dalos padaria

Transcrição

dalos padaria
Economia l Negócios l Tendências
Joinville, Março / Abril 2015
No18 l R$ 10
Vozes do Brasil
Empresários e economistas avaliam
cenários para o crescimento, após
as manifestações de 15 de março
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3
revista
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Visão Acij
E agora?
NESTA EDIÇÃO
João Martinelli, presidente da Acij
6 Abre Aspas
As manifestações de 15 de março foram expressivas, e por si só eloquentes, e era de se esperar que nossos
governantes entendessem os sinais
emitidos. Mais de 1 milhão de pessoas
foram às ruas para mostrar sua insatisfação com os rumos que estão sendo dados ao nosso país. A única resposta visível foi o anúncio de uma lei
anticorrupção que pretende fazer com
que essa prática diminua. Essa prática
não será reduzida por decreto, mas por
meio da educação e formação do cidadão. Não há mecanismo que faça uma
legião de apadrinhados com os mais
diversos paternalismos propiciados
pelo governo federal ter interesse em
se aperfeiçoar, crescer. Estão matando
a ambição de milhões de brasileiros,
premiados por estar acomodados. Um
povo sem ambição será sempre dominado, conduzido e seduzido.
O recado das ruas também era a
corrupção, claro. Mas não leram que o
nível de insatisfação da população está,
também, na tristeza de ver um país
como o nosso sem qualquer agenda
positiva, de não darem a este país uma
perspectiva de crescimento, de não darem a este país a oportunidade de se
aproximar um pouco mais de outros
com quem podemos aprender. Não faz
o menor sentido nosso país continuar
revista
se aproximando de Cuba, Venezuela,
Argentina, Equador e outros países
africanos em vez de países mais desenvolvidos que o nosso. Também não faz
o menor sentido o nosso BNDES financiar obras de construção civil e infraestrutura nesses países, gerando emprego e renda lá fora e possíveis créditos de
liquidacão duvidosa por aqui. Já houve
perdões de dívidas no passado e oxalá
não se repitam. Não faria mal algum se
um congressista bem intencionado pedisse para dar uma olhadinha nesses
empréstimos, observando que foram
contratadas para realizar as obras as
mesmas empreiteiras envolvidas na
Operação Lava-Jato. Dar só uma espiadinha não faz mal.
Estamos nos afastando dos americanos do Norte porque seriam imperialistas. Que eles são imperialistas,
ninguém duvida, mas o fazem porque
conseguiram tornar um país que tem
a mesma idade do Brasil o maior e
mais rico país do mundo, enquanto
por aqui nosso governo não consegue sequer fazer uma leitura do que
pensa e quer o seu povo. Mas o povo
brasileiro e sua classe empresarial são
maiores do que os seus governantes
e saberão dar uma resposta à altura,
fazendo desse país o melhor de todos,
apesar do governo.
As estratégias da
Tupy para 2015
16 Objetos de desejo
Um bom café nas
xícaras mais estilosas
20 Briefing
O modelo de gestão da
rede CHA de hotéis
28 Em números
A (des)confiança do
empresariado
30 Especial
Desacertos e expectativas
para a economia nacional
40 Comunidade
Bandeiras da Acij aos
deputados estaduais
46 Negócios
Como vai a produção de
chocolates em Joinville
52 Case
Víqua completa 20
anos com marca sólida
54 Espaço Acij
O que a Expogestão
vai trazer ao público
Publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij)
Conselho editorial: Ana Carolina Bruske, Carolina Winter, Débora Palermo Melo, Diogo Haron, Simone Gehrke. Jornalista
responsável: Júlio Franco (reg.prof. 7352/RS). Produção: Mercado de Comunicação. Editor: Guilherme Diefenthaeler (reg.
prof. 6207/RS). Reportagem: Letícia Caroline, Ana Ribas Diefenthaeler, Marcela Güther, Karoline Lopes, Mayara Pabst, Raquel
Schiavini Schwarz. Diagramação, ilustrações e infográficos: Fábio Abreu. Fotografia: Peninha Machado, assessorias de imprensa. Impressão: Tipotil Gráfica e Editora Tiragem: 3,5 mil exemplares Contato: [email protected].
br. Publicidade: César Bueno, (47) 9967-2587 e 3801-4897. Correspondência: Av. Aluisio Pires Condeixa, 2550 - Joinville/SC.
Site: www.acij.com.br. Twitter: twitter.com/acij. Facebook: www.facebook.com/acijjoinville
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5
revista
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Abre aspas
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SIMÃO SALOMÃO/DIVULGAÇÃO
Tarquínio comanda a
multinacional joinvilense
desde 2003: consolidação
Guilherme Diefenthaeler
“Nosso dever
é ser competitivos”
Presidente da Tupy analisa impacto
do dólar alto nos negócios e ressalta
que o sucesso nas exportações
depende de saber gerenciar riscos
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revista
Maior fundição da América Latina
e líder no mercado automotivo,
com seus blocos e cabeçotes de
ferro, a Tupy fechou 2014 com balanço positivo. O lucro líquido chegou a R$ 89,2 milhões, resultado
3,3% superior ao do ano anterior,
com bom desempenho nas exportações. Mas a receita do exercício
foi praticamente a mesma de 2013.
A multinacional joinvilense,
que completou 77 anos em 9 de
março e vende produtos para 40
países, avalia com cautela o mercado interno, qualificando como
“desafiador” o momento pelo qual
passa a indústria automobilística,
mas se mostra otimista ante as
perspectivas vindas lá de fora e
aposta na recuperação econômica
dos Estados Unidos. “Estamos focados na captura de oportunidades estratégicas de negócios, em
meio à competição mais acirrada,
e na otimização das operações”,
sintetiza o presidente da Tupy, Luiz
Tarquínio Sardinha Ferro. No posto
desde 2003, este economista de 53
anos comandou as operações que
consolidaram a internacionalização da companhia, especialmente
a compra de duas fábricas nas cidades mexicanas de Saltillo e Ramos Arizpe, em 2012.
Nesta entrevista à Revista 21,
Tarquínio discorre sobre negócios,
defende a “convergência e a cooperação” dos agentes econômicos
como medida urgente para o Brasil sair da crise e fala de seu amor
pela música.
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DIVULGAÇÃO
Usinagem de blocos na planta da Tupy em Joinville: principal operação da empresa tem 8.300 funcionários
A Tupy divulgou faturamento de
R$ 3,11 bilhões no ano passado,
resultado semelhante ao do ano
anterior. A que o sr. atribui essa
performance, com registro de
queda nas vendas?
O resultado de 2014 da Tupy sofreu
efeitos opostos dos mercados interno e externo. Enquanto o mercado interno caiu 17,6%, o externo,
que representa mais de 70% das receitas da companhia, cresceu 8,3%.
Esse resultado é fruto de nossa estratégia de diversificação de riscos,
adotada desde 2003, e que protege
a empresa dos efeitos das oscilações conjunturais e geográficas da
demanda.
A Tupy adquiriu o controle
de duas empresas no México.
Qual foi o impacto dessa
operação sobre os negócios?
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A internacionalização da
companhia está consolidada?
Existem outros movimentos do
gênero previstos para este ano?
A Tupy tornou-se uma multinacional genuinamente brasileira,
joinvilense antes de tudo. As aquisições da Tupy no México, em 2012,
foram fundamentais para o avanço do processo de internacionalização da manufatura da companhia.
A Tupy está atenta às oportunidades de mercado, desde que alinhadas à sua estratégia corporativa.
No entanto, não prevemos nova
aquisição em 2015.
O sr. afirmou à imprensa
que haverá retração nos
investimentos, para este ano, mas
que essa condição não é produto
da crise econômica. De que modo,
então, a crise afetou – se afetou –
o desempenho da companhia, no
último exercício?
A perspectiva que guia as ações da
Tupy quanto aos investimentos se
baseia no longo prazo. Passamos
por um período de investimentos
volumosos, com a implantação
de nova planta para produção de
blocos e cabeçotes em Joinville e
a aquisição das fábricas do México, em 2012. Seria de se esperar,
portanto, que o ritmo dos investimentos arrefecesse. Neste momento, nosso foco está centrado na
otimização da base de ativos e no
aproveitamento de oportunidades
de negócios que permitam sua melhor utilização. Temos um volume
de capital investido e precisamos
elevar o seu retorno. Portanto, vale
frisar que a queda do ritmo de investimentos não é essencialmente
resultado da crise, mas de circuns-
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revista
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DIVULGAÇÃO
Uma das fábricas situadas no interior do México, que foram adquiridas em 2012: internacionalização
tâncias próprias do ciclo de investimentos pelo qual a companhia
optou em anos recentes.
Ainda falando de crise, como o
sr. analisa o atual momento da
economia nacional e as medidas
anunciadas até aqui neste
segundo mandato da presidente
Dilma?
Não é novidade para ninguém
que nossa economia passa por dificuldades de solução complexa.
Acredito que o grande desafio se
encontra na necessidade de fazer
convergir para um caminho equilibrado e cooperativo todos os agentes que precisam contribuir para
essa solução.
O noticiário da crise, em tom de
máxima gravidade, acaba por
se refletir em maior cautela da
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parte até de pequenas empresas
e dos cidadãos em geral, com
relação a gastos e também na
hora de consumir. Isso não tende
a alimentar ainda mais a crise, em
um efeito cascata?
O nível de confiança dos agentes
econômicos tem correlação direta
com a propensão ao consumo e ao
investimento. Assim, a percepção
de riscos promove retração ou impulsiona consumo e investimento
de acordo com o cenário. Se a introdução de medidas de correção
de rumos for bem recebida, podemos ter uma reversão da atitude
corrente de consumidores e investidores. Mas é preciso, para tanto,
a convergência e a cooperação de
que falei antes.
Como avalia o comportamento
do dólar, cada vez mais próximo
do euro? Concorda com as
análises de que dificilmente
voltará para baixo dos R$ 3? No
caso de empresas exportadoras,
como a Tupy, a alta do dólar é
naturalmente positiva.
O comportamento da taxa de câmbio dólar/euro reflete a consolidação do processo de recuperação da
economia norte-americana, que
fortalece o dólar, e a decisão anunciada pelo Banco Central Europeu
de injetar moeda na economia
como forma de impulsionar o crescimento da região, o que enfraquece o euro. Quanto à desvalorização
do real, certamente isso contribui
para a competitividade das exportações. Mas competitividade não
pode ser função apenas de um preço relativo sobre o qual não temos
como interferir. Em outras palavras,
é nosso dever ser competitivos e
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revista
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DIVULGAÇÃO
Macharia/Fundição, uma das áreas produtivas de Joinville: parte da “substancial base de ativos” na cidade
perseguir objetivos independentemente de preços relativos entre
moedas. Não custa lembrar que
não apenas o real está se desvalorizando perante o dólar, isto é,
trata-se de fenômeno que atinge
várias outras moedas. Observo que
em outros tempos, quando nossa
moeda estava forte, exportávamos
50% ou mais do volume produzido.
Não deixamos de exportar, sempre
às custas de esforço hercúleo para
fazê-lo. Isso foi importante para
gerenciar os riscos a que estamos
expostos e, hoje, quando o cenário econômico doméstico é hostil,
temos o esteio de nossos negócios
internacionais para nos ajudar a
combater as adversidades.
Com as operações no exterior
e outros movimentos de
internacionalização, como está a
operação da Tupy em Joinville?
Joinville abriga a principal operação industrial da Tupy, com cerca
de 8.300 empregos diretos. É a
sede corporativa, onde se encon-
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tram importantes atividades, como
vendas, engenharia e RH, dentre
outras. Daqui são atendidos com
qualidade clientes de todo o mundo. E assim continuaremos, temos
uma substancial base de ativos em
nossa cidade e dela precisamos obter retorno para nossos acionistas.
A Tupy anunciou em janeiro um
plano de eficiência energética.
Como isso vai funcionar?
Vamos fazer a medição dos resultados de economia ligados ao plano
de eficiência energética. Ao todo,
foram substituídos 297 motores
elétricos no parque industrial de
Joinville por meio do Programa Indústria Mais Eficiente, da Celesc.
Estima-se que a economia por ano
chegue a 10,2 mil MWh de energia
elétrica, equivalentes ao consumo
de aproximadamente 4,3 mil residências no mesmo período. A Tupy
é uma das maiores consumidoras de energia elétrica do Estado e
teve, em 2014, dois projetos de eficiência energética aprovados para
financiamento pela Celesc, num
total de R$ 9,8 milhões. Na Tupy,
além da substituição dos motores
elétricos pelo de alto rendimento,
foi feita a automatização dos sistemas. Os equipamentos, fornecidos
pela WEG, apresentam rendimentos superiores aos exigidos por lei,
podendo atingir uma economia
de 30% em comparação a motores
da geração anterior. Houve uma sinergia grande entre nossa equipe,
a Celesc, a WEG e as parcerias no
suporte ao projeto. A implantação foi um grande diferencial. Vale
ressaltar que essa economia está
diretamente ligada ao nível de produção, condições climáticas etc. Os
recursos do convênio com a Celesc
são bem-vindos e deveria haver outras iniciativas semelhantes, pois a
redução no custo e a ampliação da
eficiência das matrizes energéticas
são fundamentais para a competitividade da indústria.
Como tem sido o desafio de
administrar uma empresa
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revista
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em franco processo de
internacionalização e com
tantos obstáculos externos para
enfrentar?
Isso é resultado de vários projetos
diferentes na mesma empresa: reestruturação financeira, retomada
da agenda estratégica, travessia da
crise de 2008/2009, aquisições no
México e, agora, as dificuldades do
cenário. Enfim, a complexidade aumentou ao longo do tempo e muitos aprendizados se consolidaram.
Muitos acertos; erros, também. Mas,
no final, considero o saldo bastante positivo. Quando assumi a presidência da Tupy, tinha claro que
poderia construir uma história de
sucesso, juntamente com o time da
empresa. Hoje, olhando em retrospectiva, acredito que fomos bem.
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Clientes da Tupy foram destaque no
2015 Ward’s 10 Best Engines, ranking
anual da publicação americana
WardsAuto. Entre os dez melhores
motores eleitos pela revista, quatro
são produzidos com blocos de motor em ferro fundido e, todos com
blocos fabricados pela Tupy. O restante da lista é composto por quatro
motores manufaturados com blocos de alumínio, um motor fuel cell
(célula de combustível – elétrico alimentado por gerador eletroquímico
a hidrogênio) e um motor elétrico.
Isso demonstra nossa capacidade
de responder aos desafios impostos
pela indústria, os quais são crescentemente complexos, tendo em vista
regulamentações estritas quanto à
emissão de poluentes, consumo de
combustível etc.
No âmbito pessoal, sabemos que
o sr. tem incentivado ações para a
disseminação da música popular,
especialmente das cordas, em
Joinville. Qual o papel da música
na sua vida?
Bem, eu sou o que chamo de um
“cavaquinista diletante”. A música é das coisas de que mais gosto, não importa a origem. Tenho
um amor particular pelo samba,
berço de muitos poetas – Cartola,
Nelson Cavaquinho, Paulinho da
Viola, para ficar em alguns poucos.
Quanto aos músicos com quem
convivo em Joinville, assim como
outros que tive o prazer de ouvir,
são muito bons. Quando sobra um
tempo, é igualmente prazeroso dividir uma roda de samba e umas
cervejas com os amigos.
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revista
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Objetos do desejo
QUE TAL UMA
BOA XÍCARA DE CAFÉ?
O inverno está chegando e, para aquecer a estação, a Revista
21 selecionou as canecas mais desejadas – ou pelo menos as
mais diferentes – para você tomar seu café, chá ou chocolate
quente com muito mais conforto e, claro, inspiração.
DIVULGAÇÃO
BEM NA FOTO
FUJA DOS FANTASMAS!
Parece uma lente de câmara, mas
não se engane, dentro dela pode
ter café. Ideal para os amantes da
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Capacidade: 300 ml
RECARREGANDO AS ENERGIAS
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16
EM CASO DE EMERGÊNCIA
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DICAS PARA ESTA SEÇÃO, ESCREVA PARA [email protected]
17
revista
17
Painel
TENHO DITO
ACIJ NA MÍDIA
“Nossa democracia realizou
bastante nos últimos 25
anos. Mas chegamos a um
momento que precisa dar um
salto. Está faltando liderança,
capacidade de antevisão. Não
só no governo federal, mas na
oposição e em quase todos os
partidos”
Carlos Melo
Notícias do Dia, 5/3/2015
“O deputado estadual Patrício Destro (PSB) recebeu um grupo da Acij
Jovem em seu gabinete, em Florianópolis. A entidade tem como
principal bandeira a construção
de mais um hospital do Estado em
Joinville e conseguiu junto ao deputado marcar uma reunião com
o secretário de Saúde, João Paulo
Kleinübing.”
CIENTISTA POLÍTICO, EM PALESTRA NA FIESC
“O Procon estadual atendeu a
76 mil consumidores, de 2011
a 2014. Cada atendimento
com solução promovido pelos
Procons retira do Judiciário
uma nova ação”
Kleber Fernando Degracia
GERENTE DO PROCON DE JOINVILLE.”
DIVULGAÇÃO
“Santa Catarina vem
trilhando um caminho
de sucesso. Nosso Estado
foi o maior criador de
empregos em 2014,
superando São Paulo.
Foram 53.887 novos postos
de trabalho abertos no
Estado”
Carlos Chiodini
SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO SUSTENTÁVEL DE SANTA CATARINA
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A Notícia, Blog do Loetz,
1/3/2015
“Justamente porque conquistaram fatia do poder, Darci de Matos,
Kennedy Nunes, Patrício Destro e
Dalmo Claro têm responsabilidades para com toda a população.
É isso mesmo que a Associação
Empresarial de Joinville (Acij) fará
nesta segunda-feira, dia 2, na primeira reunião da plenária do ano
do conselho deliberativo da entidade empresarial. Tomando para
si a liderança das reivindicações
comunitárias de Joinville, a Acij vai
cobrar empenho dos eleitos a favor
das grandes causas do município.
O empresariado vai insistir para
que todos eles atuem, em Florianópolis, e façam, lá, aquela pressão
necessária e constante para que o
governador Raimundo Colombo
inclua entre as suas prioridades a
construção de um novo hospital
regional.”
A Notícia, 26/2/2015
“O presidente da Acij citou o aumento de impostos e o ajuste
fiscal de R$ 80 bilhões anunciado
pela equipe econômica (‘falta de
sensibilidade’, segundo ele) e chegou a falar em ‘indiferença’ dos
governantes com a população ao
lembrar da aprovação, por parte
da Câmara, do recente reajuste dos
benefícios dos deputados, incluin-
do aí o fato de que as mulheres dos
parlamentares agora têm direito a
usar a cota das passagens aéreas
dos maridos.”
Noticenter, 26/2/2015
“O Núcleo de Segurança e Saúde
no Trabalho da Acij realizou o 2º
Café com Segurança, em parceria
com a Associação Catarinense de
Medicina Ocupacional. O evento
foi voltado para profissionais da
área de segurança e médicos do
trabalho no salão Tigre da Acij. A
palestra foi realizada pelo vice-presidente da região norte da
Associação Catarinense de Medicina do Trabalho (Acamt), Leriano
Lucas Bevervanço, que falou sobre
o tema ‘O papel do médico do trabalho na indústria’.”
