Sheyla Borges Martins Simone Narciso Lessa
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Sheyla Borges Martins Simone Narciso Lessa
CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO EIXO TEMÁTICO2: FORTALECIMENTO DO GOVERNO MUNICIPAL PACTO FEDERATIVO E DESENVOLVIMENTO NO BRASIL: CONSIDERAÇÕES A PARTIR DO MUNICÍPIO Caroline Marci Fagundes Coutinho1 Sheyla Borges Martins2 Simone Narciso Lessa3 RESUMO Os mecanismos, propostas e ações para a promoção do desenvolvimento são organizados a partir da mediação entre escolhas políticas e econômicas. O desenvolvimento em si, em sua base, é estruturado por diretrizes econômicas. Contudo, esse mesmo desenvolvimento é uma escolha política. A proposta deste estudo é relacionar a organização federalista do Brasil e o desenvolvimento do país, relacionando as definições vigentes nas Constituições brasileiras, desde 1950, e os planos de desenvolvimento - que surgiram, efetivamente, a partir do Plano de Metas do Governo JK. Com o foco na atuação do município no processo de desenvolvimento nacional, busca-se analisar a participação dos entes federados, seus papéis definidos nas Constituições e ações definidas nos planos de desenvolvimento, com a proposta de desenvolvimento nacional. Com a pesquisa exploratória em andamento, já é possível realizar algumas considerações. Inicialmente, o município ainda procura seu espaço na organização federativa, pois ao longo das mudanças de Constituições, a sua estrutura política sofreu alterações significativas. Quanto à relação entre os entes federados, o entendimento das funções que cada um desempenha não é compreendido de forma igualitária, há divergências entre o que o município, estado e união definem como responsabilidade própria e dos outros entes da federação. Sobre o processo de desenvolvimento, os primeiros planos para o desenvolvimento do país eram centralizadores das ações para a promoção do desenvolvimento, ficando a cargo da união quase a totalidade das decisões, organização e implantação. PALAVRAS-CHAVE: Pacto federativo, Desenvolvimento local, Município, Brasil. 1 Mestranda do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Social Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes 2 Professora do Departamento de Política e Ciências Sociais Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes 3 Professora do Departamento de História Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes 1 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO 1 INTRODUÇÃO Em uma reflexão sobre a relação entre economia e política, somos levados a pensar, pelo o que está posto na sociedade em geral, que a economia detém todo poder, inclusive de manipulação da política. Mas é possível considerar um novo olhar, onde os interesses políticos são os direcionadores dos caminhos econômicos. Assim, é preciso compreender como a política organiza o desenvolvimento. Partindo do princípio que não há desenvolvimento se não houver melhoria de condições de vida em geral, o desenvolvimento é um conceito auto-explicativo. Adjetivações que o acompanham em debates atuais sobre o tema são direcionadores para enfatizar os aspectos valorizados por tal corrente, e não uma “nova” proposta para um desenvolvimento já pensado. O desenvolvimento é um fenômeno que tem a influência de múltiplos fatores como aspectos geográficos, sociais, educacionais, culturais, entre outros. O estudo aqui proposto será focado na questão política. É claro que não se defende que esta, ou outra, seja mais importante em detrimento da outra, o intuito aqui é direcionar uma pesquisa para instigar novas reflexões sobre a promoção do desenvolvimento. Visto o desenvolvimento pelo crivo político, este ainda possibilita uma amplitude de debates a serem considerados. Para este estudo, as análises serão direcionadas a partir da estrutura federativa do Brasil. Neste modelo de sistema político, o país é formado por estados, distrito federal e municípios que possuem sua própria organização governamental local, mas que é ligada a uma estrutura superior, no caso a União, para formar a federação. No Brasil a questão da autonomia é questionada, pois há uma relação de independência dependente. Por mais que pareça contraditória essa afirmação, os estados, distrito federal e municípios possuem autonomia política, por exemplo, mas são dependentes da União na questão fiscal. Com a Constituição Federal de 1988, promoveu-se mais uma fase de descentralização política no país, com a criação de novos municípios, com a proposta de gerar uma “autonomia” política local e promover o desenvolvimento. Mas, como aponta Martins (2010), a grande maioria dos novos municípios ainda não conseguiram estabelecer sua autonomia política e fiscal. Outra questão a ser abordada neste estudo são os planos para o desenvolvimento. Inicialmente, os planos criados pelo Governo