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CFPAS
Centro de Formação
Profissional de Água
e Saneamento
BOLETIM INFORMATIVO
PROJECTO NICHE/MOZ/135
Distribuição Gratuita | Abril 2016 | Edição Especial
EDITORIAL
A alavanca do CFPAS
O NICHE/MOZ/135 é um projecto que está a ser implementado, desde 2012 e com o seu
término previsto para 2016. As acções por si desenvolvidas visam revolucionar o CFPAS, uma
vez que contemplam, por via da capacitação institucional, pilares fundamentais para o desenvolvimento de uma organização, designadamente técnicos qualificados (com a inclusão da
componente género) e equipamentos modernos disponíveis para responder à demanda da
formação, nos sectores de Água e Saneamento e de Gestão de Recursos Hídricos.
Efectivamente, graças ao projecto supramencionado, técnicos do CFPAS beneficiaram-se
de formação a nível superior (incluindo pós graduações) bem como de capacitações de curta
duração, nomeadamente de desenvolvimento curricular, pedagogia, módulos, género, Inglês,
Irrigação e Drenagem, Hidrometria, Gestão de Perdas e Saneamento, para além de seminários
para o levantamento de necessidades de formação, estabelecimento de parcerias e integração
de género nas actividades da instituição. Paralelamente, há a destacar o apetrechamento da
biblioteca com livros actualizados sobre água, saneamento e gestão de recursos hídricos, em
português, importantes não só para o CFPAS como para o país.
Na componente tecnológica, já se fez os concursos para a aquisição de equipamentos e,
quando o projecto terminar, os laboratórios e as oficinas estarão apetrechados com equipamentos modernos.
Em suma, estão lançadas as bases para o CFPAS consolidar-se como um Centro Nacional de
Formação de Referência, nas áreas de Água, Saneamento e Gestão de Recursos Hídricos com
uma perspectiva de género.
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Essência e duração do
projecto Niche
O
Centro de Formação Profissional de
Água e Saneamento (CFPAS) está a
implementar o projecto NICHE/MOZ/135,
financiado pelo NICHE (Iniciativa Holandesa
para o Desenvolvimento de Capacidades no
Ensino Superior – (Netherlands Initiative for
Capacity Development in Higher Education). O
objectivo geral do projecto é contribuir para a
melhoria da gestão, serviços e infraestruturas
, nos sectores de Água e Saneamento e de
Recursos Hídricos, através do fortalecimento da capacidade do CFPAS em providenciar
profissionais, homens e mulheres, aptos a responder ao crescimento da demanda por staff
qualificado e especializado. Os objectivos específicos do projecto são, por um lado, tornar
o CFPAS um Centro Nacional de Formação e
Educação de Referência, nas áreas de Água,
Saneamento e Gestão de Recursos Hídricos
com uma perspectiva de género e, por outro
lado, disponibilizar graduados e serviços que
respondem às necessidades de Mercado.
O projecto NICHE/MOZ/135, com a duração de 4 anos, iniciou em 1 de outubro de
2012, na sua fase preparatória, que terminou
a 31 de março de 2013. A fase de implementação foi iniciada em 1 de abril de 2013 e
termina em 30 de setembro de 2016. O projecto está a ser implementado pelo CFPAS e
um Consórcio constituído pela ASKNET, SALOMON, VITENS-Evides International (VEI), liderado pelo CINOP.
Etapas do projecto
Num primeiro momento, avaliou-se os pontos fortes e fracos, nos níveis interno e externo,
do ponto de vista organizacional e académico.
De seguida, analisou-se a posição actual da
organização, no mercado , incluindo o género. A Terceira etapa foi o desenvolvimento de
um documento base para 4 anos, contemplando as áreas organizacional, de metodologias
pedagógicas e didácticas, desenvolvimento
curricular, programação de formação de técnicos e professores e de materiais e equipamentos. Para a implementação de cada uma destas
áreas, foi desenvolvido um Plano de Negócios, que recomenda um estudo de viabilidade
sobre a pertinência da existência dos núcleos
de formação da Beira e Nampula.
