RESUMOS DAS PALESTRAS

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RESUMOS DAS PALESTRAS
RESUMOS DAS PALESTRAS:
SOIL, SOCIETY AND GLOBAL CHANGE
Palestrante: Winfried E.H. Blum,
University of Natural Resources and Life Sciences (BOKU) Vienna, Áustria
Soils have six main functions, delivering goods and services to society. The three
ecological functions are: (1) production of biomass in agriculture and forestry; (2)
filtering, buffering and transformation activities between the atmosphere and the
ground water, protecting the food chain and the drinking water resources; (3) gene
reserve and biodiversity, with more biota in number and biomass than above ground.
The three other functions linked to technical, social, cultural and economic
developments are: (4) physical base for urbanisation, industrialisation and transport;
(5) source of raw materials, delivering clay, sand, gravel and other materials; (6)
memory of time, protecting archaeological and palaeontological remnants. The main
problem for the sustainable use of soils is the competition in the use of these different
functions in space and time. Because the production of biomass in agriculture and
forestry is the basis of all animal and human life, in the following, the impact of global
change on soils and biomass production will be discussed. In this context, global
change comprises the increase of world population and migration from rural into
urban areas, the increasing human demands with regard to the goods and services
provided by soil, e.g. the new demands for bioenergy in the form of biofuels and the
problems caused by the continuing use of fossil energy inducing climate change and
other adverse impacts. All these impacts on the capacity of soils to produce biomass
and to sustain food security will be discussed in detail, showing that we are moving
into severe constraints in the near to medium future.
E-mail: [email protected]
PAISAGEM, SOLOS E PERMAFROST NA ANTÁRTICA; 10 ANOS DE PESQUISAS
BRASILEIRAS
Palestrante: Prof. Dr. Carlos Ernesto Gonçalves Reynaud Schaefer,
Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa
Os solos da Antártica Marítima foram estudados pioneiramente nos anos sessenta e
setenta por ingleses e americanos, e após longo período, em 2001, estudos
pedológicos foram retomados pelo grupo de pesquisadores Brasileiros do Projeto
Criossolos (UFV) , como parte do Programa Antártica Brasileiro; Desde então, o projeto
vem pesquisando uma ampla área da região da Península Antártica e Arquipélago
das Shetlands do Sul e do Mar de Weddel. O banco de solos já conta com mais de 300
perfis, e diversos trabalhos publicados em revistas internacionais, e cerca de 18 teses
ou dissertações. A maioria dos solos da Antártica Marítima não são adequadamente
classificados dentro do Sistema Brasileiro, por este não contemplar a Ordem dos
Criossolos, ou seja, solos que possuem permafrost (solo congelado ou abaixo de 0oC)
dentro de 100 cm de profundidade, ou regime gélico. Por outro lado, a pesquisa
revelou sistemas pedológicos singulares, e incomuns ou desconhecidos para a maioria
dos cientistas do solos do Brasil: destacam-se solos alofânicos, solos ornitogênicos
fosfatizados, solos orgânicos não hidromórficos, solos sulfatados e solos salinos ou
salino-sódicos de ambientes de semi-deserto polar. Tal variabilidade mostra a riqueza
notável da pedologia Antártica, ainda pouco explorada por dificuldades de acesso ás
áreas. O projeto detalhou a pedogênese e o regime térmico e hídrico dos solos em
uma vasta rede regional, revelando um grande gradiente climático e pedológico na
região, que varia desde climas subpolares mais brandos e úmidos, onde o
intemperismo químico se faz notar com mais intensidade, até ambientes e solos semidesérticos e salinizados, pouco conhecidos da Ciência. Nesta apresentação, ilustramse os principais solos, seus ambientes, geomorfologia e vegetação, oferecendo um
panorama inédito sobre uma região inóspita e pouco conhecida dos brasileiros. São
apontados os desafios futuros e demandas de pesquisa.
http://lattes.cnpq.br/0904177542323793
SUSTENTABILIDADE DE SOLOS SOB PLANTIOS FLORESTAIS NOS DIVERSOS BIOMAS
BRASILEIROS
Palestrante: Dr. Itamar Antonio Bognola,
Pesquisador Embrapa Florestas
O conhecimento detalhado do meio físico sob plantios florestais nos diversos biomas
brasileiros é um importante instrumento para viabilizar o manejo sustentável de uma
espécie florestal em uso ou de se introduzir novas espécies e ou procedências. A
sustentabilidade de uma plantação florestal está fundamentada na manutenção e até
aumento da produção de madeira, perpetuidade do equilíbrio dinâmico entre a
entrada e saída de energia e nutrientes e a conservação da capacidade de regeneração
do ecossistema. Nesta apresentação, são enfocados os diversos fatores do solo que
influem no crescimento das árvores. São escolhidos então os parâmetros indicadores
que podem ser usados no monitoramento dos solos através de uma rotina de
observações e análises que deve ser estabelecida e repetida ao longo do tempo. A
qualidade do solo é um importante parâmetro para a compreensão da produtividade e
a sustentabilidade da atividade florestal. Ela deve ser considerada como composta de
suas propriedades físicas, químicas e biológicas. Assim, a identificação da classe de
solo predominante e o entendimento das suas características intrínsecas dentro de
cada bioma, através da delimitação de Unidades de Manejo Florestal, constituem as
mais detalhadas estratificações do meio físico para tornar o ambiente florestal
sustentável.
http://lattes.cnpq.br/7188332775812929
USO DO SILÍCIO NA AGRICULTURA
Palestrante: Prof. Dr. Gaspar Henrique Korndorfer,
Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Uberlândia
O objetivo desta mini conferência é mostrar a importância do silício para as principais
culturas enfocando a sua relação com o manejo de pragas e doenças e a
produtividade. Uma planta bem nutrida com Si é mais produtiva porque consegue
melhorar a sua arquitetura, reduzir as perdas de água durante o período seco e ser
menos atacada por pragas e doenças devido à indução de defesas naturais
(fitoalexinas) e acumulação do Si na cutícula das folhas (barreira mecânica). O
fornecimento do Si para as plantas, quando recomendado, pode ser feito através da
correção dos solos ou através da adubação (via solo ou foliar), para isso é necessário o
desenvolvimento de métodos capazes de estimar ou predizer a reatividade e/ou
eficiência agronômica das várias fontes de Si. A legislação brasileira que controla a
produção e comercialização de fertilizantes ainda não dispõem de métodos adequados
para avaliar o potencial de uso dos adubos e corretivos contendo silício (Si solúvel).
Para atender esta demanda, métodos para análise de Si em fertilizantes e corretivos
devem ser testados e calibrados utilizando diferentes plantas indicadoras. Por outro
lado, os métodos disponíveis para análise de Si em solos e plantas são escassos e
apresentam vários problemas como baixa precisão e exatidão, dificultando
sobremaneira os estudos com o elemento.
http://lattes.cnpq.br/3376485996795795
FÍSICA DO SOLO: MEDIÇÃO OU MODELAGEM?
Palestrante: Prof. Dr. Quirijn de Jong van Lier,
LEB/ESALQ/USP
A física é uma ciência experimental. Físicos observam fenômenos da natureza a
procura de padrões e princípios que relacionam esses fenômenos. Os padrões são
chamados teorias ou, quando muito bem estabelecidos ou de uso geral, leis ou
princípios físicos. A única finalidade da procura por padrões, teorias, leis ou princípios é
a de prever acontecimentos futuros com base nos padrões observados no passado.
Fenômenos que ocorrem em sistemas mais complexos podem ser previstos por
modelos. Por modelo entende-se um conjunto de teorias ou leis numa estrutura
algorítmica. A partir de um conjunto de dados de entrada que caracteriza um estado
do sistema, o modelo gera a previsão de um estado futuro. A física do solo é essa
mesma física aplicada ao sistema solo. Equações de fluxo e respectivas soluções
analíticas para meios porosos como o solo foram muito bem estabelecidas pela física
do solo do século XX. Os recursos computacionais atualmente disponíveis permitem a
aproximação numérica de problemas mais complexas. A ordem é medir e modelar
para prever. Verifica-se na física do solo brasileira uma tendência predominante de
medir e reduzida para utilizar as medições em modelos para a previsão do
comportamento do sistema. Na palestra será feito um apelo para a racionalização da
física do solo brasileira: definir um problema, decidir sobre o modelo que será utilizado
para inferir sobre esse problema, para então medir as grandezas às quais o modelo
apresenta maior sensibilidade.
http://lattes.cnpq.br/6810707489365033
BALANÇO DE GASES DE EFEITO ESTUFA EM SISTEMAS DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA NO
SUL DO BRASIL
Palestrante: Prof. Dr. Cimélio Bayer,
Departamento de Solos, Universidade Federal do Rio Grande do Sul
A pesquisa em gases de efeito estufa (GEE) é bastante recente no subtrópico brasileiro.
Resultados obtidos em experimentos de longa duração foram interpretados quanto ao
potencial de práticas de manejo em mitigar as emissões de GEE e em seqüestrar C no
solo em sistemas de produção de culturas anuais de sequeiroe de arroz irrigado. O
plantio direto (PD) destaca-se entre as demais práticas quanto ao seu potencial na
retenção de C-CO2 atmosférico no solo em lavouras de culturas anuais. Os maiores
benefícios do PD ocorrem quando associado a sistemas intensivos de rotação de
culturas, situação na qual as taxas de seqüestro de C no solo se sobrepõem as possíveis
maiores emissões de óxido nitroso (N2O). Em sistemas de produção de arroz irrigado, o
PD e o cultivo mínimo (preparo antecipado) são práticas que contribuem para
mitigação de 15-40% das emissões de metano (CH4) do solo. Apesar de recente, a
pesquisa regional tem demonstrado a viabilidade de expressiva mitigação das
emissões de GEE em sistemas de produção agrícola sem que isso represente
diminuição da produtividade e rentabilidade da atividade.
http://lattes.cnpq.br/5954461350700731
SEQUESTRO DE CARBONO NO SOLO EM AGROSISTEMAS NO BRASIL
Palestrante: Carlos Eduardo Pellegrino Cerri,
Departamento de Ciência do Solo, ESALQ/USP
O solo se constitui em um compartimento chave no processo de emissão e sequestro
de carbono. Globalmente, há duas a três vezes mais carbono nos solos em relação ao
estocado na vegetação e cerca do dobro em comparação com a atmosfera. Portanto,
manejos inadequados podem mineralizar a matéria orgânica e transferir grandes
quantidades de gases do efeito estufa para a atmosfera. É importante salientar a
diferença entre balanço e sequestro de carbono no solo. O primeiro está mais restrito
a diferença de estoques de carbono entre dois manejos ou sistemas agrícolas. O
segundo, mais amplo, envolve a diferença de estoques, mas também as variações nas
emissões de CH4 e N2O, uma vez que o compto do CO2 esta embutido na diferença dos
estoques de carbono do solo. O uso agrícola do solo com técnicas convencionais de
cultivo tem sido apontado com uma das principais causas das emissões de gases,
potencializando o aquecimento global, cujas consequências adversas podem
influenciar a própria produtividade agrícola. A adoção de sistemas de manejo
conservacionistas tem modificado esse paradigma. Tais práticas podem reduzir as
emissões de gases para a atmosfera e armazenar carbono no solo, o qual encontravase anteriormente na atmosfera sob a forma de CO2.
Palavras-chave: estoque de carbono no solo, gases do efeito estufa, aquecimento
global, mitigação, agricultura, matéria orgânica do solo
http://lattes.cnpq.br/1117896124904968
AGRICULTURA DE PRECISÃO: “AVANÇOS” NO LEVANTAMENTO, IDENTIFICAÇÃO E
CARACTERIZAÇÃO DA VARIABILIDADE ESPACIAL DOS ATRIBUTOS QUÍMICOS E
FÍSICOS DO SOLO
Palestrante: Prof. Dr. Ricardo Santos Silva Amorim
DSER, Universidade Federal do Mato Grosso
A agricultura de precisão é um sistema global de manejo do solo baseado em
tecnologias e informações que possibilita identificar, interpretar e manejar a
variabilidade espacial e temporal do solo de uma lavoura visando reduzir custos,
otimizar a produção, lucratividade e sustentabilidade econômica e ambiental da
atividade agrícola. Desta forma, adotar agricultura de precisão significa fazer a coisa
certa, da forma correta, no local e tempo certo. Para isto esta tecnologia engloba três
etapas: 1ª) identificar a localização e extensão da variação da produtividade da cultura
e dos fatores de produção bióticos e abióticos em uma lavoura; 2ª) analisar os dados
visando identificar os fatores responsáveis pela variação da produtividade; e 3ª) tomar
decisão quanto às intervenções mais adequadas (local e taxa) nos fatores de produção
dentro da lavoura. Devido à quantidade de fatores de produção de uma cultura bem
como a complexidade de suas inter-relações, o grande desafio desta tecnologia referese à identificação da(s) causa(s) da variação da produtividade para assegurar um
manejo adequado. Desta forma, na presente palestra pretende-se abordar “os
avanços” quanto ao levantamento, identificação e caracterização da variabilidade
espacial dos atributos químicos e físicos do solo potenciais responsáveis pela variação
da produtividade das culturas.
