Colégio Marista São Francisco - Marista Online

Transcrição

Colégio Marista São Francisco - Marista Online
1º Semestre • 2013
ENTREVISTA
Em um bate-papo, Alexandre
Costa Nascimento conta um
pouco sobre a ideia de usar o
esporte como estilo de vida
OLHAR
Quando a palavra
"superação" ganha
outro sentido
COMO FAZER
Comer bem
para se exercitar
melhor ainda
Jogo de equilíbrio
Jovens esportistas aprendem, desde cedo, a conciliar treinos
e competições com os estudos
NO NOSSO REPERTÓRIO SÓ TEM
OBRAS-PRIMAS PARA A GAROTADA
APLAUDIR DE PÉ!
Coleção Música Clássica em Cena recontada para o público infantojuvenil
A EDITORA FTD APRESENTA... COLEÇÃO MÚSICA CLÁSSICA EM CENA, QUE CHEGA COM QUATRO
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Combinação
única de bons
valores com
excelência.
O Grupo Marista conta com milhares de pessoas que, diariamente, vivenciam e disseminam importantes
valores humanos e cristãos, com o
compromisso de promover e defender os direitos das crianças e jovens.
Faz parte do jeito Marista a busca
constante por excelência. Na área da
PRESIDENTE DO GRUPO MARISTA
Ir. Délcio Afonso Balestrin
SUPERIOR PROVINCIAL
Ir. Joaquim Sperandio
SUPERINTENDENTE EXECUTIVO DO
GRUPO MARISTA
Marco Antônio B. Cândido
SUPERINTENDENTE EXECUTIVO DA ÁREA
DE EDUCAÇÃO
Paulo Serino
DIRETOR EXECUTIVO DA REDE DE COLÉGIOS
Ir. Paulinho Vogel
ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO
Camila Matta, Danielle Sasaki, Fabiana Ferreira,
Fernanda Jacometti, Irene Simões, Karen Fukushima,
Leandro Martins e Vivian Lemos
COMUNICAÇÃO E MARKETING COLÉGIOS
Ana Carolina Jamur Ranocchi, Camilla Stivelberg,
Cristiane R. Santos, Daniele Lucas, Elaine dos
Santos Cezaro, Eziquiel M. Ramos, Fábio S. Aparício,
Guilherme F. Neto, Kely C. de Souza, Luiza Baptista
Fleury, Mayara A. Haudicho, Mayara Gutjahr,
Natália Silveira Carneiro Raso, Natália Venâncio
de Souza, Raquel A. Bortoloso, Samira D. Dutra,
Tatiane Pereira, Yolanda Drumon
Rua Imaculada Conceição, 1155, Prado Velho
Curitiba-PR | Prédio Administrativo PUCPR
8º andar - CEP: 80215-901 | Tel.: (41)3271-6500
educação, da escola à universidade,
formamos pessoas e trazemos resultados comprovados. Em atividades
nas áreas de saúde e comunicação,
levamos sempre a melhor qualidade
para públicos de diferentes condições e necessidades. Em todas essas
áreas, a ação social está presente
BRASÍLIA
Colégio Marista de Brasília - Ensino Fundamental
SGAS 609 CONJ A - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
Colégio Marista de Brasília - Ensino Médio
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CEP 70200-750 | (61) 3445-6900
Colégio Maristinha Pio XII - Educação Infantil e
1º Ano do Ensino Fundamental
SGAS 609, Módulo C - Bairro Asa Sul - Brasília-DF
CEP 70200-690 | (61) 3442-9400
SÃO PAULO
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Ribeirão Preto-SP - CEP 14015-130 | (16) 3977-1400
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com iniciativas alinhadas ao posicionamento institucional, mas também
atuamos diretamente, por meio de
uma ampla rede de solidariedade.
Bons valores com excelência.
Nossa missão é proporcionar essa
combinação única para a construção
de um mundo melhor.
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PROJETO GRÁFICO Estúdio Sem Dublê
DIAGRAMAÇÃO Julyana Werneck
FOTO DE CAPA Renata Duda
11ª Edição | 1º Semestre 2013
PERIODICIDADE Semestral
REVISÃO Editora Champagnat
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Rulian Maftum / DRT Nº 4646
SUPERVISÃO Danielle Sasaki (Grupo Marista) e Maria Fernanda Rocha
(Lumen Comunicação)
REDAÇÃO REDE Michele Bravos, Julio Cesar Glodzienski, Elizangela
Jubanski
REDAÇÃO LOCAL Andressa Ferreira (Goiânia), Camila Stivelberg
(Brasília), Carolina Veiga (Chapecó e Joaçaba), Daniela Nogueira (São
Paulo e Ribeirão Preto), Erika Gonçalves (Cascavel, Londrina e Maringá),
Kelly Erdmann (Jaraguá do Sul e Criciúma), Mahani Siqueira (Curitiba e
Ponta Grossa), Yolanda Drumon (Colégio Marista Arquidiocesano).
R. Amauri Lange Silvério, 270
Pilarzinho Curitiba-PR – CEP: 82120-000
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CAPA Isadora V. Guimarães Senff,
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esudante do Colégio Marista
Santa Maria (Curitiba/PR)
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© Todos os direitos reservados. Todas as opiniões são de responsabilidade dos respectivos autores.
índice
capa
8 O maior
desafio de
quem pratica
esporte está em
conciliar a prática
com os estudos.
Saiba como pais e
professores podem
auxiliar.
1ª impressão
dia a dia
entrevista
5 6 14 O Grupo Marista acredita que
o esporte é ponto importante
para a formação integral de
crianças e adolescentes. A prática
abre portas para o conhecimento e o
aprendizado de qualidade.
Educação física é porta de
entrada para uma vida
saudável, pautada pelo esporte.
Conheça de que forma isso é
abordado no colégio.
solidariedade
curiosidade
40 47 índice
como fazer
diversão
42 48 17 Jogos cooperativos inovam
brincadeiras tradicionais.
O diferencial é que todos saem
ganhando. Saiba como.
Saiba os segredos que o
asfalto guarda sobre as
corridas.
A Em Família conversou
com o primeiro brasileiro
a participar do Tour D'Afrique.
Ele relata seus sonhos sobre duas
rodas e diz como está sendo sua
experiência no continente africano.
seu colégio
Confira as
matérias
elaboradas
exclusivamente para o
seu colégio.
Incentivar a alimentação
saudável nos filhos pode
ser mais fácil com o exemplo e
acompanhamento dos pais.
Chamem toda a família
e aprendam a fazer
brinquedos com materiais
recicláveis, para todos se divertirem
juntos.
essência
compartilhar
olhar
32 44 46 Irmãos Maristas falam
sobre a importância do
esporte como ferramenta social.
Confira as dicas dos alunos
e professores sobre livros,
programas de TV, entre outros, cujo
tema é o esporte.
A experiência na
Paralimpíada de Londres,
em 2012, mudou a percepção do
jornalista Thiago Rocha sobre
desafios e conquistas.
Educaçãointeiro
por
1ª impressão
Fortificar o corpo e purificar a
alma, por meio do esporte, é, na visão de Champagnat, proporcionar
ao estudante Marista a possibilidade
de realizar suas atividades com força,
vontade e desejo de querer aprender
sempre e com qualidade.
A fidelidade à pedagogia Marista,
herdada do fundador, exige de nós,
educadores Maristas, atenção constante às tendências sociais e culturais de nosso tempo, pois exercem
profunda influência na formação da
consciência das crianças e dos jovens, assim como em seu bem-estar
espiritual, emocional, social e físico.
Para o Marista, educar
ultrapassa os limites do
ensinar conteúdos e conhecimentos formais,
acumulados ao longo da
história da humanidade.
Assim, o Marista, dentro de seus
colégios, cria, além de centros de recreação e de esportes, espaços onde
eles possam ter a oportunidade de se
encontrar e de expressar seu talento
criativo. Porque, para o Marista, educar ultrapassa os limites do ensinar
conteúdos e conhecimentos formais,
acumulados ao longo da história da
humanidade.
Para o Marista, educar uma criança
é iluminar sua inteligência formando
seu coração; é educar sua consciência
fazendo-lhe amar a virtude; é formar
sua vontade educando seu caráter; é
cuidá-la continuamente ajudando-a
a discernir sobre o que é certo e bom
para si; é inspirar-lhe o amor ao
trabalho e à vontade de querer ser
melhor que si mesma; é dar-lhe os
conhecimentos que lhe serão necessários em sua situação histórica e em
sua condição pessoal.
Por fim, educar uma criança, para
o Marista, é ocupar-se do seu desenvolvimento físico, por meio das
práticas esportivas e culturais que os
colégios Maristas oferecem, não por
capricho, mas sim por convicção de
que esse é o melhor modo de educar
e formar bons cristãos e virtuosos cidadãos, para hoje e para amanhã.
Boa Leitura!
Ir. Paulinho Vogel
Diretor-executivo
da Rede Marista
de Colégios
© Foto: João Borges
Nossa Em Família deste semestre
é sobre esporte. Na verdade, é sobre
educação, pois entendemos que tudo
o que fazemos no Marista está ligado
a esse tema. E o esporte, aliado a uma
série de outras atividades, torna nossa
proposta educativa diferenciada.
O Grupo Marista, desde São Marcelino Champagnat, seu fundador, oferece aos alunos dos Colégios Maristas
educação integral de qualidade. Integral, pois suas atividades pedagógicas,
junto às crianças e jovens, abarcam
todas as dimensões do ser humano.
Está explícito em nossa Missão Educativa Marista: “Coerentes com o nosso
ideal de proporcionar uma educação
verdadeiramente integral, incluímos
nas experiências de aprendizagem dos
nossos educandos a educação física,
da saúde e do meio ambiente. Estimulamos as atividades esportivas como
meio para desenvolver suas habilidades físicas e sua coordenação motora,
a formação da personalidade, o espírito de equipe, a disciplina pessoal,
o reconhecimento de suas próprias
limitações, a capacidade de aceitar
seus limites e o desejo de obter êxito”
(MEM, n. 137).
Como valor institucional, o Grupo
Marista, em suas várias instâncias
de atuação, seja nos hospitais, editoras, universidades ou colégios, preza
pela presença significativa. Na ação
escolar, procuramos prolongar nossa presença, dando significado a ela
junto aos nossos alunos, através do
tempo livre, do lazer, das atividades
esportivas e culturais, ou quaisquer
outros meios.
5
dia a dia
© Foto: Acervo Marista
Participação
dos alunos do
Colégio Marista
São Francisco
nas Olimpíadas
Maristas 2011.
Na aula de hoje:
desvendando o
esporte
O objetivo da Educação Física no
currículo pedagógico é incentivar
a prática esportiva,
apresentando-a de forma
teórica, prática e desafiadora
para o aluno. Saiba como.
6
Uma experiência que fica para a vida inteira! A
prática do esporte no dia a dia dos jovens e crianças
contribui para um melhor funcionamento do corpo
e da mente. Os estudantes, por meio de suas práticas
esportivas, significam e ressignificam sua presença no
mundo, pois por meio delas ampliam a sua relação
com os outros, respeitando as regras e as diferenças
entre si e desenvolvendo uma consciência mais crítica e política. Consequentemente, influencia no aproveitamento dos estudos em sala de aula e fortalece as
relações interpessoais. Pensando nestes benefícios, os
Colégios Maristas entendem o esporte como parte da
cultura corporal de movimento, bem como da formação integral dos alunos.
O Analista de Negócios do Grupo Marista, Honório
Hungria Junior, orientador das atividades dos Núcleos
de Atividades Complementares da Rede de Colégios,
afirma que o esporte é um meio para educação e “tem
relação direta com a qualidade de vida, interferindo no
relacionamento do sujeito consigo e com os outros”.
Para Alessandro Viegas Rodovalho, professor e coordenador de Modalidades do Núcleo de Atividades
Complementares (NAC) do Colégio Marista de Brasília, para esse vínculo interpessoal existir, é preciso
ONDE TUDO SE INICIA
O trabalho começa cedo. Brincadeiras e jogos são desenvolvidos com as
crianças, a fim de desenvolver o trabalho em equipe, o respeito à individualidade e às regras nas práticas esportivas.