Federal tinham características voltadas para a industrialização, planejamento do espaço urbano e rural ou 2 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO para a questão social, o foco central, mesmo que não definido nitidamente, era a promoção para a melhoria das condições de vida em geral, ou seja, o desenvolvimento. Atualmente, 4 vigora o Plano Nacional de Desenvolvimento Regional [PNDR] . A elaboração deste plano para o desenvolvimento do Brasil iniciou-se em 2003, contudo o seu decreto aconteceu em 2007. Em síntese, o objetivo do PNDR é, simultaneamente, minimizar as desigualdades regionais e incentivar o desenvolvimento das regiões brasileiras a partir das suas características locais. Distanciando de uma lógica que prioriza a somente implantação de indústrias, independente da realidade local, a ideia do PNDR é a partir da identificação das características que a região e/ou local possuem, realizar investimentos para a estruturação de segmentos potenciais, integrando a sociedade em geral, para a melhora da qualidade de vida. No PNDR os entes federados trabalham em cooperação, possuindo funções distintas e complementares para a efetivação das ações. Contudo, paralelo à implantação deste PNDR, há questões políticas que interferem diretamente em seu funcionamento. Talvez o mais contraditório atualmente seja a organização do pacto federativo, que será o foco deste estudo. Como mencionado anteriormente, a União é responsável por repasses financeiros aos Estados, Distrito Federal e Municípios. Muitos municípios brasileiros dependem totalmente do Fundo de Participação Municipal [FPM] 5, visto que não possuem outras formas de arrecadação financeira. Com o FPM mantém toda a receita para o funcionamento dos municípios, suas despesas administrativas e de investimentos já definidos por lei, como a educação e saúde básica. Entre a relação Federal e Municipal, o Estado, ao mesmo tempo em que arrecada recursos financeiros com o Governo Federal, também repassa verbas aos municípios, o que podemos caracterizar como uma esfera de dupla função. Diante deste contexto, algumas questões são levantadas: Qual é o papel de cada ente federado na promoção do desenvolvimento? E com um recorte de pesquisa ainda mais local: Qual o papel do prefeito e município no processo de desenvolvimento nacional? Outra questão a ser pontuada é com relação a capacidade de promoção do desenvolvimento. Para que o Estado promova o desenvolvimento, a particularidade da sua 4 Disponível em: http://www.integracao.gov.br/politica-nacional-de-desenvolvimento-regional-pndr 5 “O Fundo de Participação dos Municípios é uma transferência constitucional (CF, Art. 159, I, b), da União para os Estados e o Distrito Federal, composto de 22,5% da arrecadação do Imposto de Renda (IR) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A distribuição dos recursos aos Municípios é feita de acordo com o número de habitantes, onde são fixadas faixas populacionais, cabendo a cada uma delas um coeficiente individual”. Disponível em: http://www.fazenda.mg.gov.br/governo/assuntos_municipais/repasse_receita/informacoes/fpm.htm 3 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO organização política é determinante. No Brasil, a organização federalista tem influenciado significativamente nas ações para a promoção do desenvolvimento. As relações entre os governos federal, estadual e municipal, bem como seus interesses distintos, tem fomentado uma discussão sobre a necessidade de uma reformulação do pacto federativo vigente. Assim, o roteiro de entrevista foi organizado para direcionar uma reflexão sobre as atribuições dos governos Federal, Estadual e Municipal na promoção do desenvolvimento, permitindo um olhar para a própria atuação da esfera de governo que representa, bem como dos outros entes federados. Outra questão é com relação à posição e relevância do município e do prefeito no processo de desenvolvimento local, sobretudo diante da perspectiva atual do PNDR. Por fim, o terceiro momento da entrevista foi buscado identificar quais as principais limitações, e possibilidades de superação destas, para o acontecimento do desenvolvimento a partir da relação entre os entes federados. As análises das entrevistas obtidas foram realizadas a partir do seu conteúdo. Segundo Bardin (2009), a análise de conteúdo é um conjunto de técnicas que permite estudar dados qualitativos de forma objetiva e sistematizada, possibilitando compreender o conteúdo transmitido pelo entrevistado. A escolha por entrevistar representantes técnicos das três esferas de governo partiu da discussão sobre a capacidade técnica de gestão pública, sobretudo dos municípios. Por capacidade técnica, é possível delimitar os seguintes aspectos, segundo Motta: A capacidade técnica envolve áreas do conhecimento como estratégia, racionalidade