PESQUISA
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PESQUISA
PESQUISA OPINIÃO DOS PRODUTORES RURAIS DE JUINA E REGIÃO SOBRE NOVO CÓDIGO FLORESTAL RELATÓRIO Juína/2013 Lista de Tabelas Tabela 1 – Produtores rurais por faixa etária.....17 Tabela 2 – Gênero.....18 Tabela 3 – Tempo de atividade como produtor.....19 Tabela 4 – Tamanho da propriedade.....20 Tabela 5 – Cadastrado no CAR.....21 Tabela 6 – Área Preservada atual.....22 Tabela 7 – Área preservada na aquisição.....23 Tabela 8 – Média de Preservação.....24 Tabela 9 – Principais Atividades Desenvolvidas.....24 Tabela 10 – Principais Atividades Desenvolvidas.....24 Tabela 11 – Agricultura – Práticas.....25 Tabela 12 – Pecuária – Práticas.....26 Tabela 13 – Prática de outras atividades.....26 Tabela 14 – Exploração da área Preservada.....27 Tabela 15 – Atividades de exploração da área preservada.....28 Tabela 16 – Conhece o novo código florestal.....29 Tabela 17 – Tem condição de cumprir o novo código.....29 Tabela 18 – Opinião sobre o novo código florestal.....30 Tabela 19 – Viabilidade da atividade de produtor.....31 Tabela 20 – Tamanho da propriedade X Conhece o novo código florestal.....34 Tabela 21 – Área preservada atual X CAR.....34 Tabela 22 – Opinião sobre Novo Cód. X CAR.....35 Tabela 23 – Opinião X Conhecimento Novo Código.....36 Tabela 24 – Conhece novo código X Condição de cumprir novo código.....37 Tabela 25 – Viabilidade X Conhecimento Novo Código.....38 Tabela 26 – Viabilidade atividades X Opinião sobre código.....39 Lista de Gráficos Gráfico 1 - % Produtores rurais por faixa etária.....18 Gráfico 2 - % Tempo de atividade como produtor rural.....19 Gráfico 3 - % Tamanho da propriedade.....20 Gráfico 4 - % Cadastro CAR.....21 Gráfico 5 - % Área preservada atual.....22 Gráfico 6 - % Área preservada atual.....23 Gráfico 7 - Atividades agrícolas desenvolvidas.....25 Gráfico 8 - Atividades pecuárias desenvolvidas.....26 Gráfico 9 - Atividades pecuárias desenvolvidas.....27 Gráfico 10 - Exploração área preservada.....27 Gráfico 11 - Atividades de exploração da área preservada.....28 Gráfico 12 - Conhece novo código florestal.....29 Gráfico 13 - Tem condição de cumprir novo código florestal.....30 Gráfico 14 - Opinião sobre novo código florestal.....31 Gráfico 15 - Opinião sobre viabilidade das atividades.....32 Gráfico 16 - Tamanho da propriedade X Conhece o novo código florestal.....33 Gráfico 17 - Área preservada X CAR.....34 Gráfico 18 - Opinião sobre novo código X Cadastro CAR.....35 Gráfico 19 - Opinião X Conhecimento do código.....36 Gráfico 20 - Condição de cumprir X Conhecimento do código.....37 Gráfico 21 - Viabilidade da atividade X Conhecimento do código.....38 Gráfico 22 - Viabilidade da atividade X Opinião sobre novo código.....39 Lista de Quadros Quadro 1 - Idade média, mínima e máxima.....18 Quadro 2 - Tempo de atividade média, mínimo e máximo.....19 Quadro 3 - Tamanho da propriedade média, mínimo e máximo.....21 Quadro 4 - Tamanho da propriedade média, mínimo e máximo.....22 Quadro 5 - % Tamanho da propriedade.....23 Quadro 6 - Cruzamento de variáveis e respectivo Chi-quadrado.....32 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÂO ......................................................................................................... 7 2 PROBLEMA ............................................................................................................. 9 3 OBJETIVOS ........................................................................................................... 10 3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 10 3.2 Objetivos Específicos ....................................................................................... 10 4 METODOLOGIA..................................................................................................... 11 4.1 Cálculo da Amostra .......................................................................................... 11 4.2 Amostragem .................................................................................................... 13 4.3 Questionário de coleta de dados..................................................................... 14 4.4 Questionário: aplicação .................................................................................... 14 4.5 Análise estatística ............................................................................................ 15 4.5.1 Tabulação .................................................................................................. 15 4.5.2 Descritiva ................................................................................................... 15 4.5.3 Analítica ..................................................................................................... 15 5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................ 17 5.1 Identificação do produtor rural.......................................................................... 17 5.1.1 Idade .......................................................................................................... 17 5.1.2 Sexo.......................................................................................................... 18 5.1.3 Tempo de atividade .................................................................................. 19 5.1.4 Tamanho da propriedade ........................................................................... 20 5.1.5 Cadastro no CAR ....................................................................................... 