tcc_versao final - Biblioteca Orlando Teixeira On-line
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS AMBIENTAIS E TECNOLÓGICAS CURSO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO FELIPE MENDONÇA GURGEL BANDEIRA APLICAÇÃO DE UM MODELO DE LOCALIZAÇÃO PARA OTIMIZAR O FLUXO REVERSO DE PNEUS INSERVÍVEIS NO OESTE POTIGUAR MOSSORÓ - RN 2011 FELIPE MENDONÇA GURGEL BANDEIRA APLICAÇÃO DE UM MODELO DE LOCALIZAÇÃO PARA OTIMIZAR O FLUXO REVERSO DE PNEUS INSERVÍVEIS NO OESTE POTIGUAR Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção. Orientador: Prof. Ms. Breno Barros Telles do Carmo. MOSSORÓ - RN 2011 Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA B214a Bandeira, Felipe Mendonça Gurgel. Aplicação de um modelo de localização para otimizar o fluxo reverso de pneus inservíveis no oeste potiguar / Felipe Mendonça Gurgel Bandeira -- Mossoró, 2011. 103f.: il. Monografia (Graduação em Engenharia de Produção) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Orientador: Prof°. Ms. Breno Barros Telles do Carmo 1.Reciclagem de pneus. 2.Modelos de localização de facilidades. 3.Logística reversa. I.Título. CDD: 629.2482 Bibliotecária: Keina Cristina Santos Sousa e Silva CRB15 120 FELIPE MENDONÇA GURGEL BANDEIRA APLICAÇÃO DE UM MODELO DE LOCALIZAÇÃO PARA OTIMIZAR O FLUXO REVERSO DE PNEUS INSERVÍVEIS NO OESTE POTIGUAR Monografia apresentada a Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Departamento de Ciências Ambientais e Tecnológicas para a obtenção do título de Bacharel em Engenharia de Produção. APROVADA EM: ____/____/_______ BANCA EXAMINADORA Prof. Ms. Breno Barros Telles do Carmo (UFERSA) Presidente Prof. D.Sc. Eric Amaral Ferreira (UFERSA) Primeiro Membro Prof. Ms. Fábio Francisco da Costa Fontes (UFERSA) Segundo Membro DEDICATÓRIA Aos meus amados pais, Epitácio e Nara. AGRADEDIMENTOS À Deus, pelo dom da vida e pela minha saúde e de minha família. À minha mãe, Nara, pelo seu empenho à minha criação e formação profissional. Aos meus avós paternos, Epitácio Bandeira e Elsamira Bandeira, e meus avós maternos, Eliezer Gurgel (Dadá) (in memorian) e Maria Evanir Mendonça (Evinha), pelo amor e dedicação aos filhos e netos. À Karen Costa, pelo seu amor, companheirismo e incentivo ao longo desses últimos sete anos. Ao meu irmão, Diego Bandeira, pelo apoio e amizade. Aos meus queridos amigos, pessoas do mais alto apreço que estão sempre presentes nos bons e maus momentos. Aos meus colegas de turma, pela amizade e apoio durante esses últimos cinco anos. Ao Professor e orientador Breno Barros Telles do Carmo, por sua humildade, seus ensinamentos transmitidos, sua paciência e motivação para desenvolver este trabalho. Ao Professor Eric Amaral Ferreira, por seus ensinamentos, contribuição para este trabalho e por sua amizade inestimável. À Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), pela oportunidade de estudo e por disponibilizar a infraestrutura necessária para a minha formação. À todos os professores que passaram e que continuam no Curso de Engenharia de Produção da UFERSA, pelos ensinamentos e esforços empenhados no desenvolvimento do curso. À todos os mestres que tive ao longo da vida, pois hoje sou a soma de tudo que aprendi. À todos os funcionários e colegas de trabalho da UFERSA, por toda contribuição dada à nossa instituição. “Tenha coragem de seguir seu coração e a sua intuição. Eles de alguma maneira já sabem o que você quer se tornar. Todo o resto é secundário.” (Steve Jobs) RESUMO O conceito de sustentabilidade ambiental tem apresentado uma relevância cada vez maior nas operações de organizações públicas e privadas e influenciado os hábitos de consumo da sociedade. Tendo em vista que na última década foram criadas legislações que visam preservar o patrimônio ambiental através da atribuição de um conjunto de responsabilidades entre fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores, é preciso definir formas de reduzir, reutilizar e reciclar materiais pós-consumo. Dentre esses materiais, o pneu que não tem mais condições de ser reformado (inservível) é um item que pode ser utilizado em uma gama de processos alternativos de reciclagem. Para viabilizar o retorno desses pneus, é preciso utilizar ferramentas que tornem os canais logísticos reversos – instrumento fundamental para coletar e restituir os resíduos ao setor empresarial – mais competitivos em termos de custos e operacionabilidade tanto quanto os canais logísticos diretos tradicionais. Uma dessas ferramentas são os Modelos de Localização de Facilidades, que visam apoiar a decisão de localizar instalações em pontos estratégicos de acordo com as necessidades dos interessados. Este trabalho, portanto, tem como proposta aplicar um Modelo de Localização Capacitado em um software para construir e resolver modelos de otimização a fim de conceber uma solução ótima para locar ecopontos – pontos de coleta de pneus inservíveis – na região Oeste Potiguar. Ao final desta pesquisa, pôde-se obter uma configuração ótima da rede logística reversa que se baseou nos custos de transportes ao longo da rede estabelecida e os custos de instalação dos ecopontos nas cidades contempladas com eles. Palavras-chave: Modelos de localização de facilidades. Reciclagem de pneus. Logística reversa. ABSTRACT The concept of environmental sustainability has presented an increasing relevance in operations of public and private organizations and influenced the society consumption habits. Considering that in the last decade were created legislations aimed at preserving the environmental patrimony by assigning a set of responsibilities between manufacturers, importers, distributors, traders and consumers, it need to define manners to reduce, reuse and recycle post-consumer materials. Among these materials, the tire that does not have more conditions to be reformed (scrap tire) is an item that can be utilized for a range of alternative recycling processes. To facilitate the return of these tires, it is necessary to apply tools that make reverse logistics channel – fundamental instrument to collect and restitute the residue to the enterprise sector – more competitive in terms of cost and operations as well as traditional direct logistics channel. One of these tools is the Facility Location Models that aim to support the decision to locate facilities in strategic locations according to the stakeholders needs. This paper, therefore, has as proposal to apply a Capacitate Location Model in a software for building and solving optimization models in order to obtain an optimal solution to locate ecopoints – collect points for scrap tires – in the west of Rio Grande do Norte (Brazil). At the end of this research, we could get an optimal configuration of the reverse logistics network that was based on the transportation costs along the established network and installation costs of ecopoints cities covered with them. Keywords: Facility location models. Tire recycling. Reverse logistics. LISTA DE TABELAS Tabela 01 - Produção anual de pneumáticos em unidades por grupo ...................................... 26 Tabela 02 - Vantagens e desvantagens dos modelos de localização ........................................ 49 Tabela 03 - Proporção estabelecida para estimativa de venda de pneus .................................. 55 Tabela 04 - Parâmetros e Variáveis do modelo ........................................................................ 58 Tabela 05 - Cidades candidatas a receber ecopontos ............................................................... 60 Tabela 06 - Síntese dos resultados da modelagem ................................................................... 63 Tabela 07 - Síntese dos resultados do Cenário 2 ...................................................................... 65 Tabela 08 - Síntese dos resultados do Cenário 3 ...................................................................... 67 Tabela 09 - Síntese dos resultados do Cenário 4 ...................................................................... 69 Tabela 10 - Síntese dos resultados do Cenário 5 ...................................................................... 71 Tabela 11 - Síntese dos resultados do Cenário 6 ...................................................................... 73 Tabela 12 - Custos obtidos no Modelo Inicial e Cenários ........................................................ 75 Tabela 13 - Incremento de custos em porcentagem entre Cenários ......................................... 76 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 - Oferta de pneus das cidades candidatas a receber ecopontos .............................. 61 Gráfico 02 - Custos do modelo inicial ...................................................................................... 64 Gráfico 03 - Custos obtidos no Cenário 2 ................................................................................ 66 Gráfico 04 - Custos obtidos no Cenário 3 ................................................................................ 67 Gráfico 05 - Custos obtidos no Cenário 4 ................................................................................ 70 Gráfico 06 - Custos obtidos no Cenário 5 ................................................................................ 72 Gráfico 07 - Custos obtidos no Cenário 6 ................................................................................ 74 LISTA DE FIGURAS Figura 01- Pneu radial e pneu diagonal .................................................................................... 24 Figura 02 - Composição química e física do pneu ................................................................... 25 Figura 03 - Artefatos e artesanatos feitos com borracha de pneus ........................................... 30 Figura 04 - Fluxograma de alternativas para a reutilização, reciclagem e valorização energética de pneus usados. ...................................................................................................... 33 Figura 05 - Logística reversa de pneus novos e usados no Brasil ............................................ 37 Figura 06 - Estrutura da Metodologia proposta ........................................................................ 52 Figura 07 - Mapa do estado do Rio Grande do Norte .............................................................. 53 Figura 08 - Esquema do PLC ................................................................................................... 61 Figura 09 - Ecopontos distribuídos no Oeste Potiguar (Cenário 3) .......................................... 68 Figura 10 - Ecopontos escolhidos (Cenário 6) ......................................................................... 74 LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES ABR – Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus ANIP – Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito FAPEMIG – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais F.O – Função objetivo IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis IDEMA – Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas IR – Índice de recapabilidade PET – Politereftalato de etileno PLC – Problema de Localização Capacitado SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................... 16 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO .................................................................................................. 16 1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................................... 19 1.2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................... 19 1.2.2 Objetivos Específicos ..................................................................................................... 19 1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................... 20 1.4 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO............................................................................... 21 2 REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................................... 22 2.1 GESTÃO INTEGRADA DE PNEUS INSERVÍVEIS ...................................................... 22 2.2 O PNEU E SEU MERCADO ............................................................................................. 23 2.2.1 Composição química e física do pneu .......................................................................... 25 2.2.2 Produção e Consumo ..................................................................................................... 25 2.3 (3R´S) REDUÇÃO, REUSO E RECICLAGEM ............................................................... 26 2.3.1 Recapagem e Recauchutagem ...................................................................................... 27 2.3.2 Contenção de encostas e Construção Civil .................................................................. 29 2.3.3 Artesanatos e Artefatos de borracha ........................................................................... 30 2.3.4 Asfalto ecológico/borracha............................................................................................ 31 2.3.5 Coprocessamento ........................................................................................................... 31 2.3.6 Pirólise ............................................................................................................................ 33 2.4 LOGÍSTICA REVERSA DO PNEU PÓS-CONSUMO .................................................... 34 2.5 PROBLEMAS DE LOCALIZAÇÃO ................................................................................ 38 2.5.1 Classificação dos Problemas de Localização ............................................................... 39 2.5.1.1 Modelos para Localização de uma Única Instalação.................................................... 40 2.5.1.2 Modelos para Localização de Múltiplas Instalações .................................................... 41 2.5.1.3 Modelo p-mediana ........................................................................................................ 42 2.5.1.4 Problemas de cobertura ................................................................................................ 44 2.5.1.5 Problema de Centros..................................................................................................... 45 2.5.1.6 Problema de Localização Capacitado ........................................................................... 47 3 MÉTODO PROPOSTO ...................................................................................................... 50 4 APLICAÇÃO DO MODELO E RESULTADOS ............................................................. 54 4.1 PREMISSAS ESTABELECIDAS DO MODELO ............................................................ 55 4.2 CONSTRUÇÃO DO MODELO ........................................................................................ 57 4.3 PARÂMETROS E VARIÁVEIS DO MODELO .............................................................. 57 4.5 MODELO MATEMÁTICO PROPOSTO ......................................................................... 58 4.6 ESCOLHA DAS CIDADES CANDIDATAS A RECEBER OS ECOPONTOS .............. 60 4.7 RESOLUÇÃO DO MODELO ........................................................................................... 63 4.8 CENÁRIOS ........................................................................................................................ 64 4.8.1 Cenário 2: Redução da capacidade do ecoponto para 75% ...................................... 65 4.8.2 Cenário 3: Redução da capacidade do ecoponto para 50% ...................................... 66 4.8.3 Cenário 4: Instalação de ecoponto fixo em Mossoró de capacidade para 90.000 pneus/ano ................................................................................................................................. 69 4.8.4 Cenário 5: Ampliação da capacidade dos ecopontos em qualquer das 7 cidades candidatas para 90.000 pneus/ano ........................................................................................ 70 4.8.5 Cenário 6: Capacidade do ecoponto em Mossoró para receber 41.446 pneus/ano e as demais cidades candidatas com capacidade de 7.800 pneus/ano ................................... 72 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 77 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 79 APÊNDICE ............................................................................................................................. 85 16 1 INTRODUÇÃO 1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO O reconhecimento do conceito de sustentabilidade ambiental tem sido difundido amplamente nas últimas décadas, tanto no âmbito social e governamental quanto no empresarial. Para este último, a preservação do meio ambiente se tornou mais do que uma moda que seria traduzida em produtos ecologicamente corretos, e sim um fator estratégico organizacional de significativo valor competitivo. No mercado, as empresas vêm percebendo o valor da temática no que se refere à construção de uma imagem respeitosa e consolidada perante seu público de interesse (MCKINNON et al., 2010). Diante da pressão pública e governamental para que as empresas reduzam os diversos impactos ambientais que suas atividades, processos e produtos vêm causando ao meio ambiente, destaca-se o notável desequilíbrio ambiental causado pelo descarte inadequado do pneu que não tem mais utilidade para sua atividade fim. De acordo com a Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos (ANIP, 2011), no ano de 2010 foram produzidos cerca de 67,3 milhões de pneus no Brasil e vendidos por volta de 73,1 milhões, envolvendo também os pneus importados vendidos no país. Em termos globais, são produzidos pelo menos 15 milhões de toneladas de pneus por ano. Isso representa uma utilização de mais de 9 milhões de toneladas de borracha, 1 milhão de toneladas de aço e 3 milhões de toneladas de negro de fumo ou negro de carbono (DHIR; LIMBACHIYA; PAINE, 2001). No ano de 2008, foram produzidos cerca de 1,385 bilhões de pneumáticos em todo o mundo. Já o descarte de pneus usados chega à marca de quase 1 bilhão de unidades/ano. O pneu, após o seu tempo de vida útil, perde sua utilidade no veículo tornando-se um pneu denominado de inservível, sendo considerado um resíduo que, frequentemente, tem sido despejado no ambiente de forma inadequada. Algumas implicações nocivas ao meio ambiente podem vir a ocorrer caso o pneu não receba o tratamento adequado após a sua vida útil. Um dos impactos mais comuns é a liberação de substâncias tóxicas, principalmente óleo pirolítico, que contaminam o ar e o solo através de incêndios provocados, na maioria dos casos, em pneus descartados a céu aberto, tendo em vista que o mesmo possui alto poder calorífico, maior até mesmo que o do carvão. 