vitrine - Revista Mundo OK

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vitrine - Revista Mundo OK
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agenda e notas
cultura
cidades
automóveis
liderança e motivação
esportes
mulher
beleza e saúde
okids
educação
política
gastronomia
especial capa
medula
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economia
multimídia
encontro
pets
agricultura
dekasegui
casos da vida
mundo oriental
click
eventos
anime
tokusatsu
game
opinião
Diversão com toque oriental
Que a cultura japonesa está incorporada ao cotidiano dos brasileios todos já sabem. Dentro de
todo esse contexto, o karaokê chama a atenção.
Afinal, dificilmente alguém vai a uma festa que
não conte com um aparelho de videokê. Por outro lado, para os orientais a música tem um valor
mais rico. Trata-se de uma expressão da alma,
além de ser uma forma de agregar mais pessoas
e facilitar a comunicação.
No Brasil, os concursos de karaokê ganham um
diferencial a mais. Por lá, os cantores levam a música a sério, de forma profissional. Paralelamente,
o mercado do karaokê movimenta cifras inimagináveis, segundo o presidente da União Paulista
de Karaokê, Luiz Yuki.
Outra motivação que leva milhares de jovens
para curtirem a noite são as baladas orientais.
Experimente convidar um grupo de jovens descendentes para ir a uma danceteria ou a um baile
da comunidade. Sem dúvida, a surpresa com as
diferentes reações será das mais agradáveis. Ao
final do dia, provavelmente a imagem que tinha
dos orientais não será mais a mesma, e você
pensará duas vezes antes de voltar a dizer que
eles são pessoas tímidas, fechadas e que se isolam em um mundo à parte.
Boa leitura
Capa: Girl singing
Imagem: Shutterstock
Revista Mundo OK – Ano 2 – Número 15 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editor: Rodrigo Meikaru • Chefe de Arte: César Gois • Diagramação: Rodrigo Medeiros e Paulo Henrique Liberato• Redação: Cibele Hasegawa, Cintia Yamashiro, Tamires Alês, David Denis Lobão, Eugenio Furbeta, Fernando Ávila de Lima, Francisco Junqueira,
Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Carolina Michelli • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro
Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Sheyla Arisawa • Comercial: Denis
Kim, Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Luciana Mayumi, Marcelo Ikemori, Fabio Seiti Tikazawa • Digital: Fabrizio Yamai • Assistente Digital: Rodrigo Medeiros • Administrativo: Sheyla Arisawa, Suzana Sadatsune • Planejamento: Karlos Kusunoki •
Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK é uma publicação da Yamato Corporation. O
Núcleo de Edição da Yamato Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que
são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos assinados e as imagens publicadas são de
responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida e expressa cessão de seus direitos autorais
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cartas
Você também pode colaborar e participar da Revista Mundo Ok, enviando
suas críticas ou sugestões para:
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próximas edições ainda melhores!
Em busca de novos desafios
Ao começar a escrever minhas opiniões nesta conceituada revista, sempre tive a certeza de contar com
uma boa repercussão. Há seis meses, tentei trazer
aos leitores minhas experiências sobre assuntos diversos. Relembrando
muitas vezes fatos que têm a ver com nossa comunidade e até mesmo
Equipe da Revista Mundo Ok
da vida. Enfim, situações pelas quais passei e que gostaria de compartilhar com vocês.
Acredito na visão positiva para nossos cotidianos. Em especial da nossa comunidade nipo-brasileira, que
vivenciou momentos grandiosos durante todo o ano de 2008, com as comemorações do Centenário da
Imigração. Um momento de alegria e o despertar para um novo futuro. Pessoalmente, vejo como uma
forma de repensar conceitos e agregar novas idéias. Resgatar os primórdios, cujos conceitos baseavamse em três pilares: confiança, união e respeito.
Justamente refletindo sobre tais aspectos, acredito que algo tem de ser feito. Um dos caminhos para
viabilizar é a reestruturação da entidade mais representativa da comunidade, o Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social). Hoje, há uma barreira que separa os nikkeis desta
entidade, por uma série de motivos. As próprias associações espalhadas pelo País já não se importam
com as diretrizes tomadas pelo Bunkyo. Uma constatação triste se olharmos pelo lado da integração. E
que reflete, diretamente, na nossa comunidade.
Por todas essas reflexões, montamos um grupo de discussão que logo transformou-se em algo conA matéria de capa da Mundo OK, em janeiro,
creto: o Change Bunkyo. Propõe algumas mudanças na forma de administrar o Bunkyo, enfatizando,
sobre empreendedorismo, trouxe uma luz sobre
principalmente, o contato com entidades. Saber o que pode ser melhorado, trabalhando em conjunto e
aqueles que se preocupam com a crise mundial.
respeitando as ideias e preocupações de cada uma delas, seja em São Paulo, interior ou outros estados.
Mas, ao mesmo tempo, não podemos esquecer
Resumidamente, pontuo tudo isso com uma definição: um “Bunkyo da Integração”.
dos riscos de se abrir novas empresas em temAos amigos, leitores e parceiros que me acompanharam por essas seis edições, fica o agradecimento
pos difíceis.
e a certeza de ter vivido bons momentos. Deixo de escrever nesta coluna, justamente para encarar mais
um desafio: a candidatura para presidência do Bunkyo, que ocorre em abril. Nos vemos, então, em
Inácio Brandão, São Paulo, SP
breve.
Muito obrigado!
Akio Ogawa, 66 anos, é o atual presidente do Instituto Ícaro e criador do portal Nikkeyweb (www.nikkeyweb.org.br). Contato: [email protected]
Empreendedorismo
Cultura Pop
A cultura pop japonesa nunca esteve tão em alta.
Animes, mangás e música viraram verdadeiras
febres entre os jovens, descendentes ou não de
japoneses. Devemos, portanto, mostrar que os
nikkeis estão incluídos nessa transformação!
Beatriz Hisashi, Mogi das Cruzes, SP
Agradecimentos
Parabéns pelo trabalho! Por ser gratuita, a Revista Mundo OK consegue atrair a atenção de
um público diversificado, com assuntos pertinentes às comunidades chinesa, japonesa e
coreana. Só gostaria de ressaltar que faltam mais opções de estabelecimentos comerciais
voltados aos chineses.
Marcelo Melo, São Paulo - SP
agenda e notas
Honrarias a Estrangeiros Karaokê em Mogi
Boa ação
Até o dia 10 de março o Consulado Geral do Japão recebe sugestões de nomes de candidatos
à Outorga de Honrarias a Estrangeiros para o
outono do 21º Ano da Era Heisei (2009). Os requisitos principais para a indicação é ter idade
superior a 50 anos em 3 de novembro de 2009,
data da oficialização; ter apenas a nacionalidade brasileira e ter prestado serviços relevantes
em relação ao Japão. Mais informações pelo
telefone 3254-0100 ou pelo e-mail cgpol@
arcstar.com.br.
O NAK Mogi das Cruzes juntamente com o Instituto NAK do Brasil – INB, realizaram no dia 22
de fevereiro de 2009, na Associação Cultural de
Mogi das Cruzes (BUNKYO), o 12º NAK MOGI
KAYO SAI, Concurso de Karaokê Amador, com a
participação de 350 cantores. O corpo de jurados
foi composto pelos professores Kazuo Shikay,
Youko Honda, Yukihiro Sakai e Fusako Hara. O
evento foi um sucesso tanto de público, quanto
no nível dos participantes. A campeã na categoria Shinjin foi Yoko Ogawa e na categoria Tibiko,
vitória de Hitomi Fuji.
A Sociedade Beneficente Casa da Esperança
– Kibô-no-Iê, entidade de amparo a deficientes
intelectuais, está organizando a Campanha Doe
Leite patrocinada pela Tetra Pak. Para participar
é simples e não tem custo nenhum. Basta acessar o site www.bebaleite.com.br e o seu clique
é revertido em leite para a entidade. A campanha acontece até o dia 31 de março e a cada 20
cliques a Kibô ganha 1 litro de leite.
Valsa japonesa
Dinossauro
Popularidade em baixa
O distrito comercial Marunouchi de Tóquio, no
Japão, exibe o crânio de um dinossauro da espécie Cryolophosaurus ellioti, que viveu durante
a primeira metade do período Jurássico. Era carnívora e bípede e media em torno de 6 metros de
comprimento e pesava cerca de uma tonelada.
O objetivo da exibição é promover uma exposição que será inaugurada no Museu Nacional de
Ciências.
De acordo com pesquisa do jornal Mainichi
Shimbum do Japão a popularidade do governo
japonês cai a 11%. Quase 40% dos eleitores
querem a renúncia do primeiro-ministro Taro
Aso, é o nível de apoio mais baixo no país,
desde março de 1999. Um dos motivos desse
resultado é a renúncia do ministro das Finanças,
Shoichi Nakagawa, que deixou o cargo após
comparecer aparentemente embriagado à entrevista coletiva posterior a uma reunião do G7
em Roma, 58% dos participantes considera que
Aso é culpado por nomear Nakagawa como
ministro.
A Comissão de Incremento Social da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social promove no dia 28 de março
a “Noite de Valsa II”, um jantar dançante com
diversas atrações, incluindo sorteios de prêmios. O evento acontece na Casa de Portugal,
a partir das 19h e conta com a participação do
conjunto musical “Sintonia” com a cantora Liriel. O valor do convite é R$150,00 e parte da
renda será revertida às entidades assistenciais.
Para mais informações falar com Bete ou Hase
no telefone 3208-1755.
vitrine
cultura
Ajuda aos trabalhadores brasileiros à vista
Texto: Redação/ Foto: Renato Alves
Ministério do Trabalho garante apoio a brasileiros desempregados no Japão
Ministro Lupi: “Não podemos deixar nossos irmãos brasileiros sem amparo”
P
reocupado com as demissões em massa, especialmente nos países
da Ásia, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, manifestou
preocupação com os trabalhadores brasileiros que ficaram desempregados no Japão, por causa da crise financeira mundial. A situação deles é
grave e gera uma preocupação grande, afirmou Lupi, ao visitar fábricas do
Pólo Industrial de Manaus no começo de fevereiro.
“Durante muitos anos, o Japão abrigou milhares de brasileiros, mas agora temos que ver a situação de quem está por lá e ficou desempregado e também
dos que querem voltar ao Brasil. Temos que ver que tipo de ação o governo
pode ter para readaptá-los à sua origem”, disse o ministro.
Lupi informou que, ainda no primeiro semestre deste ano, os brasileiros que
vivem no Japão poderão contar com a ajuda da Casa do Trabalhador Brasileiro, que ele próprio vai inaugurar.
Segundo ele, a instituição dará qualificação aos trabalhadores brasileiros que queiram continuar sua vida profissional no Japão e garantirá as condições necessárias
aos que pretendem voltar para o Brasil. “Não podemos deixar, em qualquer parte
do mundo, que nossos irmãos brasileiros fiquem sem amparo”, ressaltou.
Segundo dados do Ministério do Trabalho, as demissões em massa no
Japão atingem milhares de pessoas, entre elas, centenas de brasileiros. A
crise econômica mundial é o elemento desencadeador das dispensas. Aproximadamente 170 mil brasileiros atuam no Japão com contrato de trabalho
temporário ou terceirizado.
Outro lado – No Japão, a situação continua preocupante. No começo de
fevereiro, cerca de 50 brasileiros realizaram um piquete diante da fábrica
japonesa de autopeças Asmo. O motivo do protesto foi a demissão de trabalhadores temporários estrangeiros, devido à crise econômica mundial.
Segundo a BBC Brasil, a manifestação ocorreu na cidade japonesa de Kosai,
província de Shizuoka.
Uniformizados, oito dos brasileiros descendentes de japoneses que migraram em busca de trabalho (os dekasseguis, como são conhecidos no Japão)
tentaram entrar à força na empresa e voltar ao trabalho, mas foram impedidos pelos seguranças.
“Este foi um ato histórico, pois nunca no Japão se tentou a reintegração à
força de um demitido ao quadro de funcionários”, disse à BBC Brasil Francisco Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Estrangeiros e vicepresidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Japão.
A entidade presidida por Freitas acusa a Asmo de demitir trabalhadores temporários devido à crise econômica mundial. Até recentemente, cerca de mil brasileiros
trabalhavam nas linhas de montagem da empresa. Agora, o sindicato calcula que,
até o início do mês que vem, o grupo estará reduzido a menos de 200.
Todos os demitidos possuíam contratos de trabalho temporários que eram
renovados a cada dois meses. Freitas garante que, mesmo perante a Justiça nipônica, a empresa vinha agindo irregularmente. Isso porque, pelas leis
trabalhistas japonesas, após três anos em um mesmo emprego, o trabalhador temporário tem o direito de ser contratado como funcionário efetivo. “A
Asmo agiu de forma errada perante a lei, pois ela deveria ter efetivado esses
trabalhadores há muito tempo”, afirmou Freitas, assegurando que, entre os
demitidos, havia quem estivesse há mais de cinco anos na empresa. O sindicato diz que irá pedir uma nova reunião com a administração da Asmo.
“Queremos que eles readmitam os brasileiros”, disse o sindicalista. “Se não
houver acordo, o caminho vai ser o tribunal.”
(com Agência Brasil)
cidades
Novo comando em Aricanduva
Único subprefeito nikkei, Roberto Tamura conta sua trajetória política e os
planos para a subprefeitura
Texto Tamires Alês / Fotos Cibele Hasegawa
D
écada de 70, a Praça da Sé está lotada, pessoas vindas de várias
regiões do Brasil se reúnem para protestar contra a ditadura militar. É
o movimento pela anistia geral, ampla e irrestrita, encabeçado por movimentos contrário ao regime, como o estudantil. Reunido com as centenas
de pessoas está Roberto Tamura, um jovem de 16 anos, que luta contra as
condições que o país se encontra.
Os livros sobre política, o movimento estudantil e a revolta contra o regime
ditatorial dão o impulso para Tamura se interessar e querer ingressar na política. Aos 18 anos, a primeira providência é tirar o título de eleitor e se filiar
ao MDB (partido de oposição ao governo).
Depois da extinção do bipartidarismo no Brasil, e dos partidos MDB e Arena,
começa a organizar o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB)
em Capão Bonito, cidade do interior de São Paulo, em que foi morar aos
dois anos de idade. Era o começo de uma longa trajetória política. Em 1980,
é nomeado assessor parlamentar na Assembléia Legislativa de São Paulo,
onde trabalha por dois anos.
A segunda experiência na política, que dura seis anos, começa em 1982, como
Secretário de Governo da Prefeitura de Capão Bonito. Já com alguma experiência
se prepara para um novo desafio. Candidata-se a vereador da cidade, já pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), mas empata com o oponente, que
por ser mais velho acaba ficando com a vaga.
A derrota não fez com que a vontade de ingressar na política
acabasse. As próximas eleições chegam e parte para mais
uma tentativa. Dessa vez sai vitorioso e exerce o mandato
até 1996. Na vereança realiza um trabalho com o objetivo
de acabar com a corrupção na região.
A experiência como vereador, foi à base para buscar desafios ainda maiores. Todo o trabalho realizado com o objetivo de ajudar a população foi reconhecido e em 1997
começa a exercer um novo cargo em Capão Bonito, só
que agora, como prefeito da cidade.
Um mandato foi pouco para realizar todos os projetos e melhorar ainda mais a cidade e as condições
de vida da população. Então, é reeleito no cargo de
prefeito e permanece até 2004.
Após oito anos de trabalho na prefei-
tura de Capão Bonito, novos horizontes e oportunidades aparecem em seu
caminho. No ano seguinte, deixa a cidade em que cresceu para voltar a São
Paulo para assumir o cargo de Secretário-adjunto da Habitação do Estado de
São Paulo, durante a gestão do governador Geraldo Alckmin.
