Estudos_caracterização_diagnóstico_2.parte

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Estudos_caracterização_diagnóstico_2.parte
A observação do gráfico, permite de um modo geral classificar água como sendo de qualidade
razoável, pois existe uma prevalência significativa da classe C (Razoável) ao longo dos anos
apresentados, tendo ainda sido em 2003, 2004 e 2008, ultrapassada pela curva de classe B.
Essa análise permite ainda destacar que 2002, 2004 e 2006, existiram estações nas quais a
qualidade da água foi classificada como classe A (Excelente). De salientar ainda que em 2007, a
classe E (Muito Má) chega a atingir valores próximos dos 20%, embora esse valor volte a baixar
em 2008.
Gráfico 4 -Evolução da qualidade da água
Fonte: SNIRH (2010) http://snirh.pt/index.php?idMain=1&idItem=1.5&idISubtem=ANUARIO_BACIA&bacCOD=12
Analisando em pormenor a informação mais recente (2008), o Gráfico 5 revela uma
predominância significativa de estações classificadas com classe B (52.9%). No entanto,
verifica-se que ainda existem estações a serem classificadas com as duas classes mais baixas,
Classe C (2 Estações) e Classe E (1 estação).
Gráfico 5- Número de estações por classe de qualidade da água (2008)
Fonte: SNIRH (2010) http://snirh.pt/index.php?idMain=1&idItem=1.5&idISubtem=ANUARIO_BACIA&bacCOD=12
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Associados aos resultados obtidos para a Bacia Hidrográfica do Douro, o SNIRH avança com
várias fontes de poluição urbana, representadas no Gráfico 6. Das 995 fontes de poluição
quantificadas, as Fossas Sépticas Coletivas encontram-se largamente em maior número (83%).
Dos restantes tipos de fontes correspondem 9% correspondem a Descargas Diretas, ao passo
que as ETAR representam os restantes 8%.
Gráfico 6- Fontes de poluição urbana
Fonte: SNIRH (2010) http://snirh.pt/index.php?idMain=1&idItem=1.5&idISubtem=ANUARIO_BACIA&bacCOD=12
No Rio Tâmega, existe estação na Albufeira do Torrão que, apesar de não pertencer ao
concelho de Celorico de Basto, pode ser considerada como representativa da qualidade da
água no referido rio.
Deste modo podem ser avançados os resultados existentes no SNIRH, apresentados no Gráfico
7, permitindo constatar que, no período de anos estudado, a água é classificada
maioritariamente como razoável, mas nos últimos dois anos disponíveis (2007 e 2008),
verifica-se uma melhoria na sua qualidade, passando a obter classificação da classe B (Boa).
Gráfico 7- Qualidade da água na estação da Albufeira do Torrão
Fonte: SNIRH (2010) http://snirh.pt/index.php?idMain=1&idItem=1.5&idISubtem=ANUARIO_MAISESTACOES
Tal como referido anteriormente, será de seguida efetuada uma pequena abordagem relativa
à qualidade da água destinada ao consumo humano, no concelho de Celorico de Basto.
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O Decreto-Lei n.º 306/2007, de 27 de Agosto, estabelece o regime de qualidade da água
destinada ao consumo humano, ao qual a água distribuída no município deve ser submetida,
pelo que todas as actividades associadas a esta matéria são estipuladas por este diploma.
Para tal, a Câmara Municipal de Celorico de Basto elabora anualmente um Plano de Controlo
de Qualidade da Água (PCQA) que resumidamente pode ser enunciado como um documento
que contém a planificação anual das amostragens a realizar em cada Sistema de
Abastecimento, segundo as características de cada sistema.
Esta atividade é elaborada em articulação com várias entidades, entre elas a Entidade
Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR) e Autoridade de Saúde.
O Concelho de Celorico de Basto possui 30 Sistemas de Abastecimento15: Agilde, Botafogo,
Caçarilhe, Carvalho, Cerdeirinhas, Cerqueda, Codessoso Novo, Codessoso Velho, Corredoura,
Fermil, Figueiredo, Gagos, Gandarela, Gémeos, Infesta, Ladário, Lameira, Lordelo, Molares,
Monte, Moreira, Ourilhe, Quintela, Rasa, Regedouro, Rego, S. Sebastião, Salmães, Stª Tecla,
Veade, Vila, Vilar e Viso.
No sentido de serem apresentados resultados que representem a qualidade da água
distribuída no concelho de Celorico de Basto, recorreu-se à informação existente no sítio da
ERSAR.
No Gráfico 8 consta a evolução de 2002 a 2008, respeitante às análises efetuadas
relativamente às análises previstas por lei, onde se destaca um decréscimo acentuado em
2004 para 61.27%, seguido de uma enorme subida em 2005 para 99.95%, tendo nos últimos
dois anos (2007 e 2008) atingido o valor exemplar de 100%.
Gráfico 8 - Percentagem de análises efetuadas em relação ao regulamentar
Fonte: ERSAR (2010)
http://www.ersar.pt/xCelcius/ShowXCelcius_PopUp.aspx?FileName=lib/7/11179464935E03660CF41FE5CA1B4EFCC19CE.swf
15
- Fonte: CM Celorico de Basto (2010) - http://www.mun-celoricodebasto.pt/index.php
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O Gráfico 9 representa a percentagem de análises que se encontram em cumprimento com os
valores paramétricos (VP) previstos na lei, para o período compreendido entre 2002 e 2008. A
análise do gráfico permite verificar que, em todos os anos apresentados, o valor situa-se
próximo dos 100%. No ano 2008, o valor é de 98.12%, valor este muito apreciável em termos
de qualidade, pois traduz um número muito pequeno de incumprimentos. Importa ainda
referir que os incumprimentos ocorrem por vezes em parâmetros, aos quais não está
associado um risco direto para o consumidor.
Gráfico 9- percentagem de análise em cumprimento VP
Fonte: ERSAR (2010)
http://www.ersar.pt/xCelcius/ShowXCelcius_PopUp.aspx?FileName=lib/7/11179464935E03660CF41FE5CA1B4EFCC19CE.swf
4.4 CLIMA
A sucessão dos vários estados de tempo ao longo de vários anos permite caracterizar o clima
de uma determinada região. Em Portugal Continental, devido à influência da latitude, do
oceano Atlântico, da massa continental da Península Ibérica e da altitude, faz com que este
território apresente uma diversidade climática que se verifica ao nível da temperatura e
precipitação.
Os registos do Instituto de Meteorologia, efetuados entre 1961 e 1990 (Normais
Climatológicas) mostram que temperatura média anual, do território continental, oscila entre
cerca de 7°C nas terras altas do interior norte e centro, e cerca de 18°C no litoral sul. A
precipitação média anual regista os valores mais altos no Minho e Douro Litoral e os valores
mais baixos no interior do Baixo Alentejo (Ilustração 2 - Distribuição dos valores médios anuais
da Temperatura Média do Ar (°C) e de Precipitação (mm) em Portugal Continental no período
1961-1990).
80
Ilustração 2 - Distribuição dos valores médios anuais da Temperatura Média do Ar (°C) e de Precipitação
(mm) em Portugal Continental no período 1961-1990
Fonte: www.meteo.pt
A característica climática mais marcante do Noroeste Português, região onde se insere Celorico
de Basto, reside, inquestionavelmente, nos seus elevados quantitativos pluviométricos, os
quais se devem à frequente passagem de superfícies frontais, conjugadas com o efeito das
montanhas, muito próximas do litoral, apresentando totais anuais médios de precipitação
superiores a 1400 mm.
De facto, trata-se de uma região com afinidades mediterrâneas mas com forte influência
atlântica, traduzindo-se num clima de temperaturas amenas, com pequenas amplitudes
térmicas e forte pluviosidade média, resultado da sua posição geográfica, da proximidade do
Atlântico e da forma e disposição dos principais conjuntos montanhosos.
De acordo com Atlas do Ambiente, a temperatura média diária da região varia entre os 12,5 e
os 15°C, situando-se os índices de humidade atmosférica médios anuais entre os 75 e os 80%.
Para a precipitação os valores médios variam entre os 1400 e os cerca de 3000 mm por ano.
81
A altitude e disposição do relevo contribuem localmente para uma acentuada assimetria na
distribuição da precipitação. Também os restantes elementos climáticos são fortemente
condicionados por estas duas variáveis.
A ocorrência de vertentes nebulosas e nevoeiros frequentes, aliada a uma insolação
relativamente baixa, completam as características do clima da região.
Considerando agora a informação meteorológica recolhida na Estação Climatológica mais
próxima de Celorico de Basto, Estação de Braga -Posto Agrário, para o período de 1951 a 1980,
localizada a 41° 33' de latitude Norte, ao 24' de longitude Oeste e a uma atitude de 190
metros, confirmamos que a quantidade anual de precipitação ultrapassa os 1500 mm (1514,8
mm), repartidos por um total de dias superior a 130.
Gráfico 10 - Gráfico termopluviométrico
Fonte: Normais Climatológicas Braga – Posto Agrário (1961/90)
A época do ano em que se registam os máximos corresponde aos meses de Inverno
(Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março). É nos meses de Julho e Agosto que
ocorrem os mínimos de precipitação, podendo considerar-se estes dois meses como período
seco do ano (P < 2T).
A temperatura média mais alta regista-se no mês de Julho (27,2°C), ao passo que a média mais
baixa verifica-se no mês de Dezembro (4,5°C). A amplitude de variação térmica anual ronda os
11,5°C. A temperatura média anual corresponde a 14°C.
A época do ano em que se registam os máximos corresponde aos meses de Inverno
(Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro e Março). É nos meses de Julho e Agosto que
ocorrem os mínimos de precipitação, podendo considerar-se estes dois meses como período
seco do ano (P < 2T).
Esta região é caracterizada por Invernos frescos e verões moderados a quentes. A temperatura
máxima média do mês mais quente varia entre 23 e 32°C, observando-se durante 20 a 120 dias
82
por ano temperaturas máximas superiores a 25°C, sendo pois denominado de Clima Marítimo
de Litoral Oeste (Daveau et al: 1994).
Relativamente aos dados da precipitação, recorrendo aos postos udométricos existentes no
Concelho e atendo à altitude a que estes se encontram (Gráfico 11 - Distribuição mensal da
precipitação registada nos postos udométricos), é fácil perceber que o posto udométrico de
Carvalho permite caracterizar os quantitativos mensais de precipitação para as zonas do
concelho com altitudes mais elevadas (faixa central para oeste), enquanto o posto do
Freixieiro poderá caracterizar as zonas mais baixas, junto ao rio Tâmega. Assim sendo,
anualmente precipitam-se 1847,2 mm nas zonas altas e 1697,5 mm nas zonas baixas.
Tabela 14 - Características dos postos udométricos
Postos udométricos
Freguesia
Altitude (m)
Freixieiro
Britelo
200
Carvalho
Borba da Montanha
540
Fonte: INAG
Em termos mensais, pela análise do Gráfico 11, verifica-se que, para ambos os locais, é no mês
de Fevereiro que se registam os maiores valores de precipitação (Carvalho – 263,4 mm e
Freixieiro – 245,7 mm), embora os meses de Dezembro e Janeiro apresentem valores muito
próximos (Carvalho nunca abaixo dos 255 mm e em Freixieiro nunca abaixo dos 240 mm).
Como seria de esperar, os meses de Verão (Julho e Agosto) são os que registam os valores
mais baixos, sendo mais uma vez nas zonas altas onde se registam os valores mais elevados.
Assim nestes meses, nas zonas baixas não ultrapassam os 50 mm nos dois meses, enquanto na
outra zona, não ultrapassam os 60 mm.
Gráfico 11 - Distribuição mensal da precipitação registada nos postos udométricos
83
4.4.1 ÍNDICES BIOCLIMÁTICOS
O subcapítulo que propomos desenvolver pretende, com base em parâmetros de ordem
climática, a concretização de um quociente através do qual será possível incluir a área em
análise numa classe bioclimática a que corresponderá, necessariamente, determinado tipo de
vegetação.
Há quatro fatores que condicionam e determinam a paisagem vegetal do bosque16 ibérico em
geral, e do português em particular, três dos quais de ordem geográfica e um último de origem
antrópica. O mesmo é dizer que a localização das plantas depende de fatores como clima, solo
e relevo.
Em termos climáticos, e recordando os pontos anteriores, podemos incluir a área em questão
no tipo atlântico caracterizado, grosso modo, pela suavidade da temperatura (onde as
amplitudes térmicas não são muito acentuadas). A precipitação apresenta valores
consideráveis e ocorrem, ocasionalmente, chuvas estivais (que permitem o desenvolvimento
normal da vegetação durante o período das temperaturas mais elevadas – Verão - altura em
que a temperatura e luz solar são mais favoráveis).
O solo, devido às suas características, tem capacidades para excluir determinadas espécies
assim como favorecer o desenvolvimento e difusão de outras. Há alturas em que os fatores
edáficos conseguem influenciar as condições térmicas de uma área reduzida, alterando o
microclima.
A localização das plantas depende do relevo na medida em que este contribui, de forma
relativamente acentuada, para a alteração do clima. Segundo Castro et al. (2001) “uma colina
por mais pequena que seja, com os seus flancos orientados aos quatro pontos cardeais,
bastará para modificar nela o clima surgindo vários microclimas”.
Na atualidade existe uma tendência para utilizar o conceito de andar bioclimático, ampliando o
seu uso à totalidade do território geográfico, montanhoso ou não. Deste modo os andares
bioclimáticos são para certos autores a referência segundo a qual se ordenam todos os tipos
de vegetação17.
16 Deixamos aqui, algumas das inúmeras definições de bosque. Castro et al., (2001) “(…) quando a árvore é um elemento conspícuo
e repetido na fisionomia da formação vegetal, com independência da sua talha, densidade (número de pés por hectare), ou grau
de sombra proporcionado pela sua cobertura”. Para Folch (1981) “o que tipifica o bosque é o predomínio de árvores”. Ruiz de la
Torre (1990) defende que é um “(…) agrupamento de árvores – vegetais com mais de 7m de altura - em espessura”. Finalmente,
Font i Quer (1954) diz que “(…) é um sítio povoado de árvores – com limite de 5m de altura - em matas”.
17 Idem, ibidem
84
4.4.1.1
Índice de mediterranidade
Este índice permite delimitar as regiões de influência mediterrânica:
Im - índice de mediterranidade
ETPi – evapotranspiração potencial no período i
Im = ETPi/Pi
(calculada segundo o método de Thorntwaite)
Pi – precipitação média no período i
O Im pode ser determinado para os períodos correspondentes aos meses de Julho (Im1), Julho
a Agosto (Im2) e Junho a Agosto (Im3). Consideram-se como pertencente à região
mediterrânica os locais em que os valores de Im1, Im2 e Im3 são respetivamente superiores a
4.5, 3.5 e 2.5. (Garcia, 1996).
Na maioria dos casos e para obter uma classificação genérica sobre a influência mediterrânica,
pode utilizar-se lm2 (Correia et al., 1999).
Com base nos valores das normais climatológicas (1961-1990) da estação meteorológica de
Braga/Posto Agrário, calcularam-se os índices de mediterranidade, obtendo-se os seguintes
resultados:
Tabela 15 - Índice de mediterranidade
4.4.1.2
Im1
Im2
Im3
ETP
109.2
158.9
238.8
P
20.4
33.3
96.4
Im
5.4
4.8
2.5
Índice de termicidade de Rivaz Martinez
De entre todos os sistemas bioclimáticos de caracterização, destaca-se pela sua precisão e uso
generalizado na Península Ibérica, aquele proposto por Rivaz Martínez (1981) citado por
Molina et al. (1992) e por Castro et al. (2001). Este sistema utiliza diferentes parâmetros
termopluvuométricos, estabelecendo andares bioclimáticos que se relacionam com diferentes
tipos de vegetação potencial.
O índice térmico de Rivaz Martinez foi proposto para separar os andares bioclimáticos da
Península Ibérica (Correia et al., 1999) e calcula-se da seguinte forma:
t - temperatura média anual (°C)
It = (t+m+M)*10
m – média das temperaturas mínimas do mês mais frio (°C)
M – média das temperaturas máximas do mês mais frio (°C)
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Com base nos valores das normais climatológicas (1961-1990) da estação meteorológica de
Braga/ Posto Agrário calculou-se o It, obtendo-se:
(14.2+4.3+13.2) *10 =317
Tabela 16 - Índice de termicidade de Rivaz Martinez
350-450
210-350
70-210
Termomediterrânico
Mesomediterrânico
Supramediterrânico
Podemos ainda classificar a tipologia de clima obtido recorrendo ao ombroclima que depende
da precipitação média anual que é de 1514,5 mm.
Segundo os critérios de delimitação dos andares bioclimáticos (Tabela 17), trata-se de um
clima que pertence a região mediterrânica, andar mesomediterrânico, horizonte inferior e
ombroclima húmido.
Tabela 17 - Critérios de delimitação dos andares bioclimáticos segundo Rivaz Martinez
Divisão fitoclimática
Crioromedit.
Oromedit.
Mediterrânica
-70>
It
Mediterrânica
-70> It> 510
200< P
Supramedit
Mesomedit
Termomedit
Inframedit.
superior
inferior
superior
inferior
superior
médio
inferior
superior
médio
inferior
superior
inferior
superior
inferior
Termoclima
Inf. -70
-70 a -30
-29 a 0
1 a 60
61 a 110
111 a 160
161 a 210
211 a 260
261 a 300
301 a 350
351 a 410
411 a 470
471 a 510
Sup. a 510
Ombroclima
Inf. a
200
mm
200
a
350
mm
350
a
600
mm
600
a
1000
mm
1000
a
1600
mm
Sup.
a
1600
mm
Fonte: Adaptado de Garcia (1996)
4.4.1.3
Modelo bioclimático de Emberger
Este índice combina para além da precipitação anual, uma estimativa da evaporação baseada
na média das temperaturas máximas do mês mais quente e das temperaturas mínimas do mês
mais frio. É um índice particularmente útil nas regiões mediterrânicas mais húmidas, onde a
higrometria atmosférica atinge valores particularmente altos, mesmo na ausência de
precipitação (Alcoforado et al., 1993). O índice termopluviométrico traduz-se na seguinte
equação:
Q=
__100p__(M+m)*(M-m)
p - precipitação média anual (mm)
Q=
__100*1514,5__(27,1+4,3)*(27,1-4,3)
M – média das temperaturas máximas do mês mais quente (°C)
m – média das temperaturas mínimas do mês mais frio (°C)
Calculou-se o índice obtendo-se um Q = 211,15.
86
Segundo Emberger, a área de estudo enquadra-se no andar bioclimático “Mediterrânico
húmido”, no limite da região Mediterrânica com a região Eurosiberiana, podendo tratar-se de
uma zona de transição (Ilustração 3- Unidades bioclimáticas mediterrânicas segundo Emberger
(1933). Distribuição aproximada na Península Ibérica (in Castro et al., 2001).).
Este facto é confirmado pelo resultado obtido no cálculo de índice de mediterraneidade cujo
valor Im3 se encontra no limite abaixo do qual a região já não é considerada mediterrânica. A
este acresce o facto dos valores das normais climatológicas se reportarem ao posto
meteorológico que se localiza em Braga. Pode afirmar-se assim que se trata de uma zona de
transição entre a região Mediterrânica e a Eurosiberiana, facto que se vai refletir na vegetação
potencial.
