Informação, Cultura e Livre Expressão

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Informação, Cultura e Livre Expressão
IMPRESSO
Informação, Cultura e Livre Expressão
www.jperegrino.com.br
1ª edição - Maio / 2000
Ribeirão
Preto
- Ano
- Março/2004 - R$ 1,00
Ribeirão
Preto
- SP- SP
- Ano
IV IV
- Nº- Nº
41 -11Setembro/2003
Mudança de hábitos
Águas de março
Beber água é um hábito saudável que deve ser desenvolvido por
todas as pessoas.
Todos nós sabemos o quanto é importante uma ingestão adequada
de água diariamente, mas quase sempre negligenciamos.
Todos os organismos vivos apresentam de 50% a 90% de água em
si.
O próprio corpo humano é constituído em 70% por água que, em
constante movimento, hidrata, lubrifica, aquece, transporta nutrientes,
elimina toxinas e repõe energia, entre inúmeras outras utilidades...
Página 6
Após o temporal, a água em filetes continua a deslizar pela vidraça.
Na TV o noticiário, inundações e desmoronamentos. As chuvas
que caem, necessárias, às vezes enfurecidas provocam destruição
e morte. No local do espetáculo: sob um barraco, a mãe e duas
crianças soterradas. No outro, só as crianças, a mãe em desespero,
ainda não concebe a perda, o irremediável. Na vidraça, lágrimas
imagem da dor. Pobreza e desolação, retrato de uma sociedade
injusta que ainda mantém a estrutura patriarcal...
Página 7
Toxoplasmose: O gato é o grande vilão?
A toxoplasmose é uma zoonose parasitária causada pelo protozoário Toxoplasma Gondii, responsável por causar lesões clínicas
polissistêmicas. Este parasita possui distribuição em todas as áreas do mundo onde há gatos, pois estes são seus hospedeiros definitivos.
O gato está relacionado com a produção e a eliminação dos oocistos (ovos) e perpetuação da doença. Ele ingere os oocistos que estão
nos tecidos dos ratos, lagartixas, pássaros, baratas e também da carne crua e passa a eliminar os ovos nas fezes. Estes ovos têm que
esporular no meio ambiente antes de se tornarem infectantes...
Página 6
Patro Nia (*)
Mulher-esqueleto e a solidão
Era uma vez uma mulher. Ela havia feito alguma coisa que seu
pai desaprovara. Nem ela mesma sabia do que se tratava e ele
a lançara impiedosamente no mar. Os peixes devoraram sua
carne e arrancaram seus olhos e ela ficou lá pobre esqueleto a
rolar com as correntes...
Este é um conto do povo Inuit - tribo do Canadá - de rara beleza
que fala do maravilhoso sentimento da compaixão, compaixão que
pode preencher o coração do pescador solitário e devolver a vida
a uma mulher abandonada pelo pai à própria sorte...
Página 12
Patro nia, kiu estas en la cielo,
Via nomo estu sanktigita.
Venu Via regno, plenumigu Via volo,
Kiel en la cielo, tiel ankau sur la tero.
Nian panon ciutagan donu al ni hodiau.
Kaj pardonu al ni niajn suldojn, Kiel ankau
Ni pardonas al niaj suldantoj.
Kaj ne konduku nin en tenton,
Sed liberigu nin de la malbono.
(Sankta Mateo, 6:9-13)
(*) Pai Nosso em Esperanto
Página 9
Curso de Florais de Bach
Objetivo - Promover um conhecimento das essências dos florais de Bach
A quem se destina - Àqueles com interesse pessoal e profissional nas
essências florais do Dr. Bach, para uso próprio e, em outras pessoas.
Conteúdo - Visão da história e filosofia do Dr. Edward Bach, padrões
Informações: (16) 621 8407
profissionais de prática, utilização das 38 essências dos florais de Bach,
como e quando usar as essências no dia-a-dia e, estudos de casos e
exemplos práticos.
Facilitadora - Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
Practitioner pela Dr. Edward Bach Foundation.
Programação - página 12
2
Ribeirão Preto - SP - Março/2004
Peregrino
Informação,
Cultura
Editorial
Mais uma vez comemora-se o dia Internacional das Mulheres e já dissemos
em outra ocasião que nem preciso seria que tal dia existisse. Afinal de
contas, não existe dia Internacional dos Homens. Seria um pedido de
desculpa, um tapa-buraco? Na verdade é um pedido de desculpa, mas os
homens nada têm a ver com isso, pelo menos não diretamente. É que em
1857, em 8 de março, em Nova Iorque, operárias têxteis entraram em greve
reivindicando redução de horário de trabalho. Foram fechadas na fábrica
onde ocorreu um incêndio que causou a morte de cerca de 130 mulheres.
Anos depois em 1910, na Dinamarca em uma Conferência Internacional
de mulheres, decidiu-se instituir um dia internacional em homenagem às
mulheres vitimadas em 1857. Desde então, as representantes do sexo
feminino de todo mundo são homenageadas a cada oito de março.
Mulheres de todas as raças, de todos os povos, aproveitem! Aproveitem
as mulheres do presente. Queremos homenagear, porém, nesta edição,
mulheres que deixaram este mundo. Mulheres especiais cuja obra é eterna.
Mulheres poetisas. Assim, damos presença a Elizabeth Barret Browning,
poetisa inglesa e seus belíssimos poemas de amor (Como eu te amo?
Deixa que eu te conte: Amo-te quando em largo, alto e profundo minh’alma
alcança, se fugindo ao mundo, busca a origem do Ser, da Graça a fonte),
chamamos Emily Dickinson, poetisa norte-americana em seu encontro
com a luz (vai para seu encontro com a luz, sem dor, exceto por nós que
lentos vadeamos o mistério, sobre o qual tu saltaste, veloz); convocamos
Florbela Espanca, poetisa portuguesa (Luar, lírio que se esfolha... neve,
que do céu anda perdida, asas leves d’anjo que pairando, reza pela terra
adormecida).Tantas poderíamos convocar e todas acorreriam para
homenagear um exemplo de mulher e poetisa, recentemente falecida. Com
a palavra Hilda Hilst, através do poema transcrito abaixo:
e
Livre
Expressão
Pintor
Henri Matisse (1869 – 1954), pintor, escultor e artista gráfico francês.
No final da última década do século 19, Matisse começou a utilizar as cores
suaves dos impressionistas e a pintar com crescente pureza e espontaneidade. Tornou-se conhecido em 1905 quando, junto a um grupo de amigos,
apresentou suas obras numa exposição em Paris, ocasião em que receberam
o apelido de fauvistas, daí o fauvismo, em virtude do brilho forte de suas
cores. A partir de 1917, passou a maior parte do tempo na Riviera francesa;
por isso, as obras sensuais ali produzidas – nus, naturezas-mortas com
frutos e flores tropicais, e interiores resplandecentes – irradiam a
luminosidade do sul. Também se dedicou à escultura e ilustrou livros. No
final da vida, doente e acamado, fez recortes de papel colorido para criar
composições abstratas.
Polinésia, 1946
Nu azul, 1952
Poesia XXII
Não me procures ali
Onde os vivos visitam
Os chamados mortos.
Procura-me
Dentro das grandes águas
Nas praças
Num fogo coração
Entre cavalos, cães,
Nos arrozais, no arroio
Ou junto aos pássaros
Ou espelhada
Num outro alguém,
Subindo um duro caminho
Pedra, semente, sal
Passos da vida. Procura-me ali.
Viva.
Mariza Helena
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Ribeirão Preto - SP - Março/2004
Peregrino
Informação,
Cultura
Lendas e histórias das aves no Brasil
Tanguru-Pará
O japim tornara-se o horror da
passarada. A floresta andava triste,
sem canto, sem as melodias de que
Tupã tanto gostava.
Certa vez apareceu na região um
pássaro novo, um gaviãozinho
esperto, vivaz, alígero no vôo, mas
de canto monótono e sem graça.
Gostava pouco de amizades e, por
dá cá aquela palha, zangava-se e
brigava.
Era deveras valente. Até o gavião
real já o respeitava porque o cauré,
assim se chamava o novo habitante
das selvas, lhe dera uma surra de
que saiu molestado e de asas
derreadas.
O cauré não enfrenta as aves
mais fortes. Tem a sua tática. Voa e
quando o gavião lhe vai no encalço,
a águia, o condor, o abutre, ele
manobra com assaz perícia no
espaço, mete-se embaixo das asas
do inimigo e, com o seu bico adunco
e forte lhes corta os músculos
propulsores, obrigando-os a
abandonarem a luta e mesmo, muita
vezes, a cairem no chão, semi-mortos.
O cauré, então, desce e lhes
come os olhos e as entranhas. É esse
o pitéu que mais saboreia.
O japim temia o cauré, mas lá um
dia o seu instinto moleque levou-o a
arremedar o valente gaviãozinho.
O cauré partiu sobre ele, mas o
malandro estava perto do ninhal,
meteu-se no seu longo ninho e ficou
aguardando os acontecimentos. O
cauré empoleirou-se num galho, à
espreita, como costuma fazer.
Daí a momentos, porém, teve que
abalar, porque uma nuvem de cabas
lhe caiu em cima.
As cabas são aliadas do japim.
Onde há ninho de japim também há
ninho de caba.
Caba não canta, nem zune,
tampouco, de modo que não tinha
queixas do japim e era-lhe até um
divertimento apreciar as troças do
seu talentoso aliado.
O tanguru-pará nunca se havia
encontrado com o japim. Vivia lá para
a sua banda, cantando baixinho e
e
Livre
ensaiando passos de dança
clássica, para um dia apresentar-se
a Tupã, na certeza de o agradar e ser
contratado para a corte celeste.
Aconteceu, porém, que o japim,
o avô dos japins, pois a família
aumentara muito na terra, numa das
suas viagens pela mata, ouviu
aquele canto esquisito; foi-se
aproximando, aproximando, e deu
com o tanguru a cantarolar e saltitar
no galho do pau.
Achou aquilo engraçado e quis
chegar-se e apresentar-se ao artista
excêntrico, mas o seu diabólico
instinto o traiu.