Essa fundamentação básica, comum
a todas as modalidades, dá subsídios
para que a iniciação esportiva seja desenvolvida, de forma plena e eficaz, nas
séries mais avançadas. “No currículo
pedagógico não se tem o esporte como
competitivo ou de performance. Dessa
forma, ele é trabalhado respeitando e
adaptando-se às características de cada
indivíduo”, explica o supervisor do Núcleo de Atividades Complementares do
Colégio Marista Paranaense, Fernando
Knaipp Junior.
As aulas de Educação Física devem
trabalhar conceitos sobre a atividade física, contextualização e interpretação de
conhecimentos, além das práticas cor-
porais. “Nosso objetivo principal é o
incentivo à prática esportiva como
formação do ser humano enquanto
equipe”, conta Paula Melhado Gomes da Silva, coordenadora de Educação Física do Marista Paranaense.
OS INCENTIVOS
No Ensino Médio, uma das formas de motivação à prática é a
estruturação das aulas junto com
os alunos. “Neste ano, sentamos e
preparamos juntos a grade curricular das aulas de Educação Física.
É a tentativa de um envolvimento
mais efetivo”, explica a coordenadora de esportes do Colégio Marista São Francisco, Marlise da Silva.
Já no contraturno, são ofertadas
diversas modalidades para aqueles
que desejam ter uma rotina esportiva. “Dentro do treinamento, o colégio oferece toda a estrutura, com
técnicos especialistas, material de
alto padrão e todo o suporte necessário. Tudo o que é necessário
para o desenvolvimento do aluno
dentro da modalidade”, explica
Knaipp.
O ambiente físico também influencia no incentivo à prática. “Os
Colégios Maristas possuem ampla
área e instalações que permitem a
exploração das ofertas esportivas.
As modalidades esportivas muitas
vezes estão alinhadas com as realidades culturais de cada local”, completa Hungria.
© Foto: maristabsb/divulgação
um ambiente propício. “É importante
desenvolver um ambiente de respeito e
de busca pelo conhecimento. Assim, aos
poucos os alunos vão se desenvolvendo e
ampliando seu repertório motor”.
Olimar
As Olimpíadas ocorrem a cada dois anos
e são um dos maiores eventos esportivos
do Grupo Marista. As competições, resultados e conquistas vêm, naturalmente,
com o esforço dos alunos, que são os
verdadeiros protagonistas dessa história.
O objetivo dos Jogos é promover uma integração e troca de experiências, uma vez
que a cada ano a Olimar acontece em um
Colégio. “Temos a oportunidade de conhecer práticas com níveis diferentes do
nosso. Também podemos ter contato com
culturas regionais diferentes, ampliando
nosso ciclo de amizades em um ambiente
único”, afirma Rodovalho.
Colégio Marista
de Brasília em
participação
nas Olimpíadas
Maristas.
© Foto: Tatiane Pereira
Segundo a coordenadora de Esportes
do Colégio Marista São Francisco,
geralmente são das modalidades
oferecidas pelo Núcleo de Atividades
Complementares (NAC) que surgem
as equipes que participam das
Olimpíadas Maristas, conhecidas como
Olimar.
Alunos do
Colégio Marista
Paranaense
participando
do Projeto
Champagnat,
em 2012.
7
© Fotos: Renata Duda
capa
Crianças e adolescentes
descobrem no esporte
um espaço de desafios e
conquistas, mas também de
muita diversão e até de um
futuro profissional
8
As aulas de Ginástica
Artística também são
um momento para estar
entre amigas. Entre
uma acrobacia e outra,
as meninas não perdem
tempo para se divertir e
colocar o papo em dia.
Na contramão da inatividade –
comum entre alguns dessa geração
que preferem brincar com jogos
virtuais a pular corda ou andar de
bicicleta –, ainda existem crianças
que sonham em ser jogadores de futebol, ciclistas, atletas de alto nível.
João Pedro Custódio, 13 anos, 7º ano
do Colégio Marista Goiânia, faz parte
desse time seleto. Se não bastasse a
exceção, ele pratica automobilismo,
que, apesar de conhecido por seus
vários pilotos renomados, também
não é um esporte muito popular.
O pai de João, Geovane Gonçalves,
conta que o menino ganhou um kart
em 2005. No ano seguinte, ele ia todos
os fins de semana ao Kartódromo Ricardo Santos para correr – como uma
diversão. Aos poucos, perceberam que
ele levava jeito para o automobilismo
e João começou a ter uma rotina de
treinos e participar de competições.
Isadora Senff, 10 anos, 5º ano do
Colégio Santa Maria, também teve
um incentivo para entrar no uni-
verso esportivo. Foi inspirada pela
tia, praticante de ginástica artística
por oito anos, que Isadora iniciou as
aulas nessa modalidade no colégio.
A menina conta que outro fator que
contribuiu para isso foram as aulas
de Educação Física. “A professora
percebeu que eu gostava de ‘dar estrelinha’, fazer muitas estripulias, e
me incentivou a ir para a ginástica”.
Hoje, a menina treina duas vezes
por semana e já conta com algumas
medalhas. Apesar de adorar ginástica,
ela sabe que a vida de esportista é curta. Por isso, afirma que, quando crescer, quer fazer o curso de Arquitetura
e Urbanismo. Até lá, resta a Isadora
conciliar a rotina de ginasta com os
estudos do Ensino Fundamental.
Organizar o tempo entre prática
esportiva e estudos é, na verdade, o
maior desafio dos jovens esportistas.
Isso tanto para João e Isadora quanto
para a maioria das crianças e adolescentes que praticam algum esporte,
profissionalmente ou não.
A professora percebeu
que eu gostava de
dar estrelinha, fazer
muitas estripulias,
e me incentivou a ir
para a Ginástica.
Isadora Senff, 10 anos,
5º ano do
Colégio Santa Maria
9
capa
ESPORTE AUXILIA NO APRENDIZADO
Essa conciliação é mais que essencial, uma vez que o
esporte praticado de forma assistida e saudável influencia positivamente no aprendizado.
Estudos observacionais mostram forte tendência
positiva de que a prática de esportes contribua para o
aprendizado de matérias convencionais. Segundo o
médico ortopedista Mark Deeke, especialista em Medicina Esportiva, as atividades aeróbicas – como corrida,
natação e ciclismo – ativam uma área do cérebro chamada de hipocampo, responsável pela memorização e
aprendizado, além de aumentar a atividade neural, o
que, consequentemente, potencializa a assimilação de
conhecimento.
A professora de Educação Física Amanda Fistarol, do
Colégio Santa Maria, completa que, no esporte, a criança aprende a desenvolver habilidades que farão diferença em sala de aula. São elas: concentração, motivação,
trabalho em equipe, disciplina. “Na prática esportiva,
exige-se disciplina da criança. É natural que isso reflita
no comportamento do aluno em classe”.
Gonçalves conta que João tinha dificuldades na escola antes de ingressar no esporte. A situação mudou
quando começou a correr de kart. “O Colégio Marista foi
fundamental na hora de conciliar as dezenas de atividades escolares com treinos e competições, propiciando
um calendário bem organizado e adequado à situação
de João Pedro".
Esse posicionamento da instituição de ensino também fez toda a diferença na vida de Khiuani Dias, 21
anos, ex-ginasta da Seleção Brasileira e, atualmente, estudante de Educação Física na PUCPR. Dulcenea Alves
Wisniewski, educadora e professora do Colégio Marista
Paranaense, pondera que os pais precisam elaborar uma
rotina para os filhos, estabelecendo limites e horários.
“Isso ajuda a criança a estabelecer prioridades para que o
estudo não seja comprometido”.
Por um mundo
em movimento
A falta de atividade física pode
trazer consequências negativas
para as futuras gerações.
Veja alguns dados:
l 30% DE CRIANçAS COM
OBESIDADE
l R$ 2.741,00 A MAIS POR
ANO DE GASTOS COM A
SAÚDE
João Pedro conta com
o apoio da família e do
Colégio para conciliar
estudos com rotina de
treinos e competições.
10
© Foto: Luca Bassani
F
l MENOS ATIVIDADE FÍSICA
ESTÁ ASSOCIADA A NOTAS
RUINS NA ESCOLA
l 5,3 MILHõES DE MORTES
PREMATURAS POR ANO
GRAçAS à INATIVIDADE
Fonte: www.designedtomove.org
CONFIRA A ENTREVISTA COM O TREINADOR
ALFREDO CARLOS SCREMIN, DO COLÉGIO MARISTA
PARANAENSE, HÁ MAIS DE 30 ANOS NA ÁREA. JÁ
PASSARAM POR SUAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA
MENINAS E MENINOS QUE, HOJE, SEGUEM CARREIRA
NO ESPORTE.
Como identificar um atleta nato?
O aluno que tem um perfil para esportista normalmente é mais
ligado em todas as modalidades esportivas. A gente percebe que
o aluno é mais centrado, gosta mais de fazer as coisas, participar. Isso remete ao perfil de um esportista.
Qual a hora certa para inserir a criança em uma
rotina mais profissional no esporte?
O esporte deve começar como lazer e sociabilização. Eu acho que
até os 18 anos não deve existir uma competitividade exacerbada, deixando os atletas mais livres para a criatividade e não
presos em táticas ferrenhas. Caso o talento aflore precocemente,
a criança deve participar de competições sempre com acompanhamento de psicólogos.
Quais as possibilidades profissionais para os atletas, quando o corpo já não responde mais tão bem
quanto antes?
© Foto: Sxc.hu
O próprio esporte tem necessidades de pessoas que têm vivência
e, inclusive, uma formação. A carreira pós-esportiva também
é bastante proveitosa. Como, por exemplo, o jornalista Caio
Ribeiro, que já foi jogador do São Paulo e hoje é comentarista.
Ele tem uma boa formação e continuou a estudar mesmo depois
de ter parado de jogar futebol. Hoje ele é um comentarista
respeitado.
Tem também a possibilidade de virar técnico da modalidade em
que jogou. E, ainda, esportistas da nova geração que estão se
tornando dirigentes do esporte.
COMPETIÇÕES
Desde que sejam encaradas de uma forma saudável, as
competições podem ser positivas para o desenvolvimento
de quem pratica uma atividade. “Na competição, a criança é desafiada a superar seus próprios limites. As competições incentivam os alunos a prosseguirem e crescerem no
esporte”, afirma a educadora física Amanda.
Letícia Arakaki, 12 anos, 7º ano do Colégio Maristinha
de Brasília, não perde uma competição. A mãe Maricelma Arakaki incentiva: “Nas competições, eles podem conhecer outros grupos e isso os ajuda a ter um feedback de
como estão”.
Isadora concorda que conhecer outras pessoas é uma
das melhores partes dos concursos, que, na verdade, tornam-se uma diversão, pois não deixa de ser uma viagem
entre amigas.
João Pedro afirma que vale muito a pena viajar para
competir. Para ele, sua viagem inesquecível foi para uma
competição em Las Vegas (EUA).
ESPORTE TAMBÉM É DIVERSÃO
É nesse clima de descontração que o esporte deve ser
levado na infância. A educadora Dulcenea lembra que a
prática deve estar relacionada ao prazer e ao bem-estar,
não sendo uma obrigação para as crianças. “Nessa fase, a
atividade deve ser encarada como uma brincadeira, uma
descoberta. Com o tempo, as aptidões se aperfeiçoam e,
mais tarde, podem virar profissão”, explica.
Mesmo aqueles que levam o esporte mais a sério desde
pequenos, o ideal é que não vivam sob pressão. Segundo
especialistas, a ausência de cobranças é favorável. Sem estresse, o rendimento é melhor, refletindo em outras áreas
positivamente, como os estudos e o convívio social.
11
capa
Feitos para
se mexer
Contra
inatividade
física, ONG
luta por um
futuro mais
agitado, em
que as crianças
brinquem,
corram,
movimentem-se
mais
Ao olhar para essa geração de pequenos internautas, sempre conectados em
seus tablets e PSPs (o Playstation portátil),
surgem as lamentações, permeadas de
muita preocupação. “Na idade deles, eu
estava jogando bola com os amigos”, “eu
estava correndo pela rua”, dizem os pais.
