vitrine - Revista Mundo OK
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vitrine editorial 6 8 9 10 11 12 14 16 18 19 22 24 30 42 44 46 48 49 50 52 53 54 57 60 62 63 64 66 agenda e notas cultura cidades automóveis liderança e motivação esportes mulher beleza e saúde okids educação política gastronomia especial capa medula 6 8 9 10 11 12 14 16 18 20 22 24 30 42 44 46 48 49 50 52 53 54 57 60 62 63 64 66 economia multimídia encontro pets agricultura dekasegui casos da vida mundo oriental click eventos anime tokusatsu game opinião Diversão com toque oriental Que a cultura japonesa está incorporada ao cotidiano dos brasileios todos já sabem. Dentro de todo esse contexto, o karaokê chama a atenção. Afinal, dificilmente alguém vai a uma festa que não conte com um aparelho de videokê. Por outro lado, para os orientais a música tem um valor mais rico. Trata-se de uma expressão da alma, além de ser uma forma de agregar mais pessoas e facilitar a comunicação. No Brasil, os concursos de karaokê ganham um diferencial a mais. Por lá, os cantores levam a música a sério, de forma profissional. Paralelamente, o mercado do karaokê movimenta cifras inimagináveis, segundo o presidente da União Paulista de Karaokê, Luiz Yuki. Outra motivação que leva milhares de jovens para curtirem a noite são as baladas orientais. Experimente convidar um grupo de jovens descendentes para ir a uma danceteria ou a um baile da comunidade. Sem dúvida, a surpresa com as diferentes reações será das mais agradáveis. Ao final do dia, provavelmente a imagem que tinha dos orientais não será mais a mesma, e você pensará duas vezes antes de voltar a dizer que eles são pessoas tímidas, fechadas e que se isolam em um mundo à parte. Boa leitura Capa: Girl singing Imagem: Shutterstock Revista Mundo OK – Ano 2 – Número 15 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editor: Rodrigo Meikaru • Chefe de Arte: César Gois • Diagramação: Rodrigo Medeiros e Paulo Henrique Liberato• Redação: Cibele Hasegawa, Cintia Yamashiro, Tamires Alês, David Denis Lobão, Eugenio Furbeta, Fernando Ávila de Lima, Francisco Junqueira, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Carolina Michelli • Desenhista: Diogo Saito • Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Sheyla Arisawa • Comercial: Denis Kim, Fernando Ávila de Lima, Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Luciana Mayumi, Marcelo Ikemori, Fabio Seiti Tikazawa • Digital: Fabrizio Yamai • Assistente Digital: Rodrigo Medeiros • Administrativo: Sheyla Arisawa, Suzana Sadatsune • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK é uma publicação da Yamato Corporation. O Núcleo de Edição da Yamato Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos assinados e as imagens publicadas são de responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida e expressa cessão de seus direitos autorais à Revista Mundo OK. Rua da Glória, 279 - 8° andar/ Conj. 84 • CEP 01510-001 • Liberdade • São Paulo - SP | Tel.: (11) 3275-1464 • (11) 3275-0432 cartas Você também pode colaborar e participar da Revista Mundo Ok, enviando suas críticas ou sugestões para: [email protected] Contamos com você para tornar as próximas edições ainda melhores! Em busca de novos desafios Ao começar a escrever minhas opiniões nesta conceituada revista, sempre tive a certeza de contar com uma boa repercussão. Há seis meses, tentei trazer aos leitores minhas experiências sobre assuntos diversos. Relembrando muitas vezes fatos que têm a ver com nossa comunidade e até mesmo Equipe da Revista Mundo Ok da vida. Enfim, situações pelas quais passei e que gostaria de compartilhar com vocês. Acredito na visão positiva para nossos cotidianos. Em especial da nossa comunidade nipo-brasileira, que vivenciou momentos grandiosos durante todo o ano de 2008, com as comemorações do Centenário da Imigração. Um momento de alegria e o despertar para um novo futuro. Pessoalmente, vejo como uma forma de repensar conceitos e agregar novas idéias. Resgatar os primórdios, cujos conceitos baseavamse em três pilares: confiança, união e respeito. Justamente refletindo sobre tais aspectos, acredito que algo tem de ser feito. Um dos caminhos para viabilizar é a reestruturação da entidade mais representativa da comunidade, o Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social). Hoje, há uma barreira que separa os nikkeis desta entidade, por uma série de motivos. As próprias associações espalhadas pelo País já não se importam com as diretrizes tomadas pelo Bunkyo. Uma constatação triste se olharmos pelo lado da integração. E que reflete, diretamente, na nossa comunidade. Por todas essas reflexões, montamos um grupo de discussão que logo transformou-se em algo conA matéria de capa da Mundo OK, em janeiro, creto: o Change Bunkyo. Propõe algumas mudanças na forma de administrar o Bunkyo, enfatizando, sobre empreendedorismo, trouxe uma luz sobre principalmente, o contato com entidades. Saber o que pode ser melhorado, trabalhando em conjunto e aqueles que se preocupam com a crise mundial. respeitando as ideias e preocupações de cada uma delas, seja em São Paulo, interior ou outros estados. Mas, ao mesmo tempo, não podemos esquecer Resumidamente, pontuo tudo isso com uma definição: um “Bunkyo da Integração”. dos riscos de se abrir novas empresas em temAos amigos, leitores e parceiros que me acompanharam por essas seis edições, fica o agradecimento pos difíceis. e a certeza de ter vivido bons momentos. Deixo de escrever nesta coluna, justamente para encarar mais um desafio: a candidatura para presidência do Bunkyo, que ocorre em abril. Nos vemos, então, em Inácio Brandão, São Paulo, SP breve. Muito obrigado! Akio Ogawa, 66 anos, é o atual presidente do Instituto Ícaro e criador do portal Nikkeyweb (www.nikkeyweb.org.br). Contato: [email protected] Empreendedorismo Cultura Pop A cultura pop japonesa nunca esteve tão em alta. Animes, mangás e música viraram verdadeiras febres entre os jovens, descendentes ou não de japoneses. Devemos, portanto, mostrar que os nikkeis estão incluídos nessa transformação! Beatriz Hisashi, Mogi das Cruzes, SP Agradecimentos Parabéns pelo trabalho! Por ser gratuita, a Revista Mundo OK consegue atrair a atenção de um público diversificado, com assuntos pertinentes às comunidades chinesa, japonesa e coreana. Só gostaria de ressaltar que faltam mais opções de estabelecimentos comerciais voltados aos chineses. Marcelo Melo, São Paulo - SP agenda e notas Honrarias a Estrangeiros Karaokê em Mogi Boa ação Até o dia 10 de março o Consulado Geral do Japão recebe sugestões de nomes de candidatos à Outorga de Honrarias a Estrangeiros para o outono do 21º Ano da Era Heisei (2009). Os requisitos principais para a indicação é ter idade superior a 50 anos em 3 de novembro de 2009, data da oficialização; ter apenas a nacionalidade brasileira e ter prestado serviços relevantes em relação ao Japão. Mais informações pelo telefone 3254-0100 ou pelo e-mail cgpol@ arcstar.com.br. O NAK Mogi das Cruzes juntamente com o Instituto NAK do Brasil – INB, realizaram no dia 22 de fevereiro de 2009, na Associação Cultural de Mogi das Cruzes (BUNKYO), o 12º NAK MOGI KAYO SAI, Concurso de Karaokê Amador, com a participação de 350 cantores. O corpo de jurados foi composto pelos professores Kazuo Shikay, Youko Honda, Yukihiro Sakai e Fusako Hara. O evento foi um sucesso tanto de público, quanto no nível dos participantes. A campeã na categoria Shinjin foi Yoko Ogawa e na categoria Tibiko, vitória de Hitomi Fuji. A Sociedade Beneficente Casa da Esperança – Kibô-no-Iê, entidade de amparo a deficientes intelectuais, está organizando a Campanha Doe Leite patrocinada pela Tetra Pak. Para participar é simples e não tem custo nenhum. Basta acessar o site www.bebaleite.com.br e o seu clique é revertido em leite para a entidade. A campanha acontece até o dia 31 de março e a cada 20 cliques a Kibô ganha 1 litro de leite. Valsa japonesa Dinossauro Popularidade em baixa O distrito comercial Marunouchi de Tóquio, no Japão, exibe o crânio de um dinossauro da espécie Cryolophosaurus ellioti, que viveu durante a primeira metade do período Jurássico. Era carnívora e bípede e media em torno de 6 metros de comprimento e pesava cerca de uma tonelada. O objetivo da exibição é promover uma exposição que será inaugurada no Museu Nacional de Ciências. De acordo com pesquisa do jornal Mainichi Shimbum do Japão a popularidade do governo japonês cai a 11%. Quase 40% dos eleitores querem a renúncia do primeiro-ministro Taro Aso, é o nível de apoio mais baixo no país, desde março de 1999. Um dos motivos desse resultado é a renúncia do ministro das Finanças, Shoichi Nakagawa, que deixou o cargo após comparecer aparentemente embriagado à entrevista coletiva posterior a uma reunião do G7 em Roma, 58% dos participantes considera que Aso é culpado por nomear Nakagawa como ministro. A Comissão de Incremento Social da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social promove no dia 28 de março a “Noite de Valsa II”, um jantar dançante com diversas atrações, incluindo sorteios de prêmios. O evento acontece na Casa de Portugal, a partir das 19h e conta com a participação do conjunto musical “Sintonia” com a cantora Liriel. O valor do convite é R$150,00 e parte da renda será revertida às entidades assistenciais. Para mais informações falar com Bete ou Hase no telefone 3208-1755. vitrine cultura Ajuda aos trabalhadores brasileiros à vista Texto: Redação/ Foto: Renato Alves Ministério do Trabalho garante apoio a brasileiros desempregados no Japão Ministro Lupi: “Não podemos deixar nossos irmãos brasileiros sem amparo” P reocupado com as demissões em massa, especialmente nos países da Ásia, o ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi, manifestou preocupação com os trabalhadores brasileiros que ficaram desempregados no Japão, por causa da crise financeira mundial. A situação deles é grave e gera uma preocupação grande, afirmou Lupi, ao visitar fábricas do Pólo Industrial de Manaus no começo de fevereiro. “Durante muitos anos, o Japão abrigou milhares de brasileiros, mas agora temos que ver a situação de quem está por lá e ficou desempregado e também dos que querem voltar ao Brasil. Temos que ver que tipo de ação o governo pode ter para readaptá-los à sua origem”, disse o ministro. Lupi informou que, ainda no primeiro semestre deste ano, os brasileiros que vivem no Japão poderão contar com a ajuda da Casa do Trabalhador Brasileiro, que ele próprio vai inaugurar. Segundo ele, a instituição dará qualificação aos trabalhadores brasileiros que queiram continuar sua vida profissional no Japão e garantirá as condições necessárias aos que pretendem voltar para o Brasil. “Não podemos deixar, em qualquer parte do mundo, que nossos irmãos brasileiros fiquem sem amparo”, ressaltou. Segundo dados do Ministério do Trabalho, as demissões em massa no Japão atingem milhares de pessoas, entre elas, centenas de brasileiros. A crise econômica mundial é o elemento desencadeador das dispensas. Aproximadamente 170 mil brasileiros atuam no Japão com contrato de trabalho temporário ou terceirizado. Outro lado – No Japão, a situação continua preocupante. No começo de fevereiro, cerca de 50 brasileiros realizaram um piquete diante da fábrica japonesa de autopeças Asmo. O motivo do protesto foi a demissão de trabalhadores temporários estrangeiros, devido à crise econômica mundial. Segundo a BBC Brasil, a manifestação ocorreu na cidade japonesa de Kosai, província de Shizuoka. Uniformizados, oito dos brasileiros descendentes de japoneses que migraram em busca de trabalho (os dekasseguis, como são conhecidos no Japão) tentaram entrar à força na empresa e voltar ao trabalho, mas foram impedidos pelos seguranças. “Este foi um ato histórico, pois nunca no Japão se tentou a reintegração à força de um demitido ao quadro de funcionários”, disse à BBC Brasil Francisco Freitas, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Estrangeiros e vicepresidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Japão. A entidade presidida por Freitas acusa a Asmo de demitir trabalhadores temporários devido à crise econômica mundial. Até recentemente, cerca de mil brasileiros trabalhavam nas linhas de montagem da empresa. Agora, o sindicato calcula que, até o início do mês que vem, o grupo estará reduzido a menos de 200. Todos os demitidos possuíam contratos de trabalho temporários que eram renovados a cada dois meses. Freitas garante que, mesmo perante a Justiça nipônica, a empresa vinha agindo irregularmente. Isso porque, pelas leis trabalhistas japonesas, após três anos em um mesmo emprego, o trabalhador temporário tem o direito de ser contratado como funcionário efetivo. “A Asmo agiu de forma errada perante a lei, pois ela deveria ter efetivado esses trabalhadores há muito tempo”, afirmou Freitas, assegurando que, entre os demitidos, havia quem estivesse há mais de cinco anos na empresa. O sindicato diz que irá pedir uma nova reunião com a administração da Asmo. “Queremos que eles readmitam os brasileiros”, disse o sindicalista. “Se não houver acordo, o caminho vai ser o tribunal.” (com Agência Brasil) cidades Novo comando em Aricanduva Único subprefeito nikkei, Roberto Tamura conta sua trajetória política e os planos para a subprefeitura Texto Tamires Alês / Fotos Cibele Hasegawa D écada de 70, a Praça da Sé está lotada, pessoas vindas de várias regiões do Brasil se reúnem para protestar contra a ditadura militar. É o movimento pela anistia geral, ampla e irrestrita, encabeçado por movimentos contrário ao regime, como o estudantil. Reunido com as centenas de pessoas está Roberto Tamura, um jovem de 16 anos, que luta contra as condições que o país se encontra. Os livros sobre política, o movimento estudantil e a revolta contra o regime ditatorial dão o impulso para Tamura se interessar e querer ingressar na política. Aos 18 anos, a primeira providência é tirar o título de eleitor e se filiar ao MDB (partido de oposição ao governo). Depois da extinção do bipartidarismo no Brasil, e dos partidos MDB e Arena, começa a organizar o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) em Capão Bonito, cidade do interior de São Paulo, em que foi morar aos dois anos de idade. Era o começo de uma longa trajetória política. Em 1980, é nomeado assessor parlamentar na Assembléia Legislativa de São Paulo, onde trabalha por dois anos. A segunda experiência na política, que dura seis anos, começa em 1982, como Secretário de Governo da Prefeitura de Capão Bonito. Já com alguma experiência se prepara para um novo desafio. Candidata-se a vereador da cidade, já pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), mas empata com o oponente, que por ser mais velho acaba ficando com a vaga. A derrota não fez com que a vontade de ingressar na política acabasse. As próximas eleições chegam e parte para mais uma tentativa. Dessa vez sai vitorioso e exerce o mandato até 1996. Na vereança realiza um trabalho com o objetivo de acabar com a corrupção na região. A experiência como vereador, foi à base para buscar desafios ainda maiores. Todo o trabalho realizado com o objetivo de ajudar a população foi reconhecido e em 1997 começa a exercer um novo cargo em Capão Bonito, só que agora, como prefeito da cidade. Um mandato foi pouco para realizar todos os