Ilustração 3- Unidades bioclimáticas mediterrânicas segundo Emberger (1933). Distribuição aproximada
na Península Ibérica (in Castro et al., 2001).
4.5 BIODIVERSIDADE
Depois de serem estudados alguns indicadores bioclimáticos, que caracterizaram o clima de
Celorico de Basto como sendo mediterrânico, próximo do limite com o clima atlântico, importa
87
enquadrar o Concelho em termos biogeográficos, analisando-se, o clima, a vegetação presente
e a sua distribuição.
Ilustração 4 -Províncias de vegetação segundo Rivaz Martínez
Legenda: I. Pirenaica; II. Cantabroatlântica; III. Orocantábrica; IV. Aragonesa; V. Catalano-valencianoprovençal; VI. Balear; VII. Castelhano-maestrazgo-manchega, VIII. Murciano-almeriense; IX. Carpetanoibérico-leonesa; X. Luso extremadurense, XI Gaditano-ónubo-algarbiense; XII Bética; XIII. Canária
ocidental; XIV. Canária oriental. As três primeiras pertencem à região eurosiberiana, as duas últimas à
região macaronésica e o resto à região mediterrânica.
Fonte: Adaptado de Chasco e Hijano, 1999
O concelho de Celorico de Basto situa-se na província de vegetação Cantabroatlântica
(Ilustração 4 -Províncias de vegetação segundo Rivaz Martínez) que, por sua vez, se localiza na
Região Eurosiberiana de clima de influência atlântica, integrando-se na seguinte hierarquia
biogeográfica (Costa et al., 1998):
1. Região Eurosiberiana: caracteriza-se por uma aridez estival nula ou muito ligeira, nunca
superior a dois meses com P <2T (como demonstra o gráfico termopluviométrico do capítulo
anterior, no qual se pode observar um período seco de precisamente dois meses). Nestas
condições, a precipitação estival compensa a evapotranspiração evitando um esgotamento das
reservas hídricas nos solos zonais;
2. Sub-região Atlântica-Medioeuropeia: tem um clima temperado e chuvoso sem uma estação
seca
definidas.
As
formações
climácicas
mais
representativas
são
os
bosques
planocaducifólios, estruturalmente dominados por árvores de folhas brandas, planas, grandes
88
e caducas no Inverno, como sejam os carvalhos (Quercus subgen. Quercus) as faias (Fagus
spp.), os bidoeiros (Betula spp.), os freixos (Fraxinus spp.), os bordos (Acer spp.), entre outros;
3. Superprovíncia Atlântica: é fortemente influenciada pelo efeito amenizante do Oceano
Atlântico. A amplitude térmica anual (continentalidade) é pouco acentuada, nem o Inverno é
muito rigoroso nem o Verão é muito quente. O clima deste território permite a presença de
plantas da denominada “flora atlântica” como sejam o carvalho roble (Quercus robur), os
bidoeiros (Betula spp.), a faia (Fagus sylvatica), árvore naturalizada nas montanhas do
Noroeste de Portugal) os bordos (Acer spp.) e alguns tojos e urzes (Ulex europeus s.L., Ulex
minor, Erica ciliaris, Erica cinera e Daboecia cantábrica);
4. Província Cantabro-Atlântica:
caracteriza-se pela presença de tojais do Daboecenion
cantabricae;
5. Subprovíncia Galaico-Asturiana: caracterizado pela presença de espécies e plantas de
distribuição ibérica ocidental como sejam a Linaria triornithophora, Omphalodes nítida,
Saxifraga spathularis, entre outros;
6. Sector Galaico-Português: é o sector mais meridional e de maior influência mediterrânica
(no sentido bioclimático do termo) de toda a Região Eurosiberiana. A sua fronteira, no nosso
país, inicia-se a leste da Serra do Larouco na vizinhança da Veiga de Chaves; atravessa o vale
do Tâmega próximo de Boticas; prolonga-se inicialmente pela cumeada da Serra do Alvão mas
progressivamente desce pela fralda leste da mesma serra até à proximidade de Vila Real;
continua pela fralda leste da Serra do Marão e inflete para Oeste na proximidade do rio Douro.
A sul do rio Douro, engloba as Serras de Montemuro, Freita, Leomil, Lapa, Arada e Caramulo e
atinge o ponto mais a sul junto à Serra do Buçaco. Finalmente dirige-se para Norte, ao longo
do vale do rio Águeda, até atingir a ria de Aveiro. Os seus limites, a sul com o Subsector
Beirense Litoral são difíceis de estabelecer. A maioria das migrações de plantas entre os
“mundos” mediterrânico e atlântico no Noroeste da Península Ibérica foi feita através desta
faixa – via migração marítima-lusitana – devido à ausência de uma barreira fisiográfica.
Numerosas plantas mediterrânicas como Arbutos unedo, (medronheiro), Corema álbum,
Daphne gnidium, Laurus nobilis (Loureiro), Ruscus aculeatus (gilbardeira), ou Smilax aspera –
testemunhos de migrações decorridas em períodos pretéritos mais quentes que o atual –
coexistem plantas tipicamente atlânticas. Entre as numerosas espécies de apetência atlântica e
oceânica em Portugal próprias deste sector destacam-se Acer pseudoplatanus (plátano
bastardo), Agrostis hesperica, Origanum vulgare, Pyrus cordata, Quercus robur (carvalho
alvarinho), entre outros. São endemismos do sector: Arabis juresi, Armeria humilis subsp.
89
odorata, Silene marizii, Narcissus nobilis, Sedum pruinatum e Thymus caespitius. A paisagem é
dominada por giestais, tojais e urzais-tojais que resultam da degradação dos carvalhais
primitivos de Quercus robur (carvalho alvarinho).
Os valores dos índices de mediterranidade caracterizaram o clima como mediterrânico mas
com um valor de Im3 no limite abaixo do qual o clima já não é considerado mediterrânico. Por
sua vez, os índices bioclimáticos acusaram um andar bioclimático mesomediterrânico,
próximos do limite com a Região Eurosiberiana. Estes dados poderão indicar uma zona de
transição bioclimática que se confirma com a análise biogeográfica que revela que a vegetação
característica (bosques planocaducifólios) é indicadora de um andar bioclimático Basal ou
Montano inferior que pertence à região Eurosiberiana. Por outro lado, o sector biogeográfico
Galaico-Português é, no sentido bioclimático, o de maior influência mediterrânica.
Concluindo, trata-se de uma zona de transição em termos bioclimáticos entre a região de
influência atlântica e a de influência mediterrânica, que a nível biogeográfico é
dominantemente atlântica mas com alguma influência mediterrânica, refletindo-se na
vegetação potencial.
4.5.1 CARATERIZAÇÃO DOS BOSQUES PLANOCADUCIFÓLIAS
Como foi referido anteriormente, os bosques característicos da Sub-região AtlânticaMedioeuropeia são os bosques planocaducifólias. Estes podem ser distinguidos em bosques
mistos de folhosas e carvalhais em que domina o Quercus robur (carvalho alvarinho). Estes
caracterizam-se pela queda das folhas do estrato arbóreo durante o Inverno e o
desenvolvimento de proteções nos gomos que constituem um sistema eficaz para resistir ao
frio invernal evitando as perdas de água.
Segundo Castro et al. (2001), os carvalhais e os bosques de planocaducifólias são as formações
arborizadas mais características e constituem a paisagem natural das zonas basais da região
Eurosiberiana. A sua localização em áreas de grande interesse agrícola ou pastoreio, nas quais
a população se instalou há muito tempo, constituem escassos redutos bem conservados.
Os bosques mistos de folhosas ocupam os fundos dos vales húmidos e ricos em nutrientes, em
menor extensão em vales encaixados ou gargantas e às vezes no sopé de escarpas rochosas.
Por sua vez, os carvalhais situam-se geralmente em encostas oligotróficas na base de sistemas
montanhosos ou em colinas de vertentes cantábricas. Por isso, o elenco florístico destas
últimas é normalmente mais pobre e é constituído por plantas acidófilas.
90
Estruturalmente, os carvalhais compostos de carvalho alvarinho (Quercus robur) e os bosques
mistos caracterizam-se por um estrato arbóreo denso que se eleva em torno dos 25 – 30
metros, podendo chegar excecionalmente aos 35 – 40 metros. Abaixo deste nível arbóreo
aparecem árvores dispersas de sub-estrato descontínuo inferior a 10 a 15m de altura,
composta por rosáceas (do género – Sorbus (tramazeira), Pyrus (pereira), malus (macieira),
Crataegus (pilriteiro), teixos, sabugueiro, aveleira.
Os estratos arbustivos, herbáceos e musgos são normalmente ricos, provavelmente devido à
elevada disponibilidade de água, nutrientes e luz. Dentro do estrato herbáceo, os fetos têm
uma presença significativa, principalmente nos sítios mais ácidos e húmidos. Segundo Castro et
al. (2001) os bosques planocaducifólios mistos caracterizam-se pelas seguintes espécies:
Tabela 18 - Árvores integrantes dos bosques mistos planocaducifólios na Península Ibérica e principais
arbustos que aparecem nas clareiras e nas orlas florestais
Arvores caducifólias
Nome comum
Carvalho
Nome comum
Bordo
Nome científico
Acer pseudoplatanus
Acer platancides
Acer campestre
Acer opalus
Faia
Nome científico
Quercus robur
Quercus petraea
Quercus humilis
Quercus pyrenaica
Quercus canariensis
Fagus sylvativa
Sorveira, tramazeira
Freixo
Castanheiro
Zangarinheiro
Choupo
Fraxinus execelsior
Castanea sativa
Frangula
Populus tremula
Amieiro
Ulmeiro
Chorão
Tílias
Bétula
Betula alba
Betula pendula
Prunus avium
Macieira brava
Sorbus ária
Sorbus aucuparia
Sorbus torminalis
Alnus glutinosa
Ulmus glutinosa
Salix caprea
Tilia platyphyllos
Tilia cordata
Malus sylvestris
Pereiras
Pyrus pyraster
Pyrus cordata
Nome científico
Ilex aquifolium
Laurus nobilis
Prunus lusitanica
Abies alba
Nome comum
Nogueira
Plátano
Acácia bastarda
Teixo
Nome científico
Juglans regia
Plátanus hispânica
Robinia pseudoacia
Taxus baccata
Cerejeira brava
Arvores perenifólias
Nome comum
Azevinho
Loureiro
Azereiro
Abeto branco
Arbustos
Nome científico
Crataegus monogyna
Crataegus laevigata
Corylus avellana
Euonymus europeus
Comus sanguinea
Comus mas
Prumus spinosa
Berberis vulgaris
Juniperus communis
Nome científico
Nome comum
Buxus sempervirens
Rosa Canina
Rosa pendulina
Rosa ssp.
Rubus dscolor
Giestas
Rubus ssp
Rhamnus catharticus
Erica arborea
Nome científico
Adenocardus complicatus
Genista florida
Genista cinerea
Cytisus scoparius
Cytisus cantabricus
Cytisus stiauts
Cytisus ingrammii
Ulex europeus
Ulex galii
Nome científico
(em ambientes
mediterrânicos)
Buxus sempervirens
Coriaria vulgare
Rhamnus alatemus
Arbustus unedo
Adaptado de Castro et al. (2001)
91
4.5.2 VALORIZAÇÃO DA VEGETAÇÃO
Tendo em consideração a caracterização biogeográfica de Celorico de Basto e a orografia
presente neste território (áreas com declives superiores a 30%), torna-se possível a atribuição
do valor biológico, tendo ainda em conta os seguintes fatores:
•
Existência de formações autóctones;
•
Interesse florístico da vegetação espontânea;
•
Importância em termos de suporte faunístico – (ex.: alimentação, nidificação e refugio) do
mosaico agro-florestal.
Por ordem crescente de interesse ecológico temos:
•
Áreas artificiais e afloramentos rochosos;
•
Áreas agrícolas e planos de água; relaciona-se com o facto de muitas dessas áreas servirem
de pontos de alimentação e refugio, principalmente para a avifauna;
•
Floresta de produção; povoamentos de eucalipto ou pinheiro, puros ou mistos mas em que
estas espécies sejam dominantes;
•
Matos, florestas degradadas, pastagens naturais, solos com pouca vegetação; relaciona-se
com o grau de intervenção que neste caso é propenso ao desenvolvimento de formações
da sucessão ecológica;
•
Povoamentos de folhosas, incluem-se o carvalho, castanheiro, plátano, azevinho, cerejeira,
etc. e as formações arbustivas associadas.
•
Relativamente às áreas com declives superiores a 30%, estas são importantes, pois são
situações de grande sensibilidade ecológica e física.
Por um lado, existe o efeito evidente dos fenómenos erosivos do solo, no qual a vegetação aí
existente tem uma função moderadora desses fenómenos. Por outro lado, a floresta tem um
papel importante a nível da gestão das bacias hidrográficas, na infiltração de precipitação e
escorrimento superficial e subterrâneo, com consequente controlo das torrentes e
armazenamento dos aquíferos.
As manchas com declives mais acentuados são igualmente as menos intervencionadas pelo
Homem. É nestes locais que a vegetação potencial das fases da sucessão ecológica tem maior
probabilidade de surgir.
A ocupação do solo é o primeiro critério de valoração; o declive discrimina valores dentro de
cada classe de ocupação, excetuando as áreas artificiais e as áreas agrícolas e planos de água.
Deste modo, a classificação obtida, quanto ao valor ecológico é a seguinte:
92
Tabela 19- Classificação adotada para a elaboração do valor ecológico
Valor
Classificação
Descrição
0
Nulo
Áreas artificiais e afloramento rochosos
1
Baixo
Áreas agrícolas e planos de água
2
Baixo a médio
Floresta de produção em declives <30%
3
Médio
Floresta de produção em declives ≥ 30%
4
Médio a elevado
Matos e floresta degradadas em declives <30%
5
Elevado
Matos e floresta degradadas em declives ≥ 30%
6
Elevado a muito elevado
Povoamentos de folhosas em declives <30 %
7
Muito elevado
Povoamentos de folhosas em declives ≥30%
Pela análise da carta de valor ecológico (Mapa 11 – Carta de Valor ecológico), as manchas de
valor ecológico mais elevado (classes 6 e 7) ocupam cerca de 10% da área do concelho; a
classe de valor ecológico baixo ou de valor 1 (áreas agrícolas e planos de água) é que tem
maior distribuição, com cerca de 33,6% área de distribuição.
Pelos critérios adotados, às manchas de acácias localizadas na margem do rio Tâmega, é
atribuído um valor ecológico muito elevado. Como se trata de uma espécie exótica e
infestante deverá ser considerada uma situação de desequilíbrio ecológico em que uma
espécie exótica ocupa espontaneamente o “lugar” da vegetação potencial e característica.
Essa situação tem de ser considerada na ótica de uma gestão especial em termos de
recuperação da vegetação característica da sucessão ecológica.
Mapa 11 – Carta de Valor ecológico
93
4.5.3 ÁRVORES NOTÁVEIS
De acordo com os dados do Atlas do Ambientes, e como se pode observar no Mapa 12 Árvores notáveis, existem no concelho de Celorico de Basto um total de 16 árvores
consideradas notáveis: seis Sobreiros (quercus suber); quatro Carvalhos (quercus sp.); dois
Pinheiro (pinus sp.); duas Nogueiras (juglans regia); um Carvalho Roble (quercus robur); um
Salgueiro (salix sp.); uma Oliveira (olea europea); uma Nogueira (juglans regia) e uma Urnígera
(eucalyptus ovata).
Mapa 12 - Árvores notáveis
Apesar deste número de árvores notáveis,
apenas existe um exemplar classificando de
“Interesse
Público”,
pela
Autoridade
Florestal Nacional (D.G. nº 269 II Série de
17/11/1953). Este é um exemplar de
eucalipto (Eucalyptus globulus Labillardiere)
com pouco fuste e de porte majestoso.
Situa-se na freguesia de Ribas, junto à E.N.
206, ao quilómetro 69,490. Segundo aquela
entidade, este eucalipto resistiu ao ciclone de 1941 e é um dos exemplares com maior
perímetro do tronco, medido até ao momento em Portugal.
94
4.5.4 OCUPAÇÃO DO SOLO
Pela observação da Tabela 20 - Variação relativa (%) da ocupação do solo entre 1990 e 2006 e
distribuição atual (2006) da ocupação do solo por tipologia (em %), constata-se que em 16
anos (1990 e 2006) registou-se uma diminuição da área agrícola em cerca de 14%. Esta
tipologia constitui a maior diminuição verificada em Celorico de Basto sendo que as áreas
florestais também têm vindo a sofrer diminuições mas de menor valor (ronda os 8%). Por sua
vez, os maiores aumentos verificaram-se nas áreas artificiais (quase 200%) o que poderia levar
a concluir que esse aumento está relacionado com a diminuição da área agrícola.
No entanto, é de salientar que estas variações poderão resultar das diferentes metodologias
utilizadas na digitalização da ocupação do solo.
Tabela 20 - Variação relativa (%) da ocupação do solo entre 1990 e 2006 e distribuição atual (2006) da
ocupação do solo por tipologia (em %)
Tipologia de
ocupação
Área agrícola
Área florestal
Área seminatural
Área artificial
VR (%)
-14,2
-7,9
20,8
199,4
Área (%)
em 2006
29,4
40,3
23,3
7,1
Fonte:MCB, 2006
Mas mesmo assim pode afirmar-se que a tendência observada é do abandono da área agrícola,
evidenciado pelo aumento das áreas “seminaturais” de matos e áreas florestais degradadas.
Este abandono é bastante notório ao longo da faixa do rio Tâmega, onde se observaram várias
quintas abandonadas e onde a vegetação espontânea passou a ocupar densamente essas
áreas. Paralelamente, os consequentes incêndios têm provocado o aumento das áreas de
matos em detrimento das florestais e agrícolas previamente existentes.
Apesar destas diminuições das áreas agrícolas e florestais, o concelho continua a ter uma
paisagem marcadamente rural, uma vez que cerca de 63% corresponde a terrenos ocupados
por floresta e incultos e quase 30% por área com ocupação agrícola que perfaz quase a
totalidade da área do concelho (93%).
Analisando a distribuição espacial (Mapa 13- Ocupação do solo (2006)) atual, verifica-se que as
maiores extensões de área de incultos se localizam na parte Noroeste do concelho, nas
freguesias de Basto (S. Clemente) e Infesta, Nordeste, freguesia de Canedo de Basto e a Sul de
Britelo, junto ao vale do rio Tâmega.
95
Mapa 13- Ocupação do solo (2006)
4.6 GEOLOGIA
4.6.1 ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO
O concelho de Celorico de Basto fica geologicamente situado na área abrangida pelas folhas 6C (Cabeceiras de Basto), 9-B (Guimarães) e 10-A (Celorico de Basto) na escala 1/50 000 da
Carta Geológica de Portugal. Abrange as folhas 72 (Cabeceiras de Basto), 86 (Celorico de
Basto), 87 (Mondim de Basto), 87 (Vilar de Ferreiros), 99 (Felgueiras) e 100 (Paradança Mondim de Basto) da Carta Militar de Portugal na escala 1/25 000, dos Serviços Cartográficos
do Exército.
