Descobre o Parque Natural Arribes del Duero

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Descobre o Parque Natural Arribes del Duero
ECOGUIA
C––OGUÍA
Descobre o Parque Natural
Arribes del Duero
1
Índice de Conteúdos
 Apresentação
 Objectivos
 Localização do área de acção
 Contextualização do município de Trabanca
 Estrutura.
 Recursos Naturais: Fauna e Flora.
 Recursos turísticos da zona
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Apresentação
Com esta Ecoguia se pretende promover o desenvolvimento do Parque Natural
“Arribes del Duero” por forma a dar conhecer os locais naturais que abrange o
território Luso - Espanhol, dotados de grande relevância paisagística.
Se põe em destaque o facto da flora e fauna caracterizarem estes espaços tão
singulares dotados de grande biodiversidade, dado o valor ecológico que
possue esta área conhecida como “La Raya del Duero”.
Esta Ecoguía pretende ser um instrumento de utilidade para aquelas pessoas
que desejem descobrir a natureza, a cultura e o património natural destes
locais, onde podemos encontrar diversas espécies vegetáis e animais que
abrange a área do Parque.
A Asociación Juvenil “Las Arribes del Duero”
compilou os conteúdos desta
Ecoguía em colaboração com os jóvens promotores do projecto “NOSSO
ENTORNO NATURAL COMO ESPAÇO DE REFLEXÃO CÍVICO E PARTICIPAÇÃO
SOCIAL TRANSFRONTEIRIÇO”, como expresão activa do Programa Juventude
em Acção, co-financiado pelo Ministerio de Sanidad, Servicios Sociales e
Igualdad de Espanha através da Agencia Nacional Española del Instituto de la
Juventud, no quadro do programa comunitário da Dirección General de
Educación y Cultura.
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Objectivos
-Contribuir para o conhecimento dos recursos naturais, recuperando os saberes
e os hábitos que ajudem a dinamizar e atrair população às áreas rurais lusoespanholas, valorizando os seus recursos naturais e possibilidades endógenas.
-Promover a participação activa do associacionismo local em actividades
ambientais que garantam a sustentabilidade da biodiversidade do ecosistema.
-Fomentar o cooperativismo entre os municípios fronteiriços pelos que corre o
Rio Douro.
-Dinamizar, divulgar e desenvolver a actividade turística do Parque Natural
Arribes del Duero, tratando de consolidar o seu posicionamento dentro da
oferta de nossa comunidade.
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Localização da área de acção
O Parque Natural “Arribes del Duero” é um espaço protegido localizado à
Noroeste da província de Salamanca e à Suroeste da província de Zamora.
A comarca de Las Arribes abrange o Oeste de Zamora e Salamanca onde o rio
Douro faz fronteira com Portugal. Um espaço natural privilegiado no que é de
pôr em destaque a beleza agreste da paisagem granítica e uma rica e variada
fauna e flora.
É conhecida como “Arribes” aquila geografia originada pela erosão dos rios
Duero, Esla, Huebra, Tormes e Uces sobre a peneplanície.
As suas paisagens mais belas e escabrosas foram formadas pelos rios Duero,
Huebra e Uces. Na fenda deste último localiza-se uma das cascatas mais belas
e espectaculares de toda a Península: o Pozo de los Humos onde a água cai
desde mais de 200 metros.
Como um espelho encontramos do outro lado da “Raia” o Parque Natural do
Douro Internacional, que partilha ecosistema e paisagem, se bem com rios de
menor dimensão que abrangem os Concelhos de Bragança e a Guarda.
As condições ambientais especiais do ecosistema do Parque Natural “Arribes del
Duero” e do Parque Natural Douro Internacional contribuiram para esta área
ser incluída na Rede de Espaços Naturais Europeus (Rede Natura 2000).
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Estes
dois
grandes
parques
naturais
contam
com
400000
hectares
aproximadamente, localizadas entre as províncias espanholas de Salamanca e
Zamora e os Distritos de Bragança e a Guarda que constituem uma das
superfícies naturais mais longas de toda Europa.
Contextualización do município de Trabanca
Trabanca, como entrada ao Parque Natural “Arribes del Duero”, é um passo
natural de miles de visitantes que acedem cada ano a este Espaço Natural.
Portanto, goça de uma situação estratégica como eixo principal de conexão e
entrada a Arribes del Duero, sendo além disso o seu centro geográfico, posição
que sem dúvida é um factor determinante para a implementação de novos
projectos de desenvolvimento social e económico e melhora da qualidade na
sua oferta turística.
Localização de Trabanca.
Além disso, Trabanca procura rentabilidade ao máximo a sua possição de
proximidade ao nosso país vizinho, Portugal, o que lhe permitiu abrir excelentes
vias de comunicação e estabelecimento de novas relações com nossas
populações vizinhas, factor que sem dúvida é decissivo para a implementação
de novos projectos de inovação social e económica, formativos e laborais na
área rural.
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Este dado é sumamente revelador da atitude de Trabanca, como municípip
ativo e permanente em todos os mecanismos de abertura e cooperação
transfronteiriça que estão à nossa disposição, algo realmente imprescindível se
queremos abrir e estabelecer novas vias de conhecimento e confiança, muito
úteis para a consolidação de novos recursos.
Este facto é evidente nas áreas periféricas de Castela e Leão, dentro das quais
sem sombra de dúvidas se encontar a localidade de Trabanca, como parte
integrante da Área Periférica da Fronteira e da área operacional de Vitigudino
(Área Fronteiriça de Salamanca).
O Plano Especial de Acção nas Áreas Periféricas de Castela e Leão reconhece
expressamente os desequilíbrios destas áreas, fomentando a sua correcção
mediante a intervenção directa dos poderes públicos para, que aplicando o
princípio de subsidiariedade, estas áreas atinjam o progresso económico e
social que houve no conjunto do país.
Neste sentido, o Turismo é considerado como um motor básico de progresso
para estas áreas, pelo que resulta imprescindível para o aproveitamento e a
potenciação dos recursos existentes, tanto de tipo ambiental como cultural.
Localização de Trabanca dentro das Áreas Periféricas de Castela e Leãó
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Estrutura
Esta Ecoguia é fruto de um trabalho próximo e intenso desenvolvido em vários
workshops e actividades deste ambicioso projecto.
A seguir, apresenta-se uma aproximação ao conhecimento das relações entre o
homem e a natureza.
Os dados obtidos foram extraídos do património cultural, imaterial, procedente
de nossos idosos, representantes culturais deste legado e os próprios jovens
promotores do projecto.
Considera-se que todas as pessoas devemos quer de forma individual quer de
forma conjunta, devemos continuar com este legado e além de ir mais para à
frente, transmitindo estes conhecimentso às futuras gerações para dar
conhecer os recursos do ambiente natural mais próximo e poder utilizá-los de
forma sustentável.
O propósito é divulgar e promover uma aposta significativa para a conservação
e a preservação do Ambiente.
