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Capa
Cá entre nós
Ambiental
Lucrar com o ambiental não é pecado
Expediente
Agenda
Sustentabilidade
Do social à sustentabilidade
Mulher, água e alimento
JULHO DE 2012
EDIÇÃO Nº 1
Bate-papo
Neire Colman
Tecnologias Sustentáveis
Lubrificação Inteligente
Holofote
A luz da palha da cana
Mais Plene nos canaviais
Economia
Os gargalos do setor
Tecnologia premiada
sucroenergético
Distribuidor de vinhaça concentrada
Havendo
ganha Prêmio Gerdau
rentabilidade o setor
volta a investir
Campo
A falta de estímulos
As mulheres desbravam o campo
inibe os investimentos
Transformers chegam ao campo
Quando é bom o tempo voa
Política Setorial
Parceria e
Máquina parada por pouco tempo
Para alimentar o mundo
Comunicação
Legislação
Código Florestal
Indústria
Mulheres conquistam espaço na
área industrial
Matéria de capa
Artigo
Os 25 anos da luz que
Qualidade de vida e
vem da cana
sustentabilidade
Gestão de Pessoas
Caderno Relax
Consumo
As asiáticas se rendem ao flex
Nordeste
Mulheres no mercado de
Um refresco para o Nordeste
trabalho
O nordeste investe para
O mercado de trabalho
garantir vaga no futuro do
A premiada mandioca
para as mulheres no
setor
amarelinha
setor sucroenergético
Profissões
Batendo Perna
Especial
A cana no Rio + 20
O caminho para sair da
crise
Espaço Gourmet
Os Bastidores do setor
Por trás das cortinas
Os sabores da Serra Gaúcha
Cantinho da Cultura
A China desperta paixões
Expediente - Cana substantivo feminino
Editora:
Editor gráfico:
Luciana Paiva
Fernando Almeida
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Entre em contato:
Marketing:
Opiniões , dúvidas e sugestões sobre a revista Cana substantivo
Regina Baldin
feminino serão muito bem-vindas:
[email protected]
Redação: Rua João Pasqualin, 248, cj 22 – Cep 14090-420 –
Comercial:
Ribeirão Preto, SP - Telefones: (16) 36274602 – 34219074
Marcos Renato Silva
E-mail: [email protected]
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Jornalismo:
Cana substantivo feminino é uma
Jaqueline Stamato
publicação digital da Paiva& Baldin
[email protected]
Editora
O jeito feminino
de fazer jornalismo
De 27 de julho a 12 de agosto acontecem os
XXX Jogos Olímpicos, que serão sediados
na cidade de Londres. Esta edição das
Olimpíadas reunirá 10,5 mil atletas, de 192
países e 13 territórios. O Brasil levará mais
de 230 esportistas que participarão de 30
modalidades.
Já estamos às portas das Olimpíadas, no
entanto, as coberturas esportivas
da Rede Globo nem citam este
importante evento. O motivo:
os direitos de transmissão das
Olimpíadas 2012 para a TV aberta
pertencem à Record. Para a Globo não
importa a notícia e os telespectadores, mas
sim “queimar” o concorrente. Esta é uma
forma masculina de fazer jornalismo, é o
jeito mais comum adotado por veículos
de comunicação e também por outros
segmentos, que se preocupam mais com a
concorrência do que com seu público-alvo.
Este não é o perfil editorial da revista
Cana substantivo feminino. Focamos a
notícia, o leitor, o que é bom para o setor
sucroenergético, por isso, as ações que os
demais veículos de comunicação fizerem em
prol do setor também terão espaço em nossa
publicação.
Viemos para somar, engrossar o coro de
vozes em favor do setor e, aproveitando a
democratização da internet vamos abrir as
porteiras e levar o dia a dia da agroindústria
sucroenergética não só para o habitante do
mundo da cana. Afinal, conquistar a opinião
pública, a sociedade, os consumidores é
essencial para a continuidade do negócio.
Entre as características femininas estão a
preservação, a harmonia e a comunicação.
Dizem que as mulheres falam demais, então
vamos aproveitar esse aspecto
feminino para nos comunicar
com o mundo, de forma
interativa, charmosa, moderna
e gerando menos impacto
ambiental, já que a revista é
digital e não impressa, podendo ser vista
nas telonas dos PCs e nas telinhas dos tablets
nos quatro cantos do planeta. Vamos botar a
boca no mundo, compartilhar e curtir a canade-açúcar nas redes sociais, nos grupos de
notícias e de profissionais.
Esse jeito feminino não só de fazer
jornalismo, mas de conduzir o mundo, é a
forma mais inteligente para conquistarmos
o almejado e necessário desenvolvimento
sustentável. Então, convido vocês, homens
e mulheres, para compartilharem esse
movimento. Vamos?
Luciana Paiva
Editora
[email protected]
MACEIÓ SEDIA A 9ª FERSUCRO
De 11 a 13 de julho no Centro de
Convenções de Maceió, AL, acontece a 9ª
edição da Fersucro. Durante os três dias do
evento serão montados mais de 50 estandes
e cerca de 60 empresas expositoras. A
Fersucro acontece em parceria com o XXIX
Simpósio da Agroindústria da Cana-deAçúcar de Alagoas, que será realizado de
10 a 13 de julho. Os eventos são realizados
pela Stab Leste.
Mais informações no site: www.fersucro.
com.br
INSCRIÇÕES PARA O MASTERCANA SOCIAL
VÃO ATÉ 20 DE JULHO
o Prêmio Mastercana Social promovido
pelo Gerhai - Grupo de Estudos em
Recursos Humanos na Agroindústria -, em
parceria com a ProCana Brasil, está com
inscrições abertas até 20 de julho. O Prêmio
tem por objetivo incentivar, reconhecer
e premiar práticas de gestão de pessoas
e responsabilidade socioambiental das
usinas sucroenergéticas do Brasil, como
também das entidades representativas e
das empresas fornecedoras de produtos
e serviços ao setor, que contribuam para
a promoção do bem-estar social e do
desenvolvimento sustentável.
Mais informações e inscrições no site:
www.gerhai.org.br
8º INSECTSHOW
De 25 a 26 de julho, no Centro de
Convenções de Ribeirão Preto,SP, acontece
o 8º Insectshow – Seminário Nacional sobe
Controle de Pragas da Cana-de-Açúcar.
Mais informações e inscrições no site:
www.ideaonline.com.br
Aconteceu
FENASUCRO&AGROCANA
De 28 a 31 de agosto, o Centro de Eventos
Zanini, localizado no polo regional da cana-deaçúcar em Sertãozinho, SP, sedia a Fenasucro &
Agrocana – 20º Feira Internacional da Indústria
Sucroenergética e 10º Feira de Negócios e
Tecnologia da Agricultura da Cana-de-Açúcar.
Considerado o mais importante evento de
negócios da indústria sucroenergética do
mundo.
Mais informações no site: www.
fenasucroagrocana.com.br
GLOBAL AGRIBUSINESS FORUM
A Datagro e XYZ Live promovem o primeiro
Global Agribusiness Forum, encontro que
reunirá líderes, especialistas e representantes
da cadeia produtiva agrícola para discutir o
tema “Agricultura Globalizada e Sustentável, o
Desafio do Crescimento”.
O objetivo é debater estratégias e propor
soluções de longo prazo para a agricultura
mundial. Al Gore, ganhador do Nobel da
Paz, ex-vice-presidente dos Estados Unidos e
ativista ambiental será um dos palestrantes,
analisando o impacto das mudanças climáticas
para a agricultura em todo o mundo.
Data: 25 e 26 de Setembro, 2012 Local: Hotel
Grand Hyatt, São Paulo.
Mais informações no site: www.
globalagribusinessforum.com.br/
XI CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DATAGRO
SOBRE AÇÚCAR E ETANOL
Acontece nos dias 15 e 16 de outubro de
2012, no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo,
XI Conferência Internacional Datagro sobre
Açúcar e Etanol.
Mais informações e inscrições no site: www.
datagrosonferences.com
MBF AGRIBUSINESS INAUGURA NOVA SEDE
Em 24 de maio aconteceu a inauguração da nova sede da MBF Agribusiness localizada a Rua Guerino
Giovanini, 255, em Sertãozinho, SP. Para marcar o evento aconteceram palestras de Luciano Rodrigues
(Unica), Dr. Mairun Junqueira (Makestrat) e Dr. Décio Gazzoni (Embrapa Agroenergia).
Segundo o sócio diretor da MBF, Marcos Françóia, a decisão de construir uma nova sede veio por conta
do aumento da equipe, da necessidade de atender atividades mais burocráticas e de ter um espaço mais
adequado para receber os clientes. O novo prédio conta com uma moderna infraestrutura e sistemas
avançados que garantem a segurança da informação no nível exigido pelos clientes. Uma das principais
características do projeto é a reunião de novas técnicas de prestação de serviços, treinamentos e um
espaço para criação, destinado a reflexões, relaxamento e desenvolvimento de ideias.
Entre os destaques do prédio está o anfiteatro, equipado com sistema áudio visual 3D e videoconferência,
e que tem capacidade para 60 pessoas, e a biblioteca, com um rico acervo de livros, periódicos, vídeos
e documentos relacionados ao agronegócio, especialmente o setor canavieiro. Mais informações no site:
www.mbfagribusiness.com
bate papo
N
Luciana Paiva
Nos últimos anos, uma nova
personagem passou a compor o
cenário do setor sucroenergético,
é Neire Colman, secretaria de
Desenvolvimento Sustentável
do Município de Dourados, MS.
Em sua missão de expandir a
agroindústria canavieira para
a região de Dourados, Neire
participa, de forma atenta e
bastante simpática, de diversos
eventos do setor, visita entidades,
empresários e faz parcerias,
enfim, muni-se de informações
e experiência para colocar em
prática o Projeto Polo de Serviços
do Setor Sucroenergético de
Dourados e Região.
A cidade conta com
aproximadamente 200 mil
moradores, em seu entorno
estão 38 municípios, com um
total de 800 mil habitantes.
Responsável por 60% da cana no
Estado, Dourados se apresenta
como a capital sucroenergética
de Mato Grosso do Sul, seria
como Sertãozinho no interior
paulista. Mas para que esse
título faça justiça, além de
terra para o cultivo da cana, os
administradores de Dourados
querem oferecer infraestrutura
e benefícios fiscais, como
isenção de ICMS, para que novas
unidades produtoras e também
empresas fornecedoras de
produtos e serviços para usinas se
instalem na cidade e região.
A Associação dos Produtores
de Bionergia de Mato Grosso
do Sul (Biosul) e o Centro
Nacional das Indústrias
do Setor Sucroenergético e
Biocombustíveis (CeiseBr) já
são parceiros do Projeto Polo de
Serviços do Setor Sucroenergético
bate papo
O presidente da Copercana, Toninho Tonielo, durante a Fenasucro&Agrocana 2011 recebeu a visita de
Neire e do prefeito de Dourados, Murilo Zauith
de Dourados e Região. E Neire,
cada vez mais, estreita laços com a
prefeitura de Sertãozinho, a Secretaria
quer aprender com eles os erros e
acertos para o melhor desenvolvimento
do Projeto, um ponto importante ela já
sabe: é fundamental que haja mão de
obra qualificada.
Formada em Ciências Econômicas,
Neire diz que não é econômica, mas
sim economista, também cursou MBA
em Gestão de Negócios e MBA na FGV
em Gestão de Projetos. Para completar
o pacote de conquista da agroindústria
canavieira para a região, a Secretaria
também trabalha no sentido de
aumentar a troca de informações e
exposição de tecnologia. Para isso,
investe na realização do 6º Congresso
da Cana de Açúcar de Mato Grosso do
Sul, o Canasul 2012, que acontecerá
em Dourados no próximo mês de
outubro.
Neire, que participou do Encontro
Cana substantivo feminino, realizado
em Ribeirão Preto, pela Paiva &
Baldin Editora, é a convidada deste
primeiro Bate-Papo com a nossa
revista.
Quais funções ocupou antes de ser
Secretaria de Desenvolvimento de
Dourados?
Fui gestora de projetos no
Sebrae em Campo Grande, onde
auxiliei o desenvolvimento de
um polo industrial do setor de
têxtil e confecção. E nos quatro
últimos anos, sou gerente da
Regional Sul do Sebrae onde
atendemos 38 municípios da
região do sul em projetos e ações
focadas no desenvolvimento das
micro e pequenas empresas nos
diversos setores da economia,
principalmente na cadeia de
madeira e móveis, têxtil e
confecção, comercio varejista,
metal mecânico, além do setor
do agronegócios voltados para
bate papo
trabalho de estruturação tanto na
área agrícola como na indústria e
serviços no município.
Neire, no Encontro Cana substantivo feminino,
em companhia de Carlos Reze, diretor da
Personality Consultoria e de Cláudia Maranhão,
gerente ambiental da Usina Santo Antonio, AL
pequenos negócios rurais, alimentos
orgânicos, leite, café e hortifrúti.
Atualmente, o que representa o setor
sucroenergético para Dourados e
região?
O governo de Mato Grosso do Sul
fez um zoneamento ecológico
econômico no Estado e mapeou as
potencialidades vocacionadas para
cada região, ou seja: região norte:
potencialidade para o turismo,
região oeste: potencialidade no setor
minero siderúrgico, região leste:
papel e celulose, e , região sul, setor:
sucroenergético. Com foco nestas
estratégias de desenvolvimento
do Estado, focamos o setor como
propulsor da economia local, podendo
alavancar renda e ocupações ainda
inexploradas pelo município. Como
no caso do setor metal mecânico, onde
constam um numero considerável de
empresas representadas pela federação
das indústrias do Estado, as 14
unidades sucroenergéticas instaladas
na região, num raio de 100 km de
Dourados, podem ser propulsoras da
economia, desde que seja realizado um
Qual o potencial de Dourados
e região para a cultura
canavieira?
