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Função de Green para a equação de onda Anteriormente mostramos que, no calibre de Lorentz, dadas as fontes ρ e J, tudo o que temos a fazer para encontrar os potenciais escalar e vetorial é resolver a equação diferencial 1 ∂ 2 Ψ (r, t) c2 ∂t2 ∇2 Ψ (r, t) − = f (r, t) , onde o par ordenado (Ψ, f ) representa um elemento qualquer do conjunto 4π 4π 4π (φ, −4πρ) , Ax , − Jx , Ay , − Jy , Az , − Jz . c c c Queremos encontrar, primeiramente, uma solução particular dessa equação. Para isso, utilizamos a função de Green G (r, t, r0 , t0 ), que, por denição, satisfaz ∇2 G (r, t, r0 , t0 ) − 1 ∂2 G (r, t, r0 , t0 ) c2 ∂t2 = δ (3) (r − r0 ) δ (t − t0 ) . Podemos fazer a transformada de Fourier sobre a variável t em ambos os membros dessa equação para obter ∇2 g (r, ω, r0 , t0 ) + ω2 g (r, ω, r0 , t0 ) c2 = exp (iωt0 ) (3) δ (r − r0 ) , 2π onde usamos a representação integral da função delta de Dirac, isto é, δ (t − t0 ) = e denimos 1 2π ˆ 0 0 G (r, t, r , t ) ˆ +∞ dω exp [−iω (t − t0 )] −∞ +∞ dω exp (−iωt) g (r, ω, r0 , t0 ) . = −∞ Como explicaremos mais adiante, ao invés de resolvermos a equação diferencial acima, vamos modicá-la: 2 ∇2 gη (r, ω, r0 , t0 ) + (k0 + iη) gη (r, ω, r0 , t0 ) = exp (iωt0 ) (3) δ (r − r0 ) , 2π onde denimos k0 = ω , c que assume valores positivos e negativos, como ω. Podemos agora tomar a transformada de Fourier com relação à variável r e obter 2 −k 2 g η (k, ω, r0 , t0 ) + (k0 + iη) g η (k, ω, r0 , t0 ) onde utilizamos (3) 0 (r − r ) = gη (r, ω, r0 , t0 ) = δ e denimos = exp (−ik · r0 + iωt0 ) ˆ 1 3 (2π) d3 k exp [ik · (r − r0 )] ˆ d3 k exp (ik · r) g η (k, ω, r0 , t0 ) . Logo, g η (k, ω, r0 , t0 ) = exp (−ik · r0 + iωt0 ) h i 4 2 (2π) −k 2 + (k0 + iη) 1 4 (2π) , e, portanto, ˆ gη (r, ω, r0 , t0 ) d3 k = exp [ik · (r − r0 ) + iωt0 ] h i. 4 2 (2π) −k 2 + (k0 + iη) Notemos que se não tivéssemos modicado a equação original e, portanto, equivalentemente tomado η = 0, a integral acima não convergiria e não poderíamos encontrar uma função de Green pelo presente método. No entanto, a função de Green, no caso modicado, ca ˆ 0 0 Gη (r − r , t − t ) +∞ dω exp (−iωt) gη (r, ω, r0 , t0 ) = −∞ ˆ ˆ +∞ d3 k = exp [ik · (r − r0 ) − iω (t − t0 )] h i , 4 2 (2π) −k 2 + (k0 + iη) dω −∞ ou ainda, ˆ ˆ +∞ exp (ik · r − iωt) i h 4 2 −∞ (2π) −k 2 + (k0 + iη) ˆ +∞ ˆ 1 exp (ik · r) = − dω exp (−iωt) d3 k 4 2. (2π) −∞ k 2 − (k0 + iη) Gη (r, t) d3 k = dω Em coordenadas polares, ˆ ˆ exp (ik · r) d3 k 2 k 2 − (k0 + iη) ˆ ∞ ∞ 0 0 k2 exp (ik · r) dθk