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Recursos Naturales: Fauna e a Flora
A seguir apresenta-se uma breve compilação da Fauna e a Flora
característica da área das Arribes del Duero
FAUNA
A região abriga um grande número de espécies catalogadas como em perigo de
extinção, especialmente no que se refere às aves. A boa preservação dos
hábitats, tanto nos vales como nas planícies, torna possível a existência de um
grande número de exemplares e a localização de importantes populações
reprodutoras de várias espécies ameaçadas. Estima-se que, das 206 espécies
catalogadas, 129 nidificam aqui. Por isso, a região foi declarada, a nivel
europeu, como ZEPA (Zona de Especial Protecção para as Aves).
Aves
Como já foi mencionado anteriormente, o território objecto de actuação tem
alguns enclaves de especial interesse especialmente de aves aquáticas,
vegetação ciliar e rochoso. Outras áreas têm protecção de duas ZEPA nas
Arribes, de importância declarada para a cegonha-preta e vários tramos fluviais
em Zamora e Salamanca. Destacamos também a abundância de garças.
Assim, as escarpas que formam as Arribes del Duero / Douro são um bom
habitat para espécies de interesse, como a águia-real e, Bonelli abutres e
corujas.
De referir também a presença de algumas corujas como a mocho – dos banhadas (Asio flammeus), mocho - galigo (Athene noctua) e o bufo-real (Bubo
bubo).
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Águia Real (Aquila chrysaetos)
É a maior ave de rapina da Península Ibérica atingindo uma envergadura de
230 cm. De aspecto robusto com cabeça proeminente, asas grandes e cauda
longa. A plumagem é castanha escura e torna-se mais clara com a idade. Os
juvens são castanho chocolate com manchas brancas em algumas partes do
dorso e cauda. Os adultos têm manchas douradas na cabeça e no pescoço. As
garras são fortes e afiadas e o bico curto curvado.
Águia Perdigueira (Hieratus fasciatus)
Águia de tamanho médio e aspecto poderoso, com uma envergadura de 170
cm. Apresenta cor castanha no dorso e tem uma franja negra no extremo da
cauda. Apresenta garras fortes e patas emplumadas até ao pé. A característica
mais
representativa para identificar esta espécie é o peito branco e com
manchas escuras a modo de lágrimas. Em voo observam-se nas asas, duas
franjas de cor diferentes, a superior escura e a inferior branca.
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Abutre-fouveiro (Gyps fulvus)
É uma das maiores aves que habita nas nossas terras, com uma envergadura
de 260–280 cm. A sua plumagem é, fundamentalmente, castanha clara com a
cauda negra. O pescoço e a cabeça estão desprovidos de plumas grandes,
possuindo uma plumagem curta esbranquiçada. A base do pescoço é adornada
por uma gola de plumas, cuja coloração varia com a idade. Os
indivíduos
jovens têm uma gola de plumas castanho claro e os adultos brancas. Em voo
observam-se duas cores nas asas, a superior parda com o dorso e a inferior
preta. Plana com as asas totalmente estendidas aproveitando as correntes do
ar.
Abutre do Egipto(Neophron percnopterus)
O abutre do Egipto é um pequeno abutre, com uma envergadura de 160–170
cm, sendo o menor de todos os abutres que habitam a Península Ibérica. Tem
uma plumagem branca cremosa excepto na parte posterior das asas que é
preta. A cara é rugosa e de cor amarela alaranjada. Os individuos jovens são
muito diferentes dos adultos, apresentando tons acastanhados em toda a
plumagem. A cauda é curta e em forma de cunha. A grandes distâncias pode
confundir-se com uma cegonha.
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Falcão Peregrino (Falco peregrinus)
Ave de rapina pequena, com uma envergadura alar de 1m., aproximadamente.
O dorso é cinzento e a base da cauda de um cinzento mais pálido. O peito é
branco e mostra um desenho da mesma cor que o dorso. A coroa e o bigode
são pretos e a parte superior do bico e o rebordo dos olhos de um amarelo
chamativo. A silhueta em voo assemelha-se a uma âncora e pode reconhecerse, também, pelas asas pontiagudas e pela cauda estreita.
Bufo Real (Bubo bubo)
Ave de rapina nocturna de grande tamanho, a maior da Europa com um
tamanho de 75 cm. e uma envergadura de 180 cm., aproximadamente. A sua
plumagem é parda com manchas escuras na cabeça e dorso. A garganta é
branca, tal como a zona em volta dos olhos e do bico. Uma característica
importante da sua fisionomia são os seus
brilhantes
e madeixas de plumas na
grandes olhos alaranjados e
parte superior da cabeça que
vulgarmente conhecemos como “orelhas”. As patas estão emplumadas até às
patas, de onde sobressaiem fortes garras pretas.
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Cegonha Negra (Ciconia nigra)
Distingue-se da cegonha branca, ou comum (Ciconia ciconia), lém do seu
emnor tamaño, pela sua plumagem preta lustrosa com nuances verdes e roxas
no dorso, cabeça e pescoço. O ventre é branco e o bico e as patas de cor
vermelho forte. Os individuos jovens apresentam tonalidades acastanhadas no
dorso e bico e patas entre cinzento e verde azeitona.
Gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax
pyrrhocorax)
Tamanho aproximado de 40 cm. A plumagem é preta com iridiscências azuis.
Distingue-se de outros corvos pelas patas e bico avermelhados. Além disso, o
bico é grande e curvado para baixo. As patas pretas e bico alaranjado
distinguem os jovens dos adultos.
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Melro-azul (Monticola solitarius)
Ave de pequeno tamanho, aproximadamente 20 cm. A plumagem é diferente
em machos e fêmeas. Os machos apresentam uma plumagem acinzentada
azulada no corpo e cinza ardósia nas asas e cauda, enquanto que as fêmeas
têm o peito riscado e cor pardo-azulada. O bico é preto, comprido e fino em
ambos os sexos.
Andorinhão Real (Apus melba)
É o maior de todas as espécies de Andorinhão, chegando a tingir os 60 cm. de
envergadura alar. Tem cor pardo escuro com o ventre branco e uma franja
escura sob a garganta. A cauda é curta e ligeiramente arqueada e as asas
muito grandes em relação ao tamanho do resto do corpo. Em voo assemelha-se
a um arco com a sua flecha.
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Mergulhão-de-crista (Podiceps cristatus)
Ave inconfundível devido à sua
espectacular plumagem. Tem
um grande
tamanho (46 a 56 cm.), pescoço comprido, cabeça esbelta com bico largo e
asas pequenas e estreitas. A plumagem é pardo-acinzentada no dorso e
esbranquiçada no ventre e na parte dianteira do pescoço. Durante a época de
acasalamento desenvolvem uma plumagem muito característica na cabeça: na
parte superior surge uma crista dupla de cor preta e à volta da cabeça um
conjunto de plumas castanho avermelhadas denominado gola. Os individuos
jovens apresentam franjas pretas na cabeça.
Galeirão (Fulica atra)
Ave de hábitos aquáticos e tamanho similar a um pato. O seu traço mais
singular é a presença de uma placa frontal branca por cima do bico que
sobressai sobre a plumagem completamente preta. As patas são verdes com a
tibia laranja e os pés azulados com membranas entre os dedos. Também se
pode reconhecer pela forma de mexer a cabeça enquanto nada ou anda,
lembrando uma galinha. Os
individuos jovens são ligeiramente diferentes,
apresentando uma plumagem mais clara e o peito branco. Além disso, carecem
da placa frontal dos adultos e o bico é amarelo, em vez de branco rosado.
