Telescópios - Astronomia

Transcrição

Telescópios - Astronomia
Telescopios (Cap. 6)
AGA215
• Astronomy: A Beginner’s Guide to the Universe, E.
Chaisson & S. McMillan (Cap. 3)
• Introductory Astronomy & Astrophysics, M. Zeilek,
S. A. Gregory & E. v. P. Smith (Cap. 9)
• Apostila, J. Gregorio-Hetem, V. Jatenco-Pereira, C.
Mendes de Oliveira
(www.iag.usp.br/dalpino/aga215
•
Agradecimentos Jane Gregorio-Hetem
TELESCÓPIOS & INSTRUMENTOS
• Telescópios Ópticos
Conceitos Básicos
Refratores e Refletores
Novas Gerações
Detetores
• Rádio-telescópios
• Astronomia Espacial
O que define a qualidade das
observações?
Objetos distantes e pouco luminosos
requerem:
• poder de resolução (melhor nível
de detalhamento)
• sensibilidade (maior quantidade de
radiação coletada num menor tempo
de exposição)
 Telescopios:
grandes
áreas
coletoras
Definição de ganho de um telescópio com
relação a outro
O brilho observado: diretamente proporcional à área
da superfície coletora  D2 (diâmetro do espelho do
telescópio)
•  Diâmetro  Ganho 
•  Diâmetro  texposição 
Ex.: telescopio A: D = 4 m
BA  DA 

 
BB  DB 
t A  DB 

 
t B  DA 
2
=G
2
telescopio B: D = 1 m
em tA= 3,75 m  A produz imagem = B em tB = 1 h (t de exposicao 16 x >)
Fatores limitantes da qualidade
das observacoes –
Efeitos da atmosfera terrestre
• difração
• (seeing)
• absorção (Janelas atmosféricas)
Difração
Quando feixe incide no D
coletor do telescopio: luz é
dispersa diminuindo
concentracao do feixe 
perda de resoluçao da
imagem
Separaçao angular minima
que pode ser distinguida por
telescopio (vimos no
Cap.4.!):
Para diâmetro D =1m
•  = 400 nm (otico)  min = 0.1”
•  = 10 m (IV)
 min = 2.0”
onde: 1 rad = 206265”
RESOLUCAO ANGULAR do
telescopio:
206265 λ
θ
D
em [“]
Difraçao
Duas fontes de brilho
comparável são observadas
com mais clareza à medida
que a resolução angular
melhora.
As fontes podem ser
discernidas somente com um
telescópio de poder de
resolução adequado.
Difraçao
• Galaxia de Andromeda obs. com diferentes
resolucoes angulares: (a) 10’, (b) 1’, (c ) 5” e (d)
12”
Seeing
Resoluçao angular é diminuida
ainda + por turbulencia
atmosferica  luz sofre refraçao
na atmosfera: que altera direcao
do feixe
Seeing (medida da turbulencia
atmosferica): é o termo que se
usa para expressar o efeito da
atmosfera na desfocalização de
imagens.
Para melhorar o seeing:
•
> Altitude
•
Clima seco
•
Afastado de cidades (<
poluicao e < luz)
 Seeing muito bom ( ~ 1”)
ESO - La Silla (Andes Chilenos)
Absorção causada pela atmosfera terrestre
Janelas na Atmosfera Terrestre: na superfície - somente pode ser
detectada radiação das janelas no óptico, em partes do infravermelho
e em rádio
Astronomia Espacial: para os casos em que atmosfera é opaca (raiosgama, raios-X e UV): detectados com equipamentos em avioes, baloes e
satelites.
HST (Hubble Space Telescope)
D = 2,4m
Colocado em
orbita em 1990:
min = 0.05” (no
optico)
 Visao do Universo: 20 x > que qualquer
telescopio grande no solo!
HST (Hubble Space Telescope)
Imagem de um aglomerado de
estrelas na NM:
(a) com 1 telescopio na
superficie; (b) com HST antes do
reparo; (c) com processamento
de computador; (d) após reparo
de defeito no espelho em 1994.
visível
infravermelho
ultravioleta
Observando a radiação do Sol em muitas freqüências
notamos que o pico se encontra na parte visível do
espectro e que ele emite muito mais no infravermelho do
que no ultravioleta.
TELESCÓPIOS ÓPTICOS
• Função: coletar e concentrar a radiação
proveniente de um astro  feixe localizado.
• Telescopios opticos: desenhados para coletar
luz visivel
• A concentração de luz em um foco pode ser
obtida por um:
– espelho = telescópio refletor
– ou por uma lente = telescópio refrator
Refração e Reflexão da Luz
Telescopio refletor:
usa um espelho
curvo para
concentrar o feixe
de luz no foco
Telescopio refrator:
usa lente para
focalizar imagem
do feixe
Conceitos Básicos
• Razão Focal:
f=F/D
 comprimento focal /diâmetro
do espelho
F
Ex. 1:
F=1m; D=20cm
F
1

