De olho no

Transcrição

De olho no
4
AN O 2 - N úmero 4
J u n ho de 2009
De olho no
trânsito
Cultura
!
Musicalização traz
benefícios para
todas as idades
Educação
!
Filosofia e sociologia
ajudam na formação
do pensamento crítico
!
s)
a
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Consc stas deve c
i
motor
6
Instituto Porto Alegre da Igreja Metodista
Conselho Superior de Administração - CONSAD
In English - Pictures
8 Entrevista
Vice-direção Acadêmica da Educação Básica
Perpétua Maria da Silva
Coordenação Pedagógica Geral do União
Lucia Machado Lopez
Assessoria Administrativa Pedagógica
da Educação Básica
Cláudia Schenato Callegari
Coordenadoria de Comunicação e Marketing
Jornalista Michele Boff da Silva Limeira
Endereços
Rua Dr. Turi, 2003
Santa Maria - RS
CEP: 97050-180
(55) 3028-7000
Rua Tiradentes, 3432
Uruguaiana - RS
CEP: 97510-500
(55) 3412-4355
Impressão - Gráfica Odisséia - 3 mil exemplares
Outras capas - Confira abaixo outras opções de
capa que foram criadas para esta edição e comente
pelo e-mail [email protected]
Filosofia e Sociologia voltam
a integrar currículo do Ensino Médio
In English - Life respect and politeness
are green-lighted in traffic education
In English - A key to open the door to critical thinking
15
Amigo para
todas as horas
Colégios Metodistas
têm nova vice-diretora
Participação da família em CPM e
AP fortalece relação com a escola
16
Entenda a importância da
preservação da fauna silvestre
14
In English - Always a friend
Foto: Tomaz Aguzzoli
Cadê o bicho
que estava aqui?
Música para
todas as idades
In English - Music for all ages
Não existem limites para quem quer
aprender a tocar um instrumento
18
In English - What happened
to the animals?
Espírito solidário
em sala de aula
Série bichos em extinção
20 19
Estudantes dos Colégios Metodistas
participam de Projeto Voluntariado
In English - Solidarity in the classroom
24
Bola na rede e
formação cidadã
Futebol ajuda a desenvolver
aptidões físicas e motoras
In English - Soccer and citizenship formation
Museus preservam histórias
de séculos passados
In English - Time travel
Artigo
utiliza papel 100% reciclado
10
Conscientização no trânsito
deve começar na infância
Viagem no túnel do tempo
A
Respeito à vida
e educação
têm sinal
verde
Portas abertas para
o pensamento
In English - Methodist Schools have new vice-director
Rua Dr. Lauro de Oliveira, 71
Porto Alegre - RS
CEP: 90420-210
(51) 3316-1200 / 3331-7720
In English - Calendar
Diza Gonzaga fala sobre o
comportamento dos(as)
jovens no trânsito
Perpétua Maria da Silva assumiu o cargo em janeiro
Conselho Editorial - Ana Paula Garcia, Áurea Beatriz
Moreira Vieira, Cláudia Callegari, Débora Heineck,
Eliza Dutra Andrade, Ilza Maria Cecon, Lola Cristina
Rodrigues, Lucia Machado Lopez, Mirsa Marli Scherer,
Perpétua Maria da Silva, Ramão Paz,
Rev. Paulo Francisco Chaves e Rejane Eltz.
Jornalista Responsável e Editora
Vanessa Mello - MTB 11.069/RS
Redação - Ana Paula Nogueira - MTB 13.659/RS
Ricardo Andrighetto - MTB 46.931/SP
Gerson Brisolara - MTB 7.966/RS
Colaboração - Luís Bustamante
Elke Bahi Pedroso
Revisão - Gloria Cristina Cunha
Tradução - Daniela Avello Simões Pires
Estagiários de Jornalismo - Gustavo Nunes
Mirna Winter
Projeto Gráfico e Diagramação - Carlos Ismael Moreira
Ilustração - Fabrício Deiques
Marketing - Denise Avancini Alves
Portal - www.metodistadosul.edu.br
Confira as atividades dos
colégios para os próximos meses
12
Direção de Unidade IMC - Acadêmico
Luciana Campos de Oliveira Dias
Pastoral Escolar e Universitária
Rev. Flávio Hasten Reiter Artigas
Agenda
In English - Interview
Direção Geral e Direção da Educação Básica
Norberto da Cunha Garin
Direção Administrativa
Márcio de Souza Campos
7
Veja fotos do início
do ano letivo de 2009
Foto: Vanessa Mello
Presidente - Wilson Roberto Zuccherato
Vice-presidente - Rosilene Gomes da Silva Rodrigues
Secretário - Rui Sergio Santos Simões
Augusto Campos de Rezende, Clóvis de Oliveira
Paradela, Eric de Oliveira Santos, Henrique de
Mesquita Barbosa Corrêa, Maria Flávia Kovalski,
Nelly Azevedo Matolla, Nelson Fer, Paulo Roberto
Lima Bruhn, Saulo de Tarso Cerqueira Baptista
Clic Mural
In English - Article
Conheça alguns animais brasileiros
que correm o risco de desaparecer
In English - Endangered species
Inverno é estação
de praticar esportes
22
Especialistas recomendam manter as
atividades físicas nos meses de frio
In English - Winter: time to practice sports
Contagem regressiva
Veja como os(as) atletas
se preparam para as
Olimpíadas Metodistas
In English - Countdown
26
no bico
27 28 Dee naolhomamadeira
30
Orientadora educacional
Sumaia Curço fala sobre
bullying no espaço virtual
Acessórios podem causar problemas
de fala, respiração e dentição
In English - Pacifiers and feeding bottles - safe usage
tempo de relembrarmos nossas origens,
um dos momentos
decisivos do metodismo. A experiência de
John Wesley no dia 24 de maio de
1738 ainda ecoa para todos os metodistas ao redor do mundo. Este é
um dos atos fundadores da Igreja
Metodista, assim como a Paixão de
Jesus Cristo, ato fundador da Fé
Cristã. A Páscoa, portanto, se reveste de um significado profundo, para
todos os cristãos, por isso,
todas as unidades da REDE
METODISTA DE
EDUCAÇÃO DO
SUL celebraram
a páscoa, realizando cultos e
outras atividades, pois como
instituições confessionais – e nossa
confissão é cristã, declaramos que
estas atividades são parte integrante
do processo educativo, pois cremos
que toda experiência de vida contém elementos que levam o ser humano a aprender e construir seu caráter, agregando valores positivos
para sua intervenção no mundo de
forma a contribuir para a vivência
em sociedade que possa ser mais
fraterna e solidária. A Pastoral deseja,
É
para toda a comunidade escolar,
que a experiência da Paixão leve a
uma experiência do coração, da
mente e do corpo de cada um e de
todos de renovação da Esperança,
da Fé e do Amor, que alicerçam
nossa caminhada na educação em
nossa terra.
It is time to recall our origins, one of the
most important moments of Methodism. John
Wesley’s experience of May 24th 1738 still reverberates in all Methodists’ hearts around
the world. This is one of the founding acts of
the Methodist Church, as well as the Passion of
Christ is a founding act of the Christian Faith.
Thus, Easter has a deep significance for all
Christians and that is why all the units of the
SOUTHERN METHODIST EDUCATIONAL NETWORK celebrate Easter by promoting rituals
and other activities. Being confessional institutions – and Christian confession is ours, we
state that these activities make part of the educational process because we believe that every life experience has elements to help human beings to learn and build up their character, by bringing positive values to their intervention in the world in a way that contributes for living in a more fraternal and solidary society. The Pastoral Care wishes that all
the school community feel the Passion in their
heart, mind and body and that they renew
their Hope, Faith and Love as basis
for our educational walk in the state.
DIREITOS HUMANOS NO
CONGRESSO INFANTIL
O Colégio Metodista Americano conquistou o segundo lugar no Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos com o projeto Congresso Infantil
Criança: Vida. O reconhecimento aconteceu no início
de dezembro de 2008, em Brasília. A escola ficou à
frente de mais de 300 instituições de ensino de todo
país e recebeu R$ 5 mil para serem investidos no
projeto.
REVISTA DE OURO
Fot
o: Carlos Ismael Moreir
a
A Revista
Trio fechou o ano
de 2008 com
chave de ouro
ao receber o 6º
Prêmio Destaque em Comunicação do
Sindicato dos
Estabelecimentos de
Ensino Privado do Rio Grande do Sul (SINEPE/RS).
Produzida pelo setor de Assessoria de Imprensa, em
parceria com a equipe pedagógica e com a Pastoral
dos Colégios Metodistas, a Revista Trio foi escolhida o
melhor veículo de comunicação impressa de 2008 na
categoria Mantenedora. O evento de premiação aconteceu no mesmo dia em que o Colégio Americano recebeu o segundo lugar no Prêmio Nacional de Educação
em Direitos Humanos, em 03 de dezembro.
Fabrício
Deiques
^
Imprudence, Disrespect, Alcohol
CONSEQUENCE
Human Rights in the
Congress for Children
Methodist Americano School won the second place
for Education in the Human Rights National Award
with the project Congress for Children: Life.
The award took place in the beginning of December
2008 in Brasilia. The school was chosen among more
than 300 teaching institutions in the whole country
and got R$ 5,000 to be invested in the project.
Golden Magazine
Trio Magazine had a wonderful end of year in 2008,
when it was awarded the 6th Outstanding Prize in
Communication of the Private Teaching Institutions
Union of Rio Grande do Sul (SINEPE/RS). Produced by
the Press Agency ,with contribution from the
pedagogical team and the Pastoral Care of Methodist
Schools, Trio Magazine was chosen the best print media
of 2008 in the Maintainer category. The Award
ceremony took place on the same day Americano
School got the second place in the National Prize for
rd
Education in Human Rights in December 3 .
D
ias atrás estava eu “zapeando” no controle da TV
quando parei num determinado canal. Sabe o que
estava aparecendo? Uma
briga entre dois animais numa reserva
africana, que se golpeavam com muita
violência. Como não gosto deste tipo de
programa, desliguei a TV e fui ao quarto,
onde minha esposa assistia a uma novela. Prestei a atenção numa cena, que chamou minha atenção: um grupo de alunos
iniciou um ataque a um outro grupo de
rapazes. De início pensei tratar-se de
uma brincadeira, mas a cena representava uma briga de fato.
Na sala, tomei o jornal, mas as imagens permaneciam fustigando minha razão: não conseguia encontrar uma justificativa. Em um canal, o embate feroz
entre dois selvagens e no outro, um embate feroz entre... desculpe, mas não
After only one year of its release, Trio Magazine was
awarded the 6th Outstanding Prize in Communication by
SINEPE/RS, which acknowledged the high reputation it has
won. This reassures the commitment of bringing the best to
its readers who, in 2009, will get to know some species of the
Brazilian fauna that are eminently disappearing. The series
“Endangered Animals” brings a list based on data provided
by the Ministry of Environment in every issue.
In this issue, Diza Gonzaga, president of Thiago de
Moraes Gonzaga Foundation, was interviewed about the behavior of Brazilian youth in the traffic and says that it is essential to promote awareness campaigns even among young
children. There is also an article with statistics that shows we
still have a long path ahead in order to achieve safe traffic.
For music lovers, Trio shows that there are no age or
limits to learn how to play a musical instrument. In the world
of sports, the magazine stands out that soccer is also a national passion among girls and the article talks about the
preparation of the athletes for the Methodist Olympic Games.
With the arrival of the winter, Trio prepared an article
with the necessary precautions to prevent catching a cold and
the flu. It also emphasizes the importance of keeping an exercising routine at this time of the year. This fourth issue also
approaches topics such as the Volunteering Project, the roles
of Philosophy and Sociology in the construction of critical
thinking, how family can participate in students’ school lives,
virtual bullying, the history kept by the institutional museums
and the new school Vice-Director.
We want to make a better magazine for you and we
count on your participation. Give your opinion and
make suggestions.
Write to: [email protected].
Enjoy your reading!
consegui encontrar palavra adequada.
Tentava encontrar explicações, entretanto, não conseguia fugir de algumas
questões: será que nosso modo de nos
relacionarmos não se distancia da maneira
como animais ferozes se relacionam? Será
que os esforços desenvolvidos pela família
e escola acabam numa batalha de rua com
consequências humanas deploráveis?
Confesso que me senti incomodado.
Entretanto, o trabalho de educação,
a esperança que o melhor ainda está para ser construído e a fé de que Deus complementa as fragilidades com a sua misericórdia, reanima e recobra o empenho
de quem, como família e como
educador(a), quer enxergar um horizonte mais largo para as novas gerações.
Um abraço,
Norberto da Cunha Garin
Diretor Geral
C
om apenas um ano de vida, a Revista Trio conquistou prestígio e reconhecimento com o 6º
Prêmio Destaque em Comunicação do SINEPE/RS. Mais uma
prova de que a Trio busca sempre o melhor para seus(suas) leitores(as), que em
2009 vão conhecer algumas espécies da
fauna brasileira que correm o sério risco
de deixarem de existir. A série Bichos em
Extinção vai trazer, a cada edição, uma
lista elaborada com base em dados do
Ministério do Ambiente.