http://lattes.cnpq.br/7163717039353133
O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÕES E AS PERSPECTIVAS FUTURAS DA
AGRICULTURA DE PRECISÃO
Palestrante: Prof. Dr. Antônio Luis Santi,
Campus Frederico Westphalen, Universidade Federal de Santa Maria
Colaborador: Engº Agrº Maurício Roberto Cherubin
A variabilidade nas lavouras brasileiras não é nenhuma novidade. Em conversa com
qualquer produtor ou técnico de campo pode-se obter informações dessa natureza
reafirmando que uma parte da área produz mais que a outra ou que em determinado
local os teores de nutrientes são mais elevados. A partir desse contexto, tem ganhado
espaço a chamada Agricultura de Precisão (AP). O que se pretende nessa abordagem é
o questionamento de como as tecnologias da AP estão sendo concebidas e
incorporadas nas propriedades. O processo histórico, a contribuição da pesquisa, como
tomar decisão e as perspectivas futuras. Essa ação investigativa deve ser entendida
como mais um componente de um sistema complexo e com muitas inter-relações. Se
o mapa de atributos químicos é a “porta de entrada”, o mapa de rendimento pode
ser considerado a “sala de estar” da AP. A sobreposição de mapas multi-temáticos
passa a ser uma necessidade. Algumas surpresas poderão ocorrer, como mapas de
construção de teores não serem os esperados, atributos químicos não explicarem os
baixos ou altos rendimentos, ou até mesmo a não observância dos esperados
incrementos de rendimento. Esse é o momento que será necessário a assistência
especializada, visão holística da lavoura, solidez no histórico da área e a etapa em que
a pesquisa deve ser valorizada.
http://lattes.cnpq.br/6223011493102530
QUÍMICA E MINERALOGIA DE SOLOS ÁCIDOS
Palestrante: Prof. Dr. Antônio Carlos Vargas Motta,
Departamento de Solos e Engenharia Agrícola, Universidade Federal do Paraná
A relação entre química e mineralogia da argila vem sendo simplificada para atender
as práticas agrícolas. Contudo, relações consideradas pouco variáveis, como saturação
de base x pH, podem ser muito dinâmicas em função da mineralogia. Outra
generalização que deve ser reavaliada é a de que o intemperismo leva a um processo
continuo de acidificação, decrescendo pH e gerando Al tóxico. Estudos indicam que a
formação de compostos mais cristalinos e menor reativos, como a gibbsita,
determinam baixo ou mesmo ausência de Al tóxico. Ainda, o poder tamponante dos
solos diminui com elevação do grau de intemperismo, fazendo com que solos muito
desenvolvidos e ácidos, requerem menor corretivo que solos ácidos menos
intemperizados. Os grupos responsáveis pela acidez do solo variam em função da
mineralogia. O poder tamponante dos solos esmectitíticos, quando em ambientes
ácidos, é devido, principalmente, aos elevados valores de acidez potencial trocável (H+
+ Al3+), ou simplesmente Al+3 trocável. Já nos solos oxídicos, o poder tamponante é
baixo e normalmente não está associado aos Al+3 trocável, que é baixo ou mesmo nulo.
O maior tamponamento desses solos deve-se aos radicais -AlOH e -FeOH, que
possuem alto valores de ponto de carga zero e maiores teores de acidez potencial não
trocável (H). Os solos cauliníticos (solos também muito intemperizados, mas com Kr ≥
0,75) apresentam comportamento intermediário: maior CTC e maior acidez potencial
trocável. O menor tamponamento da acidez potencial não trocável dos grupos silanol
desse mineral deve-se a maior acidez e menor PCZ (~ 2,0) do radical (-SiOH).
http://lattes.cnpq.br/8680679653637138
ÓXIDOS DE MANGANÊS EM TEORES EXTREMAMENTE ELEVADOS EM SOLOS
BRASILEIROS
Palestrante: Prof. Dr. Nilton Curi,
Departamento de Solos, Universidade Federal de Lavras
Colaboradores: Prof. Dr. Nestor Kämpf, UFRGS
Prof. Dr. Mauro Resende, UFLA
As informações relativas a óxidos de manganês em solos brasileiros são esparsas
devido à pequena concentração nos solos, dificultando a sua identificação. Apesar
disto, têm substancial influência nas propriedades químicas dos solos, pois além de ser
um elemento essencial para plantas e animais, o Mn também pode ocorrer em
concentrações tóxicas em solos ácidos. A presença de Mn é mais provável em
ambientes de solo onde há alternância de processos de oxidação e redução, os quais
alteram a mobilidade e a precipitação do mesmo. Pesquisas relativamente recentes
têm revelado teores extraordinariamente elevados de Mn em Cambissolos perférricos
derivados de dolomito ferruginoso no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, com
valores extremos de 36g de Mn kg-1 de solo (46g de MnO kg-1 de solo) pelo ataque
sulfúrico, 73g de Mn kg-1 de solo pelo ataque triácido, 84g de Mn kg-1 de argila pelo
ditionito-citrato-bicarbonato de sódio e 34g de Mn kg-1 de argila pelo oxalato ácido de
amônio (Carvalho Filho, 2008). O valor mais elevado encontrado pelos autores na
literatura internacional foi de 58g de Mn kg-1 de solo pelo USEPA 3050 em Oxissolos
derivados de dolomito na África do Sul (Dowding & Fey, 2007). Nos solos brasileiros
acima mencionados foram identificados diversos minerais de Mn na fração argila, sem
quaisquer pré-tratamentos de concentração, representados por todoroquita, litioforita
e ainda pirolusita. Neste contexto, a influência do material de origem tem sido mais
marcante do que a posição do solo na paisagem e o grau de intemperismo-lixiviação
dos solos.
http://lattes.cnpq.br/6078476427954319
QUÍMICA E MINERALOGIA DE SOLOS ALTAMENTE INTEMPERIZADOS
Palestrante: Prof. Dr. Luís Reynaldo Ferracciú Alleoni,
Departamento de Ciência do Solo, ESALQ/USP
A Ciência do Solo foi construída nas regiões de clima temperado, como Europa, Rússia
e Estados Unidos. Até a década de 1960 a maioria dos estudos era baseada em temas
como dinâmica da água e química da matéria orgânica e silicatos em solos com
mineralogia da fração argila composta principalmente por montmorilonita, ilita e
vermiculita. A partir da década de 1970 houve intensa expansão dos estudos em
Ciência do Solo para a África Equatorial, Américas do Sul e Central e o sudeste da Ásia.
Aí começaram estudos mais amplos e profundos dos solos dos trópicos úmidos e, de
maneira especial, dos solos altamente intemperizados (SAI). De forma geral, são solos
profundos, vermelhos, friáveis, com boa drenagem e suportam vigorosa vegetação. A
mineralogia é formada predominantemente por caulinita e óxidos de Fe, Al e Mn.
Fatores e processos de formação do solo variam dentro da região tropical úmida,
refletindo sua influência na diversidade de solos. Em superfícies antigas com moderada
a baixa declividade e boa drenagem, a alta pluviosidade e a alta temperatura
propiciam intensa lixiviação de nutrientes e de sílica. O que sobra é um resíduo pouco
solúvel, composto por material muito intemperizado com baixa capacidade de reter
cátions. Por essas razões, o conhecimento da dinâmica da matéria orgânica é de
fundamental importância em SAI. Para que os SAIs comportem uma agricultura
sustentável, é necessário que se conheça a complexidade do sistema, pois ele é frágil e
não admite erros no seu manejo, que podem ocasionar danos irremediáveis e
irreversíveis.
http://lattes.cnpq.br/0564778663100780
O BIOMA PAMPA: DA FRAGILIDADE AO USO
Palestrantes: Prof. Dra. Zaida Inês Antoniolli; Prof. Dra. Ana Paula Moreira Rovedder,
Departamento de Solos, Universidade Federal de Santa Maria
O Bioma Pampa é caracterizado por apresentar solos arenosos que, naturalmente,
apresentam elevada fragilidade ambiental e alta vulnerabilidade à ação dos agentes
erosivos. A degradação do solo neste bioma intensifica-se com as práticas agrícolas
inadequadas, como o preparo convencional e o sobrepastejo nas áreas de pastagem
natural. Este bioma possui um conjunto de fauna e flora único, que se destaca como
um importante componente funcional. Os trabalhos existentes ressaltam a presença
de inúmeros organismos, no entanto, há carência de maior exploração científica
dessas informações. Levantamento da fauna mostra a predominância de himenópteros
nos solos arenizados e o aumento de sua riqueza quando a arenização é contida por
revegetação. Em coletas recentes de minhocas realizadas em solos deste bioma foram
encontrados exemplares dos gêneros Glossoscolex e Pontoscolex. Estudos de campo
apontam à presença de pelo menos 12 morfotipos ectomicorrízicos associados a este
bioma. Atualmente, a utilização deste bioma para cultivo desenfreados de
monocultivos agrícolas e silviculturais pode comprometer o futuro da diversidade
biológica. O Bioma Pampa está sob intenso processo de degradação de seus recursos
naturais, o que torna ainda mais importante o conhecimento de sua biodiversidade e a
definição de estratégias de conservação e uso sustentável de seus ecossistemas.
http://lattes.cnpq.br/4692942549618168
BIOMA CAATINGA: SOLOS E SUSTENTABILIDADE
Palestrante: Prof. Dr. Mateus Rosas Ribeiro,
Universidade Federal Rural do Pernambuco
O bioma caatinga é o mais importante ecossistema da região Nordeste do Brasil,
ocupando uma área de aproximadamente 844.453 km2, que corresponde a 9,92 % do
território nacional. É caracterizado pelo clima semiárido, com precipitações que variam
entre 400 e 800 mm e grande variabilidade espacial e temporal na distribuição das
chuvas. A caatinga é uma formação vegetal lenhosa, de porte e densidade variáveis,
mais ou menos rica em cactáceas e bromeliáceas, e com presença de plantas
espinhosas, que tem a caducidade foliar como forma mais comum de resistência à
carência hídrica. O bioma caatinga ocorre sobre as mais diversas unidades
geoambientais e classes de solos, entre os quais se destacam Latossolos, Argissolos,
Luvissolos, Planossolos, Cambissolos, Vertissolos e Neossolos, que apresentam
diferentes suscetibilidades ao processo erosivo, principal causa de degradação do
bioma. O objetivo desta apresentação é destacar a importância do conhecimento dos
solos para a sustentabilidade do bioma caatinga. O grande contingente populacional
do semiárido nordestino, associado ás características peculiares de alguns dos solos,
ao baixo nível tecnológico das explorações agropecuárias e ao alto poder erosivo das
chuvas, torna o bioma caatinga um dos mais vulneráveis à degradação. Os processos
que causam ou aceleram a degradação das terras na região semiárida podem ser
resumidos em: manejo inadequado das culturas e práticas agrícolas prejudiciais;
desmatamento para produção de lenha ou carvão; superpastoreio; e irrigação mal
manejada. A identificação dos solos e áreas mais suscetíveis à degradação deve se
constituir no primeiro passo para ações visando a sustentabilidade do bioma caatinga.
http://lattes.cnpq.br/3791439781901408
PROPOSTA PARA O NÍVEL DE FAMÍLIA (5º NIVEL) – CLASSIFICAÇÃO BRASILEIRA DE
SOLOS –
NÃO enviou (deixa sem mesmo)
ECOLOGICAL INTENSIFICATION AND AGRICULTURAL YIELD
Palestrante: Ph.D. T. Scott Murrell,
International Plant Nutrition Institute (IPNI)
Agricultural intensification is needed to meet current and future demand for food,
feed, fuel, and fiber. Although necessary, intensification can have significantly negative
environmental impacts. It can also have positive ones. Obtaining positive or negative
outcomes depends greatly on how well-informed crop and soil management decisions
are concerning practices within fields and across landscapes. But successful
intensification requires more than just improved knowledge and decision aids at the
field and farm. The consumers of crop products must also be knowledgeable, and
policies, both public and private, must be well constructed to allow the full potential of
ecological intensification to be realized. Consequently, preparing for intensification
needs to occur in at least three places: 1) in the field, 2) on the farm beyond the field,
3) and in the city. Preparation in all three places is facilitated by precision technologies
and approaches as the technology and concepts involved have the potential for not
only improving performance of farming systems but also our ability to communicate
that improvement to a diverse set of stakeholders with wide-ranging concerns and
priorities.
CARBON FOOTPRINT OF VARIOUS FERTILIZERS FROM MINING, PRODUCTION AND
USAGE WITH PARTICULAR REFERENCE TO N FERTILIZERS - NÃO enviou (deixa sem
mesmo)
SOIL PROTEOMICS TO BETTER UNDERSTAND GENE EXPRESSION AND PROTEIN
STABILIZATION
Palestrante: PhD. Paolo Nannipieri,
Department of Plant, Soil and Environmental Sciences University of Firenze
Colaboradores: Giagnoni L, Landi l and Renella G,
Soil proteomics includes: i) “functional proteomics”, which studies the expression of
DNA by active microbial cells and can detect stress biomarkers or biomarkers of
microbial functions; it can potentially discover unknown proteins and peptides; ii)
“stabilized proteomics”, which can be used to detect biomarkers of microbial past
events and can improve our understanding of protein stabilization mechanismsin soil
(Nannipieri 2006). We have used the direct extraction method (lysis of cells in situ) by
using phosphate buffer and SDS for characterizing functional proteomics. Sonication
was more effective than bead-beating and high temperature in lysing soil microbial
cells. In addition we have used Cupriavidusmetallidurans CH34as internal standard
since the proteome of this microorganisms is known. We have also studied how soil
particles affected the recovery of proteins from Cupriavidusmetallidurans CH34.
Twenty two proteins of the bacteria were identified by peptide mass fingerprinting on
an Ettan matrix-assisted laser desorption/ionization (MALDI) time of flight (TOF) pro
mass spectrometer followed by mass-fingerprinting searching in the NCBInr and SwissProt databases using Mascot. By increasing the isoelectric point of proteins the
recovery in kaolinite decreased whereas such a relationship was not observed with
sand or with an artificial soil(78% sand, 18% kaolinite, 2% montmorillonite,
1%goethite, 1% humicacids). Protein recovery increased in the artificial soil by
increasing the aliphatic index of proteins and with sand or kaolinite by increasing the
hydrophobicity index. Repeated purification with polyvinylpyrrolidone (PVP) is
required to remove humic molecules from proteins extracted from soil. Proteome of
leaching solution from a heavy metal polluted soil differed from that of the respective
remediated soils.