Relativamente a eventos, há a salientar a
realização de seminários, capacitações e uma
avaliação de meio termo. Vejamos caso a
caso:
SEMINÁRIOS
Seminário internacional com
stakeholders e parceiros
Nos dias 28 e 29 de Maio e 2015, teve
lugar um seminário internacional para o levantamento de necessidades de formação e
estabelecimento de parcerias e de cooperação
mútua, com a participação de instituições nacionais (Instituto Industrial de Maputo; Direcção Provincial de Obras Públicas, Habitação
e Recursos Hidricos de Maputo; Universidades
Eduardo Mondlane, Pedagógica e Politécnica;
Direcção Nacional do Abastecimento de Água
e Saneamento (DNAAS); Conselho Municipal
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de Maputo; Instituto Médio do Ambiente e
Planeamento Físico, entre outras), alguns estudantes e recém graduados do CFPAS e ainda
organizações internacionais (CINOP e Develepment Workshop de Angola). O workshop resultou no seguinte:
• Projecto NICHE/Moz/135 divulgado,
junto dos parceiros;
• Identificadas lacunas susceptíveis de
ser preenchidas pelo CFPAS;
• Identificadas outras potenciais fontes
de financiamento para o projecto;
• Recolhidos inputs para o refinamento
e aperfeiçoamento dos produtos do
CFPAS (cursos, formações e outros
produtos);
• Criadas todas as condições para o
CFPAS melhorar o seu posicionamento no actual Mercado de água e saneamento e formação técnico-profissional, em geral;
• Recolhidas dicas para o alinhamento
dos programas do CFPAS aos desenvolvimentos em curso, no país;
• Exploradas as possibilidades de expansão do CFPAS, a nível nacional e
internacional;
• Identificadas possibilidades de partilha de recursos, ao nível nacional e
internacional.
Seminário internacional com stakeholders e parceiros
A voz dos participantes no seminário
Ouvida pela nossa reportagem, Amida Elisabete Estiva, graduada do curso de GORH1,
afirmou que o seminário possibilitou o levantamento das necessidades do Mercado e a busca
de parcerias para se dar resposta às necessidades dos estudantes , em termos de qualidade
de ensino (conteúdos, metodologia e abordagem de aulas práticas). Mais adiante, Amida
referiu que as dicas que os alunos e parceiros
deram vão ajudar na melhoria da qualidade
de ensino, pois os finalistas terão mais locais
para fazer estágios e práticas. “ Com o seminário, o centro vai prestar melhores serviços e
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Gestão Operacional de Recursos Hídricos
contribuir para a melhoria do abastecimento
de água, no país” disse, a terminar.
Por seu turno, Egino Francisco, representante da Helvetas, defendeu que o seminário foi
bom, pois foram debatidos vários temas que
vão ajudar o CFPAS a desenhar e actualizar
cursos importantes para dar resposta às necessidades do Sector de Água e Saneamento.
De acordo com Egino, o evento trouxe muitas dicas para a modernização dos pacotes
de formação oferecidos pelo CFPAS, uma vez
que foram evocados aspectos de academia e
sociais, uma tendência actual nos pacotes de
formação, como forma de contribuição das
instituições de ensino no desenvolvimento do
país. Prosseguindo com a sua alocução, mani-
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festando uma confiança redobrada no CFPAS,
atirou: “ Somos parceiros, mas pretendemos
trabalhar muito mais na área de capacitação
de técnicos que implementam as actividades
dos nossos programas, porque reconhecemos
que os cursos ministrados pelo CFPAS respondem às necessidades do sector”.
