Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de

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Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de
ANÁLISE
Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Objetivo e Métodos: Esta análise examina evidências epidemiológicas relacionadas ao câncer na
indústria do alumínio primário, onde a maioria do que se sabe está relacionado com as operações
Söderberg ou operações combinadas de Söderberg/prebake. Resultados e Conclusões: riscos
crescentes de câncer de pulmão e de bexiga têm sido relatados em trabalhadores do sistema
Söderberg de diversos países, mas não em todos. Após o ajuste para o tabagismo, esses riscos de
câncer ainda aumentam com a exposição acumulada a Benzo(a)pireno, utilizada como um índice
de exposição a voláteis de piche de alcatrão. Tem sido reunida evidência limitada em várias
coortes com respeito ao aumento do risco de tumores em outros órgãos, incluindo estômago,
pâncreas, reto/junção retossigmóide, laringe, cavidade bucal/faringe, rim, cérebro/sistema nervoso,
próstata e tecidos linfáticos/hematopoiéticos (em particular, linfoma não-Hodgkin, doença de
Hodgkin, e leucemia). No entanto, para a maioria dessas áreas de tumor, a relação com
exposições específicas não foi demonstrada de forma clara e um maior acompanhamento dos
trabalhadores se justifica.
A alumina é extraída do minério de bauxita e o metal alumínio é produzido pela
eletrólise da alumina dissolvida num banho principalmente de fluoreto de alumínio
fundido e criolita. A eletrólise ocorre em "cubas", as quais existem basicamente de
dois tipos (Fig. 1). Essas cubas são alojadas em uma sala de cubas. As variações
do "tipo de anodo prebake" são de quebra central e quebra lateral (VS) e as
variações do "tipo de anodo Söderberg são em pinos verticais e horizontais
(HSS).
Nas plantas do tipo pre-bake, vários blocos de anodos prebake são alinhados em
duas alas. Estes anodos de carbono são fabricados fora da sala de cubas na
"planta de anodos". Os anodos são feitos de carbono puro, que geralmente é o
coque de petróleo finamente moído, aquecido e misturado com um material ligante
de piche quente sob pressão, moldados em blocos e "cozidos" num forno a cerca
de 1100◦ C. Esses blocos são, em seguida, fixados em "cabides condutores"
("pendurados") de modo que possam ser colocados no interior das cubas. Os
anodos consumidos durante o processo eletrolítico são substituídos quando estão
quase queimados. No anodo do tipo quebra central, a alumina é adicionada à
criolita fundida no centro, entre as duas linhas de anodos, depois de romper uma
massa de resíduo que flutua no banho fundido. A alumina é alimentada
continuamente ou em intervalos, o que pode ser feito sem se abrir a tampa
colocada sobre a cuba. Na célula de quebra lateral, a quebra de crosta é feita
entre os anodos e a parede da célula; e as tampas devem ser abertas para este
fim, o que reduz a eficiência do recolhimento de fumos. As tampas nos dois tipos
são projetadas para extrair os gases e vapores liberados durante a eletrólise.
Nas cubas Söderberg, a pasta de piche e coque de petróleo é derramada em uma
peça fundida de aço pendurada acima da cuba. Os anodos são, assim, produzidos
continuamente a partir dessa pasta de anodo, que é "cozida", in-situ, pelo calor do
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processo eletrolítico. Na cuba do tipo pino vertical, a corrente entra na célula por
meio de pinos de aço verticais (studs) que prendem o anodo no lugar. Os vapores
são recolhidos nas laterais da cuba a partir da parte inferior da estrutura de ferro
fundido em torno do anodo (a saia). Ravier estimou que nos anos 1970s, entre 5%
e 40% de vapor escapava na atmosfera das salas de cubas. Com esse tipo de
célula, há apenas um grande anodo. No tipo pino horizontal, os pinos penetram no
anodo pela parte lateral, para que a cuba inteira seja coberta por uma tampa para
coleta dos gases e vapores liberados. Em todos os tipos de cubas, o catodo é feito
de aço isolado revestido com carbono. Com o tipo de anodo prebake, a principal
exposição a hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) ocorre durante a
fabricação do anodo, ao passo que numa planta Söderberg, todos os
trabalhadores podem ser expostos a HAPs durante a operação da célula. Como
os anodos usados em células prebake são "cozidos" antes de serem colocados
nas cubas são passíveis de liberar níveis baixos de HAPs, se for o caso, durante o
processo eletrolítico.
Trabalhadores de ambos os tipos de salas de cubas estão sujeitos a exposição ao
calor, alumina, carvão e poeira de criolita, monóxido e dióxido de carbono, voláteis
de piche de alcatrão (CTPVs), fluoreto de hidrogênio e outros fluoretos, dióxido de
enxofre e aos campos magnéticos altamente estáticos. Dependendo das
operações auxiliares da planta, os trabalhadores podem se expor a uma grande
variedade de outros agentes, incluindo cloretos, metais (por exemplo, berílio,
cádmio, cromo, cobre, mercúrio, níquel e vanádio), soda cáustica e sílica
cristalina. Os trabalhadores envolvidos na operação de revestimento de cuba
também podem ser expostos a alcatrão e fluoretos e, em alguns casos, ao
amianto usado para o isolamento da cuba.
As cubas e a melhoria das condições de trabalho nas salas de cubas foram
descritos por vários autores1-4. Contaminantes típicos do ar e estresses físicos
encontrados na indústria do alumínio também foram previamente analisados com
algum detalhe5.
CTPVs e HAPs
Os voláteis de piche de alcatrão (CTPVs) têm merecido atenção na investigação
em salas de cubas e plantas de anodos. Mais de 100 HAPs foram identificados em
plantas de redução do alumínio primário e a maioria se origina do piche de
alcatrão utilizado como aglutinante em anodos de carbono6. A composição dos
anodos varia, entre 25% a 30% de piche misturado com o coque calcinado de
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petróleo, com proporções que dependem das propriedades da matéria-prima. O
piche contém até 20% de HAPs, sendo que 19 HAPs são comumente encontrados
na atmosfera das plantas de fundição do alumínio, que inclui um cancerígeno
humano comprovado, uma substância cancerígena provavelmente cancerígena e
sete HAPs classificados como possivelmente carcinogênicos para humanos (em
abril de 2013, de acordo com a Agência Internacional de Pesquisa em Câncer
(IARC, International Agency for Research on Cancer). Verificou-se que a
concentração de Benzo(a)pireno não se correlacionava bem com as
concentrações de certos HAPs mais voláteis, mas se correlacionava
extremamente bem com a fasede particulados de substâncias carcinogênicas
conhecidas. Os autores desse estudo concluíram que o Benzo(a)pireno era um
excelente índice de exposição aos HAPs totais e também aos 18 outros HAPs
emitidos na planta de fundição estudada do sistema Söderberg6. Também
descobriram que as proporções das concentrações de vários HAPs em relação à
concentração de Benzo(a)pireno mostrou estabilidade notável, com o local de
trabalho, dia e época, considerando que nenhuma grande mudança foi feita nas
condições do processo eletrolítico ou no piche de alcatrão usado para fabricar os
eletrodos do processo6.
As concentrações típicas de Benzo(a)pireno medidas na indústria de alumínio
variam de acordo com o processo, com as concentrações mais baixas medidas
nas plantas prebake (0,02-0,05 μg / m3 em uma planta prebake da Noruega em
meados dos anos 1970s) e os mais altos em volta dos trabalhadores que
manuseiam eletrodos (médias geométricas perto de 37 μg / m 3 na década de 1990
mostrds em um país) (ver Tabela 1).
Kreyberg13 parece ser o primeiro a sugerir que a exposição a Benzo(a)pireno a
partir do piche de alcatrão em eletrodos usados na indústria do alumínio pode
representar um risco de câncer de pulmão a seus trabalhadores. Desde então,
tem havido várias análises sobre os riscos associados à exposição a HAPs na
indústria de produção do alumínio primário 2,3,14 e em uma ampla gama de
indústrias, onde HAPs são encontrados15,16.
O risco de câncer de pulmão por exposição residencial a HAP foi examinado
usando-se Benzo(a)pireno como um índice de exposição 17-19. Essas estimativas
foram baseadas em estudos ocupacionais envolvendo exposições a CTPV que
incluíram a indústria de redução do alumínio primário. Armstrong et al 19 traduziram
os riscos de câncer de pulmão ao longo da vida calculados por Gibbs 17, com base
em estudos de oito indústrias envolvendo exposições ao HAP, nas mesmas
unidades de proporções de risco que aplicaram em uma meta-análise de cerca de
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39 estudos.
FIGURA 1. Vários tipos de células de redução de alumínio (cubas).
39 estudos. As proporções de risco resultantes para tais indústrias variaram de
1,02 a 1,58, que foram semelhantes à sua própria meta-estimativa de 1,20 (1,11 a
1,29). As médias estimadas para o forno de coque e plantas de fundição de
alumínio na análise de Armstrong et al19 também foram muito semelhantes (1,17 e
1,16),e que na análise de Gibbs, teria sido de 1,2717. Uma análise mais recente
envolvendo 677 óbitos por câncer de pulmão e usando um modelo linear baseado
no estudo de acompanhamento de plantas de fundição de alumínio de Quebec até
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1999, apontou um risco relativo (RR) de 1,35 (Intervalo de confiança [IC] 95% =
1,22-1,51) a 100 μg/m3 B (a)P-anos, o que foi um pouco maior do que o da metaanálise e os valores anteriores de Gibbs20. Os melhores modelos de adequação
foram uma ranhura cúbica de dois nós (two-knot cubic spline)e uma curva de
potência (RR = (1 = bx)p), tendo a última um RR de 2,68 a 100 μg/m3
Benzo(a)pireno-anos. Com base em 147 óbitos por câncer de pulmão em
trabalhadores do alumínio na British Columbia, verificou-se que um modelo de
dose-resposta log-log melhor descreveu o risco de câncer de pulmão e um modelo
Benzo(a)pireno log-linear ofereceu o melhor ajuste para o câncer de bexiga.
Nenhum outro risco de câncer associado ao Benzo(a)pireno parece ter sido
modelado com a exposição a CTPVs na indústria do alumínio.
Outras exposições
Ambas as exposições, CTPVs e HAPs, derivam principalmente de eletrodos, mas
as emissões das salas de cubas também derivam dos banhos de criolita (que
contêm sais de alumínio com fluoretos), a partir da alumina (óxido de alumínio e
vários elementos) e de outras operações durante o processo de fundição. As
exposições relatadas são variadas: fluoretos de alumínio, partículas fibrosas de
tetrafluoreto de alumínio sódico, fluoreto de cálcio, dióxido de enxofre, monóxido e
dióxido de carbono, gás de cloro, oligometais (por exemplo, berílio, cádmio,
cromo, cobre, vanádio, mercúrio e níquel), sílica e fenóis5,22. Partículas respiráveis
e torácicas medidas em uma planta de fundição de alumínio norueguesa
revelaram maior abundância de partículas grandes (diâmetro de ≥500 nm) na
atmosfera da sala de cubas Söderberg, em comparação com as da salas de cubas
prebake. A maior proporção de partículas encontradas em ambos os tipos de
salas de cubas foi a mistura óxido de alumínio-criolita (65% das partículas na sala
de cubas prebake e 45% no tipo Söderberg). A proporção de todas as partículas
de óxidos de alumínio, fuligem e silicatos na sala de cubas Söderberg era pelo
menos o dobro da sala de cubas prebake. Óxidos de bronze e ferro/ titânio
também foram encontrados em pequenas quantidades 23. Concentrações de berílio
(em torno de um centésimo a um décimo do valor limite de 2 μg/m3) também foram
medidos em plantas de fundição de alumínio na Noruega24 e nos Estados
Unidos25. As concentrações mais elevadas foram em uma sala de cubas prebake,
onde foi utilizada alumina da Jamaica24.
Duas outras exposições são relatadas regularmente, mas são raramente
estudadas no tocante a câncer na indústria do alumínio: calor e campos
magnéticos estáticos e alternados5,26. O calor extremo é um risco bem conhecido
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no processo de fundição de metais e não é considerado cancerígeno como tal. No
entanto, pode causar desidratação, o que evita a diluição e a eliminação de
substâncias cancerígenas, podendo aumentar a sua retenção e o desequilíbrio de
mioglobina em órgãos tais como a bexiga27 e o cólon28. A desidratação também
predispõe a prisão de ventre e infecções das vias urinárias, assim como o câncer
de bexiga e talvez do cólon. Campos magnéticos estáticos de extremabaixa
frequência, entre 0,1 e 10 mT, também têm sido relatados em salas de cubas29.
Estudos anteriores
Desde os meados dos anos 1970s, tem havido vários estudos sobre riscos de
câncer, como parte de publicações sobre a indústria de produção do alumínio
primário, porém o número de estudos sistemáticos é pequeno.
Em 1981, Simonato30 elaborou uma revisão epidemiológica geral bastante
minuciosa dos riscos de câncer nessa indústria e relatou estudos na Rússia, nos
Estados Unidos, no Canadá e na Itália conduzidos antes daquela época. Ele
concluiu que os dados eram consistentes com uma associação entre a produção
de alumínio em plantas Söderberg e câncer de pulmão, mas constatou que os
dados sugerindo associações com câncer de pele e linfomas eram inconclusivos e
requeriam uma investigação mais aprofundada.
Logo após esse estudo veio a revisão da em 1984 sobre os riscos de câncer
relacionados com o processo do alumínio2. Consideraram que os dados ofereciam
evidências limitadas de que certas exposições na indústria do alumínio eram
cancerígenas para seres humanos, dando origem ao câncer de pulmão e bexiga2,
apontando "vapores de piche" como um possível agente causador. Também
concluíram que, à época, não havia evidências suficientes de câncer
hematopoiético e pancreático, mas mencionaram a leucemia e o
linfossarcoma/reticulosarcoma como ocorrências em estudos isolados. Em 1987,
essa análise foi atualizada para "exposições ocupacionais durante a produção de
alumínio são cancerígenas para seres humanos" (grupo 1)31. Em 2010, o grupo de
trabalho da IARC sobre HAPs classificou as "exposições ocupacionais durante a
fabricação do eletrodo de carbono", como provavelmente cancerígenas para seres
humanos (grupo 2A)32.