Daí a pouco estava a arremedar
o inofensivo tanguru.
O tanguru era pacato, e por isso,
quando se zangava, zangava
mesmo.
– Que é isso, camarada, por
acaso me estou metendo na tua
vida? – perguntou ao japim, que não
fez caso e continuou no arremedo.
O tanguru voa-lhe em cima e
engalfinharam-se. A briga foi feia. As
penas saltavam de ambos os
contendores. Daí a instante
chegavam os espectadores e a
Animais brasileiros
Macaco-aranha
Nome popular: Macaco-aranha, cuatá
Nome científico: Ateles paniscus
Quanto pesa: 8 quilos
Quanto vive: 20 anos
O que come: Frutas, insetos, verduras
Filhotes: Um, gestação de 139 dias
O macaco-aranha tem esse nome por causa de seus longos braços, que são mais compridos do que as pernas e do
que seu longo rabo, que também serve de braço. Com a cauda, esse macaco é capaz de pegar de uma espiga de milho
até uma pipoca.
As sete espécies desse macaco viviam do sul do México até o Estado do Rio, mas hoje só são encontradas de Mato
Grosso para cima. É que, apesar de ter a cara enrugada como um velho, o macaco-aranha é jovial e brincalhão, fica
manso com facilidade e, além disso, tem uma carne gostosa, que fez com que fosse muito caçado.
Parecido com o homem, o macaco-aranha tem um polegar não muito desenvolvido, mas importante para usar a mão
como um gancho, prendendo-se nos galhos quando salta de uma árvore para outra, no meio das copas, onde vive
sempre em grupos. Ele também se parece com o homem quando bate palmas, o que um macaco-aranha que vive
numa ilha do zoológico de São Paulo faz com freqüência, para chamar a atenção da criançada. É só o macaco-aranha
adulto que faz brincadeiras; os filhotinhos ficam muito quietos, agarrados na barriga ou nas costas da mãe, que
parece não sentir o peso do filho, quando salta de galho em galho.
Como as matas onde vive esse macaco estão acabando, ele está sendo criado em cativeiro e, nos Estados Unidos,
uma macaca teve gêmeos, o que é muito raro nessa espécie.
Fonte: 100 Animais Brasileiros publicados no Estadão
Luiz Roberto de Souza Queiroz
3
Expressão
torcida era grande pelo tanguru, que
num momento feliz conseguiu ferir o
adversário no coração. O sangue
espirrou e o japim caiu morto. A
ovação da assistência coroou a
vitória do tanguru-pará.
Tupã, que a tudo assistira, falou:
“De hoje em diante, todos os teus
descendentes trarão no bico a marca
desta vitória”.
E é por isto que o tanguru-pará
tem o bico vermelho.
E é por isto, também, que os
japins continuam a arremedar todos
os pássaros, exceto o tanguru-pará.
Fonte: http://jangadabrasil.com.br
4
Peregrino
Informação,
Cultura
Livre Expressão
A violência e suas causas
É imperiosamente necessário
realizarmos avaliações e discussões
mais aprofundadas sobre as causas
da violência e não somente debates
sobre a viabilização de meios para o
combate aos efeitos. É impossível
falarmos sobre agressão, violações
de direitos, sem considerar a
vivência pela sociedade hodierna
dos Valores Humanos.
Coloco aqui reflexões frutos de
vivência e convivências em mais de
30 anos de trabalho voluntário e
profissional com as misérias sociais
e a conseqüente violência.
Podemos relembrar Sócrates:
“Conhece-te a ti mesmo”, para
apreciarmos como boa parte da
Sociedade, em todos os níveis
sociais, está atrapalhada, arruinada,
pervertida por falsos valores, que
impedem a construção da harmonia
e a conquista da paz. Consumismo,
fugacidades, desorientação sexual
que impele ao sexo irresponsável,
exacerbado, gravidez precoce,
drogas, vícios, e outras condutas,
estimuladas pelo interesse do
mercado/mídia, levam ao desequilíbrio pessoal e familiar. As
conseqüências e a dor são maiores
e mais evidentes quando agravadas
pela fome e pelo baixo nível escolar.
Revivendo Jean Piaget: “a
criança, na fase da socialização
doméstica - e hoje sabemos que tudo
começa já no útero da mãe - modela
tudo o que a sensibiliza, ou agride:
acontecimentos caseiros, atos e
opiniões, ética, religião, moral,
preconceitos, agressões, tudo vai se
modelando na argila plástica que é a
mente infantil”. “Amor, Puro Amor”.
Ah! suspiramos por Machado...
Acredito serem duas as
principais causas dos descaminhos:
desestrutura familiar que causa
violência física e/ou psicológica, e a
corrupção generalizada. Perdemos
grandes recursos que se investidos
em educação minimizariam todas as
causas. Durante três anos atendendo crianças e adolescentes
vitimados, observei em mais de
quinze mil atendimentos nos últimos
anos; 99,9% são filhos de lares
desestruturados.
Desestrutura familiar é um tema
complexo, cem páginas não bastariam para detalhar, analisar e tentar
possíveis soluções. A falta de
educação geral, desamor, os falsos
valores, que passam de geração a
geração, faz com que sejam várias
as “fomes” na maioria dos lares.
Uma das polêmicas é sobre
assistência e assistencialismo.
Alguns profissionais da área social,
otimistas, acham que não devemos
dar o pão e sim proporcionar
cidadania. É obvio que devemos
ensinar a pescar. Mas Cidadania e
Ética são necessárias em todos os
segmentos sociais, inclusive nos
órgãos e equipamentos públicos,
onde há velhos problemas:
roubalheiras, alcoolismo entre
funcionários, competição por
cargos, funcionários sem capacitação, conselhos e comissões que
e
Livre
Ribeirão Preto - SP - Março/2004
Expressão
mesmo remunerados não funcionam
bem.
Sabemos que os mais infelizes
elementos da sociedade, que não
descobriram o Criador e as sábias
Leis Universais, quadrilheiros,
assassinos (não gosto de falar e
escrever estas palavras), traficantes,
geralmente foram crianças mal
amadas e mal orientadas. E, hoje,
entre as crianças que passam por
toda espécie de abandono e descaso
podem estar futuros “fernandinhos”.
Entrevistas na imprensa, e em
encontros de profissionais da área
social, abordam quase sempre os
efeitos. É necessário maturidade e
atitudes para que soluções saiam do
papel, inclusive o cumprimento do
ECA - Estatuto da Criança e do
Adolescente, que já precisa ser
revisto.
O modernismo trouxe coisas
boas: comunicação, descobertas,
curas, conexão com o mundo. O
homem confundiu liberdade e
direitos com libertinagens, perdeu a
noção da importância de viver e
exemplificar a dignidade, autorespeito, amor próprio, amor ao
corpo, responsabilidade, afeto. A
grande virtude de nossa geração é o
crescimento intelectual, o grande
vício é a indiferença moral.
Quantas crianças nascem hoje
por amor entre um casal? Em lar
pobre, mas com condições afetivas
e psicológicas minimamente
satisfatórias? Ouço falar em “novos
tipos de família!”, ou seriam
ajuntamentos? Temos o direito de
refazer e melhorar a vida. A realidade
mostra porém milhões de crianças
jogadas de cá para lá, vivendo com
avós cansados, madrastas, padrastos, pessoas estranhas, em
curto período de tempo, sem
orientação segura, sem rumo a
seguir, sem limites. Se nestes lares
houver fome, estupros, pais
alcoólatras, viciados em bingo,
erotismos, como a telinha mostra ser
sinônimo de felicidade, as conseqüências são óbvias: crianças e
adolescentes vitimados serão
adotados pelas ruas, onde mandam
os traficantes irmanados com
corruptos. Li na Folha de 28/12/03
que o governo atendendo a pedidos
de milhares de mães, vai rever a
classificação de programas.
Censura? Não! Limites e bom
senso? Sim! A corrupção é velho e
complexo problema, envolve
mudanças culturais de toda a nação.
Temos que lutar por justiça social,
pela paz e pela cidadania, poderosas
armas contra a violência, mas isto
não será possível se não
recuperarmos valores de comportamento e conduta, o respeito pela
vida nossa e do outro.
Vivemos uma grande miséria
mental, muita teoria unida à
burocracia inviabilizando ideais e
soluções, inclusive o ECA. É preciso
exercitar o “Amor ao Próximo como
a si mesmo”, resgatar o sentido do
verdadeiro amor, investirmos em
educação geral para todos, de todas
as idades, orientação de vida com
amor ao Criador, à natureza. Paz que
para mim é sinônimo de Felicidade,
ou por muito tempo teremos que dar
o pão e a educação conjuntamente,
sem utopias e teorias que desprezam
a realidade do atual contexto social
que tende a perpetuar as misérias
humanas.
Colaboração: Cléo Reis
ALARP- Academia de Letras e
Artes de Ribeirão Preto, Academia
Internacional de Ciências
Humanísticas, Casa do Poeta / UEI
Colabore com esta seção
enviando textos para:
[email protected]
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Rosa”, CPERP - Casa do Poeta e do Escritor de Ribeirão Preto e Grupo Flamboyant, basta acessar o nosso site - www.jperegrino.com.br e, clicar em
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Ribeirão Preto - SP - Março/2004
Peregrino
Informação,
Cultura
e
Livre
5
Expressão
Assertividade, a arte da afirmação
Para melhor entendermos a
assertividade, vamos pensar que
existam três tipos de pessoas: Sr.
Bonzinho, Sr. Bravinho e Sr.
Assertivo.
O Senhor Bonzinho quase nunca
consegue dizer o que pensa sentese inferior e acha que as outras
pessoas têm mais valor que ele.
Permite que os outros sempre
ganhem como forma de tentar ser
aceito. Faz de tudo para agradar a
todos, chega até a ser servil. Diz
“sim” quando na verdade queria
dizer “não”. Quando o momento
pede uma posição mais direta, ou
defensiva, só consegue pensar em
uma resposta boas horas depois (a
ficha só cai mais tarde). Foge de
qualquer tipo de conflito. É omisso.