DE LOS SUELOS AGRÍCOLAS A LOS SUELOS DE MARTE. LA IMPORTANCIA DE LA
EDAFOLOGÍA EN LOS ESTUDIOS PLANETARIOS.
Palestrante: PhD. Vidal Barrón,
Universidad de Córdoba, España
Los suelos, en la Tierra, son el principal medio para el crecimiento de las plantas y se
forman por la acción combinada de factores como el material parental, clima,
topografía, organismos y tiempo. Una interpretación menos restrictiva de esta
definición nos lleva a considerar como suelos el caso de materiales no consolidados
que se encuentran en la superficie de otros planetas y satélites donde la presencia de
biota convencional aún no se ha observado y sólo cabe especular con la posible acción
de microorganismos “extremófilos”. Las distintas exploraciones espaciales, a través de
la información espectral obtenida con satélites artificiales o, más cercana, con sondas y
robots todo terreno que han rastreado y analizado la superficie de Marte, han
revelado la presencia de “suelos” cuyas propiedades físico-químicas aparentemente no
difieren de los que cubren nuestra Tierra. Su uso potencial como un sustrato fértil para
las plantas, una vez resuelto el suministro de agua y oxígeno y el control de luz y
temperatura, debería conllevar la corrección de posibles limitaciones, tales como los
pHs extremos, la deficiencia de nutrientes o la excesiva concentración de sales y
compuestos tóxicos.
[email protected]
ORIGENS E EVOLUÇÃO DOS SOLOS, RELEVO E VEGETAÇÃO NOS DOMÍNIOS
MORFOCLIMÁTICOS DO BRASIL - UMA INTEGRAÇÃO –
NÃO enviou (deixa sem mesmo)
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO NO BRASIL: DESAFIOS E FUTURO
Palestrante: Prof. Dr. Marco Aurélio Carbone Carneiro,
Campus Jataí, Universidade Federal de Goiás
Colaboradores: Helder Barbosa Paulino1 e Edicarlos Damacena de Souza
O Brasil apresenta-se com cerca de 120 milhões de hectares de terras agricultáveis,
sendo a maior área disponível no mundo com esse fim. A manutenção da qualidade
destas terras passa pelos profissionais que atuam na Ciência do Solo. Nessa linha, os
programas de pós graduação tem proporcionado o desenvolvimento de novas técnicas
de manejo do solo no sentido de aumentar a produção de grãos, carne, fibras e
energia. Além disso, os estudos têm objetivado o uso eficiente dos fertilizantes e
corretivos do solo, a recuperação de áreas degradadas e a redução do impacto
ambiental promovido pela agricultura. A pós graduação em Ciência do Solo no Brasil
tem crescido nos últimos anos, fato observado pelo grande numero de egressos dos
programas e de publicações científicas nos principais periódicos nacionais e
internacionais. Na última avaliação da CAPES foram avaliados na grande área de
Ciências Agrárias, dos 164 programas existentes 9% estão diretamente relacionado a
Ciência do Solo. Os programas melhores avaliados estão localizados na região Sul
(UFRGS, UFSM, UDESC, UFPR e UFPEL), na região do sudoeste (USP/ESALq, UFLA,
UFRRJ, UFV e UNESP/JAB.) e com menores notas no nordeste (UFRPE, UFC,
UFPB/AREIA, FUFPI e UFERSA), demonstrando um desequilíbrio regional pois não há
programas com este perfil nas regiões Norte e Centro-Oeste. Dos 15 programas, 50%
receberam conceitos de excelência (5, 6 e 7) e somente 19% apresentaram nota
mínima (3). Isso pode ser reflexo do aumento no numero de docentes permanentes
vinculados aos programas, saindo de 185 docentes em 2007 para 200 docentes em
2010. O numero de discentes apresentou uma pequena redução de 12% em relação ao
triênio anterior e foram criados 3 novos cursos na UFPEL, UFERSA e FUFPI. Assim como
levantado por Ceretta et al. (2008), o número de discentes por docentes foi
considerado adequado mas continua a baixa produção intelectual dos discentes. No
entanto, o total de publicações em periódicos científicos foi de 2066 artigos, sendo
que, 50% destas publicações estão em revista de elevado impacto (A1, A2 e B1) o que
tem proporcionado maior visibilidade das pesquisas desenvolvidas no pais. Apesar dos
indicadores demonstrarem avanços nas pesquisas desenvolvidas nos programas de
pós graduação em Ciência do Solo um dos principais desafios desta será o
desenvolvimento de pesquisas básicas e tecnológicas. O foco deve ser dado à biomas
importantes como o Cerrado, Pantanal, Caatinga e Amazônia gerando conhecimento
para a maximização racionais dos recursos naturais e dos insumos agrícolas
promovendo a sustentabilidade dos agrossistemas, o que ainda está aquém do
adequado em muitos programas de pós graduação.
http://lattes.cnpq.br/4868736525994145
GREENHOUSE GASES EMISSIONS FROM SOILS: NOVEL MEASUREMENT TOOLS AND
MITIGATION PRACTICES
Palestrante: PhD. Claudia Wagner-Riddle
School of Environmental Science, University of Guelph - Guelph, Ontario, Canada
Increased concentration of atmospheric carbon dioxide (CO2), methane (CH4) and
nitrous oxide (N2O) over the last 50 years have been linked to global climate change.
Soils are a significant source of nitrous oxide (N2O) and carbon dioxide (CO2), but also
have the potential to store carbon. Concern due to climate change has prompted
research into mitigation practices for reduction of net greenhouse gas emissions.
Measurement of these trace gas emissions requires rugged methods that can be
deployed at the field scale, ideally over prolonged periods of time to capture their
temporal dynamics. Novel measurement tools using chamber and micrometeorological
methods used with tunable diode laser spectroscopy will be discussed, including
techniques for carbon isotope analysis. Current research findings on options for
reducing N2O emissions such as adjusting N input rate and application times to match
crop uptake, slow-release forms and fertilizer placement will be reviewed. Results
from experiments investigating the effect of management practices for increased
carbon storage in soils such as no-tillage, and their interaction with N2O emissions will
be presented.
Key-words: nitrous oxide emissions, carbon storage, soil management, chamber
methods, micrometeorological methods, net greenhouse gas emissions
MAGNESIUM: A FORGOTTEN MINERAL NUTRIENT IN CROP PRODUCTION
Palestrante: PhD. Ismail Cakmak,
Sabanci University, Faculty of Engineering and Natural Sciences, Istanbul, Turkey
Crop production is largely under influence of i) the capacity of plants to fix atmospheric
carbon into organic carbon through photosynthesis, ii) translocation of the
photoassimilates into actively growing parts of plants (e.g., sink organs such as seeds
and roots), and iii) utilization of assimilated carbon for growth and development. All
these steps require adequate supply of magnesium (Mg). Magnesium has also further
critical physiological functions contributing significantly to growth and development of
plants such as activation of number of enzymes and formation and utilization of ATP in
metabolic process. Despite large number of critical functions of Mg in plant growth,
research conducted on Mg and attention given to Mg fertilization of crop plants in
agriculture is surprisingly very little. Therefore, Mg is often considered a forgotten
element in crop production and physiology. It is widely believed that impairment in
phloem translocation of carbohydrates into roots and thus decline in root growth is
the earliest reaction of plants to Mg deficiency. The impairment in root growth by Mg
deficiency takes place very rapidly, even before any noticeable changes in shoot
growth, chlorophyll concentration or photosynthetic activity occur. Impairment in root
growth as a consequence of Mg deficiency is associated with serious disturbances in
root uptake of nutrients and water, especially under marginal soil conditions. In view
of the fact that Mg deficiency is a growing constraint in agricultural soils, especially in
acid soils and under intensive crop production systems, a particular attention should
be given to Mg nutrition of crop plants. Since Mg has also protective roles against
cardiovascular and hearth diseases, improving Mg concentrations of food crops is of
great importance for human nutrition and health.
NOVAS TECNOLOGIAS EM FERTILIZANTES
Palestrante: Dr. José Carlos Polidoro,
Pesquisador Embrapa Solos
Nas ultimas décadas inovações na indústria de fertilizantes foram destinadas à redução
de custos e otimização da eficiência dos processos industriais. Tais inovações não
resultaram em inovações das tecnologias dos fertilizantes quanto às reações e
liberação dos nutrientes no solo, formas químicas etc. A partir de 2000 e,
principalmente após a crise do mercado em 2007, novas tecnologias de fertilizantes
foram lançadas no mercado brasileiro. A maioria oferece ao agricultor aumento da
eficiência agronômica e melhores qualidades físicas. A maioria das novas tecnologias
está associada aos fertilizantes nitrogenados, principalmente uréia, que corresponde a
mais que 50% do consumo de nitrogenados no país. Tecnologias de recobrimento com
polímeros, enxofre elementar, inibidores enzimáticos, entre outros, atualmente são
adotadas por agricultores no Brasil. Esses fertilizantes são denominados de eficiência
aumentada e compõem dois grupos: fertilizantes de liberação lenta/controlada e
fertilizantes estabilizados. A base técnico-científica dessas tecnologias “agregadas” a
uréia é a minimização do processo de volatilização da amônia do solo. Outros
fertilizantes nitrogenados, como nitrato de cálcio e sulfato de amônio, entre outros, o
processo de volatilização é desprezível, mas por outro lado, geralmente, o custo desses
é muito superior a uréia, por cada quilo de N aplicado nas lavouras. Os resultados
técnico/científicos dos Institutos de pesquisa e em ensaios comerciais das empresas
mostram um grande potencial dessas tecnologias contribuírem para o aumento da
eficiência dos fertilizantes, mas que é essencial ainda o entendimento de como elas
serão adotadas nos diversos sistemas de produção do país e a relação custo/benefício
para o agricultor.
http://lattes.cnpq.br/4745932943641979
NOVAS TECNOLOGIAS EM FERTILIZANTES FOSFATADOS
Palestrante: Prof. Dr. Godofredo Cesar Vitti
Departamento de Ciência do Solo, ESALQ/USP
Colaboradores: Eduardo Zavaschi e Thiago Augusto de Moura
O fósforo (P) apesar de ser o macronutriente menos exportado pelas plantas, em
média de 40 a 60 kg ha-1 de P2O5, é o mais aplicado na adubação em relação aos outros
nutrientes, cerca de 3 a 5 vezes em relação as exigências das culturas em solos
arenosos e argilosos respectivamente. Esse fato se deve ao baixo teor existente nos
solos tropicais e ao fenômeno de fixação do nutriente, fatores que faz com que alta
porcentagem do P2O5 aplicado fique em formas indisponíveis para as plantas, devido a
competição entre planta e o sistema solo. Assim é fundamental potencializar a
adubação fosfatada, ou seja, transformar o fósforo aplicado como fertilizante em
nutriente absorvido pelas raízes das plantas, e consequentemente em maior
produtividade, qualidade e longevidade das culturas, pois o fósforo na nutrição da
planta é responsável por todos os processos metabólicos que envolvem gastos
energéticos através da sua participação no composto tri-fosfato de adenosina (ATP)
armazenador de energia. Na adubação fosfatada é fundamental manter níveis
adequados de fósforo em solução (fator intensidade) bem como a capacidade do solo
em renovar o nutriente para a solução (fator capacidade). As principais práticas ou
fatores que afetam a disponibilidade do P para as plantas (fatores intensidade e
capacidade) podem ser assim enumerados: 1. Solo - Poder tampão em fósforo (PTP),
determinado pela quantidade e qualidade da argila; teor de matéria orgânica; reação
do solo (pH) e tempo de uso no solo; 2. Clima – Principalmente precipitação,
temperatura e luminosidade; 3. Planta – Exigências nutricionais em P, capacidade de
absorção pelas raízes; e 4. Fertilizante fosfatado – Aspectos de solubilidade do P2O5
em CNA+H2O e Ac Cítrico a 2%, formas físicas, composição química (cátion
acompanhante). Nesse aspecto a indústria de fertilizantes propõe alternativas para
aumento da eficiência da adubação fosfatada como: a) Fertilizantes com polifosfatos,
com maior mobilidade no perfil, bem como a possibilidade de “seqüestrar”
micronutrientes metálicos; b) Fertilizantes revestidos, apresentando possibilidade de
liberação gradual e/ou controle da hidrólise; e c) Fertilizantes com quelante natural
orgânico, visando à proteção química do fenômeno de fixação e estimulando atividade
microbiana próxima a raiz. Em função destas alternativas já utilizadas a campo por
muitos agricultores, entendemos que é fundamental o esforço combinado da RedeFert
Brasil, coordenada pela EMBRAPA, com a industria em comprovar cientificamente os
possíveis benefícios agronômicos associados a cada tecnologia, estabelecendo
protocolos de pesquisa, em nível nacional, para validação científica.
http://lattes.cnpq.br/7031240425169411
A NANOTECNOLOGIA COMO FERRAMENTA PARA O AUMENTO DA EFICIÊNCIA DE
FERTILIZANTES
Palestrante: Prof. Dr. Cauê Ribeiro de Oliveira,
Pesquisador Embrapa Instrumentação, Prof. Pós-Graduação Universidade Federal de
São Carlos
A nanotecnologia compreende um grande número de tecnologias que, em comum,
apresentam características provenientes de propriedades associadas à escala
nanométrica. Essa escala corresponde aos materiais ou estruturas com tamanhos da
ordem de 1 a 100 bilionésimos de metro, que é um tamanho compatível ao de muitas
estruturas naturais, como proteinas, vírus e bactérias. Muitas das inovações nesta área
poderão impactar a agricultura de forma geral e, mais especificamente, pelo aumento
de produtividade associado a insumos nanotecnológicos. Entre esses insumos,
destacam-se os fertilizantes nanoestruturados e/ou nanoengenheirados, que
consistem tanto em nanopartículas de materiais de conhecida ação fertilizante como
de estratégias para liberação lenta ou controlada de moléculas conhecidas, permitindo
melhor aproveitamento pelos organismos vegetais. Assim, nesta apresentação os
aspectos teóricos do comportamento de partículas na nanoescala -- solubilidade,
reatividade, entre outras propriedades -- serão revistos; as principais tecnologias
emergentes, tais como nanopartículas para administração direta, nanocápsulas,
nanocompósitos carreadores, serão explicitadas, e tecnologias já emergentes
em países da América do Sul serão analisadas. Duas análises de caso simplificadas
serão demonstradas, para exemplificar as necessidades de abordagem sobre o tema.
