Sonhos de polícia na forja

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Sonhos de polícia na forja
Sonhos de polícia na forja
(Quarta, 10 Outubro 2007) - Contribuido por Tranquilidade - Última actualização ()
Especial Congo Parte 2. Muitos são os formandos da Polícia Nacional Congolesa (PNC) que se predispuseram a
pronunciar-se à Tranquilidade, falando das suas expectativas e da sua relação com os instrutores angolanos no CIM.
Faustine Numbi é capitão da Polícia Nacional da República Democrática do Congo. Comandante de uma companhia
móvel de intervenção do distrito de Moamba, um município que contém cinco comunas. Fala com algum orgulho do seu
sentimento ao ter sido escolhido para fazer o curso de força territorial, com instrutores ango-lanos e congoleses.
"Estou cá, escolhido pelos meus superiores, para aprender as novas noções da Polícia, e quero continuar a
ser útil à vida policial", disse, evocando a grande oportunidade que lhe foi proporcionada para estar em Mbakana. Para o
capitão Faustine Numbi, a Polícia tende a evoluir e "diante da oportunidade de aceder a essa nova informação através dos
irmãos angolanos, conhecer mais sobre a matéria de ordem pública e a de regulamentação da circulação rodoviária só
podem servir para enriquecer a minha capacidade profissional". O nosso interlocutor reconhece nos "irmãos" angolanos
uma experiência que pode fortalecer a PNC. "Olhando para Angola hoje, com aquilo que os angolanos conheceram e
viveram, aprender convosco é uma vantagem para os congoleses que vivem uma situação parecida à de Angola no
passado. Daí que, acredito, os angolanos têm muita experiência a transmitir e espero que Angola a difunda aos
congoleses para que possamos enfrentar os conflitos de origem socio-política e vir a compreender a verdadeira missão
de asseguramento das populações e dos seus bens", rematou o capitão Faustine Numbi.Um outro polícia que falou à
Tranquilidade foi a jovem Makamba Claudine, de 31 anos de idade. Feliz por ter sido contemplada, defende a paridade
da mulher como elemento fundamental na valorização do género e diz que vai encorajar as suas amigas para que
possam fazer o referido curso. Makamba Claudine está na PNC há 8 anos. Como se estivesse a fazer um recital,
afirma que ingressou na corporação para defender a integridade territorial da sua nação. No entanto, reconhece que o
curso ora terminado será importante na sua vida profissional. "Diariamente, a ciência evolui e a ordem pública
também está a evoluir. Angola tem muita experiência em ordem pública, razão pela qual estivemos aqui para
aprender. Sei que o meu país precisa de uma Polícia mais forte. E connosco, certamente ela será mais forte.
Quero agradecer aos dois chefes militares que prepararam este curso e nos permitiram fazer esta superação, que nos vai
ajudar a evoluir mais ainda no campo profissional", disse. Com onze anos na PNC, Golon Ka-palala, de 40 anos de
idade, está na corporação porque gosta da actividade policial. Entrou como guarda civil, ainda no tempo de Mobutu, na
altura com 21 anos. Por isso conhece a "casa" e sabe que há debilidades que devem ser superadas nestes tempos
que se avizinham. "Estamos num novo século e precisamos de experiência e inteligência. Angola possui uma certa
experiência em matéria de Polícia e veio dar o seu contributo para enriquecer a nossa Polícia. Estou ansioso, porque
quero aplicar e utilizar as novas tecnologias que a Polícia Congolesa, em colabaração com a Polícia Angolana, estão a
proporcionar-nos", disse Golon Ka-palala, um homem de fala mansa. Com a experiência que tem dos longos anos
como polícia, admite que é preciso apostar no combate à criminalidade e na regulação do trânsito rodoviário. Por isso,
"espero que o curso me atribua os elementos necessários para que possa contribuir para o trabalho operativo da
Polícia". Bacharel em jornalismo de imprensa e mãe de seis filhos, Nfura Ndaya Adene, de 40 anos de idade, é um
exemplo de crença, já que tem conseguido conciliar o trabalho com o papel de mãe. "Não foi cansativo, até porque os
fins-de-semana passava-os com a família", disse com um sorriso maroto nos lábios. Há 8 anos na PNC, Nfura Adene
trabalhou muitos anos no Reconhecimento. Agora, mais madura e experiente, sonha com uma nova experiência:
ordem pública.