Ao mesmo tempo em que toda essa inserção no mundo tecnológico pode propiciar
um raciocínio mais ágil, que encontra solução para tudo, tanta inércia física pode
trazer consequências negativas no futuro.
Lembra-se da animação Wall-e, da Pixar?
Pois é, eles não estavam enganados ao
mostrar um futuro de pessoas obesas e
preguiçosas.
É nesse contexto atual, de pouca atividade, que a ONG Designed to Move faz
um alerta a todos. A ONG afirma que, pela
primeira vez na história, uma geração viverá menos que a anterior. A geração é
essa, a das crianças conectadas. Por isso,
o apelo é claro: mexam-se!
E é aí que o papel de pais e professores faz-se essencial. Para a empresária
Joelma Rosinholi, mãe da aluna Nicolle
Rosinholi, 13 anos, do 8º ano do Colégio
Arquidiocesano, não basta falar para a
criança o quanto é importante praticar
esporte, é preciso dar exemplo. “Eu acho
que o maior incentivo é a família se engajar. Meu marido, meus filhos e eu jogamos
tênis juntos. As aulas são separadas, mas,
no fim, sempre jogamos uma partida em
família”. Joelma afirma que Nicolle adora,
principalmente, por ter companhia.
Para que a criança cresça sabendo do
valor do esporte em sua vida, a psicóloga
Patrícia Ribeiro, mestre em Psicologia da
infância e adolescência e também professora da PUCPR, aconselha que os pais
expliquem aos filhos a razão pela qual eles
estão sendo incentivados a fazer uma atividade esportiva. “Os pais precisam trocar
informações com a criança, dentro das
capacidades infantis de compreensão”.
Eu acho que o maior
incentivo [para a
prática esportiva] é a
família se engajar. Eu,
meu marido e meus
filhos jogamos tênis
juntos.
Hora do esporte
também é hora de
estar em família
12
Joelma Rosinholi,
mãe da aluna Nicolle
Rosinholi, Colégio Arquidiocesano
A ESCOLHA CERTA
TÁ NA HORA DO QUÊ?
A idade da criança pode ajudar os pais a definir a
atividade do filho.
© Foto: Sxc.hu
3 a 5 anos de idade
Não devem fazer mais de três ou quatro horas de exercícios físicos por semana. Nessa idade, o melhor esporte
que as crianças podem praticar é a natação, porque
desenvolve a coordenação, a resistência, a disciplina e a
relação entre o esforço e os resultados.
© Foto: Sxc.hu
© Foto: Sxc.hu
5 a 7 anos de idade
Por vezes, a escolha por uma atividade pode ser
incomum. Como a de João Pedro. É preciso estar
atento ao que a criança faz, para auxiliar nessa decisão. Segundo a psicóloga Patrícia, uma boa estratégia para escolher a atividade é observar a forma
como a criança se diverte, o que ela mais gosta de
fazer quando está sozinha ou entre outras crianças.
Para ela, a escola também pode auxiliar nesse processo, pois é lá que a criança tem contato com várias
atividades físicas.
A aluna Letícia, do Colégio Maristinha, optou
pelo futebol e a escolha por esse esporte se deu nas
aulas de Educação Física. “Ela sempre viu a irmã
jogar handebol, mas, na escola, ela conheceu o futebol. A decisão foi totalmente dela”, diz a mãe da
menina, Maricelma.
Segundo a psicóloga, outra boa maneira de auxiliar uma criança em suas descobertas é permitir que
ela experimente. Para isso, é importante que os pais
criem essas possibilidades, mas sem exigir nenhum
resultado inicial.
O esporte que praticam nessa idade pode dar uma base
para as diferentes capacidades. O ideal é um esporte
individual e outro coletivo. O individual pode ainda ser
a natação, a ginástica desportiva ou as artes marciais;
e o coletivo seria o futebol, basquetebol, handebol, voleibol, entre outros.
© Foto: Lucas Bassani
8 a 9 anos de idade
Nessa idade, os pais já começam a se perguntar se a
criança precisa do esporte como atividade física ou se
querem levar isso mais a sério. Pais e filhos devem conversar, porque, se optarem pelo segundo, terão de estar
dispostos a enfrentar competições, já que haverá necessidade de maior dedicação e esforços.
13
entrevista
Verde e
amarelo
© Fotos: Arquivo pessoal
do outro lado
do Atlântico
14
Pela primeira vez, o Brasil tem um
representante no Tour d’Afrique. A
paixão pela bicicleta fez Alexandre
Costa Nascimento encarar uma
expedição de quatro meses
montado em duas rodas. Em um
bate-papo entre as pedaladas, ele
conta um pouco sobre a ideia de
usar o esporte como estilo de vida
Ele é ciclista, blogueiro e jornalista. Alexandre Costa Nascimento é o primeiro representante brasileiro e
também primeiro ciclista latino-americano em uma
expedição ciclística nas estradas africanas – o Tour
d´Afrique (TDA). O evento é anual e propõe que o participante percorra, de bicicleta, o continente africano
de ponta a ponta. Em 10 edições, já reuniu cerca de 400
ciclistas de mais de 20 países. A largada aconteceu no
Cairo, Egito, no dia 10 de janeiro. A chegada é só em
maio, dia 11, na Cidade do Cabo, na África do Sul. Cansou só de pensar? Não esqueça que é tudo de bicicleta.
Em um bate-papo, graças à tecnologia da internet,
o aventureiro conversou com a reportagem da Em Família sobre o incentivo ao ciclismo e sua paixão pela
modalidade.
Como surgiu o
projeto para ir
ao continente
africano?
Qual a
importância
dessas jornadas
e de quantas já
participou?
Como foi a
Costumo dizer que minha paixão
descoberta da pelas bicicletas começou no exato
paixão pelas instante em que meu pai soltou as
bicicletas?
mãos das minhas costas e dei minhas
primeiras pedaladas sem rodinhas.
Durante a infância e adolescência em
Araraquara, cidade no interior de São
Paulo onde nasci e cresci, pratiquei
diversas atividades esportivas: judô,
tênis, natação, hipismo, futebol. Mas
o que eu gostava mesmo era de pegar
minha bicicleta e desbravar trilhas e
estradas. Diferentemente de um esporte competitivo, em que o objetivo
é vencer um oponente ou ganhar uma
medalha, a recompensa para quem pedala vem com o vento no rosto, as paisagens e os amigos que se faz ao longo
do caminho, seja em uma pequena cidade no interior de São Paulo ou atravessando o continente africano.
Descobri a existência do Tour
d’Afrique há cerca de três anos, enquanto pesquisava na internet sobre
roteiros para uma viagem de bicicleta.
A partir daí, realizar essa aventura tornou-se mais que um sonho, um grande
objetivo. Participar do TDA também é
uma chance de aliar três das minhas
grandes paixões: o jornalismo, as bicicletas e a África.
Faço da bicicleta uma bandeira
política para a construção de cidades
mais humanas e também um meio
para um estilo de vida mais saudável
e harmonioso, usando-a como meio
de transporte no dia a dia. Além do
TDA, já pedalei no Deserto do Atacama (Chile), Salt Lake City (EUA), Berlin
(Alemanha), Colônia do Sacramento
(Uruguai), Rodovia Transpantaneira
(Mato Grosso), Circuito Vale Europeu
(Santa Catarina) e Parque do Superagui (Paraná).
De que forma
acontecem
os incentivos
dos países que
investem em
bicicleta como
transporte?
A principal questão é a forma como
a bicicleta é encarada pelo poder público. Enquanto nas principais cidades
do Brasil a bicicleta ainda é vista apenas como um instrumento de lazer, em
cidades europeias ou nos Estados Unidos, a bicicleta surge como uma solução para os problemas do trânsito. Assim, ela passa a fazer parte da equação
e todo o planejamento urbano passa a
considerar o incentivo à utilização da
bicicleta, tornando o uso do automóvel
particular mais difícil e custoso. Como
podemos perceber, ainda estamos na
contramão do modelo ideal.
15
© Foto: Arquivo pessoal
entrevista
Costumo dizer que minha paixão pelas
bicicletas começou no exato instante em que
meu pai soltou as mãos das minhas costas e dei
minhas primeiras pedaladas sem rodinhas.
O que é preciso
para que o brasileiro se torne mais
acessível à implantação da bicicleta
na rotina?
16
As ações devem ser sistêmicas
e atingir o planejamento das vias,
sinalização, campanhas de educação para motoristas, ciclistas e
pedestres, fiscalização, segurança
(aí se entende tanto a segurança de
trafegar nas ruas quanto a de não
ter a bicicleta roubada ou furtada),
a iluminação pública etc. A decisão final, contudo, é pessoal. A bicicleta é o meio de transporte mais
eficiente em grandes cidades para
deslocamentos de até oito quilômetros entre um ponto e outro.
Considerando que mais da metade
dos deslocamentos diários de carro em uma capital como Curitiba
são feitos dentro desse perímetro, poderíamos, com programas
adequados de incentivo, ter mais
pessoas pedalando e menos carros
poluindo o ar e congestionando as
ruas das nossas cidades.
Ciclismo deveria
ser mais
difundido entre
as crianças como
opção de esporte
já nos ensinos
fundamentais e
médios?
Em tese, sim. Mas não apenas como
esporte e, sim, como estilo de vida. Mas
de que adianta uma criança aprender
dentro da sala de aula os benefícios de
usar a bicicleta como meio de transporte e não poder ir pedalando para o
colégio todos os dias? Em cidades alemãs, quase a totalidade das crianças a
partir do 1º ano vão e voltam da escola
pedalando todos os dias (inclusive dias
de neve). Hoje, é difícil imaginar uma
família tradicional de uma metrópole
brasileira, em que os pais concordem e
se sintam confortáveis em deixar seu
filho ir pedalando para a escola. Vivemos em uma sociedade que acredita
que o problema para a falta de segurança é usar carro blindado e viver em condomínios fechados. Isso é sintomático
e mostra a gravidade do problema.
Uma cidade só é realmente segura se
uma criança de 7 anos puder pedalar
sozinha pelas ruas e ciclovias.
índice
destaque
30 Rotina pesada.
Thuí Todeschini,
é a revelação nacional no
Motocross, prática que
exige muita programação.
Ele já representou o
Brasil em competições
internacionais e reconhece
a importância dos estudos
para o seu futuro.
com a palavra
ed. infantil
en. fundamental
18 20 22 Diretoria-Geral.
Relacionamento
interpessoal estimulado
pela prática esportiva.
A Educação Física como meio
de formação integral do
aluno.
en. médio
diz aí
caleidoscópio
24 O esporte como meio de
desenvolvimento saudável
dos jovens.
26 Quais esforços os alunos
são capazes de fazer para
conquistar a vitória nos esportes
que praticam.
28 você sabia?
gente nossa
ser melhor
32 34 36 Curiosidades do Colégio.
Ex-alunos contam a sua
trajetória na vida esportiva.
Destaques dos principais
acontecimentos do Colégio.
Ações da Pastoral.
com a palavra
e escola
Família
caminham juntos.
18
e a obtenção dos esperados resultados educacionais.
Neste ano, as discussões sobre
a Juventude oportunizadas pelas
reflexões da Campanha da Fraternidade, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que acontecerá no
Rio de Janeiro (RJ), o envolvimento dos alunos com diversas práticas esportivas no próprio Colégio,
e também na Olimpíada Marista
(Olimar), que será em São Paulo
(SP), são alguns fatos que merecem
destaque e que envolvem nossa comunidade educativa.
A prática esportiva destacada nas
matérias desta revista ressalta a relevante importância do esporte no
processo educativo em que os valores da disciplina, da autossuperação
e da vontade de vencer se interligam com a prática educativa cotidiana. Textos, depoimentos, fotos e
entrevistas completam as páginas
recheadas de informações.
Boa leitura a todos!
