tor et métlilermnéenne

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tor et métlilermnéenne
toret
métlilermnéenne
tome Il numéro 2
décembre 1BB1
sommaire
Pages
112
115
Ed itoria l
Com p arative rad i a l g ro wth of Pinus halepensis M i l l and Pinus brutia in
I s rael .................................................................................................................
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J osé M OR E I R A da S I LVA
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Ni l i L I P HS CHITZ
Zvi M E ND E L
La m a l a d i e cha ncreuse du p i n d ' Alep. I l . Recherche de moyens d ' i n terventio n . .......................................................................................................
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M i c hel M OR HET
Jacques THI BAU LT
J e a n - Luc R E NOU X
119
R u b rique de mycologie méditerra néenne : les meilleurs et les plus
toxiq ues cha m pig nons des Cévennes ( Espinouse, Aigoua l . . . ) et
d ' u n peu toutes les montag nes méd iterra néen nes (fin) .................
Les dég âts causés par u n e centra l e therm i que dans la rég ion méd iterra néenne tu rque ...............................................................................................
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Georges CHEVAS S U T
127
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U çku n G E R AY
L'état de la végétation 9 ans a p rès l ' i ncendie d ' u n reboisement de Pinus
halepensis en Andalousie orienta le ....................................................... .
133
Thomas M AY
La èonsommation de bois de feu a u M a roc. Les cas du G harb et d u
M oyen -Atlas ...................................................................................................
139
Fa i ça l BE NCHEKR OU N
La végétation a rborescente et a rbustive des l ies du Frioul ( Rade de
M a rseille) et les poss i bi l ités de reboise m e nt .....................................
143
G eorges J . AI LLAU D
151
161
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La col l i n e ; défi et paradoxes des forêts dans les Bouches- d u - R hône ..
Com pte-rendu : Colloque agricu ltu re et forêt en région méd iterra néenne .............................................................................................................
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Feu x de forêt. Bi l a n de la campagne 1987 .....................................................
Quels a rbres pla nter dans la zone rouge ? .....................................................
Les i ncendies de forêt dans l ' histo i re : que l ques l e çons du passé .......
Com pte-rendu : Forêt Méditerranéenne en Ita l i e .........................................
Kiosq u e N° 6 .............................................................................................................
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Hélène S OU R D
M a rc. BE AU CHAI N
Berna rd HU BE RT
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Roger M OUNI E R
And ré CHALLOT
Jacky CAVALLI N
M a rcel FAU R E
J e a n - Pierre LAFONT
Nerte D AU TI E R
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180
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185
189
195
M a rga ret TOND E LI E R
Raymond S CHI ANO
203
And ré CHALLQJ
Les bru its de la forêt méditerranéenne n o 18 ................................................
Les activités d e l'association Forêt Méd iterranéenne
Foresterra née 87 ................................................................................
Assemblée générale....................................................................................
Progra m m e d e trava il pour 1988 ............................................................
Projet d e g u ide de la tournée i m a g i n a i re d u forestier méd iterranéen .......................................................................................................
Les maisons de la forêt et de l 'espace ru ral méditerra n éens ......
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Nouvelles d u pro g
, ramme M . A. B. ..
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Centre i nternational d e ha utes études agron o m i ques méd iterra néennes .................................................................................................
S i lva mediterra nea ......................................................................................
E c hos et nouvel les ......................................................................................
Com p lément à la liste a n a lytiq u e des articles parus d a n s Forêt
M é d iterranéenne ..........................................................................................
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M a rgaret TOND E LI E R
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Mare nostrum
Na Historia recente de toda a vasta reg1ao mediterrânica
deram-se importantes alteraçàes de caracter socio-economico e até
cultural cuja profundidade temos dificuldade em avaliar, por falta
de distanciamento e de capacidade para apreciar, corn espirito
critico, a co média (ou drama ?) que nos proprios representamos.
