Descobre o Parque Natural Arribes del Duero
Transcrição
Descobre o Parque Natural Arribes del Duero
ECOGUIA C––OGUÍA Descobre o Parque Natural Arribes del Duero 1 Índice de Conteúdos Apresentação Objectivos Localização do área de acção Contextualização do município de Trabanca Estrutura. Recursos Naturais: Fauna e Flora. Recursos turísticos da zona 2 Apresentação Com esta Ecoguia se pretende promover o desenvolvimento do Parque Natural “Arribes del Duero” por forma a dar conhecer os locais naturais que abrange o território Luso - Espanhol, dotados de grande relevância paisagística. Se põe em destaque o facto da flora e fauna caracterizarem estes espaços tão singulares dotados de grande biodiversidade, dado o valor ecológico que possue esta área conhecida como “La Raya del Duero”. Esta Ecoguía pretende ser um instrumento de utilidade para aquelas pessoas que desejem descobrir a natureza, a cultura e o património natural destes locais, onde podemos encontrar diversas espécies vegetáis e animais que abrange a área do Parque. A Asociación Juvenil “Las Arribes del Duero” compilou os conteúdos desta Ecoguía em colaboração com os jóvens promotores do projecto “NOSSO ENTORNO NATURAL COMO ESPAÇO DE REFLEXÃO CÍVICO E PARTICIPAÇÃO SOCIAL TRANSFRONTEIRIÇO”, como expresão activa do Programa Juventude em Acção, co-financiado pelo Ministerio de Sanidad, Servicios Sociales e Igualdad de Espanha através da Agencia Nacional Española del Instituto de la Juventud, no quadro do programa comunitário da Dirección General de Educación y Cultura. 3 Objectivos -Contribuir para o conhecimento dos recursos naturais, recuperando os saberes e os hábitos que ajudem a dinamizar e atrair população às áreas rurais lusoespanholas, valorizando os seus recursos naturais e possibilidades endógenas. -Promover a participação activa do associacionismo local em actividades ambientais que garantam a sustentabilidade da biodiversidade do ecosistema. -Fomentar o cooperativismo entre os municípios fronteiriços pelos que corre o Rio Douro. -Dinamizar, divulgar e desenvolver a actividade turística do Parque Natural Arribes del Duero, tratando de consolidar o seu posicionamento dentro da oferta de nossa comunidade. 4 Localização da área de acção O Parque Natural “Arribes del Duero” é um espaço protegido localizado à Noroeste da província de Salamanca e à Suroeste da província de Zamora. A comarca de Las Arribes abrange o Oeste de Zamora e Salamanca onde o rio Douro faz fronteira com Portugal. Um espaço natural privilegiado no que é de pôr em destaque a beleza agreste da paisagem granítica e uma rica e variada fauna e flora. É conhecida como “Arribes” aquila geografia originada pela erosão dos rios Duero, Esla, Huebra, Tormes e Uces sobre a peneplanície. As suas paisagens mais belas e escabrosas foram formadas pelos rios Duero, Huebra e Uces. Na fenda deste último localiza-se uma das cascatas mais belas e espectaculares de toda a Península: o Pozo de los Humos onde a água cai desde mais de 200 metros. Como um espelho encontramos do outro lado da “Raia” o Parque Natural do Douro Internacional, que partilha ecosistema e paisagem, se bem com rios de menor dimensão que abrangem os Concelhos de Bragança e a Guarda. As condições ambientais especiais do ecosistema do Parque Natural “Arribes del Duero” e do Parque Natural Douro Internacional contribuiram para esta área ser incluída na Rede de Espaços Naturais Europeus (Rede Natura 2000). 5 Estes dois grandes parques naturais contam com 400000 hectares aproximadamente, localizadas entre as províncias espanholas de Salamanca e Zamora e os Distritos de Bragança e a Guarda que constituem uma das superfícies naturais mais longas de toda Europa. Contextualización do município de Trabanca Trabanca, como entrada ao Parque Natural “Arribes del Duero”, é um passo natural de miles de visitantes que acedem cada ano a este Espaço Natural. Portanto, goça de uma situação estratégica como eixo principal de conexão e entrada a Arribes del Duero, sendo além disso o seu centro geográfico, posição que sem dúvida é um factor determinante para a implementação de novos projectos de desenvolvimento social e económico e melhora da qualidade na sua oferta turística. Localização de Trabanca. Além disso, Trabanca procura rentabilidade ao máximo a sua possição de proximidade ao nosso país vizinho, Portugal, o que lhe permitiu abrir excelentes vias de comunicação e estabelecimento de novas relações com nossas populações vizinhas, factor que sem dúvida é decissivo para a implementação de novos projectos de inovação social e económica, formativos e laborais na área rural. 6 Este dado é sumamente revelador da atitude de Trabanca, como municípip ativo e permanente em todos os mecanismos de abertura e cooperação transfronteiriça que estão à nossa disposição, algo realmente imprescindível se queremos abrir e estabelecer novas vias de conhecimento e confiança, muito úteis para a consolidação de novos recursos. Este facto é evidente nas áreas periféricas de Castela e Leão, dentro das quais sem sombra de dúvidas se encontar a localidade de Trabanca, como parte integrante da Área Periférica da Fronteira e da área operacional de Vitigudino (Área Fronteiriça de Salamanca). O Plano Especial de Acção nas Áreas Periféricas de Castela e Leão reconhece expressamente os desequilíbrios destas áreas, fomentando a sua correcção mediante a intervenção directa dos poderes públicos para, que aplicando o princípio de subsidiariedade, estas áreas atinjam o progresso económico e social que houve no conjunto do país. Neste sentido, o Turismo é considerado como um motor básico de progresso para estas áreas, pelo que resulta imprescindível para o aproveitamento e a potenciação dos recursos existentes, tanto de tipo ambiental como cultural. Localização de Trabanca dentro das Áreas Periféricas de Castela e Leãó 7 Estrutura Esta Ecoguia é fruto de um trabalho próximo e intenso desenvolvido em vários workshops e actividades deste ambicioso projecto. A seguir, apresenta-se uma aproximação ao conhecimento das relações entre o homem e a natureza. Os dados obtidos foram extraídos do património cultural, imaterial, procedente de nossos idosos, representantes culturais deste legado e os próprios jovens promotores do projecto. Considera-se que todas as pessoas devemos quer de forma individual quer de forma conjunta, devemos continuar com este legado e além de ir mais para à frente, transmitindo estes conhecimentso às futuras gerações para dar conhecer os recursos do ambiente natural mais próximo e poder utilizá-los de forma sustentável. O propósito é divulgar e promover uma aposta significativa para a conservação e a preservação do Ambiente. 