17 Devido a esse descarte, o pneu também servirá como foco de mosquitos transmissores de doenças e roedores, bem como causará poluição visual pela sua disposição ambientalmente inadequada (MATTIOLI et al., 2009). Nos últimos anos, algumas alternativas de reciclagem vêm sendo criadas a fim de reaproveitar esse resíduo sólido. A reforma do pneu tem dado uma sobrevida a ele, retardando o seu descarte e reduzindo o consumo de recursos naturais necessários à produção de um item novo de fábrica. Outra forma é a utilização de borracha para pavimentação asfáltica. O chamado asfalto-borracha, segundo Cocamar (2007, apud Lagarinhos e Tenório, 2009), tem inúmeras vantagens como aumentar a vida útil do pavimento em 30%, em relação ao asfalto convencional, retardar o aparecimento de trincas e selar as já existentes, garantir a destinação ambientalmente correta dos pneus usados e reduzir o ruído e a manutenção do pavimento. Nas últimas décadas, o pneu também teve seu valor energético potencializado. Cada vez mais ele é empregado como combustível alternativo para a geração de energia em fornos de clínquer nas fábricas de cimento, fornos de arco elétrico para a produção de aço com alto teor de carbono, indústrias de papel, complementando o uso de óleo, gás e carvão (LAGARINHOS; TENÓRIO, 2009). Com o propósito de mitigar esse passivo ambiental e os riscos à saúde causados por essas pilhas de pneus abandonados, foram criadas legislações específicas no Brasil, como a Resolução nº 416/2009 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), que tornam os fabricantes e importadores de pneus novos, com peso unitário superior a 2,0 kg (dois quilos), obrigados a coletar e destinar de maneira ambientalmente correta os pneumáticos inservíveis existentes em território nacional, seguindo as devidas proporções. No entanto, essa tarefa se torna complexa pelo fato de os canais logísticos reversos não serem, via de regra, tão bem estruturados quanto os canais de distribuição diretos. Estes últimos, segundo Leite (2009), são constituídos por diversas etapas pelas quais os bens produzidos são comercializados até chegar ao consumidor final. O mesmo autor afirma ainda que os canais de distribuição reversos ainda não são bem estruturados devido ao fato de ainda haver desvalorização econômica em relação aos canais diretos. Esta situação acaba onerando os consumidores e clientes nos preços de venda dos produtos pois com a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, os fabricantes e importadores de pneus novos se tornam cada vez mais responsáveis pela destinação ecologicamente correta desses resíduos. Em consequência disto, os custos incorridos nessa operação de coleta e destinação naturalmente são repassados ao consumidor. 18 Diante do tradeoff que ocorre no processo de tomada de decisão entre preservar o meio ambiente via fluxo reverso dos produtos pós-consumo e a necessidade de operar de maneira viável e lucrativa por parte das empresas, exige-se o emprego de técnicas e ferramentas logísticas que auxiliem esse processo reverso otimizando os recursos utilizados no retorno desses resíduos para fabricantes e/ou recicladoras de pneus. No caso da coleta seletiva de resíduos, não se pode somente buscar a minimização de custos ou das distâncias de transporte dos veículos utilizados no processo. Aspectos como custos de implantação e capacidade das unidades de coleta e triagem de resíduos também devem ser levados em conta. O uso dessas técnicas e ferramentas tem como objetivo subsidiar o processo decisório pois, via de regra, as decisões sobre o planejamento da gestão dos resíduos sólidos são baseadas somente na experiência dos gestores (CHANG; WEI, 2000). Tendo em vista que a logística reversa de pneus é uma tarefa complexa devido às características próprias do pneu e por possuir uma grande dependência operacional dos ecopontos – locais que recebem, armazenam e processam pneus – que, por sua vez implicam em custos de instalação e manutenção, é necessário que os implantadores de redes logísticas reversas deem maior ênfase à etapa de planejamento devido às diversas alternativas de alocação de recursos. Normalmente, o processo de escolher onde será localizado uma determinada instalação, com o objetivo de minimizar os custos de operação, ocorre por meio de processos intuitivos, que acabam não levando em conta todas as variáveis relevantes que envolvem o problema. Esse tipo de análise pouco aprofundada pode levar o patrocinador do projeto a incorrer em custos operacionais elevados como os custos com transportes, devido a acréscimo de rotas desnecessárias, os custos fixos com a implantação de facilidades inúteis, e falhas na cobertura de atendimento da demanda de coleta de resíduos. Os procedimentos utilizados para se conceber redes de fluxo reverso, portanto, nem sempre garantem a eficiência esperada no que tange aos custos de transporte e implantação de facilidades. Em vista dos impactos ambientais negativos, bem como o grande potencial reciclador do pneu, é necessário que seu canal de distribuição reverso seja melhor estruturado, viabilizando o retorno do ponto de vista econômico-financeiro, bem como do ponto de vista operacional provendo um sistema de suprimento contínuo e regularizado para as recicladoras localizadas no estado do Rio Grande do Norte. Esta pesquisa, portanto, tem seu foco voltado a responder a seguinte pergunta: Qual a configuração ótima de rede de ecopontos de coleta de pneus inservíveis estabelecida no Oeste Potiguar que minimize os custos totais com 19 transporte e implantação de ecopontos, que pode ser obtida através da aplicação de modelos de localização? 1.2 OBJETIVOS 1.2.1 Objetivo Geral Este trabalho tem como objetivo aplicar um modelo de localização para subsidiar o processo de tomada de decisão para localização de ecopontos, que otimizem o processo de logística reversa na região do Oeste Potiguar na coleta e destinação adequada do pneu para uma associação de reciclagem localizada em Mossoró-RN. 1.2.2 Objetivos Específicos Nesta pesquisa, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos a serem alcançados: - Estimar a oferta de pneus inservíveis nas cidades que compõem o Oeste Potiguar, bem como o custo de retornar - transportar e armazenar - para uma associação de reciclagem instalada na região; - Aplicar o modelo de localização concebido em software de modelagem e resolução de problemas de otimização; - Determinar uma rede de transporte adequada que possa abranger a maior quantidade de pontos de oferta de pneus inservíveis na região do Oeste Potiguar. - Determinar o custo de implantação total para conceber a rede de coleta na região, levando-se em consideração os custos de transportes, os custos fixos de implantação dos ecopontos em diferentes cidades da região e as distâncias rodoviárias necessárias para se atender a oferta de pneus. 20 1.3 JUSTIFICATIVA O planejamento e a gestão do fluxo reverso de alguns itens pós-consumo ainda não são bem estruturados e formalizados no Brasil. Existem entidades que se encarregam de garantir a destinação correta de resíduos como os pneus inservíveis, uma delas, a mais expressiva do país, é a Reciclanip, entidade fundada em 2007 ligada diretamente à ANIP. Ela cuida exclusivamente das ações de coleta e reciclagem de pneus e possui 702 pontos de coleta distribuídos por todo país. Em seu balanço trimestral de 2011, segundo dados fornecidos pela própria entidade, de janeiro a junho de 2011 já foram coletados e destinados, de forma ambientalmente correta, mais de 168 mil toneladas de pneus inservíveis, o que equivale a 33,63 milhões de pneus de carro de passeio. Apesar de grande parte dos pneus inservíveis no Brasil terem o retorno e disposição ambientalmente correta garantida pela Reciclanip, ainda há um percentual considerável de pneus que não recebem destinação final adequada no país. No estado do Rio Grande do Norte, por exemplo, segundo dados da Reciclanip (2011), existem somente dois pontos de coleta, um localizado na capital do estado, Natal, e outro no município de Currais Novos. Outro fator complicante é a necessidade do pneu, via de regra, ser previamente processado ou triturado, para então ser transportado para fábricas recicladoras, que muitas vezes se localizam longe do local de geração do resíduo, a fim de viabilizar os custos da operação por quilo transportado. Para tanto, o estabelecimento de ecopontos que se encarreguem desse processamento seria muito oportuno na região do Oeste Potiguar. Normalmente, decisões a respeito de configurações de rede de coleta de resíduos têm sido embasadas em sua maioria em aspectos evasivos e incipientes, não sendo abordados, pelas empresas implantadoras dos projetos de redes logísticas, aspectos além dos custos de transportes desses resíduos sólidos da fonte ao seu ponto de reprocessamento. Alguns programas de reciclagem no Brasil podem ser considerados maduros e bem estruturados, em especial os de alumínio e garrafas PET tendo em vista suas inúmeras aplicações pós-consumo. A falta de método científico no processo de escolha locacional, tem ocasionado altos custos de oportunidade, por se basear no empirismo ou interesses individuais dos gestores. Os estudos de localização podem decidir pela melhor opção técnica e evitar que decisões sejam tomadas unicamente por pontos de vista político-administrativos. O interesse por esse tipo de estudo também pode ser justificado pelo fato de normalmente envolver recursos de capital elevados e com efeitos econômicos de longo prazo. Portanto, é importante o auxílio desse tipo 21 de problema tendo em vista a necessidade de se encontrar a melhor combinação de locais de implantação possível, dentre inúmeras alternativas geográficas. Sabendo-se que em algumas regiões do país ainda há certa ineficiência no sistema logístico reverso, especialmente falando do resíduo pneu inservível, esse trabalho pretende contribuir para preencher essa lacuna propondo uma configuração ótima de ecopontos localizados na região do Oeste Potiguar que proporcione a minimização dos custos de transporte e os custos fixos de implantação dos ecopontos. 1.4 ESTRUTURAÇÃO DO TRABALHO Este trabalho está organizado em cinco capítulos, sendo o primeiro este que introduz e descreve a relevância, a motivação e o problema identificado no trabalho de pesquisa, bem como expõe os objetivos gerais e específicos e a justificativa da pesquisa proposta. O Capítulo 2 descreve o referencial teórico que norteia esta pesquisa. Assuntos relacionados à composição física de pneumáticos e meios diversos de reciclagem de pneus inservíveis. Na sequência, são abordados os conceitos de logística, com ênfase na logística reversa e, por fim, os principais tipos de Problemas de Localização de Facilidades. O Capítulo 3 expõe a metodologia utilizada no trabalho enfocando a classificação da pesquisa e as fases de execução do estudo. O Capítulo 4 apresenta o modelo de otimização aplicado nesta pesquisa, bem como suas variáveis, parâmetros e demais dados de entrada utilizados. Ao final do capítulo, é apresentada a análise dos resultados provenientes do modelo otimizado como também a simulação de cenários alternativos concebidos a partir de modificações nos dados de entrada do modelo inicial a fim de gerar maior confiabilidade à modelagem. O Capítulo 5 apresenta as considerações finais sobre o trabalho realizado, quais as limitações existentes no modelo, bem como sugestões para trabalhos futuros. Por último, são apresentadas as referências utilizadas e as informações suplementares na forma de apêndices. 22 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 GESTÃO INTEGRADA DE PNEUS INSERVÍVEIS Atualmente, o modal rodoviário no país tem obtido grande representatividade em relação a outros modos de transportes e hoje é a principal modalidade de transporte de carga e de passageiros. O transporte rodoviário de carga corresponde a quase 60% da carga transportada no Brasil e o de passageiros movimenta uma quantidade superior a 130 milhões de usuários por ano (COELHO FILHO, 2010). Consequentemente, essa demanda por viagens e o crescimento da venda de veículos diversos, tem estimulado a demanda por novos pneus fabricados e importados, como também tem promovido o desenvolvimento de novos produtos com tecnologias inovadoras que, cada vez mais, tem seu ciclo de vida reduzido devido ao elevado consumismo mundial de produtos. Outros serviços também têm sua demanda aquecida pelo desenvolvimento desse setor, como os de reforma de pneus e serviços de borracharia, por exemplo. Apesar do crescimento vertiginoso da produção de pneus em todo o mundo, ao passo que mais pneus são produzidos, estes vão substituindo outros já desgastados e impróprios para sua finalidade. Entretanto, os problemas ambientais começam na etapa de coleta desses pneus descartados e na etapa de gerenciamento da destinação desse passivo ambiental, o que tem contribuído para o aumento do lixo urbano em diversas partes do mundo.Assim, as empresas fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores necessitam implantar medidas de controle que reduzam os impactos ambientais provocados pela disposição incorreta desses resíduos (BRASIL, 2010). Conhecendo-se as opções disponíveis que visam o aproveitamento de pneus, o planejamento de gestão desses pneumáticos deve-se basear primeiramente no retardo do descarte do pneu. Ou seja, é preciso primar pelo reuso e reaproveitamento, o que promove a redução de consumo de recursos naturais a serem utilizados na fabricação de um novo pneumático. No caso do pneu inservível, o mesmo deve retornar por meio do canal reverso de reciclagem industrial, no qual os materiais constituintes são reaproveitados e se constituem em matérias-primas secundárias para outros produtos. 23 2.2 O PNEU E SEU MERCADO O pneu consiste em um tubo de borracha cheio de ar que, uma vez acoplado ao aro de uma roda, permite a locomoção do veículo absorvendo os impactos com o solo. O pneu de um veículo automotor serve para suportar carga, assegurar a transmissão da potência automotriz, dar estabilidade ao veículo em manobras e freadas (RESENDE, 2004). Segundo a Resolução CONAMA nº 416/2009, o pneu ou pneumático é um componente de um sistema de rodagem, constituído de elastômeros, produtos têxteis, aço e outros materiais, e tem como função transmitir tração, dada a sua aderência ao solo, sustentar a carga do veículo e resistir à pressão provocada pela reação do solo. Ele é considerado como item fundamental de um veículo automotor. Sua relevância ultrapassa a função de unicamente proporcionar, além dos outros sistemas, movimento ao veículo. A segurança, estabilidade e eficiência no consumo de combustível sofrem influência diretamente das condições do pneumático adotado em determinado meio de transporte que o utiliza. Segundo Lagarinhos e Tenório (2008), a composição dos materiais utilizados nos pneus de automóveis e pneus de carga por peso é de 14%-27% de borracha natural ou sintética, 28% de negro de fumo (carbono), 14%-15% de aço e 16%-17% de tecidos, aceleradores, antiozônio, oleos etc. (LAGARINHOS; TENÓRIO, 2008). Sua constituição básica é formada pelas seguintes partes: carcaça; talões; flancos; cintura e banda de rodagem. Conforme a descrição da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG, 2002), esses componentes do pneu podem ser caracterizados da seguinte maneira: - Carcaça: é a parte interna do pneu responsável por resistir à pressão, peso do veículo e choques. Compõe-se de lonas de poliéster, aço ou nylon, dispostas no sentido diagonal uma das outras, nos chamados pneus convencionais ou diagonais, ou na forma radial, nos pneus ditos radiais. - Talão: que possui estrutura em forma de anel com alta resistência constituída de arames de aço recobertos com borracha, serve para manter o pneu fixado ou acoplado ao aro da roda. - Flancos: são as partes laterais do pneu revestido com borracha que possui alta resistência à fadiga e alta elasticidade. Tem a função de proteger a carcaça. 24 - Cintura: é uma estrutura estrutura adicional de lonas que são dimensionadas para suportar cargas em movimento. Essas lonas são constituídas de aço e são encontradas nos pneus radiais. - Bandas de rodagem: rodagem são as partes do pneu que entram em contato diretamente com o solo. Os desenhos formados nessa parte são chamados de esculturas. Possuem partes cheias e partes vazias, chamadas de “sulcos” que servem para oferecer aderência, tração, estabilidade e segurança ao veículo. O que diferencia um pneu radial de um diagonal é a maneira conforme a carcaça está disposta. A saber: os radiais adiais, que possuem estrutura rutura interna de aço - ver Figura 01, lado esquerdo-, e os diagonais,, que possuem estrutura interna à base de tecidos - ver Figura 01, lado direito. Figura 01- Pneu radial e pneu diagonal Fonte: Pneus...(2011) Segundo Mulha (2008), os pneus radiais estão presentes em 97% dos veículos de passeio, enquanto que nos caminhões e ônibus esse número passa para 45%. Apesar de possuírem preços mais elevados, os pneus pneu radiais oferecem maior resistência e eficiência se comparado aos pneus diagonais. Além de possuírem possuírem reforço na estrutura geral, o maior teor de borracha natural e os novos desenhos desenhos na banda de rodagem contribuem para essa superioridade em relação ao diagonal (ANDRIETTA, 2002). 25 2.2.1 Composição química e física do pneu A borracha utilizada na fabricação do pneu é composta por uma mistura de borracha sintética, borracha natural, l, óleos, enxofre, negro de fumo ou negro de carbono, óxido de zinco, entre outros componentes químicos (MATTIOLI et al., 2009), conforme ilustrado na Figura 02. Figura 02 - Composição química e física do pneu Fonte: Andrietta (2002)) 2.2.2 Produção e Consumo No Brasil, cerca de 70% da borracha produzida é utilizada na fabricação de pneus, e a tendência é de que nos próximos anos o número de pneus radiais aumente. Na Tabela 01 são apresentados alguns números relacionados à produção produção anual de pneumáticos no Brasil. 