Em 2007, passa a trabalhar como assessor da Presidência da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Sua principal tarefa é visitar
os municípios operados pela empresa para realizar a renovação dos contratos.
Mas a vontade de continuar trabalhando na cidade em que viveu a maior parte da vida ainda é presente. E nas eleições de 2008 se candidata novamente
a prefeito de Capão Bonito, porém não consegue se eleger.
Quando imaginava que o trabalho na política, que fez parte de toda a sua
vida, poderia não continuar, recebe um convite para um grande desafio. A
convite do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, assume a subprefeitura de
Aricanduva/Formosa/Carrão.
Com um diferencial, é o único nikkei a exercer o cargo de subprefeito na atualidade. Com experiência em administração e gestão pública, pretende ser um bom
zelador da região, fazendo um trabalho de manutenção das obras já realizadas.
As enchentes que no passado eram um dos principais problemas da região foram
resolvidas com uma grande obra no córrego Aricanduva. Os alagamentos
que ainda ocorrem em algumas ruas, Tamura pretende resolver com a
construção de oito piscininhas. Obras em galerias mais antigas também
são umas das prioridades da subprefeitura.
Outro projeto que pretende realizar, e que conta com o apoio do vereador Ushitaro Kamia, é a plantação de sakurás (cerejeira), com o
objetivo de integrar a comunidade e, principalmente, unir pais, filhos
e avós no intuito de que cultivem juntos uma árvore que levará o
sobrenome da família.
O novo trabalho na carreira política de Tamura está só começando, muitas barreiras ainda terão que ser ultrapassadas.
Mas, a vontade de fazer o melhor para a população paulistana é maior que os obstáculos. “É um desafio muito grande, pretendemos ser rápidos na hora de diagnosticar
os problemas para melhor resolvê-los. Nosso
objetivo é fazer uma boa gestão, para
que os resultados sejam positivos
para os moradores”, ressalta.
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automóveis
Sem desespero na chuva
Passar com o carro em rua alagada exige conhecimento técnico e habilidade
Texto: Redação/Foto: Divulgação
E
m épocas de chuvas intensas, é comum o motorista ficar em dúvida se
deve arriscar passar com o carro no alagamento. Então, se não souber
qual é a profundidade da poça d’água, o melhor é procurar outra rota
porque, dependendo do local, a água pode danificar o motor, catalisador e
outros sistemas. “O prejuízo pode ser enorme”, avisa José Palacio, auditor
do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), organismo de certificação acreditado pelo Inmetro e criado pela Anfavea, Sindipeças, Sindirepa e outras
entidades do setor.
De acordo com o auditor, por desconhecerem a localização do sistema de
captação de ar, que leva o ar até o motor, muitos motoristas arriscam passar
com o carro na água e, com isso, provocam danos irreversíveis. “A sucção
de água para dentro do motor produz o chamado cálcio hidráulico. No lugar
de ar, o cilindro ‘aspira’ água, que força o pistão a comprimir um volume superior ao especificado. Quando isso acontece, pode haver o rompimento da
correia dentada, empenamento de bielas e quebra do pistão e até do bloco
do motor por causa da pressão da água. Isso sem contar que o motorista
pode, ainda, perder o controle do veículo”, explica o auditor do IQA.
Palacio adverte que nunca se deve mudar de marcha durante travessias. É
importante medir a distância do alagamento, engatar a primeira e não tirar o
pé do acelerador, porque o movimento do carro vai expelir a água, evitando
que a mesma entre no veículo. Se a água estiver na altura do escapamento e
o motorista troca de marcha, tirando o pé do acelerador, ela invade a tubulação. Com isso, o motor para de funcionar e a água danifica o catalisador. “O
certo é engatar a primeira e ir em frente até atravessar todo o alagamento”,
diz. Segundo o auditor, o limite para o carro não afogar é passar com água
até a metade da altura dos pneus. “Na dúvida, o melhor é buscar rota alternativa ou esperar, em local seguro, a água baixar”, diz.
Como atravessar locais alagados - Antes
de tentar atravessar um trecho com muita água,
verifique as condições do local e a distância a
ser atravessada. Só cruze o local se o nível da
água estiver abaixo da metade da roda. Mesmo
assim é preciso muito cuidado. Engate a primeira marcha e mantenha aceleração constante,
sem tirar o pé do acelerador, para a água não
entrar no sistema de escapamento. Durante a
travessia ande bem devagar. Se correr, há o
risco da água ser lançada para dentro do cofre
e gerar uma pane no sistema elétrico, fazendo
o motor apagar. Outro risco mais sério: o bocal
do filtro de ar pode sugar essa água para dentro
dos cilindros e provocar um calço hidráulico,
travando os pistões e danificando irremediavelmente o motor. (fonte: www.carsale.com.br)
liderança e motivação
11
O futuro depende das suas ações agora
Por menores ou insignificantes que possam parecer, cada pensamento,
atitude e ações realizadas hoje refletirão em suas conquistas futuras
B
oa parte dos seres humanos tem em mente a idéia de que a ausência
de ação hoje será suprida com um “futuro promissor” que nos trará
grandes oportunidades. Triste engano. A procrastinação é uma das
ações mais comuns entre pessoas de todas as classes sociais, raças ou
credo. Sempre achamos que amanhã será o dia D, amanhã dará tempo,
amanhã as coisas estarão melhores. O fato é que o amanhã depende
única e exclusivamente de nossas ações hoje e, por isso, nem sempre o
futuro é o melhor lugar – depende de você agora.
“Para garantir um “futuro melhor” é necessário
agir agora”
Carpe diem (“aproveite o dia”), prega o filme Sociedade dos Poetas Mortos.
Aproveitar o dia tem significados diferentes para cada pessoa, mas, é certo
que são as pequenas coisas do dia-a-dia que constróem uma vida cheia de
realizações pessoais e profissionais. Independentemente dos seus projetos
futuros, viver o dia é realizar com qualidade, satisfação e alegria o que foi planejado. Mas, aí surge uma outra e expressiva questão: O que você planejou
para o seu dia? O que você programou para realizar durante este mês? Quais
são as perspectivas para os próximos anos da sua vida?
Para garantir um “futuro melhor” é necessário agir agora. Quem deseja conquistar metas e objetivos deve agir hoje com foco no longo prazo. É de pingo
em pingo que conseguimos fazer transbordar um copo com água, certo?
Assim acontece com todas as nossas realizações. Todo ser humano enfrenta
problemas e dificuldades. Existem barreiras das mais diversas alturas, mas
também existe em cada um de nós uma força capaz de remover todos os
obstáculos. Para descobrí-la basta começar a agir. O segredo é tão simples
que chega a ser banalizado. Quando temos uma atitude proativa diante das
circunstâncias conseguimos transformar simples momentos em grande
aprendizado e realização.
Em todo esse contexto, caminha com passos firmes para o sucesso
aquele que tem um projeto de vida. Esse “documento ou
roteiro” (como queira) consiste em ter por escrito
todas as metas e objetivos com datas, prazos e detalhes de nossos desejos. Tendo claro onde queremos chegar, quando nos colocamos em ação rumo
às nossas conquistas a possibilidade de reorganizar
percurso é mais vantajosa e prudente do que tentar
criar uma rota diante das dificuldades. Isso faz sentido
para você? Então mãos à obra e se dê o privilégio de
afirmar que, assim como hoje, o seu futuro também
é muito promissor.
- Yasushi Arita é facilitador e diretor da Arita Leader
Training e autor do livro “Olhe o que você está fazendo
com a sua vida!” Site: www.arita.com.br
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esportes
AIKIDO
A busca pelo
autoconhecimento
Texto Redação
M
uitas pessoas ainda associam arte marcial a violência e agressão, e mesmo
tendo interesse em praticar algum
estilo sentem receio ou até mesmo medo. Ledo
engano, as artes marciais ensinam muito mais
do que simplesmente a luta. Conceitos como
respeito ao próximo e a natureza, e a busca pela
perfeição também são transmitidos.
O Aikido, palavra que significa a junção dos ideogramas
de Harmonia (AI), Energia (KI) e Caminho (DO), ou seja, “O caminho da Harmonia com a energia vital”, é uma arte japonesa de quase cem
anos, que prega o autoconhecimento e é contra a violência ou agressão.
A prática do Aikido traz benefícios que vão além do condicionamento físico e da
defesa pessoal. O aikidoísta aprimora suas qualidades pessoais como o respeito
aos indivíduos e à natureza e a constante busca pela perfeição. Isso conseqüentemente gera mudanças positivas no campo profissional, afetivo e social. As
pessoas que praticam Aikido costumam se sociabilizar melhor com as pessoas,
pois adquirem mais compreensão com o próximo e consigo mesmas.
ão
/ Fotos Divulgaç
Os movimentos de rolamentos, projeções
e torções, singulares do estilo, aprimoram
a concentração, a agilidade e o equilíbrio.
O treinamento contínuo busca o aperfeiçoamento pessoal e o autoconhecimento e
por ter como foco o desenvolvimento físico e mental do praticante não visa a
competição.
O Aikido é um dos estilos de arte marcial que mais ganha adeptos em todo o
mundo. Além disso, o Aikido não tem limites
de idade, e pode ser praticado por crianças, adultos e idosos.
Em Santo André, um dos expoentes do estilo é o Professor Vagner Seiyu
Tomé, faixa preta 5º Dan de Aikido, reconhecido pela Federação Brasileira
de Aikido e pela Aikikai do Japão. O professor, que tem mais de 25 anos de
experiência no estilo, é diretor técnico da Academia Shobu Dojo e lidera um
total de 200 praticantes, entre alunos e instrutores. O Shobu Dojo também
tem uma filial no Tatuapé, zona leste de São Paulo e além do Aikido promove
aulas de Tai Chi Chuan.
História
Em meados da década de 20, nascia no Japão
uma arte marcial com uma filosofia completamente diferente de todas as outras existentes.
Desenvolvida por Morihei Ueshiba, o Aikido é
uma modalidade baseada nos estilos Daito-ryu Aikijujutsu, Kenjutsul (técnica
de espada) e Jojutsu (técnica com
bastão).
Onde treinar:
SHOBU DOJO
Rua Caçaquera, 437 - Tatuapé.
Fone 4991 6378 ou cel. 9743 4586
Site: www.shobudojo.com.br
vitrine
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mulher
Sapatos, sapatos, sapatos...
Coleção Outono-Inverno 2009 se prepara para entrar no mercado com forte tendência ao folk
A
s altas temperaturas do verão ainda permanecem e nas ruas,
ainda se vê muitas pessoas de regata e roupas curtas para
amenizar o calor da estação. Em contrapartida, os estilistas parecem estar na contramão e já se adiantam para lançar as
coleções Outono-Inverno 2009 de sapatos, botas e acessórios.
Modelos refinados e esportivos prometem levar as mulheres à
loucura, já que o público feminino tem paixão pelos calçados.
Nessa temporada, a feminilidade será bastante explorada com
inspiração fortíssima para o folk, que mescla o moderno com
o rústico do estilo country nas estampas xadrezes, e
o country.
As criações de Jorge Bischoff, norteadas pelas principais tendências do circuito fashion, por exemplo,
reúne na linha, denominada como “Tribalistas”,
interpretações do estilo primitivo, das tribos apaches, a mistura do folk com o country e alguns
detalhes do movimento hippie e as influências
selvagens com texturas de bichos e peles.
Em outras influências da grife estão a Art Decô,
numa fusão de elementos e diferentes composições, e as estampas hippies, que lembram o movimento de Contracultura dos anos 60. Já para o
ar requintado da coleção inverno, linhas, costuras,
toques de metal, formas fluídas e geométricas.
Texto: Cibele Hasegawa/Fotos: Divulgação
Já a marca Cristófoli segue a moda futurista, com os tons metalizados e o gótico, que aparece nos tons neutros. O preto, grafite,
pele e metalizado são seus pontos fortes. E como não poderia
deixar de ser, na linha Essência, a inspiração no folk e country é
fortíssima. Em evidência a gama dos terrosos, que toma a frente
nesta tendência.
Os novos modelos marcam cada vez mais que calçados vão além
de cobrir o pé, mas, completar o look. A produção ora pede um acessório discreto, ora algo chamativo como um diferencial entre as blusas e casacos que imperam na época mais fria do ano.
Com base nisso, as marcas apostam em diversos segmentos para agradar a todos os gostos. A Orcade traz
sandálias, peep-toes, sapatilhas, mocassins, oxfords,
snikers e variadas botas. E o destaque fica por conta das
botas: montaria, meia-pata com salto e estilo country.
Nos materiais utilizados, a grife apresenta o aspecto estonado, como o couro wash e brilho fosco. Investe também nos crocos, pythons e anacondas fakes, nas cores
café, capuccino, ferrugem, azeitona, caramelo e preto.
O metalizado mais fosco foi utilizado nos tons de bordô,
chumbo, chocolate, ouro, prata e prata velho.
Mas, independente da tendência ou do modelo escolhido,
para arrasar na próxima estação, a dica é se preocupar
em se sentir bem, combinando elegância e conforto.
vitrine
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beleza e saúde
SOHO realiza workshops exclusivos na Hair Brasil 2009
Além das palestras, novas tendências de corte e coloração também serão
apresentadas na feira
Texto Redação / Imagens Divulgação
N
a edição 2009 da Hair Brasil, feira dedicada aos profissionais de beleza de todo o país e que recebeu 75 mil visitantes em sua edição
anterior, a equipe Soho Creator organiza workshops exclusivos com
as principais escolas de cabelo internacionais.
Com uma leitura das principais coleções 2009/2010 de escolas de todo o
mundo, como a inglesa Vidal Sassoon, a espanhola Llongueras, a norte-americana Toni&Guy e outras, a equipe Soho Creator apresentará tendências de
corte e coloração adaptadas ao mercado brasileiro.
Em um workshop denominado No Stress, às 13h30, o Soho também revelará
segredos da massagem, que faz parte do processo de lavagem dos cabelos
e se estende pelo pescoço, ombros e costas dos clientes. Esta massagem
é um dos grandes diferenciais do atendimento nos salões Soho Hair Internaticonal porque transforma a simples ida ao cabeleireiro em um momento de
intenso bem estar e relaxamento.
Também fará parte do workshop No Stress o processo chamado pelo Soho
de aula da manhã, onde com exercícios de alongamento, realizados antes do
início do atendimento aos clientes, se evita o aparecimento de lesões causadas ao longo da profissão como a Lesão por Esforço Repetitivo (LER).
As inscrições para os workshops do Soho têm vagas limitadas e podem ser
feitas por meio do site www.hairbrasil.com.br.
SERVIÇO:
Workshops com SOHO Hair International
Data: 30 de março
Horário: das 13h30 às 16h30 e das 17h às 20h
Local: Hair Brasil 2009 – Expo Center Norte
Preservação da fertilidade
Vitrificação de óvulos pode ajudar mulheres que desejam postergar a maternidade
A
tualmente, com os avanços na área de reprodução humana, as mulheres podem contar com mais um recurso para preservar sua fertilidade. Trata-se da criopreservação (vitrificação ou congelamento) de
óvulos. Em todo o mundo, a técnica já obteve resultados positivos, e é uma
maneira de assegurar uma gravidez futura.
No Brasil, a técnica começou a ser implantada em 2006. Em São Paulo algumas clínicas já realizam a vitrificação, uma das pioneiras foi a Ferticlin,
Clínica de Fertilidade Humana. Em todo o mundo já existem cerca de 170
bebês nascidos de óvulos congelados.
A criopreservação é uma revolução para as mulheres, uma vez que o método
permite preservar os óvulos para uma gestação no futuro. É indicado principalmente em casos de pacientes que precisam retirar os ovários, serem
submetidas a sessões de quimioterapia ou radioterapia, que podem afetar a
capacidade reprodutiva, ou que tenham menopausa precoce. Por outro lado,
a vitrificação também ajuda as mulheres que querem postergar a gravidez,
situação cada vez mais comum.