O concelho apresenta, em termos geomorfológicos, um relevo consideravelmente acidentado,
com vastas áreas planálticas, alternando com vales estreitos que descem até ao rio Tâmega.
Nas áreas mais altas de montanha as altitudes oscilam entre os 670 e os 687 m, atingindo o
seu ponto mais elevado no marco geodésico do Viso, com 851 m. Nas áreas mais baixas (ao
longo do rio Tâmega) rondam os 80 m. As falhas e fraturas de direção NE-SW e NNE-SSW na
medida em que ao longo destas ocorreram movimentos de elevação e de subsidência durante
a era Mesozoica originando, respetivamente, as principais serras e as áreas intermédias, onde
se instalaram os principais cursos de água.
96
À exceção da parte oriental do concelho, onde o relevo evolui pouco sinuoso e o declive vai
diminuindo gradualmente até ao rio Tâmega, grande parte do restante concelho é
condicionado pela falha da Gandarela, com uma direção N-S, responsável pela existência de
vales geralmente cavos e com direções idênticas.
As formas de relevo atual são condicionadas por fatores geológicos, nomeadamente pela
composição litológica e pela tectónica, pois enquanto os xistos menos resistentes à erosão
formam terrenos de menor elevação, os granitos e os quartzitos, mais resistentes constituem
as partes mais elevadas, formando geralmente cristas agudas e recortadas.
Mapa 14- Carta Geológica de Celorico de Basto
Fonte: INETI. Mapa: Elaboração própria.
O rio Tâmega, principal curso de água do Concelho, apresenta-se bastante encaixado,
formando um vale em “V” assimétrico de direção NE-SW, paralelo a uma das famílias de falhas
que cortam este concelho e a região. A vertente direita apresenta um declive mais acentuado
que a vertente esquerda, sendo esta assimetria resultado das inclinações dos planos de
xistosidade, diáclases e falhas, os quais, favorecem uma maior erosão da vertente esquerda
face à direita.
A Carta Geomorfológica de Portugal (Ferreira, 1981) assinala a existência de amplo “graben” 18
a condicionar o curso do Tâmega no sector compreendido entre as alturas do Alvão e o vale
18
Graben ou fossa tectónica é a designação dada em geologia estrutural a uma depressão de origem
tectónica, geralmente com a forma de um vale alongado com fundo plano, formada quando um bloco
97
daquele rio entalhado abaixo dos 200m. É provável que assim aconteça, uma vez que as falhas
de direção NE-SW têm forte expressão nos maciços graníticos, visualizados no terreno por
importante enchimento de quartzo. Quando entram nos metassedimentos, estas falhas
tornam-se difíceis de materializar por se desdobrarem em múltiplos rejogos segundo as
xistosidades (Pereira, 1989).
Do lado ocidental do Tâmega, o limite daquela estrutura deve-se mais à influência da falha da
Gandarela com uma direção próxima de N-S do que certamente devido ao jogo do feixe NE-SW
bem visível no Maciço de Celorico de Basto. Com efeito, aquela falha limita a importante
superfície de Lameira-Rego que se desenvolve segundo a mesma direção N-S a uma altitude de
700-750 metros. Trata-se da última aplanação, sobranceira à superfície poligénica PlioQuaternária desenvolvida no litoral, marginalmente aos rios principais entre Douro e Minho
(Ferreira, 1983). A superfície da Lameira poderá representar o bordo mais avançado, para
ocidente, “Superfície Fundamental” da Meseta (Pereira, 1989).
4.6.2 TETONOESTRATIGRAFIA
Em termos geológicos, o concelho localiza-se na unidade morfoestrutural do território
continental português denominada Maciço Hespérico, nomeadamente na Zona Centro-Ibérica,
e em domínios alóctones da Subzona Galiza – Média Trás-os-Montes sendo formada por
terrenos antigos de idade Pré-câmbricos (com mais de 570 M.A.) e Paleozoica (datados entre
os 570 a 245 M.A.) que incluem um largo cortejo de rochas metassedimentares e rochas ígneas
de natureza granítica.
Tal como foi já referido, este concelho desenvolve-se, essencialmente, sobre
complexos litológicos constituídos por rochas metassedimentares do Paleozoico e por rochas
ígneas. Ocorrem ainda, pontualmente, depósitos de cobertura de idade Plistocénica e
Holocénica.
As rochas metassedimentares de idade Paleozoica com maior representação no
concelho são agrupadas em unidades geológicas designadas Formação de Santos (As), Unidade
de Mouquim (UM), Unidade de Canadelo (UC), Unidade de Vila Nune (UV). Estas unidades
geológicas são constituídas por alternâncias de filitos, xistos, metasiltitos com passagens a
metagrauvaques, raros tufitos e quartzitos.
de território fica afundado em relação ao território circundante em resultado dos movimentos
combinados de falhas paralelas ou quase paralelas
98
Embora com menor representatividade, ainda ocorrem pequenas manchas de outras unidades
geológicas tais como a Formação de Campanhó (Ca), Corneanas Peliticas e Carbonosas (S-D) e
Formação de Pardelhos (Pa).
As unidades geológicas mencionadas encontram-se intensamente metamorfizadas e dobradas
com diversas falhas inversas de baixo ângulo que permitiram o carreamento e cavalgamento
entre as várias unidades litológicas. Estas unidades são também afetadas por sistemas de
fraturas verticais e sub-verticais de direções principais NE-SW e NW-SE por onde se
implantaram filões aplíticos e de quartzo.
A Sul do concelho, a Formação de Santos encontra-se cavalgada pela Unidade de Canadelo.
Nas áreas sobranceiras do Vale do rio Tâmega ocorrem afloramentos de micaxistos com
intercalações de metagrauvaques e traços de escarnito. À medida que a profundidade
aumenta o micaxisto passa a corneana que aflora nas bases das vertentes. Estima-se que à
profundidade de aproximadamente 50 metros abaixo do leito do rio ocorra um corpo intrusivo
de granito hercínico.
Os micaxistos e as corneanas apresentam-se dobrados com os eixos das dobras orientando-se
para WNW-ESSE com pendor de 16º a 30º para WNW. A xistosidade axial no local tem
orientação preferencial de N82ºW,56ºENE.
As rochas ígneas estão representadas por granitos, tufos vulcânicos, filões e massas aplíticas e
por filões de quartzo.
Estes granitos encontram-se divididos segundo a sua génese em granitos hercínicos de génese
mesocrustal e granitos hercínicos de génese crustal profunda.
Os granitos hercínicos de génese mesocrustal são constituídos pelos granitos da Senhora da
Graça (de duas micas, grão médio, com raros megacristais), de Paradança (essencialmente
moscovitico, de grão médio a grosseiro), de Vila Real e de Cavez (de duas micas, grão médio a
grosseiro), de Vila Real e de Cavez (de duas micas, grão médio a grosseiro, com esparsos
megacristais).
Os granitos hercínicos de génese crustal profunda principais são constituídos pelos granitos de
Amarante e de Celorico de Basto (porfiroides, de grão grosseiro, com duas micas). O granito de
Celorico de Basto engloba ainda corpos menores de granodioritos, quartzodioritos biotíticos,
quartzonoritos e monzonitos de grão variado.
Os granitos apresentam-se afetados por famílias de diáclases verticais a sub-verticais com
direções predominantes de N-S, NE-SW e NW-SE e menos predominantes E-W. Os granitos
99
apresentam-se também com frequentes corpos filoneanos de quartzo e aplitos e, mais
raramente, de pegmatitos.
Os tufos vulcânicos presentes surgem integrados na Unidade de Vila Nune formando massas
lenticulares alongadas, por vezes com extensões que ultrapassam os 2 Km. Estes tufos
vulcânicos dividem-se em sílico-sulfurosos, ácidos e intermédios e, intermédios a básicos
skarnificados.
Os filões e massas aplíticas (de dimensões variadas chegando a atingir 1000 metros de
extensão e 10 metros de espessura) e os filões de quartzo (com extensões inferiores a 200
metros e espessuras de 1 metro) cortam as unidades metassedimentares do Paleozoico e os
granitos Hercínicos formando corpos tabulares verticais e sub-verticais.
Os depósitos aluvionares distribuem-se ao longo do rio Tâmega, tal como no sítio do Vau, e em
dois dos seus principais afluentes, nomeadamente o rio Veade e Freixieiro. Estes depósitos
apresentam-se estreitos com larguras máximas da ordem dos 200 metros e espessuras médias
na ordem dos 3 metros sendo constituídos essencialmente por areias, siltes e argilas.
4.6.3 HIDROGEOLOGIA
Os recursos hídricos subterrâneos distribuem-se no território nacional em função das ações
geológicas que moldaram este território. Assim, o território de Portugal Continental pode ser
dividido em quatro unidades hidrogeológicas (Ilustração 5), que correspondem às quatro
grandes unidades morfoestruturais em que o país se encontra dividido:
•
Maciço Antigo, também designado por Maciço Ibérico ou Maciço Hespérico;
•
Orla Mesocenozoica Ocidental, abreviadamente designada por Orla Ocidental;
•
Orla Mesocenozoica Meridional, abreviadamente designada por Orla Meridional;
•
Bacia Terciária do Tejo-Sado composta por duas subunidades, a Bacia Terciária do Tejo e
Sado e a Bacia de Alvalade.
Nas bacias meso-cenozoicas, ou seja, nas Orlas Ocidental e Meridional, ocupadas
essencialmente por rochas detríticas ou carbonatadas, pouco ou nada afetadas por fenómenos
de metamorfismo, encontram-se os aquíferos mais produtivos e com recursos mais
abundantes. O Maciço Antigo, onde se insere o concelho de Celorico de Basto, é constituído
essencialmente por rochas eruptivas e metassedimentares, dispõe, em geral, de poucos
recursos, embora se assinalem algumas exceções, normalmente relacionadas com a presença
de maciços calcários.
100
Ilustração 5 - Unidades Hidrogeológicas de Portugal Continental
Fonte: SNIRH, INAG. Mapa: Elaboração própria
A carta Hidrogeológica de Portugal à escala 1:1.000.000 revela que o concelho e as áreas
envolventes são constituídos, essencialmente, por terrenos de permeabilidade reduzida
(rochas intrusivas, hercínicas, predominantemente graníticas) e de permeabilidade muito
reduzida (xistos e grauvaques, por vezes com quartzitos e raros vulcanitos, do Paleozoico e
Pré-câmbrico, em parte intensamente metamorfizados). Trata-se de uma permeabilidade em
grande, predominantemente, por fissuração e por fracturação. Por outro lado, sempre que o
estado de fracturação e de alteração, quer nas formações metassedimentares quer nas
formações graníticas, atinge graus críticos, pode-se desenvolver uma permeabilidade em
pequeno, intersticial, na qual a porosidade destes materiais é, geralmente, superior à da
rocha-mãe, sã a pouco alterada, que lhes deu origem.
No concelho, os principais reservatórios hidrogeológicos, relativamente semelhantes em
termos de parâmetros hidrogeológicos que apresentam, são constituídos pelas formações
metassedimentares e pelas rochas graníticas, ambas apresentando uma porosidade fissural. A
101
uma porosidade do tipo fissural corresponde uma circulação de água nas rochas,
preferencialmente, através de descontinuidades, nomeadamente, diaclases, falhas e contactos
entre distintas litologias.
Em consequência das fraturas tenderem a fechar-se com o aumento da profundidade, quando
esta ultrapassa determinados valores as condições de armazenamento, de condutividade
hidráulica e de transmissividade, assumem valores que conduzem a aquíferos de muito má
classificação.
Nos locais em que as encostas têm declives acentuados formam-se nascentes, por intersecção
da superfície freática com a topografia, que alimentam as pequenas linhas de água e rios da
região.
4.6.4 TETÓNICA
O concelho insere-se no Maciço Hespérico, nomeadamente na Zona Centro-Ibérica, Subzona
Galiza-Média Trás-os-Montes, o qual, é formado por terrenos antigos Pré-câmbricos (com
idade superior a 570 M.a.) e Paleozoicos (com idade entre 570 e 245 M.a.) que incluem um
largo cortejo de rochas metassedimentares e rochas ígneas de natureza granítica.
De uma maneira geral, todos os terrenos pré-câmbricos foram afetados por deformações
tectónicas e por consequentes fenómenos de metamorfismo originadas nas diversas fases de
enrugamento ocorridas durante a orogenia Hercínica.
Na era Mesozoica (245 a 66.4 M.a.), acontecimentos tectónicos de grande relevância
provocaram a formação de extensas falhas com movimentos de afundamento e levantamento
de blocos. Ainda no final do Mesozoico, e até final do Paleogénico (66.4 a 23.7 M.a.)
assinalam-se um conjunto de fenómenos responsáveis pela formação de grandes fraturas e
falhas que seguem, essencialmente, as direções NE-SW e NNE-SSW (orogenia Alpina).
Estas fraturas e falhas condicionaram a orientação da maioria dos cursos de água da região,
sendo possível que entre estas se tenham levantado os blocos que constituem as grandes
serras do Noroeste de Portugal, ou afundado outros, demonstradas por pequenas depressões,
entre as quais o concelho de Celorico de Basto.
Os carreamentos constituem a tipologia de acidentes tectónicos mais significativa que
afetaram esta zona. Afetaram a estrutura dos terrenos metassedimentares do Silúrico, deram
um carácter alóctone à Unidade de Vila Nune, bem como aos granitos de Paradança e da
Senhora da Graça e, um carácter parautóctone às unidades litológicas de Mouquim e
Canadelo.
102
Provavelmente, esses movimentos foram originados pelas tensões provocadas pelas grandes
intrusões graníticas da região que deram origem aos granitos de Vila Real, a Nascente, e de
Celorico de Basto, a Poente.
Ocorrem na região, além das referidas falhas de carreamento, quatro conjuntos de fraturas
pós-carreamento de direção NE-SW, NW-SE, N-S e E-W. Estas fraturas, como já referido,
condicionam o percurso do rio Tâmega, encaixado, frequentemente, em fracturações de
direção NE-SW e N-S.
Segundo Pereira (1989), a região é, ainda, dominada pelo cisalhamento de Vila Nova de
Cerveira – Amarante – Vilar, ativo dos estádios precoces aos tardios da orogenia Hercínica. No
estádio
inicial,
com
movimentos
senestres,
em
regime
tangencial,
comanda
o
desenvolvimento das fases precoces e da “flake” tectónica. No estádio tardio, com movimento
dextro, controla o desenvolvimento das fases tardias e instalação de diversas séries granitoides
que com ele desenham um arco e se implantam simetricamente em relação a esta grande
sutura.
4.6.5 RECURSOS GEOLÓGICOS DE INTERESSE ECONÓMICO
O levantamento de situações relativas a recursos geológicos com interesse económico
efetuou-se através da consulta das entidades competentes neste domínio, nomeadamente, o
Laboratório Nacional de Energia e Geologia, LNEG (ex-INETI) através do SIORMINP – Sistema
de Informação de Ocorrências e Recursos Minerais Portugueses e a DGEG (Direção Geral de
Energia e Geologia).
De acordo com o LNEG verifica-se a existência de recursos minerais em 17 locais distintos do
concelho (Mapa 15), nomeadamente:
Código
425QzFl
434Qz
428QzFl
435QzFl
427Qz
414QzFl
Ocorrência mineral
Agra
Alto da Forca
Alto das Pedras Brancas
Alto de Sernada
Alto do Chão
Substâncias e/ou Metais
Quartzo (SiO2), Feldspato
Quartzo (SiO2)
Quartzo (SiO2), Feldspato
Quartzo (SiO2), Feldspato
Quartzo (SiO2)
Calvelo
Quartzo (SiO2), Feldspato
437SnW
Campo Mineiro de Codessoso
e Aboim
Carriço
424Sn
813FlQz
419QzFl
345QzFl
417QzFl
Freguesia
Britelo
Arnoia
Agilde
Arnoia
Britelo
Borba da
Montanha
Categoria
Mineral
Mineral
Mineral
Mineral
Mineral
Estanho (Sn), Tungsténio (W)
Codessoso
Mineral
Estanho (Sn)
Veade
Fraguiças
Feldspato, Quartzo (SiO2)
Agilde
Mineral
Reserva mineral
provada
Garceira, Tapada da Bouça,
Bouça da Estrada, Monte da
Bouça e Tapada do Cascalho
Quartzo (SiO2), Feldspato
Gagos e Corgo
Mineral
Mata da Lapeira
Quartzo (SiO2), Feldspato
Monte da Rocha
Quartzo (SiO2), Feldspato
Basto (S.
Clemente)
Ribas
Recurso mineral
medido
Mineral
Mineral
103
433QzFl
423QzFl
415QzFl
410QzFl
432QzFl
Monte do Calvelo e Monte do
Seixo
Monte do Curral e Sorte do
Seixo
Poço dos Vales
Queiriz
Real (1)
Quartzo (SiO2), Feldspato
Carvalho
Mineral
Quartzo (SiO2), Feldspato
Gémeos
Mineral
Quartzo (SiO2), Feldspato
Quartzo (SiO2), Feldspato
Quartzo (SiO2), Feldspato
Ribas
Agilde
Fervença
Mineral
Mineral
Mineral
Mapa 15 - Ocorrências de recursos minerais no concelho de Celorico de Basto
Fonte: LNEG. Mapa: Elaboração própria.
Na freguesia de Agilde está em exploração a concessão designada por Fraguiças – MNC000091
(C91), uma mina que explora um filão de natureza aplitopegmatítica. Trata-se de uma
exploração a céu aberto e tratamento de minério não metálico, nomeadamente Feldspato,
matéria-prima da indústria cerâmica.
4.6.6 RECURSOS
GEOLÓGICOS
COM
INTERESSE
CONSERVACIONISTA
E
PATRIMONIAL
Relativamente
a
recursos
geológicos/geomorfológicos
com
particular
interesse
conservacionista, quer por motivos científicos, estéticos e outros, verificou-se, em resultado da
consulta das ocorrências constantes no inventário efetuado pelo Grupo ProGeo-Portugal e do
inventário de Sítios com interesse geológico relativo ao projeto e-Geo, a inexistência de
registos no concelho.
Contudo, será dado destaque à existência da formação geológica composta por Granodioritos
e raros quartzitos biotíticos. Trata-se de uma rocha ígnea plutónica de composição semelhante
104
ao Granito, tendo uma elevada percentagem de quartzo, mas também, minerais de cor escura,
pobres em sílica e enriquecidos em ferro e magnésio, com uma densidade superior a 3. São os
chamados minerais máficos. O tom mais escuro daquele tipo de rocha é proporcionado por
este tipo de minerais, de que são exemplo a biotite ou a anfíbola.
Este tipo de formação resulta da fusão parcial de rochas máficas. São rochas hercínicas de
génese crustal profunda, da série tardia, tardi a pós-tectónicas relativamente a F3.
