setor de “Veículos Leves”

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setor de “Veículos Leves”
SETORISE
VEÍCULOS LEVES
A produção industrial cresceu 0,9%, de jan-nov12. Pág.7
Perspectivas
A nova política industrial para
o setor automotivo entrará em
vigor em 2013 e favorecerá o
setor de veículos leves, pois
estão previstos aumentos dos
investimentos em tecnologia
e
em
novas
plantas
produtivas. Pág. 5
Avaliação
do Setor
Preços
Notícias
Custos pressionados pela
elevação de 7,3% dos
insumos plásticos e de
3,1% dos metálicos, ante à
alta de 0,4% dos preços
dos veículos.
Pág. 10
O
Governo
deverá
prorrogar novamente o
desconto do Imposto sobre
Produtos Industrializados
(IPI), com término previsto
para jun13. Pág. 13
Produção, Vendas e Exportações de Veículos Leves
5
3.500.000
3.000.000
Aspectos Favoráveis:
prorrogação
do
incentivo
tributário,
dinamização
do
mercado de crédito e
manutenção da renda
e do emprego.
2.500.000
2.000.000
1.500.000
1.000.000
500.000
Fatores de Risco:
alto
patamar
da
inadimplência
dos
financiamentos
de
veículos.
0
Produção
Vendas
Jan-Nov11 Jan-Nov12
Exportações
Fonte: Anfavea
Todos os direitos reservados à Serasa Experian.
Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio.
Veículos Leves – 26.12.2012
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
Resumo
Perspectivas
A expectativa para o 1tri13 é de resposta lenta
da produção de veículos leves, em razão da
queda das exportações, prejudicadas pelo
desaquecimento da economia internacional.
Entretanto, as vendas internas podem
apresentar melhor desempenho, em virtude da
nova prorrogação do incentivo tributário, da
manutenção da renda e do emprego e da
expansão do mercado de crédito.
Situação Atual
Durante 2012, a atividade da indústria
brasileira, como a de veículos, foi prejudicada
pelo maior comprometimento da renda da
população com financiamentos, pelo aumento
da inadimplência e pela piora da crise
internacional, o que restringiu a expansão das
exportações.
Caracterização
Os bens produzidos pela indústria nacional de
veículos leves são bens duráveis que, ao longo
do seu ciclo produtivo, incorporam inovações e
se tornam de elevado valor agregado. São
divididos em automóveis de passageiros, de
uso misto e comerciais leves. Da produção
brasileira de veículos leves realizada em 2011,
de
3.142.315
unidades,
80,7%
foram
automóveis de passageiros e de uso misto e
19,3% de comerciais leves.
Todos os direitos reservados à Serasa Experian.
Proibida a reprodução total ou parcial de qualquer forma ou por qualquer meio.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
Índice
A – Perspectivas
5
B – Análise da Situação Atual
7
Gráfico B1 – Produção Mensal de Veículos Leves, 2011-2012
7
Gráfico B2 – Vendas Mensais*de Veículos Leves, 2011-2012
8
Exportações
8
Gráfico B3 – Exportações Mensais de Veículos Leves, 2011-2012
8
Configuração de mercado
9
Gráfico B4 – Participação das Empresas nas Vendas de Automóveis, Jan-Nov12
9
Gráfico B5 – Participação das Empresas nas Vendas de Comerciais Leves, Jan-Nov12
10
Custos de Produção
10
Gráfico B6 – Preços no Atacado dos Principais Insumos, 2009-2012
10
Novas Medidas ao Setor
11
C – Negócios
12
Investimentos
12
Notícias
13
Eventos
13
D – Relação de Empresas
14
Quadro D1 – Empresas de Veículos Leves por Faixa de Receita Líquida, 2011
14
E – Caracterização
15
Quadro E1 – Principais Indicadores do Setor de Veículos Leves, 2008-2011
15
Produção
18
Gráfico E1 – Participação dos Automóveis Populares nas Vendas, 2001-2011
19
Empresas
19
Custos
19
Competitividade
20
Investimentos
20
Tributação
21
Gráfico E2 – Participação dos Tributos sobre Automóveis no Preço
21
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
ao Consumidor, Principais Países Produtores, 2011*
21
Mercado Externo
21
Gráfico E3 – Exportações por País de Destino, 2010
22
F – Análise Retrospectiva
23
2011
23
Gráfico F1 – Indicadores da Indústria Automobilística, 2009-2011
23
Exportações
24
Configurações de mercado
24
Custos de Produção
24
Políticas Econômicas Referentes ao Setor
25
2010
26
Exportações
26
Configuração de mercado
27
Custos de Produção
27
2009
28
Exportações
28
Configuração de mercado
29
Custos de Produção
29
Medidas ao setor
29
Definição – Notas do Setor
30
Análise Sintética
31
Tendências das Notas
31
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
A – Perspectivas
A nova política industrial para o setor
automotivo, denominada Inovar Auto, entrará
em vigor em 2013 e favorecerá o setor de
veículos leves, pois estão previstos aumentos
dos investimentos em tecnologia e em novas
plantas produtivas.
A expectativa para o 1tri13 é de resposta lenta
da produção de veículos leves, em razão da
queda das exportações, prejudicadas pelo
desaquecimento da economia internacional.
Entretanto, as vendas internas podem
apresentar melhor desempenho, em virtude da
nova prorrogação do incentivo tributário, da
manutenção da renda e do emprego e da
expansão do mercado de crédito.
Durante 2013, espera-se desempenho melhor, em razão do início das atividades de novas
entrantes no setor de veículos leves; da tendência de queda da inadimplência e dos juros para
financiamentos, que favorecem a aquisição de veículos; e, finalmente, da entrada do novo
regime automotivo, o Inovar Auto, cujo principal desdobramento é o aumento dos
investimentos setoriais.
As principais exigências do regime são a eficiência energética e a inovação para os veículos
fabricados no Brasil, o que deverá aproximar a qualidade dos carros aos padrões praticados
nos Estados Unidos, na Europa ou no Japão.
A adaptação a essas tecnologias obrigará o setor a atualizar desde os sistemas de
motorização, à substituição de materiais, como o aço, por elementos mais leves, além do
controle de emissão de poluentes, entre outros. Para adequar-se, Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estima que o setor invista cerca de R$ 60
bilhões até 2017.
Os custos de produção tenderão a aumentar. Os preços dos insumos metalúrgicos deverão
seguir com reajustes e os preços dos insumos de origem petrolífera acompanharão a
volatilidade da cotação do petróleo. Contudo, diante da desaceleração da economia mundial,
reforçada pela piora da crise na Zona do Euro, estima-se que o preço do barril não encontrará
sustentação para elevações significativas.
Ao mesmo tempo, o setor poderá ser favorecido pela redução de até 20,0% dos custos com
energia elétrica, ao longo de 2013, como efeito prático do pacote para o setor elétrico,
anunciado recentemente pelo Governo Federal.
Os fatores de risco ao setor de veículos leves serão: o comprometimento da renda das
famílias com financiamentos adquiridos anteriormente; a manutenção, ainda que discreta, da
seletividade nas concessões de crédito ao segmento, sobretudo dos bancos privados,
em função do alto patamar da inadimplência dos financiamentos a veículos; a expansão
do valor da mão de obra setorial, que acumulou aumentos superiores à inflação nos últimos
anos.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
Diante desse cenário, estimamos que, em 2013, os efeitos das medidas setoriais e de crédito
sejam mais relevantes, com reflexo positivo na produção industrial de veículos leves, traduzidas
em alta de 3,0%. Nota-se que a Anfavea espera crescimento de 4,5%.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
B – Análise da Situação Atual
Durante 2012, a atividade da indústria brasileira, como a de veículos, foi prejudicada pelo maior
comprometimento da renda da população com financiamentos, pelo aumento da inadimplência
e pela piora da crise internacional, o que restringiu a expansão das exportações.
De jan-nov12 frente a jan-nov11, a produção de veículos leves cresceu 0,9%, influenciada pelo
recuo de 20,9% das exportações, uma vez que as vendas internas cresceram 6,3% em igual
comparativo (Gráficos B1, B2 e B3).
Gráfico B1 – Produção Mensal de Veículos Leves, 2011-2012
2.925.105
Jan-Nov11
Jan-Nov12
Unidades
2.899.525
Fonte: Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea)
Elaboração: Serasa Experian
Os sucessivos estímulos ao consumo de veículos, como a prorrogação contínua da redução do
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e os incentivos ao mercado de crédito, garantiram
a expansão das vendas de veículos leves no mercado interno (Gráfico B2).
Na análise por segmento, observou-se alta de 7,9% nas vendas internas totais de automóveis
de passeio e de 0,7% nas de comercias leves, no mesmo período de comparação.
Ao contrário dos últimos 24 meses, o desempenho das vendas da categoria de importados foi
inferior ao dos nacionais. Os importados decresceram 5,9% e os nacionais evoluíram 10,2%.
A perda do dinamismo das vendas de veículos importados deveu-se à três fatores: a
desvalorização cambial que encareceu as importações; o aumento de 30 pontos percentuais no
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de carros importados ao Brasil de fora do
Mercosul, em set11, que atingiu sobretudo as marcas asiáticas; e, em menor grau, a revisão,
em mar12, do acordo automotivo com o México, impondo limitações à parceria estabelecida
desde 2002. Haverá cotas de importação aos veículos mexicanos até 2015.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
Gráfico B2 – Vendas Mensais*de Veículos Leves, 2011-2012
3.290.250
Unidades
3.096.543
Jan-Nov11
Jan-Nov12
Obs.: *Licenciamentos
Fonte: Anfavea
Elaboração: Serasa Experian
Exportações
As exportações foram prejudicadas pela desaceleração econômica de demandantes, como a
Argentina; pelo aumento do excedente produtivo no mercado mundial; e pela perda de
competitividade do produto fabricado no Brasil, dada elevação do custo da mão de obra ante
players como o México e a China.
De jan-nov12, perante jan-nov11, as vendas externas caíram 20,9%, em razão da queda de
20,5% dos automóveis de passeio e de 22,6% nos comerciais leves (Gráfico B3).
Gráfico B3 – Exportações Mensais de Veículos Leves, 2011-2012
469.638
Unidades
371.407
Jan-Nov11
Jan-Nov12
Fonte: Anfavea
Elaboração: Serasa Experian
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
Configuração de mercado
O market share das empresas nas vendas internas, no período jan-nov12, foi o seguinte
(Gráficos B4 e B5).

