SIMULADÃO ENEM – 2° DIA

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SIMULADÃO ENEM – 2° DIA
SIMULADÃO ENEM – 2° DIA
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Redação
Linguagens, códigos
e suas tecnologias
TEXTO I
NÃO HÁ VAGAS
TEXTO I
(Ferreira Gullar)
O preço do feijão
não cabe no poema.
O preço do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão
O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabem no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras
— porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”
Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço
O poema, senhores
não fede
nem cheira.
Outro você
Me dizem que rola um texto na internet com minha assinatura
baixando o pau no “Big Brother Brasil”.
Não fui eu que escrevi. Não poderia escrever nada sobre o “Big
Brother Brasil”, a favor ou contra, porque sou um dos três ou
quatro brasileiros que nunca o acompanharam.
O pouco que vi do programa, de passagem, zapeando entre
canais, só me deixou perplexo: o que, afinal, atraía tanto as
pessoas – além do voyeurismo natural da espécie – numa jaula
de gente em exibição?
Falha minha, sem dúvida. Se prestasse mais atenção talvez
descobrisse o valor sociológico que, como já ouvi dizerem,
redime o programa e explica seu fascínio.
Pode ser. Os “Big Brothers” e similares fazem sucesso no
mundo todo. Provavelmente eu e os outros três ou quatro
resistentes apenas não pegamos o espírito da coisa.
Também me dizem que, além de textos meus que nunca escrevi
(como textos igualmente apócrifos do Jabor, da Martha
Medeiros e até do Jorge Luís Borges), agora frequento a
internet com um Twitter. Aviso: não tenho tuiter, não recebo
tuiter, não sei o que é tuiter. E desautorizo qualquer frase de
tuiter atribuída a mim a não ser que ela seja absolutamente
genial. Brincadeira, mas já fui obrigado a aceitar a autoria de
mais de um texto apócrifo (e agradecer o elogio) para não
causar desgosto, ou até revolta. Como a daquela senhora que
reagiu com indignação quando eu inventei de dizer que um texto
que ela lera não era meu:
– É sim.
– Não, eu acho que...
– É sim senhor!
Concordei que era, para não apanhar. O curioso, e assustador,
é que, em textos de outros com sua assinatura e em tuiters
falsos, você passa a ter uma vida paralela dentro das fronteiras
infinitas da internet. É outro você, um fantasma eletrônico com
opiniões próprias, muitas vezes antagônicas, sobre o qual você
não tem nenhum controle.
– Olha, adorei o que você escreveu sobre o “Big Brother”. É isso
aí!
– Não fui eu que...
– Foi sim!
TEXTO II
O BICHO
(Manuel Bandeira)
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu deus, era um homem.
Veríssimo, Luís Fernando. O Globo, página 7, 04/04/2010.
TEXTO III
Entender a violência, entre outras coisas, como fruto de nossa
horrenda desigualdade social, não nos leva a desculpar os
criminosos, mas poderia ajudar a decidir que tipo de
investimentos o Estado deve fazer para enfrentar o problema:
incrementar violência por meio da repressão ou tomar medidas
para sanear alguns problemas sociais gravíssimos?
(Maria Rita Kehl. Folha de S. Paulo)
Considerando os textos apresentados como motivadores, redija,
de acordo com a norma culta, um texto dissertativoargumentativo, com título, em aproximadamente 25 linhas,
sobre o seguinte tema: As mazelas da sociedade brasileira:
como resolvê-las?
Ao desenvolver o tema, procure utilizar os conhecimentos
adquiridos e as reflexões feitas ao longo de sua formação.
Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões, e
elabore propostas para defender seu ponto de vista.
Questão 1
A presente crônica espelha o processo de globalização da
linguagem verbal. Seu vocabulário traduz a inclusão de formas
linguísticas do imperialismo e algumas tentativas de ajustá-las
ao padrão gráfico vigente dentro da Língua Portuguesa. Numa
de tais representações, porém, ocorre uma forma híbrida, uma
vez que seu aportuguesamento não consagra, no plano da
flexão, a naturalização da palavra. Tal forma é:
(A) zapeando.
(B) voyeurismo.
(C) tuiter.
(D) Twitter.
(E) tuiters.
Questão 2
O contato histórico entre os povos ultrapassa fronteiras.
Muitas vezes, a política externa de ocupação e os interesses
comerciais de ações imperialistas impõem a cultura e deixam
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marcas no vocabulário de uma língua materna. Assim, que
palavra revela um traço cultural que vem de uma relação que
predominou no século XIX, no Brasil?
(A) zapeando.
(B) voyeurismo.
(C) Twitter.
(D) tuiter.
(E) tuiters.
Questão 5
A temática de um texto pode sugerir esta ou aquela forma. O
poema proposto insinua que a sua linguagem se aproxima de
um texto cujo perfil é de um(a):
(A) testamento.
(B) requerimento.
(C) receituário.
(D) prece.
(E) epístola.
Questão 3
O crescimento do vocabulário de uma língua pode ser resultado
da naturalização de uma palavra, de que zapear (forma infinitiva
do gerúndio zapeando, encontrado no texto) é um expressivo
exemplo de um fenômeno linguístico chamado:
(A) neologismo.
(C) homonímia.
(E) empréstimo.
(B) polissemia.
(D) catacrese.
Questão 4
“Me dizem que rola um texto na internet com minha assinatura
baixando o pau no “Big Brother Brasil”. Não fui eu que escrevi.”
O fragmento transcrito:
(A) distancia-se da proposta linguística da internet e do e-mail.
(B) sinaliza que a linguagem acadêmica pode freqüentar o
espaço da internet.
(C) autoriza dizer que o autor faz opção pelo registro informal.
(D) revela a impropriedade do uso de linguagem em relação ao
veículo da transmissão.
(E) expõe a necessidade de se policiar com regras escolares os
desvios encontrados na internet.
TEXTO II
Quando eu morrer
Quando eu morrer quero ficar,
Não contem aos meus inimigos,
Sepultado em minha cidade,
Saudade.
Meus pés enterrem na rua Aurora,
No Paissandu deixem meu sexo,
Na Lopes Chaves a cabeça
Esqueçam.
No Pátio do Colégio afundem
O meu coração paulistano:
Um coração vivo e um defunto
Bem juntos.
Escondam no Correio o ouvido
Direito, o esquerdo no Telégrafos,
Quero saber da vida alheia,
Sereia.
O nariz guardem nos rosais,
A língua no alto do Ipiranga
Para cantar a liberdade.
Saudade...
Os olhos lá no Jaraguá
Assistirão ao que há de vir,
O joelho na Universidade,
Saudade...
As mãos atirem por aí,
Que desvivam como viveram,
As tripas atirem pro Diabo,
Que o espírito será de Deus.
Adeus.
Questão 6
O diálogo entre textos é prática expressiva dentro da arte
literária. No poema em questão, há uma retomada nacionalista
no discurso do poeta, quando sua fala aproxima as palavras:
(A) paulistano e coração.
(B) Ipiranga e liberdade.
(C) D iabo e Deus.
(D) Paissandu e sexo.
(E) cidade e saudade.
Questão 7
A construção do poema obedece a uma estrutura que
desenvolve um pensamento:
(A) dialético.
(B) paradoxal.
(C) indutivo.
(D) dedutivo.
(E) antitético.
Questão 8
São três os modos verbais: para o que é concebido
como certo, o indicativo; para o que aparece
probabilidade,
o subjuntivo; para o que apela em semânticas
de ordem, pedido, sugestão, súplica, advertência...,
o imperativo. Assim, das formais verbais exploradas no
poema, dentro dos desejos do eu poético, uma reflete a
probabilidade e é:
(A) “contem” (primeira estofe).
(B) “enterrem” (segunda estrofe).