A região de Dourados tem um
potencial climático, geográfico
e boa diversificação de culturas
que podem agregar a canade-açúcar com excelentes
resultados, existe grande parte
de áreas que ainda não são
cultiváveis ou que possam haver
a integração de culturas. O
que estamos trabalhando nesse
momento é levar até o produtor
tradicional as informações
relevantes do setor da cana-deaçúcar, quais as potencialidades,
os ganhos da produção da cana,
para que o produtor possa
escolher quais as culturas e onde
pode obter um lucro maior.
Qual a reação da população
com o crescimento da cultura
canavieira na região?
Entendemos que os ciclos
econômicos fazem parte da
historia dos municípios, e
a chegada de um novo ciclo
pode num primeiro momento
causar alguns desconfortos, que
são normais. Com o passar do
tempo, com a implementação
de políticas de desenvolvimento
para o setor, com as parcerias
realizadas, com a implantação
de ações voltadas para mercado
e produção, os resultados
bate papo
começam a aparecer. Como é o caso
da implantação do Projeto do Polo de
Serviços do Setor sucroenergético de
Dourados e Região que tem por objetivo a
qualificação de empresas do setor metal
mecânico para fornecimento às usinas da
região.
Como surgiu e quais as metas deste
Projeto?
Foi realizada uma pesquisa com as usinas
da região e constatamos que 60% do que
é comprado pelas grandes usinas são de
fora do Estado, os serviços e produtos
necessários para atender as reposições e
manutenções ainda são feitas fora daqui.
Vendo essa oportunidade de mercado,
montamos um projeto com a finalidade
de apoiar as empresas de Dourados
para que possam ter qualidade e custos
semelhantes as empresas de fora do
Estado, e também captar novas empresas
para apoiar o setor no município. A
meta é qualificar 50 indústrias do setor
metal mecânico de Dourados para que
nos próximos meses possam ser futuros
fornecedores das usinas. O grande
objetivo é fomentar esse setor fazer
com que nosso empresário possa obter
Secretaria de
Desenvolvimento
Sustentável
de Dourados,
se empenha
para o sucesso
do Polo de
Serviços do Setor
Sucroenergético
um lucro maior nos seus negócios,
empregando mais, gerando a
economia local.
Quais ações vocês têm promovido
para que o Projeto se concretize?
E como está a receptividade do
investidor?
A promoção de abertura de mercado
como rodadas de negócios entre os
empresários de Dourados e as usinas
são ações contínuas realizadas,
que já movimentaram mais de 15
milhões em negócios para o setor
metal mecânico. A capacitação e
qualificação também estão sendo
realizadas para que o empresário
possa se qualificar em gestão e
custos, além da qualificação de mão
de obra do setor. A próxima etapa
é a certificação em ISO 9001 nos
processos industriais das empresas
do setor metal mecânico e a
realização do 6º Canasul, em outubro
de 2012.
O setor vive mais uma crise, isso tem
atrapalhado o desenvolvimento do
projeto? Essa inconstância assusta?
O setor vive crise o tempo todo,
conversando com alguns usineiros
eles me disseram que não se lembram
de ciclos sem crise, ou por falta
de matéria-prima, ou por politicas
públicas, ou por preços no mercado,
enfim, vemos que o trabalho a ser
realizado nas empresas colabora
com o crescimento das mesmas,
independente das crises do setor.
Porque uma vez qualificadas
elas podem fornecer para outros
mercados, como a indústria de
alimentos ou agrícola que também
necessita desse tipo de serviço.
holofote
holofote
A
A 64ª edição do banquete do Sugar Dinner, realizada em
Nova York em 16 de maio, teve público recorde de 1.117
empresários e executivos do setor sucroenergético. O
mais tradicional e prestigiado jantar dos executivos da
cadeia açucareira contou como orador o presidente da
Datagro Consultoria, o economista Plínio Nastari.
Para Nastari, a honra de poder discursar e ser
homenageado no principal evento do setor no mundo
é de suma importância, principalmente por ter sido
o quarto brasileiro a ter esta deferência, tendo sido
precedido por nomes como o do ex-Ministro da
Agricultura Pratini de Moraes, o Embaixador
Rubens Barbosa, e o ex-presidente da Unica,
Eduardo Pereira de Carvalho. Os presentes
elogiaram a homenagem a Nastari, resultado de
seu grande conhecimento e dedicação ao setor.
Disseram também que Plínio era o “cara” do Sugar
Dinner Nova York de 2012, ou seja, a personagem
mais importante da festa.
Em seu discurso, Plínio Nastari enalteceu a história
secular do açúcar no Brasil e sua relação com Nova
York, que em sua visão «tem sido o centro do
comércio mundial de açúcar por um longo tempo.
6ª EDIÇÃO DO ISO/DATAGRO NEW YORK
SUGAR CONFERENCE
Antes do jantar aconteceu no Waldorf Astoria
Hotel a 6ª edição do ISO/Datagro New York
Sugar Conference com o tema “O desafio de atender
a demanda global de açúcar e etanol”. O encontro
abordou os principais desafios e atualidades sobre os
principais fundamentos da cadeia produtiva do açúcar,
etanol e bioenergia no mundo. A Conferência reuniu
320 pessoas de 24 países, empresários, autoridades e
ministros de vários países, e líderes do setor de açúcar
e etanol de todo o mundo, com destaque à presença
maciça de brasileiros e centro-americanos.
As palestras abordaram a situação atual no Brasil,
Tailândia, Índia, e Leste Europeu. O evento contou
também com um painel formado por CEOs,
participaram o presidente do Conselho da Copersucar,
Luis Roberto Pogetti, o presidente da São Martinho,
Fábio Venturelli, o presidente da ETH Bionergia,
Luiz de Mendonça, e o presidente do Grupo Tereos
International, Alexis Duval. E um painel formado
por traders, participaram Jeff Bauml, da R.J.O ‘ Brien,
Michael McDougall, da Newedge, e Patrice Bougault, da
Cargill.
Plínio
Nastari foi
o orador da
64ª edição
do Sugar
Dinner
holofote
Foco na
sustentabilidade
Quando Marcos Jank deixou a presidência da União
da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) disse que não
desejava um evento de homenagem, mas gostaria muito
de ser o paraninfo de alguma turma de formandos do
programa RenoVação. E foi o que ocorreu em 25 de maio
na cidade de Rio Preto, no interior paulista, em uma
formatura de 250 alunos das usinas do Grupo Colombo,
Noble Bioenergia, Virgolino de Oliveira, Bunge e Usina
São Domingos.
A razão do pedido, segundo Marcos, deveu-se ao fato de
que ele valoriza muito o trabalho da Unica destinado à
área de qualificação profissional. Em dois anos, 4.550
profissionais foram requalificados pelo RenovAção.
Marcos salientou que o programa incentivou e abriu
caminho para as associadas da entidade desenvolverem
seus próprios projetos de qualificação, o que eleva o
número de trabalhadores qualificados em mais de 16
mil. Um exemplo citado, foi a Umoe Bioenergy que de
uma turma de 400 formandos, 45 eram do programa
RenoVação, os demais se formaram graças a iniciativa da
própria empresa.
Marcos também ressaltou as ações pioneiras desenvolvidas
pela Unica como o Relatório de Sustentabilidade seguindo
os critérios da Global Reporting Initiative (GRI) e o
protocolo Agroambiental. “O promotor do meio ambiente
de Ribeirão Preto, Marcelo Goulart, pela primeira vez
admitiu que o problema da queima não é mais em
decorrência da cana, mas sim das queimadas urbanas. Isso
representa um grande vitória, é o coroamento do protocolo
Agroambiental”, diz. A gestão de Jank com ações pioneiras
focando a sustentabilidade chamou a atenção de vários
segmentos, assim, o ex-presidente da Unica tem recebido
propostas de trabalho não só de empresas e entidades
ligadas ao agronegócio. Até o momento, Marcos estuda as
propostas.
Marcos Jank: “
... o promotor
Marcelo Goulart
admitiu que agora
o problema não é
mais com a queima
da cana e sim
com as queimadas
urbanas”
Ele é
TOP
José Paulo Stupiello recebe o prêmio de Mônika
Bergamaschi, secretaria de Agricultura e
Abastecimento do Estado de São Paulo
José Paulo Stupiello recebeu o prêmio Top
Etanol como personalidade acadêmica. O
evento aconteceu em Brasília, em 30 de
maio, e é uma das ações do Projeto Agora,
iniciativa de comunicação realizada por
entidades e empresas ligadas ao setor
sucroenergético.
Engenheiro agrônomo e doutor em tecnologia
do açúcar e do álcool pela Universidade de
São Paulo (Esalq-USP), Stupiello se destaca
por sua liderança à frente da Sociedade
dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros
do Brasil (STAB), entidade que promove o
intercâmbio científico, técnico e cultural
entre as diversas regiões produtoras de
cana-de-açúcar do Brasil e do exterior.
Pesquisas em novas variedades, na área
industrial e de fermentação de cana são
algumas das atividades desenvolvidas pela
STAB. Na década de 70, quando o Centro de
Tecnologia Canavieira (CTC) dava os seus
primeiros passos, foi um grande incentivador
de pesquisa e desenvolvimento no setor
sucroenergético
Maior histórico de base de dados
do setor sucroenergético Mundial
Independência total
nas analises
10.000 séries
históricas de dados
Única fonte de dados
primário do setor
Since 1979
Planting data
Harvesting solutions
www.datagro.com
economia
Os gargalos
do setor sucroenergético
Seminário em comemoração ao Dia da Indústria apresentou a
pesquisa “Gargalos da Cadeia Produtiva Sucroenergética” e debateu a
Conjuntura Econômica Brasileira
Rubens Okamoto
Aproximadamente 300 empresários do setor compareceram ao seminário que teve como encerramento um
almoço de confraternização
economia
D
estudo foi realizado entre os meses
de março a maio deste ano, foram
ouvidas 120 pessoas e entre os
Dia 25 de maio, Dia da Indústria,
participantes da pesquisa, 66% são
sempre foi uma data festiva para
tomadores de decisão, ou seja, atuam
o Centro Nacional das Indústrias
em posições de gerência. Embora
do Setor Sucroenergético e
pareça um número pequeno, disse
Biocombustíveis (Ceise Br), a
Conejero, os entrevistados compõem
comemoração era a base de jantares
um segmento representativo
memoráveis, mas este ano, segundo
da cadeia, como empresários e
Adézio José Marques, a situação
dirigentes de usinas, indústrias de
não está para grandes festas, por
base e fornecedores de cana. “É uma
isso, preferiu realizar um seminário
pesquisa relevante por causa do perfil
para discutir o cenário do setor
das pessoas que responderam e os
sucroenergético. A programação do
resultados obtidos foram divididos
evento contou com a divulgação
nos segmentos agrícola, industrial e
da pesquisa inédita “Gargalos da
de mercado”, informou.
Cadeia Produtiva Sucroenergética”,
realizada pelo Centro de Pesquisas do Análise da pesquisa – os itens
Agronegócio da PwC (Pricewaterhouse que chamaram a atenção na parte
agrícola, segundo Conejero, foram
Coopers), em parceria com o Ceise
produtividade, renovação dos
Br e o portal Sucrotrends. “Com essa
canaviais e capacitação de mão de
pesquisa, conseguimos traçar mais
obra. “Entre os fatores responsáveis
fielmente o cenário do setor, pois ela
pelo desempenho negativo das
representa o sentimento dos vários
duas últimas safras, está a baixa
elos da cadeia”, salientou Adézio.
qualificação dos trabalhadores,
Marco Antonio Conejero, gerente do
desde tratoristas e operadores de
Research & Knowledge Center no
colhedoras até cargos mais altos como
Centro de Serviços em Agribusiness
gerente agrícola. Houve mudança no
da PwC Brasil, esclareceu que o
quadro de funcionários das usinas,
trocou-se profissionais experientes
“Entre os fatores responsáveis pelo
desempenho negativo das duas últimas safras,
por outros sem conhecimento da
está a baixa qualificação dos trabalhadores”,
diz Conejero
área, isso refletiu com redução de
produtividade”, ressaltou.
Na parte industrial o que chamou a
atenção foi o endividamento no setor.
“O Itau BBA tem um trabalho muito
interessante nesse sentido, aponta
que o setor tem um endividamento de
R$ 42 bilhões, um valor considerado
alto. Ao mesmo tempo que precisa
reduzir as dividas, o setor enfrenta
o desafio de precisar investir para
aumentar a produção”, observou
Conejero.
Luciana Paiva
economia
Já na área de mercado, houve
surpresa, as usinas mostraram
preocupação em desenvolver
estratégias para vender bem os
seus produtos. “É uma mudança de
paradigma, pois o setor sempre deixou
a cargo de agências comercializadoras,
de tradings, agora pensa em um
atendimento personalizado, em
manter um relacionamento forte
com os compradores, mesmo eles
estando na Ásia e Europa”, comentou
Conejero. Ainda no tema mercado,
segundo ele, na parte de açúcar o
gargalo está na logística (o porto de
Santos é o maior problema), outra
preocupação diz respeito ao mercado
mundial de açúcar que não deve
crescer muito. Já em relação ao etanol,
o problema é que não há isonomia
tributária, que não há valorização do
etanol como produto renovável. No
caso da bioeletricidade, a preocupação
está com os baixos preços e com a
concorrência com a energia eólica.
É PRECISO CUIDAR DO NEGÓCIO
Conejero disse que é bastante otimista
com o setor, mesmo com esse cenário.
“Não vejo mais problemas que
soluções, porém é preciso
cuidar do negócio. Um
exemplo é Sertãozinho.
Fala-se muito que
“O governo precisa
pensar o setor como
cadeia produtiva,
não apenas como
usineiros”, salienta
Adézio
a cidade precisa diversificar suas
atividades, mas também é necessário
cuidar de sua vaca leiteira, que é o
setor sucroenergético”, observou,
completando que Ceise Br vem
trabalhando muito bem nesse
sentido.