21 5.2 Atividades desenvolvidas ................................................................................ 22 5.2.1 Área preservada atual................................................................................ 22 5.2.2 Área preservada inicial ............................................................................. 23 5.2.3 Atividades desenvolvidas ........................................................................... 24 5.2.4 Atividades desenvolvidas na agricultura, pecuária e outras ...................... 24 5.2.5 Exploração da área preservada ................................................................. 27 5.2.6 Atividade de exploração da área preservada ............................................. 28 5.3 Conhecimento do novo Código Florestal ......................................................... 28 5.3.1 Conhece o novo código florestal ................................................................ 28 5.3.2 Condição de cumprir o novo código florestal ............................................ 29 5.3.3 Opinião sobre o novo Código Florestal ...................................................... 30 5.3.4 Novo Código e a viabilidade das atividades de produtor rural ................... 31 5.4 Cruzamento dos dados .................................................................................... 32 5.4.1 Cruzamento: Tamanho da propriedade X conhecimento do novo código florestal ............................................................................................................ 33 5.4.2 Cruzamento: Área preservada X CAR ....................................................... 34 5.4.3 Cruzamento: Opinião sobre o novo código X cadastramento no CAR ...... 35 5.4.4 Cruzamento: Opinião sobre o novo código X Conhecimento do novo código .............................................................................................................. 36 5.4.5 Cruzamento: Conhecimento do novo código X Condição de cumprir ........ 37 5.4.6 Cruzamento: Viabilidade das atividades de produtor X Conhecimento do novo código ..................................................................................................... 38 5.4.7 Cruzamento: Viabilidade das atividades X Opinião sobre o novo código . 39 6 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 40 7 SUGESTÕES ........................................................................................................ 41 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 Anexo 1 ..................................................................................................................... 46 Anexo 2 ..................................................................................................................... 46 7 1 INTRODUÇÂO Se existe um tema polêmico e controverso hoje no Brasil, sem a menor sombra de dúvidas, esse tema é o “Novo Código Florestal”. Concebido em 1999, a partir do Projeto de Lei no 1.876/99, o Novo Código reforma O antigo Código Florestal Brasileiro, que tem sua promulgação datada de 1965. Desde a década de 1990, as propostas de reforma do Código Florestal levantaram polêmicas entre ruralistas e ambientalistas. O projeto do Novo Código Florestal tramita há 12 anos na Câmara dos Deputados e foi redigido por Sérgio Carvalho, deputado do PSDB/Rondônia. Em 2009, Aldo Rebelo, deputado/PcdoB, foi indicado como relator do projeto, emitindo, em 2010, parecer favorável à lei. O projeto foi aprovado pela Câmara dos Deputados, pela primeira vez, no dia 25 de maio de 2011, sendo encaminhado em ao Senado Federal onde foi aprovado no dia 6 de dezembro de 2011, numa contagem de 59 votos a favor e 7 contra. Em abril de 2012, a Câmara aprovou uma versão modificada da lei, que beneficiava os ruralista. Em maio de 2012, a presidente Dilma Rousseff vetou 12 pontos da lei e propôs a alteração em outros 32 artigos. Com a aprovação do "Novo Código Florestal", ambientalistas e movimentos sociais organizaram o movimento "Veta Dilma", tendo como principal reivindicação o veto total ao Projeto de Lei aprovado. As discuções e polêmicas sobre o Novo Código Florestal levaram a coordenação dos cursos de Administração e Ciências Contábeis da Faculdade de Ciências Contábeis e Administração do Vale do Juruena a promoverem, no 1º semestre de 2013, como atividade de início de semestre, um Simpósio onde foram debatidos os aspectos técnicos, legais e socioeconômicos do Novo Código Florestal. Nesse Simpósio, ficou constatado a necessidade de informações mais pertinentes no que diz respeito à opinião dos produtores rurais de Juína e região sobre o Novo Código Florestal, o que deu origem à pesquisa ora relatada. 8 Intitulado: “Opinião dos produtores rurais de Juína e região sobre novo Código Florestal”, o trabalho de pesquisa foi executado pelos alunos do 5º termo de Ciências Contábeis, sob a coordenação do professor Me. Carlos Dutra. A pesquisa está dividida em 3 partes, sendo que a primeira se ocupa em fazer uma identificação dos produtores; a segunda parte mostra as principais características das propriedades rurais da região e atividades desenvolvidas e, finalizando, a terceira parte trata de evidenciar o grau de conhecimento e a opinião dos produtores sobre o Novo Código Florestal. Os dados levantados nas três partes da pesquisa foram inter-relacionados estatisticamente por meio de cruzamentos e correlações, visando medir a correlação entre as variáveis. 