Neste capítulo, é importante o destaque das explorações mineiras desativadas, como é o caso
das antigas minas de tungsténio (W), estanho (Sn), quartzo (q) e feldspato potássico (fk), a
presença de contactos geológicos, inerentes à diversidade geológica, fenómenos
extremamente interessantes que ajudam a contar a história da região e a xistosidade, que
podem ser encontradas pelo concelho. Este género de foliação das rochas está relacionado
com a existência de planos paralelos materializados pela recristalização de minerais planares
em rochas metamórficas, como é o caso dos xistos. Este tipo de xistosidade adota o nome de
xistosidade planar. Quando a xistosidade reflete a orientação de recristalização mineralógica
em linhas ao invés de planos, presencia-se o tipo de xistosidade linear.
Mapa 16 - Áreas com interesse geológico no concelho de Celorico de Basto
Fonte: LNEG. Mapa: Elaboração própria.
105
4.6.7 SISMOTETÓNICA E SISMICIDADE
O território português tem como principais polos de atividade sísmica a Falha Açores-Gibraltar
(Sismicidade Interplaca) e a Falha Inferior do Tejo (Sismicidade Intraplaca).
Tendo em conta os dados históricos e instrumentais, apresenta-se na figura (mapa n.º 17) a
Carta de Intensidade Sísmica – Zonas de Intensidade Máxima em Portugal Continental,
elaborada no Serviço Meteorológico Nacional em 1974.
A respetiva Noticia Explicativa, elaborada pelo Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica
em 1985 refere que as isossistas, de um modo geral, tendem a voltar a concavidade para o
mar em consequência da maioria dos sismos mais intensos que afetam o território de Portugal
Continental terem o epicentro localizado no Oceano Atlântico mais concretamente na zona
sísmica alpina situada a Sudoeste do Cabo de S. Vicente (Banco de Gorringe).
Refere ainda que o Sismo do Ribatejo (23 de Abril de 1909) e outros, com epicentros
localizados em terra, contrariam todavia a referida tendência, provocando o aparecimento de
núcleos dispersos, tais como os das seguintes regiões:
Região Chaves - Vidago, com intensidade VI (escala de I a XII), devida ao sismo de 25
de Dezembro de 1918, com epicentro situado na Galiza, junto à fronteira;
Região de Castro Daire – S. Pedro do Sul – Viseu – Tondela, com a intensidade V
devida a alguns sismos com epicentros nesta região;
Região do Vale Inferior do Tejo, com intensidade X devido ao sismo de Benavente, de
23 de Abril de 1909;
Região Évora – Beja, com intensidade VII devida à ação conjugada dos sismos de 28 de
Fevereiro de 1926 (epicentro na região do Vimieiro) e de 28 de Fevereiro de 1969
(epicentro a Sudoeste do Cabo de S. Vicente).
106
4.7 RISCO SÍSMICO
O risco sísmico corresponde à descrição probabilística das consequências para a sociedade da
resultante da ocorrência de um sismo.
Mapa 17 - Intensidade sísmica – zona de intensidade máxima (escala internacional 1961-1972)
Mapa 18 - Sismicidade histórica (escala de Mercalli modificada, 1956)
Na região onde se insere o concelho de Celorico de Basto, os sismos são pouco frequentes,
como comprovam os valores da intensidade sísmica máxima, que corresponde a 5 na Escala
107
Internacional, e os valores da sismicidade histórica que apresenta um valor de 6 na Escala
Modificada de Mercalli, 1956 (Mapa 17 - Intensidade sísmica – zona de intensidade máxima
(escala internacional 1961-1972) e Mapa 18 - Sismicidade histórica (escala de Mercalli
modificada, 1956)). Estes valores confirmam uma sismicidade baixa a média para a região.
4.8 RISCO DE CHEIA
De acordo com o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março, as zonas ameaçadas por cheias
correspondem às áreas contíguas à margem de um curso de água, que se estende até à linha
alcançada pela maior cheia que se produza no período de um século ou pela maior cheia
conhecida no caso de não existirem dados que permitam identificar a anterior.
Com base nos elementos existente no Município e em particular com recursos aos
conhecimentos dos técnicos do município, foi possível delimitar as áreas ameaçadas pro
cheias, de acordo com a “maior cheia conhecida”. O resultado deste trabalho foi igualmente
incluído na proposta de domínio hídrico apresentada a ARH – Norte para sua validação em
Março de 2010, aguardando-se a resposta desta entidade.
4.9 RISCO DE MOVIMENTO DE VERTENTE
Considerando que as áreas com risco de erosão são aquelas que “devido às características do
solo e subsolo, declive, dimensão da vertente e/ou outros fatores suscetíveis de serem
alterados, tais como o coberto vegetal e práticas culturais, estão sujeitas à perda de solo,
deslizamentos ou queda de blocos” e que foi realizado um estudo, no âmbito do processo de
redelimitação da Reserva Ecológica Nacional (ver - Proposta de delimitação da Reserva
Ecológica Nacional – Memória descritiva – Agosto de 2010) que identifica essas áreas, para
efeitos do planeamento e da proposta de ordenamento deverão estas serem consideradas
como menos suscetíveis de albergarem determinados tipo de uso do solo, em particular, os
associados a classificação de solo urbano.
108
5
CARATERIZAÇÃO SOCIOECONÓMICA
A caracterização socioeconómica da população de um determinado território é um parâmetro
indispensável no contexto da revisão do Plano Diretor Municipal. Esta abordagem permite
delinear as tendências de crescimento populacional com base na interpretação da distribuição
espacial refletida pela ocupação atual do povoamento do território concelhio e pela
distribuição das actividades económicas. A dinâmica espacial das componentes demográficas
revela-se, portanto, essencial neste processo de planeamento e ordenamento do território.
A presente análise assenta sobretudo em dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) e em
trabalhos sectoriais realizados pelo Município de Celorico de Basto.
A caracterização demográfica que a seguir se apresenta versa sobre os parâmetros de
população residente, estrutura etária, densidade populacional, índices de envelhecimento e
juventude, taxas de natalidade e mortalidade, crescimento natural, estrutura etária da
população e nível de instrução.
5.1 DEMOGRAFIA
5.1.1 CONTEXTO DEMOGRÁFICO
O enquadramento demográfico do concelho de Celorico de Basto será realizado tendo por
base os dados dos concelhos limítrofes, NUT III – Tâmega e Ave e NUT II – Norte de Portugal.
Os valores demográficos relativos ao período intercensitário 1991/ 2001 (Tabela 21 - Evolução
populacional entre 1991 e 2001 nos concelhos vizinhos ao concelho de Celorico de Basto)
permitem constatar que em Portugal Continental se assistiu a uma evolução demográfica
positiva, traduzida num aumento da população de 5%. Tanto a NUT II – Norte como a NUT III –
Tâmega mantêm a mesma tendência de crescimento da população ainda que na última este
tenha sido mais acentuado (crescimentos de 6,2% e 8,3%, respetivamente). Perante as
estatísticas podemos afirmar que, tanto a nível nacional como regional, existiu uma tendência
de crescimento que se vai acentuando à medida que se aumenta a escala de observação.
No concelho em estudo, em 1991, residiam 21.477 indivíduos, 10.412 (48,5%) dos quais eram
do sexo masculino e 11.065 (51,5%) do sexo feminino. Já em 2001, os residentes
contabilizavam-se em 20.466, mantendo-se a superioridade de pessoas do sexo feminino
(10.552 do sexo feminino e 9.914 do sexo masculino).
109
Comparativamente aos concelhos limítrofes, apenas Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto
apresentam um número de efetivo populacional inferior ao de Celorico de Basto, tanto em
1991 como em 2001. Já em termos de evolução relativa, e ainda sobre o mesmo período
temporal, Celorico de Basto destaca-se por registar, a par com o vizinho Mondim de Basto, um
decréscimo populacional na ordem dos 4,7% (ainda assim inferior ao daquele concelho: quase
10%). Apenas a título de curiosidade convém reter os valores respeitantes aos restantes
vizinhos: Felgueiras (17,2%), Fafe (10,2%), Cabeceiras de Basto (9,0%) e Amarante (6,3%).
Esta tendência de crescimento registada pela quase totalidade dos concelhos limítrofes é a
tradução do dinamismo demográfico que caracteriza os concelhos pertencentes à NUT III –
Tâmega e Ave, no caso específico do concelho de Fafe, e do qual se destaca o comportamento
inverso registado pelo concelho de Celorico de Basto.
Tabela 21 - Evolução populacional entre 1991 e 2001 nos concelhos vizinhos ao concelho de Celorico de
Basto
Unidades Territoriais
População Residente
Variação da população
residente entre 1991 e
2001
1991
2001
Absoluta
Relativa*
Portugal
9.867.147
10.356.117
488.970
5
NUT II – Norte
3.472.715
3.687.293
214.578
6,2
509.209
551.309
42.100
8,3
Cabeceiras de Basto**
16.368
17.846
1.478
9
Celorico de Basto
21.477
20.466
-1.011
-4,7
Amarante
56.092
59.638
3.546
6,3
9.518
8.573
-945
-9,9
49.136
57.595
8.459
17,2
466.074
509.689
43.615
9,4
47.862
52.757
4.895
10,2
NUT III – Tâmega
Mondim de Basto**
Felgueiras
NUT III – Ave
Fafe
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
*O valor da variação relativa da população é idêntico ao valor da variação relativa da densidade
** Atualmente os concelhos de Cabeceiras de Basto e Mondim de Basto integram a NUT III - Ave
Os valores da densidade populacional 19 mostram uma tendência de diminuição entre os dois
momentos censitários no concelho de Celorico de Basto, consequência direta e natural da
19
“Densidade populacional: Intensidade do povoamento expressa pela relação entre o número de habitantes de
uma área territorial determinada e a superfície desse território (habitualmente expressa em número de habitantes
por quilómetro quadrado)”, in INE.
110
diminuição da população 20. Apesar desta diminuição, a densidade populacional de Celorico de
Basto, em 2001, é superior à média registada em Portugal (112 hab./km2), mas tal facto já não
se verifica quando comparada com a NUT II – Norte (173 hab./km2) e a NUT III – Tâmega (210
hab./km2) (Gráfico 12 – Densidade populacional nos concelhos limítrofes ao de Celorico de
Basto, NUTIII -Tâmega e Portugal (1991 e 2001)).
À semelhança do descrito relativamente à variação populacional, também aqui são os
concelhos de Celorico de Basto e Mondim de Basto os únicos a registar um declínio da
densidade populacional face ao ano de 1991. No primeiro – Celorico de Basto – onde em 1991
havia 118 hab./km2 passou a haver 113 hab./km2, enquanto em Mondim de Basto este valor
decresceu de 55 hab./km2, em 1991, para 49 hab./km2, em 2001.
Gráfico 12 – Densidade populacional nos concelhos limítrofes ao de Celorico de Basto, NUTIII -Tâmega e
Portugal (1991 e 2001)
49,8
55,3
Mondim de Basto
Felgueiras
497,8
424,7
197,8
186,0
Amarante
113,0
118,6
Celorico de Basto
73,8
67,7
Cabeceiras de Basto
210,5
194,4
NUT III - Tâmega
240,8
218,4
Fafe
173,3
163,2
NUT II - Norte
1991
112,6
107,3
Portugal
0
100
200
300
400
500
2001
600
hab./ km2
Fonte: Infoline, Serviço de Informação online do INE
O concelho de Celorico de Basto é um concelho com uma dinâmica demográfica regressiva e
oposta à registada na quase totalidade dos concelhos vizinhos. Apenas duas das unidades
territoriais analisadas registaram uma variação da população negativa, são elas os concelhos
de Celorico de Basto e Mondim de Basto.
O concelho surge com uma densidade populacional mais baixa do que a registada na NUT III –
Tâmega (em ambos os anos).
Os movimentos de natureza migratória interna e o declínio da taxa de natalidade poderão
explicar esta conjuntura?
20
“Variação populacional: Diferença entre os efectivos populacionais em dois momentos do tempo (habitualmente
dois fins de ano consecutivos). A variação populacional pode ser calculada pela soma algébrica do saldo natural e do
saldo migratório”, idem.
111
5.1.2 POPULAÇÃO RESIDENTE
No que respeita à população, o concelho Celorico de Basto apresentava no último
recenseamento (2001) 20.466 habitantes, valor sensivelmente igual ao registado 100 anos
antes (Gráfico 13 - Evolução da população residente no concelho de Celorico de Basto, entre
1900 e 2001). A evolução neste último século caracterizou-se por um ritmo de crescimento
moderado até ao ano de 1950, altura em que a população total do concelho rondou os 25.000
habitantes. A partir do ano de 1950 a população tem vindo a decrescer a um ritmo lento (cerca
de 5%) mas constante.
Para este decréscimo muito terão contribuído os fortes surtos migratórios (décadas de
sessenta e setenta) e a forte quebra da natalidade (década de oitenta e noventa).
Gráfico 13 - Evolução da população residente no concelho de Celorico de Basto, entre 1900 e 2001
30.000
(n.º habitantes)
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
1900
1911
1920
1930
1940
1950
1960
1970
1.980,0
1991
2001
Fonte: Município de Celorico de Basto
A Tabela 22 reúne a informação referente aos censos dos anos de 1991 e 2001, no que diz
respeito à população residente, por sexo e por freguesias, do concelho de Celorico de Basto.
Os valores nela contidos revelam que em 2001 a população total residente era de 20.466
indivíduos, por conseguinte, menos 2.205 do que os recenseados no ano de 1981. Confirmase, uma vez mais, a perda demográfica registada em Celorico de Basto.
As freguesias do concelho nem sempre refletem a mesma dinâmica. Assim sendo, e atendendo
ao cruzamento entre a informação presente na Tabela 22 e no Gráfico 14, podemos afirmar
que do ano de 1991 para 2001 apenas cinco freguesias registam um saldo de crescimento
positivo: Agilde, Arnoia, Borba de Montanha, Britelo e Rego.
112
Tabela 22 - População residente, por freguesias do concelho de Celorico de Basto (1991 e 2001)
1991
2001
Variação
Absoluta
1991-2001
Variação
Relativa
1991-2001
Homens Mulheres
Total Homens Mulheres
Total
Total (%)
Unidade Geográfica
Total
Agilde
1237
587
650
1294
632
662
57
4,6
Arnoia
1901
948
953
1919
942
977
18
0,9
Borba de Montanha
1235
572
663
1255
589
666
20
1,6
Britelo
2422
1188
1234
2542
1238
1304
120
5,0
Caçarilhe
484
227
257
455
232
223
-29
-6,0
Canedo de Basto
1061
505
556
1028
500
528
-33
-3,1
Carvalho
905
431
474
838
401
437
-67
-7,4
Codessoso
586
282
304
503
229
274
-83
-14,2
Corgo
395
187
208
324
157
167
-71
-18,0
Fervença
1419
701
718
1410
680
730
-9
-0,6
Gagos
658
314
344
632
299
333
-26
-4,0
Gémeos
651
319
332
626
308
318
-25
-3,8
Infesta
433
218
215
316
158
158
-117
-27,0
Molares
646
324
322
518
245
273
-128
-19,8
Moreira do Castelo
662
330
332
615
307
308
-47
-7,1
Ourilhe
470
227
243
393
185
208
-77
-16,4
Rego
1124
520
604
1184
560
624
60
5,3
Ribas
1299
625
674
1229
610
619
-70
-5,4
Basto (Santa Tecla)
296
139
157
279
133
146
-17
-5,7
Basto (São Clemente)
1890
927
963
1587
782
805
-303
-16,0
Vale de Bouro
907
446
461
812
383
429
-95
-10,5
Veade
796
395
401
707
344
363
-89
-11,2
Celorico de Basto
21477
10412
11065
20466
9914
10552
-1011
-4,7
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
O Gráfico 14 permite ainda verificar, que foi nas freguesias de Basto (São Clemente), Molares e
Infesta que se registou a maior perda absoluta de população residente (menos 303, 128 e 117
indivíduos que no ano de 1991, respetivamente). Seguramente por ser a sede de concelho,
Britelo destaca-se por registar o maior crescimento populacional entre os dois últimos
momentos censitários (mais 120 pessoas), logo seguida da freguesia do Rego (60 habitantes) e
Agilde (com mais 59 habitantes).
113
Gráfico 14 - Variação absoluta da População Residente entre 1991 e 2001, por freguesias do Concelho
de Celorico de Basto
V eade
Vale de B ouro
Basto (São Clemente)
Basto (Santa Tecla)
Rib as
Reg o
Ourilhe
M o reira do Castelo
M o lares
Infesta
Gémeos
Gagos
Fervença
Corg o
Co deçoso
Carvalho
Canedo de Basto
Caçarilhe
Britelo
Bo rba d e M ontanha
Arnóia
Agilde
-40 0
-30 0
-20 0
-10 0
0
10 0
200
Fonte: Infoline, Serviço de Informação online do INE
Em termos de distribuição espacial da variação relativa da população do concelho de Celorico
de Basto entre 1991 e 2001, o Mapa 19 permite verificar que apenas cinco freguesias
contrariam a tendência concelhia de diminuição da população residente entre 1991 e 2001,
são elas Rego, Britelo, Agilde, Borba da Montanha e Arnoia (mais 5,3%, 5,0%, a,6%, 1,6% e
0,9%, respetivamente). O crescimento populacional verificou-se na freguesia sede do concelho
e limítrofe (Arnoia) e nas freguesias adjacentes aos concelhos de Fafe e Felgueiras que
registam maior dinamismo demográfico.
Em todas as restantes o efetivo populacional decresceu. De salientar que na freguesia de
Infesta os seus residentes diminuíram em mais de ¼ da população residente existente na
década anterior. Destacam-se, ainda, as freguesias de Molares, Corgo, Ourilhe, localizadas na
parte central, Basto (São Clemente), a norte e Codessoso localizada a sul do concelho, por
registarem, naquele período, uma perda populacional entre os 14,0% e 24,9%.
Em 2001 a distribuição do efetivo populacional encontra-se espelhada no Mapa 20 - População
residente no concelho de Celorico de Basto, em 2001. Cerca de 22% da população total
residente no concelho (4.461 indivíduos) são oriundos das freguesias de Britelo e Arnoia (2.542
e 1.919 residentes, respetivamente). Por oposição a estas freguesias encontram-se as de Basto
114
(Santa Tecla), Corgo, Ourilhe e Infesta que no total representam cerca de 6% da população
residente no concelho.
Mapa 19- Variação relativa da população residente no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001
Mapa 20 - População residente no concelho de Celorico de Basto, em 2001
5.1.3 ESTIMATIVAS DEMOGRÁFICAS
Um dos aspetos relevantes no âmbito do planeamento municipal é a elaboração de cenários
sobre a evolução da população. As estimativas demográficas permitem obter informação
115
sobre a população potencial num dado território e, por isso, são um indicador a considerar na
base de programação de medidas sobre investimento futuro em equipamentos coletivos,
infraestruturas e delimitação de áreas de expansão urbana no contexto da revisão do Plano
Diretor Municipal.
Para o concelho de Celorico de Basto, apresentam-se as estimativas da população
apresentadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) para o período de 2001 a 2009.
A Tabela 23 - Estimativa anual da evolução da população entre 2001 e 2009Tabela 23
apresenta a estimativa anual da evolução da população entre 2001 e 2009 do concelho
Celorico de Basto em relação aos concelhos limítrofes e o enquadramento em unidades
territoriais mais vastas, NUT III – Tâmega e Ave, NUTII Norte e Portugal Continental.