Noticenter, 11/2/2015
“As companhias aéreas Azul e Gol
assumiram o compromisso, durante reunião-almoço na Acij, de
fazer uma reavaliação das tarifas
praticadas no Aeroporto de Joinville, após reunião com a diretoria da
Acij, prefeitura, Infraero e Associação Brasileira das Empresas Aéreas
(Abear). A TAM, também convidada, não compareceu.”
Notícias do Dia, 24/1/2015
“Para o presidente da Acij, João Joa­
quim Martinelli, os números do
emprego são o reflexo de um cenário em transformação. Atualmente, segundo o IBGE, 55% da economia da cidade é movimentada por
comércio e serviços. ‘A verdade é
que a própria indústria mudou o
seu foco, mantendo apenas os colaboradores diretamente relacionados com o produto, no processo
produtivo ou na venda, optando
por terceirizar as demais atividades’, explica Martinelli.”
CURSOS & EVENTOS
10 a 19 de abril
Feira do Livro
Expocentro Edmundo Dobrawa,
Joinville
(47) 3422-1133 ou www.
feiradolivrojoinville.com.br
16 e 17 de abril
PORTFÓLIO
A artista convidada para esta edição é Márcia Camargo. O trabalho
apresentado faz parte da série “Ser na forma de ser” e reflete sobre a
problemática do corpo inserido nas artes visuais. “O meu corpo, o seu
corpo, aquele que se mostra e que se apresenta de maneira exageradamente visível, aparece como uma obra de arte, mas uma obra específica, pessoal, íntima, feita sob medida, com suas fragilidades, seus
medos, aceitação, auto-estima, culpa, padrões e sentimentos”, aponta.
Paulistana, radicada em Joinville, Márcia trabalha e pesquisa diversos
suportes, materiais e texturas. Utiliza várias linguagens: instalações,
fotografias, videoarte, intervenções urbanas e performances fazem
parte de seu portfólio. Para mais informações, entre em contato: [email protected].
25º Concarh – Congresso
Catarinense de Recursos
Humanos
Expoville, Joinville
www.concarh.com.br
24 e 25 de abril
Cidadão do Mundo – 3a Feira
de Educação Internacional e
Intercâmbio
Centro de Convenções Alfredo
Salfer, Joinville
www.facebook.com/
feiracidadaodomundo
8 a 10 de maio
Estou imensamente feliz com a reportagem “A arte transformada em
negócio” (edição de jan/fev). Um
assunto que a cada dia me encanta
mais, especialmente trabalhando
em uma cidade com enorme potencial de ampliar a compreensão do
valor da arte.
Gabriela Loyola, proprietária do
escritório Picta
Fiquei feliz com a abordagem sobre
a questão do privado investindo em
arte – um puxão de orelha no poder
público, que deveria estar mais ativo
nesse mercado.
Sarah Pinnow, da El Clandestino
Excelente a reportagem “O filão das
PPPs”. Parabéns a toda equipe.
Carlos Ari Sundfeld, fundador da
Sociedade Brasileira de Direito
Público
19
revista
Ficamos gratos pela matéria sobre a Quatenus. Parabéns à equipe. Agradecemos à Acij por estar
sempre presente na nossa história. Somos uma empresa que
apoia e vive o associativismo no
seu dia a dia.
Carmem Pedroso, gestora de
marketing e comunicação
Erratas
1. Na edição 17, afirmamos em nota
sobre o Hospital São José que a revitalização e a pintura da fachada
foram realizadas no ano passado.
Na verdade, as ações estão em processo de finalização. 2. Diferentemente do que foi publicado na edição 17, no texto “Novas tecnologias
auxiliam na proteção de dados e
informações empresariais”, as soluções Firewall WatchGuard e Cisco não são a mesma ferramenta.
Sport Expo Show
Expocentro Edmundo
Doubrawa, Joinville
www.sportexposhow.com.br
20 a 22 de maio
Jornada Inovação e
Competitividade da Indústria
Catarinense 2015
Fiesc, Florianópolis
0800-481212/
www.fiesc.com.br
27 a 29 de maio
ExpoGestão 2015
Expoville, Joinville
www.expogestao.com.br
27 de maio
Palestra E-Social – aspectos e
processos
Acij, Joinville
(47) 346-13333
www.acij.com.br
19
Briefing
Hotel Bandeirantes, de Barra do Sul, é um dos
estabelecimentos administrados pela CHA, de Joinville
NEGÓCIOS
Associação de
hotéis garante
crescimento e
profissionalização
do mercado
Eventos internacionais como a Co­
pa do Mundo e as Olimpíadas, com
sede no Brasil, têm movimentado o
setor hoteleiro de maneira expressiva. De acordo com levantamento
da consultoria BSH Internacional,
publicado em março, a previsão de
investimentos na área para este
ano é de R$ 2,3 bilhões. A expectativa é de que sejam abertos 54 novos
estabelecimentos, o que significa
8,9 mil unidades habitacionais, gerando 5,2 mil empregos. Estimulada por esse panorama, a Cadeia de
Hotéis Associados (CHA), baseada
20
NIVALDO NARÃ
em Joinville, pensa longe e planeja agregar 100 hotéis até 2020.
Criada em 2012, a CHA nasceu com o intuito de fortalecer a operação
de hotéis independentes e familiares por meio da padronização na gestão.
Hoje, são oito empreendimentos filiados, com uma novidade em Guaratuba (PR), a Pousada Água Marinha, incorporada no início de março. “Nosso
objetivo é profissionalizar os meios de hospedagem, oferecendo o senso de
rede para que sejam reconhecidos e aceitos pelo mercado. Assim, serão vistos com a credibilidade de um grupo de hotéis que busca elevar o nível de
excelência, tornando-se referencial de boas práticas dos serviços e da força
comercial de vendas”, resume Geraldo Linzmeyer, diretor da CHA.
Reunindo uma série de parceiros, especialistas em diversas áreas, a CHA
realiza um diagnóstico, que revela pontos fortes e fracos e o que precisa ser
readequado em um novo empreendimento. Estão disponíveis duas formas
de associação: a terceirização total da gestão do estabelecimento ou quando apenas uma parte do negócio fica sob a responsabilidade do grupo. Para
Linzmeyer, os principais desafios do ramo hoteleiro estão na capacitação da
mão de obra, diminuição do turnover, rentabilização do patrimônio e desenvolvimento do destino turístico, melhorando a infraestrutura local. Para
este ano, o grupo pretende consolidar a expansão, ingressando no mercado
gaúcho, a partir de Gramado. Duas operações já estão sendo estudadas e
ainda há a análise de mais três outros endereços, em variados locais do país.
Hoje, a CHA conta com os seguintes empreendimentos: Holz Hotel e
Trocadero, em Joinville; Bandeirantes da Barra, em Balneário Barra do Sul;
Hotel Piçarras; Porto de Paz, em São Francisco do Sul; Pousada Dom Capudi, em Bombinhas; e Pousada Água Marinha, em Guaratuba. Na recém-chegada Água Marinha, as primeiras providências, já em andamento,
são melhorias no leiaute, decoração e conservação para uma reimplantação hoteleira e reposicionamento inicial.
DIVULGAÇÃO
Fliperama, de Joinville: ambiente dinâmico, democrático e flexível
COWORKING
Negócios diferentes
sob um mesmo teto
Profissionais de origens distintas, cada um com seu próprio negócio, trabalhando em um mesmo ambiente, complementando-se e partilhando
experiências, rede de contatos, ideias e oportunidades. Essa é a definição
de Thomaz Lima para o sistema coworking, utilizado no espaço colaborativo do qual é sócio, o Fliperama, que completou um ano de existência
em Joinville agora em março.
Na prática, coworking é um modelo de escritório que oferece um ambiente mais dinâmico, democrático e flexível, com estrutura corporativa
21
revista
completa – dividem-se custos e
serviços, como internet, telefone,
secretária e sala de reunião. É uma
boa opção aos que procuram sair
do isolamento do home-office, dos
escritórios convencionais, ou mesmo fugir das distrações de espaços
públicos. “No Fliperama, a colaboração potencializa boas ideias.
Aqui, o conceito de coworking é
aplicado de forma plena e com um
mesmo objetivo: realização pessoal. O desafio é aprender novas
formas de trabalhar partindo da
concorrência leal, compartilhamento de conhecimento e responsabilidade mútua entre as pessoas
e empresas que operam a partir do
nosso espaço”, explica Thomaz.
O sistema é baseado em um
modelo americano nascido há cerca de dez anos. Hoje, no mundo, são
mais de 4 mil espaços como esse em
funcionamento. “Já mantínhamos
relações profissionais entre nós. Porém, cada um com sua estrutura,
enfrentando sozinho a dura rea­
lidade do mercado. Pensando em
reduzir custos e ganhar eficiência
pela conexão de oportunidades,
resolvemos criar um lugar para desenvolver esse ideal”, explica Thomaz. Assim nasceu o Fliperama,
que já conta com 20 profissionais de
sete empresas, utilizando duas salas de reunião multimídia, 24 estações de trabalho e conveniências de
escritório, como telefone, impressão, internet e endereço virtual. “Estamos construindo um auditório
que comporta até 50 pessoas, um
espaço gourmet, uma sala de criação multiuso e um espaço de descompressão, com televisão, jogos e
sofás”, descreve o sócio. No espaço,
a criatividade, o convívio social e a
amizade são fatores estimulados.
“Muitas vezes, ficamos em um estado mental e físico chamado ‘zona
de conforto’. A colaboração é ideal
para quebrar essa inércia.”
21
AGRICULTURA
Ações ambientais
geram créditos
Aproximadamente 300 produtores rurais beneficiados. Essa é a expectativa da Fundação 25 de Julho para
o Programa de Desenvolvimento Rural Sustentável, implantado pela lei nº 7.855, aprovada e regulamentada via
decreto municipal. A iniciativa permite que os pequenos agricultores que realizam ações de preservação ambiental possam acumular créditos e requisitar serviços
do setor público, por intermédio da fundação.
De acordo com o engenheiro agrônomo Ricardo
Werner Plothow, gerente do órgão, o início das atividades deve demorar pelo menos três meses. “Esse é
o tempo médio que as licitações para aquisição dos
produtos necessários levam para ser aprovadas. Assim que vier a liberação, os editais de cadastramento
serão abertos”, antecipa. Para ter acesso ao benefício,
poderão se inscrever os produtores que mantêm áreas
de até 48 hectares.
A troca dos créditos dará direito a subsídios para rea­
lizar obras dentro da propriedade rural. Entre as ações
que podem ser transformadas em crédito estão, por
exemplo, os reflorestamentos com espécies nativas ou
exóticas. Uma das medidas incentivadas pela Fundação
25 de Julho para dinamizar os serviços nas propriedades
rurais é o Círculo de Máquinas, uma associação de produtores rurais interessados em aumentar o lucro, reduzindo custos e investimentos, melhorando a eficiência e
intensificando o uso de máquinas agrícolas.
22
Produção de aipim em Pirabeiraba: objetivo do
projeto é estimular o desenvolvimento sustentável
ROGÉRIO DA SILVA
INTERNET
Conceitos de economia
criativa via redes sociais
A economia criativa tem se tornado
um conceito cada vez mais presente em várias instâncias sociais. Mas
muita gente ainda tem dúvidas
sobre o que a expressão significa e que ideias estão associadas a
ela. A Tucunaré Desenvolvimento
Criativo arranjou uma forma de
promover o conhecimento em torno da área. Em fevereiro, lançou a
“Criatipédia”, página no Facebook
que terá inserções semanais de
verbetes relacionados à economia
criativa. Helga Tytlik, consultora da
Tucunaré, observava constantes
enganos na interpretação dos conceitos de economia criativa e idealizou a página para preencher essa
lacuna. “É preciso compartilhar as
ideias que estão sendo debatidas
e defendidas mundialmente para
que sejam alinhadas e caminhem
na mesma direção”, justifica.
A base para a compilação está
na conceituação defendida por organismos como ONU e Unesco. No
Brasil, a literatura publicada por
23
revista
Ana Carla Fonseca é um dos principais parâmetros. “Aqui, o conceito de cultura é o mais amplo, ou
seja, tudo que compõe o indivíduo:
sua vivência, formação familiar e
acadêmica, religiosidade, valores,
crenças. A aplicação se estende por
todas as áreas pública, privada, cultural e social”, explica Helga.
Dois conceitos
da “Criatipédia”
Economia criativa
Representa a criatividade, o conhecimento e a experiência vivencial como
valor econômico no desenvolvimento
de qualidade de vida e processos de
inovação, valorizando os intangíveis.
Indústrias criativas
São originadas na criatividade, habilidade e talento individuais, com conteúdo simbólico e algum grau de propriedade intelectual, desenvolvendo
produtos como obras literárias, musicais, cinematográficas e plásticas.
23
ROGÉRIO DA SILVA
DESBUROCRATIZAR
Modelo de Joinville
inspira prefeituras
Técnicos apresentaram o sistema eletrônico
a representantes de outras quatro cidades
24
Dar agilidade ao serviço público é eterno desafio para governantes de todas as instâncias desde que o mundo é
mundo. E Joinville pode se orgulhar de ser referência em um
importante passo nesse caminho. O Sistema Eletrônico de
Informações (SEI), que já havia servido de modelo em que se
espelhou a prefeitura de São Paulo – que enviou representantes para conhecer de perto a experiência catarinense –,
recentemente foi alvo de equipes das prefeituras de Jaraguá
do Sul, Jundiaí, Londrina e da empresa Trensurb, de Porto
Alegre, que vieram conhecer o sistema.
O SEI foi criado pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, com sede na capital gaúcha, e cedido sem custos à
prefeitura de Joinville. A implantação, feita por processos,
otimizou e normatizou o fluxo de trabalho, segundo Felipe
Schüur, diretor executivo da Secretaria de Administração e
Planejamento. O SEI permite, em ambiente virtual, a gestão de documentos
e processos administrativos: da tramitação de expedientes, desde a criação,
edição, assinatura, até o armazenamento, tudo é feito por meio eletrônico.
Nove processos já são executados
por esse meio – incluindo assinatura eletrônica, descontingenciamento
orça­mentário, projetos de lei, sanções e
vetos, processos licitatórios, correspondências administrativas e publicações
no Diário Oficial Eletrônico. Novos processos serão, gradativamente, inseridos
no sistema, e cerca de mil funcionários
já foram capacitados para utilizá-lo. São
muitas as vantagens da desburocratização pela informatização: da eliminação de procedimentos em meio físico à
celeridade de todas as etapas, com segurança e confiabilidade.
25
revista
Licença ambiental em três meses
Criada também com a intenção de tornar a administração municipal
mais rápida e eficiente, atendendo às necessidades da população, a
reforma administrativa de setembro de 2014, que criou a Secretaria
do Meio Ambiente (Sema), comemora a drástica redução do prazo
médio para liberação de licenças ambientais para implantação ou
ampliação de indústrias: de um ano para três meses. Pelos cálculos da
prefeitura, até o início de março, não havia um único pedido do setor
em aberto, o que é uma novidade e tanto.
Juarez Tirelli, secretário do Meio Ambiente, diz que a principal razão da redução desses prazos foi a própria criação da Sema, para onde
vão, diretamente, todos os processos que, até então, passavam pela
Secretaria de Infraestrutura e Fundação do Meio Ambiente. Ele explica que a maior agilidade se deve, ainda, a um verdadeiro “mutirão”,
sob a coordenação da gerência da unidade de licenciamento. Tirelli
lembra que os empresários e empreendedores também podem fazer
a sua parte para dar ainda mais rapidez ao processo. “Se a empresa
escolhe um terreno adequado ao licenciamento, terá a liberação em
poucos dias”, recomenda.
25
DIVULGAÇÃO
Parque gráfico da Volpato, no Distrito Industrial: empresa registrou crescimento de 57% em 2014
MERCADO
Expectativas da indústria gráfica brasileira
De acordo com levantamento da
consultoria IDC Brasil, o mercado
de impressão registrou queda em
2014. Foram vendidos 3,2 milhões
de equipamentos de impressão –
ou 11,9% a menos do que em 2013.
A redução da demanda atingiu
tanto a tecnologia jato de tinta,
que representa 73,1% do total de
vendas, quanto a tecnologia a laser, que equivale a 26,9% do faturamento.
Entre os fatores que influenciaram essa desaceleração está o ano
atípico, com Copa do Mundo em
junho, eleições em outubro e a explosão cambial do último trimestre. Na contramão, em ritmo positivo, destacam-se casos como o da
Gráfica Volpato. Presente em Joinville desde 1995, a empresa investe
cada vez mais em equipamentos
de alta tecnologia para atender à
clientela. “No ano passado, cres-
26
cemos 57%, mas vendemos muito
para a indústria e, se a indústria
se retrai, acaba afetando nosso
negócio. Sem dúvidas, a situação
econômica brasileira atual é preocupante, o que impactará em nosso financeiro e no faturamento”,
pondera Evandro Rogério Volpato,
diretor comercial da gráfica.
Evandro revela que as expectativas da Volpato para este ano
devem permanecer no azul: “O
objetivo é crescer 27%. Vamos fortalecer a marca e abrir clientes
em novos mercados”. Com parque
gráfico de 900 metros quadrados
localizado na Zona Industrial Norte, a Volpato tem um quadro de 54
funcionários e imprime catálogos,
folders, materiais de marketing,
embalagens, bulas, entre outros
itens do gênero. “Joinville apresenta um enorme potencial. Investimos no município porque antes
apenas grandes gráficas de fora
vinham disputar o mercado local.
Hoje, atendemos toda Santa Catarina e temos alguns clientes em
São Paulo e no Paraná, mas 85%
são daqui”, ressalta.
Visão compartilhada por Alexandro Dittrich, diretor da Gráfica
Nacional. “Desde o ano passado,
tomamos medidas internas com
foco no processo produtivo e no
relacionamento com os clientes”,
sublinha, para reiterar sua expectativa de que o governo “faça
a parte dele” na gestão da economia, de maneira que a indústria
nacional retome o caminho do
crescimento. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Gráfica
(Abigraf), em todo o Brasil, 20.630
empresas atuam nesse mercado.
Desse total, 97% são de micro e
pequeno porte. Na Região Sul, são
4.732 gráficas.
DIVULGAÇÃO
CRISE HÍDRICA
O tempo é de
economizar
Enquanto a Região Sudeste enfrenta uma das piores crises de abastecimento de água, pesquisa recente
realizada do Instituto Trata Brasil
aponta mais de R$ 8 bilhões em desperdício do recurso só em 2013. Entre
as 100 maiores cidades, Joinville apareceu com perdas em torno de 40%
do faturamento. São muitos os esforços para evitar que preciosos volumes de água tratada escoem pelos
ralos antes de ser utilizados.
Em 2014, a Companhia Águas
de Joinville pesquisou cerca de 550
quilômetros de rede para identificar
os chamados vazamentos ocultos:
realizou mais de 700 consertos e
preservou 700 milhões de litros de
água, o suficiente para abastecer
a cidade por quase seis dias. O trabalho segue neste ano e a empresa
já anunciou investimentos de R$ 21
milhões para duplicar a capacidade
da estação de tratamento do Cubatão, obra que deve ficar pronta em
2016. Para 2019, a empresa prevê a
conclusão da ETA Piraí Sul, que vai
custar R$ 64 milhões. A cidade, ainda bem, corre riscos mínimos de
enfrentar uma grande crise hídrica.
