Roteiro geológico na serra de Arga
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Roteiro geológico na serra de Arga
POR TERRAS DO ALTO MINHO: PERCURSO GEOLÓGICO E PAISAGÍSTICO NA SERRA DE ARGA ENQUADRAMENTO GEOMORFOLÓGICO A serra de Arga, com uma altitude superior aos 800 metros, é um maciço granítico de forma ovalada (Dias, 1987, in Pamplona, 2007) localizado a norte do rio Lima, rodeado por metassedimentos de idade Silúrica. Os metassedimentos encaixantes posicionam-se segundo pequenos relevos consecutivos com direcção predominante NW-SE: serras da Salgosa (557 m.), Covas (333 m.), Santa Cristina (330 m.), Lousada (325 m.) e Formigoso (516 m.) (Teixeira & Assunção, 1961, Teixeira et al., 1972, in Pamplona, 2007). Os pequenos cursos de água, que apresentam orientação essencialmente NE-SW e NNW-SSE aproveitaram as deformações variscas, todavia, as principais linhas de água minhotas – rios Minho, Lima, Ave e Cávado – dispõem-se de acordo com lineamentos de idade alpina que interceptam obliquamente a rede de drenagem associada à fracturação Varisca (Pamplona, 2007). ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO Este percurso geológico por terras do Minho está enquadrado geologicamente por formações rochosas metassedimentares do Silúrico (Unidade do Minho Central), formadas principalmente por micaxistos (andaluzíticos e cordieríticos) e metagrauvaques, assinalando-se a presença de afloramentos de quartzitos grafitosos, metavulcanitos ácidos e rochas calcossilicatadas (Dias & Boullier, 1985, in Pamplona, 2007). Aparecem também os filões aplito e aplito-pegmatíticos de carácter granítico – com mineralizações de estanho, lítio e nióbio – concordantes ou secantes à xistosidade e veios de quartzo de exsudação com evidência de andaluzite (Pamplona, 2007). Os maciços graníticos, que se instalam posteriormente durante a orogenia Varisca, aproveitam preferencialmente os núcleos das antiformas geradas no decurso da 3ª fase orogénica (op. cit). 1 PERCURSO GEOLÓGICO A partir de Aveiro rumar a Ponte de Lima, via auto-estrada. Sair para Ponte de Lima/Gemieira e na rotunda seguir para Viana do Castelo/Ponte de Lima. Virar à direita na freguesia da Feitosa para o IC1. Na rotunda antes do rio Lima apontar baterias para Viana do Castelo, atravessando esta linha de água. A seguir à ponte, na rotunda, virar à direita para Valença. Continuar para Viana do Castelo, na rotunda que se segue, à esquerda. Na rotunda de acesso à auto-estrada virar para Santo Ovídeo e imediatamente à esquerda junto ao sinal de STOP. Virar à direita logo a seguir subindo a serra, continuando em frente no cruzamento. Parar no término da subida nas proximidades da capela de Santo Ovídeo. PARAGEM 1: Serra de Antela – Capela de Santo Ovídeo. Enquadramento geológico e geomorfológico do percurso geológico: folha 1 da carta geológica de Portugal na escala 1: 200 000; Alinhamento NW/SE da cadeia Varisca (Hercínica). Depressões (falhas) orientadas truncadas pelo rio Lima; Granito sin-F3 (o da serra de Arga é tardi-F3), do Carbónico e Pérmico; Os xistos circundantes são do Silúrico; As orientações dos micaxistos adaptam-se à intrusão do granito. Aparecem porfiroblastos de cordierite e há evidências de metamorfismo de contacto; O granito de Arga possui um campo filoniano de estanho, lítio e nióbio. O lítio, sob a forma de lepidolite ou petalite é utilizado em pastas cerâmicas; Observação de pedreiras a céu aberto o que consubstancia um problema ambiental; Perspectiva do alinhamento Vigo-Régua. Voltar para trás e virar à direita para Viana do Castelo. Tomar a via da direita para Serra de Arga/Capela Românica. Virar à esquerda no cruzamento do Senhor da Saúde e seguir para Covelo/Praia Fluvial. Virar à esquerda em direcção a Cachada/Praia Fluvial e atravessar a localidade de Estorãos. Para junto à ponte. PARAGEM 2: Ponte de Estorãos. 