8 Recursos Naturales: Fauna e a Flora A seguir apresenta-se uma breve compilação da Fauna e a Flora característica da área das Arribes del Duero FAUNA A região abriga um grande número de espécies catalogadas como em perigo de extinção, especialmente no que se refere às aves. A boa preservação dos hábitats, tanto nos vales como nas planícies, torna possível a existência de um grande número de exemplares e a localização de importantes populações reprodutoras de várias espécies ameaçadas. Estima-se que, das 206 espécies catalogadas, 129 nidificam aqui. Por isso, a região foi declarada, a nivel europeu, como ZEPA (Zona de Especial Protecção para as Aves). Aves Como já foi mencionado anteriormente, o território objecto de actuação tem alguns enclaves de especial interesse especialmente de aves aquáticas, vegetação ciliar e rochoso. Outras áreas têm protecção de duas ZEPA nas Arribes, de importância declarada para a cegonha-preta e vários tramos fluviais em Zamora e Salamanca. Destacamos também a abundância de garças. Assim, as escarpas que formam as Arribes del Duero / Douro são um bom habitat para espécies de interesse, como a águia-real e, Bonelli abutres e corujas. De referir também a presença de algumas corujas como a mocho – dos banhadas (Asio flammeus), mocho - galigo (Athene noctua) e o bufo-real (Bubo bubo). 9 Águia Real (Aquila chrysaetos) É a maior ave de rapina da Península Ibérica atingindo uma envergadura de 230 cm. De aspecto robusto com cabeça proeminente, asas grandes e cauda longa. A plumagem é castanha escura e torna-se mais clara com a idade. Os juvens são castanho chocolate com manchas brancas em algumas partes do dorso e cauda. Os adultos têm manchas douradas na cabeça e no pescoço. As garras são fortes e afiadas e o bico curto curvado. Águia Perdigueira (Hieratus fasciatus) Águia de tamanho médio e aspecto poderoso, com uma envergadura de 170 cm. Apresenta cor castanha no dorso e tem uma franja negra no extremo da cauda. Apresenta garras fortes e patas emplumadas até ao pé. A característica mais representativa para identificar esta espécie é o peito branco e com manchas escuras a modo de lágrimas. Em voo observam-se nas asas, duas franjas de cor diferentes, a superior escura e a inferior branca. 10 Abutre-fouveiro (Gyps fulvus) É uma das maiores aves que habita nas nossas terras, com uma envergadura de 260–280 cm. A sua plumagem é, fundamentalmente, castanha clara com a cauda negra. O pescoço e a cabeça estão desprovidos de plumas grandes, possuindo uma plumagem curta esbranquiçada. A base do pescoço é adornada por uma gola de plumas, cuja coloração varia com a idade. Os indivíduos jovens têm uma gola de plumas castanho claro e os adultos brancas. Em voo observam-se duas cores nas asas, a superior parda com o dorso e a inferior preta. Plana com as asas totalmente estendidas aproveitando as correntes do ar. Abutre do Egipto(Neophron percnopterus) O abutre do Egipto é um pequeno abutre, com uma envergadura de 160–170 cm, sendo o menor de todos os abutres que habitam a Península Ibérica. Tem uma plumagem branca cremosa excepto na parte posterior das asas que é preta. A cara é rugosa e de cor amarela alaranjada. Os individuos jovens são muito diferentes dos adultos, apresentando tons acastanhados em toda a plumagem. A cauda é curta e em forma de cunha. A grandes distâncias pode confundir-se com uma cegonha. 11 Falcão Peregrino (Falco peregrinus) Ave de rapina pequena, com uma envergadura alar de 1m., aproximadamente. O dorso é cinzento e a base da cauda de um cinzento mais pálido. O peito é branco e mostra um desenho da mesma cor que o dorso. A coroa e o bigode são pretos e a parte superior do bico e o rebordo dos olhos de um amarelo chamativo. A silhueta em voo assemelha-se a uma âncora e pode reconhecerse, também, pelas asas pontiagudas e pela cauda estreita. Bufo Real (Bubo bubo) Ave de rapina nocturna de grande tamanho, a maior da Europa com um tamanho de 75 cm. e uma envergadura de 180 cm., aproximadamente. A sua plumagem é parda com manchas escuras na cabeça e dorso. A garganta é branca, tal como a zona em volta dos olhos e do bico. Uma característica importante da sua fisionomia são os seus brilhantes e madeixas de plumas na grandes olhos alaranjados e parte superior da cabeça que vulgarmente conhecemos como “orelhas”. As patas estão emplumadas até às patas, de onde sobressaiem fortes garras pretas. 12 Cegonha Negra (Ciconia nigra) Distingue-se da cegonha branca, ou comum (Ciconia ciconia), lém do seu emnor tamaño, pela sua plumagem preta lustrosa com nuances verdes e roxas no dorso, cabeça e pescoço. O ventre é branco e o bico e as patas de cor vermelho forte. Os individuos jovens apresentam tonalidades acastanhadas no dorso e bico e patas entre cinzento e verde azeitona. Gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax) Tamanho aproximado de 40 cm. A plumagem é preta com iridiscências azuis. Distingue-se de outros corvos pelas patas e bico avermelhados. Além disso, o bico é grande e curvado para baixo. As patas pretas e bico alaranjado distinguem os jovens dos adultos. 13 Melro-azul (Monticola solitarius) Ave de pequeno tamanho, aproximadamente 20 cm. A plumagem é diferente em machos e fêmeas. Os machos apresentam uma plumagem acinzentada azulada no corpo e cinza ardósia nas asas e cauda, enquanto que as fêmeas têm o peito riscado e cor pardo-azulada. O bico é preto, comprido e fino em ambos os sexos. Andorinhão Real (Apus melba) É o maior de todas as espécies de Andorinhão, chegando a tingir os 60 cm. de envergadura alar. Tem cor pardo escuro com o ventre branco e uma franja escura sob a garganta. A cauda é curta e ligeiramente arqueada e as asas muito grandes em relação ao tamanho do resto do corpo. Em voo assemelha-se a um arco com a sua flecha. 