Seminário para a elaboração do
Plano de Negócios
O seminário para a elaboração do plano
de negócios da instituição foi realizado em
abril de 2014, com a participação de técnicos
da instituição, e consistiu no diagnóstico, avaliação e programação de ideias e acções para
melhorar o desempenho e para desenvolver a
capacidade do CFPAS. O exercício visou projectar o futuro da instituição.
Seminário de Incubação de Negócios e Empreendedorismo
Representante do GAPI intervindo durante o seminário
Outro seminário efectuado foi o de Incubação de Negócios e Empreendedorismo,
cujo objectivo era dotar os graduados de
habilidades para elaborarem projectos e serem empreendedores, bem como estabelecer
parcerias com instituições de crédito para o financiamento de projectos de Negócio. Neste
contexto, participaram no evento instituições
de crédito, cujos representantes fizeram apresentações elucidativas sobre as condições necessárias para a aprovação de projectos. Paralelamente, o CFPAS percebeu a necessidade
de incluir conteúdos relacionados com a ela-
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boração de Planos de Negócios nos currículos
dos cursos. O seminário resultou na abertura
dos parceiros em trabalhar com o CFPAS na
elevação do nível de prestação de serviços da
nossa instituição.
Convidados felizes com o impacto do evento
Para medir o impacto do evento, começamos por ouvir Filomena Francisco, Professora,
no CFPAS, que avaliou o seminário de incubação de negócios como sendo importante
para os graduados que estão a desenvolver
projectos de negócios, uma vez que estiveram
lá instituições de crédito potenciais que, com
as suas apresentações, clarificaram aos futuros empreendedores, as condições necessárias para a obtenção do crédito para os seus
projectos, nomeadamente a necessidade de
se elaborar projectos assessorados por especialistas, para se conseguir a sua aprovação.
Por outro lado, segundo a nossa interlocutora, para o CFPAS, foi uma oportunidade para
alavancar a sua imagem, fazer marketing, estabelecer parcerias inteligentes e, sobretudo,
mostrar que pode, no futuro, funcionar como
uma incubadora de negócios e contribuir para
a empregabilidade dos seus graduados. “Foi
uma iniciativa maravilhosa para os graduados
que querem implementar projectos”, concluiu
Filomena.
Do lado dos graduados, Onésia Remana
considerou que o seminário abriu as mentes
dos integrantes do grupo de graduadas que estava a elaborar o Plano de Negócios, do qual
ela faz parte. Prosseguindo, a nossa fonte reconheceu que o seu grupo aprendeu, a partir
das apresentações das instituições de crédito e
outras com experiência, na área de incubação
de negócios, as condições necessárias para
um plano de negócios ser aprovado.
Alinhando no mesmo diapasão, Celestina Mugabe, outra graduada e integrante do
grupo acima mencionado, realçou o facto de,
no âmbito da incubação de Negócios e com o
patrocínio do projecto, ter visitado a Estação
de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), na
cidade da Beira. “ Foi uma experiência única
para mim, pois nunca tinha visto a transformação de água suja em limpa e lá vi todo o processo que torna isso possível”, elogiou a nossa
fonte.
CURSOS NOVOS
No âmbito do projecto NICHE/MOZ/135 foram desenhados quatro cursos novos, nomeadamente o de Gestão de Perdas, Hidrometria, Irrigação e Drenagem e Saneamento (geral e para o desenvolvimento de
negócios). Leia, de seguida, o essencial de cada um dos cursos:
Técnicos do CFPAS numa sessão de Capacitação em Gestão de Perdas
Gestão de perdas
De acordo com Matias Bernardo, um dos
técnicos do CFPAS que beneficiou da formação
em Gestão de Perdas, resultante do projecto
NICHE/MOZ/135, o curso resultou na
aquisição de novos conhecimentos, pois antes
ouvia falar de perdas, mas não sabia distinguilas em perdas aparentes (invisíveis a olho nu),
comerciais e fisicas. Outro aspecto destacado
pelo nosso interlocutor é que, a partir da
aprendizagem proporcionada pelo Curso de
Perdas, passou a saber que, através da criação
de Zonas de Medição e Controlo (ZMC),
pode-se detectar perdas, mesmo não sendo
visíveis. Mostrando ter aprendido, de facto,
Matias explicou que a detecção de perdas fazse medindo a quantidade de água que entra
para ser consumida e, no fim , a partir da
facturação, pode-se saber se dentro do ZMC
há ou não perdas, efectuando-se a subtracção
entre a quantidade de água que entrou e a que
foi consumida. Adicionalmente, a nossa fonte
realçou que, durante o treinamento, aprendeu
técnicas de cálculos para determinar as perdas.