(C) “Escondam” (quarta estrofe).
(D) “guardem’ (quinta estrofe).
(E) “desvivam” (sétima estrofe).
como
Texto III
Meus oito anos
Na rua Aurora eu nasci
Na aurora da minha vida
E numa aurora cresci.
No largo do Paissandu
Sonhei, foi luta renhida,
Fiquei pobre e me vi nu.
Nesta rua Lopes Chaves
Envelheço, e envergonhado
Nem sei quem foi Lopes Chaves.
Mamãe! Me dá essa lua,
Ser esquecido e ignorado
Como esses nomes de rua.
Andrade, Mário de. Poesias completas. 4ª ed. Editora Martins.
Andrade, Mário de. Poesias completas. 4ª ed. Editora Martins.
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Texto IV
(A) Houveram indecisões.
(B) Ela está meia infeliz.
(C) A sala tem menas carteiras.
(D) Suas meias cinza estavam no varal.
(E) Ela é toda poderosa.
Meus oito anos
Oh que saudades que eu tenho
Da aurora de minha vida
Das horas
De minha infância
Que os anos não trazem mais
Naquele quintal de terra
Da Rua de Santo Antônio
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais
Eu tinha doces visões
Da cocaína da infância
Nos banhos de astro-rei
Do quintal de minha ânsia
A cidade progredia
Em roda de minha casa
Que os anos não trazem mais
Debaixo da bananeira
Sem nenhum laranjais
Texto V
Tem gente com fome
Andra de, Oswald de. Poesias reunidas. Civilização Brasileira.
Questão 9
Os versos “Na aurora da minha vida” e “Sonhei, foi luta
renhida,”, encontrados no texto 3, releem, respectivamente,os
discursos românticos de Casimiro de Abreu e de Gonçalves
Dias, o que, em relação ao primeiro poeta do Romantismo
brasileiro, também o faz Oswald de Andrade, no texto 4, por
meio de:
(A) paráfrase.
(C) estilização.
(E) alusão.
(B) paródia.
(D) apropriação mimética.
Questão 10
Em “Na rua Aurora eu nasci / Na aurora da minha vida / E
numa aurora cresci.” (texto 3), o trinômio em negrito caracteriza
um fenômeno semântico que se manifesta por:
(A) polissemia.
(B) homonímia.
(C) catacrese.
(D) paronímia.
(E) sinonímia.
Questão 11
Em “Eu tinha doces visões / Da cocaína da infância / Nos
banhos de astro-rei”, o poeta deixa transparecer sua linha crítica
em relação a dois traços bem específicos de uma arte
passadista, que, pela sinestesia e pela metáfora, são:
(A) a subjetividade e o sonho.
(B) o individualismo e a utopia.
(C) a idealização e o escapismo.
(D) a emoção exacerbada e a busca do passado.
(E) a fantasia e o tempo pretérito.
Questão 12
Nos versos “Debaixo da bananeira / Sem nenhum laranjais”
(texto 4), o sintagma “nenhum laranjais” não segue o modelo
de concordância da norma escolar: a palavra adjetiva não se
adapta ao número do substantivo.
Por sua vez, a expectativa acadêmica nenhuns laranjais está
bem distante do falar brasileiro. Posta em prática, soaria, em
nossa verdade linguística, bem artificial.
Um dos sintagmas a seguir, ao contrário do propostopor Oswald
de Andrade, também sofre o repúdio de nosso conservadorismo
gramatical embora traduza, em parte, a lógica do sistema
linguístico que faltou ao exemplo do poema. Qual?
Trem sujo da Leopoldina,
Correndo correndo,
Parece dizer:
Tem gente com fome
Tem gente com fome
Tem gente com fome...
Piiiiii!
Estação de Caxias,
De novo a correr,
De novo a dizer:
Tem gente com fome
Tem gente com fome
Tem gente com fome...
Vigário Geral,
Lucas, Cordovil,
Brás de Pina,
Penha Circular,
Estação da Penha,
Olaria, ramos,
Bonsucesso,
Carlos Chagas,
Triagem, Mauá,
Trem sujo da Leopoldina,
Correndo correndo
Parece dizer:
Tem gente com fome
Tem gente com fome
Tem gente com fome...
Tantas caras tristes,
Querendo chegar,
Em algum destino,
Em algum lugar...
Trem sujo da Leopoldina,
Correndo correndo,
Parece dizer:
Tem gente com fome
Tem gente com fome
Tem gente com fome.
Só nas estações,
Quando vai parando,
Lentamente,
Começa a dizer:
Se tem gente com fome,
Dai de comer...
Se tem gente com fome,
Dai de comer...
Mas o freio de ar,
Todo autoritário,
Manda o trem calar:
Psiuuuuu...
Trindade, Solano. Poemas antológicos. Editora Nova Alexandria.
Questão 13
“Tem gente com fome / Tem gente com fome / Tem gente com
fome...”
Embora todas as alternativas sejam verdadeiras em relação à
produção poética encontrada em Poemas antológicos, pelos
versos destacados, é possível dizer que a obra de Solano
Trindade:
(A) faz uma arte de resistência cultural.
(B) reedita ativamente a cultura negra.
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(C) denuncia a escravidão.
(D) discute a liberdade e a igualdade entre as classes
sociais.
(E) clama por justiça social.
Questão 14
Ainda em “Tem gente com fome / Tem gente com fome / Tem
gente com fome...”, é bem possível inferir que:
(A) a redondilha menor distancia a forma do poema do seu
conteúdo.
(B) a gramática oral não é apropriada ao espaço desse trem.
(C) os versos destacados têm apenas finalidade rítmicano
poema.
(D) o ritmo constrói o tom onomatopaico dos versos.
(E) a musicalidade dos versos não tem caráter mimético.
Questão 15
“Mas o freio de ar, / Todo autoritário, / Manda o trem calar: /
Psiuuuuu...”
A passagem destacada insinua que, por um processo
de personificação, o freio de ar tenta estancar uma das
ações desse trem, que é:
(A) conduzir a classe operária ao trabalho para que
possa saciar a sua fome.
(B) conscientizar o próprio freio de ar de que há um
problema social por resolver.
(C) denunciar que há parcelas da população que vivem
sem o básico para a dignidade humana.
(D) exigir a participação da sociedade em saques e
motins como represália à fome existente.
(E) convocar a população a atitudes revolucionárias e
desestabilizadoras do sistema repressivo.
Texto VI
Daquilo que eu sei
Texto 7
O lixo
O cocô, o xixi e os puns são os lixos sólidos, líquidos e gasosos
que os nossos corpos produzem. O seu cheiro ruim nos diz que
é preciso que nos livremos deles. E eles ficam incomodando,
querendo sair. Se não o fizermos por causa de alguma doença,
o corpo fica envenenado. Isso pode levar à morte. Todo
organismo que não se livra do seu lixo morre.
As nossas casas, como os nossos corpos, também produzem o
seu lixo. E é preciso que nos livremos dele.
Para isso há, em toda casa, um lugar onde se coloca o lixo. Se
a privada é a lixeira do corpo, o depósito de lixo é a privada da
casa.
Assim como os médicos pedem que façamos exames de fezes
e de urina para ver como vai nossa saúde, vamos fazer um
“exame” do nosso lixo. Uma pesquisa. Observe a lata de lixo da
sua casa todos os dias, durante uma semana, e anote o que
você viu lá.
(...)
Alves, Rubem. Vamos construir uma casa? Papirus Editora.
Questão 18
O eixo das similaridades comanda a estrutura do presente texto,
até mesmo quando a linguagem do seu autor assimila o
discurso argumentativo por meio de um tom hipotético, o que se
manifesta em:
(A) “As nossas casas, como os nossos corpos, também
produzem o seu lixo.”