administrativa, conhecimentos de planejamento, formulação, análise e avaliação de políticas públicas, bem como técnicas de programação, de sistemas de informação, de organização e de apoio gerencial. (Motta, 1994, apud Souza, 2002, p.85). A partir da transição para estruturas mais descentralizadas, o município ganhou maior proeminência enquanto ente federado, recebendo atribuições e responsabilidades, antes restritas aos estados e à união. Contudo, não estavam preparados tecnicamente para executarem tal demanda, tornando a proposta de autonomia um problema. (Souza, 2002). Como para alcançar o desenvolvimento é necessário um planejamento, de forma organizada e consistente, a capacidade de formulação e execução de ações é fundamental para a superação dos problemas existentes no município, a existência de um corpo técnico capacitado e qualificado é pré-requisito para a promoção do desenvolvimento. Por ser fruto de uma pesquisa em andamento, para este artigo serão apresentadas considerações prévias. O objetivo geral do trabalho é possibilitar uma análise 4 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO da relação entre os governos federal, estadual e municipal para o desenvolvimento, a percepção dos entes federados sobre o seu papel nas ações para a promoção do desenvolvimento da nação, e como estes enxergam a importância da atuação das outras esferas do governo. A questão norteadora desta pesquisa é a participação do município na promoção do desenvolvimento nacional, que por muito tempo foi subestimada, contudo, diante da complexidade de se pensar o desenvolvimento para um país com dimensões continentais, foi necessário agregar este ente federado no planejamento e execução das ações para o desenvolvimento. A pesquisa exploratória foi definida a partir dos preceitos qualitativos, e até o momento foram realizadas duas entrevistas com representantes das esferas de governo estadual e municipal. Os entrevistados são técnicos ligados à ações para a promoção do desenvolvimento. Para responder pelo Governo Estadual, foi entrevistado um representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais; e para o âmbito municipal foi realizada entrevista com um representante da Associação Mineira dos Municípios [AMM] responsável pela assessoria para o Desenvolvimento Econômico6. As entrevistas foram analisadas e relacionadas entre si a partir do seu conteúdo e expõem informações tanto de representação da instituição que o entrevistado está lotado, quanto pessoal – e elas são distinguidas ao serem apresentadas. Inicialmente serão apresentadas as discussões teóricas fundamentais para a compreensão da relação entre política e desenvolvimento, conceitos de Estado, Federalismo e Desenvolvimento. Em seguida, apontamentos realizados pelos entrevistados e possíveis considerações a partir destes. 2 ESTADO E FEDERALISMO A organização do Estado e do poder na sociedade sempre foi foco de importantes estudos na ciência política. Ao analisar a sociedade em geral é necessário apontar as questões políticas que influenciam o fenômeno observado. Neste tópico o objeto central é apresentar a construção e definição do Federalismo, abordando marcos histórico, mas priorizando o aparato teórico que cerca este tema. 6A não escolha de um técnico ligado diretamente a uma prefeitura é justificada por duas questões: i) este ano iniciam-se novas gestões municipais, assim os novos prefeitos e seus colaboradores estão em período de adaptação à nova realidade; e, como será discutido no decorrer deste trabalho, ii) as gestões municipais, sobretudo de pequenos municípios, possuem um déficit de corpo técnico capacitado para as ações, possivelmente entre outras, de promoção do desenvolvimento. 5 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO Sobre a conceituação de Estado, Max Weber (2002) afirma que é a partir de um aparato administrativo e da detenção legítima da força que o Estado Moderno é constituído. Distanciando da concepção jurídica de Estado, define esta instituição partindo dos seus aspectos sociológicos O que é um Estado? Sociologicamente, o Estado7 não pode ser definido em termos de seus fins. Dificilmente haverá qualquer tarefa que uma associação política não tenha tomado em suas mãos, e não há tarefa que não se possa dizer que tenha sido sempre, exclusivamente e peculiarmente, das associações designadas como políticas: hoje o Estado moderno. Em ultima análise, só podemos definir o Estado moderno sociologicamente em termos dos meios específicos peculiares a ele, como peculiares a toda associação política, ou seja, o uso da força física. (Weber, 2002, p. 55). Para a legitimação do Estado, é necessário que exerça o seu poder de força. Para isso Weber (2002) apresenta tipos de domínios: tradicional, carismática e legal. A Dominação Tradicional é o “domínio exercido pelo patriarca e pelo príncipe