26 Tabela 01 - Produção anual de pneumáticos em unidades por grupo Total 2007 (mil) Total 2008 (mil) Total 2009 (mil) Total 2010 (mil) Participação 2010 Carga 7.319 7.367 6.034 7.735 11,50% Caminhonetes 6.058 5.842 5.601 7.941 11,80% Automóveis 28.791 29.586 27.492 33.813 50,20% Motocicletas/Motonetas 13.725 15.250 13.000 15.205 22,60% Outros 1.354 1.666 1.684 2.611 3,90% 57.247 59.711 53.811 67.305 100,00% Pneumáticos Total Pneumáticos Fonte: ANIP (2011) Dentre os processos de manufatura que o pneu é processado, têm-se três classificações básicas: novo, recauchutado ou reutilizado. A fabricação de um pneu novo requer processos de alto nível tecnológico, além de exigir o consumo de grande quantidade de recursos e energia (BEUKERING; JANSSEN, 2001). O método de recauchutagem, conforme será visto adiante, consiste em dar uma sobrevida ou ampliar a vida útil do pneu aplicando-lhe uma nova banda de rodagem no lugar da banda desgastada. Em relação ao elevado consumo de pneus no Brasil, grande parte se deve, proporcionalmente, à elevada quantidade de veículos que trafegam na malha viária brasileira. As condições precárias das estradas das rodovias contribuem para o desgaste excessivo dos pneus. Um pneu, caso seja utilizado de maneira razoável, teria condições de rodagem em média de 100.000 quilômetros. Ao fim dessa quilometragem, ele chegaria a perder 10% de seu peso devido ao desgaste da banda de rodagem que é a parte que fica em contato direto com o solo (BEUKERING; JANSSEN, 2001). 2.3 (3R´S) REDUÇÃO, REUSO E RECICLAGEM Algumas empresas vêm adotando posturas proativas no que se refere ao controle e prevenção da poluição. Essas organizações, inspiradas nos padrões de ecoeficiência, preferem utilizar materiais e fontes alternativas de energia que promovam reduções drásticas na quantidade final de resíduos. Mesmo sabendo que não existe processo perfeito, pois ainda 27 haverá a necessidade de conciliar a prevenção e o controle da poluição, prevenir ainda é a melhor alternativa, pois reduz gastos com insumos, materiais, consumo energético e tratamento de dejetos (PEARSON EDUCATION DO BRASIL, 2011). O que as empresas precisam buscar no mercado atual é a combinação entre proteção ambiental e produtividade, ou seja, o desenvolvimento sustentável. É importante ressaltar que os avanços na qualidade dos processos e tecnologias no setor de pneumáticos vêm aumentando a vida útil do pneu, o que gera uma redução no consumo de recursos naturais e matérias-primas. O método de reusar é considerado outra estratégia importante para se poupar recursos. Ele pressupõe o reaproveitamento as sobras de materiais do processo produtivo. A reciclagem tem foco específico no tratamento de resíduos visando a sua reutilização. Embora gaste energia e gere poluentes durante seu processo, ela reduz o consumo de recursos originais, utilizando sobras e produtos descartados. Segundo Viveiros (2003), a reciclagem de pneus inservíveis ainda é um processo caro, considerando o custo dos recursos transformadores e a logística de transporte. O autor acredita que deve haver um fortalecimento entre coleta e tecnologias para tornar o processo de reciclagem de pneus viável do ponto de vista econômico. Baseado na tese de Specht (2004), existem algumas possibilidades de utilizar pneus usados, seja ele inteiro ou moído. Dentre os principais processos de reuso e reciclagem de resíduos pneumáticos, tem-se: a recauchutagem; contenção e proteção de encostas e construção civil; produção de artesanatos e artefatos de borracha; produção de asfalto ecológico/borracha; co-processamento e a pirólise. Esses processos são apresentados a seguir. 2.3.1 Recapagem e Recauchutagem Segundo a Associação Brasileira do Segmento de Reforma de Pneus (ABR, 2011), a recauchutagem de pneus é uma atividade com mais de 60 anos de tradição que repõe no mercado mais de 7,6 milhões de pneus ao ano de caminhões e ônibus proporcionando uma economia ao setor de transportes em torno de 5,6 bilhões de reais. Ela pode ser considerada como um processo pelo qual um pneu usado é reformado pela substituição de sua banda de rodagem e dos ombros. Este processo permite que o pneu passe por em média de duas a três renovações em veículos pesados ou industriais. 28 Segundo Lagarinhos e Tenório (2008), o índice de recapabilidade (IR), que é definido como sendo a quantidade de pneus reformados sobre a quantidade de pneus novos, no Japão: é de 0,23, enquanto que no Brasil: é de 3,25; Europa: 0.87 e Estados Unidos: 1,2. A Europa e o Japão possuem baixos índices de recapabilidade pois grande parte dos pneus de ônibus e caminhão, após o término da primeira vida, são exportados para outros países (LAGARINHOS; TENÓRIO, 2008). Entretanto, a anuência do órgão ambiental está condicionada ao tipo de classe em que o resíduo se enquadra. No caso do pneu, sua classe é II, segundo a Resolução CONAMA nº 23/1996. Para que esse tipo de resíduo ingresse no país é preciso satisfazer requisitos internacionais básicos (PEARSON EDUCATION DO BRASIL, 2011). Em primeiro lugar, o órgão competente do país receptor precisa emitir uma autorização oficial que permita o ingresso do lixo em seu território. Após isso, a responsabilidade por possíveis danos à saúde e ao meio ambiente passa a ser compartilhada entre importador e exportador (PEARSON EDUCATION DO BRASIL, 2011). Essas medidas foram definidas a partir da Convenção de Basiléia em que representantes de vários países concordaram em assinar um acordo que regulasse o trânsito internacional de resíduos perigosos. Existe uma série de vantagens da recapagem e recauchutagem de pneus, entre elas: o emprego de somente 25% do material utilizado na fabricação de um pneu novo; o pneu reformado apresenta rendimento semelhante ao pneu novo e com custo 70% menor; os pneus de carga são reformados em média duas vezes, o que triplica a vida de sua carcaça; gera uma economia de 57 litros de petróleo por pneu reformado ou 798 milhões de litros de óleo diesel/ano no Brasil; e reduz os impactos negativos ao meio ambiente postergando a destinação final da carcaça (LAGARINHOS; TENÓRIO, 2008). Essa reforma proporciona um acréscimo da vida útil do pneumático de maneira econômica e sustentável. Ao poucos, a percepção do consumidor vem mudando com relação à segurança dos pneus recauchutados, pois é comprovado, segundo a ABR (2011), que o pneu recauchutado mantém basicamente as mesmas características técnicas e de comportamento do pneu original a custos muito inferiores. Com a recauchutagem poupa-se cerca de 75% de insumos e energia, o que se traduz simultaneamente numa poupança econômica e ambiental. São necessários 26 litros de petróleo para se produzir um pneu de passeio novo, mas apenas 9 litros para recauchutá-lo; recauchutar um único pneu pesado pode significar uma economia de 40 litros de petróleo (FERRER, 1997). Apesar dos notáveis benefícios promovidos por essa prática, somente 30% dos pneus de veículos de passeio e 65% dos pneus de carga são apropriados para recauchutagem. O 29 Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de recauchutagem de pneus, o que lhe confere uma posição de destaque na colaboração para a conservação ambiental. Apesar da recauchutagem não ser considerada legalmente como um processo de reciclagem, segundo a Resolução CONAMA nº 416/2009, esse processo gera um grande benefício por retardar o dispêndio de resíduos no meio ambiente de forma inadequada. Infelizmente, ainda não há incentivos concretos para a criação de empresas de reforma de pneus para fomentar ainda mais essa atividade “verde”. Segundo Lagarinhos e Tenório (2009), essa falta de incentivo ocorre, em grande parte, pelo fato do IBAMA não concordar que a reforma de pneus seja um processo de reciclagem e sim um processo que prolonga a vida útil do pneu. Os mesmos autores traçaram um comparativo entre as legislações internacionais e brasileiras para reciclagem de pneus. Os autores constataram que os incentivos são escassos em relação aos oferecidos em outros países, e que não existe incentivo para o desenvolvimento da reciclagem de pneus no Brasil, visto que atividades como a reutilização, a reforma e a exportação de produtos fabricados com borracha reciclada de pneus não são regulamentadas. 2.3.2 Contenção de encostas e Construção Civil Os pneus inservíveis também podem ser utilizados para conter encostas e erosões. Estruturas de contenção que utilizam pneus velhos já são uma realidade em diversos países (SPECHT, 2004). No Brasil existem várias experiências com construções de muros de arrimo utilizando pneus velhos. De acordo com Silva (2004), os pneus velhos usados na contenção de encostas são amarrados lado a lado, com arame galvanizado ou corda, e preenchidos com pedras ou com terra. Se por um lado esses pneus utilizados para essa finalidade combatem eficientemente o carreamento do solo, por outro, se não houver manutenção adequada, podese transformar em habitat para vetores transmissores de doenças, como mosquitos e roedores. No Brasil, especialmente no estado do Mato Grosso, existem experiências da utilização de pneus usados, preenchidos com material granular ou solo local, na construção de edificações. Essas paredes sobressaem-se em relação às paredes tradicionais em economia de materiais de construção, isolamento térmico e flexibilidade para absorver possíveis recalques nas fundações (SPECHT, 2004). 30 2.3.3 Artesanatos e Artefatos de borracha Muitos produtos artesanais podem ser produzidos a partir da borracha do pneu. Esses produtos são geralmente provenientes do processo de regeneração ou desvulcanização. De acordo com Resende (2004), nesse processo o pneu é picado em pedaços e misturado junto a um solvente dentro de um tanque para que se torne quebradiço. Em seguida, é feito a separação da borracha, aço e nylon. A borracha é moída e separada num sistema de peneiras e bombas de alta pressão, passando para uma autoclave onde ocorre a desvulcanização da borracha. Esse processo recupera cerca de 75% das suas propriedades originais. Essa produção, além das vantagens ambientais, gera renda e promove a inclusão social dos artesãos. Segundo Rocha (2008), a pasta obtida a partir da adição de óleos aromáticos ao pneu após o processo de trituração e desvulcanização servirá de matéria-prima para tapetes, sandálias, solas de sapatos, paletes, entre outros (FIGURA 03). Figura 03 - Artefatos e artesanatos feitos com borracha de pneus Fonte: Reciclanip (2011) 31 2.3.4 Asfalto ecológico/borracha O asfalto ecológico ou de borracha é uma técnica que usa pó de borracha proveniente da trituração de resíduos pneumáticos como material constituinte da massa utilizada na pavimentação ou recapagem de vias. É necessário haver a fusão entre os dois materiais, a borracha granulada e o asfalto, ou seja, dar origem a um terceiro produto. Apesar de uma estrada não durar para sempre devido ao processo natural de envelhecimento do ligante asfáltico, que é um produto perecível, uma vez que a borracha se funde com o asfalto, sua vida útil passa a ser de 25 a 30 anos (MENDES; NUNES, 2009). Essa técnica gera maior durabilidade da pavimentação, menores níveis de ruídos, maior resistência a deformações e fraturas quando submetido a altas e baixas temperaturas, reduz a espessura de camada de asfalto aplicada em até 50% em comparação a projetos que usam asfalto convencional, e garante o retorno dos pneus inservíveis à cadeia produtiva contribuindo para qualidade e a conservação ambiental. Bertollo et al. (2002), afirmam que menos de 10% da malha rodoviária brasileira é revestida por pavimentos asfálticos. Com um descarte anual de 44 milhões de pneus, a incorporação da borracha ao asfalto poderia contribuir significativamente para o equacionamento da questão da disposição final desse resíduo no país (GARDIN; FIGUEIRÓ; NASCIMENTO, 2010). Apesar de seu custo ser 12% superior ao asfalto convencional, há uma redução considerável de gastos destinados à manutenção desse asfalto uma vez que o asfalto borracha prolonga a vida útil do pavimento em torno de 44% (GRECA; MORILHA, 2003). Segundo Lagarinhos e Tenório (2008), a utilização desse tipo de asfalto ainda é incipiente no Brasil, não existe nenhum incentivo por parte do governo para a utilização do asfalto-borracha. 2.3.5 Coprocessamento Segundo Mulha (2008), o pneu inservível possui elevado poder calorífico - entre 12 mil e 16 mil btus/kg – superior ao do carvão e é rico em carbono, mostrando-se como matériaprima candidata a ser utilizada como combustível em alto forno e aciarias de siderúrgicas. O autor afirma ainda que isso poderia promover a diminuição das importações de carvão fóssil e 32 até mesmo a eliminação da necessidade de corte de matas e florestas para alimentar fornos das siderúrgicas. O pneu pode ser utilizado como combustível em fornos de clínquer nas indústrias cimenteiras, desde que cumpra com as regulamentações da Resolução CONAMA nº 264/1999. Esse processo tem capacidade de absorver grande quantidade de pneus inservíveis e proporciona o aproveitamento térmico dos pneus reduzindo a queima de combustíveis fósseis não renováveis. Tendo em vista a grande quantidade de energia demandada por uma indústria cimenteira, elas buscam continuamente alternativas mais econômicas para a utilização dos combustíveis. Nos Estados Unidos existem cerca de 43 fábricas de cimento em 22 estados licenciados para a utilização dos pneus inservíveis (PORTLAND CEMENT ASSOCIATION, 2005). No Brasil, existem 14 fábricas de cimento licenciadas para o coprocessamento e 11 em processo de licenciamento (FURTADO, 2005). Segundo Lagarinhos e Tenório (2009), os pneus podem ser utilizados como fonte principal ou secundária de energia para a produção de vapor, eletricidade, cal, cimento, papel, aço, entre outros. O autor afirma ainda que há várias vantagens de se substituir os combustíveis tradicionais não-renováveis, tais como óleo, carvão e gás natural por pneus em fornos de cimenteiras, a saber: o custo de fabricação do cimento é reduzido; a malha de aço que faz parte do pneu substitui parte da matéria-prima quando ele é incorporado ao clínquer no processo de destruição térmica; geração de menores quantidades de SO2 e NOx que os combustíveis tradicionais. Segundo a United States Enviromental Protection Agency (2003), o pneu possui a mesma quantidade de energia do óleo utilizado nos fornos de cimento e 25% a mais com relação ao carvão. Segundo Lagarinhos e Tenório (2008), atualmente o custo para o coprocessamento de pneus gira em torno de US$ 15 a 20 por tonelada de pneu. Diante do exposto, a utilização de combustíveis alternativos para a indústria cimenteira representa uma redução da dependência dos combustíveis fosseis tradicionais e uma redução de consumo de recursos naturais e também do passivo ambiental que o pneu poderia causar caso fosse depositado de forma ambientalmente incorreta. 33 2.3.6 Pirólise A pirólise genérica é considerada um dos processos mais utilizados na reciclagem de pneus. Seu processo genérico pode ser definido como sendo uma decomposição química por calor na ausência de oxigênio. O processo consiste na trituração de resíduos previamente triturados – resíduos provenientes do lixo doméstico, de resíduos plásticos e outros resíduos industriais. Após esta etapa, são encaminhados ao reator pirolítico onde, por meio de uma reação endotérmica, ocorrerão a separação dos subprodutos em cada etapa do processo (RESENDE, 2004). Segundo o mesmo autor, existem diversos tipos de reatores pirolíticos em operação, com tecnologias diversas para extrair subprodutos de resíduos obtidos no processo. A seguir, na Figura 04, é apresentado um esquema, elaborado por Souza e D’Agosto (2010), que engloba as alternativas, vistas nesse capítulo, para reutilização, reciclagem e valorização energética de pneus usados. Figura 04 - Fluxograma de alternativas para a reutilização, reciclagem e valorização energética de pneus usados. Fonte: Souza e D’Agosto (2010) 34 2.4 LOGÍSTICA REVERSA DO PNEU PÓS-CONSUMO De modo geral a logística pode ser usada para descrever o transporte, armazenagem e movimentação de produtos desde a extração, passando pelos processos produtivos até seu destino final de consumo. Nos últimos cinquenta anos, a logística tem exercido um papel fundamental e determinante para o sucesso de um negócio. Durante esse período, ela era vista somente como um meio de se maximizar as receitas de uma empresa ou de adotar um enfoque predominantemente comercial. O lucro era calculado somente com base nos custos econômicos que as companhias incorriam diretamente, ignorando os custos sociais e ambientais até recentemente. Nos últimos 10 a 15 anos, a partir do crescimento da conscientização ambiental por parte da sociedade e governo, as empresas se sentiram pressionadas a reduzirem o impacto ambiental de suas operações (MCKINNON et al., 2010). Segundo Leite (2009), comparando o ritmo e a quantidade de produtos que são lançados atualmente, devido à globalização dos mercados, com algumas décadas atrás, podese constatar que houve um crescimento extraordinário. Com a introdução de novos modelos de produtos no mercado, o ciclo mercadológico dos produtos tem sido reduzido, provocando uma tendência à descartabilidade muito acentuada. Conforme as atuais leis ambientais, em especial a Lei nº 12.305/2010 que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, produtos agrotóxicos e suas embalagens, pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes e suas embalagens, lâmpadas fluorescentes e produtos eletroeletrônicos, depois de utilizados, devem retornar aos fornecedores, independentemente do sistema público de coleta de resíduos. Em suma, essa lei obriga os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes dos produtos supracitados a implantar procedimentos para o retorno e destinação ambientalmente correta de tais produtos. Além disso, os consumidores passaram a seguir o princípio da responsabilidade compartilhada. Sendo assim, ele se torna responsável por acondicionar de maneira adequada os resíduos reutilizáveis e recicláveis, sempre que houver o sistema de logística reversa, ou ainda, coleta seletiva implantada pelo município. O consumidor que descumprir as obrigações relacionadas à coleta seletiva e logística reversa, estará infringindo as leis ambientais e estará sujeito a advertências e multas, de acordo com a gravidade do crime. Diante disto, caso não haja um equacionamento do fluxo de produtos que fluem pelos canais de distribuição diretos e os de pós-consumo que retornam através dos canais de fluxo reverso, a poluição e contaminações podem degradar o ambiente de forma excessiva. 