Segundo a Águas de Joinville, o modelo de captação e os índices pluviométricos que mantêm o nível dos
rios são os principais fatores que
colocam Joinville nessa situação de
relativo conforto.
Aos esforços públicos se somam
ações de empresas diretamente
ligadas à questão. Caso da Docol,
uma das maiores fabricantes brasileiras de metais sanitários e destaque na produção dos chamados economizadores – torneiras, válvulas de
descarga, chuveiros e misturadores
dotados de mecanismos que restrin-
27
revista
Alguns itens da linha
de economizadores da
Docol: mercado atento
à racionalização
gem a vazão e economizam entre 60% e 70% de água. A empresa vê crescer
o nível de conscientização entre os consumidores ao reconhecer um aumento significativo na procura por esses produtos. “Mesmo em regiões que não
foram atingidas diretamente pela crise hídrica, percebemos clientes mais
atentos, vendedores buscando conteúdo referente ao tema, em função da
própria demanda, e o varejo compondo seu mix dentro desse contexto”, diz
Guilherme Bertani, diretor superintendente da empresa.
A Docol participou da implantação de um dos principais projetos de
conscientização para a economia de água: o Programa de Uso Racional
da Água (Pura), criado pela Sabesp, responsável pelo tratamento e distribuição no Estado de São Paulo. Hoje, segundo a Sabesp, o programa, que
inclui campanha educacional e troca dos equipamentos, já chegou a 2,4
mil escolas, postos de saúde, hospitais e até presídios. Embora veja a indústria atenta à questão da água, até porque isso se reflete no resultado do
negócio, Bertani considera lentos os avanços no setor público. “Ainda há
muitos espaços públicos com produtos que não são apropriados, e quem
paga essa conta, além do contribuinte, é a natureza”, lamenta.
Outra vertente reside nos investimentos corporativos para estimular
o uso racional. Em março, a Embraco anunciou que reaproveita cerca de
60% do total de água tratada: são 152 milhões de litros de água de reúso
para um total de 258 milhões de água tratada. A água de reúso é destinada
a atividades como jardinagem, limpeza externa e sistemas de refrigeração. Para completar, um sistema próprio tem capacidade para captar quase 1,7 milhão de litros, destinados a processos de refrigeração.
27
Em números
ÍNDICE DE CONFIANÇA SUSTENTARE
Um olho no padre...
O empresário do Norte catarinense nunca esteve tão pessimista quanto à condução da economia por parte do governo
brasileiro. É o que aponta o Índice de Confiança Empresarial Sustentare. O índice, conhecido como Ices, é divulgado
trimestralmente e, a partir de um questionário, resulta de um levantamento que abrange 125 empresas de vários
segmentos nas cidades de Joinville, Jaraguá do Sul, São Francisco do Sul, São Bento do Sul, Rio Negrinho, Guaramirim,
Barra Velha, Araquari, Garuva, Itapoá, Blumenau, Itajaí, Florianópolis e algumas no Paraná. O índice é baseado nos
seguintes parâmetros de notação: Ices menor que 50 = baixa confiança dos empresários, Ices igual a 50 = média
confiança dos empresários, Ices maior que 50 = alta confiança dos empresários.
A EVOLUÇÃO DO ÍNDICE
100
A nota para as perspectivas
econômicas no primeiro trimestre de
2015, de 35,94, foi a mais baixa da
história do índice.
No primeiro trimestre de 2011, início
da medição feita pela Sustentare e
princípio do governo Dilma, o índice
apresentou o seu melhor desempenho.
Mas, desde então, a confiança do
empresariado tem se deteriorado, e
desde 2014 está no vermelho.
E o humor pode piorar, a se levar em
conta o histórico do Ices: os segundos
trimestres (círculos vermelhos no
gráfico) sempre apresentaram queda
em relação ao trimestre anterior.
90
80
70
60
54,14
48,49
50
35,94
40
30
20
10
0
11/1 11/2 12/1 12/2 12/3 12/4 13/1 13/2 13/3 13/4 14/1 14/2 14/3 14/4 15/1
RAIO X DO ÍNDICE
O Ices mede a confiança
do empresário da
região a partir de sete
subíndices, apresentados
nos gráficos ao lado. As
linhas cinza representam
o índice geral. As linhas
vermelhas representam
os subíndices, em dois
momentos: no primeiro
trimestre de 2014 e no
primeiro tirmestre de
2015
Economia
brasileira
52,33
48,49
45,93
Taxas de
juros Brasil
50,81
35,94
31,40
25,32
14,35
1o tri 2014
28
Economia
internacional
1o tri 2015
1o tri 2014
1o tri 2015
1o tri 2014
1o tri 2015
...outro na missa
Os três subíndices com piores avaliações foram a taxa de juros, o controle da inflação e a taxa de
câmbio. Os empresários da região estão atentos: nos três casos, os sinais de deterioração são evidentes
TAXA DE JUROS
Dilma chegou aumentando juros,
forçou uma baixa, mas teve que
se render à realidade. Taxa hoje é
a mais alta desde 2009
CONTROLE DE INFLAÇÃO
Só esboçou uma aproximação ao
centro da meta, de 4,5%, no meio
de 2012. O acumulado do últimos
12 meses passa dos 8%
EVOLUÇÃO DA TAXA SELIC DURANTE O GOVERNO DILMA
INFLAÇÃO ACUMULADA EM 12 MESES
15
8
14
7,5
12,75
13
6,5
11
6,0
10
5,5
9
5,0
8
4,5
7
4,0
6
3,5
5
3,0
4
2,5
3
2,0
2
1,5
1
1,0
0
2011
3,18
3,0
2,5
Centro da meta
2,0
1,5
Limite mínimo da meta
1,0
0
2012
2013
2014
Controle
da inflação
2015
DESVALORIZAÇÃO DO REAL FRENTE AO DÓLAR
3,5
Limite máximo da meta
7,0
12
8,1
REAL FRENTE AO DÓLAR
Com a recuperação dos EUA,
investidores têm fugido de
mercados confusos, como é o caso
do Brasil hoje
2011
2012
Taxas
de câmbio
2013
2014
2015
0
2011
Necessidade
de investimento
33,43
29
revista
1o tri 2015
2014
2015
48,55
33,71
32,90
17,42
12,42
1o tri 2014
2013
Lucratividade
51,16
31,40
2012
1o tri 2014
1o tri 2015
1o tri 2014
1o tri 2015
1o tri 2014
1o tri 2015
29
Especial
A conta que
não fecha
Equívocos na gestão da economia
produzem desemprego, desaquecem
o consumo e reduzem credibilidade
do governo para a retomada necessária
30
Raquel Schiavini Schwarz
Pelo descontrole da máquina pública e por conta de uma série de decisões
equivocadas, o governo federal levou o Brasil a uma cadeia negativa e perigosa. Juros altos e câmbio instável inibem o investimento e fazem cair a
produção. Menos oferta, mais inflação. Menos consumo. Sem ter para quem
vender, multiplicam-se as demissões. Com mais gente sem emprego, menos
gente para comprar. É nessa espiral que os brasileiros estão inseridos nos
últimos cinco anos – pelo menos. Cautelosos, especialmente quando se fala
em novos investimentos, empresários parecem não acreditar no que está
ocorrendo com a política econômica. E não disfarçam o pessimismo. A disparada do dólar (R$ 3,12 em 7 de abril), a maior dos últimos 12 anos, tem causado apreensão. A alta está relacionada à instabilidade política e à falta de
confiança no mercado. Isso tudo dentro de um caldeirão de corrupção, que
levou mais de 1 milhão de pessoas às ruas no dia 15 de março.
“O quadro é preocupante porque o consumo vem se desaquecendo e,
na outra ponta, temos a subida desenfreada do dólar e a inflação beirando
a casa dos 8%”, enumera Jaime Grasso, presidente da Athletic, que fabrica
equipamentos de ginástica. Como 50% dos seus insumos são importados,
Grasso reconhece que terá de repassar ao produto o peso do dólar. Nos primeiros dois menos deste ano, os negócios da Athletic decaíram cerca de
25% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o empresário,
que cogita demitir 300 pessoas do seu quadro de 1,3 mil funcionários até
julho, caso o cenário não mude. Na visão do dono da Athletic, o governo foi
negligente e equivocado em vários aspectos – especialmente por segurar
artificialmente, por anos, a cotação do dólar sobre o real. “As empresas de
fora inundaram o Brasil com seus produtos e as nossas pararam de produzir, perderam competitividade”, compara.
Para piorar, alguns fabricantes nacionais, como os de aço, que lidam
com matéria-prima daqui, teriam elevado seus preços sem necessidade.
Ainda segundo o empresário, a taxa Selic foi às alturas, dificultando o
acesso a financiamento. “Em vez de estimular o crescimento, está desestimulando. Hoje, temos inflação com recessão. É a pior receita. Isso gera
aumento de custo numa ponta, insegurança, desemprego e queda de
consumo em outra”, sintetiza.
E ele tem razão. Pesquisa divulgada em março pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) mostrou que a intenção de
consumo das famílias diminuiu 11,9% em março, em relação ao mesmo mês
de 2014, e 6,1%, na comparação com fevereiro. Foi o menor nível da série histó-
31
revista
31
rica – iniciada em janeiro de 2010 –,
pelo segundo mês consecutivo.
Outro empresário de Joinville
que se mostra descontente e tem
passado mais tempo na calculadora
é Moacir Bogo, da empresa de transportes Gidion. De acordo com ele, os
reflexos da crise já provocaram uma
retração na demanda de 4% sobre
2014. Significa em torno de 120 mil
passageiros a menos nos dois primeiros meses do ano. “Resultado da
política do governo, que incentiva o
transporte individual em detrimento do coletivo”, aponta. Com menos
passageiros, a tarifa se torna mais
cara, o que também tem afastado
a clientela. Bogo faz outra leitura:
de 2000 até agora, a gasolina subiu
100%, enquanto o diesel avançou
cerca de 400%. “Aquilo que pesava
7% no custo da tarifa, agora chega
perto de 20%.”
O empresário do transporte explica que, diferentemente de outros
setores, que podem calibrar a máquina, reduzir mão de obra ou dar
férias coletivas, ele não tem como diminuir linhas. “Se há 20 passageiros
num horário, não posso fazer com
que eles migrem para outra linha ou
outro horário”, justifica. Bogo enten-
de que as medidas de desoneração
aleatória do governo, como redução
do IPI, acabaram incentivando o endividamento exagerado da população. “Dilma fez tudo errado. A sensação é de instabilidade e falta de
confiança”, revela.
Em estado de alerta também
está o Sindicato da Indústria de
Autopeças (Sindipeças). Segundo
o presidente Hugo Ferreira, a crise
já bateu nas empresas mais representativas do setor. Houve demissões na ordem de 20% – incluindo
o turnover – nas fábricas de automóveis, caminhões e de autopeças. As montadoras foram as mais
afetadas. O baque começou no fim
do ano passado, com extensão das
férias coletivas e Carnaval. Entre
os fatores que mais castigam a indústria de automóveis, destacam-se a redução de financiamentos,
especialmente para caminhões, e
os juros altos. “O crédito ficou mais
duro. Os empresários não estão
comprando porque há uma saturação do mercado de caminhões
novos. As pessoas não compram
carros porque não sabem se terão
salário para pagar. É um ciclo vicioso”, analisa Ferreira.
DIVULGAÇÃO
CAMINHOS Do descontrole à necessidade de reação
O governo gastou sem controle e
bateu no muro. Aumentou a dívida,
turbinou a inflação, perdeu credibilidade. Depois do microscópico
0,1% de 2014, há estimativa de crescimento negativo do PIB para este
ano, em torno de - 0,3%. Ainda há o
contágio do caso Petrobras: com dívidas maiores que o patrimônio, a
estatal não paga fornecedores, que,
por sua vez, não pagam empreiteiras, que não quitam compromissos
bancários. E obras vão ficando pelo
caminho. Agora, será preciso firmar
32
o compromisso de não gastar mais
do que arrecada para reconquistar a
confiança dos agentes econômicos,
além de promover um rearranjo nos
fatores de produção.
Segundo o economista Ricardo
Torres, professor da Sustentare, a
solução passa por aumentar investimentos diretos na economia,
reduzir a volatilidade do mercado
cambial, valorizar a moeda nacional e, ao mesmo tempo, atacar a
inflação. Em médio prazo, diz ele, o
governo terá de promover a forma-
ção da poupança interna e diminuir impostos e encargos sociais na
folha de pagamento, incentivando
as contratações.
O economista Luciano Córdova,
consultor da Fecomércio, assinala
que, nos últimos anos, o incremento da renda não foi acompanhado
pela evolução da produtividade, o
que afetou os incentivos ao investimento empresarial e resultou na
retração da economia. Para reequilibrar essa conta, é fundamental que
os dois fatores avancem em níveis
IMPACTO
Cautela para
investir e repasse
aos preços
Manifestações levaram mais de 1 milhão às ruas das grandes cidades;
empresários Bogo e Grasso (de cima, à esq.) apontam equívocos
iguais, de maneira que a economia
cresça com consistência. Para ele, o
governo deveria ter priorizado a melhoria dos incentivos à produção e a
diminuição da carga tributária.
Outro instrumento seria aprofundar a desoneração da folha de
pagamento, e não o contrário, como
o governo está querendo fazer.
“Aumentar a taxa é um retrocesso, vai na contramão das medidas
de reforma tributária e melhoria
do ambiente de negócios”, avalia o
economista. Além da desoneração,
33
revista
segundo Córdova, é importante elevar o percentual do PIB em inovação
(hoje de 2%) e educação (hoje, 6,5%).
“O investimento em inovação é fundamental para se elevar a produtividade, fazendo com que a economia
cresça para acompanhar o aumento de salário”, projeta. Ele defende
que, por meio de novas práticas e
inovações tecnológicas, é possível
produzir mais com menos recursos. Também é preciso incentivar a
competitividade e desburocratizar a
abertura de empresas.
A crise não pegou só grandes empresas. Pesou no bolso da dona de casa
que compra o pãozinho e o remédio.
E impactou também na gestão de
pequenos negócios. Muitos não estão conseguindo pagar fornecedores nem bancos, que endureceram
nos empréstimos. Já que, para esse
segmento, mecanismos como férias
coletivas não têm o mesmo efeito da
indústria, a saída é mesmo demitir
ou parar de contratar. As consequên­
cias são de toda ordem. Um ponto é
a cautela nos investimentos, além
do repasse aos preços de custos ascendentes – como energia elétrica e
combustíveis.
Resultado: o empresário que antes tinha coragem de empreender
está mais retraído. “O governo que
fez tanta coisa errada mandou a fatura para as empresas pagarem”,
reclama Wilian Tonezzi, da Asso
Engenharia. “Protestamos contra o
estelionato eleitoral que nos colocou nesta situação difícil economicamente”, assinala Carlos Kaminski,
empresário, um dos líderes das manifestações de março em Joinville.
Uma pedra no sapato dos pequenos é a reforma previdenciária
em pelo menos um item: o auxílio-doença. Hoje, se um funcionário se
afasta, a empresa arca com os custos
do salário por 15 dias e depois a bola
passa para o INSS. Com a mudança,
o empregador terá que bancar 30
dias. Para completar, o crédito não
está nada fácil. De outra parte, as
micro e pequenas empresas costumam ser ágeis nas mudanças de
rumo para atravessar a crise sem
maiores arranhões.
33
ABC DA CRISE
Política econômica do governo
Decisões ruins ou falta de decisões geram incerteza e afetam o ambiente
econômico. Ambiente de incertezas afeta as decisões de investimento. Sem
confiança não há investimento. Sem investimento não há crescimento
Em um ambiente de incerteza...
...A INICIATIVA PRIVADA
l Não investe
l Estoques aumentam
l Empresas diminuem produção
para reduzir o estoque, cortam custos
e demitem
...A POPULAÇÃO
l Reduz o consumo
l Mercadorias ficam empatadas
l Pessoas são demitidas e o
consumo cai vertiginosamente
Resultado
Queda da atividade econômica e da arrecadação de impostos, que acaba por
prejudicar ainda mais a gestão pública, que em geral aumenta mais os impostos e sobrecarrega ainda mais a economia. Quando a inciativa privada sente a
incerteza do ambiente econômico e reduz o investimento, é função do governo
dar novas diretrizes à economia:
DE IMEDIATO
l Reduzir gastos governamentais
l Aumentar investimentos diretos, ocupando parte do espaço da iniciativa
privada
l Aumentar a taxa de juros para estancar a fuga de capitais, reduzir a volatilidade do mercado cambial, valorizar a moeda nacional e reduzir a inflação
A CURTO E MÉDIO PRAZOS
l Reduzir impostos e encargos sociais para incentivar as contratações
l Promover a formação de poupança interna
l Reduzir transferências de renda governamentais
A MÉDIO PRAZO
l Reduzir as taxas de juros de mercado
l Controlar o nível de oferta e modalidades de crédito ao consumidor e às
empresas, taxas de juros praticadas e prazos
l Fornecer um plano de redução de endividamento popular
Entenda alguns fatores da crise
l Juros altos, na ordem de 12%. Em 2014, ficou perto dos 10%
l Mercado de trabalho desaquecido. Investimentos caíram porque os empresá­
rios perceberam que os investimentos não compensam mais os gastos
l Fortes pressões inflacionárias vindas dos reajuste dos preços administrados,
como energia elétrica (27% de aumento em SC) e combustível (20 centavos
por litro). Há, ainda, o aumento das bandeiras tarifárias, vinculado ao custo da
produção
l Baixo incentivo aos investimentos no setor produtivo, principalmente na
indústria, que têm valor agregado maior
l Taxa de câmbio instável. Nos últimos anos, a relação entre as moedas tem
sido muito valorizada em relação ao dólar. Isso prejudica as exportações
ECONOMISTA RICARDO TORRES, PROFESSOR DA SUSTENTARE
34
SOLUÇÕES
Para começar a
arrumar a casa
Empresários e dirigentes de entidades apontam que, para restituir
a confiança no governo, o primeiro
passo seria baixar o custo da máquina pública e aprovar as reformas
pendentes, como a política e a fiscal.
Para Jaime Grasso, da Athletic, a presidente Dilma deve assumir que o
Brasil passa por um momento delicado e parar de gastar. Moacir Bogo,
da Gidion, sugere a implantação de
um sistema de governança corporativa, no qual a competência teria
de prevalecer na hora da nomeação,
sem indicação política. “Ministros
precisam entender o que estão fazendo”, dispara.
Para o empresário, o país está
distorcido. “Hoje, a política de tributação sobre a mão de obra é a
mesma, tanto para uma empresa
que tem 10% do seu custo em pessoal quanto para outra com 50%”,
exemplifica, acrescentando que,
na Gidion, a média chega a 48%. Se
ocorrer nova oneração na folha, trará
um custo adicional equivalente a 50
mil passagens por mês, segundo o
dono da Gidion. Por isso, Bogo acredita que a reforma fiscal deveria dar
um tratamento diferenciado dependendo do ramo de atividade.