14 Mergulhão-de-crista (Podiceps cristatus) Ave inconfundível devido à sua espectacular plumagem. Tem um grande tamanho (46 a 56 cm.), pescoço comprido, cabeça esbelta com bico largo e asas pequenas e estreitas. A plumagem é pardo-acinzentada no dorso e esbranquiçada no ventre e na parte dianteira do pescoço. Durante a época de acasalamento desenvolvem uma plumagem muito característica na cabeça: na parte superior surge uma crista dupla de cor preta e à volta da cabeça um conjunto de plumas castanho avermelhadas denominado gola. Os individuos jovens apresentam franjas pretas na cabeça. Galeirão (Fulica atra) Ave de hábitos aquáticos e tamanho similar a um pato. O seu traço mais singular é a presença de uma placa frontal branca por cima do bico que sobressai sobre a plumagem completamente preta. As patas são verdes com a tibia laranja e os pés azulados com membranas entre os dedos. Também se pode reconhecer pela forma de mexer a cabeça enquanto nada ou anda, lembrando uma galinha. Os individuos jovens são ligeiramente diferentes, apresentando uma plumagem mais clara e o peito branco. Além disso, carecem da placa frontal dos adultos e o bico é amarelo, em vez de branco rosado. 15 Garça Real (Ardea cinerea) De aspecto similar a uma cegonha, com o corpo estilizado e pescoço e patas compridas, atinge uma altura de 90 cm. A plumagem é, predominantemente, cinza prateada, excepto cabeça, pescoço e partes inferiores que são mais esbranquiçadas. O bico é amarelo, cónico e pontiagudo e mede cerca de 11 cm. Durante a época de cio desenvolvem duas plumas pretas e compridas na nuca. Guarda-rios (Alcedo atthis) Ave de pequeno tamanho que, normalmente, alcança os 16 cm de longitude. Tem um bico muito grande em relação ao tamanho do corpo, curto e atarracado. A plumagem é muito chamativa com tonalidades azul-esverdeadas no dorso e vermelho-alaranjadas na parte inferior do corpo. Apresenta, também, uma mancha branca em ambos os lados do pescoço e debaixo do bico. A plumagem dos juvenis é parecida à dos adultos, mas com cores muito mais esbatidas. 16 Papa-figos (Oriolus oriolus) De tamanho similar a um tordo, é um dos pássaros mais chamativos que habitam a nossa região. Apresenta um claro dimorfismo sexual, sendo os machos amarelos com as asas e caudas negras enquanto que as fêmeas são verde-amareladas, e cinzentas por baixo, com as asas e cauda pardas. Ambos têm uma mancha preta entre os olhos e o bico, embora muito mais visívil nos machos. O bico é comprido e de cor-de-rosa forte. Alcaravão (Burhinus oedicnemus) Ave terrestre de tamanho médio. Passa despercebido na paisagem debido à sua coloração críptica, com plumagem riscada e tonalidades pardas. Destacam-se os seus olhos grandes e amarelos, e as suas patas compridas adaptadas à corrida. 17 Peneireiro-das-torres ou Francelho (Falco naumanni) Pequena ave de rapina com cerca de 30 cm e de aspecto similar ao peneireiro vulgar (Falco tinnuculus), mas de menor tamanho. Omacho tem a cabeça e as asas cinzento-azulado, enquanto que o dorso e vermelho oxidado. A fêmea assemelha-se à do peneireiro vulgar, com tons pardos riscados no dorso e brancos no ventre. Em ambos os sexos as garras são brancas e o bico curto e forte. Abelharuco (Merops apiaster) Ave de tamanho ligeiramente inferior ao de uma rola, com aproximadamente 28 cm. de longitude, mas com o corpo mais estiilizado. Apresenta uma plumagem muito vistosa, com cores castanhas e creme no dorso, azuis na parte inferior e tonalidades amarelas no pescoço. A cauda é esverdeada e destaca-se por ter duas plumas no centro, maiores que as outras. Do bico até à parte superior da cabeça tem uma espécie de franja preta. O bico é preto e ligeiramente curvado para baixo. Em voo assemelha-se a uma andorinha, chamando a atenção a forma triangular das suas asas. 18 Toutinegra-do-mato(Sylvia undata) Ave de pequeno tamanho, de cerca de 12.5 cm. de longitude. Apresenta um dorso de cor cinzento escuro, ventre bordeaux com manchas brancas na garganta, e cauda comprida e erguida. A fêmea é anis parda durante a época de procriação. Um traço peculiar desta ave é a cor vermelho-alaranjada dos seus olhos, que se pode distinguir bem apesar dos rápidos movimentos que realiza. Cotovia Montesina (Galerita theklae) Ave pequena, aproximadamente 17 cm. de longitude. Muito similar à cotoviade-poupa (Galerita cristata), apresenta praticamente as mesmas tonalidades. Tem uma coloração críptica, imitando as cores do solo onde vive. Geralmente, as cores da plumagem são ocres, terra e castanhos com um desenho riscado branco no peito. As suas asas são curtas e estreitas e o bico relativamente comprido e fino. O seu traço amis singular é a presença de uma crista que normalmente trás levantada. 19 Mamíferos Arribes conta com a presença de exemplares tão escasos como o gato selvagem, e os texugos É de sublinhar também a presença de morcegos dos que se julga existem quase 14 espécies. Um dos mamíferos cuja presença é de maior interesse, dada a escasez e rápida regressão no continente europeu é a lontra. A causa principal da quase completa desaparição no Douro foi a contrução de diversas barragens, facto que só foi recuperado como o passo do tempo. O mais destacado de todos os mamíferos que habitam no parque é o endémico lince ibérico. Mesmo que actualmente se dê por extinto na área, alguns expertos sostienem que nos vales mais tranquilos e de vegetação melhor conservada, ainda podíam ficar alguns elementos. De facto, porém não esteja demonstrada a supervivência nestas terras, na maioria dos cartazes, folhetos e websites de promoção e publicidade da área, bem como na própria lei de declaração do parque natural, ainda o inclúem entre as suas espécies. Um visitante ocassional deste espaço natural é o lobo que, desde a parte norte, penetra sem ter chegado a manter uma população estável. Outros mamíferos, já mais numerosos, são a raposa, o javalí, a geneta, o coelho, a lebre,o ouriço, a doninha, a fuinha e o arganaz. 20 Geneta (Genetta genetta) Mamífero de patas curtas e corpo comprido que pode atingir um metro de longitude. A cabeça também é comprida e ostenta na parte superior orelhas grandes arredondadas, muito úteis para detectar sons emitidos por possíveis presas durante a noite. O pêlo do corpo é cinzento-amarelado com manchas pretas no dorso, enquanto que a cauda comprida temu m desenho anelado preto em toda a sua longitude. Possui 5 dedos, tanto nas patas anteriores como posteriores, masnormalmente, só deixa 4 deles impressos na sua pegada. Gato Montez (Felis silvestris) Mamífero muito similar ao gato doméstico, embora de maior tamanho. Tem aspecto robusto, cabeça amis larga e focinho mais curto que o anterior. A pelagem é sempre pardo-cinza com listas pretas longitudinais em todo o corpo, expecto a garganta e sob a cauda mostrando manchas brancas. A cauda é curta e grossa, como o corpo, é riscada até à ponta. Normalmente os machos são maiores que as fêmeas. 