projetos e melhorar ainda mais a cidade e as condições de vida da população. Então, é reeleito no cargo de prefeito e permanece até 2004. Após oito anos de trabalho na prefei- tura de Capão Bonito, novos horizontes e oportunidades aparecem em seu caminho. No ano seguinte, deixa a cidade em que cresceu para voltar a São Paulo para assumir o cargo de Secretário-adjunto da Habitação do Estado de São Paulo, durante a gestão do governador Geraldo Alckmin. Em 2007, passa a trabalhar como assessor da Presidência da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Sua principal tarefa é visitar os municípios operados pela empresa para realizar a renovação dos contratos. Mas a vontade de continuar trabalhando na cidade em que viveu a maior parte da vida ainda é presente. E nas eleições de 2008 se candidata novamente a prefeito de Capão Bonito, porém não consegue se eleger. Quando imaginava que o trabalho na política, que fez parte de toda a sua vida, poderia não continuar, recebe um convite para um grande desafio. A convite do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, assume a subprefeitura de Aricanduva/Formosa/Carrão. Com um diferencial, é o único nikkei a exercer o cargo de subprefeito na atualidade. Com experiência em administração e gestão pública, pretende ser um bom zelador da região, fazendo um trabalho de manutenção das obras já realizadas. As enchentes que no passado eram um dos principais problemas da região foram resolvidas com uma grande obra no córrego Aricanduva. Os alagamentos que ainda ocorrem em algumas ruas, Tamura pretende resolver com a construção de oito piscininhas. Obras em galerias mais antigas também são umas das prioridades da subprefeitura. Outro projeto que pretende realizar, e que conta com o apoio do vereador Ushitaro Kamia, é a plantação de sakurás (cerejeira), com o objetivo de integrar a comunidade e, principalmente, unir pais, filhos e avós no intuito de que cultivem juntos uma árvore que levará o sobrenome da família. O novo trabalho na carreira política de Tamura está só começando, muitas barreiras ainda terão que ser ultrapassadas. Mas, a vontade de fazer o melhor para a população paulistana é maior que os obstáculos. “É um desafio muito grande, pretendemos ser rápidos na hora de diagnosticar os problemas para melhor resolvê-los. Nosso objetivo é fazer uma boa gestão, para que os resultados sejam positivos para os moradores”, ressalta. 10 automóveis Sem desespero na chuva Passar com o carro em rua alagada exige conhecimento técnico e habilidade Texto: Redação/Foto: Divulgação E m épocas de chuvas intensas, é comum o motorista ficar em dúvida se deve arriscar passar com o carro no alagamento. Então, se não souber qual é a profundidade da poça d’água, o melhor é procurar outra rota porque, dependendo do local, a água pode danificar o motor, catalisador e outros sistemas. “O prejuízo pode ser enorme”, avisa José Palacio, auditor do IQA (Instituto da Qualidade Automotiva), organismo de certificação acreditado pelo Inmetro e criado pela Anfavea, Sindipeças, Sindirepa e outras entidades do setor. De acordo com o auditor, por desconhecerem a localização do sistema de captação de ar, que leva o ar até o motor, muitos motoristas arriscam passar com o carro na água e, com isso, provocam danos irreversíveis. “A sucção de água para dentro do motor produz o chamado cálcio hidráulico. No lugar de ar, o cilindro ‘aspira’ água, que força o pistão a comprimir um volume superior ao especificado. Quando isso acontece, pode haver o rompimento da correia dentada, empenamento de bielas e quebra do pistão e até do bloco do motor por causa da pressão da água. Isso sem contar que o motorista pode, ainda, perder o controle do veículo”, explica o auditor do IQA. Palacio adverte que nunca se deve mudar de marcha durante travessias. É importante medir a distância do alagamento, engatar a primeira e não tirar o pé do acelerador, porque o movimento do carro vai expelir a água, evitando que a mesma entre no veículo. Se a água estiver na altura do escapamento e o motorista troca de marcha, tirando o pé do acelerador, ela invade a tubulação. Com isso, o motor para de funcionar e a água danifica o catalisador. “O certo é engatar a primeira e ir em frente até atravessar todo o alagamento”, diz. Segundo o auditor, o limite para o carro não afogar é passar com água até a metade da altura dos pneus. “Na dúvida, o melhor é buscar rota alternativa ou esperar, em local seguro, a água baixar”, diz. Como atravessar locais alagados - Antes de tentar atravessar um trecho com muita água, verifique as condições do local e a distância a ser atravessada. Só cruze o local se o nível da água estiver abaixo da metade da roda. Mesmo assim é preciso muito cuidado. Engate a primeira marcha e mantenha aceleração constante, sem tirar o pé do acelerador, para a água não entrar no sistema de escapamento. Durante a travessia ande bem devagar. Se correr, há o risco da água ser lançada para dentro do cofre e gerar uma pane no sistema elétrico, fazendo o motor apagar. Outro risco mais sério: o bocal do filtro de ar pode sugar essa água para dentro dos cilindros e provocar um calço hidráulico, travando os pistões e danificando irremediavelmente o motor. (fonte: www.carsale.com.br) liderança e motivação 11 O futuro depende das suas ações agora Por menores ou insignificantes que possam parecer, cada pensamento, atitude e ações realizadas hoje refletirão em suas conquistas futuras B oa parte dos seres humanos tem em mente a idéia de que a ausência de ação hoje será suprida com um “futuro promissor” que nos trará grandes oportunidades. Triste engano. A procrastinação é uma das ações mais comuns entre pessoas de todas as classes sociais, raças ou credo. Sempre achamos que amanhã será o dia D, amanhã dará tempo, amanhã as coisas estarão melhores. O fato é que o amanhã depende única e exclusivamente de nossas ações hoje e, por isso, nem sempre o futuro é o melhor lugar – depende de você agora. “Para garantir um “futuro melhor” é necessário agir agora” Carpe diem (“aproveite o dia”), prega o filme Sociedade dos Poetas Mortos. Aproveitar o dia tem significados diferentes para cada pessoa, mas, é certo que são as pequenas coisas do dia-a-dia que constróem uma vida cheia de realizações pessoais e profissionais. Independentemente dos seus projetos futuros, viver o dia é realizar com qualidade, satisfação e alegria o que foi planejado. Mas, aí surge uma outra e expressiva questão: O que você planejou para o seu dia? O que você programou para realizar durante este mês? Quais são as perspectivas para os próximos anos da sua vida? Para garantir um “futuro melhor” é necessário agir agora. Quem deseja conquistar metas e objetivos deve agir hoje com foco no longo prazo. É de pingo em pingo que conseguimos fazer transbordar um copo com água, certo? Assim acontece com todas as nossas realizações. Todo ser humano enfrenta problemas e dificuldades. Existem barreiras das mais diversas alturas, mas também existe em cada um de nós uma força capaz de remover todos os obstáculos. Para descobrí-la basta começar a agir. O segredo é tão simples que chega a ser banalizado. Quando temos uma atitude proativa diante das circunstâncias conseguimos transformar simples momentos em grande aprendizado e realização. Em todo esse contexto, caminha com passos firmes para o sucesso aquele que tem um projeto de vida. Esse “documento ou roteiro” (como queira) consiste em ter por escrito todas as metas e objetivos com datas, prazos e detalhes de nossos desejos. Tendo claro onde queremos chegar, quando nos colocamos em ação rumo às nossas conquistas a possibilidade de reorganizar percurso é mais vantajosa e prudente do que tentar criar uma rota diante das dificuldades. Isso faz sentido para você? Então mãos à obra e se dê o privilégio de afirmar que, assim como hoje, o seu futuro também é muito promissor. - Yasushi Arita é facilitador e diretor da Arita Leader Training e autor do livro “Olhe o que você está fazendo com a sua vida!” Site: www.arita.com.br 12 esportes AIKIDO A busca pelo autoconhecimento Texto Redação M uitas pessoas ainda associam arte marcial a violência e agressão, e mesmo tendo interesse em praticar algum estilo sentem receio ou até mesmo medo. Ledo engano, as artes marciais ensinam muito mais do que simplesmente a luta. Conceitos como respeito ao próximo e a natureza, e a busca pela perfeição também são transmitidos. O Aikido, palavra que significa a junção dos ideogramas de Harmonia (AI), Energia (KI) e Caminho (DO), ou seja, “O caminho da Harmonia com a energia vital”, é uma arte japonesa de quase cem anos, que prega o autoconhecimento e é contra a violência ou agressão. A prática do Aikido traz benefícios que vão além do condicionamento físico e da defesa pessoal. O aikidoísta aprimora suas qualidades pessoais como o respeito aos indivíduos e à natureza e a constante busca pela perfeição. Isso conseqüentemente gera mudanças positivas no campo profissional, afetivo e social. As pessoas que praticam Aikido costumam se sociabilizar melhor com as pessoas, pois adquirem mais compreensão com o próximo e consigo mesmas. ão / Fotos Divulgaç Os movimentos de rolamentos, projeções e torções, singulares do estilo, aprimoram a concentração, a agilidade e o equilíbrio. O treinamento contínuo busca o aperfeiçoamento pessoal e o autoconhecimento e por ter como foco o desenvolvimento físico e mental do praticante não visa a competição. O Aikido é um dos estilos de arte marcial que mais ganha adeptos em todo o mundo. Além disso, o Aikido não tem limites de idade, e pode ser praticado por crianças, adultos e idosos. Em Santo André, um dos expoentes do estilo é o Professor Vagner Seiyu Tomé, faixa preta 5º Dan de Aikido, reconhecido pela Federação Brasileira de Aikido e pela Aikikai do Japão. O professor, que tem mais de 25 anos de experiência no estilo, é diretor técnico da Academia Shobu Dojo e lidera um total de 200 praticantes, entre alunos e instrutores. O Shobu Dojo também tem uma filial no Tatuapé, zona leste de São Paulo e além do Aikido promove aulas de Tai Chi Chuan. História Em meados da década de 20, nascia no Japão uma arte marcial com uma filosofia completamente diferente de todas as outras existentes. Desenvolvida por Morihei Ueshiba, o Aikido é uma modalidade baseada nos estilos Daito-ryu Aikijujutsu, Kenjutsul (técnica de espada) e Jojutsu (técnica com bastão). Onde treinar: SHOBU DOJO Rua Caçaquera, 437 - Tatuapé. Fone 4991 6378 ou cel. 9743 4586 Site: www.shobudojo.com.br vitrine 13 14 mulher Sapatos, sapatos, sapatos... Coleção Outono-Inverno 2009 se prepara para entrar no mercado com forte tendência ao folk A s altas temperaturas do verão ainda permanecem e nas ruas, ainda se vê muitas pessoas de regata e roupas curtas para amenizar o calor da estação. Em contrapartida, os estilistas parecem estar na contramão e já se adiantam para lançar as coleções Outono-Inverno 2009 de sapatos, botas e acessórios. Modelos refinados e esportivos prometem levar as mulheres à loucura, já que o público feminino tem paixão pelos calçados. Nessa temporada, a feminilidade será bastante explorada com inspiração fortíssima para o folk, que mescla o moderno com o rústico do estilo country nas estampas xadrezes, e o country. As criações de Jorge Bischoff, norteadas pelas principais tendências do circuito fashion, por exemplo, reúne na linha, denominada como “Tribalistas”, interpretações do estilo primitivo, das tribos apaches, a mistura do folk com o country e alguns detalhes do movimento hippie e as influências selvagens com texturas de bichos e peles. Em outras influências da grife estão a Art Decô, numa fusão de elementos e diferentes composições, e as estampas hippies, que lembram o movimento de Contracultura dos anos 60. Já para o ar requintado da coleção inverno, linhas, costuras, toques de metal, formas fluídas e geométricas. Texto: Cibele Hasegawa/Fotos: Divulgação Já a marca Cristófoli segue a moda futurista, com os tons metalizados e o gótico, que aparece nos tons neutros. O preto, grafite, pele e metalizado são seus pontos fortes. E como não poderia deixar de ser, na linha Essência, a inspiração no folk e country é fortíssima. Em evidência a gama dos terrosos, que toma a frente nesta tendência. Os novos modelos marcam cada vez mais que calçados vão além de cobrir o pé, mas, completar o look. A produção ora pede um acessório discreto, ora algo chamativo como um diferencial entre as blusas e casacos que imperam na época mais fria do ano. Com base nisso, as marcas apostam em diversos segmentos para agradar a todos os gostos. A Orcade traz sandálias, peep-toes, sapatilhas, mocassins, oxfords, snikers e variadas botas. E o destaque fica por conta das botas: montaria, meia-pata com salto e estilo country. Nos materiais utilizados, a grife apresenta o aspecto estonado, como o couro wash e brilho fosco. Investe também nos crocos, pythons e anacondas fakes, nas cores café, capuccino, ferrugem, azeitona, caramelo e preto. O metalizado mais fosco foi utilizado nos tons de bordô, chumbo, chocolate, ouro, prata e prata velho. Mas, independente da tendência ou do modelo escolhido, para arrasar na próxima estação, a dica é se preocupar em se sentir bem, combinando elegância e conforto. vitrine 15 16 beleza e saúde SOHO realiza workshops exclusivos na Hair Brasil 2009 Além das palestras, novas tendências de corte e coloração também serão apresentadas na feira Texto Redação / Imagens Divulgação N a edição 2009 da Hair Brasil, feira dedicada aos profissionais de beleza de todo o país e que recebeu 75 mil visitantes em sua edição anterior, a equipe Soho Creator organiza workshops exclusivos com as principais escolas de cabelo internacionais. Com uma leitura das principais coleções 2009/2010 de escolas de todo o mundo, como a inglesa Vidal Sassoon, a espanhola Llongueras, a norte-americana Toni&Guy e outras, a equipe Soho Creator apresentará tendências de corte e coloração adaptadas ao mercado brasileiro. Em um workshop denominado No Stress, às 13h30, o Soho também revelará segredos da massagem, que faz parte do processo de lavagem dos cabelos e se estende pelo pescoço, ombros e costas dos clientes. Esta massagem é um dos grandes diferenciais do atendimento nos salões Soho Hair Internaticonal porque transforma a simples ida ao cabeleireiro em um momento de intenso bem estar e relaxamento. Também fará parte do workshop No Stress o processo chamado pelo Soho de aula da manhã, onde com exercícios de alongamento, realizados antes do início do atendimento aos clientes, se evita o aparecimento de lesões causadas ao longo da profissão como a Lesão por Esforço Repetitivo (LER). As inscrições para os workshops do Soho têm vagas limitadas e podem ser feitas por meio do site www.hairbrasil.com.br. SERVIÇO: Workshops com SOHO Hair International Data: 30 de março Horário: das 13h30 às 16h30 e das 17h às 20h Local: Hair Brasil 2009 – Expo Center Norte Preservação da fertilidade Vitrificação de óvulos pode ajudar mulheres que desejam postergar a maternidade A tualmente, com os avanços na área de reprodução humana, as mulheres podem contar com mais um recurso para preservar sua fertilidade. Trata-se da criopreservação (vitrificação ou congelamento) de óvulos. Em todo o mundo, a técnica já obteve resultados positivos, e