai quem me levou para ver...
papai gostava de nos levar às matinés de teatro,
de concertos)
Henriette Morineau aos urros,
representando Medéia sem os filhos.
Como os gregos eram dramáticos!
(Papai, mais uma vez.)
Por que tantas vidas sendo ceifadas
Por que tanta juventude jogada fora
Por que tantas famílias destroçadas
Por que tantas mortes antes da hora?
Por que está havendo tanto rancor
Por que tanta ignorância e incompreensão
Por que tantas crianças órfãs, sem amor
Por que tanta maldade no coração?
Este molho de cartas,
promessas colecionadas,
amizades começadas,
umas, escapadas;
outras, tão firmadas.
Por que tanta falta de paz
Por que tanta hostilidade
Por que ninguém é capaz
De devolver a paz à cidade?
Quer saber de uma coisa?
Volta tudo para onde estava.
JOÃO BIRICO FILHO
[in Entre flores e espinhos, pág.51]
JÚLIO DE QUEIROZ
[in Sementes do tempo, pág. 43]
(*)Desterro, atual Florianópolis.
JOSÉ LUIZ AMORIM
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Deus, por que tantos assassinatos
Por que tanto sangue humano derramado
Por que tanta vingança e atos insensatos
Por que tanto ódio disseminado?
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Sócios Correspondentes
RENÚNCIA
Quebraste asas, dourada gaivota fugaz.
Emudeceram teus olhos plenos...
Não mais alegre brilho.
Renunciaste plenilúnios!
Pálida face, trêmulas mãos.
Cobriu-te o pano negro da renúncia.
Atroz flecha feriu-te mortalmente.
Prevalecem, porém, repugnante sopro de vida.
E qual...Morrer?!
Continuaste, lentas passadas
De quem vai para sempre.
Sem nada, absolutamente nada.
Fatalmente,
Irremediavelmente aprisionada!
MEU RETRATO
A sala que outrora me ostentava apagou-se,
o que era luz perdeu encanto,
não me ostenta mais;
o portão entreaberto, o teto escurecido,
as reuniões formais agora esquecidas,
já não acontecem como antes, enquanto
o piso frio sem povo, não aquece mais.
MARIA DO CARMO TRIDAPALLI FACCHINI
[in Prelúdio poético, pág.40]
Nova Trento, SC
ALEGRIA QUE FASCINA
Nesta casa tenho muito o que olhar,
mas lá fora sinto ver tudo desfolhado,
o jardim está sem flor, descuidado,
um pobre canteiro a secar escurecido,
aqui o sol também perdeu a luz,
não brilha mais.
Enfeixa em tua mente esta verdade:
se realizar-te queres como gente,
afasta de ti sempre a veleidade
de julgar-te juiz quando somente,
a Deus cabe a primícia, ó Majestade,
de condenar o réu, quando inclemente,
já que Ele, por um gesto de bondade,
acolhe o filho seu como inocente.
Imagino então voltar às pródigas
mãos de quem me fez tão bem,
assim de olhar distante, incerto,
indiferente, emoldurado, emotivo,
não sei, pura insensatez do destino,talvez.
Mas volta-te depois à poesia
para sentir, poeta, essa alegria
que fascina e que tanto nos encanta.
Quero somente apertá-la em meus braços
num abraço, e ter por Deus, um pequeno
espaço em nova sala
onde ostente o meu desenhado retrato.
A palavra se faz, então, Senhora,
quando mágica e forte ela se aflora
n´alma do vate que o amor só canta.
Por fim sem espaço, confesso.
“É audível o chamar por mim”
a todo instante não a vejo,
aqui ao lado o seu lugar está vazio,
vivo sozinho, sofro e choro
sem Você.
Volta, mulher querida, mãe laboriosa,
dádiva do céu.
Volta, musa dos meus sonhos. Volta!!
Promovendo... Poetas do Grupo
PERDÃO
...NO JARDIM DA PAZ
Quem nunca sentiu na vida
a dor de uma despedida,
chorou lágrima sentida,
ao sofrer separação
de uma pessoa querida.
Sem proteção,
sentir-se perdida,
abandonada, traída,
condenada à solidão,
buscando a mão amiga
que, com carinho
lhe mostre a solução,
o caminho,
e a força do perdão.
Num reino de flores e pardais,
Onde anjos tocam em harpa
Canções celestiais
Para embalar as nuvens,
Adormeço...
Se vocês pudessem sentir
A serenidade deste lugar
Não lamentariam minha partida.
Se conseguissem vislumbrar
Quanta beleza existe
Por detrás de um pôr-do-sol
Não chorariam por mim.
Estou num envolvimento
De expressiva bondade,
Numa luz que tudo alcança,
No encantamento de Deus...
Conservo afeto por vocês!
Amamo-nos muito, mas tudo
Era tão limitado, tão efêmero...
Agora num universo repleto de paz
Vivo em plenitude a compaixão e o amor,
Onde impera a benevolência...