E ssas alteraçàes tem tido especial impacto no espaço rural que
em poucos decénios , sofreu uma reduçâo de mào de obra e o
consequente abandono das actividades agricolas, silvicolas e pe­
cuârias de menos interesse economico.
A agricultura de subsistência (corn produçào fora dos circuitos
comerciais) , a pecuària extensiva (transumântica ou sazonal) , a
exploraçào florestal incipiente para satisfaçào de necessidades
locais (construçào rural, combustivel ou estrumes) sào actividades
corn boixos rendimentos por unidade de superficie e « per capite »
em râpido declineo , por razàes decorrentes da rarefacçào da mào
de obra e do progressivo abandono das pequenas comunidades da
montanha. Condicionado por forte intervençào humana, o ecosis­
tema destes espaços rurais , em precârio equilibrio , entrou numa
fase de râpida degradaçào, tornando-se especialmente sensivel à
acçào agentes bioticos e abioticos.
Entre estes ultimos avultam os incêndios florestais que têm­
tido extraordinârio impacto nos « mass media » e na opiniào
'publica por razôes que muitas vezes estào para além das naturais
preocupaçôes de caracter humanitârio, ecologico ou economico,
facto que os sociologos poderào vir a estudar corn o interesse que
o assunto inegavelmente merece.
0 abandono das zonas agricolas de montanha que frequente­
mente serviam de tampào à progressào dos incêndios florestais, a
progressiva diminuiçào da pastagem extensiva e da utilizaÇao
sistemâtica do fogo primaveril ou outonal para estimulo da re­
bentaçào mais aproveitâvel e apetecivel e a impossibilidade de
manter limpos os sub bosques das florestas, e até de , nestas,
continuar a explorar o material lenhoso, por falta de mercado e de
qualidade, fizeram elevar os niveis de combustibel e os riscos de
incêndio de tal forma que se torna prâticamente impossivel evitar
a sua propagaçào catastrôfica quand as condiçôes de temperature,
humidade e vento lhe sào favorâveis.
Apesar desta evidência, os poderes publicos têm-se inclinado
a previlegiar a aplicaçào de vultuosos investimentos nos meios de
combate , ou noutros de caracter imediatista, relegando para plano
secundârio, ou mesmo ignorando, o apoio a medidas de caracter
preventivo que afinal poderiam ser, a médio e longo prazo, investi­
mentos naturalmente reprodutivos.
1 12
forêt méditerranéenne, t. IX. n" 2, 1 98 7
Talvez nao se possam atribuir todas as culpas aos que têm na
mao o poder de decisao e devamos reconhecer, corn certa humil­
dade, que os que dedicamos 0 melhor de nos proprios ao desen­
volvimento e protecçao da floresta mediterrânica nao temos tido
uma acçao persistente e suficientemente persuasiva para alterar
aquela tendência.
0 facto de nos, os florestais, estarmos convencidos de que, so
corn acçoes de natureza silvicola, sera possivel reduzir a proporçoes
aceitâveis os prejuizos causados pelos fogos florestais durante a
estaçao quente e seca, caracteristica do nosso elima, nao é sufi­
ciente para que este tipo de intervençao seja pacificamente aceite
mesmo por aqueles que nada tem a lucrar corn a continuaçao da
actual politica de investimentos. E necessârio que a « Inteligent­
zia» florestal - homens do campo, da investigaçao e do ensino se mobilize no sentido de encontrar soluçoes concretas e exequi­
veis, economicas e harmonizâveis corn os interesses em jogo, a
curto e longo prazo, e se constitua em grupos de pressao corn
credibilidade e audiência para poder vir a canalizar os fundos
monetârios necessârios para as acçoes silvicolas de prevençao e
dar, assim, um passo historico na luta contra um verdadeiro flagelo
do ultimo quartel deste século.
Esta mobilizaçao tem de passar muito naturalmente por un
trabalho preparatorio de inventariaçao de acçoes levadas a cabo
nos diversos paizes da bacia mediterrânica, e de estaçoes climâticas
afins, e de intercâmbio de ideias e experiências entre todos os
interessados.