A entrevistada desta edição é a presidente da Fundação Thiago de Moraes
Gonzaga, Diza Gonzaga, que fala sobre
o comportamento dos(as) jovens
brasileiros(as) no trânsito e garante que
a conscientização deve começar ainda
na infância. Para complementar o assunto, uma reportagem traz estatísticas que
indicam que o caminho para um trânsito
seguro e livre de acidentes é longo.
Para os(as) amantes de música, a Trio
mostra que não existe idade ou limites para aprender um instrumento. No mundo
dos esportes, a revista destaca que futebol
Some days ago, I was “zapping” between channels
when I decided to stop and watch a particular one. Do
you know what it was about ? It was a fight between two
animals from an African reserve that were violently hitting each other. I don’t like this kind of thing, so I turned
off the TV and went to the bedroom, where my wife was
watching a soap opera. A scene in which a group of students started attacking another group of boys called my
attention. In the beginning, I thought it was a joke, but
the scene was about a real fight.
In the living room, I took the newspaper, but the
scenes were still instigating my thoughts. I couldn’t find
a reason: on a channel, a brutal combat between two
wild animals and on the other, a brutal combat between…sorry, but I can’t find the appropriate word.
Although I was trying to find a reason for such violence, I couldn’t help thinking about the following questions: Are we really different from animals in our relationships? Will the efforts of the family and school end
up in a street fight with pitiful consequences?
I have to confess that I was disturbed. However, the
educational work, the hope for the best and the belief
that God complements our weaknesses with His compassion infuse new life into people like me that, as a family
member and an educator, want to see a broaden horizon
for the next generations.
A hug,
Norberto da Cunha Garin
General Director
também é paixão nacional entre as meninas e conta sobre a preparação dos(as)
atletas para as Olimpíadas Metodistas.
Com a proximidade do inverno, a
Trio preparou uma reportagem sobre os
cuidados necessários para evitar resfriados e gripes, além de mostrar que é importante manter a prática de atividades
físicas. O Projeto Voluntariado, a posse
da nova vice-diretora, o papel da Filosofia e da Sociologia na construção do
pensamento crítico, como a família pode
participar da vida escolar dos(as) estudantes, bullying virtual e as histórias
preservadas pelos museus institucionais
também são temas desta quarta edição.
Para fazer uma revista cada vez melhor e mais completa, a Trio conta com a
sua participação. Comente as matérias e
sugira temas para novas reportagens.
Escreva para o e-mail:
[email protected]
A Redação
CLIC MURAL
Foto: Ana Pa
ula Nogueir
a
Foto: Luís Bustamante
Março - Homenagem aos(às)
ex-alunos(as) do Americano
aprovados(as) no vestibular
Abril - Celebração de
Páscoa do Centenário
Pedroso
Foto: Elke Bahi
Foto: Carlos Ismael Moreira
Abril - Semana de Literatura
Monteiro Lobato no União
Abril - Bazar de Páscoa
do Americano
Foto: Ana Paula Nog
ueira
s Pontes Darde
Foto: Alda Leni Meneze
Março - Aniversário
do Centenário
6
Março - Festa de
integração das
famílias no União
AGENDA
União
Centenário
Americano
Confira os principais eventos que os Colégios
Metodistas prepararam para os próximos meses
3a5
JUNHO
- Semana do
Meio Ambiente
JULHO
- Dia Mundial do
Meio Ambiente
6 a 10
- Bio in Concert
15
JULHO
- GERBINCANA
- Feira do Livro
Mostra de Códigos e
Linguagens
JULHO
2a6
11
16
5
JUNHO
13 a 14
JULHO
- Cine Mostra
Representação Viva
da Literatura
(Ensino Médio)
AGOSTO
- Dia mundial do
Meio Ambiente
(oficinas)
17
JULHO
- Festa dos avós e
do Dia do Amigo
(Ed. Infantil e Séries
Iniciais)
11
3a8
- Semana aniversário
do União
AGOSTO
2
AGOSTO
JUNHO
10 e 11
- Gincana do
Dia do Estudante
AGOSTO
20
15
7
JUNHO
- Culto de aniversário
- Festa da Família
23 a 24
- XVIII Congresso Infantil
– Criança Vida
JULHO
13
AGOSTO
11
15
4
JULHO
- Festa Julina
14
JULHO
- Show de Talentos
- Feira do Livro
Mostra de trabalhos
Abertura com Mostra
sobre nações indígenas
de Códigos e Linguagens
e africanas
JUNHO
25 a 26
- Júri Simulado
(3os Anos do
Ensino Médio)
- Festa da Família homenagem aos pais
(dia letivo)
AGOSTO
JUNHO
- Dia do Estudante
- Interséries
- Ciclo de Palestras
pelo Dia do Estudante
JUNHO
13 a 17
- Lançamento
do Oscarito
-Curta um Conto
- GERBINCANA
- Dia Mundial do
Meio Ambiente
1a5
JULHO
- Semana Cultural
1ª Edição
- Semana do
Meio Ambiente
JUNHO
18
JUNHO
- Festa Junina interna
(Ed. Infantil à 4ª série)
JULHO
- 1ª Etapa do Intercâmbio
JUNHO
5
JUNHO
AGOSTO
- Projeto Física na
História (Ensino Médio)
8
- Solenidade
dos 139 anos
AGOSTO
10
JULHO
- Festa Julina
Centenarista
17 e 18
JUNHO
11
AGOSTO
- Apresentação das
3ª séries do Ensino
Fundamental Musical Etnias
26
AGOSTO
- ORMAT (Olimpíada
de Matemática)
3
JULHO
- Festa Julina
17 a 21
- Semana do Folclore
28
AGOSTO
- Culto
7
ENTREVISTA
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JORNALISTA VANESSA MELLO
residente da Fundação
Thiago de Moraes Gonzaga, Diza Gonzaga comanda uma verdadeira educação pela vida. Criada em
1996, a ONG desenvolve projetos voltados para crianças, jovens e até famílias de
vítimas do trânsito, com oficinas terapêuticas, atendimentos psicológicos e coral de pais. Um dos símbolos da Fundação são as Borboletas pela Vida, com pinturas que
simbolizam vítimas fatais de acidentes de trânsito. Em três anos de existência foram 250 sinalizações, solicitadas pelas famílias, só em Porto Alegre.
A grande maioria é de jovens.
Vida na
DG – Quase 78% dos acidentes têm
alcoolemia positiva. Bebida e direção
são uma dupla de morte e a tolerância
dos pais tem que ser zero. Se o filho vai
beber, não empreste o carro, leve o filho na festa, pague um táxi, mas não
permita a mistura álcool e direção.
TRIO – Os(As) estudantes dos Colégios Metodistas participam de atividades da Fundação, como o
jogo Verdade e Consequência e a blitz. Qual o papel da escola na educação do trânsito?
TRIO - A preparação para o trânsito deve começar com que idade?
Diza Gonzaga - Trânsito é educação
e deve começar desde os dois anos. É
importante que as crianças tenham
acesso às informações desde pequenas.
Além de abertas para adquirir conhecimento e assimilar as coisas, elas também são educadoras, absorvem e
corrigem os pais.
TRIO - Qual a melhor forma
de abordar os(as) jovens sobre
responsabilidades no trânsito?
DG - Com certeza o diálogo, a disciplina e os limites são a melhor maneira,
mas não é algo que se estabelece quando o jovem tem 15 ou 16 anos, e sim
algo que começa na infância. Temos
que ser francos, diretos e sem moralismos. Quando o jovem vê que não é
uma conversa fiada, que a causa é verdadeira, ele veste a camiseta.
TRIO - Como abordar a relação
festa/álcool/direção com os(as) jovens?
8
DG – A escola é fundamental e a
educação para o trânsito tem que ser
passada como educação para a vida. A
valorização da vida tem que estar permeada na matemática, na física, na história, na geografia, em todos os conteúdos para o aluno aplicar na vida prática.
A escola tem que possibilitar a disciplina
do trânsito no dia-a-dia, além das atividades como o Americano e o Centenário
fizeram com o programa Vida Urgente.
TRIO - Qual o papel dos pais e suas
atitudes na educação para o trânsito?
DG - As atitudes dos pais são definitivas. É hora dos pais terem a consciência de que mais vale o exemplo do que
mil palavras. Não adianta dizer para o
filho não beber e dirigir, se o pai para
no meio de uma viagem para almoçar e
pede uma cervejinha. Temos que nos
educar para poder dar essa educação
para nossos filhos.
TRIO - Como é o comportamento
dos motoristas e pedestres em Porto
Alegre?
DG - O Brasil é o país campeão no
mundo em acidentes de trânsito, estamos junto com a China e a Índia
no número de mortes.
O
único
Estado
que teve
uma redução nesse
verão, no
carnaval, foi o
Rio Grande do
Sul, depois da lei
seca. Somos mais
conscientes, estamos um passo à
frente por termos
esse trabalho permanente da Fundação, mas ainda assim
acontece uma série de acidentes. Entre ser consciente e agir com
consciência tem uma distância.
TRIO - A mudança maior de comportamento vem de jovens ou
adultos(as)?
DG – Os jovens têm mais consciên-
ENTREVISTA
cia e menos resistência à mudança. Temos esse tipo
de pronunciamento
quando fazemos a
ação Madrugada Viva
em bares e danceterias.
Quem finge que põe cinto de segurança ainda
são os mais velhos e não os jovens.
TRIO - É possível mudar esse pensamento?
DG - Sim, mas precisamos de uma
fiscalização eficiente e de uma punição
exemplar. A impunidade gera a sensação de que lei não pega. É hora das autoridades fazerem sua parte. Para corrigir o que falta no trânsito é preciso
educação.
TRIO - Quais as
estatísticas de acidentes nos últimos
anos?
DG - Quando
iniciamos esse
trabalho, em
1996, a média era
de sete mortes no
trânsito, de jovens
entre
14 e 26 anos, por final de semana. Essa
média hoje baixou para dois. Eu ainda
acho isso um absurdo. São tão poucos
os jovens que morrem de doença que
nem aparecem nas estatísticas médicas,
eles morrem de causas externas e a
principal, no Estado, é o trânsito.
TRIO - Além da faixa etária, que
outras características compõem o
perfil de jovens que perdem a vida
no trânsito?
DG - O perfil é de jovens do sexo
masculino. As meninas morrem na carona, e isso é cultural. O rapaz pode estar com amigos e não ter coragem de
dizer para ir mais devagar para não
pensarem que é medroso. A cultura para menina é outra, é até bonitinho dizer
que está com medo. É um comportamento cultural e é estimulado pela sociedade.
TRIO - Qual o recado que a Fundação Thiago de Moraes Gonzaga
deixa para os(as) leitores(as)
da Trio?
Foto: Carlos Ismael Moreira
preferencial
Car accidents are one of the main death
causes among teenagers in Brazil. When Thiago
de Moraes Gonzaga Foundation started promoting traffic danger awareness campaigns in 1996,
an average of seven teenagers between 14 and 16
years old died in Porto Alegre every weekend. The
number is reduced to 2 now. According to Diza
Gonzaga, president of the NGO, there is still a lot
of work to be done in order to change teenagers’
behavior. Rio Grande do Sul was the only state
that had a decrease in the number of deaths related to traffic accidents during Carnival time, in
the summer of 2009. “We are more conscious, we
are a step ahead due to the permanent work of
our foundation, however, we still have a number
of accidents. There is a difference between being
conscious and acting consciously”, she explains.
Diza emphasizes that the preparation for
the traffic must begin in the childhood and it
should be always followed by dialogue, discipline and limits. “ Traffic is education and this
must start since children are two years old. It is
important that they have access to information
since they are very young”, she says.
About the parents’ role, she points out that
their attitudes are crucially important and a
good example is worth a thousand words. When
she talks about the importance of school in the
awareness process, Diza stands out that the valorization of life must be permeated in all
contexts so that the student can apply it
to their practical life.
DG - Aos pais, que o exemplo vale
mais do que mil palavras. E aos jovens,
lembrem que tem muita festa, muita
alegria e é preciso estar vivo. Infelizmente, os jovens morrem na volta de
festa, quando mais querem viver. Amigo
de verdade não deixa amigo dirigir depois de beber, não deixa amigo aceitar
provocação em saída de festa. Vamos
cuidar da vida que é nosso bem maior.
Conheça mais sobre o trabalho da
Fundação e suas premiações no site
www.vidaurgente.org.br.