Não diz claramente o que quer. Tem
medo, é inseguro e ansioso.
O Senhor Bravinho coloca
sempre seu desejo e sua vontade na
frente das do outro. Autoritário. Não
respeita os limites do outro e quer
que sua vontade impere. Tem que
ganhar de qualquer maneira, a vida
para ele é uma competição onde só
ele pode sair vencedor. Precisa sentir
que domina a situação. Não ouve,
interrompe e impõe sua opinião,
chegando a gritar. Seu tom de voz é
bem alto como forma de intimidar os
outros.
O Senhor Assertivo é aquele que
afirma algo com muita segurança. A
qualidade de ser assertivo está
diretamente ligada à auto-estima,
pois quem é assertivo:
- Acredita profundamente no que
diz,
- É espontâneo e calmo,
- Sabe dos seus direitos e dos
direitos do outro,
- Sabe seus limites e os respeita,
- Não se deixa levar por
chantagens, elogios e outras formas
de manipulação,
- É firme sem machucar ninguém,
- Não permite que controlem sua
vida,
- É direto no que diz, fala de forma
clara e com postura altiva,
- É flexível,
- Olha nos olhos o outro quando
afirma algo em que acredita,
- Ouve o outro com muita atenção
e não fica afobado para interromper
e mostrar seu ponto de vista,
Magnanimidade - Amor
22 de Fevereiro a 21 de Março
Peixes
As Doze Virtudes
Magnanimidade significa
bondade, grandeza de alma. É uma
virtude difícil de ser alcançada, pois
exige um desprendimento muito
grande, e muitas vezes, um esquecer
de si. É entregar ao outro aquilo que
ele realmente necessita sem, porém,
esperar gratidão, compensação.
Terrível, não? E um grande aprendizado!
Logicamente é fácil dar o que se
tem em excesso, ou aquilo que não
serve mais para nós, ou nos
desagrada. Mas doar livremente
aquilo que o outro carece, não é tão
fácil.
Podemos também, vez ou outra
abrir mão de alguma coisa com a
intenção de nos mostrarmos bons,
caridosos diante do mundo, pois, é
inegável que atrás de muita
filantropia pode-se esconder um
extremo egoísmo, basta lembrarmonos de muitos políticos em
campanha eleitoral. Porém, para que
a magnanimidade torne-se uma
virtude, é preciso haver solidariedade, interesse verdadeiro e respeito
que possibilitem o espaço necessário, para consigo mesmo e também
para outro ser expressar-se.
Saberemos que somos capazes
de uma atitude magnânima quando
não houver arrependimento no
pensamento, quando não houver
pesar no sentir, e também quando
não houver nenhum vacilar na
vontade.
Refletir sobre a magnanimidade
é também pensar sobre a generosidade. Ser generoso é saber-se livre
para fazer o bem e desejar fazê-lo. É
esforçar-se para amar, amar o amor, e
agir em conseqüência disso. Podemos pensar que o amor é o alvo e
que a generosidade é o caminho. Os
frutos que estão à espera dos generosos são o amor e a alegria.
A generosidade nos leva em
direção aos outros e em direção a
nós mesmos, pois quando nos
libertamos daquele egoísmo que não
é sadio e que nos aprisiona, veremos
que somos necessitados e dignos
de nossa própria generosidade e
uma vez em nós ela se derramará para
o mundo.
A qualidade transformada da
magnanimidade é o amor. O amor nos
faz generosos e a generosidade faz
nascer o amor verdadeiro, por si
mesmo e pelo outro.
- Tem menos estresse,
- Fala sem rodeios, é sincero e
não tem inibições, sem ser agressivo.
- Discute o assunto, tenta
negociar e entrar em um acordo onde
todos os lados ganhem.
- Diz claramente o que quer e o
que não quer, não deixando dúvidas,
Algumas pessoas confundem o
Sr. Assertivo com o Sr. Bravinho.
Não são iguais de maneira alguma.
Algumas pessoas agressivas se
dizem assertivas, diretas ou
verdadeiras demais. Talvez digam
isso como forma de se desculparem
pelo seu comportamento. Senhores
Bonzinhos podem almejar uma forma
mais rápida de serem assertivos e
com isso escorregar para o lado
agressivo. Colocam uma máscara de
assertivo, e como esta não é uma
mudança verdadeira, logo se vêem
agindo de forma oposta ao seu jeito
de ser. Para se tornar assertiva a
pessoa deve primeiro se conhecer
bem, elevar sua auto-estima e só
assim poderá agir de acordo com o
que verdadeiramente pensa.
Desejo a todos nós neste mês
um despertar para a generosidade,
que possamos tentar, experimentar
atitudes generosas, e de todo
coração desejo que o amor possa
revelar-se com toda força em nosso
caminhar!
“Cada um que passa em nossa
vida, passa sozinho, porque cada
pessoa é única e para nós nenhuma
substitui a outra. Cada um que
passa em nossa vida, passa sozinho,
mas não vai sozinho, nem nos deixa
a sós... Leva um pouco de nós
mesmos e deixa um pouco de si
mesmo. Há os que levam muito, mas
não há os que levam nada. Há os
que deixam muito, mas não há os
que deixam nada. Esta é a mais bela
responsabilidade de nossa vida: a
prova tremenda de que cada um é
importante e de que ninguém se
aproxima do outro por acaso”.
Charles Chaplin
Colaboração: Leila Scaff
Assistente Social, Profa. de
Pintura em Madeira, Membro da
Associação de Pedagogia Social
com Base Antroposófica no Brasil
[email protected]
Para desenvolver sua assertividade é preciso ter uma atenção
plena. Estar alerta 24 horas por dia
em suas atitudes e mudá-las aos
poucos, só assim a mudança será
efetiva. Tenha coragem e tente mudar
sua postura, seu tom de voz, sua
maneira de se expressar. Preste
atenção ao que lhe faz bem e o ao
que lhe faz mal. Ouça sua voz
interior. Dê-se valor, só assim você
poderá se defender com convicção,
pois nós só conseguimos agir em
favor daquilo que realmente
acreditamos. Assertividade aparece
com treino e conforme você for
praticando, notará que sua autoestima também melhorará.
Assertividade e Auto-estima
andam lado a lado e uma não vive
sem a outra.
Colaboração: Maria de Fátima
Hiss Olivares
Psicóloga Clínica
[email protected]
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Peregrino
Informação,
Cultura
e
Livre
Ribeirão Preto - SP - Março/2004
Expressão
Mudança de hábitos
Dr. Ícaro Alves Alcântara
Médico docente da disciplina Semiologia do UNICEUB - Centro Universitário de Brasília.
Beber água é um hábito saudável
que deve ser desenvolvido por
todas as pessoas.
Há cerca de um ano, atendi no
HFA uma senhorita dos seus “quase
30 anos” com uma ENXAQUECA
bastante comum: Cefaléia (Dor de
cabeça).
A paciente relatava que já havia
passado por otorrino, oftalmo,
neuro, clínico e até endocrinologista, com as prescrições dos mais
diversos tratamentos e a presunção
de várias hipóteses diagnósticas,
sem qualquer melhora, entretanto.
Durante sua consulta, entre
várias perguntas habituais,
questionei o quanto de ÁGUA ela
bebia por dia e de que forma (ou
seja, com qual periodicidade)
Afirmou-me que bebia pouquíssima
água, porque não sentia sede,
principalmente à noite.
Após várias outras perguntas,
suspendi todos os medicamentos e
disse-lhe que ela precisava apenas
tomar água adequadamente.
Um tanto quanto descrente, ela
voltou para casa.
Após apenas uma semana,
retornou referindo que não sentia
mais dor de cabeça, que seu
intestino funcionava melhor e que
sua disposição havia melhorado.
Milagre? Não. Bom senso.
Mudanças ou adequação de
hábitos em nossas vidas.
Todos nós sabemos o quanto é
importante uma ingestão adequada
de água diariamente, mas quase
sempre negligenciamos.
Todos os organismos vivos
apresentam de 50% a 90% de água
em si.
O próprio corpo humano é
constituído em 70% por água que,
em constante movimento, hidrata,
lubrifica, aquece, transporta nutrientes, elimina toxinas e repõe energia,
entre inúmeras outras utilidades.
Preconiza-se o número de 1 copo
de 200ml de água por hora em que se
estiver acordado.
Assim sendo, a ingestão de água
deve ser independente da sede,
constante e rigorosa.
E não adianta deixar para tomar
os 2 a 3 litros necessários diariamente
de uma só vez.
Estudos mostram que o estômago capacita apenas 12ml/kg/hora,
ou seja um adulto não conseguirá
tomar mais de um litro de uma só vez
sem “passar mal”.
Se você ainda não se convenceu,
observe: desvitalização dos cabelos; descamação do couro
cabeludo; distúrbios de concentração; sono e memória, com
perda da disposição para realização
das atividades diárias, em virtude da
Toxoplasmose: O gato é o grande vilão?
A toxoplasmose é uma zoonose
parasitária causada pelo protozoário
Toxoplasma Gondii, responsável por
causar lesões clínicas polissistêmicas. Este parasita possui
distribuição em todas as áreas do
mundo onde há gatos, pois estes são
seus hospedeiros definitivos.
O gato está relacionado com a
produção e a eliminação dos oocistos (ovos) e perpetuação da doença.
Ele ingere os oocistos que estão nos
tecidos dos ratos, lagartixas,
pássaros, baratas e também da carne
crua e passa a eliminar os ovos nas
fezes. Estes ovos têm que esporular
no meio ambiente antes de se
tornarem infectantes.
Os hospedeiros intermediários,
que podem ser a maioria das aves,
anfíbios, peixes, répteis e mamíferos
(incluindo os seres humanos), se
infectam pela ingestão de oocistos
esporulados oriundos das fezes dos
gatos infectados, fechando, assim,
o cicio evolutivo parasitário.