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Garça Real (Ardea cinerea)
De aspecto similar a uma cegonha, com o corpo estilizado e pescoço e patas
compridas, atinge uma altura de 90 cm. A plumagem é, predominantemente,
cinza prateada, excepto cabeça, pescoço e partes inferiores que são mais
esbranquiçadas. O bico é amarelo, cónico e pontiagudo e mede cerca de 11 cm.
Durante a época de cio desenvolvem duas plumas pretas e compridas na nuca.
Guarda-rios (Alcedo atthis)
Ave de pequeno tamanho que, normalmente, alcança os 16 cm de longitude.
Tem um bico muito grande em relação ao tamanho do corpo, curto e
atarracado. A plumagem é muito chamativa com tonalidades azul-esverdeadas
no dorso e vermelho-alaranjadas na parte inferior do corpo. Apresenta,
também, uma mancha branca em ambos os lados do pescoço e debaixo do
bico. A plumagem dos juvenis é parecida à dos adultos, mas com cores muito
mais esbatidas.
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Papa-figos (Oriolus oriolus)
De tamanho similar a um tordo, é um dos pássaros mais chamativos que
habitam a nossa região. Apresenta um
claro dimorfismo sexual, sendo os
machos amarelos com as asas e caudas negras enquanto que as fêmeas são
verde-amareladas, e cinzentas por baixo, com as asas e cauda pardas. Ambos
têm uma mancha preta entre os olhos e o bico, embora muito mais visívil nos
machos. O bico é comprido e de cor-de-rosa forte.
Alcaravão (Burhinus oedicnemus)
Ave terrestre de tamanho médio. Passa despercebido na paisagem debido à sua
coloração críptica, com plumagem riscada e tonalidades pardas. Destacam-se
os seus olhos grandes e amarelos, e as suas patas compridas adaptadas à
corrida.
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Peneireiro-das-torres ou Francelho (Falco naumanni)
Pequena ave de rapina com cerca de 30 cm e de aspecto similar ao peneireiro
vulgar (Falco tinnuculus), mas de menor tamanho. Omacho tem a cabeça e as
asas cinzento-azulado, enquanto que o dorso e vermelho oxidado. A fêmea
assemelha-se à do peneireiro vulgar, com tons pardos riscados no dorso e
brancos no ventre. Em ambos os sexos as garras são brancas e o bico curto e
forte.
Abelharuco (Merops apiaster)
Ave de tamanho ligeiramente inferior ao de uma rola, com aproximadamente
28 cm. de longitude, mas com o corpo mais estiilizado. Apresenta uma
plumagem muito vistosa, com cores castanhas e creme no dorso, azuis na parte
inferior e tonalidades amarelas no pescoço. A cauda é esverdeada e destaca-se
por ter duas plumas no centro, maiores que as outras. Do bico até à parte
superior da cabeça tem uma espécie de franja preta. O bico é preto e
ligeiramente curvado para baixo. Em voo assemelha-se a uma andorinha,
chamando a atenção a forma triangular das suas asas.
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Toutinegra-do-mato(Sylvia undata)
Ave de pequeno tamanho, de cerca de 12.5 cm. de longitude. Apresenta um
dorso de cor cinzento escuro, ventre bordeaux com manchas brancas na
garganta, e cauda comprida e erguida. A fêmea é anis parda durante a época
de procriação. Um traço peculiar desta ave é a cor vermelho-alaranjada dos
seus olhos, que se pode distinguir bem apesar dos rápidos movimentos que
realiza.
Cotovia Montesina (Galerita theklae)
Ave pequena, aproximadamente 17 cm. de longitude. Muito similar à cotoviade-poupa (Galerita cristata), apresenta praticamente as mesmas tonalidades.
Tem uma coloração críptica, imitando as cores do solo onde vive. Geralmente,
as cores da plumagem são ocres, terra e castanhos com um desenho riscado
branco no peito. As suas asas são curtas e estreitas e o bico relativamente
comprido e fino. O seu traço amis singular é a presença de uma crista que
normalmente trás levantada.
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Mamíferos
Arribes conta com a presença de exemplares tão escasos como o gato
selvagem, e os texugos
É de sublinhar também a presença de morcegos dos que se julga existem
quase 14 espécies.
Um dos mamíferos cuja presença é de maior interesse, dada a escasez e rápida
regressão no continente europeu é a lontra. A causa principal da quase
completa desaparição no Douro foi a contrução de diversas barragens, facto
que só foi recuperado como o passo do tempo.
O mais destacado de todos os mamíferos que habitam no parque é o endémico
lince ibérico. Mesmo que actualmente se dê por extinto na área, alguns
expertos sostienem que nos vales mais tranquilos e de vegetação melhor
conservada, ainda podíam ficar alguns elementos.
De facto, porém não esteja demonstrada a supervivência nestas terras, na
maioria dos cartazes, folhetos e websites de promoção e publicidade da área,
bem como na própria lei de declaração do parque natural, ainda o inclúem
entre as suas espécies.
Um visitante ocassional deste espaço natural é o lobo que, desde a parte norte,
penetra sem ter chegado a manter uma população estável.
Outros mamíferos, já mais numerosos, são a raposa, o javalí, a geneta, o
coelho, a lebre,o ouriço, a doninha, a fuinha e o arganaz.
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Geneta (Genetta genetta)
Mamífero de patas curtas e corpo comprido que pode atingir um metro de
longitude. A cabeça também é comprida e ostenta na parte superior orelhas
grandes arredondadas, muito úteis para detectar sons emitidos por possíveis
presas durante a noite. O pêlo do corpo é cinzento-amarelado com manchas
pretas no dorso, enquanto que a cauda comprida temu m desenho anelado
preto em toda a sua longitude. Possui 5 dedos, tanto nas patas anteriores como
posteriores, masnormalmente, só deixa 4 deles impressos na sua pegada.
Gato Montez (Felis silvestris)
Mamífero muito similar ao gato doméstico, embora de maior tamanho. Tem
aspecto robusto, cabeça amis larga e focinho mais curto que o anterior. A
pelagem é sempre pardo-cinza com listas pretas longitudinais em todo o corpo,
expecto a garganta e sob a cauda mostrando manchas brancas. A cauda é
curta e grossa, como o corpo, é riscada até à ponta. Normalmente os machos
são maiores que as fêmeas.
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Javalí (Sus scrofa)
Mamífero similar ao porco doméstico. A sua cabeça é alongada e mais ou
menos cónica, no caso da fêmea o focinho é mais prolongado e as presas são
menos desenvolvidas. Os olhos são muito pequenos e pouco desenvolvidos. A
falta de visão é compensada por um grande senso de audição e olfato. As
pernas são curtas e fortes e terminam em dois dedos com garras que deixam
uma pegada característica. A pelagem é cinza escuro ou preto com pêlo
comprido e duro, com cerca de 10 cm. As crias são castanhas com 3 ou 4 faixas
amarelas longitudinais em cada lado do corpo, o que lhes permite misturar-se.
