Apostila curso técnico módulo VIII
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Apostila curso técnico módulo VIII
CURSO TÉCNICO ENFERMAGEM VETERINÁRIA Módulo VIII CENTRO CIRÚRGICO O centro cir€rgico • o espa‚o fƒsico hospitalar adequadamente equipado onde se processam as interven‚„es cir€rgicas. O centro cir€rgico veterin…rio de pequenos animais deve receber cuidados especiais desde a sua constru‚†o at• a sua rotina de manuten‚†o com …reas especƒficas e separadas para os diferentes procedimentos. Quando projetado, todos os conceitos objetivam a seguran‚a do paciente e a efici‡ncia operacional. Para prevenir a contamina‚†o da ferida cir€rgica e o desenvolvimento de infec‚†o s†o preconizados cuidados que v†o desde a conduta adequada no centro cir€rgico at• a prepara‚†o da equipe cir€rgica e do paciente. O centro cir€rgico • a unidade hospitalar onde cuidados com as equipes m•dica e param•dica s†o integralmente direcionados ao paciente em tratamento. Instala‚„es e equipamentos apropriados s†o especialmente planejados com objetivo de evitar ou diminuir a contamina‚†o da ferida cir€rgica. Ambientes de circula‚†o s†o determinados como …reas: “limpa”, “mista” e “contaminada”. Considera-se …rea limpa: salas cir€rgicas, sala de paramenta‚†o e salas de materiais esterilizados; …rea mista: corredores entre as salas do centro, a …rea de processamento de instrumentos e suprimentos e as salas de servi‚os; …rea contaminada: …rea de recep‚†o do paciente e vesti…rios. Em um projeto, as salas de cirurgia est†o distribuƒdas em torno da …rea de trabalho central. Esta distribui‚†o facilita o acesso Šs diversas salas cir€rgicas, reduzindo a contamina‚†o. O protocolo para a circula‚†o de pessoal e suprimentos no centro cir€rgico orienta que: pessoas oriundas de …reas contaminadas s‹ devem entrar em …reas limpas ap‹s vestir trajes cir€rgicos adequados; ao sair da …rea limpa para a contaminada devese cobrir as roupas antes de sair e descartar esses itens ao retornar; portas entre …reas limpas e contaminadas devem ser mantidas fechadas; alimentos e bebidas s‹ s†o aceitos em …reas contaminadas; roupas sujas e o lixo devem ser mantidos numa …rea restrita enquanto esperam sua saƒda; os pacientes devem ser tricotomizados e aspirados numa …rea contaminada e s‹ ent†o podem ser transportados para dentro da sala cir€rgica. O centro cirúrgico deve conter as seguintes instalações: - Vestiários: Os vesti…rios devem ser usados pela equipe para a vestimenta adequada no centro, ou seja: pijama cir€rgico, gorro, m…scara e protetores de sapatos (prop•s). Devem possuir arm…rios fechados para guardar pijamas cir€rgicos, prop•s, m…scaras e gorros, al•m da …rea para serem guardadas as roupas normais e um cesto grande para armazenar as roupas sujas. Al•m disso, deve ser equipado com chuveiro e sanit…rios. - Sala de pré-operatório e anestesia: Na sala de pré-operatório e anestesia são realizadas a medicação préanestésica e preparação cirúrgica,sendo localizada adjacente à sala cirúrgica e devendo permanecer bastante tranqüila, para reduzir o estresse dos pacientes no período pré-operatório. Balcões e superfícies de preparação devem ser impermeáveis e facilmente desinfetados. Mesas de aço inoxidável com pias embutidas são recomendadas. Deve haver boa fonte luminosa geral para toda a sala e um foco luminoso para cada mesa de preparação. Também devem estar disponíveis macas para transporte dos animais. Deve conter todos os itens necessários para emergências, quais sejam: desfibrilador, laringoscópio, sondas endotraqueais, sucção, oxigênio e medicamentos,além de lanterna, abre-boca, máquinas de tosa, aspiradores, sabões anti-sépticos, álcool, gaze, recipiente de objetos perfurocortantes, agulhas, seringas, equipamento para administração de fluidos intravenosos, cateteres e fluidos, incluindo sangue e plasma. - Sala de suprimentos de anestesia: A sala de suprimentos de anestesia deve ser adjacente à sala de préoperatório. Nessa sala encontra-se o equipamento necessário para a anestesia, como sondas endotraqueais, cateteres, equipamentos de monitoração anestésica, tanques de oxigênio, mangueiras, conectores de vias aéreas, além de agentes anestésicos não gasosos. - Sala de suprimentos estéreis: A sala de suprimentos estéreis está localizada na área limpa. Nela estão os instrumentos e materiais esterilizados e embalados. A equipe cirúrgica deve separar os itens necessários para a cirurgia e levá-los para a sala cirúrgica (FULLER, 2000a; SEIM III, 2002a). Devem existir diversas caixas de instrumental agrupados de acordo com a necessidade para cada cirurgia. - Sala de material de limpeza: A sala de material de limpeza é onde são guardados os materiais usados para limpar e descontaminar a sala de cirurgia e o centro cirúrgico. Os equipamentos e materiais armazenados nessa área só devem ser usados para limpeza exclusiva do centro cirúrgico.. - Sala de paramentação: A sala de paramentação deve se localizar próxima às salas cirúrgicas. Deve conter pias de aço inoxidável equipadas com ativadores de água acionados porpés, joelho ou cotovelo e sabão anti-séptico em recipiente que possa ser ativado pelos pés,com temperatura regulável da água das torneiras. Faz-se necessária a presença de escovas esterilizadas para limpeza das unhas. A pia de escovação deve ficar distante dos suprimentos estéreis, pois estes podem ser contaminados com respingos de água e nunca devem ser utilizadas para limpeza de equipamentos ou instrumentos. - Sala de cirurgia: A sala de cirurgia deve ter o tamanho suficiente para que o pessoal paramentado se movimente ao redor dos equipamentos não estéreis e do pessoal não paramentado sem correr o risco de contaminação. Deve ser projetada de maneira simples, para facilitar sua limpeza. O piso, o teto e outras superfícies devem ser lisos, não porosos, sem ângulos e sem prateleiras, construídos com material à prova de fogo e capaz de suportar limpezas freqüentes com desinfetantes fortes. As paredes devem ser pintadas com tinta hospitalar de cores suaves e claras, pois esta tinta possui alta durabilidade, agente fungicida, baixo odor, fácil manutenção e resistência aprodutos de limpeza hospitalar. É recomendável que a sala de cirurgia, assim como todo centro cirúrgico tenha portas de correr não embutidas, o que provoca menor turbulência do ar, com visores de vidro para evitar aberturas desnecessárias. O sistema de ventilação deve impedir uma contaminação do ambiente cirúrgico por bactérias transportadas no ar através de filtros de ar. É preferível que a ventilação seja feita de cima para baixo e a pressão no interior da sala seja maior que a do exterior, forçando correntes de ar para fora. Esta ventilação feita de cima para baixo é 60 vezes mais eficiente na remoção de partículas contaminantes do que a ventilação com condicionadores de ar. Porém esse sistema tem custo elevado, muitas vezes se tornando inviável, por isso se torna muito importante seguir técnicas assépticas na redução da infecção operatória. A temperatura e umidade devem ser mantidas constantes, em torno de 16,7°C a 20°C de temperatura e 50% ou menos de umidade, ou de 20°C a 24ºC de temperatura e de 50% a 55% de umidade, ou de 20°C a 25°C de temperatura e de 45% a 55% de umidade. Foi demonstrado em humanos quesomente na temperatura entre 24°C e 26°C todos os pacientes terminavam a cirurgia normotérmicos. A iluminação da sala cirúrgica deve ser feita com lâmpadas fluorescentes suspensas e com focos cirúrgicos. Iluminação em trilhos deve ser evitada devido à dificuldade de limpeza dos mesmos. Alguns autores condenam a iluminação com luz fria, devido à dificuldade de se constatar precocemente a ocorrência de cianose de mucosas e extremidades com este tipo de luz. As mesas cirúrgicas devem ser de aço inoxidável e ajustáveis quanto à altura e ao grau de inclinação. Deve-se ter disponíveis calhas em V portáteis. Devem ainda ter na sala cirúrgica mesas de instrumental de tamanho suficiente para que possam ser colocados todos os instrumentos necessários à cirurgia. Essas mesas devem ser de aço inoxidável e ter sua altura regulável. Faz-se necessário,uma mesa para o anestesista dispor o seu equipamento e outra para serem colocados os pacotes com campos estéreis ou complemento de instrumental. Na sala cirúrgica deve haver um balde para descartar compressas sujas durante a cirurgia. São de suma importância,a presença de um equipamento de sucção na sala cirúrgica, além de outros equipamentos acessórios como monitores fisiológicos, suportes intravenosos, assentos e relógio de parede, além de desfibrilador e eletrocautério , deve possuir também negatoscópio e um armário de suprimentos contendo materiais de sutura, curativos, lâminas de bisturi, material de antisepsia e outros instrumentos de uso comum. - Sala de pós-operatório: A sala de pós-operatório deve estar nas adjacências da sala cirúrgica e serve como unidade de recuperação pós-anestésica. Nesta, os pacientes são continuamente monitorados durante todo o período de recuperação anestésica (FULLER, 2000a). Para tanto é necessária a disponibilidade de gaiolas individuais, providas de fonte de oxigênio e com possibilidade de aquecimento. A temperatura desta sala deve ser maior do que as das salas cirúrgicas, variando entre 21,1°C a 25°C. Deve-se encontrar disponíveis equipamentos, materiais e medicamentos que possam ser necessários em uma emergência. - Sala cirúrgica para pequenos procedimentos: Para procedimentos cirúrgicos de pequeno porte como dermorrafias, biópsias, procedimentos dentários, retirada de drenos e suturas. Preconiza-se uma sala preferencialmente próxima à área de preparação anestésica. A mesma deve estar equipada com equipamentos similares e possuir as mesmas características físicas da sala cirúrgica. - Central de gases: Os gases anestésicos e os de ventilação devem preferencialmente ser instalados em área adjacente ao centro cirúrgico, devido ao risco de explosão, bem como para facilitar a recarga dos mesmos, diminuindo o trânsito de torpedos de gás para sala de cirurgia. Os torpedos e as tubulações deverão ter suas cores padronizadas para evitar conexões errôneas e perigosas. Padronização das cores indicativas dos gases anestésicos e de ventilação: Verde para o oxigênio, Laranja para o ciclopropano, Preto para o ar comprimido, Cinza para o gás carbônico Azul para o óxido nitroso. CONDUTA NO CENTRO CIRÚRGICO Durante qualquer procedimento cirúrgico, o paciente está exposto à contaminação por bactérias devido ao rompimento da barreira natural contra infecções: a superfície da pele. Bactérias contaminantes estão presentes no próprio paciente, no pessoal presente na sala de cirurgia e no ambiente. Algumas regras rigorosas, chamadas de técnica asséptica, são necessárias com o objetivo de minimizar o risco de contaminação cruzada. Estas regras orientam que: - Os membros da equipe cirúrgica que estão vestindo trajes estéreis devem ficar dentro da área estéril, ou seja, onde estão o paciente, os componentes da equipe cirúrgica, as mesas com equipamentos estéreis e qualquer outro equipamento estéril, pois a movimentação para fora desta área pode estimular contaminação cruzada. - A conversação deve ser mínima durante a cirurgia, pois a conversa libera gotículas de umidade carregadas de bactérias e reduz a eficiência da máscara, aumentando a possibilidade de contaminação da ferida operatória. A movimentação na sala cirúrgica devem ser a mínima necessária, pois movimentos excessivos causam disseminação bacteriana nas correntes de ar formadas. - Os membros da equipe que estão paramentados devem permanecer sempre de frente para o campo estéril e de frente entre si. Quando se cruzarem devem virar de costas um para o outro, pois as costas dos membros paramentados não são consideradas estéreis - Os membros da equipe que não estão paramentados não devem encostar em superfícies estéreis. O circulante jamais deve tocar a mesa reserva ou mesa de instrumental para distribuir o material no campo cirúrgico, pois a poeira, fibras de algodão e outros veículos de contaminação bacteriana podem cair no campo estéril. Quando material estéril é aberto em superfície estéril, a mão e o braço da pessoa não paramentada devem ficar protegidos pela superfície interna do envoltório estéril -Todo equipamento usado na cirurgia deve ser esterilizado previamente e nunca se deve ter qualquer dúvida quanto à esterilidade do item colocado ou usado dentro da área estéril, pois instrumentos não esterilizados podem ser origem de contaminação - As mesas só são estéreis no nível de sua altura. Dessa forma, os itens que ficarem pendurados sobre a borda da mesa devem ser considerados não esterilizados. A borda dos recipientes que contém objetos estéreis não é estéril, pois quando são abertas, as bordas seladas dos recipientes não ficam esterilizadas - Os membros da equipe paramentados só devem manipular materiais esterilizados, enquanto que os membros não paramentados só devem manipular materiais não esterilizados, pois os membros da equipe não paramentados e os itens não esterilizados podem ser origem de contaminação. Se houver dúvidas se algum item está ou não esterilizado, este deve ser considerado não estéril - Os aventais só são estéreis na parte frontal, desde a linha das axilas até a cintura e nas mangas até cinco centímetros acima do cotovelo. centímetros A parte de trás do avental cirúrgico deve ser considerada não estéril e as mãos devem sempre ficar dentro dos limites estéreis do avental, nunca devendo se cruzar as mãos na região axilar, pois as axilas não são consideradas esterilizadas - Deve-se manter o mínimo contato com equipamentos esterilizados, pois a manipulação excessiva dos instrumentos, coberturas, panos e outros suprimentos favorece a contaminação. O equipamento só deve ser manuseado durante o seu preparo ou uso - Algumas áreas operatórias como a boca, o nariz, as patas e a região perineal não podem tornar-se campos estéreis. Deve-se tomar providências para manter o mínimo de contaminação nesses locais. É necessário seguir a técnica asséptica para evitar contaminação do campo operatório por bactérias patogênicas oriundas de outros focos - A umidade transporta bactérias da superfície não estéril para outra estéril. A água que entra em contato com a superfície estéril, como cobertura de mesa,leva bactérias consigo causando a contaminação da superfície estéril - A equipe cirúrgica deve estar isenta de feridas nas mãos e nos braços ou infecções respiratórias (BETTS, 1988), além de manter as unhas cortadas curtas, ter boa higiene pessoal e remover todos os acessórios como brincos, pulseiras e anéis antes da cirurgia, pois estes aspectos favorecem a ocorrência de contaminação. . Limpeza e desinfecção do centro cirúrgico Em qualquer procedimento cirúrgico sempre existe o risco de ocorrer uma infecção. Para minimizar e até impedir o acontecimento de infecções é necessário que se siga uma rotina meticulosa de limpeza e desinfecção no centro cirúrgico. Devem existir esquemas de rotina diários, semanais e mensais de limpeza. Deverá sempre ser seguida uma mesma ordem de limpeza, qual seja: áreas limpas, áreas mistas e áreas contaminadas. Rotina diária para limpeza do centro cirúrgico: Na sala cirúrgica, no início do dia, devem ser limpos com um pano e solução desinfetante as superfícies horizontais, lâmpadas, equipamentos da sala cirúrgica e móveis. A limpeza de rotina