Hugo Ferreira, do Sindipeças,
defende como prioridades o ajuste fiscal e a diminuição das verbas
para os deputados. Já para Sebastião de Souza Alves, presidente do
Sindicato dos Metalúrgicos de Joinville, a saída é valorizar a indústria
nacional, com investimentos em
tecnologia, financiamento público
a juros baixos ou subsidiados para
as empresas, com contrapartida social que garantisse melhores condições de trabalho e salários.
EM JOINVILLE Como foi o protesto
No dia 15 de março, enquanto mais
de 1 milhão de pessoas tomavam as
ruas de muitas cidades brasileiras,
analistas repetiam: “Este protesto
vai significar um novo tempo para
o governo federal”. Contundente, a
manifestação mostrou, em cartazes, faixas e palavras de ordem, o repúdio aos atos de corrupção e à má
gestão da economia. Em Joinville,
cerca de 25 mil pessoas ocuparam
a Praça da Bandeira e arredores.
Um caminhão de som abria o palco
a quem quisesse se manifestar. Assim como se viu pelo Brasil, o ato na
maior cidade catarinense foi plural
e democrático. “Foi uma manifestação pacífica que superou nossa
expectativa pelo engajamento da
população”, sustenta Willian Tonezi, diretor da Asso Engenharia e
um dos dirigentes do Movimento
Brasil Livre, que organiza novo ato
para 12 de abril.
Empresários ligados a núcleos
setoriais da Acij, como contábeis, automação e educação superior, estavam na praça. No meio da multidão,
discursos inflamados. “Este governo
pregava ética e agora está pisando
em cima da imagem que vendeu”,
decretou o advogado Salustiano
Souza, 55 anos. Para o estudante de
direito Giovane Pretto, 17 anos, o protesto serviria para pressionar a presidente a tomar alguma medida.
BIA BITTELBRUNN/AGÊNCIA RBS
Perto de 25 mil pessoas foram à Praça da Bandeira: protesto superou expectativa dos organizadores
35
revista
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DIVULGAÇÃO
IMPEACHMENT
Não há provas , afirmam juristas
Diferentemente dos protestos ocorridos na década de 1980, que cobravam
a volta das eleições diretas para presidente da República, os atos públicos
de 15 de março revelaram a insatisfação com o governo atual, sobretudo
com os casos de corrupção e a impunidade. Faixas, cartazes e palavras de
ordem na linha do “fora Dilma” deram o tom das ruas. Mas, apesar do apelo popular, das estimativas de corrupção da Petrobras alcançarem a casa
dos bilhões e de todo o desarranjo na economia, não parece haver legitimidade em um eventual processo de impeachment contra a presidente.
Para Nestor Castilho Gomes, mestre em direito pela UFSC, e Acir Alves
Coelho Junior, mestre e professor de direito constitucional, não existem
provas da participação da presidente Dilma no escândalo da Petrobras. Gomes explica que o impeachment é possível desde que se comprove crime
de responsabilidade. Nesse contexto, a Constituição estabelece algumas
hipóteses, como um ato do presidente que atente contra o livre exercício do
Poder Legislativo ou de improbidade na administração.
Na época em que ocorreram os desvios, Dilma era ministra de Minas
e Energia e participava do conselho de administração da estatal. Por isso,
segundo o professor, não caberia o pedido afastamento, já que a presidente não pode ser responsabilizada por atos estranhos ao exercício de suas
funções. Em outras palavras, não haveria como atribuir culpa a Dilma por
um ato que ocorreu antes do início do mandato. “Mesmo no conselho de
administração, não há fato concreto demonstrando que ela tenha praticado algum crime”, pontua Gomes, que é pós-graduado pela Academia Brasileira de Direito Constitucional.
O professor Acir Alves Coelho Junior reforça que é preciso uma prova cabal do seu envolvimento direto nos atos de corrupção, uma vez que não se
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Impeachment é julgamento
político, mas exige “prova
cabal” da acusação para
ir adiante na Câmara Federal
pode condenar alguém por indícios
ou vontade política. “É necessário
respeitar a democracia e, principalmente, o Estado de Direito, sob pena
de se instaurar no país a insegurança jurídica e política”, complementa.
Na mesma linha de raciocínio,
o advogado Rogério Zuel Gomes,
sócio da Gomes, Rosskamp e Sá Advogados Associados, ressalta que,
para um processo como esse ir em
frente, seria necessário um “argumento jurídico extremamente
forte” indicando que a presidente
teria cometido crime de responsabilidade ou improbidade. E mais: o
elemento fundamental, nesse caso,
seria o dolo, a conduta deliberada
voltada a um resultado. Sem isso,
diz o advogado, seria o mesmo que
condenar um prefeito porque seu
secretário recebeu propina de um
fornecedor sem que o prefeito tivesse conhecimento disso. “Também se argumentou que o fato de
Dilma ter sido presidente do conselho da Petrobras à época da aquisição de uma planta em Pasadena/
EUA daria suporte ao pedido, mas
isso não tem fundamento jurídico,
porque o impeachment diz respeito a atos praticados pelo presidente da República no curso do seu
mandato, o que não se verifica nessa hipótese”, ressalta Rogério.
Por isso, diz o professor de direito constitucional Lenio Streck, que a
Constituição Federal é sábia: embora sejam necessários dois terços da
Câmara para formular um processo de impeachment, é preciso um
argumento jurídico forte. “E esse
argumento não pode ser inventado.
Não basta dizer simplesmente que o
presidente foi omisso. Tem de haver
provas. Senão, sempre que a opo-
sição somasse dois terços, poderia
derrubar um governante.”
O processo de impeachment
está previsto na Lei Federal 1.079,
de 1950, que disciplina os crimes de
responsabilidade do presidente da
República. Se alguém entender que
a presidente cometeu improbidade administrativa, pode fazer uma
denúncia, mas esta precisa ser fundamentada. A Constituição Federal
impõe que as acusações de improbidade administrativa deverão ser
bancadas por dois terços dos deputados federais – ou seja, é necessário
que no mínimo 342 parlamentares,
dos 513 existentes, assinem a acusa-
Para Rogério Gomes, não há
“argumento jurídico forte”
que justifique impeachment
ção. Recebida a denúncia, a presidente será afastada pelo prazo de até 180
dias, prazo que deverá ser julgado o processo pelo Senado.
“O impeachment é um julgamento político”, sublinha o professor Nestor
Castilho Gomes, lembrando que seu desfecho importa na perda do cargo e
na inabilitação por oito anos para qualquer função pública. Já a sanção penal, caso um presidente seja condenado por corrupção, formação de quadrilha, é de responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF).
Sobre os protestos que ecoaram no dia 15 de março, o advogado Rogério
Gomes ressalta que esse tipo de manifestação faz parte do regime democrático e não deve estar atrelado a uma corrente político-partidária. Devem
funcionar como sinal aos governantes de que parcela da população está
descontente com os rumos do país. “A livre manifestação é direito garantido
pela Constituição”, pontua, com a ressalva de que isso não pode ser pretexto
para impeachment de um governo eleito pelo povo. “A democracia brasileira
ainda é muito jovem e qualquer tentativa nesse sentido seria desconsiderar
a atual Constituição, aquela mesma que lhes resguarda o livre direito de manifestação, com todas as suas demais garantias”, reforça Gomes.
O advogado lembra que alguns países, como Canadá, Suíça e Venezuela, além de alguns estados norte-americanos, admitem o mecanismo
do “recall”, pelo qual ocupantes de determinados cargos eletivos podem
perder o posto, via referendo, se a maioria da população estiver insatisfeita com sua atuação. “Mas essa possibilidade deve ser prevista em lei, o
que não ocorre no Brasil”, pondera.
DIVULGAÇÃO
37
revista
37
DIVULGAÇÃO
LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA
“Esta crise está sangrando o país”
Ainda antes da posse da presidente Dilma para o segundo mandato, o senador Luiz Henrique da Silveira afiava,
mais uma vez, sua pregação por uma reforma política sem financiamento privado às campanhas, sem reeleição
(mandato de seis anos) e com o fim dos partidos de aluguel. Em um de seus discursos, em novembro, citava uma
frase de Karl Marx – “quando a história se repete, é uma tragédia; e quando volta a repetir-se, é uma comédia” –
para defender um dos pontos de reforma.
Nesta entrevista à Revista 21, o senador diz que nunca se viu uma crise de corrupção tão grande no país e sublinha que o dinheiro privado nas campanhas seria a porta de entrada para esse crime. Diante da proposta apresentada por seu partido – que mantém o financiamento privado –, ressalva que atua como minoritário, mas trabalha
para influenciar os parlamentares e chegar a um consenso.
O PMDB apresentou, no dia
17 de março, sua proposta de
reforma política e manteve
o financiamento privado das
campanhas. Como o sr., que vem
combatendo essa prática, está
enxergando esse texto?
Sou minoritário. Não sou chamado para as decisões da cúpula do
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PMDB. Porém, procuro influenciar
para que a reforma política aconteça já. As minhas ideias foram
apresentadas ao ministro Eliseu
Padilha, mas foi a primeira vez que
me consultaram para alguma coisa. Defendo a reforma política no
sentido de impedir a influência
do poder econômico nas eleições
e para recusar o financiamento
público nos pleitos, impedindo a
cumplicidade de empresas, que
são contratadas pelo governo
para fazer obras, com o financiamento de campanhas eleitorais.
Sou contra a instituição da reeleição, e estabeleci isso em um
projeto de emenda constitucional
de autoria do senador Romero
Jucá. Defendo o mandato de seis
anos e a coincidência de todas
as eleições em 2022. Um governador em exercício de mandato
tem um poder incrível a favor da
sua reeleição, tem todas as condições de ser candidato em uma
condição de superioridade em
relação aos concorrentes. Tem
de haver também critérios para
a criação de partidos, que hoje
surgem apenas para fazer negócios. É preciso estabelecer uma
cláusula de barreira, e o partido
que não fizer 5% dos votos em
nível nacional e 2% dos votos em
pelo menos nove Estados teria
que deixar de existir.
Com que outros itens da
proposta o sr. não concorda? E
como vai atuar para que essa
reforma não vá adiante?
Da maneira como já venho fazendo, que é reunindo senadores
para que cheguemos num consenso. Tenho a convicção de que
fatos como estes, da Petrobras e
do mensalão, são consequências
do sistema de financiamento
das eleições. Se mantivermos
esse sistema, virão outros escândalos. Precisamos barrar qualquer contribuição privada de
empresas de pessoas jurídicas
e permitir apenas a doação de
pessoas físicas.
Como o sr. avalia o atual
cenário político-econômico e as
reações do governo para tentar
estancar a crise?
Nunca se viu uma crise de corrupção tão grande. Dizia-se que
só ia para a cadeia ladrão de galinha, e, no entanto, diretores das
maiores empreiteiras do país
estão presos desde dezembro. E
abrem-se, agora, investigações
contra dezenas de políticos, se-
39
revista
nadores, deputados, governadores. O clima é de absoluta turbulência. Ou nós fazemos logo a
reforma política, proibindo toda
e qualquer doação por empresas privadas, ou essa crise vai arrastar o país para uma situação
imprevisível. Há um hiato claro
entre Brasília e o Brasil. Brasília é
isolada do Brasil.
O que a população pode
vislumbrar para os próximos
meses? A volta lenta do
crescimento ou mais tempo de
estagnação e retração?
Não tenho dúvidas de que sairemos bem melhores da crise
atual, mas o problema é que essa
crise está sangrando o país, e não
sei quanto tempo vamos precisar para restabelecer a confiança
do povo nos seus representantes
e fazer a roda da economia continuar a crescer. A angústia do
povo não está sensibilizando os
gabinetes em Brasília.
E o pacto de ajuste fiscal? Qual
teria de ser a primeira medida
do governo?
Eu lidero encontros que acontecem desde o ano passado no
meu gabinete com os membros do Conselho Nacional de
Política Fazendária (Confaz) e
com secretários de fazenda e
governadores com o objetivo de
chegar a um consenso sobre temas como convalidação, fundos
de compensação e alíquota de
ICMS para por fim à guerra fiscal. Essas matérias precisam ser
aprovadas antes que o Supremo
Tribunal Federal (STF) coloque
em votação o Projeto da Súmula Vinculante 69, que poderá
consolidar o entendimento da
Corte quanto aos incentivos fiscais concedidos sem autorização
unânime do Confaz.
OPINIÃO ACIJ
Fé em um
Brasil pujante
O Brasil vive tempos graves e de
dificuldades importantes: a economia estacionou, o desemprego só faz crescer, o noticiário está
abarrotado de denúncias de corrupção e desvios de toda ordem.
Natural que, diante disso, e exercendo seu dever de cidadãos, as
pessoas queiram se pronunciar,
demonstrar indignação. As pesquisas vêm atestando que a crise,
generalizada, afetou até a confiança do brasileiro em uma reversão
positiva. Mas o que se vê é a mais
absoluta apatia dos governantes,
como também da classe política,
de maneira geral. Por isso, manifestações são mais do que legítimas, espelhando um sentimento
comum à maioria dos brasileiros,
que é o de não compactuar com
tudo o que não é ético, com tudo
que é desmando ou equívoco, seja
político, econômico ou jurídico.
A Acij reitera sua profissão de
fé em um país pujante, que ofereça condições de competitividade às
empresas, nas quais se encontram
as oportunidades de trabalho que
permitem uma vida digna aos brasileiros. Pleiteamos uma ação positiva dos governantes, proporcionando o cenário de equilíbrio que nos
permitirá construir um futuro melhor. Buscamos o fortalecimento da
economia, com uma carga tributária racional. A Acij entende que mobilizações como a de 15 de março representam o exercício da cidadania.
A entidade deseja que o governo federal tenha consciência da gravidade do momento e dê atenção ao que
reclamam, criticam, demandam e
reivindicam os brasileiros.
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Comunidade
DIVULGAÇÃO
Raio-x de reivindicações
A palavra dos
deputados
estaduais sobre as
principais demandas
comunitárias para
Joinville e região
Frente ao cenário de instabilidade político-econômica vivenciado no
país, é inevitável uma cobrança efetiva e incisiva das organizações sociais para que projetos de interesse da comunidade saiam do papel.
Questões básicas como saúde, segurança, educação e infraestrutura não
podem esperar. Com a incumbência de representar a população na esfera estadual e nacional, são os deputados os responsáveis por viabilizar
o atendimento às demandas de sua região, na busca por soluções efetivas. A Revista 21 conversou com quatro parlamentares para avaliar as
posições de cada um em torno de questões de interesse da população no
Norte catarinense, já debatidas em reunião na Acij (foto acima). Nesta
reportagem, a palavra dos deputados estaduais Dalmo Claro de Oliveira,
Darci de Matos, Kennedy Nunes e Patrício Destro.
Os deputados federais Marco Tebaldi e Mauro Mariani foram contatados
pela Revista 21, mas preferiram não responder aos questionamentos.
40
recebem mais recursos do governo estadual na área da
saúde. São mantidos três hospitais estaduais de grande
porte (custam R$ 17 milhões por mês), além de outros
recursos. Estão sendo realizadas reformas no Hospital
Regional, que também receberá uma grande ampliação,
com projeto em elaboração. O Hospital Infantil está realizando obras de ampliação e adequação para aumento
dos leitos de UTI e psiquiátricos. A Maternidade Darcy
Vargas teve reformas recentes e aguarda a elaboração de
projeto para construção do Hospital da Mulher.
Dalmo Claro de Oliveira (PMDB)
Natural de Joinville, assumiu neste ano, pela primeira vez, uma cadeira na Assembleia Legislativa. Com
formação em medicina, o parlamentar foi secretário
estadual da Saúde entre 2011 e 2013. Atuou também
na direção dos hospitais Regional Hans Dieter Schmidt e São José.
SEGURANÇA
Qual pode ser considerada a principal prioridade
para Joinville? Que medidas estão sendo colocadas
em prática para reforçar o apelo ao reforço de efetivo
policial na região?
Entendo que a segurança pública deve ser feita com metodologia, recursos materiais e efetivos humanos. Creio
que o governo do Estado faz todo o esforço possível para
atingir os melhores resultados.
SAÚDE
Que medidas estão sendo colocadas em prática
para intensificar a cobrança pela ampliação da
Maternidade Darcy Vargas e por investimentos no
Hospital Regional?
Joinville é, junto com Florianópolis, uma das cidades que
EDUCAÇÃO
O que pode ser feito para melhorar a infraestrutura
das escolas estaduais?
Sei que várias escolas estão em obras. Estive na inauguração de ampla reforma da Escola Maria Amin Ghanen.
Existem obras em andamento.
Que medidas estão sendo colocadas em prática para
apressar os trabalhos de construção do campus da
UFSC em Joinville?
A UFSC é uma autarquia federal e detém autonomia universitária. Desconheço os motivos da lentidão das obras.
INFRAESTRUTURA
Uma das principais demandas da região é a
duplicação da avenida Santos Dumont. Como estão os
encaminhamentos para acelerar os trabalhos?
Os trabalhos dependem da obtenção de recursos para o
elevado custo das desapropriações.
Que outras bandeiras são defendidas pelo deputado
para Joinville e região?
Joinville necessita de um incremento muito forte na rede
de coleta e tratamento de esgoto (em andamento) e de
pavimentação e drenagem das vias urbanas. Também
a mobilidade urbana necessita de medidas urgentes de
forte impacto.
A maior cidade do Estado espera e merece atenção dos órgãos estaduais e federais
41
revista
41
Hospital Regional e construindo uma torre para ampliar
a capacidade de atendimento. Na Darcy Vargas, já estão
prontos os projetos para a construção do setor do pós-anestésico e da reforma do telhado, aguardando apenas
a liberação do dinheiro. Precisamos buscar recursos federais para a construção de um hospital na Zona Sul. Também é necessário fazer parcerias com o município para
dar andamento nas filas para consultas especializadas,
para cirurgias e exames de alta complexidade.
Darci de Matos (PSD)
Reeleito para seu terceiro mandato como deputado
estadual. Formado em economia e com pós-graduação em administração e marketing, já trabalhou como
professor, foi presidente da Fundação Municipal Albano Schmidt (Fundamas) e atuou por seis anos como
vereador em Joinville.
SEGURANÇA
Qual pode ser considerada a principal prioridade
para Joinville? Que medidas estão sendo colocadas
em prática para reforçar o apelo ao reforço de efetivo
policial na região?
A prioridade para a segurança pública de Joinville é
aumentar o efetivo das polícias civil e militar. O recomendável é ter um policial para cada 500 habitantes.
Temos 665 policiais militares e o ideal seria 1 mil. Já a
Polícia Civil conta com efetivo de 163 homens e mulheres. Nessa área, precisamos focar principalmente na
investigação, na prevenção e no combate às drogas.
Também é necessária a instalação das 200 câmeras de
monitoramento o mais rápido possível.
SAÚDE
Que medidas estão sendo colocadas em prática para
intensificar a cobrança pela ampliação da Maternidade
Darcy Vargas e por investimentos no Hospital Regional?
Tenho reivindicado ao secretário da Saúde e ao governador mais verbas para a saúde e melhorias na infraestrutura. O governo do Estado está investindo na reforma do
42
EDUCAÇÃO
O que pode ser feito para melhorar a infraestrutura
das escolas estaduais?