(B) “Se a privada é a lixeira do corpo, o depósito de lixo é a
privada da casa.”
(C) “Assim como os médicos pedem que façamos exames de
fezes e de urina para ver como vai nossa saúde, vamos fazer
um “exame” do nosso lixo.”
(D) “Se não o fizermos por causa de alguma doença, o corpo
fica envenenado.”
(E) “O cocô, o xixi e os puns são os lixos sólidos, líquidos e
gasosos que os nossos corpos produzem.”
Daquilo que eu sei
Nem tudo me deu clareza
Nem tudo foi permitido
Nem tudo me deu certeza...
Daquilo que eu sei
Nem tudo foi proibido
Nem tudo me foi possível
Nem tudo foi concebido...
Não fechei os olhos
Não tapei os ouvidos
Cheirei, toquei, provei
Ah!
Eu usei todos os sentidos
Só não lavei as mãos
E é por isso que eu me sinto
Cada vez mais limpo!
Cada vez mais limpo!
Cada vez mais limpo!
Questão 19
No período “Todo organismo que não se livra do seu lixo
morre.”, a oração em negrito tem um valor nitidamente:
Lins, Ivan / Martins, Vítor. Composição musical
Questão 16
“Só não lavei as mãos / E é por isso que eu me sinto / Cada
vez mais limpo!”
No jogo de palavras do fragmento, baseado em denotação /
conotação, a linguagem faz e desfaz, a um só tempo, o que
caracteriza recurso estilístico chamado:
(A) antítese.
(B) metáfora.
(C) metonímia.
(D) paradoxo.
(E) paronomásia.
Questão 17
A expressão lavar as mãos, encontrada em “Só não lavei
as mãos / E é por isso que eu me sinto / Cada vez mais
limpo!” tem seu valor semântico conotativo revitalizado
em função de intertextualidade com o discurso:
(A) histórico. (B) filosófico.
(C) científico. (D) sanitário.
(E) bíblico.
(A) explicativo.
(C) argumentativo.
(E) apositivo.
(B) redundante.
(D) especificativo.
Questão 20
“Todo organismo que não se livra do seu lixo morre.” A
sentença em itálico, ora transcrita, funciona como o tópico frasal
do primeiro parágrafo e está calcada em:
(A) impressão pessoal.
(B) fundamento histórico.
(C) sugestão mítica.
(D) compreensão filosófica.
(E) verdade científica.
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(E) “sílabas.”
Texto VIII
Sketchs*
Dois homens tramando um assalto.
– Valeu, mermão? Tu traz o berro que nóis vamo rendê o caixa
bonitinho. Engrossou, enche o cara de chumbo. Pra arejá.
– Podes crê. Servicinho manero. É só entrá e pegá.
– Tá com o berro aí?
– Tá na mão.
Aparece um guarda.
– Ih, sujou. Disfarça, disfarça...
O guarda passa por eles.
– Discordo terminantemente. O imperativo categórico de Hegel
chega a Marx diluído na fenomenologia de Feurbach.
– Pelo amor de Deus! Isso é o mesmo que dizer que
Kierkegaard não passa de um Kant com algumas sílabas a
mais. Ou que os iluministas do século 18...
O guarda se afasta.
– O berro, tá recheado?
– Tá.
– Então vamlá!
Veríssimo, Luís Fernando. As aventuras da família Brasil. O Estado de São
Paulo, 08/03/1998.
*Flagrantes
Questão 21
A inteligência da crônica de Luís Fernando Veríssimo revela,
com leveza e graça, que a fala de um povo conta a sua história.
Não apenas a história rasteira dos assaltos cotidianos de que a
nossa sociedade é vítima.
Não apenas a história de um impasse das duas realidades
linguísticas extremas, traduzidas pela esperteza dos
assaltantes: a do repertório de quem se expressa com
predomínio de cultura iletrada e a da bagagem escolarizada,
que proporciona a manifestação de uma cultura letrada.
Não apenas a história do jogo de cintura – memória do jeitinho
brasileiro – na economia informal do crime desorganizado, do
crime pé de chinelo.
Mas outra história enraizada em nossa cultura. Qual?
(A) A da precária escolaridade brasileira.
(B) A da ignorância a respeito da Filosofia.
(C) A do pensamento de que o crime compensa.
(D) A do despreparo da nossa polícia.
(E) A do preconceito que não associa o crime aos segmentos
letrados.
Questão 22
O texto explora a linguagem verbal de pouco prestígio social.
Das várias ocorrências, uma, além de flagrar um momento de
fala em situação espontânea, relaxada, oferece a naturalidade
dentro de uma geografia lingüística que se espalha por nossas
variantes. Qual?
(A) “mermão.”
(B) “nóis.”
(C) “tá.”
(D) “pegá.”
(E) “vamo.”
Questão 23
A metonímia é uma figura que sempre enriquece um repertório
vocabular. Mesmo quando as palavras pertencem ao universo
das gírias, as forças do léxico continuam a alimentar o idioma e
a oferecer alternativas expressivas aos falantes por meio da
metonímia, como em “berro” e:
(A) “caixa.”
(B) “chumbo.”
(C) “Servicinho.”
(D) “mão.”
Texto IX
– Dorme.
– Dorme como se não fosse com ele.
– Dorme como uma criança dorme.
– Dorme como em pouco, morto, vai dormir.
– Ignora todo esse circo lá embaixo.
– Não é circo. É a lei que monta o espetáculo.
– Dorme. No mais fundo do poço onde se dorme.
– Já terá tempo de dormir: a morte inteira.
– Não se dorme na morte. Não é sono.
– Não é sono. E não terá, como agora, quem o acorde.
– Que durma ainda. Não tem hora marcada.
– Mas é preciso acordá–lo. Já há gente para o espetáculo.
– Então, batamos mais forte na porta.
– Como dorme. Mais do que dormindo estará mouco.
– Ainda uma vez.
– Melhor disparar um canhão perto da porta.
– Batamos, outra vez ainda.
– Melhor arrombar a porta. Sacudi–lo.
– Dorme fundo como um morto.
– Mas está vivo. Vamos ressuscitá–lo.
– Deste sono ainda pode ser ressuscitado.
– Deste sono, sim. Do outro, nem que ponham a porta abaixo.
– Está dormindo como um santo.
– Santo não dorme. Os santos são é moucos. Mas têm os olhos
bem abertos.
Melo Neto, João Cabral de. Trecho inicial do Auto do frade.
Questão 24
Além de emprestar elegância ao estilo, a omissão de uma
palavra faz do termo periférico o nuclear. Em dada fala, há uma
forma pronominal que concentra valor conotativo e sugere o
conteúdo do eufemismo ao discurso. Que fala é essa?
(A) “– Dorme como em pouco, morto, vai dormir.”
(B) “– Dorme fundo como um morto.”
(C) “– Está dormindo como um santo.”
(D) “– Deste sono, sim. Do outro, nem que ponham a porta
abaixo.”
(E) “– Dorme como se não fosse com ele.”
Questão 25
O contexto verbal é que tem a responsabilidade de criar
semânticas para as frases que estruturam um texto. Em “–
Deste sono, sim. Do outro, nem que ponham a porta abaixo.”,
a sentença em negrito insinua que, dentro do discurso do
interlocutor, se valoriza a circunstância de:
(A) concessão.
(C) causa.
(E) conformidade.
(B) condição.
(D) consequência.
Questão 26
Um texto literário prestigia não só a gramática de uma língua,
mas também a sua estilística. Em nome da expressividade,
pode esta ou aquela palavra não fazer parte da estrutura de
uma frase, como é o caso da expressão é que em “É a lei que
monta o espetáculo.” e de outra forma em:
(A) “– Como dorme. Mais do que dormindo estará
mouco.”
(B) “Os santos são é moucos.”