é uma maneira de assegurar uma gravidez futura. No Brasil, a técnica começou a ser implantada em 2006. Em São Paulo algumas clínicas já realizam a vitrificação, uma das pioneiras foi a Ferticlin, Clínica de Fertilidade Humana. Em todo o mundo já existem cerca de 170 bebês nascidos de óvulos congelados. A criopreservação é uma revolução para as mulheres, uma vez que o método permite preservar os óvulos para uma gestação no futuro. É indicado principalmente em casos de pacientes que precisam retirar os ovários, serem submetidas a sessões de quimioterapia ou radioterapia, que podem afetar a capacidade reprodutiva, ou que tenham menopausa precoce. Por outro lado, a vitrificação também ajuda as mulheres que querem postergar a gravidez, situação cada vez mais comum. De acordo com o especialista em reprodução humana e diretor clínico da Ferticlin, Raul Eid Nakano, a coleta dos óvulos deve ser realizada até os 35 anos em média, porque a partir dessa idade a produção e a qualidade dos óvulos caem drasticamente. O procedimento é relativamente simples. A paciente toma medicamentos para estimular a ovulação por alguns dias, depois os óvulos são aspirados a partir de uma punção feita com anestesia e congelados em seguida. Segun- Texto Redação / Fotos Divulgação do Nakano, não há diferença entre um óvulo congelado e um fresco, os dois tem a mesma qualidade e podem ficar congelados até no máximo 10 anos. Além de ser um método que pode ajudar muitas mulheres, o congelamento de óvulos não causa polêmica como o congelamento de embriões. Ao contrário dos embriões que por muitos já são considerados uma vida, os óvulos, congelados sozinhos, são apenas células reprodutoras, o que evita conflitos éticos, religiosos, legais e filosóficos. Mais informações sobre a Ferticlin por meio do site www.ferticlin.com.br ou entre em contato pelo número (11) 5581-2045. vitrine 17 okids 18 Aprendendo brincando Livros infantis abordam de maneira lúdica a preservação do meio ambiente A judar na preservação do meio ambiente não é uma tarefa muito difícil, pequenas atitudes no dia-a-dia podem ajudar nessa luta. Para colaborar com essa empreitada, a editora Girafinha lança dois livros infantis que dão dicas de como cuidar bem da natureza. As crianças podem aprender e se divertir durante a leitura dos títulos “Eu apago a luz para economizar energia” e “Eu separo o lixo para reciclar”. Os dois livros têm visuais similares e as informações são apresentadas de maneira didática. Um alce verde expõe o tema, explica a importância no cotidiano e dá dicas do que é possível fazer para não poluir e evitar o desperdício. Texto Redação / Imagens Divulgação Durante a leitura do livro algumas perguntas são lançadas pelo alce, como “Quem desperdiça energia?” e “Como produzir menos lixo?”. E em textinhos curtos, acompanhados de ilustrações ele ensina pequenas ações para preservar o meio ambiente. No caso do lixo, realça a importância de levar uma sacola para fazer as compras, ao invés de usar os saquinhos plásticos, ou então usar os potinhos de iogurte como vasinhos de flores. Já para evitar o consumo excessivo de energia, explica que é necessário apagar a luz ao sair de um cômodo, também evitar o modo stand by (modo de espera) dos aparelhos elétricos, uma vez que uma televisão que permanece nesse modo durante um dia consome mais eletricidade do que a exibição de dois filmes. Além de ler e aprender com as histórias dos livros, as crianças ainda podem estudar as palavras relacionadas aos temas com o minidicionário ecológico que vem junto com o livro. E também podem se divertir com os “12 adesivos do ecocidadão” com frases do tipo “Eu uso papel reciclado”, “Eu protejo a natureza” e “Eu desligo a televisão”. Os livros são escritos por Jean-René Gombert e ilustrados por Joelle Dreidemy. Com 22 páginas são vendidos em diversas livrarias por um preço médio de R$ 32,00. educação Menos exercício no calor Secretaria da Educação orienta professores de educação física a reduzir esforço de alunos D evido ao forte calor e à baixa umidade do ar, registrados nos últimos dias em todo o Estado, a Secretaria de Estado da Educação de são Paulo resolveu orientar seus professores de educação física a reduzir o esforço dos alunos. A ação da Pasta tem objetivo de prevenir problemas de saúde nos estudantes devido a atividades físicas neste período. O calor continua atingindo todo o Estado, aliado ao tempo seco. A capital, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, registrou nos últimos dias a maior temperatura desde 1943. O mesmo acontece em cidades do interior paulista. Com a recomendação da Secretaria, as atividades de educa- ção física podem ser desenvolvidas em quadra com esforço reduzido ou em sala de aula, como fisiologia, história e regras dos diversos esportes e jogos de classe, trabalhando, assim, a agilidade e a coordenação -motora . É importante também que os alunos sejam conscientizados da ingestão de líquidos para a hidratação. Nas escolas os professores devem cuidar para que os alunos ingiram líquidos durante exposição ao forte calor. “A educação física, claro, deve continuar. Mas com os devidos cuidados, sempre com a preocupação de não prejudicar a saúde dos estudantes”, afirma Sérgio Roberto Silveira, da área de Educação Física da Secretaria. 19 20 educação vitrine 21 22 política Grupo Parlamentar Brasil-Japão tem novo presidente Deputado Walter Ihoshi promete fortalecimento das relações entre os dois países Texto: Redação/Foto: Divulgação pão (biênio 2009/2010). O cargo foi transmitido logo após a votação, pelas mãos do ex-presidente, deputado Hidekazu Takayama (PCS/PR). Ihoshi se diz honrado em ser presidente do Grupo, e ressalta que lutará com garra e determinação pelo fortalecimento das relações bilaterais entre Brasil e Japão. “Há muito trabalho a ser feito, tanto no campo econômico quanto no jurídico e social”, afirma Ihoshi, referindo-se à assinatura dos convênios de cooperação bilateral. O assunto “dekasseguis” também entrou em pauta. “Já entramos em contato com o Ministério de Relações Exteriores e com o Palácio do Itamaraty O Ajuda aos estrangeiros irregulares deputado federal Walter Ihoshi (DEM/SP) foi eleito no começo de fevereiro o novo presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Ja- para obter mais informações a respeito dos brasileiros que estão no exterior, principalmente, no Japão”, enfatizou Ihoshi. Dentre os pontos a serem defendidos pelo deputado Walter Ihoshi no Grupo ainda estão a adoção da tecnologia japonesa de trem de alta velocidade (shinkansen) no Brasil, e a promoção do biocombustível brasileiro no Japão. GPBJ - O Grupo Parlamentar Brasil-Japão é formado por deputados e senadores de todos os partidos e estados brasileiros, e tem como finalidade intensificar o relacionamento entre as casas legislativas dos dois países. Câmara dos Deputados aprova projeto de anistia O s estrangeiros com situação irregular no Brasil podem respirar um pouco mais aliviados. O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 1664/07, do deputado William Woo (PSDB-SP), que reabre o prazo para pedido de residência provisória dos irregulares que entraram no Brasil até 1º de fevereiro de 2009. A matéria aguarda agora a aprovação do Senado. Ao pedir a residência provisória, o estrangeiro deverá apresentar um comprovante de entrada no País; uma declaração de que não responde a processo criminal ou de que não tenha sido condenado criminalmente, no Brasil ou no exterior; além de pagar taxa para expedição da Carteira de Identidade de Estrangeiro (CEI). Em até 90 dias antes do vencimento dessa carteira, o estrangeiro poderá requerer sua transformação em permanente. Para isso, precisará provar outras condições: exercer profissão ou emprego lícito ou ter bens suficientes para a sua manutenção e de sua família; não ter dívidas fiscais ou antecedentes criminais no Brasil e no exterior; e não ter saído do País por mais de 90 dias consecutivos durante o período de residência provisória. O deputado William Woo agradeceu o apoio para a aprovação do texto. Segundo ele, o líder do governo, deputado Henrique Fontana (PT-RS), soube reconhecer que o projeto estava em condições de ser votado no lugar de uma medida provisória que o governo pretendia editar. O projeto original previa o direito de registro para os estrangeiros que houvessem ingressado no País até o dia 31 de dezembro de 2006. vitrine 23 24 gastronomia Símbolo de status e poder arcam o uísque, bebida de sucesso no mundo tod m s e d a d i r a i l o Pecu Texto Tamires Alês / Fotos Divulgação E m companhia de amigos ou sozinho, em uma festa ou em casa, em um bar ou restaurante, o hábito de consumir uísque já se espalhou pelo mundo e conquista mais adeptos a cada dia. O que muitos não sabem, é que existem vários tipos de uísque e que cada um tem uma maneira correta de se apreciar. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Colecionadores de Whisky (ABCW), Claive Vidiz, existe quatro tipos diferentes de uísque. O mais antigo deles é o Single Malt, feito exclusivamente de cevada e em uma única destilaria. O segundo tipo é o Vatted, que é um puro malt produzido a partir da mistura de dois ou mais Single Malt. O Grain, feito de grãos de milho ou trigo, e às vezes incluída uma pequena quantidade de centeio ou cevada. E o último e mais consumido em todo o mundo, o Blended, que é uma mistura de Single Malts com Grain, normalmente são incorporados cerca de 35 a 45 uísques em um Blended. A produção do uísque é dividida em várias etapas: a maltagem, moagem, maceração, fermentação, destilação e envelhecimento. Segundo Vidiz, um Single Malt, por exemplo, demora em média de duas a três semanas para ser preparado, sem contar o tempo de envelhecimento que varia de acordo com a marca e é definido pelo Master Blender, cargo máximo nas destilarias de uísque. “Cada uísque tem seu ciclo de vida. O tempo mínimo de envelhecimento é de três anos e O melhor Por mais incrível que possa parecer, o melhor uísque do mundo em 2008, de acordo com pesquisa realizada pela Whisky Magazine, revista especializada na bebida, não é escocês. O melhor single malt é japonês. O Yoichi 20 anos da Nikka Whisky bateu as dezenas de concorrentes e levou o prêmio para a casa, em Hokkaido. A vitória em dose dupla japonesa, ainda premiou o Suntory Hibiki como o melhor blended do mundo. A escolha foi realizada a partir da degustação de 200 variedades do produto, por 16 especialistas. Na fase de testes, as marcas e países de origem pode chegar até 64 anos”, explica. No Brasil, o uísque 12 anos se tornou símbolo de estatus. Vidiz esclarece que isso ocorre por pura falta de informação sobre a bebida. Segundo ele “o tempo de envelhecimento do uísque não garante que ele é melhor. Várias marcas nem trazem a marcação de anos. Um uísque de oito, por exemplo, pode sim ser melhor do que um de 12 anos. Isso vai depender muito do gosto de cada pessoa.” Atualmente, muitos países fabricam uísque, os principais produtores são Escócia, Irlanda, Canadá, Estados Unidos, Japão e Índia. Entre as marcas mais vendidas em todo o mundo, destaque, para Johnnie Walker, Ballantines, Chivas Regal, Famous Grouse e Cutty Sark. Como surgiu A bebida que encanta jovens e adultos hoje em dia, não tem sua origem definida. Há várias lendas, e muitos países reivindicam para si a sua invenção, entre eles a Índia, a Irlanda e a Escócia. No Brasil, a primeira importação de uísque escocês aconteceu em 1850, na época do Império. O lote com 50 litros desembarcou na cidade do Rio de Janeiro. dos uísques não foram revelados. Além do Nikka e do Suntory, o Japão tem mais dois grupos importantes de uísque no mercado: o Sunraku Ocean e o Kirin Seagram. *Curiosidades sobre Uísque: - Red Label é o uísque mais consumido e conhecido do mundo, tendo o Brasil como quarto principal mercado da marca, segundo o Instituto de Pesquisas Nielsen. - A Johnnie Walker vende cerca de 150 milhões de garrafas de uísque por ano em mais de 200 países. - A cada segundo são consumidas 5 garrafas de Johnnie Walker ao redor do mundo. - Um dos uísques mais caros do mundo é o The Macallan, safra 1926, envelhecido 60 anos e vendido por 23 mil libras - (R$77.405 mil). - Para identificar um bom uísque verifique se ele tem o selo do importador na parte de trás da garrafa, contendo a composição do produto e a data de validade. - Na maioria dos países a graduação alcoólica do uísque varia de 40% a 43% G.L. Mas existem alguns Single Malts com até 61.6%. vitrine 25 26 vitrine vitrine 27 28 gastronomia Combinação de nutrição e funcionalidade Sementes podem render bons pratos na mesa P equena no tamanho e enorme de nutrientes. Assim podem ser definidas as sementes de linhaça, abóbora, girassol e gergelim. Fontes de fibras, vitaminas, sais minerais e proteínas, elas ganham espaço por serem antioxidantes, regularizarem o funcionamento do intestino, proteger das doenças cardiovasculares, combater o envelhecimento e serem fontes de magnésio, essencial na formação do esqueleto e no combate a osteoporose. A semente de linhaça, por exemplo, ganha destaque por possuir, além dos carboidratos, proteínas, gorduras e fibras, 27 componentes anticancerígenos e, com isso, ser uma aliada na prevenção do câncer de próstata, de cólon e de pulmão. Cheia de potássio, mineral capaz de auxiliar no controle da pressão arterial, a semente de abóbora chama a atenção dos nutricionistas. Por dia, homens e mulheres precisam de dois mil miligramas do mineral e a semente de abóbora possui 919 miligramas. A semente de girassol que também tem fibra e possui vitamina A, só que em menor quantidade do que a semente de abóbora, merece atenção por ser rica em gordura monoinsaturada, nutriente essencial por afastar males cardiovasculares, grande medo da atualidade. O mineral da semente de girassol, o magnésio, também é uma procura da sociedade moderna, ele ajuda na formação do esqueleto e combate a osteoporose. Homens e mulheres precisam de 420 miligramas de magnésio por dia e a semente de girassol possui, em 100 gramas, 354 miligramas. vitrine 29 30 especial capa Descontração e lazer entre os orientais Karaokê e baladas específicas mostram como a cultura ainda é viva entre os descendentes Texto: Ricardo Mituti / Imagens: Divulgação Q uem ainda acredita que japoneses e nikkeis são sérios e introvertidos o dia inteiro, em qualquer tipo de situação, certamente nunca os viu em uma pista de dança, acompanhados dos amigos, ou empunhando um microfone e dando voz ao grande artista que têm dentro de si – ou ao menos acreditam que têm -, seja nos palcos ou mesmo em frente a uma televisão. Experimente convidar um grupo de jovens descendentes para ir a uma danceteria ou a um baile da comunidade - a popular “balada japa” – ou reúna os colegas de ascendência nipônica do trabalho e os leve a um karaokê. Sem dúvida, a surpresa com as diferentes reações será das mais agradáveis. Ao final do dia, provavelmente a imagem que tinha dos orientais não será mais a mesma, e você pensará duas vezes antes de voltar a dizer que eles são pessoas tímidas, fechadas e que se isolam em um mundo à parte. Sim, de fato, o japonês – e boa parte dos nikkeis, sobretudo os mais idosos – é bem menos expansivo que os ocidentais – em especial os brasileiros. Isso não significa, porém, que só pensem em trabalho e não se