Os valores das projeções demográficas entre 2001 e 2009 permitem constatar que em
Portugal Continental se assiste a uma evolução demográfica positiva, traduzida num aumento
da população de 3%. Tanto a NUT II Norte como as NUT III Tâmega e Ave mantêm também a
tendência de crescimento da população ainda que na última esta tenha sido mais acentuada
comparativamente à nacional (crescimentos de 2,1%, 2,2% e 3,3%, respetivamente).
Tabela 23 - Estimativa anual da evolução da população entre 2001 e 2009
Unidades
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
Territoriais
Portugal
(continental) 9.851.424 9.927.441 9.991.654 10.043.763 10.082.154 10.110.271 10.126.880 10.135.309 10.144.940
NUT II Região Norte 3.667.529 3.691.922 3.711.797 3.727.310 3.737.791 3.744.341 3.745.236 3.745.439 3.745.575
NUT III Tâmega
548.649 552.413 555.407
557.762
559.406
560.565
560.672
560.782
560.593
Celorico de
Basto
20.228
20.229
20.201
20.128
20.044
19.986
19.871
19.767
19.652
Cabeceiras
de Basto
17.715
17.760
17.784
17.775
17.775
17.744
17.701
17.635
17.523
Amarante
59.445
60.093
60.652
61.029
61.324
61.471
61.514
61.582
61.677
Mondim de
Basto
8.481
8.498
8.480
8.470
8.435
8.393
8.322
8.229
8.171
Felgueiras
57.461
57.932
58.278
58.553
58.785
58.922
58.954
58.976
58.995
NUT III - Ave 508.271 512.572 516.329
519.542
521.749
523.351
524.057
524.589
525.054
Fafe
52.581
52.976
53.261
53.528
53.698
53.780
53.696
53.600
53.603
Fonte: INE – Estimativas Anuais da População.
A realidade interconcelhia permite verificar a existência de situações diversificadas, enquanto
os concelhos demograficamente mais dinâmicos (Amarante, Felgueiras e Fafe) apresentam
tendência de aumento populacional entre 2001 e 2009, os concelhos com menores
quantitativos (Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto), revelam tendências para o decréscimo
populacional.
116
O concelho de Celorico de Basto revela um decréscimo gradual da população estimada
traduzido em 2,8% de 2001 para 2009, sendo ultrapassado apenas pelo concelho de Mondim
de Basto, cujo decréscimo populacional no mesmo período é de 3,7%.
A observação das estimativas da população no concelho de Celorico de Basto, entre 2001 e
2009, demonstra uma tendência generalizada de diminuição da população dos grupos etários
mais jovens, dos 0 aos 24 anos, e ainda da população dos 60 aos 74 anos (ver Tabela 24 Estimativa anual da evolução da população por grupos etários no concelho de Celorico de
Basto, entre 2001 e 2009).
Tabela 24 - Estimativa anual da evolução da população por grupos etários no concelho de Celorico de
Basto, entre 2001 e 2009
Grupos etários
de 0 a 4 anos
de 5 a 9 anos
de 10 a 14 anos
de 15 a 19 anos
de 20 a 24 anos
de 25 a 29 anos
de 30 a 34 anos
de 35 a 39 anos
de 40 a 44 anos
de 45 a 49 anos
de 50 a 54 anos
de 55 a 59 anos
de 60 a 64 anos
de 65 a 69 anos
de 70 a 74 anos
de 75 a 79 anos
de 80 a 84 anos
de 85 ou mais
anos
Total
2001
1.139
1.160
1.420
1.779
1.716
1.619
1.454
1.445
1.323
1.098
850
797
906
1.034
934
793
453
2002
20.229
1.137
1.143
1.370
1.707
1.744
1.606
1.517
1.427
1.375
1.143
887
809
830
1.019
951
784
308
20.228
492
288
2003
1.084
1.156
1.283
1.642
1.789
1.614
1.575
1.414
1.407
1.177
925
815
766
1.001
962
781
534
2004
1.006
1.169
1.237
1.560
1.805
1.634
1.600
1.390
1.432
1.221
973
815
746
960
964
764
560
2005
959
1.127
1.206
1.481
1.785
1.679
1.596
1.413
1.446
1.248
1.036
802
760
905
949
787
550
2006
952
1.106
1.151
1.408
1.761
1.695
1.611
1.436
1.432
1.299
1.074
819
767
846
930
786
592
2007
902
1.096
1.124
1.353
1.685
1.721
1.581
1.501
1.402
1.334
1.113
856
775
771
918
795
579
2008
891
1.041
1.126
1.261
1.615
1.753
1.581
1.545
1.375
1.364
1.133
889
775
704
895
816
602
2009
869
946
1.133
1.211
1.533
1.766
1.599
1.560
1.353
1.381
1.173
929
776
699
861
815
603
276
292
315
321
20.201 20.128 20.044 19.986
365
19.871
401
445
19.767 19.652
Fonte: INE – Estimativas Anuais da População.
Pelo contrário, os grupos dos etários de população ativa, dos 25 aos 59 anos, apresentam
tendência de evolução positiva, assim como a população com mais de 75 anos, reflexo do
aumento de esperança de vida da população.
5.1.4 DENSIDADE POPULACIONAL
A densidade populacional traduz a “intensidade do povoamento expressa pela relação entre o
número de habitantes de uma área territorial determinada e a superfície desse território” 21 e é
apresentada em habitantes por quilómetro quadrado (hab./km²).
21
In INE.
117
Assim como a variação da população, também a densidade populacional regista, entre 1991 e
2001, um decréscimo, consequência direta e natural da diminuição da população
anteriormente observada.
Atendamos ao gráfico seguinte (Gráfico 15 - Evolução da densidade populacional, entre 1991 e
2001, em Portugal Continental, Norte, Tâmega e concelho de Celorico de Basto) Portugal
Continental regista, em 2001, o valor mais baixo de densidade populacional de entre as regiões
representadas, seguido do concelho de Celorico de Basto. A NUT III – Tâmega é, de todas, a
que mostra valores mais elevados em ambos os anos (194,4 hab./km² em 1991 e 210.5
hab./km² em 2001).
Gráfico 15 - Evolução da densidade populacional, entre 1991 e 2001, em Portugal Continental, Norte,
Tâmega e concelho de Celorico de Basto
Celorico de Bas to
(concelho)
NUT III - Tâmega
NUT II - Norte
2001
Portugal Continental
1991
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
Fonte: Infoline, Serviço de Informação online do INE
O concelho de Celorico de Basto mostra uma evolução contrária à das restantes regiões, uma
vez que o valor da densidade populacional diminuiu de 1991 para 2001 (à semelhança do que
acontece com a variação da população residente). Apesar disso, este concelho apresenta um
valor de densidade populacional superior ao registado no ano de 2001 em Portugal
Continental (111 hab./km²), ainda que o mesmo não se possa dizer quando comparamos com
a NUT II – Norte (173 hab./ km²) e a NUT III – Tâmega (210 hab./ km²).
Tabela 25 - Evolução da densidade populacional, por freguesias do concelho de Celorico de Basto,
Portugal Continental, Norte e Tâmega (1991 e 2001)
Unidade Geográfica
Portugal Continental
NUT II - Norte
NUT III - Tâmega
Celorico de Basto (concelho)
Agilde
Arnoia
Borba de Montanha
Britelo
Caçarilhe
Área Total
km²
2001
88.796,7
21.280,0
2.619,5
181,1
9,01
18,86
10,89
7,81
6,10
População Residente
1991
9.375.926
3.472.715
509.209
21.477
1237
1901
1235
2422
484
2001
9.869.343
3.687.293
551.309
20.466
1294
1919
1255
2542
455
Densidade Populacional
(hab./km²)
1991
2001
105,6
111,1
163,2
173,3
194,4
210,5
118,6
113,0
137,3
143,6
100,8
101,7
113,4
115,2
310,1
325,5
79,3
74,6
118
Unidade Geográfica
Canedo de Basto
Carvalho
Codessoso
Corgo
Fervença
Gagos
Gémeos
Infesta
Molares
Moreira do Castelo
Ourilhe
Rego
Ribas
Basto (Santa Tecla)
Basto (São Clemente)
Vale de Bouro
Veade
Área Total
km²
2001
9,98
6,82
10,70
3,25
12,05
4,43
3,84
5,57
3,07
6,14
5,19
17,09
8,03
3,20
15,44
8,08
5,51
População Residente
1991
1061
905
586
395
1419
658
651
433
646
662
470
1124
1299
296
1890
907
796
2001
1028
838
503
324
1410
632
626
316
518
615
393
1184
1229
279
1587
812
707
Densidade Populacional
(hab./km²)
1991
2001
106,3
103,0
132,7
122,9
54,8
47,0
121,5
99,7
117,8
117,0
148,5
142,7
169,5
163,0
77,7
56,7
210,4
168,7
107,8
100,2
90,6
75,7
65,8
69,3
161,8
153,1
92,5
87,2
122,4
102,8
112,3
100,5
144,5
128,3
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
As vinte e duas freguesias de Celorico de Basto têm áreas que variam entre os 3,07 ha e os
18,86 ha, sendo que as maiores são Arnoia (com o valor referido atrás), Rego (17,09 ha) e
Basto S. Clemente (15,44 ha) e as que menor área ocupam são as de Molares (3,07 ha), Corgo
(3,25 ha) e Basto – Sta. Tecla (3,20 ha). O Mapa 21 permite verificar que em termos de
densidades populacionais, a freguesia de Britelo destaca-se com 326 hab./Km², valor superior
à densidade observada no concelho (113 hab./km²) Destacam-se ainda as freguesias de
Molares, Ribas, Gémeos, Agilde e Gagos.
Mapa 21 - Densidade populacional no concelho de Celorico de Basto, em 2001
119
5.1.5 ÍNDICE DE ENVELHECIMENTO/JUVENTUDE
Num contexto do envelhecimento progressivo da população nacional, é cada vez mais
essencial a consideração dos índices de envelhecimento e juventude no sentido de perceber a
importância da população jovem e idosa na sociedade e a definição de estratégias de
desenvolvimento social.
O País é a unidade territorial que regista os valores mais elevados em ambos os anos em
análise (68,1% em 1991 e 102,2% em 2001) fazendo com que registe, também, a variação mais
elevada (mais 34,2% face a 1991). Os dados mais recentes (2002) confirmam esta tendência de
aumento, uma vez que o índice de envelhecimento se queda nos 105,5%, ou seja, em 2002
havia em Portugal 105,5 indivíduos com 65 ou mais anos por cada 100 indivíduos com idades
até aos 14 anos.
A análise que em seguida propomos pretende corroborar esta afirmação através da
observação crítica dos valores dos índices de envelhecimento e juventude no concelho de
Celorico de Basto, nos anos já referidos.
Ao medir o peso que a população idosa exerce sobre a camada mais jovem, o índice de
envelhecimento22 (IE) permite aferir do grau de envelhecimento da população residente em
determinada área que Celorico de Basto.
A Tabela 26 e o Mapa 22 representam os valores do índice de envelhecimento, por freguesias
do concelho, nos anos de 1991 e 2001. Neles se constatam que em todas elas, sem exceção, se
assistiu a um aumento deste parâmetro no ano de 2001. Contudo, quatro destacam-se por
representarem os aumentos mais marcantes: Corgo, Moreira do Castelo, Molares e Canedo de
Basto.
Tabela 26 - Evolução do índice de envelhecimento, por freguesias, (1991 e 2001)
Unidade Geográfica
Agilde
Arnoia
Borba de Montanha
Britelo
Caçarilhe
Canedo de Basto
Carvalho
Codessoso
Corgo
Índice envelhecimento (%)
1991
2001
51,8
69,3
68,0
109,5
59,1
84,6
60,7
87,9
59,6
70,4
55,5
112,6
63,1
79,6
64,6
111,7
61,3
146,2
22
Índice de envelhecimento: “relação entre a população idosa e a população jovem, definida habitualmente como o
quociente entre o número de pessoas com 65 ou mais anos e o número de pessoas com idades compreendidas
entre os 0 e os 14 anos (habitualmente expressa por 100 (102) pessoas dos 0 aos 14 anos)”, in INE.
120
Unidade Geográfica
Fervença
Gagos
Gémeos
Infesta
Molares
Moreira do Castelo
Ourilhe
Rego
Ribas
Basto (Santa Tecla)
Basto (São Clemente)
Vale de Bouro
Veade
Celorico de Basto
Índice envelhecimento (%)
1991
2001
52,9
82,2
48,5
82,6
60,4
79,5
79,6
120,9
45,6
102,2
44,8
104,5
46,0
63,9
69,2
100,9
37,0
88,0
48,0
81,5
51,0
104,1
55,8
91,9
58,5
102,5
56,3
92,2
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
As freguesias de Agilde, Caçarilhe e Ourilhe registam os valores do índice de envelhecimento
mais baixos em 2001. As já referidas Agilde e Caçarilhe, juntamente com Carvalho e Gémeos,
compõem o grupo das freguesias nas quais o aumento do índice de 1991 para 2001 foi menos
acentuado.
Mapa 22 - Índice de envelhecimento no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001
No concelho de Celorico de Basto o índice de envelhecimento era de 92,2%. No quadro
seguinte conseguem evidenciar-se as freguesias que registavam valores acima e abaixo do
concelhio.
121
A maioria das freguesias apresenta um índice de envelhecimento inferior ou igual à média
concelhia (92,2%), destacando-se as freguesias de Ourilhe (63,9%), Agilde (69,3%) e Caçarilhe
(70,4%).
Refira-se que 10 freguesias apresentam um índice de envelhecimento superior a 100, ou seja,
nestas freguesias a população com mais de 65 anos é em número superior àquela com menos
de 15 anos. Desde agrupamento, destaca-se Corgo por deter o valor mais elevado de IE
(146,2%).
Gráfico 16 - Índice de envelhecimento por freguesia do concelho de Celorico de Basto, em 2001
160,0
140,0
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
160,0
140,0
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
Veade
Vale de Bouro
Bas to (Santa Tecla)
Basto (São Clemente)
Rego
Ribas
Ourilhe
Moreira do Cas telo
Infesta
Molares
Gagos
Gémeos
Corgo
Fervença
Carvalho
Codeços o
Canedo de Basto
Britelo
Caç arilhe
Borba de Montanha
Agilde
Arnóia
média do concelho
Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
Por oposição ao índice de envelhecimento, o de juventude23 (IJ) pretende dar a conhecer o
comportamento de determinada população relativamente à sua camada mais jovem. A tabela
seguinte apresenta a evolução do índice de juventude nas freguesias do concelho de Celorico
de Basto. À semelhança do descrito anteriormente mas em sentido oposto, também o índice
de juventude registou uma diminuição nas vinte e duas freguesias no ano de 2001, face a
1991.
Tabela 27 - Evolução do índice de juventude, por freguesias do concelho de Celorico de Basto, entre
1991 e 2001
Unidade Geográfica
Agilde
Arnoia
Borba de Montanha
Britelo
Caçarilhe
Canedo de Basto
Carvalho
Codessoso
Corgo
Fervença
Índice juventude
1991
2001
193,0
144,3
147,2
91,3
169,2
118,1
164,7
113,8
167,9
142,1
180,2
88,8
158,5
125,7
154,8
89,5
163,1
68,4
189,0
121,6
23
Índice de juventude:” relação entre a população jovem e a população idosa, definida habitualmente como o
quociente entre o número de pessoas com idades compreendidas entre os 0 e os 14 anos e o número de pessoas
com 65 ou mais anos”, in INE.
122
Unidade Geográfica
Gagos
Gémeos
Infesta
Molares
Moreira do Castelo
Ourilhe
Rego
Ribas
Basto (Santa Tecla)
Basto (São Clemente)
Vale de Bouro
Veade
Celorico de Basto
Índice juventude
1991
2001
206,2
121,1
165,6
125,7
125,6
82,7
219,4
97,9
223,1
95,7
217,2
156,5
144,5
99,1
270,0
113,6
208,3
122,6
196,0
96,1
179,1
108,8
170,9
97,6
177,6
108,5
Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
Em 2001, o IJ de Celorico de Basto era de 108,5%. Este valor não só coloca o concelho em lugar
de desvantagem em relação à NUT a que pertence, como também o coloca no penúltimo lugar
quando comparado com os seus concelhos vizinhos (cabendo o máximo a Felgueiras: 233,3%,
e o mínimo a Mondim de Basto: 106,9%).
Em termos de distribuição espacial, e como seria de esperar, há uma distribuição concelhia
contrária à do índice atrás tratado. Desta feita, são as freguesias a Sudoeste (próximas de um
dos polos com maior dinâmica demográfica desta região: Felgueiras) e a área centro Norte do
concelho que registam valores de IJ mais elevados (ver Mapa 23).
Mapa 23 - Índice de juventude no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001
123
Estas freguesias localizam-se a Sudoeste (Agilde, Borba da Montanha e Fervença), a Norte
(Ribas e Vale de Bouro e Gagos), no Centro (Caçarilhe, Ourilhe, S. Tecla e Carvalho) e a Este
(Gémeos e Britelo). Os valores mais significativos encontram-se nas freguesias de Ourilhe
(156,5%), Agilde (144,3%) e Caçarilhe (142,1%).
Se fizermos uma análise mais abrangente, incluindo a relação do índice de juventude médio do
concelho, de 108,5 em 2001, com o IE observado no mesmo momento nas respetivas
freguesias, verificamos que doze freguesias do concelho de Celorico de Basto, preenchem um
lugar acima da média do concelho, e as restantes dez registam o valor abaixo (ver Gráfico 17).
Resta, ainda, referir que dez freguesias do concelho apresentam um índice de juventude
inferior a 100, ou seja, nestas freguesias há mais população com idades superiores a 65 anos
do que com menos de 15 anos (40,9% das freguesias do concelho têm mais população idosa
do que população jovem). Nas freguesias de Infesta e Corgo o IJ foi o mais baixo registado em
2001 (68,4% e 82,7%, respetivamente).
Gráfico 17 - Índice de juventude por freguesia do concelho de Celorico de Basto, em 2001
160,0
140,0
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
160,0
140,0
120,0
100,0
80,0
60,0
40,0
20,0
0,0
Veade
Vale de Bouro
Basto (Santa Tecla)
Basto (São Clemente)
Rego
Ribas
Ourilhe
Moreira do Castelo
Infesta
Molares
Gagos
Gémeos
Corgo
Fervença
Carvalho
Codeçoso
Canedo de Basto
Britelo
Caçarilhe
Borba de Montanha
Agilde
Arnóia
média do concelho
Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
5.1.6 TAXA DE NATALIDADE E MORTALIDADE
A análise das taxas de natalidade e mortalidade permite obter uma perspetiva sobre a
evolução da população, uma vez que através delas se avalia a relação entre nados vivos/
óbitos e a população residente.
Em Portugal Continental assiste-se a duas realidades distintas: a característica da faixa litoral e
a do interior continental. A primeira é caracterizada por uma concentração de população
residente e fortes densidades populacionais associada a taxas de natalidade elevadas, e a
segunda consideravelmente menos povoada e com taxas de natalidade mais reduzidas.