De acordo com o especialista em reprodução humana e diretor clínico da
Ferticlin, Raul Eid Nakano, a coleta dos óvulos deve ser realizada até os 35
anos em média, porque a partir dessa idade a produção e a qualidade dos
óvulos caem drasticamente.
O procedimento é relativamente simples. A paciente toma medicamentos
para estimular a ovulação por alguns dias, depois os óvulos são aspirados a
partir de uma punção feita com anestesia e congelados em seguida. Segun-
Texto Redação / Fotos Divulgação
do Nakano, não há diferença entre um óvulo congelado e um fresco, os dois
tem a mesma qualidade e podem ficar congelados até no máximo 10 anos.
Além de ser um método que pode ajudar muitas mulheres, o congelamento
de óvulos não causa polêmica como o congelamento de embriões. Ao contrário dos embriões que por muitos já são considerados uma vida, os óvulos,
congelados sozinhos, são apenas células reprodutoras, o que evita conflitos
éticos, religiosos, legais e filosóficos.
Mais informações sobre a Ferticlin por meio do site www.ferticlin.com.br ou
entre em contato pelo número (11) 5581-2045.
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okids
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Aprendendo brincando
Livros infantis abordam de maneira lúdica a preservação do meio ambiente
A
judar na preservação do meio ambiente
não é uma tarefa muito difícil, pequenas
atitudes no dia-a-dia podem ajudar nessa
luta. Para colaborar com essa empreitada, a editora Girafinha lança dois livros infantis que dão dicas de como cuidar bem da natureza. As crianças
podem aprender e se divertir durante a leitura dos
títulos “Eu apago a luz para economizar energia” e
“Eu separo o lixo para reciclar”.
Os dois livros têm visuais similares e as informações são apresentadas de maneira didática. Um
alce verde expõe o tema, explica a importância
no cotidiano e dá dicas do que é possível fazer
para não poluir e evitar o desperdício.
Texto Redação / Imagens Divulgação
Durante a leitura do livro algumas perguntas
são lançadas pelo alce, como “Quem desperdiça energia?” e “Como produzir menos lixo?”.
E em textinhos curtos, acompanhados de
ilustrações ele ensina pequenas ações para
preservar o meio ambiente. No caso do lixo,
realça a importância de levar uma sacola para
fazer as compras, ao invés de usar os saquinhos plásticos, ou então usar os potinhos de
iogurte como vasinhos de flores.
Já para evitar o consumo excessivo de energia,
explica que é necessário apagar a luz ao sair de
um cômodo, também evitar o modo stand by
(modo de espera) dos aparelhos elétricos, uma
vez que uma televisão que permanece nesse
modo durante um dia consome mais eletricidade
do que a exibição de dois filmes.
Além de ler e aprender com as histórias dos livros,
as crianças ainda podem estudar as palavras relacionadas aos temas com o minidicionário ecológico que vem junto com o livro. E também podem
se divertir com os “12 adesivos do ecocidadão”
com frases do tipo “Eu uso papel reciclado”, “Eu
protejo a natureza” e “Eu desligo a televisão”.
Os livros são escritos por Jean-René Gombert e
ilustrados por Joelle Dreidemy. Com 22 páginas
são vendidos em diversas livrarias por um preço
médio de R$ 32,00.
educação
Menos exercício no calor
Secretaria da Educação orienta professores de educação física a reduzir
esforço de alunos
D
evido ao forte calor e à baixa umidade do ar, registrados nos últimos dias em todo o Estado, a Secretaria
de Estado da Educação de são Paulo resolveu orientar
seus professores de educação física a reduzir o esforço dos
alunos. A ação da Pasta tem objetivo de prevenir problemas
de saúde nos estudantes devido a atividades físicas neste
período.
O calor continua atingindo todo o Estado, aliado ao tempo
seco. A capital, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, registrou nos últimos dias a maior temperatura desde
1943. O mesmo acontece em cidades do interior paulista.
Com a recomendação da Secretaria, as atividades de educa-
ção física podem ser desenvolvidas em quadra com esforço
reduzido ou em sala de aula, como fisiologia, história e regras dos diversos esportes e jogos de classe, trabalhando,
assim, a agilidade e a coordenação -motora .
É importante também que os alunos sejam conscientizados
da ingestão de líquidos para a hidratação. Nas escolas os
professores devem cuidar para que os alunos ingiram líquidos durante exposição ao forte calor.
“A educação física, claro, deve continuar. Mas com os devidos cuidados, sempre com a preocupação de não prejudicar
a saúde dos estudantes”, afirma Sérgio Roberto Silveira, da
área de Educação Física da Secretaria.
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educação
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política
Grupo Parlamentar Brasil-Japão tem novo presidente
Deputado Walter Ihoshi promete fortalecimento das relações entre os dois países
Texto: Redação/Foto: Divulgação
pão (biênio 2009/2010). O cargo foi transmitido
logo após a votação, pelas mãos do ex-presidente, deputado Hidekazu Takayama (PCS/PR).
Ihoshi se diz honrado em ser presidente do Grupo,
e ressalta que lutará com garra e determinação
pelo fortalecimento das relações bilaterais entre
Brasil e Japão. “Há muito trabalho a ser feito,
tanto no campo econômico quanto no jurídico e
social”, afirma Ihoshi, referindo-se à assinatura
dos convênios de cooperação bilateral.
O assunto “dekasseguis” também entrou em pauta. “Já entramos em contato com o Ministério de
Relações Exteriores e com o Palácio do Itamaraty
O
Ajuda aos estrangeiros irregulares
deputado federal Walter Ihoshi (DEM/SP)
foi eleito no começo de fevereiro o novo
presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Ja-
para obter mais informações a respeito dos brasileiros que estão no exterior, principalmente, no
Japão”, enfatizou Ihoshi.
Dentre os pontos a serem defendidos pelo deputado Walter Ihoshi no Grupo ainda estão a adoção
da tecnologia japonesa de trem de alta velocidade
(shinkansen) no Brasil, e a promoção do biocombustível brasileiro no Japão.
GPBJ - O Grupo Parlamentar Brasil-Japão é formado por deputados e senadores de todos os
partidos e estados brasileiros, e tem como finalidade intensificar o relacionamento entre as casas
legislativas dos dois países.
Câmara dos Deputados aprova projeto de anistia
O
s estrangeiros com situação irregular no
Brasil podem respirar um pouco mais aliviados. O Plenário da Câmara dos Deputados
aprovou o Projeto de Lei 1664/07, do deputado
William Woo (PSDB-SP), que reabre o prazo para
pedido de residência provisória dos irregulares que
entraram no Brasil até 1º de fevereiro de 2009. A
matéria aguarda agora a aprovação do Senado.
Ao pedir a residência provisória, o estrangeiro
deverá apresentar um comprovante de entrada
no País; uma declaração de que não responde a
processo criminal ou de que não tenha sido condenado criminalmente, no Brasil ou no exterior;
além de pagar taxa para expedição da Carteira de
Identidade de Estrangeiro (CEI).
Em até 90 dias antes do vencimento dessa carteira, o estrangeiro poderá requerer sua transformação em permanente. Para isso, precisará provar
outras condições: exercer profissão ou emprego
lícito ou ter bens suficientes para a sua manutenção e de sua família; não ter dívidas fiscais ou antecedentes criminais no Brasil e no exterior; e não
ter saído do País por mais de 90 dias consecutivos durante o período de residência provisória.
O deputado William Woo agradeceu o apoio para
a aprovação do texto. Segundo ele, o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), soube reconhecer que o projeto estava em condições
de ser votado no lugar de uma medida provisória
que o governo pretendia editar. O projeto original
previa o direito de registro para os estrangeiros
que houvessem ingressado no País até o dia 31
de dezembro de 2006.
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gastronomia
Símbolo de status e poder
arcam o uísque, bebida de sucesso no mundo tod
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Pecu
Texto Tamires Alês / Fotos Divulgação
E
m companhia de amigos ou sozinho, em uma festa ou em casa, em
um bar ou restaurante, o hábito de consumir uísque já se espalhou pelo
mundo e conquista mais adeptos a cada dia. O que muitos não sabem,
é que existem vários tipos de uísque e que cada um tem uma maneira correta de se apreciar.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Colecionadores de
Whisky (ABCW), Claive Vidiz, existe quatro tipos diferentes de uísque. O
mais antigo deles é o Single Malt, feito exclusivamente de cevada e em uma
única destilaria. O segundo tipo é o Vatted, que é um puro malt produzido a
partir da mistura de dois ou mais Single Malt. O Grain, feito de grãos de milho
ou trigo, e às vezes incluída uma pequena quantidade de centeio ou cevada.
E o último e mais consumido em todo o mundo, o Blended, que é uma mistura de Single Malts com Grain, normalmente são incorporados cerca de 35
a 45 uísques em um Blended.
A produção do uísque é dividida em várias etapas: a maltagem,
moagem, maceração, fermentação, destilação e envelhecimento.
Segundo Vidiz, um Single Malt, por exemplo, demora em média
de duas a três semanas para ser preparado, sem contar
o tempo de envelhecimento que varia de acordo com a
marca e é definido pelo Master Blender, cargo máximo
nas destilarias de uísque. “Cada uísque tem seu ciclo de
vida. O tempo mínimo de envelhecimento é de três anos e
O melhor
Por mais incrível que possa parecer,
o melhor uísque do mundo em 2008,
de acordo com pesquisa realizada pela
Whisky Magazine, revista especializada na bebida, não é escocês.
O melhor single malt é japonês. O
Yoichi 20 anos da Nikka Whisky
bateu as dezenas de concorrentes e levou o prêmio para a casa,
em Hokkaido.
A vitória em dose dupla japonesa, ainda premiou o Suntory
Hibiki como o melhor blended do
mundo. A escolha foi realizada
a partir da degustação de 200
variedades do produto, por 16
especialistas. Na fase de testes,
as marcas e países de origem
pode chegar até 64 anos”, explica.
No Brasil, o uísque 12 anos se tornou símbolo de estatus. Vidiz esclarece
que isso ocorre por pura falta de informação sobre a bebida. Segundo ele
“o tempo de envelhecimento do uísque não garante que ele é melhor. Várias
marcas nem trazem a marcação de anos. Um uísque de oito, por exemplo,
pode sim ser melhor do que um de 12 anos. Isso vai depender muito do
gosto de cada pessoa.”
Atualmente, muitos países fabricam uísque, os principais produtores são
Escócia, Irlanda, Canadá, Estados Unidos, Japão e Índia. Entre as marcas
mais vendidas em todo o mundo, destaque, para Johnnie Walker, Ballantines, Chivas Regal, Famous Grouse e Cutty Sark.
Como surgiu
A bebida que encanta jovens e adultos hoje em dia, não tem
sua origem definida. Há várias lendas, e muitos países reivindicam para si a sua invenção, entre eles a Índia, a Irlanda e a
Escócia.
No Brasil, a primeira importação de uísque escocês aconteceu em 1850, na época do Império. O lote com 50
litros desembarcou na cidade do Rio de Janeiro.
dos uísques não foram revelados. Além do Nikka e do Suntory, o Japão tem
mais dois grupos importantes de uísque no mercado: o Sunraku Ocean e o
Kirin Seagram.
*Curiosidades sobre Uísque:
- Red Label é o uísque mais consumido e conhecido do mundo, tendo o Brasil
como quarto principal mercado da marca, segundo o Instituto de Pesquisas
Nielsen.
- A Johnnie Walker vende cerca de 150 milhões de garrafas de uísque por
ano em mais de 200 países.
- A cada segundo são consumidas 5 garrafas de Johnnie Walker ao redor
do mundo.
- Um dos uísques mais caros do mundo é o The Macallan, safra 1926, envelhecido 60 anos e vendido por 23 mil libras - (R$77.405 mil).
- Para identificar um bom uísque verifique se ele tem o selo do importador na parte
de trás da garrafa, contendo a composição do produto e a data de validade.
- Na maioria dos países a graduação alcoólica do uísque varia de 40% a 43%
G.L. Mas existem alguns Single Malts com até 61.6%.
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gastronomia
Combinação de nutrição e
funcionalidade
Sementes podem render bons pratos
na mesa
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equena no tamanho e enorme de nutrientes. Assim podem ser definidas as sementes de linhaça, abóbora, girassol e gergelim. Fontes
de fibras, vitaminas, sais minerais e proteínas, elas ganham espaço
por serem antioxidantes, regularizarem o funcionamento do intestino, proteger das doenças cardiovasculares, combater o envelhecimento e serem
fontes de magnésio, essencial na formação do esqueleto e no combate a
osteoporose.
A semente de linhaça, por exemplo, ganha destaque por possuir, além dos
carboidratos, proteínas, gorduras e fibras, 27 componentes anticancerígenos e, com isso, ser uma aliada na prevenção do câncer de próstata, de
cólon e de pulmão.
Cheia de potássio, mineral capaz de auxiliar no controle da pressão arterial,
a semente de abóbora chama a atenção dos nutricionistas. Por dia, homens e mulheres precisam de dois mil miligramas do mineral e a semente
de abóbora possui 919 miligramas.
A semente de girassol que também tem fibra e possui vitamina A, só que
em menor quantidade do que a semente de abóbora, merece atenção por
ser rica em gordura monoinsaturada, nutriente essencial por afastar males
cardiovasculares, grande medo da atualidade. O mineral da semente de girassol, o magnésio, também é uma procura da sociedade moderna, ele ajuda
na formação do esqueleto e combate a osteoporose. Homens e mulheres
precisam de 420 miligramas de magnésio por dia e a semente de girassol
possui, em 100 gramas, 354 miligramas.
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especial capa
Descontração e lazer entre os orientais
Karaokê e baladas específicas mostram como
a cultura ainda é viva entre os descendentes
Texto: Ricardo Mituti / Imagens: Divulgação
Q
uem ainda acredita que japoneses e nikkeis são sérios e introvertidos o dia inteiro,
em qualquer tipo de situação, certamente nunca os viu em uma pista de dança,
acompanhados dos amigos, ou empunhando um microfone e dando voz ao grande
artista que têm dentro de si – ou ao menos acreditam que têm -, seja nos palcos ou mesmo em frente
a uma televisão.
Experimente convidar um grupo de jovens descendentes para ir a uma danceteria ou a um baile
da comunidade - a popular “balada japa” – ou reúna os colegas de ascendência nipônica do
trabalho e os leve a um karaokê. Sem dúvida, a surpresa com as diferentes reações será
das mais agradáveis. Ao final do dia, provavelmente a imagem que tinha dos orientais não
será mais a mesma, e você pensará duas vezes antes de voltar a dizer que eles são pessoas
tímidas, fechadas e que se isolam em um mundo à parte.
Sim, de fato, o japonês – e boa parte dos nikkeis, sobretudo os mais idosos – é bem menos expansivo que os ocidentais – em especial os brasileiros. Isso não significa, porém, que só pensem
em trabalho e não se divirtam. Muito pelo contrário.
Tanto isso é verdade que as duas principais diversões da colônia no País, as baladas e o karaokê, são, da mesma forma, dois dos passatempos preferidos dos não nikkeis. E o que
soa mais curioso: ambas estão ligadas à música, uma paixão quase unânime entre
diferentes idades, povos e etnias.
O poder da música, aliás, já foi alvo de diversos estudos. Somente nos
últimos três anos, pesquisadores identificaram que a música exerce um
papel importante nas relações interpessoais, que contribui para a recuperação de doentes – inclusive, proporcionando relaxamento e melhorando a circulação sanguínea, e que serve de estímulos a recémnascidos, capazes de perceber a variação de ritmos já nos primeiros
dias de vida.