A evidência disponível foi analisada, a partir de 1991, por autores noruegueses,
cuja conclusão foi a de que o processo Söderberg estava associado ao câncer de
bexiga e que a exposição ao alcatrão na indústria do alumínio estava vinculada ao
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câncer de pulmão. Também indicaram que pode haver um aumento do risco de
leucemia e câncer de pâncreas entre os trabalhadores de sala de cubas e de
câncer renal e cerebral na produção do alumínio em geral3.
Uma outra revisão de estudos da mortalidade em plantas de redução de alumínio
publicado em 1993 concluiu que não havia “... no momento, provas convincentes
de respaldo aos efeitos cancerígenos em trabalhadores em atuação na produção
industrial de alumínio"33. Uma crítica válida naquela época era a de que os
estudos não tinham considerado o efeito do tabagismo no estudo do câncer de
pulmão. No entanto, isso agora tem sido contemplado em vários estudos. Em
1997, como parte de um estudo sobre a exposição ocupacional e ambiental aos
HAPs, os riscos foram examinados em várias indústrias, incluindo a indústria de
redução do alumínio34. Neste último, fez-se um esforço para distinguir entre
plantas Söderberg e prebake. Eles fizeram uma lista dos seguintes tipos de câncer
com ocorrência ligada a operações prebake: respiratório, bexiga, rim e pulmão e,
em plantas Söderberg: câncer de pulmão, laringe, bexiga e rim. Em 1998, outra
revisão sobre os riscos de câncer especificamente na indústria do alumínio
primário foi realizada14. Os cânceres de pulmão, traquéia, brônquios e bexiga
foram apontados como estando associados à atividade na indústria, merecendo
investigação mais apurada, os cânceres de pâncreas, rim, estômago, cérebro,
doença de Hodgkin, linfomas não-Hodgkin (NHL) e leucemia. Dez anos depois, os
estudos disponíveis em 2005 foram revistos16 e uma meta-análise foi produzida
sobre os cânceres respiratório e do trato urinário. Essa análise examinou 15
publicações sobre a indústria do alumínio, em que estavam incluídos nove estudos
de coorte, mas combinava os resultados de oito. Os autores, porém, não
diferenciaram os resultados entre os processos Söderberg e prebake e agruparam
resultados de mortalidade e incidência. Por exemplo, eles trataram o estudo
americano35 como uma coorte em vez de várias coortes de diferentes tipos de
plantas, como descrito pelos autores originais, e só interpretaram parcialmente os
estudos noruegueses36, não mencionando que havia plantas Söderberg com
ocorrência elevada de câncer de pulmão, em comparação com as incidências
locais para a mesma doença. Concluíram que não havia risco excessivo de câncer
de pulmão/respiratório em trabalhadores da indústria do alumínio, com base em
688 casos de nove estudos (meta-RR = 1,03; 95% IC = 0,96-1,11); o teste para a
heterogeneidade entre esses estudos foi, entretanto, estatisticamente significativo.
Os autores observaram um excesso considerável de câncer de bexiga na
produção do alumínio primário (meta-RR = 1,29; 95% IC = 1,12 a 1,49), a partir de
oito estudos não heterogêneos. Além disso, reconhece-se bem que, em grandes
populações, o excesso pode ser pequeno de uma forma geral, mas em
subconjuntos podem mostrar um risco significativo. As categorias de alta
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exposição dos trabalhadores nesses vários estudos não foram combinadas para
determinar se eles mostraram qualquer excesso, de forma que muito pouco, ou
nenhum peso, pode ser dado a esses resultados combinados.
Experiência mundial
Embora os processos usados em vários países sejam essencialmente os
mesmos, as fontes de matérias-primas e as condições operacionais das várias
plantas podem ser diferentes. Em vista disso, considerou-se útil examinar o que se
sabe sobre os riscos de câncer em vários países e, em seguida, combinar a
experiência para entender melhor quais riscos existem de uma forma geral na
indústria de produção do alumínio primário. A Tabela 2 resume os estudos
publicados e disponíveis com as coortes, por país ou continente de origem do
estudo, e a Tabela 3 apresenta um resumo das associações encontradas para os
tipos selecionados de câncer.
Austrália
Fritschi e colegas62,63 mostrram a mortalidade e a incidência de câncer em
mineradores de bauxita e trabalhadores de uma refinaria de alumina na Austrália,
que tem 40% das reservas de bauxita do mundo. O grupo incluiu 5.828 homens
empregados por mais de três meses desde 1983 e foi acompanhado até 2000.
Houve um aumento significativo de mortalidade por mesotelioma maligno da
pleura e um maior risco de melanoma, mas o último não estava relacionado à
duração do trabalho na produção ou na manutenção. Embora o período de
acompanhamento do estudo seja relativamente curto (menos de 20 anos), ele é
importante porque examinou uma das matérias-primas utilizadas no processo de
produção do alumínio. O grupo apresentou menor risco de câncer linfohematopoiético incidental.
Um estudo realizado por Sim e colegas 37 em duas plantas de fundição prebake na
Austrália mostrou o mesotelioma como a única forma significativa de causa
crescente de óbitos. As mortes por câncer de próstata foram significativamente
elevadas naqueles que tinham trabalhado por mais de 20 anos na produção
(razão de mortalidade padronizada [SMR] = 239) ou na manutenção (SMR = 367).
Houve uma incidência superior estatisticamente significativa de câncer de
estômago (razão de incidência padronizada [SIR] = 195) entre todos os
trabalhadores da fundição e trabalhadores 100% de escritório (NT: sempre foram
de escritório), de mesotelioma em geral (SIR = 241) e em trabalhadores
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exclusivamente de produção (SIR = 298); de câncer de rim em geral (SIR = 199) e
em trabalhadores específicos de produção (SIR = 239) e de escritório (SIR = 287)
e câncer urinário em trabalhadores em geral (SIR = 145) e nos da produção (SIR =
168). Eles não encontraram nenhuma tendência de relação com a duração da
atividade, para o câncer de estômago ou câncer urinário e nenhum caso de
câncer de pâncreas. Esta coorte era jovem, com quase 25% de pessoas-anos de
observação, desde 1998. Ambas as plantas prebake tinham áreas de produção de
anodos, mas não está claro se os trabalhadores dessas plantas foram incluídos na
população de estudo37.
A relação entre a mortalidade e a incidência de câncer ajustada ao tabagismo
nessas mesmas duas plantas prebake e de fração solúvel em benzeno (chamada
de materiais solúveis em benzeno [BSM] em outros estudos), Benzo(a)pireno,
flúor e poeira inalável mostrou relações monótonas entre câncer respiratório e
poeira inalável acumulada, exposição acumulada ao flúor e exposição acumulada
a Benzo(a)pireno, nenhuma delas estatisticamente significativa. Eles também
relataram uma tendência monotônica não estatisticamente significativa para o
câncer de estômago, câncer de bexiga, mas não foi associada nem com a fração
Benzo(a)pireno ou a fração solúvel em benzeno. Nenhum outro resultado foi
associado às exposições. Os valores de tendência encontrados nesse estudo não
são muito convincentes com respeito a nenhuma forte relação. Como a coorte
ainda é jovem, as informações de acompanhamento, sumarizadas e úteis,
precisarão aguardar um novo estudo. A coorte australiana é interessante porque
representa uma das poucas operações puramente prebake no mundo, que foi
estudada epidemiologicamente.
Canadá
Gibbs e colegas publicaram vários estudos de algumas coortes de trabalhadores
de plantas de fundição de alumínio em Quebec41,46. A sua primeira publicação
mostrou que a mortalidade por câncer de pulmão aumentou de 101,5 em homens
com nenhum ano de exposição ao alcatrão para 271,2 para aqueles com 21 anos
ou mais de exposição ao alcatrão, sem ajuste para o tabagismo. No entanto, em
um estudo posterior, Armstrong e colegas 65 mostraram que o excesso não foi
devido ao tabagismo, e as relações relação exposição-resposta foram
demonstradas utilizando BSM (NT: v. pg 7 - Material Solúvel em Benzeno) e
Benzo(a)pireno como índices de exposição a CTPVs (NT: Voláteis de Piche de
Alcatrão). Esse estudo de caso-coorte ( case-cohort study) resultou em uma taxa
de razão de 1,25 e um risco ao longo da vida de 2,2%, após 40 anos de exposição
a 2 mg /m3 de BSM, embora os riscos previstos (taxa de razão e ao longo da vida)
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tenham sido de 1,4% e 3,8%, utilizando um modelo curvilíneo. Esse estudo serviu
de base para a eventual aplicação do modelo da probabilidade de causalidade
para indenizar trabalhadores expostos a CTPVs na indústria do alumínio 66. Em
mais um estudo de acompanhamento de 1977 42,67, Gibbs e colegas descobriram
que todos os tipos de câncer, câncer de estômago e esôfago, pulmão e outros
tumores malignos combinados estavam aumentados de forma estatisiticamente
significativa em trabalhadores já expostos ao alcatrão e que os cânceres de
esôfago e estômago, órgãos urinários e bexiga pareciam aumentar com a
elevação do número de anos de exposição ao alcatrão. No final de 1970 e início
de 1980, outros pesquisadores canadenses suspeitaram do crescente risco de
incidência de câncer de bexiga68,69, e, em 1984, Theriault e colegas70 relataram um
estudo caso-controle com 488 casos de câncer de bexiga ocorridos entre 1970 e
1979, em hospitais nos arredores de plantas de fundição de alumínio em Quebec.
Dos 96 casos de câncer de bexiga identificados como empregados, 85 foram
selecionados para o estudo, pois haviam trabalhado por mais de 12 meses. O
tempo médio de latência entre o primeiro emprego e o diagnóstico foi de 23,9
anos. Uma proporção maior de casos do que de controles eram fumantes e a
razão de probabilidade (OR) para trabalhadores em salas de cubas Söderberg
estava significativamente aumentada com OR não ajustada de 2,7 (IC 95% = 1,64
a 4,43). A OR para trabalhadores expostos a 20 BSM-anos ou mais foi de 7,22 e
para 20 Benzo(a)pireno-anos ou mais foi de 12,3870. Numa análise quantitativa
posterior da exposição71, foi mostrado que o RR para o câncer de bexiga
aumentava com a exposição acumulada a BSM e Benzo(a)pireno e foi significativo
para Benzo(a)pireno (P < 0,001). O RR foi estimado em 3,3 para uma exposição
acumulada de 100 μg/m3 Benzo(a)pireno-anos. Os mesmos pesquisadores
descobriram que as ORs para câncer de bexiga seriam mais altas para homens
empregados por mais de um ano na planta de anodo, mas sem nenhuma
tendência relação exposição-resposta, após ajuste para o tabagismo e o trabalho
em plantas Söderberg. O mesmo resultado foi observado para o período de
trabalho em operações prebake72.
Gibbs e colegas43,44,60 publicaram estudos mais recentes sobre as coortes de
Quebec, abrangendo os anos de 1950 a 1999 para a mortalidade, e de 1980 a
1999 para a incidência de câncer. Entre os trabalhadores contratados antes de
1950/1951, observou-se um excesso estatisticamente bastante significativo de
todos os cânceres, câncer do sistema digestivo, câncer de bexiga, câncer de
pulmão e câncer de estômago, e o número de mortes por câncer de reto e junção
retossigmóide, pâncreas e laringe, foi maior que o esperado de forma
estatisticamente significativa em uma planta. Houve uma tendência altamente
significativa da razão de mortalidade padronizada (SMR com um índice de
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exposição a Benzo(a)pireno para câncer de pulmão (P < 0,001) e câncer de
bexiga (P < 0,001). A tendência para o câncer de reto e junção retossigmóide foi
quase significativa (P = 0,06). As coortes mais recentes, são compostas por 9.158
homens e 686 mulheres, contratados em plantas Söderberg, e 588 homens e 42
mulheres em uma planta prebake com mais de um ano de tempo no emprego.
Entre os trabalhadores contratados após 1950/1951 em plantas Söderberg, havia
aumentos não estatisticamente significativos na mortalidade por câncer de
esôfago, reto e junção retossigmóide, pâncreas (em uma planta apenas), câncer
respiratório, câncer de laringe, pulmão, traquéia e brônquios, cérebro, e linfomas
não-Hodgkin (NHL), mas não de estômago. O risco de câncer de pâncreas
relativamente alto em uma planta não pareceu estar relacionado com níveis de
exposição a Benzo(a)pireno. O número de mortes de mulheres e homens da
planta prebake era baixo demais para se chegar a qualquer conclusão60. A
incidência de câncer até 1999 para os trabalhadores nas coortes selecionadas de
plantas Söderberg (coortes contratadas antes de 1950/1951 e depois de
1950/1951 descritas anteriormente) mostrou que o número de casos ficou acima
das expectativas para câncer de estômago (SIR = 122,8), cavidade bucal e câncer
de faringe (SIR = 116,5), câncer do intestino delgado (SIR = 125,0) e câncer de
reto e junção retossigmóide (SIR = 121,6), vesícula biliar (SIR = 112.2), pâncreas
(SIR = 115,8), peritônio (SIR = 206,9), laringe (SIR = 132,2), o brônquio do pulmão
e traqueia (SIR = 120,0), pleura (SIR = 137,0), bexiga (SIR = 181,7), cérebro e
sistema nervoso (SIR = 123,2), ossos (SIR = 136,4) e doença de Hodgkin (SIR =
110,1). Os cânceres de pulmão e bexiga aumentavam com a maior exposição
acumulada ao Benzo(a)pireno e o mesmo ocorreu com o câncer de laringe e de
cavidade bucal. As razões de incidência padronizadas (SIRs) dos sistemas
linfático e hematopoiético, incluindo os linfomas não-Hodgkin, foram elevadas para
todos as coortes pós-1950, mas não para os homens contratados antes de 1950.