CFPAS capacitou técnicos do
FIPAG Região Norte
A terminar, Matias Bernardo revelou que,
após a formação recebida pelos seus técnicos,
em Gestão de Perdas , o CFPAS, em parceria
com a VITENS, replicou a mesma formação
aos técnicos do FIPAG Região Norte, em Nampula, a qual foi bem sucedida, uma vez que
estes passaram a conhecer novas ferramentas
e técnicas de prevenção e combate às perdas
de água.
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As perdas no FIPAG Região Norte
reduziram…
Com o intuito de nos inteirarmos do impacto do curso de Gestão de Perdas ministrado
pela nossa instituição, ouvimos a reacção de
dois técnicos do FIPAG Nampula. Começamos por conversar com Cecília Patine, técnica
ambiental, que considerou o curso bom, uma
vez que os participantes conciliaram a teoria
com a prática. De acordo com a nossa fonte,
as perdas reduziram porque, graças ao curso,
“passamos a efectuar o combate às perdas de
forma sistematizada, na base de uma melhor
planificação e estruturação/organização das
equipas que realizam o trabalho”, clarificou.
Para Quitenge Ramadane, coordenador da
secção de Perdas do FIPAG Nampula, o curso
foi importante, uma vez que envolveu técnicos,
desde o topo até a base, o que vai ajudar no
combate às perdas, já que o topo já percebe
melhor, quando a base (secção de perdas) solicita algo. De acordo com o nosso interlocutor,
o curso mostrou que o combate às perdas fazse na base de um estudo científico, por zona,
que consiste na contagem dos clientes de uma
dada zona e no controlo do consumo de água,
através da válvula e do contador. “ As perdas
estão a reduzir drasticamente, graças à formação em Gestão de Perdas ministrada pelo
CFPAS “ disse, a encerrar a sua intervenção.
Hidrometria
O curso de Hidrometria, que decorreu de
19 a 24 de Outubro de 2015, no qual participaram 5 técnicos da instituição e 2 recémgraduados do curso de GORH, visou capacitar
os nossos técnicos para facilitarem conteúdos
ligados à hidrometria, nos cursos de curta duração. Na ocasião, os formandos aprenderam
os processos de instalação de uma estação hidroclimatológica, de manutenção de estações
hidroclimatológicas, de reposição de equipamentos hidroclimatológicos (escalas hidrométricas e pluviométricas) e de tratamento de dados hidroclimatológicos. Paralelamente, foram
ministradas aulas práticas, na estação hidrométrica da Moamba, instalada no rio Incomáti,
onde os formandos simularam, por exemplo,
matérias como nivelamento de escalas hidrométricas, medições de caudal e medições de
precipitação.
No final da formação, a reportagem desta publicação conversou com alguns graduados que beneficiaram de algumas acções do
projecto, no âmbito da sua preparação para
enfrentar o Mercado de Emprego. Neste contexto, Delcídio Changule, recém-graduado do
curso de GORH considera que o curso de Hidrometria elevou o seu nível de conhecimento técnico e agora está apto a construir uma
estação hidrométrica, fazendo todos estudos
necessários no local da sua construção. “ Posso medir caudais dos rios, fazer instalações de
medidores de precipitação e efectuar o balanço hídrico de uma albufeira”, elucidou Delcídio.
