Siniel 2012 Caderno de Resumos da 2ª edição do SINIEL

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Siniel 2012 Caderno de Resumos da 2ª edição do SINIEL
CADERNO DE RESUMOS
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SIMPÓSIOS TEMÁTICOS, COMUNICAÇÕES
INDIVIDUAIS E PÔSTERES
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES APRESENTAÇÃO Ao editarmos este Livro de Resumos referente aos trabalhos a serem apresentados na 2ª edição do Simpósio Internacional do Núcleo de Estudos Interdisciplinar de Estudos da Linguagem (SINIEL), tivemos a enorme satisfação de informar aos participantes não só as diversas modalidades (simpósios temáticos, comunicações individuais e sessão de pôsteres) a que os trabalhos encontram­se vinculados, mas também a riqueza de temas que envolvem as cinco linhas de pesquisa do Núcleo Interdisciplinar de Estudos da Linguagem (NIEL) da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a saber: a) Linguagem e Gêneros/ Tradições Discursivas; b) Linguagem e Hermenêutica; c) Linguagem e Historiografia; d) Linguagem, Identidade e Memória, e) Linguagem e Sociedade. É notória a participação no evento de pesquisadores de diversas regiões do Brasil e de outros países, ganhando, assim, o evento um caráter internacional. Além disso, acreditamos que as temáticas abordadas ao longo do evento, desde a sua abertura até o seu término, serão uma excelente oportunidade para o estabelecimento de intercâmbio entre pesquisadores de diversas áreas no campo da linguagem e a promoção do debate, da divulgação e da ampliação do conhecimento científico. COMISSÃO ORGANIZADORA DO II SINIEL
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES SIMPÓSIOS TEMÁTICOS SIMPÓSIO 1 – GT LINGUAGEM & GÊNEROS/TRADIÇÕES DISCURSIVOS/AS Aurea Suely Zavam [UFC] e Helena Virgínia Topa Valentim [Universidade Nova de Lisboa] ENSINO E AVALIAÇÃO DA PRODUÇÃO ESCRITA DE GÊNEROS TEXTUAIS: NOVOS CAMINHOS A SEREM PERCORRIDOS Albaneide de Souza Campos [UFPE/PPGE] [email protected] RESUMO: Este estudo teve por finalidade refletir sobre o ensino e a avaliação da produção escrita de gêneros textuais nas aulas de língua portuguesa. Nesse sentido, buscou verificar as concepções de professores de português sobre texto, gênero textual e avaliação, identificando de que forma esses conceitos se articulam aos procedimentos didáticos e às formas desses professores avaliarem os textos de seus alunos. Para tanto, lidamos com a concepção de texto como unidade linguística sociocomunicativa e produto da atividade verbal (MARCUSCHI, 2009; VAL, 2006; BRONCKART, 2007); de gêneros textuais/discursivos como produtos da atividade de linguagem em funcionamento (BRONCKART, 2007; BAKHTIN, 1997; BAZERMAN, 2011) e da avaliação na perspectiva da linguagem como discurso (SUASSUNA, 2010; ANTUNES, 2006; LEAL, 2003). Nos aspectos metodológicos, fizemos uma abordagem qualitativa do tipo etnográfico (ANDRÉ, 2008; LOPES, 2006) e indiciário (GINZBURG, 1998), por meio de uma pesquisa de campo com professores de língua portuguesa do Ensino Médio da rede pública de Pernambuco. Os resultados indicaram que: mudanças no ensino de língua portuguesa vêm ocorrendo; o trabalho com gêneros textuais tem ocupado lugar de destaque nas aulas de linguagem; a inserção de diversos gêneros tem sido, por vezes, equivocada; professores têm se apropriado do discurso da importância de um trabalho sistemático com gêneros textuais para garantir aos alunos o desenvolvimento de suas habilidades linguístico­discursivas, mas não têm conseguido efetivar uma prática diferenciada. Nesse mesmo percurso, a avaliação da produção de gêneros textuais tem significado corrigir erros gramaticais apresentados pelos alunos, desconsiderando­se os aspectos discursivos presentes nas suas produções. Visualizamos, ao final da pesquisa, que para uma efetiva mudança no ensino de língua portuguesa será necessário, entre outros aspectos, proporcionar aos professores de português um aprofundamento teórico sobre as concepções de texto, gênero, ensino da produção de texto e avaliação. PALAVRAS­CHAVE: Texto; gêneros textuais; ensino; avaliação. LÍNGUA, COGNIÇÃO, CONHECIMENTO E REALIDADE : MECANISMOS DE REFERENCIAÇÃO EM REDAÇÕES DO PROCESSO SELETIVO DO IFAL Ana Néri Almeida Tenório [UFAL/PPGLL] [email protected] Maria Inez Matoso [Orientadora ­ UFAL/PPGLL] RESUMO: A partir da década de 80, vários estudos foram feitos a respeito da redação e produção de textos escolares, identificando­se problemas relacionados à coesão e coerência textuais, argumentação, organização de ideias, dentre outros. Apesar de muitos avanços a partir dos estudos linguísticos, ainda são recorrentes as reclamações de professores a respeito dos textos produzidos por seus alunos, sejam dos ensinos fundamental, médio ou superior, por apresentarem sérios problemas na construção do sentido. Dentre os mecanismos responsáveis pelo sentido do texto, destacamos a questão da referenciação, tecendo indagações, como: poderíamos falar em uma regularidade dos mecanismos utilizados pelos alunos? Em quais níveis? O que leva a esses alunos a escolherem um ou outro mecanismo? Quais mecanismos são recorrentes em textos como a redação de vestibular? A partir dessas indagações surgiu a presente proposta de investigação com base em um recorte composto de redações de vestibular para ingresso no IFAL, antigo CEFET­AL, a fim de identificar e analisar os mecanismos de referenciação e de progressão tópica utilizados pelos candidatos em seus textos, refletindo­se a respeito das regularidades e problemas encontrados nesse processo, bem como dos pontos de vista defendidos por eles, comparando­se com os resultados de outras pesquisas. Trata­se de um estudo em Linguística Textual, numa perspectiva sociocognitiva, embasada em uma concepção de língua como atividade, concebendo o texto como um evento em que convergem ações de ordens
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES linguística, cognitiva e social (MARCUSCHI, 2000). A referenciação é concebida, aqui, como o processo de organização de referentes no texto (KOCH, 2004), e a progressão tópica como a manutenção do tema abordado (MARCUSCHI, 2000). Acreditamos que o estudo a respeito do processo de referenciação é de suma importância para que se compreenda o percurso de construção do sentido do texto, proporcionando, com isso, uma melhor compreensão das escolhas feitas pelo aluno. PALAVRAS­CHAVE: Referenciação; progressão tópica; redações. possibilidade de transformar e ser transformado a que os gêneros do discurso estariam inexoravelmente submetidos. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros do discurso; transmutação; variação CRIAÇÃO E INOVAÇÃO DOS GÊNEROS: REVISITANDO O CONCEITO DE TRANSMUTAÇÃO Aurea Suely Zavam [UFC] [email protected] RESUMO: Nos estudos bakhtinianos, a noção de gênero encontra­se estreitamente imbricada à ideia de estabilidade. Quando se refere à estabilidade, relativa, dos enunciados, Bakhtin está acenando para a possibilidade de os gêneros serem passíveis de variação, uma vez que suas formas são mais maleáveis e livres que as formas da língua, mais padronizadas, condicionadas a leis normativas. Dependendo da correlação de posições sociais, da intenção dos enunciadores, das finalidades específicas de cada esfera onde circulam e ainda de acordo com as transformações por que passam as sociedades, os gêneros desaparecem, migram para dentro de outros, intercalam­se, transformam­se, num contínuo processo de reelaboração, tanto dentro da esfera em que foi gerado como daquela que o adotou. É, pois, a discussão sobre a reelaboração (ou transmutação), conceito pouco desenvolvido nas investigações linguísticas, o objetivo do estudo ora proposto. Entendemos a transmutação como um processo constitutivo dos gêneros, já que nenhum gênero permanece inalterável no curso de suas manifestações. A transmutação, para nós, responderia pela transformação por que passa um gênero (seja primário ou secundário), tanto na absorção de um gênero por outro (quer da mesma esfera ou de diferentes esferas), quanto na adaptação a novas contingências (históricas, sociais, entre outras). Concebendo, então, a transmutação como um fenômeno mais amplo, postulamos quatro categorias: transmutação criadora, transmutação inovadora, transmutação externa e transmutação interna. Defendemos, com essa proposta, que a transmutação seria o fenômeno que regeria a POLISSEMIA, IDENTIDADE SEMÂNTICA E SENTIDO FIGURADO: CONTRIBUIÇÃO PARA O ESTUDO DO VERBO ‘RASGAR’ EM PORTUGUÊS BRASILEIRO Bruno de Moraes Oliveira [UNIFESP] [email protected] RESUMO: Fundamentado na Teoria das Operações Enunciativas, este trabalho tem por objetivo a proposição de uma nova abordagem da relação que os lexemas verbais mantêm com seu contexto de inserção, consagrando­ se à questão da identidade semântica das unidades linguísticas e ao modo como essa identidade apreende os diversos valores semânticos observados em discurso. Para tanto, propõe a analisar o funcionamento do verbo “rasgar” em seus diferentes usos e construções, evidenciando, de um lado, as interações entre as unidades linguísticas, de outro, as variações às quais elas se encontram submetidas. Este estudo rompe com a tradição gramatical que concebe a palavra como dotada de um sentido intrínseco e a polissemia como a propriedade de se adquirir multiplicidade de sentidos. Repensa, também, o conceito de sentido figurado que, comumente, remete à ampliação de uma significação tida como própria. Para fins metodológicos, a busca dessa identidade fundamenta­se na manipulação controlada (elaboração de glosas) dos enunciados nos quais aparecem o verbo “rasgar”. A partir daí, serão geradas as primeiras hipóteses sobre a identidade da unidade linguística, que aponta para o processo criativo e dinâmico constitutivo do ato de linguagem. Isso conduz a considerações a respeito dos estímulos linguísticos que as atividades voltadas à análise do funcionamento da língua em sala de aula e o modo como tal análise é trabalhada pelo professor podem operar no processo de apropriação do discurso, privilegiando, dentre os vários aspectos apontados, o estudo do léxico e dos parâmetros de construção de significação. Busca­se, por fim, mostrar que, ao descrever, analisar e interpretar certos comportamentos enunciativos de sua língua, o aluno – com intervenções diferenciadas da parte do professor – tende a se sentir mais confiante em relação à produção de textos, compreendendo essa produção a
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES partir de usos, restrições e funções que intermedeiam o discurso para aceder à aquisição do sentido. PALAVRAS­CHAVE: Teoria das Operações Enunciativas; polissemia; sentido figurado. instância discursiva que as emprega, expressões em variantes como “acompanhante”, “garota de programa”, e assim por diante. PALAVRAS­CHAVE: Produção de sentidos; discurso; prostituição. O PODER­SABER EM CENA: UMA LEITURA DISCURSIVA DA PROSTITUIÇÃO GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO DE LÍNGUAS: CAMINHOS E REFLEXÕES Elizete de Souza Bernardes [UFGD] [email protected] Marcos Lúcio de Sousa Góis [Orientador ­ UFGD] Fatiha Dechicha Parahyba [UFPE] [email protected] RESUMO: O trabalho está inscrito nos domínios da Análise do Discurso (AD) de linha francesa que considera a produção de sentidos do texto não como uma etiqueta do real e sim como o produto da história, entendida como o resultado da luta empreendida pelos diversos grupos sociais para impor seus valores. Inseridos nesse contexto, propomos a análise de uma matéria jornalística do Jornal O Progresso (Dourados – MS). A variante “prostituta” da fórmula discursiva (KRIEG­PLANQUE, 2010) “prostituição” será mobilizada juntamente com os estudos desenvolvidos por Abreu (2007) a respeito da temática do sagrado feminino, de forma que, ao se trabalhar com o discurso acerca da prostituição, especialmente àqueles cuja figura feminina se destaca, tomamos como hipótese a existência do pensamento masculino da lógica ocidental como um dos pilares que sustenta e estabelece a monocultura do saber. Assim, ao se analisar “fórmulas”, é preciso considerar um espaço pluridisciplinar e, desse modo, tentar compreender como se dá a circulação de discursos, estes, construindo­se em tempo e espaço público determinados, cristalizando, assim, “questões políticas e sociais”. Em nossa pesquisa, portanto, partimos da hipótese de que os ditos e silenciamentos no e do dizer, com base nos trabalhos de Santos (2002; 2003; 2006; 2008), estão ligados a certa lógica ocidental que estabelece o “ponto de vista”, a pelo menos 150 anos, a partir da monocultura do saber. Ela instaura a existência de certa racionalidade que divide o mundo – estabelecendo o que discursivamente nele se produz e se silencia – a denominada “Linha Abissal” proposta por Santos. Em síntese: considerando a fórmula “prostituição”, nos voltaremos para as figuras femininas, cujo universo de sentidos históricos se materializa negativamente, a depender da RESUMO: O trabalho tem como objetivo apresentar uma reflexão sobre a importância do ensino da produção textual de gêneros variados em todas as fases da escolaridade, considerando que o saber adquirido sobre a produção de um determinado gênero não implica saber produzir um gênero distinto (Schneuwly e Dolz, 2004). Por outro lado, o desenvolvimento das capacidades de linguagem dos aprendizes em idade escolar influenciará suas capacidades discursivas em idade adulta, bem como na aprendizagem de uma língua estrangeira. O trabalho toma também como pressuposto a teoria de Vygotski (2009) sobre os conceitos científicos e a aprendizagem de L1 e L2, segundo a qual um sistema já construído de conhecimentos da língua materna é requisito para o aprendizado de uma língua estrangeira. Com base nas afirmações desse autor, presume­se que o mesmo princípio possa ser aplicado ao conhecimento de gêneros textuais, sobretudo no caso de aprendizes adultos. Assim, o conhecimento de um determinado gênero textual na L1 deveria preexistir. O presente trabalho analisa a produção escrita de dois gêneros de forma a apreciar as práticas de linguagem de alunos universitários antes e depois do ensino dos referidos gêneros mediante as sequências didáticas. Os resultados da pesquisa revelam que o aprendizado das características peculiares dos gêneros estudados ainda não é consolidado para os alunos pesquisados. Ao mesmo tempo, evidenciam a importância do gênero textual como objeto de ensino e como ferramenta potencializadora do desenvolvimento das capacidades de linguagem dos aprendizes de língua estrangeira. PALAVRAS­CHAVE: Ensino­aprendizagem; gêneros textuais; capacidade discursiva; língua estrangeira.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES MARCADORES DISCURSIVOS EM QUESTÃO: DISCUSSÃO DE UMA PROPOSTA DE ENQUADRAMENTO TEÓRICO­ METODOLÓGICO Helena Virgínia Topa Valentim [Universidade Nova de Lisboa] [email protected] RESUMO: Desde a série dos dois artigos de Denis Paillard, com o título “Les mots du discours comme mots de la langue, I e II " (1998 e 2001), que, tendo como base os pressupostos da Teoria Formal Enunciativa (ou Teoria das Operações Predicativas e Enunciativas), se vem propondo uma reflexão sobre aquilo que uma já longa e sólida investigação linguística designa como “Marcadores Discursivos”. Na maioria destas outras abordagens (Teoria da Argumentação, Teoria da Relevância, Análise do Discurso…), preconiza­se uma concepção dos marcadores discursivos como formas dessemantizadas. Trata­se de descrições sobretudo pragmáticas, feitas no quadro do encadeamento discursivo, com base em elementos contextuais. Segundo os princípios teórico­metodológicos de uma linguística da enunciação e, conforme o desenvolvido em posteriores trabalhos de descrição e explicação linguística na mesma linha (por exemplo, em Franckel & Paillard 2008 e em Paillard 2011), os marcadores discursivos constituem formas da língua (“mots de la langue”), susceptíveis, portanto, de ser descritas no sistema da língua e, simultaneamente, integradas nas configurações discursivas que as organizam. Esta proposta de descrição privilegia, por conseguinte, o ponto de vista do funcionamento dos marcadores discursivos no contexto linguístico de ocorrência, isto é, no texto, já que, como se afirma em de Vogüe, “leurs conditions d’emploi constituent leur sens” (2011: 37). Com a presente comunicação pretende­se expor essa perspectiva, fundamentada por pressupostos teóricos de que faz parte, antes de mais, uma concepção de enunciação enquanto processo que se reconstrói a partir do enunciado, que, por sua vez, consiste num agenciamento de formas linguísticas. Propomo­ nos demonstrar, pela análise de alguns marcadores de reformulação parafrástica (isto é, ou seja, quer dizer), o fato de a sua interação com o contexto decorrer de princípios mais gerais de variação, daí resultando a evidência de que, enquanto formas da língua, essas formas estão, como quaisquer outras, submetidas a regularidades. PALAVRAS­CHAVE: Enunciação; marcadores discursivos; reformulação parafrástica A ARGUMENTAÇÃO COMO INSTRUMENTO E RESULTADO NA ELABORAÇÃO DE ROTEIROS DE FAN FILMS EM LÍNGUA INGLESA Julia Maria Raposo Gonçalves de Melo Larré [UFPE] [email protected] Maria Cristina Damianovic [Orientadora – UFPE] RESUMO: Este trabalho está inserido no campo da Linguística Aplicada (MOITA­LOPES, 2001; DAMIANOVIC, 2005, 2011) na perspectiva do ensino­aprendizagem de língua inglesa e estudo da argumentação (LEITÃO e DAMIANOVIC, 2011) na interação crítico­colaborativa­criativa (LIBERALI, MAGALHÃES, 2010) para a produção textual de roteiros de fan films dentro da atividade social (LIBERALI, 2010) de produção de fan films na disciplina de Língua Inglesa na graduação em Rádio, TV e Internet de uma universidade federal do Estado de Pernambuco. Pesquisas conduzidas em Linguística Aplicada justificam­se, segundo Liberali (2011:13) por oferecerem uma base para compreensão e transformação da prática do educador e do educando e permitem, de forma geral, uma perspectiva diferente para as questões educacionais. No caso deste trabalho, objetivamos oferecer aos graduandos de Rádio, TV e Internet uma possibilidade de, em língua inglesa, construírem um objeto de estudo e produção relevante para sua formação e atuação profissional, não só durante a graduação, como também posteriormente representando o Estado de Pernambuco nas atividades sociais do profissional da área focal. Partimos do desejo de tornar o ensino da língua inglesa mais ligado à vida do aluno, podendo ter uma repercussão importante na vida que se vive (MARX ENGELS, 2006 apud LIBERALI, 2009). Destacamos a fase inicial dessa pesquisa na qual analisamos dados que revelam informações sobre o gênero fan film, em seus aspectos estruturais e discursivos. Também destacaremos o papel da argumentação no processo de escrita, em língua inglesa, do roteiro de um fan film e no processo de sua filmagem. Os resultados apontam que os discentes utilizam a argumentação como instrumento­e­resultado (Holzman, 2001) tanto para a construção de conhecimento (LEITÃO, 2011), quanto para a resolução colaborativa dos problemas que surgem e para a tomada de decisões sobre a concretização da finalização da elaboração do fan film.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Linguística Aplicada; Argumentação; Língua Inglesa; roteiros; fan films. PALAVRAS­CHAVE: Ensino; gênero; sentido; língua materna; língua estrangeira. AS PRÁTICAS QUE PERMEIAM O ENSINO DE LÍNGUAS MATERNA E ESTRANGEIRA: SEMELHANÇAS E DICOTOMIAS CRIATIVIDADE LEXICAL E PRÁTICA REFLEXIVA NO TRABALHO COM A SIGNIFICAÇÃO Renata Janaína Barros Pimentel [Faculdades Integradas de Patos] [email protected] Quezia Fideles Ferreira [Faculdades Integradas de Patos] [email protected] RESUMO: O ensino de leitura tem, historicamente, representado um desafio para a escola. O que se percebe é que, geralmente, essa prática pauta­se numa abordagem de leitura focalizada numa concepção de língua como código, ou seja, nos estudos das formas gramaticais, na memorização de regras de forma descontextualizada e desvinculada da realidade, desconsiderando o papel do leitor no processo interativo de produção de sentidos. Tomando como base os documentos oficias que regem o ensino de língua estrangeira, os Parâmetros Curriculares Nacionais, PCNs, consideram como uma das propostas desse ensino o desenvolvimento de práticas de leitura em torno de temas que abordem o cotidiano dos alunos. Os PCNs de Língua Portuguesa que concebem a leitura como um processo que resulta de diferentes competências, habilidades e com objetivos variados, portanto articulado com estratégias de leitura variadas, aponta, como proposta para esse ensino, a abordagem em sala de aula dos gêneros textuais, para habilitar o aluno à compreensão de formas de leituras diversificadas que estão inseridas em suas relações cotidianas, como, por exemplo, o estudo do gênero textual bilhete. Este trabalho tem como finalidade, tendo como objeto de estudo o gênero Carta Aberta, investigar como a leitura está sendo abordada nas salas de língua materna e de língua estrangeira. Se essas práticas são semelhantes ou dicotômicas no que diz respeito à concepção de ensino de gênero adotada nas escolas paraibanas. E, por fim, se a metodologia adotada contribui efetivamente para a formação de leitores proficientes, tanto em língua materna como em língua estrangeira. Diante desse panorama, teoricamente retomaremos as contribuições de Bakthin (1979), Coracini (2002), Kleiman (1989), Koch & Elias(2010), entre outros que defendem a formação de um sujeito leitor que constrói o sentido do texto de forma interativa, dinâmica, critica e dialógica. Vanessa Santana Lima [UNIFESP] [email protected] RESUMO: A criatividade linguística configura uma marca da adolescência, pois é nesse período que os indivíduos em processo de construção da identidade e auto­afirmação se valem de artifícios linguísticos para buscar adequação e ajustamento junto a grupos que lhe tragam um sentimento de pertencimento e identificação social. Dessa forma, nosso trabalho busca valorizar aspectos socioculturais da adolescência por meio da promoção de atividades de língua portuguesa fundamentadas na análise de enunciados produzidos de forma espontânea por nossos alunos. Entendemos que é urgente estimular e envolver o aluno em um estudo operatório da linguagem, buscando a compreensão do funcionamento das unidades léxico­gramaticais dentro do sistema da língua, bem como as funções que tais unidades nele desempenham e os processos que permeiam suas possibilidades de significação nos diferentes usos. Apoiamo­nos na Teoria das Operações Enunciativas para propor um trabalho de pesquisa e reflexão acerca das unidades lexicais zoar, zoado(a), zoeira , utilizadas corriqueiramente por nossos alunos adolescentes. Sendo o grande desafio da teoria “mostrar como a variação dos sentidos de uma palavra se dá em planos de variações regidos por uma organização regular (FRANCKEL, 2011, p.25), buscamos, na identificação do que estabiliza as possibilidades de emprego de uma unidade léxico­gramatical, chegar a sua identidade semântica, ao elemento orientador de seu funcionamento em discurso. Para tanto, desenvolvemos junto aos alunos do 8º ano de uma escola pública municipal da cidade de São Paulo atividades de construção e reconstrução de enunciados, tomando por base os mecanismos de parafrasagem e glosa. O resultado apontou para a necessidade de problematizar os conceitos de polissemia, conotação e denotação, divergindo da perspectiva, tradicionalmente abordada nos livros didáticos, de que há na “palavra” um sentindo intrínseco, que pode ser expandido ou empobrecido, promovendo, assim, uma atitude reflexiva acerca dos fatos da língua e de sua importância para a construção da subjetividade.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Teoria das Operações Enunciativa; epilinguismo; identidade semântica. TRADIÇÃO DISCURSIVA E TRANSMUTAÇÃO GENÉRICA PROVOCADA: COMPREENDENDO O SURGIMENTO HISTÓRICO DO GÊNERO CARTÃO­POSTAL Xênia Soares da Silva [email protected] RESUMO: Serão abordados, neste trabalho, os conceitos de Tradição Discursiva e Transmutação Genérica a fim de compreender como um gênero textual surge sócio­historicamente. Acompanhamos a história social do cartão­postal, analisando as transformações que ocorreram ao longo do tempo, em especial aquelas que geram novos padrões textuais. Observamos que esse gênero é fruto de uma “transmutação de gêneros”, fenômeno já observado por Bakhtin (2002; 2003) e retomado por estudiosos recentes, como, por exemplo, Zavam (2009) e Araújo (2004; 2006). O cartão­postal é um exemplo de como novas formas textuais podem surgir a partir de textos ou de fórmulas textuais tradicionais que adquirem novas funções retóricas (MILLER, 2009) e novos propósitos comunicativos (SWALES, 2009). Aliamos o conceito da Filologia Românica Alemã (KABATEK, 2003, 2005; ASCHENBERG, 2002) à teoria dos Gêneros (BARZEMAN, 2005, 2006, 2007; MARCUSCHI, 2007, 2008; BAHTIA, 2009) para analisar o gênero a partir do eixo diacrônico, visando a compreender como o processo de mudanças ou de transformações o gerou. Verificamos, por fim, que nem todas as mudanças ocorridas com o Postal Turístico resultaram em uma Transmutação, mas que se tratavam apenas de metamorfoses que colaboraram para a constante adaptação do gênero às necessidades socioculturais do momento histórico. Segundo o que foi observado, a Transmutação Genérica parece ocorrer quando a mistura entre gêneros resulta em uma nova forma que adquire identidade própria dentro de determinada esfera discursiva. Acredita­se, com a conclusão da análise, que o cartão­postal foi resultado de um fenômeno que denominamos de Transmutação Genérica Provocada. PALAVRAS­CHAVE: Transmutação genérica; Tradição Discursiva; cartão­postal. SIMPÓSIO 2 – GT LINGUAGEM & GÊNEROS/TRADIÇÕES DISCURSIVOS/AS Eva Martha Eckkrammer [Universität Mannheim] e Lucrécio Araújo de Sá Junior [UFRN] PALIMPSESTOS E J OGOS DE VERDADE: ENTRE O DADO E O NOVO Aluska Silva [UFCG/REUNI] [email protected] Maria Angélica de Oliveira [Orientadora ­ UFCG] RESUMO: A Literatura Infantil, sobretudo os contos de fada, tem o poder de sensibilizar, de fundar reinos, como diria Adélia Prado, mas também de formar identidades, imprimir preceitos, moralizar. Sempre encontraremos nessas narrativas de origem popular, que se tornaram clássicas, a apresentação de um ensinamento, que ao mesmo tempo em que provoca um efeito catártico nos leitores, propicia uma grande identificação com os personagens bons, e, muitas vezes, igual repulsa com os personagens maus. Mesmo sem a apresentação explícita da “moral da história”, como nas fábulas, aprendemos a distinguir o certo do errado, a princesa da bruxa. Esta comunicação configura­se como uma análise discursiva dos jogos de verdade e das relações palimpsestas presentes em versões da história de Chapeuzinho Vermelho. A pesquisa é de natureza bibliográfica, sendo as análises realizadas a partir de duas perspectivas teóricas: a) a literária, dada a especificidade do corpus escolhido, presente na abordagem literária de Gérard Genette acerca da transtextualidade; b) a discursiva, através da Análise de Discurso de linha francesa, teoria que investiga o texto relacionado à sua exterioridade, considerando as condições de possibilidade inauguradas por meio dos novos dizeres que as histórias apontam. Tal teoria nos dará suporte para identificarmos que discursos estão inseridos nesses novos dizeres e como eles se constituem para dizer o que dizem. O corpus escolhido para análise são as “traduções” do conto clássico Chapeuzinho Vermelho, a saber: Chapeuzinho Vermelho – versão versejada , Fita Verde no Cabelo e O Lobo Mau e o Chapeuzinho Vermelho. Tomamos como hipotextos, as versões de Grimm e de Perrault, ambas traduzidas por Monteiro Lobato e a versão oral encontrada no livro O Grande Massacre dos Gatos.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Conto de fada; Literatura Infantil; palimpsesto; Análise de Discurso. SOBRE LINGUAGENS E HISTÓRIA: DESLOCAMENTOS DA BELEZA NEGRA NO BRASIL Amanda Braga [UFPB] [email protected] RESUMO: Os conceitos de beleza construídos num determinado momento histórico permanecem, por muito tempo, absolutos. Em seguida, são relativizados, ressignificados, apresentados em sua variedade. São modelos que se desfazem em momentos seguintes, transformam­se, carregam novos sentidos, produzem novos padrões, apresentam­se e materializam­se de modos distintos. É preciso afirmar, no entanto, que esse trânsito traz memórias e, portanto, continuidades em relação ao momento anterior. Assim, considerando a construção de um corpus sincrético e heterogêneo em si mesmo, nosso intuito é empreender uma análise discursiva sobre a história da beleza negra no Brasil a partir das memórias que temos desses padrões e dos acontecimentos discursivos que ressignificam essas memórias na atualidade. Queremos analisar os deslocamentos discursivos e examinar as verdades produzidas durante o período escravocrata até chegar à multiplicidade de padrões estéticos que a modernidade nos oferece. Para tanto, partimos de uma Análise do Discurso que deriva dos trabalhos de Michel Pêcheux, aceita as contribuições de Michel Foucault e, do mesmo modo, interessa­se, contemporaneamente, pelas discussões empreendidas por Jean­Jacques Courtine, principalmente no que diz respeito à noção de intericonicidade – que nos oferece base para pensar uma memória das imagens –, bem como a proposta de uma Semiologia Histórica aliada aos estudos do discurso, que estende o alcance da visada discursiva na medida em que nos impele à análise de um discurso que é sincrético e que reclama sua espessura histórica no momento próprio da análise. PALAVRAS­CHAVE: Deslocamentos discursivos; beleza negra; intericonicidade; Semiologia Histórica. UMA ANÁLISE DA TRADIÇÃO DISCURSIVA ANÚNCIO PUBLICITÁRIO SOB A PERSPECTIVA DA GRAMÁTICA DO DESIGN VISUAL Carla Alecsandra de Melo Bonifácio [UFPB] [email protected] RESUMO: A partir dos textos publicitários, que se fazem presentes em inúmeros suportes tanto na mídia impressa quanto na mídia eletrônica, o objetivo deste trabalho é descrever os traços de mudança e de permanência na composição da Tradição Discursiva anúncio, através de dois produtos destinados ao público feminino, o perfume English lavender veiculado no Brasil na revista O Cruzeiro do século XX (1950), comparando­o com o anúncio do perfume Armani Code da revista Claudia do século XXI (2007). Para tanto, foram utilizados: o arcabouço teórico das Tradições Discursivas, que leva em consideração a relação que um texto pode ter com outro texto e o grau de repetição, não sendo uma simples reprodução linguística, mas o uso discursivo da língua em uma situação concreta, bem como os estudos desenvolvidos acerca da Gramática do Design Visual de Kress e Theo van Leeuwen (2000) para a análise dos elementos concernentes à linguagem não verbal. Considerando que os gêneros são mutáveis, pois são resultados das práticas sociais com reflexo na linguagem, justifica­se a importância desse trabalho pelo papel primordial que a imprensa tem desempenhado na sociedade desde o século XX até os dias atuais. A análise revelou que, embora a Tradição Discursiva gênero publicitário tenha mantido, em sua estrutura de composição, elementos que permitem o seu reconhecimento enquanto anúncio publicitário, como o nome do produto e a marca, esse gênero passou por mudanças que aconteceram no seu interior, sem que, para isso, ele incorporasse outro gênero. PALAVRAS­CHAVE: Anúncio publicitário; Tradição Discursiva; Gramática do Design Visual. DO INTERTEXTO EM FOLIAS DE REIS À ANÁLISE DE EXPRESSÕES FORMULAICAS BRASILEIRAS Elisângela Tavares Dias [UFRN] [email protected] Lucrécio Araújo de Sá Júnior [Orientador ­ UFRN)
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: Neste trabalho, focalizamos a relação entre intertexto e expressões formulaicas em Folias de Reis brasileiras. À luz da Tradição Discursiva (cf. Kabatek, 2006; Koch, 1997; Oesterreicher, 1997) e seguindo ferramentas teórico­metodológicas da Análise Textual (cf. Jubran, 2006; Marcuschi, 2008), nossa proposta é apontar como se dá a reiterabilidade do texto em dois momentos da folia: o início e a chegada da jornada. Dialogamos também com alguns autores que consubstanciam o pareamento escrito/falado na produção da língua/linguagem em sua interlocução, a saber: Zumthor (1997) e Ong (1982), dentre outros. Recorremos para nossa análise, a um corpus representativo de quatorze folias presentes nos estados de MG, RJ, GO, ES, SP e RN. Em face disso, suscitar essa relação dialógica permite­ nos pontuar que é inegável a contribuição dada pela tradição oral, seja por seus traços ideológicos e histórico­culturais, seja pela continuidade do folguedo, sobretudo, porque a utilização de um texto dá realidade à retórica que o funda, pois é pela atualização da voz que este se justifica e existe em situação de performance (ZUMTHOR,1997). PALAVRAS­CHAVE: Intertextualidade; expressões formulaicas; Tradição Discursiva; Folias de Reis. GÊNEROS TEXTUAIS E TRADIÇÕES DISCURSIVAS: EM TORNO DE INOVAÇÕES, INTERFACES, ASPECTOS E COMPLEXIDADE TAXIONÔMICA Eva Martha Eckkrammer [Universität Mannheim] [email protected]­mannheim.de RESUMO: O trabalho e as considerações apresentados na comunicação procuram apontar, em primeiro lugar, as inovações atualmente discutidas no contexto teórico dos gêneros textuais e das tradições discursivas nas linhas de pesquisa em diferentes países; e, em segundo lugar, intentamos criar uma ponte entre os aspectos universais do gênero e a complexidade taxonômica dele e as tradições discursivas, cultural e linguisticamente divergentes, e as suas interfaces textuais concretas. Na continuidade, serão discutidos alguns casos de desenvolvimento diacrônico para fazer compreensível a distinção entre os conceitos teóricos e as diferentes aproximações analíticas e apresentar a proposta de um modelo estendido de desenvolvimento genérico entre diversificação, mistura e convergência. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; tradições discursivas; taxionomia; interfaces OBITUÁRIOS NO BRASIL: UM OLHAR SINCRÔNICO DAS HOMENAGENS PÓSTUMAS Francisco José Costa dos Santos [UFRN] [email protected] RESUMO: Partindo do conceito de Tradição Discursiva, gestado no seio da Linguística Românica alemã, e defendido por Kabatec (2006), este trabalho se propõe a identificar traços de permanência em um aspecto peculiar no obituário de jornal: os substantivos próprios e a formas verbais. Para tanto, recorre à concepção de obituário proposto por McDonald (1967) para quem obituário é o informe da morte de um indivíduo em particular. Em caso de pessoas famosas, normalmente traz um resumo de suas realizações em vida, com destaque para os episódios que as tornaram notáveis. O corpus é composto de obituários recolhidos na internet, sendo um de cada região do Brasil e assume­se como objetivo maior, apontar e descrever as regularidades encontradas nos objetos de análise de forma sincrônica e, assim, traçar uma linha de compreensão sobre as permanências de substantivos próprios e de formas verbais em obituários do Brasil, utilizando a divisão por regiões como campo de análise. Os resultados, possibilitados pelo estudo sincrônico, revelam a mudança na quantidade de utilização de verbos e de substantivos próprios entre as regiões brasileiras. Percebeu­se ainda uma mudança bastante acentuada na configuração de formato do obituário de uma região para outra. Os estudos apresentados não são conclusivos, mas, antes disso, um pequeno recorte de uma investigação maior ainda em curso. PALAVRAS­CHAVE: Tradição Discursiva; obituário; substantivos próprios e formas verbais OS REFLEXOS NA SOCIEDADE DA LINGUAGEM VERBAL E NÃO­VERBAL APRESENTADAS NOS CD’S DE FORRÓ Grygena dos Santos Targino Rodrigues [UFPB­PPGL] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Jussara Rivero de Vasconcelos Wanderley [FIP] [email protected] RESUMO: Desde os primeiros tempos das sociedades humanas, as imagens são utilizadas como formas de comunicação, sendo isso percebido nas diversas manifestações culturais, inclusive na música e em suas formas de divulgação. Diante da necessidade do entendimento das imagens, teorias sobre a multimodalidade surgem para melhorar a compreensão delas. Apesar de ser um recurso pouco explorado, a multimodalidade passa a despertar o interesse em estudiosos a partir do momento em que a tecnologia foi sendo inserida nas atividades diárias da humanidade, pois possibilita a compreensão das imagens que acompanham os textos e a análise através da relação estabelecida entre as linguagens verbal e não­verbal. Por conseguinte, faz­se necessária a compreensão dos códigos em conjunto, visto que, se estudados isoladamente, não serão entendidos (DESCARDECI, 2002). Nesse contexto, nossa investigação tem como objetivo analisar a relação estabelecida entre o gênero música, com dados a serem coletados em encartes de Cd’s – no caso do nosso estudo, mediante análise de composições e produções de bandas de forró, e como elas têm mudado ao longo dos tempos, tanto ao utilizar a linguagem verbal como as linguagens não­verbais (imagens veiculadas nos encartes). Dessa feita, foi possível observar, ao analisarmos os cd’s de forró do passado e os da atualidade, mais especificamente depois do surgimento do “forró de plástico”, que esse estilo musical tem modificado muito as suas formas de apresentação e de contextualização da sociedade, visto que as letras estão mais voltadas a denegrir a imagem da mulher ao deixar de lado a sua valorização. Assim, com base nos pressupostos teóricos de KRESS (2010), MACHIN (2007), entre outros, pode­se afirmar que as imagens hoje apresentadas nos encartes de CD’s de forró são reflexos de uma sociedade capitalista e desigual que atribui novos valores e práticas sociais a identidades de gêneros. PALAVRAS­CHAVE: Multimodalidade; linguagens verbal e não­verbal; música; forró ESPECIFICIDADES DO DISCURSO RELIGIOSO: O ETHOS E A MIDIA ESPÍRITA José Antonio Ferreira da Silva [ISEP] [email protected] RESUMO: Sendo o discurso uma materialização da ideologia (ORLANDI, 2010), acreditamos que os elementos linguísticos são pistas discursivas que textualizam ideologias subjacentes a sua formação. Com o discurso religioso não é diferente. Entendemos, também, que o campo religioso utiliza os espaços midiáticos como instância de realizações da atualização da questão da fé, ou seja, as instituições religiosas percebem os meios de comunicação não somente como instrumentos, mas organizam­se a partir dos recursos estruturais dos gêneros do discurso, sociointeragindo para apropriar­se dos meios que legitimem tais instituições como agentes midiáticos. Criam­se, dessa forma, imagens dos fiéis e para os fiéis, quase sempre com fins proselitista, ou na intenção de manter determinados posicionamentos de suas doutrinas. Com a intenção de compreender algumas especificidades do discurso religioso, este trabalho tem como objetivo apurar o ethos da revista Reformador, uma publicação da Federação Espírita Brasileira, bem como verificar a idealização, construída discursivamente, do fiel (espírita) veiculada pelos editoriais publicados nessa revista. Nosso interesse nesse tipo de estudo advém da observação da forte presença do discurso espírita na mídia, além de constatar o grande número de pessoas que se envolvem com tal discurso; a ponto de fazerem com que essa doutrina conte com cerca de vinte milhões de adeptos só no Brasil, adquirindo dimensões de uma nova religião, com hospitais, escolas e obras de caridade. Sem falar que essa doutrina popularizou em nosso país uma vasta literatura, que abrange poemas, contos, romances e obras de cunho científico, filosófico e religioso (AUBRÉE; LAPLANTINE, 2009). Fundamentamos o trabalho nos estudos inseridos no âmbito da Análise do Discurso de linha francesa, mediante as teorias sobre o ethos, mídium e cena de enunciação de Maingueneau (2008a; 2008b; 2008c; 2008d; 2010; 2011). Quanto ao estudo dos discursos das mídias, partiremos dos conceitos teóricos de Charaudeau (2008; 2010). PALAVRAS­CHAVES: Discurso; ethos; ideologia; mídia. DA CARTA AO TWITTER: EVOLUÇÃO, COMPOSIÇÃO E INFLUÊNCIA Quezia Fideles Ferreira [Faculdades Integradas de Patos] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: Na modernidade, o surgimento de novos gêneros textuais tem proporcionado várias discussões sobre a origem, a configuração linguística e as influências que eles incorporam de outros gêneros circulantes nas práticas linguísticas estabelecidas na atual sociedade. E­mail, torpedo, twitter correlacionados à antiga, e quase em desuso, carta pessoal são exemplos dessa dinâmica de assimilação. Nesta pesquisa, temos como objetivo investigar como esses gêneros assimilaram, ao longo do processo de formatação, características de outros já existentes na sociedade e, partindo dessa indagação, refletir sobre as possibilidades direcionais desse processo de evolução na esfera escolar. O corpus do trabalho é composto por uma proposta de estudo documental da evolução dos gêneros carta, e­mail, torpedo e twitter aplicada a uma turma do 8ª ano de uma escola pública paraibana. Teoricamente, recorreremos às contribuições de Bakthin (1979), Bazerman (2007), Coracini (2002), Kleiman (1989), Koch & Elias( 2010), entre outros, para refletimos sobre a concepção de gênero que permeia este estudo comparativo , a concepção de ensino do gênero, que poderá funcionar como facilitador ou complicador do processo de reconhecimento, para o aluno, das distinções e semelhanças existentes entre os diferentes gêneros, bem como de suas funções social, histórica e linguística assumidas ao longo do processo de construção da história da humanidade. PALAVRAS­CHAVE: Gênero; evolução; semelhanças; distinções. O GÊNERO EDITAL ­ DAS PÁGINAS DOS J ORNAIS PARA AS PÁGINAS VIRTUAIS: ANÁLISES HISTÓRICA E DISCURSIVA Roseane Batista Feitosa Nicolau [UFPB] [email protected] RESUMO: O Edital faz parte do sistema discursivo de práticas sociais, precisamente, oficiais e administrativas. De forma geral, tem por finalidade tornar público determinado fato ou ato ou ainda, uma lei. Os Editais eram, no Brasil Colônia, afixados em locais públicos. No Brasil Império, eram publicados nos jornais. Hoje, no Brasil República, são publicados, sobretudo, nas páginas virtuais das Instituições e Órgãos Administrativos. Este trabalho tem como objetivo compreender as transformações do gênero Edital ao longo da história, considerando as suas condições de produção e de publicação e as vozes presentes nesse tipo de documento, publicado em jornais e em páginas da internet. Utilizamos o arcabouço teórico das Tradições Discursivas (KOCH, 1997; OESTERREICHER, 1997; KABATEK, 2001), que realizam uma análise micro (estrutura interna) do texto e macro (social), reconstruindo a história social, e da Teoria dos Gêneros Discursivos, a partir de Bakhtin (1997), que vê os gêneros discursivos como organizações relativamente estáveis caracterizadas por uma temática, uma forma composicional e um estilo. Conforme Kabatek (2001), o traço que define as TDs é a relação temporal de um texto em um momento determinado da história com outro texto anterior. No caso específico deste trabalho, identificamos as TDs responsáveis pela formação de Edital, compreendendo a utilização de certos recursos linguísticos determinantes para a sua caracterização e sua composição tanto no jornal do século XIX quanto no suporte virtual no século XXI. Visualizamos, também, as mudanças desse gênero no seu estilo e na sua temática, ao compreender que os gêneros de forma geral têm um valor sociocultural na medida em que atendem às necessidades sociais. PALAVRAS­CHAVE: Tradição Discursiva; gêneros discursivos; edital; jornal e internet. O LÉXICO NA COMPOSIÇÃO ESTILÍSTICA DE EDITORIAIS PERNAMBUCANOS DO SÉCULO XIX Valéria Severina Gomes [UFRPE] [email protected] RESUMO: Pernambuco registra, no século XIX, um momento histórico de enriquecimento cultural e de modernização social que ocorreu em todo o país. Juntamente com outros domínios de escritura, a jornalística contribuiu imensamente para a propagação das mobilizações sociais, políticas e culturais, por meio de diversos gêneros constituídos por uma língua efervescente, dinâmica e suscetível a essas transformações. Daí os aspectos heterogêneo e histórico da língua e dos textos, que se relacionam nesta pesquisa. De acordo com Martins (2008), ainda há poucos estudos que fazem referência à evolução do português brasileiro nos anos do Oitocentos. Por outro lado, também começam a surgir estudos recentes, com base no conceito de Tradição Discursiva, ou seja, na abordagem, por exemplo, da constituição linguístico­discursiva dos gêneros textuais nas diferentes épocas, em diversos níveis de linguagem: fonético­fonológico, sintático, semântico e textual
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES (KOCH, 1997), que buscam correlacionar a história da língua, a história dos textos e as mudanças sociais. Nessa perspectiva, este estudo, idealizado a partir da análise do léxico na obra literária do século XIX, feita por Martins (2008), pretende fazer uma análise qualitativa de editoriais pernambucanos do mesmo período, considerando o léxico na composição estilística desses textos por meio dos seguintes aspectos da língua: latinismos; arcaísmos; expressões populares; regionalismos; indianismos; africanismos; estrangeirismos; neologismos; o nome próprio como recurso estilístico. A questão levantada é: que mudanças de estilo podem­se observar, em termos lexicais, na passagem do editorial pelas tendências político­panfletária, literário­independe e telegráfico­informativo do jornalismo impresso? Os textos que constituem o corpus desta pesquisa são editoriais jornalísticos que compõem o corpus mínimo coletado pela equipe de Pernambuco em jornais pernambucanos diversos: Diario de Pernambuco, A Carranca, O Paiz, O entre o cristão/católico Oliveiros, guerreiro da fileira de Carlos Magno, ou seja, um dos doze pares de França, e o guerreiro mouro Ferrabrás. O discurso do folheto em questão é extremamente exemplar e o grande objeto de Oliveiros não é simplesmente sobrepujar Ferrabrás na batalha física, é também desejo do paladino de Carlos Magno a conversão do mouro. Dessa forma, visa­se a observar o teor desse discurso, no que diz respeito ao caráter “cristão católico” presente nessa trama e qual a importância desse discurso para a popularização do folheto supracitado. PALAVRAS­CHAVE: Discurso cristão católico; tradição discursiva; folhetos Progressista, A Provincia, Jornal do Recife, A Quotidiana Fidedigna, O Capibaribe, O Argos Pernambucano e O Liberal. Os textos, no total de SIMPÓSIO 3 – GT LINGUAGEM & GÊNEROS/TRADIÇÕES DISCURSIVOS/AS Konstanze Jungbluth [Europa­Universität Viadrina] e Maria Lúcia da Cunha V. de Andrade [USP] 70.388 palavras, estão disponíveis no banco de dados do Projeto Para a História do Português Brasileiro (PHPB). O objetivo principal é reconstruir a performance do português brasileiro na constituição de editoriais pernambucanos no século XIX. PALAVRAS­CHAVE: Tradição Discursiva; editorial; léxico; estilo. A EXPRESSIVIDADE DO DISCURSO “CRISTÃO CATOLICO” EM A BATALHA DE OLIVEIROS COM FERRABRÁS Willian Lima de Sousa [UFPB] [email protected] RESUMO: As narrativas que abordam Carlos Magno e os Doze Pares de França são extremamente difundidas no Nordeste brasileiro, o que levou Câmara Cascudo a agregá­las em seu livro Os Cinco Livros do Povo. Essas tramas pertencem a uma tradição discursiva que transcende as fronteiras das terras brasileiras, ou seja, partem da canção de gesta francesa e repercutem nos folhetos concebidos no Nordeste do Brasil. A expressividade dessas narrativas é tamanha no Nordeste brasileiro, que um ciclo temático foi criado para agrupá­las, o ciclo carolíngio. Nessa pesquisa, busca­se analisar o discurso contido em um dos folhetos de Leandro Gomes de Barros, A Batalha de Oliveiros com Ferrabrás. Nesse folheto, é travada uma batalha AS PROPRIEDADES QUE CARACTERIZAM OS ADJ ETIVOS NOS ANÚNCIOS COMO MARCA DE TRADIÇÃO DISCURSIVA (TD) Aucineide Marques de Oliveira [UFRN] [email protected] Lucrécio Araújo de Sá Júnior [Orientador ­ UFRN] RESUMO: Este trabalho propõe analisar anúncios de venda publicados no jornal Tribuna do Norte no século XX e tem por objetivo observar como os adjetivos se integram a esse gênero, a fim de perceber a constituição de uma Tradição Discursiva. Para tanto, verificaremos os tipos de adjetivos frequentes na atribuição de qualidade ao produto. É o modelo teórico da Tradição Discursiva que norteia essa nossa compreensão inicial e que parte da noção de evocação­repetição e recursividade de formas linguísticas já existentes, ou seja, na medida em que evocamos uma determinada situação comunicativa, deixamos de formular um mero enunciado para produzirmos textos, e nessa produção utilizamos as tradições que já existem em nosso acervo cultural. Em se tratando da produção escrita, a repetição ocorre pelo uso das formas textuais ‘cristalizadas’. É seguindo tal perspectiva que
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES pretendemos observar os anúncios, assumindo como hipóteses que a posposição e a anteposição dos adjetivos em relação ao sintagma nominal revelam características marcantes dos anúncios de uma época. Na tentativa de confirmar essas hipóteses, analisaremos a utilização de certos tipos de adjetivos quantificadores e de intensificadores. Nossa pretensão é mostrar quais dessas marcas nos anúncios permanecem ou mudam ao longo do tempo. PALAVRAS­ CHAVE: Tradição Discursiva; anúncios; adjetivos. consideração sua forma, o campo semântico apresentado e como se estabelece o processo das Tradições Discursivas nos benditos analisados. PALAVRAS­CHAVE: Tradições Discursivas; benditos; movência. O DISCURSO RELATADO E A CONSTITUIÇÃO DIACRÔNICA DO GÊNERO “NOTÍCIA” Fábio Fernando Lima [USP/FAPESP] [email protected] A TRADIÇÃO DISCURSIVA E A REALIZAÇÃO DOS ADJ ETIVOS NOS BENDITOS POPULARES Camila Maria Gomes [UFRN] [email protected] Lucrécio Araújo de Sá Júnior [Orientador ­ UFRN] RESUMO: Na perspectiva teórica das Tradições Discursivas (TDs), podemos perceber que os textos/discursos são portadores de tradições, o que significa dizer que apresentam regularidades discursivas ou formas textuais já produzidas pela sociedade, em momentos anteriores, que permaneceram ou se modificaram ao longo de sua existência, assim como aponta Johannes Kabatek (2001, 2003, 2005 e 2006). No domínio das culturas populares, para tanto, existem textos orais que servem a muitos objetivos interativos. A revitalização do nome próprio, a substantivação, a implementação de adjetivos acabam por revelar toda a lógica dos símbolos supradeterminantes pelos meios social e político. Dessa maneira, as estruturas verbais desses textos acabam por representar, de alguma forma, os símbolos e os valores distribuídos e instituídos socialmente, como aponta Sá Júnior (2009). Daí, decorrem as explicações e regulamentações para a vida social, os símbolos parentais de educação, de trabalho, o nível dos jogos sociais (o lúdico). Portanto, nesse sentido, com o intuito de contribuir para entender os processos constitutivos desses textos, buscamos, com este trabalho, apontar algumas relações de permanência e mudança de TDs no patrimônio imaterial religioso dos quais temos contato: os benditos populares. Para isso, faremos um apanhado geral sobre a realização dos adjetivos presentes em cantos populares religiosos encontrados no Rio Grande do Norte e na Paraíba, além de analisar a macroestrutura apresentada nos textos, levando em RESUMO: Nesta comunicação, buscamos apresentar os resultados parciais de um estudo que se propõe a investigar, analisar e descrever as estruturas responsáveis pelo estabelecimento das relações interpessoais e as intersecções delas com a persuasão no noticiário dos jornais paulistas sobre as eleições publicados desde o final do século XIX ao início do XXI, observando a manifestação de ideologias e a busca pelo estabelecimento de determinados consensos. Para a operacionalização dessa tarefa, partimos dos estudos desenvolvidos no contexto da Análise Crítica do Discurso (ACD) (cf. FAIRCLOUGH, 1997, 2001, 2007; VAN DIJK, 1994, 2008) e procuramos apresentar um modelo capaz de amalgamar tais estudos à Retórica, particularmente à Nova Retórica de Perelman e Olbrechts­Tyteca (1996). Nesse contexto, a análise da evolução do gênero discursivo “notícia” vem indicando que, se nos textos do final do século XIX e de grande parte do século XX há o predomínio da tradição do narrar, caracterizada pela apresentação pormenorizada de sequências descritivas, são os breves relatos mais característicos do noticiário, os quais, muitas vezes, fazem uso do argumento de autoridade, correspondentes à tradição do “relatar”, que se impõe diacronicamente. Mediante a breve comparação entre textos publicados nos diferentes períodos analisados, fica patente tanto que o discurso citado e, por conseguinte, o argumento de autoridade permeiam o gênero notícia quanto que, nem de longe, pode­se atribuir como característica do noticiário contemporâneo sobre as eleições um “relato objetivo dos acontecimentos recentes”. O material analisado constitui­se do noticiário de edições dos jornais Correio Paulistano, A Província de S. Paulo/O Estado de S. Paulo e Folha da Noite/Folha de S. Paulo referentes desde às eleições gerais de 1889 para a Câmara dos Deputados, a última realizada sob o Império, passando por
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES diversas eleições ao longo dos séculos XX e XXI (Apoio: FAPESP – Processo 2009/54845­6). PALAVRAS­CHAVE: Discurso relatado; gênero notícia; Análise Crítica do Discurso; Retórica. PALAVRAS­CHAVE: Sensacionalismo; oralidade; escrita; linguagem popular; jornalismo popular. A HISTORICIDADE DAS TRADIÇÕES DISCURSIVAS E AS COMUNIDADES DA FALA O SENSACIONALISMO LINGUÍSTICO NOS J ORNAIS POPULARES – MARCAS DA ORALIDADE NO AQUI PE Felipe Casado de Lucena [UNICAP] [email protected] RESUMO: Com o início do século XX começaram as primeiras mudanças na imprensa brasileira. Os jornais e revistas se transformaram em empresas e, com isso, a opinião do público passou a ser o foco do conteúdo jornalístico, já que os jornais não dependiam mais exclusivamente do Estado nem dos setores da economia e da política. À linguagem do jornalismo foram se incorporando elementos novos. O sensacionalismo, segundo Amaral (2006), começou a ter repercussão a partir dos artigos de Brito Broca, que escreveu o livro A vida literária no Brasil – 1900, no qual abordava as inovações da imprensa brasileira, além do estudo comparativo entre jornais realizado por Afonso Lima Barreto nas primeiras décadas do século XX. Ainda nessa época, o jornalista Alberto Dines estabeleceu didaticamente uma divisão do processo sensacionalista nos jornais. Classificou­o em gráfico, quando há um apelo visual superior ao fato; linguístico, quando o foco está na utilização de determinadas palavras; e temático, quando se pretende provocar emoções e sensações sem considerar a responsabilidade social da notícia. Ainda hoje, os jornais destinados às classes B, C e D carregam o título de sensacionalistas, mesmo que muitos deles exerçam um jornalismo menos sanguinolento e mais preocupado em incorporar características culturais populares. Este artigo tem o objetivo de analisar os aspectos linguísticos considerados sensacionalistas nesses jornais. A abordagem será focada nos recursos de oralidade na escrita, que representam não somente uma tentativa de aproximar a linguagem jornalística da fala do povo, como também uma estratégia de venda e obtenção de audiência. Para isso, será utilizado como corpus o jornal Aqui PE e como fundamentação teórica os estudos de Marcuschi, Preti e Koch sobre as relações entre fala e escrita. Tal análise nos aponta a importância e os efeitos de um produto jornalístico pautado pelo interesse do público e não pelo interesse público. Konstanze Jungbluth [Europa­Universität Viadrina] K.Jungbluth@t­online.de RESUMO: A palavra tradição, primeira parte do termo tradição discursiva, enfatiza a própria historicidade dessa categorização. A prática social pode se limitar a um uso receptivo só de leitura ou pode abarcar os dois lados: o falado e o escrito. Os membros de uma comunidade mostram uma certa competência, dominam um saber expressivo que compartilham. Em outras palavras, conhecem as regras e as normas que desenvolvem o perfil de uma certa tradição discursiva. Todos esses atos de fala novos são ancorados em uma situação respectiva e depois passam a ser performados e transformam­se em parte da história. Em relação às constelações específicas, únicas em suas formas de relação entre o falante, o ouvinte e [os objetos d]o mundo, o falante­escritor é forçado a buscar palavras e uma forma adequada para expressar a “novidade”. Desse modo, é possível defender que a combinação de um recorte concentrado numa descrição exata dos traços linguísticos, dando o perfil de uma certa tradição discursiva, e outro que enfoque a mudança do uso, a seleção dos traços em textos posteriores com referência ao mundo, os processos de categorização, vistos desde a perspectiva do falante aos traços de valorização por parte do ouvinte, completaria o nosso saber sobre tradições discursivas velhas e novas. PALAVRAS­CHAVE: historicidade; comunidade de fala; tradição discursiva. LEITURA NO ENSINO MÉDIO E CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA Manoel Natal da Silva [UFRPE] [email protected] RESUMO: Ao longo dos anos, tem­se observado, na escola pública, um quadro de extrema deficiência em leitura, fato que inquieta e angustia a
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES maioria dos professores de Língua Portuguesa. Perante o exposto, este trabalho apresenta uma proposta pedagógica desenvolvida com alunos do Ensino Médio de uma escola estadual, em Timbaúba/PE, Leitura no Ensino Médio e Construção da Cidadania , com o objetivo de facilitar a inserção social do aluno como sujeito de seu tempo através da leitura enquanto fator de inclusão. Nessa direção, propõe­se “criar condições para que os alunos possam se apropriar de características discursivas e linguísticas [...] em situações de comunicação real que visem ao conhecimento, à leitura e à discussão”, conforme (LOPES­ROSSI, 2006:74), e que tomem consciência da sua importância social como pessoas letradas e cidadãos participativos, pela realização de leituras e produção de textos que estimulem a cidadania, com base teórica em Freire (1996) e Ferreira (1993). Para a execução deste trabalho, foram realizadas seguidas intervenções com o gênero textual crônica que culminou com uma pesquisa, cuja coleta de dados foi feita mediante um questionário. Os dados computados, após a pesquisa, forneceram uma direção que consolidou este projeto como um modelo didático capaz de contribuir com um processo de transformação do quadro constatado, o que se pressupõe viabilizar a inclusão social do aluno pela apropriação da leitura e da escrita. Nesta linha, urge­se a necessidade da inserção desse projeto no planejamento do Ensino Médio, no afã de conscientizar os demais professores sobre a sua importância como modelo didático, não só pela utilização do gênero crônica, mas sendo ele um norte para se trabalhar com outros gêneros textuais e promover a inserção social dos educandos. PALAVRAS­CHAVE: Leitura; inclusão social; cidadania. caracterizar as Tradições Discursivas (TD), seguindo a proposta de Kabatek (2006), no que diz respeito à constituição do gênero epistolar (carta pessoal), que constituem o sistema discursivo das práticas sociais do século XIX. Para tanto, selecionamos, da correspondência pessoal de Machado de Assis, cartas escritas por homens e mulheres que mantinham relações de amizade estreita com o escritor e outras em que se percebe uma relação menos intima e mais voltada às situações profissionais. Em relação à correspondência de Guita e José Mindlin, foram selecionadas apenas as cartas escritas por mulheres (Carlota Joaquina, Adélia Prado e Ana Miranda). Buscamos observar a dialogicidade, no corpus em foco, inscrita no texto por meio de marcas específicas, selecionadas pelo enunciador a partir das formas de tratamento e de escolhas lexicais organizadas de tal modo que a sintaxe desse discurso revele um uso significativo da língua na correspondência de Machado de Assis, escrita nas décadas de 70 e 80 do século XIX, e também nas cartas da coleção de Mindlin, relativas ao século XIX e XX. Essa organização permite, assim, depreender a existência, entre outros, de um continuum no grau de proximidade/distância entre os enunciadores. PALAVRAS­CHAVE: Gênero epistolar; formas de tratamento; tradições discursivas; dialogicidade AS MARCAS LINGUÍSTICAS DA TD “TELEGRAMA” EM J ORNAIS RECIFENSES ENTRE O FINAL DO SÉCULO XIX E O INÍCIO DO XX Marlos de Barros Pessoa [UFPE] [email protected] TRADIÇÕES DISCURSIVAS E CORRESPONDÊNCIA PESSOAL: ESTUDO DE MARCAS DE ENVOLVIMENTO E DISTANCIAMENTO EM CARTAS PARTICULARES NO PORTUGUÊS BRASILEIRO Maria Lúcia C. Victório de Oliveira Andrade [USP] [email protected] RESUMO: A partir de textos selecionados da correspondência pessoal de Machado de Assis, organizada por Sérgio Paulo Rouanet (2009), e da obra Cartas da biblioteca Guita e José Mindlin, editada por Mary Lou Paris (2008), buscamos identificar e analisar as formas de tratamento, visando a RESUMO: Dando sequência ao trabalho apresentado no I SINIEL (2010), proponho agora apresentar os resultados da investigação da natureza da tradição discursiva “telegrama”, tal como aparece nos jornais recifenses entre a segunda metade do século XIX e primeiras décadas do século XX. O corpus foi recolhido em três jornais da cidade (Jornal do Recife, A Província e O Jornal Pequeno). Adota­se uma perspectiva do estudo das Tradições Discursivas e baseia­se no levantamento de dados referentes à ordem dos constituintes, à extensão dos enunciados, à posição dos adjetivos. Ao final, essas marcas são confrontadas com aquelas preconizadas como “estilo jornalístico”, manifestado primordialmente na TD “notícia”, para se estabelecer uma relação genética entre essas formas. Ademais, confronta­se
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES também a TD “notícia”, tal como aparecia ao longo do século XIX e antes do surgimento do telegrama, quando era transmitida por cartas ou quando reproduzida de jornais trazidos por navios. Pretende­se, assim, identificar a instauração de uma nova tradição discursiva advinda das novas condições tecnológicas a partir da invenção do telégrafo, com base na objetividade e na racionalidade, operando­se uma mais clara distinção em relação a outras tradições textuais presentes nos jornais ou em fase de implementação, como a crônica, o artigo de opinião ou editorial etc. PALAVRAS­CHAVE: Tradições discursivas; telegrama; jornais recifenses; condições tecnólogicas FIGURAS DE RETÓRICA NO GÊNERO TEXTUAL CRÔNICA Pollyanna Vanessa dos Santos Vieira [Academia Alagoana de Letras] [email protected] RESUMO: Este trabalho intitulado As Figuras de Retórica no Gênero Textual Crônica teve o objetivo de analisar as figuras de retórica no gênero textual crônica, à luz da Linguística Textual e da Retórica. A retórica é um fenômeno que ocorre tanto na língua falada quanto na língua escrita, sendo bastante utilizada em nosso cotidiano, seja na explicitação de um assunto teórico em sala de aula, em discursos políticos, teses ou até mesmo na negociação cotidiana de compra ou venda. Em crônicas, esse fenômeno é bastante utilizado, uma vez que é um gênero literário produzido fundamentalmente para ser veiculado pela imprensa, em especial a escrita, necessitando, dessa maneira, de alegorias para persuadir o leitor no sentido de aceitar o seu objetivo pretendido. O corpus foi extraído de publicações de crônicas em forma de livro das quais foram selecionadas quatro. A metodologia utilizada foi de base qualitativa, uma vez que trabalhou as crônicas em processo. Os pesquisadores utilizados para efetivação deste trabalho foram: Reboul (1998), Sardinha (2007), Marcuschi (2008), Koch (2004), Bazerman (2006), dentre outros. Como resultado, vimos a utilização das figuras de retórica, nas crônicas de autor alagoano, como um recurso persuasivo bastante utilizado para que a integração entre leitor e escritor seja efetivada. Dentre as figuras de retórica que apareceram no trabalho, foi a metáfora a de maior poder de persuasão na efetivação do sentido transmitido pelo produtor textual. PALAVRAS­CHAVE: Linguística Textual; Retórica; metáforas. REVISITANDO A HISTÓRIA DAS PRÁTICAS DE LEITURA Sulanita Bandeira da Cruz Santos [UFPE] [email protected] Andréa Tereza Brito Ferreira [Orientadora ­ UFRPE] RESUMO: Parece comum nos depararmos com cenas de leitura por onde quer que circulemos hoje em dia, nas quais podemos observar a utilização dos mais variados suportes: revistas, jornais, livros. E por que não mencionar também os suportes no âmbito digital, tal como os computadores, tablets e até celulares? São, pois, registros de cenas de leitura nos mais diversos espaços e com as mais variadas finalidades. No entanto, se nos debruçarmos sobre a história das práticas de leitura, o que ela nos revelará? Este trabalho, com base nas considerações feitas por Chartier (2001), Belo (2002), Fischer (2006), Zilberman & Lajolo (1996), sobre esse tema, propõe fazer um recorte da história das práticas de leitura, analisando­as sob a perspectiva do que nos propõe Michel de Certeau (1994). Certeau permite­nos analisar a leitura como uma atividade social que se diferencia entre os sujeitos a partir dos usos da leitura em sociedade. Favorece reflexões singulares sobre a recepção e as fabricações das práticas cotidianas dos leitores. O resultado dessas reflexões históricas nos permitirá vislumbrar as práticas de leitura a partir das táticas e estratégias construídas ao longo do tempo e nos apontará para uma queixa de Certeau, a de que parece haver uma preocupação demasiada dos estudiosos da leitura em se concentrarem mais em seus aspectos normativos em detrimento da preocupação com a atividade leitora em si. PALAVRAS­CHAVE: Leitura; práticas de leitura; cotidiano. SIMPÓSIO TEMÁTICO 4 – GT LINGUAGEM & HERMENÊUTICA André Gustavo Ferreira da Silva e Thiago Aquino [Universidade Federal de Pernambuco] WITTGENSTEIN E A LIBERDADE COMO UMA ESPÉCIE DE PROPOSIÇÕES André Gustavo Ferreira da Silva [UFPE]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] desempenha uma função basilar na argumentação wittgensteiniana. Nosso objetivo nessa comunicação será explicitar essa função. A pergunta fundamental pode ser estabelecida da seguinte maneira: ainda haveria algum sentido uma discussão sobre o sujeito na filosofia analítica da linguagem? Ou melhor, ainda há sujeito? Se há, qual seria seu papel? Veremos que a resposta para essas perguntas é afirmativa. Sim, ainda há sujeito e é possível uma discussão sobre esse tema na filosofia analítica da linguagem. Essa discussão se dá no âmbito do Tractatus de Wittgenstein que combina a tradição lógico­analítica da linguagem com a tradição crítica de cunho kantiano. A subjetividade, portanto, assume um papel transcendental, papel esse caracterizado por perspectivar o problema da relação entre linguagem e mundo por um prisma crítico em que se estabelecem as condições de possibilidade dessa relação. PALAVRAS­CHAVE: Subjetividade; tradição lógico­analítica da linguegem; tradição crítica. RESUMO: O objeto deste trabalho é a liberdade segundo os pressupostos de Wittgenstein no Tractatus. O objetivo é defender que a liberdade é o nome contraposto à espécie de proposições cujo nome é necessidade. Justifica­se por apresentar uma tentativa de validação do debate acerca da liberdade fora da tradição metafísica. O trabalho se pauta segundo a metodologia analítica. Teoricamente escora­se em Wittgenstein, quando afirma que “a investigação lógica é a investigação de tudo o que toma a forma de lei” (Tractatus § 6.3). Pressupõe que uma definição que em sua formulação esgotasse absolutamente a ideia de liberdade seria uma “lei” sobre a liberdade. Todavia, uma “lei” só pode ser formulada no âmbito da lógica, onde “fora da lógica tudo é acaso” (Tractatus § 6.3). Tomando como exemplo a “lei de causalidade”, temos que todas as proposições referentes à causalidade na natureza, tais “como o princípio da razão suficiente, da continuidade na natureza, do menor esforço da natureza etc,” (Tractatus § 6.34) são leis que constituem uma espécie particular de proposições: aquelas que formulam sobre algo chamado causalidade. Daí a Lei da Causalidade ser o nome de uma espécie de leis, ou proposições. Muitas também são as proposições sobre a liberdade, mas, não há uma proposição absoluta. Se assim fosse, tal proposição seria a definição absoluta da liberdade, seria sua lei. Então, assim como a lei da causalidade é um conjunto de leis, a liberdade é o conjunto aberto formado pelas formulações opostas ou antagônicas ao que se tenha por necessário. Conclui­se que a liberdade é o nome de uma espécie de proposições que se contrapõem a uma espécie de proposições cujo nome é necessidade. PALAVRAS­CHAVE: Liberdade; Wittgenstein; necessidade. ALÉM DO MUNDO E DA LINGUAGEM: SOBRE A FUNÇÃO TRANSCENDENTAL DA SUBJ ETIVIDADE NO TRACTATUS Diogo Villas Boas Aguiar [UFPE] [email protected] RESUMO: O estabelecimento da estrutura essencial do mundo e da proposição articuladas através da teoria da afiguração é o propósito primordial e a característica sui generis do Tractatus Logico­Philosophicus de Wittgenstein. No entanto, situado nos limites lógicos do mundo, o sujeito WITTGENSTEIN CONTRA HABERMAS: UMA CRÍTICA SEMÂNTICA À FUNDAMENTAÇÃO DA ÉTICA DO DISCURSO Érico Andrade M. de Oliveira [UFPE] [email protected] RESUMO: A minha comunicação tem como principal objetivo apresentar dois tipos de dificuldades semânticas que fragilizam a fundamentação da ética do discurso. Para apresentar essas dificuldades, recorrerei às ideias Wittgenstein no intuito de mostrar a grave incompreensão de Habermas quanto ao verdadeiro significado da virada linguística pragmática. A minha apresentação se estrutura em dois níveis que serão discutidos logo após uma breve exposição da ética do discurso. No que diz respeito à primeira dificuldade, mostrarei que a situação ideal de fala exige condições formais para o discurso incompatíveis com a dinâmica do significado e do uso dos juízos morais cujas regras são construídas a posteriori no interior de um jogo de linguagem. Para tanto, recorrerei à noção de misfire (erro de foco), no intuito de sublinhar que, de um ponto de vista semântico, é inócua a tarefa de instituir condições formais para validar discursos sobre normas morais. Num segundo momento, farei uma crítica semântica à teoria do agir comunicativo, mostrando que a situação ideal de fala não pode ser tomada como uma instância dada e neutra axiologicamente com poder de veto sobre a validade das normas morais. O objetivo do meu trabalho é avançar na direção de uma
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES radicalização das críticas à teoria do agir comunicativo, brevemente indicadas aqui, no intuito de mostrar que não há nenhum sentido em subordinar a validade do uso dos juízos morais a qualquer construto formal, notadamente à situação ideal de fala. O meu ponto essencial é que, do ponto de vista de uma teoria do significado, é absolutamente inócuo subordinar a validade de um enunciado moral, cuja validade é atestada historicamente e num contexto, a um construto formal transcultural. Assim, a teoria do agir comunicativo é frágil na sua pretensão de formalizar as condições pragmáticas para o discurso. PALAVRAS­CHAVE: Ética do discurso; linguagem; misfere; teoria do agir comunicativo; pragmática permanente convergência com outras modalidades possibilita a análise de sua característica flexível na construção de sentidos. Nesse aspecto, apresentaremos alguns traços que ampliam a reflexão de Wittgenstein em torno das demais formas de linguagem (imagética, visual, sonora), além da verbal, na flexibilidade receptiva e dialogal presente nos enunciados das situações de vida. Por fim, propomos aprofundar as interseções entre Wittgenstein e alguns teóricos modernos sobre a relevância contextual das construções de sentido, principalmente na teia proporcionada pelas linguagens digitais. PALAVRAS­CHAVE: Construção de sentidos; linguagens digitais; linguagem verbal. A CONSTRUÇÃO DE SENTIDOS EM WITTGENSTEIN E NO HIPERTEXTO DIGITAL: INTERSEÇÕES TEÓRICAS A LINGUAGEM COMO FONTE PRIMÁRIA DE INTEGRAÇÃO SOCIAL NÃO VIOLENTA José Carlos Leandro [UFPE/PPG] [email protected] Karl Heinz Efken [UNICAP] [email protected] RESUMO: Buscamos, em nosso trabalho, fazer uma análise das principais reflexões filosóficas de Wittgenstein sobre a natureza da linguagem, tendo como referencial a sua segunda fase. Ele passou a considerar a função constitutiva da linguagem relacionada com a problematização das formas de existência e como ela se articula na construção social de sentidos. Para Wittgenstein (1953), o mais fascinante da linguagem é sua capacidade plástica de mudar de sentido conforme o uso que dela se fizer. Ele afirma que: “As palavras só adquirem significado no fluxo da vida; o signo, considerado separadamente do fluxo de suas aplicações, parece morto, sendo o uso seu sopro vital” (1953, p.43). Segundo ele, o ‘significado’ de um signo é a soma das regras que determinam seus “lances” possíveis. Assim, o filósofo vienense apresenta a dinamicidade plástica da linguagem a exemplo do funcionamento estabelecido nas regras de um jogo. Conforme seus postulados, a linguagem possui uma práxis entre o locutor e o interlocutor que caracteriza uma determinada “regra” constitutiva, considerando seus usos e propósitos, de seus sentidos. A partir dessas indagações da reflexão wittengensteiniana, buscaremos relacionar as estratégias de análise da linguagem verbal estudada por ele em seus escritos com a discussão sobre a construção de sentidos presentes nas diversas semioses do hipertexto digital. O uso que o hipertexto digital faz ao utilizar a linguagem verbal em RESUMO: O filósofo alemão Jürgen Habermas, ao confrontar­se com a difícil tarefa de compreender e explicar a coordenação entre si de planos de ação de vários autores, de tal forma que as ações de um partido possam ser engatadas nas do outro, de forma não violenta, parte da compreensão da linguagem orientada ao entendimento como fonte de integração social. Segundo o autor, uma comunidade comunicativa interpreta coletivamente uma realidade problemática e tenta chegar a um consenso quanto a uma interpretação que contemple interesses comuns e seja o factualmente possível daquilo que é idealmente postulado. A coordenação das interações parte do reconhecimento mútuo da possibilidade e da capacidade de argumentar dos atores, os quais têm o direito e o dever de resgatar as pretensões de validade. São as energias de ligação ilocucionárias da linguagem, articuladas e mobilizadas na prática discursiva, que coordenam os planos de ação dos atores. O entendimento, para Habermas, depende da capacidade de os próprios sujeitos do agir comunicativo atuarem de forma autorreflexiva ou autorreferente. Os pressupostos contrafactuais do agir comunicativo que asseguram às pretensões de validade o seu caráter incondicional influenciam de modo decisivo os acordos alcançados discursivamente. A integração social depende das condições de uma socialização instável, que opera com suposições contrafactuais, permanentemente ameaçadas e exige, para ser
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES efetivada de modo não­violento, um agir comunicativo orientado ao entendimento que, apesar da tensão entre facticidade e validade, gera acordos racionalmente aceitáveis e com possibilidade de instituir e efetivar formas de convivência razoavelmente estáveis. A integração social deixa de ser resultado de uma força coercitiva que age de modo aberto ou oculto sobre os membros de uma comunidade e realiza­se através da força aglutinadora de uma linguagem compartilhada intersubjetivamente. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem; integração social; agir comunicativo. O II WITTGENSTEIN E SUAS IMPLICAÇÕES NA LINGUÍSTICA SOCIOCOGNITIVA Thaís Ludmila da Silva Ranieri [UFPE] [email protected] RESUMO: O início do século XX ainda apresentava resquícios de uma perspectiva lógica e positivista para se estudar a linguagem tal como observado nos filósofos lógicos do Círculo de Viena e na opção de se trabalhar a langue conforme escolhida por Saussure. A grande mudança de fato ocorreu a partir do fim da primeira metade do século XX, com as contribuições do II Wittgenstein. Nesse contexto, são de extrema importância as reflexões desenvolvidas pelo filósofo em seu livro Investigações filosóficas de 1953. Nessa obra, Wittgenstein apresenta um novo modo de encarar a relação linguagem – mundo, distanciando­se da antiga perspectiva em que prevalecia uma visão especular sobre essa relação. Embora não tenha sido exatamente o seu objetivo, suas reflexões acabam repercutindo nos estudos da linguagem, tal como na Linguística como também em outras áreas das ciências humanas, em especial na Psicologia. Posto assim, este trabalho tem por objetivo mostrar como as suas reflexões influenciaram a construção da Teoria dos Protótipos de Roach (ROACH, LLOYD, 1978) e, por conseguinte, como essas contribuições foram de grande importância na repaginada dos estudos referentes ao processo de categorização pela Linguística Sociocognitiva (UNGERER, SCHIMID; 1996). Para tanto, traçaremos um percurso histórico em que as ideias foram concebidas, buscando estabelecer pontos de contato entre as propostas teóricas. PALAVRAS­CHAVE: Wittgenstein; Roach; Sociocognição; linguagem. WITTGENSTEIN E A DIMENSÃO POLITICA DA FILOSOFIA Thiago André Moura de Aquino [UFPE] [email protected] RESUMO: Nas Investigações Filosóficas e em diversos textos tardios de sua obra, Wittgenstein ressalta a importância do aprendizado para o esclarecimento da temática do significado das expressões linguísticas. O treinamento que toda criança recebe no processo de socialização somente a capacita a participar das práticas linguísticas da sua comunidade na medida em que o seu comportamento torna­se convergente com os dos outros membros do grupo. Os jogos de linguagem pressupõem um acordo de juízos (IF § 242) ou um acordo da forma de vida (IF § 241). Esse vínculo entre o significado das expressões linguísticas e uma espécie de consenso social instituído levantou um vivo debate em torno da dimensão política do pensamento filosófico de Wittgenstein. A intenção desta comunicação é a de discutir, não apenas a orientação política desse pensador, se conservadora ou progressista, mas examinar, a partir das correlações entre significados linguísticos e práticas sociais apresentados nas Investigações, qual a real possibilidade de formulação de uma crítica social em bases filosóficas. PALAVRAS­CHAVE: Expressões linguísticas; significado; práticas linguístico­sociais; crítica social SIMPÓSIO TEMÁTICO 5 – GT LINGUAGEM & HERMENÊUTICA Hugo Monteiro Ferreira [UFRPE] e Humberto Miranda [UFRPE/UFPE] CAMINHOS DA LEITURA NO LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS Adriana Letícia Torres da Rosa [UFPE] [email protected] José Batista de Barros [UNICAP] [email protected] RESUMO: Este trabalho é um recorte do projeto de pesquisa “Relações intertextuais no livro didático de Português – o espaço dado ao conselho de autoajuda”, coordenado pela pesquisadora Adriana Rosa, de 2008 a 2011, apoiado pela PROPESQ UFPE. Objetivamos investigar a concepção de linguagem que orienta os trabalhos pedagógicos dos livros didáticos de Português (LDP), evidenciando os conceitos­chave presentes no manual do
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES professor e no corpo do livro – linguagem, gêneros textuais, intertextualidade e leitura – em contraposição às abordagens em atividades de compreensão e interpretação de textos presentes nas obras. Analisamos qualitativamente três coleções de LDP, do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental (2010). Os manuais do professor e as atividades de leitura foram o nosso corpus. Para o estudo, orientamo­nos pelos trabalhos associados à Teoria dos Gêneros do Discurso (Bakhtin/Volochínov, 2002; Bakhtin, 2003), entre outros teóricos que concebem a linguagem como forma de interação social, para citar: Freire (1991), Koch & Elias (2008), Kleiman (2004), Marcuschi (2008), Rojo (2009), Rosa (2003; 2008). Os resultados mostram que, nas coleções, os manuais consideram a linguagem em suas dimensões dialógica, social e histórica, evidenciando a leitura como prática de letramento; há uma preocupação quanto ao trabalho com os gêneros textuais e a sua diversidade. Porém, verificamos que essa diversidade defendida pelos manuais das coleções não está em consonância com o que se observa no corpo do livro: as propostas de leitura incidem sobre alguns gêneros específicos; as abordagens pedagógicas, por vezes, desconsidera o papel do ato de ler como participação social, focalizando o processo cognitivo de compreensão e de interpretação. Nesse sentido, uma formação docente qualificada nos campos teórico e metodológico é imprescindível para a realização de ajustes do material didático, quando da necessidade de sua adequação às perspectivas enunciativas. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem; leitura; livro didático. modo especial, nos ambientes digitais. Nesse sentido, estudiosos da questão (Dolz; Schenewly, 2004; Antunes, 2009; Coscarelli, 1996; 2002 entre outros) apontam para a importância de se assegurar processos de didatização dos gêneros textuais. Essa discussão constitui um campo fértil para a emergência de novos saberes e de novas ações no âmbito da formação docente. Para ilustrar o estudo teórico, o presente trabalho se propôs a analisar as habilidades de leitura de alunos de graduação, com vistas a um inventário das dificuldades de compreensão mais reincidentes. Buscou­se, ainda, analisar e categorizar tais dificuldades, articulando­as às especificidades de cada gênero proposto para leitura. Os resultados apontam para a necessidade de se partir das dificuldades dos futuros professores para a implantação de uma proposta de formação que priorize a constituição de um educador­sujeito­leitor. Assim, o processo de didatização não se restringe ao trabalho com a leitura na Educação Básica, mas passa a ser constitutivo da própria formação docente. Palavras­chave: Leitura; licenciatura; gêneros textuais; compreensão textual. LEITURA E LICENCIATURA: COMPROMISSO COM A FORMAÇÃO DO PROFESSOR RESUMO: A pretensão central deste texto é propor reflexão sobre a problemática da leitura na prática pedagógica de professores regentes pertencentes à primeira e à segunda fase do Ensino Fundamental. Entende­se que o/a professor/a, na sua condição docente, não pode prescindir da leitura como fonte de conhecimento e como procedimento fulcral para a realização das atividades docentes de modo coerente e consistente. Nesse sentido, a leitura, assim como aqui é defendida, não é uma opção para o/a professor/a, porém uma atividade essencial ao pleno desenvolvimento de suas funções pedagógicas, logo ao compromisso que o/a professor/a tem para com os processos de ensino e os processos de aprendizagens realizados na e pela escola. Argumenta­se que a prática pedagógica de professores/as do Ensino Fundamental fase 1 e fase 2, quando não ancorada em consistentes e sistemáticas ações leitoras, tende a ser falha e a apresentar sérias lacunas no campo das questões conceituais, teóricas, epistemológicas e metodológicas. PALAVRAS­CHAVE: Prática pedagógica; leitura; professor; essencial.