Isto sugere que, ou esse tipo de câncer surgiu por causa de riscos concorrentes,
ou é um "câncer novo" que merece atenção. A leucemia linfática e mieloide, que
ficou abaixo dos níveis esperados nas coortes pré-1950, agora estavam acima dos
níveis esperados nas coortes pós-1950 (SIR = 115)44. Houve apenas uma planta
prebake de anodos com um número muito baixo de casos, mas se registrou mais
casos de câncer de cérebro do que o esperado (SIR = 419.7, com base em dois
casos apenas). Foi feito um acompanhamento das mesmas coortes e outras
coortes até 2004, mas os resultados ainda não foram publicados. No entanto, este
último acompanhamento não revelou cânceres cerebrais adicionais nessa coorte.
Spinelli e colegas39 estudaram a mortalidade e a incidência de câncer em
trabalhadores do sexo masculino com mais de cinco anos de trabalho em uma
planta vertical de fundição de alumínio do tipo Söderberg em British Columbia.
Esse estudo identificou 338 óbitos e a incidência de 158 cânceres. Houve taxas
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ANÁLISE
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significativamente elevadas de incidência de câncer de bexiga e de mortalidade
por câncer de cérebro. O risco de câncer de bexiga estava associado à exposição
acumulada a voláteis de piche de alcatrão (CTPV), assim como para o risco de
câncer do pulmão (com uma tendência para uma significância limítrofe), embora a
taxa de câncer de pulmão fosse semelhante à da população de British Columbia.
Os riscos de câncer de pulmão e câncer de bexiga não se alteraram, quando o
tabagismo foi levado em conta. O risco de linfoma não-Hodgkin e de câncer de rim
também aumentou com a exposição aos voláteis de piche de alcatrão, embora as
taxas globais fossem as mesmas da população em geral, porém com valores
baixos.
Em 2006, Spinelli e colegas40 publicaram uma atualização histórica de 14 anos da
sua coorte inicial (Tabela 2). A mortalidade e a incidência de câncer foram
comparadas com os dados da população da British Columbia, e foi aplicada a
regressão de Poisson para analisar o risco de exposição acumulada utilizando
como índices a exposição a materiais solúveis em benzeno (BSMs) e o
Benzo(a)pireno. A mortalidade geral por todas as causas foi menor do que a da
província e a mortalidade por todos os tipos de câncer foi semelhante à da
população geral da British Columbia. Não foi observado aumento significativo de
mortalidade por nenhuma causa. Para os cânceres com mais de uma morte
observada, não foi relatado um aumento significativo de mortalidade para os
cânceres de orofaringe (SMR = 2,38), pâncreas (SMR = 1.22), pleura (SMR =
1,98), cérebro (SMR = 1,54), estômago (SMR = 1.4) e bexiga (SMR = 1,39) e NHL
(SMR = 1.1).
Para a incidência de câncer, houve um aumento estatisticamente significativo de
câncer de bexiga (SIR = 1.8) e estômago (SIR = 1,46). A elevação não
significativa de câncer foi relatada para as seguintes localizações: lábio (SIR =
1,58), nasofaringe (SIR = 1,80), pâncreas (SIR = 1,25), pleura (SIR = 2.22), mama
masculina (SIR = 2.11), testículo (SIR = 1.12), cérebro (SMR = 1,48) e pulmão
(1,10). Spinelli e colegas73 também relataram que os cânceres de estômago,
pulmão, bexiga, rim e linfoma não-Hodgkin mostraram uma tendência de aumento
estatisticamente significativa com a elevação cumulativa de exposições a
Benzo(a)pireno e BSM. Estimativas validadas de BSM e Benzo(a)pireno foram
usadas para examinar as relações entre câncer de pulmão e bexiga e BSM e
Benzo(a)pireno. Como esperado, BSM e Benzo(a)pireno estavam altamente
correlacionados (r = 0,94), mas o aumento da precisão usando Benzo(a)pireno em
oposição a BSM foi de 14% para o câncer de bexiga e de 5% para o câncer de
pulmão21.
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ANÁLISE
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China
Em 1997, Liu e colaboradores45 relataram a mortalidade de homens empregados
por mais de 15 anos em planta de anodos e sala de cubas em uma planta de
redução de alumínio na China. As causas de morte foram obtidas com o
departamento de aposentadoria e o diagnóstico foi verificado no hospital. Utilizouse uma população de referência de 11.470 homens atuando em plantas de
laminação de aço e considerados não expostos. O período de acompanhamento
foi de 1971 a 1985, embora alguns trabalhadores tivessem sido observados por
mais de 30 anos desde a primeira contratação. Os trabalhadores foram
classificados como tendo alta, moderada, baixa e nenhuma exposição a
compostos de carbono. De uma forma geral, foi observado um excesso de
mortalidade estatisticamente significativo para todos os tipos de cânceres,
cânceres de esôfago e de pulmões. Além dessescânceres, os autores relataram
aumentos estatisticamente significativos de mortes por câncer digestivo (SMR =
197) e hepático (SMR = 225), na categoria de alta exposição. A SMR (Razão de
mortalidade padronizado) para câncer de esôfago foi de 546 em trabalhadores
expostos moderadamente e de 141 naqueles não expostos. A SMR para o câncer
de pulmão aumentou de 149 em trabalhadores não expostos para 430 nos
trabalhadores altamente expostos. Os coeficientes de mortalidade padronizados
também aumentaram de forma não significativa para o câncer de estômago (SMR
= 180) e outros tipos de câncer (SMR = 182), na categoria "alta exposição". A
SMR para o câncer de esôfago foi estatisticamente significativo para o grupo com
mais de 10 anos após a admissão ao emprego, e da mesma forma para o câncer
de pulmão, para o grupo com mais de 20 anos após a admissão. Embora a
escolha do grupo de referência possa ser criticada por causa de sua provável
exposição a agentes cancerígenos ocupacionais, as conclusões estão bastante
em linha com aquelas de outros estudos. Pode ser relevante o fato do câncer de
bexiga não ter sido mencionado, embora houvesse 17 tipos de câncer listados
como "outros tipos de câncer”.
França
Na França, Mur e colegas46 realizaram um estudo com 6.455 homens empregados
por mais de um ano em 11 plantas de alumínio. Em razão da dificuldade na
obtenção de informações de certidões de óbito naquele país, conheciam-se as
causas de morte de apenas 71% dos trabalhadores. Pressupondo-se os mesmos
padrões de mortalidade para os trabalhadores com e sem causas da morte
apuradas, , encontraram-se mais mortes do que o esperado por câncer de pulmão
(SMR = 114), bexiga (SMR = 209), pâncreas (SMR = 145), fígado, dutos hepáticos
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ANÁLISE
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e vesícula biliar (SMR = 245), cérebro (SMR = 213), e leucemia (SMR 156). Para o
câncer de pulmão, a SMR foi maior para os trabalhadores do processo Söderberg
(SMR = 136), mas também para os trabalhadores com menos de 10 anos trabalho
(SMR 194). Houve apenas 144 mortes e dois terços dos trabalhadores havia
trabalhado menos de 20 anos.
No ano 2000, um estudo de acompanhamento de mortalidade em uma das
plantas Söderberg acima mencionadas foi conduzido por Moulin e colegas47. A
duração média de acompanhamento até 1994 foi de 16,5 anos. O efeito evidente
de trabalhador saudável foi observado. Além disso, nenhum aumento no risco de
morte por câncer de pulmão e uma elevação não estatisticamente significativa de
ocorrência de câncer de bexiga (SMR = 177) e um aumento que foi maior entre os
homens mais expostos a HAPs, por mais de 10 anos (SMR = 2,54) foi observado.
Itália
Giovanazzi e D'Andrea48 mostraram a mortalidade de trabalhadores em uma
planta com operação iniciada em 1929, que empregava principalmente o processo
Söderberg. Houve um aumento estatisticamente significativo de mortes por câncer
(SMR = 1,8) e apenas quatro mortes por câncer de pulmão para 1,9 esperadas.
Outro grupo de pesquisadores, liderado por Carta et al49, em 1992, mostroua
ocorrência estatisticamente significativa de câncer pancreático (três mortes, 0,8
esperado; SMR = 388) em um pequeno estudo com 1.148 trabalhadores
contratados entre 1971 e 1980, numa planta prebake de produção de alumínio
primário , na Sardenha, acompanhados até 31 de dezembro de 1990. Na planta
de anodos, ocorreram dois óbitos para 0,1 morte esperada. Houve um total de
apenas 48 mortes e tendo em vista a coorte jovem, os autores não ficaram
convencidos de que o aumento podia estar associado à atividade na indústria. Em
2004, Carta e seus colegas50 publicaram um estudo de acompanhamento dos
mesmos trabalhadores, até o final de 2001, e ainda encontraram um aumento
estatisticamente significativo de câncer de pâncreas (seis mortes; SMR = 2.4),
bem como de linfomas e leucemias (oito mortes; SMR = 2,03). Os autores
separaram os trabalhadores em três grupos de exposição crescente a HAPs, com
base em dados do departamento, e mostraram que o risco era ainda maior entre
os trabalhadores da planta de anodos, com respeito aos dois tipos de câncer,
sendo estatisticamente significativo para o câncer de pâncreas (SMR = 5.0) e
quase significativo para leucemias/ linfomas (SMR = 2,88; IC 95% = 0,98 a 8,50).
A análise caso-controle de casos de câncer de pâncreas apontou que as
atividades em planta de anodos, atividade pregressa como fazendeiro e
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hiperglicemia foram os três fatores independentemente associados com aumento
do risco. Não houve aumento de mortes por câncer de pulmão ou por câncer de
bexiga50.
Noruega
O primeiro estudo de câncer na indústria norueguesa do alumínio foi relatado em
1982 por Andersen e seus colegas51. Casos de câncer foram obtidos a partir do
Norwegian Cancer Registry [Cadastro Norueguês do Câncer, em tradução livre] e
as taxas esperadas foram baseadas em taxas municipais. As duas plantas antigas
costumavam utilizar células prebake sem cobertura desde 1915, mas foi
convertido para o modelo Söderberg em 1953. As novas plantas entraram em
operação em 1950, usando células Söderberg em sete das oito salas de cubas até
19683. Não foi possível distinguir trabalhadores que haviam atuado no sistema
Söderberg e prebake, embora uma planta tivesse utilizado apenas operações
prebake. Ambas as coortes das antigas plantas e da única planta prebake
apontavam um aumento na incidência de câncer de pulmão. De um modo geral,
esse excesso era estatisticamente significativo (observados = 57; esperados =
35,9) e parecia ser maior nos departamentos de processos. O número observado
de casos de leucemia, cânceres de bexiga, rim, laringe superaram o esperado,
mas não registraram excesso de forma estatisticamente significativa51. No entanto,
observou-se que utilizar toda a população norueguesa como referência não fez
diferença para as antigas plantas, mas para a nova planta observou-se um déficit
de câncer de pulmão e de bexiga, quando as taxas nacionais foram aplicadas no
lugar de taxas municipais3.
Em 1995, Ronneberg e Andersen52 publicaram um relatório sobre uma planta de
alumínio com o sistema prebake, que havia sido anteriormente incluída no estudo
original de Andersen. Os autores relataram um aumento estatisticamente
significativo na incidência de câncer de bexiga com exposição a CTPVs por 40
anos ou mais antes do diagnóstico, e na incidência de câncer de pulmão para a
exposição de 35 a 50 anos antes do diagnóstico. Também mencionaram uma
associação entre a incidência de câncer renal e a exposição ao calor durante 20 a
35 anos antes do diagnóstico52.
Em 1999, o mesmo grupo de autores descreveu a experiência em uma planta de
fundição de alumínio, no oeste da Noruega. Esta planta iniciara a produção com
células HS Söderberg, entre 1948 e 1950, e depois introduziu, em 1949, uma
planta de anodos, produzindo a pasta de anodo a partir de coque de petróleo e
piche de alcatrão, salas de cubas Söderberg VS, entre 1959 e 1962, e células
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ANÁLISE
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prebake, entre 1959 e 1970. A incidência de câncer, entre 1953 e 1993 foi
calculada, usando-se os dados do Norwegian Cancer Registry. O estudo
constatou uma incidência aumentada, estatisticamente significativa, de câncer de
pulmão em trabalhadores temporários (SIR = 152) e da área de manutenção (SIR
= 211), além de um aumento não significativo de câncer labial (SIR = 204; IC 95%
= 93 a 387) e do reto (SIR = 141; IC 95% = 92 a 209), entre os trabalhadores da
área da produção e de cânceres linfático e hematopoiético entre os trabalhadores
da manutenção (SIR = 239; IC 95% = 96 a 492). A análise dose-resposta com a
exposição acumulada a HAP mostrou uma tendência estatisticamente significativa
com o câncer de bexiga e labial, entre os trabalhadores da área da produção, 30
anos ou mais após a primeira exposição. Não houve associação entre a exposição
acumulada a HAPs e câncer de pulmão, câncer renal e calor, ou campos
magnéticos e câncer linfático e câncer do sistema hematopoiético. Uma
observação potencialmente importante foi a ocorrência
estatisticamente
significativa de excesso de câncer linfático e hematopoiético em eletricistas de
manutenção, sugerindo os autores, que as descargas elétricas podem ser um
caminho útil para futuras investigações53.