124
Em Celorico de Basto, a taxa anual média da natalidade24 entre 1991 e 2001 é de 13,3‰.
O Mapa 24 mostra que as freguesias com uma taxa anual média da natalidade (entre 1991 e
2001) mais elevada se situam na parte central do concelho (Caçarilhe, Ourilhe, Santa Tecla e
Molares, destacando-se Santa Tecla pelo facto de ter a taxa mais significativa: 19,8‰), e a Sul
(a freguesia de Agilde com 15,9‰). Por outro lado, as freguesias de Corgo (a Norte) e
Codessoso (a Sul) são as que registam menor taxa anual de natalidade neste período,
registando valores abaixo dos 10‰. Exatamente metade das freguesias mostra taxas
superiores à do concelho.
Mapa 24 - Taxa anual média de natalidade no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001
A Tabela 28 - Evolução da taxa de natalidade, por freguesias do concelho de Celorico de Basto,
entre 1991 e 2001, representa a taxa de natalidade bruta em ambos os anos em análise. No
concelho, esta taxa era, em 1991, de 13,6‰, valor que decresceu para 10,3‰ no ano de 2001
(-3,3‰).
Em 1991, as maiores taxas de natalidade registaram-se nas freguesias de Ribas (19,2‰), Borba
da Montanha (18,6‰), Corgo (17,7‰), Vale de Bouro (17,6‰) e Ourilhe (17‰). Por sua vez, as
freguesias de Agilde (8,9‰) e São Clemente (9‰) mostravam as menores taxas de natalidade.
24
Taxa bruta de natalidade: “número de nados vivos ocorridos durante um determinado período de tempo,
normalmente um ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de
nados vivos por 1000 (103) habitantes)”, in INE.
125
Tabela 28 - Evolução da taxa de natalidade, por freguesias do concelho de Celorico de Basto, entre 1991
e 2001
Taxa Bruta de Natalidade
Freguesias
Agilde
Arnoia
Borba de Montanha
Britelo
Caçarilhe
Canedo de Basto
Carvalho
Codessoso
Corgo
Fervença
Gagos
Gémeos
Infesta
Molares
Moreira do Castelo
Ourilhe
Rego
Ribas
Basto (Santa Tecla)
Basto (São Clemente)
Vale de Bouro
Veade
Celorico de Basto
1991 (‰)
2001 (‰)
Variação
entre 1991 e
2001 (‰)
8,9
11
18,6
14
14,5
11,3
15,5
11,9
17,7
11,3
13,7
15,4
11,5
15,5
13,6
17
15,1
19,2
13,5
9
17,6
12,6
13,6
17,8
7,3
8
11
15,4
3,9
14,3
9,9
0
13,5
6,3
9,6
9,5
5,8
16,3
12,7
8,4
8,1
0
12,6
11,1
12,7
10,3
8,9
-3,8
-10,7
-3
0,9
-7,4
-1,1
-2
-17,7
2,2
-7,3
-5,8
-2,1
-9,7
2,7
-4,3
-6,7
-11,1
-13,5
3,6
-6,6
0,2
-3,3
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
Em 2001, a maioria das freguesias apresentam uma taxa de natalidade inferior à média
concelhia, verificando-se as taxas de natalidade mais altas a Sul do concelho (freguesias de
Agilde com 17,8‰ e Moreira do Castelo com 17,3‰) e na freguesia de Caçarilhe – no centro –
(15,4‰).
As freguesias de S. Tecla e Corgo não registam qualquer nascimento no ano de 2001, e por
conseguinte, são também as freguesias com as mais expressivas variações negativas, ao nível
da taxa de natalidade. Não podemos deixar de referir que a freguesia de Corgo regista o mais
elevado índice de envelhecimento e o mais baixo índice de juventude.
De uma forma geral, as freguesias do concelho têm uma variação negativa da taxa de
natalidade, excetuando as freguesias de Agilde (maior variação positiva: 8,9‰), São Clemente
(3,6‰), Moreira do Castelo (2,7‰), Fervença (2,2‰), Caçarilhe (0,9‰) e Veade (0,2‰).
126
Em termos de taxa de mortalidade25 no concelho de Celorico de Basto, a taxa anual média é de
11,6‰, como observamos no Mapa 25. A maioria das freguesias apresenta uma taxa anual
média de mortalidade inferior à do concelho, predominando a classe de valores
compreendidos entre os 9,1 e os 11,6‰.
Os valores mais baixos da taxa anual média de mortalidade registam-se nas freguesias de
Gagos (8,2‰) e Ourilhe (8,3‰). Em Infesta (18,7‰) e Santa Tecla (16,0‰), no centro do
concelho, aparecem os valores de taxa anual média de mortalidade mais elevados, pelo facto
de serem as freguesias mais envelhecidas do concelho.
Arnoia, Caçarilhe e Molares, conjuntamente com as de Infesta e Santa Tecla, formam um
núcleo de freguesias onde a taxa anual média de mortalidade apresenta os valores mais
elevados (superiores a 13,1‰).
No que diz respeito à taxa de mortalidade em Celorico de Basto, em 1991, era de 10,7‰,
passando para 10,6 ‰, no ano de 2001.
Mapa 25 - Taxa anual média de mortalidade no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001
A Tabela 29 indica-nos que entre o ano de 1991 e 2001 existe um predomínio das freguesias
que têm uma taxa de mortalidade inferior à média concelhia. As maiores taxas de mortalidade,
em 1991, encontram-se nas freguesias de Infesta (27,7 ‰), Rego (16 ‰) e Arnoia (15,3 ‰). No
25
Taxa bruta de mortalidade: “número de óbitos observado durante um determinado período de tempo, normalmente um ano
civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa em número de óbitos por 1000 (103) habitantes)”, in
INE.
127
mesmo ano, as menores taxas de mortalidade verificaram-se na freguesia de Codessoso (5,1
‰) e na de Gagos (6,1 ‰).
Tabela 29 - Evolução da taxa de mortalidade, por freguesias, entre 1991 e 2001
FREGUESIA
Agilde
Arnoia
Borba de Montanha
Britelo
Caçarilhe
Canedo de Basto
Carvalho
Codessoso
Corgo
Fervença
Gagos
Gémeos
Infesta
Molares
Moreira do Castelo
Ourilhe
Rego
Ribas
Basto (Santa Tecla)
Basto (São Clemente)
Vale de Bouro
Veade
Celorico de Basto
Taxa Bruta de Mortalidade
Variação entre
1991 (‰)
2001 (‰)
1991/ 2001 (‰)
8,9
7,7
-1,2
15,3
8,9
-6,4
12,1
13,5
1,4
10,7
14,9
4,2
8,3
13,2
4,9
7,5
4,9
-2,7
13,3
4,8
-8,5
5,1
6
0,8
7,6
24,7
17,1
7
4,3
-2,8
6,1
6,3
0,3
9,2
12,8
3,6
27,7
9,5
-18,2
10,8
15,4
4,6
13,6
13
-0,6
8,5
5,1
-3,4
16
10,1
-5,9
9,2
20,3
11,1
13,5
17,9
4,4
10,1
9,5
-0,6
8,8
6,2
-2,7
7,5
9,9
2,4
10,7
10,6
-0,2
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
Em 2001, as taxas de mortalidade mais altas registam-se na parte mais Central do concelho
(freguesias de Corgos com 24,7 ‰; Ribas com 20,3 ‰ e a freguesia de Santa Tecla com 17,9
‰). As freguesias de Canedo de Basto, Carvalho e Fervença apresentam as mais baixas taxas
de mortalidade, com valores próximos dos 4 ‰. As variações mais significativas da taxa de
mortalidade verificam-se nas freguesias de Corgo (maior variação positiva, 17,7‰) e Infesta (18,2 ‰).
O Mapa 26 mostra a expressão espacial por freguesia das taxas de natalidade e mortalidade.
As freguesias de Corgo, Ribas e Basto com taxas de mortalidade mais elevadas apresentam
taxas de natalidade mais ou das mais baixas.
128
Mapa 26 - Taxas de natalidade e mortalidade no concelho de Celorico de Basto, em 2001
5.1.7 CRESCIMENTO NATURAL
No concelho de Celorico de Basto, entre os dois momentos censitários (1191 e 2001),
predominam as freguesias com saldo natural ou fisiológico26 positivo, ou seja, freguesias onde
é maior o número de nascimentos do que o número de óbitos.
Mapa 27 - Saldo Natural no concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001
26
“Saldo fisiológico = Saldo natural: diferença entre o número de nados-vivos e número de óbitos, num dado
período de tempo”, in INE.
129
As classes predominantes de 1 a 67 pessoas, ou seja, predominam as freguesias com um saldo
fisiológico positivo, que se localizam a Norte do concelho (S. Clemente, Ribas, Vale de Bouro e
Canedo de Basto), a Oeste (Rego e Borba da Montanha e Agilde), a Sul (Fervença e Moreira do
Castelo), no Centro (Carvalho, Santa Tecla, Caçarilhe, Gémeos, Molares, Ourilhe e Gagos) e a
Este do concelho (a freguesia de Britelo). Das vinte e duas freguesias apenas quatro registam
variação negativa do saldo natural, são elas Corgo, Codessoso, Infesta e Arnoia.
Os saldos naturais mais elevados pertencem às freguesias de Britelo e Agilde (58 e 67
indivíduos, respetivamente).
5.1.8 ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO
As pirâmides que iremos analisar apresentam a população não em termos absolutos mas em
termos relativos, isto é, a proporção de população em cada grupo de idades (grupos
quinquenais: 0 – 4; 5 – 9; 10 – 14; etc.) por sexo. Esta representação relativa tem a vantagem
de permitir comparar a estrutura da população de todas as freguesias do concelho de Celorico
de Basto, o que seria impossível se a representação tivesse sido realizada em valores
absolutos.
A distribuição por sexo é, também, apresentada com base nas relações de masculinidade por
idades (número de indivíduos masculinos em cada grupo etário por 100 indivíduos femininos
do mesmo grupo etário).
Assim, o concelho em 2001 apresentava uma estrutura etária jovem, já que 19,2% da
população tem menos de 15 anos e somente 17,7% tem mais de 65 anos de idade.
Grupos etários
Gráfico 18 - Pirâmide etária do concelho de Celorico de Basto, entre 1991 e 2001
de 85 ou mais
de 80 a 84 anos
de 75 a 79 anos
de 70 a 74 anos
de 65 a 69 anos
de 60 a 64 anos
de 55 a 59 anos
de 50 a 54 anos
de 45 a 49 anos
de 40 a 44 anos
de 35 a 39 anos
de 30 a 34 anos
de 25 a 29 anos
de 20 a 24 anos
de 15 a 19 anos
de 10 a 14 anos
de 5 a 9 anos
de 0 a 4 anos
2001
1991
6
4
2
0
2
Homens | (em (%) | Mulheres
4
6
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
130
A estrutura da pirâmide etária do concelho apresenta-se nitidamente mais envelhecida em
2001, comparativamente com o ano de 1991, devido ao aumento relativo da população mais
idosa, sentido a partir dos grupos etários com mais de 65 anos e a uma diminuição da
população dos 0 aos 24 anos (Gráfico 18 - Pirâmide etária do concelho de Celorico de Basto,
entre 1991 e 2001).
Esta tendência poderá ser explicada pelo facto do número de mulheres em idade mais
favorável para procriar (dos 15 aos 29 anos) ter diminuído, contribuindo para a diminuição do
número de nascimentos, implicando, por isso, uma redução dos jovens (em 1991, a taxa de
natalidade era de 13,6 ‰ e em 2001 a taxa de natalidade é de 10,3 ‰).
As freguesias do concelho que se assemelham à pirâmide etária com uma população
relativamente jovem são, nomeadamente, as de Agilde, Carvalho, Fervença, Gagos, Gémeos,
Ourilhe, Ribas, Santa Tecla, Vale de Bouro, Borba da Montanha e Britelo. As restantes
freguesias apresentam uma estrutura etária mais envelhecida, onde o peso dos idosos é maior
que o peso dos jovens, destacando-se as freguesias de Corgo e Infesta.
Gráfico 19 - Estrutura etária das freguesias do concelho de Celorico de Basto, em 2001
Veade
Vale de Bo uro
Basto (São Clemente)
Basto (Santa Tecla)
Ribas
Rego
Ourilhe
M oreira do Cas telo
M olares
Inf es ta
Gémeo s
Gago s
Fervenç a
Co rgo
Codeç os o
Carv alho
Canedo de Bast o
Caçarilhe
Britelo
Bo rba de M o ntanha
Arnó ia
Agilde
0%
10%
20%
30%
40%
50%
0-14
60%
15-64
70%
80%
90%
100%
>65
Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
Da análise das freguesias, conclui-se que Infesta é a única freguesia que regista variação
negativa da população entre os anos de 1991 e 2001 nas três faixas etárias referidas. Em Ribas
e Moreira do Castelo registou-se o maior aumento de população idosa (com 65 ou mais anos)
no espaço temporal já referido, respetivamente, de mais 52,1% e 47,4%. Por oposição, a
freguesia de Carvalho foi a que menos população idosa “ganhou” face a 1991.
131
Mapa 28 - Variação da população por grupos etários no concelho de Celorico de Basto (1991 – 2001)
Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
O Mapa 28, representa a variação, em percentagem, da população residente entre 1991 e
2001 por três grupos etários os 0-14 anos, 15-64 anos e >65 anos (tabela, anexo I). No que
respeita aos totais registados no concelho, podemos verificar que nos grupos etários dos 0-14
anos e 15-64 anos aprestaram uma variação negativa de 0,7% e 0,4%. Em oposição o grupo
etário com mais de 65 anos registou um crescimento de 18,2%.
A faixa etária de população mais jovem (dos 0 aos 14 anos) mostra uma variação negativa em
todas as freguesias do concelho. Contrariamente, quase a totalidade das freguesias apresenta
um aumento da população com mais de 65 anos, à exceção de Infesta e Caçarilhe que
apresentaram entre 1991 e 2001 um decréscimo de 5,8% e 6,2%, respetivamente.
No grupo etário de população entre os 15 e 64 anos verifica-se que as freguesias de Canedo de
Basto (13,3%), Borba da Montanha (9,8%), Agilde (9,0%), Basto – Santa Tecla (8,8%), Britelo
(7,3%), Arnoia (6,4%), Gagos (5,6%), Fervença (5,5%) e Caçarilhe (1,5%) registaram evolução
positiva.
5.2 NÍVEL DE INSTRUÇÃO
O nível educacional da população sempre andou lado a lado com o grau de desenvolvimento
de determinada região. Como indicador social que é, o grau de escolaridade reflete-se
diretamente no acesso a empregos melhor qualificados e, consequentemente, na melhoria das
condições de vida. Por outro lado, o analfabetismo, total ou funcional, é mais do que um
132
constrangimento que impede o livre acesso a determinadas funções, tanto que o não acesso a
estas se reflete negativamente na qualidade de vida.
5.2.1 TAXA DE ANALFABETISMO
A Tabela 30, que de seguida apresentamos, representa os valores da taxa de analfabetismo
27
nos concelhos da NUT III – Tâmega nos anos de 1991 e 2001. De facto, assiste-se a uma
variação decenal negativa nos quinze concelhos que a compõem. Ou seja, comprova-se o
decréscimo do número de população com dez e mais anos que não sabe ler e escrever face a
1991, outra das consequências genéricas do movimento de uma população envelhecida, e com
pesada carga de iliteracia.
Tabela 30 - Taxa de analfabetismo no concelho de Celorico de Basto, nos concelhos limítrofes, Tâmega,
Região Norte e Portugal Continental, entre 1991 e 2001
Unidade Geográfica
Castelo de Paiva
Cabeceiras de Basto
Celorico de Basto
Amarante
Baião
Felgueiras
Lousada
Marco de Canaveses
Paços de Ferreira
Paredes
Penafiel
Mondim de Basto
Ribeira de Pena
Cinfães
Resende
Tâmega
Norte
Portugal Continental
Taxa de analfabetismo
1991
2001
10,9
9,3
20,4
16,0
19,7
16,6
14,7
11,1
18,7
16,0
9,9
8,5
10,6
8,5
10,4
9,5
7,6
6,3
7,6
6,9
9,2
8,7
19,5
17,6
25,3
20,7
17,3
14,8
24,8
21,2
12,3
10,2
9,9
8,3
10,9
8,9
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
Em 2001 os valores máximos e mínimo descem e os concelhos detentores destes valores
também se alteram. Assim, Resende surge como o concelho com mais população analfabeta
(com 21,2%) e Paços de Ferreira com 6,3%. Apesar desta descida generalizada, Celorico de
Basto ocupa, em ambos os anos, o quarto valor mais elevado.
Entre 1991 e 2001 a taxa de analfabetismo registou um decréscimo na ordem dos 2,0% no
Continente, comportamento idêntico ao registado na região NUTIII Tâmega. Na região Norte o
27
Segundo o INE, a taxa de analfabetismo (TA) é a “taxa definida tendo como referência a idade a partir da qual um
indivíduo que acompanhe o percurso normal do sistema de ensino deve saber ler e escrever. Considera-se que essa
idade corresponde aos 10 anos, equivalente à conclusão do ensino básico primário”.
133
decréscimo foi de 1,6%. Os valores concelhios são os extremos: não só a variação relativa é a
mais acentuada como a TA em ambos os anos em análise é a mais elevada comparativamente
com a das regiões representadas.
Gráfico 20 - Enquadramento regional da taxa de analfabetismo, entre 1991 e 2001
P o rtugal Co ntinental
No rte
T âm ega
Celo rico de B asto
-25
-20
-15
-10
1991
-5
0
2001
5
10
15
20
25
variação 91/01
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
Este comportamento regional traduz uma tendência que não pode ser dissociada de dois
fatores fundamentais: por um lado, assiste-se à substituição progressiva da camada mais idosa
da população (com maior índice de analfabetos) e, por outro, à maior escolarização da
população jovem.
5.2.2 ESCOLARIDADE
Aquando da recolha dos dados estatísticos que serviam de base à caracterização do nível de
instrução da população residente no concelho de Celorico de Basto, deparamo-nos com a
diferença de siglas utilizadas pelo INE nos diferentes censos. De forma a minimizar esta
questão optámos por uniformizar a informação conforme se apresenta de seguida.
O Gráfico 21 - População residente por nível de instrução, entre 1991 e 2001, traduz a
distribuição da população residente (valores absolutos) pelas seis classes de níveis de
instrução. No espaço intercensitário em análise assistiu-se ao declínio da população residente
que não sabe ler nem escrever (menos 787 pessoas), como aliás já tinha sido referido, mas
também do número de indivíduos com o curso médio completo (ainda que em muito menor
134
número; menos 92 indivíduos). Nos restantes níveis assistiu-se a um aumento de população
(tabela, anexo II).