COMPORTAMENTO
e
v
id
a
educação
Respeito
têm sinal verde
à
FORMAÇÃO DE MOTORISTAS CONSCIENTES DEVE
COMEÇAR NOS PRIMEIROS ANOS DE ESCOLA
JORNALISTA GERSON BRISOLARA
N
o Brasil, a violência no
trânsito vitima 34 mil
pessoas por ano. Os
custos anuais de acidentes nas vias públicas e
rodovias, estimados pela Associação
Nacional de Transportes Públicos (ANTP), são de R$ 28 bilhões. As estatísticas ainda mostram que 100 mil pessoas ficam com deficiências temporárias
ou permanentes e 400 mil são feridas.
A solução para a melhoria deste
quadro vai além da conscientização
de condutores(as) de veículos e de
pedestres sobre suas atitudes e passa
pela educação dos(as) futuros(as)
motoristas ainda no Ensino Fundamental. A escola desempenha um papel importante na formação de
cidadãos(ãs) mais responsáveis, o que
reflete também no comportamento
dos pais. “As crianças têm uma facilidade muito grande de aprendizagem
e cobram quando adultos têm atitudes incorretas no volante, como não
usar o cinto ou passar o sinal vermelho”, afirma o deputado estadual
Paulo Azeredo (PDT), autor do projeto que instituiu, em 2000, o Dia Zero
Acidente (21 de agosto) e o Dia do
Pedestre (8 de agosto).
Foto: Carlos Ismael Moreira
10
O trabalho da escola pode ser determinante para diminuir a mortalidade
no trânsito do Brasil, ao abordar a gravidade do problema, informar sobre as
leis e reforçar valores e princípios de
convivência cidadã. “Fazemos ações
conjuntas com instituições, como o
Comando Rodoviário da Brigada Militar”, explica a professora Rejane Cavalheiro, coordenadora pedagógica da
Educação Infantil e Séries Iniciais do
Ensino Fundamental do Colégio Metodista Centenário.
Desde 2005, a instituição abre as
portas para o projeto Escolinha de
Trânsito da Brigada Militar. Com uma
pista montada no pátio, as crianças experimentam a situação de motoristas,
conduzem carrinhos e bicicletas e submetem-se às regras do Código de
Trânsito Brasileiro, obedecem às placas
de sinalização, aos limites de velocidade e respeitam os(as) pedestres.
Valores como respeito à vida, paciência e prudência integram diferentes
disciplinas dos Colégios Metodistas como Ensino Religioso, Filosofia, Língua
Portuguesa, Matemática e até Música.
“O trânsito é um espaço de convivência social e a conscientização deve
atingir desde as crianças do Ensino Básico”, assegura César Camargo, professor do Centenário que trabalha com
o tema em sala de aula.
O assunto está presente em trabalhos pedagógicos do Colégio Metodista Americano, como a Semana de
Qualidade de Vida. Criado para resgatar o conceito de vida saudável e
orientar a respeito de questões como
hábitos alimentares, prevenção ao uso
de drogas e sexualidade na adolescência, em 2007 o evento teve como destaque “Responsabilidade no Trânsito”,
com a participação de representantes
do grupo Vida Urgente e da Brigada
Militar. No ano seguinte, durante a 3ª
edição, o Americano participou da
ação Escola Urgente, que reuniu 30
instituições de ensino de Porto Alegre e
de 20 cidades gaúchas.
TRISTES ESTATÍSTICAS
Acidentes de trânsito são a principal
causa mundial de morte de jovens entre 10 e 24 anos, conforme o relatório
Youth and Road Safety, da Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo o site do Ministério dos Transportes,
o Brasil está entre os países que mais
registram ocorrências no mundo.
No Rio Grande do Sul, de acordo
com dados do Detran, o número de vitimas fatais do sexo masculino, entre
18 e 24 anos, em 2007 foi de 266 con-
COMPORTAMENTO
tra 327 em 2008, um aumento de
23%. Entre as mulheres da mesma faixa etária, ocorreram 74 óbitos em
2007, e 98 no ano seguinte, uma elevação de 32%. Entre meninas de 12 e
17 anos vitimadas no trânsito, foram
registradas 28 mortes em 2007 e 41
em 2008, 46% a mais. Entre os meninos de mesma idade, 42 perderam a
vida em 2007 e 68 em 2008, um crescimento de 62%.
Chamar atenção sobre a gravidade
desses números no Brasil é uma forma
de mudar o comportamento das pessoas e de evitar acidentes. Segundo a coordenadora da Assessoria de Educação
para o Trânsito do Detran-RS, Ana Maria Bernardes, conscientizar é a melhor
solução para a diminuição de vítimas
nas vias públicas. “O comportamento
de risco gera muita adrenalina, principalmente nos jovens. Isso decorre muitas vezes da ausência de atitudes éticas
e de se estabelecer limites”, destaca.
In Brazil, traffic violence kills 34,000 people
a year. The costs of accidents in public railroads
and highways reach R$28 billions a year, estimative of the National Public Transportation Association (ANTP). Statistics also show that 100,000
people are temporarily or permanently handicapped and 400,000 are injured.
In addition to awareness campaigns for drivers and pedestrians’ attitudes, it is necessary to
educate future drivers in Elementary School,
which plays an important part in the formation of
responsible citizens. “ We promote actions along
other institutions like the Highway System Command of Military Police”, explains Rejane Cavalheiro, pedagogical coordinator of Kindergarten
and First Elementary Grades of Centenário Methodist School.
Since 2005, the institution opens its doors for
the project of the Military Police called Kids Traffic
School. In a racecourse set in the backyard, children drive small cars and ride bicycles under the
Brazilian Traffic Code rules and they have to respect traffic signs, speed limits and pedestrians.
The topic is present in pedagogical activities
of Americano Methodist School like the Life Quality Week. The event was created to give information about subjects such as eating habits, drug
abuse and teenage sexuality, and the main topic
in 2007 was “Responsibility in Traffic”, with the
Miliparticipation of Vida Urgente group and the
rd
n
editio
3
the
g
durin
tary Policy. In the next year,
Escola
the
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partic
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of the event, Amer
Urgente action program that included 30 educational institutions of Porto Alegre and
20 cities of Rio Grande do Sul.
Foto: Ana Paula Nogueira
tenário
Estudantes do Colégio Cen
ha
olin
“Esc
participam de projeto
tar
Mili
de Trânsito”, da Brigada
Cinto de segurança é obrigatório para todos(as), inclusive no banco traseiro;
se beber não dirija, pegue carona com um(a) amigo(a) que não beba. Dirigir sob o efeito
de álcool ou drogas é crime;
respeite o limite de velocidade. Não corra para não matar e não morrer;
não faça uso do celular quando estiver na direção;
com crianças no veículo, redobre a atenção;
não passe a direção para menores de idade, nem para pessoas sem habilitação;
respeite as sinalizações. O pedestre também merece respeito;
trate o(a) motorista ao lado como um(a) semelhante, não como adversário(a) de corrida;
preste muita atenção na conservação do seu veículo;
informe as autoridades quando uma via não estiver em bom estado de conservação;
RESPEITE A VIDA!
Fonte: Detran/RS
11
EDUCAÇÃO
JORNALISTA GERSON BRISOLARA
ornecer elementos que
auxiliem crianças e jovens nas reflexões durante o processo de formação de suas personalidades e desenvolver um pensamento
crítico são algumas das funções da Sociologia e da Filosofia. Banidas pela ditadura militar dos currículos escolares
em 1971, as disciplinas foram substituídas por Educação Moral e Cívica (Ensino Fundamental), Organização Social
e Política Brasileira (Ensino Médio) e
Estudos dos Problemas Brasileiros (Ensino Superior). Essas três matérias tinham uma ênfase mais vinculada ao
regime no poder.
Com a entrada em vigor da Lei
11.684, aprovada em 2 de junho de
2008, Filosofia e Sociologia retornam
ao currículo do Ensino Médio depois
de quase 40 anos. No Rio Grande do
Sul, a inclusão obrigatória se deu através do parecer nº 322/2007 do Conselho Estadual de Educação, no início
do ano letivo de 2008. “As instituições
metodistas de ensino no Estado, antes
mesmo da definição legal, já tinham
adotado esses componentes curriculares”, ressalta a professora Antonieta
Mariante, da Coordenadoria de Avaliação Institucional da Rede Metodista
de Educação do Sul.
No Colégio Metodista Americano,
desde 1999 a Filosofia integra o currículo do Ensino Médio em, pelo menos,
dois dos três anos que o compõem,
além de ser estudada da 4ª a 8ª série
do Ensino Fundamental desde 2005.
Em 2003, a Sociologia passou a integrar essa etapa da Educação Básica.
Ética, moral, política, teoria do conhecimento, razão e pensamentos filosóficos são alguns dos conteúdos
ministrados. O professor Tiago Ingrassia leciona Sociologia e Filosofia no
Americano e considera que a importância das disciplinas está em levar jovens e crianças a serem
questionadores(as) da realidade que os(as) cerca.
“Com o ensino destas
duas matérias adaptamos a escola para
o século 21. Quere-
F
12
Portas abertas
APÓS QUASE 40 ANOS DE AUSÊNCIA,
FILOSOFIA E SOCIOLOGIA SÃO INCORPORADAS
AO CURRÍCULO DO ENSINO MÉDIO
mos estudantes conscientes, com autonomia intelectual, queremos tirálos(as) do imobilismo”, afirma.
Em Uruguaiana, os(as) alunos(as)
da 4ª série do Ensino Fundamental
ao 2º ano do Ensino Médio do Colégio Metodista União aprendem
Filosofia desde 2004. A partir de 2009 a disciplina
integra também o currículo do 3º ano. Já a
Sociologia é desenvol-
vida nos três níveis do Médio. A professora Mônica Bartz acredita que o
ensino destas disciplinas mais reflexivas favorece o aprendizado. “Notamos que a maioria passou a ter um
raciocínio mais rápido. São jovens
que querem saber mais, são
instigados(as) a argumentarem e questionarem os(as)
professores(as)”, garante.
Estudantes da 4ª série do
Ensino Fundamental ao 1º
EDUCAÇÃO
para
o
pensamento
Foto: Carlos Ismael Moreira
gia oferecem aos(às) estudantes da
Educação Básica a possibilidade de desenvolverem um pensamento crítico
sobre si mesmos(as), sobre os(as)
outros(as) e sobre a sociedade em que
vivem. “É claro que não podem reproduzir apenas um conjunto de conteúdos referentes aos aspectos históricos,
que falem de seus principais pensadores. Essas disciplinas precisam se organizar de forma dinâmica, ativa, em
que os(as) alunos(as) sejam
encorajados(as) a pensar autonomamente, a desenvolver suas próprias
experiências de pensamento, exercitando-o diante de situações concretas
e reais”, enfatiza.
FORMAÇÃO NACIONAL
ano do Ensino Médio do Colégio Metodista Centenário têm aula de Filosofia desde 2006. A disciplina foi ampliada para as turmas de 2º ano em 2008,
quando a Sociologia entrou na grade
curricular do 1º ano. Atualmente, as
matérias são ministradas nos
três níveis.
Segundo Antonieta , juntas com as
demais matérias,
Filosofia e Sociolo-
No Brasil, há carência de
professores(as) de Filosofia para o Ensino Médio, mas o problema não é isolado. De acordo com o Ministério da
Educação (MEC), também faltam
educadores(as) para disciplinas como
Física, Química, Matemática, Biologia,
Português e Artes. Cerca de 350 mil
docentes em exercício não possuem
formação em nível de graduação e
aproximadamente 300 mil atuam em
área diferente daquela em que se graduaram.
A legislação para o Rio Grande do
Sul prevê que os(as) docentes de Filosofia e Sociologia devam ter cursado,
respectivamente, Licenciatura em Filosofia e em Sociologia ou Ciências Sociais. No entanto, a lei admite que até
2012 possam exercer a docência
outros(as) profissionais, como os(as)
licenciados(as) ou bacharelados(as)
em História e Pedagogia. Nos Colégios
Metodistas, os(as) professores(as) são
habilitados(as) em Filosofia ou
Ciências Sociais.
Quando se promulgou
a lei 11.684 não houve
pesquisa sobre a oferta
de professores(as) exis-
Sociology and Philosophy were banished
from school curricula in 1971, but they were
back to High School curriculum after the apnd
proval of the Law # 11,684 in June 2 2008.
In Americano Methodist School, Philosophy
has been part of High School curriculum–of
at least two of its three years – since 1999. It
has also been studied from the 5th to the 8th
grade of Elementary School since 2005 and, it
has started to be taught in the 4th grade this
year. In 2003, Sociology became part of this
phase of Basic Education. In Uruguaiana, students from the 4th grade of Elementary School
up to the 2nd year of High School have learnt
Philosophy since 2004. In 2009, it started integrating the 3rd year curriculum of High
School too. On the other hand, Sociology has
been taught in the three years of High School.
th
In Centenário, students from the 4 grade of
Elementary School up to the 1st year of High
School have had Philosophy classes since 2006.
nd
The subject was extended to the 2 year in
1st year curthe
entered
2008, when Sociology
riculum. Nowadays, the subjects are taught in
the three levels.
