São Paulo,Janeiro/fevereiro DE 2011 Número 3 0 Espaço Arterial

Transcrição

São Paulo,Janeiro/fevereiro DE 2011 Número 3 0 Espaço Arterial
Jornal
da Hora
Número 30
Espaço Arterial
São Paulo,Janeiro/fevereiro DE 2011
Diretora Responsável: Vera Alves
2
janeiro/fevereiro de 2011
Balada, o que é?
O que é balada para você?
Certamente quando você
ouve essa palavra já vem logo
a associação com a música
dançante, jogo de luzes e etc.
Mas você sabia que a palavra
balada tem muitos outros
significados? Por exemplo,
antigamente esse termo era
usado por Chopin e outros
compositores de música
clássica para dar nome a suas
composições, na maioria das
vezes, composta para pianos.
Atualmente,
também
existe o gênero musical
denominado
balada
romântica. Nesse gênero
predominam músicas com
batidas mais tranquilas
e românticas, como por
exemplo, algumas músicas
do cantor Fábio Júnior.
Jornal da Hora
Texto: Beatris Duraes, 13 anos
Desenho: Pedro Raylson, 13 anos
Balada
João Victor, 10 anos
Balada para adolescente
È refrigerante
E não desodorante
Como você percebeu, balada,
em suas diversas definições,
sempre esteve relacionada a
música, mas desde 2006 isto
mudou, pois aqui em São
Paulo é realizada a Balada
Literária. Marcelino Freire,
o idealizador deste projeto,
une música com literatura,
em uma balada que ocorre
uma vez por ano sempre com
diferentes
programações.
Enfim, tudo isso para provar
uma única coisa, sendo na
música clássica, na balada
romântica, na
balada
literária ou na curtição da
música dançante, a balada
é uma criação humana,
cujos principais objetivos
são promover o encontro
de pessoas, a apreciação
artística e fugir da cansativa
rotina
do dia-a-dia.
O Bicho
Manuel Bandeira
Balada eletrônica
É como beber
Água tônica
Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.
Balada de axé
É como comer
Acarajé
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
Balada romântica
É só pra ficar
Não para namorar
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
Agora!
Balada para adulto
É beber caipirinha e não
Estourar espinha
O bicho, meu Deus, era um homem.
Cruzadinha
Samara Marinho, anos 13 anos
A vida de um DJ
Kelvin Izidoro, 12 anos
Com pa
u
que rovou?
eu
b
na
bal
ada
!
UHUUU
ufa
!
em casa
Tem gente que adora ir para a Balada, e vocês gostam?!
Balada é um lugar pra se divertir, ouvir músicas, conversar
com os amigos e conhecer pessoas novas . Tem as matinês
que acontecem nos finais de semana das 15h às 21h e só vão
adolescentes de 13 a 17 anos. Lá não tem bebidas alcoólicas,
tem sucos, refrigerantes, doces e salgados. É divertido,
tocam vários ritmos, tem a pista de dança com vários jogos
de luzes e são os DJS que fazem o som escolhendo os vários
ritmos: Eletrônico, Funk, Rock entre outros .
Então pessoal, agora vamos resolver a cruzadinha com as
palavras em destaque?!
no trabalho
BATALHA
A GUERRA DO VINIL
E aí, galera? Vamos agitar
esse jornal e falar um pouco sobre o
universo do hip-hop.
“Batalha: A Guerra Do Vinil” é
uma animação stop motion muito
da hora que é feita com massinha, e
foi desenvolvida pela produtora de
filmes “Terpins Greco”, direção de
Rafael Terpins. Conta a história do
D
Dj Air, talentoso mas medroso, que mora em uma favela
e se depara com um desafio: um duelo com o DJ Black
Jahmanta, um dos mais ricos e famosos da região.
A animação é bem divertida e teve seu cenário
inspirado na favela de Cangaíba, que fica na Zona Leste de
São Paulo. Ela também conta com a participação de Thaíde
(rapper brasileiro) apresentando o “duelo”, além do DJ Cia
representando o DJ Air e o DJ King representando o DJ
Á
Black Jahmanta.
A animação é muito boa, acho que vão gostar. Você
pode assisti-la no site oficial www.guerradovinil.com.br
Até a próxima.
Bruno Costa, 14 anos
P
B
R
B
R
R
D
M
janeiro/fevereiro de 2011
3
Jornal da Hora
Na Balada com Marcelino Freire
“... com 9 anos de idade, eu li num livro da escola o poema
O Bicho, do Manuel Bandeira ... Eu fiquei impressionado e
quis ser o Manuel Bandeira. Descobri que ele também era
pernambucano, que também morou no Recife, que ele falava
de ruas que eu conhecia, então eu disse: ‘Eu posso ser esse
poeta’”
Jornal Da Hora - Desde criança você
pensava em ser um escritor?