Duas escolas estaduais de ensino médio estão sendo
construídas em Joinville. Em fevereiro, o governo do Estado empenhou parte do recurso (R$ 1 milhão) do convênio
com o BNDES, que deverá liberar a sua parte. A previsão é
de que as duas escolas estejam prontas até o final do ano.
Também tenho reivindicado ao secretário de Educação a
reforma de todas as escolas.
Que medidas estão sendo colocadas em prática para
apressar os trabalhos de construção do campus da
UFSC em Joinville?
As obras estão paradas por causa do atraso na aprovação do orçamento da União. Foi anunciado que, com a
aprovação do orçamento, em março, as obras retomarão
o seu andamento e permanece o calendário que prevê a
sua inauguração para dezembro de 2016. Acho absurdo
que a maior cidade de Santa Catarina ainda não tenha o
campus da universidade federal.
INFRAESTRUTURA
Uma das principais demandas da região é a
duplicação da avenida Santos Dumont. Como estão os
encaminhamentos para acelerar os trabalhos?
A obra já começou, no trecho da Tuiuti até o aeroporto, e
os recursos do governo estadual estão alocados. Os trabalhos pararam porque a desapropriação é de responsabilidade do município. O prefeito Udo tentou convencer
alguns proprietários a doarem o terreno, mas o resultado
não foi satisfatório.
Que outras bandeiras são defendidas pelo deputado
para Joinville e região?
Precisamos incluir no orçamento do Estado a duplicação da Estrada Dona Francisca, do trevo da Döhler até
Pirabeiraba, e a duplicação da rodovia Edgar Meister e
seu prolongamento, a Hans Dieter Schmidt, até a BR-101.
Também estamos lutando para a construção de elevados em Joinville e por mais asfaltamento de ruas.
DIVULGAÇÃO
Obras viárias que facilitem o trânsito e o escoamento da produção são reivindicações da comunidade
SEGURANÇA
Qual pode ser considerada a principal prioridade
para Joinville? Que medidas estão sendo colocadas
em prática para reforçar o apelo ao reforço de
efetivo policial na região?
Como deputado, tenho influência junto ao governo do Estado na destinação de verbas por meio de
emendas. Em matéria de infraestrutura, já estou trabalhando para agilizar a instalação de câmeras de
vídeo monitoramento; na implantação da Rondas
Ostensivas Com Apoio de Motocicletas (Rocam), com
a destinação de recursos para a compra de 40 motocicletas; num hangar para o helicóptero Águia; e na
destinação de recursos para o Batalhão adquirir equipamentos. A questão de reposição de policiais, tanto
civis quanto militares, também está em andamento.
Kennedy Nunes (PSD)
Reeleito para seu terceiro mandato como deputado
estadual. Natural de Joinville e jornalista diplomado, o parlamentar já atuou como vereador, exerceu o
cargo de secretário do desenvolvimento comunitário
de Joinville e atualmente compõe a mesa diretora da
Assembleia Legislativa, ocupando o posto de primeiro
secretário.
43
revista
SAÚDE
Que medidas estão sendo colocadas em prática para
intensificar a cobrança pela ampliação da Maternidade Darcy Vargas e por investimentos no Hospital
Regional?
No Regional, as reformas das alas de internação A,
B, C e D já estão em andamento, com investimentos
em torno de R$ 6 milhões. Também em andamento a
construção do nono pronto-socorro e centro cirúrgico. Nas emendas em que tenho influência, consegui
destinar, para o Regional, R$ 1 milhão para a compra
43
de equipamentos, que já foram entregues e estão em
funcionamento. Com relação à Darcy Vargas, meu
mandato se comprometeu em conseguir um veículo que vai servir para a coleta domiciliar do banco de
leite materno para o abastecimento da UTI neonatal.
Defendo que, no lugar da nova torre do Regional, seja
construído um hospital na Zona Sul para atender aos
moradores dessa região, que hoje sentem a carência
de um hospital mais próximo de suas residências.
EDUCAÇÃO
O que pode ser feito para melhorar a infraestrutura
das escolas estaduais?
Temos obras de quatro escolas de ensino médio em
andamento na nossa região: em Barra Velha, Araquari
e duas em Joinville (no Vila Nova e no Parque Guarani). Também já foram entregues escolas reformadas. A
demora com as reformas está ligada à burocracia do
nosso sistema. Como é um valor destinado do BNDES,
há exigências para as escolas estarem em dia com a
documentação necessária, em nome do Estado.
Que medidas estão sendo colocadas em prática
para apressar os trabalhos de construção do
campus da UFSC em Joinville?
Esta é uma obra do governo federal e realmente está
paralisada. Como deputado estadual, devo unir forças
com deputados federais e exigir a retomada das obras.
INFRAESTRUTURA
Uma das principais demandas da região é a
duplicação da avenida Santos Dumont. Como estão
os encaminhamentos para acelerar os trabalhos?
Qualquer prefeitura sabe que faz parte da contrapartida do município arcar com os valores da desapropriação. São recursos vindos do BNDES e eles não aceitam
pagar a desapropriação. Na situação de Joinville, o
prefeito disse que, por conhecer os empresários, estes
iriam doar os terrenos, mas não me parece tão simples
assim. Por enquanto, será duplicado o trecho com menos movimento, do Jardim Paraíso até o aeroporto.
Que outras bandeiras são defendidas pelo
deputado para Joinville e região?
Todas as obras do governo do Estado, bem como as
demais, têm meu pleno apoio e fiscalização. Especificamente para Joinville, a bancada conseguiu a indicação de financiamento de R$ 20 milhões pelo Badesc e
ainda indicamos mais R$ 2,5 milhões do Fundam, em
emendas que seriam destinadas para asfalto de ruas
de Joinville.
44
Patrício Destro (PSB)
Eleito, em 2014, para ocupar pela primeira vez uma
cadeira na Assembleia Legislativa. Jornalista de profissão, o parlamentar já atuou por dois mandatos
como vereador em Joinville.
SEGURANÇA
Qual pode ser considerada a principal
prioridade para Joinville? Que medidas estão
sendo colocadas em prática para reforçar o
apelo ao reforço de efetivo policial na região?
O que tem sido recorrente é a cobrança pela instalação de câmeras de segurança, maior efetivo e
DIVULGAÇÃO
À esq., campus da UFSC com obras paradas; crescimento da cidade deve ser acompanhado por investimentos
número de viaturas. Além disso, os policiais precisam
de maior infraestrutura para trabalhar, carros mais
adequados e equipamentos. As câmeras são 200, número que já não seria o suficiente para o tamanho da
cidade. Também estamos estudando um projeto de
lei que leve em conta o número de habitantes e localização geográfica para que seja feita uma distribuição
mais eficaz do efetivo da PM.
ca externa, atribuição da Celesc. Das 55 escolas esta­
duais de Joinville, 33 ainda não apresentaram pedidos
para reforço na rede. Em encontro recente com o presidente da Celesc, Cleverson Siewert, pedimos para
que a rede seja reforçada em todas as instituições.
Sem isso, muitas escolas, mesmo contando com condicionadores de ar, por exemplo, não podem ligar os
equipamentos.
SAÚDE
Que medidas estão sendo colocadas em prática para
intensificar a cobrança pela ampliação da Maternidade Darcy Vargas e por investimentos no Hospital
Regional?
Há um projeto do deputado Marco Tebaldi para a
construção do Hospital da Mulher. A ideia é que seja
construído junto à Darcy Vargas. A ampliação do Regional já está aprovada. A primeira etapa da obra já
começou. É importante citar também o trabalho e as
melhorias do Hospital Infantil, que está ampliando a
UTI Neonatal e implantando uma ala de psiquiátrica
com 14 leitos. Em reunião recente com a Acij Jovem,
foi solicitado uma reunião com o secretário da saúde,
João Paulo Kleinübing. Ele já aceitou o pedido e o encontro será em abril.
Que medidas estão sendo colocadas em prática
para apressar os trabalhos de construção do
campus da UFSC em Joinville?
Li recentemente que a previsão de conclusão da obra
é somente para 2017. Não podemos ficar esperando
até lá. Nos próximos meses, pretendo montar uma
comitiva para procurar o governo federal e conversar
com o ministro da Educação para que esse prazo seja
revisto. A intenção é que representantes de algumas
entidades, inclusive a Acij, façam parte dessa comitiva para somarmos forças.
EDUCAÇÃO
O que pode ser feito para melhorar a infraestrutura
das escolas estaduais?
Um dos problemas de infraestrutura nas escolas diz
respeito à rede elétrica, tanto interna – nas próprias
escolas, em projetos que devem partir da Secretaria
de Educação – quanto em um reforço na rede elétri-
45
revista
INFRAESTRUTURA
Uma das principais demandas da região é a
duplicação da avenida Santos Dumont. Como estão
os encaminhamentos para acelerar os trabalhos?
O que poderia ser feito no começo das negociações
seria estadualizar a via para que o governo do Estado
viesse a assumir as desapropriações. Como isso não
foi feito, agora fica mais complicado. Porém, o governo do Estado e a prefeitura estão em diálogo constante para resolver a questão. As desapropriações teriam
um custo de R$ 100 milhões, valor mais elevado do
que a própria obra.
45
Negócios
nonononon
PENINHA MACHADO
Cynthia Fachini, proprietária
da Brandt Chocolates: produção
da empresa aumentou 30%
em relação ao ano passado
Além da Páscoa
Como as empresas
de chocolate mantêm
a produção e as
vendas durante
o resto do ano
46
Karoline Lopes
Augusto Glupe, Veroca Sal, Violeta Chataclete, Miguel Tevel e Charlie Bucket
são as crianças mais sortudas do mundo – pelo menos na literatura. No livro
“A Fantástica Fábrica de Chocolate”, os personagens de Roald Dahl encontram o bilhete dourado e conhecem as instalações da fábrica de Willy Wonka.
Desde 1964, quando foi publicado, o romance vive no imaginário de crianças
e adultos amantes de doces. Na história, o sr. Wonka desenvolve grama comestível, gomas de mascar que valem por uma refeição inteira e utiliza esquilos para descobrir quais nozes são boas para usar. A realidade pode ser um
pouco menos mágica, embora seja igualmente saborosa. No lugar de cacho-
Dorotea Kasten, da Doce
Beijo: chocolate proporciona
sensações de bem-estar,
satisfação e euforia
eiras para mexer o chocolate, as verdadeiras fábricas usam máquinas, e
em vez de Oompa-Loompas, funcionários devidamente equipados para
manter a qualidade dos produtos.
Na joinvilense Chocopp, por
exemplo, três ambientes são destinados a caixas de isopor, papelão e
bandejas de plástico. Num espaço
com ambiente climatizado, as salas são divididas entre a produção
47
revista
Alexandre Copp, da Chocopp,
ressalta que é preciso ter
cautela durante períodos
de recessão econômica
das iguarias e o empacotamento.
“Quem vê o produto na loja, não
imagina o trabalho que dá”, garante
Alexandre Copp, sócio-proprietário
da marca. Segundo a Associação
Brasileira da Indústria de Chocolates,
Cacau, Amendoim, Balas e derivados
(Abicab), o Brasil é o terceiro maior
consumidor de produtos de chocolate em todo o mundo. O consumo
per capita é de 2,8 quilos por ano. Na
época de Páscoa, claro, esse número
aumenta bastante.
Para aguçar o paladar dos clientes no período mais doce do ano, é
preciso inovar. Em 2015, as novidades ficaram por conta dos ovos para
comer com colher, trufados, com recheios de bolo e especiais para quem
sofre com diabetes, intolerância à
lactose ou ao glúten. Com inúmeras
delícias para escolher, o consumidor
47
PENINHA MACHADO
precisou pesquisar muito antes de
fazer a compra certa. De acordo com
o levantamento feito pelo Procon de
Joinville, os valores dos ovos tinham
até 31% de diferença. Realizado em
seis estabelecimentos da cidade, o
estudo verificou os preços de 41 ovos
de Páscoa, subdivididos em quatro
marcas, além de três marcas de chocolate em barra, três tipos de caixas
de bombom sortidos, dois tipos de
coe­lhos e três marcas de pacotes de
bombom. Segundo o Procon, um
ovo de páscoa com 485 gramas, por
exemplo, podia ser encontrado por
R$ 45,90 em um estabelecimento e
por R$ 59,98 em outro, uma diferença de R$ 14,08.
Para alavancar o consumo, a
produção tem que acompanhar o
ritmo. Segundo Alexandre, a Chocopp derreteu neste ano quatro toneladas para a Páscoa. Mas a média
mensal é de 500 quilos. Por ano, são
aproximadamente 12 toneladas. Ele
revela que, devido ao momento de
recessão da economia, as expectativas de vendas foram baixas. “Calculamos ter vendido 5% a mais que no
ano passado. O produto que não se
vende é prejuí­zo certo. É melhor nos
mantermos cautelosos para não haver retorno de mercadoria. Daí o prejuízo é certo”, explica.
Cynthia Andreia Brandt Fachini,
proprietária da Brandt Chocolates,
concorda que o cenário econômico
atrapalhou os resultados. “Nos outros anos, não passamos por essa
instabilidade. Embora nossa produção tenha aumentado 30% em relação ao ano passado, ficamos apreensivos”, reconhece.
Já Dorotea Kasten, responsável
pela Doce Beijo Chocolataria, faz
uma análise mais otimista: “É nesse
período que a nossa produção triplica em relação aos outros meses do
ano. Em épocas de crise, as pessoas
investem em pequenos prazeres,
quando grandes viagens ou em-
48
Inaugurada há quatro anos, a loja da Brandt é voltada
para a produção de trufas caseiras e presentes
preendimentos não são possíveis. E
todos nós precisamos de alegrias e
esperança. O chocolate proporciona
essas sensações de bem-estar, satisfação e euforia”, declara.
As três empresas trabalham basicamente com o chocolate artesanal e utilizam equipamentos específicos para a fabricação. Na Chocopp,
destacam-se três linhas especiais: a
diet, para quem precisa controlar a
ingestão de açúcar; o chocolate sereno, feito com leite de soja, para quem
tem intolerância à lactose ou ao
glúten; e o chocolate meio amargo.
Na Brandt, o chocolate com 70% de
cacau chama atenção dos clientes.
“Fabricamos o ano inteiro e sai muito bem. Agora, trouxemos em forma
de ovo e acrescentamos a castanha
na receita. As caixinhas personalizadas também são uma opção bastante procurada”, conta Cynthia. Na
Doce Beijo, além da linha tradicional,
durante o ano é trabalhada a linha
Comemore, voltada para eventos, e
a linha empresarial, dirigida a ambientes corporativos.
CINCO CURIOSIDADES
SOBRE CHOCOLATE
l No dia 26 de março, é comemorado
o Dia do Cacau, principal matéria-prima do chocolate. A Costa do Marfim
é responsável por 32% da produção
mundial do fruto.
l A maior barra de chocolate do mundo foi feita na Armênia e tinha 4,4 quilos.
l Em 1847, a empresa J. S. Fry & Sons
criou a primeira barra de chocolate da
história. Eles foram os responsáveis
pela técnica de misturar pó de cacau,
açúcar e manteiga de cacau derretida,
formando uma mistura consistente
capaz de se solidificar.
l No século 16, o chocolate era recomendado em várias partes da Europa
como remédio para curar febres e dores de estômago.
l Ao contrário do que se diz, chocolate
não causa ou agrava a acne.
Localizada no bairro Iririú, a fábrica da Chocopp
funciona na antiga casa dos proprietários da empresa
Histórias de tradição
Se na literatura Willy Wonka desenvolveu sua obsessão por doces por
causa do pai dentista, que não o deixava chegar perto de qualquer
coisa contendo açúcar, fora dos livros a história é diferente, remetendo a bons casos de empreendedorismo. “A Doce Beijo começou em
1989, como uma bombonière. Na época, não fabricávamos nossos
produtos, começamos anos mais tarde. Resolvi me aperfeiçoar com
cursos em São Paulo e, depois, na Alemanha, Bélgica e Suíça”, lembra
Dorotea Kasten.
Em 1991, foi fundada a Chocopp. “A empresa foi uma iniciativa do
meu falecido pai e da minha mãe, que continua trabalhando conosco.
Começamos no quintal de casa como complemento à renda da família. O negócio foi evoluindo, crescendo”, relata Alexandre Copp. Hoje,
a empresa tem 12 funcionários fixos. A loja atende três públicos-alvo:
o turista, as pessoas que querem comprar presentes e o consumidor
ávido por chocolate.
Já em 1995, surgiu a Brandt, fornecendo drageados – amendoim,
uva passa, banana passa e outros confeitos cobertos por chocolate – para redes de supermercados da região. Quatro anos atrás, os
proprietários deram um passo importante e abriram a primeira loja,
como relata Cynthia Fachini: “Encontramos esse espaço próximo da
fábrica e resolvemos arriscar. Aqui, temos a parte de presentes e a do
café, com cucas e deque para os clientes relaxarem. Somos 15 pessoas
trabalhando. Todas as drágeas são feitas em maquinários, mas as trufas são manuais. Tudo bem caseiro”.
49 revista
O SEGREDO DO BOM CHOCOLATE
“Amor e carinho. O chocolate
é complicado de trabalhar e,
se você não tiver vontade de
fazer, não vai ficar bom”
Cynthia Andreia Brandt Fachini
“O segredo é a matériaprima, muito amor na
produção, carinho na
apresentação e alegria no
atendimento”
Dorotea Kasten
“O melhor chocolate é
aquele feito com carinho e
com as melhores matériasprimas disponíveis”
Alexandre Copp
49
50
51
revista
51
Case
Unidade com 9 mil metros fabrica
mais de 500 tipos de produtos
DIVULGAÇÃO
Sonho e reinvenção
como guias para uma
história de sucesso
Em 20 anos de atuação, Víqua diversificou
a produção, avançando em novos nichos
de mercado com itens de qualidade
Letícia Caroline
“Tudo começa em um sonho, acreditando que seja possível realizá-lo.
Um bom planejamento deve ser
implementado com persistência
e boa capacidade de se reinventar
pelo caminho. Tudo isso feito com
prazer e alegria”. Assim Daniel
Cardozo Junior, diretor da Víqua,
indústria de plásticos com sede em
Joinville, define os segredos para
construir uma história consistente,
com reconhecimento entre clien-
52
tes, funcionários, fornecedores,
parceiros e comunidade. Reinvenção e inovação são palavras-chave
para a empresa que completou
duas décadas de fundação neste
ano e que abriu o negócio em 1995,
com o nome de DAC, focando-se no
segmento predial – não para o consumidor final, mas para os profissionais da construção civil.
O pontapé inicial do empreen­
dimento foi dado por Daniel Alberto Cardozo, atual presidente do
conselho. “Os desafios foram mui-
tos. Começamos com apenas dois
funcionários, sem saber o que enfrentaríamos. Meu pai e eu viemos
de uma formação técnica e tivemos
que aprender com nossos erros e
acertos, com esforço e determinação”, explica Daniel Cardozo Junior,
filho do fundador.
Para diversificar o negócio, em
2004, além dos produtos de irrigação e do registro monobloco, a
companhia passou a trabalhar com
torneiras de plástico ABS. Foi a primeira indústria brasileira a utilizar
o material reciclável, que é resistente a temperaturas extremas e pode
ser aplicado em vários processos.