divirtam. Muito pelo contrário. Tanto isso é verdade que as duas principais diversões da colônia no País, as baladas e o karaokê, são, da mesma forma, dois dos passatempos preferidos dos não nikkeis. E o que soa mais curioso: ambas estão ligadas à música, uma paixão quase unânime entre diferentes idades, povos e etnias. O poder da música, aliás, já foi alvo de diversos estudos. Somente nos últimos três anos, pesquisadores identificaram que a música exerce um papel importante nas relações interpessoais, que contribui para a recuperação de doentes – inclusive, proporcionando relaxamento e melhorando a circulação sanguínea, e que serve de estímulos a recémnascidos, capazes de perceber a variação de ritmos já nos primeiros dias de vida. E se a música tem realmente toda essa capacidade, é bem possível que realmente desperte nos orientais as emoções normalmente contidas. Daí a paixão pelos karaokês e o sucesso de público das baladas japas. O cantar em público, em especial, tem um viés social peculiar entre os nipônicos. Pelo menos na opinião de Cristiane Sato, autora do livro Japop – O Poder da Cultura Pop Japonesa (Editora NSP Hakkosha; 2007). “Trata-se de um misto de válvula de escape de pressão cotidiana e de exercício de convívio grupal”, explica. “Não interessa se a pessoa canta bem, como um artista, ou mal. O importante é que seja cara-de-pau e faça o melhor que puder.” especial capa História D e fato, o aspecto social do karaokê tem forte relação com a própria história da imigração japonesa ao Brasil. Desde a chegada do Kasato Maru ao País, no início do século XX, a música faz parte do lazer dos nipônicos. Primeiramente, animando as festas típicas promovidas nas fazendas para amenizar os efeitos da distância que os separavam da terra natal. Depois, em outros eventos sociais, como aniversários e casamentos, situações em que os aspirantes a cantor eram acompanhados por palmas como um tipo de marcação de ritmo – o único viável naquele tempo. Da informalidade, essas exibições amadoras deram origem aos enguekais, uma espécie de espetáculo de variedades. Com o fim da Segunda Guerra, a música e o canto ganharam destaque na colônia nipo-brasileira com o advento do nodo-jiman (ou “orgulho de cantar”), versão arcaica do show de calouros que se popularizou na televisão brasileira mais de três décadas depois. Nos anos 70, aliás, dois programas nipônicos transmitidos na tevê tupiniquim reforçavam a imagem do karaokê como um elemento da cultura do país do sol nascente. “Imagens do Japão” e “Japan Pop Show”, entre outras atrações, promoviam disputados concursos de canto, cujos participantes eram submetidos à avaliação de jurados e brigavam por prêmios valiosos, como automóveis e viagens ao arquipélago. Nessa mesma época houve uma verdadeira revolução no mundo do canto amador. Isso porque Daisuke Inoue inventou em Kobe o aparelho de karaokê. Gradativamente, o equipamento passou a fazer as vezes de orquestra mecânica em substituição às bandas tradicionais, dada a perfeição do acompanhamento. Há de se destacar, também, que o recémcriado aparelho privilegiava os intérpretes menos talentosos, já que normalmente o tom das gravações estava abaixo do original. “Realmente, o karaokê é igual a uma miniorquestra. Além disso, é bastante gostoso, mais fácil e soa bonito, principalmente para os amadores”, confirma Tadao Ebihara, professor de karaokê, arranjador, compositor e saxofonista, do alto de seus 30 anos de experiência com a atividade. A própria formação da palavra deixa claro o propósito do inventor da máquina de cantar: kara, que advém de krappo, significa “vazio”; oke, derivação de okestura, é “orquestra”. Daí, karaokê, ou “orquestra vazia”. 31 32 especial capa Evolução e profissionalização do karaokê Texto: Ricardo Mituti / Imagens: Divulgação E m meados da década de 70, o karaokê desembarcou em terras brasileiras e causou uma verdadeira febre. Principalmente porque trazia canções nacionais e norte-americanas conhecidas do público em geral. Sobretudo na capital paulista, começaram a surgir diversas casas especializadas. Informações não confirmadas dão conta que o primeiro karaokê da cidade foi aberto no bairro da Liberdade, reduto da colônia japonesa. Estimase que no auge da moda, São Paulo chegou a abrigar mais de uma centena de karaokês. Atualmente, calcula-se que existam pouco mais de dez – excetuando-se os estabelecimentos não especializados que possuem máquinas em suas dependências, como bares e restaurantes. Entre os nikkeis, pouco a pouco a estrutura dos nodo-jiman - espécie de show de calouros -, sucesso nos anos 40, começou a se modificar. Com o crescimento do número de concursos musicais – os chamados taikais -, de participantes e público, os intérpretes passaram a fazer aulas de canto e vocalização, fato que culminou no aparecimento de um cenário mais profissional. Foi então que os primeiros professores de karaokê começaram a oferecer seus serviços ao mercado, bem como foram formadas as associações especializadas (aikokais). Assim, para normalizar esse universo, então bem mais inchado e organizado que na metade do século, foram constituídas as duas principais entidades do segmento: em fevereiro de 1986, em Curitiba (PR), nasceu a Associação Brasileira de Canção Japonesa (Abrac), e em novembro de 88 – sendo oficialmente constituída apenas três anos mais tarde -, em São Paulo (SP), a União Paulista de Karaokê (UPK). A primeira é responsável pela organização do Campeonato Brasileiro, o famoso “Brasileirão”, que neste ano completa 24 edições. Já a UPK promove o Campeonato Paulista – o não menos conhecido “Paulistão” -, cuja 15ª. edição aconteceu entre os dias 13 e 15 de fevereiro, em Campinas (SP). Tal organização levou o mercado a olhar com mais atenção para o universo do karaokê. Hoje, há uma vasta relação de professores, estilistas, costureiros – estes dois últimos responsáveis pela confecção das roupas dos intérpretes que participam das competições -, companhias de sonorização, empresas de foto e filmagem – para documentar as exibições -, produtoras e gravadoras direta ou indiretamente envolvidas com o segmento. Há, inclusive, quem consiga sobreviver apenas do karaokê. Especula-se que um professor profissional ganhe cerca de R$ 2 mil por mês com aulas. Além disso, costumam receber um cachê médio de R$ 350,00 por dia como jurados de taikais – oferta, diga-se, que não ocorre para participações em competições como o Paulistão. Já para os cantores de karaokê, a realidade é muito mais dura. “Mesmo para um cantor profissional, não há vendagem suficiente de cópias no Brasil para sustentar uma carreira”, lamenta o professor Tadao Ebihara. “Para poder viver só da música, também é preciso ter boas composições e muita divulgação.” Entre a segunda metade dos anos 80 e o início dos 90, a cantora paulista Márcia Nishie, apadrinhada por um maestro no Japão, bem que tentou, mas sucumbiu às dificuldades. Ela chegou até a cantar no tradicionalíssimo Kouhaku Utagassen, competição entre cantores transmitida anualmente, dia 31 de dezembro, pelo canal de tevê estatal NHK. Ainda na década passada, a dupla Marcus e Melissa também se destacou no cenário musical brasileiro, obtendo espaços, inclusive, na televisão. Porém, da mesma forma que Márcia Nishie, não sobreviveu à impetuosa indústria do entretenimento. Há, contudo, nomes cujas carreiras tiveram origem no karaokê e que hoje buscam reconhecimento em nichos especializados da música ocidental. Joe Hirata, Maurício Miya e Karen Ito são alguns expoentes dessa geração. Hirata, o nome mais conhecido do meio, é tricampeão brasileiro de karaokê. Foi, também, o primeiro estrangeiro a vencer o “NHK Nodojiman”, respeitado concurso amador da canção japonesa realizado pela emissora estatal, em 1994. Com 11 anos de carreira como profissional, cinco álbuns gravados e uma média de 100 shows por ano, ele reconhece que ser cantor é um verdadeiro desafio, seja no Brasil ou no Japão. Porém, acredita que a combinação de alguns elementos pode contribuir para quem quer fazer do karaokê um trampolim para o sucesso. “Só cantar em karaokê pode não ser suficiente para o desenvolvimento técnico de um ótimo interprete. Aulas de canto, dança e oratória, além da prática em si, são fundamentais para a busca pelo sucesso. Isso sem falar de fatores como sorte, persistência, dedicação, disciplina e relacionamento”, recomenda Joe Hirata. vitrine 33 34 especial capa Videokê marca início da 3ª fase no Brasil D Texto: Ricardo Mituti / Imagens: Divulgação epois do nodo-jiman – versão arcaica do show de calouros - e do aparelho de karaokê, uma nova máquina contribuiu ainda mais para a expansão e consolidação do hobby de cantar. Trata-se do videokê, equipamento cuja criação é atribuída a um empresário coreano e que ganhou casas e estabelecimentos no Brasil a partir da metade dos anos 90. “Depois que inventaram o videokê, com músicas nacionais e atuais, o brasileiro, mais extrovertido que o japonês, teve a oportunidade de cantar sucessos conhecidos. Esse foi o principal fator para que o karaokê caísse definitivamente no gosto das pessoas”, opina Joe Hirata, cantor profissional e tricampeão brasileiro de karaokê. Se antes os aparelhos eram uma espécie de vitrola, acompanhada por um microfone e algumas poucas músicas, o novo equipamento despertou nos “cantores de chuveiro” a possibilidade real de se aprimorarem. Isso porque o videokê exibe em tela a letra da música, além de um clipe. Na esteira do sucesso do aparelho, algumas companhias de eletrônicos desenvolveram seus próprios modelos, com os mais variados recursos para tornar a diversão ainda mais animada. Uma das novidades foi a possibilidade de escalar um parceiro virtual, que aparecia ou não no vídeo, para auxiliar os intérpretes menos talentosos. Hoje, já existe até microfone sem fio com tecnologia bluetooth para facilitar a cantoria. Há, ainda, lojas especializadas na internet que comercializam aparelhos, acessórios, cartuchos e DVDs. Os preços de um videokê variam conforme o modelo, os recursos e o número de músicas que acompanha. Em média, vão de R$ 550,00 a R$ 1.330,00, com cartuchos (ou discos) que contêm entre 200 e 1.580 canções, entre brasileiras e internacionais, antigas e recentes. Se o aspirante a cantor preferir, também pode baixar na internet softwares de karaokê para transformar o computador em uma adaptação de videokê. Os sites especializados em downloads chegam a apresentar até 30 softwares diferentes, em sua maioria gratuitos. Concurso de músicas brasileiras vem aí Sem muito alarde, a Associação Brasileira de Canção Japonesa (Abrac) e o professor Tadao Ebihara estão organizando o primeiro campeonato de karaokê só com músicas brasileiras. O objetivo é proporcionar aos adeptos ocidentais do hobby a chance de se transformarem em estrelas da música por um dia, tal qual acontece com os intérpretes que participam do Paulistão e do Brasileirão, referências na comunidade nikkei. A expectativa é que o campeonato ocorra ainda este ano. 35 36 especial capa Taikais animam fim de semana paulista P or mais que o karaokê tenha cativado milhões de brasileiros nos últimos 35 anos, não há como discordar que o hobby é marca registrada de japoneses e descendentes. Tanto isso é verdade que, segundo estimativas do presidente da União Paulista de Karaokê (UPK), Luiz Yuki, são organizados cerca de 20 taikais por mês somente no estado – média de cinco por final de semana. Cada um deles recebe 350 cantores e público de 1 mil pessoas. Considerando-se que um cantor participe de um único taikai, bem como que uma mesma pessoa não compareça a duas competições diferentes, ao final de um ano o circo do karaokê paulista terá reunido 84 mil cantores e público de 240 mil pessoas. Sem dúvida, números de fazer inveja a muita modalidade esportiva. Em seu 5º. mandato à frente da UPK, Yuki lidera 250 entidades e 150 professores. Estima contar com 10 mil cantores – 8 mil deles nikkeis -, representar outras 50 mil pessoas adeptas do karaokê, mas não sabe precisar quanto esse mercado movimenta atualmente no estado. “Não consigo dimensionar o valor, mas não é pouco”, garante. “Para se realizar um taikai comum, gastamos de 5 a 7 mil reais. Um taikai um pouco maior passa de 10 mil reais, considerando-se a locação de equipamentos.” O custo de organização de um taikai se multiplica por dez quando o campeonato em questão é o Paulistão. A edição deste ano consumiu R$ 100 mil reais em investimento, bancado em partes por patrocinadores e financiado – e beneficiado – por uma emenda parlamentar que garantiu sua adesão à Lei Rouanet, que prevê incentivos fiscais a pessoas físicas e jurídicas que financiam projetos culturais. Por ser apenas uma entidade normativa, a UPK não promove nenhum de seus cantores. Até porque, não possui verbas para tal, segundo seu presidente. “O Paulistão não nos dá retorno financeiro”, garante Luiz Yuki. “Quando conseguimos algum tipo de recurso, repassamos para nossas 15 regionais do interior, que têm mais dificuldade em conseguir dinheiro.” Para ajudar os intérpretes filiados, a entidade costuma fazer indicações quando há procura da imprensa, órgãos do governo ou outras instituições por cantores de karaokê. “Como eles não são profissionais, não cobram cachê, mas sempre acabam ganhando uma verba, - que não é muito, diga-se -, do contratante”, completa o presidente da UPK. Dias antes do XV Paulistão, realizado em Campinas (SP), Luiz Yuki falou com exclusividade à Revista Mundo OK sobre a paixão de nikkeis e não nikkeis pelo karaokê. Confira os principais trechos da entrevista: Mundo OK: Por que os japoneses e descendentes gostam tanto do karaokê? Luiz Yuki: Não é só a colônia que gosta de cantar; todos os brasileiros gostam. Acho que os nikkeis se organizaram e se estruturam melhor, e isso foi bem oportuno, porque principalmente entre eles não havia oportunidade para encontros sociais. Com o aparecimento do karaokê, essa chance de frequentar um ambiente em grupo pegou de tal forma que continuamos a crescer até hoje. Na verdade, o karaokê tem a ver com congraçamento social. Festa de aniversário, se não tiver karaokê, termina às 7 horas da noite. Agora, se tiver, todo mundo fica para cantar. O grande negócio são os três minutos de artista que cada um tem dentro de si. MOK: Quais são as chances de um cantor de karaokê se profissionalizar? LY: No amador somos os melhores do mundo. Nossos cantores que ganham o Paulistão e vão para o Japão desbancam os nipônicos de todas as formas. Ricardo Mituti Mas daí a se falar em profissionalização há um espaço enorme. Algumas pessoas que conseguiram se profissionalizar não estão tendo o sucesso que esperavam. O número de cópias vendidas não permite que elas sobrevivam da música. Na verdade, esse meio não é tão mole e fácil como muitas pessoas acham que é. MOK: De que forma o karaokê contribui para a difusão da cultura japonesa? LY: Vou exemplificar: já temos membros da quinta e da sexta geração cantando, mesmo sem conhecer tão bem a língua japonesa. Porém, aos poucos, as pessoas mais próximas começam a traduzir as letras das músicas, e isso desperta neles paixão, curiosidade e interesse. Daí a aprenderem a falar japonês é um passo. Assim, de certa forma, o karaokê contribuiu ao menos para a difusão do idioma. MOK: O que esperar do futuro do karaokê entre as novas