Gráfico 21 - População residente por nível de instrução, entre 1991 e 2001
Ensino superior
completo
Ensino médio completo
Ensino secundário
completo
2.º e 3.º ciclos
completos
1º ciclo completo
Sem saber ler nem
escrever
0
1.000
2.000
3.000
1991
4.000
5.000
6.000
2001
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
Uma segunda leitura deste gráfico evidencia uma diminuição, bastante acentuada, de
população residente com ensino médio completo e aos que não sabem ler nem escrever. Em
termos percentuais, a maior diminuição diz respeito àqueles que não sabem ler nem escrever
(de 37,9% em 1991 passam a 25,7%), enquanto o maior aumento se regista na população com
o 2º e 3.º ciclos do ensino básico. O número de pessoas com o curso superior completo
aumenta de 0,8% para 2.1% em 2001.
Em jeito de conclusão podemos afirmar que, em termos percentuais, se registou uma
diminuição de população que não sabe ler nem escrever, com o 1º ciclo do ensino básico
completo e com o curso médio completo.
Uma análise por freguesia permite verificar que apenas oito freguesias se mantêm fiéis ao
comportamento concelhio. Elas são: Arnoia, Borba da Montanha, Britelo, Caçarilhe, Canedo de
Basto, Fervença, Ourilhe e Rego. Não há uma única que registe valores de crescimento em
todas as categorias, estabilidade ou decréscimo.
A população residente que não sabe ler nem escrever regista o seu aumento máximo na
freguesia de Veade (mais 11 pessoas) e o seu maior decréscimo na freguesia de Arnoia (menos
113 indivíduos que em 1991). Britelo é a freguesia que maior aumento de população regista
com o 1º ciclo do EB completo (PC), com o ensino secundário completo (ESC), assim como com
o curso superior completo (CSC).
135
O Gráfico 22 representa o peso percentual de cada nível de instrução para cada uma das
freguesias do concelho. Apesar da diminuição verifica-se que em todas as freguesias, sem
exceções, há mais de 20% da população que não sabe ler nem escrever. A percentagem
máxima regista-se em Ourilhe (onde a população que não sabe ler nem escrever chega aos
35,6%). O nível de instrução representado por IPC (primeiro ciclo do ensino básico) é o
segundo com maior peso concelhio, logo a seguir ao atrás referido atrás. Em todas as
freguesias a população com IPC varia entre os 27,4% e 45,6%, sendo que Infesta é a freguesia
que mostra o valor máximo (tabela, anexo IV).
Por oposição, a percentagem de indivíduos com curso médio ou superior completo atinge
valores residuais em todas as freguesias do concelho. Assim, temos que em Molares se regista
a maior percentagem de indivíduos com curso médio completo (1,3%). Em todas as restantes a
percentagem varia entre os 0% e os 0,6%. Britelo e Gagos são as freguesias onde reside o
máximo de população com o curso superior completo (4,7% e 4,2%, respetivamente). Em
Caçarilhe e Corgo esta percentagem é de apenas 0,3%.
Gráfico 22 - População residente por nível de instrução, por freguesias do concelho de Celorico de Basto,
em 2001
Veade
Vale de B ouro
B asto (São Clemente)
B as to (Santa Tecla)
Ribas
Rego
Ourilhe
M o reira do Cas telo
M olares
Infes ta
Gém eo s
Gago s
Fervenç a
Corgo
Codeço so
Carvalho
Canedo de B as to
Caçarilhe
B ritelo
B o rba de M ontanha
A rnó ia
A gilde
0%
10%
20%
30%
SSLNE
40%
IPC
50%
PC
60%
ESC
CMC
70%
80%
90%
100%
CSC
Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
136
5.3 ATIVIDADES ECONÓMICAS
A caracterização das actividades económicas do concelho de Celorico de Basto visa sobretudo
conhecer o comportamento da população ativa por sectores de atividade e sua evolução, no
sentido de determinar a importância de cada um dos sectores no desenvolvimento concelhio.
5.3.1 CARATERIZAÇÃO GERAL DAS ATIVIDADES ECONÓMICAS
Os sectores de atividade económica distinguem-se em três grandes grupos: o sector primário
(CAE 0), o sector secundário (CAE 1 a 4) e o sector terciário (CAE 5 a 9). O sector terciário
engloba actividades de natureza heterogénea e diversificada, que não podem ser incluídos nos
outros dois, totalmente circunscritos. Deste facto resulta o seu carácter vasto, mas sobretudo
disperso (sector de aglutinação).
O Gráfico 23 espelha a realidade da população residente no concelho de Celorico de Basto em
termos de empregabilidade por sector de atividade, entre 1991 e 2001.
Em 1991, era o sector primário o que predominava no tecido económico do concelho, uma vez
que empregava aproximadamente 37,6% da população residente em idade ativa. O sector
terciário era responsável por 31,6% dos ativos. O sector secundário quedava-se nos 30,8%.
Em 2001 a tendência é de aumento para os sectores secundário (mais 16,1%) e terciário (mais
6,1%) à custa do primário que, em termos relativos é o que perde população face à década
anterior (menos 22,2%). Ainda assim, e porque não se pode olvidar que este é um concelho
cujas freguesias são, predominantemente rurais, esta realidade pode estar relacionada com o
facto de que, em muitos casos, a agricultura é encarada como uma atividade complementar e
de subsistência.
Gráfico 23 - População residente por sector de atividade em Celorico de Basto, em 1991 e 2001
60,0
46,9
em %
45,0
37,6
37,7
30,8 31,6
30,0
15,4
15,0
0,0
1991
Sector I
2001
Sector II
Sector III
Fonte: ΧΙII e ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
Um cruzamento destes dados com a Tabela 31 - População residente por sector de atividade
em 1991 e 2001 por freguesias do Concelho de Celorico de Basto, revela duas realidades
distintas: em primeiro lugar, e em termos absolutos, o número de população residente ativa
137
não sofreu grandes alterações, já que em 1991 era de 7.652 indivíduos e em 2001 este número
viu-se reduzido em somente 124 pessoas; em segundo lugar é evidente a grande alteração que
se fez sentir nos sectores primário e secundário entre 1991 e 2001.
Tabela 31 - População residente por sector de atividade em 1991 e 2001 por freguesias do Concelho de
Celorico de Basto
Freguesias
Agilde
Arnoia
Borba de Montanha
Britelo
Caçarilhe
Canedo de Basto
Carvalho
Codessoso
Corgo
Fervença
Gagos
Gémeos
Infesta
Molares
Moreira do Castelo
Ourilhe
Rego
Ribas
Basto (Sta. Tecla)
Basto (S. Clemente)
Vale de Bouro
Veade
Celorico de Basto
primário
total %
143 31,4
189 30,1
313 56,5
104 13,3
74 60,2
108 29,4
192 51,5
34 19,5
41 24,8
175 37,6
87 39,0
130 41,8
109 68,1
62 28,8
48 23,2
134 63,8
218 52,0
228 52,5
103 88,8
92 14,5
228 58,2
65 26,7
Indivíduos residentes empregados no sector
1991
2001
secundário
terciário
primário
secundário
total
%
total %
total %
total
%
243 53,4 69 15,2
61 11,8 325 63,1
160 25,5 278 44,3
69 10,5 283 43,1
167 30,1 74 13,4
111 24,3 235 51,5
202 25,8 478 61,0
49
4,9 332 33,3
32
26,0 17 13,8
74 36,6 94
46,5
107 29,2 152 41,4
59 18,0 155 47,4
104 27,9 77 20,6
33 12,6 175 66,8
86
49,4 54 31,0
20 13,0 86
55,8
28
17,0 96 58,2
21 21,0 35
35,0
187 40,2 103 22,2
92 18,9 237 48,6
39
17,5 97 43,5
40 16,1 78
31,5
50
16,1 131 42,1
34 14,8 98
42,8
20
12,5 31 19,4
31 36,0 29
33,7
62
28,8 91 42,3
13
6,2
77
36,7
84
40,6 75 36,2
22
9,4 163 69,4
32
15,2 44 21,0
54 36,2 54
36,2
124 29,6 77 18,4
94 21,4 200 45,5
116 26,7 90 20,7
134 25,0 252 47,0
6
5,2
7
6,0
25 28,7 42
48,3
354 55,7 189 29,8
58
9,2 340 53,7
76
19,4 88 22,4
39 15,1 142 54,8
75
30,9 103 42,4
28 10,9 97
37,6
terciário
total
%
129
25,0
304
46,3
110
24,1
617
61,8
34
16,8
113
34,6
54
20,6
48
31,2
44
44,0
159
32,6
130
52,4
97
42,4
26
30,2
120
57,1
50
21,3
41
27,5
146
33,2
150
28,0
20
23,0
235
37,1
78
30,1
133
51,6
2877
2354
2838
37,6
30,8
2421
31,6
1161
15,4
3529
46,9
37,7
Fonte: XIII e XIV recenseamentos gerais da população, INE
No sector terciário (serviços) a percentagem de população empregue em pouco se alterou;
passando de 31,6% em 1991 para 37,7% em 2001. A grande variação, como já foi referido,
deu-se ao nível dos sectores primário (agricultura, silvicultura) e secundário (indústria).
Atendamos aos valores presentes no gráfico. O sector secundário “ganhou” população face ao
primário, e isso é bem visível pois este último passou de uma ocupação da população ativa de
37,6% (1991) para apenas 15,4% dez anos depois, que se repercute numa perda de ativos de
cerca de 60% face a 1991.
Em 1991 havia nove freguesias nas quais o sector primário empregava mais de metade (51,5%)
da população residente em idade ativa (Tabela 31 - População residente por sector de
atividade em 1991 e 2001 por freguesias do Concelho de Celorico de Basto). Estas freguesias
são: Borba de Montanha e Rego (na parte centro Oeste), Caçarilhe, Carvalho, Infesta, Ourilhe,
Ribas, Vale de Bouro e Sta. Tecla (na área central do concelho). Os valores percentuais
138
máximos, em cada um dos sectores, registados neste ano são: Basto (Sta. Tecla) com 88,8% da
população empregue no sector primário, Basto (S. Clemente) com 55,7% da população
empregue no sector secundário e, finalmente, Britelo que ocupa 61,0% da sua população
residente ativa no sector terciário.
Mapa 29 - População por sectores de atividade no concelho de Celorico de Basto, em 2001
Fonte: XIII e XIV recenseamentos gerais da população, INE
No ano de 2001, o sector primário assume menor importância, pois verifica-se um forte
declínio da população com ocupação profissional neste sector (de 37,6% passou para 15,4%).
O sector secundário é dominante no concelho (46,9%) e o terciário ocupa os restantes 37,7%.
As freguesias mais a Sul, onde prevalecia o sector secundário em 1991, reforçam este sector
de atividade em 2001. Nas freguesias centrais, o sector secundário aumentou fortemente em
detrimento do sector primário, embora em algumas freguesias o sector primário ainda
represente mais de 36,0% da atividade, como acontece em Ourilhe, Caçarilhe e Infesta. Este
aumento foi também registado na faixa Oeste (Rego, Agilde e Borba da Montanha).
5.3.2 CARATERIZAÇÃO GERAL DO EMPREGO
A taxa de atividade permite definir o peso da população ativa sobre o total da população (in
INE). De acordo com a Tabela 32 e o Mapa 30, em Celorico de Basto, entre 1991 e 2001,
assistiu-se a um aumento da taxa de atividade de 60,3% para 63,0%. Este foi um aumento que
se fez sentir em ambos os sexos, ainda que tenha sido mais acentuado nos homens ativos, já
que para estes a evolução foi de 60,2% para 64,0% e nas mulheres o aumento foi menos
acentuado (de 60,4% para 62,1%).
139
Mais de metade das freguesias do concelho mostra taxas de atividade inferiores à concelhia,
tanto em 1991 como em 2001. Em apenas três freguesias (Ourilhe, Infesta e Molares) o valor
da taxa de atividade diminuiu face a 1991. Por outro lado, em Canedo e Santa Tecla ocorreram
os aumentos mais significativos.
A freguesia de Gagos, em 2001, era a que registava a taxa de atividade mais elevada (valores
superiores a 68%). No mesmo ano, nas freguesias de Arnoia, Borba da Montanha, Caçarilhe,
Carvalho, Codessoso, Corgo, Fervença, Gémeos, Infesta, Ourilhe, Rego e Santa Tecla a taxa de
atividade é inferior à média concelhia.
Tabela 32 - Taxa de atividade em 1991 e 2001 por freguesias do Concelho de Celorico de Basto
Taxa de atividade
Freguesias
Agilde
Arnoia
Borba de
Montanha
Britelo
Caçarilhe
Canedo de Basto
Carvalho
Codessoso
Corgo
Fervença
Gagos
Gémeos
Infesta
Molares
Moreira do Castelo
Ourilhe
Rego
Ribas
Basto (Santa Tecla)
Basto (S. Clemente)
Vale de Bouro
Veade
Celorico de Basto
Total
62,8
58,9
56,2
63,8
55,2
54,6
58,0
59,6
56,7
59,3
62,3
60,8
55,2
66,9
61,9
60,9
58,5
60,1
50,0
64,6
58,8
64,9
60,3
1991
Homens
62,5
58,4
56,3
65,6
52,0
51,5
56,1
61,0
55,1
58,6
63,4
63,3
55,0
69,4
65,2
63,0
54,6
60,3
44,6
64,2
59,0
64,8
60,2
Mulheres
63,1
59,4
Total
65,5
62,1
56,1
62,2
58,0
57,4
59,7
58,2
58,2
59,9
61,3
58,4
55,3
64,3
58,7
58,8
61,8
59,9
54,8
65,0
58,6
65,1
60,4
60,7
65,3
59,6
63,8
60,1
60,4
60,5
62,9
68,5
62,1
53,2
63,7
63,4
59,5
62,8
63,0
57,7
65,2
61,9
65,3
63,0
2001
Homens
65,2
63,4
61,1
66,5
56,5
64,4
62,8
65,1
60,5
64,6
68,2
62,3
52,5
65,7
62,5
57,8
64,1
64,6
55,6
67,5
62,4
66,6
64,0
Mulheres
65,7
60,9
60,4
64,1
62,8
63,3
57,7
56,6
60,5
61,4
68,8
61,9
53,8
61,9
64,3
61,1
61,7
61,4
59,6
62,9
61,5
64,2
62,1
Fonte: XIII e XIV recenseamentos gerais da população, INE
Existe um aumento generalizado da taxa de atividade masculina em todas as freguesias, entre
1991 e 2001, com exceção de cinco: Gémeos, Infesta, Molares, Moreira e Ourilhe, a maioria
delas localizadas no centro Este do concelho. No que diz respeito ao sexo feminino os aumento
não foram tão significativos, para além de que são mais as freguesias onde esta taxa registou
variação negativa face a 1991 (Carvalho, Codessoso, Infesta, Molares, Rego, S. Clemente e
Veade).
140
Em Agilde, Caçarilhe, Gagos, Infesta, Moreira do Castelo, Ourilhe e S. Tecla, a taxa de atividade
feminina é superior à taxa de atividade masculina. Destas freguesias, apenas Infesta, Ourilhe e
S. Tecla apresentam taxas inferiores à média concelhia. A freguesia de Corgo regista a mesma
percentagem de atividade em ambos os sexos (60,5%).
Mapa 30 - População por sectores de atividade no concelho de Celorico de Basto, em 2001
Fonte: XIII e XIV recenseamentos gerais da população, INE
Os dados do recenseamento geral da população de 2001 mostram que naquele ano havia
8.059 pessoas com atividade económica no concelho de Celorico de Basto e 8.470 (ou 51% da
população residente com 15 ou mais anos) sem atividade económica (estudantes, domésticos,
reformados, aposentados ou na reserva incapacitados permanentemente para o trabalho,
outros).
Gráfico 24 - População residente por grupos etários acima dos 15 anos, com ou sem atividade
económica, em 2001
1.800
1.600
1.400
1.200
1.000
800
600
400
200
Com actividade económica
75ou mais
70 a 74 anos
65 a 69 anos
60 a 64 anos
55 a 59 anos
50 a 54 anos
45 a 49 anos
40 a 44 anos
35 a 39 anos
30 a 34 anos
25 a 29 anos
20 a 24 anos
15 a 19 anos
0
Sem actividade económica
Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
141
O Gráfico 24 representa a população residente, por grupos etários acima dos 15 anos, com e
sem atividade económica no concelho no ano de 2001. É evidente o peso, em termos
absolutos, que as faixas etárias acima dos 50 anos sem atividade económica exercem sobre as
mesmas com atividade económica.
É importante esclarecer que a população aqui referida como com atividade económica diz
respeito à efetivamente empregada e àquela se encontrava em situação de desemprego no
momento do Censo (ver dados no anexo III), diferenciando-se essa população entre
empregada e desempregada no Gráfico 25.
Gráfico 25 - População residente com atividade económica (empregada e desempregada) por grupos
etários acima dos 15 anos (%), em 2001
18,0%
16,0%
14,0%
12,0%
10,0%
8,0%
6,0%
4,0%
2,0%
Desempregada
75ou mais
70 a 74 anos
65 a 69 anos
60 a 64 anos
55 a 59 anos
50 a 54 anos
45 a 49 anos
40 a 44 anos
35 a 39 anos
30 a 34 anos
25 a 29 anos
20 a 24 anos
15 a 19 anos
0,0%
Empregada
Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
Assim, do total de população com mais de 15 anos com atividade económica, destacam-se as
faixas etárias mais jovens, com maior relevância no mercado de trabalho, e as mais
envelhecidas como aquelas que sentem maiores dificuldades em reintegrar o mercado de
trabalho, resultado dos valores elevados que apresenta. No grupo etário dos 20 aos 24 anos
atinge-se o valor máximo de população residente com atividade económica decrescendo
progressivamente com o aumento da idade da população ativa.
Um dado importante a considerar prende-se com a qualificação da mão-de-obra
desempregada no concelho, uma vez que o baixo nível de instrução da população ativa poderá
explicar as debilidades a que o sistema de emprego a que se encontra sujeito numa
determinada unidade geográfica: fraca produtividade e inovação, etc. Efetivamente, se se
analisar o referido gráfico, facilmente se conclui que, excluindo o ensino secundário, a
tendência é para que, à medida que vai aumentando o nível de escolaridade vai diminuindo a
percentagem de população desempregada – cerca de 79% dos desempregados do concelho
têm o ensino básico e 4,9% têm o ensino superior. (ver Gráfico 26)
142
Gráfico 26 - Qualificação da mão-de-obra desempregada (%), em 2001
Ensino superior
Ensino médio
4,9%
0,2%
Ensino secundário
14,9%
3.º ciclo
14,1%
2º ciclo
27,3%
1º ciclo
37,3%
Sem nível de ensino
1,3%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
40%
Fonte: ΧIV Recenseamentos Gerais da População, INE
5.4 TURISMO
O dossier do turismo a nível municipal deverá ser entendido como uma oportunidade de
potencializar os recursos endógenos associados a fatores como o clima, qualidade ambiental,
paisagística e cultural, condições de segurança, acessibilidade e prestação de serviços de
qualidade.
Se, por um lado, o turismo pode ser encarado como um fator decisivo para melhorar a
qualidade de vida das populações locais, na medida em que promove a valorização dos
recursos existentes e pela valorização que essa valorização lhes confere, por outro lado,
importa ter em consideração que uma aposta excessiva e intensiva no sector do turismo pode
dar origem a uma exploração desmedida dos recursos naturais que estão na sua base,
colocando em causa a sua sustentabilidade.