JDH - Como surgiu a coleção “Cinco
Minutinhos”?
Marcelino Freire - Eu sou nordestino,
caçula de uma família de nove filhos.
Nasci numa cidade chamada Sertânia,
no sertão de Pernambuco, e pra estudar
lá tínhamos que andar muito, e quando
vinha a seca e acabava com tudo, minha
mãe ficava desesperada. Então a luta
dela era sair de Sertânia pra que pelo
menos os filhos mais novos estudassem.
Mudamos pra Paulo Afonso, na Bahia, e
depois pro Recife. Mas como é que eu,
saindo de uma família muito pobre, de
retirantes, me tornei escritor? Não tinha
livro em casa, não tinha biblioteca perto
de casa. Foi quando, por essa insistência
da minha mãe pra gente estudar, com 9
anos de idade, eu li num livro da escola o
poema O Bicho, do Manuel Bandeira, um
poeta já falecido. Eu fiquei impressionado
e quis ser o Manuel Bandeira. Descobri
que ele também era pernambucano, que
também morou no Recife, que ele falava
de ruas que eu conhecia, então eu disse:
“Eu posso ser esse poeta”. Com 17 anos
ele descobriu que tinha tuberculose, e
eu queria ter também, porque eu achava
que ia virar poeta se ficasse doente. Foi a
partir do Manuel Bandeira que eu quis ser
escritor.
Marcelino Freire – As pessoas costumam
dizer que não leem porque não têm tempo,
não têm dinheiro, mas temos bibliotecas
por aí, e sempre se dá uma desculpa pra
não ler. Então eu pensei: “Vou fazer uma
coleção pra ler em cinco minutinhos, e não
vão poder dar a desculpa de que não têm
tempo”. Eu convidei dez autores, entre
eles Manoel de Barros, Glauco Matoso,
Moacy Sclyar, João Gilberto Noll, pra que
escrevessem textos pequenininhos, que
desse pra ler cada um em trinta segundos,
e fizemos a coleção Cinco Minutinhos. Os
autores não receberam nada: mandaram os
textos, mandei imprimir por minha conta
a primeira edição e distribuí gratuitamente.
Eu ia em ponto de ônibus, salão de beleza...
E eu falava: “Você diz que não tem tempo
pra ler mas lê essas revistas de fofoca, então
você pode ler um poema, um conto, de
trinta segundos”. Fez muito sucesso, tanto
que as crianças gostaram muito, então
eu fiz a versão infantil da coleção Cinco
Minutinhos em 2003, com autores como
Tatiana Belinky, Luís Fernando Veríssimo,
Laerte, e mandei para as bibliotecas.
JDH - Você se considera um artista?
Marcelino Freire - Tenho vários
personagens prediletos, mas um
personagem que me comoveu muito
quando eu conheci foi Macabéa, que está
num livro chamado A Hora da Estrela,
de Clarice Lispector. A autora nasceu na
Ucrânia e veio muito nova pro Brasil.
Nesse livro ela conta a história da vida e da
morte de Macabéa, que é uma nordestina
muito, muito pobre que vai morar no Rio
de Janeiro.
Marcelino Freire – Eita, boa pergunta!
Veja bem, escritores, cantores, atores,
existem muitos, mas artistas existem
poucos. Você entra num curso e pode
se tornar um escritor, uma cantora, um
bailarino... Mas artista é aquele que vai
modificar, que vai inventar alguma coisa.
Não sei se sou, mas eu faço muito esforço
pra ser um artista.
JDH - Você tem algum personagem
predileto?
JDH - O que o inspira, o motiva a
escrever?
Marcelino Freire - Eu sou uma pessoa
muito revoltada, teimosa. Eu vejo que
as coisas não vão bem, injustiças, fico
chateado com isso e aí eu escrevo. Alguém
passando fome, alguma coisa que vejo
na televisão, no jornal, um olhar de uma
pessoa na rua... Eu guardo muito as coisas
que ouço, e penso: “Nossa, aquilo ali dá
uma história”. Eu escrevo pra entender o
absurdo em que a gente vive, pra tentar
entender as coisas.
das pessoas. Ela acontece durante quatro
dias, na Vila Madalena, e tem debates com
escritores; não aquela coisa chata, é uma
conversa, os leitores ficam próximos dos
autores. Eu misturo muito os convidados,
atores com músicos, com escritores, pra
mostrar que todo mundo pode participar
e estar junto. E à noite tem também a
balada propriamente, com shows, onde
todo mundo vai dançar. Então eu faço a
Balada Literária pra divulgar escritores,
pra formação de leitores e pra divertir
também, porque o que é legal é que a
literatura pode ser muito divertida, muito
instigante.