Raposa (Vulpes vulpes)
É considerado um dos mamíferos mais abundantes no mundo. Apresenta um
corpo delgado e alongado. Tem um focinho longo e estreito e na parte superior
da cabeça grandes orelhas triangulares. A pelagem é muito espessa,
principalmente na cauda e castanho-avermelhada, excepto a barriga e ponta da
cauda que são brancos. Os pés são pretos e têm cinco dedos nas patas
anteriores e quatro nas traseiras, todos com unhas não-retráteis.
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Texugo (Meles meles)
Mamífero de hábitos nocturnos e tamanho médio que pode atingir, tipicamente,
os 70-80 cm. de comprimento. Tem um aspecto robusto apesar das suas
pernas curtas. A cabeça é cónica e termina num nariz proeminente, móvel e
músculoso que usa para remover o solo em busca de comida. Esta tarefa
envolve também as unhas longas e afiadas com que escava o solo sem
qualquer dificuldade. A pelagem do corpo é grossa, cinzento-acastanhada,
exceto as pernas que são pretas, e a cabeça branca com duas listas pretas que
começam a partir do focinho até as orelhas e o tornam inconfundível com outro
animal. Outro aspecto a destacar são as suas pernas, com a planta da pata
acolchoado que deixam uma marca característica.
Lontra (Lutra lutra)
Mamífero de hábitos aquáticos com corpo delgado e aplanado que termina
numa grande cauda cónica e robusta. As pernas são curtas e os dedos dos pés
estão unidos por membranas interdigitais, adaptação muito útil ao ambiente em
que vivem, servindo para nadar mais rápido. A pelagem é lisa, castanha nas
costas e ligeiramente mais clara na barriga e parte inferior do pescoço.
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Leirão-dos-pomares (Eliomys quercinus)
Pequenos mamíferos roedores que raramente ultrapassam os 25 cm. de
comprimento (incluindo a cauda). As características que distinguem esta
espécie de outras são por um lado, a cauda, enegrecida e coberta de pêlos,
especialmente na ponta, e em segundo lugar, as manchas pretas sobre os
olhos que fazem lembrar uma máscara. A restante pelagem é castanha clara
nas costas e branca no ventre. Também tem orelhas grandes que move
tentando encontrar algum sinal de perigo.
Morcego-de Ferradura (Rhinolophus hipposideros)
Pequeno morcego de cerca de 70 mm. de comprimento com uma envergadura
de 250 mm. Além do seu tamanho pequeno, é reconhecido pelas peculiares
dobras nasais em forma de ferradura e as orelhas pouco desenvolvidas.
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Reptéis:
A riqueza de répteis é também muito considerável: A destacar, pela sua
dependência de habitats aquáticos, ou áreas húmidas da rede fluvial, estes
espécimens: Cágado Europeu (Emys orbicularis), galápago leproso (Mauremys
hanseníase) e a Cobra-de-água-viperina (Natrix maura).
A osga-moura (mauritanica Tarentola) podem ser localizados em lugares
termofílicos Arribes de Salamanca e Zamora, bem como no Douro Internacional
Portugal, como o Lagartixa-de-dedos-denteados (erythrurus Acanthodactylus).
O Sardão (Lacerta lepida), a lagartixa-do-mato (algirus Psammodromus),
a
lagartixa-do-mato-ibérica (hispanicus Psamodromus) e a Lagartixa-ibérica
(Podarcis hispanica) têm uma ampla distribuição.
Víbora-cornuda (Vipera latasti)
Geralmente atinge 70 cm. de comprimento. A cabeça é larga e triangular, com
o focinho para cima, daí o nome. Os olhos são cinza metálico escuro com pupila
vertical. Na parte da frente da boca possui dois dentes grandes inoculantes de
veneno que não hesita em usar para atacar uma presa ou para se defender de
predadores. A coloração dos indivíduos é muito variável, sendo a característica
mais notável uma faixa escura em zig-zag, que atravessa o corpo a partir da
base da cabeça à cauda. Aparecem também na cabeça duas faixas escuras
numa posição V invertido.
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Cobra de Montpellier(Malpolón monspessulanus)
A sua cabeça é pequena e pontiaguda, mas larga, diferenciando-se do corpo.
Este é estilado com uma cauda relativamente longa. De Cor verde-oliva ou
parda geralmente uniforme, apresentado na zona
inferior manchas pretas
muito distintivas da sua espécie. Pode crescer até mais de 200 cm, a maior
espécie da Península Ibérica. O traço mais característico da cobra-rateira são os
olhos grandes, apresentando os supra-oculares muito salientes formando uma
espécie de sobrancelha muito proeminente.
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Sardão (Lacerta lepida)
É o maior lagarto da Península Ibérica. Dos cerca de 60 cm que mede no total,
cerca de dois terços do comprimento pertencem à cauda. O dorso é verde
amarelado com manchas pretas e amarelas e a barriga branca ou clara. Os
machos têm 3 ou 4 filas de manchas azuis ou ocelos nos flancos, enquanto as
fêmeas não têm nenhum ou poucos.
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Lagartixa –de-dedos-denteados (Acanthodactylus
erythrurus)
Raramente excede 80 mm de comprimento. O seu corpo alongado está
adornado com bandas longitudinais de tons ocre e castanho claro, com
manchas terrosas,brancas ou amarelas no dorso, lado e patas. A área ventral é
esbranquiçada. Os dedos, das patas traseiras são muito longos, indicativo dos
meios arenosos ou soltos onde geralmente vivem.
Cágado-de-carapaça-estriada (Emys orbicularis)
Possui uma carapaça castanho-esverdeada, apenas convexa e com manchas
amarelas que ao unir-se dão às placas desenhos em forma de leque. A cabeça,
pernas e cauda também mostram manchas amarelas, neste caso, mais vivas e
marcantes do que as da carapaça.
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Cobra-de-pernas-pentadáctila
bediagrai)
(Chalcides
Corpo alongado, cilíndrico, coberto de escamas lisas dando-lhe uma aparência
brilhante. Corpo, cabeça e cauda sucedem-se sem transição, dando a sensação
de se tratar de uma cobra com patas. Esta percepção é corroborada pela
velocidade dos seus movimentos e pequeno tamanho dos seus membros.
Coloração variável das costas, de castanho claro a verde escuro, ventre mais
claro. O corpo também tem muitas pequenas manchas amarelas ou ocelos mais
abundantes para a parte traseira do tronco e da cauda.
Anfibios:
Este grupo é caracterizado pela sua dependência reprodutora de ambientes
higrófilos, sendo o tritão (waltl Pleurodeles) e a rã comum (Rana perezi) os
mais ligados à vida predominantemente aquática.
Pode ser encontrada em determinadas áreas a salamandra (Salamandra
salamandra), em áreas húmidas e sombrias perto de corpos d'água, a
salamandra e o tritão ibérico (Triturus boscai).