5
D 0,2
Ex. 2: 1 telescopio com
Rf= 13 e D = 60 cm:
Distancia Focal:
Notação Rf = “f/5”
F= 13x 60 cm = 780 cm
Conceitos Básicos
• Escala de Placa: determina tamanho linear de
imagens de objetos extensos:
1 rad (em graus) / comprimento focal
Ex: f/13; D=60cm 

F
 13  F  13x60  780cm
D
Escala = 57,29o / 780 cm = 0,07o/cm
1 rad
Tipos de Telescópios
Os de maiores espelhos têm diâmetros da ordem de 10 metros.
Os de maiores lentes têm 1 metro de diâmetro.
Refletor x Refrator
• Os refletores são os mais usados: mais praticos e
economicos pois + facil produzir e lidar com espelhos
grandes que lentes grandes
• Desvantagens das lentes:
– peso
– aberração cromática: lente decompoe a luz como num
prisma e focaliza diferentes λs em pontos diferentes –
causando defeito na imagem
– Polimento: duas faces, enquanto espelho somente em
uma face
 Maior telescopio refrator (D ~ 1m)  Obs. Yerkes
(desde 1897), enquanto que maior telescopio refletor: D =
10 m
Telescópios Refletores
Principais tipos de focos utilizados na construção de telescópios refletores.
Telescópios Refletores
(b) Newtoniano: luz interceptada
por espelho secundario antes de
atingir foco primario – defetida de
90° para ocular na lateral (comum
em telescopios pequenos)
(c) Cassegrain: quando se faz
necessario acoplar outros
instrumentos ao telescopio
(detetores de grande porte) :
montagem no foco Cassegrain –
espelho secundario reflete a luz
para tubo abaixo atraves de
pequeno buraco na lente
primaria
(d) Coudé (cotovelo em frances): luz refletida pelo espelho secundario è
interceptada por 3° espelho que a desvia para uma sala com varios
equipamentos + pesados (que nao poderiam ser colocados num foco
Cassegrain)
Telescópio SOAR: Coudé
Novas Gerações de Telescópios
• Grandes espelhos monoliticos: estrutura
muito fina: em colméia
– Múltiplos pontos monitorados para manter a forma
do espelho: óptica ativa
Ex. Telescopio Gemini
Telescópio Gemini
Gemini Sul – Cerro
Pachon (Chile)
D = 8m, espessura = 20 cm
Novas Gerações de Telescópios
Espelho em mosaico: segmentado
Ex: Keck de 10 m de diâmetro  mosaico
formado por 36 telescópios de 1,8m de diâmetro
cada (hexagonais)
Observatório Mauna
Kea
(a) Observatório localizado no Havaí (4 km altitude). Os domos abrigam
telescópios diferentes.
(b) Destaque para o telescópio Keck de 10 m de diâmetro: composto de
um mosaico de espelhos hexagonais (Note o técnico no centro)
novas técnicas
• óptica ativa: são efetuados contínuos ajustes para
evitar deformidades
Com optica ativa: Keck   = 0,25”
• óptica adaptativa: deforma a forma da superficie do
espelho (por computador) para anular os efeitos da
turbulencia atmosferica  melhora no seeing (<< 1”)
Optica Ativa
Imagem de 1
aglomerado de
estrelas:
(a) sem
(b) com optica ativa
Optica Adaptativa
(a) lasers checam a
atmosfera acima do tel. e
retornam informacao ao
computador que modifica o
espelho milhares de
vezes/segundo para
compensar pelo seeing
pobre (projeto star wars)
(b) Estrela Procyon:
sem (imagem borrada de
varios “ de arco)
com optica adaptativa ( =
0,2” !)
Grandes Telescópios
VLT (Very Large Telescope)
• 4 telescópios: D = 8,2 m cada  suportes
independentes  Operação individual ou em conjunto
área coletora equivale a 16,4m de diâmetro.
MMT (Multi-Mirror Telescope)
• 6 telescópios de 1,8m cada