E se a música tem realmente toda essa capacidade, é bem possível que realmente desperte nos orientais as emoções normalmente
contidas. Daí a paixão pelos karaokês e o sucesso de público das
baladas japas.
O cantar em público, em especial, tem um viés social peculiar entre
os nipônicos. Pelo menos na opinião de Cristiane Sato, autora do livro Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa (Editora NSP Hakkosha;
2007). “Trata-se de um misto de válvula de escape de pressão cotidiana
e de exercício de convívio grupal”, explica. “Não interessa se a pessoa
canta bem, como um artista, ou mal. O importante é que seja cara-de-pau e
faça o melhor que puder.”
especial capa
História
D
e fato, o aspecto social do karaokê tem forte relação com a própria história da imigração japonesa ao Brasil.
Desde a chegada do Kasato Maru ao País, no início do século XX, a música faz parte do lazer dos nipônicos. Primeiramente, animando as festas típicas
promovidas nas fazendas para amenizar os efeitos da distância que os separavam da terra natal. Depois, em outros eventos sociais, como aniversários e
casamentos, situações em que os aspirantes a cantor eram acompanhados por
palmas como um tipo de marcação de ritmo – o único viável naquele tempo.
Da informalidade, essas exibições amadoras deram origem aos enguekais, uma
espécie de espetáculo de variedades. Com o fim da Segunda Guerra, a música e o canto ganharam destaque na colônia nipo-brasileira com o advento do
nodo-jiman (ou “orgulho de cantar”), versão arcaica do show de calouros que se
popularizou na televisão brasileira mais de três décadas depois.
Nos anos 70, aliás, dois programas nipônicos transmitidos na tevê tupiniquim
reforçavam a imagem do karaokê como um elemento da cultura do país do
sol nascente. “Imagens do Japão” e “Japan Pop Show”, entre outras atrações,
promoviam disputados concursos de canto, cujos participantes eram submetidos à avaliação de jurados e brigavam por prêmios valiosos, como
automóveis e viagens ao arquipélago.
Nessa mesma época houve uma verdadeira revolução
no mundo do canto amador. Isso porque Daisuke
Inoue inventou em Kobe o aparelho de karaokê. Gradativamente, o equipamento passou
a fazer as vezes de orquestra mecânica em
substituição às bandas tradicionais, dada a
perfeição do acompanhamento.
Há de se destacar, também, que o recémcriado aparelho privilegiava os intérpretes
menos talentosos, já que normalmente o
tom das gravações estava abaixo do original. “Realmente, o karaokê é igual a uma
miniorquestra. Além disso, é bastante
gostoso, mais fácil e soa bonito, principalmente para os amadores”, confirma Tadao
Ebihara, professor de karaokê, arranjador,
compositor e saxofonista, do alto de seus
30 anos de experiência com a atividade.
A própria formação da palavra deixa claro
o propósito do inventor da máquina de
cantar: kara, que advém de krappo, significa “vazio”; oke, derivação de okestura, é
“orquestra”. Daí, karaokê, ou “orquestra
vazia”.
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especial capa
Evolução e profissionalização do karaokê
Texto: Ricardo Mituti / Imagens: Divulgação
E
m meados da década de 70, o karaokê desembarcou em terras brasileiras e causou uma verdadeira febre. Principalmente porque trazia canções nacionais e norte-americanas conhecidas do público em geral.
Sobretudo na capital paulista, começaram a surgir diversas casas especializadas. Informações não confirmadas dão conta que o primeiro karaokê da
cidade foi aberto no bairro da Liberdade, reduto da colônia japonesa. Estimase que no auge da moda, São Paulo chegou a abrigar mais de uma centena
de karaokês. Atualmente, calcula-se que existam pouco mais de dez – excetuando-se os estabelecimentos não especializados que possuem máquinas
em suas dependências, como bares e restaurantes.
Entre os nikkeis, pouco a pouco a estrutura dos nodo-jiman - espécie de
show de calouros -, sucesso nos anos 40, começou a se modificar. Com
o crescimento do número de concursos musicais – os chamados taikais -,
de participantes e público, os intérpretes passaram a fazer aulas de canto e
vocalização, fato que culminou no aparecimento de um cenário mais profissional. Foi então que os primeiros professores de karaokê começaram a oferecer seus serviços ao mercado, bem como foram formadas as associações
especializadas (aikokais).
Assim, para normalizar esse universo, então bem mais inchado e organizado
que na metade do século, foram constituídas as duas principais entidades
do segmento: em fevereiro de 1986, em Curitiba (PR), nasceu a Associação
Brasileira de Canção Japonesa (Abrac), e em novembro de 88 – sendo oficialmente constituída apenas três anos mais tarde -, em São Paulo (SP), a
União Paulista de Karaokê (UPK).
A primeira é responsável pela organização do Campeonato Brasileiro, o famoso “Brasileirão”, que neste ano completa 24 edições. Já a UPK promove
o Campeonato Paulista – o não menos conhecido “Paulistão” -, cuja 15ª.
edição aconteceu entre os dias 13 e 15 de fevereiro, em Campinas (SP).
Tal organização levou o mercado a olhar com mais atenção para o universo do karaokê. Hoje, há uma vasta relação de professores, estilistas, costureiros – estes dois últimos responsáveis pela confecção das
roupas dos intérpretes que participam das competições -, companhias
de sonorização, empresas de foto e filmagem – para documentar as
exibições -, produtoras e gravadoras direta ou indiretamente envolvidas
com o segmento.
Há, inclusive, quem consiga sobreviver apenas do karaokê. Especula-se
que um professor profissional ganhe cerca de R$ 2 mil por mês com aulas.
Além disso, costumam receber um cachê médio de R$ 350,00 por dia como
jurados de taikais – oferta, diga-se, que não ocorre para participações em
competições como o Paulistão.
Já para os cantores de karaokê, a realidade é muito mais dura. “Mesmo para
um cantor profissional, não há vendagem suficiente de cópias no Brasil para
sustentar uma carreira”, lamenta o professor Tadao Ebihara. “Para poder viver
só da música, também é preciso ter boas composições e muita divulgação.”
Entre a segunda metade dos anos 80 e o início dos 90, a cantora paulista
Márcia Nishie, apadrinhada por um maestro no Japão, bem que tentou, mas
sucumbiu às dificuldades. Ela chegou até a cantar no tradicionalíssimo Kouhaku Utagassen, competição entre cantores transmitida anualmente, dia 31
de dezembro, pelo canal de tevê estatal NHK.
Ainda na década passada, a dupla Marcus e Melissa também se destacou
no cenário musical brasileiro, obtendo espaços, inclusive, na televisão. Porém, da mesma forma que Márcia Nishie, não sobreviveu à impetuosa indústria do entretenimento.
Há, contudo, nomes cujas carreiras tiveram origem no karaokê e que hoje
buscam reconhecimento em nichos especializados da música ocidental. Joe
Hirata, Maurício Miya e Karen Ito são alguns expoentes dessa geração.
Hirata, o nome mais conhecido do meio, é tricampeão brasileiro de karaokê. Foi,
também, o primeiro estrangeiro a vencer o “NHK Nodojiman”, respeitado concurso amador da canção japonesa realizado pela emissora estatal, em 1994.
Com 11 anos de carreira como profissional, cinco álbuns gravados e uma
média de 100 shows por ano, ele reconhece que ser cantor é um verdadeiro
desafio, seja no Brasil ou no Japão. Porém, acredita que a combinação de
alguns elementos pode contribuir para quem quer fazer do karaokê um trampolim para o sucesso. “Só cantar em karaokê pode não ser suficiente para
o desenvolvimento técnico de um ótimo interprete. Aulas de canto, dança e
oratória, além da prática em si, são fundamentais para a busca pelo sucesso.
Isso sem falar de fatores como sorte, persistência, dedicação, disciplina e
relacionamento”, recomenda Joe Hirata.
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especial capa
Videokê marca início da 3ª fase no Brasil
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Texto: Ricardo Mituti / Imagens: Divulgação
epois do nodo-jiman – versão arcaica do show de calouros - e do aparelho de karaokê, uma nova máquina
contribuiu ainda mais para a expansão e consolidação do
hobby de cantar. Trata-se do videokê, equipamento cuja criação
é atribuída a um empresário coreano e que ganhou casas e estabelecimentos no Brasil a partir da metade dos anos 90. “Depois
que inventaram o videokê, com músicas nacionais e atuais, o brasileiro, mais extrovertido que o japonês, teve a oportunidade de
cantar sucessos conhecidos. Esse foi o principal fator para que o
karaokê caísse definitivamente no gosto das pessoas”, opina Joe
Hirata, cantor profissional e tricampeão brasileiro de karaokê.
Se antes os aparelhos eram uma espécie de vitrola, acompanhada por um microfone e algumas poucas músicas, o novo equipamento despertou nos “cantores de chuveiro” a possibilidade real
de se aprimorarem. Isso porque o videokê exibe em tela a letra
da música, além de um clipe.
Na esteira do sucesso do aparelho, algumas companhias de eletrônicos desenvolveram seus próprios modelos, com os mais
variados recursos para tornar a diversão ainda mais animada.
Uma das novidades foi a possibilidade de escalar um parceiro
virtual, que aparecia ou não no vídeo, para auxiliar os intérpretes
menos talentosos. Hoje, já existe até microfone sem fio com tecnologia bluetooth para facilitar a cantoria.
Há, ainda, lojas especializadas na internet que comercializam
aparelhos, acessórios, cartuchos e DVDs.
Os preços de um videokê variam conforme o modelo, os recursos e o número de músicas que acompanha. Em média, vão
de R$ 550,00 a R$ 1.330,00, com cartuchos (ou discos) que
contêm entre 200 e 1.580 canções, entre brasileiras e internacionais, antigas e recentes.
Se o aspirante a cantor preferir, também pode baixar na internet softwares de karaokê para transformar o
computador em uma adaptação de
videokê. Os sites especializados em downloads chegam
a apresentar até 30 softwares diferentes, em sua
maioria gratuitos.
Concurso de músicas brasileiras vem aí
Sem muito alarde, a Associação Brasileira de Canção Japonesa
(Abrac) e o professor Tadao Ebihara estão organizando o primeiro
campeonato de karaokê só com músicas brasileiras.
O objetivo é proporcionar aos adeptos ocidentais do hobby a chance
de se transformarem em estrelas da música por um dia, tal qual acontece com os intérpretes que participam do Paulistão e do Brasileirão,
referências na comunidade nikkei.
A expectativa é que o campeonato ocorra ainda este ano.
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especial capa
Taikais animam fim de semana paulista
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or mais que o karaokê tenha cativado milhões de brasileiros nos últimos 35 anos, não há como discordar que o hobby é marca registrada
de japoneses e descendentes.
Tanto isso é verdade que, segundo estimativas do presidente da União Paulista de Karaokê (UPK), Luiz Yuki, são organizados cerca de 20 taikais por mês
somente no estado – média de cinco por final de semana. Cada um deles
recebe 350 cantores e público de 1 mil pessoas.
Considerando-se que um cantor participe de um único taikai, bem como que
uma mesma pessoa não compareça a duas competições diferentes, ao final
de um ano o circo do karaokê paulista terá reunido 84 mil cantores e público
de 240 mil pessoas. Sem dúvida, números de fazer inveja a muita modalidade esportiva.
Em seu 5º. mandato à frente da UPK, Yuki lidera 250 entidades e 150 professores. Estima contar com 10 mil cantores – 8 mil deles nikkeis -, representar
outras 50 mil pessoas adeptas do karaokê, mas não sabe precisar quanto
esse mercado movimenta atualmente no estado. “Não consigo dimensionar
o valor, mas não é pouco”, garante. “Para se realizar um taikai comum, gastamos de 5 a 7 mil reais. Um taikai um pouco maior passa de 10 mil reais,
considerando-se a locação de equipamentos.”
O custo de organização de um taikai se multiplica por dez quando o campeonato em questão é o Paulistão. A edição deste ano consumiu R$ 100 mil
reais em investimento, bancado em partes por patrocinadores e financiado
– e beneficiado – por uma emenda parlamentar que garantiu sua adesão à
Lei Rouanet, que prevê incentivos fiscais a pessoas físicas e jurídicas que
financiam projetos culturais.
Por ser apenas uma entidade normativa, a UPK não promove nenhum de
seus cantores. Até porque, não possui verbas para tal, segundo seu presidente. “O Paulistão não nos dá retorno financeiro”, garante Luiz Yuki. “Quando
conseguimos algum tipo de recurso, repassamos para nossas 15 regionais
do interior, que têm mais dificuldade em conseguir dinheiro.”
Para ajudar os intérpretes filiados, a entidade costuma fazer indicações quando há procura da imprensa, órgãos do governo ou outras instituições por
cantores de karaokê. “Como eles não são profissionais, não cobram cachê,
mas sempre acabam ganhando uma verba, - que não é muito, diga-se -, do
contratante”, completa o presidente da UPK.
Dias antes do XV Paulistão, realizado em Campinas (SP), Luiz Yuki falou com
exclusividade à Revista Mundo OK sobre a paixão de nikkeis e não nikkeis
pelo karaokê. Confira os principais trechos da entrevista:
Mundo OK: Por que os japoneses e descendentes gostam tanto
do karaokê?
Luiz Yuki: Não é só a colônia que gosta de cantar; todos os brasileiros gostam. Acho que os nikkeis se organizaram e se estruturam melhor, e isso foi
bem oportuno, porque principalmente entre eles não havia oportunidade para
encontros sociais. Com o aparecimento do karaokê, essa chance de frequentar um ambiente em grupo pegou de tal forma que continuamos a crescer
até hoje. Na verdade, o karaokê tem a ver com congraçamento social. Festa
de aniversário, se não tiver karaokê, termina às 7 horas da noite. Agora, se
tiver, todo mundo fica para cantar. O grande negócio são os três minutos de
artista que cada um tem dentro de si.
MOK: Quais são as chances de um cantor de karaokê se profissionalizar?
LY: No amador somos os melhores do mundo. Nossos cantores que ganham
o Paulistão e vão para o Japão desbancam os nipônicos de todas as formas.
Ricardo Mituti
Mas daí a se falar em profissionalização há um espaço enorme. Algumas
pessoas que conseguiram se profissionalizar não estão tendo o sucesso que
esperavam. O número de cópias vendidas não permite que elas sobrevivam
da música. Na verdade, esse meio não é tão mole e fácil como muitas pessoas acham que é.
MOK: De que forma o karaokê contribui para a difusão da cultura japonesa?
LY: Vou exemplificar: já temos membros da quinta e da sexta geração cantando, mesmo sem conhecer tão bem a língua japonesa. Porém, aos poucos,
as pessoas mais próximas começam a traduzir as letras das músicas, e isso
desperta neles paixão, curiosidade e interesse. Daí a aprenderem a falar japonês é um passo. Assim, de certa forma, o karaokê contribuiu ao menos
para a difusão do idioma.
MOK: O que esperar do futuro do karaokê entre as novas gerações?
LY: Entendo que os jovens querem preservar, ou ao menos tentar seguir, a
cultura japonesa. Por isso, acredito que o karaokê irá perdurar por um bom
tempo. Aliás, não tenho dúvidas disso. A cultura nipônica, por meio da música, está muito enraizada.
Gêneros japoneses
Segundo Luiz Yuki, presidente da União Paulista de
Karaokê (UPK), de 80% a 90% das músicas cantadas
nos taikais e no Paulistão são do gênero Enka. Trata-se do estilo mais tradicional do Japão, conhecido
sobretudo pelos mais idosos. É um tipo de música
declamada – daí ser conhecida como “música do
sentimento” -, geralmente cantada sem o acompanhamento de instrumentos musicais.