Ecos da Capacitação
Técnicos do CFPAS e recém graduados do curso de GORH em capacitação sobre
Hidrometria
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Por sua vez, Arcina Nhavoto, recém-graduada do curso de GORH,
considerou a formação em hidrometria uma mais valia, pois agora sentese gestora de Recursos Hídricos, capaz
de desempenhar as suas funções com
zelo e profissionalismo, uma vez que
Já sabe montar escalas, fazer medições no rio, através de instrumentos
próprios, e determinar em que mês haverá cheias. “Agora conheço os procedimentos para persuadir a população,
em caso de cheias, a deslocar-se para
zonas seguras”, rematou Arcina.
Irrigação e Drenagem
Formandos numa aula prática de irrigação e drenagem
O curso de formação de formadores em
Irrigação e Drenagem decorreu, de 19 a 23
de outubro de 2015, no distrito do Chókwè,
com a participação de 5 técnicos do CFPAS.
A capacitação dotou os profissionais de habilidades para intervir, selectivamente, nas diferentes áreas de concepção, implementação e
gestão dos sistemas de rega e drenagem relacionados com a produção agrária. Trata-se
de uma nova área que o CFPAS abraça, que
não é tradicional, e enquadra-se nas metas de
desenvolvimento sustentável.
O que disseram os formandos?
Para nos certificarmos da importância do
curso, conversamos com Felícia Johane e Tomás Maibaze, dois técnicos do CFPAS que
foram unânimes em considerar a formação
muito boa, por terem adquirido conhecimentos teóricos e práticos sobre Irrigação e Drena-
gem, com destaque para os tipos de drenagem
e de irrigação, a adequação de cada tipo de
irrrigação ao tipo de cultura e ainda sobre as
escalas que medem o nível da água do rio.”
Podemos ministrar este curso sem problemas”,
desafiaram os nossos interlocutores.
Saneamento
O Curso de Saneamento está dividido em
duas componentes: uma que tem a ver com o
saneamento geral e a outra com a componente do negócio, que dota os alunos de conhecimentos sobre o procedimentos para a criação
de associações/cooperativas de saneamento
vocacionadas para a venda de lages, manilhas
e prestação de serviços de participação e Educação Comunitária.
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Avaliação de Meio Termo do
Projecto NICHE/MOZ/135
Consultores reunidos com técnicos do CFPAS, no âmbito da Avaliação do Meio Termo do Projecto Niche
Na perspectiva de assegurar que sejam feitos progressos suficientes, de modo a alcançar-se os objectivos do projecto, dois consultores independentes efectuaram uma Avaliação
de Meio Termo do projecto. A avaliação incidiu em temas como as bolsas atribuidas aos
técnicos, critérios de atribuição e relevância
da formação, o desenvolvimento curricular e
as modalidades e modelos dos cursos a serem
ministrados pelo CFPAS. Quanto à monitoria,
a equipa de consultores orientou a nossa instituição, relativamente à importância do acompanhamento dos seus graduados, após a formação.
Outro ponto relevante da avaliação foi a
análise do ponto de situação da implementação do projecto, em termos de apetrechamento das infraestruturas do Centro, no que diz
respeito a equipamentos e materiais.
Finalmente, os consultores promoveram um
debate sobre o papel e posicionamento que o
CFPAS deve ter no sector de Águas, no país,
em função do cenário do Mercado.
A avaliação foi importante, pois permitiu a
visualização do estágio do projecto, em fun8
ção das actividades programadas, e clarificou
o que deve ser feito, para que o projecto seja
bem sucedido.