(C) “– Batamos, outra vez ainda.”
(D) “Mais do que dormindo estará mouco.”
(E) “– Que durma ainda. Não tem hora marcada.”
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Texto X
Cordel
Quando eu era menino, os trabalhadores do engenho de meu
pai vinham me chamar: “Vamos à feira, diz que saiu um
romance novo”. E à noite era eu quem lia para eles... Essas
leituras devem ter influenciado o meu auto [Morte e vida
Severina]; o conjunto de minha poesia é mais simples que a
poesia popular, sem rimas; minhas estrofes são mais curtas,
porque não quero “distrair” o leitor, mas, em se tratando de uma
obra que pretende contar o povo e se contar para o povo, eu
devia utilizar a forma mais adequada, que é o metro popular
romancero, sempre vivo. É a nossa sorte: nós, artistas de
tradição ibérica, podemos recorrer a essa mistura de popular e
erudito, que vem das fontes. Os maiores poetas utilizaram
indiferentemente os dois gêneros de metros (veja-se Góngora
ou Camões) (...)
Neto, João Cabral de Melo. Em um fragmento da Entrevista a José Carlos
Vasconcelos, Diário de Lisboa.
Questão 27
“Vamos à feira, diz que saiu um romance novo”. As aspas
marcam, no exemplo transcrito, a fala dos trabalhadores
em sua história de cultura oral, como sugere o emprego
da forma “diz”, que, numa versão fiel ao sentido, teria
correspondência escrita em:
(A) diz-se.
(B) é dito.
(C) dizem.
(D) ele diz.
(E) se diz.
Questão 28
“(...) porque não quero “distrair” o leitor, mas, em se
tratando de uma obra que pretende contar o povo e se
contar para o povo (...)” A passagem destacada, segundo
a expressão do próprio autor, pretende:
(A) introduzir metros eruditos na literatura popular.
(B) fazer conviver o metro popular e o erudito.
(C) registrar que a forma não se ajusta ao conteúdo.
(D) documentar, também por meio do metro, a alma do
povo.
(E) desfazer a relação fundo / forma da construção do
poema.
Sino da Paixão… Por meu pai?… — Não! Não!…
Sino da Paixão bate bão-bão-bão.
Sino do Bonfim, baterás por mim?…
Sino de Belém,
Sino da Paixão…
Sino da Paixão, pelo meu irmão…
Sino da Paixão,
Sino do Bonfim…
Sino do Bonfim, ai de mim, por mim!
Sino de Belém, que graça ele tem!
Bandeira, Manuel. Ritmo dissoluto.
Questão 29
O repicar do sino não se confunde com o dobrar: naquele, há o
componente da alegria pela comemoração do nascimento;
neste, a tradução da tristeza pelo registro da morte, o que,
dentro do pensamento cristão, fica evidente no par:
(A) Belém / Bonfim.
(B) Paixão / Bonfim.
(C) Belém / Paixão.
(D) bem-bem-bem / ai de mim, por mim!
(E) bão-bão-bão / ai de mim, por mim!
Questão 30
O poema Os sinos se expressa por vários planos da língua em
busca de sua arte e, coerente com o objeto que desencadeia os
seus sentidos, prestigia bastante a linguagem sugestiva que
vem, principalmente, dos seus jogos:
(A) semânticos.
(B) morfológicos.
(C) léxicos.
(D) sintáticos.
(E) fonéticos.
Questão 31
O presente texto de Manuel Bandeira faz a apreensão
da realidade pelos sentidos e, como recurso estético de
um processo mimético que se desenvolve ao longo de
seus versos, valoriza principalmente as:
(A) aliterações.
(B) coliterações.
(C) assonâncias.
(D) onomatopeias.
(E) dissonâncias.
Texto XII
Texto XI
Os sinos
Sino de Belém,
Sino da Paixão…
Sino de Belém,
Sino da Paixão…
Sino do Bonfim!…
Sino do Bonfim!…
Sino de Belém, pelos que inda vêm!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da Paixão, pelos que lá vão!
Sino da Paixão bate bão-bão-bão.
Sino do Bonfim, por quem chora assim?…
Sino de Belém, que graça ele tem!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Sino da Paixão – pela minha mãe!
Sino da Paixão – pela minha irmã!
Sino do Bonfim, que vai ser de mim?…
Sino de Belém, como soa bem!
Sino de Belém bate bem-bem-bem.
Mão, escultura de Oscar Niemeyer, presente no Memorial da América
Latina, em São Paulo, capital.
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SIMULADÃO ENEM – 2° DIA
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 32
Eduardo Galeano, importante intelectual uruguaio, ficou muito
conhecido por sua obra As veias abertas da América Latina, em
que expõe os massacres impostos pelos colonizadores às
populações autóctones em nome de uma implacável política
extrativista que, além de sugar o sangue de nossas veias,
esvaziou nossos veios, prática lembrada em:
(A) D iz quantos desastres tem na minha mão. Diz se perigoso a
gente ser feliz.
Montagem de texto a partir da obra de Chico Buarque,
escritor e compositor.
(B) Hay que endurecer, pero sin perder la ternura jamás.
Che Guevara, médico argentino que, ao lado de Fidel
castro, foi líder da revolução Cubana, em 1959.
(C) A mão que toca o violão, se for preciso, faz a guerra, mata o
mundo, fere a terra.
Versão em prosa de uma composição musical de Marcos e
Paulo Sérgio Valle, artistas brasileiros.
(D) Vês estas mãos? Mediram a terra, separaram os minerais e
os cereais, fizeram a paz e a guerra, derrubaram as distâncias
de todos os mares e rios...
Pablo Neruda, poeta chileno que já ganhou o Prêmio Nobel
de Literatura.
(E) Cadê o ouro e a prata que estavam aqui? O gato comeu (e
ninguém viu o gato).
Montagem de texto a partir da cultura popular e da obra de
Carlos Drummond de Andrade, uma das matrizes da grande
poesia brasileira.
Texto XIII
Vício da fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Pra pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados
Andrade, Oswald de. Poesias reunidas. Civilização Brasileira.
Questão 33
A palavra vício, encontrada no título do poema, por sua
conotação, faz insinuar que há um(a):
(A) plena aceitação das formas dialetais propostas.
(B) revelação de que esse dialeto caipira tem trânsito nos
espaços escolares.
(C) igualdade de importância entre as culturas letrada e iletrada.
(D) pouco prestígio para as formas orais.
(E) apelo folclórico na perpetuação das alternativas orais.
Texto XIV
Minha escola
A escola que eu frequentava era cheia de grades
como as prisões.
E o meu Mestre, carrancudo como um dicionário;
Complicado como as Matemáticas;
Inacessível como Os Lusíadas de Camões!
À sua porta eu estava sempre hesitante...
De um lado a vida... – A minha adorável vida de
[criança:
Pinhões... Papagaios... Carreiras ao sol...
Voos de trapézio à sombra da mangueira!
Saltos da ingazeira pra dentro do rio...
Jogos de castanhas...
O meu engenho de barro de fazer mel!
Do outro lado, aquela tortura:
"As armas e os barões assinalados!"
– Quantas orações?
– Qual é o maior rio da China?
– A2 + 2AB = quanto?
– Que é curvilíneo, convexo?
– Menino, venha dar sua lição de retórica!
– "Eu começo, atenienses, invocando
a proteção dos deuses do Olimpo
para os destinos da Grécia!"
– Muito bem! Isto é do grande Demóstenes!
– Agora, a de francês:
– "Quand le christianisme avait apparu sur la
[terre..."
– Basta!
– Hoje temos sabatina...
– O argumento é a bolo!
– Qual é a distância da Terra ao Sol?
– ?!!
– Não sabe ? Passe a mão à palmatória!
– Bem, amanhã quero isso de cor...