a Fiat líder no segmento de automóveis de passeio e a Volkswagen vice-líder;

a Honda ganhou 1,1 p.p. em relação ao igual período de 2011 e a Nissan, 1,3 p.p. O
êxito nas vendas dos modelos City e March, influenciou positivamente o resultado.
Gráfico B4 – Participação das Empresas nas Vendas de Automóveis, Jan-Nov12
Fiat
22,9%
Volkswagen
22,7%
GM
18,8%
Ford
9,7%
Renault
6,7%
Peugeot/Citr…
4,9%
Nissan
3,9%
Honda
3,9%
Outras*
Toyota
Hyundai
2,8%
2,1%
1,7%
Obs.: Mercedes-Benz, Mitsubishi e empresas não associadas à Anfavea; Nacionais e Importados
Fonte: Anfavea
Elaboração: Serasa Experian

a Fiat manteve a liderança no segmento de comerciais leves, e a Toyota e a Renault
registraram os maiores ganhos de market share, de 0,6 e 5,2 p.p. A boa aceitação do
mercado do modelo utilitário Duster, da Renault, ante os outros veículos da mesma
categoria, foi destaque no período.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
Gráfico B5 – Participação das Empresas nas Vendas de Comerciais Leves, Jan-Nov12
Fiat
21,6%
15,0%
Volks
GM
12,6%
Outros
11,0%
Ford
8,8%
*MMC
6,5%
Renault
6,2%
Hyundai
5,9%
Toyota
4,9%
Honda
Nissan
Peugeot-…
Mercedes…
Iveco
2,6%
2,0%
1,3%
0,8%
0,8%
*Obs.: Grupo Mitsubishi
Fonte: Anfavea
Elaboração: Serasa Experian
Custos de Produção
Os preços dos insumos utilizados pela indústria de veículos apresentaram o seguinte
comportamento: o índice de preços ao atacado de metalurgia básica, o mais representativo
para o setor, expandiu 3,1%, em nov12/dez11, e o índice de preços ao atacado de artigos de
borracha e plástico, 7,3% (Gráfico B6).
Contudo, o índice no atacado dos veículos automotores, reboques, carrocerias e autopeças
cresceu 0,4%, abaixo, portanto, do reajuste dos insumos supracitados, o que significou pressão
dos custos de produção.
Gráfico B6 – Preços no Atacado dos Principais Insumos, 2009-2012
140
130
120
110
100
jan/2009
mar
mai
jul
set
nov
jan/2010
mar
mai
jul
set
nov
jan/2011
mar
mai
jul
set
nov
jan/2012
mar
mai
jul
set
nov
90
Veículos Automotores, Reboques, Carrocerias e Autopeças
Metalurgia Básica
Artigos de Borracha e de Material Plástico
Fonte: Anfavea
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VEÍCULOS LEVES
Novas Medidas ao Setor
Em out12, foi lançado o novo regime automotivo que vigorará entre 2013-2017. Os principais
pontos são: aumentar o conteúdo regional, medido pelo volume de peças e insumos
estratégicos produzidos no País e no Mercosul, e assegurar o investimento em pesquisa,
desenvolvimento e inovação.
Até 2017, as companhias terão de melhorar, em pelo menos 12,0%, a eficiência energética
dos carros, o que significa redução de 13,6% do consumo de combustível por quilômetro
rodado, e, executar pelo menos seis das doze etapas fabris que integram a produção do
automóvel no País, a partir de 2013.
Caso as montadoras cumpram os requisitos mínimos ganharão desconto de até 30,0 pontos
percentuais no IPI ao longo da vigência do regime automotivo.
As novas empresas que se instalarem no Brasil terão regras mais flexíveis e prazos
diferenciados para cumprir as metas estabelecidas no regime.
Também terão cota para importar com desconto no IPI durante o período de construção da
fábrica, que será de 50,0% do que a fábrica terá quando iniciar as operações. Metade dessa
cota será importada como desconto de 30 p.p. no IPI e a outra metade não terá redução
imediata do tributo, mas vai gerar créditos tributários a serem utilizados quando a fábrica
começar.
Tal flexibilização nas regras tem como objetivo evitar que a política automotiva desestimule a
entrada de novos investidores no setor.
Em dez12, o Governo Federal prorrogou, até jun13, o incentivo tributário do IPI de veículos.
A partir de jan13, as alíquotas serão recompostas gradualmente, até voltarem aos níveis
normais em jul13, conforme o quadro abaixo (Quadro B1):
Quadro B1 – Percentual das Alíquotas de IPI para Veículos, jan-jul13
Automóveis
Reduzida
Jan-Mar
Abr-Jun
A partir Jul
0,0%
2,2%
3,5%
7,0%
Flex
5,5%
7,0%
9,0%
11,0%
Gasolina
6,5%
8,0%
10,0%
13,0%
1,0%
2,0%
3,0%
8,0%
1.0
De 1.0 a 2.0
Utilitários
Fontes: Ministério da Fazenda
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VEÍCULOS LEVES
C – Negócios
Investimentos