Colégio Marista São Francisco
Os parâmetros atuais de
educação, desafiadores
por si só, impulsionam
o Colégio Marista São
Francisco a buscar
atualização e renovação
constante.
Renato Angelino Darui
Diretor-Geral
© Foto: Elaine dos Santos Cezaro
Ao escrever estas primeiras linhas
de abertura de nossa revista Em Família, saúdo todos os alunos, pais,
professores, colaboradores Maristas
e a comunidade em geral, dizendo
que é uma imensa alegria estarmos
juntos contribuindo para mais uma
etapa formativa na vida de nossas
crianças e nossos adolescentes.
Os parâmetros atuais de educação, desafiadores por si só, impulsionam o Colégio Marista São
Francisco a buscar atualização e
renovação constante em todos os
seus sentidos, tendo, cada vez mais,
o binômio “família e escola” caminhando junto.
O olhar carinhoso, a preocupação
constante e a formação continuada
de todo o grupo docente são fatores determinantes de sucesso que
caminham lado a lado com a dedicação e o empenho de cada aluno
Marista. Atitudes como responsabilidade, organização e respeito, incentivadas diariamente, são fundamentais para a convivência escolar
© Foto: Arquivo pessoal
ed. infantil
Educação Física Infantil
e a socialização
Prática tem o objetivo principal de facilitar
o relacionamento interpessoal das crianças
No parque ou no bosque. Na
quadra poliesportiva ou nos campos de futebol. Eventualmente,
na sala de dança. Diversos são os
espaços onde a prática da Educação Física Infantil é proporcionada
pelo Colégio Marista São Francisco. Durante os 50 minutos de cada
aula, os alunos da Educação Infantil realizam tarefas que auxiliam
no desenvolvimento de elementos
básicos, porém fundamentais para
o crescimento saudável.
20
Aspectos motores, como a expressão corporal, a harmonia dos
movimentos, o equilíbrio, o ritmo,
a coordenação motora, a organização espacial e a força, são estimulados durante as aulas a partir de
situações sugeridas pelos professores e que dão às crianças a possibilidade de experimentar o novo,
como explica o professor de Educação Física dos alunos nessa faixa
etária, Diogo Kohl. “Na Educação
Física direcionada à Educação In-
Colégio Marista São Francisco
fantil, é importante promover situações em que a criança possa viver
comportamentos e valores que a
integrem ao grupo”, expõe.
Os aspectos psicossociais e motores estimulados pelos professores do Colégio Marista nessa idade são desenvolvidos por meio de
práticas pedagógicas cujo objetivo
é a interdisciplinaridade, e que são
permeadas pela ludicidade e pelo
respeito às individualidades de
cada criança. Também professora
das crianças com idades entre 6 e 8
anos, Mariluce Vieira destaca que,
em 2013, a Educação Física será
trabalhada multidisciplinarmente.
São desenvolvidos, com os alunos
dessa idade, trabalhos relacionados à Campanha da Fraternidade;
palestras sobre nutrição, com foco
na prevenção da obesidade infantil; a gincana para as mães e os pais
dos alunos; o campeonato com os
Jogos Gigantes (boliche, trilha, jogo
da velha e passeio ciclístico); e as
atividades recreativas da semana
da criança.
Durante as aulas do currículo
escolar, as práticas esportivas não
descuidam da iniciação ao esporte,
do esporte adaptado, do resgate das
brincadeiras tradicionais, das cantigas de roda, dos jogos criativos,
motores, recreativos e cooperativos.
Os aspectos emocionais dos pequenos também são levados em
consideração e buscam proporcionar experiências que valorizam
a manifestação e a expressão dos
sentimentos dos alunos. Nesse
sentido, as aulas têm por objetivo
final semear os princípios da solidariedade, da colaboração e da
cooperação a partir do respeito às
diferenças e às regras. Os alunos
começam a aprender a lidar com
os próprios limites e a controlar os
impulsos. “As situações vivenciadas
pelos alunos durante as atividades
promovem a criação da interatividade, da participação compartilhada, o sentido da disciplina quanto
às regras, à organização, ao trabalho em equipe e à responsabilidade”, afirma.
“Segundo o professor Diogo Kohl o
sedentarismo precoce, pode levar a
criança a sofrer futuramente, uma série
de consequências físicas. “Quando os
aspectos físicos, relacionados às habilidades motoras, como o equilíbrio, a expressão corporal e a organização social, não são estimulados nessa idade,
mais tarde a criança poderá sofrer con-
sequências relacionadas ao tônus muscular e a escrita.” Além dos aspectos
relacionados à saúde das crianças, a
Educação Física também é de suma
importância para que o aluno vá desenvolvendo a autonomia e aprendendo a lidar com desafios atuais e com os
que terá que enfrentar na vida adulta.
O Exercício físico é sem sombra de dúvida, importantíssimo em qualquer
etapa da vida, porém na infância assume relevância ainda maior por ser esta
a etapa basilar de construção de hábitos e atitudes, de desenvolvimento da
socialização, do entendimento, negociação e incorporação de regras de
convivência, do aprendizado da administração de conflitos, aprendendo lidar com as vitórias e com as derrotas
em situações de convivência grupal,
cooperação e de competição.
As situações vivenciadas pelos alunos
durante as atividades
promovem a criação
da interatividade, da
participação compartilhada, o sentido da
disciplina quanto às
regras, à organização, ao trabalho em
equipe e à responsabilidade.
SEGUNDO OS
PROFESSORES, A
EDUCAÇÃO FÍSICA
INFANTIL VISA:
• À socialização, que, por meio
de atividades recreativas, possa
estimular o aluno a interagir com
o professor e com o grupo em que
se encontra;
• Explorar, coordenar e dominar
as noções básicas das habilidades
motoras movendo-se habilidosamente, interpretando as informações que lhe chegam do mundo
externo, dentro de um determinado espaço e tempo;
• Explorar sua criatividade por
meio de jogos e brincadeiras infantis, e dominar os movimentos
imitativos, gestuais, interpretativos e corporais;
• Explorar e dominar os diferentes
materiais alternativos, vivenciando e experimentando padrões fundamentais de movimento tendo
como referência seu próprio corpo;
• Conhecer as qualidades dos movimentos expressivos, apropriando-se do repertório da cultura
corporal em que estão inseridas.
Colégio Marista São Francisco
21
© Fotos: Elaine dos Santos Cezaro
en. fundamental
A Educação Física para a
formação
do ser humano
Prática contribui para que as
crianças cresçam como adultos
conscientes de seus anseios,
vontades e capacidades
22
Colégio Marista São Francisco
As aulas de Educação Física proporcionadas aos
alunos com idade entre 6 e 14 anos que cursam o Ensino Fundamental no Colégio Marista São Francisco
complementam e aprimoram o trabalho iniciado na
Educação Infantil, assumindo o compromisso com a
formação integral do educando, considerando os aspectos físico, motor, afetivo, cognitivo e social .
Uma das profissionais responsáveis pelas aulas dessa faixa etária
no Colégio Marista São Francisco,
Mariluce Poerschke Vieira destaca
que é a partir das atividades realizadas durante a disciplina que o aluno descobrirá e desenvolverá seus
potenciais. “O aluno desenvolve a
consciência corporal, explora, experimenta, vivencia, contextualiza,
potencializa diversos movimentos.
Tudo isso combinado com a aprendizagem de características importantes para o seu futuro, como as
do bom relacionamento humano”,
explica. Características como a autonomia, a autoconfiança, o raciocínio lógico e ágil, o respeito aos
valores, a disciplina e a consciência
crítica também são desenvolvidos
durante todo o processo de ensino-aprendizagem e levados, das quadras, para as salas de aula por meio
da interdisciplinaridade.
Os professores de Educação
Física desenvolvem, aliados aos
demais docentes, projetos e ativi-
a prática esportiva
deve ser contínua
ao longo da vida
dos estudantes,
sem entretanto
não descuidar dos
aspectos emocionais e sociais.
dades cujo conteúdo vai de encontro ao que é proposto pelas outras
disciplinas. A Prof.ª Mariluce explica como a interdisciplinaridade
acontece no Marista: “uma das práticas comuns, por exemplo, é realizar uma avaliação física dos alunos
com foco no crescimento físico.
Depois da atividade realizada nas
aulas de Educação Física, os dados
são trabalhados pela professora
de Matemática, que foca a análise
dos números com os alunos”. Outra
técnica, segundo a professora, são
os projetos que visam à melhora e
à apresentação aos alunos de hábitos de vida saudáveis. Com o 4º
ano, por exemplo, ela conta que,
juntamente à disciplina de Ciências, foram elaboradas atividades
referentes à boa alimentação. “Nosso objetivo principal será alertar as
crianças sobre os distúrbios alimentares. Para isso, também contaremos com palestras realizadas
por profissionais da saúde infantil,
como endocrinologistas”, explica.
Na prática, a disciplina de Educação Física segue a matriz curricular e contempla dois eixos: o
movimento corporal e a contextualização deles com os principais
conteúdos direcionados pelas demais matérias ao Ensino Fundamental I (crianças de 6 a 10 anos) e
II (de 11 a 14 anos). Nas atividades,
os alunos têm acesso a códigos de
comunicação utilizados por outras
culturas e contextualizados historicamente. Dessa forma, segundo a
Prof.ª Mariluce, “são estabelecidas
relações entre um ou mais alunos, e
estes passam a ser capazes de construir, produzir, reproduzir e transformar as manifestações da cultura corporal de movimento de uma
forma crítica”, esclarece.
Os conteúdos são trabalhados
em três dimensões: procedimental,
conceitual e atitudinal, e oferecem
às crianças a ampliação do repertório motor e o conhecimento de no-
vas formas de comunicação. Além
disso, estão voltados a habilidades
motoras fundamentais e combinadas, brincadeiras e jogos infantis
nos diferentes contextos culturais,
representações individuais e do
grupo, principais valores, regras,
acordos e exploração de materiais
alternativos. A prática esportiva influenciará nos aspectos funcionais
do corpo e do movimento, além do
conhecimento, de hábitos, noções
de ética, valores, vontades, afeto,
desejos, colaborando sempre para
a formação integral do aluno.
Por fim, a professora afirma que
a prática esportiva deve ser contínua ao longo da vida dos estudantes, sem, entretanto, que os aspectos emocionais e sociais sejam
deixados de lado. “Ela deve ser contínua de modo que o aluno, em interação com o professor, identifique,
durante o próprio processo de ensino-aprendizagem, seus avanços e
suas dificuldades no desenvolvimento das atividades”, conclui.
Colégio Marista São Francisco
23
en. médio
Educação Física na adolescência
desperta o aluno para a qualidade de vida
As aulas de Educação Física são fundamentais para que o aluno
desenvolva o hábito da atividade física na vida adulta
cipação do aluno que discute ideias
e sugere algumas atividades contempladas na matriz curricular. Segundo
a professora Marlise Rieck da Silva,
responsável pela disciplina de Ed.
Física no Ensino Médio, as aulas de
Educação Física têm como principal
objetivo desenvolver nos alunos uma
consciência positiva sobre a importância das atividades físicas para a
qualidade de vida que desejam ter
quando adultos. Dessa forma, torna-se fundamental a existência de aulas
teóricas e expositivas, possibilitando
a reflexão sobre os temas trabalhados
para, posteriormente, auxiliar nas
aulas práticas.
Além disso, a disciplina aborda
conceitos relacionados à qualidade de vida e a padrões estéticos. De
acordo com a professora Marlise,
na adolescência, uma das maiores
preocupações dos alunos é com a
estética; por isso, é importante que
eles estejam bem orientados. “Sabemos que eles tem acesso a uma infinidade de informações e, no meio
da ansiedade juvenil, precisam ser
orientados para compreender as
transformações pelas quais passam, com os anseios e medos
que possuem. Cabe aos professores auxiliá-los, orientando sobre
como filtrar tantas informações.
Geralmente, os jovens buscam um
corpo “sarado”. Temos o papel de
orientá-los sobre como conquistar
seus objetivos de forma saudável,
sem colocar em risco a saúde, o
que pode ser irreversível”.