Ethics, moral, politics, theory of knowledge, rationality and philosophical thinking
are part of the content. Along the other subjects, Philosophy and Sociology offer students
of Basic Education the possibility of developing
critical thinking about themselves and the
others, and about the society they live in.
tentes na área. “Até recentemente
poucos(as) queriam seguir este ramo
do professorado, que nem existia na
maioria das faculdades, justamente
pela baixa oferta de trabalho”, deduz
a professora Mônica Bartz. “Isso não
quer dizer que não tenhamos
professores(as) preparados ou com
vontade de fazer um bom trabalho”,
conclui. A inclusão dessas disciplinas
no currículo do Ensino
Médio tem estimulado
a criação de novos
cursos de licenciatura para atender a
demanda.
13
EDUCAÇÃO
Amigo
para
as
todas
horas
CPM E AP
FORTALECEM RELAÇÃO
ENTRE ESTUDANTES, FAMÍLIA
E COLÉGIOS METODISTAS
Foto: Carlos Ismael Moreira
JORNALISTA VANESSA MELLO
ESTAGIÁRIO GUSTAVO NUNES
P
ublicar um livro quando a
criança aprende a ler e a
escrever, ajudar a organizar o encerramento da
Educação Básica e intermediar os interesses de pais e alunos(as)
são tarefas de amigo. Os(As) estudantes
dos Colégios Metodistas Americano,
União e Centenário têm, desde a Educação Infantil, esse parceiro com a Associação de Pais e o Círculo de Pais e Mães.
Para fortalecer a relação entre responsáveis, estudantes e escola são realizadas atividades de integração em
Porto Alegre, Santa Maria e Uruguaiana. Um exemplo é a tradicional Festa
da Família, nos meses de maio e agosto. “A família é parte integrante no processo educativo e valorizamos sua presença efetiva em todos os eventos e setores”, destaca o pastor Paulo Francisco
Chaves, da Pastoral Escolar e Universitária do Americano.
Amigo de plantão, o Círculo de Pais
e Mães do Americano incentiva a literatura e possibilita aos(às) alunos(as) do
1º ano do Ensino Fundamental produzirem e publicarem seu primeiro livro de
histórias, criadas durante o ano letivo.
A obra já está na 21ª edição e conta
com o apoio financeiro do CPM desde
sua criação há seis anos. Outro momento importante da vida estudantil
que recebe incentivo do Círculo são as
solenidades de encerramento do Ensino
Fundamental e Médio. “Participar do
CPM significa colaborar com a escola
na educação de nossos filhos”, afirma o
presidente Cesar Augusto Klever.
Compra de materiais esportivos, atividades de lazer e cultura, como bazar
de Páscoa e de Natal, além da feira de livros usados são outros pontos de atuação do CPM nos Colégios Metodistas.
“Não hesito em falar que o Círculo é a
voz ativa, é o representante eleito democraticamente pela comunidade escolar,
que debate os anseios, as reivindicações
e intercede diante de situações complexas que merecem ampla discussão”, explica Flávio Augusto Pedroso, participan-
14
te ativo do CPM do União e pai do aluno do 1º ano do Ensino Fundamental,
Flavio Germano Bahi Santana Pedroso.
O presidente do Círculo do União,
Avelino Meyer, ressalta o papel de integrar e envolver toda a comunidade escolar na formação dos(as) estudantes.
“Não se pode dissociar a família do
processo educativo. Os pais têm que
estar presente na vida dos filhos e o veículo adequado para esta participação é
o CPM”, assegura.
No Colégio Centenário, os(as)
alunos(as) contam com a Associação de
Pais como amigo e agente fiscalizador.
“O Grêmio Estudantil e a AP se ajudam, como na Feira de Livros Usados,
quando estipulamos os preços dos livros para melhor acessibilidade dos(as)
estudantes e pais”, conta Luíza Borges,
presidente da agremiação e aluna do 3º
ano do Ensino Médio.
Os trabalhos desenvolvidos em Santa Maria visam ao reconhecimento das
famílias como uma parceira nas reivindicações e representação de forma fiel
diante da escola. “É incontestável a importância da existência de uma AP forte e coesa na educação dos alunos pela
possibilidade de conciliar, de forma democrática, os interesses dos pais com
os objetivos pedagógicos e éticos do
colégio”, conclui o presidente José Antonio Piasentin.
Bazar de Páscoa é um
dos eventos organizados
pelos CPMs e AP
Students of Americano, União and Centenário Methodist Schools can count on a
great friend since they are in Primary School:
the Parents Association and the Circle of Parents. In order to strengthen this relation, a
number of activities to promote integration
are carried out, such as the traditional Family Party in May and August.
The Circle of Parents of Americano
School encourages the contact with literature
and allows Elementary 1st grade students to
publish their first storybook, whose stories
are created during the school year. Another
important moment promoted by the Circle is
the graduation ceremony of Elementary and
High School. At Centenário, the Parents Association wants to be recognized as an important partner in the demands of the school
and as a faithful representation before it.
Purchase of ports goods , leisure and cultural activities like the Easter and Christmas
Jumble-Sales and the Second-hand Book Fair
are other areas in which the Circle of Parents
(CPM) can participate in Methodist Schools.
Velino Meyer, President of União Circle of Parents, stands out the role of integrating and involving the whole school community in the students’ formation. “It is impossible to dissociate
the family from the educational process. Parents must be present in the life of their children and the adequate means for this
participation is the CPM”, he says.
EDUCAÇÃO
Foto: Ricardo Andrighetto
Colégios Metodistas
têm
nova
vice-diretora
PERPÉTUA MARIA DA SILVA ASSUMIU O CARGO EM JANEIRO DE 2009
JORNALISTA RICARDO ANDRIGHETTO
Some objectives of the new vice-director of Americano, Centenário and União
Methodist Schools Perpétua Maria da Silva
are taking the High School students to the
best universities and working with citizenship, ethical and moral values in character
formation since Elementary School. “ I face
this new step as a challenge and I am prepared for it because of my 17 years of work
in other Methodist schools”, she says.
Before taking over the vice-direction in
January 2009, Perpétua was in charge of Distant Learning in the Methodist University
Center of IPA.
New projects of Methodist Schools aim at
keeping the excellence in formation of teachers,
students, technical support and co-workers. “
We want a school that meets the needs and expectations of the contemporary world. We try
to form people for life in an ethical and
competent way” Perpétua emphasizes.
L
evar os(as) alunos(as) do
Ensino Médio às melhores universidades e trabalhar, desde o Ensino
Fundamental, a formação de indivíduos com valores de cidadania, ética e moral. Esses são alguns
dos objetivos da nova vice-diretora dos
Colégios Metodistas Americano, Centenário e União, Perpétua Maria da Silva.
No cargo desde janeiro de 2009,
Perpétua é graduada em Pedagogia
com habilitação em Administração Escolar, Supervisão de Ensino, Orientação
Educacional e Deficiência Visual, e mestre em Distúrbios do Desenvolvimento.
“Encaro essa nova etapa como um desafio e estou preparada pela experiência que possuo por ter trabalhado em
outros Colégios Metodistas”, comenta.
Durante 17 anos, ela trabalhou no Colégio Metodista de Ribeirão Preto, onde
atuou como diretora.
Antes de assumir a vice-direção da
Educação Básica da Rede Metodista de
Educação do Sul, Perpétua esteve à
frente do Ensino a Distância (EAD) do
Centro Universitário Metodista, do IPA.
“Os(As) alunos(as) de hoje nasceram
ambientados(as) com o mundo virtual e
com isso espero aplicar cada vez mais o
ensino a distância como apoio extraclasse aos(às) estudantes”, explica.
Os novos projetos das escolas visam
à continuidade na excelência em formação de docentes, estudantes, equipe
técnica e colaboradores(as). “Queremos uma instituição que atenda às necessidades e expectativas do mundo
contemporâneo. Buscamos formar pessoas para a vida de uma forma competente e ética”, enfatiza Perpétua.
CULTURA
Música
JORNALISTA VANESSA MELLO
ESTAGIÁRIO GUSTAVO NUNES
afaela Schüler, oito
anos, faz aulas de violão, guitarra e flauta.
Paola Vieira, 16 anos,
estuda cavaquinho. Patrícia Zanella, 34 anos, é baterista. Regina Ferreiro, 60 anos, é integrante do
Coral da Universidade do Adulto
Maior e colega de Luiz Iglesias, 87
anos, que toca violino e piano. A musicalização incentiva a expressão artística, desenvolve o senso rítmico, a
sensibilidade, a afinação e beneficia
pessoas de todas as idades.
Nos Colégios Metodistas Americano, Centenário e União a música tem
um papel especial. Em Santa Maria,
os(as) alunos(as) do nível dois da Educação Infantil à 4ª série do Ensino Fundamental criam instrumentos com materiais recicláveis como latas, caixas e
palitos de madeira. As atividades fortalecem o aparelho locomotor, a memória
e a interação social, como nas aulas de
canto. “A criança percebe os sons antes
desconhecidos e passa a trabalhar o ritmo e o lúdico”, afirma Rejane Cavalheiro, coordenadora pedagógica da
Educação Infantil e Anos/Séries Iniciais
do Centenário.
Aluna da 2ª série do Tempo Integral
do Ensino Fundamental do Colégio
Americano, Rafaela Schüler estuda violão, guitarra e flauta há um ano, e já
percebe avanços. “Aprendi as notas Sol,
Lá e Si do violão, mas tenho mais memória com as aulas de flauta”, conta.
“É um ótimo incentivo. Ela tem ritmo e
as aulas a deixam mais tranquila”, completa o pai, Alexandre Sartori.
Para ajudar os(as) estudantes a encontrarem a opção mais adequada, o
Americano realiza uma espécie de rodízio, como explica a professora Márcia
Amant Gabiatti. “Os(As) alunos(as) experimentam todos os instrumentos e
escolhem um para tocar durante o ano
letivo”, esclarece. Além das aulas, a escola trabalha a musicalidade em diferentes eventos, como no Musical Et-
R
16
para
todas
as
idades
Fotos: Carlos Ismael Moreira
AUTOESTIMA, ORGANIZAÇÃO E SENSIBILIDADE
SÃO ALGUNS DOS BENEFÍCIOS DE QUEM
CANTA OU TOCA UM INSTRUMENTO
nias, voltado para as crianças da 3ª série do Ensino Fundamental. A apresentação aborda a cultura e a tradição dos
povos que constituem Porto Alegre.
Os(As) jovens também se beneficiam ao unirem às notas musicais diferentes idiomas e disciplinas estudadas
em aula. Promovido pelo Grêmio Estudantil Rui Barbosa (GERB), o Bio In
Concert é um dos destaques da progra-
mação anual do Americano, quando
alunos(as) da 8ª série do Ensino Fundamental ao Ensino Médio misturam ritmo com Biologia, Matemática, Física e
Química.
Para Fernando Pereira, coordenador
da Escola de Música Maestro Léo Schneider, do Americano, os resultados positivos refletem na postura dos(as) adolescentes. “Eles(as) evoluem nas ques-
CULTURA
tões comportamentais. Ficam mais
desinibidos(as) com as apresentações
em público, o que melhora a organização do estudo e a exposição de trabalhos em sala de aula”, comenta.
Paola Rafaela Cabreira Vieira, estudante do 3º ano do Ensino Médio do
Colégio União, toca cavaquinho há cinco meses, criou um grupo de pagode
com mais três amigos e se apresenta
nos saraus literários da escola. “Muitos
pais vêm nos assistir, o que é bom, pois
temos um comprometimento e uma
responsabilidade”, assegura.
A música também está presente na
vida dos(as) professores(as), como
os(as) integrantes da banda Recuperação Terapêutica. Criada em 2003 para a
abertura do Bio in Concert, a RT embala diversos eventos como solenidades
de encerramento e Seminários Pedagógicos. Para a professora de português
do Americano e atual baterista do grupo, Patrícia Zanella, a experiência mudou sua percepção de mundo. “É uma
das melhores coisas que já fiz. Aprendi
a ouvir com outros ouvidos e desenvolvi um outro olhar”, destaca.
O papel da música no comportamento das pessoas pode ir ainda mais
longe. Um exemplo é o Coro da Uni-
versidade do Adulto Maior, no Colégio
Metodista União. O grupo já se apresentou no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Uruguaiana (Senac), na Feira do Livro do município e
em eventos do colégio como Festa da
Terceira Idade e saraus.
Luiz Iglesias tem contato com a música desde os 12 anos, mas só há um
começou a cantar na UAM. “A professora Cecília Lopez me convidou para
participar, aceitei e acho as aulas o máximo”, conta. Regina Ferreiro integra o
Coro desde 2005 e ressalta o fator terápico da atividade. “É uma forma de
levantar a nossa autoestima e a gente
se surpreende com os resultados, além
disso, não há cobrança, fazemos por lazer”, elogia.