De acordo com o Plano Estratégico Nacional de Desenvolvimento Rural 2007-201328 “ (…) o
turismo em espaço rural é um dos exemplos mais marcantes, tendo quadruplicado a sua
importância na indústria hoteleira nacional desde 1990, representando atualmente cerca de
49% do total de número de estabelecimentos hoteleiros nacionais, e 4% da capacidade de
alojamento total. As unidades de turismo rural e de habitação têm o maior peso (425 e 28%,
respetivamente), embora as unidades de agroturismo e as casas de campo já tenham uma
relativa expressão (17% e 13%, respetivamente). as funções de recreio e estética da paisagem
desenvolvem-se em cerca de 51% dos espaços florestais, representando o turismo nesses
espaços 16,5 milhões de euros. A atividade cinegética, com um valor aproximado de 21,4
milhões de euros, atingiu já uma expressão estratégica para o sector, nomeadamente na
28
Plano estratégico Nacional (PEN) para o Desenvolvimento Rural – Versão de Fevereiro de 2007 –
Gabinete de Planeamento e Políticas, Ministério da Agricultura, do desenvolvimento e das Pescas,
Lisboa.
143
dinamização e criação de emprego ao nível local, especialmente nas zonas do interior mais
desfavorecidas”.
No que se refere ao enquadramento do plano sectorial para o turismo, as dez tipologias de
produtos sobre as quais deve recair a aposta estratégica do turismo nacional, encontram-se
definidas no Plano Estratégico Nacional do Turismo 29. Das dez tipologias definidas no PENT,
aquelas com maior potencialidade para o município de Celorico de Basto são: o Touring
Cultural e Paisagístico, o Turismo de Natureza, o Turismo Residencial, e Gastronomia e Vinhos.
5.4.1 IDENTIFICAÇÃO DOS RECURSOS TURÍSTICOS
“Quando pensamos em turismo, normalmente aquilo de que primeiro nos lembramos é de
hotéis, restaurantes, praias e pouco mais. No entanto, o turismo engloba muito mais do que
possamos imaginar à primeira vista. Com efeito, tudo o que seja capaz de motivar o
deslocamento de pessoas, ocupar os seus tempos livres ou satisfazer as necessidades
decorrentes da sua permanência num local pode ser entendido como recurso turístico” 30
(Direção Geral do Turismo, 1999). Como tal, podem ser identificado como recurso turístico
qualquer “elemento natural, elemento artificial ou atividade humana capaz de motivar a
deslocação de pessoas, por permitir a ocupação de tempos livres ou a satisfação de
necessidades decorrentes da sua permanência, através de atrativos naturais ou culturais”
(Lextec, 2010)31.
De facto a inventariação e o correto enquadramento dos recursos turísticos a nível da
estratégia de desenvolvimento local parece ser um passo de importância assinalável. A
importância deste inventário estende-se ao nível do PDM pois a identificação da localização
dos recursos e a sua hierarquização, em termos da importância, permitirá fazer o correto
enquadramento ao nível da revisão do regulamento do PDM e da Carta de Ordenamento.
29
Plano Estratégico Nacional do Turismo 2007 – Ministério da Economia e Inovação, Lisboa – Abril de
2007.
30
Direcção Geral do Turismo (1999) Inventário de Recursos Turísticos, um instrumento de planeamento
estratégico, Cadernos Link – Novembro de 1999, acedido em http://www.link.pt/upl/%7B2c15963a3ee1-4dcc-9d49-497126a122d6%7D.pdf – consultado a 13 de Dezembro de 2010.
31
MARRAFA, Palmira (coordenação) Lextec – Léxico Técnico do Português (2010), Recurso Turístico,
acedido em http://www.instituto-camoes.pt/lextec/por/domain_8/definition/16110.html - consultado a
13 de Dezembro de 2010.
144
Dada a importância que o turismo pode apresentar para a economia de Celorico de Basto
importa referir os recursos turísticos existentes no município. Tendo em conta dados quer do
Turismo de Portugal, quer do município, verificamos que existe um conjunto de recursos
bastante diversificados, o que é, sem dúvida, um ponto forte, na medida em que o município
poderá, deste modo, atrair públicos bastante diversificados. Esta diversidade de recursos é
extremamente importante, uma vez que faz com que o município seja atrativo, em termos
turísticos, durante todo o ano, não tendo um carácter único e exclusivamente sazonal.
Com base nos dados disponibilizados pela Autoridade Turística Nacional (Turismo de Portugal),
e do município de Celorico de Basto foi realizado um levantamento dos recursos turísticos
presentes no município. Estes encontram-se organizados por categorias, como podemos ver
nas Tabela 33, Tabela 34, Tabela 35, Tabela 36 e
Tabela 37 a seguir apresentadas:
Tabela 33 - Lista de recursos de identificados (Património)
LOCALIZAÇÃO
(FREGUESIA)
RECURSOS IDENTIFICADOS
TIPO
Agilde
Capela de Nossa Senhora da Rosa
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Casa do Nino
Edifícios de Interesse Relevante
Castelo
Aldeias e Vilas Históricas
Castelo de Arnoia
Castelos e Fortes
Cruzeiro de Nossa Senhora da Piedade
Cruzeiros e Obeliscos
Mosteiro de São Bento de Arnoia
Conventos e Mosteiros
Pelourinho de Castelo
Cruzeiros e Obeliscos
Basto (S. Tecla)
Igreja Paroquial de Basto Santa Tecla
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Basto (S.
Clemente)
Capela de Nossa Senhora da Oliveira
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Pereira
Aldeias e Vilas Históricas
Casa Barroso
Edifícios de Interesse Relevante
Casa da Vinha de Cima
Edifícios de Interesse Relevante
Cruzeiro de Britelo
Cruzeiros e Obeliscos
Estátua do Cardeal Dom António Ribeiro
Outros Monumentos
Moinhos do Freixieiro
Outros Monumentos
Mosqueiros
Aldeias e Vilas Históricas
Pelourinho de Celorico de Basto
Cruzeiros e Obeliscos
Quinta da Corredoura
Edifícios de Interesse Relevante
Quinta e Casa do Prado
Edifícios de Interesse Relevante
Capela de Santo Amaro
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Capela de Santo António
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Capela de São Brás
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Igreja Paroquial de Borba de Montanha
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Quintela
Aldeias e Vilas Históricas
Arnoia
Britelo
Borba da
Montanha
145
Canedo de Basto
Cruzeiro de Canedo
Cruzeiros e Obeliscos
Carvalho
Capela de Santa Bárbara
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Caçarilhe
Capela da Senhora do Viso
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Igreja Paroquial de Caçarilhe
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Codessoso
Quinta de São Romão do Corgo
Edifícios de Interesse Relevante
Corgo
Cruzeiro de São Romão do Corgo
Cruzeiros e Obeliscos
Ribas
Igreja de São Salvador de Ribas
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Casa da Boavista
Palácios e Solares
Casa do Outeiro
Palácios e Solares
Igreja Paroquial de Veade
Catedrais, Igrejas e Basílicas
Vale de Bouro
Veade
Fonte: Turismo de Portugal, 2010
Tabela 34 - Lista de recursos de identificados (Natureza)
LOCALIZAÇÃO
(FREGUESIA)
RECURSOS IDENTIFICADOS
Britelo
TIPO
Jardim do Prado
Espaços Verdes
Parque Lúdico de Celorico de Basto
Espaços Verdes
Carvalho
Miradouro do Calvelo
Miradouros
Ribas
Jardim de Ribas
Espaços Verdes
Fonte: Turismo de Portugal, 2010
Tabela 35 - Lista de recursos de identificados (Parques de Lazer)
LOCALIZAÇÃO
RECURSOS IDENTIFICADOS
(FREGUESIA)
Agilde
Parque de Lazer de Agilde
Canedo de Basto
Parque de Lazer de Canedo de Basto
Caçarilhe
Parque de merendas do Viso
Codessoso
Parque de Lazer de Codessoso
Ourilhe
Parque de Lazer de Ourilhe
Fonte: Município de Celorico de Basto, 2010
Tabela 36 - Lista de recursos de identificados (Praias)
LOCALIZAÇÃO (FREGUESIA)
NOME
TIPO
Gémeos
Praia da Vila
Praias
Veade
Praia de Fermil
Praias
Rego
Praia Fluvial de Vila Boa
Praias
Fonte: Turismo de Portugal, 2010
146
Tabela 37 - Lista de recursos de identificados (Gastronomia/Restaurantes)
LOCALIZAÇÃO (FREGUESIA)
NOME
TIPO
Britelo
Bacalhau da Consoada
Pratos Típicos
Ribas
Aldeia Nova
Restaurantes
Britelo
Quinta do Forno
Restaurantes
Fonte: Turismo de Portugal, 2010
Para além dos recursos supra mencionados de referir, ainda, que o município de Celorico de
Basto está integrado na Rota dos Vinhos Verdes, possuindo uma casa de prova de vinhos –
Casa do Campo. Localizada na freguesia de Molares “trata-se de uma unidade de turismo de
habitação, que apresenta os seguintes serviços: prova de vinho, serviço de refeições e venda
de artesanato. A conjugação de toda uma harmonia que se respira pelas formosas Terras de
Basto, que se reflete na nobreza do solar e se prolonga na exaltação barroca dos jardins
povoados por exuberantes camélias que recriam acolhedores pátios e recantos em perfeita
sintonia com a paisagem -o convite ao repouso estimulante e retemperado” (Rotas do Vinho
Verde32, 2010).
5.4.2 OFERTA TURÍSTICA
De acordo com o Anuário Estatístico da Região Norte de 200933, para o Município de Celorico
de Basto não existem indicadores de hotelaria. Ainda de acordo com este documento, verificase que no município não são identificados estabelecimentos turísticos, nem capacidade de
alojamento, ao contrário do verificado em alguns dos municípios vizinhos (ver Tabela 38).
Apesar de também não existir referência aos indicadores de hotelaria para os municípios de
Fafe, Mondim de Basto e Cabeceiras de Basto, no que se refere ao total de estabelecimentos e
à capacidade de alojamento, apenas para o município de Celorico de Basto é indicado que
estes não existem.
32
Rotas do Vinho Verde (2010) Itinerário do Basto – Casa do Campo, acedido em
http://rota.vinhoverde.pt/aderentes/aderente.asp?iID=0&clienteID=AVEJFAWE9NEU9PJ3NQPEX95CC64
H0KAE&id=1028 – consultado a 13 de Dezembro de 2010.
33
Anuário Estatístico da Região Norte (2009) INE, Lisboa.
147
Tabela 38 - Indicadores de hotelaria, total de estabelecimentos e total da capacidade de alojamento
para o Município de Celorico de Basto e municípios vizinhos
Celorico de Basto
Felgueiras
Amarante
Fafe
Mondim de Basto
Cabeceiras de Basto
Indicadores de hotelaria
Estada média no
Taxa de
estabelecimento
ocupação/cama
(líquida)
…
…
1,5
23,3
1,5
21,1
…
…
…
…
…
…
Estabelecimentos
(Total)
0
3
6
2
1
1
Capacidade de
Alojamento
(Total)
0
142
334
210
72
12
Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte, 2009
Esta informação disponível no Anuário Estatístico da Região Norte de 2009 opõe-se à
informação disponibilizada quer pela Autoridade Turística Nacional (Turismo de Portugal),
onde são identificados quatro alojamentos, na categoria de Turismo no Espaço Rural, quer a
informação avançada pelo Município de Celorico de Basto que avança com a existência de oito
alojamentos, divididos pelas categorias de Turismo Rural, Turismo de Habitação, Residenciais e
Parque de Campismo.
Este desfasamento entre a informação que consta no Anuário Estatístico e a informação
avançada pelo Turismo de Portugal e pelo Município de Celorico de Basto é algo que deve ser
tido em consideração, de modo a que a oferta turística seja divulgada de forma correta, mas
também, para que os dados disponibilizados estejam, o mais possível, próximos da realidade
do concelho.
Como referido anteriormente, existe uma forte discrepância entre os dados apresentados pelo
Anuário Estatístico da Região Norte de 2009 e o indicado quer pelo Turismo de Portugal, quer
pela Município, sendo que, de acordo com o primeiro existem quatro alojamentos (Tabela 39)
e com o segundo, oito alojamentos (Tabela 40).
Quanto à localização dos alojamentos referidos pelo Município de Basto apenas se verifica a
sua existência nas freguesias de Arnoia, Canedo de Basto, Gémeos, Infesta, Ribas, Basto (S.
Clemente), sendo que nas restantes freguesias não é mencionada a existência de qualquer tipo
de alojamento, nem por o Turismo de Portugal, nem pelo Município de Celorico de Basto.
Tabela 39 - Alojamentos identificados pelo Turismo de Portugal
LOCALIZAÇÃO (FREGUESIA)
Gémeos
Canedo de Basto
Molares
Basto (S. Clemente)
NOME
Casa da Lage São Miguel de Gémeos
Casa de Canedo
Casa do Campo
Solar do Souto
TIPO
Turismo no Espaço Rural
Turismo no Espaço Rural
Turismo no Espaço Rural
Turismo no Espaço Rural
Fonte: Turismo de Portugal, 2010
148
Tabela 40 - Alojamentos identificados pelo Município
LOCALIZAÇÃO (FREGUESIA)
Molares
Basto (s. Clemente)
Gémeos
Arnoia
Infesta
Canedo de Basto
Ribas
NOME
Casa de Campo
Solar do Souto
Casa da Laje
Casa do Castelo
Quinta dos Mouras
Casa de Canedo
Residencial Aldeia Nova
Parque de Campismo
TIPO
Turismo de Habitação
Turismo de Habitação
Turismo de Habitação
Turismo de Habitação
Turismo Rural
Turismo Rural
Residenciais
Parque de Campismo
Fonte: Município de Celorico de Basto, 2010
Celorico de Basto é, ainda, parte integrante do Roteiro das Aldeias do Baixo – Tâmega “Acima
de tudo Ruralidade e Tradição”34 e do Roteiro Histórico – Cultural “Acima de tudo Tâmega +
Basto”35.
No Roteiro das Aldeias do Baixo-Tâmega “Acima de tudo Ruralidade e Tradição”, o município
de Celorico de Basto aparece referenciado no percurso n.º 2 – Aldeias de Basto e Lameira. No
que se refere aos locais a visitar, este roteiro, relativamente a Celorico de Basto, tem início na
Sede do Concelho, onde indica a visita ao Parque de Lazer. Partindo daqui, o primeiro local de
paragem seria na freguesia de Arnoia, onde importa visitar o Mosteiro de São Bento de
Arnoia 36, Castelo de Arnoia37 e o Pelourinho de Castelo 38. Continuando o percurso, avançar-se-
34
Associação de Municípios do Baixo – Tâmega (2010) Roteiros, acedido em
http://www.baixotamega.pt/PageGen.aspx?WMCM_PaginaId=31482 – consultado a 13 de Dezembro
de 2010.
35
Associação de Municípios do Baixo – Tâmega (2010) Roteiros, acedido em
http://www.baixotamega.pt/files/2/documentos/20080623152958281527.pdf - consultado a 13 de
Dezembro de 2010.
36
O Mosteiro é um edifício dos séculos. X, XI, XVII, XVIII e XIX. Possui uma igreja de planta longitudinal,
de nave única, com capela-mor quadrangular mais estreita, torre sineira quadrangular, e dependências
monacais. A igreja possui um cadeiral ricamente entalhado, semelhante ao do Mosteiro de São Miguel
de Refojos de Basto. Entre os elementos decorativos da igreja salienta-se um tímpano esculpido com
Agnus Dei, da escola de Rates, e uma placa com a figura de São Miguel atacando a serpente. O mosteiro
conserva ainda a cela onde viveu o Bispo de Grão-Pará, na sequência do desterro a que o votou o
Marquês de Pombal. (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, 2010).
37
Rural e isolado, localiza-se no topo de uma elevação, com cerca de 250 m de altitude, coberta de
vegetação, bem destacada na paisagem, em cujo sopé se desenvolve, dispersamente a povoação de
Arnoia, parcialmente abandonada, antiga sede do concelho. Possui uma cerca de planta poligonal
irregular, com torre de menagem quadrangular, inserida interiormente a S. e reforçada a N. por cubelo.
149
ia para a Britelo, onde o local a visitar seria Aldeia histórica de Mosqueiros e, por último, o
ultimo local de visita no município, indicado por este percurso, seria a Aldeia de S. Romão, na
freguesia de Corgo.
Relativamente ao Roteiro Histórico – Cultural “Acima de tudo Tâmega + Basto”, Celorico de
Basto integra quer o percurso n.º1 – Do Centro Histórico de Amarante a Mondim de Basto,
quer o percurso n.º2 – Cabeceiras de Basto e envolvente.
No primeiro percurso, relativamente ao município de Celorico de Basto, são indicados como
locais de passagem obrigatória o Castelo de Arnoia e Pelourinho de Castelo, o Mosteiro de São
Bento de Arnoia, o Pelourinho de Celorico de Basto39 (freguesia de Britelo), bem como a Casa
da Boavista e Casa do Outeiro – freguesia de Veade.
No que concerne ao segundo percurso, são indicados como locais a visitar, a Quinta e Casa da
Gandarela em Basto (S. Clemente), a Estela de Vila Boa (freguesia de Rego) e o Solar do Souto,
em Basto (S. Clemente).
Para além da oferta turística supra mencionada, de salientar ainda que dois dos alojamentos
referidos anteriormente — a Casa do Campo (freguesia de Molares) e a Casa de Canedo
(freguesia de Canedo de Basto) – são referenciados pela Associação de Turismo de Habitação
Cobertura em telhado de quatro águas na torre. Panos murários em cantaria de granito. Cerca com
caminho de ronda, rasgada a S., por portal de verga reta, precedido por escadaria. Acesso ao caminho
de ronda, a S. e a E., por escadarias de lanço reto. Torre de menagem rematada por merlões, aberta a S.,
por portal de verga reta, a cerca de 3 m de altura, com tímpano inscrito no pano murário, e acesso por
escadaria, com lanço reto. Registos superiores rasgados por seteira, em cada uma das fachadas. No
centro do pátio encontra-se uma cisterna. INTERIOR da torre com paredes em cantaria de granito, com
três pisos, o primeiro em cave, com acesso por escadaria de madeira. Pavimento em soalho, com
coberturas efetuadas pelo pavimento de cada piso (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana,
2010).
38
Estrutura em cantaria de granito, composto por soco quadrado, de dois degraus, estando o primeiro
parcialmente enterrado, onde assenta a base circular, na qual se ergue coluna de fuste liso, de secção
circular, com capitel boleado e remate em ábaco quadrangular coroado por pináculo pirâmide com cava
na base (Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana, 2010).
39
Estrutura em cantaria de granito, composta por soco quadrangular de três degraus, onde assenta base
quadrada, com placa com inscrição, na face O. Coluna de secção circular, com fuste canelado, com
demarcação no centro, por anel. Capitel retangular, integrado no bloco de remate, possuindo este, em
três faces a pedra de armas real e em outra inscrição epigrafada. É coroado por bola (Instituto da
Habitação e da Reabilitação Urbana, 2010).
150

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