De acordo com professor Diogo
Kohl que atua no segmento da Ed.
Infantil a Ed. Física deve proporcionar as diferentes áreas do conhecimento. “Quando pensadas nesse
contexto, as práticas corporais se
abrem como uma gama de oportunidades para que o aluno interaja e
busque conhecer e construir novas
formas de aprendizagem.”
“Teremos nosso objetivo cumprido se, independentemente das
escolhas profissionais e pessoais
de cada um no futuro, eles internalizem a prática da atividade física como um hábito para manutenção de uma vida saudável”,
explica Marlise.
© Foto: Elaine dos Santos Cezaro
A prática esportiva se destaca
por proporcionar alguns benefícios
essenciais para o desenvolvimento
saudável dos jovens. Nas aulas de
Educação Física, o esporte, os jogos,
as atividades rítmicas e as demais
manifestações corporais devem ser
entendidos como conteúdos a serem aprendidos e compreendidos.
Nesse âmbito, as aprendizagens extrapolam as barreiras das salas de
aula e o aluno tem a oportunidade
de experimentar as mais diferentes
sensações. Cada sentimento (frustração, força de vontade, persistência, euforia, superação ou medo etc.)
traz benefícios diferenciados, principalmente ajudando o jovem a superar seus próprios limites na busca
constante de seus objetivos.
Nas aulas ministradas, o aluno é
incentivado a estabelecer contato
com vários tipos de vivências corporais. A partir desse contexto, as aulas
são elaboradas, proporcionando autonomia aos alunos para apropriação e construção da cultura corporal
de movimento. Para isso, o planejamento do professor garante a parti-
24
Colégio Marista São Francisco
diz aí
?
Qual é o preço
© Fotos: Elaine dos Santos Cezaro
da vitória?
ATÍLIO DALBOSCO BATTIROLA
13 anos
GABRIEL LUIS CERVELIN
10 anos
CAROLINA COMELLI PANHO
12 anos
"Cada conquista é prova de que
todos os treinos, todos os esforços,
todo o trabalho realizado valeu a
pena."
"Eu gosto de lutar, é algo que me
traz felicidade. Por isso, acredito
que vale a pena todos os esforços.
Quando ganho uma luta, sinto
uma emoção inexplicável, é
realmente recompensador."
"É gratificante ver que todo
o empenho que a gente teve
resultou em uma vitória. A gente
ganha mais que uma medalha;
ganha experiência e amigos
também."
26
Colégio Marista São Francisco
LAURA CIARINI
12 anos
STHÉFANIE BERNARDO DE
OLIVEIRA
12 anos
NICHOLAS HENRIQUE CATARINO
TAQUES
14 anos
"A vitória é boa para nossa
autoestima, para a vida. E
os esforços são meios para
isso. Eu tiro proveito de cada
oportunidade."
"Vale a pena cada treino, cada
minuto, quando a gente faz o que
gosta. E a vitória é gratificante,
pois não é uma obrigação; é
a consequência do esforço, da
dedicação."
"Vencer é muito bom, mas, para
mim, competir traz experiências
e isso vale mais do que a vitória
em si."
OPINIÃO DA EDUCADORA
A prática intensa de esportes na rotina de crianças e jovens deve ser vista com certa
cautela. Na infância, a prioridade deve ser o brincar: pedagogicamente, compreende-se
que o desenvolvimento da criança passa pela cultura do brincar. Ela deve ter muitos momentos em sua rotina em que a atividade lúdica esteja presente, situações que se distanciam dos exercícios repetitivos de treinamento de alguma modalidade esportiva. Já os esportes no cotidiano dos jovens podem estar inseridos tanto como conteúdo das aulas de
Educação Física como também em modalidades específicas de treinamento. Vale ressaltar
que ambas possuem objetivos específicos e estratégias de aulas diferenciadas. Apesar dos
esportes contribuírem com o desenvolvimento integral dos jovens, há de se indicar que o
excesso e a busca desenfreada pela performance e pelos bons resultados podem trazer efeitos contrários aos que se almejam.
LILIAN CRISTINA GRAMORELLI
Mestre e Doutoranda em Educação pela Faculdade de Educação – USP
Colégio Marista São Francisco
27
caleidoscópio
© Fotos: Elaine dos Santos Cezaro | Mateus Vitor Tadioto
Aula de sistema digestivo no Laboratório de Ciências.
Professor veio caracterizado para
plantão pedagógico do ensino médio.
2013
Intervalo do Ensino Médio.
CALEIDOSCÓPIO
Brincando no colégio.
Concentração para o vestibular Acafe.
28
Colégio Marista São Francisco
Olimpíada de Química. Alunos premiados com o professor Amilcar.
Ler, Saborear e Literar.
Formatura das turmas 91 e 92.
Preparação para a formatura - Turmas 51 e 52.
Colégio Marista São Francisco
29
destaque
Aluno Marista é revelação no
Motocross Nacional
Com apenas 12 anos, Thuí Todeschini concilia a rotina
entre os treinamentos e as aulas regulares, e já
representou o Brasil em competições internacionais
© Fotos: Arquivo Pessoal
Arthur Piva Todeschini tem apenas 12 anos de idade
e há oito já é considerado uma das revelações do Motocross brasileiro. Desde os 4 anos, Thuí pega pesado
nos treinamentos para obter nas corridas os melhores
resultados possíveis. E assim tem sido. Com o apoio
da família, o garoto já conquistou títulos importantes, como o Bicampeonato Brasileiro de Motocross, o
Bicampeonato do ArenaCross, o 1º lugar na Superliga
30
Colégio Marista São Francisco
Brasil de Motocross e do Brasileiro MX, todos na categoria 65 cilindradas. Thuí, como prefere ser chamado,
também integrou a equipe que representou o Brasil no
Campeonato Mundial de Motocross Júnior, organizado em agosto de 2012 pela Federação Internacional de
Motociclismo (FIM), na Bulgária. Depois de um ano de
premiações nacionais na categoria 65cc, essa foi a estreia de Thuí em competições internacionais.
A mais recente conquista de Thuí, no entanto, não é
um troféu nem uma medalha, e não está, a princípio,
no pódio, mas é fruto de todo o trabalho realizado ao
longo dos anos de muito suor, treinamentos e esforços. Em fevereiro de 2013, o adolescente foi contratado pela Yamaha Grupo Geração, que agora patrocina
as corridas do menino pela categoria 85 cilindradas.
A contratação de Thuí representa o retorno da marca
às categorias de base do motocross nacional. Desde
então, os treinos da pré-temporada já acontecem com
a “azulzinha”, como é carinhosamente chamada a Yamaha YZ 85cc que Thuí faz voar.
A rotina é pesada e, por isso, segundo Nani Todeschini, mãe de Thuí, precisa ser programada com antecedência. Todos os dias durante as manhãs, Thuí
frequenta as aulas regulares do Colégio Marista São
Francisco, e duas vezes por semana, durante o turno
vespertino, realiza com um profissional da Educação Física treinamento especializado para pilotos de
motocross, com foco no condicionamento físico. Nos
demais dias, as tardes são dedicadas aos treinamentos com a moto. Apesar da rotina exaustiva, Thuí não
descarta a importância dos estudos para o futuro. “O
estudo é muito importante para qualquer pessoa e os
atletas também precisam de uma boa formação escolar. São os estudos que nos auxiliarão em tudo na
vida”. Apesar do cansaço, ele tem a certeza de que a
prática esportiva o tornará um adulto responsável e
consciente de seus deveres. “O esporte é fundamental
porque ele ajuda a formar pessoas que conhecem suas
obrigações e seus limites. Para se sair bem no motocross, por exemplo, é necessário ter disciplina e treinar muito”, explica.
O apoio que o Colégio Marista São Francisco dá ao
garoto é fundamental para que ele consiga bons desempenhos nas pistas e no boletim. Para participar
das competições, Thuí frequentemente precisa viajar e
acaba faltando às aulas, muitas vezes, em dias de provas. Mas, conta com a compreensão dos professores
e da coordenação pedagógica para recuperar o conteúdo perdido. “O Colégio me apoia na recuperação de
provas e trabalhos não efetuados. Viajo muito durante
o ano e, então, acabo faltando; muitas vezes, é justamente nas datas de provas”, explica. Na rotina escolar, Thuí também tem ótimo desempenho nas aulas de
Educação Física, e as atividades realizadas contribuem
para que o atleta mirim mantenha o condicionamento
físico exigido pelo esporte. Entretanto, ao final de cada
conquista, tudo vale a pena, segundo Thuí. “Cada vez
que conquisto um título tenho a certeza de que tudo
valeu a pena”, afirma.
E é com a certeza da recompensa ao final de cada dia
de trabalho árduo que Thuí pretende continuar com o
motocross e, num futuro ainda distante, se transformar em um Juiz de Direito. Mas, num futuro próximo,
o foco do garoto está nas competições em solo norte-americano. “Meus planos são continuar treinando
muito para poder competir nos campeonatos no AMA
Motocross e no Supercross, ambos realizados nos Estados Unidos. Quero ser um piloto profissional e também gostaria de ser, quem sabe, um juiz, mas ainda
é cedo para ter bem definida qual carreira vou seguir
profissionalmente”, concluiu.
Apesar de ser destaque nacional no motocross e de
pensar na carreira de atleta, Thuí ainda é um garoto e,
como tal, tem preferências típicas de um adolescente
de 12 anos, como as panquecas com cobertura de morango preparadas pela mãe, os programas de televisão,
como os transmitidos pelo Multishow, e as disciplinas
de Geografia e Inglês.
Colégio Marista São Francisco
31
você
você sabia?
sabia?
Muita história
Professor é tido
como ídolo pelos
alunos e procurado
para treinar filhos
de ex-alunos
para
contar
VINTE ANOS DE PROFISSÃO E MUITA HISTÓRIA PARA CONTAR
Em Chapecó, o professor Marco Antônio Crespo (ou Prof. Crespo) é alvo do carinho e das lembranças dos ex-alunos Maristas que passaram pela escolinha de basquete pela qual Crespo é responsável.
Vinte anos é tempo suficiente para muitas histórias, mas Prof. Crespo destaca algumas em especial. Dentre
elas, a de um time mirim de basquetebol formado por meninas com idades até 12 anos. Segundo Crespo, o
time, durante um ano inteiro, perdeu absolutamente todos os jogos que disputou. “Perdíamos todos os jogos,
mas o curioso é que éramos os únicos que saíamos da quadra comemorando. As jogadoras pulavam e riam de
felicidade. Como eram meninas pequenas, tínhamos com elas um sistema de estágios e combinávamos: hoje
podemos perder de 90, mas precisamos marcar 30 pontos. Então, quando elas atingiam a pontuação, ficavam
felizes demais da vida”, lembra.
Mas, um dos episódios que mais deixa o Prof. Crespo
emocionado é o que aconteceu na final do primeiro
campeonato estadual disputado pelo time de adolescentes do Colégio Marista. Após uma sequência de
vitórias com um time formado apenas por estudantes
pré-adolescentes, a derrota veio com a diferença de
um ponto em relação ao adversário. Ele conta como
foi: “Os alunos se abraçaram no meio da quadra e
começaram a chorar quando os pais de todos eles,
que lotavam as arquibancadas, desceram aplaudindo. Esse foi um momento mágico que me arrepia só de
lembrar”, conclui.
32
Colégio Marista São Francisco
© Ilustração: Nome do ilustrador
A forma como as meninas lidavam com as derrotas foi motivo de curiosidade e tema de um mestrado em Portugal. “Esse professor filmou as meninas e as entrevistou para saber como elas lidavam daquela forma com
as derrotas. Algumas falas delas eu tenho guardadas até hoje”, conta Crespo. Segundo o treinador, as alunas
disseram coisas assim: “Eu descobri que podemos ser vitoriosas sem ganhar nada”. Tal depoimento, para o Prof.
