obesidade

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obesidade
Nº 2 Abril 2003
R. da Capela, Ed. DietMed - Corvos à Nogueira 3500-873 VISEU Email: [email protected] Web-site: www.dietmed.pt
OBESIDADE
Qualquer definição de OBESIDADE pode ser considerada arbitrária. Não é fácil a obtenção de uma classificação
que separe com precisão indivíduos obesos e não obesos.
A heterogeneidade da raça humana estimulou a criação de diversas definições, cálculos, tabelas, etc.. Mas,
qualquer que seja o parâmetro ou a definição empregue, não há como separar o termo obesidade do excesso de
gordura corporal.
A obesidade, ou seja, o excesso de peso, define-se como uma doença crónica com origem em factores
ambientais e genéticos e que se caracteriza por uma quantidade excessiva de gordura corporal, que se associa a
um risco aumentado de outras doenças: diabetes, aumento do colesterol e outras gorduras do sangue,
hipertensão arterial, doenças cardíacas e vasculares, aumento do ácido úrico, cancros, doenças
osteoarticulares, problemas respiratórios, etc..
IMC Índice de Massa Corporal:
Como foi dito acima, a separação entre obesos e não
obesos não é fácil, e a sua quantificação também não é
unânime.
O Índice de Massa Corporal (IMC) é o método preferencial
de quantificação de excesso de peso, em virtude da sua
simplicidade e da sua correlação com as outras doenças
associadas. Este valor é obtido dividindo o peso do
indivíduo (em Kg) pela altura ao quadrado (em metros):
Classificação
IMC (kg/m2)
Risco de outras doenças associadas
Baixo Peso
<18,5
--------------
Normal
18,5 a 25
Médio
Pré-obeso
25 a 30
Aumentado
Obeso Grau I
30 a 35
Moderado
Obeso Grau II
35 a 40
Elevado
Obeso Grau III
>40
Muito elevado
Tabela 1: Tabela da OMS (Organização Mundial de Saúde)
AS PRINCIPAIS CAUSAS DA
OBESIDADE:
A obesidade é causada por um desequilíbrio entre as
calorias que são consumidas sob a forma de alimentos e as
calorias que são gastas pelo nosso organismo para este
funcionar, mesmo em repouso. O excesso de calorias,
resultante de um balanço positivo entre o que é consumido
e o que é gasto, é depositado no organismo. Boa parte
desse depósito é feito sob a forma de gordura.
Assim, o indivíduo pode ser obeso porque:
1 - Come em demasia;
2 - Gasta poucas calorias;
3 - Tem maior facilidade em produzir gordura quando o
balanço calórico é positivo;
4 - Tem dificuldades em “queimar” gorduras.
As Principais causas da Obesidade são:
1 - Hábitos alimentares indevidos;
2 - Enquadramento sócio-ambiental;
3 - Alterações Psicológicas (compulsão alimentar ou
bulimia);
4 - Genética;
5 - Doenças Endócrinas (alterações no funcionamento do
pâncreas, tiróide e supra-renais).
COMO TRATAR A OBESIDADE?
A primeira abordagem num caso de obesidade passa pela
alteração dos hábitos alimentares e pelo aumento da
actividade física. Muitas vezes basta fazer algumas
caminhadas, não sendo necessário sessões extenuantes
de ginásio.
Desta forma, deve-se ter em atenção os seguintes
conselhos:
1 - Comer moderadamente às refeições;
2 - Beber muita água durante o dia;
3 - Mastigar bem os alimentos;
4 - Evitar a ingestão de bebidas alcoólicas;
5 - Comer saladas, hortaliças, legumes e cereais;
6 - Comer preferencialmente cozidos e grelhados;
7 - Evitar a ingestão de doces, bolos, fritos, gorduras, etc.
Quando se inicia um tratamento para a perda de peso, o
doente deve ter a percepção que esta é uma tarefa
demorada e exigente, devendo estar psicologicamente
preparado para enfrentar as adversidades que surgirão. No
início do tratamento deve definir os seguintes objectivos:
1 - Parar o aumento de peso;
2 - Reduzir o peso corporal, através da redução da massa
gorda. Perdas da ordem dos 5 a 10% são benéficas
para a saúde;
3 - Manter a redução de peso a longo prazo.
As formas de tratamento mais utilizadas são:
1 - Dieta alimentar;
2 - Exercício físico;
3 - Terapêutica medicamentosa;
4 - Apoio psicológico;
5 - Cirurgias (lipoaspiração, laparoscopia parte do estômago é cortada,...).
RISCOS PARA A SAÚDE:
Muitos doentes com excesso de peso apresentam
alterações da função da insulina e do metabolismo dos
hidratos de carbono, das lipoproteínas e dos triglicéridos.