35 O termo Logística Reversa pode ser considerado como o processo de planejar, implementar e controlar a eficiência, materiais em processamento, o custo efetivo de fluxo de matérias-primas, produtos acabados e a informação a partir do destino final ou ponto de consumo ao ponto de origem com o propósito de resgatar algum valor residual introduzindo o produto novamente ao ciclo de negócios ou descartá-lo de forma correta (ROGERS; TIBBEN-LEMBKE, 1999). De modo geral, as operações que envolvem a logística reversa incluem a coleta, estocagem, armazenagem, separação, transação, processamento, entrega e integração (MEADE; SARKIS, 2002). A preocupação ambiental aliada às possibilidades de aproveitamento de materiais tem permitido a ampliação dos sistemas logísticos reversos, seja agregando-os aos sistemas logísticos diretos, ou como estrutura independente (VIANA, 2009). Conforme Chaves e Batalha (2006), na década de 1980, o conceito de logística reversa se limitava apenas a um movimento contrário ao fluxo direto de produtos na Cadeia de Suprimentos. Já na década de 1990, o conceito passou a ser incorporado por novas abordagens impulsionadas pelo aumento da preocupação e preservação ambiental. A partir daí, o conceito tem ganhado um posicionamento mais estratégico nas empresas. Atualmente, pode-se dizer que a logística reversa possui seu foco de atuação na reintrodução de materiais e produtos na cadeia de valor, através de operações de reutilização, com atividades logísticas destinadas a coletar, desmontar e processar produtos e/ou materiais e peças usados a fim de assegurar uma recuperação sustentável (GARDIN; FIGUEIRÓ; NASCIMENTO, 2010). Conforme Leite (2003), a logística reversa pode ser definida como uma área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo e as informações logísticas correspondentes, do retorno dos bens de pós-venda e de pós-consumo ao ciclo de negócios. A logística reversa com ênfase nos bens pós-consumo, segundo Barbieri e Dias (2002), é uma ferramenta importante para implantar programas de produção e consumo sustentáveis, visto que a logística sob o enfoque na recuperação de produtos pós-consumo pode ser considerado um instrumento de gestão ambiental. Nesta pesquisa, a categoria do canal de distribuição reverso que terá mais enfoque será o de bens pós-consumo, tendo em vista a disposição adequada, reutilização e reciclagem de pneus inservíveis. O canal reverso de pós-consumo é direcionado aos bens que, após finalizada a sua utilidade original, devem retornar ao ciclo produtivo de alguma maneira (LEITE, 2003). Um fator que torna o retorno de materiais e produtos pós-consumo uma atividade complexa é a característica de que esses produtos normalmente se encontram 36 pulverizados geograficamente, ou seja, se encontram dispersos pelas cidades dificultando a etapa de coleta desses materiais para posterior revalorização (RAMOS FILHO, 2005). Dentre os processos básicos da logística reversa, tem-se a coleta que busca trazer os produtos do cliente final para um ponto de recuperação, em que os produtos são inspecionados e a qualidade avaliada para direcionamento a algum tipo de recuperação. A qualidade do pneu ditará o fluxo do pneu ao longo da cadeia de suprimentos reversa. O volume e peso dos pneus tornam o processo de transporte e armazenagem complexos e onerosos. Diferentemente de outros materiais que, a partir da sua coleta, podem ser encaminhados diretamente aos processos de reuso e reciclagem. A partir da Resolução CONAMA nº 258/99, a logística reversa passou a ter maior relevância no planejamento e gerenciamento do fluxo reverso de pneus para que a operações se tornassem menos onerosas. Cimino (2004) destaca as ações que tendem a assegurar uma logística reversa eficiente de pneus usados: criar centrais de armazenamento temporário ou pontos de coleta dos pneus inservíveis – ecopontos; organizar o transporte de pneumáticos levando-se em consideração aspectos de distancia e volume; buscar incentivos à reciclagem de pneus para viabilizar sua coleta. O mesmo autor afirma que os ecopontos, que servem como pontos intermediários até a destinação final dos pneus, devem ser mantidos licenciados pela vigilância sanitária estadual ou municipal até que ocorra a destinação final adequada. Observando-se a responsabilidade e as obrigações no que se refere à contenção dos passivos ambientais, as empresas precisam buscar novas formas competir no mercado. As diversas formas de reuso e reciclagem de pneus possibilitam a inserção de novos negócios atrativos do ponto de vista ecológico e com potencial econômico. A Figura 05 demonstra o fluxo logístico direto e reverso dos pneus novos e usados no Brasil, conforme estabelecido por Lagarinhos e Tenório (2008). Com a aprovação da Resolução CONAMA nº 258/99, houve um aumento da cadeia de logística reversa que é composta pelos coletores, empresas de seleção e triagem de pneus usados, pré-tratamento, reforma, co-processamento, laminadores, entre outros. Após o término de sua vida útil, os consumidores realizam a troca do pneu em distribuidores e revendedores ou deixam nos ecopontos para que seja feita uma triagem que classificará os pneus em servíveis ou inservíveis. O primeiro pode ser comercializado como pneu usado e pode ser reformado por meio dos processos de recauchutagem, recapagem ou remoldagem. Já o segundo, não pode ser utilizado nos processos de reforma, devido ao estado desgastado da carcaça e da banda de rodagem. Estes pneus desgastados são enviados ao processo de pré-tratamento, que consiste 37 na separação da borracha, do aço e as fibras têxteis. O produto final é o pneu triturado em póde-borracha ou em lascas de pneus (LAGARINHOS; TENÓRIO, 2008). Figura 05 - Logística reversa de pneus novos e usados no Brasil Fonte: Lagarinhos e Tenório (2008) A falta de estruturação dos canais logísticos reversos é um dos principais entraves para que haja um equilíbrio entre os fluxos diretos e reversos. Pois não há maneira de gerir um sistema logístico qualquer, seja ele reverso ou não, sem que haja infraestrutura adequada e específica para aquele material ou produto para coletar, armazenar e transportar. Instalações para armazenagem e sistemas de controle devem ser desenvolvidos para interligar de forma eficiente os pontos de coleta e os clientes até o ponto de consumo (GONÇALVES; MARINS, 2006). Algo que complica consideravelmente o estabelecimento regular do canal reverso de pneus é que, segundo a classificação de Leite (2009), o canal de distribuição reverso do pneu se enquadraria no canal de distribuição reverso de ciclo aberto e ciclo fechado. Ou seja, no primeiro, o pneu seria retornado ao ciclo produtivo para ser reintegrado como matéria-prima 38 em processos diversos. Por outro lado, no segundo, os materiais constituintes do pneu descartado, ao final de sua vida útil, são extraídos seletivamente para a fabricação de um produto similar ao de origem. Portanto, essa alta flexibilidade dos sistemas reversos gera variabilidade e incertezas quanto à quantidade de produtos nos canais reversos. A escassez de ferramentas específicas e de sistemas de informações que conectem os participantes da cadeia reforçam essas características (DAHER; SOTA SILVA; FONSECA, 2003). Os tradeoffs entre custos/eficiência, viabilidade econômica financeira, qualidade, nível de serviço esperado, meio ambiente, legislações e competitividade influenciam diretamente a gestão dos canais reversos. Outro fator relevante é o tempo de ciclo dos produtos, quando muito longo, os custos de gerenciamento do resíduo se elevam. Portanto, quanto menor o tempo de ciclo do produto, mais regular será seu fluxo reverso do produto. 2.5 PROBLEMAS DE LOCALIZAÇÃO Empresas que possuem responsabilidades no que tange ao retorno ambientalmente correto de seus produtos devem buscar maneiras de melhorar suas operações logísticas reversas. A eficiência dessas operações está diretamente ligada à localização do empreendimento e suas distâncias em relação às fontes de coleta de matéria-prima. Para tanto, é necessário que se tome a decisão de onde a recicladora e os ecopontos serão instalados de forma que se consiga potencializar a coleta de resíduos mantendo a viabilidade do negócio. Para servir como suporte ao processo de tomada de decisão, os problemas de localização possibilitam uma compreensão mais fundamentada das diversas opções disponíveis e variáveis envolvidas de forma que se chegue à melhor alternativa disponível no momento. Segundo Current et al. (2002), os modelos de localização tem sua relevância pois essas decisões são geralmente de natureza estratégica e possuem efeitos de longo prazo. Modelos de localização são específicos a cada aplicação, não havendo modelos genéricos apropriados a todo tipo de problema. O propósito dos modelos de localização de facilidades é determinar onde se deve instalar uma facilidade dentro de um conjunto de lugares possíveis de forma a minimizar os custos de transportes, maximizar a área de cobertura de atendimento da demanda e minimizar o tempo de entrega ou coleta do produto, através da otimização de rotas (HALE; MOBERG, 39 2003). A análise pelo melhor local pode ser feita determinando-se o número de instalações que serão necessárias para garantir um alto nível de serviço aos clientes, minimizando assim a distância entre as instalações e clientes, ou minimizando os custos operacionais. O termo “facilidades” é utilizado para designar fábricas, depósitos, escolas etc. Em geral, elas podem ser selecionadas como novos centros a serem abertos ou escolhidas no conjunto de vértices existentes (LORENA; FURTADO, 2001). A abrangência e o potencial dos modelos de localização permitem a sua aplicação em diversas operações. Esses modelos podem ser muito úteis para várias áreas do setor público e privado. No caso do setor privado o objetivo principal é a minimização de custos logísticos. As instalações nesse setor levam em consideração o posicionamento do mercado consumidor e de seus fornecedores, a disponibilidade de infraestrutura, de mão-de-obra entre outros fatores (LORENA; FURTADO, 2001). No setor público, os principais objetivos se tornam a proximidade com a demanda com o propósito de reduzir custos de transportes; maximizar a área coberta para garantir o nível de serviço desejado. Portanto, esse tipo de decisão geralmente envolve a conciliação entre fatores econômicos e a satisfação dos clientes. Eles podem ser aplicados para se definir a localização ótima de hospitais (TÖREYEN, 2007), aeroportos, heliportos (MARTINS; PIZZOLATO, 2004), plataformas de petróleo offshore (ESTRELA, 2010), localização de redes (HAKIMI, 1964), de escolas públicas (PIZZOLATO, 2004), postos de saúde, Shopping centers (ROZENTAL; PIZZOLATO, 2009), localização de maternidades (GALVÃO, 2002). Segundo Lorena e Furtado (2001), modelos de localização de facilidades têm sido propostos, há algum tempo, como ferramentas de apoio à decisão, principalmente quando uma base de dados geograficamente referenciada estiver disponível. É importante destacar que tomada a decisão sobre a localização da instalação, as outras decisões logísticas sobre roteirização e programação de veículos serão diretamente influenciadas pela localização escolhida. 2.5.1 Classificação dos Problemas de Localização A seguir, serão apresentados alguns dos principais problemas de localização. Modelos classificados quanto ao número de instalações e modelos estático-determinísticos. Quanto ao número de instalações tem-se o Modelo de Instalação Única e o Modelo de Múltiplas 40 Facilidades. Quanto aos modelos estático-determinísticos, correspondem a problemas com entradas pré-estabelecidas e concebem uma única solução para ser implementada em um dado tempo. Dentre estes, serão apresentados o Modelo de p-mediana, Problema de Cobertura, Problema de Centro e Problema de Localização Capacitado (PLC). Esses modelos foram escolhidos devido a todos os dados de entrada utilizados em suas modelagens serem determinísticos e gerarem soluções pontuais aos tomadores de decisões. 2.5.1.1 Modelos para Localização de uma Única Instalação Esse tipo de problema ocorre quando se deseja alocar somente uma única facilidade numa rede. Primeiramente, os critérios de localização que serão levados em consideração são somente os custos de transporte e o volume do ponto de oferta (BALLOU, 2006). Este autor classifica matematicamente o modelo de localização de instalação única como um modelo estático de localização contínua. Alguns problemas de uma instalação podem ser evidenciados ao se decidir por instalar algumas facilidades como: • Centros de distribuição; • Hospitais; • Bibliotecas municipais; • Escolas e Universidades; e • Componentes de uma rede elétrica. Na prática, muitos fatores influenciam e impactam nas decisões de localizações. Segundo Farahani e Hekmatfar (2009), a importância relativa desses fatores depende se o escopo de um determinado problema de localização é internacional, nacional, estadual ou municipal. Por exemplo, se o problema for determinar a localização de uma fábrica de manufatura em outro país, fatores como estabilidade política, taxas de câmbio, concorrência, canais de distribuição etc. devem ser levados em consideração. Caso o escopo do problema de localização seja mais restrito no âmbito municipal, os fatores como índice de desenvolvimento local, incentivos fiscais, concorrência local, e regulamentações locais se tornam mais importantes. Esse tipo de problema de localização se torna mais simplificado de resolver tendo em vista que o que se costuma otimizar são os lucros da empresa ou os custos através da minimização de custos operacionais uma vez que se 41 concebem modelos que consigam ajudar na minimização das distâncias ou tempos de transportes para se atender as demandas consideradas. Ballou (2006) aponta algumas considerações que simplificam os modelos de localização única: supõe-se, em geral, que os volumes de demanda estejam concentrados em um ponto, quando na verdade, têm origem a partir de um bom número de pontos de clientes espalhados por uma área considerável. Considera normalmente somente custos variáveis para encontrar seu ponto ótimo, não fazendo distinção entre os custos de instalação de um armazém em localizações diferentes. Presume-se, de maneira geral, rotas de linha reta entre a instalação e outros pontos da rede. Isso raramente acontece, uma vez que as viagens acontecem por uma rede definida de estradas, ou sistema ferroviário já estabelecido. 2.5.1.2 Modelos para Localização de Múltiplas Instalações A modelagem para problemas de múltiplas instalações envolve abordagens mais complexas. Segundo Ballou (2006), a localização das instalações é o “esqueleto” de uma cadeia de suprimentos. Como normalmente uma empresa precisa tomar decisões sobre múltiplas instalações, sobre mix de produtos que são processados nela, múltiplas fontes de suprimentos e os múltiplos clientes atendidos, o problema de localização é considerado de alta complexidade e mais realista, pois todas as empresas, com exceção daquelas realmente pequenas, têm mais de uma instalação em seus sistemas logísticos. Portanto, a utilização de ferramentas que otimizem o tempo de resposta sobre essas decisões são muito úteis. Esse modelo de localização é muito utilizado para grandes empreendimentos. Indústrias que operam ao mesmo tempo em ambientes nacionais e internacionais têm aplicado modelos dessa magnitude. Essa modelagem oferece suporte à decisão quando a gerência precisa resolver problemas de grandes consequências; são de aplicação barata, pois os lucros de sua utilização superam os custos de aplicação. Neste tipo de modelo, considerações a respeito da parcela de demanda que deverá ser atendida pelas instalações definidas serão levadas e contempladas no modelo, bem como a quantidade, a localidade, a área de influência e o porte das instalações também farão parte desse processo de decisão. Segundo Rocha (2008), a função objetivo de interesse nesse modelo estará associada, em geral, à minimização do somatório dos custos associados a cada uma das instalações, sujeito a restrições de capacidade mínima e máxima das instalações, as 42 distâncias máximas das instalações até os pontos de demanda, além das limitações de capacidade dos veículos de transportes adotados. 2.5.1.3 Modelo p-mediana O problema de p-medianas pertence à classe de formulações chamadas de modelos de localização minisum. Segundo Drezner e Hamacher (2002), essa classe de problemas foi primeiramente formulada em sua forma discreta por Kuehn e Hambúrguer (1963), Hakimi (1964), Manne (1964) e Balinski (1965). Segundo Camicia e Vicente (2008), mediana ou centróide de um grafo G(V, E) é um vértice para o qual a soma das distâncias aos demais vértices é mínima. Existem problemas que tem como solução uma única mediana (um único vértice), chamada de 1-mediana, ou mais de uma mediana como solução, 2-mediana, 3-mediana ou p-mediana de modo geral. O problema pode ser formulado da seguinte forma: No problema de p-medianas existe um conjunto de instalações candidatas a medianas e um conjunto de clientes a serem atendidos, ambos representados pelo conjunto de vértices V. A solução ótima do problema consiste em encontrar um subconjunto B ⊆ V de tamanho p, de forma que as p instalações atendam a todos os clientes de maneira que a soma das distâncias de um cliente a sua mediana seja a menor possível. No caso apresentado, considera-se que as instalações candidatas a medianas e clientes estão inclusas em um mesmo conjunto. Entretanto, pode haver casos em que o conjunto de medianas e o conjunto de clientes se encontrem separados no problema. “No modelo p-mediana, o número de facilidades (p) é um dado exógeno, ou seja, préestabelecido, procurando distribuí-las de forma que o maior número de pessoas tenha acesso às facilidades, dentro da menor distância média possível...” (SOUZA; NOVAES, 2006, p. 89). Conforme Drezner e Hamacher (2002), Hakimi (1964) provou que em uma rede com pontos interconectados as localizações ótimas serão sempre encontradas nos vértices considerados no problema. Esse problema de p-medianas pode ser formulado matematicamente como um problema de programação linear inteira da seguinte forma: 43 min ∑∑ hi d ijYij i (1) j sujeito a: ∑X j =P (2) j ∑Y =1, ∀i, (3) Yij − X j ≤ 0, ∀i , j , (4) X j ∈ {0,1} ∀j, (5) Yij ∈ {0,1} ∀i , j , (6) ij j Onde: i = índice do nó de demanda; j = índice das facilidades potenciais; hi = demanda no nó i ; d ij = matriz de custo (distância) entre demanda no nó i e a facilidade potencial em j ; P = número de facilidades a ser alocada; 1 , se for alocado na facilidade j ; xj = 0 , caso contrário. 1 , se a demanda no nó i é servida por uma facilidade no nó j ; yij = 0 , caso contrário. A função objetivo (1) minimiza a soma das distâncias considerando as demandas entre os clientes e as facilidades. A restrição (2) requer que exatamente P facilidades sejam alocadas. A restrição (3) garante que cada demanda seja associada a somente uma mediana, já a restrição (4) permite associar a demanda somente a instalações definidas como medianas. As restrições (5) e (6) correspondem às condições de integralidade. Essa formulação somente permite que as facilidades sejam alocadas em um conjunto finito de localidades potenciais. Esses locais representam os nós de uma rede. Enquanto alguém pode imaginar alocar uma facilidade em algum ponto ao longo de um pedaço de uma rede, Hakimi (1964) provou que, para várias facilidades P, existe pelo menos uma solução ótima para o problema da p-mediana que se localiza somente nos nós da rede (OWEN; DASKIN, 1998). 