BARBARA WALRAVEN

Transcrição

BARBARA WALRAVEN
155 x 185 cm
BARBARA WALRAVEN
A paisagem solitária do Alto Alentejo, a localização remota da quinta, a desolação do modo de vida geram vulnerabilidade e tristeza.
Mas a arte de Barbara Walraven não é só infinita tristeza ou tragédia, também respira amor e carinho. Une-se a tudo o que é indefeso e torna-o precioso. Nesta ligação reside a individualidade característica do seu trabalho.
Esta forma de viver e ser desenvolve a criatividade e a capacidade de resolver problemas, não apenas em questões artísticas, mas
também na vida diária.
O seu trabalho não é uma qualquer terapia; mostra engenho e mestria, constituindo um tributo à constante renovação artística,
além de trazer um surpreendente valor acrescentado para o legado da arte contemporânea.
Devido ao avançar da desertificação, que será o destino de grande parte do Sul da Europa, a água está a tornar-se num bem precioso. Este acontecimento cria um contraste marcado com o enorme respeito, receio até, que Barbara Walraven, sendo holandesa,
tem pelos poderes destruidores da água. Desta dualidade surge um número de trabalhos intitulados “ Worst Case Scenario nr.1:
Under The Water”. Exibido como ambientes completos em vez de objectos separados, este percurso da sua arte imerge o espectador
neste mesmo receio.
Outro tema explorado de forma extensiva: os animais. A vida de isolamento da artista leva-a criar uma ligação muito estreita com
os animais que lhe são próximos. É um aspecto que surge naturalmente na vida numa quinta, ter de conviver ou tratar de animais
dos quais não se gosta particularmente e que até são sentidos como uma ameaça.
Dos cães de guarda ladrando na noite – e atacando o próprio dono – até aos porcos assustados - também a atacar o dono – até à
beleza de uma gata favorita, Sheba. Da morte de outro favorito, Ramses, até “Worst Case Scenario nr.2: Vlo” (Pulga), assim intitulado de acordo com o nome do seu desobediente cão.
E depois existe a matança “necessária”; um pesadelo para alguém que nutre um respeito extremo por toda as criaturas vivas e pela
própria vida.
Todas estas questões estão claramente relacionadas com a pessoa que conta a história: Barbara Walraven.
A sua obra é percorrida por uma linha feminina. Uma mulher que tem de lidar com estas emoções, uma mulher, por natureza destinada a dar a vida, que a deverá tirar. Um ser vulnerável destinado a uma existência espinhosa e dura.
Por isso, a aparição das rosas, símbolo preeminente da feminilidade. E a constante presença de figuras de mulheres – a sua obra é
na realidade um auto-retrato muito detalhado.
No entanto, existem influências vindas de fora destas cercas. Em primeiro lugar, a muito apreciada, sua modelo de eleição, Suze,
que surge frequentemente na obra da pintora e também as encomendas por parte de grupos de teatro para a produção de cenários.
Ou as instalações que Barbara criou para os espaços onde a Associação dos Profissionais de Saúde Mental, - Realmente -, do distrito
de Portalegre realiza as suas Jornadas de Psiquiatria. E obviamente, as inúmeras exposições em edifícios arruinados e abandonados
que “normalmente” não são considerados adequados para tais intervenções artísticas.
Felizmente nem tudo é problemático e aflitivo, penoso e triste. Há com frequência um piscar de olho divertido, o deixar escapar um
sorriso: “Worst Case Scenario nr.3: Visitors”, por exemplo. Ou o que pensar de “Dog’s Life” e “Walking the Dog”.
E, eventualmente, depois da vulnerabilidade e da tristeza, da paisagem solitária do Alto Alentejo, da localização remota da quinta,
da desolação do modo de vida, surge a paz de espírito.
Uma palavra final é necessária. A artista rejeita com veemência todos os textos e explicações que nos dias que correm tendem a
acompanhar as exposições e outras manifestações de arte contemporânea. Na verdade, colocou também muitas objecções a esta
breve introdução à sua obra e foi necessária uma persuasão feroz para, finalmente, aceitar a sua inclusão no catálogo.