21 Javalí (Sus scrofa) Mamífero similar ao porco doméstico. A sua cabeça é alongada e mais ou menos cónica, no caso da fêmea o focinho é mais prolongado e as presas são menos desenvolvidas. Os olhos são muito pequenos e pouco desenvolvidos. A falta de visão é compensada por um grande senso de audição e olfato. As pernas são curtas e fortes e terminam em dois dedos com garras que deixam uma pegada característica. A pelagem é cinza escuro ou preto com pêlo comprido e duro, com cerca de 10 cm. As crias são castanhas com 3 ou 4 faixas amarelas longitudinais em cada lado do corpo, o que lhes permite misturar-se. Raposa (Vulpes vulpes) É considerado um dos mamíferos mais abundantes no mundo. Apresenta um corpo delgado e alongado. Tem um focinho longo e estreito e na parte superior da cabeça grandes orelhas triangulares. A pelagem é muito espessa, principalmente na cauda e castanho-avermelhada, excepto a barriga e ponta da cauda que são brancos. Os pés são pretos e têm cinco dedos nas patas anteriores e quatro nas traseiras, todos com unhas não-retráteis. 22 Texugo (Meles meles) Mamífero de hábitos nocturnos e tamanho médio que pode atingir, tipicamente, os 70-80 cm. de comprimento. Tem um aspecto robusto apesar das suas pernas curtas. A cabeça é cónica e termina num nariz proeminente, móvel e músculoso que usa para remover o solo em busca de comida. Esta tarefa envolve também as unhas longas e afiadas com que escava o solo sem qualquer dificuldade. A pelagem do corpo é grossa, cinzento-acastanhada, exceto as pernas que são pretas, e a cabeça branca com duas listas pretas que começam a partir do focinho até as orelhas e o tornam inconfundível com outro animal. Outro aspecto a destacar são as suas pernas, com a planta da pata acolchoado que deixam uma marca característica. Lontra (Lutra lutra) Mamífero de hábitos aquáticos com corpo delgado e aplanado que termina numa grande cauda cónica e robusta. As pernas são curtas e os dedos dos pés estão unidos por membranas interdigitais, adaptação muito útil ao ambiente em que vivem, servindo para nadar mais rápido. A pelagem é lisa, castanha nas costas e ligeiramente mais clara na barriga e parte inferior do pescoço. 23 Leirão-dos-pomares (Eliomys quercinus) Pequenos mamíferos roedores que raramente ultrapassam os 25 cm. de comprimento (incluindo a cauda). As características que distinguem esta espécie de outras são por um lado, a cauda, enegrecida e coberta de pêlos, especialmente na ponta, e em segundo lugar, as manchas pretas sobre os olhos que fazem lembrar uma máscara. A restante pelagem é castanha clara nas costas e branca no ventre. Também tem orelhas grandes que move tentando encontrar algum sinal de perigo. Morcego-de Ferradura (Rhinolophus hipposideros) Pequeno morcego de cerca de 70 mm. de comprimento com uma envergadura de 250 mm. Além do seu tamanho pequeno, é reconhecido pelas peculiares dobras nasais em forma de ferradura e as orelhas pouco desenvolvidas. 24 Reptéis: A riqueza de répteis é também muito considerável: A destacar, pela sua dependência de habitats aquáticos, ou áreas húmidas da rede fluvial, estes espécimens: Cágado Europeu (Emys orbicularis), galápago leproso (Mauremys hanseníase) e a Cobra-de-água-viperina (Natrix maura). A osga-moura (mauritanica Tarentola) podem ser localizados em lugares termofílicos Arribes de Salamanca e Zamora, bem como no Douro Internacional Portugal, como o Lagartixa-de-dedos-denteados (erythrurus Acanthodactylus). O Sardão (Lacerta lepida), a lagartixa-do-mato (algirus Psammodromus), a lagartixa-do-mato-ibérica (hispanicus Psamodromus) e a Lagartixa-ibérica (Podarcis hispanica) têm uma ampla distribuição. Víbora-cornuda (Vipera latasti) Geralmente atinge 70 cm. de comprimento. A cabeça é larga e triangular, com o focinho para cima, daí o nome. Os olhos são cinza metálico escuro com pupila vertical. Na parte da frente da boca possui dois dentes grandes inoculantes de veneno que não hesita em usar para atacar uma presa ou para se defender de predadores. A coloração dos indivíduos é muito variável, sendo a característica mais notável uma faixa escura em zig-zag, que atravessa o corpo a partir da base da cabeça à cauda. Aparecem também na cabeça duas faixas escuras numa posição V invertido. 25 Cobra de Montpellier(Malpolón monspessulanus) A sua cabeça é pequena e pontiaguda, mas larga, diferenciando-se do corpo. Este é estilado com uma cauda relativamente longa. De Cor verde-oliva ou parda geralmente uniforme, apresentado na zona inferior manchas pretas muito distintivas da sua espécie. Pode crescer até mais de 200 cm, a maior espécie da Península Ibérica. O traço mais característico da cobra-rateira são os olhos grandes, apresentando os supra-oculares muito salientes formando uma espécie de sobrancelha muito proeminente. . Sardão (Lacerta lepida) É o maior lagarto da Península Ibérica. Dos cerca de 60 cm que mede no total, cerca de dois terços do comprimento pertencem à cauda. O dorso é verde amarelado com manchas pretas e amarelas e a barriga branca ou clara. Os machos têm 3 ou 4 filas de manchas azuis ou ocelos nos flancos, enquanto as fêmeas não têm nenhum ou poucos. 26 Lagartixa –de-dedos-denteados (Acanthodactylus erythrurus) Raramente excede 80 mm de comprimento. O seu corpo alongado está adornado com bandas longitudinais de tons ocre e castanho claro, com manchas terrosas,brancas ou amarelas no dorso, lado e patas. A área ventral é esbranquiçada. Os dedos, das patas traseiras são muito longos, indicativo dos meios arenosos ou soltos onde geralmente vivem. Cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis) Possui uma carapaça castanho-esverdeada, apenas convexa e com manchas amarelas que ao unir-se dão às placas desenhos em forma de leque. A cabeça, pernas e cauda também mostram manchas amarelas, neste caso, mais vivas e marcantes do que as da carapaça. 