senθk 0 = π dϕk 0 ˆ ˆ 2π k 2 dk = 2 dk k 2 − (k0 + iη) 2 k 2 − (k0 + iη) ˆ π 2π dϕk dθk senθk exp (ik · r) . ˆ 0 0 Se escolhermos o eixo z do espaço dos vetores de onda k como sendo paralelo ao vetor r, teremos ˆ d k ˆ exp (ik · r) 3 k 2 − (k0 + iη) 2 ∞ = 0 ˆ ∞ = = k 2 − (k0 + iη) 2πk 2 k 2 − (k0 + iη) 0 ˆ ˆ k2 ∞ 2πk 2 dϕk 0 ˆ 2 dk π dθk senθk exp (ikr cos θk ) 0 π dθk senθk exp (ikr cos θk ) 0 ˆ 1 2 dk du exp (ikru) k 2 − (k0 + iη) −1 ˆ 2π ∞ k [exp (ikr) − exp (−ikr)] dk, 2 ir 0 k − (k0 + iη)2 0 = 2 dk ˆ 2π onde utilizamos a substituição u = cos θk . Como temos ˆ 0 ∞ ˆ k k2 − (k0 + iη) 2 exp (−ikr) dk 0 − = −∞ k k2 2 − (k0 + iη) exp (ikr) dk, podemos escrever ˆ 3 d k exp (ik · r) k2 2 − (k0 + iη) = 2π ir ˆ +∞ −∞ k exp (ikr) k2 Os polos dessa integral são dados por Z± = ± (k0 + iη) . com k0 dado acima, isto é, k0 = 2 ω . c 2 dk. − (k0 + iη) Consideremos a integral no plano complexo: ˛ C Z exp (irZ) dZ, (Z − Z+ ) (Z − Z− ) onde o contorno é fechado sobre o semi-plano complexo superior. Quando η → 0+ (veja a gura acima), temos ˛ C Z exp (irZ) dZ (Z − Z+ ) (Z − Z− ) 3 Z+ exp (irZ+ ) Z+ − Z− = πi exp (ik0 r) . = 2πi Quando η → 0− (veja a gura acima), temos ˛ C Z exp (irZ) dZ (Z − Z+ ) (Z − Z− ) = πi exp (−ik0 r) . Mas, com o contorno fechado sobre o semi-plano complexo superior, ˆ +∞ −∞ ˛ k exp (ikr) 2 dk k 2 − (k0 + iη) = C Z exp (irZ) dZ (Z − Z+ ) (Z − Z− ) e, portanto, ˆ +∞ −∞ k exp (ikr) 2 dk k 2 − (k0 + iη) = πi exp (±ik0 r) . Com esses resultados, podemos concluir que ˆ d3 k exp (ik · r) k 2 − (k0 + iη) = 2 2π 2 exp (±ik0 r) r e, portanto, G± (r, t) = = = = ˆ +∞ 2π 2 exp (±ik0 r) r (2π) −∞ ˆ +∞ ω 1 − 2 dω exp (−iωt) exp ±i r 8π r −∞ c ˆ +∞ h i 1 r − 2 dω exp −iω t ∓ 8π r −∞ c 1 r − δ t∓ . 4πr c − 1 4 dω exp (−iωt) 4 Assim, também temos 1 1 |r − r0 | 0 G± (r − r , t − t ) = − δ t−t ∓ 4π |r − r0 | c 1 1 |r − r0 | 0 = − δ t −t± . 4π |r − r0 | c 0 0 Há, portanto, duas soluções possíveis para o problema: ˆ Ψ± (r, t) = ˆ +∞ dt0 G± (r − r0 , t − t0 ) f (r0 , t0 ) d3 r0 ˆ −∞ 3 0 ˆ +∞ |r − r0 | d r 0 0 dt δ t − t ± f (r0 , t0 ) |r − r0 | −∞ c |r−r0 | 0 ˆ f r ,t ∓ c 1 d3 r 0 . = − 4π |r − r0 | 1 = − 4π Para os campos eletromagnéticos especicamente de distribuições de cargas e correntes dadas, sendo esses campos nulos no caso de termos as fontes também nulas, entendemos que esses campos são causados pelas fontes. Nesse caso, utilizaremos as soluções retardadas e não as avançadas, isto é, ˆ φ (r, t) d3 r 0 = |r−r0 | 0 ρ r ,t − c |r − r0 | e A (r, t) = 1 c ˆ 0 J r ,t − d3 r 0 5 |r − |r−r0 | c r0 | .