Na Escola para Adultos do Centenário, o grupo Adultos Encanto, formado
por pessoas acima de 45 anos, vai além
dos muros da escola e se apresenta em
eventos e instituições locais como na
Creche Municipal e na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). “A musicalização permite uma inserção através
do ritmo e do lúdico voltada para o
pensamento, com compreensões de
mundo, para interagir em outros momentos”, finaliza Rejane.
Music plays an important part in Methodist
Schools. In Centenário, Elementary school students from 2nd to 4th grade make instruments
with recycled materials such as cans, boxes and
wood sticks. The activities help strengthening
the locomotor system, memory and social interaction like in the singing classes.
In order to find the most appropriate option, Americano offers a kind of trial circuit,
where students test all the instruments and
choose one to play during the school year. The
results of this musical contact reflect upon the
teenagers’ attitudes as they become more comfortable in public events and more organized
concerning their studies and work presentations
in the classroom.
The role of music in people’s behavior may
be even broader. A good example is the Senior
University Choir of the União Unit of Methodist
University Center of IPA. The group has already
performed in the National Service of Business
Learning in Uruguaiana (Senac), in the city
Book Fair and in events of União School like the
Seniors’ Party and literature
performances.
A Escola de Música Maestro Léo
Schneider tem aulas de bateria,
percussão, violão, guitarra,
contrabaixo, piano, teclado e técnica
vocal. Aberta à comunidade, fica no
Prédio F do Colégio Americano (Rua
Dr. Lauro de Oliveira, 71). O horário
de funcionamento é de segunda à
sexta-feira, das 9h às 12, das 13h às
17h e das 18h às 23h. O telefone da
Escola é (51) 3316.1174.
17
MEIO AMBIENTE
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UM DOS MAIS GRAVES PROBLEMAS AMBIENTAIS, A AMEAÇA DE EXTINÇÃO DE ESPÉCIES É TEMA DE DISCUSSÃO NAS ESCOLAS
Fotos: Tomaz Aguzzoli
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORADOR LUÍS BUSTAMANTE
nspirada no som de um
macaco que pode ser reproduzido pela gaita,
São Francisco de Paula,
na serra gaúcha, realiza
o festival de música regionalista Ronco
do Bugio desde 1989. A finalidade é
alertar para a possível extinção do bugio-ruivo e do bugio-preto, que habitam as matas do Rio Grande do Sul e
correm o risco de desaparecer.
Esse não é um problema só dos macacos. Observações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) mostram
que todos os animais silvestres estão
em vias de extinção. Alguns já não existem mais, como a arara-azul e a araramaracanã, que eram vistas aos bandos
pelas cercanias das cidades poucos anos
atrás. Outros, como o falcão-do-peitovermelho e o gavião-real se encaminham para seus últimos vôos, pois fazem parte de uma lista elaborada pelo
instituto com 261 espécies ameaçadas,
das quais 128 são aves e pássaros.
Nessa perspectiva também se enquadram diversos mamíferos, como o
veado-campeiro, o lobo-guará, o tamanduá-bandeira, a anta e a onça-pintada. Estima-se que restam cerca de
seis espécimes do cervo-do-pantanal, e
só na Bacia do rio Gravataí. Já a onçapintada conserva apenas três ou quatro
animais no Parque do Turvo, noroeste
do Estado. Como tantos outros, a jaguatirica, a rolinha e o jacaré-do-papoamarelo estão prestes a integrar a lista
de 450 espécies desaparecidas nas últimas quatro décadas.
I
ENTRE A EXTINÇÃO E A SOBREVIVÊNCIA
A bióloga pesquisadora da Fundação Zoobotânica, doutora Márcia Jardim, avisa que o extermínio de animais
pode causar desequilíbrio no meio
ambiente.“Se não é convincente o direito básico de sobrevivência de qualquer animal, mesmo selvagem, é preci-
18
so entender que eles desempenham
funções essenciais. Peixes nos açudes
consomem ovos de mosquitos e evitam
que os insetos proliferem desordenadamente. Já o bugio-ruivo é suscetível à
febre amarela e funciona como alarme
em caso de surto da doença”, ensina.
Como responsáveis pela extinção
das espécies, o coordenador do Núcleo
de Fauna do Ibama, Mário Fischer,
aponta a caça indiscriminada, o tráfico
de animais silvestres, o desmatamento
e o avanço imobiliário sobre áreas de
biodiversidade, como morros, matas e
banhados. “Os bichos ficam sem seu
habitat, deixam de reproduzir e morrem, muitas vezes atropelados em estradas ou acuados por cães domésticos”, adverte.
Apesar do sumiço de várias espécies,
há a resistência de outras tantas, como
o bugio-ruivo, que colabora para a qualidade de vida do ser humano e que ganhou atenção do Programa Macacos
Urbanos. Desenvolvido pela organização não-governamental Instituto Gaúcho de Estudos Ambientais (Inga) e promovido pelo Departamento de Zoologia
da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (Ufrgs), o programa promove a
MEIO AMBIENTE
educação ambiental junto às
comunidades próximas aos locais de
ocorrência do primata.
Entre as ações estão
palestras audiovisuais,
cursos em escolas e associações comunitárias,
caminhadas ecológicas e
exposições de materiais didáticos. “É preciso lembrar da fauna
local, pois é da noção local que surge a
conscientização global”, garante Fischer.
A PARTE QUE CABE ÀS ESCOLAS
Um ponto positivo à causa dos animais
ameaçados de extinção é a inclusão do
tema nos currículos escolares com atividades relacionadas ao meio ambiente e
à preservação da fauna. Nos Colégios
Metodistas são realizadas ações como a
Semana do Meio Ambiente que envolve alunos(as), familiares e comunidades.
Uma das iniciativas do Colégio
Americano é aproximar os(as) estudantes do projeto “Navegação ecológica:
redescobrindo o Rio dos Sinos”, do Instituto Martim Pescador, em São Leopol-
do. O programa trabalha o uso racional
e a conservação dos recursos hídricos.
“Ninguém preserva o que não ama e
ninguém ama o que não conhece. A
percepção dos problemas ambientais
provoca a reflexão sobre o risco de desaparecimento de animais”, diz a professora Simone Yamasaki, responsável
pela participação da escola.
No Colégio União é desenvolvido o
projeto “Meu Bichinho” com as turmas
do Ensino Fundamental. Ainda que relacionado a animais de estimação, a atividade destaca as espécies em extinção.
“Os(As) alunos(as) fazem pesquisas na
escola, em casa com a família e elaboram materiais que alertam para a necessidade de preservação de animais
silvestres”, informa a professora do 1º
ano, Ana Cristina Duarte Beltran.
Questões e problemas do meio ambiente, em que não ficam de fora os
animais ameaçados de extinção, são
compartilhados com os(as) estudantes
do Colégio Centenário. “É o momento
de gerar adultos responsáveis por tudo
que os cerca”, avalia Rejane Cavalheiro, coordenadora pedagógica da Educação Infantil e Séries Iniciais do Ensino
Fundamental.
The Brazilian Institute of Environment and
Natural Renewable Resources (Ibama) warns
that all wild animals are endangered. Dr.Márcia
Jardim, biologist and researcher of Zoo Botanical Foundation, points out that the extinction of
animals may damage the environment balance.
“ Fish eat mosquitoes’ eggs in small lakes and
prevent the disorganized proliferation of insects.
The Brown Howler Monkey may be attacked by
yellow fever and it can be helpful as an alert in
case of an outbreak of epidemics”, she says.
The inclusion of the subject in school curricula, with activities related to the preservation
of fauna, is a positive aspect to the cause of endangered animals. Methodist Schools promote
events like the Environment Week, which involves students, their relatives and communities. Bring students of the project “ Ecological
Sailing: rediscovering Rio dos Sinos” together is
one of the initiatives of Americano School. The
program is about the rational use and conservation of water resources.
União School develops the project “My Pet”
that talks about endangered species with researches and material preparation. Environment
questions and problems are also shared
with the students of Centenário School.
Série
BICHOS EM EXTINÇÃO
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil abriga mais de 13% de
todas as espécies descritas pela ciência
e cerca de 40% das florestas existentes
no mundo, que têm entre suas funções
a regulação do clima no planeta. Atualmente, o governo brasileiro reconhece
627 espécies da fauna ameaçadas de
extinção. Para conservar nosso patrimônio, é importante conhecer essa lista.¹
Estrela-do-mar
Coscinasterias tenuispina
Com uma distribuição geográfica
ampla e descontínua são capazes de viver em ambientes com fortes ações de
ondas e correntes, até 165
metros de profundidade, geralmente
associadas a bases
rochosas. Possuem uma coloração castanhomarrom-laranja e
desempenham um importante papel regulador nas comunidades litorâneas de
invertebrados marinhos. Está ameaçada
de extinção principalmente por efeitos
poluentes como esgoto doméstico e industrial e derrames de óleo, além do
excesso de turistas e mergulhadores.
Borboleta-azul
Grasseia menelaus eberti
Podem
ser encontradas na zona
da mata do
Nordeste, em
Pernambuco e
na Paraíba, em
altitudes de até
600 metros.
Estão ameaçadas devido aos intensos
desmatamentos, à destruição e à degradação de seu habitat, o que as deixa
com recursos escassos e pouco espaço
para os adultos da espécie.
Cardeal-amarelo
Gubernatrix cristata
Habita bosques,
savanas, regiões
com arbustos,
do nível do mar
até cerca de
700 metros de
altitude, no Rio
Grande do Sul.
Sua principal fonte
de alimentação vem de
frutos, sementes e insetos. Anda em
pares ou em pequenos grupos e constrói seu ninho com gravetos, fibras e
raízes a três metros de altura. Atualmente conserva-se em número extremamente reduzido devido à captura
para criação ilegal em cativeiro, além
da conversão de campos da serra do
Sudeste em plantações de eucalipto.
¹A lista completa da fauna brasileira ameaçada de extinção está publicada no Livro
Vermelho, do Ministério do Meio Ambiente - Secretaria da Biodiversidade e Florestas,
Departamento de conservação da biodiversidade – Edição 2008.
INCLUSÃO
Espírito
solidário
em
sala aula
de
JOVENS E CRIANÇAS CONHECEM DIFERENTES REALIDADES COM TRABALHOS VOLUNTÁRIOS JUNTO À COMUNIDADE CARENTE
Foto: Beatriz Kloss
ano
Voluntários(as) do Americ
para
distribuiram doces
coa
crianças da SOMAI na Pás
JORNALISTA VANESSA MELLO
ESTAGIÁRIA MIRNA WINTER
E
stender a mão a um(a)
estranho(a) num momento de necessidade e
oferecer ajuda sem esperar nada em troca. O
amor ao(à) próximo(a) pode ser demonstrado de diversas maneiras e uma
delas é a ação voluntária, gesto de cidadania importante para a sociedade,
que permite a troca de experiências e
de diferentes realidades.
O espírito de solidariedade toma
conta de todos(as) os(as) envolvidos(as)
no Projeto Voluntariado dos Colégios
Metodistas Americano, Centenário e União. “São ações
muito importantes
para uma futura
postura humanitária
de nossos
20
filhos. Todos nós devemos assimilar esses atos como rotina”, afirma o Presidente da Associação de Pais (AP) do
Centenário, José Piasentin.
O Projeto Voluntariado surgiu na
escola de Santa Maria no início da década de 1990, batizado de Solidariedade. Era realizado durante os preparativos para a solenidade de encerramento, quando os(as) alunos(as) dos 3ºs
anos do Ensino Médio doavam parte
do material arrecadado aos(às)
necessitados(as). “Eles(as) conheciam
o outro lado da vida, daqueles(as) que
precisam não só de mantimentos e
roupas, mas do olhar irmão”, afirma
Mirsa Scherer, orientadora educacional. Em 2002, o programa foi reformulado, ganhou o nome de Vida Voluntariado e foi estendido a todas as séries
da instituição.
Atualmente, estudantes do último
ano do Ensino Médio e suas famílias
participam de campanhas por roupas,
alimentos não perecíveis e materiais escolares, além de promoverem atividades de integração, como partidas
de futebol. O Lar Metodista, que
atende meninos durante o dia, é uma
das entidades visitadas pelos(as) jovens
para brincadeiras, jogos e confraternização. “O projeto é extensivo a todo o
colégio e quem quiser participar é bemvindo(a)”, ressalta Mirsa.
No Colégio Americano, o Voluntariado é desenvolvido desde
2006, dividido em três
grupos, de
acordo com
as séries.
“Palestras,
passeatas,
campanhas e
oficinas são algumas das atividades
desenvolvidas”, relatam as professoras idealizadoras do projeto, Beatriz Kloss e
Daisi Soares.
As crianças da Educação Infantil e
Séries/Anos Iniciais realizam atividades
mensais de integração e campanhas de
arrecadação de alimentos, roupas e materiais de higiene. As entidades assistidas pelo grupo Solidariedade são a Casa de Assistência à Criança, o Lar Otília
Chaves e a Sociedade Metodista de
Amparo à Infância (SOMAI), ambas
mantidas pela Igreja Metodista.