No ano 2000, o mesmo grupo de autores publicou um estudo sobre a incidência
de câncer em outra planta de alumínio no oeste da Noruega55, cuja produção fora
iniciada em 1920, com anodos prebake sem cobertura, o qual foi alterado em
1939, para a tecnologia Söderberg horizontal, empregada até 1978. Em 1958, a
planta introduziu salas de cubas VS, e, em 1981, uma linha usando cubas
cobertas centrais prebake cobertas no centro (hooded center prebake pots). Não
houve aumento significativo de SIR de câncer em nenhuma localização. No
entanto, houve incidência acima da esperada de câncer de várias localizações
com um limite IC inferior acima de 90, ou seja, câncer de cólon (SIR = 140), retal
(SIR = 140), da próstata (SIR = 110) e da tiróide (SIR = 310). O SIR para o câncer
de pulmão foi inferior a 100 e o SIR para câncer de bexiga foi de 130 (95% CI = 80
e 190), e não houve nenhuma relação entreo câncer de pulmão ou r de bexiga e
o aumento da exposição acumulada a HAPs. Não houve ocorrência de câncer de
bexiga ou de pulmão em não fumantes. Os autores registraram a pequena
dimensão de seu estudo55.
No mesmo ano, o mesmo grupo de autores, liderado por Romundstad 54,publicou
um relato sobre a incidência de câncer na indústria do alumínio. Essas seis
plantas tinham sido previamente estudadas51-55. Três delas iniciaram a atividade
antes de 1920 e as demais, entre 1948 e 1958, e a população envolvida mesclava
trabalhadores de cubas Söderberg e prebake. Esse estudo mostrou um aumento
geral estatisticamente significativo de câncer de bexiga (SIR = 130), que subiu
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com a exposição crescente e cumulativa ao HAP, atingindo uma proporção de
cerca de 2 para o nível superior de exposição depois de uma latência de 20 anos
ou mais. Não houve associação com o câncer de pulmão ou entre o câncer de
pulmão e a exposição cumulativa aos HAPs. Embora tenha sido observado um
aumento significativo de ocorrência de câncer de pulmão quando aplicadas as
taxas locais (SIR = 140), as taxas nacionais foram preferidas como referência, por
serem mais robustas do que as taxas locais. Houve uma tendência limítrofe
significativa de risco crescente de câncer renal, oriunda do aumento da exposição
acumulada aos HAPs. Encontrou-se também taxas mais altas de câncer de
pâncreas, em trabalhadores expostos ao HAP, mais do que naqueles não
expostos, porém sem a clara relação relação exposição-resposta. Neste estudo,
os tipos de câncer para os quais o SIR passou de 110, com um limite inferior de IC
de 90 ou mais correspondiam ao do cólon (110), reto (110), da próstata (110) e
mieloma múltiplo (140), todos não significativos54.
Os mesmos autores também produziram uma análise de duas dessas plantas, que
entraram em operação em meados de 1950 36. Eles relataram achados
semelhantes aos do estudo das seis plantas – um aumento considerável de risco
de câncer de bexiga entre os trabalhadores expostos ao HAP, mas sem a clara
relação dose-resposta. Os dados também sugeriam uma associação entre a
exposição ao HAP e câncer pancreático, mas nenhuma associação com o câncer
de pulmão. Um risco elevado de mieloma múltiplo foi observado também entre os
trabalhadores empregados por mais de três anos (SIR = 197; 95% CI = 98-352).
Rússia
Conforme mostrado por Simonato30 e mais tarde por Enterline74, foram realizados
estudos por Konstantinov e colegas em duas plantas Söderberg de fundição de
alumínio e uma prebake, na então União das Repúblicas Socialistas Soviéticas,
em 1971 e 197456,57. Esses revisores observaram que não havia nenhuma
informação sobre o tamanho das populações de estudo 30,74. O primeiro estudo
relatou um aumento estatisticamente significativo de mortalidade para os cânceres
de pulmão e de pele entre os trabalhadores de 18 a 39 anos de idade, em uma
planta Söderberg, ao passo que não observaram mortes por câncer na planta
prebake. O segundo estudo não relatou nenhum aumento de câncer de um modo
geral em operações prebake, mas SMRs de 360 e 170 por câncer respiratório em
plantas Söderberg e um RR total de 2,3 por câncer de estômago numa das
plantas Söderberg, mas não na outra. Um aumento quase 40 vezes maior na
morbidade por câncer de pele também foi relatada em pessoas com idade entre
18 a 39 anos, em uma das plantas Söderberg, mas não nas operações prebake.
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Não parece haver estudos mais recentes sobre a Rússia apresentados em Inglês.
Suécia
Em 2008, Bjor e colaboradores publicaram um estudo de coorte, de incidência
realizado em uma planta de redução de alumínio58. Foram utilizados quatro
populações de referência, com taxas da Suécia, norte da Suécia, do estado e de
sete municípios que tiveram socioeconomias semelhantes às de Sundsvall, onde a
planta estava situada. Em comparação com as taxas do norte da Suécia, houve
aumento estatisticamente significativo de incidência de câncer de pulmão (SIR =
162), do sistema nervoso central (SIR = 183), e do esôfago (SIR = 258), e as taxas
por essas mesmas causas estavam elevaas em comparação às da Suécia e dos
sete municípios. Trabalhadores com mais de 10 anos de trabalho tiveram um SIR
para o câncer de pulmão de 199 (IC 95% = 121 a 307), que tinha aumentado de
139 (IC 95% = 67 a 256) entre os trabalhadores empregados por menos de dois
anos, sem tendência significativa. Entretanto, os autores notaram a ausência de
dados sobre o tabagismo. Também não houve tendência significativa para o
aumento dos anos de trabalho para os cânceres do sistema nervoso central ou de
órgãos urinários, mas os SIRs, para este último, estavam elevados em
comparação à Suécia (SIR = 129) e ao Norte da Suécia (SIR = 111), e não,
quando foram utilizadas os índices dos sete municípios (SIR = 102) para a
comparação e não houve progressão do risco com o aumento do número de anos
de trabalho. A falta do excesso de câncer de bexiga é notável, considerando-se
que esse estudo tem um período muito longo de acompanhamento58.
Estados Unidos
Em 1974, Milham concluiu um estudo sobre a mortalidade ocupacional em mais
de 300 mil homens que morreram entre 1950 e 1971 no estado de Washington75.
Usando uma análise de razão de mortalidade proporcional, o excesso de
mortalidade por câncer de pulmão, pâncreas e linfoma maligno foi constatado na
indústria de alumínio do estado. Embora as análises da taxa de mortalidade
proporcional tenham algumas limitações sérias, esses resultados foram
confirmados em algum outro conteúdo da literatura desde aquela época.
Cinco anos depois, Milham59 investigou a mortalidade dos trabalhadores de uma
planta prebake no estado de Washington. Ele definiu a exposição como a
atividade em planta de anodos, barramento, revestimento de cubas, salas de
cubas e controle de qualidade, descobrindo uma mortalidade crescente
estatisticamente significativa de câncer linfocítico e hematopoiético (SMR = 184),
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incluindo o linfossarcoma e o reticulossarcoma com uma SMR estatisticamente
significativo de 316 em todos os trabalhadores (643 na categoria trabalhadores
"expostos”). Os cânceres de váriaslocalizações apresentaram aumentos gerais
não significativos, que fossem mais elevados entre os trabalhadores expostos:
leucemia (SMR = 109 e 131), e cânceres do sistema respiratório (SMR = 117 e
129), da próstata (SMR = 162 e 211) e hepático (SMR = 164 e 273). A ocorrência
de câncer de pâncreas (SMR = 238), a doença de Hodgkin (SMR = 397) e
tumores benignos (SMR = 679) foi significativamente maior em trabalhadores não
expostos e a mortalidade por cânceres respiratório, linfático e hematopoiético
subiu um pouco com o tempo de latência. O autor concluiu que alguns dos tipos
de câncer linfático e hematopoiético e pulmonar podem ter origem ocupacional.
Também se referiu a um aumento estatisticamente significativo de tumores
cerebrais benignos (SMR = 391; cinco mortes) 59.
Alguns anos mais tarde, Rockette e Arena35 realizaram um grande estudo em 14
plantas, que incluiu Söderberg horizontal, sistema VS prebake (P), e operações
mescladas prebake e Söderberg (M). A mortalidade por causa específica foi
comparada com a da população americana. Foi observado um aumento
estatisticamente significativo de SMR para tumores benignos e não específicos
nas plantas prebake (SMR = 200). Houve elevação de SMRs não estatisticamente
significativa de câncer de estômago (SMR-P = 113,3), pâncreas (SMR-P = 132,9;
SMR-M = 125,5), rim (SMR-P = 151,3), bexiga (SMR-S = 161,8), linfossarcoma e
reticulosarcoma (SMR-P = 132,2; SMR-S = 116,7) e leucemia e aleucemia (SMRP = 127,6; SMR-S = 130,8; SMR-M = 123,5). Estranhamente, o aumento
estatisticamente significativo de leucemia e aleucemia (aleukemia) em
trabalhadores de plantas Söderberg foi constatado entre os trabalhadores
empregados por menos de 15 anos, enquanto o aumento em trabalhadores do
sistema prebake foi verificado em trabalhadores empregados por mais de 15 anos.
Não houve elevação de óbitos causados por câncer de bexiga nos trabalhadores
que sempre trabalharam em salas de cubas ou planta de anodos, segundo os
estudos americanos35.
Quando as SMRs por câncer de pâncreas foram examinadas em relação ao
tempo acumulado no emprego, pareceu haver um risco crescente para o aumento
do tempo no emprego para os trabalhadores de plantas prebake e de sala de
cubas Söderberg, mas não para aqueles atuando em plantas de anodo. O padrão
de SMRs para o câncer de pulmão não ficou muito claro: para os trabalhadores
prebake, as SMRs subiram com o tempo acumulado de emprego de menos de 10
anos e entre 20 e 25 anos, ao passo que para os trabalhadores da planta
Söderberg, esse coeficiente aumentou entre 10 a 15 anos e com mais de 25 anos
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ANÁLISE
Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
de trabalho35.
Um conjunto de quatro casos de adenomas pituitários foi relatado entre
trabalhadores do segmento do alumínio, entre 1990 e 1994 61. A investigação
epidemiológica em 25 casos de adenomas pituitários diagnosticados em 17
plantas nos Estados Unidos relatou uma OR de 1,12 para aqueles que sempre
trabalharam em plantas de redução, porém a OR diminuiu quando a análise foi
restrita para cinco anos e mais de atuação em plantas de redução. Os autores
concluíram que não havia "fortes evidências" que sugerissem uma origem
ocupacional para os adenomas.
Fabricação de eletrodo de grafite
Sete artigos apresentaram estudos sobre a incidência ou mortalidade de câncer
entre trabalhadores de plantas de manufatura de eletrodos de carbono. Um dos
artigos também incluiu trabalhadores de plantas de redução de alumínio45. A
maioria dos estudos foi bem pequena, com menos de 50 mortes ou casos de
câncer de pulmão e um número menor de outros tipos de câncer, o que na maioria
dos estudos impediu análises satisfatórias da relação exposição-resposta. A
maioria dos estudos mostrou plantas individuais com efetivo variando entre 33276
e 2.219 trabalhadores, com acompanhamento abaixo de 10 ou de 10 anos77,78,
variando até 47 anos79.
Foi estudada a mortalidade de 2.219 trabalhadores brancos em plantas
americanas de eletrodos de carbono e de especialidades em carbono, no período
entre 1974 e 198377. As plantas haviam iniciado a operação em 1937, ou antes, e
a população estudada estava empregada em uma das 11 localidades ativas em
1º de janeiro de 1974, tendo, no mínimo, 10 anos de trabalho anterior. O número
total de mortes por câncer não era grande (n = 78). Houve um excesso
estatisticamente significativo de câncer de pulmão em uma planta, que não
envolveu exposições a CPTV, mas utilizou “amianto.” O único aumento (não
estatisticamente significativo) foi o de mortes por câncer no sistema linfopoiético
que ocorreu principalmente entre trabalhadores assalariados. Este estudo é
relativamente pequeno, a definição da coorte é transversal e o acompanhamento
é de apenas 10 anos. Uma vez que os tipos de câncer como os de pulmão e de
bexiga têm período de latência de 20 e 30 anos ou mais, esse estudo talvez não
tenha detectado um excesso, mesmo que isso tivesseocorrido.
Dois estudos asiáticos relataram um aumento estatisticamente significativo na
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Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
mortalidade por câncer de pulmão45,76 e um estudo sueco mostrou um aumento
não significativo com base em duas mortes79. Os demais estudos não encontraram
um risco aumentado de câncer de pulmão. A mortalidade por câncer de bexiga
estava elevada em uma planta francesa, com um acompanhamento de 25 anos, e
com base em três mortes78 e numa planta italiana com um acompanhamento de
40 anos, baseado em sete mortes80. Um estudo italiano mostrou um aumento de
quatro vezes na mortalidade por câncer de fígado e os autores mencionaram
exposições específicas a resinas fenólicas e furfurílicas utilizadas na planta,
mencionando também que não puderam ajustar para fatores de estilo de vida e
infecções virais hepáticas81.
Assim, a evidência disponível a partir de trabalhadores de eletrodo de grafite é
limitada em sua utilidade para a interpretação dos riscos para os trabalhadores de
plantas de redução de alumínio.
Evidências disponíveis por localização do câncer
As decisões relativas a causalidade são geralmente baseadas em critérios como
os descritos a seguir, que incluem os propostos por Sir Bradford-Hill82: peso da
associação (RR e OR), consistência (de resultados entre os diferentes estudos),
especificidade (associação limitada a trabalhadores específicos e tipos de
doença), a relação temporal (a causa precedendo a consequência), gradiente
biológica (relações de dose-resposta ou relação exposição-resposta),
plausibilidade biológica (de acordo com o conhecimento real), a coerência
(considerando a história natural da doença), a evidência experimental (se as
ações preventivas reduzem a associação) e analogia (ponderação de provas a
partir de exposições semelhantes). Obviamente, os estudos considerados também
devem oferecer alguma evidência de que o aumento do risco não seja causado
por viés ou confusão. Com base na maioria desses critérios, a IARC classificou as
exposições ocupacionais durante a produção do alumínio como um fator causal,
com provas suficientes em seres humanos, para os cânceres de pulmão e
bexiga83.