das superfícies da sala cirúrgica reduz em 60% a contaminação bacteriana (ROUSH, 1996). Todos os panos usados durante a cirurgia devem ser removidos do campo cirúrgico com a menor movimentação possível, o que evita a disseminação de pêlos e outras partículas. Todas as latas de lixo devem ser esvaziadas e os sacos plásticos removidos da sala de cirurgia. No final de cada procedimento deve-se limpar as áreas contaminadas com resíduos orgânicos (pisos, portas, equipamentos, mesa cirúrgica). Nas áreas de pias de escovação, entre cada escovação devem ser limpas as áreas onde possam ter respingos de água, além de removidas as escovas de escarificação. No final do dia toda a área das pias deve ser limpa e desinfetada, inclusive os dosadores de sabão. Nas salas de pré-operatório, devem ser limpos entre cada paciente os cestos de lixo, pias, macas e mesas de preparação. Além disso, qualquer resíduo que possa eventualmente promover sujidades no piso, paredes ou outros materiais deve ser retirado e o local desinfetado. No final do dia devem ser desinfetados o piso, armários, equipamentos de anestesia, móveis, pia e recipientes de lixo. Deve também ser derramado no ralo da pia um copo de solução desinfetante. Na sala de recuperação pós-operatória, as gaiolas, pias, macas e os cestos de lixo devem ser limpos durante todo o dia, à medida que se faça necessário. O piso, paredes, armários, equipamentos de anestesia, móveis e outros equipamentos devem ser limpos e desinfetados ao final de cada dia. As gaiolas após serem vagas, devem ser cuidadosamente limpas e desinfetadas, inclusive a porta e a área na frente da gaiola. Deve-se retirar todos os tecidos (colchões, cobertores) para serem lavados e desinfetados. Rotinas semanais para limpeza do centro cirúrgico: Todas as salas do centro cirúrgico devem ser esvaziadas de equipamentos móveis para serem completamente limpas. Deve-se atentar para a parte interna das prateleiras dos armários, aspirar as grades de ventilação e os ductos de ar, paredes, janelas, peitoris de janelas, teto, instalações de iluminação, mesas cirúrgicas, rodinhas de pés de mesas e equipamentos raramente utilizados. Todas as paredes, janelas, portas e superfícies verticais dos armários deverão ser desinfetadas semanalmente. Devem ser trocados os filtros do sistema de ventilação. Rotinas mensais para limpeza do centro cirúrgico: O teto e as saídas de ar são limpos antes de se iniciar os outros esquemas de limpeza. Deve-se limpar com esfregão as paredes, o chão e o teto do centro cirúrgico. PRINCÍPIOS GERAIS DA TÉCNICA CIRÚRGICA 1. DEFINIÇÃO O termo cirurgia tem sido definido de várias maneiras, porém do ponto de vista da cirurgia moderna, uma definição simples é difícil. Consiste em uma disciplina separada da medicina, porém não pode ser isolada dessa e das ciências básicas, como a anatomia, fisiologia, microbiologia e patologia. Entende-se por cirurgia ao uso de interferência manipula tória para o diagnóstico específico no tratamento de doenças, modificar a função fisiológica ou estrutura anatômica e para um propósito específico. 2. OBJETIVO 1. aumentar o valor econômico dos pacientes, através de cirurgias como a castração e o descorne; 2. valorizar os animais de estimação, por meio de operações como onicectomia, ovariohisterectomia e orquiectomia; 3. diagnóstico de doenças através de cirurgias exploratórias para visualização direta de um processo patológico ou da introdução de cateteres ou agulhas para coleta de amostras, injeção de contrastes e drogas, ou para medida direta de parâmetros fisiológicos como a pressão sangüínea; 4. tratamento de doenças como a reparação de ossos fraturados (aplicação direta da cirurgia) ou como numa neurectomia digital posterior no eqüino, para aliviar a dor secundária a um processo patológico (aplicação indireta da cirurgia); 5. corrigir através de cirurgia cosmética ou plástica - nem sempre necessária e não obrigatória em alguns países, como o corte de orelha e amputação de cauda; 6. pesquisar através da cirurgia experimental - oferece um importante recurso na pesquisa biomédica. 3. CLASSIFICAÇÃO Existem vários tipos ou enfoques: 3.1 - De acordo com a atividade _ reparadora de feridas - parte fundamental de todo procedimento cirúrgico; _ cirurgia extirpativa - remoção de órgãos ou tecidos doentes; _ cirurgia reconstrutiva - reconstrói órgãos ou tecidos, como na ortopedia e cirurgia plástica; _ cirurgia fisiológica - onde se inclui a ovariohisterectomia e a adrenalectomia. 3.2 - Quanto ao tipo de cirurgia _ leve - sem perigo de vida; _ grave - com perigo de vida; _ simples - rápida, envolve uma estrutura ou tecido; _ composta - envolve várias estruturas; _ cruenta - com a presença de muito sangue; _ regular - segue normas estabelecidas, planejada; _ irregular - sem plano, complicada; _ urgente - apresentação grave; _ eletiva ou não urgente - apresentação não grave; _ paliativa - melhora as condições de vida, mas não cura. 3.3-De acordo com a especialidade, geralmente baseadas em sistemas _ cirurgia cardiovascular; _ cirurgia torácica; _ cirurgia abdominal; _ neurocirurgia, etc... 4. TÉCNICA CIRÚRGICA Estuda a execução das operações e das manobras cirúrgicas de forma regular e sincrônica, visando maior eficiência. A Técnica Cirúrgica Geral estuda as manobras cirúrgicas básicas, como a ligadura de vasos, empunhadura de instrumentos, etc... A Técnica Cirúrgica Especial estuda os tempos operatórios de acordo com uma intervenção em particular. Tempos Operatórios ou Cirúrgicos, resultam da reunião de muitas manobras gerais ordenadas e executadas em uma determinada região anatômica, com finalidade didática, descritiva e de estudo. 5. FINALIDADE A finalidade da cirurgia humana é salvar a vida dos pacientes, mesmo com mutilações. A finalidade da cirurgia veterinária nos pequenos animais é a mesma, pois existe o envolvimento afetivo. Nos grandes animais existem limitações de ordem econômica, sendo que o principal objetivo passa a ser a qualidade de produção e trabalho. Existem outros fatores limitantes em medicina veterinária, como a pouca longevidade dos animais, os recursos diagnósticos e as criações extensivas. 6. PRÉ, TRANS E PÓS-OPERATÓRIO O período pré-operatório envolve desde as manobras gerais, como a preparação do local da cirurgia, esterilização dos instrumentos, coleta de material para exames laboratoriais, banho do paciente, jejum, preparação do campo opera-tório, aplicação de soro, antibiótico profilático, contenção do paciente, pré-anestesia, tricotomia, posicionamento na mesa e anti-sepsia. O período trans-operatório compreende manobras como a diérese, hemostasia, procedimentos especiais e síntese. O período pós-operatório, que passa pela remoção das suturas, inclui a limpeza da ferida, colocação de bandagens, administração de medicamentos e procedimentos de monitoração sistêmica, no mínimo diário. O período do pós-operatório imediato vai até a recuperação do paciente da anestesia. 7. TERMINOLOGIA Algumas operações cirúrgicas são nomeadas por um ou por combinação dos seguintes métodos: 1 - nome de uma pessoa credenciada após ter desenvolvido ou modificado um procedimento. Como exemplo temos a operação de Zeep, ou a modificação de Zeep para a cirurgia de Lacroix, ambos procedimentos para a ressecção lateral do conduto auditivo externo do cão. 2 - nomes descritivos, formados por uma combinação de sufixos gregos ou latinos com termos anatômicos. O radical ou prefixo indica o órgão em referência e o sufixo indica o procedimento cirúrgico. Segundo a etimologia, os seguintes prefixos e sufixos são mais usados: Prefixos e seu respectivo órgão: _ ADENO - glândula _ CISTO - bexiga _ COLE - vesƒcula _ COLO - c‹lon _ COLPO - vagina _ ENTERO - intestino _ ESPLENO - ba‚o _ GASTRO - estŒmago _ HISTERO - €tero _ MIO - m€sculo _ NEFRO - rim _ NEURO - nervo _ OFTALMO - olho _ OV•RIO - ov…rio _ ORQUI - testƒculo _ OSTEO - osso _ OTO - ouvido _ PNEUMO - pulm†o _ PROCTO - reto _ RINO - nariz _ SALPINGO -trompa _ TENO - tend†o _ TRAQUEO - traqu•ia _ VENO – veia Da jun‚†o dos prefixos com os sufixos • que resultam as v…rias palavras em cirurgias, com diferentes significados, como: _ TOMIA - sec‚†o, abertura _ ECTOMIA - retirada, remo‚†o _ OSTOMIA - liga‚†o, abertura de boca, comunica‚†o _ RAFIA - sutura _ PEXIA - fixa‚†o _ PLASTIA - pl…stica, dar nova forma _ PUNCTURA - perfura‚†o _ CENTESE - pun‚†o _ CELE – h•rnia 8. PRINC•PIOS DA T•CNICA CIR‘RGICA ATRAUM•TICA E ASS•PTICA (Doutrina de HALSTED). Baseada no conceito histol‹gico em que os tecidos vivos s†o formados por c•lulas unidas por tecido el…stico fino e com fibrilas nervosas, capilares, vasos linf…ticos e sang’ƒneos. O rompimento destas c•lulas pelo trauma cir€rgico propicia a libera‚†o de enzimas que retardam a cicatriza‚†o. Por este motivo deve-se minimizar o traumatismo cir€rgico. A preven‚†o do trauma faz-se atrav•s de um bom planejamento da cirurgia, trabalho em conjunto, boa ilumina‚†o, controle da for‚a, conhecimento da anatomia topogr…fica, controle dos movimentos e gestos, busca de um ponto de apoio para diminuir o tremor e da diminui‚†o do tempo de cirurgia. As regras b…sicas que norteiam a doutrina da t•cnica cir€rgica atraum…tica s†o: _ cirurgi†o sem tens†o; _ movimentos mƒnimos e precisos; _ dissecar somente o indispensável; _ reduzir a exposição de tecidos ao mínimo; _ manipulação suave; _ uso de instrumentos e técnicas corretas; _ uso de compressas embebidas em solução fisiológica morna. II- CIRURGIA E CONTAMINAÇÃO 1. CONCEITOS GERAIS Dois fatores interrelacionados - trauma e infecção - são responsáveis pelo sucesso ou falha das cirurgias. Praticamente o objetivo de todas as intervenções, seja direta ou indiretamente e limitar o trauma e diminuir o risco de infecção cirúrgica. As grandes possibilidades da cirurgia moderna tem se desenvolvido paralelamente com o grande aumento das responsabilidades do cirurgião. Ele e o principal responsável pelo bem estar e saúde do paciente antes, durante e apos a cirurgia. Os dois maiores fatores que contribuíram para o desenvolvimento da cirurgia moderna foram o descobrimento da anestesia e a aplicação dos princípios da anti-sepsia e da assepsia. 2. HISTÓRICO Alguns grandes cientistas contribuíram para que isso acontecesse: Louis Pasteur (1822 - 1895), com a descoberta do microscópio, pode estudar e identificar bactérias responsáveis pela putrefação, carbúnculo e raiva nos animais, proporcionando os fundamentos das técnicas da anti-sepsia. Joseph Lister (1827 - 1912), cirurgião inglês, descobriu que o pus não se formava em feridas cuja contaminação era evitada. Usou acido carbônico para lavar as feridas e evitar a contaminação, dando inicio a doutrina da anti-sepsia. Ignácio P. Sammelweis (1818 - 1865), obstetra austríaco, reconheceu a importância da lavagem das mãos antes das manobras obstétricas como método para diminuir a incidência da febre puerperal. Oliver Holmes (1809 - 1894), advogou a mudança das roupas e lavagem das mãos apos sair das salas de necropsia. Ernest Von Bergmann (1836 - 1907), usou cloreto de mercúrio ao invés do acido carbolico para anti-sepsia e em 1886 introduziu a esterilização a vapor. Este método foi estudado por Merke (1880) em Berlin e aperfeiçoado por Koch em 1881. Robert Koch (1843 - 1910), bacteriologista alemão, demonstrou pela primeira vez a especificidade de diferentes tipos de bactérias para produzir injeções cirúrgicas. William S. Halsted (1852 - 1922), entre outras técnicas cirúrgicas, introduziu o uso das luvas de borracha para praticar cirurgias. As primeiras luvas de borracha foram feitas pela Goodyear e usadas em 1891 para prevenir dermatite em uma enfermeira. 3. DEFINIÇÕES Para melhor entendimento dessa doutrina, torna-se necessário conceituar os seguintes termos: 3.1 - Esterilização E a destruição de todos os germes, patogênicos ou não. Refere-se a objetos inanimados, como roupas, instrumentos, etc... 3.2 - Desinfecção E a destrui‚†o de germes patog‡nicos e n†o patog‡nicos, e refere-se a tecidos vivos, como mucosas, pele do animal e da equipe. 3.3 - Anti-sepsia E a manobra que impede a prolifera‚†o de bact•rias, seja inativando-as (bacteriost…ticos) ou destruindo-as (bactericidas). Refere-se a procedimentos em tecidos vivos, como mucosa e pele do animal. 3.4 - Assepsia E o conjunto de procedimentos que se empregam para evitar infec‚†o dos tecidos durante as interven‚„es cir€rgicas, em locais n†o contaminados. E um termo amplo que engloba manobras de esteriliza‚†o, desinfec‚†o e antissepsia. TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO Esteriliza‚†o • a destrui‚†o de todos os organismos vivos, mesmo os esporos bacterianos, de um objeto. Para isso dispomos de agentes fƒsicos e quƒmicos. 5.1- Meios de esterilização: Físico • Calor seco - Estufa - Flambagem - Fulgura‚†o • Calor €mido - Fervura - Autoclave • Radia‚„es - Raios alfa - Raios gama - Raios x Químico • Desinfetantes Para conseguir-se a esteriliza‚†o, h… v…rios fatores importantes: Das caracterƒsticas dos microorganismos, o grau de resist‡ncia das formas vegetativas; a resist‡ncia das bact•rias produtoras de esporos e o n€mero de microorganismos e da caracterƒstica do agente empregado para a esteriliza‚†o. Esteriliza€•o pelo calor A susceptibilidade dos organismos ao calor é muito variável e dependem de alguns fatores, e dentre eles citamos: a) Variação individual de resistência, b) Capacidade de formação de esporos, c) Quantidade de água do meio, d) ph do meio, e) Composição do meio. 5.3- Esteriliza€•o pelo calor seco A incineração afeta aos microorganismos de forma muito parecida a como afeta as demais proteínas. Os microorganismos são carbonizados ou consumidos pelo calor (oxidação), assim, podemos usar a chama para esterilizar (flambagem) e a eletricidade (fulguração). O aparelho mais comum para a esterilização pelo calor seco é a estufa, que consiste em uma caixa com paredes duplas, entre as quais circula ar quente, proveniente de uma chama de gás ou de uma resistência elétrica. A temperatura interior é controlada por um termostato. As estufas são usadas para esterilizar materiais ¨secos¨, como vidraria, principalmente as de precisão, seringas, agulhas, pós, instrumentos cortantes, gases vaselinadas, gases furacinadas, óleos, vaselina, etc. A esterilização acontece quando a temperatura no interior da estufa atinge de 160 oC a 170oC, durante 2 horas, ocorrendo destruição de microorganismos, inclusive os esporos. Deve-se salientar que a temperatura precisa permanecer constante por todo esse tempo, evitando-se abrir a porta da estufa antes de vencer o tempo. 