Os gatos, após terem se
infectado pela primeira vez, desenvolvem imunidade e em uma nova
contaminação não eliminam mais
oocistos, o que pode durar até seis
anos. Acredita-se que apenas 1% da
população felina esteja eliminando
oocistos.
circulação cerebral por baixa
quantidade de água que faz o sangue
ficar mais “viscoso” e “grosso”, de
circulação mais lenta;
Ressecamento dos olhos e
tecido das vias aéreas que com baixa
umidade, sofrem lesões com mais
facilidade por ficarem mais frágeis,
assim tornando-se mais propensos
a inflamações e infecções; conjuntivites; sinusites; bronquites;
pneumonias;
Lesões da pele com aparecimento de cravos e espinhas pela não
eliminação adequada das toxinas via
pele e seu acúmulo local; queda e
enfraquecimento dos pêlos; baixa
produção de saliva; distúrbio no
aproveitamento adequado de
vitaminas e sais minerais, com
excesso em alguns lugares e falta em
outros, levando a cãibras, dormências, perdas de força muscular e
problemas ósseos dentais;
Respiração dificultada, por vezes
levando à falta de ar, sobretudo nos
exercícios físicos; constipação e por
vezes, sangramento retal (devido a
fezes ressecadas, endurecidas que
lesam o tecido intestinal ao moverem-se em seu interior); impotência ou disfunções eréteis ou, no
caso das mulheres, sangramentos
vaginais.
É certo que há água nos
alimentos, mesmo os sólidos, mas a
complementação da ingestão diária
de água deve ser feita, periodicamente, conforme já disposto.
Uma forma de se observar se a
quantidade de água é adequada, é
observar a cor da urina, que deve
ser incolor. Quanto mais forte, pouca
ingestão de água está sendo feita.
Vale lembrar que é sempre bom
evitar bebidas alcoólicas, ou não
alcoólicas, que apesar de serem
diuréticas evitam que se beba a água.
Evite também, a ingestão de água
pelo menos meia hora antes do
almoço, para não prejudicar a
digestão.
Os gatos têm o hábito de limparse, não deixando restos de fezes pela
pelagem, e enterram seus excrementos. A possibilidade de contaminação de seus proprietários é
mínima ou inexistente. Acariciar um
gato ou tê-lo como animal de
companhia não representa perigo.
Mordidas ou arranhões do gato
também não transmitem toxoplasmose. Gestantes e pessoas com
imunidade baixa (AIOS) devem pedir
para outra pessoa limpar a caixa de
areia do gato diariamente ou,
inclusive, usar luvas. Ao mexer com
terra, o uso de luvas também é
indispensável. Após manipular
carnes cruas, deve-se lavar com
água e sabão, a pia, a tábua de carne
e demais utensílios.
A contaminação no homem
acontece principalmente devido ao
consumo de “in natura” (sem
pasteurização), alimentaçao de carne
crua ou mal cozida de cabra, ovelha,
coelho, frango, boi e, principalmente,
de suínos, salsichas, lingüiças
produzidas artesanalmente e que não
são fiscalizadas, água contaminada
em lugares onde não há saneamento
básico, areias e terras contaminadas
com fezes animais doentes e também
por infecção transplacentária.
Desaconselhamos o uso de
microondas para o cozimento de
carnes, já que o calor não consegue
fazer o cozimento igual (a temperatura ideal para o cozimento de
carnes é de 67 ºC). Frutas e verduras
devem ser bem lavadas.
Para um melhor cuidado, não
deixe seu gato sair para caçar, não
dê carne crua, vísceras ou ossos.
Uma curiosidade:
Há trabalhos científicos evidenciando que muitos tratamentos
com medicações orais, sobretudo
anticoncepcionais, terapia de
reposição hormonal e anti-hipertensivos não alcançam o devido
sucesso em virtude da baixa ingestão
de água por parte do paciente; isto
se deveria tanto à má circulação da
substância pelo corpo quanto à má
absorção no intestino, processo este
dependente da água como veículo
de transporte para a substância.
Fonte: Revista UNICEUB
Ano IV - Abril 2003 - Nº 8
Colaboração: Dra. Sandra Barreto
Prado
Médica Veterinária
Ribeirão Preto - SP - Março/2004
7
Peregrino
Informação,
Cultura
e
Livre
Expressão
Águas de março
Após o temporal, a água em
filetes continua a deslizar pela
vidraça. Na TV o noticiário, inundações e desmoronamentos. As
chuvas que caem, necessárias, às
vezes enfurecidas provocam
destruição e morte. No local do
espetáculo: sob um barraco, a mãe e
duas crianças soterradas. No outro,
só as crianças, a mãe em desespero,
ainda não concebe a perda, o
irremediável. Na vidraça, lágrimas
imagem da dor. Pobreza e desolação,
retrato de uma sociedade injusta que
ainda mantém a estrutura patriarcal.
O que comemorar no dia Internacional da Mulher? É oportuna a
reflexão sobre a posição feminina
entre nós. Hoje, apesar dos avanços
no campo legal, a mulher que conquistou o direito ao trabalho fora do
lar, na verdade, se responsabiliza por
dupla jornada. Raros são os casais
que assumem em comum as tarefas
domésticas. Além dos salários
inferiores aos dos homens para o
exercício da mesma função, há o
assédio, freqüente e não denunciado, por temor ou vergonha. E o
crime, impune, se reproduz. No lar, a
violência, o espancamento e até a
morte freqüentam o noticiário.
O assassinato já foi justificado
como “legítima defesa da honra”
como Doca Street absolvido em
1979. Recente é o caso do promotor
Igor Ferreira da Silva que matou a
mulher grávida (1998) e continua
foragido. Como chegamos a esse
estado de coisas? Ao lado das
comemorações de conquistas é
preciso repensar essa estrutura
perversa.
Embora diferente do homem na
sua missão, a mulher deve lutar por
seus direitos e sua dignidade. Nas
tradições religiosas a dignidade do
homem e da mulher são semelhantes.
Nos Upanishad, livros sagrados dos
A Viagem
“Vem surgindo ao longe no rio
pelas pontas parece um navio
vai sumindo, fugindo de mim
no rastro o adeus já no fim”
Pablo está sentado à beira da
estrada, aguardando trabalho. O
amigo Jesuíno está para passar com
a carga.Tenta abotoar a camisa, nota
que está sem botão.Olha as roupas
amassadas e alisa com as mãos as
dobras da calça, ajeitando-se para
adquirir melhor aparência. Desde
que Lia falecera não tinha mais
ninguém que cuidasse de suas coisas. Pensa. A solidão e maus tratos
o perseguem.
Sobe no caminhão e arranja
serviço para as próximas horas. Era
“chapa”.Tinha sempre algum trocado no bolso, nunca o necessário
para concretizar seu sonho de voltar
à terra natal.
Acomoda o corpo na boléia.
Descarrega com o amigo até o meio
da tarde. Apesar da idade, seu porte
era forte, de musculatura encorpada.
Desce da caçamba do caminhão
e despede-se do compadre.
Volta ao trevo de entrada, talvez
arrumasse alguma coisa para
amanhã cedo.
Senta-se na pedra. Aperta os
olhos miúdos em direção aos carros,
atento à chegada de outro carregamento. Sente um cansaço, uma
fraqueza irritante.
Havia uma hora que era a do
lobo. Assim como a caça sucumbe
ao predador, não conseguimos fugir
do lobo. É justamente nesta hora
quando estamos enfraquecidos que
ele envereda pelo nosso caminho,
deixando um rastro lacônico de uivos
sofridos de solidão.
Observa mecanicamente o
movimento, veículos de todos os
tamanhos, o fim de tarde. Lá onde
nascera, soprava por essa hora, a
brisa do mar.
Relembra o apito dos navios que
atracavam no porto de Barcelona.
Sente o aroma de lulas, seu prato
preferido, ele as chamava de
“baleitas”.
Quando iria voltar?
Acalentava a esperança de um
dia rever Barcelona. Tinha um tio
que enriquecera. Quem sabe ele
poderia mandar-lhe uma passagem?
Já não tem motivos para morar
no Brasil. Depois da morte trágica
de Lia, terminara de criar os filhos, e
eles sumiram-se no mundo. Não lhe
faziam caso, vez por outra mandavam notícias.
De parentes só restara um primo
da falecida, de casamento marcado.
Dera-lhe acolhida por causa do
isolamento em que vivia. Era terrível
quando a noite chegava. Para dormir
arrumava uma mulher ou outra, mas
pela manhã estava sozinho novamente.
O café frio descia pela barriga
como um pedaço de gelo.
Há alguns dias sente-se
indisposto, podia ser gripe. A tosse
era constante. Olha a noite, não se
dera conta do tempo.
Vedas, assim se faz o relato da
criação:
“No início nada existia. O ser
surgiu do não-Ser.(...) Olhou e só se
viu a si. Disse: Eu sou...Desejo
outro. Fez-se do tamanho de um
homem e duma mulher abraçados.
Desdobrou-se em dois. Por isso,
cada um não é mais que uma metade”
Também na psicologia, Carl
Gustav Jung fala de um – animus —
lado masculino da mulher e da –
anima — o lado feminino do homem.
Estudos de antropólogos revelam
que nas culturas onde a mulher
exerce influência semelhante ao
homem há mais harmonia. Entre os
hopis, índios pueblos do Arizona, a
sociedade é matrilinear e a criança é
ensinada a cooperar.
A poesia de Hilda Hilst nos fala
dessa comunhão entre os sexos:
“Desde sempre em mim. Desde
Sempre estiveste. Nas arcadas do
tempo
Nas ermas biografias, neste adro
solar
No meu mudo momento
Desde sempre, amor, redescoberto
em mim”.
Que as águas de Março tragam
fartura na colheita de novas leis que
aperfeiçoem o novo Código Civil e a
eficácia na sua execução. Ao assumir
a violência e a guerra, o homem
abandonou o seu lado anima, que
ele descubra em si esses valores.
Que a sociedade seja tomada por um
movimento mais harmônico e
“feminino” em que o maior anseio
seja o bem e a preservação da vida,
e não objetivos imediatos e egoístas.
Que as lágrimas sejam de alegria e
realização. Chuvas benéficas de
verão.
Aquela dor no corpo volta a
incomodar. Amanhã procuraria um
médico, não tinha mesmo surgido
nenhum trabalho.