EUNICE LEITE DA SILVA TAVARES
NEGRO
Pelos quatro cantos do mundo
foste espalhado
da forma mais cruel
desde a saída até a chegada
e durante a permanência
infelizmente só te deram fel
Conseguiste com a brandura do teu SER
o sofrimento transformar em mel
Com o olhar triste e longínquo
tentando explicação buscar
Só saudades encontraste
As lágrimas foram rolando
por aqui também chegaste
Com a suavidade das tuas mãos
em sintonia com o coração
em momento algum revidaste
Obrigado. Faço parte deste
elenco que também ajudaste.
HERALDA VICTOR
(in Nos degraus do silêncio... pág.46)
BOLHAS DE SABÃO
Nosso amor era tão lindo
Como bolhas de sabão
Tinha brilho cristalino
Flutuava pelo ar
Só se partiam no chão
Um dia ventou bem forte
E as bolhas se espalharam
Flutuaram no abismo
Não sei se arrebentaram
GERALDO PEREIRA LOPES
[in Para SE (R) Encontrar, pág.72]
Assim foi nosso amor
Como as bolhas de sabão
Uma parte se partiu
E a outra acho que não.
ARITA DAMASCENO PETTENÁ
[in Entre quatro paredes, pág. 141]
INÊS CARMELITA LOHN
NÉLSON CARNEIRO
São José do Rio Preto, SP
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Promovendo... Poetas do Grupo
VENTO
O SONHO
Vento que traz a brisa
Vento que exibe o calor
Vento que espalha o perfume
Que usa o meu amor
Vento que empurra a vela
Do barco do navegador
Sonhei que o céu e a terra
mudaram-se de lugar
o céu veio pro chão
e a terra ficou no ar
E que todas as estrelas
estavam dentro do mar
a lua ficou perdida
não sabia onde ficar
Vento que empina a pipa
Do menino sonhador
Vento que corta a carne
Do homem trabalhador
Vento que roda o moinho
Para produzir valor
Sonhei também que os anjos
cantavam numa linda canção
e que as nuvens lá no céu
passavam em procissão
Vento que me assusta
Que corta o meu coração
Vento que leva saudade
Que semeia paixão
Vento que se enfurece
Trazendo a destruição
Sonhei que o sol se apagou
que a terra ficou escura
que o mundo se iluminou
com a claridade da lua
Quando acordei de manhã
fui pra janela olhar
vi que foi apenas sonho
tudo estava em seu lugar
Vento, tu te acalmes
Dos pecados da terra
Eu peço perdão
Se for por causa dos homens
Eu sei que tens razão
Mas te acalma, não faz
Esse tal de furacão
DORALICE ROSA DE SOUZA SILVA
[in Castelo de Pedras, pág. 40]
MARATONA DA VIDA
Vento, tu mostras
A força que tu tens
Mas sei que tens razão
Assustas estados e nações
Até os homens poderosos
Ficam inúteis, sem ação
Espirrado da barriga da mãe
entra no mundo em debandada
Sem eira e sem beira
desperdiça preciosa energia.
Tempo jogado fora como sombra
de nuvem passageira.
Vigor físico dilacerado por bebidas
e mulheres fáceis.
Fantasias de noites
insônias e dias modorrentos.
Vento, tu te acalmes
Pois é em ti que me inspiro
Tens a calma, tens a força
Tiras o trem do trilho
Mas com o bem e o mal
Contudo, eu te admiro.
Dia vai, dia vem tudo segue tal o rio
que dribla obstáculos.
Peito estufado, nariz empinado
desdenha de tudo ao redor.
Inconsciente a platéia aplaude
extravasando suas próprias mazelas.
A lei da ação e reação não poupa,
troa a realidade crua e triste.
Sem fôlego desaba o insensato
e os prudentes passam, olham e seguem.
CELSO JOÃO DE SOUZA
EDMAR ALMEIDA BERNARDES
De braços abertos... Estamos!
O POVO DAS PONTES
DESADEUS
Viadutos, arcos escuros
lama, rios fedorentos
mães de família invisíveis
barcos famintos
bolsões de miséria
sorrisos-criança:
aratus nos sinais
pratos de fome
gosto de maré
meninos sambudos
cidadãos-esperança:
velhos pescadores do nada
embaixo das pontes,
moradias suspensas
distantes dos nossos olhos.
Não vimos...
o último nascer do sol
o mar beijar a areia no silêncio da alvorada.
[in Digitais, inédito]
MALUNGO, Paulista, PE
(José Carlos Farias)
Não nos sentamos à mesa
para dividirmos o pão.
Não ouvimos...
a algazarra da passarada
a chegada do novo dia.
Não vimos...
o acender da luz do dia
o rosto sonolento das pessoas aflitas
em suas rotinas da vida.
Não preparamos juntos
nossa última refeição nosso café matinal.
Não entrelaçamos nossas mãos
no andar sem destino de ruas e praças.