Há pelo menos outros quatro gêneros musicais representativos no arquipélago: New Enka (Enka moderno,
com fortes influências ocidentais); Pop (subdividido
em J-Pop - ou Japanese Pop - e American Pop); Erudita e Doyo (infantil; dela deriva o Shoka, música obrigatória no ensino da educação primária).
FONTES: Tadao Ebihara (professor de karaokê, arranjador, compositor e saxofonista) e Aliança Cultural
Brasil-Japão (ACBJ)
vitrine
37
38
especial capa
Baladas “japas“ agitam
as noites de sábado dos
jovens da comunidade
Eventos chegam a reunir cerca de 5 mil pessoas de várias localidades
Texto Cibele Hasegawa / Fotos Divulgação e Arquivo Pessoal
M
anter a tradição das festas e a união das novas gerações da comunidade nipo-brasileira. É com esse objetivo em comum que as
“baladas japas” são realizadas há décadas e mantidas até hoje, não
só pelos organizadores, mas, sobretudo, pelo público, que constitui em sua
maioria: os jovens nikkeis.
Promoções como essas acontecem desde a formação das Associações japonesas. Eram elas as responsáveis por organizar os mais diversos eventos.
Aos poucos, as ocasiões se modernizaram e acompanharam as tendências.
Na década de 1970, a Casa de Portugal, localizada no bairro da Liberdade,
em São Paulo, por exemplo, foi palco de muitos bailes que divertiram a juventude no auge do Rock ‘N Roll.
Hoje, esses encontros ainda continuam, porém, com as tendências atuais, é
claro. Das melodias românticas, dançadas de rosto colado e tocadas ao vivo,
aos hits eletrônicos e suas diversas vertentes, comandadas pelas mixagens
dos DJs, além do ritmos tipicamente brasileiros, o axé e o funk, as noites
apenas foram se adaptando aos novos tempos.
Daquela época o único vestígio que perpetuou por mais tempo foi a denominação. As japotecas foram chamadas de “bailes” até meados do ano de
2000. Eram os traços deixados entre a “segunda geração de nikkeis” para a
“terceira geração”, iniciada na década de 1980.
Nos bailes, o requinte parecia não estar apenas no nome, mas na ocasião
em si, contrapondo-se com a moda atual. “As pessoas iam bem vestidas.
Os homens usavam camisa e calça social, e as meninas, vestido”, descreve Fernando Viscaino, 33, o DJ Madonna, organizador da Apple Music (leia
mais ao lado).
Daquela época, outra marca, muito descrita pelos frequentadores, eram as
grandes turmas, provenientes de kaikans, bairros e regiões da capital paulista.
“Haviam os grupos da Zona Leste, da Liberdade, da Zona Sul...”, recorda Shunji
Morikawa, 34, organizador das baladas Friendz e Dreams. “Eu era da Zona
Sul”, revela Morikawa, que começou participar desses eventos com 12 anos.
Com o tempo, os grandes grupos de amigos começaram a diminuir. Um
desses motivos se deve ao afastamento dos jovens das Associações e seinenkais (reunião de jovens), além de estarem cada vez mais integrados à
sociedade e a globalização. Mas é claro que as panelas ainda existem...
De lá pra cá, muitas equipes de baladas também fizeram história dentro da
comunidade. Asia Fest, Kanpai, Planet Dance (Ipê Clube), Orion For Tomodati (atualmente parada), Carnaval no Anhanguera Nikkei Clube, as festas no
Mie-ken, dentre outros deixaram saudades para muitos.
Vale destacar a equipe Ekko, que realizava os memoráveis bailes no Clube
Sírio, pelos 15 anos de existência. Com essa idade, a única organização que
se aproxima nos dias atuais é o Mortos Vivos, que completa 13 anos em
2009. Uma das festas mais tradicionais da comunidade, que surgiu como
uma “reunião de amigos” com aproximadamente 400 pessoas e hoje, chega
a um público de 2 mil pessoas.
“Eram 3 festas por ano. Agora realizamos uma a cada dois meses, mais a
Mega Festa, que tem como público recorde de 5 mil pessoas”, conta Tomas
Yamamoto, organizador do Mortos Vivos.
Atualmente, todos os sábados acontecem uma japoteca. Entre os organizadores, existe um consenso para que não haja dois eventos no mesmo dia,
assim, o público não corre tanto o risco de encontrarem o lugar “miado”
(vazio). Além disso, cada uma segue um público-alvo de acordo com a faixa
etária dos freqüentadores (veja o Raio X).
O Memphis, realizado pela equipe Infinity with you, e a Dreams surgiram da
necessidade de promover bailes voltados aos freqüentadores “mais velhos”.
“O pessoal ia ganhando mais idade e já não queria mais ir às festas em que a
turma de 18 anos começava a também frequentar”, justifica Eduardo Hioki,
organizador da Infinity, que do hobby de organizar eventos, transformou o
gosto em profissão, atuando com isso hoje em dia.
Assim como idade, outra adaptação foi com relação ao ritmo musical. Em
2002, a Rez eventos nasceu com a organização das festas ao som de muito
trance e techno, uma das vertentes da cena eletrônica, com a moda das
raves e os novos seguimentos da música. Suas realizações acontecem tanto
indoor (lugares fechados), como outdoor (lugares abertos).
E se o fim das baladas japas está chegando? A resposta é unânime: “Não”.
Embora há uma tendência a queda do número de freqüentadores, por conta
do costume de nikkei andar com nikkei estar diminuindo, os organizadores
ainda esperam promover festas por um bom tempo. “Estou cumprindo meu
papel de dar continuidade a este trabalho”, afirma Yamamoto, enquanto
Morikawa vai ainda mais longe: “Gostaria que meu filho continuasse meu
trabalho”, diz.
especial capa
39
A volta da Apple Music
Organizadores prometem reviver as
festas realizadas no Ipê Clube e fazer
história na atualidade também
Texto Cibele Hasegawa / Fotos Divulgação e Arquivo Pessoal
A
Apple Music, conhecida pelas célebres
festas realizadas no Ipê Clube, reunindo
4 mil pessoas, volta à cena com sede de
marcar também a nova geração. O ícone de bailes que aconteciam no fim dos anos 1980 até o
início de 1990, colocando no ouvido do público
os ritmos que surgiam e faziam sucesso naquele
período, a dance music e a house music, renasce
nos tempos atuais com vontade de fazer história
para o público de hoje.
“O Ipê era referência em balada, na época. Todos
os DJs queriam tocar lá”, conta Fernando Viscaino, 33, o DJ Madonna, organizador da Apple
Music. “Quero resgatar os anos 90 e trazer
de volta aos dias atuais e mostrar o poder da
marca a essa geração de 20 e poucos anos
e ao mesmo tempo, dar a oportunidade aos
trintões de reviver aquilo”, explica o DJ, que
embora não seja descendente, comandava as
noites no Ipê, antigamente.
O desejo de trazer novamente toda a fama que
tinha não é para menos. Foi dessa equipe que
nasceram os principais grupos de balada da
atualidade. Grande parte deles foram freqüentadores ou promotores na organização. É de lá
também que vieram as atrações, que até há
pouco tempo, eram realizadas como os concursos de dança e a eleição da oriental mais
bela. Vale destacar também o concurso de
DJs, que já reuniu grandes nomes como Santiago, Rodrigo Ferrari e Alexandre Tahira.
Uma tarefa interessante, mas, bastante difícil.
Para isso, os organizadores terão de se esforçar
bastante a fim de se adaptarem aos novos tem-
pos e definir suas características, enquanto tentam agradar a dois tipos de público: o saudosismo dos trintões que querem curtir o flash back e a
moçada mais nova, que buscam os lançamentos
da música eletrônica.
A balada ainda não despontou como esperavam
os promotores. Por enquanto, somente a primeira
teve mais de 1200 pessoas. Mas eles não desanimam e com calma, tentam trazer os velhos tempos. Madonna, que há mais de dez anos não toca,
prepara-se para voltar a agitar as pistas com sua
aparelhagem caríssima.
“O público pode esperar por novidades. Será um
show áudio-visual inédito no Brasil”, descreve o DJ,
que volta a cena trazendo os últimos lançamentos do
exterior. E que volte o MC (mestre de cerimônia) e as
super produções dos anos 90.
Raio X das baladas
FRIENDZ®
Realização: Friendz® Entertainment - New Generation
(Since 2001)
Horário: 23h00 - 6h00
Local: Spazio de Eventos
Endereço: Rua Julio Diniz,
176 - Vila Olímpia
Público: a partir de 18 anos
Próxima balada: 07/03/2009
MEGAFESTA no Cabral +
Espaço São Paulo
Realização: Megafesta (MortosVivos, Friendz, Infinity, DanceFrenquency e Eighteens)
Horário: 22h00 - 6h00
Local: Cabral + Espaço São
Paulo
Endereço: AV. Salim Farah
Maluf, 1.500 - Tatuapé
Público: a partir de 18 anos
Próxima balada: 11/04/2009
MORTOS VIVOS Traditional
Nikkey Party (Since 1996) 13
ANOS
Realização: Mortos Vivos
Estrat. Promocionais - Since
1996
Horário: 21h58 - 6h00
Local: Mansão Calipso
Endereço: Rua Custódio de
Aguiar, 300 - Interlagos
Público: 20 a 30 anos (convite
vip para maiores de 30 anos)
Próxima balada: 14/03/2009
Rezpect Pool Party - daylight
edition
Realização: Rez Eventos Rezpect
Horário: 00h00 - 09h00
Local: Magic City
Endereço: Estrada do Pavoeiro,
8870 - Suzano
Público: 20 a 30 anos
Música: Trance
Próxima balada: 28/03/2009
40
costa do sauípe
vitrine
Origami, Biscuit,
Pintura, Decoupage e
diversas outras técnicas
você irá acompanhar e
aprender diariamente.
Estréia em abril
Com a Erin e sua turma,
você vai aprender japonês
de um jeito fácil e divertido.
41
Muita música,
entrevistas e tudo
que acontece no
mundo sertanejo
apresentado por
Mauricio Miya.
42
saúde
Doação de esperança
Chance de um oriental encontrar um
doador de medula óssea compatível
é de 1 em 1 milhão
Texto: Tamires Alês / Fotos: Divulgação e Arquivo Pessoal
U
ma festa de debutante ou uma viagem para Disneylândia? Cada menina
tem um sonho diferente para a comemoração dos seus 15 anos. Mas
Mirna Ayumi Kajiyama era diferente. O único presente que ela queria era
uma medula óssea nova. Após passar dois anos fazendo tratamento quimioterápico ao descobrir uma leucemia, um tipo de câncer que afeta os glóbulos
brancos do sangue, finalmente encontrou um doador compatível. No seu aniversário, estava em Curitiba, no Hospital de Clínicas, recebendo uma medula
nova. A partir dali, ganhou uma nova oportunidade de viver.
As chances de encontrar um doador compatível entre irmãos são de 25%, e
na população em geral é de uma para 100 mil. Mirna não encontrou um doador na família. Para completar, mais um agravante: por ser descendente de
japoneses suas chances de encontrar no Registro Brasileiro de Doadores de
Medula Óssea (REDOME), eram ainda menores - uma para um milhão. Encontrou um doador no banco de medula no Japão, mas a burocracia fez com
que o processo se estendesse por tanto tempo que um doador compatível,
também descendente de japoneses, fora encontrado no Paraná. “Vi minha
filha renascer por causa de um ato de amor ao próximo”, relata emocionada
sua mãe, Márcia Kajiyama.
Todas as nacionalidades que ainda não se miscigenaram tanto com a população brasileira, como orientais, indígenas e bolivianos, têm menos chances
de encontrar doadores compatíveis aqui no Brasil. “Isso acontece porque
se há poucas pessoas cadastradas, o número de orientais, por exemplo, é
menor ainda. A única maneira de alterar essa situação é aumentando o número de pessoas cadastradas no registro nacional”, explica a médica oncohematologista do Comitê Científico da Associação Brasileira de Linfoma e
Leucemia (Abrale), Ana Lúcia Cornacchioni.
Mirna conseguiu, mas cerca de mil brasileiros que estão cadastrados no
Registro Brasileiro de Receptores de Medula (REREME) ainda esperam por
um doador compatível. Os quase 900 mil doadores cadastrados, somados
ao banco de cordão umbilical – as células retiradas do sangue do cordão
também são utilizadas em transplante de medula óssea – ainda são insu-
ficientes para atender a demanda. “Nós precisaríamos de um banco com
mais ou menos três milhões de pessoas cadastradas para poder atender
todos os pacientes”, relata Ana Lúcia.
A notícia boa é que esse número cresce a cada dia. Só na cidade de São
Paulo, até outubro de 2008, quase 32 mil voluntários se cadastraram, de
acordo com dados da Associação da Medula Óssea (Ameo). Outra novidade, que vai ampliar o intercâmbio com outros países e reduzir os custos com
as buscas internacionais por doadores é a entrada do Brasil na maior rede
de doadores de medula óssea do mundo, a National Marrow Donor Program
(NMDP).
Doação
Praticamente todas as pessoas podem doar medula, que é um tecido líquido
encontrado no interior dos ossos que produz algumas células do sangue. O
transplante é simples e nem precisa de cirurgia. “A maioria das pessoas doa
por aférese, um procedimento que dura em torno de duas horas, em que é
retirada da veia do doador as células necessárias e devolvida as demais”,
esclarece Ana Lúcia. Em outro processo, o doador recebe uma sedação leve
e uma parte da medula é retirada com uma seringa por meio de uma punção
nos ossos da bacia. Em ambos os casos o material recolhido é injetado na
veia do receptor.
No mesmo dia o doador já recebe alta. “A doação ocorreu em uma manhã
e pela tarde já estava indo embora. Sem dor alguma”, conta Fabiano Nakamoto que fez a doação para Mirna. Ele se cadastrou por um acaso em uma
campanha em sua universidade, e só foi chamado dois anos depois. “Por estarmos cadastrados, promovemos a esperança e a vida, independentemente
de efetivamente doarmos”, ressalta.
No Brasil, existem 42 centros que realizam transplantes entre familiares e
oito que fazem transplantes entre não aparentados. No estado de São Paulo são quatro: Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo (HCUSP),
saúde
43
Universidade de Campinas (Unicamp), Hospital Amaral Carvalho – Jaú/SP e
Hospital Albert Einstein.
Além da falta de doadores, as pessoas que esperam por um transplante
têm que transpor outras barreiras. “Muitas coisas precisam ser melhoradas,
porque os pacientes têm que enfrentar a deficiência do sistema público de
saúde, a demora na busca por um doador, e quando esse é encontrado, a
falta de leito para fazer o transplante, e de equipe especializada”, afirma a
presidente da Abrale, Merula Steagall, acrescentando que há a necessidade
de mais apoio. Já Márcia espera mais ações por parte do poder público. “O
governo precisa viabilizar o transplante em si, as pessoas chegam a esperar meses para realizá-lo porque não tem leitos suficientes, além da demora
quando é preciso trazer a medula de algum banco internacional”, desabafa.
Hoje, mais de dois anos após o transplante, Mirna está curada, leva uma
vida totalmente normal e com um novo amigo, Fabiano. Foi uma das vencedoras. Resta agora torcer para que os milhares de pacientes tenham o
mesmo sucesso. Com fé e um pouco de sorte, podem chegar lá.
Saiba como ser um doador
Para ajudar quem precisa do transplante só é necessário ter entre 18 e 55
anos e boa saúde
1
Para se cadastrar
no REDOME, basta se
dirigir ao hemocentro
mais próximo. Em São
Paulo, a Santa Casa de
Misericórdia é a que
mais capta doadores.
Lá será colhido cerca de
10 ml de sangue para a
realização do teste de
compatibilidade.