Impacto do NICHE
O NICHE/MOZ/135 representa uma alavanca para a imagem e desempenho do
CFPAS, por isso era pertinente ouvir a opinião
dos seus beneficiários sobre o valor do projecto. Neste prisma, na visão de Ernesto Comé,
chefe do Gabinete de Estudos e Projectos (GEP)
do CFPAS, o projecto NICHE apareceu numa
altura em que o Centro precisava de uma mão
para colocar em prática, designadamente a
capacitação institucional. Neste âmbito, o deponente enalteceu a formação de oito (8) técnicos e o desenho de 4 novos cursos, nomeadamente de Hidrometria, Gestão de Perdas ,
Saneamento (geral e de negócios) e Irrigação
e Drenagem, o que representa uma mais valia
para a nossa instituição. Mais adiante, Comé
acrescentou que havia um défice grande de
meios circulantes e o projecto ajudou na componente de transportes.
Numa outra intervenção, o chefe do GEP
referiu que o projecto introduziu a componente
de género; vai proporcionar cursos de curta
duração novos, mencionados anteriormente, e
apetrechar, em equipamentos e materiais, as
oficinas, laboratórios e a sala de informática.
“Teremos um CFPAS mais competitivo e com a
sua imagem melhorada”, acrescentou a nossa
fonte.
Ouvido também pela reportagem desta
publicação, Alberto Ngovene, outro técnico
da instituição, afirmou que o projecto é uma
mais valia para o CFPAS, no que diz respeito à
promoção da sua visibilidade, visto que foram
promovidos vários seminários com a presença de stakeholders. Para além do mencionado pelo seu colega Ernesto Comé, Ngovene
acrescentou que o CFPAS beneficiou de obras
de pintura e reabilitação do seu edificio e está
no processo de aquisição de equipamentos e
materiais modernos para as oficinas e laboratórios. “Graças ao projecto, estabelecemos
parcerias inteligentes, por forma a descentralizar os cursos a serem realizados, a nível nacional, e o nosso Plano de Negócios está a ser
finalizado”, concluiu Ngovene.
Convidado a tecer algumas considerações
sobre o projecto, Marcos Muholove, chefe dos
Recursos Humanos, destacou, complementando os depoimentos dos anteriores entrevistados, o facto de o projecto estar na fase de
aquisição de 30 computadores destinados a
equipar a sala de informática. Com relação a
aquisições realizadas, Muholove enumerou a
compra de 1 viatura, para o expediente, um
mini - bus de 33 lugares, para aulas práticas, e
2 carros 4x4 para os técnicos realizarem trabalhos de campo. Quanto às visitas de troca de
experiências efectuadas, Marcos mencionou
as deslocações efectuadas a Gaza, cidades
de Maputo e Beira e Reino da Holanda e, relativamente à capacitação de curta duração,
mencionou a participação de técnicos em cursos de inglês, no país e no estrangeiro (África
do Sul). Outros factos relevantes, mencionados
pela nossa fonte foram a revisão curricular e a
capacitação de alguns graduados em gestão
de negócios. Para o nosso interlocutor, o projecto veio fortalecer mais o CFPAS como uma
referência, no sector de Água e Saneamento.
A nossa reportagem também ouviu o representante de um dos nossos parceiros, Moisés
Mabote, técnico da Direcção Provincial de
Obras Públicas, Habitação e Recursos Hidricos
de Maputo, que considera que os seminários
organizados pelo CFPAS ajudaram o Centro a
inserir-se no Mercado e as opiniões que foram
avançadas, se bem aproveitadas, podem melhorar as actividades do CFPAS.
“Foi uma oportunidade para o Centro estabelecer novas parcerias, consolidar as já em
curso, promover o Melhoramento dos currículos dos cursos ministrados na instituição e desenhar novos cursos”, completou Mabote.