JDH – Quando vai ter uma “Baladinha
Literária” para o público infantil?
JDH – Como você se sentiu ao receber
o prêmio Jabuti com o livro Contos
Negreiros?
Marcelino Freire – Eu queria muito
escrever um livro abolicionista, porque
a escravidão acabou em 1888, mas há
histórias de gente que até hoje tem que
trabalhar o dia inteiro batendo pedra,
cortando cana no meio da mata, pra
ganhar dez, cinquenta centavos por dia.
Isso é um trabalho escravo. Então lembrei
de um livro famoso que trata da questão
da escravidão, do racismo, que é O Navio
Negreiro de Castro Alves, um poeta
baiano. Dei o nome de Contos Negreiros
pro meu livro por causa dele. Ganhar o
prêmio Jabuti foi importante, mas a minha
vida continua e eu tenho que continuar
escrevendo. Têm pessoas que ganham o
prêmio e começam a se sentir o dono da
cocada preta, a andar que nem “jabuti”...
Num país em que se lê pouco e tem muita
coisa pra fazer, você não pode se sentir um
“jabuti” nunca.
JDH - Como surgiu a idéia da Balada
Literária? Como ela funciona?
Marcelino Freire - Eu faço a Balada
Literária para que a literatura esteja na vida
Marcelino Freire - Tem muito tempo
que eu quero fazer a Baladinha Literária,
mas não consigo, porque falta apoio.
Mas nesse ano estou querendo dedicar o
último dia da Balada Literária, que vai ser
dia 20 de novembro, a essa Baladinha, só
pra crianças, com show, pipoca...
JDH – Você pode deixar um recado para
os leitores do jornal?
Marcelino Freire – Meu recado é esse:
leiam a história de Macabéa, de Clarice
Lispector, e leiam tudo que vocês
gostarem. Falei que a leitura é muito
importante, mas leiam aquilo que vocês
estiverem a fim de ler. Por exemplo: não
gosta tanto de ler mas gosta de futebol,
então vai procurar uns contos sobre
futebol. Leia com calma, leia sempre, mas
leia sobretudo aquilo que você gosta.
JDH - Obrigado pela entrevista.
o
s
a
s
m
e
t
p
a
P
4
janeiro/fevereiro de 2011
Jornal da Hora
Gabriella Rocha, 11 anos
O livro “eraOdito” é um livro
de poesia visual, diferente,
simples e gostoso de ler. O
autor Marcelino Freire pega
frases famosas e vai brincando
com as letras, destacandoas das frases e dando outro
sentido para elas. E com isso
as frases ficam mais divertidas.
Nós do jornal o entrevistamos
e gostamos muito, porque ele
Troque os desenhos pelas letras e descubra o nome
da marchinha que Jica y Turcão fizeram para o
Bloco das Emílias e Viscondes desse ano. Aliás o
bloco sairá dia 4 de março às 15h!
foi muito atencioso, fez questão
de aprender os nossos nomes, e no
final da entrevista ainda sorteou
alguns livros e os autografou para
nós.
Li esse livro “eraOdito” e as frases
que eu mais gostei foram:
“DeU.S. é brA.sileiro” e
“A jusTiça taRdA maS não falhA” -
Júlio Verne
EXPEDIENTE
Júlio Verne foi um grande
escritor francês, autor de
histórias de aventura e ficção
científica. Dentre todas as
obras a mais famosa é Vinte
Mil Léguas Submarinas.
Ele passou sua infância na
cidade francesa de Nantes.
A
M
N
S
O
E
V
C
R
D
Í
deu pra sacar as mensagens?
P
Gabriella Rocha, 11 anos
Jurubeba ao acordar
Caça-Palavras Mario Bros
Mario Bros é um jogo clássico
e quase todos já jogaram um
dia.
Esse carinha tem um ajudante
que se chama Luigi e uma
amiga que se chama Peach,
que sempre se mete em
confusão por causa do inimigo
do Mario, o Bowser.
No jogo do Mario tem vários
personagens maus: Wendy e
Lemmy, que são filhos do
Bowser; Koopa-Troopa, que
é uma tartaruguinha chata e
o Goomba, que também é do
mal.