3 Quando for chamado,
outros exames deverão
ser feitos para verificar
a compatibilidade, seu
estado de saúde e confirmar a doação.
2 Os dados ficarão dis-
poníveis para a consulta
em todo o Brasil. Pronto, você já é um doador
de medula. É importante
que os dados cadastrais
estejam sempre atualizados para que você
seja localizado em uma
possível convocação.
4 A doação de medula
ocorre no hospital habilitado mais próximo da
sua residência. A medula será retirada por aférese ou por punção, nos
dois casos você terá
alta no mesmo dia.
Mirna Kajiyama e seu doador, Fabiano Nakamoto
“Como sou descendente de japonês as minhas chances de
encontrar um doador compatível no Brasil eram de uma em
um milhão, e consegui. Alguém iluminado, com grande espírito de solidariedade e amor ao próximo se cadastrou como
doador e salvou a minha vida. Meu sentimento é de imensa
gratidão e alegria. Obrigada a todos os doadores voluntários,
vocês estão doando amor, esperança e vida a todos nós!”.
44
economia
No olho do furacão
Chineses enfrentam queda histórica nas exportações
e importações
Texto: Redação/ Fotos: divulgação
segmentos registraram aumento nos embarques para outros
países. As vendas de calçados cresceram 10,6% no primeiro
mês de 2009 se confrontadas com janeiro do ano passado, alcançando a cifra de US$ 2,9 bilhões. Aumento também nos
embarques de roupas: 5,7%, totalizando USS 10,51 bilhões.
Com relação às importações, as compras de aço caíram 11,2%
frente a janeiro de 2008. Queda também nas compras de petróleo cru (8%) e de petróleo refinado(26,2%), O recuo nas importações de produtos manufaturados foi de 39,9%.
No balanço geral, o intercâmbio comercial chinês foi de US$
141,8 bilhões em janeiro – US$ 51,34 bilhões de importações e
US$ 90,45 bi de exportações. Para se ter uma idéia, a corrente
brasileira de comércio fechou janeiro em US$ 20,094 bilhões,
com exportações de US$ 9,78 bilhões e importações de US$
10,306 bilhões, registrando, igualmente, sobre igual período
anterior, queda de 12,6%, pela média diária.
De acordo com o governo chinês, as trocas com a União Européia, principal parceiro comercial da China, caíram 18,7%,
totalizando US$ 27,93 bilhões. Queda de 15,2% no intercâmbio
comercial com os Estados Unidos, segundo principal parceiro,
com cifras totais de US$ 22,5 bilhões. Já o comércio com o
Japão encolheu 28%, alcançando a cifra de US$ 14,5 bilhões.
Não foram divulgados dados referentes ao comércio com o
Brasil. A China é nosso terceiro maior parceiro comercial, atrás
apenas dos Estados Unidos e da Argentina. Em dezembro, as
exportações do Brasil para a China registraram crescimento de
26,88% em relação ao mês anterior, totalizando US$ 710 milhões. Já as importações de produtos chineses caíram 24,07%,
mas continuaram muito superiores às exportações, com uma
cifra total de US$ 1,33 bilhão. Na comparação com dezembro
de 2007, houve alta tanto de compras quanto de vendas brasileiras. Em 2008, embora tenha crescido 9% - muito acima da
média mundial – a economia chinesa registrou seu pior resultado dos últimos sete anos.
(com Agência Brasil)
C
onsiderada a locomotiva da economia mundial, a China sente, no
comércio, os efeitos da crise financeira internacional. Em janeiro deste ano, o gigante asiático reduziu quase pela metade suas
compras externas. A queda nas importações foi de 43,1% na comparação com janeiro de 2008. Já as vendas de produtos chineses para
o resto do mundo caíram 17,5% no mesmo período, segundo balanço
divulgado pela Administração Geral de Aduanas daquele país. Na comparação com dezembro de 2008, a queda geral das importações foi de
3,8%. Já as exportações subiram 10,1%.
No setor de máquinas e eletrônicos, responsável por 54,3% das exportações chinesas, a queda nos embarques foi de 20,9%, com vendas totais de US$ 49,14 bilhões. Já as exportações do segmento de produtos
de alta tecnologia despencaram 28%, ficando em US$ 21,66 bilhões.
Apesar do recuo nas trocas comerciais em relação a um ano atrás, dois
vitrine
45
46
multimídia
JBN TV também na internet
JBN-WEB já está funcionando e pode ser acessada mediante assinatura no
valor de R$9,90 mensais
Texto: Tamires Alês / Fotos: Divulgação
A
JBN TV – Japão Brasil Network Television, emissora
brasileira com programação voltada à cultura japonesa,
lança sua versão na internet. Se antes só os assinantes
da Sky podiam acompanhar a programação pelo canal 142,
agora os usuários da internet também podem assistir aos programas de onde estiverem pela tela do computador, por meio
do sistema podcast, trata-se do JBN-WEB.
De acordo com o diretor da emissora, Milton Nishiwaki, a idéia
de disponibilizar uma versão na web da JBN TV surgiu da necessidade de transmitir o conteúdo dos programas para um número maior de pessoas. “Nossa intenção é fazer com que mais
pessoas tenham acesso, mesmo os que não tenham Sky, e
principalmente, os brasileiros que moram no Japão”, explica.
Em um primeiro momento a programação do canal na internet
só vai contar com os programas nacionais, cerca de 40% da
produção. Os programas vindos do Japão, os 60% restantes, só
vão integrar a grade a partir de abril.
Os principais destaques são os programas “Viva Karaokê”, com
duração de 60 minutos e exibição semanal, que irá apresentar
um festival de karaokê, com mais de 500 cantores, cujo vencedor será premiado com uma viagem ao Japão, e a série “100
Anos de História Viva”, que aborda os principais aspectos da saga dos imigrantes japoneses no Brasil. Além dos programas em parceria com a Fundação Japão, o “Pentatônica”, em que diversos músicos interpretam temas japoneses, e
o “Saberes dos Sabores”, um programa especial sobre a culinária oriental.
Para ter acesso ao JBN-WEB é necessário ter uma senha, enviada no ato da
assinatura. O valor da mensalidade é de R$9,90 por mês, o pagamento pode ser
feito via boleto ou cartão de crédito.
Emissora
Inaugurada em 18 de junho de 2008, no dia oficial da celebração
do centenário da imigração japonesa no Brasil, a JBN TV apresenta uma grade variada, com programas que apresentam desde
a história da imigração, as tradições, até as diferentes manifestações culturais e artes marciais japonesas. Por meio de programas
que mostram o dia-a-dia da comunidade nipo-brasileira, com a
cobertura dos festivais típicos e eventos esportivos.
A JBN TV também apresenta programas japoneses, disponibilizados por meio de uma parceria com tevês do Japão, como Asahi
e Wakayama e produtoras independentes. Na grade, novelas,
como “Samurai Yaburegasa” e “Falcões Edo”, musicais, filmes,
como o terror “Chakushin Ari” (Uma Chamada Perdida), documentários, como o “Japão ontem e hoje”, desenhos animados e séries. Todos inéditos no Brasil,
com legendas em português e áudio original, para que todas as pessoas possam acompanhar a programação.
Para mais informações sobre a TV e a assinatura do canal da Web acesse o site www.jbntv.com.br.
vitrine
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48
encontro
Evento cultural reúne províncias do
norte do Japão
O 1º Tohoku – Hokkaido Matsuri acontece na Associação
Hokkaido do Brasil e traz diversas atrações culturais
Texto Redação / Fotos Divulgação
C
om o objetivo de divulgar e preservar a
cultura das regiões norte e nordeste do
Japão, o Grupo Tohoku Chihou / Hokkaido
vai organizar no dia 15 de março o primeiro festival “Tohoku – Hokkaido Matsuri”, na Associação
Hokkaido do Brasil, na Vila Mariana, Zona Sul de
São Paulo.
O evento é organizado pelos seinens (grupo de jovens) dos kenjinkais das províncias de Hokkaido,
Aomori, Yamagata, Fukushima, Akita, Iwate e Miyagi. Esta iniciativa tem como objetivo substituir o tradicional undokai (gincana esportiva) que era organizado pelo mesmo grupo e realizado anualmente.
Na festa diversas atrações típicas das províncias serão apresentadas, destaque para a dança
Sansa-Odori da província de Iwate, Byakottai de
Fukushima, Minyo de Akita, Tsugaru-Shamissen
de Aomori, Hanagassa-Ondo de Yamagata e a
dança Yosakoi-Soran de Hokkaido.
Comidas típicas das regiões norte e nordeste do
Japão, que são pouco difundidas nos restaurantes japoneses e em festivais de cultura japonesa
aqui no Brasil, também vão fazer parte da festa.
De Hokkaido destaque para o prato chan-chan
yaki, o kitakata lamen vai representar a província
de Fukushima, wakame udon a de Iwate. E ainda,
tama konyaku de Yamagata, amazake de Akita,
de Miyagi o hiyashi somem e o mataguimeshi de
Aomori.
Com entrada franca, as pessoas que forem prestigiar o festival também vão poder apreciar uma
exposição de artesanato das províncias participantes, além de participar do bingo e outras
atrações. E a garotada, ainda vai poder se divertir
com diversas atividades diferenciadas, específicas para o público infantil.
Serviço
Tohoku – Hokkaido Matsuri
Data: 15 de março de 2009
Horário: Das 11h às 15h30
Local: Associação Hokkaido do Brasil
(Rua Joaquim Távora, 605 – Vila Mariana)
Entrada Franca
pets
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Pug: fiéis e companheiros
Originária da china, a raça chegou ao Brasil na década de 50 e já encontrou
dezenas de apreciadores
Texto Redação / Fotos Divulgação
C
om um temperamento afável, boa disposição e grande charme, os pugs estão
presentes em vários países e a cada dia
ficam mais populares. Se antes era considerada uma raça da nobreza, hoje podem ser
encontrada nos mais diversos lares.
Além de serem fiéis aos donos e companheiros inseparáveis, os pugs são ótimas companhias para as crianças, pois são bastante
resistentes e brincalhões. Outra qualidade é
que são extremamente sociáveis e se adap-
tam rapidamente em ambientes diferentes e
com estranhos.
Por ter porte pequeno, o pug é uma ótima raça
para ser criada em apartamento. Outras características marcantes são o focinho achatado,
o rosto enrrugado e o rabo em espiral. Não
pesa mais de 10 quilos e pode medir até 28
centímetros de altura, tem um corpo musculoso e a pelagem fina, macia e curta. Pode ser
encontrado em três cores, prateado, preto e
castanho.
O pug é uma raça que não precisa de muitos
exercícios físicos, passeios diários de curta
duração nas horas mais frescas do dia já são
suficientes para manter uma boa saúde. Nos
dias de calor prefira deixar o cão em lugares
sombreados ou que tenham piso frio, ter sempre muita água fresca também é importante,
uma vez que os pugs são muito sensíveis ao
calor e não conseguem se refrescar. Já nos
meses de inverno, é importante que o pug use
uma roupinha para se aquecer.
Origem
Cuidados
Existem várias histórias sobre a origem da raça
Pug, mas a maioria dos pesquisadores concorda
em um ponto, que é originária do Oriente, mais
especificamente, da China. No século XVI o pug
foi levado à Holanda pela Companhia das Índias,
e já foi acolhido como cão de companhia. Anos
mais tarde, já estava espalhado pela Europa em
países como França, Itália, Inglaterra, Espanha e
Alemanha, onde era reconhecido como animal
de estimação da nobreza e alta sociedade.
No Brasil, os primeiros exemplares da raça chegaram na década de 50, mas a criação não se
desenvolveu muito. Apenas nos anos 80 é que
o número de importações aumentou e a criação
brasileira passou a ter mais qualidade. Após a
aparição em alguns filmes e novelas, a raça começou a ganhar mais admiradores a cada ano.
Para deixar o seu cãozinho sempre limpo e bonito é necessário ter alguns cuidados básicos. No
caso, dos pugs não é nada muito complicado.
Primeiramente, não é necessário dar banhos
muito frequentes, porque removem a oleosidade natural que protege a pele, uma maneira de
manter o cachorro limpinho é umedecer uma
toalha e passar no pug, em seguida secar e escovar os pelos.
Outras medidas que devem ser tomadas é limpar os olhos com um pedaço de algodão, cortar
apenas as pontinhas das unhas, e passar vaselina no focinho se estiver ressacado. E no caso
de soltar muitos pelos, uma escova com pinos
de metal pode resolver o problema.
Média de 1,5 a 2 mil reais preço de um filhote.
50
agricultura
Expectativas de melhoras no campo
Brasil pode colher segunda melhor safra da história, mesmo com quebra na produção
Texto: Redação/ Foto: Divulgação
D
iante da previsão de colher a segunda
maior safra de grãos da história, depois do
ciclo 2007/2008 (de setembro a junho), a
produção nacional ainda sofre os efeitos do clima, com redução prevista entre 6,5% e 8%. A
informação foi dada pelo ministro da Agricultura,
Reinhold Stephanes, durante o anúncio do quinto
levantamento da safra de grãos 2008/2009. De
acordo com a Conab (Companhia Nacional de
Abastecimento), a atual safra está estimada em
134,7 milhões de toneladas, 6,5% (9,4 milhões
de toneladas) inferior à obtida na anterior (144,1
milhões de toneladas) e 1,7% sobre a pesquisa de
janeiro (137 milhões de toneladas).
A área plantada para esta safra está estimada em
47,9 milhões de hectares, 0,9% a mais comparada à safra anterior (47,4 milhões de ha). “A área
de plantio nos últimos cinco anos se mantém em
torno dos 47 milhões de hectares”, observa Stephanes. O ministro disse ainda que as condições
de comercialização hoje são melhores do que na
época do início do plantio e o governo federal tem
assegurado recursos de crédito e de comerciali-
zação para a produção brasileira.
Stephanes citou a reação de preços e de mercado para a soja, que vai proporcionar rentabilidade
para os produtores. Os preços do açúcar e do
etanol também estão bons, apesar de problemas
estruturais do setor, afirmou o ministro. O preço
do milho vem melhorando, inclusive no mercado externo e o de arroz manteve-se no mesmo
patamar. Ao mesmo tempo, o País poderá fazer
compras de trigo da Rússia diante da quebra da
produção da Argentina, grande exportadora desse cereal de inverno.
Para o diretor de Logística e Gestão Empresarial
da Conab, Sílvio Porto, o registro de quebra na safra devido à estiagem já estava contabilizado no
estudo realizado pelos técnicos desde novembro
do ano passado, principalmente nos estados do
Sul e em Mato Grosso do Sul. As maiores perdas
foram no Paraná com as culturas da soja, feijão
e milho. Registrou-se quebra de quase 600 mil
toneladas nas lavouras de soja e redução também na de milho, de 50 mil toneladas, em Mato
Grosso do Sul.
O estado do Rio Grande do Sul também sofreu
com a seca, onde houve redução de 880 mil toneladas de milho. A soja nesse estado foi plantada
mais tarde e houve replantio com expectativa de
recuperação. “Infelizmente, os prognósticos da
previsão de tempo para os próximos três meses
para a região sul apontam probabilidade de chuva
de 40% abaixo da normal e não sabemos ainda
qual será o impacto até o final do ciclo da soja”,
avalia Porto.
Já o arroz em Mato Grosso teve recuperação na
área de plantio que garantirá o abastecimento interno neste ano. A reação do milho safrinha, que
começou a ser plantado em janeiro e vai até 15
de março, animou o governo porque na primeira
safra, houve queda de sete milhões de toneladas
em relação à safra passada (50,3 milhões de
toneladas). (com informações do Ministério da
Agricultura)
vitrine
51
52
dekasegui
IMPOSTO DE RENDA PAGO NO JAPÃO
O que é importante fazer para restituir no retorno
ao Brasil - Parte 1
Texto por S.J.Nakaoka
T
odas as pessoas que obtêm qualquer tipo de rendimento no Japão
estão sujeitos a pagar o Imposto de Renda, como ocorre em outros países, inclusive o Brasil.