"Quero mudar para polícia de Ordem Pública. Estou a fazer o curso para ajudar a proteger a integridade da Nação, a
segurança da população, manter a ordem pública e vou defender a paridade da mulher congolesa na Polícia", dispara
como se estivesse a fazer alguma advertência aos que não vêem com bons olhos a evolução da mulher na Polícia.
Aliás, "como mulher, não me sinto diminuída para combater a delinquência no país. O coronel Bakemo, que nos
aumentou a moral sobre esta formação até ao fim, encoraja as mamãs que ficaram, a defender a integridade da nossa
nação lá onde estiverem. E eu farei o meu trabalho aqui, na Polícia". Piança Aliais, de 38 anos de idade, casado e pai de 4
filhos, é licenciado em ciências comerciais e financeiras. Mas a formação de banca e gabinete não o inibiu de escolher
uma vida de maiores riscos e operatividade junto da população; uma vida de Polícia, à qual aderiu em 1998. Como quadro
na área de Ordem Pública tem noção da responsabilidade, já que sai dum grupo coeso e do qual muito se espera.
Antes de estar em Mbakana, foi comandante duma grande unidade de Intervenção. Acredita que é um bom comandante,
mas agora "vou trabalhar melhor depois da aquisição de novos métodos e da nova técnica que aprendi aqui, para o bemestar do povo congolês", afirma. Falando sobre a relação entre os dois países (Angola e RDC), Piança Aliais acredita
que este tipo de relacionamento pode reforçar os níveis de cooperação. "Encorajo os dois chefes de Estado e os
comandantes das unidades respectivas para que esta formação não seja a última aqui no centro de Mbakana", avançou.
Este também parece ser o pensamento de Aliça Koyda, agente da Polícia Judiciária. "Desejo que a cooperação continue
para que a polícia congolesa evolua melhor", atira em jeito de discurso. Há 8 anos na Polícia, escolheu o ramo policial
para ajudar na defesa do seu país, para manter a segurança e proteger as pessoas e os seus bens. Sabe que ao fazer o
curso estará melhor capacitada para executar as suas tarefas profissionais. Além disso, o curso funciona como um
bálsamo, porque vai moralizar os efectivos policiais abrangidos. "Chamo-me Mbula Serafin, tenho 39 anos de idade,
venho da Província Oriental, trabalhei nos Recursos Humanos da Inspecção-Geral da Polícia na minha província, como
director adjunto. No presente momento, fiquei muito satisfeito por ter sido seleccionado para fazer o presente curso.
Aprendi muita coisa importante, no plano técnico, intelectual e relacional, e neste momento vou levar tudo isso para a
minha província para ajudar a proteger a população e os seus bens".Assim se apresentou Mbula Serafin, muito meticuloso
nas palavras e olhando fixamente para o micro-gravador que engolia a sua fala. Está na Polícia Territorial e, como faz
questão de sublinhar, "espero que aquilo que aprendi faça de mim um polícia digno, que vai desafiar a delinquência que
encontramos aqui no Congo". Na Polícia Territorial há 5 anos, Mbula Serafin teve o seu primeiro emprego no ramo da
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Educação como professor, profissão que o ajudou a ser, enquanto comandante, um educador. Interrogado sobre o grande
desafio que espera enfrentar, respondeu: "Vou começar por seguir o exemplo de vocês, angolanos. Pelas formações que
vocês já deram aqui estão todos a felicitar-vos. E se nós metermos na prática aquilo que aprendemos convosco, só
podemos esperar felicitações da sociedade". Quando já me preparava para me despedir, Mbula Serafin bate na testa
como se estivesse a esquecer algo e arremessa: "Agradeço ao nosso presidente e ao presidente angolano pela
cooperação para o reforço policial. Depois das formações que foram dadas aqui em Mbakana, os angolanos passaram a ser
muito solicitados pelos congoleses. Espero que esta seja a primeira formação territorial. Vamos pedir a Deus para dar
bênção aos nossos irmãos angolanos que nos vieram formar, dar todo o saber e todo o bem para que outros irmãos
congoleses possam beneficiar de tal formação".
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