Este é o mini-bus de 33 lugares adquirido no âmbito do projecto Niche/Moz/135
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Balanço do NICHE
A voz do coordenador do Niche
O coordenador do projecto, Celestino Lucas, mostra-se satisfeito com o desenrolar do
projecto, uma vez que foi uma oportunidade
única de formar mais técnicos de nível superior (licenciados e mestrados), dotar o Centro
de equipamentos e materiais modernos, nomeadamente ao nível informático, das oficinas
e dos laboratórios. Relativamente à formação
que ministra, de acordo com a nossa fonte, o
CFPAS, com o apoio do projecto, desenhou os
cursos de Irrigação e Drenagem, Hidrometria,
Gestão de Perdas e Saneamento (saneamento
geral e na perspectiva de negócio). “ Se tudo Coordenador do Niche, Celestino Lucas, intervindo na abertura do seminário sobre liderança
correr normalmente, até julho, todas as acções
previstas no projecto terão sido concluidas”, reforçou a nossa fonte. A terminar, Celestino Lucas
revelou que, do programado, falta concluir o processo de elaboração dos Sistemas de Gestão
de Qualidade e de Monitoria e Avaliação, bem como a Revisão dos Currículos, tendo em conta
a sensibilidade em relação ao género e à estratégia de Marketing da instituição.
ENTREVISTA
O projecto está no bom caminho
Afirmação da consultora José Hoogervorst
Uma figura incontornável, no âmbito da implementação do projecto NICHE/MOZ/135, é
José Hoogervorst, a consultora do CINOP, que na entrevista que segue, mostrou-se confiante no
alcance dos resultados previstos pelo projecto, realçando o impacto positivo dos seminários, dos
novos cursos, das visitas efectuadas pelos técnicos do CFPAS, a nível nacional e internacional, no
âmbito da troca de experiências, do envolvimento dos graduados e da integração do género.
Eis a entrevista:
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1.
Em que consiste o trabalho do consórcio?
Formou-se um consórcio para assegurar a existência de conhecimentos, capacidades e experiência em todos os aspectos do projecto, ou seja, nas áreas de didáctica/
desenvolvimento de cursos, área temática de água e saneamento e também de “networking”.
2.
Em função dos objectivos do projecto, qual o balanço que faz do que foi
feito, até agora?
O projecto está no bom caminho, no sentido de atingir os resultados previstos. No
início, registaram-se alguns atrasos, mas está-se a recuperar o tempo perdido.
3.
Que análise faz do impacto, para o CFPAS, de cada um dos seminários?
Cada seminário teve os seus objectivos específicos que, no global, foram atingidos.
Além disso, cada seminário deu para aumentar a rede de contactos, o que, para um
Centro da natureza do CFPAS, é muito importante.
A entrevistada orientando um seminário sobre género
4.
O que vão significar os cursos novos trazidos no contexto do NICHE?
Os temas e os conteúdos dos novos cursos foram baseados numa pesquisa do mercado e desenhados em estreita colaboração com os “stakeholders” (actores no sector de água e saneamento) na perspectiva de dar resposta à seguinte questão: Que
tipo de habilidades e de conhecimentos os empregadores precisam nos empregados?
O facto de o desenvolvimento dos cursos ter sido participativo, quer dizer, numa estreita colaboração entre os peritos e os quadros do CFPAS, faz com que o Centro esteja capacitado de modo a fazer adaptações do conteúdo da/dos formação/cursos,
sempre que for necessário. Assim, o Centro também pode oferecer cursos à medida
(tailor made).
5.
Que balanço faz das visitas de troca de experiências? para o CFPAS, as
visitas foram úteis?
As visitas foram bem preparadas no sentido de discutir, com os participantes, os
objectivos e os resultados esperados. Durante as visitas, sempre houve momentos
de discussão e reflexão, para permitir a troca de ideias sobre a utilidade de certas
abordagens, maneiras de trabalhar etc., para o próprio Centro. Quer dizer, sempre
analisou-se quais as ideias, maneiras de fazer etc, a “copiar” pelo CFPAS. Desta
maneira, garantiu-se que houvesse aprendizagens e ganho de experiência, como
resultado das visitas de troca de experiências.
Que avaliação faz do envolvimento de estudantes graduados, nos eventos
realizados pelo NICHE?