patrimonial de outrora”. (Weber, 2002, p. 56). Este tipo de dominação tem como base a reafirmação dos costumes, nos poderes herdados, na tradição. A Dominação Carismática acontece pela confiança, na reafirmação da liderança pelo carisma ou heroísmo. A Dominação Legal “é o domínio exercido pelo moderno “servidor do Estado” e por todos os portadores do poder que, sob esse aspecto, a ele se assemelham”. (Weber, 2002, p. 56). Com relação ao federalismo, é a com a Constituição Federal de 1787 dos Estados Unidos da América que temos a maior referência de organização federativa, bem como se tornou exemplo para outros países se estruturarem em tal modelo. Na obra de Hamilton, Madison e Jay (2003) é dado o primeiro passo teórico para construir e compreender essa organização de Estado. Entre outubro de 1787 e abril de 1788, Alexander Hamilton, James Madison e John Jay, apesar de possuírem significativas diferenças quanto à posição referente a especificidades da organização dos arranjos políticos, criaram as diretrizes da proposta de federalismo norte-americano. Segundo Ismael (2011) as justificativas iniciais apresentadas pelos federalistas era a inoperância da confederação8, pois as resoluções apresentadas tornavam-se apenas recomendações; não possuía autonomia financeira, visto que não tinha autorização para arrecadar impostos, e, 7 “Estado não é a mesma coisa que governo, embora os termos sejam muitas vezes usados um pelo outro fora da sociologia e ciência política. O Estado é uma instituição social, que significa que consiste de uma forma ou plano social de como várias funções devem ser desempenhadas. O governo, contudo, é um conjunto particular de pessoas que, em qualquer dado tempo, ocupam posições de autoridade dentro do Estado. Neste sentido, os governos se revezam regularmente, ao passo que o Estado perdura e só pode ser mudado com dificuldade e muito lentamente.” (Johnson, 1997, p. 91). 8 Na Confederação os estados mantém sua individualidade com relação às leis internas, todos são soberanos e livres. Para a efetivação das decisões tomadas no âmbito da Confederação, é necessária decisão interna de cada estado que compõe a união, onde estas podem ser efetivadas ou não. (Bastos, 1985). 6 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO sobretudo, a não representação como estado perante o comércio internacional. Também, ao fazer uma comparação entre a confederação e a federação, outros pontos foram questionados, como a não preocupação com a proteção e preservação do espaço nacional. Celso Bastos (1985) apresenta definições claras sobre o tema. Para o autor “A Federação nada mais é do que a transplantação para o plano geográfico da tripartição de poderes no plano horizontal, de Montesquieu. Portanto, ela serve ao mesmo principio de que o poder repartido é mais difícil de ser arbitrário”. (p. 04). Afirma que este tipo de organização do poder é a mais sofisticada que se pode implantar no Estado, “Ela implica uma repartição delicada de competências entre o órgão do poder central, denominado “União” e as expressões das organizações regionais, mais frequentemente conhecidas por “estados-membros”. (Bastos, 1985, p. 06). Na organização federativa, o território – com toda a sua formação estrutural e social – esta sob os poderes regional e central. Cada um atuando a partir de suas especificidades, mas, teoricamente, em sintonia. “O Estado Federal legisla diretamente para os estados-membros sem necessidade da intervenção desses para que suas normas se tornem eficazes. De outra parte, os estados-membros não podem retirar-se da Federação”. (Bastos, 1985, p. 06). Assim, é criado um novo Estado único, mas com a aliança de outros estados. Este novo Estado único responde pelos interesses nacionais e representa a nação no âmbito internacional, mas, também, os outros estados que compõe este novo Estado possuem autonomia para decidir e responder por seus interesses internos, bem como estabelecer relações com outros países. Contudo, de acordo com as leis estabelecidas pelo novo Estado único. A adoção do federalismo no Brasil se deu por motivos distintos aos norteamericano. Segundo Lassance (2012) “o federalismo foi a principal bandeira em torno da qual se formou a coalizão de atores e de interesses políticos que levaram à derrocada do Império e a instauração da República, em 1889”. (Lassance, 2012, p. 23). Essa união de interesses tinha o intuito limitar a atuação da União, diminuir o poder do Executivo Federal, e, consequentemente, proporcionar autonomia aos estados. Em seu livro “O longo Amanhecer”, publicado em 1999, Celso Furtado afirma que o “federalismo é o conceito mais amplo que tem sido utilizado para expressar a ideia de que a organização política deve basear-se na solidariedade e na cooperação, e não na compulsão”. (Furtado, 1999, p. 45). O autor afirma que o federalismo foi implantado no 7 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO Brasil pela necessidade de promover o desenvolvimento valorizando a diversidade regional do país, contudo é preciso ser reformulado. 