Ser um dos interlocutores do setor
junto ao governo é uma das metas do
Ceise Br. Adézio Marques salienta
que o que está ocorrendo é uma crise
de confiança, o governo quer saber
se o setor vai investir, e empresário
quer saber se o investimento lhe dará
retorno no médio ou longo prazo.
“Tenho ouvido nos bastidores que a
presidente Dilma está chateada com o
setor, que deu as costas para nós. Ela
tem as suas razões, não a culpo. Mas
acho que é o momento de deixar a
emoção de lado e trabalhar de forma
racional, em favor do Brasil. O setor
tem de fazer a minha culpa, ver onde
errou, corrigir a rota e dar segurança
ao governo federal. Por outro lado, o
governo precisa também reconhecer
onde está errando e possibilitar ao
setor mecanismos para que volte a
crescer”, diz o presidente do Ceise Br.
Para Adézio o governo precisa pensar
o setor como cadeia produtiva, não
apenas como usineiros. Perceber que
o setor não se resume a 450 unidades,
que são quatro mil indústrias, 88 mil
fornecedores de cana e 2,5 milhões
de empregos. Ver o quanto o setor é
grande e estratégico. O Presidente do
Ceise Br observa que é preciso agir já,
pois a indefinição está provocando
estragos, as usinas pararam de
comprar, as indústrias para cortar
custos, nos últimos três meses, já
demitiram centenas de funcionários
em Sertãozinho e quando o corte
chega aos trabalhadores a luz
vermelha da crise se acende.
economia
“O setor deveria ter dito
NÃO, à presidente Dilma”
O ex-ministro, economista e professor
emérito da USP, Antonio Delfim Netto
encerrou o Seminário do Dia da Indústria.
Delfim falou que o Brasil vive seu
melhor momento econômico, que existe
equilíbrio monetário e, por causa dessa
base mais sólida, sentirá menos a crise
mundial. Salientou a importância do
papel do Estado para o bom desempenho
da iniciativa privada. Disse que não pode
existir mercado sem um Estado regulado e
forte. “O mercado precisa do Estado para
garantir o direito a propriedade. Precisa
do Estado para garantir o contrato que é
a garantia de fazer negócio hoje e receber
amanhã. O Estado pode e deve trabalhar
no sentido de reduzir crises. O Estado
precisa estimular o instinto animal do
empresário. A competição é fundamental,
cada vez que ela é reduzida, é menor a
eficiência”, afirmou.
Em decorrência dessa atuação do Estado,
é fundamental para qualquer setor
Rubens Okamoto
Delfim defende um programa de estímulos para o setor
voltar a crescer
econômico contar com a simpatia dos
governos para prevenir crises ou ajudálo a sair delas. Na visão do ex-ministro,
o governo federal não tem agido com boa
vontade para o setor sucroenergético,
isso porque o próprio setor construiu
os obstáculos ao gerar um clima de
falta de credibilidade. “Quando houve
a reunião com o governo para saber se
o setor teria condições de abastecer o
mercado interno com etanol. O setor
deveria ter dito: não dá, teremos de
importar. Deveria ter passado suas as
reais condições de produção para a
Presidente. Mas, disseram que dariam
um jeitinho. Houve uma promessa
que não foi cumprida. Dilma é uma
tecnocrata, quer respostas certas.”
Apesar da má vontade do governo
para ajudar o setor a sair da crise,
Delfim, acha que a situação começa a
ser superada, mas o diálogo deve ser
mandito de forma elegante. Além disso,
na opinião do ex-ministro, o governo
necessita rever algumas de suas ações,
como a de segurar o preço da gasolina
(já há sete anos), o que tem gerado mais
inflação, pois tem aumentado o valor
do diesel, do gás e de outros produtos
do petróleo. “O governo deverá rever
sua postura em relação ao setor, afinal
o Brasil precisa dele e o segmento
necessita de investimentos gigantes para
sua recuperação. Para isso, vai precisar
de um programa de estímulos para
colocar em marcha esse processo.”
economia
Havendo rentabilidade
o setor volta a investir
EMPRESÁRIOS E ENTIDADES TENTAM CONSEGUIR UM ESPAÇO NA AGENDA DO
GOVERNO DILMA PARA RETOMAR AS DISCUSSÕES SOBRE O FUTURO DA CANA
A
Luciana Paiva
A edição da revista Exame de 15 de
maio trouxe como matéria de capa “A
nova vida do usineiro”, enfatizando
que Rubens Ometto, presidente do
Conselho da Cosan, estava cansado
da “montanha-russa” do setor de
açúcar e álcool e após investir 7
bilhões de reais está criando um
novo conglomerado em que cana não
entra. A notícia assustou o setor
sucroenergético, afinal, se o maior
produtor do mundo de cana, açúcar
e etanol pretende abandonar o barco
é porque o cenário não é bom.
“O Rubens diz isso porque está
cansado da instabilidade do setor.
Ele tem razão”, afirma Carmen
Aparecida Ruete, diretora do Grupo
Virgolino de Oliveira. Carminha
lembra que nos últimos 30 anos,
a agroindústria canavieira passou
por três grandes crises: em 1985,
o preço do petróleo baixou e
derrubou o preço do etanol. Com
menos investimentos, em 1989
houve quebra de safra e redução
da produção de etanol, o que
praticamente decretou o fim do carro
a álcool. Em 2008, a crise de crédito
atingiu feio o setor e ainda causa
estragos.
Calejado com a história de crises no
setor, o empresário Cícero Junqueira
Franco diz que a atual é passageira
e que as usinas não acabam, podem
mudar de dono. Segundo ele,as
usinas que estão a venda é em
função de deficiência administrativa
e gerencial, não por causa do setor.
Apesar da crise internacional, o
empresário acredita que o Brasil
dentro da economia do mundo está
em melhor situação e, por isso, não
sofreremos muito. E o setor sairá
fortalecido, mostrando que tem
muita lenha para queimar.
Rubens Ometto: cansado da instabilidade do mundo
da cana
economia
Carminha salienta que é impossível o etanol competir
com o preço artificialmente baixo da gasolina
O diretor da MBF Consultoria, Marcos
Françóia, concorda com Cícero
Junqueira Franco e diz que o setor
não está passando por uma crise e na
verdade, faltou, por parte do governo e
do setor produtivo, um planejamento
adequado. “Estamos em momento
complicado, mas temos capacidade
de sair. Há uma crise mundial que
está nos afetando e ira nos afetar
mais, porém o Brasil tem capacidade
para superar, tem margem tanto na
indústria de bens de capital, como
nas usinas. Precisamos enxergar as
oportunidades que são criadas,
por exemplo, o mercado
de energia crescente”,
observa.
Para Jacyr Costa,
presidente da Guarani
SA, existe a expectativa
Ismael Perina
está preocupado
com a situação
do setor
Padua: “o problema é pontual, mas a solução é
estrutural”
de produção maior do que os anos
anteriores, isso é importante porque
acaba reduzindo custos. Na visão do
executivo, o que é necessário neste
momento é ter uma perspectiva em
relação ao etanol. “Não podemos contar
com o açúcar nos próximos anos,
então essa maior produção de cana,
deverá ser direcionada ao etanol, por
isso, precisamos abrir mais mercado,
aumentar e incentivar o consumo de
etanol”, salientou Jacyr, complementando
que também é fundamental criar
a viabilidade econômica para a
bioeletricidade.
Já Ismael Perina, presidente da
Organização dos Plantadores de Cana
da Região Centro-Sul (Orplana),
vê a situação do setor com muita
preocupação. Observou que os três anos
de preços baixos reduziu a capacidade de
investimentos, por isso, a renovação dos
canais e áreas de expansão estão muito
abaixo do necessário. Ismael diz que esse
cenário de usinas que deixam de moer e
vendem suas canas para outras unidades
economia
“Estamos em momento complicado, mas temos
capacidade de sair”, afima Marcos Françóia
cria instabilidade entre os fornecedores
de cana, que correm o risco de não
receberem pela cana comercializada.
POLÍTICA TRIBUTÁRIA
Antonio de Padua Rodrigues, o diretor
técnico e presidente interino da União
da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica),
não considera que a crise chegou ao setor.
“Enfrentamos um problema pontual, que
começou com a crise financeira mundial
em 2008, depois tivemos problemas
climáticos, tudo isso resultou em baixa
produtividade agrícola de até 15 toneladas
e menos por hectare, mas que será
recuperada nos próximos três ou quatro
anos. Com essa política de renovação de
canavial voltaremos a ter um canavial
produtivo.”
Para Padua, essa fase vai passar, mas tudo
também depende de uma boa gestão,
pois o preço do açúcar e etanol é dado
pelo mercado, mas a gestão de custo de
produção depende da empresa. Sobre as
unidades que não processarem cana este
ano, o Presidente interino da Unica diz
que trata-se de empresas que apresentam
deficiência a mais de 10 anos e não
economia
Pedro Parente não vê insensibilidade por parte do
governo para com o setor, apenas agenda lotada
“O setor tem muita lenha para queimar”, diz
Junqueira Franco
vítimas da crise de 2008. Lembrou
que o setor no início do Proálcool
produzia 2600 litros de etanol por
hectare de cana, chegou a 7100 litros
e nesta safra passada caiu para 5600.
Padua explica que se consideramos as
novas tecnologias, o melhoramento
genético de variedades de cana,
o etanol de segunda geração e a
biorrefinaria poderemos triplicar
esses 7 mil, passando para mais
de 20 mil litros por hectare. “O
que precisamos é de grandes
investimentos, de pesquisa e
desenvolvimento, de gestão, e de
uma visão de longo prazo sobre
qual a política pública do setor. Não
podemos viver ciclotimias, ora etanol,
ora GNP, depois gasolina, diesel, isso
não dá mais, precisamos de regras
claras para que a retomada aconteça.
É preciso valorizar as externalidades
do etanol, se o processo produtivo
é sustentável, o uso é sustentável,
mas o mercado não precifica o
lado ambiental e social, precisa ser
precificado através de política pública
e isso significa uma política tributária
diferenciada entre o combustível que
polui daquele que não polui.”
DIÁLOGO COM O GOVERNO
Carminha lembra que o setor está
atrelado ao governo e aos seus
humores. A falta de uma política
pública de longo prazo sobre a real
participação da cana na matriz
energética brasileira é a grande
responsável por essa instabilidade. Em
um momento, o etanol aparece como
salvador da pátria, a melhor alternativa
de combustível verde para o mundo,
logo depois é esquecido, a ponto de
ser mais tributado que o combustível
fóssil. O governo vem reduzindo a
tributação da gasolina por meio da
Contribuição de Intervenção sobre o
Domínio Econômico (Cide). O tributo
que representava 15% do preço da
gasolina em meados da década passada,
hoje tem um peso de apenas 2%.
A empresária salienta que é impossível
o etanol competir com o preço
artificialmente baixo da gasolina e,
sem remuneração sua produção tornase inviável. Para Carminha, falta
boa vontade do governo para com o
setor sucroenergético. “Dizem que
economia
Para Jacyr, a importância do setor na geração de
renda e empregos deve ser um estímulo para o
setor conseguir um espaço na agendo do governo
traímos o governo, mas na verdade
fomos o setor econômico que mais
realizou transformações, aderimos
ao compromisso nacional de boas
práticas do trabalho, firmamos o
protocolo agroambiental, fomos o
primeiro setor a lançar relatório
de sustentabilidade e investimos
em programas de capacitação
profissional”, observa. Mesmo com
esse momento conturbado, Carminha
não defende o fim do etanol
hidratado – uma corrente no setor
acredita que a saída será aumentar
a adição de anidro na gasolina,
um porcentual por volta de 40%, e
abandonar a produção de hidratado.
“O hidratado precisa continuar. Para
mudar a situação do setor precisamos
reabrir o diálogo com o governo”,
ressalta.
Segundo Padua, o problema do setor
é pontual, mas a solução precisa
ser estrutural. E com a vinda do
Pedro Parente para a presidência do
conselho da Unica, o diálogo com o
governo foi retomado. “Se isso acontece
é porque o governo quer a volta do
etanol, mas ainda não dá para dizer
como vamos construir essa agenda,
quais serão as políticas públicas que
serão construídas ao longo do tempo e
os trabalho entre o setor e o governo”,
diz o Presidente executivo da Unica,
salientando que os investimentos só
voltaram quando tiver essa clareza.
“Até lá vamos trabalhar com o parque
industrial que temos no momento.”
Marcos Françóia defende essa retomada
do diálogo e ressalta que o governo
precisa agir de forma mais rápida e
com menos burocracia, sobre isso,
citou o exemplo da linha do BNDES
que liberou 4 bilhões de reais pra o
plantio de cana. “Além de a liberação
chegar tarde, o dinheiro ainda não
foi captado”, diz. Para o consultor,
o governo precisa deixar e olhar o
passado e agir para garantir o futuro do
setor.
Enquanto muitos empresários dizem
que o governo está insensível as causas
do setor, o ex-ministro Pedro Parente e
atual presidente do Conselho da Unica,
diz não achar que seja uma questão de
insensibilidade. “Já estive no governo
e a quantidade de problemas que um
governo, principalmente federal, tem
de resolver é muito grande. Inúmeros
assuntos estão em sua pauta. O que
precisamos fazer é mostrar a relevância
desse setor e, com isso, conseguir um
espaço na agenda do governo e dizer
a ele que se houver rentabilidade e
expectativa de futuro, os empresários
vão investir”, afirma Parente.
Segundo Jacyr, o setor é muito
importante em termos de geração
de renda e de empregos e, isso, com
certeza, vai ser um estímulo para o
setor conseguir um espaço na agenda
do governo.
economia
A falta de estímulos
inibe os investimentos
ATUALMENTE, O SETOR SUCROENERGÉTICO RESPONDE POR 5% DA
CARTEIRA TOTAL DO BNDES, ESSA PARTICIPAÇÃO JÁ FOI DE7%
em 2008, chegou a responder por 7% do
Luciana Paiva
C
volume total do BNDES.