27 Cobra-de-pernas-pentadáctila bediagrai) (Chalcides Corpo alongado, cilíndrico, coberto de escamas lisas dando-lhe uma aparência brilhante. Corpo, cabeça e cauda sucedem-se sem transição, dando a sensação de se tratar de uma cobra com patas. Esta percepção é corroborada pela velocidade dos seus movimentos e pequeno tamanho dos seus membros. Coloração variável das costas, de castanho claro a verde escuro, ventre mais claro. O corpo também tem muitas pequenas manchas amarelas ou ocelos mais abundantes para a parte traseira do tronco e da cauda. Anfibios: Este grupo é caracterizado pela sua dependência reprodutora de ambientes higrófilos, sendo o tritão (waltl Pleurodeles) e a rã comum (Rana perezi) os mais ligados à vida predominantemente aquática. Pode ser encontrada em determinadas áreas a salamandra (Salamandra salamandra), em áreas húmidas e sombrias perto de corpos d'água, a salamandra e o tritão ibérico (Triturus boscai). No grupo dos anuros, destaque para o sapo parteiro ibérico (Alytes cisternasii) espécie escavadeira que prefere solos moles e arenosos nas proximidades de corpos d'água do território. Encontra-se o sapo parteiro comum (Alytes obstetricans), rã pintada ibérica (Discoglossus galganoi), rã pintada meridional (jeanneae Discoglossus), sapo spadefoot (cultripes Pelobates), sapo comum (Pelodytes punctatus), o sapo comum (Bufo bufo) sapo (Bufo calamita) e a perereca (Hyla arborea), entre outros. 28 Tritão (Pleurodeles walt) O tritão é o anfíbio mais longo na Europa, chegando aos 30 cm. de comprimento. Tem uma cabeça grande com olhos pequenos, mas imponentes. O seu corpo é alongado, liso e de aparência rude em suas laterais apresentando uma fileira de protuberâncias muito característica amarelo- laranja para combinar com as costelas. A cauda é longa, plana e muito musculoao. A coloração varia, mas normalmente é parda ou castanha. Tritão-de-ventre-laranja (Triturus bocai) Anfíbio de aproximadamente 8 cm. de comprimento. Tem um focinho arredondado e glândulas distintas paratoideas. O corpo é alongado e achatado, com uma cor castanho-amarelada. Nele aparecem manchas mais. A barriga é de um laranja forte ou vermelho com manchas pretas. As fêmeas geralmente atingem maiores tamanhos que os machos. 29 Sapo Parteiro Ibérico (Alytes cisternasi) Sapo pequeno, de cerca de 5 cm. Tem uma cabeça larga e grande em relação ao tamanho do corpo, pequeno e atarracado. Olhos grandes, com pupila vertical e a íris dourada com linhas pretas. As pernas são curtas e com membranas muito pequenas. Tem pequenas verrugas, corpo e pernas laranja. Rã de Santo António (Hyla arbórea) Pequena rã de apenas 5 cm. de comprimento. Tem uma cabeça larga e arredondada em que se destacam os olhos com pupila elíptica horizontal e íris dourada. As pernas são longas e terminam em dedos almofados pegajosos para prender a gramíneas e ramos. A pele do abdómen pode ter grânulos, no entanto, o resto do corpo é muito brilhante e sem rugosidade. Da narina, parte, uma listra escura com margens esbranquiçadas até às pernas traseiras. Uma das características mais importantes é a sua habilidade de mudar de cor, dependendo do substrato, temperatura e estado fisiológico do animal, variando de verde a castanho. . 30 Peixes: Entre a ictiofauna do AECT destaca-se a carpa, que é dominante, juntamente com o barbo, boga, carpa cruciana, caboz, trutas e outras espécies menos abundantes, como tenca (Tinca tinca) (baixo), o lúcio, e o peixe-gato (Ictalurusmelas). Barbo (Barbus bocagei) Mede normalmente 20 ou 25 cm, no entanto, alguns espécimes podem atingir até 1 metro. Tem um corpo delgado e escamas apenas perceptíveis ao toque. Apresenta um focinho pontiagudo e em forma de cunha e lábio superior proeminente. A sua característica mais marcante é a presença de quatro farpas sobre a mandíbula superior. A cor varia muito de um indivíduo para outro, dependendo do rio e da fase de desenvolvimento em que está. Boga (Chondrostoma duriensis) Peixe pequeno, com cerca de 15 cm, embora muitas vezes apareçam espécimes com cerca de 40-50 cm. O corpo longo e estreito tem manchas pretas e escamas muito pequenas. A boca está em posição ventral. Os machos diferem das fêmeas durante o acasalamento pois elas se desenvolvem pequenos tubérculos nupciais por todo o corpo. 31 Insectos: Borboleta-Pavão (Inachis io) Borboleta diurna, tem uma envergadura de entre 50-60 mm. A sua única característica é a presença inconfundível de 4 grandes manchas em forma de olhos (ocelos) de várias cores na parte inferior das asas. Há, além disso, na superfície superior da asa diversos pontos pretos e manchas brancas. Quando pousada, é facilmente confundida com o solo, já que fecha as suas asas obscurecendo os ocelos e exibe o traje escuro de novo. Louva-a-Deus (Empusa pennata) Insecto da família dos Mantidos de até 60 mm de comprimento. A coloração críptica do corpo faz com que seja difícil a sua localização entre os ramos e ervas secas, que pode ser tanto verde como castanha. O corpo é longo e delgado e o abdómen curvada para cima nas fases de ninfais. A cabeça tem uma rotação de 180 ° e no topo dela está uma projeção cônica ,é, em todas as fases do inseto, o que o torna inconfundível. Os olhos compostos são grandes e em destaque em ambos os lados da cabeça e os simples estão entre eles formando um triângulo. 32 As patas dianteiras têm farpas que servem para agarrar e imobilizar as suas presas. Existem pequenas diferenças entre machos e fêmeas que podem ajudar-nos a distinguir os dois sexos. Os machos têm antenas um pouco plumosas e menores que as das fêmeas. FLORA No Parque Natural Arribes del Duero, onde o clima é mais temperado, encontram-se comunidades naturais bem preservadas em que predominam formações tipicamente mediterrânicas como o sobreiro (Quercus suber), o zimbro (Juniperus oxycedrus), agreira (Celtis australis), ácer (Acer monspesulanum) e cornicabra (Pistacia terebinthus), acompanhados nas encostas frescas e com sombra destes vales com florestas impressionantes de carvalhos (Quercus faginea), como no vale do Tormes. Pode encontrar-se também uma esplêndida variedade de espécies arbustivas, entre as quais o medronheiro (Arbutus unedo), abrunheiro (Prunus spinosa), espinheiro (Crataegus monogyna) e uma grande variedade de plantas com flores tais como a peônia ou roseira (Paeonia broteroi), ou Clavelina (Dianthus lusitanicus), jasmim selvagem (Jasminum fruticans). Por toda esta área, especialmente os vales profundos dos rios Douro, Tormes e Agueda, formam uma das maiores reservas botânicas do nosso território. Nela estão representados os diferentes ecossistemas encontrados neste território, através de uma grande variedade de espécies de plantas. Na peneplanície, onde a vegetação natural está mais alterada pelo desenvolvimento das actividades agrícolas tradicionais e onde o rigor do clima no verão e no inverno é mais severo, desenvolvem-se, sobretudo, massas florestais nas quais os carvalhos (Quercus rotundifolia) e florestas de carvalho negral (Quercus pyrenaica) são os principais protagonistas, acompanhadas de diferentes espácies de mato (Lycos sphaerocarpa), vassoura (Genista histrix), timo vulgaris lavanda (Lavandula stoechas) e tomilho (Thimus vulgaris). 