A ideia era se fortalecer no ramo,
prezando pela beleza e pelo design
e, consequentemente, dialogando
melhor com o novo consumidor.
Foi assim que surgiu a nova marca:
Víqua. “As palavras vida e água sintetizavam a mensagem que queríamos passar. Por isso, incorporamos a
nova marca”, explica.
Com o foco cada vez mais voltado para a sustentabilidade, em
2011, outra mudança importante
ocorreu. Todas as torneiras passaram a ser produzidas com arejador. O sistema, que gera economia
de até 50% de água, promove uma
mistura de ar no fluxo da água, gerando um jato suave e sem respingos. Em tempos de crise hídrica,
esse é um dos principais diferenciais para a empresa. De acordo
com Daniel Cardozo Junior, apesar
de ser observada como amea­
ça
para o setor, a falta de água também pode ser analisada como
oportunidade, já que é preciso oferecer cada vez mais soluções que
usem o recurso natural de forma
inteligente, economizando ao máximo seu gasto.
Unidades
de negócios
facilitam
trabalho e
avanços no
mercado
Os números comprovam a história
de sucesso da empresa joinvilense. A marca está presente em mais
de 500 produtos das linhas de cozinha, banheiro, áreas de serviço,
jardim, materiais de construção e
irrigação. São 600 colaboradores
que atuam em uma área com 9
mil metros quadrados construídos. Cerca de 130 vendedores estão
espalhados pelo país para atender
a 12 mil clientes. “Hoje, temos o
reconhecimento do mercado e
nossos produtos estão se espalhando para lugares cada vez mais
distantes. Completar 20 anos de
empresa só nos faz querer evoluir
ainda mais: sempre olhando para
o futuro, buscando soluções inteligentes e sustentáveis”, reforça Daniel, que planeja um crescimento
de 15% para 2015.
A preparação para este aniversário começou em 2014, quando a
equipe resolveu adotar um novo
modelo de gestão, dividindo a
empresa em três unidades de negócio: Casa & Decoração (torneira
ABS, acessórios, linha jardim e, em
breve, novos produtos), Predial (registros, conexões, complementos)
e Irrigação (linha móvel, fixa, aspersores). As unidades são como
empresas independentes, com
gestor, receitas, despesas, investimentos e estratégias específicas.
Para Fernando Dantas, gerente de Irrigação, foi um período
de muito aprendizado, em que a
53
revista
Do alto, o fundador Daniel
Alberto Cardozo, seu filho Daniel,
hoje à frente do negócio, e o
parque fabril: “Sempre olhando
para o futuro e buscando
soluções sustentáveis”
equipe passou a se preocupar com
os resultados e não só com vendas. “Analisamos o que fizemos
de errado e procuramos soluções
assertivas. Em um ano, a Víqua
virou outra empresa, agora conseguimos obter um resultado mais
acessível”, afirma.
Já Ricardo Daniel Heitich, gerente das unidades Predial e Casa
& Decoração, também ressalta a
importância dos resultados, além
de destacar o compartilhamento
da gestão. “Neste ano, as unidades
serão trabalhadas mais no âmbito
estratégico, buscando entender e
gerar mais oportunidades de médio e longo prazo nos mercados
em que atuamos”, explica o gestor.
Para Daniel, com o mix de produtos variado, é preciso ter pessoas e
equipes de trabalho pensando em
cada linha de negócio de forma dirigida, com o objetivo de aprimorar as estratégias formuladas para
cada uma delas, acompanhando
as ações e, consequentemente, alcançando melhores resultados.
Entre as novidades de 2015,
estão a série de torneiras, constituídas pela união do metal ao
plástico ABS. São quatro linhas
que integram a série premium:
Somma, Monde, Une e Lungo; que
juntas somam 32 itens. A ideia,
com o metal, é trazer maior valorização ao visual dos produtos,
destinados a um público que preza pelo design diferenciado para
a decoração de seus lares. Além
disso, em abril, a Víqua avança no
ramo de chuveiros elétricos, oferecendo uma linha com três modelos de produtos: Ducha eletrônica
Max Comfort, Chuveiro Elétrico
Comfort 4T e Comfort 3T – este último com o maior espalhador do
mercado nesta categoria de produtos. Para a produção, foram contratados 40 novos funcionários.
Na visão do diretor, os desafios
deste ano serão ampliar e reter o
quadro de funcionários para atender às demandas, lançar produtos
inovadores e melhorar a relevância junto aos clientes.
53
Espaço Acij
ANDRÉ KOPSCH/DIVULGAÇÃO
Edição 2014, em maio, terá três palestrantes internacionais
EXPOGESTÃO
Caminhos para
obter bons resultados
Tendências, estratégia, criatividade e
inovação estão na pauta do congresso
Com foco no debate aprofundado sobre variados ângulos da gestão corporativa, a Expogestão chega ao 13º ano mais do que consolidada. Programada para 27 a 29 de maio, terá a presença de 13 palestrantes ilustres – três
internacionais. As apresentações buscam apontar caminhos para os líderes se prepararem em um cenário de supercompetição e diante de fortes
turbulências econômicas e políticas. Como explica o presidente da comissão organizadora, Adriano Borschein Silva, os temas serão distribuídos em
quatro eixos: cenários e tendências, estratégia, criatividade e inovação e
desenvolvimento de habilidades pessoais.
O eixo “desenvolvimento pessoal” vai abordar comportamento, habilidades e atitudes, explorando ética e valores, o controle das emoções, a disciplina, a negociação e a gestão de conflitos, todos combinados para a busca de um profissional mais centrado, orientado para alcançar melhores
resultados. Em “estratégia”, possibilidades de crescimento em tempos difíceis e as visões que o design e a criatividade podem agregar aos negócios.
54
“Inovação” promete mostrar como
criar e capitalizar um novo valor
para produtos e serviços já existentes. “Tendências e cenários” traz
para a plateia três assuntos que
estão na ordem do dia: o que existe
por trás do capitalismo consciente,
as questões relativas à energia e
visões sobre economia e negócios.
Em paralelo, como de hábito, serão
oferecidos mais de 30 workshops
gratuitos, distribuídos em três salas exclusivas.
O diretor de relacionamento
com o associado da Acij, André Chedid Daher, entende que a Expogestão é importante para unir os representantes do setor empresarial:
“Além do seminário, das palestras
e workshops, essa é uma boa oportunidade para nos encontrarmos,
trocarmos ideias e buscarmos melhores resultados”. Adriano Silva vai
na mesma linha: “A presença resulta em uma melhora na capacitação
profissional, de inovação e conhecimento. Isso representa um ganho
para as empresas e para Joinville”.
Realizado pela segunda vez no
Centro de Convenções da Expo­
ville, o congresso terá palestras na
quarta e quinta-feira, durante os
períodos da tarde e da noite, facilitando a agenda dos executivos
que desejam participar do evento, mas não podem se afastar por
completo de seus compromissos.
Já na sexta-feira haverá palestras
ao longo de todo o dia.
Outra atração é o ambiente da
Feira de Negócios e Relacionamentos, que deve reunir cerca de 50 expositores. Nesse espaço, a entrada é
gratuita e a expectativa é que 7 mil
pessoas visitem a exposição. Para o
acesso à Expogestão será mantido
o benefício da transferência de titularidade na credencial, permitindo que empresas ou participantes
compartilhem um mesmo passaporte de acesso.
CONHEÇA ALGUNS PALESTRANTES
Monja Coen Sensei
A primeira mulher e pessoa de origem não japonesa
a presidir a Federação das Sitas Budistas do Brasil vai
ministrar a palestra “Mente e emoções controladas,
resultados ilimitados”, que tem como objetivo mostrar a meditação como modo de ensinar os colaboradores a controlar suas emoções – em vez de se deixar
controlar por elas – e a expandir exponencialmente
suas capacidades. O resultado: pessoas que alcançam o bem-estar, mais realizadas, mais produtivas e criativas, equipes mais
azeitadas, mentes mais abertas a ouvir, refletir e aprender, e profissionais
que lidam melhor com o presente e o futuro.
Royce Gracie
Disciplina acima da média para resultados fora de
série. Esse será o tema abordado pelo atleta profissional de artes marciais, tricampeão mundial
de UFC e o maior embaixador mundial do jiu-jitsu,
Royce Gracie, na Expogestão 2015. As conquistas de
Gracie o credenciam a inspirar a audiência para a
importância da disciplina na formação do indivíduo
e do alcance de resultados em sua jornada.
Bruce Nussbaum
Cientista político pelo Brooklyn College, com mestrado pela Michigan University, Bruce Nussbaum estará
pela primeira vez no Brasil e fará a palestra “Inteligência criativa – novas possibilidades de criar, conectar e
inspirar”. Nussbaum uniu ingredientes de diversas
disciplinas para chegar à receita da inteligência criativa, um antídoto às incertezas e à complexidade que
afetam empresas, instituições e cada um de nós. Em
sua apresentação, mostrará como essa nova forma de entender e agir sobre
o mundo franqueia um amplo leque de possibilidades, desenhando os negócios para oferecer mais e melhor.
Fernando Fernandez
Presidente da Unilever, Fernando Fernandez apresentará as boas práticas da empresa no Brasil e no
mundo, além do plano de sustentabilidade da organização. Entre os propósitos estabelecidos pela
Unilever, consta reduzir pela metade a pegada ambiental dos produtos, ajudar as pessoas a melhorar
a saúde e o bem-estar e obter 100% das matérias-primas agrícolas de forma sustentável, melhorando
as condições de vida das pessoas envolvidas na cadeia de valor.
55
revista
PROGRAMAÇÃO
27 de maio
15h Clóvis de Barros Filho
Palestra “A ética e os valores
como base da liderança
corporativa”
16h30 Manoel Zaroni Torres e
Harry Schmelzer Jr. “Cenários e
tendências – energia”
19h10 Royce Gracie
Palestra “Disciplina acima da
média, para resultados fora de
série”
28 de maio
14h Monja Coen Sensei
Palestra “Mente e emoções
controladas, resultados
ilimitados”
15h20 Paulo Vicente dos Santos
Palestra “Estratégias de
crescimento em cenários
turbulentos”
18h Fernando Fernandez e
André Kaufmann
“Capitalismo consciente”
29 de maio
8h John Shulman
Palestra “As regras de ouro da
gestão de conflitos”
10h Eduardo Freitag de Miras
“Cenários e tendências –
economia e negócios”
14h Hitendra Patel
Palestra “Inovação disruptiva
– criando valor onde ninguém
mais se atreve”
16h10 Bruce Nussbaum
Palestra “ Inteligência criativa
– novas possibilidades de criar,
conectar e inspirar”
55
DIVULGAÇÃO
POSSE DA NOVA DIRETORIA
Reserve na
sua agenda
Feira de serviços, paralela ao congresso, reúne expositores
EXPOGESTÃO
Estande é “embaixada” da Acij
Mais uma vez, a Acij marca presença na Expogestão e participa
com um estande institucional, em
conjunto com a Federação das Associações Empresariais de Santa
Catarina (Facisc), na feira paralela.
O objetivo é funcionar como um
suporte para o empresário, quase
como uma “embaixada” da entidade instalada dentro do evento,
garantindo apoio aos visitantes.
Toda a equipe da entidade vai atuar nesse espaço, promovendo a
aproximação com os empresários.
Além de apresentar serviços e produtos da casa, como o Utilcard e o
Boa Vista SCPC, o estande divulga
a Revista 21, que estreia novo projeto editorial em maio.
“Esperamos que o local seja
ponto de encontro entre diretores,
conselheiros e associados. A localização, junto à Facisc, garante a
passagem de lideranças de todo
o Estado”, ressalta Sheila Caset,
coor­denadora de eventos.
INFRAESTRUTURA
Pleito por melhores estradas
A bandeira da infraestrutura faz
parte do rol de prioridades da Acij,
atenta às demandas de interesse
público. Em mais uma ação com esse
propósito, o presidente João Martinelli apresentou ao governador Raimundo Colombo uma solicitação
para que as rodovias estaduais Hans
Dieter Schmidt e Edgard Nelson
Meister sejam duplicadas utilizando recursos do ICMS, amparadas
pelo convênio 85/2011. O encontro,
56
em março, também contou com a
presença do prefeito Udo Döhler e
do vice-presidente da associação,
Jaime Grasso. O convênio permitirá
que as empresas apliquem parcela
do ICMS em obras de infraestrutura
previamente autorizadas pelo Estado. Colombo prometeu dar prioridade à duplicação das duas rodovias,
por se tratar do principal caminho
de escoamento de toda a produção
industrial do Norte da cidade.
Está marcado para o dia 29 de junho o jantar de posse da nova diretoria da Acij e dos novos conselhos
superior, deliberativo, fiscal, dos
núcleos, das entidades patronais e
ainda dos presidentes do núcleos e
coordenadores do Gestão Compatilhada.
O evento será realizado na Sociedade Harmonia-Lyra. Pelo terceiro ano consecutivo, a entidade
dispõe de um mapa de localização
das mesas. Reserve sua adesão
com antecedência e tenha mais
opções para participar.
EVENTO
O papel da
mulher na
vida corporativa
Com o objetivo de fortalecer o papel e a contribuição da mulher no
desenvolvimento empresarial, o
Núcleo de Mulheres Empresárias
da Acij realizou no dia 8 de abril o 4º
Painel Mulheres de Sucesso – Conquistas e Desafios. O evento contou
com três palestrantes: Bianca Castellar de Faria, titular do 1º Registro
de Imóveis de Join­ville, Marilisa Boehm, ex-titular da Delegacia da Mulher de Joinville, e Tina Marcato, da
Otto House Lar & Patrimônio. Todas
compartilharam suas trajetórias
pessoais e profissionais. Segundo
Sônia Cunha, presidente do núcleo, o
painel buscou enfatizar a importância da capacitação das participantes
como profissionais e da troca de experiências e cases de sucesso.
SERVIÇO
Mais segurança
para os seus negócios
Desde 2013, a parceria entre a Acij
e a Boa Vista Serviços/SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito)
oferece soluções inteligentes para
decisões sustentáveis de crédito e
gestão de negócios, auxiliando empresas e consumidores. Com base
de dados que contém mais de 350
milhões de informações comerciais,
são registradas por dia 42 milhões
de transações de negócios. Por mês,
são 200 milhões de consultas.
Presente em todo o Brasil por
meio de escritórios, distribuidores,
representantes e mais de duas mil
entidades, a Boa Vista disponibiliza
serviços que ajudam a cuidar bem
do nome, prevenir contra fraudes
e usar o crédito de forma sustentável. É a única empresa que oferece
consulta gratuita pela internet (site
www.consumidorpositivo.com.br)
de débitos ou pendências financeiras registrados no banco de dados.
Também atua no mercado de segurança eletrônica de transações e
identificação, provendo serviços de
certificação digital.
Mais informações: www.boavistascpc.com.br ou 3461-3356
Inadimplência do consumidor cai 6,6% em fevereiro
A Boa Vista divulga mensalmente informações que retratam o comportamento do consumidor brasileiro. Dados relativos a fevereiro mostram que,
em todo o país, o índice de inadimplência caiu 6,6% na comparação com
janeiro. No acumulado em 12 meses (março de 2014 a fevereiro de 2015,
contra os 12 meses antecedentes), subiu 2,8%, mesmo percentual registrado em janeiro de 2015.
Na comparação interanual (fevereiro/2015 contra fevereiro/2014), o indicador apresentou elevação de 1,7%. No valor acumulado no primeiro bimestre de 2015, a inadimplência aumentou 3,3% frente ao mesmo período de
2014. O valor médio das dívidas incluídas em fevereiro foi de R$ 1.287,30.
120
116,3
103,6
100
95,9
97,5
80
60
40
20
0
FEV/14
57
revista
MAR
ABR
MAI
JUN
JUL
AGO
SET
OUT
NOV
DEZ
JAN/15
FEV
Como a Boa Vista
Serviços pode ajudar
você e sua empresa
PESSOA FÍSICA
l Acerto de contas
l Consulta CPF
l Cadastro positivo
l Consumidor positivo
l Carta de aviso de débito
l Certificado digital
l SOS cheque e
documentos roubados
l Educação financeira
l Guia SCPC
PESSOA JURÍDICA
l Soluções para empresa
l Prospecção
l Análise e concessão
l Prevenção à fraude
l Gerenciamento e
otimização
l Plataformas
l Cobrança
l Consulta CNPJ SCPC
l Certificado digital
l Informações de pessoas
físicas e jurídicas
l Consulta a cheques
l Consulta de veículos
l Informações para o
mercado imobiliário
57
DIVULGAÇÃO
CAPACITAÇÃO EMPRESARIAL
Agenda de 2015
disponível no site
Advogados Guillermo Wasserman e Robert West (da esq.)
trouxeram dados sobre a retomada da economia norte-americana
4º MEETING COMEX
Será que o gigante já despertou?
Em 2014, as exportações brasileiras
para os Estados Unidos cresceram
9,2% sobre o ano anterior, chegando
a US$ 27,144 bilhões. Os principais
produtos vendidos ao mercado norte-americano foram óleos brutos de
petróleo, produtos semimanufaturados de ferro e aço, aviões, motores
e turbinas para aviões e partes e café
em grão. Já em fevereiro deste ano, as
vendas de empresas brasileiras para
os EUA estavam na casa de US$ 3,8
bilhões. Visando estabelecer linhas
de ação conjuntas de cooperação, os
secretários de Comércio Exterior do
Brasil, Daniel Godinho, e dos Estados
Unidos, Kenneth Hyatt, assinaram
no dia 19 de março o Memorando Bilateral sobre Facilitação de Comércio.
A relação comercial entre os dois
países foi destaque na palestra “Estados Unidos – O gigante adormecido já despertou?”, que encerrou o
4º Meeting Comex, rea­lizado no dia
58
15 de abril. Além de apontar informações sobre como o empreendedor
brasileiro pode viabilizar seus negócios com o maior centro consumidor
do planeta, os advogados Guillermo
Wasserman e Robert West apresentaram dados sobre a retomada do
crescimento econômico com índices atualizados pelo governo norte-americano, comprovando a reação
do mercado após a crise de 2008.
Promovido pelo Núcleo de Negócios Internacionais da Acij, o evento
teve como objetivo fomentar a troca
de experiências entre aqueles que
atuam no comércio internacional.
“Em tempos de bonança ou turbulência, as condicionantes básicas
para um bom entendimento do que
está ocorrendo e do que está por vir,
nos vários meios onde as empresas
atuam, são atualização profissional
e networking”, aponta a presidente
do núcleo, Helena da Costa.
A qualificação é um dos principais
objetivos da Acij. Para que os interessados possam se planejar e
conferir as oportunidades disponíveis, está no ar a agenda de Capacitação Empresarial 2015, com
cursos, treinamentos, palestras
e workshops. A lista de todos os
eventos pode ser conferida no link
www.acij.com.br/agendas.
Como parte desse calendário,
foi realizada no dia 19 de março
a palestra “Novos rumos, novos
comportamentos”, com Pedro Luiz
Pereira, especialista em gestão de
empresas e desenvolvimento organizacional. Com entrada gratuita,
público de 180 pessoas ouviu do
palestrante uma exposição sobre
preocupações e frustrações, desalinhamento entre as aspirações das
pessoas e as práticas empresariais,
o novo papel do RH e das lideranças,
como fortalecer os líderes diante
dos novos desafios e como alinhar
comportamentos e resultados.