NOSTALGIA
Não vimos...
nosso último sorriso.
Ao clarear do dia
A passarada anuncia
Que o sol voltou a brilhar
Que a vida continua
Para uns na mesmice de sempre
Levantar, trabalhar,
Cozinhar, comer e lavar,
Nem dá tempo para pensar
Que amanhã tudo se repetirá,
Devemos e podemos modificar
Nossos hábitos, que de tão velhos
Nos levam à nostalgia,
Como o exilado sente,
Longe das lindas palmeiras,
Onde cantam os sabiás,
O gorjear das lindas aves,
Tanto de
lá, como de cá.
Não ouvimos...
o último som de sua voz.
Não cantamos juntos nos bares
nem dançamos nenhum bolero.
Não senti...
seu ultimo orgasmo
gemidos de prazer a acender-me de desejo.
Nem o frio na espinha, senti.
Não vimos o ocaso
o mar despedir da areia
o voo aflito dos pássaros buscando abrigo noturno.
Me lembro...
da última lágrima que rolou em sua face
quando parti.
CARMEN MARIA CARVALHO DE LIMA
(Membro da ALP, Palhoça, SC)
Não tivemos
nosso último abraço o beijo apaixonado
as mãos que não se entrelaçam
dos amantes transtornados.
POETA BOBO
Poeta Bobo
sofre de paixão
sem a certeza do amor.
Sofre pela razão
dos sentimentos confusos
criados pela imaginação.
Leva os dias sofrendo
sem se ater à criação
do ir e vir da Lua
sem lhe dar atenção.
Nem mesmo tivemos nosso último adeus.
ARNALDO GOLINO
Belo Horizonte, MG
FERNANDO CESAR GOMES MACHADO
(INGESC)
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De braços abertos... Estamos!
RESGATANDO FÊNIX
NO PRELO
Entre gomos de nuvens
Asas em livres passaradas
Sobrevoa o azul
Sombroleja o sol
Ventaneia as florestas
Borboleja as delicadas jardineiras
Dessedenta a liberdade
Altaneira...voa
Coroada de poesia...pousa
Abre as asas
Canta o canto
Encanta o vento
Dormiteja o reino
Sonha o quântico
Levanta a crista
Sacoleja plumas
Voa...voa...voa
Se a minha palavra é a minha busca
de uma vida inteira em todo mundo
e ela dorme encantada à sombra
de um livro raro, quiçá
encontra-la-ei num alfarrábio,
num sebo, numa biblioteca pública...
Quem sabe minha resposta ainda
esteja no prelo.
ABILIO PACHECO
Belém,Pará
ORAÇÃO AO UNIVERSO
Que o vento me traga as respostas.
Que o universo permita-me sentir
o que de ruim estiver por vir.
Que o sol me fortaleça a alma
iluminando os meus caminhos.
Que Deus possa ser a minha direção.
Que meus passos possam caminhar
em comunhão.
Sei que não posso evitar o curso da vida,
porém desejo estar sempre forte e preparado.
Que a natureza se una ao meu universo.
Que a luz resplandeça
e que Deus sempre me proteja...
UBIRAJARA DE MAGALHÃES BARBALHO
(homenagem a Maura Soares-GPL)
Governador Valadares, MG
BOIADA
Minutos quebrados
de hora marcada
na consciência do trabalhador.
Vai e vem o gado
para o abate do dia-a-dia,
pendurando no balaustre
do fim de semana o jogo de bola,
a praia, os amigos,
cinema e a namorada.
ADRIANA DA SILVA MOREIRA
Florianópolis, SC
CARINHO
Desde muito padeço sozinho,
Pois pereço sem carinho.
O que há de ser de mim?
Eis que surgiu o nefasto vazio.
Solitário me vou neste rio,
Errante sonhador até o fim!
Fim de semana ônibus não tem.
Não vai nem vem.
Consciências quebradas
em hora que se esgarça.
Passagem não é graça,
nem de favor.
JOSÉ VIEIRA
Galiléia, MG
Feriado e fim de semana,
é o lazer do direito adquirido pelo trabalhador.
Promovendo... Poetas do Grupo
DURA REALIDADE
O VOO DAS CORES
Hoje já estão falando
no tal reflorestamento
mas nunca vão conseguir
isso é o que eu lamento
por outro lado entendo
está perto do advento
Ruflando as asas, terna, docemente, veio,
montada num arco-íris, com sela de prata,
com estribos dourados, transluzindo à ágata;
chegou envolta em nuvens, dona dos arreios.
As cores, galopando, desprezando os freios,
traziam luzes, flores, perfumes, cascatas,
o vidrado dos mares e o frescor das matas,
a leveza das aves, cantos e gorjeios.
Eu nunca me esqueci
da flor do imburuçu
em volta de minha casa
era cheio de caju
tinha muito jenipapo
lá na roça de Lulú
Com certeza um encanto, as cenas multicores,
gradações amarelas, cambiantes celestes!