Como não poderia ser diferente, a falta de
“É fato que o volume de investimentos
garantia de remuneração e a instabilidade do
tem sido reduzido em decorrência da
setor reduziram o apetite dos empresários.
conjuntura. Não vejo o setor tão endividado
Em 2008, foram direcionados 28 bilhões
quanto três anos atrás, o que tem havido
de reais para novos projetos, em 2012, o
na verdade é um conjunto de fatores que
montante será de 5 bilhões de reais. Também
não estimulam os investimentos”, diz
em 2008, os investimentos do setor em
Cavalcanti, ressaltando que pelo lado de
canavial, equipamentos, e renovação no
financiamento do BNDES as condições das
parque industrial chegaram a 10,3 bilhões
linhas atuais atendem as necessidades do
de reais, em 2011, caiu para 3,8 bilhões de
setor. No entanto, para haver a decisão de
reais. Segundo o chefe do Departamento de
investir não depende das linhas de crédito,
Biocombustíveis do BNDES, Carlos Eduardo
mas de sinais de que haverá retorno no
Cavalcanti, a estimativa do banco o volume
negócio.
total de desembolso do setor para este ano
deve ficar entre 5,5 bilhões a 6 bilhões de
reais. Em 2011, o volume foi 6,5 bilhões
Linhas de crédito para o setor – Cavalcanti
salienta que o governo está tomando uma
séria de medidas graduais que tendem a
de reais. Cavalcanti considera um
induzir estímulos para novos investimentos.
volume razoável, levando em conta que
“Nesse aspecto, desde o início do ano
o total do desembolso do BNDES por
ano é de 120 bilhões de reais,
o setor representa
quase 5% da carteira,
criamos uma linha que historicamente não
faz parte da tradição do BNDES, mas que
favorece a parte agrícola que é o ProRenova,
que está começando a gerar demanda maior
para renovação ou expansão de canavial”,
“O BNDES
enxerga o
setor de forma
positiva”, diz
Carlos Eduardo
diz. Em breve, observa Cavalcanti, o banco
vai lançar a linha para estocagem de etanol,
que na verdade é uma reedição de uma linha
lançada há três anos.
economia
“O setor sempre apresenta uma
resposta rápida quando tem condições
favoráveis, responde mais rápido que
os demais setores”
Segundo o chefe do Departamento de
responde mais rápido que os demais setores”,
Biocombustíveis do BNDES, o banco tem
conta Cavalcanti. Este ano, o BNDES está
estimulado a inovação tecnológica no setor
colocando a linha de aquisição de máquinas
o que o induz a buscar novos índices de
e equipamentos, a PSI, com taxa de 5,5,%
produção, e isso para um setor que vem
fixo ao ano, e acredita que isso vai gerar uma
experimentando margens cada vez mais
demanda muito grande por parte do setor.
comprimidas é importante procurar novos
“Enxergamos sempre o setor sucroenergético de
patamares de produtividade, mas isso vai
forma muito positivo, são mais de 20 bilhões
gerar retorno no médio e longo prazo.
de reais em financiamento no longo prazo em
“O setor sempre apresenta uma resposta
carteira, nossa tendência é sempre enxergar
rápida quando tem condições favoráveis,
positivamente.”
política setorial
Parceria e
comunicação
NA VISÃO DAS MULHERES O SETOR PRECISA SE UNIR E SE
COMUNICAR COM A SOCIEDADE, SÓ ASSIM TERÁ FORÇAS
PARA NEGOCIAR COM O GOVERNO
Jaqueline Stamato
O
“Nós fornecedores de cana, detemos
20% da parte da cana no setor CentroSul, queremos ser parceiros na sua
integralidade”, disse Maria Christina
O agronegócio brasileiro, a
cada ano, vem se consolidando
como um dos setores mais
dinâmicos da economia,
possuindo condições de
atender necessidades
adicionais de consumo
mundial, já que temos, além do
clima privilegiado, solo fértil e
disponibilidade de água.
Estes fatores dotam o Brasil de
uma condição especial para o
desenvolvimento dos negócios
relacionados às suas cadeias
produtivas por ser um grande
provedor da balança comercial
brasileira. Mas, como diz a
expressão popular ‘nem tudo
são flores’, o setor já enfrentou
e ainda vem enfrentando
muitos obstáculos implicando
perder sua notoriedade. E um
dos principais motivos é a falta
de parceria e comunicação.
Maria Christina Pacheco,
vice-presidente da
Organização dos Plantadores
de Cana na região CentroSul, Orplana, e presidente
da Associação dos
Plantadores e Cana da Região
de Capivari, SP, em sua
participação no encontro
Cana substantivo feminino
– o setor sucroenergético
na visão das mulheres,
realizado em Ribeirão Preto
pela Paiva & Baldin Editora,
disse, categoricamente, que
o setor precisa usar a palavra
parceria no seu sentido
integral.
“Nós fornecedores de cana,
detemos 20% da parte da
cana no setor Centro-Sul,
queremos ser parceiros na
sua integralidade. Está na
hora de juntos, usineiros,
política setorial
Leila Alencar: “mostramos que a
indústria da cana é sustentável”
fornecedores, trabalhadores,
montarmos uma estratégia e
juntos pedir mudanças. Se
continuarmos cada parte do
setor gritando sozinho, não
vamos ser ouvidos”, alertou.
Segundo Christina, a cadeia
produtiva tem toda a força de
mudar a realidade, mas não
adianta reclamar sozinho e falar
mal do governo, pois se toda
a cadeia tiver a capacidade de
trabalhar unida, garanto que
mudaremos a situação e, além
disso, se tirarmos o ‘s’ da palavra
crise significa crie. “Temos que
ser humilde, pensar no todo para
conseguirmos essa mudança”.
TRABALHO CORPORATIVO
Sabendo que o setor de
bioenergia é um dos principais
motores da economia
brasileira por se destacar na
balança comercial, sendo
responsável por mais de
um terço das exportações
brasileiras, Leila Alencar
Monteiro de Souza, presidente
da Biocana, desde que
assumiu o desafio na área
de comunicação social na
entidade descobriu uma
vocação de administradora de
desafios e conflitos.
Leila estabeleceu um canal de
comunicação com a sociedade
levando a imprensa para
dentro da empresa e também
a empresa para dentro da
imprensa porque sabia que o
setor sucroenergético sempre
realizou tantos feitos e pouco
era divulgado.
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política setorial
Depois de sete anos de
intenso trabalho com muita
respeitabilidade por parte dos
associados e diretores, Leila
chegou à presidência e sempre
carregou em seu conceito ‘dar
continuidade naquilo que
acredita’.
Atualmente, diretoriapresidente da Biocana, Leila
disse que não tem feito nada
de inédito em sua gestão,
mas dá continuidade ao
trabalho de forma corporativa
defendendo os interesses
dos empresários. “Ponho em
prática essa defesa incansável
dos meus representados
sobre a questão ambiental,
ações sociais, a questão de
que a indústria da cana é
sustentável, afinal, ela é
responsável por milhares de
empregos e dá alimento para o
mundo”, explicou.
“Inteligência agrícola é o maior
desafio do Brasil ligado à pesquisa
e desenvolvimento. Precisamos
investir nisso”, afirmou Cíntia
INTELIGÊNCIA AGRÍCOLA
economista por formação,
filha de engenheiro florestal
apaixonado pela agricultura,
Cíntia Cristina Ticianelli,
trabalhou na Bolsa de
Commodities de Chicago,
mas deixou sua carreira
de lado para assumir os
projetos do pai que estavam
desativados por acreditar
que o setor sucroenergético
emprega, exporta divisas
e é ambientalmente e
sustentavelmente correto.
Com sua força e instinto de
mulher, Cíntia acreditou no
conceito e nas suas visões de
futuro e se tornou diretorafinanceira-Administrativa
da Usina Agro Serra e
presidente do Sindicato dos
Produtores de Cana, Açúcar
e Álcool do Maranhão e do
Pará.
Para ela, é difícil ser mulher
no setor, mas segue um
modelo de concepção
pessoal que é ter equilíbrio.
“O meu equilíbrio vem de
um tripé. Tenho que ter
uma conciliação perfeita
entre a minha profissão,
minha família e o meu lado
espiritual. E no meu caso
ainda tenho que separar o
lado profissional executivo
do profissional sindical”,
ponderou.
De uma natureza familiar
para uma gestão profissional,
Cintia disse que não se vê
como sucessora familiar e
sim como uma executiva
que trabalhou, se preparou e
sempre esteve nos negócios
conquistados por ter
muito interesse. “Como
dizia meu pai, se sair
mais do que entra ‘nóis’
quebra’”. Para ela, essa
é uma verdade absoluta,
pois os negócios têm que
ser encarados com rigor,
com profissionalismo e
saber desenvolver novos
horizontes em zonas de
fronteiras como forma de
expansão.
Na concepção da
economista, o setor
apresenta um grave
erro por não ter política
agrícola e uma política
de crédito e sim uma
visão política com
uma visão empresarial.
“Inteligência agrícola
é o maior desafio do
Brasil ligado à pesquisa
e desenvolvimento.
Precisamos investir
nisso”, finalizou Cíntia.
PARCERIA E
COMUNICAÇÃO
Aliada à inteligência
agrícola, mencionada
pela Cíntia, bem disse a
secretária de Agricultura
do Estado de São Paulo,
Mônika Bergamaschi,
que o setor depende
de ter parceiros e
de comunicação. “A
importância do setor
sucroenergético para o
Estado de São Paulo, do
ponto de vista econômico,
é extraordinário.
Do ponto de vista
pioneirismo, o setor é
política setorial
Segundo Mônika, a sociedade e a
população urbana desconhecem
o bom trabalho do setor e isso,
quando colocado em discussão,
é quase impossível conseguir
qualquer aprovação de política
pública
19.12.11
19:19
Page 1
política pública”, explicou
Mônika se referindo que
temos que trabalhar a
comunicação não só entre
os elos da cadeia, mas,
principalmente, com o
governo e com a sociedade
que não enxerga o setor
como realmente é.
No intuito de aproximar
os elos, a secretária, em
reunião na Assembleia
Legislativa do Estado de
São Paulo, sugeriu ao
presidente da Comissão de
Agricultura, o deputado
Itamar Borges, convidar
a Unica e a Orplana para
apresentar para aqueles
que fazem as leis uma
visão diferente do setor.
mcason
nambei-anuncio2012_205x140:Layout 1
fronteira de conhecimento,
de tecnologia, é renovável,
emprega e é capaz de
fazer com que o Estado
se desenvolva tendo uma
matriz energética limpa”,
descreveu.
A secretária colocou uma
preocupação atual quanto
a queda de produção
agrícola e os problemas do
ponto de vista ambiental.
“Por mais que o setor seja
ambientalmente correto,
existe tamanha falta de
conhecimento da sociedade
e da população urbana.
E isso, quando colocado
em discussão, é quase
impossível conseguir
qualquer aprovação de
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legislação
Código
Florestal
VETO PRESIDENCIAL E MP CRIAM EXPECTATIVAS E
PREOCUPAÇÕES EM AMBOS OS SETORES
* Helena Pinheiro Della Torre
A
A Lei n. 12.651/12 – que substituiu a Lei n. 4.771/65 –
possui 84 artigos, sendo que 12 foram vetados e outros
32 sofreram modificações, através da Medida Provisória
n. 571/12.
Em algum momento, criou-se uma expectativa de
que o Novo Código Florestal pudesse agradar um ou
aquele setor específico. Ledo engano, sabe-se da grande
campanha dos ecoxiitas por vetos ao texto, bem como,
a esperança dos produtores rurais pelo reconhecimento
de seu trabalho em prol do País, seja na valoração
e pagamento por serviços ambientais ou ainda na
manutenção das atividades agrícolas sustentáveis e que
fomentam o desenvolvimento e suplantam a fome do
País e do mundo.
Os vetos ocorreram e não foram satisfatório a nenhuma
das classes envolvidas na “discussão”, é da ciência de
todos a existência de cerca de 690 emendas apresentadas
na Comissão Mista que hoje discute a Medida Provisória
editada pelo Governo na tentativa de suprir adequações
vislumbradas pelo Executivo.
O resultado disto é o Código Florestal em vigência, que
poderá sofrer novamente modificações significativas nos
próximos dias. Caberá ao Congresso Nacional novamente
resgatar as verdadeiras necessidades do País.
CONFIRA AS ORIENTAÇÕES GERAIS
SOBRE CÓDIGO FLORESTAL
Tornou-se evidente esta necessidade no evento ocorrido
na Frente Parlamentar da Agropecuária, ocorrido em
14/06, onde encontravam-se representantes do Governo,
o Ministro da Agricultura Mendes Ribeiro, o Ministro
legislação
dos Esportes Aldo Rebelo, os
líderes do PT, do Governo e do
PMDB entre outros partidos, além
de quinze deputados e senadores.
Foi unânime ressaltar a
importância do reconhecimento
do trabalho realizado pelo
setor produtivo no âmbito
da preservação ambiental
concomitante à produção de
alimentos, já que essa é uma
questão fundamental tanto do
ponto de vista social quanto
econômico.
De fato a nova legislação
encampou o estimulo a
proteção ambiental por meio
de instrumentos econômicos
capazes de incentivar a adoção de
práticas sustentáveis, conciliando
a produção econômica com a
preservação do meio ambiente.
Diante disso, a necessidade
de ponderação e aplicação da
sustentabilidade no novo texto,
que deverá ser votado pelo
Congresso, pode ser um grande
passo neste sentido, no intuito de
* Helena Pinheiro
Della Torre – Conselho
de Produtores Rurais
– Brasil Verde que
Alimenta - helena@
trovarelipinheiro.com.br
“É IMPRESCINDÍVEL QUE A NOVA LEGISLAÇÃO
POSSA SE PAUTAR TAMBÉM NA REALIDADE
GLOBAL, POSSIBILITANDO CRESCIMENTO
ECONÔMICO/SOCIAL EM NOSSO PAÍS ALIADA A
SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO”
regulamentar uma lei aplicável, segura
e justa. Justa tanto ao meio ambiente
quanto ao ser humano que precisa do
alimento que provém do campo e de um
meio ambiente equilibrada.