A «Forêt Méditerranéenne» tem-se desdobrado em iniciati­
vas que têm dado sentido prâtico à execuçao desta filosofia,
proporcionando, patrocinando ou estimulando visitas e trocas de
experiências entre florestais franceses e de paizes do Norte de
Africa e do Sul da Europa, misturando, de uma forma inabitual mas
extraordinariamente proficua, investigadores, silvicultores de
campo e de gabinete, proprietârios, técnicos de cooperativas e de
organismos estatais de apaio, professores universitârios e jovens
alunos.
Jose MOREIRA da SILVA
Engenheiro silvicultor
Chefe da Circunscriçao
florestal do Porto
Portugal.
Tal como aos Fenicios, pioneiros do trâfego de mercadorias e
ideias, couhe a tarefa de espalhar, nos primordios da ldade do
Ferro, a mensagem dos povos mais civilizados do Proximo Oriente
e o seu proprio alfabeto, em toda a bacia mediterrânica, na sua
parte mais occidental, fundando bolonias como « Massalia )) ou
« Gadir )) (Cadiz) e até, segundo a tradiçao, na costa atlântica da
peninsula libérica, e de lançar os alicerces do que, seis séculos mais
tarde, seria o « Mare Nostrum», tambem à «Forêt Méditerra­
néenne )) de Marseilha ( « Massalia )) ) poderâ ser atribuido o papel
de pioneira, pela escrita e nao so, de todo un movimento de
conjugaçao de esforços para a salvaguarda da floresta na bacia
mediterrânica.
113
Mare nostrum
L'histoire récente de toute la
vaste région méditerranéenne a
connu d'importants changements
de caractère socio-économique et
même culturel dont nous avons
peine à évaluer la profondeur, par
manque de recul et de capacité à
apprécier, avec un esprit critique,
la comédie (ou le drame?) dont
nous sommes les acteurs.
Ces changements ont eu un im­
pact tout particulier, dans l'espace
rural qui en quelques décennies a
subi une· réduction de main d'œu­
vre entraînant l'abandon des acti­
vités agricoles, forestières et pas­
torales de moindre intérêt écono­
mique.
L'agriculture de subsistance (où
la production reste en dehors des
circuits commerciaux}, l'élevage
extensif (de transhumance ou sai­
sonnier}, l'exploitation forestière
rudimentaire en vue de la satis­
locaux
faction
des
besoins
(construction rurale, combustible
et fumiers) sont des activités à
faible rentabilité par unité de sur­
face et «per capita» en rapide
régression, pour des raisons ayant
trait à la raréfaction de la main
d'œuvre et à l'abandon progressif
des petites communautés monta­
gnardes. Conditionné par une forte
intervention humaine, l'écosystème
de ces espaces ruraux, en équilibre
précaire, est entré dans une phase
de dégradation (rapide), le rendant
particulièrement sensible à l'action
des agents biotiques et abiotiques.
Parmi ces derniers se distin­
guent les incendies de forêt qui ont
un extraordinaire impact dans les
«mass-media» et l'opinion publi­
que pour des raisons qui dépassent
souvent les préoccupations bien
naturelles d'ordre humanitaire,
écologique ou économique, phé­
nomène que les sociologues pour­
raient être amenés à étudier avec
l'intérêt que mérite indéniablement
le sujet.
L'abandon des zones agricoles
de montagne qui servaient fré­
quemment de tampon à la progres­
sion des incendies de forêts, la
diminution progressive du pastora­
lisme extensif et de l'utilisation
systématique du feu de printemps
114
ou d'automne pour la stimulation
de repousses plus profitables et
savoureuses et l'impossibilité de
maintenir propres les sous-bois des
forêts et même, dans celles-ci de
continuer à exploiter le matériel
ligneux, par manque de marché et
de qualité, ont accru les quantités
de combustible et les riques d'in­
cendie de telle manière qu'il de­
vient quasiment impossible d'éviter
la propagation catastrophique du
feu quand les conditions de tempé­
rature, de sécheresse et de vent lui
sont favorable.