Felizmente, à boca da noite,
eu tinha uma velha que me contava histórias...
Lindas histórias do reino da Mãe-d'Água...
E me ensinava a tomar a bênção à lua nova.
Fereira , Ascenso. Poemas: Catimbó, Cana Caiana, Xenhenhém.
Questão 34
“– Menino, venha dar sua lição de retórica!
– 'Eu começo, atenienses, invocando a proteção dos
deuses do Olimpo para os destinos da Grécia!' "
De acordo com a proposta ideológica do poema, a passagem
transcrita é uma sutil crítica:
(A) ao processo de alienação que atinge a juventude escolar.
(B) à linha conservadora na seleção do conteúdo programático
imposto pela escola frequentada pelo poeta.
(C) ao programa que não respeita a faixa etária da criança.
(D) à deficiência do programa escolar, que sofre com as
temáticas populares.
(E) ao descaso do aluno em relação aos conteúdos
programáticos clássicos que engrandecem o destino de um
homem.
Questão 35
Ainda em relação ao fragmento proposto logo acima, por suas
referências culturais, é impossível afirmar que as alusões aos
“deuses do Olimpo” e ao espaço da Grécia identificam estéticas
que:
(A) buscam o ideal de arte apolíneo.
(B) promovem a arte clássica.
(C) inspiram linhas artísticas renascentistas.
(D) alimentam o ponto de vista parnasiano na arte literária.
(E) procuram o exagero de linguagem dos postulados artísticos
do Arcadismo.
Questão 36
A pontuação de um texto é responsável por registrar por escrito
as pausas, os tons, as colocações das vozes dos interlocutores.
Apesar de não ter a capacidade de imitar à perfeição a
realidade oral, é responsável por sugerir sentimentos que
passam pela alma humana em diversas situações do cotidiano.
Em “– ?!!”, importante momento do discurso direto, o que revela
tal interferência do eu poético?
(A) Mantém a neutralidade com que reage o eu poético diante
do saber escolar.
(B) Traduz uma revolta do eu poético diante da perguntasurpresa do professor.
(C) Sugere uma perplexidade do eu poético diante da
interrogação do professor.
(D) Insinua a ignorância do eu poético ao conteúdo bem pouco
relevante da questão proposta.
(E) Comprova a pouca capacidade de memorização do eu
poético.
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 37
“– O argumento é a bolo!" A fala transcrita sugere que, em "–
Não sabe? Passe a mão à palmatória!, a gramática de uma
escola autoritária se manifesta também pelo emprego do verbo
passar em virtude de seu (sua):
(A) conjugação.
(B) apelo estilístico.
(C) modo.
(D) tempo.
(E) aspecto.
Texto XV
Vidas secas
A vida na fazenda se tornara difícil. Sinhá Vitória benzia-se
tremendo, manejava o rosário, mexia os beiços rezando rezas
desesperadas. Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava
a caatinga amarelada, onde as folhas secas se pulverizavam,
trituradas pelos redemoinhos, e os garranchos se torciam,
negros, torrados. No céu azul, as últimas arribações tinham
desaparecido. Pouco a pouco, os bichos se finavam, a fazenda
se despovoou, viu que tudo estava perdido, combinou a viagem
com a mulher, matou o bezerro morrinhento que possuíam,
salgou a carne, largou-se com a família, sem se despedir do
amo. Não poderia nunca liquidar aquela dívida exagerada. Só
lhe restava jogar-se ao mundo, como negro fugido.
Ramos, Graciliano. Vidas secas, fragmento.
Questão 38
O adjetivo “secas”, em Vidas secas – título do texto – e
“folhas secas” – expressão do próprio fragmento – ,
traduz
a alternância conotação / denotação, o que provoca
uma alteração substancial de significado para a dada
palavra e faz do título um indicador da permanência de
uma linha de pensamento que reedita o (a):
(A) positivismo.
(B) evolucionismo.
(C) marxismo.
(D) determinismo.
(E) seleção natural.
Questão 39
A organização social do Nordeste refletido no texto
sugere a existência de uma relação amo / negro, que
disfarça, dentro da história humana, um medieval
vocabulário
específico, como revela a sequência:
(A) feudo / suserano / vassalo.
(B) senhor / capitão do mato / escravo.
(C) proprietário / burguês / mais-valia.
(D) patrão / trabalhador / assalariado.
(E) Estado / bem comum / operário.
Questão 40
A narração é feita em terceira pessoa. Predomina a voz
do narrador, dando curso ao relato a respeito das
dificuldades
da vida de Fabiano e de sua família. Numa
passagem, porém, o discurso assimila outra natureza
em “Não poderia nunca liquidar aquela dívida exagerada.”
e se caracteriza como discurso:
(A) direto. (B) indireto.
(C) indireto livre. (D) fragmentário.
(E) de gramática popular.
Questão 41
O texto é narrativo, e a sua conclusão se manifesta em
“Só lhe restava jogar-se ao mundo, como negro
fugido.”.
Se essa é a sua síntese, qual seria a sua tese?
(A) “Não poderia nunca liquidar aquela dívida exagerada.”
(B) “(...) largou-se com a família, sem se despedir do
amo.”
(C) “Encolhido no banco do copiar, Fabiano espiava a
caatinga amarelada (...)”
(D) “No céu azul, as últimas arribações tinham
desaparecido.”
(E) “A vida na fazenda se tornara difícil.”
Questão 42
“Sinhá Vitória benzia-se tremendo, manejava o
rosário,
mexia os beiços rezando rezas desesperadas.” Pela
voz do narrador, o autor valoriza dois recursos
expressivos:
lança mão do substantivo beiços, que ajuda a descrever
a personagem como um ser embrutecido pelas
dificuldades impostas pela seca, e do adjetivo
desesperadas,
que, aplicado a rezas, tem um papel linguístico
especial: é exemplo de um recurso sintático-expressivo,
chamado:
(A) personificação. (B) hipérbole.
(C) hipálage. (D) metonímia.
(E) metáfora.
Texto 16
Skepsis
“Dois e dois são três”, disse o louco.
“Não são não”, berrou o tolo.
“Talvez sejam”, resmungou o sábio.
Paes, José Paulo. In: Socráticas.
Questão 43
Os modos do verbo ser – são e sejam – estabelecem a
passagem:
(A) do estado transitório para o permanente.
(B) do equilíbrio para o desequilíbrio.
(C) da certeza para a probabilidade.
(D) do concreto para o abstrato.
(E) do possível para o impossível.
Questão 44
O advérbio talvez, dentro da fala do sábio, instaura:
(A) um traço de insegurança, reforçado pela forma verbal
resmungou.
(B) a dúvida que faz nascer o pensamento que movimenta o
plano das ideias.
(C) o jogo demagógico do sábio que não pode arriscar opinião e
tomar partido.
(D) o subterfúgio verbal que, polidamente, ironiza a afirmação
estapafúrdia do louco.
(E) a diplomacia verbal do sábio que tenta neutralizar a ira do
tolo.
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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 45
A despeito do poético que perpassa o texto, o poema prestigia
notadamente, nas entrelinhas do seu discurso, o tom:
(A) sociológico.
(B) metafísico.
(C) matemático.
(D) filosófico.
(E) antropológico.
MATEMÁTICA
Ninguém se ilude: não será fácil conseguir um acordo entre as
nações para a redução das emissões de carbono. Para lançar
menos carbono no ar é necessário queimar menos combustível
fóssil (como carvão e petróleo), e substituí-lo por energia menos
poluente, que é bem mais cara. Foi por isso que alguns países
ricos, como os Estados Unidos, responsáveis por cerca de um
terço das emissões mundiais, recusaram-se a assumir as metas
do Protocolo de Kyoto.