As discussões em torno do
desenvolvimento sustentável
na Rio +20 já demonstram a
dificuldade mundial em custear tal
desenvolvimento, em contra partida
evidenciarão a eficiência do Brasil
apresentando seu alto índice de
preservação de mata nativa assim
como, índices de produção nas áreas
agricultáveis tão elevados aliados à
preservação.
A razoabilidade e a busca pelo
reconhecimento do Brasil Real, é o
dever do Congresso e da sociedade
civil, que deve participar desta nova
etapa da discussão, que ainda resultará
em regulamentações Estaduais e
Federais, como a implementação do
Cadastro Ambiental e Programa de
Regulamentação Ambiental.
O breve futuro deve ser encarado livre
de discursos utópicos, possibilitando
assim o resgate do brio desta potência,
que produz e preserva, sanando
principalmente a deficiência de
políticas de incentivo e instaurando o
pagamento por serviços ambientais.
É imprescindível que a nova legislação
possa se pautar também na realidade
global, possibilitando crescimento
econômico/social em nosso País aliada a
sustentabilidade na produção, para que
assim o Brasil se consolide como uma
potência ambiental agrícola, auxiliando
no crescimento interno da Nação e
alimentando o mundo.
ambiental
Lago e quiosque na RPPN da Usina
Santo Antonio: 300 hectares de
preservação
Lucrar
com o ambiental não é pecado
A PRESERVAÇÃO AMBIENTAL É UMA DAS PERNAS DO TRIPÉ DO
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, AS OUTRAS SÃO O SOCIAL
E A VIABILIDADE ECONÔMICA. É ESSA ÚLTIMA PERNINHA QUE
MANTÉM AS OUTRAS DUAS
Luciana Paiva
O mundo pode não saber, mas o setor sucroenergético tem muito
a comemorar em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente:
propicia ao Brasil o maior programa de combustível renovável do
mundo, com o etanol de cana-de-açúcar, e ainda oferece muitos
produtos ambientalmente corretos como a energia elétrica gerada
por meio da biomassa e o plástico biodegradável.
Além de seus produtos verdes, o setor investe em tecnologias
sustentáveis e se empenha em desenvolver práticas ambientais
corretas. Quando se fala em ambiental, a primeira imagem que
ambiental
vem a cabeça das pessoas é composta por
florestas e animais. Pois é, nesse quesito
as unidades sucroenergéticas também
aparecem bem no filme, a sociedade
pode até ignorar, mas as usinas não
plantam apenas cana, também cultivam
milhões de mudas de plantas nativas
e frutíferas,para o plantio em matas
ciliares, áreas de nascente e reservar
florestais em suas propriedades e de seus
fornecedores de cana e também para
doação à comunidade, deixando as ruas,
parques e quintais mais verdes, bonitos
e acolhedores para pássaros e pequenos
animais.
Cada vez mais, as unidades
sucroenergéticas investem em projetos
que visam a sustentabilidade, onde o
ambiental é uma das três pernas do tripé
dessa economia verde, as outras duas
são responsabilidade social e viabilidade
econômica. Esses projetos não se
resumem a implantar viveiros de mudas,
replantá-las e cultivá-las para que se
tornem florestas, eles inserem as pessoas
nesse contexto. Elas serão os agentes da
preservação ambiental, mas para isso,
precisam ser motivadas por meio da
geração de renda. Precisam saber que
ao preservar terão a fibra para produzir
Cláudia Maranhão. “o ambiental
não é um setor que só gasta
dinheiro”
artesanatos, colmeias para retirarem o
mel, enfim, poderão ganhar dinheiro com
as florestas.
Isso também acontece com as unidades
sucroenergéticas, preservar é vital, mas a
preservação será permanente e ampliada
se a empresa puder lucrar com isso –
seja por meio direto como o aumento
de água nas nascentes, conservação
do solo, menor custo com captação de
água, ou indiretamente com a melhoria
da imagem, conquista de selos, prêmios
o que gera mais mercado para seus
produtos e apoio da opinião pública. Não
se trata de um pensamento capitalista,
é apenas a realidade: sem lucro não há
social e nem ambiental.
CORRIGINDO PRÁTICAS ANTIGAS
A cana-de-açúcar é a primeira
atividade econômica do Brasil, por
isso, vícios antigos – hoje considerados
não preservacionistas marcaram seu
desenvolvimento. “Exigir do setor
práticas ambientalmente responsáveis
em curto prazo é uma postura difícil,
afinal, o Brasil, desde a sua descoberta, a
cultura é a de desmatar áreas para abrir
novas frentes para produção e ganho de
dinheiro”, comentou Cláudia Maranhão,
gerente ambiental da Usina Santo
Antônio, Alagoas, em sua participação no
Encontro Cana substantivo feminino.
Em Alagoas, segundo Cláudia, a área
ambiental realmente avançou a partir
de 2000, graças a uma mulher chamada
Alessandra Menezes que, atualmente,
trabalha no IBAMA e revolucionou o
conceito e as ações ambientais. “Até
esse ano, as usinas de cana, etanol e
energia eram vistas como potenciais
poluidoras, fama negativa para o setor e
de muitas críticas da sociedade”, contou
Cláudia. Desde 2002, o Grupo Maranhão,
com suas duas unidades – Açucareira
São Antonio e Usina Camaragibe –
desenvolve diversos projetos de gestão
ambiental com a participação não só da
empresa, mas também dos funcionários e
da comunidade local.
A Usina Santo Antonio destinou 20%
de sua área e implantou uma Reserva
ambiental
O Centro Ambiental na reserva da Usina Santo Antonio recebe a visita de mais de cinco mil estudantes por ano
Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
São 300 hectares de área que estão
registrados no Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis (Ibama), sendo que destes,
298 hectares são de Mata Atlântica.
Já a Usina Camaragibe possui 1055
hectares de mata preservada, em 2003,
foi criada a RPPN Serra D’Água, em
uma área de 160 hectares. Na reserva
florestal da Camaragibe existe uma área
de recreação no meio da mata, com
piscinas com água natural. Por ano,
mais de cinco mil alunos das escolas
da região visitam a reserva e participam
de trabalhos educativos, de preservação
e reflorestamento. Recebem aulas de
conscientização ambiental ministradas
por professores que integram a equipe
ambiental do Grupo.
Na Usina Santo Antonio, a empresa
mantém um viveiro de mudas de plantas
nativas, utilizadas na recomposição e
recuperação ambiental e da mata ciliar,
onde mais de 80 espécies, como Ipê Rosa
e Amarelo, Sapucaia e Visgueiro, foram
plantadas, principalmente às margens
dos rios. Desde 2002, já foram plantadas
mais de 150 mil mudas, entre nativas e
exóticas, e cerca de 190 hectares já foram
recuperados, seja nas áreas da Usina ou
circunvizinhas. É ali, próxima ao viveiro
de mudas e bem pertinho dessa reserva da
Santo Antonio que foi construído o Centro
Ambiental, um espaço para a realização
de atividades científicas, culturais,
educacionais, recreativas e de lazer
PROJETOS SUSTENTÁVEIS
A empresa periodicamente recebe uma
equipe de biólogos e botânicos que
prestam assistência técnica e acompanham
o andamento das atividades em
preservação ambiental, para melhoria da
qualidade do solo, água, ar, vegetação e
fauna. Há também pesquisa para catalogar
animais e plantas existentes na reserva.
Uma dessas plantas é o cipó Titara, fino,
ambiental
Artesanatos feitos com cipó titara: preservação
ambiental e geração de renda
escuro e espinhoso, é a matéria-prima
para a produção de materiais para o lar e
decoração. Uma arte em extinção, devido a
dificuldade em se trabalhar com essa fibra.
Em São Luiz do Quitunde só existe uma
família que se dedica a transformar o cipó
titara em belos artigos para o lar, como
mesas, cadeias, sofás, cestas, entre outras.
Em uma tentativa de manter a arte viva,
a Santo Antonio desenvolveu um projeto
onde essa família de mestres no cipó titara
produz peças artesanais e também ensina
pessoas da comunidade a confeccionar o
cipó e, com isso, gerar renda utilizando
recursos da natureza, mas sem degradar
o ambiente. Esse projeto beneficia a
comunidade de São Luiz do Quitunde.
“É preciso ver todos os vieses
formadores da sustentabilidade,
inclusive o econômico”, salientou
Alessandra
Outro projeto sustentável desenvolvido
pelo Grupo acontece no povoado de
Porto de Pedras com a Associação Sol
Nascente, lá os artesãos fabricam com
a palha de ouricuri, coqueiro e dendê
artigos como suplá, jogos americanos,
abajour, entre outros. As matériasprimas são retiradas pelos artesãos
em áreas reflorestas pelas usinas do
Grupo. Para estimular a produção
e proporcionar trabalho e rend,a a
usina leva os artesãos a participarem
de feiras e eventos para exposição e
comercialização das peças produzidas.
Cláudia contou que, hoje a visão
dos diretores do Grupo é que a
área ambiental virou parte do
negócio, as certificações facilitam
a comercialização dos produtos.
“As usinas estão reconhecendo essa
importância ambiental, inclusive no
começo de março, a administração
da Usina Santo Antônio solicitou a
certificação ambiental para fornecer
produtos, devidamente habilitados,
para os EUA. É prazeroso colaborar
dessa forma para a indústria e ver
que não somos um setor que só gasta
dinheiro”, disse.
A DIFUSÃO DO CONCEITO DE
SUSTENTABILIDADE ENTRE AS
EMPRESAS
Esse mesmo conceito sobre a
importância ambiental adotado
por muitos empresários do setor
sucroenergético, é que Alessandra
Bernuzzi Andrade trabalha
para difundir em empresas e
entidades. Alessandra é diretoria
de Responsabilidade Ambiental da
Associação Brasileira da Indústria de
Máquinas e Equipamentos (Abimaq) e
diretoria da Equipálcool, empresa de
Sertãozinho, SP.
Em sua participação
no Encontro Cana
substantivo feminino,
Alessandra explicou
que promove
ações para que
o empresariado
ambiental
Pavilhão da Agrishow Sustentável expôs produtos e tecnologias verdes na maior feira de agronegócio da América Latina
passe a ter uma visão estratégica sobre
o tema, saber que o ambiental faz
parte da nova economia baseada no
desenvolvimento sustentável que promove
o equilíbrio entre as boas práticas e a
geração de negócios. “É preciso ver todos
os vieses formadores da sustentabilidade,
inclusive o econômico”, salienta.
Na Agrishow 2012, em Ribeirão Preto,
Alessandra conseguiu dar um grande passo
no sentido de fazer com que o grande
evento técnico-comercial da Abimaq
ganhasse uma roupagem ambientalmente
correta. Colocou em prática a Agrishow
Sustentável. Além de um pavilhão
com a apresentação de tecnologias e
produtos ligados a economia
verde, promoveu também a
descarbonização da feira. Toda
emissão de carbono produzida
durante os dias foi medida, e
como ação compensatória foi
realizado o plantio de mudas de
árvores, pós-feira.
Durante o Encontro Cana substantivo
feminino, Alessandra também adiantou a
participação da Abimaq na Confederação
Nacional das Indústrias (CNI) para a
elaboração de documento inédito com
os avanços de 16 setores da indústria
na conservação do meio ambiente e na
busca da sustentabilidade. O documento
foi elaborado para ser discutido durante a
maior reunião de empresários brasileiros
da Rio+20, em 14 de junho. O Encontro
da Indústria para a Sustentabilidade
reuniu cerca de 800 industriais, além de
ministros brasileiros e de outros países e
especialistas nacionais e internacionais.
Entre os debatedores desse importante
evento estavam Alessandra e também
um líder sucroenergético, Luiz Custódio,
Cotta Martins, coordenador do Fórum
Nacional Sucroenergético (FNS).
Com eles, a nossa cana foi muito bem
representada.
sustentabilidade
Do social à
sustentabilidade
O DESENVOLVIMENTO DAS PRÁTICAS SOCIAIS NO SETOR
SUCROENERGÉTICO
Jaqueline Stamato
H
Há 25 anos, a norueguesa
Gro Brundtland, na época
presidenta da Comissão
Mundial sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento da
Organização das Nações
Unidas (ONU), publicou um
livreto intitulado ‘Nosso futuro
comum’, e nele escreveu, pela
primeira vez, o conceito de
sustentabilidade que muitos
conhecem. “Desenvolvimento
sustentável significa suprir as
necessidades do presente sem
afetar a habilidade das gerações
futuras de suprirem as próprias
necessidades”, definiu. Conceito
esse bem lembrado por Maria
Luiza Barbosa, gerente de
Responsabilidade Corporativa da
Especialistas debatem o
tema
Unica, durante o evento ‘Cana
substantivo feminino’. Segundo
Iza, como é carinhosamente
chamada, falar de movimento
sustentável não é só ecologia,
mas também tem a ver com
ganhar dinheiro.
SUSTENTABILIDADE NAS
USINAS
Há 11 anos, quando entrou
na Unica, Iza começou a fazer
um levantamento sobre o
que os grupos tinham na área
do meio ambiente, no social
para entender e fazer uma
fotografia do cenário. “Visitei
todas as usinas durante 70
dias. Percebi que não havia
nenhuma participação em
conselho, nenhuma capacitação,
sensibilização, e aculturamento,
sustentabilidade
nada seria positivo se eu não mostrasse
a realidade, a importância econômica da
sustentabilidade e a importância de que
a adequação é muito mais barata que
as multas e autuações. Muitas vezes a
empresa leva uma multa no valor de R$
700 mil e a adequação sairia por R$ 150
mil”, relatou Iza dizendo que quando a
consciência da gestão for direcionada a
essa adequação do meio ambiente, do
social e em tudo que tiver amarrado, aí
sim é sustentabilidade.