Sempre foi positivo. Os cursistas/ estudantes são clientes do CFPAS e, para o Centro,
é importante satisfazer as expectativas dos “clientes”. Uma boa maneira é envolvê-los
e ouvir as suas ideias. Ao mesmo tempo, como, em geral, são de uma geração mais
nova, podem contribuir com novas ideias e outras maneiras de fazer as coisas. Neste
sentido, foi e continua a ser uma aprendizagem mútua.
6.
11
7.
Que ganhos os graduados tiveram ao participarem no Workshop sobre
incubação de negócios, curso de Hidrometria, seminário sobre género e
as visitas efectuadas pelo grupo de meninas que estavam a elaborar um
plano de negócios?
Como coordenadora, julgo que o seminário sobre género trouxe experiências úteis
para a futura carreira dos graduados e, além disso, estes vão recomendar o CFPAS
a outras pessoas, porque tiveram boas experiências no Centro. Simultaneamente, espero que tenha ficado claro que um só projecto não pode resolver todas as questões,
mas contribui para encaminhar as mudanças desejadas.
8.
Em função da implementação do projecto, quais são os aspectos de maior
destaque que contribuirão para a elevação da qualidade dos serviços
prestados pelo CFPAS?
O bom funcionamento da equipa do projecto. É evidente que sempre existem diferentes opiniões, mas esta equipa conseguiu chegar a consensos. As discussões sempre foram com teor positivo e construtivo. O foco da equipa do projecto foi sempre
o desenvolvimento do Centro.
9.
Relativamente à actualização dos cursos, o que se fez, concretamente, e
que impacto isso terá para o CFPAS?
Deu-se uma parte teórica e, depois, praticou-se a aplicação da teoria nos cursos
existentes. Para os cursos de longa duração, ainda vai-se trabalhar, na perspectiva de
serem ministrados em módulos, para tornar a oferta mais flexível para os estudantes
/cursistas.
10. Fale da questão do género, no âmbito do projecto (seminários realizados,
pessoas envolvidas e o que isso significará, no futuro).
A questão de género é multifacetada. Por um lado, o Centro já tem um equilíbrio
nos estudantes, no sentido de ter mais ou menos um balanço (50%-50%). Por outro
lado, o CFPAS tem um corpo docente e uma equipa de gestão dominados pelos
homens. Também, em termos de emprego pós-graduação, há um desequilíbrio no
sentido de a taxa de homens graduados empregados ser mais elevada em comparação com a taxa de mulheres graduadas empregadas. Por esta razão, o projecto
deu uma atenção especial às mulheres finalistas e recém-graduadas do CFPAS, para
tentar prepará-las melhor para uma integração no mercado laboral. Algumas das
graduadas foram assistidas para formularem projectos, participaram nos seminários
internacionais e em algumas visitas de troca de experiência. Assim, as visadas tiveram a oportunidade de aprender de outras iniciativas, ganhar mais conhecimentos,
aumentar a sua rede de contactos e reforçar a auto-confiança.
11. A terminar, acha que o CFPAS está melhor preparado, agora, para dar um
outro salto e contribuir ainda mais para o desenvolvimento do sector de
Águas? Porquê?
Além de ter uma oferta de cursos modernizada, estar melhor equipado, os docentes
do Centro também beneficiaram de um número de formações nas áreas didáctica,
temática e de desenvolvimento de cursos, por isso estão melhor preparados para as
tarefas de um docente.
Ficha técnica
Proprietário: Centro de Formação Profissional de Água e Saneamento
Editor: Jorge Manuel da Conceição Júnior
Supervisão: Celestino Lucas e José Hoogervorst
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Layout: Ciedima
Tiragem: 1000 exemplares
Avenida do trabalho n° 1441, Maputo
Telefax: 21-405481 • Cell: 82 310 5500 • www.cfpas.co.mz

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