Segundo Pereira, para se tornar
um bom gestor de recursos humanos, o profissional deve se atualizar
constantemente, não apenas com
cursos, mas com leituras sobre diversos temas ligados à área, e deve
gostar de trabalhar em equipe, que é
o meio para se conhecer as especializações e necessidades dos profissionais para que cada um desenvolva a
aprendizagem balizada pelos interesses da empresa. Dentro do tema
“Qual é o novo papel do RH”, ele
compartilhou visões sobre a diferença entre um líder, que influencia as
pessoas, e um gestor, que administra
determinada área. O evento foi realização da Acij com o apoio da Eurho
Recursos Humanos e Grupo Abra.
59
revista
59
DIVULGAÇÃO
Instalações do Centro Viva Mais: tornar melhor a vida do idoso
FEITO EM JOINVILLE
Atenção voltada aos idosos
No Brasil, segundo o IBGE, os idosos representam 8,6% da população. Hoje, são mais de 20 milhões
de pessoas. Em 2025, esse número
deve avançar para 32 milhões, o
que sugere uma série de desafios
e novas oportunidades. “Ter um
governo preocupado com a questão da previdência social e a atenção à saúde, cidadãos com mais
consciên­cia de que a qualidade de
vida é, sim, um fator de peso para
desfrutar de maior longevidade e
um bom planejamento pessoal e
financeiro, para que essa fase seja
a merecedora colheita de frutos
plantados ao longo de uma vida
toda, são alguns desafios que ainda precisamos enfrentar”, ressalta
Ana Claudia Albuquerque, sócia-proprietária do Centro Dia Viva
Mais, de Joinville.
Buscando pesquisas, planejamento e foco, aliados à paixão em
trabalhar com a terceira idade e
tornar melhor a vida das pessoas
idosas, é que surgiu o projeto do
Centro. O conceito é semelhante
ao de uma creche infantil: o idoso
passa o dia aos cuidados de uma
equipe capacitada e retorna ao
60
convívio familiar ao final do período. Pioneiro em Joinville, o estabelecimento visa à qualidade
de vida do idoso, além de auxiliar
seus familiares. “Nossos passos
tímidos são pequenos diante da
imensa oportunidade da boa notícia que é viver em um país com
expectativa de vida mais longeva.
Faremos cada vez mais e melhor
nosso papel, lembrando que a terceira idade somos nós amanhã, e
precisamos estar cada vez mais
preparados para essa feliz realidade”, aponta Ana.
Entre os serviços disponíveis,
estão atendimento de longa permanência para mulheres, acompanhamento externo para consultas
e exames médicos, fisioterapia, hidroginástica e educação física, hortoterapia, sessão de cinema, tardes
dançantes (toda sexta-feira), além
de trâmites administrativos relacionados a planos de saúde.
www.centrovivamais.com.br
Rua Triângulo Mineiro, 57
Centro – Joinville
(47) 3278-7820 e 8877-0481
[email protected]
Distribuindo
cuidados
Quando você leva seu bichinho
ao veterinário ou ao pet shop, não
imagina a infinidade de produtos
disponíveis, de banho, perfumaria, alimentação e brinquedos. São
empresas como a Real Pet que fornecem essas opções para o bem-estar dos animais. Desde 1993, a
companhia atua no mercado de
distribuição de medicamentos veterinários, biológicos, alimentos
especiais para cães, gatos e produtos para controle de pragas, pós-colheita e doméstico.
Instalada em área para armazenamento de 1.200 metros quadra­
dos, a empresa tem 68 funcionários, frota própria e mais de três
mil clientes em Santa Catarina.
“Exploramos todos os segmentos
da saúde animal e ambiental. Oferecemos as melhores soluções com
a excelência dos nossos produtos”,
afirma Moacir José da Silva, coordenador administrativo. A Real Pet
é associada à Acij há mais de 10
anos. “Sempre recebemos os informativos, mas participamos pouco.
Deveríamos utilizar mais os benefícios disponíveis”, diz Moacir.
www.realpet.vet.br
Rua Carlos Willy Boehm, 471
Santo Antônio – Joinville
(47) 3427-2732
[email protected]
Delícias da panificadora ECatarina: privilégio em fazer parte da vida dos clientes
Com jeitinho de casa da avó
Imagine passar o dia cercado de pães,
tortas, cucas, salgados e outros quitutes. Essa é rotina dos funcionários
da Pães e Doces ECatarina. Fundado
em 2000 pela família Grabovski, o
estabelecimento é referência em
bom gosto, variedade e qualidade.
“Nossos colaboradores trabalham
buscando a satisfação dos clientes e
amigos. Cada um deles se sente privilegiado em fazer parte de um pedacinho da vida de cada pessoa que
passa por aqui”, conta Tassiana Grabovski, proprietária. Segundo Tassia-
61
revista
na, a ECatarina atende em média
1.500 clientes por dia, e os destaques
são a torta divina e a de morango. A
panificadora também oferece atendimento diferenciado para coffee-breaks e eventos. Ela afirma que o
diferencial do negócio é a tradição:
“Tudo é produzido internamente.
Usamos receitas de família de mais
de 30 anos. Em 2015, completamos 15
anos e abriremos ainda no primeiro
semestre um buffet de café. Um lugar aconchegante com jeitinho de
casa de vó”. Dentre as ações que a
levaram ao reconhecimento, está a
parceria com a Acij. “Nós nos associamos por ser a maior associação
empresarial de Joinville e região, pela
credibilidade, pela seriedade no trabalho desenvolvido e pelo apoio aos
empresários de forma sempre estratégica”, revela Tassiana.
www.ecatarina.com.br
Rua Otto Boehm, 856
América – Joinville
(47) 3433-8045
[email protected]
61
POR QUE ACIJ
Onde estão os associados em Joinville
Confira no gráfico os bairros onde está situado o maior número de parceiros da entidade. A Zona Industrial
Norte é destaque entre as empresas do ramo industrial. O setor comercial está em grande parte presente no
América. Já o Centro reúne os prestadores de serviços.
Bairros de Joinville com a maior concentração de associados da Acij, divididos por setor
Indústria, na Zona Industrial Norte 39 empresas
Comércio, no América
48 empresas
Serviços, no Centro
168 empresas
Novos associados, até o final de março
AGT ACADEMIA DE MÚSICA
ÁGUIA CONSULTORIA IMOBILIÁRIA
AMBIVILLE ENGENHARIA AMBIENTAL
AMPLIFY CONSULTORIA
ANESSA DISTRIBUIDORA
ANGÉLICOS RESTAURANTE
ARGAVILLE DO BRASIL LTDA
ARTEFATOS DE CIMENTO SCHOLZ LTDA
ARTGRAV GRAVAÇÕES EM METAIS
B&M LOGÍSTICA INTERNACIONAL LTDA
BIO FARMÁCIA
BSP IMÓVEIS LTDA
CALTEC SOLUÇÕES INDUSTRIAIS
CASSOL & FILHOS
CENTRO DIA VIVA MAIS
CMN PUBLICIDADE
CONQUIST ODONTOLOGIA
CONSTRUTORA CASA VITA
CONSTRUTORA IRMÃOS KOCH
DOMUNDI COM. SERV. REFRIGERAÇÃO
DONATO SCHULZ REPRESENTAÇÃO COMERCIAL
DRAPS
DUNZER USINAGEM
ECOVILLE BRASIL
ECOVILLE PRODUTOS DE LIMPEZA
ECOVILLE PRODUTOS DE LIMPEZA
ERON VINICIUS AMORIM
ESTÚDIO BORA
EXITO IMÓVEIS
FARMÁCIA DOM GREGÓRIO
FARMÁCIA FORTE FARMA - ESCOLINHA
FARMÁCIA FORTE FARMA - UBATUBA
FARMÁCIA FORTE FARMA ITAUM
FARMÁCIA NOSSA SENHORA APARECIDA
GEMBA TRAINING
GIQ PLASTICOS
GOOD GLASS
GRUPO CEDEGI
H BROKERS NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS
HOBBY INFORMATICA
HSR ADVOCACIA E CONSULTORIA
HUMANUS SISTEMA DE GESTÃO DE RH
IDELI AMBIENTES PLANEJADOS
INCORPORADORA DELLA GIUSTINA
INNPAR EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS
62
47 34393203
47 34392002
47 30265885
47 99226273
41 30315448
47 34350072
47 34548632
47 34641183
47 34336664
47 21035555
47 34677847
47 31217070
47 34360718
47 34220094
47 32787820
47 30340626
47 31771100
47 30275622
47 96892885
47 30272705
47 34370650
47 84130573
47 92338930
47 34240912
47 30266668
47 34317335
47 32275400
47 96556515
47 30256442
47 34357797
47 34663855
47 34491337
47 34663855
47 34656436
41 30164884
47 34664460
47 34323110
47 30292730
47 96151155
47 34723260
47 30263737
47 38011752
47 30336699
47 30286141
47 30272570
INSTITUTO HOLOS
INTEGRAL MEDICINA DO TRABALHO
JOBCTRL
MAIRA ALVES VARIEDADES
MAR AZUL ALIMENTOS
MARCO ANTONIO SANTOS SCHETTERT
MERCADO JOINVILLENSE
MERCADO PAULA
MERCADO ZORSI
METEORA SHAWARMA GOURMET
MOOG ESCOLA DE MUSICA
NÁUTICA WS
NEUMITZ SOLUÇÕES CORPORATIVAS
NSA INDL E SANEAMENTO
OP S RESTAURANTE
OWC WORLD CONSULTING
PANIFICADORA MOINHO - FILIAL PETROPOLIS
PANIFICADORA MOINHO - MATRIZ
PAPPIRO PAPEIS ESPECIAIS
PEDRO MIGUEL DE ANDRADE
PERFIL SERVIÇOS ADMINISTRATIVOS
QUALIKADI ASSESSORIA TÉCNICA
RAFAELA CARDOSO DE SA
REVISTA PREMIER
RICARDO RUCKERT
RUBICON WINE E EMPORIUM
SALVADOS LATARIA
SANTOS E BON TALGE ADVOGADOS ASSOCIADOS
SAVE TIME VENDING MACHINES
STEFFEN & EFFTING CONTABILIDADE LTDA
STUDIO ALPHAVILLE
STYLUS PROCESSAMENTO DE DADOS
TAYPE
TORMEC USINAGEM
UNIQUE CONSULTORIA ADUANEIRA
UNIVERSO ENEAGRAMA
VIA ROMA PIZZAS E SUSHIS
VIA RÚSTICA MASSAS E PIZZAS
VIDRACARIA ABRAÃO
VITHORIA TERRAPLENAGEM
VTR SOLUÇÕES ELÉTRICAS
WCON CAPITAL
ACELERA DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL
DESPACHANTE SALLES
LEGADO SOLUÇÕES FINANCEIRAS
47 38048233
47 96889999
47 88190920
47 30333094
47 30431001
47 30285728
47 34367797
47 34342728
47 34265366
47 38013661
47 38043544
47 33619393
47 88121777
47 38043484
47 34654198
47 91470990
47 34660199
47 34660199
47 30261206
47 34227746
47 34730068
47 91901818
47 99094703
47 34392475
47 99952555
47 30254770
47 34650775
47 34324979
47 96168560
47 30274999
47 30287182
47 34650471
47 34679557
47 34379653
47 30252174
47 30254192
47 30280800
47 34355474
47 34261873
47 34337474
47 97675797
43 33388835
47 34222251
47 34259904
47 34324276
APM INCORPORADORA
APOIO LOGÍSTICA
RESTAURANTE E PASTELARIA MATTERELLO
PONTO ESTÚDIO DE CRIACÃO
CEPROTEC CENTRO DE ENSINO PROF E TÉCNICO
ARIANE CENTRO ESTÉTICO
CLÍNICA VITTACOR
CNCMOVE
AMENDOIM CANDY
M12 BLOCOS
CVF TRADING
REFRIGERAÇÃO MEIRA
DROGARIA DA FAMÍLIA
FARMÁCIA JOINVILLE - MASTER FARMA
CLINISER CENTRO DE ESTÉTICA E PODOLOGIA
EMPREGADOR RECURSOS HUMANOS
FARMÁCIA MORAIS
FARMÁCIA NOVA ESPERANÇA- MASTER FARMA
FARMÁCIA MORRO DO MEIO
DROGARIA PREÇO POPULAR
FARMÁCIA SANTA RITA - MASTER FARMA
FLENIK ADVOGADOS
GANS OXICORTE
INNOVA IMÓVEIS
DROGARIA SÃO MARCOS - MASTERFARMA
JL CALDEIRARIA
JMARCOS
STUDIO FISCAL UNIDADE JOINVILLE
KAY PACHA TECNOLOGIA (SOFTVILLE)
KMJ COBRANÇAS
LXB COMPANY
TOP REPRESENTAÇÕES
ELETRON ENGENHARIA ELÉTRICA
47 34334076
47 32044100
47 30439133
47 96245093
47 32781211
47 34226959
47 30292234
47 30261015
47 34327713
47 30430012
47 30277700
47 34263355
47 31219407
47 34720343
47 34549751
47 30295253
47 34735501
47 34372314
47 34292356
47 34228154
47 30253993
47 30293032
47 38021515
47 30291112
47 34296549
47 34352794
47 30271540
47 99333690
47 34317317
47 30287574
47 34338888
47 40095690
47 30273106
MECÂNICA MARCIO
TABIA NEGÓCIOS EMPRESARIAIS
ANNA LAVANDERIA
APRUMO ENGENHARIA
MEDITERRÂNEO SHAWARMA
SUPERMERCADO FLORIANI
MERCADO QUERUBIM
METALVILLE
BRUDERS PASTEIS E PANQUECAS
RESTAURANTE VIAPIANA
ODILON INFORMÁTICA
AUTO PREMIER
PANIFICADORA PRINCESA
PAVIMEC
POLLO FERRAMENTARIA
DREAM JOB
CEMITÉRIO PARQUE JARDIM DAS FLORES
PROJEVILLE
RANCHO DAS PIZZAS
RDA IMOBILIÁRIA
REINO DAS FLORES
RGC LAMINADOS
CONFEITARIA AMOR DE CAFÉ
POSTO RUDNICK
SMANIA RESTAURANTE
COTTON CANDY
SUPERA FOMENTO MERCANTIL
APOITEC DO BRASIL
V12 LOUNGE DE EVENTOS
VIKINE PÃES E DOCES
WORLD TOOLS
CONCEITTO UNIFORMES
YELO STAGE
47 34377679
47 99121331
47 34351924
47 34224223
47 30257824
47 34730057
47 34391531
47 34371028
47 30439244
47 34522100
47 34673004
47 30338111
47 30257005
47 34661867
47 30263181
47 34334500
47 34335040
47 30283680
47 34221977
47 30282828
47 30262833
47 34738507
47 34675816
47 34316013
47 38013591
47 38042477
47 30292801
47 34261951
47 30291212
47 30432522
47 30271106
47 38013561
47 34331233
DIVULGAÇÃO
NOVOS ASSOCIADOS TÊM ENCONTRO MARCADO
O Café da Manhã dos Novos Associados passa a ser realizado mensalmente. A edição de março deste evento,
que tem como objetivo dar boas-vindas aos novos associados, ocorreu no dia 27, no Salão Tigre. O presidente
da entidade, João Martinelli, e o diretor de relacionamento André Daher entregaram os certificados aos 28
participantes. Na ocasião, Martinelli afirmou que a Acij não busca a receita dos novos associados, mas sim,
empresas com os mesmos objetivos: melhorias em Joinville nas áreas da educação, mobilidade e saúde. “Ter
uma entidade forte que represente a coletividade é o que faz a Acij ser a maior associação empresarial do
Estado”, destacou. Para inspirar os novos participantes, Daher citou a sua trajetória dentro da casa, desde o
momento em que se associou, passando pela criação do núcleo jurídico, até chegar ao cargo de vice-diretor.
Ele também falou sobre os serviços que a Acij oferece.
63
revista
63
Ponto e contraponto
O impacto das
mudanças
previdenciárias
Mais uma vez, o ônus é das empresas
Helen Karina Azevedo
Sócia da Robert Advocacia e Consultoria, vice-presidente do Núcleo Jurídico da Acij e da Comissão de
Direito Empresarial da OAB/Joinville
A Medida Provisória nº 664/2014, publicada no Diá­rio
Oficial da União em 30 de dezembro de 2014, alterando a Lei 8.213/1991, acarreta significativas mudanças
para a concessão do auxílio-doença previdenciário e
também para o auxílio acidentário. O que se verifica é
que, por meio dela, acabou-se por realizar uma minirreforma previdenciária.
E, mais uma vez, impõe-se pesado ônus às empresas. Pela nova regra, a partir de 1º de março deste
ano, durante os primeiros 30 dias consecutivos ao do
afastamento do empregado por motivo de doença de
qualquer natureza ou de acidente de trabalho, caberá
à empresa pagar a sua remuneração integral. Aplica-se essa previsão para a concessão de aposentadoria
por invalidez. Vale lembrar que a regra anterior fixava
em 15 dias tal obrigação.
Explica-se: uma das características da previdência
social é a seletividade, por meio da qual o legislador
escolhe as contingências sociais que serão cobertas
pelo sistema de proteção social em face de suas pos-
64
sibilidades financeiras – neste caso, decidiu que os 30
primeiros dias de afastamento não seriam cobertos
pelo sistema de previdência.
Além das consequências financeiras, a medida
pode ser declarada inconstitucional, considerando
que qualquer medida provisória deve observar dois
requisitos: relevância e urgência. No caso, não se caracteriza o requisito da urgência (e quiçá da relevância). A edição da MP deveria ter percorrido o caminho
legislativo habitual, com ampla discussão no Congresso, objetivando debater as propostas de mudanças por meio da edição de lei e chamando a comunidade empresarial para o debate.
Por outro lado, essa alteração tem ao menos uma
consequência positiva para as empresas, relativa ao
direito de estabilidade provisória. Antes, a partir do
16º dia de afastamento, o empregado recebendo auxílio-doença previdenciária por acidente de trabalho
teria direito a estabilidade. O prazo agora começa a
contar a partir do 31º dia.
O que se percebe, com a publicação da presente
MP, é a busca do Estado em se desonerar das suas
obrigações perante os trabalhadores, de modo a rea­
linhar o caixa da Previdência, consequentemente
onerando a empresa, que, além de não ter o trabalhador na ativa, custeará os 30 primeiros dias de seu
afastamento.
ILUSTRAÇÃO: FÁBIO ABREU
Perdas e ganhos para quem?
Anemarie Dalchau
Economista, professora da Univille
e do Bom Jesus/Ielusc
Quando percorremos a história da Previdência Social no Brasil, percebemos que o órgão já passou por
inúmeras transformações – quer sejam de natureza
administrativa, quer de reorientação da estrutura de
custeio, de maneira a que o Estado assumisse mais
e mais responsabilidades. Para isso, logicamente, há
um preço que as empresas e os cidadãos pagam. E pagam bem.