9 2 PROBLEMA A atividade agropecuária e extrativista tem um forte peso na economia juinense, representando em 31,2% do PIB do município em 2009. Pesquisas de prospecção mineral e outros recursos como gás natural têm sido desenvolvidas na região pela Petrobrás e Vale do Rio Doce1, com fortes indícios de significativas reservas na região para exploração em médio prazos. O aproveitamento dos recursos hídricos da região (rio Juruena) é outro fato que já se impõe nas perspectivas de macro planejamento regional, na esfera fedral e estadual. Todas essas atividades, de suma importância para Juína e região, estão diretamente relacionadas com a sustentabilidade ambienta e consequentemente com o novo Código Florestal. Os produtores rurais de Juína e região, pela sua atual importância econômica, social e cultural para a sociedade local, são, no presente momento, a parte mais diretamente afetada pelos ditames do novo Código Florestal, daí a premência de se conhecer de forma mais assertiva suas opiniões sobre o novo Código Florestal e como ele vê as possibilidades e dificuldades inerentes à sua vigência. Nesse contexto, as questões que se colocam são: QUAL A OPINIÃO DOS PRODUTORES RURAIS DE JUÍNA E REGIÃO SOBRE AS PROPOSIÇÕES DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL? NA VISÃO DOS PRODUTORES RURAIS DE JUÍNA E REGIÃO O NOVO CÓDIGO FLORESTAL VAI AFETAR A VIABILIDADE DE SUAS ATIVIDADES? OS PRODUTORES RURAIS DE JUÍNA E REGIÃO TÊM CONDIÇÃO DE CUMPRIR AS EXIGÊNCIAS DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL? 1 http://www.rdmonline.com.br/TNX/conteudo.php?sid=70&cid=3817 acesso em 06/06/2013 10 3 OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral Identificar a opinião geral dos produtores rurais de Juína e região sobre o Novo Código Florestal, a capacidade de cumprimento de suas proposições e quais as consequências sobre suas atividades como produtores rurais. 3.2 Objetivos Específicos: • Formatação de projeto de pesquisa; • Coleta e tratamento de dados; • Relatório de análise dos resultados; • Divulgação pública dos resultados; • Elaboração de documento final para publicação. 11 4 METODOLOGIA A pesquisa feita é do tipo qualitativa e quantitativa (quali/quanti), que se apresenta quanto aos fins como descritiva e explicativa, e quanto aos meios como uma pesquisa de campo, amostral (survey) e com a aplicação de questionário. O método quali/quanti possibilita abranger melhores resultados nos levantamentos de dados de pesquisa, ao mesmo tempo em que quantifica numericamente conceitos, atitudes e opiniões sobre o problema pesquisado. Segundo ALVES-MAZZOTTI & GEWANDSZNAJDER (2001) por intermédio das pesquisas quali/quanti, é possível obter quantitativamente dados numéricos e, qualitativamente, conceituais e categóricos, dos entrevistados, sobre o(s) problema(s) pesquisado(s). As pesquisas descritiva e explicativa são complementares. A primeira busca, segundo Vergara (2000), expor as características, e a segunda, o esclarecimento causal e entendimento de determinados fenômenos. Gil (2000, p. 47) coloca essa relação de forma mais explícita ao afirmar que as pesquisas descritivas “quase sempre constituem uma etapa prévia indispensável para que se possa obter explicações científicas”. O trabalho de pesquisa de campo obedeceu a metodologia survey que classificada como: “a pesquisa survey pode ser descrita como a obtenção de dados ou informações sobre características, ações ou opiniões de determinado grupo de pessoas, indicado como representante de uma população alvo, por meio de um instrumento de pesquisa, normalmente um questionário.” FREITAS et 2 all (2000, p.105) 4.1 Cálculo da Amostra A utilização do método survey, levou à necessidade de definição do universo a ser pesquisado, para o cálculo da amostra. Nesse caso a decisão tomada foi a de considerar como universo os produtores rurais cadastrados como contribuintes agropecuários na Secretaria de Estado da Fazenda/MT, regional de Juína. Considerou-se para composição do universo apenas os cadastrado classificados como “ativos”, que alcançou o número de 2.495 produtores. 2 www.unisc.br/portal/upload/com.../o_metodo_de_pesquisa_survey.pdf. Acesso em 24/05/2013. 12 Definido no universo de pesquisa, foi feito o cálculo do tamanho da amostra usando a fórmula abaixo, usada para casos em que a amostra tenha um tamanho (n) maior ou igual a 5% do tamanho da população (N), e considera-se que a população seja FINITA. n N . 2 .Z / 2 2 N 1.E 2 2 .Z / 2 2 Onde: n = Número de indivíduos na amostra; N = Tamanho da população; σ = Desvio-padrão populacional da variável estudada; Zα/2 = Valor crítico que corresponde ao grau de confiança desejado; E = Margem de erro ou erro máximo de estimativa. A pesquisa optou por: Margem de erro: 5% Confiança: 95% Ficando: N = 2.495; σ = 0,5 (com base na estimativa da média populacional); Zα/2 = 1,96 E = 5% = 0,05 Aplicando a fórmula: 2495.0,52.1,96 2 n 333,02 2495 1.0,052 0,52.1,96 2 Arredondando, para uma margem de erro de 5% e um intervalo de confiança de 95%, a amostra pesquisada deverá ter no mínimo 334 elementos. 