No grupo dos anuros, destaque para o sapo parteiro ibérico (Alytes cisternasii)
espécie escavadeira que prefere solos moles e arenosos nas proximidades de
corpos d'água do território.
Encontra-se o sapo parteiro comum (Alytes obstetricans), rã pintada ibérica
(Discoglossus galganoi), rã pintada meridional (jeanneae Discoglossus), sapo
spadefoot (cultripes Pelobates), sapo comum (Pelodytes punctatus), o sapo
comum (Bufo bufo) sapo (Bufo calamita) e a perereca (Hyla arborea), entre
outros.
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Tritão (Pleurodeles walt)
O tritão é o anfíbio
mais longo na Europa, chegando aos 30 cm. de
comprimento. Tem uma cabeça grande com olhos pequenos, mas imponentes.
O seu corpo é alongado, liso e de aparência rude em suas laterais
apresentando uma fileira de protuberâncias
muito característica amarelo-
laranja para combinar com as costelas. A cauda é longa, plana e muito
musculoao. A coloração varia, mas normalmente é parda ou castanha.
Tritão-de-ventre-laranja (Triturus bocai)
Anfíbio de aproximadamente 8 cm. de comprimento. Tem um focinho
arredondado e glândulas distintas paratoideas. O corpo é alongado e achatado,
com uma cor castanho-amarelada. Nele aparecem manchas mais. A barriga é
de um laranja forte ou vermelho com manchas pretas. As fêmeas geralmente
atingem maiores tamanhos que os machos.
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Sapo Parteiro Ibérico (Alytes cisternasi)
Sapo pequeno, de cerca de 5 cm. Tem uma cabeça larga e grande em relação
ao tamanho do corpo, pequeno e atarracado. Olhos grandes, com pupila
vertical e a íris dourada com linhas pretas. As pernas são curtas e com
membranas muito pequenas. Tem pequenas verrugas, corpo e pernas laranja.
Rã de Santo António (Hyla arbórea)
Pequena rã de apenas 5 cm. de comprimento. Tem uma cabeça larga e
arredondada em que se destacam os olhos com pupila elíptica horizontal e íris
dourada. As pernas são longas e terminam em dedos almofados pegajosos para
prender a gramíneas e ramos. A pele do abdómen pode ter grânulos, no
entanto, o resto do corpo é muito brilhante e sem rugosidade.
Da narina, parte, uma listra escura com margens esbranquiçadas até às pernas
traseiras. Uma das características mais importantes é a sua habilidade de
mudar de cor, dependendo do substrato, temperatura e estado fisiológico do
animal, variando de verde a castanho.
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Peixes:
Entre a ictiofauna do AECT destaca-se a carpa, que é dominante, juntamente
com o barbo, boga, carpa cruciana, caboz, trutas e outras espécies menos
abundantes, como tenca (Tinca tinca) (baixo), o lúcio, e o peixe-gato
(Ictalurusmelas).
Barbo (Barbus bocagei)
Mede normalmente 20 ou 25 cm, no entanto, alguns espécimes podem atingir
até 1 metro. Tem um corpo delgado e escamas apenas perceptíveis ao toque.
Apresenta um focinho pontiagudo e em forma de cunha e lábio superior
proeminente. A sua característica mais marcante é a presença de quatro farpas
sobre a mandíbula superior. A cor varia muito de um indivíduo para outro,
dependendo do rio e da fase de desenvolvimento em que está.
Boga (Chondrostoma duriensis)
Peixe pequeno, com cerca de 15 cm, embora muitas vezes apareçam espécimes
com cerca de 40-50 cm. O corpo
longo e estreito tem manchas pretas e
escamas muito pequenas. A boca está em posição ventral.
Os machos diferem das fêmeas durante o acasalamento pois elas se
desenvolvem pequenos tubérculos nupciais por todo o corpo.
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Insectos:
Borboleta-Pavão (Inachis io)
Borboleta diurna, tem uma envergadura de entre 50-60 mm. A sua única
característica é a presença inconfundível de 4 grandes manchas em forma de
olhos (ocelos) de várias cores na parte inferior das asas. Há, além disso, na
superfície superior da asa diversos pontos pretos e manchas brancas. Quando
pousada, é facilmente confundida com o solo, já que fecha as suas asas
obscurecendo os ocelos e exibe o traje escuro de novo.
Louva-a-Deus (Empusa pennata)
Insecto da família dos Mantidos de até 60 mm de comprimento. A coloração
críptica do corpo faz com que seja difícil a sua localização entre os ramos e
ervas secas, que pode ser tanto verde como castanha. O corpo é longo e
delgado e o abdómen curvada para cima nas fases de ninfais. A cabeça tem
uma rotação de 180 ° e no topo dela está uma projeção cônica ,é, em todas as
fases do inseto, o que o torna inconfundível. Os olhos compostos são grandes e
em destaque em ambos os lados da cabeça e os simples estão entre eles
formando um triângulo.
32
As patas dianteiras têm farpas que servem para agarrar e imobilizar as suas
presas. Existem pequenas diferenças entre machos e fêmeas que podem
ajudar-nos a distinguir os dois sexos. Os machos têm antenas um pouco
plumosas e menores que as das fêmeas.
FLORA
No Parque Natural Arribes del Duero, onde o clima é mais temperado,
encontram-se comunidades naturais bem preservadas em que predominam
formações tipicamente mediterrânicas como o sobreiro (Quercus suber), o
zimbro
(Juniperus
oxycedrus),
agreira
(Celtis
australis),
ácer
(Acer
monspesulanum) e cornicabra (Pistacia terebinthus), acompanhados nas
encostas frescas e com sombra destes vales com florestas impressionantes de
carvalhos (Quercus faginea), como no vale do Tormes. Pode encontrar-se
também uma esplêndida variedade de espécies arbustivas, entre as quais o
medronheiro (Arbutus unedo), abrunheiro (Prunus spinosa), espinheiro
(Crataegus monogyna) e uma grande variedade de plantas com flores tais
como a peônia ou roseira (Paeonia broteroi), ou Clavelina (Dianthus
lusitanicus), jasmim selvagem (Jasminum fruticans).
Por toda esta área, especialmente os vales profundos dos rios Douro, Tormes e
Agueda, formam uma das maiores reservas botânicas do nosso território. Nela
estão representados os diferentes ecossistemas encontrados neste território,
através de uma grande variedade de espécies de plantas.
Na peneplanície, onde a vegetação natural está mais alterada pelo
desenvolvimento das actividades agrícolas tradicionais e onde o rigor do clima
no verão e no inverno é mais severo, desenvolvem-se, sobretudo, massas
florestais nas quais os carvalhos (Quercus rotundifolia) e florestas de carvalho
negral (Quercus pyrenaica) são os principais protagonistas, acompanhadas de
diferentes espácies de mato (Lycos sphaerocarpa), vassoura (Genista histrix),
timo vulgaris lavanda (Lavandula stoechas) e tomilho (Thimus vulgaris).