Crespo, é mais valioso do que o primeiro lugar no pódio. Posteriormente, três daquelas atletas entraram para a
seleção estadual de basquete, e uma delas foi Isabella Fellini Hazim, que hoje está na seleção brasileira sub 15,
e é campeã sul-americana de 2012.
gente nossa
© Foto: Arquivo pessoal
EX-ALUNO
MARISTA
HOJE JOGA NOS
ESTADOS
UNIDOS
Guilherme Fuck jogou
pelos times do Colégio
Marista São Francisco,
continua a carreira pelo
time da Northwest College
e sonha chegar à NBA
Desde que saiu da escolinha
do Prof. Crespo, em Chapecó,
Guilherme Fuck, 24 anos, ex-aluno
do Colégio Marista São Francisco,
vem colhendo os frutos do trabalho realizado ao lado do professor,
amigo e conselheiro de infância.
Treinado por Crespo, Fuck hoje é
jogador de basquete profissional
pelo time oficial da Northwest College, nos Estados Unidos. Antes
de chegar ao país, que tem o basquete como um dos esportes mais
populares, o jovem ainda passou
pelos clubes nacionais da AVIBA/
UNOESC Videira, Jacareí (um ano),
COC/Ribeirão Preto (onde atuou
por quatro anos), C. A. Paulistano
(um ano) e São Caetano (um ano).
Apesar de atualmente percorrer um caminho rumo ao sucesso
profissional e esportivo, Fuck conta que batalhou para chegar onde
está. Ele começou a jogar basquete
há 13 anos, quando foi descober-
34
to pelo Prof. Crespo, em 1999. “Eu
nunca tinha jogado, mas Crespo viu
potencial em mim e me convidou
para participar da sua escolinha no
Colégio Marista. Ele foi um grande
incentivador da minha carreira e,
ainda hoje, quando vou a Chapecó,
me ajuda nos treinamentos”, conta.
Foi por meio do esporte que Fuck
deixou a escola estadual e passou
a estudar no Marista São Francisco.
Após peregrinar por diversos
clubes nacionais, quando estabilizado no COC/Ribeirão Preto, Fuck
sofreu sua grande primeira decepção no esporte, que quase o fez
parar de jogar: o fechamento do
time. A partir daí, ele resolveu focar nos estudos. Após perceber as
dificuldades de conciliar o esporte
profissional à academia, Fuck decidiu tentar os Estados Unidos e
conseguiu. “Como jogar basquete e
estudar não é possível no Brasil, decidi tentar jogar nos EUA, onde os
Colégio Marista São Francisco
estudos e o basquete andam juntos.
Consegui vir até aqui com ajuda de
um amigo, Ricardo Andreotti (que,
atualmente, joga no Dakota do Sul).
Ele falou que um pré-requisito para
tentar jogar nos EUA é ter um DVD.
Fiz o vídeo e mandei o quanto antes, o técnico aprovou e hoje estou
aqui”, conta. Paralelamente ao esporte, ele cursa a faculdade de Administração na Northwest College,
no estado de Wyoming.
Os dois maiores sonhos do atleta,
atualmente, são jogar pela National
Basketball Association (NBA) e pela
Seleção Brasileira. Paralelamente,
ele pretende investir na carreira de
administrador de empresas. “Dois
dos meus sonhos são jogar na NBA
e na Seleção Brasileira. Gostaria
muito e vou trabalhar para isso.
Mas, uma hora nosso corpo nos
obriga a parar de jogar, então quero
ter uma segunda opção, no caso, a
Administração”, conclui.
w ww.colegiosmaristas. co m. br
Vem aí a Olimar, evento esportivo que reúne todos os Colégios Maristas
a cada 2 anos para celebrar o esporte e a amizade! De 11 a 15 de outubro,
nos Colégios Maristas Arquidiocesano e Glória, São Paulo.
Mais informações no Núcleo de Atividades Complementares.
Colégios Maristas.
Preparação para todas as provas da vida.
Patrocínio
ser melhor
© Foto: Elaine dos Santos Cezaro
Aprendemos a
valorizar as pessoas
e a pensar que a
realidade social
poderia ser diferente
se todos fizessem
sua parte.
Juventude Marista
é sinônimo de solidariedade
“Nosso objetivo é continuar a missão legada por Champagnat”
Luiz Henrique Curti, 17 anos, é
aluno da 3ª série do Ensino Médio
do Colégio Marista São Francisco,
e se tem algo que aprendeu nesses
cinco anos de Instituição, além dos
conteúdos curriculares é o trabalho
voluntário, onde dedica tempo para
fazer o bem ao seu semelhante, por
meio de práticas solidárias.
Para Curti, às práticas solidárias trazem um benefício pessoal.
“Quando vemos o sorriso de cada
pessoa que recebe a nossa ajuda, a
36
felicidade que podemos proporcionar com muito pouco crescemos
como seres humanos. Aprendemos
a valorizar a pessoa e pensar que a
realidade social poderia ser diferente
se todos fizessem sua parte”.
Como um dos integrantes da Comissão Local de Juventude do Colégio Marista São Francisco, também
ajuda a criar alternativas de encontros e atividades que envolvam os
demais jovens, propondo temas e
discussões que permeiam a vida dos
Colégio Marista São Francisco
adolescentes. Nos encontros, nosso
objetivo é continuar a missão legada por Champagnat de “tornar Jesus
Cristo conhecido e amado...”.
Preste a concluir a etapa escolar,
já sabe qual carreira seguir. Pretende
cursar Direito e continuar levando,
como conduta para a vida os valores
ensinados e vivenciados no colégio.
“A PJM (Pastoral Juvenil Marista) me
trouxe valores que não pretendo
abandonar, mesmo quando deixar
de frequentar o Marista”, conclui.
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A websérie feita por você.
O novo Yes, We Cast! já está no ar.
Acesse youtube.com/canalmarista e fique
por dentro do tema deste mês.
Colégios Maristas.
Preparação para todas as provas da vida.
© Foto: Arquivo pessoal
essência
Ir. Leomar D’Avila
Educador
físico e diretor
institucional do
Centro Social
Marista Santa
Mônica
A prática condizente de qualquer
modalidade esportiva, competitiva
ou não, leva a pessoa a desenvolver
suas capacidades e aptidões. É no
momento de interação que se atinge
diretamente o outro, gerando, assim,
socialização e aprendizagem. Desse
modo, experiência no esporte é a
oportunidade para aprender os valores da solidariedade, conhecimento,
respeito, ou seja, é a oportunidade
de cuidar da integridade do outro,
aperfeiçoando a si mesmo.
Conforme o Ministério da Educação e Cultura (1998), o esporte é
elemento de grande valia, quando
se fala de interação socioafetiva,
pois é a forma de expressar a comunicação que possibilita a crianças e
adolescentes partilhar significados,
conceber regras, compartilhar valores, ideias e emoções, construindo as
características do indivíduo e socializando-o. Por meio do esporte, interiorizam-se comportamentos, dá-se
satisfação ao grupo, contemplam-se
aspectos pessoais e sociais, configuram-se motivos que impulsionam
os seres humanos à interação social,
para o necessário aperfeiçoamento
do físico e do moral.
O esporte, dentro da escola ou
mesmo em outros ambientes, leva
as crianças e adolescentes a descentralizarem-se, comunicarem-se e
aceitar regras e atitudes dos outros,
contribuindo para a formação e aceitação de normas de convivência coletiva, determinando regras, valores,
38
Esporte:
socialização e
aprendizagem
ações e gestos que validam o convívio. Assim, quando o esporte se torna algo coletivo e participativo, além
de construírem-se conhecimentos
múltiplos, valoriza-se a cultura do
outro sem descurar a própria; criam-se estratégias com base nas ideias e
conhecimento do outro; garante-se
o respeito, toleram-se as dificuldades
e as limitações demonstradas pelos
envolvidos. Em suma, todas as decisões propendem a ser tomadas para o
melhor do grupo, estimulando o processo de socialização e tornando-os
responsáveis pelas suas ações.
A prática esportiva contribui com
o processo de aprendizagem, constituindo um meio atraente e bem
aceito pela criança; por meio de atividades divertidas, instiga-se simultaneamente o esforço e o prazer de
aprender brincando. As crianças e
adolescentes demonstram seus desejos e vontades advindos e construídos
ao longo de sua história de vida, mostrando suas tendências, seu caráter e
sua personalidade. Essa aprendizagem é manifestada quando a criança
se confronta com novas informações
e novos modos de se realizar esses
mesmos jogos e brincadeiras em grupos maiores.
O esporte é uma forma de proporcionar situações que levem a solucionar as dificuldades entre as relações
cognitivas ou socioafetivas, dando
respostas construtivas, que valorizam
o diálogo, o respeito e a estima das
ideias no trabalho coletivo.
Conceitualmente, consideramos o
esporte como um conjunto de exercícios físicos, coordenados por métodos. O ser humano, criado à imagem
e semelhança de Deus, desenvolveu,
ao passar dos tempos, inúmeras atividades esportivas, com real interesse
de praticá-las, visando a aprimorar
sua coordenação motora, a autoestima, a potencialidade técnica e, principalmente, sua saúde física e mental.
Toda e qualquer modalidade esportiva, assim como a vida, é regida
por regras específicas, favorecendo
ou punindo a postura comportamental de quem as pratica. Paralelamente, também buscam a socialização:
manter contatos, trocar experiências,
buscar momentos prazerosos, aperfeiçoar relacionamentos e conquistar
espaços, apesar das diferenças entre
as pessoas. O esporte integra, não somente força, velocidade e resistência,
mas de maneira especial, as relações
humanas que conduzem a aproximar
e a viver a cidadania e a dignidade humana, com a autorrealização e a qualidade de vida desejadas.
A convivência esportiva abre
sempre novos horizontes culturais,
mostra maneiras convenientes e vantajosas de aprender e ganhar com
humildade e perder com sabedoria.
Para um atleta, é importante perceber
suas reais capacidades e conscientes
limitações, demonstrar raciocínio,
disciplina, determinação, habilidade
e participação efetiva, visando ao útil,
ao agradável e, consequentemente,
aos louros das conquistas esportivas,
revelando o sentido da sua aplicação,
experiência no ambiente em que
atua e vivencia.
Nós, desportistas conscientes,
declaramo-nos contrários às influências capazes de canalizar impulsos
de violência, explosões emocionais
desrespeitosas, paixões desenfreadas,
individualismo exagerado e discriminação... enfim, diferenças antiesportivas. Enfatizamos a construção de
uma sociedade solidária a serviço da
saúde, do bem estar e da vida, tornando-a mais humanizada e mais nossa.
O esporte gera envolvimento, integração, amizade, saúde, vida que
mobiliza e contagia constantemente
as multidões. Sabiamente, já na sua
época, São Marcelino Champagnat
considerava a prática esportiva muito valiosa para a educação, já que era
capaz de fortificar o corpo e purificar
a alma. É um ponto de visto educativo, inovador e profundo, de suma
importância, mesclando a formação
integral do ser humano, formar bons
cristãos e virtuosos cidadãos.
Agradável o esporte que produz e
transmite lazer, saúde, arte e vida.
© Foto: Divulgação - Marista Pio XII
© Fotos: Sxc.hu
Esporte
que aproxima
Ir. Dionísio
Balestrin
Irmão Marista da
Província do Rio
Grande do Sul
39
solidariedade
Competir para
todos ganharem
Projeto Juventude e Solidariedade no Esporte visa a incluir jogos com caráter
mais solidário nas aulas de Educação Física de unidade social Marista
Com várias pessoas de pé e algumas cadeiras na sala, a música começa. Não, ninguém vai ficar naquela aflição para sentar. Há lugar para
todos. A segunda rodada começa
com uma cadeira a menos e, quando
a música para, todos continuam na
brincadeira. Aquele que está de pé só
precisa encontrar uma cadeira para
dividir. Essa é uma representação da
clássica dança das cadeiras, em uma
versão cooperativa: mais harmônica
e focada no trabalho em equipe.
Para os professores Carlos Pedro
Gomes, Filipi Lima e Mário César
Oliveira, do Centro Educacional Ma-
40
rista São José, localizado na região
metropolitana de Curitiba, atividades como essas que caracterizam os
jogos cooperativos possibilitam “que
os participantes libertem-se da ânsia
pela competição em prol da participação e do lúdico das atividades.