http://lattes.cnpq.br/5321313558714462
SISTEMAS INTEGRADOS DE PRODUÇÃO LAVOURA E PECUÁRIA E LAVOURA,
PECUÁRIA E FLORESTA EM AGRICULTURA DE MONTANHA
Palestrante: Prof. Dr. Lino Roberto Ferreira,
Departamento de Fitotecnia, Universidade Federal de Viçosa
Colaborador: Rogério Jacinto Gomes
A degradação de pastagens é considerada um dos maiores problemas da pecuária
brasileira. Em 2005 estimou-se que 80% das áreas de pastagens, em todo território
brasileiro, apresentavam algum estádio de degradação (MACEDO, 2005). Desta forma,
é comum em todo território nacional a ocorrência de pastagens degradadas com baixa
capacidade de suporte e baixa produção de carne e leite. Na Zona da Mata Mineira,
onde predominam terrenos declivosos, tradicionalmente os solos são arados e
gradeados para renovação das pastagens degradadas, o que tem causado grandes
problemas ambientais, como empobrecimento do solo e assoreamento de córregos e
rios. A associação de espécies em sistemas consorciados, como na Integração LavouraPecuária (ILP) ou na Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF) juntamente com o
uso de práticas conservacionistas, como a adoção do Plantio Direto, desponta como
opção viável e promissora para dessas pastagens degradadas. Esses sistemas, se bem
manejados, têm potencial para aumentar a produtividade e reduzir os riscos de
degradação, bem como possibilitar melhorias nas características químicas, físicas e
biológicas do solo. Outro fator favorável da consorciação é a diversificação da
produção na propriedade, aumentando o número de produtos a serem
comercializados buscando mais renda para a propriedade. Com objetivo de difundir
essas técnicas, na Zona da Mineira, nos últimos cinco anos foram instaladas 130
unidades demonstrativas e realizados 85 dias de campo. Nessas unidades
demonstrativas estão sendo mostradas todas as etapas (implantação e condução dos
sistemas ILP e ILPF), inclusive com adaptações de máquinas para a região. Com essa
metodologia, participativa, muitos produtores familiares têm manifestado interesse
em renovar suas pastagens por meio desses sistemas integrados, o que demonstra a
percepção, por parte destes, das vantagens do sistema. No entanto sabe-se que a
ILP/F é uma tecnologia ainda em evolução, onde muito é necessário progredir para
que se torne uma prática amplamente utilizada nas propriedades rurais.
http://lattes.cnpq.br/0142660843568171
INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA E ALTERAÇÕES EM ATRIBUTOS DO SOLO
Palestrante: Dr. Júlio Cesar Salton,
Pesquisador Embrapa Agropecuária Oeste
Os efeitos sinérgicos resultantes da alternância entre cultivos de lavouras com
pastagens, podem se manifestar de muitas formas. Para o agricultor as formas mais
visíveis e também as mais desejadas são aquelas relacionadas ao rendimento físico,
seja das lavouras, da pastagem, produção animal, ou ainda na redução de seus custos
de produção. Contudo, estes resultados são decorrência de alterações que ocorrem no
solo, muitas vezes não imediatas e de percepção não muito evidentes. São alterações
em atributos do solo que ocorrendo de forma contínua desencadeiam uma série de
efeitos, que acabam resultando na maior sustentabilidade do sistema produtivo. Esta
palestra objetiva mostrar as principais alterações nos atributos físicos, químicos e
biológicos do solo, quando submetido a sistema de Integração Lavoura-Pecuária (ILP)
por períodos entre dez e quinze anos, em comparação a sistemas simples. O
monitoramento destes atributos do solo somente é possível, graças à existência de
experimentos de longo prazo disponíveis em vários locais do país. A dimensão dos
efeitos no solo depende de diversos fatores, como as espécies vegetais utilizadas,
formas de condução do sistema, tipo de solo e clima. A análise dos resultados
disponíveis conduzem para a conclusão de que a região do Cerrado brasileiro será
grandemente favorecida com a adoção de sistemas ILP.
http://lattes.cnpq.br/1324347757046603
IMPACTOS DO PROCESSO DE PASTEJO NOS SISTEMAS INTEGRADOS
Palestrante: Prof. Dr. Paulo César de Faccio Carvalho,
Departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul
Em nível global, o renovado interesse científico e mediático com relação aos sistemas
integrados de produção agrícola e pecuária tem origem no insucesso dos sistemas de
produção altamente intensivos, e pouco diversos, em contemplarem alta produção de
alimentos, ao mesmo tempo em que mantendo níveis mínimos de integridade
ambiental.Nesse sentido, os sistemas integrados constituem uma rara tecnologia que
consegue responder positivamente a essa aparente dicotomia. Contribui para isso o
fato de que os benefícios do plantio direto e da rotação de culturas possa ser
potencializado pelo incremento nos fluxos, e na diversificação de rotas, dos ciclos
biogequímicos envolvidos nos sistemas integrados quando da existência de uma fase
pastagem. Não obstante, a entrada de animais em sistemas agrícolas ainda provoca
incertezas e mitos sobre os impactos deles nos atributos físicos e químicos do solo, e
sobre o sistema de produção como um todo. O manejo do processo de pastejo
(intensidade e distribuição espaço-temporal da desfolhação, do pisoteio e das
dejeções) nesses sistemas está na origem dessas incertezas, pois seu sucesso depende
da adequada gestão dos animais, tanto quanto das operações agrícolas. Esta palestra
ilustra esse contexto, traz uma série de resultados científicos e cases de sucesso com
foco em sistemas integrados do sub-trópico brasileiro, e conclui por
demonstrarimpactos, benefícios diretos e indiretos da presença de animais integrados
a sistemas agrícolas.
http://lattes.cnpq.br/3131637447868865
SOLOS DA AMAZÔNIA: ETNOPEDOLOGIA E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Palestrante: Prof. Dr. José Frutuoso do Vale Júnior,
Universidade Federal de Roraima
O solo é resultante de cinco variáveis interdependentes, denominadas fatores de
formação do solo, que são: clima, organismos, material de origem, relevo e tempo. A
variabilidade espacial dos solos é um fenômeno natural resultante da interação dos
diferentes fatores e processos de formação e suas inter-relações com o ambiente
natural, podendo ou não ser acentuada pela ação antrópica. A região Amazônica
apresenta uma grande diversidade pedológica e ambiente, cuja predominância de
solos de baixa fertilidade natural está diretamente associada à formação sedimentar,
as condições climáticas e ao relevo predominantemente plano. Assim, para
compreendermos as relações dos solos com paisagem e com o homem devemos
conhecer o ambiente que os cercam. O conhecimento dos solos da Amazônia ainda é
superficial iniciados por naturalistas dos séculos XVIII e XIX, como Alexandre R.
Ferreira, Louis Agassiz, Charles Hartt, e culminando com a expedição pedológica de
Marbuti, em 1925/26. Roraima é o estado da Amazônia com a mais ampla diversidade
étnica e de ecossistema, em razão das enormes variações climáticas e pedológicas, e
pulsos de ocupação humana, verificando-se estreita relação dos povos indígenas, suas
culturas e seus ¨saberes¨, com o meio físico e biótico em que se desenvolveram ao
longo da história. Nesta região mais norte da Amazônia, o sistema de classificação
etnopedológica da comunidade indígena da Malacacheta, consegue identificar e
separar de forma objetiva todos os compartimentos ambientais de ocorrência na área,
relacionando aspectos de simples percepção e identificação (cor, textura,
profundidade, vegetação) com aspectos práticos, cognoscíveis (uso, tipo de cultivo,
vocação agrícola, etc.)
http://lattes.cnpq.br/3469234866298985
DA REAL NOMENCLATURA DOS ATRIBUTOS DO SOLO
Palestrante: Prof. Dr. Zilmar Ziller Marcos,
Professor Aposentado (ADAE/ESALQ/USP)
Embora seja este um título pretensioso, é intencionalmente dado com a intenção de
provocar os eventuais ouvintes a uma reflexão sobre os tópicos que serão
apresentados. Venho com a esperança de provocar um impulso modificador que
contagie e se alastre entre aqueles que atuam em Pedologia. Serão apresentadas
idéias e conclusões que resultaram do registro do que se diz e escreve em confronto
com o que se observa na natureza e o os princípios que outras disciplinas (ou divisões
da Ciência) estabeleceram. Talvez o caro ouvinte encontre, aqui e ali, algo que o leve a
meditar e estimule uma contribuição para uma conjectura proferida por mim que, por
aceitação, possa também considerar como sua. Na verdade há, como sempre, e como
também se expressou Chamberlin em 1865, mui pouco de novo, apenas antigas
verdades mescladas com atrevidas afirmações vestidas com novas roupagens em uma
nova estrutura. Desde já se dá como tacitamente aceito que as pessoas interessadas
no tema poderão relutar em abandonar sua posição pois, como já afirmara Bertrand
Russell, anteriormente, em 1946, o território conquistado pelo intelecto só é
abandonado a muito custo e com tenaz resistência. As idéias são direcionadas aos
jovens que devem, permitam-me dizer, recebê-las de maneira concreta e ostensiva,
examinando sua coerência com os princípios das disciplinas relacionadas à
PEDOLOGIA. Assim aumentará a probabilidade de serem cativados e tornarem-se
receptivos às considerações teóricas que poderão responder as suas indagações.
Dirijo-me particularmente aos mais jovens, na expectativa de provocá-los a meditar
antes de aceitar, para que sejam como os de Berea, mais bem-aventurados que os de
Tessalônica, pois estes iam estudar as escrituras para verificar se o que ouviam de
Paulo de Tarso era verdade. Mas o faço ciente de estar sob o olhar atento, analítico e
crítico dos mais velhos que também têm suas idéias e, portanto, resistem mais do que
os jovens. Reconheço que é uma preocupação pretensiosa falar aos jovens com a
esperança de poder preveni-los quanto ao fascínio do que está na moda. Todavia,
penso que falo a pessoas com propensões ao pensamento científico. Observa-se que é
do destino do cientista, quer seja iniciante ou veterano, enfrentar constantes
solicitações para mostrar o valor e a importância do seu trabalho. Para o cientista
pode não interessar essa avaliação, pois seu deleite deve estar em conhecer,
compreender e saber. Esta é sua recompensa. O cientista parte em busca dessa
recompensa e a consegue quando, além de adquirir o conhecimento, o compartilha
com seus pares o tornado disponível de maneira compreensível. Precisão e exatidão da
linguagem, além de sua importância na transmissão de conhecimentos ao iniciante,
são fundamentais quando ocorre entre idiomas distintos.
PALEOCLIMA DO PERÍODO QUATERNÁRIO E A TEORIA DO AQUECIMENTO GLOBAL
Palestrante: Prof. Dr. Kenitiro Suguio,
Pesquisador Sênior do CNPq , Professor Emérito da USP
Passarem-se 100 anos desde que foi reconhecido o real significado dos blocos erráticos
de rochas dispersas ao norte da Europa, quando foi definida “idade do gelo”,
representada pelos estádios glaciais Günz, Mindel, Riss e Würm nos Alpes da
Alemanha. Quase 70 anos mais tarde, a razão isotópica do oxigênio (delta18O) dos
foraminíferos planctônicos permitiu identificar mais de 20 fases de esfriamento dos
paleoclimas do Quaternário ao longo de dois milhões de anos. Por outro lado, o limite
Neógeno (Plioceno) – Quaternário (Pleistoceno), após muitas discussões durante a
primeira metade da presente década, foi estabelecida, por ela, na base do andar
Gelasiano, quando ocorreu a primeira glaciação do “tipo Quaternário”, há cerca de 2,6
milhões de anos. Após passar por diversas flutuações paleoclimáticas, depois do último
estádio glacial (glaciação Würm dos Alpes), com duração total de cerca de 80 mil anos,
ocorreu a Idade Hipsitérmica (ou de Ótimo Climático) no Holoceno, entre 9 mil a 2,5
mil anos A.P. (Antes do Presente) e a Pequena Idade do Gelo, entre 1.450 a 1.850 A.D.
(Ano Domini), além de outras mudanças, porém ainda não foi encontrada prova
insofismável do término das glaciações quaternárias. Portanto, os
paleoclimatologistas, preferem designar a época Holoceno de interglacial de não de
pós-glacial. Decorridos cerca de 10 mil anos desde o último estádio glacial, quando o
ser humano deixou a vida nômade e passou a ser sedentário, pela domesticação de
animais e plantas para a alimentação, possivelmente estamos “às vésperas” de um
novo estádio glacial cujo reinício poderá ocorrer em algumas centenas de anos. Ao
admitir-se que as mudanças naturais de paleoclimas ocorreram em escala de tempo
geológico, mesmo a exacerbação do aquecimento global pelo aumento do dióxido de
carbono atmosférico parece ser suficiente para a continuidade do aumento de
temperatura, conforme a teoria do aquecimento global. Ela seria baseada
principalmente na causa antrópica, cujo vilão principal seria o dióxido de carbono pelas
atividades humanas interromperia ou, pelo menos, retardaria o aquecimento global.