5.4- Esteriliza€•o pelo calor ‚mido Podemos usar o calor das seguintes formas: • Fervura Foi um método correntemente usado na prática diária, mas não oferece uma esterilização completa, pois a temperatura máxima que pode atingir é 100oC ao nível do mar, e sabemos que os esporos, e alguns vírus, como o da hepatite, resistem a essa temperatura, alguns até por 45 h. Por outro lado, a temperatura de ebulição varia com a altitude do lugar. • Cuidados na esterilização pela fervura a) Devem-se eliminar as bolhas, pois estas protegem as bact•rias - no interior da bolha impera o calor seco, e a temperatura de fervura (100oC), este calor • insuficiente para a esteriliza‚†o b) Devem-se eliminar as subst”ncias gordurosas e prot•icas dos instrumentos, pois estas impedem o contacto direto do calor €mido com as bact•rias. 5.4- Esterilização pelo vapor sob pressão (autoclave) Age atrav•s da difus†o do vapor d'…gua para dentro da membrana celular (osmose), hidratando o protoplasma celular, produzindo altera‚„es quƒmicas (hidr‹lise) e coagulando mais facilmente o protoplasma, sob a‚†o do calor. O autoclave • uma caixa met…lica de paredes duplas, delimitando assim duas c”maras; uma mais externa que • a c”mara de vapor, e uma interna, que • a c”mara de esteriliza‚†o ou de press†o de vapor. A entrada de vapor na c”mara de esteriliza‚†o se faz por uma abertura posterior e superior, e a saƒda de vapor se fazem por uma abertura anterior e inferior, devido ao fato de ser o ar mais pesado que o vapor. O vapor • admitido primeiramente na c”mara externa com o objetivo de aquecer a c”mara de esteriliza‚†o, evitando assim a condensa‚†o de vapor em suas paredes internas. Sabe-se que 1 grama de vapor saturado sob press†o, libera 524 calorias ao se condensar. Ao entrar em contacto com as superfƒcies frias o vapor saturado se condensa imediatamente, molhando e aquecendo o objeto, fornecendo assim dois fatores importantes para a destrui‚†o dos microorganismos. O vapor d'…gua, ao ser admitido na c”mara de esteriliza‚†o • menos denso que o ar, e portanto empurra este para baixo, at• que sai da c”mara, e atrav•s de correntes de convec‚†o, retira todo o ar dos interstƒcios dos materiais colocados na c”mara. Ao condensar-se, reduz de volume, surgindo assim …reas de press†o negativa, que atraem novas quantidades de vapor. Desse modo, as disposi‚„es dos materiais a serem esterilizados dentro da autoclave devem obedecer a certas regras, formando espa‚os entre eles e facilitando o escoamento do ar e vapor, tendo-se em mente a analogia com o escoamento de …gua de um reservat‹rio, evitando assim a forma‚†o de •bols„es• de ar seco (onde agiria apenas o calor seco, insuficiente para esterilizar nas temperaturas atingidas habitualmente pelo autoclave. A quantidade efetiva de …gua sob a forma de vapor dentro da c”mara de press†o pode ser reduzida, de modo que, ao retirar-se os objetos esterilizados, estes estejam quase secos. A a‚†o combinada de temperatura, press†o e da umidade s†o suficientes para uma esteriliza‚†o r…pida, de modo que vapor saturado a 750 mmHg e temperatura de 121–C s†o suficientes para destruir os esporos mais resistentes, em 30 minutos. Essa • a combina‚†o mais usada, servindo para todos os objetos que n†o estragam com a umidade e temperatura alta como panos meios bacteriológicos, soluções salinas, instrumentais (não os de corte), agulhas, seringas, vidraria (não as de precisão ) etc. Usando-se vapor saturado a 1150 mmHg e 128º C, o tempo cai para 6 minutos, podendo se assim evitar a ação destruidora do calor sobre panos e borracha. Em casos de emergência, usamos durante 2 minutos a temperatura de 132ºC e 1400 mmHg. Para testar a eficiência da esterilização em autoclave lançamos mão de indicadores, que pode ser tintas que mudam de cor quando submetidas a determinada temperatura durante certo tempo, ou tiras de papel com esporos bacterianos, que são cultivados em caldos após serem retirados do autoclave. Como exemplo citamos tubinho contendo ácido benzóico mais eosina, que tem ponto de fusão de 121ºC.Anidrido ftalico mais verde metila tem ponto de fusão de 132ºC. Ácido salicilico mais violeta de genciana tem ponto de fusão de 156ºC. 5.5- Bioindicadores Podemos usar ampolas contendo 2 ml de caldo de cultura com açúcares mais um indicador de pH e esporos de bacilo Stearo thermophilus (espécie não patogênica), esporo estes que morrem quando submetidos a 121ºC por 15 minutos. Incuba-se por 24 a 48 horas a 55ºC, e se a esterilização foi suficiente a cor violeta não se altera. Podemos também usar cadarços embebidos com suspensão salina de cultura de Bacilo subtilis (em esporulação acentuada) colocados no interior de um campo cirúrgico dobrado, que será colocado no centro dos pacotes, caixas ou tambores. Findo o prazo de esterilização, o cadarço é enviado para cultura no laboratório. (o Bacilo subtilis não é patogênico e é um dos mais resistentes ao calor) 5.6- Éter cíclico - Óxido de etileno É um gás incolor, inflamável, tóxico, altamente reativo, é completamente solúvel em água, álcool, éter e muitos solventes orgânicos, borracha, couro e plásticos. É bactericida esporicida e virucida. Eficaz em temperatura relativamente baixa, penetra em substâncias porosas, não corroe ou danifica materiais, age rapidamente, removível rapidamente. 5.7- Esterilização pelo óxido de etileno Autorizado pelo Ministério da Saúde como agente químico para esterilização, portaria 930/1992. Necessita de três unidades: aparelho de autoclave combinado, gás e vapor; aparelho de comando que vai misturar o gás, e o freon na concentração pré-estabelecida e o aparelho aerador 5.7.1- Condições Existem quatro condições que são primordiais e que guardam relação entre si para que o óxido de etileno se torne um agente esterilizante: a) Tempo - o tempo de exposição ao gás varia de acordo com a temperatura do aparelho, b) Temperatura - Geralmente utiliza a temperatura de 55oC e a exposição em 2 horas. Em temperaturas mais baixas necessitamos de exposições maiores e vice-versa. c) Umidade relativa - usa de 20 a 40%, d) Concentração do gás - usa a concentração de 450 mg/L de espaço da câmara esterilizadora. Por ser altamente inflamável quando puro, usamos misturar com dióxido de carbono (90%) ou freon (80%). 5.7.2- Técnica a) Preparo do material - deverão estar completamente limpos e secos. O material que os empacota deve ser permeável, flexível e forte para agüentar a manipulação normal do processo de esterilização.Usar fitas adesivas para identificação e indicadores de óxido de etileno dentro dos pacotes. b) Não sobrecarregar o esterilizador para evitar bolsões isoladores e também o rompimento e abertura dos pacotes durante o aumento de pressão da câmara. c) Aeração - o objetivo é ventilar para remover o gás contido no material esterilizado e sendo executado a 50ºC, o tempo varia de acordo com o tipo de material, assim: - Borracha e material plástico fino = 6 horas - Borracha e material plástico grosso = 24 horas - Marca passos internos = 4 dias - Luvas, cateteres e outros materiais em invólucros de plásticos = 7 dias - Qualquer tubo de cirurgia cardíaca = 7 dias Radiação A radiação é uma alternativa na esterilização de artigos termossensíveis, (seringa de plástico, agulha hipodérmicas, luvas, fios cirúrgicos), por atuar em baixas temperaturas, é um método disponível em escala industrial devido aos elevados custos de implantação e controle. Radiações ionizantes: (raios beta, gama, (cobalto), X, alfa ). Tem boa penetrabilidade nos materiais mesmos já empacotados o que justifica a sal comodidade. Radiações não ionizantes: (raios ultravioleta, ondas curtas e raios infravermelhos) devido a sua baixa eficiência está vetado o seu uso pelo Ministério da Saúde desde 1992. Filtra‚†o • usada como controle ambiental, criando…reas limpas e …reas est•reis, podendo inclusivelan‚ar utilizar se do fluxo laminar. 5.10- Aldeído Agente quƒmico autorizado pelo Minist•rio da Sa€de, (portaria 930/1992) . Glutaraldeido a 2%, associada a um antioxidante, por 8 a 12 horas, • usado para esterilizar material de acrƒlica, cateteres, drenos, nylon, silicone, teflon, pvc, laringosc‹picos e outros) Formaldeƒdo, usado tanto na forma lƒquida ou gasosa por 18 horas. Paraformaldeƒdo, as pastilhas tem a‚†o esterilizante na concentra‚†o de 3 gramas por 100 centƒmetros c€bico de volume do recipiente onde o material • esterilizado por um perƒodo de 4 horas a 50—C. 5.11- Outros, Ácido peracético •cido perac•tico, usado como desinfetante e esterilizante para cateteres (portaria 15 de 23 de agosto de 1988 do Minist•rio da Sa€de), tem a vantagem que ao se decompor origina …cido ac•tico, …gua, oxig‡nio e per‹xido de hidrog‡nio. Em altas concentra‚„es, o …cido perac•tico, tem odor pungente e riscos de explos†o e inc‡ndio. O mecanismo de a‚†o • desnatura‚†o prot•ica, perda da permeabilidade da membrana celular e oxidam o radical sulfidril e s€lfur das proteƒnas, enzimas e outro metab‹litos. O per‹xido de hidrog‡nio • um agente quƒmico esterilizante tanto na sua forma lƒquida, gasosa e plasma, inativa bact•rias, vƒrus, bacilos da tuberculose, fungos e alguns esporos. • um agente altamente oxidante, t‹xico, irritante em rela‚†o Š pele e aos olhos. Age produzindo radicais hidroxilas livres que atacam a membrana lƒpidica do DNA e outros elementos da c•lula microbiana. Novas tecnologias v‡m complementar os processos fƒsicos existentes, mas nunca a substituir e, em todas elas, a efic…cia da esteriliza‚†o fica comprometida na presen‚a de sujidade nos materiais processados 5. ANTI-S•PTICOS Muitos dos desinfetantes que s†o usados em objetos inanimados s†o tamb•m usados na pele e em feridas. Quando s†o usadas com este prop‹sito s†o chamados de anti-s•pticos. Eles s†o usados para reduzir a flora bacteriana da pele dos bra‚os e m†os da equipe cir€rgica e o campo operat‹rio do paciente. Este e o ponto fraco da t•cnica cir€rgica ass•ptica, pois e impossƒvel esterilizar a pele sem destruƒ-la. Alem da atividade antimicrobiana, os anti-s•pticos devem ser at‹xicos, nao irritantes quando aplicados e devem reter suas propriedades “in vivo”. Muitos agentes que tem propriedades antimicrobianas “in vitro” s†o ineficazes quando usadas como anti-s•pticos, pois s†o inativados por materiais org”nicos. 6. INDICA˜™ES 6.1 - Pele A superfƒcie epid•rmica e muito irregular, composta de placas de queratina e c•lulas mortas, sendo que as bact•rias est†o presentes sobre e sob estas c•lulas mortas. As bact•rias presentes na pele s†o divididas em dois grupos: bact•rias transit‹rias e residentes. As bact•rias transit‹rias s†o as adquiridas do meio ambiente pelo contato di…rio com material contaminado. S†o de v…rios tipos e numero, aumentando quando protegidas por dobras de pele ou outras estruturas anatŒmicas como a cabe‚a, unhas, umbigo e regi†o perineal. As bact•rias residentes formam uma popula‚†o est…vel que vive e se multiplica na pele. Dentro desta categoria est†o os estafilococos de baixa patogenicidade e outros agentes. O tamanho e o tipo variam muito entre indivƒduos. 6.2 – Membranas mucosas O ambiente morno e €mido destas …reas e ideal para crescimento de microorganismos, mas normalmente as membranas mucosas formam uma barreira efetiva contra a invas†o para tecidos mais profundos. E mais f…cil remover microorganismos de superfƒcie das mucosas do que da pele. Uma lavagem gentil geralmente remove a contamina‚†o mais grosseira, sendo complementada com uma lavagem com anti-s•ptico para remo‚†o de bact•rias residuais. 7. AGENTES ANTI-S•PTICOS 7.1 - Sab„es S†o anti-s•pticos fracos e nao s†o muito bons para pele. Seu valor esta associado ao fato de serem agentes nao irritantes, quanto usados com fric‚†o mec”nica. 7.2. - Bi fenol Este grupo contem um grande numero de compostos usados como anti-s•pticos e desodorantes. O hexaclorofeno e muito importante em cirurgia por seu efeito residual, porem e vendido somente por prescri‚†o por ser carcinog‡nico. 7.3 - AmŒnio quatern…rio Tem como principal representante a Zefiran (cloreto de benzalcŒnio), porem nao e t†o efetivo na pele e inativado por sab†o. 7.4 - •lcool O …lcool etƒlico e o mais comum dos anti-s•pticos para a pele e geralmente superior aos outros alco‹is para este fim. O …lcool isopropilico e levemente superior, porem seu efeito de solvente de gorduras causa maior secura da pele que o …lcool etƒlico. Na concentra‚†o de 70% tem uma efetividade igual ao etƒlico de 92%. 7.5 - Iodo E muito popular na anti-sepsia, por ser efetivo e barato. Sua a‚†o germicida e devido ao elemento iodo, em ambas as formas, aquosa e alco‹lica (tintura). A tintura de iodo tem sido recomendada para aplica‚†o na pele de pacientes antes das cirurgias. A solu‚†o de iodo tamb•m tem sido recomendada como anti-s•ptico. 7.6 - Iod‹foros Possuem perto de l% de iodo disponƒvel. S†o excelentes agentes para limpeza e nao s†o irritantes. Betadine (povidine-iodine) - apresenta-se como sab†o e anti-s•ptico cir€rgico. Gema San Iodine - e um detergente cir€rgico ◦ a base de iodo. Surgidine - pouco usado no Brasil. Ioprep - anti-s•ptico pre-cirurgico, possuindo 1% de iodo livre disponƒvel. 7.7 - Clorexidine Comp„e uma classe diferente de agentes antimicrobianos que atuam aumentando a permeabilidade da membrana celular, causando perda de conte€do citoplasm…tico. E Efetivo contra bact•rias, fungos, e vƒrus, sendo superior ao hexaclorofeno, povidine, iodine e amonio quaternario. Suas formas comerciais s†o Nolvasan, Hibiclens e Hibitane. III. DI•RESE 1. DEFINI˜›O Entende-se por di•rese a separa‚†o dos tecidos, realizada por meio de interven‚„es manuais. T‡m-se diferentes tipos de di•rese, de acordo com o tecido a ser separado, ou seja, di•rese da pele, de aponeurose, de m€sculo e de ‹rg†os especƒficos. 2. DI•RESE DE PELE A pele pode ser considerada um sistema, pois possui, alem da epiderme e a derme, um aporte vascular e nervoso pr‹prios, e seus anexos como as gl”ndulas seb…ceas e sudorƒparas e os folƒculos pilosos. Desempenha tamb•m fun‚„es altamente especializadas, como parte dos mecanismos de defesa, regula‚†o da press†o sanguƒnea, receptores dolorosos (nociceptores) e sensitivos, alem de servir de "membrana" que proporciona a individualidade dos seres. Instrumental - a separa‚†o da pele pode ser feita com o bisturi, tesoura e bisturi el•trico. Recentemente o raio laser tem sido usado para abordagens de tecidos e pode ser, de acordo com alguns autores, enquadrado como instrumento de di•rese. T•cnica - desenvolve-se a partir de v…rios tempos: 2.1- Tra‚ado da incis†o Ligeira escarifica‚†o com a ponta do bisturi; Com o auxilio do azul de metileno; Com agulhas hipod•rmicas; Compress†o com fio e escarifica‚†o, em …reas arredondadas ou convexas. Com l…pis dermatol‹gico Tra‚ado de incis†o com Azul de Metileno e tra‚ado para pl…stica Compress†o com fio e escarifica‚†o, em …reas arredondadas ◦ ou convexas; Com l…pis dermatol‹gico. 2.2- Sec‚†o de pele O cirurgi†o destro fixa e distende a pele com a M†o esquerda (pode ser auxiliado pelo assistente) e empunha o bisturi com a m†o direita, fazendo com que a lamina deslize com a superfƒcie cortante em angulo reto sobre a pele. O cirurgi†o canhoto usa as posi‚„es inversas. A fixa‚†o da pele pode ser feita com as m†os, pin‚as ou agulhas de inje‚†o. Na sec‚†o da pele deve ser observado o sentido da incis†o, que deve ser realizada na dire‚†o cr”nio caudal, quando o cirurgi†o destro tiver a cabe‚a do paciente colocada do seu lado esquerdo. Deve ser tamb•m no sentido distal-proximal com rela‚†o ao cirurgi†o e de cima para baixo. 2.3- Tipos de sec‚†o de pele a) Magistral - a incis†o e feita com um so movimento ou tra‚o, sem levantar o bisturi, movendo-se o pulso ao mesmo tempo que se traciona o bra‚o. O bisturi deve ser empunhado como um l…pis ou faca. b) Sec‚†o magistral breve - consta de uma incis†o r…pida, onde e feito somente o movimento de pulso - indicada para pequenas incis„es (5 ou 6 centƒmetros). c) Serrilhada - usada quando o bisturi nao tem fio e os movimentos s†o como quando se usa uma serra ou faca de p†o. d) Pun‚†o - e feita uma pequena incis†o, introduzindo o bisturi pela ponta, em uma posi‚†o quase que vertical. e) Transfixa‚†o - o bisturi penetra com a parte cortante voltada para cima e secciona desde a profundidade para a superfƒcie, Š medida que o vai sendo removido. f) Sec‚†o circular - aconselha-se marcar a linha de incis†o, que pode ser feita em um ou dois tempos. g) Secção com bisturi ampliada com tesoura - onde a epiderme e seccionada com o bisturi e a derme com a tesoura. Nao e muito usada em Medicina Veterinária. h) Secção com tesoura - quando usada e devido a ausência do bisturi ou em casos de recortes em cirurgia reparadora. 