13 4.2 Amostragem A amostragem se baseia na “ideia básica de efetuar determinada mensuração sobre uma parcela pequena, mas típica, de determinada população e utilizar essa informação para fazer inferência sobre a população toda.” STEVENSON, (1981, p.2) A limitação de recursos e disponibilidade de tempo associada ao fato oportuno de muitos dos alunos que estudam nos diversos cursos das Faculdades da AJES serem produtores rurais, parentes e/ou terem em seu ciclo de relacionamento produtores rurais, levou a pesquisa optar pela seleção de uma amostra não probabilística por conveniência, ou acidental. Alunos produtores foram entrevistados e aqueles que eram parentes e/ou tinham produtores rurais em seu ciclo de relacionamento, após treinamento na aplicação do questionário, ficaram encarregados de coletar os dados. Outra forma complementar utilizada na aplicação dos questionários foi ir a pontos de concentração de produtores rurais na cidade de Juína. Dois pontos foram utilizados: a feira municipal onde os produtores rurais expõem e vendem seus produtos e a AJOPAM – Associação Rural Juinense Organizada para Ajuda Mútua em dia de reuniões ordinárias. SAMARA e BARROS (2008, p. 161) nesse tipo de amostragem “os elementos da amostra são selecionados de acordo com a conveniência do pesquisador. São as pessoas que estão ao alcance do pesquisador e dispostas a responder o questionário”. A amostra de conveniência é formada por elementos que o pesquisador reuniu simplesmente porque dispunha deles. “Os estatísticos têm muitas restrições ao uso de amostras de conveniência. Mesmo assim, as amostras de conveniência são comuns em determinadas áreas, mais ainda, as amostras de conveniência constituem, muitas vezes, a única maneira disponível de estudar determinado problema”. GUIMARÃES (2008, p.18) Para evitar a ocorrência de viés nos dados coletados, foram adotadas as precauções: todas as salas de aula de todos os cursos foram visitadas e questionários aplicados nos alunos produtores rurais e/ou distribuídos 14 para sem aplicados em parentes e/ou pessoas do relacionamento que fossem produtores rurais; na feira municipal de produtores rurais, todas as bancas foram visitadas e todos os produtores que se disponibilizaram, foram entrevistados; Na AJOPAM – Associação Rural Juinense Organizada para Ajuda Mútua, em dia de reuniões ordinárias, os questionários foram aplicados de forma aleatória, conforme os associados chegavam para reunião. 4.3 Questionário de coleta de dados Os dados foram coletados com a utilização de um questionário estruturado e não disfarçado, o que segundo SAMARA e BARROS (2008, p.120-121) “o questionário é estruturado quando contém uma sequência lógica de perguntas que não podem ser modificadas nem conter inserções do entrevistador” e não disfarçado quando “os objetivos da pesquisa podem estar explícitos no questionário”. O questionário aplicado na amostra (anexo 1) foi elaborado em três partes. A primeira identifica o produtor e seu perfil (idade, sexo, tempo de atividade como produtor, localização da propriedade, etc). A segunda parte mostra classifica a propriedade (tamanho, área preservada, cadastro no CAR, etc). Na terceira parte o objetivo é identificar a opinião e conhecimento do entrevistado sobre o Novo Código Florestal e seu impacto na atividade de produtor rural. O questionário foi elaborado com perguntas abertas e fechadas. As perguntas abertas, apesar de acatar a livre resposta do entrevistado, eram todas objetivas e de identificação do entrevistado como: nome, idade, localização e tamanho da propriedade, etc. As perguntas fechadas foram dicotômicas (sim e não), semiabertas (opções com espaço para outras), escalares (escala de opinião e/ou valores) e encadeadas (a resposta depende da pergunta anterior) SAMARA e BARROS (2008). 4.4 Questionário: aplicação Os aplicadores e alunos colaboradores receberam treinamento básico de aplicação do questionário e foram aplicados um total de 351 questionários sendo que 17 foram cancelados por motivo de erros no preenchimento. No total, 334 questionários foram considerados válidos para tabulação. A aplicação dos questionários se deu no período de 08/03 a 22/03/2013 15 4.5 Análise estatística A análise estatística dos dados coletados foi feita com o uso do PSPP software para análises estatísticas sobre matrizes de dados. Segundo Fonseca e Farias3 (2012, p.10) “o PSPP é um software livre que nos permite gerar relatórios tabulados e gráficos, com o intuito de analisar estatisticamente matrizes de dados para poder inferir sobre correlações entre variáveis”. 4.5.1 Tabulação Os dados coletados foram tabulados conforme disposto em anexo III. Alguns dados como idade do entrevistado, tamanho da propriedade, área preservada/desmatada, para melhor entendimento e facilitar manuseio, foram agrupados. Os demais foram categorizados. 4.5.2 Descritiva Estatística descritiva é a parte da estatística que busca somente descrever um determinado conjunto de dados sem tirar conclusões ou inferências. Conforma já dito, o questionário foi dividido em 3 partes: Identificação do entrevistado; Perfil da propriedade e atividades desenvolvidas; Opinião sobre o Novo Código Florestal. Na parte descritivas da análise estatística, as ocorrências foram quantificadas e, quando o caso, foram feitas as médias e destacados os casos máximos e mínimos. Tabelas e gráficos ilustrativos foram utilizados para melhor entendimento dos dados expostos. 4.5.3 Analítica A estatística analítica, também conhecida como indutiva ou inferencial, permite ir além da pura descrição dos dados e fazer inferências sobre a população, a partir de análises específicas da amostra. 