Ganhar ou perder não entra nesta
discussão”.
Tendo como referência esse movimento solidário no desporto, o Centro Educacional Marista São José, em
parceria com o Núcleo de Pastoral da
Unidade, está colocando em prática
o projeto Juventude e Solidariedade no Esporte. A ideia consiste em
democratizar o acesso e a prática
sistematizada do esporte educacional, tendo como guia as diretrizes da
Rede Marista de Solidariedade.
Um dos grandes desafios da Educação Física escolar, segundo os educadores, é alterar o conceito de que
as modalidades praticadas durante
essa disciplina precisam ser aplicadas estritamente com o objetivo de
competição e rendimento. “Tradicionalmente, a Educação Física foi
construída sobre os pilares de que
o rendimento leva à vitória. Porém,
esse conceito vem caindo com o passar do tempo. Ela precisa, sim, ser
© Fotos: João Borges | Divulgação
um agente transformador para os
envolvidos”, afirma a equipe.
Os professores explicam que a
ideia do projeto partiu da necessidade de ampliar a participação do
educando dentro das atividades e
também para mediar os conflitos
ocorridos nas aulas de Educação
Física. Com isso, minimizam-se
as diferenças de potencialidades
físicas e técnicas dos educandos
dentro de um mesmo grupo, proporcionando a todos a mesma importância para conquistar os objetivos das aulas.
Para cumprir esses objetivos, os
jogos cooperativos podem – e devem – ser incorporados às aulas de
Educação Física. Há muitas opções
de atividades que estimulam a solidariedade, a união, o respeito e a
vitória do grupo (confira as dicas
de livros no box ao lado). Ao mesmo tempo, é possível tornar cooperativo um jogo tradicionalmente
competitivo, flexibilizando suas
regras, dividindo o protagonismo
das ações, envolvendo o grupo em
vários desafios corporais, sempre
respeitando os limites de cada um.
No formato cooperativo da dança das cadeiras, por exemplo, a
mudança de regras traz uma vitória
coletiva. A cada rodada, o jogo vai
ficando mais divertido e estratégico, pois ninguém pode ficar sem
lugar. No fim resta apenas uma cadeira, e o grupo precisa arquitetar
de que forma todos sentarão nela.
Em sua essência, os jogos cooperativos geram espírito de união,
responsabilidade e participação.
Pontos importantes em todas as
fases da vivência escolar. Para os
professores, é nessa prática que se
aprende, de forma saudável, a abrir
mão dos interesses individuais em
prol do coletivo. “Com os jogos cooperativos, podemos experimentar, verdadeiramente, o significado
de coletividade”, acredita a equipe.
A vitória se constrói junto
A principal diferença entre os jogos
competitivos e os cooperativos está nos
meios utilizados para se chegar à vitória.
Nos jogos cooperativos, o que conta é o
processo e não o resultado. Conheça algumas opções:
Jogos cooperativos sem perdedores
Nesta categoria, todos os participantes
fazem parte de um mesmo time e o resultado é compartilhado. A dança das cadeiras citada nessa matéria exemplifica esse
tipo de jogo.
Jogos de resultado coletivo
Jogos que permitem a existência de
duas ou mais equipes, sem que haja
competição entre ambas, pois os objetivos e resultados são comuns, favorecendo a cooperação de todos. A equipe de
Educação Física do Centro Educacional
Marista São José sugere que, em um jogo
de basquete, cada grupo tente converter lances livres em pontos para as duas
equipes. O resultado do jogo é a soma
dos pontos dos grupos. O desafio será
considerado superado somente quando
o placar atingir a meta estipulada anteriormente, por exemplo, 100 pontos.
Jogos de inversão
Experimentam-se situações de troca, de placar ou de jogadores, entre as
equipes, favorecendo a valorização dos
parceiros de jogo e diminuição da preocupação excessiva com o resultado. Na
inversão de placar, cada ponto feito é
marcado para o outro time. Na troca de
jogadores, cada um troca de time ao fim
de cada lance.
Jogos semicooperativos
Ainda que apresentem caráter competitivo, esses jogos visam à participação
de todos durante a rodada. Por exemplo,
futebol com times mistos. Os passes precisam ser alternados entre homens e mulheres e para o jogo terminar todos precisam ter marcado pelo menos um ponto.
Boas ideias
Os livros a seguir apresentam jogos
criativos que podem ser aplicados no
ambiente escolar ou em um momento
em família:
100 Jogos Cooperativos: Eu
coopero, Eu me divirto
(Editora Ground)
A autora Christine Fortin
apresenta, de forma prática e
detalhada, 100 maneiras
de executar atividades cooperativas, as quais podem ser adaptadas de
acordo com o local e o perfil de cada público
– de crianças a adultos.
110 Jogos Cooperativos Com
Balões: Voando Com os
Sonhos
(Editora Sprint)
A obra, escrita por Reinaldo
Soler, compõe uma coleção de
seis volumes sobre o tema.
O autor propõe jogos focados
na escola e acredita que ela não precisa ser
chata só porque é um ambiente levado com
seriedade.
MSM E OS
JOGOS COOPERATIVOS
A ideia de jogos cooperativos
também está presente na Missão
Solidária Marista (MSM). A última
edição do projeto, que ocorreu
de 20 a 27 de janeiro de 2013,
simultaneamente em cinco cidades
brasileiras – Almirante Tamandaré
(PR), Cascavel (PR), Dourados
(MS), São Bento (SC) e Eldorado, no
Vale da Ribeira (SP) –, contou com
oficinas socioeducativas ministradas
pelos próprios jovens missionários
participantes do projeto.
Segundo Diogo Galline, um dos
coordenadores da MSM, esse
vínculo proporcionado pelas oficinas
é muito positivo, pois há uma
troca de experiências significativa
entre os jovens participantes e
crianças e adolescentes do local.
Ele afirma que os jovens estão
dando continuidade ao sonho de
Champagnat, iniciado com foco nas
crianças.
Além das oficinas, os participantes
realizam outras ações na
comunidade, como reforma de
lugares públicos e palestras.
Galline reforça que o objetivo
maior da Missão é “educar para
solidariedade”.
41
© Fotos: Renata Duda
como fazer
Josileny Gonçalves Vidotti, mãe de Germano, valoriza boa alimentação do filho – que pratica esportes três vezes por semana.
Comer bem
para se exercitar
melhor
ainda
A alimentação influencia a vida que se quer
levar. Se ela é saudável, essa é a garantia
de que o caminho para os bons hábitos
estão dando certo
42
Torrada, queijo branco, suco de laranja e mamão papaia. A cena não
é de uma propaganda de
margarina, mas descreve
um pouco o que é um
café da manhã saudável. Dispostas a gastar as
energias de uma boa noite de sono, as crianças
precisam começar o dia
com uma alimentação
balanceada já na principal refeição. Repare:
em vez de um banquete,
alimentos certos e em
quantidades razoáveis
já são o suficiente para
garantir boas energias.
Afinal, alimentação adequada tem ligação direta
com o desenvolvimento
físico da garotada.
Criar bons costumes
é ideal para a formação
da criança. Exercícios
físicos, a prática do esporte e a alimentação adequada
são fortes aliados para que isso aconteça. “Para manter
hábitos alimentares saudáveis, a família precisa consumir
todos os grupos alimentares diariamente, nas quantidades
recomendadas, procurar variedade e estimular as crianças a preferir
alimentos frescos e mais
caseiros”, alerta a nutricionista e professora da
PUCPR Cyntia Leinig.
É o que a mãe de Germano Gonçalves Vidotti,
9 anos, põe em prática,
mesmo estando fora de
casa. Josileny Gonçalves
Vidotti almoçou junto
com o filho em uma
das cantinas do Colégio Marista Santa Maria
em plena segunda-feira. Embora a corretora
de imóveis tenha uma
semana agitada no trabalho, faz questão de dividir esse momento com o filho. “É
importante estar aqui e acompanhar de perto a alimentação dele. Desde pequeno mantemos bons hábitos em
casa, e hoje ele mesmo faz o prato e sabe o que é bom para
a alimentação dele”, exalta.
Essa dedicação na alimentação garante a manutenção
da saúde. “Em paralelo, deve incentivar a criança a praticar as mais diversas atividades esportivas associadas
às brincadeiras. Isso não é só importante para a saúde
física, mas também para o desenvolvimento motor e psicológico da criança”, defende a nutricionista. Sabendo
dessa combinação entre alimentação e esporte, a mãe
de Germano intensifica a rotina do garoto – que pratica
atividade física três vezes por semana. “Na segunda e na
quarta ele joga handebol. Sábado é dia de tênis”, conta
Josileny. Por causa do esporte, a alimentação do atleta
tem diversos nutrientes. “Ele sabe o que tem de comer,
então já pega salada, verduras, carne e o arroz”, calcula
a mãe.
E O DOCE, PODE?
Ir a uma festinha de aniversário é praticamente um
encontro marcado com brigadeiros, bombons, refrigerantes e outras gostosuras tão amadas pelos pequenos.
Da mesma forma como quando são apresentados às
crianças, é preciso deixar claro que os doces não devem
fazer parte da rotina delas. “O excesso no consumo desses alimentos contribui para o aumento do peso, das
cáries dentárias e também de outras doenças”, alerta a
nutricionista.
No entanto, proibir não é a solução. “Quanto mais tarde
forem apresentados a esses alimentos, melhor, mas caso a
criança já saiba pedir o doce, é possível
Só mesmo o hábito
fez a estudante
equilibrar em duas
Márcia Machado
Moreira, de 12 anos,
vezes na semana e
se acostumar com
‘as folhas’.
em pequena quantidade”, explica Cyntia.
HÁBITO
Comer bem é uma
questão de hábito. A
partir do momento
em que se torna costume comer alimentos cuja cor antes
nem se via, é mais
tranquilo assimilar a
importância deles. A
tese foi comprovada
pela estudante do
Marista Santa Maria,
Márcia Machado Moreira, 12 anos. Ela confessou que há
um ano não comia salada e torcia o nariz para a maioria
“das folhas”, nome batizado pela estudante. “Eu passei a
comer mais verdura quando minha mãe começou a pegar no pé. Passei a comer por causa dela, mas hoje coloco
no prato até quando ela não está. Acostumei”, brinca.
NA PRÁTICA
O Ministério da Saúde recomenda alguns passos essenciais para a alimentação saudável das crianças, confira
alguns deles:
1) Fracionamento de três refeições diárias intercaladas por dois
lanches saudáveis ao dia;
2) Consumo diário de cereais (arroz, milho), tubérculos
(batata), raízes (mandioca), pães e massas, distribuindo esses
alimentos nas refeições;
3) As frutas devem ser distribuídas nas refeições, sobremesas
e lanches;
4) Consumo de feijão em pelo menos cinco dias na semana;
5) Consumo diário de leite e derivados, e de carnes, aves,
peixes ou ovos;
6) Estímulo ao consumo de água.
43
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FILME
Heleno
Minha dica é o filme Heleno. Ele retrata a história de Heleno de Freitas, o príncipe da era
de ouro do Rio de Janeiro nos anos 40, quando a cidade era um cenário de sonho, cheio de
glamour e promessas. Nas elegantes festas da época, ele representava a beleza e o charme.
Nos campos, ele era visto como um gênio: explosivo e apaixonado pelo futebol. Heleno tinha
certeza de que seria o maior jogador brasileiro de todos os tempos. Mas a guerra, a sífilis e as
desventuras de sua vida mudaram seu destino, levando-o da glória à tragédia.
Junior Cesar Dias de Jesus - Assessoria de Educação do Colégio Marista de Londrina
JOGO
PES 2013
Eu escolho e compartilho o jogo mais utilizado entre os jogadores, o PES
2013, que simula partidas de futebol. No jogo virtual, é possível propor
partidas amistosas ou criar seu próprio personagem “rumo ao estrelato”.
Também existe a opção de administrar uma equipe no modo “Liga
Master”, entre outros modos adequados ao gosto de quem está jogando.
