1 “O CONDE DE SUBAÉ”

“O CONDE DE SUBAÉ”
ROTEIRO DE: VITOR DE JESUS SANTOS
CREDITOS INICIAIS:
TÍTULO: ‘ OCONDE DE SUBAÉ ’
UTILIZANDO CONTAGEN REGRESSIVA (5 4 3 2 1), ENQUANTO UMA VOZ MASCULINA
NARRA OS ACONTECIMENTOS DA ÉPOCA, IMAGENS EM PRETO E BRANCO DE
ESCRAVOS TRABALHANDO NAS LAVOURAS DE CANA DE AÇUCAR, NEGRAS LAVANDO
ROUPAS NO RIO SUBAÉ E CUOTIDIANO DA CASA GRANDE. AO TÉRMINO DA
NARRAÇÃO, A CENA COMEÇA A GANLHAR CORES GRADATIVAMENTE.
2º PREMISSA: Francisco Moreira de Carvalho, barão, visconde e conde de Subaé
(Santo Amaro da Purificação, 13 de março de 1825 — Salvador, 16 de junho de
1888) foi um advogado, fazendeiro e político brasileiro.
Formado em Direito, pela Universidade de Coimbra, era senhor de engenho.[ ]Foi
provedor da Santa Casa da Misericórdia de Santo Amaro e também residente da Câmara
Municipal, durante alguns quadriênios.[1]
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NARAÇÃO
ESTE ACONTECIMENTO DEU-SE NO ANO DE (1855), EM SANTO AMARO DA
PURIFICAÇÃO PALCO DE GRANDES ACONTECIMENTOS E HISTÓRIAS VERIDICAS.
SOLAR DO CONDE DE SUBAÉ ONDE SEUS ESCRAVOS ERAM TRATADOS COM IGUAL
DADE. ATÉ O MÉDICO DA FAMILIA ERA QUEM RECEITAVA OS ESCRAVOS DOENTES,
PICADOS POR COBRAS, OU ESCRAVAS NA HORA DE DAR A LUZ.
NESTE ANO DEU-SE UMA REVOLTA DE ESCRAVOS NOS ENGENHOS PELAS BANDAS DE
TERRA NOVA E TEODORO SANPAIO.
OS ESCRAVOS SE REBELARAM AOS MAUS TRATOS E Á FOME, ROUBANDO ARMAS DE
TODOS OS TIPOS E FUJINDO ESTRADA A FORA. OS NEGROS FUJÕES NÃO TINHAM
DESTINO CERTO COMO OS ESCRAVOS DO QUILOMBO DOS PALMARES, MUINTOS
VINHERAM PARA SANTO AMARO ENBRENHANDO-SE NOS MATOS E CANAVIÁIS. PARA
NÃO MORREREM DE FOME COMIAM FRUTAS SILVESTRES E CHUPAVAM CANA.
QUANDO ALGUNS DELES ERAM PEGOS SOFRIAM OS DIABOS; ERA MELHOR A MORTE,
QUE OS MAUS TRATOS QUE OS POBRES NEGROS PASSAVAM NOS DENTES DOS
CACHORROS, OU NAS GARRAS DOS CAPITÃES DO MATO. MUITOS NÃO AGUENTAVAM
AS BRUTALIDADES, VINDO A MORRER NO TRAJETO. (QUE ERA UMA FELICIDADE)
( NEGROS TRABALHANDO NA LAVOURA COM A DOR DO CHICOTE NO LONBO, COM O
SAL DO SUOR SOBRE A TESTA, ENTOAVAN CANTICOS DE PROTESTO E CLAMOR AOS
SANTOS DE SUA DEVOÇÃO )
CANTICO DOS ESCRAVOS
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NEGRO TRABALHA NOS CANAVIÁIS
NEGRO TRABALHA DE SOL A SOL
NEGRO MORA NAS SENZALAS
Ó MEU DEUS DE NÓS TEMDÓ.
O NEGRO ESPERA SER LIVRE
NEGRO TAMBÉM TEM CORAÇÃO
VALEI-ME SÃO BENEDITO
E NOSSA SENHORA DA PURIFICAÇÃO.
VALEI-ME SÃO BENEDITO
E NOSSA SENHORA DA PURIFICAÇÃO
CONDE DE SUBAÉ AMOR AOS ESCRAVOS
ESCRAVOS – CORRE, CORRE! CHAMEM O SENHORZINHO; OPOBRE DO TIBÚRCIO FOI
MORDIDO POR COBRA.
CONDE - MANDEM CHAMAR O DOUTOR!
ESCRAVOS – NÓS DEMOS A BEBERAGEM QUE NOSSO POVO USA.
MÉDICO – FIZERAM MUITO BEM. VOU ATENDÊ-LO E MINISTRAR-LHE UNS RÉMEDIOS.
(REUNIDOS OLHAVAM SEU IRMÃO DE COR. ENTRE ELES UMA ESCRAVA GRÁVIDA QUE
O MEDICO EXAMINA.)
MÉDICO – FALTAM ( 03 ) TRÈS MESÊS PARA NASCER A CRIANÇA, NÃO DEIXEM DE ME
CHAMAR PARA FAZER O PARTO.