Os tipos de câncer relatados em vários estudos estão resumidos na Tabela 4, com
uma avaliação utilizando os vários critérios de Bradford-Hill. Deve-se notar que
vários indicadores foram aplicados nos diferentes estudos, desde cargos e
departamentos até a exposição acumulada a Benzo(a)pireno, tendo este último
sido um índice útil de exposição, mas que provavelmente está altamente
correlacionado com todos os contaminantes e agentes físicos nas salas de cubas
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ANÁLISE
Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
e plantas de anodo. Assim, as associações não significam que um agente
específico seja o fator causal exceto se houver evidência mecanicista ou
experimental adicional para se esperar que o agente provoque a doença. Quando
o câncer não parece estar relacionado com o índice de exposição a
Benzo(a)pireno ou BSM, só é possível, com raras exceções (por exemplo, de calor
e de campo eletromagnético), analisar a força da associação com o emprego na
indústria. No tópico seguinte, os produtos químicos potencialmente encontrados
na planta de fundição foram levantados a partir da revisão histórica realizada por
Benke e colegas em 19985. A IARC foi considerada como uma fonte de referência
para a classificação de cancerígenos. Não se deve interpretar que os autores
atuais ratificam inteiramente a classificação para todas as substâncias. A
interpretação dos autores sobre a evidência disponível atualmente é apresentada
em seguida sob as categorias "nenhuma evidência convincente", "pouca
evidência", "alguns indícios", "evidências consistentes" e "evidências
razoavelmente fortes”. Essas interpretações foram baseadas nos seguintes
critérios, também mostrados como notas de rodapé na tabela 4:






Dados insuficientes: Houve poucos relatos sobre estas localizações de
câncer que também foram raros.
Sem evidência convincente: a maioria dos estudos não mostrou um risco
maior ou menor; eram estudos com um pequeno aumento de risco, que não
era estatisticamente significativo, estavam sem o ajuste para os principais e
potenciais fatores de confusão e/ou eram estudos com alguma evidência de
que não houve uma relação relação exposição-resposta.
Pouca evidência: a evidência foi considerada insuficiente para concluir que
houve uma possível associação (por exemplo, não mais do que um estudo)
com um aumento estatisticamente significativo no risco ou com um risco de
mais de 1,5, e algumas evidências-limitrofes inconsistentes de relação
exposição-resposta.
Alguma evidência: houve alguns estudos positivos apontando uma
possível associação com mais de um estudo, com um aumento
estatisticamente significativo no risco e mais de um estudo com um risco
acima de 1.5, e, ao menos, evidências-limitrofes na relação exposiçãoresposta em dois estudos ou mais.
Evidência consistente: a evidência sugeriu uma associação provável uma
vez que a maioria dos estudos tivesse demonstrado riscos aumentados,
com alguma evidência na relação exposição-resposta e, pelo menos, um
estudo com um risco acima de 2,0.
Evidência razoavelmente forte: A maioria dos estudos demonstrou um
aumento do risco com evidência na relação exposição-resposta em vários
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Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
estudos e mais do que um estudo com um risco maior do que 2,0.
Cavidade bucal e faringe: Nenhuma evidência convincente (exposição obscura).
Estudos em Quebec têm indicado um aumento da incidência ligeiramente elevada,
mas não significativa, desse tipo de câncer em quatro das seis coortes
observadas. Além disso, existe uma relação
exposição-resposta entre a
incidência desse tipo de câncer e exposição acumulada a Benzo(a)pireno para os
trabalhadores contratados antes de 1950, mas não para os trabalhadores
contratados após 195044. A mortalidade por essa causa ficou abaixo da
expectativa nas coortes de Quebec, mas foi alto para o câncer de faringe na
British Columbia, Canadá. No entanto, na Austrália (somente prebake), na França
e nos Estados Unidos (prebake e Söderberg) não houve excesso na incidência e
na mortalidade para este tipo de localização de câncer, que não foi mencionado
nos estudos noruegueses. A inconsistência das conclusões deve ser investigada
antes desse tipo de câncer poder ser considerado como estando associado a uma
exposição ocupacional nessa indústria. De acordo com a IARC, o câncer de
faringe está relacionado, à exposição ao amianto, com evidência limitada para
humanos84.
Câncer de esôfago: nenhuma evidência convincente (exposição obscura). O
câncer de esôfago foi relatado como estatística e significativamente aumentado
em dois estudos: um estudo chinês de mortalidade46 e um estudo de incidência
sueco75. Aumento de mortalidade e incidência também foram relatados em
Quebec, mas principalmente em uma planta44,60. No entanto, quando um período
de latência de 20 anos foi aplicado, houve um aumento não significativo na
mortalidade por essa causa nos membros da coorte, em todas as categorias
separados pelo ano de admissão. Os principais fatores de risco associados ao
câncer de esôfago são o consumo de álcool, o tabagismo, a doença de refluxo
gastroesofágico e a ingestão de líquidos muito quentes, fatores esses para os
quais não foram ajustados nos estudos disponíveis. A exposição ao
tetracloroetileno, que pode ser encontrado em algumas plantas de fundição de
metal, foi classificada pela IARC como cancerígena para o esôfago, mas com
evidência limitada para humanos85.
Câncer de estômago: alguma evidência (exposição obscura). O câncer de
estômago continua a ser um enigma. Tem sido relatado em vários estudos de
coorte, mas não tem uma relação clara com o aumento de exposição usando o
índice de exposição a Benzo(a)pireno. O câncer de estômago tem sido mostrado
em operações prebrake australianas com uma tendência monotônica com a
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exposição a B(a)P, mas também houve aumento do risco entre os trabalhadores
de escritório. Esse dado não foi encontrado nos estudos de Quebec com
trabalhadores de plantas Söderberg onde não houve relação com a exposição
Benzo(a)pireno, enquanto que em British Columbia houve uma tendência
estatisticamente significativa com a exposição, quando foi incluído um intervalo
de 20 anos e foi feito um ajuste para o tabagismo. Em suma, o risco de câncer de
estômago parece estar associado, de alguma forma, com o trabalho na indústria
de fundição de alumínio, mas a etiologia é desconhecida.
Dentre os agentes relatados como presentes em algumas salas de cubas, o
chumbo e o amianto foram classificados pela IARC como cancerígenos para o
estômago, mas com evidência limitada para humanos85.
Reto e junção retossigmóide: nenhuma evidência convincente (exposição
obscura). O câncer de reto e o câncer do reto e da junção retossigmóide (NT:
tradução conforme está no original) foram constatados com excesso
estatisticamente significativo apenas nas coortes de Quebec e ligeiramente
acima do esperado na Noruega. Existe também uma indicação de que o risco
possa estar relacionado à exposição, embora a base para a associação seja
fraca. Entre as exposições em salas de cubas, apenas o amianto tem sido
classificado pelacomo cancerígeno para o cólon e reto, mas com evidência
limitada para o ser humano85. Na Austrália, onde o aumento da incidência e da
mortalidade por mesotelioma foram encontrados entre os trabalhadores de
plantaplantas prebake, não foi relatado nenhum aumento do câncer colorretal37.
Câncer de pâncreas: evidência consistente (exposição obscrua). Embora o
câncer de pâncreas esteja agora relatado em coortes de diversos países, não há
coerência clara nos resultados. É interessante notar que, no estudo realizado nos
Estados Unidos, houve um nítido excesso de mortalidade por câncer de pâncreas
em trabalhadores que sempre trabalharam em salas de cubas (SMR = 138) e em
plantas de anodos de carbono (SMR = 142,1)35. O exesso foi significativo para
trabalhadores que passaram mais de cinco anos em salas de cubas e o maior
risco corresponderam às operações prebake. Na Itália também, o excesso foi
maior para trabalhadores de plantas de anodos, além de da constatação de que
o trabalho anterior como fazendeiros e hiperglicemia estavam associados ao
aumento de risco51. Na Noruega, foi constado aumento de risco em plantas que
mesclavam os sistemas prebake e Söderberg (com riscos mais elevados com
uma demora de 20 anos), ao passo que, em Quebec, o maior risco foi
encontrado em uma pequena planta, sendo que os riscos estão essencialmente
presentes no histórico de grandes plantas. Esse tipo de câncer precisa ser mais
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bem investigado em vários países e também em operações prebake,
especialmente com o controle adequado de fatores de risco conhecidos. Até o
momento, para esta localização do câncer não há evidências suficientes para se
concluir que ela esteja relacionada com uma exposição específica encontrada em
salas de cubas.
Laringe: nenhuma evidência convincente (exposição obscura). Riscos maiores
de câncer de laringe têm sido relatados em Quebec (especialmente em uma
planta, sem uma tendência do tipo relação exposição-resposta), na França e na
Noruega. Onúmero de casos geralmente é baixo (de 7 a 60) e o ajuste para
possíveis fatores de confusão, em particular tabagismo e consumo de álcool, não
foi feito adequadamente em nenhum dos estudos. Dentre as exposições em
salas de cubas, concentrações altas de névoas de ácidos inorgânicos e amianto
foram classificadas pela IARC como cancerígenas para a laringe, com suficiente
evidência nos seres humanos85.
Câncer de pulmão: provas razoavelmente fortes (HAPs e possivelmente outras
exposições). O câncer de pulmão, tal como referido anteriormente, atende à
maior parte dos critérios, no que diz respeito a operações Söderberg., O
tabagismo tem sido considerado e eliminado, como uma variável de confusão.
Nos estudos canadenses, são fortes as associações e há relações claras na
relação exposição-resposta. Os resultados também são compatíveis com os
achados sobre forno de coque e outras populações expostas a HAP, sendo os
HAPs conhecidos por induzir tumores. Há hipóteses de que, como o nível de
exposição a CTPVs diminuiu, da mesma forma diminuiu o risco de câncer de
pulmão. É preciso reconhecer que as taxas de tabagismo também diminuíram e
os dados correspondentes em todos os estudos são imperfeitos.
Com base nos níveis de exposição associados ao aumento dos riscos em
operações Söderberg, não se conseguiria prever riscos elevados em operações
prebake. O fato de que alguns riscos terem sido relatados em operações prebake
requer que continuem a ser monitorados e os potenciais fatores de confusão
sejam plenamente considerados. A ausência de câncer de pulmão em algumas
operações Söderberg está provavelmente relacionada aos níveis de exposição,
tamanhos dos grupos, e/ou o período de acompanhamento, embora as
diferenças em condições operacionais, misturas de HAP não possam ser
totalmente excluídas. Deve-se também observar que os aumentos de casos de
câncer de pulmão têm sido bem descritos em outras indústrias envolvendo
exposições a HAP.
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Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio
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Outros agentes além de PAH, que têm sido associados com a evidência
suficiente em humanos para o câncer de pulmão, encontrados na indústria de
redução de alumínio são fuligem, amianto, berílio, cádmio, cromo, níquel e sílica,
por exemplo. No entanto, os agentes etiológicos mais prováveis são os HAPs. O
piche de alcatrão, do qual derivam os HAPs, são classificados pela IARC como
sendo provas suficientes de carcinogenicidade em seres humanos.
Câncer de pele: nenhuma evidência convincente (piche de alcatrão, arsênico).
Apenas três estudos relataram um aumento do risco de câncer de pele: um
estudo norueguês relatou maior incidência de melanoma maligno entre
trabalhadores com três anos ou menos de trabalho acumulado em uma planta
prebake (trabalhadores com mais de três anos tinham um déficit não
significativo); um estudo russo relatou aumentos estatisticamente significativos de
mortes por câncer de pele não especificadas, que variaram de 6,6, entre
trabalhadores com 40 anos ou mais, até 38,8 entre trabalhadores mais jovens; e,
finalmente, um estudo francês registrou um aumento em duas vezes de morte
por câncer de pele e outras áreas (mama, ossos e tecido conjuntivo). Todos os
outros estudos citaram déficits ou não relataram um resultado para câncer de
pele. Nenhum desses estudos foi ajustado para a exposição ao sol.
Compostos de piche de alcatrão, arsênico e arsênico inorgânico (uma possível
exposição em sala de cubas) foram classificados pela IARC como cancerígenos
para o câncer de pele não melanótico, com suficientes evidências nos seres
humanos.
Câncer de próstata e testicular: nenhuma evidência convincente (exposição
obscura). O câncer de próstata foi relatado como aumentado após 20 anos de
trabalho em uma fundição de alumínio na Austrália e o aumento era
estatisticamente significativo para a mortalidade, mas não para a incidência.
Também foram relatados aumentos não significativos em Quebec e Noruega,
mas sem constatação de nenhuma tendência na relação exposição-resposta, e
quatro outros estudos não tendo relatado aumento dos riscos. A proporção da
população mapeada para o câncer de próstata varia muito entre os países, o que
torna difícil a comparação de incidência de um estudo para outro, e a longa
sobrevivência associada àquele tipo de câncer torna a mortalidade uma
estimativa de risco menosadequada para se adotar. Três estudos apresentaram
dados quantitativos sobre o câncer de testículo, dois dos quais com um aumento
não significativo e um sem aumento54.
Entre exposições potenciais em sala de cubas, o arsênico e o cádmio foram
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classificados pela IARC como cancerígenos para a próstata, mas com evidência
limitada para os seres humanos. Nenhuma exposição ocupacional foi até agora
associada ao câncer de testículo85.