Porém, é preciso lembrar, por exemplo, que a Terra passou por vários estágios de
mudanças paleoclimáticas extremas, como freqüentes glaciações e desertificações
globais, cujas causas são ainda pouco conhecidas. Deste modo, conclui-se que o
prognóstico climático para daqui 50 ou 100 anos é uma tarefa muito complicada e
quase impossível de ser resolvida mesmo pelo uso de “modelos de circulação global
(em inglês = GCMs) e de supercomputadores, principalmente pela teoria tão simplista,
como a atualmente adotada, para explicar o aquecimento global. Segundo a história
doa paleoclimas do Quaternário, o clima do futuro próximo deverá tender ao
esfriamento global. Finalmente, ao considerar o explosivo aumento de densidade
demográfica da população humana do planeta neste século e a consequente demanda
por recursos naturais, o aquecimento global seria bem mais benéfico que o
esfriamento global.
http://lattes.cnpq.br/1984455567101057
SOIL SERIES: THEIR IMPORTANCE IN THE U.S. NATIONAL COOPERATIVE SOIL SURVEY
PROGRAM
Palestrante: PhD. John A. Kelley,
Soil Scientist, USDA-NRCS, ret.
Soil series have historically been used in the U.S. National Cooperative Soil Survey
Program as a convention to name and define concepts for components within soil
survey map units. The name of a soil series or the phase of a soil series is the most
common reference term used in soil map unit names. Individual soil series consists of
an assigned range of soil properties that can be observed, described, and measured.
The range of properties associated with each soil series may overlap with similar
series; however, one property value must be unique to each series as to ensure
eachobserved pedon may be identified only within the range or concept of a single soil
series. Soil series are established by a rigorous quality assurance review process and
are approved for use only when a clear need is determined based on differences in
landuse and management. A difference in soil classification alone is not sufficient to
warrant the establishment of a new series since soils may be mapped at higher
categories as the family level in Soil Taxonomy. Conversely, soil taxa within the same
family may be separated into different soil series if properties within the series control
section significantly affect interpretations for major uses. Today we readily accept that
a soil series is the lowest level of Soil Taxonomy and its properties can not extend
beyond the limits of the family to which it belongs. The distinction between taxonomic
classes and components of map units needs to be understood. We do not map
taxonomic classes. We use conceptual landscape models to map natural bodies of
soils. We then use our taxonomy to classify and name the soils we have mapped.
DIAGNOSTICO, MANEJO Y RECUPERACION DE SUELOS AFECTADOS POR SALES
Palestrante: PhD. Alvaro García-Ocampo,
Presidente 2010-2014 de la Comisión Fertilidad de Suelos y Nutrición de Plantas.
Unión Internacional de Sociedades de la Ciencia del Suelo.
El conocimiento sobre los suelos salinos ha avanzado mucho en lo relacionado con los
procesos que los originan, métodos de laboratorio y campo para su evaluación,
prácticas de manejo y recuperación, pese a ello en Latinoamérica se sigue utilizando
como guía el Manual 60 del USDA (1.954). Los efectos de la salinidad son diversos con
intensidad dependiente de cantidad y tipo de arcillas, magnitud de procesos de
precipitación y evaporación, régimen de lavado y drenaje. La mineralogía del suelo y el
tipo de sales hacen variar su apariencia, morfología, propiedades y posibilidades de
uso. Cuando predominan Na+, K* o Mg+2, hay reacción elevada, propiedades físicas
deterioradas, efectos osmóticos, desbalances nutricionales y toxicidad específica de
algunas sales. Los ácidos sulfatados se forman por abundancia de sulfatos, hierro en
sedimentos y rápida acumulación de materia orgánica. Bajo condiciones de reducción
se forma pirita. Al drenarlos el pH disminuye por oxidación del azufre por acción de
bacterias del género Thiobacillus. Los alcalinos presentan elevados contenidos de
cationes básicos como Na, Ca, Mg, y K y pH>7.0. Una alta saturación de K+
intercambiable afecta las propiedades físicas. Los calcáreos contienen carbonatos,
principalmente de Ca y Mg, pH>8.4 y reacción fuerte al HCl. La formación de
carbonatos de metales
impone límites a su
disponibilidad para las
plantas.Dependiendo de posición fisiográfica, clima y material parental un suelo
puede presentar simultáneamente más de una afección salina. El diagnóstico se basa
en el análisis del extracto de saturación de suelos y de aguas de riego y drenaje. Los
principales parámetros predictivos son conductividad eléctrica, porcentajes de
saturación de Na y Mg, RAS y toxicidad de iones como Na +, Cl-, SO4=, CO3=, HCO3- y
boro. Se deben adoptar métodos adecuados de análisis.
FITORREMEDIAÇÃO DE REJEITOS DE MINERAÇÃO CONTAMINADOS POR MERCÚRIO:
DESTINO E ACUMULAÇÃO NO SISTEMA SOLO-PLANTA
Palestrante: Fábio Netto Moreno,
Departamento de Geologia Sedimentar e Ambiental, Instituto de Geociências, USP
Colaboradores: Christopher W. N. Anderson, Robert Stewart, Brett H. Robinson, John A.
Meech, Joel. B. Sígolo
Phytoremediation embraces an array of plant-based technologies that could be
potentially advantageous for remediation of Hg polluted soils, especially in developing
countries, where artisanal and small-scale mining for gold extraction has left a legacy
of Hg pollution. Potentially, phytoremediation could remove Hg from the soil by
growing successive crops of Hg-accumulating plants (phytoextraction). Alternatively,
plants could be used to reduce the Hg flux in contaminated sites (phytostabilisation). In
this talk, the most important sources of Hg into the environment and the behaviour of
Hg in soils will be reviewed. Results of laboratory and greenhouse experiments where
the effect of total Hg concentrations, plant species, and humic acids was investigated
on induced Hg solubilisation and plant-Hg accumulation will be shown. The results of a
field-scale phytoextraction experiment in situ are also presented. Research was
conducted with Hg-contaminated mine wastes collected in New Zealand, Brazil, and
China. The possibility of Hg (0) emissions to the atmosphere and/or Hg leaching to
groundwater during the course of phytoremediation represents a threat to the health
of humans and ecosystems and should not be overlooked. Therefore, results related to
the generation of Hg-containing leachates and Hg vapour emissions from plant pots
enclosed in gas-tight volatilisation chambers are presented. These experiments
provided a picture on the Hg fate in the plant-soil-atmosphere continuum. Finally, the
role of phytostabilisation to reduce the flux of Hg in the environment will be discussed.
http://lattes.cnpq.br/1289122108252685
MESOFAUNA DO SOLO: DIVERSIDADE, RIQUEZA E DISTRIBUIÇÃO NA AMAZÔNIA
Palestrante: Dr. José Wellington de Morais,
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA, Coordenação de Pesquisas em
Entomologia – CPEn
A mesofauna do solo é um importante componente dos ecossistemas florestais
e
contribuem na decomposição da matéria orgânica, na ciclagem de
nutrientes e agem no controle de microrganismos do solo. É formada pelos grupos:
Acari, Collembola, Enchytraidae, Protura, Diplura, Pauropoda, Symphyla, Palpigradi,
Pseudoscorpiones, alguns Coleoptera adultos, alguns Formicidae, algumas larvas de
Coleoptera e Diptera e alguns Isoptera. Na Amazônia, vivem preferencialmente na
camada de serrapilheira e nos primeiros 3,5cm de profundidade do solo. Acari e
Collembola são mais abundantes e juntos chegam a formar mais de 80% do total da
fauna do solo, mas são poucas as informações sobre a riqueza dos diversos grupos.
Estudos desenvolvidos em sistemas de uso da terra, no Alto Rio Solimões, revelaram
que a mesofauna no sistema de roça foi semelhante à floresta primária, enquanto que,
no sistema agroflorestal foi semelhante à pastagem. Ácaros e colêmbolos foram
dominantes e os primeiros parecem ser mais resistentes as condições adversas, já que
foram mais abundantes em pastagem. Outros estudos revelaram que a porcentagem
de argila, altitude e quantidade de serrapilheira influenciaram na distribuição de
ácaros e colêmbolos. Teste de regressão múltipla mostrou relação significativa com
cupins e o fósforo dissolvido foi capaz de explicar 41% da variância dos dados. O
pequeno tamanho desses organismos é um importante fator que dificulta a sua
triagem e a identificação, associado a grande quantidade de material disponível nas
amostras. Assim, a sua identificação por espécies é muito difícil, sendo talvez o fator
crítico na seleção de um táxon para estudo.
http://lattes.cnpq.br/7468804490048356
TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA E POTENCIAL DO USO DA MICROSCOPIA DE
FORÇA ATÔMICA E MÉTODO DE BOLTZMANN EM CIÊNCIA DO SOLO
Palestrante: Prof. Dr. Luiz Fernando Pires,
Departamento de Física, Universidade Estadual de Ponta Grossa
A técnica de tomografia computadorizada (TC) tem sido aplicada em estudos na
Ciência do Solo desde o início dos anos oitenta. A TC tem sido usada com relativo
sucesso em estudos de densidade, porosidade e distribuição de umidade do solo.
Recentemente, microtomógrafos estão sendo utilizados em estudos na escala
micrométrica, com resolução espacial da ordem de até 1 μm, sendo uma alternativa
interessante para a caracterização micromorfológica da estrutura do solo em 2D e 3D.
Outra técnica avançada que tem apresentado potencial para a caracterização
morfológica do solo é a microscopia de força atômica (AFM). Essa técnica é capaz de
fornecer imagens de amostras que possibilitam análises na escala de nanômetros.
Outra metodologia interessante que pode ser usada como ferramenta com grande
potencial na área de Ciência do Solo trata-se do método de Boltzmann. Recentes
aplicações desse método visam medir indiretamente, a partir de imagens e simulação
computacional, a condutividade de meios porosos. Desta forma, o objetivo desta
palestra será apresentar resumidamente: 1) aplicações da tomografia
computadorizada de raios gama e microtomografia de raios-X no estudo da estrutura
do solo, 2) aplicações da microscopia de formação atômica na caracterização
morfológica de amostras de solo e 3) uso do método de Boltzmann na medida da
condutividade de arranjos porosos simples. Resumidamente será feita uma introdução
teórica referente a cada técnica, forma de aquisição e análise dos dados.
http://lattes.cnpq.br/8442535263392473
STRUCTURE-BASED INDICATORS OF SOIL QUALITY FROM X-RAY COMPUTED
TOMOGRAPHY
Palestrante: PhD. Richard J Heck, P.Ag.,
Associate Professor (Soils and Landscape Processes)
School of Environmental Sciences, University of Guelph, GUELPH, Canada
Though various physical, chemical and biological attributes of soil have been used as
indicators of soil quality, the use of soil morphology has been less common. Arguable,
this can be attributed, in part, to past challenges associated with morphometric
quantification of soil. Intuitively, and effectively, soil morphology reflects the many
natural and anthropogenic processes that influence pedogenesis. In turn, the
architecture of soil fundamentally influences both its abiotic and biotic behaviour.
Ongoing advancements in X-ray CT imaging technologies, and increasing
computational capacity for analysing high-resolution 3D digital imagery, is providing
conditions for detailed, comprehensive evaluations of the configuration of soil,
particularly its void space. Admittedly, there is a need for considering the
standardization of methodologies associated with the acquisition and processing of CT
imagery of soil. Assumptions made at the various stages of soil collection, preparation,
imaging and pre-analytical processing can profoundly influence the interpretation of
this imagery. Considerable efforts have also been applied to exploring options for
quantifying the nature and distribution of soil components. The concepts of soil
micromorphology, developed specifically for thin sections description, can provide a
solid base from which to quantify various dimensions of soil structure, including basic
void size, shape, orientation, as well as the branching and interconnectivity of pores.
Cursory work on the application of fractal and multi-fractal analyses, as well as the
derivation of configuration entropy, for which discretized 3D imagery of soil is well
suited, suggest that these measures may also serve as integrative indicators of the
state of soil. This is particularly significant in terms of evaluating the impact of any soil
management regime, including the introduction or conversation of agricultural system,
or the effectiveness of land rehabilitation strategies. In any regard, the establishment
and refinement of morphometric-based soil quality indicators, should be approached
within the context of multi-disciplinary studies.
EMISSÃO DE GASES DE EFEITO ESTUFA DERIVADOS DO USO DE FERTILIZANTES
Palestrante: Dra. Cláudia Pozzi Jantalia,
Pesquisadora Embrapa Agrobiologia
No Brasil as atividades agropecuárias representam uma fonte emissora significativa de
gases de efeito estufa (GEEs), devido principalmente ao uso cada vez mais intensivo de
insumos agrícolas, destacando-se os fertilizantes nitrogenados. Esta relevância ficou
destacada no inventário nacional brasileiro de emissão de gases de efeito estufa, o que
tem direcionado as pesquisas visando o desenvolvimento da Agricultura de baixo
carbono no país, o que servirá para atender os compromissos internacionais de
mitigação de GEEs do país assumidos na COP 15. A adequação de alternativas
mitigadoras em diferentes etapas da produção agrícola em diferentes regiões é foco
desta política nacional. Nesta palestra serão abordadas a questões de como o uso e
manejo de fertilizantes têm implicações nas emissões de gases de efeito estufa. Serão
apresentadas também alternativas mitigadoras que contribuam para o uso eficiente
deste importante insumo agrícola.
http://lattes.cnpq.br/3465919209024196
ELEMENTOS-TRAÇO EM FERTILIZANTES
Palestrante: Prof. Dr. Luiz Roberto Guimarães Guilherme,
Departamento de Solos, Universidade Federal de Lavras
Fertilizantes são insumos agropecuários importantes para assegurar a produção de
alimentos em quantidade suficiente para atender as necessidades da população
brasileira e mundial. Mas, como está a qualidade desses insumos no que diz respeito
aos elementos-traço (ETs) que porventura os mesmos possam conter? Eles permitem a
produção de alimentos de boa qualidade? Sabe-se que alguns elementos-traço são
considerados essenciais do ponto de vista biológico, enquanto outros não o são.