Hexágono  Luz é levada a um foco comum
MMT
Esquema mostrando o caminho óptico de dois dos seis telescópios
do MMT. Um telescópio guia de 76 cm é utilizado para alinhamento
do MMT (+ tarde substituido por único telescopio de D= 6,5m)
PROCESSAMENTO DE IMAGENS
Imagens de uma
galáxia obtidas em
épocas diferentes.
Uma supernova
destaca-se na
segunda imagem.
Como se faz o
estudo e a
comparação de
diferentes imagens
astronômicas?
Processamento de Imagens - Detetores
Computadores: controlam telescopios hoje,
imagens e dados sao lidos e manipulados
por programas de computador
Fotografias: bem pouco usadas hoje como
detetores no telescopio
Detetores eletronicos CCD
(charged coupled devices):
pastilha de silicio com varias
celulas sensiveis a luz =
pixeis num arranjo
bidimensional
Luz atinge pixel: 1 carga
eletrica è liberada
leitura eletronica da carga
em cada pixel: computador
reconstroi imagem
(a) CCD; (b) CCD montado no foco de 1
telescopio
quantidade de carga :
proporcional ao n. de fotons
incidentes em cada pixel
Processamento de Imagens - Detetores
CCD: um arquivo de dados é representado por uma matriz de
números:
0 0 0
0 0 0
0 0 50
0 64 112
0 0 106
0 0 0
0
80
108
109
113
0
0
90
132
130
52
0
0 0 0
75 0 0
100 66 0
166 120 50
112 116 0
0 0 0
0
0
0
0
0
0
Cada número corresponde ao brilho de uma parte do céu na
imagem.
Fotometria: Sistemas de Filtros
Cada filtro:
permite a passagem
apenas dos fótons em uma
dada faixa de
comprimentos de onda
Ex:
com o filtro B (azul):
o máximo está entre 4000
a 4500Å
(1Å = 10-8 cm)
Perfil padrão dos filtros UBV, indicando o máximo de
resposta nos diferentes comprimentos de onda
Radiotelescópios
A emissão de ondas rádio ( ~ 10-3 a 103 m) pode ser
coletada por antenas parabólicas e levadas a um receptor.
Arecibo (antena com 300 m de diâmetro)
Radiotelescopios
• Coletor de ondas rádio
• Tipo mais comum: refletor parabólico ondas
de radio levadas ao foco onde se localiza
antena: coleta energia e alimenta o
receptor
• Contrariamente a telescopios opticos que
podem coletar todos os λs visiveis: cada
radiotelescopio so banda estreita (so 1
canal de frequencias)
IRAM
Plateau de Bure
(França)
Antena de 30 m
Radiotelescopios
• Resolucao angular pobre:
 = λ/D
λradio = 106 λoptico
  grande
Melhor resolucao que se consegue com RT:
 min = 10” (>10x pior que tels.
opticos)
Ex.: RT de Green Bank possui D= 43 m
Para λ= 1 cm
  min = 1’ !
Dai a necessidade de os pratos coletores: D bem
grande (Arecibo: D=300 m)
• Imagem da nebulosa de Orion
no optico superposta por mapa
em radio (linhas):
Resolucao no optico: 1”
Resolucao em radio: 1’
Vantagens dos RTs
• Muitas fontes emitem fracamente no visivel e
fortemente em radio e os RTs as tornam
observaveis
• Muitas fontes inobservaveis porque luz visivel é
fortemente absorvida por poeira interestelar – sao
observaveis em radio: ex. centro de nossa galaxia
• RTs sao bem sensiveis – detetar radio fontes bem
fracas e distantes com tempos de observacao curtos
se os pratos coletores tiverem Ds grandes
Rádio-interferômetros
Esquema de um interferômetro de duas antenas
Diametro efetivo do interferometro (D) = distancia entre os
pratos mais distantes do arranjo