Helena Maria Ferreira [UFLA] [email protected] RESUMO: Este trabalho tematiza a questão da leitura em cursos de licenciaturas. Parte­se do entendimento de que os estudos atuais sobre os gêneros possibilitaram um avanço inequívoco, tanto do ponto de vista teórico quanto do ponto de vista didático­pedagógico, no que respeita às metodologias de trabalho com a leitura. Paradoxalmente, esse avanço comporta desafios para um adequado encaminhamento do ato de ler na escola. Entre esses desafios, há que se destacar a diversidade e a complexa maleabilidade dos gêneros nos diferentes contextos sociodiscursivos, de PRÁTICA PEDAGÓGICA: QUANDO A LEITURA NÃO É UMA OPÇÃO Hugo Monteiro Ferreira [UFRPE] [email protected] CADERNO DE RESUMOS
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES QUE FALA CABE À ESCOLA ENSINAR? A ORALIDADE NO LIVRO DIDÁTICO DE PORTUGUÊS José Batista de Barros [UNICAP] [email protected] Adriana Letícia Torres da Rosa [UFPE] [email protected] RESUMO: Nosso estudo incide sobre os gêneros textuais da oralidade no livro didático de Português (LDP), dada à importância interativa do uso dos gêneros como forma de participação e inclusão social, bem como à grande circulação desses livros nas escolas brasileiras. Questionamo­nos sobre qual o espaço pedagógico dado ao estudo da oralidade nas atividades de produção textual, levantando como hipótese que no LDP o trabalho com a produção do texto oral é desprestigiado quando equiparado ao com a produção escrita, ficando, assim, a reflexão sobre a língua falada e seus usos relegada. Nesse compasso, objetivamos analisar as práticas de oralidade nas atividades apresentadas em livros didáticos de Português do 5º ano do Ensino Fundamental. Selecionamos quatro coleções aprovadas pelo Ministério da Educação em seu Plano Nacional de Avaliação de Livro Didático (2011), das quais extraímos como corpus da pesquisa os exercícios de produção textual. Verificamos os gêneros sugeridos para produção de texto escrito e produção de texto oral, estabelecendo um contraponto entre eles; analisamos os gêneros textuais orais privilegiados nas atividades, refletindo sobre os pressupostos teórico­metodológicos subjacentes a essas propostas. Orientamo­nos pelas bases teóricas de estudiosos que compreendem a linguagem como forma de interação social, como: Bakhtin (1997; 2002), Bagno (1999), Marcuschi (2001; 2002; 2004), Mollica (2007), Rojo (2009) e Soares (1986). Concluímos que a oralidade vem ganhando um espaço de destaque no trabalho pedagógico com a linguagem: há momentos específicos de estudo de uma diversidade de gêneros orais. Contudo, a escrita ainda é supervalorizada, tanto na diversidade de gêneros trabalhados quanto na quantidade e qualidade das propostas sugeridas para produção textual, havendo, pois, uma necessidade de se aprofundarem as discussões sobre o contexto de produção comunicativa da oralidade no LDP. PALAVRAS­CHAVE: Oralidade; gêneros textuais; livro didático de Português; inclusão social. MULTIMODALIDADE E MULTISSEMIOSE: DESAFIOS PARA A FORMAÇÃO DE LEITORES PROFICIENTES Mauricéia Silva de Paula Vieira [UFLA] [email protected] RESUMO: Esta pesquisa discute questões relacionadas à leitura de textos que integram vários recursos multimodais e/ou multissemióticos e parte dos seguintes questionamentos: em que medida os livros didáticos de Língua Portuguesa contribuem para a formação de um leitor proficiente? Quais são as competências e habilidades exploradas? Ao aliar recursos visuais como desenhos, fotografias, tabelas, links a textos verbais curtos, tais gêneros demandam modos diferenciados de leitura e sobrelevam a necessidade de um trabalho mais ativo por parte do leitor, uma vez que a construção do sentido está relacionada à mobilização de conhecimentos prévios, ao levantamento de hipóteses e à produção de inferências. Por outro lado, na interface da formação de um leitor proficiente, encontra­se a escola, cuja responsabilidade transcende os limites da leitura como práticas escolares e alcança a dimensão de uma prática social. Nessa direção, esta investigação conjuga princípios de uma abordagem quantitativa a uma abordagem qualitativa e toma como objeto de análise livros didáticos aprovados no PNLD/2011. A construção do quadro teórico baseia­se em autores como Soares (2004), Dionísio (2008) e Rojo (2008). Os resultados parciais indicam uma exploração que não viabiliza o desenvolvimento de capacidades relativas à leitura de textos multissemióticos e/ou multimodais e, de modo especial, das especificidades próprias dos gêneros digitais. PALAVRAS­CHAVE: Leitura; livro didático; multissemiose; multiletramentos. AULA DE PORTUGUÊSOU DE LEITURA? O DESENVOLVIMENTO DA COMPETÊNCIA LEITORA E A PRÁTICA PEDAGÓGICA EM LÍNGUA PORTUGUESA Maria do Socorro Bezerra de Sousa [SEE] [email protected] Luciana Alves Sales da Silva [SEE]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] RESUMO: Este trabalho analisa as modificações ocorridas nos diários de classe das escolas estaduais de Pernambuco na primeira década do século XXI, observando as novas concepções de aluno, professor e educação presentes nessas mudanças. Para isso, tivemos como corpus os três exemplares dos diários de classe da rede estadual de ensino, utilizados nessa década: o primeiro, de 2000, o segundo, de 2004 e o último, de 2009. Cada exemplar corresponde a um modelo diferente implantado pela Secretaria de Educação de Pernambuco nesses últimos dez anos. Nossa análise teve como base os estudos de Miller (2009) e Bazerman (2007, 2006 e 2005), os quais consideram gênero como forma de agir socialmente, que pode nos falar da RESUMO: Diante da situação educacional vigente, faz­se necessária a redefinição da metodologia utilizada nas aulas de leitura e de interpretação de textos e o seu ajuste às exigências do perfil almejado pelas políticas educacionais, que propõem a formação do ser humano em seus aspectos: social, psíquico e intelectual. Em face dos resultados apresentados pelas escolas públicas de Pernambuco nas provas do Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco (SAEPE), consideramos importante uma pesquisa que detalhasse a prática pedagógica do docente como facilitador nesse importante processo de formação de leitores proficientes. O objetivo é avaliar à metodologia adotada pelos docentes nas aulas de leitura e compreensão textual ministradas aos alunos do 3º ano do Ensino Médio e identificar os possíveis fatores que interferem negativamente no resultado do SAEPE. Pretendemos utilizar uma metodologia de caráter descritivo, com abordagem quantitativa e qualitativa, que possa ser realizada com professores de Língua Portuguesa e alunos de duas escolas estaduais de Pernambuco, que tenham obtidos resultados antagônicos entre si na prova do SAEPE no mesmo ano. Os dados serão coletados por meio de questionários contendo perguntas abertas e fechadas, para serem armazenados em um banco de dados do aplicativo Excel, organizados e sintetizados a partir da estatística descritiva e apresentados em números absolutos e percentuais e as falas dos alunos e professores deverão ser submetidas a leituras sucessivas, categorizadas e analisadas à luz do referencial teórico pertinente. Para que o resultado dos alunos em futuras avaliações do SAEPE se aproxime do desejado por todos que compõem a comunidade escolar, há necessidade de se repensar as estratégias utilizadas pelos docentes em suas aulas. PALAVRAS­CHAVE: Avaliação; prática docente; leitura; compreensão de texto. AS MUDANÇAS NO DIÁRIO DE CLASSE DAS ESCOLAS PÚBLICAS DE PERNAMBUCO E SUAS IMPLICAÇÕES EM SALA DE AULA Odailta Alves da Silva [SEDUC/PE] [email protected] mente, da sociedade, da linguagem e da cultura [...] como também de muitos outros aspectos da vida letrada moderna (BAZERMAN, 2006: 10). Constatamos que os três diários apresentam diferenças entre si e essas ficam mais acentuadas no exemplar de 2009. As mudanças procuraram introduzir novas concepções de aluno, professor e educação, fugindo do tradicionalismo de então e compartilhando dos conceitos da pedagogia nova. Nessa concepção, o professor assume o papel de orientador da aprendizagem e o aluno é visto como um ser total, com sua individualidade. A preocupação deixou de ser “como se ensina” e passou a ser “como se aprende”. O diário de 2009, diferente dos dois primeiros, não contempla apenas notas e frequências, mas também busca dados como justificativas para faltas, distorção idade/série e dificuldades na aprendizagem. Objetivam­se, com isso, novas posturas dos educadores, que busquem respeitar cada aluno como um ser único e enxergá­lo inserido em uma sociedade e não apenas como mais um número no diário de classe. PALAVRAS­CHAVES: Gênero textual; diário de classe; aluno; professor. A HISTÓRIA DE LEITURA DE PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA Rebeca Rannieli Alves Ribeiro [UEPB] [email protected] RESUMO: O presente trabalho tem como principal objetivo analisar a história de leitura de professores da Educação Básica, que participaram de uma Formação Continuada realizada pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) em parceria como o Governo do Estado. Essa análise surge devido à necessidade de conhecermos o perfil do professor enquanto leitor, uma vez
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES que o docente traz consigo influências, além das obtidas durante a licenciatura, sobre o gostar ou não de determinadas leituras que podem apresentar implicações sobre a sua prática pedagógica. De acordo com as teorias do letramento, a leitura não é uma prática escolar, mas sim uma prática social escolarizada, ou seja, realizamos diversas leituras antes e após o período escolar. No entanto, não é raro encontrarmos professores que afirmam não terem tempo para ler. Surgem, então, questões como: Quais eram as leituras realizadas pelos professores antes de ingressarem no curso de licenciatura? Quais são as leituras realizadas pelos professores depois da formação inicial? Qual a concepção de leitura adotada pelos professores? Os primeiros resultados da análise, a partir das cinquenta produções dos professores, revelam um professor que, durante a infância, não foi um leitor assíduo, mas que reconheceu com o tempo a importância da leitura; um professor que, depois de formado, dedica­se às leituras escolares, as quais se delimitam ao livro didático. A nossa discussão está ancorada nos fundamentos teóricos de Kleiman (1995; 1999); Koch e Elias (2011); Oliveira (2010); Pietri (2007). PALAVRAS­CHAVE: Leitura; docência; educação básica; formação continuada. século XX, no que concerne à quantidade de ocorrência de formas expletivas em contexto de possessivos pré­nominais (Floripi, 2006). A partir dessas constatações, este trabalho apresenta um estudo comparativo confrontando dados do português europeu (PE) a dados de dois dialetos encontrados no Nordeste do Brasil (sertão de Pernambuco e Comunidade quilombola Muquém, em Alagoas), a fim de apresentar hipóteses explicativas sobre o atual estágio do sistema do artigo definido expletivo do PB, mais precisamente das variedades tomadas para análise. Conforme será apresentado, embora ligados tanto historicamente quanto geograficamente, os estados de Alagoas e Pernambuco apresentam sistemas distintos de realização do artigo definido expletivo, principalmente se considerado o contexto de patronímicos. Isso faz supor que os princípios que regem a realização do artigo definido expletivo diante de patronímicos sejam distintos dos princípios que regem a sua realização diante de possessivos pré­ nominais. A análise a ser apresentada pauta­se no modelo da Sociolinguística Paramétrica, como apresentado em Tarallo & Kato (1989), e os dados Pernambuco analisados são provenientes do corpus constituído pelo projeto “A língua falada no sertão pernambucano: uma análise sociolinguística da sintaxe das construções nominais”, por nós coordenado, e os dados de Alagoas foram retirados do corpus apresentado em Moura (2009). PALAVRAS­CHAVE: Artigo definido expletivo; variação; Sociolinguística Paramétrica SIMPÓSIO TEMÁTICO 6 – GT LINGUAGEM & HISTORIOGRAFIA Marcelo Amorim Sibaldo [UAST/UFRPE] e Marco Antonio B. Martins [UFRN]
VARIAÇÃO NO SISTEMA DE DETERMINANTE EM DOIS DIALETOS DO NORDESTE DO BRASIL Adeilson Pinheiro Sedrins [UFRPE­UAST] [email protected] RESUMO: O artigo definido do português se originou de uma forma demonstrativa do latim (Lyons, 1999) e gradativamente seu uso como forma expletiva no português europeu (PE) foi intensificado nos contextos de nomes próprios e de pronomes possessivos pré­nominais, resultando numa obrigatoriedade do expletivo nesses contextos (Castro, 2006). Por outro lado, o português brasileiro (PB) não acompanhou o ritmo da intensificação do uso de formas expletivas do artigo definido ocorrido no PE e algumas variedades do PB apresentam mais as características do PE de séculos anteriores ao A AUSÊNCIA E/OU PRESENÇA DE ARTIGO DEFINIDO DIANTE DE ANTROPÔNIMOS NA FALA DOS MORADORES DAS CIDADES DE ABRE CAMPO E MATIPÓ Andréia Almeida Mendes [UFMG/Doctum] [email protected] RESUMO: Este trabalho analisa por que duas localidades tão próximas exibem padrões divergentes no que diz respeito ao emprego ou não do artigo definido no contexto de antropônimo. Para tanto, utilizar­se­á, como corpus, a fala atual dos moradores da zona urbana bem como dados de língua pretérita. Cumpre lembrar que a escolha dessas duas localidades deu­se pelo
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES fato de exibirem padrão linguístico diferenciado no que diz respeito ao uso do artigo definido diante de antropônimos. Apesar de serem vizinhas limítrofes, Abre Campo apresenta mais ausência e Matipó mais presença de artigo definido no contexto de antropônimos. Assim, por serem localidades pequenas, espera­se que o padrão de variação comprovado em Almeida Mendes (2009), registrado na fala rural, também se comprove na fala dos moradores da zona urbana. Para tanto, serão realizadas entrevistas semiestruturadas com os moradores da zona urbana. Concomitantemente, serão examinados textos não­literários da primeira metade do século XX das referidas cidades: documentos da criação da cidade, cartas e testamentos antigos. Para tentar entender por que dessas duas localidades, apesar de serem vizinhas limítrofes, possuem um padrão divergente no que diz respeito ao fenômeno linguístico estudado aqui, julga­se necessário analisar, inicialmente, se esse padrão sempre foi divergente ou se ele se diferenciou com o passar dos anos; devido a isso que a análise da língua pretérita se faz necessária. A pesquisa adota alguns pressupostos teórico­metodológicos da Sociolinguística assumidos por Labov (1972), bem como na concepção de Linguística Histórica de Bynon (1977), PALAVRAS­CHAVE: Artigo definido; antropônimo; Matipó; Abre Campo. morfologia de flexão verbal nessa língua, o pronome que duplica o sujeito em PB é fraco, em particular, um X 0 , ao contrário do que é assumido na literatura. A partir disso, o objetivo central é desenvolver um estudo pioneiro a partir da comparação de dados de duplicação do sujeito na gramática do PB e na gramática do caboverdiano (CV), em especial, do crioulo falado na Ilha de Santiago, cuja morfologia de flexão verbal é bastante enfraquecida (cf. Pratas, 2002, 2007). Para a realização do estudo, foram selecionados contextos declarativos finitos baseados em dados de introspecção do PB e dados extraídos de sete entrevistas realizadas com falantes do arquipélago de Cabo Verde. Durante a análise, foram adotadas as propostas de Holmberg (2010) e Chomsky (2008), para discutir o status da posição do sujeito em PB e CV. Até o momento, os dados do CV evidenciam a não­existência de corte entonacional quando não se trata de DP complexo cujo pronome que o duplica tem comportamento de XP e não de X 0 , restrição não verificada em PB, havendo predominância do traço de primeira pessoa, diferentemente desta em que predomina o traço de terceira pessoa. PALAVRAS­CHAVE: Duplicação; sujeito pré­verbal; morfologia flexional. O STATUS DO PRONOME E DA MORFOLOGIA DE FLEXÃO VERBAL EM CONTEXTOS DE DUPLICAÇÃO DO SUJ EITO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO E NO CABOVERDIANO Cláudia Roberta Tavares Silva [UFRPE] [email protected] RESUMO: Estudos realizados no Português Brasileiro (PB) sobre a posição dos sujeitos evidenciam a grande ocorrência de construções em que sujeitos pré­verbais são duplicados por um pronome seja em oração matriz ou encaixada (cf. Galves, 2001; Duarte, 2000; Costa; Galves, 2002). Ao contrário do que ocorre em francês, essas construções são estatisticamente irrelevantes em dados de aquisição do PB, não sendo obrigatória a presença de um corte entonacional entre o sujeito e o pronome que o redobra, podendo ser duplicados DPs quantificados universalmente (cf. Silva, 2004; Costa, Duarte e Silva, 2004). Tomando por base a proposta de Cardinaletti e Starke (1994), Silva (2004) argumenta que, em decorrência do enfraquecimento da PROPRIEDADES GRAMATICAIS DOS REFLEXIVOS E ESTRATÉGIAS DE REFLEXIVIZAÇÃO NO PORTUGUÊS BRASILEIRO Dorothy Bezerra Silva de Brito [UFRPE­UAST] [email protected] RESUMO: O principal objetivo desta comunicação é, através da ilustração de estratégias de reflexivização em diferentes línguas (inglês, alemão, islandês, russo, espanhol, entre outras), discutir o seu licenciamento e fazer uma comparação entre essas línguas e o Português Brasileiro (PB). Outro objetivo é discutir sobre que item seria responsável pela interpretação reflexiva atribuída a uma sentença, se os pronomes, os verbos ou o predicado como um todo. Pretendemos, também, sob a perspectiva gerativista de análise, observar os processos de mudança e/ou gramaticalização pelos quais passaram as estratégias de reflexivização em algumas línguas e, com base em tais dados, explicar por que o se reflexivo do PB, um elemento verbal cuja ocorrência era restrita à presença de antecedentes com traço gramatical de terceira pessoa (Exemplo: Ele(s)/ela(s)/você(s) se viu(viram) no espelho), passou a ser usado com antecedentes de qualquer pessoa gramatical
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES (Exemplo: Eu/nós se vi/viu(vimos) no espelho), ainda que com algumas restrições dialetais. Podemos considerar que, tendo em vista a composição interna de elementos pronominais (cf. DÉCHAINE & WILTSCHKO 2002, BÉJAR 2003, CARVALHO 2009, entre outros), o se apresenta uma simplificação estrutural (a ausência de traços φ, ou seja, os traços gramaticais de pessoa, número e gênero) em comparação aos outros clíticos do PB. Faltz (1985), ao observar, em algumas línguas escandinavas, o processo de mudança que possibilitou que o reflexivo de terceira pessoa passasse a ser usado com todas as pessoas gramaticais, aventa a hipótese de a mudança verificada ser justificada pela manifestação de uma maior gramaticalização do reflexivo. Através da análise desta hipótese, também defendida, parcialmente, por VITRAL (2006) e OLIVEIRA (2006), tentamos fornecer uma explicação para o comportamento diferenciado do se em relação aos outros clíticos cuja atuação como reflexivos estaria condicionada a outros fatores (localidade e identidade de traços com o antecedente, por exemplo). PALAVRAS­CHAVE: Clíticos; reflexivos; predicados reflexivos; gramaticalização. e o sujeito é indeterminado. Entretanto, a ocorrência de casos em que o verbo transitivo direto não concorda com o elemento comumente interpretado como sujeito e a presença desses casos nas normas populares e registros informais, e recorrentes nas variedades cultas e formais do PB, depõem contra a análise tradicional. Tentando novos dados para o problema, Ferrari­ Neto, Silva e Fortes (2009), por meio de metodologia off­line, apontaram uma preferência para a interpretação passiva. Ferrari­Neto (2011), valendo­ se de uma técnica on­line, (experimento de leitura auto­monitorada ­ self­ paced reading), obteve resultados compatíveis com os obtidos em 2009. O presente trabalho expande a base de dados conseguida por Ferrari­Neto (2011) e adota como referenciais teóricos os conceitos da sintaxe experimental (Cowart, 1997) e a proposta gerativista para a estrutura das sentenças com SE (Nunes, 1990, 1991, Raposo & Uriagereka, 1996) Os resultados são discutidos a partir de questões relacionadas à conceituação e descrição das vozes verbais em PB e sua evolução histórica, o status da concordância e o papel do clítico nessas sentenças. PALAVRAS­CHAVE: Passivas sintéticas; processamento sintático; sintaxe experimental; português brasileiro. NOVOS DADOS SOBRE O PROCESSAMENTO ON LINE DAS PASSIVAS SINTÉTICAS EM PORTUGUÊS BRASILEIRO (PB) UM ESTUDO DA VARIAÇÃO ENTRE “ NÓS” E “ A GENTE” PARA ALÉM DA FUNÇÃO DE SUJ EITO COM BASE EM CORPORA DE INFORMANTES DO RIO DE J ANEIRO José Ferrari Neto [UFPB] [email protected] RESUMO: Novamente, a questão da interpretação de sentenças que apresentam a partícula SE em Português Brasileiro (PB) é discutida, desta feita com base em novos dados empíricos, obtidos por meio da aplicação de uma metodologia on­line voltada ao processamento sintático desse tipo de sentença, a qual expande os dados colhidos inicialmente e expostos em Ferrari­Neto (2011). O problema central tratado em ambos os trabalhos (e também em Ferrari­Neto, Silva e Fortes, 2009) é o que, tradicionalmente, tem­se denominado passivas sintéticas. Tem­se aceito que frases nas quais o SE aparece adjungido a verbos transitivos diretos devem receber leitura passiva, ao passo que frases que apresentem a partícula em questão adjungida a verbos intransitivos ou transitivos indiretos devem receber leitura indeterminada. No primeiro caso, o verbo da sentença deve concordar com o seu sujeito passivo; no segundo, o verbo deve permanecer no singular, Juliana Barbosa de Segadas Vianna [UFRJ] [email protected] Célia Regina dos Santos Lopes [UFRJ] RESUMO: O processo de substituição de nós por a gente no Português do Brasil (doravante PB) foi amplamente discutido, nos últimos vinte cinco anos, por diversos grupos de pesquisa (OMENA, 1986, 2003; LOPES, 1993; MENON, 1994; MACHADO, 1995; SEARA, 2000; LAUREANO, 2003; MAIA, 2003; BORGES, 2004; ZILLES, 2005, 2007; MENDES, 2007; VIANNA, 2011; TAMANINE, 2002, 2010; entre outros). Com relação ao Português Europeu (daqui por diante PE), embora o uso de a gente seja registrado em diversas regiões de Portugal, sobretudo em monografias dialetais, até bem pouco tempo, pouco se sabia sobre a alternância das formas de 1ª pessoa do plural na perspectiva da Sociolinguística laboviana. Dando conta dessa lacuna, o trabalho de Vianna (2011) demonstra grandes
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES diferenças entre o processo de implementação da forma inovadora no PB e no PE, relacionadas, especialmente, aos fatores de ordem social e ao grau de pronominalização da forma inovadora nas variedades comparadas. Partindo dos estudos supracitados, que, em sua maioria, privilegiam a alternância em posição de sujeito, busca­se analisar como ocorre essa variação nas funções sintáticas menos produtivas, a saber: (i) complemento verbal (a gente versus nós/nos), em construções como “Ela xinga a gente de burra” ou “Ela nos xinga de burra”, ou ainda “Ela xinga nós de burra”; (ii) adjunto adnominal (da gente versus nosso/nossa ), em sintagmas como “O maior sonho da gente”ou “O nosso maior sonho”; e (iii) adjunto adverbial (com a gente versus conosco), em estruturas do tipo “Ele saiu com a gente/conosco do trabalho”. Para tanto, serão utilizadas amostras de língua oral do PB e do PE organizadas pelo Projeto bilateral “Estudo comparado dos padrões de concordância em variedades africanas, brasileiras e europeias” , de acordo com a orientação metodológica da Sociolinguística laboviana (LABOV, 1994). PALAVRAS­CHAVE: Variação; pronomes pessoais; implementação linguística; gramaticalização. debruçaremos procura diagnosticar questões sintático­semânticas acerca dos sintagmas preposicionais, que são selecionados como predicados de construções copulativas, pois, no português brasileiro, a seleção de cópula+PP pode culminar em papéis temáticos (ideias semânticas) distintos, a depender da semântica expressa no PP pós­cópula (locativo, companhia , posse, matéria etc.). Entretanto, pouco se sabe se os mesmos contextos sintático­semânticos do português brasileiro poderiam ser replicados no português arcaico. A nossa intuição é a de que outras construções copulares tenham sofrido mudança (tanto sintática quanto semântica). É interessante pontuar que, a fim de que a descrição e análise linguísticas se deem de forma complementar, duas perspectivas teóricas se fazem necessárias à análise dos fenômenos a serem estudados: de um lado, a metodologia do quadro teórico da Sociolinguística Variacionista (WEINREICH, LABOV & HERZOG, 1968 e LABOV, 1972) e, de outro, o aparato teórico da Teoria Gerativa (CHOMSKY, 1986). PALAVRAS­CHAVE: Sintaxe; português arcaico; predicação; sentenças copulares, mudança, variação. A SINTAXE DAS SENTENÇAS COPULATIVAS NO PORTUGUÊS PERNAMBUCANO: ASPECTOS SINCRÔNICOS E DIACRÔNICOS Marcelo Amorim Sibaldo [UFRPE­UAST] RESUMO: Objetivamos neste trabalho apresentar dois fenômenos linguísticos concernentes às sentenças copulativas, levando em consideração tanto seu aspecto sincrônico quanto diacrônico. O primeiro fenômeno diz respeito aos casos de concordância entre os elementos das sentenças copulativas, especificamente, a concordância entre o sujeito, a cópula e o predicado, quando o sujeito é um sintagma nominal com morfologia visível de número ou um sintagma nominal composto e o predicado é um sintagma nominal sem nenhuma morfologia de número, pois é fato que, no Português Brasileiro, língua semi­pro­drop (cf. COELHO, 2000 e SILVA, 2004), nesses casos, a cópula pode concordar tanto com o sujeito quanto com predicado e, assim, o objetivo da análise deste fenômeno é o de comparar com estados do português a fim de se verificar se esta língua, no que diz respeito à concordância em sentenças copulares, assemelha­se às línguas pro­drop ou não pro­drop. Já o segundo fenômeno sobre o qual nos A IMPLEMENTAÇÃO DA PRÓCLISE EM DIFERENTES CONTEXTOS SINTÁTICOS NA HISTÓRIA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO Marco Antonio Martins [UFRN] [email protected] RESUMO: Com o objetivo contribuir para o estudo da implementação de um processo de mudança sintática na história do Português Brasileiro (PB), apresento nesta comunicação resultados da pesquisa que venho desenvolvendo em relação à sintaxe de ordenação dos pronomes clíticos em textos escritos no Brasil dos séculos 18, 19 e 20 que constituem o córpus mínimo comum do Projeto nacional PHPB. Esse córpus é fruto de um trabalho coletivo realizado por pesquisadores de diferentes regiões do Brasil, sob a coordenação geral do prof. Ataliba de Castilho na USP. Para a descrição e análise apresentadas, utilizo os pressupostos da teoria da variação e mudança linguística (cf. WEINREICH; LABOV; HERZOG, 1968; LABOV, 1972, 1982), com especial atenção à proposta de competição de gramáticas, que procura conciliar a gradação empírica atestada em textos escritos, no curso dos séculos, a uma interpretação teórica – gramatical – da
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES mudança sintática, tal como proposto por Anthony Kroch (1989; 2001/2003). Os padrões empíricos de colocação dos pronomes clíticos na história do português (assim como na do PB) apresentam contextos de ênclise e de próclise categóricos. Para a análise aqui apresentada, tais contextos não serão considerados, importando apenas aqueles em que a variação ênclise/próclise é atestada na escrita brasileira dos diferentes séculos: (A) orações com o verbo em primeira posição (considerado orações principais, primeiras e segundas coordenadas), (B) orações em que o verbo é antecedido por um elemento não proclitizador e (C) orações com complexos verbais. Os resultados mostram que, nos diferentes contextos, a taxa de próclise segue uma mesma curva logística, o que nos permite dizer que os padrões empíricos atestados refletem uma mudança gramatical mais abstrata associada à gramática do PB. PALAVRAS­CHAVE: Ordenação; clítico; variação e mudança lingüística; português brasileiro; competição de gramáticas. enunciados, indicando que o que vem depois no discurso tem a ver com o que vem antes. Quanto às formas variantes da SRPI, intento mostrar que, embora a função seja a mesma, as formas variantes são diferentes de acordo com a comunidade de fala e o período de tempo considerado. Para traçar um panorama da diversidade de formas que vêm sendo empregadas na indicação da SRPI, utilizo: (i) dados do português brasileiro contemporâneo provindos de duas comunidades de fala; (ii) dados do português europeu contemporâneo oral; e, num percurso rumo à diacronia, (iii) dados de escrita informal do português brasileiro do final da primeira metade do século XX; (iv) dados de escrita do português europeu do século XVI; finalizo com um olhar sobre (v) dados do latim. PALAVRAS­CHAVE: SRPI; Sociolinguística Paramétrica; português brasileiro; português europeu DELIMITAÇÃO DE UM FENÔMENO VARIÁVEL: A SRPI EM DIFERENTES ESPAÇOS E PERÍODOS DE TEMPO Maria Alice Tavares [UFRN] [email protected] RESUMO: O primeiro passo de qualquer pesquisa feita sob a égide da Sociolinguística Variacionista é a delimitação do fenômeno variável (isto é, a variável linguística ou variável dependente) que será tomado como objeto de estudo, o que nem sempre é tarefa fácil, especialmente em níveis maiores que o da fonologia. A Sociolinguística Variacionista defende que a língua apresenta variabilidade de uso em todos os níveis: os falantes fazem escolhas – geralmente inconscientes – entre dois ou mais sons, palavras ou construções. A variação assim definida implica a existência de formas variantes, isto é, duas ou mais formas que um falante ou escritor pode empregar para fazer linguisticamente a mesma coisa – as formas variantes possuem equivalência referencial e/ou funcional. Nessa perspectiva, tenho por objetivo apresentar e discutir uma proposta de delimitação de um fenômeno variável cujo recorte exige um olhar para além do tracejado tradicional da coordenação aditiva e da coordenação conclusiva. Trata­se da sequenciação retroativo propulsora de informações (SRPI), responsável por estabelecer uma relação coesiva de continuidade e consonância entre OS POSSESSIVOS DE SEGUNDA E TERCEIRA PESSOAS EM CARTAS DE LEITORES DE J ORNAIS DO RIO GRANDE DO NORTE NOS SÉCULOS XIX E XX Marly Rocha Medeiros de Vargas [UFRN­PPgEL] [email protected] Elisabeth Silva de Vieira Moura [UFRN­PPgEL] [email protected] RESUMO: Nosso objetivo, neste trabalho, é mostrar o processo de variação e mudança dos pronomes possessivos de segunda e terceira pessoas – singular e plural – respectivamente, teu/tua/de você e seu/sua/dele(a) em um córpus constituído de cartas de leitores do córpus mínimo comum do Projeto de História do Português Brasileiro do Rio Grande do Norte (PHPB/RN). Nosso pressuposto é o de que as alterações ocorridas no sistema pronominal remontam à arcaização da forma pronominal “vós” e à redução de “Vossa Mercê” para “você”, passando este a integrar o sistema pronominal do Português Brasileiro, sob o status de segunda pessoa, coocorrendo e concorrendo com o “tu” e o vós, respectivamente. Tais migrações levam a uma reestruturação no paradigma dos possessivos, cuja terceira pessoa seu/sua passou a assumir a identidade de segunda pessoa – ao lado de teu/tua/de você – assim acumulando dupla função. A pesquisa fundamenta­ se no aporte teórico­metodológico sociolinguístico variacionista (cf. Weinreich; Labov e Herzog, 2006), conforme o qual a heterogeneidade na/da
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES língua lhe imprime um caráter intrínseca e eminentemente variável, de forma sistemática. Respaldar­nos­emos, igualmente, em autores que têm estudado/descrito o sistema pronominal do PB – nos quais se inserem os possessivos – a exemplo de Arduin e Coelho (2005); Lopes (2009) e Görski e Coelho (2009). Elegemos uma concepção de língua enquanto processo dinâmico, cujas mudanças, longe de prejudicar sua estrutura, consolidam­na enquanto sistema motivado por fatores sócio­históricos e culturais, sendo eles identificados nos diferentes contextos de comunicação. PALAVRAS­CHAVE: Pronomes possessivos; variação e mudança; língua; gramática; Sociolinguística. uma comunidade afrodescendente, podem oferecer respostas para entendermos o português brasileiro, especialmente, os advérbios. PALAVRAS­CHAVE: Advérbio; morfologia; quilombola. FORMAS ADVERBIAIS NA LÍNGUA FALADA EM COMUNIDADE QUILOMBOLA MUQUÉM Rafael Bezerra de Lima [UFRPE­UAG] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem como objetivo principal descrever e analisar os advérbios terminados em ­mente no português falado em Muquém­AL, povoado quilombola situado na região Norte do estado. Para tanto, partimos do pressuposto de que essa categoria de palavra possui uma estrutura morfológica complexa (cf. LIMA, 2010); isso evidencia o fato de crianças no processo de aquisição de linguagem, por exemplo, não falarem esse tipo de construção (cf. CINQUE, 1999). Outro aspecto interessante dos advérbios em ­mente faz alusão à escolaridade, isto é, parece que tais construções começam a aparecer na fala depois de iniciado o período escolar. Hummel (2002), após observar o emprego dos advérbios em ­mente na língua falada coloquial do Brasil e em Portugal, conclui que tais categorias são pouco utilizados nessas duas línguas. Esses advérbios são utilizados, sim, mas como advérbios de frase (felizmente, principalmente). Os resultados obtidos por Hummel (2002) encontram reflexo, por exemplo, no corpus coletado na comunidade quilombola Muquém (MOURA, 2009). Nele, pudemos constatar, após uma análise preliminar, que a população daquela comunidade utiliza muito pouco os advérbios em ­mente e, quando o fazem, utilizam os chamados focalizadores (justamente, exatamente) ou aspectuais (antigamente). Entretanto, encontramos construções, como: “Eles num dissero diretamente o nome da pessoa” (p. 90). Acreditamos que os dados de Muquém, por ser AS CONSTRUÇÕES DE TÓPICO EM CARTAS PESSOAIS POTIGUARES DO INÍCIO DO SÉCULO XX Renato Kledson Ferreira [UFRN­PPgEL] [email protected] RESUMO: Este estudo integra­se ao Projeto de História do Português Brasileiro no Rio Grande do Norte (PHPB­RN) e observará as construções de tópico na diacronia do Português, tendo em vista um corpus constituído de 62 cartas pessoais escritas pelos irmãos, nascidos na região agreste do Estado do RN, João Idalino Xavier de Paiva e Theodósio Paiva, no período de 1916 a 1925. Essas cartas foram encontradas no município de Monte Alegre/RN dentro de um cofre abandonado num depósito de propriedade da família e, em sua maioria, são de João de Paiva para Theodósio, sendo que apenas 6 são de Theodósio Paiva para João. João de Paiva residia em Monte Alegre e Theodósio Paiva, funcionário do tesouro do Estado do RN, residia na Capital do Estado – Natal – e era o intermediário dos pedidos feitos por seu irmão para o governador Ferreira Chaves em benefício da cidade de Monte Alegre. Há, nas cartas, o relato de acontecimentos dessa cidade, tais como: assuntos familiares, políticos, religiosos, meteorológicos, como também as transações comerciais entre os irmãos e seus sócios. Considerando essas cartas pessoais, o objetivo deste trabalho, mais especificamente, é descrever e analisar as estratégias de topicalização no Português escrito no RN no início do século XX. O tópico ocupa necessariamente um lugar marcado na sentença, devendo ser um sintagma nominal posto no início da oração, com o comentário vindo obrigatoriamente em seguida, ou seja, o tópico­comentário liga­se à questão da colocação do termo na sentença. Tendo em vista estudos como o de Pontes (1987), Torres Morais (2002), Mateus et all (2003), Araújo (2009) e Castilho (2010) que definem e classificam tais construções como tópico pendente (TP), deslocação à esquerda de tópico pendente (DETP), deslocação à esquerda clítica (DEC), topicalização (TOP), topicalização selvagem (TOP´s), dentre outras, identificaremos e analisaremos a presença das construções de tópico nas cartas pessoais em
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES questão em busca de propriedades que identifiquem, sobretudo, a gramática do Português Brasileiro. PALAVRAS­CHAVE: Construções de tópico; cartas pessoais; Português Brasileiro. relações sociais, concretas). Essa questão vai de encontro ao que Hall (2005) denominou de “concepção “interativa” da identidade e do eu”, na qual, “a identidade é formada na “interação” entre o eu e a sociedade” (p.11). Aqui, o sujeito a todo o momento é modificado por conta de seus contínuos diálogos com o mundo, o que reflete o inacabamento do ser, sua incompletude. PALAVRAS­CHAVE: Discurso; dialogismo; homoerótico masculino; memória; identidade. SIMPÓSIO TEMÁTICO 7 – LINGUAGEM, IDENTIDADE & MEMÓRIA Dina Maria M. A. Martins Ferreira [UECE] e Sandra Helena Dias de Melo [UFRPE] REPRESENTAÇÕES DOS HOMOERÓTICOS MASCULINOS EM BACURITEUA (PA): MEMÓRIA E IDENTIDADE Camilla da Silva Souza [UFPA] [email protected] RESUMO: O presente trabalho propõe analisar discursivamente as representações que os homoeróticos masculinos têm de si, do outro (o não homoerótico), e que o outro faz dele, ou seja, compreender os discursos que circulam acerca das identidades veiculadas. A partir da memória, observar como práticas discursivas construídas historicamente veiculam identidades fechadas que até hoje são incorporadas pelos sujeitos do lócus pesquisado. Contudo, parte­se do pressuposto de que não existe uma identidade universalizante/essencializadora e sim identidades/identificações e que os sujeitos homoeróticos não podem ser categorizados enquanto formadores de identidade fixa e una; a pluralidade enquanto perspectiva para o estudo de gênero, sexualidade e identidade apresenta­se como modo de pensar possível para a construção de relações sociais que quebrem com a visão somente unilateral dos modos de ser da sociedade. A investigação concentra­se na comunidade tradicional de Bacuriteua, adjacente ao município de Bragança (PA), onde foram realizadas as entrevistas. A base teórica constitui­se das leituras de Maurice Halbwachs (2006) e de Michael Pollak (1989) a respeito da memória; Stuart Hall (2005) e Sousa Santos (2000), acerca da identidade; e Mikhail Bakhtin (2003) e Wanderley Geraldi (2003) sobre as práticas de linguagem. Na perspectiva do dialogismo bakhtiniano, aponta­se para a percepção de que vendo o outro, eu vejo o que sou e de que isso permite conceber que, parte de mim cabe ao outro (na expansão do mundo, das A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE FEMININA DEFINIDA POR UMA REPRESENTAÇÃO VIRTUAL E SOCIAL Carla Eliana da Silva Tanan [UFBA] [email protected] RESUMO: Esta pesquisa tem o intuito de perceber como o modelo de mulher apresentado e construído nas capas de revistas influencia as mulheres na formação da sua identidade. Nota­se que, para construir um modelo de identidade, utiliza­se sempre os mesmos recursos linguísticos, construindo através da memória discursiva um padrão do que é ser e de como deve ser a mulher. Como instrumento da pesquisa, realizou­se a análise da imagem feminina nas capas da revista NOVA, em diferentes épocas desde os anos noventa até atualidade, e análise de cinco questionários realizados com mulheres, na faixa etária de vinte a trinta anos, que são consideradas como público alvo da revista, com o intuito de perceber como se sentem representadas a partir dos discursos construídos na revista NOVA. Essa pesquisa é fundamentada pelos pressupostos teóricos e metodológicos da Análise do Discurso de Linha Francesa (AD) e nas concepções teóricas de gênero, mídia e identidade feminina. Com o propósito de perceber como os discursos ideológicos propagados e aceitos na sociedade são assimilados pelas mulheres, percebendo a influência que exerce na constituição de sua identidade, pois eles são vinculados através de um sujeito de discurso dominante “o discurso midiático”, observando os efeitos de sentidos provocados na sociedade. As capas de revistas perpassam um modelo de beleza feminino virtual, construído a partir de uma posição dominante, persuadindo as mulheres sociais a adotar práticas para atingir o modelo de beleza virtual na constituição de sua identidade. Por meio dessa pesquisa, percebemos como as mulheres procuram adequar a sua beleza a um paradigma perpassado nas capas das revistas que na realidade nem mesmo as
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES modelos apresentadas nessas capas dispõem, mas que, ao ser repassado para a sociedade, é passado como verdade que pode ser atingida por todas as mulheres. PALAVRAS­CHAVE: Identidade; discurso; ideologia; gênero. Élcia de Torres Bandeira [UFRPE] [email protected] ESPAÇOS COLONIAIS EM ORGULHO E PRECONCEITO E EM O MORRO DOS VENTOS UIVANTES Daise Lilian Fonseca Dias [UFCG] [email protected] Dignamara Pereira de Almeida de Souza [UFCG] [email protected] RESUMO: O objetivo deste trabalho é analisar, sob uma perspectiva pós­ colonial, a representação de espaços coloniais em duas obras clássicas da literatura inglesa: uma do início do século XIX, Orgulho e Preconceito (1813), de Jane Austen, e a outra do final da primeira metade daquele século, O Morro dos Ventos Uivantes (1847), de Emily Brontë. O que comumente era visto na literatura inglesa, sobretudo no período em tela, era a afirmação da identidade inglesa, europeia e cristã, um reflexo do clamor das ruas que a literatura ajudou a consolidar. Entretanto, essas obras mostram os espaços coloniais sob perspectivas diferentes, bem como os povos que ali habitam. O primeiro romance, apesar do conhecido uso da ironia pela autora, o que poderia deixar dúvidas quanto ao que de fato é afirmado nele, não deixa dúvidas de que a voz narrativa reforça estereótipos negativos comumente utilizados pelos ingleses acerca dos nativos de países de fora do eixo europeu, exatamente o oposto do que postula o texto de Brontë, o qual promove a ascensão do subalterno estrangeiro em território inglês. Já no que se refere aos espaços coloniais, enquanto Austen reafirma a ideia contemporânea de que eles significavam lugar de degradação moral, fuga e banimento, Brontë os enaltece ao subverter, inclusive, a representação da metrópole imperialista. Este trabalho discutirá o papel de tais representações dos espaços e seus habitantes em relação à identidade europeia e aquela do outro racial e religioso. PALAVRAS­CHAVES: Identidade; memória escrita; representação; espaços coloniais. AS ASSOMBRAÇÕES NOS RELATOS DE MORADORES DE ENGENHOS DE PERNAMBUCO RESUMO: Este trabalho tem como principal objetivo analisar as representações das histórias de assombração, lendas, crendices e superstições características dos engenhos banguês da Província e Estado de Pernambuco do final do século XIX e primeiras décadas do século XX, entrevistando moradores de engenhos, recuperando suas memórias nas narrativas dos sujeitos históricos individuais e o seu papel na construção da cultura popular da época. Este trabalho fundamenta­se na História Cultural, em teóricos como Chartier, Carretero e Burke, utilizando a História Oral como metodologia de pesquisa , a partir de Thompson, e Portelli, e norteia­se ainda pela contribuição Freyriana. A tomada do depoimento oral é antes de tudo uma arte, posto que espelha a beleza do cotidiano, percorrendo os labirintos de uma memória individual tão sujeita a sofrer alterações, já que opera seletivamente. Dessa forma, temos no produto final da História Oral mais espontaneidade, permitindo maior interatividade entre o sujeito histórico que narra suas memórias e suas lembranças, entre a história que é contada e a que foi vivida, entre a que é representada pelo historiador, e a que é recriada pelo leitor da narrativa, intercambiando emoções e vivências. Essas memórias dos moradores dos engenhos de Pernambuco constituem terreno fértil para a compreensão do vasto território da cultura popular a ser explorado no imaginário e nas experiências de vida cotidianas que são repassadas de geração em geração, constituindo o acervo riquíssimo de histórias propulsoras de medos, diversões, traumas, construtoras de identidades locais e de uma multiculturalidade exuberante, muitas vezes descurada pelo tempo e pela memória coletiva. PALAVRAS­CHAVE: Memória; História Cultural; cultura popular. A BABEL DAQUELES QUE PROFESSAM... Hadson José Gomes de Sousa [UFPA­PPGLS/CAPES] [email protected] RESUMO: Dar sentido à nossa existência, mais especificamente significar a faceta telúrica do existir, demanda algumas atitudes que nos impulsionam na constituição dos variados papeis do Ser ou vir­a­ser. Nosso projeto de
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES identificação. Todos percorremos um longo caminho até construir uma identidade profissional, às vezes cheio de percalços. E são inúmeras as pedras que compõe a Babel profissional, o que, de alguma forma, nos dá certa existência. Nessa caminhada, muitos buscam alinhavar as tarefas rotineiras aos anseios pessoais, para que elas ressignifiquem mais ainda a vida. Mesmo sob a égide do acaso, utilizamos estratagemas para alcançar nossos intuitos, para realizar nossos projetos. Transcendemos, ipso facto, o mundo da impessoalidade; passamos da existência ao existente – o que Lèvinas (in COSTA, 2000) nomeia de hipóstase: o ser sai do si­mesmo para o Outro­diferente­do­si­mesmo. Em dado momento do percurso, é possível vislumbrarmos uma “paisagem virtual” desse Ser – memória do passado –, num exercício meta­menmônico, ético e catártico. Ouvir as representações de professores, as narrativas memoriais, os eventos que os levaram a “Ser professor”, e, re­apresentá­las, reflexivamente, é o que pretendo com este texto. Porque, como “professor­pesquisador”, estou, outrossim, em algum lugar desse percurso na tentativa de compor essa faceta do meu Ser, a minha Babel profissional. Destarte, ao sondar esses projetos de identificação, refiro­ me ao meu também, tornar­se­ia nonsense, se eu abjurasse a possibilidade de um excurso em torno dos aspectos socioculturais, o autobiográfico, “a vida” (GOODSON, 1992), o eu pessoal, que confluem e perpassam a formação profissional. Que essa assertiva (quiçá) redimensione o trabalho dos cientistas humanos no campo da educação, pois não estão diante de objetos. Todavia relacionam­se com seres vivos e falantes produtores de textos concretos (GERALDI, 2011), daí a necessidade da “Escutatória”. PALAVRAS­CHAVE: Metamemória; memória autobiográfica; ser professor; processo de identificação/ formação. acontecer entre muitos humanos, ou mesmo entre um humano e seus instrumentos e meio material. A fim de discutir essa e outras questões que surgem a partir dela, objetivamos, nesse trabalho, analisar como a argumentação (LEITÃO, 2011; LEITÃO & DAMIANOVIC, 2011; DAMIANOVIC, 2011) age como intenção nos produtos emergentes da interação social. Para isso, analisamos dados do contexto de uma escola pública do interior do Nordeste, focalizando nas interações verbais entre uma professora e um vigia da escola, uma aluna, sua mãe e irmãos. Essa análise se deu a partir da perspectiva de Engestrom (2010), que afirma que as pessoas atribuem significados, intenções, objetivos e planos para suas interações à medida que as mesmas ocorrem, sendo uma forma de agência entendida como a busca da superação da resistência, dificuldade, e inércia. Pautamo­nos também nas categorias de análise da argumentação elaboradas por Liberali (2011), que realça que a linguagem da argumentação está presente nas negociações para a transformação das condições sociais a partir da análise, compreensão e redimensionamento dos aspectos lingüísticos que organizam as ações humanas. Além disso, toda a análise baseia­se na teoria da atividade que, segundo Engestrom (2010), é uma teoria guiada por um objeto entendido como foco de atenção, motivação, esforço e significado. A partir da análise, foi possível observar como é essencial que a escola ofereça à comunidade escolar opções para que esses seres sejam conscientes de seus desejos, das causas desses para assim agir de forma consciente para alcançar seus novos objetos idealizados, e isso pode ser feito através da argumentação, que nos faz refletir criticamente sobre o nosso lugar na enunciação e na participação sócio­histórico­cultural. PALAVRAS­CHAVE: Argumentação; enunciação; interação social; escola; teoria da atividade. A ARGUMENTAÇÃO COMO INTENÇÃO NOS PRODUTOS EMERGENTES DA INTERAÇÃO SOCIAL Laís Maria de Melo Álvares Felix Rosal [UFPE­PPG] [email protected] Onilma Freire [UFPE­PPG/CAPES] [email protected] Maria Cristina Damianovic [Orientadora ­ UFPE] RESUMO: Engestrom (2010), à luz de Gibbs (2001), realça que as intenções são produtos emergentes das interações sociais que podem REPRESENTAÇÃO DA VELHICE EM UP – ALTAS AVENTURAS Luciana Marinho Fernandes da Silva [UPE] [email protected] RESUMO: Este trabalho visa à análise da representação da velhice na obra fílmica Up – Altas Aventuras (EUA, 2009), a partir da construção da identidade social de seu protagonista, Carl Fredricksen, e da representação da sociedade que lida com o velho e com o envelhecimento. Partindo do pressuposto de que as identidades sociais são discursivamente construídas,
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES portanto histórica e culturalmente marcadas, verificamos que Up – Altas Aventuras traz o confronto de duas visões da velhice: uma que aponta para o sofrimento psíquico das pessoas que vivenciam o envelhecimento em uma sociedade que desnarcisa o velho, ou seja, que não direciona para ele um olhar de reconhecimento e investimento; e outra que, construída a partir das ações de Carl Fredricksen, concebe a velhice como processo inacabado de subjetivação no qual o sujeito pode se investir de desejo, rompendo, assim, com a perspectiva que a considera sinônimo de degeneração, declínio e morte. Esta pesquisa também discute as quatro razões para se detestar a velhice apontadas pelo filósofo latino Cícero (106 a. C.) e as três qualidades necessárias para superá­las, relacionando­as a valores presentes na sociedade contemporânea e na teia discursiva da obra em questão. Inscrito no campo de investigação da Análise do Discurso Crítica e da Psicologia Social, este trabalho tem como principais bases teóricas Fairclough, Moscovici, Goldfart, Bobbio e Cícero. PALAVRAS­CHAVE: Velhice; representação social; morte social; cinema. conteúdos programáticos a uma nova geração de estudantes. Este trabalho tem como objetivos utilizar a linguagem como meio de expressão, informação e comunicação, em situações intersubjetivas; compreender e usar a Língua Portuguesa como língua materna, geradora de significação e integradora da organização de mundo e da própria identidade; e aplicar as tecnologias da comunicação e da informação na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes à vida. A proposta fundamenta­se em teóricos como Marcushi, Perrenoud, Dolz, Noverraz e Schneuwly. O resultado fundamental obtido por este trabalho é a construção da memória através de vídeos ­ a partir de temas propostos ­ com recursos mínimos e ideias brilhantes por parte dos educandos, possibilitando a aplicação e o desenvolvimento de materiais didáticos alternativos que serão vistos por esta e futuras gerações. PALAVRAS­CHAVE: Mídias; motivação; desenvolvimento. A LINGUAGEM AUDIOVISUAL COMO FERRAMENTA CONSTRUTORA DE IDENTIDADE E MEMÓRIA Rebeka de Abreu Oliveira [UFRPE] [email protected] Élcia de Torres Bandeira [Orientadora ­ UFRPE] RESUMO: O trabalho tem como proposta expor uma maneira dinâmica e interativa de abordagem e motivação no aprender a conhecer mediante a produção audiovisual. Será abordada a produção audiovisual que aproxima a sala de aula do cotidiano dos educandos e se apresenta como grande aliada no desenvolvimento dos quatro eixos linguísticos da Língua Portuguesa: leitura, oralização, escrita e análise linguística, bem como faz perceber a função social da língua, que é o alicerce para a integração em sociedade de forma ativa e autônoma. Nesta experiência, o educando transforma­se em produtor de vídeos e participa de todas as etapas de criação do arquivo audiovisual: pesquisa do tema, filmagem das cenas, edição, entrevistas, seleção de músicas e montagem do vídeo. Além do trabalho efetivo com a Língua Portuguesa, possibilita­se o contato com as mídias em geral, desde o celular (para captação do conjunto de dados) até o computador com os programas específicos para a produção, sempre na perspectiva de adequar os O USO DA TECNOLOGIA E A INTERAÇÃO EM UMA COMUNIDADE DE PRÁTICA: COLABORAÇÃO ENTRE DOCENTES Silvane Aparecida Gomes [CEFET­MG] [email protected] RESUMO: Este trabalho considera a necessidade de revisão do sistema escolar, no que tange à adequação da escola às novas condições sociais considerando o advento das novas tecnologias da informação e da comunicação, e da atenção que se deve dar à formação de professores, destacando sua representação social, sem esquecer­se da continuidade que essa formação requer. Procuro trazer nuances do campo do currículo, não apenas como documentos e propostas curriculares ou sua concepção e seus desdobramentos, mas como prática discursiva que privilegia as identidades sociais e/ou estabelece suas desigualdades, refletindo a/na identidade social; e do campo da linguagem ( mesmo sabendo que muitas discussões permanecem apenas no campo discursivo), que incide sobre a prática docente, pensando a relação entre linguagem e realidade, embora a realidade nacional despreze a memória (histórica e essencial) desse sujeito formador social. Dirijo o olhar aos desafios especificamente dos professores de Língua Portuguesa que, por prática docente me permite compreender o movimento dos saberes como fenômeno discursivo constituidor do ato de “ensinar”
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES (mediar) significados, podendo permear subjetividades entre professores e alunos, negociando, pelos sentidos que produzem, entre tantos pontos, as marcas que identificam a sociedade em articulação com a pesquisa de Mestrado que trata da colaboração entre docentes no uso dos recursos tecnológicos para execução de trabalho essencialmente virtual. PALAVRAS­CHAVE: Novas tecnologias; sistema escolar; prática docente; identidade social; prática discursiva PALAVRAS­CHAVE: Condições sociais escolares; Linguística Aplicada; argmentação; ações humanas. A TRANSFORMAÇÃO DAS CONDIÇÕES SOCIAIS A PARTIR DA ANÁLISE, COMPREENSÃO E REDIMENSIONAMENTO DOS ASPECTOS LINGUÍSTICOS QUE ORGANIZAM AS AÇÕES HUMANAS Tania Diogo [UFPE] [email protected] Marcelo Augusto Mesquita da Costa [UFPE] [email protected] Maria Cristina Damianovic [Orientadora ­ UFPE] [email protected] RESUMO: Liberali (2011) ressalta que a Linguística Aplicada está relacionada à transformação das condições sociais a partir da análise, compreensão e redimensionamento dos aspectos linguísticos que organizam as ações humanas. Dentro desse panorama, esta pesquisa enfoca uma transformação de condições sociais escolares por meio de um trabalho de intervenção que cria um quadro crítico colaborativo de compreensão, questionamento e transformação para negociação intencional de interpretações conflitantes de práticas e teorias aprendidas ao longo da escolaridade e do trabalho profissional de novas produções do objeto da atividade (MAGALHÃES, 2011). Os dados analisados e discutidos centram­ se no papel da argumentação (DAMIANOVIC, 2011; LEITÃO, 2011) como integradora de ações educacionais entendidas como atividade (ENGESTROM, 2010) que entrelaçam escola, comunidade e universidade. Os resultados enfatizam a importância do manejo dos argumentos nas ações humanas para a criação de sentidos e significados que impulsionam mudanças para dar acesso à qualidade de vida e às possibilidades de mudar de vida. SIMPÓSIO TEMÁTICO 8 – LINGUAGEM, IDENTIDADE & MEMÓRIA Rita de Cássia Pacheco Limberti [UFGD] e Stella V. Telles de A. P. Lima [UFPE] CÁLICE, UM DISCURSO DO SILENCIAMENTO Alba Valéria da Silva Moraes [UNICAP] [email protected] Nadia Pereira Gonçalves de Azevedo [UNICAP] [email protected] RESUMO: Este trabalho apresenta a canção buarqueana como objeto de estudo para a Análise do Discurso. A canção Cálice (1973) de Chico Buarque e Gilberto Gil é um dos exemplos de como o sujeito compositor utiliza as metáforas para dizer aquilo que não pode dizer. A linguagem musical sempre apresentou uma relação com o silêncio, pois ele é carregado de significação. Não estamos simplesmente tratando de pausas ou dinâmica de interpretação, mas da constituição do silêncio como fundante de um discurso e a política do silêncio instaurada durante o regime militar brasileiro. Através das canções, podemos observar leituras possíveis do que é dito e do que não é dito. Este artigo é uma preliminar de estudo para o desenvolvimento de nossa dissertação. A escolha pelo objeto parte a priori do próprio título, uma metáfora de cale­se. E o que vem a ser esse cale­se? Este trabalho pretende analisar como o não­dito está associado ao silêncio, sendo trabalhado através das metáforas que o sujeito compositor utiliza para disfarçar o seu dizer, ou seja, os sentidos silenciados. O trabalho utiliza como fundamentação teórica a Análise do Discurso de linha francesa,tal como delineada por Pêcheux e desenvolvida, no Brasil, por Orlandi e seguidores. Essa teoria compreende o silêncio como linguagem, efeito de sentidos. O silêncio significa sem a necessidade de ser traduzido em palavras, pois expressá­lo em palavras já supõe uma interpretação, ou seja, já não há mais o silêncio. Ao esboçarmos a análise da canção Cálice, interessamo­nos em
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES observar o silêncio no sentido do não dito, mas que é dito camuflado através das metáforas. PALAVRAS­CHAVES: Análise do Discurso; política do silêncio; censura; Cálice; Chico Buarque. A IDENTIDADE INDÍGENA NO SÉCULO XXI: REFLEXÕES SOBRE O POVO XUKURU Edigar dos Santos Carvalho [UFPE/SEDUC­PE] [email protected] RESUMO: Este estudo visa à reflexão da construção da identidade do povo indígena Xukuru, localizado no município de Pesqueira – PE. Consideramos a escolha desse grupo indígena pertinente para análise, tendo em vista sua visibilidade nos meios político, econômico e cultural pela luta dos direitos indigenistas, em Pernambuco. Símbolo de resistência, os Xukuru não têm mais língua nativa, embora, o grupo preserve um pequeno acervo de palavras da antiga língua ­ o que não possibilita uma comunicação eficaz ­ atualmente, o povo Xukuru usa apenas a língua portuguesa como língua materna e a língua ancestral fica limitada ao uso em rituais religiosos. Além de tais características peculiares a esse grupo, que, em particular, contribuem para a construção da identidade indígena, o povo Xukuru é base de inúmeras pesquisas históricas, antropológicas e linguísticas, nas quais sua indianidade é sempre reafirmada. Então, a partir desse grupo social, procuramos refletir acerca da autorrepresentação dos sujeitos e seus discursos, partindo de dados coletados para estudos da variação do português falado pelos índios do território Xukuru, nos anos de 2008 e 2009, nas três regiões que compõem o território indígena. O estudo promove, assim, uma discussão em torno dos estereótipos sociais estigmatizados no que concerne à representação dos índios em nossa sociedade, além de investigar as possíveis causas históricas de tais representações. PALAVRAS­CHAVE: Identidade; memória; Xukuru; indianidade; discurso. O NOME EM LATUNDÊ: NAMBIKWARA DO NORTE Edney Alexandre de Oliveira Belo [UFPE] [email protected] RESUMO: Este trabalho apresenta a estrutura morfológica do nome em Latundê, língua indígena que pertence à família linguística Nambikwara, a partir da análise constante em TELLES (2002). O Latundê tem como uma de suas características a capacidade de agregar uma grande quantidade de material morfológico às raízes lexicais, sendo essa uma das características de uma língua polissintética. O nome em Latundê caracteriza­se, morfologicamente, por receber prefixos de posse e sufixos classificadores nominais e referenciais (TELLES, 2002). Há ainda outras formas sufixais que ocorrem como subconstituintes do nome, com carga semântica lexical. Em geral, esses morfemas são opcionais e de natureza intermediária, entre o status lexical e gramatical, e funcionam como modificadores de nomes. Dos sufixos que ocorrem no nome, apenas os sufixos referenciais são obrigatórios, em particular quando o nome é produzido em isolado, de forma que toda raiz ocorre com a presença de um dos sufixos referenciais, a exemplo de kie­te (porco – REF) “porco caititu”, enquanto que a forma*kie é agramatical. Por outro lado, os sufixos opcionais dependem dos propósitos comunicativos e são realizados contextualmente. Em ta­nan­ta­te (posse de 1 a . pessoa – coró – EVI – REF) “meu coró”, o sufixo evidencial visual –ta não é requerido formalmente, mas sim pragmaticamente, sendo, portanto, a estrutura ta­nan­te bem formada na língua. Quanto ao prefixo de posse, sua obrigatoriedade dependerá da classe do nome, uma vez que o Latundê faz distinção entre nomes possuíveis e não­possuíveis. PALAVRAS­CHAVE: Língua indígena; Morfologia; Latundê; Nambikwara. O FUNK COMO PRÁTICA SOCIAL: A CONSTRUÇÃO DA MASCULINIDADE Jaciara J. Gomes [UFPE] [email protected] RESUMO: O funk é um gênero musical que há pouco mais de quatro décadas se mantém na cena cultural brasileira. Mesmo ainda muito discriminado, esse estilo conquista multidões e não fica restrito às periferias das regiões metropolitanas do país, sendo a ‘voz’ de muitos jovens, sobretudo rapazes, já que o universo é bastante masculinizado. Portanto, considerando a ideia de que as práticas sociais se concretizam na vida cotidiana
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES (BOURDIEU, 2010) e de que as identidades são um construto discursivo, social e político (MOITA LOPES, 2003. HALL, 2006), investigamos neste trabalho como é construída a masculinidade, ou como são construídas as identidades de um jovem funkeiro. Para tanto, recorremos a estudos críticos do discurso por compreenderem que agimos socialmente por meio da linguagem e por entenderem que é discursivamente que o sujeito se constitui e constrói o mundo (FAIRCLOGH, 2001; VAN DIJK, 2008). Na dimensão textual, investigamos o léxico utilizado em letras de funk, não apenas para acessar a informação, mas principalmente porque as expressões utilizadas revelam a posição tomada pelo falante em relação ao próprio caráter da história contada (DURANTI, 2000). Nesse sentido é que observamos como, na atual sociedade de consumo, a identidade plural produz e (re)cria um mercado próprio, e refletimos sobre como a organização social molda a prática discursiva do funkeiro que se identifica com referências masculinas mais relevantes e/ou necessárias em seu meio social (a periferia da região metropolitana do Recife). PALAVRAS­CHAVE: Prática social e discursiva; Funk; masculinidade; identidade; léxico. sujeito histórico, de direitos, em sua dimensão de inteireza (FREIRE, 1996) e as memórias por possibilitarem um pensar a si mesmo em processo, refletindo criticamente a experiência vivenciada e, ao mesmo tempo, desenvolverem processos autocríticos (BENINCÁ, 2004; SANTOS, 2003). O Projeto orienta­se pelos princípios do (Proam), enfatizando, em seus movimentos teórico e metodológico, aspectos como: práticas e sujeitos (com suas histórias e memórias) como pontos de partida do trabalho educativo; respeito ao processo educacional dos municípios; fortalecimento e ampliação da autonomia da Gestão da Educação Municipal; participação ativa e crítica dos envolvidos no processo educacional; vivência ética nas relações estabelecidas nos contextos locais; e exercício do poder­serviço nos diálogos com os sujeitos e nos diferentes tempos e espaços educacionais (BENINCÁ, 2002). Esses princípios buscam reafirmar, em especial, o sentido de respeito ao processo educacional dos municípios, aos sujeitos, suas histórias, memórias e trajetórias no acompanhamento técnico­pedagógico realizado pelo Grupo Colaborativo (GC) da SEC­BA. A intenção principal deste trabalho é apresentar uma discussão panorâmica do Projeto em discussão e a contribuição das memórias e fragmentos de história de vida no desenvolvimento do trabalho junto aos municípios do Pólo II contemplados com a ação em 2011. Apesar da grande relevância do projeto para o fortalecimento das secretarias municipais de educação, um grande problema apresentado no decorrer dessa caminhada foi à sobrecarga de projetos e programas do MEC/SEC­BA para monitoramento, construção e acompanhamento no mesmo período. Nas considerações finais, aponta­se para a necessidade de continuidade da ação para garantir o processo de reestruturação de secretarias de educação a um maior número de municípios baianos. PALAVRAS­CHAVES: Memórias; histórias de vida; práxis pedagógica. PROJ ETO DE ASSESSORAMENTO À REESTRUTURAÇÃO DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO NO ESTADO DA BAHIA: MEMÓRIA E HISTÓRIA DE VIDA COMO PONTOS DE PARTIDA DA AÇÃO Maria Eurácia Barreto de Andrade [UESB] [email protected] RESUMO: Este trabalho é uma discussão da experiência vivenciada junto ao Projeto de Assessoramento à Reestruturação de Secretarias Municipais de Educação (Pares), desenvolvido pelo Programa de Apoio à Educação Municipal (Proam), que faz parte das ações da Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC­BA) e que tem como centralidade metodológica a práxis, sendo compreendida como o fundamento orientador das ações dos sujeitos envolvidos na experiência (BENINCÁ, 2002). Todas as ações desenvolvidas primaram por um trabalho participativo, dialógico, contextualizado e crítico. Dessa forma, duas produções escritas fizeram parte do processo: os fragmentos de história de vida dos sujeitos envolvidos e as memórias de todos os encontros realizados. Os fragmentos de histórias de vida por ser uma forma de cada profissional compreender­se na condição de DIFERENÇAS E PARTICULARIDADES: LIMITES DO DISCURSO Mercia Roseli Pessôa e Silva [UFRJ] [email protected] RESUMO: O objetivo proposto neste trabalho é mostrar alguns limites dos discursos primário e secundário com relação à questão da construção da identidade e de sua representação, considerando a passagem do particular para o universal. Para isso, sinalizaremos duas situações que apresentam
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES como denominador comum a questão da diferença. A primeira referenda a obra de Lima Barreto, Memórias do escrivão Isaías Caminha . Nela, o que se evidencia é o conflito vivenciado pela personagem Isaías, que, em sua ingenuidade de exercer a cidadania e tornar­se igual, depara­se desde a infância com a sua condição de ser diferente. A segunda, mais contemporânea, remete ao universo da literatura infanto­juvenil, tendo como panorama a obra de Ziraldo. Nela, destacamos dois textos: Flicts, que conta, de modo romântico, figurativo, simbólico e textual, a história de uma cor singular, diferente, que embora procure misturar­se com outras cores e encontrar sua identidade, o seu estar no mundo, não consegue sair de sua condição de isolamento. Tanto que “a lua é Flicts” e, como tal, permanece a máxima: “e mais uma vez deixaram o frágil e feio e aflito Flicts na sua branca solidão”; em Os Meninos Morenos, uma espécie de gênero autobiográfico, comparativo e também figurativo, encontramos a mesma recorrência do tema da cor, mas são os versos de Humberto Ak'abal ali reproduzidos que revelam a tônica da lua triste na sua solidão, desejando desesperadamente estar na terra, ainda que refletida. Para o narrador, esse conflito talvez se resolva a partir da palavra do outro: “De perto, de pertinho, a lua tem a mesma cor dos meninos morenos”. PALAVRAS­CHAVE: Limites do discurso; identidade; particular; universal. de padrão da brancura. Assim, a imagem é tratada como discurso que ancora o dito, que oferece a ele subsídio, numa tentativa de resgatar uma memória social, um retorno que marca uma nova perspectiva histórica. O uso da imagem é garantia de um discurso que se estabelece como dominante. Ranços do passado são encontrados no presente, mas o primeiro já não cabe no segundo, tendo em vista os deslocamentos históricos. À primeira vista, os discursos parecem eminentemente contemporâneos, dada a rapidez com que dizem o que gostariam, naturalizando uma efemeridade característica do mundo da informação. Contrariando essa aparente naturalidade, enunciam muito mais do que se imagina, o que desencadeia saber em que condições foram produzidos e o que leva o sujeito social a controlar esses dizeres. Na síntese, enunciado, imagem e memória se entrecruzam como dispositivos do retorno histórico, articulados por um sujeito que utiliza técnicas de subjetivação e objetivação para cercear a identidade que carrega as marcas discursivas de privilégio social. PALAVRAS­CHAVE: Discurso; imagem; identidade; memória. A ESSENCIALIDADE MNEMÔNICA DAS VIAGENS AMERICANAS EM TEMPOS PRÉ­MODERNOS Rogerio Mendes Coelho [UFRN / PPG­UFPE] [email protected] IMAGEM: UM DISPOSITIVO DE MEMÓRIA Mirian Ribeiro de Oliveira [UFPB/UNEB] [email protected] RESUMO: Este estudo tem como objetivo primordial analisar discursos oriundos de um universo denominado de Cultura da Mídia. Nesta cadeia discursiva, rótulos e propagandas da indústria da beleza e da estética são constituidores do corpus da pesquisa. A Análise de Discurso de Linha Francesa – AD – é o alicerce teórico­metodológico que a fundamenta, tomando como referência básica os estudos de Pêcheux, Foucault e eminentes comentadores. A imagem, neste campo do discurso, é recortada como objeto preponderante, por entender que ela funciona como dispositivo de memória identitária, vez que a materialidade verbal busca recursos de ratificação na não­verbal, nas imagens, cooperando para o que denominamos RESUMO: Walter Benjamin (2007), assim como boa parte dos pensadores da Antiguidade, temia que algum dia os narradores e as narrativas deixassem de existir. Para eles, a ausência tanto de narradores quanto de narrativas resultaria na dificuldade de transmitir experiências e a elucidação do papel da memória. Afinal, o narrador retira da experiência, por meio das histórias que conta, substratos que tornam possíveis os fundamentos da realidade. No ensaio O Narrador , Walter Benjamim põe em xeque a consistência e o futuro do patrimônio social em razão da gradativa falta de reconhecimento das transmissões de experiência, por meio das narrativas, na medida em que se deixa de reconhecer o valor dos narradores no processo de formação da realidade e da memória. Benjamin atribui à figura do narrador relevante importância, porque as narrativas afirmam­se instrumentos de transmissão de valores e reprocessamentos históricos. Para Benjamim, narrar constitui a tradição. Eis, então, a importância da natureza “subversiva” da memória por ela contribuir para o repensar das práticas de entendimento da realidade.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Basta considerar que a obra de (re)criação do/de mundo(s) costuma ser tributária da memória, considerando que a memória é capaz de recuperar outras realidades que se manifestam e constituem uma das vias que possibilitam os desdobramentos que fundamentam este e outros mundos. Desse modo, o objetivo do trabalho é apresentar um estudo da Literatura Hispano­Americana Colonial do século XVI – incluindo­se como corpus cartas e crônicas sobre a America – e a influência dessas narrativas no processo de formação das sociedades americanas. A ideia é a de promover uma análise acerca das bases interpretativas das primeiras impressões das realidades americanas, privilegiando os substantivos Fé e Imaginação que estabeleceram a ideia da interpretação de uma nova cultura com referências anteriores como forma de legibilidade e “legitimidade” de compreensão e de conquista. PALAVRAS­CHAVE: Relatos de viagem; memória; imaginação. parte de uma teoria semiótica de análise do discurso, especificamente a construção de imagens do Índio, através de textos e de discursos. Como foco da análise, procura­se estabelecer uma relação entre imagem e fala, ou seja, a trajetória narrativa das imagens e identificar as representações que os discursos configuram. A palavra imagem, mais do que uma representação visual, deve ser entendida também como representação ideológica, como um conjunto de ideias. Diferentes formações sociais produzem diferentes formas de representação e interpretação de imagens. Como uma representação, a imagem provoca os sentidos; como a interpretação, ela os catalisa. PALAVRAS­CHAVE: Cultura; índio; Semiótica; discurso; identidade. INSTITUIÇÕES E VALORES DA CULTURA INDÍGENA: UM OLHAR SEMIÓTICO SOBRE OS GUARANI KAIOWÁ DE DOURADOS, MATO GROSSO DO SUL, BRASIL Rita de Cássia Pacheco Limberti [UFGD] [email protected] RESUMO: O presente trabalho consiste em um estudo de aspectos da cultura dos índios Guarani Kaiowá da Reserva Indígena “Francisco Horta Barbosa”, localizada no município de Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil. Valores e instituições como a família, o casamento, o trabalho, a política e a justiça serão analisados segundo a Teoria Semiótica Greimasiana , tomando­ se como objeto o discurso indígena. O corpus se constitui da entrevista com um cacique ancião, de 92 anos, chamado Ireno Isnard, concedida, em 1992, ao pesquisador de História Oral da Universidade de São Paulo – USP, prof. Dr. José Carlos Sebe Bom Mehy, que a registrou, juntamente com entrevistas de outros membros da mesma tribo, no livro intitulado Canto de Morte Kaiowá – história oral de vida , publicado pelas Edições Loyola, no mesmo ano. A análise pretende perscrutar, nas falas, a manifestação de vozes sobrepostas – a voz do índio e a voz do não índio – num fenômeno polifônico que, numa relação (índio versus não índio) polarizada e assimétrica, revela preconceito, intolerância, e a consequente crise identitária expressa por um discurso hegemônico. O objeto deste estudo é a construção de imagens como ASPECTOS DA PROSÓDIA DO LATUNDÊ (NAMBIKWÁRA DO NORTE) Stella Virginia Telles de Araujo Pereira Lima [UFPE ­ NEI/PPGL/ CNPq] [email protected] RESUMO: As línguas Nambikwára (localizadas na região Sul da Amazônia brasileira) constituem uma família linguística de mesmo nome que se divide em três ramos, definidos pela proximidade genética observada entre as línguas, a saber: Nambikwára do Norte, Nambikwára do Sul e Sabanê, sendo o primeiro formado por quatro línguas, o segundo por mais de dez línguas e o terceiro por apenas uma língua, sem subdivisão interna. Este estudo se ocupa de uma das línguas Nambikwára do Norte, denominada Latundê, cujos falantes integram uma comunidade de menos de 30 indivíduos que vivem na Terra Indígena Tubarão­Latundê, localizada no município de Chupinguáia, estado de Rondônia. O Latundê é uma língua cuja prosódia lexical parece ser do tipo misto, conjugando o acento e o tom. Neste trabalho, será discutida a natureza da prosódia dessa língua, considerando­se os aspectos tipológicos para a sua definição e os parâmetros formais que definem tais aspectos, e serão apresentados os resultados parciais da pesquisa em curso que trata da prosódia do Latundê, a partir da demonstração da análise acústica do correlato fonético para os subcomponentes prosódicos e as implicações segmentais para a consideração do contraste lexical do tom. Este estudo está ancorado nos pressupostos encontrados em Hayes (1995), Halle & Vergnaud (1987), Goldsmith (1995) e Duanmu (2004). PALAVRAS­CHAVE: Latundê (Nambikwára do Norte); prosódia; acento, tom.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES SIMPÓSIO TEMÁTICO 9 – GT LINGUAGEM & SOCIEDADE Darcília M. Pinto Simões [UERJ] e Denilson Pereira de Matos [UFPB] ESTUDOS LINGUÍSTICOS DA MPB: LUIZ GONZAGA CONSTRUÇÃO E EFEITOS DE SENTIDO NO POEMA PROFUNDAMENTE DE MANUEL BANDEIRA: UMA ANÁLISE PLURISSIGNIFICATIVA DO TEXTO LITERÁRIO ATRAVÉS DOS DÊITICOS E DO ADVÉRBIO DE MODO Afrânio da Silva Garcia [UERJ] [email protected] Anderson Monteiro Andrade [UFPB/Proling] [email protected] RESUMO: É comum, nos compêndios de ensino de português na Educação Básica, a apresentação de formas populares do discurso para exemplificar e desenvolver determinados tópicos. Eu mesmo utilizo­me das letras de música no ensino de português, com excelentes resultados, tanto em termos de motivação como de aprendizagem: meus alunos realmente se envolvem nas aulas e aprendem os tópicos ilustrados pelas canções. Causa­me espanto, todavia, notar que poucos professores se valem desse recurso em sua prática pedagógica. Parece­me que o preconceito intelectual ainda grassa no meio acadêmico, confundindo o popular com o popularesco, recusando a cultura popular no que ela tem de mais representativo: a música popular, e atendo­se a fórmulas e materiais ultrapassados e elitistas, que minam o interesse dos alunos e os afastam daquilo que seria, realmente, um bom português: vivo, envolvente, expressivo. É contra este estado de coisas que se insurge o presente trabalho. Nele, pretendemos aproveitar o centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, este grande músico e compositor, para demonstrar o virtuosismo, não só artístico como linguístico, de suas canções. Demonstrar a perfeita união da malícia com a perícia no envolvente O Xote das meninas; a profusão de símiles, metáforas e metonímias na sua obra mais conhecida, Asa Branca ; o paralelismo semântico e sintático entre o ser humano ignorado pelo seu amor e o pássaro aprisionado em Assum Preto; a plurissignificação da palavra jeito em Morena cor de canela ; o trabalho com as formas nominais do verbo tanto em Morena cor de canela quanto em Vem morena ; a crítica social e a ironia em Dezessete e setecentos; e, principalmente, sua refinada utilização dos recursos de versificação, como a rima, o homeoteleuto, a sufixação e a anominação, como podemos verificar em músicas tão distintas como Xamego, Baião de Dois, Riacho do navio e Danado de bom. PALAVRAS­CHAVE: Música popular; Luiz Gonzaga; ensino­ aprendizagem; trabalho linguístico RESUMO: Este estudo procura fazer uma análise do poema Profundamente de Manuel Bandeira a partir da visão de plurissignificação do texto literário em consonância com a concepção de Semiologia de Peirce, sobretudo no que diz respeito à representação do signo que desemboca na construção de outro(s) sentido(s). Destarte, observamos a relação entre as coisas em que os signos aparecem e aquilo que eles representam. Analisamos, também, a representação dos elementos linguísticos presentes no poema e que contribuem, de forma relevante, na construção de sentido através dos efeitos que insinuam ou estabelecem. Dessa forma, analisamos os elementos dêiticos marcadores de tempo e o advérbio de modo. Observamos, pois, que esses elementos linguísticos são responsáveis pela possibilidade de entender o texto mediante outras nuanças de sentido além daquilo que está representado na acepção verbal e não apenas entendê­lo a partir de uma interpretação unívoca de sentido. Em face do que preliminarmente estabelecemos, utilizamos como aporte teórico, para o desenvolvimento deste trabalho, os postulados de Peirce (2003) acerca do signo de representação semiótica; Cereja e Magalhães (2003) sobre as concepções da plurissignificação da linguagem literária; e Fiorin (2005) acerca dos elementos linguísticos(dêiticos). Este trabalho possibilita entender a linguagem literária que, representada a partir de signos numa interface com a Semiótica, confere ao texto determinados sentidos que não se esgotam apenas no que se apresenta escrito. PALAVRAS­CHAVE: Texto literário; Semiótica; dêiticos; advérbio de modo. A PONTE SEMIÓTICA ENTRE MÚSICA E POESIA André Guedes Trindade [UFPB]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] texto acadêmico, com vista a garantir a confiabilidade na pesquisa relatada. Há uns dez anos, vimos observando o desempenho redacional de alunos do mestrado e do doutorado, na construção do trabalho final. A leitura de seus textos torna­se cada vez mais difícil em razão da falta de domínio lexical proporcional ao nível do trabalho em realização. Discutindo os textos em produção, vai­se orientando o processo de escolha da melhor forma, propondo a observação das relações entre gênero, tema, recorte teórico etc. e vocabulário a ser atualizado no texto. Todavia, o que se percebe é que o repertório verbal dos sujeitos está prejudicado por vários fatores, como: falta de hábito de leitura de textos longos, entre estes a literatura clássica; falta de conhecimento lexicológico e lexicográfico que dê suporte à seleção lexical ajustada; desconhecimento da importância da adequação vocabular em prol da inteligibilidade e, consequente, confiabilidade nas conclusões apresentadas no trabalho monográfico. Utilizando a metodologia da reescrita controlada, acompanha­se a trajetória sofrida dos sujeitos quando da apresentação de cada versão do texto, em decorrência da dificuldade de ativação de itens específicos, porque não dispõem de repertório técnico suficiente para a elaboração de um texto argumentativo, em que apresente de modo claro e preciso a pesquisa realizada, seu projeto, sua execução e os resultados obtidos. Paralelamente, vimos desenvolvendo uma pesquisa bibliográfica sobre a iconicidade lexical na produção da ironia, usando como córpus doze contos de Eça de Queiroz. Também buscamos demonstrar o quanto a ampliação do vocabulário resulta em ampliação da visão de mundo, possibilitando assim que os sujeitos se manifestem com maior expressividade, impressividade e informatividade. Ademais, vimos relacionando a operação com a camada léxica da língua com as qualidades estilísticas do texto: identificação do gênero, da variedade linguística, da autoria, da época etc. Subsidiamos nossa pesquisa na Teoria da Iconicidade Verbal (Simões, 2009), na perspectiva sistêmico­funcional (Halliday, 1995­ 2004) e nos princípios de Lexicologia (Barbosa, Aragão e Cabré). Trata­se de pesquisa em desenvolvimento com resultados finais previstos para 2014 e intenção de apresentação de um Glossário dos Contos de Eça de Queiroz. PALAVRAS­CHAVE: Repertório; estilo; adequação; gênero acadêmico; autoria. RESUMO: Com este trabalho, pretende­se investigar e analisar, através da Semiótica da Cultura unida aos estudos crítico­literários da Música Popular Brasileira, as diversas correspondências que se efetuam entre os sistemas de linguagem da Poesia (linguagem verbal) e da Música (linguagem não verbal), presentes na obra de Lenine, um dos expoentes da música popular brasileira contemporânea, mais detidamente, na canção A Ponte (Lenine/Lula Queiroga), do álbum O Dia em que faremos contato, de 1997. Nesse sentido, visamos a estabelecer uma investigação de como esses dois sistemas de linguagem com codificações próprias, aqui tidos como modelizantes de 2ºgrau, estabelecem diálogos, partindo da concepção de Bakhtin (1981) de que, na cultura, o encontro dialógico entre duas ou mais culturas não se estingue na fundição, nem na mescla de ambas; cada qual conserva a sua unidade e a sua totalidade aberta, enriquecendo­se mutuamente. Acerca da Semiótica da Cultura, teoria russa que nos influenciou a propor esses diálogos e a embasar este trabalho, baseamo­nos teoricamente em MACHADO (2003), LOTMAN (1978) e USPÊNSKI (1979), entre outros. Fundamentamo­nos, também, em TATIT (1996), PERRONE (2008), RIBEIRO NETO (2009), entre outros, para estabelecermos uma análise mais propícia dos conceitos sobre canção popular. PALAVRAS­CHAVE: Semiótica da Cultura; música popular. Poesia; dialogismo ESTILO, GÊNERO TEXTUAL E SELEÇÃO VOCABULAR: EXPRESSIVIDADE E CONFIABILIDADE Darcília M. Pinto Simões [UERJ/CNPq/SELEPROT] [email protected] Denilson Pereira de Matos [UFPB] [email protected] RESUMO: Propomos discutir a inserção das noções de estilo no ensino da leitura e da produção de textos. Durante o processo de orientação da redação de monografias, dissertações e teses, vimos verificando que uma das grandes dificuldades é a seleção vocabular. Nesse âmbito, destaca­se a dificuldade de distinção dos registros linguísticos e da indispensável adequação ao gênero A POESIA­REVOLUÇÃO DE GLAUBER ROCHA: UM ESTUDO SEMIÓTICO
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Fabrícia Silva Dantas [UEPB/PPGLI] [email protected] para conviver com uma população que fala uma linguagem totalmente nova. Hodiernamente, as informações estão sendo transmitidas de forma muito mais rápida, às vezes, just in time, on line. Com isso, os nativos digitais se sentem mais à vontade para processar mais de uma ação por vez, realizando múltiplas tarefas, preferindo acesso aleatório, tal como hipertexto. Em função dessa realidade, contrariamente, os imigrantes digitais costumam ter pouca empatia por essas novas habilidades, as quais os nativos adquiriram e aperfeiçoaram por meio de exposição diária de interação e prática. Da mesma forma, os imigrantes digitais têm dificuldade de acreditar que os nativos digitais possam aprender ou atuar eficientemente, realizando várias atividades ao mesmo tempo. Um dos obstáculos que dificultam para que imigrantes se tornem mais digitais e os nativos se tornem mais digitais do que já são é a maciça presença de imagens, ícones e símbolos que se espalham na tela do computador, tablets e celulares, ampliando o horizonte de leitura do mundo dos nativos digitais e restringindo a leitura do imigrante, acostumado com o texto escrito, representado por símbolos alfabéticos (FERREIRO & TEBEROSKY, 1999). Assim, este trabalho, investiga até que ponto as imagens dificultam a apreensão da mensagem do texto virtualmente disponibilizado. Nesta proposta, seguimos as orientações de Pierce (2003) e Santaella (1983). PALAVRAS­CHAVE: Semiótica; hipertexto; imagem; nativo; imigrantes digitais. RESUMO: Este estudo partiu de uma pesquisa inicial sobre o interesse na poética de Glauber Rocha, notável por ser uma referência do Cinema no Brasil e no mundo e por estreitar as relações entre filme e poesia. Mas, além da poesia que acompanha Glauber no cinema, também nos chama atenção a poesia escrita que podemos notar através de roteiros, de livros etc. Neste trabalho, é nossa preocupação principal fazer o estudo da poesia escrita, ainda pouco abordada, que Glauber escreveu durante o seu exílio e foi publicada em uma coletânea de poemas por Pedro Maciel (1989). Para tanto, selecionamos alguns poemas dessa antologia para fazer uma análise semiótica do que está por trás do fazer poético desse sujeito preocupado em refletir e comunicar politicamente sua relação com a Linguagem e a Sociedade, ou seja, com o mundo, com o seu tempo, com a imagem, com a poesia, com o cinema, com os outros sujeitos. No caso de Glauber, a poesia contribui para refletir uma performance mais próxima do sensível, de um diálogo entre diversas linguagens; ela enfatiza uma linguagem desautomatizada e descolonizadora que questiona um sistema dominante. Para fundamentar nossa reflexão, tomaremos por base a teoria da semiótica pierceana de Bougneaux (1996), Campos (2006), Plaza (2008), Santaella (2002), por exemplo. Além de outras contribuições teóricas de Maciel (2004), Paz (2006), Xavier (2007), Rocha (2003), Carvalho (2006), entre outros. PALAVRAS­CHAVE: Poesia; Semiótica; performance; Glauber Rocha. IMAGEM: OBSTÁCULO (OU NÃO) NA APREENSÃO DO TEXTO VIRTUAL POR IMIGRANTES E NATIVOS DIGITAIS Hercilio de Medeiros [UFPB/TLB] [email protected] Vinicius Varella Ferreira [UFPE/UFPB] [email protected] RESUMO: Este trabalho discute a relevância das imagens no ciberespaço para compreensão da mensagem inferida por imigrantes e nativos digitais. Segundo Prensky (2001), os imigrantes digitais usam uma linguagem ultrapassada, considerada da era pré­digital, e estão num esforço expressivo A LEITURA E AS RELAÇÕES INTERSEMIÓTICAS DO TEXTO LITERÁRIO José Jacinto dos Santos Filho [UPE/Campus Mata Norte] [email protected] RESUMO: Ler literatura se constitui, para o leitor, numa ação leitora de saber revelar para si as imagens que se encontram no seu imaginário, e ler uma imagem pictórica, fotográfica ou outra é contatar simbolicamente o mundo onde ele habita, percebendo­o pelos sentidos. Imagens estas que não são estanques, mas dinâmicas, porque entendemos que nenhuma leitura é a mesma, pois depende da experiência do leitor. Cada vez mais têm surgido algumas obras literárias que têm exigido um leitor que não só leia o verbal e interaja com ele, mas também leia o não verbal que as acompanha, não como uma mera ilustração, mas como outro texto em diálogo. O nosso intento
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES neste trabalho é discutir a relevância de um exercício de leitura que contemple as duas esferas discursivas: o verbal e o não verbal em convergências intersemióticas. Uma linguagem em diálogo com outra linguagem, mas que não se sobrepõe uma a outra, ao contrário, complementam­se a partir dos elementos simbólicos que as sustentam. Em nosso trabalho, apresentamos alguns exemplos de produções literárias que fundem o verbal e o não verbal. Fundamentamos nossos estudos na Semiótica e na Fenomenologia. Assim, recorremos às pesquisas de Pierce (2010), Zilberberg (2006), Merleau­Ponty (2002), Pignatari (2004), Santaella (2001), Michèle Petit (2009), Ugo Volli (2007), Rudolf Arnheim (2011) e outros que respaldaram nossos argumentos. PALAVRAS­CHAVE: Leitura; literatura; imagem; intersemiose; fenomenologia. visual, embora um deles sempre predomine. O teatro mostra­se como um meio verbal, porém não exclusivamente, enquanto o cinema mostra­se, principalmente, mas não exclusivamente, como um meio visual. Como aporte teórico para explicitar tal adaptação, usaremos a semiótica textual de Greimas (1979), segundo a perspectiva de Pietroforte (2007) e Fiorin (2009). PALAVRAS­CHAVE: Tradução intersemiótica; verbal; visual. ROMEU E J ULIETA EM OURO PRETO: TRADUÇÃO INTERSEMIÓTICA PELA TURMA DA MÔNICA Tiago Marques Luiz [UFSC] [email protected] RESUMO: Quando se trata de adaptação para o cinema, é comum ouvirmos que as pessoas leem o livro para depois assistirem sua adaptação fílmica ou vice­versa. Segundo Jeha (2004, p. 123), “Quem insiste em comparar o filme com o livro não percebe que um e outro pertencem a sistemas semióticos diferentes e, assim, devem ser avaliados segundo critérios específicos a cada mídia”. O termo tradução intersemiótica pode remeter a uma transmutação, isto é, a uma interpretação de signos verbais por meio de um sistema de signos verbais e não­verbais; por exemplo, pode se traduzir um romance em filme ou uma fábula em balé. Neste trabalho, a tradução intersemiótica consiste em uma obra literária adaptada para filme, e nele pretende­se analisar a tradução intersemiótica especificamente da cena do balcão da obra literária “Romeu e Julieta”, de William Shakespeare, e sua adaptação para um filme encenado pela “Turma da Mônica”, de Maurício de Souza, em 1979, e, assim, mostrar a transmutação da cena original da peça da cidade italiana de Verona interpretada na cidade mineira de Ouro Preto. Na relação entre textos dramáticos e filmes, existe a simultaneidade verbal e visual, porém, nesse caso, bem mais aparente. Os textos se baseiam em palavras e imagens, o que ilustra a simultaneidade, já apontada, dos elementos verbal e SIMPÓSIO TEMÁTICO 10 – GT LINGUAGEM & SOCIEDADE Jurandir Ferreira Dias Júnior [UFPE] e Severina Sylvia B. de Farias Klimsa [UFRPE] O POLÍTICO E O CULTURALCOMO PONTOS DE DERIVA PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA RELAÇÃO TRANSDISCIPLINAR ENTRE A LA E A AD Aline D. Leal da Silva [UFCG] RESUMO: Neste trabalho, discute­se a questão das (im)possibilidades de interface entre a Linguística Aplicada (LA) e a Análise do Discurso (AD) a propósito da construção de conhecimentos sobre práticas de linguagem em âmbito escolar. Nosso texto está organizado em duas partes principais: na primeira, construímos uma breve discussão sobre os paradigmas científicos apontados como vigentes nos dois campos de investigação, a fim de compreender possíveis diálogos entre os aspectos epistemológicos e os metodológicos predominantes nesses campos, privilegiando, para isso, a compreensão das representações de “linguagem” e “sujeito”; na segunda parte, versamos sobre dois pontos teóricos específicos que argumentamos estar na agenda desses campos em questão e que podem contribuir para a construção de inteligibilidade das práticas sociais em contexto escolar, a saber: o político e o cultural, considerados, em nosso trabalho, como pontos de deriva para a construção de uma relação transdisciplinar entre a LA e a AD. A fim de corroborar esse posicionamento, analisamos alguns trabalhos, apresentados no III Seminário de Pesquisas sobre Identidade e Discurso (UNICAMP, dezembro de 2011) que, no entremeio da LA e da AD, relacionam esses dois aspectos da linguagem na construção de conhecimentos sobre fenômenos da linguagem, principalmente, em contexto escolar.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Pós­modernismo; Linguística Aplicada; Análise do Discurso; político; cultural. A INCLUSÃO ESCOLAR DE ALUNOS SURDOS VISTA POR ESTUDANTES OUVINTES DE LIBRAS Ana Rachel Carvalho Leão [UFMG] [email protected] RESUMO Esta comunicação tem por objetivo apresentar algumas representações sobre a inclusão escolar de pessoas surdas construídas pelos alunos da disciplina Fundamentos de Libras. A disciplina, ofertada na modalidade virtual desde 2010, atende a diversos alunos de uma universidade pública no Estado de Minas Gerais. Para alunos dos cursos de licenciatura, de Fonoaudiologia e de Pedagogia é uma disciplina obrigatória, em cumprimento à Lei Federal nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Recebe também alunos de outros cursos, para os quais a disciplina é optativa. Desses, muitos a procuram pelo interesse em aprender sobre a Libras, enquanto outros a procuram pela necessidade de contabilizar créditos para se formarem. A pesquisadora participou do curso como tutora e atualmente atua como professora auxiliar. A análise das representações baseia­se na teoria do discurso francesa de linha foucaultiana e pêcheutiana atravessada por conceitos da psicanálise. A análise foi realizada a partir da interpretação de fatos linguísticos produzidos em uma aula do segundo semestre de 2011. O tema da aula – inclusão educacional dos surdos – foi abordado a partir de um texto. Os alunos deveriam, após a leitura, participar do fórum de discussão e dar sua opinião sobre o assunto. As opiniões dos alunos foram registradas na plataforma utilizada para o ensino e agrupadas para formar o corpus desta pesquisa. Como categorias de análise foram utilizadas a ressonância discursiva (Serrani, 1994) e heterogeneidades mostradas (Authier­Revuz, 1998). Este trabalho tem por objetivo entender o que significa para os alunos da disciplina a inclusão dos surdos e analisar quais as representações que os alunos têm sobre o assunto. Entendemos como representação marcas do imaginário do sujeito simbolizadas em seu dizer (Grigoletto, 2003). PALAVRAS­CHAVE: Teoria do discurso; Libras; inclusão escolar; educação à distância. MÍDIA E ESCOLA: UMA DIALOGIA DO PRECONCEITO LINGUÍSTICO Deyvid Souza Nascimento [UFPE] [email protected] RESUMO: O preconceito linguístico é um tema bastante discutido no meio acadêmico e sabe­se que ele surge da rejeição de algumas práticas de linguagem cotidianas e, muitas vezes, nem percebemos o quanto esse problema já invadiu a nossa vida, principalmente através de veículos de comunicação de massa, como a televisão. Assim, este trabalho de natureza sociolinguística pretende mostrar como o preconceito pela linguagem, enraizado na sociedade brasileira por meio de ideias equivocadas e divulgadas durante muito tempo pela escola e pela mídia, é veiculado no quadro Lady Kate, do programa humorístico Zorra Total, da emissora Globo, apresentado aos sábados à noite em rede nacional. Para isso, optamos por fazer um panorama histórico do ensino de Língua Portuguesa, ancorado durante anos na concepção de linguagem como expressão do pensamento, bem como ideias explicitadas, principalmente em Geraldi (2008b) e Bagno (2009). O episódio escolhido para análise tem duração de oito minutos e quarenta e quatro segundos nos quais a personagem se depara com três situações em que percebemos, pelo menos nas duas primeiras, uma forte barreira de aceitabilidade social decorrente do preconceito linguístico. Portanto, o trabalho permitiu constatar o quanto veículos de comunicação ainda são capazes de mostrar, através do humor, as múltiplas facetas dessa intolerância, alimentando mitos de anos de colonização, para acentuar ainda mais o caráter de exclusão que a língua portuguesa adquiriu em nossa história. Isso reflete um pensamento retrógrado e baseado em concepções equivocadas que negam os plurissignificados da palavra e a plena manifestação da linguagem nas mais variadas situações enunciativas. PALAVRAS­CHAVE: Preconceito linguístico; escola; mídia. NARRATIVAS DOS FUTUROS EDUCADORES DE BIOLOGIA SOBRE A EDUCAÇÃO INCLUSIVA Elane Ericka Gomes do Nascimento [FAFIRE] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: A educação inclusiva ajuda a promover a inclusão das pessoas com necessidades educacionais especiais no ensino regular, em salas de aulas provedoras com professores capacitados para melhor atender as necessidades desses educandos. O trabalho objetiva mapear as concepções e interesses dos educandos do último período do curso de licenciatura em ciências biológicas da UFRPE sobre a importância de trabalhar com a educação inclusiva no ensino regular, pois educar para uma sociedade “inclusiva” pressupõe a busca pelo entendimento da complexa realidade presente nas salas de aula. A pesquisa foi realizada, em outubro de 2011, mediante aplicação de um questionário contendo questões qualitativas e quantitativas. Os resultados obtidos com a pesquisa apontam que 87,5% dos educandos conhecem a Lei de Diretrizes e Bases da Educação LDB nº 9.394/96; 75,5% conhecem o que dispõe a LDBEN no artigo 58 a 60; 87,5% sabem do que trata a educação inclusiva no ensino regular; 75% não conhecem o que diz a Declaração de Salamanca; 56,25% nunca trabalharam com a educação inclusiva, 37,5% não trabalham com educação inclusiva e 6,25% já trabalharam; 87,5% têm o interesse de trabalhar com a educação inclusiva depois de formados; 100% dizem que a educação inclusiva atende só pessoas com deficiências; 100% consideram importante o trabalho com a educação inclusiva no ensino regular; 37,5% já participaram de algum evento desse segmento, 65,5% nunca participaram; 93,75% têm o interesse de se capacitar para trabalhar com educação inclusiva, 6,25% não tem; 75% não acham que o curso de Biologia habilita para o trabalho com educação inclusiva, 25% acham que sim. A realização desta pesquisa em muito contribuiu para a minha formação acadêmica, uma vez que pude obter mais informações acerca da proposta da educação inclusiva para o ensino regular. PALAVRAS­CHAVE: Educação inclusiva; formação de professores; ensino regular. POSICIONAMENTO, CHARGE, SOCIEDADE: UMA ANÁLISE DOS POSICIONAMENTOS NA CHARGE Fernanda de Moura Ferreira [UFRN/PPgEL] Maria da Penha Casado Alves [Orientadora­UFRN/PPgEL] RESUMO: A linguagem é grande veiculadora de pontos de vista despontados no social, uma vez que é por meio dela que ficam evidentes os nossos pareceres sobre o mundo, a vida, os seres, tudo. Não há como fugir dessa tomada de posição que nos é exigida todo momento, porém há diversas maneiras de trazer os posicionamentos: camufladamente, explicitamente, fazendo concessões, com palavras alheias etc. Dentre os gêneros discursivos, a charge vem ganhando cada vez mais espaço em nossa sociedade, tendo em vista que antes era exclusividade do jornal impresso e atualmente se faz presente em diversos veículos de comunicação em massa, como a televisão e a internet. Levando em conta que se pode afirmar que a charge é uma espécie de vitrine ideológica do social, buscamos neste trabalho observar por meio da análise desse gênero o modo como os posicionamentos emergem de sua materialidade – verbal e imagética – e no diálogo estabelecido com enunciados circulantes no social. O corpus é composto por charges que têm por personagem central a presidente Dilma e, em função desse foco temático, faremos a análise dos posicionamentos encontrados sobre a personagem. Para tanto, utilizaremos as postulações teóricas do Círculo de Bakhtin acerca de linguagem, das relações dialógicas e dos gêneros do discurso (2003; 2010). Esta pesquisa é de cunho qualitativo­interpretativista por trabalhar com os valores que surgem do discurso e com as interpretações dos dados, enquadrando­se na área da Linguística Aplicada. PALAVRAS­CHAVE: Social; charge; posicionamento. LITERATURA VISUAL: PRODUÇÕES EM LIBRAS SOBRE CULTURA SURDA Girlaine Felisberto de Caldas Aguiar [UFSC] [email protected] Mirelly Lucena de Lira Vasconcelos [UFSC] [email protected] RESUMO: Este trabalho apresenta uma análise da literatura visual de livros, DVDs, CDs e VHS. Nessa literatura, narrativas, poemas, piadas, histórias, fábulas, peças teatrais e literatura infantil focalizam os sentidos produzidos por jovens e adultos surdos sobre identidade, cultura e diferença e propiciam discussões sobre as produções em Libras e a cultura de uma literatura visual. Na investigação desses materiais, percebe­se que, nos textos e nas imagens produzidas, os autores surdos buscam reconhecimento do
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES grupo de surdos, tratando de suas identidades, de suas culturas e de suas diferenças, além de apresentarem a língua de sinais, em suas formas próprias de narrar as histórias e/ou de adaptar histórias, em imagens/fotos e DVDs. Esta é importância do registro das histórias e das discussões referentes à movimentação da literatura visual em Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS, que é uma língua viso­espacial, da cultura e da comunidade surda no/do Brasil, que apresenta personagens surdos ou fazem parte da literatura visual (também alguns outros livros focalizam o uso da língua de sinais por pessoas surdas). PALAVRAS­CHAVE: Literatura visual; Libras; escrita de sinais; cultura e identidade. inclusão que seria implementada, principalmente, através da autonomia na leitura e na escrita em Língua Portuguesa. PALAVRAS­CHAVE: Comunidade surda; inclusão; letramento; alfabetização. RELATO DE UM PROFESSOR SOBRE UM MÉTODO DE ALFABETIZAÇÃO PARA ALUNOS SURDOS: UMA QUESTÃO DE LETRAMENTO E INCLUSÃO RESUMO: A linguagem presentifica­se nas sociedades de todos os tempos como forma de expressão do pensamento humano, como mecanismo de agência, inclusão e transformação social. Ela permeia as relações sociais, orienta condutas e comportamentos nos mais diversos domínios. No trânsito, por exemplo, motoristas e pedestres que utilizam as vias públicas são norteados pelo uso de diversas linguagens: semáforos, placas, faixas de pedestres e buzinas, dentre outras. Tendo em vista a relação entre linguagem e mobilidade urbana, o objetivo deste trabalho é discutir as representações das práticas linguageiras de condutores de veículos no percurso de suas formações para o trabalho. Para isso, aplicamos questionários com dezesseis condutores que se encontram em exercício profissional. A discussão está fundamentada nos estudos de letramento enquanto prática social (KLEIMAN, 1995; STREET, 1995) e nos estudos socioculturais do letramento (GEE, 1996), seguindo o viés da abordagem qualitativa de pesquisa (BOGDAN; BIKLEN, 1994; MINAYO, 2010). Em face das análises feitas, é possível reconhecer a importância das reflexões geradas por meio das atividades mediadas pela linguagem acerca das responsabilidades desses agentes quanto à organização do espaço público e da segurança de si e de outros. A contribuição deste trabalho reside na possibilidade de ampliar as discussões acerca das práticas de linguagem na formação para o trabalho de condutores de veículos. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem; eventos de letramento; formação de condutores; atividade laboral.