Tais matizes descansam o voo no meu colo.
Tinha muita macaúba
tinha muito baquari
lá na roça do Laurindo
tinha muito murici
hoje estão se acabando
a profecia vai cumprir
Essas cores são de anjos, de asas furta-cores,
nuançadas de beleza, tendo o céu por veste.
Esse voejar divino, nascem dos teus olhos.
Se pudesse eu mandava
uma cópia desse escrito
eu falaria pra habacuque
que estou muito aflito
pois hoje tá se cumprindo
o que ele deixou escrito.
MISSÃO
CACILDO SILVA
[in Alma e Angelitude, pág.95]
Se quiseres tua missão descobrir,
A de aqui na terra exercer,
Ela poderá em teu lar existir.
Sem procurar, não vais ver.
ANTONIO CELISMAR DA ROCHA
[in Tudo improvisado, pág.66]
(Celismar do Agreste)
Os nossos amigos que Deus nos deu
São a família em que fomos parar
Quem sabe é a missão que a nós escolheu
Oferecendo oportunidades, se a eles ajudar.
CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA
Em preferência, os primeiros a receber
A mão amiga que for necessária
Na atenção irás te perceber.
A Amazônia é o pulmão do mundo.
Isso nós sabemos.
Mas é triste saber que, por ganância,
os homens estão destruindo esse pulmão
verde e colocando nosso Planeta
em risco por causa do aquecimento global.
Os homens precisam trocar
a ganância pela consciência ecológica.
Primeiros passos de amor já foram dados,
É só continuar... estarás no caminho,
Dando conta do “recado”.
CARLOS PICCOLI
[in Um novo olhar – Reflexões para
mudar sua vida!, pág.110]
ANDRÉ FREDERICO ANTUNES FORTES
(Fred Antunes)
(11 anos)
RAUL LONGO
Florianópolis, SC
18
27
Promovendo... Poetas do Grupo
AO TEU LADO
RECOMEÇO
Ao teu lado quero estar
Quero contigo sempre ficar.
Quero poder abraçar-te, quando quero.
Quero poder ouvir tua voz ao amanhecer
Quero estar sempre ao teu lado
Para te proteger e guardar-te junto a mim.
Trajeto inconsciente
Alma que cala!
Começo, meio e fim
Não mais percebo
Você e eu
Sombra obscura
da incerteza do ontem
Altera tuas palavras
Analisa teus erros
Não são só meus.
Caminhamos juntos
sem que percebêssemos.
A estrada continua
e só você não percebe.
Hoje busco entender o que fomos,
o que somos.
Erros ou acertos?
A vida é eterno recomeço.
Basta indicarmos
quando quisermos recomeçar.
Quero cantar para ti dormir
Embalar-te nos meus sonhos.
Ao teu lado quero sempre estar
Nem que seja só para disser
Que quero sempre estar ao seu lado.
ÁGATHA MORGANA PEREIRA TAVARES
ÉBRIOS
Me curvo aos teus encantos soberbos
E o lascivo vinho
Dos teus lábios rubros bebo
Me embriagando
ADRIANA CRUZ
Me curvo aos desejos sorvidos
Da vinha da paixão natura
E entre goles bebidos
Brindo a esta paixão tão pura
DIA CINZA
O dia está plúmbeo
Tentando tornar cinza meu coração
Mas não conseguirá
Tudo passa nesta vida
A alegria a tristeza
A saudade o amor
Só permanece a certeza
Que sempre podemos criar a beleza
Deixando mensagens de paz e equilíbrio
Que é a finalidade da poesia.
Por isso, sem métrica nem rima
Continuamos a escrever
Para deixar nossa mensagem
De otimismo e coragem e de alegria
Pela oportunidade de viver.
Corpos em mormaço
E nossas bocas como cálices
Se confundem
Com o tilintar dos abraços.
LICINHO CAMPOS
O NÓ DA GARGANTA
Os trilhos da fuga
aos poucos se estreitam
enquanto o nó aperta a garganta.
Na calada do momento,
na calada da madrugada,
na calada da justiça.
Agora só existe um estrondo
com a máscara de silêncio
no peito do cabisbaixo.
A vasculhar em restolhos
definições humanas.
Enquanto o atordoamento
se alastra
no tribunal do íntimo.
Porque da justiça lá fora,
escoa-se um eco pelas laterais
do tempo...
ALCITA VARELA CORRÊA LEITE
[in Poemas e lembranças, pág.40]
De braços abertos... Estamos!
OS EXTREMOS DE UMA PAIXÃO
ORAÇÃO FINAL
Quero odiar-te com repugnância
De modo que meus órgãos dos sentidos
Sintam nojo, asco e medo reunidos
E te afastem de mim para a maior distância.
A flor derradeira (do seu rosto cor de cera)
É sua última mentira (entre as flores verdadeiras).