Se cada lado do quadrado está dividido pelos pontos
assinalados em segmentos congruentes entre si, então a área
do octógono, em centímetros quadrados, é:
(a) 98
(b) 102
(c) 108
(d) 112
(e) 120
Questão 49
Para construir a disposição triangular de linhas abaixo, que
apresenta 2 010 linhas, obedeceu-se a certa regra. Observe.
Obs.: 1 gt. = 1 gigatonelada = 1 bilhão de toneladas = 1 trilhão
de Kg.
A partir das informações do gráfico, responda às questões 1 e 2.
Questão 46
Supondo que todas as nações do mundo cortassem as
emissões para um volume 5% abaixo do volume emitido em
2.000, a redução seria de, aproximadamente, igual a:
Quantas vezes a palavra ENEM aparece completamente na
maior coluna desta disposição?
(A) 58 vezes
(B) 52 vezes
(C) 502 vezes
(D) 508 vezes
(E) 503 vezes
Questão 50
Com o dinheiro que Caio possuía, poderia ter comprado 1,2 kg
de queijo ou 800 g de presunto. Usando esta mesma quantia,
ele resolveu comprar quantidades iguais de cada produto.
Quantos gramas de cada item ele comprou?
(A) 1,97 gt.
(B) 2,03 gt.
(C) 2,24 gt.
(D) 2,4 gt.
(E) 2,43 gt.
Questão 47
Em 2004, para cumprir o Protocolo de Kyoto, ficou determinado
que a redução das emissões para 2005 não seria de 5%, mas
cerca de 24%. Assim sendo, qual seria o valor esperado das
emissões para 2005, de modo a atingir a meta?
(A) 11,7 gt.
(B) 11,8 gt.
(C) 36,2 gt.
(D) 37,2 gt.
(E) 38 gt.
Questão 48
Seja o octógono EFGHIJKL inscrito num quadrado de 12 cm de
lado, conforme mostra a figura a seguir.
(A) 520 g
(B) 480 g
(C) 360 g
(D) 240 g
(E) 120 g
Questão 51
Marcelo, o inventor, resolveu criar um dominó diferente. As
marcações nas peças vão do zero até o oito, ao invés de zero a
seis, como em um dominó comum. No processo de criação, ele
imaginou um tipo de peça, que desejou denominar de
“implacável”. Uma peça é dita implacável quando a soma dos
seus pontos for um número ímpar. Abaixo existem alguns
exemplos de peças implacáveis.
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SIMULADÃO ENEM – 2° DIA
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Nesse dominó, criado por Marcelo, quantas das peças são
implacáveis?
ali ficará o salão de jogos. Veja abaixo a planificação frontal da
casa.
(A) 32 peças.
(B) 25 peças.
(C) 20 peças.
(D) 16 peças.
(E) 10 peças.
Questão 52
Leonhard Euler (1707-1783) foi um dos maiores matemáticos do
mundo, e resgatou a Teoria dos Números, antigamente
considerada uma parte inútil da Matemática, e hoje
imprescindível à computação, para a criação dos códigos de
segurança dos computadores. Uma das suas descobertas foi a
fórmula que fornece quantos números são menores que certo n
e primos com ele. Por exemplo, os números menores que 10 e
primos com 10 são 1, 3, 7 e 9.
Esta função é representada por φ (n), ou seja, φ (10) = 4.
Em
=a
geral,
α −1
se
N
=
a α b β c χ ...,
teremos
φ
(N)
b β −1 c χ −1 ...(a – 1)(b – 1)(c – 1)...
Utilizando a fórmula de Euler, determine o valor de
(A) 6
(B) 8
(C) 12
(D) 16
(E) 20
φ
(30).
Sabendo que o segundo piso tem a forma de um triângulo
isósceles de altura 3 m e base 6 m, qual seria a área máxima
desta janela?
2
(A) 3 m
(B) 1,5 m2
2
(C) 4,5 m
(D) 3,75 m2
2
(E) 4,75 m
Questão 53
Uma mercadoria teve um acréscimo de 60% no seu preço. Para
que ela retorne ao preço anterior, é necessário dar um desconto
de:
Questão 57
O Departamento de Trânsito de São Paulo registra a cada dia
cerca de 800 veículos novos. É claro que este número não
representa o aumento absoluto da frota, pois alguns veículos
são retirados de circulação em função de IPVA atrasado,
obsolescência e outros motivos. Mas, considerando apenas a
entrada dos veículos novos, podemos considerar o aumento da
frota na cidade como uma função afim. Se, há 30 dias, a cidade
de São Paulo registrava uma frota de 4,3 milhões de
automóveis, quantos carros existirão hoje nas ruas da cidade?
(A) 62,5%
(B) 60%
(C) 48,5%
(D) 48%
(E) 37,5%
(A) 670.000
(B) 432.400
(C) 43.324.000
(D) 4.324.000
(E) 6.700.000
Questão 54
Se um entre cada 320 habitantes de uma cidade é médico,
então a porcentagem de médicos nessa cidade é dada por:
Questão 58
Em demografia, considera-se que uma população envelhece
quando a proporção de idosos fica mais alta em relação à
população em geral. No caso do Brasil, o ritmo de
envelhecimento aparece ainda mais acentuado se compararmos
a parcela de idosos com a de crianças até 14 anos de idade.
Hoje, para cada grupo de 100 crianças existem 24,7 idosos de
65 anos ou mais. Em 2050, a previsão é de que teremos 172,7
idosos para cada grupo de 100 crianças. Ou seja, daqui a 40
anos, o Brasil terá um número de quase 73% maior de idosos
do
que
de
crianças.
Veja
os
gráficos
abaixo.
(A) 0,32%
(B) 3,2%
(C) 0,3215%
(D) 0,3125%
(E) 3,125%
Questão 55
Na cidade de Desilusão, entre o fim de 2009 e início de 2010, o
preço do álcool combustível sofreu três aumentos sucessivos na
seguinte ordem: o primeiro foi de 2,45%, o segundo foi de 1,5%
e o último de 5,05%. Em relação ao preço antes do primeiro
aumento, podemos afirmar que houve um aumento acumulado
de aproximadamente:
(A) 8,84%
(C) 9,14%
(E) 9,34%
(B) 9,04%
(D) 9,24%
Questão 56
Um arquiteto, ao projetar uma casa de campo de dois andares,
deparou-se com um problema. Ele precisa calcular as medidas
da janela do segundo andar de modo que ela tenha a máxima
área possível, garantindo a melhor iluminação e ventilação, pois
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SIMULADÃO ENEM – 2° DIA
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
– cada grau é uma potência de dez. Ou seja, de um grau para
outro, a amplitude das ondas sísmicas cresce dez vezes. Para
comparar a diferença na magnitude de dois tremores, fazemos:
M1 – M2 = log A1 – log A2, onde:
M1 = magnitude do terremoto 1
M2 = magnitude do terremoto 2.
A1 = amplitude das ondas do terremoto 1.
A2 = amplitude das ondas do terremoto 2.
Quantas vezes é maior a amplitude das ondas de um terremoto
de 8,5 graus na escala Richter em relação a outro tremor de 4,5
graus?
(A) 100 vezes.
(B) 1.000 vezes.
(C) 10.000 vezes.
(D) 100.000 vezes.
(E) 1.000.000 de vezes.
Analisando-os, podemos afirmar que:
(A) o primeiro gráfico mostra que a taxa de fecundidade se
manterá constante, e este fato justifica o aumento do número de
idosos do país.
(B) o primeiro gráfico mostra que a taxa de fecundidade
declinará e estabilizará em 2028, no patamar de 2,5 filhos por
mulher, em média.
(C) o segundo gráfico mostra que a taxa de mortalidade, após
cair num ritmo mais ou menos constante, volta a subir. A
explicação está no crescimento da população de idosos, que
provoca, naturalmente, o aumento no número absoluto de
mortes.