3. DESPREGAMENTO CUTÂNEO Usado quando e necessário desprender a pele do tecido subcutâneo, onde as bordas de pele são pinçadas e o tecido subcutâneo e seccionado com bisturi ou afastado com tesoura (introduzida fechada e aberta no interior dos tecidos). Este despregamento pode ser em 3 planos: subdermico Subcutâneo supra-aponeurotico 4. DIÉRESE DO TECIDO SUBCUTÂNEO Quando o paciente e magro, o tecido subcutâneo e escasso, sendo seccionado pelo bisturi com a pele. Se o individuo for obeso, e necessário seccionar varias vezes antes de ser transposta esta camada de gordura. 4.1- Métodos de diérese subcutânea Secção com bisturi: as cegas, isto e, junto com a pele; Secção magistral: com previa diérese de pele; Seção por planos: onde são feitas tantas incisões quantas necessárias para se atingir o tecido aponeurotico; Seção com bisturi e tesoura: incisão com o bisturi, dissecação romba com tesoura (tesoura na posição vertical); Secção com tesoura: onde, com o auxilio de pinças, eleva-se o tecido subcutâneo e secciona- se. 5. DESPREGAMENTO DO TECIDO SUBCUTÂNEO A secção e feita com o bisturi e o afastamento ou despregamento do tecido subcutâneo e feito com a tesoura, cabo do bisturi ou com as mãos. 6- DIÉRESE DA APONEUROSE Geralmente a linha de secção da aponeurose superficial e a mesma da incisão cutânea. Esta secção e uma etapa importante da diérese, pois na reconstrução por planos, na síntese, e a aponeurose que fornece o suporte necessário para uma adequada sutura muscular. 6.1 - Exposição da aponeurose Antes de ser incisada, a aponeurose deve ser preparada ou limpa (afastamento do tecido subcutâneo ou adiposo do local onde será feita a incisão), por meio de movimentos laterais com a lamina do bisturi. 6.2 - Secção da aponeurose O sentido da incisão pode ser distal-proximal, proximal-distal, ou por incisões divergentes, se feitas com o bisturi ou tesoura respectivamente. 6.3 - Tipos de secção Com bisturi - da esquerda para a direita (pessoas destras); Com tesoura - mediante prévio orifício feito com o bisturi ou tesoura; Com tesoura - mediante previa dissecação; Sobre tentacanula - com previa introdução deste instrumento. 6.4 - Desprendimento da aponeurose Quando necessário, faz-se uma tração suave com uma pinça de tecido e separa-se tecido com tesoura. 7- DIÉRESE MUSCULAR Os músculos são estruturas importantes, pois são através deles que se tem acesso a estruturas mais profundas, como ocorre na maioria das intervenções. As vezes nao e necessário incisar um músculo, e sim dissecá-lo. Uma correta dissecação e diérese muscular permite uma boa abordagem cirúrgica, assim como uma perfeita reconstrução da ferida cirúrgica, com o que se previne eventual deiscência. Os músculos pacientes de dissecação ou diérese sofrem uma reação cicatricial que limita seu funcionamento em maior ou menor grau. 7.1- Instrumental Para a diérese aguda, usar o bisturi e para a romba usar a tesoura ou as mãos ou os dedos. 7.2- Técnica de dissecação Dissecar um músculo significa desprende-lo parcial ou totalmente dos tecidos que o rodeiam (aponeuroses e músculos vizinhos), respeitando os nervos e vasos. Primeiro expõe-se a face superficial, apos as laterais e por ultimo a profunda. 7.3- Técnica de diérese muscular Simples - Quando todos os planos são incisados na mesma direção da incisão da pele. Usada no flanco de bovinos. Complexa - quando os planos musculares são atravessados no sentido de suas fibras, sem se levar em conta a direção da incisão de pele. Usada no flanco de eqüinos. 7.4- Tipos de diérese Secção magistral - sempre com bisturi, onde pode ser usada o auxilio de duas pinças de tecidos para elevação do músculo; Secção com tesoura - constroe-se um túnel com a tesoura em posição horizontal e se seciona com a tesoura na posição vertical. Secção com os dedos - a partir de um orifício feito com o bisturi ou tesoura, e sempre no sentido ou na direção das fibras musculares. IV- USO APROPRIADO DO INSTRUMENTAL CIRÚRGICO 1- BISTURI Existem alguns métodos para segurar um bisturi, dependendo muito onde e como vai ser usado: a) Como uma faca, onde o dedo indicador posicionase sobre a porção dorsal posterior da lâmina, com a finalidade de controlar a pressão dessa sobre o tecido a ser enfocado. Usar esta posição para as incisões de pele e de tecidos mais duros. b) Como um lápis, podendo dessa maneira ser manipulado pelos dedos sem movimentar o pulso. Usado para dissecação e incisões delicadas, onde não há necessidade de pressão sobre o tecido a ser incisado. c) Para limpeza ou afastamento do tecido gorduroso ou aponeurose, ou ainda dissecação sobre estruturas, o bisturi é manipulado em ângulo oblíquo em relação aos tecidos. Exemplos de como segurar o bisturi. Cabos de bisturi Maneira correta de trocar a lâmina do bisturi Lâminas e seus respectivos cabos. Cabo 4 Cabo 3 Bisturi elétrico 2- PINÇA DE DISSECAÇÃO (com e sem dentes Cushing - Hadson). Estas pinças são seguras entre o polegar e os 2o e 3o dedos. Existem muitos tipos dessas pinças, e elas devem ser usadas nos tecidos para os quais foram feitas. Como exemplo, a pinça de dissecação com ponta delicada não deve ser usada na pele. Hadson sem dente Hadson com dente 3- PINÇAS DE TECIDOS, HEMOSTÁTICAS E TESOURAS Todos os instrumentos com alças são empunhados da mesma maneira. O dedo polegar e o 4o dedo são colocados e ajustados nas alças, o 2o dedo (indicador) é usado perto ou acima da articulação e serve, junto com o 3o dedo, para estabilizar e direcionar o instrumento. Maneira correta de segurar 3.1- Pinças Hemostáticas Traumáticas Devem abranger somente o vaso sangrante e incluir o mínimo possível de tecido adicional. O assistente deve segurar a pinça com a ponta voltada em direção ao cirurgião, de maneira que o vaso possa ser facilmente ligado. Após o primeiro nó ser feito e estar sendo apertado, a pinça hemostática é removida de maneira a permitir que o nó seja apertado por completo e possa ser feito o 2º nó. 3.2- Pinças Hemostáticas Não Traumáticas Este tipo de pinça é usado para ocluir a circulação em grandes vasos. O vaso deve ser pinçado o suficiente para oclusão do fluxo sangüíneo, de maneira a minimizar o trauma vascular. 3.3- Pinças de Tecidos Devem ser usadas nos tecidos para os quais foram planejadas de maneira a minimizar o trauma. Por exemplo, a pele não deve ser pinçada com pinças de Allis, que devem ser usadas em tecidos mais moles. 3.4- Tesouras As tesouras são destruídas rapidamente quando usadas para outros fins que não os aconselhados. As tesouras para cortar fios cirúrgicos geralmente são tesouras retas ponta reta romba, e devem ser usadas para fios que não arames ou metálicos. As tesouras para cortar fios metálicos são especiais e menores que as cirúrgicas. Para cortar fios cirúrgicos, abrem-se pouco as lâminas, que deslizam sobre as pontas a serem cortadas e viradas levemente antes das lâminas cortarem o fio. O tamanho do fio cortado vai depender do grau de rotação da tesoura. Tesouras para tecidos devem ser usadas sempre que se possa ver o tecido entre suas lâminas. Tesouras para dissecação romba, inserir as lâminas fechadas e abri-las, separando os tecidos. Conjunto de tesouras 4 - RETRATORES ou AFASTADORES Os retratores são usados para se abrir as cavidades de acesso à manipulação cirúrgica. Podem causar lesões muito grandes nos tecidos, se usados impropriamente. A força excessiva aplicada a um retrator é um substituto muito pobre para uma incisão inadequada. Uma compressa embebida em solução salina morna deve ser usada entre o retrator e os tecidos, de maneira a proteger as bordas de uma incisão abdominal ou torácica. 5- PORTA AGULHAS As agulhas curvas devem ser colocadas na ponta do porta agulha, a uma distância de um quarto do fundo da agulha. Não se usam porta-agulhas com agulhas retas. Quando são usados para fazer os pontos ou para atar os nós cirúrgicos, devem ser seguros como tesouras ou na palma da mão, sem os dedos nas alças. Partes: alça ou empunhadura, catraca ou cremalheira, articulação e ponta. Porta agulhas 6- APARELHO DE ASPIRAÇÃO Geralmente usados para aspirar o sangue do campo cirúrgico, sendo um problema comum a presença de coágulos em sua ponta. Isto é prevenido irrigando-se o campo operatório com solução salina e aspirando-a no início da cirurgia e periodicamente durante a mesma. É usado para aspirar a solução fisiológica usada para a lavagem final da ferida cirúrgica, drenagem de líquido fisiológico ou patológico em cavidades. 7- AGULHAS DE SUTURA 7.1- Partes Fundo 1. Sem fundo - a fio é inserido dentro da agulha - este tipo é chamado de atraumática. Quando existe agulha em ambas extremidades do fio é chamado de dupla. 2. Fundo regular, alongado 3. Fundo quadrado 4. Fundo arredondado 5. Fundo de Benjamim 6. Fundo franc‡s, em garfo ou falso - quando o fio pode ser inserido por press†o, sem ser enfiado. Corpo O corpo • classificado de acordo com o formato de sua sec‚†o, que pode variar nos diferentes pontos da agulha. Podem ser, redondos, ovalados, triangulares, em forma de losango, etc. Curvatura - podem ser: Retas 3/8 de cƒrculo Meio cƒrculo 5/8 de cƒrculo Meia curva Dupla curvatura Semi-reta. Corpo e Pontas As pontas devem ser arredondadas, em forma de trocanter,com corpo cortante triangular, cortante reverso, cortante lateral, redonda com ponta romba (para fígado), pontiaguda cortante. As cortantes são chamadas de traumáticas e as não cortantes de atraumáticas. Instrumentação Cirúrgica Distribuição Há muitas formas de se dispor os instrumentos numa mesa, em função do tipo de mesa, tipo de cirurgia e até da preferência do instrumentador. Exemplo de distribuição do material cirúrgico GESTOS QUE FALAM Abaixo segue um texto e ilustrações de alguns gestos mais usados em uma cirurgia. BISTURI O cirurgião manterá os dedos da mão direita semifletidos e juntos, fazendo dois ou três movimentos pendulares. PINÇA ANATÔMICA Com os três últimos dedos semifletidos, enquanto que o indicador e polegar repetem movimentos de aproximação e separação. TESORA Com os dedos indicador e médio estendidos, fazendo movimentos repetidos de aproximação e separação. KELLY Com o anular e o mínimo fletidos, enquanto o polegar, indicador e médio são estendidos mais ou menos paralelos ALLIS - BABCOCK São pedidos com os três últimos dedos fletidos contra a palma da mão e o polegar e indicador em meia flexão, como que puxando um gatilho. BACKHAUS Pede-se com a mão fechada e o polegar entre o indicador e o médio (sinal da figa). PORTA-AGULHAS Pede-se com os quatro últimos dedos juntos e semifletidos e o polegar parcialmente fletido no lado oposto, executando a mão pequenos movimentos de rotação. GOSSET Pede-se este afastador com os dedos médio e indicador de ambas as mão semifletidose com os demais dedos completamente fletidos sobre a palma da mão,fazendo um movimento de afastar que imita os ramos do Gosset. VALVA DE DOYEN Pede-se com os dedos juntos, estiradose em ângulo de 90º sobre o resto da mão. FARABEUF Solicitado com o dedo indicador semifletido e os demais completamente fletidos. FIO EM CARRETEL Pede-se com a mão estendida e msupinação (palma para cima) e a ponta dos dedos fletida. FIO SOLTO Pede-se com a mão em pronação (palma para baixo) e dedos semifletidos. COMPRESSA Pedem-se cm a mão estendida em supinação e os dedos juntos. SÍNTESE 1- CONCEITO Entende-se por síntese o conjunto de manobras manuais e instrumentais, destinadas a unir os tecidos separados, restituindo sua continuidade anatômica e funcional. 2- NORMAS PARA UMA BOA SUTURA anti-sepsia e assepsia corretas; união de tecidos de mesma natureza, de acordo com os diferentes planos; hemostasia adequada; abolição dos espaços mortos; lábios ou bordas da ferida limpos e sem anfractuosidades; ausência de corpos estranhos ou de tecidos desvitalizados; emprego de suturas e fios adequados, realizados com técnica apropriada. Se houvesse um material de sutura ideal, teria que se escolher somente o tamanho apropriado. Não existe um material de sutura ideal, porém os que existem disponíveis possuem excelentes propriedades. 3- CARACTERÍSTICAS DE UM MATERIAL DE SUTURA IDEAL 4- CLASSIFICAÇÕES DAS SUTURAS Os fios são geralmente classificados em dois grandes grupos: absorvíveis e não absorvíveis. Fios absorvíveis: são aqueles que sofrem degradação e rapidamente perdem sua tensão de estiramento em 60 dias. Fios não absorvíveis: são aqueles que retêm a força de tensão por mais de 60 dias. Os fios ainda podem ser classificados como naturais e sintéticos. Dentro dos materiais naturais absorvíveis tem-se o categute cirúrgico e o colágeno. Material sintético absorvível é o ácido poliglicólico (Dexon), poliglactina 910 (Vycril) e Maxon. Nas fibras naturais não absorvíveis (incluindo os metais), tem-se a seda, algodão e o tântalo. Materiais sintéticos não absorvíveis incluem: Poliamidas (náilon, caprolactam polimerizado) Poliéster Novafil Plásticos poliolefino (polipropileno epolietileno) Polibutester. 5- SUTURAS ABSORVÍVEIS DE ORIGEM ANIMAL 5.1- Categute O categute cirúrgico ainda é o fio mais usado em suturas até agora. É preparado tanto da submucosa do intestino delgado de ovinos ou da camada serosa do intestino delegado de bovinos. Teve seu nome originariamente dito por ser espichado como uma corda, porém mais tarde foi mudado para gato jovem (do inglês "kit" e "cat"). É um material capilar, multifilamentoso, composto de muitas tiras que são torcidas em máquinas, polidas de maneira a ter uma superfície regular e macia que parecem ser de fio monofilamentoso. É tratado com formaldeído e esterilizado por radiação ionizável. Não pode ser autoclavado, pois o calor desnatura as proteínas e causa perda de tensão. A absorção do categute após seu implante obedece a um mecanismo de duas partes: primeiro a perda da tensão de estiramento resulta na separação molecular por ação de ácidos hidrolíticos e atividades colagenolítica; o segundo, a digestão e absorção são feitos por enzimas proteolíticas que ocorre tardiamente. o Devido a sua composição de colágeno, o categute estimula uma significante reação tipo corpo estranho nos tecidos. O categute possui uma grande variação na absorção e na perda da tensão superficial, o que o coloca em posição de inferioridade quando comparado com os fios sintéticos absorvíveis. Uma absorção prematura acontece quando o categute é exposto às secreções ácidas (pepsina) do estômago, ambiente infectado, ou tecidos muito vascularizados. Sua absorção também é acelerada em pacientes com deficiência protéica. A diferença em diâmetro tem pouca influencia no tempo de absorção. O categute médio perde ao redor de 33% de sua tensão original após 7 dias de implantado e cerca de 67% após 28 dias. O categute cirúrgico está disponível na forma simples e cromado. O tratamento com sais de cromo resulta em um aumento das ligações intermoleculares, tendo como resultado o aumento da tensão superficial e a resistência a digestão, com decréscimo da reatividade tecidual. A graduação do categute cromado é: o o o cromado fraco (tipo B) - perda da tensão ao redor de 10 dias; cromado médio (tipo C) - perda da tensão ao redor de 20 dias; cromado extra (tipo D) - perda da tensão ao redor de 40 dias. O tipo médio é mais usado em Medicina Veterinária. Comercialmente é oferecido nos diâmetros de 7-0 (mais fino) a 4 (mais grosso) e vem veiculado em álcool. Vantagens - muito bom manuseio, porém quando molhado, escorrega e enfraquece. Desvantagens - reação inflamatória que provoca ocasionando a irregularidade na absorção. 