Viveu entre poderosos
Poderoso parecia
Quero odiar-te, pensar-te repulsiva,
Quero exercer todos os direitos
De esquecer os juramentos feitos
E de fugir de mim – ser à deriva.
Rezou com religiosos
Religioso parecia
Mentiu aos mentirosos
E verdade parecia
Afastar-te? Fugir de mim? Não sei...
Mulher, quanto mais te odeio, mais te quero,
Mais te procuro, mais te espero.
Ele roubou e mentiu,
E a força estava com ele.
Odiar-te, se o amor é a lei?
Se leio ainda aquelas cartas tuas:
Promessas de uma vida em vez de duas?
(Num dia da minha mocidade)
Senhor,
Não olheis os seus pecados
Mas a fé da igreja dele.
VALTER MANOEL GOMES
(ADL, IHGSC)
Oremos!
Caríssimos irmãos,
Orai pelo descanso de sua alma.
Orai descansados
Na verdadeira fé:
de que ele não voltará.
Orai certos da verdade suprema:
Não voltará. Palavras da Salvação!
Graças a Deus!
EXÍLIO*
Um Atlântico nesta separação:
batido coração segue as ondas de maio.
Desterros além da anistia,
para lá dos poderes.
Velas ao vento,
não bastam os selos,
a escrita crispada.
Queria os sinais da tua pele,
vacinas, umidades, penugens,
pêlos perdidos no mapa do corpo,
o olhar suplicante, soluços.
JOSÉ ISAAC PILATI
(Mário Castelhano)
(ADL,ALP,IHGSC)
GATOSO
Tenho um gato
De olhos verdes
Que me acorda
Toda manhã
Com sede de leite
E de leito.
Me lambe e ronrona,
Eu me sinto sua dona
E é com ele que me deito.
Jornadas:
missas de sétimo-dia,
retratos arcaicos.
Outro exílio:
sem batidas na boca da noite,
armas, fardas, medos,
clandestinidades.
Sol neste retorno:
casa, guarda-chuva no porão,
caneca de barro,
álbuns, abraço agregador,
cheiro de pão, gosto de café,
o amanhã junta os dois nós da memória,
um menino e o seu outro:
estou melhor feito vinho velho.
ANAIR WEIRICH
(Presidente da ACHE – Chapecó,SC)
EMANUEL MEDEIROS VIEIRA
Salvador, Bahia
*Poema premiado no Concurso Nacional de Poesias,
pela Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná.
ALZEMIRO LIDIO VIEIRA
[in Vertente, pág. 74]
26
19
De braços abertos... Estamos!
SEM VOLTA
SIN SABER PORQUÉ
Tu foste o meu amor, o meu encanto.
Preciosidade que guardei,
do coração, num canto.
Ilusão, quimera desfeita
Desencanto...
Mi alma sufre por esta herida,
sin saber porqué, sobre mi hombro cargo
la bolsa de la vida llenas de alegrías y tristezas,
sin saber porqué,
de sus agujeros caen mis ilusiones,
sin saber porqué.
Desencanto que ainda sinto
e relembro com tristeza.
É dorida a minha saudade.
Foste embora, me deixaste,
que maldade...
Vuelvo del pasado,
sin saber porqué,
una luz divina ilumina mi mente y yo la ignoro,
sin saber porqué,
me diste tu amor y lo ignoro,
sin saber porqué.
Maldade sim,
e perverso teu abandono.
Um dia quando voltares
em clamores, pedindo perdão,
eu te direi sorrindo:
Con las hilacha de la vida tejo un manto
para cubrir mis ojos,
sin saber porqué,
habro mis manos y a la esperanza la dejo ir,
sin saber porqué.
É tarde. Leva de volta
o desencanto, a vaidade
e ferido meu coração.
Amo la vida, deseo la paz y el amor y tus besos
en el despertar de cada mañana,
pero si, se porqué.
OSMARINA MARIA DE SOUZA
(ADL,ASAJOL,ALB,ACALLE,NETI/UFSC)
(in Relicário de saudades, p.104)
DONATO PERRONE
Buenos Aires, Argentina
Descobrindo... Jovens Poetas!
RODOVIÁRIA
VAI
é tão quieto que se pode ouvir os
próprios pensamentos.
há um cheiro no ar, misto de sono,
produtos de limpeza e vômito.
os mendigos dormem nas cadeiras, eles
estão em paz no momento, ou mortos,
tanto faz.
o silêncio é quebrado com gargalhadas
vozes ao longe, o som do motor dos
ônibus sujos e empoeirados e o
anúncio do próximo embarque.
é interessante observar os rostos, por
alguma razão, todos aparentam
preocupação, e só mudam este estado
quando um ônibus sujo e empoeirado
estaciona.
é um bom lugar pra pensar na morte,
os olhares apreensivos a cada buzinada,
cada anúncio, cada odor diferente...
talvez as pessoas ao esperarem por
alguém imaginem todo o tipo de
catástrofe.
é. é um bom lugar pra pensar na
morte.