Izabelly Correia dos Santos [UNICAP] [email protected] Wanilda Maria Alves Cavalcanti [Orientadora ­ UNICAP] RESUMO: A partir da década 90, no mundo todo se difundiu com força a defesa de uma política educacional de inclusão. Essas políticas propunham maior respeito e socialização efetiva destes grupos considerando, dentre outros, a comunidade surda. Uma rede municipal do Estado de Pernambuco tem utilizado o Programa Alfa e Beto que tem como objetivo a alfabetização de crianças das séries iniciais através do método metafônico. Desse modo, o presente trabalho analisou as concepções de um professor, participante dessa experiência sobre o emprego desse Programa para alunos surdos. Nesse sentido, realizamos uma entrevista semiestruturada e os dados obtidos foram gravados e tratados qualitativamente, após leitura e transcrição integral dos relatos. Os fundamentos teóricos que embasaram o estudo tiveram os aportes teóricos de Quadros, Figueiredo, Mantoan e Souza, dentre outros. Os resultados mostraram que o emprego desse projeto não parece oferecer resultados positivos e, segundo o entrevistado, não pode atingir bons resultados, pois prioriza a audição como um meio que o surdo não possui íntegro, como principal condição para a alfabetização. Esperamos contribuir para que novas reflexões sejam adotadas a fim de que, nessa rede, outros surdos não sejam penalizados com mais dificuldades no seu processo de O PAPEL DA LINGUAGEM NA FORMAÇÃO PARA O TRABALHO: REPRESENTAÇÕES DE CONDUTORES DE VEÍCULOS Klébia Ribeiro da Costa [UFRN] [email protected] Ana Maria de Oliveira Paz [Orientadora ­ UFRN] CADERNO DE RESUMOS
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES DIMENSÃO SOCIAL DA LINGUAGEM DIGITAL NAS REDES SOCIAIS Luiz Carlos Carvalho de Castro [UFPE/ NEHTE] [email protected] RESUMO: Esta comunicação trata do estudo sincrônico das variantes na linguagem digital recorrentes nas redes sociais nos ambientes virtuais, onde circulam as várias camadas etárias integrantes de uma mesma comunidade que se compreendem compartilhando um mesmo espaço e um mesmo tempo (LIMA­HERNANDES, 2007). Conferimos destaque às variantes do riso “rsrsrs”, “kkkkkk”, “hehehe” e “huhauha”, praticadas por usuários do internetês. Nosso objetivo foi verificar, além da incidência dessas variantes, fatores que influenciam as escolhas feitas pelos usuários das redes sociais. Partimos do pressuposto de que para a maioria dos usuários das redes sociais tanto faz usar uma variante como a outra. No entanto, apesar das diferentes formas significarem a mesma coisa, acreditamos que a depender dos interlocutores, as variantes produzem diferentes efeitos de sentido. Na agenda de pesquisa, adotamos um viés sociolinguístico ancorados nos postulados teóricos da Sociolinguística Variacionista por seus autores acreditarem que estudos dessa natureza, nos leva “a outras dimensões, dimensões de significado social que envolvem posturas e situações” (HYMES, 1993). Nessa perspectiva, essa comunicação evoca uma discussão sobre o que de fato essas variantes podem significar para os interlocutores, além do previsível, “mas resta o problema de saber a que função corresponde essas diferentes formas” (CALVET, 2009). Para tanto, fundamentados na metodologia da sociolinguística variacionista, utilizamos dados estatísticos de uma enquete, intitulada: Como você sorri nos bate­papos e nas redes sociais? Postada na comunidade: “Eu digito tudo errado no MSN”, além das mensagens trocadas por e­mails e redes sociais sobre os quais incidiram nossas análises. Os resultados iniciais indicam maior incidência de uso das variantes “kkkkkk” e “rsrsrs”, respectivamente, em um continuum do registro do nível de linguagem do menos ao mais formal, a depender da faixa etária e do grau de intimidade dos interlocutores, principalmente, quando eles são nativos digitais. Pertencentes à geração “homo zappiens”. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem digital; redes sociais; variação; sentido. LEITURA DE REPORTAGEM E O DESENVOLVIMENTO DA CONSCIÊNCIA CRÍTICA DA LINGUAGEM Maria Valéria Siqueira Marques [EMJPS] RESUMO: Este trabalho parte dos resultados alcançados na dissertação de Mestrado (POSLE­UFCG) por meio de um minicurso “Reading and Learning”, para o Ensino Fundamental de Língua Inglesa, voltado à elaboração de uma sequência didática em leitura do gênero reportagem em inglês. Fundamentados nos PCN­LE (1998) e no Interacionismo Sócio Discursivo – ISD (BRONCKART, 2006a, 2008b), concebemos a linguagem como sendo um artefato simbólico, que tem a função de formar o indivíduo e de mediar atividades sociais de ensino­aprendizagem. Para tanto, analisamos sequências interacionais de quatro participantes na leitura de reportagem em inglês em três categorias (organização textual, familiaridade com o tema e engajamento discursivo). No entanto, focalizaremos, aqui, apenas a categoria de organização textual da pesquisa. Os resultados evidenciaram que os alunos desenvolveram estratégias de compreensão, focalizando na linguagem não verbal (divisão de seções e fotos), instigados por seu conhecimento de mundo. Em suma, é através dos gêneros do discurso que o indivíduo realiza ações de linguagem nos diversos meios sociais e sua apropriação deve ocorrer ao haver um ensino sistematizado, ou seja, por meio de sequências didáticas que leve o indivíduo a agir com autonomia nas atividades práticas da vida humana. Concluímos que a prática da leitura discursiva em reportagem constitui uma experiência significativa para o ensino de línguas no Ensino Fundamental. PALAVRAS­CHAVE: Leitura; reportagem; Língua Inglesa; sequência didática; engajamento discursivo. ENSINO SUPERIOR PARA ALUNOS SURDOS: CONQUISTAS E DESAFIOS DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Sinelza Vasconcelos Firmino [FAEL] [email protected] RESUMO: Esta pesquisa nasceu da necessidade de se conhecer mais sobre matérias didáticas do ensino superior em EAD voltados a alunos surdos. Busca­se estudar as ferramentas e materiais didáticos desenvolvidos ao longo
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES da história desse tipo de modalidade, enfatizar as conquistas e levantar discussões sobre suas eventuais carências a partir do seu confronto com as necessidades do aluno surdo, de acordo com a literatura associada. Na modalidade presencial, por exemplo, por se limitar, na maioria dos casos, a experiências visuais, quando em sala de aula comum, isto é, sob o prisma dos alunos ouvintes, o surdo pode vir a ter prejuízos no que diz respeito ao que é falado e/ou escrito pelo professor. Segundo Bruno & Sá (2008, p. 415), os surdos têm dificuldades de se comunicar usando a Língua Portuguesa, mas, como as aulas presenciais são ministradas de forma oral e, consequentemente, os conteúdos trabalhados na sala nem sempre se tornam acessíveis para esses alunos, será necessário um tratamento diferenciado a esses alunos como na elaboração de material com conteúdos pedagógicos em LIBRAS, uma vez que eles possuem dificuldades na compreensão da língua dos ouvintes, inclusive na escrita. No Decreto nº 5.626, de dezembro de 2005, Capítulo IV Art.14, as instituições federais de ensino devem garantir, obrigatoriamente, às pessoas surdas acesso à informação e à educação nos processos seletivos, nas atividades e nos conteúdos curriculares desenvolvidos em todos os níveis, etapas e modalidades de educação, desde a Educação Infantil até a Superior. As instituições privadas e públicas de ensinos federal, estadual, municipal e do Distrito Federal buscarão implementar as medidas referidas neste artigo, como veio assegurar o atendimento educacional especializado aos alunos surdos ou com deficiência auditiva. O presente trabalho busca rever como a EAD tem lidado com essa conjuntura. PALAVRAS­CHAVE: Educação a Distância; surdo; material didático; ferramentas didáticas. entanto, deve ser levado em consideração o fato de existirem resíduos visuais e/ou auditivos, embora não possam ser usados funcionalmente. O objetivo deste trabalho é “ver e ouvir” a surdocegueira, voltando­nos para a análise das formas de comunicação de crianças surdocegas pré­linguísticas. Para fundamentar este estudo, destacamos as contribuições de Vygotsky, Bruner, Tomasello e Chomsky, dentre outros, que oferecem subsídios para entendermos melhor as peculiaridades da aquisição da linguagem dessa criança. Participaram da pesquisa dez surdocegos pré­linguísticos na faixa etária de três a dez anos, pertencentes a uma única instituição de Pernambuco. Os procedimentos metodológicos obedeceram às recomendações do que a pesquisa qualitativa deve apresentar. A coleta de dados realizou­se através de três fontes: entrevista com pais, mapas de comunicação e observação direta dos sujeitos em interações sociais. A análise dos dados coletados foi realizada individual e coletivamente, demarcando o perfil das formas comunicativas dos sujeitos. As considerações finais revelaram que as formas de comunicação variam de sujeito para sujeito, independente da faixa etária, mas existe um conjunto de formas comunicativas mais ou menos comuns, expressas pelo grupo, o que nos permitiu elaborar um perfil do segmento, além de apontar para o uso de estratégias que facilitem essas aquisições. Esperamos com este trabalho contribuir para a renovação do panorama de atenção às crianças que apresentem surdocegueira, trazendo demonstrações concretas do seu desenvolvimento, mostrando ainda, a importância das interações sociais para a aquisição da linguagem. PALAVRAS­CHAVE: Surdocego; comunicação; aquisição da linguagem. CONSIDERAÇÕES SOBRE A LIBRAS EMPREGADA NO RECIFE: RESGATANDO DADOS DE SUA HISTÓRIA VER E OUVIR A SURDOCEGUEIRA: O EMERGIR DA COMUNICAÇÃO Sueli Fernandes da Silva Rached [email protected] Wanilda Maria Alves Cavalcanti [Orientadora ­ UNICAP] RESUMO: Trazer considerações a respeito de um tema pouco abordado nas pesquisas brasileiras reveste este estudo de significativa relevância, especialmente quando nos reportamos a uma sociedade ‘dita’ inclusiva. A surdocegueira pode se referir à impossibilidade total de ver e ouvir, no Wanilda Maria Alves Cavalcanti [UNICAP] [email protected] Antonio Henrique Coutelo de Moraes [UNICAP] [email protected] RESUMO: Sociedades organizadas que valorizam suas comunidades manifestam o cuidado com a preservação do seu patrimônio cultural. A língua brasileira de sinais (Libras), embora com menos de cinquenta anos de existência formal, precisa manter o registro de seu emprego sob pena de perder parte do que foi acontecendo ao longo dos anos, e esse é um dos nossos propósitos sem, no entanto, ter a pretensão de historicizar o que
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES ocorreu. Os dados trazidos foram obtidos através de informações fornecidas pela tradição oral por pessoas que viveram parte dessa história. Embora tenhamos vivenciado um século de oralismo, os sinais nunca deixaram de ser utilizados pelos surdos e a adoção do bilinguismo veio fortalecer a existência dessa comunicação espaço­visual que recebeu influências da língua de sinais francesa e americana. No sentido de conhecer alguns dos momentos, locais onde mais circulavam, idade que os surdos aprenderam essa língua, instituições com atendimento em Libras, ações sobre a língua, realizamos uma pesquisa que trouxe o registro desses fatos. Utilizando uma metodologia qualitativo­descritiva, procuramos relatar acontecimentos importantes ao uso da Libras na região metropolitana do Recife. Esperamos, com este trabalho, contribuir para manter a memória do que ocorreu no processo de organização da língua brasileira de sinais na cidade do Recife, mostrando as duas faces de sua evolução. PALAVRAS­CHAVE: Variantes linguísticas; surdos; Libras. fonológicos em Língua Estrangeira. Atualmente, alguns conceitos de ambas as teorias foram suavizados e reavaliados à luz da Interlíngua, o processo de sucessivas aproximações durante a aquisição da L2 até seu completo aprendizado. Dessa forma, pretendo demonstrar o emprego de tais conceitos em uma análise da interferência do Português na produção das vogais longas da Língua Inglesa de quatro alunos informantes de Recife. Foi escolhido especificamente o traço [+tenso], inexistente na fonologia das vogais do Português Brasileiro, para tal aplicação, comparando a realização de dois alunos que começaram a estudar quando criança e dois alunos que começaram a estudar depois de adultos. Os resultados deste estudo refutaram a hipótese forte da Análise Contrastiva, todavia, a Hipótese do Período Sensível foi revalidada, devido às produções de vogais tensas com maior tempo de duração estar entre o grupo de falantes que começou a estudar Inglês quando crianças. PALAVRAS­CHAVE: Análise Contrastiva; Hipótese do Período Sensível; Fonologia; Língua Inglesa; vogais. SIMPÓSIO TEMÁTICO 11 – GT LINGUAGEM & SOCIEDADE Josilene Pinheiro­Mariz [UAL/UFCG] e Mizael Inácio do Nascimento [UFRPE] CONCEPÇÕES DE AQUISIÇÃO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: UMA APLICAÇÃO NA ANÁLISE DA PRODUÇÃO DAS VOGAIS DA LÍNGUA INGLESA Adriana Moreira de Lima [UFRPE­UAG] [email protected] RESUMO: Este trabalho visa a apresentar uma aplicação de duas correntes que dão sustentação a pesquisas de aquisição de Língua Estrangeira: a Análise Contrastiva e a Hipótese do Período Crítico. A primeira classifica os elementos linguísticos como mais fáceis ou difíceis de serem aprendidos, através da semelhança ou diferença entre a língua materna e a língua­alvo. Já a segunda, renomeada mais recentemente como Hipótese do Período Sensível, afirma que há um período limite, que termina na puberdade, para aquisição de estruturas linguísticas de maneira proficiente. Apesar de amplamente criticadas por seu cunho gerativista, as duas proposições continuam válidas, principalmente para estudos de aquisição dos aspectos O SORRISO ESPONTÂNEO DOS ALUNOS EM AULAS DE LÍNGUA INGLESA Daniela Gomes de Araújo Nóbrega [UEPB] [email protected] RESUMO: Inserido nos estudos da Pragmática (LEVINSON, 1983), na Análise da Conversação (MARCUSCHI, 1991; KERBRAT­ORECCHIONI, 2006) e na Sociolinguística Interacional (GUMPERZ, 1985), este trabalho discute a importância do sorriso espontâneo dos alunos na interação em sala de aula em Língua Inglesa, e sua implicação para a produção oral dos alunos. Tendo como base os estudos sobre a linguagem não verbal na sala de aula (DANTAS, 2007; SANTOS, 2007; SOUZA, 2007), a forma como o professor e os alunos conversam e sinalizam suas expressões faciais em sala de aula pode ser reconhecida como um indicativo não verbal de complementar ou contradizer suas falas, assim como podem favorecer ou não um entendimento de suas intenções comunicativas. Embora o sorriso seja universalmente reconhecido como um indicador de alegria e satisfação nas interações orais (EKMAN, 2003), neste trabalho, o sorriso espontâneo dos alunos sinalizou significados interativos e informativos específicos, indicando harmonia na interação em sala de aula, favorecendo uma relação
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES mais próxima entre eles, sobretudo nas atividades em grupo. Tendo a pesquisa qualitativa de cunho etnográfico como princípio metodológico norteador para discussão dos dados, a descrição e interpretação das práticas interativas dos alunos surgiram das observações e filmagens feitas durante a pesquisa de sala de aula. De acordo com os resultados, o sorriso espontâneo dos alunos mostrou­se como um elemento não verbal de proximidade, de aumento de interação oral entre eles e, consequentemente, possibilitando maior produtividade oral nas atividades orais. PALAVRAS­CHAVE: Interação; sorriso dos alunos; oralidade. aprendizagem, pois a literatura manifesta­se como o resultado de uma excelente relação entre a língua e a cultura. Dentre os nossos principais resultados, podemos destacar que, mesmo considerando que a literatura é uma via de acesso aos diferentes modelos culturais, os conceptores dos manuais oferecem raros textos literários nos primeiros volumes, e, quando há essa proposta, não há um cuidado em se trabalhar a literatura em uma perspectiva de diálogo intercultural. PALAVRAS­CHAVE: Cultura; literatura; manual didático; ensino de FLE. DE QUE MANEIRA A CULTURA E A LITERATURA SÃO ABORDADOS NOS MANUAIS PARA O ENSINO DO FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (FLE)? Divaneide Cruz Rocha Luna [UFCG/POSLE] [email protected] Josilene Pinheiro­Mariz [UFCG/POSLE] jsmariz22otmail.com RESUMO: Despertar no aprendiz o interesse pelo conhecimento dos aspectos culturais da Língua Estrangeira constitui­se em uma forma de mostrar ao aprendente que a língua é viva e que linguagem e cultura estão interligadas. Ao estudar a cultura da língua alvo, é oferecida aos aprendentes a oportunidade de perceber que as maneiras de viver não são homogêneas. Nesse sentido, o manual didático é um dos principais recursos para o ensino/ aprendizagem de línguas estrangeiras, auxiliando o professor na ministração das aulas e direcionando a escolha de conteúdos, como os aspectos culturais. Assim, o presente trabalho tem por objetivo discutir de que maneira o texto literário e o tema do intercultural são apresentados nos manuais didáticos de FLE, com o intuito de identificar a relação entre literatura e cultura nos referidos manuais. Fundamentados nas reflexões Cuq e Grucca (2005); Abdallah­Pretceille e Porcher (2001) e Santos (1997), privilegiamos uma análise bibliográfica, dos volumes 1 e 2 dos manuais: Forum (2000); Tout va bien (2005); Alter Ego (2006); Alors? (2007) e Mobile (2012). Portanto, partimos da constatação de que o estudo do texto literário deve ser integrado em uma abordagem progressiva para a aquisição e/ou aprendizagem da língua, devendo ser trabalhado desde o início da MARCADORES CONVERSACIONAIS: ELEMENTOS ÚTEIS AO ENSINO DE ESPANHOL COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA Francisco Leilson da Silva [Escola Estadual União/IFRN] [email protected] RESUMO: A pesquisa em questão tem como cerne a utilização da teoria da Análise da Conversação (AC) em aulas de Espanhol como Língua Estrangeira. Assim, aborda um dos três níveis da conversação, segundo Hilgert (1989), o nível médio, sendo analisados os marcadores conversacionais. O corpus analisado foi construído a partir de uma avaliação oral de Língua Espanhola no curso Técnico Integrado de Turismo do Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN). Nessa perspectiva, o estudo trata do uso da conversação na aula de Espanhol, indicando as funções que os marcadores conversacionais exercem durante a organização do discurso oral do aluno, ou seja, responder ao professor e interagir com outros alunos através da oralidade. Dessa forma, os marcadores conversacionais que ocorreram no processo da organização da fala no corpus em análise, tais como: hesitação, participação ou busca de apoio, elementos que poderiam não ser levado em consideração, ganham papel de fundamental importância para entender e acompanhar o processo de aprendizagem, por conseguinte, o ensino do E/LE. Recorremos a Marcuschi (1997, 2002), Pereira (2008) e Koch (2006) para fundamentar a importância da AC nesse processo de ensino de Língua Estrangeira. Com a análise dos dados, percebemos a importância do conhecimento da referida teoria para aperfeiçoar o E/LE, logo o professor deve ter a capacidade de ouvir, interpretar e utilizar­se do aparato teórico da AC para aproximar o aluno de situações reais de uso da Língua Espanhola.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Espanhol; Análise da Conversação; discurso, marcadores, ensino­aprendizagem. A VOZ DA ESCRITORA DE LÍNGUA FRANCESA NO ENSINO DE LÍNGUA FRANCESA EM CONTEXTO EXOLINGUE Josilene Pinheiro­Mariz [UFCG] jsmariz22otmail.com RESUMO: No domínio do ensino do Francês Língua Estrangeira (FLE), a literatura dita francófone, produzida nos cinco continentes e nos três grandes oceanos da terra, caracteriza­se como um lugar que favorece trocas interculturais, sendo, portanto, indispensável para o ensino dessa língua estrangeira. Por razões como essa, neste trabalho, nos propomos a discutir o papel do texto literário francófono escrito por mulheres, no ensino do FLE e para aprendizes em fase inicial da aprendizagem da língua; isto é, essas reflexões estão enquadradas em um espaço de ensino que percebe na francofonia um caminho profícuo para o ensino da língua francesa. Tais reflexões têm como ponto de partida os trabalhos de Abdallah­Pretceille e Porcher (2001), Blondeau e Allouache (2008) e de Verbunt (2011), que nos apresentam razões que fazem do texto literário um documento especial para favorecer as trocas inteculturais. Para este trabalho, selecionamos dois textos de duas escritoras do continente africano: a primeira, considerada a porta­ voz da mulher maghrebina, a argelina Assia Djebar, e a outra, a senegalesa Aminata Sow Fall, considerada uma das principais escritoras da África subsahariana. Os textos propostos são: Le sang ne sèche pas dans la langue e La grève des battù, respectivamente. A partir da abordagem desses textos em sala de aula de FLE, propomos atividades que incitam o aprendiz da língua a refletir sobre o papel da mulher nas sociedades atuais. Um resultado importante percebido é o fato de que independentemente da cultura, seja ela inscrita na poligamia, antiga ou moderna, é necessário discutir questões relativas à figura feminina na sociedade e, ainda mais, percebe­se a necessidade de se ler mais textos de língua francesa produzida fora da França, como um caminho especial na promoção do diálogo entre culturas ou, simplesmente, para o que a didática de línguas nomeia: tomada da consciência intercultural. PALAVRAS­CHAVE: FLE; intercultural; Didática; mulher na literatura. O PAPEL DA LITERATURA NO ENSINO E APRENDIZAGEM DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS Maria Alice Sabaini de Souza [UFRO] [email protected] RESUMO: Este trabalho pretende discutir o lugar e a importancia que a literatura em língua estrangeira tem no processo de ensino­aprendizagem quando inserida na grade curricular do curso de Letras. Tal temática objetiva mostrar como a inserção do texto literário possibilita não só um conhecimento da cultura e da época ao qual o texto faz referência, mas também proporciona uma melhora relativa no processo de ensino e aprendizagem de LE, uma vez que a grámática, a leitura, a reflexão e a escrita são contextualizadas com base no texto literário, que além de funcionar como um incentivo para a realização das atividades propostas pelos professores, ainda consegue ser um elo entre a linguagem e a sociedade representada na obra literária. No entanto, é interesante pensar que não basta incluir a literatura nas grades curriculares universitárias, tendo em vista que os acadêmicos, muitas vezes, enxergam a leitura apenas como algo prazeroso e relacionam os textos literários à obrigação. O embassamento teórico dessa temática será Colassante (2005), Mota & Scheyerl (s/d), Kleiman (1993), Maingueneau (2001) e Solé (1994). Esta pesquisa se dividirá em três tópicos essenciais: o primeiro versará sobre o espaço que a literatura tem no curso de Letras; o segundo mostrará a importância de apresentar os textos literários gradativamente, buscando estimular a apreciação dos alunos; e, num terceiro momento, demonstrar como a literatura auxilia no desenvolvimento das quatro habilidades do ensino­aprendizagem de LE. A relevância deste trabalho é mostrar que, mesmo sendo formados para serem professores de LE, os universitários de Letras podem usar a literatura como forma de enriquecer e dinamizar as aulas ministradas por eles. PALAVRAS­CHAVE: Literatura; ensino­aprendizagem; Letras; língua estrangeira; texto. O LUGAR DA ORALIDADE NAS AULAS DE E/LE Mizael Inácio do Nascimento [UFRPE]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] negligencia o falante nativo como modelo de pronúncia a ser seguido e propõe um modelo fonológico para a inteligibilidade da pronúncia de falantes de ILF, denominado Lingua Franca Core (LFC). A proposta do LFC gerou debates e objeções por profissionais da área de ensino da pronúncia do inglês (Hewings, 2001; Deterding, 2001), devido a sua confiabilidade. Estudiosos não o consideram definitivo e sugerem que o LFC deve ser testado. Essa sugestão motivou­nos a desenvolver este estudo, que apresenta dois objetivos: (1) investigar que aspectos da pronúncia do inglês na fala de um chinês afetam a sua inteligibilidade para ouvintes brasileiros; e (2) verificar se os aspectos de pronúncia que causaram problemas de compreensão estão incluídos no LFC proposto por Jenkins (2000). Sete aprendizes brasileiros de inglês, alunos de um curso de Letras de um estado da região Nordeste do Brasil, participaram da pesquisa. A fim de coletar os dados, um texto em inglês lido por um chinês, extraído de Walker (2010), foi ouvido pelos ouvintes brasileiros, em um laboratório de línguas. Em seguida, os ouvintes receberam a versão escrita do texto lido e foram solicitados a realizar duas tarefas: (1) indicar os vocábulos que tivessem considerado difícil, muito difícil ou impossível de entender (SILVA, 1999); e (2) explicar, se possível, as razões que os levaram a ter dificuldades em compreender os vocábulos indicados. Os resultados revelam que aspectos de pronúncia excluídos do modelo fonológico de Jenkins (2000) afetaram a inteligibilidade da fala do chinês para os ouvintes brasileiros. Esses resultados, portanto, colocam em dúvida a confiabilidade do LFC. PALAVRAS­CHAVE: Pronúncia; Inglês Língua Franca; inteligibilidade. RESUMO: Muitas são as pesquisas, discussões, debates sobre o ensino da oralidade nas aulas de Língua Estrangeira. Poucos são os resultados satisfatoriamente alcançados quando o analisamos fora do ambiente dos centros de idioma. Nesse sentido, qual o papel da Universidade na formação de professores em relação às tão desejadas competências amplas? Até quando se tem de buscar os centros de idiomas para poder comunicar­se em Língua Estrangeira? Como são várias as atividades que temos, os professores da Academia, como cobrir a grande quantidade de temas que fazem parte do currículo, coordenar projetos de pesquisa, orientar os estudantes e, claro, formar professores, muitas vezes nos falta tempo e a oralidade ocupa um espaço secundário nas aulas. Por essas razões, este trabalho tem como objetivo trabalhar a oralidade a partir dos gêneros secundários presentes nos diversos recursos didáticos disponíveis. Para tanto, nos baseamos nos postulados de Bakhtin (1992), Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004) e nos trabalhos desenvolvidos com base em uma proposta de agrupamento de gêneros orais que, segundo Bruno (2010), deve incluir: a) as finalidades sociais, b) as diferentes tipologias e c) o agrupamento de diferentes gêneros. Para este trabalho, foram selecionados textos cujo objetivo era difundir o turismo em algumas regiões da Argentina e da Espanha. Depois de feita a leitura e a discussão dos textos, os alunos de Língua Espanhola II, do curso de Letras­Espanhol da UFRPE, deveriam produzir um texto com base no transagrupamento de gênero, ou seja, passando de uma tipologia a outra. Um importante resultado observado é o fato de que os alunos, para levarem a cabo o trabalho, interagiram mais espontaneamente usando a Língua Estrangeira, além de fazerem uso de diversos gêneros textuais. PALAVRAS­CHAVE: E/LE; oralidade; transagrupamento de gêneros. INGLÊS LINGUA FRANCA: INTELIGIBILIDADE DA FALA DE UM CHINÊS PARA OUVINTES BRASILEIROS Neide Cesar Cruz [UFCG] [email protected] RESUMO: Inglês Língua Franca (ILF) refere­se ao inglês usado nas interações entre falantes não­nativos que têm línguas maternas diferentes. Uma vez que essas interações têm crescido continuamente, Jenkins (2000) O GÊNERO CHANSON NA APRENDIZAGEM DE UMA LINGUA ESTRANGEIRA Nyeberth Emanuel Pereira dos Santos [UFCG/Pos­LE] [email protected] Josilene Pinheiro­Mariz [Orientadora­UFCG/Pos­LE] jsmariz22otmail.com RESUMO: Sabe­se que o ensino e a aprendizagem de línguas estrangeiras é elemento que participa da formação humana, na qual se tem como objetivo a transferência de competências idiomático­culturais, pois essa é a natureza do ensino/aprendizagem. Essa apropriação está ligada às noções de competências linguísticas do falante em LE e estão embasadas no Cadre
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Européen Commun de Référence pour les Langues (CECRL, 2001). Assim, caracteriza, principalmente, por constantes fluxos antes nunca vivenciados, a necessidade de sua aprendizagem tem ultrapassado as fronteiras das grandes corporações e atingido os sujeitos de diferentes camadas sociais nos seus mais variados contextos (ASSIS­PETERSON; COX, 2007), colocando em xeque arraigadas concepções antes bem demarcadas e estanques como centro/periferia, local/global, perto/distante. É nesse sentido que já não há um estranhamento quando se observa de forma cada vez mais recorrente um maior número de pessoas que apostam na aprendizagem de, pelo menos, uma língua estrangeira, como uma das principais ferramentas que possam lhes garantir uma inserção no mundo globalizado, seja em relação à educação, trabalho ou lazer. Entretanto, se essa necessidade coloca em paridade atores de diversas camadas sociais, é mais claramente na observância das assimetrias nos resultados de aprendizagem que ainda é possível identificar desigualdades entre ambos, pois apesar dos altos investimentos, ainda há um grande número de alunos e alunas que não conseguem atingir seus objetivos de aprendizagem, se constituindo principalmente pela sua baixa proficiência. Nesse trabalho, de cunho etnográfico e de natureza qualitativa, e situado na área da Linguística Aplicada em sua interface com os Estudos Culturais e Teorias Feministas pós­colonialistas, discuto a (re)construção das identidades de falante de Língua Estrangeira, em uma turma de iniciantes de inglês, constituída, por alunos de diversas comunidades e classes sociais. A partir de seus depoimentos, não apenas identifico as possíveis causas que se implicam em sua aprendizagem, mas também os modos pelos quais eles (re)negociam sua própria condição de falante de Língua Estrangeira. PALAVRAS­CHAVE: Identidade(s); Língua Estrangeira; sala de aula de Língua Estrangeira. aprender línguas estrangeiras deve ser uma atividade prazerosa, estimulando o aprendiz a ter contato com línguas e, consequentemente, com culturas diversas, influenciando diretamente no seu desenvolvimento. Logo, é importante que se destaque a questão das relações culturais como fundamental no que tange ao ensino de uma Língua Estrangeira (BEACCO, 2000, 2008). Dessa maneira, discutimos o ensino do FLE, baseado no gênero canção, para estudantes do Ensino Médio da cidade de Campina Grande­PB, no qual trabalhamos, inicialmente, o ensino instrumental da Língua Francesa, mudando, posteriormente, para o ensino regular da língua, devido a mudanças propostas pelo INEP­ENEM 2011. Como procedimentos metodológicos, foram selecionadas chansons atuais da cultura francesa de uma coletânea proposta para o ensino do FLE, bem como chansons francófonas já consagradas pela mídia. Também utilizamos diferentes gêneros textuais, que dialogaram diretamente com as temáticas abordadas nas canções, proporcionando, assim, o trabalho com aspectos intertextuais, linguístico/estruturais e, especialmente, culturais, acerca da Língua Francesa, uma vez que levamos os alunos a desenvolver a capacidade de estabelecer relações entre a sua cultura e a que estuda (ABDALLAH­ PRETCEILLE e PORCHER, 2001). Nos resultados obtidos, comprovamos como o gênero canção despertou nos aprendizes não só a vontade e o estímulo para estudar a língua, como também facilitou substancialmente o estabelecimento de comparações e discussões entre temáticas diversas. PALAVRAS­CHAVE: FLE (Francês Língua Estrangeira); gêneros textuais; canção; ensino/aprendizagem de Língua Estrangeira. “ELA PERGUNTA PRA MIM DE UMA FORMA, MAS EU DIGO ASSIM: PERGUNTE DO OUTRO J EITO”: (RE)NEGOCIANDO E (RE)CONSTRUINDO IDENTIDADES DE FALANTE DE INGLÊS NA SALA DE AULA Oseas Bezerra Viana Júnior [UFRPE] [email protected] RESUMO: Há um acordo entre os teóricos sobre o status de importância que as línguas estrangeiras de forma geral e da língua inglesa em particular têm alcançado no mundo contemporâneo (BAMBGBOSE, 2001; CRYSTAL, 2003; PENNYCOOK, 2010; PHILLIPSON, 1996). Em um momento que se GERIR CONFRONTOS COM O NOVO, ELABORAR ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM E CONSTRUIR SENTIDOS DURANTE A COMPREENSÃO E LEITURA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA EM LEITORES NÃO CONFIRMADOS Rosiane Maria Soares da Silva Xypas [UFCG] [email protected] RESUMO: Esta comunicação visa a apresentar processos e resultados obtidos do desenvolvimento da competência da compreensão escrita em
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES língua estrangeira nas primeiras vinte horas­aula do curso de Francês Instrumental. Com o CECR 2001 e Cyr 1999, a leitura “é um processo ativo e como tal se refere principalmente à construção do sentido do texto lido sendo o estudante o maior responsável por este processo”. Segundo Cuq 2003, em leitores não confirmados, a leitura “consiste em discriminar as formas, segmentá­las e interpretar o sentido a partir destes segmentos... sob a dependência de conhecimentos estocados pelo leitor.” Gaonac’h & Fayol 2005 afirmam que a estratégia cognitiva da inferência é um “fenômeno essencial na compreensão de textos porque os hábitos de localização de unidades significativas (tipografia, organização textual, léxico) são mobilizados”. Por sua vez, Kleiman 2009 e Koch 2007 ressaltam a importância do conhecimento prévio para a elaboração de sentidos durante a leitura. Nossa metodologia, nesta experiência, consistiu num primeiro momento em fazer os estudantes lerem vários títulos de revistas francesas e num segundo momento, pequenos contextos delas a fim de que eles pudessem fazer conexões entre temas e títulos lidos. Todavia, como fazer com que leitores confirmados em língua materna e não confirmados em Língua Estrangeira, no nosso caso, o francês possam elaborar suas construções de sentido do texto gerindo ao mesmo tempo a confrontação entre o que já se foi adquirido e o que ele está por adquirir? PALAVRAS­CHAVE: Compreensão; leitura; inferência; Língua Estrangeira. Letras­Francês/Português, da Universidade Federal de Campina Grande. O presente trabalho apresenta, pois, alguns resultados referentes à pesquisa PIBIC realizada com esses estudantes, no período de agosto de 2010 a julho de 2011. Tal pesquisa apresentava as seguintes questões norteadoras: a) Quais os maiores obstáculos com os quais os aprendentes se deparam ao ouvir um documento em língua francesa?; b) Quais são as principais estratégias utilizadas pelo aprendiz para se comunicar em FLE? Para o seu desenvolvimento, dividimos nossa pesquisa­ação em três etapas: 1) Observações de campo; 2) Aplicação e análises de questionários semiestruturados; 3) Análise das atividades referentes às habilidades de compreensão e expressão orais oriundas da nossa intervenção em sala de aula. Os resultados nos mostram algumas das principais dificuldades apresentadas pelos aprendentes diante dessas habilidades; mas, ao mesmo tempo, percebeu­se que um trabalho prévio realizado antes das atividades de compreensão e expressão orais pode auxiliar na aprendizagem da língua. PALAVRAS­CHAVE: Francês Língua Estrangeira (FLE); compreensão oral em FLE; expressão oral em FLE. COMUNICAÇÕES INDIVIDUAIS GÊNEROS TEXTUAIS E O AGIR DO PROFESSOR NO CONTEXTO DE ENSINO COMPETÊNCIAS DA ORALIDADE NA APRENDIZAGEM DO FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (FLE) Viviane Moraes de Caldas Gomes [UFCGF/Pos­LE] [email protected] RESUMO: Nosso interesse pelo estudo das competências referentes à oralidade na aprendizagem do Francês Língua Estrangeira se deu a partir de observações realizadas durante aulas de FLE em um ambiente de formação de professores dessa língua. A partir dessas observações, nos propusemos a pesquisar com mais aprofundamento como os aprendentes de uma Língua Estrangeira (LE) desenvolvem essas capacidades cognitivas. Nossas reflexões foram embasadas no QECRL (2001), em Cornaire (2003) e Lhote (1995), e o estudo foi realizado com estudantes da graduação do curso de Abuêndia Padilha Peixoto Pinto [UFPE] [email protected] RESUMO: Os elementos essenciais ao desenvolvimento da leitura/escrita de gêneros textuais têm sido investigados desde as primeiras fases do Letramento até a apreensão das habilidades de compreensão e de produção de gêneros textuais diversificados. Essas investigações, no entanto, centram­ se mais na perspectiva cognitiva, como nas práticas discursivas em contextos socioculturais e históricos, focalizando mais nas informações sobre o ensino do que sobre o papel do professor ao planejar e desenvolver as atividades de ensino. Em vista do exposto e fundamentado nos preceitos do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, SCHNEUWLY, DOLZ, NOVERRAZ, MACHADO, entre outros), esse estudo busca apresentar, a partir da investigação do agir geral e do agir de linguagem, a produção escrita e os
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES papéis do professor e do aluno em ambientes presenciais da sala de aula. A metodologia consistiu na observação de aulas, na elaboração de instrumentos e na coleta de dados em uma turma da oitava série do Ensino Fundamental II em uma escola pública Federal do Recife. A coleta teve por objetivo verificar de que modo o agir do professor e a atuação do aluno contribuíram para a melhoria da aprendizagem do gênero abordado. Os resultados revelam que é necessário um maior aprofundamento, por parte do professor, da teoria dos gêneros, a fim de levar os alunos a uma produção escrita mais eficaz. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; professor; aluno; contexto de ensino. musical. Buscamos, dessa forma, contribuir com o debate sobre a identidade, sua reinvenção e manutenção no sertão do Nordeste do Brasil. PALAVRAS­CHAVE: Cordel do Fogo Encantado; poesia oral; memória; história; identidade. RADIOFÔNICA E CONSTRUÇÃO DE SENTIDO: A LOCUÇÃO DA NOTÍCIA POLÍTICA Alana dos Santos Souza [UESB] [email protected] Marcus Antônio Assis Lima [Orientador ­ UESB] MEMÓRIA E HISTÓRIA NA POESIA ORAL DO CORDEL DO FOGO ENCANTADO Adriana Soares de Almeida [UFS] [email protected] RESUMO: Este trabalho investiga o papel da memória e da história na obra do grupo pernambucano Cordel do Fogo Encantado. O estudo busca compreender a poesia oral presente na canção “Profecia ou Testamento da Ira” de forma a perceber como o grupo trabalha os aspectos orais da cultura sertaneja. Várias implicações surgem dessa abordagem e nossa reflexão acerca do papel da voz na construção dessa poética será explorada pela consulta a teóricos como Paul Zumthor, Antonio Candido, Lêda Tâmega Ribeiro, entre outros. Além disso, trataremos da memória e da história presentes nessa composição, bem como de seu papel na manutenção e disseminação da cultura popular do Nordeste e na construção da identidade sertaneja fruto de representações que se cristalizaram na consciência nacional acerca da região em que surgiu o grupo arcoverdense. Para tanto, os trabalhos de Albuquerque Júnior acerca da região e sua invenção, as ideias de Stuart Hall e de Zigmunt Bauman a respeito da identidade, assim como os estudos de Maurice Halbwachs sobre memória coletiva também guiarão este trabalho O processo analítico por nós utilizado buscará demonstrar como se manifesta na canção em destaque a presença da oralidade embasada em memória e história que compõem o patrimônio cultural da poética oral nordestina, constantemente atualizada por novas formas de expressão, além do papel exercido pela performance do grupo na construção de sua obra RESUMO: O artigo busca analisar, com o aporte da Semiolinguística, a relação entre locução radiofônica e notícia política, utilizando emissões de uma rádio AM da cidade Itabuna, Bahia. Procuraremos evidenciar a importância dos elementos da linguagem radiofônica para dar forma a apresentação da notícia e os artifícios verbais utilizados pelo locutor, para demonstrar, direta ou indiretamente, sua intencionalidade. Com essa finalidade, apresentamos noções de linguagem radiofônica, critérios de noticiabilidade e usos da linguagem verbal, entendendo o discurso radiofônico como um fenômeno da linguagem oral produzido para um meio de comunicação de massa. Acredita­se que o discurso seja ao mesmo tempo o mecanismo pelo qual o homem percebe o mundo e a maneira como permite ser por ele conhecido. Dessa forma, o sujeito da análise discursiva é visto aqui como um ser social capaz de transformar, por meio do seu discurso, um fato em notícia. O artigo trata, dentre outras questões, dos fenômenos discursivos da linguagem e busca compreender o processo de veiculação da notícia política como prática social. Embora entendamos que a emissão não determina todo o processo de comunicação radiofônica, privilegiamos essa parte do processo, por entendermos que é nela que são levantados os problemas sociais que atingem o cidadão comum, onde existe a cobrança pela atuação dos governantes e onde se assume uma postura de potencial solucionador, exigindo dos locutores determinadas características de voz e atuação na apresentação de seus programas, que garanta uma linguagem mais intimista e um maior acesso ao ouvinte, que identifica no locutor uma fonte de informação e a possibilidade de garantia de obtenção de serviços. Apresentamos a importância do locutor para as emissoras AM, uma vez que
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES ele não apenas oferece informações à comunidade, mas parece sugerir o estabelecimento de relações de amizade e comprometimento ao expor necessidades, tornar públicos problemas e propor soluções. PALAVRAS­CHAVE: Semiolinguística; rádio; locução radiofônica. XXI: o dicionário da Língua Portuguesa , [3ª] de 1999; e Dicionário Michaelis da Língua Portuguesa , de 1998. A metodologia usada se apoia em A CRIAÇÃO LEXICAL NA PUBLICIDADE IMPRESSA: AS EXPRESSÕES IDIOMÁTICAS METAFÓRICAS Aline Luiza da Cunha [UFMG] [email protected] Marina Morena dos Santos e Silva [UFMG] [email protected] RESUMO: A neologia lexical no Português contemporâneo do Brasil encontra­se em pleno vigor, favorecendo a produtividade de ampla tipologia de neologismos. Nesse aspecto, destacam­se as expressões idiomáticas que têm surgido na língua pela via da publicidade impressa, com caráter neológico. Consideradas, no passado, como anomalias ou vícios de linguagem, elas são importantes recursos discursivos tanto aos falantes nativos quanto aos aprendizes de uma língua estrangeira. Pode­se dizer que as expressões idiomáticas preenchem uma função comunicativa, uma vez que se ambientalizam em situações específicas de uso (FERRAZ e SOUZA, 2004). Unidades sintagmáticas indecomponíveis, formadas por dois ou mais elementos constituintes, cujo significado global é diferente da soma dos significados das partes componentes, as expressões idiomáticas representam, em qualquer língua, um dos mais sérios desafios da descrição lexical e podem, em sua maioria, ser também consideradas como produtos do nosso sistema conceptual, ligando diferentes domínios do conhecimento a significados idiomáticos (KÖVECSES 2002). Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar e discutir a produtividade de expressões idiomáticas neológicas em textos publicitários, veiculados em três revistas noticiosas (Veja, Época e Istoé) entre os anos de 2001 a 2005. Em verdade, procurou­se aproveitar o corpus do Observatório de Neologia na Publicidade Impressa (FALE/UFMG), cuja base de dados apresenta razoável número de expressões idiomáticas. O caráter neológico das expressões idiomáticas é aqui considerado com base no critério lexicográfico, para o qual se adotou um corpus de exclusão composto pelos seguintes dicionários brasileiros: Dicionário Houaiss da língua Portuguesa , de 2001; Novo Aurélio Século trabalhos anteriores (TAGNIN 1989, XATARA 1998) e caracteriza­se pela descrição da estrutura morfossintática das expressões, com seu valor metafórico, evidenciando também os tipos de construção mais produtivos na publicidade impressa. PALAVRAS­CHAVE: Neologismo; expressões idiomáticas; publicidade; metáfora. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA COMO FERRAMENTA PSICOPEDAGÓGICA NA CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES CONSCIENTES DOS PROBLEMAS SOCIAIS Alvaro Carvalho Dias da Silva [UAA] [email protected] RESUMO: Este estudo visa a fazer uma análise acerca da construção de identidades através da leitura, fazendo uma ponte entre a função do psicopedagogo e o compromisso com uma educação voltada à preparação do indivíduo e seu desenvolvimento para uma cidadania plena, pois, no caso brasileiro em específico, ainda mantém­se enraizada uma educação meramente formativa para o mercado de trabalho. Assim, far­se­á uma análise de como os sujeitos através do discurso – linguagem falada ou escrita – estão em constante processo de construção, desenvolvendo­se a partir da leitura de mundo que são conduzidos a fazer nesta caminhada do vir­a­ser, compreendendo, então, que, a partir dessa premissa, a leitura de materiais didáticos focalizando problemas sociais, no caso desta pesquisa, as drogas, pode levar os educandos a uma consciência critica e reflexiva acerca desse problema social. Levando em consideração que a escola é campo central nesta luta, não podendo esquivar­se perante a complexa situação da educação brasileira quanto à formação de leitores, já que muitos acabam caindo nas teias sociais pela falta de leitura e informação durante sua vida escolar (RIBEIRO, 2005), pois, em muitos casos, os próprios pais acreditam equivocadamente que é de total responsabilidade da escola cuidar da conscientização dos seus filhos. Sendo assim, é de vital importância métodos que estimulem uma visão crítica e participativa dos alunos no processo de ensino­aprendizagem, tornando­os capazes de enfrentar os paradigmas da sociedade capitalista de consumo.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Construção de identidades; leitura; problema social. A TEORIA DA SEMIÓTICA PIERCIANA APLICADA NAS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS DE ROMEU E J ULIETA “SOU DAQUI DO SERTÃO?”: A CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA DE UM SERTANEJ O EM CONTOS DE GUIMARÃES ROSA Amanda Carvalho Mendes Curvelo [UFPB] [email protected] Alyere Silva Farias [UFRN/ PPgEL] [email protected] Márcio Venício Barbosa [UFRN] RESUMO: Nos últimos anos, os autores de histórias em quadrinhos (HQs) têm­se interessado por adaptar obras do cânone literário. Por exemplo, a tragédia de Romeu e Julieta de Shakespeare que, por ser bastante difundida mundialmente, desfrutou de várias traduções intersemióticas por diversas formas de arte, incluindo os quadrinhos. Por ser um gênero, geralmente, híbrido – linguagem verbal e não­verbal – as HQs são alvo de resistência pelos críticos, principalmente no âmbito literário. De acordo com Will Eisner (2008), famoso pesquisador e escritor americano do gênero dos quadrinhos, a imagem é o elemento que provoca resistência, devido à falsa impressão de inibir/suprimir a imaginação e a interpretação do leitor. Além disso, o próprio Eisner (2008) defende que quando o quadrinho é empregado RESUMO: Este trabalho resulta de nossas investigações preliminares sobre a construção identitária do sertanejo, feita por Guimarães Rosa em sua coletânea de contos Sagarana. Propomo­nos a analisar a construção identitária do sertanejo a partir do discurso de seus narradores e personagens, eminentemente no que se refere à reescritura de textos da oralidade, numa perspectiva comparatista diferencial (HEIDMANN, 2010; ADAM, HEIDMANN e MAINGUENEAU, 2010; ADAM, 2011), que busca aliar uma abordagem discursiva e textual ao estudo do texto literário, de forma interdisciplinar, atentando para a dinâmica da realização dos textos ou elementos comparáveis na língua, no texto e no discurso. Selecionamos dois contos para, assim, lê­los a partir de aproximações temáticas, ou seja, observando como se reescrevem e se inserem no discurso dos personagens e/ou do narrador as cantigas, versos e provérbios que estão presentes nos contos Traços Biográficos de Lalino Salãthiel, ou a volta do marido pródigo e Minha Gente, que tratam, de forma mais explícita, das temáticas da política e do amor. Observaremos de que maneira esses diversos textos orais contribuem para a construção identitária dos personagens, enquanto sertanejos, a saber, Lalino, personagem do primeiro conto, e a inserção de provérbios e pequenos contos orais em seu discurso, e a identificação e desidentificação com o “sertanejo” delineado pelo próprio narrador do segundo conto. Desse modo, nos voltamos para as considerações de Paul Zumthor (1993) sobre a oralidade e consideramos o popular como o foco de nossas reflexões a partir do que Bosi (1988), entre outros, concebe como a perspectiva de Guimarães Rosa sobre de que maneira a cultura popular se realiza, que podemos considerar que seria, para utilizar seus termos, a partir da identificação e da empatia do Rosa com o popular. PALAVRAS­CHAVE: Identidade; discurso; linguagem; Guimarães Rosa. como veículo de idéias e informação, essa linguagem se afasta do entretenimento visual desprovido de pensamento. E isso transforma os quadrinhos numa forma de narrativa . Posição que nos leva a refletir sobre a complexidade das HQs – um gênero rico em signos e conhecido pela sua iconicidade. Tais características do gênero nos motivaram a inserir os quadrinhos no corpus de nosso estudo. Neste trabalho, analisaremos diferentes cenas das HQs de Romeu e Julieta, sob a luz da teoria da semiótica Pierciana, para nos dar respaldo sobre as três tricotomias de signos propostas por Pierce. PALAVRAS­CHAVE: História em quadrinhos; Romeu e Julieta; Semiótica Pierciana. NOTÍCIAS SOBRE EAD: UMA ANÁLISE CRÍTICA DOS DISCURSOS SOBRE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Amanda Cavalcante de Oliveira Ledo [UFPE] [email protected] RESUMO: Nos últimos anos, com o crescimento numérico dos cursos oferecidos na modalidade à distância mediados pelas novas tecnologias, essa temática vem progressivamente ganhando espaço nos meios de comunicação,
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES através de notícias, propagandas etc., especialmente no ambiente digital. Considerando que as notícias ajudam a construir as representações sociais a partir da discursivização dos acontecimentos e que isso influencia significativamente na construção das opiniões das pessoas, é do nosso interesse investigar de que maneira tal processo vem ocorrendo com relação à Educação a Distância, refletindo sobre como as avaliações que as notícias veiculam contribuem para a formação das representações sociais sobre essa modalidade de ensino. Inscrevendo­se no campo teórico da Análise Crítica do Discurso, considerando as contribuições de van Dijk (2008, 2005), Fairclough (2001), Wodak (2004), Falcone (2005), entre outros, este trabalho examina um corpus composto por 9 notícias, que circularam durante o ano de 2011, provenientes de 3 portais de notícias de grande acesso na Internet. Na análise, consideramos especialmente as categorias de topicalização e lexicalização, além de observar qual o papel do discurso reportado nessas notícias. Através da análise, foi possível observar que mediante variadas estratégias discursivas, ainda que timidamente, uma imagem mais positiva sobre essa modalidade educacional vem sendo construída. PALAVRAS­CHAVE: Análise Crítica do Discurso; notícias; Educação a Distância. apropriado por se propor a investigar em que medida, no gênero notícia, o discurso midiático contribui para propagar a ideologia de um grupo detentor do prestígio social e reproduzir o que van Dijk (2010) denomina “as vozes do poder”. Para constituição do corpus, selecionaram­se duas notícias sobre a manifestação de comerciantes informais no centro do Recife que foram capas do Diário de Pernambuco nas edições de 26 de novembro de 2010 e 02 de abril de 2011. O estudo dos modalizadores enfocará o emprego desse recurso na inserção do discurso de outrem, bem como na enunciação do discurso do autor. Nessa categoria de análise, tem­se a intenção de investigar, fundamentando­se em Bakhtin (2010) e Maingueneau (1997; 2002), em que medida a modalização na heterogeneidade mostrada e a modalização autonímica implicam na constituição do discurso do enunciador. Para além de anunciar um fato novo, o texto jornalístico configura­se num comentário acerca do fato relatado. Faz­se necessário, portanto, a formação de leitores responsivos, que saibam analisar criticamente as ideias dos textos lidos, tomando uma posição consciente em relação ao ato interlocutivo. PALAVRAS­ CHAVE: Análise Crítica do Discurso; dialogismo; modalização; notícia. A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DO COMÉRCIO INFORMAL NO DISCURSO DE MÍDIA MASSIVA DIVERSIDADE DO PORTUGUÊS FALADO NO MARANHÃO: A DESPALATALIZAÇÃO DOS FONEMAS /D/ E /T/ DIANTE DOS CONTEXTOS FONOLÓGICOS /E/ E /I/ NA BAIXADA MARANHENSE Ana Carolina Almeida de Barros Albuquerque [Pref. Municipal do Recife] [email protected] Ana Claudia Menezes Araujo [UEMA/CES de Santa Inês] claudia­[email protected] RESUMO: Neste trabalho, tem­se a intenção de investigar como se dá, no discurso de mídia massiva, a representação social dos comerciantes informais, em situação de protesto. Para tanto, a pesquisa será fundamentada na Análise Crítica do Discurso de Fairclough (2008). Nas categorias de análise do corpus, sob orientação dos estudos desenvolvidos por Fairclough (2008), Maingueneau (1997; 2002), entre outros, visou­se, por meio de uma análise textualmente orientada, a investigar como as marcas textuais, as escolhas lexicais deixadas na superfície do gênero notícia revelam o discurso da mídia massiva, configurando­se na materialização de uma ideologia. Formadores de opinião, os meios de comunicação de massa veiculam ideias, conceitos, valores que se sedimentam na sociedade. O tema desta pesquisa é RESUMO: Este trabalho trata de uma pesquisa sociolinguística sobre a despalatalização dos fonemas /t/ e /d/ diante dos contextos fonológicos /i/ e /e/ observada na linguagem de falantes da microrregião Baixada Maranhense, no estado do Maranhão. O estudo está fundamentado na linha teórica da Linguística Variacionista e objetivou identificar as realizações desse fenômeno fonético de despalatalização nos contextos determinados a partir da análise do corpus coletado. Para a concretização dele, procedeu­se à realização de entrevistas com moradores das cidades maranhenses Viana, São Bento e Penalva, de ambos os sexos, enquadrados nas faixas etárias 18 a 30 e 50 a 65 anos, com grau de escolaridade variado e totalizando uma amostra de 21 informantes, nascidos e residentes nas cidades pesquisadas e
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES distribuídos em quantidades iguais em cada localidade. A partir da observação dos corpora coletados por meio de questionário fonético­ fonológico, observou­se que os informantes, quando pronunciam os fonemas pesquisados, despalatalizam­nos. A análise dos dados registra que os falantes moradores da microrregião Baixada Maranhense realizam os fonemas /t/ e /d/ nos dois contextos pesquisados: antes da vogal “i” e antes da vogal “e”, quando esta apresenta som fechado, como linguodentais, divergindo de outras regiões maranhenses que os palatalizam e caracterizando, assim, a diversidade do português falado no Maranhão. PALAVRAS­CHAVE: Variação linguística; origem geográfica; despalatalização. PALAVRAS­CHAVE: Modalização discursiva; ideologia; acesso midiático; Veja .
QUANDO A MUTIMODALIDADE OPERA COMO ELEMENTO PERSUASIVO­IDEOLÓGICO EM CAPAS DA VEJ A Ana Claudia Soares de Paiva [Pref. Municipal de Escada/PE] [email protected] RESUMO: De forma poética, Carlos Drummond de Andrade tece a mutabilidade das palavras em sua constância no plano da atuação, sendo, portanto, capaz de condensar as múltiplas faces e múltiplas vozes em um único espetáculo linguístico­discursivo. É tomando essa configuração poética que norteia a construção discursiva, que dirigimos nossa discussão sobre as mais diversas vozes implicadas em uma construção enunciativa. Sabendo que as palavras segredeiam as intenções mais subliminares de seus fieis usuários e de que lhes agregam poder, por ser capaz de atuar com sutileza, mas sem deixar de consolidar os propósitos do que se propôs dizer, que podemos perceber como a instância midiática serve­se da modalização discursiva para efetivar um ato enunciativo vazado de pretensões ideológicas. É mediante tal jogo segregativo de poder das palavras que adentramos os estudos da Análise Critica do Discurso, buscando explorar as intenções comunicativas que norteiam um evento comunicacional midiático, e, nesse caso, como as palavras ou linguagens podem dizer de formas múltiplas e interferir socialmente. Com esse propósito, buscamos as chaves nos estudos ideológicos de Thompson (2009); de poder e acesso discursivo de Van Dijk (2010); da relação sociodiscursiva de Fairclough (2001); de gêneros de Marcuschi (2008); dentre outros, a fim de perscrutar as tramas que suavizam os interesses ideológicos de cada esfera ou instância social. OS PROCESSOS FONOLÓGICOS EM NÍVEL SEGMENTAL DA LÍNGUA LAKONDÊ (FAMÍLIA NAMBIKWÁRA) Ana Gabriela Modesto Braga [UFPE] [email protected] RESUMO: Embora seja considerado um país monolíngue, subsistem no Brasil atualmente cerca de 180 línguas indígenas, a maior parte delas contando já com poucos falantes, haja vista a necessidade de comunicação com falantes da língua de maior prestígio social: o português. Dentre as línguas ameaçadas de extinção, destacamos neste trabalho a língua Lakondê, da família linguística Nambikwára, que se encontra numa situação extrema: há apenas uma falante, que já se encontra em idade avançada, e poucos registros sobre a língua. Neste trabalho, propomos apresentar os Processos Fonológicos que ocorrem em nível segmental na língua Lakondê: quais são, o que os motiva e como ocorrem. Observamos a ocorrência de processos fonológicos de assimilação progressiva e regressiva (Vozeamento das oclusivas, Ponto de articulação da nasal em coda, Nasalização, Harmonia Vocálica), fortalecimento (Consonantização dos glides), lenição (Enfraquecimento da oclusiva alveolar), apagamento (Redução e apagamento silábico, Apagamento da coda), inserção (Ressilabificação, com epêntese vocálica) e coalescência (Monotongação ou coalescência vocálica, Coalescência consonantal). Os processos observados aqui são estritamente fonológicos, não tendo implicações na morfologia. Para a análise dos Processos Fonológicos, pautamos as nossas reflexões nos pressupostos da Fonologia Moderna, encontrados em Kenstowics (1994), Goldsmith (1995), Lass (1995). O corpus analisado é formado basicamente por palavras e frases, obtidas a partir de entrevistas estruturadas com a última falante da língua, in loco, no ano de 2001, pela professora e pesquisadora Stella Telles. PALAVRAS­CHAVE: Fonologia; processos fonológicos; línguas Indígenas; Nambikwára; Lakondê.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES TI: TERRENO FÉRTIL PARA OS EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS FÓRMULAS FIXAS NAS CAMPANHAS PUBLICITÁRIAS USADAS COMO RECURSO PERSUASIVO Ana Josil Sá Barreto Montenegro [UFPE] [email protected] RESUMO: Empréstimos linguísticos são termos vindos de línguas estrangeiras para nomear novos objetos e realidades. O inglês, por seu status de língua franca atualmente, é o idioma fonte de vários empréstimos, principalmente no campo das novas tecnologias. Nesse contexto, geralmente são encontrados casos de empréstimos culturais (Bloomfield, 1961), resultados do domínio exercido pelos Estados Unidos nos diversos setores da sociedade. No trabalho são analisados os empréstimos coletados no Caderno de Informática do Jornal do Commercio de Pernambuco (JC). O estudo foi feito tomando como base as classificações listadas em Carvalho (2009) – forma de adoção e formação de derivação. Há ainda um segundo objetivo: verificar como os profissionais e usuários mais experientes da área de informática percebem esses estrangeirismos em seu dia­a­dia, e, se, de acordo com suas experiências, o caderno teria um único tipo de público específico – o profissional de informática, por exemplo. Inicialmente foi feita uma leitura/busca dos empréstimos nos suplementos publicados em novembro de 2010. Formado o corpus, procedeu­se com a separação dos termos em listas baseadas nas classificações mencionadas por Carvalho (2009). Em seguida, foram elaborados questionários escritos, respondidos por profissionais e usuários experientes da área de informática. Cinco foram os sujeitos­participantes dessa pesquisa. Resultados dão conta de que, na área analisada, são encontradas as três formas de adoção citadas por Carvalho (2009) – Xenismo, Decalque e Adaptação –, observando­se, no entanto, uma menor incidência da última forma. Em relação à formação de derivação, apareceram nos jornais tanto os empréstimos diretos quanto os indiretos. Já com a análise dos questionários, chegou­se à conclusão de que, apesar do vocabulário importado, o caderno de informática é voltado para todos os usuários, pois, sempre que necessário, há uma explicitação dos termos em português, permitindo ao principiante a compreensão do texto. PALAVRAS­CHAVE: Empréstimos linguísticos; estrangeirismos; anglicismos. Ana Karine Pereira de Holanda Bastos [ESM] [email protected] RESUMO: Este trabalho aborda as Fórmulas Fixas presentes nas publicidades e propagandas usadas como recurso persuasivo. Esse termo vem do francês “formules figées” de Blanche­Noëlle Grunig (1990) e pode ser entendido como expressões formadas por adágios, provérbios, ditos populares, títulos de filmes, trechos de canções, expressões idiomáticas e palavras compostas que objetivam potencializar a mensagem publicitária, porque dentre outras características fazem parte do conhecimento de mundo do receptor/consumidor. Os objetivos principais deste trabalho são: a) analisar os recursos linguísticos e argumentativos usados nas publicidades e propagandas; b) definir, caracterizar e analisar as Fórmulas Fixas na composição das mensagens; c) elaborar um banco de dados de Fórmulas Fixas mais utilizadas nas campanhas publicitárias. A metodologia consiste em coletar o corpus em revistas; recolher os anúncios significativos para análise; e fazer o levantamento das expressões usadas como Fórmulas Fixas na elaboração da mensagem e elaborar o banco de dados. A conclusão do projeto aponta para o uso da Fórmula Fixa em diversas campanhas publicitárias, sendo no slogan onde ela se manifesta com maior frequência. Vários são os recursos utilizados na composição das fórmulas que vão desde as paremiologias até os recursos intertextuais. PALAVRAS­CHAVE: Publicidade; propagandas; Fórmula Fixa; persuasão. LETRAMENTO NA FORMAÇÃO PARA O TRABALHO: UM ESTUDO SOBRE AS PRÁTICAS DE ESCRITA DE TÉCNICOS E GRADUANDOS EM ENFERMAGEM Ana Maria de Oliveira Paz [UFRN/CERES/DCSH/PPgEL] [email protected] RESUMO: O letramento como prática social parte da concepção de que os sujeitos agem por meio da linguagem escrita, em diferentes domínios sociodiscursivos, com vistas a atender demandas que lhe são requeridas. Na
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES formação inicial, para os ofícios de técnicos e enfermeiros, diversas são as atividades de escrita, uma vez que nessa área os profissionais têm também como atribuições o registrar. Pensando nisso, esta investigação objetiva depreender como ocorrem as práticas de escritas implementadas nas escolas de formação, assim como as orientações que norteiam o desenvolvimento dessas práticas. Assim, interessa­nos saber as implicações dessas escritas e as orientações dadas a respeito de sua elaboração para a preparação dos profissionais que, no decurso de suas atividades laborais, terão de dar conta de tarefas de escrita, inclusive as que se referem aos registros de ordens e ocorrências, dentre outras. Teoricamente, a investigação fundamenta­se nos pressupostos dos estudos de letramento (KLEIMAN, 1995, OLIVEIRA, 2008, ROJO, 2009), nas abordagens que tratam da linguagem no trabalho (FAÏTA, 2005; BULEA, 2010; NOUROUDINE, 2002), além das específicas da escrita na enfermagem. Metodologicamente, segue as perspectivas das pesquisas etnográficas, visto que resulta da imersão do pesquisador no universo investigado e na utilização de conjunto de técnicas do olhar, do perguntar e do registrar para depreender como agem os colaboradores quanto às suas práticas de letramento no universo de sua formação. As contribuições da pesquisa residem no fato dela trazer para o âmbito das discussões acadêmicas práticas de linguagem escrita que integram as instâncias da formação para o trabalho, mais precisamente no contexto da enfermagem hospitalar. PALAVRAS­CHAVE: Letramento; formação para o trabalho; enfermagem hospitalar. Sendo fruto das indagações e reflexões sobre a aquisição do espanhol no contexto educacional brasileiro e, mais especificamente, na capital soteropolitana, adquiriu relevância por haver possibilitado ao aluno participante optar pelo espanhol como língua estrangeira nos exames de vestibular, já que possuiria em mãos o instrumental básico para a leitura e a compreensão textual profícuas na língua estrangeira estudada. O projeto funcionou como difusor do ensino da língua espanhola no ensino básico, sendo uma alternativa para alunos que desejavam aprendê­la, mas não tinham até então a oportunidade de um acompanhamento didático dessa disciplina na grade curricular regular do ensino médio ou através de um curso de idiomas. Enfoque especial foi dado à pluralidade cultural, um dos temas transversais propostos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), adotando como desafio o fomento do respeito aos diferentes grupos e culturas que compõem o mosaico étnico mundial, tomando­o como um fator de enriquecimento cultural no ensino de língua estrangeira. Com a pluralidade cultural, propomos nas aulas o respeito às diferenças e a valorização da identidade cultural, linguística e regional. Sem sombra de dúvidas, um importante e basilar objetivo depreendido desta oficina prolongada foi a formação de discentes que puderam construir posicionamentos sobre as diversas marcas identitárias, culturais e ideológicas presentes nas multifacetadas expressões na língua estrangeira à qual estiveram e estarão expostos. Dessa maneira, o ensino não se reduziu apenas a estratégias instrumentais, mas se ampliou, pois se teve em vista principalmente a formação de cidadãos plenos no espaço dialógico de interação com a língua alvo. PALAVRAS­CHAVE: Língua estrangeira; ensino; multiculturalismo. A PERSPECTIVA MULTICULTURAL NO ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA: OBSERVAÇÕES SOBRE SUA APLICAÇÃO EM UMA ESCOLA PÚBLICA SOTEROPOLITANA Ana Paula Andrade Ferreira [UFBA] [email protected] Mailson dos Santos Lopes [UFBA] [email protected] RESUMO: Este trabalho consiste na síntese do projeto didático de um curso instrumental de língua espanhola que foi construído com vistas a desempenhar uma prática docente relevante para o contexto em que seria aplicado: uma escola pública da rede estadual de ensino de Salvador (BA). O DISCURSO NEOLIBERAL DA ONG COMITÊ PARA DEMOCRATIZAÇÃO DA INFORMÁTICA E O MÉTODO DE PAULO FREIRE: UMA RELAÇÃO POSSÍVEL? Ana Paula Santos de Oliveira [UFAL] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem o objetivo lidar com os efeitos de sentidos produzidos pela proposta pedagógica do Programa de Inclusão Digital da ONG Comitê para Democratização da Informática em contraposição ao método educacional de Paulo Freire. A principal referência teórica do estudo
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES são os conceitos da Análise do Discurso de linha francesa. Para Pêcheux, um de seus fundadores, o sentido não existe em si mesmo, em sua relação transparente com a literalidade do significante, ao contrário, é determinado neutralização, apontado como recorrente em palavras proparoxítonas por vários estudiosos do PB, como Câmara (1979), Amaral (1999), Bisol (1999, 2002), Battisti e Vieira (2005). A questão reside na neutralização da postônica não final da versão de Câmara que reduz o sistema da série posterior, criando um conjunto assimétrico, não natural /i, e, a, u/ que na fonologia do Português dificilmente se justificaria como contexto de regra. A partir de resultados de uma análise de regra variável, levantou­se a hipótese de regularização dessas vogais a um quadro simétrico /i, e, E, a, O, o u/ de sete vogais, nessa variação do PB, bem como a variação no que tange não só o alçamento das médias não­finais /i, u/: cóc[i]ga ~ cócega, pér[u]la ~ pérola; como também sua abertura /E, a, O/: cóc[E]ga ~ cócega, pér[O]la ~ pérola. A partir da análise realizada, confirmou­se que a vogal postônica, no dialeto em estudo, tende a sofrer mais o processo de abertura que o de alçamento; que o processo de abertura é engatilhado pela vogal aberta tônica; e que vogal postônica não final apenas sofrerá processo de alçamento quando houver uma líquida vibrante ou uma oclusiva nasal como consoantes precedentes. PALAVRAS­CHAVE: Teoria Variacionista; vogais postônicas mediais; apagamento; Fonologia Métrica. pelas posições ideológicas que estão em jogo no processo sócio­histórico no qual as palavras, expressões e proposições são produzidas. Partindo da visão pecheutiana de que a luta de classes atravessa o modo de produção e de que, portanto, as ideologias não são feitas de ideias, mas de práticas, o estudo objetiva entender como se dá o funcionamento discursivo de uma instituição não­governamental reprodutora da ideologia capitalista que acrescenta em sua proposta pedagógica o método de Paulo Freire, segundo o qual seria uma contradição se os opressores defendessem e praticassem uma educação libertadora, voltada à conscientização e a transformação social. Em síntese, serão investigados, por meio da identificação das marcas ideológicas presentes na proposta político­pedagógica da ONG, como a instituição incentiva seus aprendizes a perceberem e adotarem um determinado modelo de identidade. Efetivamente, o estudo parte do seguinte questionamento: voltado, em princípio, ao despertar da consciência crítica e à transformação da sociedade, ao mesmo tempo em que serve aos interesses da política neoliberal, até que ponto o conceito de transformação social adotado pelo Programa de Inclusão Digital da instituição se aproxima do método de ensino de Paulo Freire? PALAVRAS­CHAVE: Política neoliberal; ONGs; Paulo Freire. NEUTRALIZAÇÃO DA VOGAL POSTÔNICA MEDIAL EM SAPÉ EM COMPARAÇÃO A OUTROS ESTUDOS ACERCA DESTA VOGAL André Pedro da Silva [UEPB] [email protected] RESUMO: Este trabalho descreve o processo de neutralização da vogal postônica não­final em nomes, no dialeto da cidade de Sapé, localizada no interior do estado da Paraíba. Há um grande número de regras fonológicas atuantes no sistema vocálico do Português Brasileiro (doravante PB) e, por vezes, essas regras são de natureza prosódica, fonotáticas ou morfológicas. As vogais médias são quase sempre alvo dessas regras fonológicas: ora alternando entre si, ora alternando com vogais altas. Essa alternância ocorre quando outro processo fonológico atua em lugar dela, como é o caso da AS CONTRIBUIÇÕES DISCURSIVAS DAS IDENTIDADES SOCIAIS NAS MANCHETES DE CAPA DO J ORNAL AQUI PE Andréa Danuta Aguiar Costa [UFPE] [email protected] Andréa Silva Moraes [UFPE/ CNPq] [email protected] RESUMO: As manchetes de capa dos jornais têm como objetivo atrair a atenção dos leitores para os fatos que são noticiados ao longo do periódico. A fim de analisar como são elaboradas as construções discursivas das identidades sociais de mulheres, de homens e de grupos nas manchetes de capa do jornal Aqui PE, observamos pistas linguísticas presentes no corpus coletado (como o uso de sintagmas nominais, substantivações presentes, caracterizações por meio de adjetivos, entre outras). O processo de construção da identidade social está imbuído de ideologias, conforme Rajagopalan (2001). Em geral, o uso da linguagem envolve alteridade, termo proposto por Bakhtin, o qual define que a construção da identidade só pode
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES existir contextualizada; ou seja, num contexto interacional específico relacionado com a ação humana. O corpus da pesquisa é constituído por 12 exemplares do jornal Aqui PE, coletados entre os meses de junho e julho de 2010. Simultaneamente à delimitação do corpus e ao fichamento dos dados, foram estudadas literaturas especializadas para a formação de um embasamento teórico, como: Amaral (2006), Hall (2002), Indursky (2007), Lage (2006), Moita Lopes (2002), Orlandi (2004), Pêcheux e Fuchs (1975), Rajagopalan (2001), Signorini (2001). A metodologia adotada baseou­se na análise qualitativa dos dados coletados para que traços composicionais fossem traçados. No decorrer da análise, foi possível identificar que os processos discursivos que caracterizam homens, mulheres e grupos são distintos entre si, e que existe uma relação bipolar masculino­feminino na caracterização de identidades sociais, essa relação torna­se evidente principalmente no processo de predicação dos sujeitos, além da associação entre sujeito e corpo. PALAVRAS­CHAVE: Identidade; manchetes de capa; discurso. suas principais contribuições teóricas, com destaque para a teoria da enunciação desenvolvida por Émile Benveniste. Os objetivos específicos que norteiam este trabalho são: (i) pontuar as principais contribuições de nomes representativos para as teorias enunciativas; (ii) discorrer sobre as contribuições do campo da enunciação com base na teoria benvenisteana; e (iii) fundamentar, através da análise de gêneros diversos, os conceitos expostos. Para compor o embasamento teórico deste trabalho, recorreu­se às contribuições de Benveniste (1988; 1989); Fiorin (2010a; 2010b); Flores e Teixeira (2008) e Flores e Barbisan (2011). De uma forma geral, pode­se dizer que as teorias enunciativas marcaram os estudos da pragmática ao romper com o sistema saussureano, desencadeando uma nova forma de pensar sobre a língua. A inclusão de um sujeito da enunciação, situado no tempo e no espaço, marca não apenas a presença do próprio sujeito, mas a importância da presença do outro para a constituição dos enunciados. PALAVRAS­CHAVE: Enunciação; guinada pragmática; Benveniste; gêneros. A GUINADA PRAGMÁTICA: UMA ANÁLISE DAS CONTRIBUIÇÕES DA TEORIA BENVENISTEANA ATRAVÉS DE GÊNEROS A IMPORTÂNCIA DO FATOR FAMILIARIDADE NA VARIAÇÃO AUSÊNCIA/PRESENÇA DE ARTIGO DEFINIDO DIANTE DE TOPÔNIMOS Andréa Silva Moraes [UFPE/ CNPq] [email protected] Andréa Danuta Aguiar Costa [UFPE] [email protected] RESUMO: O estudo da língua a partir do isolamento dos usos, ou seja, centrado na estrutura, parecia não dar conta de certos fenômenos que ocorriam na interação social e cujo entendimento estava, portanto, além da estrutura linguística. A guinada pragmática surge como uma reação aos estudos desenvolvidos até então e propõe um método de investigação que relacione a estrutura linguística com os contextos, ou seja, a língua em uso. As teorias enunciativas possuem papel de destaque no que diz respeito à virada pragmática, por possibilitarem a reflexão acerca de muitos conceitos da teoria saussureana, reformulando, entre outras coisas, numa nova concepção de linguagem: a língua como interação social. A partir desse breve panorama, este trabalho possui como objetivo geral discorrer sobre a guinada pragmática e seus impactos no campo da Linguística, bem como Andréia Almeida Mendes [UFMG/Doctum] [email protected] RESUMO: Este estudo analisa a importância do fator familiaridade na variação sintática da ausência/presença de artigo definido diante de topônimos e foi realizado na zona rural de duas localidades da Zona da Mata mineira, a saber: Abre Campo e Matipó, Córrego do Pouso Alto e Córrego dos Lourenços, respectivamente. Percebeu­se que os informantes de cada uma das localidades possuíam um comportamento diferenciado no que diz respeito ao uso ou não do artigo definido no contexto citado. A pesquisa adota alguns pressupostos teórico­metodológicos da Sociolinguística asumidos por Labov (1972), Milroy (1987) e (1992), sendo a língua vista como variável considerada em seu contexto sócio­cultural; e outros pressupostos da Dialetologia, tais como os estudos de Nelson Rossi (1963), (1980) e Nascentes (1922) que, por apresentar propostas para o estudo do Português Brasileiro, dão suporte à nossa discussão. Este estudo desenvolveu­se a partir da análise quanti­qualitativa realizada no corpus
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES constituído por oito entrevistas: quatro realizadas no Pouso Alto (Abre Campo) e quatro realizadas no Córrego dos Lourenços (Matipó), havendo um total de 228 topônimos. Após análise, percebeu­se que a relação de proximidade com os topônimos da cidade natal é muito maior, o que justifica o uso do artigo; quando se trata de topônimos de outras localidades, quase não existe esse tipo de relação, o que justificaria a ausência do artigo definido. PALAVRAS­CHAVE: Artigo definido; topônimos; familiaridade; Sociolinguística; Dialetologia. argumentação, ethos, discurso político, ideologia, auditório, dentre outros. O discurso político, grosso modo, é o veículo condutor de pressupostos ideológicos e estratagemas que permitem alcançar, manusear e manter o poder no seio social. Assim, é de suma importância a análise desse discurso, enquanto prática social, tendo em vista a necessidade de formação de um olhar crítico que avalie as táticas persuasivas, a fim de visualizar o que elas procuram omitir ou recriar. PALAVRAS­CHAVE: Discurso político; argumentação; ideologia; sociedade; poder. DISCURSO POLÍTICO E SOCIEDADE: O ARGUMENTO POLÍTICO COMO DISPOSITIVO DE PODER A LEITURA DE ENUNCIADOS MULTIMODAIS Andréia Aleixo da Silva [UFMG] [email protected] RESUMO: Compreender o que se diz num discurso só é possível através de uma análise que não somente se empenhe em observar a língua/linguagem enquanto entidade formal que constitui um sistema, mas que também reverbere questões sociais, históricas etc. Segundo Patrick Charaudeau, caracterizar o discurso político é tentar definir uma forma de organização da linguagem em seu uso e em seus efeitos psicológicos e sociais, no interior de determinado campo de práticas. Portanto, a ação política pressupõe relações de domínio entre aquele que faz política e aquele que é destinatário dela. Nessa perspectiva, é primordial para os indivíduos de uma dada sociedade apreender, de forma adequada, o sentido das falas proferidas pelos expoentes políticos, de modo a perceber a manipulação veiculada através dos artifícios retóricos. Este trabalho tem por objetivo apreender as habilidades argumentativas de políticos brasileiros, levando­se em conta as ideologias que representam os mecanismos que favorecem a obtenção do resultado esperado por eles ao se dirigirem ao público, as peculiaridades na utilização da linguagem e dos elementos retóricos. Essa pesquisa se insere, portanto, em uma linha teórica de Análise do Discurso cujo foco é a argumentação; tendo em vista uma perspectiva ideológica, ou seja, através de uma abordagem francesa de Análise do Discurso. Para proceder à análise, serão apreciados três discursos de atores políticos específicos – presidentes da República – tendo como suporte teórico os conceitos de retórica, Angela Paiva Dionisio [UFPE] [email protected] Leila Janot de Vasconcelos [UFPE/ NIG] [email protected] RESUMO: Os cursos universitários para formação de professores, no Brasil, ganharam, em 2011, um grande incentivo com o investimento do Governo Federal no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) da CAPES. O Departamento de Letras da Universidade Federal de Pernambuco se inseriu nesse programa com o projeto A leitura de linguagens diversas. Esse projeto tem como objetivo geral contribuir para a melhoria do ensino de língua portuguesa, motivado pelas tendências atuais das investigações nas áreas da multimodalidade e da neuropsicologia; pelos resultados insatisfatórios dos alunos da educação básica em programas de avaliações nacionais e internacionais em questões de compreensão mediadas por gêneros multimodais e pelos depoimentos de professores da educação básica sobre as dificuldades para o planejamento de atividades com tais gêneros. Gráficos, tabelas, infográficos, mapas representam alguns dos gêneros que migraram para a sala de aula para serem usados em situações de aprendizagem de conteúdos específicos e para situações de avaliações. Muitos dos exemplares utilizados em tais situações, originalmente, foram produzidos para contextos não escolares, tais como relatórios do IBGE, da ONU, da UNESCO, do INMETRO; atlas do IBGE, do INPE. Nesta apresentação, analisaremos os testes de compreensão com 25 questões, realizados por 10 alunos bolsistas PIBID Letras UFPE. As questões foram selecionadas do banco de dados do PIBID­Letras UFPE, formado a partir de