gerações? LY: Entendo que os jovens querem preservar, ou ao menos tentar seguir, a cultura japonesa. Por isso, acredito que o karaokê irá perdurar por um bom tempo. Aliás, não tenho dúvidas disso. A cultura nipônica, por meio da música, está muito enraizada. Gêneros japoneses Segundo Luiz Yuki, presidente da União Paulista de Karaokê (UPK), de 80% a 90% das músicas cantadas nos taikais e no Paulistão são do gênero Enka. Trata-se do estilo mais tradicional do Japão, conhecido sobretudo pelos mais idosos. É um tipo de música declamada – daí ser conhecida como “música do sentimento” -, geralmente cantada sem o acompanhamento de instrumentos musicais. Há pelo menos outros quatro gêneros musicais representativos no arquipélago: New Enka (Enka moderno, com fortes influências ocidentais); Pop (subdividido em J-Pop - ou Japanese Pop - e American Pop); Erudita e Doyo (infantil; dela deriva o Shoka, música obrigatória no ensino da educação primária). FONTES: Tadao Ebihara (professor de karaokê, arranjador, compositor e saxofonista) e Aliança Cultural Brasil-Japão (ACBJ) vitrine 37 38 especial capa Baladas “japas“ agitam as noites de sábado dos jovens da comunidade Eventos chegam a reunir cerca de 5 mil pessoas de várias localidades Texto Cibele Hasegawa / Fotos Divulgação e Arquivo Pessoal M anter a tradição das festas e a união das novas gerações da comunidade nipo-brasileira. É com esse objetivo em comum que as “baladas japas” são realizadas há décadas e mantidas até hoje, não só pelos organizadores, mas, sobretudo, pelo público, que constitui em sua maioria: os jovens nikkeis. Promoções como essas acontecem desde a formação das Associações japonesas. Eram elas as responsáveis por organizar os mais diversos eventos. Aos poucos, as ocasiões se modernizaram e acompanharam as tendências. Na década de 1970, a Casa de Portugal, localizada no bairro da Liberdade, em São Paulo, por exemplo, foi palco de muitos bailes que divertiram a juventude no auge do Rock ‘N Roll. Hoje, esses encontros ainda continuam, porém, com as tendências atuais, é claro. Das melodias românticas, dançadas de rosto colado e tocadas ao vivo, aos hits eletrônicos e suas diversas vertentes, comandadas pelas mixagens dos DJs, além do ritmos tipicamente brasileiros, o axé e o funk, as noites apenas foram se adaptando aos novos tempos. Daquela época o único vestígio que perpetuou por mais tempo foi a denominação. As japotecas foram chamadas de “bailes” até meados do ano de 2000. Eram os traços deixados entre a “segunda geração de nikkeis” para a “terceira geração”, iniciada na década de 1980. Nos bailes, o requinte parecia não estar apenas no nome, mas na ocasião em si, contrapondo-se com a moda atual. “As pessoas iam bem vestidas. Os homens usavam camisa e calça social, e as meninas, vestido”, descreve Fernando Viscaino, 33, o DJ Madonna, organizador da Apple Music (leia mais ao lado). Daquela época, outra marca, muito descrita pelos frequentadores, eram as grandes turmas, provenientes de kaikans, bairros e regiões da capital paulista. “Haviam os grupos da Zona Leste, da Liberdade, da Zona Sul...”, recorda Shunji Morikawa, 34, organizador das baladas Friendz e Dreams. “Eu era da Zona Sul”, revela Morikawa, que começou participar desses eventos com 12 anos. Com o tempo, os grandes grupos de amigos começaram a diminuir. Um desses motivos se deve ao afastamento dos jovens das Associações e seinenkais (reunião de jovens), além de estarem cada vez mais integrados à sociedade e a globalização. Mas é claro que as panelas ainda existem... De lá pra cá, muitas equipes de baladas também fizeram história dentro da comunidade. Asia Fest, Kanpai, Planet Dance (Ipê Clube), Orion For Tomodati (atualmente parada), Carnaval no Anhanguera Nikkei Clube, as festas no Mie-ken, dentre outros deixaram saudades para muitos. Vale destacar a equipe Ekko, que realizava os memoráveis bailes no Clube Sírio, pelos 15 anos de existência. Com essa idade, a única organização que se aproxima nos dias atuais é o Mortos Vivos, que completa 13 anos em 2009. Uma das festas mais tradicionais da comunidade, que surgiu como uma “reunião de amigos” com aproximadamente 400 pessoas e hoje, chega a um público de 2 mil pessoas. “Eram 3 festas por ano. Agora realizamos uma a cada dois meses, mais a Mega Festa, que tem como público recorde de 5 mil pessoas”, conta Tomas Yamamoto, organizador do Mortos Vivos. Atualmente, todos os sábados acontecem uma japoteca. Entre os organizadores, existe um consenso para que não haja dois eventos no mesmo dia, assim, o público não corre tanto o risco de encontrarem o lugar “miado” (vazio). Além disso, cada uma segue um público-alvo de acordo com a faixa etária dos freqüentadores (veja o Raio X). O Memphis, realizado pela equipe Infinity with you, e a Dreams surgiram da necessidade de promover bailes voltados aos freqüentadores “mais velhos”. “O pessoal ia ganhando mais idade e já não queria mais ir às festas em que a turma de 18 anos começava a também frequentar”, justifica Eduardo Hioki, organizador da Infinity, que do hobby de organizar eventos, transformou o gosto em profissão, atuando com isso hoje em dia. Assim como idade, outra adaptação foi com relação ao ritmo musical. Em 2002, a Rez eventos nasceu com a organização das festas ao som de muito trance e techno, uma das vertentes da cena eletrônica, com a moda das raves e os novos seguimentos da música. Suas realizações acontecem tanto indoor (lugares fechados), como outdoor (lugares abertos). E se o fim das baladas japas está chegando? A resposta é unânime: “Não”. Embora há uma tendência a queda do número de freqüentadores, por conta do costume de nikkei andar com nikkei estar diminuindo, os organizadores ainda esperam promover festas por um bom tempo. “Estou cumprindo meu papel de dar continuidade a este trabalho”, afirma Yamamoto, enquanto Morikawa vai ainda mais longe: “Gostaria que meu filho continuasse meu trabalho”, diz. especial capa 39 A volta da Apple Music Organizadores prometem reviver as festas realizadas no Ipê Clube e fazer história na atualidade também Texto Cibele Hasegawa / Fotos Divulgação e Arquivo Pessoal A Apple Music, conhecida pelas célebres festas realizadas no Ipê Clube, reunindo 4 mil pessoas, volta à cena com sede de marcar também a nova geração. O ícone de bailes que aconteciam no fim dos anos 1980 até o início de 1990, colocando no ouvido do público os ritmos que surgiam e faziam sucesso naquele período, a dance music e a house music, renasce nos tempos atuais com vontade de fazer história para o público de hoje. “O Ipê era referência em balada, na época. Todos os DJs queriam tocar lá”, conta Fernando Viscaino, 33, o DJ Madonna, organizador da Apple Music. “Quero resgatar os anos 90 e trazer de volta aos dias atuais e mostrar o poder da marca a essa geração de 20 e poucos anos e ao mesmo tempo, dar a oportunidade aos trintões de reviver aquilo”, explica o DJ, que embora não seja descendente, comandava as noites no Ipê, antigamente. O desejo de trazer novamente toda a fama que tinha não é para menos. Foi dessa equipe que nasceram os principais grupos de balada da atualidade. Grande parte deles foram freqüentadores ou promotores na organização. É de lá também que vieram as atrações, que até há pouco tempo, eram realizadas como os concursos de dança e a eleição da oriental mais bela. Vale destacar também o concurso de DJs, que já reuniu grandes nomes como Santiago, Rodrigo Ferrari e Alexandre Tahira. Uma tarefa interessante, mas, bastante difícil. Para isso, os organizadores terão de se esforçar bastante a fim de se adaptarem aos novos tem- pos e definir suas características, enquanto tentam agradar a dois tipos de público: o saudosismo dos trintões que querem curtir o flash back e a moçada mais nova, que buscam os lançamentos da música eletrônica. A balada ainda não despontou como esperavam os promotores. Por enquanto, somente a primeira teve mais de 1200 pessoas. Mas eles não desanimam e com calma, tentam trazer os velhos tempos. Madonna, que há mais de dez anos não toca, prepara-se para voltar a agitar as pistas com sua aparelhagem caríssima. “O público pode esperar por novidades. Será um show áudio-visual inédito no Brasil”, descreve o DJ, que volta a cena trazendo os últimos lançamentos do exterior. E que volte o MC (mestre de cerimônia) e as super produções dos anos 90. Raio X das baladas FRIENDZ® Realização: Friendz® Entertainment - New Generation (Since 2001) Horário: 23h00 - 6h00 Local: Spazio de Eventos Endereço: Rua Julio Diniz, 176 - Vila Olímpia Público: a partir de 18 anos Próxima balada: 07/03/2009 MEGAFESTA no Cabral + Espaço São Paulo Realização: Megafesta (MortosVivos, Friendz, Infinity, DanceFrenquency e Eighteens) Horário: 22h00 - 6h00 Local: Cabral + Espaço São Paulo Endereço: AV. Salim Farah Maluf, 1.500 - Tatuapé Público: a partir de 18 anos Próxima balada: 11/04/2009 MORTOS VIVOS Traditional Nikkey Party (Since 1996) 13 ANOS Realização: Mortos Vivos Estrat. Promocionais - Since 1996 Horário: 21h58 - 6h00 Local: Mansão Calipso Endereço: Rua Custódio de Aguiar, 300 - Interlagos Público: 20 a 30 anos (convite vip para maiores de 30 anos) Próxima balada: 14/03/2009 Rezpect Pool Party - daylight edition Realização: Rez Eventos Rezpect Horário: 00h00 - 09h00 Local: Magic City Endereço: Estrada do Pavoeiro, 8870 - Suzano Público: 20 a 30 anos Música: Trance Próxima balada: 28/03/2009 40 costa do sauípe vitrine Origami, Biscuit, Pintura, Decoupage e diversas outras técnicas você irá acompanhar e aprender diariamente. Estréia em abril Com a Erin e sua turma, você vai aprender japonês de um jeito fácil e divertido. 41 Muita música, entrevistas e tudo que acontece no mundo sertanejo apresentado por Mauricio Miya. 42 saúde Doação de esperança Chance de um oriental encontrar um doador de medula óssea compatível é de 1 em 1 milhão Texto: Tamires Alês / Fotos: Divulgação e Arquivo Pessoal U ma festa de debutante ou uma viagem para Disneylândia? Cada menina tem um sonho diferente para a comemoração dos seus 15 anos. Mas Mirna Ayumi Kajiyama era diferente. O único presente que ela queria era uma medula óssea nova. Após passar dois anos fazendo tratamento quimioterápico ao descobrir uma leucemia, um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos do sangue, finalmente encontrou um doador compatível. No seu aniversário, estava em Curitiba, no Hospital de Clínicas, recebendo uma medula nova. A partir dali, ganhou uma nova oportunidade de viver. As chances de encontrar um doador compatível entre irmãos são de 25%, e na população em geral é de uma para 100 mil. Mirna não encontrou um doador na família. Para completar, mais um agravante: por ser descendente de japoneses suas chances de encontrar no Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea (REDOME), eram ainda menores - uma para um milhão. Encontrou um doador no banco de medula no Japão, mas a burocracia fez com que o processo se estendesse por tanto tempo que um doador compatível, também descendente de japoneses, fora encontrado no Paraná. “Vi minha filha renascer por causa de um ato de amor ao próximo”, relata emocionada sua mãe, Márcia Kajiyama. Todas as nacionalidades que ainda não se miscigenaram tanto com a população brasileira, como orientais, indígenas e bolivianos, têm menos chances de encontrar doadores compatíveis aqui no Brasil. “Isso acontece porque se há poucas pessoas cadastradas, o número de orientais, por exemplo, é menor ainda. A única maneira de alterar essa situação é aumentando o número de pessoas cadastradas no registro nacional”, explica a médica oncohematologista do Comitê Científico da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale), Ana Lúcia Cornacchioni. Mirna conseguiu, mas cerca de mil brasileiros que estão cadastrados no Registro Brasileiro de Receptores de Medula (REREME) ainda esperam por um doador compatível. Os quase 900 mil doadores cadastrados, somados ao banco de cordão umbilical – as células retiradas do sangue do cordão também são utilizadas em transplante de medula óssea – ainda são insu- ficientes para atender a demanda. “Nós precisaríamos de um banco com mais ou menos três milhões de pessoas cadastradas para poder atender todos os pacientes”, relata Ana Lúcia. A notícia boa é que esse número cresce a cada dia. Só na cidade de São Paulo, até outubro de 2008, quase 32 mil voluntários se cadastraram, de acordo com dados da Associação da Medula Óssea (Ameo). Outra novidade, que vai ampliar o intercâmbio com outros países e reduzir os custos com as buscas internacionais por doadores é a entrada do Brasil na maior rede de doadores de medula óssea do mundo, a National Marrow Donor Program (NMDP). Doação Praticamente todas as pessoas podem doar medula, que é um tecido líquido encontrado no interior dos ossos que produz algumas células do sangue. O transplante é simples e nem precisa de cirurgia. “A maioria das pessoas doa por aférese, um procedimento que dura em torno de duas horas, em que é retirada da veia do doador as células necessárias e devolvida as demais”, esclarece Ana Lúcia. Em outro processo, o doador recebe uma sedação leve e uma parte da medula é retirada com uma seringa por meio de uma punção nos ossos da bacia. Em ambos os casos o material recolhido é injetado na veia do receptor. No mesmo dia o doador já recebe alta. “A doação ocorreu em uma manhã e pela tarde já estava indo embora. Sem dor alguma”, conta Fabiano Nakamoto que fez a doação para Mirna. Ele se cadastrou por um acaso em uma campanha em sua universidade, e só foi chamado dois anos depois. “Por estarmos cadastrados, promovemos a esperança e a vida, independentemente de efetivamente doarmos”, ressalta. No Brasil, existem 42 centros que realizam transplantes entre familiares e oito que fazem transplantes entre não aparentados. No estado de São Paulo são quatro: Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo (HCUSP), saúde 43 Universidade de Campinas (Unicamp), Hospital Amaral Carvalho – Jaú/SP e Hospital Albert Einstein. Além da falta de doadores, as pessoas que esperam por um transplante têm que transpor outras barreiras. “Muitas coisas precisam ser melhoradas, porque os pacientes têm que enfrentar a deficiência do sistema público de saúde, a demora na busca por um doador, e quando esse é encontrado, a falta de leito para fazer o transplante, e de equipe especializada”, afirma a presidente da Abrale, Merula Steagall, acrescentando que há a necessidade de mais apoio. Já Márcia espera mais ações por parte do poder público. “O governo precisa viabilizar o transplante em si, as pessoas chegam a esperar meses para realizá-lo porque não tem leitos suficientes, além da demora quando é preciso trazer a medula de algum banco internacional”, desabafa. Hoje, mais de dois anos após o transplante, Mirna está curada, leva uma vida totalmente normal e com um novo amigo, Fabiano. Foi uma das vencedoras. Resta agora torcer para que os milhares de pacientes tenham o mesmo sucesso. Com fé e um pouco de sorte, podem chegar lá. Saiba como ser um doador Para ajudar quem precisa do transplante só é necessário ter entre 18 e 55 anos e boa saúde 1 Para se cadastrar no REDOME, basta se dirigir ao hemocentro mais próximo. Em São Paulo, a Santa Casa de Misericórdia é a que mais capta doadores. Lá será colhido cerca de 10 ml de sangue para a realização do teste de compatibilidade. 