Tanto no Brasil como no mundo não
existe uma empresa 100% sustentável.
Estamos em um processo de
mudanças e adequações. A gerente de
Responsabilidade Corporativa da Unica
disse ainda que sustentabilidade veio
como modismo, mas é uma melhoria
contínua na vida, nas relações de
trabalho, dentro de casa, ou seja, sempre
temos que buscar o melhor e mais
adequado que o dia passado.
“É jargão, mas tem que ser
economicamente viável, ecologicamente
correto, culturalmente aceito e,
principalmente, socialmente justo”,
resumiu Iza.
Naquela época, o papel da assistente
social era elaborar e implementar o
Plano de Assistência Social (PAS), do
qual o setor é um dos únicos a cumprir
a legislação.
Na opinião da consultora de Recursos
Humanos do Grupo São Martinho,
Silvia Regina Cuaglio, era uma época de
paternalismo e assistencialismo, pois
havia a obrigatoriedade de implantar na
área social 1% da arrecadação do preço
da cana, 2% do álcool e 1% do açúcar,
em valores de vendas do produto.
“Há 30 anos, a área social tinha
a obrigatoriedade de aplicar uma
porcentagem na saúde, na educação,
no lazer, moradia e transporte. Embora
fosse uma época de paternalismo e
assistencialismo marcou o início do
social e da sustentabilidade”, enfatiza.
Isso implica em avanço histórico, afinal,
muitos projetos existentes nas usinas
nasceram nessa época e com a evolução
o papel das mulheres no setor como
operadoras de máquinas, cortadoras de
cana, zeladoria e outras funções também
sofreram mudanças, principalmente, nas
áreas técnicas.
EVOLUÇÃO NA ÁREA SOCIAL
SOCIALMENTE RESPONSÁVEL
Ainda contextualizando a questão
social, nos anos 80, a figura
predominante na área social da usina
é a assistente social – 100% mulher.
Para Silvia Regina Cuaglio, na área
social, comparativamente com os
anos 80, houve uma globalização,
um novo cenário econômico e social
Tanto no Brasil como no mundo não existe
uma empresa 100% sustentável”, disse Iza
Barbosa
Silvia Regina Cuaglio: a empresa não pode
mais escolher se quer ser socialmente
responsável
sustentabilidade
para acompanhar todo o processo de
modernização. “O papel do social nesse
contexto precisou se reinventar, recriar
novas posturas, novos espaços, mas
com profissionais capacitados”.
Por isso, a mulher, muitas vezes,
precisa abdicar do papel de mãe para
buscar capacitação, se aperfeiçoar em
grupos de trabalhos multidisciplinares
para ter conhecimento técnico e amplo
da empresa no mercado interno e
externo.
Ser socialmente responsável ou não,
a empresa não pode mais escolher.
Terá que optar como praticar a
responsabilidade social, um braço da
sustentabilidade. E isso a mulher tem
grande espaço e particularidades de
ocupar pela sensibilidade de perceber
que é economicamente vantajoso.
O SALTO DA DIFERENÇA É MAIOR EM
PERNAMBUCO
A assistente social do Sindicato da
Indústria do Açúcar e Álcool no Estado
de Pernambuco (Sindaçúcar PE), Mabel
de Carvalho, está desde 1980 no setor
sucroenergético. Logo que se formou em
Serviço Social saiu de casa para viver
dentro de uma usina sem a mínima
noção do que era cana-de-açúcar. Não
enfrentou dificuldades no trabalho
por ser mulher, sempre foi tratada de
maneira igual por estar em uma função
Para Mabel de Carvalho o salto do social à
sustentabilidade é muito maior, em decorrência
do peso da tradição, da história
ASSISTA O VÍDEO:
DO SOCIAL À
SUSTENTABILIDADE
com afeições diferentes, mas sabe que o
mundo do trabalho apresenta diferenças
entre os gêneros. “Podemos até ter o
mesmo salário que os homens, mas não
temos a igualdade assegurada. Podemos
ter o rendimento, a condição, mas existe
outra coisa que é o ser mulher que faz
a diferença de sermos e que somos
capazes de muito mais”, confidenciou.
Para ela, viver a cultura da cana-deaçúcar em Pernambuco é diferente de
viver em uma usina de cana em outro
lugar do País, até mesmo em Alagoas.
A história entre outras coisas traz o
peso do preconceito. Por isso, em sua
opinião em Pernambuco o salto do
social à sustentabilidade é muito maior,
em decorrência do peso da tradição,
da história. O setor sucroenergético
pernambucano vive sob a influência
cultural da região, mas não deixa de
receber as influências da globalização.
“Isso porque existe a comunicação,
a tecnologia, a troca de informações.
Apesar de termos uma cultura diferente
estamos no meio do mundo, também
somos exportadores, recebemos as
mesmas exigências, então temos o
desafio de nos adequar as mudanças”,
disse.
No cenário social, Mabel salientou
o corte manual. “No ponto e vista
da legislação do trabalho, o corte de
cana manual é sempre visto como
um trabalho penoso, um trabalho a
ser extinto. Não podemos recorrer o
erro de que trabalho rural precisa ser
extinto. Parece que o trabalho agrícola
sustentabilidade
precisa ser eliminado porque é um
trabalho menor. Da região de onde
venho o trabalhador rural não será
eliminado, porque lá a topografia não
permite a mecanização em 100%. Não
posso entender que a sustentabilidade
do setor passe pela mecanização”,
observou. Para Mabel, o setor
pernambucano precisa ser criativo
para superar a adversidade para se
alcançar o lucro, com o desafio de que
a mecanização não é possível.
A assistente social do Sindaçúcar PE,
disse que quando cita corte manual,
ela precisa falar sobre gente, que são
homens e mulheres. Mabel observou
que em Pernambuco a mulher voltou a
ocupar maior espaço no corte de cana.
“E as mulheres cortam muita cana,
em várias usinas são as mulheres que
recebem os prêmios de produção”,
disse. Sobre a atividade do corte
manual, Mabel destacou ser uma
relação de trabalho, que só é injusta,
quando sonega direitos. “O lucro só
é ruim quando o buscamos de forma
antiética, mas se for de forma justa,
não é preciso ter vergonha de falar
nele. Nós trabalhamos em um setor que
tem alguns riscos na imagem, alguns
percalços a enfrentar e quando falamos
em lucro parece que estamos falando
do perverso”, salientou.
“O desafio era levar às empresas as duas lógicas resultado e valor”, disse Ana Lúcia
Jeito feminino com linguagem masculina
- A gerente de sustentabilidade da Renuka
do Brasil, Ana Lúcia Suzuki Araújo,
concorda com a Mabel que as mulheres
conseguiram avançar bastante no mercado
de trabalho.
Embora o homem esteja há mais tempo
no setor sucroenergético, principalmente
nas áreas técnicas, os departamentos de
Recursos Humanos evoluíram em termos
de política de gestão por competência
e gestão de política de remuneração e
benefícios.
Com uma longa experiência e participação
no movimento de implementação da
sustentabilidade em várias empresas,
Ana Lúcia disse que o maior desafio era
incorporar na cultura organizacional
o valor e a importância de um novo
paradigma na gestão, antes direcionado
para o resultado puro e simples.
“O desafio era levar às empresas as
duas lógicas - resultado e valor, falar a
linguagem do executivo e fazer entendêlo que isso era estratégia de gestão”,
disse Ana Lúcia explicando que daí
entra o fator feminino porque faz parte
da natureza feminina ter uma visão mais
agregadora, cuidadosa e conciliadora de
forma que a empresa tenha lucro através
de seus resultados e ainda proteger o meio
ambiente.
Implementar a sustentabilidade de
forma legítima é transformar todos os
procedimentos e processos da empresa em
agente de desenvolvimento sustentável
com planejamento estratégico, com
mapeamento de riscos sociais e ambientais,
quantificar e dar ferramentas de gestão.
E para isso, o desafio é fazer do jeito
feminino e empregar em linguagem
masculina. “As empresas são masculinas,
masculinizadas e masculinizantes, por isso
temos que continuar mulheres, fazer nossas
leituras e entregar na linguagem que eles
entendam”, explicou.
sustentabilidade
Mulher, água e alimento
Mata ciliar
ao redor da
representa Milhã,
que abastece 50%
de Capivari
CHRISTINA PACHECO, VICE-PRESIDENTA DA ORPLANA, FOI
DEBATEDORA EM CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE A ÁGUA
PARA OS ALIMENTOS, E DESTACOU COMO O BRASIL VEM GERINDO
SEUS RECURSOS HÍDRICOS
Da redação
A convite do Instituto Robert Daugherh, Christina Pacheco, vicepresidenta da Organização dos Plantadores de Cana da Região CentroSul (Orplana) e presidenta da Associação dos Fornecedores de Cana de
Capivari, SP, participou da 4ª. Conferência Water for Food (Água para os
Alimentos), realizada de 30 de Maio a 2 de Junho, em Lincoln, Nebrasca,
nos Estados Unidos. Christina salienta que o convite chegou através do
Consorcio da Bacia dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiai (PCJ), que
desde 1991, trabalha com a Prefeitura, Associação e Cooperativa dos
Fornecedores de Cana de Capivari, reflorestando toda as matas ciliares
(APPs) da Bacia dos Córregos da Forquilha e Água Choca, que abastecem
a população da cidade de Capivari.
Nossa produtora rural e representante de classe participou do painel
Inovações na Governança dos Recursos Hídricos no Brasil e Nebrasca,
coordenado por Ann Bleed , da Universidade de Nebrasca. Entre os
palestrantes brasileiros estavam: o professor. Marcos Folegatti, da
sustentabilidade
pioneiros ao aderirem em 1991 ao projeto do
Consorcio do PCJ para reflorestar a Bacia do
Ribeirão da Forquilha. A Fazenda Milhã, de
propriedade de Christina e suas irmãs Elisabeth
e Renata Pacheco, aderiu voluntariamente e foi
o projeto pioneiro do PCJ, iniciando em 1992 o
reflorestamento das APPs da represa Milhã que
tem 19,7 hectares de lamina de água e abastece
50% Capivari. As APPs foram reflorestadas com
árvores nativas ocupando uma área ao redor de 40
hectares.
MULHERES E ÁGUA PARA PRODUÇÃO DE
ALIMENTOS
Integrantes do painel – Inovação em Governança
de Recursos Hídricos: Marcos Folegatti, Christina
Pacheco,Ann Bleed – Univ. Nebrasca – Coordenadora e
Oscar Cordeiro Netto, UnB
Esalq de Piracicaba. Folegatti abordou porque
e como foram formados os Comitês das Bacias
Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e
Jundiai CBH-PCJ, e como a governança da água
está ocorrendo. Destacou a importância do PCJ que
abriga 5.5 milhões de habitantes e tem destacada
importância – 7% do PIB do Brasil. Discutiu a
elevada pressão pelos usos múltiplos dos recursos
hídricos e ferramentas utilizadas para gerir os
conflitos pelo uso da água. Salientou ainda que
o CBH-PCJ tem sido emblemático em suas ações
para a implantação do Sistema Nacional de
Recursos Hídricos de acordo com a Lei 9433/97. O
CBH-PCJ tem todos os instrumentos implantados,
inclusive a cobrança pelo uso da água.
O professor Oscar Cordeiro Netto, da Universidade
de Brasília (UnB) e ex-presidente da Agência
Nacional de Águas (ANA) Apresentou uma visão
global sobre a Gestão dos Recursos Hídricos no
Brasil, incluindo o balanço da disponibilidade
de água e a demanda, a base legal, o quadro
institucional e terminou mostrando os grandes
desafios do Brasil em especialmente no que
tange ao tratamento de esgoto, e levar água às
populações rural e urbana em centros mais pobres.
Já Christina Pacheco mostrou que prefeitura
de Capivari, a Associação e Cooperativa dos
Fornecedores de Cana de Capivari foram os
Como parte da programação da conferência
havia também um painel especial de Mulheres
de diferentes continentes discutindo a questão
de Água para Alimento na visão delas. Christina
representou o Brasil e falou como o País vem
gerindo seus recursos hídricos, como acontece a
governança entre os diferentes “players” e, como
produtora rural o que vem fazendo desde 1991 para
reflorestar com espécies nativas as Matas Ciliares
da Represa Milhã.
O painel foi coordenado por Simi Kamal, do
Paquistão e contou com a presença de April
Hemmes que descreveu a sua vida como produtora
nas terras maravilhosas de Iowa, nos EUA e sua
experiência como mulher num setor considerado
essencialmente como sendo “um mundo dos
homens”. April descreveu os desafios encontrados
em termos do uso da água na produção de
alimentos e como os tem superado. April, uma
mulher determinada declara que ser uma produtora
tem lhe trazido auto-realização, independência
econômica. April é casada e seu marido não é
do ramo, e a questão mais freqüente é “Como seu
marido não é produtor? Você não é a mulher do
fazendeiro!!!”. A sociedade de Iowa ainda espera
encontrar um homem trabalhando na colhedora de
grãos, mas sem duvida April carrega esta bandeira
de mudança de paradigma.
A representa da África do Sul foi Mma Tshepo
Khumbane, ativista há 40 anos, descreveu a
sua luta focando em pobreza, água, segurança
alimentar e movimentos em busca dos direitos
das mulheres. Segundo Christina, Mma deu um
ênfase especial na luta das mulheres no meio
rural africano e como ela desenvolveu, na sua
sustentabilidade
Mata Ciliar ao redor da Represa Milhã e cursos de
água
pequena propriedade, um modelo de agropecuária
para mostrar a outras mulheres que é possível
produzir comida para família, gerar excedentes
para o mercado com sustentabilidade. Um
grande exemplo de força e coragem num país
que recentemente aboliu o “Apartheid”, mas
ainda batalha para diminuir as diferenças sócioeconômicas entre os vários grupos étnicos. Para
Mma Tshepo a maneira produtiva de reduzir
as diferenças é uma mesa de negociação, muito
diálogo, calma, paciência, perseverança e
objetividade, ou seja, ação.