Os(As) estudantes das Série Finais
do Ensino Fundamental planejam e
executam as ações do grupo Amor em
Ação, como visitas anuais a creches e
lar de terceira idade, doação de livros e
alimentos. “É muito fácil dizer que
amamos nossa família, o difícil é enxergar a criança abandonada, o(a)
idoso(a) do asilo e o(a) morador(a) de
rua como nossos(as) próximos(as)”,
salienta Daisi.
Os(As) jovens da 8ª série do Ensino
Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio são responsáveis pelo grupo Voluntariado, que atende a creche da
SOMAI, da Vila Bom Jesus, entre outros, com entrega de alimentos e orga-
INCLUSÃO
nização de brincadeiras. Com chocolates e atividades lúdicas, os(as)
alunos(as) adoçaram a Páscoa das
crianças da SOMAI em 2009.
Em Uruguaiana não é diferente. A
solidariedade faz parte da educação
dos(as) alunos(as) do União há cerca de
quatro
anos
eo
assunto
é abordado desde a
8ª série do
Ensino Fundamental.
As principais atividades são arrecadação
de roupas, de brinquedos, de alimentos
não perecíveis e de material escolar e
reciclável. “O projeto nasceu da necessidade de conscientizar os(as) estudantes quanto ao compromisso social e de
trabalhar valores como ética e cidadania”, relata o assessor jurídico Luiz Stabile.
As doações são encaminhas a instituições sociais atendidas pela Igreja
Metodista de Uruguaiana. Entre as beneficiadas estão a Escola de Educação
Infantil Chapeuzinho Vermelho, da Associação Metodista de Ação Social
(AMAS), e o Reforço Escolar do Ponto
de Pregação Bispo Isac Aço, localizado
na vila Proficar.
Uma ação de destaque é o Lixo Solidário, que assiste 12 famílias carentes
há seis anos. As pessoas cadastradas
pela Pastoral Escolar do União recebem
material reciclável e escolar, roupas, alimentos e orientação espiritual. Também
são ministradas palestras sobre cuidados
com saúde, alimentação e filhos(as).
“Conscientizamos alunos(as) e familiares da necessidade de ajudar quem precisa e chamamos a atenção para as
questões ambientais. Fazemos parte de
uma escola que é norteada pelos princípios cristãos, onde o amor ao(à)
próximo(a) deve ser uma prioridade “,
lembra Mírian Preto, agente da Pastoral.
O Projeto Voluntariado permite
aos(às) estudantes dos Colégios Metodistas identificar diferentes realidades e
Foto: Luiza Penna
Além de doações, Projeto
Voluntariado envolve
atividades de integração
oportunidades para quem
necessita de ajuda.
“A ação solidária é
muito mais do que somente doar coisas, é a chance de
oferecer nosso tempo para alegrar
outras pessoas”, explica Daisi.
O reverendo Paulo Francisco Chaves, da Pastoral Escolar do Americano,
destaca que ao participar dessas ações,
crianças e adolescentes aprendem a fazer uma leitura crítica da realidade e a
transferir as experiências para o processo educativo. “Isso possibilita uma reflexão sobre o mundo e sobre o papel
social de cada um(a), conceitos que fazem parte da vocação confessional das
nossas escolas”, ensina.
Solidarity is surrounding the people involved in the Volunteering Project of Americano, Centenário and União Methodist Schools.
In Santa Maria, High School senior students
and their families are engaged in the donation of clothing, food and school materials.
They are also promoting integrating activities
like soccer matches with the assisted institutions. The project is open to the all school
members and everyone can participate
In Americano, Volunteering has been
developed since 2006 and it involves Kindergarten to High School Senior students. “
Lectures, marches, campaigns and workshops are among the activities developed”,
say Beatriz Kloss and Daisi Soares, the
teachers who organized the project.
The subject has been approached in the
8th grade of Elementary School of União for
four years. The main activities are donations
of clothing, toys, food, school and recyclable
materials.
Reverend Paulo Francisco Chaves of
Americano Pastoral Care points out that
children and teenagers who take part in this
kind of actions learn how to be critical
about reality and transfer these experiences
to their educational process. “It brings an
opportunity to reflect about the world and
the social role of each of us, concepts that
are part of the confessional vocation
of our schools”, he says.
21
SAÚDE
Fotos: Carlos Ismael Moreira
Inverno é estação de
praticar esp or tes
ROTINA DE ATIVIDADES FÍSICAS NOS MESES FRIOS AJUDA NO FUNCIONAMENTO DAS VIAS AÉREAS
JORNALISTA VANESSA MELLO
ESTAGIÁRIA MIRNA WINTER
inverno se aproxima e
com ele todo um ritual
de mudanças no cotidiano. Vestir roupas pesadas e ingerir alimentos e
bebidas quentes são alguns dos hábitos adquiridos em função das baixas
temperaturas. É neste período também
que pais de crianças e adolescentes
têm uma preocupação a mais.
Com a estação do frio aumentam a
exposição e os riscos de doenças respiratórias e é comum a dúvida na hora
de manter os(as) filhos(as) na prática
de esportes. O professor da Academia
Desportiva do IPA (ADIPA), Daniel Geremia, avisa que é importante dar continuidade aos exercícios físicos, pois
nesse período há uma tendência dos
anticorpos do organismo se tornarem
mais resistentes, o que dificulta a aparição de doenças, em especial as respiratórias. As atividades que fortalecem
os órgãos responsáveis pela respiração, como coração, diafragma e pulmões são recomendadas para o perfei-
O
22
to funcionamento das vias aéreas.
Um fator importante para evitar a
ocorrência de doenças é observar sempre os ambientes e os hábitos durante
e após a prática esportiva. “Muitas atividades são realizadas em ambientes
quentes, então é preciso adaptar o organismo, gradativamente, para que ele
fortaleça os anticorpos, além de evitar
mudanças muito repentinas de temperatura”, explica Geremia.
A professora Susane Oliveira, do
Colégio Metodista Americano, indica
ainda a hidratação do corpo e a ventilação de ambientes como artifícios
contra as doenças. “Nossas aulas de
Educação Física terminam dez minutos
antes durante o inverno e nesse tempo
os(as) alunos(as) fazem alongamentos.
Depois de baixar a temperatura do
corpo, é recomendado que coloquem
os casacos para sair à rua”, aconselha.
A equipe de professores(as) e
funcionários(as) do Colégio Metodista
União também fica atenta à saúde
dos(as) estudantes. Para proporcionar
maior comodidade e evitar mudanças
repentinas de temperatura, a Escoli-
nha de Judô realiza as aulas em uma
sala com banheiro. “O professor Eron
Borges cobriu todo o chão com borracha para que os(as) alunos(as) não pisem no frio quando saírem do tatame”, comenta Elke Bahi, do setor de
Comunicação.
O doutor em Pneumologia do Departamento de Pediatria da Universidade Federal de Ciências da Saúde de
Porto Alegre (UFCSPA), Sérgio Amantéa, ressalta que a prática esportiva
deve servir de estímulo para a criança
e ao(à) adolescente no inverno, mas
recomenda atenção aos(às)
portadores(as) de asma e de processos
infecciosos de repetição das vias aéreas superiores. As doenças podem se
agravar na estação, durante a realização de atividades aquáticas, como a
natação, devido à ação química do
cloro, do frio e da umidade.
Na faixa etária pediátrica, os casos
de maior incidência durante a estação
afetam o trato respiratório como resfriados, gripes, otites, sinusites e bronquite. “Nesta época, o comportamento social das crianças se modifica. Elas
SAÚDE
Fique atento(a) ao calendário de vacinas individual. Algumas doenças são passíveis
de prevenção como a gripe.
Mantenha hábitos saudáveis de alimentação e hidratação adequada.
Aleitamento materno nos primeiros anos de vida é importante.
Lave as mãos com frequência, pois um grande número de doenças virais se dissemina
mais pelo contato do que pelo ar.
Evite o compartilhamento de determinados brinquedos e/ou instrumentos,
principalmente na pré-escola.
Reduza ao máximo o número de pessoas por ambiente.
Estimule as atividades ao ar livre.
passam a conviver em ambientes fechados, compartilham brinquedos e
atividades. Assim, a chance de transmissão de doença infecciosa, principalmente a viral, aumenta de maneira exponencial”, afirma Amantéa.
Os primeiros e mais comuns sintomas da manifestação das doenças são
a coriza e a obstrução nasal, associados à tosse. Falta de ar e respiração
curta e rápida são sinais importantes para
todos(as)
aqueles(as) que convivem com crianças. “É importante reforçar que na doença respiratória a ausência de febre
não serve como fator de tranquilização
e segurança para os pais”, alerta
Amantéa.
Em Santa Maria, o Colégio Metodista Centenário promove merendas coletivas para as crianças da Educação Infantil, com o objetivo de estimular a ingestão de alimentos mais calóricos.
“Nesta época do ano são bem-vindos
The arrival of winter increases exposition and
risk of breathing diseases. It is also common to be
in doubt whether allow your kids to practice sports
at this time. The Sports Academy teacher of IPA
(ADIPA) Daniel Geremia warns that the most important thing to avoid diseases is paying attention
to the environment and habits during and after
sports practice, due to the fact that extreme temperature change might be harmful to health.
The Pneumonology doctor of the Pediatrics Department of Federal Health Science University of
Porto Alegre (UFCSPA) Sérgio Amantéa points out
that sports practice must be stimulating for teenagers and children in the winter, but he recommends
that people with asthma and repeated upper respiratory tract infections be careful.
During cold weather, the last 10 minutes of P.E.
classes of Methodist Schools are dedicated to
stretching and body temperature recover. At Centenário School, Primary School students take part in
the Collective Snack Time, which stimulates ingestion of hot drinks. In Porto Alegre, Americano School
promotes the Quality of Life Week every year, which
deals with aspects related to physical and
mental health maintenance.
os achocolatados quentes e doces, como negrinhos, que são enrolados em
aula. Dessa forma, atrelamos o desenvolvimento da motricidade fina com a
ingestão de alimentos que ajudam a
manter a temperatura do corpo mais
constante e alta.”, resume a coordenadora pedagógica da Educação Infantil e
das Séries Iniciais do Ensino Fundamental, Rejane Cavalheiro.
Para complementar o entendimento de muitas destas
questões, o Americano promove anualmente a Semana
de Qualidade de Vida. O
evento aborda aspectos referentes à preservação
da saúde física e
mental. Em 2009,
temas como a importância de
manter uma alimentação saudável, da prática
esportiva e de um estilo de vida ativo serão
alguns dos assuntos discutidos no encontro
que ocorre no mês de
setembro.
23
ESPORTES
JORNALISTA VANESSA MELLO
COLABORADOR LUÍS BUSTAMANTE
Contributing to a holistic and critical formation, dealing with gains and losses, winning by
personal effort, developing independence, responsibility and self-confidence are just some of the
functions soccer has in the educational process of
Methodist schools. Ramão Paz, the sports supervisor and P.E. teacher of Americano School, also
points out the ludic and ethical aspects. “ It’s the
kind of sport that you can practice just for fun,
under any conditions. In a competition, you have
physical conditioning training but also, there’s a
mental preparation for knowing how to win and
how to lose” he says.
The União team coach Eurico Oliveira reminds us of the importance of the sport in complementing school routine. “ We practice it three
times a week, which brings benefits to body and
mind, develops team spirit and sometimes, it gives
us some championship titles” he celebrates. The
competitive function view is shared with the teacher Elthon Vinícius de Oliveira Moreira, sports coordinator of Centenário School, but we should never
forget the social and schooling development.” I always work with group experience and partnership.”, he explains.
The feminine teams overcome the masculine
culture, enter the field and show a great performance in the indoor soccer. They all participate in
tournaments and championships. Apart genre, everybody agrees that soccer allows students to develop their physical and locomotor capacities such
as balance, muscular tonus, stretching, body
fat reduction and weight maintenance,
among other benefits.
Pratique regularmente todos os
exercícios determinados pelo instrutor;
hidrate o corpo. Beba água
antes, durante e depois dos treinos;
não esqueça dos alongamentos
no início e no fim dos jogos;
faça exercícios de flexibilidade
para ampliar a mobilidade articular;
use sempre roupas e calçados
apropriados.
24
O
centroavante recebe a
bola bem colocada e
chuta a gol, a bola atravessa a barreira, mas cai
nas mãos do goleiro que
frustra a torcida e também o técnico do
time favorito, porque tudo o que o jogador tem a fazer é gol. Gol é a única
finalidade do futebol?
Para os Colégios Metodistas Americano, União e Centenário futebol é
mais. Contribuir para a formação integral e crítica dos(as) estudantes, lidar
com vitórias e derrotas, vencer por
meio do esforço pessoal, desenvolver a
independência, o sentido de responsabilidade e a autoconfiança são apenas
algumas das funções da paixão nacional no processo educativo.