5.2- Colágeno O colágeno é composto de material monofilamentoso e foi introduzido em 1964. É feito de tendão flexor de bovino, tratado com formaldeído ou sais de cromo, ou ambos. Sua natureza não asséptica e simplicidade no processamento são algumas vantagens, se comparado ao categute cirúrgico. As suturas de colágeno são feitas atualmente em diâmetros finos e são usadas quase que exclusiva-mente em cirurgia oftálmica. 6- FIOS DE SUTURA ABSORVÍVEIS DE ORIGEM SINTÉTICA Esses tipos de suturas foram introduzidos para reduzir a variação na absorção e conseqüente perda de tensão superficial associada aos produtos naturais. 6.1- Ácido poliglicólico (pga) - dexon É um polímero multifilamentoso do ácido glicólico (ácido hidroxia-cético) que foi descrito pela primeira vez em 1970. Seu nome comercial é Dexon, nos tamanhos 7-0 a 3. O método de absorção de Dexon difere do categute. O Dexon é absorvido por hidrólise não por fagocitose, possivelmente através de esterases. Existe a hipótese suspeita que os produtos de degradação do PGA são potentes agentes antibacterianos. A absorção está associada com uma grande redução do processo inflamatório se comparado com o categute. A absorção completa ocorre usualmente em 100 a 120 dias. A hidrólise do PGA se processa mais rápida em presença de ambiente alcalino. O Dexon é relativa-mente forte e similar a poliglactina 910 e ao náilon monofilamentoso. Tem maior tensão de estiramento que o categute, seda e algodão. A perda da tensão é ao redor de 37% nos primeiros 7 dias após o implante e 80% em dois dias. Nenhuma tensão está presente aos 28 dias. Devido a sua rápida perda da tensão de estiramento, o PGA é inferior aos materiais não absorvíveis quando usados em tecidos com cicatrização vagarosa como ligamentos, tendões e cápsulas articulares. Deve-se considerar que o Dexon tem uma tensão de estiramento superior ao categute durante a fase mais crítica da reparação das feridas. O Dexon pode ser usado em grande variedade de procedimentos cirúrgicos é bem tolerado não só em feridas limpas, mas também em situações de infecção. As desvantagens do PGA incluem a tendência de cortar os tecidos, principalmente os friáveis, menor segurança nos nós que o categute. A fricção pode ser reduzida, umedecendo o fio antes do uso. A segurança dos nós pode ser aumentada apertando individualmente cada nó. 6.2- Poliglactina 910 - vicryl É uma fibra sintética, trançada, composta de ácido glicólico e lático, em uma proporção de 9:1. Esta sutura é trançada para melhorar o manuseio. Seu nome comercial é Vicryl. O Vicryl é mais hidrofóbico e mais resistente à hidrólise que o Dexon. Esta sutura é esterilizada pelo óxido de etileno e disponível coberta e descoberta. A cobertura é feita com uma mistura de este rato de cálcio e um copolímero dos ácidos lactivo e glicolido numa proporção de 65:35. O mecanismo de absorção é o mesmo do Dexon (hidrólise), e ocorre entre 60 e 90 dias após o implante. É mais forte que o PGA em todo tempo do implante, principalmente de 0 a 35 dias. Esta sutura perde 50% de sua tensão depois de 14 dias e 80% após 21 dias. Sua absorção não depende do diâmetro da sutura. É mais forte que o categute, e é bem tolerado em muitas condições diferentes em feridas. Não promove nenhuma manifestação vascular aguda após o implante. As reações celulares são predominantemente mono-nucleares e na vizinhança à área do implante. 6.3- Polidiaxonona (pds) Esta sutura sintética monofilamentosa é um polímero da paradioxanona. É esterilizada pelo óxido de etileno, possui grande flexibilidade, maior que o Dexon, Vicryl ou polipropileno. Sua degradação é através da hidrólise, que ocorre em velocidade regular e de uma maneira previsível nos tecidos. A perda da tensão de estiramento é menor que do Dexon ou do Vycril. Perde 26% de sua tensão após duas semanas, 42% após 4 semanas e 86% após 8 semanas. A absorção é mais lenta que o Dexon e o Vicryl. Existe ainda evidência aos 91 dias e fica total-mente absorvida em 182 dias após o implante. Os produtos de degradação são excretados primariamente pela urina. O PDS II é um produto novo que possui todas as características do "velho" PDS exceto que o tempo de retenção da tensão do estiramento foi aumentado. Os macrófagos e os fibroblastos são as células mais observadas na absorção. 6.4- Poligliconato - maxon Esse é um fio de sutura recente, produzido a partir de um copolímero do carbonato de glicolideo e trimetilene (GTMC). Seu nome comercial é Maxon. Esta sutura foi feita para ter o desempenho previsível de uma sutura sintética absorvível "in vivo" com as características de manuseio de uma sutura monofilamentosa. O Maxon tem uma tensão de estiramento inicial superior a do Dexon, Vicryl e polidiaxanona. É degradado por hidrólise. Retém a tensão de estiramento em 81% ao 14 dias, 59% em 28 dias e 30% em 42 dias. De uma maneira geral, a meia vida da tensão (tempo em que a tensão diminui em 50%) das suturas sintéticas absorvíveis é: o o o o Dexon - 2 semanas Vicryl - 2 semanas Maxon - 3 semanas Polidioxanona - 6 semanas. 7- FIOS NÃO ABSORVÍVEIS De origem natural: o o o Seda Algodão Metais 7.1- Seda A seda é obtida da larva do bicho da seda. Está disponível na forma torcida ou trançada. Pode ser tratada por imersão em óleo vegetal, cera ou silicone, a fim de diminuir a capilaridade. Apesar de ser classificada como uma sutura não absorvível, ela pode ser absorvida a longo prazo. A seda perde 30% de sua tensão de estiramento em duas semanas, 50% em um ano e praticamente toda tensão ao redor de dois anos. Vantagens: barata, excelente manuseio, e boa segurança nos nós. Desvantagens: maior reação tecidual que outros materiais não absorvíveis. Pode servir de "nidus" no sistema urinário, ou promover úlceras quando na luz de órgãos do sistema gastrintestinal. A cera ou o silicone diminuem a segurança dos nós, e ela fica mais fraca quando molhada. É recomendada para unir tecidos em presença da contaminação. 7.2- Algodão O algodão possui fibras naturalmente torcidas. Foi introduzido no final da década de 1930. Vantagens: aumentar sua tensão de estiramento quando molhado. Outras vantagens incluem uma melhor segurança nos nós que a seda, perda lenta da tensão de estiramento (50% em 6 meses e 70% em dois anos). Desvantagens: provoca uma reação tecidual semelhante à da seda, potencializa infecções, é muito capilar e seu manuseio não é muito bom. 7.3- Suturas metálicas Aço Inoxidável Tem sido usado por séculos. É atualmente a única sutura metálica com alguma aceitação. O aço inoxidável disponível é do tipo autêntico contendo ferro, cromo, níquel e molibdênio. Está disponível nas formas monofilamentosa ou torcida. Vantagens: não promove reação inflamatória nos tecidos, possui maior tensão de estiramento de todos os materiais quando implantado nos tecidos, possui a maior segurança nos nós de todos os materiais, pode ser autoclavado, e é recomendado para tecidos com cicatrização lenta. A forma monofilamentosa pode ser usada em feridas contaminadas e infectadas. Desvantagens: tendência a cortar os tecidos, manuseio pobre (principalmente para atar os nós), quebra quando torcido muitas vezes no mesmo ponto e promove necrose tecidual pelo movimento dos tecidos contra as pontas não flexíveis. Outras Suturas Metálicas O tântalo, o alumínio e a prata têm sido usados como material de sutura, porém sem grande aceitação em cirurgia. O tântalo por ser um metal puro, tem sido usado como sutura e como malha para reparação de hérnias. Atualmente, o alumínio, prata e ouro são usados para próteses. 8- FIOS DE SUTURA NÃO ABSORVÍVEIS SINTÉTICOS 8.1- Poliamidas Náilon O náilon é um termoplástico que contém aminas e é derivado do ácido adipico. Encontra-se disponível na forma de sutura mono e multifilamentosa. Após sua implantação, perde ao redor de 30% de sua tensão de estiramento em dois anos (o monofilamentoso). O náilon multifilamentoso perde toda sua tensão ao redor de 6 meses. A perda desta tensão está associada a degradação química do náilon, e há suspeita que os produtos de degradação são agentes antibacterianos potentes. Vantagens: é biologicamente inerte não capilar na forma monofilamentosa e possui uma tensão de estiramento similar a do polipropileno. Possui grande aplicação como material de sutura. A incidência de infecção em tecidos contaminados contendo náilon monofilamentoso é mais baixa do que qualquer outro material de sutura não absorvível, com exceção do polipropileno. Possui mínima diferença microscópica quanto a reação tecidual se comparado ao aço inoxidável. Pode ser usado em qualquer tecido, porém não é recomendado para cavidade serosa ou sinovial, devido a irritação pela fricção de suas pontas. Desvantagens: pobre manuseio e pouca segurança nos nós. Possui memória que é a tendência de reverter a sua configuração original. A segurança dos nós pode ser melhorada, dando-se 4 ou 5 nós, o que prolonga o tempo de realização da sutura. Caprolactam É uma sutura de poliamida multifilamentosa, torcida, da família do náilon. Foi introduzida em Veterinária ao redor de 1940 e está disponível somente em diâmetro grande, podendo ser esterilizado por autoclave. A esterilização química não é suficiente. Quando comparado ao náilon, o caprolactam tem uma tensão de estiramento maior, porém quando molhado perde ao redor de 20% da tensão. Promove mais reação inflamatória quando usado em suturas de pele, que a de um grampo de aço inoxidável. Poliéster É uma sutura multifilamentosa, disponível em forma simples e coberta, com polibutilato, teflon e silicone. Foi introduzida no final da década de 50. Vantagens: é muito forte - a sutura não metálica mais forte que existe. As de pequeno diâmetro promovem grande tensão de estiramento inicial, com pequena perda após a implantação. Oferece um bom suporte para tecidos de lenta cicatrização. Desvantagens: manuseio limitado, grande coeficiente de fricção (a cobertura geralmente diminui este coeficiente), pobre segurança dos nós (recomenda-se 5 nós apertados), é a mais reativa das suturas sintéticas (reação comparável à do categute). Seu uso em feridas contaminadas tem sido associada com infecção local persistente e reação tecidual exagerada. Poliolefina Este material induz pequena reação nos tecidos e é hidrofóbica. Seus dois representantes disponíveis são o polipropileno e o polietileno. a) Polipropileno Sutura introduzida em 1961 e é um polímero do propileno, um derivado do gás propano. Disponível na cor azul e natural. Vantagens: grande segurança nos nós (melhor do que qualquer outro material monofilamentoso, não sintético não metálico), retém sua tensão de estiramento após a implantação nos tecidos, não é enfraquecido pelas enzimas teciduais e é por isso usado em sutura cardiovascular. Devido a sua grande flexibilidade, é recomendado para uso em tecidos que tenham capacidade de elongação, como pele e músculo cardíaco. Possui também o menor efeito potencial de transformar uma ferida contaminada em infectada. (grande resistência à infecção bacteriana). Desvantagens: o fio torna-se escorregadio. b) Polietileno É uma sutura monofilamentosa com excelente tensão de estiramento, porém com muito pouca tensão nos nós. Pode ser autoclavado sem perda considerável de tensão. O polietileno é semelhante ao polipropileno com reação a mínima reatividade tecidual e sua resistência a contaminação bacteriana. A maior desvantagem é pouca segurança dos nós. Polibutester É o único copolímero que é flexível. É monofilamentoso e possui o nome comercial de Novafil. Seu manuseio é considerado melhor que o náilon e polipropileno, enquanto sua tensão e segurança dos nós são semelhantes. Quando tantos tipos de suturas estão disponíveis, a seleção apropriada pode ser difícil. O material de sutura deve ser escolhido na base de suas propriedades biológicas conhecidas e da situação clínica presente no momento. Deve-se considerar também que determinado material é superior a outros em diferentes tipos e ambientes de feridas. 8.2 - Princípios a serem observados na escolha de um material de sutura as suturas devem ser tão ou mais fortes do que os tecidos normais através dos quais são colocadas; a pele e a fáscia são os tecidos mais fortes, sendo que o estômago, intestino e bexiga urinária são os mais fracos; as suturas não são necessárias após a ferida ter cicatrizado; as feridas viscerais cicatrizam rapidamente, mantendo a tensão entre 14 e 21 dias, sendo que as suturas absorvíveis são mais adequadas para estes tecidos. a fáscia e a pele cicatrizam com mais vagar, sendo as suturas não absorvíveis as mais indicadas; suturas monofilamentosas suportam mais contaminação do que as suturas multifilamentosas; Suturas sintéticas são superiores às suturas naturais; ácido poliglicólico, poliglactina 910, polidioxanona, náilon monofilamentoso e polipropileno têm a menor incidência de infecção quando usado em tecidos contaminados. as condições mecânicas das suturas devem ser similares a dos tecidos a serem unidos. 9- SELEÇÃO DO TAMANHO DE SUTURA APROPRIADO A seleção da sutura apropriada envolve a escolha do tipo e tamanho certos. As suturas são medidas em sistema métrico ou USP. O menor tamanho é 10-0 (0000000000) e o maior 7. Os fios de aço inoxidável são classificados de acordo com a recomendação de Brown e Sharp (B&S), sendo que a medida 41 equivale a 7-0 e a medida 18 equivale a 7. 