Pooja Bhattarai, do Nepal, apresentou a visão da
mulher no Sul da Ásia com relação ao uso da água
e a produção de alimentos num contexto de uma
sociedade patriarcal. No Nepal a mulher tem uma
participação importante na agricultura familiar,
mas é sempre o homem o chefe da família que
recebe o dinheiro dos produtos por ela produzido.
As mulheres nepalenses muito recentemente
iniciaram um processo de busca de seus direitos,
há um longo caminho a ser percorrido.
O BRASIL, A MULHER, A ÁGUA E O ALIMENTO
Em sua apresentação Christina falou sobre as leis
que regem os recursos hídricos brasileiros, como
anda o processo de governança entre os diferentes
“players”: governos (federal - estadual e municipal)
- usuário de água (indústria, produtores, e serviços
de água) - Organizações não governamentais,
Universidades, entidades de classe, etc, e explicou
ao público, como a ANA tem buscado resolver os
conflitos sobre o uso da água e os grandes desafios
brasileiros para os próximos anos:
- levar água potável para os 5-10% dos lares
brasileiros que ainda não recebem este serviço Programa Água para Todos;
- tratar o esgoto, infelizmente só 40% é tratado, isto
demandará muitos recursos, mas a população vem
exigindo de seus governantes ações nesta direção.
- reciclagem de lixo, coleta seletiva, etc.
Após dizer que o Brasil tem muitos desafios e
questionar se o País tem legislação e vontade
política para resolver estes problemas, Christina
mostrou o trabalho ambiental que desenvolve
desde 1985 na Fazenda Minhã. A propriedade
está sob os cuidados da 4ª geração de sua família.
Christina falou sobre as mudanças em sua vida
para passar de analista de sistema a produtora
rural. E como é difícil lidar com a Mãe Natureza,
que as vezes manda chuva demais, outras de
menos, as vezes geadas, outras chuva de pedra,
mas que deve ser respeitada e cuidada por todos.
Sobre a área ambiental, Christina salientou que a
Fazenda Milhã faz a sua parte, desde 1991, com
a colaboração do Consorcio PCJ, da Associação,
Cooperativa dos Plantadores de Cana e Prefeitura
de Capivari, reflorestou, voluntariamente, com
mudas de árvores nativas, as matas ciliares da
propriedade. O projeto pioneiro foi às margens da
Represa Milhã, com quase 20 hectares de espelho
de água.
A dirigente de classe demonstrou também como o
novo Código Florestal afeta os produtores rurais,
e como o Brasil vem cuidando de suas florestas.
Comentou que o mundo não deve se preocupar
com a Amazônia, enfatizando que a Floresta
pertence ao Brasil e “temos demonstrado nosso
cuidado por ela, pois ela esta lá, cobrindo mais da
metade de nosso País”. Christina, com seu jeito
enfático e explanação envolvente, questionou os
presentes:
- Onde estão as matas de seus países?
- Vocês reflorestam as margens de seus cursos de
Água?
- Reserva legal vocês sabem do que se trata?
“Acho muito irônico os americanos falarem
de preservação do meio ambiente, poluição,
aquecimento global, mudanças climáticas, etc...
Mas vocês não assinaram o Protocolo de Kioto, pois
as medidas iriam impactar a economia dos Estados
Unidos, valendo lembrar que este país é o segundo
maior poluidor do mundo, atrás somente da China.
sustentabilidade
Sede Fazenda Milhã
Nós brasileiros, estamos fazendo a nossa parte
e a Amazônia é nossa”, ressaltou. Christina,
disse que o Brasil é hoje a 6 ª economia do
mundo. “Cresci com meu pai dizendo que o
Brasil seria o celeiro do mundo... Temos terra,
clima, tecnologia para agricultura tropical e um
agronegócio que sem subsídios gera superavit
na balança comercial do Brasil. Somos o maior
produtor de açúcar, café, suco de laranja, o
segundo em soja, carne de frango e carne de boi
e o terceiro em milho e carne de porco.”
A MULHER NO BRASIL
Para uma plateia com mulheres de vários
países, Christina passou um perfil sobre as
mulheres no Brasil. Disse que as mulheres estão
em alta no País, que tem uma mulher como
presidente da República - Dilma Roussef. O
ministério do Meio Ambiente está nas mãos
de Isabela Teixeira. Maria das Graças Foster
é presidente da Petrobras. A Confederação
Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA) tem
como presidente a senadora Kátia Abreu, e
a Secretaria da Agricultura do Estado de São
Paulo está a cargo de Mônica Bergamaschi.
Informou também que mais de 50% da
população e dos eleitores são mulheres; que
35% dos lares brasileiros têm a mulher como
chefe de família e que 58% dos universitários são
mulheres. “Somos 42,5% da força de trabalho,
temos mais escolaridade que os homens, no
entanto, somente entre 20 a 30% das chefias
na esfera pública ou privada são exercidas por
mulheres. Em relação a liderança somos minoria,
porém, mesmo com a mesma qualificação que os
homens ganhamos 30% a menos. Caminhamos
muito, enfrentamos varias jornadas de trabalho
mas ainda temos muitos desafios pela frente. O
que importa é o caminhar sempre buscando um
mundo melhor para todos os seres viventes”,
disse.
Finalizando sua apresentação, Christina
salientou que A Mãe Natureza tem nos
enviado vários sinais de que é preciso mudar.
“Para encontrarmos a solução é hora de
agirmos globalmente, hoje estes desafios não
tem fronteiras são para serem enfrentados
conjuntamente se quisermos deixar um mundo
mais saudável para nossos descendentes.”
VEJA NA INTEGRA O PAINEL
WOMEN, WATER FOR FOOD
- LINCOLN, NEBRASCA,
COM A PARTICIPAÇÃO DE
CHRISTINA PACHECO
Apoiar o esporte já fez
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Lubrificação
inteligente
CADA ÁREA DA USINA PRECISA SE ADEQUAR PARA A SUSTENTABILIDADE
DA EMPRESA, INCLUSIVE A OFICINA DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE
MÁQUINAS E VEÍCULOS LEVES E PESADOS
Luciana Paiva
O
Oficinas com
tecnologias como a
“Troca Inteligente”
fazem parte do
cenário de uma usina
sustentável
para a menor captação de água pelas
usinas. Processo que nos últimos 30
O fogo da queima da cana cada vez
anos, as unidades sucroenergéticas
menos arde nos canaviais brasileiros.
derrubaram dos quase 20 metros
Já há unidades sucroenergéticas em
cúbicos para processar uma tonelada
que a cana crua cortada com máquina
de cana moída para menos de 1metro
beira os 100%. Na hora do corte, a
cúbico nos dias de hoje.
palha cuspida pelas colhedoras fica na
São muito bem-vindos tecnologias
lavoura nutrindo o solo e possibilitando
e mecanismos que permitam à
a prática do plantio direto, ou ainda,
agroindústria canavieira reduzir
parte dela segue para a indústria para
custos, desperdícios e ainda preservar
se unir ao bagaço na produção de
o ambiente e desenvolver boas
energia elétrica.
práticas de trabalho. Para alcançar o
Ao chegar à indústria, a cana picada e
status de empresa sustentável, cada
crua dispensa a lavagem, contribuindo
parte, cada setor, cada engrenagem
dessa grande máquina precisa
passar por transformações, receber
investimentos, inovações e qualificação
dos profissionais para não emperrar o
processo.
GESTÃO DE LUBRIFICAÇÃO
Nada pode ser esquecido, um exemplo
é a oficina de manutenção preventiva
de máquinas e veículos leves e pesados.
As oficinas das usinas atendem carros
de apoio, pás carregadoras, tratores,
tecnologias sustentáveis
exemplo, uma colhedora de cana utiliza
de 25 a 30 litros de óleo, depende da
marca, e a troca do óleo deve ocorrer
a cada 250 horas trabalhadas. O custo
de uma hora de trabalho da colhedora
fica em torno de R$ 270,00, como o óleo
lubrificante responde por apenas 1%
desse custo, o mais sensato é trocar o
óleo a cada 250 horas trabalhadas. “Há
quem troque o óleo da colhedora a cada
400 horas trabalhadas, achando que
está economizando, é uma economia
enganosa, pois é uma prática danosa,
prejudica a máquina e corre o risco de
Wilson Agapito: uso racional de lubrificantes
ter que abrir o motor”, explica.
OFICINAS SUSTENTÁVEIS
caminhões, colhedoras de cana e
o abastecimento no campo também
até avião agrícola. Segundo Wilson
evoluiu, aquele caminhão de
Agapito, gerente de motomecanização
lubrificação todo sujo de óleo que
da Della Colleta Bioenergia, de
ganhou o nome de “meloso”, não reflete
Bariri, SP, e integrante do Grupo de
mais a realidade das usinas. “Hoje
Motomecanização (Gmec), a dimensão
são os comboios de lubrificação”, diz
da frota varia de acordo com o tamanho
Agapito, lembrando que antigamente,
da unidade e também se a empresa
o motorista menos hábil era colocado
adota o sistema de terceirização, por
para dirigir o “meloso”, agora é o
isso, o contingente poder ir de algumas
contrário. “É preciso que tenha grande
dezenas até centenas de veículos.
habilidade para fazer manobras que
Agapito diz que a área de abastecimento
permitam um abastecimento perfeito,
e lubrificação das máquinas também
sem vazamentos”, salienta. As práticas
tem evoluído, existem unidades
nas oficinas de manutenção preventiva
que desenvolveram gestão na área
também mudaram, aquela imagem do
de lubrificação com indicadores de
piso cheio de óleo, paredes enegrecidas
desempenho para o uso racional, por
e descarte de resíduos em qualquer
Não há mais espaço para o “meloso” nas usinas, agora é
comboio de lubrificação, comboio de abastecimento
lugar, não pode existir em uma empresa
que tem como meta a sustentabilidade.
As oficinas de manutenção de veículos
precisam seguir normas de boas
práticas estabelecidas, por exemplo,
pelo Ibama e pela Agência Nacional
de Petróleo (ANP), como a colocação
de caixas decantadoras para separar
o óleo da água. Agapito conta que a
Cetesb está fiscalizando e autuando as
usinas. “Inclusive já alertei que esse
tema sobre práticas corretas com o
tecnologias sustentáveis
mini-tanques com mangueira,
filtro e medidor de vazão nas
fazendas, cooperativas, usinas e
frotistas, para reabastecimento do
lubrificante dos motores conforme
a necessidade. O produto vem da
fábrica de lubrificantes da Cosan com
procedência garantida, os processos
de transporte e armazenagem são
monitorados e certificados e os minitanques são protegidos com lacres,
garantindo a qualidade do produto.
“O sistema de Troca Inteligente
permite aos clientes um melhor
controle do estoque de lubrificantes,
otimiza o espaço de armazenagem
Andréa ao lado de um mini-tanque do programa “Troca
Inteligente”: traz praticidade e sustentabilidade ao negócio
dos clientes
e evita o descarte de embalagens
no meio ambiente”, explica Andrea
Alves, que cita como exemplo do
uso de lubrificantes deve ser pauta
sucesso do Programa e seu benefício
das reuniões do Gmec, pois mesmo
ecológico, o case dos clientes da
com a evolução nesta área, ainda há
West Brasil, distribuidor exclusivo da
o que melhorar, também é preciso
marca Mobil no interior do Estado de
disseminar essas boas práticas para
São Paulo que, de agosto de 2005 a
todo o setor e não ser exclusividade
julho de 2011, deixaram de descartar
de algumas unidades”, observa
5,3 milhões de frascos através da
Agapito.
adesão ao Troca Inteligente.
Andrea salienta que este modelo
TROCA INTELIGENTE
de revenda, pioneiro no País, traz
um mecanismo que vem ao
praticidade e sustentabilidade ao
encontro dessa necessidade
negócio dos clientes e sua utilização
do setor é o Programa Troca
é muito fácil, para saber mais, confira
Inteligente, desenvolvido pela Cosan
o vídeo que inserimos nesta matéria.
Lubrificantes e Especialidades,
O vídeo apresenta o controle de
detentora do direito de uso da marca
qualidade envolvido no programa,
Mobil no Brasil, que permite que o
desde a Fábrica de Lubrificantes da
consumidor compre lubrificantes
Cosan até o consumidor final. No
para veículos de passeio ou pesados
filme, clientes e parceiros falam das
direto de mini-tanques nos postos
vantagens percebidas na adoção do
de abastecimento, na quantidade
Troca Inteligente.
necessária e com a garantia da
qualidade Mobil.
Para a área de agropecuária, segundo
Andrea Alves, coordenadora de
marketing da Cosan Lubrificantes
e Especialidades, a empresa instala
ASSISTA O VÍDEO TROCA INTELIGENTE
tecnologias sustentáveis
CTC E NEW HOLLAND FAZEM PARCERIA PARA O
DESENVOLVIMENTO DE PROJETO PARA TORNAR
ECONOMICAMENTE VIÁVEL A UTILIZAÇÃO DA PALHA
DA CANA PARA A PRODUÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
D
Da Redação
Das três usinas hidroelétricas de Belo Monte que
estão adormecidas nos canaviais, segundo Zilmar
de Souza, especialista da União da Indústria da
Cana-de-Açúcar (Unica) na área de bioeletricidade,
uma e meia terá o bagaço como matéria-prima para
a geração de energia elétrica, a outra uma e meia
Divulgação
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tecnologias sustentáveis
O canavial ganha equipamentos específicos para o
recolhimento da palha para a produção de energia
Quando o material estiver com cerca de 10% de umidade é feito
o aleiramento
terá como matéria-prima a palha e as
pontas da cana. Zilmar diz que o setor,
empresas e entidades de pesquisa e
tecnologia estão aperfeiçoando métodos
para tornar o processo de utilização
do palhiço da cana economicamente
viável.