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES enunciados com a utilização de gêneros visuais em provas do ENEM, no período de 1999 a 2010. Com base em subsídios teórico­metodológicos interdisciplinares oriundos dos Estudos Retóricos dos Gêneros, dos estudos da Multimodalidade e da Neuropsicologia, identificar como os alunos leem textos multissistêmicos pode fornecer pistas para a intervenção pedagógica mais eficaz no contexto de aprendizagem. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; PIBID; leitura; multimodalidade. [TRANS]FORMAÇÃO DAS CONCEPÇÕES DE LÍNGUA, ESCRITA E LEITURA NO PROCESSO SELETIVO DO COLÉGIO DE APLICAÇÃO DA UFPE Angela Valéria Alves de Lima [UFRPE­UAG] [email protected] RESUMO: Para este trabalho, analisamos questões de leitura, análise linguística e produção de texto apresentadas nas provas de seleção para o 6º ano do Colégio de Aplicação (CAp) da UFPE, com o objetivo de discutir a concepção de língua subjacente a tais questões e verificar de que forma os paradigmas de ensino até então vigentes contribuem para (trans)formar as concepções de língua, compreensão de texto e escrita. Nossa hipótese é a de que, num espaço de duas décadas, as provas desenvolvidas para o processo seletivo do CAp, como práticas discursivas, sofreram mudanças influenciadas pelas transformações ocorridas na comunidade acadêmica que, a partir da década de 1980, tem defendido um novo paradigma de ensino de Língua Portuguesa. Para nossa análise, consideramos os fundamentos teóricos desenvolvidos na linha da Análise Crítica do Discurso, sobretudo os trabalhos de Teun van Dijk (2010), que apontam a necessidade de considerar a tríade discurso, cognição e sociedade para compreender como as práticas discursivas e a sociedade se influenciam mutuamente. Nosso corpus é composto por uma série de 18 (dezoito) provas de seleção para o CAp produzidas entre os anos de 1989 e 2009, das quais analisamos as atividades de leitura/compreensão, produção de texto e análise linguística. Os resultados parciais de nossa pesquisa indicam que os temas tratados nas provas assim como a abordagem que lhes é dada traduzem um embate entre paradigmas de ensino de língua em nossa sociedade. PALAVRAS­CHAVE: Seleção; língua; leitura; escrita. LIBRAS: A LÍNGUA NATURAL DOS SURDOS BRASILEIROS E AS REFLEXÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA LINGUAGEM Angélica Rodrigues Gonçalves [FATECE] angelica­[email protected] RESUMO: A linguagem é um mecanismo extremamente importante para o desenvolvimento cognitivo do ser humano, e, para o surdo brasileiro, a aquisição de uma língua, a LIBRAS, é não só um evento natural, como uma efetivação desse indivíduo como cidadão e agente social ativo. De acordo com Bakhtin (2006, p.36), o papel da comunicação social como fator condicionante não aparecem em nenhum lugar de maneira mais clara e completa do que na linguagem, desse modo, entendemos que a linguagem é fundamental para a socialização. Assim, nos estudos teóricos sobre língua e linguagem e nos estudos relacionados à aquisição da linguagem, identificamos na Língua Brasileira de Sinais não apenas um recurso pedagógico, mas sim uma língua verdadeira, natural, que tem regras gramaticais próprias, estruturas e singularidades, tanto quanto línguas orais. As variações linguísticas e os processos de mudança pelas quais ela passou e está passando com a expansão de seu uso têm demonstrado esse fato. Estudos internacionais que avaliam as origens da linguagem humana também relatam que as línguas de sinais não só são naturais, como são as precursoras das línguas orais e as antecederam. Este artigo tem por objetivo relatar algumas análises do que podemos identificar na LIBRAS como língua natural e sua importância para as inclusões social, escolar e cultural e para a identificação do sujeito surdo não como deficiente, mas como um indivíduo social que tem suas diferenças e necessita que elas sejam respeitadas, principalmente com aquisição de linguagem em seu tempo cognitivo adequado e não tardio como acontece hoje. PALAVRAS­CHAVE: Aquisição; linguagem; LIBRAS; inclusão social. A NEGROMESTIÇAGEM AMADIANA: UMA SINGULARIDADE DO ROMANCISTA J ORGE AMADO Antonio Carlos Monteiro Teixeira Sobrinho [UNEB]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] Português, segunda e o Inglês, uma língua estrangeira, ou seja, terceira língua, acreditamos que a fluência na língua estrangeira é possível de ser alcançada desde que alguns critérios sejam adotados. A partir dessas colocações e empregando uma metodologia qualitativa, analisamos possibilidade através do trabalho desenvolvido em dez encontros presenciais com seis surdos, concluintes do Ensino Médio. O contato mantido semanalmente, durante três meses, utilizou como principal estratégia de trabalho a comunicação através da internet em um site de relacionamento criado para esse fim. Observamos que os sujeitos pelo interesse que demonstraram se empenharam na realização das atividades sugeridas e os resultados mostraram que houve uma evolução significativa na comunicação que empregavam antes e o estado atual. Com os resultados desta investigação, esperamos contribuir para a ampliação no debate em torno da fluência em uma língua estrangeira por surdos usuários de Libras e, desse modo, possibilitar aos surdos ocupar mais espaço na sociedade. PALAVRAS­CHAVE: Língua estrangeira; LIBRAS; ensino; sociedade RESUMO: Este estudo tem por tema a representação da mestiçagem nos romances Os pastores da noite (1964) e Tenda dos milagres (1969), ambos do escritor baiano Jorge Amado. Objetiva­se contrastá­la com as propostas alcançadas pelo antropólogo pernambucano Gilberto Freyre de modo que se destaquem as diferenças existentes entre o mestre de Apipucos e o romancista grapiúna. Constitui­se importante observar tais divergências uma vez que, não raro, a obra amadiana é considerada como uma ficcionalização das teses gilbertianas. No entanto, ao longo da pesquisa de mestrado a que se designou Um povo negromestiço ou o que há de singular na mestiçagem amadiana , as dissensões entre as perspectivas alentadas pelo literato e pelo antropólogo assomaram como extremamente mais relevantes do que os pontos de contato entre ambos. Assim, propõe­se que, em contraposição às concepções gilbertianas, Amado logra representar uma negromestiçagem, isto é, uma mestiçagem baseada no protagonismo de personagens permeadas por valores religiosos, morais, éticos e estéticos que delimitam uma identidade negra. A despeito da temática não se constituir propriamente em uma novidade, acredita­se que o enfoque pretendido aqui pode vir a acrescentar algo de novo no concernente à apreensão das nuanças do que vem a significar o termo “mestiçagem” no universo ficcional amadiano. PALAVRAS­CHAVE: Mestiçagem; Jorge Amado; Gilberto Freyre; Os pastores da noite; Tenda dos milagres. FLUÊNCIA EM LÍNGUA ESTRANGEIRA POR SURDOS USUÁRIOS DE LIBRAS: TRANSPONDO BARREIRAS SOCIAIS Antonio Henrique Coutelo de Moraes [UNICAP] [email protected] Wanilda Maria Alves Cavalcanti [Orientadora ­ UNICAP] RESUMO: Enquanto muitos se encontram em escolas de línguas por razões de oportunidades em melhorar suas qualificações para trabalho, os surdos buscam o inglês, por exemplo, a fim de fazer parte de uma sociedade de conhecimento e, portanto, transpor barreiras sociais e culturais para que consigam conviver e dividir espaço na sociedade. Nesse sentido, e numa perspectiva bi(multi)linguista na qual a Libras se constitui primeira língua, o A MEMÓRIA CONTANDO A HISTÓRIA: CALDEIRÃO, A GUERRA DOS BEATOS Aretha Ludmilla Pacheco [UFS] [email protected] RESUMO: Caldeirão, a guerra dos beatos é um romance de Claúdio Aguiar, baseado na comunidade que viveu no Cariri cearense na primeira metade do século XX. O autor não faz parte do cânone popular da literatura sertanista, no entanto, compõe o acervo dos poucos livros que, de alguma forma, trouxeram à tona a história daquela comunidade cearense e do massacre ali empreendido pelo governo. Os Sertões talvez seja uma de nossas maiores referências desse tipo de literatura envolvendo a temática das comunidades camponesas, a represália do Estado e a luta por terra. À diferença de Euclides da Cunha, no entanto, Aguiar não fala pelo homem sertanejo, mas empresta voz a ele. Conhecemos a história de “Zé Lourenço”, o beato que liderou o Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, bem como daquele arraial, pela narrativa de um remanescente da comunidade que lança mão da memória para apresentar ao leitor uma história pelo olhar de quem esteve do outro lado da guerra, o lado dos que foram massacrados. Neste
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES trabalho, nosso objeto será analisar como a Literatura representifica uma história real usando a memória como principal recurso, permitindo através dela que o narrador construa a identidade do povo que ali vivia à medida que incita o criticismo do leitor no tocante as discussões políticas levantadas. Usaremos referencial teórico relacionado à Literatura, à História e à Memória, como Ecléa Bosi, Antonio Cândido, Walter Benjamim, Jean­ Marie Gagnebin, dentre outros. Assim, analisaremos em que medida a literatura nos leva, através da linguagem, a questionar eventos, como o Caldeirão, que foram colocados no limbo da história, apresentando, dessa forma, sua pertinência política. PALAVRAS­CHAVE: Literatura, memória, identidade, História; Política permeiam a atividade humana, seja ela de que natureza for e estruturam o modo como percebemos e nos comportamos no mundo e particularmente demonstram que a produção de um saber dito objetivo está atrelado à construção de um aparato de subjetivação nem sempre reconhecido como tal. PALAVRAS­CHAVE: Produção de conhecimento; metáfora; Direito. OS COMPLEMENTOS E OS ADJ UNTOS NAS DIÁTESES VERBAIS: PERSPECTIVAS PARA UMA “NOVA” DESCRIÇÃO DO PORTUGUÊS CONTEMPORÂNEO Bruno de Assis Freire de Lima [UFMG / IFMG] [email protected] O DIREITO É COMO O REI MIDAS: A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO E A METÁFORA Barthyra Cabral Vieira de Andrade Claudino [UFPB] [email protected] RESUMO: A crescente procura por cursos de graduação na área jurídica, a inserção cada vez maior de profissionais dessa área no mercado de trabalho e o papel decisivo que eles têm desempenhado na organização da sociedade nos permitem vislumbrar a necessidade urgente de se estudar o papel da linguagem na produção do conhecimento jurídico, já que esta é sua ferramenta básica. Reconhecemos o fato evidente de que a aprendizagem do Direito só atinge sua maturidade quando também fortificado está o seu alicerce: a competência linguística. A área jurídica carece de estudos que enfoquem aspectos outros além de questões como a correção linguística e a oratória, porque elas não dão contam dos aspectos sociais e culturais que permeiam o uso específico dessa linguagem. Este trabalho é uma reflexão sobre uma das variáveis que envolvem a utilização da linguagem no universo acadêmico jurídico e que aponta para uma reflexão mais cuidadosa sobre o tema objetividade/subjetividade: a utilização de metáforas. Discutiremos a utilização da metáfora conceitual como recurso básico na comunicação humana, conforme defende a Lingüística Cognitiva, discorrendo sobre sua definição a partir da Teoria de Lakoff (1980) e delimitando algumas de suas características. Ilustramos este trabalho com exemplos extraídos de um manual jurídico cujos dados evidenciam a existência de metáforas que RESUMO: As diáteses verbais são definidas com base nos sintagmas capazes de subcategorizar um verbo. Assim, a princípio, qualquer adjunto pode ocorrer com qualquer verbo e, por isso, os adjuntos são desconsiderados na formulação das diáteses e os complementos, não. No entanto, o que temos observado é que os estudos que buscam formalizar a diferenciação entre complementos e adjuntos são insuficientes, circulares e não refletem os fatos da língua atual. Por exemplo, muitos desses estudos afirmam que o complemento é de ocorrência obrigatória, generalização que é facilmente desbancada com um exemplo como “Meu cachorro já comeu” (Comeu o quê? Onde está o complemento?). O mesmo se diga do adjunto que, para muitos desses estudos, pode ser suprimido da sentença sem afetar sua boa formação. O que dizer, então, de frases como “Carlos mora em Belo Horizonte”, em que temos um SPrep analisado tradicionalmente como adjunto, mas que cuja supressão acarreta agramaticalidade da sentença? Neste trabalho, critico as diferentes posições sobre o assunto, mostrando a fragilidade desses estudos e a necessidade de se reverem essas duas categorias. O estágio atual da pesquisa de doutorado da qual emana este trabalho, aponta para a existência de, pelo menos, três categorias: complemento, complemento contextual e adjunto. Assim, para desenvolver este trabalho, segui os seguintes passos: 1. Definição da diátese e da valência verbal; 2. Descrição da formulação das diáteses em Língua Portuguesa; 3. Crítica à literatura sobre complementos e adjuntos verbais com exemplificação no português sincrônico; 4. Proposta de revisão desses conceitos. Estou me valendo, principalmente, dos trabalhos de Perini, 2008 e Pinker, 1991.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Diátese verbal; adjunto; complemento; português sincrônico. [email protected] Ana Maria de Oliveira Paz [Orientadora ­ UFRN] UM OLHAR SOBRE PRÁTICA PEDAGÓGICA E O TRATAMENTO DAS VARIEDADES LINGUÍSTICAS NA ZONA URBANA E NA ZONA RURAL Carla Eliana da Silva Tanan [UFBA] [email protected] RESUMO: Sabendo­se que, no Brasil, a Língua Portuguesa possui muitas variedades dialetais, este trabalho tem por objetivo pesquisar a prática docente das zonas urbana e rural com variedades linguísticas, tendo como objeto de pesquisa a prática desenvolvida no município de Itaberaba­BA, com relação ao ensino de língua materna e às práticas desenvolvidas pelos professores, atentando­se para o tratamento com as variedades linguísticas utilizadas pelos estudantes. Esta pesquisa foi desenvolvida com base nos pressupostos teóricos da sociolinguística, observando o ensino de língua materna e o uso das variações linguísticas. A partir dos estudos realizados, elaborou­se um questionário, respondido por professores que atuam no ensino de língua materna dos três níveis educacionais que compõem a Educação Básica. A partir da análise do questionário aplicado, a maioria dos professores demonstrou desenvolver um trabalho ainda insipiente no que concerne às variedades linguísticas. Alguns educadores demonstraram ainda insegurança nesse campo de estudo. Esse fato é um alerta para todos aqueles que se valem de um sistema linguístico fala e escrita, lembrando que todos os professores devem ter conhecimento dos estudos sociolinguísticos para fundamentar a sua prática docente, vendo neles um porto seguro para silenciar a forte conotação ideológica e o preconceito social que o adjetivo culto carrega. PALAVRAS­CHAVE: Variação linguística; prática docente; língua. AS REPRESENTAÇÕES DOS AGENTES COMUNITÁRIOS DE SAÚDE ACERCA DO USO DA LINGUAGEM NA ESFERA LABORAL EM QUE ATUAM Carlos Henrique da Silva [UFRN] RESUMO: A linguagem é algo que fascina e se efetiva como representação das mais variadas formas do pensamento humano, além de ser o agente principal de transformação e de inclusão social. Nesse sentido, faz­se necessário reconhecer a relevância dos usos da linguagem nos mais deferentes espaços de atuação do homem na sociedade, sobretudo, na área do trabalho, lugar em que os sujeitos desenvolvem práticas linguageiras no sentido de responder a inúmeras exigências requeridas por diversas demandas. Nessa perspectiva, esta pesquisa objetiva identificar as representações construídas por Agentes Comunitários de Saúde (ACS) a respeito do uso da linguagem em suas atividades no âmbito do Programa Saúde da Família (PSF). A investigação insere­se no campo da Linguística Aplicada e segue abordagem de natureza qualitativa. Para a geração dos dados serão utilizadas entrevistas semiestruturadas aplicadas junto a dez participantes. Como pressupostos teóricos, adotamos os fundamentos estabelecidos por Moscovici (1984), Abric (1994) Jodelet (2001), dentre outros. Os dados apontam para diferentes concepções elaboradas pelos agentes, todas relacionadas à linguagem escrita. A contribuição deste trabalho reside na possibilidade de expandir as discussões acerca das práticas de linguagem direcionando o foco para o campo das atividades laborais, reconhecendo estas práticas como recursos utilizados pelos sujeitos para agirem no mundo e atender demandas que lhes sãos impostas cotidianamente no domínio do trabalho. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem; representações; agentes comunitários de saúde. “SOMENTE UMA DONA DE CASA”: ANÁLISE DISCURSIVA DO PRECONCEITO ÀS AVESSAS EM ALGUMAS TIRINHAS DE MAFALDA Carolina Coeli Rodrigues­Batista [UFPB] [email protected] RESUMO: Este trabalho nasceu a partir da inquietação que nos tomou ao assistir uma apresentação de um trabalho acadêmico no qual a pesquisadora discutia a questão da constituição do sujeito mulher em algumas tirinhas de
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Mafalda, de Quino. Durante a discussão, a pesquisadora em questão utilizou, por mais de uma vez, a expressão “somente uma dona de casa” referindo­se à ocupação da mãe da personagem Mafalda. A expressão chamou atenção pela presença do advérbio “somente” que acompanha o termo “dona de casa”. Diante da inquietação surgida, resolvemos analisar, à luz das teorias da Análise do Discurso de linha francesa, algumas tirinhas de Mafalda, a fim de realizar uma tentativa de apreender as vontades de verdade e as imagens estereotípicas que são construídas acerca das personagens da mãe de Mafalda (Raquel) e de Susanita, que são personagens de diferentes gerações que se satisfazem com a “profissão” de dona de casa e de que modo essas personagens são constituídas enquanto “sujeito­dona de casa” em detrimento da identidade de mulher moderna, representada nas tirinhas pela personagem Mafalda. Desse modo, organizamos o nosso trabalho em três momentos: primeiro, discutiremos um pouco acerca das condições de produção que envolveram as tirinhas de Mafalda com relação ao movimento feminista e com a emergência dos discursos que envolvem os direitos trabalhistas das mulheres; num segundo momento, analisaremos as tirinhas de Mafalda à luz da Análise do Discurso, sobretudo no que se refere a aspectos como as vontades de verdade e os estereótipos que podem ser observados em tais construções; e, por fim, apresentaremos as nossas considerações finais no que concerne à análise das tirinhas em questão. PALAVRAS­CHAVE: Constituição do sujeito; identidade; movimento feminista; Análise do Discurso; Mafalda suportes (seja impresso, audiovisual ou digital) e nos mais variados formatos, exigindo para sua elaboração uma equipe interdisciplinar composta tanto pelos chamados “professores conteudistas” quanto por assessores e revisores linguísticos, programadores, designers, webdesigners etc. (SANTOS, 2003). Assim, partindo da experiência vivenciada como designer gráfico na Licenciatura em Letras/Língua Portuguesa a distância da UFPE (E­Letras), neste trabalho, buscamos pensar a elaboração de distintos “formatos” dos materiais didáticos desse curso, produzidos a partir dos textos originais dos professores conteudistas, como sendo uma atividade de retextualização, mas uma retextualização que encerra não a passagem do texto de uma modalidade para outra ou de um gênero para outro (MARCUSCHI, 2000; DELL’ISOLA, 2007) e sim de um meio ou formato para outro. Com esse intuito, analisamos, a partir da perspectiva teórica da Semiótica Social (VAN LEEUWEN, 2005; KRESS; VAN LEEUWEN, 1996), parte do material didático de uma disciplina do E­Letras disponibilizado em hipertexto, PDF e livro impresso. Sugerimos que esse tipo de retextualização tem como cerne intervenções quanto à inclusão, exclusão e/ou modificação de certos recursos semióticos não­verbais utilizados em cada “versão” desses materiais didáticos, sinalizando, por fim, a importância do trabalho em equipe durante todo o seu processo de elaboração. PALAVRAS­CHAVE: Educação a distância; material didático; design; retextualização; Semiótica Social. ELABORANDO MATERIAL DIDÁTICO NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA Carolina Leal Pires [UFPE] [email protected] RESUMO: Na Educação a Distância (EaD), termo com o qual se convencionou denominar o processo de ensino­aprendizagem mediado por tecnologias (MORAN, 2002), o material didático senão central, é elemento indispensável dessa mediação, sobretudo nos modelos conhecidos como conteúdo mais apoio e wrap­around (MASON, 1998). Esses materiais didáticos, com bastante frequência – especialmente na terceira e atual geração da EaD (PETERS, 2002) –, são disponibilizados em distintos ELEMENTOS DA ATELANA NA OBRA STICHUS (ESTICO) DE PLAUTO Cícero Barboza Nunes [UFRPE­UAST] [email protected] RESUMO: Considerando­se que Plauto é um comediógrafo comentado por grandes oradores e filósofos da Antiguidade como Cícero (De Or. 3,45), Varrão (116 – 27 a.C) e Aulo Gélio (130­c, 180 d.C), é plausível que seja dada uma atenção especial à análise de sua obra, seja pelo estilo linguístico, ou pela alta sofisticação em que mostra o enredo de suas comédias (CARDOSO, 2006:27). Este trabalho tem como objetivo mostrar uma análise da obra Stichus do comediógrafo Plauto, com o intuito de elencar alguns pontos aspectuais e característicos da obra que contém elementos das Fabulae Atelanae (Fábulas Atelanas). Levando­se em
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES consideração que a palliata, gênero a qual pertence à referida obra, seja influenciado pelos modelos gregos de fazer comédia, pretendemos neste trabalho analisar os elementos da Atelana na obra plautina. Sabemos que essa obra é encenada nos palcos romanos, mas que o estilo paliata de encenar mostra aspectos típicos da sociedade grega. Podemos observar, por meio dos nomes dos personagens, o figurino e entre outras características. Esse ato de adaptar comédias gregas possibilitou aos escritores romanos fazer de duas comédias de origem grega em uma única, latina, ato que chamamos contaminatio. Nessa abordagem, será mostrado o estilo de linguagem, a influência grega no estilo de comédia romana, bem como o enredo literário. Tomamos como corpus neste estudo a tradução realizada pela professora Isabella Tardim Cardoso, de onde selecionamos trechos para realizarmos uma breve análise literária, que tende a mostrar características peculiares dessa peça que são oriundas do gênero das Fábulas Atelanas (Fabulae Attelanae), farsa bastante apimentada de quiproquós, pancadaria, desordens e vários disparates. PALAVRAS­CHAVE: Estico; Atelanae; Plauto; comédia. morfemas de switch­reference e de aspecto. No primeiro caso, assim como no Shanenawa (Pano) (Cândido, 2004), além de informar a transitividade do verbo da oração principal e a co­referencialidade dos sujeitos, o sistema de switch­reference pode informar a relação temporal entre o evento da oração dependente e o da oração principal. Já quanto aos morfemas aspectuais, observamos que ­pau e –miS fazem referência a um evento habitual, sendo distinguíveis entre si apenas pela atualidade do evento expresso: passado x não­passado, respectivamente. Tendo em vista a relevância da expressão de tempo no Saynáwa, postulamos que essa língua pode ser classificada como sendo do tipo “tense­prominent” (Bath, 1999), ou seja, a expressão de tempo é mais importante que a de aspecto e a de modo. PALAVRAS­CHAVE: Morfossintaxe; línguas indígenas brasileiras; família linguística Pano. A EXPRESSÃO DE TEMPO NO SAYNÁWA (PANO) Cláudio André Cavalcanti Couto [Vrije Universiteit Amsterdam] [email protected] RESUMO: A língua Saynáwa (Pano) conta com apenas 8 falantes, residentes em Rodrigues Alves­AC, e sua documentação e descrição é recente (Couto, 2010), não tendo sido analisada ainda sua estrutura morfossintática. Para suprir essa lacuna, o presente trabalho objetiva, a partir dos dados por nós coletados em 2008 e 2010, analisar como se dá a expressão de tempo no Saynáwa. Partindo de um referencial tipológico­ funcional, como presente em Comrie (1985), Bybee, Perkins e Pagliuca (1994) e Bath (1999), identificamos que o tempo se constitui em uma categoria gramatical no Saynáwa, sendo expresso no verbo por meio de morfemas sufixais, tendo como ponto de referência não apenas o momento da enunciação, mas também momento distinto do evento de fala. O tempo no Saynáwa se divide em passado x não­passado, apresentando o passado 4 marcas morfológicas, enquanto o não­passado é expresso por morfema zero e pode apresentar a distinção presente x futuro através do verbo auxiliar ka “ir”. O tempo também pode ser expresso no Saynáwa mediante alguns dos TWITTER E AÇÕES SOCIAIS: CONSIDERAÇÕES SOBRE O MEIO E GÊNEROS Cleber Pacheco Guimarães [UFPE] [email protected] RESUMO: Bronckart (1997) faz uso de uma metáfora ­ a da nebulosa ­ para representar a forma como os gêneros se nos apresentam. Existiriam (1) gêneros que são claramente definidos e rotulados e (2) conjuntos de textos com contornos vagos, para os quais as definições e critérios de classificação ainda são móveis e/ou divergentes (BRONCKART, 1997, p. 74). Miller (2009) lembra­nos de que questões acerca de gêneros têm­se tornado problemáticas, haja vista a moderna “instabilidade marcada” e a escassez de conhecimentos compartilhados, que obstaculizam o engajamento social estabelecido por intermédio do discurso, em especial pelo “digital”. É do epicentro da nebulosa de Bronckart que surgem as mais diversas teorias sobre os gêneros da Rede Mundial de Computadores, área inerentemente marcada por celeridade, transformações e instabilidade. Venho, há algum tempo, revisitando a literatura sobre blogs e defendendo que blogs não são gêneros textuais. E o que acontece com o Twitter? O denominado serviço de microblogging consubstancia­se num gênero, ou devemos tratá­lo apenas como um meio, uma tecnologia? Neste trabalho, baseio­me na teoria sociorretórica, sobretudo no trabalho de Miller (2009), para discussões iniciais sobre o status do Twitter como ação social. Preliminarmente,
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES defendo haver a circulação de gêneros diversos, não necessariamente delineados e denominados, e não suficientemente tipificados, no universo do microblog. Utilizando­me do léxico de Miller, questiono: será que o Twitter desempenha uma ação retórica pública genuinamente nova? PALAVRAS­CHAVE: Gêneros digitais; Sociorretórica; Twitter . resultados da interface apontam para a aquisição de cidadania digital, interação com múltiplas línguagens e uso da língua inglesa como eixos que permitem ao aprendiz transitar por diferentes padrões de comunicação cruzando fronteiras e diferenças socioculturais na sociedade do século XXI. PALAVRAS­CHAVE: Multiletramentos; Linguística de Corpus; formação do professor; Língua Inglesa; interface pedagógica. PRÁXIS NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR DE LÍNGUA INGLESA: NOVA INTERFACE PEDAGÓGICA ENTRE MULTILETRAMENTOS E LINGUÍSTICA DE CORPUS A REPRODUÇÃO ‘DISCURSIVO­IDEOLÓGICA’ DOS PARTIDOS POLÍTICOS NAS REDES SOCIAIS Cristina Arcuri Eluf Kindermann [UESB] [email protected] Daniele Basilio Nunes [UFPE] [email protected] RESUMO: Este trabalho objetiva demonstrar práxis realizada na formação de professores de Língua Inglesa (LI), na graduação de Letras e em escola pública da rede municipal de São Paulo. Constitui­se de pesquisa­ação que relata a construção de uma nova Interface Pedagógica e evidencia sua aplicação como alternativa na produção e construção do conhecimento para o aprendiz de LI. A interface é desenvolvida a partir da interseção da Pedagogia dos Multiletramentos e da Linguística de Corpus (LC) e foi aplicada no Projeto Helpers Comunidade: aprendendo inglês com a internete. A partir dos conceitos sobre Multiletramentos, definidos pelo New London Group (NLG) em 1996, procura­se inserir aprendizes em práticas no âmbito sociocultural contemporâneo, regido pelas Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs). Lankshear & Knobel (2003) afirmam que estudos sobre multiletramentos são aqueles que têm como objeto a relação entre a educação e linguagens digitais e estabelecem novos parâmetros sobre a construção do conhecimento. Assim, a interface visa, principalmente, a promoção de autonomia, independência e acesso à capacitação ao aprendiz de LI. A partir de reflexões a respeito das novas tendências educacionais, a LC é aplicada como instrumental para o ensino de LI na formação do professor. Segundo Granger e Meunier (2002), a LC contribui para produção de atividades didáticas mediadas pelo computador e capacita aprendizes a tornarem­se pesquisadores, pois reforçam a negociação, a interatividade e a interação entre os próprios aprendizes e entre aprendizes e professores. Nesse projeto ­ mediante o gênero postagem de blog ­, pretende­se também oferecer ambiente de aprendizagem alternativo para questões relacionadas com a linguagem da vida real. Os RESUMO: Este estudo objetiva investigar como as ideologias estão perpassadas no discurso dos partidos políticos em suas páginas oficiais no facebook e no twitter e fundamenta­se nos estudos da Análise Crítica do Discurso, no que se refere à análise do discurso dos partidos políticos e dos aspectos linguísticos e sociocognitivos que constituem tal prática discursiva, a fim de reconhecer como o enquadre teórico direcionado para a cognição oferece os primeiros elementos das interconexões necessárias entre o social e o individual, entre a ação de grupo e a ação individual e o discurso (VAN DIJK, 2008). Essa aplicação teórica é relevante para tal investigação, pois os analistas críticos do discurso pretendem evidenciar o modo como às práticas linguísticas e discursivas estão atreladas às estruturas sociais, ideológicas e ao contexto em que foram produzidas. Para a análise do estudo em questão, tomamos como corpus os discursos presentes nas páginas do facebook e do twitter do Partido dos Trabalhadores e do Partido da Social Democracia Brasileira, com vistas a observar como as ideologias são reproduzidas por meio da prática discursiva elaborada durante a mobilização social de combate à violência contra a mulher. O procedimento de análise evidencia como a prática discursiva está perpassada pelas ideologias defendidas pelos partidos políticos, assim como apontam, por meio das estratégias linguísticas utilizadas na elaboração dessa prática, o posicionamento discursivo defendido pelos partidos nacionais. PALAVRAS­CHAVE: Redes sociais; ideologia; discurso; partido político; Análise Crítica do Discurso.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES “OLHA PRO CÉU, MEU AMOR”!: UMA ANÁLISE DAS DESIGNAÇÕES LEXICAIS DE ESTRELAS NA REGIÃO METROPOLITANA DE PERNAMBUCO Daniele dos Santos Lima [Faculdade Frassinetti do Recife] [email protected] RESUMO: A proposta para este trabalho procura apresentar as designações lexicais de estrelas na Região Metropolitana de Recife. Para tanto, foi realizada uma pesquisa em cinco pontos, quais sejam: Abreu e Lima, Igarassu, Moreno, Paulista e Recife. Em cada ponto, foram entrevistados 02 (dois) informantes, 01 (um) do sexo masculino e 01 (um) do sexo feminino, pertencentes à faixa etária entre 50 e 65 anos. Concernente à dimensão diastrática, os informantes entrevistados possuíam até a 4ª série do Ensino Fundamental e, na capital, nível superior. A abordagem teórico­ metodológica adotada baseia­se na Geolinguística Pluridimensional, que associa os estudos linguísticos propostos pela Dialetologia à influência de fatores externos tratados pela Sociolinguística, como é evidenciado na construção do Atlas Linguístico do Brasil, segundo o que se preconiza em Cardoso (2010), Preti (2003) e Ferreira & Cardoso (1994). Os resultados encontrados enfatizaram interpretações para estrela d'alva, estrela da manhã e estrela cadente, analisados apenas diatopicamente. De posse das variantes para os três tipos de estrela, é possível estabelecer comparações com outros estudos relacionados ao tema, uma vez que tais variantes podem representar marcas dialetais da região investigada, como também identificar designações já encontradas em trabalhos realizados em outros estados. Sendo assim, este trabalho demonstra a importância das pesquisas geolinguísticas para o estudo do léxico em Pernambuco. É conveniente ressaltar a necessidade de se estudar, analisar e caracterizar os dialetos, antes que sejam absorvidos e desapareçam, sem que deles se faça um estudo científico sistematizado e um registro para a história do Português falado no Brasil. Além disso, pesquisas de mesma natureza mostram a importância da construção de atlas regionais para conhecimento das variantes do Português do Brasil. PALAVRAS­CHAVE: Variação; Dialetologia; Léxico; Região Metropolitana de Recife; Estrela. A CONSTITUIÇÃO DE SUJ EITOS NUMA COMUNIDADE DE BAIXA RENDA DA CIDADE DE MACEIÓ­AL Danielly Verçosa Silva [UFAL] [email protected] RESUMO: Este estudo foi desenvolvido dentro de uma perspectiva de Linguística Aplicada, de acordo com a abordagem “interpretativista” (MOITA LOPES, 1996), de cunho etnográfico (ANDRÉ, 1995; CHIZZOTTI, 1995; LÜDKE & ANDRÉ, 1986; TRIVIÑOS, 1987), e com os princípios metodológicos da pesquisa­ação (THIOLLENT, 1988). Investigamos o processo de constituição de identidades de alunos na comunidade de baixa renda da Vila dos Pescadores da cidade de Maceió­AL, no desenvolvimento de atividades executadas dentro e fora da sala de aula de Língua Portuguesa. Dentro desse objetivo, participamos como professora­ pesquisadora de um projeto intitulado A autonomia relativa na produção de textos em diferentes contextos de ensino, que se configura como uma pesquisa­ação e visa a formar leitores e produtores de textos em língua portuguesa e em língua estrangeira em comunidades de baixa renda da cidade de Maceió­AL. Utilizamos, como referencial teórico, autores, como Bhabha (1998), Bakhtin (1998, 2003, 2004, s.d.), Hall (2000, 2003), Moita Lopes (2002, 2003, 2006), Zozzoli (1999, 2002), que tratam a questão das identidades e os temas que as envolvem, como relação entre sujeito e linguagem e outros. A partir da análise de alguns dados, foram constatados elementos que apontam para oscilação de possíveis identidades das três alunas analisadas como membros/não­membros da comunidade, devido ao processo de (des)legitimação de tais identidades. Observamos, ainda, que essas identidades sofrem influência do contexto e dos sujeitos envolvidos. PALAVRAS­CHAVE: Identidades; (des)legitimação; sujeito. INTERATIVIDADE EM EAD ONLINE E APRENDIZAGEM TRANSFORMATIVA: A BUSCA DA AUTONOMIA DO APRENDIZ Dilma Tavares Luciano [UFPE] [email protected] RESUMO: Com base no pressuposto de que a aprendizagem deve partir da reflexão crítica sobre a experiência do sujeito, sem desconsiderar a estreita relação entre sociedade e indivíduo, este marcado por influências de natureza sócio­histórica e cultural, o presente trabalho observa a percepção do sentido
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES de autonomia necessária ao sucesso em educação a distância (EAD) por alunos de Nível Superior. Para tanto, parte da observação das proposições autoavaliativas do processo de ensino­aprendizagem de 62 sujeitos interactantes em fóruns virtuais, nas plataformas Moodle e Amadeus, no lastro da concepção transformativa de aprendizagem proposta por Mezirrow (1978, 1991), e investiga se e em que medida há uma interferência da estrutura comunicativa das plataformas na interação online, visível com o jogo das faces dos interactantes (GOFFMAN,1974 e 1967). Constitui o corpus deste estudo o jogo interacional de três disciplinas de cursos de graduação da área de Ciências Humanas, em etapa final do primeiro contato dos alunos com a modalidade online de EAD (turmas do primeiro semestre de 2011). A análise dos dados revela a necessidade de formação específica dos professores sobre interatividade em EAD online, no sentido de minimizar as interferências no processo de aculturação do aprendiz à modalidade a distância, com vistas a impedir as distorções de ordem epistêmica, sociolinguística ou psicológica, previstas por Mezirow e verificadas neste estudo. PALAVRAS­CHAVE: Interatividade; autonomia; EAD online. atenção a recorrente presença de representações da fala popular do Português de Pernambuco daquela época. Assim, sentimo­nos estimulados a reconstruir as formas de representar a oralidade não padrão do período em questão. Com esta abordagem em mente, tomamos como referencial teórico Kock e Oestrerreicher (1994), Preti (2011), Preti (2003) como também Pessoa (2003) e Pessoa (2010) para uma reflexão sobre as relações estabelecidas entre o oral e o escrito, as passagens, o fenômeno da semioralidade e a presença da oralidade na escrita. Também buscamos em Souza Barros (1985) os dados de natureza histórica para uma compreensão da população recifense em suas diferentes formas de organização. Ao fim do presente estudo, conseguimos levantar aspectos de naturezas semântica e lexical como também de natureza sintática do Português de Pernambuco em sua variedade popular ou variedade não padrão presentes em textos dos jornais recifenses da década de 1920. PALAVRAS­CHAVE: Linguística Histórica; História Social do Português de Pernambuco; oralidade; escrita. OCORRÊNCIAS LEXICAIS PARA AS BRINCADEIRAS INFANTIS NO ATLAS LINGUÍSTICO DE PERNAMBUCO A REPRESENTAÇÃO DAS VARIEDADES NÃO PADRÃO EM J ORNAIS RECIFENSES DA DÉCADA DE 1920 Douglas da Silva Tavares [IFPE – Campus Recife] [email protected] RESUMO: Este trabalho objetiva estudar as representações de variedades populares do Português de Pernambuco em Jornais do Recife da década de 1920. Inserindo­se, assim, na perspectiva dos estudos relativos à LINGUAGEM E SOCIEDADE, segue as linhas metodológicas expressas por Burke (2010) e Burke & Porter (1994), para os quais os estudos históricos devem ser realizados considerando os fenômenos não só de natureza linguística como também os de natureza social, ou seja, têm que abordar os eventos econômicos, políticos e culturais dos povos usuários da língua estudada. Para tanto, faz­se necessário que o linguista dialogue com outros campos de saber como a sociologia, a antropologia, as ciências políticas, etc. A essa perspectiva de estudos, dá­se o nome de HISTÓRIA SOCIAL DA LÍNGUA. Nosso trabalho originou­se da análise de jornais que circularam no Recife da década de 20, do século XX. Dessa análise, chamou nossa Edmilson José de Sá [UFPB] [email protected] RESUMO: Propõe­se, com este estudo, analisar a variação linguística no Estado de Pernambuco, ainda pouco documentada em trabalhos tanto de nível sociolinguístico, quanto dialetológico. Por esse motivo, foi realizada uma pesquisa linguística no Estado, na perspectiva de Dialetologia, e a análise em tela tomará como parâmetro as ocorrências lexicais pertencentes ao campo semântico dos jogos e das brincadeiras infantis. A partir da metodologia do ALiB (Atlas Linguístico do Brasil), foram realizados os inquéritos com vistas ao Atlas Linguístico do Estado e, à conclusão desse, será possível estabelecer comparações com outros estudos do português brasileiro. O Atlas Linguístico de Pernambuco (ALiPE), que está sendo construído como Tese de Doutorado, teve seus inquéritos em vinte municípios de cada canto do Estado, com informantes dos dois sexos, com faixas etárias de 18 a 30 anos e de 50 a 65 anos e escolaridade não superior ao quinto ano do ensino fundamental. A análise em tela se pautará na questão etimológica das lexias mais realizadas, assim como em outras
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES motivações em consonância com respostas existentes em diferentes atlas linguísticos já concluídos, de modo a verificar semelhanças e contrastes existentes para essa pesquisa. A princípio, pode­se constatar que a maior parte das designações lexicais encontradas na pesquisa se refere aos seguintes itens: cambalhota, bolinha de gude, estilingue, pega­pega, gangorra e amarelinha. Será realizada, ainda, uma apreciação diastrática de modo a constatar como se revelam os nomes das brincadeiras a partir das variáveis extralinguísticas, além de uma abordagem quantitativa que revele percentualmente o que foi mais relevante dentre as ocorrências. PALAVRAS­CHAVE: Dialetologia; léxico; atlas linguístico; Pernambuco; brincadeiras infantis. perceber as influências da Primeira República na construção do Hino e como a ideologia republicana camuflada nas entrelinhas do texto serviu para a afirmação da República no Brasil e de negação ao regime monárquico. PALAVRAS­CHAVE: Discurso; identidade; ideologia; hino. IDENTIDADE IDEOLÓGICA: UMA ANÁLISE DO DISCURSO DO HINO NACIONAL BRASILEIRO Elias Coelho da Silva [FAFIRE] [email protected] RESUMO: O Hino Nacional Brasileiro não é um texto qualquer, ele é um símbolo nacional, produto de decisões políticas, além disso, todo texto carrega consigo um discurso e este é a materialização de uma ideologia. Este trabalho tem como objetivo revelar que ideologia esconde­se por trás do Hino Nacional Brasileiro e o que pretendia, com a criação do Hino, os que a ela pertenciam. Aqui será levado em consideração apenas o período histórico em que o Hino foi produzido, pois acreditamos que com o passar dos anos ele serviu as mais variadas intenções, no entanto, em nossa análise, foi possível recuperar o momento de produção desse símbolo nacional e identificar por meio de uma análise do discurso os embates ideológicos envolvidos em sua produção. Para que esse trabalho fosse realizado foi necessário recorrer 1) às bases teóricas de Análise do Discurso Francesa, tendo como conceitos centrais as noções de identidade, ideologia, discurso e linguagem; 2) à história do Hino Nacional Brasileiro; 3) à análise do Hino, tendo como referência a Análise do Discurso. Nossa Análise foi de base qualitativa e buscou na materialidade linguística as marcas discursivas que revelassem vestígios de embates ideológicos. Assim, este trabalho vem confirmar as pesquisas em Análise do Discurso, mostrando que é possível recuperar as ideologias que se escondem por trás de qualquer produção textual além das intenções que envolvem tal produção. Com esse trabalho foi possível AS MANIFESTAÇÕES DA ANÁFORA E DA CATÁFORA NO TEXTO NARRATIVO Elijames Moraes dos Santos [UFMA] [email protected] RESUMO: Este trabalho parte de princípios da Linguística Textual e tem como objeto verificar os mecanismos de referenciação utilizados na construção de textos narrativos. Para tanto, consideramos nesta pesquisa, apesar do reconhecimento de que durante as produções escritas exploram­se diversos elementos coesivos, os elementos anafóricos e catafóricos manifestados em textos de alunos do Ensino Médio do município de Santa Inês, no Estado do Maranhão, de faixa etária entre 14 e 19 anos, tanto do sexo masculino quanto do feminino, que contribuíram de grande modo para a concretização desta pesquisa. Neste período, percebemos que os adolescentes estão em processo de construção do conhecimento e manifestam, em suas escritas, esses elementos coesivos sem ter ciência da funcionalidade deles no desenvolvimento de seus textos. Reunimos, então, 15 textos do tipo narrativo, por meio dos quais foi possível compreender a espontaneidade no emprego desses elementos coesivos por esse grupo de alunos, haja vista que seus argumentos não demonstram, ainda, tanta clareza e expressividade durante a organização das ideias, o que, por sua vez, instiga ainda mais a natureza investigativa deste trabalho. Notamos quão relevantes são as reflexões em torno dos elementos anafóricos e catafóricos identificados nesse corpus textual, pois intencionamos contribuir para a construção de estratégias analíticas tanto dessa tipologia textual quanto desses elementos coesivos. PALAVRAS­CHAVE: Narrativa; texto; elementos coesivos. OS EFEITOS DA LEITURA DE IMAGEM EM PRODUÇÃO DE CONTOS: A INTERDISCURSIVIDADE E O CONHECIMENTO DE MUNDO
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] Elizângela Fernandes dos Santos [UFPE] [email protected] RESUMO: Desconsiderar as relações entre as diversas linguagens (verbais ou não­verbais) mergulhadas em nosso contexto social significa minimizar as diversas possibilidades de se promover a inserção dela na formação /constituição simbólica do sujeito, destituí­la da capacidade de desvelar conhecimentos de mundo, como também ignorar a construção sócio­histórica do indivíduo. Convidar, portanto, para uma sala de aula a totalidade do sujeito tem sido uma prática que possibilita (re)conhecer a singularidade do aluno, mediante partilha de experiências que, entre outras, se constituem forma de resposta que mostram que as relações sujeito­ contexto e sujeito­ experiência ­contexto se constroem por nossas produções de leitura, de escritas e de oralidades; pelas maneiras com as quais interagimos com o outro; e pelos sentidos veiculados no contexto. Logo, a fim de verificar o poder da linguagem visual, este estudo objetiva verificar os fenômenos da interdiscursividade, e dos conhecimentos de mundo evocados pela leitura dela, manifestada em contos. Assim, para a efetivação desse objetivo, três estudantes do 7º ano do Ensino fundamental II de uma escola regular do Recife participaram de etapas, como: produções de contos a partir da leitura de imagem; entrevistas; e momentos de interpretação de imagens e das próprias produções textuais. Os resultados das análises de elementos linguísticos e não­linguísticos apontaram que a negociação entre a leitura de imagem, os discursos socialmente enraizados, os conhecimentos sobre o mundo, conjuntamente com a produção de conto, possibilitando ao indivíduo a multiplicação de leitura, seja pela incorporação do cenário leitor, seja também pelos espaço de negociação de um sujeito desdobrado em observador, interlocutor e enunciador, isto é, distintas maneiras de se engajar à leitura e com ela produzir um conto. PALAVRAS­CHAVE: Leitura de imagem; interdiscursividade; conhecimento de mundo. DA CONSTITUIÇÃO DE SUBJ ETIVIDADES, DA LINGUAGEM COMO POSSIBILIDADE DE DIZER DO SUJ EITO E DA TUTELA DO OUTRO Elton André Silva de Castro [IFPE /Campus Afogados da Ingazeira] RESUMO: Esta comunicação decorre de reflexões teóricas que fundamentam estudos no campo da educação inclusiva. A partir de Vygostki (1993; 2003; 2009), Tomasello (2003) e Arendt (1997), discutimos a condição humana como historicamente situada, marcada pela transmissão cultural que subverte determinações biológicas e as ultrapassa como lugar de uma humanidade que funda um lugar para que a consciência possa concretizar­se como uma via de relação para o mundo e para o outro, com quem pode comunicar­se e anunciar a singularidade de um sujeito. Dessa dinâmica da vida, tornada cultural e expressa como ação e narrativa no espaço público, reconhecemos a linguagem e a afetividade como mediadores que impulsionam interações no cotidiano compartilhado. A linguagem, em sua possibilidade de dizer do sujeito quem ele é, torna­se motor e veículo de intencionalidades que produzem modos de pensar, agir e sentir num fluxo de trocas simbólicas, de determinações que se esbarram no espaço comum da vida pública. Aquele sujeito que surge das reflexões da inclusão é tornado referente de discursos atravessados por imagens e conceituações que oferecem a possibilidade de constituir subjetividades através das práticas pedagógicas que, por sua vez, institucionalizam verdades e desenham lugares para permitir a existência de tipos humanos categorizáveis. Com o ensino de Foucault (1993; 1994) e Bauman (1999), aprendemos a enxergar o risco e a demanda por classificar, enquadrar e determinar os rumos e os destinos de trajetórias humanas, amparados na ordem moderna de reconhecer para contemplar, integrar e incluir. Movimentos de compreensão e interpretação do outro, “estranho ou familiar”, desloca­nos para o lugar legitimado daquele que reconhece o igual e o diferente. A linguagem pode dizer do sujeito e, por dizer de nossas intencionalidades, pode também denunciar que silenciamos a voz do outro para dizer o que ele nunca enunciou entre nós. Tutela­se o outro. PALAVRAS­CHAVE: Cultura; constituição do sujeito; outro; linguagem; tutela. A ALTERNÂNCIA DOS VERBOS TER E HAVER EM CONSTRUÇÕES EXISTENCIAIS NA ESCRITA J ORNALÍSTICA Elyne Giselle de Santana Lima Aguiar Vitório [UFAL] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: Partindo dos pressupostos de que há diferenças linguísticas entre as normas estabelecidas pela gramática normativa e os reais uso da língua e de que a variação linguística é inerente ao sistema linguístico, analisamos, neste trabalho, as realizações dos verbos ter e haver em construções existenciais na escrita jornalística, a fim de observar se há variação desses verbos no corpus analisado e, em caso afirmativo, como essa variação ocorre. Para tanto, tomamos por base os pressupostos teórico­metodológicos da Teoria da Variação e Mudança Linguística (LABOV, 1972), que procura investigar, descrever e explicar o grau de variação de elementos linguísticos variáveis, estabelecendo a relação entre fatores linguísticos e sociais e o uso da língua. Dessa forma, após a delimitação de nosso objeto de estudo, selecionamos as variáveis independentes: tipo de jornal, tipo de discurso, animacidade do SN objeto, natureza do SN objeto e tempo verbal como potencialmente relevantes na variação em análise. O corpus utilizado para a implementação deste estudo é constituído de 90 textos escritos coletados em três jornais online no mês de novembro de 2011, apresentando, assim, 148 construções existenciais formadas com os verbos ter e haver , que foram estatisticamente tratadas pelo programa computacional GOLDVARB X (SANKOFF; TAGLIAMONTE; SMITH, 2005). De acordo com os resultados obtidos, verificamos não só que há variação dos verbos ter e haver em construções existenciais na escrita jornalística, com um percentual maior de aplicação da variante padrão haver existencial, como também que tal variação é condicionada pelos fatores tipo de discurso e natureza do SN objeto. PALAVRAS­CHAVE: Ter existencial; haver existencial; escrita jornalística; variação linguística. LINGUAGEM E SOCIEDADE: A GERAÇÃO 00 E O REALISMO URBANO NOS CONTOS OS ANÕES E 200 M² Emanuela Francisca Ferreira Silva [PUC Minas] [email protected] RESUMO: Não há uma única chave para a mímeses do realismo urbano; há apenas índices e tentativas textuais. Representar a ação ou captá­la, como na fotografia, é tarefa árdua para a Literatura, que a faz somente nos cacos, nos fragmentos. O conto da geração 00 é tentativa líquida de retratar essa realidade. Para este trabalho, ter­se­ão como objetos de estudo dois contos de Verônica Stigger, do livro Os anões: Os anões e 200 m², que se encontram subdivididos, no índice, na seção Histórias. Esses dois contos parecem ser metonímias da sociedade atual, utilizando de escatologia – secreções do corpo humano – e de antagonismos: diminutivos e exageros para trabalhar a ideia do real. Através do estudo desses contos, há a possibilidade de se analisar como o narrador constrói a história, apresentando, pelo pastiche utilizado ao exagero, as fragmentações do real da geração 00. Utilizando as teorias de Piglia (2004) sobre as estratégias do conto para revelar o que está vendado e Walty (2010) sobre o realismo presente na ficção da geração 00, pretende­se demonstrar como é difícil apreender parte do líquido realismo da geração 00. Ao narrar a vida urbana, o contista parece fornecer duas histórias no conto: o realismo que está escrito e o que ultrapassa a escrita, nas formas líquidas de ser contemporâneo. O realismo contemporâneo está fragmentado, incompleto, em cacos de cosmos, este trabalho é, pois, tentativa de percebê­lo pela linguagem e, consequentemente, compreender o tempo em que estamos. PALAVRAS­CHAVE: Mímeses; secreções; diminutivo; exagero. A LITERATURA NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS Érika Moreira Santos [FAFIRE] [email protected] RESUMO: A literatura tem um grande potencial didático e pode ser muito útil como recurso de conhecimento de uma língua e a cultura que a representa. É possível usar o material literário de diversas maneiras e através de diferentes modalidades de aplicação que ele nos permite, seja como recurso para desenvolver a competência comunicativa do estudante ou como instrumento de transmissão da cultura de um povo. Quando se aproxima da produção literária da língua estrangeira em estudo, o estudante pode conhecer um acervo cultural que o ajudará a enriquecer­se como sujeito, além de poder avançar no domínio dos aspectos linguísticos. Mas, apesar de os textos literários poderem servir para trabalhar aspectos concretos no ensino de uma língua estrangeira, deve­se reconhecer o risco de que se perca sua integralidade comunicativa, se ela é utilizada exclusivamente a serviço da aprendizagem de conteúdos linguísticos. Com respaldo em estudos de autores como Rosana Acquaroni (2007), que defende o ensino da literatura
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES indissociável ao da língua, o presente trabalho pretende mostrar que para professores de uma língua estrangeira há outra perspectiva muito mais consciente e significativa para a incorporação da literatura nas aulas de língua: a integração entre a apresentação de conteúdos culturais ou puramente literários e o trabalho linguístico. Rosa Ana Martín Vegas (2009) afirma que a integração de língua e literatura como única área de estudo supõe dominar a língua que dá forma e conteúdo à literatura para seu conhecimento e desfrute, além de estudar a língua também através das mensagens literárias. A partir da perspectiva do enfoque comunicativo, a pesquisa pretende contribuir para a prática docente de professores de línguas estrangeiras, apresentando sugestões de exploração didática de materiais literários, por concebê­los como uma reserva inesgotável de recursos para a aquisição de conhecimentos e o desenvolvimento de diferentes competências. PALAVRAS­CHAVE: Literatura; língua estrangeira; cultura; Didática. linguística e social – e a constituição da identidade e das comunidades surdas no Brasil. Baseia­se, ainda, na problemática relacionada à escolarização das pessoas surdas no país, já que este fato costuma ser significativo para o contato da criança surda com a língua de sinais – já que nem sempre tal contato acontece no contexto familiar e há ainda poucas iniciativas para a popularização em veículos midiáticos de massa. É nesse momento, também, que os conflitos linguísticos ficam mais evidentes. Tal discussão considera pesquisas atuais na área da surdez e da língua de sinais articulada com teorias do campo da linguagem. PALAVRAS­ CHAVE: Língua de Sinais; identidade; surdos. IDENTIDADES TARDIAS: DISCUSSÕES SOBRE LÍNGUA DE SINAIS E O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADE DAS PESSOAS SURDAS NO BRASIL Etiene Silva de Abreu [UNIRIO] [email protected] RESUMO: Muitas teorias discutem a importância da linguagem na constituição da identidade e da subjetividade. Tais discussões têm colaborado com pesquisas na área da surdez e da língua de sinais. Alguns indivíduos de comunidades surdas no Brasil, devido aos contextos social e político no qual estamos inseridos, vivem situações peculiares de construção tardia da identidade ou, ainda, um processo identitário marcado pelo conflito linguístico – um conflito baseado em construções sociais de ineficácia ou incompletude de sua língua (a Língua Brasileira de Sinais) e na obsessão por impor­lhe uma língua que só poderá ser utilizada de maneira incompleta, já que não a pode ouvir. Essas situações evocam movimentos das comunidades surdas, interferem na constituição dos sujeitos surdos, na maneira como se reconhecem, como percebem os ouvintes. Logicamente, ouvintes trazem suas próprias concepções baseadas na ideia de deficiência e tolerância à diferença e tais concepções ficam refletidas em muitos modelos educacionais onde pessoas surdas estão inseridas. Tal trabalho visa a discutir sobre a relação entre a língua de sinais – com diversas questões imbricadas, de ordem O ENSINO DE GÊNEROS TEXTUAIS: O QUE PROPÕEM OS PLANOS DE TRABALHOS DE ALUNOS DO PIBID? Ewerton Ávila dos Anjos Luna [UFRPE] [email protected] Hérica Karina Cavalcanti de Lima [UFPE/ UFRPE] [email protected] RESUMO: Este trabalho objetiva realizar uma discussão com base em estudos teóricos que contemplam a relação entre gêneros textuais e ensino, especificamente os trabalhos de Schneuwly e Dolz (1999, 2004), relacionando­os a uma reflexão sobre como os bolsistas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência do curso de Letras da Universidade Federal Rural de Pernambuco podem contribuir, nas escolas em que atuam, com a formação de usuários competentes da língua. O corpus do estudo é composto por quatro planos de trabalho de bolsistas. Destaca­se que os planos de trabalhos dos alunos participantes, mesmo tendo foco em questões específicas, devem ter como base a ideia de língua como prática social, considerando a perspectiva do letramento, presente no projeto do curso de Letras para o PIBID. Dentre os planos de trabalhos, selecionamos aqueles que se debruçam sobre o trabalho com gêneros pertencentes a domínios discursivos distintos como, por exemplo, o jornalístico, o escolar e o literário. A análise dos dados permite a construção de um olhar sobre o trabalho com gêneros textuais nas escolas, salientando, portanto, que a formação desse usuário ocorre de forma processual e a busca do aprimoramento das práticas de linguagem dos alunos requer reflexão sobre
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES escolhas pedagógicas que são realizadas em vários momentos, sobretudo nos de planejamento. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; ensino; iniciação à docência. positivamente diferenciado na interação a distância, especialmente no que concerne ao aspecto relacional professor­aluno, que indiquem interferência na permanência ou evasão de disciplinas. Desse modo, busca­se colaborar com as pesquisas no âmbito da Sociolinguística Interacionista, comprometidas com a compreensão da atividade discursiva nos ambientes virtuais e do reflexo que produzem sobre a aprendizagem. PALAVRAS­CHAVE: Estratégias discursivas; interação; evasão. INTERAÇÃO VERBAL ESCRITA E RETENÇÃO/EVASÃO EM EAD ONLINE Fernanda Barboza de Carvalho Nery [UFPE] [email protected] Karine Maria de Oliveira Lima [UFPE] [email protected] Dilma Tavares Luciano [Orientadora ­ UFPE] [email protected] RESUMO: No Ensino Superior, o problema da retenção e evasão é objeto de estudo de extrema relevância, especialmente em um cenário nacional de larga expansão de ensino público na modalidade de educação a distância (EaD). Em EaD online, de modo especial, investigar em que medida a dificuldade de apropriação dessa ainda nova cultura de ensino­aprendizagem relaciona­se à evasão torna­se temática urgente no âmbito da pesquisa, tanto mais quanto mais alarmantes revelam­se ser os índices também de demanda retida à formação de nível superior, no Brasil. O presente trabalho focaliza essa questão, observando o comportamento verbal dos interactantes nos fóruns virtuais de aprendizagem na Plataforma Moodle, durante os três primeiros anos de um curso de Licenciatura em Letras, ofertado em quatro municípios do Estado de Pernambuco (Ipojuca, Limoeiro, Pesqueira e Trindade), cujo índice de evasão chegou a mais de 50% ao longo do período observado e apenas 4% do total de ingressantes não tem reprovação em qualquer disciplina (alunos blocados). Assim, constituem o corpus da pesquisa as interações verbais nos fóruns referentes à execução de 40 disciplinas do curso mencionado, compondo um total de 722 fóruns descritos, com análise comparativa do comportamento verbal dos alunos blocados – estratégias discursivas de manutenção do jogo interacional; registro linguístico – com aqueles alunos que apresentaram média global no curso inferior a cinco (10% do total de cursistas). Ao identificar as estratégias linguísticas específicas usadas pelos estudantes para manutenção do jogo interacional, objetiva­se identificar se há um comportamento verbal A LINGUAGEM ACADÊMICA E A IDENTIDADE NA PÓS­ MODERNIDADE: DEBATES SOBRE A NATUREZA DE UM FENÔMENO PARADOXAL Fernanda David Vieira [UESB/ PPGCEL] [email protected] Marília Flores Seixas de Oliveira [UESB] marí[email protected] RESUMO: A pós­modernidade é um tema bastante discutido no meio acadêmico e na sociedade em geral. Embora seja um assunto com larga difusão social, ainda não existe um consenso sobre a natureza, temporalidade, origem, potencialidades ou danos desse fenômeno. O fato é que não se podem negar os efeitos paradoxais da pós­modernidade e de seu impacto sobre a cultura e a subjetividade das pessoas. Entende­se, com isso, que qualquer posição eminentemente contrária ou favorável ao fenômeno corre o risco de cair em simplismo ou reducionismo excessivo, uma vez que se trata de assunto bastante complexo e de difícil classificação. Embora não se possa fugir das complicadas tramas dos eventos contemporâneos, tem sido uma tradição da Academia o uso prioritário do discurso acusatório e pessimista sobre a natureza dos acontecimentos recentes, classificados como pertencentes à era pós­moderna. Não se trata de uma negação da complexidade, mas de uma tendência majoritária em abordar o tema a partir de um ponto de vista único que acaba por minimizar ou ofuscar outras posições e acontecimentos. Quando se fala em efeitos desse fenômeno contemporâneo, é comum evocar a linguagem de autoridade, a da Academia, para descrever os impactos sobre os indivíduos e sobre a sociedade. O foco deste trabalho é justamente questionar não o valor de verdade do discurso acadêmico, mas sua posição de “última palavra” sobre o tema. E o sujeito pós­moderno e sua construção identitária? E os benefícios dessa época? E a
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES sociedade, qual é realmente o discurso da sociedade? É em busca de novas abordagens e perspectivas que este estudo foi produzido. Não se pretende, obviamente, chegar ao ponto final ou encontrar a resposta definitiva sobre o assunto. Os acontecimentos contemporâneos fogem a qualquer tentativa de delimitação derradeira. PALAVRAS­CHAVE: Pós­modernidade; discurso; subjetividade; sociedade.
tradição discursiva do Termo, segundo a concepção de Coseriu, observando­ se as características textuais que a demonstram, suas diferenças temáticas, aberturas e fechamentos e marcas textuais. Trata­se de uma pesquisa em andamento, ainda assim, considerações iniciais apontam para a hipótese de uma restrição do gênero Termo em uma fórmula textual mais rígida como a Ata. PALAVRAS­CHAVE: Termo; Tradição Discursiva; irmandade; Linguística Histórica. A TRADIÇÃO DISCURSIVA DO GÊNERO TERMO NA IRMANDADE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS HOMENS PRETOS Fernanda Maciel Ziober [UFPE] [email protected] Marlos de Barros Pessoa [Orientador ­ UFPE] RESUMO: Este trabalho pretende uma reflexão sobre a produção textual das irmandades religiosas formadas por africanos, afro­brasileiros e mulatos, escravos e libertos, durante o séc. XIX. O objetivo da pesquisa é delinear a tradição discursiva do gênero Termo dentro do contexto da Irmandade Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos do Recife entre os anos de 1829­79. A linha temática é da Linguagem e Gêneros/Tradições Discursivas. As irmandades religiosas eram entidades que congregavam pessoas, a princípio, de mesma cor, e serviram largamente de assistencialismo social durante o período da colônia e do Império. Tais entidades tinham caráter privado e laico, sem a necessidade de estímulos de clérigos na parte devocional (Quintão, 2002). Segundo o Concílio de Trento, associações religiosas e as irmandades laicas só podiam ser edificadas sob a égide de entidades religiosas e os bispos tinham a obrigação de supervisioná­las, no entanto, tal norma não se aplicava às colônias europeias além­mar, como no caso do Brasil (Levi, 2006). Quem se tornava um irmão tinha deveres e direitos estipulados pelo Compromisso da mesma e, para ser admitido, tinha de pagar uma taxa de admissão que serviria para construção de igrejas, festas à padroeira, assistência em caso de doenças e funerais. Como se observa pelo próprio catálogo dos arquivos, a produção textual das irmandades normalmente é de caráter administrativo, como livro de contas, inventários, atas, termos, correspondências em geral de notas e recibos, compromissos, listas de nomes dos irmãos e listas de batismos. Propõe­se a análise da IMAGEM DE SI E PATÊMIA NO DISCURSO CONTRÁRIO À SEPARAÇÃO DO PARÁ Fernanda Silva Chaves [UFMG] [email protected] RESUMO: Pretendemos fazer uma reflexão acerca das estratégias de persuasão do discurso de cunho político dos vídeos da campanha contra a divisão do Estado do Pará “Não e não! Ninguém divide o Pará”, protagonizada por celebridades paraenses, como a cantora Fafá de Belém, a atriz Dira Paes, a banda Calypso, entre outras. À luz das teorias da Análise do Discurso, utilizaremos as teorias acerca da noção de ethos e pathos no discurso político para discorrer nossa análise. Para tal, nos valeremos como base teórica das contribuições de Dominique Maingueneau (2006), Ruth Amossy (2008), William Augusto Menezes (2007), Patrick Charaudeau (2002 e 2009), entre outros. Nosso objetivo de análise é refletir sobre a importância dessas duas provas retóricas – ethos e pathos – no discurso contrário à separação do Pará. Como resultados preliminares de nossa análise, podemos afirmar que a escolha dessas celebridades como garotos(as)­propaganda dos vídeos propagandísticos, evidentemente, não foi aleatória. Tampouco, o uso de marcas patêmicas como parte da estratégia persuasiva voltada ao povo paraense, público que expressaria sua opinião contra a ou a favor da separação de seu Estado em um plebiscito inédito em nosso país. Ao mesmo tempo, é na análise da situação de comunicação em si que a Teoria Semiolinguística de Patrick Charaudeau nos fornece as pistas para compreender as relações de poder (e as restrições discursivas) que perpassam a situação de comunicação e determinam as estratégias pressupostamente mais eficazes para agir sobre o outro (coenunciador) na “aventura da linguagem”. Consideramos, por fim, que a Análise do Discurso
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES – enquanto método de pesquisa e teoria ­ se renova e busca, a cada diálogo que estabelece com outras áreas de conhecimento, outros vieses. Estabelece tentativa de dizer sobre nós e sobre as relações sociais que perpassam a forma como nos inscrevemos, pela linguagem, na sociedade e no mundo. PALAVRAS­CHAVE: Ethos; pathos; discurso político; plebiscito; Pará. transforme futuramente em mais uma obra de referência para docentes de ensinos Fundamental e Médio e para estudantes de Letras, concorrendo para um trabalho mais produtivo com gramática do português. PALAVRAS­CHAVE: Ensino Fundamental; Ensino Médio; gramática. ENSINO DE GRAMÁTICA NA BAIXADA FLUMINENSE: CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS Fernando Vieira Peixoto Filho [UFRRJ] [email protected] RESUMO: Nesta comunicação, analisam­se resultados obtidos para a Seção Conteúdos Programáticos, pertencente ao questionário distribuído aos professores no Projeto Ensino de Gramática na Baixada Fluminense – linha de pesquisa: Ensino de Gramática (GMIL – CNPq). Com base no levantamento realizado por Neves, no Estado de São Paulo (Gramática na Escola. São Paulo: Contexto, 1999), o projeto representa um exame de conteúdos programáticos e metodologias de ensino na área de Gramática da Língua Portuguesa, considerando quinze escolas públicas de níveis Fundamental e Médio em quatro municípios da Baixada Fluminense – RJ: Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti. Iniciado em 2010.1, o estudo contempla não somente a delimitação dos conteúdos que os docentes tentam implementar, mas também como os discentes recebem e articulam esses conteúdos na configuração do processo ensino­ aprendizagem. Os objetivos fundamentais podem ser assim descritos: a) analisar a atual realidade do ensino de gramática em escolas públicas da Baixada Fluminense – RJ; e b) identificadas as necessidades dos corpos docente e discente, contribuir para que os materiais didáticos vindouros sejam mais bem alicerçados no que diz respeito aos aspectos mais importantes da gramática do português padrão escrito. Uma vez diagnosticadas as principais dificuldades de professores e alunos no que concerne ao trabalho com gramática do português nos níveis delimitados, e considerando também a comprovação das hipóteses presentes no projeto original (selecionado pela Faperj no Edital APQ1 2009.2), dá­se o contexto adequado à proposição de novas políticas públicas e novos materiais didáticos que encaminhem com maior propriedade o ensino de gramática nas escolas do Grande Rio. Espera­se, desse modo, que esta pesquisa se OS TEMAS TRANSVERSAIS NO LIVRO DIDÁTICO DE LÍNGUA ESPANHOLA Flávia Conceição Ferreira da Silva [UFRPE] [email protected] RESUMO: Uma das principais ferramentas no processo ensino­ aprendizagem de uma língua estrangeira é o livro didático. Em muitos ambientes escolares, o livro é o único instrumento de ensino utilizado pelo docente cuja função, em sala de aula, não é apenas a de promover práticas discursivas que desenvolvam as competências linguísticas do aprendiz na língua meta, mas também a de oportunizar momentos de reflexão sobre temas relacionados à prática da cidadania. De acordo com as Orientações Curriculares do Ensino Médio (2006), o ensino de línguas estrangeiras deve contemplar tanto a aprendizagem das questões linguísticas quanto a reflexão sobre temas transversais. Entretanto, como tais temas relacionados à construção da cidadania estão aparecendo no livro didático? Os livros de língua espanhola, por exemplo, promovem atividades que levam o aprendiz a vivenciar a cidadania através do estudo da língua meta ou tais atividades evidenciam o estudo “cristalizado” do idioma? Os exercícios de compreensão textual evidenciam a promoção de um debate sobre os temas transversais? Quais tipos de texto são apresentados no livro didático com o objetivo de trabalhar aspectos sociais, culturais, históricos relacionados ao espanhol? Para responder a essas questões, pretendemos apresentar uma reflexão baseada na análise qualitativa de dois livros didáticos de língua espanhola, aprovados pelo Plano Nacional do Livro Didático (PNLD) 2012. Desenvolvemos a análise, considerando os estudos de Vygotsky (2008) sobre o sociointeracionismo; Pinto (2008) sobre ensino de língua estrangeira; e Bakhtin (2004) sobre linguagem. Por fim, esperamos que esta reflexão possa instigar no docente a necessidade de apreciar o livro didático de espanhol levando em consideração o estudo de temas transversais necessários ao processo de aprendizagem de uma língua estrangeira.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Livro didático; ensino; língua estrangeira; sociointeracionismo; temas transversais. O PAPEL DA MEMÓRIA E DO PROCESSO INTERDISCURSIVO, EM LÍNGUA ESTRANGEIRA, ATRAVÉS DO CONTO CASA TOMADA Flávia Farias de Oliveira [UFPE/CAPES] [email protected] RESUMO: Este trabalho analisará a memória e o processo de interdiscursividade no conto Casa Tomada, do escritor argentino Julio Cortázar, bem como de que forma memória e interdiscursividade permitem a imersão no universo do outro, por intermédio da língua estrangeira e do texto literário. Analisaremos como a relação entre discursos ativa a memória no leitor, conduzindo­o a produzir novos efeitos de sentido. Abordaremos a questão da intenção, considerando a ilusão de que somos sujeitos­autores de nossos dizeres. No referido conto, pode­se constatar como os sentidos de um texto não residem nele próprio nem nas possíveis intenções de seu autor, uma vez que os gêneros textuais, entre eles os literários, tendem a levar­nos a formular hipóteses acerca de seu significado. Essas hipóteses estão interpeladas por nossa memória discursiva (Foucault, 1997), por tudo o que vivemos e, inconscientemente, incorporamos à constituição de nossos saberes e posições de sujeito diante das realidades vivenciadas. Através do diálogo com outros discursos, resgatados pela memória, e por intermédio do texto literário, surge o conflito que nos põe em contato com o outro e conosco, na medida em que refletimos sobre as condições nas quais nos encontramos dentro dos discursos com os quais dialogamos. Compreende­se, através do processo de interdiscursividade, como o leitor é capaz de formular uma série de divergentes sentidos para o mesmo texto. Questiona­se em que lugar no discurso se encontra e a quais lugares o leitor se remonta na cadeia interdiscursiva para tecer suas hipóteses. Por conseguinte, penetra­se, através da literatura, no universo do outro, bem como nas nuances de sua língua. PALAVRAS­CHAVE: Memória; interdiscurso; língua estrangeira; Literatura. AULA EXPOSITIVA: UM GÊNERO MISTO Francisca Elisa de Lima Pereira [IFRN] [email protected] RESUMO: A aula expositiva é, entre todas as modalidades de aula, o gênero textual mais utilizado pelo professor, além de ser um procedimento didático empregado desde a Idade Média. Apesar de muitas teorias terem surgido desde o seu aparecimento e de muitas delas terem feito críticas severas a esse modelo, ele continua prevalecendo dentre todas as formas de ministrar aula. Por esse motivo, decidimos fazer um estudo linguístico desse gênero textual, uma vez que há muitos estudos na área de educação a esse respeito. Esse gênero apresenta características da modalidade escrita e da modalidade oral, sendo, portanto, um gênero misto. A teoria de base em que nos pautamos foi a Análise da Conversação (SCHIFFRIN, 1994; FÁVERO, 1999; e KERBRAT­ORECCHIONI, 2006), mas recorremos, também, à Teoria dos Gêneros Textuais (MARCUSCHI, 2001). Nosso estudo foi feito a partir da análise de uma aula expositiva (gravada e transcrita) direcionada a estudantes de graduação. Essa escolha deveu­se ao fato de que nesse nível de estudos o professor tem uma maior possibilidade de realizar uma aula em que a participação dos alunos seja efetiva. Acreditamos que este trabalho trará, no mínimo, aos leitores­professores uma reflexão em torno de sua prática docente, além de subsidiá­los com a estrutura composicional de um gênero que muito utilizamos e do qual precisamos estar seguros para que possamos realizá­lo, a cada aula, com mais qualidade. PALAVRAS­CHAVE: Aula expositiva; estrutura; estudo linguístico. O ENIGMA DAS FORMAS LITERÁRIAS Francisca Marta Magalhães de Brito [IFPI/ UFPE­PPGL] [email protected] RESUMO: O estudo das formas literárias e de sua evolução dos tempos de Homero ao Romantismo, “aterrissando” na contemporaneidade, constitui o objetivo desta comunicação. A relação entre o Sujeito no mundo e o Mundo é compreendida como interativa e movente, tendo em vista que as mudanças que o sujeito opera em sua realidade social a ele retornam, provocando­lhe inúmeras e inomináveis transformações, em movimentos cíclicos e intermináveis, que, por sua vez, são “devolvidas” ao meio, em forma de
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES transformações outras. A análise do sujeito no mundo tem enfoque formal, segundo os pressupostos básicos da Teoria da Literatura. O núcleo articulador da discussão consiste na leitura da obra A Teoria do Romance, de Georg Lukács, que se fará presente em toda a extensão desta análise, tendo em vista as suas amplitude e profundidade. O enigma da dissonância do Eu será abordado também à luz de autores que analisam esse fenômeno, em tempos realistas e contemporâneos, na tentativa de elucidar a evolução das teorias sobre as formas literárias, que visam a justificar, ou até, a preencher possíveis lacunas deixadas pela perda do sentido totalizante ou da essencialidade da vida. O olhar que será lançado sobre essas questões não se desviará da concepção de poesia, inerente ao trabalho da linguagem literária. PALAVRAS­CHAVE: Sujeito; realidade; dissonância; enigma; linguagem. representação dos padrões linguísticos. No modelo de exemplos, proposto por Bybee (2010), quando duas palavras são usadas juntas, elas desenvolvem uma relação seqüencial denominada pela autora de chunk. De acordo com Bybee, a força desse chunk (ou construção na teoria de Goldberg) é determinada pela frequência de uso. PALAVRAS­CHAVE: Frame; Gramática de Construções; Gramática de Uso; relações de herança. RELAÇÕES DE HERANÇA ENTRE CONSTRUÇÕES – O CASO DO FRAME AMEDRONTAR Gabriele Cristine Carvalho [IFMG /UFMG] [email protected] Evelyne Dogliani RESUMO: Tomando como base o arcabouço teórico da Gramática de Construções de Goldberg (1995) e da Gramática de Uso de Bybee (2010), pretende­se descrever as relações de herança entre as construções instanciadas pelo frame AMEDRONTAR. Segundo Goldberg (1995), as construções são pares de forma e sentido, sendo que a forma ou o sentido não são previsíveis das partes da construção ou de outras construções existentes. Além disso, a autora postula que uma construção pode motivar a existência de outra, ou seja, que uma construção B pode herdar todas as propriedades de uma construção A, desde que essas propriedades não entrem em conflito com as suas próprias propriedades. Em Carvalho (2008), observei que o predicado AMEDRONTAR apresentou diferentes realizações sintáticas no corpus de língua oral, gravado com os moradores da cidade de Santa Luzia/MG. Foram encontradas as seguintes estruturas: ficar com medo, fazer medo, estar com medo, passar medo, morrer de medo. Neste trabalho, essas realizações sintáticas serão tratadas como construções e serão observados os dados do século XIV ao século XX do corpus diacrônico da pesquisa de Madureira (2000), para que se possam definir as relações de herança entre essas construções. Também será observado o papel da frequência na TEXTO E ENSINO: UM DOMÍNIO MULTIDISCIPLINAR Geralda de Oliveira Santos lima [UFS] [email protected] Maria Leônia Garcia Costa Carvalho [UFS] [email protected] RESUMO: Atualmente, verifica­se que os estudos da Linguística Textual (LT) têm assumido relevância considerável em âmbito multidisciplinar. Esses estudos têm procurado, cada vez mais, dialogar com outras correntes teóricas (a Psicologia Cognitiva e Social, a Filosofia da linguagem, a Linguística Aplicada, a Sociolinguística Interacional, a Análise da Conversação etc.). Isso porque os próprios conceitos de texto foram retomados e enriquecidos por diversas novas formulações teóricas e revisões de concepções anteriores. O nosso propósito, aqui, é procurar mostrar o percurso de aproximação dos estudos textuais com a questão do ensino­ aprendizagem de língua na escola, já que o texto é o melhor ponto de partida e de chegada para o ensino da língua nas práticas escolares (MARCUSCHI, 2008). Na década de 90, numa perspectiva bakhtiniana, a LT passa a adotar uma concepção sociocognitivo­interacional, na qual os sujeitos são vistos como atores sociais e o texto como o próprio lugar da interação onde eles se constroem e por ele são construídos (KOCH, 2008). Com base nesses pressupostos, tem surgido uma série de questões relevantes para a compreensão dos sentidos do texto, as quais passam a ocupar o centro de novas investigações, como a referenciação (MONDADA; DUBOIS, 2003), entre tantas outras questões teórico­analíticas que se encontram fundamentadas nos trabalhos de Koch e Marcuschi (1998), Cavalcante et al (2010), Bentes (2010), van Dijk (2004), Adam (2008), Hanks (2008). Em consonância com esses teóricos, podemos postular que o ensino do texto não se limita, apenas, à organização do material linguístico, visto como produto