3 http://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=web&cd=1&ved=0CDMQFjAA&url=htt p%3A%2F%2Fwww.periodicos.letras.ufmg.br%2Findex.php%2Fueadsl%2Farticle%2Fdownload%2F2899%2F285 8&ei=b16mUfG8MIfF0AHRt4HQDw&usg=AFQjCNGvrfJXP7HabuJ_28SD. Acesso em 29/05/2013 16 Cruzamentos - usado para se obter mais informações sobre uma variável ou para cruzar uma variáveis categóricas; Correlação bivariada - serve para analisar a relação entre duas variáveis numéricas. Nos cruzamentos e correlações é possível verificar, por testes de significância, se a relação entre as variáveis é significativa. No caso, o teste utilizado é o chiquadrado. Chi-quadrado < 0,05 – existe significância entre as variáveis. Chi-quadrado > 0,05 – não existe significância entre as variáveis. 17 5 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS 5.1 Identificação do produtor rural 5.1.1 Idade A tabela 1 mostra que a maior concentração de produtores rurais é na faixa etária de 51 a 60 anos com 114 (34,1%), seguido com 99 (29,6) produtores com idade entre 41 a 50 anos. As faixas etárias de 31 a 40 anos e de 61 a 70 anos, apresentam respectivamente 46 (13,8%) e 42 (12,6%) produtores. Pode-se concluir conforme mostra quadro 1 e gráfico 1 que a maior parte dos produtores, 213 (63,7%) tem idade entre 41 a 60 anos. A idade média é de 50 anos, sendo a mínima encontrada de 18 anos e a máxima de 82 anos. Fonte: Dados de pesquisa 18 2% 13% 7% 14% de 18 a 30 anos de 31 a 40 anos 34% 30% de 41 a 50 anos de 51 a 60 anos de 61 a 70 anos acima de 71 anos Gráfico 1: % Produtores rurais por faixa etária. Fonte: Dados de pesquisa Média – 50 anos Mínima – 18 anos Máxima – 82 anos Quadro 1: Idade média, mínima e máxima. Fonte: Dados de pesquisa 5.1.2 Sexo Como já esperado, constatou-se que a grande maioria dos produtores rurais, 301 (90,1%) é so sexo masculino, sendo mulheres apenas 33 (9,9%) – tabela 2 . 19 5.1.3 Tempo de atividade A maioria dos entrevistados 198 (59,3%) declarou praticar a atividade de produtor rural a mais de 20 anos, portanto – tabela 3 e gráfico 2, muitos já eram produtores rurais antes mesmo de virem para Juína. Se somarmos a estes os entrevistados que se declararam produtores a amis de 10 anos, teremos 280 (83,9%). O produtor entrevistado com menor tempo de atividade foi de 1 ano, o máximo foi de 78 anos e a média foi de 28 anos – Quadro 2. 20 5.1.4 Tamanho da propriedade A maior parte das propriedades situa-se na faixa de 11 a 50ha, 114 (34,1%). Percebe-se também que 95,8% das propriedade têm até 500ha, ou seja, são de pequeno a médio porte. Apenas 9 (4,2%) propriedades têm mais de 500ha – tabela 4 e gráfico 3. Se adotarmos a convenção que classifica as propriedades rurais: Até 50ha – pequenas; De 51 a 500ha – médias; Acima de 500ha – grandes. A maioria das propriedades (61,7%) são pequenas, (47,9%) são de médio porte, e apenas (4,2%) são de grande porte. 21 O quadro 3 mostra que em termos de tamanho, as propriedades rurais da região têm em média 156ha, sendo que a menor delas tem apenas 0,5ha e a maior chega a 5.880ha – Quadro 3. 5.1.5 Cadastro no CAR O CAR – Cadastro Ambiental Rural foi criado pelo novo Código Florestal aprovado pelo Senado, o CAR é um registro eletrônico de alcance nacional que será obrigatório para todos os proprietários rurais. A maior parte dos entrevistados 207 (62%) se declarou ter a propriedade cadastrada no CAR, 122 (36,5%) não são cadastrados e apenas 5 (1,5%) não responderam à pergunta – tabela 5 e gráfico 4. 22 5.2 Atividades desenvolvidas 5.2.1 Área preservada atual Nesta medida adotamos três padrões área de preservação: até 20%; de 21% a 50% e acima de 50%. A maior parte dos proprietários, 164 (49,1%), mantêm até 20% da área da propriedade preservada. 132 (39,5%) preservam entre 21% a 50% da área da propriedade e apenas 31 (9,3%) preservam mais de 50% da área total da propriedade – tabela 6 e gráfico 5 A média de preservação atual é de 26% da área das propriedades, o máximo de preservação foi de 100% da área e o mínimo foi de 0%. 23 5.2.2 Área preservada inicial Essa medida identifica qual a situação de preservação da propriedade quando de sua aquisição pelo atual proprietário. A maioria das propriedades, 179 (53,6%), tinham entre 51% e 100% de sua área preservada. Com preservação de 21% a 50% foram adquiridas 67 (20,1%) das propriedades e apenas 23 (6,9%) das propriedades tinham até 20% de área preservada. 65 (19,5%) não responderam a pergunta tabela 7 e gráfico 6. A média de preservação ao adquirirem a propriedade era de 64% da área, o mínimo era de 0%, ou seja toda propriedade desmatada e o máximo de 100% de preservação – Quadro 5. 24 Ao confrontarmos a situação de preservação na aquisição da propriedade e a situação de preservação atual, vemos que a média de área preservada foi de 64% da área da propriedade na época de sua aquisição para 24% de área preservada atualmente – Tabela 8. A variação foi de 28% de decréscimo da área preservada. 5.2.3 Atividades desenvolvidas As principais atividades desenvolvidas pelos estrevistados são a agricultura 166 (49,7%) e a pecuária 287 (85,9%). Outras atividades como o extrativismo, pisicultura, manejo florestal contam com 51 (15,3%) – tabelas 9 e 10. Cabe esclarecer que as atividades principais não são excludentes, podendo ser cumulativas. Dos 287 produtores que declararam a pecuária como atividade principal, 127 também praticam a agricultura. Consequentemente apenas 39 têm a agricultura como atividade principal e 160 a pecuária. 5.2.4 Atividades desenvolvidas na agricultura, pecuária e outras 25 Das atividades agrícolas desenvolvidas, o cultivo do milho 51 (30,7%) e horticultura, também com 51 (30,7%), são as de maior destaque, seguidas pelo café 49 (29,5%) – tabela 11 e gráfico 6. O cultivo de forrageiras 24 (14,5%) e cana 18 (10,8%) também estão presentes, consequência da simbiose natural entre a agricultura e a pecuária. Na pecuária, as atividades4 desenvolvidas estão bem equilibradas, sendo o destaque para a cria 100 (34,8%), seguida pela recria 91 (31,7%), produção de leite 74 (25,8%) e engorda 71 (24,7%) - tabela 12 e gráfico 8. 