Quanto maior D (linha de base): melhor o poder de resolução
VLA (Very Large Array): o arranjo das 27 antenas (com
25m de diâmetro cada) dispostas sobre trilhos em
forma "Y" formando o VLA.
VLA (Very Large Array)
• 3 fileiras formando um “Y”, com 27 antenas (com d= 25 m
cada).
• Arranjos de 1 a 35 km, p/  = 1,3 a 21cm
• Resolucao angular:  = alguns “ (comparavel a de
imagens oticas)
• Bom para mapear galaxias distantes que são radiofontes intensas
(a) Imagem VLA da galaxia M51 ( = alguns “)
(b) Imagem otica com telescopio de D=4 m
VLBI (Very Long Baseline Interferometry)
Interferometria utilizando dados de RTs
colocados em vários pontos da superfície da
Terra:
D = distancias intercontinentais com grande
precisão no tempo de observação:
 = 0,001 “ !
Astronomia Espacial
Os comprimentos de onda correspondentes ao
IV e às altas energias (raios , raios X,
ultravioleta), são absorvidos na ionosfera, a
uma altitude de 100 km
detectados em equipamentos a bordo de
balões, aviões e satelites
Satelites usados no Infravermelho
e Microondas
• IRAS (InfraRed Astronomy Satellite)
cobertura do ceu completo
• MSX maior sensibilidade e resolucao
• COBE (Cosmic Background Experiment)
mapeamento da radiação de fundo
•
•
•
IRAS: possui telescopio IV com D= 0,5 m e  < 30” (λ = 10 –
100 m)
(a) imagem com IRAS da nebulosa de Orion
(b) imagem no optico da mesma regiao
Satélites utilizados nas altas
energias
• raios-X: satélites pioneiros Einstein (início dos anos 80)
e ROSAT (início dos anos 90)
Atuais: XMM, Chandra
• raios gama: GRO (Gamma Ray Observatory) lançado
em 1991 (atualmente novo: FERMI/NASA)
• raios ultravioleta:
– IUE (International Ultraviolet Explorer) lançado em
1987
– HST: embora optico, tambem captura radiacao UV
(1990)
Telescopios da altas energias
•
•
Tecnologia bem distinta para detectar λs de raios-X e gama:
pois sao bem menores
Nao podem ser refletidos ou absorvidos: pois atravessam
materiais
Raios-X
incidentes
Raios-X: se tocam superficie apenas marginalmente – podem
ser refeltidos e produzir imagem
Imagem raio-X de
Orion
obtida com ROSAT:
satelite lancado em
1991 (operou 2
anos):
+ sensivel que o
Einstein
– sensivel que o atual
CHANDRA
• Raios gama:
Telescopios gama atuais: apontam em
uma direcao e CONTAM os fotons
recebidos
“Imagem” gama obtida com o GRO
(lancado em 1991) (cor falsa): de 1
burst gama ocorrido no nucleo de
galaxia distante
Satelite FERMI - NASA
Raios Gama: lancado em 2008
Telescopio Fermi no Espaco
Anticoincidence shield
to reject cosmic rays
Silicon strip detector tracker
➜ photon direction
Calorimeter
➜ photon energy
10 MeV - 100
GeV
~1 m2 detection area
Angular res. 5o (100MeV) - 0.25o(GeV),
Telescopios Cherenkov:
Detectam raios gama na
Terra!
Como?
Por radiacao Cherenkov
(UV)
imagiamento da cascata
geometria ➜ direção do fóton
intensidade ➜ energia do fóton
Meteor track
Sistema de multi-telescópios
fornece uma visão 3D da
cascata (imagem
estereoscópica)
Observatorios de Raios-Gama em Terra
50 GeV to ∼ 50 TeV,
collecting area ∼ 105m2,
angular res. ~ 0.1º (TeV)
H.E.S.S.
dormant now
Via Lactea
em todo
espectro
(a)
(b)
(c)
(d)
(e)
radio
IV
Visivel
Raio-X
Raio-gama

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