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES acabado, delimitado, mas, sim, como um processo, ao mesmo tempo em que a linguagem humana é utilizada para interagir com o(s) outro(s) e/ou com o mundo. Vem daí o interesse por um estudo que verifique como o texto é apresentado, compreendido e produzido no ambiente escolar. PALAVRAS­CHAVE: Texto; interação; ensino. Giezi Alves de Oliveira [UFRN] [email protected] O FATOR SEMIÓTICO DA MESTIÇAGEM E DA INTERCULTURALIDADE NA DRAMATURGIA SUL­ MATOGROSSENSE Gicelma da Fonseca Chacarosqui Torchi [UFGD] [email protected] RESUMO: A dramaturgia vem, a cada ano, e como reflexo direto de evoluções no campo, nao só do social, mas também sendo o resultado de subjetivações, renovando­se esteticamente, incluindo a preocupação de ser também objeto de expansão de linguagem, com experimentos em que a própria grafia e o papel podem funcionar também como tela a aportar uma obra que tende a ser também visual – experimentos que trazem avanços de linguagem dentro da própria lógica de sua estrutura. Texto é linguagem e linguagem é cultural e em Mato Grosso do Sul essa cultura é mestiça. A mestiçagem é um adágio da mediação que se desempenha nos intervalos, nos interstícios, nas fronteiras a partir dos cruzamentos e das trocas, pertence ao território do ato e procede ao deslocamento do que se tinha como categorial, colocando, assim, em questão princípios, nomeadamente o princípio da interculturalidade. Este paper objetiva abordar a rica e estratificada cultura traduzida em significativas produções artísticas sul­ mato­grossenses (música, dança, literatura, teatro, pintura, escultura, cinema), verificando particularmente a dramaturgia de Cristina Mato Grosso, no texto dramatúrgico Pedro Palito o Izoneiro e o Toro Candil, como fator semiótico de mestiçagem e interculturalidade. PALAVRAS­CHAVE: Dramaturgia; mestiçagem; interculturalidade; Semiótica; cultura sul­mato­grossense. COMPREENSÃO DE TEXTOS E SIMULAÇÃO: PERCEPÇÃO, AÇÃO E REPRESENTAÇÃO MENTAL RESUMO: O que já sabemos sobre a linguagem é que ela é flexível, adaptável a mudanças e é perspectivista, ou seja, não espelha o mundo, mas o constrói a partir da cognição humana. Além disso, significados, sejam eles linguísticos ou não, estão associados a conhecimentos prévios e fundamentam­se em nossas experiências individuais e coletivas ao tentarmos significar um texto, por exemplo. Desse modo, construímos representações situacionais em conjunto com representações baseadas em textos, criando uma realidade para uma sucessão de acontecimentos relacionados às nossas experiências sensório­perceptuais, motoras e simulação mental. O objetivo deste trabalho é verificar em que medida nós, enquanto leitores, compreendemos narrativas e transformamos eventos em cadeias causais, constituídas de episódios ainda mais elementares. Partimos da hipótese de que durante o processo de compreensão de uma narrativa está envolvida uma simulação mental de base, associada a modelos de situação, esquemas e frames. Esses elementos seriam responsáveis por nos orientar no mapeamento das nossas percepções acerca das ações e objetivos das personagens envolvidas na história, fazendo emergir em nossa mente uma representação mental dos eventos descritos no texto. Este trabalho está inserido na Linguística Cognitiva de base corporificada e a metodologia é de natureza introspectiva com aplicação de alguns experimentos para coleta de dados. Desse modo, esperamos que os resultados deste trabalho possam contribuir para os estudos cognitivos da linguagem acerca da compreensão de textos predominantemente narrativos. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem e cognição; simulação mental; modelos de situação; esquemas; frames. AS IMAGENS LITERÁRIAS NO CONTO MARAVILHOSO O LOBO E A LAGOA DE LULA CÔRTES NUMA PERSPECTIVA SEMIÓTICA Giselle Barbosa de Aguiar Melo [email protected] Júlio Flávio da Silva [FAFIRE] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: O trabalho tem como objetivo analisar o conto O Lobo e a lagoa (2008) do autor Lula Côrtes, numa perspectiva semiótica, com base nas ideias de Charles Sanders Peirce. A escolha do autor e do conto abordados deu­se a partir do interesse em se utilizar um corpus de autoria pernambucana e contemporânea. A questão da contraposição entre realidade concreta e realidade abstrata é abordada tendo em vista reflexões teóricas de Bella Jozef, (1986), passando pela exploração da relação entre realidade, mito e utopia. A definição do gênero maravilhoso aparece conforme Todorov, que o define como gênero afim ao fantástico. Ele procura a fundamentação do gênero literário no interior do texto, mas busca características externas ao literário, baseando­se na oposição normal/anormal, própria do mundo exterior, de um espaço não libertado dos valores sociais nem da literatura. São tecidos comentários sobre os símbolos (mitos e lendas) contidos na narrativa e suas relações no decorrer da estória, bem como se submetem a exame tanto a criação artística quanto o estudo da forma do conto. A criação artística literária do conto fantástico é tratada segundo o pensamento de Júlio Cortázar (2006). Por conseguinte, segue o estudo detalhado sobre a estrutura morfológica do conto selecionado, com base em Vladimir Propp (2006). PALAVRAS­CHAVE: Conto maravilhoso; análise semiótica; morfologia. para o ensino de Língua Portuguesa dessa proposta curricular à luz dos postulados de Bakhtin e Volochinov (1992) e Bakhtin (2003) acerca da natureza da linguagem. Também nos apoiamos nos estudos sobre currículo realizados por Coll (1997), Marinho (1996/2001), Britto (2005), entre outros. Os resultados evidenciaram uma forte influência da teoria bakhtiniana na perspectiva de ensino de língua assumida pelo documento em foco. Nesse sentido, esperamos que este estudo possa fomentar novas discussões acerca do currículo de Língua Portuguesa, com vistas a uma ressignificação das práticas docentes, e, por conseguinte, contribuir para um ensino de língua mais relevante. PALAVRAS­CHAVE: Currículo; ensino; língua. INTERFACES ENTRE A TEORIA BAKHTINIANA E O CURRÍCULO DE LÍNGUA PORTUGUESA: IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO Gustavo Henrique da Silva Lima [UFPE] [email protected] RESUMO: Na tentativa de nortear políticas públicas voltadas à melhoria da qualidade do ensino das escolas da rede pública no Brasil, várias propostas curriculares foram elaboradas e implementadas ao longo destes últimos anos. No Estado de Pernambuco, por exemplo, foi criada, recentemente, uma Base Curricular Comum para as Redes Públicas de Ensino de Pernambuco (BCC­ PE) para o componente curricular de Língua Portuguesa, cujo objetivo central é contribuir e orientar os sistemas de ensino, na formação e atuação dos professores da Educação Básica (PERNAMBUCO, 2009, p. 10). Sendo assim, este trabalho se propôs a identificar alguns pressupostos bakhtinianos subjacentes a BCC­PE, bem como as implicações de tais pressupostos para o ensino de língua materna. Para tal, analisamos os princípios orientadores OS CRUZAMENTOS VOCABULARES E AS MOTIVAÇÕES FONÉTICO­FONOLÓGICAS Gustavo da Silveira Amorim [IFAL / UFPE­PPGL] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem o proposto de fazer uma revisitação nos estudos sobre a dinamicidade da língua no que diz respeito aos processos de criação de novos vocábulos, os cruzamentos vocabulares (namorido, temeridade, pescópia ), sobretudo no que compete ao Português do Brasil. Além dos aspectos voltados aos neologismos, esta pesquisa analisará os processos e as motivações fonético­fonológicas que condicionam ou influenciam o comportamento dos mecanismos desse processo de criação lexical. Utilizaremos, para isso, alguns estudos já existentes no Português Brasileiro referente ao processo em xeque. O corpus selecionado foi composto de dados retirados da imprensa, sobretudo das colunas de humor, além das observações da fala cotidiana e vocábulos já apurados em outros trabalhos. Para composição teórica deste estudo, nos basearemos nos pressupostos de Sandmann (1996), Basílio, (2010) Villalva (2000) e Bisol (2006). No entanto, esses estudos se situaram apenas no nível morfológico, por isso a necessidade de uma investigação voltada aos aportes fonéticos e sintáticos. Percebemos que muitas das regras já existentes no léxico do Português, sobretudo, no que se refere aos processos de formação, também se aplicam a esses vocábulos, corroborando para a validação e legitimação desses novos termos.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Neologismos; cruzamento vocabular; fonética; morfologia; sintaxe. MULHERES E/NA POLÍTICA: ESTRATÉGIAS DE CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA NO DISCURSO POLÍTICO Herimatéia Pontes [UFPI] [email protected] RESUMO: Uma das grandes mudanças no cenário político brasileiro foi a eleição de Dilma Rousseff como a primeira mulher a chefiar o país como Presidente da República. A mitigação dos aspectos de gênero (social), nessa eleição em particular, é dificilmente considerada no discurso político sobre ela. Quais são os efeitos sociais e políticos dessa representação discursiva da identidade social da presidente eleita? Neste trabalho, verificamos algumas das estratégias linguístico­discursivas, sobretudo, as estratégias de nomeação e predicação, empregadas pelos atores sociais enquanto recursos retóricos de identificação/representação de si e dos outros no processo de auto e hetero­ atribuição de identidade no campo da política, como um efeito de um conjunto de práticas sociodiscursivas. Como base teórico­metodológica para este estudo, nos baseamos na abordagem histórico­discursiva de análise do discurso (cf. van Leeuwen & Wodak (1999), Reisigl & Wodak (2001), Meyer & Wodak (2001), Wodak & Krzyzanowski (2008) etc.), comprometida com a Análise Crítica do Discurso e tem como foco a análise dos discursos políticos e discriminatórios, bem como em teorias pós­estruturalistas de identidade social (cf. Wodak 2001, Hall 1996, Billig 1991, Muntigl et al 2000, Fairclough 2003 etc.). Através da análise de gêneros típicos do campo político (discursos, notícias e entrevistas políticas) coletados das esferas públicas governamental e não­governamental, este estudo nos mostra que certas construções identitárias funcionam como mecanismos de legitimação de grupos de poder e de manutenção de um estado de coisas específico bem como servem para a deslegitimação da participação democrática e da promoção da igualdade de gênero social no campo político. PALAVRAS­CHAVES: Identidade; discurso político; abordagem histórico­ discursiva. O COTIDIANO NA EDUCAÇÃO: REFLEXÕES E PESQUISAS SOBRE PRÁTICAS DE PROFESSORES Hérica Karina Cavalcanti de Lima [UFPE] [email protected] Ewerton Ávila dos Anjos Luna [UFRPE] [email protected] RESUMO: Há diferentes formas de conceber o cotidiano e, para cada uma dessas formas, uma abordagem teórica. Sabendo, então, da vasta discussão que cerca esse objeto de investigação, situamos a discussão sobre o cotidiano no âmbito da educação, fazendo, para tanto, algumas reflexões sobre as práticas dos professores, questionando: por que refletir sobre o cotidiano na escola? E por que pensar as práticas dos professores nesse cotidiano? Nessa perspectiva, a partir da reflexão acerca de ideias e conceitos da fabricação do cotidiano segundo André (1992), Certeau (1994), Ferreira (2003) e outros, propomo­nos, neste trabalho, a refletir sobre algumas pesquisas realizadas no Programa de Pós­Graduação em Educação da UFPE que partem dessa abordagem teórico­metodológica para analisar práticas de professores, destacando suas contribuições para os estudos em educação. A partir dos resultados, concluímos que refletir sobre a vida cotidiana na escola exige o conhecimento não apenas das relações sociais nela existentes e das influências políticas por ela sofridas, mas também – e sobretudo – o conhecimento da construção de saberes que nela se dá, uma vez que as práticas de professores é um locus de realização de estratégias e táticas por parte professores. Trabalhos como esse são de grande relevância, pois indicam o lugar das discussões sobre o cotidiano nas pesquisas educacionais e a importância dessas reflexões para a construção de práticas educativas significativas. Além disso, contribuem de alguma forma para o que se tem estudado sobre a vida cotidiana, as práticas de professores e a educação. PALAVRAS­CHAVE: Cotidiano; práticas de professores; fabricação do cotidiano. COMO LGBT SÃO REPRESENTADOS/AS NA FOLHA DE SÃO PAULO? Iran Ferreira de Melo [USP] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] RESUMO: Esta comunicação relata o estudo de como lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBT) – indivíduos de identidades historicamente excluídas da sociedade brasileira – são representados/as no discurso verbal de textos noticiosos publicados no jornal impresso de maior circulação do Brasil, Folha de S. Paulo. O material que serve de corpus à análise é composto por notícias sobre a realização do evento denominado Parada do Orgulho LGBT, ação coletiva organizada por grupos que atuam como militantes contra a homofobia e pela garantia de direitos sociais de LGBT na cidade de São Paulo. São textos sobre todas as edições desse evento lançados no dia e na data posterior em que ele ocorre. O trabalho propõe investigar o discurso produzido nessas notícias, identificando e interpretando os recursos léxico­gramaticais potencialmente capazes de produzir representações sobre os atores envolvidos nas paradas, a fim de aferir a participação do jornal na construção de sentidos sobre LGBT durante sua atuação política nas edições desse evento. Para tanto, essa investigação segue os pressupostos teórico­metodológicos de epistemologias críticas nos estudos linguísticos contemporâneos, particularmente aqueles cunhados no interior da Análise Crítica do Discurso (ACD) e notadamente no enfoque feito pelo linguista Theo van Leuween (2008) acerca de grupos nominais, em especial sobre itens lexicais que realizam a representação de atores sociais. Apresentaremos os resultados da análise desses itens, caracterizando e interpretando a significação desses elementos no processo de representação de LGBT em nossos dados. Diante disso, conforme van Leeuwen (2008), destacaremos os mecanismos mais frequentes de representação (generecização, especificação, associação, entre outros) desses atores no jornal supracitado, de modo que avaliaremos, assim, o discurso construído sobre tal população – em suas práticas de ativismo político – no periódico mais lido em nosso país. PALAVRAS­CHAVE: LGBT; Folha de São Paulo; discurso. O DISCURSO PUBLICITÁRIO COMO TESTEMUNHA DAS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E POLÍTICAS DO RECIFE NA DÉCADA DE 1920 Isabel Pauline Lima de Brito [IFPE/ Campus Recife] [email protected] Douglas da Silva Tavares [IFPE /Campus Recife] RESUMO: Este trabalho objetiva estudar como a publicidade refletiu as transformações de naturezas política, econômica e social ocorridas na cidade do Recife durante os anos 20 do século XX. Inserindo­se, assim, na perspectiva dos estudos relativos à LINGUAGEM, IDENTIDADE E MEMÓRIA, seguimos as linhas metodológicas expressas por Burke (2010) e Burke & Porter (1994) para os quais a História de uma dada língua deve ser realizada considerando os fenômenos não só de natureza linguística como também os de natureza social, ou seja, têm que abordar os aspectos econômicos, políticos e culturais dos povos usuários da língua estudada para melhor entender seus eventos históricos. Esta perspectiva é conhecida como HISTÓRIA SOCIAL DA LÍNGUA. Nosso trabalho tomou como corpus 20 textos publicitários que anunciavam produtos industrializados importados dos EUA. Com o objetivo de chegar a conclusões satisfatórias, tomamos como fonte de dados históricos os trabalhos de Souza Barros (1985), Moura (1991) e Rodrigues (1997), para uma compreensão dos fenômenos de natureza política, histórica, social e econômica da cidade do Recife nas duas primeiras décadas do século XX. Também buscamos os trabalhos de Graf (2003), Carvalho (1993) e Carvalho (2004) para um entendimento dos aspectos sociolinguísticos do texto publicitário, suas nuances históricas e culturais, como também as possíveis influências que este texto pode causar na e sofrer da sociedade. Com esses referenciais teóricos, operamos uma análise das diferentes peças publicitárias coletadas de jornais pernambucanos da época em questão. Ao fim do presente trabalho, concluímos que os textos publicitários analisados são testemunhas do início da entrada mais sistemática da cultura e da língua dos Estados Unidos, isso como resultante de uma política de dominação ianque entre nós. E, ainda, podemos reconstruir as formas de interação desses textos com a sociedade de então. PALAVRAS­CHAVES: Linguística Histórica; História Social do Português de Pernambuco; publicidade; cultura. QUESTÕES DE GÊNERO E LINGUAGEM: QUANDO O RÓTULO NÃO NOS CONFUNDE Janeide Maia Campelo [UFRN/PPgEL] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: O velho sem nome que espera na estação a chegada do novo convidado, o caixeiro­viajante lamuriento que nunca se demorava em casa e volta um dia para morrer, o marido solitário que, isolado num quarto de hotel, ensaia a navalha no pescoço... São esses os retratos das personagens de estreia do curitibano Dalton Trevisan na literatura brasileira. Ao volume composto por trinta contos e intitulado Novelas nada exemplares (1959), Carpeaux (1960) reagiu “sem surpresa”, qualificando­o de ennuyeux além de estruturalmente incompatível com o gênero novela , portanto, indigno de evocar as Novelas Ejemplares de Cervantes. Ao compreendermos que o gênero textual constitui uma das condições da emergência da obra literária e que a categorização textual ganha força ao estabelecer disparidade com o que o texto parece mostrar, nosso trabalho se propõe, a partir da Análise Textual do Discurso, tal como concebe Dominique Maingueneau, analisar o processo de autocategorização da obra enquanto ato de posicionamento de um autor paratópico, na medida em que reflete nesta e na construção de seus personagens a negação de uma sociedade que os exclui e os nutre. Para tal, partimos dos conceitos de Paratopia, Genericidade e Cena Enunciativa (MAINGUENEAU, 2006). Por fim, procuramos mostrar a influência das atividades de linguagem contemporâneas sofrida pelo autor no processo de categorização da cena de enunciação construída pelo texto ao “captar” uma categoria genérica de seu tempo e legitimar o exercício da fala literária. PALAVRAS­CHAVE: Análise Textual do Discurso; gêneros discursivos; cena enunciativa; Dalton Trevisan. nas discussões trazidas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). Tais perspectivas teóricas articulam­se com o conceito de identidade social a partir do que Ochs (1993) define como stances (posturas). Para essa autora, os falantes tentam estabelecer suas identidades sociais partindo do desempenho de atos sociais específicos. O primeiro objetivo deste estudo é contribuir para o processo do ensino­aprendizagem por meio de teorias que permitam a construção conjunta do desenvolvimento de práticas orientadas pela noção de gênero textual. Metodologicamente, este estudo apresentou três fases: i) análise de alguns gêneros textuais de caráter multimodal; ii) verificação de resultados obtidos com o uso de gêneros, tendo em conta a emergência de identidades sociais; e iii) contribuição para descontruir o fundamento da gramática tradicional desvinculada do uso dos gêneros textuais. Alguns resultados importantes mostram que o processo de ensino­ aprendizagem de língua materna com o uso de gêneros textuais diferenciados foi diretamente beneficiado pela consideração dos aspectos multimodais atrelados ao aprendizado e à identificação social dos sujeitos envolvidos no ensino de língua materna. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros Textuais; ensino­aprendizagem; identidade social; língua materna. GÊNEROS TEXTUAIS E IDENTIDADES SOCIAIS EM SITUAÇÕES DO ENSINO­APRENDIZAGEM DE LÍNGUA MATERNA Jorge França de Farias Jr. [UFRPE] [email protected] / [email protected] RESUMO: Embora haja um amplo debate nos meios acadêmicos de que o ensino­aprendizagem de língua materna deva contemplar o ensino de gramática atrelado a uma prática textual, verifica­se, ainda, um abismo enorme que separa esses dois contextos. Partindo desse princípio, pretendo discutir a aplicação do gênero textual, em sua multimodalidade, como um recurso incentivador da aprendizagem e da construção de identidades sociais nas escolas públicas de Ensino Fundamental. A noção de gênero utilizada, aqui, respalda­se nas considerações de Marcuschi (2003; 2008), assim como IDENTIDADE, DISCURSO E PODER DO MORADOR DE RUA: A CONSTRUÇÃO DE UMA UTOPIA ATRAVÉS DO J ORNAL AURORA DA RUA Jose Gomes Filho [IFBA] [email protected] RESUMO: Busca­se compreender como o morador de rua se significa como sujeito a partir dos textos do jornal Aurora da Rua (street papers), cuja produção e venda são feitas, em diferentes pontos da cidade, pelos próprios moradores de rua da comunidade da Trindade, situada na cidade baixa, em Salvador (Bahia). Na materialidade dos textos e das imagens, a pesquisa procura identificar o ethos discursivo: a imagem que o morador de rua faz de si mesmo, a imagem que ele faz do jornal e da comunidade a que está vinculado, a imagem que ele faz dos outros, como o público comprador, os voluntários, os visitantes, os pesquisadores. A partir de um arcabouço teórico interdisciplinar, vão­se usar as ferramentas teóricas da Análise do Discurso da linha francesa de Michel Pêcheux (1997), descrevendo mais do que a
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES formação discursiva que legitima a visibilidade do morador de rua, o funcionamento discursivo daquilo que é publicado no jornal, considerando as condições de produção em que está presente uma prática social desse sujeito que vive nas ruas ou em comunidade e que constrói uma representação social oposta àquela representação hegemônica da sociedade de consumo que se caracteriza pelo apagamento, pela humilhação de sua existência. Com a Semiótica greimasiana, busca­se identificar, no nível narrativo dos textos e das imagens, como o morador de rua consegue ser competente nas modalidades do querer/dever/saber/poder, saindo de um enunciado de estado para um enunciado de ação (querer­fazer, dever­fazer, saber­fazer, poder­ fazer), seduzindo, tentando, provocando ou intimidando o leitor do jornal para uma representação positiva do morador de rua e, no nível discursivo, a partir das enunciações presentes no corpo do jornal, relacionar as ideologias, as representações às diferentes figuratizações presentes nos textos. PALAVRAS­CHAVE: Identidade; discurso; poder; mídia; exclusão. teóricas e metodológicas da Análise do Discurso de linha francesa proposta por Michel Pêcheux; e às noções de identidade como movimento na história e a incompletude do discurso, sujeito e sentidos, propostas por Eni Orlandi. A pesquisa foi realizada com 6 (seis) acadêmicos e 2 (dois) docentes que vivenciaram a disciplina de Técnica Vocal do curso de Licenciatura em Música da Universidade X. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas e analisados sob a luz da Análise do Discurso da Linha francesa. Quanto ao funcionamento do discurso, foram identificadas afirmações identitárias da voz cantada frente ao modo estabelecido como correto pela tradição erudita; a existência de embates que geravam deslocamentos e movimentos identitários por parte de alguns e reafirmação identitárias por parte de outros; e reações diversas a esses embates por parte dos docentes das disciplinas ligadas à produção da voz cantada. PALAVRAS­CHAVE: Análise do Discurso; voz cantada; identidade. ANALISE DOS DISCURSOS ACADÊMICOS SOBRE A IDENTIDADE DA VOZ CANTADA VARIAÇÕES LEXICAIS SOBRE O CATIMBAU NO ATLAS LINGUÍSTICO DE BUÍQUE José Reginaldo Gomes de Santana [UNICAP /IFPE] [email protected] Nadia Pereira Gonçalves de Azevedo [UNICAP] [email protected] RESUMO: Os discursos em defesa do “jeito de cantar”, da técnica vocal, da tradição regional e das diferentes maneiras de produção da voz cantada inserem­se na perspectiva da afirmação de uma identidade. A existência desses discursos no ambiente acadêmico acarreta conflitos com os discursos técnicos relacionados à utilização da voz cantada em determinadas disciplinas do curso de Música. Esta pesquisa teve como objetivo geral analisar os discursos acadêmicos sobre as identidades da voz cantada em uma universidade X. Foram estabelecidos objetivos específicos na analise dos discursos de afirmações identitárias caracterizadoras da posição do sujeito frente à contemporaneidade; frente ao modo estabelecido de cantar pela tradição do canto; e de afirmações de docentes com relação a esses discursos e na reflexão e tomadas de decisão no processo de ensino­aprendizagem. Recorreu­se a conceitos e teorias relativos à identidade, à modernidade (Hall, Canclini), à produção de voz (Mara Behlau, Zumthor, Travassos); às bases Joseane Cavalcanti Ferreira [UPE] [email protected] RESUMO: A presente comunicação tem por objetivo apresentar uma amostra das variações lexicais encontradas no Atlas Linguístico de Buíque (ALiBui), contemplando as respostas ao Questionário Semântico­Lexical Específico sobre o Parque Nacional do Catimbau – eleito em 2007 uma das sete maravilhas do Estado de Pernambuco, além de ser considerado, conforme ISSA (2006), o segundo maior sítio arqueológico do país, tanto pela quantidade de pinturas rupestres quanto pelo valor histórico. A pesquisa se baseou nos pressupostos metodológicos da Dialetologia e nos preceitos da Geolinguística. A escolha dos pontos e a caracterização dos informantes seguiram as orientações do projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB). Os resultados apontam mais variantes para as perguntas sobre o nome da serra que parece o formato de um animal, sobre o tipo de vegetação que é comum encontrar no parque e como se chamam aqueles buracos grandes que as pessoas costumam visitar no Catimbau e são feitos de rocha . A pesquisa é pioneira em Buíque, sendo essa a primeira localidade a ter um atlas linguístico municipal no Estado de Pernambuco. Por isso, espera­se que, a partir dele, muitos outros atlas municipais e regionais venham a ser
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES realizados. Além disso, os resultados encontrados poderão ser usados futuramente na comparação com outras pesquisas de caráter semelhante, e assim, contribuir com a construção do Atlas Linguístico de Pernambuco (ALiPE). PALAVRAS­CHAVE: Variação lexical; Dialetologia; Atlas Linguístico; Buíque. Da mesma forma, este estudo torna­se de fundamental importância para que conheçamos e/ou aprofundemos os nossos conhecimentos de mundo e de cultura através da linguagem. PALAVRAS­CHAVE: Auto de partilha; edição; resgate cultural; humildes­ Bahia. EDIÇÃO, INFORMAÇÃO E PRESERVAÇÃO: EIS O TRIPÉ DO LABOR FILOLÓGICO EM DOCUMENTOS BAIANOS DOS SÉCULOS XIX E XX ABREU E LIMA, EDITOR: GÊNERO J ORNALÍSTICO E LUTAS LIBERTADORAS DO SÉCULO XIX Josenilce Rodrigues de Oliveira Barreto [UEFS/PPGEL] [email protected] Rita de Cássia Ribeiro de Queiroz [Orientadora ­ UEFS] RESUMO: O homem sempre sentiu a necessidade de perpetuar a sua história para que as gerações posteriores viessem a conhecê­la. Inicialmente essa tarefa de conservação de identidade social não era tão simples de ser feita, pois, em tempos remotos, era indispensável que houvesse alguém que guardasse em sua memória os fatos importantes referentes a determinado povo. Mais tarde, com o surgimento da escrita, a preservação dos fatos foi facilitada, pois possibilitou, de forma mais sólida, que os descendentes conhecessem o modus vivendi da comunidade linguística a que pertenciam. Assim, através dos textos escritos surgiu a possibilidade real e concreta de conhecermos a cultura de outros. Partindo­se desse pressuposto, é que será apresentada neste trabalho a edição semidiplomática de dois autos de partilha, documentos jurídicos do início do século XX, relacionando a atividade escrita ao estudo da memória cultural. Este estudo está vinculado ao conteúdo do texto, que revela as faces da sociedade que o produziu. O documento jurídico em questão comprova a partilha amigável do Senhor Archimimo Alves de Amorim pertencente à comunidade baiana de Humildes­ BA, datado de 1900, com dezessete fólios e constante do acervo do CEDOC (Centro de Documentação e Pesquisa – UEFS), em que se pode perceber claramente que todos os bens referem­se a coisas relacionadas com a vida no campo, tais como, prensa, casa de farinha, casa de secar fumo, bulandeira e outros, que ao longo do manuscrito vai demonstrando como esse grupo vivia naquela época, ou seja, a sua cultura. Conhecer o modo de vida que a sociedade do início do século XX levava é muito importante para que a preservação cultural ocorra e a cultura possa ser transmitida a posterioridade. Juan Pablo Martín Rodrigues [UFPE] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem como objeto pesquisar a atuação de Abreu e Lima como editor do jornal A Barca de São Pedro e seu papel nos movimentos liberais do século XIX. Segundo Marcuschi (2007), os gêneros discursivos constituem ações sociodiscursivas que agem sobre o mundo, constituindo­o. Bakthin (1992) postula os gêneros discursivos como correias de transmissão entre a história da sociedade e a história da linguagem. Assim, optou­se por trabalhar com o sócio­interacionismo discursivo proposto por Bronckart (1999) e Marcuschi (2008) para análise dos gêneros. Ao verificar como se dão as ações comunicativas e a organização textual nesses periódicos, estarão se recuperando suas condições de produção, situando­os historicamente. O corpus está constituído por 20 números do jornal A Barca de S. Pedro, publicados entre 09 de junho e 16 de outubro de 1848. Através da sua estrutura podem­se recuperar indícios da atmosfera da Revolução Praieira e da afirmação do Brasil como nação dentro do âmbito das lutas dos Libertadores latino­americanos, das quais Abreu e Lima fora protagonista ativo. As motivações político­filosóficas liberais se revelam essenciais para compreender a importância dos jornais como peças­chave na articulação e na divulgação de ideias dos diferentes grupos engajados na configuração social da época, utilizando gêneros veiculados nos jornais para isso. Dessa maneira, se verificam as peculiaridades desse periódico político, o que, de certa forma, restringe as possibilidades de gêneros encontradiços no suporte jornal. Espera­se contribuir com a análise da linguagem, com o resgate da memória de Abreu e Lima e da imprensa pernambucana como instrumento de luta, o que pode fundamentar uma oportuna reflexão sobre a identidade de Pernambuco e do Brasil, para inseri­los de vez na história e na cultura da América Latina.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Imprensa pernambucana do século XIX; gêneros jornalísticos; Abreu e Lima; sócio­interacionismo discursivo. LINGUAGEM, IDENTIDADE E MEMÓRIA NA CLÍNICA DO AUTISMO Juliana Cáu Durante [UFPE] [email protected] RESUMO: Desde a década de quarenta, quando da invenção do conceito por Leo Kanner (1943), o autismo se encontra em um campo controverso entre causas de origem psicogênicas ou organogênicas, colocando durante muito tempo os pais dos autistas ora num lugar de culpados pelo sofrimento do filho, ora num lugar de desimplicados. E foi então que, com o objetivo de investigar o discurso do “especialista” sobre o lugar dos pais na clínica do autismo, analisamos os “depoimentos” de quatorze profissionais que compõem a equipe do CPPL – instituição psicanalítica do Recife que há trinta anos trabalha com questões ligadas ao desenvolvimento de crianças e jovens em sofrimento psíquico, dentre as quais, aquela que se convencionou denominar de “autismo”. Analisando os corpora à luz dos pressupostos teórico­metodológicos da Filosofia da Linguagem do Círculo de Bakhtin (2003; 2004; entre outros) e da Análise do Discurso Francesa (MAINGUENEAU, 2005) dando especial ênfase ao conceito de memória discursiva, objetivamos investigar justamente a relação de aparecimento do conceito de autismo, nas duas vertentes teóricas ora apresentadas e aquilo que fundamenta seus discursos e o lugar dos pais neste tipo de construção identitária. Os resultados puderam sugerir que tais profissionais dialogam e reafirmam em seus discursos, construções de sentido que remetam ao caráter mutável e adjetivo de estar em sofrimento psíquico, ao se referirem ao conceito de autismo, desconstruindo, sentidos que apontem para a fixidez que este conceito impõe aos indivíduos assim descritos. Pôde­se concluir que, num movimento discursivo de transformação plural, descrito pela presença da memória discursiva de outros, devolveu­se aos pais, agora colocados na posição de implicados no sofrimento do filho, a capacidade de cuidar , construindo novas formas de redescrição, resituando­os, de um lugar de responsabilidade pela via da culpa , em um lugar de responsabilidade pela via do cuidado. PALAVRAS­CHAVE: Autismo; pais; identidade; memória discursiva. GÊNERO TEXTUAL COMO CATEGORIA DE ANÁLISE CRÍTICA DISCURSIVA – UM ESTUDO DE CASO Juliana Cristina de Andrade [UFRPE] [email protected] RESUMO: O gênero textual pode ser um aspecto revelador das relações de poder que podem emergir na relação dos usuários da língua com o texto, isso porque o gênero textual deve ser entendido como categoria que explica formas convencionalizadas e convencionalmente disponíveis (Pedro, 1996:33), pois relaciona­se às formas de organização de situações sociais, aos participantes enquanto atores sociais e às suas finalidades e intenções. Nessa abordagem sociossemiótica, ou seja, numa abordagem em que a materialidade textual serve à realização das práticas discursivas e sociais, este estudo tem por objetivo investigar o gênero em suas possibilidades como categoria de análise nas pesquisas críticas discursivas, como um meio de relacionar as estratégias discursivas utilizadas pelos gêneros às práticas discursivas instituídas e, consequentemente, aceder a uma compreensão da organização social e cultural (Pedro, 1996:34). A partir de Fairclough (2001; 2003) e Meurer (2002; 2005), analisamos duas resenhas sobre o filme Lula, o filho do Brasil, publicadas pelas revistas Veja e Carta Capital no segundo semestre de 2009. O objetivo foi o de analisar a contribuição da organização textual­discursiva do gênero para a emergência de discursos diferenciados sobre o filme, de apoio ou de rejeição ao governo do PT no ano de 2009, representado pela figura do então presidente Lula. Os resultados da análise revelaram que, enquanto uma capacidade inerente à língua, as mesmas estratégias discursivas relativas ao gênero ‘resenha’ ajudaram, igualmente, na oposição ao Lula (revista Veja ) e no favorecimento do Lula (revista Carta Capital). Também mostrou que o gênero, como categoria de análise, pode ser um meio produtivo para a análise discursiva e social. Trazer a Análise Crítica do Discurso (ACD) para os estudos sobre gênero é a contribuição da presente investigação. PALAVRAS­CHAVE: ACD; gêneros textuais; categoria de análise. AÇÕES DE (RE)FRAMING SOBRE REFORMA AGRÁRIA Karina Falcone
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] [email protected] RESUMO: Neste trabalho, temos como objetivo investigar ações de (re)framing nos discursos sobre reforma agrária, partindo da análise dos domínios jornalístico, governamental e movimento social. É central para esta investigação a compreensão de que atividades cognitivas como reconceitualização e reelaboração de modelos mentais se constituem em um processo de interface mente↔social e são forjadas em práticas sociointeracionais (VAN DIJK, 2008). A proposta de Lakoff (2004) sobre reframing é pertinente para a discussão, pois permite articular a perspectiva cognitiva com o estudo discursivo. Para Lakoff (2004), os frames são estruturas mentais que orientam a nossa concepção de mundo, e a mudança dessas estruturas pode operar no processo de reconceitualização do conhecimento. As palavras são definidas, em geral, por frames conceituais. Esses frames, ordenadores de nossas performances cognitivas, são historicamente construídos e têm forte orientação ideológica. Assim, apresentamos um dos pressupostos de Lakoff (2004): os nossos sistemas de crenças são profundamente elaborados cognitiva e emocionalmente e com fortes raízes históricas. Dessa forma, o reframing exige uma mudança da constituição do individual em interação com o social, operando na reconceitualização dos objetos do discurso. O corpus estudado são notícias veiculadas sobre reforma agrária nos sites do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Governo Federal e no jornal Folha de S. Paulo, durante o segundo mandato do Governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2007 a 2010). Nos três discursos, observamos frames distintos sobre reforma agrária. Entretanto, nos discursos do Governo e do MST, a partir de distintas orientações de natureza político­ideológica, é possível identificar ações de reframing em relação ao conceito estabelecido historicamente. É possível também apontar, a partir das análises desenvolvidas, a ação do jornal como um domínio (des)legitimador do processo de reframing. Na investigação desses discursos, o processo de referenciação (MONDADA, 1994) é norteador para a observação de tal fenômeno. PALAVRAS­CHAVE: Reframing; discurso; reforma agrária; referenciação. RESUMO: Este trabalho, intitulado Gêneros Textuais: concepções dos alunos, apresenta os resultados de uma pesquisa realizada em uma escola de Ensino Médio situada no Estado do Rio Grande do Norte, com o intuito de discutir as concepções dos alunos, nesse nível de ensino da Educação Básica, sobre os textos que circulam no contexto escolar, dentro da perspectiva do gênero como socialmente constituído. Entendemos que a prática de produção de texto é presente nas escolas, no entanto, noções como gênero e tipo textual ainda provocam certas confusões nas atividades práticas sugeridas pelos professores, o que deixa o ensino dos alunos com determinadas lacunas, tanto no que diz respeito às práticas de leitura quanto às de escrita. Isso nos direciona a entender que tais conceitos básicos referentes ao trabalho com uma diversidade de gêneros textuais devem ser mais discutidos entre escola e professores, uma vez que se refletem nas práticas realizadas pelos alunos. Para tanto, autores como Cagliari (2008), Geraldi (2004), Marcuschi (2008), dentre outros, subsidiaram a fundamentação teórica. Dentro desse contexto, contribui este trabalho para dar continuidade as pesquisas e discussões a respeito das atividades com os gêneros textuais na sala de aula, que não é uma discussão nova, mas que requer ainda muitos estudos na área. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem; ensino; gênero. GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO MÉDIO: CONCEPÇÕES DOS ALUNOS Karla Geane de Oliveira Souza LINGUAGEM E IDENTIDADES: OS PROJ ETOS PEDAGÓGICOS DOS CURSOS DE LICENCIATURA DA UFOP E A AFRO­ BRASILIDADE EM QUESTÃO Kassandra Muniz [UFOP] [email protected] RESUMO: Este trabalho visa a discutir os resultados obtidos por meio das análises dos Projetos Político­Pedagógicos (PPPs) dos cursos de licenciatura da UFOP e a grade curricular, analisando a presença ou não de temáticas afro­brasileiras em seus PPPs, a fim de observar neste corpus alguma referência à pluralidade afro­cultural do Estado de Minas Gerais, levando­se em consideração a implementação da Lei 10.639/03. Verificamos nesses documentos, com metodologia qualitativa, se aparecem termos como pluralidade cultural, cultura popular, multiculturalismo, diferenças ou outras
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES expressões que possam dialogar com a problemática da diversidade e, dessa forma, inserir os professores em formação dentro das atuais demandas das políticas de identidades. A análise linguística dos PPPs e das grades curriculares foi empreendida a partir do aparato teórico sobre Linguagem e Identidades, dentro do campo da Linguística Aplicada. A análise dos PPPs das licenciaturas se fundamentou na perspectiva de que o currículo precisa ser concebido como documento de identidade, assinalando entre outras coisas que os futuros professores precisam reconhecer as heterogeneidades cultural e identitária de seus estudantes, sem homogeneizá­las. Constatamos por meio da pesquisa que, quando os PPPs deixam de abordar a diversidade cultural como fundamental à formação de um profissional ou de um aluno, deixam também de abrir as portas para o tema das africanidades e das relações étnico­raciais. Se levamos em consideração que a região é predominantemente afrodescendente, isso se torna mais preocupante e a implementação da lei mais urgente. Além disso, a pesquisa evidenciou a intrínseca relação entre o campo da linguagem, do currículo e das identidades sociais. PALAVRAS­CHAVE: Identidade afro; Projetos Político­Pedagógicos; licenciatura; UFOP; Minas Gerais. a sua produção. Pretendemos também mostrar como esse mito está relacionado à expressão da identidade, dos conceitos e das dificuldades de produção do autor ele­mesmo. Para tanto, faremos uma análise da época, das características do mito de Orphée, registrados por Ovideo e Virgílio, e da obra do autor, relacionando­as aos conceitos de identidade, de discurso e de memória. Para concluir, pretendemos mostrar trechos do filme Orphée de Jean Cocteau (1950). PALAVRAS CHAVES: Identidade; produção literária; Orphée. A (RE)CONTRUÇÃO DA IDENTIDADE FRANCESA PÓS­GUERRA ATRAVÉS DA LITERATURA: ORPHÉE DE J EAN COCTEAU Kizy dos Santos Dutra [UFRGS] [email protected] RESUMO: A retomada do mito tem grande representatividade na produção literária francesa pós­guerra, ele foi retomado por Jean Anouilh, Jean Paul­ Sartre, Jean Giraudoux, entre outros. Para pensarmos a importância da reescritura do mito nessa época escolhemos a peça Orphée de Jean Cocteau, já que a imagem do artista mítico é recorrente na Obra do poeta francês. A peça foi escrita com o mesmo titulo três vezes pelo autor e representada indiretamente em outras produções incontáveis vezes. Em seus livros de memórias La difficulté d’être (1947) e Journal d’un inconnu (1953) o autor explica de maneira pouco didática e extremamente poética sua visão de poesia, criação literária, mito, poeta, processo criativo entre outras coisas. Pretendemos através da análise desta peça mostrar como a identidade do poeta ideal é vista pelo autor, se existe coerência entre a sua teoria literária e ENTRE A SÁTIRA E O FATO: O IMAGINÁRIO DO SER­MULHER NO HUMOR E NO J ORNALISMO Leonardo Gueiros da Silva [email protected] RESUMO: É por intermédio das práticas de linguagem que o discurso, enquanto materialidades sócio­história e ideológica, configura­se, tecendo uma rede de sentidos que, por duplo viés, liga­se à memória: resgata os sentidos sedimentados socialmente e cria a possibilidade para o novo. Partindo desses pressupostos, o trabalho pretende analisar de que maneira, por intermédio da rede de sentidos tecida pela memória, constrói­se um imaginário da mulher nos diferentes espaços sociais que constituem nossas práticas de linguagem. Analisamos dois espaços, bem diferenciados entre si, a fim de observar como, a partir desse imaginário, cristaliza­se uma determinada identidade da mulher na nossa conjuntura social. O corpus é constituído por sequências discursivas compostas por postagens de leitores em dois espaços diferenciados: um blog humorístico e portais jornalísticos. O primeiro espaço analisado pauta­se no humor machista para produzir seu discurso, enquanto o segundo, por sua vez, é atravessado pelo que convencionamos chamar de “efeito de imparcialidade”. Observando esses espaços, perguntamo­nos: qual o imaginário que circula socialmente acerca do ser­mulher ? Há diferentes efeitos de sentidos produzidos nos espaços humorístico e jornalístico? O que o estudo nos aponta é que, em ambos os espaços, jornalístico e humorístico, o imaginário da mulher se liga, na sua regularidade, a determinados sentidos socialmente cristalizados, inscritos na Formação Discursiva machista, tais como “o lugar da mulher é na cozinha”, “mulher não sabe dirigir”, “homens são mais qualificados profissionalmente” etc. Pautamos nosso trabalho com base na Análise do
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Discurso de linha francesa, a fim de pensar nas noções de discurso, de sujeito, de formação discursiva, de imaginário e de identidade. Para essa teoria, sujeito e sentidos se constituem mutuamente e é pelo discurso, nas diferentes práticas sociais, que o sujeito (re)constrói a identidade, através da cristalização/sedimentação de determinado imaginário. Nesse sentido, relacionamos, por essa teoria, as noções de imaginário e de identidade enquanto intrinsecamente imbricadas. PALAVRAS­CHAVE: Imaginário; mulher; discurso machista; jornalismo; humor. especialmente de natureza política. Isso provavelmente se deve ao fato de que a maioria das rádios existentes na região do Mato Grande pertence a políticos, os quais utilizam esses meios de comunicação para divulgar suas ações como pessoas públicas. PALAVRAS­CHAVE: Notícia; rádio; influência política; região do Mato Grande/RN. A NOTÍCIA A SERVIÇO DA POLÍTICA EM EMISSORAS DE RÁDIO DA REGIÃO DO MATO GRANDE/RN Lilia Viana Barbosa Robeilza de Oliveira Lima [IFRN] [email protected] RESUMO: Esta pesquisa consiste na análise de notícias veiculadas em emissoras de rádio da região do Mato Grande/RN. O objetivo do trabalho é observar as condições de produção e macroestruturas das notícias, bem como as estratégias discursivas usadas pelos radialistas. Interessa­nos ainda verificar a influência que essas notícias exercem sobre os ouvintes. Nortearemos o estudo, recorrendo à concepção tridimensional do discurso, presente no livro Discurso e Mudança Social, de Norman Fairclough (2008), e a alguns conceitos presentes em Discurso e Poder , de Teun A. van Dijk (2008). Além disso, nos valeremos dos textos: “Informar em que circunstâncias? Os dispositivos de encenação”, “Quem informa quem? A identidade das instâncias de informação” e “A construção da notícia: um mundo filtrado”, que compõem Discurso das Mídias, de Patrick Charaudeau (2009). Para desenvolver a pesquisa, coletamos notícias envolvendo temáticas, como: educação, saúde, cultura, urbanismo, economia e política, que foram veiculadas no período de dezembro de 2010 a junho de 2011 nas rádios Assunção 89,3 e Top 87,9, que se situam na cidade de João Câmara, considerada a capital da região do Mato Grande. Além das leituras dos textos teóricos, nos valemos de entrevistas aos radialistas produtores e propagadores das notícias estudadas e de questionários socioeconômicos, os quais foram aplicados em 12 cidades da região. Através do nosso estudo, foi possível observar que as notícias possuem uma influência sobre os ouvintes, DISCURSO REPORTADO: FERRAMENTA DE CONSTRUÇÃO IDENTITÁRIA NA IMPRENSA Lílian Noemia T. de Melo Guimarães [email protected] RESUMO: Partindo das considerações de que as identidades sociais não são nem estão prontas e fixas, mas sim, situadas nos processos discursivos de suas construções (MOITA LOPES, 2003), nosso trabalho tem por objetivo investigar a relação existente entre seleção de discursos reportados e atribuição identitária de atores sociais pela imprensa. O corpus do trabalho constitui­se de notícias extraídas do Jornal do Commercio online, no período de 1º de junho a 30 de julho do ano de 2009. Nosso objeto de estudo são os textos publicados sobre as greves de servidores da saúde e de professores do Estado de Pernambuco. Para o embasamento teórico­metodológico desta investigação, a Análise Crítica do Discurso, principalmente os trabalhos de Van Dijk (1997; 2008), configura­se como um guia. No tocante à noção de identidade, os textos de Giddens (2003), Hall (1999), Hoffnagel (2010), Moita Lopes (2003), Penna (1997), Signorini (1998), dentre outros, e, em relação à seleção de discursos reportados ao domínio jornalístico, os trabalhos de Cunha (2005) e Rocha (2004) serviram de aporte teórico para embasar a nossa pesquisa. Como resultado de nossas análises, verificamos que a seleção e o acesso de discursos diretos e indiretos à notícia constituem­ se em uma ação ideologicamente orientada que possibilita a atribuição de identidades múltiplas aos grupos grevistas. Essas identidades frequentemente são estereotipadas em nossa sociedade, ajudando a estabelecer, a nosso ver, manutenção de preconceitos contra tais grupos. PALAVRAS­CHAVE: Identidade social; discurso reportado; Análise Crítica do Discurso.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES OS SILÊNCIOS E OS SILENCIAMENTOS DOS DESABRIGADOS NAS CHUVAS DE ALAGOAS EM 2010 Lucas Cassimiro Braga [UFAL] [email protected] RESUMO: No ano de 2010, o Estado de Alagoas sofreu com fortes chuvas e subsequentes enchentes, que deixaram desabrigados diversos moradores em várias cidades alagoanas. Isso provocou o clamor da mídia, juntamente com diversas declarações e ações do Estado. É nesse cenário que se desenvolve este trabalho, com o qual se pretende discutir sobre os conceitos de silêncio e o silenciamento dentro das postulações teóricas presentes na arena da Análise do Discurso de perspectiva francesa (AD), com referenciais teórico­ metodológicos apontados por autores como Pêcheux (1990) e Orlandi (1999; 2007). O silenciamento, a partir desses referenciais, pode ter lugar fundamental na circulação e significação dos discursos e do lugar que os sujeitos ocupam nas relações vinculadas à catástrofe. Para compreender esses fenômenos, serão usados como materialidade discursiva os relatos dos desabrigados pelas chuvas (ou a falta deles) e do Estado a partir das veiculações midiáticas, pois, como aponta Mello (2008), o silêncio pode ter em si vários sentidos e se apresentar em vários contextos. Ainda segundo o mesmo autor, o silêncio pode também apontar um grau de agressividade advindo de atritos nas relações sociais (MELLO, 2008). Muito mais que os atritos, o silêncio denuncia a intencionalidade de manterem­se os lugares desiguais. Silenciar constitui, portanto, em uma tentativa do Estado em suprimir os verdadeiros motivos para que os sujeitos de baixa renda que sofreram com as chuvas permaneçam em situação de tamanha vulnerabilidade política e social. O objetivo deste trabalho é o de, portanto, a partir dessas materialidades selecionadas, apontar e refletir criticamente sobre os silenciamentos no entorno da questão dos desabrigados e os lugares discursivos ocupados pelos diversos sujeitos constituintes do cenário das enchentes no Estado de Alagoas. PALAVRAS­CHAVE: Análise do Discurso; silenciamento; eventos catastróficos. EM CEN(AÇÃO) DA HIPERONÍMIA E DA HOMONÍMIA EM SALA DE AULA ­ É TAMBÉM DE HIPONÍMIA E HIPERONÍMIA QUE SE FAZ A LINGUAGEM Lucia Aparecida Albuquerque Cunha [Colégio Monsenhor Stanislaw] [email protected] RESUMO: Este trabalho visa a realizar uma reflexão acerca da necessidade tanto de revermos o modo como temos nos portado, como professores, diante das peculiaridades contidas no ensino da Língua Portuguesa quanto de apresentarmos uma proposta, como uma forma alternativa, de ensinar alguns dos fenômenos lexicais, como as Hiperonímia e Hiponímia, referentes à construção da coesão e da coerência textuais na construção da linguagem. Para tanto, nos baseamos teoricamente em Andrade (2000), Cortez (2000), Leal (2003), Pietroforte e Lopes (2003) e Zandwais (1988). Utilizamos pesquisas sobre o tema através da leitura de textos teóricos e da análise de alguns exemplares didáticos do Ensino Médio que abordam o assunto, ocupando­nos, posteriormente, da elaboração da proposta de algumas questões a serem realizadas com o público já referido. Esperamos, com isso, indicar para as aulas de Língua Portuguesa um ensino mais funcional e dinâmico dos recursos lexicais e discursivos constituintes da linguagem. Podemos concluir, através deste trabalho, a importância das relações substitutivas e sintagmáticas de sentidos entre os lexemas desencadeados pelo uso de hipônimos e hiperônimos por alunos do Ensino Médio e a associação existente entre esses elementos coesivos de significação das palavras fundamental para a progressão textual. Observamos, também, que o uso adequado desses elementos torna o desenvolvimento tanto semântico quanto sintático apropriados à compreensão à construção de textos. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem; ensino; Língua Portuguesa; elementos lexicais (Hiperonímia e Hiponímia). VOZES ESTILHAÇADAS: REPRESENTAÇÕES URBANAS NO CONTO VOLTE OUTRO DIA, DE MARCELINO FREIRE Luciana Brandão Leal [PUC­MG] [email protected] RESUMO: Marcelino Freire nasceu em Sertânia, interior de Pernambuco, em 1967, e costuma dizer que não nasceu, mas “escapou” da paisagem de pedra e pó, da qual foi retirante. Mudou­se para Recife aos oito anos, onde participou de grupos de teatro e leitura de poesias. Sua primeira peça,
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES denominada O Reino dos Palhaços, foi encenada alguns anos depois. Essa vocação inicial parece reverberar sobre a produção literária do contista, que afirma escrever suas histórias em “voz alta”. Uma tormenta de vozes que pode ser ouvida não apenas nos palcos ou em leituras públicas, para os quais vários contos são adaptados, mas também emerge em seus livros, como “um vasto oceano de vozes pelo qual o leitor navega”. (CONDE, 2010: 51). Em suas narrativas, desfilam o cortejo de figuras alquebradas, miseráveis, remediadas, excluídas. Há aqueles que se vingam através de assaltos e assassinatos, no entanto a maior afronta é contar a própria história. Quando pesquisador, seguida de perguntas inferenciais. Foi realizada uma análise qualitativa que privilegiou as seguintes categorias: geração e natureza das inferências, a partir da classificação proposta por Marcuschi. Assim, foi possível verificar um predomínio de inferências baseadas exclusivamente nas informações textuais, ou melhor, inferências elaboradas a partir da integração dessas informações. Fato que pode ser justificado pela própria característica do texto argumentativo, ou seja, pelo fato dele apresentar uma estrutura mais fechada, com mais limites à incorporação de conhecimentos pessoais e de mundo, principalmente, no caso do texto aplicado, já que ele é estruturado a partir dos dados de várias pesquisas que foram realizadas. E, dessa forma, as respostas exigiriam um suporte maior das informações presentes na superfície textual. Pôde­se verificar, assim, que o leitor cego manteve um diálogo coerente e uma leitura compreensiva, e, consequentemente, acionou e selecionou adequadamente os conhecimentos que seriam necessários à geração das inferências esperadas. PALAVRAS­CHAVE: Compreensão textual; Braille; leitor cego. escrevo quero bater panela no ouvido do leitor. Fazer ouvir o ruído das palavras até desorientar, inquietar, desconcertar (FREIRE, apud MACHADO, 2009: 106). Este trabalho pretende analisar as vozes estilhaçadas e as representações urbanas enunciadas em Volte Outro Dia , conto publicado no livro Angu de Sangue. Considerando que constituição da subjetividade acontece através da linguagem, o que pressupõe a existência e a relação com o outro, pretende­se investigar o processo de enunciação e interação verbal entre as personagens da narrativa; além do espaço urbano no qual está encenada. O exercício discursivo, que será objeto desta análise, é, segundo Bakhtin (1981), uma prática social, uma vez que a “palavra se dirige a alguém”. Portanto, o processo enunciativo requer a presença de um sujeito e um interlocutor, relação mediada pelo ato da fala, que institui o espaço da intersubjetividade. PALAVRAS­CHAVE: Espaço; linguagem; Marcelino Freire; subjetividade. COMPREENSÃO DE UM TEXTO ARGUMENTATIVO POR UM ALUNO CEGO: INTEGRAÇÃO DE INFORMAÇÕES TEXTUAIS E CONTEXTUAIS Ludmilla Lima Vilas Boas [UFPE] [email protected] Sandra Patrícia Ataíde Ferreira [UFPE] RESUMO: Objetivou­se verificar a compreensão textual de um leitor cego com domínio do Braille frente a um texto argumentativo, bem como averiguar como as informações textuais e contextuais são utilizadas no processo de produção de sentidos por esse leitor. Para tanto, foi realizada uma sessão de leitura com um aluno cego a partir do uso de um texto argumentativo dividido em partes previamente estabelecidas pelo O EROTISMO E AS TRANSGRESSÕES NARRATIVAS NO CONTO LA SEÑORITA CORA, DE J ULIO CORTÁZAR Mailson dos Santos Lopes [UFBA] [email protected] Ana Paula Andrade Ferreira [UFBA] [email protected] RESUMO: Este estudo consiste em uma leitura analítica do conto La señorita Cora , de Julio Cortázar, fundamentada por uma confluência de orientações teóricas preconizadas por alguns expoentes da teoria literária sobre o gênero literário conto: Poe, Quiroga, Piglia, Propp e o próprio Cortázar. Pretende­se registrar as principais impressões advindas da análise literária incidente sobre o escrito em questão, que se constitui em uma das tentativas do supracitado contista para atiçar a sagacidade na leitura e na inteligência de seus enunciatários, ou seja, os próprios leitores. Pela análise realizada, observa­se que no processo narrativo cortázariano há uma mescla de variados tons, ideologias e imagens subjetivas e psíquicas, o que licenciou a constituição de um complexo mosaico de vozes, sentimentos e perspectivas, transformando o que parece, a princípio, uma narrativa superficial e simples em um relato enleado, altamente complexo, principalmente pelo caráter
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES quádruplo da voz narrativa, pelos distintos monólogos interiores e pelos divergentes pontos de vista dos narradores. Percebe­se também que essa polifonia foi, sem dúvida, uma forma válida de infringir os conceitos e moldes narrativos predominantes no século XX — e ainda hoje em dia —, cooperando para que o leitor deixasse de ser visto simplesmente como um receptor passivo, imóvel e dominado, passando a ser aceito como partícipe ativo nos processos de leitura e de análise do texto literário. Ao se realizar um mapeamento analítico das reconfigurações e transgressões narrativas estabelecidas no conto enfocado, verificou­se igualmente que um intenso erotismo se estabelece em suas linhas, marcado, sobretudo, pelo contato breve e intenso entre os protagonistas do relato. PALAVRAS­CHAVE: Conto cortázariano; transgressões narrativas; erotismo. perspectiva que se delineia este trabalho: investigar as implicações de natureza teórico­metodológicas que advêm da adoção de um exame nacional e unificado para aferir competências a professores da educação superior de Libras no momento em que se desconsideram as inúmeras peculiaridades regionais de sinais. As reflexões de Quadros e Karnopp (2004) sobre os mitos que cercam a chamada universalidade das línguas de sinais – dentre as quais a Libras se inclui ­ bem como as análises de Ferreira Brito (1995), Coutinho (2009), Pimenta (2010) e Cappovilla (2009) sobre regionalismos, homonímias, polissemias e demais diferenciações de construções lexicais dos diferentes sinais em Libras dão suporte teórico a este trabalho. De natureza bibliográfica, este trabalho se funda na tese de que a o desrespeito às identidades regionais, histórico­culturais e até linguísticas da Libras na adoção do Prolibras fere a liberdade linguística, bem como a história de seu povo. PALAVRAS­CHAVE: Libras; Prolibras; regionalismos; (ex)inclusão; regionalismos. PROLIBRAS (EXAME NACIONAL PARA CERTIFICAÇÃO DE PROFICIÊNCIA NO USO E NO ENSINO DA LIBRAS E PARA CERTIFICAÇÃO DE PROFICIÊNCIA NA TRADUÇÃO E INTERPRETAÇÃO DA LIBRAS/PORTUGUÊS/LIBRAS) NO BRASIL: UNIFICAÇÃO QUE GERA EXCLUSÃO? Marcelo Vieira da Nóbrega [UEPB] [email protected] Ana Maria Zulema Pinto Cabral [UEPB] zulemapcn@hotmail@com RESUMO: De caráter supletivo e com duração máxima prevista de 10 anos, o Prolibras (Exame Nacional de Proficiência em Libras), adotado no Brasil a partir de 2006, conforme o Decreto nº 5625/2005, se propõe a suprir a ausência/carência de professores de Libras (Língua Brasileira de Sinais) nos cursos de educação superior, especialmente as licenciaturas. Ademais, esta proficiência tem sido utilizada como requisito mínimo exigencial de ingresso nos concursos para professores de Libras das instituições de ensino superior pelo Brasil afora. De concepção, idealização e execução centralizadas exclusivamente no eixo Sul­Sudeste – mais especificadamente nos Estado de Santa Catarina (UFSC) e Rio de Janeiro (INES – UFRJ e UERJ) – o Prolibras tem sido sistematicamente acusado de ser um exame excludente e porque não dizer preconceituoso, já que desconsidera em sua concepção e elaboração teórico­metodológicas as peculiaridades e as diferenças regionais de sinais indiscutíveis presentes nas diferentes regiões do Brasil. É nesta O USO DA ESTRUTURA MAS NO GÊNERO TEXTUAL CARTA DO LEITOR: UMA ESTRATÉGIA ARGUMENTATIVA Marcos Antônio da Silva [email protected] RESUMO: Constitui objetivo deste trabalho fazer uma análise semântico­ argumentativa da estrutura mas no gênero textual carta do leitor. Para tal empreendimento, coletamos 86 cartas em quatro edições da revista VEJA e 54 em quatro edições da NOVA ESCOLA, de diferentes anos. A fundamentação teórica norteadora desta pesquisa é a Teoria da Argumentação na Língua, proposta por Ducrot e colaboradores (1988), para quem a língua é, por natureza, argumentativa. Esta pesquisa recebe ainda o adendo de Espíndola (2004), ao afirmar que não só a língua é argumentativa, mas também seu uso. Nos estudos apresentados por Ducrot e colaboradores (1988), o elemento mas é percebido como orientador dos discursos que possibilitam ao leitor produzir determinadas conclusões. No interior dessa teoria, Ducrot e Vogt (1980) distinguem dois tipos de mas: o masSN, que retifica algo dito anteriormente no enunciado, e o masPA, operador argumentativo por excelência e, ainda conforme Ducrot (1988), é responsável por ativar polifonia de enunciadores. A noção de gênero é
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES utilizada, conforme Bakhtin (2000:79), como “tipos relativamente estáveis” de enunciados, e o gênero carta do leitor será percebido como texto do universo jornalístico, presente em jornais ou revistas, e é usado para a realização de um contato entre remetente e destinatário, quando este último recebe pedidos, apoio, reclamações etc. No tocante à noção de linguagem, tomaremos Koch (2007) e Geraldi (2006) como aporte, quando a percebem enquanto processo de interação social. Nossas análises apontaram para uma predominância do uso do masPA, em relação ao masSN, e revelaram ainda um uso não previsto pela teoria, como foi o caso do mas com função retórica, função essa que caracteriza uma interação maior entre o locutor e os interlocutores. Assim, percebemos que o mas tem função não apenas de “unir termos”, conforme a Gramática Tradicional, mas exerce papel relevante na construção do texto. PALAVRAS­CHAVE: Argumentação; polifonia; operadores argumentativos; Carta do Leitor. HNT, Hebrew New Testament 1886/1999 Salkinson­Ginsburg edition of 1886, revised 1999, conforme o Textus Receptus Greek NT. E, por fim, o conto Valquíria , publicado no Livro Azul, de Fernando Farias. Tudo isso, analisado e alicerçado na Linguística Textual e na Análise do Discurso, através de teóricos, como: Tynianov e Bakhtin apud Sant’Anna (2003), Hutcheon (1985) apud Anastácio e Farias (2011), Marcuschi (2008), Bakhtin (2009), Charadeau e Maingueneau (2008). PALAVRAS­CHAVE: Linguagem e gêneros; Tradições Discursivas; Análise do Discurso; paródia; hebraico. A PARÓDIA ATRAVÉS DOS TEMPOS: DO ‫בראשית‬ (BERESHIT) A VALQUÍRIA Marcos Aurelio Gonçalves [email protected] RESUMO: Com este estudo, propõe­se analisar a paródia por meio de dois textos produzidos em diferentes contextos situacionais, a partir de um mesmo texto­fonte, ressaltando a importância da memória discursiva na construção do sentido, na identificação e na análise das intertextualidades, e dos interdiscursos presentes nela. Os pressupostos teóricos basilares a orientarem o estudo foram expostos de forma a refutar a concepção genérica de que a paródia seria uma imitação bufa , jocosa, que tende ao ridículo, ou de que ela apenas deforma o texto­fonte, procurando­se, para isso, diferenciar os conceitos de paródia, paráfrase e estilização. Fez­se necessária, por motivos de análise, uma pequena introdução histórica do texto­fonte Bereshit (o relato da criação, Gn 1:1­31) e do prólogo do Evangelho de João (Jo 1:1­17), por tratarem­se de textos bastante antigos, que sofreram inúmeras modificações e traduções, e cujas versões escolhidas foram, respectivamente: a versão digital da BHS, Bíblia Hebraica Stuttgartensia , baseada no texto em hebraico massorético do Codex de Leningrado B 19a, datada de 1008 ou 1009 d.C.; e a versão digital da Bíblia CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL OU MARKETING VERDE? ANÁLISE DE CAMPANHA PUBLICITÁRIA Maria Clara Catanho Cavalcanti [UFPE] [email protected] RESUMO: Os movimentos ambientais cresceram muito a partir da década de 60. Isso se deve à consolidação de uma crise ecológica decorrente de práticas produtivas para atender às necessidades da população e da degradação dos ecossistemas. Nesse contexto, a temática ambiental começa a ser frequente em diversas esferas comunicativas, inclusive na publicidade. Nosso objetivo, nesse estudo, é analisar uma campanha de conscientização ambiental da Organização não Governamental – Instituto Akatu ­, em parceria com a HP Brasil e com o canal Futura, mostrando como o discurso ecológico pode velar o discurso publicitário. Para tanto, nos fundamentamos nos estudos da Análise Crítica do Discurso, principalmente nas ideias de Teun van Dijk (2010), nas noções de frame e reframing do linguista cognitivo George Lakoff (2004), além da proposta de Norris (2004; 2010) de Análise da Interação Multimodal. Assim, nossa investigação parte dos textos da campanha considerando elementos micro­ estruturas verbais e não­ verbais, léxico, sintaxe – e macro, como ideologia, poder e (re)framing, para constatar que, na pós­modernidade, encontramos uma adaptação do sistema ideológico capitalista ao ambientalismo. Dessa forma, as empresas devem se adequar às solicitações do mercado verde e do consumidor cada vez mais consciente. Sendo assim, muitas vezes a parceria numa campanha de conscientização revela­se uma importante ferramenta publicitária. PALAVRAS­CHAVE: Discurso; mídia; ambientalismo; pós­modernidade.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRA PESCANDO NÃO PALAVRA: UM ESTUDO SOBRE PRODUÇÕES TEXTUAIS ESCRITAS DE SURDOS Maria Janaina Alencar Sampaio [UFRPE] [email protected] Renata Fonseca Lima da Fonte [UFPB] [email protected] RESUMO: Historicamente, até meados da década de oitenta do século XX, não se cogitava que os surdos pudessem fazer um caminho diferente dos ouvintes na aprendizagem da escrita, pois eram submetidos a uma educação oralista, na qual deveriam se comunicar exclusivamente por meio da língua majoritária falada e/ou escrita, no caso do Brasil, a Língua Portuguesa. Entretanto, o desenvolvimento de pesquisas especialmente na área da Linguística e da Educação, contribuíram para a elaboração de políticas públicas (LDB 9394/1996; Lei 10.436/2002 e Decreto 5626/2005) que legitimaram a Libras e vêm buscando melhores condições de inclusão dos surdos. Focamos neste trabalho, inserido na linha de pesquisa linguagem e sociedade, o uso da escrita por surdos bilíngues, usuários de Libras e Língua Portuguesa. Desse modo, nosso objetivo é analisar produções textuais de surdos bilíngues, na faixa etária entre 18 e 20 anos, cursando Ensino Médio em escolas da rede privada de Recife. Para isso, selecionamos textos produzidos espontaneamente por esses sujeitos, em aulas de Língua Portuguesa com professor bilíngue. Propomos uma análise das produções textuais escritas dos surdos, à luz da Linguística Textual (ANTUNES, 2011, 2010, 2009, 2007; GERALDI, 2011, 1996; KOCH, 2009, 2007, 2002) e da Linguística Interacional (BAKHTIN, 2010, 2009; MONDADA, 2001; MORATO, 2004), lançando nosso olhar para os elementos de textualização (coesão e coerência) presentes nos textos, a fim de compreender as especificidades dessas produções que têm como referência a Libras e não a Língua Portuguesa. Esperamos, com este estudo, desmistificar as tradicionais concepções que apontam sempre para problemáticas na escrita de surdos, mostrando como esses sujeitos são capazes de produzir sentido em seus textos. PALAVRAS CHAVE: Surdos; Libras; produções textuais escritas; Linguística Textual; Linguística Interacional. ELABORAÇÃO DE QUESTÕES AVALIATIVAS EM PROVAS E TESTES ESCOLARES: UM ASPECTO FUNDAMENTAL NO CONTEXTO DO ENSINO­APRENDIZAGEM Maria José Pacheco Veiga [CIH Sistema de Ensino] [email protected] RESUMO: Este trabalho apresenta como tema a redação de questões avaliativas, cujo texto deve permitir a efetiva mensuração do raciocínio e do conhecimento adquirido pelo aluno em sala de aula e não apenas sua capacidade de memorização. A relevância do assunto deve­se ao fato de serem recorrentes nos processos escolares de avaliação provas com questões de formulação vaga, imprecisa e indefinida, e com termos que não delimitam a abrangência da resposta. Havendo poucos estudos científicos que fundamentem esse processo de construção de questões avaliativas, o trabalho baseou­se nas teorias de compreensão de texto, nas teorias da Linguística Textual e em fundamentos teóricos da didática escolar. Esta comunicação objetiva apresentar o resultado de uma atividade de consultoria desenvolvida junto aos professores, de 6ºs a 8ºs anos, de uma instituição privada de ensino, no sentido de sanar deficiências detectadas, no âmbito da elaboração textual, nas questões de provas e testes avaliativos aplicados a seus alunos. Os resultados obtidos dessa atividade de acompanhamento são parciais e têm apontado problemas como: imprecisão no uso de conectores e modalizadores; inadequação de verbos das instruções ou comandos; emprego de suportes (geralmente textos ou figuras) meramente decorativos; elaboração de distratores não plausíveis; construção de gabarito e distratores com extensão diferenciada; inobservância de paralelismo sintático ou gramatical de alternativas. A par disso, constatam­se alguns casos de falta de clareza e objetividade na linguagem, tanto de enunciados quanto de alternativas, tornando as questões obscuras e de difícil compreensão por parte dos alunos. PALAVRAS­CHAVE: Avaliação escolar; testes avaliativos; redação de questões; compreensão de texto; didática escolar. OS ASPECTOS DIFICULTADORES DA EXECUÇÃO ORAL DA LÍNGUA PORTUGUESA PELOS FALANTES DO INGLÊS: UMA ABORDAGEM FONÉTICO­FONOLÓGICA Marília Gomes Teixeira [UFPE/CNPq]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] [email protected] RESUMO: Até o início do século XX, a língua portuguesa ocupava posição modesta entre os idiomas mais importantes do mundo, obtendo representação internacional apenas em meados dos anos 1940. Conforme Lima Sobrinho (2000), a partir de 1980, o aumento da representatividade do Brasil em termos culturais e econômicos foi de extrema relevância para a migração de estrangeiros para o país. Tal fato propiciou a expansão de nossa língua: a imersão do não­nativo em nossa cultura contribuiu para que se optasse aprender português, seja de maneira informal, pelo convívio com nativos, ou formalmente, através de cursos específicos. Tendo em vista a grande demanda de indivíduos interessados em aprender esse idioma, faz­se necessária uma abordagem sobre sua pronúncia pelos falantes da língua inglesa por variados motivos; entre eles, a complexa estrutura fônica do nosso idioma, acarretando em erros pelos falantes. Devido às diferenças entre os sistemas fonéticos inglês e português, são perceptíveis as dificuldades dos estrangeiros em executar oralmente nossa língua vernácula. Isso se deve à natural transferência dos padrões da língua materna no momento da aprendizagem da língua estrangeira. Algumas dessas interferências permanecem mesmo quando da imersão de longo prazo no país, sendo facilmente identificáveis pelo falante nativo sua pronúncia "equivocada". Partindo desses fatos, o este trabalho objetiva identificar e analisar as dificuldades de articulação dos vocábulos da língua portuguesa pelos falantes da língua inglesa. Faremos uma relação dos elementos fonéticos/fonológicos que contribuem para a pronúncia equivocada dos aprendizes do português no intuito de avaliar em que nível tais interferências ocorrem na aprendizagem deste idioma. Então, buscaremos esclarecer a atuação da interlíngua no processo de aprendizagem do idioma estrangeiro. Para a realização deste estudo, basear­nos­emos nas teorias fonológicas modernas de David Crystal (1987), Harpaz (2003), Ricardo Schütz (2008), McLaughin (1987), entre outros. PALAVRAS­CHAVE: Interferências fonológicas; transferências fonológicas; português como língua estrangeira. RESUMO: Este trabalho se insere num interesse histórico pelo estudo das gramáticas produzidas no Brasil entre os séculos XIX e XX. Aqui vamos apresentar um trabalho comparativo entre as gramáticas de autores pernambucanos, Frei Caneca e Júlio Pires Ferreira, representantes dos dois séculos, respectivamente. A proposta se insere na preocupação com a historiografia da produção gramatical brasileira ou com os estudos de gramatização em geral, como aparece na obra de Auroux (1992). A metodologia proposta baseia­se na comparação. Com isso, compara­se o tratamento dados pelos autores aos diferentes capítulos da tradição gramatical, herdada dos autores portugueses (Fernão de Oliveira, João de Barros até Soares Barbosa, com sua gramática filosófica). Pode­se no espaço de tempo perceber alterações no pensamento gramatical, como a nomeação das partes, ou a introdução de novas designações. Por outro lado, em se tratando de um objeto de cunho pedagógico, verificar­se­ão os processos de simplificação, economia e racionalidade do manejo dos temas, tal como sugere Morais Silva (1806), por influência iluminista. Pretende­se identificar a constituição da historiografia gramatical brasileira e avaliar como dois autores desse primeiro século (inicio do XIX e inicio do XX) contribuíram para estabelecer uma tradição de autores locais (observe­se que Evanildo Bechara é também pernambucano), que, ao mesmo tempo, solidificam esse tipo de produção pedagógica em terras brasileiras. PALAVRAS­CHAVE: Historiografia gramatical; gramatização; ensino. FREI CANECA E J ÚLIO PIRES FERREIRA: DOIS GRAMÁTICOS PERNAMBUCANOS Marlos de Barros Pessoa [UFPE] GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO: O PROFESSOR E SUAS CONCEPÇÕES DO ORAL Mírian Leite Gomes de Oliveira [UNICAP] [email protected] RESUMO: O trabalho com a oralidade em sala de aula não é uma orientação recente. Apesar de ser uma exigência dos órgãos reguladores do ensino de língua materna – Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) –, a oralidade ainda ocupa um lugar limitado, pois o oral que se aprende é aquele que prepara para a escrita. Para elaboramos esse estudo, partimos da hipótese de que os gêneros orais não são tomados como objeto de ensino­aprendizagem e sim como
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES atividade­meio. Para tanto, elaboramos um questionário com as seguintes perguntas: a) Qual a concepção que os professores têm sobre a oralidade? b) Qual o lugar da prática oral dentro da sala de aula? c) Que gêneros orais selecionar para o ensino de língua materna? Esse estudo foi realizado a partir da interpretação dos dados obtidos dos questionários sobre as concepções dos professores no que diz respeito ao ensino dos gêneros orais nas suas práticas e no material didático de língua portuguesa no Ensino Médio. Essa pesquisa faz parte da dissertação “Presença da oralidade no livro didático de língua portuguesa no ensino médio: o tratamento da prosódia”, e foi norteada pela abordagem sociointeracional, a partir das concepções de autores como Marcuschi (2008), Cavalcante e Melo (2006), Dolz e Schneuwly (2004), Castilho (1998), Milanez (1993). Com esta investigação, pretendeu­se abordar os usos dos gêneros orais em sala de aula e no livro didático. Os dados obtidos apontam para a dificuldade de desenvolver práticas partindo­se da oralidade como objeto de ensino e não como oralização dos gêneros escritos e pode contribuir para que os professores não só reconheçam a importância da linguagem oral no contexto escolar e na vida social do aluno, mas também desenvolvam um trabalho sistemático em sala de aula. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros orais; língua materna, livro didático. rodas de leitura, através da articulação entre a literatura e outros tipos de linguagens (verbais e não­verbais). O processo de atribuição das Salas de Leitura contempla a seleção de professores­leitores, capazes de despertar a competência leitora, através da exploração de diversos portadores de textos. Além das rodas de leitura, os estudantes são incentivados a realizar empréstimos de livros e pesquisas escolares. A Sala de Leitura tem por objetivo principal tornar­se um centro de cultura e arte, garantindo “espaços de leitura” e “disponibilização” de diferentes suportes, gêneros textuais; atendendo a múltiplos propósitos e situações de leitura. Assim como os demais alunos do ensino regular, os estudantes da Educação de Jovens e Adultos são motivados a realizar leituras de mundo e, nesse aspecto, a literatura abre portas a inúmeros questionamentos e reflexões. Na Educação de Jovens e Adultos, a “contação de histórias” é valiosa, não só porque contribui para o processo de letramento, mas resgata valores inerentes às naturezas: humana, histórica e social. PALAVRAS­CHAVE: Sala de Leitura; linguagens; cultura. IMAGEM: UM DISPOSITIVO DE MEMÓRIA Mirian Ribeiro de Oliveira [UFPB/UNEB] [email protected] LITERATURA E CULTURA: RODAS DE LEITURA, COMO OPORTUNIDADES DE VIVÊNCIA MULTICULTURAL E LETRAMENTO DE ALUNOS DE TODAS AS IDADES Mirian Menezes de Oliveira [Secretaria Municipal de Educação de São José dos Campos – SP] [email protected] RESUMO: O Programa Sala de Leitura da Rede de Ensino Municipal de São José dos Campos – SP, instituído em 1984, garante no quadro curricular das escolas, uma hora­aula/semanal de estimulação à leitura aos alunos de Ensino Fundamental regular e EJA (Educação de Jovens e Adultos), atendendo a 38.600 alunos. Numa perspectiva enunciativa, o trabalho desenvolvido concebe a leitura como prática sociocultural e dialógica. Os professores de Sala de Leitura apresentam proposta de trabalho para dois anos, conforme exigências descritas em Portaria específica e são avaliados, semestralmente, pelo Conselho de Escola. As principais estratégias didáticas desenvolvidas nesse espaço são: mediação de leitura e desenvolvimento de RESUMO: Este estudo tem como objetivo primordial analisar discursos oriundos de um universo denominado de Cultura da Mídia. Nesta cadeia discursiva, rótulos e propagandas da indústria da beleza e estética são constituidores do corpus da pesquisa. A Análise de Discurso de Linha Francesa (AD) é o alicerce teórico­metodológico que a fundamenta, tomando como referência básica os estudos de Pêcheux e Foucault. A imagem, nesse campo do discurso, é recortada como objeto preponderante, por entender que funciona como dispositivo de memória identitária, vez que a materialidade verbal busca recursos de ratificação na não­verbal, nas imagens, cooperando para o que denominamos de padrão da brancura . Assim, a imagem é tratada como discurso que ancora o dito, que o subsidia, numa tentativa de resgatar uma memória social, um retorno que marca uma nova perspectiva histórica. O uso da imagem é garantia de um discurso que se estabelece como dominante. Ranços do passado são encontrados no presente, mas o primeiro já não cabe no segundo, tendo em vista os deslocamentos históricos. À primeira vista, os discursos parecem eminentemente contemporâneos, dada a sua rapidez com que dizem o que gostariam, naturalizando uma efemeridade
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES característica do mundo da informação. Contrariando essa aparente naturalidade, enunciam muito mais do que se imagina, o que desencadeia saber em que condições foram produzidos e o que leva o sujeito social a controlar esses dizeres. Comprova­se, então, que enunciado, imagem e memória se entrecruzam como dispositivos do retorno histórico, articulados por um sujeito que utiliza técnicas de subjetivação e objetivação para cercear a identidade, como marca de privilégio social. PALAVRAS­CHAVE: Discurso; imagem; identidade; memória. [email protected] POTENCIALIDADE DA UTILIZAÇÃO DO CINEMA BRASILEIRO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Moacir da Hora Espar [Colégio de Aplicação­UFPE] [email protected] RESUMO: Este trabalho foi construído a partir do relato da experiência docente do autor ao desenvolver, durante o período de seu estágio obrigatório pela disciplina Prática de Ensino de Português II, um projeto pedagógico sobre os gêneros textuais que envolvem o cinema. A luz de autores como Bakhtin (1992), Freire (2001), Marcuschi (2002), Vygotsky (1995), entre outros, o trabalho teve como objetivos: mostrar a importância desses gêneros textuais no aprendizado e na formação do caráter crítico, subjetivo e autônomo dos alunos; contribuir para a formação do docente como mediador e crítico do processo de aprendizagem; além de tentar incentivar a criação de outros projetos pedagógicos, nas aulas de Língua Portuguesa (LP), com os gêneros textuais relacionados ao cinema, preferencialmente, nacional. O projeto foi desenvolvido entre os dias 19/09 e 01/10 do ano de 2003, numa turma de 7ª série (atual 8º ano) do Ensino Fundamental II do Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), entretanto, a produção deste trabalho surgiu da análise reflexiva do relatório da aplicação desse projeto em contraponto aos objetivos pensados pelo autor ao elaborá­lo. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; cinema brasileiro; mediação; formação docente. O CONTO MOÇAMBICANO: UMA MISSANGA E OS SEUS VÁRIOS FIOS Moama Lorena de Lacerda Marques [IFRN/UFPB] RESUMO: Tendo, em suas origens, a poesia como o gênero por excelência, a Literatura Moçambicana foi, ao longo dos anos e, em especial, na contemporaneidade, construindo uma inquestionável tradição com relação aos gêneros em prosa, em especial o conto. Desde a obra Godido e outros contos, de João Dias, publicada em 1952, passando, na década de 60, pelos contos de Nós matamos o cão tinhoso, escritos por Luís Bernardo Honwana, até a produção atual de nomes como Mia Couto, Lília Momplé, Suleiman Cassamo, a narrativa curta moçambicana vem ganhando espaço dentro do cenário das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa. Dada a sua importância, propomos, neste trabalho, apresentar e discutir algumas das características mais marcantes dessa produção, desde seus primeiros tempos até a atualidade, a exemplo da reflexão sobre os problemas e sofrimentos advindos do colonialismo e da guerra civil e a reescrita, através da literatura, da própria História de Moçambique. Apesar de nosso foco ser o conto, vez em quando também falaremos sobre o gênero romanesco, até porque a maior parte dos contistas moçambicanos também se dedica ao romance. No que concerne à fundamentação teórica, nosso estudo tem como fontes diversos autores que se dedicam à pesquisa na área das Literaturas Africanas de Língua Portuguesa, como Maria Fernanda Afonso e a sua importante tese sobre o conto moçambicano, além de Ana Mafalda Leite, Tania Macêdo, Vera Maquêa, entre outros. PALAVRAS­CHAVE: Conto; História; Moçambique. TIA, NÃO SEI ESCREVER, POSSO DESENHAR? O CONTINUUM DESENHO­ESCRITA NA PRODUÇÃO DE NARRATIVAS PRODUZIDAS POR CRIANÇAS Mônica de Souza Serafim [UFC] [email protected] RESUMO: A criança, enquanto produtora de textos, deixa marcas, indícios, que sinalizam o caminho que o interlocutor percorrerá para chegar perto da intencionalidade do autor. Considerar o texto nesta perspectiva nos permite pensar que seus sentidos não são apriorísticos, mas construídos à medida que os sujeitos interagem por meio das diversas possibilidades que sua língua oferece. Nesse contexto, reconhecemos que há muitos aspectos a serem
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES observados nas histórias reescritas pelas crianças, no entanto, neste trabalho, escolheremos apenas um aspecto para olharmos essas produções textuais: investigar o continuum desenho­escrita na reescrita de contos infantis. Empreenderemos nosso trabalho tendo como aporte teórico as contribuições de Derdyk (1990; 2004), Colello (1997), Girardello (1998), Gomes­Santos (2003), Greig (2004) e Serafim (2008). Para realizar este trabalho, utilizamos um corpus formado trinta e dois textos, produzidos por crianças de 1ª e 2ª séries, cujo conteúdo era a reescrita do conto Chapeuzinho Vermelho. Analisaremos os dados sob perspectivas quantitativa e qualitativa, esta última baseada no paradigma indiciário de investigação, que se apresenta como um modelo epistemológico fundado no detalhe, no singular. A análise dos dados nos mostrou que a função dos desenhos nas produções de crianças que ainda estavam no início do processo de alfabetização era a de complementação e nas produções em que a criança já tinha um maior domínio da língua escrita a função dos desenhos era de ilustração. Tais achados nos permitiram concluir que a relação desenho­escrita é de um continuum, ou seja, as duas linguagens se complementam, pois a imagem formada pictograficamente não surge apenas para garantir a evocação da imagem gráfica, uma diz algo em relação à outra de forma não redundante. PALAVRAS­CHAVE: Desenho; reescrita; narrativas infantis. que se constitui a partir de elementos verbais e/ou não­verbais, que proporcionam o diálogo entre textos e evocam a situação discursiva, os recursos textuais ou o posicionamento de outros textos; e iii) Intertextualidade como as relações implícitas ou explícitas que cada texto ou enunciado estabelece com os textos à sua volta, que lhe são antecedentes, contemporâneos ou futuros (BAZERMAN, 2006). Diante da análise dos dados, constatamos que um texto pode recorrer a outros textos (na intertextualidade), a outros discursos (na interdiscursividade), a outras mídias (na intermidialidade) e a outras imagens (na intericonicidade) preexistentes. PALAVRAS­CHAVE: Intertextualidade; gêneros icônico­verbais; intergeneracidade; intericonicidade; intermidialidade UM OLHAR PANORÂMICO SOBRE A INTERTEXTUALIDADE Morgana Soares da Silva [UFPE/CAPES] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem por objetivo precípuo analisar a intertextualidade em gêneros icônico­verbais que se utilizam constitutivamente da intergenericidade, da intericonicidade e da intermidialidade. Tal investigação é justificável porque o fenômeno tratado é constitutivo da linguagem, interferindo na composição de vários textos e gêneros. No desenvolvimento da pesquisa, embasar­nos­emos em Koch & Elias (2006) e Marcuschi (2008, 2002), ao tratarem da intergenericidade; em Dionisio (2006a, 2006b) e Arbex (2000), ao tratarem da intericonicidade; e em Bazerman (2006), ao tratar da intermidialidade. Metodologicamente, procedemos à análise qualitativa de oito textos de gêneros variados, que constituem nosso corpus, e adotamos os seguintes pressupostos teóricos: i) Linguagem como construída no diálogo; ii) Texto como evento comunicativo TU ÉS PEDRO E SOBRE TI EDIFICAREI UM PRÉDIO DE 178 ANDARES: REVISITANDO O CONTEXTO SOCIOCULTURAL E HISTÓRICO DO OPERÁRIO IMIGRANTE EM ZERO Mylena de Lima Queiroz [Instituto Albert Einstein / UEPB] [email protected] RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo apresentar uma análise discursiva, referente ao contexto sociocultural, do romance Zero de Ignácio de Loyola Brandão: obra que, por ser um retrato espantoso do Brasil durante a ditadura, foi liberada pela censura apenas em 1979, publicada inicialmente na Itália, La avventure di un ‘eroe’ latinoamericano. Dentre tantos outras personagens, está presente Pedro, um operário migrante com nome comum, que representa tantos outros. A finalidade é perceber como, a partir do entrecruzamento de sua “reportagem nua”, de seu discurso político, dos contextos sociocultural e histórico e da formação de identidade, Loyola torna sua personagem Pedro a própria representação do operário que migra do Norte e Nordeste para trabalhar em construções. Como aporte teórico, utilizamos a Análise do Discurso de base francesa, tomando a memória coletiva e a memória discursiva em Cleudemar Fernandes e a constituição heterogênea do texto em Eni Orlandi como maiores pilares. Nesta apresentação, sustentamos a ideia de que os que passaram pelos “porões da ditadura”, porões que serviam tanto para presos políticos como para os livros censurados, pela experimentação comportamental e por exporem como vivia
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES o povo, com enfrentamentos e conflitos dessa época, sustentam a memória de uma geração, sendo, portanto, importantes dados para análises discursivas. PALAVRAS­CHAVES: Identidade; Análise do Discurso; memória. PALAVRAS­CHAVE: Notícias; informatividade visual; multimodalidade. LINGUAGEM E LITERATURA MARGINAL A INFORMATIVIDADE VISUAL DE NOTÍCIAS: O QUE MUDOU COM O TEMPO?