4 As atividades pecuárias são divididas em: Cria – produção de bezerros, normalmente associada à produção de leite; Recria – Desenvolvimento do bezerro até o ponto de novilho; Engorda – Acabamento final para abate; Leite – pode estar associada à cria ou não. 26 Outras atividades não relacionadas à agricultura e pecuária bovina também são praticadas na região. Destacam-se a avicultura com 39 (76,5% dos praticantes e 11,7% do total), a piscicultura 25 (54,9% dos praticantes e 8,4% do total) e a suinocultura 25 (49% dos praticantes e 7,5% do total). 27 5.2.5 Exploração da área preservada A exploração da área preservada dentro dos parâmetros permitidos pela lei é uma das possibilidades de atividade para os produtores da região, entretanto temos apenas 47 (14,1%) declararam explorar as áreas preservadas enquanto a grande maioria 282 (84,4%) não o fazem – tabela 14 e gráfico 10. 28 5.2.6 Atividade de exploração da área preservada Entre os produtores que exploram as áreas preservadas, o destaque é para a fruticultura 23 (48,9% dos praticantes e 6,9% do total), entretanto verificamos na aplicação do questionário que essa atividade está mais relacionada à coleta de frutos, expecialmente a castanha do pará, do que ao cultivo e manejo de frutíferas nativas das áreas preservadas. Outras atividades como coleta de palmito, extração de madeira e cultivo de florestas tiveram incidência muito baixas – tabela 15 e gráfico 11. 5.3 Conhecimento do novo Código Florestal 5.3.1 Conhece o novo código florestal Dos entrevistados 192 (57,5%) decleraram conhecer o novo código florestal enquanto 135 (40,4%) afirmaram não conhecer e 7 (2,1%) não responderam – tabela 16 e gráfico 12. Cabe informar que aos entrevistados que afirmaram não conhecer o novo código florestal, antes de dar 29 continuidade ao questionário, foi apresentado um resumo dos principais pontos abordados pelo código – anexo XXXXXX. 5.3.2 Condição de cumprir o novo código florestal Dos entrevistados, afirmaram não ter condição de cumprir o novo código florestal 175 (52,4%), enquanto 137 (41%) responderam que têm condição de cumprir e 22 (6,6%) optaram por não responder – tabela 17 e gráfico 13. 30 5.3.3 Opinião sobre o novo Código Florestal A opinião dos entrevistados sobre o novo código florestal foi tomada em uma questão escalar onde as opções eram: excelente, bom, indiferente, ruim e péssimo. Houve um praticamente um empate entre as opções ruim 108 (32,3%) e bom 107 (32%). As opções que classificam o novo código nos extremos pessimo e excelente, com 54 (16,2%) e 8 (2,4%) respectivamente, vieram en sequência, enquanto 44 (13,2%) foram neutros escolhendo indiferente. Não responderam 13 (3,9%) – tabela 18 e gráfico 14. 31 5.3.4 Novo Código e a viabilidade das atividades de produtor rural Indagados se o novo código afeta a viabilidade das atividades de produtores rurais, 116 (34,7%) responderam parcialmente, 79 (23,7%) responderam totalmente, 59 (17,7%) se declararam indiferentes, 46 (13,8%) afirmaram que o novo código ajuda pouco e 19 (5,7%) que ajuda muito. Não responderam 15 (4,5%) – tabela 19 e gráfico 15. 32 5.4 Cruzamento dos dados O questionário aplicado foi estruturado de forma a produzir dados passíveis de cruzamentos que ampliam a quantidade e qualidade das informações disponíveis para análise. Foram feitos cruzamentos de variáveis categóricas, que são aquelas que indicam categorias, utilizando o recurso de “crosstab” do PSPP. Variáveis numéricas também foram cruzadas, desta vez, usando o comando “bivariate correlation”. Em ambos os cassos foi calculado o chi-quadrado, que indica a procedência da relação entre as variáveis cruzadas. O quadro 6 mostra todos os cruzamentos feitos e seus respectivos chi-quadrado. 33 Para efeito de análise e conclusões de pesquisa, apresentaremos a seguir apenas os cruzamentos cujo chi-quadrado deu menor ou igual a 0,05, ou seja indicativo de relação verdadeira entre as variáveis. Os demais cruzamentos, pela falta de significância para a pesquisa, foram descartados. 5.4.1 Cruzamento: Tamanho da propriedade X conhecimento do novo código florestal A tabela 20 e o gráfico 16 mostram claramente a correlação (chi-qudrado = 0,01) entre o tamanho da propriedade e o fato do proprietário conhecer ou não o novo código florestal. QUANTO MAIOR O TAMANHO DA PROPRIEDADE, MAIS PROPRIETÁRIOS CONHECEM O NOVO CÓDIGO FLORESTAL (chi-quadrado = 0,01). 34 Percebe-se que quanto maior o tamanho da propriedade, maior é o número de proprietários que declaram conhecer o novo código florestal, e quanto nenor a propriedade, nenor o número de proprietários que conhecem o novo código. 