44 2.5.1.4 Problemas de cobertura Os problemas de cobertura baseiam-se na distância ou tempo de viagem máximos aceitáveis, buscando a minimização do número de facilidades necessárias para garantir certo nível de cobertura de clientes. Assume um conjunto finito de localizações. Supondo que uma cidade tenha a necessidade de alocar uma facilidade para fornecer um serviço de emergência como corpo de bombeiros ou de ambulância. A natureza crítica da demanda para o serviço vai ditar a máxima distância ou tempo aceitável do serviço. Essas facilidades vão assim requerer uma medida diferente de eficiência locacional (OWEN; DASKIN, 1998). Conforme Owen e Daskin (1998), para alocar essas facilidades o segredo é a “cobertura”. A demanda é chamada de coberta uma vez que pode ser servida em tempo específico. A literatura sobre problemas de cobertura é dividida em dois grandes segmentos: no primeiro, a cobertura requerida tem seu nível de atendimento especificado e, portanto, a partir do estudo, se saberá a quantidade de recursos necessários para atender essa demanda. No segundo caso, o nível de cobertura é otimizado para atender a demanda da melhor forma possível, sujeito às capacidades de recursos disponíveis. Este último segmento é chamado de Problema de Cobertura Máxima. No conjunto dos problemas de cobertura, o objetivo é minimizar o custo de instalar uma facilidade tal que um nível específico de cobertura é obtido. A formulação matemática desse problema pode ser descrito da seguinte forma: min ∑c X j j (7) j sujeito a: ∑X j∈Ni j ≥ 0 ; ∀i ∈ I X j ∈ {0,1}; ∀j ∈ J (8) (9) Onde: c j = custo fixo de implantar uma facilidade no nó j ; S = máxima distância (ou tempo) de serviço aceitável; N i = Conjunto de facilidades locais j com distância aceitável ou nó i ( N i = { j d ij ≤ S }); 45 A função objetivo (7) minimiza o custo de locação da facilidade. Na maioria dos casos, assume-se que o custo c j seja igual para todas as localizações potenciais j , implicando que a função objetivo seja minimizada à medida que o número de facilidades vai diminuindo. A restrição (8) requer que toda a demanda i tenha pelo menos uma facilidade a uma distância de serviço aceitável. A restrição (9) garante a integralidade das variáveis de decisão. Nota-se que essa formulação não faz nenhuma distinção entre os nós baseadas no tamanho da demanda. Cada nó, seja com somente um consumidor ou com uma grande parte da demanda total, deve ser coberto com a distância especificada, independente do custo. Se a distância de cobertura S é curta, relativo ao espaço dos nós de demanda, a restrição de cobertura pode levar a aumentar o número de facilidades a serem alocadas. Adicionalmente, se um nó que se encontra distante tem uma pequena demanda, a proporção do custo-benefício de cobrir essa demanda pode ser extremamente alta (OWEN; DASKIN, 1998). Diante do exposto, o conjunto de problemas de cobertura nos permite examinar quantas facilidades são necessárias para garantir um certo nível de cobertura para todos os consumidores. Em muitas aplicações práticas, tomadores de decisão acham que seus recursos alocados não são suficientes para construir as facilidades ditadas pelo nível de cobertura desejado. Assim, é necessário realizar modificações no modelo para que se ajuste às restrições de recursos que serão usados para fornecer o maior nível de cobertura possível. Este novo objetivo compõe o Problema de Cobertura Máxima. 2.5.1.5 Problema de Centros O Problema p-centro é também conhecido como problema minimax cujo objetivo é minimizar a distância máxima entre os pontos de demanda e a facilidade mais próxima. O objetivo principal é atender (cobrir) toda a demanda, procurando localizar uma quantidade mínima de facilidades, e ao mesmo tempo garantir que a distância coberta seja minimizada. A aplicação desse tipo de problema se mostra relevante uma vez que a distância de alocação entre um ponto de demanda e sua respectiva facilidade é crítica para a eficácia do atendimento desse ponto de demanda (OWEN; DASKIN, 1998). 46 Quando a localização da facilidade está restrita ao nó da rede, tem-se o problema pcentro vértice. Caso seja permitida a localização das facilidades em qualquer lugar da rede, o problema passa a ser descrito como de centro absoluto. Este, por sua vez, apresenta melhores soluções uma vez que a instalação pode ser localizada em um nó ou no caminho entre dois nós. Conforme Owen e Daskin (1998), o problema de p-centro vértice pode ser formulado como um problema de programação linear inteira da seguinte maneira: (10) min D sujeito a: ∑X j =P (11) j ∑Y ij = 1 ∀i ∈ I (12) j Yij − X j ≤ 0 ∀i , j , (13) D max ≥ ∑ d ijYij ∀i , j , (14) X j ∈ {0 ,1} ∀j, (15) Yij ∈ {0,1} ∀i , j , (16) j Onde: D = Máxima distância entre o nó de demanda e a facilidade mais próxima. A função objetivo (10) é simplesmente para minimizar a máxima distância entre qualquer nó de demanda e sua facilidade mais próxima. Restrições (11) a (13) são idênticas a (2) a (4) do problema p-mediana. A restrição (14) define a máxima distância entre qualquer nó de demanda i e a facilidade j mais próxima. Finalmente, a restrição (15) a (16) são restrições de integralidade da variável de decisão. Note que a restrição (16) pode sofrer relaxação para restrições não-negativas. Se as variáveis de decisão Yij são permitidas a ser fracionadas, um nó de demanda pode ser servido por múltiplas facilidades. Desde que as facilidades nesse simples caso sejam não-capacitadas, a solução será atribuir a cada nó de demanda a facilidade aberta mais próxima. Assim, 47 qualquer solução que atribuir uma demanda a mais de uma facilidade tem uma alternativa ótima em cada em que todos os Yij são integrais (OWEN; DASKIN, 1998). 2.5.1.6 Problema de Localização Capacitado Quando uma potencial planta tem uma capacidade estabelecida de atendimento, o problema é denominado de problema de localização de plantas capacitadas. Quando a restrição de capacidade não é assumida, tem-se o problema de localização não-capacitado ou sem restrição de capacidade (DUBKE, 2006). O PLC, conforme Praça (2003), consiste em dado um conjunto de facilidades I , em que cada facilidade tem uma capacidade ai e um conjunto de clientes J , em que cada um tem a necessidade b j , e então encontrar um conjunto P ⊆ I que atenda a todas as necessidades dos clientes de forma a minimizar o custo total. Segundo Praça (2003), na abordagem clássica do PLC, deseja-se solucionar o tradeoff existente entre o custo de transporte e os custos de implantação de facilidades. A função objetivo de custo total (17) é composta pelos custos fixo Bi para se instalar uma facilidade i , o custo variável unitário Cij , que representa o custo de transportar uma unidade do produto i até o cliente j . Diante disso, o PLC pode ser formulado como um modelo de programação linear inteira e binária, da seguinte maneira: min ∑ Bi yi + ∑∑ Cij xij i∈I (17) j∈J i∈I Sujeito a: ∑x ij ≤ ai yi , ∀i ∈ I (18) ∑x ij = b j , ∀j ∈ J (19) xij ≥ 0, ∀i ∈ I e ∀ j ∈ J (20) yi ∈ {0,1}, ∀i ∈ I (21) j∈J i∈I 48 Onde xij representa a quantidade enviada do produto i para j , e y j representa a instalação ou não da facilidade i . Se yi = 1, a facilidade será instalada em i , caso contrário, yi = 0. A equação (18) do grupo das restrições garante que nenhum cliente seja atendido por uma facilidade fechada e que o total da demanda atendida pela facilidade não ultrapasse a sua capacidade. A equação (19) garante que a demanda de cada cliente seja satisfeita. A equação (20) tem como objetivo garantir que não serão enviadas quantidades negativas, e, por fim, a equação (21) é restrição de integralidade da variável de decisão yi (PRAÇA, 2003). A seguir, serão apresentadas na Tabela 02 as vantagens e desvantagens dos modelos de localização abordados nesse capítulo. 49 Tabela 02 - Vantagens e desvantagens dos modelos de localização MODELO VANTAGENS • Auxilia na busca da melhor solução para um problema de localização e capta uma parte suficiente da realidade do problema real a ponto de tornar essa solução significativa para a gerência. LOCALIZAÇÃO ÚNICA FACILIDADE LOCALIZAÇÃO DE • Problema mais realista e mais utilizado que o de instalação única. • Minimiza o somatório dos custos associados a cada uma das instalações. MÚLTIPLAS FACILIDADES MODELO P-MEDIANA PROBLEMAS DE COBERTURA PROBLEMA DE CENTROS PROBLEMA DE LOCALIZAÇÃO CAPACITADO Fonte: Elaborado pelo autor (2011) • Busca minimizar a soma total das distâncias entre clientes e instalações (medianas). • Nesse tipo de modelo, todos os nós têm importância igual mesmo que a demanda pelos serviços sejam diferentes. • É útil para minimizar a máxima distância e o tempo máximo de viagem entre os clientes e a facilidade mais próxima. • Procura localizar uma quantidade mínima de facilidades para atendimento dos clientes e, ao mesmo tempo, garantir que a distância coberta seja minimizada. • O modelo garante a minimização dos custos de implantação de facilidades e transportes na rede. • Mesmo que o foco seja a minimização dos custos totais, as distâncias percorridas também são minimizadas. • Respeita as restrições de capacidade das instalações DESVANTAGENS • Utilização incomum em médias e grandes empresas devido às decisões, normalmente, envolverem múltiplas instalações. • Não faz distinção entre custos de capital em localidades diferentes e outros custos de mão-de-obra, manutenção, estoques e serviço. • Os custos totais de transportes normalmente aumentam proporcionalmente à distância. • Utiliza rotas em linha reta entre instalações e clientes. • Geralmente não proporciona soluções capazes de refletir futuras mudanças em receitas e em custos. • Da mesma forma que o de instalação única, este modelo encontra limitações para incorporar relações não lineares e descontínuas de custos de estoques, tarifas de transporte e economias de escala em produção e compras, aos modelos matemáticos. • Não leva em consideração a programação de veículos que serão necessários para operar a rede logística. • O problema de p-mediana, não capacitado, não considera restrições de capacidade nos vértices e os custos fixos de implantação não são considerados. • O modelo, caso não seja o de cobertura máxima, não leva em consideração os recursos disponíveis para atender todos os clientes envolvidos no problema e, portanto, tende a gerar soluções com altos custos de implantação. • Nesse problema o objetivo não é minimizar o custo total e sim minimizar o máximo custo, como por exemplo, a máxima distância entre algum ponto de geração de demanda e a facilidade mais próxima. • Não leva em consideração a programação de veículos que serão necessários para operar a rede logística. • Difícil de incorporar ao modelo matemático dados não lineares e descontínuos. 50 3 MÉTODO PROPOSTO A metodologia proposta tem a função de indicar os caminhos a serem seguidos durante a pesquisa e os instrumentos a serem empregados na investigação e solução de determinado problema. Este trabalho de pesquisa engloba diversas áreas de interesse. Portanto, primeiramente, houve a necessidade de se realizar uma pesquisa bibliográfica a fim de definir os assuntos aqui abordados. A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos (GIL, 2002). Uma pesquisa pode ser classificada de quatro formas diferentes conforme Silva e Menezes (2005). São elas: quanto à sua natureza, quanto ao seu objetivo, quanto aos procedimentos técnicos e quanto à forma de abordagem do problema, Esta pesquisa, quanto a sua natureza, pode ser classificada como empírica, pois segundo Demo (1994), a pesquisa empírica é dedicada ao tratamento da “face empírica e factual da realidade; produz e analisa dados, procedendo sempre pela via do controle empírico e factual”. Quanto ao seu objetivo, a pesquisa se enquadra como exploratória tendo em vista que um dos objetivos é expor a importância e aprimorar a aplicação de modelos de localização em problemas logísticos reversos. Conforme Gil (2002), a pesquisa exploratória tem como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema e aprimorar ideias ou descobrir intuições, sendo o seu planejamento bastante flexível, de modo a permitir a consideração dos mais variados aspectos relativo ao fato estudado. Quanto aos métodos da pesquisa, ela pode ser considerada um estudo de caso, pois segundo Almeida (1996), o estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre um determinado indivíduo, família, grupo ou comunidade, a fim de estudar aspectos variados de sua vida, de acordo com o assunto da pesquisa. Este trabalho se propõe a otimizar o fluxo reverso de pneus através da localização de ecopontos em locais estratégicos de uma região específica do Brasil de forma a otimizar as distâncias de deslocamento dentro dessa região, custos de transportes e custos de instalação de facilidades. Esse estudo pode ser classificado como instrumental, pois, conforme Gil (2002), o estudo de caso instrumental é aquele que é desenvolvido com o propósito de auxiliar no conhecimento ou redefinição de determinado problema. Esta pesquisa tem como propósito auxiliar no conhecimento das diversas aplicações possíveis de modelos de localização, com 51 base em um estudo de caso no Oeste Potiguar a fim de atestar a aplicabilidade desse tipo de método. Quanto a sua abordagem, a pesquisa é quantitativa em sua predominância devido ao produto final desse trabalho ser a otimização do custo total de operação da rede logística reversa. Segundo Malhotra (2001), a pesquisa quantitativa busca quantificar os dados e aplicar alguma forma de análise estatística. A fim de proporcionar mais qualidade ao processo de escolha de quais localidades são mais adequadas a se receber ecopontos, são utilizadas ferramentas e técnicas como a modelagem matemática, mais especificamente a pesquisa operacional, para dar suporte ao processo de tomada decisão, pois as decisões no mundo real se tornam bem mais complexas à medida que mais recursos e interessados são inseridos em projetos e operações. Esse suporte é necessário tendo em vista que decisões sobre localização de facilidades fazem parte do âmbito estratégico e tem efeitos de longo prazo o que torna a capacidade de mudança uma vez tomada a decisão mais complexa e onerosa, muitas vezes proibitiva. Dessa forma, será desenvolvido um modelo de localização através de programação linear aplicável no software de modelagem e resolução de problemas lineares e não-lineares de otimização LINGO® 11.0, patenteado pela empresa LINDO Systems. O Lingo é projetado principalmente para formular em termos eficientes modelos muito grandes lidando simultaneamente como todas as restrições ou variáveis do mesmo tipo. Além disso, o Lingo permite, através de funções, introduzir grande número de dados no modelo a partir de fontes externas. Um local muito usado para armazenamento de dados são as planilhas eletrônicas (HILLIER; LIEBERMAN, 2006). Por se tratar de uma pesquisa quantitativa, os resultados serão analisados com base em valores financeiros e viabilidade operacional. O fator mais relevante para o modelo, porém, é obter a solução que ofereça o menor custo total de implantação de facilidades. Portanto, resumidamente, a metodologia utilizada nesta pesquisa, consiste nas etapas descritas na Figura 06. 52 Figura 06 - Estrutura da Metodologia proposta Fonte: Elaborado pelo autor (2011) Na fase 1 do estudo procurou-se procurou se coletar material bibliográfico em livros, artigos publicados e em sites, referente às à principais áreas de estudo que serão abordadas nesta pesquisa: as alternativas de redução, reuso e reciclagem de pneus; logística reversa de pneus inservíveis e os principais problemas de localização e alocação de facilidades. O objetivo dessa etapa foi obter um conhecimento aprofundado sobre os assuntos abordados na pesquisa. Na segunda gunda fase, foram coletados dados referentes à frota de veículos e de pneus inservíveis em cada cidade do conjunto de 62 cidades que compõem o Oeste Potiguar (ÁREA DE COR ROSA DA FIGURA 07); elaborou-se se uma matriz de distâncias rodoviárias entre todas as cidades idades da região do Oeste Potiguar; estimou-se estimou se os custos de transporte em função das distâncias encontradas entre as cidades e ecopontos candidatos e entre ecopontos e associação recicladora e, por fim, foi estimado o custo fixo de implantação de ecopontos nas cidades candidatas. 53 Figura 07 - Mapa do estado do Rio Grande do Norte Fonte: Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (IDEMA, 2011) A Fase 3 do modelo consistiu em conceber o modelo de localização mais adequado às necessidades do caso. Para tanto, optou-se por implantar o Problema de Localização Capacitado utilizado por Rocha (2008) em seu estudo para otimização de rede logística reversa de coleta de pneus inservíveis no estado do Ceará pelo fato do modelo ter seu enfoque voltado especificamente para a minimização dos custos operacionais de uma rede logística reversa conforme esta pesquisa se propõe. A função objetivo do modelo busca minimizar o custo total da implantação da rede que envolve os custos fixos de implantação dos ecopontos e os custos de transporte entre cidade-ecoponto e ecoponto-recicladora. A quarta etapa do modelo consiste em executar o modelo e realizar a análise dos resultados obtidos. A última fase é dedicada a tecer considerações sobre a rede logística reversa concebida. 54 4 APLICAÇÃO DO MODELO E RESULTADOS Neste capítulo, será apresentado o modelo concebido para subsidiar a decisão sobre o problema em estudo. Para a concepção do modelo, foram estabelecidos dados de entrada e de saída, bem como variáveis e parâmetros do modelo. Primeiramente, determinou-se a quantidade de pneus inservíveis gerada em cada cidade que compõe o Oeste Potiguar. Para tanto, houve a necessidade de estimar esses valores devido à inexistência desses dados oficiais. A estimativa se baseou na frota de veículos e na estimativa de venda de pneus em cada município da região de estudo. A frota de veículos do país e de cada cidade do Oeste Potiguar foi obtida através de consulta a dados, referentes ao mês de agosto de 2011, levantados pelo Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN). Essa frota contempla os mais diversos tipos de veículos que utilizam pneus de borracha. Com relação às informações de venda de pneus no país ( Vv ), foram utilizados os valores divulgados pela ANIP referentes ao ano de 2010. O valor foi concebido da seguinte forma: volume de vendas em 2010 é igual a 73,1 milhões de pneus (Quantidade Produzida ( Qp ) + Quantidade Importada ( QI )). O volume de pneus exportados ( Qe ) em 2010 é igual a 18,1 milhões de pneus. Portanto: Vv = ( Qp + QI ) – Qe = 73,1 – 18,1 = 55mi (22) O procedimento para se estimar a quantidade de pneus vendidos na região do Oeste Potiguar foi o mesmo utilizado por Rocha (2008) para estimar a quantidade de pneus vendidos no estado do Ceará. De acordo com a Equação 22, e os dados fornecidos pelo DENATRAN e ANIP, em 2010 foram ofertados 55 milhões de pneus para uma frota total de 68.548.151 de veículos no país. A partir desses dados, a Tabela 03 apresenta a pressuposição da existência de uma proporcionalidade entre a frota total de veículos e a quantidade de pneus vendidos. Essa proporção sugere a possibilidade de se estimar a quantidade de pneus vendidos em uma cidade qualquer desde que sua frota seja conhecida. 