(D) o segundo gráfico, de evolução da taxa de mortalidade,
começa com uma curva ascendente, que depois se torna
descendente, ilustrando o aumento da população de idosos.
(E) o primeiro gráfico mostra a queda da taxa de fecundidade
quase que de forma linear, tendendo a zero, justificando o
envelhecimento da população brasileira.
Questão 59
Observe o cubo abaixo.
Questão 61
Os designers gráficos utilizam figuras geométricas no desenho
de logotipos. Observe o logotipo abaixo, de uma cadeia de fast
food.
Repare que as pernas da letra M são, na verdade, duas
parábolas. A equação que representa a primeira parábola é:
2
(A) y = 3x – 6x
(B) y = 3x2 + 6x
2
(C) y = – 6x – 9x
2
(D) y = 6x – 9x
2
(E) y = – 3x + 6x
Das seis faces, ele terá apenas cinco pintadas de amarelo.
Quantos cubinhos menores terão três das suas faces pintadas
de amarelo?
(A) 2
(B) 4
(C) 6
(D) 8
(E) 12
Questão 60
Os terremotos têm sido implacáveis. Recentemente, o Chile foi
a vítima, depois do Haiti, da Itália etc. O motivo de todas essas
tragédias é que a crosta terrestre se equipara a uma casca de
ovo quebrada: tudo é aparentemente firme, mas, por baixo, na
camada inferior do manto, a rocha sob pressão e temperatura
extremas adquire elasticidade e sobe e desce muito lentamente,
como leite borbulhando.
Impulsionadas por este movimento de convecção, as placas
navegam. Em alguns pontos, duas delas se chocam (placas
convergentes) e nós registramos isto através de números
alarmantes.
A escala Richter, usada pela primeira vez pelo físico norteamericano Charles Richter, em 1935, é uma escala logarítmica
Questão 62
Se não dá para reduzir as vendas de automóveis, é possível ao
menos segurar parte deles na garagem por algum tempo. Essa
foi a ideia da prefeitura de São Paulo quando instituiu o rodízio
de veículos nos horários de pico. A cada dia da semana parte
da frota não pode circular entre 7 horas e 10 horas, e entre 17 e
20 horas. A definição de quem deve deixar o carro na garagem
é feita pelas placas dos veículos. Os que possuem final 1 ou 2
sofrem restrição na segunda-feira; 3 ou 4, na terça-feira, e
assim por diante, até os de final 9 ou 0, na sexta-feira. Sabendo
que não são permitidas placas com 4 algarismos zero (exemplo
WYF 0000), quantos veículos, no horário de pico, podem
circular pela capital paulista na segunda-feira?
(A) 263 · 103 · 2 – 1
3
3
(B) 26 · 10 · 8 – 1
3
(C) 26 · (103 · 2 – 1)
3
3
(D) 26 · (10 · 8 – 1)
3
3
(E) 26 · 10 · 2
Questão 63
Uma determinada loja tinha seus produtos com desconto de
30%. Para acabar com o estoque, decidiu fazer a seguinte
promoção: “Tudo com desconto de 50%” (sobre o preço
vigente). Em relação aos preços praticados antes de qualquer
desconto, os atuais preços valem, aproximadamente:
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SIMULADÃO ENEM – 2° DIA
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
(A) metade do valor inicial.
(B) a terça parte do valor inicial.
(C) a quarta parte do valor inicial.
(D) a quinta parte do valor inicial.
(E) a nona parte do valor inicial.
(E) 3,5 milhões de km2.
Questão 64
A banana split é uma iguaria saborosa, montada com 3 bolas de
sorvete. Ana foi a uma sorveteria e verificou que havia 9
sabores distintos de sorvete, 5 tipos diferentes de calda e que
poderia ou não colocar castanhas sobre o produto montado. De
quantos modos ela pode montar sua banana split, utilizando três
sabores distintos de sorvete e dois tipos diferentes de calda?
(A) 729
(C) 14.580
(E) 29.160
(B) 1.680
(D) 8.400
Questão 66
Para ter acesso a um determinado programa de computador, o
usuário deve digitar uma senha composta por 4 letras distintas.
Supondo que o usuário saiba quais são essas 4 letras mas não
saiba a ordem correta em que devem ser digitadas, qual a
probabilidade desse usuário conseguir acesso ao programa
numa única tentativa?
(A) 1/4
(C) 1/16
(E) 1/256
(B) 1/12
(D) 1/24
Questão 67
Com um pedaço de cartolina, um aluno resolveu fazer uma
caixa sem tampa, como mostra a figura abaixo.
Questão 65
Aplicando uma rede quadriculada sobre o mapa do Brasil,
dividimos o território nacional em áreas menores. Cada
quadradinho da figura, de 0,6 cm de lado, representa na
realidade
uma
área
de
173.056
km2.
Qual o volume da caixa formada?
(A) 12 cm3
(B) 24 cm3
(C) 36 cm3
(D) 60 cm3
(E) 120 cm3
Questão 68
A razão entre o número de homens e o número de mulheres em
certa cidade é 32. A idade média dos homens é 40 anos, e a
das mulheres é 35 anos. Qual a idade média dos habitantes
desta cidade?
Os quadradinhos destacados no centro do mapa representam
as matas nativas derrubadas desde 1.500.
(A) 36 anos.
(C) 38 anos.
(E) 40 anos.
(B) 37 anos.
(D) 39 anos.
Questão 69
Um paisagista tinha como projeto a elaboração de um jardim.
Veja o projeto abaixo.
Estimando esta área destacada no mapa, em quilômetros
quadrados, ela seria de, aproximadamente:
(A) 1,5 milhões de km2.
(B) 2 milhões de km2.
(C) 2,5 milhões de km2.
(D) 3 milhões de km2.
Sabendo que as coordenadas dos pontos A, B e C do canteiro
das begônias são A(1, 2), B(8, 0) e C(1, – 6), qual a área
ocupada por esse canteiro?
(A) 14
(B) 28
(C) 48
(D) 56
(E) 60
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SIMULADÃO ENEM – 2° DIA
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 70
São dadas as sentenças:
I. O número 1 tem infinitos múltiplos.
II. O número 0 tem infinitos divisores.
III. O número 161 é primo.
É correto afirmar que SOMENTE:
Questão 74
A tabela abaixo fornece os valores do imposto de renda retido
na fonte, e é chamada de tabela progressiva.
(A) I é verdadeira.
(B) II é verdadeira.
(C) III é verdadeira.
(D) I e II são verdadeiras.
(E) II e III são verdadeiras.
Deduções para o trabalhador assalariado:
1) R$ 106,00 por dependente
2) pensão alimentícia
3) contribuição à Previdência Social
4) R$ 1 058,00 por aposentadoria a quem já completou 65 anos
5) contribuições para a previdência privada pagas pelo
contribuinte
O imposto de renda retido na fonte é calculado retirando-se do
salário bruto todas as deduções, depois aplicando a alíquota
correspondente à faixa salarial e em seguida, subtraindo a
parcela a deduzir. Se Elena recebe um salário bruto de R$
1.970,00, possui dois filhos e é descontada em 205,63 para a
Previdência Social, qual o imposto retido na fonte do seu
salário?
Questão 71
Uma lata de ervilhas está representada abaixo.
(A) R$ 418,00
(B) R$ 295,00
(C) R$ 232,86
(D) R$ 158,70
(E) R$ 74,16
Com as medidas da figura, e utilizando p = 3,14, podemos
afirmar que a capacidade da lata é de, aproximadamente:
(A) 224 ml
(B) 226 ml
(C) 244 ml
(D) 246 ml
(E) 250 ml
Questão 72
A estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, considerada
uma das sete maravilhas do mundo moderno, tem 38 m de
altura. Os braços abertos dão à escultura uma envergadura
(largura) de 30 metros. Para ser fiel à realidade, qualquer
souvenir que represente a estátua deve manter as proporções
do original. Suponha que um souvenir possua 76 cm de altura.