Passa a noite sonhando que o
tio mandara buscá-lo. Afinal, era o
único sobrinho morando fora da
Espanha.
Na consulta, desespera-se com
o diagnóstico dado pelo médico Doença de Chagas. Seus dias estão
contados. Pressente que mãos
embaraçam o desenrolar do seu
destino.
A “bruja vieja”, da terceira Parca
afia a tesoura para cortar seu fio de
vida.
Vai para casa e senta-se na
cabeceira da mesa. Fica imaginando
o que fazer. Passa no Banco e levanta
o valor do saldo da pequena poupança. Sabia que não era o bastante
para uma passagem.
Cogita a possibilidade de ir num
cargueiro como tripulante.O Doutor
havia feito uma ressalva sobre
trabalho – O senhor prolongará seu
tempo de vida se guardar repouso!
O seu serviço é pesado, exige
esforço! Respeitar isso conta muito
a seu favor.
Iria morrer sem retornar a
Barcelona?
Lembra-se das economias que
seu primo economizava para as
núpcias. Fica inquieto procurando
uma desculpa para si mesmo. Fala
alto como se raciocinasse, achando
que a mulher o escuta:
-Tomo emprestado, chegando a
Barcelona peço ao tio para ressarcir
o primo.
Junta sua tralha. O primo se
ausentara por uns dias. Dirige-se ao
Banco e resgata a conta conjunta
que ele lhe confiara.
Sente-se remoçar.
Quem sabe na Espanha, avaliado
por um bom especialista, não tivesse
um destino diferente? Existem
criaturas do Senhor com dedos
angelicais que desenrolam nossos
fios de vida.
A esperança volta a povoar seus
sonhos.
Ri baixinho, iria enganar a “Bruja
vieja” da terceira parca.
Chega a sentir uma ponta de
felicidade.
No Aeroporto começa a suar em
demasia. Entra no banheiro e passa
o lenço molhado na nuca.
Cai.
Populares acodem-no. Chega a
chamar o nome do primo, dos
filhos...
Ouve a voz de alguém à distância:
- Vamos removê-lo... Foi um ataque
cardíaco, fulminante, deve ter tido
uma emoção forte...
Avista uma luz bem longe...
Aumenta de tamanho paulatinamente... Preenche todo o campo
da sua visão...
Repara num vulto que lhe
estende a mão...
Um torpor, uma alegria enche sua
alma, reconhece Lia, sua mulher...
Belmira I. M. Melchor
Grupo Flamboyant
[email protected]
Yole Pagano
[email protected]
8
Peregrino
Informação,
Cultura
e
Livre
Ribeirão Preto - SP - Março/2004
Expressão
Estar - Espaço para Tratamentos Alternativos de Ribeirão
Programação 2004 - 1º Semestre
Coordenação: Dra. Cláudia Cardoso Garcia
Informações/ Programação dos Cursos
Esperanto: comunicação para o mundo
Curso Básico de Fitoterapia
Esta será a segunda língua de todos os Povos. Possui gramática fácil e
permite que você se comunique e faça amigos pela Internet em qualquer
país do mundo.
Prof.: Antônio Carlos Rodrigues Prado.
Março: dias 6 e 20 das 8 às 12h
Abril: dias 3 e 17 das 8 às 12h
Maio: dias 8 e 22 das 8 às 12h
Junho: dias 12 e 26 das 8 às 12h
Investimento: R$40,00 por mês.
O curso é composto de 9 módulos, um sábado por mês, das 8 às 18h com
intervalo para almoço.
módulo 1: Introdução e Histórico da fitoterapia (2h), Conhecimento popular
das plantas medicinais (6h) - dia 27 de março.
módulo 2: Classes de princípios ativos vegetais / Controle de qualidade (4
h); Nutracêuticos e Aromaterapia (4 h) - dia 24 de abril.
módulo 3: Fitoterapia clínica: Dermatologia (4 h), Sistema endócrino (4 h) dia 29 de maio.
módulo 4: Fitoterapia clínica: Odontologia (4 h), Sistema osteoarticular (4 h)
- dia 3 de junho.
módulo 5: Estudo de campo: Reconhecimento de plantas do cerrado mineiro
com passeio a cachoeiras incluso - dia 31 de julho
módulo 6: Fitoterapia clínica: Pediatria (4 h), Sistema digestivo (4 h) - dia 28
de agosto
módulo 7: Fitoterapia clínica: Sistema respiratório (4 h), Sistema imunológico
(4 h) - dia 25 de setembro
módulo 8: Fitoterapia clínica: Sistema genito-urinário, Ginecologia/Obstetrícia
(8 h) - dia 30 de outubro
módulo 9: Fitoterapia clínica: Sistema cardiovascular (4 h), Sistema nervoso
(4 h) - dia 2 7 de novembro
Profas.: Cláudia Cardoso Garcia: Médica Fitoterapeuta
Maria Mercedes Alves: Farmacêutica e Fitoterapeuta
Investimento: 4 cheques pré datados de RS200,00 na inscrição. Obs.: poderão
ser feitos módulos individuais a R$100,00 o módulo.
A totalidade do ser
O curso é dividido em 4 módulos, sendo 1 por mês:
módulo 1: O Eu consigo mesmo (como desenvolver a auto-estima);
módulo 2: O Eu com o outro (visa melhorar os relacionamentos);
módulo 3: O Eu no mundo (desenvolver estratégias possíveis para realizar
seus sonhos);
módulo 4: O EU cósmico (como utilizar sua intuição).
Poderão ser feitos módulos individuais.
Profa.: Virgínia Teixeira Gazini Cardoso - Psicóloga
Março: dias 9, 16,23 e 30 às 20h
Abril: dias 6,13, 20 e 27 às 20h
Maio: dias 4, 11, 18 e 25 às 20h
Junho: dias 1,15, 22 e 29 às 20h
Investimento: R$100,00 por mês / estudantes R$90,00.
Assumindo o comando de sua vida
Aprenda a lidar com suas dificuldades e sua auto-estima neste curso,
redescobrindo-se e harmonizando corpo/mente.
Profa.: Marilene Ribeiro Asevedo - Socióloga / Terapeuta Corporal
Março: dias 13 das 8 às 17h e, 14 das 8 às 12h
Investimento: R$50,00
Iniciação às danças circulares sagradas
Atividade vivenciada em grupo. As danças sagradas desenvolvem a
musicalidade, a integração e a serenidade. Incluso CD, apostila e Certificado.
Profa.: Juliana Leonardi - Musicoterapeuta / Historiadora
Abril: Nível 1 - dia 25 das 9 às 17h
Investimento: R$120,00 ou 2 cheques de R$60,00
Encontros de danças circulares sagradas
Profa.: Juliana Leonardi - Musicoterapeuta / Historiadora
Março: dia 17 das 20 às 22h
Abril: dia 14 das 20 às 22h
Maio: dia 19 das 20 às 22h
Junho: dia 16 das 20 às 22h
Introdução a hipnoterapia Ericksoniana
Curso direcionado para profissionais da área.
Profa.: Virgínia Teixeira Gazini Cardoso - Psicóloga
Maio: dias 14 das 20 à 22h30 e, 15 das 9 às 17h
Investimento: R$180,00 / estudantes: R$160,00
Curso Básico de Mosaico
A arte através dos cacos desenvolvendo sua imaginação e paciência,
auxiliando no equilíbrio emocional.
Profas. Valéria e Vânia Franco de Morais
Abril: dia 3 e 17 das 14 às 17h
Maio: dias 1 e 8 das 14 às 17h
Investimento: R$80,00. Incluso material e apostila.
Alimentação Natural
Curso Básico de Feng Shui
Aprenda a arte de cozinhar de maneira saudável e natural.
Profa. Valéria Aparecida Vieira
Março: dia 20 das 13h30 às 18h
Abril: dia 18 das 8 às 12h
Maio: dias 22 das 13h30 às 18h e, 23 das 8 às 12h (curso de 8 horas)
Junho: dia 19 das 8 às 12h
Investimento: R$38,00 nos meses de março, abril e junho; e R$50,00 no mês
de maio.
Organize o interior do seu lar através da antiga arte chinesa de harmonização
de interiores que visa promover a saúde, as oportunidades e a prosperidade.
Incluso apostila.
Profa.: Ana Paula Corrêa.
Abril: dia 4 das 9 às 17h com intervalo para o almoço
Junho: dia 6 das 9 às 17h com intervalo para o almoço
Investimento: R$90,00 ou dois cheques de R$45,00.
Aulas Regulares
Aulas oferecidas durante todo o ano por profissionais especializados, nas opções abaixo:
Tai Chi
Terças-feiras e quintas-feiras das 8 às 9h
Tai Chi é vivenciado na China há cinco mil anos e o objetivo é trazer a
harmonia, saúde e equilíbrio para o ser.
Prof. Rita de Cássia Cabianca Berezowski
Investimento: R$50,00 por mês.
Dança do Ventre
Segunda-feira às 14h, quarta-feira às 8h30 e sexta às 18h
Aulas direcionadas para mulheres que tenham interesse em desenvolver
suas características pessoais, artísticas e físicas através da dança.
Prof. Érika Azzuz
Investimento: R$45, 00 por mês 1 vez por semana
Yoga
2 vezes por semana (diversos horários)
Exercícios para o equilíbrio do corpo e da mente.
Prof. Maria de Fátima Araújo
Investimento: R$60, 00 por mês.