33 Árvores: Amieiro (Alnus glutinosa) Árvore de folha caduca de até 20 m. De altura, com copa piramidal início e depois arredondada. A casca, lisa e cinzenta em indivíduos mais jovens, mostra-se áspera e mais escura no adulto. Os ramos jovens são anguladas e cobertos de glândulas de resina. As folhas são simples, ovadas ou arredondadas com serrilhado e ápice afilado. As flores masculinas e femininas estão separadas em diferentes estruturas. A fruta também é lenhosa, parecendo um abacaxi, e contém muitas sementes aladas que permanecem no inverno. Salgueiro (Salix atrocinerea) Árvore de folha caduca de grande porte, muito ramificado desde a base, com grandes ramos flexíveis. A casca é cinzenta, lisa ou levemente reticulada. As folhas são lanceoladas e ligeiramente dentadas, com pêlos vermelhos ou brancos na parte inferior. As flores, que aparecem antes das folhas são agrupadas em estruturas chamadas amentos. Os frutos secos são cápsulas que liberam as sementes com um tufo de pêlos. 34 Freixo (Fraxinus angustifolia) Árvore de folha caduca até 15 m. de altura. Possui um tronco reto e galhos de grande porte. As folhas são compostas de várias brochuras, sempre em número ímpar e com um comprimento de 3-7 cm. são lanceoladas, margem serrilhada e sem pêlos, tanto na trave como na parte inferior. Aparecem depois das flores. Estas são muito pequenas e não têm corolla ou cálice, apenas as partes reprodutivas. A fruta, longa e achatada, com coloração amarelo-esverdeada torna-se mais escura à medida que amadurece. Tem uma espinha pequena no ápic, de espessura, e que contém uma única semente dentro. Carrasco (Quercus faginea) Árvore de até 20 m. coroa alta e arredondada. Possui uma casca castanhoacinzentado, rachada. As folhas são elípticas, margens dentadas, com um feixe brilhante verde.. As flores masculinas estão dispostas em amentilhos e as femininas em cachos em caules curtos. O fruto é a bolota e está coberto até meio por uma cúpula lenhosa. 35 Sobreiro (Quercus suber) Árvore perene de espessura resistente e copa larga, atingindo até 20 m. de altura. Tem uma casca acinzentada, macia, com rachaduras profundas que atravessam o tronco. As folhas são de consistência, duras e persistentes, margem um pouco espinhosa. O feixe é verde escuro e a parte inferior tem um pêlo curto e apertado que lhe dão uma cor esbranquiçada. O fruto é uma bolota e é muito semelhante ao do carvalho, embora tenha escamas bem desenvolvidas na cúpula que cobre a fruta. Azinheira (Quercus rotundifolia) Árvore perene de grande porte que pode chegar a 15 m. de altura. A casca é castanho-escura e muito estriada.As folhas adultas são ovais e resistente, enquanto as jovens têm espinhos pequenos nas suas margens, o que impede que as folhas sejamcomidos por animais. As flores masculinas e femininas são raramente vistas e são separados dentro da mesma planta. O fruto, a bolota, é cilíndrico e é protegido por uma cúpula que cobre menos da metade da fruta. 36 Carvalho Negral (Quercus pirenaica) Árvore de folha caduca que normalmente não deve exceder 20 m. de altura. Tem uma coroa muito ramificada irregular e um esguio tronco cinza. As folhas de carvalho são muito característicos e distintas, com lobulos muito pronunciados que às vezes pode chegar à nervura central da folha. O fruto, também é a bolota, mas com pequenas diferenças na cúpula, mostrando escamas bem desenvolvidas, ou na forma de agrupamento, neste caso, solitárias ou em grupos de três. Agreira (Celtis australis) Árvore de folha caduca que atinge até 25 m. de altura, com um tronco reto e casca castanho-cinza suave. A copa é exuberante com folhas com base assimétrica, verde escuro, ovado-lanceoladas, com margens serrilhadas e ápice afinando gradualmente. A folha superior está coberta de pêlos curtos que são ásperos ao toque. Na parte de baixo, no entanto, também aparecem pêlos, mas mais suaves. As flores são pequenas e pouco chamativas, penduradas de hastes longas entre as folhas. Os frutos, que permanecem muito tempo na árvore, são carnudos e verdes, ficando pretos quando maduros. 37 Acer (Acer monspessulanum) Árvore de folha caduca de tamanho pequeno e de crescimento lento, que raramente ultrapassa os 10m. A casca é cinza escuro ou quase preto, com muitas fendas verticais. Os ramos são finos e com tons avermelhados. As folhas, pequenas e divididas em três lobulos, são abundantes, projetando uma sombra densa. As flores, amarelas, formam cachos eretos que depois pendem dos ramos. Os frutos secos são divididos em duas partes, cada uma das quais tem uma extensão com forma de asa, que os ajuda a dispersar com o vento. Medronheiro (Arbutus unedo) O medronheiro é uma árvore ou arbusto até 5 m. de altura. Tem uma copa arredondada apoiada por um tronco curto e torcido. As folhas são perenes, lanceoladas, com margens serrilhadas e verde escuro. As flores em forma de globo são brancas e são agrupadas em conjuntos de suspensão. Os frutos são esféricos e têm uma superfície granulada e pequenos picos. Leva um ano para amadurecer. No início, es são amarelos quando maduros vermelhos e brilhantes. 38 Enebro (Juniperus oxycedrus) Árvore ou arbusto de 2 a 4 m. De altura, com coroa em forma de pirâmide. Os ramos chegam quase até o chão escondendo o tronco. Tem uma casca castanho-avermelhada e lisa. As folhas são verdes, em forma de agulha e são agrupados em três, mostrando um verde brilhante e duas linhas brancas no centro. As flores masculinas e femininas são separadas em pés de plantas diferentes e são em forma de cone. Das árvores femininas colhe-se o fruto, bagas de zimbro, uma baga carnuda contendo 3 sementes, e que se torna vermelha com o amadurecimento. Cornalheira (Pistacia terebinthus) Árvore ou arbusto de folha caduca de 6-8 m. de altura, com folhas compostas por um número ímpar de folhetos (3-11) e contorno ovóide oblonga (mais comprida que larga). As flores masculinas e femininas são encontrados em pés de planta diferentes, reunidas em cachos avermelhados. Os frutos são vermelhos na maturidade, de aparência semelhante a uma ervilha. Quando o outono chega, as folhas ficam vermelhas para serem facilmente identificadas na paisagem. 