3 Quando for chamado, outros exames deverão ser feitos para verificar a compatibilidade, seu estado de saúde e confirmar a doação. 2 Os dados ficarão dis- poníveis para a consulta em todo o Brasil. Pronto, você já é um doador de medula. É importante que os dados cadastrais estejam sempre atualizados para que você seja localizado em uma possível convocação. 4 A doação de medula ocorre no hospital habilitado mais próximo da sua residência. A medula será retirada por aférese ou por punção, nos dois casos você terá alta no mesmo dia. Mirna Kajiyama e seu doador, Fabiano Nakamoto “Como sou descendente de japonês as minhas chances de encontrar um doador compatível no Brasil eram de uma em um milhão, e consegui. Alguém iluminado, com grande espírito de solidariedade e amor ao próximo se cadastrou como doador e salvou a minha vida. Meu sentimento é de imensa gratidão e alegria. Obrigada a todos os doadores voluntários, vocês estão doando amor, esperança e vida a todos nós!”. 44 economia No olho do furacão Chineses enfrentam queda histórica nas exportações e importações Texto: Redação/ Fotos: divulgação segmentos registraram aumento nos embarques para outros países. As vendas de calçados cresceram 10,6% no primeiro mês de 2009 se confrontadas com janeiro do ano passado, alcançando a cifra de US$ 2,9 bilhões. Aumento também nos embarques de roupas: 5,7%, totalizando USS 10,51 bilhões. Com relação às importações, as compras de aço caíram 11,2% frente a janeiro de 2008. Queda também nas compras de petróleo cru (8%) e de petróleo refinado(26,2%), O recuo nas importações de produtos manufaturados foi de 39,9%. No balanço geral, o intercâmbio comercial chinês foi de US$ 141,8 bilhões em janeiro – US$ 51,34 bilhões de importações e US$ 90,45 bi de exportações. Para se ter uma idéia, a corrente brasileira de comércio fechou janeiro em US$ 20,094 bilhões, com exportações de US$ 9,78 bilhões e importações de US$ 10,306 bilhões, registrando, igualmente, sobre igual período anterior, queda de 12,6%, pela média diária. De acordo com o governo chinês, as trocas com a União Européia, principal parceiro comercial da China, caíram 18,7%, totalizando US$ 27,93 bilhões. Queda de 15,2% no intercâmbio comercial com os Estados Unidos, segundo principal parceiro, com cifras totais de US$ 22,5 bilhões. Já o comércio com o Japão encolheu 28%, alcançando a cifra de US$ 14,5 bilhões. Não foram divulgados dados referentes ao comércio com o Brasil. A China é nosso terceiro maior parceiro comercial, atrás apenas dos Estados Unidos e da Argentina. Em dezembro, as exportações do Brasil para a China registraram crescimento de 26,88% em relação ao mês anterior, totalizando US$ 710 milhões. Já as importações de produtos chineses caíram 24,07%, mas continuaram muito superiores às exportações, com uma cifra total de US$ 1,33 bilhão. Na comparação com dezembro de 2007, houve alta tanto de compras quanto de vendas brasileiras. Em 2008, embora tenha crescido 9% - muito acima da média mundial – a economia chinesa registrou seu pior resultado dos últimos sete anos. (com Agência Brasil) C onsiderada a locomotiva da economia mundial, a China sente, no comércio, os efeitos da crise financeira internacional. Em janeiro deste ano, o gigante asiático reduziu quase pela metade suas compras externas. A queda nas importações foi de 43,1% na comparação com janeiro de 2008. Já as vendas de produtos chineses para o resto do mundo caíram 17,5% no mesmo período, segundo balanço divulgado pela Administração Geral de Aduanas daquele país. Na comparação com dezembro de 2008, a queda geral das importações foi de 3,8%. Já as exportações subiram 10,1%. No setor de máquinas e eletrônicos, responsável por 54,3% das exportações chinesas, a queda nos embarques foi de 20,9%, com vendas totais de US$ 49,14 bilhões. Já as exportações do segmento de produtos de alta tecnologia despencaram 28%, ficando em US$ 21,66 bilhões. Apesar do recuo nas trocas comerciais em relação a um ano atrás, dois vitrine 45 46 multimídia JBN TV também na internet JBN-WEB já está funcionando e pode ser acessada mediante assinatura no valor de R$9,90 mensais Texto: Tamires Alês / Fotos: Divulgação A JBN TV – Japão Brasil Network Television, emissora brasileira com programação voltada à cultura japonesa, lança sua versão na internet. Se antes só os assinantes da Sky podiam acompanhar a programação pelo canal 142, agora os usuários da internet também podem assistir aos programas de onde estiverem pela tela do computador, por meio do sistema podcast, trata-se do JBN-WEB. De acordo com o diretor da emissora, Milton Nishiwaki, a idéia de disponibilizar uma versão na web da JBN TV surgiu da necessidade de transmitir o conteúdo dos programas para um número maior de pessoas. “Nossa intenção é fazer com que mais pessoas tenham acesso, mesmo os que não tenham Sky, e principalmente, os brasileiros que moram no Japão”, explica. Em um primeiro momento a programação do canal na internet só vai contar com os programas nacionais, cerca de 40% da produção. Os programas vindos do Japão, os 60% restantes, só vão integrar a grade a partir de abril. Os principais destaques são os programas “Viva Karaokê”, com duração de 60 minutos e exibição semanal, que irá apresentar um festival de karaokê, com mais de 500 cantores, cujo vencedor será premiado com uma viagem ao Japão, e a série “100 Anos de História Viva”, que aborda os principais aspectos da saga dos imigrantes japoneses no Brasil. Além dos programas em parceria com a Fundação Japão, o “Pentatônica”, em que diversos músicos interpretam temas japoneses, e o “Saberes dos Sabores”, um programa especial sobre a culinária oriental. Para ter acesso ao JBN-WEB é necessário ter uma senha, enviada no ato da assinatura. O valor da mensalidade é de R$9,90 por mês, o pagamento pode ser feito via boleto ou cartão de crédito. Emissora Inaugurada em 18 de junho de 2008, no dia oficial da celebração do centenário da imigração japonesa no Brasil, a JBN TV apresenta uma grade variada, com programas que apresentam desde a história da imigração, as tradições, até as diferentes manifestações culturais e artes marciais japonesas. Por meio de programas que mostram o dia-a-dia da comunidade nipo-brasileira, com a cobertura dos festivais típicos e eventos esportivos. A JBN TV também apresenta programas japoneses, disponibilizados por meio de uma parceria com tevês do Japão, como Asahi e Wakayama e produtoras independentes. Na grade, novelas, como “Samurai Yaburegasa” e “Falcões Edo”, musicais, filmes, como o terror “Chakushin Ari” (Uma Chamada Perdida), documentários, como o “Japão ontem e hoje”, desenhos animados e séries. Todos inéditos no Brasil, com legendas em português e áudio original, para que todas as pessoas possam acompanhar a programação. Para mais informações sobre a TV e a assinatura do canal da Web acesse o site www.jbntv.com.br. vitrine 47 48 encontro Evento cultural reúne províncias do norte do Japão O 1º Tohoku – Hokkaido Matsuri acontece na Associação Hokkaido do Brasil e traz diversas atrações culturais Texto Redação / Fotos Divulgação C om o objetivo de divulgar e preservar a cultura das regiões norte e nordeste do Japão, o Grupo Tohoku Chihou / Hokkaido vai organizar no dia 15 de março o primeiro festival “Tohoku – Hokkaido Matsuri”, na Associação Hokkaido do Brasil, na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo. O evento é organizado pelos seinens (grupo de jovens) dos kenjinkais das províncias de Hokkaido, Aomori, Yamagata, Fukushima, Akita, Iwate e Miyagi. Esta iniciativa tem como objetivo substituir o tradicional undokai (gincana esportiva) que era organizado pelo mesmo grupo e realizado anualmente. Na festa diversas atrações típicas das províncias serão apresentadas, destaque para a dança Sansa-Odori da província de Iwate, Byakottai de Fukushima, Minyo de Akita, Tsugaru-Shamissen de Aomori, Hanagassa-Ondo de Yamagata e a dança Yosakoi-Soran de Hokkaido. Comidas típicas das regiões norte e nordeste do Japão, que são pouco difundidas nos restaurantes japoneses e em festivais de cultura japonesa aqui no Brasil, também vão fazer parte da festa. De Hokkaido destaque para o prato chan-chan yaki, o kitakata lamen vai representar a província de Fukushima, wakame udon a de Iwate. E ainda, tama konyaku de Yamagata, amazake de Akita, de Miyagi o hiyashi somem e o mataguimeshi de Aomori. Com entrada franca, as pessoas que forem prestigiar o festival também vão poder apreciar uma exposição de artesanato das províncias participantes, além de participar do bingo e outras atrações. E a garotada, ainda vai poder se divertir com diversas atividades diferenciadas, específicas para o público infantil. Serviço Tohoku – Hokkaido Matsuri Data: 15 de março de 2009 Horário: Das 11h às 15h30 Local: Associação Hokkaido do Brasil (Rua Joaquim Távora, 605 – Vila Mariana) Entrada Franca pets 49 Pug: fiéis e companheiros Originária da china, a raça chegou ao Brasil na década de 50 e já encontrou dezenas de apreciadores Texto Redação / Fotos Divulgação C om um temperamento afável, boa disposição e grande charme, os pugs estão presentes em vários países e a cada dia ficam mais populares. Se antes era considerada uma raça da nobreza, hoje podem ser encontrada nos mais diversos lares. Além de serem fiéis aos donos e companheiros inseparáveis, os pugs são ótimas companhias para as crianças, pois são bastante resistentes e brincalhões. Outra qualidade é que são extremamente sociáveis e se adap- tam rapidamente em ambientes diferentes e com estranhos. Por ter porte pequeno, o pug é uma ótima raça para ser criada em apartamento. Outras características marcantes são o focinho achatado, o rosto enrrugado e o rabo em espiral. Não pesa mais de 10 quilos e pode medir até 28 centímetros de altura, tem um corpo musculoso e a pelagem fina, macia e curta. Pode ser encontrado em três cores, prateado, preto e castanho. O pug é uma raça que não precisa de muitos exercícios físicos, passeios diários de curta duração nas horas mais frescas do dia já são suficientes para manter uma boa saúde. Nos dias de calor prefira deixar o cão em lugares sombreados ou que tenham piso frio, ter sempre muita água fresca também é importante, uma vez que os pugs são muito sensíveis ao calor e não conseguem se refrescar. Já nos meses de inverno, é importante que o pug use uma roupinha para se aquecer. Origem Cuidados Existem várias histórias sobre a origem da raça Pug, mas a maioria dos pesquisadores concorda em um ponto, que é originária do Oriente, mais especificamente, da China. No século XVI o pug foi levado à Holanda pela Companhia das Índias, e já foi acolhido como cão de companhia. Anos mais tarde, já estava espalhado pela Europa em países como França, Itália, Inglaterra, Espanha e Alemanha, onde era reconhecido como animal de estimação da nobreza e alta sociedade. No Brasil, os primeiros exemplares da raça chegaram na década de 50, mas a criação não se desenvolveu muito. Apenas nos anos 80 é que o número de importações aumentou e a criação brasileira passou a ter mais qualidade. Após a aparição em alguns filmes e novelas, a raça começou a ganhar mais admiradores a cada ano. Para deixar o seu cãozinho sempre limpo e bonito é necessário ter alguns cuidados básicos. No caso, dos pugs não é nada muito complicado. Primeiramente, não é necessário dar banhos muito frequentes, porque removem a oleosidade natural que protege a pele, uma maneira de manter o cachorro limpinho é umedecer uma toalha e passar no pug, em seguida secar e escovar os pelos. Outras medidas que devem ser tomadas é limpar os olhos com um pedaço de algodão, cortar apenas as pontinhas das unhas, e passar vaselina no focinho se estiver ressacado. E no caso de soltar muitos pelos, uma escova com pinos de metal pode resolver o problema. Média de 1,5 a 2 mil reais preço de um filhote. 50 agricultura Expectativas de melhoras no campo Brasil pode colher segunda melhor safra da história, mesmo com quebra na produção Texto: Redação/ Foto: Divulgação D iante da previsão de colher a segunda maior safra de grãos da história, depois do ciclo 2007/2008 (de setembro a junho), a produção nacional ainda sofre os efeitos do clima, com redução prevista entre 6,5% e 8%. A informação foi dada pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, durante o anúncio do quinto levantamento da safra de grãos 2008/2009. De acordo com a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), a atual safra está estimada em 134,7 milhões de toneladas, 6,5% (9,4 milhões de toneladas) inferior à obtida na anterior (144,1 milhões de toneladas) e 1,7% sobre a pesquisa de janeiro (137 milhões de toneladas). A área plantada para esta safra está estimada em 47,9 milhões de hectares, 0,9% a mais comparada à safra anterior (47,4 milhões de ha). “A área de plantio nos últimos cinco anos se mantém em torno dos 47 milhões de hectares”, observa Stephanes. O ministro disse ainda que as condições de comercialização hoje são melhores do que na época do início do plantio e o governo federal tem assegurado recursos de crédito e de comerciali- zação para a produção brasileira. Stephanes citou a reação de preços e de mercado para a soja, que vai proporcionar rentabilidade para os produtores. Os preços do açúcar e do etanol também estão bons, apesar de problemas estruturais do setor, afirmou o ministro. O preço do milho vem melhorando, inclusive no mercado externo e o de arroz manteve-se no mesmo patamar. Ao mesmo tempo, o País poderá fazer compras de trigo da Rússia diante da quebra da produção da Argentina, grande exportadora desse cereal de inverno. Para o diretor de Logística e Gestão Empresarial da Conab, Sílvio Porto, o registro de quebra na safra devido à estiagem já estava contabilizado no estudo realizado pelos técnicos desde novembro do ano passado, principalmente nos estados do Sul e em Mato Grosso do Sul. As maiores perdas foram no Paraná com as culturas da soja, feijão e milho. Registrou-se quebra de quase 600 mil toneladas nas lavouras de soja e redução também na de milho, de 50 mil toneladas, em Mato Grosso do Sul. O estado do Rio Grande do Sul também sofreu com a seca, onde houve redução de 880 mil toneladas de milho. A soja nesse estado foi plantada mais tarde e houve replantio com expectativa de recuperação. “Infelizmente, os prognósticos da previsão de tempo para os próximos três meses para a região sul apontam probabilidade de chuva de 40% abaixo da normal e não sabemos ainda qual será o impacto até o final do ciclo da soja”, avalia Porto. Já o arroz em Mato Grosso teve recuperação na área de plantio que garantirá o abastecimento interno neste ano. A reação do milho safrinha, que começou a ser plantado em janeiro e vai até 15 de março, animou o governo porque na primeira safra, houve queda de sete milhões de toneladas em relação à safra passada (50,3 milhões de toneladas). (com informações do Ministério da Agricultura) vitrine 51 52 dekasegui IMPOSTO DE RENDA PAGO NO JAPÃO O que é importante fazer para restituir no retorno ao Brasil - Parte 1 Texto por S.J.Nakaoka T odas as pessoas que obtêm qualquer tipo de rendimento no Japão estão sujeitos a pagar o Imposto de Renda, como ocorre em outros países, inclusive o Brasil. O imposto de renda incide sobre todas