3 O DESENVOLVIMENTO Por muito tempo as definições de progresso, crescimento econômico e desenvolvimento foram tratados como sinônimos. O progresso era consolidado pela acumulação de riqueza, representada pelo valor Produto Interno Bruto [PIB], e a ideia de desenvolvimento era propagada pela renda per capita de um país. Assim, quanto maior o PIB e a renda per capita, que influenciavam no surgimento de novas formas de vida, entendia-se que o desenvolvimento acontecia neste local. O conceito de crescimento econômico tem como base a renda nacional per capita, na medida em que esta possa proporcionar aos indivíduos um acesso a mercadorias e serviços que sejam superiores ao número do crescimento populacional. A utilização da renda per capita como indicador é justificada pela possibilidade de avaliação do padrão de vida em geral e cumpre bem o seu papel de mensurar o crescimento econômico, ainda que possa apresentar limitações.. Desde o fim da II Guerra Mundial o desenvolvimento tem sido um fenômeno estudado nas ciências sociais, sobretudo na busca por uma resposta à questão das desigualdades humanas. Este acontecimento histórico não é só um marco para o campo cientifico da compreensão do desenvolvimento, mas também de mudança de comportamento do econômico mundial. Alguns autores, como Esteva (2000), afirmam que é com o discurso de posse do presidente Harry Truman em 1949 marca a inserção da concepção de desenvolvimento à vida em sociedade. Segundo Guy Bajoit (2006) é com os acordos firmados pós II Guerra que surge a necessidade de substituir as concepções de organização econômica e social pautadas pela ideologia colonial por compreensões das relações entre países industrializados e não industrializados, desenvolvimentos e subdesenvolvidos, potências do norte e dependentes do sul. Para Rodrigues (2009) O exercício de datar um termo como desenvolvimento é pouco útil, senão redutor dado a sua gênese em outras categorias, como as assinaladas. Segundo Peemans (2002), a construção do conceito de desenvolvimento insere-se num projeto de transformação conceitual de uma categoria genérica antiga – “o progresso” – em uma nova categoria contemporânea “o desenvolvimento”. (Rodrigues, 2009, p. 131). 8 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO Para Furtado (1974), o crescimento econômico como conhecemos funda-se na preservação dos privilégios das elites em busca de sua modernização. O desenvolvimento, por seu turno, é caracterizado fundamentalmente por seu viés social e foi a partir desta nova concepção que a temática assumiu lugar de destaque nas discussões dos meios políticos e acadêmicos. Os esforços se direcionaram principalmente ao ideal de desenvolvimento que as sociedades devem perseguir, abarcando, para isso, o maior número possível de dimensões, ou seja, além da dimensão econômica, incluindo as questões culturais, políticas e também as ambientais. Para o autor A reflexão sobre o desenvolvimento, no período subsequente à segunda guerra mundial, teve como causa principal a tomada de consciência do atraso econômico em que vive a maioria da humanidade. Indicadores mais específicos, tais como mortalidade infantil, incidência de enfermidades contagiosas, grau de alfabetização e outros foram lembrados, o que contribuiu para amalgamar as ideias de desenvolvimento, bem-estar social, modernização, enfim, tudo que sugeria acesso às formas de vida criadas pela civilização industrial. (Furtado, 2000, p. 25). As disparidades entre os dois eixos tinham como base a acumulação de riquezas, mercado e renda per capita, mas questões culturais, politicas e sociais tinham influência determinante nas desigualdades do desenvolvimento. A partir destas influências, e com o desenvolvimento econômico 9 não promovendo mudanças significativas nas questões mais sociais, foi necessário buscar explicações mais especializadas para compreender este processo. Assim, os estudos sobre o desenvolvimento ganharam novas roupagens, acrescentando adjetivações para objetivar este conceito. Atualmente temos discussões acerca do desenvolvimento de forma sustentável, partindo da questão da conservação ambiental; pelo social, com base na melhoria da qualidade de vida dos indivíduos, também por aspectos territoriais, regionais e comunitários. Para este artigo será apresentada as definições do desenvolvimento local. Para Fauré e Hasenclever (2005), o princípio do desenvolvimento local está baseado na possibilidade de que o desenvolvimento pode acontecer e/ou pode ser gerado na escala infracional apesar das condições nacionais e internacionais, as disparidades e os desequilíbrios espaciais nem sempre, nem necessariamente, são corrigidos ao longo do tempo, nem graças ao papel planejador o equalizados do Estado e/ou dos órgãos centrais, nem graça ao mercado num processo quase automático a partir de uma visão liberal e otimista, existem ainda, na escala local, dentro de um espaço 9 Bresser-Pereira (1968) define que o desenvolvimento é um processo transformador que engloba aspectos econômicos, políticos e sociais, onde estes estão interligados simultaneamente. Assim, falar de desenvolvimento não é necessário especificar qual o ‘tipo’ deste, uma vez que para este processo de fato existir, é preciso que aconteça avanços no econômico, político e social. 