O imposto de renda incide sobre todas as rendas ocorridas durante o
ano no Japão, e desta forma os estrangeiros também estão incluídos
nesta condição, desde que considerados como “residentes” com algum
rendimento.
Entretanto, para os estrangeiros definidos como “não residentes” o imposto é cobrado de maneira uniforme, equivalente a 20% sobre a renda.
Os “residentes” são via de regra, aqueles que mantêm endereço fixo no
Japão, ou quando estão em um mesmo endereço por mais de um ano.
Para que se defina se o estrangeiro é classificado como “residente” ou
“não residente” é necessário observar o tipo de contrato de trabalho
que foi definido com a empresa empregadora, tempo de contrato para
prestação de serviços pelo trabalhador estrangeiro, condições do serviço, visto consular e o tempo de permanência definido no passaporte.
Independentemente da condição caracterizado inicialmente de “não residente”, caso o tempo de permanência ultrapasse um ano ou mais (da
entrada no país), o mesmo será classificado como “residente”, quando
incidirá o imposto de renda como qualquer pessoa produtiva com rendimento. Necessariamente, não está definido que este novo contribuinte
passe a ter a condição de “residente”.
Qualquer irregularidade poderá ser esclarecida através do Ajuste de Final de Ano, conhecido em japonês como “Nenmatsu Tyosei”.
Serviço:
DAIWA SERVICE
Pça.da Liberdade, 130–Conjs.97 a 99 - Metrô Liberdade
01503-010 – São Paulo / SP
(11) 3105-2114 e (11) 5572-1717
www.daiwaservice.com.br
casos da vida
53
Luso-Nipo-Brasilidade: Uma relação de mais de 500
anos – PARTE Final
O
meu amigo Trasmontano, 40 anos atrás, teve
dois nisseis como seus
professores de português,
num antigo Curso de Madureza, e seria um dos primeiros felizardos a casar-se com
uma nissei , e a entrar nesse
mundo da família oriental,
de onde, uma vez dentro, não
mais se quer sair.
Já estamos na geração yonsei e go-sei, e a presença japonesa no Brasil
deixou de ser silenciosa e discreta para tornar-se – como os demais imigrantes e seus descendentes – parte do cotidiano, explícita e indispensável
em qualquer atividade do país: no campo social, na política, na indústria,
na agricultura, no comércio, no magistério, na culinária, em serviços, e na
miscigenação familiar.
Hoje fazem parte do grande caldeirão miscigeno-cultural em que se transformou o Brasil. Eles freqüentam as igrejas cristãs, os estádios esportivos, as
baladas, os teatros, os cinemas, a praia, as escolas de samba; são amantes do churrasco, da feijoada, da caipirinha, do vinho, da bacalhoada, do
acarajé, da macarronada, da pizza, do
kibe e da paella. Simultaneamente, os
ocidentais – cada vez em maior quantidade – buscam os templos de religiões
orientais, a prática das artes marciais,
a serenidade da ioga, os restaurantes
e sushi-bares japoneses – hoje quase
tantos quantas churrascarias, em São
Paulo – incentivam os relacionamentos
afetivo-familiares; incorporam centenas de palavras japonesas ao linguajar
do dia-a-dia.
Há até mesmo uma nada desprezível
onda de emigração, às avessas, de
brasileiros para Portugal e para o Japão. E o meu amigo Trasmontano olha
para sua mulher e seu filho, de traços também orientais, e vê fechar-se o
último vértice do triângulo luso-nipo-brasileiro com uma constatação irrefutável: o Brasil é o maior país português fora de Portugal, e o maior país
japonês fora do Japão.
* José Carlos Neves é comerciante, descendente de portugueses e casado
com uma nikkei. É, ainda, profundo admirador da cultura japonesa.
54
mundo oriental
Mais de 70 empresas taiwanesas realizam encontro para comércio com Brasil
A
contece no dia 9 de março em São Paulo o Encontro Empresarial Brasil-Taiwan (2009 Taiwan Expo Tour around South América). Um total de 70 fabricantes de Taiwan visita o país no objetivo de apresentar seus produtos e mostrar como fazer negócios com empresas brasileiras.
O encontro é dividido em duas partes: Rodada de Negócios (reuniões com empresas interessadas), com participantes inscritos; e Show de Tecnologia
(demonstração de produtos), aberto ao público. Cinco marcas renomadas trarão novidades: Asus, D-Link, MSI Computer, Genius e Johnson Healthtech.
Outros integrantes do grupo (que podem ser consultados no site http://mission.taiwantrade.com.tw/sa09) atuam no ramo de produção desde peças automotivas, acessórios para motocicletas, componentes eletrônicos, hardware, equipamentos industriais, têxteis até produtos em metal, entre outros.
O Encontro Empresarial Brasil-Taiwan será das 9h às18h, no Hotel Caesar Park Faria Lima (Rua das Olimpíadas, 205, Vila Olímpia). Para se obter mais informações ou fazer a inscrição (sem custo), o telefone é 11/3283-1804 ou e-mail [email protected].
Estádio em Kaohsiung dos Jogos Mundiais 2009 gera eletricidade
O
Estádio Principal de Kaohsiung, construído para os Jogos Mundiais 2009, já começou
a vender parte da eletricidade gerada por seu sistema de energia solar à companhia
estatal Taiwan Power Company (Taipower). Além de suas diferentes instalações esportivas, o gigantesco estádio, construído a um custo de US$ 159 milhões, conta com 8.844
painéis solares.
Aproveitando a forte luz solar na parte sul de Taiwan, cada um dos painéis – cuja unidade
custou pouco mais de mil dólares americanos – tem a capacidade de gerar 3.232 kW/h de
energia por dia. O ecológico sistema de energia solar foi ativado no início de outubro do ano
passado e, num período de três meses, gerou por volta de 300 mil kw/h de eletricidade, mais
do que o necessário para o dia.
Para um grande evento esportivo, o sistema pode fornecer 70% da energia requerida. Nesse
caso, o estádio comprará a eletricidade que falta à Taipower. Com 31 modalidades aprovadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), os Jogos Mundiais de Kaohsiung atrairão mais de 4.500 atletas de 90 países a essa cidade portuária ao sul,
entre 16 e 26 de julho.
Concurso seleciona arte infantil para exposição em Taipei
C
rianças de todo o mundo poderão participar de um concurso mundial para a seleção de obras artísticas
que serão colocadas numa exposição no mês de setembro na Galeria Nan-Hai do Centro Educacional de
Artes de Taiwan, na capital Taipei. Através de suas escolas, os alunos (entre 6 e 15 anos) podem inscrever
trabalhos nos mais variados estilos (pintura, crayon, desenho, aquarela, colagem, etc.), cujo formulário deve
chegar à Associação para Educação através da Arte, na República da China, até 25 de abril.
A proposta é realizar um intercâmbio artístico infantil entre escolas de vários países, e a campanha está sendo
divulgada pela Divisão de Informações do Escritório Econômico e Cultural de Taipei. Mais informações sobre o
regulamento e a exposição podem ser obtidas pelo telefone 11/3287-5012 ou site http://ed.arte.gov.tw.
mundo oriental
55
Na contramão da crise financeira
Ao contrário de muitos, confecções da comunidade coreana no Brasil
apresentam crescimento
Texto: Cibele Hasegawa / Foto: Divulgação
E
nquanto o mundo todo passa por uma situação bastante delicada
por conta da crise financeira, as confecções coreanas caminham
na contramão e ainda não sentiram nenhuma queda no comércio,
que abastece não só a capital paulista, mas também, comerciantes de
todo o Brasil.
Dois meses após o estouro da crise, as vendas de Natal e as roupas de
Ano Novo surpreenderam a qualquer um que se assustou com o anúncio da crise. De acordo com a Câmara de Dirigentes dos Lojistas do
Bom Retiro (CDL), houve um crescimento, em 2008, de 8% nas vendas,
no período natalino, com relação a mesma temporada de 2007.
Vale destacar que, 70% das lojas do bairro pertencem as famílias coreanas e dos
1.000 fabricantes existentes no local, 840 são comandadas pela comunidade.
“Aqui ainda não houve crise. Nenhum dos lojistas relatou qualquer queda
até agora”, afirma Pedro Lee, diretor da Câmara de Comércio e Indústria
Brasil – Coréia, que congrega mais de 3 mil associados entre pequenas,
médias e grandes empresas. “Talvez, a própria crise tenha favorecido o mercado, fazendo com que as pessoas presenteassem familiares e amigos com
roupas”, arrisca.
E mesmo agora, neste momento em que as lojas entram em liquidação de
toda a coleção de verão para, logo após o Carnaval, encher as vitrines com
a moda outono-inverno, a expectativa é que haja um crescimento de 2%,
com relação a mesma data do ano passado, segundo a CDL.
Mas nem com esse cenário favorável, a comunidade coreana pode respirar
aliviada. Ao mesmo tem-
po em que comemoram a ascensão, anseiam para saber como será o
comportamento dos consumidores nos próximos meses. O medo da
recessão paira pelos empresários da área.
Lee afirma que o grande teste do enfrentamento da crise deste primeiro
semestre de 2009 será nas vendas do Dia das Mães, pois, a data esperada costuma apresentar bom desempenho ao setor.
“Agora, os comerciantes se preparam para uma logística bastante eficiente para evitar os prejuízos, mesmo que até agora, a saída de produtos tenham ido bem e a condição interna ainda seja muito adversa do
exterior”, explica o diretor. Isso porque, o mercado da moda é sazonal.
Os investimentos são feitos bem antes de irem para as vitrines, tendo
de apostar nos estudos de previsão.
O grande desafio para o setor será manter o crescimento, de acordo
com Lee, estimado em 12% ao ano. Um número admirável, em vista da
visão geral do setor, que apresenta crescimento de 10,29% do comércio varejista de tecidos e vestuário, até outubro (na projeção anual deve
ficar em 10,5%), uma indicação clara da importante participação dos
importados no mercado interno durante o último ano, de acordo com a
Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT).
No que depender da estrutura profissional, os coreanos terão a chance de
passar pela fase sem quedas, uma vez que, cada vez mais as botiques do
Brás e do Bom Retiro investem em fazer moda. Estilistas viajam ao exterior
a fim de buscar informações e tendências da moda dos grandes pólos mundiais como Paris e Nova York, trazendo
para cá os modelos adaptados aos brasileiros.
56
click
57
JCI Brasil-Japão
A
JCI Brasil-Japão promoveu, no dia 16 de fevereiro, a cerimônia de
posse da gestão 2009. Na presidência, assume Rogério Kita, no lugar
de Márcio Yochem. Para o novo presidente, a gestão é um desafio e
“2009 será um ano de superação”, indicando que “a crise também poderá se constituir na grande oportunidade para o crescimento”. Formado em
Ciências Contábeis, pós-graduado em Controladoria, é atual diretor da NK
Contabilidade e professor universitário.
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Mahikari
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Sukyo Mahikari realizou, no dia 08 de fevereiro, sua tradicional cerimônia mensal. Com a presença de autoridades, o encontro mostrou
aos presentes alguns dos conceitos e palavras da Mahikari.
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58
Interior
U
ma comitiva formada por lideranças do Bunkyo e da comunidade
visitaram as cidades de Lins, Presidente Prudente, Bastos, Osvaldo Cruz e Promissão no fim de janeiro. O intuito era divulgar as
ações da entidade e obter mais informações sobre projetos e idéias que
podem se alinhar com o Bunkyo. Ao final, o resultado foi positivo: tanto
as associações do interior quanto o Bunkyo reforçaram o interesse de
trabalharem juntos.
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enba recepcionaram
lideranças do Bunkyo e da
comunidade
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Karaokê
A
cidade de Campinas, no interior paulista,
foi palco do 15° Concurso de Karaokê
do Estado de São Paulo, no começo de
fevereiro. Durante três dias, centenas de cantores subiram ao palco para cantarem tradicionais canções japonesas. Ao final, a grande
campeã foi a jovem Lilian Tangoda, cantora que
já faturou diversos títulos nacionais.
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Dragon Boat
A
cidade de Santos recebeu a primeira
edição do Dragon Boat, embarcação
típica da China e que vem ganhando
espaço em vários países do Mundo. A JCI
Brasil-China participou ativamente do evento,
mobilizando diversas pessoas. Cada embarcação mede 12,4 metros (com 1,16m de largura), pesa 250 quilos e alcança velocidade
média de 22 km/h. (Fotos: W.Lee)
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59
60
eventos
Eventos de animê agitam o final do ano
O
final de ano foi agitado para os
fãs de animê e mangá. Pelo
menos três grandes eventos
do gênero agitaram o Brasil, cada
um a sua maneira e com suas peculiaridades.
Para começar, no dia 06 de dezembro,
Steel Brothers - Live in SP
ocorreu em São Paulo, o show “Steel
Brothers – Live in SP”, organizado com a marca Yamato Music Station. A
apresentação contou com o astro Hironobu Kageyama, cantor original de
mais de 800 músicas relacionadas a trilhas de animês e tokusatsus como
“Changeman”, “Dragon Ball Z” e “Os Cavaleiros do Zodíaco” com seu fiel
companheiro Masaaki Endoh interprete de temas de “Street Fighter II Victory” e “Cowboy Bebop”. Com eles no palco estiveram músicos de renome
no país Marcell Cardoso (baterista do Karma), Fabrízio Di’Sarno (tecladista
do Shaman),Sergio Gorini (guitarrista
do Temblor) e Ricardo Strani (baixista
do Temblor).
Já nos dias 13 e 14 de dezembro, a
festa rolou solta com os fãs cariocas
de animês. O Rio de Janeiro sediou
a quarta edição do evento Anime
Family, a maior convenção de aniRessaca Friends 2008
mês, mangás e videogames do Rio
Texto: David Denis Lobão / Imagens: Divulgação
de Janeiro. No total mais de 13 mil pessoas estiveram presentes para
acompanhar o show dos cantores Hironobu Kageyama e Masaaki Endoh,
além de outras atrações variadas como um concurso de cosplay que valia
vagas para três importantes competições do Yamato Cosplay Cup, o YCC
Individual, YCC Grupos e YCC Duplas. A festa continuou com o concurso de
animekê, que classificou sua vencedora para o Animekê Show, cuja final
ocorre em São Paulo no Anime Friends e premia o vencedor com uma viagem ao Japão. Para completar as atrações, a presença de quatro grandes
dubladores: Denise Reis (Sailor Marte de
“Sailor Moon”), Patricia Scalvi (Sophie
de “O Castelo Animado”) e as vozes de
Lester e Beakman de “O Mundo de Beakman” Carlos Silveira e Flávio Dias.
E nos dias 20 e 21 de dezembro, já próxiAnime Family 2008
mo ao natal, o papai Noel literalmente foi
ao encontro dos fãs no Ressaca Friends, o
último evento de animês do ano, em São
Paulo. Com diversas novidades como os concursos “Desafio Cosmaker” e
“Desfile Natalino de Cosplay”, a convenção também foi a primeira do gênero no país a contar com a apresentação de uma peça profissional de teatro,
o espetáculo “Ontem foi Nunca”, dirigido por Ariane Moulin. Os admiradores dos desenhos e quadrinhos japoneses encerraram o ano com chave de
ouro, uma grande confraternização que contou com bandas, brincadeiras e
presentes entregues no palco de hora em hora.