Todas estas situações constituem factores de risco para a
ocorrência de doença cardiovascular e aumentam
proporcionalmente ao aumento do IMC.
O risco relativo de desenvolvimento de Diabetes melitus tipo
2 aumenta mais que 3 vezes em indivíduos com excesso de
peso comparativamente com o risco na população geral.
Da mesma forma, o risco da doença coronária duplica ou
triplica em indivíduos com excesso de peso.
O excesso de peso é um factor de risco independente para a
ocorrência de doença cardiovascular. O peso corporal é um
factor de previsão de doença coronária melhor do que a
pressão arterial, o tabagismo ou a intolerância à glucose.
Para além disso, o excesso de peso também aumenta o
risco de desenvolvimento de outros problemas de saúde,
incluindo alguns tipos de cancro, doenças
gastrointestinais, perturbações respiratórias e doenças
articulares.
Muitos indivíduos com excesso de peso sofrem de dores,
apresentam limitações da mobilidade e desenvolvem uma
baixa auto-estima, depressão e outros problemas
psicológicos em virtude dos preconceitos sociais,
discriminação e isolamento.
LIGEIRAMENTE AUMENTADO
MODERADAMENTE AUMENTADO
MUITO AUMENTADO
- Cancro (cancro da mama em mulheres
pós-menopáusicas, cancro do
endométrio, cancro do cólon)
- Anomalias das hormonas da reprodução
- Síndroma do ovário poliquístico
- Diminuição da fertilidade
- Lombalgia devida à obesidade
- Aumento do risco anestésico
- Anomalias fetais associadas a
obesidade materna
- Doença coronária
- Hipertensão arterial
- Osteoartrite (joelhos)
- Hiperuricemia/gota
- Diabetes mellitus
(tipo 2)
- Doença da vesícula biliar
- Hiperlipidemia
- Resistência à insulina
- Dispneia
- Apneia do sono
Tabela 2: Riscos relativos a problemas de saúde frequentemente associados ao excesso de peso.
A OBESIDADE EM PORTUGAL, NA
EUROPA E NOS EUA:
De acordo com o primeiro estudo feito em Portugal sobre a
prevalência da obesidade, 35% dos portugueses têm peso
a mais e 15,6% são obesos. O valor mais assustador é o
que indica existirem mais de cem mil portugueses
superobesos, ou seja, com um peso duas e três vezes
superior ao normal.
O estudo foi feito pela Sociedade Portuguesa de
Endocrinologia, em colaboração com a Direcção-Geral de
Saúde, e é o primeiro retrato fiel do peso dos portugueses.
A faixa de idades considerada de risco situa-se entre os 40
e os 55 anos. Estudos parcelares feitos por aquela entidade
aos adolescentes e jovens do ensino secundário revelam
que a obesidade já tem, nesta faixa etária, uma prevalência
de 15%.
A Espanha é o país europeu com a percentagem mais
elevada de obesos, mas os restantes países mediterrâneos
não ficam muito longe deste cenário. Esta é uma das
conclusões do último inquérito à saúde dos cidadãos
comunitários do Eurostat, o organismo da União Europeia
(UE) para os estudos estatísticos. Esta realidade permite
avançar com uma hipótese de trabalho preocupante, ainda
que passível de maior aprofundamento: os habitantes do
Sul da Europa viraram, decididamente, as costas à
chamada dieta mediterrânea, que parece afastar-se, cada
vez mais, do quotidiano dos cidadãos. Em termos mais
gerais, o referido estudo intitulado "A saúde da UE ao
microscópio" permite constatar que 25,6 por cento dos
homens europeus é obeso contra 21 por cento das
mulheres. Estes dados, considerados igualmente
preocupantes, são obtidos a partir do índice de massa
corporal, calculado em função da relação do peso com a
altura, e que constitui um claro indicador da obesidade.
A obesidade foi defenida, neste estudo, a partir de um IMC
superior a 27. Este problema afecta sobretudo os homens
espanhóis (32 por cento), luxemburgueses (31 por cento) e
britânicos (30 por cento).
Portugal regista uma percentagem total de 24,6 por cento,
valor que está um ponto percentual abaixo da média
comunitária (25,6 por cento).
Um estudo levado a cabo pelo NCHS (National Center for
Health Statistics), um organismo federal norte-americano,
concluiu que 54,9 % da população adulta (com mais de 20
anos) dos EUA tinha excesso de peso, ou seja, o seu IMC
era igual ou superior a 25. Concluiu também que 25% da
senhoras eram obesas (IMC superior a 30) enquanto que
19,5 % dos homens seriam obesos (IMC superior a 30).
Isto significa que naquele país existem 40 milhões de
obesos.