Mantendo as proporções, qual deve ser a distância entre as
pontas dos dedos?
(A) 54 cm
(C) 62 cm
(E) 72 cm
(B) 60 cm
(D) 68 cm
Questão 73
A Caixa Econômica Federal (CEF) patrocina vários jogos de
azar. Entre eles, está a Mega Sena, que consiste no sorteio de
seis números, sem repetição, entre os números de 1 a 60.
Ganha um prêmio quem acertar a sena (os seis números), a
quina (cinco dos seis) ou a quadra (quatro dos seis). Supondo
que a CEF passe a pagar um prêmio pelo terno (três dos seis),
qual seria a probabilidade de uma pessoa apostar seis números
e ganhar o terno?
(A) 0,043%
(B) 0,021%
(C) 0,010%
(D) 0,1%
(E) 10%
Questão 75
Uma digitadora, mais experiente, faz certo trabalho em 4 horas,
enquanto outra, menos experiente, consegue realizá-lo em 6
horas. As duas, trabalhando juntas, fariam o mesmo trabalho
em:
(A) 25 minutos.
(B) 72 minutos.
(C) 144 minutos.
(D) 172 minutos.
(E) 288 minutos.
Questão 76
Para a realização dos jogos pan-americanos (Pan) no Rio de
Janeiro, de 13 a 29 de julho de 2007, foi feita uma grande
reforma no estádio do Maracanã, no valor total de 196 milhões
de reais.
O estádio teve a grama do campo oficial, 110 × 75 m2, trocada,
e foram criadas novas arquibancadas e setores.
A estrutura do prédio possui 21 portões de acesso, e hoje, após
a reforma, comporta 183.341 torcedores (capacidade máxima).
Supondo que na Copa de 2014 o Maracanã venha a ser o palco
do último jogo e que abrigará a capacidade máxima de
torcedores e que sejam utilizados todos os portões, de quantos
modos um torcedor poderá entrar por um portão e sair por outro,
diferente do que utilizou na entrada?
(A) 441
(C) 400
(E) 398
(B) 420
(D) 399
Questão 77
A matriz X fornece, em reais, o custo das porções de arroz (1ª
linha) carne (2ª linha) e saladas (3ª linha) utilizadas em um
restaurante.
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SIMULADÃO ENEM – 2° DIA
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
⎛ 2⎞
⎜ ⎟
x = ⎜6⎟
⎜ 4⎟
⎝ ⎠
Questão 81
A tabela a seguir mostra a população brasileira de 1940 a 1990.
A matriz Y fornece o número de porções de arroz, carne e
salada usadas na composição dos pratos P1, P2 e P3 do
restaurante, sendo o prato Pi na linha i.
Analisando as informações da tabela, podemos afirmar que:
A matriz que fornece o custo da produção, em reais, dos pratos
P1, P2 e P3 é:
(A) em 1990 a população era o triplo da população em 1950.
(B) de 1960 até 1980 a população dobrou.
(C) em 1940 a população era um terço da população em 1980.
(D) de 1960 a 1970 a população aumentou em 30 milhões de
habitantes.
(E) em 1960 a população era a metade da população em 1990.
Questão 82
As questões de Matemática de um certo simulado foram
classificadas em categorias quanto ao índice de facilidade,
como mostra o gráfico de barras a seguir.
Questão 78
Em um grupo de x + y homens, cada um mantém sempre a
mesma produtividade, e todos têm a mesma produtividade. Se x
homens fazem um trabalho em d dias, então em quantos dias x
+ y homens farão o mesmo trabalho?
Questão 79
Dois sócios lucraram com a dissolução de uma sociedade e
devem dividir o lucro de R$ 84.000,00. O sócio A empregou um
capital de R$ 9.000,00 durante um ano e três meses, enquanto
o sócio B aplicou um capital de R$ 15.000,00 durante um ano.
Qual deve ser o lucro do sócio A?
(A) R$ 24 000,00
(B) R$ 30 000,00
(C) R$ 36 000,00
(D) R$ 42 000,00
(E) R$ 48 000,00
Questão 80
Numa república hipotética, o presidente deve permanecer 4
anos em seu cargo; os senadores, 6 anos e os deputados, 3
anos. Nessa república, houve eleição para os três cargos em
2009. A próxima eleição simultânea para esses três cargos
ocorrerá, novamente, em:
(A) 2015
(B) 2018
(C) 2021
(D) 2024
(E) 2033
Se esta classificação fosse apresentada em um gráfico de
setores circulares, a cada categoria corresponderia um setor
circular. O ângulo do maior desses setores mediria:
(A) 80°
(B) 120°
(C) 157°
(D) 168°
(E) 172°
Questão 83
Em certa cidade, durante os dez primeiros dias do mês de maio
de 2010, a temperatura, em graus Celsius, foi decrescendo de
forma linear de acordo com a função T(t) = – 2t + 18, em que t é
o tempo medido em dias. Nessas condições, pode-se afirmar
que, no dia 8 de maio de 2010, a temperatura nessa cidade foi:
(A) 0°C
(C) 3°C
(E) 6°C
(B) 2°C
(D) 4°C
Questão 84
Em uma loja, o metro de um determinado tecido teve o seu
preço reduzido de R$ 5,52 para R$ 4,60. Com R$ 253,92, a
porcentagem de tecido que podemos comprar a mais é de:
(A) 20%
(B) 20,5%
(C) 21%
(D) 39%
(E) 40%
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SIMULADÃO ENEM – 2° DIA
LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS
Questão 85
Uma pirâmide, de mesma base e mesma altura que um aquário
cúbico cheio de água é mergulhada nele. Parte da água
transborda, como na figura.
Questão 88
O produto de dois números positivos, que não são primos entre
si, vale 825. Podemos concluir que o máximo divisor comum
deles é:
(A) 1
(B) 3
(C) 5
(D) 11
(E) 15
O número que expressa a relação entre a quantidade de água
final no aquário e a inicial (antes de mergulhar a pirâmide) é,
aproximadamente:
(A) 25%
(B) 33%
(C) 50%
(D) 67%
(E) 72%
Questão 86
Um reservatório tem a forma de um prisma reto cuja base é um
retângulo com medidas interiores de 30 m de comprimento por
10 m de largura. Quanto devemos acrescentar, em litros de
água, para elevar o nível em 30 cm, sabendo que 1 m3 = 1 000
litros?
2
(A) 15 · 10
(B) 25 · 102
3
(C) 45 · 10
(D) 75 · 103
3
(E) 90 · 10
Questão 89
Durante o processo de tratamento, uma peça de metal sofre
uma variação de temperatura descrita pela função:
f(t) = 2 + 4t – t2, 0 < t < 5. Em que instante t a temperatura
atinge seu valor máximo?
(A) 1
(B) 1,5
(C) 2
(D) 2,5
(E) 3
Questão 90
Em um reservatório com álcool foram despejados 150 litros de
água para que a mistura tivesse 30% de água. Qual o volume
total da mistura?
(A) 250 litros.
(B) 350 litros.
(C) 400 litros.
(D) 450 litros.
(E) 500 litros.
Questão 87
Um pequeno escritório instalado num flat do “Residence” é
formado por duas salas quadradas justapostas, conforme a
figura a seguir. A figura é uma planta simplificada.
Sabendo-se que as diagonais do retângulo ABCD medem
4 5 metros, a área total “xy” (em metros quadrados) do
escritório (despreza-se a espessura das paredes) é:
(A) 16
(C) 40
(E) 36
(B) 32
(D) 28
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