as rendas ocorridas durante o ano no Japão, e desta forma os estrangeiros também estão incluídos nesta condição, desde que considerados como “residentes” com algum rendimento. Entretanto, para os estrangeiros definidos como “não residentes” o imposto é cobrado de maneira uniforme, equivalente a 20% sobre a renda. Os “residentes” são via de regra, aqueles que mantêm endereço fixo no Japão, ou quando estão em um mesmo endereço por mais de um ano. Para que se defina se o estrangeiro é classificado como “residente” ou “não residente” é necessário observar o tipo de contrato de trabalho que foi definido com a empresa empregadora, tempo de contrato para prestação de serviços pelo trabalhador estrangeiro, condições do serviço, visto consular e o tempo de permanência definido no passaporte. Independentemente da condição caracterizado inicialmente de “não residente”, caso o tempo de permanência ultrapasse um ano ou mais (da entrada no país), o mesmo será classificado como “residente”, quando incidirá o imposto de renda como qualquer pessoa produtiva com rendimento. Necessariamente, não está definido que este novo contribuinte passe a ter a condição de “residente”. Qualquer irregularidade poderá ser esclarecida através do Ajuste de Final de Ano, conhecido em japonês como “Nenmatsu Tyosei”. Serviço: DAIWA SERVICE Pça.da Liberdade, 130–Conjs.97 a 99 - Metrô Liberdade 01503-010 – São Paulo / SP (11) 3105-2114 e (11) 5572-1717 www.daiwaservice.com.br casos da vida 53 Luso-Nipo-Brasilidade: Uma relação de mais de 500 anos – PARTE Final O meu amigo Trasmontano, 40 anos atrás, teve dois nisseis como seus professores de português, num antigo Curso de Madureza, e seria um dos primeiros felizardos a casar-se com uma nissei , e a entrar nesse mundo da família oriental, de onde, uma vez dentro, não mais se quer sair. Já estamos na geração yonsei e go-sei, e a presença japonesa no Brasil deixou de ser silenciosa e discreta para tornar-se – como os demais imigrantes e seus descendentes – parte do cotidiano, explícita e indispensável em qualquer atividade do país: no campo social, na política, na indústria, na agricultura, no comércio, no magistério, na culinária, em serviços, e na miscigenação familiar. Hoje fazem parte do grande caldeirão miscigeno-cultural em que se transformou o Brasil. Eles freqüentam as igrejas cristãs, os estádios esportivos, as baladas, os teatros, os cinemas, a praia, as escolas de samba; são amantes do churrasco, da feijoada, da caipirinha, do vinho, da bacalhoada, do acarajé, da macarronada, da pizza, do kibe e da paella. Simultaneamente, os ocidentais – cada vez em maior quantidade – buscam os templos de religiões orientais, a prática das artes marciais, a serenidade da ioga, os restaurantes e sushi-bares japoneses – hoje quase tantos quantas churrascarias, em São Paulo – incentivam os relacionamentos afetivo-familiares; incorporam centenas de palavras japonesas ao linguajar do dia-a-dia. Há até mesmo uma nada desprezível onda de emigração, às avessas, de brasileiros para Portugal e para o Japão. E o meu amigo Trasmontano olha para sua mulher e seu filho, de traços também orientais, e vê fechar-se o último vértice do triângulo luso-nipo-brasileiro com uma constatação irrefutável: o Brasil é o maior país português fora de Portugal, e o maior país japonês fora do Japão. * José Carlos Neves é comerciante, descendente de portugueses e casado com uma nikkei. É, ainda, profundo admirador da cultura japonesa. 54 mundo oriental Mais de 70 empresas taiwanesas realizam encontro para comércio com Brasil A contece no dia 9 de março em São Paulo o Encontro Empresarial Brasil-Taiwan (2009 Taiwan Expo Tour around South América). Um total de 70 fabricantes de Taiwan visita o país no objetivo de apresentar seus produtos e mostrar como fazer negócios com empresas brasileiras. O encontro é dividido em duas partes: Rodada de Negócios (reuniões com empresas interessadas), com participantes inscritos; e Show de Tecnologia (demonstração de produtos), aberto ao público. Cinco marcas renomadas trarão novidades: Asus, D-Link, MSI Computer, Genius e Johnson Healthtech. Outros integrantes do grupo (que podem ser consultados no site http://mission.taiwantrade.com.tw/sa09) atuam no ramo de produção desde peças automotivas, acessórios para motocicletas, componentes eletrônicos, hardware, equipamentos industriais, têxteis até produtos em metal, entre outros. O Encontro Empresarial Brasil-Taiwan será das 9h às18h, no Hotel Caesar Park Faria Lima (Rua das Olimpíadas, 205, Vila Olímpia). Para se obter mais informações ou fazer a inscrição (sem custo), o telefone é 11/3283-1804 ou e-mail [email protected]. Estádio em Kaohsiung dos Jogos Mundiais 2009 gera eletricidade O Estádio Principal de Kaohsiung, construído para os Jogos Mundiais 2009, já começou a vender parte da eletricidade gerada por seu sistema de energia solar à companhia estatal Taiwan Power Company (Taipower). Além de suas diferentes instalações esportivas, o gigantesco estádio, construído a um custo de US$ 159 milhões, conta com 8.844 painéis solares. Aproveitando a forte luz solar na parte sul de Taiwan, cada um dos painéis – cuja unidade custou pouco mais de mil dólares americanos – tem a capacidade de gerar 3.232 kW/h de energia por dia. O ecológico sistema de energia solar foi ativado no início de outubro do ano passado e, num período de três meses, gerou por volta de 300 mil kw/h de eletricidade, mais do que o necessário para o dia. Para um grande evento esportivo, o sistema pode fornecer 70% da energia requerida. Nesse caso, o estádio comprará a eletricidade que falta à Taipower. Com 31 modalidades aprovadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), os Jogos Mundiais de Kaohsiung atrairão mais de 4.500 atletas de 90 países a essa cidade portuária ao sul, entre 16 e 26 de julho. Concurso seleciona arte infantil para exposição em Taipei C rianças de todo o mundo poderão participar de um concurso mundial para a seleção de obras artísticas que serão colocadas numa exposição no mês de setembro na Galeria Nan-Hai do Centro Educacional de Artes de Taiwan, na capital Taipei. Através de suas escolas, os alunos (entre 6 e 15 anos) podem inscrever trabalhos nos mais variados estilos (pintura, crayon, desenho, aquarela, colagem, etc.), cujo formulário deve chegar à Associação para Educação através da Arte, na República da China, até 25 de abril. A proposta é realizar um intercâmbio artístico infantil entre escolas de vários países, e a campanha está sendo divulgada pela Divisão de Informações do Escritório Econômico e Cultural de Taipei. Mais informações sobre o regulamento e a exposição podem ser obtidas pelo telefone 11/3287-5012 ou site http://ed.arte.gov.tw. mundo oriental 55 Na contramão da crise financeira Ao contrário de muitos, confecções da comunidade coreana no Brasil apresentam crescimento Texto: Cibele Hasegawa / Foto: Divulgação E nquanto o mundo todo passa por uma situação bastante delicada por conta da crise financeira, as confecções coreanas caminham na contramão e ainda não sentiram nenhuma queda no comércio, que abastece não só a capital paulista, mas também, comerciantes de todo o Brasil. Dois meses após o estouro da crise, as vendas de Natal e as roupas de Ano Novo surpreenderam a qualquer um que se assustou com o anúncio da crise. De acordo com a Câmara de Dirigentes dos Lojistas do Bom Retiro (CDL), houve um crescimento, em 2008, de 8% nas vendas, no período natalino, com relação a mesma temporada de 2007. Vale destacar que, 70% das lojas do bairro pertencem as famílias coreanas e dos 1.000 fabricantes existentes no local, 840 são comandadas pela comunidade. “Aqui ainda não houve crise. Nenhum dos lojistas relatou qualquer queda até agora”, afirma Pedro Lee, diretor da Câmara de Comércio e Indústria Brasil – Coréia, que congrega mais de 3 mil associados entre pequenas, médias e grandes empresas. “Talvez, a própria crise tenha favorecido o mercado, fazendo com que as pessoas presenteassem familiares e amigos com roupas”, arrisca. E mesmo agora, neste momento em que as lojas entram em liquidação de toda a coleção de verão para, logo após o Carnaval, encher as vitrines com a moda outono-inverno, a expectativa é que haja um crescimento de 2%, com relação a mesma data do ano passado, segundo a CDL. Mas nem com esse cenário favorável, a comunidade coreana pode respirar aliviada. Ao mesmo tem- po em que comemoram a ascensão, anseiam para saber como será o comportamento dos consumidores nos próximos meses. O medo da recessão paira pelos empresários da área. Lee afirma que o grande teste do enfrentamento da crise deste primeiro semestre de 2009 será nas vendas do Dia das Mães, pois, a data esperada costuma apresentar bom desempenho ao setor. “Agora, os comerciantes se preparam para uma logística bastante eficiente para evitar os prejuízos, mesmo que até agora, a saída de produtos tenham ido bem e a condição interna ainda seja muito adversa do exterior”, explica o diretor. Isso porque, o mercado da moda é sazonal. Os investimentos são feitos bem antes de irem para as vitrines, tendo de apostar nos estudos de previsão. O grande desafio para o setor será manter o crescimento, de acordo com Lee, estimado em 12% ao ano. Um número admirável, em vista da visão geral do setor, que apresenta crescimento de 10,29% do comércio varejista de tecidos e vestuário, até outubro (na projeção anual deve ficar em 10,5%), uma indicação clara da importante participação dos importados no mercado interno durante o último ano, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT). No que depender da estrutura profissional, os coreanos terão a chance de passar pela fase sem quedas, uma vez que, cada vez mais as botiques do Brás e do Bom Retiro investem em fazer moda. Estilistas viajam ao exterior a fim de buscar informações e tendências da moda dos grandes pólos mundiais como Paris e Nova York, trazendo para cá os modelos adaptados aos brasileiros. 56 click 57 JCI Brasil-Japão A JCI Brasil-Japão promoveu, no dia 16 de fevereiro, a cerimônia de posse da gestão 2009. Na presidência, assume Rogério Kita, no lugar de Márcio Yochem. Para o novo presidente, a gestão é um desafio e “2009 será um ano de superação”, indicando que “a crise também poderá se constituir na grande oportunidade para o crescimento”. Formado em Ciências Contábeis, pós-graduado em Controladoria, é atual diretor da NK Contabilidade e professor universitário. sil-Japão da JCI Bra 9 0 0 2 o tã Ges e a por lideranças Mesa compost comunidade autoridades da Marcio Yochem passa o “pin” presidencial a Rogério Kita Mahikari A Sukyo Mahikari realizou, no dia 08 de fevereiro, sua tradicional cerimônia mensal. Com a presença de autoridades, o encontro mostrou aos presentes alguns dos conceitos e palavras da Mahikari. discurdurante a it K io r Rogé osse so de p William W o Floriano Pe o, Hiroshi Katayama, saro e Ush itaro Kamia . click 58 Interior U ma comitiva formada por lideranças do Bunkyo e da comunidade visitaram as cidades de Lins, Presidente Prudente, Bastos, Osvaldo Cruz e Promissão no fim de janeiro. O intuito era divulgar as ações da entidade e obter mais informações sobre projetos e idéias que podem se alinhar com o Bunkyo. Ao final, o resultado foi positivo: tanto as associações do interior quanto o Bunkyo reforçaram o interesse de trabalharem juntos. Em Bastos, diretores da Ac enba recepcionaram lideranças do Bunkyo e da comunidade sam idente Prudente po Lideranças de Pres tantes de São Paulo en para foto com repres O secretá rio-g projeto de eral do Bunkyo, Ed uard integração digital, de o Nakashima, exp nominado li Bunkyone ca t a, Sumico iro Maruyam ntro H , ki o A ko ie enco ori, Ch Hiroshi Kom uardo Sakamoto durante d E e se o ir H Karaokê A cidade de Campinas, no interior paulista, foi palco do 15° Concurso de Karaokê do Estado de São Paulo, no começo de fevereiro. Durante três dias, centenas de cantores subiram ao palco para cantarem tradicionais canções japonesas. Ao final, a grande campeã foi a jovem Lilian Tangoda, cantora que já faturou diversos títulos nacionais. A grande campe ã, Lilia o troféu do mae n Tangoda, recebeu stro Shoiti Shim ada Fábia Miyasa ki goda durante , Luis Yabiku e Lilian Ta ncerimônia d e premiação click Dragon Boat A cidade de Santos recebeu a primeira edição do Dragon Boat, embarcação típica da China e que vem ganhando espaço em vários países do Mundo. A JCI Brasil-China participou ativamente do evento, mobilizando diversas pessoas. Cada embarcação mede 12,4 metros (com 1,16m de largura), pesa 250 quilos e alcança velocidade média de 22 km/h. (Fotos: W.Lee) Mascote chinês anim ou público durante even o to icou o prêmio Tangoda ded n lia Li , a d a n Emocio migos à família e a ram m mostra é b m ta s re As mulhe ho durante a prova empen O represen ta Wynner K nte da JCI Brasil-Chin enkok Ng, na premiaç a, ão A bela Ma riana Ka da catego taoka, campeã ria Juvenil 59 60 eventos Eventos de animê agitam o final do ano O final de ano foi agitado para os fãs de animê e mangá. Pelo menos três grandes eventos do gênero agitaram o Brasil, cada um a sua maneira e com suas peculiaridades. Para começar, no dia 06 de dezembro, Steel Brothers - Live in SP ocorreu em São Paulo, o show “Steel Brothers – Live in SP”, organizado com a marca Yamato Music Station. A apresentação contou com o astro Hironobu Kageyama, cantor original de mais de 800 músicas relacionadas a trilhas de animês e tokusatsus como “Changeman”, “Dragon Ball Z” e “Os Cavaleiros do Zodíaco” com seu fiel companheiro Masaaki Endoh interprete de temas de “Street Fighter II Victory” e “Cowboy Bebop”. Com eles no palco estiveram músicos de renome no país Marcell Cardoso (baterista do Karma), Fabrízio Di’Sarno (tecladista do Shaman),Sergio Gorini (guitarrista do Temblor) e Ricardo Strani (baixista do Temblor). Já nos dias 13 e 14 de dezembro, a festa rolou solta com os fãs cariocas de animês. O Rio de Janeiro sediou a quarta edição do evento Anime Family, a maior convenção de aniRessaca Friends 2008 mês, mangás e videogames do Rio Texto: David Denis Lobão / Imagens: Divulgação de Janeiro. No total mais de 13 mil pessoas estiveram presentes para acompanhar o show dos cantores Hironobu Kageyama e Masaaki Endoh, além de outras atrações variadas como um concurso de cosplay que valia vagas para três importantes competições do Yamato Cosplay Cup, o YCC Individual, YCC Grupos e YCC Duplas. A festa continuou com o concurso de animekê, que classificou sua vencedora para o Animekê Show, cuja final ocorre em São Paulo no Anime Friends e premia o vencedor com uma viagem ao Japão. Para completar as atrações, a presença de quatro grandes dubladores: Denise Reis (Sailor Marte de “Sailor Moon”), Patricia Scalvi (Sophie de “O Castelo Animado”) e as vozes de Lester e Beakman de “O Mundo de Beakman” Carlos Silveira e Flávio Dias. E nos dias 20 e 21 de dezembro, já próxiAnime Family 2008 mo ao natal, o papai Noel literalmente foi ao encontro dos fãs no Ressaca Friends, o último evento de animês do ano, em São Paulo. Com diversas novidades como os concursos “Desafio Cosmaker” e “Desfile Natalino de Cosplay”, a convenção também foi a primeira do gênero no país a contar com a apresentação de uma peça profissional de teatro, o espetáculo “Ontem foi Nunca”, dirigido por Ariane