Yamato Music adia show do grupo Kagrra no Brasil
Por David Denis Lobão e site www.yamatomusicstation.com.br / Imagens: divulgação
A
empresa Yamato Music adiou o show do grupo japonês Kagrra,
previsto para ocorrer no dia 22 de fevereiro, em São Paulo. Após
publicar uma nota sobre o adiamento do espetáculo em seu site,
a organização lançou um ‘hotsite’ com informações sobre como vai
ocorrer o show no Brasil.
Até o fechamento desta edição, a Yamato Music estava negociando
uma nova data para o show com a PSCOMPANY, empresa que agencia
o grupo no Japão. Eles acompanharam todo o processo que acarretou
no adiamento do espetáculo e lamentaram o ocorrido.
O show acabou não ocorrendo porque o visto dos músicos não foi liberado no tempo esperado. A empresa explica em comunicado oficial
“Dentre as diversas atribuições relativas à produção e promoção do
show, há o delicado trabalho de requerimento dos vistos dos artistas,
ou seja, a autorização para que os artistas possam entrar no nosso país.
A Yamato iniciou todos os procedimentos necessários, como é praxe,
para a obtenção do visto. No entanto, nesta última semana nos foram
feitas exigências que não poderiam ser cumpridas para a emissão dos
vistos antes da partida da banda do Japão. Tentamos todos os meios
legais para conseguir a obtenção do visto dentro do prazo, mas entendemos que todo processo importante como este tem uma burocracia
a ser obedecida. Não nos restou outra opção a não ser remarcar este
show para uma nova data”.
Enquanto as novas informações não são confirmadas, a Yamato Music
recomenda a todos que permaneçam com seus ingressos. Para quem
quiser o reembolso do valor dos ingressos, o processo será simples e
sem nenhum custo adicional.
Quando a nova data for anunciada, quem quiser já poderá trocar seu
ingresso antigo pelo da nova data, também sem qualquer encargo. A
lista VIP atual será mantida, e novos nomes poderão ser chamados. A
lista de espera também será mantida.
vitrine
61
62
animê
“One Piece”: Sucesso no SBT e nos DVDs
A
série já era muito
esperada e cultuada
antes mesmo de sua
estreia no Brasil, agora com
sua exibição no SBT virou
uma verdadeira mania. A
animação japonesa, “One
Piece” conquistou os brasileiros primeiro na TV paga,
pelo canal Cartoon Network,
e agora chega à rede aberta
se firmando junto com “Naruto” como os principais animês do momento na
emissora de Silvio Santos.
Outro grande trunfo foi o lançamento no ano passado, com os primeiros
DVDs de “One Piece” no país. Já que ele é um dos desenhos mais famosos
que existe atualmente no mundo, com milhares de fãs nos Estados Unidos,
Europa e Japão. Infelizmente, os volumes apresentam apenas três episódios
em cada, mas a pessoa poderá escolher entre assistir os episódios legendado sem cortes ou dublado. O lançamento da PlayArte também peca por ser
em volumes individuais e não em Box colecionável.
A chegada de “One Piece” na TV brasileira também veio recheada de polêmicas, pois assistimos a versão feita para os telespectadores americanos e não
a original japonesa. Na versão censurada nos Estados Unidos, o animê teve
algumas adaptações, como o cigarro de um personagem sendo substituído
Por David Denis Lobão e Felipe Marcos
digitalmente por um pirulito, para evitar o incentivo do fumo entre os jovens.
Tudo bem, mas e a história?
“Meu maior tesouro, One Piece, está no final da Grande Rota”, esta foi à derradeira declaração de Gold D.Roger, o Rei dos Piratas, antes de sua execução.
A frase foi o suficiente para despertar os instintos de todos os piratas dos sete
mares, partindo alucinados em busca deste misterioso prêmio. Um prêmio que
ninguém sabe o que pode ser, afinal de contas.
Na história, você conhece o mais cômico time
de piratas, liderados pelo capitão Monkey
D.Luffy e cuja tripulação é formada pela navegadora Nami, o cozinheiro Sanji, o espadachim
Zoro, o atirador Usopp, o médico Chopper e a
arqueóloga Robin. A história também mostra
muita aventura e ação sem limites com um
tempero de bom humor típico dos desenhos
animados japoneses modernos.
Muitos produtos devem ser lançados em breve com a marca da série, já que “One Piece”
é um sucesso, registrando preciosos pontos
no Ibope para o SBT e garantindo assim uma
excelente audiência todas as manhã para o
programa “Bom Dia e Cia.”, onde é exibido
por volta do meio-dia.
mangá e tokusatsu
Volta às aulas com muito mangá!
M
ães e pais preparem-se, nos meses de
fevereiro e março a maioria das escolas públicas e particulares voltam às
aulas e com isto volta o corre corre, o trânsito,
os atrasos. Isto porque cada vez mais atividades
são oferecidas às crianças, como natação, judô,
inglês, japonês e até mesmo curso de mangá.
Com a popularização dos quadrinhos japoneses
no Brasil, a procura por cursos de desenho no
estilo mangá ficou maior. E com a crescente de-
manda também aumentou o interesse das escolas pelo tema, colocando-os como pauta de aulas
de educação artística.
Neste caso o Colégio Santa Amália foi mais longe
e pensando nos seus alunos, abriu espaço para
um curso de mangá. As aulas são semanais e
ocorrem em dois dias, terças-feira à tarde (14:00
às 15:30) com a professora Bianca Lucchesi e
quarta à noite (17:45 às 19:15) com a mestra
Bárbara Linhares.
Mas existem casos mais específicos, como da
Areae, uma escola especializada no ensino da
técnica de mangá, que também oferece cursos
de lápis de cor e aquarela, com professores renomados como Diogo Saito, que já ganhou um
troféu Ângelo Agostini de melhor colorista.
Para facilidade dos pais que desejam que seus
filhos aprendam a arte de desenhar quadrinhos
japoneses, ou para os jovens que querem se profissionalizar neste estilo de arte, a escola oferece
três horários (manhã, tarde e noite) de segunda
a sábado.
São no total três unidades da Areae. A matriz Liberdade, que fica na rua da Glória, 279 - cj. 55
63
Texto: Ida Telhada / Fotos: Divulgação
(telefone: 3207-7624), a filial Santa Cruz localizada na rua Loefgreen, 934 (telefone: 5084-5074)
e uma unidade em São Bernardo do Campo, a
AreaE - Rudge Ramos, presente na rua Uberaba,
44 (telefone: 4368-9173).
Sem dúvida a arte japonesa está cada vez
mais presente no Brasil, seja nas artes marciais, nos espetáculos, nos eventos de animê
e porque não, nas aulas de mangá, um hobbie
sadio e divertido para todas as idades.
As maravilhosas mulheres que escrevem sobre seriados
T
Texto: David Denis Lobão / Imagens: Divulgação
odo mundo tem seus ídolos. Para muitas meninas no entanto, faltavam
heroínas que as inspirassem nos anos 60 e 70. Muitas vezes relegadas
ao segundo plano, aos poucos foram ganhando destaque e os seriados
japoneses tiveram um papel importante para que
isto ocorresse.
Em “Changeman”, Sayaka Nagisa (Change Mermaid) se mostrava à verdadeira heroína, a mulher
forte que os anos 80 esperava após a revolução
sexual da década anterior.
Sempre pronta
para uma missão, era valente
e estava pronta
a liderar o grupo quando preciso. Já em
outro seriado nipônico, “Flashman”, Sara
(Yellow Flash) era a real protagonista da
história. O público percebeu isto nos últimos capítulos quando foi revelado que ela era a criança desaparecida que
comandou toda a trama.
Mas foi nos anos 90, que chegou ao Brasil o maior ícone das heroínas japonesas, estamos falando de “Patrine”. Criado pela Toei Company em 1990,
teve no total 51 episódios, exibidos no Brasil pela extinta TV Manchete. Na
história, a jovem colegial Yuko Murakami (Sayuri no Brasil) recebe de um
estranho velhinho o poder de se transformar na Estrela Fascinante Patrine, a
fim de proteger a paz na cidade. Na verdade, esse
velhinho é o deus da cidade e dita a ela a seguinte condição: ela não deve revelar sua identidade
secreta a ninguém, sob pena de ser transformada
em um sapo. Vivida pela atriz Yuko Murakami e dublada por Marli Bortoletto (a voz da Sailor Moon),
a pequena logo virou moda e inspirou muitas meninas.
Recentemente a jornalista Fernanda Furquim lançou o livro “As Maravilhosas Mulheres das Séries
de TV”. “O livro surgiu da idéia de mostrar a evolução da mulher nas séries de TV. Em entrevistas a jornais americanos, atrizes
como Meryl Streep e Glenn Close apontavam a TV como um dos veículos
atualmente que vem se dedicando mais a
explorar o perfil feminino em suas histórias.
Então, procurei traçar uma evolução do perfil
feminino das séries estreladas por mulheres.
Quem são estas personagens, quais foram
suas conquistas, mudanças de pensamentos
e de comportamentos, como refletiram na telinha as mudanças sociais que as mulheres
sofreram na vida real. Essa é a ideia do livro”,
explica Fernanda, uma maravilhosa mulher
real que escreve sobre as mulheres maravilhosas da ficção.
64
game
Zeebo, vem aí um novo console no Brasil
A
Texto: Tom Marques ([email protected]) / Imagens: Divulgação
Tectoy anunciou o lançamento do Zeebo, previsto para chegar às lojas
no primeiro trimestre deste ano, o novo console pretende por fim à
pirataria com um revolucionário modelo de comercialização de jogos.
O console já é esperado com grande entusiasmo pelos grandes publishers do mundo pelo seu fato diferencial de não haver mídia física dos
jogos, que serão disponibilizados a partir de downloads feitos pela rede
ZeeboNet 3G. O jogador não precisa usar um modem especial, ter acesso à banda larga ou pagar qualquer mensalidade. Basta ligar o console
na TV.
O Zeebo automaticamente conecta-se à rede wireless ZeeboNet 3G,
que é totalmente gratuita e disponível onde
há cobertura 3G no país.
“Este modelo de negócio é
totalmente inovador e trata-se da primeira iniciativa
realmente antipirataria do
mercado de games”, afirma
Fernando Fischer, CEO da
Tectoy em release distribuído pela empresa.
O console será produzido
inicialmente para o Brasil na
fábrica da Tectoy em Manaus
(AM). Em seguida, será ofere-
cido para licenciamento em outros países, com foco especial nos mercados emergentes. “O Zeebo é um projeto global que envolveu empresas de sete diferentes países: Brasil, Estados Unidos, Argentina, China,
Israel, Japão e França”, completa Fischer.
No Brasil, o Zeebo será lançado com seis jogos instalados – Action Hero 3D,
Treino Cerebral, Prey Evil, Quake e mais dois jogos de um grande ‘publisher’.
Além desses títulos, o catálogo inicial do Zeebo conta com mais de dez jogos, todos desenvolvidos para essa plataforma e que custarão a partir de R$
10,00. Um importante diferencial é que todos serão em português.
“Estamos trabalhando com franquias de renome, mundialmente famosas,
como Activision, Sega, Namco, Capcom entre outras e a adesão desses
players confirma como nosso
projeto é inovador”, comemora Fischer. A empresa garante
que este é apenas o começo.
Em 2009 serão mais de 50
jogos.
vitrine
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VELHOS CARNAVAIS
J
opinião
ovens endinheirados e ávidos por emoções fortes por certo irão para que ocupavam os carros, roubando-lhes as bisnagas.
a Bahia, velhos aposentados irão curtir as saudáveis estâncias climáti- Já em São Paulo, no início dos anos 70 e em plena juventude, passei a brincas, as praias com certeza estarão lotadas de gente de todas as idades, car o carnaval somente nos bailes de salão. E era muito carnaval. Só na capios sítios nos arredores das metrópoles serão tomadas por famílias inteiras, tal havia 6 a 7 bailes carnavalescos promovidos por entidades nikkeis: Clube
mas a maioria vai ficar mesmo é sentada no sofá, vendo pela televisão os Piratininga, Anhanguera, Paratodos, ACREC, Clube Santos da Vila Prudente,
intermináveis desfiles das escolas de samba. É desta forma que o povo curte
Bunka (promoção do ARCENT) e Clube Atlético Ypiranga. E cada um tinha lá
o carnaval nos dias de hoje. Mas nem sempre foi assim. Há mais de 30 suas características. No Paratodos era um pessoal mais velho e a animação
anos atrás os quatro dias de folia eram ansiosamente aguardados e, exceto
era mais contida; no Piratininga quem era de fora não era bem recebido,
os padres e alguns poucos cidadãos de moral muito rígida, todo o resto da a panela do clube tomava conta do salão; no Anhanguera havia gente de
população queria mesmo era extravasar toda a sua alegria, brincando como todos os tipos, principalmente os da periferia oeste da cidade; já o carnaval
criança, bebendo um pouco acido Santos da Vila Prudente era
ma da conta, fantasiando como
famoso pelas meninas okinanos filmes e revistas, os homens
wanas, morenas, bonitas e gra“São sinais dos tempos, a alegria fabricada e embalada ciosas, chamariz para os foliões
ousando nos galanteios às mulheres e estas ousando nas roude toda a cidade; o Carnaval do
pelos bate-estacas acabou vencendo a folia natural.
pas e fantasias. Os costumes e
CAY era da elite nikkei do centro
Sorte nossa que vivemos os velhos carnavais e temos da cidade e os do Bunka e da
os padrões morais eram outros,
o relacionamento entre as pesACREC não empolgaram muito
tantas histórias de alegria autêntica para contar”
soas durante o resto do ano era
e tiveram vida curta. Era tanta
mais respeitoso e protocolar,
vontade de pular o carnaval que
assim o carnaval servia como
só os quatro dias não eram sufiválvula de escape.
cientes. Alguns clubes já começavam na sexta e todos ainda faziam “o grito”
Na minha infância, na Marília dos anos 60, a criançada curtia três carnavais. e “o baile da ressaca”. Com o passar dos anos, e sem muitas explicações, os
O primeiro acontecia na vizinhança. Já no final de janeiro, as bisnagas eram foliões foram rareando, os bailes diminuindo e durante muitos anos somente
as armas usadas na guerra de água entre a gurizada da vizinhança. Os mais o Anhanguera Nikkei Clube resistiu heroicamente (mas parece que também
abastados preparavam a fantasia, gente simples como eu tinha outra preo- sucumbiu).
cupação, decorar as marchinhas recém lançadas, porque todo ano tinha de São sinais dos tempos, a alegria fabricada e embalada pelos bate-estacas
5 a 6 músicas novas. E a gente acompanhava também o ensaio da escola de
acabou vencendo a folia natural. Sorte nossa que vivemos os velhos carsamba do bairro, coisa simples que não reunia mais de cem foliões entre ba- navais e temos tantas histórias de alegria autêntica para contar. Será que
tuqueiros, passistas e componentes de alas. O segundo carnaval era curtido
nossos filhos terão tanto para contar aos seus netos???
no salão do Esporte Clube Mariliense, antecessor do Nikkei Clube de Marília,
que realizava dois bailes infantis, com banda, decoração e muita farra e onde
aconteceram as primeiras trocas de olhares com as menininhas. O terceiro
Nelson Fukai é engenheiro,
carnaval, e com certeza o mais divertido, era o corso de carros pela avenida
escritor e analisa questões do
Sampaio Vidal, a principal da cidade. Devidamente abastecidos de baldes
presente e passado da comude água e outras munições pouco recomendáveis (sangue de boi, xixi, água
nidade nipo-brasileira. E-mail:
lamacenta, etc), saíamos na carroceria da camionete da família, prontos
[email protected]
para a guerra com os foliões pedestres. Em outros dias, com a turma da rua
e como folião pedestre, ficávamos a espreita em esquinas escuras onde o
corso era obrigado a passar lentamente, para surpreender crianças ingênuas
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