Entretanto, mesmo os essenciais podem, quando presentes em altas concentrações no
ambiente e sob certas condições específicas, causar impactos negativos os mais
diversos a ecossistemas terrestres e à saúde humana, constituindo-se, assim, em um
problema ambiental ou de saúde pública. Nossa apresentação pretende, em um
primeiro momento, tratar da quantificação de elementos-traço em fertilizantes e
solos, com o objetivo de avaliar teores de ETs essenciais (Zn e Fe) e contaminantes (As,
Cd, Cr, Hg, Pb) em fertilizantes (com ênfase para os fosfatados e aqueles contendo
micronutrientes) e em solos adubados com esses insumos. Adicionalmente, será
tratada também a questão da quantificação de ETs em produtos agrícolas, com o
intuito de analisar teores de ETs essenciais (Zn e Fe) e contaminantes (As, Cd, Cr, Hg,
Pb) em partes comestíveis, comparando-se os valores encontrados com aqueles
recomendados por agências reguladoras no Brasil (Anvisa) e no mundo (Codex
Alimentarius). Além de estarem relacionadas a aspectos de saúde pública e ambiental,
tais informações são também bastante relevantes em questões comerciais e devem
ser objeto de estudo visando prevenir futuras barreiras não tarifárias a produtos
agrícolas brasileiros.
http://lattes.cnpq.br/9956829222003643
ANÁLISE DO CICLO DE VIDA DE FERTILIZANTES
Palestrante: Prof. Dr. Luiz Alexandre Kulay,
Departametno de Engenharia Química, Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo (EPUSP)
A exposição referente ao uso da Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) como ferramenta de
suporte a tomada de decisão gerencial no segmento produtivo de fabricação de
fertilizantes tem por objetivo apresentar ao publico interessado pelo tema elementos
da Filosofia do Ciclo de Vida, uma forma quantitativa de introduzir a dimensão
ambiental da sustentabilidade no processo de gestão das organizações humanas. Para
tanto, pretende-se discorrer sobre os conceitos de ciclo de vida de produtos, e de ACV
– a técnica que possibilita realizar analises dessa natureza - quanto a seus usos e
aplicações, limitações, e condicionantes de fundo estrutural e metodológico. Alem
disso, serão traçados paralelos com outra forma de mensuração da variável ambiental,
tais como os indicadores de desempenho e pegadas ecológica, hídrica e de carbono. A
exposição se encerra com uma breve demonstração da aplicação da técnica de ACV
para um caso ligado a indústria de fertilizantes no segmento de fertilizantes
fosfatados.
http://lattes.cnpq.br/2620449722890209
RELAÇÕES SOLO-PAISAGEM E LEVANTAMENTOS PEDOLÓGICOS DETALHADOS EM
ÁREAS DE CITRUS, CANA DE AÇÚCAR E CAFÉ .
Palestrante: Prof. Dr. José Marques Júnior,
Campus de Jaboticabal, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/UNESP
O Grupo CSME (Caracterização do Solo para fins de Manejo Específico, da
UNESP/FCAV) tem proposto novas abordagens para mapear e caracterizar os solos em
áreas com cultivo de café, laranja e cana de açúcar na região nordeste do Estado de
São Paulo e região noroeste do Estado de Minas Gerais. Para isso, associa métodos
determinísticos ou clássicos (incluindo modelos conceituais de solo-paisagem, nos
quais dominam pedons similares) com métodos estocásticos, como a geoestatística
(utilizando amostragem sistemática em transeções e malhas). Essas técnicas permitem
que a variabilidade de atributos físicos, químicos e mineralógicos do solo possa ser
mapeada de maneira continua no espaço geográfico. A identificação de áreas com
diferentes padrões de variabilidade dos atributos do solo permite estabelecer limites
de exatidão entre as áreas de manejo específico. Assim, as práticas de amostragem de
solo, aplicação de insumos, planejamento conservacionista do solo e da água, dentre
outras, tornam-se mais eficientes. Porém, a caracterização detalhada da variabilidade
dos atributos do solo exigida nesse tipo de mapeamento, requer grande número de
amostras, o que eleva o custo das análises laboratoriais e o tempo necessário para sua
realização. O uso da suscetibilidade magnética (SM) e da refletância difusa do solo na
quantificação indireta de atributos do solo contribui para viabilizar esse tipo de
mapeamento. Entendendo que uma série de solos só poderá ser oficialmente
reconhecida depois de ter uma área mínima mapeada, acredita-se que esses trabalhos
possam ser utilizados para nortear a identificação de limites entre áreas cujos solos,
apesar de similares, diferem entre as mesmas relações, a padrões morfogenéticos
expressos em variações geomórficas, estratigráficas e hidrográficas. Por isso,
pressupõe-se que essas técnicas possam ser úteis para o mapeamento das primeiras
futuras séries de solos a serem estabelecidas pelo SiBCS.
http://lattes.cnpq.br/5425582467938015
A "LEGENDA DE SOLOS CTC" E SEU USO EM LEVANTAMENTOS PEDOLÓGICOS
DETALHADOS NO SETOR SUCROENERGÉTICO BRASILEIRO
Palestrante: Dr. Fernando César Bertolani,
Pesquisador CTC – Centro de Tecnologia Canavieira
No início da década de 80 o Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) iniciou com
trabalhos de levantamento pedológico, os quais tinham um caráter de
reconhecimento e pouca utilização no setor. Isto ocorria devido ao baixo nível de
detalhamento desses mapas e a dificuldade em se utilizar tal informação. Em 1992
com um estudo relacionando solos e produtividade da cana-de-açúcar, verificou-se a
importância do conhecimento detalhado do solo na recomendação adequada das
variedades. A partir desse estudo elaborou-se a primeira versão da “Legenda de solos
CTC” e o setor passou a exigir levantamentos pedológicos detalhados para conhecer as
variações dos solos no nível de talhão, verificando assim uma crescente demanda por
mapas de solos. Para atender tal demanda, o CTC iniciou em 2008 um programa de
mapeamento pedológico detalhado, utilizando-se uma Legenda de solos revisada e
apropriada para esse nível de detalhamento (2ª versão). A mesma foi estruturada para
separar áreas com diferentes potenciais de produtividade de cana-de-açúcar, bem
como para o manejo de solo. Tem como base o Sistema Brasileiro de Classificação de
solos, apresentando algumas variações no terceiro e quarto nível categórico. Além
disso, foram introduzidas também subdivisões em alguns critérios de distinção de
solos, como por exemplo, nos grupamentos texturais e nas classes de saturação por
bases. Com esse programa o CTC disponibiliza ao setor sucroenergético brasileiro
levantamentos pedológicos detalhados para auxiliar nas tomadas de decisões das
atividades agrícolas, sendo certamente a cadeia produtiva do agronegócio que mais
utiliza a “informação solo” no Brasil.
http://lattes.cnpq.br/3391008851802279
IMPORTÂNCIA DOS ESTUDOS SOLOS-ESTRATIGRAFIA- GEOMORFOLOGIA COMO
SUBSÍDIO A LEVANTAMENTOS PEDOLÓGICOS DETALHADOS NA REGIÃO DO VALE
DO PARAÍBA DO SUL –SP
Palestrante: Luiz Toledo de Barros Rizzo,
LRM Proj. & Consultoria Agro Ambiental LTDA – Cotia, SP
O relevo da região do Vale do Paraíba (SP) compreende uma depressão alongada
(graben), preenchida por formações Terciárias e Quaternárias e ladeada por rochas
ígneas e metamórficas das serras do Mar e da Mantiqueira. Diversos compartimentos
com geologia, geotecnia e geomorfologia se inserem neste conjunto. Dentro desses
compartimentos existem componentes menores da paisagem, tais como interflúvios;
declives côncavos, convexos e retilíneos; sopés etc. Efetuou-se o mapeamento
pedológico de 29.000 hectares para produção de eucalipto, considerando,
primeiramente, os compartimentos maiores (escala 1: 100.000) e, depois, os menores
(escala 1:10.000). Em escala maior, foram identificados os seguintes compartimentos:
1 - Colinas Terciárias: (a) com sedimentos de baixa permeabilidade (dispostos planoparalelamente à superfície e condicionando formação/permanência de argilas do tipo
2:1) recobertas por Cambissolos e (b) com substrato de boa permeabilidade,
recoberto por Latossolos Amarelos ou Vermelho-Amarelos, textura argilosa; 2 - Morros
e morrotes: com substrato de rochas metamórficas (migmatito) possuem Cambissolos
nas partes mais inclinadas e, nos declives mais suaves, Latossolo Vermelho ou
Vermelho-Amarelo, textura argilosa; 3 - Nas montanhas, de amplitudes topográficas
extremas (maior que 300m), dominam os Cambissolos com substrato de rochas
graníticas. Os componentes menores, inseridos nesses compartimentos maiores,
foram identificados, delineados, mapeados e considerados como unidades de
mapeamento de solos (UMS), uma vez que se verificou a presença significativa de
perfis de solo similares. Essa metodologia foi crucial para a obtenção de levantamentos
pedológicos detalhados e de boa qualidade. AS UMS, assim delineadas devido à falta
de nomes que definam as séries de solo, foram identificadas com base nos táxons do
4º nível do SiBCS (subgrupos ou seus “taxadjunts”) dos perfis predominantes nas áreas
delineadas segundo modelos conceituais com base na dicotomia solo paisagem,
relativos às facetas menores das superfícies geomórficas. Interpretações relativas a
aptidões para plantio de eucalipto também foram efetuadas com base nos atributos
externos e internos dos solos representativos das UMS.
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LEVANTAMENTOS DETALHADOS DE SOLOS NO NORDESTE DO BRASIL
Palestrante: Prof. Dr. Mateus Rosas Ribeiro,
Bolsista do CNPq ,Universidade Federal Rural de Pernambuco
Esta apresentação relata a experiência na execução de levantamentos detalhados de
solos na região Nordeste, realizados em nível de série, visando à classificação
detalhada de terras para irrigação. O início da irrigação no Nordeste data da década de
1930, com a construção dos grandes açudes pelo DNOCS. Em 1934 foi realizado o
primeiro levantamento de solos: Reconhecimento Agrológico da Bacia de Irrigação do
Açude Público São Gonçalo (José Ferreira de Castro). Os perímetros implantados pelo
DNOCS ocuparam as planícies aluviais a jusante das grandes barragens, caracterizadas
por Neossolos Flúvicos, de textura variada, baixa permeabilidade e ocorrência de
salinidade e sodicidade. Na década de 1960, foram iniciados os grandes projetos da
CODEVASF, nas várzeas do Baixo São Francisco, áreas de Gleissolos e Organossolos, e
no Baixo Médio São Francisco, em coberturas detrítico-lateríticas sobre rochas
cristalinas ou em superfícies carsticas dos calcários Caatinga e Bambuí, áreas de
Latossolos, Argissolos, Cambissolos e Vertissolos. Como os levantamentos detalhados
são realizados em áreas relativamente uniformes, já selecionadas em levantamentos
semidetalhados, os atributos utilizados na separação das classes variam de área para
área, em função do solo, do material originário e das limitações em relação à irrigação.
No quinto nível os grupamentos texturais foram utilizados com a subdivisão da textura
média em média (leve) e média, separadas pelo teor de argila de 20 %. Atributos como
classe de drenagem, presença e profundidade de salinidade e sodicidade, presença e
profundidade de horizontes plíntico e plânico, grau de desenvolvimento e
profundidade de fragipã, foram utilizados na separação das séries de solos.
http://lattes.cnpq.br/3791439781901408
BIODIVERSIDADE DO SOLO NOS BIOMAS BRASILEIROS
Palestrante: Prof. Dra. Fátima Maria de Souza Moreira,
Departamento de Ciência do solo, Universidade Federal de Lavras
O ano dedicado á biodiversidade (2010) terminou. Apesar de algumas ações que
incentivaram a ampliaçãodo seu conhecimento e de sua conservação, muito ainda
resta a ser pesquisado, principalmente em países tropicais como o Brasil, cuja
variedade de biomas, solos e climas, o torna um país megadiverso. A importância da
biodiversidade, seja do ponto de vista ecológico eestético, seja por sua importância
econômica é bem reconhecida. Reconhecida também é a extensão de nossa ignorância
sobre ela. Milhões de espécies são conhecidas em todos os ecossistemas da Terra e
estima se que outros milhões sejam desconhecidos, sendo a maior parte destes,
microrganismos. Se parcela significativa dabiodiversidade¨acima do solo¨ ainda é
desconhecida e reconhecida, a maior parte da biodiversidade do solo não é somente
desconhecida como também ignorada, apesar de sua contribuição para os processos
edáficos que garantem a produção vegetal e animal. A escassez de taxonomistas é uma
das principais causas que contribuem para a limitação de estudos sobre organismos de
todos os filos.A partir de meados da década de 80 o rápido desenvolvimento de
métodos moleculares tem contribuído bastante para classificarmos os organismos,
tanto micro como macroscópicos com base em suas relações filogenéticas, ¨sonho¨
dos taxonomistas desde os primórdios desta ciência. A relação entre biodiversidade do
solo e os processos bioquímicos e biofísicos que contribuem para a produção agrícola e
florestal e qualidade ambiental é um dos principais objetivos da pesquisa. Apesar de
ser difícilestabelecer esta relação, principalmente nos processos com alta redundância
funcional, resultados relevantes tem sido encontrados.O desenvolvimento das ciências
ômicas pode ajudar a descobrirmos a relação entre diversidade e função, ao nível
celular e dos organismos. Porém, estudos sobre as relações ecológicas dos organismos
com seu meio ambientepodem ser mais relevantes, quando se pretende a conservação
e manejo sustentado da biodiversidade.
http://lattes.cnpq.br/5206955158181774
A
DIVERSIDADE
MICROBIANA DE SOLOS
BRASILEIROS
TEM
RELAÇÃO
COM SUSTENTABILIDADE E MUDANÇAS CLIMÁTICAS?