Câncer de bexiga: provas razoavelmente fortes (produção de alumínio) e
evidência limitada (CTPVs). Parece haver pouca dúvida de que quando estudos
sobre plantas Söderberg permitem um tempo adequado de acompanhamento e
os trabalhadores tiveram exposição apropriada nas salas de cubas, eles estão
sob risco maior de câncer de bexiga. De fato, há evidências de que o câncer de
bexiga está fortemente associado com salas de cubas Söderberg, no Canadá e
na Noruega, detectado em níveis estatisticamente não significativo nos Estados
Unidos e na França. Estudos têm mostrado que este risco cresce com o aumento
da exposição usando-se os índices Benzo(a)pireno ou BSM de exposição. Em
Quebec, os estudos também têm demonstrado, que em paralelo com a redução
da exposição a Benzo(a)pireno, a mortalidade e a incidência deste tipo de câncer
têm caído. Essas quedas podem estar relacionadas com a detecção precoce,
tratamento melhor e redução na exposição a Benzo(a)pireno ou agentes
correlacionados com este índice, embora o fator etiológico específico permaneça
desconhecido. Foi mostrado que os trabalhadores de plantas de anodo não têm
um risco maior de câncer de bexiga 71, e, que apesar do longo período de
acompanhamento, não houve um claro aumento na incidência de câncer de
bexiga entre os trabalhadores de planta Söderberg, na Suécia. A comparação de
matérias-primas e condições operacionais pode ser útil. Como o câncer de
bexiga está frequentemente associado a aminas ou compostos nitrosos, esses
elementos são propostos como fatores etiológicos, embora os estudos apontem
que o potencial de exposição a qualquer quantidade significativa, ainda seja
pequeno, embora plausível86. Outra explicação possível é um efeito desidratante
indireto do calor sobre a concentração da urina. Há indícios de que pessoas que
bebem grandes quantidades de líquido estão sob risco menor de câncer de
bexiga87, o que tem sido vinculado a frequência da micção88. No passado, a
atividade em sala de cubas envolvia considerável exposição ao calor, um perigo
que foi minimizado em paralelo com concentrações de Benzo(a)pireno. O
tabagismo também tem sido associado ao risco de câncer de bexiga, mas, ao
mesmo tempo em que contribui para o risco, não explica totalmente o aumento
dele em trabalhadores expostos ao CTPV. Ainda não foi tomada nenhuma
decisão sobre o fator etiológico específico do câncer de bexiga.
A fuligem e o piche de alcatrão estão associados ao câncer de bexiga, com
limitadas evidências em humanos. Tal evidência provém em grande parte dos
estudos da indústria do alumínio.
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Câncer renal: alguma evidência (exposição obscura). Embora a evidência seja
mais insípida do que para o câncer de bexiga, há relatórios sobre o risco maior
de câncer renal em trabalhadores de plantas de produção do alumínio, em muitos
países. Vários dos aumentos relatados referem-se a instalações prebake, com
excessos significativos relatados na Austrália37. Pode-se acreditar numa possível
associação porque uma exposição passível de elevar o risco de câncer de bexiga
pode ter aumentado o risco em outros órgãos urinários. No entanto, vale notar
que não foi relatado aumento de câncer de bexiga em operações ' prebake
australianas. Conquanto algumas relações de relação exposição-resposta
analisadas não sejam convincentes, a incidência de câncer em plantas
Söderberg de Quebec44 e British Columbia40 sugere a possibilidade de uma
associação. O calor tem sido apontado como um fator para o câncer renal em
fundições de alumínio55, mas os estudos recentes não encontraram associações
entre a ingestão total de líquidos e o câncer renal7,89. Dentre as exposições em
salas de cubas, apenas o cádmio tem sido classificado pela IARC como
cancerígeno para o rim, mas com restrita evidência em humanos.
Câncer cerebral e do sistema nervoso central: pouca evidência (exposição
obscura). Riscos de aumento não estatisticamente significativo de tumores
malignos no cérebro e no sistema nervoso central foram relatados nas coortes
canadenses, em um estudo francês, de uma planta na Noruega e outra dos
Estados Unidos, enquanto foi mostrado um aumento estatisticamente significativo
na coorte sueca de plantas Söderberg. Todavia, nenhuma tendência na relação
exposição-resposta foi relatada, e o aumento não parece estar associado com
um processo em especial. Depois de investigar um grupo de quatro casos em
uma planta americana de alumínio prebake, "nenhuma forte evidência... de que a
taxa de adenomas pituitários esteja aumentado em trabalhadores de alumínio em
geral” foi encontrada76. Não parece ter havido outros relatos sobre os referidos
adenomas. Um estudo mencionou uma elevação do risco de tumores cerebrais
benignos numa unidade de redução de alumínio americana, mas nenhum outro
autor relatou esse mesmo aumento de riscos.
Câncer linfático e hematopoiético: não convincente nem para pequena
evidência (exposição obscura). Não há nenhuma evidência consistente de que
leucemias, linfomas ou quaisquer outros tipos de câncer hematopoiéticos estejam
associados à atividade em salas de cubas. Entretanto, vários estudos de
diferentes países relataram aumentos de mortalidade ou incidência, para apenas
uma doença (por exemplo, linfossarcoma, nos Estados Unidos, a doença de
Hodgkin na Noruega, ou linfoma não-Hodgkin no Canadá) ou para todas as
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ANÁLISE
Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio
Uma análise
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doenças hematopoiéticas agrupadas (na Itália). Foi mostrado que linfomas nãoHodgkin ocorreram com mais frquência do que a esperada em Quebec, porém
sem nenhuma tendência a exposições acumuladas a Benzo(a)pireno. Foi, porém,
percebida uma tendência significativa à exposição a Benzo(a)pireno em British
Columbia, apesar das taxas observadas ficarem abaixo das taxas daquela
cidade. Até o momento, nenhuma exposição química em salas de cubas foi
classificada pela IARC como sendo cancerígena para o sistema hematopoiético.
Todavia, campos magnéticos de frequências extremamente baixas têm sido
associados à leucemia infantil com evidência restrita em humanos85.
Conclusão
Fica agora claro que os cânceres de pulmão e bexiga estão associados ao
trabalho na maioria das salas de cubas Söderberg, havendo indícios de que as
plantas prebake devem passar por investigação mais apurada acerca desses tipos
de câncer, levando-se em conta o tabagismo e excluindo-se as plantas de anodos.
Os estudos de incidência de câncer são preferíveis, uma vez que algumas causas
tais como o câncer de bexiga (NT: está traduzido conforme o texto original. Talvz
os AA tenham querido dizer: " . . . uma vez que alguns tipos de câncer, tais como
os de bexiga . . .") nem sempre resultam em óbito e outros resultados não podem
ser detectados usando-se apenas os estudos de mortalidade. Além disso, é
preferível constatar algum aumento do câncer, com a maior precocidade possível,
para que ações preventivas possam reduzir os riscos futuros. O risco e a
capacidade de se detectar os riscos nos diferentes estudos são provavelmente
limitados por longas latências, erros de classificação de níveis de exposição e
controle abaixo do adequado do tabagismo. Diferenças nas fontes de piche e
outras fontes de hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs) também podem
ser fatores explicativos. Os avanços nos métodos de determinação da exposição
devem ser uma parte integrante do acompanhamento epidemiológico com o fim de
aprimorar as estimativas de exposição e, consequentemente, de riscos. Certos
tipos de câncer, como o de estômago, rins e pâncreas, cujos riscos não parecem
aumentar em relação à exposição ao Benzo(a)pireno nas grandes coortes de
Quebec, no entanto, parecem ocorrer de forma consistente, com mais frequência,
em certas coortes, inclusive em operações Söderberg e prebake. É possível que
tais doenças estejam mais relacionadas com outras exposições ocupacionais do
que com CTPVs, e também é possível que não tenham origem ocupacional. O fato
delas serem hoje mostradas em vários países, tanto em processosprebake quanto
em processos Söderberg, e parecerem ser mais frequentes em coortes mais
recentes, sugere que precisam ser avaliadas com maior profundidade. O câncer
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cerebral e certos tipos de câncer linfático e hematopoiético também requerem
mais estudos, por parecerem seguir uma distribuição na relação exposiçãoresposta com CTPVs, embora o aumento de seu risco não tenha sido comumente
relatado.
Deve-se observar que, em estudos epidemiológicos, como os aqui mostrados, o
número de testes estatísticos foi grande e muitas das observações podem muito
bem ter ocorrido ao acaso. É esse também o caso de muitos testes realizados em
outros estudos de mortalidade e de incidência de câncer. Além disso, apenas em
poucos casos os estudos de fato testaram uma hipótese específica de que um
determinado agente estava relacionado com um câncer específico. No entanto,
são anotadas as causas de modo que se possa observar se as mesmas causas
aparecem em estudos independentes, uma vez que a consistência nos resultados
possa indicar um problema. Embora a evidência de causalidade seja limitada por
informações inadequadas sobre exposições específicas para se examinar o fator
exposição-respostaou a plausibilidade biológica, aqueles tipos de câncer que
preenchem os vários critérios de potencial causa de cânceres devem certamente
continuar a ser monitorados neste tipo de indústria. Estudos longitudinais também
devem prosseguir especialmente em processos mais recentes, porém
incorporando melhores avaliações da exposição e índices múltiplos de exposição
a agentes físicos e químicos, bem como o índice de exposição a Benzo(a)pireno,
a fim de se explorar a etiologia dos casos de câncer identificados em excesso
plantanas plantas Söderberg e plantas de anodo. Isso pode ser pertinente na
prevenção dos riscos de futuras exposições em plantas que fazem uso de
tecnologia mais avançada, em que a informação precisa sobre os riscos pode não
existir por muitos anos, por causa de considerações de latência. A mortalidade é
claramente uma medida final (NT: demorada, atrasada) do resultado e deve haver
preferência por estudos de incidência, sempre que possível. À medida que caem
os níveis de exposição, também diminuem a incidência e os riscos de câncer.
Nesse sentido, deve-se dedicar atenção em ampliar as populações para
investigação,
planejando-se
criteriosamente
os
estudos
cooperativos
interindustriais com metas e metodologias bem definidas, possivelmente aplicando
alguns estudos para identificar hipóteses e outros para testá-las.
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- Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental
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30
ANÁLISE
Riscos de Câncer em Trabalhadores de Plantas de Redução de Alumínio
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Tabelas
Tabela 1. Níveis típicos de exposição a Benzo(a)pireno medidos em plantas de redução de alumínio
Referências
Bjørseth et al7
País da planta
(província/estado)
Noruega
Departamento/
Cargo/Tarefa
PlantaPlanta de anodos
PlantaPlanta prebake
Sala de cubas Söderberg
PlantaPlanta Söderberg
Lindstedt e
Sollenberg
Suécia
Tjoe Ny et al
Suriname
Petry et al
Suíça
PlantaPlanta Söderberg
Operadores de cubas
Operadores de eletrodos
PlantaPlanta de anodos
Carstensen et al
Suécia
Sala de cubas Söderberg
Sanderson et al
Lavoué et al
Canadá (Quebec e
British Columbia)
Canadá (Quebec)
PlantaPlanta Söderberg
Manutenção de pino,
quebra-crosta
Operador de anodos,
levantador de cremalheira
Operador de controle de
Sala de Cubas
Salas de cubas Söderberg
Concentrações
ND-0,3 µg/m3
ND-0,05 µg/m3
ND-9,0 µg/m3
1,8-5,3 µg/m3
Média geométrica
2,2 µg/m3
37 µg/m3
8h tempo-média
ponderada:
0,16-4,88 µg/m3
Tempoconcentrações
medians de média
ponderada de
particulados:
0 ,97 µg/m3 (margem:
0,02-23,5)
Concentrações de
média geométrica:
1998: 1,68 µg/m3
2002: 1,14 µg/m3
1998: 5,72 µg/m3
2002: 1,80 µg/m3
1998: 1,15 µg/m3
2002: 0,26 µg/m3
Média geométrica
mediana: 0,46 µg/m3
Média geométrica
máxima:134,28µg/m3
Comentários
Amostras estacionárias (n = 21)
Meados anos 1970s
Amostras estacionárias (n = não
especificado)
1968-1978
Amostras pessoais (n = 16)
Julho a agosto de 1990
Amostras pessoais, 5 dias
completos-amostras de turno
(n = 6)
Meados anos 1990s
Amostras pessoais, completas de
turno (n = 93)
Final dos anos 1990s
Amostras pessoais (n = 19)
Pino horizontal
Uma plantaplanta com o maior
número de medições (n = 2937)
realizadas entre 1975 e 1999
(86% entre 1975 e 1989)
ND, não detectado.