Nadiana Lima da Silva [UFPE] [email protected] RESUMO: Nossas práticas sociais estão pautadas pela nossa relação com a linguagem, que, cada dia mais, associa­se aos recursos visuais (e sonoros), de forma a configurarem­se em um todo harmônico. Frente a isso, à medida que as nossas relações, por meio da linguagem, vão se modificando, também vão sofrendo mudanças os gêneros textuais e a maneira como nos relacionamos com eles, como os compreendemos. Dessa forma, faz­se necessário traçar um olhar analítico acerca das mudanças decorrentes desse processo. Com esse intuito, dedicamo­nos, neste estudo, à investigação de como se processa a combinação dos pontos­de­vista, nas partes dos documentos (entendidos como uma unidade semiótica, constituída por textos verbais e/ou não­verbais, considerados como um conjunto), por meio da comparação de duas notícias, dispostas em páginas­duplas, da revista Veja, das edições nº3 (25/09/1968) e nº1844 (10/03/2004). A coleta desse corpus foi realizada por acesso ao site Acervo Digital Veja e esteve norteada por dois aspectos: serem documentos produzidos em intervalos temporais relativamente longos; e apresentarem uma variedade relevante de “sistemas semióticos”. Norteando este estudo, levamos em conta os estudos sobre gêneros sob a perspectiva das abordagens sociorretóricas e os estudos sobre Multimodalidade, guiados, sobretudo, pela Gramática de Design Visual, formulada por Kress e van Leeuwen. A análise comparativa realizada revela que as notícias dispostas em páginas­duplas consideradas apresentam uma configuração similar, quanto à associação dos três aspectos descritivos dos sistemas semióticos da página e quanto à variedade de agrupamentos retóricos, no entanto, entre um texto e outro, há um indiscutível percurso entre extremos formados por um texto com pouca informatividade visual (o mais antigo) e por um texto com elevado grau de informatividade visual (o mais recente), o que aponta para a necessidade de considerar os aspectos multimodais na leitura de textos diversos, desenvolvendo, assim, o letramento visual dos leitores. Neuza Maria Sant’ Anna de Oliveira [UERJ] [email protected] Thaiana de Assis Santana [UERJ] [email protected] RESUMO: Este trabalho versa sobre as relações entre a Linguagem e a “Literatura Marginal” com o intuito de entender melhor a estrutura da escrita dos livros que a periferia produz. Ele se enquadra na linha teórica Linguagem e Sociedade. A metodologia adotada foi uma pesquisa bibliográfica. O trabalho inicia­se buscando responder a questão o que é linguagem? O dicionário define linguagem como um sistema de signos que serve para expressar ideias e sentimentos e a parti dessa definição podemos relacionar dois componentes da linguagem a forma e a função da linguagem. Perpassando por outros pontos como a linguagem se desenvolve e o que os etimólogos Vygotsky e Piaget falam sobre o assunto. Buscamos as relações entre linguagem e literatura, contatamos que a literatura tradicional privilegia a um determinado campo linguístico onde a periferia não consegue se representadas nesses escritos. Apresentamos o que é “Literatura Marginal” que é a produção dos escritores oriundos de comunidades marginalizadas socialmente, que estão à margem das grandes obras literárias de circulação no mercado editorial, e concluímos o trabalho justificando a “marginalidade” da “Literatura Marginal” com a teoria do preconceito linguístico, tal teoria é de fundamental importância apresar de passa despercebido porque não reconhecemos sua existência, o que o torna mais poderoso, como não se reconhece sua existência nada se faz para resolvê­lo onde elegemos entre os vários mitos do preconceito linguístico discorrer sobre dois que são de fundamental importância para o nosso trabalho o mito1 “O português do Brasil apresenta uma unidade surpreendente” e mito 4 “As pessoas sem instruções falam errado”. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem; “Literatura Marginal”; preconceito linguístico. ENSINO DE LÍNGUA UTILIZANDO SOFTWARE EDUCACIONAL
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Niege Guedes [UFRPE­UAG] [email protected] RESUMO: Este trabalho situa­se no contexto dos estudos funcionalistas, especificamente sobre a gramaticalização dos pronomes relativos. O objetivo geral é analisar as funções sintáticas e semântico­discursivas dos pronomes relativos em produções escritas por professores da Educação Básica, o que contribuirá para a descrição do processo de gramaticalização, pelo qual a classe está passando atualmente. Os objetivos específicos são: quantificar os pronomes relativos utilizados nos textos desses professores; identificar o pronome relativo predominante nessas produções e suas diversas funções; e identificar usos alternativos à norma padrão. Para que esses objetivos sejam alcançados, realizaremos uma pesquisa documental, já que o corpus será constituído de textos produzidos por professores da educação básica, em um curso de Formação de Professores, oferecido pela Universidade Estadual da Paraíba, em parceria com o Governo Estadual, de outubro a novembro de 2011. A escolha por esse corpus se deu porque a produção desses professores pode revelar os usos atuais dos pronomes relativos em contextos de escrita e, dentre esses usos, os que podem servir como uma alternativa à norma padrão. Além disso, pressupõe­se que esses professores tenham uma escrita mais madura e ajustada ao padrão culto da língua, sobretudo em situações de escrita monitorada, como é o caso dos textos a serem analisados. Destacamos, ainda, que, por tratar de um tópico da sintaxe do português, o presente trabalho visa a contribuir para as reflexões sobre o ensino de gramática, já que apresenta uma metodologia que supera a limitação da análise de períodos de forma isolada. Na perspectiva aqui adotada, oração e período se articulam e são analisados dentro de um contexto maior, o texto, que, por sua vez, revela aspectos semântico­discursivos de acordo com os elementos escolhidos para sua composição. PALAVRAS­CHAVE: Funcionalismo; gramaticalização; pronomes relativos. RESUMO: O ensino de língua pode tornar­se mais eficiente com o uso de softwares educacionais, já que, hoje, a tecnologia faz parte da vida dos estudantes. Sendo assim, pode ser uma aliada para a obtenção do conhecimento e a formação de leitores proficientes. Objetiva­se, então, neste trabalho, fazer uma reflexão a respeito do ensino de língua com uso de software na escola. O trabalho foi realizado a partir de leituras e discussões e de entrevistas realizadas com 10 alunos concluintes dos cursos de Pedagogia e Letras (que já lecionam em escolas particulares e públicas de Garanhuns) e que participaram de uma oficina, cujo tema é o mesmo do trabalho, realizada no segundo semestre de 2011 na UPE. A pesquisa foi qualitativa. Tomamos como base, para a organização da oficina, a discussão do grupo e a produção do trabalho, autores que trabalham com leitura, produção de textos e hipertexto, dentre eles: Koch (2006), Costa Val (2000), Marcuschi (2000), Tavares (2009) e Xavier (2005). Baseando­se nos dados obtidos, pode­se afirmar que o computador, quando utilizado adequadamente, pode ser bastante útil para ampliar a competência leitora do aluno e ajudá­lo na produção de textos. Os softwares educacionais, por sua vez, podem ajudar o aluno a desenvolver competências relacionadas à leitura e à compreensão de textos visuais (letramento visual), além de possibilitar trabalhar habilidades que facilitam o acesso e a produção de textos usando os recursos de multimídia (letramento midiático) (TAVARES, 2009). Além disso, esses softwares apresentam possibilidades diversas de trabalho com o texto, que ajudam o aluno a ler e a produzir com prazer. Cabe à escola fazer uso adequado dos softwares educacionais para trabalhar leitura e produção de texto com uso da tecnologia, uma vez que isso pode ajudar os alunos a exercer melhor a cidadania. PALAVRAS­CHAVE: Software; ensino; leitura; escrita. A ABORDAGEM DA LEITURA NO LIVRO DIDÁTICO INFÂNCIA BRASILEIRA EM SEU CONTEXTO DE PRODUÇÃO GRAMATICALIZAÇÃO DOS PRONOMES RELATIVOS: UMA ANÁLISE FUNCIONALISTA EM PRODUÇÕES TEXTUAIS DE PROFESSORES Onilma Freire dos Santos [UFPE/ PPGL/ CAPES] [email protected] Noelma Cristina Ferreira dos Santos [UEPB] [email protected] RESUMO: A leitura e o livro didático, doravante LD, são temas bastante recorrentes nos estudos linguísticos contemporâneos. Partindo do
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES pressuposto de que a análise dos LD's pode refletir conceitos e concepções vigentes em determinados períodos histórico­sociais, decidimos analisar um LD da década de 60 para, a partir da sua relação com o seu contexto de produção e utilização, conhecer e discutir a abordagem da leitura no período em questão. Vale ressaltar que não é nosso objetivo atribuir juízo de valor ou fazer comparações entre as concepções atualmente vigentes e as veiculadas pelo LD que analisaremos, pois temos em mente que conceitos e concepções estão sempre atrelados a mudanças históricas e sociais, de modo que não há justiça nem cientificidade em comparações dessa natureza. A pretensão deste trabalho é analisar, à luz dos conceitos da Linguística Aplicada, a relação entre as propostas de leitura e seu contexto sócio­histórico no LD Infância Brasileira para compreender como alguns fatores históricos e ideológicos influenciam as propostas de leitura no LD em questão. Tais ideologias se apresentam em propostas de leitura e em textos atrelados às mesmas. Acerca da relação entre leitura e contexto histórico, apoiamo­nos em Kleiman que afirma que os usos da leitura estão ligados à situação; são determinados como objetivo analisar a interdiscursividade de acordo com a teoria do dialogismo de Bakhtin. Nele, leva­se em consideração como esse fenômeno intrínseco aos discursos expressa­se na relação entre a crônica Matar , de Carlos Drummond de Andrade, e a teoria psicanalítica de Freud, no que se refere ao processo mental que desencadeia o desejo de saber nos seres humanos. O trabalho se dividirá em três etapas: na primeira, serão expostas noções gerais sobre o dialogismo e a interdiscursividade como constituintes dos discursos e dos textos que os veiculam, de acordo com a teoria de Bakhtin; na segunda parte, será feita uma breve apresentação do conceito de pulsão de saber e de como ela se manifesta no desenvolvimento humano; e, por último, será trazida uma possível análise para as relações entre a crônica e a teoria freudiana, bem como as considerações finais do trabalho. PALAVRAS­CHAVE: Dialogismo; discurso; crônica; Psicanálise. pelas histórias dos participantes, pelas características da instituição em que se encontram, pelo grau de formalidade ou informalidade da situação, pelo objetivo da atividade de leitura, diferindo segundo o grupo social e determinando distintos modos de ler e de constituição do sujeito (2004: 14). Não se pode negligenciar o fato de o LD veicular, além de conteúdos enciclopédicos, ideologias do seu contexto de produção, e debruçar­se sobre esse objeto é fundamental para a compreensão dos acontecimentos em nossos tempos. PALAVRAS­CHAVE: Livro didático; leitura; ideologias; contexto histórico. UM CASO DE INTERDISCURSIVIDADE ENTRE FREUD E DRUMMOND Paula Marina Queiroz da Silva [UFPE] [email protected] RESUMO: Entendendo a linguagem artística como empreendimento criativo e dialógico em sua constituição e partindo­se do princípio de que a enunciação se inscreve num contexto social e ideológico e, portanto, trava diálogos com os discursos que circulam em sociedade, este trabalho tem DESCRIÇÃO DA REDUPLICAÇÃO NA LÍNGUA LATUNDÊ (FAMÍLIA LINGUÍSTICA NAMBIKWÁRA) Paula Mendes Costa [UFPE/ NEI ­ PPGL] [email protected] RESUMO: Este trabalho desenvolve o estudo dos fenômenos fonológicos envolvidos nas reduplicações existentes na língua indígena Latundê, da família Nambikwára, descrevendo os processos que a elas estão relacionadas e identificando suas motivações semânticas e restrições fonológicas. O Latundê é uma língua moribunda, falada por apenas 21 pessoas que habitam uma Terra Indígena ao Sul do Estado de Rondônia. Do ponto de vista linguístico, o Latundê é uma língua com fonologia complexa, na qual se observam a interface fonética/fonologia bastante opaca e vários processos fonológicos que interagem com a gramática. Para a realização da análise, utilizaram­se as informações recolhidas por Stella Telles, quando de sua ida a campo (2000) para elaboração de sua tese, e que compreendem cadernos de campo e gravações digitais. Os dados analisados fazem parte do acervo do Núcleo de Estudos Indigenistas – NEI, Departamento de Letras, Programa de Pós­Graduação em Letras, da Universidade Federal de Pernambuco. O acervo compreende mais de 50 horas de gravação digital, que serviram de base para o trabalho de Telles (2002). A partir da análise realizada, observou­se, entre outros elementos, que a reduplicação em Latundê é prefixal e pode contemplar estruturas monossilábicas ou dissilábicas. O estudo de descrição fonológica (e gramatical) aqui apresentado apoiou­se na
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES abordagem estruturalista norte­americana, utilizando­se inicialmente as técnicas de linguística distribucional e partindo, em seguida, para as evidências de um arcabouço teórico mais moderno, fornecido pela fonologia autossegmental, lexical e prosódica, constantes em Lass (1984), Goldsmith (1995), Clemensts (1995), entre outros. PALAVRAS­CHAVE: Línguas indígenas; Latundê; Fonologia; reduplicação. PALAVRAS­CHAVE: Humor; negociação da imagem; língua inglesa; ensino. O HUMOR NO DISCURSO DO PROFESSOR E APRENDIZES NO PROCESSO DA NEGOCIAÇÃO DA IMAGEM EM AULAS DE LÍNGUA INGLESA Poliana Pimentel Silva [UFAL] [email protected] RESUMO: Este trabalho está inscrito no âmbito das pesquisas qualitativas sobre linguagem, que têm como objetivo analisar os índices de humor no discurso do professor(a) e dos alunos em uma turma de formação de professores de inglês dentro da perspectiva do fenômeno da negociação da imagem (GOFFMAN, 1981). À luz de pensadores contemporâneos que defendem uma abordagem interacional na sala de aula de língua estrangeira (KRAMSCH, 1993; TAVARES, 2006) volta­se o olhar para como o uso do humor é reconhecido entre os participantes como forma de envolvimento, negação, correção e assim por diante (BATESON, 2002). De acordo com Goffman (2008), todo encontro social é composto por regras sociais estabelecidas durante uma situação de fala. Diferentemente do que se possa pensar, o diálogo acontece de forma organizada, pois, não sendo assim, o entendimento entre ambas as partes seria quase impossível. Considerando o cenário da sala de aula de LE como um ambiente social e ao mesmo tempo ameaçador à imagem de ambos os envolvidos, entendemos o humor no discurso dos interactantes como uma possibilidade de envolvimento ou até mesmo de distanciamento, dependendo da intenção discursiva do falante. Portanto, é seguindo os encalços teóricos da Sociolinguística Interacional e da Linguística Aplicada, que a presente pesquisa tentará entender a função do humor na fala do professor e do aprendiz como forma de analisar a construção de significados, de envolvimento e participação nos eventos interativos nas aulas de língua inglesa. ASPECTOS DA CONSTITUIÇÃO DO ADJ UNTO ADVERBIAL: CONSIDERANDO AS NOÇÕES DE HORIZONTALIDADE E DE VERTICALIDADE SINTÁTICAS Priscila Brasil Gonçalves Lacerda [UFMG/CNPq] [email protected] RESUMO: Neste trabalho, apresentamos uma análise que procura determinar como os eixos vertical e horizontal da sintaxe atuam na constituição do lugar de adjunto adverbial, procurando reconhecer traços que definam as regularidades que identificam esse lugar sintático. Adotamos uma perspectiva teórica que se localiza na interface entre sintaxe e semântica da enunciação, considerando que os fatos sintáticos se fundam na relação entre a materialidade da língua e o domínio do dizer, do acontecimento enunciativo (DIAS, 2009). Na análise, estabelecermos, por exemplo, um contraste entre as sentenças “Lula é gente que faz” e “Lula é gente que faz no Brasil”, o que nos permitiu verificar que a não ocupação do lugar de objeto do verbo “fazer” constitui um vazio, um silêncio sintático (DALMASCHIO, 2008) que significa pela integração do lugar de objeto à memória do verbo “fazer”. Diferentemente, o lugar de adjunto, na primeira sentença, não constitui esse silêncio sintático, o que nos faz supor que tal lugar não seja sustentado pela memória enunciativa do verbo. Atribuímos essa e outras divergências entre os lugares de objeto e de adjunto adverbial a uma diferença na configuração vertical, que é relativa à constituição dos lugares em si, e na configuração horizontal de cada lugar, que se refere às relações estabelecidas pelos lugares sintáticos entre si na construção da sentença. Até então, constatamos que os traços de fragilidade sintática, mais vinculação à cena e baixa relevância na configuração do modo de enunciação da sentença parecem ser definidores do lugar de adjunto adverbial. Acreditamos que este trabalho tenha trazido contribuições para o quadro teórico adotado, que está em construção e se propõe a elucidar aspectos da interface entre sintaxe e semântica da enunciação, sendo essa a motivação principal para a realização do presente estudo. PALAVRAS­CHAVE: Adjunto adverbial; sintaxe; semântica; enunciação.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES ANÁLISE LINGUÍSTICA DE DISCURSOS SOBRE O TRABALHO FEMININO NO CONTO PAI CONTRA MÃE Priscila Lopes Viana [UFMG] [email protected] RESUMO: Em nossa pesquisa de doutoramento, temos analisado discursos sobre o trabalho da doméstica. Pela necessidade de fazermos uma recuperação histórica que nos ajude a compreender as representações do trabalho feminino, sobretudo o da trabalhadora doméstica no século XXI, buscamos elementos linguísticos em trechos do conto Pai contra mãe, de Machado de Assis (1906/2005). Para a realização dessa análise, utilizamos o aparato conceitual do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999) e as contribuições da Análise do Discurso (FARIA, 2005; FIORIN, 1989; MAINGUENEAU, 1984; entre outras). Esse conto interessa­nos na medida em que mostra a situação da mulher (livre ou escrava) no Brasil dos séculos XVI­XIX. O conto traz representações de uma sociedade machista (implicitamente) e escravagista (explicitamente), que naturalizava a visão de seres humanos (afrodescententes) como bens materiais. Contudo, o posicionamento do autor do conto contra a escravidão, implícito em suas construções linguísticas irônicas, remete­nos a emersão de novas representações sociais. Ao falar da máscara de folha de flandres, por exemplo, o autor aponta questões religiosas, na figura do “pecado”, que eram usadas como desculpa para os senhores de escravos serem cruéis e grotescos. Além disso, temos percebido, desde a primeira linha do conto, um dos principais percursos semânticos do texto – o do trabalho –, o qual é tematizado explicitamente por meio da figura do “ofício” em “A ESCRAVIDÃO levou consigo ofícios e aparelhos, como terá sucedido a outras instituições sociais” (MACHADO DE ASSIS, 2005: 63). Vale ressaltar que a análise de discursos relacionados ao trabalho é um novo desafio para a linguística. Como toda atividade humana é mediada pela linguagem, o trabalho o é de uma maneira especial, pois, além de envolver um intenso, contínuo e potencialmente conflituoso conjunto de interações, trata­se de um agir que, de certa maneira, ocupa uma parte considerável da vida dos seres humanos. PALAVRAS­CHAVE: Trabalho feminino; conto; representação social; Interacionismo Sociodiscursivo; Análise do Discurso DE TRANSFORMAÇÃO EM TRANSFORMAÇÃO DOM QUIXOTE ARMA UMA CONFUSÃO: UMA ANÁLISE DISCURSIVA Raimundo Batista Almeida [UNICAP] raimundo­[email protected] Nadia Pereira Gonçalves de Azevedo [UNICAP] [email protected] RESUMO: Este trabalho teve o objetivo de analisar o discurso irônico de Dom Quixote quanto à recepção dada por ele aos negociantes de seda, do caminho com quem cruzava na rota do mesmo nome, obrigando­os a reconhecer a beleza de sua amada Dulcinea. Por se negarem, o cavaleiro os agrediu com palavras descorteses. O mesmo não acontece com Pedro Alonso, seu vizinho, que foi transformado por Dom Quixote em personagens dos livros de cavalaria. O aporte teórico do estudo foi a Análise do Discurso de linha francesa, tal como fundada por Pêcheux e desenvolvida, no Brasil, por Orlandi e seguidores. O foco principal de análise foi o conceito/noção de heterogeneidade discursiva, condições de produção e esquecimento. O corpus deste texto foi constituído pelos recortes discursivos dos capítulos IV e V do primeiro tomo da obra Dom Quixote de La Mancha , depois de ter sido armado cavaleiro andante. Foram analisados quatro recortes discursivos, dos quais os dois primeiros do quarto capítulo e os dois últimos do quinto. O Cavaleiro Dom Quixote, que tudo vê e transforma, segundo suas formações imaginárias, chama os negociantes de gente descomunal e soberba, podendo, aí, ser observada a interdiscursividade entre os discursos da cavalaria andante e o Novo Testamento. PALAVRAS­CHAVE: Dom Quixote; interdiscursividade; discurso; cavaleiro. ESTILO E VARIAÇÃO LINGUÍSTICA: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Rafaela Veloso Machado [UFPB] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: Desde as primeiras investigações sociolinguísticas desenvolvidas por William Labov, na década de 60 do século anterior, quando ele lançou as bases para o estudo e compreensão dos processos variáveis, um fator foi posto como determinante para as essas análises linguísticas: o estilo. Desde então, as teorias sociolinguísticas têm enfocado essa restrição de várias maneiras – como atenção prestada à fala (LABOV, 1966; 1972), como direcionado para a audiência do falante (BELL, 1984), ou como sendo construído no interior das comunidades de práticas em que o falante está inserido (ECKERT, 2000; 2005). A primeira coisa que se pode dizer sobre o estilo é que não existe falante de estilo único, todo falante exibe alternâncias de variáveis linguísticas, em maior ou menor grau, quando se altera o contexto social e a temática da interação. Para as pesquisas sociolinguísticas, o estilo é tratado como uma restrição capaz de influir em um dado fenômeno linguístico, como uma escolha (consciente ou não) feita pelo indivíduo em seus comportamentos linguísticos. O estilo nada mais é do que aquilo que o falante faz com a língua levando em conta o universo social que o permeia. Mesmo que essa ideia pareça ‘óbvia’ hoje em dia, o estilo foi relegado nas análises variacionistas logo após o trabalho germinal de Labov (1972), colocando­se novamente em voga somente a partir da primeira década deste século. Defende­se que as mudanças de estilo são (devam ser) uma questão central nos estudos variacionistas, pois delas emergem o significado social da variação e a construção da identidade linguística do falante. Portanto, o objetivo desta comunicação consiste em trazer algumas considerações teóricas referentes à relação estilo/variação, visto que esse é um campo minimamente explorado, mesmo entre os estudiosos da área, tendo como interesse primordial discutir questões fundamentais da Sociolinguística atual ainda em percurso. PALAVRAS­CHAVE: Sociolinguística; variação; estilo. RESUMO: Este trabalho tem como objetivo discutir as variadas maneiras pelas quais professores de Língua Portuguesa constroem sua relação com a cultura letrada e, por conseguinte, adquirem certas disposições que constituem saberes docentes e sua identidade profissional (TARDIF, 2008). Utilizando­nos de relatos coletados em entrevistas semiestruturadas, reconstruímos a trajetória de três docentes como leitores. A partir de alguns pressupostos da Análise de Discurso (FAIRCLOUGH, 2001; PÊCHEUX, 2002; FOUCAULT, 2006) e, sobretudo, do conceito de “memória discursiva” (ORLANDI, 2009), foi­nos possível traçar paralelos entre a história de vida dos sujeitos, sua relação com a cultura escrita e os saberes docentes – na forma de concepções e na prática representada ­ que emergem em seu discurso. Os resultados, ainda que parciais, apontam para o fato de que as primeiras experiências dos sujeitos, possibilitadas por certos tipos de capital cultural legado pelo grupo familiar (BOURDIEU, 2008), constroem formas distintas de relação com a cultura letrada. No que diz respeito ao período de escolarização básica dos sujeitos pesquisados, não se pode negar a ação escolar sobre suas trajetórias como leitores, pois, ao lado da herança familiar, as disposições e códigos produzidos na instituição escolar acerca das práticas da leitura deixam marcas profundas, na forma de rituais e um acervo comum e, de modo geral, parecem orientar suas concepções acerca dessa prática quando passam a trabalhar como professores de língua portuguesa. Nesse quadro de disposições e crenças relacionadas às práticas da leitura adquiridas ao longo da trajetória dos sujeitos, identificamos que os saberes dos docentes apresentam um caráter compósito e são construídas em vários momentos dos quais nem sempre a formação inicial é a mais significativa. PALAVRAS­CHAVE: Prática cultural; memória discursiva; saberes docentes. A MUDANÇA NO DATIVO LATINO MEMÓRIA DISCURSIVA E SABERES DOCENTES: UMA ANÁLISE DA RELAÇÃO DO PROFESSOR DE PORTUGUÊS COM A CULTURA LETRADA Reginaldo Clecio dos Santos [SEE/PE] [email protected] Renata Figueiredo de Castro [UFAL] [email protected] RESUMO: O dativo é um caso especialmente complexo da gramática latina pela sua construção. Há grande diversidade em suas realizações na sentença, levando a uma aparente falta de unidade semântico­estrutural. Aparente, visto que é possível pensar na fluidez desse caso a partir de suas variações. Atribui­se ao Latim Vulgar (L.V.) a responsabilidade das transformações sofridas pelo Latim, principalmente em relação à redução do sistema
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES flexional dos nomes. Entretanto, o Latim Clássico (L.C.) já foi uma simplificação do sistema de casos indo­europeu. É inegável, todavia, que o L.V. acelerou esse processo, otimizando a continuidade de uma tendência. Evidentemente, não só fatores externos determinaram a variação do dativo, como também fatores internos. Pode­se pensar que o gene da mudança das funções do dativo já estava presente no sistema latino. A modificação progressiva do sistema fonético ajudou a suprimir as diferenças formais de certos casos. Todavia, essa mudança fonética também salvaguardou, até onde pôde, o limite funcional dos casos que se tornavam intercambiáveis, seguindo uma característica original de haver pontos em comum entre as funções de casos como dativo, genitivo e ablativo. Assim, encarar língua enquanto estrutura sistêmica permite pensar que variações latentes podem ser concretizadas a partir de elementos externos à língua, que provocam pressões. Ou seja, a variação já seria parte do sistema – este invariável em seus princípios – e elementos extralinguísticos criariam as circunstâncias necessárias para que a variação se desencadeasse. A respeito da interação de fatores intralinguísticos e extralinguísticos no processo de variação linguística, a pesquisa intenciona não só analisar como se deu a variação do dativo a partir das duas variedades latinas coexistentes – clássica e vulgar –, mas também analisar a questão da reordenação estrutural desse caso. Para tanto, a Sociolinguística Paramétrica, proposta por Tarallo e Kato (1989) deve fornecer o aparato teórico necessário. PALAVRAS­CHAVE: Socioliguística Paramétrica; dativo latino; variação. exposta a Libras e a Lingua Portuguesa. Para isso, descrevemos e analisamos os gestos, incluindo a Libras, utilizados pela criança ouvinte em interações com o pai. Partimos da perspectiva de funcionamento linguístico multimodal proposta por Kendon (1982) e McNeill (1985; 2000). Focamos nosso olhar na gestualidade da criança enquanto via de interação com um dos seus parceiros sociais básicos, seu pai surdo, usuário proficiente em Libras. Os gestos foram analisados com base na tipologia gestual proposta por Kendon (1982): gesticulação que ocorre na presença da fala; gesto emblemático, que nem sempre é acompanhado da fal, e é parcialmente convencional, tendo significação cultural e social; a pantomima, que envolve a simulação de ações; e a língua de sinais, no caso a Libras, que é totalmente convencional. O corpus desse estudo foi constituído por vídeos caseiros realizados pela própria família da criança, que contemplam interações entre a criança e seu pai, em diferentes momentos cronológicos. Esses registros videografados foram extraídos da internet, mais precisamente do site: www.youtube.com. Após a coleta desses vídeos, os gestos e sinais realizados pela criança foram transcritos para serem analisados longitudinalmente. Os dados mostraram que no processo de aquisição da Libras, a criança usa gestos emblemáticos e pantomímicos na interação com o pai surdo, já a complexidade e estruturação das configurações de mão dos diferentes sinais referente a Libras foram adquiridas gradativamente, à medida que a criança tornava­se falante proficiente nessa língua. PALAVRAS­CHAVE: Criança ouvinte; contexto bilíngue; aquisição da Libras. EMERGÊNCIA DE GESTOS EM CRIANÇA OUVINTE: CAMINHOS PARA AQUISIÇÃO DA LIBRAS EM CONTEXTO BILINGUE Renata Fonseca Lima da Fonte [UFPB] [email protected] Maria Janaina Alencar Sampaio [UFRPE] [email protected] RESUMO: Os gestos e a fala funcionam como recursos primordiais para a criança ouvinte inserir­se em um contexto bilíngue, interagindo com seus parceiros sociais básicos: pai surdo e mãe ouvinte. Considerando esse núcleo social familiar, este estudo, inserido na linha de pesquisa Linguagem e Sociedade, tem como objetivo principal investigar o processo de aquisição da Libras em uma criança ouvinte, inserida em contexto bilíngue, no qual está O PREENCHIMENTO DO SUJ EITO NA FALA DE MENORES CARENTES DA CIDADE DE MACEIÓ Renata Lívia de Araújo Santos [UFAL] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem como objetivo principal investigar a realização do preenchimento do sujeito na fala de menores carentes que vivem em entidades filantrópicas na cidade de Maceió. Procura­se alcançar, à luz da Teoria da Variação Linguística, de William Labov (2008 [1972]), os seguintes objetivos: (i) observar se há variação entre o uso de sujeitos preenchidos e não­preenchidos, considerando o controle das variáveis linguísticas: concordância verbal, tempo verbal e natureza do sujeito, e das
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES variáveis extralinguísticas: escolaridade, faixa etária e sexo; (ii) verificar se há uma tendência ao preenchimento da posição de sujeito, conforme vem apontando pesquisas sociolinguísticas (cf. DUARTE, 1993, 1995; COSTA, 2003; SOUZA et al, 2010; entre outros); e (iii) identificar que fatores linguísticos e sociais, dentre os que foram selecionados para o controle, estariam condicionando o uso do preenchimento e do não­preenchimento do sujeito. O corpus deste artigo é constituído por gravações de entrevistas e narrativas, estratificadas de acordo com os fatores extralinguísticos selecionados para análise. O programa computacional Goldvarb X foi utilizado para a análise estatística dos dados. Ao realizar essa análise, constatou­se que: (i) há variação entre sujeito preenchido e não­preenchido, como era de se esperar, uma vez que, no Português Brasileiro, o sujeito pode ser recuperado pelas marcas de concordância existentes no verbo; (ii) os resultados obtidos atestam estudos anteriores ao mostrar uma tendência ao preenchimento do sujeito; e (iii) essa tendência é motivada tanto por fatores linguísticos (tempo verbal, natureza do sintagma sujeito e concordância verbal) como extralinguísticos (escolaridade). Acredita­se, de modo geral, que este trabalho apresenta uma contribuição significativa para o estudo do preenchimento do sujeito no português brasileiro e para a sociolinguística variacionista ao identificar fatores estruturais e sociais que condicionam o uso do preenchimento do sujeito a partir de dados estatísticos. PALAVRAS­CHAVE: Sujeito expletivo; dados orais; menores carentes; Sociolinguística. frequência, padrões para nossas experiências é determinante para a nossa linguagem. Isso nos permite criar experiências metafóricas. Essas experiências metafóricas são constituídas por processamentos cognitivos denominados por esquemas imagéticos e frames. Os esquemas imagéticos advêm de nossa experiência sensório­motora, que relaciona os limites de nosso corpo aos limites de nosso entorno. Os frames advêm de nossa capacidade de armazenarmos eventos socioculturais. O fato de nos locomovermos dispara sinapses neurais que vão para o córtex motor de nosso cérebro. A capacidade de compreendermos as experiências de outras pessoas se dá por meio de simulação, quando, por exemplo, observamos alguém se locomover. Nesse caso, em nosso cérebro também disparamos as mesmas sinapses responsáveis pela função motora, tendo como diferença o acionamento de neurônios­espelho, localizados no córtex pré­motor, que permitem diferenciarmos ação de simulação. A construção metafórica é fruto dessa relação constante que construímos entre corpo, mente e cultura, situando­nos em experiências corpóreas e culturais. PALAVRAS­CHAVE: Metáfora; cognição; cultura; simulação. REPRODUÇÃO DISCURSIVA E SOCIEDADE: ESTUDOS CRÍTICOS DO DISCURSO SOBRE O RACISMO QUE GRAVITAM NA ESFERA DO LIVRO DIDÁTICO Rinalda Fernanda de Arruda [UFPE] [email protected] TEORIA NEURAL DA METÁFORA E A PROPOSTA DE SIMULAÇÃO MENTAL PARA COMPREENSÃO Ricardo Yamashita Santos [UFRN] [email protected] RESUMO: Temos como objetivo neste artigo apresentar um breve panorama dos estudos recentes sobre a Teoria Neural da Metáfora e propor uma análise da compreensão metafórica em Blocos Construcionais que constituam o discurso. Pesquisas recentes demonstram que a metáfora é resultado de processamentos cognitivos que envolvem nossa percepção sensório­motora aliada às experiências socioculturais. A proposta de mente corporificada, predominante nas ciências cognitivas atuais, é basilar para estudos envolvendo a simulação mental. A capacidade de construirmos,via RESUMO: O vínculo entre o livro didático e a prática escolar faz com que este material se imponha como necessidade pragmática para as políticas de educação e para os agentes pedagógicos. Como ele é considerado um fetiche cultural, atuando como um instrumental em sua quase totalidade “único” e um farol no encaminhamento das ações docentes, debruçamo­nos na tarefa de investigar como são feitas as reflexões no livro didático de Língua Portuguesa sobre a relação dialética entre discurso e outros contextos que se constituem de práticas sociais particulares vigentes, no caso o racismo. Pretendemos ressaltar como a abordagem sociodiscursiva desses manuais sugere sentidos de caráter ideológico que tendem a reforçar valores que possibilitam a construção de uma identidade negativa quanto às questões étnicas e, sobretudo, na configuração vitimizada e secundarizada relegada, muitas vezes, ao negro ou até silenciada. Interessa­nos saber quais
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES estratégias epistêmicas e discursivas são adotadas pelos LDs de Língua Portuguesa para construir o conhecimento e qual é a base oferecida para os adolescentes construírem algo novo. Para nossas análises, baseamo­nos na coleção do Ensino Fundamental de Cereja & Magalhães e do Ensino Médio, Faraco & Moura. Utilizamos, como farol teórico­metodológico, a Análise Crítica do Discurso, amparada em van Dijk e Fairclough, cuja maior preocupação centra­se na investigação do papel da linguagem em geral na produção, manutenção e mudança de relações de poder. A grande contribuição da ACD recai sobre a tentativa de corrigir injustiças sociais demarcadas historicamente por meio da prática discursiva, bem como emancipar aqueles que se encontram em lugares sociais pouco favorecidos. Como a escola cimenta a sociedade e com essa cimentação cria­se a base, não há discurso que seja tão apreendido massivamente como o da escola. PALAVRAS­CHAVE: Análise Crítica do Discurso; racismo; livro didático. corpus constituído por oito entrevistas: quatro realizadas no Pouso Alto A IMPORTÂNCIA DO FATOR FAMILIARIDADE NA VARIAÇÃO AUSÊNCIA/PRESENÇA DE ARTIGO DEFINIDO DIANTE DE TOPÔNIMOS RESUMO: O estudo da criação lexical exige a inserção do pesquisador nos âmbitos social e histórico dos quais emergem os novos termos. Como produtos da relação entre história da sociedade e história do léxico, os neologismos recenseados em um determinado momento político podem ser analisados a partir do prisma social e do prisma formal, pois, além de registrarem acontecimentos e funcionamentos sociais, indicam o grau de vitalidade dos padrões de formações de palavras da língua em que são criados. Nosso trabalho realiza um estudo dos neologismos formais a partir do processo de derivação prefixal durante as eleições presidenciais de 2010, quando, no Brasil, foi eleita a primeira Presidenta da República do país. Além desse acontecimento, muitas outras situações históricas midiatizadas revelam importantes registros sobre a sociedade que passou por esse processo político. O objetivo da pesquisa consistiu em recensear os termos produzidos pelo processo, indicando os elementos mais produtivos e relacionando essa fecundidade às situações sociais vividas no momento histórico. Nossa investigação vincula­se à linha teórica que busca relacionar léxico e história (GUILBERT, 1975; SABLAYROLLES, 2001) no estudo da criação lexical. Coletamos os termos nas seções Poder (Folha de São Paulo) e Política (Jornal do Commercio) durante o mês de outubro de 2010. Para a obtenção do corpus de pesquisa, foi utilizado um seletor semiautomático de neologismos, o SENTER (ALVES, 2010) e, em seguida, realizou­se a metodologia de corpus de exclusão (BOULANGER, 1979), ocasião em que os neologismos são definidos como tal com base em um conjunto de obras
Rita de Cássia Ferreira Pedrosa Lazaroni [Universidade del Mar] [email protected] Andréia Almeida Mendes [UFMG/Doctum] [email protected] RESUMO: O presente estudo analisa a importância do fator familiaridade na variação sintática da ausência/presença de artigo definido diante de topônimos; este estudo foi realizado na zona rural de duas localidades da Zona da Mata mineira, a saber: Abre Campo e Matipó, Córrego do Pouso Alto e Córrego dos Lourenços, respectivamente. Percebeu­se que os informantes de cada uma das localidades possuíam um comportamento diferenciado no que diz respeito ao uso ou não do artigo definido no contexto citado. A pesquisa adota alguns pressupostos teórico­metodológicos da Sociolingüística asumidos por Labov (1972), Milroy (1987) e (1992), sendo a língua vista como variável, considerada em seu contexto sócio­cultural; e outros pressupostos da Dialetologia, tais como os estudos de Nelson Rossi (1963), (1980) e Nascentes (1922) que, por apresentar propostas para o estudo do Português Brasileiro, dão suporte à nossa discussão. Este estudo desenvolveu­se a partir da análise quantitativa e qualitativa realizada no (Abre Campo) e quatro realizadas no Córrego dos Lourenços (Matipó), havendo um total de 228 topônimos. Após análise, percebeu­se que a relação de proximidade com os topônimos da cidade natal é muito maior, o que justifica o uso do artigo; quando se trata de topônimos de outras localidades, quase não existe esse tipo de relação, o que justificaria a ausência do artigo definido. PALAVRAS­CHAVE: Artigo definido; familiaridade; topônimo. NEOLOGISMOS PREFIXAIS NAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DE 2010 Rita de Kássia Kramer Wanderley [UFPE/PPGL] [email protected] CADERNO DE RESUMOS
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES lexicográficas atualizadas (HOUAISS, 2009; VOLP, 2009). A partir do processo de prefixação, pôde­se observar que as criações refletem o clima de disputa e de polarização ideológica gerada pela corrida em busca do poder, além de registrarem as relações políticas entre personalidades importantes no país. PALAVRAS­CHAVE: Neologismos; política; léxico; sociedade. se trabalhar o hipertexto, bem como as estratégias em sala de aula, são urgentes e condizentes com uma metodologia de ensino de leitura atualizado e eficiente. PALAVRAS­CHAVE: Homepage; links; estratégias de leitura; língua inglesa. SHE WALKS IN BEAUTY LIKE THE NIGHT: UM ESTUDO HIPERTEXTO, LEITURA E ENSINO Roberta Guimarães de Godoy e Vasconcelos [Instituto Federal do Sertão Pernambucano] [email protected] RESUMO: Diante da necessidade cada vez maior de usar a Internet por razões diversas, os indivíduos se deparam diariamente com gêneros digitais que precisam produzir ou compreender. Assim, buscamos investigar como se dá a percepção do hipertexto e refletir sobre possibilidades pedagógicas envolvendo­o. Os questionamentos que nos guiaram foram referentes a: como os fatores idade, familiaridade com o computador e hábitos de leitura influenciam na compreensão do hipertexto; como a multissemiose e os links interferem nesse processamento e até que ponto os participantes estavam conscientes das estratégias utilizadas. Para encontrarmos as respostas a nossos questionamentos, utilizamos, com um grupo estudantes de inglês como língua estrangeira, em centro binacional do Recife, diversas atividades e questionários que versavam sobre leitura de diferentes páginas, bem como estratégias utilizadas. Nossas análises foram realizadas com o aporte teórico de teorias sobre ensino­aprendizagem de línguas (BROWN, 1994), a importância dos gêneros textuais para o trabalho de leitura (MARCUSCHI, 2000 E BRONCKART, 1999) e desenvolvimento de competências (DOLZ & SCHNEUWLY, 2004). Fizemos, ainda, reflexões sobre Letramento Digital (SOARES, 2002, BRAGA, 2007) e noções de hipertexto e seus desafios cognitivos (MARCUSCHI, 2007; SANTAELA, 2004, XAVIER, 2002, dentre outros). Os resultados evidenciaram que os links interferem bastante na compreensão e na tomada de decisões por parte dos leitores que demonstraram, muitas vezes, se perderem dependendo da organização das páginas. Evidenciaram também que nem sempre os leitores, apesar de adultos, estão cientes que estratégia é o melhor auxílio de acordo com um determinado momento ou objetivo da leitura. Desse modo, a necessidade de COMPARADO DO BELO FEMININO Rodrigo Fernandez Pinto [IFPE/Campus Caruaru] [email protected] RESUMO: A noção de beleza é vaga e subjetiva. Portanto, um conceito universalmente válido do belo (e do belo feminino, em particular) é impraticável. Mas, nada impede que se elaborem princípios para explicar os mecanismos de percepção da beleza. Segundo Nietzsche, em O nascimento da tragédia ou helenismo e pessimismo (1872), a arte se expressa de dois modos distintos: o apolíneo e o dionisíaco. Apolíneo se traduz em exatidão, harmonia, prudência, ilusão. Dionisíaco indica desmesura, vibração, febre, transbordamento. Apesar de Apolo e Dionísio, aqui entendidos como modos de expressão artística, serem contraditórios, eles não se excluem, antes se completam na criação estética e universal. Logo, seria mais prudente falar em predominância desse ou daquele ideal em determinada manifestação artística. O objetivo geral deste trabalho foi identificar, segundo a dicotomia nietzschiana, o ideal de beleza feminina predominante no poema She walks in beauty, de Lord Byron, e na letra da canção Heroine, do grupo musical inglês Suede. A partir da análise comparativa dos textos, pôde­se afirmar que, no poema, predomina o ideal de beleza apolínea, enquanto, na letra da canção, é o ideal de beleza dionisíaca que sobressai. Vale ressaltar que, atualmente, como prática de investigação interdisciplinar, a literatura comparada procura alargar seu objeto de estudo e ganha complexidades necessárias para a ampliação das questões literárias e culturais, tendo em vista uma complementação compreensiva do fenômeno estético. Assim, a literatura comparada constitui uma estratégia peculiar de investigação dos textos literários em sua relação com outros textos, literários ou não literários, bem como com outras formas de manifestação artística ou cultural. Logo, um estudo como este, ao propor o cotejo de um poema com uma letra de canção, representa mais um esforço, conquanto singelo, para a consolidação dessa
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES enriquecedora tendência pluralizante dos estudos comparativistas contemporâneos. PALAVRAS­CHAVE: Beleza feminina; Apolíneo; Dionisíaco; Literatura Comparada; interdisciplinaridade. em foco como em outras instituições de formação de professores de Língua Portuguesa. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; ensino; teorias linguísticas. AS CONTRIBUIÇÕES DAS TEORIAS LINGUÍSTICAS PARA O ESTUDO DOS GÊNEROS TEXTUAIS Rosilda Maria Araujo Silva dos Santos [FAESC­Faculdade de Escada] [email protected] / [email protected] Marígia Ana de Moura Aguiar [UNICAP] [email protected] RESUMO: A utilização dos gêneros textuais como instrumentos didáticos no ensino da língua materna focaliza o fazer discursivo e reitera a ideia de que a linguagem ultrapassa os limites linguísticos. Numa perspectiva interacionista sociodiscursiva, esta pesquisa alicerça­se em Bakhtin (1979/2003), que teoriza sobre os gêneros discursivos na interação; Bronckart (1999), que defende o interacionismo sociodiscursivo; Dolz e Schneuwly (2004) e Marcuschi (2003), que acreditam em uma proposta de ensino e de aprendizagem organizada a partir de gêneros textuais; além de Bazerman (2006), que investiga o caráter agentivo dos gêneros textuais. Com esta investigação, portanto, intentou­se estudar as formas de utilização dos gêneros como instrumentos didáticos e, para isso, em um trabalho com turmas iniciantes do curso de Letras de uma instituição privada de Ensino Superior de Escada/PE, observaram­se aulas, analisaram­se programas da disciplina Língua Portuguesa e implementaram­se entrevistas com o professor responsável por ela, a fim de perceber se a proposta pedagógica contemplava as teorias linguísticas sobre gêneros textuais ampliando, assim, o conhecimento dos alunos sobre o assunto. Os resultados demonstraram que a instituição trabalha com as teorias linguísticas sobre os gêneros, desde o primeiro período, porém recebe os alunos do Ensino Médio com lacunas de informação sobre isso, dificultando o trabalho de leitura e de produção proficientes de textos a partir do primeiro período. Conclui­se, então, que as aulas com os gêneros textuais nos ensinos Fundamental e Médio podem estar sinalizando a necessidade de uma revisão nas aulas de língua materna e esta pesquisa contribuirá com uma formação docente eficaz, não só no município O CONTRATO DE LEITURA ESTABELECIDO A PARTIR DO ETHOS DOS APRESENTADORES DE TELEJ ORNAL Taciana Gacelin Oliveira [UNEB/PPGEL] [email protected] RESUMO: O Ethos de um telejornal pode ser construído e revelado de diferentes maneiras, sendo responsável pelo posicionamento discursivo do jornal. Essa tomada de posição pode estar interligada ao modo que o telejornal se representa. Esse modo pode ser pedagógico, popular, sensacionalista, sóbrio, dentre outros. O tipo de notícia que tem relevância em um suporte jornalístico (assassinatos, fatos de cunho mais político, notícias de economia) são modos de perceber qual discurso é assumido por determinado jornal. Entretanto, o posicionamento discursivo pode ser reconhecido não somente através do enunciado (tema da notícia), mas também pela enunciação (modo de dizer). Segundo Eliseo Verón (2004), o laço construído entre o suporte e o leitorado é, sobretudo, firmado pela enunciação (modo de dizer). Para ele, o enunciado pode ser dito de várias formas, por diferentes enunciações. Verón afirma que é a partir da modalização do dizer (enunciação) que o jornal se diferencia e é capaz de obter sucesso dentro do campo jornalístico. Relacionando os estudos de Verón às análises sobre o tipo de apresentador dos telejornais pontuados por Yvana Fechine (2005), este trabalho mostra as estratégias de enunciação, a partir do tipo de imagem dos apresentadores dos jornais televisivos, como modo de pactuar uma relação entre o emissor e o destinatário. Essas observações serão feitas sobre dois telejornais e seus respectivos apresentadores: o Jornal Nacional, apresentado por William Bonner e Patrícia Poeta, e um telejornal local baiano Que Venha o Povo, que tem como apresentador Casemiro Neto. Dessa maneira, seguindo as categorias de Yvana Fechine (2005) de tipo­apresentador, os telejornais supracitados serão evidenciados como tema para a discussão. PALAVRAS­CHAVE: Ethos; telejornal; apresentadores; posicionamento discursivo.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES O PERCURSO HISTÓRICO DO GÊNERO CAPA DE J ORNAL: UM ESTUDO COM O DIÁRIO DE PERNAMBUCO Tarcísia Travassos [SEDUC/FMGR] RESUMO: Considerando que os gêneros, assim como a linguagem, são flexíveis, variáveis e dinâmicos, nesse estudo, pretendemos compreender a organização e o funcionamento social e histórico da capa de jornal. Assim, procuramos traçar o percurso histórico da capa de jornal que é um gênero jornalístico e como tal, consiste em ação social significativa, realizada pela linguagem através de forma padronizada, típica e inteligível (BAEZERMAN, 2006:23). Analisamos um corpus constituído de 90 capas do Diário de Pernambuco, jornal mais antigo da América Latina, produzidas durante 180 anos. Os gêneros textuais são definidos por características que se modificam de acordo com o contexto sócio­histórico no qual estão inseridos. A análise dos dados nos levou à identificação de quatro fases de transformações em função das mudanças ocorridas: a) fase de predomínio do texto escrito; b) fase da presença de imagens e surgimento das manchetes e chamadas de capa; c) fase da valorização das imagens e da diagramação; e d) fase das capas na era da informática. É através da capa que o jornal estabelece o primeiro contato com o leitor. Trata­se de uma situação já típica e corriqueira. As capas de jornal todos os dias se apresentam diferentes, porém há sempre algo de familiar entre as de hoje e as que se sucedem dia após dia, pois elas têm uma organização retórica recorrente. Em nossas análises nos apoiamos em Bakhtin (1986); Bazerman (2005; 2006); Miller (1984; 1994; 2009); Marcuschi ( 2000; 2003; 2008) e destacamos os seguintes princípios teóricos: estabilidade relativa dos gêneros; gêneros como formas de ação social; recorrência; tipificação; historicidade e dinamicidade dos gêneros. Também buscamos respaldo teórico em autores da história da imprensa e da prática jornalística, como: Ferreira Jr. (2003); Jambo (1975); Pessoa (2002, 2005); Silva (1985); Erbolato (1981); Sodré (2003). PALAVRAS­CHAVE: Gênero textual; capa de jornal; transformação histórica. SAÚDE, UM TEMA MASCULINO; BELEZA, UM TEMA FEMININO Tayana Dias de Menezes [UFPE] [email protected] RESUMO: Esta pesquisa insere­se na Análise Sócio­Pragmática do Discurso. Seu objetivo primeiro é o de observar como a identidade da mulher é (re)construída pelas revistas informativas. O corpus da pesquisa foi composto pela revista Veja dos anos de 2008 e 2011e Edições Veja Especial Mulher dos anos de 2006, 2007 e 2008. Há temas historicamente relacionados à imagem feminina e essa relação atribui à imagem da mulher significados abstratos que são incorporados à identidade dela. A pesquisa trabalha com o conceito de identidade não como essência ou um fato da natureza, mas como construções sociais compostas por elementos diversos ou atributos emergentes da interação social entre o sujeito e o mundo. Esses elementos incluem dimensões como papéis sociais (ex. professor, médico etc.), relações sociais (ex. parentesco, amizade etc.), identidade grupal (ex. classe, geração etc.) e rank (ex. pessoas com ou sem título). A pesquisa baseia­se especialmente em Moita Lopes (2003) e Stuart Hall (2006). Foram, também, usados conceitos da Análise de Discurso, principalmente em Fairclough (2001) e Dijk (2008), motivando a reflexão entre a relação do discurso e da identidade do sujeito social – já que o discurso é o lugar onde a identidade é refletida e representada. O tema é relevante, porque vivemos numa era líquida moderna, segundo Bauman (2005), ou seja, a configuração política, cultural e econômica da sociedade mundial está em constante mudança e isso afeta a identidade dos sujeitos, as crenças e asverdades sociais. Com base na pesquisa realizada, parece, apesar das mudanças sociais e culturais, ainda serem agregados à imagem da mulher valores patriarcalistas e isso, consequentemente, ratifica a identidade tradicional da mulher – quando o assunto faz parte do universo estético. PALAVRAS­ CHAVE: Identidade; revistas informativas; discurso. MEMÓRIAS DA SUBVERSÃO: DISCURSOS E LUGARES DA HOMOSSEXUALIDADE DA LITERATURA BRASILEIRA CONTEMPORÂNEA Thiago Ianez Carbonel [UNESP/UNICEP] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: Esta comunicação tem por objetivo debater as configurações retórico­discursivas do discurso homoerótico em textos literários da produção brasileira nas quatro últimas décadas. Nossos pressupostos teóricos estão ancorados na Análise do Discurso de Linha Francesa, partindo dos trabalhos de Pêcheux e Foucault e os conceitos basilares de formação discursiva e de memória. Nossa hipótese de pesquisa é a existência de uma materialidade discursiva analisável que nos permitiria mapear o desenvolvimento da literatura homoerótica no Brasil, a começar pelos autores naturalistas que trataram do tema em obras como Bom­Crioulo (Adolfo Caminha) e O cortiço (Aluísio Azevedo), até chegarmos à fase que consideramos a mais importante, nos anos 70, com obras de Gasparino Damatta, João Silvério Trevisam, Darcy Penteado e Aguinaldo Silva, e o posterior amadurecimento nas obras de Caio Fernando Abreu, Silviano Santiago e João Gilberto Noll. Cremos poder demonstrar que há regularidades discursivas na trajetória evolutiva desses textos que nos permitem análises acerca das formações identitárias e das relações de poder no discurso homoerótico. A fim de darmos maior visibilidade ao que nos propomos a estudar, enfocamos a construção de uma cartografia dos lugares da homossexualidade no espaço urbano contemporâneo, recorrente nas obras dos autores citados acima. Para o estudo desses lugares, recorremos aos trabalhos de Foucault e Courtine, sobre o corpo e as relações de poder, e ao estudo de Gastón Bachelard, sobre a poética do espaço. PALAVRAS­CHAVE: Discurso homoerótico; texto literário brasileiro; Análise do Discurso; memória; formação discursiva aprendizagem desse gênero textual e no desenvolvimento da produção textual de duas turmas de 9º ano do Ensino Fundamental de uma escola municipal de Maceió. Nosso estudo parte da compreensão de que a aprendizagem por meio da instrução implícita acontece quando o trabalho com gêneros textuais é conduzido sem que suas características sejam explicitamente destacadas. Já a aprendizagem por meio da interação entre a instrução implícita e a explícita acontece quando há destaque e reflexão explícita sobre os constituintes dos gêneros textuais estudados. Conforme nossos dados, verificamos que apenas a instrução implícita pode não ser suficiente para o ensino de um gênero textual. Nossa análise trouxe dados indiciadores de que a interação entre as instruções implícita e explícita influencia positivamente no desenvolvimento de habilidades de escrita de gêneros textuais, principalmente no desenvolvimento de aspectos constitutivos dos gêneros textuais em que os alunos apresentam maior dificuldade. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; instruções implícita e explícita; produção textual. GÊNEROS TEXTUAIS NA ESCOLA: O PAPEL DA INSTRUÇÃO Valquíria Claudete Machado Borba [UNEB] [email protected] RESUMO: Neste artigo buscamos refletir sobre o ensino de gêneros textuais na escola, focando no papel da instrução ao longo do processo de ensino­ aprendizagem, ancorados no paradigma conexionista, que trata da aprendizagem a partir da formação de novos circuitos cerebrais (sendo a instrução fundamental para esse processo). Para a verificação do papel da instrução, são analisados dados sobre o conhecimento do gênero textual conto de assombração e duas diferentes formas de instrução (a instrução implícita e a instrução que integra a implícita e a explícita) no ensino­ CONSIDERAÇÕES SOBRE A CONFIGURAÇÃO DA IDENTIDADE NORDESTINA NOS LIVROS DIDÁTICOS DE PORTUGUÊS Vanessa Costa dos Santos [UNEB] [email protected] RESUMO: Este trabalho faz parte do projeto de pesquisa de mestrado, atualmente em desenvolvimento, que tem por objetivo refletir sobre as abordagens do Romance de 30 inseridas nos livros didáticos de Português do 3° ano do Ensino Médio. Para isso, são utilizadas as coleções indicadas no Guia do Livro Didático Português / Ensino Médio 2012 do PNLD – Programa Nacional do Livro Didático. Assim, pretende­se verificar de que modo se configura, nessas abordagens, o espaço e, consequentemente, a identidade regional do Nordeste e, em particular, da Bahia. Este estudo, porém, se aterá a analisar de que modo se apresenta uma identidade nordestina nas abordagens do Romance de 30 em dois livros – Português: linguagens (2010), de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães, e Português: literatura, gramática e produção de texto (2010), de Leila Lauar Sarmento e Douglas Tufano. Desse modo, a partir das noções conceituais de nação, região e regionalidade, e dos estudos de Benedict
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Anderson (2008), Cornelius Castoriadis (1982), Durval Muniz Albuquerque (2009) e Pierre Bourdieu (2011) propõe­se uma reflexão sobre os processos formativos de uma região e suas respectivas construções identitárias e/ou discursivas. Considerando a oposição ideológica que se estabelecia entre os discursos regionalistas do Norte/Nordeste e do Sul/Sudeste, busca­se examinar os processos que levaram o Nordeste a ter uma das mais bem sucedidas e duradouras construções identitárias do Brasil. PALAVRAS­CHAVE: Identidade nordestina; regionalidade; discurso regionalista; livro didático de Português. de competências para ensinar, potencialmente favoráveis a uma real inclusão social dos aprendizes. PALAVRAS­CHAVE: Competências; inclusão social; língua inglesa. INGLÊS PARA A CIDADANIA – UMA EXPERIÊNCIA COM (D)EFICIENTES VISUAIS RESUMO: Os docentes de Língua Portuguesa tenderam a priorizar em suas práticas pedagógicas o aprendizado da língua escrita, relegando ao segundo plano a fala do estudante durante décadas. Os educandos acostumaram­se ao silêncio durante o aprendizado. Contudo, as teorias de impacto fornecidas por Bakhtin no século XX desencadearam uma revolução no ensino da língua que se centrou nos gêneros escritos e orais. Essas mudanças no ensino foram pontuadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais, destacando ainda o foco na oralidade. Uma investigação realizada pelos docentes da Escola Estadual João Bezerra, em Brasília Teimosa, Recife, supervisionada pela professora Mirian Oliveira, com 11 livros didáticos, em 2010, revelou, no entanto, pouca diversificação com os gêneros orais. Esses textos diversificados se ressaltam em atividades como seminário, debate regrado e júri simulado, além de atividades com oralizações. Diante dessa realidade, objetiva­se, com esta comunicação, a exposição de uma pesquisa realizada na Universidade Federal da Paraíba, por meio da Pós­Graduação em Linguística – PROLING –, sob a orientação de Evangelina Maria Brito de Faria, relativa ao gênero oral: relato de experiência, tendo como finalidade a ampliação de atividades de ensino/aprendizagem orais, inclusive direcionada ao Ensino Fundamental e respaldada teoricamente por Bakhtin, Tomaselo e outros. Essa pesquisa desenvolveu­se com crianças na faixa etária entre 03 e 05 anos de idade, estimuladas a narrar as ações desenvolvidas por elas após um passeio, uma festa ou uma dramatização. Os relatos de experiência orais demonstraram características comuns a essa idade que favorecem a compreensão dos educadores acerca desse gênero. PALAVRAS­CHAVE: Gênero oral; relato de experiência; Língua Portuguesa.
Vera Lúcia de Lucena Moura [UFPE] [email protected] RESUMO: As políticas educacionais brasileiras têm incentivado a inclusão de alunos portadores de necessidades especiais, sejam elas visuais, motoras, auditivas ou mentais. Tal iniciativa é meritória, porém requer do profissional de ensino o desenvolvimento de competências (PERRENOUD, 2000) que lhe permitam solucionar dificuldades específicas encontradas na sala de aula. Uma delas é o ensino da língua inglesa a cegos, sem o uso do Braille, em turmas mistas com alunos de capacidade visual normal. Dessa forma, pretendemos incentivar a tolerância às diferenças individuais e o trabalho cooperativo, através da mediação de alunos videntes e não videntes, visando a um desenvolvimento da aprendizagem mais rápido e eficaz, mediante o uso de uma metodologia adequada às necessidades dos aprendizes. Pretendemos, ainda, transferir o conhecimento e a experiência adquiridos neste estudo para um curso de educação continuada a ser ministrado na escola onde o projeto está sendo desenvolvido, tendo como público­alvo, professores de língua inglesa. Na coleta de dados, utilizamos os seguintes instrumentos: um questionário com professores de inglês, buscando descobrir até que ponto eles refletem sobre os problemas e soluções encontrados em sua prática pedagógica; e fichas de observação de algumas aulas do projeto e sua comparação com os relatos das mesmas aulas feitos pelas professoras­ pesquisadoras. Neste trabalho, apresentamos os resultados parciais da referida pesquisa, que apontam para mudanças metodológicas e quebra de barreiras atitudinais baseadas na reflexão do professor e no desenvolvimento A AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM PELA VIA DO GÊNERO ORAL: RELATO DE EXPERIÊNCIA Viviane da Silva Gomes [UFPB] [email protected] CADERNO DE RESUMOS
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES ANÁLISE DA LINGUAGEM TRAUMÁTICA À LUZ DO SOMATIC EXPERIENCING PÔSTERES PARÓDIA: UM BREVE PANORAMA HISTÓRICO Wandecleide Lucena Fernandes [Universidad Americana –Asuncion PY] [email protected] Rafael Torres Correia Lima [UFPB] Edivania Luiz Almeida [UFPB] RESUMO: Este trabalho tem por objetivo entender o trauma como representação sígnica do discurso no indivíduo acometido por uma situação traumática. A análise ocorreu mediante um relato escrito após uma sessão de Somatic Experiencing ® (SE), observando a constituição do trauma a partir da linguagem estruturada pelo indivíduo como forma de representação identitária dele. A SE é uma prática terapêutica desenvolvida por Peter A. Levine a partir de seu conceito de trauma. A base do SE, segundo Levine, é pautada na educação somática e na psicoterapia de orientação corporal, a partir de estudos neurobiológicos da interconexão multidirecionada entre corpo, cérebro e mente. A partir dos estudos linguísticos, entendemos a linguagem estruturada como um signo, sendo: os elementos causadores do trauma interpretados como significantes e a rememorização do trauma, como significado. Para Bakhtin, um signo não tem um único significado, mas pode receber variadas significações conforme os ambientes reais utilizados por indivíduos sociais e historicamente contextualizados. Nesse sentido, trabalharemos com o aporte teórico­metodológico com base em Peter Levine, com estudos em Somatic Experiencing ® (SE), e Mikhail Bakhtin, com base no interacionismo social, em que o indivíduo é analisado em seus contextos sociocultural e ideológico. Quanto ao resultado de nossa pesquisa, concluímos que, observando os elementos linguísticos analisados no discurso do indivíduo, a liberação da memoria traumática transforma­o em um sujeito biopsicossocial mais apto ao enfrentamento das situações diárias como suporte para a reconstrução da sua identidade. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem; práticas discursivas; Somatic Experiencing ® Alan Martins da Silva [IFPA] [email protected] Luciana Quaresma Rodrigues [IFPA] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem como proposta apresentar de maneira breve uma discussão sobre o conceito de paródia, ressaltando os acontecimentos relevantes da sua origem e de seu desenvolvimento ao longo do tempo, a partir de textos literários e de outras manifestações artísticas – música, cinema, artes plásticas etc. Com uma origem possivelmente datada do séc. V/VI a.C., segundo Affonso Romano de Sant’Anna (1985), o termo “paródia” é caracterizado pela ação de transfigurar o sentido de uma Ode original – poema de origem grega – em uma Ode secundária, cantada simultaneamente à Ode originária. Nesse período, Hegemon de Thaso (séc. V a.C) e Hipponax de Éfeso (séc. VI a.C), surgem como os precursores do “fazer paródico” intrinsecamente relacionado ao gênero cômico, tido como gênero de pouco valor literário se comparado a tragédia e a epopeia. Este carácter de inferioridade atribuído ao texto cômico estendeu­se por toda a Idade Média e só seria modificado na Idade Moderna com o Renascimento, no qual os recursos estéticos e estilísticos destinados à produção do riso – jogo de palavras, “ridicularização”, estereótipo, dentre outros ­ sofrem uma evolução, passando a ser componentes também de composições ditas “sérias”, a exemplo do romance, segundo Mikhail Bakhtin (2002, apud CANO, 2004: 85). A paródia assume assim um caráter peculiar artístico, rompendo com o tradicionalismo na literatura e enveredando pelos demais campos artísticos. A partir do método de pesquisa bibliográfica, pretende­se argumentar a importância da paródia não somente no campo da literatura, mas também sua utilização por outros campos da arte. PALAVRAS­CHAVE: Paródia; arte; literatura.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES A VALORIZAÇÃO E A VIVÊNCIA DOS “NOVOS LETRAMENTOS” EM ESCOLAS DA REGIÃO METROPOLITANA DE NATAL RESUMO: Inúmeros estudos realizados a partir de dados do Português Brasileiro (como Callou & Lopes (2004), Machado (1995), Omena (1986, 1996), por exemplo) mostram que a forma “a gente” (que antes não fazia parte do sistema pronominal) vem substituindo cada vez mais o pronome “nós”. Tomando como alicerce o modelo teórico­metodológico da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 1972), mostraremos, através do corpus composto por oito entrevistas orais informais do município de Afogados da Ingazeira­PE, disponibilizado pelo projeto de pesquisa da UFRPE­UAST “A língua falada no sertão pernambucano”, que fatores linguísticos (função sintática: sujeito, objeto ou complemento de preposição (CP)) e fatores extralinguísticos (sexo e escolaridade) podem influenciar o uso dessa dupla possibilidade de “escolha”. Ainda mostraremos como se dá a concordância verbal com essas formas pronominais. Com 60 sintagmas selecionados, 90% dos contextos foi de uso do pronome “a gente” em confronto com 10% do “nós”. Em relação à variável sexo, constatamos que os homens (100%) utilizam mais o “a gente” do que as mulheres (85%, sendo 15% de uso do “nós”). No que concerne à escolaridade, o Ensino Médio (100%) utiliza mais a forma “a gente” do que o Fundamental (73%, sendo 27% do “nós”). Em posição de CP e de objeto, as realizações foram 100% representadas pelo “a gente”. Assim, a variação entre “nós” (11%) e “a gente” (89%) ocorreu apenas na posição de sujeito. Em relação ao fenômeno da concordância, o “a gente” concorda 100% com o verbo, no entanto, o contrário ocorre com o “nós”, vindo o verbo em 100% dos casos no singular (ex.: nós brincava), evidenciando o atual empobrecimento da morfologia de flexão verbal (GALVES, 2001). Com esses resultados, esperamos contribuir com a elaboração de uma fotografia sociolinguística do sertão pernambucano que ainda é escassa em relação a estudos linguísticos. PALAVRAS­CHAVE: Sistema pronominal; concordância verbal; variação linguística. Alana Driziê Gonzatti dos Santos [UFRN] [email protected] Maria do Socorro Oliveira [Orientadora­UFRN] RESUMO: Os “novos letramentos” (LEU et al, 2004), o uso e a adaptação às tecnologias de informação e comunicação (TICs) surgem cada vez mais presentes no dia a dia dos indivíduos e, mais especificamente, dos jovens da sociedade atual, sendo parte dos desafios impostos pela cultura letrada contemporânea. A partir dessas informações, pretende­se analisar de que forma esses artifícios são e podem ser aplicados no ambiente escolar como práticas sociais de leitura e de escrita, a partir do foco em “práticas de letramento” (KLEIMAN, 1995), que estão inseridas nos “estudos de letramento” (OLIVEIRA; KLEIMAN, 2008), a linha teórica na qual esse trabalho se baseia. A metodologia adotada é de caráter colaborativo (BORTONI, 2004), sendo de cunho qualitativo­etnográfico­crítico. A geração de dados ocorreu em três escolas da região metropolitana da capital potiguar, cada qual com especificidades (uma localizada em região rural, outra em um centro e uma terceira afastada de grandes núcleos) que resultaram em diferentes perspectivas quanto à presença dos “novos letramentos” na escola. As demandas sugerem que a inserção de “projetos de letramento” (KLEIMAN, 2000) nas vivências do aluno é necessária, embora ainda não totalmente presente, sendo ela crucial para a criação de novas capacidades, o desenvolvimento de ações mais complexas e a formação de leitores e escritores críticos. PALAVRAS­CHAVE: Novos letramentos; tics; práticas de leitura e de escrita. SOBRE A ALTERNÂNCIA DAS FORMAS PRONOMINAIS NÓS E A GENTE E O PADRÃO DE CONCORDÂNCIA VERBAL NA LÍNGUA FALADA NO SERTÃO PERNAMBUCANO Alane Luma Santana Siqueira [UFRPE­UAST/ PIBIC­FACEPE] [email protected] Adeilson Pinheiro Sedrins [Orientador – UFRPE­UAST] AS FÁBULAS DE LA FONTAINE E O ENSINO DE FRANCÊS PARA CRIANÇAS Albenise Mariana de Queiroz Sales [UFCG] [email protected] Josilene Pinheiro­Mariz [Orientadora ­ UFCG]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: Este trabalho é resultado da execução de um projeto educativo realizado ao longo do ano de 2011 na UEI (Unidade de Ensino Infantil), da UFCG (Universidade Federal de Campina Grande). Nessa unidade de educação, estudantes em formação inicial de Francês Língua Estrangeira (FLE), juntamente com seus professores, trabalham com crianças com idade entre três e cinco anos, oportunizando a aprendizagem de uma língua estrangeira desde a primeira infância (CUQ; GRUCA, 2006). Em uma das etapas do projeto maior de Ensino Precoce de Francês, o grupo, composto por professoras e monitoras, propôs a leitura literária de fábulas de La Fontaine, como um início à formação leitora em língua estrangeira (COSSON, 2006; ALBERT; SOUCHON, 2000). La Fontaine foi o autor escolhido, primeiramente, porque suas histórias são muito conhecidas e, depois, por se tratar de um escritor de língua francesa tradicionalmente conhecido por crianças de várias gerações, fatos que podem auxiliar tanto na formação leitora quanto na cultural das crianças, uma vez que o projeto visa a uma formação não somente voltada à língua mas, em especial, à cultura do “outro” (ZARATE, 2000). Considerando­se que La Fontaine revolucionou a literatura infantil, buscamos explorar esse aspecto, focando­nos nas fábulas mais conhecidas, como aquelas que revelam os ‘‘defeitos’’ do ser humano e da sociedade em geral. Assim, com auxílio do blog do projeto, iniciamos a proposta de leitura literária em FLE, sempre ressaltando a ‘‘moral da história’’, a partir das falas dos animais. É, portanto, sobre essa experiência que discute este trabalho, mostrando que os nossos principais resultados respondem à seguinte pergunta: como as fábulas de La Fontaine podem contribuir para o ensino precoce de FLE? PALAVRAS­CHAVE: Fábulas; FLE; La Fontaine; ensino. O MOVIMENTO CÍCLICO DA LITERATURA BRASILEIRA: DIÁLOGO COM AS PARÓDIAS DA CANÇÃO DO EXÍLIO Aldeir Gomes [UFRPE] [email protected] Daniela Forcioni [UFRPE] [email protected] Nádhia Valença [UFRPE] [email protected] Patrycia Siqueira [UFRPE] [email protected] RESUMO: A partir da leitura de paródias da Canção do Exílio, de Gonçalves Dias, este trabalho procura apresentar traços contidos nelas que permitam a identificação das mudanças e retomadas que contribuíram, e contribuem, para a construção de uma literatura brasileira. O estudo utiliza a intertextualidade como instrumento para a análise literária das paródias escritas por Murilo Mendes, Juó Bananère, Mario Quintana e Cacaso e, assim, ressalta a existência de um discurso dentro de outro, como defendido por Bakhtin em seus debruçamentos sobre dialogismo, e sustenta o enunciado como uma constituição a partir da interação e influência de diversos discursos. Ao usar como embasamento teórico a literatura comparada, pretende­se perceber a existência da relação entre os textos e atribuir um sentido para a ‘ação de revisita’ realizada, focando­se nos aspectos que trazem ao entendimento o elo entre os textos através do qual se pode notar o movimento cíclico da literatura brasileira. Procurando traçar esse movimento teorizado por Afonso Ávila, realizou­se uma pesquisa bibliográfica e uma análise das paródias, entendendo­as como um gênero bivocal que consiste em imitar de forma crítica e autorreflexiva outro texto. A análise das paródias foi focada na construção da compreensão de como os autores modernos selecionados utilizam recursos linguísticos na reapropriação de outros momentos literários, observando os resquícios de outros momentos que são revisitados de maneira crítica e explorados em uma linguagem irônica. Assim, espera­se contribuir para o entendimento da construção literária brasileira, entendendo­se como um processo cíclico que utiliza de outros momentos literários e de suas próprias peculiaridades para a elaboração. Apresentam­se, para isso, as adaptações das releituras realizadas pelos autores das paródias, destacando­se os elementos que permitem não só o resgate do tema nacionalista da Canção do Exílio, como o repensar, segundo novas perspectivas históricas, ideológicas e estéticas. PALAVRAS­CHAVE: Canção do Exílio; paródias; literatura brasileira. MANUTENÇÃO DO TÓPICO NO GÊNERO AULA EXPOSITIVA Allana Manuella Alves dos Santos [IFRN] [email protected] Luana Jacinta Araújo dos Santos [IFRN] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: O assunto ou o tema de um gênero oral é parte essencial da comunicação e é construído pelos participantes no fazer da conversação. Por esse motivo, este trabalho se dedicará a uma investigação referente à manutenção do tema central, ou melhor, do tópico no gênero aula expositiva. O corpus que servirá de exemplo às observações da análise é a transcrição de uma aula de Língua Espanhola do Curso Técnico Integrado de Turismo do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN). Principalmente por se tratar de uma aula de língua estrangeira, a proposta de tópicos que motivem e a adequada orientação do professor no curso da aula são de fundamental importância para a aprendizagem do aluno. Cientes disso, propomos algumas condutas docentes a partir da análise realizada. Nossas considerações fundamentam­se na Análise da Conversação e, para tal, recorremos à revisão bibliográfica de produções acadêmicas referentes ao tema, a exemplo de Marcuschi (1997; 2002), Koch e Travaglia (1991) e Pereira (2002). Considerando os motivos expostos, percebemos a importância e a necessidade do entendimento e da aplicação do referido conhecimento nos processos de ensino e aprendizagem do Espanhol como Língua Estrangeira (E/LE). PALAVRAS­CHAVE: Tópico; subtópico; aula; língua espanhola. tempo da narrativa através das lembranças da personagem principal, que é apresentada pelo autor como um ser social comum, um desconhecido sem nome. Pode­se perceber, então, que a tentativa de reproduzir o fluxo de consciência e, consequentemente, da fragmentação temporal reflete na construção da narração. A pesquisa deu­se a partir de uma análise bibliográfica e de uma leitura crítica dos textos. PALAVRAS­CHAVE: Estorvo; literatura contemporânea; linguagem. O TEMPO EM ESTORVO, DE CHICO BUARQUE Ana Angélica da Silva Santiago [UFC] [email protected] RESUMO: O homem sempre teve uma relação difícil com o tempo, algo impalpável e incontrolável. O passado não pode ser recuperado e o futuro não pode ser pré­visto, restando apenas o presente, o que se vive, mas que sofre, constantemente, as influências do passado e do futuro. Muitos estudiosos debruçaram­se sobre o estudo da compreensão do tempo, um deles foi Hans Meyrhoff (1976), que buscou analisar como o tempo é trabalhado na obra literária e que usamos para dar luz à pesquisa, que trata sobre a problemática do tempo na literatura contemporânea. A literatura contemporânea traz à tona, de uma forma diferente, a problemática do tempo. Pensando nisso, objetivou­se fazer uma análise sobre como a questão do tempo é tratada no romance contemporâneo brasileiro, tendo como escopo de análise o primeiro romance de Chico Buarque de Holanda, Estorvo (1991), e como o autor usa da linguagem para construir e desconstruir o A INFLUÊNCIA DO “INTERNETÊS” NA LEITURA E NA ESCRITA COM O ADVENTO DOS GÊNEROS DIGITAIS Ana Paula Santos Sarmanho [IFPA] [email protected] Brenda Tuany Pacheco Dias [IFPA] [email protected] Cibelly Paraíso Pinheiro [IFPA] [email protected] RESUMO: A chamada “Sociedade da Informação” introduziu novos meios de comunicação e interação, dinâmicas e em constante mutação. O advento dos gêneros digitais influenciou nos hábitos de leitura e de escrita, dentre os quais se destaca o uso do “Internetês”, que se apresenta como uma nova tendência linguística, própria para a “enunciação digital”. Essa nova forma de escrita é peculiar a determinados grupos e reflete as condições específicas dos mesmos, com finalidades distintas, além de apresentarem características similares entre si, a exemplo da inserção de termos típicos da oralidade. A linguagem usada nas salas de bate­papo é interessante, principalmente aos jovens, por ser revestida de recursos que tornam o discurso atraente e dinâmico, como o uso de caracteres alfabéticos, semióticos e logográficos. Apesar de seu uso recorrente ­ sendo mais frequente nas redes sociais e nas conversações em salas de bate­papo ­ o “Internetês” ainda gera divergências sobre sua aplicabilidade e funcionalidade no processo de ensino e de aprendizagem no âmbito escolar, pois ao mesmo tempo em que o uso dessa ferramenta pode formar um aluno com maior competência linguística, também pode promover confusão e danos no processo de leitura e de escrita dele. Com base nisso, este trabalho propõe discutir algumas transformações que a Internet trouxe para a relação leitura­escrita e como os gêneros digitais, embasados na teoria cognitivista, poderiam ser utilizados visando a
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES um ensino de leitura mais crítico e uma produção de texto mais contextualizada. PALAVRAS­CHAVE: “Internetês”; leitura; escrita; gêneros digitais. RESUMO: Este trabalho tem como objetivo conhecer e analisar, ainda que de forma exploratória, aspectos culturais e identitários da comunidade quilombola Santana dos Pretos no município de Pinheiro/ MA, a partir de suas memórias. A referida comunidade resulta, de certo modo, do processo de resistência do povo negro que vem desde os tempos da escravidão reagindo às formas de desigualdade a que foram submetidos, de tal modo que nesse processo constituíram e preservaram traços da cultura e da identidade herdados dos antepassados africanos. A comunidade quilombola Santana dos Pretos está localizada a 32 km da cidade de Pinheiro, composta por cerca de 150 famílias, tendo como fonte de renda a agricultura e teve seu reconhecimento na Fundação Palmares no ano de 2003. A metodologia usada para a realização da pesquisa é embasada nos métodos da História Oral, pois, a partir dessa metodologia, podemos compreender os mecanismos de construção das identidades sociais, processos de resistências cultural e política e histórias de vida dessa comunidade. Por fim, pelo fato da pesquisa ainda estar em andamento, não há possibilidades de apresentarmos resultados concretos, porém, problematizaremos os relatos que nos foram concebidos para vislumbrarmos as primeiras conclusões. PALAVRAS­CHAVE: Comunidade quilombola; resistência; memória; cultura; identidade. O CRIME DO PADRE AMARO: POLIFONIA NO DISCURSO RELIGIOSO DE EÇA DE QUEIRÓS Andre Cordeiro dos Santos [UFRPE­UAG] [email protected] RESUMO: Em estudo sobre o Realismo Português, vimos que esse movimento foi fortemente influenciado pelas correntes científico­filosóficas da época, tais como: Positivismo e Determinismo, e que sob a ótica delas, buscavam­se abordagens de maiores consistência e profundidade a respeito do ser humano, retratado em seu meio, com seus problemas verdadeiros. Neste estudo, o escritor Eça de Queirós, um dos maiores expoentes desse movimento literário português, figurou e pudemos, a partir de sua obra, observar as principais características do movimento literário em questão. Tendo em vista que uma das características da obra de Eça de Queirós é o anticlericalismo, após a leitura do romance O Crime do Padre Amaro, surgiu a inquietação: a obra seria realmente anticlerical? A partir dessa inquietação, formulamos a hipótese de que o romance é, na verdade, um jogo de muitas vozes sociais e religiosas. Por isso, propomos uma análise da polifonia no romance, a fim de mostrar como esse efeito se dá na obra, contrapondo as duas ideologias (ou discursos) religiosas da obra em questão. Para tanto, utilizaremos, como aporte teórico, Santos (2003), Lopes e Saraiva (2001) e Bakhtin (1997, apud SOERENSEN, 2009 e CUNHA, 2005), sobre Eça de Queirós, Realismo Português e polifonia, respectivamente. PALAVRAS­CHAVE: Religião; Realismo Português; polifonia. CULTURA, IDENTIDADE E MEMÓRIA NA COMUNIDADE REMANESCENTE DE QUILOMBO SANTANA DOS PRETOS – PINHEIRO/MARANHÃO André Luis Bezerra Ferreira [UFMA] [email protected] POR LABIRINTOS MI´TOLÓGICOS: AS REPRESENTAÇÕES MÍTICO­DISCURSIVAS E HISTÓRICAS EM [XILO]GRAFITES DE MUROS RECIFENSES Andréia Fernandes Figueirôa [UFRPE] [email protected] Mari Noeli Kiehl e Valéria S. Gomes [Orientadoras ­UFRPE] RESUMO: Este trabalho tem por objeto de estudo os [xilo]grafites (grafites inspirados em xilogravuras) localizados em muros da cidade do Recife com destaque para os que possuem como temática principal as concepções e relações mítico­religiosas. Como base teórica, buscou­se [1] em Wunenburger (2007), o conceito de imaginário como conjunto de produções mentais que podem ser materializadas em obras alicerçadas em imagens visuais e linguísticas ou associadas a funções simbólicas caracterizadoras, dentre outras, dos [xilo]grafites; [2] na Análise [Crítica] do Discurso, a relação linguagem­sociedade, uma vez que o discurso é socialmente
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES constitutivo e constituído socialmente; e [3] na História Cultura, a valorização da subjetividade e do imaginário coletivo, servindo ao propósito de analisar o [xilo]grafite como forma de representação do homem e do mundo que o cerca. Com o objetivo de analisar, nessas escritas urbanas, as representações mítico­discursivas e históricas e com uma metodologia que privilegiou a seleção e a análise de [xilo]grafites que remetem ao universo mítico­religioso, observou­se, ainda que preliminarmente, que os percursos de sentido[s] que os sujeitos­autores dos [xilo]grafites apresentam aos sujeitos­interpretantes deles permitem vislumbrar formas de representações sócio­histórico­discursivas que remetem às relações centro x interior, real x imaginário, mítico x religioso herdadas das xilogravuras que serviram/têm servido de inspiração aos sujeitos­autores dessas escritas no/do cenário urbano recifense. PALAVRAS­CHAVE: Imaginário; mítico­religioso; [xilo]grafites; sócio­ histórico­discursiva. fazer uso de diversos gêneros discursivos, toda intercalação partilha do princípio comum de, ao intercalar os gêneros, colocar em jogo no texto as condições específicas e finalidades dos campos da atividade humana aos quais eles dizem respeito, produzindo efeitos de sentido estritamente relacionados a esse jogo de campos. PALAVRAS­CHAVE: Análise do Discurso; gêneros discursivos; Bakhtin. INTERCALAÇÃO DE GÊNEROS DO DISCURSO: UM FENÔMENO MULTIFACETADO Arthur Ribeiro Costa e Silva [UEPA] ar­[email protected] RESUMO: Este trabalho analisa diversos textos literários e não­literários, destacando neles o fenômeno de intercalação de gêneros do discurso, discutindo as intenções do autor ao utilizar esse recurso e relacionando­o com suas condições de produção. Apoia­se na teoria dos gêneros do discurso formulada por Mikhail Bakhtin, na qual os gêneros são formas relativamente estáveis de enunciados distinguíveis por seu conteúdo temático, construção composicional e estilo, que surgem e se estabilizam nos diversos campos de utilização da linguagem. A intercalação é reconhecida como a inserção de enunciados de um gênero em outro, produzindo infinitas variações, decorrente da natureza dialógica do enunciado e da plasticidade e flexibilidade dos gêneros, que são passíveis de mutações e renovações. Para esta apresentação em pôster, analisa­se o uso do gênero questionário na crônica Plebiscito, de Luis Fernando Veríssimo, pela intercalação de um gênero de exposição científica no poema Lição sobre a água , de Antônio Gedeão e pelo uso de um estilo semelhante ao dos textos bíblicos em uma advertência pintada em um muro da cidade de Natal. Conclui­se que, apesar da intercalação ser um fenômeno imprevisível e multifacetado, podendo HISTÓRIA E MEMÓRIA DO POVO FULNI­Ô: A AFIRMAÇÃO DA NOSSA INDENTIDADE Betânia Ferreira de Sá [UFPE /CAA] [email protected] Elvis Ferreira de Sá [UFPE /CAA] [email protected] Ênia Paula Santos [UFPE /CAA] José Rogaciano Barbosa de Lima [UFPE /CAA] [email protected] Fátima Aparecida Silva e Cinthya T. Melo [Orientadoras­ UFPE/ CAA] RESUMO: Este trabalho tem como objetivo aprofundar teoricamente dois temas que se tornaram de nosso interesse a partir de uma pesquisa orientada no laboratório de linguagem e artes do curso de Licenciatura Intercultural Indígena: a memória oral como fonte de pesquisa e a origem do povo Fulni­ ô. Partimos de estudos que consideram a memória oral como importante fonte de pesquisa e, em seguida, analisamos, teoricamente, aspectos da memória oral dos anciões que expressam a origem do nosso povo Fulni­ô. Para aprofundar aspectos da memória oral como fonte de pesquisa, buscamos subsídios teóricos de pesquisadores/as que tratam do assunto. Na contramão da visão unilateral, linear e objetiva de pesquisa, pesquisadores/as como Bosi (1995; 2004), Felix (1998), Bernardo (1998) apontam as vantagens de trabalhar a memória oral como recurso metodológico. Como índios Fulni­ô, sabemos que, ao trabalharmos com as memórias dos anciãos da comunidade, estamos nos contrapondo à objetividade para a qual tendem certas concepções metodológicas de pesquisa, que desenvolvem a construção do conhecimento por meio de uma visão unilateral, linear e objetiva. Essas concepções desconfiam da validade de pesquisas que têm como fonte a memória oral. Por essa razão, a metodologia de análise utilizada foi essencialmente de caráter qualitativo. Nos depoimentos dos anciões da nossa
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES comunidade Fulni­ô, encontramos aspectos que relacionam sua vivência com o grupo social ao qual eles pertencem e, mais do que isso, essas memórias recuperam as relações conflituosas da resistência na afirmação e na formação da identidade étnica. PALAVRAS­CHAVE: Identidade Fulni­ô; história indígena; memória oral. GÊNEROS VISUAIS E CONTEXTOS DISCURSIVOS ORIGINAIS EM PROVAS DO ENEM Bibiana Terra Soares Cavalcanti [UFPE/ PIBID­ CAPES] bibiana­[email protected] Maria de Lourdes Cavalcante Chaves [UFPE/ PIBID­CAPES] [email protected] RESUMO: Este estudo é parte da pesquisa que está sendo realizada no subprojeto PIBID – Letras / UFPE/CAPES, cujo título é “A leitura de linguagens diversas” e que tem como abordagem os gêneros textuais e a multimodalidade voltados ao ensino, tanto nos processos de aprendizado quanto nas avaliações. Partindo desse último elemento, investigamos quais os gêneros visuais utilizados nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), apontando a recorrência desses gêneros em seus contextos discursivos originais no referido exame desde 1998 a 2010, ou seja, aqueles que não foram produzidos para as questões, mas extraídos de seus domínios discursivos – jornalístico, comercial, instrucional, publicitário, entre outros. Pelos resultados observados na pesquisa, constatamos o uso crescente dos gêneros extraídos de seus contextos originais, especialmente na área de “Humanas e suas tecnologias”. Isso aproxima as provas do ENEM da realidade cotidiana daqueles que se submetem ao exame. Seguindo a linha socio­interacionista dos estudos genéricos, abordada, entre outros, por Charles Bazerman (2011), vemos que a importância do caráter social assumido pelos gêneros é corroborada pela recorrência dessas questões que utilizam, por exemplo, uma tabela oriunda de uma pesquisa realizada pelo IBGE e publicada em um jornal de grande circulação como a Folha de São Paulo. PALAVRAS­CHAVE: ENEM; gêneros textuais; multimodalidade. FANFICTION COMO FERRAMENTA DE LEITURA E PRODUÇÃO TEXTUAL Brena Souza Ferreira [IFPA] [email protected] Lucilene Fernandes Miqueli [IFPA] [email protected] RESUMO: Atualmente, a escola encontra dificuldades no desenvolvimento da leitura e da escrita, pela falta de afeição dos alunos com as leituras escolares, como nos revela a análise feita por Tânia Rosing e Maria Lucia Bandeira Vargas em Crescimento e Busca de Identidade em Harry Potter (2005), que enfatiza a necessidade de motivar a leitura e a produção textual nos discentes. Por isso, faz­ se necessário apresentar aos leitores obras de todos os tipos, possibilitando­lhes buscar leituras com as quais possam se identificar, prendendo­lhes a atenção. Fanfiction, subgênero digital escrito por fãs a partir de textos originais, vem ganhando um número cada vez maior de leitores, em virtude da variedade de temas abordados (aventura, romance etc.), como uma modalidade discursiva que estabelece com o seu público uma relação prazerosa que gera alguma motivação lúdica. Os fanfictions, por sua vez, obtêm êxito na atividade de instigar o jovem a desenvolver a leitura e a escrita, produzindo assim senso crítico. Este estudo, por meio de análise de documentos e pesquisa bibliográfica, objetiva evidenciar as múltiplas possibilidades que esse subgênero oferece como recurso de estímulo e desenvolvimento da leitura e escrita, apresentando suas estruturas por meio de fanfictions baseadas em O Senhor dos Anéis, retirados do site Nyah Fanfiction, onde vários fics são disponibilizados. PALAVRAS CHAVE: Fanfiction; subgênero; literatura. ENSAIO: UM GÊNERO HÍBRIDO Bruna Rafaelle de Jesus Lopes [UFRN] [email protected] Maria Luíza Assunção Chacon [UFRN] [email protected] Natália Oliveira Moura [UFRN] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Sylvia Coutinho Abbott Galvão [Orientadora ­ UFRN] que tentam trazer o contexto sociocultural dos alunos aos assuntos a serem trabalhados, para que se identifiquem com o tipo de comunicação mostrado e se familiarizem com a situação de uso da linguagem. Por essa razão, buscamos analisar, no presente trabalho, peças do microblog Twitter retiradas de perfis de autores denominados “minicontistas” ou “nanocontistas”, que aproveitaram os 140 caracteres oferecidos pela plataforma para reacender a criação dos microcontos, publicando composições que se assemelham aos minicontos minimalistas. A partir dos conceitos referentes à língua, sujeito, texto e gênero, embasados principalmente nas teorias de Charles Bazerman, Ingedore Koch e Luiz Antônio Marcuschi, procuramos observar os aspectos textuais do microconto de Twitter , investigando­o a partir de sete critérios básicos de textualidade. A partir desse estudo, o corpus foi analisado à luz da concepção de gênero das correntes atuais, que têm em vista a interação entre os falantes e levam em consideração o contexto em que estão inseridos. Com isso, visamos listar os aspectos presentes no nanoconto de Twitter que nos permitem classificá­lo como um gênero expoente, tornando relevante sua presença na sala de aula, a partir da demonstração de suas características, e justificando sua utilização por professores da Educação Básica brasileira. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; microconto; twitter ; ensino. RESUMO: Muitas são as dificuldades de caracterização e delimitação das fronteiras do gênero ensaio. Isso se deve, principalmente, às seguintes causas: emprego ambíguo e frequentemente abusivo do termo; ausência de uma tradição teórica entre os próprios ensaístas; variações e dessemelhanças entre os ensaios atuais e os de Montaigne (ensaios de x ensaios sobre); particularidades enunciativas e complexidade genérica: hibridismo com outros gêneros (autobiografia, artigo de opinião, resenha, diário íntimo, carta, diálogo, crônica, aforismo...). Nesse sentido, podemos considerar o ensaio como um “arquigênero”, por constituir, num sentido hierárquico, uma série aberta de formas genéricas empíricas e históricas. Considerando o gênero sob uma perspectiva enunciativo­discursiva e fundamentando­se nos estudos sobre ensaio desenvolvidos por Gomes­Martinez (1992), Moisés (1997), Larrosa (2004) e Matias (2007), o objetivo deste trabalho é analisar alguns traços da configuração estilístico­composicional do ensaio, focalizando, em especial, o hibridismo do gênero e as formas de manifestação do sujeito­ensaísta. Para tanto, foram selecionados aleatoriamente dois ensaios da revista BRAVO! – um publicado na edição de março de 2009 e o outro, em outubro de 2010. O primeiro, intitulado A terceira margem da arte, é de autoria de Jorge Coli (professor de História da Arte e História da Cultura, na Unicamp, e colunista do jornal Folha de S. Paulo) e o segundo, intitulado Os duelistas, é de autoria de Carlos Graieb (crítico de literatura e editor executivo do site da Veja ). PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais. Hibridismo genérico. Sujeito­ ensaísta. Ensaio. TEXTUALIDADE EM 140 CARACTERES: O MICROCONTO COMO SUPORTE DE ENSINO Bruna Stefânia Cavalcanti Souza [UFPE] [email protected] Gabriela de Paiva Gomes Albuquerque [UFPE/PIBIC­CNPq] RESUMO: Nos últimos anos, tem­se tentado inserir da melhor forma possível a tecnologia nas salas de aula, integrando o ensino de línguas ao letramento digital dos estudantes. O cenário atual nos apresenta professores LETRAMENTO DIGITAL: REDES SOCIAIS E GÊNEROS DIGITAIS NA MOTIVAÇÃO DAS PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA NA ESCOLA Carolina Holanda Constant do Nascimento Pinho Rosendo [UFRPE] [email protected] Ivanda Maria Martins Silva [Orientadora ­ UFRPE] RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo analisar as práticas de letramento digital de alunos do Ensino Médio, investigando as influências das redes sociais e dos gêneros digitais (e­gêneros), (MARCUSCHI, 2004), na motivação das atividades de leitura e de escrita dos educandos, no sentido de contribuir para planejamentos didáticos e propostas de intervenção no contexto escolar. Tal investigação é justificável, pois, diante dos avanços tecnológicos, a escola precisa diversificar suas abordagens em relação às práticas de leitura e de escrita, investindo em uma educação moderna por meios de ferramentas tecnológicas, já que essas se destacam e despertam o