Malgré cette évidence, les pou­
voirs publics ont tendu à privi­
légier
l'utilisation
d'investisse­
ments considérables pour l'amélio­
ration des moyens de combat ou
d'autres actions à caractère immé­
diat, en relégant au second plan,
ou même en ignorant, l'appui à des
mesures de caractère préventif qui
finalement pourraient
être,
à
moyen et long terme, des investis­
sements naturellement reproduc­
tifs.
Mais peut être ne pouvons-nous
pas attribuer toute la responsabi­
lité à ceux qui ont en main le
pouvoir de décision et devons-nous
reconnaître, avec une certaine
humilité que nous, qui consacrons
pourtant le meilleur de nous même
au développement et à la protec­
tion des forêts méditerranéennes
nous n'avons pas eu une action
soutenue et suffisamment persua­
sive pour modifier cette tendance.
Le fait que nous, les forestiers,
soyons convaincus que ce n'est
qu'avec des actions de nature syl­
vicole qu'il sera possible de réduire
à des proportions acceptables les
dégâts causés par les incendies de
forêt durant la saison chaude et
sèche, caractéristique de notre
climat, ne suffit pas pour que ce
type d'intervention soit pacifique­
ment accepté, même pour ceux qui
n'ont rient à gagner de la conti­
nuation de l'actuelle politique d'in­
vestissement. Il est nécessaire
que l'«intelligentsia» forestière
- hommes de terrain, de la re­
cherche et de l'enseignement - se
mobilise pour trouver ces solutions
concrètes et réalisables, économi-
ques et harmonisées avec les inté­
rêts en jeu, à court et long terme,
et qu'elle se constitue en groupes
de pression crédibles et disposant
d'assez d'audience pour pouvoir
canaliser les fonds nécessaires aux
actions sylvicoles de prévention et
faire, ainsi, un pas historique dans
la lutte contre un véritable fléau
du dernier quart de ce siècle.
Cette mobilisation doit passer
tout naturellement par un travail
préparatoire d'inventaire des ac­
tions engagées dans les différents
pays du bassin méditerranéen et
des stations climatiques similaires,
et d'échange d'idées et d'ingénieurs
entre tous les intéressés.
«Forêt
méditerranéenne» a
déployé des initiatives qui donnent
un sens pratique à la réalisation de
cette philosophie, en organisant,
en prtiquant ou en stimulant des
visites et échanges d'expériences
entre forestiers français et des
pays d'Afrique du Nord et de l'Eu­
rope du Sud, mélangeant, d'une
manière inhabituelle mais ex­
traordinairement profitable, cher­
cheurs, forestiers de terrain et de
bureau, propriétaires, techniciens
de coopératives et d'organismes
étatiques d'appui, professeurs uni­
versitares et jeunes élèves.
Comme les Phéniciens, pion­
niers du trafic des marchandises et
des idées, ont eu la tâche de répan­
dre, au début de l'Age du fer, le
message des peuples les plus civili­
sés du Proche-Orient et leur propre
alphabet, dans la partie la plus
occidentale de la méditerranée,
fondant
des
colonies
comme
«Massalia» ou « Gadir» (Cadiz)
et même selon la tradition jusque
sur le côte atlantique de la pénin­
sule ibérique, et de lancer les fon­
dements de ce qui, six siècles plus
tard, serait la «Mare Nostrum»,
ainsi « Forêt méditerranéenne» de
Marseille («Massalia») pourrà se
voir attribuer le rôle de pionnier et
pas uniquement par ses publica­
tions, mais par tout un mouvement
de rassemblement des efforts pour
la sauvegarde de la forêt dans le
bassin méditerranéen.
J.M.S.
forêt méditerranéenne. t. IX, n" 2, 1 98 7