33
Árvores:
Amieiro (Alnus glutinosa)
Árvore de folha caduca de até 20 m. De altura, com copa piramidal início e
depois arredondada. A casca, lisa e cinzenta em indivíduos mais jovens,
mostra-se áspera e mais escura no adulto. Os ramos jovens são anguladas e
cobertos de glândulas de resina. As folhas são simples, ovadas ou
arredondadas com serrilhado e ápice afilado. As flores masculinas e femininas
estão separadas em diferentes estruturas. A fruta também é lenhosa,
parecendo um abacaxi, e contém muitas sementes aladas que permanecem no
inverno.
Salgueiro (Salix atrocinerea)
Árvore de folha caduca de grande porte, muito ramificado desde a base, com
grandes ramos flexíveis. A casca é cinzenta, lisa ou levemente reticulada. As
folhas são lanceoladas e ligeiramente dentadas, com pêlos vermelhos ou
brancos na parte inferior. As flores, que aparecem antes das folhas são
agrupadas em estruturas chamadas amentos. Os frutos secos são cápsulas que
liberam as sementes com um tufo de pêlos.
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Freixo (Fraxinus angustifolia)
Árvore de folha caduca até 15 m. de altura. Possui um tronco reto e galhos de
grande porte. As folhas são compostas de várias brochuras, sempre em número
ímpar e com um comprimento de 3-7 cm. são lanceoladas, margem serrilhada e
sem pêlos, tanto na trave como na parte inferior. Aparecem depois das flores.
Estas são muito pequenas e não têm corolla ou cálice, apenas as partes
reprodutivas. A fruta, longa e achatada, com coloração amarelo-esverdeada
torna-se mais escura à medida que amadurece. Tem uma espinha pequena no
ápic, de espessura, e que contém uma única semente dentro.
Carrasco (Quercus faginea)
Árvore de até 20 m. coroa alta e arredondada. Possui uma casca castanhoacinzentado, rachada. As folhas são elípticas, margens dentadas, com um feixe
brilhante verde.. As flores masculinas estão dispostas em amentilhos e as
femininas em cachos em caules curtos. O fruto é a bolota e está coberto até
meio por uma cúpula lenhosa.
35
Sobreiro (Quercus suber)
Árvore perene de espessura resistente e copa larga, atingindo até 20 m. de
altura. Tem uma casca acinzentada, macia, com rachaduras profundas que
atravessam o tronco. As folhas são de consistência, duras e persistentes,
margem um pouco espinhosa. O feixe é verde escuro e a parte inferior tem um
pêlo curto e apertado que lhe dão uma cor esbranquiçada. O fruto é uma
bolota e é muito semelhante ao do carvalho, embora tenha escamas bem
desenvolvidas na cúpula que cobre a fruta.
Azinheira (Quercus rotundifolia)
Árvore perene de grande porte que pode chegar a 15 m. de altura. A casca é
castanho-escura e muito estriada.As folhas adultas são ovais e resistente,
enquanto as jovens têm espinhos pequenos nas suas margens, o que impede
que as folhas sejamcomidos por animais. As flores masculinas e femininas são
raramente vistas e são separados dentro da mesma planta. O fruto, a bolota, é
cilíndrico e é protegido por uma cúpula que cobre menos da metade da fruta.
36
Carvalho Negral (Quercus pirenaica)
Árvore de folha caduca que normalmente não deve exceder 20 m. de altura.
Tem uma coroa muito ramificada irregular e um esguio tronco cinza. As folhas
de carvalho são muito característicos e distintas, com lobulos muito
pronunciados que às vezes pode chegar à nervura central da folha. O fruto,
também é a bolota, mas com pequenas diferenças na cúpula, mostrando
escamas bem desenvolvidas, ou na forma de agrupamento, neste caso,
solitárias ou em grupos de três.
Agreira (Celtis australis)
Árvore de folha caduca que atinge até 25 m. de altura, com um tronco reto e
casca castanho-cinza suave. A copa é exuberante com folhas com base
assimétrica, verde escuro, ovado-lanceoladas, com margens serrilhadas e ápice
afinando gradualmente. A folha superior está coberta de pêlos curtos que são
ásperos ao toque. Na parte de baixo, no entanto, também aparecem pêlos, mas
mais suaves. As flores são pequenas e pouco chamativas,
penduradas de
hastes longas entre as folhas. Os frutos, que permanecem muito tempo na
árvore, são carnudos e verdes, ficando pretos quando maduros.
37
Acer (Acer monspessulanum)
Árvore de folha caduca de tamanho pequeno e de crescimento lento, que
raramente ultrapassa os 10m. A casca é cinza escuro ou quase preto, com
muitas fendas verticais. Os ramos são finos e com tons avermelhados. As
folhas, pequenas e divididas em três lobulos, são abundantes, projetando uma
sombra densa. As flores, amarelas, formam cachos eretos que depois pendem
dos ramos. Os frutos secos são divididos em duas partes, cada uma das quais
tem uma extensão com forma de asa, que os ajuda a dispersar com o vento.
Medronheiro (Arbutus unedo)
O medronheiro é uma árvore ou arbusto até 5 m. de altura. Tem uma copa
arredondada apoiada por um tronco curto e torcido. As folhas são perenes,
lanceoladas, com margens serrilhadas e verde escuro. As flores em forma de
globo são brancas e são agrupadas em conjuntos de suspensão. Os frutos são
esféricos e têm uma superfície granulada e pequenos picos. Leva um ano para
amadurecer. No início, es são amarelos quando maduros vermelhos e
brilhantes.
38
Enebro (Juniperus oxycedrus)
Árvore ou arbusto de 2 a 4 m. De altura, com coroa em forma de pirâmide. Os
ramos chegam quase até o chão escondendo o tronco. Tem uma casca
castanho-avermelhada e lisa. As folhas são verdes, em forma de agulha e são
agrupados em três, mostrando um verde brilhante e duas linhas brancas no
centro. As flores masculinas e femininas são separadas em pés de plantas
diferentes e são em forma de cone. Das árvores femininas colhe-se o fruto,
bagas de zimbro, uma baga carnuda contendo 3 sementes, e que se torna
vermelha com o amadurecimento.
Cornalheira (Pistacia terebinthus)
Árvore ou arbusto de folha caduca de 6-8 m. de altura, com folhas compostas
por um número ímpar de folhetos (3-11) e contorno ovóide oblonga (mais
comprida que larga). As flores masculinas e femininas são encontrados em pés
de planta diferentes, reunidas em cachos avermelhados. Os frutos são
vermelhos na maturidade, de aparência semelhante a uma ervilha. Quando o
outono chega, as folhas ficam vermelhas para serem facilmente identificadas na
paisagem.
39
Arbustos:
Vassoura-dos-Açougueiros (Ruscus aculeatus)
Arbusto perene com caules ramificados, lisos e verdes até 100 cm. de altura. As
folhas são membranosas e tão pequenas que são pouco visíveis em extensões
do tronco com uma forma de folhas lanceoladas e rígidas ponta e latejante. As
flores masculinas e femininas são esverdeadas e discretas, porém os frutos são
bagas muito vistosas vermelho brilhante.