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES interesse dos educandos. Para desenvolver o estudo, baseamo­nos nas abordagens de Buzato (2003), Lévy (1999) e Marcuschi e Xavier (2004), em relação aos conceitos de letramento digital e considerando também as mudanças impostas pelas tecnologias da informação e comunicação na sociedade. Metodologicamente, foram adotadas as seguintes ações: aplicação de coleta de dados (questionário), criação de blog para expor as produções dos alunos e criação do perfil dos discentes em redes sociais que estimulem a leitura. Constatamos que as práticas de letramento digital são incipientes, pois os alunos não são estimulados a realizar a leitura em diferentes suportes tecnológicos e que a maior parte dos professores não utiliza o laboratório de informática na realização de aulas mais dinâmicas e interativas. Sob esse aspecto, os alunos não são estimulados ao desenvolvimento de práticas de letramento digital no contexto escolar, visto que a escola não apresenta uma diversidade de projetos didáticos ou planejamentos que busquem contribuir para a inserção das tecnologias da informação e comunicação associadas às práticas de leitura e escrita. É importante o professor refletir sobre o seu novo papel frente a essas tecnologias informacionais, tendo em vista que essas ferramentas trazem a possibilidade de novas formas de aprendizagem (ANTUNES, 2002). PALAVRAS­CHAVE: Letramento digital; tecnologias da informação; comunicação; leitura e escrita. práticas sociais de leitura e de escrita próprias das condições de produção desse período. Este painel faz um recorte da pesquisa, observando a configuração das Tradições Discursivas (TD) na época indicada para descrever traços significativos de mudanças e permanências do editorial desse jornal. Para a realização da pesquisa, estão sendo utilizados três volumes do livro O Carapuceiro: Padre Lopes Gama (Edição fac­similar do jornal do Padre Miguel do Sacramento Lopes Gama), de 1983, como fonte inicial de coleta de trinta edições do jornal, dez de cada volume, dos quais foram retirados os editorias para análise. Para a fundamentação, estão sendo tomados aportes teóricos da Linguística Sócio­Histórica, com ênfase na história do português brasileiro (MATTOS E SILVA, 2004; CASTILHO, 2009 e outros) e das Teorias dos Gêneros e das Tradições Discursivas (BAZERMAN, 2005; BONINI, 2005; KABATEK, 2003; KOCH, 1995; MARCHUSCHI, 2002). Os resultados desta pesquisa tornam­se relevantes para incentivar o interesse de alunos e de futuros professores/pesquisadores sobre a questão da historicidade interna e externa da língua(gem), dos textos e das práticas de leitura e escrita da sociedade recifense do século XIX. PALAVRAS­CHAVE: Língua(gem); gêneros textuais; tradição discursiva. J ORNAL O CARAPUCEIRO: O EDITORIAL E AS PRÁTICAS SOCIAIS DE LEITURA E ESCRITA Carolina Maria Bezerra Cavalcanti [UFRPE] [email protected] Valéria Severina Gomes e Mari Noeli Kiehl [Orientadoras ­ UFRPE] RESUMO: As mudanças na língua e na formação de modelos textuais estão relacionadas às mudanças sociais ocorridas ao longo do tempo. O jornal O Carapuceiro surgiu em um contexto efervescente de mudanças políticas e sociais, e teve importância no registro das novidades e costumes da sociedade recifense no século XIX. Nesse sentido, esse jornal torna­se um bom exemplo para o (re)conhecimento das práticas de leitura e escrita dessa época.Tomando como base o conceito sócio­histórico da língua(gem), este trabalho tem como objetivo pesquisar a historicidade da língua(gem) em gêneros veiculados no jornal O Carapuceiro do século XIX, considerando as A INFLUÊNCIA DO DISCURSO DAS CAPAS DA REVISTA NOVA NA FORMAÇÃO DA IDENTIDADE FEMININA Cleide Laurindo Silva [UFRPE­UAG] Cleide­[email protected] RESUMO: No contexto no qual vivemos atualmente, os discursos veiculados pela mídia impressa têm papel relevante na construção do estereótipo feminino. A área de concentração desta pesquisa está centrada na Análise do Discurso de linha francesa, tendo como objetivo geral analisar a influência dos discursos das capas da revista NOVA na formação da identidade da mulher. Buscaremos, através dessa análise, demonstrar de que modo essa representação social da mulher se mostra nas capas de NOVA. Para tanto, escolhemos as capas das edições de julho a dezembro de 2011. A investigação desse tema é pertinente, porque possibilita um novo olhar sobre a linguagem aplicada na mídia impressa, extraindo o discurso das entrelinhas implícitas e explícitas nas capas da NOVA. Procuramos averiguar de que modo esse veículo midiático mostra a imagem da mulher contemporânea. Inicialmente realizou­se uma pesquisa quantitativa nas
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES capas da citada revista, analisando as principais chamadas de capa, bem como as imagens utilizadas para estampar tais exemplares. A partir dos resultados obtidos, concluímos que todas as capas analisadas apresentam estereótipos idênticos, que geram identificação com o público feminino ao qual se destina. A função que as revistas femininas nos propõem nos dias de hoje é o de indicar comportamentos a serem seguidos, a fim da obtenção do reconhecimento, da valorização social, bem como da apropriação de seus ideais de vidas profissional e sentimental, propondo um estereótipo de mulher em busca do par ideal. É importante apontar para o fato de que, mesmo com a evolução proposta pela NOVA, a revista torna­se um veículo de propagação dessas ideias ao reforçar tais estereótipos. PALAVRAS­CHAVE: Discurso; revista; identidade feminina. pressuposto de que a cognição está ligada à ação e ao posicionamento dos alunos diante de seu próprio processo de aprendizagem, particularmente em um curso na modalidade à distância, que requer uma reconfiguração nos papeis de professores e alunos, e acreditamos que tal relação precisa ser melhor explorada em Linguística Aplicada. PALAVRAS­CHAVE: Cognições; motivação; ensino de línguas; Inglês Instrumental. ENSINO DE LÍNGUA INGLESA NA ERA DA TECNOLOGIA: COGNIÇÕES DE ALUNOS Cristiane Manzan Perine [email protected] RESUMO: Este trabalho se propõe a apresentar uma pesquisa voltada à área da Linguística Aplicada, cujo objetivo primordial é desvendar quais são as cognições de alunos a respeito do ensino de Inglês Instrumental na modalidade à distância e de que modo tais cognições influenciam em seu aprendizado. Para atingir tal objetivo, buscamos referencial teórico em estudos sobre cognições de aprendizes, baseando este trabalho na definição de Borg (2003), para quem cognições definem aquilo que professores e aprendizes, pensam, acreditam e sabem sobre os diversos fatores envolvidos na aprendizagem de uma segunda língua. Artz & Thomas­Armour (2002) consideram cognições como construções individuais, referindo­se desse modo às crenças, conhecimentos e objetivos que cada aluno possui. O contexto de tal estudo é a disciplina Inglês Instrumental à Distância I (INGREDE) oferecida por uma universidade federal no interior de Minas Gerais, através da Plataforma Moodle, sob a responsabilidade do curso de Letras dessa instituição. Trata­se de uma pesquisa de base qualitativa e, como tal, caracteriza­se por buscar compreender um fenômeno específico em profundidade. Como instrumentos para coleta de dados, recorremos a questionários, entrevistas semiestruturadas, diários reflexivos e acompanhamento dos alunos participantes ao longo do curso. Partimos do CONDIÇÃO DE FELICIDADE EM ALICE Daniel Sandro Barbosa. [FOCCA] [email protected] Pollyane Gonçalves da Silva Laurentino [FOCCA] RESUMO: Este trabalho, realizado com base em pesquisa bibliográfica, procurou abordar, segundo teoria de Austin sobre os atos de fala, alguns diálogos que bem retratam o que ele chama de “condição de felicidade”. Para ele, um enunciado (performativo) terá sido efetivo quando se leva em consideração o contexto em que o enunciado foi proferido e as pessoas que o fazem. Utilizamos como objeto o livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Caroll, mais especificamente o terceiro capítulo, no momento em que Alice consegue sair da lagoa formada por suas lágrimas. Numa discussão, um dos personagens, o Papagaio australiano, diz para Alice: “Eu sou mais velho que você, devo saber mais”, porém esse argumento não foi suficiente para que a garota ouvisse a ave. Curiosamente, outro personagem, o Rato, entrou no debate e, segundo o livro, bradou: “Sentem­se, todos vocês e ouçam­me, eu vou fazê­los secar”. Todos, inclusive Alice, ficaram olhando para ele fixamente. A partir dessa passagem nos indagamos “por que ela ouviu o Rato, mas não o Papagaio?”. Ainda segundo o livro, a menina perguntou a idade do Papagaio, para confirmar se realmente ele era mais velho, como afirmava ser. O que nos mostra que não bastava ele dizer, uma vez que não parecia ser. Posteriormente, com a intervenção do Rato, o autor afirma que ele “parecia ser a maior autoridade” e enfatiza isso com o verbo “bradar”, afirmando a imponência desse personagem sobre o outros, fazendo­nos entender por que a garotinha preferiu dar ouvidos a ele. A partir dessa passagem, podemos observar que não é bastante a palavra, pois fatores extralinguísticos vêm à tona no momento da enunciação, que trarão ou não sucesso ao entendimento, como já preconizava Austin nos atos de fala.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Pragmática; Atos de Fala; efetividade no enunciado; Austin. [email protected] Diana Cibele de Assis Ferreira [UFPE­CAA] [email protected] Raianny Kelly Nascimento Araújo [UFPE­CAA] [email protected] COZINHANDO E TEMPERANDO, A RECEITA CULINÁRIA NA AULA DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA ESTRANGEIRA Daniela Emerich da Cruz [UnB] [email protected] RESUMO: De acordo com Mendes (2011), o ensino de línguas prevê naturalmente o ensino da cultura da língua­alvo. Depreende­se daí que língua e cultura são elementos indissociáveis para o desenvolvimento da competência intercultural. A proposta aqui sugerida coloca em evidência as relações sociodiscursivas presentes em gêneros textuais que focalizam a alimentação no contexto brasileiro. Para o desenvolvimento da pesquisa, foram elaboradas três atividades, com base no gênero receita culinária: (1) a atividade inicial promove reflexões sobre as relações culturais fundamentadas na leitura da história A sopa de pedras em duas versões, uma brasileira e outra portuguesa; (2) posteriormente, comparam­se as informações nas referidas versões, identificando aspectos da cultura e do gênero textual relacionados a cada um dos países; e (3), por fim, a última atividade propõe trabalhar língua, cultura e tecnologia, para que os alunos observem e analisem a implicação dos diferentes suportes em que o gênero receita culinária aparece e selecionem as informações pertinentes ao gênero, encontrados em blogs, revistas eletrônicas e programas televisivos para, então, produzir o gênero tradicional da receita culinária. As atividades se mostraram importantes no desenvolvimento e na interação dos alunos na cultura da língua­alvo e por meio delas foi possível ensinar a Língua Portuguesa sob uma perspectiva interacional e intercultural. PALAVRAS CHAVE: Receita culinária; cultura; ensino de PLE; gêneros textuais. AS ADIVINHAS ENQUANTO UNIDADE TEXTUAL­DISCURSIVA: UMA POSSIBILIDADE DE AMPLIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Danielly Rocha de Lima Melo [UFPE­CAA] RESUMO: Esta investigação é uma ampliação do trabalho realizado por nós sobre o uso das adivinhas no ensino de Língua Portuguesa, publicado na revista Ao Pé da Letra (volume. 11.2, 2009). O folclore brasileiro é rico em adivinhas que divertem e instigam a curiosidade das pessoas e é devido a essas características desse gênero textual, tão pouco utilizado nas aulas de Língua Portuguesa, que este trabalho visa a tecer algumas reflexões referentes à construção das adivinhas enquanto unidade textual, estimulando docentes a utilizarem­nas para facilitar a aprendizagem, por parte dos alunos, dos conteúdos da língua materna de forma mais prazerosa e divertida, valorizando uma forma de expressão cultural brasileira e favorecendo a compreensão dos conteúdos abordados. As adivinhas exploram relações semântico­pragmáticas que se configuram em enunciados enigmáticos, desafiando e estimulando as pessoas a resolverem o desafio proposto pelas adivinhas. Para tanto, é necessário o uso de conhecimentos sociais, culturais e linguísticos por parte dos sujeitos. Desse modo, com o propósito de sabermos como se dá a ocorrência do gênero adivinha nos livros didáticos de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental realizamos um levantamento em 12 livros didáticos de Língua Portuguesa do Ensino Fundamental I e II. O levantamento mostrou que apenas dois LDP trouxeram exemplos de adivinhas no capítulo referente ao “Folclore”. Os dados analisados mostram que são praticamente inexistentes as propostas de trabalho com adivinhas nos LDP, apesar de se tratar de um gênero rico voltado aos lados lúdico e folclórico perante aos demais gêneros populares. PALAVRAS­CHAVE: Adivinhas; Língua Portuguesa; aprendizagem; formação de palavras. A LINGUAGEM DE RUPTURA DE HILDA HILST E A ESTÉTICA DA RECEPÇÃO Davi Xerez Barroso [UFC] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: Hilda Hilst (1930­2004) transitou com desenvoltura pelos três gêneros basilares da literatura: o narrativo, o dramático e o lírico, lavrando a terra de cada um desses três gêneros com enorme empenho, o que resultou numa linguagem literária própria que foge a todo tipo de convencionalismo, seja este formal ou temático. Disso parte a insatisfatória recepção de seus escritos, que com muito esforço eram editados. Baseando­se nisso, esta pesquisa nasceu a partir da necessidade de realizar um estudo sistematizado a respeito da relação existente entre a obra de Hilda Hilst e seus leitores. Para tanto, tomou­se como corpus de pesquisa os livros Caderno rosa de Lori Lamby (1990), livro­resposta da escritora à conflituosa relação escritor­ editor­leitor, e Rútilo nada (1993), escrito exemplar de sua linguagem de ruptura. No que concerne à fundamentação teórica básica, recorreremos à Jauss (1994) e Campos (1977), no que diz respeito aos estudos sobre estética da recepção e transformação dos gêneros literários, respectivamente. Metodologicamente, o trabalho foi realizado a partir de leituras e inventários das obras analisadas, assim como de leituras e fichamentos de textos teóricos, analisados e interpretados, os quais serviram de suporte para a pesquisa. Ao final do estudo, concluiu­se que a desestabilização instaurada nos leitores pela escritora através de sua linguagem, que, rompendo os lugares­comuns da prosa, tenta ao máximo se aproximar do humano, é o que os afasta de sua obra, apesar de ser o elemento essencial para a chegada ao cerne de cada um de seus escritos. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem; recepção; gêneros literários. Aprendizagem de Língua Materna (LAPELM), coordenado pela profª Dra PROJ ETOS DE LETRAMENTO NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA: REAVALIANDO A PRÁTICA ESCOLAR Dayveson Noberto da Costa Pereira [UFRN] [email protected] RESUMO: Visando a desconstruir a legitimação das práticas pedagógicas tradicionais em sala de aula e tomando como pressuposto o fato de que todo ser humano é um sujeito que projeta metas a serem consolidadas (OLIVEIRA & KLEIMAN, 2008), este trabalho tem como intenção elucidar, sucintamente, um relato de experiência desenvolvido no (sub)projeto de letramento intitulado Agir para evoluir com o apoio da leitura e escrita , inserido no projeto maior: Laboratório de Pesquisa em Ensino­ Maria do Socorro Oliveira e desenvolvido ao longo do segundo semestre de 2010. Os dados foram gerados, precisamente, em duas salas de aula (uma de 4° ano e outra de 5° ano) pertencentes a uma escola municipal do bairro de Nossa Senhora da Apresentação, Zona Norte de Natal/RN. A metodologia empregada ganhou uma dimensão qualitativa e foi situada na vertente etnográfica, que consiste na obtenção de uma descrição densa da cultura de outros povos a partir da sensibilidade, da imaginação científica e do olhar minucioso do etnógrafo (MATTOS, 2001). As ações do grupo – composto por quatro graduandos do curso de Letras, habilitação em Língua Portuguesa; duas professoras atuantes na rede pública de ensino; uma coordenadora pedagógica e alunos do ensino básico – compreenderam ‘eventos de letramento’. Em tais eventos, os estudantes da escola em questão, por meio da diversidade de gêneros textuais trabalhados e pela aprendizagem colaborativa, foram capazes de refletir por intermédio da prática a importância da leitura e da escrita para a resolução de problemas, como também para a afirmação de suas identidades culturais (HALL, 2005). PALAVRAS­CHAVE: Projeto de letramento; vertente etnográfica; Aprendizagem Colaborativa; identidades culturais. A FORMA POSSESSIVA SEU E AS CONTRUÇÕES PERIFRÁSTICAS NO PORTUGUÊS BRASILEIRO Déreck Kássio Ferreira Pereira [UFRPE­UAST/PIBIC­CNPq] [email protected] Marcelo Amorim Sibaldo [Orientador ­ UFRPE­UAST] RESUMO: Apresentamos aqui um estudo sobre a forma possessiva “seu” e as construções perifrásticas no Português Brasileiro, através de dados coletados da língua falada no sertão pernambucano, cedidos pelo projeto A língua falada no sertão pernambucano, da UFRPE­UAST e através da escrita em textos jornalísticos produzidos em 2011. Para esta pesquisa, o arcabouço teórico­metodológico que adotamos foi o da Teoria dos Princípios e Parâmetros, na sua versão denominada de Programa Minimalista (CHOMSKY, 1995), que tem como foco investigar e descrever a língua como um objeto internalizado do indivíduo. Dessa forma, nosso objetivo precípuo é constatar qual das formas (seu ou dele) é a mais empregada em ambas as modalidades (oral e escrita). Por meio deste trabalho, pudemos
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES constatar que há uma disparidade entre as modalidades. Na fala, há uma preferência pelas formas perifrásticas, apresentando uma ocorrência de 91% de construções. Na escrita, notamos que a forma perifrástica dele não é muito usual, ao passo que a forma possessiva seu apresenta uma dominância nos textos analisados com 100% de ocorrência. Essa tendência de realização da forma possessiva seu mostra a forma conservadora da gramática, uma vez que textos jornalísticos buscam utilizar a língua padrão. Assim, com esses resultados, pudemos constatar que o uso quase categórico da forma dele no lugar de seu, na oralidade, está ligado a uma mudança da forma flexional do PB, como indica Cerqueira (1996); essa mudança, segundo o autor, se caracteriza pelo enfraquecimento de AGR, que se caracteriza pela mundo, desde o senso comum ao conhecimento científico; e, por fim, o terceiro está relacionado aos elementos de textualidade, ao reconhecimento de gêneros e tipos textuais. Como proposta de atividades de sala de aula, escolhemos uma charge publicada virtualmente e apresentamos uma possibilidade de análise a partir dos conteúdos semântico­discursivos e lexico­gramaticais apresentados no gênero. Percebemos que a prática da leitura de charges em sala de aula pode aproximar e permitir uma interação maior entre aluno e mundo em que ele está situado. Verificamos também a importância do contexto, da ironia, da intencionalidade e da intertextualidade na construção e compreensão da charge, uma vez que existem aqueles gêneros com os quais dialoga, como a notícia, o artigo de opinião, que também podem ser trabalhados como formas distintas de dizer o mundo, de dar sentido a determinado fato. PALAVRAS­CHAVE: Charge; ensino de língua. especificação de pessoa gramatical, com reflexos evidentes em outras partes da gramática, tais como, no paradigma da flexão verbal e no sistema de clíticos. (CERQUEIRA, 1996). PALAVRAS­CHAVE: Construções perifrásticas; forma possessiva; Princípios e Parâmetros. A ORALIDADE ABORDADA NO LIVRO DE LÍNGUA PORTUGUESA A CHARGE E O ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Diego Kehrle Sousa [UFRPE­UAST] [email protected] Ana Luiza Feitosa [UFRPE­UAST] [email protected] Cleber Ataide [Orientador ­ UFRPE­UAST] RESUMO: Este trabalho pretende abordar alguns aspectos relacionados ao uso do gênero charge em sala de aula. Justificamos a escolha desse gênero pelo seu aspecto crítico, multimodal e pelas possibilidades de relacioná­lo a outros textos. Para tanto, partimos do pressuposto de que a charge é uma manisfestação discursiva que tem como objetivo satirizar e criticar, através de um desenho, algum personagem ou situação social, ironizando e exagerando suas características. Compreendemos que, para a leitura compentente desse gênero, são exigidos três tipo de conhecimento (Oliveira, 2010): o linguístico, o enciclopédico e o textual. Na prática, esses conhecimentos se entrelaçam, são interdependentes e atuam concomitantemente. O primeiro diz respeito aos aspectos semânticos, sintáticos, morfológicos, fonológicos e ortográficos; o segundo é constituído por tudo aquilo que conhecemos, o também chamado conhecimento de Edna Carla Lima da Silva [UFRPE] [email protected] Ewerton Ávila dos Anjos Luna [UFRPE] [email protected] RESUMO: Sabendo que a escola era tida como um ambiente exclusivo do ensino da leitura e da escrita, e que desse modo a oralidade não teria um espaço tão importante no cenário escolar e levando em consideração o que diz Marcuschi e Dionísio (2007), quando afirmam que, em geral, os livros didáticos de Língua Portuguesa seguem o mesmo paradigma, ou seja, trabalham pouco ou de maneira inadequada a oralidade, o trabalho de pesquisa desenvolvido objetiva analisar como têm sido abordados os aspectos que se referem à relação fala­escrita em uma das coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa utilizada pela rede estadual de ensino de Pernambuco em 2011. Para tanto, nos baseamos nos pressupostos teóricos de Marcuschi (2001) e Marcuschi e Dionísio (2007) e, em seguida, fizemos um levantamento das sugestões de atividades e exercícios propostos na coleção. Na análise realizada, foi constatado que o livro esclarece que existe um continuum entre a modalidade oral e escrita, fator bastante relevante, visto que tenta desfazer a dicotomia que existe no ambiente escolar em relação à
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES fala e à escrita; porém, no decorrer das observações, percebemos que as atividades sugeridas pelo livro não incentivam o suficiente essa imbricação entre as modalidades, permanecendo, dessa maneira, a valorização da produção textual em detrimento à produção oral. PALAVRAS­CHAVE: Ensino de Língua Portuguesa; oralidade; livro didático. a imagem, que atua no campo de representação simbólica dialoga com a realidade que representa. PALAVRAS­CHAVE: Discurso; imagem; violência; sujeito; representação. IMAGEM, VIOLÊNCIA SIMBÓLICA E A (DES)CONSTRUÇÃO DE SUJ EITOS Éderson Luís da Silveira [FURG] [email protected] Darlene Arlete Webler [Orientadora ­ FURG] RESUMO: Este trabalho se inscreve na linha dos Estudos do Discurso, a partir de Michel Pecheux e consiste na análise de charges, veiculadas na internet em um site específico, que discursivizam a partir da violência simbólica existente em casos de humilhação. Desse modo, procuramos perceber como ocorrem os processos de produção da subjetividade que se realizam entre sujeitos nessa situação. Procuramos analisar se, no fenômeno da violência, trata­se de um acontecimento discursivo em que há uma relação entre interlocutores através do discurso. Também procuramos perceber a imagem e outras características que não apenas o discurso verbal, visto que também os gestos, as gravuras e os discursos não­verbais podem ser tidos como discurso, influenciando e (des)construindo os sujeitos que discursivizam a partir de posições discursivas opostas, a saber, aquele que humilha e aquele que é humilhado. Sendo assim, examinamos charges que apresentam discursivamente situações/casos de violência simbólica, em que a agressão não é física, mas resulta na inferiorização de um sujeito. Também a imagem aqui é percebida como uma forma de significações múltiplas e não fixas e imutáveis, já que o artista se apropria da realidade para (des)construí­ la a partir de outro discurso: o imagético. Distanciamo­nos assim de um pensamento positivista que tenta a todo custo fixar um significado categórico apenas. A imagem, assim, não é transparente e pode ser trabalhada em sua materialidade discursiva, mediante a realidade que representa e os sujeitos que recebem esse(s) discurso (s). Assim, procuramos perceber neste trabalho como ocorrem os deslocamentos dos sujeitos a partir dos conceitos de formação discursiva e de posição­sujeito, para verificar, a partir disso, como A DISTRIBUIÇÃO DE SUJ EITOS NULOS E PLENOS EM NARRATIVAS DE ALUNOS RECIFENSES DA REDE ESTADUAL DE ENSINO Edimar Gonçalves de Barros Filho [UFRPE] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem como objeto de estudo a distribuição de sujeitos nulos e plenos em dados de escrita de alunos recifenses da rede estadual, tomando por base a possível assimetria entre a aquisição e a aprendizagem. Em seu trabalho sobre o uso de sujeitos pronominais nulos e plenos nos dados de aquisição e da escrita, Magalhães (2000) conclui que a produção linguística das crianças nas séries iniciais ainda reflete a gramática adquirida durante o processo de aquisição. A partir desse resultado, a hipótese norteadora do estudo é que, com o avançar da escolarização, maior será o distanciamento entre as gramáticas da fala e da escrita. Para a análise, o trabalho fundamenta­se no Modelo de Princípios e Parâmetros (Chomsky, 1986) e nos estudos desenvolvidos acerca do Parâmetro do Sujeito Nulo, assumindo ­ consoante Galves (2001) ­ que o Português Brasileiro tem apresentado um sistema morfológico de flexão verbal enfraquecido, diferentemente do Europeu. O corpus da pesquisa compõe­se de dados extraídos de textos narrativos produzidos por alunos do 6º ao 3º ano do Ensino Médio. Durante a análise dos dados, utilizando­se métodos comparativos e estatísticos, foram levadas em conta variáveis independentes que podem, ou não, favorecer o uso de sujeitos plenos, a saber: a) morfologia de flexão verbal; b) tipo de oração e c) série cursada pelo aluno. Através do estudo aqui proposto, portanto, é possível fazer uma analogia entre o que se têm verificado no campo da gramática da fala e da escrita e o que acontece, de fato, nas redações dos alunos em questão, tratando­se de um trabalho investigativo pioneiro na cidade do Recife e muito relevante para os estudos linguísticos realizados no Brasil voltados à comparação das referidas gramáticas no campo da morfossintaxe, pois ­ até onde se tem verificado ­ são poucas as pesquisas nesse campo de estudo. PALAVRAS­CHAVE: Sujeito Nulo; gramática; Português Brasileiro.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES A POLIFONIA BAKHTINIANA EM O ANO DA MORTE DE RICARDO REIS: UMA ANÁLISE DAS VOZES DISSONANTES NO DISCURSO ROMANESCO Edson da Silva Nascimento [Universidade Regional do Cariri – URCA] [email protected] RESUMO: Polifonia é a designação de um estilo musical do período da Idade Média. Mikhail Bakhtin, na década de vinte, adaptou o conceito de polifonia aos estudos da linguagem. Nas obras de Dostoievski, observou uma multiplicidade de vozes discursivas conflituosas e equipolentes, divergindo ideologicamente do discurso do autor. A isso Bakhtin chamou discurso polifônico. Objetivamos nesta comunicação compreender o sistema polifônico no romance O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago, amparado pela fundamentação teórica de Bakhtin e de pesquisadores do discurso bakhtiniano, tais como Brait e Sobral. A análise proposta pretende apontar a construção da enunciação do personagem Ricardo Reis na posição reveladora da estrutura polifônica da narrativa: seu diálogo/embate com o fantasma de Fernando Pessoa, sua posição na dimensão histórica que distingue personagens reais de personagens fictícios e seu papel dentro dos procedimentos enunciativos do autor implícito, confrontados com os traços estilísticos do romance de Saramago, autor empírico. Entendemos, como resultado ainda parcial do estudo, que a personagem Reis vive essas múltiplas vozes em sua própria consciência, em um monólogo interior, e no diálogo com o espectro de Fernando pessoa, voz da moral. Saramago isola o material arquitetônico, social e axiológico da obra, ao fazer de Ricardo Reis representação autonomizada do heterônimo de Fernando Pessoa. A teia polifônica se enriquece ainda pela presença das vozes de Camões e Cervantes, por exemplo, e das ideologias, particulares ao contexto social de cada um destes autores, que se refratam no plano geral da narrativa. PALAVRAS­CHAVE: Polifonia; dialogismo; discurso; sociedade. AS (RE)CRIAÇÕES IDENTITÁRIAS NOS EDITORIAS DA VOGUE USA Eduardo Manoel Barros Oracio [UFRPE ­ UAG] [email protected] Marcelo Machado Martins [Orientador ­ UFRPE ­ UAG] RESUMO: Com os avanços das mídias e com a consolidação de novas tecnologias, o século XX passou por mudanças significativas que desencadearam até mesmo a alteração de valores sociais. Inserida nesse novo cenário, a moda criou novas formas de manifestações inovadoras que determinaram e afirmaram a sua importância como segmento cultural e econômico. Ao apropriar­se dos discursos fundadores do mundo contemporâneo, a moda passou a instigar o consumo de imagens, modelos estereotipados de corpos e estilos de vida numa crescente ressemantização do tempo, do espaço e do próprio sujeito. Seguindo o aparato teórico e metodológico da Semiótica Discursiva e de importantes autores que seguem essa linha, nosso trabalho busca entender os procedimentos que fizeram com que o corpo fosse utilizado como objeto de significação da Moda, a exemplo dos editoriais de moda que constituem o corpus de nosso trabalho, considerando o corpo como um grande gerador e veiculador de significação, por meio, inclusive, da comunicação com a qual a moda que o reveste. Para atingir tal intento, foram analisadas as imagens construídas nos editoriais da Vogue USA, nas fotos produzidas por Annie Leibovitz, que se inspiram, por meio da intertextualidade, em alguns clássicos da literatura universal. O corpo é um objeto, um discurso, levando em consideração o modo como ele está estruturado sintática e semanticamente. Ele recebe ressemantizações pelos valores atribuídos aos objetos (roupas, acessórios, adornos, marcas etc.) dos quais faz uso. Essa carga semântica é atribuída aos efeitos da aparência que um sujeito exerce em relação ao outro. Assim, na sua máxima individualidade, o corpo reflete o que viu nascer nas entrelinhas do discurso do semelhante, na apreensão dos valores e significados pertinentes a seu grupo e que se organizam em seu ser, seu fazer e na sua estrutura. PALAVRAS­CHAVE: Editoriais de moda; Semiótica Discursiva; imagens; significação; intertextualidade. RODAS DE LEITURA: UMA EXPERIÊNCIA NO PIBID DE LÍNGUA PORTUGUESA Eide Justino Costa [UFRN] Elizabeth Olegário Bezerra da Silva [UFRN]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Samira Gomes de Aguiar [UFRN] [email protected] Maria da Penha Casado Alves [Orientadora ­ UFRN] RESUMO: Leitura e escrita são atividades que requerem a mobilização de uma série de conhecimentos adquiridos a partir de diversas práticas sociocognitivas e interacionais. Essas atividades estão indissociavelmente relacionadas entre si e com as atividades humanas. Falar em leitura e escrita implica necessariamente falar em texto, pois é através do texto que os indivíduos interagem com o mundo produzindo e (re)ativando conhecimentos. Ler para produzir exige que o sujeito recorra não apenas a conhecimentos linguísticos, mas também ao seu conhecimento de mundo, pois a possibilidade de produzir textos de modo eficaz tem sua origem na prática de leitura (BRASIL, 1997). Assim, no ato da leitura, é necessário que o leitor, ative também seus conhecimentos enciclopédicos, cognitivos e interacionais. Por conseguinte, no ato da escrita, automaticamente, o produtor do texto utiliza­se de uma serie de estratégias que estão ao seu dispor. Daí ser difícil definir com precisão o que é escrita, pois essa atividade requer a utilização de uma série de estratégias (linguística, cognitiva, interacional etc.) ainda que esse uso realize­se de forma inconsciente. Além disso, há diversos estudos sobre a escrita, e por isso, também, ha muitas perspectivas diferentes, que nos permitem responder de diferentes maneiras a questão em foco. Baseados numa perspectiva sociocognitiva e interacional da linguagem, este trabalho, apresenta alguns resultados parciais obtidos através da pesquisa em andamento Leitura e escrita: a contribuição dos estudos do texto no processo ensino­aprendizagem (PIIC 2011/2012), realizada na Escola Municipal Diva Maria Correa/ Nossa Senhora do Socorro­SE, apresentando de maneira simples e didática as principais estratégias à disposição do leitor e do escritor em suas práticas comunicativas. Para isso, fundamentamo­nos nos estudos de Borba (2007), Koch (2002), Koch e Elias (2011), Marcuschi (2009), entre outros. PALAVRAS­CHAVE: Texto; leitura; escrita. RESUMO: Este trabalho pauta­se em um relato de experiência com rodas de leituras, desenvolvido no âmbito do PIBID (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência), no subprojeto de Língua Portuguesa, da Universidade Federal do Rio Grande Norte – campus Natal, com alunos da Escola Estadual José Fernandes Machado, matriculados no 1º ano do Ensino Médio (1º ano B), no turno vespertino. A partir do pressuposto da importância do ato de ler na formação do sujeito formador de consciência crítica e política, e interpretando a escola como viabilizadora dessa formação, desenvolvemos um exercício semanal com rodas de leituras, inicialmente, com o gênero discursivo crônica. Nesse aspecto, além de estimular nos discentes o gosto pela leitura, tendo em vista que o gênero crônica tem um tom, quase sempre, humorístico, foi possível evidenciar alguns aspectos sociais envolvidos nelas, uma vez que a leitura desse gênero dialoga, esporadicamente, com situações peculiares e próximas das realidades de vida dos alunos. Assim, foi possível dar um passo inicial para a formação de leitores proficientes e capazes de interpretar o mundo por meio do prisma da leitura. Além disso, foi possível observar os diversos níveis de leitura do corpo discente, desde os que ainda leem de forma fragmentada e com certas dificuldades, até os que já leem de modo mais adequado. Para tanto, este trabalho ancora­se, essencialmente, nos pressupostos teóricos de Bakhtin/Volochinov (2010), ao interpretar a linguagem como prática de interação social e constituinte dos sujeitos, Bakhtin (2003) sobre gêneros discursivos, como também em Lajolo (1993) e Geraldi (2008), cujas obras vêm ressaltando a importância do incentivo à leitura nas escolas, como forma de construir com/nesses alunos uma compreensão mais crítica do mundo e das questões do cotidiano pelo qual são norteados diariamente. PALAVRAS­CHAVE: Leitura; PIBID; ensino; escola. A CONTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS DO TEXTO NO PROCESSO DE ENSINO DA LEITURA E DA ESCRITURA Elayne Santana França [UFS] [email protected] RECONHECENDO UM DIAGRAMA Elilson Gomes do Nascimento [UFPE/PIBID­LETRAS] [email protected] Hellayne Santiago de Azevedo [UFPE/PIBID­LETRAS] [email protected] RESUMO: No âmbito do projeto A leitura de Linguagens Diversas, desenvolvido pelo PIBID­Letras/UFPE, este trabalho surgiu após uma das
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES etapas de coleta de dados, que consistia na categorização dos gêneros predominantemente visuais encontrados nas provas do ENEM entre os anos de 1999 até 2010. Dentre os gêneros observados, destacamos as questões que apresentam o diagrama, que embora se configure como uma categoria social recorrente, haja vista os domínios discursivos que permeiam, como o jornalístico, o estatístico e o das engenharias, bem como a familiaridade dos leitores com o seu formato, é comumente tratado como um “termo sinonímio” para outros gêneros visuais, tais como os gráficos, os quadros, as tabelas e os esquemas. Assim, neste trabalho, propomos­nos à realização de dois objetivos complementares: o primeiro consiste em fazer um levantamento das questões envolvendo diagramas, no período de 1999 a 2010, no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e o segundo em discutir o gênero diagrama como uma categoria social recorrente de importância relevante em todas as áreas do conhecimento, analisando as suas concepções interpretativas distintas através dos outros gêneros visuais presentes nas provas do ENEM, bem como de algumas áreas específicas como engenharia, jornalismo e estatística. Para compor o referencial teórico, foram utilizados os trabalhos de Bazerman (2011), Harris (1999) e Rabaça e Barbosa (2001). PALAVRAS­CHAVE: PIBID Letras; ENEM; gêneros visuais; diagramas; domínios discursivos. influências da LM. Nesse sentido, a pesquisa aqui proposta visa a contribuir para a formação dos sujeitos envolvidos nela, proporcionando o desenvolvimento de uma competência bilíngue e de uma identidade bicultural, que permitirá a essas crianças e aos professores “’navegar’ de uma comunidade à outra” (VASSEUR, 2006:103). Também é instaurada a importância de tal estudo por poder possibilitar diversidade de idiomas ao ser humano desde a sua primeira infância apresentando­os como um meio muito particular de estimular a cognição na infância, uma vez que o aprendiz tem contato com um código linguístico diferente do seu, utilizando­o na comunicação. Para nortear as discussões, nos baseamos em teóricos como Vygotsky (1993), REVUZ (1997), Del Ré (2006) e Doscaberro (2007), dentre outros. O corpus para análise foi constituído por gravações em áudio, que captaram as falas das crianças em aulas executadas pelo projeto PROLICEN, intitulado: A Tecnologia de informação e comunicação como um suporte para o ensino de Francês Língua Estrangeira na UEI­UFCG. Os resultados já apontam para a posição de destaque que possui o agenciamento do ensino de FLE ao desejar assistir a prática docente dos alunos participantes do projeto na UEI. PALAVRAS­CHAVE: aquisição de linguagem; ensino­aprendizagem; FLE. A AQUISIÇÃO DE FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA (FLE): MEDIAÇÕES CONEXAS PROVENIENTES DAS SIMILARIDADES COM A LÍNGUA PORTUGUESA Elyzama Thamirys Araújo Morais [UFCG] [email protected] Vanessa Cavalcante Pequeno [UFCG] [email protected] RESUMO: O presente trabalho, baseando­se na teoria sociointeracionista centrada nos estudos vygotskianos, pretende investigar que lugar ocupa a língua materna (LM) no processo de ensino­aprendizagem de Francês Língua Estrangeira (FLE) nas crianças aprendentes da UEI (Unidade de Ensino Infantil), da Universidade Federal de Campina (UFCG). Buscamos, ainda, analisar como o professor de FLE pode utilizar a seu favor as A PRESENÇA DOS GÊNEROS DIGITAIS NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS DOS ENSINOS FUNDAMENTAL E MÉDIO Emanuella Luchesy Cunha Silva [UESPI / PIBIC­CNPq] [email protected] Bárbara Olímpia Ramos de Melo [Orientadora ­ UESPI ] RESUMO: A sociedade vem atualizando e aprimorando constantemente suas formas de escrita e comunicação. A tecnologia, por exemplo, tem um papel fundamental nesse processo. Por meio da internet, as redes sociais e outros gêneros, como: chats, blogs etc., estão cada vez mais sendo utilizados como meio de comunicação e de interação social, promovendo o condicionamento das pessoas a se adaptarem a essas novas tecnologias. Com isso, a escola não deve ficar à margem desse novo processo evolutivo que ocorre na sociedade, principalmente, porque a escola tem essa função de educar ao aluno, contemplando em seus conteúdos situações cotidianas. Assim, este trabalho é um recorte do projeto de Iniciação Científica PIBIC/CNPq A didatização dos gêneros digitais em livros didáticos do Ensino Fundamental e do Ensino Médio, sob a orientação da profª. Dra.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Bárbara Olímpia Ramos de Melo, e consiste em verificar de que modo os professores dos ensinos Fundamental e Médio nas escolas públicas de Teresina­PI abordam, em suas práticas pedagógicas, os gêneros digitais e como eles são descritos, classificados, lidos e propostos à produção do ensino em sala de aula. Para a obtenção do corpus de pesquisa, foi utilizado um questionário com dez questões direcionadas aos docentes e Língua Portuguesa dos ensinos Fundamental e Médio, observando­se, assim, a visão deles sobre a importância do gênero digital no processo de ensino­ aprendizagem dos alunos, além de observarmos como resultados preliminares que muitos profissionais ainda mantêm um distanciamento das inovações e tecnologias para realização da atividade docente e que muitos ainda obtêm conhecimento precário perante as novas tecnologias existentes. Como referencial teórico, utilizamos Melo (2010), Campos (2009), Bauman (1999), Xavier (2009), Rojo e Cordeiro (2004), dentre outros estudiosos que abordam sobre o assunto. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros digitais; práticas pedagógicas; ensino­ aprendizagem. área da Linguística Aplicada e faz parte de um projeto maior intitulado Gênero Discursivo: circulação, produção e análise em sala de aula , que visa a fazer uma análise dos livros didáticos de Língua Portuguesa e desenvolvido por integrantes do grupo de pesquisa Práticas discursivas na contemporaneidade. PALAVRAS­CHAVE: Livro didático; produção textual; autoria. PRODUÇÃO TEXTUAL NO LIVRO DIDÁTICO DO ENSINO MÉDIO: UM PROCESSO DE AUTORIA EM SALA DE AULA Erica Poliana Nunes de Souza Cunha [UFRN] ericapolianan.s.c@hotmail Maria da Penha Casado Alves [Orientadora ­ UFRN] RESUMO: O processo de escrita na escola, quase sempre, é tido como algo difícil e imposto; as propostas ditam a forma de começar, a forma de terminar, a estrutura a seguir e até a escolha da temática, restringindo, muitas vezes, o processo criativo do aluno. Tais ações são comuns à produção textual em sala de aula e, frequentemente, encontradas em livros didáticos que, após a teorização sobre o modelo composicional do gênero, solicitam um exemplar dele. Por esses aspectos, objetivamos, neste trabalho, analisar a prática de escrita desenvolvida pelo livro Português: Língua e Cultura , de Alberto Faraco (2010), visto que este adota uma abordagem teórica que contempla os sujeitos como autores e a prática de escrita como resultado da vontade de seus dizeres. Para tanto, utilizamos como norteadores teóricos as reflexões de Bakhtin (2003) e de Beth Brait (2005) sobre estilo e autoria e o estudo de Antunes (2009) sobre a escrita em sala de aula. Este trabalho é de natureza qualitativa­interpretativista, se insere na A PROVA BRASIL E OS OBJ ETOS DE ENSINO EM LÍNGUA PORTUGUESA Erika Vieira Araujo [UFRPE ­ UAG] [email protected] Sônia Virgínia Martins Pereira [Orientadora ­ UFRPE ­ UAG] RESUMO: O presente trabalho surgiu a partir de um projeto de pesquisa monográfica a ser realizado, tendo como campo de investigação turmas do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Napoleão Teixeira Lima, localizada no município de Jupi/Pernambuco. O objetivo deste estudo é produzir uma análise inicial sobre o objeto de ensino de Língua Portuguesa nas séries finais do Ensino Fundamental, especificamente, em duas turmas do 9º ano, tendo como base da investigação os instrumentos de avaliação da Prova Brasil, mais especificamente, a Matriz de Referência de Língua Portuguesa da 8ª série/9º ano e a escala de proficiência em leitura estabelecida pelo Ministério da Educação/Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais – MEC/INEP, para a avaliação dos estudantes. Tais instrumentos apontam para as habilidades e competências de leitura a serem desenvolvidas pelos alunos do referido ano. Assim, a partir da análise desses instrumentos verificaremos se há a relação entre o objeto de ensino tomado pelos professores de língua portuguesa da escola investigada e as habilidades de leitura avaliadas na Prova Brasil. Também tomaremos como corpus de análise a proposta curricular de língua portuguesa da Secretaria Municipal de Jupi e os planos de ensino dos professores de língua portuguesa da escola. Como fundamentação teórica, adotamos KOCH (2006) e seus estudos sobre leitura, compreensão e a construção dos sentidos do texto e SOLÉ (1998) em seus estudos sobre estratégias de leitura, bem como os fundamentos epistemológicos do Sistema Nacional da Educação Básica – SAEB (1998). Como resultado preliminar deste estudo será construído um quadro comparativo entre os objetos de ensino efetivamente tomados pelos
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES professores da escola investigada e os objetos avaliados na Matriz de Língua Portuguesa. Decorrente disso teceremos considerações sobre os fundamentos e os conceitos adotados na Prova Brasil relacionados às práticas de linguagem desenvolvidas pelos professores na escola e suas implicações para o ensino da língua portuguesa no Ensino Fundamental. PALAVRAS­CHAVE: Leitura; Prova Brasil; ensino; Língua Portuguesa. movimentos retóricos percebidas nas resenhas não seguem esquemas diferentes e nem são consideradas gêneros distintos, mas apenas ressaltam que tais textos são produzidos em situações didáticas de aprendizagem. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros acadêmicos; aprendizagem; resenha. A OPINIÃO DE QUEM LEMOS NOS J ORNAIS? A REFORMA AGRÁRIA SOB OUTROS PONTOS DE VISTA APRENDENDO A RESENHAR NA UNIVERSIDADE: EXPERIÊNCIA DE MONITORIA DE PROJ ETOS DA GRADUAÇÃO Eryck Dieb Souza [UFC/ HIPERGED] [email protected] Júlio Araújo [Orientador ­ UFC/ HIPERGED] RESUMO: Este estudo analisa os resultados de um projeto de iniciação à docência inserido na ideação da “monitoria de projetos da graduação”, da Pró­Reitoria de Graduação da UFC. Nesse projeto, trabalhamos com o ensino de produção de gêneros acadêmicos para fins específicos por alunos de diversos cursos da universidade. Para o presente trabalho, no entanto, analisamos a produção do gênero resenha pelos referidos alunos, procurando observar quais os padrões de distribuição de informações que eles mantinham na prática da aprendizagem desse gênero de graduação. Utilizamos como fundamentação teórica o estudo dos movimentos retóricos que compõem os gêneros acadêmicos a partir dos aspectos prototípicos sugeridos por Swales (1990) e adaptados por Motta­Roth (1995), Araújo (1996) e Bezerra (2002) para o gênero resenha. Com base nessa perspectiva, o corpus foi coletado em um minicurso ofertado a 15 alunos da cidade de Beberibe, litoral leste do Ceará, na qual se situa um polo da Universidade Aberta do Brasil (UAB) com cursos semi­presenciais nas áreas de Letras Inglês, Administração e Gestão Pública e Licenciatura Matemática, pela Universidade Federal do Ceará, e Pedagogia e Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Ceará. A partir do minicurso, desenvolvido como atividade da bolsa de Iniciação à Docência, utilizamos 15 resenhas elaboradas pelos alunos que dele participaram a fim de desenvolvermos nossa análise. O exercício analítico das resenhas nos permite discutir alguns aspectos relacionados ao processo de aprendizagem desse gênero, como a ausência de alguns movimentos retóricos, comumente, praticados na resenha acadêmica. Assim, concluímos que as ausências de determinados Estevão Eduardo Cavalcante Carmo [UFPE] [email protected] RESUMO: O objetivo desta pesquisa é investigar o acesso discursivo dado pelo domínio jornalístico ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) para tratar da questão da reforma agrária. O marco teórico desta pesquisa é a Análise Crítica do Discurso (ACD). Os trabalhos de van Dijk (2008) e Falcone (2004) orientam a discussão sobre acesso discursivo, padrões de acesso e poder. A proposta de Fairclough (2001) também fundamenta a discussão, principalmente sobre a relação entre prática discursiva e prática social. Segundo van Djik (2008), o acesso discursivo é um recurso semelhante aos demais recursos sociais constituintes do poder e, tal como este último, é distribuído de forma desigual aos grupos participantes da sociedade. Os dados coletados fazem parte do projeto PIBIC Práticas discursivas e mudança social: uma investigação sobre a (re)conceitualização da noção de reforma agrária . Recortando o projeto mencionado, este trabalho analisa os gêneros entrevista, artigo, ensaio e editorial, publicados na Folha de S. Paulo, durante o ano de 2007, período correspondente ao primeiro ano do segundo mandato do presidente Lula. A escolha dos gêneros mencionados revela que, na grande maioria das vezes, são através destas publicações que a Folha abre espaço para que outros atores sociais, se não a própria equipe jornalística, discorram sobre as atuações do MST e sobre o desenvolvimento agrário no Brasil. São observados, em tais gêneros, para quais atores e grupos sociais a Folha abre espaço para a discussão sobre a reforma agrária e sobre o MST. No total, foram analisados onze jornais. Dos onze jornais, apenas em duas publicações há ocorrência de discurso direto de um dos diretores do MST. A partir dessa análise, verificamos como esse grupo social é marginalizado numa discussão acerca
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES de sua própria atuação e como isto pode operar na sustentação de uma determinada ideologia dominante. PALAVRAS­CHAVE: Reforma agrária; MST; acesso; mídia. A ANÁLISE DO DISCURSO NO UNIVERSO FEMININO A PARTIR DA LITERATURA DE CORDEL EVOLUÇÕES MORFOLÓGICAS DO ARTIGO NEUTRO NAS LÍNGUAS PORTUGUESA E ESPANHOLA Etiene Oliveira [UFPE] Gilvanete Sena [UFPE] [email protected] Stephane Albuquerque [UFPE] [email protected] Bruno Eduardo da Rocha Brito [Orientador ­ UFPE] RESUMO: Embora o “desaparecimento” do gênero neutro seja apontado como uma das principais características da transição do latim para as línguas romances, é possível apontar resquícios de sua presença nas línguas portuguesa e espanhola de diversas formas, entre as quais o chamado “artigo neutro”. Este trabalho busca identificar o processo morfológico de evolução do artigo neutro nas línguas portuguesa e espanhola, a partir de suas origens românicas, quanto à forma e o significado. Percebe­se, com a análise, que o sentido do artigo neutro não se perdeu no português, mas está numa forma distinta da inicial, através do processo lo→ sístole→ o; encontra­se, agora, na língua portuguesa a forma lo como pronome oblíquo; já no espanhol foi verificado que não houve mudança quanto à forma e o significado. Para isto, tomam­se como base as teorias de Williams (1994), que trata sobre a evolução do gênero neutro lona língua portuguesa; Masip (2003), com a perspectiva dos artigos de LP e LE; e Bello (1984), com o conceito e função do gênero neutro. Com isso, a análise de forma comparativa a respeito da evolução do artigo neutro em suas diferentes escalas, apresentada por Vicente Masip, entre as línguas portuguesa e espanhola é de grande importância. Assim, este trabalho vem acrescentar ao estudo dos substratos, sendo, portanto, destinado à comunidade acadêmica a fim de que o uso do artigo neutro seja compreendido quanto a sua forma e seu sentido, através da história. PALAVRAS­CHAVE: Morfologia; evolução; artigo; neutro. Fabrina Bezerra da Silva [UFRPE] [email protected] Vicentina Ramires [Orientadora ­ UFRPE] RESUMO: O presente trabalho analisa a representação da identidade feminina nos cordéis, uma das manifestações da cultura popular do Nordeste, em que a mulher aparece descrita ora como submissa, ora como donzela, ora como prostituta ou doméstica nas várias situações. Elementos desses discursos reforçam os papéis e os lugares sociais atribuídos às mulheres: o espaço privado, o trabalho doméstico, a procriação, o cuidado e a educação dos filhos. Nesse sentido, temos por objetivo compreender a produção e a circulação de sentidos do imaginário feminino na Literatura de Cordel, observando­se a imagem da mulher no entremeio do jogo do estereótipo, do ritmo e do aspecto lúdico. No tocante às questões teóricas, recorremos aos postulados de Fairclough (2001) para melhor compreender “como a prática discursiva envolve os processos sociais relacionados a ambientes econômicos, políticos e institucionais particulares, sendo a natureza prática discursiva variável entre os diferentes tipos de discurso de acordo com os fatores sociais envolvidos”. Para isso, foram realizadas pesquisas acerca das investigações da Análise do Discurso sobre a figura feminina no gênero cordel, em que se verificou que a figura feminina reconstrói novos estereótipos de modo satírico retrata o sistema patriarcal, constrói relações afetivas, tomando como base valores desse mesmo sistema e se modifica à medida que seu olhar sobre o universo se altera. Considera­se a possibilidade do gênero cordel em sala de aula, pois, busca debater temas que sejam interessantes para uma comunidade, assim apresentaremos o cordel como uma alternativa pedagógica a desenvolver como modelo de trabalho que tem relevância na formação dos alunos, como usuários da língua portuguesa. PALAVRAS­CHAVES: Análise do Discurso; mulher; identidade; estereótipo. A INTERVENÇÃO DAS MEMÓRIAS DE EDUCADORES EM SUAS PRÁTICAS DE LETRAMENTO ENQUANTO DOCENTES. Fernanda Nayara da Silva Mendonça [UFRN]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] Maria do Socorro Oliveira [Orientadora ­ UFRN] mudanças especialmente metodológicas, em que organização/distribuição dos conteúdos programáticos e a relação de sala de aula devem ser repensadas (cf. LUCIANO, 2010). Partindo­se do pressuposto de que as estratégias linguísticas de natureza (não) polida interferem no processo de construção da cultura de EaD, o presente estudo analisa o jogo interacional ocorrido em 294 fóruns virtuais, compreendendo 210 interactantes em 20 disciplinas executadas durante o primeiro ano de um curso de Licenciatura em Letras a distância. No que concerne às questões teóricas, apóia­se nas Teorias da Polidez de Brown e Levinson (1987) e de Leech (1983) atrelada à Teoria das Faces de Goffman (2005), para observar os conflitos verbais nas situações de aprendizagem a distância, possibilitando identificar nos embates de face entre os interactantes o comprometimento que traz à prática pedagógica, interferindo na aprendizagem. PALAVRAS­CHAVE: Teoria das Faces; EaD; conflito verbal. RESUMO: Com o intuito de narrar fatos reais vividos por alguns professores da rede pública, propusemos trabalhar com o gênero ‘depoimento’, fazendo com que os profissionais da educação rememorassem as práticas de leitura e escrita pelas quais passaram em seu ensino básico, recordando quais gêneros textuais utilizavam e como eles eram transmitidos, como se comportavam seus professores e como eram as relações existentes em sala de aula. Nessa perspectiva, o objetivo deste trabalho é o de patentear as influências que tais práticas trouxeram para seus exercícios como docentes. Os dados da pesquisa foram gerados a partir do projeto intitulado “O habitus de estudar: construtor de uma nova realidade da educação pública na Região Metropolitana de Natal”, do qual os educadores fazem parte. Eles atuam em escolas da região rural, periférica e central da grande Natal. Como embasamento teórico­metodológico, utilizamos uma abordagem qualitativa de cunho etnográfico; pautando a pesquisa nas concepções de Bortoni (2008). As noções de letramento utilizadas são advindas dos estudos de Kleiman (1995) e Oliveira (2008). Os resultados parciais mostram que, de forma positiva ou negativa, as reflexões acerca das experiências dos professores contribuem para o aprimoramento de suas práticas escolares, apesar de todas as dificuldades sócio­econômicas e das péssimas condições de trabalho. Concluímos ainda que o processo de rememoração motiva os professores a se tornarem ‘agentes de letramento’. PALAVRAS­CHAVE: Gênero depoimento; letramento; agência. O FENÔMENO DA PRESERVAÇÃO DAS FACES NOS FÓRUNS DE INTERAÇÃO DE EAD E SUAS IMPLICAÇÕES PARA O ENSINO Fernanda Barboza de Carvalho Nery [UFPE] [email protected] Dilma Tavares Luciano [Orientadora ­ UFPE] RESUMO: Os tempos modernos impõem uma nova dinâmica na relação professor/aluno diante da geração online de educação a distância (EaD). Com a implantação da EAD em nível de graduação no país, faz­se necessário que professor e aluno dominem as novas tecnologias, levando­os a LÍNGUA ESPANHOLA NA COMUNIDADE: INTEGRANDO A GRADUAÇÃO À EXTENSÃO Flávia Pompeu Alves [UFCG/ PROBEX] [email protected] Hermano Aroldo Gois Oliveira [UFCG/ PROBEX] [email protected] RESUMO: O interesse em aprender a língua espanhola por parte dos brasileiros tem aumentado consideravelmente. Com a globalização e com os tratados assinados pelo Brasil com os países que fazem parte do MERCOSUL (Mercado Comum do Sul), sendo eles, Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, entre os quais apenas o nosso país não fala espanhol, é indispensável o aprendizado dessa língua pela necessidade de comunicar­se e promover um maior crescimento político­econômico. A fim de minimizar esse isolamento linguístico vivido pelo Brasil, a língua espanhola foi implementada como obrigatória, para as escolas do Ensino Médio, por meio da Lei nº 11.161, de 5 de agosto de 2005. Diante desse contexto, o presente artigo, que é um recorte do relatório, com o mesmo título, de atividades de extensão, tem como objetivo apresentar as atividades desenvolvidas, nos períodos de 2010.1 e 2010.2 às turmas de extensão 1 da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), para o ensino de espanhol como língua estrangeira, buscando trabalhar as quatro habilidades a serem desenvolvidas
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES na aprendizagem de uma língua: compreensão leitora e auditiva, e expressão escrita e oral. Para compor o nosso trabalho, nos fundamentamos em Garcez (1998), Bruno (2005) e Koch & Elias (2009). PALAVRAS­CHAVE: Língua Estrangeira; língua espanhola; relatório de atividades; aprendizagem; prática de ensino. CLASSE HOSPITALAR: UMA PERSPECTIVA DISCURSIVA PARA COMPREENDER O PROCESSO DE HOSPITALIZAÇÃO INSERIDO NO UNIVERSO INFANTIL A LÍNGUA ESTRATIFICADA: OBSERVANDO A LÍNGUA FRANCESA NO ROMANCE ABDIAS Francinaldo de Souza Lima [UFCG] [email protected] Aloísio de Medeiros Dantas [Orientador ­ UFCG] RESUMO: Nos últimos anos, os estudos sobre as teorias de Bakhtin e de seu Círculo têm­se intensificado sobremaneira no meio acadêmico. Stafuzza e De Paula (2010), ao promoverem algumas reflexões sobre isso, destacaram que a língua é estratificada tanto em dialetos linguísticos quanto em linguagem ideológico­social. Nesse sentido, o presente trabalho, por meio de uma pesquisa qualitativa e documental, tem como objetivo analisar o romance Abdias, de Cyro dos Anjos, sob essa óptica apontada pelas autoras, a fim de detectar qual desses estratos está presente no romance, buscando estabelecer não só uma ponte entre teorias linguísticas e texto, mas analisando a influência de determinados fenômenos linguísticos na esfera social da época em que se passa a narrativa. Na referida obra, o autor utiliza línguas estrangeiras em diversos trechos, mas, para realizar este estudo, focaram­se apenas os excertos do livro em que havia a presença da língua francesa. Para reforçar o estudo, recorreu­se aos postulados de Bakhtin (1988), Poche (1989) e Morato (2004). Percebeu­se após as análises, que não há como postular apenas uma das estratificações, mas que ambas se mostram presentes, o que varia são os sujeitos pelos quais elas se expressam. Observou­se, ainda, que de maneira inegável, a linguagem atua com imenso peso sobre a construção da sociedade, tendo em vista que, ao apropriar­se de uma língua estrangeira, muitas vezes o sujeito falante acaba se valendo também da cultura e do prestígio social inerentes a esse idioma. PALAVRAS­CHAVE: Língua estratificada; língua francesa; dialogismo. Geyciane Barbosa Felício [UFC] [email protected] RESUMO: Esta pesquisa tem como objetivo refletir sobre o processo de hospitalização em pacientes infantis. Para tanto, foi desenvolvida uma análise discursiva de crianças com doenças congênitas. Segundo Maia­ Vasconcelos (2005), a hospitalização implica a ruptura do curso normal da vida, o que para o paciente infantil representa a exclusão do convívio escolar. Nesse sentido, a Classe Hospitalar desenvolve um tratamento inclusivo que possibilita a continuidade da aprendizagem no ambiente hospitalar. Partimos dessa inserção para buscarmos um sujeito, o qual seu discurso é caracterizado pela situação em que este se encontra e pela sua subjetividade, que se particulariza no universo infantil. Assim, esta pesquisa, investiga a partir da Análise do Discurso a hospitalização sob o olhar infantil de crianças internadas na casa de acolhimento, apoio e assistência à criança com câncer, Lar Amigo de Jesus. Foram aplicadas atividades de alfabetização e recreação, que possibilitaram os desenvolvimentos intelectual, emocional e social dos pacientes. Contudo, a principal atividade desenvolvida foi a contação de histórias, o que permitiu maior proximidade com o universo infantil e, consequentemente, com a representação da hospitalização feita por cada criança do Lar. Em conclusão, a hospitalização aliada à continuidade educacional estabelece uma aceitação do paciente em relação a sua atual condição de vida, minimizando o estar doente. Ainda promove um reconhecimento da identidade do paciente, no sentido que o discurso manifesta aspectos ideológicos do sujeito. PALAVRAS­CHAVE: Discurso; classe hospitalar; educação. BÍBLIA, GÊNERO E PODER: UM OLHAR SOBRE A CONSTRUÇÃO LINGUÍSTICO­DISCURSIVA DAS RELAÇÕES DE GÊNERO NO DISCURSO BÍBLICO Helivete Ribeiro Bezerra [UPE] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Dirce Jaeger [Orientadora­UPE] RESUMO: Este trabalho tem como objetivo principal fazer observações acerca das mudanças linguísticas que ocorreram do século XVII até o século XXI, através de seleção de dados empíricos, a fim de (i) explicitar diacronicamente as variações/ mudanças que ocorreram na cópula, enquanto verbo existencial, mais especificamente, a cópula do português “ser”; e (ii) detectar em que momento começou a surgir o verbo “ter” enquanto verbo existencial no português, aventando algumas hipóteses sobre os fatores que proporcionaram a variação/ mudança dos verbos com sentido existencial no Português Brasileiro (doravante PB). Para análise dos dados, utilizamos o aparato teórico da Teoria Gerativa, no seu modelo de Princípios e Parâmetros (cf. CHOMSKY, 1981; 1986), e, para quantificação de dados, utilizamos a teoria da variação e mudança linguística (cf. LABOV, 1972). Esta pesquisa utilizou o método indutivo e o método de procedimento da pesquisa utilizado foi o comparativo. Sendo assim, mediante análise dos dados empíricos obtidos, constatamos variações entre os verbos ter/ ser/ haver e existir em contextos existenciais nos séculos XVIII, XIX e XX do PB em cartas pessoais e oficiais escritas em Pernambuco. Nesta pesquisa, pudemos deduzir que há uma ocorrência maior do haver sobre o ser existencial, e que, no transcorrer dos séculos XVIII, XIX e XX, o verbo ser existencial passou a ocorrer em baixa frequência. Em relação ao verbo ter existencial, o que observamos foi uma estabilidade em relação à frequência de suas ocorrências, porém o uso do haver em relação ao ter existencial é bem mais elevado, e, por isso, pudemos constatar que o verbo ter existencial vem afastando haver das estruturas existenciais. Já o verbo existir ocorreu com menor frequência no século XVIII e, no transcorrer dos séculos, ele passou a aparecer mais nas sentenças existenciais. PALAVRAS­CHAVE: Linguística; verbos existenciais; Português Brasileiro; português arcaico. RESUMO: A linguagem não retrata somente o mundo, mas configura ativamente nossa relação com ele e constitui lócus privilegiado para a construção, reprodução e manutenção das diferenças sociais entre os gêneros. Ainda que o preconceito social que atravessa os discursos não seja percebido por todos, trata­se de uma construção linguística da ideologia que legitima o patriarcado, atravessa os séculos e as sociedades. A escrita sexista se encarrega de repassar às novas gerações a imagem da mulher como sexo frágil e inferior e a do homem como naturalmente dominador. Considerando a importância da literatura religiosa, em especial a Bíblia, percebe­se que é importante analisar como as questões relativas ao gênero estão retratadas nessa literatura. A pesquisa analisa a questão a partir do enfoque teórico da Análise Crítica do Discurso (ACD) em diálogo com os estudos feministas desenvolvidos na teologia, ciências sociais e humanas. Para fins de análise, tomar­se­ão as categorias mulher e homem em suas expressões gregas originais, a fim de identificar a construção, no discurso, das relações de equidade/desigualdade entre os gêneros. Integram o corpus algumas passagens bíblicas extraídas de epístolas paulinas consideradas centrais no conjunto da doutrina cristã do Novo Testamento e comumente avaliadas, pela literatura/leitura feminista, como machistas e/ou patriarcais. A análise retoma, além do original grego, outras duas traduções: Nova Versão Internacional (NVI) e a Tradução Ecumênica da Bíblia (TEB). Os textos são analisados à luz da metodologia da teologia feminista, que prevê, entre outras coisas, o desenvolvimento de métodos de resistência para “desconstruir, desmascarar e rejeitar a política kyriocêntrica do texto canônico” (FIORENZA, 2009, p.173). PALAVRAS­CHAVE: Linguagem; gênero; Análise Crítica do Discurso; Teologia Feminista; Bíblia. REFLEXÕES EM TORNO DA LEITURA LITERÁRIA UMA PERSPECTIVA HISTÓRICA DOS VERBOS EXISTENCIAIS NO PORTUGUÊS PERNAMBUCANO Iane Siqueira Correia [UFRPE ­ UAST] [email protected] Marcelo Amorim Sibaldo [Orientador ­ UFRPE­UAST] Isaac Itamar de Melo Costa [UFRPE/UAG] [email protected] RESUMO: Este trabalho busca discutir o ensino da leitura e da escrita mediado pelos gêneros textuais do âmbito literário, em experiência de trabalho realizada com alunos do 8° ano do Ensino Fundamental. Nele são levantadas questões circundantes ao processo de desenvolvimento do
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES letramento literário do alunado: que obstáculos são encontrados nesse percurso; de que maneira certas teorias do texto, do discurso e da literatura podem ajudar a superá­los? O estudo está ancorado nos postulados de Martins Silva (2003), Cosson (2002), e Pinheiro (2006), a respeito do letramento literário; Fiorin (2003) no tocante ao tratamento do ensino da leitura pautado em teorias textual­discursivas; assim como Motta­Roth (2000) e Kleiman (2006), no abrangente ao trabalho com gêneros textuais. A proposta vincula­se ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), tendo financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), e apresenta, até este ponto, a possibilidade de se haver um ensino de gênero textual concomitante ao desenvolvimento da leitura literária, de maneira a proporcionar um ensino da atividade leitora mediante o texto literário, e de gênero pela atividade social que o constitui e que por ela é constituído. O intento é o de possibilitar aos alunos que se tornem leitores autônomos e produtores competentes de textos, sendo inclusive capazes de identificar os usos da linguagem pela atividade social, ampliando a concepção da própria linguagem para além das regras morfossintáticas, ao entendê­la como uma forma de estar no mundo, um modo de agir sobre si e sobre os outros e, assim, produzir significado. Mediante tais ancoragens, pretende­se contribuir para que os alunos, sujeitos da intervenção pedagógica implementada, possam desenvolver tais níveis de letramento literário. PALAVRAS­CHAVE: Leitura e escrita; gêneros textuais; intervenção pedagógica; letramento literário. de Toponímia de Dick (1990); os conceitos de língua e estudo da língua de Sousa (2012); a visão de multidisciplinaridade da Toponímia apresentada por Catai (2004); e as indicações temáticas de utilização da Toponímia como recurso didático de Valea (2012). Comparamos o trecho que aborda a temática dos Metaplasmos na Gramática histórica portuguesa e espanhola (MASIP, 2003), com a nossa proposta de exemplificação, que teve como base a matriz da gramática citada. Observamos, em primeiro plano, que a Toponímia, por seu caráter multidisciplinar, traz a vantagem de agregar cargas histórica e gramatical: desse modo, é provável que o contexto de formação da língua espanhola seja tratado simultaneamente ao processo de formação das palavras, além de possibilitar a análise não somente dos Metaplasmos, como também de outros fenômenos. Haja vista que a partir da história de um topônimo ibérico, pode­se conhecer parte da história da língua espanhola, partindo do latim, e consequentemente, a história dos povos e cultura de determinada região, assim, o topônimo mobiliza a ideia de língua como fato social. PALAVRAS­CHAVE: Toponímia, Multidisciplinaridade, Língua Espanhola. TOPONÍMIA COMO RECURSO EXEMPLIFICADOR: UMA PROPOSTA MULTIDISCIPLINAR Isabela Cristina Tavares da Silva [UFPE] [email protected] Lucyanne Priscyla Ramos de França Palmeira [UFPE] [email protected] Bruno Eduardo da Rocha Brito [Orientador ­ UFPE] RESUMO: Este trabalho tem como objetivo traçar a utilização didática da Toponímia para exemplificar os fenômenos de formação das palavras no aspecto gráfico­fonético nas Gramáticas Históricas de Língua Espanhola. Para isso, utilizamos aqui, a fim de embasar esse posicionamento, o conceito REFERENCIAÇÃO COMO ATIVIDADE DISCURSIVA: ATIVAÇÃO E REATIVAÇÃO DE REFERENTES Isabela Marília Santana [UFS] [email protected] Tatiana Celestino de Morais [UFS] [email protected] RESUMO: Este trabalho reforça reflexões acerca dos estudos da Linguística Textual, no tocante aos processos de referenciação, em que os sujeitos da linguagem que o constituem utilizam­nos como práticas de construção de sentidos. Koch (2002; 2008; 2009); Marcuschi (1998; 2005); Mondada e Dubois (2003); Van Dijk (2004); Cavalcante (2004); Bentes (2008); dentre outros são alguns dos estudiosos que embasaram esta pesquisa. O trabalho resultou de análises provenientes do Projeto Institucional de Bolsas de Iniciação à Extensão (PIBIX 2010/2011) da Universidade Federal de Sergipe e procura mostrar em textos produzidos por alunos do segundo ano médio da Educação de Jovens e Adultos (EJAEM) do Centro de Referência Prof. Marcos Ferreira na cidade de Simão Dias, interior de Sergipe, suas opiniões
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES e pontos de vista, demonstrando, assim, o alto poder argumentativo desses discentes diante de determinados assuntos discutidos em sala de aula. Propõe, também, contribuir para que o professor, assim como todo o processo escolar, mantenha um olhar mais atento à produção do aluno, investigando­a não só a partir de recursos linguísticos e gramaticais, mas também a partir de aspectos sociocognitivos de natureza referencial. PALAVRAS­CHAVE: Referenciação; referentes; expressões referenciais. comportamento delas altera­se com o tempo e o meio em que se vive. Assim, nossa finalidade é caracterizar o estilo individualmente persuasivo presente na apresentação dos signos astrológicos. PALAVRAS­CHAVE: Discurso; ideologia; gênero textual; Astrologia. IDEOLOGIA E PERSUASÃO NO DISCURSO DOS SIGNOS ASTROLÓGICOS Isabela Santos Braga [IFPA] [email protected] Brena Souza Ferreira [IFPA] [email protected] Raisa Cristine Rodrigues de Araújo [IFPA] [email protected] RESUMO: O gênero é definido por Bakhtin [Volochinov] (2003:261­270) em estilo da linguagem que agrupa recursos lexicais, fraseológicos e gramaticais, em conteúdo temático e em construção composicional, que estão indissoluvelmente ligados ao enunciado – orais e escritos – e são considerados relativamente estáveis, pois podem mudar de acordo com o tempo e com espaço em que estão inseridos. Partindo desse pressuposto, cada enunciado particular é individual, embora seu campo de utilização elabore seus formatos, estilo e conteúdos. Segundo Bakhtin, são inexauríveis as possibilidades das várias formas da atividade humana o que cria uma ilimitada diversidade de gêneros, causando uma grande diversidade dentre as classificações, o que dificulta a diferenciação exata de um determinado texto, como um dado gênero. Este trabalho tem por objetivo fazer um recorte analítico do discurso Signo Astrológico, investigando a linguagem e a ideologia de que ele se utiliza para persuadir os adeptos ao gênero. Utilizaremos a metodologia da AD e nos deteremos nos aspectos bakhtinianos encontrados nesses tipos de discursos que fazem parte da sociedade e, dessa forma, instituem costumes, variando de acordo com a cultura, como defende Marcuschi (2008). Percebendo­se que embora as características sejam quase iguais para grande parcela das pessoas, o FÁBULAS: DAS RAÍZES A ATUALIDADE Ivan Nelson Mota dos Santos [IFPA] [email protected] Marcelo Adriano de Albuquerque [IFPA] Marcello­[email protected] Demison Batista Foiquinos [IFPA] [email protected] RESUMO: O presente trabalho tem como proposta apresentar o gênero narrativo fábula, que é um texto de caráter fantástico, que busca ser inverossímil. Muitos escritores dedicaram­se às fábulas, mas três ficaram mundialmente famosos: o grego Esopo (século VI a.C.), o latino Fedro (15 a.C. ­ 50 d.C.) e o francês Jean de La Fontaine (1621 ­ 1695). Especificaremos desde sua raiz, quando surgiu no Oriente, e logo depois quando foi particularmente desenvolvido por Esopo. Ao fabulista latino Fedro, é atribuído o mérito de ter fixado a forma literária do gênero, o que garante para ele um lugar na poesia. Escritas em versos, as histórias de Fedro são sátiras amargas, bem ao sabor do gosto latino, contra costumes e pessoas de seu tempo. Abordaremos o tema gradativamente até La Fontaine, outro grande cultor do gênero e considerado o pai da fábula moderna, que imprimiu à fábula grande refinamento – La Fontaine seguiu o estilo do autor grego Esopo, que tratava das vaidade, estupidez e agressividade humanas através de animais. Enfatizando os três períodos da fábula, apresentaremos um parâmetro intertemporal para cada época, de modo a destacar, também, esse gênero narrativo nos dias de hoje. PALAVRAS­CHAVE: Fábula; Esopo; Fedro; La Fontaine OS PASQUINS E AS MÍDIAS VIRTUAIS: O PAPEL DA MODALIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO DO DISCURSO Izabela Pereira de Fraga [UFRPE]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] deles, são definidos os dois conceitos constantes no título. Sendo assim, destacamos tipos textuais como sequências conhecidas por narração, argumentação, exposição, descrição e injunção, tendo caráter limitado conforme Marcuschi (2008); e gêneros textuais como sendo ilimitados e sujeitos a mudanças devido ao seu funcionamento em situações comunicacionais, como propôs Marcuschi (2008). Com base nesses pressupostos e tendo em vista a interrelação entre gêneros e tipos textuais, destacamos a intergenericidade – para aludir a Koch (2007) – a “intertextualidade intergêneros”, como o intercruzamento entre gêneros, em que um acomoda características do outro, o que pode ser visto no conto em questão, por apresentar o envolvimento entre um gênero primário – o diálogo cotidiano – e um gênero secundário – o conto – retomando uma linha de análise bakhtiniana. Apontamos, assim, a intergenericidade no processo de constituição do conto, processo este que, mesmo com a predominância da narração, acomoda ainda a descrição, a argumentação e a injunção, dando origem à heterogeneidade tipológica, ou seja, a ocorrência de vários tipos de texto num dado gênero, como bem postulou Marcuschi (2008). Portanto, salientamos com nossa análise a importância das definições de gênero e tipo textual para que haja uma compreensão produtiva dos fenômenos de intergenericidade e heterogeneidade tipológica. PALAVRAS­CHAVE: Gênero textual; tipo textual; intergenericidade; heterogeneidade tipológica. RESUMO: Os pasquins, panfletos político­moral­satíricos veiculados no Brasil durante o século XIX, materializaram estratégias discursivas bastante reveladoras dos posicionamentos e disputas ideológicas dos brasileiros, numa época em que a recente liberdade de imprensa fomentava denúncias sociais e influenciava estrategicamente a opinião pública. Tendo em vista esse rico terreno discursivo, esta pesquisa tem por objetivos identificar estratégias de modalização presentes nos pasquins da primeira metade do século XIX e verificar semelhanças e diferenças dessas estratégias em mídias atuais, como blogs e outras mídias eletrônicas. Seguindo a perspectiva diacrônica de análise, compôs­se um corpus inicial de 20 pasquins impressos no Recife. São eles: A Carranca , A Tempestade e Sentinelas da Liberdade. O trabalho utilizou como fundamentação teórica as considerações acerca da modalização presentes em Maingueneau (2001), Fairclough (2001), Fraga (2001) e Fernandes (2011); e ainda os estudos sobre os pasquins realizados por Jorge (1998), Sodré (1999), Bahia (2009) e Dias Júnior (2011). Em fase inicial de análise, foram identificados aspectos recorrentes, presentes nas duas épocas analisadas, tais como: títulos e subtítulos caricatos, uso frequente de perguntas retóricas, ironias, expressões de insulto e injúria, modalidade objetiva e modalizadores adverbiais. Esses aspectos refletem alta adesão do produtor para com o conteúdo da mensagem. Também se notou que, enquanto nos pasquins não havia a identificação dos produtores, nas mídias atuais, esses são evidenciados não apenas pelos nomes, mas também por fotos. PALAVRAS­CHAVE: Modalização; discurso; pasquins; mídias virtuais. INTERGENERICIDADE E HETEROGENEIDADE TIPOLÓGICA NO CONTO ALADIM E A LÂMPADA MÁGICA Jacqueline de Oliveira Silva [UFRPE­UAG] [email protected] Waléria Samanta da Silva Rocha Moura [UFRPE­UAG] Juliene da Silva Barros Gomes [Orientadora ­ UFRPE­UAG] RESUMO: Propomos, a partir do conto Aladim e a lâmpada mágica , uma análise voltada para casos de intergenericidade e heterogeneidade tipológica que puderam ser diagnosticados nesse conto. Para tanto, uma breve consulta aos conceitos de gênero e tipo textual fez­se necessária a priori, pois, a partir CULTURA ESCOLAR E A CONDIÇÃO DO ALUNO SOCIALMENTE CONSTITUÍDO: INTERPRETANDO AS AÇÕES SOCIAIS NA SALA DE AULA DE LÍNGUA ESTRANGEIRA Jaime de Queiroz Viana Neto [UFRPE] [email protected] Oseas Bezerra Viana Júnior [Orientador ­ UFRPE] RESUMO: Nos acontecimentos próprios da vida diária das escolas, percebe­ se uma gama de diferentes ações tomadas pelos sujeitos participantes em tais cenários, sejam eles professores e/ou alunos. Nesses contextos, é comum os professores utilizarem atributos que acreditam ser de natureza individual dos alunos, como o comportamento em aula, para enquadrá­los em status definitivo, isto é, utilizar atributos, supostamente próprios de cada indivíduo, como critério de julgamento para rotulá­los em padrões estanques e agir para
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES com eles a partir do enquadramento atribuído; ações estas que também podem ser estendidas aos alunos. Contudo, implicadas em ambos os casos, encontram­se influências que podem estar vinculadas a elementos já constituídos em sala de aula, mas que são facilmente naturalizados, tornando­se, desse modo, despercebidos. Tomando como suporte teórico as noções de cultura escolar (ERICKSON, 1987) e a concepção de alunos enquanto sujeitos socialmente construídos (ERICKSON, 1985), as reflexões aqui realizadas são oriundas da observação e rda egência realizadas durante as atividades de docência em língua inglesa, vivenciada no Programa Institucional de Iniciação à Docência (PIBID), da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE). Norteados por uma perspectiva de pesquisa qualitativa (FAVORITO, 2006), procuramos, neste trabalho, identificar e discutir possíveis influências recaídas sobre os sujeitos em tal contexto como forma de melhor compreender o significado de suas ações. Discutiremos, por exemplo, os elementos que podem ter levado os próprios autores a mudarem a concepção que tinham de alguns dos alunos da turma escolhida, no decorrer das atividades de sala de aula. A contribuição desse tipo de reflexão se traduz na própria possibilidade de um maior entendimento da origem e do significado de comportamentos encontrados na rotina escolar, enriquecendo o debate de cunho educacional. PALAVRAS­CHAVE: Cultura escolar; docência em língua inglesa; ações sociais; sujeitos que trabalham no campo da Análise do Discurso (AD), linha teórica à qual se filia este estudo, como Coracini (2003), Hall (2001), Orlandi (1999), e Brandão (2004) ­ quanto de caráter exploratório, no que concerne à análise da
materialidade discursiva contida nos relatos analisados. A metodologia da pesquisa consistiu na distribuição de dez fichas a dez professores de LP, dentre as quais cinco foram escolhidas para análise. A escolha do material analisado levou em consideração critérios objetivos no que tange ao corpus teórico que fundamenta o artigo em questão. Dessa forma, foram encontrados como resultados as identificações do professor que, ora tem de si a imagem de herói, ora se identifica como vítima do sistema social. Sendo assim, esta pesquisa consiste em uma significativa contribuição para o campo teórico da AD, no que se refere à reiteração de concepções acerca de identidade, sujeito, e alteridade, as quais serão abordadas ao longo da discussão. PALAVRAS­CHAVE: Análise do Discurso; identidade; professor. A IDENTIDADE DO PROFESSOR DE LÍNGUA MATERNA À LUZ DA ANÁLISE DO DISCURSO: UM ESTUDO A PARTIR DE RELATOS DE EXPERIÊNCIA João Ricardo Pessoa Xavier de Siqueira [UFCG] [email protected] Thayse Kessya Oliveira de Almeida [UFCG] [email protected] RESUMO: Este estudo tem como objetivo apresentar uma discussão acerca da formação da identidade do professor de Língua Portuguesa ­ LP, analisando as representações a partir de relatos reflexivos elaborados por professores do Ensino Fundamental I e II, de escolas públicas de Campina Grande – PB. Para tanto, foi realizada uma pesquisa, tanto de cunho bibliográfico ­ através da apreciação de posicionamentos teóricos de autores VARIAÇÕES LEXICAIS NOS DOCUMENTOS DO MEMORIAL DA PEDRA DO REINO: UMESTUDO DIACRÔNICO José Robson da Silva [UFRPE ­ UAST] [email protected] Adeilson Pinheiro Sedrins [Orientador ­ UFRPE ­ UAST] RESUMO: Todas aslínguas mudam no curso do tempo. Os registros escritos deixam claro que oportuguês do século XV é diferente, de maneira bastante notável, do portuguêsdo século XXI, tal como o francês ou alemão do século XV é diferente do que sefala hoje. Esta pesquisa se embasa no modelo da Teoria da Variação e Mudança Linguística (WEINREICH, LABOV, HERZOG, 1968; LABOV, 1972, 1994, 2010), que concebe a mudança como um conjunto de processos lentos e graduais, que se dá após um período, por vezes bastante longo, de variação entre formas alternantes. A partir da seleção e análise de textos retirados de quatro jornais das 1ª e 2ª metades dos séculos XIX e XX, que constituem documentos do acervo histórico do Memorial da Pedra do Reino, da cidade de São José do Belmonte, interior do sertão pernambucano, objetivamos, neste trabalho, fazer o levantamento do léxico nesses documentos, o que nos permitiu atestar um número robusto de diferenças entre o léxico encontrado nesses textos e o
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES léxico encontrado em jornais contemporâneos. O fator mais relevante aqui analisado foi a identificação de palavras que não são mais utilizadas (arcaísmos) ou que são características da região (regionalismos) e ainda palavras que hoje apresentam uma variação de significado, como pode ser verificado pelo contexto em que aparecem nos jornais. PALAVRAS­CHAVE: Léxico; diacronia; mudança; variação. OS CLÁSSICOS LITERÁRIOS COMO FERRAMENTAS DE MOTIVAÇÃO NAS AULAS DE LÍNGUA Joseane de Fátima Santos Alves [UNEAL] [email protected] Nibbya Karlla Pereira de Albuquerque [UNEAL] [email protected] Elza de Melo e Silva [UNEAL] [email protected] RESUMO: Este trabalho apresenta os resultados de uma abordagem de ensino realizada com textos literários nas aulas de Língua Inglesa, com o objetivo de estimular a prática da leitura e despertar no aluno o prazer de estudar inglês a partir de obras literárias produzidas por autores ingleses. A intervenção foi realizada numa turma do 5º ano da Escola de Ensino Fundamental Professor Adauto em Arapiraca­AL, em 05 (cinco) aulas, onde foi trabalhado o clássico de Walt Disney, Peter Pan, do autor James Matthew Barrie, explorando a leitura, utilizando flashcards, jogos da memória, atividades de colagem e pinturas, bingo, caça palavras, mostra do filme, entre outras, durante as quais os alunos mostraram­se motivados e participativos. Foi possível ainda estimular o raciocínio através da remontagem da história; trabalhar vocabulário, adjetivos (atribuídos a cada personagem) e estimular a prática da escrita e da oralidade da língua inglesa, bem como as discussões sobre dimensões estéticas e psicológicas dos personagens. Os aspectos dinâmicos envolvidos se destacaram como um importante fator de motivação que, além de gerar conhecimento, promoveu a socialização da turma que compartilhou as mesmas oportunidades de aprendizado, tornando assim, as aulas mais atrativas. Este trabalho é de caráter qualitativo e está teoricamente fundamentado em autores, como: Zilberman (1984), Cunha (1986), Corchs (2006), Fernandes (2001), entre outros. PALAVRAS­CHAVE: Clássicos literários; motivação; leitura. A CONSTITUIÇÃO DO ETHOS NO GÊNERO EDITORIAL: ENCONTROS E DESENCONTROS Josevânia Ferreira da Silva [UNEAL] [email protected] Jamila Karla da Silva [UNEAL] [email protected] Maria Francisca Oliveira Santos [Orientadora ­ UNEAL] RESUMO: O trabalho intitulado A constituição do ethos no gênero editorial: encontros e desencontros centra­se na análise dos elementos linguístico­retóricos de que se serve o editorialista na exposição e defesa dos seus argumentos para levar o leitor a segui­lo. Desse modo, a retórica vai ter o papel de influenciar por seu modo de persuadir (leitores do jornal) e por meio do éthos que procura despertar as emoções do público (pathos) quando fala de um objeto teórico (logos). A retórica é a manipulação dos espíritos pelo discurso e pelas ideias (MEYER, 2007). Assim, o gênero editorial pode ser compreendido como a união dos três pilares: um orador, um público a quem ele se dirija e uma mídia por meio da qual servirá de ponte para uma negociação retórica. Além disso, consideram­se também as especificidades ligadas aos aspectos dos gêneros textuais (MARCUSCHI, 2008), considerados como práticas sociais com caráter dinâmico e evolutivo, circulantes nas relações sociais de qualquer área do conhecimento. O universo desta pesquisa é constituído pelo conjunto dos editoriais pertencentes a um jornal de circulação no Estado de Alagoas, escolhido de maneira aleatória. O corpus é formado por um total de 32 (trinta e dois) editoriais dos quais será tirada uma amostragem de 20% equivalente a 6 (seis) editoriais. A pesquisa segue os caminhos dos estudos qualitativos, que se caracterizam por análise em processo, detendo­se em recorrências de elementos linguísticos que, analisados criticamente, oferecem uma leitura do objeto em análise (MOREIRA, 2002, p.57). O objetivo geral desta pesquisa é mostrar a importância da constituição do ethos discursivo, em consonância com o pathos e o logos, levando em consideração o gênero discursivo, que tem a função de despertar as reações sociais do editorialista na sociedade contemporânea. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; retórica; editoriais.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES ARGUMENTAÇÃO E LETRAMENTO EM TEXTOS ESCRITOS POR ALUNOS DO 9º ANO DO ENSINO FUDAMENTAL O GÊNERO CARTA DO LEITOR E A SUA CONTRIBUIÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO­APRENDIZAGEM Josineide Maria dos Santos [UFRPE­UAG] [email protected] Giselle Maria Nanes Correia dos Santos [Orientadora ­ UFRPE­UAG] Josivaldo Silva Menezes [UFRPE­UAG] [email protected] RESUMO: Este trabalho traz resultados parciais de projeto desenvolvido em escola pública que foca a leitura e a escrita de textos argumentativos. Objetivamos investigar como se articulam o nível de letramento e a prática argumentativa na produção de texto institucionalizada dos alunos do 9º ano do Ensino Fundamental. Para isso, analisaremos textos de diferentes gêneros e identificaremos em cada um as estratégias argumentativas encontradas, estimulando a leitura de textos argumentativos como ferramenta pedagógica no processo de letramento social e formação de alunos leitores do Ensino Fundamental. É Preciso “ensinar” o letramento? Não basta ensinar a ler e a escrever? (KLEIMAN, 2005). Propusemos leitura e produções de textos a esses alunos, visando a uma melhor compreensão desses processos e colaborando para a ampliação de suas competências comunicativa e significante. A produção de textos desenvolveu nesses alunos o senso critico e levou­os a perceber a escrita como prática sociodiscursiva, que se mostra importante recurso para o desenvolvimento de cada um, tornando­se assim uma atividade rotineira no processo de sua formação no contexto atual da educação. Consideramos, também, que, para os atos de ler e de escrever, é preciso compreender, inserir­se, avaliar, apreciar a escrita e a leitura . O letramento compreende tanto a apropriação das técnicas para a alfabetização quanto esse aspecto de convívio e habito de utilização da leitura e da escrita (SOARES, 2003). Salientamos que estamos sempre colocando a linguagem á disposição dos nossos ideais, da nossa cultura,do que achamos, pensamos que é verdade, já que somos seres dotados de vontades e formamos a todo instante juízo de valor sobre as coisas. Subsidiaram­nos nas reflexões acerca dos estudos da argumentação Soares (2003) e Koch (2004) e, nos estudos do letramento, Dolz e Schneuwly (2004) nos auxiliaram na elaboração da sequência didática. O projeto, com financiamento da CAPES,contemplou alunos do Ensino Fundamental. PALAVRAS­ CHAVE: Argumentação; letramento; leitura; produção escrita. RESUMO: Este trabalho tem como objetivo discutir o processo de ensino­ aprendizagem de Língua Portuguesa por meio do gênero Carta do Leitor. Este gênero textual proporciona a criação de um ambiente de escrita propício para a interação dos alunos com os meios de comunicação, por meio do qual é possível a realização de atividades de leitura, interpretação e produção textual com funções sociais reais, fugindo da “escolarização” dos gêneros no ambiente escolar e trabalhando acima de tudo a função social aliada à reflexão dos aspectos gramaticais utilizados para a sua construção. Além disso, o trabalho com esse gênero possibilita a discussão de temas da atualidade e incentiva a adoção de uma postura de leitor­crítico diante dos fatos. Dessa forma, os alunos podem se colocar como verdadeiros interlocutores, concretizando práticas de leitura e escritas diversas, uma vez que, por meio das cartas, o produtor poderá argumentar, comunicar, opinar e elaborar críticas sobre determinados assuntos. A noção de gênero aqui discutida é fundamentada nas propostas desenvolvidas por Bakhtin (2003), além de outras abordagens realizadas por autores, como: Ramires (2008) e Porto (2009). Esta proposta de trabalho parte de observações e intervenções de aulas em uma turma do 8º ano do Ensino Fundamental, com atividades de leitura, interpretação e produção de cartas do leitor. Acreditamos que o trabalho contribuiu com a compreensão de que a produção desse tipo de texto é uma prática social, pois são levadas em conta as situações de uso real da língua, reconhecendo que a linguagem está sendo utilizada na interação entre sujeitos situados socialmente, discutindo algo sob um ponto de vista crítico e com objetividade. PALAVRAS­CHAVE: Carta do Leitor; gênero textual; produção escrita. OS GÊNEROS TEXTUAIS E SUA ABORDAGEM NAS ATIVIDADES DA COLEÇÃO PORTUGUÊS LINGUAGENS
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Juliana Serafim dos Santos [UFPE/ PIBID­CAPES] [email protected] Luana Martins de Moura [UFPE] [email protected] Priscylla Cristina de Souza Lippo [UFPE/ PIBIC­CNPq] [email protected] RESUMO: Com base na visão sócio­interacionista, o presente trabalho tem como objetivo verificar se as atividades da coleção de livros didáticos Português Linguagens do 6° ao 9° anos do Ensino Fundamental, de William Roberto Cereja e Thereza Cochar Magalhães, viabilizam a construção do conhecimento e das oportunidades de aprendizagem dos alunos. Sob essa perspectiva teórica, baseamos o presente estudo em autores como: Bazerman (2004) e Marcuschi (2008), os quais compartilham da ideia de que os gêneros são produções sociais, sem negligenciar os aspectos estruturais deles. Priorizando também as propriedades cognitivas, sociais, históricos e culturais que envolvem os diversos tipos de gêneros. A fim de verificar quais os tipos de gêneros textuais abordados pelos livros e a importância que é dada à criação deles, focamos a nossa investigação nas atividades das seções Produção de texto e Exercícios propostos do livro didático. Dessa forma, verificamos se há consonância entre a visão sócio­interacionista e o tratamento didático­metodológico dos gêneros textuais nesses livros e qual a contribuição que a primeira traz às práticas de ensino. Com isso, os textos selecionados no livro foram satisfatórios para a nossa análise, pois pudemos perceber a presença de diversos tipos de gêneros textuais que se encontram nessa coleção compondo exercícios, cujo objetivo está relacionado ao desenvolvimento de habilidades de compreensão textual e de gramática, além de tratarem da própria estrutura e função social deles. Além disso, também pudemos observar que a coleção em análise assume, em sua metodologia, os objetivos primordiais do ensino de Língua Portuguesa: desenvolver a capacidade de leitura e escrita, com ênfase no conhecimento da gramática e ortografia. PALAVRAS­CHAVE: Linguística; sócio­interacionismo; gêneros textuais; livro didático. A LINGUAGEM DA LITERATURA DE CORDEL COMO TESTEMUNHA DA CONSTRUÇÃO E DA TRANSFORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA Kalhil Gibran Melo de Lucena [UFRPE] [email protected] RESUMO: O folheto de cordel é uma linguagem que promove relevantes abordagens históricas e socioculturais, apresentando­se com uma forma de ler e ouvir diferente dos textos e documentações oficiais. O cordel tem um poder de atração que se expressa a partir das rimas, da musicalidade e dos gracejos de seus versos. Esse tipo de documentação entrou no campo de estudos e pesquisas do universo acadêmico a partir da corrente historiográfica da Escola dos Annales, com a Nova História Cultural. Dessa forma, é possível usar­se os escritos dos poetas populares de cordel com o objetivo de analisar a construção e as transformações da sociedade brasileira. Nesse sentido, o presente trabalho faz uma análise e levanta reflexões sobre a República Velha, República da Espada e República Oligárquica, a partir de uma análise da linguagem dos folhetos de cordel, buscando­se trabalhar com uma possibilidade relevante acerca do momento histórico que envolveu a mudança de regime político no Brasil, assim como as primeiras décadas da República brasileira. Entrementes, compreendemos que o cordel é um fenômeno linguístico, que através de sua narrativa, relata os acontecimentos políticos, econômicos, religiosos e culturais de um determinado período e contexto social, configurando­se como uma das possibilidades de memória, documento e registro da história da sociedade brasileira. PALAVRAS­CHAVE: República Velha; folhetos de cordel; ensino de História.