CONDE – OBRIGADO DOUTOR.
MÉDICO – NÃO HÁ DE SER SR.CONDE, AS SUAS ORDENS SÃO PARA ATENDER
IGUALMENTE TANTO SUA FAMILIA, COMO OS ESCRAVOS.
CONDE – LEVA O TIBÚRCIO PARA A SENZALA É PRECISO REPOUSO PRA A SUA
RECUPERAÇÃO. VAMOS AOS TRABALHOS! PRECISO DE DEZ HOMENS PARA
PECORREREM OS CANAVIÁIS COMIGO.
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ESCRAVOS – EU VOU, EU VOU, EU VOU, EU VOU, EU VOU, EU VOU.
CONDE – SÓ PRECISO DE DEZ, OS OUTROS FICAM NA CASA GRANDE.
(O CONDE CAMINHA LADO ALADO COMCEUS ESCRAVOS, EM DIREÇÃO AOS
CANAVIAIS, SEMPRE CONVERSANDO E SORRINDO.)
CONDE – VOCÊS SABEM A RESPEITO DOS NEGROS QUE FUGIRAM DOS CASARÕES DOS
CORONEIS SOARES E FONSECA?
ESCRAVOS – OUVIMOS FALAR SENHORZINHO, E ALGUNS DELES ATÉ ROUBARAM
ARMAS DE FOGO.
CONDE – OS CAPITÃES DO MATO JÁ ESTÃO A PROCURA DOS NEGROS LA PELAS
BANDAS DE TERRA NOVA.
ESCRAVOS – ERA POR CAUSA DOS MAUS TRATOS, MUITOS ATÉ MORRERAM NO
TRONCO.
ESCRAVOS – GRAÇAS A DEUS O SENHOZINHO TRATA A GENTE MUITO BEM, EU
MESMO QUANDO ERA ESCRAVO PELAS BANDAS DE CACHOEIRA LEVEI UM REIO QUE
TIROU O CORO DO MEU LOMBO.
CONDE – A DIFERENÇA ESTÁ SÓ NA COR DA PELE, MAIS SOMOS TODOS IGUAIS,
SOMOS TODOS IRMÃOS.
(REPENTINAMENTE SURGE DE DENTRO DOS CANAVIÁIS UM DOS NEGROS FUJÕES.
ESPINGARDA NAS MÃOS, OLHOS VERMELHOS INJETADOS DE ÓDIO.)
ESCRAVO FUJÃO – PARADOS AI! VOCÊS NÃO VÃO ME LEVAR VIVO.
CONDE – NÃO ESTAMOS CAÇANDO ESCRAVOS FUGITIVOS; ESTAMOS CORRENDO OS
CANAVIÁIS.
ESCRAVO FUJÃO – TODO HOMEM BRANCO É MAL; POR ISSO VOU MATAR-TE.
(O ESCRAVO FUJÃO APONTA A ESPINGARDA PARA O CONDE E ATIRA. MAS UM DE
SEUS ESCRAVOS SE ANTECIPA AO TIRO PULANDO PARA Á FRENTE DO CONDE E RECEBE
A CARGA DE CHUMBO EM PLENO PEITO. SANGRANDO A BUNDANTEMENTE, O NEGRO
E AMPARADO NOS BRAÇOS DO CONDE ATE Á SUA MOTE. OS ESCRAVOS DO CONDE
PEGAM O NEGRO FUJÃO QUE NÃO LARGA A ESPINGARDA. O CONDE CHORANDO A
PERDA DE SEU AMIGO FECHA OS OLHOS DO MORTO E LEVANTA-SE.)
OS ESCRAVOS – VAMOS FAZER COM ELE O QUÊ SENHORZINHO?
CONDE – NADA VAMOS FAZER COM ELE, PODEM SOLTÁ-LO. SEU MAIOR CASTIGO
SERÁ SABER QUE NEM TODOS OS BRANCOS SÃO PERVERSOS, E SÓ A RECORDAÇÃO DE
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TER MATADO UM IRMÃO DE COR, PESARÁ EM SUA CONCIÊNCIA PARA O RESTO DA
VIDA. ESTA SERÁ A SUA CONDENAÇÃO.
(OS ESCRAVOS CARREGARAM O MORTO, NOS BRAÇOS EM RETORNO À CASA GRANDE
E O CONDE VAI AMPARANDO A CABEÇA DO POBRE MORTO DEIXANDO O ESCRAVO
ASSASINO A SE LAMENTAR.)
CANTICO FUNEBRE
O CORAÇÃO DOS NEGROS ESTÁ DE LUTO, POR MORTE DE NOSSO IRMÃO. “DISCANSA”
NEGRO ESCRAVO, DE BAIXO DESTE TORRÃO.
ESCRAVO “DISCANSOU”, A MORTE A ELE LEVOU. NÃO É MAIS NEGRO CATIVO PÓS DA
ESCRAVIDÃO DEUS O TIROU. Ó, Ó, Ó, Ó, Ó, Ó, Ó, Ó, Ó. ESCRAVO SE LIBERTOU.
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