9 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO determinado iniciativas para desencadear uma dinâmica de crescimento, que muitas vezes se apresentam apenas como potencialidades; por fim o nível local é uma escala pertinente para observar e estudar as transformações socioeconômicas que contribuem ao desenvolvimento. (Fauré & Hasenclever, 2005, p. 101). Contudo, não necessariamente os fatores determinantes deste desenvolvimento estejam totalmente no ambiente local. É preciso compreendê-lo como oriundo de diversos fatores, mas principalmente relacionado ao local. A concepção de desenvolvimento local é fundamentada em três pilares, sendo a primeira a endogeneidade, definida pela existência de um potencial de recursos locais, materiais e imateriais, que podem ser mais, ou melhor, explorados e valorizados. A ideia de territorialidade, como segundo pilar, indica os aspectos físicos e a construção do espaço pelos atores que o compõem, definindo as relações e interações, e por fim, a afirmação das instituições, pois o desenvolvimento local é dependente das inter-relações, que por sua vez estão consolidadas nos valores, crenças e organizações. A referência às instituições significa que o desenvolvimento local depende também do desempenho do conjunto das inter-relações, fundadas a partir de valores e crenças, e das organizações. (Fauré & Hasenclever, 2005). O desenvolvimento local é caracterizado pelo princípio de que cada local é uma realidade distinta, ou seja, o que é considerado como local em um determinado ambiente, não necessariamente é aceito em outro. Esta concepção de desenvolvimento é a relação de potencialidades locais, possivelmente ainda não exploradas, e iniciativas, proporcionando a valorização local com novos relacionamentos, interações, parcerias, redes – em todos os aspectos existentes no local. (Fauré & Hasenclever, 2005). Sendo um processo dinâmico e incerto, a proposta de desenvolvimento local está relacionada a todos os aspectos existentes no local, seja espacial, econômico, social, cultura, político, entre outros – e a sua proposta é promover um desenvolvimento não somente ligado ao PIB, mas algo próspero e duradouro. (Fauré & Hasenclever, 2005). Discussões desta dimensão ganharam força no Brasil a partir do final da década de 1980, principalmente após a promulgação da Constituição Federal de 1988, que definiu uma maior autonomia aos municípios. 4 ATUAÇÃO DO ESTADO NA PROMOÇÃO DO DESENVOLVIMENTO O Estado é um importante elemento do processo de desenvolvimento de um país, a sua organização política e social é definidora no planejamento para as ações para superação de problemas estruturais. Para Celso Furtado (1999) “o modelo de 10 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO desenvolvimento deve ser concebido a partir das peculiaridades de cada país, tendo em conta os constrangimentos dos quadros internacionais”. (Furtado, 1999, p. 18). O processo de desenvolvimento é complexo, necessita de uma sincronia de instrumentos complementares a estrutura econômica: O desenvolvimento, em tese, constitui sempre um processo multiforme, de progressiva diferenciação e complementaridade entre as partes de um sistema econômico. Daí que uma política de desenvolvimento tenha que olhar simultaneamente em múltiplas direções, sem contudo perder a unidade de propósito. (Furtado, 1962, p. 59). Para Furtado (1962), a função geral do Estado é promover o bem-estar social. Para alcançar tal objetivo é necessário, primeiramente, conhecer a fundo as particularidades do país e, a partir disto, promover o desenvolvimento. Se admitimos que é objetivo precípuo da ação estatal promover padrões mais altos de bem-estar social, cabe-nos estabelecer em que condições e sob que forma compatível com outros ideais de convivência social postulados poderá o Estado, em um país subdesenvolvido, alcançar aquele objetivo. (Furtado, 1962, p. 73). Sendo o Estado um ator fundamental, buscou-se ouvir representantes técnicos de um estado e do município. Para o estado foi selecionado um representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico [SEDE]10. Uma ressalva a ser apresentada é sobre a escolha desta secretaria. Ao analisar