2 A linha de água corresponde ao rio Estorãos, afluente do rio Lima; Aspectos de sedimentologia: o Deposição; o Transporte; o Granulometria; o Gradação dos clastos. Continuar o percurso atravessando a ponte em direcção à serra de Arga. No cruzamento onde se posiciona uma casa de coloração esbranquiçada seguir para a esquerda e logo após virar à direita, para Cabração/Argas. No cruzamento que se segue tomar a direita e parar uns metros após, para observar os afloramentos do lado esquerdo da estrada. PARAGEM 3: Cruzamento Arga/Cabração. Metassedimentos do Silúrico com apófises de granito de Santo Ovídeo, intruindo numa fase tardia do magma: fase pneumatolítica; Observando a carta geológica percebe-se que esta paragem se localiza no interior do anel de granito: Granito de Santo Ovídeo Esquema: X Apófise de granito nos metassedimentos Observa-se andaluzite, mas tal não significa metamorfismo de contacto, mas metamorfismo regional. Efectuar um percurso pedestre para a esquerda, num caminho florestal antes da ponte, passando ao lado da linha de água que forma uma pequena represa. Descer para a esquerda até um local aplanado atapetado por sedimentos de origem feldspática. Esta deposição deve-se ao rebentamento de uma escombreira resultante de uma exploração de cassiterite, que originou um aglomerado de material com interesse para a indústria cerâmica. Continuar para a esquerda até regressar à estrada. 3 De volta ao percurso seguir em frente, atravessando a ponte, e virar à esquerda em direcção à localidade de Cabração. Parar cerca de 200 metros após numa reentrância da estrada no lado direito, em plena curva para a esquerda. Observar o afloramento do talude direito. PARAGEM 4: Cerquido. Observação do contacto entre os metassedimentos do Silúrico e o granito de Santo Ovídeo; Zona de cisalhamento com vestígios de quartzo em “échelon”. Fazer um percurso pedestre ao longo da estrada asfaltada por alguns instantes até virar à esquerda para um caminho florestal. Prosseguir pelo caminho, perspectivando, em primeira instância, metassedimentos com porfiroblastos de biotite e quando o caminho curva para a esquerda vestígios de uma falha com espelho de falha no talude e um pequeno vale na configuração da curva. Parar pouco depois quando surge um afloramento de quartzito negro com evidência de dobramento da 3ª fase e quartzo filoniano de exsudação com aspecto boudinado. Neste local, ocorrem também xistos grafitosos e percebe-se a ocorrência de uma falha de desligamento esquerda pela posição dos afloramentos quartzíticos. Esquema: Quartzito negro Voltar para a estrada e seguir em frente. Parar quando surge um pequeno caminho florestal à direita e fazer um pequeno percurso para observar uma falha no talude do lado esquerdo. PARAGEM 5: Cabração I. 4 Falha de desligamento com caixa de falha ocupada por um filão de quartzo e sulfuretos; Dobras centimétricas de origem tectónica nos metassedimentos encaixantes; Pequeno vale de origem tectónica no enfiamento da falha. Continuar em frente e parar depois da Igreja junto a um minúsculo café no lado esquerdo. Fazer um percurso pedestre virando à esquerda depois do café e observar as dobras centimétricas de origem tectónica nos metassedimentos do talude direito. Voltar para trás e seguir em frente, virando à direita para atravessar a ponte do Príncipe. Parar perto da derradeira casa do estradão e fazer um pequeno percurso pedestre até um afloramento do lado direito, posicionado em plataforma a diferentes níveis. Deve descer-se com cuidado até ao nível onde o corpo pegmatítico contacta com os metassedimentos. PARAGEM 6: Cabração II. Fluidalidades e bandados de fluxo magmático em corpo aplítico-pegmatítico de origem granítica; Contacto entre micaxisto e pegmatito. Os metassedimentos apresentam lineação mineralógica: os porfiroblastos de biotite estão em posição vertical (devido à S2), em contraposição com a horizontalidade do corpo pegmatítico; Metamorfismo de média temperatura. 5
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