Recentemente, houve alterações na concessão de
pensões, auxílio-saúde e seguro-desemprego com o
objetivo, segundo o governo, de corrigir distorções do
sistema. As mudanças ainda não foram devidamente
assimiladas pela sociedade, em particular quanto ao
seu impacto em possíveis aumentos de custos para
as empresas.
Entre essas alterações, o auxílio-doença é o que
mais deve pesar para o empresário, já que se amplia
de 15 para 30 dias sua responsabilidade no pagamento desse benefício. O governo defende as mudanças,
alegando que os afastamentos de até 30 dias são
65
revista
volumosos, e as empresas e a Previdência Social dividiam a responsabilidade, sendo os primeiros 15
dias pagos pelas empresas e depois custeados pela
Previdência. Segundo o ministro dessa pasta, “nosso
objetivo, em primeiro lugar, é dividir também a responsabilidade com as empresas pela quantidade de
trabalhadores afastados por muito tempo”.
O governo alega que o trabalhador, ao se ausentar
por longo período, está sujeito a perder seu vínculo
empregatício, já que a empresa, por sua vez, buscará
outro profissional para desempenhar as atividades
inerentes. Então o objetivo do governo com essas medidas é garantir empregos?
Segundo estimativas, as medidas adotadas gerarão uma economia para o governo de R$ 18 bilhões, ou
algo em torno de 17% de redução nas despesas mensais. Só a parte referente ao auxílio-doença representa mais de 22%, ou aproximadamente R$ 4 bilhões. E
somam-se a esses custos itens como FGTS, férias proporcionais e 13º.
Os custos, com certeza, deverão ser absorvidos
pelas empresas, e, em grande parte, inevitavelmente repassados aos preços dos produtos. Isso, por si só,
alimentará a inflação. E não é também objetivo do
governo conter a inflação? Então, há perdas e ganhos
para quem? A resposta é que não existe almoço grátis. Alguém sempre paga a conta.
65
Pressão de lá e de cá
Claudio Loetz
Colunista de economia do
jornal A Notícia, do grupo RBS
Quem disse que está tudo perdido? Alguns lampejos
de lógica e bom-senso persistem no Planalto. Um desses momentos de acerto ocorreu quando o ministro da
Fazenda, Joaquim Levy, propôs mudanças na concessão de benefícios como seguro-desemprego e pensão
por morte. Ninguém desconhece que são bilionários
os recursos federais despendidos para satisfazer necessidades impostas pelas leis relacionadas aos modelos adotados por décadas para atender essas e outras
demandas sociais coletivas.
Alguns, via lobby, conquistaram o direito de receber
pensão mensal, mesmo que em nada tenham contribuído para isso. Eram tempos antigos, com realidade
econômica distinta da atual. À época, a regra serviu para
contemplar interesses claramente definidos e politicamente articulados.
Outra ponta do novelo dos gastos públicos federais
excessivos começa a se desenrolar: o histórico direito
dos trabalhadores ao seguro-desemprego. Ao anunciar
a redução do período de fruição e de enquadramento,
66
o governo atirou no coração do movimento sindical, e
acertou em cheio, tendo em vista a situação atual e as
projeções. O texto legal antigo já não faz mais sentido
num mundo em que milhares (especialmente os jovens)
já nem querem ficar muito tempo nos empregos.
Os ganhos sem trabalhar, ainda que pareçam esmola, não o são. O dinheiro recebido do seguro permitia sombra e água fresca por meses. A lei, do século
passado, é ultrapassada. Feita numa época de início da
industrialização do país, agora serve para aumentar
drasticamente a informalidade.
O terceiro aspecto é o que mais impacta as empresas:
o aumento do tempo que elas têm de arcar com os custos de afastamento de trabalhadores em razão de acidentes. Os 30 dias exigidos por Levy (eram 15) irritaram
o empresariado. Compreensível. A conta recai sobre eles.
As três medidas, contempladas pela MP 664, publicada em 30 de dezembro de 2014 e em vigor desde
então, miram na contenção de gastos públicos. Dificilmente alguém dirá que o governo está errado, sendo
este um reclamo de duas décadas. Mas todos querem
empurrar a conta para o outro lado. Claro: tanto centrais sindicais, no caso da alteração do seguro-desemprego, quanto as federações empresariais de todos os
setores – no caso da mudança na regra previdenciária – continuam chiando. Ambos lutam por interesses
próprios. E farão pressão. É do capitalismo.
67
revista
67
Cabeceira
DIVULGAÇÃO
tradução ao espanhol. Confio no
trabalho deles. Estou muito feliz
com a repercussão do livro.
Do mercado catarinense
“A responsabilidade só aumenta, me sinto pressionado”
Entrevista Carlos Henrique Schroeder
“Sou um escritor
de minhas leituras”
Lançado por editora nacional, livro de
autor catarinense ganha versão na Espanha
Ana Ribas Diefenthaeler
A acidez da língua, o brilho da palavra e a estética do verbo. Carlos
Henrique Schroeder é um reconhecido autor catarinense que
começa a fazer sucesso também
lá fora. Seu romance mais recente, “As Fantasias Eletivas”, lançado
pela Record, já circula na Europa
pela Maresia Libros, da Espanha.
Grande a responsabilidade do
quase jaraguaense, nascido em
Trombudo Central, mas cosmopolita na verve e na alma, que se dedica a e-books, à função de editor,
à feira do livro de Jaraguá do Sul e
68
a uma série de outros fazeres literários. Aqui, para a Revista 21, algumas ideias do escritor.
Fantasias chegam à Espanha
Devo isso à minha agente literária, a Marianna Teixeira Soares,
diretora da MTS Agência de Autores, que apostou no meu trabalho
e resolveu investir nele, conversando com editores brasileiros
e estrangeiros, e assim fui parar
na Record e na Maresia Libros,
da Espanha. A responsabilidade aumenta a cada passo, e me
sinto cada vez mais pressionado,
sim, mas não me preocupo com a
Está em processo de profissionalização e adequação ao mercado
digital. Ainda somos um Estado
nanico em termos de produção
editorial, e não há articulação alguma no meio, é cada um para si
e o mercado contra todos. É preciso
que todos os vértices encarem a
profissionalização: o autor, o editor,
o agente, o livreiro, o produtor de
eventos. Enquanto isso, o Estado
será uma sombra do Rio Grande
do Sul, que tem um sistema literário que funciona perfeitamente.
Livro não anda na rua
Os eventos estão substituindo o
papel das bibliotecas públicas no
encontro do leitor com os livros e
os escritores em algumas regiões.
No Paraná, a biblioteca pública
funciona bem, mas em Santa Catarina é um caos. A verdade é que
o livro foi praticamente expulso da
vida pública, você não vê as pessoas lendo nas praças, nas ruas,
elas carregam qualquer coisa nas
mãos, menos livros. Diferente de
países como França ou Islândia. A
imagem do livro se desgastou a tal
ponto de precisar de campanhas
de incentivo à leitura no país. As
feiras e festivais são uma boa alternativa para esse desgaste.
Eu, por mim
Sempre soube que seria escritor.
E quando me descobri leitor compulsivo, que fazia seus próprios
gibis e rabiscava contos numa caderneta, percebi que o caminho
era aquele. E quando descobri
que era doido, tinha poucos amigos e seria sempre um solitário,
cultivando a solidão em um campo de algodão, tive a certeza.
Resenhas
Para entender a turma do Y
A Geração
Y no Trabalho
Nicole Lipkin e
April Perrymore
Campus, 2010
Pense em seu funcionário ou colega de trabalho da chamada “geração Y”. Que adjetivos você usaria
para descrevê-lo? O que mais o
impressiona ou o incomoda nessa
nova geração empresarial? Se você
quer descobrir como se pode atrair
e preparar a “geração Y” para o sucesso em questões de liderança e
trabalho em equipe, leia este livro.
As autoras convidam os leitores a
entender os jovens dessa geração e
por que eles são como são. Se você
estava acostumado à hierarquia e
lealdade das gerações anteriores,
e de repente percebe que para a
“geração Y” existem valores mais
atraen­tes, do tipo “sistema de recompensas mensais”, vai encontrar técnicas para entender a forma de pensar dessa turma.
Como as autoras apontam,
69 revista
Poesia que é uma
“moeda de ouro”
“as técnicas de coaching servirão
para que você fique mais informado, menos decepcionado e possa
treiná-los de modo a desenvolver
seu potencial, aproveitando seus
pontos fortes e minimizando seus
pontos fracos”. Em capítulos, estão
os fundamentos psicológicos da
“geração Y”, como se manifestam
no ambiente de trabalho, soluções
de coaching, além de histórias, sugestões e dicas.
Já nas primeiras páginas, há
um pequeno guia para consultar
durante a leitura ou enquanto estiver trabalhando com a geração Y,
reunindo termos utilizados no cotidiano deles, do tipo twitter, blog,
friendster, gchat, myspace, SMS
etc. Aposto que você vai ver a “geração Y” com outros olhos, além de
lhe dar bagagem para entender as
gerações que estão por vir, aprendendo a lidar com as pessoas e a
utilizar a seu favor as competências dessa geração.
Aos 18 anos de profissão, fui confrontada com um desafio no final
de 2014: trabalhar no Centro de
Convivência do Idoso de Joinville.
Para apropriar-me de mais conhecimento, comecei a buscar
literaturas com colegas. Para a
minha felicidade, encontrei uma
das maiores poetas e contistas
brasileiras, Cora Coralina. Ela teve
seu primeiro livro publicado com
76 anos e faleceu aos 96, deixando um legado para os amantes de
poe­sia e contos. “Vintém de Cobre”
é uma moeda de ouro que não sofre oscilações do mercado. De uma
riqueza com experiências humanas, sensibilidade e lirismo identificado com as fontes da vida.
Marilú Correa Ferreira, consultora na Apex Executive Search
Elisabete da Silva Dias,
pedagoga
Vintém de Cobre
Cora Coralina
Global Editora, 2007
69
Questionamentos sobre “normalidade”
Normose – a
Patologia da
Normalidade
Pierre Weil, JeanYves Leloup e
Roberto Crema
Editora Vozes
Numa época em que todos têm liberdade e conseguem se manifestar,
surgem os julgamentos e avaliações
do que é correto, do que é normal.
Querendo compreender mais sobre
o comportamento humano, não
somente por interesse pessoal, mas
profissional, já que trabalho com
gestão e crise de comunicação, li
“Normose – a Patologia da Normalidade”, de Pierre Weil, Jean-Yves Leloup e Roberto Crema.
O livro traz paralelos históricos
das mudanças da humanidade,
sejam evolucionárias ou revolucionárias. Os coautores provocam um
questionamento sobre o que é “normalidade”. Para uma pessoa como
eu, que desde pequena sempre
questionou o curso do rio, o livro foi
um prato cheio.
Muitas das atitudes que nos
incomodam porque não nos consideramos ajustados a elas, mas que
praticamos porque são ditadas pela
sociedade, podem ser consideradas
“normose”. Agimos de determinado
modo porque a sociedade dita as regras, mas não que elas sejam nossas
ou aceitas por nós.
Os autores explicam que, quando procuramos ser normais porque
todos se comportam de tal maneira,
isso passa a ser um comportamento
normótico. A obra é muito interessante. A vontade é transcrever aqui
o livro todo, mas como não é este o
propósito, melhor encerrar com um
trecho dele.
“A maior parte dos seres humanos, talvez por preguiça e comodidade, segue o exemplo da maioria.
Pertencer à minoria é tornar-se
vulnerável, expor-se à crítica. Por
comodismo, as pessoas seguem ou
repetem o que dizem os jornais; já
que está impresso, deve estar certo! Quantas pessoas aderem a uma
ideo­logia, religião ou partido político
só porque está na moda ou para serem bem vistos pelos demais?” Não
vale a leitura? Recomendo.
Sulamita Mendes, especialista
em comunicação organizacional e marketing, autora do
livro “As Sutilezas e o Óbvio da
Comunicação Organizacional”
Da humilhação à superação
Mentes Perigosas
nas Escolas –
Bullying
Ana Beatriz
Barbosa Silva
Editora Fontanar
A primeira vez que ouvi a expressão “bullying” foi em 2008, quando
havia acabado de me formar em
jornalismo e atuava como repórter
de jornal diário. Com uma rápida
pesquisa na internet, entendi que se
tratava de violência escolar – brincadeiras repletas de segundas intenções e crueldade. Naquele momento, foi com um choque que entendi
que também havia sido uma vítima
na minha adolescência. Resolvi ler
mais sobre o assunto e encontrei
este livro da doutora Ana Beatriz
Barbosa Silva. Foi o guia definitivo
70
para a produção da história em quadrinhos “A Menina Distraída”.
Confesso que tenho certo preconceito contra autores com título
de “doutores”. Temo encontrar uma
narrativa rebuscada, truncada e com
poderes de causar sonolência. Mas
não é isso que a doutora Ana Beatriz oferece. O livro começa levando
o leitor para lembranças antigas da
autora. Introduz um assunto tão pesado quanto o bullying com responsabilidade e empatia, destacando
as diferenças entre violência escolar
e brincadeiras corriqueiras. A “zoação” é aceita quando ninguém sai
machucado; e o bullying é a diversão
cruel às custas dos outros.
A obra conduz o leitor para conhecer detalhes desse cenário de
violência. Os personagens – agressores, vítimas e espectadores – ga-
nham carac­te­rísticas que podem ser
analisadas e identificadas no cotidiano. Além disso, faz a importante
constatação: o agressor, geralmente, foi vítima no passado e escolheu
agredir como forma de tentar superar seus machucados.
Um dos capítulos mais interessantes fala sobre o sucesso e reconhecimento dos que superaram o
bullying. Doutora Ana Beatriz chama de “excluídos resilientes” aqueles que conseguem transformar
suas histórias tristes em exemplo
de superação nas escolas, na cidade
e na comunidade em geral. Para ela,
“o exercício da gentileza, da generosidade e da tolerância é transformador na vida de qualquer um”.
Vanessa Bencz, jornalista e autora de “A Menina Distraída”
Top 5 Filmes sobre mulheres
Frida
BIOGRAFIA, 2002
DIRIGIDO POR JULIE TAYMOR
Frida Kahlo (Salma Hayek) foi um dos
principais nomes das artes no México.
Quando criança, contraiu poliomielite.
Mais tarde, sofreu um acidente e precisou fazer 35 cirurgias. Conceituada e aclamada como
pintora, teve um agitado casamento aberto com o
pintor Diego Rivera (Alfred Molina) e ainda um controverso caso com o político Leon Trostky (Geoffrey Rush),
além de várias outras mulheres.
Kill Bill
AÇÃO, DRAMA, SUSPENSE, 2004
DIRIGIDO POR QUENTIN TARANTINO
A perigosa assassina conhecida como
“Noiva” resolve abandonar o grupo liderado por Bill e se casar. No dia da cerimônia, seus antigos companheiros
chegam à igreja e promovem uma chacina. Após cinco
anos, ela acorda e, sedenta por vingança, vai atrás dos
principais responsáveis pelo ocorrido.
A Cor Púrpura
DRAMA, 1986
DIRIGIDO POR STEVEN SPIELBERG
Em uma pequena cidade da Georgia,
Celie (Whoopi Goldberg), de 14 anos, é
violentada pelo pai e se torna mãe de
duas crianças. Além de perder a capaci-
71
revista
dade de procriar, Celie é separada dos filhos e da irmã e
é doada a “Mister” (Danny Glover), que a trata simultaneamente como escrava e companheira. Celie fica muito solitária e compartilha sua tristeza em cartas.
As Horas
DRAMA, 2003
DIRIGIDO POR STEPHEN DALDRY
O filme acompanha a história, em
perío­dos diferentes, de três mulheres ligadas ao livro “Mrs. Dalloway”. Em 1923,
Virginia Woolf, autora do livro, enfrenta
uma crise de depressão e ideias de suicídio. Em 1949,
Laura Brown, uma dona de casa grávida que mora em
Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o
marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias
atuais, vive Clarissa Vaughn, uma editora de livros que
dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora
seu amante no passado e hoje está com Aids.
Thelma e Louise
COMÉDIA, DRAMA, SUSPENSE, 1991
DIRIGIDO POR RIDLEY SCOTT
Louise Sawyer (Susan Sarandon) é uma
garçonete quarentona e Thelma (Geena Davis), uma jovem dona de casa
maltratada pelo marido. Cansadas, elas
resolvem deixar tudo para trás e pegar a estrada. Durante a viagem, as duas se envolvem em um crime e
decidem fugir para o México, mas acabam sendo perseguidas pela polícia americana.
71
3 perguntas
Professor, fundador da Rede
de Ensino LFG e diretor-presidente do Instituto Avante
Brasil, o jurista Luiz Flávio
Gomes encara a delação premiada como realidade concreta no cenário da justiça
brasileira. A justiça criminal
negociada, praticada desde
1999 no país, não é novidade,
mas costumava ser limitada
a infrações de menor porte
ofensivo, punidas com até
dois anos de prisão. Apenas
em 2013, a delação premiada
foi inteiramente regulamentada, tornando-se a base da
justiça criminal negociada
nos moldes atuais. Em entrevista à Revista 21, o professor
Luiz Flávio Gomes explica
alguns aspectos deste novo
cenário judicial brasileiro.
72
1
2
3
DIVULGAÇÃO
Luiz
Flávio
Gomes
Como funciona a delação premiada e há que
casos pode ser aplicada no país?
Depois da regulamentação, com a Lei 12.850, de 2013, qualquer crime permite
a delação premiada no Brasil, basta que um dos participantes do esquema
possa delatar os demais. Esse processo rende provas ao Estado e oportuniza
“prêmios” ao delator. A revolução que estamos vendo na Operação Lava-Jato,
por exemplo, pode ocorrer no âmbito de qualquer crime no país, desde que
exista um delator. A delação premiada é aberta e tudo pode ser negociado.
Negocia-se a pena, o regime de pena, o benefício, e, em troca, o réu não só confessa o crime, como também indica provas ligadas aos demais participantes
do esquema. É um grande benefício ao delator, sim, mas o que o delator faz
é também beneficia o Estado. Uma troca na qual os dois acabam ganhando. Outra peculiaridade no Brasil é que o “prêmio” somente será recebido se
as provas colhidas confirmarem o que o réu falou. O juiz, na sentença final,
depois de analisar as provas, deve aferir a eficácia da delação. Quanto mais
eficaz, mais benefício o réu deve receber.
Qual é seria a principal vantagem da delação premiada?
Além da produção de provas e revelação de grandes esquemas criminosos,
a novidade é a recuperação de bens ao patrimônio público. A justiça criminal tradicional sempre teve dificuldade na reparação dos bens e agora está
recuperando milhões e milhões, sobretudo de contas bancárias na Suíça, do
dinheiro desviado dos cofres públicos.
Como a justiça negociada e a delação premiada podem contribuir para a
derrubada de esquemas de corrupção no país?
A delação premiada conduz para a comprovação de quem participou dos crimes. A certeza do crime é a única que pode ter eficácia preventiva e a delação
está sendo responsável para que a justiça possa ser encaminhada no sentido da certeza do castigo. Essa é a corrupção da alta cúpula. É o máximo da
criminalidade, a mais sofisticada, a mais alta e, como consequência, a mais
nefasta, pelos seus estragos em milhões. A delação rompe uma regra clássica
nessa criminalidade dos altos escalões: o código do silêncio.
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revista
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