O supervisor de esportes e professor
de Educação Física do Americano, Ramão Paz, destaca ainda as partes lúdica
e ética. “Futebol é o tipo de esporte
que se pratica sob qualquer condição
pelo simples prazer de brincar. No momento da competição entra a preparação física e a conscientização de saber
ganhar e perder”, ensina.
Professora do Tempo Integral, Milena Marzulo concorda que a modalidade
trabalha as regras claramente, de forma
que sirvam como disciplina no dia-a-dia
dos(das) alunos(as). “Cada ação tomada tem consequências que podem ser
positivas ou não, por isso a consciência
antes de agir, o trabalho de equipe e a
valorização do papel de cada um(a) para o sucesso dos objetivos desejados”,
enfatiza.
Entusiasta do futebol, o treinador do
time do União, professor Eurico Oliveira,
lembra sua importância como complemento à rotina escolar. “Nossos(as) atletas treinam três vezes por semana, o
que traz benefícios para o corpo e a
mente, desenvolve o espírito de equipe
e rende uns títulos de campeão de vez
em quando”, celebra. A função competitiva é compartilhada pelo
B la rede
na
FUTEBOL ALIA DIVERSÃO,
RESPONSABILIDADE E DESENVOLVE
APTIDÕES FÍSICAS E MOTORAS
treinador de futebol e atletismo do Centenário, professor Elthon Vinícius de Oliveira Moreira, sem esquecer do desenvolvimento escolar e social do(a)
aluno(a). “Durante os treinos sempre
trabalho o papel do esporte como vivência em grupo e coleguismo”, explica.
Maior torcedora dos(as) atletas dos
Colégios Metodistas, a família aplaude
a equação esporte e cidadania. “Eu
acompanho meus filhos nos treinos e
nos jogos, torço, fico emocionada, mas
sempre reforço a noção de equipe, de
colaboração, de civilidade”, revela Susana Cristina Torres Veiga, mãe dos
alunos do Ensino Fundamental do
União, Gregor (8ª série) e do Cristopher (1º ano). “O futebol praticado com bom senso, respeito
ao adversário e sem violência
traz benefícios para a saúde e
para o relacionamento social”,
ESPORTES
e
formação cidadã
Fotos: Carlos Ismael Moreira
completa Edmilson Pedrozo
D’Ornellas, pai do Eduardo e do Matheus, revelações do campeonato Guri
Bom de Bola pelo União.
As conquistas da modalidade não
param por aí. As meninas de Porto Alegre, Santa Maria e Uruguaiana driblam
a cultura masculina, entram com o time
em campo e dão show de bola no futsal. Praticante de vários esportes, Roberta Costa Souto se sai muito bem com a
bola no pé. “As meninas têm capacidade pra jogar e estamos conquistando
espaço”, conta a aluna da 6ª série do
Ensino Fundamental do Americano.
Bruna Fruet, aluna do 2º ano do Ensino Médio do Centenário, é uma das
precursoras do time de futsal da escola.
“Nós só jogávamos nas aulas de Educação Física, e no ano passado conseguimos montar o time feminino. Já participamos de um torneio regional e das
cas”, comenta o professor Ramão. Gêneros à parte, o consenso geral é que o
futebol permite aos(às) alunos(as) desenvolver aptidões físicas e motoras como equilíbrio, tonificação muscular,
alongamento, redução da gordura corporal e manutenção do peso, entre outros benefícios.
Participar de seleção para algum clube parece ser o objetivo de uma parte
dos(as) atletas que defendem as bandeiras dos Colégios Metodistas. Só o
Americano já produziu grandes talentos
no futebol como o Thales, do Internacional, o Fernando Genro, do Grêmio, e
o Armando Dessessards, do Brasil de
Pelotas. Para seguir o sonho a principal
regra é conciliar o uniforme escolar
com o uniforme esportivo, além de participar dos torneios e campeonatos que
as escolas possibilitam. “Os(As)
alunos(as) só treinam se estiverem bem
nos estudos”, avisa o professor Ramão.
Olimpíadas
Metodistas”,
lembra. A jovem ocupa as
posições de pivô e lateral esquerda e pretende levar o esporte adiante. “Se tiver uma
oportunidade, vou ser jogadora profissional. Se não der, valeu por eu ter
participado e por ter contribuído para
minha forma física e minha saúde”,
planeja.
Todas as equipes femininas
participam de torneios e campeonatos, entre os quais as Olimpíadas dos Colégios Metodistas, e
recebem apoio da ala masculina. “Os meninos treinam com as meninas, assistem aos jogos delas,
torcem e até dão di-
25
ESPORTES
ESTUDANTES TREINAM PARA
OLIMPÍADAS METODISTAS E
AGUARDAM REENCONTRO
COM AMIGOS(AS)
a
v
i
s
s
m
e
e
r
g
g
a
t
e
n
r
o
C
JORNALISTA VANESSA MELLO
ESTAGIÁRIO GUSTAVO NUNES
T
Fotos: Carlos Ismael Moreira
Olympic Methodist Games take place in
different schools every year. This year, the st
event will be in Porto Alegre, from October 1
to 3rd. Americano, Centenário and União
Schools must have about 60 students taking
part in the games each.
Sports like feminine indoor soccer, masculine soccer field, feminine and masculine
basketball and volleyball are included. Athletics is part of the program with shot put, long
jump, 50 and 60 meters sprints and 800 meters middle distance competitions.
The athletes’ preparation has already
started with weekly practices and exhibition
games. The athletics representatives of Centenário have been exercising 2 hours a week
and intend to intensify the routine close to the
77th edition.
It is not only a competition, students also
find an opportunity to make friends.”It’s really
nice to meet new people in this interaction between schools”, says Bernardo Etcheverria, indoor soccer athlete of União. “ The event allows
us to make real friends and contact them on the
Internet later” agrees, Frederico Abbott,
indoor soccer athlete of Americano.
26
reinos coletivos, partidas
amistosas e jogadas táticas
são parte da rotina dos(as)
atletas dos Colégios Americano, Centenário e União,
que se preparam para a 77ª Olimpíada
Metodista. O maior evento esportivo das
escolas só acontece nos dias 1, 2 e 3 de
outubro, mas os(as) estudantes já aguardam ansiosos(as) para rever amigos(as) e
tomar conta das quadras e pistas da instituição anfitriã, em Porto Alegre.
Realizados a cada edição em um colégio diferente, os jogos de 2009 têm sede
no Americano. Para recepcionar os(as)
alunos(as), a escola criou comissões responsáveis por alojamento, refeição, transporte, segurança, locais das partidas, arbitragens, manutenção, recepção e divulgação. Os(As) visitantes devem ser
hospedados(as) nas Unidades do Centro
Universitário Metodista, do IPA, com alimentação no refeitório do colégio.
As modalidades incluem futsal feminino, futebol de campo masculino, basquete
e vôlei masculino e feminino. O atletismo
intera a programação com provas de arremesso de peso, salto em distância, corrida
de velocidade de 40 e 50 metros e velocidade de meio fundo, com 800 metros.
As Olimpíadas Metodistas devem reunir
cerca de 60 estudantes de cada instituição
e podem contar até com a participação do
Instituto Metodista de Passo Fundo. “É
muito legal poder conhecer novas pessoas
com a interação entre os colégios. Nós ganhamos as duas edições anteriores no futsal e como é meu último ano vou dar tudo
de mim, nada é impossível”, afirma Bernardo Etcheverria, atleta de futsal do União.
A preparação para os jogos é de extrema importância para os(as) atletas e
segue até o último momento. “Para ganhar essa edição buscamos um bom posicionamento em quadra e uma boa defesa”, conta Bruna de Castro, capitã do time de vôlei do Americano. A equipe realiza dois treinos por semana, além de
amistosos com jogadoras do IPA.
Os(As) representantes do atletismo do
Centenário fazem duas horas de exercícios
semanais e pretendem intensificar a rotina
à medida que a competição se aproximar.
“Estamos confiantes. Elthon de Oliveira,
nosso treinador, é muito bom e exigente,
nós vamos ter um bom desempenho”, planeja Tuani Manhago da Silva, aluna da 7ª
série e corredora dos 40 e 50 metros.
Em Uruguaiana, os atletas do futebol
de campo, bicampeões da modalidade,
fazem treinos coletivos duas vezes por semana. Já o time de basquete feminino
pratica jogadas táticas três vezes na semana. “Nas quartas-feiras jogamos contra o time do Colégio Estadual Elisa Ferrari Vals, mas o bom mesmo nas Olimpíadas é rever amigos que fizemos nos anos
anteriores”, garante Greice Guimarães,
participante de quatro edições. “O evento é muito bacana e nos permite fazer
amizades de verdade, de conversarmos
depois pela internet”, concorda Frederico
Abbott, do time de futsal do Americano.
Para celebrar a festa dos esportes, a cerimônia de abertura será realizada nos padrões oficias com entrada das delegações,
tocha olímpica, acendimento da pira, apresentação de dança, execução do hino, hasteamento das bandeiras e juramento
dos(as) atletas. A presença da Direção,
Coordenação, Associação de Pais e Círculo
de Pais e Mães dos colégios é confirmada.
Foto: Gustavo Nunes
HISTÓRIA
do
n
o
m
l
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ú
t
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tempo
a
Vi
MUSEUS DOS COLÉGIOS METODISTAS PRESERVAM HISTÓRIA E COSTUMES DE SÉCULOS PASSADOS
Foto: Elke Bahi Pedroso
JORNALISTA ANA PAULA NOGUEIRA
s paredes podem não falar, mas contam muitas
histórias sobre costumes e
valores de tempos distantes. Com um acervo de
documentos, mobiliário, objetos escolares, uniformes e fotografias, os museus
dos Colégios Metodistas Americano,
Centenário e União proporcionam aos(às)
visitantes uma viagem ao passado.
Fundado em 1994, o Museu Histórico Bispo Isac Aço, do Colégio Americano, tem, aproximadamente, 18 mil peças. Localizado na antiga residência
dos(as) reitores(as), junto ao prédio Ruth Dewey Anderson, o memorial oferece diferentes ambientes, como salas de
aula, de estar, da direção, quarto de internato e refeitório, além de documentos que datam do ano de 1800. Aluno
do 3º ano do Ensino Médio, Guilherme
Grochau Azzi ressalta a importância de
um espaço que preserve a história da
instituição. “É um lugar onde podemos
conhecer e acompanhar os princípios e
a identidade da escola”, comenta.
Também inaugurado em 1994, o
museu do Colégio Centenário está em
processo de reconstituição e continua
em campanha para arrecadação de objetos. Mesmo com a perda de grande
parte de seu acervo, em maio de 2007,
um dos ícones da escola permanece entre as peças: o relógio de chão,
que integra a
história do
Centenário
desde sua fundação, em
1922. É dele
que vêm lembranças inusitadas do passado,
como conta a
presidente da
Associação de
Ex-alunos(as),
Marlene Marafiga de Godoy.
“O relógio era a
A
figura do respeito no colégio, pois ficava próximo à sala da Direção. Ficar de
castigo ao lado dele era muito vergonhoso, mesmo assim nunca se viu nada
de negativo nele”, rememora.
Muito mais do que contribuir com
antigas recordações, os(as) exalunos(as) do Centenário são os principais incentivadores da reconstituição do
memorial, com doações de peças que
resgatam a história de 87 anos da instituição. Atualmente, o acervo já possui
uma sala com objetos em exposição, situada no prédio C. Para divulgar o espaço e aproximá-lo da comunidade escolar, a responsável, professora Djanira
Ribeiro também realiza exposições com
peças significativas da trajetória do colégio. “O museu é o resguardo do passado, presente e futuro. É sempre muito
bom recordar outros tempos”, destaca.
Em Uruguaiana, a memória do Colégio União é guardada há quatro anos
por um prédio construído em 1910 e
que é considerado patrimônio histórico
da cidade. Assessor Jurídico da escola,
Luiz Machado Stabile destaca a necessidade de preservação dessa trajetória.
“O museu assegura o conhecimento da
nossa história de mais de cem anos, o
que é fundamental para as instituições
e para os povos”, afirma.
Os museus dos Colégios Metodistas
são abertos à visitação. Em Porto Ale-
gre o atendimento ocorre de segunda a
sexta-feira, além de possuir um ambiente virtual que permite um tour e
pesquisa de informações como histórico, documentos e galeria de fotos. O
endereço é www.metodistadosul.edu.
br/museuhistorico. Já em Santa Maria e
em Uruguaiana as visitas devem ser
agendadas.
Despite not being able to talk, walls can tell
many stories about customs and values from distant times. Americano, Centenário and União
Methodist Schools Museums have a patrimony
made of documents, furniture, school objects,
uniforms and pictures that take visitors back to
the past.