Alongamento e Relaxamento para Terceira Idade
Segunda-feira e quarta-feira das 7h30 às 8h30
Uma proposta para melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Prof. Flauziane dos Santos Borges
Investimento: R$40,00
Maiores detalhes e Inscrições: ESTAR - Espaço para Tratamentos Alternativos de Ribeirão
Rua Alfredo Braghetto, 151 - Jardim Paulista - Ribeirão Preto - SP - cep: 14090-149
Telefone: (16) 3967 6890 / Telfax: (16) 624 2321 - e-mail: [email protected]
Ribeirão Preto - SP - Março/2004
9
Peregrino
Informação,
Cultura
Vida em Som: O Resgate do Potencial
Curativo através da Música e do
Movimento
Musicoterapia
A Musicoterapia é um processo terapêutico que tem por objetivo
promover e facilitar as dinâmicas inter e intra pessoais do indivíduo, bem
como desenvolver sua comunicação e auto-expressão, através de
vivências e experiências sonoro-musicais.O cliente aprende a resignificar
a vida e resgatar seu potencial curativo a partir de sua história musical e
de sua identidade sonora única. Experiências de improvisação músicoinstrumental, de canções, com múltiplos meios e improvisações
conduzidas, além de experiências de re-criação musical, composição e
audição fazem parte, entre outros, dos principais métodos e intervenções
utilizados em musicoterapia. Não é necessário conhecimento ou formação
musical para poder vivenciar e participar da musicoterapia. O que há de
tão singular em seu processo é justamente o fato das forças dinâmicas
de mudança estarem centradas nas experiências do som, da beleza e da
criatividade.
Atendimentos Clínicos
Grupos de Aprimoramento Pessoal
Danças Circulares Sagradas
As danças circulares representam uma retomada de antigas culturas e
tradições que vivenciaram e manifestaram a intuição do sagrado por
meio de movimentos em roda, cantos e celebrações que conectavam o
homem com os “conteúdos primordiais” da sua própria alma. Bernhard
Wosien (1908-1986), bailarino e coreógrafo alemão foi responsável pelas
pesquisas iniciais e pelo resgate de importantes danças sagradas da
Europa. Após a sua morte, a Fundação de Findhorn, na Escócia,
continuou coordenando as pesquisas de Wosien e os trabalhos
desenvolvidos por sua filha Maria-Gabriele Wosien. Atualmente diversas
linhas e tradições vem sendo incorporadas no movimento das danças
circulares no Brasil e no mundo.
Benefícios das Danças Circulares
Por ser uma atividade de grupo e vivenciada em círculo, as danças
sagradas desenvolvem de forma suave e profunda o ritmo, a musicalidade,
a coordenação motora, bem como a integração, a cooperação, a
consciência de si como parte de um todo, a serenidade e a comunhão
entre as pessoas.
Iniciações
Encontros para Aprimoramento Pessoal
Juliana Leonardi
musicoterapeuta clínica, historiadora
arte-educadora e focalizadora de danças sagradas
Bacharel e licenciada em História (UNICEUB-Brasília/DF) e Musicoterapia
(UNAERP-Ribeirão Preto/SP). Formações em: Biopsicologia com Susan
Andrews (EUA) Psicossomática (Instituto Lúmen) Psicoballet com
Georgina Garcia (Cuba). Treinamento em danças sagradas com
focalizadores do Brasil, Findhorn e Noruega. Bailarina integrante do grupo
de dança flamenca “Luz Andaluz” em Ribeirão Preto. Cursos paralelos de
arte-educação, cerâmica e artesanato (Otto Sirnes), pintura e mandalas
(Nena Leonardi). Iniciada em Reiki níveis I e II com Nilva Murtha (Sistema
Usui e Tibetano). Viveu 1 ano na comunidade do poeta e educador
dinamarquês Nicolai Grundtivig (1783-1872), em Valdres, Noruega, onde
participou de diversos cursos e seminários sobre educação para a paz e
valores humanos. Cursos e seminários avançados em história das
religiões com Victor Leonardi (UnB). Desenvolveu trabalhos sobre
história oral e imaginário junto às comunidades budistas da Terra Pura,
Zen e Tibetana de Brasília. Atualmente dedica-se a estudos e pesquisas
sobre a pedagogia do deslumbramento e a arte espiritual de Nicolas
Roerich. Coordena Grupos de Estudo sobre história da arte e história das
religiões. Grupos de Aprimoramento em “pedagogia do deslumbramento”
e o “feminino por meio das deusas”
ESTAR - Espaço para Tratamentos Alternativos de Ribeirão
Rua Alfredo Braguetto,151 - Jd. Paulista - Ribeirão Preto - SP
Telefones.: (16) 3967-6890 / 624-2321
e
Livre
Expressão
Patro Nia (*)
Patro nia, kiu estas en la cielo,
Via nomo estu sanktigita.
Venu Via regno, plenumigu Via volo,
Kiel en la cielo, tiel ankau sur la tero.
Nian panon ciutagan donu al ni hodiau.
Kaj pardonu al ni niajn suldojn, Kiel ankau
Ni pardonas al niaj suldantoj.
Kaj ne konduku nin en tenton,
Sed liberigu nin de la malbono.
(Sankta Mateo, 6:9-13)
(*) Pai Nosso em Esperanto
Esperanto
O Esperanto é uma língua falada em todos os continentes do planeta.
Ela tem pouco mais de cem anos e não possui qualquer vínculo político ou
religioso, o que lhe confere um caráter neutro, dando-lhe condições de ser
adotada como a segunda língua de cada povo.
Possui gramática fácil, regular e planejada com apenas 16 regras básicas
e pronúncia fonética, ideal para atender às exigências verbais do homem
moderno.
O aprendizado do Esperanto dispensa o conhecimento de qualquer outra
língua e permite que você se comunique e faça amigos pela Internet em
qualquer país, utilizando-o também para a elaboração de trabalhos científicos
e teses.
Você ampliará sua cultura, pois terá mais de 50 mil obras à sua disposição
e tomará conhecimento de mais de 160 revistas e jornais de todo o mundo.
Fará viagens internacionais com maior proveito, encontrando esperantistas
aonde for.
Einstein, Ghandi, Olavo Bilac e tantos outros já recomendavam o
Esperanto na sua época.
Observamos nas últimas décadas o aumento da violência e da dificuldade
das pessoas falarem o que sentem e pensam o que gera insegurança e
medo, sentimentos que levam a bloqueios no quinto chacra, região que
corresponde à garganta e à tireóide. Isto aumentou muito o número de
doenças que afetam estes locais.
Com a facilidade de comunicação entre as pessoas, podemos ajudar a
desbloquear o quinto chacra e amenizar estes problemas. A proposta do
ESTAR é de harmonização e cura, o que me levou a colocar o Curso de
Esperanto dentro da programação para poder auxiliar neste aspecto. Façam
bom proveito!
Dra. Cláudia Cardoso Garcia
10
Peregrino
Informação,
Cultura
e
Livre
Ribeirão Preto - SP - Março/2004
Expressão
A Casa Oito – a crise dos quarenta
No artigo anterior vimos o signo de
Escorpião e a sua função no desenvolvimento humano como uma preparação
para tratarmos agora da entrada do
momento de nossa idade na Casa 8, casa
de Escorpião. E por que foi preciso fazer
esta preparação? O que tem Escorpião
de diferente, já que não fiz preparação
nenhuma para as outras casas?
Quando falamos de signo, nos
referimos a processos internos, modos
de comportamento gerados por uma
determinada postura diante da vida.
Quando falamos em casa, nos referimos
a acontecimentos externos dos quais não
temos o mínimo controle, que fogem à
nossa possibilidade de escolha. No
entanto, estes acontecimentos são o
resultado de nossas escolhas anteriores
feitas ao longo do tempo, que serviram
em um dado momento e que agora
precisam ser redimensionadas. E não é
fácil percebermos que não somos tão
maravilhosos quanto pensávamos, que
muitas coisas não correm de acordo com
nossos desejos e que muitas coisas que
tínhamos feito com plena convicção
agora parecem falsas e sem sentido. A
sensação é a de que nosso mundo está
desmoronando e que o túnel está
fechado, sem deixar passar vislumbre
algum de luz. É por isso que a casa oito
Planta pouco conhecida no Brasil,
o Endro também conhecido como Dill
nos países de língua inglesa, é um
condimento essencial na culinária do
norte da Europa, principalmente na
Noruega e Suécia. Nestes países o
endro está como o orégano para o
italiano. Difícil imaginar um salmão
sem o endro, tanto as folhas frescas
quanto as sementes secas. Utilizado
há milhares de anos, as primeiras
é a mais complexa, delicada e complicada
de todas as outras doze casas, a que traz
mais transformações e reorientações na
nossa vida.
A casa oito pertence ao grupo das
casas fixas. Nessas casas procuramos
dar uma forma segura e eficaz às idéias e
impulsos. É nestas casas que consolidamos e amadurecemos as experiências
pelas quais passamos. Dando um
exemplo concreto: na Casa 2 queremos
possuir algo que nos dê um sentido de
valor. Tanto pode ser alguma coisa
material como idéias, talentos, dons
artísticos e mentais. Acreditamos que
nossas posses ou talentos nos dão um
sentimento de auto-estima e que não
podemos viver sem eles. O mesmo
acontece com as outras casas. Na Casa
5 desejamos ser poderosos, fortes e
criativos e criamos uma imagem de nós
mesmos de que somos empreendedores
e auto-suficientes. Na Casa 8, alcançamos um status social, exercemos um
papel na sociedade que nos dá segurança
e a auto-estima depende dos títulos, dos
cargos, da posição num grupo e do
prestígio. E não gostamos de perder o
que conquistamos. “Nas casas fixas não
desejamos soltar nem dar o que
conseguimos ou possuímos. Estamos
convencidos de que temos que ter algo
para ser alguém”. Nós nos agarramos
aos nossos papéis sociais e a um
determinado modo de ver a vida e não
admitimos que possa haver outras
possibilidades de orientação. Nós nos
tornamos rígidos, cristalizados.
Mas ao chegarmos à Casa 8 aos 42
anos, acontecem as primeiras crises
sérias e levamos os maiores safanões de
toda nossa vida. Neste momento, certos
aspectos que tinham solidez e estavam
firmemente estabelecidos devem morrer
para que as forças evolutivas possam
fazer o seu trabalho. Às vezes acontecem
mudanças drásticas como divórcio,
perda de emprego, perda dos bens. É
muito comum surgirem as primeiras
sensações de que o corpo está envelhecendo e pedindo cuidados. Também
o corpo sofre com o colapso interno e
sobrevêm crises de pânico, depressão,
doenças cardíacas e uterinas, os
músculos enrijecem, causando dores
generalizadas, o esqueleto sofre, os
ligamentos se rompem ou se fazem sentir
doloridamente. Pela primeira vez
percebemos a nossa finitude.