39 Arbustos: Vassoura-dos-Açougueiros (Ruscus aculeatus) Arbusto perene com caules ramificados, lisos e verdes até 100 cm. de altura. As folhas são membranosas e tão pequenas que são pouco visíveis em extensões do tronco com uma forma de folhas lanceoladas e rígidas ponta e latejante. As flores masculinas e femininas são esverdeadas e discretas, porém os frutos são bagas muito vistosas vermelho brilhante. Torvisco (Daphne gnidium) : Matas semiarbustivas até 2 m de altura. Os galhos começam a partir da base com ramificações quase completamente cobertas por folhas. Estas são estreitas e alongadas, mais escuras na parte inferior, que são glândulas pegajosas. No final do caule, as flores são agrupadas, que consistem em quatro sépalas brancas ou amareladas e carnudas. Os frutos são pequenos, vermelhos e esféricos. 40 Lentisco (Phyllirea angustifolia) Arbusto perene ou pequena árvore de até 3-4 m de altura. Tem muitos ramos cobertos com longas folhas estreitas que lembram as da oliveira, mas de cor verde pálido. As flores são pequenas, esbranquiçadas, perfumadas e dispostas em cachos nas axilas das folhas. Os frutos são carnudos, com 1 ou 2 caroços no seu interior, de cor preto azulado, lembrando muito a azeitona, embora infinitamente menor em tamanho, pois os frutos do lentisco medem aproximadamente ente 3 a 6 mm. Giesta Branca (Cytisus multiflorus) Arbusto muito ramificado, com caules flexíveis cinza-esverdeados. São brancas, ao contrário de outras escovas que são amarelas, e são solitárias ou em grupos de 3. As flores têm uma estrutura característica que identifica todas as espécies da família Fabaceae. Têm 5 pétalas simulando uma borboleta. Estas flores são também chamadas de papilionáceo (em grego = rabo de andorinha borboleta). O fruto é um tipo de legume, plano e peludo, até 3 cm de comprimento. 41 Roseira Silvestre (Genista histrix) Arbusto caducifolio de porte globoso e espinhoso com 1-1,5 m de altura. As hastes são espessas, duras e eretas e são atravessadas por estrias terminando num ponto. Folhas simples, em forma linear e s cobertas com pêlos curtos, e só aparecem nos ramos jovens. As flores são papilionáceo (em forma de borboleta, ver Cytisus multiflorus) amarelas e aparecem em grande número nos ramos, dispostas em pequenos grupos de aproximadamente 4 cm. de comprimento. O fruto tem sementes pretas. Lavanda (Lavándula stoechas) Arbusto perene e aromático com 1 m. altura aproximada, e hastes com seção quadrada. As folhas são lineares com o ápice ligeiramente arredondado, com margens viradas trás, dispostas em grupos apertados ao longo do tronco. As flores são pequenas e roxas e estão agrupados na parte final do caule em estruturas muito vistosas, que são coroadas por um tufo de brácteas estéreis. As brácteas são estruturas foliares, cuja função é proteger as flores e botões no seu desenvolvimento 42 Esteva (Cistus ladanifer) Planta de crescimento arbustivo, perene e aromática, de 1-1.5 m. de altura, embora, em terrenos propícios, chegue a atingir os 3 m. As folhas são alongadas e estreitas, sem pecíolo e muito pegajosas, devido à presença de inúmeras glândulas secressoras. As flores são grandes e muito vistosas, com 5 pétalas brancas e com uma mancha violácea na base de. O fruto, una cápsula globosa e dura, abre-se em 7-10 folíolos, que expulsam para o exterior muitas sementes. Jazmim Silvestre (Jasminum fruticans) Planta com porte arbustivo e perene ou semi-caduca. Tem caules verdes ramificados, quadrangulares. As flores são pequenas campainhas amarelas agrupadas no final dos ramos. O fruto é uma pequena baga preta brilhante e carnuda. 43 Rosa de Monte - Peonía (Paeonia broteroi) Planta herbácea e perene de grande tamanho, aproximadamente 50 cm. As folhasas são bastante grandes e ovaladas, geralmente divididas em dois, e apresentam tons verde azulados. As flores são grandes, entre 12-15 cm. São muito vistosas, com 7-9 pétalas de cor rosa fucsia e estames amarelos forte. Dedaleira (Digitalis thapsi) Herbácea grande que atinge facilmente os 70 cm. de altura. É uma planta bienal. Durante o primeiro ano, mostra uma roseta de folhas no solo e depois no segundo ano um tronco oco com muitas flores. Estas são grandes, em forma de sino, um pouco peludo e rosa muito marcante. As folhas são verde-amarelo e um pouco pegajosas, devido à presença de numerosos pêlos glandulares. 44 Cravina-branca (Dianthus lusitanicus) Planta herbácea perene, com hastes azul-verde até 35 cm. de altura. As folhas são lineares, com uma aparência carnuda, parecendo soldadas as bases. As flores têm 5 pétalas profundas rosa e dentadas na margem, uma reminiscência de cravo usado como ornamental, Aparecem solitárias ou em pares, no final das hastes. O fruto é uma cápsula de 4 dentes. Narciso (Narcissus rupícola) Pequena erva notável pela sua coloração amarela. Tem poucas folhas, geralmente 2-4 que se encontram na base e se assemelham às dos juncos. O caule é nu e as flores estão dispostas no final do mesmo, geralmente solitárias, e têm um tamanho entre 2 e 2,5 cm. de diâmetroA flor é em forma de cone funil ou estreito, terminando em um copo de peças similares composta de 6 pétalas que se estendem numa coroa ou corolla, semelhante a uma tigela. 45 Espora-De-Cavaleiro (Delphinium fissum) Planta herbácea de até 160 cm de altura e caules estriados. As folhas mais baixas, que parecem formar uma roseta basal, são espalmadas com 3-5 segmentos. As flores (20-40) reúnem-se em grupos no final do caule. O cálice é composto por 5 partes (sépalas) semelhante a pétalas que variam em cor do branco ao azul-violeta escuro e violeta. A parte superior é transformada em estolões de 15-17 mm. Orquídea (Orchis coriophora) Uma planta herbácea da família das orquídeas, de 25 a 30 cm de altura. O nome vem do grego orchis orkhis, testículos, e faz alusão à semelhança entre estes e o tubérculo basal da planta. Geralmente, há dois tubérculos. Tem um caule ereto com folhas alongadas, estreitas e envainantes, ou seja, envolvendo o tronco. A inflorescência é no final do tronco num grupo de condensado de flores de rosada para roxa-acastanhada. 