Volkswagen – Investirá R$ 8,7 bilhões até
2016. (30.11.2012)

Hyundai CAOA – Investirá R$ 900 milhões na
construção de nova fábrica em Anápolis/GO. As
obras devem ser iniciadas no próximo ano, com
conclusão para 2014. (30.11.2012)

Changan – A empresa chinesa anunciou que
estuda a instalação de uma fábrica no Estado
de Goiás, com investimento de US$ 200
milhões para montar até 100 mil carros/ano (25.10.2012)

BMW – Instalará fábrica em Santa Catarina, com investimentos de R$ 1 bilhão
(20.10.2012)

Honda – Investirá R$ 1 bilhão até 2014 no segmento de automóveis no País. O foco
dos recursos é o aumento da nacionalização de componentes, tema que ocupa o centro
do debate da indústria neste ano. Prepara terreno para o novo compacto popular Brio.
Depois de levar parte da produção do sedã City para a Argentina, a montadora japonesa
se prepara para produzir um novo modelo em sua fábrica na cidade de Sumaré/SP, a
ser lançado em 2013. A fábrica de automóveis na Argentina faz parte da estratégia da
Honda para a América do Sul e desde o início de sua construção já era previsto o
compartilhamento de produção entre as unidades. Lá a montadora investiu cerca de
US$ 250 milhões. (18.07.2012).

Peugeot-Citroën – Assinou acordo com o Estado do Rio de Janeiro para usar uma linha
de crédito de R$ 4,8 bilhões, que serão usados na construção de uma segunda fábrica
nos Estados, ampliação das instalações já existentes em Porto Real/RJ e
desenvolvimento de produto (15.06.2012).

JAC – A fábrica que será construída em Camaçari/BA receberá investimento de R$ 900
milhões, iniciará suas operações em 2014 e deve gerar 3,5 mil empregos diretos e 10
mil indiretos (08.05.2012).

Effa e Lifan – As montadoras chinesas Effa e Lifan, criaram joint venture para concorrer
no mercado brasileiro. As duas vão investir US$ 120 milhões (19.01.2012).

Ford – Investirá R$ 800 milhões em São Bernardo/SP. A fábrica fará o novo carro
global. O montante faz parte do programa de investimento no Brasil, no total de R$ 4,5
bilhões de 2011 a 2015. A Ford não confirma essa informação, mas o carro a ser
produzido no ABC paulista provavelmente será um compacto que substituirá os atuais
Fiesta RoCam e o Ka, a partir de 2014, já que nenhum desses dois modelos são
globais e, até 2015, a Ford promete globalizar integralmente o seu portfólio de produtos
fabricados no Mercosul (08.12.2011).
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Veículos Leves – 26.12.2012
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES

Chery – Vai antecipar fábrica no Brasil. A empresa negocia com fornecedores e aguarda
flexibilização. Também pretende antecipar alguns meses a inauguração da fábrica em
Jacareí/SP, onde poderão ser produzidos inicialmente até 50 mil unidades por ano,
depois de investimento de US$ 130 milhões. Em uma segunda etapa, até 2015, a
unidade receberá mais US$ 270 milhões para elevar a capacidade a 150 mil
unidades/ano (08.11.2011).

Renault-Nissan – A aliança Renault-Nissan anunciou novas fábricas no Brasil das duas
marcas. A Renault receberá aporte de R$ 1,5 bilhão até 2015, destinado ao aumento de
capacidade de produção, desenvolvimento de novos produtos e a instalação de um
centro tecnológico de engenharia para as Américas. Já a Nissan, inaugurará fábrica no
Rio de Janeiro, que será responsável pela produção da família do hatch March, o
popular da marca lançado, em set11 (29.09.2011).

Mitsubishi – Investirá R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos para ampliar a capacidade
de produção da fábrica de Catalão/GO, nacionalizar produtos importados e lançar novos
veículos. Atualmente focada em modelos com tração nas quatro rodas, utilitários
esportivos e crossovers, a empresa pretende entrar no segmento de sedans e planeja a
construção de uma fábrica de motores até 2014 (20.04.2011).

Suzuki – Implantará fábrica que funcionará a partir de 2013, em Itumbiara/GO. O Estado
de Goiás ofereceu a área para construção da linha de montagem mais investimentos em
infraestrutura, e R$ 2,1 bilhões em financiamento de incentivos fiscais. O mini jipe
Jimny deverá ser o primeiro veículo a ser fabricado (20.04.2011).
Notícias

Prorrogação IPI – O Governo prorrogou o desconto do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) até jun13 (20.12.2012).