Vai passarinho
construir o
seu ninho,
mas não se esqueça
que no meu coração
você tem morada.
CLARISSE DA COSTA
Biguaçu, SC
SONHAR E PENSAR
Queria estar contigo,
nos teus braços me encontrar.
Me sinto feliz por te amar.
Porque quando estou contigo,
mando embora a solidão
e só tu alegras e acalmas meu coração.
Porque quando estou contigo só sei rir.
Tu me fazes tão bem, meu amor,
me fazes existir.
Eu sei que nem tudo é perfeito
e que nós brigamos,
mas sei também que nos amamos.
Queria estar contigo porque só sei sonhar
e pensar no momento que vou te encontrar.
Olhando nos teus olhos,
quero dizer que te amo,
para que neles eu possa enxergar a certeza
de que tu também sempre irás me amar.
JOÃO GUILHERME MACHADO SOARES
Curitiba, PR
...COM OS BURROS N´ÁGUA
A PARTIDA DA CASTELHANA
PENA
Vinha o Ruivo de uma vida errante, haragana,
quando lá em São Borja fez seu paradeiro;
e ali tomou-se de amor lindo e verdadeiro
por hermosa e culta chinoca castelhana.
1.Respecto de la vulgar
pena de muerte
sí que la pena de vida
es snob.
E lhe fazia a corte, pela moça era querido
e por ela se desmanchava em cada serenata;
com sua guitarra a tiracolo ou floreada gaita,
apeava do tostado bem visto e recebido.
2.Contra definitivo cumplimiento
de la pena de muerte
sostenido cumplimiento
de la pena de vida.
E eis que, buscando vê-la, certo dia,
topou com a morada da bela vazia,
pois partira às pressas o pai correntino.
3.¿Alguien duda
de que a la pena de vida
lejanísimo está la invalidarla
la pena de muerte?
E não vendo mais a amada, sem seu endereço,
frustrado o índio na sua paixão e apreço,
foi lamuriar na quieta o seu infeliz destino.
ROLANDO REVAGLIATTI
Buenos Aires, Argentina
JOSÉ ALBERTO BARBOSA
(Juca Serrano)
Jaraguá do Sul, SC
Pelo buraco do desperdício
A água vazou da terra
E a terra chorou lágrimas de areia
E o homem chorou lágrimas de nada
E a água chorou lágrimas de adeus
E a vida não chorou, morreu.
GABRIELA BERTOLI
Osório, RS
ADMITIR
Às vezes
Bate a idéia de desistir.
Aí, paro e penso.
Nossa!
Deus concedeu-me este dia.
Então por quê?
E para que?
A vida é uma oportunidade.
A vida é um desafio.
Tenho que enfrentá-lo.
A vida é um mistério,
Tenho que descobri-lo.
A vida é muito mais.
A vida!
Ela é para ser vivida.
Tenho que admitir.
DILERMANDO MOTA SALES
Belém, Pará
CANOA
As águas levam,
vão ao olhar do pescador
à memória rebuscada –
cada pensamento errante,
solitário
rema
e deita
o corpo de madeira
sobre o sangue que escorre ao mar.
ITALO CRISTIANO SILVA E SOUZA
Teresina, Piauí
20
VERA LÚCIA LAUS
Canelinha, SC
25
De braços abertos... Estamos!
Aos Poetas mortos... Fonte de muitas inspirações!
Esta página é dedicada aos grandes poetas catarinenses já falecidos
ÁUREO CORRÊA DE SOUZA
Sobre todos os poemas que recebia, procurava dar-lhe uma
palavra de estímulo, elogiando o trabalho de um poeta que, com
idade avançada, ainda se revelava um autêntico crítico da
sociedade atual, com tanta corrupção, tantos desmandos.
Enviava-lhe PPS com fotos da natureza que ele amava tanto.
Dizia-me a respeito de PPS com fotos de vários países, que
chamava sua esposa para desfrutar com ele das belas imagens
de mundos ainda não destruídos pelo homem.
Choro a saudade das nossas conversas, choro sua
delicadeza em sempre me agradecer.
Pretendo fazer-lhe uma derradeira homenagem na próxima
Revista Ventos do Sul. É o mínimo que posso fazer, pois foi um
correspondente que sempre cumpriu suas obrigações não
descuidando da contribuição financeira do Grupo.
Deixou pagas suas páginas da 6a. Antologia do Grupo a ser
lançada neste ano.
Lamento, mas um dia todos temos que partir. Quis o destino
que ele fosse agora antes de receber os exemplares da 6a.
Antologia que ainda está na Gráfica.”(texto escrito pela
presidente quando soube do passamento e publicado no site do
GPL.)
Que mais se pode dizer sobre a morte de um poeta?
Lembrei-me do soneto do professor Aníbal Nunes Pires que li na
reunião do Grupo no dia 12 de agosto, cuja reunião foi a ele
dedicada. Não posso deixar de, pessoalmente, através do
soneto de Aníbal, fazer a minha homenagem ao Áureo, dileto
amigo que me deixa com saudades.