46 Fetos: Feto (Polipodium sp.) Pequeno feto, de 5 a 30 cm. de altura. As frondes (folhas) crescem a partir de um rizoma cobertas com escamas e oval escuro. Medem até 45-50 cm de comprimento e estão profundamente divididas em segmentos estreitos e alongados, dispostos ao longo de uma nervura central. As estruturas reprodutivas são arredondadas e estão na parte de trás das frondes, dispostas em duas linhas de cada lado da nervura central de cada segmento de folha. Culantrilho Menor (Asplenium trichomanes) Pequen feto que não ultrapassa os 25 cm. Tem um rizoma curto, de onde surgem numerosas raízes duras e finas. As folhas (frondes) crescem em rosetas e estão divididas em foliolos ovalados cujas margens parecem serrilhadas. O eixo central que as agrupa é castanho escuro brilhante, num claro contraste com os folíolos que exibem um verde lustroso. Por detrás dos foliolos, encontramos as esporas em estruturas circulares protegidas por uma pequena membrana. 47 Recursos turísticos da zona Actualmente são quase 70 os recursos/empresas relacionadas com o sector turístico de ambos os lados da frontera, que colaboram connosco nesta iniciativa e projetos similares. São numerosas adegas e estabelecimentos enoturísticos que integram a Ruta Internacional del Vino da Asociación Vinduero-Vindouro, cuja sede se localiza também no municipio salmantino de Trabanca, que tem por objetivo principal a promoção, defesa e desenvolvimento dos interesses sociais, económicos e culturais dos habitantes do seu espaço de atuação. A Ruta Internacional del Vino, promovida pela Asociación Vinduero-Vindouro, é um projeto pioneiro na promoção conjunta e valorização dos recursos turísticos e culturais de ambos os territórios, o que sem dúvida permite afastar determinantemente os receios e desconfianças ligados aos espaços fronteiriços, e por conseguinte, superar as barreiras ancestrais, muitas vezes artificiais, que condicionaram e limitaram o nosso mútuo conhecimento, compreensão e desenvolvimento. Está integrada por uma série de itinerários abertos que permitem ao visitante apreciar de forma organizada, amena e global, toda a diversidade turística e cultural que se forjou em torno do mundo do vinho nestes territórios, ao longo do tempo: espectaculares vinhas, antigas e modernas adegas, tanoarias, recursos patrimoniais, culturais e naturais… É uma iniciativa que procura oferecer um vasto programa de recursos e actividades enoturísticas que permitem disfrutar de uma das rotas mais espectaculares, variadas e atractivas que se pode encontrar neste espaço fronteiriço, o Douro. 48 Entre os recursos incluidos na Ruta Internacional del Vino, cabe mencionar adegas, tanoarias, alojamentos de turismo rural, restaurantes, centros de interpretação, oficinas de turismo e cruzeiros de barco, como os seguintes: ESTABLECIMENTOS ACTIVIDADE Casa Rural La Fuente. Trabanca (España) Alojamiento Restaurante O´Moinho. Miranda do Douro (Portugal) Restaurante Estalagem Santa Catarina. Miranda do Douro (Portugal) Alojamiento Restaurante Capa D´Honras. Miranda do Douro (Portugal) Restaurante Balneario de Almeida (España) Salud y Bienestar Centro de Turismo Rural La Venta de los Arribes, Formariz (España) Centro de Turismo Rural Las Arribes del Duero, Aldeadávila de la Ribera (España) Posada Real La Mula de los Arribes, Villardiegua de la Ribera (España) Camping La Hojita, Lumbrales (España) Hotel Abadengo, Lumbrales (España) Alojamiento Hostal-Restaurante Santa Cruz, Masueco (España) Restaurante Centro de Turismo Rural La Mesa del Conde, San Felices de los Gallegos (España) Centro de Ocio Rural AldeaDuero, Saucelle (España) Alojamiento Estalagem Falcão de Mendonça, Figueira Castelo Branco (Portugal) Centro de Turismo Rural Las Mugas, Aldeadávila de la Ribera (España) Hacienda Unamuno, Fermoselle (España) Alojamiento Centro de Turismo Rural El Paraje de Sayago, Muga de Sayago (España) Bodega Arribes del Duero, Aldeadávila de la Ribera (España) Alojamiento Bodega Ribera de Pelazas. Pereña de la Ribera (España) Bodega Hacienda Zorita, Valverdón (España) Bodega Vinhos Holminhos, Vila Flôr (Portugal) Bodega Tanoaria J.M. Gonçalves, Palaçoulo (Portugal) Tanoaria El Corazón de las Arribes Aldeadávila de la Ribera (España) Crucero ambiental Restaurante Apartadero II, Lumbrales (España) Restaurante Bodega Las Gavias, Pereña de la Ribera (España) Restaurante La Retoñera de Arribes. Trabanca (España) Bodega Restaurante Europarques Hispanolusos. Miranda do Douro (Portugal) Crucero ambiental La Faya Biológicos del Noroeste S.L, Villar del Buey (España) Quesería Centro de Turismo Rural La Estela Romana. Argañín (España) Alojamiento Alojamiento Alojamiento Alojamiento Alojamiento Alojamiento Alojamiento Bodega Bodega 49 ESTABLECIMENTOS ACTIVIDADE Oficina de turismo de San Felices de los Gallegos (España) Oficina de turismo Ayuntamiento de San Felices de los Gallegos (España) Ayuntamiento Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta (Portugal) Ayuntamiento Adega Coop. De Freixo Espada à Cinta (Portugal) Bodega Câmara Municipal de Miranda do Douro (Portugal) Ayuntamiento Câmara Municipal de Torre de Moncorvo (Portugal) Ayuntamiento Posada Real La Quinta de la Concepción, Hinojosa del Duero (España) Posada Real Los Vettones, Fresnadillo (España) Alojamiento Restaurante El Paraíso, Aldeadávila de la Ribera (España) Ayuntamiento de Bañobarez (España) Restaurante Restaurante Cinta D’Ouro, Freixo de Espada à Cinta Portugal (Portugal) Zamora Natural (España) Restaurante Posada Doña Urraca. Fermoselle (España) Alojamiento Mercadillo Portugués La Cuenta, Trabanca (España) Feria Feria de Artesanía. Trabanca (España) Feria Feria Agroalimentaria. Trabanca (España) Feria Salón Internacional del Vino y su Cultura. Trabanca (España) Posada Las Médicas, Ahigal de los Aceiteros (España) Feria Núcleo Museológico do vinho. Oficina Vinária, Moncorvo (Portugal) Adega Cooperativa Agricola Ribadouro, Sendim (Portugal) Convento de Santa Maria de Aguiar, Figueira de Castelo Rodrigo (Portugal) Museo del Vino. Villarino de los Aires (España) Museo Casa rural Las Virtudes, Torrefrades (España) Alojamiento Quesería Ecológica Montiermo, Monleras (España) Quesería Adega Cooperativa Agricola Ribadouro, Sendim (Portugal) Vinos José Preto, Sendim (Portugal) Bodega Aeródromo de Mogadouro (Portugal) Aeródromo Quinta das Aveleiras, Torre de Moncorvo (Portugal) Parque Temático de Construcciones Tradicionales. Trabanca (España) Centro de Recepción de Visitantes de Trabanca (España) Alojamiento Ayuntamiento Turismo aventura Alojamiento Bodega Alojamiento Museo Bodega Bodega Centro de interpretación Centro de interpretación La Fragua de Trabanca (España) Centro de interpretación Oficina de turismo de Aldeadávila de la Ribera (España) Oficina de turismo