55 Tabela 03 - Proporção estabelecida para estimativa de venda de pneus Frota Pneus vendidos Brasil 68.548.151 Cidade i Frota de i ( fi ) ↔ ↔ 55.000.000 (vendas no Brasil) Pneus vendidos em i ( Pvi ) Fonte: Elaborado pelo autor (2011) Portando: Pvi = 55.000.000 fi = 0,802 fi 68.548.151 (23) Diante disso, a quantidade de pneus postos a venda anualmente em cada cidade deve ser 0,802 vezes o valor da frota que existe na mesma, conforme demonstra a Equação 23. A partir desse dado, a estimativa de pneus inservíveis gerados ao ano em cada município também pode ser obtida (APÊNDICE A). Este valor, por sua vez, é fruto de uma parcela da quantidade dos pneus vendidos por ano em cada cidade. Conforme estudos realizados pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) (2007 , apud Rocha, 2008), do total de pneus velhos que são substituídos por pneus novos, estima-se que 53,2% sejam inservíveis. Desse modo, da quantidade de pneus velhos gerados em uma cidade, estima-se que 53,2% equivalem a pneus inservíveis ( PIi ). Analogamente, da quantidade de pneus vendidos ( Pvi ) em cada cidade ao ano, 53,2% correspondem a pneus inservíveis. É importante salientar que a metodologia utilizada para se chegar ao valor de pneus inservíveis gerados por ano em cada cidade é determinística e somente é possível estabelecer um valor a cada ano para cada cidade. A partir das considerações feitas, obtêm-se a seguinte função: PIi = 0 , 532 Pvi (24) 4.1 PREMISSAS ESTABELECIDAS DO MODELO Antes da aplicação da modelagem matemática proposta é preciso estabelecer algumas premissas. Elas são necessárias uma vez que o modelo tem limitações no que tange a sua capacidade de representação da realidade. É necessário explicitar ao máximo possível as 56 condições reais no modelo para que a sua solução seja compatível com a realidade. Entretanto, existem dados relevantes à tomada de decisão que não estão disponíveis no momento necessário e, portanto, procura-se fazer simplificações do problema real que busquem manter ao máximo a realidade sem que a solução obtida perca sua relevância no apoio à decisão. Para o problema em questão, considerou-se que a associação recicladora é fixa e se encontra na cidade de Mossoró-RN devido aos motivos expostos anteriormente. A rede logística deverá atender a demanda de pneus inservíveis em todos os municípios, baseada na quantidade estimada pela Equação 23, ou seja, deve-se garantir que toda a quantidade de pneus inservíveis geradas ao ano nas cidades seja enviada aos ecopontos selecionados e, posteriormente, à associação recicladora localizada na cidade de Mossoró-RN. Esta medida permite que o modelo forneça uma solução ótima para a situação onde o sistema estará trabalhando para a oferta máxima de pneus. A associação localizada em Mossoró foi escolhida devido a Mossoró ser a maior cidade do Oeste Potiguar e, portanto, das cidades alternativas na região, é a que possui melhor infraestrutura e recursos para contemplar um projeto pioneiro desse nível. A cidade conta com duas associações de reciclagem e esse princípio de educação ambiental é fundamental para o bom desenvolvimento da rede logística reversa. Os ecopontos não são fixos e são escolhidos a partir da aplicação do modelo. Ou seja, o modelo ficará responsável por encontrar os “melhores locais”, considerando as restrições impostas, para se instalar ecopontos. Os pneus enviados de um município qualquer para a recicladora em Mossoró devem passar obrigatoriamente por algum ecoponto. Essa medida garante que os pneus sejam processados de acordo com as suas necessidades antes de serem encaminhados à associação recicladora. Cada cidade candidata só pode ter, no máximo, um ecoponto. Os ecopontos podem atender quaisquer cidades, não sendo obrigatório destinar todos os pneus de uma determinada cidade para um único ecoponto. Aspectos fiscais e legais não são considerados no modelo devido à complexidade de incluir esses dados no modelo. A logística interna e a acessibilidade de tráfego no espaço interno das cidades envolvidas no estudo não foram levadas em consideração devido à complexidade de modelagem desses dados. Devido à complexidade de se determinar o giro do estoque de matéria-prima da associação recicladora, não foi possível levar em conta a capacidade de armazenamento de 57 matéria-prima da mesma, portanto, considera-se que a associação tem capacidade para receber pneus inservíveis a qualquer hora. O modal escolhido para ser utilizado na coleta e transporte dos pneus é o rodoviário tendo em vista a sua flexibilidade de rotas e baixo tempo de transporte em relação a outros modais de transportes dentro da zona urbana. Aspectos relacionados à capacidade dos veículos e a armazenagem dos ecopontos também devem ser considerados, pois farão parte das restrições que comporão o modelo. No modelo, considerou-se que todas as rotas que ligam todas as cidades da região do Oeste Potiguar são plenamente acessíveis e comportam o deslocamento do veículo escolhido para realizar as rotas de coleta. O planejamento de custos que se pretende utilizar nesse modelo tem horizonte anual. Já o giro mensal do estoque nos ecopontos é mensal (ROCHA, 2008). 4.2 CONSTRUÇÃO DO MODELO O objetivo principal do modelo é estabelecer quais e quantos ecopontos serão concebidos a fim de minimizar o custo total de operação da rede. Para tanto, é necessário que se determine os elementos de entrada e saída do modelo, além das relações matemáticas entre eles para se chegar à função objetivo desejada. 4.3 PARÂMETROS E VARIÁVEIS DO MODELO Na Tabela 04 são apresentadas as descrições dos parâmetros e variáveis do modelo proposto. Os parâmetros são os dados de entrada do modelo. Já as variáveis, são as respostas que serão obtidas a partir da resolução do modelo. Elas que subsidiarão a tomada de decisão, ou seja, determinarão a quantidade e onde se localizará os ecopontos na rede logística. 58 Tabela 04 - Parâmetros e Variáveis do modelo Variável Nomenclatura Tipo N ce Parâmetro N cc Parâmetro Capacidade de armazenamento do ecoponto S Parâmetro Geração de pneus inservíveis da cidade i Qi Parâmetro Cij Parâmetro C jr Parâmetro Bj Parâmetro Número de cidades existentes no modelo Número de cidades candidatas a receber o ecoponto Custo unitário de transporte da cidade i para o ecoponto j Custo de transporte do ecoponto j para a associação de reciclagem r Custo fixo para implantar um ecoponto na cidade j Variáveis inteiras que definem a quantidade de pneus transportada da cidade i para o xij ecoponto j Variável de decisão Variáveis binárias que definem se uma facilidade (ecoponto) é implantada na cidade j ou não. yj assume o valor 1 caso a cidade j seja selecionada para ter um yj Variável de decisão ecoponto; caso contrário, y j = 0 Fonte: Elaborado pelo autor (2011) 4.5 MODELO MATEMÁTICO PROPOSTO Considerando os diversos problemas de localização, optou-se pela adaptação e implantação do Problema de Localização Capacitado adotado por Rocha (2008) para localização otimizada de ecopontos no estado do Ceará para coleta e reciclagem de pneus inservíveis. O PLC em questão pode ser compreendido da seguinte forma: Dado um conjunto de facilidades J , em que cada facilidade tem uma capacidade S e um conjunto de pontos de 59 oferta I , o PLC consiste em encontrar um conjunto R ⊆ J que atenda a todas as necessidades dos pontos de oferta de forma a minimizar o custo total da operação. A função objetivo de custo total é composta pelos custos fixo B j para se instalar um ecoponto na cidade j , o custo variável unitário Cij para transportar os pneus da cidade i geradora até o ecoponto j , e o custo variável C jr para transportar do ecoponto j até a recicladora r em Mossoró. Diante disso, o PLC pode ser formulado como um modelo de programação linear inteira e binária, da seguinte maneira: min ∑ B j y j + ∑∑ Cij xij + ∑ C jr ∑ xij j∈J j∈J i∈I j∈J (26) i∈I Sujeito a: ∑x j∈J ij ∑x i∈I ij = Qi , ∀i ∈ I (27) ≤ S j y j , ∀j ∈ J (28) xij ≥ 0, ∀i ∈ I e ∀ j ∈ J (29) y j ∈ {0,1}, ∀j ∈ J (30) Onde xij representa a quantidade de pneus transportada de i para j , e y j representa a instalação ou não do ecoponto em j . Se y j =1, o ecoponto será instalado em j , caso contrário, y j = 0. No grupo das restrições, a equação (27) garante que toda a quantidade de pneus inservíveis ( Qi ) gerada em uma cidade será entregue aos ecopontos. A equação (28) garante que a capacidade dos ecopontos ( S j ) não seja ultrapassada e que uma cidade não envie pneus para ecopontos fechados. A equação (29) tem como objetivo garantir que não serão enviadas quantidades negativas, e, por fim, a equação (30) estabelece valores binários que quando assume o valor 1 a instalação se localiza em j e assume o valor 0, caso contrário. 60 4.6 ESCOLHA DAS CIDADES CANDIDATAS A RECEBER OS ECOPONTOS Inicialmente, cogitou-se a possibilidade de considerar todas as cidades da região Oeste Potiguar como possíveis candidatas a instalar ecopontos. Entretanto, diante das limitações de processamento de variáveis da versão do software LINGO utilizada nesta pesquisa, foi necessário restringir o conjunto de cidades alternativas a instalar ecopontos. Foi preciso reduzir a combinação entre cidades cadidatas a ecopontos e cidades com oferta de pneus para 7 x 62, respectivamente, pois uma combinação maior ultrapassaria a capacidade de processamento de variáveis da versão do Lingo disponível. Portanto, as sete cidades alternativas escolhidas foram as que possuíam maior oferta de pneus na região Oeste Potiguar, conforme demonstrado na Tabela 05. Tabela 05 - Cidades candidatas a receber ecopontos Cidades candidatas Oferta de pneus inservíveis (und) Apodi 3.385 Areia Branca 2.104 Assu 5.582 Caraúbas 1.800 Mossoró 41.445 Pau dos Ferros 5.375 São Miguel 1.975 Fonte: Elaborado pelo autor (2011) Acredita-se que esse critério escolhido foi o mais apropriado visto que uma vez que uma cidade é escolhida a receber um ecoponto, as quantidades de pneus inservíveis geradas nesta mesma cidade deverão ser enviadas ao seu próprio ecoponto e, consequentemente, não incorrerá em custos para transportar esses pneus. Ou seja, essa medida tende a reduzir o somatório dos custos com transportes de pneus das cidades geradoras até os ecopontos selecionados. Conforme demonstra o Gráfico 01, as sete cidades candidatas correspondem juntas a 70% da oferta de pneus inservíveis no Oeste Potiguar. 61 Oferta de pneus Oeste Potiguar Gráfico 01 - Oferta de pneus das cidades candidatas a receber ecopontos Cidades candidatas a receber ecopontos 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 30.000 20.000 10.000 0 Mossoró Assu Pau dos Ferros Apodi Areia Branca São Miguel Caraúbas Outros Oferta 41.445 5.582 5.375 3.385 2.104 1.975 1.800 26.522 Acumulado (Q) 41.445 47.027 52.402 55.787 57.891 59.866 61.666 88.188 Acumulado (%) 47% 53% 59% 63% 66% 68% 70% 100% Fonte: Elaborado pelo autor (2011) A Figura 8 apresenta o esquema do PLC para as sete cidades candidatas a receber ecopontos. Figura 08 - Esquema do PLC Fonte: Elaborado pelo autor (2011) 62 Antes de se implantar o modelo é necessário se estabelecer alguns parâmetros de custos relacionados ao transporte rodoviário e ao custo de instalação dos ecopontos nas cidades candidatas. Para se definir esses parâmetros, adotou-se o seguinte procedimento: • Construção de matriz de distâncias rodoviárias entre todas as 62 cidades que compõe a região Oeste Potiguar e as 7 cidades candidatas a receber os ecopontos (APÊNDICE B). Essa matriz foi concebida a partir de consulta ao serviço de pesquisa e visualização de mapas Google Maps da Google©. • Para o custo de transporte, adotou-se o valor de R$ 0,0017/pneus.km para cada par de origem/destino. Esse valor foi obtido a partir da Revista Economia e Transporte (2007, apud Rocha, 2008) para o caminhão médio que possui capacidade de 1600 pneus. • Na mesma metodologia de Rocha (2008), adotou-se a hipótese de que o custo do transporte é função direta apenas da distância entre as cidades geradoras, os locais onde se instalarão os ecopontos, bem como a cidade onde haverá a reciclagem. Portanto, o custo de transporte pode ser obtido através da Equação 31. Ct = 0,0017 x distância (km) • (31) Outra hipótese adotada é que esse custo permanecerá constante ao longo do período analisado (um ano) para este estudo. A matriz de custos de transporte entre as cidades do Oeste Potiguar é representada no Apêndice C. É sabido que na prática esses custos de transportes sofrem variabilidade devido a variações na disponibilidade e tempo de viagens dos veículos. Esses tempos poderiam ser otimizados caso se utilizasse ferramentas de roteamento de veículos. • Quanto ao custo fixo de instalação dos ecopontos em cada cidade candidata a instalar os mesmos, foi determinado, para o modelo proposto inicialmente, que ele seria um único valor, independente da localidade, devido à dificuldade de associar custos diferenciados para esse tipo de instalação em diferentes lugares da região estudada. Por isso, esse valor foi estabelecido em R$ 47.836,97. Este foi determinado por CP Solutions (2007, apud Rocha, 2008), que significa uma média de investimentos na construção de ecopontos de 200m² com capacidade anual de armazenamento de 48 mil pneus para cada ecoponto. 63 4.7 RESOLUÇÃO DO MODELO A função objetivo de custo total a ser minimizada é composta por 441 variáveis. Deste total, 7 são variáveis binárias ( y j ) que definem ou não a instalação do ecoponto, e 434 (62 x 7) são variáveis de transporte associadas a cada par de origem/destino. Além disso, a formulação matemática do problema possui 62 restrições de oferta de pneus inservíveis (uma para cada cidade do Oeste Potiguar) e 7 restrições de capacidade dos ecopontos (um para cada ecoponto candidato). A resolução da função objetivo para o modelo inicial apresentou um valor de R$ 107.365,13, representando o custo total para suprir a oferta de pneus inservíveis em cada cidade do Oeste Potiguar com dois ecopontos. Para este cálculo, o software realizou 2.790 iterações. A modelagem aplicada no LINGO pode ser visualizada no Apêndice D. Neste caso, o modelo também gerou as cidades contempladas com os ecopontos. Estas foram: Caraúbas e Mossoró. Os resultados estão resumidos na Tabela 06. Tabela 06 - Síntese dos resultados da modelagem Custo total R$ 107.365,13 Cidades contempladas com ecopontos Quantidade de pneus recebidos pelos ecopontos Quantidade de municípios atendidos Distância do ecoponto para Mossoró (km) *Incluindo o próprio município Fonte: Elaborado pelo autor (2011) Custo de instalação R$ 95.673,94 Custo de transporte R$ 11.691,19 Caraúbas Mossoró 40.188 48.000 55* 8* 79,7 0 O custo total é composto pela soma do custo de instalação e o custo de transporte. Já o custo de transporte pode ser obtido pela subtração do custo de instalação do custo total. Com base nos resultados, percebe-se que o custo mais expressivo é o custo fixo de instalação das facilidades, R$ 95.673,94, ou seja, 89,11% do custo total da operação, restando 64 somente 10,89% ao custo de transporte. O Gráfico 02 ilustra os custos obtidos no modelo inicial. Gráfico 02 - Custos do modelo inicial Custo total = R$ 107.365,13 Transporte R$11.691,19 Instalação R$95.673,94 Fonte: Elaborado pelo autor (2011) Pode-se se verificar, no Apêndice E, que apenas uma cidade, Alto do Rodrigues, forneceu seus pneus inservíveis para mais de um ecoponto. Isso pode ser atribuído à limitação de capacidade das instalações o que obriga o envio do excedente para outra facilidade. Outro detalhe é que as cidades que foram contempladas enviaram toda sua oferta para sua instalação própria. 4.8 CENÁRIOS A fim de proporcionar outras configurações da rede logística reversa, optou-se optou pela modificação de algumas condições consideradas no modelo exposto inicialmente, sem haver alterações no modelo escrito no LINGO. Essas alterações na modelagem simulam variações no limite de capacidade dos ecopontos e no custo fixo de implantação dos mesmos. Portanto, procura-se se conceber cenários que proporcionem proporcionem maior confiabilidade à modelagem adotada nesta pesquisa. Os cenários propostos se baseiam nos cenários concebidos por Rocha (2008). 65 4.8.1 Cenário 2: Redução da capacidade do ecoponto para 75% Este cenário se propõe a avaliar o desempenho da rede logística com a variação da capacidade dos ecopontos reduzida a 75%, ou seja, 36.000 pneus/ano. Proporcionalmente, o custo fixo de instalação dos ecopontos também deve estar em 75% do seu valor original, ou seja, R$ 35.877,73. Feitas as alterações nos referidos parâmetros, obteve-se uma nova solução para o modelo cujos resultados foram sintetizados na Tabela 07. Tabela 07 - Síntese dos resultados do Cenário 2 Custo total Custo de instalação Custo de Transporte R$ 119.842,36 R$ 107.633,20 R$ 12.209,17 Cidades contempladas com ecopontos Apodi Assu Mossoró Quantidade de pneus recebidos pelos ecopontos 27.361 24.827 36.000 Quantidade de municípios atendidos 41* 19* 3* 80,8 73,4 0 Distância do ecoponto para Mossoró (km) *Incluindo o próprio município Fonte: Elaborado pelo autor (2011) A partir dos dados da Tabela 07, percebe-se que houve uma maior distribuição dos pneus inservíveis entre ecopontos. Neste cenário, foram contemplados com a facilidade os municípios de Apodi, Assu e Mossoró. Nota-se que houve um aumento no custo total da operação, passando de R$ 107.365,13 para R$ 119.842,36, significando um acréscimo de 10,4% no custo total de operação. Mais uma vez, o custo preponderante se mostrou o custo fixo de implantar as instalações, correspondendo a um total de R$ 107.633,20 ou 89,8% do custo total, restando somente R$ 12.209,17 ao custo de transporte. Vale salientar que uma vez que a capacidade fixa dos ecopontos foi fixada em 36.000 pneus/ano, o município de Mossoró foi obrigado a enviar parte da sua oferta de pneus à cidade de Assu, ver Apêndice F. O Gráfico 03 ilustra os custos obtidos no Cenário 2. 