Um desses caminhos está sendo
feito em parceria com o Centro de
Tecnologia Canavieira (CTC) e a New
Holland, o projeto busca utilizar a
palha da cana-de-açúcar (gerada na
colheita mecanizada) para produção
de energia. A pesquisa, baseada na
aplicação da enfardadora BB9000 da
New Holland, está sendo desenvolvida
desde maio de 2010 e já apresenta
resultados favoráveis. A utilização de
biomassa na geração de energia por
sistemas de cogeração vem crescendo
ano após ano. Um dos principais fins
deste tipo de energia é o suprimento
de eletricidade para demandas isoladas
da rede elétrica. “Se fizermos uma
análise podemos constatar que ¼
de toda a força energética nacional
é gerada através da cana-de-açúcar.
Isso quer dizer que, mais do que
nunca, o agronegócio já está ligado
à sustentabilidade”, afirma Samir de
Azevedo Fagundes, responsável pelos
projetos de biomassa desenvolvidos
pela New Holland.
O projeto tem um viés de grande
importância econômica dentro
das usinas, já que se trata de uma
matriz com menor custo por geração
de MW/h. “O usineiro completa o
ciclo produtivo da cadeia, pois tem
aproveitamento de resíduos, podendo
inclusive tornar-se autossuficiente em
energia elétrica e até mesmo lucrar
com o excedente”, afirma Fagundes,
que destaca os incentivos políticos
do Proinfa (Programa de Incentivo
às Fontes Alternativas de Energia
Elétrica) e da Lei 10.762.
Fagundes ressalta que a bioeletricidade
tem uma série de vantagens: é um
recurso renovável, que polui menos,
tem risco e prazo de execução menor,
maior facilidade em estimar a energia
a ser gerada, além de diversificar, mais
ainda, a matriz energética nacional. O
processo possibilita ainda as perdas
de transmissão, pois muitas vezes a
geração é feita próxima aos centros
consumidores.
“Estamos caminhando para
um cenário de colheita 100%
mecanizada, sem queima, então é
fundamental o aproveitamento da
biomassa na geração de energia”,
afirma Fagundes. Segundo dados
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tecnologias sustentáveis
Após o acúmulo da palha em leiras, uma
enfardadora BB9000 acoplada ao trator passa
recolhendo o material e fazendo os fardos
A carreta recolhedora de fardos encaminha o
material para o ponto de carregamento
da - Unica, a estimativa é que
em aproximadamente dez anos
a bioeletricidade gere energia
equivalente a três usinas Belo Monte.
Os investimentos para produção de
bioeletricidade também são mais
baixos: de acordo com a ANEEL, o
processo de geração de bioeletridade
é R$16,65/MWh mais barato do que a
produção energia hidrelétrica.
Como funciona - o processo se divide
em uma série de etapas, começando
pelo acúmulo da palha gerada após
a colheita mecanizada da cana-deaçúcar. Após a colheita, a palha
permanece exposta ao tempo por
um período de até dez dias para que
seque. Quando o material estiver com
cerca de 10% de umidade é feito o
aleiramento, que reúne a palha em
linhas (leiras). Em média, há cerca
de 150 quilos de palha seca para
cada tonelada colhida, o que totaliza,
aproximadamente, 15 toneladas
de palha por hectare por ano, dos
quais são retirados do campo de 5060%, de acordo com as condições
edafoclimáticas do local.
Após o acúmulo da palha em leiras,
uma enfardadora BB9000 acoplada
ao trator passa recolhendo o material
e fazendo os fardos. Chamados de
“gigantes”, cada um tem cerca de 2
metros de comprimento e 450 quilos.
Por último, a carreta recolhedora de
fardos encaminha o material para
o ponto de carregamento, de onde
seguem para a usina. De acordo com
Fagundes, este processo possibilita
um custo menor em relação a outros
métodos, trazendo maiores vantagens
ao produtor.
Durante Agrishow 2012 o cliente
teve a primeira oportunidade para
conhecer de perto todas as máquinas
que compõe a solução agrícola do
recolhimento de palha: o Aleirador
H5980, a enfardadora BB9080 e
a carreta acumuladora de fardos
PT2010.
“É interessante destacar que, por
termos como parceiro para este projeto
o CTC, todos os aspectos relacionados
ao recolhimento foram observados,
seja do ponto de vista agronômico,
agrícola ou industrial. Hoje temos
condições de ofertar a solução como
um todo e o que é mais importante,
orientar nosso cliente a melhor
maneira de processar este fardo para
queima em caldeiras e consequente
cogeração”, destaca Fagundes.
tecnologias sustentáveis
Mais P lene
nos canaviais
Fábrica da
Syngenta
em Itápolis:
capacidade de
produção de 3,5
milhões de mudas
A SYNGENTA INAUGUROU SUA PRIMEIRA UNIDADE NO MUNDO PARA A
PRODUÇÃO DE PLENE E JÁ ANUNCIOU A DUPLICAÇÃO DA ESTRUTURA E
CAPACIDADE PRODUTIVA DA FÁBRICA
Luciana Paiva
menos oneroso e ainda aumentar
a produtividade da cana, chamou
A mecanização do plantio da canamuito a atenção da agroindústria
de-açúcar ainda é uma pedra no
canavieira.
sapato do setor sucroenergético,
Várias unidades sucroenergéticas
responsável por grande parte do
custo do processo. Por isso, em 2008, passaram a ser campo de
quando a Syngenta iniciou os testes prova para o aperfeiçoamento
da nova tecnologia. Como é
com a tecnologia de mudas Plene e
anunciou se tratar de uma revolução de praxe, a inovação causou
na cultura canavieira, ao simplificar certas desconfianças sobre seu
desempenho, por exemplo, o
o plantio, tornando o mais rápido,
tecnologias sustentáveis
pequeno tolete de cinco centímetros gerou
dúvidas no pessoal da cana, acostumado
com toletes de 40 centímetros – até então,
esse tamanho maior era importante, pois
oferece alimento para a muda em seu começo
de vida. A proposta de utilizar de 1,5 a 2
toneladas de mudas de cana por hectare,
enquanto que o plantio mecanizado varia
de 12 a 25 toneladas de cana, também não
foi levado muito a sério. E quando Plene
apresentou falhas de brotação nas linhas
de cana em terrenos com pouca umidade,
choveram críticas.
Mas Plene estava na fase de experimentação,
em que é possível promover mudanças
para afinar o projeto. E foi que ocorreu, os
pontos fracos nem eram tão gritantes, por
isso, a rota foi corrigida rapidamente. E, em
2010, tiveram início os primeiros contratos
comerciais, após a comprovação pelas usinas,
por meio das áreas plantadas em unidades
no Estado de São Paulo, da proposta de
valor do Plene: simplificação operacional,
sustentabilidade ambiental e social, além de
aumento do retorno sobre investimento.
Segundo a Syngenta, esses toletes de cana
de apenas 5 centímetros são tratados contra
doenças e pragas, garantindo sanidade,
pureza e rastreabilidade no plantio. Além
disso, a adoção de Plene viabiliza menor
compactação do solo ao possibilitar o uso de
equipamentos menores e mais leves. “Unindo
tecnologia, serviços e conhecimento, Plene
exemplifica o conceito de soluções integradas
da Syngenta, no qual vamos além de um
único produto, pensando na melhor resposta
para as reais necessidades do produtor” diz
Antonio Carlos Guimarães, diretor-geral da
Syngenta para a América Latina.
A FÁBRICA QUE PRODUZ PLENE
Quando os críticos de plantão perceberam
tratar de uma boa alternativa, o comentário
Produção de mudas na biofábrica
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tecnologias sustentáveis
As mudas produzidas na biofábrica são multiplicada
Autoridades lançam a placa comemorativa da
inauguração
passou a ser: “É bom, mas falta produto. A
Syngenta vai ter de aumentar a produção
e espalhar fábricas próximas as regiões
produtoras, pois o tempo de validade para
cinco centímetros, nos quais a gema
é preservada, passa por secagem e
tratamento, recebendo três produtos
desenvolvidos pela Syngenta que
o plantio da muda é muito curto (três
dias).” Em 2009, a Syngenta iniciou a
construção da primeira fábrica de Plene,
na cidade de Itápolis, SP. A fábrica já vem
produzindo as mudas para os principais
grupos do setor sucroenergético do Brasil,
mas no último dia 13 de junho, ela foi
oficialmente inaugurada. Foram investidos
100 milhões de dólares na fábrica, que
ocupa uma área de 480 mil metros
quadrados, é totalmente automatizada,
produz 400 toletes de cana por segundo e
tem capacidade de produção 3,5 milhões
de unidades de muda. Trata-se de um
dos principais projetos da Syngenta no
mundo, e o mais importante em toda a
América Latina.
Amarildo Ament, gerente de desenvolvido
de produtos da Syngenta, explicou
que as mudas apresentam alta pureza,
elas são produzidas na biofábrica,
depois cultivadas em viveiros, aí a
cana é colhida, despalhada e retorna
para a fábrica, segue para a unidade de
corte que a transforma em colmos de
garantem o aumento de produtividade
e maior facilidade no plantio por meio
de plantadora específica para as mudas
Plene. Segundo Amarildo, o tempo
gasto entre a criação da muda até ser
transformada em Plene é de três anos,
o processo na fábrica leva um dia e
após liberada a muda Plene precisa ser
plantada em um prazo de até três dias.
A inauguração atraiu autoridades como, o
secretário de Produção e Agroenergia do
Ministério da Agricultura, José Geraldo
Fonteles e a secretária de Agricultura
e Abastecimento do Estado, Mônika
Bergamaschi, além de empresários e
representantes do setor e produtores de
cana. Para José Geraldo Fonteles, esse
tipo de iniciativa é fundamental para o
desenvolvimento do País. “Tecnologia
é desenvolvimento. A cana já é um
instrumento de alavancagem de progresso
do País e com esse tipo de iniciativa,
o Brasil será ainda mais respeitado na
atividade agrícola.”
De acordo com Antonio Carlos
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tecnologias sustentáveis
de forma sustentável e eficiente. Para
isso, investimos 1,2 bilhões de dólares
em pesquisa no mundo. Nosso time de
pesquisadores, aqui do Brasil, descobriu
essa nova tecnologia através da Plene,
que está revolucionando o setor”, disse
Guimarães, durante a inauguração da
fábrica.
DEMANDA CRESCENTE
Antonio Carlos Guimarães, diretor-geral da Syngenta
para a América Latina: “união de tecnologia, serviços e
conhecimento”
Guimarães, desde o início do cultivo de
cana no País, em 1532, pouco se investiu
em tecnologia e seu plantio continua sendo
feito basicamente da mesma forma. “A
Syngenta lançou o desafio de encontrar
soluções que aumentassem a produtividade
Atualmente, 50 grupos sucroenergéticos
assinaram acordo com a Syngenta para a
aquisição de Plene. De acordo com Daniel
Bachner, diretor Global de Cana-de-açúcar
da Syngenta, esses acordos equivalem
a 380 milhões de dólares e os pedidos
deverão ser realizados ao longo de
quatro anos. Muitas dessas empresas são
parceiras da Syngenta desde o início dos
testes com a tecnologia, em 2008. A Usina
Guaíra, instalada no município de Guaíra,
tecnologias sustentáveis
a Syngenta para o uso da Plene, em 2010.
Segundo Eduardo Junqueira da Motta Luiz,
diretor da usina Guaíra, a nova tecnologia
permite redução de 15% do custo. “É bem
mais vantajoso porque proporciona mais
economia”, afirmou.
Outro grupo parceiro da Syngenta
desde 2008 é a Bunge, na opinião de
Renato Ferreira de Castro, gerente de
desenvolvimento da empresa, Plene é uma
tecnologia que veio simplificar o plantio,
possibilitando maior agilidade, o uso de
menor quantidade de mudas e promovendo
redução de custos. Por isso, vai revolucionar
o plantio mecanizado com a utilização
de plantadora mais leve, que, inclusive,
compacta menos o solo. “Nossas áreas
ainda são experimentais, mas o resultado
até o momento foi bastante produtivo.
Acredito que em dois ou três anos as mudas
Plene responderão por boa parte de nosso
plantio”, salientou.
Em função da excelente receptividade
e crescente demanda pela tecnologia, a
Syngenta anunciou que planeja investir
mas com a evolução das pesquisas, Plene
será um canal de entrega de tecnologia,
pois serão agregados a ela vários outros
produtos que possibilitarão ganhos de
produtividade.
Com Plene, segundo a Syngenta, a
produtividade por hectare sobe, enquanto
as despesas diminuem, permitindo menor
investimento em máquinas, equipamentos
e mão de obra. Plene gera ainda plantas
mais saudáveis e livres de pragas. Daniel
Bachner ressaltou que o sistema poderá
representar queda de preço de produtos
fabricados a partir da cana, como açúcar
e etanol. A elevação do custo de produção
é um dos principais motivos dessa
situação complicada do setor, sobre isso,
Daniel disse que Plene vai contribuir
para a redução de custo, mas o volume de
produção das mudas não é suficiente para
tirar o setor da crise, mas a continuidade
do desenvolvimento de pesquisas e o
conjunto de tecnologias levarão a um
cenário bastante promissor para a cana-deaçúcar.
Divulgação
SP, está entre elas, e também foi a primeira
unidade a fechar contrato comercial com
na duplicação da estrutura e capacidade
produtiva da fábrica. Segundo Daniel
Bachner, a expectativa é comercializar 500
milhões de dólares para o fornecimento
dessa nova tecnologia até 2020. A meta
é triplicar a produção e, até 2015, passar
a responder por 1/3 da cana plantada no
Brasil.
Mas as pesquisas não param, observou
o, diretor Global de Cana-de-açúcar da
Syngenta, no momento, Plene está na fase
de ajuste fino, estão sendo aperfeiçoados
fatores como: quais os tipos de solo mais
adequado para receber as mudas, o nível
de umidade e o tempo de validade. Daniel
observou que no momento, Plene apenas
entrega aos clientes uma muda de cana,
Daniel Bachner, diretor global de Cana da Syngenta,
observa os toletes de mudas Plene