10- SELEÇÃO DE AGULHAS Os fatores importantes a serem considerados na seleção das agulhas são as características dos tecidos a serem suturados, a ferida e as agulhas propriamente ditas. Existem duas categorias de agulhas cirúrgicas; com fundo falso (não fechado) e com fundo verdadeiro (fechado). As agulhas cirúrgicas são feitas de aço inoxidável e são compostas pelo fundo, corpo e ponta. O diâmetro das agulhas é um fator importante a ser considerado: deve ser comprida o suficiente para abranger os dois lados da incisão; diâmetro muito grande resulta em maior trauma tecidual; as agulhas que tiverem proporção entre o diâmetro e comprimento superior a 1:8, tendem a quebrar ou entortar facilmente; o formato varia de acordo com o tecido a ser suturado. o o o Existem as formas mais comuns de agulhas que são as retas, meia curva e partes de círculo (3/8, 1/2, 3/4, etc...). As agulhas mais retas s†o usadas em tecidos pr‹ximos a superfƒcie e nos intestinos. As agulhas curvas s†o mais convenientes para feridas pequenas ou profundas ou em cavidades. O tipo da ponta também deve ser considerado na escolha das agulhas: as agulhas n†o traum…ticas s†o arredondadas e sem bordas e geralmente s†o usadas para ‹rg†os parenquimatosos, tecido adiposo e m€sculo. o as agulhas traum…ticas s†o cortantes e indicadas para tecidos com maior resist‡ncia como tecido fibroso e pele. o As agulhas devem fazer um orifƒcio grande o suficiente para permitir somente a passagem do material de sutura e serem grandes o suficiente e com formato adequado para permitir a execu‚†o das suturas de maneira r…pida e precisa. o 11- ADESIVOS O grupo de material que tem sido usados mais comumente como adesivos teciduais s†o os cianoacrilatos. Os monŒmeros do cianoacrilato s†o convertidos do estado lƒquido ao s‹lido por polimeriza‚†o, um processo que • catalisado por pequenas quantidades de …gua presente na superfƒcie dos tecidos. Esta opera‚†o leva cerca de 60 segundos, dependendo da espessura dos tecidos, do filme e da umidade presente. A toxicidade tecidual tem sido um problema com os cianoacrilatos, principalmente com o metil e propil cianoacrilato. O isobutil Noctil e os an…logos fluorados parecem ter um potencial clƒnico maior. Outro problema que tem sido associado com o uso de cianocrilato • o aparecimento de granulomas e grande potencial de contamina‚†o quando usados em feridas infectadas, retardamento na cicatriza‚†o e fraca ader‡ncia aos tecidos. Os adesivos teciduais t‡m sido usados efetivamente em situa‚„es experimentais e clƒnicas, como em cirurgia oral, anastomose intestinal, €lceras de c‹rnea, controle de hemorragia na superfƒcie de ‹rg†os parenquimatosos, anastomose microvascular e transplantes de pele. Nós Cirúrgicos Um item essencial de qualquer ato cir€rgico • amarrar o n‹ de maneira r…pida e eficiente. Somente a pr…tica permite a execu‚†o de n‹s corretos e eficientes. Para exercƒcio deve ser usado o n‹ mais simples e tamb•m com o menor tamanho possƒvel – evidente que sem comprometer a seguran‚a e durabilidade do fechamento – produzindo o maior la‚o. Isto permite que o organismo tenha menor grau de rejei‚†o, menos material a digerir, encapsular ou expulsar. O n‹ deve ser realizado de maneira segura, evitando assim problemas como hemorragia dos vasos principais, hérnia, evisceração e mesmo a morte. As extremidades dos fios devem ser cortadas curtas, exceção feita ao categute que pode dilatar e mesmo afrouxar, devendo ser deixada pontas maiores. 1 - Tipos 1.1 - Nó quadrado O nó normalmente é laçado com o porta agulha, sempre paralelo ao ferimento e os movimentos no sentido perpendicular a ferida cirúrgica, usado para ligadura vascular. Exercendo uma tensão uniforme nas extremidades da sutura, assegurando que o no acabe como um quadrado e não como duas meia-voltas (resultantes de uma tensão desigual nas duas extremidades durante a laçada). 1.2 - Nó comum O seu uso não é muito recomendado, uma vez que escorrega e não prende, especialmente se a pressão nas extremidades for desigual. Meia volta. Nó de cirurgião No comum. Outros n‹s que tendem a escorregar s†o aqueles que apertam conforme a segunda la‚ada • pressionada, assim como os n‹s que finalizam em uma sutura contƒnua onde dois fios s†o la‚ados em um. A fric‚†o de um componente contra o outro • que faz com que o n‹ permane‚a atado, sendo necess…rias tr‡s la‚adas para que o n‹ quadrado tenha uma boa fric‚†o. Os fios monofilamentares - N•ILON, POLIPROPILENO – e os sint•ticos tran‚ados (especialmente aqueles revestidos com TEFLON), t‡m um n‹ com seguran‚a prec…ria devido a mem‹ria, o que exige especial aten‚†o quando usado, podendo afrouxar mesmo antes de ser dada a segunda la‚ada. Para uma boa seguran‚a recomendam-se quatro la‚adas para fios sint•ticos, todas quadradas (n‹ quadrado duplo), ou cinco la‚adas, duas deslizantes e tr‡s quadradas. 1. 3 - Nó de Cirurgião • basicamente igual ao quadrado, exceto que a primeira sutura consiste em duas la‚adas, podendo tamb•m ser refor‚ado pŒr n‹s adicionais. • usado quando a primeira la‚ada do n‹ quadrado n†o puder ser fixa em posi‚†o devido Š tens†o excessiva da borda do ferimento, usado na maioria dos procedimentos e suturas. A maioria dos n‹s s†o realizados com o porta-agulhas. O seu uso • recomendado devido a sua adaptabilidade e s†o econŒmicos quando comparados com os n‹s feitos com as duas m†os. Pode-se usar peda‚os curtos de material e mesmo assim obter uma sutura firme. Nota: o n‹ de cirurgi†o • feito da mesma maneira, exceto que se deve dar duas voltas ao redor do porta-agulhas, na primeira parte. 2 - Tensão A tens†o deve ser adequada, nem pouca e nem excessos, pois podemos estrangular os tecidos, provocando necrose e mesmo retardo a cicatriza‚†o. Para que possamos avaliar a tens†o nas suturas individuais, o n€mero de suturas aplicadas para fechar a incis†o deve ser aumentado. Isto • justificado pelo fato que quando as suturas est†o espa‚adas uniformemente a tens†o estar… igualmente distribuƒda entre as suturas. 3 Ligaduras A ligadura • uma al‚a de sutura usada para ocluir um vaso sang’ƒneo, tanto antes como depois dele ser lesado. Para prevenir o escorregamento a ligadura pode ser convertida em ligadura de transfixação fazendo com que ela atravesse a luz do vaso. Ela é amarrada ao redor de uma metade do vaso, e depois em volta de todo o vaso, abaixo do orifício feito pela agulha. Ligaduras de transfixação podem ser aplicadas para ligar diversos vasos sangüíneos. Deve-se deixar a menor quantidade possível de tecido na parte distal da ligadura, pois o coto que foi criado se tornará necrótico e terá de ser absorvido pelo organismo. Não se deve deixar um coto muito curto, evitando-se que a ligadura deslize para além da extremidade, ocasionando perda de fixação. Os laços duplos são mais firmes que os individuais devido à distribuição da fricção e forças de tensão. Soma-se a isto que a força de ruptura do laço é inversamente proporcional ao volume que ele encerra. Portanto, a ligadura de massas de tecidos são mais propensas a se romperem do que ligaduras em pequenos vasos sangüíneos ou do que em vasos isolados. Além disso os vasos podem recanalizar no interior de uma grande massa de tecidos. Quando houver necessidade de se usar ligaduras em grandes massas de tecidos ou pedículos, deve-se usar o método das três pinças. Conforme demonstrado na figura abaixo a pinça é colocada no pedículo. SUTURAS 1 - Interrompidas Os nós são atados e os fios cortados após uma ou duas passagens através dos tecidos. 2 - Contínuas Possui um nó inicial, o fio não é cortado, estendendo-se do ponto de origem após várias passagens pelos tecidos, onde o fio é cortado após o nó final. De acordo com a aparência de suas bordas, as suturas podem ser classificadas em: Aposição: as bordas se encostam, no mesmo plano; Eversão: maior contato das bordas, que se voltam para fora, formando uma crista evertida; Inversão: a borda das feridas volta-se para o interior, causando uma invaginação. Sobreposição: uma borda sobre a outra. Nas suturas interrompidas, cada nó é uma entidade separada, e o rompimento de um ponto não envolve a estrutura dos outros, mas ao acontecer, leva a destruição de toda a linha de sutura. São fáceis de serem colocadas e possuem a capacidade de ajustar-se a tensão em cada sutura, de acordo com a tensão nas margens. As suturas contínuas usam menos material, o que minimiza a quantidade de material de sutura nos nós e diminui o tempo de cirurgia. As suturas contínuas também fazem um melhor selamento ao ar e água. Desvantagens Incluem o tempo maior de atarem os nós, aumento de volume de material deixado nas feridas ou de material sepultado. Menor controle da tensão e a possibilidade de rompimento. A habilidade de uma sutura inverter ou everter as bordas pode não ser indicada, dependendo da região anatômica. A inversão pode ser desejável no fechamento de uma víscera oca, porém, não é aconselhável para o fechamento da pele. 3 - Colocação das suturas Após o fechamento de uma ferida, as bordas tornam-se enfraquecidas pela colagenólise e o suporte das suturas está enfraquecido. As suturas colocadas a uma distância de mais de 0,5 cm das margens da ferida, aparentemente não são afetadas pela colagenólise. A inflamação também contribui para diminuir a tensão, é aconselhável colocar as suturas mais de 0,5 cm afastadas das bordas em feridas muito traumatizadas. A tensão máxima junto aos tecidos é também obtida quando as suturas são colocadas a uma distância de 0,5 cm uma das outras. Quando colocadas mais próximas que 0,5 cm, causam retardamento da cicatrização devido a reação tecidual e comprometimento da circulação sangüínea nas bordas da ferida. Uma boa regra a seguir, é colocar o número de suturas suficiente para dar uma boa captação das bordas. 4 - Seleção da sutura A escolha do tipo de sutura é muito importante. Devido a forma helicoidal, as suturas contínuas têm uma tendência de reduzir a microcirculação das bordas das feridas. Este fato prolonga a fase destrutiva da cicatrização aumentando a formação de edema. Um ganho mais rápido em força de tensão é obtido com as suturas simples interrompidas. Estatisticamente, as suturas simples interrompidas são mais fortes que as contínuas. De maneira geral, as suturas interrompidas são preferidas quando se quer mais tensão, mobilidade dos tecidos e distensibilidade. 4.1 - Suturas interrompidas 1 Sutura Interrompida Simples É a mais usada de todas as suturas e também a mais versátil. Quando colocada de maneira apropriada, mantém uma boa aposição, tem ação independente das outras na linha de sutura e permite mobilidade tecidual entre as suturas. A técnica é fácil e rápida. A sutura é colocada direcionando a agulha através do tecido a mais de 0,5 cm da borda incisada. A sutura é inserida perpendicularmente através do tecido de um lado, passando através de igual quantidade de tecido no lado oposto e o nó é amarrado. Os nós devem ser colocados fora da linha de incisão. As pontas dos fios devem ser deixadas longas (0,5 a 1,0 cm), ou curtas se o nó ficar escondido. O próximo ponto interrompido deve ser colocado a uma distância igual ao tamanho do ponto anterior (ex: 0,5 + 0,5 cm = 1 cm de distância). O sentido da colocação dos pontos deve ser da direita para a esquerda em incisões horizontais, se destro, ou da esquerda para a direita, se canhoto. Se a incisão for vertical, usualmente se inicia a sutura da porção distal para a proximal da incisão. Esta é uma sutura de aposição, porém, se tiver pressão em demasia, poderá causar inversão indesejável, complicando a cicatrização. A colocação apropriada dos pontos mais uma tração moderada nos nós, permite um resultado bem satisfatório. Quando internos, os nós podem ser palpáveis por algum tempo. Usada em suturas internas (vísceras) e externas (pele). 2 - Sutura Horizontal em “U”, de Wolff Ë uma sutura que promove uma leve eversão se colocada de maneira apropriada. Ela forma um quadrado perfeito, com ambas extremidades de sutura saindo pelo mesmo lado ou borda da ferida. Está indicada para suturar feridas sob tensão moderada. Vantagens uso de menor quantidade de material de sutura; é de execução rápida; pode ser usada como sutura de tensão quando colocada longe das bordas da pele; pode ser usada para reduzir espaço morto. Desvantagens dificuldade relativa quando aplicada na pele; formação de cicatriz excessiva devido a eversão das bordas; tendência a reduzir o suprimento sangüíneo das bordas da ferida, quando so pontos são apertados demais (em função do formato geométrico). Sutura de WOLF 3 - Sutura Vertical em “U”, de Donatti Promove uma aposição completa e precisa das bordas, com leve eversão após a confecção dos nós. A primeira passagem da agulha é feita a uma distância maior do que 0,5 cm da borda e a Segunda passa de 2 ou 3 mm da borda. Vantagens mínima alteração do suprimento sangüíneo, se colocado distante da borda; pode ser usada como sutura de tensão como ajuda a uma primeira linha de sutura. Desvantagem Realização mais demorada com maior reação inflamatória. Sutura de DONATTI 4 - Sutura em “X” ou Cruzado ( Sultan ) • uma sutura de aposi‚†o, sendo uma modifica‚†o do “U” horizontal.Sutura em “X” A agulha penetra de um lado da incis†o e passa perpendicularmente atrav•s da mesma, e uma segunda passagem • feita atrav•s dos tecidos, paralela e de 5 a 10 mm da primeira passagem. Vantagens n†o promove altera‚†o do suprimento sang’ƒneo, mesmo sob tens†o; previne a evers†o dos tecidos. 5 - Tens•o moderada e aposi€•o • uma combina‚†o de suturas de aposi‚†o com sutura de tens†o. Faz um movimento de espiral. Sua principal indica‚†o • quando a pele requer tens†o moderada para aposi‚†o. O componente longe atua como redutor de tensão, ao passo que o perto faz aposição. A tração excessiva dos fios deve ser evitada, para prevenir a inversão da incisão. A força de tensão obtida com esta sutura é maior do que a obtida com sutura interrompida simples. 6 - Jaquetão Indicada principalmente na redução de onfalocelle em bovinos e eqüínos. Jaquetão ou sobreposição 7 - Sutura em oito Sutura em oito Sutura de GELLY. 4.2 - Suturas contínuas As suturas contínuas não têm os fios cortados após a aplicação dos nós. Maneira de iniciar as suturas contínuas. 1 - Sutura contínua simples ou sutura de Kurschner Consiste em usar uma série de pontos interrompidos com nós no início e no final da sutura. Sutura de Kurschner A agulha é introduzida através dos tecidos, perpendicularmente à linha de incisão. A sutura é reintroduzida na mesma direção que a anterior. No final da sutura, as pontas do fio são amarradas com, no mínimo quatro camadas de nós (ou seja, duas de cirurgião). Desta maneira podem ser executadas com maior facilidade e rapidez. São indicadas para o fechamento de tecido subcutâneo e fáscia desde que não haja planos de tensão. Os nós são geralmente escondidos (ou sepultados). São também usadas em tecidos que requeiram mínima força de segurança, porém com aposição máxima. Sutura contínua de Lembert Sutura de Lembert - sero-muscular 2 - Sutura Festonada, Retrógrada, Ancorada de Ford ou de Reverdin Sutura festonada É uma modificação da sutura contínua simples. A cada passagem através dos tecidos, o fio é unido ao ponto passado anteriormente. A vantagem desta sutura é a grande estabilidade na eventualidade de falha de um nó ou de uma porção de linha de sutura. Quando isto acontece, necessariamente não resulta em perda de toda a sutura. Uma grande estabilidade é obtida devido aos tecidos apresentarem menor tendência a movimentarem-se. Desvantagem Maior quantidade de material usado, mais demorada, e pode causar necrose na pele quando usada com muita tensão (muito apertadas). 3 - Sutura de colchoeiro ou “U” cont†nua Pode ser usada na pele quando houver indicação para sutura contínua e um certo grau de eversão. A sutura inicia como um ponto isolado simples e avança aproximadamente 1 a 2 cm, e uma segunda passagem é feita através dos tecidos perpendiculares à incisão. Após a saída dos tecidos, a agulha avança de 1 a 2 cm e é inserida perpendicularmente à linha de incisão na direção contra-lateral. Vantagem Rapidez no fechamento é a principal vantagem desta sutura. Sutura de colchoeiro 4 - Sutura intrad‡rmica ou subcutˆnea As suturas intradérmicas têm sido incorretamente chamadas de subcuticulares. Como diz o nome, sutura intradérmica são colocadas sob a derme no tecido subcutâneo. As suturas intradérmicas e subcutâneas são usadas mais freqüentemente na forma contínua. A sutura inicia escondendo o nó no interior dos tecidos, seguindo em formato de zig-zag, com a agulha colocada perpendicularmente à incisão, porém, avançando paralela à incisão. Sutura intrad‡rmica Fios de nº 3-0 ou 4-0 podem ser usados, e ao término, o nó é novamente sepultado. 