66 Gráfico 03 - Custos obtidos no Cenário 2 Custo total Cenário 2 = R$ 119.842,36 Transporte R$ 12.209,17 Instalação R$ 107.633,20 Fonte: Elaborado pelo autor (2011) O valor gasto para realizar a operação de enviar o excedente de 7.149 pneus de Mossoró à Assu foi de R$ 892,1, 892,1, mesmo valor gasto para retornar a mesma quantidade de Assu à Mossoró, totalizando, portanto, R$ 1.784,2 que certamente não seriam gastos caso Mossoró tivesse capacidade suficiente para comportar sua oferta total. Porém, mesmo subtraindo esse valor do custo custo total, este ainda se tornaria elevado em relação ao valor total concebido no modelo inicial. 4.8.2 .2 Cenário 3: Redução da capacidade do ecoponto para 50% Neste cenário, propõem-se propõem se a avaliar o desempenho da rede logística com a variação da capacidade dos ecopontos reduzida a 50%, ou seja, 24.000 pneus/ano. Proporcionalmente, o custo fixo de instalação dos ecopontos também deve estar em 50% do seu valor original, ou seja, R$ 23.918,49. A partir das alterações realizadas nos dados de entrada do d modelo, obtevese uma nova solução para o mesmo cujos resultados resultados foram sintetizados na Tabela 08. 08 67 Tabela 08 - Síntese dos resultados r do Cenário 3 Custo total R$ 108.953,36 Custo de instalação R$ 95.673,96 Custo de Transporte R$ 13.279,40 Cidades contempladas com ecopontos Apodi Areia Branca Assu Mossoró Quantidade de pneus recebidos pelos ecopontos 24.000 23991 16.198 24000 Quantidade de municípios atendidos 36* 7* 19* 2* Distância do ecoponto para Mossoró (km) 80,8 51,6 73,4 0 *Incluindo o próprio município Fonte: Elaborado pelo autor (2011) Os dados da Tabela 7 demonstram que houve o acréscimo de mais um ecoponto em relação ao cenário 2 mostrado. Esse acréscimo ocorreu pelo fato da capacidade de armazenamento dos ecopontos ter sido reduzida. Os municípios contemplados com a facilidade nessa nova modelagem foram Apodi, Areia Branca, Assu e Mossoró. O custo total de operação resultou em R$ 108.953,36, enquanto que o custo de instalação, instalação que representa 87,8% ficou em R$ 95.673,96 e o custo de transporte, 12,2%, apresentou apresen a quantia de R$ 13.279,40. O Gráfico 04 ilustra os custos obtidos no Cenário 3. Gráfico 04 - Custos obtidos no Cenário 3 Fonte: Elaborado pelo p autor (2011) 68 O custo total sofreu um aumento de 1,5% em relação ao resultado total obtido no modelo inicial, entretanto, sofreu uma queda de aproximadamente 9% em relação ao valor obtido no Cenário 2. Como na modelagem do Cenário 2, o município de Mossoró teve de remanejar parte de sua oferta de pneus a outro ecoponto de outra cidade. O ecoponto que recebeu a quantidade de 17.749 de pneus foi o da cidade de Areia Branca, ver Apêndice G. Caso esse transporte fosse evitado, ou seja, caso esses pneus pudessem permanecer na cidade de Mossoró, seria economizado em transporte, entre essas duas cidades, o montante de R$ 3.113,75, somando o gasto do trajeto de ida com o da volta. Do ponto de vista operacional, essa configuração com quatro cidades contempladas com ecopontos permite uma distribuição mais balanceada das facilidades na Região Oeste, conforme representado na Figura 09. Percebe-se também que a taxa de utilização de todos os ecopontos está bem alta neste cenário (VER APÊNDICE G). Figura 09 - Ecopontos distribuídos no Oeste Potiguar (Cenário 3) Fonte: Adaptado de IDEMA (2011) Entretanto, a distribuição espacial, somente, não permite afirmar que a configuração de rede do Cenário 3 é a mais adequada para o problema em questão, pois haveria ainda a incorrência de gastos não determinados na pesquisa, como custos de manutenção das facilidades, despesas legais e fiscais e demais custos operacionais. 69 Uma característica da Pesquisa Operacional é que ela tenta, frequentemente, encontrar uma melhor solução, conhecida como solução ótima, para o problema considerado. Na verdade, pode haver várias soluções consideradas como melhores. O intuito do estudo é identificar esses possíveis caminhos e seguir o mais adequado à necessidade. 4.8.3 Cenário 4: Instalação de ecoponto fixo em Mossoró de capacidade para 90.000 pneus/ano Diante dos cenários concebidos, é necessário saber como a configuração da rede logística se comportaria caso houvesse um único ecoponto candidato e que ele se localizasse em Mossoró com capacidade suficiente para receber todos os pneus inservíveis gerados na região do Oeste Potiguar. Esse cenário obriga que o transporte de pneus das cidades geradoras seja feito direto para a cidade recicladora. Sabendo-se que o montante de pneus inservíveis gerados corresponde a 88.188 pneus/ano, decidiu-se arredondar a capacidade do ecoponto para 90.000 pneus/ano para comportar possíveis variações adicionais na quantidade gerada. Mantendo a proporcionalidade entre a capacidade do ecoponto e seu custo de implantação, este ficará em R$ 89.694,32. O resultado da modelagem para este novo cenário pode ser sintetizado na Tabela 09. Tabela 09 - Síntese dos resultados do Cenário 4 Custo de instalação R$ 89.694,32 Custo total R$ 98.525,52 Cidades contempladas com ecopontos Mossoró Quantidade de pneus recebidos pelos ecopontos 88.188 Quantidade de municípios atendidos 62* Distância do ecoponto para Mossoró (km) *Incluindo o próprio município Fonte: Elaborado pelo autor (2011) 0 Custo de Transporte R$ 8.831,2 70 Como se percebe, toda a quantidade de pneus inservíveis gerada na região foi enviada ao ecoponto de Mossoró. Obviamente isso iria ocorrer de qualquer maneira tendo em vista que uma das restrições do modelo garante que toda a quantidade de pneus inservíveis gerada deve ser enviada a pelo menos um ecoponto. No caso, havia somente uma única opção (VER APÊNDICE H). Os valores obtidos para o custo total de operação ficou em R$ 98.525,52, sendo que R$ 89.694, 32 corresponde ao custo de instalação que também é igual ao custo de implantação de um único co ecoponto de acordo com o custo considerado para este cenário. O restante do custo total, R$ 8.831,20 corresponde ao custo de transporte entre as cidades e o ecoponto em Mossoró. Os custos obtidos no Cenário Cenário 4 podem ser sintetizados no Gráfico 05. Gráfico 05 - Custos obtidos no Cenário 4 Fonte: Elaborado pelo autor (2011) 4.8.4 .4 Cenário 5: Ampliação da capacidade dos ecopontos em qualquer das 7 cidades candidatas para 90.000 pneus/ano A fim de complementar o resultado do cenário anterior, é necessário saber como o sistema logístico se comportará caso as 7 cidades alternativas para ecopontos tenham capacidade suficiente para receber toda a quantidade de ecopontos gerados na região. Ou seja, qualquer ecoponto que se instalar em qualquer das 7 cidades candidatas terá capacidade de 90.000 pneus/ano. 71 Para este cenário, seguindo a lógica da proporção entre capacidade e custos de instalação, tem-se que o custo fixo de implantação dos ecopontos será de R$ 89.694, 32. O resultado do Cenário 5 é demonstrado na Tabela 10. Tabela 10 - Síntese dos resultados do Cenário 5 Custo de instalação R$ 89.694,32 Custo total R$ 98.525,52 Cidades contempladas com ecopontos Mossoró Quantidade de pneus recebidos pelos ecopontos 88.188 Quantidade de municípios atendidos 62* Distância do ecoponto para Mossoró (km) 0 Custo de Transporte R$ 8.831,2 *Incluindo o próprio município Fonte: Elaborado pelo autor (2011) De acordo com a nova modelagem, identifica-se que mesmo as cidades alternativas para implantar ecopontos tendo capacidade suficiente para receber toda a geração de pneus inservíveis da região, a cidade de Mossoró novamente foi contemplada com o ecoponto e, portanto, este novo cenário só conta com essa única instalação (VER APÊNDICE I). O custo total da operação é composto por R$ 89.694, 32, custo de instalação, que também é igual ao custo de implantação de um único ecoponto de acordo com o custo considerado para este cenário. O restante do custo total, R$ 8.831,20 corresponde ao custo de transporte entre as cidades e o ecoponto instalado em Mossoró. Os custos obtidos no Cenário 05 estão ilustrados no Gráfico 06. 72 Gráfico 06 - Custos obtidos no Cenário 5 Fonte: Elaborado pelo autor (2011) 4.8.5 Cenário 6: Capacidade do ecoponto em Mossoró para receber 41.446 41 pneus/ano e as demais cidades candidatas com capacidade de 7.800 pneus/ano Este cenário se propõe a avaliar o desempenho da rede logística considerando co a capacidade pacidade do possível ecoponto em Mossoró de 41.446 pneus/ano, equivalente a geração de pneus inservíveis de Mossoró por ano, e as demais cidades candidatas com capacidade de 7.800 pneus/ano. Este valor corresponde, aproximadamente, ao restante da capacidade capa necessária – pois a capacidade de 41.446 pneus/ano já está em Mossoró - para receber os pneus gerados na região dividida por 6 ecopontos. Feitas as alterações nos referidos parâmetros, obteve-se obteve se uma nova solução para o modelo cujos resultados foram sintetizados na Tabela 11. 73 Tabela 11 - Síntese dos resultados do Cenário 6 Custo total Custo de instalação Custo de Transporte R$ 98.900,69 R$ 87.946,28 R$ 10.954,41 Cidades contempladas com ecopontos Areia Apodi Branca Assu Quantidade de pneus recebidos pelos ecopontos 7.800 7800 7.800 7.800 41.446 7.800 7.742 Quantidade de municípios atendidos 12* 9* 5* 13* 2* 9* 18* Distância do ecoponto para Mossoró (km) 80,8 51,6 73,4 79,7 0 154 190 Caraúbas Mossoró Pau dos São Ferros Miguel *Incluindo o próprio município Fonte: Elaborado pelo autor (2011) Essa nova modelagem mostrou que todas as 7 cidades candidatas a receber ecopontos foram contempladas com a facilidade. Percebe-se que cada ecoponto escolhido tem sua utilização bastante acentuada e a distribuição dessas facilidades na região Oeste Potiguar está bem mais balanceada em relação aos cenários concebidos anteriormente, conforme ilustra a Figura 10. O custo total da operação, R$ 98.900,69, é composto por R$ 87.946,28, que corresponde ao custo de instalação dos 7 ecopontos de acordo com o custo fixo de implantação de cada um. O restante do custo total, R$ 10.954,41 corresponde ao custo de transporte entre as cidades e o ecoponto instalado em Mossoró. O Gráfico 07 resume os custos do Cenário 6. 74 Gráfico 07 - Custos obtidos no Cenário C 6 Custo total obtido no Cenário 6 = R$ 98.900,69 Transporte R$ 10.954,41 Instalação R$ 87.946,28 Fonte: Elaborado pelo autor (2011) 2011) Figura 10 - Ecopontos escolhidos (Cenário 6) Fonte: Elaborado pelo autor (2011) 75 A Tabela 12 sintetiza todos os resultados concebidos no modelo inicial e cenários. Tabela 12 - Custos obtidos no Modelo Inicial e Cenários CENÁRIOS CUSTOS LOCALIZAÇÃO INSTALAÇÃO TRANSPORTE TOTAL R$ 95.673,94 R$ 11.691,19 R$ 107.365,13 CARAÚBAS MODELO INICIAL DOS ECOPONTOS MOSSORÓ APODI CENÁRIO 2 R$ 107.633,20 R$ 12.209,17 R$ 119.842,36 ASSÚ MOSSORÓ APODI CENÁRIO 3 R$ 95.673,96 R$ 13.279,40 R$ 108.953,36 ASSÚ AREIA BRANCA MOSSORÓ CENÁRIO 4 R$ 89.694, 32 R$ 8.831,20 R$ 98.525,52 MOSSORÓ CENÁRIO 5 R$ 89.694, 32 R$ 8.831,20 R$ 98.525,52 MOSSORÓ APODI AREIA BRANCA ASSÚ CENÁRIO 6 R$ 87.946,28 R$ 10.954,41 R$ 98.900,69 CARAÚBAS MOSSORÓ PAU DOS FERROS SÃO MIGUEL Fonte: Elaborado pelo autor (2011) A seguir, avalia-se o incremento de custos que ocorreu entre os diferentes cenários obtidos. A Tabela 13 apresenta a matriz com os incrementos nos custos oriundos de cada modelo. A matriz expõe, por exemplo, que houve um acréscimo de 11,62% no resultado do custo total obtido no modelo inicial para o resultado concebido no Cenário 2; do modelo inicial ao Cenário 3 houve um acréscimo de 1,48%, e assim em diante. 76 Tabela 13 - Incremento de custos em porcentagem entre Cenários MATRIZ DE INCREMENTOS MODELO INICIAL CENÁRIO 2 CENÁRIO 3 CENÁRIO 4 CENÁRIO 5 CENÁRIO 6 MODELO INICIAL X X X X X CENÁRIO 2 CENÁRIO 3 CENÁRIO 4 CENÁRIO 5 CENÁRIO 6 11,62% X X X X 1,48% -9,09% X X X -8,23% -17,79% -9,57% X X -8,23% -17,79% -9,57% 0,0% X X X X X X Fonte: Elaborado pelo autor (2011) -7,88% -17,47% -9,22% 0,38% 0,38% X 77 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante dos testes realizados, percebe-se que o modelo proposto é capaz de subsidiar o processo de tomada de decisão na escolha dos locais de implantação dos ecopontos. Conforme exposto, este trabalho se propôs a aplicar um modelo matemático para minimizar o custo total de implantação de ecopontos na região do Oeste Potiguar. A rede logística reversa de pneus se mostrou bastante complexa havendo a necessidade de contar com estruturas específicas e agentes para catalisar o retorno desses resíduos. Em todas as soluções obtidas nos cenários propostos, a operação de logística reversa de pneus atendeu toda a oferta de pneus estimada no Oeste Potiguar. Portanto, o modelo se mostrou confiável para gerar o custo total de operação levando em conta a oferta máxima de pneus da região em estudo. A tarefa de se definir a solução mais adequada a esse caso se torna dificultada devido à carência de informações mais precisas para contemplar a modelagem. Sabendo-se que ainda é incipiente a utilização desse tipo de modelo aplicado à logística reversa de pneus, acredita-se que a modelagem cumpriu com a sua proposta inicial que foi conceber uma configuração de rede logística otimizada na região Oeste Potiguar, sob os parâmetros e premissas consideradas inicialmente. Os cenários concebidos também foram coerentes com a proposta do modelo inicial e seus dados, gerando resultados confiáveis para esse modelo de localização. Portanto, uma vez que haja um estudo preliminar mais aprofundado para que os dados de entrada sejam mais precisos e reais, o modelo poderá suportar a decisão de escolher facilidades entre várias alternativas de maneira satisfatória. Houve grande dificuldade de se atribuir valores monetários aos dados de entrada do modelo, especialmente no que diz respeito aos custos de transporte e custos fixos de implantação de facilidades. Não foram encontrados valores formalizados para estes dois últimos e, portanto, foi necessário recorrer a trabalhos relacionados ao tema proposto para que adaptações fossem feitas sem que a modelagem perdesse sua consistência. É importante ressaltar que a finalidade desta pesquisa não é solucionar de forma definitiva o problema da logística reversa dos pneus, e sim abrir perspectivas e possibilitar a concepção de futuros modelos mais específicos considerando a aplicação de dados mais realistas. 78 Junto ao estudo de Localização de Facilidades é importante associar estudos de Roteirização de veículos pois a programação de veículos e o planejamento das rotas de coleta de pneus permitem otimizar ainda mais o custo total de operação e melhorar a eficiência no gerenciamento da rede logística reversa garantindo a disponibilidade do pneu nas fábricas de reciclagem de forma contínua e equilibrada. Seria de grande valia poder incrementar ao modelo a modelagem multicritério de apoio à decisão, tendo em vista que nem sempre a solução que otimiza o custo total da operação é a melhor alternativa a se escolher para o problema em questão. Dessa forma o custo de oportunidade de se escolher localidades pouco atrativas do ponto de vista técnico e operacional seria reduzido. É importante também que se utilize ferramentas computacionais com maior capacidade de processamento de dados, pois as soluções concebidas nesta pesquisa foram restritas à capacidade de processamento de variáveis da versão do Lingo utilizada. Ao final da pesquisa, foi possível concluir que a logística reversa de produtos pósconsumo, como os pneus inservíveis, merece maior atenção não só no quesito técnico para viabilizar economicamente as operações, mas também no que se refere ao apoio fornecido por órgãos públicos e privados para que o sistema funcione de forma plena. É de suma importância que haja uma participação governamental para que seja estimulado esse retorno de pneumáticos. Os próprios ecopontos poderiam ser implantados com recursos públicos e a operação poderia ser viabilizada por empresas terceirizadas. Com relação à reciclagem de pneus, ainda não há um incentivo concreto por parte dos órgãos públicos na região do Oeste Potiguar para que esse tipo de prática aconteça. Portanto, mais uma vez, ressalta-se o papel que o poder público deve ter para integrar empresas, associações de reciclagem e sociedade para que de fato o fluxo reverso desses materiais aconteça. O novo paradigma da sustentabilidade ambiental tem elevado o patamar de importância da logística reversa como instrumento de desenvolvimento econômico e social. Diante disso, da mesma maneira que o estudo se aplicou ao pneu pós-consumo, esse tipo de estudo pode ser adaptado a outros produtos que necessitam ser restituídos ao setor empresarial para reaproveitamento em seu ciclo de vida ou em outros ciclos produtivos, ou ser destinados de maneira ambientalmente correta. 79 REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. L. P. Tipos de pesquisa. In: ALMEIDA, Maria Lúcia Pacheco de. Como elaborar monografias. 4. ed. Belém: Cejup, 1996. ANDRIETTA, A. J. 