4 Narciso e Orfeu

Transcrição

4 Narciso e Orfeu
MITOLOGIA GRECO - ROMANA E A
SOBREVIVÊNCIA DO MITO NOS TEMPOS
MODERNOS
MITOS DE METAMORFOSE E LENDAS HERÓICAS
Narciso e Orfeu
Só quem ousou tocar a lira,
mesmo na escuridão
sente o quanto inspira
infinda louvação.
Só quem, com os mortos, comeu
de sua papoula marrom,
nunca mais perdeu
o mais leve tom.
E quando no espelho do lago,
a imagem se turva:
fixa a figura.
Somente no reino vago
as vozes são curvas
eternas e puras.
(Rainer Maria Rilke, 1922: I.9)
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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DISCOGRAFIA
BLACK ORPHEUS. Trilha Sonora Original do filme ORFEU NEGRO de Marcel
Camus. Editado pela primeira vez em maio de 1959. Reedição: junho de 2008.
Uma árvore surgiu. Ascensão pura!
Orfeu canta! A árvore é toda ouvidos.
Tudo cala. Mas, da calma obscura,
Nasce um começo; muda o sentido.
Os animais saíram do transparente
Bosque, deixaram ninho e covil;
Então, o que se viu, foi que nem por ardil
Nem por medo ficavam tão silentes:
Tudo era ouvir. Uivar, gritar, bramir: não.
Só a melodia. Onde antes
Mal havia choça a receber o canto,
Agora há um abrigo de forte quebranto,
Com portais de colunas vibrantes;
Ali criaste-lhes um templo da audição.
(*I.1)