Regime Automotivo – Foi oficializado o novo regime automotivo que vigorará entre
2013-2017. Os principais pontos são: aumentar o conteúdo regional, medido pelo
volume de peças e insumos estratégicos produzidos no País, e assegurar os
investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação (04.10.2012).
Eventos

IV Fórum da Indústria Automobilística, 1° de abril 2013, Sheraton WTC, São Paulo, SP.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
D – Relação de Empresas
Quadro D1 – Empresas de Veículos Leves por Faixa de Receita Líquida, 2011
Receita acima de R$ 1 bilhão
Fiat Automóveis S/A
Renault do Brasil S/A
Receita abaixo de R$ 1 bilhão
Bramont Montadora Industrial e Comercial de Veículos S/A
Obs. Faturamento Total da Amostra R$ 29,4 bilhões.
Fonte: Serasa Experian
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
E – Caracterização
Os bens produzidos pela indústria nacional de veículos leves são bens duráveis que, ao longo
do seu ciclo produtivo, incorporam inovações e se tornam bens de elevado valor agregado. São
divididos em automóveis de passageiros, de uso misto e comerciais leves.
Os automóveis de passageiros são aqueles cujo compartimento de bagagem - porta-malas não se comunica com os passageiros. Os automóveis de uso misto são aqueles dotados de
porta traseira e banco traseiro removível ou escamoteável; seu compartimento de bagagem se
comunica com os passageiros e a porta traseira pode também transportar carga.
Os comerciais leves formam um grupo bastante heterogêneo, no qual incluem-se:
picapes, blazers, vans, minivans, jipes e minijipes. O peso bruto total de um comercial leve
é de até 3,5 toneladas.
Da produção brasileira de veículos leves realizada em 2011, de 3.142.315 unidades, 80,7%
foram automóveis de passageiros incluindo os de uso misto e 19,3% de comerciais leves.
Quadro E1 – Principais Indicadores do Setor de Veículos Leves, 2008-2011
Indicadores
Faturamento
Produção
Industrial
Investimentos
Empregados
Balança Comercial
Exportação
Importação
Saldo
Unidades
US$ milhões
Milhões de
Unidades
US$ milhões
Milhares
US$ FOB mi
US$ FOB mi
US$ FOB mi
2009
2010
2011
2009
2010
2011
Comparação Interanual %
1,3
11,4
-1,3
85.060
94.754
93.543
3,0
3,2
3,1
2,7
4,0
-0,3
2.518
109,0
3.654
119,4
126,0
-13,6
-0,7
45,1
9,5
5,5
7.050
11.270
(4.220)
10.530
16.268
(5.738)
12.971
20.656
(8.071)
-35,7
-18,1
-
45,4
44,3
-
27,0
23,2
-
Fonte: Anuário Anfavea 2011, últimos dados disponíveis
Elaboração: Serasa Experian
Os modelos de automóveis de passeio disponíveis no mercado podem ser divididos em:

Luxo ou "Top de linha": proporcionam maiores margens para os fabricantes, e destinase à consumidores de faixas superiores de renda;

Básicos: em tese proporcionam margens estreitas, destina-se a segmentos de renda
média do mercado consumidor.
A partir do segundo acordo setorial, em fevereiro de 1993, passou-se a designar “Carros
Populares” o básico até 1.000 cilindradas, produzido com incentivos fiscais. Esses automóveis
gradativamente foram incorporando inovações e favorecendo a entrada de camadas
consumidores de renda média no mercado de veículos "0 km".
Já os modelos de comerciais leves dividem-se em:
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES

camioneta
de
carga:
seu
compartimento de carga pode ser aberto
(picape) ou fechado (furgão);

camioneta de uso misto (vans): com
banco
traseiro
escamoteável
ou
removível, pode transportar passageiros
e carga no mesmo compartimento. É um
veículo
especial
projetado
para
prestação específica de serviço, como
ambulância;

utilitário: veículo como jipe, para
diversas aplicações, fora-de-estrada,
inclusive.
A competição internacional e a globalização se intensificaram ao longo dos anos, obrigando a
indústria nacional de automóveis a se reestruturar na busca de ganhos de competitividade.
Alterações no processo de produção e nos métodos administrativos foram realizadas no setor.
A defasagem entre o tempo de lançamento dos modelos no exterior e no Brasil também vem
sendo reduzida em relação aos anos anteriores. Atualmente os modelos são internacionais e
não mais exclusivamente desenvolvidos para o mercado brasileiro.
Em decorrência da mudança nas linhas de produtos, a maioria das montadoras apresenta
atualmente processo de produção enxuto, com menores esforços de montagem, com grande
aumento de escala, e com expansão de produtividade.
O processo de produção foi desverticalizado, associado a novas formas de relacionamento com
a rede de fornecedores.
As montadoras exigem dos fornecedores entrega em just in time, e fornecimento de sistemas e
componentes e subconjuntos já montados e testados. Produtos mais leves, duráveis, menos
poluentes, com qualidade e preços em níveis internacionais também passaram a ser exigência
das montadoras.
A cadeia de fornecedores está hierarquizada em 3 a 4 níveis, sendo os fornecedores de
primeiro nível (Tier 1) aqueles que se comunicam diretamente com as montadoras, fornecendo
sistema de componentes e subconjuntos montados e testados, participam do desenvolvimento
de novos projetos da montadora desde o seu início e se mantêm a par de novos
desenvolvimentos tecnológicos e métodos de produção mais eficientes. Também gerenciam o
suprimento de partes.
Os fornecedores de segundo nível (Tier 2) em diante fornecem componentes de peças isoladas
e materiais para os fornecedores do primeiro nível.
A estrutura de hierarquia de fornecedores vem permitindo às montadoras redução do número
daqueles diretamente ligados a ela. Algumas montadoras por estarem distantes do principal
centro produtor de peças e componentes, atraíram os fornecedores para atuarem diretamente
dentro da fábrica.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
A logística das montadoras confirma como fatores críticos na decisão de compra: capacidade
de engenharia, custo total, qualidade de produto, preço, confiabilidade na entrega, proximidade
da linha de montagem.
Outros critérios secundários também são utilizados: flexibilidade no volume, saúde financeira do
fornecedor, relacionamento comercial, referências, competência na área automotiva,
capacidade de teste, engenharia no local de montagem, controle de custos, soluções logísticas,
respostas a desafios tecnológicos e capacidade de ação gerencial em situação de emergência.
A quantidade fabricada de automóveis depende da demanda, dos estoques, das importações e
do nível tecnológico detido pelas montadoras e setores fornecedores de fatores produtivos
como bens de capital, componentes e matérias-primas.
Em termos de comparação com outros segmentos industriais, o setor automobilístico constituise em um agregador de diversos ramos, sendo de ampla magnitude o efeito multiplicador do
seu nível de atividade sobre os outros ramos ligados à produção de automóveis, a saber:
siderurgia, fundição, metalurgia, vidros, não-metálicos, artefatos de borracha, tinta e resinas,
produtos químicos, autopeças, plásticos, pneus e componentes eletrônicos. No ramo de
serviços destacam-se revendedoras, oficinas de manutenção e distribuidoras de combustíveis e
postos de serviços.
A esquematização da cadeia automobilística, em tempos atuais, ficou abaixo definida:
Fontes: Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e Núcleo de Estudos Industriais da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul
Elaboração: Serasa Experian
Em meados da década de noventa e início dos 2000, a indústria automobilística construiu 22
novas fábricas de veículos e de motores no Brasil. Dessa forma, o Brasil detém o maior número
de fabricantes de automóveis do mundo, superando inclusive os Estados Unidos. Atualmente
há 26 marcas de automóveis no Brasil, 53 unidades industriais distribuídos entre 9 estados e 39
municípios.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
A capacidade instalada do setor automobilístico é 4,3 de
milhões de veículos para uma produção de 3,1 milhão,
dados de 2011. O setor projeta novo ciclo de aportes de até
US$ 20 bilhões no período 2010-2015, para ampliação da
capacidade produtiva e desenvolvimento de novos
produtos.
Conforme os últimos dados divulgados pela Anfavea baseados
no ano de 2011, o setor representa 20,1% do PIB industrial e
5,0% do PIB nacional.
O número de empregos em toda a cadeia - dos insumos às
oficinas - é de cerca de 1,5 milhão de pessoas. O faturamento
líquido das montadoras em 2011, últimos dados disponíveis,
foi de US$ 121,3 bilhões, incluindo o setor de autopeças.
Entre 2005-2011, a expansão acumulada da produção foi de
41,5%, ao passo que em igual período, as importações cresceram 292,9%, ou seja, em
2005, os importados representavam apenas 5,1% do mercado interno e encerraram 2011
absorvendo 24,9% do total de veículos comercializados.
Em 2011, a posição mundial do Brasil é de 5º maior produtor e 4º maior mercado interno,
segundo, conforme últimos os dados da Organization of Motor Vehicle Manufacturers (Oica) .
Produção
A demanda por veículos leves é influenciada pelo nível de renda da população, política
econômica, regras que determinam o funcionamento do consórcio e leasing, prazos e
juros de financiamento, tributação - que afeta o preço final do produto - e política de
comércio exterior - importação e exportação.
A demanda por veículos se acentua principalmente no terceiro e quarto trimestres do ano, em
função dos efeitos da safra sobre a economia das regiões agrícolas, e do recebimento do 13º
salário dos assalariados, respectivamente.
A participação dos automóveis populares nas vendas ao mercado interno que era de 23,7% no
ano de 1993 passou a ser de 45,2% em 2011 (Gráfico E1). No entanto, cabe destacar que
esse percentual chegou a alcançar 75,4% do mercado no ano de 2001.
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SETORISE
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Gráfico E1 – Participação dos Automóveis Populares nas Vendas, 2001-2011
75,4
66,7
63,2
57,3
55,3
56,2
54,0
50,6
52,7
50,8
45,2
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
Fonte: Anfavea
Elaboração Serasa Experian
O Brasil é considerado um dos maiores mercados potenciais do mundo, pois a relação
habitantes/veículos é de 6,1, considerada elevada, quando comparada ao México, com 3,5
habitantes/veículos e EUA, com 1,2 habitantes/veículos.
Os veículos leves têm como consumidores: frotistas – empresas, governo –, e pessoas
físicas. A concentração de renda no Brasil limita as vendas de veículos novos à classe de
renda alta e média. As pessoas físicas dependem da existência de linhas de crédito de
médio e longo prazos.
A comercialização de automóveis de passeio e uso misto novos dá-se pelas seguintes formas:


Atacado, realizadas pelas montadoras às revendedoras autorizadas – concessionárias –
mediante transações usuais de mercado;
Varejo, realizada pelas revendedoras ao consumidor final. A comercialização pode ser à
vista, financiada – leasing, sistema de consórcios, vinculada ou não às próprias
concessionárias, CDC – por meio das concessionárias ou Internet.
Empresas
As empresas do setor buscam ganhar competitividade por meio da produção em grande escala
de produtos diferenciados. É um setor oligopolizado em que cada vez mais os produtores de
menor porte têm dificuldades de concorrer com as empresas líderes no mercado.
Custos
A busca pelas montadoras em reduzir os custos de estoques e dos componentes coloca como
aspectos fundamentais: os preços, a tecnologia dos produtos, a adequação ao uso e prazo de
entrega, a conformidade técnica e o aumento do volume importado de componentes.
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A mão de obra das montadoras de veículos
representa de 6% a 8% do custo de produção do
automóvel, enquanto as peças representam
cerca de 70% do preço antes do imposto. O aço
contido nos veículos representa de 4% a 5% do
preço.
A decisão das montadoras de utilizar em maior
ou menor escala um componente ou insumo está
baseada na durabilidade, aparência, redução de
custos - incluindo montagem final-, qualidade
das peças, serviços de reposição competitivos e
redução de peso. Em função disso, o principal
insumo utilizado na montagem de veículos, o aço, vem sendo substituído por outros produtos
como alumínio e plástico.
Os segmentos de siderurgia, metalurgia, autopeças, produtos químicos, plásticos, pneus e
componentes eletrônicos são os principais fornecedores das montadoras.
Competitividade
Os fatores de competitividade do setor são:



o mercado – baixo preço do produto, elevada eficiência na assistência técnica, amplo
mercado nacional;
a configuração da indústria - integração produtiva, grande porte empresarial,
desverticalização, competição no abastecimento – a aproximação com fornecedores
selecionados e ampliação das compras dos insumos fora do país;
as relações interindustriais - rapidez de entrega de insumos, durabilidade dos
equipamentos, facilidade de acesso à tecnologia no exterior;
A relevância do porte empresarial como requisito para a competitividade é decorrente da
necessidade da economia de escala e da rapidez da entrega de insumos, durabilidade e acesso
às tecnologias no exterior. A estratégia competitiva é de atingir mercado interno e externo para
rapidamente amortizar custos de desenvolvimento de produtos.
Investimentos
As atividades do setor de automóveis, por gerarem efeitos dinâmicos diretos e indiretos sobre
os outros níveis de atividade e emprego, estimulam as autoridades governamentais a
concederem incentivos fiscais ou outros benefícios visando atrair a preferência das empresas
em suas decisões locacionais.
As principais empresas do setor têm planos de investimentos expressivos, porém tais planos
são constantemente revistos e redimensionados em função das variáveis econômicas e
políticas que influenciam e interferem no mercado. As decisões de ampliação nos investimentos
no Brasil visam à eliminação de gargalos de produção, a renovação das linhas de produtos, a
incorporação de novas tecnologias. Os investimentos das empresas também estão voltados
para maior integração entre as plantas fabris do Brasil e dos países da América Latina –
Venezuela, Chile, Peru, Argentina –, para abastecimentos desses mercados e para exportação.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
Tributação
Os impostos já chegaram a constituir cerca de 85% a 89% dos preços dos veículos no ano de
1986, caindo para 45% em 1987, e foram posteriormente reduzidos ainda mais em 1992 e 1993
com os acordos setoriais. A participação da carga tributária no preço ao consumidor que era, no
ano de 1991, de 35,6% para os carros populares e de 45,0% para automóveis a gasolina de
mais de 100hp, foi reduzida ao longo dos anos, sendo de 22,3% e de 33,1%, respectivamente,
em 2008.
Em 2010, enquanto a participação dos impostos nos preços ao consumidor no Brasil foi de
30,4%, nos Estados Unidos foi de 5,7% (Gráfico E2).
Gráfico E2 – Participação dos Tributos sobre Automóveis no Preço
ao Consumidor, Principais Países Produtores, 2011*
30,4%
16,4%
16,7%
17,3%
Espanha Alemanha França
Reino
Unido
Itália
15,3%
16,0%
9,1%
5,7%
EUA
Japão
Brasil
Obs.: últimos dados disponíveis
Fonte: Anuário da Anfavea 2012
Elaboração Serasa Experian
Em 2011, foi gerado US$ 31,4 bilhões em tributos – IPI, ICMS, PIS e Cofins –,
considerando toda a cadeia, segundo o último Anuário da Anfavea.
Mercado Externo
Em geral, os países desenvolvem políticas de comércio exterior específicas para o setor de
automóveis, devido à sua influência na atividade econômica.
As exportações brasileiras que, inicialmente nos anos 70, foram direcionadas a países da
África, América Latina e Oriente Médio, em meados dos anos 90, se voltaram, principalmente,
para a Argentina, em razão da criação do Mercosul – Argentina, Uruguai, Paraguai além do
Brasil.
Contudo, com as sucessivas crises econômicas internacionais – a mexicana em 1994/1995, a
crise asiática em 1997, a russa em 1998 e a maxidesvalorização brasileira em 1999 –, que
afetaram especialmente a Argentina, as montadoras instaladas no Brasil passaram a garimpar
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SETORISE
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novos mercados, de modo a contornar a perda das receitas com a abrupta queda do fluxo
comercial com aquele país.
Em 2002, foram firmados acordos comerciais com o México e com o Chile e nos próximos anos
espera-se uma consolidação de acordos também com África do Sul, China, Índia e Comunidade
Andina. Vale dizer que, em jun08, o acordo automotivo bilateral entre o Brasil e a Argentina foi
renegociado e durará até jun13, quando será liberado o livre-comércio automotivo entre esses
países.
Em mar12, o Brasil reviu o acordo automotivo com o México, impondo limitações à
parceria estabelecida desde 2002. Haverá cotas de importação aos veículos mexicanos até
2015, com valor de US$ 1,45 bilhão no primeiro ano, US$ 1,56 bilhão no segundo e US$ 1,64
bilhão no terceiro. Os números foram definidos com base na média de importações dos três
anos anteriores.
Gráfico E3 – Exportações por País de Destino, 2010
15,9%
12,9%
9,1%
7,8%
5,2%
Argentina Paraguai
EUA
Bolívia
Chile
4,8%
4,0%
3,6%
Venezuela Indonésia África do
Sul
Obs.: últimos dados disponíveis
Fonte: Anuário da Anfavea 2012
Elaboração Serasa Experian
As exportações representaram cerca de 23,0%, do total produzido pelo setor, no período de
1989 a 1994, ao passo que em 2007 as exportações representaram 26,1% do total produzido.
Em 2011, esse percentual atingiu 16,1%, em razão dos desdobramentos negativos causados
pelo agravamento da crise financeira internacional.
A política de importação vigente no País tem efeito direto sobre o setor de automóveis, uma vez
que viabiliza ou não a busca por componentes e matéria-prima no mercado internacional, o que
possibilita redução de custos produtivos. A política de importação de automóveis também traz
reflexos nas diretrizes de cada montadora, bem como nos investimentos das multinacionais no
País.
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SETORISE
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F – Análise Retrospectiva
2011
Embora com desempenho positivo, a economia interna, assim como o setor de veículos leves,
diminuíram o ritmo de crescimento, em função do aumento da taxa básica de juros até jul11 e
dos efeitos das medidas macroprudenciais.
Em 2011, a produção de veículos decresceu 0,3%, em relação ao ano de 2010. As vendas
totais no mercado interno apresentaram alta de 2,9%, incentivadas, sobretudo pela
demanda de veículos importados; no mercado externo, a expansão foi de 7,4%, segundo
os dados da Anfavea (Gráfico F1).
Gráfico F1 – Indicadores da Indústria Automobilística, 2009-2011
4.000.000
3.500.000
3.000.000
2.500.000
2.000.000
1.500.000
1.000.000
500.000
0
2009
Produção
2010
Vendas
2011
Exportações
Fonte: IBGE
Elaboração: Serasa Experian
A conservação em elevado patamar do nível de emprego, da renda e da oferta de crédito,
apesar deste último mais caro e restrito, estimulou as vendas internas de veículos leves.
Na análise por segmento, observou-se incremento de 0,1% nas vendas internas de automóveis
de passeio e de 13,8% na de comerciais leves, em igual comparativo.
Contudo, diferentemente do comportamento observado nos anos anteriores, notou-se o
aumento da participação dos veículos importados no total dos licenciamentos, que
passou de 18,8%, em 2010, para 23,6% em 2011.
Por origem dos licenciamentos, o resultado foi o seguinte:
 expansão de 29,9% nos licenciamentos de veículos leves novos importados, sendo de
34,3% de automóveis de passeio e de 21,5% no de comerciais leves;
 recuo de 3,7% nos licenciamentos de veículos leves nacionais, com queda de 6,6% de
automóveis de passeio e alta de 9,9% nos comerciais leves;
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SETORISE
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Ao mesmo tempo, a ampliação da renda e o aumento da concorrência chinesa via a oferta de
veículos com mais itens opcionais incluídos no preço de fábrica estimulou um fenômeno no
período analisado: o percentual de emplacamentos de veículos 1.0 decresceu, passando de
50,8%, em 2010, para 45,2%, em 2011. Já os veículos de motorização superior a 1.0
cilindradas passaram de 48,0% em 2010, para 53,2%, em 2011.
Exportações
O intercâmbio com a Argentina, já retomado em 2010, além
dos demais países latino-americanos, ancorou o acréscimo de
7,4% das vendas externas, em 2011 ante 2010 (Gráfico F1). A
alta das exportações do segmento de automóveis de passeio
foi de 7,0% e a de comerciais leves, 8,9%.
Em contrapartida, a manutenção da apreciação do real ante o
dólar no comparativo interanual, à exceção dos meses de ago
a dez, conjugada ao dinamismo do mercado interno favoreceu
as importações.
Na corrente de comércio setorial entre o Brasil e a Argentina,
houve tentativa de negociação, que está suspensa, com o
intuito de flexibilizar as barreiras comerciais entre os dois
países. Isso porque, as diferenças comerciais entre ambos se
agravaram, em mai11, quando o Brasil anunciou a suspensão
de licenças automáticas para a importação de automóveis e
autopeças oriundos da Argentina, como represália às barreiras impostas por parte daquele país,
que excederam os limites previstos pela Organização Mundial de Comércio (OMC).
Configurações de mercado
O market share das empresas nas vendas internas foi o seguinte (Gráficos B4 e B5):

a Fiat permaneceu na liderança no segmento de automóveis de passeio, embora tenha
perdido 0,6 pontos percentuais em relação ao igual período do ano anterior;

a Hyundai, a Renault e a Nissan se destacaram no segmento de automóveis de passeio,
pela recuperação em relação a 2010, com ganho de 0,7, 0,8 e 1,0 pontos percentuais,
respectivamente;

a Fiat manteve a liderança no segmento de comerciais leves, e a categoria “Outros”
continuou a registrar os maiores ganhos de market share, de 4,5 pontos percentuais,
beneficiado pela apreciação cambial, que incentivou a entrada de modelos importados
de variadas marcas.
Custos de Produção
Os preços dos insumos utilizados pela indústria de veículos leves tiveram comportamentos
distintos: o índice de preços ao atacado de metalurgia básica, a mais representativa para o
setor, recuou 2,4% em 2011 sobre 2010, enquanto, o índice de preços ao atacado de artigos de
borracha e plástico, cresceu 6,1% (Gráfico B6).
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SETORISE
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Ao mesmo tempo, o reajuste no atacado dos veículos automotores, reboques, carrocerias e
autopeças foi de 1,8%. Desse modo, infere-se que houve repasses de parte da alta dos
custos de produção, o que descomprimiu parcialmente as margens do setor.
Políticas Econômicas Referentes ao Setor
Em meio ao contínuo aumento das
importações
e
da
participação
de
commodities nas exportações brasileiras, em
detrimento de bens industrializados, o
Governo Federal lançou o programa “Brasil
Maior”, destinado a alavancar o setor
industrial do País.
Para o complexo automotivo, as medidas da
nova Política Industrial foram as seguintes:

Incentivo tributário especial às
montadoras como contrapartida ao
investimento, agregação de valor, geração de emprego e eficiência. Deverá haver maior
conteúdo local de partes, peças e componentes;

Incentivo à componentes técnicos e serviços especializados, como ônibus híbridos;

Extensão por mais 12 meses no prazo da redução da alíquota do Imposto sobre
Produtos Industrializados (IPI) para caminhões e comerciais leves;

Extensão, até dez12, do Pro-Caminhoneiro, programa de incentivo ao financiamento de
caminhões;

Relançamento do Programa de financiamento BNDES Revitaliza, voltado a médias
empresas, e que contemplará inclusive o setor de autopeças, dentre outros. A taxa
vigente é de 9,0% ao ano, até dez12.

Estímulos à ampliação do capital de giro para o Programa BNDES de Apoio ao
Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (BNDES Progeren)
com novas condições de crédito e prazo, para setores como o de autopeças,
fortalecendo a cadeia de fornecedores do setor.
Entre ago11 e dez11, o Banco Central cortou 1,5 ponto percentual da taxa juro, para 11,0%
a.a., ante a desaceleração do nível de atividade industrial brasileiro e a deterioração do cenário
externo.
Em out11, o Governo Federal ampliou parte das medidas da política industrial anunciada
anteriormente e editou exigência de 65,0% de conteúdo nacional para veículos produzidos e
comercializados no mercado interno, com a obrigatoriedade de as montadoras investirem 0,5%
do faturamento em inovação. Aqueles que não se enquadrarem nessas categorias – por
definição, as companhias que apenas atuam como importadoras de veículos – ficam sujeitos a
pagar maior carga do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), de 30%.
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SETORISE
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Em nov11, o Governo Federal decidiu afrouxar as medidas macroprudenciais de controle ao
crédito, adotadas no final do ano passado, com o objetivo de combater a desaceleração da
atividade, principalmente da indústria. Reduziram-se as exigências de capital dos bancos e
financeiras de crédito ao consumidor, estimulando o financiamento de veículos, entre outras
medidas
2010
Em 2010, a produção de veículos cresceu
12,4%, em relação a de 2009. Esse resultado
foi sustentado pela expansão de 9,8% das
vendas no mercado interno e de 61,1% nas
exportações.. Houve pressão nos custos de
produção.
O desempenho positivo das vendas internas
decorreu do aumento da oferta de crédito, do
emprego e da renda do consumidor, assim como
dos incentivos ficais, em vigor até mar10 para
automóveis de passeio e prorrogados, até
dez10, para comerciais leves – picapes e
caminhonetes.
O indicador de vendas, livre de influências sazonais, cresceu 4,4% em dez10, em relação à
nov10 e na comparação com dez09, 27,2%, corroborando o comportamento favorável do setor.
Exportações
A retomada da atividade do Mercosul, outros países latino-americanos e África do Sul – e, a
base de comparação deprimida, justificaram o crescimento de 61,1% da quantidade de veículos
leves exportados no comparativo 2010/2009. A evolução do segmento de comerciais leves foi
de 45,3% e a de automóveis de passeio, 64,5%.
Desse modo, a participação das exportações no total produzido pelas montadoras foi de 21,5%,
no período, número superior aos 14,5% registrados 2009.
Note-se que houve maior participação dos carros desmontados exportados, conhecidos como,
CKD – kit com as peças para a montagem do veículo no país de destino – e, portanto, de menor
valor agregado. Em 2009, essa participação foi de 22,2%, saltando para 35,2% das vendas
externas, em 2010.
Essa tendência foi observada em outros mercados. O Ministério da Indústria Argentina,
anunciou redução de 20,0% as importações de automóveis montados fora do Mercosul,
sobretudo dos provenientes da União Europeia, com vistas a preservar a produção regional,
perante a super-oferta mundial.
Por outro lado, a manutenção da valorização do real ante o dólar, aliada ao dinamismo do
mercado interno favoreceu as importações, no período analisado.
Em 2010, a participação dos veículos importados nos licenciamentos foi de 19,7%. Em 2009, a
participação foi de 16,1%, e, em 2008, de 14,8%.
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SETORISE
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Configuração de mercado
O market share das empresas nas vendas
internas foi:



a Fiat manteve liderança no
segmento de automóveis de
passeio;
a Renault, “Outras”, e a Hyundai se
destacaram no segmento de
automóveis de passeio, pela
recuperação em relação a 2009,
com ganho de 1,2, 1,0 e 0,9
pontos percentuais. O sucesso dos
modelos como o Sandero e o i30, e
a política de financiamentos
agressiva, explicaram o ganho de mercado;
a Fiat manteve a liderança no segmento de comerciais leves, entretanto, foi a categoria
“Outros” quem apresentou os maiores ganhos de market-share, de 8,4 pontos
percentuais, favorecida pela manutenção da valorização cambial que estimulou a
entrada de modelos importados de diversas marcas, inclusive no segmento luxo.
Custos de Produção
No comparativo 2010/2009, os custos de produção - especialmente os insumos metálicos e
plásticos - espelharam o aumento internacional dos preços das commodities, além dos
reajustes das cotações do aço no mercado interno, portanto, houve pressão nas margens.
O IPA-OG Metalurgia Básica cresceu 7,8% e o IPA-OG Artigos de Borracha e Matérias
Plásticas, 5,2%, para uma alta de apenas 1,8% no IPA-OG Veículos Automotores, Reboques,
Carrocerias e Autopeças (Gráfico B7).
Entre os fatores que podem afetar direta ou indiretamente o setor, destaca-se que, em dez10, o
Banco Central anunciou medidas preventivas para regular o crédito ao consumidor, a
saber:
 aumentou de 11,0% para 16,5% o requerimento de capital das instituições financeiras;
 ampliou a alíquota de reserva por parte dos bancos aos financiamentos de veículos,
quando o prazo de 24 a 36 meses tivesse entrada inferior a 20,0% do valor do bem; de
36 a 48 meses com entrada inferior a 30,0% do valor do bem; e de 48 a 60 meses,
com entrada inferior a 40,0% do valor do bem.
As medidas visaram garantir que as vendas de veículos financiados crescessem com
sustentação e conferiram maior estabilidade ao sistema financeiro.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
2009
Em 2009, o setor automotivo apresentou
aumento de 0,7% na produção de veículos
leves, quando comparado ao ano de 2008. A
expansão de 13,9% das vendas no mercado
interno levou a esse resultado, uma vez que
a quantidade exportada decresceu 33,6%,
segundo a Anfavea.
O mercado doméstico respondeu positivamente
aos seguintes fatores: a maior disponibilidade
de crédito às pessoas físicas, a ampliação da
massa salarial e a desoneração fiscal sobre a
produção de veículos.
O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci) dos veículos automotores fechou em
consonância com os dados de produção.
O estoque médio de veículos leves correspondeu a 26 dias, o que é considerado normal para a
indústria automotiva. No ápice da crise, no final de 2008, os estoques chegaram a dois meses
de vendas.
O mercado automotivo brasileiro demonstrou que gerou resultados ao posicionar-se em sexto
lugar no ranking dos maiores produtores mundiais em 2009, segundo pesquisa elaborada pela
Organisation Internationel des Constructeurs d´Automobiles (OICA). A crise, entretanto, mudou
a configuração dos principais players, como dos Estados Unidos que deixou de ser o primeiro
no ranking, ocupado pela China.
A China foi o único dos principais produtores que elevou a produção em 15,2%; Estados Unidos
apresentou queda de 52,1% e o Japão, 45,2%.
Tal movimento traduziu-se na retomada dos investimentos no mercado brasileiro.
Exportações
A recessão dos principais demandantes, como a Argentina e o México, e a valorização do real
ante o dólar, atingiram o desempenho das exportações em 2009 ante 2008.
A quantidade exportada recuou 33,6 %. Desses, a queda do segmento de automóveis de
passeio foi de 33,0% e o de comerciais leves, 35,3%. Com isso, a participação das exportações
no total produzido pelas montadoras foi de 14,9%, número inferior aos 22,6% registrados em
2008.
A sobra de capacidade instalada da indústria automotiva pelo mundo, a queda nas vendas nos
principais mercados e a apreciação do real ante o dólar, levou a uma pressão sobre o Brasil,
que ampliou as importações, da categoria de veículos de superluxo, principalmente europeus e
asiáticos e de luxo, dos parceiros em que possui acordos bilaterais, como a Argentina e o
México.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
Em 2009, a participação dos veículos importados nos licenciamentos foi de 15,6%, quando em
2008, a participação tinha sido de 13,3%.
Configuração de mercado
O market-share das empresas nas vendas internas foi a seguinte:



a Volkswagen manteve a liderança no segmento de automóveis de passeio, ocupada
pela Fiat em igual período do ano anterior. O ganho de participação pôde ser atribuída à
política de preços diferenciada em relação à concorrência e aos novos lançamentos,
como o Voyage e, principalmente, a reestilização do Novo Gol;
Ford e Hyundai se destacaram no segmento de automóveis de passeio, pela
recuperação de fatias de mercado em relação a 2008. Os lançamentos como o novo Ka
e a fabricação nacional do Tucson, junto a política de juros para financiamentos
diferenciada, justificaram o ganho de mercado;
Fiat e “Outros” se sobressaíram no segmento de comerciais leves pela recuperação de
fatias de mercado em relação a 2008.
Custos de Produção
Em 2009, os preços dos insumos utilizados pelas
montadoras, espelharam a queda internacional dos
preços das commodities, o que ocasionou menor
pressão nos custos de produção e melhor resultado
financeiro do setor. A isenção tributária influenciou
no recuo dos preços. O IPA-OG Metalurgia Básica
recuou 11,9% e o IPA-OG Veículos Automotores,
Reboques, Carrocerias e Autopeças, 4,1%. O IPAOG Artigos de Borracha e Matérias Plásticas ficou
estável, 0,0% (Gráfico B6).
Medidas ao setor
O governo prorrogou até 31 de março de 2010, a redução do Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) sobre veículos com motores bicombustíveis até 2.000 cilindradas.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
Definição – Notas do Setor
10
Excepcionais condições conjunturais econômicas e ou setoriais com número
insignificante de fatores de risco capazes de limitar o crescimento.
9
Excelentes condições conjunturais econômicas e ou setoriais com número mínimo de
fatores de risco capazes de limitar o crescimento.
8
Boas condições conjunturais econômicas e ou setoriais com fatores de risco muito baixo
capazes de limitar o crescimento.
7
Boas condições conjunturais econômicas e ou setoriais com fatores de risco baixo
capazes de limitar o crescimento.
6
Adequadas condições conjunturais econômicas e ou setoriais com fatores de risco baixo
capazes de limitar o crescimento.
5
Adequadas condições conjunturais econômicas e ou setoriais com fatores de risco
médio capazes de limitar o crescimento.
4
Condições conjunturais econômicas e ou setoriais vulneráveis com fatores de risco alto
capazes de limitar o crescimento.
3
Condições conjunturais econômicas e ou setoriais mais vulneráveis com fatores de risco
alto capazes de limitar o crescimento.
2
Condições conjunturais econômicas e ou setoriais com alta vulnerabilidade com fatores
de risco muito alto.
1
Condições conjunturais econômicas e ou setoriais inadequadas com fatores de risco
altíssimo.
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SETORISE
VEÍCULOS LEVES
Análise Sintética
Avaliação do
Setor
Dez/2011 Mar/2012 Jun/2012 Set/2012 Dez/2012
6
6
5
5
5
Aspectos Favoráveis: as vendas internas podem apresentar melhor desempenho, em virtude
da nova prorrogação do incentivo tributário, da manutenção da renda e do emprego e da
expansão do mercado de crédito. A nova política industrial para o setor automotivo,
denominada Inovar Auto, entrará em vigor em 2013 e favorecerá o setor de veículos leves, pois
estão previstos aumentos dos investimentos em tecnologia e em novas plantas produtivas.
Fatores de Risco: a expectativa para o 1tri13 é de resposta lenta da produção de veículos
leves, em razão da queda das exportações, prejudicadas pelo desaquecimento da economia
internacional. Os custos de produção tenderão a aumentar. Os preços dos insumos
metalúrgicos deverão seguir com reajustes e os preços dos insumos de origem petrolífera
acompanharão a volatilidade da cotação do petróleo. A manutenção, ainda que discreta, da
seletividade nas concessões de crédito ao segmento, em função do alto patamar da
inadimplência dos financiamentos a veículos; o comprometimento da renda das famílias com
financiamentos adquiridos anteriormente.
Tendências das Notas
PARA 6 MESES:
PARA 12 MESES:
6
6
Justificativa
No período de 6 meses, a tendência é de aumento da nota para 6 e de manutenção para 12
meses, devido à entrada em vigor do Novo Regime Automotivo, conjugado à dinamização do
mercado de crédito e à retomada do crescimento industrial.
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