Moulin. Os admiradores dos desenhos e quadrinhos japoneses encerraram o ano com chave de ouro, uma grande confraternização que contou com bandas, brincadeiras e presentes entregues no palco de hora em hora. Yamato Music adia show do grupo Kagrra no Brasil Por David Denis Lobão e site www.yamatomusicstation.com.br / Imagens: divulgação A empresa Yamato Music adiou o show do grupo japonês Kagrra, previsto para ocorrer no dia 22 de fevereiro, em São Paulo. Após publicar uma nota sobre o adiamento do espetáculo em seu site, a organização lançou um ‘hotsite’ com informações sobre como vai ocorrer o show no Brasil. Até o fechamento desta edição, a Yamato Music estava negociando uma nova data para o show com a PSCOMPANY, empresa que agencia o grupo no Japão. Eles acompanharam todo o processo que acarretou no adiamento do espetáculo e lamentaram o ocorrido. O show acabou não ocorrendo porque o visto dos músicos não foi liberado no tempo esperado. A empresa explica em comunicado oficial “Dentre as diversas atribuições relativas à produção e promoção do show, há o delicado trabalho de requerimento dos vistos dos artistas, ou seja, a autorização para que os artistas possam entrar no nosso país. A Yamato iniciou todos os procedimentos necessários, como é praxe, para a obtenção do visto. No entanto, nesta última semana nos foram feitas exigências que não poderiam ser cumpridas para a emissão dos vistos antes da partida da banda do Japão. Tentamos todos os meios legais para conseguir a obtenção do visto dentro do prazo, mas entendemos que todo processo importante como este tem uma burocracia a ser obedecida. Não nos restou outra opção a não ser remarcar este show para uma nova data”. Enquanto as novas informações não são confirmadas, a Yamato Music recomenda a todos que permaneçam com seus ingressos. Para quem quiser o reembolso do valor dos ingressos, o processo será simples e sem nenhum custo adicional. Quando a nova data for anunciada, quem quiser já poderá trocar seu ingresso antigo pelo da nova data, também sem qualquer encargo. A lista VIP atual será mantida, e novos nomes poderão ser chamados. A lista de espera também será mantida. vitrine 61 62 animê “One Piece”: Sucesso no SBT e nos DVDs A série já era muito esperada e cultuada antes mesmo de sua estreia no Brasil, agora com sua exibição no SBT virou uma verdadeira mania. A animação japonesa, “One Piece” conquistou os brasileiros primeiro na TV paga, pelo canal Cartoon Network, e agora chega à rede aberta se firmando junto com “Naruto” como os principais animês do momento na emissora de Silvio Santos. Outro grande trunfo foi o lançamento no ano passado, com os primeiros DVDs de “One Piece” no país. Já que ele é um dos desenhos mais famosos que existe atualmente no mundo, com milhares de fãs nos Estados Unidos, Europa e Japão. Infelizmente, os volumes apresentam apenas três episódios em cada, mas a pessoa poderá escolher entre assistir os episódios legendado sem cortes ou dublado. O lançamento da PlayArte também peca por ser em volumes individuais e não em Box colecionável. A chegada de “One Piece” na TV brasileira também veio recheada de polêmicas, pois assistimos a versão feita para os telespectadores americanos e não a original japonesa. Na versão censurada nos Estados Unidos, o animê teve algumas adaptações, como o cigarro de um personagem sendo substituído Por David Denis Lobão e Felipe Marcos digitalmente por um pirulito, para evitar o incentivo do fumo entre os jovens. Tudo bem, mas e a história? “Meu maior tesouro, One Piece, está no final da Grande Rota”, esta foi à derradeira declaração de Gold D.Roger, o Rei dos Piratas, antes de sua execução. A frase foi o suficiente para despertar os instintos de todos os piratas dos sete mares, partindo alucinados em busca deste misterioso prêmio. Um prêmio que ninguém sabe o que pode ser, afinal de contas. Na história, você conhece o mais cômico time de piratas, liderados pelo capitão Monkey D.Luffy e cuja tripulação é formada pela navegadora Nami, o cozinheiro Sanji, o espadachim Zoro, o atirador Usopp, o médico Chopper e a arqueóloga Robin. A história também mostra muita aventura e ação sem limites com um tempero de bom humor típico dos desenhos animados japoneses modernos. Muitos produtos devem ser lançados em breve com a marca da série, já que “One Piece” é um sucesso, registrando preciosos pontos no Ibope para o SBT e garantindo assim uma excelente audiência todas as manhã para o programa “Bom Dia e Cia.”, onde é exibido por volta do meio-dia. mangá e tokusatsu Volta às aulas com muito mangá! M ães e pais preparem-se, nos meses de fevereiro e março a maioria das escolas públicas e particulares voltam às aulas e com isto volta o corre corre, o trânsito, os atrasos. Isto porque cada vez mais atividades são oferecidas às crianças, como natação, judô, inglês, japonês e até mesmo curso de mangá. Com a popularização dos quadrinhos japoneses no Brasil, a procura por cursos de desenho no estilo mangá ficou maior. E com a crescente de- manda também aumentou o interesse das escolas pelo tema, colocando-os como pauta de aulas de educação artística. Neste caso o Colégio Santa Amália foi mais longe e pensando nos seus alunos, abriu espaço para um curso de mangá. As aulas são semanais e ocorrem em dois dias, terças-feira à tarde (14:00 às 15:30) com a professora Bianca Lucchesi e quarta à noite (17:45 às 19:15) com a mestra Bárbara Linhares. Mas existem casos mais específicos, como da Areae, uma escola especializada no ensino da técnica de mangá, que também oferece cursos de lápis de cor e aquarela, com professores renomados como Diogo Saito, que já ganhou um troféu Ângelo Agostini de melhor colorista. Para facilidade dos pais que desejam que seus filhos aprendam a arte de desenhar quadrinhos japoneses, ou para os jovens que querem se profissionalizar neste estilo de arte, a escola oferece três horários (manhã, tarde e noite) de segunda a sábado. São no total três unidades da Areae. A matriz Liberdade, que fica na rua da Glória, 279 - cj. 55 63 Texto: Ida Telhada / Fotos: Divulgação (telefone: 3207-7624), a filial Santa Cruz localizada na rua Loefgreen, 934 (telefone: 5084-5074) e uma unidade em São Bernardo do Campo, a AreaE - Rudge Ramos, presente na rua Uberaba, 44 (telefone: 4368-9173). Sem dúvida a arte japonesa está cada vez mais presente no Brasil, seja nas artes marciais, nos espetáculos, nos eventos de animê e porque não, nas aulas de mangá, um hobbie sadio e divertido para todas as idades. As maravilhosas mulheres que escrevem sobre seriados T Texto: David Denis Lobão / Imagens: Divulgação odo mundo tem seus ídolos. Para muitas meninas no entanto, faltavam heroínas que as inspirassem nos anos 60 e 70. Muitas vezes relegadas ao segundo plano, aos poucos foram ganhando destaque e os seriados japoneses tiveram um papel importante para que isto ocorresse. Em “Changeman”, Sayaka Nagisa (Change Mermaid) se mostrava à verdadeira heroína, a mulher forte que os anos 80 esperava após a revolução sexual da década anterior. Sempre pronta para uma missão, era valente e estava pronta a liderar o grupo quando preciso. Já em outro seriado nipônico, “Flashman”, Sara (Yellow Flash) era a real protagonista da história. O público percebeu isto nos últimos capítulos quando foi revelado que ela era a criança desaparecida que comandou toda a trama. Mas foi nos anos 90, que chegou ao Brasil o maior ícone das heroínas japonesas, estamos falando de “Patrine”. Criado pela Toei Company em 1990, teve no total 51 episódios, exibidos no Brasil pela extinta TV Manchete. Na história, a jovem colegial Yuko Murakami (Sayuri no Brasil) recebe de um estranho velhinho o poder de se transformar na Estrela Fascinante Patrine, a fim de proteger a paz na cidade. Na verdade, esse velhinho é o deus da cidade e dita a ela a seguinte condição: ela não deve revelar sua identidade secreta a ninguém, sob pena de ser transformada em um sapo. Vivida pela atriz Yuko Murakami e dublada por Marli Bortoletto (a voz da Sailor Moon), a pequena logo virou moda e inspirou muitas meninas. Recentemente a jornalista Fernanda Furquim lançou o livro “As Maravilhosas Mulheres das Séries de TV”. “O livro surgiu da idéia de mostrar a evolução da mulher nas séries de TV. Em entrevistas a jornais americanos, atrizes como Meryl Streep e Glenn Close apontavam a TV como um dos veículos atualmente que vem se dedicando mais a explorar o perfil feminino em suas histórias. Então, procurei traçar uma evolução do perfil feminino das séries estreladas por mulheres. Quem são estas personagens, quais foram suas conquistas, mudanças de pensamentos e de comportamentos, como refletiram na telinha as mudanças sociais que as mulheres sofreram na vida real. Essa é a ideia do livro”, explica Fernanda, uma maravilhosa mulher real que escreve sobre as mulheres maravilhosas da ficção. 64 game Zeebo, vem aí um novo console no Brasil A Texto: Tom Marques ([email protected]) / Imagens: Divulgação Tectoy anunciou o lançamento do Zeebo, previsto para chegar às lojas no primeiro trimestre deste ano, o novo console pretende por fim à pirataria com um revolucionário modelo de comercialização de jogos. O console já é esperado com grande entusiasmo pelos grandes publishers do mundo pelo seu fato diferencial de não haver mídia física dos jogos, que serão disponibilizados a partir de downloads feitos pela rede ZeeboNet 3G. O jogador não precisa usar um modem especial, ter acesso à banda larga ou pagar qualquer mensalidade. Basta ligar o console na TV. O Zeebo automaticamente conecta-se à rede wireless ZeeboNet 3G, que é totalmente gratuita e disponível onde há cobertura 3G no país. “Este modelo de negócio é totalmente inovador e trata-se da primeira iniciativa realmente antipirataria do mercado de games”, afirma Fernando Fischer, CEO da Tectoy em release distribuído pela empresa. O console será produzido inicialmente para o Brasil na fábrica da Tectoy em Manaus (AM). Em seguida, será ofere- cido para licenciamento em outros países, com foco especial nos mercados emergentes. “O Zeebo é um projeto global que envolveu empresas de sete diferentes países: Brasil, Estados Unidos, Argentina, China, Israel, Japão e França”, completa Fischer. No Brasil, o Zeebo será lançado com seis jogos instalados – Action Hero 3D, Treino Cerebral, Prey Evil, Quake e mais dois jogos de um grande ‘publisher’. Além desses títulos, o catálogo inicial do Zeebo conta com mais de dez jogos, todos desenvolvidos para essa plataforma e que custarão a partir de R$ 10,00. Um importante diferencial é que todos serão em português. “Estamos trabalhando com franquias de renome, mundialmente famosas, como Activision, Sega, Namco, Capcom entre outras e a adesão desses players confirma como nosso projeto é inovador”, comemora Fischer. A empresa garante que este é apenas o começo. Em 2009 serão mais de 50 jogos. vitrine 65 66 VELHOS CARNAVAIS J opinião ovens endinheirados e ávidos por emoções fortes por certo irão para que ocupavam os carros, roubando-lhes as bisnagas. a Bahia, velhos aposentados irão curtir as saudáveis estâncias climáti- Já em São Paulo, no início dos anos 70 e em plena juventude, passei a brincas, as praias com certeza estarão lotadas de gente de todas as idades, car o carnaval somente nos bailes de salão. E era muito carnaval. Só na capios sítios nos arredores das metrópoles serão tomadas por famílias inteiras, tal havia 6 a 7 bailes carnavalescos promovidos por entidades nikkeis: Clube mas a maioria vai ficar mesmo é sentada no sofá, vendo pela televisão os Piratininga, Anhanguera, Paratodos, ACREC, Clube Santos da Vila Prudente, intermináveis desfiles das escolas de samba. É desta forma que o povo curte Bunka (promoção do ARCENT) e Clube Atlético Ypiranga. E cada um tinha lá o carnaval nos dias de hoje. Mas nem sempre foi assim. Há mais de 30 suas características. No Paratodos era um pessoal mais velho e a animação anos atrás os quatro dias de folia eram ansiosamente aguardados e, exceto era mais contida; no Piratininga quem era de fora não era bem recebido, os padres e alguns poucos cidadãos de moral muito rígida, todo o resto da a panela do clube tomava conta do salão; no Anhanguera havia gente de população queria mesmo era extravasar toda a sua alegria, brincando como todos os tipos, principalmente os da periferia oeste da cidade; já o carnaval criança, bebendo um pouco acido Santos da Vila Prudente era ma da conta, fantasiando como famoso pelas meninas okinanos filmes e revistas, os homens wanas, morenas, bonitas e gra“São sinais dos tempos, a alegria fabricada e embalada ciosas, chamariz para os foliões ousando nos galanteios às mulheres e estas ousando nas roude toda a cidade; o Carnaval do pelos bate-estacas acabou vencendo a folia natural. pas e fantasias. Os costumes e CAY era da elite nikkei do centro Sorte nossa que vivemos os velhos carnavais e temos da cidade e os do Bunka e da os padrões morais eram outros, o relacionamento entre as pesACREC não empolgaram muito tantas histórias de alegria autêntica para contar” soas durante o resto do ano era e tiveram vida curta. Era tanta mais respeitoso e protocolar, vontade de pular o carnaval que assim o carnaval servia como só os quatro dias não eram sufiválvula de escape. cientes. Alguns clubes já começavam na sexta e todos ainda faziam “o grito” Na minha infância, na Marília dos anos 60, a criançada curtia três carnavais. e “o baile da ressaca”. Com o passar dos anos, e sem muitas explicações, os O primeiro acontecia na vizinhança. Já no final de janeiro, as bisnagas eram foliões foram rareando, os bailes diminuindo e durante muitos anos somente as armas usadas na guerra de água entre a gurizada da vizinhança. Os mais o Anhanguera Nikkei Clube resistiu heroicamente (mas parece que também abastados preparavam a fantasia, gente simples como eu tinha outra preo- sucumbiu). cupação, decorar as marchinhas recém lançadas, porque todo ano tinha de São sinais dos tempos, a alegria fabricada e embalada pelos bate-estacas 5 a 6 músicas novas. E a gente acompanhava também o ensaio da escola de acabou vencendo a folia natural. Sorte nossa que vivemos os velhos carsamba do bairro, coisa simples que não reunia mais de cem foliões entre ba- navais e temos tantas histórias de alegria autêntica para contar. Será que tuqueiros, passistas e componentes de alas. O segundo carnaval era curtido nossos filhos terão tanto para contar aos seus netos??? no salão do Esporte Clube Mariliense, antecessor do Nikkei Clube de Marília, que realizava dois bailes infantis, com banda, decoração e muita farra e onde aconteceram as primeiras trocas de olhares com as menininhas. O terceiro Nelson Fukai é engenheiro, carnaval, e com certeza o mais divertido, era o corso de carros pela avenida escritor e analisa questões do Sampaio Vidal, a principal da cidade. Devidamente abastecidos de baldes presente e passado da comude água e outras munições pouco recomendáveis (sangue de boi, xixi, água nidade nipo-brasileira. E-mail: lamacenta, etc), saíamos na carroceria da camionete da família, prontos [email protected] para a guerra com os foliões pedestres. Em outros dias, com a turma da rua e como folião pedestre, ficávamos a espreita em esquinas escuras onde o corso era obrigado a passar lentamente, para surpreender crianças ingênuas 68