Bishop Isac Aço Historical Museum of Americano School has approximately 18,000 pieces and
environments such as classrooms, living rooms,
principal’s room, boarding school dormitory and
canteen, as well as documents dating back to
1800. It is possible to research and take a virtual
tour in the following page: www.metodistadosul.
edu.br/museuhistorico.
Centenário School Museum was also inaugurated in 1994 and it has, among its icons, a floor
clock that has been part of the school since its foundation in 1922. For 4 years, the memory of União
School in Uruguaiana has been kept in a building
constructed in 1922, which is considered
historical patrimony of the town.
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KIDS
De
olho no
bico mamadeira
e
na
HÁBITOS INFANTIS COMO CHUPAR O DEDO PODEM CAUSAR PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS, DE FALA E NA DENTIÇÃO
JORNALISTA ANA PAULA NOGUEIRA
ESTAGIÁRIA THAÍS PEDRAZZI
P
eças muito presentes nos
enxovais dos bebês, a
mamadeira e o bico oferecem uma espécie de
conforto também encontrada no ato de chupar o dedo. Motivos
de negociação com os pais para serem
eliminados gradativamente do universo
infantil, tais hábitos podem prejudicar o
desenvolvimento das crianças, alertam
especialistas.
A fonoaudióloga Tércia Dias, professora do Colégio Metodista Americano,
explica que o uso de bicos artificiais, seja de chupeta ou de mamadeira, compromete o desenvolvimento dos órgãos
fonoarticulatórios e ocasiona mudança
no padrão de mastigação, respiração,
deglutição e articulação de palavras.
“No período do aleitamento, o bebê
tende a confundir os bicos e fazer a pega incorreta no seio, o que dificulta a
sucção e causa rachaduras no seio materno. Assim, a amamentação diminui, a
mãe passa a produzir menos leite e o
bebê pode perder peso”, salienta.
Ainda no ventre, alguns bebês tendem a
chupar o dedo, hábito
que também merece
atenção. A necessidade de exercitar o paladar,
sentir a pressão executada pelos lábios e gengivas nos dedinhos e até o prazer na sucção levam os(as) pequenos(as) a agir da mesma forma após o nascimento.
O cirurgião dentista Márcio Stüker,
pai da aluna Júlia Stüker, da 4ª série do
Colégio Metodista Centenário, ressalta
que o seio é a melhor alternativa para
fazer com que a criança satisfaça a necessidade de sucção, desenvolva bem os
músculos e diminua a probabilidade de problemas na arcada dentária. “Durante o nascimento dos
dentes, os bebês sentem uma
pressão na gengiva e alguns
sintomas podem aparecer, como salivação, febre baixa e
passageira e irritação local.
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Nesse caso, o mordedor pode ajudar a
aliviar os sintomas”, sugere Stüker.
Fazer com que as crianças percam
esses hábitos não é uma negociação
simples. Professora do Centenário, Ana
Elisa Schlottfeldt conta que o bico e a
mamadeira servem como uma segurança para a filha Anthônia, de três anos,
aluna do nível 2. “Durante o dia
ela nem lembra, mas na hora
do soninho ela pede mesmo.
Falo sobre os dentinhos,
tento trocar por presentes,
elogio quando ela está sem
usar, mas quando falamos em tirar,
ela pede novamente”, comenta.
Segundo a psicóloga Magda Paim,
mãe do estudante Ernesto Paim, do 1º
ano do Ensino Fundamental do Colégio
Metodista União, as crianças mais velhas
que não conseguiram largar o bico geralmente são mais inseguras e infantis. Ela
afirma que não existe um jeito fácil de
trabalhar a mudança de hábitos e que é
preciso ter paciência. “O melhor é proporcionar à criança um ambiente tranquilo, seguro e elogiá-la, sem exageros, sempre que não estiver com o bico na boca.
O ideal é nem mencionar muito para que
não ganhe maior proporção”, orienta.
Em situações que o uso do bico e da
mamadeira parece mesmo necessário e
o hábito de chupar o dedo permanece,
a dica é procurar um profissional para receber a orientação correta para cada caso.
Também é importante lembrar
que choro é sinal de que algo está
incomodando, pode ser fome, sono,
ou até mesmo um pedido de carinho.
Specialists warn that pacifiers and feeding
bottles might damage children’s development.
The phonoaudiologist Tércia Dias, Americano
Methodist School teacher, explains that the use of
pacifier or feeding bottle harms the development
of phonoarticulatory organs and it causes
change in the pattern of chewing, breathing, deglutition and articulation of words.
When they are still in the womb, some babies tend to suck their thumb, habit that also requires attention. The need of exercising their
palate, feeling the pressure done by the lips and
gum in the fingers, and even the pleasure of suction lead children to act the same way after
birth. The dentist surgeon Márcio Stüker, Centh
tenário Methodist School 4 grader Júlia Stüker’s
tfeeding is the best
breas
father, points out that
s need of sucking,
child’
the
y
satisf
to
alternative
develop muscles properly and diminish the probability of dental arch problems.
Making children get rid of these habits is not
so simple. According to psychologist Magda Paim,
Ernesto Paim’s mother, a União Methodist School
Elementary 1st grader, it is necessary
to promote a calm and safe environment.
KIDS
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Leitura
Divulgação/Cia das Letrinhas
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Ao ganhar um livro de
presente, o travesso menino
Fernando encontra um mundo de fantasias e na companhia de um avião vermelho,
de seu ursinho ruivo e do boneco Chocolate, vai a lugares como China, Índia e até à Lua. A obra de Erico Verissimo dá
asas à imaginação com um estilo divertido e emocionante.
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Divulgação/Salamandra
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3
As aventuras do
Avião Vermelho
Erico Verissimo
Cia das Letrinhas
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ligue os pontos
Você conhece Monteiro Lobato?
1 - Qual era o nome completo do Monteiro Lobato?
A) José Bento Renato Monteiro Lobato
B) José Bento Monteiro Lobato
C) Monteiro José Lobato
D) Renato Monteiro Lobato
Azul e Lindo:
Planeta Terra, Nossa Casa
Ruth Rocha
Editora Salamandra
A importância da preservação do meio ambiente ganha destaque no livro de Ruth Rocha. Com uma linguagem acessível e imagens expressivas, a obra mostra às crianças o que deve ser feito para evitar efeitos como a devastação de florestas e o envenenamento de águas.
In English
2 - Onde Monteiro Lobato foi criado?
A) na praia de São Paulo
B ) na fazenda de São Paulo
C) na cidade de São Paulo
As Aventuras do Avião Vermelho
Erico Verissimo
Cia das Letrinhas
3 - Monteiro Lobato formou-se em?
A) pedagogia
B ) psicologia
C) engenharia
D) direito
When he got a book for present, the restless boy called Fernando
finds a world of fantasies and along a red plane, his red-haired teddy
bear and the Chocolate doll, goes to places like China, India and even to
the Moon. The work of Erico Verissimo lets your imagination fly with a
funny and exciting style.
4 - Qual dos livros abaixo, tem como autor Monteiro Lobato?
A) Aritmética da Dona Benta
B ) O poço da Emília
C) Reinações de Narizinho
D) O picapau rosa
E ) A caçada da cobra
Azul e Lindo: Planeta Terra, Nossa Casa
Ruth Rocha
Editora Salamandra
The importance of preserving the environment is highlighted in Ruth
Rocha’s book. The work is easy-to-read and has very expressive images
and shows to kids what must be done to avoid effects such as deforestation and water poisoning.
Questionário elaborado por Cleonice Zatti
Respostas: 1-a, 2-b, 3-d, 4-c
29
ARTIGO
Foto: Arquivo pessoal
áticado
r
p
A
PROF.ª MS. SUMAIA FUCHS CURÇO
ORIENTADORA EDUCACIONAL. MESTRE EM REABILITAÇÃO E
INCLUSÃO PELO CENTRO UNIVERSITÁRIO METODISTA, DO IPA
A
violência é hoje um dos
elementos que mais preocupa a sociedade. Mesmo conhecendo e compreendendo a origem de
algumas situações que acontecem no
nosso cotidiano, não podemos permitir
que ocorra uma naturalização destas
práticas, pois existem atos violentos que
causam nos envolvidos prejuízos que
precisam ser considerados e atendidos.
Com a invasão e a popularização de
novas ferramentas tecnológicas, estabeleceu-se um novo tipo de relacionamento entre os jovens, no qual existe a
possibilidade do acesso virtual às informações e a trocas das mais variadas
formas. A esse espaço damos o nome
de ciberespaço,
ou seja, um ambiente virtual.
O ciberespaço
é uma dimensão
da sociedade em
rede e também
nele ocorre a violência. O bullying
é uma forma de
manifestação da
violência. Ele é
originário da palavra inglesa bully, que
significa valente / valentão / brigão /
lutador / tirano.
Para as autoras Moz e Zawadski
(2007), o bullying é uma necessidade
compulsiva de descolar a agressividade,
ele é adquirido através da expressão de
inadequação e a projeção em outros,
por meio de controle e subjugação e se
perpetua através de um clima de medo,
ignorância, indiferença, silêncio, negação, descrença, tolerância e evasão de
responsabilidades.
Trabalhos científicos relativos ao
bullying são recentes, embora a sua
prática nem tanto. Diversas ações praticadas podem ser entendidas como atos
bullying
de bullying, desde que sejam praticadas
repetidamente, causem dor ou sofrimento e que as vítimas não tenham
condições de reagir. Praticadas isoladamente, estas ações não se caracterizam
como bullying. São exemplos: apelidar,
ofender, gozar, humilhar, intimidar,
amedrontar, tiranizar, dominar, discriminar, excluir, isolar, perseguir, assediar,
ameaçar, furtar, cobrar pedágio, quebrar pertences.
Do termo bullying nasceu o cyberbullying, a forma virtual de praticar o
bullying. Para Rolim (2006), esse é o
nome dado ao tipo de agressão praticado por meio dos instrumentos tecnológicos, como os blogs, a comunicação
via internet e as mensagens no celular.
O que difere o cyberbullying do
bullying são os métodos e as ferramentas utilizadas para realizar a agressão.
No cyberbullying, os ataques e maustratos são virtuais, geralmente, de ordem
moral. Em alguns casos, pode ocorrer,
inclusive, a divulgação e manipulação de imagens
que passam a ser
divulgadas e a circularem gerando
constrangimentos.
Para Fante e
Pedra (2008), o
que motiva os
agressores é a
possibilidade do
anonimato, valendo-se de nomes falsos, apelidos ou fazendo-se passar por
outras pessoas. Nestes casos, a identidade e a imagem dos agressores não
são expostas.
A principal ferramenta do cyberbullying são as comunidades em sites
de relacionamento como o Orkut ou o
My Space. Algumas comunidades são
criadas para ofender ou difamar outras pessoas.
Os ataques realizados no ciberespaço têm uma visibilidade muito grande,
circulam para um público não mais restrito ao espaço escolar, sendo muito
mais difícil a sua contenção. Muitos alunos acreditam que não poderão ser
A ferramenta tecnológica
por si só não é a culpada, e
sim o uso inadequado que
as pessoas fazem dela.
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o
ç
a
p
es
no
virtual
identificados e que, por serem menores
de idade, não podem ser penalizados ou
responsabilizados por atitudes indevidas.
Existem situações em que os conflitos têm início na escola e depois seguem no ciberespaço, porém o contrário também é possível de acontecer, ou
seja, conflitos que têm início no ciberespaço e que têm suas consequências
refletidas na escola.
A ferramenta tecnológica por si só
não é a culpada, mas o uso inadequado
que as pessoas fazem dela. A sociedade
como um todo tem o compromisso ético de informar e orientar suas crianças
e jovens para o uso responsável dos recursos tecnológicos, conscientizando-os
sobre os efeitos dessa prática descabida. Os pais podem trabalhar em parceria com as escolas, acompanhando o tipo de uso que os alunos estão dando
para essa ferramenta preciosa para a
aprendizagem.
REFERÊNCIAS:
FANTE, C. e PEDRA, J.A. Bullying escolar: perguntas e respostas. Porto Alegre: Artmed, 2008.
MOZ, J. M. e ZAWADSKI, M. L. Bullying: estratégias de sobrevivência para crianças e adultos. Porto Alegre: Artemed,
2007.
ROLIM, M. Violência na escola - Anotações sobre bullying e
invisibilidade. Revista Ciência em Movimento. Porto Alegre.
Editora do Centro Universitário Metodista IPA, Ano VIII –
nª 16, 2006.
Among several other violent phenomena, we
ng. Different from inoffensive plays,
bullyi
find
bullying comprises a series of intentional and repetitive attitudes characterized by aggressiveness
and cruelty which cause pain and suffering to
their victims. When it is practiced in the virtual
space, it is called cyberbullying. The difference
between bullying and cyberbullying is the tools
used in each one. However, their intentions and
consequences are equally harmful to their victims. The attacks practiced in the cyberspace
have bigger visibility than the ones that are
practiced in other environments, and allied to
anonymity and impunity, have made the
cyberbullying a social interest problem.

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