Agora encontre os personagens
em destaque, resolvendo nossa
brincadeira.
L
Texto: Luiz Moreira,13 anos
Desenho: Guilherme Oliveira,13 anos
Mateo Vettore – 6 anos
Guilherme Oliveira – 13 anos
G
B
K
O
O
P
A
T
R
O
O
P
A
A
P
D
A
K
J
B
U
B
B
P
B
M
E
A
I
R
R
V
A
L
M
P
S
I
Q
A
I
A
M
G
L
H
B
C
Q
A
J
R
O
O
S
P
C
C
B
A
K
Z
D
Z
R
A
A
F
M
J
M
H
P
R
G
B
V
S
B
I
D
F
B
R
O
R
C
U
S
O
O
X
L
T
O
B
O
S
R
L
P
S
G
C
O
W
I
Y
B
A
F
N
W
M
W
U
I
I
A
M
Como morava próximo ao
porto, conseguia ter uma
visão do mar e de terras
distantes.
Logo foi mandado para Paris
por seu pai para estudar
Direito, mas começou a se
interessar muito pelo teatro.
Júlio começou também a
escrever pequenas histórias
Reportagens e Redação
Beatris Duraes Matheus Spagnolo
Bruno Costa
Nathalia Santos
João Victor
Pedro Raylson
Gabriella Rocha Samara Marinho
Raiane Bastos
Gabrielle Silva
Guilherme Oliveira
Luiz Moreira
Mateo Vettore
S
L
A
E
S
A
M
E
U
E
G
I
Q
T
B
E
M
S
Y
W
S
A
N
P
M
L
T
G
R
A
R
J
V
R
L
W
D
D
L
A
M
B
F
I
Y
A
S
I
O
E
S
T
Y
P
D
F
S
I
G
z
J
O
W
Z
M
H
A
V
F
D
E
A
R
B
L
F
O
M
H
M
C
T
C
M
X
F
P
R
A
S
E Jurubeba ao acordar em uma maca de hospital,
sem saber como foi parar ali, começa a gritar.
No meio daquela gritaria toda Jurubeba percebe
que a porta do quarto onde ele está começa a
ser aberta bem devagar. Quando olha melhor,
percebe que o médico vem vindo, ele chega e fala
para Jurubeba: - Pode ir embora, você teve muita
sorte de ter sobrevivido ao ser atingido pelo raio.
Depois do acidente, Jurubeba não sabia que tinha
super poderes e que a partir daquele momento
seriam revelados.
Ao sair para a rua encontra seu grande amigo Gabiroba
e corre para cumprimentá-lo.
Gabiroba vê seu amigo se aproximando e fala:
- E aí, Jura! Como você tem sorte, hein?
- Por quê?
- Por ter sobrevivido a um raio daqueles e ainda na
cabeça!
P
Z
H
N
Y
A
A
A
M
Z
T
F
W
F
G
de viagens.
Quando seu pai descobriu
parou
de
ajudá-lo
financeiramente. Com
isso, Júlio começou a
trabalhar para garantir sua
renda própria.
Conheceu uma viúva com
quem se casou e teve um
filho, que deu o nome de
Michel Jean Pierre Verne.
Júlio Verne conheceu um
editor importante chamado
Pierre-Jules Heltzel, que
publicou seu livro Cinco
Semanas em um Balão. Os
leitores ficaram em dúvida se
a história era verdadeira ou
não e depois descobriram que
era apenas uma invenção.
Ilustrações
Agradecimentos
Fotografia
Diagramação
Guilherme Oliveira
Kelvin Izidoro
Pedro Raylson
Marcelino Freire
Niti Merhej
Valéria Silva
Valéria Silva
Colaboradores
Luce Catalá
Capa
Bruno Costa
Niti Merhej
Coordenação
Valéria Silva
Vera Alves
Gráfica
Xamã VM Editora e
Gráfica Ltda
Rua Itaoca, 130
CEP: 04140-090
Foi
então que lhe
apresentaram cientistas, e
dessas conversas passou a tirar
suas idéias mirabolantes.
Sua carreira ganhou destaque
e conseguiu publicar mais de
100 livros.
Por isso hoje e sempre será
conhecido como um escritor
encantador e surpreendente!!
Matheus Spagnolo, 13 anos
Iniciativa Vencedora dos prêmios
Realização
Ludicidade/ Pontinhos de Cultura Instituto Espaço Arterial
e Ponto Mídia Livre
Rua General Jardim, 556
3256-3057
CEP 01223010
[email protected]
[email protected]
http://espacojornaldahora.blogspot.com/