Torvisco (Daphne gnidium)
: Matas semiarbustivas até 2 m de altura. Os galhos começam a partir da base
com ramificações quase completamente cobertas por folhas. Estas são estreitas
e alongadas, mais escuras na parte inferior, que são glândulas pegajosas. No
final do caule, as flores são agrupadas, que consistem em quatro sépalas
brancas ou amareladas e carnudas. Os frutos são pequenos, vermelhos e
esféricos.
40
Lentisco (Phyllirea angustifolia)
Arbusto perene ou pequena árvore de até 3-4 m de altura. Tem muitos ramos
cobertos com longas folhas estreitas que lembram as da oliveira, mas de cor
verde pálido. As flores são pequenas, esbranquiçadas, perfumadas e dispostas
em cachos nas axilas das folhas. Os frutos são carnudos, com 1 ou 2 caroços
no seu interior, de cor preto azulado, lembrando muito a azeitona, embora
infinitamente menor em tamanho, pois os frutos do lentisco medem
aproximadamente ente 3 a 6 mm.
Giesta Branca (Cytisus multiflorus)
Arbusto muito ramificado, com caules flexíveis cinza-esverdeados. São brancas,
ao contrário de outras escovas que são amarelas, e são solitárias ou em grupos
de 3. As flores têm uma estrutura característica que identifica todas as espécies
da família Fabaceae. Têm 5 pétalas simulando uma borboleta. Estas flores são
também chamadas de papilionáceo (em grego = rabo de andorinha borboleta).
O fruto é um tipo de legume, plano e peludo, até 3 cm de comprimento.
41
Roseira Silvestre (Genista histrix)
Arbusto caducifolio de porte globoso e espinhoso com 1-1,5 m de altura. As
hastes são espessas, duras e eretas e são atravessadas por estrias terminando
num ponto. Folhas simples, em forma linear e s cobertas com pêlos curtos, e só
aparecem nos ramos jovens. As flores são papilionáceo (em forma de
borboleta, ver Cytisus multiflorus) amarelas e aparecem em grande número nos
ramos, dispostas em pequenos grupos de aproximadamente 4 cm. de
comprimento. O fruto tem sementes pretas.
Lavanda (Lavándula stoechas)
Arbusto perene e aromático com 1 m. altura aproximada, e hastes com seção
quadrada. As folhas são lineares com o ápice ligeiramente arredondado, com
margens viradas trás, dispostas em grupos apertados ao longo do tronco. As
flores são pequenas e roxas e estão agrupados na parte final do caule em
estruturas muito vistosas, que são coroadas por um tufo de brácteas estéreis.
As brácteas são estruturas foliares, cuja função é proteger as flores e botões no
seu desenvolvimento
42
Esteva (Cistus ladanifer)
Planta de crescimento arbustivo, perene e aromática, de 1-1.5 m. de altura,
embora, em terrenos propícios, chegue a atingir os 3 m. As folhas são
alongadas e estreitas, sem pecíolo e muito pegajosas, devido à presença de
inúmeras glândulas secressoras. As flores são grandes e muito vistosas, com 5
pétalas brancas e com uma mancha violácea na base de. O fruto, una cápsula
globosa e dura, abre-se em 7-10 folíolos, que expulsam para o exterior muitas
sementes.
Jazmim Silvestre (Jasminum fruticans)
Planta com porte
arbustivo e perene ou semi-caduca. Tem caules verdes
ramificados, quadrangulares. As flores são pequenas campainhas amarelas
agrupadas no final dos ramos. O fruto é uma pequena baga preta brilhante e
carnuda.
43
Rosa de Monte - Peonía (Paeonia broteroi)
Planta herbácea e perene de grande tamanho, aproximadamente 50 cm. As
folhasas são bastante grandes e ovaladas, geralmente divididas em dois, e
apresentam tons verde azulados. As flores são grandes, entre 12-15 cm. São
muito vistosas, com 7-9 pétalas de cor rosa fucsia e estames amarelos forte.
Dedaleira (Digitalis thapsi)
Herbácea grande que atinge facilmente os 70 cm. de altura. É uma planta
bienal. Durante o primeiro ano, mostra uma roseta de folhas no solo e depois
no segundo ano um tronco oco com muitas flores. Estas são grandes, em forma
de sino, um pouco peludo e rosa muito marcante. As folhas são verde-amarelo
e um pouco pegajosas, devido à presença de numerosos pêlos glandulares.
44
Cravina-branca (Dianthus lusitanicus)
Planta herbácea perene, com hastes azul-verde até 35 cm. de altura. As folhas
são lineares, com uma aparência carnuda, parecendo soldadas as bases. As
flores têm 5 pétalas profundas rosa e dentadas na margem, uma reminiscência
de cravo usado como ornamental, Aparecem solitárias ou em pares, no final
das hastes. O fruto é uma cápsula de 4 dentes.
Narciso (Narcissus rupícola)
Pequena erva
notável pela sua coloração amarela. Tem poucas folhas,
geralmente 2-4 que se encontram na base e se assemelham às dos juncos. O
caule é nu e as flores estão dispostas no final do mesmo, geralmente solitárias,
e têm um tamanho entre 2 e 2,5 cm. de diâmetroA flor é em forma de cone
funil ou estreito, terminando em um copo de peças similares composta de 6
pétalas que se estendem numa coroa ou corolla, semelhante a uma tigela.
45
Espora-De-Cavaleiro (Delphinium fissum)
Planta herbácea de até 160 cm de altura e caules estriados. As folhas mais
baixas, que parecem formar uma roseta basal, são espalmadas com 3-5
segmentos. As flores (20-40) reúnem-se em grupos no final do caule. O cálice é
composto por 5 partes (sépalas) semelhante a pétalas que variam em cor do
branco ao azul-violeta escuro e violeta. A parte superior é transformada em
estolões de 15-17 mm.
Orquídea (Orchis coriophora)
Uma planta herbácea da família das orquídeas, de 25 a 30 cm de altura. O
nome vem do grego orchis orkhis, testículos, e faz alusão à semelhança entre
estes e o tubérculo basal da planta. Geralmente, há dois tubérculos. Tem um
caule ereto com folhas alongadas, estreitas e envainantes, ou seja, envolvendo
o tronco. A inflorescência é no final do tronco num grupo de condensado de
flores de rosada para roxa-acastanhada.
46
Fetos:
Feto (Polipodium sp.)
Pequeno feto, de 5 a 30 cm. de altura. As frondes (folhas) crescem a partir de
um rizoma cobertas com escamas e oval escuro. Medem até 45-50 cm de
comprimento e estão profundamente divididas em segmentos estreitos e
alongados, dispostos ao longo de uma nervura central. As estruturas
reprodutivas são arredondadas e estão na parte de trás das frondes, dispostas
em duas linhas de cada lado da nervura central de cada segmento de folha.
Culantrilho Menor (Asplenium trichomanes)
Pequen feto que não ultrapassa os 25 cm. Tem um rizoma curto, de onde
surgem numerosas raízes duras e finas. As folhas (frondes) crescem em
rosetas e estão divididas em foliolos ovalados cujas margens parecem
serrilhadas. O eixo central que as agrupa é castanho escuro brilhante, num
claro contraste com os folíolos que exibem um verde lustroso. Por detrás dos
foliolos, encontramos as esporas em estruturas circulares protegidas por uma
pequena membrana.