5.4.2 Cruzamento: Área preservada X CAR O cruzamento de dados ente a área preservada das propriedades e o fato de serem cadastradas ou não no CAR – Cadastro Ambiental Rural, demonstrou uma levemente (chiquadrado = 0,05) uma relação verdadeira – tabela 21 e grafico. QUANTO MAIOR A ÁREA PRESERVADA DAS PROPRIEDADES RURAIS, MAIOR O NÚMERO DE INCIDÊNCIA DE CADASTROS NO CAR. 35 5.4.3 Cruzamento: Opinião sobre o novo código X cadastramento no CAR O cruzamento entre a opinião do produtor sobre o novo código e o fato de estar ou não cadastrado no CAR, demonstrou (chi-quadrado = 0,01) como verdadeira a relação de que quanto mais o produtor aprova o código, maior é a possibilidade de ele estar cadastrado no CAR. QUANTO MELHOR A OPINIÃO DO PRODUTOR SOBRE O NOVOCÓDIGO FLORESTA, MAIOR A POSSIBILIDADE DE ESTAR CADASTRADO NO CAR (chi-quadrado = 0,01) 36 5.4.4 Cruzamento: Opinião sobre o novo código X Conhecimento do novo código As variáveis opinião sobre o novo código e conhecimento do mesmo, quando cruzadas revelaram um alto grau de relação (chi-quadrado = 0,00), apresentando a tendência de quanto mais o produtor conhece o novo codigo, mais a sua opinião sobre ele tende a se dividir entre indifirente, bom ou ruim – tabela 23 e grafico 19. Por outro lado, quanto menor o conhecimento do novo código, maior é a tendência a ter uma opinião extremada, dividida entre excelente e péssima – tabela 23 e gráfico 19 O CONHECIMENTO DO NOVO CÓDIGO FLORESTAL ESTABELECE UMA OPINIÃO CENTRALIZADO (BOM, INDIFERENTE E RUIM), ENQUANTO O DESCONHECIMENTO LEVA A UMA OPINIÃO EXTREMADA (EXCELENTE E PÉSSIMO (chi-quadrado = 0,00) 37 5.4.5 Cruzamento: Conhecimento do novo código X Condição de cumprir O cruzamento das variáveis conecimento do novo código e condição de cumprir o novo código são grandemente reveladoras. Os proprietários que afirmaram não conhecer o novo código têm a opinião de que não é possível cumprir suas determinações. Por outo lado, os que conhecem o código, tendem a afirmar ter condição de cumpri-lo – tabela 24 e gráfico 20. O CONHECIMENTO DO CÓDIGO TEM RELAÇÃO COM A OPINIÃO DE SER POSSÍVEL CUMPRI-LO, E VICE-VERSA (chi-quadrado = 0,00) 38 5.4.6 Cruzamento: Viabilidade das atividades de produtor X Conhecimento do novo código O cruzamento da opinião sobre o impacto do novo código florestal na viabilidade das atividades de produtor rural quando cruzadas com o conhecimento do novo código, mosta a relação (chi-quadrado = 0,00) existente no sentido de que os produtores que declararam conhecer o novo código tendem à opinião de que o mesmo pode ajudar no desenvolvimento das atividades. Já os produtores declarantes de desconhecer o novo código florestal, tendem a achar que ele inviabiliza as suas atividades – tabela 25 e gráfico 21 OS PRODUTORES QUE CONHECENM O CÓDIGO TENDEM A ACHAR QUE O MESMO NÃO INVIABILIZA SUAS ATIVIDADES, E VICE-VERSA (chi-quadrado = 0,00) 39 5.4.7 Cruzamento: Viabilidade das atividades X Opinião sobre o novo código A viabilidade das atividades de produtor rural quando cruzada com a opinião dos mesmos sobre o novo código indicam uma relação que aponta na direção de os produtores que têm uma opinião positiva sobre o novo código (excelente e bom), tendem a achar que o mesmo não inviabiliza suas atividades. À medida que a opinião dos produtores muda para ruim e péssimo, a opinião passa a ser de inviabilização das atividades – tbela 26 e gráfico 22. QUANTO MELHOR A OPINIÃO DO PRODUTOR SOBRE O NOVO CÓDIGO, MENOS ELE ACHA QUE O MESMO INVIABILIZA AS ATIVIDADES DE PRODUTOR RURAL E VICEVERSA (chi-quadrado = 0,00) 40 6 CONCLUSÕES Dos resultados apurados podemos concluir: Os produtores rurais de Juína e região têm em média 28 anos de prática de atividade rural, podendo ser, portanto, considerado como experiente e já vivido dentro da profissão; A maioria das propriedades rurais têm entre 10 e 500ha, portanto são de pequenos e médios produtores. Não existe na região grandes propriedades e/ou latifúndios empresariais de produção extensiva, tanto na área agrícola como na pecuária; A atividade pecuária se sobrepõe à agricultura que na maioria dos casos é praticada como complemento e/ou apoio; As áreas preservadas não têm seu potencial econômico plenamente explorado; Dos anos 80 até os dias de hoje, houve um aumento médio de 28% da área desmatada; Diferentemente do que se pensava, o tamanho da propriedade, o percentual da área preservada/desmatada, o tempo de atividade como produtor rural e as atividades desenvolvidas na propriedade NÃO apresentam relação com a opinião dos produtores sobre o novo código florestal e seu impacto sobre a atividade na região de Juina; O fator que se relaciona diretamente com a opinião dos produtores rurais em relação ao novo código florestal é o conhecimento do conteúdo do novo código florestal; Os produtores que declararam conhecer o novo código florestal apresentaram uma tendência de maior aprovação do mesmo e de não o considerarem um fator de inviabilização das atividades; O conhecimento do código tende a ser maior quanto maior a propriedade e também pode ser visto como determinante na iniciativa do produtor se cadastrar no CAR. 41 7 SUGESTÕES Diante dos fatos demonstrados fica a sugestão de que os órgãos competentes nas três esferas (município, estado e união), em conjunto com a sociedade organizada e as instituições acadêmicas, promovam cursos, palestras e seminários, voltados especialmente aos pequenos e médios produtores rurais, objetivando a informação sobre os conteúdos e importância da legislação ambiental e também sobre as técnicas e tecnologias que podem aumentar sua produtividade, ajudando a viabilizar as atividades de produtor rural diante dessa nova realidade. Simpósios e seminários sobre a exploração econômica sustentável das áreas preservadas ajudarão a integrar estas às propriedades como fonte de renda, deixando de ser, como é a visão geral hoje, apenas ônus para o produtor rural. Novas pesquisas complementares devem ser desenvolvidas buscando um maior aprofundamento, tanto quantitativo quanto qualitativo, no que se refere aos fatos e dados nesta pesquisa apropriados. Sugerimos também a formação de grupos focais com pequenos, médios e grandes produtores, para discussão mais aprofundada das questões ambientais e da produção agropecuária enquanto atividade econômica e a inter-relação entre ambas. A longo prazo é pertinente uma pesquisa tipo painel para acompanhamento da evolução das relações entre os problemas ambientais e as atividades relacionadas com a produção agropecuária na região. Para finalizar, sugerimos também a realização de uma pesquisa de opinião sobre o Novo Código Florestal abrangendo todos setores da sociedade juinense e região, já que as deliberações do Novo Código impactarão sobre em outros segmentos além dos produtores rurais. 