Nascido em 04 de fevereiro de 1922, Áureo Corrêa de
Souza, associado correspondente do GPL em Bauru, SP, sob o
número 235, admitido em 02 de junho de 2003. Foi professor e
Bacharel em Direito. Possuia poemas publicados em jornais de
Bauru e São Paulo, capital.
Lá se vão 7 anos de correspondência, de poesias enviadas
pelo correio sempre com um bilhetinho com sua letra miúda.
Homem de uma sensibilidade a toda prova. Rendo-lhe
homenagem em nome do Grupo de Poetas Livres. Edmar
Bernardes, nosso Responsável pelo Site do Grupo, postou, a
meu pedido, o texto abaixo, que transcrevo:
“Ainda consternada, cumpro o doloroso dever de comunicar
a todos os poetas do Grupo de Poetas Livres, efetivos e
correspondentes, aos poetamigos que eventualmente figuraram
na seção "De braços abertos...estamos!", que ÁUREO CORRÊA
DE SOUZA, sócio correspondente do GPL em Bauru, SP,
faleceu dia 06 de agosto de 2010. Soube na data de hoje, 11 de
agosto, via telefone, por sua filha.
Aureo não teve tempo de ler seu poema na Revista Ventos
do Sul n.34, pois quando ela chegou em sua casa ele já havia
falecido. Por estas armadilhas do destino, a remessa sofreu um
atraso involuntário. No início do mês de agosto, recebi dele seu
último poema, enviado on-line que transcrevemos:
AOS POETAS MORTOS
Não choremos nunca a morte do poeta,
Foi feliz com todas as mulheres belas.
E, eram as chamas dos beijos das donzelas
Que crepitavam em cada vela ereta
Na apoteose de quem alcançava a meta.
Flores nas paredes, flores nas janelas,
Perfume de versos, recendendo delas,
E, livrando uma alma, de sonhos repleta.
Quantas rosas e cravos de tons dispersos!
Eram versos, sim; eram bouquets de versos
Ao redor do caixão quantos malmequeres!
Os pensamentos, na linda morte imersos,
Representavam os miosótis diversos
Como se fossem os beijos das mulheres…(A.N.P.)
DESTINO DO HOMEM
No transcorrer da sua vivência,
o homem tende reproduzir seus primeiros passos;
Nisto, precisa muito cuidado
para não cair nas malhas da rede, do embaraço!
O que o obriga adentrar à vida
sempre com o pé direito,
A fim de revelar-se na sociedade, verdadeiro cidadão;
um cidadão escorreito!
Não ser na população uma pessoa a mais;
um “indivíduo” ou “sujeito”!
Não viemos ao mundo
para espelhar a imagem de um figurante lerdo!
Iniciando-nos em nosso viver,
às avessas, com o pé esquerdo!
Nunca permitir-se à figura inautêntica
de estriônico irracional!
Portando-nos como cidadãos de princípios,
espelhando em “ nós”relevante ideal!
LAS ACACÍAS TIENEN ALMA
AMIZADE, MAIS QUE ALGO...
--...a las tres acacias que san sombra
a la placa de Antonio Machado.
Amigo é indispensável
Desde que a humanidade existe.
?Las acacias tienen alma!
Las he oído quejarse
en la tarde callada.
Triste, quem não tem amigo:
A quem recorrer, se vem a angústia?
Quando se está aflito,
Só o companheiro nos entende!
Las acacias que yo veo
atraves de la Ventana,
sin que las mueva el aire
se quejan y se abrazan.
Sente nossas dores,
De nossa alegria é partícipe.
Tímida ou arrojada seja a amizade,
Não importa: vale o entrosamento,
O carinho e a fidelidade...
Ah, e o respeito mútuo!
Sus hojas…
campanitas de alarma,
si el viento las sacude
se estremecen ellas solas
al crujir de las ramas.
Curto meus camaradas,
Só eles curam minhas mágoas.
?Las acacias tienen alma!
Las he oído quejarse en la tarde callada…
Almas irmãs, sem dúvida:
Amizade é mais que algo,
É amor espontâneo, sem egoísmo.
Palavras do amigo Aldo.
MANUEL GONZALEZ ALVAREZ
(Grupo Rictus Senior)
Madrid – Espanha
ALDO JOSÉ BARROCA
Vitória, ES
BEM-TE-VI
O receio me faz irmão da sorte
nas fichas sobre a mesa
e me desdobro em arrependimentos
escuto no pássaro a tradução
e o bem-te-vi nada responde:
repete
o grito
sem ter
consciência
sem ter visto
o medo
com que me jogo
em ato
de desesperança.
PEDRO DUBOIS
(Presidente da ALI)
Itapema, SC
“Amigos não se despedem; marcam um novo encontro”.
Áureo, onde estiveres, lembra do Grupo que amavas e que
sente de ti muita saudade.