47
Recursos turísticos da zona
Actualmente são quase 70 os recursos/empresas relacionadas com o sector
turístico de ambos os lados da frontera, que colaboram connosco nesta
iniciativa e projetos similares.
São numerosas adegas e estabelecimentos enoturísticos que integram a Ruta
Internacional del Vino da Asociación Vinduero-Vindouro, cuja sede se localiza
também no municipio salmantino de Trabanca, que tem por objetivo principal
a promoção, defesa e desenvolvimento dos interesses sociais, económicos e
culturais dos habitantes do seu espaço de atuação.
A Ruta Internacional del Vino, promovida pela Asociación Vinduero-Vindouro, é
um projeto pioneiro na promoção conjunta e valorização dos recursos turísticos
e culturais de ambos os
territórios, o que sem dúvida permite afastar
determinantemente os receios e desconfianças ligados aos espaços fronteiriços,
e por conseguinte, superar as barreiras ancestrais, muitas vezes artificiais, que
condicionaram e limitaram o nosso mútuo conhecimento, compreensão e
desenvolvimento.
Está integrada por uma série de itinerários abertos que permitem ao visitante
apreciar de forma organizada, amena e global, toda a diversidade turística e
cultural que se forjou em torno do mundo do vinho nestes territórios, ao longo
do tempo:
espectaculares vinhas, antigas e modernas adegas, tanoarias,
recursos patrimoniais, culturais e naturais…
É uma iniciativa que procura oferecer um vasto programa de recursos e
actividades enoturísticas que permitem disfrutar de uma das rotas mais
espectaculares, variadas e atractivas que se pode encontrar neste espaço
fronteiriço, o Douro.
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Entre os recursos incluidos na Ruta Internacional del Vino, cabe mencionar
adegas, tanoarias, alojamentos de turismo rural, restaurantes, centros de
interpretação, oficinas de turismo e cruzeiros de barco, como os seguintes:
ESTABLECIMENTOS
ACTIVIDADE
Casa Rural La Fuente. Trabanca (España)
Alojamiento
Restaurante O´Moinho. Miranda do Douro (Portugal)
Restaurante
Estalagem Santa Catarina. Miranda do Douro (Portugal)
Alojamiento
Restaurante Capa D´Honras. Miranda do Douro (Portugal)
Restaurante
Balneario de Almeida (España)
Salud y Bienestar
Centro de Turismo Rural La Venta de los Arribes, Formariz
(España)
Centro de Turismo Rural Las Arribes del Duero, Aldeadávila de
la Ribera (España)
Posada Real La Mula de los Arribes, Villardiegua de la Ribera
(España)
Camping La Hojita, Lumbrales (España)
Hotel Abadengo, Lumbrales (España)
Alojamiento
Hostal-Restaurante Santa Cruz, Masueco (España)
Restaurante
Centro de Turismo Rural La Mesa del Conde, San Felices de los
Gallegos (España)
Centro de Ocio Rural AldeaDuero, Saucelle (España)
Alojamiento
Estalagem Falcão de Mendonça, Figueira Castelo Branco
(Portugal)
Centro de Turismo Rural Las Mugas, Aldeadávila de la Ribera
(España)
Hacienda Unamuno, Fermoselle (España)
Alojamiento
Centro de Turismo Rural El Paraje de Sayago, Muga de Sayago
(España)
Bodega Arribes del Duero, Aldeadávila de la Ribera (España)
Alojamiento
Bodega Ribera de Pelazas. Pereña de la Ribera (España)
Bodega
Hacienda Zorita, Valverdón (España)
Bodega
Vinhos Holminhos, Vila Flôr (Portugal)
Bodega
Tanoaria J.M. Gonçalves, Palaçoulo (Portugal)
Tanoaria
El Corazón de las Arribes Aldeadávila de la Ribera (España)
Crucero ambiental
Restaurante Apartadero II, Lumbrales (España)
Restaurante
Bodega Las Gavias, Pereña de la Ribera (España)
Restaurante La Retoñera de Arribes. Trabanca (España)
Bodega
Restaurante
Europarques Hispanolusos. Miranda do Douro (Portugal)
Crucero ambiental
La Faya Biológicos del Noroeste S.L, Villar del Buey (España)
Quesería
Centro de Turismo Rural La Estela Romana. Argañín (España)
Alojamiento
Alojamiento
Alojamiento
Alojamiento
Alojamiento
Alojamiento
Alojamiento
Bodega
Bodega
49
ESTABLECIMENTOS
ACTIVIDADE
Oficina de turismo de San Felices de los Gallegos (España)
Oficina de turismo
Ayuntamiento de San Felices de los Gallegos (España)
Ayuntamiento
Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta (Portugal)
Ayuntamiento
Adega Coop. De Freixo Espada à Cinta (Portugal)
Bodega
Câmara Municipal de Miranda do Douro (Portugal)
Ayuntamiento
Câmara Municipal de Torre de Moncorvo (Portugal)
Ayuntamiento
Posada Real La Quinta de la Concepción, Hinojosa del
Duero (España)
Posada Real Los Vettones, Fresnadillo (España)
Alojamiento
Restaurante El Paraíso, Aldeadávila de la Ribera
(España)
Ayuntamiento de Bañobarez (España)
Restaurante
Restaurante Cinta D’Ouro, Freixo de Espada à Cinta
Portugal (Portugal)
Zamora Natural (España)
Restaurante
Posada Doña Urraca. Fermoselle (España)
Alojamiento
Mercadillo Portugués La Cuenta, Trabanca (España)
Feria
Feria de Artesanía. Trabanca (España)
Feria
Feria Agroalimentaria. Trabanca (España)
Feria
Salón Internacional del Vino y su Cultura. Trabanca
(España)
Posada Las Médicas, Ahigal de los Aceiteros (España)
Feria
Núcleo Museológico do vinho. Oficina Vinária, Moncorvo
(Portugal)
Adega Cooperativa Agricola Ribadouro, Sendim
(Portugal)
Convento de Santa Maria de Aguiar, Figueira de Castelo
Rodrigo (Portugal)
Museo del Vino. Villarino de los Aires (España)
Museo
Casa rural Las Virtudes, Torrefrades (España)
Alojamiento
Quesería Ecológica Montiermo, Monleras (España)
Quesería
Adega Cooperativa Agricola Ribadouro, Sendim
(Portugal)
Vinos José Preto, Sendim (Portugal)
Bodega
Aeródromo de Mogadouro (Portugal)
Aeródromo
Quinta das Aveleiras, Torre de Moncorvo (Portugal)
Parque Temático de Construcciones Tradicionales. Trabanca
(España)
Centro de Recepción de Visitantes de Trabanca (España)
Alojamiento
Ayuntamiento
Turismo aventura
Alojamiento
Bodega
Alojamiento
Museo
Bodega
Bodega
Centro de interpretación
Centro de interpretación
La Fragua de Trabanca (España)
Centro de interpretación
Oficina de turismo de Aldeadávila de la Ribera (España)
Oficina de turismo

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