Palestrante: Prof. Dr. Alexandre Soares Rosado,
Instituto de Microbiologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Diversidade é representada por dois elementos: Riqueza e abundância relativa e a
diferenciação considera o grau de diferenciação genética, taxonômica e funcional dos
dois elementos. Com a introdução do uso de técnicas moleculares em estudos
ambientais e de diversidade microbiana, um novo horizonte foi descoberto, onde
muitas espécies, ainda não cultivadas, puderam ser detectadas. Muitas dessas espécies
permanecem apenas descritas em bancos de dados de sequencias de DNA não tendo
sido ainda cultivadas e visualizadas. A genômica ambiental (ou metagnômica) refere-se
à análise de um pool de DNA a partir de uma amostra ambiental, sem o isolamento ou
a identificação prévia de organismos individuais. Análises metagenômicas fornecem
valiosas informações sobre a diversidade microbiana e os recursos genéticos totais de
comunidades microbianas. Nessa apresentação iremos destacar os estudos de nosso
grupo sobre diversidade microbiana em solos brasileiros, cujo objetivo é entender a
influência do cultivo e manejo nos atributos químicos, físicos e biológicos do solo de
Cerrado e outros ecossistemas. A estrutura da comunidade bacteriana total e funcional
do solo, assim como diversos fatores físico-químicos foram analisados. Os resultados
obtidos serão discutidos na apresentação, assim como as suas possíveis implicações
com sustentabilidade e mudanças globais.
http://lattes.cnpq.br/4310849545451920
MUDANÇAS CLIMATICAS: IMPACTOS E VULNERABILIDADES
Palestrante: Prof. Dr. Flávio Justino Barbosa,
Departamento de Meteorologia Agrícola, Universidade Federal de Viçosa
Há tempos os povos têm percebido a estreita relação entre o homem e o clima devido
a influência de variações climáticas no bem-estar social. Acredita-se que o
desaparecimento da civilização dos Maias, que ocorreu a cerca de 800 anos, está
associado
a
variações
bruscas
de
precipitação
em
escalas
de
décadas. Especula-se também que o aumento e a redução da população nas regiões
montanhosas ao longo da Cordilheira dos Andes no Peru e Equador estão associadas a
períodos secos e úmidos. Nas últimas décadas, o interesse pelos estudos das
mudanças climáticas têm crescido substancialmente, sobretudo devido à associação
de tais impactos na atividade humana. Os eventos climáticos extremos vêm recebendo
total atenção da sociedade devido às perdas de vida humana, bem como, ao aumento
exponencial crescente dos custos associados a estes eventos. Desta forma, os possíveis
impactos das mudanças climáticas nas atividades agro-silvo-pastoris (ex. produtividade
agrícola, desertificação do solo), saúde, queimadas e nas florestas serão discutidos.
http://lattes.cnpq.br/3675336131283739
DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO PARA A CIÊNCIA DO SOLO –
(Não enviou….deixa sem mesmo)
DISPONIBILIDADE DE AGROMINERAIS NO BRASIL E NO MUNDO COM FOCO NA
PRODUÇÃO DE P E K - Não enviou….deixa sem mesmo)
ENSINO NA CIÊNCIA DO SOLO: UMA (AUTO)CRÍTICA
Palestrante: Prof. Dr. José Miguel Reichert,
Departamento de Solos, Universidade Federal de Santa Maria
Colaborador: Alessandro Samuel-Rosa (mestrando em gênese do solo - UFSM)
O que (aspectos curriculares) e o como (dinâmica de ensino) se deve ensinar são
questões recorrentes na nossa prática acadêmica e nos CBCS. Não são temas
esgotados, em especial porque mudam os atores e a preocupação com educação,
ensino e instrução em solos. Tomadas por (muitas) vezes, erroneamente, como
palavras de mesma significação, por outras um termo tem vários significados. Aqui,
sinteticamente, entende-se a Educação como centrada no desenvolvimento humano
do ser social e do ser individual, o Ensino como processo de "aprendência", e a
Instrução uma manifestação do ensino, envolvendo conhecimentos e saberes da
realidade objetiva e subjetiva. O ensino é "um processo bilateral de ensino e
aprendizagem", ou seja, não existe ensino sem aprendizagem, trata-se de uma
unidade dialética. Questiona-se, nesta apresentação, de forma analítica e crítica, a
dicotomia professor-aluno, a dedicação e comprometimento com o ensino (e a
aprendizagem!) por parte do professor e do estudante, a honestidade acadêmica (cola,
plágio, revisão por pares), a "disciplinaridade" (ciências básicas, filosofia, língua
estrangeira, redação, leitura), a diversidade e visão sistêmica (e.g., agricultura do GPS
vs. agricultura familiar; pensamento independente), dentre outros. São questões que
transpassam os diferentes níveis de ensino, moldam nossa (de)formação, e definem o
comportamento como pesquisadores (em formação ou 'consolidados'). Sendo UMA
crítica (dentre inúmeras possíveis e com o viés deste professor e deste estudante)
bastante limitada, esta palestra pretende simplesmente ser um alerta, particularmente
aos neófitos.
http://lattes.cnpq.br/0910765178697312
CONTRIBUIÇÕES DA FILOSOFIA DA CIÊNCIA PARA A CIÊNCIA DO SOLO
Palestrante: Prof. Dra. Nilvania Aparecida de Mello,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
A atual crise ambiental é na verdade uma crise da ciência, ou mais precisamente do
modo de fazer ciência. O paradigma atual nos leva a buscar explicar um fenômeno, e
não entendê-lo. A diferenciação entre estes dois fatores é sutil, mas de extrema
importância para a produção de conhecimento. A via da explicação analisa apenas os
resultados, não dando importância as relações que compõem os conjuntos
fenomenológicos da natureza, enquanto a via do entendimento, necessariamente,
avalia o caráter sistêmico nele presentes. Escolher a via do entendimento implica
portanto numa mudança de paradigma. Na Ciência do Solo consideramos normal a
necessidade de fragmentação do conhecimento, e é inegável que houve um grande
avanço neste campo do conhecimento a partir do fortalecimento da disciplinarização,
mas como efeito colateral muitos dos fenômenos que eram considerados superados,
completamente entendidos e solucionados, como a erosão, a depauperação e
degradação do solo, os desastres em áreas urbanas, voltaram a tona com grande
intensidade. Isto se deve em parte a natureza sistêmica e complexa do solo, elemento
que contém vida e por isso pode responder de forma inesperada, em função dos graus
de conectividade e organização que possui, acelerando os processos de degradação
ambiental. Superar esta crise exige reposicionar não apenas o conhecimento sobre o
solo, mas principalmente os sujeitos envolvidos nesta relação, em prol de uma nova
epistemologia da Ciência do Solo, que seja portadora não apenas de novas técnicas,
mas também de novas formas de interpretar o mundo, baseadas na ética e no respeito
ambiental.
http://lattes.cnpq.br/0041964058612806
NEMATÓIDES COMO INDICADORES BIOLÓGICOS NA CARACTERIZAÇÃO DA
QUALIDADE E SUSTENTABILIDADE DO SOLO EM ECOSSISTEMAS NATURAIS E
CULTIVADOS
Palestrante: Prof. Dra. Maria Amélia dos Santos,
Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Uberlândia
A capacidade do solo em funcionar dentro do ecossistema visando sustentar a
produtividade biológica, manter a qualidade ambiental e promover a saúde de plantas
e animais pode ser avaliada com indicadores físicos, químicos e biológicos. O indicador
deve interferir nos processos ecológicos, integrar as propriedades físicas, químicas e
biológicas, além de ser facilmente utilizável por pesquisadores. Neste sentido, os
nematóides podem refletir a condição de sustentabilidade do ecossistema, pela sua
sensibilidade à percepção de mudanças, captura da complexidade dos sistemas de
produção e possuir procedimentos de amostragem bem definidos, para serem
utilizados no monitoramento. Os nematóides são amplamente distribuídos na fauna
do solo (abundância), apresentando comunidades poliespecíficas (diversidade
taxonômica) constituídas por diversas espécies classificadas em cinco grupos
funcionais (diversidade trófica), que estão presentes em posições estratégicas na
cadeia alimentar no solo: parasitos de plantas, bacteriófagos, micófagos, predadores
de nematóides e outros invertebrados e onívoros. As características dos solos como
temperatura, umidade, textura e outros fatores como variações na composição
química da solução do solo, teor de matéria orgânica, presença de microrganismos
antagonistas, exsudatos radiculares e pH interferem na vida dos nematóides. Assim, a
composição da comunidade de nematóides pode rapidamente refletir as trocas na
cadeia alimentar no solo em função do uso das práticas agrícolas adotadas, como
sistema de cultivo, uso de pesticidas, adubação química, matéria orgânica ou aração.
http://lattes.cnpq.br/1845939778782097
TRATAMENTO DE DEJETOS DE SUÍNOS: QUALIDADE DOS EFLUENTES FINAIS E
ALTERNATIVAS DE REÚSO
Palestrante: Dr. Airton Kunz,
Pesquisador Embrapa Suínos e Aves
Os sistemas de produção de animais confinados (SPACs) vem se modificando
fortemente nos últimos anos refletindo-se em concentração e aumento de escala. Com
isso, o volume de resíduos produzidos também tem aumentando na mesma ordem
tornando-se um desafio tecnológico para seu gerenciamento visando redução dos
custos do passivo inerente a produção animal. No tratamento de dejetos de suínos,
várias rotas tecnológicas podem ser utilizadas fornecendo efluentes finais com
diferentes características e consequentemente diferentes estratégias de disposição,
sendo o grande desafio sua valoração quer seja como fonte de energia, biofertlizante e
diminuição da pressão sobre os recursos naturais. Neste sentido, torna-se importante
a abordagem sistêmica dos processos produtivos considerando-se a necessidade da
multidisciplinaridade e complementariedade do conhecimento técnico científico na
busca de soluções e arranjos tecnológicos adaptáveis a diferentes realidades.
http://lattes.cnpq.br/0003350901000829
PRODUÇÃO DE FERTILIZANTES ORGANOMINERAIS A PARTIR DE CAMA DE AVIÁRIO
Palestrante: Dr. Vinicius de Melo Benites,
Pesquisador Embrapa Solos
O setor da avicultura cresceu bastante no Brasil durante a última década. O sistema de
produção industrial de aves é bastante intensivo e gera grandes quantidades de sub
produtos, conhecidos como cama de aviário. A produção anual brasileira de cama de
aviário está em torno de 7,8 milhões de toneladas. Esse material contém quantidades
apreciáveis de nutrientes que podem ser reaproveitados pela agricultura. O uso da
cama de aviário é normatizado pelo MAPA, e existem restrições legais quanto ao uso in
natura desse material. Por meio da mistura da cama de aviário com fontes minerais de
nutrientes, e posterior tratamento industrial da mistura, é possível produzir
fertilizantes organominerais granulados. Esses fertilizantes por sua vez podem ser
utilizados em plantadeiras adubadeiras normalmente utilizadas em plantio direto no
Brasil. Essa tecnologia representa uma alternativa economicamente viável e
ecologicamente mais apropriada para a destinação final da cama de aviário.
http://lattes.cnpq.br/0982975035780621
USO RACIONAL DA VINHAÇA CONCENTRADA NA AGRICULTURA
Palestrante: Dr. André César Vitti
Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios - APTA
Com o crescimento da área de cana-de-açúcar e aumento da produtividade, estimouse que foram produzidos, na safra 2009/2010, cerca de 240 bilhões de litros de
vinhaça, o que corresponde a aproximadamente 500 mil toneladas de K 2O. Com a alta
mundial dos preços dos fertilizantes, e também devido à queda nos preços da cana-deaçúcar nos últimos anos, o uso de fertilizantes minerais tem sido racionalizado. Neste
sentido, é crescente o interesse pelo uso de fontes alternativas de fertilizantes, como
os resíduos da própria cadeia produtiva. A utilização da vinhaça nas áreas agrícolas das
usinas é uma das formas mais econômicas e eficientes de utilização do resíduo, pois
substitui parcialmente ou totalmente a adubação mineral, melhora as características
químicas do solo e aumenta a produtividade agrícola. A aplicação da vinhaça “in
natura” via aspersão só é economicamente viável até um determinado raio da
indústria, uma vez que há a necessidade de um volume considerado de resíduo para
atender as exigências nutricionais da planta, devido a baixa concentração dos
nutrientes presentes na vinhaça. Com a expansão da lavoura em áreas distantes da
fonte produtora que inviabiliza a aplicação da vinhaça in natura, o aumento da
produção do resíduo e dos preços dos fertilizantes e a norma técnica P4.231criada pela
CETESB, que regulamenta o uso da vinhaça, torna-se necessário à aplicação racional da
vinhaça na lavoura de cana-de-açúcar, com doses controladas. Assim, uma alternativa
seria a implantação de projetos visando a concentração e o uso da vinhaça. Portanto
através de resultados obtidos poderá ser possível implementar uma gestão sustentável
da aplicação racional de vinhaça concentrada em solos agrícolas, trazendo benefícios
ao setor canavieiro e a sociedade.
http://lattes.cnpq.br/7380614563603541
PRODUÇÃO DE FERTILIZANTES ORGANO MINERAIS NO SETOR SUCROALCOOLEIRO
Palestrante: Prof. Dr. Pedro Henrique de Cerqueira Luz,
Agrárias/FZEA/USP
A cana-de-açúcar na safra 2011/2012 aparece como a terceira cultura em área no
Brasil com 8.442.800 há, com expansão de 4,8% em relação a safra passada, com
expectativa de produção de 641.982.000 t o que implica em produtividade de 76,0
t/há refletindo queda de 1,8% devido as condições climáticas desfavoráveis. No
tocante a produção de açúcar estima-se 40.935.800 t e para o etanol total
27.090.915,6 (1000 l) segundo o 1º levantamento da CONAB para a safra 2011/2012.