O mais das vezes não se verificam
acontecimentos no mundo externo, mas
começamos a sentir que tudo em que
acreditávamos e que nos dava segurança
parece ter ruído, desmoronado. Os
Endro - Anethum graveolens
alusões desta planta foram feitas por
egípcios, que a empregavam como planta
medicinal. Em escavações em sítios
arqueológicos romanos foram encontradas muitas sementes de endro, e
os próprios gladiadores usavam muito
desta semente em sua alimentação, pois
acreditavam que ela podia aumentar a
força física. Também foi usada na Idade
Média para enfrentar as bruxarias. Os
hebreus costumavam pagar o dízimo, sua
obrigação religiosa, com o endro; os
armênios também usavam com muita
freqüência para condimentar seus pratos,
sendo característico de sua culinária. A
planta possui uma altura que varia de
20 cm até a 1 metro, dependendo muito
da fertilidade do terreno. Planta herbácea,
anual, de caule fino e oco, cujas folhas
são parecidas com as do funcho. Os
frutos são pequenos, do tipo denominado diaquênio, com sementes
marrons quando maduras.
O endro é encontrado vegetando
espontaneamente em várias regiões do
sul da Europa, no norte da África e Ásia.
Vegeta em regiões onde predomina o
clima tipo temperado. Atualmente o
endro é cultivado em escala comercial
em alguns países europeus, Paquistão,
Alemanha, Romênia, Índia, Japão e
Estados Unidos.
O clima ideal para o endro é o do
tipo mediterrâneo, planta extremamente
resistente, adapta-se bem em vários
tipos de clima. Necessita de muita
irrigação e se faltar água pode levar a
perda de quase toda a produção. O
período de amadurecimento das
sementes também é um momento
bastante crítico, pois uma chuva ou
vento mais forte pode derrubar todas as
sementes, e perder toda a produção.
A colheita deve ser da mesma forma
que outras plantas aromáticas da família
Umbelífera. Colhem-se as umbelas
(inflorescências) que começaram a
amadurecer, e leva-se para a secagem.
Se passar da hora, ou seja, se esperar
todas as sementes ficarem secas, além
de perder aroma pela volatilização dos
óleos, no momento de se cortar o ramo
que prende a umbela na planta as
sementes irão se desprender e cair ao
chão.
A parte mais valorizada são as
sementes, que produzem um óleo de
excelente qualidade, de odor agradável e
característico. Já as folhas às vezes são
utilizadas para a extração de óleo, mas
este é de qualidade inferior, e não tão
agradável assim. Como condimento a
preferência também é pelas sementes,
mas alguns pratos utilizam o endro
fresco como decoração. Para fins
medicinais pode-se utilizar a planta
toda.
O princípio ativo mais valorizado
são os óleos essenciais, lembrando que
óleo essencial é uma mistura de dezenas
de substâncias químicas. Também
encontra-se a presença de substâncias
nitrogenadas, resinas, muscilagens e
taninos, que são substâncias comuns em
quase todos os vegetais.
Planta muito usada para aliviar as
dores causadas pelos gases intestinais,
auxiliar no tratamento de doenças e
inflamações da boca e para controlar o
vômito. Existe uma citação na literatura
onde esta planta é utilizada para o
controle do soluço. Pegue 5 gramas de
sementes de endro e prepare um chá em
pilares que nos sustentavam estão por
terra e nos sentimos inseguros,
frustrados, sem parâmetros. É como se
estivéssemos à deriva. Então, pela
primeira vez nos perguntamos o
verdadeiro sentido da vida.
Trabalhar a Casa 8 com consciência
é aprender a lidar com perdas inevitáveis,
treinar o desapego e a entrega, exercitar
o abrir mão, o deixar ir o que nos causa
dor e frustração. É nos abrir a novas
possibilidades, a novas maneiras de
enxergar a vida e a nossa inserção na
sociedade, é perceber que, se é muito
bom ter, melhor ainda é ser. Ou ainda
melhor é perceber que os dois juntos
funcionam maravilhosamente e que um
não exclui o outro!É nos desligar do
pensamento orientado ao lucro, à
competição e à posse de bens e pessoas
e permitir que nossa consciência se abra
para valores mais altos, mais independentes e mais criativos.
Aí estaremos entrando já nos
assuntos da Casa 9, que veremos no mês
que vem.
Colaboração: Regina Martins
Tels.: (16) 636 3896 / 3023 2187
[email protected]
1 litro de água, e faça durante o dia
bochechos e gargarejos. Pode-se beber
um pouco deste chá para problemas
estomacais e gases.
O endro não é muito comum na
culinária brasileira, provavelmente a
grande maioria dos brasileiros nunca
experimentou o seu sabor e nem sentiu
os seus aromas. Muito empregado na
Europa, principalmente na culinária dos
países do norte da Europa. Pode-se usar
as folhas frescas para condimentar
molho branco, saladas e pepinos em
conserva; as sementes secas podem ser
empregadas no cozimento de
beterrabas, repolhos e couve-flor, para
aromatizar vinagres, óleos e picles. Para
o preparo de um autêntico prato
escandinavo, conhe-cido como gravad
lax, pegue cerca de 400 a 800 gramas de
salmão, e tire dois filés. Prepare à parte
uma mistura de 1 colher de sopa cheia
de sal, 1 colher de sopa de açúcar, 1
colher de chá de pimenta do reino preta
inteira, uma colher de sopa de brandy e
uma colher de sopa de folhas frescas de
endro. Prepare este molho e coloque
um pouco em uma vasilha pequena de
porcelana e acomode uma fatia do
salmão. Coloque mais um pouco da
mistura e coloque por cima a outra parte
do salmão, e despeje por cima o restante
da mistura. É importante dividir em
partes iguais a mistura a ser distribuída
sobre o salmão, e na hora de colocar os
pedaços de salmão deixar a pele voltada
para fora. Envolva os pedaços com um
filme plástico e coloque alguns pesos
em cima. Leve à geladeira por 12 horas
a 5 dias. Na hora de servir retire o
salmão, fatie e sirva com pão fatiado e
muita manteiga. Mostarda ou maionese
com endro também é muito comum para
acompanhar este prato.
Colaboração: Ademar Menezes Jr
Eng. Agrônomo – Especializado em
Plantas Medicinais
[email protected]
Ribeirão Preto - SP - Março/2004
11
Peregrino
Informação,
Cultura
e
Livre
Expressão
Leitura
Agenda
Datas comemorativas - Março
05
08
12
14
20
21
22
26
27
-
Nascimento de Heitor Villa Lobos – 1887.
Dia Internacional da Mulher.
Dia Nacional do Bibliotecário
Dia Nacional da Poesia, Nascimento de Castro Alves – 1847.
Início do Outono, Decreto Proíbe a Escravidão de Índios –
1662.
- Fundação do Primeiro Jornal Brasileiro, Dia Internacional
para Eliminação da Segregação Racial, Dia Mundial da
Infância, Dia Florestal Mundial, Dia Universal do Teatro.
- Dia Mundial da Água.
- Dia dos Animais.
- Dia Mundial do Teatro, Dia do Artista Circense, Dia do Circo
Cursos, Palestras, Seminários e Workshops
Março
O professor atuando no ciberespaço – Nilbo Ribeiro
Nogueira
O Filósofo – Histórias de um
pequeno pensador – Rosabela Paz
Este livro discute a utilização da
internet com fins pedagógicos,
de tal forma que ela possa ser
utilizada por todos os professores e não apenas pelos
professores de informática.
Questiona a sua utilização como
mera fonte de coleta de dados e
informações, ampliando as
possibilidades desse novo espaço
de aprendizagem principalmente
no que se refere à autoria de
projetos temáticos.
Editora Érica Ltda.
Tel.: (11) 295 3066 / Fax: (11)
217 4060
www.editoraerica.com.br
Merlos, um espírito escocês que
desencarnou ainda criança em um
acidente de trem, diz não ter
coragem de crescer. Um espírito
brincalhão, alegre, inteligente,
sabedor de grande filosofia. O
acaso coloca-o em contato com
Melissa, um espírito recémformado em biologia que desencarnou aos 23 anos. Através
deste livro você tomará contato
com as lições filosóficas e
espirituais desse pequeno grande
filósofo.
Grupo Editorial Madras
Tel.: (0**11) 6959 1127 - Fax.:
(0**11) 6959 3090
www.madras.com.br
A menstruação e seus mitos
– Isabel Vasconcellos
Poucas pessoas sabem que
menstruação é algo bem recente.
No passado, mal dava tempo
para as mulheres menstruarem,
entre uma gravidez, amamentação e outra gravidez.
Reunindo informações de vários
médicos especializados em saúde
da mulher, a autora brinda as
mulheres (e seus companheiros
interessados) com exposições das
questões relacionadas à menstruação. Entremeada com
contos sobre mulheres, a narrativa flui de forma gostosa e
envolvente, levando a informação e a oportunidade de
conhecer mais, refletir e
escolher: ser saudável e feliz.
Editora Mercuryo
Tel/Fax: (0**11) 5531 8222 /
5093 3265
www.mercuryo.com.br
Música
O tempo de cada um – Alceu
Costa Filho
A Mônada Hieroglífica –
John Dee
Afastados do trabalho mediúnico
há anos – já em idade avançada
– Antônio e Rita não sabem que
o centro espírita e o abrigo de
idosos, fundados por eles, estão
entregues a colaboradores desinteressados em expandir a
caridade.
Solitário, o casal enfrenta
dificuldades próprias da idade,
longe de imaginar que uma
inesperada visita os aguarda – os
benfeitores espirituais.
Petit Editora
Tel.: (0**11) 6684 6000
www.petit.com.br
Esta obra destaca a influência dos
signos e a importância do Sol e
da Lua para a Mônada, em conjunção com a proporção decimal
da Cruz. O autor é um dos nomes
mais famosos no ocultismo
inglês. Foi educado em Cambridge. Ele se dedicou às pesquisas
do oculto em especial a alquimia.