Rulligulity Menegussi de Barros, 17 anos
3° ano do Ensino Médio do Colégio Marista São Luís
GUIA PRÁTICO
A semente da vitória
O livro que eu indico é A semente da vitória, de Nuno
Cobra, que foi preparador físico e mental do Airton
Senna. Valores agregados ao esporte, como superação,
autoconfiança e sua visão sobre os cuidados com a saúde
estão presentes na obra. A grande lição do livro é mostrar
que o segredo para superar limites, rumo à excelência,
consiste principalmente em acreditar em si mesmo.
Silvana Marques Freitas
Professora do Colégio Marista Arquidiocesano
44
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL
Recomendo o site www.cbv.com.br/v1/, da Confederação Brasileira de Voleibol,
que possui grande variedade de informações, programações e notícias sobre
campeonatos da Seleção Brasileira. Lá também tem uma galeria de fotos, onde
podemos observar, com detalhes, as diferentes ações durante os jogos.
Fernanda Liu, 16 anos - 2º ano do Ensino Médio do Colégio Marista Londrina
LIVRO-AULA
Aprendendo a Educação Física
Utilizo bastante o livro infantil Aprendendo a Educação Física,
dos autores Maria Cristina Gonçalves, Roberto Costacurta
Alves Pinto e Silvia Pessoa Teuber. Eles embasam e justificam a
importância da Educação Física Escolar, em linguagem clara e de
fácil compreensão. O livro contém inúmeras atividades de jogos,
esportes, ginásticas, que subsidiam minha prática e que vêm de
encontro aos constituintes da Educação Infantil Marista.
Virlei Kunz – Professora do Colégio Marista São Luís
CANAL
SportTV
© Fotos: Divulgação
Eu adoro o canal SporTV. É o meu favorito. Ele apresenta
diversos vídeos de torneios e campeonatos de muitas
modalidades esportivas, como atletismo, basquete, futsal,
ginástica, tênis, surfe, além do vôlei.
Fernanda Liu, 16 anos - 2º ano do Ensino Médio do Colégio
Marista Londrina
45
olhar
Quando a
palavra
superação
ganha outro
sentido
Toda pessoa que planeja competir
em alto nível precisa se superar, seja
para baixar seu melhor tempo, saltar alguns centímetros mais alto (ou
para frente), driblar a falta de apoio
ou até problemas pessoais. Talvez
por isso a palavra superação esteja no
vocabulário de dez entre dez atletas.
Embora sirva para inúmeras ocasiões, a superação ganha um sentido
especial quando usada por um paralímpico – o termo, que se refere a
atletas com deficiência, antes paraolímpico, teve a grafia mudada em
novembro de 2011, a pedido do Comitê Paralímpico Internacional, para
desvincular o desporto adaptado do
movimento olímpico.
Embora trabalhe quase 15 anos
com jornalismo esportivo, meu contato com os paralímpicos era mínimo. A primeira competição que fiz
foram os Jogos Paralímpicos de 2012,
em Londres, que também havia sediado a Olimpíada daquele ano. Por
mais que já se saiba o que perguntar
ou como abordar um atleta, ficava
a dúvida: como questioná-lo a respeito da deficiência? Posso ofendê-lo ao querer saber o que houve e
como convive com ela? Para minha
surpresa, a grande maioria trata das
limitações, sejam congênitas ou adquiridas ao longo da vida, com naturalidade, e gosta de compartilhar
46
experiências. Poucos se incomodam.
O nadador André Brasil, dono de
nove medalhas em Paralimpíadas,
por exemplo, costuma se irritar com
diferenciações. Em Londres, quando
um jornalista usou o termo paratleta
numa pergunta, ele o interrompeu
bruscamente: “Atleta, por favor!”. Aos
3 meses, detectou-se que ele tinha a
perna esquerda mais leve do que a
direita por conta da poliomielite. Aos
pais, disseram que André não iria andar. Sua força de vontade nas piscinas mostrou exatamente o contrário.
Aliás, belas histórias não faltam.
Por isso a superação ganha outro
peso nesse ambiente. Na Paralimpíadas de Londres foram mais de
4.300 atletas de 164 países. São deficientes visuais, pessoas que sofreram traumas de guerra, cadeirantes
baleados em assalto... Martine Wright, britânica com quem conversei
lá, pratica vôlei sentado. Ela é sobrevivente do atentado terrorista ao
metrô de Londres, em 7 de julho de
2005. No vagão, estava a poucos metros do homem acusado de detonar
a bomba. Ficou presa às ferragens,
perdeu 75% do sangue do corpo,
sofreu 12 cirurgias e teve as pernas
amputadas acima dos joelhos. Achou
no esporte um novo ânimo de vida.
Medalha? Sua vitória foi ver a família
em seus jogos. Não há como não se
emocionar com esse tipo de relato.
Uma pena o espaço ser insuficiente
para descrever outros.
Dos 15 dias em Londres, passei
mais de sete gripado. Alguns dias foram difíceis para levantar da cama.
Mas bastava ver um atleta em ação,
ouvir sua história e o que sentia após
competir, para eu me sentir melhor.
A vida impôs a essas pessoas algo
muito mais devastador e traumático
do que uma gripe. E eles se superam, mostrando que a limitação é só
mais uma barreira. A vida não acaba
ali, só ganha um novo sentido, uma
nova motivação. Isso faz você refletir
e reclamar menos do cotidiano. É até
constrangedor fazer certas queixas.
Por “culpa” desses atletas, passei a
admirar e acompanhar mais de perto
o movimento paralímpico. Eles são a
maior prova de que nenhuma limitação é capaz de frear o ímpeto de um
ser humano quando ele quer se superar.
© Foto: Arquivo pessoal
Por Thiago Rocha, jornalista que contribui para o
jornal Lance e cobriu as Paralimpíadas de Londres,
em 2012.
curiosidade
Além do
asfalto
Você sabia que as corridas de rua surgiram e se popularizaram na Inglaterra no
século XVIII? Mas foi apenas na década de
70, com o incentivo do médico Kenneth
Cooper, criador do Teste de Cooper, que ela
se popularizou no mundo. A época ficou
marcada pelo jogging boom (“explosão da
corrida”), momento em que a população
começou a participar mais ativamente junto dos corredores de elite.
Correr! Uma prática tão comum, mas rodeada de histórias. Portanto, coloque seu
calção, um tênis e vamos correr pelo passado e pelas curiosidades que os asfaltos
têm para contar desse esporte tão famoso
Diz a lenda que a origem da maratona aconteceu
por volta do ano 490 a.C., quando um soldado correu
por cerca de 42 km, da cidade de Maratona até Atenas,
para avisar sobre vitória dos gregos contra os persas na
guerra. Filípides percorreu essa distância correndo tão
rapidamente que, ao chegar, só conseguiu dizer: “vencemos!”. Em seguida, caiu morto pelo esforço.
© Fotos: Sxc.hu
Por falar em maratonas,
na primeira edição dos Jogos
Olímpicos da Era Moderna,
ocorrida em 1896, em Atenas,
na Grécia, o grego Spiridon
Louis venceu o percurso de 40
km. O terceiro colocado foi seu
compatriota Spiridon Belokas,
que depois foi desclassificado
por percorrer parte do trajeto
de carro.
Foi só em 1945, na sua 20ª edição, que a prova recebeu a participação de competidores internacionais. A presença dos vizinhos do
Chile e Uruguai foi o estopim para
a participação efetiva de corredores das Américas, asiáticos, africanos e europeus.
O número
de inscritos da
primeira Maratona de São
Silvestre foi de
apenas 60, dos
quais apenas 48
comparecem
no dia da prova. Atualmente,
a competição
leva mais de 15
mil participantes às ruas da
capital paulista.
E a São Silvestre? Mais tradicional prova do país,
foi criada em 1924, em homenagem ao santo do
dia, pelo jornalista Cásper Líbero, inspirado em
uma corrida noturna francesa em que os atletas
corriam com tochas de fogo. É disputada no dia
31 de dezembro e já teve a participação exclusiva de homens, sendo Alfredo Gomes o primeiro
campeão da prova. Foi apenas em 1975 que as mulheres ganharam uma competição feminina. A primeira campeã foi a alemã Christa Valensieck.
Como foi possível perceber, as corridas de rua
contam cada vez com mais adeptos, segundo um
levantamento da Federação Paulista de Atletismo.
O aumento de praticantes reflete no rendimento
financeiro do esporte. Constatou-se que a prática
movimenta cerca de R$ 3 bilhões e que o número
de eventos aumenta cerca de 35% ao ano.
O sonho de todo corredor é participar das maiores
maratonas. Sabe quais são? Disputada desde 1897, a
Maratona de Boston é a maior e mais antiga, depois da
olímpica, seguida da Maratona de Nova York e da Maratona de Chicago, todas nos EUA. Além delas, há a Maratona de Berlim, na Alemanha, e a Maratona de Londres,
na Inglaterra. Todas fazem parte do World Marathon
Majors, que dá um milhão de dólares para os atletas
que fazem mais pontos na disputa das cinco provas.
Que tal entrar no ritmo da corrida e adotar o uso de aplicativos capazes de registrar diversas informações sobre o rendimento da prática do
exercício? O Endomondo é um aplicativo gratuito, bem recomendado
pelos corredores de rua e disponível para iPhone, Android e BlackBerry.
Outro aplicativo bastante utilizado e gratuito é o Runkeeper. Vale a pena
correr nesse ritmo.
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diversão
O passatempo centenário
de jogar peteca (há registros de que, no Brasil, a
atividade surgiu com os
índios) também é esporte
sério. De forma adaptada,
o badminton – que estreou
nas Olimpíadas em 1992 e
que se joga com raquete e
peteca – tem várias similaridades com a brincadeira
infantil. E nada melhor que
incentivar um esporte por
meio de uma diversão. Por
isso, a pedagoga e assistente social Fernanda Alves Teixeira ensina, passo a
passo, como montar uma
peteca com materiais que
todos têm em casa. Como
não existe partida sem torcida, a professora também
explica como montar uma
equipe de torcedores.
Pais e filhos, mãos à obra!
Esporte na
ponta dos
dedos
Antes de praticar, que tal inventar?
Aprenda, a seguir, a fazer uma peteca
reutilizando sacolas plásticas.
A torcida fica por conta dos dedoches
PETECA
VOCÊ VAI PRECISAR DE:
Folhas de papel de qualquer tipo
Tesoura
Sacola de mercado
Corte as alças da sacola e reserve.
Corte o fundo e as duas laterais também.
Pegue as folhas de papel e amasse até formar bolinhas de tamanho médio.
Coloque os dois lados da sacola um sobre o outro e
envolva as bolas de papel com eles.
Modele a peteca, pegando uma das alças que cortou e amarrando-a, dando um nó.
Corte as sobras do nó.
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© Fotos: Renata Duda
MÃOS À OBRA
DEDOCHE
VOCÊ VAI PRECISAR DE:
1 molde redondo (para
fazer a cabeça do torcedor)
Tesoura
Folhas de papel colorido
Lápis
Cola em bastão
Canetinha colorida
MÃOS À OBRA
Coloque sobre o papel dois dedos para fazer o molde
da altura e largura do seu boneco, risque e dobre a
folha de papel, recorte na linha que desenhou.
Passe a cola em bastão apenas nas bordas do molde e cole um sobre o outro. Lembre-se, o meio e a
base não devem levar cola.
Pegue o molde redondo e desenhe um círculo para
fazer a cabeça. Em seguida, recorte-o.
Para a camisa e o calção, faça o desenho do mesmo
tamanho que seu molde. Recorte 4 tiras, para os braços e as pernas, além de duas bolas ovais para os pés.
Desenhe como preferir o cabelo. Recorte e cole no
círculo da cabeça, cole também a camisa, o calção,
a cabeça e as tirinhas no molde.
Sobre as perninhas cole as duas bolinhas ovais,
que são os pés.
Pegue as canetinhas e desenhe o rosto do seu torcedor, e escreva o nome da sua equipe.
Pronto, agora monte sua torcida ou time completo.
Boa diversão!
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