a estrutura do Governo do Estado de Minas Gerais, suas secretarias e objetivos, foi perceptível que, em comparação com as outras secretarias relacionadas diretamente ao planejamento do desenvolvimento (SEDRU e SEDESE) 11 a SEDE possui uma perspectiva e ação mais abrangente sobre o desenvolvimento, o que permitiria um melhor olhar para responder as questões propostas. O representante da SEDE foi indicado pela própria secretaria. A entrevista foi realizada no Edifício Minas na Cidade Administrativa do Estado de Minas Gerais. Inicialmente, foi pedido para o entrevistado apresentar qual a concepção de desenvolvimento compreendido pela SEDE. Em síntese, foi afirmado que a atuação do estado de Minas Gerais é baseada na proposta de desenvolvimento econômico integrado, há uma rede de trabalho que integra os interesses de todas as secretarias do estado. Minas Gerais foi divida por setores regionais, e a partir das suas necessidades e potencialidades, são realizadas ações direcionadas. 10 Ver em: http://www.desenvolvimento.mg.gov.br/ Secretaria de Desenvolvimento Regional e Política Urbana http://www.urbano.mg.gov.br/ e Secretaria de Desenvolvimento Social http://www.social.mg.gov.br/ 11 11 [SEDRU], ver [SEDESE], ver em: em: CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO Com relação às atribuições dos entes federados para o desenvolvimento, o entrevistado afirmou que o processo de descentralização com a Constituição de 1988, a União repassou muitas atribuições para os estados e municípios. O grande problema é que estas atribuições não foram acompanhadas de recursos, promovendo uma sobrecarga. Os municípios possuem um poder muito pequeno de atuação, ligado, sobretudo a estrutura tributária do pacto federativo vigente. A falta de um corpo técnico capacitado (pessoas qualificadas), preparado para receber investimentos, também é apontada. Contudo, essas limitações não pode ser motivo para a estagnação de suas possíveis ações. O grande problema é a dependência criada pela União, que concentra a grande parte dos recursos, o que limita a atuação dos municípios. A União tem o papel capital, de captar recursos. O Estado também possui certo poder de capital, algumas vezes concorre com a atuação da União. O município precisa ter uma agenda regional, que identifique o que ela almeja, para assumir um papel de protagonismo, é necessário apresentar a União e Estado as suas necessidades. A criação de consórcios regionais é uma importante ação dos municípios para exercer o seu papel de protagonismo. Mas, de qualquer forma, a sua contribuição de forma unitária, é mínima diante do estado e união. Com relação ao entrave do pacto federativo para a promoção do desenvolvimento, o entrevistado apontou que é a distorção da federação, a União concentra o poder fiscal e não há autonomia fiscal dos municípios. Assim, aponta que para a promoção do desenvolvimento é necessário revisar o pacto entre os entes federados. Para as considerações sobre o Governo Municipal no processo de desenvolvimento foi preciso ponderar especificidades atuais. Uma deficiência já constatada pelo Governo Federal e Estadual sobre o funcionamento do município é a sua capacidade técnica de se auto gerir. É consenso que há um déficit de técnicos capacitados na gestão municipal, sobretudo em pequenos municípios. Diante deste fator e do período atual vivenciado – inicio de mandatos dos governos municipais, foi preciso pensar em um caminho do meio, chegando assim a Associação Mineira de Municípios [AMM]12. Como esta pesquisa já contempla o Estado de Minas Gerais foi mantido a mesma perspectiva para a seleção do representante do Governo Municipal. A AMM é uma associação suprapartidária, que representa os interesses dos municípios de Minas Gerais frente ao estado, união e judiciário. Ao mesmo tempo, presta assessoria técnica para os municípios, com o objetivo de colaborar com a promoção do desenvolvimento. O entrevistado da AMM foi um técnico responsável pelo setor de 12 Disponível em: http://www.portalamm.org.br/ 12 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO Desenvolvimento Econômico. A entrevista foi realizada no 30º Congresso de Municípios, evento promovido pela própria associação, ocorrido entre os dias 7 e 9 de maio na Expominas, em Belo Horizonte-MG. Inicialmente, foi perguntando qual a concepção de desenvolvimento da AMM. Segundo o entrevistado, em síntese, é a possibilidade de geração de emprego e renda no município, onde a sociedade local possua todos os serviços necessários para viverem com qualidade, com oportunidades locais; um desenvolvimento planejado e integrado. Nesse processo, o gestor público é fundamental para fomentar o desenvolvimento. Com relação aos papeis dos entes federados na promoção do desenvolvimento, o entrevistado afirma que a pessoa não vive na União, nem no estado, e sim nos