A REPRESENTAÇÃO DA ORALIDADE NOS FÓRUNS DE INTERAÇÃO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ONLINE (EAD ONLINE ): UMA QUESTÃO PROSÓDICA Karine Maria de Oliveira Lima [UFPE] [email protected] Dilma Tavares Luciano [Orientadora ­ UFPE]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: Na produção de um texto, seja oral ou escrito, a intencionalidade do autor é expressa por meio de recursos específicos das condições de sua produção, cujo objetivo é gerar um efeito comunicativo no interlocutor. Nos gêneros orais, esses recursos são claramente manifestos com a prosódia (nível supra­segmental) – entoação, altura e qualidade da voz, ritmo – além do reforço gestual e fisionômico do produtor, aproximando, assim, a intenção do autor à expressividade na fala. Nos gêneros escritos, a prosódia restringe­ se ao nível segmental, limitando­se a representação da oralidade a determinados recursos convencionais (regras de uso de travessão, exclamação, aspas, reticências). Na comunicação escrita em ambientes virtuais, no entanto, é visível a mudança nessas convenções, decorrente dos recursos hipermidiáticos disponíveis aos interactantes, permitindo­se, assim, falar em representação da oralidade na escrita virtual como uma questão prosódica. Este trabalho identifica quais são essas formas prosódicas que marcam intencionalmente a interatividade nos fóruns virtuais de aprendizagem de um curso de Letras a distância online, buscando compreender se e como essas marcas de interação influem na relação professor­aluno. Compreende o corpus da pesquisa as trocas verbais ocorridas nos 249 fóruns de interação professor­estudantes durante o primeiro ano de curso, em um total de dez disciplinas, e toma como referencial teórico analítico­descritivo os estudos sobre semelhanças e diferenças entre fala e escrita (cf. MARCUSCHI & DIONÍSIO, 2005; SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. et al, 2004). PALAVRAS­CHAVE: EaD; prosódia; interação; virtual. trabalho com a língua na sala de aula: a diversidade de gêneros textuais. Em vez de olhar apenas para sua estrutura organizacional, o que se pretende, no trabalho com o gênero, é relacionar o texto com os aspectos gramaticais e lingüísticos que o constituem, bem como compreender a sua função social, sua pretensão ideológica de interlocução, seu suporte e veículo de circulação, e seu contexto sócio­histórico. Bakhtin (1992) afirma que o gênero se define como tipos relativamente estáveis de enunciados elaborados pelas diferentes esferas de utilização da língua. Para Bronckart (1999), a noção de gêneros textuais tem sido progressivamente aplicada ao conjunto das produções verbais organizadas: às formas escritas usuais e o conjunto das formas textuais orais, ou normatizadas, ou pertencentes à “linguagem ordinária.” Este trabalho objetiva refletir sobre a experiência didática com gêneros textuais na escola, nos anos finais do Ensino Fundamental II, tomando por base a proposta teórica do interacionismo sociodiscursivo, segundo Bakhtin e Bronckart. Esta experiência nos permite entender que o estudo da língua portuguesa sob a ótica dos gêneros textuais proporciona aos estudantes o desenvolvimento de diferentes habilidades comunicativas a partir da relação entre texto e contexto e suas implicações sociais, bem como um envolvimento concreto em situações reais de uso da linguagem, reconhecendo a funcionalidade dos conteúdos e a relação existente com gênero textual utilizado, procurando atrelar as atividades trabalhadas em sala de aula ao seu cotidiano. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; ensino; gramática; interacionismo. A DIDATIZAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA LINGUAGEM, GÊNEROS E LETRAMENTO: PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÕES EM MEIOS SOCIAIS DA PERIFERIA DE GARANHUNS Karla Araújo Vicente da Silva [UFRPE­UAG] [email protected] Angela Valéria Alves Lima [Orientadora ­ UFRPE­UAG] RESUMO: A necessidade de repensar o ensino e a aprendizagem da língua materna é amplamente reconhecida pelos linguistas brasileiros que, sobretudo nas últimas décadas, vêm desenvolvendo projetos de ensino com subsídios teóricos e práticos, para o desenvolvimento da prática pedagógica do ensino do Português. Com a publicação dos PCNs (Parâmetros Curriculares Nacionais) em 1998, outro objeto passa a ser proposto para o Karla Monique Basílio de Góes [UFRPE­UAG] monique­[email protected] Juliene da Silva Barros­Souza [Orientadora ­ UFRPE­UAG] RESUMO: As sociedades brasileira e mundial nos últimos anos vêm passando por uma série de transformações ocasionadas pela globalização, e esse processo afeta diretamente as práticas de leitura e de escrita vivenciadas nessa nova época, na qual a tecnologia e a informação possuem fator essencial para a vida dos cidadãos que vivem em uma sociedade letrada. A
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES partir dessas transformações, o ensino das linguagens deve contemplar os novos gêneros textuais que estão surgindo como ferramenta para o processo de alfabetização e a inserção dessa tecnologia em suas práticas sociais cotidianas para que assim ocorra o processo de letramento (SOARES, 2006). Partindo desse pressuposto, buscamos verificar como esse processo ocorre em comunidades da periferia de Garanhuns, as interferências desse processo no letramento dos alunos da escola campo de estudo do projeto PIBID (Programa de Incentivo de Bolsas de Iniciação à Docência) desenvolvido com parceria da CAPES/ CNPq e da UFRPE, tendo por objetivo contribuir para o desenvolvimento das habilidades de leitura e de escrita, dando ênfase a sua importância e diversas utilidades nas práticas sociais, como também na melhora dos índices educacionais da (EMPAM) Escola Municipal Professora Amélia Maria. A partir das experiências vivenciadas através do PIBID, notamos a interferência do processo de globalização e suas tecnologias nos processos de aprendizagem e de aquisição do SEA (Sistema de Escrita Alfabético) e também como podemos utilizar esses novos gêneros que circulam através da mídia no meio em que vivem. A utilização de sequências didáticas mostrou­se uma ferramenta essencial para a apresentação e a fixação de gêneros textuais desconhecidos pelos alunos. A experiência proporcionada pelo projeto vivenciado viabiliza diversas opções para o desenvolvimento do letramento e a amplitude do trabalho com a linguagem de forma dinâmica e interativa, incentivando a sua prática no meio social. PALAVRAS­ CHAVE: Gêneros textuais; globalização; letramento. como meios de organização cognitiva da realidade pela constituição de significados, expressão, comunicação e informação (PCNEM: 126). No DIVERSIDADE DE GÊNEROS VISUAIS EM QUESTÕES DE AVALIAÇÃO Larissa Ribeiro Didier [UFPE/ PIBID­CAPES] [email protected] Raquel Lima Nogueira [UFPE/ PIBID­CAPES] [email protected] Angela Paiva Dionísio [Orientadora ­ UFPE] RESUMO: Os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio sugerem que um dos objetivos do ensino de língua materna seja que o aluno possa compreender e usar os sistemas simbólicos das diferentes linguagens entanto, com base nos indicadores do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB, 2009), os alunos brasileiros apresentam um baixo rendimento em leitura. Neste trabalho, desenvolvido no âmbito do PIBID Letras da UFPE/CAPES, com o projeto A Leitura de Linguagens Diversas, buscamos investigar a variedade de gêneros visuais nas questões aplicadas pelo ENEM entre os anos de 1999 e 2010, através da análise das referidas provas. Para isso, tendo observado as questões das quatro áreas propostas pelo Exame ao longo desses anos, separamos aquelas que continham gêneros visuais. Em seguida, de acordo com os princípios da Retórica Visual e dos Estudos Retóricos do Gênero, classificamos e analisamos os gêneros encontrados, bem como a função a que servem no processo de compreensão. Gráficos, diagramas, tabelas, desenhos geométricos, telas de pintura, tirinhas são algumas ocorrências genéricas encontradas. Outras ocorrências genéricas não permitem uma nomeação e recebem a denominação de “figuras”, por se constituírem, na maioria das vezes, fragmentos ou adaptações de textos para as questões de avaliações. Importante ainda que se ressalte a relação entre esses gêneros visuais e a construção das questões, uma vez que tais gêneros podem ser parte da estrutura linguística, numa relação de complementação enunciativa ou ainda podem estabelecer esta relação através de dêixis textuais. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros; imagens; retórica visual. EDUCAÇÃO DE SURDOS: REFLEXÕES SOBRE A LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS E SUA INFLUÊNCIA NA EDUCAÇÃO Laucicleia de Souza Ribeiro [IFPA] [email protected] RESUMO: Com este trabalho, objetiva­se um estudo da educação do surdo, por meio da linguagem utilizada por eles, levando em consideração a concepção inclusiva. Para uma melhor compreensão da abordagem proposta, foi feito um levantamento histórico da realidade do surdo e especialmente do aluno surdo em escolas publicas, para que se pudesse entender a atual situação do aluno surdo nas escolas regulares. Além disso, apresentaram­se também propostas educacionais, como a introdução da Libras como primeira língua para os surdos, para melhor desenvolvimento da língua portuguesa,
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES passando­se por um estudo da construção social da surdez. De acordo com o proposto, visa­se a contribuir para o avanço prático e, ao mesmo tempo, reflexivo da educação inclusiva do surdo e também a possibilitar aos educadores que trabalham com educação especial e com inclusão, um melhor conhecimento da Libras, a fim de que construam novos saberes nessa área. As bases teóricas pautam­se em estudos de Fernandes (2003), que faz referência à linguagem como sistema de comunicação natural ou artificial; Vygotsky (1998), com estudos da linguagem no aspecto psicológico; Souza (1998), que acrescenta conceitos relacionados à surdez; e Dorziat (1997), que traz ao estudo a importância dos professores para o aluno surdo. De acordo com os teóricos apresentados, a discussão fez corpo para este estudo, sempre analisando o fenômeno que se apresenta com as ponderações que o trabalho científico exige. A pesquisa respalda­se em uma abordagem qualitativa, pois mesmo adotando informações quantitativas é necessário que a análise delas seja feita além de uma visão meramente estatística. A abordagem qualitativa de pesquisa possui suas raízes teóricas no materialismo histórico dialético. PALAVRAS­CHAVE: Surdo; Libras; educação inclusiva; educador. sentido, ajudarem a desenvolver a autonomia do aluno perante as tarefas a serem realizadas. Partindo da idéia de que uma das novas funções do professor é promover a interação aluno­computador (SANTANA, 2007), podemos presenciar uma mudança no modo de ensinar, em que o professor, aos poucos, incorpora essas tecnologias a suas práticas pedagógicas. Por outro lado, se é possível incorporar a prática do CALL (Computer­Assisted Language Learning) e obter bons resultados por meio dela, alguns entraves, como a estrutura física, falta de computadores ou de internet para a utilização destes recursos tecnológicos ainda permeiam as escolas públicas, resultando nas dificuldades em sua constituição. Este trabalho objetiva relatar a experiência da utilização do CALL para o ensino de línguas, discutindo, por um lado, as dificuldades enfrentadas em realizar essa prática, mas também, por outro, trazer resultados de sua contribuição no processo de aprendizagem, em uma turma de 7º série, do Ensino Fundamental II, da escola Dom João da Mata Amaral, a partir das atividades elaboradas na plataforma do sistema ELO. PALAVRAS­CHAVE: CALL; Língua Inglesa; ELO; aprendizagem; escolas públicas. A CONTRIBUIÇÃO DO CALL PARA O ENSINO DE LÍNGUA INGLESA EM ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE GARANHUNS ESCOLAS PÚBLICAS DO CAMPO EO ENSINO DE LÍNGUA INGLESA EM SÃO SEBASTIÃO/AL Layanne Roberta de Araujo Silva [UFRPE­UAG] [email protected] Oseas Bezerra Viana Júnior [Orientador ­ UFRPE­UAG] Leane Mayara da Silva Santos [UNEAL] [email protected] Antônio Barbosa Lúcio [Orientador ­ UNEAL] RESUMO: O contato e a interação com diversos tipos de tecnologia por adultos, crianças e adolescentes vêm crescendo gradativamente. Desse modo, como na vida cotidiana, faz­se necessário acompanhar essas novas mediações na educação. Isso porque o ambiente de ensino­aprendizagem também tem sido por elas recriado, modificando as práticas do cenário escolar (KELLY, 1969), e, por conseguinte, o corpo docente, de forma cada vez mais presente, sente a necessidade de se preparar para essa nova realidade. O ELO (Ensino de Línguas Online) é um dos objetos virtuais de aprendizagem, que são unidades de ensino, criados para interagir em situações de aprendizagem (SPINELLI, 2005). As atividades virtuais criadas pelo ELO permitem o uso de recursos visuais e de áudio, além de, em certo RESUMO: Este trabalho possui por objetivo analisar as condições de ensino e trabalho da escola pública do campo da rede Municipal de São Sebastião/AL. Especificamente, enfatizamos os limites e perspectivas do ensino de Língua Inglesa, enquanto prática educativa voltada a camponeses alagoanos. Analisamos o ensino de Inglês na Escola de Ensino Fundamental Padre Anchieta, que atende a todas as séries de ensino fundamental e fica situada na zona rural. Serão apresentadas possíveis causas pelas quais ocorrem as falhas no ensino da disciplina sob a perspectiva de cinco alunos e uma professora de Língua Inglesa. Temos como pressuposto que não há valorização do ensino de Inglês em escolas públicas do campo, representada pelo crescimento das dificuldades nas condições de trabalho dos professores com relação a apoio pedagógico. Esta situação se faz presente na ausência de
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES um ensino qualificado para alunos camponeses que favorece o distanciamento do uso da língua estrangeira, por parte dos alunos, e o consequente descrédito no sistema educacional. Como resultados, verificamos a falta de qualidade do ensino na escola pública do campo e a falta de interesse do sistema de ensino em melhorar tais condições. Esses, nos parecem, são os maiores limites impostos ao ensino de Inglês, aliado à dicotomia entre o que diz o discurso governamental, através dos PCN’s, e a prática educativa desenvolvida na escola pesquisada. Os entrevistados parecem compreender a necessidade da aprendizagem de outra língua, mas, no caso dos alunos, apenas para outra realidade que não a sua. Para a realização da pesquisa foi adotado o método qualitativo por nos permitir uma abordagem mais aprofundada acerca do tema abordado, além de material bibliográfico. Para coletar os dados, foram utilizados: gravador, roteiro flexível, entrevistas semiestruturadas com questionários contendo cerca de 50(cinquenta) questões voltadas ao tema em questão e observação do ambiente estudado. PALAVRAS­CHAVE: Educação do campo; Ensino Fundamental; Língua Inglesa. prática, mas também como os discentes recebem e articulam esses conteúdos na configuração do processo ensino­aprendizagem. Os objetivos fundamentais podem ser assim sintetizados: a) analisar a atual realidade do ensino de gramática em escolas públicas da Baixada Fluminense; e b) identificadas as necessidades dos corpos docente e discente, contribuir para que os materiais didáticos futuros sejam mais bem alicerçados no que diz respeito aos aspectos mais importantes da gramática do português padrão escrito. Atualmente, a pesquisa analisa qualitativamente dos dados coletados com vistas a oferecer propostas para a evolução do trabalho com gramática descritiva e normativa nos níveis delimitados de ensino. Uma vez diagnosticadas as principais dificuldades no que se refere ao trabalho com gramática do português nos ensinos Fundamental e Médio, e considerando também a comprovação das hipóteses do projeto original (Ensino de Gramática na Baixada Fluminense – selecionado pela Faperj no Edital APQ1 2009.2), dá­se o contexto adequado à proposição de novas políticas públicas e novos materiais didáticos que encaminhem com maior propriedade o ensino de gramática nas escolas do Grande Rio. PALAVRAS­CHAVE: Ensino Fundamental; Ensino Médio; gramática. RESULTADOS DO PROCESSAMENTO ENSINO­APRENDIZAGEM DE GRAMÁTICA NA BAIXADA FLUMINENSE O PODER SIMBÓLICO ATRAVÉS DA LINGUAGEM: ANÁLISES J URÍDICA E PSICOSSOCIAL Lívia de Lourdes Dias Monteiro Ramos [UFRRJ] [email protected] Taiza Dias do Nascimento [UFRRJ] [email protected] RESUMO: Por meio do pôster, tenta­se sintetizar dados referentes à seção Resultados do Processamento Ensino­Aprendizagem, que faz parte do questionário aplicado aos discentes no Projeto Ensino de Gramática na Baixada Fluminense – linha de pesquisa: Ensino de Gramática (GMIL – CNPq). A partir do que realizou Neves no Estado de São Paulo (1999), o projeto representa um exame de conteúdos programáticos e metodologias de ensino na área de Gramática da Língua Portuguesa, considerando quinze escolas públicas de ensinos Fundamental e Médio em quatro dos principais municípios da Baixada Fluminense: Belford Roxo, Duque de Caxias, Nova Iguaçu e São João de Meriti. O estudo, iniciado em 2010.1, contempla não somente a delimitação dos conteúdos que os docentes tentam colocar em Lucas Soares Bezerra [UNICAP] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem como objeto de estudo a análise de como a linguagem é utilizada para transmitir conceitos de simbolismo à sociedade. Para tratar dessas questões, far­se­ão reflexões utilizando como principal marco teórico o chamado “poder simbólico”, tema abordado pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu. Existe, nas relações sociais, um poder invisível transmitido primariamente pela linguagem e que é constantemente utilizado como meio de propagação de ideais dominantes. Por meio desse ponto, temos o objetivo de analisar o modo como a língua tem sido utilizada durante várias gerações, a fim de reproduzir e manter paradigmas que ainda hoje vivenciamos. Como meio de aprofundar essa discussão, traçar­se­ão questões jurídicas, pois, nas leituras normativas, há uma forma de apropriar­se da força simbólica existente, mesmo que num estado potencial. O próprio Bourdieu classifica a língua como um sistema simbólico, e como tal, um
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES poderoso instrumento de integração social. Quando esse instrumento é utilizado em funções políticas para fins de dominação de uma classe sobre outra, tratamos de “violência simbólica”. Por fim, o referido trabalho esclarecerá diversos problemas sociais decorrentes da transmissão de ideais dominantes, como o caso da visão unicamente doméstica e reprodutiva da mulher, que, mesmo de forma inconsciente, são o principal meio utilizado para transmitir estigmas contra elas mesmas. Dessa forma, far­se­á uma espécie de mapeamento linguístico através de diversos pontos históricos, perpassando uma visualização de um poder que, mesmo invisível, é capaz de transformar e manter costumes e pensamentos sociais. PALAVRAS­CHAVE: Poder simbólico; violência simbólica; língua[gem]. do ensino de leitura e de escrita apresentados através de sequências didáticas com a finalidade de inserir essas reflexões nos debates sobre o ensino da língua materna e o desenvolvimento do aluno com uma aprendizagem significativa. PALAVRAS­CHAVE: Gêneros textuais; imprensa; ensino; Língua Portuguesa. O PADRÃO SILÁBICO EM LATUNDÊ (NAMBIKWÁRA DO NORTE) Luisa Gabriela Lemos de Lima [UFPE/ NEI/Pibic­CNPq/) [email protected] LINGUAGENS E COMUNICAÇÃO: AS PRODUÇÕES MIDIÁTICAS COMO FERRAMENTA DO ENSINO E DA APRENDIZAGEM DE LEITURA E ESCRITA Lucirley Alves de Oliveira [UFRPE­UAG] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem por objetivo apresentar um estudo em desenvolvimento sobre o ensino e a aprendizagem de leitura e de escrita em língua portuguesa, na Escola de Referência em Ensino Médio Francisco Madeiros, situada no município de Garanhuns – Pernambuco, por meio de sequências didáticas focadas nos gêneros textuais da esfera social de circulação imprensa. O contato com gêneros destas esferas sociais de circulação é, mesmo que de forma inconsciente, constante e de relevante importância para a construção de cidadãos críticos e atuantes na sociedade. Todos os dias diversas produções informativas são veiculadas em jornais, revistas, emissoras de rádio e TV, internet etc. que podem e devem ser levadas para a sala de aula numa abordagem do ensino da leitura e da escrita. Tendo isso em vista, as sequências didáticas com gêneros da esfera social de circulação imprensa proporcionam ao aluno a prática da reflexão, da interpretação dos fatos e da criticidade diante do que é apresentado pelo mundo a ele. Para a realização deste estudo, tem­se embasamento nas ideias de Antunes (2003), Araujo (2008), Marcuschi (2007) e Mendonça (2008), a fim de traçar de maneira clara e específica conceitos e desdobramentos do uso de gêneros textuais no ensino de leitura e de escrita. Como contribuições e implicações pedagógicas, este estudo aborda conceitos de gênero textual e RESUMO: Pertencente à família Nambikwára, a língua Latundê é uma língua moribunda, cujos falantes (21 no total) habitam uma Terra Indígena no Estado de Rondônia, ao Norte do município de Vilhena. O presente trabalho busca desenvolver o estudo do padrão silábico da língua indígena Latundê, investigando a diferença entre a sílaba fonética e a fonológica e descrevendo os processos fonológicos que ocorrem no domínio da sílaba. Para tal, realizamos um levantamento, tanto em nível da palavra quanto em fronteira de palavra, dos tipos de sílabas, sendo elas acentuadas e não acentuadas, e descrevemos as estruturas observadas, comparando entre si em termos percentuais. A importância deste estudo está em sua relevância na investigação que envolve a prosódia da língua (acento e tom lexicais). O material de onde advêm os dados para este estudo foi retirado de uma série de gravações (que somam cerca de 53 horas) feitas entre os anos de 1997 e 2000 com três informantes da língua. Esse trabalho é um recorte do projeto de PIBIC de LIMA (2011). Os materiais usados como suporte teórico são trabalhos sobre sílaba e acento: John. A. Goldsmith (1995); Larry M. Hyman (1975); Roger Lass (1984); Andrew Spencer (1996); e Leda Bisol (2001); e sobre a língua e sobre o povo Latundê: Stella Telles (2002). PALAVRAS­CHAVE: Línguas indígenas; Latundê; Fonologia; sílaba. OS ESTRANGEIRISMOS NO PORTUGUÊS DO BRASIL Luiz França do Nascimento Neto [FAESC­Faculdade de Escada] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Talita Ferreira de Santana [FAESC­Faculdade de Escada] Rosilda Maria Araujo Silva dos Santos [Orientadora ­ FAESC] RESUMO: Esta pesquisa visa a discutir, à luz da Linguística Aplicada (DAMIANOVIC, 2005; 2011), os conceitos de escola bilíngue (OEBi, 2008), bilinguismo (WOLFFOWITZ­SANCHEZ, 2011), educação bilíngue multicultural (RISÉRIO­CORTEZ, 2007), língua estrangeira (DAMIANOVIC, 2006) e língua internacional (MEGALE, 2008; KLEN, ALVEZ, 2011), a fim de levantar a representação de educação bilíngue em escolas bilíngues da Região Metropolitana do Recife. Os dados foram coletados em materiais de divulgação pública das referidas escolas. A análise preliminar revela que há diferentes compreensões sobre bilinguismo e direciona para a necessidade de educadores da área concentrarem esforços para repensar a educação bilíngue numa perspectiva de ensino­aprendizagem da língua inglesa em que a língua é, ao mesmo tempo, objeto e instrumento, visando o desenvolvimento integral da criança e sua formação cidadã (WOLFFOWITZ­SANCHEZ, 2011). Nesse enquadre, os resultados desse estudo revelam que uma educação bilíngue engloba muito mais do que muitas aulas de língua inglesa, vista como disciplina de conteúdo isolado das disciplinas das diferentes áreas da escola. As reflexões desta pesquisa indicam que a construção de conhecimento de diferentes áreas do saber feita em língua materna e na língua internacional – inglês – permite um maior desenvolvimento cognitivo, afetivo e multicultural (LIBERALI, 2011). PALAVRAS­CHAVE: Bilinguismo; língua internacional; educação bilíngue. RESUMO: O uso de estrangeirismos no Português do Brasil não é um assunto novo, mas ainda tem muito que se discutir, pois ao ser investigado, independentemente da esfera e da ótica do pesquisador, traz pontos de vista diferentes que enriquecem cada vez mais esse tema. Esta pesquisa tem como objetivo perceber como se processou o aparecimento de palavras e/ou expressões estrangeiras na Língua Portuguesa do Brasil, centralizando­se em dois domínios discursivos: na informática e na publicidade. O ponto de partida deste trabalho é a ideia de que a utilização dessas expressões não representa um perigo para a língua, mas uma maneira de vivificar o idioma e possibilitar constante mutação, já que a comunicação ocorre com diferentes línguas na esfera da informática. Para enriquecer o estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica selecionando­se textos das esferas em foco, analisando­se a finalidade do uso dessas palavras, o contexto de produção, a estrutura do gênero, o público alvo, o objetivo da mensagem, sua real necessidade e o efeito estilístico. Ele está amparado teoricamente na concepção de linguagem bakhtiniana (BAKHTIN, 1999); em Bazerman (2006), ao refletir sobre o caráter agentivo dos gêneros discursivos; em Carvalho (1989), que investiga os estrangeirismos no Brasil; em Faraco (2001), que defende o uso de palavras estrangeiras na língua materna; e em Sablayrolles (2003), que evidencia a importância dos vocábulos de outros idiomas no léxico de uma língua. Esta investigação contribui com o estudo da linguagem ao ampliar a visão de que os estrangeirismos enriquecem uma língua e também ao propiciar a percepção da influência do multiculturalismo e da ideologia implícitos nos discursos publicitários, ao se estabelecer relações comerciais com outros países. PALAVRAS­CHAVE: Língua Portuguesa; estrangeirismos; gênero publicitário. EDUCAÇÃO INFANTIL BILÍNGUE: A AÇÃO MUITO ALÉM DA AULA EM INGLÊS Luíza Carolina Carneiro de Oliveira Guimarães [UFPE] [email protected] Maria Cristina Damianovic [Orientadora UFPE] CORDEL: UMA LITERATURA TRABALHADA EM SALA DE AULA Marcela Bezerra de Menezes Diniz [UFRPE] [email protected] Vicentina Ramires [Orientadora ­ UFRPE] RESUMO: A desmotivação dos alunos do Ensino Médio nas aulas de literatura tem sido crescente nos últimos anos, pois uma grande parcela dos estudantes não adquiriu o hábito da leitura e considera os textos literários muito distantes da sua realidade. É nessa problemática que se insere o projeto Formação de Literatura de Cordel, promovido pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação a Docência da Universidade Federal Rural de Pernambuco – PIBID, cujo objetivo é levar ao conhecimento dos discentes a arte e a sabedoria da literatura de cordel, além de capacitá­los a criarem textos de cordel a partir de temas cotidianos e ajudá­los a despertar o
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES interesse pelas aulas de literatura. Por isso, o presente trabalho busca, com base nos estudos de Evaristo (2000), Matos (2007) e Luciano (2007), amenizar esse quadro com a utilização em sala de aula da literatura de cordel, pois esse gênero possui caráter lúdico e apresenta temáticas atreladas à realidade dos educandos e aos assuntos da vida cotidiana. Foi aplicado aos alunos do 1º ano do ensino médio um questionário com questões fechadas e abertas e realizadas oficinas que colocaram os alunos em contato com os folhetos e com o universo da literatura de cordel. O projeto encontra­se ainda em desenvolvimento, mas já foi possível perceber que esse gênero não é trabalhado no âmbito escolar e não é conhecido pela maioria dos alunos. Espera­se que o desenvolvimento deste trabalho mude a visão preconceituosa dos jovens sobre a literatura de cordel e que os folhetos trabalhados em sala de aula ajudem como suporte para aprendizagem da oralidade, da compreensão de textos e do ensino da escrita. PALAVRAS­ CHAVE: Literatura de cordel; cotidiano; sala de aula. sujeito discursivo, bem como suas condições de produção, em que são consideradas as esferas sociais, o momento histórico e a ideologia. Os resultados do estudo apontam que o material linguístico utilizado na construção das histórias revela a veiculação de discursos para a criação de um modelo de jovem, de acordo com os moldes valorizados pela sociedade. Esse jovem constrói seus próprios discursos baseados em conceitos, estereótipos e visões de mundo oriundos da memória coletiva e das práticas desenvolvidas pelos sujeitos no processo de interação social, atendendo aos anseios de padronização elaborados. PALAVRAS­CHAVE: Jovem; estética corporal; Análise do Discurso. A IMAGEM DO J OVEM EM “TURMA DA MÔNICA J OVEM”: A ESTÉTICA CORPORAL COMO FATOR DESENCADEADOR DE IDEOLOGIAS POR MEIO DA LINGUAGEM Maria do Carmo Almeida de Oliveira [UEPB] [email protected] Francicleide Chagas Andrade [UEPB] Francisco Eduardo Vieira da Silva [Orientador ­ UEPB] RESUMO: Este trabalho objetiva analisar os discursos constitutivos de certo modelo de jovem, difundido pelas revistas em quadrinhos Turma da Mônica Jovem, de Maurício de Sousa. Partimos da hipótese de que tal imagem do jovem contemporâneo (urbano, atualizado com as tendências de moda e tecnologia, com linguagem própria etc.) é baseada em padronizações de modos de vida, refletidos na linguagem, na estética corporal (nosso enfoque) e no comportamento. Além disso, essa imagem causa atração nos jovens leitores através de uma identificação, tanto por parte daqueles que se assemelham ao tipo físico e social retratado, quando por aqueles que desejariam se inserir nesse grupo. Para o estudo, consideraremos alguns conceitos do Dialogismo bakhtiniano e da Análise do Discurso, baseando­se nas contribuições teóricas de autores como Mussalin (2006), Fiorin (2008), Fernandes (2007), Orlandi (2005, 2007) e Foucault (1995). Ao analisarmos os discursos dos jovens nas revistas em quadrinhos, teremos analisado o PARÓDIA: O LÚDICO NO PROCESSO DE ENSINO­ APRENDIZAGEM Maria Fabiana Medeiros de Holanda [UFRN] [email protected] Bruna Rafaelle de Jesus Lopes [UFRN] [email protected] Alessandra C. de Freitas e Maria da Penha C. Alves [Orientadoras ­ UFRN] RSUMO: Em função da diversidade de linguagens que faz parte das diferentes situações comunicativas do nosso cotidiano, faz­se necessário que o ensino de Língua Portuguesa abarque os diferentes gêneros discursivos que permeiam a nossa sociedade, para que o aluno desenvolva habilidades discursivas que o tornem leitor e escritor proficiente. Destarte, ancorada na concepção bakhtiniana de que toda interação verbal é pautada em gêneros discursivos, que se lançam como uma ponte ligando o “eu” a um “outro”, numa construção de teias de sentidos, o ensino de Língua Materna deve promover o ensino­aprendizagem dos alunos, privilegiando os sentidos que se constroem a partir de enunciados concretos, produzidos de acordo com uma necessidade situacional. Pensando nisso, desenvolvemos por meio do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) em articulação com a prática de Estágio Supervisionado de formação de professores, um trabalho com os gêneros discursivos, no qual o discente tem a possibilidade de desenvolver experiências de leitura e de escrita de forma a converter dificuldades de leitura e escrita em produções textuais significativas. Dessa forma, estruturamos um projeto de ensino com o tema paródia, focando o gênero canção, de modo a possibilitar o contato dos
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES alunos com a linguagem oral e escrita, conforme preconiza os PCNs do Ensino Médio, e favorecer o desenvolvimento de capacidades reflexivas sobre a funcionalidade da língua, mostrando­lhes que as aulas de Língua Portuguesa podem ser interativas, interessantes e lúdicas. O trabalho se ancora nas concepções de gêneros discursivos de Bakhtin (2003) e de ensino de Língua Portuguesa, conforme preconiza Antunes (2005). PALAVRAS­CHAVE: Gêneros discursivos; leitura; escrita; paródia. A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO DOS GÊNEROS TEXTUAIS EM SALA DE AULA Maria Fabrícia Bomfim da Silva [UFRPE­UAG] [email protected] RESUMO: Este trabalho tem como objetivo discutir a importância da utilização dos gêneros textuais no processo de ensino­aprendizagem de Língua Portuguesa, tendo em vista que a leitura e a escrita são aliados incontestáveis para que haja uma inclusão do indivíduo em sociedade. Diante disso, acreditamos que os gêneros textuais contribuem de forma significativa para o desenvolvimento da linguagem, funcionando, assim, como objeto e instrumento de trabalho para os docentes. No presente trabalho, apoiamo­nos em alguns teóricos que defendem a importância do trabalho baseado em gêneros para a integração entre práticas de leitura, escrita e análise linguística, tais como, Bakhtin (2003), Koch (1997; 2006), Schneuwly e Dolz (2004). Segundo as orientações apresentadas pelos PCNs, todo professor deve ter o texto como instrumento de trabalho, pois, através do mesmo, o aluno tem a oportunidade de refletir acerca da funcionalidade de cada texto, além de desenvolver maiores condições para compreender, produzir e analisar criticamente textos de ordens diversas. Esta proposta de trabalho surge a partir das observações e intervenções realizadas em aulas de uma turma de 8º ano do Ensino Fundamental, com atividades de leitura e de produção de uma notícia. Percebemos, ao longo deste estudo, que o ensino com gêneros textuais é de fulcral importância no processo de ensino­ aprendizado da língua, tendo em vista que, ao inserirmos os gêneros textuais no ambiente escolar, colocamos o discente em contato com os gêneros que são produzidos fora da escola, para que ele reconheça as particularidades do maior número possível deles e possa utilizá­los de maneira competente. PALAVRAS­CHAVE: Gênero textual; ensino­aprendizado; linguagem. A RELAÇÃO ENTRE O ETHOS DISCURSIVO E O E THOS INSTITUCIONAL NO DISCURSO HUMORÍSTICO Mariá Gonçalves de Siqueira [UFRPE] [email protected] RESUMO: Em um contrato comunicativo – atividade comunicativa construída na e pela linguagem –, constrói­se o discurso no entrecruzamento de um campo de ação e de um campo de enunciação. Isso implica afirmar, na perspectiva de Charaudeau [2006], que em um discurso põem­se em relação os sujeitos desses campos, ou seja, um sujeito­ comunicante, dentro de um campo de ação, visa a um sujeito­interpretante, que atribuirá sentidos a esse discurso, atuando como co­construtor do gênero. Essa instância enunciadora, ao produzir seu discurso, cria uma imagem de si, constituindo, assim, o ethos. À luz de um instrumental teórico­metodológico fundado na Análise do Discurso [de Maingueneau (2008), que auxiliou em questões concernentes ao ethos na modalidade escrita e em como ele se configura; de Possenti (2008), que contribuiu para compreender a relação entre os estudos linguísticos e os do humor; Amossy (2008), que cooperou para entender a relação entre o Ethos discursivo e o institucional; e de Heine (2008), que colaborou para a compreensão de como se constitui o ethos no gênero blog], analisou­se como se institui o ethos, tanto em seu caráter discursivo quanto institucional, em discursos humorísticos. Para tal, selecionou­se como corpus três textos do humorista Danilo Gentili, intitulados Cristoy, Olim­piadas 2016 e Um post racista , veiculados em seu blog. Como resultados preliminares, observou­se que o ethos discursivo utiliza­se consideravelmente de metáforas, ironia, modalizadores como instrumentos de persuasão e se vale do seu ethos institucional de comediante para conservar um tom jocoso, mesmo abordando assuntos delicados. Atentou­se, também, que há uma mutualidade entre o ethos discursivo e o ethos institucional, estabelecendo, assim, uma relação profícua. Sendo assim, as escolhas linguísticas que o sujeito­comunicante fez, sejam elas modalizações epistêmicas, figuras de linguagens, estratégias textuais etc., só fazem sentido quando é cotejada com a posição empírica desse sujeito no mundo, instaurando, de fato, o contrato comunicativo.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES PALAVRAS­CHAVE: Ethos discursivo; Ethos institucional; Discurso humorístico. AS INOVAÇÕES LINGUÍSTICAS DE MÁRIO DE ANDRADE E SEU PROJ ETO DE LÍNGUA BRASILEIRA EM PAULICEIA DESVAIRADA Maria Manuela Amorim Brandão [UFPE] [email protected] Mariana Maris Ramos Lima [UFPE] [email protected] RESUMO: Mário de Andrade mostrou­se uma figura ímpar na história do Modernismo brasileiro – e, mais do que isso, na história da literatura brasileira –, pois contribuiu de forma grandiosa para a consolidação da produção literária nacional. Mediante um pensamento inovador em relação ao conceito de língua e de arte, juntamente com uma maneira acurada de ver o mundo ao redor, construiu uma estética autêntica, que trouxe repercussões importantes para o âmbito dos estudos literários e, sobretudo, da criação artística brasileira. Os principais procedimentos estilísticos adotados concerniam à linguagem, tendo o poeta ampliado as possibilidades de manejo linguístico no sentido de originar uma obra literária que não deixa a desejar do ponto de vista expressivo. Algumas inovações linguísticas praticadas pelo modernista Mário de Andrade em seu livro de poesias, Pauliceia Desvairada, são aqui apresentadas e discutidas. Para tal, uma revisitação a importantes estudiosos do tema, como Tele Porto Ancona (1996), Benedicto Nunes (1984) e José Paulo Paes (1988), foi efetuada, além de um breve trabalho de análise dos poemas que constituem o volume e do seu importante texto de abertura, o Prefácio Interessantíssimo, considerado um manifesto do Modernismo brasileiro. Objetiva­se, em especial, compreender como foram postas em práticas as teorias desenvolvidas e defendidas pelo poeta de valorização da cultura de seu país, especialmente no que toca a “língua brasileira”. PALAVRAS­CHAVE: Mário de Andrade; Pauliceia Desvairada; inovações linguísticas; língua brasileira. A TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) COMO METODOLOGIA FUNCIONAL PARA ENSINO PRECOCE DO FRANCÊS LÍNGUA ESTRANGEIRA Maria Rennally Soares da Silva [UFCG] [email protected] Josilene Pinheiro­Mariz [Orientadora ­ UFCG] RESUMO: Este trabalho tem por objetivo refletir sobre a experiência da utilização das TIC’s (Tecnologias de Informação e Comunicação) como uma estratégia para a didática do ensino precoce do Francês Língua Estrangeira (FLE). Nossa pesquisa está baseada nas reflexões de Reyes (2010), Piaget (1980) e em Vygotsky (1978), no que concerne à introdução da criança no universo lúdico através da contação de histórias. Trata­se de uma pesquisa­ ação, cujo público participante é constituído por crianças entre 3 e 5 anos, aprendizes de língua francesa da UEI (Unidade de Educação Infantil) – UFCG. Assim, a abordagem literária conduz o aprendizado da língua francesa a partir de recursos tecnológicos que permitem a exibição de vídeos que contam histórias infantis na língua em questão, a execução de comptines (canções infantis em língua francesa), bem como a realização de atividades interativas postadas em um blog e que fortalecem o aprendizado que é iniciado em sala de aula e que pode ter continuidade em qualquer momento, desde que haja acesso à página virtual do projeto de ensino precoce do FLE. Como um dos principais resultados obtidos, observamos que a estratégia da utilização de recursos tecnológicos, tais como blog­ internet no ensino/aprendizado precoce do FLE fez com que as crianças participantes do projeto tivessem seu acervo lexical ampliado e também propiciou às crianças a memorização de determinadas estruturas lexicais a partir dos vídeos de desenhos animados que foram exibidos nas aulas de francês, além de estimular o lúdico através das comptines. PALAVRAS­CHAVE: Francês precoce; lúdico; TIC; leitura literária. ENCAPSULAMENTO ANAFÓRICO EM ARTIGOS CIENTÍFICOS DAS ÁREAS DE EXATAS E HUMANAS Maria Sirleidy de Lima Cordeiro [UFPE] [email protected] Cinthya Torres Melo [Orientadora – UFPE/CAA]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES [email protected] RESUMO: O encapsulamento anafórico é um recurso textual coesivo estudado no campo da Linguística Textual. É constituído por um sintagma nominal (demonstrativo + um nome núcleo) que sinaliza a retomada de uma porção textual anteriormente descrita, podendo ter caráter axiológico e argumentativo (CONTE, 2003). Por essa razão, o encapsulamento anafórico pode funcionar como uma poderosa estratégia textual de construção de sentidos e progressão temática ao apresentar um ponto de vista, uma possibilidade interpretativa relacionada aos conteúdos expressos na porção anaforizada do texto. Para esta investigação, partimos de estudos sobre o comportamento da sinonímia, construída por relações inferenciais de natureza sociocognitiva (MELO, 2008), em face do uso da paráfrase usada para a recuperação de sentidos já expressos na porção anaforizada. Consideramos a paráfrase um recurso textual indicador de objetividade e imparcialidade no texto científico, e a sinonímia um recurso de textualização indicador de subjetividade e parcialidade no texto científico (MELO, 2008), estudada como um fenômeno de equivalência de sentido construído a partir de inferências sociocognitivas que apresentam pontos de vista do autor/produtor do texto em relação a parte de texto anaforizada. A partir dessas perspectivas, são analisados artigos científicos selecionados de revistas e anais de divulgação pública e científica online, das áreas de exatas (Física, Matemática e Química) e de humanas (Pedagogia, Letras e Jornalismo). A pesquisa é essencialmente de caráter analítico­qualitativo cujos dados analisados e quantificados descrevem o comportamento dos encapsulamentos anafóricos ao exercerem um papel norteador para a construção de sentidos socialmente situados, criando­se, com isso, pontos de argumentação e manipulação da argumentação nos textos. Os resultados apontam usos de objetividade e subjetividade em todas as áreas investigadas, variando os percentuais, o que indica uma performance de escrita científica que não segue, à risca, as exigências da objetividade da linguagem em artigos científicos. PALAVRAS­CHAVE: Encapsulamento anafórico; referenciação; textualização. RECURSOS IMAGÉTICOS COMO FOMENTADORES DO PROCESSO DE (MULTI)LETRAMENTO LITERÁRIO Maria Williane da Rocha Souto [UFRPE­UAG] RESUMO: Este trabalho tem como objetivo mapear o que é comumente entendido como multisemiose e letramento literário, para, então, discutir a noção de (multi)letramento literário e sua manifestação em gênero imagético. A proposta está vinculada ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), tendo financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). O marco teórico encontra­se nos postulados da Lingüística Textual que tratam o discurso num sentido semiótico amplo, abarcando combinações de sons e imagens nos muitos discursos multimidiáticos híbridos, com ênfase no gênero imagético, corpus deste artigo. A Semiótica Social de inspiração hallidayana e os postulados sobre o texto multimodal de Kress & Van Leeuwen (2001; 1996), os estudos sobre letramento de Soares (2002), sobre multiletramento de Duarte (2008) e sobre letramento literário de Cosson (2006) igualmente fundamentam nossa perspectiva. Considerações preliminares apontam a possibilidade de se obter amplo material didático de cunho tanto linguístico quanto literário a partir do contexto que determinada imagem (obra de arte, fotografia, desenho, propaganda etc.) suscita. Dessa forma, consideramos o gênero imagético como ferramenta ativadora de contexto (cognitivo), levando o alunado a uma melhor fixação do conteúdo literário demandado a partir de sua análise. Na mesma medida, proporciona­se um melhor desenvolvimento de suas capacidades de (multi)letramento literário. PALAVRAS­CHAVE: (Multi)Letramento; letramento literário; gênero imagético. SOCIEDADE, LÍNGUA, USOS E ENSINO: O ESPAÇO DADO ÀS VARIANTES LINGUÍSTICAS NOS LIVROS DIDÁTICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA ADOTADOS PELA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO EM 2011 Micael Fillipe Pontes Alexandre [UFRPE] [email protected] Silvio Profirio da Silva [UFRPE] [email protected] RESUMO: Durante décadas, o ensino de Língua Portuguesa seguiu, veementemente, parâmetros norteadores tradicionais. Com base nesse
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES modelo teórico, o ensino dessa disciplina concedia primazia ao padrão culto da língua (homogêneo, monolítico e uniforme) preconizado pela Gramática Normativa, primando pela abordagem das variantes formais. Com isso, o ensino desconsiderava uma gama de usos da língua, que surgem em função da relação entre língua e âmbito social. Contudo, a partir de meados dos anos de 1980, o cenário educacional tem sido marcado pela consolidação de profundas mudanças nas bases teórico­metodológicas do ensino de Língua Portuguesa. Esse quadro de modificações tem início por conta da disseminação de uma ampla quantidade de estudos das Ciências da Linguagem. Surge, assim, uma nova concepção de língua pautada em uma perspectiva de heterogeneidade, plasticidade e multiplicidade. Esses novos paradigmas têm sido adotados por diversos livros didáticos. À luz das contribuições de Alckmin (2003), Camacho (2003), Cezário & Votre (2008), Foltran (2011), Possenti (2011), Santos (1996), Silva (1995), Suassuna (2009), Travaglia (1997), este trabalho tem por objetivo abordar as contribuições da Sociolinguística para o ensino de Língua Portuguesa. Decorrente disso, pretende­se verificar o tratamento dado às variantes linguísticas nos livros didáticos adotados pela Secretaria de Educação do Estado Pernambuco em 2011. Para tanto, foi realizada pesquisa bibliográfica acerca dos postulados da Sociolinguística. Após isso, foram analisados 7 livros didáticos do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Os resultados apontam, em alguns livros, traços relativos à Variação Dialetal e Situacional, como também uma abordagem resumida. Apesar disso, foi possível perceber não só os reflexos da Sociolinguística na organização estrutural dos livros didáticos, mas, sobretudo, como as investigações linguísticas contribuíram para um ensino sociointeracionista, pautado em uma concepção de língua como atividade social que prioriza a interação, o que ocasionou a inserção de novos conceitos e conteúdos nos manuais didáticos. PALAVRAS­CHAVE: Sociedade; cultura; língua; usos; ensino. RESUMO: Ultimamente, estudos destacam a função da literatura na formação do ser humano diante da diversidade de meios de comunicação surgidos na revolução tecnológica. Tendo em vista os novos suportes de comunicação no campo da leitura, como o texto eletrônico, por exemplo, e da importância do papel da literatura como fenômeno social integrado num contexto histórico­sócio­econômico, o projeto Leitura, literatura e mídias na formação do leitor crítico: dos textos impressos às telas dos computadores foi elaborado. O projeto participa do Programa PIBID/Letras/UFRPE e tem como objetivo analisar as práticas de leitura literária em diferentes suportes tecnológicos, realizadas por alunos do Ensino Médio. O projeto é realizado em uma escola pública estadual, no bairro de Casa Amarela, em Recife/PE. Para a realização da pesquisa são utilizadas algumas ações de intervenção e divulgação dos resultados do projeto. Constatamos que os alunos pouco utilizam a internet como meio de pesquisa. Além disso, as práticas de leitura literária (mídia impressa e digital) são incipientes, pois os alunos não são estimulados a realizar a leitura em diferentes suportes tecnológicos e nem compreendem a literatura como objeto lúdico no ato de ler. A escola precisa se adaptar rapidamente às transformações tecnológicas, no sentido de contribuir com a formação de leitores capazes de selecionar qualitativamente os materiais disponíveis no ciberespaço. Conforme Lévy (1999), a leitura literária pode se revelar como uma estratégia importante para a formação de leitores críticos na era da cibercultura. É preciso também, compreender a literatura como fenômeno social, que se refere à identificação do leitor e de seu universo vivencial simbolizados na obra literária. Além disso, criar ou desenvolver o espírito crítico do estudante; transmitir conhecimentos; perceber o fenômeno literário como objeto de linguagem, como propõe Zilberman (1991: 24). PALAVRAS­CHAVE: Leitura; Literatura; Ciberespaço. A EDUCAÇÃO MULTISSERIADA NA ESCOLA DO CAMPO A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO DE LEITORES CRÍTICOS NA ERA DA CIBERCULTURA Myllena Karina Miranda dos Santos [UFRPE] [email protected] Ivanda Maria Martins Silva [Orientadora ­ UFRPE] Nadja Araújo Maciel [UNEAL] nadja­[email protected] Nibbya Karlla Pereira de Albuquerque [UNEAL] [email protected] José Niraldo Leão Júnior [UNEAL] junior­[email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: Este trabalho resulta de pesquisa realizada em uma escola multisseriada de Ensino Fundamental I da Rede Municipal de Maribondo, no Estado de Alagoas, com o objetivo de analisar as condições de ensino e de trabalho ali desenvolvidos. De caráter qualitativo e teoricamente fundamentado em autores como Marx (1991); Fogaça (2003); Meszáros (2005); Freire (2007 e 2008), entre outros, o estudo foi feito através de entrevistas com professores e estudantes, e as respostas serviram de base para fundamentar uma análise sobre a educação do campo, com seus problemas, dificuldades e superações. Ficou evidente o descaso do poder público com essa educação, demonstrado na ausência de pensamentos e atitudes que viessem a solucionar esses problemas. Uma constate encontrada nas entrevistas foi a falta de entendimento por parte do alunado, que não compreendia as questões formuladas, o que causa uma preocupação com relação às formações cidadã e profissional desses alunos. Um dos maiores obstáculos encontrados foi o descaso do poder público, que não respeita as leis e se reveste de uma “faz de conta” em relação à educação do campo. A escassez de materiais pedagógicos suficientes para se desenvolver uma aula produtiva e de qualidade, propiciando um ambiente adequado para o aprendizado do aluno, é mais um agravante dessa situação. Nesse contexto, salientamos que, mesmo havendo políticas educacionais voltadas às necessidades do campo, elas ainda não funcionam adequadamente. PALAVRAS­CHAVE: Educação do Campo; escola multisseriada; políticas educacionais. Nordeste do Brasil. Temos, ainda, a intenção de tratar de questões relacionadas à identidade, objetivando refletir sobre o sujeito nordestino na atualidade. Para embasar nossas interpretações, lançamos mão das reflexões propostas pela Análise de Discurso Francesa, uma vez que essa corrente de pensamento não enxerga a língua como um sistema abstrato fechado em si mesmo, mas sim como algo que significa e que, desse modo, possui historicidade. Cabe também acrescentar que, para a Análise de Discurso, a noção de identidade não deve ser pensada como algo rígido, mas sim como algo heterogêneo. Para melhor executar a construção do trabalho, em um primeiro momento, propusemo­nos a esboçar uma breve retrospectiva histórica; em seguida, traçamos um arcabouço teórico, na tentativa de situar o leitor acerca das reflexões realizadas durante a análise do corpus. Prosseguindo, tomamos as Sequências Discursivas (SDs), para de lá extrair as designações e, por meio dessas expressões, demonstrar que a identidade do cangaceiro se configura tendo como base a contradição, uma vez que ora é mostrado como herói, ora como bandido. O trabalho contribui, de modo significativo, para os estudos de linguagem, já que fica demonstrado que, por meio das marcas linguísticas, é possível ao analista captar momentos de identificação que constituem o sujeito. PALAVRAS­CHAVE: Designação; discurso; identidade; cangaceiro; sentido. A CONSTITUIÇÃO IDENTITÁRIA DA FIGURA DO CANGACEIRO: UM ESTUDO DISCURSIVO DO PROCESSO DE DESIGNAÇÃO Natália de Lima Souza [UFPE] [email protected] RESUMO: A temática central do pôster gira em torno de questões relacionadas à figura do cangaceiro e à importância dela para a constituição identitária do nordestino. Como corpus, utilizamos sequências discursivas extraídas de textos postados em um blog. O presente trabalho tem como objetivo estudar as designações utilizadas para fazer referência ao cangaceiro, demonstrando como essas expressões materializam o imaginário que se tem acerca dessa figura, ainda tão emblemática para o povo do HIPERTEXTUALIDADE: DOS NAUTAS AO ASTRONAUTA Pâmela Paula Souza Neri [UFPA] [email protected] Telma Luzia Braga de Souza [IFPA] [email protected] RESUMO: A discussão proposta neste pôster objetiva uma análise comparativa entre o episódio do Velho do Restelo, presente no canto IV de Os Lusíadas (1572) de Luís Vaz de Camões, e o poema Fala do Velho do Restelo ao Astronauta , de Os Poemas Possíveis (1966), do escritor português José Saramago. Duas obras distanciadas pelo tempo por quase quatro séculos, escritas em contextos diferentes, porém, com a mesma discussão: a crítica à fama e à cobiça das grandes revoluções. O trabalho teve como embasamento teórico a obra Palimpsestos: a literatura de segunda mão. A metodologia foi pautada primeiramente na leitura e no fichamento do texto teórico citado, seguido pela busca de obras literárias que
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES conseguissem exemplificar a proposta de Gerard Gennette, com o intuito de confrontar o embasamento teórico com os textos literários. Para Gennette (2006), os critérios da concepção da hipertextualidade, o hipertexto e o hipotexto são responsáveis pelo diálogo presente no momento da constituição de um determinado texto na criação literária. De acordo com o teórico francês, a arquitextualidade, ou seja, a própria literalidade, constitui­ se por gêneros literários, os tipos de discurso, entre outros recursos, que facilitam essa circulação de conceitos, visto que um objeto textual é criado a partir das leituras já vivenciadas pelo seu escritor. Sendo assim, o poema de Saramago é um hipertexto do canto de Camões, visto que usa de elementos, a exemplo a fala do Velho na praia, para salientar ao astronauta os perigos das revoluções modernas. Gerard Gennette (2006: 18), afirma que a hipertextualidade é de caráter universal em um parâmetro muito próximo à literalidade; todas as obras literárias são oriundas de hipotextos, para ele todas as obras são hipertextuais. PALAVRAS­CHAVE: Luís Vaz de Camões; José Saramago; Hipertextualidade. indicando pontos de análise a partir de teóricos como Bakhtin (2011), Voese (2004), Costa (2010), Marcuschi (2008) (2010), Dolz & Schneuwly (2004) e demais que perceberam que a interação com o texto vai muito além de uma análise superficial/gramatical. PALAVRAS CHAVE: Ideologia; discurso; ensino; gênero; canção. A ABORDAGEM IDEOLÓGICA E DISCURSIVA DO GÊNERO CANÇÃO NA AULA DE LÍNGUA PORTUGUESA Pedro Felipe da Silva Santos [UPE] [email protected] José Jacinto dos Santos Filho [Orientador ­ UPE] RESUMO: O trabalho com os gêneros textuais não é novo no contexto escolar. Marcuschi (2008) é um dos pesquisadores que nos coloca, de forma bem explicativa, um apanhado teórico sobre os gêneros e como acontece essa abordagem na escola. E é por perceber que ainda há muitas dúvidas em quais elementos e quais gêneros deverão ser trabalhados com os alunos durante as aulas de língua portuguesa, que esse trabalho se destina, em especial, a discutir o gênero canção. Bakhtin (2011), ao definir a natureza ideológica e dialógica dos gêneros do discurso, abriu caminho para uma análise que ultrapassa a superfície do texto e adentra no universo do discurso. Um dos gêneros que dentro da sala de aula tem a capacidade de atrair a atenção dos alunos é a canção. Fazer em sala de aula uma abordagem discursivo­ ideológica da letra de música é inserir os conteúdos cultural, social e histórico que perpassam a formação discursiva dessa categoria genérica. Neste trabalho, mostramos como fazer essa abordagem de maneira didática, IMPRENSA PERNAMBUCANA DO SÉCULO XIX ­ ESTUDO DE GÊNEROS TEXTUAIS: A BARCA DE S. PEDRO Priscilla Elizabeth da Silva Costa Ferreira [UFRPE] [email protected] Juan Pablo Martín Rodrigues [Orientador ­ UFPE] RESUMO: A Barca de S. Pedro foi um jornal editado por José de Abreu e Lima em Pernambuco no século XIX. Epigrafado como “periódico político e talvez da opposição”, circulou no contexto da Revolução Praieira. Nosso objeto de estudo neste trabalho foi investigar de que forma deu­se a seleção e quais gêneros textuais se destinaram a compor esse jornal. Nossa fundamentação teórica parte do sócio­interacionismo discursivo proposto por Bronckart (1999), uma vez que este autor postula que as influências contextuais sócio­históricas determinam a seleção dos gêneros textuais empregados na comunicação, bem como a formação e a modificação de gêneros já existentes. Quanto às análises dos gêneros, baseamo­nos em Marcuschi (2007; 2008). O corpus analisado constituiu­se de vinte exemplares da Barca de S. Pedro editados entre 09 de junho de 1848 e 16 de outubro de 1848. Através da análise dos jornais, passamos à identificação dos gêneros existentes bem como à análise de elementos da estrutura que apresentam. Verifiamos que ocorre um alto nível de argumentatividade na maior parte dos textos analisados, a transposição de gêneros orais para o suporte jornal, a predominância do que Bronckart denomina “Discurso misto interativo­ teórico” e a ocorrência de gêneros como: notícia, artigo de opinião e projetos de lei. Concluímos, então, que A Barca de S. Pedro insere­ se no contexto dos periódicos do século XIX, dado seu caráter político, situando­se como extensão das tribunas liberais, ressaltando o papel de Abreu e Lima nas lutas pernambucanas. PALAVRAS CHAVE: Imprensa do séc. XIX; Abreu e Lima; A Barca de S. Pedro; gêneros textuais.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES ALONGAMENTO VOCÁLICO EM LATUNDÊ (NAMBIKWÁRA DO NORTE) Priscylla Cristina de Souza Lippo [UFPE/ NEI/ PIBIC­CNPq] [email protected] RESUMO: A língua indígena Latundê, pertencente ao ramo Nambikwára do Norte, da família linguística Nambikwára, encontra­se moribunda. A língua apresenta um total de 21 falantes, os quais habitam uma Terra Indígena no Estado de Rondônia, ao Norte do município de Vilhena. Neste trabalho, busca­se explicar a relação entre a estrutura da sílaba, o alongamento vocálico e o acento do Latundê. No primeiro momento da investigação, partindo do pressuposto de que a sílaba é importante para o acento, foi feito o levantamento, em nível da palavra, das sílabas acentuadas e não acentuadas, que apresentam a ocorrência de vogal alongada. Em seguida, foi observado o número de ocorrência das vogais nos dois tipos de sílabas citados acima e comparada a duração vocálica nas duas estruturas. O material do qual foram retirados os dados que formam o corpus deste estudo é resultado de uma série de gravações (que somam cerca de 53 horas), feitas entre 1997 e 2000, com três informantes da língua. Este trabalho tem interesse com o projeto individual da autora: alongamento vocálico em Latundê. Para a realização deste estudo, utilizaram­se como subsídio teórico trabalhos de diversos autores, dentre eles: Ladefoged e Maddieson (1997); Hyman (1975); Lass (1984); Spencer (1996); Bisol (2001), que se referem à sílaba e ao acento; e Telles (2002), que se refere à língua e ao povo Latundê. PALAVRAS­CHAVE: Línguas indígenas; Latundê; Fonologia; sílaba; acento. ETHOS E PERSUASÃO NA PROPAGANDA DE BEBIDAS ALCÓOLICAS: UMA PROPOSTA DE ESTUDO CRÍTICO Rafael Eduardo do Nascimento Silva [UFRPE] [email protected] Rose Mary Fraga [Orientadora­UFRPE] RESUMO: Este trabalho consiste na análise de textos publicitários de empresas de bebidas alcoólicas, observando a constituição do ethos, que diz respeito à construção pelo discurso do enunciador de uma imagem de si e de seus interlocutores, visando garantir o sucesso do empreendimento oratório (AMOSSY, 2005). Em sua enunciação, a propaganda procura persuadir associando os produtos que vende a um estilo de vida, a uma maneira de estar no mundo (MAINGUENAEU, 2005), ou seja, projetando imagens de indivíduos e do mundo, que promovem a identificação do publico alvo. Dessa maneira, este estudo tem por objetivo analisar a constituição do ethos na propaganda de bebidas alcoólicas, demonstrando a rede de significados ideológicos que constitui as imagens produzidas pelo discurso em questão. Parte­se, aqui, de uma concepção crítica de discurso, como um modo de ação historicamente situado, constituído socialmente, sendo também fator constitutivo de identidades sociais (RAMALHO; RESENDE, 2006). Com base nesse referencial, foram analisadas propagandas das quatro últimas décadas das seguintes marcas: Montilla, Pitú, Bacardi, Johnnie Walker, Brahma e Skol. Busca­se, assim, captar a realidade estratificada deste contexto, observando regularidades e diferenças entre as enunciações, que são reveladoras de mudanças ocorridas na sociedade. Com isso, pode­se perceber que a representação dos atores, do ethos, nos textos publicitários investem predominantemente em estereótipos masculinos, inseridos em situações “tipo”, que recebem conotação positiva, status de desejável, que é “transferido” aos consumidores. Constatou­se também uma progressiva inclusão da mulher como consumidora e não apenas como “objeto”. Por fim, vale destacar que este estudo colabora com a compreensão dos aspectos da língua/discurso que materializam relações de poder e posicionamentos ideológicos presentes no contexto do mercado de bebidas alcoólicas. PALAVRAS­CHAVE: Ethos; discurso; texto publicitário; persuasão. O HUMOR CAUSADO PELA VIOLAÇÃO DAS MÁXIMAS CONVERSACIONAIS NOS GÊNEROS TEXTUAIS: CHARGE E CARTUM Rafaela de Alcântara Barros [UFPE] [email protected] Josicleide Maria Guilhermino [UFPE] [email protected]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: Este trabalho tem por objetivo explicar, de maneira sucinta, em que consistem as máximas conversacionais, ressaltando o eventual humor causado pela quebra dessas máximas (implicaturas conversacionais). Para isso, tivemos como aporte principal o funcionamento da língua como um processo de interação social. Buscamos esquematizar e exemplificar as máximas por meio dos gêneros textuais charges e cartuns, que facilitam a compreensão, pois além da linguagem escrita têm­se as figuras ajudando a formar uma conclusão mais completa da mensagem transmitida. Um aspecto importante a ser destacado nesse artigo é a utilização das charges e a sua proximidade com o cotidiano, pelo fato delas geralmente tratarem de temas atuais, atemporais, divertidos e que marcam épocas. Permitindo, dessa forma, que o indivíduo passe a entender a imagem como discurso, atribuindo­lhe sentidos sociais e ideológicos. As imagens foram retiradas tanto de sites especializados quanto de blogs em geral e exemplificados conforme cada implicatura. As análises feitas são baseadas nos postulados de Paul Grice acerca das Máximas Conversacionais e do princípio geral da cooperação. Tomamos por base o fato de o falante levar sempre em conta o desenrolar da conversa e a direção que ela toma, considerando também a intencionalidade bem como a aceitabilidade de cada falante dentro de seu contexto discursivo. Dessa forma, entendemos a língua como uma atividade sociointerativa diretamente vinculada ao falante, ao texto e ao ouvinte, pois é exatamente nessa tríade que se origina o contexto discursivo de cada enunciado. PALAVRAS­CHAVE: Máximas conversacionais; implicaturas; charge; cartum. O APAGAMENTO DO SUJ EITO PRONOMINAL NO PORTUGUÊS BRASILEIRO VERSUS A GRAMATICA NORMATIVA Rayssa Tamara Ribeiro Aquino [UFRPE­UAST] [email protected] RESUMO: Este trabalho analisa o fenômeno de apagamento do sujeito pronominal na escrita de alunos do 3° ano do Ensino Médio regular de uma escola pública da cidade de Serra Talhada. Investiga as ocorrências e as características do fenômeno de apagamento dos pronomes sujeitos no Português Brasileiro com relação ao parâmetro do sujeito nulo, fazendo, assim, uma comparação com a gramática normativa [ainda] imposta na escolas, que "prescrevem" o que os usuários do código produzem, determinando o que "é certo" e o que "não é". Partindo­se dos pressupostos teóricos e metodológicos da Sociolinguística Variacionista Laboviana (Teoria da Variação), faz­se uma comparação de como é produzido e como é visto pela gramática normativa o fenômeno do apagamento pronominal e quando ocorre. Outro aspecto bastante discutido dentro das mais variadas posturas teóricas é o de algumas línguas, como o inglês e algumas românicas, não permitirem a realização do sujeito nulo, o que ocorre contrariamente no Português Brasileiro, permitindo a realização do sujeito nulo tanto na fala como na escrita, o que leva à problemática deste trabalho que compara e identifica os fatores que contribuem para a realização desse fenômeno. PALAVRAS­CHAVES: Apagamento; sujeito pronominal; Sociolinguística. ADJ ETIVO ADVERBIALIZADO NO PORTUGUÊS FALADO EM GARANHUNS Reginaldo Victor Rêgo de Souza [UFRPE] [email protected] Rafael Bezerra de Lima [Orientador ­ UFRPE­UAG] RESUMO: Os advérbios são considerados uma categoria bastante heterogênea por abarcarem sob esse rótulo palavras com estruturas diversificadas. Essa afirmação pode ser facilmente corroborada se observamos seu aspecto morfológico, uma vez que são considerados advérbios, no português brasileiro (PB), itens como amanhã, cedo, hoje, agora, já, lá, muito, aqui, bem como lentamente, recentemente, atualmente, logicamente, diretamente etc. Como podemos verificar, com base nesses exemplos, os advérbios que possuem certa regularidade morfológica são os que têm terminação –mente, ou seja, os adjetivos adverbializados. Essa regularidade pode ser constatada em diversas línguas naturais, –mente em espanhol, ­ly em inglês, ­ment em francês, ­weise em alemão, ­igvis em norueguês etc. Com base nessa breve explanação, procuraremos, no presente trabalho, coletar dados da língua falada em Garanhuns para, a partir desse levantamento, analisar o fenômeno da conversão, lançando mão dos pressupostos teóricos da Teoria Gerativa, em modelo minimalista. Serão utilizados para presente pesquisa equipamento de gravação, com a finalidade de coletar os dados que comporão o corpus de fala dos informantes. Logo
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES após essa etapa, haverá a transcrição das falas e posteriormente a seleção e quantificação da ocorrência do fenômeno já descrito. A partir dos resultados prévios, daremos início à etapa de análise dos dados. Na análise, verificaremos se existe ou não a utilização, por parte dos falantes, dos adjetivos adverbializados no português de Garanhuns, trabalho na área de linguística ainda não realizado na cidade. PALAVRAS­CHAVE: Advérbios; adjetivos; morfossintaxe. construção dessas atividades pressupõe a leitura e a escrita, da organização até a compreensão dessas manifestações culturais. Esta atividade contribuiu para o 'fortalecimento do protagonismo do jovem que busca articular a qualidade acadêmica com compromisso social'. A questão central aqui não é ler e escrever para trabalhos escolares, mas trabalhar leitura e escrita como práticas sociais indispensáveis para a construção de sujeitos críticos de sua realidade e agentes de transformação. PALAVRAS CHAVE: Leitura; escrita; linguagem; práticas sociais. PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA COMO EXERCÍCIO DE CIDADANIA Renata Alves de Brito [UFRPE] [email protected] Wagner José Aguiar [UFRPE] [email protected] Rose Mary N. Fraga e Valéria S. Gomes [Orientadoras ­ UFRPE] RESUMO: Tendo em vista que a leitura e a escrita são compromissos de todas as áreas de saberes, uma vez que a linguagem está presente em todas as ações humanas, as práticas de leitura e de escrita são essenciais para que os sujeitos possam exercer de forma plena a sua cidadania, encontrando nelas várias funções sociais. Lemos e escrevemos para nos informar, adquirir conhecimento, deleitarmo­nos e atuar criticamente de diferentes formas na sociedade. Utilizando­se a prática interdisciplinar que envolve leitura e escrita em variados gêneros discursivos, cujas temáticas colaboram para a promoção da cidadania, nosso trabalho aponta para a noção de 'letramento ideológico', que abrange os usos da leitura e da escrita como práticas de intervenção social em contextos específicos. Nesse sentido, foram desenvolvidas atividades com os alunos do Ensino Médio de Escolas públicas situadas em locais de vulnerabilidade social, visando à contextualização e às diferentes funções sociais da leitura e da escrita. Como recursos metodológicos, foi utilizada a exibição de filmes sobre temáticas diversas, seguida de debates, discussão sobre práticas de letramento: leituras, debates, oficinas de leitura com temáticas do interesse/necessidade dos alunos, ciclo de leitura e produção de textos, que tiveram correlação com as atividades artístico­culturais seguidas de produções textuais. Além disso, a ação também se conectou com as atividades culturais da comunidade, incentivando sua realização e discutindo sua história, já que o processo de LEITURA LITERÁRIA (DE POEMAS) NO LIVRO DIDÁTICO Roberto Belo de Lima [UFPE] [email protected] RESUMO: Partindo do pressuposto de que a leitura é largamente promovida pelo livro didático e que suas práticas são mais difundidas por meio dele, pretendemos analisar como a leitura literária, sobretudo de poemas, se dá através dos fragmentos textuais inseridos nesse suporte de ensino. O estudo realizado trata de uma pesquisa baseada nos exercícios do livro didático Português: linguagens, 8º e 9º anos, de Cereja e Magalhães (2009), que a cada ano é adotado por milhares de professores e estabelecimentos de ensino do Brasil. Sabe­se que não é de hoje que o texto literário é usado pedagogicamente, por isso, a análise feita se refere especificamente à escolarização da poesia e ao desempenho da proficiência em leitura de nossos alunos, tendo em vista que o livro didático é responsável em grande parte pelo desenvolvimento da competência comunicativa e crítica dos sujeitos na escola. Dessa forma, concluímos que o livro didático de Língua Portuguesa é uma fonte de conhecimento à mão do aluno, entretanto, é necessário que o professor seja sábio mediador entre o texto e o aluno e que o livro didático jamais deve se fechar em exercícios preestabelecidos por seus autores, pois há ainda uma enorme desvalorização da leitura literária em grande parte desse material didático. PALAVRAS­ CHAVE: Leitura literária; livro didático; Língua Portuguesa. A ABORDAGEM DA ESCRITA EM MANUAIS DIDÁTICOS DE GEOGRAFIA: PRÁTICA SITUADA OU “ESCREVA SOBRE...”?
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Rodrigo Luiz Silva Pessoa [UFRN] [email protected] Maria da Penha Casado Alves [Orientadora ­ UFRN] RESUMO: É notável o desaparecimento do gênero fábula no cotidiano da sociedade, principalmente no que diz respeito aos meios de comunicação, como os jornais. Mas nem sempre foi assim. Em meados do século XIX surgiu em Pernambuco o jornal O Carapuceiro, fundado pelo Padre Miguel do Sacramento Lopes Gama. A maior característica do periódico, segundo o próprio fundador, era a presença constante da moral, defendida, dentre outros modos, através das fábulas veiculadas. Este trabalho está vinculado ao projeto de pesquisa intitulado A Fábula no Jornal O Carapuceiro: A Tradição da Moral entre as Fábulas e o Jornal (vinculado a um projeto maior: Tradição Discursiva e Letramento: A Historicidade da Língua(gem) e dos Gêneros Jornalísticos do Século XIX Aplicada ao Ensino), e tem como principal objetivo reconstruir a performance da fábula no jornal O Carapuceiro, do século XIX, considerando os aspectos linguístico­ discursivos, estruturais e as condições de produção. Para isso, serão analisados o editorial “Vantagem da Fabula para corregir os costumes” e três fábulas presentes no periódico em questão (NASCIMENTO, 1983). Assim, busca­se verificar os elementos linguístico­discursivos que compõem esses textos e retratam a historicidade da língua(gem) e a relação do gênero fábula com a tradição moral própria desse periódico do século XIX. Para tanto, toma­se por base a concepção sócio­histórica da língua(gem) (CASTILHO, 1998); o estudo dos Gêneros (MARCUSCHI, 2002; BONINI, 2005); e um levantamento historiográfico do período pesquisado e do gênero fábula. Espera­se que esta pesquisa possa ampliar o acesso e o interesse pelos estudos acerca dos textos, da língua(gem) e das práticas sociais de leitura e de escrita, na constante reflexão sobre as relações entre o passado e presente. PALAVRAS­CHAVE: O Carapuceiro; fábula; moral. RESUMO: A prática da escrita é, sem sombra de dúvida, essencial ao exercício proficiente de qualquer função nos dias de hoje, tendo em vista que a escrita é essencial para as práticas cidadãs. O que se faz necessário lembrar é que nunca escrevemos sem ter uma intenção comunicativa ou uma contextualização em mente, ou seja, a prática da escrita é situada e orientada em função de outras vozes e para outras vozes sociais, sendo, portanto, uma prática a qual todos deveriam ter acesso. Tal dever cabe à escola e, entre outros meios, ao livro didático (LD), porém, o que se observa nelas são propostas descontextualizadas, nas quais o estudante escreve sem ter um possível leitor, uma intenção, ou seja, escreve apenas por escrever, o que não reflete o que se configura no mundo da vida. Esse quadro, em sua maioria, ocorre de maneira geral, sendo que o presente trabalho tratará especificamente da disciplina de Geografia, analisando livros didáticos da coleção “Geografia: sociedade e cotidiano” e observando o tratamento dado por essa coleção às suas propostas de redação, isto é, como o LD apresenta suas propostas de escrita, adequando ou não as suas atividades às recomendações atuais sobre leitura e escrita dadas pelas instituições que regem o ensino nacionalmente. Para efetuar essa análise, o trabalho tem embasamento teórico nas noções de gênero discursivo e de situação enunciativa presentes em BAKHTIN (2003), bem como na noção de escrita como compromisso de todas as áreas presente em SCHAFFER (2006), e se constitui uma análise de caráter qualitativo­interpretativista, inserida dentro da área da Linguística Aplicada, contribuindo para melhorar possíveis deficiências que esses LD possuam ao conduzir suas atividades de produção de textos. PALAVRAS­CHAVE: Escrita; livro didático; Geografia; prática situada. A UTILIZAÇÃO DA FÁBULA PARA CORREÇÃO DOS COSTUMES POR MEIO DO J ORNAL O CARAPUCEIRO Samara Caroline Lima Falcão [UFRPE/PIBIC­FACEPE] [email protected] Valéria S. Gomes e Mari Noeli Kiehl [Orientadoras – UFRPE] A PRODUÇÃO ESCRITA E A PERSPECTIVA DIALÓGICA DE LÍNGUA: UMA ANÁLISE DE INCOERÊNCIA NA PRÁTICA DE ENSINO Sandra Helena Barbosa [FAESC­Faculdade de Escada] [email protected] Niedja Patrícia dos Santos [FAESC­Faculdade de Escada] [email protected] Rosilda Maria Araujo Silva dos Santos [Orientadora ­ FAESC]
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES RESUMO: A presente pesquisa tem como foco a produção textual e objetiva investigar se a prática da produção de textos no 3º ano do Ensino Médio ocorre em consonância com a perspectiva dialógica da língua, pois se entende que só ocorre produção textual coerente, quando há uma relação interlocutiva entre autor­texto­leitor, ou seja, quando os propósitos comunicativos são considerados, além de partilhar de um trabalho com gêneros textuais. Dessa forma, parte­se do pressuposto de que a escola pode não estar desenvolvendo práticas favoráveis à formação de produtores proficientes de textos. Para subsidiar a investigação foi desenvolvida uma pesquisa de campo em uma escola de referência estadual e uma regular, da cidade do Cabo de Santo Agostinho­PE, entrevistando professores de Língua Portuguesa do 3º ano do Ensino Médio, além das observações de aulas, análise de documentos oficiais e produções dos alunos. Esta investigação se fundamenta numa perspectiva interacionista, utilizando­se da teoria do dialogismo de Bakhtin (1999); da proposta de Koch (2004), ao defender a linguagem como lugar de interação; de Marcuschi (2008), enfatizando a importância do trabalho com os gêneros textuais em sala de aula; e de Geraldi (2003), que considera a produção de texto como ponto de partida e de chegada para todo processo de ensino­ aprendizagem da língua. O resultado deste trabalho foi a confirmação da hipótese inicial de que o trabalho com produção textual ainda sinaliza lacunas numa concepção de língua estruturalista e esta pesquisa pode contribuir com a qualidade da educação, evidenciando isso para os profissionais envolvidos, nesta esfera, sobre a necessidade de rever desde a concepção de língua à estratégias didáticas utilizadas nas escolas ao se trabalhar com o tema em foco. PALAVRAS­ CHAVE: Produção escrita; dialogismo; ensino e aprendizagem. aulas. Alunos surdos e professores foram entrevistados e seus depoimentos analisados. Após as análises quantitativa e qualitativa das informações, com base na bibliografia consultada e nos dados obtidos, observaram­se indicativos do descontentamento de alunos surdos na disciplina de Biologia, uma vez que nela se usam muitos conceitos e termos técnicos, o que torna difícil a aprendizagem, e que a metodologia aplicada pela maioria dos professores ainda envolve os tradicionais quadro, piloto e livro didático, com práticas excludentes de alunos surdos. Com relação aos professores, demonstrou­se o desconhecimento sobre a surdez e suas implicações educacionais e defendeu­se uma formação continuada como meio para se preparar para conviver com esses alunos. Pretende­se contribuir para uma reflexão acerca da inclusão dos alunos surdos nas aulas de Biologia, das práticas inclusivas que se podem empregar e dos materiais didáticos que devem ser apropriados às necessidades dos alunos surdos. É preciso superar e defender as deficiências, quando se almeja uma formação docente de qualidade. PALAVRA­CHAVE: Educação inclusiva; alunos surdos; práticas didáticas; Biologia; ensino de ciências. A INCLUSÃO DOS ALUNOS SURDOS NAS AULAS DE BIOLOGIA DO ENSINO REGULAR Selma Matos de Melo [UFRPE] [email protected] RESUMO: Este estudo é resultado de uma pesquisa que procurou investigar a inclusão de alunos surdos nas aulas de Biologia. Fez­se uma busca para analisar as metodologias e as práticas que têm sido utilizadas nas salas de O ESTUDO DOS GÊNEROS FORA DA ESCOLA E SUA RELAÇÃO COM A RETÓRICA Sérgio Ferreira Lima [UNEAL] [email protected] Silvani Lima dos Santos [UNEAL] [email protected] Maria Francisca Oliveira Santos [Orientadora ­ UNEAL] RESUMO: O presente trabalho é fruto de uma pesquisa, ainda em andamento, que tem por objetivo analisar a abordagem dos gêneros textuais fora do ambiente escolar e suas relações com a retórica. Para a constituição do corpus da pesquisa foram utilizados três manuais de vendas de empresas de diferentes naturezas: móveis e eletrodomésticos, bebidas e produtos de beleza. Os estudos de gêneros (cf. BAZERMAN, 2005; MARCUSCHI, 2008) constituem­se como uma atividade social que levam o indivíduo a um fim sendo ele capaz de instituir relações de poder, tornando­o capaz de produzir textos criativos. À medida que os gêneros evoluem, são incorporados ou evoluem outros tipos. Com isso, tentar­se­á mostrar como o texto acontece
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES em diversas situações. Assim, convém salientar que tipo de texto representa as diversas sequências, como a imperativa, interrogativa, dentre outras, e os gêneros, ações sociodiscursivas prontas à comunicação. Fica caracterizado que algumas instituições utilizam modelos específicos, de acordo com a necessidade de uso para o trabalho. A retórica (cf. MEYER, 2007) estabelecerá esse vínculo dos gêneros aos textos utilizados pela empresa, atribuindo o caráter persuasivo quanto ao uso, pois os resultados serão alcançados com o uso do gênero apropriado. Nessa perspectiva, encontramos nos estudos de gêneros e retórica os questionamentos de como se instalam na sociedade. Sendo de cunho qualitativo, a pesquisa visa a refletir quanto ao uso dos gêneros nos estabelecimentos fora da escola, que poderão ser alterados conforme a necessidade da investigação. PALAVRAS­CHAVE: Manual de vendas; gêneros textuais; retórica. produção de sentido, pautada em perspectivas cognitivas, dialógicas, interativas e sociais. Esses novos paradigmas têm sido adotados pelas avaliações nacionais que aferem a competência leitora dos discentes brasileiros. Com base nas contribuições de Albuquerque (2006), Barbosa & Souza (2006), Bentes (2004), Elias (2010), Koch & Elias (2006), Kleiman (2008), Perrusi (2006), Rojo (2004), Soares (1998), Suassuna (2009), este trabalho objetiva abordar as mudanças didáticas nas bases norteadoras do ensino de Língua Portuguesa e seus reflexos no ensino da leitura. Pretende­ se, também, abordar as principais habilidades de leitura requeridas pelo Prova Brasil/Saeb, demonstrando como elas se refletem em outros exames. Para isso, foi realizada pesquisa bibliográfica acerca das investigações linguísticas e as mudanças no ensino, como também das questões concernentes às habilidades de leitura requeridas pelo Prova Brasil/ Saeb. Em seguida, foram analisadas outras provas de nível estadual e nacional, para verificar traços das avaliações em foco. Os resultados apontam diversas habilidades oriundas de uma concepção de leitura sociointeracionista, que prima pela elaboração de sentido, como também o contato com outros exames. Assim, percebeu­se que as mudanças nas bases norteadoras do ensino ocasionaram novos caminhos e horizontes para o ensino da leitura e para a qualidade social da educação. PALAVRAS­CHAVE: Língua; leitura, mudança; ensino. MUDANÇAS DIDÁTICAS NAS BASES NORTEADORAS DO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E OS HORIZONTES INOVADORES PARA O ENSINO DA LEITURA: UMA ANÁLISE DAS HABILIDADES DE LEITURA REQUERIDAS PELO PROVA BRASIL E PELO SAEB Silvio Profirio da Silva [UFRPE] [email protected] Aline Felix Barbosa Marinho de Jesus [UFRPE] [email protected] Fabrina Bezerra da Silva [UFRPE] [email protected] Ana Cláudia Ribeiro Tavares [Orientadora ­ UFRPE] RESUMO: Durante décadas, a prática docente de Língua Portuguesa foi guiada por modelos teóricos puramente tradicionais. Com isso, o ensino da leitura ocorria em função da decodificação. Na década de 1980, ocorrem transformações nos parâmetros norteadores do ensino, rompendo com tendências mecanicistas e tecnicistas. Esse quadro é proveniente de uma gama de estudos das Ciências da Linguagem e da Educação. Tendo como pano de fundo esse contexto paradigmático, eclodem novos fundamentos teóricos que respaldam novas estratégias de ensino. Eclode uma nova concepção de língua voltada para uma perspectiva pragmático­enunciativa. A leitura, consoante Koch & Elias (2006), assume a condição de atividade de O J ORNALISMO BRASILEIRO EM TRÊS FASES: MUDANÇA E PERMANÊNCIA DE ASPECTOS LINGUÍSTICO­TEXTUAIS Suênia de Kássia Oliveira Silva Ramos [UFRPE] [email protected] Rose Mary Fraga [Orientadora ­ UFRPE] RESUMO: A imprensa chega ao Brasil com a mudança da família real para o Rio de Janeiro, em 1808, após mais de trezentos anos de atraso e opressão contra a manifestação livre do pensamento. A partir de então, o jornal vai assumindo formatos e funções diferentes, acompanhando as transformações sociais e as necessidade dos leitores. O trabalho da imprensa, que no início servia para registrar e repercutir fatos ocorridos sob a ótica oficial, assume outras funções e formatos ao longo das décadas, que se incorporam a novas técnicas para atingir objetivos diversos. Levando em consideração estudos realizados por Bahia (2009), acerca da história da imprensa no Brasil, Fraga
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES (2005), Dijk (2007), Gomes (2010) e Marcuschi (2007), o presente trabalho tem por objetivo realizar um estudo diacrônico de jornais brasileiros, nas três fases do jornalismo, considerando aspectos linguístico­textuais, em diferentes gêneros, que caracterizam cada uma dessas fases, considerando o movimento de mudança e permanência nos textos. O corpus utilizado para o estudo é formado por 50 exemplares dos seguintes jornais: Gazeta do Rio de Janeiro, Correio Braziliense, O Patriota, O Catharinense, Jornal do Commercio e O País, periódicos que constituem o acervo do Projeto para a História do Português Brasileiro (PHPB) e da Fundação Joaquim Nabuco (FUNDAJ). Os resultados iniciais desta investigação apontam que a linguagem e o formato da informação, dispostos no corpo dos jornais impressos, sofrem significativas transformações ao longo das três fases do jornalismo, bem como surgem outros gêneros, com formatos e objetivos diferentes, de acordo com as mudanças socioculturais e as mudanças ocorridas dentro do próprio fazer jornalístico. PALAVRAS­CHAVE: Jornais; diacronia, aspectos linguístico­textuais. adotado, destacando os aportes teóricos de Quadros, Cavalcanti, Karnopp, Triviños, dentre outros. Os resultados indicaram que os alunos do 5º e 7º períodos, obviamente, possuem um maior entendimento sobre o trabalho com surdos, embora manifestem que poderiam ter mais informações sobre eles, considerando que possuem muitas lacunas na sua formação, especialmente quando se trata das especificidades que circulam a aprendizagem do surdo. Apesar disso, buscam ampliar o conhecimento da Libras, não destacando grandes preocupações com temas que se desdobram do seu uso, enquanto os estudantes do 3º período, talvez por ter uma menor vivência no curso, mostram uma visão pouco crítica sobre o tema, deixando importantes questões sem serem apontadas. Como conclusão, registramos que para os sujeitos é importante que o novo professor possa, ao sair das instituições de ensino superior, apresentar uma melhor qualificação que lhes permita atuar junto a alunos surdos e ouvintes, em salas inclusivas. PALAVRAS­CHAVE: Educação inclusiva; pedagogo; surdez. O QUE PENSAM OS ALUNOS DA GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA SOBRE A COMUNICAÇÃO EM LIBRAS POR SURDOS E OUVINTES Thaysa da Silva Bezerra [UNICAP] [email protected] Wanilda Maria Alves Cavalcanti [Orientadora ­ UNICAP] RESUMO: Nos primeiros anos do século XXI, a promulgação de leis e decretos modificou substancialmente os contextos social e escolar. Trabalhando no sentido de ampliar a inclusão de alunos surdos em quaisquer níveis de ensino, a inserção no curso de Pedagogia de algumas disciplinas, tais como Educação Inclusiva e Libras, trouxe novas possibilidades de participação para alunos surdos que, até bem pouco tempo, eram excluídos das instituições. O objetivo deste projeto foi identificar a concepção que os alunos do curso de Pedagogia possuem sobre a comunicação em Libras por surdos e ouvintes. Para esse fim, trabalhamos com uma metodologia qualitativa. Na coleta de dados, empregamos uma entrevista semiestruturada com 20 sujeitos, alunos de Pedagogia cursando o 3º, 5º e 7º períodos, selecionados aleatoriamente, todos matriculados na UNICAP. Os relatos dos alunos foram categorizados e comentados à luz do referencial teórico O TEXTO NA ESCOLA: A CONTRIBUIÇÃO DOS ESTUDOS TEXTUAIS PARA A CONSTRUÇÃO E COMPREENSÃO DE SENTIDOS Thiago Gonçalves Cardoso [UFS] Thiago­[email protected] RESUMO: É no interior das práticas de leitura e de escrita do ambiente escolar onde nascem as necessidades de se trabalhar com estratégias de compreensão de textos, visto que elas interferem expressivamente na formação de leitor/escritor competente. Ler, com competência, pressupõe habilidades de captar os sentidos no interior de um texto, mobilizando conhecimentos e estratégias referenciais (MONDADA; DUBOIS, 2003) que trazem em sua bagagem sociocognitiva e não apenas na superfície do texto produzido. Compreender os sentidos de uma produção textual pressupõe a competência de, através dela, alcançar o objetivo desejado. O contato com o texto, a fim de desvendar seus segredos, faz com que o aluno compreenda o funcionamento comunicativo da escrita: escreve­se um texto para ser lido. Cabe, portanto, ao professor possibilitar o acesso do aluno às variedades textuais; incentivando o hábito de ler, compreender e confrontar ideias; considerando o conhecimento enciclopédico e vivências dos alunos; fazendo com que reflitam sobre a língua, como instrumento discursivo interacional.
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES Com vista nisso, nossa proposta é apresentar alguns resultados parciais obtidos com a pesquisa em andamento Texto e ensino: um domínio multidisciplinar (Projeto de Iniciação Científica ­ PIBIC 2011/2012), realizada com alunos do 5º ano do Ensino Fundamental da rede pública, procurando mostrar que no processo de leitura, as estratégias de referenciação esplanadas pelo professor influenciam na apreensão/interpretação e produção textual desses alunos. Para isso, trabalhamos com diversidades de gêneros, a fim de desenvolver nesses alunos a sua competência linguístico­discursiva. Este trabalho baseia­se, portanto, na perspectiva sociocognitiva e interacional da linguagem, atualmente adotada pela Linguística Textual. Tendo como embasamento teórico os estudos de Bakhtin (1992), Koch e Elias (2011), Bazerman (2009), Marcuschi (2005, 2008), entre outros. PALAVRAS­CHAVE: Texto; ensino; práticas de leitura. qualquer pessoa como um sujeito da História: motoristas de ônibus, garis, indigentes, enfermeiras, operários, como também os moradores dos engenhos de cana­de­açúcar da Zona da Mata Norte pernambucana, relacionando objeto, signo e significado em suas fantásticas representações, acerca de histórias como as travessuras de Cumadre Fulozinha, de panelas e pratos batendo à noite na cozinha, do temível Lobisomem e da Mula sem cabeça. Segundo o dramaturgo William Shakespeare, nós atiramos o passado ao abismo, mas não nos inclinamos para ver se está bem morto, de modo que via História Oral, constatamos estar ele muito mais vivo do que imaginamos e ainda possibilitamos o registro e a análise da memória, contribuindo assim para a reconstrução da cultura popular pernambucana. PALAVRAS­CHAVE: Cultura popular; engenhos; narrativas. REFORMA AGRÁRIA POPULAR: UMA ANÁLISE DA PROPOSTA DO MST A CULTURA POPULAR REVISITADA: LENDAS E CRENDICES NAS NARRATIVAS DOS MORADORES DE ENGENHOS DE PERNAMBUCO Tiago Cristino do Amaral [UFRPE] [email protected] Élcia de Torres Bandeira [Orientadora ­ UFRPE] RESUMO: Este trabalho tem como objetivo principal promover uma incursão analítica pelos labirintos da cultura de moradores dos engenhos de cana­de­açúcar da Zona da Mata Norte pernambucana, sobretudo no que tange à lendas, crendices e casos relativos à botijas que, quando encontradas, unem fantasia e realidade. Fundamentando­se na História Cultural, sobretudo na linha de raciocínio das representações de Roger Chartier, utiliza ainda este trabalho a História Oral como linha de pesquisa, amparando­se em teóricos como Paul Thompson e Alessandro Portelli. Após cumprir com eficiência seu papel, está a abordagem positivista da História morta e sepultada; já o materialismo histórico perdeu força, devido até ao próprio caráter camaleônico do capitalismo. E, assim, a década de setenta do século XX é palco da fantástica manobra promovida pela terceira geração da Escola dos Annales, onde teóricos buscam na cultura meios mais eficazes de analisar certos aspectos de nossa sociedade, percebendo agora toda e Vinícius Nicéas do Nascimento [UFPE] [email protected] RESUMO: O objetivo deste trabalho é analisar a proposta de reforma agrária apresentada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Tomamos como aporte teórico a Análise Crítica do Discurso (ACD), em sua vertente sociocognitiva (VAN DIJK, 2001; 2008) e os estudos de Lakoff (2007) sobre o processo de mudança conceitual, ou ainda: reframing. Lakoff (2007) afirma que a mudança de um determinado conceito é uma alteração na forma de compreender o mundo, sendo tal mudança de caráter sociocognitivo. Tal aspecto constitui­se, também, por meio do discurso produzido, e esse processo de mudança um reframing sobre determinado conceito. Este trabalho faz parte dos estudos do projeto PIBIC As ações de reframing no discurso do MST, o qual investiga as ações linguístico­ discursivas desse movimento social sobre a noção de reforma agrária. A proposta de reforma agrária em análise está disponível no site do MST (http://www.mst.org.br/node/7708). Para este estudo, observamos o posicionamento ideológico do MST e como aspectos linguístico­discursivos operam na construção do conceito de reforma agrária no discurso do MST. A proposta de reforma agrária representa, segundo o MST, um dos anseios da classe trabalhadora brasileira, que não é apenas um trato com a terra, mas também com o ser humano. Por meio da análise dos itens lexicais,
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES observamos que a noção de reforma agrária apresentada pelo MST está pautada pela participação efetiva do povo nas ações agrárias do país e indica fatores que necessitam alterações, o que aponta para uma mudança na compreensão a respeito da noção de reforma agrária e um possível reframing desta noção. Percebemos, com esta análise, que a proposta de reforma agrária do MST é constituída por ações linguístico­discursivas que visam a uma modificação na estruturação social e que a mudança do conceito de reforma agrária, um reframing, é constituinte desse processo. PALAVRAS­CHAVE: Reforma Agrária Popular; MST; Proposta; ACD; Reframing. trazida nos livros, com base nos critérios de avaliação apontados pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/2008). Não foram apenas abrangidos os textos verbais, mas ainda os demais elementos do texto científico, como as ilustrações, os diagramas e figuras. De forma geral, pode­ se verificar que os dois livros mais antigos apresentavam uma linguagem predominantemente informativa/ descritiva, fazendo pouco uso das ilustrações e diagramas e, quando usados, traziam uma incoerência entre as informações dos textos e dos diagramas, o que pode comprometer seriamente a aprendizagem do aluno diante de uma escolha acrítica pelo professor. O livro mais recente, diferentemente dos outros, trazia uma abordagem completa e contextualizada, obedecendo às orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais, com estímulo às leituras complementares e ao pensamento crítico, prezando por uma aprendizagem construtiva e transformadora. PALAVRAS­CHAVE: Linguagem científica; livro didático; ensino de ciências. A RELEVÂNCIA DO CONHECIMENTO DA LINGÜÍSTICA PARA O PROFESSOR DE CIÊNCIAS: UMA REFLEXÃO ACERCA DA ESCOLHA E UTILIZAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO Wagner José Aguiar [UFRPE] [email protected] Renata Alves de Brito [UFRPE] [email protected] RESUMO: Tornar a linguagem científica facilmente apreensível pelos alunos ainda continua sendo um dos maiores desafios para o professor de Ciências, principalmente quando ele traz consigo lacunas oriundas das “defasagens de currículo”, sobretudo no que tange ao aproveitamento das disciplinas voltadas ao estudo da linguagem. Partindo desse pressuposto em direção à prática pedagógica, o livro didático insere­se como um das ferramentas capazes de facilitar o ensino­aprendizagem mediante as especificidades da linguagem científica, não obstante sem dispensar a importância da qualificação do professor para uma escolha crítica e responsável desse instrumento pedagógico, inclusive no que tange ao conhecimento da linguagem atrelada ao desenvolvimento do pensamento crítico. Nesse sentido, o presente trabalho visa a contextualizar a importância do conhecimento da Lingüística para o profissional do ensino de Ciências na perspectiva da escolha e utilização do livro didático. Para tal efeito, foram selecionados três livros do Ensino Médio de Biologia (sendo seus anos de publicação 2000, 2005 e 2010) e, mediante a escolha de um conteúdo específico, foi feita uma análise descritiva e comparativa da linguagem SOCIEDADE E INDIVÍDUO: OS POSSÍVEIS DIÁLOGOS ATRAVÉS DO CINEMA Wiaponira Guedes [UFRPE] [email protected] Divany Elizabeth Ramos do Nascimento [UFRPE] [email protected] RESUMO: A formação da coletividade por si só requer várias análises necessárias à compreensão de suas características, seus costumes e dos conceitos (e preconceitos) para tal análise. Sabendo ainda que essa sociedade em constante formação carregará as subjetividades de seus indivíduos e que eles, por sua vez, sofrerão diferentes mudanças no depender de qual sociedade pretendem forjar, concebemos discurso como o modo de representar esses indivíduos na coletividade. Para essa discussão, elegemos o cinema, em suas múltiplas linguagens, como objeto de estudo – o cinema envolve elementos complexos, uma vez que apresenta várias vertentes de discussão, como a trilha sonora, as imagens das cenas, os recortes social e temático, os tratamentos (social, psicológico, político etc.) de seus personagens e dos diálogos existentes, e os pontos de vista de atores, direção e veículos de divulgação dos filmes produzidos. Pretendemos contribuir com
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INDIVIDUAIS E PÔSTERES esse estudo para que os alunos, no decorrer da atividade, tenham entendimento e autonomia da percepção das ideologias que os discursos sociais carregam através das várias linguagens utilizadas no cinema. Lançamos mão de estratégias de análise das conjunturas que envolvem as produções cinematográficas, a fim de contribuir para o melhor domínio da argumentação e para que os estudantes percebam de que maneira a linguagem pode ser empregada na construção de novos pontos de vista. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais – PCNs – a escola deve explorar todos os espaços em que a língua se faz presente nas situações de comunicação, ou seja, a oralidade, a escrita, a leitura e a escuta. Possibilitando, assim, a formação de indivíduos que terão a capacidade de interagir crítica e ativamente em diferentes situações da vida pública. PALAVRAS­CHAVES: Sociedade; Indivíduo; Comunicação; Entretenimento; Educação. mostrar a legitimidade do verbo “ter”, em relação à oração existencial e esclarecer pontos cujo debate é necessário, como o emprego dos verbos “ter” e “haver”. PALAVRAS­CHAVE: Ter/Haver; diacronia; mudança semântica; variação gramatical.
VARIAÇÕES GRAMATICAL E SEMÂNTICA DOS VERBOS “TER” E “HAVER” Williams Ananias Gonçalves [UFRPE] [email protected] RESUMO: Gramáticas tradicionais de Língua Portuguesa apontam o verbo “haver” como o responsável pela construção de orações impessoais. Entretanto, o verbo “ter” ganha espaço nas modalidades falada e escrita da língua, com a mesma função semântica (BECHARA, 2009; CASTILHO, 2010). O principal objetivo deste trabalho é mostrar, por meio de estudos diacrônico e sincrônico, de que forma o verbo “ter” passa a ser empregado, após o desgaste e o esvaziamento semântico do verbo “haver” ao longo do tempo. Foram adotados os pressupostos teórico­metodológicos apresentados em Sampaio (2000), no intuito de se compreender a dimensão semântica dos verbos em estudo; e em Floripi (2009), que não só foi útil para ilustrar a semântica dos verbos, como também para ratificar e suscitar a reflexão para o comportamento do verbo “haver” utilizado em um sentido existencial, além das características estruturais dos verbos em estudo. Foi necessário, preliminarmente, fazer um estudo sincrônico desses verbos para poder obter uma melhor visão diacrônica deles. O corpus compõe­se de vários exemplos de comportamento dos verbos “ter” e “haver” durante os séculos XIII e XX, extraído dos artigos das autoras já citadas nesse resumo. Espera­se, então,