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José da Penha 1125 902,25 480,00 Jucurutu 3482 2792,56 1485,64 Lucrécia 628 503,66 267,94 Luís Gomes 107 85,81 45,65 Major Sales 436 349,67 186,03 Marcelino Vieira 1058 848,52 451,41 Martins 1420 1138,84 605,86 851 682,50 363,09 97138 77904,68 41445,29 Olho-d'Água do Borges 633 507,67 270,08 Paraná 516 413,83 220,16 Paraú 539 432,28 229,97 Patu 2940 2357,88 1254,39 Pau dos Ferros 12598 10103,60 5375,11 Pendências 1877 1505,35 800,85 Pilões 391 313,58 166,83 Portalegre 1268 1016,94 541,01 Porto do Mangue 552 442,70 235,52 Rafael Fernandes 1031 826,86 439,89 Rafael Godeiro 447 358,49 190,72 Messias Targino Mossoró 86 Riacho da Cruz 422 338,44 180,05 Riacho de Santana 704 564,61 300,37 Rodolfo Fernandes 841 674,48 358,82 São Francisco do Oeste 812 651,22 346,45 São Miguel 4630 3713,26 1975,45 São Rafael 1179 945,56 503,04 Serra do Mel 1928 1546,26 822,61 Serrinha dos Pintos 743 595,89 317,01 Severiano Melo 1295 1038,59 552,53 Taboleiro Grande 416 333,63 177,49 Tenente Ananias 1492 1196,58 636,58 Tibau 710 569,42 302,93 Triunfo Potiguar 377 302,35 160,85 Umarizal 2182 1749,96 930,98 Upanema 1630 1307,26 695,46 Venha-Ver 367 294,33 156,59 Viçosa 214 171,63 91,31 206.692 165.766,984 88.188,03549 TOTAL 87 APÊNDICE B – MATRIZ DE DISTÂNCIAS OESTE POTIGUAR CIDADES Água Nova Apodi Areia Branca Assu Caraúbas Mossoró Pau dos Ferros São Miguel 91,6 224 215 120 172 20,9 35,9 Alexandria 118 233 182 104 183 46,9 79,7 Almino Afonso 98,2 192 132 56,3 147 94,8 128 Alto do Rodrigues 176 80,7 50,1 141 98,7 245 282 Antônio Martins 101 231 171 82,8 163 71,9 105 0 133 131 38,3 80,8 41,4 110 Areia Branca 133 0 119 130 51,6 206 242 Assu 131 119 0 95,2 73,4 199 236 Baraúna 106 87,6 110 110 36 179 216 Campo Grande 66,9 126 65,4 31,6 80 136 172 Caraúbas 38,3 130 95,2 0 79,7 101 137 Carnaubais 160 64,4 28,5 119 82,5 236 272 Coronel João Pessoa 109 242 236 137 190 38,6 22,9 Doutor Severiano 94,1 227 220 122 174 20,9 27,4 Encanto 84,2 217 211 112 165 11,1 25,4 Felipe Guerra 27,3 127 124 31,3 74,7 100 137 Francisco Dantas 73,5 206 186 90,6 154 10,4 46,9 Frutuoso Gomes Governador Dix-Sept Rosado 88,8 202 141 70,4 150 85,5 118 45,5 88,7 109 41,2 38,6 118 155 Grossos 125 100 122 128 48,6 197 234 Ipanguaçu 149 89,1 23,4 114 92,4 218 255 Itajá 136 125 9,9 101 79 205 241 Itaú 32,8 165 159 66,9 113 40,8 77,2 Janduís 88,2 147 86,7 52,9 101 118 154 João Dias 110 217 156 88,1 171 89,3 122 José da Penha 98 231 224 126 178 27,4 60,2 Jucurutu 115 174 73,3 79,8 128 184 221 Lucrécia 90,8 185 141 55,6 135 87,4 120 Luís Gomes 120 253 238 142 200 49,5 82,3 Major Sales 109 242 230 135 190 38,5 71,3 Marcelino Vieira 98,6 231 205 109 179 28 60,8 Martins 109 189 155 59,4 139 73,7 107 Apodi Messias Targino 102 161 101 66,9 115 104 140 Mossoró 80,8 51,6 73,4 79,7 0 154 190 Olho-d'Água do Borges 70,4 162 127 32,1 112 71,3 108 Paraná 117 249 223 127 197 46,2 79,1 Paraú 93,1 137 38,7 57,8 91 162 199 Patu 87,5 178 117 49,3 132 91,7 144 Pau dos Ferros 41,4 206 199 101 154 0 36,4 Pendências 125 86 55,3 146 104 247 287 Pilões 104 215 180 85,2 165 47,8 80,6 88 Portalegre 58,9 191 171 76 139 30 66,4 Porto do Mangue 169 52,2 155 166 88 242 278 Rafael Fernandes 83,6 216 210 111 164 12,9 43,7 Rafael Godeiro 84,9 176 130 46,6 126 86,8 123 Riacho da Cruz 45,3 178 158 62,4 126 38,6 75 Riacho de Santana 100 233 227 128 181 29,9 62,7 Rodolfo Fernandes 39 172 165 73,1 119 56,4 92,8 São Francisco do Oeste 59 192 185 93,1 139 14,2 50,6 São Miguel 110 242 236 137 190 36,4 0 São Rafael 164 154 39,3 129 108 230 266 Serra do Mel 122 56,4 60,7 118 40,6 194 231 Serrinha dos Pintos 81,6 193 158 63,1 143 69,9 103 31 164 157 65,1 111 48,4 84,8 Taboleiro Grande 47,7 180 174 76,1 128 31,2 67,6 Tenente Ananias 128 244 210 114 194 57,2 90 Tibau 118 93,9 116 122 42,3 191 228 Triunfo Potiguar 79,8 139 54,9 44,5 92,8 146 182 Umarizal 62,3 174 139 43,9 124 60,2 96,7 Upanema 90,6 100 64,1 55,3 54,3 156 193 Venha-Ver 122 255 248 150 202 48,9 13,8 Viçosa 56,5 189 159 64,1 137 54,4 90,8 Severiano Melo 89 APÊNDICE C – CUSTOS VARIÁVEIS E FIXOS, OFERTA PI E CAPACIDADE FIXA CIDADES/ECOPONTO S Apodi Areia Branca Assu Caraúbas Mossoró Pau dos Ferros São Miguel OFERTA PI Água Nova 0,15572 0,3808 0,3655 0,204 0,2924 0,03553 0,06103 229,12 Alexandria 0,2006 0,3961 0,3094 0,1768 0,3111 0,07973 0,13549 1061,54 Almino Afonso 0,16694 0,3264 0,2244 0,09571 0,2499 0,16116 0,2176 359,25 Alto do Rodrigues 0,2992 0,13719 0,08517 0,2397 0,16779 0,4165 0,4794 1255,67 Antônio Martins 0,1717 0,3927 0,2907 0,14076 0,2771 0,12223 0,1785 400,64 0 0,2261 0,2227 0,06511 0,13736 0,07038 0,187 3385,15 Areia Branca 0,2261 0 0,2023 0,221 0,08772 0,3502 0,4114 2103,88 Assu 0,2227 0,2023 0 0,16184 0,12478 0,3383 0,4012 5582,05 Baraúna 0,1802 0,14892 0,187 0,187 0,0612 0,3043 0,3672 1401,16 Campo Grande 0,11373 0,2142 0,11118 0,05372 0,136 0,2312 0,2924 511,57 Caraúbas 0,06511 0,221 0,16184 0 0,13549 0,1717 0,2329 1799,67 Apodi Carnaubais 0,272 0,10948 0,04845 0,2023 0,14025 0,4012 0,4624 545,70 Coronel João Pessoa 0,1853 0,4114 0,4012 0,2329 0,323 0,06562 0,03893 211,20 Doutor Severiano 0,15997 0,3859 0,374 0,2074 0,2958 0,03553 0,04658 357,97 Encanto 0,14314 0,3689 0,3587 0,1904 0,2805 0,01887 0,04318 353,28 Felipe Guerra 0,04641 0,2159 0,2108 0,05321 0,12699 0,17 0,2329 540,16 Francisco Dantas 0,12495 0,3502 0,3162 0,15402 0,2618 0,01768 0,07973 261,55 Frutuoso Gomes Governador Dix-Sept Rosado 0,15096 0,3434 0,2397 0,11968 0,255 0,14535 0,2006 364,80 0,07735 0,15079 0,1853 0,07004 0,06562 0,2006 0,2635 988,15 Grossos 0,2125 0,17 0,2074 0,2176 0,08262 0,3349 0,3978 690,77 Ipanguaçu 0,2533 0,15147 0,03978 0,1938 0,15708 0,3706 0,4335 884,90 Itajá 0,2312 0,2125 0,01683 0,1717 0,1343 0,3485 0,4097 521,38 Itaú 0,05576 0,2805 0,2703 0,11373 0,1921 0,06936 0,13124 436,90 Janduís 0,14994 0,2499 0,14739 0,08993 0,1717 0,2006 0,2618 285,01 João Dias 0,187 0,3689 0,2652 0,14977 0,2907 0,15181 0,2074 92,59 José da Penha 0,1666 0,3927 0,3808 0,2142 0,3026 0,04658 0,10234 480,00 Jucurutu 0,1955 0,2958 0,12461 0,13566 0,2176 0,3128 0,3757 1485,64 Lucrécia 0,15436 0,3145 0,2397 0,09452 0,2295 0,14858 0,204 267,94 Luís Gomes 0,204 0,4301 0,4046 0,2414 0,34 0,08415 0,13991 45,65 Major Sales 0,1853 0,4114 0,391 0,2295 0,323 0,06545 0,12121 186,03 Marcelino Vieira 0,16762 0,3927 0,3485 0,1853 0,3043 0,0476 0,10336 451,41 Martins 0,1853 0,3213 0,2635 0,10098 0,2363 0,12529 0,1819 605,86 Messias Targino 0,1734 0,2737 0,1717 0,11373 0,1955 0,1768 0,238 363,09 Mossoró 0,13736 0,08772 0,12478 0,13549 0 0,2618 0,323 41445,29 Olho-d'Água do Borges 0,11968 0,2754 0,2159 0,05457 0,1904 0,12121 0,1836 270,08 Paraná 0,1989 0,4233 0,3791 0,2159 0,3349 0,07854 0,13447 220,16 Paraú 0,15827 0,2329 0,06579 0,09826 0,1547 0,2754 0,3383 229,97 Patu 0,14875 0,3026 0,1989 0,08381 0,2244 0,15589 0,2448 1254,39 Pau dos Ferros 0,07038 0,3502 0,3383 0,1717 0,2618 0 0,06188 5375,11 Pendências 0,2125 0,1462 0,09401 0,2482 0,1768 0,4199 0,4879 800,85 90 Pilões 0,1768 0,3655 0,306 0,14484 0,2805 0,08126 0,13702 166,83 Portalegre 0,10013 0,3247 0,2907 0,1292 0,2363 0,051 0,11288 541,01 Porto do Mangue 0,2873 0,08874 0,2635 0,2822 0,1496 0,4114 0,4726 235,52 Rafael Fernandes 0,14212 0,3672 0,357 0,1887 0,2788 0,02193 0,07429 439,89 Rafael Godeiro 0,14433 0,2992 0,221 0,07922 0,2142 0,14756 0,2091 190,72 Riacho da Cruz 0,07701 0,3026 0,2686 0,10608 0,2142 0,06562 0,1275 180,05 Riacho de Santana 0,17 0,3961 0,3859 0,2176 0,3077 0,05083 0,10659 300,37 Rodolfo Fernandes 0,0663 0,2924 0,2805 0,12427 0,2023 0,09588 0,15776 358,82 São Francisco do Oeste 0,1003 0,3264 0,3145 0,15827 0,2363 0,02414 0,08602 346,45 São Miguel 0,187 0,4114 0,4012 0,2329 0,323 0,06188 0 1975,45 São Rafael 0,2788 0,2618 0,06681 0,2193 0,1836 0,391 0,4522 503,04 Serra do Mel 0,2074 0,09588 0,10319 0,2006 0,06902 0,3298 0,3927 822,61 Serrinha dos Pintos 0,13872 0,3281 0,2686 0,10727 0,2431 0,11883 0,1751 317,01 Severiano Melo 0,0527 0,2788 0,2669 0,11067 0,1887 0,08228 0,14416 552,53 Taboleiro Grande 0,08109 0,306 0,2958 0,12937 0,2176 0,05304 0,11492 177,49 Tenente Ananias 0,2176 0,4148 0,357 0,1938 0,3298 0,09724 0,153 636,58 Tibau 0,2006 0,15963 0,1972 0,2074 0,07191 0,3247 0,3876 302,93 Triunfo Potiguar 0,13566 0,2363 0,09333 0,07565 0,15776 0,2482 0,3094 160,85 Umarizal 0,10591 0,2958 0,2363 0,07463 0,2108 0,10234 0,16439 930,98 Upanema 0,15402 0,17 0,10897 0,09401 0,09231 0,2652 0,3281 695,46 Venha-Ver 0,2074 0,4335 0,4216 0,255 0,3434 0,08313 0,02346 156,59 Viçosa 0,09605 0,3213 0,2703 0,10897 0,2329 0,09248 0,15436 91,31 48000 48000 48000 48000 48000 48000 48000 47836,97 47836,97 47836,97 47836,97 47836,97 47836,97 47836,97 CAPACIDADE FIXA CFIXO 91 APÊNDICE D - MODELO INICIAL IMPLEMENTADO NO LINGO TITLE: PROBLEMA_LOCALIZACAO.lg4; Sets: cidades/@ole('localizacaox.xls','cidades')/:oferta; ecopontos/@ole('localizacaox.xls','ecopontos')/:capacidade,cfixo, y, custosf; rotas(cidades,ecopontos):custos,qdtenviada; endsets data: !importa os dados do excel; oferta, capacidade, custos, cfixo, custosf = @ole('localizacaox.xls','oferta','capacidade','custos','cfixo','custosf'); enddata !Minimizar o custo total da rede; [fo] min= @sum(ecopontos(j):cfixo(j)* y(j))+ @sum(rotas(i,j):custos(i,j)*qdtenviada(i,j))+ @sum(ecopontos(j):custosf(j)*(@sum(cidades(i):qdtenviada(i,j)))); data: ! Exporta os resultados para o Excel; @ole('localizacaox.xls','qdtenviada','ctotal')= qdtenviada,fo; enddata !Restrições; !Afirma que uma cidade entrega para os ecopontos toda a geração de pneus inservíveis(Pi); @for(cidades(i): @sum(ecopontos(j):qdtenviada(i,j))= oferta(i)); !Assegura que a capacidade dos ecopontos (Ej ou capacidade(j)) não seja ultrapassada e que uma cidade nao envie para ecopontos fechados; @for(ecopontos(j): @sum(cidades(i):qdtenviada(i,j))<= capacidade(j)*y(j)); !Obriga que as quantidades transportadas sejam inteiras; @for(rotas(i,j): @GIN(qtdenviada(i,j))); !Estabelece um sistema binário que assume 0 quando a instalação não é localizada em j e 1, caso contrário; @for(ecopontos(j): @bin(y(j))); 92 APÊNDICE E – SOLUÇÃO PARA A MODELAGEM INICIAL F.O. = R$ 107.365,13 Apodi Areia Branca Assu Caraúbas Mossoró Pau dos Ferros São Miguel Água Nova 0 0 0 229 0 0 0 Alexandria 0 0 0 1062 0 0 0 Almino Afonso 0 0 0 359 0 0 0 Alto do Rodrigues 0 0 0 258 998 0 0 Antônio Martins 0 0 0 401 0 0 0 Apodi 0 0 0 3385 0 0 0 Areia Branca 0 0 0 0 2104 0 0 Assu 0 0 0 5582 0 0 0 Baraúna 0 0 0 0 1401 0 0 Campo Grande 0 0 0 512 0 0 0 Caraúbas 0 0 0 1800 0 0 0 Carnaubais 0 0 0 546 0 0 0 Coronel João Pessoa 0 0 0 211 0 0 0 Doutor Severiano 0 0 0 358 0 0 0 Encanto 0 0 0 353 0 0 0 Felipe Guerra 0 0 0 540 0 0 0 Francisco Dantas 0 0 0 262 0 0 0 Frutuoso Gomes Governador Dix-Sept Rosado 0 0 0 365 0 0 0 0 0 0 988 0 0 0 Grossos 0 0 0 0 691 0 0 Ipanguaçu 0 0 0 885 0 0 0 Itajá 0 0 0 521 0 0 0 Itaú 0 0 0 437 0 0 0 Janduís 0 0 0 285 0 0 0 João Dias 0 0 0 93 0 0 0 José da Penha 0 0 0 480 0 0 0 Jucurutu 0 0 0 1486 0 0 0 Lucrécia 0 0 0 268 0 0 0 Luís Gomes 0 0 0 46 0 0 0 Major Sales 0 0 0 186 0 0 0 Marcelino Vieira 0 0 0 451 0 0 0 Martins 0 0 0 606 0 0 0 Messias Targino 0 0 0 363 0 0 0 Mossoró 0 0 0 0 41445 0 0 Olho-d'Água do Borges 0 0 0 270 0 0 0 Paraná 0 0 0 220 0 0 0 Paraú 0 0 0 230 0 0 0 Patu 0 0 0 1254 0 0 0 Pau dos Ferros 0 0 0 5375 0 0 0 CIDADES/ECOPONTOS 93 Pendências 0 0 0 801 0 0 0 Pilões 0 0 0 167 0 0 0 Portalegre 0 0 0 541 0 0 0 Porto do Mangue 0 0 0 0 236 0 0 Rafael Fernandes 0 0 0 440 0 0 0 Rafael Godeiro 0 0 0 191 0 0 0 Riacho da Cruz 0 0 0 180 0 0 0 Riacho de Santana 0 0 0 300 0 0 0 Rodolfo Fernandes 0 0 0 359 0 0 0 São Francisco do Oeste 0 0 0 346 0 0 0 São Miguel 0 0 0 1975 0 0 0 São Rafael 0 0 0 503 0 0 0 Serra do Mel 0 0 0 0 823 0 0 Serrinha dos Pintos 0 0 0 317 0 0 0 Severiano Melo 0 0 0 553 0 0 0 Taboleiro Grande 0 0 0 177 0 0 0 Tenente Ananias 0 0 0 637 0 0 0 Tibau 0 0 0 0 303 0 0 Triunfo Potiguar 0 0 0 161 0 0 0 Umarizal 0 0 0 931 0 0 0 Upanema 0 0 0 695 0 0 0 Venha-Ver 0 0 0 157 0 0 0 Viçosa 0 0 0 91 0 0 0 94 APÊNDICE F – SOLUÇÃO PARA O MODELO (CENÁRIO 2) F.O. = R$ 119.842,36 Apodi Areia Branca Assu Caraúbas Mossoró Pau dos Ferros São Miguel Água Nova 229 0 0 0 0 0 0 Alexandria 1062 0 0 0 0 0 0 Almino Afonso 359 0 0 0 0 0 0 CIDADES/ECOPONTOS 0 0 1256 0 0 0 0 Antônio Martins 401 0 0 0 0 0 0 Apodi 3385 0 0 0 0 0 0 Areia Branca 0 0 2104 0 0 0 0 Assu 0 0 5582 0 0 0 0 Baraúna 0 0 0 0 1401 0 0 Campo Grande 0 0 512 0 0 0 0 1800 0 0 0 0 0 0 Alto do Rodrigues Caraúbas 0 0 546 0 0 0 0 Coronel João Pessoa 211 0 0 0 0 0 0 Doutor Severiano 358 0 0 0 0 0 0 Encanto 353 0 0 0 0 0 0 Felipe Guerra 540 0 0 0 0 0 0 Francisco Dantas 262 0 0 0 0 0 0 Frutuoso Gomes Governador Dix-Sept Rosado 365 0 0 0 0 0 0 988 0 0 0 0 0 0 Grossos 0 0 691 0 0 0 0 Ipanguaçu 0 0 885 0 0 0 0 Itajá 0 0 521 0 0 0 0 Itaú 437 0 0 0 0 0 0 Janduís 0 0 285 0 0 0 0 João Dias 93 0 0 0 0 0 0 José da Penha 480 0 0 0 0 0 0 Jucurutu 0 0 1486 0 0 0 0 Lucrécia 268 0 0 0 0 0 0 Luís Gomes 46 0 0 0 0 0 0 Major Sales 186 0 0 0 0 0 0 Marcelino Vieira 451 0 0 0 0 0 0 Martins Carnaubais 606 0 0 0 0 0 0 Messias Targino 0 0 363 0 0 0 0 Mossoró 0 0 7149 0 34296 0 0 Olho-d'Água do Borges 270 0 0 0 0 0 0 Paraná 220 0 0 0 0 0 0 Paraú 0 0 230 0 0 0 0 Patu 1254 0 0 0 0 0 0 Pau dos Ferros 5375 0 0 0 0 0 0 95 0 0 801 0 0 0 0 Pilões 167 0 0 0 0 0 0 Portalegre Pendências 541 0 0 0 0 0 0 Porto do Mangue 0 0 236 0 0 0 0 Rafael Fernandes 440 0 0 0 0 0 0 Rafael Godeiro 191 0 0 0 0 0 0 Riacho da Cruz 180 0 0 0 0 0 0 Riacho de Santana 300 0 0 0 0 0 0 Rodolfo Fernandes 359 0 0 0 0 0 0 São Francisco do Oeste 346 0 0 0 0 0 0 São Miguel 1975 0 0 0 0 0 0 São Rafael 0 0 503 0 0 0 0 Serra do Mel 0 0 823 0 0 0 0 Serrinha dos Pintos 317 0 0 0 0 0 0 Severiano Melo 553 0 0 0 0 0 0 Taboleiro Grande 177 0 0 0 0 0 0 Tenente Ananias 637 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 303 0 0 Tibau 0 0 161 0 0 0 0 Umarizal 931 0 0 0 0 0 0 Upanema 0 0 695 0 0 0 0 Venha-Ver 157 0 0 0 0 0 0 Viçosa 91 0 0 0 0 0 0 Triunfo Potiguar 96 APÊNDICE G – SOLUÇÃO PARA O MODELO (CENÁRIO 3) F.O. = R$ 108.953,36 Apodi Areia Branca Assu Caraúbas Mossoró Pau dos Ferros São Miguel Água Nova 229 0 0 0 0 0 0 Alexandria CIDADES/ECOPONTOS 1062 0 0 0 0 0 0 Almino Afonso 0 0 359 0 0 0 0 Alto do Rodrigues 0 0 1256 0 0 0 0 Antônio Martins 401 0 0 0 0 0 0 Apodi 3385 0 0 0 0 0 0 Areia Branca 0 2104 0 0 0 0 0 Assu 0 0 5582 0 0 0 0 Baraúna 0 1401 0 0 0 0 0 0 0 512 0 0 0 0 1800 0 0 0 0 0 0 0 0 546 0 0 0 0 Coronel João Pessoa 211 0 0 0 0 0 0 Doutor Severiano 358 0 0 0 0 0 0 Encanto 353 0 0 0 0 0 0 Felipe Guerra 540 0 0 0 0 0 0 Francisco Dantas 262 0 0 0 0 0 0 Frutuoso Gomes Governador Dix-Sept Rosado 365 0 0 0 0 0 0 0 988 0 0 0 0 0 Grossos 0 691 0 0 0 0 0 Ipanguaçu 0 0 885 0 0 0 0 Itajá 0 0 521 0 0 0 0 Itaú 437 0 0 0 0 0 0 Janduís 0 0 285 0 0 0 0 João Dias 0 0 93 0 0 0 0 Campo Grande Caraúbas Carnaubais 480 0 0 0 0 0 0 Jucurutu 0 0 1486 0 0 0 0 Lucrécia 268 0 0 0 0 0 0 Luís Gomes 46 0 0 0 0 0 0 Major Sales 186 0 0 0 0 0 0 Marcelino Vieira 451 0 0 0 0 0 0 Martins 130 0 476 0 0 0 0 0 0 363 0 0 0 0 José da Penha Messias Targino 0 17748 0 0 23697 0 0 Olho-d'Água do Borges 270 0 0 0 0 0 0 Paraná 220 0 0 0 0 0 0 Paraú 0 0 230 0 0 0 0 0 0 1254 0 0 0 0 5375 0 0 0 0 0 0 Mossoró Patu Pau dos Ferros 97 0 0 801 0 0 0 0 Pilões 167 0 0 0 0 0 0 Portalegre Pendências 541 0 0 0 0 0 0 Porto do Mangue 0 236 0 0 0 0 0 Rafael Fernandes 440 0 0 0 0 0 0 Rafael Godeiro 0 0 191 0 0 0 0 Riacho da Cruz 180 0 0 0 0 0 0 Riacho de Santana 300 0 0 0 0 0 0 Rodolfo Fernandes 359 0 0 0 0 0 0 São Francisco do Oeste 346 0 0 0 0 0 0 São Miguel 1975 0 0 0 0 0 0 São Rafael 0 0 503 0 0 0 0 Serra do Mel 0 823 0 0 0 0 0 Serrinha dos Pintos 317 0 0 0 0 0 0 Severiano Melo 553 0 0 0 0 0 0 Taboleiro Grande 177 0 0 0 0 0 0 Tenente Ananias 637 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 303 0 0 Tibau 0 0 161 0 0 0 0 Umarizal 931 0 0 0 0 0 0 Upanema 0 0 695 0 0 0 0 Venha-Ver 157 0 0 0 0 0 0 Viçosa 91 0 0 0 0 0 0 Triunfo Potiguar 98 APÊNDICE H – SOLUÇÃO PARA O MODELO (CENÁRIO 4) F.O. = R$ 98.525,52 CIDADES/ECOPONTOS Mossoró Água Nova 229 Alexandria 1062 Almino Afonso 359 Alto do Rodrigues 1256 Antônio Martins 401 Apodi 3385 Areia Branca 2104 Assu 5582 Baraúna 1401 Campo Grande 512 Caraúbas 1800 Carnaubais 546 Coronel João Pessoa 211 Doutor Severiano 358 Encanto 353 Felipe Guerra 540 Francisco Dantas 262 Frutuoso Gomes 365 Governador Dix-Sept Rosado 988 Grossos 691 Ipanguaçu 885 Itajá 521 Itaú 437 Janduís 285 João Dias 93 José da Penha 480 Jucurutu 1486 Lucrécia 268 Luís Gomes 46 Major Sales 186 Marcelino Vieira 451 Martins 606 Messias Targino Mossoró 363 41445 Olho-d'Água do Borges 270 Paraná 220 Paraú 230 Patu 1254 Pau dos Ferros 5375 Pendências 801 Pilões 167 99 Portalegre 541 Porto do Mangue 236 Rafael Fernandes 440 Rafael Godeiro 191 Riacho da Cruz 180 Riacho de Santana 300 Rodolfo Fernandes 359 São Francisco do Oeste 346 São Miguel 1975 São Rafael 503 Serra do Mel 823 Serrinha dos Pintos 317 Severiano Melo 553 Taboleiro Grande 177 Tenente Ananias 637 Tibau 303 Triunfo Potiguar 161 Umarizal 931 Upanema 695 Venha-Ver 157 Viçosa 91 100 APÊNDICE I – SOLUÇÃO PARA O MODELO (CENÁRIO 5) F.O. = R$ 98.525,52 Apodi Areia Branca Assu Caraúbas Mossoró Pau dos Ferros São Miguel Água Nova 0 0 0 0 229 0 0 Alexandria 0 0 0 0 1062 0 0 Almino Afonso 0 0 0 0 359 0 0 Alto do Rodrigues 0 0 0 0 1256 0 0 Antônio Martins 0 0 0 0 401 0 0 Apodi 0 0 0 0 3385 0 0 Areia Branca 0 0 0 0 2104 0 0 Assu 0 0 0 0 5582 0 0 Baraúna 0 0 0 0 1401 0 0 Campo Grande 0 0 0 0 512 0 0 Caraúbas 0 0 0 0 1800 0 0 Carnaubais 0 0 0 0 546 0 0 Coronel João Pessoa 0 0 0 0 211 0 0 Doutor Severiano 0 0 0 0 358 0 0 Encanto 0 0 0 0 353 0 0 Felipe Guerra 0 0 0 0 540 0 0 Francisco Dantas 0 0 0 0 262 0 0 Frutuoso Gomes Governador Dix-Sept Rosado 0 0 0 0 365 0 0 0 0 0 0 988 0 0 Grossos 0 0 0 0 691 0 0 Ipanguaçu 0 0 0 0 885 0 0 Itajá 0 0 0 0 521 0 0 Itaú 0 0 0 0 437 0 0 Janduís 0 0 0 0 285 0 0 João Dias 0 0 0 0 93 0 0 José da Penha 0 0 0 0 480 0 0 Jucurutu 0 0 0 0 1486 0 0 Lucrécia 0 0 0 0 268 0 0 Luís Gomes 0 0 0 0 46 0 0 Major Sales 0 0 0 0 186 0 0 Marcelino Vieira 0 0 0 0 451 0 0 Martins 0 0 0 0 606 0 0 Messias Targino 0 0 0 0 363 0 0 Mossoró 0 0 0 0 41445 0 0 Olho-d'Água do Borges 0 0 0 0 270 0 0 Paraná 0 0 0 0 220 0 0 Paraú 0 0 0 0 230 0 0 Patu 0 0 0 0 1254 0 0 Pau dos Ferros 0 0 0 0 5375 0 0 CIDADES/ECOPONTOS 101 Pendências 0 0 0 0 801 0 0 Pilões 0 0 0 0 167 0 0 Portalegre 0 0 0 0 541 0 0 Porto do Mangue 0 0 0 0 236 0 0 Rafael Fernandes 0 0 0 0 440 0 0 Rafael Godeiro 0 0 0 0 191 0 0 Riacho da Cruz 0 0 0 0 180 0 0 Riacho de Santana 0 0 0 0 300 0 0 Rodolfo Fernandes 0 0 0 0 359 0 0 São Francisco do Oeste 0 0 0 0 346 0 0 São Miguel 0 0 0 0 1975 0 0 São Rafael 0 0 0 0 503 0 0 Serra do Mel 0 0 0 0 823 0 0 Serrinha dos Pintos 0 0 0 0 317 0 0 Severiano Melo 0 0 0 0 553 0 0 Taboleiro Grande 0 0 0 0 177 0 0 Tenente Ananias 0 0 0 0 637 0 0 Tibau 0 0 0 0 303 0 0 Triunfo Potiguar 0 0 0 0 161 0 0 Umarizal 0 0 0 0 931 0 0 Upanema 0 0 0 0 695 0 0 Venha-Ver 0 0 0 0 157 0 0 Viçosa 0 0 0 0 91 0 0 102 APÊNDICE J – SOLUÇÃO PARA O MODELO (CENÁRIO 6) F.O. = R$ 98.900,69 Apodi Areia Branca Assu Caraúbas Mossoró Pau dos Ferros São Miguel Água Nova 0 0 0 0 0 0 229 Alexandria 0 0 0 0 0 0 1062 Almino Afonso 0 0 0 359 0 0 0 Alto do Rodrigues 0 1256 0 0 0 0 0 Antônio Martins 0 0 0 0 0 23 377 3385 0 0 0 0 0 0 Areia Branca 0 2104 0 0 0 0 0 Assu 0 0 5582 0 0 0 0 Baraúna 50 1351 0 0 0 0 0 Campo Grande 0 0 0 512 0 0 0 Caraúbas 0 0 0 1800 0 0 0 Carnaubais 0 237 309 0 0 0 0 Coronel João Pessoa 0 0 0 0 0 0 211 Doutor Severiano 0 0 0 0 0 0 358 CIDADES/ECOPONTOS Apodi 0 0 0 0 0 0 353 540 0 0 0 0 0 0 Francisco Dantas 0 0 0 0 0 262 0 Frutuoso Gomes 365 0 0 0 0 0 0 Governador Dix-Sept Rosado Encanto Felipe Guerra 988 0 0 0 0 0 0 Grossos 0 691 0 0 0 0 0 Ipanguaçu 0 0 885 0 0 0 0 Itajá 0 0 521 0 0 0 0 Itaú 437 0 0 0 0 0 0 Janduís 0 0 0 285 0 0 0 João Dias 0 0 0 0 0 0 93 José da Penha 0 0 0 0 0 0 480 Jucurutu 0 0 0 1486 0 0 0 Lucrécia 0 0 0 268 0 0 0 Luís Gomes 0 0 0 0 0 0 46 Major Sales 0 0 0 0 0 0 186 Marcelino Vieira 0 0 0 0 0 0 451 Martins 0 0 0 0 0 606 0 Messias Targino 74 0 0 289 0 0 0 Mossoró 0 0 0 0 41445 0 0 Olho-d'Água do Borges 0 0 0 270 0 0 0 Paraná 0 0 0 0 0 0 220 Paraú 0 0 0 230 0 0 0 Patu 0 0 0 1254 0 0 0 Pau dos Ferros 0 0 0 0 0 5375 0 Pendências 0 801 0 0 0 0 0 Pilões 0 0 0 0 0 0 167 Portalegre 0 0 0 0 0 541 0 103 Porto do Mangue 0 236 0 0 0 0 0 Rafael Fernandes 0 0 0 0 0 0 440 Rafael Godeiro 0 0 0 191 0 0 0 Riacho da Cruz 28 0 0 0 0 152 0 Riacho de Santana 0 0 0 0 0 0 300 Rodolfo Fernandes 359 0 0 0 0 0 0 São Francisco do Oeste 0 0 0 0 0 346 0 São Miguel 0 0 0 0 0 0 1975 São Rafael 0 0 503 0 0 0 0 Serra do Mel 0 823 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 317 0 553 0 0 0 0 0 0 Taboleiro Grande 0 0 0 0 0 177 0 Tenente Ananias 0 0 0 0 0 0 637 Tibau 0 302 0 0 1 0 0 Triunfo Potiguar 0 0 0 161 0 0 0 Umarizal 931 0 0 0 0 0 0 Upanema 0 0 0 695 0 0 0 Venha-Ver 0 0 0 0 0 0 157 Viçosa 91 0 0 0 0 0 0 Serrinha dos Pintos Severiano Melo