municípios. É na cidade onde os serviços básicos estão ao alcance dos cidadãos. Contudo, com o pacto federativo vigente, os municípios não possuem autonomia para executarem ações mínimas como estruturação da saúde e educação básica. A atribuição da União para o desenvolvimento é fomentar os recursos financeiros e politicas públicas, o Estado, paralelamente, também possui essa possibilidade fomento. Contudo, a sua maior contribuição é unificar as suas regiões, identificando as potencialidades locais, promovendo uma união entre os municípios. O município precisa organizar sua estrutura, incentivar a produção local, empreendedorismo, ter um prefeito articulador que promova uma ligação entre o empresário e a prefeitura local; é um ente fundamental para as ações para o desenvolvimento nacional. Ao ser questionado sobre o pacto federativo brasileiro, o entrevistado é totalmente crítico ao contexto atual. Aponta que a concentração de recursos por parte da União prejudica a ação dos municípios. A falta de poder fiscal dos municípios impossibilita a sua atuação, limitando-o completamente. É preciso que o município tenha, ao menos, a possibilidade de fomentar o seu desenvolvimento local. Com as suas atribuições atuais, não sobra recursos para investimento em ações empreendedoras. 5 CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS A proposta de relacionar paradigmas do desenvolvimento e federalismo em uma pesquisa é baseada no intuito de buscar compreender a complexidade da promoção do desenvolvimento de uma nação. Ao identificar a construção da definição de desenvolvimento é notório que este não há sem uma razoável base econômica. O 13 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO desenvolvimento acontece a partir de uma estabilidade econômica do local do qual se tenta promover. Seja ele com o foco em questões ambientais, sociais ou pelas particularidades do local, o processo de desenvolvimento, em sua maioria, é dependente de uma estrutura econômica positiva. A estrutura econômica de um local, por sua vez, é definida por influências básicas, como a sua geografia, e impares, como exemplo, os aspectos sociais, culturais e políticos. E é a partir da questão política que este trabalho é construído. O arranjo político de um país é firmado por suas escolhas internas. Há diferentes tipos de organização administrativa dos Estados. Na busca de reunir fundamentos teóricos para uma leitura do desenvolvimento do Brasil a partir da sua formação política, neste trabalho é apresentado uma discussão teórica sobre a definição de Federação, tipo de organização adotada no país. Teoricamente, a Federação é a união de estados autônomos para a formação de um Estado maior. Na prática, esta definição não pode ser adequada em todos os países que adotaram o regime federado, pois todos possuem suas particularidades. A característica básica a todos as federações é a existência de um Estado maior, que representa internacionalmente o país. A partir das entrevistas realizadas até o momento, é possível constatar pontos comuns e controversos. É consenso entre os entrevistados que é necessária uma revisão do pacto federativo brasileiro. A concentração de poder fiscal pela União compromete a autonomia dos outros entes federados. Apresentado como o principal entrave para a promoção do desenvolvimento, tanto o representante do Estado quanto do Município, acreditam que o modelo vigente atualmente precisa ser reformulado, pois o grande repasse dos recursos arrecadados ao Governo Federal prejudicam as ações mais localizadas. Uma contraposição interessante foi sobre a função do município no desenvolvimento nacional. Enquanto o Estado aponta que este pouco pode contribuir, o representante da AMM afirma que o município é de suma importância para este processo. Como este estudo ainda está em sua fase exploratória, não é possível realizar afirmações consistentes. Contudo, com a apresentação teórica e empírica já induz para uma reflexão sobre o pacto federativo vigente no Brasil. 14 CONGRESSO INTERNACIONAL GOVERNO, GESTÃO E PROFISSIONALIZAÇÃO EM ÂMBITO LOCAL FRENTE AOS GRANDES DESAFIOS DE NOSSO TEMPO REFERÊNCIAS Amaral, J. Filho. (2001, junho). A endogeinização no desenvolvimento econômico regional no local. Revista Planejamento e Políticas Públicas, IPEA: Rio de Janeiro. Bardin, L. (2009). Análise de Conteúdo. Portugal: LDA. Bajoit, G. (2006). Tudo Muda: Proposta teórica e análise da mudança sociocultural nas sociedades ocidentais contemporâneas. Ijuí: Unijuí. Barquero, A. V. (2002). Desenvolvimento endógeno em tempos de globalização. Porto Alegre: Fundação de Economia e Estatística. Bastos, C. R. (1985). A Federação no Brasil. Brasília: Instituto dos Advogados de São Paulo. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. (1998). Brasília. 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