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31
ANÁLISE
RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Tabela 2. Descrição sucinta de estudos de coorte publicados, de trabalhadores de plantaplantas de redução de alumínio
Referências, país
(província/estado)
Austrália
Sim et al37, Friesen et
al38
Departamento/Cargo/Tarefa
 2 plantas de redução de alumínio, abertas de
1962 a 1986 (processo prebake)
Grupo de
comparação
População geral
australiana
Período de
acompanhamento
1983-2002
 4396 homens (565 mulheres não descritas)
Gibbs et al41-44
Coorte de mortalidade
e incidência de cânce
do Canadá (QC)
 Coorte “jovem” e curto período de
acompanhamento (31% de pessoa-ano
antes de 1991 e 24% após 1998)
Pessoa-anos de observação
(total de óbitos ou casos por
câncer)
68,752 pessoas-ano
(78 óbitos por câncer/233 novos
casos)
 Alguns dados de tabagismo
 Total perdido para acompanhamento
não especificado
 > 88% de causa determinada de morte
Coorte de mortalidade
e de incidência de
câncer da Austrália
Canadá
Spinelli et al39,40
Grupo de mortalidade
e de incidência de
câncer do Canadá (BC)
Comentários
 1 planta de redução de alumínio (processo
Söderberg)
 6423 trabalhadores com ≥3 anos de
trabalho entre 1954 e 1997
British Columbia em
geral
Mortalidade:
1957-1999
Incidência:
1970-1999
 Poucos dados de tabagismo
 13,6% perdidos para acompanhamento
 .98% de causa determinada de morte
151,057 pessoas-ano (336 óbitos
por câncer/662 novos casos)
 4 plantas de redução de alumínio (A: antiga
prebake + Söderberg; B e C: Söderberg; D:
prebake)
 Planta A – antes 1950 (iniciada em 1920):
5285 homens trabalhando em 1.janeiro.1950
 Planta B – antes 1951 (iniciada em 1916):
529 homens trabalhando em 1.janeiro.1951
 Planta C – antes 1950 (iniciada em 1937):
163 homens trabalhando em 1.janeiro.1950
 Planta A – após 1950: 6697 homens
contratados após 1.janeiro.1950
 Planta B – após 1951: 1082 homens
contratados após 1.janeiro.1951
 Planta C – após 1950: 1379 homens
contratados após 1.janeiro.1950
 Planta D (iniciada em 1978): 568 homens
contratados desde 1978
População geral de
Quebec
Mortalidade:
A: 1950-1999
B: 1951-1999
C: 1950-1999
D: 1978-1999
Incidência:
1980-1999
 Amplo estudo com vários grupos
 Alguns dados de tabagismo
 Total perdido para acompanhamento
não especificado, mas citado que a
situação vital foi verificada para
praticamente todos os trabalhadores
 97% - 100% de causa de morte
determinada
Pessoa-ano
A antes: 188.263,4
B antes: 19.980,1
C antes: 5779,8
A após: 172.798,5
B após: 24.324,6
C após: 41.552,6
D: 8476 (5474 óbitos por
câncer/>1878 novos casos)
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ANÁLISE
RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Tabela 2. Continuação
Referências, país
(província/estado)
China
Liu et al45
Coorte de mortalidade
da China
França
Mur et al46
Coorte de mortalidade
da França
Moulin et al47
Coorte de mortalidade
da França
Itália
Giovanazzi e
D’Andrea48
Coorte de mortalidade
d Itália
Departamento/Cargo/Tarefa
Grupo de
comparação
Período de
acompanhamento
Comentários
Pessoa-Anos de observação
(total de óbitos ou casos por
câncer)
 6 plantas de anodos e 1 sala de cubas e
departamento de anodos de uma planta de
redução de alumínio (processo não
definido)
 6635 homens trabalhando desde
1.janeiro.1971 (número não definido de
trabalhadores na planta de redução de
alumínio)
11.470 homens em
planta de laminação
de aço
1971-1985
 Maioria dos trabalhadores de plantas de
anodos
 Dados individuais sobre tabagismo
 1,34% perdidos para acompanhamento
 100% de causa de morte definida
95.847 p-a (149 óbitos por
câncer)
 11 plantas de redução de alumínio (3
prebake, 2 Söderberg, outros processos
combinados)
 6455 homens empregados por ≥1 ano entre
1950 e 1976
População geral da
França
1950-1976
113,671 p-a (199 óbitos por
câncer)
 1 planta de redução de alumínio (ambas
com processo prebake e Söderberg)
(originalmente avaliadas em Mur et al)
 2133 homens empregados por ≥1 ano entre
1950 e 1994
População regional
1968-1994
 Amplo estudo com vários coortes
 Alguns dados de tabagismo
 Cerca de 2% perdidos para
acompanhamento
 Apenas 71,3% de causa de morte
definida
 Alguns dados de tabagismo
 Exclusão de trabalhadores nascidos fora
da França
 9,5% perdidos para acompanhamento
 94% de causa de morte determinada
 1 planta de redução de alumínio
(principalmente Söderberg)
 494 homens empregados (212 trabalhadores
de sala de cubas e uma coorte “controle” de
282 trabalhadores de outros departamentos)
População geral da
Itália e população da
província de Trento
1965-1979
 Aumento estatisticamente significativo
de óbitos por cirrose hepática entre
trabalhadores de sala de cubas
 Números baixos
 Nenhum dado de tabagismo
 Número perdido para acompanhamento
não definido
 Percentual não definido de causa de
morte determinada
Todas as plantas: 5306 p-a (56
óbitos por câncer)
Salas de cubas: 2115 (40 óbitos
por câncer)
35.145 p-a (101 óbitos por
câncer)
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ANÁLISE
RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Tabela 2. Continuação
Referências, país
(província/estado)
Itália
Carta et al49-50
Coorte de mortalidade
da Itália (Sardenha)
Estudo aninhado de
caso-controle de
câncer de pâncreas
Noruega
Andersen et al
Noruega
Coorte de mortalidade
e incidência de câncer
Rönnerberg et al51
Coorte de mortalidade
e incidência de câncer
da Noruega
Rönnerberg et al52
Coorte de incidência
de câncer da Noruega
Departamento/Cargo/Tarefa
Grupo de
comparação
Período de
acompanhamento
Comentários
Pessoa-Anos de observação
(total de óbitos ou casos por
câncer)
 1 planta de redução de alumínio (prebake)
 1152 homens empregados por ≥1 ano entre
1972 e 1980
 Estudo aninhado de caso-controle: 6 casos,
72 controles
População regional
1972-2001
 Alguns dados de tabagismo
 Nenhuma perda para acompanhamento
 100% de causa de morte determinada
29.080,8 p-a (51 óbitos por
câncer; 6 óbitos de câncer de
pâncreas)
 4 plantas de redução de alumínio (ambos
processos prebake e Söderberg)
 7410 homens vivos em 1953 e empregados
antes de 1970 por ≥18 meses
População específica
de condado
Mortalidade e
incidência:
1953-1979
P-a de observação não definida
(número não definido de óbitos
por câncer, 428 novos casos)
 1 planta de redução de alumínio (processo
prebake) (original avaliado em Andersen et
al)
 1137 homens empregados por ≥6 meses
entre 1922 e 1975 (fechamento de planta)
 1 planta de redução de alumínio (processo
Söderberg) (originalmente avaliado em
Andersen et al)
 Homens empregados por ≥6 meses
 2647 trabalhadores temporários
(empregados por <4 anos)
 2888 trabalhadores de área de produção (≥4
anos)
 373 trabalhadores de área de manutenção
(≥4 anos)
População geral da
Noruega
1953-1991
 Amplo estudo com várias coortes
 Nenhum dado de tabagismo
 Número perdido para acompanhamento
não definido
 Nenhuma análise sobre mortalidade por
câncer
 Poucos dados de tabagismo
 3,9% perdidos para acompanhamento
 Nenhuma análise sobre mortalidade por
câncer
População geral da
Noruega
1953-1993
 Nenhum dado sobre tabagismo
 0,8% perdido para acompanhamento
Curto prazo: 65.976 p-a (226
novos casos)
Produção: 71.219 p-a (339 novos
casos)
Manutenção: 9950 p-a (41 novos
casos)
32,816 p-a
552 óbitos por câncer, 210 novos
casos)
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ANÁLISE
RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Tabela 2. Continuação
Referências, país
(província/estado)
Noruega
Romundstad et al54
Coorte de incidência
de câncer da Noruega
Departamento/Cargo/Tarefa
Grupo de
comparação
Período de
acompanhamento
 6 plantas de redução de alumínio (ambas
com processo prebake e Söderberg) (5 das
quais foram originalmente avaliadas em
Andersen et al)
 11,103 homens empregados por >3 anos
 2 plantaplantas de redução de alumínio
(principalmente processo Söderberg) (1
deles originalmente avaliados em Andersen
et al e em Romundstad et al)
 5627 homens empregados por >6 meses
População geral da
Noruega
1953-1996
População geral da
Noruega
Mortalidade: 19621995
Incidência: início de
emprego - 1995
Romundstad et al55
Noruega
Coorte de incidência
de câncer da Noruega
 1 planta de redução de alumínio
(originalmente prebake, modificada para
processo Söderberg em 1939) (também
relatado em Romundstad et al)
População geral da
Noruega
1953-1995
Rússia
Konstantinov56,57
Coorte de mortalidade
da Rússia
 1790 homens empregados por >5 anos
 Conforme relatado em Simonato
 Nenhuma informação sobre tamanho da
coorte, duração do acompanhamento ou
processo
Não definido
Três de mortalidade:
Suécia em geral
Norte da Suécia e
populações do
condado
Incidência: a quarta:
sete maiores
municípios do norte
da Suécia
Romundstad et al36
Coorte de mortalidade
e incidência de câncer
da Noruega
Suécia
Björ et al58
Suécia
(Västernorrland)
Coorte de incidência
de câncer
 1 planta de redução de alumínio (iniciada
em 1942, processo Söderberg)
 2264 homens (excluindo trabalhadores de
escritório) empregados por > 6 meses entre
1942 e 2000
Comentários
Pessoa-Anos de observação
(total de óbitos ou casos por
câncer)
 Amplo estudo com várias coortes
 Dados de tabagismo disponíveis para
três plantas/seis
 Número perdido para acompanhamento
não definido
 Dados de tabagismo disponíveis para
80% dos trabalhadores por >3 anos
 Número perdido para acompanhamento
não definido
 Percentual não definido de causa de
morte determinada
 Alguns dados de tabagismo disponíveis
para 75% dos trabalhadores por >5
anos
 Cerca de 2% perdidos para
acompanhamento
272.554 p-a (1503 novos casos)
1956-1966
 Nenhuma informação sobre tamanho
da coorte, duração do acompanhamento
ou perdas de acompanhamento, dados
de tabagismo
Não definido
Mortalidade: 19522004
Incidência: 19582005
 Nenhum dado sobre tabagismo
 Número perdido para acompanhamento
não definido, mas provavelmente muito
baixo
70.856 p-a (170 óbitos por
câncer, 323 novos casos)
Mortalidade: 128.020 p-a (226
óbitos por câncer)
Incidência: 139.554 p-a (425
novos casos)
36.587 p-a (286 novos casos)
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RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Tabela 2. Continuação
Referências, país
(província/estado)
Departamento/Cargo/Tarefa
Grupo de
comparação
Período de
acompanhamento
Estados Unidos
Milham59
Coorte de mortalidade
dos EUA (WA)
 1 planta de redução de alumínio (iniciada
em 1946, processo prebake)
 2103 homens que trabalharam por ≥3 anos
na planta e pelo menos 1 ano entre 1946 e
1962 e ainda estavam vivos em 1962
População geral
americana
1962-1976
Rockette e Arena35
Coorte de mortalidade
dos EUA
 14 plantas de redução de alumínio (ambos
com processos prebake e Söderberg)
 21.829 homens que trabalharam por ≥5
anos em uma das plantas entre 1946 e 1977
População geral
americana
1946-1977
Comentários
 Nenhum dado sobre tabagismo
 Número perdido para acompanhamento
não definido
 95,5% de causa de morte determinada
 Nenhuma informação sobre
trabalhadores que saíram ou faleceram
antes de 1962
 Amplo estudo com várias coortes
 Nenhum dado sobre tabagismo
 1,2% perdidos para acompanhamento,
exceto por duas plantas com seis e 16%
de arquivos em falta
 97,6% de causa de morte determinada
Pessoa-Anos de observação
(total de óbitos ou casos por
câncer)
44.307 p-a
P-a de observação não definida
(796 óbitos por câncer)
BC, British Columbia; p-a, pessoa-ano de observação; QC, Quebec; WA, Estado de Washington.