Esses dados servem de base para se projetar o espetacular potencial de produção de
fertilizantes organo mineral que o setor apresenta, uma vez os principais produtos
açúcar e etanol não contém os macro e micronutrientes que geraram a cana-deaçúcar. Desta forma, utilizando-se parâmetros médios da agroindústria
sucroalcooleira, estimou-se o potencial de produção dos subprodutos (torta de filtro,
vinhaça e cinzas) bem como do equivalente em macronutrientes primários (Nitrogênio
- N Fósforo – P e Potássio - K) que contém, a partir de um banco de dados de análises
químicas dos respectivos subprodutos. A análise desses dados revela o grande o
potencial de fornecimento de N-P-K é muito elevado, ou seja em termos equivalência
em fertilizantes teríamos: 832.443 t ou 542.749 t de uréia; 230.683 t ou 206.934 t de
Map e 1.578.448 t ou 1.525.846 t de KCl, considerando-se os nutrientes com e sem
bagaço respectivamente, pois atualmente muitas Usinas estão produzindo energia
elétrica a partir da queima do bagaço em caldeiras.
http://lattes.cnpq.br/0374545961689281
O USO DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NO TRIANGULO MINEIRO
Palestrante: Prof. Dra. Adriane de Andrade Silva,
Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Uberlândia
Há uma expansão da geração de resíduos em áreas de grande atividade agropecuária,
entre elas encontra-se o Triangulo Mineiro. Há nessa região grandes empresas
integradoras com produção de aves (frangos de corte e peru), granjas de suínos,
confinamentos de bovinos, e indústrias produtoras de fertilizantes com base em
compostos orgânicos. Em todos os setores há avanços na utilização desses resíduos
para a aplicação em solos. Atualmente observa-se que há uma necessidade de
caracterizar e inventariar os resíduos produzidos na região com a finalidade de melhor
conhecer as particularidades das fontes e traçar estratégias para criação de miniindústrias locais para aproveitamento desses resíduos. Estudos com aplicação de cama
de peru em sistemas de pastagens na região indicam que esse resíduo aumenta a
produtividade da cultura e promove maiores alterações no solo do que as camas de
frango. As camas de frango também tem indicado melhorias nos atributos do solo e na
produtividade de pastagens e grandes culturas, como o milho. Em experimento com
aplicação de esterco líquido de suínos por 5 anos demonstra-se que há um grande
acúmulo de metais pesados, como Cu e Zn, aumento da concentração de sódio e
grandes melhorias nos atributos químicos dos solos. Observa-se que os compostos
orgânicos e o lodo de esgoto também respondem bem quando aplicados para a
produção de mudas. Há necessidade de ampliação de pesquisas com o uso de resíduos
orgânicos pois eles são uma fonte de fertilizante que além de garantir a
sustentabilidade promove melhorias ao sistema.
http://lattes.cnpq.br/6248249670869207
VARIABILIDADE ESPACIAL E TEMPORAL DA EMISSÃO DE CO2 E SUA RELAÇÃO COM A
UMIDADE DO SOLO EM ÁREAS DE CANA-DE-AÇÚCAR.
Palestrante: Prof.Dr.Newton La Scala Jr.,
FCAV/UNESP
O processo de emissão de CO2 do solo, também conhecido como respiração do solo, é
a segunda maior fonte de emissão de CO2 para a atmosfera (50 – 75 Pg C ano-1), sendo
a queima de combustíveis fósseis a principal responsável antrópica por essas emissões.
Mudanças do uso do solo, como a conversão de áreas de florestas, cerrados e campos
para áreas agrícolas ou pastagem, geralmente diminuem o teor de matéria orgânica
nos solos tropicais e subtropicais devido às consequências de curto e longo prazo dos
distúrbios ocasionados pelas operações de preparo associados a baixos níveis de
adição de material orgânico ao solo. A temperatura do solo e o regime de umidade são
de extrema importância, uma vez que eles influenciam na atividade de decomposição
microbiana em escalas milimétrica, afetando o ciclo do carbono orgânico em escalas
quilométricas, regional e até mesmo em escala global. Na palestra estaremos
apresentando resultados da emissão de CO2 do solo (FCO2) em áreas de produção de
cana-de-açúcar no nordeste do Estado de São Paulo, em dois diferentes sistemas de
manejo: cana crua (CC), consistindo de colheita mecanizada. De uma forma geral,
nesta apresentação, estaremos apresentando resultados que evidenciam o papel da
umidade do solo sobre as variações espacial e temporal de FCO2 em áreas de produção
de cana-de-açúcar no sudeste do Brasil.
http://lattes.cnpq.br/1449605928537533
SONDAS FDR E TDR: PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO E POTENCIAL DE UTILIZAÇÃO
Palestrante: Prof. Dr. Claudinei Fonseca Souza,
Departamento de Recursos Naturais e Proteção Ambiental, Universidade Federal de
São Carlos
O objetivo deste seminário será apresentar a experiência do Grupo de Pesquisa em
Engenharia de Água, Solo e Ambiente, formado por Professores, alunos de PósGraduação e Graduação da Universidade Federal de São Carlos, na utilização da
técnica da TDR (Reflectometria no Domínio do Tempo) e FDR (Reflectometria no
Domínio da Frequência) com experimentos em laboratório e em campo, para a
determinação da umidade e condutividade elétrica do solo, bem como o manejo da
água no solo. Será descrita de forma resumida uma introdução da técnica,
dimensionamentos e confecção de sondas, aprimoramento, e calibração das mesmas.
Além disso, pretende-se envolver os participantes de uma forma mais interativa,
promovendo o intercâmbio e a troca de experiências pertinentes a essas técnicas
eletromagnéticas.
http://www.claudineifsouza.hpg.ig.com.br/index.html
MICROORGANISMOS PRODUTORES DE ENZIMAS FIBROLÍTICAS PARA OBTENÇÃO DE
BIOETANOL A PARTIR DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS.
Palestrante: Prof. Dra. Milla Alves Baffi,
Instituto de Ciências Agrárias, Universidade Federal de Uberlândia
Um dos desafios do Brasil nesta década é a independência tecnológica no setor
energético de forma sustentável. Neste cenário, o aproveitamento de resíduos
agrícolas e agro-industriais pode se tornar uma alternativa energética renovável muito
viável, visto que, além de ser uma matéria prima de baixo custo, sua utilização diminui
problemas ambientais. Neste contexto, o alvo principal é o bagaço de cana de açúcar,
largamente disponível e que pode ser aproveitado para produção de etanol. Para
tanto, as vias termoquímica e bioquímica são as alternativas tecnológicas mais
utilizadas atualmente. Na via termoquímica, usam-se altas temperaturas e
catalisadores ácidos para transformar o bagaço em açúcares fermentescíveis, porém,
tem o inconveniente de produzir grande quantidade de compostos colaterais. Nas
rotas bioquímicas, utilizam-se enzimas produzidas por microorganismos para
promover a quebra da celulose da biomassa em açúcares, que são então fermentados
a etanol. Na região do Triângulo Mineiro, a agroindústria tem recebido investimentos
significativos nos últimos anos, sendo o setor sucroalcoleiro um dos de maior destaque
e crescimento. Neste contexto, faz-se necessário o isolamento e a seleção de
microorganismos para produção de enzimas fibrolíticas, utilizando o bagaço de cana
produzido pela indústria sucroalcoleira da região como substrato.
http://lattes.cnpq.br/2825584905077015
GERMINAÇÃO DE ESPOROS DE FUNGOS ECTOMICORRÍZICOS
Palestrante: Prof. Dr. Maurício Dutra Costa,
Departamento de Microbiologia, Universidade Federal de Viçosa
Os eventos que levam ao estabelecimento da simbiose ectomicorrízica iniciam-se a
partir da germinação de esporos fúngicos na rizosfera da planta hospedeira ou do
contato das raízes com o micélio vegetativo pré-existente. Os esporos de fungos
ectomicorrízicos, no entanto, são extremamente recalcitrantes, apresentando baixas
percentagens de germinação. Esses propágulos constituem um dos meios mais simples
de inoculação de mudas em viveiros florestais, fato que tem despertado o interesse
em se estudar as variáveis que afetam o processo. As três principais abordagens
utilizadas com esse fim são o levantamento detalhado da esporogênese, a elucidação
dos fatores físicos, químicos e biológicos que estimulam ou reprimem o processo e a
influência da parede celular na recalcitrância desses propágulos. A parede celular
espessa e hidrofóbica dos esporos pode constituir barreira à entrada de compostos
químicos estimuladores da germinação, tais como os flavonóides e os ácidos orgânicos
de cadeia curta. Recentemente, a constituição das reservas de carbono nos esporos do
fungo ectomicorrízico Pisolithus microcarpus foram elucidadas e novos estudos têm
sido feitos visando compreender a síntese e a mobilização dos compostos estocados
durante a esporogênese. Espera-se que no futuro os esporos de fungos
ectomicorrízicos possam ser utilizados de forma eficiente nos viveiros florestais
visando à produção de plantas mais vigorosas. Da mesma forma, métodos precisos de
obtenção de isolados monocarióticos, oriundos da germinação de esporos, poderão
ser desenvolvidos, facilitando os estudos de genética, fisiologia e ecologia das
associações ectomicorrízicas.
http://lattes.cnpq.br/9255654125443368
VALORES ORIENTADORES PARA ELEMENTOS-TRAÇO (ET) EM SOLOS DO BRASIL
Mediador: Prof. Dr. Jaime Wilson Vargas de Mello,
Departamento de Solos, Universidade Federal de Viçosa
Há, no momento, a necessidade de implementar a resolução do CONAMA que trata da
definição de valores orientadores para elementos-traço em solos. É atribuição dos
estados da Federação, por meio de suas agências ou secretarias de meio ambiente,
decidir sobre a metodologia a adotar para a definição de tais valores. Dentre estes
valores orientadores podem ser consideradas várias possibilidades, que vão desde
aqueles que exprimem as ocorrências naturais destes elementos nos solos até valores
relacionados com riscos ecotoxicológicos e vias de exposição de animais e seres
humanos. Em cada caso, as definições metodológicas são específicas, envolvendo
peculiaridades regionais e, até mesmo, culturais. De qualquer maneira, tais definições
são objeto da pesquisa ambiental com seu caráter inquestionavelmente
multidisciplinar. Vários Países, em especial na América do Norte e Europa, já definiram
seus valores orientadores para metais pesados e outras substâncias potencialmente
tóxicas em solos e sedimentos. A metodologia adotada na definição destes valores
permite derivar teores destes elementos relacionados com riscos ecotoxicológicos e
com as suas concentrações naturais nos solos. Os teores relacionados com riscos
ecotoxicológicos foram designados, no Brasil, como “valores de alerta” e “valores de
investigação”; ao passo que os teores naturais nos solos foram denominados “valores
de referência de qualidade”. Neste contexto, o conhecimento de valores de referência
ou “background” de elementos-traço é importante sob vários aspectos. Espera-se que
os fatores de formação influenciem os teores destes elementos nos solos, de forma
que não se pode generalizar um valor único de referência em relação a um
determinado elemento e considerá-lo representativo para os solos em geral. Já
existem dados relacionados com os valores de referência de qualidade para elementos
traço no Brasil; no entanto, os resultados ainda não atendem as necessidades das
resoluções do CONAMA, principalmente no que se refere a controle de qualidade e
padronização metodológica. Em que pesem algumas definições e orientações destas
resoluções, percebe-se a necessidade de padronização de procedimentos e,
sobretudo, definição de metodologia para a pesquisa destes valores no nosso País. Em
razão disso, a presente mesa redonda se dispõe a discutir o assunto a partir de
experiências já existentes em alguns estados da federação. O objetivo e estabelecer
uma rede de pesquisadores da área de solos interessados no tema, de modo a orientar
e padronizar a busca de tais valores no território nacional. Para tanto, serão abordados
os seguintes temas a subsidiar uma discussão plenária:
1. Valores orientadores - Aspectos legais e Institucionais.
Patrícia Rocha Maciel Fernandes. Gerente de Qualidade do Solo e Áreas
Degradadas.
Fundação
Estadual
do
Meio
Ambiente
(FEAM),
MG.
http://lattes.cnpq.br/5131303799048241
2. Aspectos metodológicos das análises de elementos traço em solos.
Daniel
Vidal
Perez.
Pesquisador
da
EMBRAPA-Solos,
RJ.
http://lattes.cnpq.br/8006865596138564
3. Valores de referência para elementos traço nos solos de SP, MT e RO.
Luiz Reynaldo Ferraciú Alleoni. Professor do Depto. de Ciência do Solo da ESALQ.
http://lattes.cnpq.br/0564778663100780
4. Valores de referência para elementos traço em solos de MG e ES.
Jaime W. V. de Mello. Professor do Depto. de Solos da UFV.
http://lattes.cnpq.br/0411204239516499
5. Valores de referência para elementos traço em solos do Nordeste.
Clístenes Williams do Nascimento. Professor do Depto. de Solos da UFRPE.
http://lattes.cnpq.br/2562022438053334
6. Encerramento pelo moderador, abrindo as discussões com a plenária.
Vander Freitas Melo. Professor do Depto. de Solos da UFPR.
http://lattes.cnpq.br/3136931426367642

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