Barbara sente que uma introdução escrita retira muito da magia da descoberta que está para além dos limites do primeiro olhar, da
primeira impressão.
A artista reconhece assim nos espectadores, a capacidade de retirar as suas próprias conclusões e usar a sua fantasia e criatividade
sem serem obrigados a seguir um manual de instruções.
No entanto
70 x 50 cm
200 x 150 cm
200 x 150 cm
(4x) 95 x 42,5 cm
97 x 102,5 cm
97,5 x 110,5 cm
65 x 175 cm
65 x 145 cm
70 x 160 cm
65 x 45 cm
Barbara Walraven:
Nasceu em Buenos Aires, Argentina, (1956).
Estudou nas escolas de Belas Artes de Tilburg e Breda, na Holanda (1973-1981).
Exposições (selecçao).
2009: On the Waterline, Convento dos Capuchos, Almada; De Watermolen, Meerseldreef, Bélgica; Worst Case Scenario 1: Under the
Water-Again-, Fort Altena, Holanda.
2008: Worst Case Scenario 1: Under the Water, Galeria Municipal, Marinha Grande; Prémio Crisform, Marinha Grande.
2007: Worst Case Scenario 4: Visitors, Fort Vuren, Vuren, Holanda; Galeria Quattro, Leiria; El Trovador, Lanchuelas, Espanha.
2006: Dog Life & Walking the Dog, Museu do Vidro, Marinha Grande; But Only Time Will Tell, Museu da Tapeçaria Guy Fino, Portalegre.
2005: Museu Municipal do Crato, Crato; Mosteiro de São Martinho de Tibães, Mire de Tibães, Braga; Lanconicum e Praefurnium,
Câmara Municipal, Évora; Igreja de São Vicente, Évora; CDSSS Galeria, Portalegre; A Magia da Rosa, Fábrica Robinson, Portalegre;
Fábrica Robinson em pintura, Fábrica Robinson – Sala dos Arcos -, Portalegre.
2004: Vlo, Museu da Tapeçaria Guy Fino, Portalegre;Worst Case Scenario 1: Under the Water, Fábrica Robinson, Portalegre; Worst
Case Scenario 2: Dogs, Fábrica Robinson, Portalegre; Dark Rose, Igreja do Convento de Santa Clara, Portalegre; Meninas, Instituto
Politécnico, Portalegre; CDSSS Galeria, Portalegre.
2003: Galeria Quattro, Leiria; Galerie de Hamermolen, Apeldoorn, Holanda; Galeria Santa Clara, Coimbra; Thank you for the Roses,
Biblioteca Municipal, Campo Maior; Dark Rose, Igreja do Convento de Santa Clara, Portalegre; Galeria Cristian Franco, Badajoz,
Espanha; Galeria Arthobler, Porto.
2002: Worst Case Scenario 1: Under the Water, Museu da Água, Reservatório da Patriarcal, Lisboa; Close Your Eyes and See, Museo
de Arte Contemporânea, Cáceres, Espanha; A rose is a rose is a rose, Galeria Belo Belo, Braga.
2001: Psychosis 1, Fábrica Robinson – Condutas -, Portalegre; Psychosis 2, Fábrica Confiança, Braga; Siemens Fórum, Amadora;
Museu Martins Correia, Golegã; Galeria Artitudo, Castelo de Vide; Museu de Santa Maria, Açores.
2000: Alcântara Studio, Lisboa; Galeria Santiago, Palmela; Galeria Fitares, Sintra; Palácio Povoas, Portalegre.
1999: Casa Municipal da Cultura, Coimbra; Centro Municipal da Cultura, Castelo de Vide; Galeria Quattro, Leiria; Casa da Cultura,
Póvoa de Lanhoso; Dedicated To You, Convento São Paulo, Redondo; C.R.S.S Hall, Portalegre.
1998: Casa Municipal da Cultura, Cantanhede; Biblioteca Municipal Calouste Gulbenkian, Ponte de Sôr; Centro do Parque Natural
de São Mamede, Castelo de Vide; Rural Arte, Castelo Branco; Fábrica Robinson – Sala dos Arcos -, Portalegre; Suze Engel, Fábrica
Robinson – Sala das Rolhas -, Portalegre; Palácio Póvoas, Portalegre.
1997: Thank You For The Roses 1, I.P.J. Leiria, Leiria; Meninas e Paisagens, Centro Cultural de Arronches, Arronches; Thank You For
The Roses 2, Fabrica Robinson, Portalegre; Cultureel Centrum Parnassos, Utrecht, Holanda.
1996: Termas da Fadagosa, Beirã; Prisões, Galeria Tempo de Luna, Elvas; Lions Club de Lisboa, Lisboa; A rose is a rose is a rose,
I.P.J., Portalegre; Galeria Municipal, Portalegre.
1995: Prisões, Biblioteca Nacional, Lisboa; C.R.S.S. Hall, Portalegre.
1994: Álamo Galeria, Portalegre; Requim for Ramses, Galeria Municipal “Artur Bual”, Amadora; Babies, Complejo Cultural “El Brocence”, Claustro do Convento San Francisco, Cáceres, Espanha; Galeria Espiral, Oeiras; Espaço Veredas, Sintra; C.R.S.S. Galeria,
Portalegre
155 x 130 cm

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