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ANÁLISE
RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Tabela 3. Estudos de Coorte* que relataram aumentos significativos e não significativos (estimativa de risco de
110 ou acima) de tumores malignos em trabalhadores da indústria do alumínio de vários países
Mortalidade
Localização do
tumor maligno
Excesso
estatisticamente
significativo
Cavidade bucal e
faringe
Lábios
Excesso estatisticamente
não significativo
Incidência
Excesso
estatisticamente
significativo
Spinelli et al40 [S]
(orofaringe)
Gibbs et al43 [S]
Spinelli et al40 [S]
Esôfago
Liu et al45 [U]
Gibbs e Sévigny [S]
Björ et al58 [S+P]
Estômago
Konstantinov et
al57 [S]
Gibbs et al43 [S]
Giovanazzi e D’Andrea48 [S] †
Rockette e Arena35 [P]
Liu et al45 [U]
Spinelli et al40 [S]
Gibbs e Sévigny60 [S]
Spinell et al40
Gibbs e Sévigny44 [S]
Sim et al37 [P]
Intestino delgado
Cólon
Reto e junção
retossigmóide ou
reto
Peritônio
Fígado
Pâncreas
Nariz e seios
paranasais
Laringe
Pulmão/brônquios
traqueia e pulmão
Pleura
Mesotelioma de
pleura
Trato respiratório
Osso
Pele
Mama masculina
Gibbs et al [S]
Gibbs e Sévigny ´[S]
Liu et al [U]
Milham59 [P]
Mur et al46 [S+P] (fígado e
vesícula biliar)
Milham59 [P];
Rockette e Arena35
[P+S];
Carta et al50 [P];
Gibbs et al [S]
Gibbs et all43
Gibbs et al43 [S]
Konstantinov et
al56,57 [S]
Liu et al45 [U]
Gibbs et al43 [S]
Gibbs e Sévigny60
[S]
Rockette e Arena35 [S e P];
Gibbs e Sévigny44 [S]
Romundstad et a54l [P+S]
Spinelli et al40
Gibbs e Sévigny44 [S]
Romundstad et al36 [S]
Gibbs e Sévigny44 [S]
Romundstad et al36,54,55 [P + S]
Romundstad et al54,55 [P + S]
(reto)
Gibbs e Sévigny44 [S]
Gibbs e Sévigny44 [S]
Romundstad et al55 [S+P]
Gibbs and Sévigny44 [S]
Romundstadt et al36,54
[S+P];
Gibbs e Sévigny44 [S]
Mur et al46 [S+P];
Moulin et al47 [S+P]; Spinelli
et al40 [S];
Gibbs e Sévigny60 [S];
Spinelli et al40 [S]
Spinelli et al40 [S]
Romundstad et al55 [S+P]
Gibbs e Sévigny60 [S]
Moulin et al47 [S+P]
Giovanazzi e D’Andrea48 [S] †
Gibbs e Sévigny44 [S]
Gibbs e Sévigny44 [S]
Romundstad et a36,54l [S+P]
Sim et al37 [P] †
Romundstad et al36 [S]
Rockette e Aren35a [S e P+S]
(≥25 anos)
Mur et al46 [S+P] †
Sim et al37 [P]‡
Björ et al58 [S+P]
Spinelli et al40 [S]
Sim et al37 [P]
Spinelli et al [S]
Sim et al37 [P]
Konstantinov et
al56,57 [S]
Excesso estatisticamente não
significativo
Spinelli et al [S]
Sim et al37 [P]
Milham59 [P]
Mur et al46 [S+P] (osso, tecido
conjuntivo, pele e mama)
Mur et al46 [S+P] (osso, tecido
conjuntivo, pele, e mama)
Mur et al46 [S+P] (osso, tecido
conjuntivo, pele e mama)
Sim et a37 [P]
Gibbs e Sévigny44 [S]
Spinelli et al40 [S]
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ANÁLISE
RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Tabela 3. Continuação
Testículos
Mortalidade
Excesso
Excesso
estatisticamente
estatisticamente não
significativo
significativo
Sim et al37 [P]†
Milham59 [P]
Gibbs et al43 [S]
Gibbs e Sévigny60 [S]
Milham59 [P]
Pênis
Bexiga
Gibbs et al43 [S]
Localizção do
tumor maligno
Próstata
Rim
Trato urinário
Cérebro/sistema
nervoso central
(tumores
malignos)
Adenomas
pituitários
Tireoide
Cabeça e pescoço
Linfossarcoma e
reticulossarcoma
Doença de
Hodgkin
Linfoma nãoHodgkin
Mieloma múltiplo
Outros cânceres
linfáticos
Rockette e Arena35 [S]
Mur et al46 [S+P]
Moulin et al47 [S+P]
Spínelli et al40 [S]
Gibbs e Sévigny60 [S]
Sim et al37 [P]
Milham59 [P]
Rockette e Arena35 [P e
P+S];
Gibbs et al43 [S];
Sim et al37 [P]
Milham58 [S+P]
Mur et al46 [S+P]
Spinelli et al40 [S]
Incidência
Excesso
estatisticamente
significativo
Excesso estatisticamente não
significativo
Romundstad et al54,55 [P+S]
Gibbs e Sévigny44 [S]
Romundstad et al36,54
[S +P]; Spinelli et al40
[S];
Gibbs e Sévigny44 [S]
Romundstad et al36,54 [S]
Spinelli et al40 [S]
Sim et al37 [P]
Romundstad et al55 [S +P]
Romundstad et al55 [P+S]
Sim et al37 [P]
Romundstad et al54 [S
+P];
Sim et al37 [P]
Romundstad et al [P+S]
Gibbs e Sévigny
Sim et al37 [P]
Björ et al58 [P+S]
Björ et al58 [S +P]
(sistema nervoso
central)
Spinelli et al40 [S]
Gibbs e Sévigny [S]
Cullen et al61 [P]
Milham59 [P]
Rockette e Arena35 [P e S]
Mur et al46 [S+P]
(linfossarcoma,
reticulosarcoma, mieloma
múltiplo e outros tecidos
linfoides)
Milham 59[P]
Gibbs et al43 [S]
Spinelli et al40 [S]
Gibbs et al43 [S]
Gibbs e Sévigny60 [S]
Mur et al46 [S+P]
(linfossarcoma,
reticulosarcoma, mieloma
múltiplo e outros tecidos
linfoides)
Gibbs et al43 [S]
Gibbs e Sévigny 60[S]
Rockette e Arena59 [S]
Gibbs et al43 [S]
Romundstad et al54,55 [S +P]
Björ et al58 [P+S]
Romundstad et al36,54 [S +P]
Gibbs e Sévigny44 [S]
Gibbs e Sévigny44 [S]
Romundstad et al36,54 [P + S]
Gibbs e Sévigny44 [S]
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RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Tabela 3. Continuação
Mortalidade
Incidência
Excesso
Excesso
Excesso
Área de tumor
Excesso estatisticamente não
estatisticamente
estatisticamente não
estatisticamente
maligno
significativo
significativo
significativo
significativo
Leucemia
Milham59 [P]
Romundstad et al [S +P]
Rockette e Arena35 [P e S
Gibbs e Sévigny [P+S] (linfático
e P+S];
e mieloide)
Mur et al46 [S+P];
Gibbs et al43 [S];
Gibbs e Sévigny60 [S]
Cânceres linfático
Milham59 [P]
Rockette e Arena35 [S]
Gibbs e Sévigny44 [S]
e hemopoiético
Carta et al50 [S+P]
(linfomas e leucemias)
*Nem todos os autores estão aqui citados com os artigos mais recentes incorporados às mesmas coortes. Alguns dos excessos desta
tabela não mostram relações com a duração do trabalho ou níveis de exposição.
†Trabalhares de produção, sala de cubas ou manutenção.
‡Manutenção apenas, não produção.
[P], prebake; [S] processo Söderberg; [S+P], processos Söderberg e prebake; [U], processo não definido de redução.
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RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Tabela 4. Resumo da evidência* disponível de relação de causa entre o trabalho em produção de alumínio e as loca
Localizações de
câncer
Força da
associação
Força (mais de
100 mil
pessoas-anos)
Algum
aumento SS †
Consistência
Gradiente de
exposição
Cavidade bucal e faringe
M:0,13 – 2,38;
I: 0,79 – 3,16
M: 0,66 – 2,38
I: 0,79 – 3,16
Não
Risco diminuído
constatado em vários
estudos
Pouca evidência (em um
estudo entre fumantes)
Esôfago
M: 0,54-5,46;
I: 0,6-2,58
M: 0,54-1,32
I: 0,6-2,56
Sim: I (1); M(1)
Não (maior na China e
Suécia)
Nenhuma evidência
(não: um estudo)
Estômago
M: 0,74 – 2,3
I: 0,65-4,04
M: 1,0-1,48
I: 1,0-4,04
Sim: I(3), M(2);
EG com B(a)P(2)
Não (resultados
variáveis)
Alguma evidência(sim:
duas mortalidades; uma
incidência; não: uma
mortalidade, uma
incidência)
Reto e junção
retossigmóide ou reto
M: 0,46-1,30
I: 0,65-1,452
M: 0,74-1,304
I: 0,97-1,452
Não
Sem risco elevado na
maioria dos estudos
Pouca evidência (sim:
um estudo)
Pâncreas
M: 0,92-1,49
I: 0,9-2,59
M: 1,08-1,49
I: 0,9-2,59
Sim: I(2), M(2):
EG com HAPs
(2)
risco elevado na maioria
dos estudos
Alguma evidência (sim:
três a quatro estudos;
não: um estudo)
Laringe
M:0,907-1,57
I: 0,79-5,67
M: 0,907-1,57
I: 0,79-5,67
Sim: I(1)
Sem aumento de risco na
maioria dos estudos
Nenhuma evidência
(não: um estudo)
G
e
r
f
e
G
e
r
p
p
R
r
e
r
t
p
p
G
r
e
p
p
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e
p
p
p
A
r
s
r
f
e
Tabela 4. Continuação
Localizações do
câncer
Força da
associação
Força (mais de
100 mil
pessoas-anos)
Algum
aumento SS †
Consistência
Gradiente de
exposição
Pulmão/brônquios,
traquéia e pulmão
M:0,63-4,3
I: 1,0-2,65
M: 1,07-1,36
I: 1,0-2,12
Sim: I(2), M(2);
EG com B(a)P(2)
Risco elevado,
constatado em todos os
estudos, exceto em dois
Evidência muito forte
(sim, em vários estudos;
também para riscos com
ajustes no tabagismo)
Pleura, incluindo
mesotelioma
M: 1,98-4,36
I: 1,37-3,02
M: 1,98
I: 1,37-3,02
Sim: I(1), M(1)
Risco não relatado na
maioria dos estudos
Evidência insuficiente
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n
C
p
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ANÁLISE
RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Ossos
M: 2,04; I: 1,36
M: ND; I: 1,36
Não
Relatórios insuficientes
Evidência insuficiente
Melanoma de pele
M: ND; I:0,35-1,66
M:ND; I: 0,5-0,80
Não
Risco reduzido
constatado na maioria
dos estudos
Nenhuma evidência
Câncer de pele não
melanoma
M:ND; I:0,8-1,05
M: ND; I:0,8
Não
Risco reduzido,
constatado na maioria
dos estudos
Nenhuma evidência
Próstata
M: 0,63-2,11
I: 0,48-1,55
M: 0,70-0,93
I: 0,96-1,45
Sim: I(1), M (1)
Pouca evidência (sim:
um estudo de
mortalidade; não: dois
estudos de incidência
Testículo
M: 0,76-7,07
I: 0,74-1,57
M: ND; I: 0,8-1,12
Não
Risco menor constatado
na maioria dos estudos
de mortalidade. risco
elevado em muitos
estudos de incidência.
Não (resultados
variáveis)
Nenhuma evidência
(não: um estudo)
C
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p
G
e
r
p
G
e
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p
A
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d
P
e
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p
M
Tabela 4. Continuação
Localizações do
câncer
Força da
associação
Força (mais de
100 mil
pessoas-anos
Algum
aumento SS †
Consistência
Gradiente de
exposição
Bexiga
M:0,65-2,24
I: 0,78-4,9
M: 0,85-2,24
I: 1,3-4,9
Sim: I(3, M(1; EG
com B(a)P(4)
Risco elevado na maioria
dos estudos
Evidência muito forte
(sim: três a quatro
estudos; não: dois
estudos)
Rim
M: 0,49-2,09
I: 0,74-1,99
M: 0,49-1,06
I: 0,96-1,96
Sim: I(2): EG
com B(a)P(2)
Risco elevado em vários
estudos
Alguma evidência (sim:
três estudos; não: dois
estudos)
Cérebro/sistema
nervoso central
M: 0,54-2,13
I: 0,62-1,90
M: 0,967-2,13
I: 0,90-1,48
Sim: I(1)
Risco elevado em vários
estudos
Pouca evidência (limitesim: um estudo; não: um
estudo)
Linfossarcoma e
reticulosarcoma
M: 1,16-1,75
I: NA
M: NA; I: NA
Sim: M(1)
Evidência insuficiente
Linfomas não-Hodgkin
M: 0,24-1,42
I: 0,36-1,96
M: 0,24-1,42
I: 0,90-1,55
Sim: I(1): EG
com B(a)P(1)
Relatos insuficientes
(dois estudos de
mortalidade)
Risco elevado em alguns
estudos
Mieloma múltiplo
M: 0,84; I: 0,841,97
M: 0,84; I: 1,50
Não
Aumento de risco em
alguns estudos
Evidência insuficiente
Pouca evidência (sim no
estudo); limite (não em
um estudo)
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ANÁLISE
RISCOS DE CÂNCER EM TRABALHADORES DE PLANTAS DE REDUÇÃO DE ALUMÍNIO
Uma análise
Graham W. Gibbs, PhD e France Labrèche, PhD
Leucemia
M: 0,57-1,56
I: 0,28-2,00
M: 0,84-1,56;
I: 0,89-2,00
Sim: M(1)
Aumento de risco em
alguns estudos
Evidência insuficiente
R
e
r
a
c
Tabela 4. Continuação
Áreas de câncer
Cânceres linfático e
hemopoiético
Força de
associação
M: 0,84-2,30
I: 0,85-1,14
Força (mais de
100 mil
pessoas-anos
M: 1,01-1,16
I: 0,85-1,13
Algum
aumento SS †
Sim: M(2)
Consistência
Aumento de risco em
alguns estudos
Gradiente de
exposição
Evidência insuficiente
P
e
r
p
* Critérios de Bradford-Hill de especificidade e analogia não foram acolhidos aqui.
† Estudos que acumularam 100 mil pessoas-anos de observação ou mais são os de Mur et al (Mortalidade); Romundstad et al (Incidência
Gibbs et al (Incidência e Mortalidade).
‡ Número de estudos entre parênteses.
§ Qualificação de risco: menor, menos do que 1,0; pequeno de 1,1 a 1,5; moderado, 1,6 a 2,0; alto, 2,1 ou mais.
||Força de categorias de evidências e critérios: ? (dados insuficientes), houve poucos relatórios sobre tais áreas de câncer que também eram r
− (nenhuma evidência convincente), a maioria dos estudos não mostrou um aumento ou uma redução de risco ou foram estudos com u
estatisticamente significativo ou estava sem ajuste para as principais variáveis em potencial de confusão e/ou foram estudos com alguma
exposição-resposta;
± (pouca evidência), a evidência foi considerada insuficiente para se concluir que houve possível associação; por exemplo, não mais do que u
significativo do risco ou com um risco acima de 1,5 e alguma evidência-limite inconsistente de relação de relação exposição-resposta;
+ (alguma evidência), houve poucos estudos positivos que mostraram uma possível associação com mais de um estudo com aumento estatist
estudo com risco acima de 1.5 e pelo menos evidência-limite de relação exposição-resposta em dois estudos ou mais;
++ (evidência consistente), a evidência sugere uma associação provável de que a maioria dos estudos mostrou um aumento dos riscos c
resposta e, pelo menos, um estudo com o risco de mais do que 2,0;
+++ (evidência razoavelmente forte), a maioria dos estudos mostrou um aumento de risco, evidências de relação exposição-resposta em v
risco de mais de 2.0.
¶ Evidência classificada como suficiente para os seres humanos, de acordo com a IARC, para essa área de câncer.
B(a)P, benzo(a)pireno; EG, gradiente de exposição; I, incidência; M, mortalidade; ND, não disponível; HAPs, hidrocarbonetos aromáticos po
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Uma análise
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ANÁLISE
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- Texto traduzido, sob autorização, de artigo publicado no Journal of Occupational and Environmental Medicine (JOEM),
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