5 - Suturas de tens•o S†o usadas quando existe muita tens†o na linha de sutura e for necess…ria alguma for‚a para o fechamento da ferida. Infelizmente isso resulta em isquemia local, corte das bordas e deisc‡ncia das feridas. Nesses casos, o uso de suturas de tens†o • altamente ben•fico. Elas s†o colocadas longe das bordas da pele, de maneira a n†o comprometer o suprimento sang’ƒneo. As bordas da pele s†o suturadas por meio de pontos interrompidos simples. Como suporte adicional a estas suturas de tens†o, podem ser usados bot„es, tubos de borracha, pl…stico ou silicone colocados nas suturas antes dos n‹s. “U” vertical A sutura de Donatti ou “U” vertical promove bom suporte aos tecidos, com mƒnima redu‚†o do suprimento sang’ƒneo. Suturas de Tens•o Suturas Viscerais 6 - Sutura de Gambee Sutura de Gambee 7 - Sutura de Schmieden - aposição sero-mucosa - contaminantes São muito usadas em anastomose intestinal, quando somente uma camada de sutura é desejável. Sutura de Schmieden O ponto é introduzido como uma sutura simples interrompida, passando da serosa através da muscular e mucosa ao lume do órgão. A sutura volta do lume através da mucosa, à muscular antes de cruzar a incisão. A agulha é reintroduzida na muscular no lado oposto e continua através da mucosa do lume. É então reintroduzida através da mucosa, muscular e serosa para sair na superfície externa. O fio inicial e o final são apertados de maneira que a sutura penetre nos tecidos. 8 - Sutura interrompida de Lembert É uma sutura invaginante (sero-muscular), do tipo interrompida vertical, sendo indicada para o fechamento de vísceras ocas. A sutura é aplicada do lado de fora do lume, com a agulha passando pela serosa, muscular até a submucosa, retornando a muscular e serosa para fora da víscera no mesmo lado. A agulha é então passada pela incisão ao lado oposto e introduzida na superfície serosa adjacente à incisão. É passada através da serosa, muscular e submucosa e daƒ Š serosa distal. O fio inicial e o final s†o atados. Um dos fios • cortado curto e a agulha avan‚a com o outro em forma contƒnua vertical ao redor da vƒscera. Este mesmo tipo de sutura pode ser feito como sutura interrompida. Uma sutura de Lembert com somente duas passagens paralelas e reversas no tecido (“U” interrompido invertido), • chamada de sutura de Halsted. 9 - Sutura de Conell e Cushing não contaminante A sutura de Connell penetra o lumen da vƒscera, por•m, a Cushing passa somente ao nƒvel da submucosa (a camada mais resistente nas vƒsceras ocas). S†o suturas contƒnuas invaginantes, de forma horizontal. Iniciam com uma sutura “U”, vertical invertida, e do ponto de saƒda da agulha inicia a sutura que avan‚a paralela Š linha de incis†o e • introduzida na serosa, passando atrav•s da muscular, submucosa (Cushing) e mucosa (Connell) no lume. Do lumen ou da submucosa a agulha avan‚a para frente paralela Š incis†o e retorna Š serosa atrav•s da muscular, no mesmo lado da incis†o. Uma vez fora da vƒscera, a agulha e o fio s†o passados pela incis†o e introduzidos no ponto que corresponde Š saƒda do fio no lado oposto. A agulha • reinserida atrav•s da serosa, muscular submucosa (Cushing) e mucosa (Connell), avan‚a paralelamente Š incis†o e sai ao exterior novamente. A sutura deve ser tracionada de tempos em tempos para favorecer a invers†o, e o n‹ • feito no final da sutura. Modifica‚„es das suturas de Lembert e Cushing s†o usadas para o fechamento de cotos viscerais, como no caso do uso da sutura de Parker-Kerr. 10 - Sutura de Parker-Kerr Uma Cushi- Bolsa de tabaco 11 - Ponto chinês • usado para fixar drenos e tubos intracavit…rios. Preparação da sala de cirurgia Uma boa manutenção e limpeza da sala operatória é essencial para a manutenção da técnica asséptica. 1 - Limpeza geral A sala cirúrgica deve ser completamente limpa e livre de poeira, por meio de: Limpeza semanal com anti-sépticos limpeza e remoção de todo equipamento da sala operatória; lavagem das paredes, janelas, e suportes de lâmpadas; limpeza de ar condicionado e ventiladores; esvaziamento e reposição de estoque dos armários; esfregar o chão, com pano úmido ou por aspiração, usando desinfetantes. Limpeza diária com anti-sépticos deve ser feita no final do dia, afim de não acumular pó. esvaziar e limpar todos os continentes (baldes, etc...); lavar a mesa de cirurgia; usar um pano com solução desinfetante para passar em todo equipamento e mobília; lavar o assoalho com solução desinfetante; encher vidros e suprir o estoque dos armários. 2- Preparação do quarto de vestir remover todas as roupas usadas para a lavanderia; recolocar roupas limpas; tirar o pó dos móveis; limpar o assoalho com solução desinfetante. 3- Preparação da sala de pré-operatório limpar todos os metais; esvaziar todos os baldes e aspiradores; limpar e desinfetar os boxes para os animais; lavar o chão; tirar o pó e repor todas as soluções. Selecionar o lixo em: cortantes, contaminados e controlados. Todo o instrumental, usado e não usado deve ser removido do ambiente cirúrgico após a realização de uma cirurgia e a mesa cirúrgica deve ser limpa e desinfectada, assim como o assoalho. Outros fatores importantes para manter a anti-sepsia na sala de cirurgia incluem a limitada admissão de pessoas vestindo-se apropriadamente, o limite de movimentos de pessoal na sala de cirurgia e o nível de conversa reduzido ao mínimo. 4- Preparação da equipe cirúrgica 4.1 - Anti-sepsia (lavagem) das mãos e braços A finalidade da anti-sepsia é remover a sujeira e a gordura, a flora bacteriana transitória, e uma porção da flora bacteriana residente das mãos e braços. Efeitos mecânicos da anti-sepsia a flora transitória das mãos pode ser completamente removida com 5 a 10 minutos de escovação com sabão desinfetante e água. Estas bactérias podem ser mortas facilmente com desinfetantes. a flora residente das mãos é reduzida em forma logarítimica com escovação com sabão e água, isto é, reduzida pela metade a cada 6 minutos de escovação vigorosa. a flora localizada superficialmente pode ser removida com regularidade, porém a localizada profunda na pele não é significativamente afetada a não ser após 15 minutos de escovação. a regeneração das bactérias cutâneas inicia imediatamente após a pele ser escovada e desinfetada. O crescimento é ao redor de 25% completo em 24 horas, 73% em 3 dias e 100% em uma semana. Este crescimento é acelerado quando são vestidos aventais e luvas. Métodos de escovação Antes da escovação iniciar, o cirurgião e equipe devem estar vestidos adequadamente e ter todas as jóias removidas dos braços e dedos. Assim que a escovação iniciar, as mãos e braços não devem tocar nada que não esteja estéril. Se isto ocorrer, deve-se repetir as manobras desde o início. molhar as mãos e braços até um ponto acima do cotovelo e lavar por aproximadamente um minuto, com sabão anti-séptico; limpar o espaço embaixo das unhas e as cutículas; durante a lavagem, as mãos devem ser colocadas em uma posição mais alta que os cotovelos, de maneira que a água possa drenar, ou escorrer pelos cotovelos ao invés de pelas mãos (da área mais limpa para a menos limpa); colocar o sabão anti-séptico nas mãos, pegar uma escova estéril e iniciar a escovação. Considere os dedos, mãos e braços como objetos de 4 lados e escove cada lado com movimentos circulares de escova. A seqüência exata da escovação não proporciona diferença, porém o uso de uma seqüência sistemática deve ocorrer até tornar-se um hábito. - Um método sistemático de escovação é escovar todos os 4 lados de um dedo; ou escovar todos os mesmos lados de todos os dedos, e depois passar para o outro lado. Após todos os dedos serem escovados, passe para o polegar e entre os dedos. escovar a palma e o dorso da mão com movimentos circulares de escova; escovar o pulso e o antebraço, cobrindo toda a superfície com movimentos circulares, indo em direção ao cotovelo. O antebraço deve ser dividido em dois e cada escovada deve iniciar onde a anterior parou; cotovelo deve ser escovado separadamente; após uma mão e braço ser escovado, lavar e escovar bem a outra mão e braço da mesma maneira; após ambas mãos e braços estarem escovados, lavar em água corrente, colocando as mãos acima dos cotovelos para água escorrer pelos cotovelos; repetir a manobra outra vez em ambos mãos e braços. Escovação anatômica As escovadelas são contadas, isto é, cinco escovadelas por superfície das mãos, dedos e braços repetidos quatro vezes, nos dão ao redor de 10 minutos. O mesmo pode ser feito com 10 escovadelas, repetindo-se duas vezes. Escovação cronometrada Ao invés de contar as escovadelas, conta o tempo de escovação, excluindo a limpeza das unhas e lavagem das mãos e braços. Existe alguma inconsistência na recomendação do uso de desinfetantes após a escovação. Quando for usado o anti-séptico é para remover algum efeito residual da escovação e o álcool etílico tem sido o mais popular agente usado. Antes das mãos serem secas, e se não for usado nenhum desinfetante após a escovação, recomenda-se esfregar um pouco de sabão anti-séptico nas mãos a fim de proporcionar um efeito antibacteriano residual. Método sem escovação Esfregar o sabão anti-séptico de forma sistemática por 10 vezes. 4.2 - Secagem das mãos As mãos e braços devem ser secas com toalha estéril, que pode ser alcançada ou tirada do pacote cirúrgico. Pegar com uma mão por uma das pontas, longe do corpo e desdobrar. Usar metade da toalha para secar cada mão. Iniciar pela ponta dos dedos, meio dos dedos, mão e ir secando em direção ao cotovelo. Após uma mão e braço estarem secos, colocar a parte não usada da toalha na mão seca e secar a outra mão e braço. 4.3 - Colocando o avental Os aventais cirúrgicos são dobrados de maneira padrão, aparecendo em primeiro lugar a parte dos ombros das costas. Ele deve ser pego, levantado e desdobrado, longe do corpo, sem contaminá-lo. Sacudir o avental para desdobrar e abrir, sem tocar em nada ao redor e colocar os braços pela manga e as mãos devem aparecer ou não pelos punhos, dependendo do método de colocação de luvas a ser usado. O avental é amarrado por um assistente, sem tocar em nada mais que as tiras. Colocação do avental passo a passo. 4.4 - Luvas Existem dois métodos para calçar as luvas cirúrgicas: Método Aberto 1. Colocar talco nas mãos, e com a mão esquerda segurar a luva direita pela parte dobrada do punho, removendo do pacote ou envelope sem tocar na parte de fora da luva. 2.Escorregar a mão direita para dentro da luva e deixar o punho dobrado para baixo. 3. Pegar a luva esquerda com os dedos enluvados da mão direita, por baixo do punho dobrado e escorregar a mão esquerda para dentro da luva, puxando o punho da mesma sobre o punho do avental. 4. Com a mão esquerda, finalizar de arrumar o punho da luva direita, colocando os dedos enluvados da mão esquerda debaixo da parte dobrada do punho da mão direita e desvirar o punho sobre o punho do avental. 5. Ajustar as luvas de maneira que elas calcem apropriadamente os dedos e a mão, limpando após o excesso de talco da parte externa da luva. 6. Este método tem como desvantagem a facilidade para a contaminação das luvas das luvas ao desdobrar o punho. Colocação de luvas passo a passo. Método Fechado 1. As mãos são introduzidas na manga do avental até os punhos, porém não através deles. 2. Nenhuma parte da mão deve ser exposta. 3. Segurar a luva através do tecido da manga do avental e o punho da luva entre o polegar e o indicador, enquanto a enfermeira circulante amarra o avental. 4. Com as mãos ainda dentro do avental, segurar a luva esquerda com a mão esquerda. 5. Deixar a luva com a palma para baixo, sobre a manga esquerda do avental, com os dedos apontando em direção ao cotovelo e as bordas do punho da luva no punho do avental. 6. O dedo polegar da luva deve estar sobre e em direção oposta ao dedo polegar da mão. Usando a mão direita, ainda dentro da manga do avental, introduzir o punho da luva sobre o punho do avental. 7. Pegar ambos, a luva e o punho (através da manga) com a mão direita e puxar a luva da mão esquerda. Repetir o procedimento da luva na mão direita. A ordem com que as luvas são colocadas não é importante. 8. Geralmente é mais fácil colocar uma segunda luva porque se trabalha com a mão já enluvada ao invés de ser através da manga. Método Alternativo - colocação de luvas com o auxílio de assistente Após um membro da equipe cirúrgica estar com avental e luvas, é geralmente mais rápido ajudar os outros membros a calçarem as luvas. O assistente pega a luva direita e insere 4 dedos de ambas as mãos debaixo do punho. Uma mão deve estar com o polegar de um lado e o dedo mínimo do outro, com a palma da mão virada em direção a pessoa que está calçando a luva. O assistente segura os punhos abertos, a uma altura média. O cirurgião insere suas mãos na luva, tendo o cuidado de não tocar nas mãos do assistente a segurar a luva aberta. 5 - Preparação do paciente A preparação cirúrgica ideal deve iniciar um dia antes da cirurgia, devendo o animal ser banhado (pequenos animais), escovado e devendo-se efetuar a tricotomia do campo operatório. Tricotomia Campo operatório é a região do corpo onde vai se praticar a cirurgia. No campo operatório está contido o ponto de eleição, que é onde se fará a incisão. Contenção do paciente No dia da cirurgia, após o animal ser pré-anestesiado, ou anestesiado, o local da cirurgia é preparado. Se os pelos não foram removidos previamente deve ser feito agora, usando uma máquina elétrica ou um aparelho de barbear. Os pelos removidos devem ser aspirados ou lavados. Se foi usada a máquina elétrica, a região onde será feita a cirurgia deve ser barbeada com navalha. O animal deve ser removido para a sala de cirurgia, onde a anti-sepsia final do campo operatório é feita. Uma maneira fácil de remover os pelos ainda existentes no campo operatório é com o uso de esparadrapo. 1. lavar o campo operatório com água e sabão, a fim de remover a contaminação mais grosseira, até a pele parecer limpa; 2. lavar o campo operatório 3 vezes com sabão cirúrgico, usando esponjas esterilizadas da seguinte maneira: iniciar a lavagem do centro do campo, onde a incisão será feita, em direção a periferia, nunca retornando a área central com a mesma esponja. o remover o sabão com uma esponja de gaze esterilizada, seca, também do centro para a periferia. Esta manobra permite deixar uma película de antiséptico na pele, que inibirá o crescimento bacteriano; o após, usar uma lavagem com álcool, iodo e álcool, deixando-o secar naturalmente, antes ser iniciada a colocação dos panos de campo. o Estas manobras devem ser feitas de maneira gentil, pois a hiperemia conseqüente de fricção exagerada só servirá para aumentar a hemorragia na pele e tecido subcutâneo (variação entre espécies). 6 - Procedimentos dentro da sala cirúrgica Regras gerais Todos os utensílios devem ser considerados esterilizados ou não. Em caso de dúvida, considere não esterilizado. Somente a parte de fora dos materiais enrolados devem ser tocados por mãos sem luvas, e estes pacotes devem ser abertos longe do corpo, sem contaminá-los; Materiais esterilizados são manuseados somente com luvas esterilizadas ou com instrumentos esterilizados; Uma vez que algum material é removido de um pacote, não deve ser retornado; Toda vez que um pacote com material esterilizado for molhado, deve ser considerado não esterilizado. Nenhum objeto não esterelizado deve pairar ou deslocar-se sobre superfície esterelizada. 