SOLUÇÕES NATURAIS:
Como a obesidade é uma doença crónica torna-se
indispensável o devido acompanhamento médico, que
possibilita ao doente uma abordagem mais objectiva ao seu
problema específico. Neste aspecto, a utilização de
produtos naturais, nomeadamente através do recurso à
Fitoterapia e aos suplementos dietéticos, parece ser
interessante, não só pela segurança que apresentam como,
evidentemente, pela sua eficácia. Qualquer intervenção
num caso de obesidade deverá sempre cumprir uma ou
mais das seguintes funções:
1 - Diminuir a fome;
2 - Aumentar a saciedade;
3 - Aumentar a queima de calorias;
4 - Diminuir a absorção de gorduras.
Depois do que foi dito, é necessário sublinhar que é
indispensável que o indivíduo obeso esteja sensibilizado
para o facto de ter de assumir de forma responsável e a
longo prazo um comportamento adequado.
A redução e manutenção do peso para valores que não
comprometam a saúde requer um esforço permanente,
quer pelo cuidado com a alimentação, quer com a prática
regular de exercício físico.
Não obstante, do ponto de vista cultural, social ou até
mesmo psicológico, o peso ideal assume um carácter
empírico. Não raras vezes o simples facto de nos sentirmos
bem com a nossa imagem, o que depende muito dos
padrões de beleza instituídos, assume uma importância
preponderante para o nosso bem-estar.
MAGRIFORM
Cápsulas Q.G.(queimador de gorduras)
Indicações de Bom Uso: Combina-se com as gorduras
presentes na dieta, diminuindo a sua absorção. Promove
assim a combustão das gorduras, induzindo também uma
sensação de saciedade, regularizando o pH e movimentos
gastrintestinais.
Composição: Glucomanano 120 mg, L-carnitina 50 mg,
Quitosano 180 mg, Vitamina C 60 mg, Spirulina 50 mg e
Excipiente q.b.p. 1 cápsula.
Apresentação: Caixa com 60 cápsulas.
Dose diária recomendada: 1 a 2 cápsulas 3 vezes ao dia
15 minutos antes das refeições.
PALMÁCER
(xarope)
Indicações de Bom Uso: O Palmácer Xarope é obtido a
partir da extracção e concentração da seiva de palma e da
seiva do ácer.
Redutor do excesso de peso, desintoxicador e depurador,
substituto do açúcar.
Composição: Xarope de Ácer (Acer saccharum), Xarope de
Palma (Borassus flabellifer), sais minerais, E216, E218.
Apresentação: Lata de 1 Litro.
Dose diária recomendada:
Numa garrafa de 1,5 litros
adicione 12 colheres de sopa
de xarope, 12 colheres de
sopa de sumo de lima ou
limão natural, ¼ de uma
colher de café de pimenta
cayenna. Complete o volume
com água mineral. Beba 6 a
12 copos por dia. A dose pode
ser aumentada consoante as
actividades diárias do
indivíduo.
CIDRA
(vinagre de maçã 500 mg)
Indicações de Bom Uso: A Cidra - o vinagre de maçã possui características digestivas, por isso tem sido
utilizado em tratamentos de
emagrecimento, ajudando a
eliminar naturalmente as gorduras
em excesso.
Composição: Vinagre de maçã 500
mg, excipiente q.b.p. 1 cápsula.
Apresentação: Frasco com 60
cápsulas.
Modo de usar: 1 cápsula 3 vezes ao
dia, antes das refeições.
A utilização dos restantes produtos da gama Magriform,
Laxalax, Drenolax, Cidra+Chá Vermelho+Algas Marinhas,
Centelha Asiática, Guaraná, Levedura de Cerveja, Algas
Marinhas, Alcachofra, Cáscara Sagrada, Aloé Vera e Argila
constituem também interessantes opções em situações de
obesidade.
BIBLIOGRAFIA
FONTAINE KR et al. Years of life lost due to obesity. JAMA. 2003 Jan
8;289(2):187-93.
CRUZ JA. Dietary habits and nutritional status in adolescents over Europe
Southern Europe. Eur J Clin Nutr 2000 Mar;54 Suppl1:S29-35.
DE CASTRO JJ et al. Relationship between obesity and educational level in
Portuguese young males in 1990. Acta Med Port. 2000 Jan-Apr;13(1-2):1-6.
Prescription Medications for the Treatment of Obesity (on line).
http://www.niddk.nih.gov/health/nutrit/pubs/presmeds.htm
Statistics Related to Over weight and Obesity (on line).
http://www.niddk.nih.gov/health/nutrit/pubs/statobes.htm
Tema desta edição: Dr. Ricardo Leite (Farmacêutico)

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