42 REFERÊNCIAS ALVES-MAZZOTTI, Alda Judith, GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. 2. ed. São Paulo: Pioneira, 2001 FREITAS, Henrique; OLIVEIRA, Míriam; ZANELA SACCOL, Amarolinda; e MASCAROLA, Jean. O MÉTODO DE PESQUISA SURVEY. Revista de Administração, Sãp Paulo, v 35, n.3, p. 105 – 112, julho/setembro 2000. GUIMARÃES, Paulo Ricardo Bittencourt.. Métodos Quantitativos Estatísticos. Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2008. SAMARA, Beatriz Santos e BARROS, José Carlos de. Pesquisa de Marketing: conceito e metodologia. São Paulo: PEARSON, 2008. STEVENSON, William J. Introdução a estatística aplicada à administração. São Paulo: Happer & Row do Brasil, 1981. 43 Anexo 1 Opinião dos produtores rurais de Juina sobre o novo código florestal QUESTIONÁRIO Tabulação IDENTIFICAÇÃO 1) Nome do produtor:_______________________________________ 2 [ ] 2) Idade: ________anos 3 [ ] 3) Sexo: ( 4 [ ] 4) Regime Jurídico: ________________________________________ 5 [ ] 5) Tamanho da propriedade: _______ ha ) Masculino ( ) Feminino 6) Localização da propriedade: _______________________________ 7 [ ] 8 [ ] 7) Há quanto tempo é produtor rural? _________________________ 8) Está cadastrado no CAR (Cadastro Ambiental Rural): ( ) Sim ( Não ATIVIDADES 9.1 9.2 10.1 10.2 10.3 11.1 11.2 11.3 11.4 11.5 11.6 11.7 [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ ] ] 9) Estrutura atual da propriedade Área preservada ______ Desmatada ______ ] ] ] 10) Utilização da área desmatada Agricultura ______ Pecuária ______ Outras atividades ______ ] ] ] ] ] ] ] 11) Utilização área p/ agricultura: Milho ______ Soja ______ Cana ______ Forrageiras ______ Horticultura ______ Café ______ Outras ______ Qual(ais) _______________________________ ) 44 12.1 12.2 12.3 12.4 [ [ [ [ ] ] ] ] 12) Utilização área p/ pecuária: Leite _______ Cria ________ Recria ______ Engorda _______ 13) Outras atividades: Psicultura _____ Avicultura ______ Suinocultura _______ Apicultura ______ Outras ______ Qual(ais)__________________________________________ 13.1 13.2 13.3 13.4 [ [ [ [ ] ] ] ] 13.5 [ ] 14 [ ] 14) Utiliza área preservada economicamente? Sim ( ] ] ] ] ] 15) Se sim, qual atividade? ( ) Extração de madeira ( ) Extração palmito ( ) Coleta frutos ( ) Silvicultura ( ) Outras 15.1 15.2 15.3 15.4 15.5 [ [ [ [ [ ) Não ( NOVO CÓDIGO FLORESTAL 16 [ ] 16) Conhece novo código florestal proposto pelo governo? ( ) Sim ( ) Não Se não conhece, fazer breve explanação sobre o código (resumo). 17 [ ] 17) Na sua opinião, o novo código como está proposto, vai ser para p/ produtor: ( ) Excelente ( ) Bom ( ) Indiferent ( ) Ruim ( ) Péssimo 18 [ ] 18) Se o novo código for aprovado, o sr. Tem condições de cumpri-lo? ( ) Sim ( ) Não ) 45 19 [ ] 20 [ ] 21.1 21.2 [ [ ] ] 19) Se o novo código for aprovado, qual o impacto financeiro que terá na sua atividade de produtor rural? ( ) Inviabiliza totalmente; ( ) Inviabiliza parcialmente; ( ) Nenhum impacto; ( ) Ajuda pouco; ( ) Ajuda Muito; 20) Quando iniciou a atividade de produtor rural recebeu algum tipo de incentivo do governo para desmatar a propriedade? ( ) Sim ( ) Não 21) Quando comprou a propriedade, qual a situação que ela se encontrava? Intacta ______ Desmatada ______ 46 Anexo 2 RESUMO NOVO CÓDIGO FLORESTAL PARA REGIÃO DE JUINA 1. Toda propriedade de qualquer tamanho poderá ser desmatada para fins comerciais em 50% de sua área total, isso porque o município tem + de 50% de sua área total ocupada por reservas indígenas e parques ecológicos. 2. Se a propriedade tiver + de 50% de sua área desmatada, tem de reflorestar com os custos por conta do proprietário. 3. As margens de rios tem de ser recuperadas conforme a largura do rio, variando de 10 a 500mts 4. As margens de logos e lagoas, naturais e artificiais tem de ser preservados. 5. As nascentes têm de ser cercadas e preservadas. 6. O topo dos morros com 45º de elevação e suas encostas tem de ser preservados. 7. As áreas preservadas só podem ser exploradas (extração de madeira, coleta de frutos, etc) com projeto de manejo e/ou ações compensatórias. 47 DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DA PESQUISA Finda a pesquisa e concluído o relatório, a mesma foi divulgada dentro da programação da IV Semana da Comunidade da AJES. Foi organizado uma apresentação verbal dos resultados auferidos com a presença de autoridades locais e figuras de expoente dentro da sociedade juinense (convites em anexo). A categoria dos produtores rurais também foi convidade, pessoalmente durante as entrevistas e por meio de representantes de classe como o Sindicato dos Produtores Rurais, Sindicato dosTrabalhadores Rurais, a AJOPAM, e a assiciação dos feirantes de Juína (cartas convite em anexo) Em sequência apresentamos os slides utilizados como roteiro na apresentação verbal.