7 - Equipe cirúrgica 7.1 - Cirurgião É responsável pela vida do paciente e tem sob sua responsabilidade o ato cirúrgico e toda a equipe cirúrgica; 7.2 - Assistente É responsável pela ajuda ao cirurgião e deve ter um grande conhecimento da cirurgia a ser executada. Ele deve ser capaz de antecipar os tempos cirúrgicos e de substituir o cirurgião em seus impedimento. O assistente tem certas obrigações, como o controle da hemorragia, ajudar na exposição, e fazer as ligaduras, sem a solicitação do cirurgião; 7.3 - Instrumentador Manter o instrumental limpo de sangue, ordenar o instrumental na mesa cirúrgica, antecipar os movimentos do cirurgião e assistente, alcançando o material sem solicitação, separar o material contaminado, preparar as suturas e fazer a limpeza após a cirurgia. 7.4 - Anestesista É de sua responsabilidade promover a analgesia e manter os parâmetros fisiológicos do paciente (função cardíaca e respiratória, drogas e administração de fluidos intravenosos). 7.5 - Volante Presta serviços de enfermagem. Faz a preparação do local e do material que vai ser usado (calhas, cordas, etc ... ). Durante a cirurgia deve antecipar os acontecimentos e ter o material e instrumental pronto para uso (desfibrilador, etc...). Durante a cirurgia não pode se afastar do local. Após a cirurgia terminar, deve ajudar na remoção do paciente e na limpeza da mesa e sala de cirurgia. 8 - Colocação de campos operatórios Os panos de campo podem ser de algodão ou de material descartável. Nunca colocar campos esterilizados em uma superfície molhada. Se o anti-séptico não secou, use esponja de gaze esterilizada e uma pinça para secar a pele; Uma vez colocados os panos de campos não devem ser movidos. A única exceção é nas bordas da fenestra que podem ser afastadas do local de incisão; Com o uso de campos cirúrgicos grandes, deve ser colocado dobrado sobre o paciente, com a fenestra sobre o local da incisão e a partir daí o campo é desdobrado, de maneira a cobrir o paciente e a mesa cirúrgica. 9 - Movimentação dentro da sala de cirurgia Para pessoas com avental e luvas esterilizadas nunca ficar de costas para a mesa cirúrgica; sempre virar de frente quando passar por outra pessoa na sala; reconhecer e dizer se você ou outra pessoa quebrar a técnica asséptica (tocar com a luva e objeto não esterilizado, etc...); falar somente o necessário. Para pessoas com pijama, gorro e máscara não tocar superfícies contendo material esterilizado; não se debruçar sobre o campo cirúrgico, a não ser se permitido; não encostar no campo esterilizado; caminhar o mínimo possível ao redor. Assist‰ncia de enfermagem ao paciente cir‚rgico INTRODUŠ‹O Defini€•o de pr‡-operatŒrio • o perƒodo de tempo que tem inƒcio no momento em que se reconhece a necessidade de uma cirurgia e termina no momento em que o paciente chega Š sala de opera‚†o. Subdivide-se em mediato (desde a indica‚†o para a cirurgia at• o dia anterior a ela) e em imediato (corresponde Šs 24 horas anteriores Š cirurgia). Interven‚„es de enfermagem Atender o paciente conforme suas necessidades; Verificar sinais vitais; Pesar o paciente; Colher material para exames conforme solicita‚†o m•dica; Observar e anotar a aceita‚†o da dieta; Observar higiene do paciente antes de encaminha-lo para o centro cir€rgico; Manter o paciente em jejum, conforme rotina; Fazer tricotomia conforme rotina; Encaminhar o paciente ao centro cir€rgico Defini€•o de pŒs – operatŒrio • o perƒodo que se inicia a partir da saƒda do paciente da sala de cirurgia e perdura at• a sua total recupera‚†o Subdivide –se em: PŒs-operatŒrio imediato (POI): at‡ Žs 24 horas posteriores Ž cirurgia; per†odo critico PŒs-operatŒrio mediato: apŒs as 24 horas e at‡ 7 dias depois; e tardio, apŒs 7 dias. Objetivos: identificar, prevenir e tratar os problemas comuns aos procedimentos anest‡sicos e cir‚rgicos, tais como dor, laringite pŒs- entuba€•o traqueal, v•mitos, reten€•o urin•ria, e outros, com a finalidade de restabelecer o seu equil†brio. Tardio: (apŒs 07 dias do recebimento da alta) Interven‚„es de enfermagem Receber o paciente com cuidado, observando sondas e soro etc. Verificar sinais vitais; Observar o estado de consci‡ncia (sonol‡ncia); Avaliar drenagens e soroterapia; Fazer medica‚„es conforme prescri‚†o; Verificar a diurese; Observar e relatar as seguintes complica‚„es: (pulmonares “cianose, dispn•ia, agita‚†o”); Urin…rias (infec‚†o e reten‚†o urin…ria); Gastrointestinais (vŒmitos, constipa‚†o intestinal, sede); Vasculares (Cianoses e edemas); da ferida operat‹ria (hemorragia, infec‚†o e deisc‡ncia) e choque. 2.3. Cuidados de enfermagem no pŒs – operatŒrio: Monitorar o estado neurovascular e tentar eliminar a tumefa‚†o causada por edema e sangramento para dentro dos tecidos. Imobilizar a …rea afetada e eliminar a atividade a fim de proteger o local operado e estabilizar as estruturas m€sculo esquel•ticas. Monitorar quanto a hemorragia e choque, que podem resultar de um sangramento significativo e de uma hemostasia prec…ria dos m€sculos que ocorre com a cirurgia ortop•dica. Fun€‘es de enfermagem na sala de cirurgia As fun‚„es de enfermagem na sala de opera‚†o s†o freq’entemente descritas nos termos das atividades de circula‚†o e instrumenta‚†o. Fun€‘es do circulante controlar e orientar o uso correto do uniforme privativo, visando Š seguran‚a do paciente. - Auxiliar os elementos da equipe cir€rgica a vestirem o avental e as luvas. - Iniciar a abertura dos pacotes em seq’‡ncia de uso e obedi‡ncia Š t•cnica ass•ptica. - Auxiliar a montagem da mesa de instrumenta‚†o, apresentando os artigos m•dicos necess…rios ao procedimento cir€rgico. O sucesso de uma cirurgia depende da perícia de toda a equipe cirúrgica. Cada membro da equipe tem importante papel na manutenção do preparo psicossomático dos pacientes. Interações adequadas minimizam o medo e favorecem o alívio da dor e mal estar, além de ajudar a enfrentar situações desagradáveis ou desconhecidas. O medo é uma barreira de comunicação que reprime sentimentos e aumenta a insegurança. Cada animal apresenta uma reação diferente diante de situações idênticas, o que exige, da equipe de enfermagem, algum preparo para um bom acompanhamento do paciente. Verificar e anotar os valores dos sinais vitais, observar e anotar os sinais de estresse: Constituem ainda, funções do circulante da sala responsabilidade pelo andamento geral da sala de operação antes, durante e após o procedimento cirúrgico. Uma das responsabilidades mais importantes é assegurar que a esterilidade seja mantida durante todo o tempo. Deve também: Puncionar a veia ou auxiliar na instalação dos soros. Auxiliar o anestesiologista na indução e manutenção da anestesia. Auxiliar a equipe cirúrgica no posicionamento do paciente. Auxiliar na paramentação da equipe cirúrgica. Auxiliar na anti-sepsia da área operatória. Prover as mesas do instrumentador e de cirurgião assistente com artigos e equipamentos necessários ao ato operatório. Manter o ambiente asséptico. Acompanhar a cirurgia provendo ao instrumentador artigos necessários ao ato operatório. Manter boa iluminação da área cirúrgica. Manter o ambiente calmo. Preencher a ficha transoperatória, a fim de fornecer subsídios para a continuidade dos cuidados de enfermagem. No final da cirurgia, o circulante deve: Auxiliar o cirurgião no curativo cirúrgico. Retirar equipamentos, campos sujos e molhados que estão sobre o paciente. Verificar permeabilidade, fixação e drenagem de sondas, drenos e cateteres. Promover o conforto do paciente na mesa cirúrgica. Ajudar o anestesiologista a manter a permeabilidade das vias aéreas superiores. Controlar a permeabilidade, fixação e gotejamento das infusões e irrigações. Fazer anotações de enfermagem e ordem no prontuário. -Completar a ficha de débito. Transportar o paciente à sua unidade de origem de acordo com a rotina do CC. Funções do instrumentador cirúrgico Dispor na mesa o campo cirúrgico duplo, próprio para a mesa de instrumentador. Dispor o material da cirurgia na mesa, evitando contaminar o mesmo, verificando sempre se nenhum material necessário está faltando. Evitar qualquer tipo de contaminação, conservando as mãos acima da cintura, não podendo encostar estas em qualquer lugar que não esteja esterilizado. Tomar o cuidado para não encostar com a parte não estéril do avental nas mesas auxiliares e de instrumentais; na falta de avental com opa (proteção nas costas). Auxiliar na colocação dos campos que delimitam a área operatória, entregando-os ao assistente e ao cirurgião. Passar os instrumentos, sempre tendo cuidado que seja do lado correto, para evitar quedas, e que o cirurgião tenha que virá-lo antes de usar, evitando acidentarse. Conservar o campo operatório sempre limpo e em ordem para evitar transtornos. Conservar os instrumentos sempre no lugar próprio, nunca deixar a mesa desarrumada. No caso de cirurgias em que são retirados materiais para exame, responsabilizarse por elas até que sejam encaminhados ao setor competente. Ter o controle do material e instrumental durante toda a cirurgia, prestando atenção em toda e qualquer manobra do cirurgião; (contar compressas grandes, pequenas e gazes antes e ao término de cada procedimento cirúrgico). Evitar o desperdício de fios, porém ter sempre o necessário para evitar complicações durante o ato cirúrgico. Ser consciencioso. Lembrar que a vida do paciente depende da assepsia do instrumental, além da habilidade do cirurgião. Ao final da cirurgia proceder o curativo na fenda cirúrgica, separar o instrumental dos materiasi perfurantes e cortantes, evitando dessa forma acidentes. Antecipar os pedidos do cirurgião, evitando o atraso no tempo operatório. Isto se consegue conhecendo instrumental, tempo cirúrgico e, prestando atenção ao desenrolar da cirurgia, a fim de estar sempre um passo á frente do cirurgião. Atenção, iniciativa e rapidez durante todo o tempo. Manter sempre uma técnica perfeita! ASSEPSIA E ANTISSEPSIA: TÉCNICAS DE ESTERILIZAÇÃO O hospital deve ser considerado insalubre por vocação, pois concentra hospedeiros mais suscetíveis e microorganismos mais resistentes. Os micro-organismos contaminam artigos hospitalares, colonizam pacientes graves e podem provocar infecções mais difíceis de serem tratadas. O risco de contraí-las depende, no entanto, do número e da virulência dos microorganismos presentes e, acima de tudo, da resistência antiinfecciosa local, sistêmica e imunológica do paciente e da consciência do pessoal médicos e paramédicos que atuam no estabelecimento. O ato de lavar as mãos, antes e após examinar pacientes, ainda não é um hábito corrente em nossos dias, século XXI, apesar da sua importância já ter sido demonstrada em 1847/8 por Semmelweis em Viena. Na França, Saldmann demonstrou recentemente que 73% das pessoas saem do banheiro com as mãos contaminadas (90% por Escherichia coli) e que, após duas horas 77% exibem o mesmo germe na boca! Cerca de 50% das pessoas saem do banheiro sem lavar as mãos, quando sozinhas, entretanto, se houver outra pessoa no banheiro só 9 % saem sem lavar as mãos, demonstrando que muitos conhecem os bons hábitos higiênicos, mas, não os cumprem. DEFINIÇÕES Assepsia: é o conjunto de medidas que utilizamos para impedir a penetração de microorganismos num ambiente que logicamente não os tem, logo um ambiente asséptico é aquele que está livre de infecção. Antissepsia: é o conjunto de medidas propostas para inibir o crescimento de microorganismos ou removê-los de um determinado ambiente, podendo ou não destruílos e para tal fim utilizamos antissépticos ou desinfetantes. Degermação: Vem do inglês degermation, ou desinquimação, e significa a diminuição do número de microorganismos patogênicos ou não, após a escovação da pele com água e sabão. Fumigação: é a dispersão sob forma de partículas, de agentes desinfectantes como gases, líquidos ou sólidos Desinfecção: é o processo pelo qual se destroem particularmente os germes patogênicos e/ou se inativa sua toxina ou se inibe o seu desenvolvimento. Os esporos não são necessariamente destruídos. Esterilização: é processo de destruição de todas as formas de vida microbiana (bactérias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e vírus) mediante a aplicação de agentes físicos e ou químicos, Toda esterilização deve ser precedida de lavagem e enxaguadura do artigo para remoção de detritos. Esterilizantes: são meios físicos (calor, filtração, radiações, etc) capazes de matar os esporos e a forma vegetativa, isto é, destruir todas as formas microscópicas de vida. Esterilização: o conceito de esterilização é absoluto. O material é esterilizado ou é contaminado, não existe meio termo. Germicidas: são meios químicos utilizados para destruir todas as formas microscópicas de vida e são designados pelos sufixos "cida" ou "lise", como por exemplo, bactericida, fungicida, virucida, bacteriólise etc. Na rotina, os termos antissépticos, desinfetantes e germicidas são empregados como sinônimos, fazendo que não haja diferenças absolutas entre desinfetantes e antissépticos. Entretanto, caracterizamos como antisséptico quando a empregamos em tecidos vivo e desinfetante quando a utilizamos em objetos inanimados. Sanitização, neologismo do inglês sanitization, em que emprega sanitizer, tipo particular de desinfetante que reduz o número de bactérias contaminantes a níveis julgados seguros para as exigências de saúde pública. 3- ANTISSEPSIA A descontaminação de tecidos vivos depende da coordenação de dois processos: degermação e antissepsia. 3.1- Degermação É a remoção de detritos e impurezas depositados sobre a pele. Sabões e detergentes sintéticos, graças a sua propriedade de umidificação, penetração, emulsificação e dispersão, removem mecanicamente a maior parte da flora microbiana existente nas camadas superficiais da pele, também chamada flora transitória, mas não conseguem remover aquela que coloniza as camadas mais profundas ou flora residente. 3.2- Antissepsia É a destruição de micro-organismos existentes nas camadas superficiais ou profundas da pele, mediante a aplicação de um agente germicida de baixa causticidade, hipoalergenico e passível de ser aplicado em tecido vivo. Os detergentes sintéticos não-iônicos praticamente s†o destituƒdos de a‚†o germicida. Sab„es e detergentes sint•ticos aniŒnicos exercem a‚†o bactericida contra microorganismos muito fr…geis como o Pneumococo, por•m, s†o inativos para Stafilococcus aureus, Pseudomonas aeruginosa e outras bact•rias Gram negativas. Consequentemente, sab„es e detergentes sint•ticos (n†o iŒnicos e aniŒnicos) devem ser classificados como degermantes, e n†o como antiss•pticos. 4- ANTISSÉPTICOS Um antiss•ptico adequado deve exercer a atividade gemicida sobre a flora cut”neomucosa em presen‚ade sangue, soro, muco ou pus, sem irritar a peleou as mucosas. Muitos testes in vitro foram propostos para avaliar a a‚†o de antissepticos, mas a avalia‚†o definitiva desses germicidas s‹ pode feita mediante testes in vivo. Os agentes que melhor satisfazem as exig‡ncias para aplica‚†o em tecidos vivos s†o os iodos, a cloro-hexidina, o …lcool e o hexaclorofeno. 4.1- Para a desinfecção das mãos temos • Solu‚„es antiss•pticas com detergentes (degermantes) e se destinam Š degerma‚†o da pele, removendo detritos e impurezas e realizando anti-sepsia parcial. Como exemplos citam: - Solu‚†o detergente de PVPI a 10% (1% de iodo ativo) - Solu‚†o detergente de clorhexidina a 4 %, com 4% de …lcool etƒlico. • Solu‚†o alco‹lica para anti-sepsia das m†os: - Solu‚†o de …lcool iodado a 0,5 ou 1 % (…lcool etƒlico a 70%, com ou sem 2 % de glicerina) - •lcool etƒlico a 70%, com ou sem 2% de glicerina.