Era um notável matemático, e
colecionador de livros e
manuscritos. Esta é uma obra de
grande aprendizado, que revela
descobertas a respeito dos
símbolos.
Grupo Editorial Madras
Tel.: (0**11) 6959 1127 - Fax.:
(0**11) 6959 3090
www.madras.com.br
Florais – P. C. Bernardes
Este CD traz melodias para
equilibrar, inspiradas na
terapia floral; foi inspirado
no conceito básico da terapia
floral que busca o equilíbrio
interior, proporcionando ao
ser humano uma melhor
qualidade de vida.. É o resultado de uma intensa pesquisa
realizada pelo músico sobre
os Florais de Bach. O álbum
traz músicas baseadas nos sete
sentimentos básicos do ser
humano e em seus grupos de
florais
correspondentes,
estimula diferentes sensações
em direção ao autoconhecimento.
AzulMusic
Telefax: (0**11) 5181 0610
www.azulmusic.com.br
06 – Curso de Esperanto – Inf.: (16) 3967 6890 / 624 2321.
09 – 19h30 - Palestra Trigueirinho – Inf.: (16) 625 5224 / 632
4095 / 3911 5520
09, 16, 23 e 30 – 20h - Curso “A totalidade do ser” – Módulo 1 –
Inf.: (16) 3967 6890 / 624 2321.
13 e 14 – Curso “Assumindo o comando de sua vida” - Inf.: (16)
3967 6890 / 624 2321.
17 – das 20 às 22h – Encontro de danças circulares sagradas Inf.: (16) 3967 6890 / 624 2321.
20 – Curso “Alimentação natural” - Inf.: (16) 3967 6890 / 624
2321.
20 – das 9 às 11h – Palestra “Os princípios da Hatha-Yoga” –
Inf.: Senac (16) 624 2900.
20 e 21 – Curso de Florais de Bach – Módulo I – Inf.: (16) 621
8407 / 9105 0529.
23 – 19h30 - Palestra Trigueirinho – Inf.: (16) 625 5224 / 632
4095 / 3911 5520.
27 – Curso Gigong – Inf.: (16) 3911 5096 / 3911 4010 / 9608
2697.
27 – Curso Básico de Fitoterapia – Módulo 1 - Inf.: (16) 3967
6890 / 624 2321.
Abril
03 e 04 – Curso de Florais de Bach – Módulo II – Inf.: (16) 621
8407 / 9105 0529.
03 e 17 – Curso Básico de Mosaico - Inf.: (16) 3967 6890 / 624
2321.
04 – Curso Básico de Feng Shui - Inf.: (16) 3967 6890 / 624
2321.
06 – 19h30 - Palestra Trigueirinho – Inf.: (16) 625 5224 / 632
4095 / 3911 5520
06, 13, 20 e 27 – 20h - Curso “A totalidade do ser” – Módulo 2 –
Inf.: (16) 3967 6890 / 624 2321.
14 - das 20 às 22h – Encontro de danças circulares sagradas Inf.: (16) 3967 6890 / 624 2321.
17 e 18 – Curso de Florais de Bach – Módulo III – Inf.: (16) 621
8407 / 9105 0529.
20 – 19h30 - Palestra Trigueirinho – Inf.: (16) 625 5224 / 632
4095 / 3911 5520
23 - 9h30 - Curso de Reiki Nível 3A - ABR - Inf.: (16) 639 4271 /
9993 2054
24 – Curso Básico de Fitoterapia – Módulo 2 - Inf.: (16) 3967
6890 / 624 2321.
24 e 25 – Curso de Reiki Nível 1 - ABR - Inf.: (16) 639 4271 /
9993 2054
25 – das 9 às 17h – Iniciação às danças circulares sagradas – Inf.:
(16) 3967 6890 / 624 2321.
26 - 9h30 - Curso de Reiki Nível 2 - ABR - Inf.: (16) 639 4271 /
9993 2054
DIVULGAÇÃO
A divulgação de
Livros e CDs
neste espaço é
gratuita.
Contate-nos para
saber dos procedimentos através dos
telefones:
(16) 621 9225
9992 3408
GRATUITA
12
Peregrino
Informação,
Cultura
Curso de Florais de Bach
Os Sete Grupos dos Florais de Bach
Objetivos do curso:
• Trabalharemos as essências dos sete grupos dos Florais de Bach, através
de teoria e de estudos de casos, estabelecendo similaridades e diferenças
de forma a facilitar a prática terapêutica.
• Utilizaremos também contos de fadas, mitos, textos literários, além de
textos sobre florais, para que se perceba que por detrás do conteúdo
apresentado há uma outra linguagem não verbal profundamente rica e
instrumento primordial para que conheçamos a nós mesmos e aos outros.
“Tudo o que temos de fazer é preservar nossa personalidade, viver
nossa própria vida, ser o comandante de nosso próprio barco e tudo
estará bem.”
Dr. Edward Bach
Facilitadora: Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz - BFRP
Practitioner pela Dr. Edward Bach Foundation
Escritora, Poetisa e Contadora de Estórias
Pesquisadora de Mitos e Contos de fadas
Estudiosa de Carl G. Jung
Programação do 1º semestre de 2004 – Ribeirão Preto - SP
Módulo I – dias 20 e 21 de março
Módulo II – dias 3 e 4 de abril
Módulo IV – dias 14 e 15 de maio
Módulo VI – dias 5 e 6 de junho
Módulo III – dias 17 e 18 de abril
Módulo V – dias 29 e 30 de maio
Módulo VII – dias 19 e 20 de junho
Informações
Mariza Helena Ribeiro Facci Ruiz
(16) 621 8407 / 9105 0529
• As vagas são limitadas, faça sua inscrição com antecedência.
e
Livre
Ribeirão Preto - SP - Março/2004
Expressão
Florais – Mulher-esqueleto e a solidão
Era uma vez uma mulher. Ela
havia feito alguma coisa que seu
pai desaprovara. Nem ela mesma
sabia do que se tratava e ele a
lançara impiedosamente no mar. Os
peixes devoraram sua carne e
arrancaram seus olhos e ela ficou
lá pobre esqueleto a rolar com as
correntes. Um dia um pescador
solitário veio pescar naquela baía.
Seu anzol foi descendo e descendo
e ele encontrou algo. Deve ser um
grande peixe, ele pensou. De fato
era tão grande o peso daquilo que
ele pensava ser um peixe que
quando mais ele lutava mais aquilo
se enredava na linha da rede que
ele lançara ao mar. De repente ele
se voltou para olhar a rede e
deparou-se com aquele esqueleto,
horrível. Ele a soltou do barco sem
reparar que estava presa e remou,
remou, desesperadamente para
terra. Ao descer do barco ele
verificou que aquela terrível coisa
o acompanhara. Ele corria para
casa e o esqueleto vinha atrás dele,
ele gritava e ela o acompanhava, o
tempo todo ali, enredada na vara
de pescar. Finalmente ele chegou a
seu iglu e atirou-se no chão,
sentindo-se finalmente seguro.
Então, ele acendeu sua lamparina
de óleo de baleia e ela estava ali,
jogada, amontoada num canto, um
calcanhar sobre um ombro, um
joelho preso nas costelas. Ele teve
novamente medo, mas algo lhe
aconteceu. Talvez fosse a expressão
do esqueleto, se é que podem ter
expressão. Talvez fosse a solidão em
seu peito. O certo é que ele teve
compaixão daquele ser e lentamente começou a desenredá-la.
E cantava, cantava. Depois ele a
cobriu com ternura. E ela pensava
o tempo todo que queria ficar ali,
aquecida, cuidada como jamais o
fora. O homem teve sono e dormiu e
enquanto dormia uma lágrima
correu de seus olhos, talvez
provocada pela compaixão, talvez
provocada pelo coração finalmente
pleno. A mulher-esqueleto viu a
lágrima e aproximou-se, e bebeu a
lágrima e quanto mais bebia, mais
lágrimas saíam. Ela saciou sua sede
de anos. Ela estendeu a mão e
retirou de dentro do peito do homem
seu coração. Ela começou a
batucar nele pedindo por carne.
Tum, Tum, carne, carne ela cantava
em voz alta. E seu corpo mira-
culosamente se enchia de carne.
Quando finalmente
recobrou seu corpo
ela devolveu o
tambor ao homem e
deitou-se a seu
lado. Pela manhã
eles acordaram
juntos e abraçados
e não separaram mais.
Este é um conto do povo Inuit tribo do Canadá - de rara beleza que
fala do maravilhoso sentimento da
compaixão, compaixão que pode
preencher o coração do pescador
solitário e devolver a vida a uma
mulher abandonada pelo pai à
própria sorte. Fala da capacidade de
olhar para elementos estranhos
vindos do inconsciente - das
profundezas do mar - através do
amor. Amor pelo que não é tão
bonito em nós, amor pelo que não é
tão bonito nos outros.
Associamos o conto aos florais
do grupo da solidão para pessoas
que ficam isoladas: Impatiens,
Heather e Water Violet que nos falam,
em desarmonia, da incapacidade de
olharmos para os outros com olhos
regidos pelo coração. Em Impatiens
porque estamos preocupados
demais com a lerdeza do outro, temos
pressa, muita pressa, não teríamos
paciência para desenredar o pobre
esqueleto! Em Heather porque
queremos apenas falar de nós,
porque não queremos ficar sozinhos,
porque temos um buraco dentro de
nós mesmos que não sabemos
preencher, porque estaríamos
preocupados com nosso próprio
sofrimento e jamais com a pobre
mulher-esqueleto! Em Water Violet
porque não sabemos nos doar e nos
distanciamos das pessoas, jamais
compartilharíamos de nosso coração
e de nossas lágrimas com outro ser!
Em harmonia, porém, encontraríamos
alguém com quem compartilhar
nossa vida, uma mulher-amante,
companheira para sempre.
Encontraríamos alguém para que,
batendo em cadência, as mínimas
batidas de nosso tambor-coração se
transformassem em louvor ao nosso
irmão e a nós mesmos.
Mariza HelenaRibeiro Facci Ruiz
Practitioner pela Dr. Edward Bach
Foundation e Membro da UBE
[email protected]

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