Maura Soares
presidente do GPL
24
21
Caderno Literário “O Estilingue”
Caderno Literário “O Estilingue”
Abrimos esta página da RVS para homenagear nossos poetamigos da
cidade de Itajaí, SC, reunidos através do Caderno Literário “O
Estilingue”, coordenado pelo poeta Samuel Congo da Costa. Nesta
edição, seus poemas, pois de braços abertos...estamos!!!
ARTE FINAL
DAR O MELHOR DE MIM...
A JUVENTUDE E A EVOLUÇÃO
AONDE ESTÁ A DIGNIDADE?
Não basta um grande amor
para fazeres poemas
e o amor dos artistas, não se enganem,
não é o mais belo
que o amor da gente.
O grande amante é aquele que silente
se aplica a escrever com o corpo
o que seu corpo deseja e sente.
A loucura é minha...
A sinceridade é minha...
A luta é minha...
O futuro é meu...
A promessa é minha...
A conquista é minha...
A surpresa é minha...
A hora é minha...
O carinho é meu...
O outro lado é meu...
A força é minha...
A paixão é minha...
A promessa é minha...
A amizade é minha...
A coragem é minha...
A sutileza é minha...
O ficar é meu...
O sentimento é meu...
O pensamento é meu...
A provação é minha...
O desejo é meu...
O receio é meu...
O amanhã é meu...
A passagem é minha!
Crescem as vaidades,
As Vilas, as Cidades...
Expandem-se as nações;
Crescem as paixões,
Os rancores...
Neste berço de tantos amores
Onde os jovens são nossos corações.
Sou brasileiro! Brada o jovem
E com ele, todos também...
Trazendo na face um sorriso altaneiro;
Exaltando com confiança,
O progresso do nosso gigante,
Deste grande país brasileiro.
Juventude que tudo aparenta,
Mocidade que nos representa,
No compasso da evolução;
Serás tu, nosso jovem querido,
O progresso que já garantido...
Enobrece esta grande nação.
Dignidade!
O que é dignidade?
É aquilo que se compra e se vende?
É aquilo que se troca por qualquer coisa?
Ou é aquilo que os homens de bem deveriam ter?
Ou é aquilo que deveríamos encontrar
nos homens que representam a
Lei e a Justiça?
Ou é aquilo que deveria ser o exemplo
de uma nação?
Aonde está a dignidade?
Se não apenas em homens humildes
que são perseguidos e mortos!
Se não apenas em homens que passam
fome e necessidade!
Se não apenas em homens que dependem
de seus salários cortados!
Se não apenas em homens que brigam
para que não morra esta palavra,
“Dignidade”!
Se não apenas em homens que lutam por
seus direitos sustados!
Se não apenas em homens que apontam
a corrupção, etc!...
Dignidade não é apenas um sentimento!
Dignidade não é apenas uma palavra!
Mas sim a essência da vida correta,
como deve ser!
Aonde está a dignidade?
Uma coisa é a letra,
e a outra é o ato,
quem toma uma por outra
confunde a mente.
PAULA KALANTÃ ,Salvador, Bahia
[email protected]
DARK HORIZON
Alma negra!
Em escombros
Negros ritos...
Negros prantos.
Ritos sagrados!
Em brancas brumas.
Black Soul!
And Black Vox
Alma negra!
Em Quixadá!
Negro pranto
Nas ruas de Chicago!
Negro drama
Negro choro
Nas favelas do Brasil
Negro drama nas savanas africanas
Ou em Orange City!
Ou tiro certo na Amazônia colombiana
Negra sina
Em negro pranto
Nas ruas de Itajaí
PATRÍCIA RAPHAEL
Itajaí,SC
NASCI POBRE
Nasci pobre como muita gente
E sempre senti o poder do dinheiro
Ser pobre no Brasil é ser escravo
E a quem diga que neste país não tem cativeiro.
Eu sinto a amargura de ser pobre
E igual a mim sentem-se muita gente,
Trabalha-se a vida inteira para os outros
E não se consegue um salário decente.
Ser pobre é ser escravo, digo mais,
É não ter esperança no porvir,
E sabe-se que sai governo e entra governo,
E que infelizmente vamos morrer assim.
SAMUEL CONGO DA COSTA
Itajaí,SC
JOSÉ ROBERTO VIEIRA
Ilhota, SC
e-mail: <[email protected]>
CATIVEIRO
Preso no cativeiro
Ele pensava na cura
para aquela repressão.
Vivendo ali, o cativo
lutava contra a raiva
sem razão de seu patrão.
Para castigar não
tinha hora nem ocasião,
como pode agora
querer meu perdão?
Livre do cativeiro,
agora ele pensa na cura como perdão.
JOÃO CARLOS PEREIRA, Itajaí, SC
(in memoriam, +Nov.2009)
JOSÉ LUIZ GRANDO
(José Luiz, Poeta Negro)
ITAJAÍ, SC
VIVALDO TERRES
Itajaí,SC
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